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‘wrarz2028 Eade LIBRAS : ESTUDO DA LINGUA ‘np student. life.cam bx ContertPtayerindeWIc=80\qlm¥dBeGbc UU uUeAdOA%30%4348I= HOE IpSMLIcTazmGQuXZAYSErLadBed=cOCROCTIIGS.... 151 swrrzr022 0028 Ente Introducao Caro(a) estudante, iniciaremos nosso contetido a partir de uma andlise tedrica a respeito das ferramentas linguisticas préprias da lingua de sinais. Aprenderemos os componentes da gramatica da Libras e sua aplicagdo na producao de sinais. Isso nos levard a alguns exemplos de didlogos possiveis em se tratando de materiais e objetos que comumente encontramos em casa que nos dardo base para a pratica dos sinais. Na sequéncia, conheceremos algumas orientagdes a serem seguidas para a realiza¢do de uma visita e/ou entrevista a uma escola bilingue, a partir de referenciais tedricos de pesquisadores que teorizam sobre o assunto, norteando nossa discussdo para uma futura pratica. Por fim, como pardmetro das investigacdes sobre os ambientes escolares bilingues, analisaremos algumas experiéncias e realidades encontradas em tais cenarios e as contribuicdes que estas podem nos oferecer enquanto estudantes da lingua de sinais. p:stadent.life.com briContentPayeriindexie=80iqinYeGbc UU JeAdOA SHY. a8 =H Qo tpSxLicTaxrOQuXDAYasiSdRcd=cOcBOC TICE. 2681 ‘wrarz2028 Eade Linguistica e Gramatica da Libras: Parametros e Classificadores A linguistica € uma area de estudos que visa compreender quais fatos comuns aos homens Ihes permitem a expressdo das diversas linguas. De maneira independente e a partir da légica das informagées as quais nossa espécie tem acesso, essa ciéncia procura explicar de que modo desenvolvemos a linguagem humana, por fatores como criatividade, fatos, ldgica etc. (QUADROS; KARNOPP, 2007). A linguistica se relaciona a gramatica, ou seja, 0 Conjunto de regras consideradas determinantes para o uso de uma lingua falada e escrita. No caso da Libras, a afirmag&o de que ela possui uma linguistica e uma gramatica reafirma a sua definicado de lingua, e nado de linguagem. Para bem compreendermos, fagamos uma breve distingao entre essas duas definicg6es. ¢ Linguagem : na Lingua Portuguesa, a linguagem esta relacionada a toda forma de comunicacao, calculo, sistemas artificiais ou néo ‘tps student life. com br! ContertPayerindexIc=89.q Im dBeGboUUnUeAGOA%2c°%308= HOE IpS¥LTazmBQUX2AY3E%IARCd= COCLOCTIIGS. 381 swrrzr022 0028 Ente (QUADROS; KARNOPP, 2007). Ou seja, a linguagem abarca em si as mais variadas expressGes possiveis aos seres vivos, para que eles se manifestem, se desenvolvam, em seu grupo ou individualmente, sempre sinalizando algo externamente. ° Lingua : refere-se a uma parte da linguagem, propria ao ser humano e que possui regras e modos de verificagéo especificos. A lingua pode ser o portugués, o espanhol, 0 alemdo etc. Essa é apenas uma das definicédes para lingua. Ao consultarmos os linguistas, 0 que encontramos é uma variedade de significados para essa palavra, como nos apresenta Quadros e Karnopp (2007, p. 24-25): Saussure (1995, p. 17) coloca que ‘lingua ndo se confunde com linguagem: é€ somente uma parte determinada, essencial dela, indubitavelmente. E, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convengées necessdrias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercicio dessa faculdade nos individuos’. Bloch e Trager (1942, p. 5) afirmam que ‘uma lingua é um sistema de simbolos vocais arbitrdrios por meio do qual um grupo social co-opera’. Para Hall (1968, p. 158) a lingua(gem) é ‘a instituig¢Go pela qual os humanos se comunicam e interagem uns com os outros por meio de simbolos arbitrdrios orais-auditivos habitualmente utilizados’, Bloch e Trager (1942) e Hall (1968) aplicam a defini¢do de lingua somente as linguas orais auditivas Apesar da diversidade lingufstica dos seres humanos, ha aspectos que se repetem e seguem uma ordem de execucdo, ou seja, hd um padrao légico universal em todas as linguas. Esses aspectos sao definidos em cinco areas: fonologia, morfologia, sintaxe, semantica e pragmatica. No que se refere a lingua de sinais, constatou-se, por meio de pesquisas a respeito das condigées linguisticas, que ela possufa os atributos prdprios de uma lingua. O primeiro a defender essa tese foi o pesquisador William Stokoe (1919-2000), que se dedicou aos estudos da ASL, ou seja, da Lingua de Sinais Norte-americana. Em seus estudos, ele identificou que a lingua de p:stadent.life.combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU UA JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSxLicTaxrOQuKDAAAadBce=cOcbOCTIIGS... 4/61 swrrzr022 0028 Ente sinais possuia uma gramatica propria e a dispdés a partir dos seguintes parametros: configuracdo de mao (CM), localizagio (L) ou ponto de articulacdo (PA) e movimento (M) (LACERDA; SANTOS; MARTINS, 2019). Outros nomes de importancia nesse cendrio foram os de Batson (1964) e Liddell e Johnson (1989), citados por Xavier e Barbosa (2014), que foram responsaveis pelos outros dois pardmetros que, atualmente, compéem a Libras. Battson identificou pares de sinais na ASL que se opdem lexicalmente por apresentarem a palma da mdo voltada para diferentes dire¢des. Com base nisso, ele propds a inclusdo da orientagGo no rol de unidades contrastivas dessa Ifngua. [...] Por fim, Liddell e Johnson propuseram a inclusGo do pardmetro marcagdes nGo-manuais, por observarem que existem sinais na ASL cuja realizacGo envolve ndo apenas atividades das mdos, mas também atividades de outras partes do corpo, sobretudo da face (XAVIER; BARBOSA, 2014, p. 375). Com isso, temos a definig¢do dos cinco parametros pertinentes a lingua de sinais norte-americana, das quais a Libras é herdeira, assim como todas as demais linguas de sinais. Vejamos, a seguir, com maior atengdo, cada um dos parametros. ° Configuragao de mos (CM): entende-se por configuragdo de maos as variadas formas que as maos terdo ao longo da producdo de sinais. Apesar de ser o principal instrumento para a sinalizacao, essa configuragaéo nao permanece sozinha, exigindo um acompanhamento, assim como 0 alfabeto manual, que ndo gera a comunicagao sozinho, pois precisa dos demais parametros para a realizagdo de uma comunicacdo efetiva. As Ultimas pesquisas afirmam que, ao todo, é possivel classificar mais de setenta e trés configuracées de maos. © Localizagao (L) ou Ponto de Articulagdo (PA) : refere-se ao local onde sera feita a configuragado de maos, podendo ser em frente ao p:stadent.life.com briContentPayeriindexie=80iqinYeGbc UU JeAdOA SHY. a8 =H Qo tpSxLicTaxrOQuXDAYasiSdRcd=cOcBOC TICE. 561 swrrzr022 0028 Ente corpo do intérprete ou em algum espaco neutro, ou seja, proximo ao seu corpo. Nesse sentido, os sinais que se referem d visGo ou ao campo visual So realizados na regio prdxima dos olhos; os que dizem respeito @ alimentagdo, préximos da boca; os referentes a sentimentos, préximos do coragdo; aqueles relativos ao raciocinio, a intelectualidade e a cogni¢Go sdo realizados préximos da cabe¢a, e assim por diante. Sendo assim, os sinais podem ser articulados em diferentes regides do prdprio corpo, tais como cabega, tronco, brago, mGos ou no espaco neutro (LACERDA; SANTOS; MATIAS, 2019, p. 89) A configura¢ao de mdos, seguida do ponto de articulagdo, compée os sinais e dao significado de cada uma das palavras, de modo especifico e particular. Isso ocorre pois uma mesma configuragdo de mado podera significar coisas diferentes, dependendo do contexto da conversa e, sobretudo, do local onde 0 sinal est sendo realizado. S40 exemplos as palavras “laranja", "sdbado" e “sucO”: p:stadent.life.com briContentPayerindxle=80iqinYeGbcU UX JeAdOAYSHY-Sd8l=H Qo tpSxLic TacrOQuXDAWadHiddlRed=cOcBOC71GE. est swrrzr022 0028 Ente Figura 3.1 - Sinal de “sdbado", “suco” ou “laranja” Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer : imagens sinalizando as palavras “sébado", “suco” ou “laranja’, que possuem 0 mesmo movimento e configuragao de maos. Na primeira imagem, a mao direita da pessoa esté fechada e sobre a boca, e, na segunda imagem, permanece no mesmo lugar, mas um pouco aberta, indicando o movimento do sinal. Veja que as palavras sao representadas por um Unico sinal, ou seja, possuem © mesmo movimento, ponto de articulacdo e configuracdo de maos. O que alterara o significado € 0 contexto da conversa no qual o sinal estara inserido. * Movimento (M) : como parte dos pardmetros da lingua de sinais, 0 movimento possui expressGes delimitadas, as quais direcionam as mos para um local e/ou circuito especifico. E o caso, por exemplo, da palavra “solteiro", em que, com a mao em configuracao de “s”, 0 movimento realizado 6 de forma circular. Com a mesma configuragéo da mao, a palavra “sogra” realiza o movimento trémulo. Basicamente, os trés movimentos mais comuns sao: retilineo, circular e zigue-zague (LACERDA; SANTOS; MATIAS, 2019). ip:stadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq inVeGbcU Unt JeAdOA% SHY, Sd8l=H Qo IpSxLic arr OQuKDAAdadBcd=cOcbOCTIIGS... 7/51 swrrzr022 0028 © Orientagao de Mao (OM ): ndo devemos confundir a orientagao de mao com o movimento, tampouco com a configuragéo de maos. A orientagdo diz respeito a direcdo que a mao devera ocupar na producdo de sinais. Mais que a direcdo dos dedos, é a palma da mao que configurara a orientagdo, podendo esta ser para cima, para baixo, de frente ou de costas para 0 corpo, para esquerda ou para direita. Expressées nado manuais (ENM) : também compreendidas como orientagdo corporal e facial, sdo as posicdes que o didlogo ocuparé na construcéo da comunicacao, evidenciando, por meio do corpo e do rosto, referéncias de afirmacao, negacao e interrogacao. Classificadores da Lingua Brasileira de Sinais Os classificadores da Libras foram criados tendo por base a Lingua de Sinais Norte-americana. Classificadores sdo usados na lingua de sinais para indicar quais os movimentos e as posi¢dées dos objetos de modo mais especifico, dando ao surdo uma viséo mais detalhada dos fatos, o que favorece a compreensao do contetido. Ao invés de somente unir os verbos em uma frase, os classificadores permitem, mediante a visualizacao, o significado real que se deseja transmitir. Para Ferreira-Brito, na Libras e na ASL, os morfemas classificadores se ligam aos verbos de movimento e localizacdo a fim de indicar 0 movimento do objeto ou a sua localizaggo. Com isso, a relacGo entre os significados dos verbos e os classificadores é transparente ou icdnica; contudo essa transparéncia semGntica tende a se estratificar, ou seja, o morfema deixa de ser produtivo (MENDONGA, 2012, p. 48). Por exemplo, a frase “o papel caiu!”, na composigaéo em Libras, seria da seguinte forma: PAPEL + CAIR. Apesar de, inicialmente, parecer claro, sinalizar tp:studort.life.com briContertPlayeiindoIc=80 in dBeGbcUUMJeAdOAY 341. Sa8=HQoE IpSLkc Tax SQuKOAN Sed cOcbOC TICS. ast swrrzr022 0028 Ente essas duas palavras sequencialmente nao traz a compreensdo necessaria para a frase, pois necessita de classificadores. Ou seja, caso o intérprete faca a tradugdo sinalizando essas duas palavras, primeiro, PAPEL e, em seguida, CAIR, a frase ficaria sem sentido. O correto, nesse caso especifico, seria utilizar um classificador unido ao verbo “cair", deste modo: primeiro, faz-se 0 sinal de PAPEL, na sequéncia, o intérprete pode fazer com sua mao o movimento suave de uma folha de papel caindo, levemente levada pelo vento. Esse sinal, que beira a mimica, 6 0 que consideramos classificador. Cada pais define os seus classificadores e 0 modo como eles seraéo distribuidos na gramatica da lingua de sinais. No caso da Libras, temos como marco das pesquisas a respeito desse assunto a obra Por uma gramatica de lingua de sinais, de Ferreira-Brito (1995), na qual ha um capitulo para tratar da funcdo dos classificadores. Tal capitulo tem como objetivo a descric¢do de classificadores na Libras em contraste com as Ifnguas orais e a ASL, sem deixar de considerar as diferencas e as semelhangas entre a lingua oral e a de sinais. [...] De acordo com ela, por atribuir caracteristicas ao nome a que se refere, o classificador tem significado e é um morfema afixado a um item lexical organizando-o em uma determinada classe (MENDONCA, 2012, p. 48). Em sua obra, a autora afirma que dois classificadores sdo os mais comuns: os classificadores de tipo de objetos e os de segurar 0 tipo de objeto; eles se referem A configuragdo de maos mais comuns na producio de classificadores. Nos classificadores de tipo de objetos, as configuragdes de maos mais comuns sao as em formato de “y’, “b”, “g” e “f”. Por exemplo, com a mao configurada em “y” é possivel sinalizar palavras como “pessoa gorda", “telefone”, “lata de dleo”, “salto alto” etc. p:stadent.life.com briContentPayeriindexie=80iqinYeGbc UU JeAdOA SHY. a8 =H Qo tpSxLicTaxrOQuXDAYasiSdRcd=cOcBOC TICE. 9st swrrzr022 0028 Ente O assunto sobre classificadores ndo para por aqui! As pesquisas a respeito desse assunto s40 muito amplas e compreendem uma gama de educadores que se ocupam com essa drea. Com sua subdivisao, é possivel encontrar classificadores para descricées de objetos, para especificar tamanhos, profundidades, cheiros, paladares etc. Para conhecer mais sobre esse assunto, leia a disserta¢do da professora Cleomasina Mendonga, que tem um capitulo especifico tratando desse tema. O documento esta disponivel em: Nos classificadores de segurar tipo de objeto, por sua vez, a configuracdo de mao € feita para representar como certos objetos sio segurados. A mais comum @ a configuragdéo da mado em “s”, que pode representar alguém segurando um guarda-chuva, uma sacola, uma mala, um cano longo, um arco-flecha etc. (MENDONCA, 2012). pstadent. life. combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSLicTaxrOQuDAYAAadBce=cOcbOCTNIG... 10151 swrrzr022 0028 Ente este seus Conhecimentos (Atividade nao pontuada) A linguistica cumpre com o papel investigativo na elabora¢ao gramatical dos conceitos que fundamentam as mais variadas linguas reconhecidas pelo homem ao longo da sua historia. No caso da Libras, houve, por parte de linguistas como William Stokoe (1919-2000), a preocupacdo em compreender os atributos gramaticais, a fim de defini-la ndo mais como sendo uma linguagem, mas uma lingua. Desse modo, assinale a alternativa a seguir que melhor define 0 porqué de a Libras ser considerada lingua. O a)A Libras pode ser considerada lingua, pois, como tal, possui elementos em sua estrutura¢éo com expressées gramaticais fixas. Ou seja, hd, em seu conjunto, parametros que evidenciam uma ldgica sequencial de uso e cumprimento da regra. O b) A lingua de sinais deve ser compreendida como lingua, tendo em vista os esforgos que a comunidade surda tem desempenhado para a sua autoafirmacao. Desse modo, todos os gestos e as mimicas utilizados em sua comunicagéo ganham 0 status de lingua. © ¢)Assim como todas as demais linguas de sinais, a Libras alcangou a importancia da lingua por meio das instituigdes legais e de seus decretos, mesmo que ela seja majoritariamente produzida a partir de linguagens como gesticulag6es e acenos. O d)A Libras é a Unica lingua de sinais reconhecida como lingua. Isso porque os movimentos politicos associados aos fatores linguisticos oficialmente instituidos conseguiram demonstrar o seu carater comunicativo e social na comunidade surda. pstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq mnVeGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoETpSaLicTaxrOQuKDANAAIdBcE=cOCLOCTIIG.. TST swrrzr022 0028 Ende © e) Ao afirmarmos que tal instrumento de comunicagao é uma lingua, isso significa que ha regras fixas. A Libras deve ser descrita como linguagem, visto que Os seus sinais se alteram conforme a localidade e nao ha regras em sua realizacao tp:studort.life.com briContontPlayeiindaIc=80uq InVdBeGbcU UMJeAdOAY 3H. S48I=HQoE IpSaLkcTaxrGQuKOANIESdBCd=COCDOCTIIG... 12151 ‘wrarz2028 Eade Sinais Referentes a Material Escolar e Objetos de Casa Apos compreendermos, teoricamente, os parametros e os classificadores para a realizacéo dos sinais em Libras, estudaremos alguns sinais que poderdo ser utilizados ao se falar sobre material escolar e ambientes domésticos. Materiais escolares Vejamos, a seguir, alguns sinais em Libras relacionados a material escolar. tps student. life.com bxContersPtayerindeWIc=80\qlm¥dBeGbc UU uUeAdOA%30%4348I= HOE IpSMLIcTazmGQuXAAXGErLAdBed=cOCROCTIIG... 1351 swrrzr022 0028 Ente LR Figura 3.2: Sinal de “casa” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagens de uma intérprete sinalizando a palavra “casa”. No primeiro quadro, ela esta de frente e com as maos em frente ao corpo. AS palmas das maos esto para baixo e as pontas dos dedos das maos estéo encostadas umas nas outras, formando um pequeno “telhado”. Na segunda imagem, as mdos esto em frente ao corpo, a mao direita estd com a palma para cima e os dedos estendidos, enquanto a mao esquerda esta mais abaixo, na direcdo do abdémen, com a palma para cima e os dedos estendidos. Hd duas setas indicando um movimento linear para cima e para baixo. ipstadent.life.combriContentPayeriindaxle=80iqmnVeGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8I=HQoEIpSaLicTaxrOuKDAYAAadBce=cOcbOCTIIG... 14/51 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.3: Sinal de “apontador” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra “apontador’, Ela esta de frente, sua mo direita estd fechada e em frente ao peito, enquanto a méo esquerda esté fechada, porém, com o dedo indicador estendido e com a ponta coberta pela mao direita. Ha uma seta indicando um movimento linear para frente e para tras do dedo indicador esquerdo. pstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq nV eGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8I=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDAYAAadkce=cOcbOCTNIG... 18151 swrrzr022 0028 Figura 3.4: Sinal de “apostila” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra “apostila”, Ela estd de frente, com o braco direito estendido para cima e com a mao na lateral direita do corpo, na direcao do rosto. Sua mao esta com a palma voltada para ela, com os dedos estendidos e as pontas juntas. Ha uma seta indicando o movimento linear de um lado para 0 outro, ipstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSLicTaxrOQuDAAdadkcd=cOcbOCTNIG... 16151 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.5: Sinal de “borracha” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra "borracha’”, Ela estd de frente e com 0 braco direito voltado para o lado esquerdo. Sua mao direita esté fechada e encostada na mao esquerda, que est aberta com a palma voltada para frente e os dedos juntos. H4 uma seta indicando o movimento linear de um lado para 0 outro. ipstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq mV eGbcU Ut JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoETpSaLicTaxrOQuKDANAadkcE=cOLOCTIIG... 17/51 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.6: Sinal de “caderno de desenho” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagens de uma intérprete sinalizando a palavra “caderno de desenho”. No primeiro quadro, ela esta de frente, sorrindo, e com o braco direito estendido em frente ao seu corpo em dire¢do ao braco esquerdo. Sua mao direita esté com a palma voltada para 0 seu corpo, esta fechada, porém com o dedo indicador estendido e passando pela mao esquerda, que esté com a palma voltada para frente, os dedos estendidos e juntos. Ha uma seta indicando um movimento circular realizado pela mo direita sobre a parte final da mao esquerda. Esse movimento inicia-se circular e, na sequéncia, desce reto até o final da mao. Na segunda imagem, ela est de frente, sorrindo, com o braco direito em frente ao corpo e na direcdo do braco esquerdo. Sua mao direita esta com a palma virada para seu corpo, e os dedos indicador e médio estendidos e juntos. Sua mao esquerda esta com a palma para frente, os dedos estendidos e juntos. Hd uma seta sobre a mao esquerda, indicando um movimento de zigue- Zague realizado sobre ela pelos dedos indicador e médio da mo direita. ip:stadent life. combriContentPtayerfindaxie=80wq mabe UU JeAsOA% 34, Sd8l=H QoE IpSaLkc Taz OQUKDAYAadBed=cOcbOC THIS 1261 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.7: Sinal de “caneta” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagens de uma intérprete sinalizando a palavra “caneta”. Na primeira imagem, ela esta de frente, sorrindo e com o dedo polegar da mao direita estendido, enquanto os demais estado fechados. Ha uma seta indicando um movimento de cima para baixo do polegar. Na segunda imagem, ela estd de frente, sorrindo e com o polegar da mao direita estendido para frente, enquanto os demais dedos estao fechados. Ha uma seta indicando um movimento de cima para baixo do polegar. pstadent.life.combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU UA JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSLicTaxrOQuKDAYAdadkce=cOcbOCTNIG... 19151 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.8: Sinal de “Idpis” Fonte: Adaptada de Araujo e Pereira (on-line). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra “lapis”. Ela esta de frente e sua mao direita esté encostada em seu rosto do lado direito, com os dedos indicador e polegar em formato de pinga, com suas pontas encostadas na boca. Ha dois sinais em torno dos dedos indicador e polegar, indicando um movimento de deslize entre eles. Os sinais de material escolar sao muitos, entéo, apresentamos, aqui, os mais comuns e de facil aplicabilidade. Perceba que, em todos eles, a sinalizacdo nao se limita aos movimentos e a configurag¢do de mdos, mas a expressdo. facial e a corporal contribuem para que o sinal ganhe vida e seja melhor compreendido pela pessoa surda. Sinais de objetos de casa Dando continuidade ao nosso tema, vejamos alguns sinais de objetos que podemos encontrar em casa. Cada um desses sinais é composto pelos pardmetros e, em alguns casos, pelos classificadores, que contribuem para a compreensao da identidade dele. itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS 2061 swrrzr022 0028 Ende Figura 3.9: Sinal de “casa” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 19). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra “casa”. Ela esta de frente e com as maos em frente ao corpo. As palmas das maos estao para baixo e as pontas dos dedos das maos esto encostadas umas nas outras, formando um pequeno “telhado”. pstadent.life.combriContentPayeriindaxle=80wq inVeGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQUKDAYAAIdBcE=cOCLOCTIIG... 2151 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.10: Sinal de “colchdo” ou “sofa” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 21). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando as palavras “colchdo" e/ou “sofa”. Ela esta de frente e suas maos estao em frente ao seu corpo na altura do peito. As palmas das maos esto de frente uma para a outra, e os dedos esto estendidos direcionados uns para os outros. Os dedos indicadores, médios, anelares e minimos esto juntos, enquanto os dedos polegares estiio isolados na parte de baixo, formando um espago oval entre eles e os demais dedos. Ha duas setas entre as maos, indicando um movimento linear para cima e para baixo, que deve ser realizado pelos dedos. ip:stadent.litfe.combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAYSHY,Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDAYAAadBce=cOcbOCTNIG... 22/61 swrrzr022 0028 Figura 3.11: Sinal de “mesa” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 63). #PraCegoVer : Imagem de um intérprete sinalizando a palavra “mesa’. Ele esta de frente e suas maos estdo em frente ao seu peito, com as palmas para baixo e os dedos estendidos para frente. Abaixo dele, hd duas setas indicando 0 movimento “para os lados e para baixo”, que deve ser realizado pelas duas mos ao mesmo tempo. ip:stadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wqmnVeGbcU Unk JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDANAIdBcE=cOCLOCTNIG... 22161 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.12: Sinal de “telefone” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 93). #PraCegoVer : Imagem de uma intérprete sinalizando a palavra “telefone”. Ela esta de frente e sua mao esquerda esta encostada em seu rosto do lado esquerdo. Os dedos polegar e minimo esto estendidos, enquanto os demais estdo fechados, em um formato que lembra um telefone. p:stadent.life.combriContentPayeriindaxie=80iq inVeGbcU Unt JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSHLicTaxrOQuKDAYAadBcE=cOLOCTNIG... 24/51 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.13: Sinal para “televisdo” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 93). #PraCegoVer : Intérprete sinalizando a palavra "televisdo". Ela est de frente e suas maos esto na altura de seu peito. As mos estdo com as palmas viradas para frente, os dedos minimos, anelares e médios fechados, enquanto os dedos indicadores e polegares esto estendidos. Ha duas setas debaixo de cada mao, indicando um movimento para frente e para tras que deve ser realizado pelas maos. pstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq mnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSxLicTaxrOuKDAYAadEcE=cOCLOCTIIG... 25151 swrrzr022 0028 Ente Figura 3.14: Sinal para “xicara” Fonte: Adaptada de SAT (2019, p. 93). #PraCegoVer : Imagens de uma intérprete sinalizando a palavra “xicara”. Na primeira imagem, ela esta de frente e com as maos em frente ao seu corpo. A mo esquerda esta estendida com a palma para cima, enquanto a mao direita estd com os dedos polegar e indicador em forma de pinca sobre a mao esquerda, que serve de base. Os demais dedos da mao direita estao estendidos. Ha uma seta indicando um movimento Unico para cima, que deve ser realizado pela mao direita, Na outra imagem, ela est de frente e o formato das maos permanece igual, com a diferenga de que a mo direita esta mais proxima do rosto. este seus Conheciment p:stadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq inVeGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSHLicTaxrOuKDAYAadBcE=cObOCTIIG... 26151 swrrzr022 0028 Ente pontuada) {Atividade né Olhando para os sinais realizados em Libras, podemos perceber que, a0 aprendermos essa lingua por meio de palavras que permeiam o nosso cotidiano, o modo de conhecermos e reconhecermos objetos, pessoas, situacées etc. sofre alterac6es estruturais. Ou seja, ignorando a capacidade auditiva, indispensavel no aprendizado das linguas orais, identificamos outros recursos que também sdo indispensdveis nas linguas sinalizadas. Essas diferencas reforcam ainda mais o cardter cultural presente nas comunidades surdas e a importancia de fazermos da acessibilidade uma ideologia universal. Desse modo, ao observarmos os sinais ensinados em Libras, podemos questionar: quais sdo os outros instrumentos imprescindiveis para a realiza¢do dessa lingua? Sobre essa questao, assinale a alternativa que apresenta a resposta correta. © a) A Libras necessita ser comunicada em espacos amplos, arejados e de facil visualizagao. Dessa forma, a sua expansdo e compreensdo por todos que a acompanham se tornam melhores e mais efetivas. Esses fatores sdo cruciais para que ela possa ser realizada e difundida. O b) E necessério que se utilizem outros instrumentos para a realizacdo da lingua de sinais. Fatores como expressdo facial, expressdo corporal, conhecimento e pesquisa constante sobre os sinais e suas atualizacdes, bem como 0 contato com a comunidade surda, favorecem a sua disseminacao. O ¢) Os principais instrumentos para se realizar a comunicacao por meio da lingua de sinais sao o alfabeto manual e os sinais basicos. A partir deles 0 intérprete poderd transmitir todo e qualquer assunto pertinente 4 pessoa surda, pois, os sinais mais complexos se originam dos sinais basicos O d) Para que a comunicagao em Libras ocorra de modo tranquilo, é necessario que o intérprete conhega todos os tipos de sinais existentes. Assim, a comunicacaéo nao tera equivocos e erros e, certamente, favorecera a pessoa surda. Esse é 0 atributo principal para uma boa interpretacao. ipstadent.life.combriContentPayeriindxie=80wq mabe Unt JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDANAAadBcE=cOcLOCTIIG... 27151 swrrzr022 0028 Ende © e) A Libras exige um conhecimento aprofundado a respeito da Lingua de Sinais Norte-americana (ASL). Isso se da, pois, a base da Libras 6 a ASL, e toda a sua estrutura gramatical e linguistica provém desta. Portanto, para se iniciar a comunicagao, deve-se saber os dois idiomas. tp:studort.life.com briContontPlayeriindaic=80u inVdBeGbcUUMJeAdOAY 34. 348I=HQoE IpSaLkc:TaxrGQuKOA%SSdBed=cOBOCTIIG... 28/51 Planejamento de um Roteiro de Observagao de Entrevista para uma Atividade Extraclasse: Visitar uma Escola que Atenda Criangas Surdas ou Entrevista com Pessoa Surda ‘np student. life.com bxContersPtayerindeWIc=89\q lm dBeGbc UU uUeAdOA%30943d8I= HOE IpSMLIcTazmGQuX2AYeSeriadBed=cOcbOCTIIG... 2981 swrrzr022 0028 Ente A possibilidade de se conhecer a realidade de uma escola bilingue, bem como 0 modo como se desenvolve a identidade e a cultura da pessoa surda so objetos de curiosidade, sobretudo para aqueles que iniciam os estudos da Libras. Entretanto, antes de conhecermos algumas experiéncias e relatos a respeito dessas escolas e de seus membros, devemos compreender os fatores de impacto na formacao do profissional que ali atua, bem como o que se espera encontrar em uma visita a tais locais. Nao se deve supor que escolas bilingues sdo locais nos quais ha a segregacdio dos sujeitos de aprendizagem devido a sua condi¢do de surdos. Consequentemente, nesses espacos, nao encontraremos modelos ultrapassados de educago, que punem, com criancas tristes e inconformadas por ndo poderem ouvir, ou locais gélidos, sem vida e silenciosos, devido a falta de alunos ouvintes. E importante iniciarmos nosso didlogo a partir desse ponto, pois, no imagindrio popular, uma escola bilingue possui contornos existenciais que fogem da “normalidade” de uma escola regular. [..] existe uma forte tradi¢do, historicamente marcada na origem dos processos educativos das antigas escolas especiais, voltada para a corre¢do desses sujeitos e que focaliza todos os esfor¢os na tentativa de oralizd-los, usurpando o tempo e os recursos que deveriam ser utilizados na sua formacéo intelectual. Romper com essa tradi¢Go e desconstruir os preconceitos que alicercam essas praticas tm se mostrado um processo longo e desgastante, o qual exige um permanente investimento na formacdo de professores eo envolvimento da comunidade escolar, para que possa ser revista a forma preconceituosa com que os surdos sao perspectivados e para que sejam construidas praticas que contemplem a diferen¢a surda na forma da aprendizagem singular e cultural desses educandos (ANDREIS-WITKOSKI; DOUETTES, 2014, p. 42). Portanto, ao nos referirmos a escola bilingue, precisamos encerrar com esterestipos e/ou preconceitos acerca da fungdo e/ou das caracteristicas itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS 061 swrrzr022 0028 Ente dela. Nesses locais, 0 que se evidencia com mais assertividade 6 0 contato da pessoa surda com a sua cultura, 0 que lhe garantird, futuramente, um espaco na sociedade a partir de quem ela é. Para os ouvintes, os quais pertencem a uma maioria em nossa sociedade, a questdo da lingua esta resolvida, assim como o seu aprendizado, que ocorre de maneira natural, sendo 0 sujeito inserido em seu grupo sem qualquer constrangimento a esse respeito, No entanto, ao falarmos da formacio da pessoa surda, no podemos ignorar o fato de que se sentir isolado em uma escola regular onde ha incluso é uma realidade que faz parte de seu cotidiano. A experiéncia de uma educacdo inclusiva nem sempre the garantiraé conhecer 0 mundo a partir de sua identidade, de seu jeito de ser e de sua condigao de surdo. Nesse aspecto, a escola bilingue Ihe proporcionara maior reconhecimento cultural, 0 que, consequentemente, implicard de forma positiva em sua formagaéo humana e intelectual. [...] necessidade do contato cultural do surdo com o surdo para que, em contato com os ouvintes, perceba a sua identidade diferente. Estas fronteiras sGo devidamente marcantes. E preciso entender que compete G cultura uma centralidade substantiva e significativa e como ela merece crescente centralidade, pois interfere nos processos de forma¢do e mudanca, penetrando na vida cotidiana e tendo um papel constitutivo e localizado na formacdo de identidades e subjetividades (PERLIN, 2014, p. 229). Nesse aspecto, é possivel afirmarmos que as escolas bilingues ndo podem ser identificadas como ilhas nas quais as pessoas surdas sao distanciadas da comunidade em geral. Nelas e no método bilingue, atestase que o aprendizado nao ocorre somente por meio de uma lingua, no caso, da Libras ou da Lingua Portuguesa, mas por um conjunto de fatores que, em conformidade, permitem que os saberes e a sua consolidagéo se transformem em aprendizagem (FILIETAZ, 2014). Essa concep¢ao fundamenta a metodologia bilingue empregada nas escolas para surdos, sobretudo pelo carter formativo e identitario préprio da comunidade surda no Brasil. ip:stadent life. combriContentPtayerfindaxie=80wq mabe UU JeAsOA% 34, Sd8l=H QoE IpSaLkc Taz OQUKDAYAadBed=cOcbOC THIS aust swrrzr022 0028 Sempre que nos deparamos com novos ambientes e realidades, é comum 0 estranhamento _ inicial, ainda mais quando nos referimos a escolas para pessoas com deficiéncia. Contudo os estigmas estabelecidos socialmente devem ser dissipados de que percebamos a beleza da diversidade paulatinamente, a fim cultural presente em nosso pais, nosso bairro, ao nosso redor. Nas escolas para surdos, encontram-se individuos que recebem, em sua educagio formal, os — saberes necessarios & sua formacdo integral, além de profissionais capacitados para o ensino de qualidade e acessivel as necessidades de seus alunos, Vocé se sentiria preparado(a) e disposto(a) a trabalhar em uma escola de educa¢ao especial? Diante de um roteiro de observacio, reconhecimento do fator cultural antes da visitagdo é de suma importancia, a fim de evitar equivocos e mal-entendidos. Por esse motivo, podemos elencar nao se deve esquecer que o ip:stadent life. combriContentPtayerfindaxie=80wq mabe UU JeAsOA% 34, Sd8l=H QoE IpSaLkc Taz OQUKDAYAadBed=cOcbOC THIS 261 swrrzr022 0028 Ente algumas caracteristicas possiveis de serem encontradas em uma escola bilingue para surdos, descritas a seguir. *¢ O ambiente escolar bilingue € semelhante ao das escolas regulares : nas instituigdes bilingues, as criangas também brincam, interagem umas com as outras, formam suas rodas de amizades e, nas aulas de Educacao Fisica, durante as atividades propostas, correm, gritam, sinalizam umas para as outras e se desenvolvem como qualquer outra crianga. ¢ A lingua de instrugao é a Libras : diferente das escolas regulares inclusivas, nas escolas bilingues, os alunos sdo instruidos a partir da Libras, sendo ela a _ primeira lingua a ser ensinada. Sequencialmente, a Lingua Portuguesa também lhes € ensinada, 0 que torna a educacao mais ampla e dialogal. * Os professores séo surdos : € muito comum encontrarmos profissionais da educagéo surdos no trabalho com a educacao bilingue. Infelizmente, em se tratando de nativos de sua prépria lingua, esses profissionais néo séo a maioria. Nesses casos, os educadores regentes das turmas sao bilingues. e Ha alunos ouvintes : as turmas das escolas bilingues sao integralmente formadas por alunos surdos. Essa distingdo se faz por uma necessidade cultural, pois, como nos apresenta Andreis- Witkoski e Filietaz (2014), dentre os diversos fatores que dificultam a apropriagao cultural do aluno surdo, podemos destacar que “[...] as interagées comunicativas sdo pobres e limitadas pela falta de dominio da Libras entre os colegas ouvintes, que aprendem palavras isoladas [...]" (FILIETAZ, 2014, p. 150). Entretanto ha alunos que n&o sao totalmente surdos e que tém a sua matricula aceita em tais instituigdes. Ha casos, por exemplo, de alunos que nado tém nenhum grau de surdez e, mesmo assim, os pais optam por matricula-los em uma instituigéo na qual terao, como a primeira lingua, a Libras e, como segunda, a Lingua Portuguesa (SANTOS, 2017). ¢ Ha problemas semelhantes a escola regular : como uma escola igual a todas as outras, as escolas bilingues possuem dificuldades p:stadent.life.combriContentPayeriindaie=80wq inVeGbcU Unk JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDANIdBcd=cOcbOCTNIG... 3161 swrrzr022 0028 Ente financeiras, ha divergéncia de ideias, opinides e posicionamentos por parte da equipe diretiva, pedagdgica e docente, assim como ha alunos que precisam de mais atencado que outros, aqueles que ndo gostam de estudar, que tém muitas faltas etc. Ou seja, os problemas pertinentes as questées pedagégicas estéo presentes em todo e qualquer ambiente de formacao. Essas e outras caracteristicas fazem referéncia ao ideal pedagégico e cultural estabelecido nas instituigdes de educacdo para surdos. Vale ressaltar que, em meio as constantes alteracées na compreensdo da educacao especial em nosso pais, a defesa pelas escolas bilingues nado representa o isolamento da pessoa surda, tampouco 0 seu descompromisso com a sua sociedade. O que se deseja a partir de tais instituig6es € que a pessoa surda tenha acesso a sua lingua, aos seus artefatos e A sua identidade o mais cedo possivel, nao por uma mera questdo ideolégica, mas pelo bem de sua propria formacgao humana e social. Os aprendizes surdos precisam, com urgéncia, quanto menor sua idade cronoldgica, ter acesso a sua lingua. E sabido que hd a necessidade da linguagem para o desenvolvimento do pensamento, portanto, torna-se fundamental o estabelecimento de um conjunto de agées concretas na escola que ampliem o potencial lingufstico destas criangas (DECHICHI; SILVA, 2008, p. 271). © que o visitante encontrar nas escolas bilingues nada mais é que o exercicio dessas ages concretas, que saem da teoria e das boas intengdes das politicas de inclusdo e se fazem em um territério seguro e fortalecido por seus pares. O fator cultural se consolida a partir das semelhancas, do encontro dos iguais, que conseguem dialogar a respeito de interesses, dificuldades, diferengas e semelhangas. A educagao de pessoas surdas, porém, nao esta restrita a essas instituicdes. Longe de existir um modelo unico de escola, a Federagdo Nacional de Educacao e Integracado dos Surdos - Feneis langou, em 2013, uma nota, na itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS at swrrzr022 0028 Ende qual apresenta os trés locais considerados pela comunidade surda como apropriados para a promocao de uma educa¢ao de qualidade. Sao eles: = Escolas bilingues (onde a lingua de instrucGo é a Libras, e a Lingua Portuguesa é ensinada como segunda lingua, mediada pela lingua de instru¢Go, Libras; essas escolas se instalam em espacos arquiteténicos préprios e nelas devem atuar professores bilingues, sem media¢gGo por intérpretes e sem a utilizagdo do portugués sinalizado, Os alunos néo precisam estudar no contraturno em classes de Atendimento Educacional Especializado, dado que a forma de ensino é adequada e néo demanda atendimento compensatério); - as classes bilingues (que podem ocorrer nos municipios em que a quantidade de surdos néo justificar a criagGo de uma escola bilingue especifica para surdos) podem existir na mesma edificag¢do de uma escola inclusiva; - nas escolas inclusivas, onde o portugués oral é a lingua de instrugdo, algumas vezes mediada por intérpretes, 0 aluno surdo tem que estudar dois periodos, participando do Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno e sGo matriculados duas vezes (dupla matricula) (FENEIS, 2013, n. p.). Sequencialmente, o langamento, em 2014, do Plano Nacional de Educacao - PNE fortaleceu esse entendimento, oportunizando 4 comunidade surda a escolha de qual instituigéo melhor se enquadra em suas necessidades e realidades locais. Conforme nos apresenta o documento, as escolas regulares de inclusdo, bem como as escolas e turmas bilingues estao aptas a receberem e formarem os alunos e as alunas surdos. Esse ideal faz parte de suas estratégias, de modo especifico, a de numero 4.7, que diz: garantir a oferta de educacdo bilingue, em Lingua Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira lingua e na modalidade escrita da Lingua Portuguesa como segunda lingua, aos (ds) alunos (as) surdos e com deficiéncia auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilingues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do Decreto N° 5.626, de 22 de Dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convengdo sobre os Direitos das Pessoas com tp:studort.life.com briContontPlayeiindaic=80 inVdBeGbcUUMJeAdOAY 3H. Sd8I=HQoE IpSaLkc Tax BQuKOAISdBcd=cOCDOCTIIG.. 35/51 swrrzr022 0028 Ente Deficiéncia, bem como a adogdo do Sistema Braille de leitura para cegos e surdo-cegos (BRASIL, 2014, p. 56). Conscientes dessas questées, a visitajdo a uma escola bilingue se tornara mais eficiente e agradavel, sabendo um pouco mais sobre o seu ptiblico, bem como os objetivos que a alicer¢am como instituigéo de educa¢ao formal para pessoas surdas. Vamos Pratic Os surdos, ao se enquadrarem no grupo de pessoas com deficiéncia, necessitam de muito mais do que politicas de acessibilidade fisica, urbana e estrutural. Asua diferenga esté na capacidade de compreender a realidade a partir de um idioma e de uma cultura que nao lhes sao naturais, sendo-Ihes exigido, em muitas situagées, que ajam ou pensem como uma pessoa ouvinte, isto é, em um idioma e em uma identidade opostos aos seus. Com isso, novamente, a escola bilingue se destaca pelo reconhecimento de seus individuos a partir daquilo que sdo e apresentam, sem adequacées comportamentais. Tendo por base que as escolas bilingues desempenham um papel significativo na formacao de criangas e jovens, faga uma visita técnica em uma instituigao de educaco para surdos. Caso isso nao seja possivel, realize uma entrevista com uma pessoa surda, de preferéncia, que seja jovem e esteja na idade escolar. Nessa visita, busque registrar a rotina da escola, como sao divididas as turmas, os horarios, qual a forma utilizada pelos professores para educar e se comunicar com ipstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSLicTaxrOQuKDAYAAadkce=cOcbOCTIIG... 36/51 swrrzr022 0028 Ente os alunos. Procure também perceber quais as diferengas no trabalho e no agir pedagégico que sdo mais evidentes ao longo de sua visita. Caso opte por fazer uma entrevista, questione o(a) entrevistado(a) sobre como foi (ou como €) a sua vida escolar. Em qual instituigao ele(a) estudou, de que modo ele(a) interpreta a sua educa¢do atualmente, quais as melhorias que ele(a) gostaria e necessita que devam acontecer, como ele(a) se sente nesse ambiente de ensino. No final da visita ou da entrevista, faga um relatorio descrevendo tudo 0 que vocé conseguiu identificar. ip:stadent.life.combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY, Sd8l=HQoEIpSaLicTaxrOQuKDANAIdBcE=cOcLOCTIIG... 37/51 ‘wrarz2028 Eade Relatos de Visitagao a uma Escola que Atende Surdos e/ou Entrevista Realizada com Pessoas Surdas Os relatos de instituic6es de educacdo para surdos sdo muitos e, obviamente, n&éo poderiamos citar cada um deles neste material, por nos faltar tempo e espaco. Entretanto, observando alguns deles, vemos que as experiéncias presentes em tais espacgos se repetem, assim como as entrevistas com pessoas surdas sobre suas experiéncias escolares, que sao muito parecidas. Portanto, o que buscaremos neste momento é a explanagaéo de alguns contextos que se assemelham e nos dao uma base segura a nips student.lifescom bxContertPtayerindeWIc=80\q lm dBeGbcUUuUeAdOA%3094348I= HOE 1pSMLICTazmGQUXAAYSERLAdBed=COCROCTIIG... 385% swrrzr022 0028 Ente respeito do funcionamento de uma escola bilingue, bem como da vivéncia da pessoa surda nesse local. Iniciemos pelo trabalho de doutorado da professora Claudia Regina Vieira (2017), no qual encontramos um modelo de uma escola bilingue para surdos. Nele, a autora nos apresenta as caracteristicas estruturais da instituicdo que visitou, 0 que nos confere uma visdo geral de uma escola para surdos. No ano de 2016 a escola possuia 64 estudantes, distribuidos da seguinte forma: Jardim | - seis estudantes - todos meninosf...] Jardim Il - 10 estudantes - cinco meninos e cinco meninas [...] 1° ano - 11 estudantes - oito meninos e 3 meninas [...] 2° ano - oito estudantes - sete meninos e 1 menina [...] 3° ano - 11 estudantes - seis meninos e cinco meninas. [...] 4° ano - 10 estudantes [...] 5° ano - nove estudantes - seis meninos e trés meninas (VIEIRA, 2017, p. 116-117). Observa-se que as escolas bilingues, em sua maioria, sdo formadas por pequenas quantidades de alunos em cada turma. Nao somente por uma questéo de vagas mas também pelo numero de pessoas surdas na sociedade, a seriagéo escolar ocorre de maneira reduzida. Para o trabalho pedagégico, sem diividas, uma turma com poucos alunos é uma grande vantagem, pois as tarefas do professor podem ser melhor distribuidas no tempo de aula, realizando um trabalho personalizado com cada um de seus alunos. Dependendo da disciplina ministrada, as dificuldades podem ser menores ou nao. E 0 caso daquelas em que o contetido é constituido por saberes mais abstrato, ou, entdo, que, inicialmente, partem de conceitos para depois irem para a pratica, por exemplo, a matematica. Acreditamos que o ensino da Matematica tem por objetivo - além de desenvolver a linguagem matematica propriamente dita - criar relagdes entre o abstrato Idgico-matemdtico e o concreto vivenciado no cotidiano. A transi¢Go do concreto para o abstrato é um passo delicado especialmente para o surdo, pois sua ip:stadent life. combriContentPtayerfindaxie=80wq mabe UU JeAsOA% 34, Sd8l=H QoE IpSaLkc Taz OQUKDAYAadBed=cOcbOC THIS 961 swrrzr022 0028 Ende percep¢do de mundo é fortemente permeada pela sua ‘experiéncia visual ...] (ALBERTON; CARNEIRO, 2014, p. 5-6). Ainda no relato de Vieira (2017), encontramos mais detalhes a respeito da rotina de uma escola bilingue. Pontos de destaque sao os hordrios de aula, a troca de professores e 0 inicio e o final do intervalo: como avisd-los, sabendo que um sinal sonoro néo teria efeito? Esses momentos sao sinalizados a partir de um dispositivo de luz, que fica préximo a porta de cada uma das salas, inclusive a dos professores. Figura 3.15: Sinal visual sobre a porta Fonte: Vieira (2017, p. 122). #PraCegoVer : Foto do sinal visual que fica sobre a porta nas salas de aula de uma escola bilingue. Na imagem, aparece a parte de cima da porta e, na parede em frente a ela, hd duas |mpadas, uma de cor vermelha e outra de cor amarela. Esses dispositivos sao formados por duas lampadas. A de cor amarela sinaliza a troca de aulas, entrada e saida de alunos. A de cor vermelha é para possiveis casos de emergéncia. Esse sistema de sinalizacdo é crucial para que a escola tenha sua rotina da maneira mais natural possivel, como qualquer outra escola. A experiéncia visual da pessoa surda se torna o principal aliado na formagdo e no aprendizado; sabendo disso, os tp:studort.life.com briContontPlayeiindaxIc=80uq nV dBeGbcUUMJeAdOAY 34. S48I=HQoE IpSaLkc Tax GQuKOANIESdBcd=CODOCTIIG.. 40/51 swrrzr022 0028 Ente professores buscam trazer para suas aulas recursos como slides, jogos, videos e tudo aquilo que possa ser visualizado e experienciado pelo aluno (VIEIRA, 2017). Essa escola apresentada por Vieira (2017) realiza um trabalho de educacao de tempo integral, isto é, os alunos permanecem na instituicdo durante todo o horario da manha e da tarde. No contraturno de suas aulas, 0 trabalho desenvolvido se concentra em atividades IUdicas, de teatro, de cinema e de contagao de histérias. Nesses momentos, conduzidos pela instrucdo em Libras, as criancas se apropriam, de maneira natural e prazerosa, da lingua de sinais e da identidade e cultura surda. Ha um cronograma que especifica os horarios e as atividades para cada turma, a fim de que cada trabalho realizado seja direcionado a faixa etaria e a série adequadas. Os alunos contemplados pelas atividades no contraturno so os do segundo ao quinto ano de ensino (VIEIRA, 2017). Nota-se, mais uma vez, a énfase que se dé a propostas que priorizem experiéncias praticas dos alunos e seu contato com o novo em uma perspectiva visual. Utilizar espacos variados de aprendizagem, bem como o contato visual com os objetos de aprendizado, faz parte da proposta de ensino de uma escola bilingue. Inseridos na cultura surda, os contetidos sdo trabalhados em conformidade com as condigdes de acesso dos sujeitos de aprendizagem, em uma perspectiva que os compreenda como diferentes, nao deficientes. Por se tratar de uma escola regular, com inclusdo reversa, a elaboragdo do curriculo de uma escola bilingue para surdos precisa ser construido a partir da ideia de diferenca, dando um espaco de significacaéo a formacgdo da sua identidade e sendo organizado em uma perspectiva viso espacial que garanta o acesso a todos os conteuidos escolares na lingua de sinais (SANTOS, 2017, p. 76) Dando um passo adiante, falaremos sobre a avaliagdo e como ela se desenvolve em uma escola bilingue. Em uma outra experiéncia institucional de escola bilingue, apresentada por Santos (2017), observa-se, a partir do itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS avs swrrzr022 0028 Ente Projeto Politico-Pedagégico - PPP, que a avaliagdo se da de maneira continua, diagnéstica e priorizando os resultados qualitativos em detrimento dos quantitativos (SANTOS, 2017). Essa leitura acerca do modo de se avaliar os alunos surdos esté em conformidade com as teorias pedagégicas trazidas por pensadores como Libaneo e Luckesi, que sistematicamente se repetem nas escolas especiais, bilingues ou regulares. Entretanto algo que merece destaque nas consideracées trazidas por Santos (2017) a respeito da escola que ela pesquisou é a compreensao do trabalho exercido pelos professores 3o que esses durante o processo de avaliagao e ensino, bem como a defi fazem da funcao de uma escola bilingue. Além das fungées civil e politica na construcdo de identidades e reconhecimento de culturas - por mais que esse processo se dé a partir da sua prépria cultura -, as escolas bilingues cumprem outro papel, que 6 0 de promover cidadaos criticos, pensantes e que sejam capazes de se incomodar com a realidade, a ponto de desejar mudé-la. A escola que pretende formar cidaddos criticos e inserir os surdos, nao pode mais se basear apenas na interpretagéo de sinais, mas buscar estratégias de aprendizagem e de avalia¢do nas quais todos os alunos sejam capazes de expressar criticamente o conhecimento. O aluno surdo fard isso néo somente por meio da lingua de sinais, e também hd ainda aqueles que terdo a habilidade de transformar seu conhecimento nos diversos campos que sejam reconhecidos no espaco escolar. Acreditamos que esta mudan¢a visa proporcionar aos seus alunos, como também permite o reconhecimento de habilidades que, muitas vezes, sdo desconhecidas ou desvalorizadas no ambiente escolar, sendo produtivas também, para a apropriagéo do conhecimento de seus alunos (SANTOS, 2017, p. 81). Essa definicdo dissipa, mais uma vez, a ideia de uma escola bilingue para surdos como sinénimo de exclusdo da pessoa com deficiéncia. Garantir espacos nos quais a educacdo seja conduzida na perspectiva cultural da pessoa surda deve ser encarado como expressdo de cidadania e inclusdo social, e nunca o contrario. Oportunizar esses espacos é ir ao encontro de itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS «281 swrrzr022 0028 Ente uma sociedade mais democratica, aberta as possibilidades de seus cidadaos serem quem quiserem e puderem, a partir de suas caracteristicas e personalidades. O Decreto 5.626/05 (BRASIL, 2005) configura legalmente que é possivel a construcdo de uma nova realidade. £ um avanco, pois ter um direito assegurado por lei significa que um grupo se fez ouvir e foi reconhecido; no entanto, ele, por si s6, ndo garante as mudancas necessdrias. Para instituir 0 novo contexto educacional que a lei garante, é preciso desconstruir uma série de conceitos e preconceitos que se cristalizaram ao longo do tempo. Isso significa criar um espaco de reflexdo permanente, em que o principal interessado, 0 surdo, seja um integrante ativo e possa dizer o que significa para ele e para o seu grupo o uso da Libras, nas interagées sociais, culturais e pedagdgica (HAHN; SOUZA, 2014, p.187) Anecessidade da comunidade surda de ser ouvida é urgente! Significativos avangos foram dados, entretanto ha, ainda, muito a ser qualificado, sobretudo porque nao estamos mais nos referindo a uma deficiéncia, mas a uma cultura que se afirma cada dia mais e, como tal, necessita de ter seu espaco garantido e preservado. Sem ouvirmos as reivindicagées desse grupo, nos ocupamos de estudar as suas ideias e conquistas a partir de uma visdo académica, porém pouco relacional: quantos de nds convivemos com surdos, colaboramos com suas causas, entendemos as suas lutas e permitimos que eles possam ser eles mesmos em nossa sociedade? Crescer em uma cultura ouvinte se tornou mais facil para eles, porém as questdes existenciais e identitarias ainda os inquietam. Em nossos movimentos, reivindicamos salas de aula sé para surdos, professores surdos e espaco fisico estruturado para nossas necessidades. NGo estamos aqui para excluir os educadores ouvintes, mas, que estes, primeiramente, possam ser preparados para, de forma competente, também participar de nossa educacéo. O que se deve as nossas op¢ées por professores surdos sdo as itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS vast swrrzr022 0028 afinidades, pois eles passaram e vivenciaram nossas historias de vida, Possuem experiéncias e dominam a LIBRAS, tornando-os mais capacitados para atuarem com sua mesma comunidade cultural, produzindo métodos e técnicas que levam ao surdo obter saberes significativos e conduzindo-os a serem cidadGos atuantes, de forma “igualitdria’, desta sociedade competitiva (LIRA, 2009, p. 29). Por fim, antes de afirmarmos ou nao se essas instituigdes apresentadas seguem uma proposta educacional adequada, devemos permitir que os mais interessados se manifestem. Ou seja, é a comunidade surda que deve ser ouvida antes de qualquer parametro ser definido como correto. As politicas de inclusdo e acessibilidade necessitam promover sempre mais debates e didlogos nos quais os protagonistas sejam aqueles que serao afetados pelos resultados. As escolas bilingues, ao nosso ver, demonstram que a comunidade surda almeja mais espagos em possa ser ouvida e atendida em suas necessidades, fazendo da pluralidade cultural uma experiéncia possivel e respeitada por todos. Vamos Praticar Conhecer uma escola bilingue, bem como 0 pensamento da comunidade surda a seu respeito, é uma oportunidade de enriquecimento cultural. As diferencas que marcam a metodologia, a sequéncia de ensino, os objetos presentes na alfabetizacao e a validagdo das propostas escolares permitem aos pesquisadores o contato com um mundo inteiramente novo e desafiador. Por esse motivo, praticar a interpretagao das diferentes propostas de ensino, seja o regular, o inclusive ou 0 itp:stadent. life. combriContentPtayerfindxie=80wqmnVleGbcU UX JeAsOA% 34. 3d81=H QoE IpSaLic ax OQUKDAYaeadBed=cOcbOC TIS ais swrrzr022 0028 Ente bilingue, favorece a leitura democratica do que venha a ser a escola, os sujeitos e a maneira como os processos de ensino devem e podem ocorrer. No intuito de aprofundar as pesquisas acerca das metodologias das escolas bilingues, encontramos inumeros trabalhos académicos que tém como objetivo descrever os movimentos pedagégicos presentes em cada instituicdo de ensino bilingue, a visdo de mundo e compreensao do espaco pedagégico apropriado ao aluno surdo. Ter acesso a tais leituras é um excelente método de averiguacao das possibilidades de ensino das quais a educacao especial se ocupou ao longo da histéria, bem como na modernidade. Faga uma pesquisa sobre o processo de alfabetizagéo presentes em uma escola bilingue e em uma escola regular inclusiva. Busque identificar quais as principais diferencas existentes nesses dois cenarios, quais as metodologias empregadas em cada uma delas e qual 0 objetivo que move o seu trabalho pedagégico. No final, faca um relatério em que esteja presente a situa¢ao e as diferen¢as encontradas em cada uma das duas instituicdes pesquisadas. ipstadent.life.combriContentPayeriindaxie=80wq mnVeGbcU UA JeAdOAY SHY: Sd8I=HQoEIpSaLicTaxrOuKDAYAAadkcE=cOcbOCTIIG... 45/51 ‘wrarz2028 Eade Material Complementar LIVRO Surdez, Educacao Bilingue e Libras: perspectivas atuais Luiz Renato Martins da Rocha, Jaima Pinheiro deOliveira e Marcia Regina dos Reis (Orgs.). Editora: CRV ISBN: 978-85-444-1108-7 Comentario: O livro traz trabalhos de pesquisadores a respeito da educacdo de surdos no Brasil, em cenarios diversos. Da Educagdo Basica ao Ensino Superior, 0 tema da educacao bilingue perpassa todo o contetido proposto, levando-nos a refletir a respeito das possibilidades de ensino e do modo como este tem sido ministrado na formagdo da pessoa surda. tps student. life.com bx ContersPtayerindeWIc=89\q lm dBeGbc UU uUeAdOAY30%448I= HOE IpSMLIcTazmGQuXAAYSERLAdBed=cOCROCTIIG... 465% swrrzr022 0028 Ende WEB Inclusao, educagao ideal? Tipo: Documentario Comentario: O documentario trata a respeito da experiéncia da Libras em escolas bilingues e em escolas de inclusdo. Ha uma relutancia por parte da comunidade surda em considerar o ensino inclusivo como adequado ao ensino de criangas e jovens surdos. Portanto, nesse trabalho, apresenta-se uma reflexdo sobre essas duas modalidades de ensino e 0 quanto cada uma tem a contribuir com a formacao de jovens, a partir da perspectiva da comunidade surda. Para conhecer mais sobre o filme, acesse 0 trailer. ACESSAR J ntp:studort.life.com briContontPlayeiindaIc=80q In dBeGbcUUMJeAdOAY 3H, Sd8I=HQoE IpSaLkcTaxrGQuKOA%SSdBCd=COCDOCTIIG.._ 47151 swrrzr022 0028 Ente Aprendemos, nesta unidade, sobre a linguistica e a gramatica da lingua de sinais brasileira, a Libras. Vimos a sua constituigao légica e sequencial, a fim de compreendermos a sua definicdo enquanto lingua. Na sequéncia, aprendemos alguns sinais basicos referentes a materiais escolares e objetos de casa, que podem ser utilizados e treinados no dia a dia. Vimos, também, algumas orientacdes para que se possa realizar uma visita técnica ou uma entrevista com uma pessoa surda, a partir da compreensdo do papel e das contribuicées das escolas bilingues. Por fim, refletimos a respeito de alguns relatos sobre a estrutura de uma escola bilingue, bem como sobre a opiniao. da comunidade surda quanto a essa escola e 4 educacdo inclusiva. ALBERTON, B. F. A; CARNEIRO, F. H. F. Relatos de experiéncia sobre o ensino da matematica para alunos surdos bilingues. In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAGAOMATEMATICA - ENEM, 13., 2016, Sdo Paulo, SP. Anais Eletrénicos L..1. Sao Paulo: ENEM, 2014. p. 1-11. Disponivel em: pstadent.life.combriContentPayeriindxie=80wqmnVeGbcU Unt JeAdOAY SHY: Sd8l=HQoEIpSHLicTaxrOQuKDAYAadkce=cOcbOCTNIG... 48/61 swrrzr022 0028 Ente http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/anais/pdf/8110_ 3827 ID.pdf Acesso em: 10 dez. 2020. ANDREIS-WITKOSKI, S.; DOUETTES, B. B. Educagdo bilingue de surdos: implicagdes metodolégicas e curriculares. In: ANDREIS-WITKOSKI, S.; FILIETAZ, M.R. P. (Org.). Educagao de surdos em debate . Curitiba: Ed. UTFPR, 2014, p. 41-50. ARAUJO, H. F. de; PEREIRA, R. C. Libras: Contexto escolar. Sdo Paulo, IFSP. Disponivel em: https://pep.ifsp.edu.br/images/PDF/CSP/documentos- sociopedagogicos/Palavras-para-o-Contexto-Escolar.pdf . Acesso em: 02 dez. 2020. BRASIL. Plano Nacional de Educaco 2014-2024. 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