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NUTRIGENÔMICA

Faculdade de Minas

NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário
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1. INTRODUÇÃO............................................................................................4

2. EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO GENETICO..........................................6

2.1 A INFLUENCIA DOS ALIMENTOS NA REGULAÇÃO GENERICA............7

2.2 A NUTRIGENÔMICA E A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS.........................8

2.2.1 FIBROMIALGIA E DOENÇAS CIRCULATORIAS ..................................9

2.2.2 DIABETES..............................................................................................11

2.2.3 CONTROLE LIPIDEMIA............................................................................11

3. NUTRIGENOMICA E SAÚDE........................................................................12

3.1 TESTES GENÉTICOS ................................................................................13


4. NUTRIGENÔMICA E CANCER....................................................................16
4.1 NUTRIGENÔMICA : OBESIDADE E INFLAMAÇÃO...................................17
4.2 NUTRIGENÔMICA : ACIDOS GRAXOS E INFLAMAÇÃO.........................17
4.3 NUTRIGENÔMICA NO CENÁRIO BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA
CIENTIFICA...............................................................................................................18
5. NUTRIGENÔMICA NO CENÁRIO BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA
POPULAR..................................................................................................................19
6. ANÁLISE DA NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA DA INTERFACE
ENTRE BIOÉTICA E SAÚDE GLOBAL.....................................................................21
6.1 INSERÇÃO DA NUTRIGENÔMICA NOS CONTEXTOS FILOSOFICOS,
BIOLOGICOS E CULTURAL ....................................................................................22
6.2 NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA DA SAUDE.............................25

6.3 NUTRIGENÔMICA SOBE A PERSPECTIVA LEGAL.................................27

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................31

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1 – INTRODUÇÃO

Nutrigenômica? Ela é a área da Nutrição que utiliza ferramentas moleculares


para pesquisar, acessar e entender as diversas respostas obtidas por meio de uma
determinada dieta aplicada entre indivíduos ou grupos populacionais. O objetivo da
Nutrigenômica é entender como os componentes de uma dieta específica
(compostos bioativos) podem afetar a expressão de genes (aumentando ou
suprimindo o seu potencial).Um exemplo dessa interação gene-nutriente é a
capacidade de ligação a fatores de transcrição. Essa ligação aumenta ou interfere
na capacidade de fatores de transcrição e na interação com os elementos que
conduzem à cadeia da RNA polimerase. O objetivo da Nutrigenômica é fazer uma
extrapolação de como a nutrição induz as alterações na expressão gênica afetando
as características de desempenho e saúde . O enfoque é o efeito dos componentes
bioativos dos alimentos no genoma, transcriptoma, proteoma e metaboloma.
Através da determinação do mecanismo do efeito do nutriente ou efeito do regime
nutricional a Nutrigenômica busca definir a relação entre estes componentes
específicos ou dietas e características de desempenho. As novas tecnologias como
a PCR tempo real e os microarranjos tornam possível mensurar a expressão gênica
desde um único gene até um genoma inteiro.

Essa nova ciência está demonstrando com clareza que ninguém é igual e que
também não podemos saber de maneira exata o que um indivíduo precisa para
atingir a sua saúde máxima. Já que os conceitos de nossa nutrição foram
baseados em populações grandes, precisamos revê-los com humildade.

A nutrição não é ciência exata, e a prática comum de impor regras rígidas aos
pacientes está gerando estresse e terrorismo desnecessários.

Cientificamente, o termo nutrigenômica, ou genômica nutricional, se


caracteriza pelo estudo do impacto de nutrientes na expressão gênica, que permite
conhecer melhor o mecanismo de ação das substâncias biologicamente ativas,

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contidas nos alimentos, e seus efeitos benéficos. A partir de 2001, quando foram
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iniciados os estudos de sequenciamento do DNA humano, a relação entre nutrição e
genoma foi evidenciada pouco a pouco, auxiliando na melhor compreensão de
como cada organismo responde a determinada dieta.

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2. EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO GENÉTICO

 1950: citando o trabalho de alguns cientistas, Linus Pauling, no início da década


de 50, demonstrou que a origem da doença era influenciada por radicais livres e
que existia uma dose adequada de nutrientes para cada pessoa e não uma dose
padrão para todos. Com esta noção da individualização da nutrição, Pauling
trouxe à tona a “medicina ortomolecular”.
 1953: Watson e Crick propuseram o modelo de dupla hélice para a estrutura do
DNA, o que provocou outro grande impacto sobre o estudo das doenças.
 1956: Roger Williams introduziu o princípio da “individualidade bioquímica”,
anunciando uma nova era na nossa compreensão da etiologia da doença e o
papel dos nutrientes como ferramentas de intervenção. Notavelmente, o Dr.
Williams reconheceu que o estado nutricional pode influenciar a expressão de
características genéticas, embora na época não houvessem ferramentas
disponíveis para determinar a individualidade bioquímica e genética. Assim, o
conceito de “medicina individualizada” começou a ser introduzido e marcou o
pioneirismo dos campos da Nutrigenômica e Nutrigenética.
 2003: a conclusão do Projeto Genoma Humano em 2003 identificou
aproximadamente 3 bilhões de pares de bases que compõem o genoma humano
(o chamado Livro da Vida), despertou a esperança de que doenças incuráveis
pudessem ser curadas, como o câncer e Alzheimer, e definiu o que seria a
estrutura básica do genoma humano para conseguirmos identificar as diferenças
individuais.
A partir de um desenvolvimento vertiginoso na tecnologia e suas técnicas de
sequenciamento e identificação genética, atualmente já é possível, com apenas um
pouco de saliva, realizar um mapeamento genético de muitos polimorfismos de
nucleotídeo único (SNPs – sigla em inglês de Single Nucleotide Polimorfisms),
definir nossa hereditariedade, nossas tendências a doenças, características
farmacogenéticas (tendências do corpo a não responder ou a responder
excessivamente a certos medicamentos), e obter a base informativa para a
interpretação nutrigenética.

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2.1 A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA REGULAÇÃO GÊNICA
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Figura 1

Os alimentos possuem substâncias, que quando ingeridas auxiliam na


regulação da 5 expressão gênica de um organismo. Assim sendo, a nutrigenômica
busca analisar a interação dos nutrientes ingeridos e sua interação com o genoma
humano, encontrando assim formas de ajudar na promoção da saúde e prevenção
de doenças (Tessarin e Silva, 2013; Vieira et al., 2015).

Os nutrientes presentes nos alimentos podem induzir alterações nos padrões


de metilação do DNA e na expressão genética. Por isso, dietas personalizadas
podem ajudar a promover a saúde e reduzir o risco de DCNTs como doenças
cardiovasculares, câncer, diabetes entre outras (Slomko et al., 2012; Vieira et al.,
2015).

A reação química denominada metilação é a adição de um radical metil (CH3)


em regiões promotoras de genes, podendo assim anular a expressão do mesmo.
Essa ação só ocorre no organismo porque as enzimas DNA metiltransferases
utilizam a S-adenosilmetionina (SAM) como doadora do radical metil. Entretanto,
sabe-se que a disponibilidade da SAM é grandemente influenciada pela dieta
alimentar (Milagro e Martínez, 2013; Vieira et al., 2015).

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2.2 A NUTRIGENÔMICA E A PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Figura 2

Neoplasias Diversos estudos buscam avaliar a nutrigenômica como meio de


prevenção e tratamento de neoplasias, os quais revelam ser um problema mundial.
As neoplasias são caracterizadas pela proliferação anormal de células, de forma
parcial ou totalmente descontrolada e é a segunda maior causa de mortes por
doenças no Brasil. Estima-se que em 2030 haverá cerca de 21,4 milhões de casos
novos de câncer (Tessarin e Silva, 2013; MS/INCA, 2014; Vieira et al., 2015).

Uma enzima conhecida atualmente e com grande atividade em neoplasias é


a desacetilase de histona (HDAC), que inibe genes supressores tumorais e de
reparo do DNA. Porém, substâncias encontradas em fibras solúveis (butirato), no
alho, cebola (dialildissulfeto) e brócolis (sulforato) podem inibir sua atividade,
favorecendo assim a saúde do indivíduo acometido pela doença (Ordovás, 2013;
Tessarin e Silva, 2013; Vieira et al., 2015).

Outros acontecimentos importantes que devem ser levados em consideração


quando falamos de nutrigenômica é a formação de radicais livres e o processo de

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oxidação. Radicais livres são átomos ou moléculas que contém elétrons não
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pareados, que possuem sua reatividade química aumentada e podem existir
independentemente (Vieira et al.; 2015). Barbosa et al. (2010), afirma que sua
formação se dá pelas mitocôndrias no processo de metabolismo do oxigênio no
corpo e podem causar câncer, diabetes e aterosclerose. De forma semelhante, a
oxidação no organismo pode causar consequências graves, revelando assim a
importância dos antioxidantes (Vieira et al., 2015). Estudos afirmam que
antioxidantes (Tabela 1) podem retardar ou até mesmo prevenir o aparecimento do
câncer. Além de serem facilmente encontrados em diversos alimentos (Leite e
Sarni, 2003; Peluzio et al, 2010; Cominetti et al., 2011; Nasser et al., 2011; Vidal et
al., 2012; Vieira et al., 2015).

2.2 .1 FIBROMIALGIA E DOENÇAS CIRCULATÓRIAS

Figura 3

A fibromialgia é uma síndrome frequente em pessoas de meia idade (mas


pode afetar adolescentes, crianças e idosos) e apresenta sintomas como dor
crônica, fadiga, alterações no sono, ansiedade e depressão. Embora não existam
recomendações alimentares específicas, sabe-se que os portadores de tal síndrome
podem beneficiar-se com uma dieta rica em antioxidantes (Siena e Marrone, 2009;
Silva, 2011; Mazocco e Chagas, 2015; Silva e Schieferdecker, 2017).

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Alguns nutrientes, ingeridos como suplementos também vêm apresentando
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muitos benefícios à saúde. Alguns exemplos são os ácidos graxos essenciais
(importantes para manter a integridade da membrana celular e ajudar na síntese de
prostaglandinas), substâncias provenientes de peixes de água fria (principalmente
ômega-3, são capazes de alterar a expressão gênica de mais de 100 genes.
Inibindo assim o desenvolvimento da aterosclerose, auxiliando no fluxo sanguíneo e
na transmissão dos impulsos nervosos), o resveratrol (capaz de reprimir a
expressão de genes com capacidade vasodilatadoras e vasoconstritoras,
beneficiando àqueles com doenças cardiovasculares), e o procianidólico oligômero
(capaz de proteger músculos e prevenir artrite e bursite) (Giraldi, 2010; Vieira et al.,
2015; Silva e Schieferdecker, 2017).

Nos casos de Alzheimer, os polifenóis antioxidantes têm obtido resultados


que demonstraram ser uma boa alternativa para retardar a progressão da doença
(Silva, 2011). Um exemplo é a romã, que é capaz de reduzir o dano oxidativo, inibir
citocinas, melhorar a memória, função motora e reduzir a ansiedade. A
epigalocatequina-3-galato (EGCG) presente no chá verde reduz a atividade da
enzima DYRK1A. O aumento dessa enzima está associado ao maior risco de
Alzheimer (Zimmermann e Kirsten, 2008; Torres, 2016). Atualmente, sabe-se que
indivíduos com Síndrome de Down apresentam maior dificuldade de realizarem a
metilação, característica essa que contribui para o envelhecimento acelerado e
surgimento de doenças de maneira precoce (Smith, 1999). Pacientes com tal
síndrome também possuem maior risco de desenvolverem Alzheimer,
principalmente pelo fato de que o estresse oxidativo (característico da Síndrome de
Down) também eleva a excitação glutamatérgica, contribuindo assim para o
surgimento de seus sintomas (Torres, 2016; Vasconcelos, 2019).

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2.2.2 DIABETES
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Outra aplicabilidade do uso da nutrigenômica bem demonstrada ser refere ao


combate do diabetes mellitus tipo 2. Que consiste em uma doença metabólica muito
frequente no mundo todo atualmente (90% dos casos de diabetes) caracteriza-se
pela hiperglicemia como consequência da sensibilidade diminuída à insulina no
organismo do portador. Apesar de sua maior prevalência na terceira idade, sabe-se
que a incidência em jovens vem crescendo a cada ano (Palou et al., 2004; López e
Casaverde, 2016; Moraes et al., 2017).

Nesse tipo de diabetes as células não conseguem metabolizar a glicose de


maneira eficiente, podendo assim causar visão embaçada, dificuldade na
cicatrização de feridas, o chamado ‘pé de diabético’ e outras complicações (López e
Casaverde, 2016; Moraes et al., 2017; Fonseca e Rached, 2019).

Por ser uma doença diretamente relacionada à nutrição/alimentação, o


estudo de sua relação gene-nutriente se torna imprescindível (Palou et al., 2004).
Um estudo realizado em 2012 observou que a ingestão de ácido fólico por pacientes
diabéticos do tipo 2 reduziu em parte sua resistência à insulina (Torres, 2016;
Pereira 2019).

2.2.3 CONTROLE DA LIPIDEMIA

Apesar da grande semelhança genética entre os humanos (99,9%) as


diferenças de 0,1% são responsáveis por muitas alterações como cor da pele,
olhos, cabelos, necessidades de determinados nutrientes, compostos bioativos e
também do maior ou menor risco de desenvolvimento de doenças. Essas diferenças
são denominadas polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) (Conti, 2010;
Tessarin e Silva, 2013; Vieira et al., 2015). Um SNP de grande importância foi
identificado no gene PPARγ, que controla em parte as concentrações sanguíneas
de triacilglicerol (Conti, 2010). Pessoas com esse tipo de polimorfismo apresentam
maiores concentrações dessa substância e portanto, devem reduzir o consumo de
alimentos gordurosos para evitarem problemas cardíacos no futuro (Conti, 2010;
Day e Loss, 2011; Youngson e Morris, 2013; Huang e Hu, 2015). Outro SNP de
interesse foi observado no gene APOA1. Indivíduos com esse polimorfismo não são

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beneficiados com o ômega-3, quando este beneficiaria outros, aumentando as
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concentrações do colesterol HDL (Conti, 2010; Giraldi, 1010).

3. NUTRIGENÔMICA E SAÚDE

Como citado previamente, as utilizações de ferramentas avançadas de


genética molecular contribuem para uma melhor compreensão de como as dietas
interagem com o genoma humano. Doenças crônicas e complexas acometem
milhares de pessoas todos os anos, levando muitas vezes a morte. Nestas doenças,
como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, a dieta tem papel
fundamental pois está incluída entre os fatores ambientais que também exercem
influência sobre os genes no desenvolvimento e progressão das mesmas
(AZEVEDO; MARTINEZ; STEEMBURGO, 2009).

Os genes podem sofrer alterações desde a vida intrauterina, com os


nutrientes e outros compostos de alimentos modelando suas expressões. A
alimentação contribui como ferramenta para modular as respostas do organismo
frente a exposição a compostos tóxicos e infecções. É preciso cada vez mais
aprofundar os estudos sobre a influência dos compostos bioativos, assim como as
consequências de polimorfismos gênicos nas necessidades de nutrientes e destes
compostos no risco do aparecimento de doenças (LIMA, 2014).

O alimento é um fator ambiental que merece destaque, visto a exposição a


diversos patógenos podendo causar consequências. Os hábitos alimentares são os
fatores que mais merecem atenção, uma vez que a identificação de que os
nutrientes têm a capacidade de interagir e modular mecanismos moleculares
essenciais nas funções fisiológicas dos organismos sugere uma revolução no
campo da nutrição. Atualmente, sabe-se que o genoma humano possui de 20 a
25.000 genes, um número muito menor daquele pensado antes. A tecnologia atual
permite identificar um número superior a 500.000 polimorfismos por pessoa. Alguns
deles podem afetar as funções das proteínas, bem como suas interações com
outras proteínas e substratos. (FUJII; MEDEIROS; YAMADA, 2010).

O conhecimento empírico sobre nutrição baseado em pesquisas e rotina já é


aplicado para o benefício da saúde pública, como trabalhos de conscientização
junto à população sobre os benefícios e malefícios dos alimentos individualmente

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(cardápios personalizados). Estudos têm sido realizados com a indicação de
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cardápios individualizados para a redução de peso em pacientes obesos, em
tratamento de câncer, diabetes tipo I e tipo II, sendo que o cardápio adequado pode
resultar em significativa perda de peso e na melhora metabólica (BAUMLER, 2012).
Baseado nestas aplicações, a grande contribuição da nutrigenômica é a nutrição
personalizada, uma vez que os indivíduos não respondem da mesma forma aos
tratamentos e as dietas, sendo alguns favoráveis e a outros não. Esta vertente vem
de encontro também com a medicina personalizada, sendo que na primeira, os
dados genéticos devem estar relacionados com a dieta para um determinado
genótipo, a fim de reduzir o risco de doença, enquanto na segunda, os dados
genotípicos estão ligados ao risco de desenvolver doença (GIBNEY; WALSH, 2013).

3.1 TESTES GENÉTICOS

Figura 4

Os avanços nas ferramentas de biologia molecular permitiram o


desenvolvimento e oferecimento de testes genéticos em genes relacionados à
nutrição. Estes testes incluem identificação de variações nos genes relacionados
aos mecanismos de absorção dos nutrientes, o metabolismo, a excreção e até
mesmo o paladar. Além disso, estudos genéticos têm demonstrado o quanto
determinados genes determinam a preferência alimentar e o grau de satisfação
(saciedade e apetite) dos seres humanos (OLGUIN, 2018).

Os exames laboratoriais permitem detectar, por exemplo, níveis séricos


anormais de IgG4 (proteínas associadas à sensibilidade). A intolerância alimentar,
corresponde a uma reação de hipersensibilidade tipo III, nas quais se formam
imunocomplexos circulantes, mediada por IgG específicas (IgG4). A reação de

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hipersensibilidade alimentar que culmina na produção de IgG4, tem na base uma
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má tolerância alimentar a algum grupo de alimentos, onde a digestão permanece
incompleta, provavelmente por alguma deficiência enzimática do sistema digestivo.
Como consequência, são produzidos polipeptídios que o organismo reconhece
como substâncias estranhas e que causam uma reação de sensibilidade alimentar.
(MONTE, 2015). Algumas evidências sugerem que a eliminação do consumo dos
alimentos para os quais são detectados níveis de IgG específicas acima da
normalidade, induz melhorias notáveis em elevada porcentagem das situações
clínicas.

Testes mais conhecidos, como da intolerância a lactose e ao glúten tem se


tornado bastante populares e acessíveis. A intolerância a lactose ocorre pela
incapacidade do organismo de digerir a lactose devido a quantidade insuficiente de
enzimas digestivas responsáveis por quebrar as moléculas lácteas, como a lactase
(SWALLOW, 2003). Os principais sintomas em decorrência à intolerância são
gastrointestinais, como inchaço, flatulência, dor abdominal, fezes moles e diarreia ou
constipação (KATSILA; PATRINOS; PAVLIDIS, 2015).

Polimorfismos populacionais são testados para a identificação da intolerância


primária. O SNP no intron 13 do gene da lactase LCT (LCT-13910 C>T ou
rs4988235) é o mais prevalente entre os polimorfismos para o gene. Um indivíduo
homozigoto para o alelo C é considerado intolerante à lactose ou lactase não
persistente. Diferente da maioria das variantes genéticas que apresentam
consequências nutrigenômicas de perda de função, mutações no gene LCT
resultam em persistência da lactase (PL), conferindo a habilidade de produzir a
enzima lactase até a idade adulta (KATSILA; PATRINOS; PAVLIDIS, 2015).

Notavelmente, a doença é mais frequente em algumas populações do que


outras (HEANEY, 2013), evidenciando o fator genético herdado. A recomendação
dietética para estas populações, na confirmação da variante genética é eliminar ou
limitar alimentos contendo lactose, usar suplementos de lactase ou consumir
produtos sem lactose para evitar desconforto gastrointestinal (SWAGERTY et al.,
2002). Como consequência da grande parcela da população incluída nesta limitação
alimentar, foram desenvolvidas enzimas sintéticas que podem ser ingeridas como
suplemento à falha da enzima corpórea.

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Um outro exemplo é a intolerância ao glúten, uma reação do organismo a
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alimentos que tenham trigo, cevada, centeio e outros tipos específicos de grãos.
Chamada de doença celíaca, esta intolerância é uma inflamação crônica hereditária
comum no intestino delgado causada por intolerância permanente a glúten/gliadina
(FERRETI et al., 2012). Após uma digestão proteolítica não completa, a estrutura e
as funções da célula intestinal são afetadas, modulando a expressão gênica de
citocinas pró-inflamatórias, moléculas de adesão e enzimas da via NF-κB. Portanto,
glúten deve ser restrito como parte do manejo nutricional e dietético da doença
(LUDVIGSSON et al., 2014).

Há uma forte associação entre a doença celíaca e os genes específicos do


antígeno leucocitário humano (HLA), tornando a genotipagem do HLA uma
ferramenta útil em situações clínicas específicas. Da mesma forma, há variabilidade
étnica e populacional, sendo que os principais genes de susceptibilidade são o HLA-
DQ2 (especificamente HLADQ2.5 e HLA-DQ2. 2) e HLA-DQ8, que são encontrados
na grande maioria (99%) dos pacientes com doença celíaca, o que auxilia o
diagnóstico (Tye-Din, 2018). Embora esses genes, transmitam risco relativo
substancial para a doença celíaca, o risco absoluto é baixo e a maioria dos
pacientes com um ou mais desses genes não desenvolverá doença celíaca. Um
teste HLA positivo não diagnostica a doença celíaca, mas indica que mais
investigações podem ser necessárias.

A nutrigenômica emergiu como uma forte aliada à nutrição, fornecendo


conhecimento e ferramentas para que vias metabólicas de absorção e degradação
de compostos alimentares sejam identificadas, sugerindo novos marcadores
moleculares que podem ser utilizados em testes genéticos. O esforço de
profissionais multidisciplinares no tratamento e prevenção de doenças é
imprescindível para a formulação de dietas personalizadas. O custo dos testes
ainda é elevado para grande parte da população e nem todos estão disponíveis
comercialmente, porém acredita-se que em um futuro breve a acessibilidade será
maior. E que serão implantadas políticas públicas de prevenção, em detrimento aos
altos custos de tratamentos de doenças complexas.

A nutrição como base para a qualidade de vida saudável do indivíduo, aliada


aos conhecimentos fornecidos pela nutrigenômica sugerem adicionalmente

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alterações no cultivo, processamento e consumo dos alimentos. O desenvolvimento
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tecnológico, pesquisas e conscientização da população sobre a influência do estilo
de vida no desenvolvimento de doenças multifatoriais aliados ao avanço da
medicina permitirão somente o aumento da expectativa de vida, mas um aumento
com qualidade para usufruir com saúde da melhor idade.

4. NUTRIGENÔMICA E CÂNCER

Epigenética é o estudo das alterações passíveis de transmissão hereditária


na expressão de genes que ocorrem sem alterações na sequência do DNA. Fatores
epigenéticos são componentes importantes para o desenvolvimento e proliferação
celular normais. Anormalidades nesses mecanismos são fatores promotores de
doenças. Os fatores dietéticos são importantes para a provisão e regulação do
suprimento e regulação de grupos metil para a formação da S-adenolimetionina
(SAM ou SAMe). Compostos bioativos da dieta podem modificar a utilização do
grupo metil, alterando a atividade da DNA metiltransferase. A desmetilação do DNA,
pode alterar a regulação dos genes que influenciam absorção, metabolismo ou o
local de ação de componentes bioativos.

Compostos fitoquímicos com potencial anti-inflamatórios podem ter papel


importante na quimioprevenção. Muitas pesquisas têm focalizado vários polifenois
vegetais, incluindo epigalocatequina 3 galato (EGCG), curcumina, 6- gingerol e
resveratrol. Esses compostos demonstraram inibir as vias de transdução de sinais
na cascata de quinases, incluindo as vias da proteína quinase C (PKC), I-kB
quinase (IKK), quinase de proteínas ativas de mitógenos (MAPK) e fosfoinositol-3-
quinase (PI3K), provocando ativação diminuída de fatores de transcrição pró-
inflamatórios como NFkB, AP-1 e β-catequina. A inibição dessas vias reduz a
formação de enzimas pró-inflamatórias, incluindo ciclooxigenase-2 (COX-2) e óxido
sintase induzível (iNOS) e de mediadores pró-inflamatórios como TNF-α, IL-8, PGE2
e óxido nítrico. Efeitos semelhantes sobre a sinalização celular e a inflamação foram
observados nas antocianinas, e em uma variedade de polifenóis vegetais comuns
em alimentos de cores vivas, como batata doce.

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4,1 NUTRIGENÔMICA: OBESIDADE E INFLAMAÇÃO

Dentre os mecanismos moleculares envolvidos no desencadeamento da


resposta inflamatória induzida pela obesidade, destaca-se a via de sinalização do
fator de transcrição NF-kB, a qual aumenta a expressão de diversos genes que
codificam proteínas envolvidas na resposta inflamatória e, consequentemente, está
ligada à patogênese de diferentes doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

A estimulação da via de sinalização do NF-kB pode ocorrer pela ligação de


um ligante em um receptor de superfície celular, como o receptor do TNF-α e o
receptor do TLR-4, sendo que este último pode ser ativado tanto por
lipopolissacarídeos (LPS) quanto por ácidos graxos saturados. O aumento do
consumo de ácidos graxos saturados na dieta favorece a ativação da resposta
inflamatória e, consequentemente, o aumento do risco para DCNT.

A ativação da via de sinalização do NF-kB pelo TNF-α envolve a participação


da família das proteínas quinases ativadas por mitígenos (MAPK), que atuam em
reguladores upstream da via de sinalização do NF-kB. O aumento da atividade da
MAPK e seu envolvimento na regulação da síntese de mediadores inflamatórios,
tanto em nível de transcrição quanto de tradução, tornam essas enzimas alvos
moleculares relevantes no contexto da nutrigenômica, da inflamação e da síndrome
metabólica.

4.2 NUTRIGENÔMICA: ÁCIDOS GRAXOS E INFLAMAÇÃO

No tocante ao efeito metabólico dos ácidos graxos saturados no tecido


adiposo branco, verifica-se que o excesso de palmitato aumenta a inflamação e a
apoptose, por meio do estresse oxidativo, do estresse do retículo endoplasmático,
da síntese de ceramidas e da ativação da via de sinalização da proteína quinase C
(PKC).

Em adipócitos, o palmitato aumenta a fosforilação da JNK, ao mesmo tempo


em que ativa a PKC, o NF-kB e a via de sinalização da MAPK, o que induz a síntese
de citocinas pró-inflamatórias em adipócitos.

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Ácidos graxos saturados podem causar diretamente inflamação e resistência
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insulínica no tecido muscular, por exemplo, o acúmulo de lipídios no tecido muscular
causa resistência periférica à insulina mediada pelo palmitato, através da via de
sinalização da PKC. Adicionalmente o palmitato aumenta a expressão e a secreção
de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e prejudica a via de sinalização da
insulina a partir da ativação da via do NF-kB. Além disso, ácidos graxos saturados
induzem a resistência insulínica por sua ação antagônica sobre o coativador do
receptor ativado por proliferadores de peroxissomos gama (PPAR-γ) o qual promove
a expressão de genes mitocondriais envolvidos com a fosforilação oxidativa e com a
captação de glicose mediada pela insulina.

4.3 NUTRIGENÔMICA NO CENÁRIO BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA


CIENTÍFICA

Metade da produção científica associada à nutrigenômica condicionada ao


Brasil, que teve seu auge em 2014, abordou as temáticas: suplementação, dietas ou
ingestão de determinados nutrientes para mitigar efeitos de doenças ou suas
modificações no dna. Registraram-se também as associações de doenças com
genes presentes no dna (33,3%) e estudos de revisão sobre os aspectos da
nutrição e/ou nutrigenômica (17%). Já o descritor “nutrigenomics” em abrangência
global resultou em 939 registros relativos ao período de 2001 a 2017, com
prevalência em 2007, destacando-se como temas abordados: nutrigenômica
(39,2%), fenômenos fisiológicos da nutrição (14,9%) e dieta (13,6%) .

A análise do conteúdo dos artigos nacionais indicou potenciais conflitos.


Santana Santos, Prosdocimi e Ortega (23) apenas citaram que a nutrigenômica
pode trazer complicações, dependendo de como os testes são disponibilizados à
sociedade. Os aspectos econômicos referentes à utilização dessa nova ferramenta
também foram considerados (24), principalmente quanto à dificuldade de acesso.
Veem-se também questões sobre os possíveis problemas e incertezas à saude
proveniente do consumo de alimento enriquecido (suplementação), seja pela falta
de estudos, seja pelas controversas (25). Fujii, Medeiros e Yamada (13) destacam a
correlação da Bioética com a nutrigenômica, uma vez que esta ainda precisa de
muitas pesquisas, tendo em vista suas incertezas, cuja realização é orientada pela
Bioética. A proteção das informações dos indivíduos foi levantada por Sales,

18
Pelegrini e Goersch (26), ao afirmarem que é necessária a existência de órgão de
Faculdade de Minas
proteção contra as empresas que possam oferecer o serviço. Os outros artigos não
levantaram quaisquer pontos de conflitos decorrentes da utilização da
nutrigenômica.

5. NUTRIGENÔMICA NO CENÁRIO BRASILEIRO SOB A PERSPECTIVA


POPULAR

O conteúdo textual disponível na mídia digital indicou um posicionamento


direcionado para clientes, para a população geral e para a academia que aborda
principalmente o conteúdo sobre a fundamentação da nutrigenômica, com
conceitos, definição, processos e aplicação na área da saúde, na prevenção e
tratamento de doenças. Na rede social YouTube, têm sido divulgados vídeos com
explanação e palestras, cujo conteúdo se refere, na sua maioria, à fundamentação
teórica com exposição de conceitos, definições e processos, sendo este mais
evidente para o termo “nutrigenômica”, assim como à apresentação das
possibilidades de aplicação no dia a dia, sendo evidenciada uma relação da
nutrigenética com a obesidade (c2(3)=12,7; participantes, cujo objetivo principal é
divulgar notícias sobre a temática, com relação também a grupos escolares e
profissionais. Já as páginas que congregaram grande número de seguidores
apresentaram cunho predominantemente comercial (Figura 1).

O conteúdo vinculado aos testes de nutrigenômica referiu-se ao oferecimento


de testes e à discussão sobre o tema. A maioria dos sites de testes (40%) não
disponibiliza informações precisas quanto aos procedimentos de coleta de material,
ao diagnóstico e ao retorno, e não responderam prontamente à solicitação de
informações por e-mail. Além disso, 33,3% indicam a necessidade de consulta
prévia com médicos, nutricionistas ou laboratórios e apenas 13,3% dão autonomia
para o cliente coletar o material por meio de kit, enviar pelo correio e obter o
resultado por meio digital, muitas vezes ligados ao laboratório italiano. O custo
médio dos testes foi de 2.585,00 reais, com até 40 dias para o resultado (Figura 1).

Na avaliação do mapeamento do conteúdo associado à expressão


“nutrigenômica animal”, 44% não apresentavam associação com a temática ou
consistiam em réplicas de notícias já caracterizadas. Das notícias analisadas (56%),

19
observou-se que a maioria (79%) detinha como eixo orientador animais de
Faculdade de Minas
produção, com o elenco de fatores como a intensificação da produtividade, a
qualidade da carne, a produção de alimentos funcionais e com melhores processos
metabólicos, bem como as técnicas de produção sustentável. Com índices menores
(5%), foram encontrados registros relacionados a estudos nutrigenômicos que
envolviam animais de pesquisa, com a identificação de fatores genéticos como
possíveis causas para melhorias e transtornos metabólicos em humanos e animais.
Apenas 16% das notícias analisadas continham informações relacionadas a animais
domésticos, com a abordagem de temáticas relacionadas ao manejo nutricional, ao
aumento da longevidade, bem como à relação de enfermidade que acometem
humanos e animais (Figura 1).

Nutrigenômica no cenário brasileiro

Figura 1. Fluxograma dos resultados obtidos com a categorização da abordagem científica e


popular da nutrigenômica no cenário brasileiro. *A homogeneidade da amostra das categorias foi
testada pelo teste do qui-quadrado. Os valores significativamente maiores (P

20
6. ANÁLISE DA NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA DA INTERFACE
Faculdade de Minas
ENTRE BIOÉTICA E SAÚDE GLOBAL

A expectativa de atuação da nutrigenômica foi ressaltada em 47 referências


agrupadas em oito categorias, relacionadas principalmente à prevenção das
doenças, à aplicação na saúde pública e à importância do conhecimento gerado
(c2(7)=47,2; P<0,001). Por sua vez, foram registrados 165 pontos conflitantes
agrupados em 24 categorias; dos registros relativos a mais de cinco citações (58%),
a maioria indicou a incipiência de diretrizes para os diagnósticos. Logo, demandam
uma regulamentação mais incisiva que questione a idoneidade das informações
passadas tanto pelo participante das pesquisas quanto pelo paciente e pelo cidadão
(c2(11)=19,2; P<0,001). Os textos recuperados evidenciaram que a Bioética tem
sido pouco inserida nos debates sobre a nutrigenômica, nos quais apenas 11
traziam alguma referência da Bioética associada à atuação dos comitês de ética na
proteção dos participantes da pesquisa, dos vulneráveis, dos interesses da
sociedade, além de regulamentar, orientar e acompanhar pesquisas e aplicação dos
testes (Figura 2).

Nutrigenômica na perspectiva bioética

21
6.1 INSERÇÃO DA NUTRIGENÔMICA NOS CONTEXTOS FILOSÓFICO,
Faculdade de Minas
BIOLÓGICO E CULTURAL

O processo civilizatório ocidental, como resultado da relação do homem com


a natureza e baseado no conhecimento científico — o qual considera o pensamento
decorrente da Antiguidade grega (Platão e Aristóteles), da época Medieval (São
Tomás de Aquino), dos tempos modernos (em especial, os séculos xvi e xvii,
representados por pensadores como Nicolau Copérnico, Thomas Hobbes, René
Descartes, Isaac Newton, Immanuel Kant, e o século xix, com Hegel, Darwin,
Spencer) e da visão contemporânea (Hans Jonas, Arthur Koestler, Lutzenberger e
Kesselring) — evidencia a consolidação do pronunciamento do domínio do homem
sobre a natureza e da sua exploração pela técnica, na qual não se percebe como
parte integrante, o que o torna simultaneamente ator e vítima do seu próprio
progresso. Essa análise filosófica da questão mostra que a construção do homem
moderno passou por uma sequência atrelada ao processo evolutivo do
conhecimento, que o conduziu ao exercício de múltiplos papéis na relação com a
natureza, ora se posicionando como parte, ora como expectador e, ainda, como
dominador.

A ciência, diante da impossibilidade de retornar ao estágio prévio à


degradação e à insalubridade atual, passou a ser direcionada na busca de meios de
adaptar o homem, como os demais seres vivos de interesse comercial ou social, a
esse ambiente artificialmente inóspito à vida no planeta. A evolução do pensamento
humano e a forma como se percebia conduziram ao cenário atual, cuja relação
insustentável e predatória da natureza evidencia inegáveis e catastróficas
consequências, potencialmente irreversíveis. O questionamento é se o atalho que o
ser humano acreditava que o levaria a uma vida mais leve, sem tanto esforço físico,
que o liberaria para dispor de mais tempo para viver, o prendeu em uma teia de
artificialidade que frustrou a expectativa de retomar o ponto inicial. Partindo do
pressuposto da impossibilidade de retornar a uma relação natural com o ambiente a
partir de uma reversão dos danos já causados à natureza, a outra opção seria, por
meio do conhecimento dos processos e da tecnologia, promover a adaptação do
homem ao ambiente alterado, mediante a manipulação genética e epigenética,
constituindo como nova meta o domínio do caos.

22
O conflito entre o corpo biológico do ser humano paleolítico, de mais de 200
Faculdade de Minas
mil anos, lentamente moldado pela evolução, e as demandas de adaptação
decorrentes das intensas e exponenciais mudanças tecnológicas do homem
neolítico é um ponto relevante para os estudos genéticos e principalmente os
nutrigenômicos .Considerando que, em menos de 4% da sua história de vida, o
Homo sapiens sapiens foi exposto a essas novidades, não é plausível de esperar
uma adaptação instantânea. Os alimentos gerados pelos novos meios de produção
neolítico criaram tensão ao entrarem em contato com o genoma lentamente
selecionado para a interação com os alimentos disponíveis no ambiente natural,
subjugados às disponibilidades sazonais e aos inerentes contaminantes biológicos
de uma época sem saneamento. Os novos alimentos caracterizam-se por carências
de determinados nutrientes, abundância de calorias, diversidade de elementos
artificiais e contaminantes de agrotóxicos. Para Zwart, o conflito entre as dietas
neolíticas e os genomas paleolíticos incorreu nos problemas que hoje a saúde
pública investe para remediar, tais como obesidade, diabetes, doenças
cardiovasculares, câncer de colón e intolerâncias alimentares. O autor sugere a
interação entre pesquisadores da genômica e da arqueologia a fim de que se
insiram na sociedade dietas transneolíticas compostas por alimentos paleolíticos,
que readaptem a interação ambiental com genomas acrescidos de mudanças de
modos de vida.

Comer é um ato de convívio social, de identidade, com costumes que


simbolizam um povo ou uma crença, sendo o alimento concebido pelo viés saúde,
seja pelo comportamento por meio de restrições, seja por sua abundância de
variedade e quantidade . Boff utilizou o termo “comensalidade” para representar o
ato de comer como um convívio social; segundo o autor, esse comportamento
permitiu o salto da animalidade em direção à humanidade; nesse sentido, a
destituição dessa condição é um meio de retornar à desumanidade e à crueldade,
tal como já se apresenta em muitas situações atuais. Nas sociedades
contemporâneas, o consumo alimentar tem refletido influências da mídia nas
escolhas, o que retira do alimento seu papel central como cultura, resultando no
vício em açúcar, sal e gordura. Dessa forma, o valor atribuído ao alimento passa a
ser o prazer imediato e a saciedade dos vícios, incorrendo em uma diversidade de
agravos à saúde.

23
A ciência da nutrição é a área base da nutrigenômica e são justamente os
Faculdade de Minas
seus fundamentos que devem ser usados para permear a orientação do homem na
busca da sua restauração natural aos seus processos hemostáticos. Fujii, Medeiros
e Yamada classificaram a nutrigenômica como o que há de mais atual na ciência da
nutrição, indicando a disseminação no meio acadêmico e profissional; contudo,
assumiram a necessidade de novos estudos. A utilização da nutrigenômica como
ferramenta para criar dietas personalizadas deve considerar a diversidade de
metabolismos e de necessidades decorrentes de diferentes modulações genéticas e
atividades diárias das pessoas. Assim, utiliza-se da influência das características
genéticas em uma nova forma de fazer recomendações nutricionais
individualizadas, com a promoção principal da saúde e da escolha de alimentos
específicos que auxiliem na redução das ocorrências de doenças crônicas não
transmissíveis . Por sua vez, existe o risco do reducionismo em conduzir a uma
relação instrumental com o alimento a ponto de lhe atribuir um valor secundário,
quando comparado com a saúde. O sucesso da nutrigenômica está condicionado à
integração da ciência com a tradição cultural, emocional, ética e sensual da relação
com o alimento. Deve-se considerar que o alimento é a base da formação,
manutenção e evolução das sociedades, visto que o momento da ingestão
materializa um dos raros instantes da vida em que o sujeito abre totalmente seu
organismo para incorporar o mundo exterior. Logo, automaticamente, está
vulnerável a incorporar elementos físicos e emocionais que podem ser nocivos .
Nordström, Jönsson, Nordenfelt e Görman reforçaram que o alimento representa o
empoderamento biopsicossocial, representando um ato deliberado na construção da
identidade pessoal.

A exacerbação da suplementação nutricional pode reduzir o ato da


alimentação apenas à ingestão de nutrientes básicos e descontextualizar o
processo biológico, fisiológico e social . Dessa forma, recomendou-se que a dieta
personalizada não devesse apenas ajustar a alimentação, mas também o estilo de
vida . Mudanças de hábitos são difíceis, principalmente se abrangerem a
alimentação, devido às representações envolvidas no processo de produção,
preparo e consumo, cujo autoconhecimento, criticidade e protagonismo são
importantes para alcançar a qualidade de vida. Nesse contexto, para Hurlimann et
al., devido ao papel sociocultural do alimento, a recomendação dietética pode ser

24
recebida com resistência por ser percebida como um obstáculo para as tradições
Faculdade de Minas
culturais, para as conexões entre os membros da família e para a percepção
holística de saúde, apresentando distintas expressões que dependem de fatores
geográficos, étnicos e socioeconômicos. Os autores alertaram para a preocupação
das pessoas em transformarem alimento em medicação e passarem a perceber o
alimento in natura como algo perigoso.

6.2 NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA DA SAÚDE

O principal benefício atrelado à nutrigenômica é a possibilidade de prevenir o


aparecimento de doenças e diminuir a vulnerabilidade dos doentes, o que aliviaria
as demandas da saúde pública. A relação das pessoas com a saúde tem influências
pessoais e sociais que devem ser inseridas na discussão de como implementar a
nutrição personalizada. A saúde pode ser percebida no meio médico simplesmente
como viés estatístico, cuja doença é entendida como a ausência daquela; por
consequência, o foco da intervenção médica parte da doença para sua mitigação.
Além disso, pode ser analisada com base em uma visão holística, na qual o
indivíduo saudável é entendido a partir da sua habilidade em associar metas vitais,
preferências e saúde, entendendo a saúde como qualidade de vida. Para
Nordström, Jönsson, Nordenfelt e Görman , a nutrigenômica deve adotar a visão
holística, na qual a motivação para promover a saúde é individual, munida pelo
autoconhecimento e pelo interesse no autocuidado. Para tal, o profissional de saúde
deve elaborar estratégias de informação, sensibilização e conscientização para
cada paciente.

A exagerada atenção e valorização da saúde pelas sociedades ocidentais foi


vista como uma questão preocupante . Embora essas sociedades tenham dobrado
a expectativa de vida nas últimas décadas, a obsessão pela saúde, principalmente
por parte da classe média, pode ser reflexo de uma redução da autonomia na
escolha. Isso porque se encontra diante da concepção do alimento como
medicamento e da diminuição da percepção da saúde como um limitante do bem-
estar geral. Profissionais da saúde canadenses consideraram que a associação da
saúde com o estilo de vida independe de testes genéticos mais precisos, sendo a
conduta preventiva almejada pelos profissionais e pela sociedade atual detentora de
maiores níveis de informação, educação e monetário .

25
As síndromes metabólicas decorrentes do mau funcionamento do organismo,
Faculdade de Minas
desencadeado por múltiplos fatores genéticos, como a consanguinidade, e
ambientais, tais como alimentação e estresse, são atualmente generalizadas, o que
se torna uma preocupação da saúde pública . Entre os agravos à saúde e as
principais causas de morte no Brasil, Brant et al. destacaram que as doenças
crônicas não transmissíveis são as mais violentas e notadamente evitáveis. A
intervenção pode se dar por meio da mudança de modo de vida, de dietas e do
consumo de alimentos funcionais, suplementos e nutracêuticos, cuja eficácia pode
ser maior, caso a intervenção seja adaptada ao indivíduo mediante marcas
genéticas. A expectativa da adesão popular por tratamentos nutrigenômicos e
consequente prevenção de doenças faz com que essa área seja de interesse da
saúde pública, principalmente no que tange à possível redução de custos, uma vez
que há redução dos efeitos colaterais associados à medicação generalizada. A dieta
personalizada pode auxiliar em resultados mais satisfatórios para a saúde, contanto
que leve em conta a herança genética (que pode ter alterações decorrentes da
influência da condição de saúde física e dos hábitos dos progenitores) e o estilo de
vida do paciente.

26
6.3 NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA LEGAL
Faculdade de Minas

Além dos resultados do presente estudo atestarem para a necessidade da


consolidação de uma base filosófica, teórica e ética para alicerçar a controversa
aplicação da nutrigenômica, concomitantemente, deve-se prover proteção legal.
Todo cidadão tem seu direito resguardado no que tange a meios e
instrumentalização para que possa exercer o autocuidado com autonomia e ter
acesso à informação, ambiente e alimentação saudáveis. Promover autonomia dos
sujeitos no seu modo de viver por meio de informações que favoreçam as suas
escolhas responsáveis e saudáveis poderá garantir-lhes maior qualidade de vida e
saúde . Contudo, ser autônomo não é a mesma coisa que ser respeitado como um
agente autônomo . Logo, devido à íntima relação com a vulnerabilidade diante
desse conflito, o cidadão deve ter garantido o direito de autodeterminação, que
sustenta o direito de autonomia, confidencialidade e privacidade. Nos termos da
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, a vulnerabilidade
refere-se ao estado de pessoas ou grupos que, por diferentes motivos, tenham a
sua capacidade de autodeterminação reduzida ou impedida, ou, de qualquer forma,
estejam impedidos de opor resistência, sobretudo no que se refere aos termos da
pesquisa .

O excesso de normas alimenta a burocracia, e esta infla os custos da


pesquisa, podendo dificultar e até inviabilizar o processo. Acordos internacionais já
sinalizam a mobilização da gestão pública para prevenir doenças por meio da
manutenção do ambiente saudável. A Declaração Universal dos Direitos Humanos
— dudh — , os objetivos de desenvolvimento sustentável e a apa são documentos
que devem ser inseridos na questão da nutrigenômica. A dudh garante a
alimentação adequada como condição primária para o exercício da cidadania. A
alimentação adequada é um direito inerente a todas as pessoas quanto ao acesso
regular, permanente e irrestrito, quer diretamente, quer por meio de aquisições
financeiras, a alimentos seguros e saudáveis em quantidade e qualidade adequadas
e suficientes. Assim, a alimentação adequada é um dos direitos fundamentais
previstos no ordenamento jurídico nacional e internacional (dudh, 61), no Pacto
Internacional de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 e na
Convenção sobre os Direitos da Criança . A estratégia da apa é fortalecer

27
comunidades locais balizadas em princípios de sustentabilidade, equidade,
Faculdade de Minas
cooperação, comunicação e responsabilidade, o que lhe dá um caráter
interdisciplinar. Ao promover um novo modelo de gestão ambiental, inclui a
participação ativa de todos os atores em prol da organização, da prevenção, da
proteção, da diversidade, da autogestão, da autonomia e da solidariedade.

Existe a necessidade da criação de novas legislações para a inserção da


nutrigenômica ou a adequação das já existentes, sendo imprescindível que
incorporem a percepção da população e considerem que o pouco tempo de atuação
da nutrigenômica é insuficiente para determinar quais são as boas práticas
esperadas. Bergmann, Görman, Mathers e Bergmann, Bodzioch, Bonet, Defoort,
Lietz e Mathers (66) divulgaram parte das diretrizes na pesquisa nutrigenômica por
meio de uma ferramenta implementada em 2004, denominada “European
Nutrigenomics Organization” (nugo), em quatro áreas:

a) proteção do participante da pesquisa por meio de informação e consentimento;


b) geração e uso de informação genotípica;
c) estabelecimento e manutenção de biobancos;
d) troca de amostras e de dados. Os autores esperam que essas diretrizes
ultrapassem a aplicação ética acadêmica e sejam incorporadas por comitês
normalizadores, revistas científicas, agências de fomento e indústria.

28
Considerações finais
Faculdade de Minas

O panorama da nutrigenômica até o momento assinala uma expectativa de


mitigar a vulnerabilidade do ser humano às condições de vida impostas pelas
sociedades contemporâneas, cujo ritmo de vida tem oferecido poucas chances de
promoção da saúde biopsicossocial. A possibilidade de conhecer as necessidades
específicas individuais e de poder prover os nutrientes que já não são viáveis de
serem obtidos in natura pode se constituir de alternativas para pessoas que se
encontram em situação de risco. Por sua vez, assim como outras ciências
inovadoras, a nutrigenômica traz atrelada uma série de incertezas técnicas, sociais
e éticas, que não devem ser negligenciadas em prol do idôneo objetivo de
prevenção de doenças, pois são plausíveis de gerarem mais vulnerabilidades.

A promoção de um ambiente saudável, de alimentos eficazes e seguros, do


autocuidado e da autogestão da saúde como medidas preventivas são as
expectativas ideais para que o ser humano desfrute de uma existência saudável.
Contudo, as demandas modernas, principalmente decorrentes das impactantes
alterações ambientais e da atuação do sistema capitalista de consumo, criaram um
conflito entre o biológico e o cultural, cuja alternativa tecnológica inseriu um
elemento conflitante a mais. Essas novas questões podem ser difíceis de resolver
com a utilização dos recursos legais, morais e éticos atuais, portanto requerem a
intervenção da Bioética como ferramenta para intermediar o diálogo e a busca de
soluções consensuais.

A Bioética, todavia, se vê inserida na questão como regulamentadora das


investigações, com o objetivo de superar a vulnerabilidade do participante da
pesquisa diante dos interesses da ciência ou da indústria, da pouca capacitação
técnica e ética dos profissionais. Além disso, das informações incipientes,
incompletas ou manipuladas, potencialmente capazes de comprometer a tomada de
decisão autônoma e consciente quanto à participação na pesquisa, no âmbito direto
das consequências biopsicossociais da intervenção na sua integridade e quanto ao
destino do seu material genético . A Bioética pode e deve ter uma atuação mais
ampla e efetiva, questionando a concepção e relação do ser humano com a
natureza, com incentivos ao autoconhecimento e à autopercepção como ser vivo
componente de uma teia de inter-relações atemporais. Estas, cada vez mais,

29
demandam a instrumentalização desse cidadão quanto à sua criticidade, autonomia
Faculdade de Minas
e protagonismo, para que contribua para um planeta melhor para todas as gerações
de seres vivos.

30
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Faculdade de Minas

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