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PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO NA REBILITAÇÃO

CARDIOVASCULAR
Sumário

DOENÇAS CARDIOVASCULARES ................................................................ 4

FATORES DE RISCO PARA CARDIOPATIA CORONARIANA ...................... 5

OBESIDADE .................................................................................................... 6

HIPERTENSÃO ARTERIAL............................................................................. 7

DIABETES MELLITUS .................................................................................... 8

DISLIPIDEMIA ................................................................................................. 8

ATEROSCLEROSE ....................................................................................... 10

TABAGISMO ................................................................................................. 11

SEDENTARISMO .......................................................................................... 12

ESTRESSE ................................................................................................... 12

HISTÓRICO FAMILIAR ................................................................................. 13

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............................................................. 14

REABILITAÇÃO CARDÍACA APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ... 15

REVASCULARIZAÇÃO E REABILITAÇÃO CARDÍACA ............................... 19

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PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA ........................................... 20

INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................ 22

EXERCÍCIO FÍSICO PARA PACIENTES COM DOENÇAS


CARDIOVASCULARES ........................................................................................... 25

EXERCÍCIO AERÓBIO E DE FORÇA ........................................................... 29

REFERENCIAS ............................................................................................. 30

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FACUMINAS

A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo


de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

DOENÇAS CARDIOVASCULARES
As doenças cardiovasculares, segundo a Organização Mundial de Saúde,
matam 17 milhões de pessoas por ano, sendo responsáveis por 30% do total de
mortes no mundo. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares são fatores que
contribuem para estas estatísticas, pois, há décadas estudos tem demonstrado uma
taxa reduzida de eventos coronarianos em pessoas fisicamente ativas (DUARTE,
2009). Além disso, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares, geralmente vêm
associados a outros fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

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cardiovasculares, como obesidade, diabetes, hipertensão arterial,
hipercolesterolemia, entre outros.

Segundo Nieman (1999), o colesterol alto, a hipertensão, o tabagismo, entre


outros fatores podem lesar as paredes das artérias e assim provocar o início da
aterosclerose. O processo aterosclerótico resulta em um estreitamento progressivo
da luz do vaso sanguíneo pela formação de placas de gordura na parede da artéria.
A aterosclerose nos seus estágios mais avançados pode obstruir o fluxo sanguíneo
para os tecidos e órgãos, prejudicando suas funções ou levando o processo aos casos
mais graves como ataque cardíaco e acidente vascular encefálico. Nesses casos mais
graves é comum as pessoas serem submetidas a processos cirúrgicos, porém, após
longo período de recuperação no leito hospitalar essas pessoas apresentam vários
problemas físicos, como descondicionamento físico, atrofia e fraqueza muscular e
menor capacidade aeróbica máxima decorrente da inatividade física antes dos
ocorridos e de fatores de risco já comentados (GUIMARÃES et al., 2004).

Para recuperar os pacientes do descondicionamento físico, foram


desenvolvidos os programas de reabilitação cardíaca. E segundo a Diretriz de
Reabilitação Cardíaca (2005), o propósito desses programas é trazer esses pacientes
de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico,
acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida. Na
reabilitação cardíaca há uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais
das mais diversas áreas da saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas,
psicólogos e na parte do exercício físico os educadores físicos, visando modificar
aspectos relacionados aos fatores de risco para doenças cardiovasculares.

O programa de reabilitação cardíaca é dividido em quatro fases. A fase I é


direcionada a pacientes hospitalizados, são combinados exercício de baixa
intensidade, técnicas para o controle do estresse e programas de educação em
relação aos fatores de risco. A fase II é realizada após a alta hospitalar ou após um

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acontecimento cardiovascular, podendo ser realizada no próprio ambiente hospitalar.
A fase III tem duração prevista de 6 a 24 meses com o principal objetivo de melhorar
a condição física e a promoção de um estilo de vida mais saudável. Por último é a
fase de manutenção (fase IV) sem data de término, objetivando aumento da aptidão
física (ARAKAKI; MAGALHAES, 1996; CARVALHO, 2006).

Segundo a Diretriz da Reabilitação Cardíaca (2005), os pacientes que aderem


a programas de reabilitação cardíaca apresentam inúmeras mudanças
hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas
que estão associadas ao melhor controle dos fatores de risco e à melhora da
qualidade de vida. Apesar de estudos demonstrarem inúmeras melhoras fisiológicas,
é importante avaliar se os próprios pacientes percebem os benefícios causados pelo
programa de reabilitação cardíaca.

FATORES DE RISCO PARA CARDIOPATIA CORONARIANA

Várias características pessoais e fatores ambientais foram identificados no


transcorrer dos últimos 30 anos que parecem tornar os indivíduos mais suscetíveis à
DCC. Eis uma lista dos fatores de risco DCC implicados mais frequentemente:

1) idade e sexo;

2) lipídios sangüíneos elevados;

3) hipertensão;

4) tabagismo;
5) inatividade física;

6) obesidade;

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7) diabetes mellitus;

8) dieta;

9) hereditariedade;

10) personalidade e padrões de 16 comportamento;

11) níveis altos de ácido úrico;

12) anormalidades na função pulmonar;

13) raça;

14) anormalidades eletrocardiográficas durante o repouso e o exercício e

14) tensão e estresse. (ISEU GUS, 2002)

É difícil determinar quantitativamente a importância relativa de um único fator


de risco das DCC, pois muitos desses fatores estão inter-relacionados. Por exemplo,
as anormalidades nos lipídios sanguíneos, o diabetes, a hereditariedade e a
obesidade com freqüência andam de mãos dadas. Abaixo é descrito detalhadamente
a respeito de alguns fatores responsável pela doença coroniana.

OBESIDADE

A obesidade é um dos maiores fatores de risco para o Infarto Agudo do


miocárdio e deve ser controlado com seriedade, pois o excesso de gordura na região
abdominal está correlacionado com outras doenças como o diabetes mellitus,
hipertensão, elevado nível de colesterol e triglicerídeos, doenças coronarianas e
síndromes metabólicas.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo “A
obesidade pode ser definida como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou
generalizado, provocado por desiquilíbrio nutricional associado a distúrbios genéticos
ou endócrino-metabólicos”.

Cerca de 250 milhões de pessoas no mundo apresentam sobrepeso ou


obesidade, sendo que quase todos os países sofrem dessa epidemia, inclusive o
Brasil. Dados do Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico, realizada pelo Ministério da Saúde) apontou que
17,5% dos brasileiros estão obesos e 50,8% com sobrepeso.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Outro fator de risco para as doenças cardiovasculares é a elevação crônica da


pressão arterial. A redução dos valores pressóricos, mesmo em sujeitos normotensos,
é um importante fator para minimizar o risco de doença cardíaca (Vasan e
Colaboradores citados por Polito e Colaboradores, 2003).

Para Barros Neto e Colaboradores (1999), o exercício físico realizado


regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que
vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia
celular diante do incremento das demandas metabólicas.

Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação


da perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica
aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial
diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em
atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar local (Barros Neto e
Colaboradores, 1999).

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Segundo Monteiro e Sobral Filho (2004), pode-se dizer que durante um período
de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim
de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas
adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o
organismo melhore o seu desempenho.
Dessa forma, o exercício físico regular vem sendo considerado um importante
coadjuvante na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, contribuindo para
a melhoria de outros fatores de risco cardiovascular, como a dislipidemia, intolerância
ao metabolismo da glicose e obesidade (Brum e Colaboradores, 2006).

DIABETES MELLITUS

O diabetes é uma síndrome metabólica que vem atingindo milhares de homens


e mulheres em todo mundo, suas causas são multifatoriais e é caracterizada por
decorrente falta de insulina no sangue ou incapacidade da mesma exercer seus
efeitos, provocando aumento no nível de glicose no sangue.

Existem dois tipos de Diabetes, a do tipo 1 que geralmente aparece na infância


onde o corpo produz pouca ou nenhuma insulina e sua principal causa é hereditária,
10% dos diabéticos têm a do tipo 1. Tipo 2 que ocorre em 90 ou 95% dos casos e é
chamada de doença adquirida, pois sua causa é a má-alimentação e excesso de
peso, ocorre na fase adulta.

O corpo produz insulina após uma refeição com doces e carboidratos, que são
degradados e transformados em glicose, porém esta insulina, por estar “defeituosa”,
não consegue colocar toda glicose que está circulante no sangue para dentro das
células. O sangue fica com excesso de glicose e com o tempo aparece o Diabetes.
De fato o risco relativo de morte por eventos cardiovasculares, ajustados para a idade,
em diabéticos é três vezes maior do que a população em geral (STAMLER et al.,
1993, p. 434-44.).

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DISLIPIDEMIA

O termo dislipidemia se refere simplesmente a concentrações plasmáticas


anormais de lipídeos, e pode-se ter diversas formas, desde hipercolesterolemia até
hipoalfalipoproteinemia. Este metabolismo anormal pode ser causado por fatores
genéticos, dietéticos ou secundários à doença.

Os estudos do perfil lipídico fornecem subsídios que fazem com que ocorram
decréscimos nas taxas de mortalidade por doenças circulatórias e em especial
aterosclerose. E esses estudos epidemiológicos devem ter uma atenção especial para
a população jovem devido a evidências apontarem para a instalação precoce de
lesões ateroscleróticas, que podem instalar-se a partir da primeira década de
vida.(SEKI, 2003).

A avaliação do perfil lipídico, definido pelas III Diretrizes Brasileiras sobre as


displipidemias, constitui sobre a avaliação do colesterol total(CT), triglicerídeos(TG),
HDL-colesterol(HDL-c), e calculo do LDL-colesterol(LDL-c). (SOUZA, 2003) As
classificações para as dislipidemias laboratoriais dependendo dos resultados dos
parâmetros acima (CT), (TG), (HDL-c) e (LDL-c) são: hipercolesterolemia isolada,
hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-colesterol baixo. (SOUZA,
2003).

Em vários estudos têm se constatado que a redução do colesterol sérico, irá


diminuir os riscos gerais de doenças cardiovasculares. A relação entre
hipercolesterolemia e doenças coronárias tornou-se indiscutível nas evidências
epidemiológicas e não epidemiológicas.(POZZAN, 2003) De acordo com Souza et
al.(2003), as dislipidemias com as maiores médias encontradas foram a
hipercolesterolemia e a LDL-c elevada, sendo que os homens apresentam valores

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maiores que as mulheres, apesar de que foi encontrado um numero mais elevado nas
mulheres de LDL-c.

Atualmente dispõe-se de benefícios clínicos, farmacológicos e dietéticos. Os


dietéticos com uma ingestão um pouco menor de gorduras totais ou a substituição da
gordura saturada por poliinsaturada, já farmacologicamente são usados as
hipolipemiantes, as estatinas e que demonstram custo-efetividade aceitável para
riscos absolutos iniciais.(POZZAN, 2003) Estudos comprovam de que a redução em
10% do colesterol sérico fez com que reduzissem em 10% os eventos coronários,
com uma redução de 20% a prevalência de coronariopatias foi de 20%menor.

(FARMER, 1996).
ATEROSCLEROSE

A patogenia mais encontrada nas doenças cardiovasculares é com certeza a


aterosclerose coronária e podem acometer inclusive pacientes jovens. É um processo
progressivo e geralmente se instaura na infância e vai produzir manifestações clinicas
nos adultos. Holman e cols. estimaram, em 1958, que crianças com três anos de idade
ou mais já possuem estrias gordurosas na aorta, e que estas lesões vistas em
crianças eram diretamente ligadas com as lesões em relevo observadas no futuro.

Quanto maior os fatores de risco para a aterosclerose coronária, maior será


sua incidência. E embora esses fatores de risco tenham sido estudados desde os
primórdios, são poucos os estudo a avaliá-los na idade pediátrica. (GERBER, 1997).
Atualmente sabe-se que a aterosclerose é uma doença multifatorial e que para
produzir seqüelas clínicas, deve-se acontecer à proliferação extensa das células de
músculo liso na íntima da artéria afetada. As lesões ateroscleróticas se formam na
íntima da artéria, que é uma camada de tecido conjuntivo que contém ocasionalmente
células musculares lisas solitárias.

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Geralmente as lesões acontecem devido ao espessamento assimétrico da
íntima que invade continuamente a luz da artéria, resultando em um fluxo sanguíneo
menor. Outra forma de espessamento da íntima é o processo onde o aumento da
íntima pode estar associado à dilatação contínua da artéria com poucas chances de
se formar seqüelas clinicas, devido ao seu espessamento ser bem mais simétrico e
concêntrico. (ROSS, 1996).

As lesões começam a evoluir, mais tarde para a placa fibrosa com acumulação
de células de músculo liso, dos macrófagos e linfócitos e outras células. As células do
músculo liso são derivadas originalmente da camada média e se prolifera na íntima
da artéria para formar as lesões intermediárias e avançadas. Os macrófagos atuam
como uma célula que digere detritos para remover substâncias estranhas, sendo
responsável pela promoção e proliferação de tecido conectivo associado às respostas
inflamatórias crônicas. Estas células são chamadas de células espumosas e são elas
que vão obstruindo a corrente sanguínea.(FERREIRA, 1999).

A trombose talvez seja uma das complicações mais persistentes e comuns da


aterosclerose, com a formação de fendas e fissuras nas lesões mais avançadas
podendo atuar como sede para adesão plaquetária e formação de trombos murais,
que podem levar a angina instável ou até mesmo ao infarto do miocárdio, devido ao
alto poder de oclusão. (ROSS, 1996).

TABAGISMO
Segundo Rosemberg (2004, p.73) “A nicotina é a droga psicoativa que mais
causa dependência”. Eleva o ritmo cardíaco e a pressão arterial diminuindo a
espessura dos vasos sanguíneos. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o
tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo.

A nicotina diminui a espessura dos vasos sanguíneos e o monóxido de carbono


reduz a concentração de oxigênio no sangue. Assim, o fumante está mais sujeito a

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vários problemas relacionados à circulação, como aneurismas favorecendo os
derrames e tromboses. De acordo com Rosemberg (2004, p. 74, 75):

A estreita vinculação da nicotina com o infarto do miocárdio se expressa


pelos estudos que compararam infartados que continuaram fumando com os
que abandonaram o tabaco. Nos primeiros, a incidência de novo infarto foi
em torno de 80% maior que nos segundos. Nos que deixam definitivamente
de fumar, o risco de morrer por infarto cai 30% ao cabo de 1 ano, sendo
metade aos 5 anos. Ao cabo de 10 anos, o risco de mortalidade por infarto
se iguala com os que jamais fumaram.

Conforme as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2009, p.e 232):

O consumo de tabaco é o maior fator de risco cardiovascular isolado na


população mundial e constitui um fator de risco independente para o infarto agudo do miocárdio.
Consequentemente, seu abandono também tem o maior potencial de benefícios na prevenção da
doença cardíaca. Por todas as fontes citadas podemos ter uma ideia de muitos
malefícios que o uso do cigarro pode causar especialmente aqueles relacionados ao
infarto agudo do miocárdio.
SEDENTARISMO
Com os avanços da tecnologia conseguiu-se melhorar muito o conforto da vida
da população em geral, pode-se contar com serviços de trens, carros, motocicletas
para deslocamento para o trabalho por exemplo. Em casa não é preciso levantar do
sofá para trocar o canal da televisão, pode-se pedir refeições por telefone, sem a
necessidade de deslocar-se até o supermercado para comprar e preparar as
refeições. Todos esses confortos trazem uma enorme desvantagem que é a
diminuição do gasto de energia no dia a dia e os indivíduos acabam tornando-se
sedentários.

O sedentarismo pode acarretar o aparecimento de várias outras doenças, como


a hipertensão, obesidade, diabetes e níveis elevados de triglicerídeos, portanto é um
importante fator de risco para doenças cardiovasculares.

O sedentarismo, reconhecido como importante fator de risco para doenças


cardiovasculares é definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física.

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O estilo de vida sedentário, assim como o tabagismo, a hipertensão arterial, a
dislipidemia e a obesidade, são considerados os principais fatores de risco para a
morte súbita, estando na maioria das vezes associado, direta ou indiretamente, às
causas ou ao agravamento da grande maioria das doenças (CARVALHO et al., 1996
p. 79).

ESTRESSE
Conforme Lipp, (2000, p.12), “stress pode ser definido como um estado de
tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo, ou seja, um estado
de tensão patogênico do organismo”.

Um indivíduo que se estressa constantemente e vive essa tensão diária libera


descargas extras de adrenalina e cortisol pelo corpo. Quando esta adrenalina entra
na corrente sanguínea os seus efeitos são taquicardia e aumento da pressão arterial.
Se o mesmo for hipertenso, o coração irá trabalhar muito mais do que em condições
normais, tendo afetada a sua própria circulação coronariana. Essas alterações
hormonais desencadeiam os sintomas e doenças como úlceras, gastrites, insônia,
irritabilidade e também está relacionada a outras doenças como a hipertensão ,
elevado nível de colesterol diabete mellitus Lipp (2000, p. 14) ainda descreve: “Não
é o stress que causa essas doenças, mas ele propicia o desencadeamento daquelas
para as quais a pessoa já tinha uma predisposição ou, ao reduzir a defesa
imunológica, ele abre espaço para doenças oportunistas se manifestem”.

HISTÓRICO FAMILIAR
A história familiar positiva para coronariopatia, seja ela de origem genética ou
ambiental deve ser considerado um fator de risco independente. A história familiar
positiva inclui colesterol, lipoproteínas, pressão sanguínea, diabetes e obesidade.

Cada vez mais temos indícios de que é maior a prevalência da doença


coronária em pessoas que migraram de um ambiente em que se implantava um perfil
de risco para a aterosclerose (MANSUR, 2002). A transmissão dos fatores de risco

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dos pais para os filhos foi principalmente ambiental ou relacionada ao estilo de vida
do que ao componente genético segundo (MANSUR et al., 2002).

Crianças nascidas de famílias com alta prevalência de hiperlipidemia, HDL


baixa, hipertensão, uma história familiar positiva de doença coronária ou história
familiar positiva de coronariopatia prematura também estão em risco para
desenvolvimento de coronariopatia. (FARMER, 1996).

Estudos demonstraram que filhos ou irmãos de pacientes com doença arterial


coronária apresentam uma correspondência fenotípica de um determinado fator de
risco até uma maior mortalidade por doenças cardiovasculares. Uma análise familiar
pode facilitar e quantificar o diagnostico de uma doença coronária seja ela de origem
ambiental ou genética, e consequentemente seu controle no futuro. É difícil perceber
as influencias sobre o risco coronário se são genéticas ou ambientais.

(MANSUR, 2002).
Todos os fatores acima causam ou contribuem para o acontecimento do infarto
agudo do miocárdio, levando o paciente ao quadro grave em que se não for atendido
rapidamente pode ir à morte.

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO


A maioria dos infartos do miocárdio são o resultado da doença coronária
aterosclerose e geralmente com trombose coronária sobreposta, que vão
ocasionando um estreitamento adicional e frequentemente oclusão total da artéria.
As células miocárdicas desenvolvem lesão isquêmica quando ocorre um certo nível
crítico de fluxo sanguíneo, e quando a isquemia grave é prolongada o infarto do
miocárdio ocorre. (PASTERNAK, 1996) Quem determina o prognóstico é o tamanho
do infarto e a sua extensão, para que intervenções fisiológicas e farmacológicas sejam
instauradas para restaurar a perfusão do tecido isquêmico.

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O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a principal causa isolada de óbito entre
as doenças crônicas, sendo ela multifatorial causada por diversos fatores que agem
simultaneamente acarretando a mesma. Conforme Mansur et al. (2006, p. 116) “ O
Infarto agudo do miocárdio (IAM) é a necrose de uma amostra do músculo cardíaco
causado pela interrupção de fluxo sanguíneo nas artérias coronárias que nutrem o
coração. O diagnóstico precoce é fator fundamental para a redução da mortalidade e
das possíveis sequelas para o paciente.”

Os sintomas de um Infarto Agudo do Miocárdio são de dor no meio do peito em


aperto, que se irradia para os braços mais frequentemente do lado esquerdo do corpo
que pode variar de fraca a muito forte, dor no pescoço e costas, ardor no peito, muitas
vezes confundido com azia, desconforto estomacal, alterações na frequência
cardíaca, fraqueza muscular generalizada, sudorese, náuseas, vômito, palidez,
tontura e desmaio, ansiedade e agitação.

Os fatores que aumentam o risco para o desenvolvimento dessa doença podem


ser controlados como citado anteriormente. E também há fatores que não podem ser
controlados como os de aspecto genético, se na família existem casos de infarto,
angina ou com operação de coração abaixo de 60 anos há um risco maior de o
indivíduo desenvolvê-lo.

REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR
A reabilitação cardiovascular é designada como o processo de restabelecer o
indivíduo com problemas cardíacos ao seu nível máximo de atividades, compatível
com a capacidade funcional do seu coração (FARDY ; YANOWITZ e WILSON, 2004).

Conforme a OMS (1964) “a reabilitação cardíaca é um conjunto de atividades


necessárias para assegurar aos pacientes cardiopatas uma condição física, mental e
social, permitindo assim retomar suas atividades na comunidade e ter uma vida ativa
e produtiva”.

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A prevenção secundária de uma lesão cardiovascular tem como objetivo
principal a reabilitação do paciente após um evento, diminuindo os fatores de risco e
estresse, melhorando sua capacidade cardiorrespiratória e ainda fortalecendo a
musculatura, e dando maior resistência para a realização de tarefas diárias,
prolongando sua vida com qualidade.

Todo o programa de reabilitação cardíaca deve ser organizado e planejado de


forma individualizada levando em conta suas características clínicas, fatores de risco,
idade e capacidade funcional. “Os programas de exercícios podem ser contra
indicados se alguma condição desfavorável como arritmias incontroláveis,
tromboflebite, miocardite, entre outras forem constatadas” (MARQUES, 2004 p. 21).

Os programas de reabilitação cardíaca devem ser realizados por equipes


multiprofissionais compostas por médicos cardiologistas que irão supervisionar os
mesmos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, profissionais de enfermagem,
terapeuta ocupacional e profissional de educação física. A respeito da equipe
multidisciplinar Godoy (1997, p.288) diz que a mesma deverá abordar todos os
aspectos que envolvam a vida do cardiopata, isto é, psicológicos, físicos e sociais
para que o indivíduo possa ter uma melhor resposta frente ao programa de
recuperação.

Sobre a reabilitação cardíaca Godoy (1997b, p.48), afirma que: O treinamento


físico tem como efeito fundamental a propriedade de aumentar a absorção pulmonar
de oxigênio, facilitando o seu aproveitamento tecidual. O condicionamento físico
possibilita, de maneira gradual, para cada batimento do coração, no mesmo volume
de sangue, a absorção de mais oxigênio. Essa proporção maior de oxigênio no
sangue permite ao coração bater menos vezes por minuto, mantendo o mesmo nível
de oxigenação sanguínea sistêmica.

O programa de reabilitação cardíaca está organizado em quatro fases, a


primeira fase inicia-se ainda no hospital na fase aguda do infarto objetivando reduzir

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os efeitos deletérios de prolongado repouso no leito, o controle das alterações
psicológicas e a redução da permanência hospitalar (GODOY, 1997). “Sempre devem
existir recursos para a correta determinação da frequência cardíaca e verificação de
pressão arterial, além da possibilidade de eventual verificação da saturação de
oxigênio, determinação da glicemia” (Revista Brasileira da Sociedade de Cardiologia.
2010).

Na fase I exercícios simples e básicos são orientados por fisioterapeuta, com o


objetivo de limitar os efeitos fisiológicos e psicológicos da doença cardíaca, controle
dos sintomas da mesma, mostrando ao paciente como realizar as atividades como
tomar banho, sentar numa cadeira ou até mesmo exercícios de mobilidade feitos na
própria cama do quarto do hospital. É composta por atividades de baixa intensidade
e devem ser observados sinais e sintomas como anginas, arritmias, sinais de baixo
débito, tonturas, dispneia. Recomenda-se que o pulso não aumente mais do que
20bpm em relação ao repouso. (Arquivos Brasileiros de Cardiologia, volume 64,(n°3)
1995).

Para monitorar a atividade utiliza-se a Escala de Borg, para a classificação da


percepção subjetiva da intensidade do esforço, onde o indivíduo utiliza a escala que
pode iniciar com numeração de 1 a 10 representando respectivamente intensidade
muito, muito fácil até exaustivo apontando sua própria percepção de esforço. Este
recurso é muito importante em casos onde o indivíduo faz uso de fármacos
Betabloqueadores, pois os mesmos alteram diretamente a frequência cardíaca
diminuindo-a, para maior segurança para prescrição de treinamento deverá ser
realizada anamnese bem como teste ergométrico ou ergoespirométrico para definir a
intensidade do exercício, respeitando a individualidade do beneficiário.

A fase II deverá também ser realizada em ambiente hospitalar e com


supervisão médica e como ato contínuo da fase I, ocorre 24 horas após alta hospitalar
e consiste em exercícios supervisionados e desenvolvidos de acordo com a

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capacidade do paciente, onde também se desenvolve a auto percepção a fim de que
o mesmo consiga identificar a frequência cardíaca, o esforço e sintomas como
arritmias. O programa de exercícios deve ser individualizado, em termos de
intensidade, duração, frequência, modalidade de treinamento e progressão.

Na fase III o objetivo é alcançar melhores níveis de função física, mental,


emocional e social, com continuo acompanhamento de profissionais de educação
física, fisioterapia e medicina, de forma integrada, incentivando o indivíduo a adotar a
atividade física para o resto de sua vida, alimentação adequada, controle do estresse
e interrupção do tabagismo.

Conforme Gardenghi e Dias (2004 p. 388) “na terceira fase do processo de


reabilitação, o exercício pode ser realizado fora do ambiente hospitalar, objetivando
evitar a evolução da doença e também novos episódios de doença cardiovascular”.
Para Godoy (1997 p. 276 – 277) “Em programas de atividade física, visando a saúde
e a qualidade de vida, devem estar incluídas: resistência aeróbia, resistência muscular
localizada (RML) e flexibilidade”.

O tratamento é constituído de três etapas sendo elas o aquecimento com


duração de 5 a 10 minutos, com exercícios de alongamento, dinâmicos aeróbios e de
coordenação, associados a exercícios respiratórios, que tem como objetivo preparar
o corpo para a atividade física, aumentando o fluxo sanguíneo, o sistema
cardiorrespiratório e a elevação da temperatura corporal.

Parte principal ou de condicionamento que, de acordo com Marques (2004 p.


26), tem como objetivo exercitar o paciente a uma frequência cardíaca programada a
fim de obter efeito de treinamento. “Os exercícios aeróbicos, rítmicos e dinâmicos são
enfatizados e planejados de maneira a exercitar os grupos musculares das
extremidades superiores e inferiores e compõem-se de caminhadas, exercícios de
flexibilidade e exercícios de força”.

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De acordo com Godoy (1997, p. 277): A resistência aeróbia utiliza-se de
exercícios dinâmicos, realizado sem condições de equilíbrio de oferta e demanda de
oxigênio, intensidade moderada, tempo prolongado e envolvimento de grandes
grupos musculares. Condições que são obtidas com exercícios cíclicos como andar,
correr, pedalar, nadar, etc., que favorecem os ajustes metabólicos necessários para
o desenvolvimento de adaptações fisiológicas relacionadas com a manutenção da
saúde.

Ainda segundo o mesmo autor, Para o treinamento de resistência muscular


localizada (RML) o exercício deve ser preferencialmente, dinâmico com sobrecargas
associados e aplicadas entre as séries e os números de repetições. Evitar exercícios
com pesos com grande intensidade, pois os mesmos geram grande tensão muscular
e podem produzir o aumento da pressão arterial diastólica e bloqueio respiratório.
Este bloqueio respiratório eleva a pressão e pode desencadear uma reação negativa
quanto ao exercício.

Para Gardenghi, Dias, (2007, p. 391), O exercício físico em programas de


reabilitação cardiovascular deve privilegiar o uso de grandes grupos musculares,
escolhendo-se atividades que possam ser mantidas por período de tempo prolongado
de forma rítmica. Nesse grupo de exercícios enquadram-se atividades como
caminhadas, corrida, natação e ciclismo.

Parte final ou desaquecimento que têm por objetivo prevenir o acúmulo de


ácido lático nos músculos, auxiliar no retorno da pressão arterial aos níveis de repouso
e no relaxamento das estruturas envolvidas na atividade anteriormente executada.
Godoy (1997, p. e277), coloca que: Nos programas de treinamento, tanto preventivo
como de reabilitação, devem estar incluídos exercícios de flexibilidade e alongamento,
pois eles facilitam as atividades cotidianas, particularmente em relação ao trabalho
onde estão envolvidas as regiões lombares e parte posterior de coxa.

20
Para Marques (2004 p. 27) “Os exercícios de relaxamento podem ser
realizados no final do desaquecimento, e reduzir a frequência cardíaca, a pressão
arterial e a incidência de arritmias cardíacas”.

A Fase IV é considerada de manutenção ou preventiva onde o indivíduo tem o


compromisso de continuar a realizar atividade física e demais cuidados com seu estilo
de vida em rua rotina, o acompanhamento dos profissionais é menos rigorosa, porém
sempre necessária, pois trará maior segurança e benefícios a ele.

REVASCULARIZAÇÃO E REABILITAÇÃO CARDÍACA


Segundo Duarte e Alfieri, citados por Lion e Colaboradores (1997), a
reabilitação pode ser definida como a arte e a ciência de restituir ao indivíduo o nível
de atividade física e mental compatíveis com a capacidade funcional de seu coração,
sendo o treinamento físico parte integrante da reabilitação cardíaca. O
envelhecimento de nossa sociedade traz consigo mudanças no perfil das doenças,
assim como novos desafios quanto ao diagnóstico e tratamento. As enfermidades
cardiovasculares passam a ter um papel ainda mais importante na morbimortalidade
(Vivacqua e colaboradores, 1997). A reabilitação física, considerada uma terapêutica
eficaz, tem seu papel definido na prevenção e tratamento de doenças
cardiovasculares (Bosco e Colaboradores, 2004).

Bosco et al (2004), confirmam que o exercício físico tem efeito benéfico que
parecem resultar de interações complexas de efeitos psicológicos e fisiológicos. Além
disso, é adequado salientar a diminuição do estresse, a melhora da função
cardiorrespiratória, a remoção de fatores como tabagismo e a redução alimentar.

A mudança de hábitos alimentares e a prática de atividades física são


modificações de estilo de vida que podem melhorar de forma significativa os fatores
de risco das doenças cardiovasculares, sendo, além disso, intervenções de custo

21
moderado, quando comparadas com os ascendentes orçamentos dos tratamentos
medicamentosos e dependentes de alta tecnologia (Rique, Soares e Meirelles, 2002).
Quando o tratamento clínico é insuficiente para a melhora sintomática a
revascularização do miocárdio deve ser considerada (Iglézias e Colaboradores,
1997). Para Abizaid e Siqueira (2005), os objetivos no tratamento de pacientes com
doença coronariana em múltiplos vasos incluem alívio dos sintomas de isquemia,
redução da taxa de eventos cardíacos e preservação e restauração da pressão
ventricular esquerda, com consequente maior sobrevida à longo prazo.

Iglézias e Colaboradores (1997) afirmam que a qualidade de vida dos pacientes


idosos e vascularizados fica evidente não só pela redução dos sinais e sintomas de
insuficiência cardíaca congestiva em mais de 90% dos pacientes, mas também pela
redução das queixas de angina, isto que mais de 95% desses pacientes deixaram o
hospital sem referência a dor pré-cordial.

Partindo da premissa de que a população brasileira vem apresentando


aumento progressivo da expectativa de vida, considerando que a morbi-mortalidade
da revascularização em pacientes idosos é cada vez menor, podemos concluir que a
operação representa boa alternativa terapêutica, sobretudo se indicada
precocemente, ao portador de doença arterial coronária, mesmo idoso, pois propicia
a melhora substancial de qualidade de vida e aumento da expectativa, em alguns
grupos (Iglézias e Colaboradores, 1997).

PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA


Até o inicio do século passado os pacientes com doença cardiovascular
eram tratados em repouso (HEBERDEN apud THOMPSON, 1988) e segundo
Godoy (1997a) havia uma tendência dos médicos a desaconselhar os
exercícios físicos para cardiopatas, inclusive durante a fase aguda da doença
cardíaca. Esse repouso prolongado após o acometimento cardiovascular
acarretava em uma grande perda funcional, apresentando fisicamente mal
condicionados e não preparados para voltar as suas atividades de rotina
familiar, social e profissional. Assim, os programas de Reabilitação Cardíaca
foram desenvolvidos, segundo Diretrizes da

22
Reabilitação Cardíaca, com o propósito de trazer os pacientes de volta as atividades
da vida diária, com ênfase na prática do exercício físico e mudanças no estilo de vida
prevenindo e/ou tratando para que não haja complicações futuras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, reabilitação cardíaca é o somatório
das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as
melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu
próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida
ativa e produtiva (MORAES, 2005)

Para Costa et al. (1997) e Ramos e Silva (1998), os objetivos de um programa


de reabilitação cardíaca são: restabelecer as condições físicas, psíquicas e sociais,
oportunizando ao paciente a retomada de sua condição clinica, fisiológica,
psicológica, social e profissional em níveis normais (melhora da qualidade de vida),
reeducação visando melhores hábitos de vida, diminuir a mortalidade e os fatores de
risco.

Os pacientes após infarto agudo do miocárdio; revascularizados, que


realizaram angioplastia, com angina estável, com disfunção do ventrículo esquerdo,
insuficiência cardíaca, pós transplante cardíaco e portadores de marca passo, são
candidatos a participarem de programas de reabilitação cardíaca (COSTA et
al.,1997).

É importante num programa de reabilitação que se proporcione aos pacientes,


informações e conhecimentos, para que esses possam, então assumir novos hábitos
de vida, juntamente as atividades de condicionamento físico, com a finalidade de
otimizar os benefícios proporcionados pelo mesmo. Medidas como controle de stress,
abandono ao tabagismo, adoção de uma dieta equilibrada, pobre em sal e segundo
Gross(1988), pobre em gordura saturada e colesterol, devem ser assumidas para não
agravar a cardiopatia. Assim sendo, os pacientes se tornarão mais auto-suficientes,
desta forma contribuirão para a melhoria da sua qualidade de vida.

23
Atualmente, é entendida como o processo de desenvolvimento e manutenção
de níveis desejáveis de atividade física, social e psicológica após o inicio da doença
cardíaca (SQUIRES et al., 1990). A inclusão de pacientes em programas de
reabilitação cardíaca após o evento coronariano parece contribuir para a diminuição
dos níveis de ansiedade e depressão, geralmente causados pelo advento da doença.
A reabilitação precoce após o infarto do miocárdio contribui para isso (MULCAHY,
1991).

Wenger e Hellerstein (1992) relatam que, ao se preparar um programa de


reabilitação cardíaca, deve-se considerar os sintomas, a terapêutica adotada, as
medidas preventivas, as condições emocionais e sociais, além de orientação
educacional quanto á modificação de hábitos de vida, uma vez que os objetivos são
a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida, as mudanças nos hábitos
de vida, as modificações nos fatores de risco e a redução dos índices de mortalidade.

A prevenção secundária é parte essencial do programa de reabilitação,


incluindo correção de fatores de risco como hiperlipidemia, tabagismo, hipertensão,
obesidade e sedentarismo (MULCAHY, 1991). Melhorar a qualidade de vida deve ser
um dos principais objetivos da reabilitação cardíaca, compreendendo a atividade
sexual, o retorno ao trabalho, as atividades recreativas, a ausência de dor e reduzindo
também a dependência excessiva.

A reabilitação cardíaca deve incluir um serviço caracterizado por programas de


longa duração envolvendo avaliação médica, prescrição de exercício, modificação
dos fatores de risco cardiovascular, educação e aconselhamento (ACMS, 1991 apud
RAMOS, 2003), junto a uma equipe multidisciplinar de médicos, educadores físicos,
nutricionistas que orientam os sujeitos na realização dos exercícios, na modificação
dos fatores de risco e no estilo de vida (I Consenso Nacional de Reabilitação
Cardíaca).

24
INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O Profissional de Educação Física têm uma área de atuação relativamente


nova, onde há alguns anos parecia-se inimaginável o mesmo trabalhando juntamente
com profissionais da Medicina e Fisioterapia em ambiente hospitalar e clínicas de
reabilitação, auxiliando em programas de reabilitação cardíaca.
Essa exclusão dos profissionais de educação física em trabalhos dessa
natureza não é justificável, afinal ele é especialista em exercícios físicos que
comprovadamente através de todas as evidências das fontes citadas nesse estudo,
acarretarão benefícios físicos, psicológicos e sociais a seus praticantes, não só como
forma de tratamento, mas, também na prevenção dos fatores de risco que poderão
acarretar novo evento cardíaco.

Através da legislação do Conselho Regional de Educação Física da 2ª região


– Cref2/RS, capítulo II do Campo e da Atividade Profissional define que: Art. 7º O
Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas
diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas,
capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas,
musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga,
exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas
corporais.

Sendo da sua competência prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento


da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de
níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus
beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da
consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de
acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais,
contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da autoestima, da cooperação,

25
da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação
do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança,
qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo.

A legislação do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF ampara a


atuação do profissional de educação física em equipes multiprofissionais através da
Lei Federal n° 9696/98 de 01 de setembro de 1998: 26 Art. 3º Compete ao Profissional
de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir,
organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como
prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos
especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar
informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e
do desporto.

O profissional de Educação Física por ser especialista na área da saúde em


avaliar, programar e orientar programas de exercícios físicos para todas as
populações deverá estar presente desde a primeira fase de reabilitação, onde seu
olhar técnico e objetivo somado aos conhecimentos de profissionais de outras áreas
elevarão as potencialidades do programa. Poderá também ensinar ao indivíduo os
benefícios que a atividade física regular e a mudança no seu estilo de vida
proporcionarão a ele.

De acordo com Godoy (apud Cortez J.AA 1978 p. 231) “Cabe ao professor
explicar ao paciente as diferenças entre atividade física e esporte. Estes
esclarecimentos permitem-lhe justificar a escolha do tipo de exercício mais adequado,
considerando-se tanto as suas preferências como as suas limitações”. O Profissional
de Educação Física será o responsável por elaborar programas de exercício físico
supervisionado de maneira estruturada, respeitando a individualidade do beneficiário
para que o mesmo consiga melhorar seu condicionamento físico, aptidão física,

26
habilidades motoras, que conquiste sua independência e adoção de um estilo de vida
saudável e melhore por consequência sua qualidade de vida.

É ele que define qual será a atividade física mais indicada para cada indivíduo,
orientando-o quanto a forma de realizar o exercício e suas variáveis como a
intensidade, sobrecarga, duração, frequência semanal e progressão do esforço.
Também é de sua responsabilidade motivar o beneficiário trazendo atividades 27
recreativas que proporcionem a sensação de bem estar e socialização, contribuindo
para a redução do estresse e das tensões referentes à insegurança que o evento
cardíaco trouxe ao mesmo.

Conforme Godoy (1997, p. 277): Embora o envolvimento médico situe-se


aparentemente na fase de seleção do indivíduo, é importante sua participação, de
maneira contínua, com o professor de educação física. De acordo com a
complexidade do serviço durante todas as fases de RCV, a esses profissionais
somam-se especialistas nas áreas fisioterapia, enfermagem, nutrição, fisiologia,
psicologia e etc.

Para a correta intervenção do Profissional de Educação Física é necessário


que o mesmo tenha conhecimento a respeito da patologia e condições clínicas que
se encontra o indivíduo, estas informações serão importantes para que o profissional
possa programar uma rotina de treinamento onde os benefícios sejam maiores que
os riscos, adaptando a Frequência Cardíaca de Treinamento (FCT) das atividades
conforme os resultados de testes de consumo máximo de oxigênio (VO²Máx).

EXERCÍCIO FÍSICO PARA PACIENTES COM DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
Aptidão física é um conjunto de características que as pessoas tem ou
desenvolvem, e que estão relacionadas com a capacidade de realizar atividades
físicas (CASPERSEN et al., 1985). Segundo o autor acima, atividade física é definida

27
como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que
resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.

Para Bouchard e Shephard (1993) a atividade física é todo e qualquer


movimento do corpo produzido pelos respectivos grupamentos musculares e que
demanda um aumento do gasto energético de reserva. A atividade física pode ser
utilizada tanto na prevenção do aparecimento das doenças cardiovasculares em
indivíduos que têm um ou mais fatores de risco – prevenção primária (antes do evento
coronariano) – como também na prevenção das manifestações clínicas dessas
doenças em pacientes cardiopatas– prevenção secundária (após o evento
coronariano) - (BENETTI, 1997).

O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de


sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da uma demanda energética
da musculatura exercitada e consequentemente, do organismo como um
todo,(BRUM, 2004). Várias adaptações fisiológicas são necessárias para suprir a
nova demanda metabólica, dentre elas, a mais importante as adaptações
cardiovasculares.

Os pacientes inseridos em programas de exercícios físicos de uma reabilitação


cardíaca não compõem um grupo homogêneo, mas sim devem ser tratados de forma
individual. Deve-se investigar o estado clínico de cada indivíduo, incluindo extensão
da doença coronária, disfunção ventricular esquerda, potencial para isquemia
miocárdica, e a presença de arritmias cardíacas.,(VAN CAMP,1994).

Matsudo et al. (2000) afirmam que os principais benefícios a saúde advinda da


prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos,
neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados
pelos autores são o aumento do volume sistólico; o aumento as potência aeróbia; o
aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico, a diminuição da pressão

28
arterial; a melhora da sensibilidade á insulina e a diminuição da freqüência cardíaca
em repouso e no trabalho submáximo.

Os exercícios têm efeitos benéficos que resultam em interações complexas de


efeitos psicológicos e fisiológicos, diminuindo o estresse, a melhora da função
cardiorrespiratória, diminuição do tabagismo e reeducação alimentar, e a introdução
do indivíduo na vida social e no trabalho (BOSCO et al., 2004)

Segundo Nahas (2010), exercício físico, é uma das formas de atividade física,
planejada e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção, desenvolvimento ou
recuperação de um ou mais componentes da aptidão física.

Os pacientes recém infartados inseridos em programas de reabilitação


cardíaca terão como objetivo reduzir a lesão do tecido afetado, cicatrização da área
necrosada, preservar a integridade de tecido miocárdico normal e evitar complicações
fatais. Enfim baseia-se no tratamento da dor, bem como das possíveis complicações.
Os exercícios de reabilitação devem começar precocemente logo após a um evento
cardíaco estável, sendo contra indicado exercícios em infartos agudos instáveis,
lembrando que a eleição desse momento é um critério que depende do estado clinico
do paciente e da presença ou não de complicações.
Devem ser feitas avaliações iniciais que devem incluir: consultas fisiátricas e
cardiológicas, com realização de teste ergométrico. Recomenda-se a realização 21
de teste ergométrico máximo, sem medicação para servir de parâmetro basal no
seguimento futuro do paciente e outro teste, com a medicação em uso, para a
prescrição correta do exercício a ser realizado nas sessões de treinamento
(MENEGHELO et al., 1993).

A atividade física regular é o principio básico de um programa de reabilitação


cardíaca, e que se o exercício físico for realizado com metodologia segura, é capaz
de produzir alterações significativas (RAMOS, 1997 apud POZZAN et al.,1988).

29
O exercício físico tem seu papel claramente definido na prevenção primária e
secundária, não só das doenças cardiovasculares, como também de todas as
doenças, ou seja, é mais amplo, é a realização plena da “promoção da saúde”, e hoje
o exercício físico é abordado como “terapêutica cardiovascular”, ou seja, a prescrição
de exercícios físicos é uma terapêutica, o médico que não prescreve atividade física
está deixando o seu paciente sem uma alternativa terapêutica muito importante
(SOUZA et al., 2000).

A utilização dos exercícios dinâmicos (isotônicos) para pacientes pós infarto e


para os submetidos à cirurgia de revascularização miocárdio, após a alta hospitalar
em nível ambulatorial ou comunitário, permite o aumento da aptidão cardiovascular
que é primordial para o perfeito desempenho de suas atividades diárias (POZZAN et
al.,1988). Diversas pesquisas têm sugerido que o exercício resistido, quando prescrito
e supervisionado de forma apropriada, apresenta efeitos favoráveis em diferentes
aspectos da saúde (força muscular, capacidade funcional, bem-estar psicossocial,
além de impacto positivo sobre fatores de risco cardiovasculares) (UMPIERRE E
STEIN, 2007).

Para Arakaki e Magalhães (1996) os exercícios devem ser isotônicos, devendo-


se evitar os isométricos. O regime de trabalho deve ser o aeróbico e a intensidade em
torno de 70 da capacidade aeróbica máxima. Quanto a duração da sessão deve ter
entre 30 a 60 minutos e compreender aquecimento, estímulo e desaquecimento.
Segundo Hartley e Ribeiro (1982) o uso do treinamento físico no manejo de
caronariopatas deve ser encarado como uma modalidade terapêutica e, como tal,
deve ser prescrito individualmente, considerando aspectos clínicos, patológicos e
psicossociais do paciente. Segundo Leite (1984), programas de exercícios aeróbicos
associados a bons hábitos higiênico dietéticos, modificam beneficamente a qualidade
de vida e os fatores de risco coronarianos. Segundo ele, em adultos “..os programas
de condicionamento aeróbico oferecem benefícios fisiológicos, sociais e
psicológicos.”

30
Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre a
diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da
densidade óssea e da flexibilidade. Sobre os ganhos psicológicos, há uma redução
dos níveis de ansiedade e depressão, de agressividade, com nítidos incrementos na
vontade e alegria de viver (ALFIERI, 1990) Além disso, Matsudo & Matsudo (2000)
apud Assunção et al. (1998) afirmam que a atividade física atua na melhoria da auto-
estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de
socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo
de medicamentos.

Guedes e Guedes apud Assunção et. al. (1998), por sua vez afirmam que a
prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na
reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de
morbidade e mortalidade.

O treinamento físico tem como efeito fundamental a propriedade de aumentar


a absorção pulmonar de oxigênio, facilitando o seu aproveitamento tecidual. O
condicionamento físico possibilita, de maneira gradual, para cada batimento do
coração, no mesmo volume de sangue, a absorção de mais oxigênio. Essa proporção
maior de oxigênio no sangue permite ao coração bater menos vezes por minuto,
mantendo o mesmo nível de oxigenação sanguínea sistêmica (GODOY, 1997).

Alguns benefícios já foram comprovados tais como os obtidos através de


condicionamento de pacientes sintomáticos portadores de cardiopatia coronariana, de
forma abrangente são: redução da freqüência e da gravidade de reinfarto; benefícios
psicológicos como autoconfiança e sensação de bem estar; aumento da capacidade
funcional do sistema cardiovascular; aumento da tolerância de esforço; diminuição
dos sintomas e da quantidade de medicamentos; retorno dos pacientes a uma vida
social próxima aos níveis normais (LEITE, 1984).

31
Em relação à freqüência semanal das sessões, Meneghelo et al. (1993) relatam
que a maioria dos programas utiliza 3 vezes por semana, por outro lado Arakaki e
Magalhães (1996) citam entre 3 e 4 vezes por semana como freqüência ideal.
Ressalta-se a possibilidade desta freqüência ser de até 5 ou de apenas 2 vezes por
semana, num programa deste tipo (RAMOS, 1996).

EXERCÍCIO AERÓBIO E DE FORÇA

Segundo Gil e Colaboradores (1995), o principal objetivo dos programas de


reabilitação cardíaca é permitir aos cardiopatas retornar, o quanto antes, à vida
produtiva e ativa, a despeito de possíveis limitações impostas pelo seu processo
patológico, pelo maior período de tempo possível.

O exercício físico regular atua na prevenção e controle das doenças


cardiovasculares, influenciando quase todos os seus fatores de risco, e, associada as
modificações na alimentação, deveria ser meta prioritária nos programas de
prevenção das doenças cardiovasculares (O’Keefe, Nelson e Harris citados por
Rique, Soares e Meirelles, 2002). Conforme Irigoyen e Colaboradores (2003), o
exercício físico também é capaz de promover a angiogênese, aumentando o fluxo
sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco.

Segundo o American College of Sports Medicine citado por Rique, Soares e


Meirelles (2002), programas que enfatizam atividade física de intensidade moderada
com duração mais longa são recomendáveis para a maior parte dos alunos, já que a
grande parte destes é sedentária e apresenta pelo menos um fator de risco para as
doenças cardiovasculares. Afirma ainda que, o exercício mais prescrito visando
reduzir os fatores de risco das doenças cardiovasculares seja o aeróbio, o exercício
contra a resistência vem sendo cada vez mais indicado, sendo especialmente
benéfico no controle ponderal de pessoas mais velhas, que comumente sofrem
consequências devido à perda de massa magra.

32
É praticamente consensual que um maior conhecimento sobre as respostas
cardiovasculares ao treinamento de força em diferentes situações é relevante para a
segurança do praticante, principalmente quando suas condições clínicas implicam
maiores riscos (Monteiro e Colaboradores, 2008).

33
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