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Dirieto Penal 1
Dirieto Penal 1
1) Direito Penal
2) Direito Criminal
Tanto uma designação, como a outra, se refere aos imputáveis e não aos inimputáveis – pois,
nos últimos, aplica-se as medidas de segurança.
O Prof. Figueiredo Dias começou por dar a noção de Direito Penal segundo a primeira
designação, porém, acabou por chegar à conclusão que é indiferente dizer que se trata de
Direito Penal ou Criminal.
Quando olhamos para o Direito Penal, para que tipo de direito olhamos? Para o Direito das
Penas. Quando olhamos para o Direito Criminal, estamos perante o direito do crime, o direito
que define a índole de todos os crimes.
Nem uma definição nem outra, são definições suficientes, isto porque, o cerne principal do
direito criminal é o “crime” e crime para ser crime, tem que ter determinados elementos, sem
os quais não há como afirmar a sua existência. E porquê? Porque é necessidade:
I. TIPICIDADE – como facto típico, ou seja, só é crime, o facto que esteja previsto na
lei. É necessário que haja uma norma penal que defina o comportamento X como
criminosos, porque se não estiver previsto na lei, ainda que seja ilícito e que
consideremos que aquela conduta é, de facto, criminosa, esta não pode ser
sancionada penalmente.
II. ILICITUDE – um crime tem que ser um facto ilícito, que contraria a ordem jurídica.
A ordem jurídica considera inqualificável e, por isso, vem daí a sua ilicitude.
III. Culpa – facto culposo – é um facto que assenta na culpa do agente. Aqui a culpa é
sacada ao agente, mais o seu facto ilícito relativo ao facto culposo. A culpa está no
agente e não no facto.
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Quando alguém comete um crime, com estes 3 elementos, o DP tem uma forma de reação
penal (= sanções), que se tratam por penas. Estas podem ser:
I. Prisão
II. Multa
III. Prisão + multa (opção adicional)
As penas só podem ser aplicadas aos agentes donos da culpa. A culpa é o pressuposto da
aplicação de uma pena, pois se não houver culpa, não há pena. Se não se provar a culpa, ainda
que haja um facto típico e ilícito, não se pode aplicar penas de prisão, nem de multa (nem as
duas ao mesmo tempo).
Onde serão os menores julgados? Vão ser julgados pelos tribunais de família e menores –
entre os 12 e 16 anos incompletos. O menor será responsabilizado, não pelo DP (pois, são
inimputáveis – art. 19º CP), mas como já detêm de uma idade considerável, serão punidos
segundo a Lei Titular Educativa, que prevê este tipo de situações (art. 1º LTE). É lhes aplicada
uma sanção disciplinar: medidas titulares educativas – art. 4º LTE – existindo a medida menos
grave até à medida máxima, de acordo com a gravidade da ação, mais a sua finalidade, sendo
que o tribunal, segundo isso, irá determinar a medida titular educativa correspondente.
O que se quererá quando se aplica uma medida titular educativa? Tentar alterar aquele
comportamento à criança/jovem. Ou seja, são medidas que visam a educação do menor Ou
reeducação, e visam preparar esse menor para viver num futuro em sociedade de forma
responsável - isto porque, o art. 19º CP não prevê aos menores o facto culposo. Estas medidas,
para serem aplicadas, elas visam que tem que existir u consentimento dos pais do menor.
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Ex.: onde os pais são piores que os filhos, quando é assim, não adianta ao tribunal
estar a colocar essas medidas. Quando o ambiente familiar é tudo menos equilibrado.
Os pais devem acolher estas medidas e acompanhar este menor, pois quanto menos
crime, melhor. Onde está a falácia? Muitas das vezes não está na lei, pois as leis são
feitas para as pessoas (mais especificamente, nestes casos dos menores, tudo
dependerá da sua família). Aqui o cerne é o problema educacional, pois todos nós
somos fruto da nossa família (paralelamente a isso, estão os elementos ambientais).
Regime Especial Para Jovens Delinquentes – DL 401/82 – este regime jurídico veio estabelecer
um perímetro entre jovens delinquentes, pois já são inimputáveis e já podemos formular um
juízo de censura, que à data da prática do facto, pois já tinha 16 anos até 21 anos incompletos,
pois com 21 anos completos não entra neste diploma (ex.: se ontem praticou o facto e tinha 20
anos e hoje faz 21 anos, é suscetível do juízo de culpa por este diploma). Por isso, vai se aplicar
uma pena.
Esta lei pondera a seguinte situação: quando se aplica uma sanção, não se aplica por aplicar.
Vamos tentar que com a sanção, cheguemos a algum proveito.
O estado também tem que pagar, através dos nossos impostos, cada prisioneiro (50 euros).
Quando menos despesas o Estado tiver, menos impostos teremos. É um peso para todos – no
ponto de vista financeiro.
Por outro lado, quem comete o crime é uma pessoa e, por isso, deve ser tratada com
dignidade de pessoas, e não com outra condição. E aqui neste diploma, o legislador pensou
que, quando alguém comete p crime com a idade de 16- 21 anos incompletos:
Estamos aqui, por isso, numa fase da vida em que dispara de porta aberta ao futuro para
aquela pessoa. Pois, somente aos 18 anos é que se adquire a maioridade e que podem, ainda,
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estar a viver com os pais, sendo uma fase de ponto de partida para a vida adulta. E, por essa
razão e outras, o diploma diz que o cumprimento de uma sanção penal pode ser desvantajoso,
do que vantajosa – todas as chaves para a aporta do futuro vão se perder. E o que é que esta
lei vem a dizer quanto a isso? Que, quando alguém comete um crime nesta faixa etária, pode
beneficiar da atuação da pena (= se pode não é de aplicação automática – o art. 4º diploma
continua a dizer que se pode beneficiar da pena, se o tribunal entender que aquele agente
reúne condições para fazer a sua reintegração social – art. 73º CP)).
Qual é o fundamento em comuns entre estas 3 ciências? Pertencem ao Direito Penal e todas
elas pretendem dar soluções ao combate contra o crime:
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Hoje em dia, não se cinge somente ao que a Lei implica – há comportamentos que não estão
na lei, mas são crimes e há discussões quanto a certas normas que estão mal estruturadas.
Qual é a verdadeira ciência que se escreve? É a Política criminal, porque tem uma postura
transcendente a crítica em relação ao Direito Penal – está por cima do Direito Penal, ou seja,
se é crime e deve ser, mesmo que sejam crimes que não estão legalmente tipificados. Critica
--- analisar se é ou não crime, pois há comportamentos que não são crime, mas não são, assim
como o contrário.
Ex.: o adultério deixou de ser crime. Antes, era crime que levava à pena de morte.
POLÍTICA CRIMINAL
DIREITO PENAL
Criminologia
A Política Criminal trabalha num céu aberto? Não há limites? Há. E quais são? A Constituição
do Estado de Direito Democrático. É iminente à CRP, ainda que seja transcendente ao Direito
Penal. Porque, algumas normas penais são inconstitucionais, pois não há crime sem Lei – o
que, por vezes, ~e posto em causa na Política Criminal. Agora não é assim: quem estiver 1 ano
fora do mundo, quando regressa, o mundo está completamente diferente – há um
desenvolvimento da Humanidade bem mais rápido do que antigamente.
É por isso que a prisão é um sacrifício muito grande: a legitimação da pena criminal – qual é a
legitimidade disto? Porquê? Em nome do quê é que alguém manda X para a cadeia, qual é a
legitimidade disto? Estas questões são tidas na Política Criminal – a Lei tem que ser estudada,
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será legitima ou ilegítima – na Política Criminal, a Lei não é a última resposta, mas sim a
legitimação do Estado e do Direito das Pessoas.
Desde que se conhece a comunidade, sempre houve penas, houve sempre Direito Penal. E
desde sere que a comunidade se perguntou “para quê que se pune?”. A resposta da
legitimação das peãs está inserida em 2 tipos de teorias:
I. TEORIAS ABSOLUTISTAS:
A respostas à pergunta está na próxima ideia de justiça: pune-se para retribuir o mal do crime.
A punição é uma exigência da Justiça: retribuir o mal. É uma teoria da expiação. Porquê
absoluta? Absoluto = desligado – quem tem poder absoluto está desligado, ou seja, não
ligar às opiniões contrárias, só uma cadeia de ideia – uma reta de ideias, não desvios na
decisão.
Pune-se, porque se cometeu o crime – há uma cotação de vingança: quem faz mal, deve sofrer
pela sua maldade. O mal atrai o mal. O crime atrai sobre si a própria pena.
Um dos grandes defensores desta teoria foi Kant: “a pena é uma exigência de justiça: nunca se
deve punir para obter qualquer efeito de prevenção. É instrumentalizar a pessoa, o que é
contrário à dignidade da pessoa” – Parábola da Ilha.
Durante muito tempo, era a doutrina (ético-retributiva) dominante – só ela colocava o limite
para as penas – a culpa +e o fundamento da pena e a sua medida (nenhuma pena podia ser
maior que a culpa). A pena e a culpa estariam no mesmo patamar – eram teorias que não
estavam totalmente erradas, todavia, estas vias não são aceites:
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c) Problema de legitimidade ética – punir através uma justiça absoluta, mas
não há justiça absoluta? Não podemos punir em nome de Deus, porque
nem todos são religiosos – há um problema de limitação muito profunda.
Só uma sociedade de monismo cultural é que era possível fazer tal
acontecer. Mas a sociedade em que nos encontramos é uma sociedade
sequalizada, ou seja, não há uma forma única de religião – o Direito Penal é
uma instituição da sociedade e está limitada pelos valores sociais, não há
mandamentos religiosos, não há uma verdade filosófica – nós punimos para
a segurança social.
O único ponto positivo desta teoria é o facto de definir um limite para as penas.
Pune-se para não se cometa crimes novamente. A pena é tida como um instrumento de
prevenção. Relativo ≠ Absoluto – a pena tem um fim social: prevenção – não voltar a cometer
crimes. Instrumentalização de pessoas: não pode ir além da culpa (não há pena sem culpa, mas
pode haver culpa sem pena. P.ex.: negligência). Não pode ir além da culpa, mas pode ficar
aquém – finalidade preventiva da pena.
É uma teoria que tem uma solução à própria sociedade, só que não tem uma tendência para assumir uma
pena de terror. Até porque, esta reação consegue punir uma pena mais forte a situações que assim
merecem.
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b. NEGATIVA / DE INTIMIDAÇÃO – aponta à generalidade de crimes,
para que as pessoas não cometam crimes através do crime.
CRITICA: instrumentalização das pessoas é,
materialmente, errónea – só punimos uma pessoa de
acordo com a sua culpa, ao respeitar a sua dignificada.
Esta prevenção não oferece um limite para a pena, porque
se visa intimidar as pessoas, quanto mais pena, mais
intimidação – facilmente não tem forças suficientes para
evitar uma pena de terror.
ii. ESPECIAL – pune-se o próprio delinquente:
a. NEGATIVA:
INTIMIDAÇÃO - intimidar a pessoa para que ela não
volte a fazer.
SEGREGAÇÃO
INOPULARIZAÇÃO – tornar a pessoa fisicamente
impossível de cometer o crime.
b. POSITIVA (AS PENAS QUE TEMOS NO NOSSO ORDENAMENTO
JURIDICO) – o delinquente é delinquente e a pessoa que tem
doenças do foro psíquico deve curá-las e ser curada. Esta ideia
teve muita pujança nos anos 60-70 e surgiu muito pela ideia do
Estado Terapêutico – considerar o delinquente como doente era
extremamente doloroso para a pessoa (= o médico sabe e o
doente não). Há aqui uma ditadura do saber face ao saber.
TRATA