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sovrarm2e 25:33 Eade LIBRAS : LIBRAS E SUA HISTORIA Introdu¢ao tps student. life. com bx/ContersPayerindoo= VlOAWYwsTING2R&2FTHBuPssd%348l= On JXapL_ BuNY<2b0TraGhXKwPsSdeSdBed=cOCbOC TI... 14 savian022 28:83 Ear Nesta unidade, vamos falar a respeito da histéria da comunidade surda no Brasil e no mundo. Para tanto, é necessario abordar as leis que oficializam a lingua de sinais e, consequentemente, autenticam a cultura surda em nosso pais. Apesar dos enfrentamentos atuais relacionados a valorizagao da comunidade surda e a busca incessante por acessibilidade, o Brasil avangou significativamente, em termos legais e culturais, no que diz respeito aos direitos das pessoas com deficiéncia. © campo que melhor protagoniza tais avangos é 0 da educacao, isso porque a escola, por exceléncia, molda a identidade cultural e reforga as trocas sociais, de modo a permitir a construgdo de valores por meio dos principios éticos e morais que norteiam a vida humana tp:stutort.life.com briContentPlayorindeIe=s VAO)MWY\UTIAQ2N2f HEWM.36%s34Bl+ On Y.IXapl BunYa2bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=COCDOCTI.... 294 sovrarm2e 25:33 Eade Mitos e Verdades, Identidade e Cultura Antes de falarmos diretamente a respeito da cultura surda, devemos nos preocupar, primeiramente, com aquilo que no é préprio de sua identidade. Nesse sentido, as interpretagdes e os didlogos que construiremos neste material devem ser considerados sob a perspectiva da inclusao e da investigacao cientifica sobre o individuo surdo, daquilo que ele é, nunca 0 contrario. Historicamente, a surdez sempre foi compreendida pela ética da deficiéncia e da incapacidade (WITKOSKI, 2009). Certamente, quando ouvimos algo a respeito dessa tematica, a primeira coisa que nos vem a mente é: “a pessoa com deficiéncia é aquela que nao possui algo’. Por exemplo, no caso da surdez, tem-se que a pessoa surda é aquela que nao possui audi¢ao (ou a possui apenas parcialmente). Perceba que a questo é, geralmente, abordada pela perspectiva da incapacidade/impossibilidade de algo, como se o que definisse a pessoa com deficiéncia fosse, nica e exclusivamente, aquilo que ela ndo possui. Essa interpretacao limitante da pessoa com deficiéncia ¢ repleta de preconceitos e estigmas Ora, todo e qualquer sujeito tem algo em si que nao se encontra em plena funcionalidade, seja por fatores genéticos, seja pela idade, seja pela educacao recebida. A diversidade existe entre nds e pode ser percebida nas diferentes culturas e linguas, nos valores morais e éticos, nas diferencas fisicas, genéticas e biolégicas etc. Ainda assim, nos reconhecemos como sendo da mesma espécie. Ent&o, o que de fato fez com que os individuos com deficiéncia, especialmente 0 surdos, fossem tao mal interpretados ao longo da historia? ‘np student. life.com bx! ContersPayerindoWIo=2 VlO)MAWYwuTING2R&2FTH BUF SB = On JKapLBuN®:200T rAGHK Fade Sded= COcbOCTI 34 sovran022 28:33, Ear Figura 1.1 - Praticando na cozinha Fonte: Cathy Yeulet / 123RF. #PraCegoVer : a figura mostra uma pessoa com sindrome de Down realizando uma atividade na cozinha com 0 auxilio de uma pessoa sem deficiéncia. Quando observamos a histéria de algumas civilizacées antigas, a exemplo de Grécia e Roma, encontramos uma estrutura social que se desenvolveu pautada em valores como, por exemplo, a estética. © belo foi um tema amplamente abordado pelos filésofos gregos, a exemplo de Plato (428/427 a.C. - 348/347 a.C.), que acreditava na idealizago da beleza, no mundo das ideias (OLIVEIRA, 2005). No caso dos romanos, 0 corpo era venerado, e a agilidade fazia parte dos atributos fisicos socialmente validados. Enquanto os gregos veneravam 0 intelecto dos seus Iideres e mestres, 05 romanos idolatravam corpos delineados por muisculos expressivos e robustos. Esses povos no valorizavam as pessoas que ndo possufam os atributos de intelectuatidade ou de virtude corporal, As deformidades eram consideradas como aberra¢es ou castigos dos deuses (MORI; SANDER, 2015, p. 2). Perceba que fatores subjetivos e objetivos eram utilizados por essas culturas como instrumentos de identificagdo coletiva. A identidade era moldada a partir das vantagens percebidas, ou seja, daquilo que se destacava (“atributos”). Tais valores nao davam espago para quem nao se encaixava nessa l6gica, e € por isso que encontramos pouguissimas narrativas a respeito das pessoas com deficiéncia no periodo antigo. Sem julgarmos a histéria, podemos afirmar que, em sua maioria, a construgao de diversas culturas se pautou na verso dos fatos narrados pelo mais “forte’, isto &, os grupos minoritérios (pobres, mulheres, criangas, pessoas com deficiéncia etc.) sempre encontraram dificuldades para serem vistos e ouvidos. Em ultima instncia, a oportunidade para que outras histérias e experiéncias ndo dominantes fossem também narradas foi tirada pelos grupos dominantes (GARBE, 2012). tp:studont.life.com brContontPlayeindeic=s VOM WYTINQ ZN 2f1HB 3% 368I= Or IXapLBuh2b0TrSGHXKW 3A Sede cOcbOCTL a savian022 28:83 Ear Entretanto, esse outro "lado" da histéria sempre existiu, por mais que no cedessem espaco para ele. A cultura surda, por exemplo, se constituiu mesmo com a violéncia fisica, o desprezo, as tensdes e os conflitos impostos a ela. Assim, 0 modo que as pessoas surdas encontraram para expressar a prépria narrativa partiu da perspectiva de sua prépria identidade, e no mais daquilo que foi imposto pelo lado dominante da histéria Anular 0 passado e requerer 0 presente se mostrou como artefato cultural para os surdos. Um passado imerso na obrigagéo de serem ouvintes e, em funcéo disto, aceitar que os outros fizessem a sua histéria, os dominassem, se tornou a marca mais deprimente. Diante disto, surgem novos feitos e novas interpretagées no cotidiano (PERLIN; STROBEL, 2074, p. 20) © que se pretende nesta abordagem é “reformular” a histéria tradicionalmente narrada, mudando o foco de uma discussao pessimista para uma hist6ria cultural surda. As prioridades s30 0s avancos que a modernidade trouxe para a comunidade surda e 0 modo como o sujeito enxerga a sua propria trajetéria. Sem se limitar aos contos do colonizador, o que se busca 6 0 resgate de hist6rias individuais, contadas pelos sujeitos envolvidos no percurso. A lingua é um instrumento social ¢ cultural muito poderoso, seja para um povo, seja para um grupo. No caso do surdo, a Libras (Lingua Brasileira de Sinais) é 0 seu idioma materno, 0 que Ihe confere identidade e sentimento de pertenca a algo. Pode soar um pouco estranho para alguns 0 fato de termos no Brasil uma segunda lingua, no entanto, essa situacao é ainda mais conflitante para uma minoria que se utiliza de um idioma que no ¢ falado pelo restante das pessoas do seu préprio pais. O desgaste emocional (e até mesmo fisico) para conseguir se comunicar com a maioria das pessoas faz com que a lingua de sinais seja indispensével a0 processo de humanizacao e de acessibilidade da pessoa surda. O sujeito surdo, portanto, apesar de brasileiro, encontra-se na fronteira entre a cultura de uma maioria e a cultura surda, marcada pelo uso da Libras, afinal, as janifestagdes culturais dessa comunidade sé adquirem significagéo por estarem em contato direto com culturas outras, dos ndo surdos (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019, p. 246) A lingua é capaz de gerar aproximagao, empatia e sentimento de conforto e seguranca. A légica é simples: aproximamo-nos daquilo de que gostamos, das pessoas e situagées com as quais nos identificamos (sentido de vida e sentimento de pertenca). Na consolidacao de uma cultura, © que importa é 0 olhar dos sujeitos que a compéem (caracteristicas em comum e caracteristicas que nos diferenciam uns dos outros). No caso da cultura surda, as experiéncias de mundo, os interesses similares e os diferentes graus da deficiéncia (surdez leve, surdez grave, surdez severa) séo atributos capazes de delinear a identidade dos individuos que pertencem a ela. tp:studont.life.com brContontPlayeindeic=s VOM WYTINQ ZN 2f1HB 3% 368I= Or IXapLBuh2b0TrSGHXKW 3A Sede cOcbOCTL 594 savian022 28:83 Ear Dentro dessas identificagées, as pessoas com deficiéncia auditiva que possuem restos de audi¢éo néo participam da cultura surda; porém, se utilizarem aparelhos auriculares e correcéo da fala, o som fard parte de suas vidas. A classificacéio para 0 grau de surdez, que é medido por unidades chamadas decibéis (ab), considera surdez profunda (90 db), moderada (entre 40 e 70 db) e leve (até 40 db) (PLINSKI, 2018, p. 129). O significado de cultura é amplo e esta relacionado as caracteristicas de um determinado grupo. Entretanto, para que uma cultura se constitua, é necessaria a adesdo individual dos sujeitos que se identificam com os seus principios norteadores. ‘A expresso da cultura surda ganhou visibilidade nos Ultimos anos, mas ainda existem muitas dificuldades estruturais. No caso do Brasil, os surdos enfrentam sérios desafios relacionados a comunicagao, 4 garantia de seus direitos, ao respeito a sua identidade etc., e isso enfraquece a validag3o de novas conquistas. Assim, é importante destacar 0 esforco de grupos e entidades que lutam para garantir que a comunidade surda tenha sua identidade preservada, sem qualquer dependéncia da comunidade ouvinte (nao surdos). Destacamos algumas dessas instituigées a seguir: * Instituto Nacional de Educacao de Surdos (Ines). + Federacao Desportiva de Surdos do Estado de Sao Paulo (FDSESP). * Federacao Brasileira das Associagbes dos Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Lingua de Sinais (Febrapils). * Federacao Nacional de Educacao e Integracao dos Surdos de Sao Paulo (Feneis) Essas e outras instituicBes vém se esforcando para promover a cultura surda, de modo a torné- la mais evidente e acessivel, tendo em vista que no sao todas as pessoas surdas que as conhecem e/ou séo direcionadas para um atendimento especializado. Isso dificulta a construgdo de uma cultura, pois as pessoas surdas ndo conseguem se apropriar de seu grupo ou, ento, encontram sérias dificuldades para ter acesso a informac6es adequadas. Com relagdo ds producées culturais, uma diversidade de eventos vem se ampliando e se multiplicando nas comunidades surdas de todo o mundo. Hd nesses espacos uma rica oferta cultural, mesmo que ainda distante dos olhares curiosos de ouvintes e com bastante enfoque para as necessidades da comunidade surda. Trata-se de congressos, semindrios e encontros que a cada ano conquistam mais participantes, que buscam discussées profundas sobre 0 uso de Libras, bem como sobre a formacdo e a capacitagdo nos estudos relacionados a essa lingua (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019, p. 248). Por fim, apesar de a busca por reconhecimente, valorizaco e estabilidade da cultura surda ser uma constante, no podemos nos esquecer de que toda e qualquer cultura sofre modificagoes ao longo do tempo. Isso nos motiva a acreditar que, a partir dos esforcos empregados na tp:studont.life.com brContontPlayeindeic=s VOM WYTINQ ZN 2f1HB 3% 368I= Or IXapLBuh2b0TrSGHXKW 3A Sede cOcbOCTL aa sovran022 28:33, Ear atualidade, o futuro nos proporcionaré uma sociedade com mais justica e equidade, sobretudo para os grupos menos favorecidos. te seus Connecimentos ec Ativia ontuadal Acultura surda sempre esteve presente na histéria da humanidade, mesmo sendo silenciada e pouco evidenciada em alguns momentos. Diante disso, assinale a alternativa que indica uma afirmativa correta acerca da visibilidade da cultura surda e do espaco que ela tem ocupado em meio & cultura ouvinte predominante: © a) € por meio da comunidade ouvinte que identificamos os avangos que a cultura surda tem conquistado nos Ultimos tempos. © b) A cultura surda esta presente nos diversos espacos sociais. Aos poucos, haverd a possibilidade de substituirmos algumas palavras por sinais em Libras. Isso tornard 0 acesso 4 informagao mais democrético e facilitard a vida das pessoas surdas na cultura ouvinte. © ¢) Abandonando uma interpretacao fatidica e pessimista, os surdos fortalecem suas raizes culturais a partir da informacao, do conhecimento e do fortalecimento de sua prépria identidade. © d) Somente agora a comunidade surda est iniciando 0 proceso de construgo da sua cultura. Ou seja, durante toda a histéria da humanidade, nunca houve a presenga de pessoas surdas. © e) Gradativamente, estamos caminhando em direcao a uma cultura em que ouvintes e surdos terdo os mesmos direitos e deveres. tp: studort.life.com briContentPlayerindIe=s VOM WY\UTIAQ2N2f HEW.36%348l+ Or IXepl BunYs2bOTrdGHXKWIL 3d SdBcd=cOCDOCTI.... 74 sovrarm2e 25:33 Eade Histoéria dos Surdos Veremos, na sequéncia, um levantamento histérico dos principais momentos em que a educagéo da pessoa surda foi planejada como instrumento de humanizagio e de reconhecimento social de sua identidade. Apesar de complexa, a caminhada histérica demonstra que cada experiéncia foi importante para a construgdo de uma educagao conhecida hoje como inclusiva. Para iniciarmos nossa discussao, abordaremos a educacdo da pessoa surda na modernidade, bem como os seus principais aspectos constituintes. Educacao na Modernidade JA de inicio, é importante ressaltar que, na formacao de uma cultura (lingua, tradic6es, valores etc.), 0 fator politico sempre vai estar presente. Isso influencia diretamente na vida dos individuos, sobretudo quando o que est em jogo ¢ 0 direito de existir e de se expressar. Na antiguidade, a surdez era considerada um castigo. AS religides primitivas, por exemplo, associavam a surdez a feitigos e encantamentos aos quais a pessoa estaria aprisionada (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). Tais consideracdes subjugavam as pessoas surdas, principalmente no que diz respeito 8 sua capacidade de aprender e de tomar decisdes. Foi somente a partir da Idade Média que as pessoas surdas passaram a ser consideradas pela Igreja Catdlica como individuos dotados de alma, portanto, deveriam ser catequizadas para terem direito a salvacao. O advento do cristianismo elevou a significacéio da surdez e do surdo, com base na ideia de que os surdos eram pessoas como quaisquer outras que podiam ouvir e, nessa légica, também precisavam de Deus. Ha registros de surdos nos mais antigos textos do Antigo Testamento, sendo que o primeiro desses registros & atriburdo a Moisés (BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p. 30). ‘np student. life.com bx! ContersPayerindoWIo=2 VlO)MAWYwuTING2R&2FTH BUF SB = On JKapLBuN®:200T rAGHK Fade Sded= COcbOCTI ase savian022 28:83 Ear A participagdo da igreja na formac3o das sociedades influenciou diretamente nos posicionamentos que se construfram a respeito da pessoa surda. A partir dat, surgiu o trabalho de grupos religiosos voltados a garantir a formagao basica desses individuos. Obviamente, esse movimento tinha como base a ideia de que o surdo era alguém desajustado e que precisava se enquadrar nos padrées comportamentais e lingufsticos dos ouvintes. Até o século XVI, por exemplo, a pessoa surda nao poderia receber herancas caso ndo aprendesse a falar (MORAIS et al., 2018), Isso significa dizer que a Unica maneira de aproximar o surdo da visibilidade e da dignidade social era por meio da educacao. Nesse sentido, a histéria dos surdos est diretamente associada a da educago. Como é de praxe nas sociedades, esse acesso 8 educagdo ocorreu primeiramente entre os mais ricos e nobres. Historicamente falando, é compreensivel a preocupacao desses grupos em educar seus parentes surdos, pois, além da questo da heranca, a pessoa que desenvolvia a fala poderia ter acesso ao reconhecimento publico de sua capacidade intelectual, emocional e social. Em Ultima insténcia, era como se o fato de saber falar concedesse ao sujeito a condigdo de ser humano (CABRAL, 2016) Independentemente de qualquer motivacao ou inten¢ao, no podemos desconsiderar que foi a partir da interferéncia da Igreja Catélica que ocorreram os primeiros sinais de progresso na histéria da comunidade surda na modernidade. Alguns religiosos foram precursores desses movimentos iniciais de educag3o da pessoa surda, sendo um deles o monge espanhol Pedro Ponce de Leén (1520-1584): O mestre De Ledn desenvolveu um método de educagdo de surdos que envolvia 0 alfabeto manual, a escrita e a oralizagdo, e criou uma escola de professores para surdos. [...] Esse alfabeto manual foi a base para a criagdo de outros alfabetos manuais pelo mundo. Cada pais tem seu prdprio alfabeto manual, assim como as linguas de sinais (MORI; SANDER, 2015, p. 3). Como panorama geral, é importante apresentar 0 quadro a seguir, que traz os _principais nomes que se destacaram pelo pioneirismo no trabalho com a pessoa surda entre os séculos XVI e XVIII tp:studont.life.com brContontPlayeindeic=s VOM WYTINQ ZN 2f1HB 3% 368I= Or IXapLBuh2b0TrSGHXKW 3A Sede cOcbOCTL ane sovran022 28:33, Girolamo Cardano (1501-1576) Mechor Sanchez de Yebra (1526-1586) Juan Pablo Bonet (1573-1633) John Wallis (1616-1703) Johann Konrad Amman (1669- 1724) Thomas Braidwood (1715-1806) Jacob Rodrigues Pereira (1715- 1780) Ear Foi o primeiro pesquisador a sugerir a possibilidade de se educar uma pessoa surda Além de médico, era matematico e astrélogo. Tinha um filho surdo, o que, provavelmente, 0 influenciou na busca por melhores condigées de vida para as pessoas com deficiéncia. Sua contribuigao foi perceber que o surdo poderia utilizar figuras para se comunicar. Monge franciscano e escritor. A datilologia, que é semelhante a um alfabeto manual, tem seus primeiros registros em sua obra “Refugium Infirmorum", de 1593. Porém, nesse mesmo livro, Yebra descreve que esse alfabeto nao foi criado por ele, mas por outro religioso, Frei Juan de Fidanza, no século Xill. © método da datilologia ganha visibilidade a partir do monge espanhol Pedro Ponce de Leén Bonet era um padre espanhol que ensinava surdos filhos de nobres. Foi a partir de suas obras que o trabalho de educadores de surdos comecou a ganhar visibilidade. Educador e matematico, fundou o método de ensino oralista para surdos na Inglaterra. Educador e médico. Seu método pedagdgico se dava pela leitura labial, isto é, 0 objetivo era fazer com que surdo conseguisse se comunicar a partir da observacao da gesticulagao dos labios do interlocutor. Fundador da primeira escola particular para surdos da Inglaterra, Sua escola propunha a educacao com base na oralidade da pessoa surda € o aprendizado da escrita e da compreensao das palavras a partir da leitura orofacial Educador de origem portuguesa, mas que vivia na Franca. Inicialmente, acreditava na possibilidade tp:stutort.life.com briContentPlayerindeIe= VAO)MWY\UTIAQ2N2f HEWM.36%348l+ Or Y.IXapl BuhYa2bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=COCDOC7.... 1094 savian022 28:83 Ear de ensinar seus alunos a falar, ainda que, em seu método, utilizasse 0 alfabeto de Bonet. Quadro 1.1 - Nomes que se destacaram pelo trabalho com pessoas surdas Fonte: Adaptado de Cabral (2016, p. 34-36). #PraCegoVer : 0 quadro apresenta os principais nomes de educadores e pesquisadores que favoreceram 0 desenvolvimento da formacao e da aprendizagem da pessoa surda: Girolamo Cardano (1501-1576); Mechor Sanchez de Yebra (1526-1586); Juan Pablo Bonet (1573-1633); John Wallis (1616-1703); Johann Konrad Amman (1669-1724); Thomas Braidwood (1715-1806); e Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780). Em todos os casos, fica evidente um ensino “reparador”, em que a pessoa surda é vista como alguém que necesita se ajustar ao mundo ouvinte. Porém, também precisamos considerar que essas pessoas acreditavam na possibilidade de que os individuos surdos fossem educados e, consequentemente, alcangassem o status social de cidadaos. Educagao na Contemporaneidade -— Congresso de Milao © que se criou na sequéncia foi uma tensdo entre dois métodos de ensino presentes na educacao de surdos. Assim, 0 oralismo e a lingua de sinais foram objetos de grandes debates entre os pedagogos, com objetivo de concluir qual seria o melhor instrumento para se educar os surdos. A disputa acerca dessa tematica desencadeou, mais adiante, em 1870, um forte movimento de oralizagéo na educagao, tendo como forga motriz as ideias de eugenia e de “normalizagdo” da pessoa surda (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). Como estratégia de parametrizacao do assunto, realizou-se, em 1880, 0 famoso e histérico Congresso de Milo, em que se decidiu pela seguinte metodologia: Organizado por uma maioria oralista, teve como principal resultado o banimento da lingua de sinais e a eleicdo da metodologia oral como exclusiva para a educagéo dos surdos. [...] Apés 0 Congresso de Milo, desapareceu a figura do professor surdo, 0 que pés fim d convivéncia pacifica entre a linguagem falada e a linguagem gestual na educagdo dos surdos. Essa virada em direcéo 4 busca exclusiva da oraliza¢do trouxe inumeros prejuizos para a educacao e para a articulagao politico- social dos surdos (BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p, 33) Historiadores e estudiosos da comunidade surda consideram esse periodo como critico, principalmente no que se refere ao acesso da pessoa surda & comunidade em geral. Nesse tp:studort.lif.com briContentPlayerindIe=s VAO)MWY\UTTAQ2N2f HEWM.36%34Bl+ Or IXepl BunY62bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=cOCDOCT.... 194 sovran022 28:33, Ear contexto, 0 surdo era considerado “deficiente’, necessitando ser promovido ao grau de oralizado. ils al 1 Figura 1.2 - Comunicagéo Fonte: Parinya Agsararattananont / 123RF. #PraCegoVer : a figura mostra uma crianca com os dois bragos levantados. As mios seguram papéis recortados em formato de escola e de baldo de didlogo. Em outras palavras, as escolas trabalhavam no sentido de diagnosticar a surdez como um problema que deveria ser suprimido, sem se atentar para as particularidades e especificidades de cada pessoa. Contudo, apesar da proibigdo de se utilizar a lingua de sinais nas escolas, os surdos ainda se comunicavam por meio de sinais nos demais ambientes (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). Dessa forma, eram necessérios novos desdobramentos tedricos e novas pesquisas que pudessem permitir o progresso da comunidade surda na pratica. Dentre as investigacbes que emergiram entre 1960 e 1971, destacam-se os seguintes nomes: Entre esses estudos temos a estruturacdo linguistica e gramatical da lingua de sinais por Stokoe em 1960; pesquisas realizadas por Stevenson em 1964; Meadow em 1966 e Vernon em 1970; que comparavam o desenvolvimento de surdos filhos de pais ouvintes (SFPO) e surdos filhos de pais surdos (SFPS) e trabalhos de Miguel e Vernon, 1971, que demonstravam que surdos e ouvintes possuem a mesma distribuicdo de inteligéncia de surdos e ouvintes (SOARES, 2016, p. 29). William Stokoe (1919-2000) & um dos principais nomes desse periodo, tendo em vista suas consideragées sobre a linguistica e a gramatica da lingua de sinais norte-americana (ASL). Mesmo sendo muito criticado na época, inclusive por seus pares, Stokoe incentivou a pesquisa a respeito do assunto. A partir dele, varios outros linguistas se posicionaram a favor do uso da lingua de sinais na educacao de surdos. tp: stutort.life.com briContentPlayerindeIe=s VAO)MWY\UTIAQ2N2f HEWM.36%s348l+ Or IXapl BuhYa2bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=COCDOCT.... 12194 savian022 28:83 Ear Esses enfrentamentos instigaram a cria¢do de instituicées de apoio 4 pessoa surda em todo o mundo, No Brasil, tivemos a fundag3o da Federacdo Nacional de Educagdo e Integragéo dos Surdos (Feneis), em 1987, e da Confederacao Brasileira de Surdos, em 2004 (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). Tais instituigées demonstram uma movimentacao em busca de uma sociedade mais justa e com garantia de acesso a educagao pelos surdos. este seus Conhecimentos (Ativice Em uma perspectiva historiogréfica, 0 que temos sao diversas tentativas de dignificagao da pessoa surda e de reconhecimento de sua capacidade de aprendizado. Muitas iniciativas pedagégicas foram tomadas nesse sentido, ainda que, por vezes, algumas nao tenham alcancado os seus objetivos. Porém, entre erros e acertos, é preciso considerar como valida e necesséria a trajetéria dos pesquisadores ao longo dos anos. Diante dessas informacées, assinale a alternativa que apresenta uma afirmativa correta quanto ao significado da compreensao histérica dos surdos no Brasil e no mundo: © a) As tentativas do passado de educar a pessoa surda nao devem ser levadas em considerago, J que muitos erros foram cometidos nos varios periodos historicos anteriores 8 modernidade. © b) Conhecer a histéria dos surdos é fundamental para que os “erros" do passado nao se repitam no futuro, Desse modo, os fatos histéricos so cruciais para que, por meio da reflexdo e do debate democratico, a comunidade surda conquiste mais visibilidade e respeito. © €) O interesse dos grupos religiosos em catequizar as pessoas surdas era puramente dogmatico, ou seja, nao havia qualquer preocupacao com a real condigdo humana desses individuos. © d) As novas definicées promovidas pelo Congresso de Mildo (1880) foram fundamentais para a implementagao oficial da lingua de sinais nas escolas. © e) A comunidade surda poderia ter alcangado patamares maiores ao longo da histéria, caso no tivesse sofrido tantas injusticas sociais. No entanto, néo convém se ocupar com fatos oriundos de décadas ou séculos anteriores, tendo em vista que nao ha como “conserté-los’, tampouco voltar atras em relagdo a decisées tomadas no passado. tp: stutort.life.com briContentPlayerindeIe=s VAO)MWY\UTTAQ2N2f HEWM.36%3dBl+ Or IXepl BunYs2bOTrdGHXKWIL3dYSdBcd=cOCDOC7.... 1394 sovrarm2e 25:33 Eade Leis de acessibilidade para Surdos Os desdobramentos das discussdes histéricas a respeito da educacdo da pessoa surda Barantiram que novos movimentos de apoio e novos direitos civis surgissem. Também, & preciso compreender que, ao falarmos em leis de acessibilidade, estamos nos referindo igualmente as politicas de inclusdo. Figura 1.3 - Acessibilidade Fonte: Khamnuan Teppakatinarom / 123RF. #PraCegoVer : a figura é uma placa indicando uma rampa de acesso para pessoas em cadeira de rodas. ‘As questdes de mobilidade urbana e de acesso a informacao, a cultura, a sade, a educacao, & seguranca etc. devem ser discutidas e tratadas em didlogo com a sociedade. Esse acesso deve ser garantido a todos, pois vivemos em uma democracia, e nela os cidadaos tém o direito de terem suas necessidades basicas atendidas (BRASIL, 1988, on-line ). Por esses e tantos outros tps student. life.com bx/CntersPayerindoo=2 VlOMWYwsTING2R&2FTH BuPssd%348l= On JXapL BuNY2b0TraGhXKwPssdeSdBed=cOcbOCT.... 144 savian022 28:83 Ear fatores € que devernos estabelecer, como ponto de partida, que as politicas de inclusdo ndo so privilégios, mas sim instrumentos de justiga e equidade. As politicas de inclusdo tém em vista um unico objetivo social: incluir as pessoas no smo espaco, independentemente de quem sejam, proporcionando acessibilidade de todos os tipos para que todos os direitos sociais dos cidadéos possam ser atendidos sem discriminar ninguém (MORAIS et al., 2018, p. 41). ‘Ao pensarem na incluso das pessoas com deficiéncia, as politicas pliblicas estéo cumprindo o papel de complementar os direitos civis e de promover o reconhecimento social desse grupo. ‘Ao longo da hist6ria, progressivamente, uma nova mentalidade se instaurou nas pautas governamentais. Trata-se da incluso, que permitiu, por exemplo, 0 acesso da pessoa surda aos espagos que so rotineiros para os ouvintes. Obviamente, a pauta da inclusao nao surgiu do nada, isto é, sem qualquer pressao e cobranca social, Ela surgiu a partir do didlogo, de debates, de questionamentos por parte da populacao e de pais, mes e demais familiares e amigos de pessoas surdas que enfrentam diariamente o grande desafio que ¢ ter um espaco garantido em uma sociedade normalizante como a nossa. Nesse contexto, a comunidade surda tem desenvolvido a¢ées para implementar uma inclusdo social que entenda e respeite tanto a surdez quanto 0 surdo pelo reconhecimento politico da aiferenca. Como exemplos dessas agées, destacamos a {uta pela criacdo e pelo cumprimento de leis, 0 estabelecimento de convénios que garantam vagas de trabalho para surdos, a exigéncia de intérpretes nos espagos de escolarizagao, entre utras (BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p. 74). No campo da educaco, vimos que o discurso sobre inclusdo é antigo. Costumeiramente, 0 espaco escolar configura-se como um local que busca promover experiéncias de construgéo e de formagao de personalidade, cultura e valores. Essa atuagdo social da escola, inclusive, é parte fundamental de sua identidade. Em 1994, a Declaracaio de Salamanca trouxe um novo félego para o debate referente ao perfil de escola que se pretendia ter no futuro, Por meio desse documento, refletiu-se sobre uma educagdo que fosse de todos e para todos. Em ultima instancia, a Declaragdo de Salamanca tinha como objetivo perceber a riqueza das possibilidades de se educar em meio a diversidade de ideias, culturas e saberes. Esse documento retomou as resolugdes da Conferéncia Mundial sobre Educagéo para Todos de 1990 e, sob uma perspectiva de direitos humanos, reafirmou o direito de todos educagdo, independentemente de suas diferencas particulares. A partir disso, a educagdo especial se revestiu de um novo conceito, e as propostas pedagdgicas passaram a incorporar os discursos do educar para a diversidade e do respeito as diferencas (BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p. 76) tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. 1894 savian022 28:83 Ear No Brasil, as leis de acessibilidade tornaram-se marcos importantes sobretudo a partir de 2002. Apés quase 25 anos do Congresso de Mil3o, por meio do qual o oralismo foi oficializado, enfraquecendo, assim, 0 uso da lingua de sinais, tivemos no pais uma grande conquista para a comunidade surda: a oficializagao da lingua de sinais como meio legal de comunicago (Lei n° 10.436/2002). A partir desse instrumento normativo, a difusdo da lingua de obrigatéria em cursos de educagdo especial, de fonoaudiologia, de formagao de futuros professores etc. (BRASIL, 2002, on-line ). lais tornou-se Na sequéncia, essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Algumas especificacdes foram estabelecidas, como, por exemplo, a formagao de professores e de instrutores de Libras, a garantia da educagio das pessoas surdas ou com deficiéncias auditivas, a garantia de acesso a satide, a difusdo da lingua de sinais etc. (BRASIL, 2005, on-line). E importante que vocé perceba que o processo de inclusdo da pessoa surda nao é igual ao proceso de inclusdo das pessoas com deficiéncias que exigem outras formas de acessibilidade. Para um cadeirante, por exemplo, o rebaixamento de alguns pontos nas calgadas, os banheiros adaptados e os locais com elevadores garantem o seu direito ao acesso. Nossa intengdo, obviamente, nao é afirmar que a surdez, dentre todas as deficiéncias, 6 a que mais sofre por falta de acessibilidade, ou que sua causa é mais importante que qualquer outra bandeira. Longe disso, nossa intengio é que vocé observe que a surdez tem certas particularidades e demandas que no sao possiveis de serem "sanadas” de imediato. A pessoa surda, em diversos momentos € por diferentes fatores e motives, viencia a experiéncia de se sentir estrangeiro em seu préprio pals, seja no trabalho, seja entre amigos etc. Assim, conseguir se comunicar de maneira acessivel € indispensdvel 2 qualquer pessoa, principalmente no atendimento as necessidades basicas. Conhecer a histéria, aprender a lingua de sinais e saber respeitar as caracterfsticas da cultura surda s&o fatores fundamentals para construirmos uma sociedade mais justa, digna e humana, A surdez traz consigo a dificuldade de comunicacao, tendo em vista que estamos nos referindo a pessoas que se comunicam por meio de uma lingua diferente da utilizada pelas demais tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. 10 sovran022 28:33, Ear pessoas no convivio social. Pela impossibilidade de ouvir, a pessoa surda recebe informacoes somente quando estas Ihe so diretamente comunicadas por meio de sua lingua. Esse fator ¢ crucial para a inclusao do sujeito surdo, uma vez que “o acesso & informacao ¢ vital para um individuo participar plenamente na sociedade, e 0 oposto também é verdadeiro - a falta de informagao contribui para a excluséo social” (MIGLIOLI; SANTOS, 2017, p. 137). Por esse motivo, a oficializacao da lingua de sinais é um dos maiores trunfos da acessibilidade da pessoa surda. Atualidade das Politicas e das Leis de Inclusao No ano de 2004, foi criada, no 4mbito do Ministério da Educagdo (MEC), a Secretaria de Educacao Continuada, Alfabetizacao, Diversidade e Inclusao (Secadi). © objetivo era debater as politicas de incluséo e de acessibilidade referentes 4 pessoa com deficiéncia, visando a aprimorar 0 fortalecimento da identidade desse grupo. Apesar da pluralidade de pautas e das limitacdes de suas ages, a inclusdo das minorias era o principal objeto de trabalho da Secadi. A Secretaria de Educacéo Continuada, Alfabetizacdo, Diversidade e Incluséo (Secadi/MEC), com todas as criticas que possamos fazer, pela insuficiéncia de orcamento, pessoal, regula¢do, acompanhamento, participagdo, avaliagdo, vinha atuando, sob presséio de movimentos de futa social do e na campo, pressdo das universidades e institutos federais, para assegurar o direito 4 educagéo com qualidade e equidade, tendo politicas publicas educacionais voltadas para a incluso social (TAFFAREL; CARVALHO, 2019, p. 85). Mesmo com as possiveis criticas com relacdo a atuagdo da Secadi, o que se observa é que ela foi responsavel por intimeras politicas de acessibilidade, nao apenas relativas & pessoa com deficiéncia, mas também aos demais grupos minoritérios que sofrem com a exclusdo social. A Secadi se manteve durante 15 anos e administrou programas importantes voltados 8 Educagso de Jovens e Adultos (BJA), & educacao no sistema carcerario etc. A educago especial também foi abarcada pela Secretaria, conforme apresentado por Morais et al. (2018, p. 43-44): * Nota Técnica n° 04 - Orientacdo quanto a documentos comprobatérios de alunos com — deficiéncia, transtornosglobais_ do desenvolvimento. e —altas habilidades/superdotacéo no censo escolar. © Lei n° 8,069/90 - Estatuto da Crianga e do Adolescente (ECA). [..) @ Lei n® 10.098/94 ~ Estabelece normas gerais e critérios bdsicos para a promogéo da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiéncia ou com mobilidade reduzida e dé outros providéncias. [..] # Decreto n° 186/08 - Aprova o texto da Convencdio sobre os Direitos das Pessoas com Deficiéncia e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova larque, em 30 de marco de 2007. [..} © Portaria n° 976/06 - Critérios de acessibilidade aos eventos do MEC. [..] ® Portaria n° 3.284/03 ~ Dispde sobre os requisitos de acessibilidade de pessoas tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. 174 savian022 28:83 Ear com deficiéncias para instruir os processos de autorizacdo e de reconhecimento de cursos e de credenciarr J © Resolugao n° 4, Ch + Convengio da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficié © Carta para o Terceiro Milénio. # Declaragdo de Salamanca, cia (2007). Essas so apenas algumas das politicas instauradas pela Secadi no ambito das pessoas com deficiéncia. Apesar de sua representatividade, a Secretaria foi extinta por meio do Decreto n? 9.465, de 2 de janeiro de 2019, 0 que foi considerado um retrocesso, inclusive por grupos de apoio & pessoa com deficiéncia (TAFFAREL; CARVALHO, 2019). Como uma nova proposta de politica de inclusao, 0 governo federal apresentou o Decreto n° 10.502, de 30 de setembro de 2020, que institui a “Politica Nacional de Educacao Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida’. Conforme esse decreto, a Unido, em colaborac3o com os estados, 0 Distrito Federal e os municipios, fortalecerd “a garantia dos direitos 4 educag3o e ao atendimento educacional especializado aos educandos com deficiéncia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotacao” (BRASIL, 2020, on-line ). Todavia, da mesma forma que a extincao da Secadi, o novo decreto também recebeu criticas de entidades como a Associacdo Brasileira de Sade Coletiva (Abrasco), 0 Comité Fiocruz pela Acessibilidade e Incluséo das Pessoas com Deficiéncia, 0 Observatério de Educagdo Especial e Inclus&o Educacional (ObEE) e 0 AcolheDown. Essas instituigées, em conjunto, discordaram, por exemplo, do modo como os artigos do decreto abordam a inclusio da pessoa com deficiéncia nos espacos educacionais. Na educagéo inclusiva ndo se deseja ou espera a separagdo entre sujeitos ou grupos, ao contrério, compreende-se que todas as pessoas tém a possibilidade de acessar e participar de um modelo de educacéo em comum, verdadeiramente emancipatorio e igualitério, sem que seja negada a convivéncia cotidiana entre as pessoas com e sem deficiéncia na mesma escola e sala de aula, garantindo acesso ao atendimento educacional especializado e, consequentemente, aos recursos € tecnologias capazes de potencializar 0 processo de ensino e aprendizogem, quando necessdrio e pertinente, atendendo ds singularidades de cada aluno (NOTA.., 2020, on-fine}. Essas divergéncias demonstram o carater politico que permeia as leis de acessibilidade, que dependem, na maioria das vezes, das ideologias presentes em cada governo para existirem ou nao, Tal contexto ideolégico inviabiliza a criagdo de politicas bem estruturadas, pois 0 risco de serem alteradas a cada quatro anos é muito grande. Por esse motivo, a sociedade precisa estar sempre em alerta para que sejam cumpridos os direitos conquistados ao longo da histéria, bem como para fortalecer a identidade e a cultura tanto da pessoa surda quanto das demais pessoas com deficiéncia. tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. 194 savian022 28:83 Ear As leis de acessibilidade da pessoa com deficiéncia foram construidas e validadas ao longo de varias décadas, a partir das necessidades dos individuos e do olhar atento da sociedade. Dessa forma, relembrar as principais leis de acessibilidade e de inclusao que existe em nosso pais é uma forma importante de refletirmos sobre o processo continuo de busca pela garantia dos direitos basicos da pessoa surda. Faga uma linha do tempo e, nela, identifique datas, eventos e leis que contribuem e/ou contribufram para garantir o acesso da pessoa surda & educacio e a inclusao. tp:studort.lif.com briContentPlayerindeIe=s VAO)MWY\UTINQ2N2f HEWM.36%34Bl+ Or IXepl BunYs2bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=cOCDOC7.... 194 sovrarm2e 25:33 Eade Educagao dos surdos no Brasil Até aqui, percorremos um belo caminho a respeito da histéria da pessoa surda, da lingua de sinais e das leis de acessibilidade existentes no pais. Dando continuidade a essa tematica, falaremos agora sobre o perfil educacional brasileiro na formacao de surdos. No Brasil, a educacao de surdos teve inicio em meados do século XIX, a partir da chegada do educador francés Hernest Huet, convidado por Dom Pedro I, Huet foi o fundador do Instituto de Educacao de Surdos-Mudos, inaugurado no dia 26 de setembro de 1857. Atualmente, essa instituigao é conhecida como Instituto Nacional de Educagao de Surdos (Ines). Por influéncia de seu fundador, a escola utilizava um alfabeto manual e um sistema sinalizado com fortes tragos da cultura francesa (BAGGIO; CASA NOVA, 2017). tps student. lif.cam bx! ContersPyerindor VIO IVY WiTINQQRZ HB 38l= Ome KapLBut942b0TrAGNXKk4SdBed=cOcbOCT. 208 savian022 28:83 Ear O Instituto Nacional de Educa¢do de Surdos (Ines) cumpre um papel fundamental na validago da identidade surda no Brasil. Por ser uma instituigao pioneira e que se faz presente em todo 0 pais (por meio de seus videos, eventos e representantes), o Ines € essencial para o reconhecimento da comunidade surda brasileira. Saiba mais sobre o Ines, desde a sua fundagdo até os dias de hoje, acessando o site. Na pagina, vocé encontrar videos em lingua de sinais e legendados, noticias sobre a cultura surda, informagdes sobre eventos e congressos, € muito mais. De fato, a educacio que se ofertava no Instituto seguia a légica da época, ou seja, “curar’ a pessoa surda, de modo que ela pudesse participar da vida em sociedade por meio da oralidade. Esses s&o reflexos de uma leitura mundial da surdez, 0 que, no Brasil, ndo foi diferente. De maneira geral, os métados utilizados na educagGo de surdos no Brasil seguiram uma trajetoria histérica determinada pelas tendéncias mundiais. Dessa forma, até 1960, 0 que se priorizou nas instituigées educacionais dedicadas ao ensino de surdos foi a op¢Go por métodos curativos ou emendativos, cujo principal abjetivo era o desenvolvimento da fala, Além disso, as politicas publicas para o setor foram, até essa época, mais de cardter assistencialista do que propriamente educacional (BAGGIO; CASA NOVA, 2017, p. 42). Falar sobre os direitos da pessoa surda no campo da educacao & uma reflexdo moderna. Um discurso inicial de incluséo ocorreu apenas a partir do século XX, no qual as pessoas com deficiéncia foram inseridas. A partir daf, novas leis foram criadas com objetivo de garantir 0 acesso da pessoa com deficiéncia aos varios setores da sociedade, de acordo com suas necessidades. Tal progresso influenciou nao somente nos aspectos de acessibilidade e de inclusdo, mas também na validacdo de novas culturas e identidades. Nesse sentido, a cultura surda ganhou novos significados, espagos e termos. A palavra “surdo”, por exemplo, é relativamente moderna, uma vez que, antes, ao se referir & surdez, havia uma perspectiva clinica, isto é, enquanto deficiéncia. O termo “deficiente auditivo” caiu em desuso a partir do Decreto n° 5.626/2005, fato que trouxe novas caracteristicas para o surdo e a surdez: tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. uae savian022 28:83 Ear A pessoa surda € definida como aquela que, por ter perda auditiva, compreende o undo e interage com ele por meio de experiéncios visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Libras. O mesmo documento reconhece o direito dos surdos a uma educagdo bilingue, na qual a lingua de sinais € a pri gua, e a lingua portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, é a segunda (PEREIRA et al, 2071, p. 97). Surge, ent&o, um novo ponto de partida, no qual a identidade surda passa a ser priorizada na discussdo. Essa nova abordagem é levada para o ambiente escolar, e a educaco da pessoa surda encontra novos alicerces para se desenvolver (escolas bilingues e presenca de intérpretes de Libras em escolas regulares). Todos esses fatores foram decisivos para a entrada da lingua de sinais nas escolas, oficializando um ensino que considera a pessoa surda em suas condig6es, identidade e cultura é importante ressaltar que a histéria da educago de surdos no teve inicio apenas com a criagdo de leis e decretos. Muitas experiéncias pedagégicas j4 haviam sido criadas para promover a formacao de criangas e jovens surdos e permitir que eles tivessem meios para se comunicar. Uma das ltimas teorias nesse sentido considerava todas as formas de se comunicar como validas, sem se limitar a uma ou outra regra linguistica em especifico, Essa abordagem é chamada de comunicagao total, que surgiu por volta de 1990. A comunicacGo total ainda é muito usada em escolas por educadores. Embora se centralize ainda no desenvolvimento oral, é menos radical que o oralismo, ao permitir 0 uso de gestos, mimicas e outros recursos no ensino. Nessa filosofia, vale para a comunicacdo. O lema dessa abordagem é: 0 uso de todos os recursos possiveis para o desenvolvimento da pessoa surda e, consequentemente, da oralidade (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019, p. 214). ‘A comunicacao total encontrava muitas dificuldades em sua pratica, sobretudo por nao trazer uma organizacao sistematizada da lingua. Era uma experiéncia que dependia mais da compreensdo subjetiva de cada individuo, pois nao incorporava procedimentos e metodologias justificdveis teoricamente. Essas experiéncias fazem da lingua de sinais um instrumento ainda mais indispensdvel para se pensar em uma educagao verdadeiramente inclusiva. Majoritariamente, nos dias atuais, 0 que temos € a proposta de uma educacao bilingue. 0 bilinguismo diz respeito ao ensino da pessoa surda a partir de duas linguas, iniciando sua educacao pela lingua de sinais e, na sequéncia, pela lingua de seu pals. No caso do Brasil, nas escolas bilingues, ensina-se Libras, mas acompanhada da lingua portuguesa. Essa proposta também é alvo de muitas criticas, geralmente movidas pelo fato de que muitas instituigdes ditas bilingues priorizam o ensino da lingua portuguesa no processo formativo de criangas e de jovens surdos. Entretanto, o que se verifica é que o bilinguismo é a abordagem pedagégica na educaggo de surdos que mais se desenvolveu na atualidade tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. zane sovran022 28:33, Ear A educagdo bilingue valoriza o sujeito surdo no sua diferenca linguistico e cultural, entendendo-o para além da deficiéncia e, além disso, considerando que o fato de ‘Go ouvir seja exatamente o que possibilita a experiéncia visual e a necessidade de outros modos de ensino. As comunidades surdas tém lutado para que existarn escolas bilingues com professores fluentes na lingua de sinais (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019, p. 217). Considerando-se os diversos cendrios educacionais possiveis, por vezes nos limitamos a pensar somente a respeito da educaco basica, Porém, como fica a questéo da educagdo superior para a pessoa surda? No Brasil, existem algumas politicas direcionadas a esse contexto, conforme veremos a seguir. O Acesso ao Ensino Superior pela Pessoa Surda No Brasil, o ensino superior, seja publico ou privado, é também almejado pelas pessoas surdas como forma de profissionalizago e de ingresso no mercado de trabalho. Para ter acesso as vagas, muitos desses jovens realizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como estratégia para conseguir se matricular nas universidades do pais. Essa prova, de abrangéncia nacional, deve ser mencionada em nosso material, pois, nos Ultimos anos, tornou-se o principal instrumento de acesso a formacdo superior no Brasil, sobretudo pelas minorias e camadas mais pobres (BRASIL, 2015), © Enem pontua os candidatos a partir de conhecimentos sobre disciplinas do ensino médio e de conhecimentos gerais. Para a pessoa surda, 0 Enem também 6, da mesma forma que para as demais pessoas, um importante instrumento de acesso ao ensino puiblico, gratuito e de qualidade. Esse instrumento avaliativo tem na psicometria, mais precisamente na Teoria de Resposta ao Item (TRI), seu conjunto de métodos quantitativos para mensuracéo dos conhecimentos de concluintes do ensino médio, Afere quantitativamente as insténcias psicoldgicas por meio de um construto que traduz as a¢Ges dos sujeitos de um estudo em dados. Para isso, parte do principio de que as funcées psiquicas sé poderGo ser acessadas se forem criadas estratégias legitimas e prdticas para alcangé-las (BRIEGA, 2019, p. 52). Como forma de inclusdo das pessoas com deficiéncia, hé um aparato estratégico que visa a diminuir as dificuldades relacionadas 8 realizago das provas, por meio de recursos humanos, isto 6 profissionais que auxiliam na transcrigéo, ou, entdo, mediante provas com letras ampliadas (para pessoas com baixa visio) e locais de acesso com rampas e sinalizacdes adequadas (BRIEGA, 2019). tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. zane savian022 28:83 Ear Decreto n° 5.626/2005 estabelece varias normas para que a pessoa com deficiéncia tenha um acesso adequado a selesées, avaliagées e atividades, o que, teoricamente, deveria viabilizar 0 processo de formacao desses individuos sem interferéncias estruturais e linguisticas, como é 0 caso do surdo. Ao falarmos da pessoa surda, novamente encontramos dificuldades especificas para a efetivacao de seu direito 8 acessibilidade, uma vez que a questo da lingua, por vezes, impede a adequada realizagao das provas. © recurso disponibilizado pelo MEC para a realizagio da prova pela pessoa surda era a presenga de um tradutor e intérprete de Libras. Entretanto, devemos lembrar que estamos falando de uma prova na qual o candidato avaliado sem qualquer tipo de consulta a materiais. No caso da pessoa surda e do intérprete, existe a possibilidade de haver frases, termos e contextos que fujam do conhecimento tanto do surdo quanto do intérprete, 0 que implica dificuldades na boa realizaco da avaliag3o. Nao é a toa que o Inep apresentou dados que indicam que o desempenho dos surdos nas provas do Enem tem sido um dos mais baixos, mesmo quando comparado ao desempenho das pessoas com outras deficiéncias (BRASIL, 2015), Por esse motivo, a Feneis se posicionou da seguinte maneira Diante desse quadro, em 2013 a Federagdo Nacional de Educagéo e Integragao dos Surdos (Feneis) encaminhou ao Inep um conjunto de reivindicacées, entre as quais se destaca a disponibilizacdo imediata de provas de portugués confeccionadas como L2 e provas individuais das demais disciplinas traduzidas em Libras, em meio digital, em todos os seus exames e avaliages, e a consequente eliminacéo da figura do TILSP como principal mediador entre o participante e a prova (JUNQUEIRA; LACERDA, 2019, p. 8). ‘Assim, em 2017, 0 que vimos foi que as provas do Enem disponibilizaram mais uma novidade, de modo a favorecer, especificamente, a acessibilidade da pessoa surda a avaliaco. Trata-se da videoprova. Disponibilizada em formato digital e de modo individualizado para cada pessoa, a videoprova seguiu a mesma sequéncia estrutural das provas dos demais candidatos. A principal diferenca era que os seus contetidos estavam organizados em uma selecdo que facilitava a sua tradugdo para a lingua de sinais, bem como a corregdo das redagGes, tendo em vista que a Libras possul uma organizagéo gramatical e I6gica diferente da lingua portuguesa (UNQUEIRA; LACERDA, 2019). Todos esses desdobramentos demonstram a necessidade continua de averiguac3o dos materiais e dos instrumentos utilizados na promocao de politicas de inclusio e de acessibilidade, a fim de que cumpram 0 seu papel de maneira efetiva e clara. Com relacao as politicas piiblicas, podemos observar novos espacos conquistados, além de uma maior adesdo por parte da comunidade surda aos contextos e cenarios que Ihes so de direito. Oo 0 0 0 tp:studort.life.com briContontPlayeindaie=s VOM WY\wTINQ ZN. 2f1HBW. 3368s Or IXapL Buh 260 rdGHXKuk 9 3dBedecOcbOCT. are savian022 28:83 Ear 1994 Conhecide come o "ano da educacao”, houve grandes avangos para a educagdo inclusiva a partir da Declaragao de Salamanca, Por meio dela, iniciou-se 0 processo de incluséo dal) pessoa com deficiéncia nos ambientes educacionais, com um ensino voltado as suas onte kasto/ necessidades, seja de acessibilidade, seja de SRF comunicacio, #PraCegoVer : o infografico apresenta quatro tépicos em linha horizontal com alguns marcos para 0 processo de incluso. Ao clicar no primeiro tépico, ¢ apresentado o ano de 1994 com 0 texto "Reconhecido como o ano da educagao, houve grandes avancos para a educagao inclusiva a partir da Declaragao de Salamanca. Por meio dela, iniciou-se 0 processo de incluso da pessoa com deficiéncia nos ambientes educacionais, com um ensino voltado as suas necessidades, seja de acessibilidade, seja de comunica¢ao", ao lado do texto ha a imagem de algumas pessoas de costas com os bragos levantados. Ao clicar no segundo t6pico é apresentado o ano de 2002 com 0 texto “A Lingua de Sinais Brasileira é considerada oficialmente um meio de comunicacao e de expresso, a partir da Lei n® 10.436, de 24 de abril de 2002. Com ela, instituigées piblicas e privadas passaram a permitir 0 uso de Libras no atendimento a pessoa surda, conforme suas necessidades”, ao lado do texto hd a imagem de duas mulheres se comunicando por meio da lingua de sinais. Ao clicar no terceiro tépico é apresentado o ano de 2005 com o texto “Se instaura o Decreto n° 5.626, de Dezembro de 2005, o qual garante a presenca no somente de intérpretes nas instituicées de ensino, como também a obrigatoriedade do ensino de Libras em cursos de licenciatura, fonoaudiologia e magistério", ao lado do texto hd a imagem de um martelo de juiz e uma balanca da justiga. Ao clicar no quarto t6pico ¢ apresentado o ano de 2015 com o texto “Entra em vigor a Lei Brasileira de Inclusao da Pessoa com Deficiéncia, que afirmou a capacidade e a autonomia desses individuos para exercerem atos da vida civil em condigdes de igualdade com as demais pessoas, nos mais diversos campos: educacao, satide, trabalho etc”, ao lado do texto ha a imagem de uma mulher sorrindo, sentada na cadeira de rodas, utilizando um notebook branco. tp: stutort.lif.com briContentPlayerindeIe=s VAO)MWY\UTTAQ2N2f HEWM.36%s3dBl+ Or IXepl BunYs2bOTrdGHXKWIL3dYSdBcd=COCbOCT.... 25104 savian022 28:83 Ear Vamos Na atualidade, temos dois dispositivos legais de suma importancia para 0 reconhecimento da Libras como instrumento de legitima¢o da cultura surda. Sao eles: Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002, e Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Ambos sao fundamentais para a identidade surda em nosso pais, tendo em vista os direitos que garantem para esse grupo. Apartir do que foi apresentado, compare os dois dispositivos e busque identificar quais so os principais avangos que eles trouxeram para a comunidade surda. tp:stutort.lif.com briContentPlayorindeIe=s VAO)MWY\UTIAQ2N2fTHEWM.36%3dBl+ Or Y.IXepL BunY62bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=COCDOCT.... 284 sovrarm2e 25:33 Eade Material Complementar FILME O Milagre de Anne Sullivan Ano: 1962 Comentario: 0 filme conta a histéria da escritora e filésofa Helen Keller. Com poucos meses de idade, Helen perdeu a visdo ea audigao, 0 que a impossibilitava de frequentar a escola e outros locais sociais. Mesmo passando por varios médicos, o seu quadro clinico era irreversivel. Em vez de desistir, seus pais procuraram ajuda para a garota, que, apés ser levada a uma escola especializada, conheceu Anne Sullivan, uma ex-aluna da instituicao que aceitou 0 desafio de educar a jovem menina. Um detalhe especial: Anne Sullivan também tinha baixa visio e mesmo assim ajudou Helen a concluir seus estudos. Acesse 0 trailer do filme clicando no link a seguir: np student. life. com bx/ContersPayerindoo=s VlOARWYwsTING2R&2FTHBuPssd%348l= On JxapL BuNY2b0T reGhXKwPssd%eSdBed=cOcbOCT.... 2714 sovran022 28:33, Ear Livro Vocé disse Libras? O acesso do Surdo a Educacio pelas mos do intérprete de Libras Diléia AparecidaMartins Briega ‘Ano : 2019 Editora: Letraria ISBN: 978-85-69395-52-2 Comentario: A obra apresenta, de maneira detalhada, o papel do intérprete na apropriagao da informago por parte do surdo. Dando énfase ao trabalho realizado nas avaliagdes do Enem, a autora apresenta dados sobre o acompanhamento que a pessoa surda recebe durante a realizagao das provas, além de outras informacies relevantes sobre 0 assunto. tp: studort.life.com briContentPlayerindeIe=s VAIO)MWY\UTINO2N2f HEWM.36%3dBl+ Or Y.IXepl BunYa2bOTrdGHXKWIL SAY SdBcd=cOCDOCT.... 28/94 savian022 28:83 Ear ‘Ao longo desta unidade, aprendemos mais a respeito da histéria da lingua de sinais. Vimos, também, as dificuldades da pessoa surda em ser reconhecida como humana durante os varios periodos histéricos. Discorremos, ainda, sobre os pequenos progressos conquistados a partir de pesquisadores, médicos e educadores que se preocuparam com a questdo da surdez. Estudamos as leis de acessibilidade e 0 percurso histérico de nosso pafs com relagdo a construir politicas puiblicas voltadas a garantia dos direitos da pessoa surda. No campo da educagio, nossa discussdo se deu a partir das conquistas oriundas da lingua de sinais e das leis que séo referéncias para a cultura surda. Esperamos que tenha aproveitado o contetido! Até a proximal BAGGIO, M. A; CASA NOVA, M. da G. Libras . Curitiba: Intersaberes, 2017. BRASIL. [Constitui¢o (1988)]. Constituigéio da RepUblica Federativa do Brasil de 1988 Brasilia, DF: —Presidéncia. © da_—SsReptiblica, [2020]. _—-Disponivel ~—em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_ 03/co tuicao.htm , Acesso em: 26 nov. 2020. tuicao/co! BRASIL. 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