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ore 1 METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 1.1 APRENDER A APRENDER NA FACULDADE Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar o maximo proveito do curso que vai fazer. Em primeiro lugar, 0 calouro vai perceber que muita coisa mudou em comparacao aquilo com que estava acostumado em seus cursos de primeiro e segundo graus. E quem nao souber compreender devidamente o espirito da nova situagao para adaptar-se ativa e produtivamente a ela perderé preciosa oportunidade de integrar-se desde o inicio no ritmo desta nova etapa de ascensiio no saber, que se chama vida universitaria. Diziamos que muita coisa mudou, e que é preciso entender o espirito desta mudanga propositada e necessdria, com vistas na adaptacéo a uma organizaciio ativa e produtiva na vida de estudos. No curso médio, o estudante deve estar na sala de aula no horério exato, endo pode ausentar-se antes da saida do professor. Nos cursos universitarios geralmente nao se exige semelhante rigor; quem nao chegar a tempo pode assistir as aulas seguintes, e quem tiver necessidade de ausentar-se, antes do término da ultima aula, pode fazé-lo, No curso médio, o estudante leva para casa tarefas didrias; nao acontece o mesmo na faculdade, No curso médio os alunos andam uniformizados, néo podem fumar no recinto da escola e as classes sao bastante homogéneas; no curso superior nada disso acontece; as salas de aula so mais amplas e bastante heterogéneas; nao raro, ao lado de um jovem de dezoito anos senta-se um diretor de escola ou um gerente de empresa. Os programas do curso médio apresentam dificuldade igual para todos os estudantes, enquanto na faculdade a formagao heterogénea dos alunos faz com que os programas nao apresentem dificuldades iguais para todos. No colégio, os diretores e os professores dao ordens e fiscalizam seu cumprimento; na faculdade, os académicoa recebem orientagies. Afinal, na faculdade, todos so tratados como adultos responsaveis e capazes de dirigir a propria vida social, disciplinar e de estudos. Sempre, porém, hé o perigo de MEMENTO PEDAGOGICO ooo ini interpretagio deste novo clima, especialmente quando niio se ¢, 4, tas, adulto e responsavel. Que pensar do aca o professor respeita seu um adulto julgaria raz ’mico que ndo se preocupa com a pontualida, Sete de chegar com algum atraso, por mote avel? O que ene ie 9 seadémic — te articular para p aulas, ee ot 7 vue a estabeleceu 0 controle das tareten ize Queseka serene do aluno que transcura "orientagdes" porque clasns ind formalizaram como "ordens"? Quem acaba de entrar para a faculdade pereebe que muita coisa muggy e deve perceber que também ele precisa mudar, especialmente na responn bilidade, na autodisciplina ena maneira de conduzir sua vida de estudos, pany tirar 0 maior proveito possivel da excelente oportunidade de crescimenis cultural que a faculdade lhe oferece. Neste primeiro capitulo de nosso curso de Metodologia Cientifica, vance compendiar uma série de consideragées | muito simples, porém muito impor. tantes sobre método, economia e eficiéncia nos estudos no curso Universitario, Muitos calouros confessam que aprenderam muita coisa, mas que nunc, aprenderam a estudar, isto é, nunca aprenderam a aprender. Quem reconhace a propria caréncia ja deu o passo mais importante para se dispor a tomar remédio adequado. E sempre haverd o que aprender para melhorar o rend), mento de nossos trabalhos, de nossos estudos e, dessa forma, aumentar nossa satisfagio pessoal nos éxitos alcancados. Esta parte introdutériae eminents, mente prética de nosso trabalho deverd, pois, interessar vivamente a todos os nossos universitarios. Quem acaba de ingressar na faculdade sabe como deve orientar seus estudos particulares? Sabe como participar ativae produtivamente das aulas? Sabe ler com eficiéncia, tomar apontamentos, levantar esquemas, fazer resu- mos, desenvolver temas, redigir trabalhos? Julga-se satisfeito porque enten- deu tudo ou quase tudo o que-o professor disse? Percebe que aprender 6 principalmente analisar, assimilar, reter e ser capaz de reproduzir com inteligéncia? Observe que as sabatinas, ou provas, ndo examinam o que s¢ entendeu vagamente sobre um problema apresentado; examinam, sim, quan- to se reteve e como se é capaz de reproduzi-lo adequadamente. Fazer um curso superior nao é ouvir aulas para conseguir adivinhat ‘estes, mas instrumentar-se para o trabalho cientifico. Mais vale esta intr mentagao do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento 4 informagées acumuladas assistematicamente; ou seja, como jd se disse, mals vale uma cabeca bem feita do que uma cabeca bem cheia (de informagoes, erudicao). Nesse sentido teré feito bom curso superior nao tanto aquele 0° for capaz de repetir o que aprendeu, mas aquele que, diante de problems completamente novos, tiver nivel e método para empreender uma Pe METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 21 séria e profunda. Nesse sentido, diz Mira y Lopez que aprender é aumentaro cabedal de recursos de que dispomos para enfrentar os problemas que nos apresenta a vida cultural.) Nao se esperem amplos desenvolvimentos de teses nem elencos de conselhos neste livro estritamente elementar, mas téo-somente algumas consideragées sobre temas de real importancia para a eficiéncia de um curso superior. Tudo sera simples, como é simples uma vacina que salva da morte. Nao se confunda simplicidade, praticidade, com inutilidade ou superficialida- de. E evidente que, ao examinar-se um conceito muito simples, se procure, de preferéncia, verificar se ele esta sendo posto em pratica, e com que resultados. Ha uma generalizada curiosidade entre jovens a respeito de discussées tedricas sobre o método mais perfeito para estudar e para aprender; para estudar e aprender muito. Nao se verifica o mesmo interesse em adotar e pér em pratica, com empenho e perseveranca, nem o método mais perfeito outro método qualquer, porque, na verdade, nenhum método é perfeito a ponto de dispensar o trabalho que néo se quer ter. Mas a idéia de um método que torne mais eficiente o trabalho é muito valida. Podemos e devemos conhecer amaneira mais econémica e mais eficiente de estudar para aprender de fato, para crescer culturalmente. Nao seré dificil reconhecer um bom método; no ser facil arregimentar disposicdes para pé-lo em pratica com perseveranca. S6 esta decisao garantira bom rendimento e satisfagao pessoal nos estudos, melhorard a capacidade de compreensio e facilitaré a assimilacdo e a reten- 80, desenvolverd a capacidade de andlise e o poder de sintese, aumentara progressivamente a clareza e a profundidade dos conceitos, conferird eficdcia @ comunicagao, disciplinard e exercitard a mente. Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de conseguir pleno éxito no curso que vai fazer. Deve aprender a aprender na faculdade. Deve ler e analisar as consideragdes exaradas neste primeiro capitulo. 1.2 TEMPO PARA ESTUDAR O progresso , em grande parte, uma luta contra ponteiros do relégio, Pergunte-se ao empresirio e ao industrial quanto vale o tempo, isto 6, quanto vale o bom aproveitamento do tempo como fator de produgdo, custo e comer: cializagao de seus produtos. 1 MIRA Y LOPEZ, Como estudar e como aprender, p. 80. 2 MEMENTO PEDAGOGICO tudar consiste em re . O primeiro passo para quem quer est ; a de mancira a abrir espagos para o estudo e planejar o melhor ape avigy possivel de seu tempo. tameni® 4 quem imagine que deva fazer um curso superior sem digpop eae ou ae para freqiientar as aulas dos diverse & temp chege'se a imaginar que a apresentagio documentada de sua tot SS « tempo seja motivo nobre e suficiente para diepensa das aulas, dogs ,tlta de dos estudos,afinal, da obrigagio de fazer 0 curso. Como pretends Palos, quem nio pode estidas? E um ser curio o aluno que pretende qn ctttar estudo com a impossibilidade de estudar. are Ninguém desoonheve o sacrificio da quase totalidade de nossos aaj cos, que vao para suas escolas apés uma jornada de ito horas oy set trabalho profissional. Se isso é sumamente louvavel, néio o exime, pt de Iado, do compromisso de estudar e, portanto, de descobrir tempo parse. E preciso descobrir tempo. Tempo para freqiientar as aulas dog dive dar. cursos, e tempo para estudos particulares. Se procurarmos, o tempo 4 ra. E lembremo-nos de que meia hora por dia representa trég Roras ee por semana, quinze horas por més e cento e oitenta horas por ano, ei® no conseguiria descobrir um ou mais espagos de meia hora em suajene Ou quem nio conseguiria fazer aparecerem esses espacos, se o ce realmente? Ou serd que esses espagos nao aparecem porque née nig © procuramos, por medo de encontré-los? Quem quer descobre tempe, ee tempo, especialmente nés, brasileiros, que somos, por assim dizer, eapareer impossivel. 13 PARA DESCOBRIR TEMPO A maneira mais pratica de descobrir ou fazer aparecer o tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da semana em linhe horizontal eos diversos afazeres em linha vertical; registrar depois, na coluna de cada dia da semana, as horas plenas e os possiveis espacos ociosos, como segue: Segunde-feira Afazeres Inicio Término Tempo Ete, Levantar 7:00 7:00 Higiene 7:00 7:30 meia hora Transporte 730 8:00 meia hora Trabalho 8:00 12:00 quatro horas Almogo 12:00 14:00 duas horas Ete. ponents ee METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 23 E evidente que a meia hora de higiene pode ser reduzida e que se pode levantar dez minutos mais cedo, abrindo um espago utilissimo logo de manha. E nao seria muito aproveitar quinze minutos dos cento e vinte reservados para intervalo de almogo. E sera facil o habito de ler dez minutos antes de dormir. Eis uma pergunta que surgird fatalmente a esta altura: podem-se apro- veitar dez minutos apenas para uma segao de estudos? Nao serd esta a duragio ideal, é evidente. E quem nao conhece outros detalhes sobre leitura, revisio e fichamento pouco ou nada produzird em dez minutos. Mas quem souber ler, quem considerar e puser em pratica nossas indicagdes sumariadas sobre técnicas de leitura eficiente, de revisio e de fichamento, certamente leré boas paginas em dez minutos, descobrird e assinalara a idéia principal ou central, as palavras-chave e os pormenores importantes no contexto. Entenda-se que nao basta descobrir tempo: 6 necessario desenvolver técnicas para tornar qualquer tempo produtivo. Por ora, entretanto, nossa preocupagio consistird numa revisao de nossa jornada, com o propésito de descobrir ou de fazer aparecer qualquer porcdo de tempo que possa ser reservada a nossos planos de estudo. Quanto menos tempo tivermos, mais motivados deveremos estar para aproveité-lo ao maximo. Hé alunos de periodos noturnos que trabalham oito ou mais horas por dia, e que conseguem resultados, em seus estudos, bem maiores que alunos de outros periodos que nao trabalham ou que sé trabelham em regime de meio expediente. Isso nao se explica pelo tempo disponivel, mas pelo seu melhor aproveitamento. Alids, nao raro o estudante se esquece de considerar, como tempo para estudo, as horas que passa nas salas de aula, como se nao devesse cuidar do aproveitamento maximo de tempo tio precioso. Entretanto, por sua particular importancia, trataremos deste item mais adiante, com maior cuidado. 1.4 PROGRAMAR A UTILIZACAO DO TEMPO Depois de reconsiderar, de lépis na mao, sua jornada, com a atengao do empresario que luta contra os ponteiros do relogio para poder produzir mais a menor custo, devemos programar a utilizagéio dos espagos de dez minutos, de meia hora, de possiveis horas inteiras que possam ser reservadas para o estudo, sem prejuizo das horas de lazer. Alids, aproveitar intensamente 0 tempo é uma espécie de condigo para se dar sentido as horas de lazer e para desfruté-las intensamente. Parece que a satisfagaoe a forga restauradora das horas de lazer sao proporcionadas ao bom aproveitamento e a intensa produ- tividade das horas de trabalho. Quem, nas horas de lazer, se preocupa com 24 MEMENTO PEDAGOGICO. tarefas ndo cumpridas nas Loras de trabalho nfo descansa nunca, nem nag horas de trabalho, nem nas horas de lazer. Nao basta determinar, ao longo de nossa jornada, espagos para estudar, E preciso que se determine o que estudar em cada hordrio de maneira programatica, embora se alterem planos em determinadas circunstancias oy se fagam remanejamentos periédicos, ou se deixem alguns horérios opcionais, Esta exigéncia néo deve parecer excessiva ou utépica. A programacio do que fazer em cada horario evita vacilagées, indecisdes, adiantamentos; evita, exatamente, a perda do tempo reservado ao estudo, ou sua ma utilizacdo, Se nao houver uma prévia determinagéo programatica, nao aproveitaremog 9 tempo, simplesmente, ou estudaremos 86 0 que mais nos agrada, o que é um mal muito menor. A perseveranca no cumprimento do programa é o maior problema. Geralmente, nosso tempo 6 pequeno, mas o pior é que o pequeno espago de tempo se converte em nada pela falta de perseveranca. O horério que o académico descobriu ou fez aparecer para dedicar-se ao estudo deve ser preenchido com trés atividades que perfagam o ciclo e criem oritmo de trabalho eficiente, a saber: preparagao para a aula, revisao de aula e revisées gerais para provas e exames. Trataremos, separadamente, do "grande tempo das aulas". 1.5 HORARIO DE PREPARACAO PARA A AULA O estudante deve ter a mao o programa, bem como seu material de estudo, tais como: livros de texto, bloco para anotagées, um bom dicionério, apostilas ou fontes indicadas para leitura de aprofundamento. O estudante deverd ler previamente a matéria que seré desenvolvida durante a aula, por uma série de razées, em primeiro lugar, essa leitura seré feita em poucos minutos e aumentaré o rendimento das varias horas de aula que o professor utilizaré para seu desenvolvimento em classe. Ora, se é possivel conseguir, com trabalho prévio de meia hora, aumentar o rendimento de varias horas de trabalho posterior, essa leitura prévia representa economia e eficiéncia no ti abalho. Além disso, esta leitura prévia permitira que se assinalem 4 margem do texto, com simples sinal de interrogacao, problemas que exigirao entendimento durante a aula. Estas anotagées permitiréo uma espécie de regulagem da atengao, pois, enquanto estao em pauta passagens de facil entendimento, o aluno que preparou sua aula prestaré uma atenco de intensidade normal; mas, medida que o desenvolvimento da aula caminha para passagens anotadas com uma simples interrogacao, ou reformulada 4 margem sob forma de problema, redobrara sua atengao. Se tudo ficou claro ‘MBTODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 25 agora, muito bem; caso contrério, eis 0 momento de formular sua divida inteligente. Quem nao preparou sua aula ndo pode distribuir convenientemente a intensidade de sua atengdo e pode nao fazer perguntas, porque nem sabe que nao entendeu. E os problemas mais dificeis, irao avolumando enormemente seu trabalho extra-aula, que se tornard antieconémico e reduzira sensivel- mente o rendimento escolar. Outra razao para a leitura prévia do assunto a ser desenvolvido em classe é a qualidade dos apontamentos e das anotagdes. Os apontamentos dos alunos que vao para a aula preparados sio sdbrios, claros e focalizam o essencial, enquanto os apontamentos dos que esto tendo contato pela primeirissima vez com 0 assunto da aula sao difusos, desordenados, obscures, captam Passagens secunddrias e omitem o principal. Tais apontamentos sio um estorvo e no uma ajuda substancial ao trabalho de revisdo e preparagao de provas e exames. Nao deve restar diivida sobre a importancia de se reservar no préprio hordrio de estudo espago suficiente para a leitura prévia dos assuntos de aula. Essa leitura, que poderd ser feita em poucos minutos, determinaré melhor rendimento durante as aulas, inteligente distribuigéo da atengio, ordem, clareza e perfeig&o nos apontamentos e grande economia de tempo e trabalho nas revisdes. Entender isso parece muito facil; nao é tao facil agir dessa forma. E preciso decidir-se a comegar, fixar o habito e sentir de perto as vantagens de tal disciplina de trabalho. Quem tem muito tempo pode proceder dessa forma; quem tem pouco tempo deve agir deste modo, pois representa extraordinaria economia de tempo, especialmente nas revisdes, e é fator de eficiéncia na vida escolar. 16 HORARIO DAS REVISOES DAS AULAS ‘Nao basta preparar-se para a aula e conseguir entender tudo enquanto o professor desenvolve o assunto. E claro que isso 6 muito importante; mas nao é tudo. E necessario fazer revisdes, e nestas revisdes procurar questionar o assunto da aulae responder claramente as questdes ao menos mentalmente. Dizemos ao menos mentalmente porque seria melhor reproduzir por escrito as questées fundamentais. As vezes nos iludimos pensando que entendemos tudo muito bem, mas, ao procurar formular questées preciaas sobre o assunto da aula e ao respondé-las por escrito, percebemos que no conseguimos. E nao vale a desculpa de que entendemos mas temos dificuldade de expressao. ‘Temos vocabulério e recursos suficientes para exprimir tudo o que entende- mos, embora nos faltem recursos para traduzir tudo o que sentimos. Ninguém 26 MEMENTO PEDAGOGICO pode ter dificuldade de exprimir idéias claras e distintas; a presenca da dificuldade, pois, atesta que nossas idéias nao esto tao claras e distintas, Quando o aluno se prepara para a aula e, por isso mesmo, aproveita-a ag maximo, o trabalho de revisdo torna-se facil e nfo toma muito tempo, Devemos distinguir duas espécies de revisio, e planejar espagos para ambas em nosso programa de horarios reservados para o estudo. A primeira denominamos revisao imediata; essa é a revisio que se faz da aula anterior, antes da aula subseqiiente, ou por ocasiao da preparacao dessa. Toma pouco tempo, porque o processo de esquecimento ainda néo se desencadeou com sua agéio demolidora. Para algumas matérias seria interessante que a revisio consistisse na elaboracaéo sumaria do assunto com o auxilio da bibliografia e dos apontamentos de classe. A segunda, revisdes globalizadoras ou inte- gradoras. As aulas segmentam os assuntos em unidades, em itens e subitens, de acordo com os preceitos da pedagogia e a seqiiéncia logica dos problemas, Nao entendemos tudo de uma vez; nosso raciocinio é discursivo, isto 6, passa de um ponto para outro, discorre, caminha, flui. De outro lado, 0 todo complexo deve ser desdobrado em partes, pela anélise, para que possam ser definidos seus componentes. Assim, séo desmembradas, em aula, as partes dos varios assuntos. Restaré para o alunoo trabalho de sintese, reunificacao e integragaio das partes no todo. Este importantissimo trabalho de revisio globalizadora é © mais eficiente recurso de organizacio da aprendizagem, bem como a mais valida preparagao de provas e exames. 1.7 HORARIO DAS REVISOES PARA PROVAS E EXAMES As provas e sabatinas aio, exatamente, recursos pedagégicos utilizados nao 86 para efeito de avaliagdo dos alunos mas também para induzi-los a fazer revisdes globalizadoras perisdicas. Pode, pois, o académico programar suas revisdes globais para a época das provas e sabatinas. Queremos observar que a esta altura dos ciclos de estudo bem ordenados nao é hora de entender, mas de rever apenas. Ha alunos que vao acumulando matéria pouco elaborada e problemas nao compreendidos nem durante a preparacao da aula, nem durante a aula, nem nas revisdes imediatas, que, neste caso, nao estariam totalmente sendo feitas, e que deixam tudo para as vésperas das provas e sabatinas; isto é um erro de conseqiiéncias nefastas para a eficiéncia dos cursos e até para a satide fisica dos desorganizados e imprudentes, que se véem na contingéneia de serem reprovados ou de inten- sificarem extraordinariamente seus esforgos de ultima hora, que trazem muitos prejuizos para a satide e muito pouco beneficio para o estudo. A natureza nao da saltos; as arvores crescem lentamente, e dao fruto no tempo devido; planta que cresce muito depressa nao tem cerne forte. O estudo deve METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 7 ser também um processo de desenvolvimento lento e constante para que possa dar bons frutos em tempo oportuno. Quem ee preparou para as aulas, quem trabalhou em classe como adiante reveremos, quem fez revisdes imediatas e revisdes periddicas globalizadoras aproveitard muito bem o tempo de preparacio para os exames e as revisdes de fim de curso, que sao extraordinariamente vantajosas. 1.8 O GRANDE TEMPO DE TODO ESTUDANTE O grande tempo de todo estudante sao as aulas. Pretendemos desenvolver um pouco mais este item por julgé-lo da mais alta importancia. E nosso objetivo, como sempre, ser predominantemente Pratico ou atitudinal, pois visamos despertar consciéncias e motivar atitudes a partir de esclarecimentos tedricos que seréo apenas sumariados. Oaluno que, apés um dia de trabalho, ao invés de ir para sua casa, toma © rumo da faculdade, as vezes, mesmo sem tempo para uma refeicio, e, contrariamente a tudo o que se poderia supor, nao aproveita as aulas, 6 um incoerente. © aluno que paga uma faculdade para adquirir o direito a uma carteira dura, onde possa perder tempo durante as aulas, esta clamando aos quatro ventos que lhe falta algo de muito importante na caixa craniana. Nunca ser demasiadamente encarecida aos estudantes, especialmente aos principiantes dos cursos universitarios, a importancia do tempo-aula, pois nio basta oferecer a quem quer ser pianista um belo exemplar do instrumento ea mais completa colegio de métodos. Na generalidade dos casos, é indispen- savel a freqiiéncia as aulas, pois ai terd o aluno a orientagao do professor. Sabemos que a causa principal da aprendizagem é o aluno, é o préprio aprendiz. De fato, a aprendizagem, concebida como resultado do processo da educago formal institucionalizada na escola, tem por agente principal o proprio aluno. O mestre nao reparte sua ciéncia entre os alunos, nem fica mais pobre de conhecimentos depois de cada aula, porque o aluno adquire por si mesmo a ciéncia sob a ajuda externa do mestre. Quem causa os frutos 6 principalmente a arvore, embora o faca sob a ago do agricultor; quem sara é principalmente organismo do enfermo, embora sob a acaio do médico e dos medicamentos; quem aprende é principalmente o aluno, embora sob a ago do mestre. Deve haver na planta, no enfermo e no aluno um principio intrinseco, ativo, operante, capaz de produzir os efeitos da frutificagaio, da cura, da aprendizagem. A aco do agricultor, do médico e do mestre tem carter de causa eficiente auxiliar, coadjuvante apenas. Quem da frutos ou ndo é a arvore; quem sara ou nao é o préprio organismo; quem aprende ou no é 0 8 MEMENTO SEDAGOGICO i aluno, Ninguém ensinaré a um cabrito o teorema do Pitdyoray: . rmagistério é ora denominado pelow antiyos "are cooperative naturnas "in, o magistério apenas coopers com & naturéza, mas 6 6ln que roaye atiy, bi ; A arte do magistério. Fi osta reagho, quando existe, 0 causn da aprendts e 6 por isso que ninguém pode fazer um poste dar frutos, ou curar ump ou ensinar teoremas a cabritos. Lembramos esta indiscutivel verdade nao para dirninuir 9 import da agio do mestre, mas para acentuar A responsabilidade do aluno, Mm, Ney, “Mey Ming, Quem ensina exerce uma agio exterior 6 auxillar apenas, é verdade, rq esta acao 6 importantissima no com, plexo processo da aprendizagem, como we pode depreender das consideragées que seguem. O mestre 6 necessirio para ensinar como aprender. O mestre 6 novos, sdrio para justificar por que aprender ¢ por que estudar isso antey daquilo. O mestre é necessério para organizar ¢ ordenar 0 que aprender, O mestre é necessdrio para a selegao de recursos, de instrumentos adequadog ao trabalho do estudante, bem como para iluminar com sua ciéncia objetos que a mente do aluno no veria fora desta luz. O meatre 6 necessério como mediador entre o programa ¢ 0 aluno. A agéo do mestre é uma arte sui generis, porque ele trabalha com um material que se molda a i mesmo. Formar nio significa, em educago, prensar numa matriz para dar a um material a forma que se deseja. Quem trabalha material passivo #Ao os escultores, por exemplo, nfo os mestres. A vantagem do mestre 6 que ele j4 conhece 0 caminho certo e os desvios perigosos; conhece os alunos comoo médico conhece seus doentese o agricultor conhece suas sementes e sua terra. H4 quem ge ilude imaginando que aproveitaria melhor seu tempo ficando aestudar em casa ao invés de ir as aulas, Isto pode ser até verdade em alguns casos, em alguns dias, quando ja se esta orientado para determinados estudos. Mas, tomando-se o curso como um todo, pensar que se aproveita mais ficando em casa, sem orientagao, sem a ajuda que as aulas prestam no complexo fendmeno da aprendizagem metddica, 6 uma grande ilusao. Fosse isso ver a” de, seria muito mais econémico aos cofres publicos dar uma biblioteca basic para cada familia do que manter a gigantesca rede oficial de ensino. Cremos ter acentuado a decisiva e primacial i ancia do aluno D0 proces f, primacial importancia do aluno auxiliar, . Pt i bem como a importancia decisiva, embora apen4# inaremos a seguir como deve r der Hi a ah Examii deve proceder o aluno em aula, P' se benoficie a0 méximo do Precioso tempo que passa na escola. METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 29 19 COMO APROVEITAR O TEMPO DAS AULAS. Na quase generalidade dos casos, acreditamos que o tempo que o'aluno passa nas salas de aula constitua a maior parte do tempo que dedica aos estudos. E n4o se justificaria o esforgo de encontrar ou fazer aparecer peque- nos espagos para os estudos dentro da jornada de trabalho, se nao se procu- rasse, principalmente, aproveitar ao maximo o tempo, dilatado por mais de trés horas, que o aluno passa diariamente na sala de aula. Alids, ninguém compreenderia o aluno empenhado nos estudos fora da sala de aula, surdo aos convites da televisdo e dos amigos, que, por outro lado, fosse desinteressado pelo rendimento de seu tempo durante as aulas. © aluno que nfo aproveita o tempo das aulas com empenho ja esta julgado: nao leva a sério sua vida de estudos. Em primeiro lugar, para aproveitar o tempo das aulas, é preciso freqiien- té-las. E é muito importante que se esteja em sala desde o inicio das aulas, primeiro porque aquele que chega depois do inicio da aula tem dificuldade de apanhar-lhe o fio e, em segundo lugar, porque geralmente quem chega atrasado causa certa perturbagao e prejudica o andamento da aula. Quando no houver outra opgo sendo a de chegar atrasado, seja discreto e sente-se logo, sem chamar muito a atengao. Ha tipos que batem & porta, pedem licenga, cumprimentam o professor, justificam-se do atraso e caminham lentamente até a tltima cadeira, parando de quando em quando para murmurar aos ouvidos deste ou daquele colega, sentando-se finalmente, apés alinhar melhor sua cadeira com um razoavel estrépito! E quando alguns daqueles que esto sempre prontos para tudo o que represente perda de tempo se voltam para -vé-lo, o ridiculo autodespoliciado esta sorrindo de felicidade por ter sido objeto de alguma consideracao. Nao basta ir as aulas e chegar antes de seu inicio. E preciso levar consigo material adequado ao trabalho do dia. Quem s6 leva o. jornal ou alguma revista ilustrada carrega consigo estimulos & distragaio prdpria e A dos companheiros. E preciso levar os livros recomendados pelo professor, o texto que serviu para preparacao da aula, bem como o material para apontamentos. E muito importante guardar siléncio exterior para nao distrair os outros e siléncio interior para no distrair a si préprio. O siléncio interior consiste em deixar fora da sala todo problema que nada tem a ver com a aula. E este siléncio interior que permite concentracao mais profunda e menos cansativa. O siléncio exterior cria o clima necessario ao bom rendimento da aula. O barulho e as conversinhas em sala distraem os demais e refletem no préprio Animo do professor. Nao é facil manter-se em ritmo de trabalho, de dedicagao e concentracao diante de uma classe barulhenta e de alunos conversadores. . Querem os alunos que uma aula seja boa? Comecem por oferecer ao professor condigSes materiais de trabalho. | Em aula, nao adianta ficar sonhando com problemas domésticog, sionais ou Fmanceiros, Sé6 vale a pena pensar naquilo que est sends den iiivido no momento. Cada um deve criar seu siléncio interior e concentra” suave e ativamente no assunto em exame. “ee O siléncio exterior e o interior néo devem ser entendidos como impos, externa, mas como autodisciplina de alunos conscientes de sua necessidade Que se diria de um grupo de jovens que se dirigissem a0 teatro, pagassem soy, ingressos e depois ficassem a conversar alheios ao desenrolar da pega? itd incomodariam aos demais presentes? Nao quebrantariam os nimog de ‘atores? Nao estariam a diminuir-se ante a critica de todos? os Quando reina siléncio exterior e interior, quando a fantasia repousa e.g boca se fecha, o espirito se abre e a inteligéncia atua em melhores condigées, Neste clima e nesta atitude favordvel ao trabalho o aluno acompanha a exposigao do mestre, participa ativamente dos debates, toma apontamentos e, principalmente, nao deixa sem esclarecimento nenhum ponto obscure ou duvidoso. E muito importante no levar diividas ou pontos obscuros para casa; debata-os até seu razodvel e desejavel esclarecimento. As vezes, determinado assunto constitui ponto de particular interesse deste ou daquele aluno, mas nio interessa aos demais. Em casos semelhantes, o professor poderia ser procurado em particular, dentro de sua disponibilidade de tempo, fora do hordrio de aula. Devemos ainda lembrar que todos, professores e alunos, devem empe- nhar-se no sentido de manter um clima cordial de relacionamento. O trabalho em sala de aula é cansativo tanto para os alunos como para os professores, mas 0 peso normal do trabalho ficaré agravado, e chegara, por vezes, a se tornar instportdvel se nao houver cordialidade. Quando se instalam e se avolumam certas barreiras de desafeto miituo, a aula torna-se desgastante ao extremo. Trabalhar com aluno atento, empenhado, participante e cordial causa uma satiefagdo intima que, de certa forma, diminui ou compensa o peso do trabalho e os alunos beneficiar-se-do, porque um professor animado com sua classe produz muito mais; esse aspecto concorre também para o cresci- mento da cordialidade. Neste sentido, podemos dizer que cada classe tem a aula que merece. E se surgir um problema entre alunos e professor? Caso isto aconteca, 0 problema deve ser enfrentado com elegancia e corregaio. Nem se deve fugir dele, nem se deve ultrapassar os limites do comedimento. Em primeiro lugar, o representante da classe poderé abordar o professor e dialogar com ele em particular, caso o problema seja de toda a classe. A segunda instancia é ser a exposigao objetiva do problema ao coordenador do departamento, que deverd falar com o professor e, eventualmente, com a classe. Em terceirolugar, © assunto poderia chegar ao diretor pedagégico, ao diretor administrativo, ¢ assim por diante, até ao Ministério da Educagéo. O que nao se deve é levar 0 MEMENTO PEDAGOGICO. METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 31 problema diretamente ao presidente ou aos diretores da faculdade. Normal- mente, 0 assunto ficaré encerrado no primeiro contato com o professor. Da mesma forma, o professor deverd, em primeiro lugar, entender-se com o representante da classe ou com a classe toda, em didlogo franco e comedido; sua segunda instancia serd o coordenador do departamento, e assim por diante. A experiéncia ensina que um didlogo franco, honesto e comedido entre professor e alunos, ou seu representante, nao sé resolve os problemas, mas também estreita os lagos de respeito e de cordialidade mituos. 1.10 COMO APROVEITAR O TEMPO EM REUNIOES DE GRUPO Difunde-se cada vez mais a pratica salutar do estudo em grupos nos meios universitarios. Para uma classe nova de alunos que nao estejam familiariza- dos com esta forma de atividade, tais reunides podem representar aprecidvel perda de tempo, podem angustiar alunos e gerar frustragdes. Vamos, pois, neste livro dedicado aos que acabam de ingressar na faculdade, considerar este problema especialmente em seus aspectos mais praticos e gerais. Saibam os alunos que o estudo em equipe é muito proveitoso sob todos os aspectos, quando todos os seus componentes assumem sua parcela de responsabilidade e se dispdem a trabalhar, contribuir e participar ‘ativamente. Todos devem. trabalhar, nao sé estes ou aqueles, porque sao julgados mais inteligentes ou menos ocupados. Logo no inicio do semestre, a classe deve distribuir-se em grupos de sete ou oito participantes, aproximadamente, e é aconselhavel que cada grupo escolha um coordenador. Incumbiria ao coordenador entrar em contato com os professores quando for conveniente, tratar dos interesses de seu grupo junto ao representante de classe, presidir e coordenar reunides, organizar e distribuir fungées, anotar e cobrar a colaboragao de cada integrante do grupo. A primeira exigéncia para que um grupo funcione e atinja em suas reunides os objetivos previstos por esta estratégia de trabalho consiste exata- mente na organizagao prévia do préprio grupo, que deve reunir alunos que tenham facilidade de se comunicar e de se encontrar fora da escola também. Vamos enumerar outras exigéncias ou normas necessarias ao bom andamento dos trabalhos dos grupos para que haja bom aproveitamento do tempo consa- grado a reunides: 1. Aoreceber um tema para trabalho, o grupo deve reunir-se o mais rapidamente possivel para programar suas reunides e proceder a uma primeira distribuicéo de tarefas preparatérias a primeira sessao de trabalho. Se o tema jé estiver definido e a bibliografia jd tiver sido apresentada pela cadeira, o primeiro trabalho consistird cy a a busca de fontes; cada participante no 96 se responsabjy; aoe providenciar doterminado texto, como também doverg ht eaclarecer suas dificuldades antes da reuniao da equipe, 0 sees e nador anotaré estes compromissos e 08 solicitard ordenadame™ na reunido seguinte. Esta primeira reuniao nao deverd encerrar® sem que estejam bem esclarecidos o local, a data e o horétio ge proximo encontro. ‘Todos deverio providenciar os textos pelos quais se responsabiy zaram, e deverao estuda-los conforme sera explicado em nose, capitulo a respeito do"estudo pela leitura trabalhada". Sempre, ue se tratar de pesquisa bibliografica, como geralmente acontere, , primeiro passo é providenciar a bibliografia, 08 livros e os textos, Isto 6 evidente. Entretanto, ha por ai grupos que se retinem sem material conveniente ou, quando ha material, fazem a primeir, leitura durante a reuniao de equipe. A leitura prévia é necessiria para o bom andamento dos trabalhos. Hé uma ordem para que os participantes apresentem os textos pelos quais se responsabilizaram e comuniquem brevemente seu contetido. Em primeiro lugar, o coordenador passara a palavra Aqueles que se encarregaram de pesquisar generalidades em dicio. nérios, enciclopédias e manuais didaticos. Em seguida, solicitart a contribuigéo daqueles que se responsabilizaram pela anélise prévia de segmentos do texto basico. Nao se devem alongar debates antes que se chegue ao final de uma primeira apresentacao de generalidades da leitura do texto bésico. So depois deste primeiro passo é que se deve voltar ao inicio para ‘um contato mais intimo com o texto para levantar seu esquema para discutir suas idéias principais, para avaliar a coeréncia inter na destas idéias, para ponderar o vigor dos argumentos, a perfeicéo da andlise, e assim por diante, conforme esclareceremos mais amplamente no préximo capitulo. De acordo com o nivel do grupo ou de sua familiaridade com 0 assunto em pauta, espera-se que os debates, ao final, ultrapasse o texto, ou seja, caminhem além do texto numa reabordagem critics de sua tese e de seus argumentos. Nenhuma reuniéo de equipe funcionara se seus componentes 18? providenciarem o material necessario, ou ndo comparecerem Pre parados para contribuir e participar ativamente. Como debater & cireulo de estudos se néo se estudou previamente a parte pela q¥!l cada um ge responsabilizou? Por outro lado, se o grupo se organizov convenientemente, se escolheu seu coordenador, se programou 82 trabalho e distribuiu previamente atribuigdes limitadas e especif’ METODO, ECONOMIA E EFICIENCIA NOS ESTUDOS 33 cas a cada participante, a experiéncia tem demonstrado que as reunides de grupos de estudo sao de extraordindria eficiéncia, quer para desenvolver itens do programa em seminérios, quer para elaboragao de monografias de cardter didatico-pedagdgico, quer para revisdes gerais para provas ou exames. Tudo quanto apresen- tamos neste item condensadamente tem carater pratico e genérico. A classe devera estar atenta a ulteriores especificagdes que cada cadeira poderd fazer ao solicitar reunides de equipes para execugao de trabalhos em sua drea.

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