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PONTO 138/C/4 Pags. EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDARIO 12.° Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.° 286/89, de 29 de Agosto) Curso de Cardcter Geral — Agrupamento 4 Duragio da prova: 90 min + 30 min de tolerancia 2. FASE 1997 PROVA ESCRITA DE PORTUGUES A CRITERIOS E SUGESTOES DE CORRECGAO COTAGOES 1 Grupo - Comentério Global .120 pontos Leitura do texto literario Desenvolvimento dos t6picos... ( 5x16 )... 80 pontos Escrita sobre o texto literario Pertinéncia na organizagao das ideias. 8 pontos Coeréncia e coesdo na estruturagao do discurso .. 8-pontos ens 2 16 pontos Correcgéo do vocabulério 8 pontos Correcgo morfossintactica.... 8 pontos 8 pontos Correcgao da ortografia e pontuagao. 24 pontos 40 pontos TI Grupo - Dissertagao .....u.. 80 pontos Identificagao do temalproblema..... 10 pontos Distingao dos varios aspectos envolvidos 15 pontos seo _ 25 pontos Eficdcia e coeréncia de argumentagao 15 pontos Pertinéncia na organizacao das ideias. . 8 pontos Coeréncia e coesdo na estruturagao do discurso . 8 pontos = - — a 31 pontos. Correcgao do vocabulario . 8 pontos Correceao morfossintactica 8 pontos Comecgao da ortografia e pontuagao.. 8 pontos a ‘ 24 pontos COTAGAO TOTAL DA PROVA.. 200 pontos NOTA: Por cada erro grave de expresso escrita deve ser descontado um ponto, até ao limite indicado, VSP 138/01 _- SUGESTOES DE CORRECGAO 1Grupo,; Comentarlo:Global ~ © comentario global testa a compéténcia de leitura de um texto literdrio, assente em tépicos orientadores, e a competéncia de produgao escrita A competéncia de leitura compreende os seguintes objectivos, que devem ser tides em conta na correc: ~ aprender 0 sentido global do texto; - identificar 0 tema do texto; = reconhecer elementos estruturadores do texto; - estabelecer relagées Sighificativas; - deduzi-sentidos implicitos - avaliat processos ¢ efeitos literarios, A competéncia de escrita implica’ Us ‘Séquintes objectives, que vevein'sér tidos em conta na correcgao: - organizar as ideias com pertinénci - estruturar 0 discurso com coeréncia e Coeséo; utilizar vocabulério variado e apropriado, - construir frases com correccao; ~ aplicar as regras da pontuacao e ortogrefia com correcgao. SugestBes para a prossecucio dos objectivos da leitura (Nota: estas sugestiés nao invalidam que. se ecelterh outras:perspectvas, «quando: correctas'€ adequadas a questéo em causa.) Integrados no comentario global do texto, deve ser focados os seguintes tépiogs: ignficado do “balouco" como it Woh 2a relacto com ottuio Vistializagéo’da Alma, como sede de um “balougo” (instabilidade), “A beira dum pogo” (situagéo de fisco), ‘com @ corda "esgargada” (perigo iminente) e utiizado por uma “crianga” (inconsciéncia do Perigo}, compte uma imagem que significa uma maneira insensate, insegura, ‘ouca’ de estar na vida e adesorenga na.validade.de uma atitude mais ponderada © titulo aponta para-uma dupla dimenséo: deseritva (0 balougo, 0 menino.a.brincar) eirénice.(a recuse da vida aduita,a aceitagao da morte prematura) Presenga de elementos narrative: ‘A imagem nuclear do poema € desenvolvida como quem conta urha historia, com as categorias proprias da narratividade: espago - a “Alma” com seu “pogo” € seu “balougc”, tempo - “sempre”, “um dia", acco - "a balouger’, ‘a brincar’: personagens - 0 “menino de bibe”. nartador. Este carécter narrativo do desenvolvimento da imagem cria distanciagao, sugerindo o desdobramento do "eu" Registo de lingua Marcas de oralidade € de registo familia: frases interrompidas, inacabadas, e o uso do presente do indicativo, simulando a instantaneidade do discurso oral; express6es tipicas da linguagem familar - "Era uma vez", "Ca por mim’; “Grande estopada’ (O uso deste registo de lingua coaduna-se com 0 tom de narragao oral que o poema tem 198/C/2 Recursos estilisticos e sua expressividade - imagem - aliteragao e assonancia = reiteracao (Deve ser comentado 0 efeito de intensificagao expressiva dos recursos apontados.) O ritmo e a composicao formal A alterancia regular de trés quadras e trés disticos gera um. movimento ritmico, tradutor do movimento balanceado da imagem pottica e, ao mesmo tempo, do desdobramento tematico em duas instancias: 0 narrador e a personagem (0 “menino”). 11 Grupo - Dissertagao A produgao de uma dissertagao testa a competéncia de escrita de um texto expositivo-argumentativo € compreende os seguintes objectivos: - identficagao do tema/problema proposto; - distingao dos vérios aspectos envoividos nesse tema/problem: - desenvolvimento de argumentagao eficaz e coerente; - organizagao das ideias com pertinéncia; ~ estruturagao do discurso com coeréncia e coesao; - utilizagao de vocabulério variado e apropriado; - construgao de frases com correc¢éo; - aplicagao de regras de pontuagao e ortografia com correcgao, ‘Sugestées para a identificagao e distingao dos varios aspectos envolvidos no tema/problema (Nota: estas sugestdes ndo invalidam que se aceitem outras perspectivas, quando correctas adequadas a questo em causa.) Integrados na dissertacdo devem ser desenvolvidos e fundamentados os seguintes t6picos. A NAA Sibila 0 desinteresse e a incapacidade dos homens s2o suplantados pela forga das personagens femininas: -na casa da Vessada, j@ dominavam as mulheres no tempo anterior @ Quina; ~ antes da sua misteriosa doenga, aos quinze anos, Quina ndo é integrade neste matriarcado e €, ae, desfavorecida no seio da familia, ~ a partir deste momento, gerador de Quina como sibila, dé-se uma aproximagao entre Maria (a mae) ¢ Quina, que institu a sucesso desta como matriarca, - esta eproximagao & motivada mais pelo sentimento de preservagao do clé familiar do que pelo:amor maternal - € 0dom,0 poder extreordinério de sibila, que confere & personagem este novo estatuto; ~ 2 partir daqui, Quina desenvoive o seu papel de administradora dos bens, ganha prestigio social, 6 temida e respeitada como conselheira. entre os membros da comunidade. VS.F-F. 138/C/8 Em Mau Tempo no Canal_a dimensao simbélica ¢ romanesca da narrativa nunca esbate a realidade ‘geo0grética insular que esta presente com bastante rigor: ~ @ realidade das ilhes naquela época, quer no aspecto fisico, quer no humano, pode ser reconhecida no romance; a acgao decorre nas ilhas do Feial, Pico, S40 Jorge, Terc ithas; - 0 Faial e a cidade da Horta so 0 lugar central da intriga romanesca; ~a Horta @ apresentada como uma cidade tradicionalista © fechada, mas, ao mesmo tempo, cosmopo- lita, devido ao seu porto que permite contactos com o estrangeiro; - da iha do Pico séo retratadas com realismo a forca e a resisténcia dos homens na faina da pesca da baleia; - da iha de Sao Jorge ¢ dada a imagem fiel de um maior isolamento, de um mais dificil acesso e de menor desenvolvimento: ~ da Terceira fica-nos, sobretudo, a imagem do gosto pela tourada, pela animagSo e pela festa: pode, pois, ler-se Mau Tempo no Canal em busca do reconhecimento rigoroso da realidade insular agoriana de uma época, onde se cruzam varias historias. , havendo referéncias pontuais a outras c © espago, como lugar que reenvia as origens, em Apariego, € @ montanha, a serra, situada na Beira interior - a montanha 6 o lugar do nascimento e inféncia do narrador-personagem, Alberto Soares; ~ 6 desse lugar que a personagem parte e a que sempre regressa; -& montanha esto ligadas as primeiras experiéncias de aparig&o do eu: ~€ 0 lugar da casa da infancia, da figura patema, dos encontros @ rituais familiares, lugar de nascimento e morte; ~ por ser um lugar primordial, oviginério, é constantemente presentificado pela meméria da personagem- snarrador, ~ € 0 lugar estavel, essencial, aonde cicicamente a personagem regressa; - 6 0 lugar da escri - a montana &, pois, pelo seu siléncio, solidgo, autenticidade, brancura, o lugar da pureza primordial, da criagao, da esséncia, D © romance comega por fazer “crénica” da construgao do Convento de Mafra, atentando, de inicio, nas personagens historicas a este evento ligadas: 2 partir do IV capitulo, comega a desenhar-se, dentre 0 povo anénimo, uma personagem que vai ganhar grande relevo: Baltasar Sete-Seis; - a narrativa afasta-se do rumo inicial e da expectativa gerada pelo titulo e passa a seguir 0 camminho de Baltasar, personagem do povo, que retira o primeiro plano As personagens da corte © ao seu convento; = quando Baltasar conhece a mulher que “olha por dentro’, é introduzida uma nova personagem popu- lar, Blimunda, que logo se distingue pelos seus dons especiais; = 0 encontro e inter-relagao destas figuras com 0 Padre Bartolomeu de Gusmao é outra etapa que vai deslocar a importéncia narrativa da construgao do convento para as figuras que emergem entre o povo anonimo; - @ narragao das obras do convento tona-se esporddica, sendo suscitada pela presenga, no lugar da construgao, destas personagens; ~ 0 povo que trabalha nas obras e que integra Baltasar e Blimunda torna-se objecto narrado, mais importante do que 0 préprio convento; - 80, pois, estas personagens que, em toro de si, suscitam 2 gesta da gente anonima da época: os trabalhos passados em guerras, 0 trabalho de construgao da basilica, as privagbes, a perseguicao inquisitorial, as mortes. 138/60,

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