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NUTRIGENÔMICA
NUTRIGENÔMICA
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
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1. INTRODUÇÃO............................................................................................4
2.2.2 DIABETES..............................................................................................11
3. NUTRIGENOMICA E SAÚDE........................................................................12
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................31
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1 – INTRODUÇÃO
Essa nova ciência está demonstrando com clareza que ninguém é igual e que
também não podemos saber de maneira exata o que um indivíduo precisa para
atingir a sua saúde máxima. Já que os conceitos de nossa nutrição foram
baseados em populações grandes, precisamos revê-los com humildade.
A nutrição não é ciência exata, e a prática comum de impor regras rígidas aos
pacientes está gerando estresse e terrorismo desnecessários.
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contidas nos alimentos, e seus efeitos benéficos. A partir de 2001, quando foram
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iniciados os estudos de sequenciamento do DNA humano, a relação entre nutrição e
genoma foi evidenciada pouco a pouco, auxiliando na melhor compreensão de
como cada organismo responde a determinada dieta.
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2. EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO GENÉTICO
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2.1 A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA REGULAÇÃO GÊNICA
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Figura 1
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Figura 2
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oxidação. Radicais livres são átomos ou moléculas que contém elétrons não
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pareados, que possuem sua reatividade química aumentada e podem existir
independentemente (Vieira et al.; 2015). Barbosa et al. (2010), afirma que sua
formação se dá pelas mitocôndrias no processo de metabolismo do oxigênio no
corpo e podem causar câncer, diabetes e aterosclerose. De forma semelhante, a
oxidação no organismo pode causar consequências graves, revelando assim a
importância dos antioxidantes (Vieira et al., 2015). Estudos afirmam que
antioxidantes (Tabela 1) podem retardar ou até mesmo prevenir o aparecimento do
câncer. Além de serem facilmente encontrados em diversos alimentos (Leite e
Sarni, 2003; Peluzio et al, 2010; Cominetti et al., 2011; Nasser et al., 2011; Vidal et
al., 2012; Vieira et al., 2015).
Figura 3
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Alguns nutrientes, ingeridos como suplementos também vêm apresentando
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muitos benefícios à saúde. Alguns exemplos são os ácidos graxos essenciais
(importantes para manter a integridade da membrana celular e ajudar na síntese de
prostaglandinas), substâncias provenientes de peixes de água fria (principalmente
ômega-3, são capazes de alterar a expressão gênica de mais de 100 genes.
Inibindo assim o desenvolvimento da aterosclerose, auxiliando no fluxo sanguíneo e
na transmissão dos impulsos nervosos), o resveratrol (capaz de reprimir a
expressão de genes com capacidade vasodilatadoras e vasoconstritoras,
beneficiando àqueles com doenças cardiovasculares), e o procianidólico oligômero
(capaz de proteger músculos e prevenir artrite e bursite) (Giraldi, 2010; Vieira et al.,
2015; Silva e Schieferdecker, 2017).
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2.2.2 DIABETES
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beneficiados com o ômega-3, quando este beneficiaria outros, aumentando as
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concentrações do colesterol HDL (Conti, 2010; Giraldi, 1010).
3. NUTRIGENÔMICA E SAÚDE
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(cardápios personalizados). Estudos têm sido realizados com a indicação de
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cardápios individualizados para a redução de peso em pacientes obesos, em
tratamento de câncer, diabetes tipo I e tipo II, sendo que o cardápio adequado pode
resultar em significativa perda de peso e na melhora metabólica (BAUMLER, 2012).
Baseado nestas aplicações, a grande contribuição da nutrigenômica é a nutrição
personalizada, uma vez que os indivíduos não respondem da mesma forma aos
tratamentos e as dietas, sendo alguns favoráveis e a outros não. Esta vertente vem
de encontro também com a medicina personalizada, sendo que na primeira, os
dados genéticos devem estar relacionados com a dieta para um determinado
genótipo, a fim de reduzir o risco de doença, enquanto na segunda, os dados
genotípicos estão ligados ao risco de desenvolver doença (GIBNEY; WALSH, 2013).
Figura 4
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hipersensibilidade alimentar que culmina na produção de IgG4, tem na base uma
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má tolerância alimentar a algum grupo de alimentos, onde a digestão permanece
incompleta, provavelmente por alguma deficiência enzimática do sistema digestivo.
Como consequência, são produzidos polipeptídios que o organismo reconhece
como substâncias estranhas e que causam uma reação de sensibilidade alimentar.
(MONTE, 2015). Algumas evidências sugerem que a eliminação do consumo dos
alimentos para os quais são detectados níveis de IgG específicas acima da
normalidade, induz melhorias notáveis em elevada porcentagem das situações
clínicas.
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Um outro exemplo é a intolerância ao glúten, uma reação do organismo a
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alimentos que tenham trigo, cevada, centeio e outros tipos específicos de grãos.
Chamada de doença celíaca, esta intolerância é uma inflamação crônica hereditária
comum no intestino delgado causada por intolerância permanente a glúten/gliadina
(FERRETI et al., 2012). Após uma digestão proteolítica não completa, a estrutura e
as funções da célula intestinal são afetadas, modulando a expressão gênica de
citocinas pró-inflamatórias, moléculas de adesão e enzimas da via NF-κB. Portanto,
glúten deve ser restrito como parte do manejo nutricional e dietético da doença
(LUDVIGSSON et al., 2014).
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alterações no cultivo, processamento e consumo dos alimentos. O desenvolvimento
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tecnológico, pesquisas e conscientização da população sobre a influência do estilo
de vida no desenvolvimento de doenças multifatoriais aliados ao avanço da
medicina permitirão somente o aumento da expectativa de vida, mas um aumento
com qualidade para usufruir com saúde da melhor idade.
4. NUTRIGENÔMICA E CÂNCER
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Ácidos graxos saturados podem causar diretamente inflamação e resistência
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insulínica no tecido muscular, por exemplo, o acúmulo de lipídios no tecido muscular
causa resistência periférica à insulina mediada pelo palmitato, através da via de
sinalização da PKC. Adicionalmente o palmitato aumenta a expressão e a secreção
de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e prejudica a via de sinalização da
insulina a partir da ativação da via do NF-kB. Além disso, ácidos graxos saturados
induzem a resistência insulínica por sua ação antagônica sobre o coativador do
receptor ativado por proliferadores de peroxissomos gama (PPAR-γ) o qual promove
a expressão de genes mitocondriais envolvidos com a fosforilação oxidativa e com a
captação de glicose mediada pela insulina.
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Pelegrini e Goersch (26), ao afirmarem que é necessária a existência de órgão de
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proteção contra as empresas que possam oferecer o serviço. Os outros artigos não
levantaram quaisquer pontos de conflitos decorrentes da utilização da
nutrigenômica.
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observou-se que a maioria (79%) detinha como eixo orientador animais de
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produção, com o elenco de fatores como a intensificação da produtividade, a
qualidade da carne, a produção de alimentos funcionais e com melhores processos
metabólicos, bem como as técnicas de produção sustentável. Com índices menores
(5%), foram encontrados registros relacionados a estudos nutrigenômicos que
envolviam animais de pesquisa, com a identificação de fatores genéticos como
possíveis causas para melhorias e transtornos metabólicos em humanos e animais.
Apenas 16% das notícias analisadas continham informações relacionadas a animais
domésticos, com a abordagem de temáticas relacionadas ao manejo nutricional, ao
aumento da longevidade, bem como à relação de enfermidade que acometem
humanos e animais (Figura 1).
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6. ANÁLISE DA NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA DA INTERFACE
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ENTRE BIOÉTICA E SAÚDE GLOBAL
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6.1 INSERÇÃO DA NUTRIGENÔMICA NOS CONTEXTOS FILOSÓFICO,
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BIOLÓGICO E CULTURAL
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O conflito entre o corpo biológico do ser humano paleolítico, de mais de 200
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mil anos, lentamente moldado pela evolução, e as demandas de adaptação
decorrentes das intensas e exponenciais mudanças tecnológicas do homem
neolítico é um ponto relevante para os estudos genéticos e principalmente os
nutrigenômicos .Considerando que, em menos de 4% da sua história de vida, o
Homo sapiens sapiens foi exposto a essas novidades, não é plausível de esperar
uma adaptação instantânea. Os alimentos gerados pelos novos meios de produção
neolítico criaram tensão ao entrarem em contato com o genoma lentamente
selecionado para a interação com os alimentos disponíveis no ambiente natural,
subjugados às disponibilidades sazonais e aos inerentes contaminantes biológicos
de uma época sem saneamento. Os novos alimentos caracterizam-se por carências
de determinados nutrientes, abundância de calorias, diversidade de elementos
artificiais e contaminantes de agrotóxicos. Para Zwart, o conflito entre as dietas
neolíticas e os genomas paleolíticos incorreu nos problemas que hoje a saúde
pública investe para remediar, tais como obesidade, diabetes, doenças
cardiovasculares, câncer de colón e intolerâncias alimentares. O autor sugere a
interação entre pesquisadores da genômica e da arqueologia a fim de que se
insiram na sociedade dietas transneolíticas compostas por alimentos paleolíticos,
que readaptem a interação ambiental com genomas acrescidos de mudanças de
modos de vida.
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A ciência da nutrição é a área base da nutrigenômica e são justamente os
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seus fundamentos que devem ser usados para permear a orientação do homem na
busca da sua restauração natural aos seus processos hemostáticos. Fujii, Medeiros
e Yamada classificaram a nutrigenômica como o que há de mais atual na ciência da
nutrição, indicando a disseminação no meio acadêmico e profissional; contudo,
assumiram a necessidade de novos estudos. A utilização da nutrigenômica como
ferramenta para criar dietas personalizadas deve considerar a diversidade de
metabolismos e de necessidades decorrentes de diferentes modulações genéticas e
atividades diárias das pessoas. Assim, utiliza-se da influência das características
genéticas em uma nova forma de fazer recomendações nutricionais
individualizadas, com a promoção principal da saúde e da escolha de alimentos
específicos que auxiliem na redução das ocorrências de doenças crônicas não
transmissíveis . Por sua vez, existe o risco do reducionismo em conduzir a uma
relação instrumental com o alimento a ponto de lhe atribuir um valor secundário,
quando comparado com a saúde. O sucesso da nutrigenômica está condicionado à
integração da ciência com a tradição cultural, emocional, ética e sensual da relação
com o alimento. Deve-se considerar que o alimento é a base da formação,
manutenção e evolução das sociedades, visto que o momento da ingestão
materializa um dos raros instantes da vida em que o sujeito abre totalmente seu
organismo para incorporar o mundo exterior. Logo, automaticamente, está
vulnerável a incorporar elementos físicos e emocionais que podem ser nocivos .
Nordström, Jönsson, Nordenfelt e Görman reforçaram que o alimento representa o
empoderamento biopsicossocial, representando um ato deliberado na construção da
identidade pessoal.
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recebida com resistência por ser percebida como um obstáculo para as tradições
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culturais, para as conexões entre os membros da família e para a percepção
holística de saúde, apresentando distintas expressões que dependem de fatores
geográficos, étnicos e socioeconômicos. Os autores alertaram para a preocupação
das pessoas em transformarem alimento em medicação e passarem a perceber o
alimento in natura como algo perigoso.
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As síndromes metabólicas decorrentes do mau funcionamento do organismo,
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desencadeado por múltiplos fatores genéticos, como a consanguinidade, e
ambientais, tais como alimentação e estresse, são atualmente generalizadas, o que
se torna uma preocupação da saúde pública . Entre os agravos à saúde e as
principais causas de morte no Brasil, Brant et al. destacaram que as doenças
crônicas não transmissíveis são as mais violentas e notadamente evitáveis. A
intervenção pode se dar por meio da mudança de modo de vida, de dietas e do
consumo de alimentos funcionais, suplementos e nutracêuticos, cuja eficácia pode
ser maior, caso a intervenção seja adaptada ao indivíduo mediante marcas
genéticas. A expectativa da adesão popular por tratamentos nutrigenômicos e
consequente prevenção de doenças faz com que essa área seja de interesse da
saúde pública, principalmente no que tange à possível redução de custos, uma vez
que há redução dos efeitos colaterais associados à medicação generalizada. A dieta
personalizada pode auxiliar em resultados mais satisfatórios para a saúde, contanto
que leve em conta a herança genética (que pode ter alterações decorrentes da
influência da condição de saúde física e dos hábitos dos progenitores) e o estilo de
vida do paciente.
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6.3 NUTRIGENÔMICA SOB A PERSPECTIVA LEGAL
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comunidades locais balizadas em princípios de sustentabilidade, equidade,
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cooperação, comunicação e responsabilidade, o que lhe dá um caráter
interdisciplinar. Ao promover um novo modelo de gestão ambiental, inclui a
participação ativa de todos os atores em prol da organização, da prevenção, da
proteção, da diversidade, da autogestão, da autonomia e da solidariedade.
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Considerações finais
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demandam a instrumentalização desse cidadão quanto à sua criticidade, autonomia
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e protagonismo, para que contribua para um planeta melhor para todas as gerações
de seres vivos.
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BIBLIOGRAFIA
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