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Direito Do Urbanismo e Do Ambiente
Direito Do Urbanismo e Do Ambiente
1. CONCEITO DE URBANISMO
Tem uma pluralidade de sentidos e surgiu por uma variada ordem de fatores.
Primeiramente, surgiu como um facto social – ao longo dos anos, foi-se notando um
crescimento das populações da cidade, ao contrário das zonas rurais, e, por isso, começou-se a
criar aglomerados populacionais e, consequentemente, a taxa de urbanismo aumentou. Mas,
começou por ser um crescimento desorganizado e caótico, e, neste contexto, surgiu o Direito
de Urbanismo – isto, porque, houve um crescimento da população da cidade.
Face a isto, houve a necessidade de criar uma disciplina que preenchesse a ocupação e
transformação do solo e, daqui nasce o Direito de Urbanismo como facto social.
O direito do Urbanismo não só surge como facto social, mas também coo Técnica Urbanística –
representa a criação, o desenvolvimento e a reforma das cidades. Mas em que sentido? Por
exemplo, através de um correto alinhamento das cidades – o urbanismo fixa as linhas entre
zonas edificadas de zonas NÃO edificadas, criando, assim, fortes limitações à liberdade de
aproveitamento do solo.
O Direito de Urbanismo entendido como técnica é TAMBÉM visto num sentido de Expansão e
Renovação urbana, e, ainda, como Zonamento –fixa determinadas áreas para habitação,
outras zonas comerciais, zonas industriais espaços verdes, etc…
No fundo, tenta harmonizar o ambiente urbano com o ambiente rústico pelo estabelecimento
de espaços verdes dentro da cidade.
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2. QUAL É A PRINCIPAL ESSENCIA/OBJETIVO DO DIREITO DE
URBANISMO?
Obviamente que o Direito de Urbanismo vai tentar harmonizar (ou compatibilizar) conflitos de
interesse que possam surgir no uso, na transformação ocupação do solo.
Portanto, o Direito do Urbanismo é um ramo do Direito Público e como tal, é constituído por
um sistema de normas, cujo objetivo é averiguar (ou ponderar) os interesses existentes numa
relação jurídico-urbanística. Visa, também, a superação dos conflitos de interesses existentes
que possam surgir no contexto do uso, ocupação (ou transformação do solo.
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*PDM – Plano Diretor Municipal – é um instrumento fundamental na gestão do território municipal. O PDM
define o quadro estratégico de desenvolvimento territorial ao município, sendo o instrumento de referência
para a elaboração dos demais planos municipais,
Não se trata de um ramo de direito autónomo, MAS SIM de um ramo especial dentro do
Direito Administrativo.
Quando se quer intentar uma ação recorre-se aos tribunais administrativos. Do ponto de vista
científico, NÃO SE PODE considerar um ramo de direito autónomo, porque os princípios da
atividade administrativa são aplicáveis aqui, assim como as formas de atividade administrativa.
No que respeita a esta distinção, basicamente a nível constitucional, NÃO HÁ qualquer nível de
distinção – refere-se aos 2 e a verdade é que são disciplinas complementares e
interdependentes, e na Lei de Bases da Política dos Solo e do Ordenamento dos Territórios (Lei
n.º 31/2014, de 30 de Maio) NÃO HÁ distinção entre os 2.
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Daqui decorrem as conceções do Direito do Urbanismo – este critério relaciona-se
diretamente com as conceções do Direito do Urbanismo, existindo 3:
Resulta do art. 2º da Lei n.º 31/2014 – o DU, de acordo com este critério seria direito, e já o OT
seria política.
Os fins a alcançar são diferentes a alcançar, mas um não vive sem o outro, porque as normas
jurídicas TAMBÉM resultam das opções políticas do legislador, sendo o princípio da legalidade
limite e pressuposto da atividade administrativa.
Mas isto NÃO PODE SER ASSIM: o PDM tem normas imperativas e normas consensuais. No
fundo, vamos conjugar todos os critérios e todos utilizados em conjunto vai dar ma noção de
Urbanismo e de OT.
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5) NOÇÃO DE DIREITO DO URBANISMO
6) ESSENCIA DO DIREITO DO URBANISMO
7) DISTINÇÃO DO DIREITO DO URBANISMO
8) FIGURAS DO DIREITO DO URBANISMO
a) PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Neste artigo, o que está em causa e a cooperação de vários sujeitos na formação dos planos e
execução dos planos.
A cooperação, entre as entidades publicas é essencial para que posteriormente NÃO haja
problemas.
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Art. 30 RJIGT – esta disposição leal reporta ao Plano Nacional – objetivos mais
genéricos.
Art. 35º + 36º RJIGT – é uma manifestação do Princípio da Cooperação – Cooperação
entre os representantes de várias entidades publicas.
Os Programas Setoriais – art. 39º RJIGT – são instrumentos a nível nacional. Os Programas
Especiais – art. 42º RJIGT – são instrumentos a nível nacional.
Há algum artigo que diga respeito ao Princípio da Cooperação aplicável aos Programas
Setoriais aos Especiais? O art. 48º RJIGT para os Programas Setoriais e o art. 49º RJGT para os
Programas Especiais.
Quanto aos Programas Regionais – art. 45º RJIGT que remete para os arts. 57º e 58º RJIGT –
Princípio da Cooperação.
Quanto aos Programas Intermunicipais – art. 61º RJIGT. Remete-se para o art. 77º RJIGT, que
tem a ver com a manifestação do princípio da cooperação + outras manifestações deste
princípio: arts. 83º, 84º e 86º.
b) PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO:
Art. 6º RJIGT é uma norma genérica e como tal, é aplicável a todos os instrumentos.
Este princípio apoia-se na participação dos interessados, onde estes detêm da liberdade de
apresentar queixas, fazer pedidos de esclarecimento, etc…
Exemplos:
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c) DEVER DE INFORMAÇÃO:
Para tal, há um órgão decisório que pondera os interesses envolvidos e posteriormente faz
uma escolha dentro das escolhas existentes.
Através do princípio da participação (art. 12º CPA + art. 65º nº 4 e nº 5 CRP + art. 6º
RJIGT), durante a fase de elaboração (permitindo que soa participantes solicitem
informações OU apresentem ideias) é uma forma de prevenir um possível conflito e
pela cooperação das entidades publicas, para que se entenda os interesses d cada
território.
e) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE:
Este princípio significa que, em regra geral, os instrumentos de gestão territorial devem ser
publicados numa publicação oficial – normalmente no DR, mas depende dos instrumentos.
f) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Segundo o princípio da legalidade – a administração SÓ PODE atuar desde que haja uma lei
prévia, que a habilite para tal – a lei é fundamento limite e pressupostos da atuação ( art. 266º
CRP).
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HOMOGENEIDADE DA PLANIFICAÇÃO – no sentido de equiparação das condições de
vida reguladas pelos vários tipos de planos.
TIPICIDADE DE PLANOS – os instrumentos de gestão territorial estão previstos na lei e,
sobretudo, no RJIGT. Basicamente se não estiverem no RJIGT NÃO existem – todos os
planos e programas TÊM de esta previstos na lei que decorre do princípio da
legalidade.
DESENVOLVIMENTO DA CIDADE – urbanístico: de acordo com o plano.
DEFINIÇÕES DAS COMPETENCIAS E DO PROCEDIMENTO DE ELABRAÇÃO – quem são os
órgãos competentes e o procedimento de elaboração de cada um dos instrumentos.
DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO – o plano TEM DE SER fundamentado, ou seja, TEM de
conter as razões de facto e de direito que conduziram àquela elaboração – tem de ter
fundamentação.
g) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE:
Segundo este princípio, as normas dos planos TÊM DE SER adequadas e necessárias ao fim que
pretendem atingir.
Adequação
Necessidade
Proporcionalidade no sentido estrito
Por exemplo, imaginemos que é necessário construir uma estrada que irá passar no meio de
terrenos da titularidade de privados – SÓ se vai expropriar o que é estritamente necessário
para prosseguir o interesse publico.
h) PRINCÍPIO DA IGUALDADE:
No princípio da igualdade – art. 13º RJIGT + art. 266º CRP – a igualdade deve ser entendida no
sentido de tratar de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente.
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Por exemplo: servidões de passagem; expropriação por utilidade publica – art 65º nº 4 CRP;
etc…
Esta garantia tem de ser disciplinada, pois sendo uma garantia constitucional – art. 62º CRP – é
necessário regular a intervenção que a administração publica tem nos solos.
Por exemplo, art. 65º CRP – expropriação: existe uma limitação dessa intervenção.
Ora, havendo uma expropriação, o particular vai ficar privado do seu direito de propriedade –
vai haver um direito que vai ser retirado da sua esfera jurídica e, por isso, vai receber uma
justa indemnização.
Para além dos princípios acima mencionados, deve-se ter atenção aos arts. 266º e 267º e os
primeiros arts. do CPA.
Órgãos autárquicos
GOV, através de alguns ministérios (ex.: ministério do ambiente)
Inúmeros institutos públicos (institutos de conservação da natureza – IPMA)
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As disposições dos arts. 1º - 29º RJIGT são aplicáveis a TODOS os instrumentos de gestão
territorial.
A partir do art. 30º RJIGT há secções destinadas a disciplinar cada um dos instrumentos de
gestão territorial;
Quanto ao âmbito de aplicação, temos 4 níveis de aplicação territorial (art. 29º nº 2 RJIGT):
ÂMBITO NACIONAL:
PROGRMAS SETORIAIS
PROGRAMAS ESPECIAIS
PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
ÂMBITO REGIONAL:
PROGRAMAS REGIONAIS
ÂMBITO INTERMUNICIPAL:
PROGRAMAS INTERMUNICIPAIS
PLANO DIRETOR INTERMUNICIPAL
PLANOS DE URBANIZAÇÃO INTERMUNICIPAIS
PLANOS DE PORMENOR INTERMUNICIPAIS
ÂMBITO MUNICIPAL:
PLANO DIRETOR MUNICPAL
PLANOS DE URBANIZAÇÃO
PLANOS DE PORMENOR
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AUTOPLANIFICAÇÃO – apenas vincula a entidade que o elaborou.
HETEROPLANIFICAÇÃO – o instrumento vincula, para além da entidade publica que o
elaborou, outras entidades publicas.
PLANIFICAÇÃO PLURISUBJETIVA – ocorre quando o plano vincula entidades publicas e,
direta e imediatamente, particulares.
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É o quadro de referência que tem de ser considerado nos outros instrumento de gestão
territorial – é através deste instrumento que há uma cooperação entre os Estados Membros,
para a organização do território da União Europeia – art. 30º RJIGT.
Este plano tem âmbito nacional, porque se aplica a TODO O TERRITÓRIO NACIONAL – art. 2º
RJIGT.
Um relatório
Por um programa de ação (cujos objetivos se encontram no art. 33º nº 3 RJIGT).
No art. 34º RJIGT – a iniciativa pertence ao Conselho de Ministros, pelo que a elaboração
compete ao GOV, sob coordenação do Ministro do Ordenamento do Território.
No art. 37º RJIGT – encontra-se previsto o princípio da participação dos interessados, onde há
um período de discussão publica que consiste na recolha de observações e sugestões sobre as
orientações da proposta de programa. Esta proposta terá de ser aprovada pela AR – art. 38º
RJIGT – e posteriormente publicada – princípio da publicidade (art. 191º e ss. RJIGT).
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“salvaguarda e tutela de valores naturais” – estamos perante um programa especial.
13. PROGRA
MAS
SETORIAIS
Estes programas têm uma tipologia mais aberta, porque aqui cabem diversos instrumentos
relacionados com a gestão territorial. Tal como o PNPOT, este programa tem um âmbito de
aplicação nacional.
Se estiverem em vigor dois IGT’s para a mesma área e que tenham regras que não são
compatíveis, é necessário sabermos qual é que prevalece.
Há uma forma no +procedimento de elaboração que contribui para a minorar esta situação: se
houver intervenção das várias entidades publicas, através do princípio da cooperação irá haver
uma menor probabilidade de existir incompatibilidades entre IGT’s.
Se houver sobreposição territorial entre os IGT’s, temos que estabelecer regras – uma das
formas de prevenir esta situação é através da fase de cooperação no procedimento de
elaboração de um dos IGT’s.
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a) ANÁLISE DO ART. 26º RJIGT:
Remeter para o art. 60º nº 2 RJIGT – pode eventualmente haver incompatibilidade, entre os
programas regionais e os programas hierarquicamente superiores – nestas situações, as
incompatibilidades DEVEM SER mencionadas.
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EXCEÇÃO ao nº 5 do art. 28º RJIGT – remeter para o art. 27º nº 5 + art. 90º nº 2 RJIGT – as
normas do PDM que já estavam em vigor, prevalecem sobre as normas incompatíveis que já
estavam em vigor – isto através da ratificação.
Esta sobreposição de IGT’s NÃO PODE SER resolvida com um critério de hierárquica rígida e,
por isso, TEM DE HAVER alguma flexibilidade. Ora, inicialmente, surgiram 2 critérios:
PRINCÍPIO DA HIERARQUICA:
Tem que haver uma compatibilidade recíproca entre os planos que não estejam ligados por
uma hierarquia.
Este estabelece as consequências que irão advir ao município da NÃO atualização no +prazo
estabelecido:
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A suspensão das normas do plano que deveriam ter sido alteradas e não foram;
Deixa de poder haver lugar à prática de quaisquer atos/operações que impliquem a
ocupação, uso e transformação do solo;
Ficam suspensas as candidaturas do município a apoios financeiros, comunitários e
nacionais.
Porém, esta norma é considerada inconstitucional, porque aqui permite-se que o GOV se ingira
na esfera de intervenções d município – pelo que APENAS poderia exercer uma tutela de
legalidade; na realidade, PODE APENAS controlar se os municípios cumprem a lei ou não – e
aqui encontra-se prevista uma tutela sancionatória que NÃO É legalmente admissível.
Nos termos do art. 115º RJIGT – os programas e planos podem ser sujeitos a: alteração;
correção; revisão; suspensão; e revogação.
Aqui deve-se ter em consideração a aplicação de normas diferentes, consoante o IGT que
estamos a trabalhar.
No art. 117º RJIT – os programas intermunicipais são alterados SEMPRE QUE a evolução das
perspetivas de desenvolvimento económico e social assim o determine e SEMPRE QUE entrem
em vigor novos programas nacionais ou regionais, que com eles não sejam compatíveis.
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OU sempre que essa alteração seja necessária, em resultado da entrada em vigor de novas leis
(ou regulamentos).
No art. 119º RJIGT – se estiver em vigor um PDM e depois entre em vigor um programa
especial que tenha normas incompatíveis com o PDM? R.: Tem de haver uma atualização as
normas do PDM. E qual é o procedimento que devemos de seguir? R.: nos termos do art. 11º
RJIGT, é o mesmo para a elaboração, tirando a fase de acompanhamento que é facultativa (art.
119º nº 2 RJIGT).
A alteração por adaptação dos programas e dos planos territoriais NÃO PODE ENVOLVER uma
decisão autonoma de planeamento e limitar-se a transpor o conteúdo do ato legislativo (ou
regulamento, do programas ou plano territorial) que determinou a alteração.
A alteraçãp
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