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1- Consideragées Iniciais . 2- Processo Penal Militar e sua Aplicac&o.... 2.1 - Principios do Processo Penal Militar. 2.2- Aplicacéo da lei processual penal militar... 3 - Do Juiz e Seus Auxiliares. 4- Das Partes.. 4.1 - Do acusador.. 4.2 - Do assistente.... 4.3 - Do acusado... 5 - Questées.... 5.1 - Quest5es Comentadas... 5.2 - Lista de Questées .. 5.3 - Gabarito ... 6 - Consideragdes Finais 1 - CONSIDERAGGES INICIAIS Olé amigo! Na aula de hoje continuaremos nosso passeio pelo Direito Processual Penal Militar. Lembre-se de que essa disciplina tem o potencial de ser o verdadeiro diferencial que garantiré sua aprovacdo no concurso! Forgal Bons estudos! 2 - PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICACAO A fungio do Direito Processual é estudar os atos praticados pelo Estado quando uma lide é levada & sua apreciaco. O Estado detém o monopdlio da violéncia legitima, e somente o Poder Judicidrio tem a competéncia de dizer o direito aplicével a cada caso concreto. No Direito Processual Penal Militar estudaremos a série de atos concatenados que devem ser praticados no 4mbito da Justica Militar, para que o Estado possa determinar o Direito objetivo aplicdvel a cada caso. A lei processual penal militar também disciplina as atividades da policia judicidria militar e a condugo do inquérito policial militar, que € a pega informativa que fornece subsidios ao Ministério Publico Militar para oferecer a denuincia e promover o proceso penal militar. Em 1969 entraram em vigor 0 Cédigo Penal Militar (Decreto-lei 1001/1969) e o Cédigo de Processo Penal Militar (Decreto-lei 1.002/1969). A época também foram preparadas novas normas penais gerais, mas estas, apesar de publicadas, nunca entraram realmente em vigor. O resultado é que as normas penais militares que utilizamos hoje so velhas, mas as normas penais gerais so ainda mais antigas, e por isso ha incompatibilidades entre o Direito Processual Penal e o Direito Processual Penal Militar. 2.1 - PRINCiPIOS DO PROCESSO PENAL MILITAR No Direito Processual Penal Militar também so observados diversos principios aplicaveis ao Direito Processual Penal. Nao discutiremos os principios com profundidade, pois este no € 0 objeto do nosso curso, mas é importante que vocé saiba quais so eles e em que medida se aplicam a esse ramo processual especial. © primeiro dos principios que veremos é 0 devido processo legal, previ: Constituig3o Federal, e que determina que ninguém seja privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo. O principio do contraditério e da ampla defesa (art. 5°, LV, da Constitui¢a0) so consectérios légicos do devido processo legal. Por forca deste principio, todos os atos do processo devem ser informados aos litigantes, para que estes possam ter a oportunidade de influenciar as decisées tomadas a seu favor. E importante que vocé saiba que no inquérito policial militar nao é preciso respeitar 0 contraditério e a ampla defesa, pois este procedimento serve apenas & colheita de evidéncias para subs propositura de ago penal por parte do Ministério Publico Militar. No inquérito policial militar no € necessério observar o principio do contraditério e da ampla defesa. De acordo com o principio do juiz natural, (art. 5°, Lill, da Constituigio) ninguém pode ser processado e nem sentencidado, a no ser pela autoridade competente. Se um crime militar f cometido e precisa ser julgado, deve haver a atuaco do conselho competente. Na Justiga Militar da Unido nao hé julgamento por érgao singular. Um conselho é composto por cinco juizes: um juiz-auditor (juiz togado, concursado) e quatro juizes militares. A presidéncia do conselho € do juiz militar mais antigo. Atengo aqui, pois na Justica Militar Estadual a presidéncia do conselho cabe ao juiz-auditor. Existem duas espécies de conselho. 0 Conselho Especial de Justica é sorteado e formado em cada processo em que haja julgamento de um oficial das forcas armadas. Prolatada a sentenga, o conselho é dissolvido. Apesar de haver alguma discuss3o a respeito, é importante que vocé saiba que o entendimento dominante hoje € 0 de que a existéncia do Conselho Especial de Justica nao ofende o principio do juiz natural. Os Conselhos Permanentes de Justica tem a mesma composigo (um juiz-auditor e quatro juizes militares) e séo formados a cada trimestre. Eles processam e julgam as aces em que os acusados so pracas ou civis. ORGAOS JULGADORES DE PRIMEIRO GRAU NA JUSTICA MILITAR DA UNIAO - Conselho Especial de Justica > formado por meio de sorteio cada vez que houver um processo cujo réu é um oficial das forcas armadas; - Conselho Permanente de Justica > formado por sorteio para funcionar durante um trimestre, julga processos cujo réu é um praca ou um civil. * cada Conselho € formado por um juiz togado (juiz-auditor) e quatro juizes militares que precisa ser de posto superior ao do acusado, ou ainda ser mais antigos, caso ocupem o mesmo posto. Pelo principio do estado de inocéncia (art. 5°, LVII), enquanto ndo houver uma condenacio definitiva, presume-se que o réu é inocente. Cabe ao Estado provar que o réu cometeu o crime, € no 0 contrério. Pela caracteristica do Processo Penal de impor sangBes graves, deve ser observado o principio da busca da verdade real, que privilegia 0 conhecimento da verdade dos fatos, ou seja, pelo ‘entendimento do que realmente aconteceu, e nao apenas do que foi apresentado no processo. Por forga do principio da publicidade, os atos processuais em regra so publicos. Qualquer pessoa pode ter acesso aos autos do processo e ao contetido dos atos processuais. A lei pode, contudo, restringir esse acesso, em nome da defesa da intimidade ou do interesse social. Se estiverem presentes os requisitos para propositura da aco penal, a dentincia deve ser oferecida. Este é o principio da obrigatoriedade ou da indisponibilidade, e é adotado pelo CPPM no art. 30. Art. 30. A dentincia deve ser apresentada sempre que houver: a) prova de fato que, em tese, constitua crime; b) indicios de autoria. E importante lembrar que este principio nao é aplicavel, pelo menos nao nesta acepcSo, no Processo Penal comum, pois 0 Ministério Publico pode utilizar-se, por exemplo, da transacao penal quando houver crime de menor potencial ofensivo. O principio da obrigatoriedade ou indisponibilidade é aplicdvel também ao Proceso Penal comum, mas no Processo Penal Militar nao ha a possibilidade de suspensdo condicional do processo e transa¢o penal, previstas na Lei n° 9.099/1995. O Ministério Publico Militar age de oficio, pois os crimes previstos no Cédigo Penal Militar s30, por exceléncia, de a¢3o penal publica incondicionada. Podemos dizer, portanto, que aqui ha outro principio: a oficialidade ou impulso oficial do processo. Hé, entretanto, excegées, pois hd alguns crimes (pouco importantes) cuja aco penal é publica sujeita a representacdo. Obviamente cabe também nos crimes militares a aco penal privada subsididria da publica, pois este instituto protege a vitima da desidia do Ministério Publico e é assegurado pela Constitui¢3o. ~- APLICAGAO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR Nesta parte de nossa aula utilizaremos bastante os artigos do Cédigo de Proceso Penal Militar. Art. 1° O proceso penal militar reger-se-d pelas normas contidas neste Cédigo, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislacao especial que Ihe for estritamente aplicdvel. §1° Nos casos concretos, se houver divergéncia entre essas normas e as de convencao ou tratado de que o Brasil seja signatério, prevalecerao as tltimas. §2° Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Cédigo aos processos regulados em leis especiais. Quero chamar sua atenco especialmente para a regra do §1°. Se houver conflito normative entre 0 PPM etratado ou convengo internacional da qual o Brasil faca parte, deve ser aplicada esta ultima. Esta € uma boa pergunta de prova, hein!? E ja apareceu em diversos concursos anteriores. Quando houver conflito entre as normas do Cédigo de Processo Penal Militar e convengio ou tratado do qual o Brasil faca parte, deve ser aplicada a norma internacional. Quanto a parte do dispositive que menciona a legislaco especial, podemos dizer, sem medo de errar, que neste aspecto o art. 1° nfo foi recepcionado pela Constituicdo de 1988, pois esta estabelece claramente a competéncia da Justica Militar: processar e julgar os crimes militares, previstos em lei. Art. 2° A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressées. Os termos técnicos hio de ser entendidos em sua acep¢éo especial, salvo se evidentemente empregados com outra significacdo. §1° Admitir-se-d a interpretacao extensiva ou a interpretagao restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressao da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intengéo. Em regra, 0 CPPM adota a interpretagio literal, ou gramatical, mas é possivel utilizar a interpretacao extensiva ou restritiva quando ficar claro que © legislador tinha a intengo de falar menos ou mais do que realmente fez. Claro que esse no é um critério muito técnico, e dé muita liberdade ao intérprete da norma, mas é que a lei determina... §2° Nao é, porém, admissivel qualquer dessas interpretacées, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado; b) prejudicar ou alterar 0 curso normal do processo, ou Ihe desvirtuar a natureza; ) desfigurar de plano os fundamentos da acusacao que deram origem ao proceso. Nestas situacdes no pode ser de forma alguma adotada a interpretac3o extensiva ou restritiva, sendo obrigatéria a interpretacio literal ou gramatical da lei processual. Art, 3° Os casos omissos neste Cédigo sero supridos: a) pela legislac3o de processo penal comum, quando aplicdvel ao caso concreto e sem prejuizo da indole do processo penal militar; b) pela jurisprudéncia; c) pelos usos e costumes militares; d) pelos principios gerais de Direito; e) pela analogia. Estas fontes sé podem ser buscadas quando houver omissie da lei processual penal militar. A simples alterac3o na lei processual penal comum, por exemplo, ndo autorizaré a aplicagdo automatica das novidades ao Processo Penal Militar. No entanto, hé deciso de Plendrio do STF no sentido de que dispositivos do CPP mais favordveis 20 réu podem ser aplicados na Justica Castrense, mais especificamente o caso do interrogatério do réu ao final da instrug3o, que consta do art. 400 do CPP e foi modificado em 2008 (HC 127900). A aplicago subsididria da lei penal comum também no pode prejudicar a indole do processo penal militar. Esta indole estd relacionada aos principios da hierarquia e da disciplina, que so as principais caracteristicas da vida castrense. A propésito, a palavra “castrense” é muito utilizada para referir-se a varios aspectos da vida militar. Se ela surgir, apenas a substitua pelo termo “militar”, e est tudo certo! Art. 4° Sem prejuizo de convencées, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se a normas deste Cédigo: I- em tempo de paz: a) em todo 0 territério nacional; b) fora de territério nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituicoes militares ou a seguranca nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justica estrangeira; ¢) fora do territério nacional, em zona ou lugar sob administraco ou vigilancia da forca militar brasileira, ou em ligacdo com esta, de forca militar estrangeira no cumprimento de missao de cardter internacional ou extraterritorial; d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcacées, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente; €) 2 bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito 4 administracso militar, e a infracdo atente contra as instituicées militares ou a seguranca nacional; II - em tempo de guerra: a) aos mesmos casos previstos para 0 tempo de paz; b) em zona, espaco ou lugar onde se realizem operagées de forca militar brasileira, ou estrangeira que Ihe seja aliada, ou cuja defesa, protecdo ou vigiléncia interesse 8 seguranca nacional, ou ao bom éxito daquelas operacées; ¢) em territério estrangeiro militarmente ocupado. Aqui esto basicamente as mesmas regras trazidas pelo Cédigo Penal Militar: territorialidade e extraterritorialidade incon ad: Por favor leia com carinho estes dispositivos, pois se eles forem cobrados, a banca deve fazé-lo em sua literalidade. Para ampliar sua visio acerca da aplicac3o da lei penal militar, vou explicar como funciona a Justiga Militar no Brasil. Superior Tribunal Militar é o érgio superior da Justiga Militar da Unido. € formado por quinze ministros nomeados pelo Presidente da Reptblica e aprovados pelo Senado Federal. Sao trés representantes da Aeronautica, trés representantes da Marinha e quatro do Exército, todos da ativa do posto mais elevado da carreira (oficiais generais). s cinco ministros civis so trés advegados de notério saber juridico e reputagio ilibada, com mais de dez anos de atividade profissional; um juiz-auditor e um membro do Ministério Piblico Militar. Abaixo do STM esto as doze Circunscrigées Judicidrias Militares, que, por sua vez, séo compostas pelas Auditorias. Hoje nao existem mais auditorias especializadas, sendo possivel a qualquer delas julgar militares oriundos das trés forgas armadas. Nas Auditorias hd os conselhos permanentes e os conselhos especiais, dos quais jé falamos. | JUSTICA MILITAR DA UNIAO SUPERIOR TRIBUNAL DOZE CIRCUNSCRIGOES. __Avorronas Art. 5° As normas deste Cédigo aplicar-se-o a partir da sua vigéncia, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuizo da validade dos atos realizados sob a vigéncia da lei anterior. As normas processuais no esto sujeitas &s regras de retroatividade previstas pelo Direito Penal, devendo ser aplicadas imediatamente, inclusive aos processos pendentes, independentemente de serem mais brandas ou mais gravosas para o réu. Art, 6° Obedecerdo as normas processuais previstas neste Cédigo, no que forem aplicaveis, salvo quanto 2 organizacao de Justica, aos recursos e 4 execucao de sentenca, os processos da Justica Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e pracas das Policias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. Este dispositivo tem uma aplicago reduzida, pois a competéncia da Justica Militar Estadual também & estabelecida pela propria Constituicio. No precisamos entrar em detalhes sobre isso, pois 0 assunto no estd no programa da sua prova, ok? Eee pew le ra a) a0h PURE 3.1-DoJuiz FUNCAO DO JUIZ Art. 36. O juiz proverd a regularidade do processo e a execugao da lei, e manteré a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a forca militar. §1° Sempre que este Cédigo se refere a juiz abrange, nesta denominago, quaisquer autoridades Judiciérias, singulares ou colegiadas, no exercicio das respectivas competéncias atributivas ou processuais. INDEPENDENCIA DA FUNGAO §2° No exercicio das suas atribuicées, 0 juiz nfo deverd obediéncia sendo, nos termos legais, 4 autoridade judiciéria que Ihe é superior. 0 §18 trata da triplice competéncia no dmbito da primeira instancia da Justiga Militar da Unio: a do Juiz-Auditor, que atua, de forma monocratica, essencialmente nas fases inquisitorial e de execuc3o; ado Conselho de Justiga, que atua em regra apés a instauracio do processo e até o julgamento; e a do Presidente do Conselho, que se restringe a atividade administrativa durante as sess6es. Preparei o quadro abaixo com um exemplo acerca das atribuigdes do Juiz-Auditor e do Conselho de Justiga, contendo dispositivos da Lei n® 8.457/1992 (Lei de Organizago da Justica Militar da Unido). Este quadro serve apenas para ajudar vocé a lembrar de que © Juiz-Auditor tem sua atuacio relacionada com a fase inquisitorial, enquanto o Conselho de Justica atua na fase processual. JUIZ-AUDITOR CONSELHO DE JUSTICA ‘Art. 30, Ill - manter ou relaxar prisio em | Art. 28, | - decretar a priséo preventiva de flagrante, decretar, _revogar_—_e | acusado, revogé-la ou restabelecé-la; restabelecer a pris preventiva de indiciado, mediante —_despacho fundamentado em qualquer caso. Existem, contudo, excegdes regra de que o Conselho de Justica atua sempre na fase processual: trata-se da audiéncia visando o cumprimento de Carta Precatéria. O Juizo deprecado nao convocaré © Conselho para, por exemplo, realizar audiéncia de oitiva de testemunha. iaM Outra excego, que j4 mencionei, é a prevista no art. 30, XI, da Lei de Organizago Judici no tocante & execugao de sentenca, cuja competéncia é do Juiz-Auditor. Vale lembrar ainda que, conforme alteraco pela Emenda Constitucional n? 45, nas Auditorias Militares Estaduais nao existe mais a denominaco Juiz-Auditor, e sim Juiz de Direito, conforme art. 124, §38, da Constituigo Federal. IMPEDIMENTO PARA EXERCER A JURISDICAO. Art. 37, O juiz nao poderd exercer jurisdi¢S0 no processo em que: a) como advogado ou defensor, érga0 do Ministério Publico, autoridade policial, auxiliar de justica ou perito, tiver funcionado seu cénjuge, ou parente consanguineo ou afim até o terceiro grau inclusive; b) ele prdprio houver desempenhado qualquer dessas funcées ou servido como testemunha; ©) tiver funcionade como juiz de outra instancia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questo; d) ele préprio ou seu cénjuge, ou parente consanguineo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado. INEXISTENCIA DE ATOS Paragrafo Unico. Serio considerados inexistentes os atos praticados por julz impedido, nos termos deste artigo. O impedimento se dé em razdo do vinculo do juiz com o proceso. Séo incompatibilidades objetivas e vedam ao juiz 0 exercicio da competéncia no caso especifico. © juiz no poderd exercer jurisdigo no processo em que atuou a qualquer titulo, seja como advogado, representante do Ministério Pdblico, autoridade policial, auxiliar da justia, perito, ou ainda como testemunha. A mesma regra se aplica a processos em que essas funcdes foram desempenhadas por cénjuge ou parente do juiz, em até terceiro grau. AtengSo para a excegio! Se 0 cénjuge ou parente do juiz tiver atuado apenas na condigdo de testemunha, no ha impedimento. Se 0 préprio juiz jé tiver atuado como magistrado no mesmo proceso, também estard impedido, assim como quando ele mesmo, seu cénjuge ou parente até terceiro grau for parte ou tiver interesse direto na causa ‘A LOJMU traz ainda um caso de incompatibilidade, determinando, em seu art. 61, que ndo podem servir, conjuntamente, os magistrados, membros do Ministério Publico e advogados que sejam entre si cénjuges, parentes consanguineos ou afins em linha reta, bem como em linha colateral, até o terceiro grau, e os que tenham vinculo de adocao. Lembre-se de que os atos praticados por juiz impedido so considerados inexistentes, e nao apenas anulaveis, e por isso precisam ser refeitos para que tenham validade. Os atos praticados por juiz impedido so inexistentes, e nao apenas anulaveis. CASOS DE SUSPEICAO DO JUIZ Art. 38. 0 juiz dar-se- por suspeito e, se 0 ndo fizer, poderd ser recusado por qualquer das partes: a) se for amigo intimo ou inimigo de qualquer delas; b) se ele, seu cénjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver respondendo a processo por fato andlogo, sobre cujo carater criminoso haja controvérsia; c) se ele, seu cénjuge, ou parente, consanguineo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; d) se ele, seu cénjuge, ou parente, a que alude a alinea anterior, sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas; e) se tiver dado parte oficial do crime; f) se tiver aconselhado qualquer das partes; 9) se ele ou seu cénjuge for herdeiro presuntivo, donatério ou usufrutudrio de bens ou empregador de qualquer das partes; h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no processo; i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes. Suspeicao € 0 vinculo do juiz com as partes. Primeiramente chamo sua atengdo para o dever estabelecido no caput do art. 38 para o juiz: cabe ao magistrado dar-se por suspeito, mesmo que a suspeicSo no seja levantada por nenhuma das partes. Se o magistrado nfo o fizer, a suspei¢o poderd ser arguida por qualquer as partes nas situagées previstas no dispositivo. Algumas das hipéteses sto bem ébvias, e outras nem tanto. O juiz ndo pode atuar no processo em que uma das partes é seu amigo intimo ou inimigo. Ainda quanto a relac3o entre o juiz e as partes, no pode este julgar quanto tiver promovido a notitia criminis relativa ao fato, quando for credor, devedor, tutor ou curador de alguma das partes, ou quando tiver aconselhado qualquer das partes. Esse aconselhamento nao precisa ser formal, bastando que tenha sido procurado, por exemplo, pela mie desesperada de um insubmisso que queria dizer a seu filho o que fazer, ou ainda por qualquer pessoa que, sabendo de seu conhecimento acerca do Direito Penal Militar, buscou sua opinilo ou informagées adicionais sobre conduta praticada por alguém. A hipétese da alinea B é bastante interessante. Caso o magistrado, seu conjuge ou parente até segundo grau esteja sendo julgado por fato cujo carter criminoso & motivo de controvérsia, este juiz é considerado suspeito para julgar casos semelhantes. A suspeic%o do magistrado neste caso repousa na possibilidade de produzir jurisprudéncia em interesse préprio. Aalinea C traz a situaco em que o juiz teria interesse no julgamento da lide em razo da exist&ncia de outro proceso em que umas das partes funciona como érgio julgador ao mesmo tempo em que o préprio juiz, seu cénjuge ou parente em até segundo grau seja autor ou réu. A alinea D menciona o caso de 0 juiz, seu cénjuge ou parente ter sido autor em demanda contra uma das partes, ou ter atuado como advogado. Nas hipéteses de impedimento que mencionam parentes do juiz, © grau de parentesco vai até o terceiro grau. Nas hipéteses de suspeicao o CPPM menciona apenas parentesco até o segundo grau. E interessante também lembrar a forma como se calculam os graus de parentesco, Cada grau representa um vinculo direto de ascendéncia ou descendéncia. Para calcular o grau de parentesco de colaterais, é necessério ir até o ascendente comum, e dele até a pessoa cujo grau de parentesco se pretende calcular. Por fim, se 0 magistrado ou seu cénjuge for herdeiro, donatério, usufrutudrio de bens ou empregador de qualquer das partes; ou, ainda quando o juiz for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada diretamente no processo, também seré considerado suspeito. SUSPEIGAO PROVOCADA Art, 41. A suspeicao no poderd ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz, ou de propésito der motivo para crié-la. Imagine o seguinte caso: uma pessoa, tendo praticado conduta tipificada como crime militar, foi investigado em sede de Inquérito Policial Militar e posteriormente denunciado pelo Ministério Publico Militar. Tendo tido noticia do despacho do Juiz-Auditor determinando sua citagdo na condigio de acusado, o sujeito se dirigiu a sede da Auditoria Militar e proferiu duros xingamentos direcionados ao magistrado. Nao é razodvel que esse mesmo acusado possa agora alegar que 0 juiz é suspeito porque se tornou seu inimigo, nao é mesmo? E esse tipo de conduta que o art. 41 veda, chamando-a de suspeicao provocada, porque ela é “fabricada” pela parte interessada em ver afastado aquele magistrado. SUSPEICAO ENTRE ADOTANTE E ADOTADO Art. 39. A suspeicao entre adotante e adotado seré considerada nos mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas nao se estenderd aos respectivos parentes e cessaré no caso de se dissolver 0 vinculo da adocao. SUSPEICAO POR AFINIDADE Art. 40. A suspeicéo ou impedimento decorrente de parentesco por afinidade cessard pela dissolug&o do casamento que Ihe deu causa, salvo sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido 0 casamento, sem descendentes, nao funcionaré como juiz 0 parente afim em primeiro grau na linha ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem for parte do proceso. Hoje o adotado goza de direitos absolutamente iguais aos dos filhos consanguineos, nao se fazendo qualquer distingo, nos termos do art. 20 da Lei n° 8.069/1990 (Estatuto da Crianca e do Adolescente). Por essa razSo, aplica-se as relacdes entre o adotante e o adotado as mesmas regras de suspeigio aplicadas a pais e filhos, que sdo parentes em primeiro grau. A forma de impugnaco, tanto para a suspeigio quanto para o impedimento é a excecio, prevista nos arts. 129 a 142 do CPPM. As regras de suspeico e impedimento so também aplicaveis, quando possivel, aos servidores da Justiga Militar, inclusive quanto & suspeic%o provocada (art. 46 do CPPM). Os dispositivos acerca da suspei¢o também sao aplicveis aos peritos e intérprates, mas hd norma especifica para estes auxiliares quanto ao impedimento. 3.2 - Dos AUXILIARES DO Ju! Os auxiliares do juiz determinados pelo CPPM sao os servidores da Justica Militar. Adicionalmente, a Doutrina também considera como auxiliares os peritos e intérpretes. OCPPM chama os servidores da Justica Militar de funciondrios ou serventudrios. Vocé bem sabe que hoje a maneira mais adequada de referir-se 2 esses trabalhadores é chamaclos de servidores piblicos. A Justiga Militar da Unio faz parte do Poder Judicidrio, e por isso seus servidores esto submetidos & Lei n° 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Publicos Civis da Administragao Publica Federal). Lembro a vocé que os servidores da Justica Militar so civi Os servidores so, nos processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinacdes devem obedecer. Cabe ao escrivio certificar-se de que as pecas e termos do proceso esto em dia. Ao oficial de justiga cabe a realizac3o das diligéncias determinadas pelo juiz e atribuidas pela LOJMU, certificando 0 ocorrido (fé publica) no respectivo instrumento, com designacdo de lugar, dia e hora As diligéncias devem ser realizadas durante o dia, entre as 6h e as 18h e, sempre que possivel, na presenca de duas testemunhas. Quanto aos peritos e intérpretes, o CPPM traz mais regras. Estes auxiliares so de livre nomeag3o do juiz, sem intervenc3o das partes, e serio nomeados preferencialmente entre oficiais da ativa, atendida a especialidade. Os peritos e intérpretes prestardo compromisso de desempenhar a funcio com obediéncia & disciplina judicidria e de responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Esse compromisso no pode ser prestado de forma genérica, devendo ser repetido a cada perici encargo no pode ser recusado, salvo por motivo relevante, que serd analisado pelo juiz. Caso 0 perito ou intérprete desobedeca alguma dessas normas, poder, em tese, responder pelo crime de falsa pericia, previsto no art. 346 do CPM. Uma regra interessante acerca desses auxiliares é a possibilidade da aplicasio de penalidade de multa no caso de recusa do encargo por razio irrelevante. O valor da multa deve ser de até trés dias de remunerago, ou de um décimo 8 metade do maior saldrio minimo vigente no pafs, caso 0 perito ou intérprete no tenha vencimentos fixos. Apenalidade de multa também é aplicavel aqueles que deixam de acudir ao chamado da autoridade, no comparecem no dia e local designado para o exame, nao apresentam o laudo, ou concorrem para que a pericia nao seja feita nos prazos estabelecidos. Os peritos e intérpretes tém regras préprias de impedimento, consubstanciadas no art. 52. As regras de suspeigao, entretanto, sdo as mesmas aplicaveis aos juizes. IMPEDIMENTO DOS PERITOS Art. 52. No poderéo ser peritos ou intérpretes: a) 0s que estiverem sujeitos a interdi¢ao que os inabilite para o exercicio de fungao publica; b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da pericia; ¢) 0s que ndo tiverem habilitacéo ou idoneidade para o seu desempenho; d) os menores de vinte e um anos. sy 4.1-Do acusabor Ja falamos no nosso curso acerca da fun¢ao acusatoria, que é desempenhada pelo Ministério PUblico Militar, O Ministério Publico é instituigso permanente, essencial a fungao jurisdicional do Estado, incumbindo-Ihe a defesa da ordem juridica, do regime democratico e dos interesses sociais € individuais indisponiveis. MINISTERIO PUBLICO Art. 54. 0 Ministério Publico é 0 érgao de acusacao no proceso penal militar, cabendo a0 procurador-geral exercé-la nas acées de competéncia originaria no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas acdes perante os érgaos judiciérios de primeira instancia. 0 Processo Penal moderno, em razo do cardter acusatério, exige que a fungdo de acusagdo (Estado- Acusador) seja desempenhada por um érgio independente do Poder Judicidrio (Estado-Julgador). A fungSo acusatéria no Direito Processual Penal Militar é exercida privativamente pelo MPM, pois no hé crimes militares de aco penal privada. A exceco fica por conta da aco penal privada subsididria da publica, que é um direito assegurado ao ofendido pela Constituico diante da desidia do MP no oferecimento de dentincia. O exercicio da fungao acusatéria é exercido pelo Procurador-Geral da Justica Militar nas agdes de competéncia origindria do STM. O nome do cargo dos representantes do MPM nos orgaos de primeiro grau de jurisdi¢o foi alterado, e hoje eles sio chamados de Promotores da Justiga Militar. FISCALIZAGAO E FUNCAO ESPECIAL DO MINISTERIO PUBLICO Art. 55. Cabe ao Ministério Publico fiscalizar 0 cumprimento da lei penal militar, tendo em atencao especial o resguardo das normas de hierarquia e disciplina, como bases da organizaco das Forcas Armadas. Esta € a funco de fiscal da lei (custus legis), exercida pelo Ministério Publico com fulcro na Constitui¢30. Muitos acham, erroneamente, que essa fun¢’o somente é exercida pelo MP quando ele no atua como parte, mas isso nao é verdade. INDEPENDENCIA DO MINISTERIO PUBLICO Art. 56. O Ministério Publico desempenharé as suas funcées de natureza processual sem dependéncia a quaisquer determinacées que no emanem de decisao ou despacho da autoridade judiciéria competente, no uso de atribuicéo prevista neste Cédigo e regularmente exercida, hhavendo no exercicio das funcées reciproca independéncia entre os érgaos do Ministério Publico e 0s da ordem judiciéria, SUBORDINACAO DIRETA AO PROCURADOR-GERAL Pardgrafo Unico. Os procuradores séo diretamente subordinados ao procurador-geral. A independéncia do Ministério Publico se traduz nas garantias conferidas aos seus membros pela Constituigao: 1) Vitaliciedade apés dois anos de exercicio, ndo podendo perder o cargo senao por sentenca judicial transitada em julgado; 2) Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse publico, mediante decisio do drgto colegiado competente do Ministério Publico, por voto de dois tercos de seus membros, assegurada ampla defesa; 3) Irredutibilidade de subsidio, fixado na forma do art. 39, §42, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, Il, 153, Ill, 153, §28, | E importante salientar que a subordinagao mencionada no pardgrafo Unico é apenas de natureza administrativa, pois os membros do MP, como jé tratamos, tém independéncia no exercicio da fungio. A seguir o CPPM trata dos casos de impedimento e suspeicio dos membros do MPM. As hipsteses 80 muito semelhantes aquelas aplicadas ao juiz, e nunca foram cobradas em provas antes. Chamo sua aten¢ao para a aplicabilidade do disposto nos arts. 39, 40 e 41 também aos membros do MPM. Esses dispositivos tratam da suspeicao gerada por vinculo entre adotante e adotado, por parentesco por afinidade, e, por fim, da proibic¢ao da argui¢do da suspei¢do provocada. IMPEDIMENTOS Art. 57. Nao pode funcionar no processo 0 membro do Ministério Publico: a) se nele jé houver intervindo seu cénjuge ou parente consanguineo ou afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autoridade policial ou auxiliar de justica; b) se ele préprio houver desempenhado qualquer dessas funcées; ¢) se ele préprio ou seu cénjuge ou parente consanguineo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. sUSPEIGAO Art. 58. Ocorreré a suspei¢éo do membro do Ministério Publico: a) se for amigo intimo ou inimigo do acusado ou ofendido; b) se ele préprio, seu cénjuge ou parente consanguineo ou afim, até o terceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido; ¢) se houver aconselhado 0 acusado; d) se for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado; ) se for herdeiro presuntivo, ou donatério ou usufrutuério de bens, do acusado ou seu empregador; se for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qualquer modo ao acusado. - DO ASSISTENTE HABILITACAO DO OFENDIDO COMO ASSISTENTE Art. 6. 0 ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habilitar-se a intervir no proceso como assistentes do Ministério Publico. REPRESENTANTE E SUCESSOR DO OFENDIDO Pardgrafo tinico. Para os efeitos deste artigo, considera-se representante legal 0 ascendente ou descendente, tutor ou curador do ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, © seu ascendente, descendente ou irmao, podendo qualquer deles, com exclusdo dos demais, exercer 0 encargo, ou constituir advogado para esse fim, em atencéo a ordem estabelecida neste paragrafo, cabendo ao juiz a designacdo se entre eles ndo houver acordo. Considerando que 0 CPPM nio admite a ago penal privada exclusiva, o ofendido pode, no Processo Penal Militar, propor a aco penal privada subsidiaria da publica, ou atuar, quando desejar, como auxiliar do Ministério PUblico Militar quando se tratar de aco penal publica incondicionada, na qualidade de assistente. Primeiramente esse papel pode ser ocupado pelo ofendido. Em seguida, se nao houver manifestaco deste, o seu representante legal e seu sucessor. O dispositivo nao inclui a possibilidade de o cénjuge atuar como assistente, embora o Processo Penal comum venha a admiti-lo, de acordo com os arts. 31 e 268. Parte da Doutrina, todavia, nao enxerga empecilho & atuag3o do cénjuge do ofendido na qualidade de assistente no Processo Penal Militar. COMPETENCIA PARA ADMISSAO DO ASSISTENTE Art. 61. Cabe 20 juiz do proceso, ouvido o Ministério Publico, conceder ou negar a admissio de assistente de acusacio. Aassisténcia nao € admitida no curso do inquérito policial militar. Uma vez instaurado 0 proceso, compete ao Juiz-Auditor decidir quanto a esse requerimento, tendo em visto o disposto nos arts. 61 e 65 do CPPM. Caso seja negado o pedido de assisténcia, caberd recurso inominado, de acordo com a parte final do §12 do art. 65. Este recurso tem o mesmo rito previsto para o recurso em sentido estrito (previsto no Regimento Interno do STM). Se o pedido foi feito em processo de competéncia originaria do STM, porém, a deciso ser proferida pelo relator e dela nao cabe nenhum recurso. O pedido de assisténcia pode ser negado em razSo de nao haver interesse por parte daquele que se diz assistente. Ofendido é o sujeito passivo da infrag3o objeto da aco penal militar. £ aquele que ¢ atingido pela conduta do sujeito ativo do delito, sofrendo prejuizo material e/ou moral. Pode mesmo ser 0 sujeito passivo secundario, como ocorre nos crimes contra a administracao militar, a exemplo da concusséo, excesso de exago, etc. No pode da admisso do assistente resultar impedimento para o juiz, membro do MP ou escrivdo. Neste caso, o juiz no permitiré a nomeacdo do assistente, sem prejuizo da indicago de outro que o substitua. Caso o assistente cause tumulto no processo ou desrespeite a disciplina judicidria, poder o juiz cassar-lhe a sua admissao. OPORTUNIDADE DA ADMISSAO Art. 62. O assistente seré admitido enquanto néo passar em julgado a sentenca e receberd a causa no estado em que se achar. Se a atuago do assistente s6 pode ter inicio com a instaurag3o do processo, a sua atividade se encerra com 0 transito em julgado da sentenca. Nio é permitido ao assistente requerer a realizaco de dilig€ncias, caso ingresse nos autos na fase de apresentaco de alegacées escritas, pois ele recebe o processo no estado em que se encontrar, além de ser o processo uma “marcha para frente”. Também nao € necessério que seja feita nenhuma notificago ao assistente dos atos do proceso, exceto para assistir julgamento, nos termos do art. 66 do CPPM. ADVOGADO DE OFICIO COMO ASSISTENTE Art. 63. Pode ser assistente 0 advogado da Justica Militar, desde que no funcione no proceso naquela qualidade ou como procurador de qualquer acusado. Atualmente, 0 “advogado da Justica Militar” a0 qual o dispositivo se refere € 0 membro da Defensoria Publica da Unio, que no se encontra subordinado ao STM. OFENDIDO QUE FOR TAMBEM ACUSADO Art. 64. © ofendido que for também acusado no mesmo processo no poderd intervir como assistente, salvo se absolvido por sentenca passada em julgado, e dai em diante. Imagine que ocorra um acidente de transito, resultando em lesées corporais em ambos os condutores dos veiculos envolvidos. Havendo concorréncia de culpas, os réus deste processo instaurado, seriam também ofendidos, e, portanto, poderiam, ao menos em tese, pleitear a admissao como assistentes. Se um deles for absolvido por sentenca transitada em julgado, somente a partir de ent3o poderé atuar como assistente do Ministério Publico Militar na acusa¢ao ao outro. INTERVENGAO DO ASSISTENTE NO PROCESSO Art. 65. Ao assistente ser permitido, com aquiescéncia do juiz € ouvide 0 Ministério Puiblico: a) propor meios de prova; b) requerer perguntas 4s testemunhas, fazendo-o depois do procurador; ©) apresentar quesitos em pericia determinada pelo juiz ou requerida pelo Ministério Publico; d) juntar documentos; e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Publico; £) participar do debate oral. ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS E INTERPOSICAO DE RECURSOS §1° Nao poderé arrolar testemunhas, exceto requerer 0 depoimento das que forem referidas, nem requerer a expedicao de precatéria ou rogatoria, ou diligéncia que retarde o curso do processo, salvo, a critério do juiz e com audiéncia do Ministério Publico, em se tratando de apuracao de fato do qual dependa o esclarecimento do crime. Nao poderd, igualmente, impetrar recursos, salvo de despacho que indeferir 0 pedido de assisténcia. Perceba que a atuago do assistente sofre restrigdes, valendo mais em carater supletivo ou complementar. Essas restrigdes encontram fundamento no fato de o MPM ser o titular da ago penal. Ele é a parte que possui legitimidade ad causam e tem interesse efetivo no desfecho do proceso, buscando uma decisio condenatéria ou mesmo opinando pela absolvigdo do acusado. Oassistente pode se manifestar nos autos juntamente com o MPM, mas sempre dentro da linha de aco tragada por este. Podemos tomar como exemplo as alineas B e C, nas quais 0 MPM indica as testemunhas ou requere a realizacio de pericias, cabendo ao assistente apenas auxilid-lo a0 elaborar, respectivamente, perguntas ou quesitos. N&o € permitido ao assistente arrolar testemunhas, mas somente requerer o depoimento das que forem referidas, e nem requerer pericias, pois o MPM pode, na qualidade de dominus litis, entender que essas provas slo desnecessérias ou até mesmo desfavoraveis a tese acusatéria. Excepcionalmente o assistente poder requerer diligéncias, com a audiéncia do MPM, cabendo ao Juiz decidir sobre o deferimento do pedido. Interessante frisar que, ao contrario do previsto na legislacao processual comum, no Processo Penal Militar 0 assistente de acusaco nao tem legitimidade para impetrar apelago substitutiva quando © MPM nio interpde apelacio em caso de absolvicao. O ASSISTENTE PODE... © ASSISTENTE NAO PODE... Requerer perguntas as testemunhas que Arrolar testemunhas. forem referidas. Requerer diligencias, desde que o pedido Impetrar apelagio substitutiva. de ej deferido pelo juiz, com audiéncia sentenca absolutéria. do MPM. Propor meios de prova. Requerer a expedigao de precatéria ou ogatéria. Arrazoar os recursos impetrados pelo PM. Do acusabo PERSONALIDADE DO ACUSADO Art. 69. Considera-se acusado aquele a quem é imputada a prética de infracao penal em deniincia recebida. IDENTIFICAGAO DO ACUSADO Art. 70. A impossibilidade de identificaco do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos néo retardaré 0 processo, quando certa sua identidade fisica. A qualquer tempo, no curso do processo ou da execugao da sentenca, far-se-d a retificaco, por termo, nos autos, sem prejuizo da validade dos atos precedentes. A partir do momento em que a dentincia ¢ recebida, o indiciado ou denunciado passa a ser chamado de acusado. Quando houver certeza por parte do MPM quanto & identidade do acusado, mas seu nome nao for conhecido, isso ndo impedira que seja proposta a aco penal. Para esse fim podem ser usadas caracteristicas fisicas ou apelidos. O uso de apelidos, na realidade, é muito comum no Processo Penal, pois muitas vezes os nomes dos componentes de faccdes criminosas nao so conhecidos. Nada impede também que, uma vez conhecido o nome, seja promovida a retificago nos autos. Esse procedimento nfo invalida, de forma alguma, os atos anteriores. NOMEAGAO OBRIGATORIA DE DEFENSOR Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, seré processado ou julgado sem defensor. A defesa técnica em proceso ¢ direito do acuso. A ele também € assegurado 0 direito de escolher quem o defenderd em juizo. A constituicao do defensor independerd de instrumento de mandato, se 0 acusado o indicar por ocasiao do interrogatério ou em qualquer outra fase do processo por termo nos autos. Na Justiga Militar da Unio, as pragas e os civis, comprovadamente pobres, so assistidos pela Defensoria Publica da Unio, cujos membros encontram-se totalmente desvinculados do Superior Tribunal Militar. © §5° menciona a figura do “advogado de oficio”, fungao que hoje é desempenhada pelo defensor publico. Caso 0 acusado seja incapaz, o préprio defensor poder ser nomeado como curador. Esta nomeagio & feita no ato do interrogatério pelo juiz-presidente (oficial de maior posto). © nao comparecimento do defensor, justificado, adiard o ato processual, desde que sua presenca seja indispensdvel. Se a falta se repetir, o juiz nomeard substituto para efeito do ato. Persistindo a auséncia, seré nomeado outro defensor para prosseguir no processo. Sempre é possivel, entretanto, que o acusado nomeie defensor de sua confianca. 5 - QUESTOES 5.1 - QUESTOES COMENTADAS 1, MPE-ES - Promotor de Justiga - 2010 - Cespe (adaptada), Segundo a lei processual penal militar, o principio da imediatidade é aplicado aos processos cuja tramitaco esteja em curso, ressalvados os atos praticados na forma da lei processual anterior. Caso @ norma processual penal militar posterior seja, de qualquer forma, mais favordvel ao réu, deverd retroagir, ainda que a sentenca penal condenatéria tenha transitado em julgado. Comentarios © Cédigo de Processo Penal Militar é expressa no sentido de que a norma processual deve ser aplicada a partir de sua vigéncia, inclusive aos processos pendentes de julgamento. £ importante que vocé compreenda bem que a regra da retroatividade da lei penal mais benigna € do Direito BanakeinAs. Bigaeaiglice 20 Direito Processual. 2. MPE-ES ~ Promotor de Justiga — 2010 ~ Cespe (adaptada). © CPPM dispée expressamente a aplicaco de suas normas, em casos especificos, fora do territério nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira. Nesse ponto, o CPPM difere do CPP. Comentarios A regra adotada pelo CPPM, bem como pelo Direito Penal Militar é a extraterritorialidade incondicionada. Esta regra é diferente daquela adotada pelo Direito Processual Penal comum, em que a extraterritorialidade pode ser condicionada ou incondicionada. GABARITO: CERTO 3. MPE-ES ~ Promotor de Justica — 2010 ~ Cespe (adaptada). O sistema processual penal castrense veda, em qualquer hipétese, o emprego da interpretac3o extensiva e da interpretago nao literal. Comentarios Eu disse a vocé que a palavra “castrense” era muito utilizada né? Pois bem, a interpretagao literal é a regra geral para a hermenéutica dos dispositivos do CPPM. A art. 2°, todavia, autoriza “a interpretagaio extensiva ou a interpretacao restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expresso da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intencao”. Lembre-se, porém, que hé a exceco da exceso, ndo sendo permitida a utilizacao da interpretaco extensiva ou restritiva quando cercear a defesa pessoal do acusado, prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou Ihe desvirtuar a natureza, ou desfigurar de plano os fundamentos da acusa¢3o que deram origem ao processo. GABARITO: ERRADO 4, MPE-ES - Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). Se, na aplicaco da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergéncia entre essa norma e os dispositivos constantes em convenco ou tratado de que o Brasil seja signatario, prevalecerd a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos. Comentarios candidato que nao estudou bem a matéria poderia marcar esta alternativa como correta, pois ela soa muito bem, ndo é mesmo? Sabemos que os tratados e convencées internacionais que tratam de Direitos Humanos so sujeitos a um regramento especial e tudo o mais, mas isso no tem NADA A VER com o Direito Processual Penal Militar. S houver conflito entre a norma do CPPM e a de qualquer convencao ou tratado internacional, deve ser aplicada a norma internacional. GABARITO: ERRADO 5. MPE-ES — Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). Os casos omissos na lei processual penal militar sero supridos pelo direito processual penal comum, sem prejuizo da peculiaridade do processo penal castrense. Nesses casos, o CPPM impde que haja a declaraco expressa de omissio pela corte militar competente, com quorum qualificado. Comentarios A primeira parte da assertiva est correta: a aplicago subsididria da norma processual penal comum & possivel nos casos de omissio do CPPM, mas nao pode ofender as principais caracteristicas do processo penal castrense, notadamente os principios da hierarquia e da disciplina. Por outro lado, nao é necessdria nenhuma declarac3o de omissio pelo érgio julgador. O examinador tentou confundir 0 candidato misturando 0 nosso assunto com o controle de constitucionalidade difuso, no é mesmo? GABARITO: ERRADO 6. STM—Analista Judi rio - 2004 - Cespe. No proceso penal militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e nao, os militares, os quais s3o chamados membros do conselho de justiga, como os jurados nos processos do tribunal do juri. Comentérios Vimos que nos Conselhos de Justica 0 juiz togado é chamado de juiz-auditor, e é um juiz de carreira, aprovado em concurso piblico de provas e titulos. Os outros quatro juizes que compée o conselho 80 militares de carreira, mas também so chamados de juizes. GABARITO: ERRADO 7. STM~Analista Judi rio — 2004 - Cespe. Nos crimes militares, a aco penal é, em regra, publica, condicionada ou incondicionada e promovida pelo Ministério Publico Militar; excepcionalmente, € privada, promovida pelo ofendido, quando a lei assim dispuser. Comentérios Nos crimes militares a regra geral é de que a acao penal seja publica incondicionada. O CPPM é expresso no sentido de que a a¢3o penal somente pode ser promovida por meio de deniincia apresentada pelo Ministério Publico Militar. Claro que isso no exclui a possibilidade da aco penal privada subsididria da publica, que é de cunho constitucional, e protege a vitima de crime da desidia do Ministério Publico. GABARITO: ERRADO 8, TICE -Titular de Servigos de Notas e Re istros ~ 2011 — IESES (adaptada). O processo penal brasileiro é regido pelo Cédigo de Processo Penal que abrange todo territério nacional, aplicando-se, inclusive, aos processos de competéncia da Justica Militar. Comentérios A competéncia para julgar crime militares é conferida pela Constituigdo & Justiga Militar. Para tal, ha dois ramos especializados do Direito: 0 Direito Penal Militar e o Direito Processual Penal Militar. GABARITO: ERRADO 9. MPE-SP — Promotor de Justiga — 2010 - MPE-SP. A transagao penal pode ser proposta nos crimes de competéncia da Justica Militar. Comentarios No vimos isto em detalhes, mas 0 art. 90-A da Lei n* 9.099/1995 exclui do mbito de aplicagao deste diploma legal os érgios da Justica Militar. Isto significa que nenhuma disposico relacionada aos juizados especiais é aplicavel, incluindo ai a possibilidade da proposigio de transago penal pelo Ministério Publico. Varios concursos j4 cobraram questées acerca da aplicabilidade da Lei dos Juizados Especiais 8 Justica Militar. GABARITO: ERRADO 10. (inédita). O contraditério e a ampla defesa devem ser sempre assegurados ao litigante ou acusado, tanto em processo judicial quanto administrativo. Este direito é assegurado pela Constitui¢o Federal, e deve ser observado tanto no processo penal militar quanto no inquérito policial militar. Comentarios inquérito policial é inquisitério, e no pode, por si sé, ter como consequéncia a condenacao do investigado. Na realidade, podemos dizer que formalmente no ha nem sequer um acusado, pois a funglo do inquérito € levantar indicios da pratica de crime, para subsidiar a propositura da aco penal por parte do Ministério Puiblico. Por essas razdes, nao € necessério observar o contraditorio e a ampla defesa no inquérito policial militar. GABARITO: ERRADO 11. (inédita). Os érgios julgadores do primeiro grau da Justica Militar da Unido atuam em regime de escabinato, sendo formados por um juiz de carreira, chamado juiz-auditor, e quatro juizes militares, que devem ocupar posto superior ao do acusado ou, caso ocupem o mesmo posto, ser mais antigos. Comentarios Vocé ja ouviu falar do escabinato? Este regime é aquele que ocorre quando o érgio julgador é formado por juizes leigos e togados. £ exatamente o caso dos Conselhos de Justica, ndo é mesmo? Além disso, vocé jé sabe que os conselhos so formados por um juiz-auditor e quatro juizes militares, que precisam ocupar posto superior ao do acusado, ou ser mais antigos, caso ocupem 0 mesmo posto. GABARITO: CERTO 12. STM — Analista Judiciario - 2004 - Cespe. As partes, os funcionai s € oS Serventudrios da justica militar so auxiliares do juiz. Comentérios art. 42 do CPPM determina que os funcionérios e serventudrios (hoje chamados de servidores) da Justiga Militar s80, nos processos em que atuam, auxiliares do juiz. A Doutrina adiciona a esse rol também os peritos e intérpretes. As partes, entretanto, nao so auxiliares. GABARITO: ERRADO 13. STM — Analista judiciario - 2004 - Cespe. No processo penal militar, o termo juiz denomina somente o julz togado e no, os militares, os quais so chamados membros do conselho de justica, como os jurados nos processos do tribunal do jari Comentarios A resposta para nossa questo estd no art. 36, §1° do CPPM. O termo “juiz” abrange quaisquer autoridades judicidrias, sejam drgdos singulares ou colegiados, no exercicio das respectivas competéncias atributivas ou processuais. O termo, portanto, pode ser aplicado tanto ao juiz togado (Juiz-Auditor) quando aos juizes militares, componentes do Conselho de Justica. GABARITO: ERRADO 14. TIM-SP — Escrevente T ico Judi Assinale a alternativa correta. a) O Cédigo de Processo Penal Militar utiliza a denominagdo "Juiz" apenas para autoridades judicidrias colegiadas, dentro e fora do exercicio das respectivas competéncias atributivas ou processuais. b) A suspeic¢&o no poderd ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou, de propésito, der motivo para crié-la. ¢) 0 oficial de justiga providenciard para que estejam em ordem e em dia as pegas e termos dos processos. d) As diligéncias sero feitas durante o dia ou & noite, em periodo que medeie entre as seis € as vinte e duas horas e sempre na presenca de duas testemunhas, e) 0 escrivao realizara as diligéncias que Ihe atribuir a lei de organizagio judiciaria militar e as que Ihe forem ordenadas por despacho do juiz. Comentét Aalternativa A erra ao relacionar o termo “juiz” apenas aos érgios julgadores colegiados. Para fins de interpretag3o do CPPM, juiz € qualquer autoridade judiciéria, seja singular ou colegiada, no exercicio das respectivas competéncias atributivas ou processuais. Aalternativa B é a nossa resposta correta. Ela faz mengo & suspeigSo provocada, que nao pode ser arguida, nos termos do art. 41 do CPPM. As alternativas Ce E invertem as funcdes do escrivio e do oficial de justica. Aalternativa D tenta enganar vocé trocando o horario para a realizagao das diligéncias, que é das 6h as 18h, e nao das 6h as 22h. GABARITO: B 15. STM — Analista Judi rio ~ 2004 - Cespe. No proceso penal militar, a acusago cabe ao Ministério Publico Militar, que a exerce por intermédio dos procuradores e promotores de justica militar, sendo-Ihe vedado desistir da aco penal e pedir absolvi¢io do acusado. Comentarios A fungo acusatéria € desempenhada pelo MPM (Estado-Acusador), por meio dos Procuradores e Promotores da Justica Militar. Também é correto dizer que o MPM no pode desistir da ac3o penal. Entretanto, se, ao longo do proceso, o representante do MPM se convencer de que o réu no deve ser condenado, nada obsta que em suas alegacées finais seja pedida a absolvicio. GABARITO: ERRADO 16. (inédita). Se 0 juiz tiver atuado como testemunha no processo, estard impedido de exercer a jurisdigio. Entretanto, se a esposa do magistrado foi ouvida na mesma condiciio, no haverd impedimento. Comentérios A fungo de testemunha no processo somente € causa de impedimento se a atribuicdo tiver sido exercida pelo préprio juiz. Nada obsta que 0 magistrado atue em processo no qual serviu como testemunha seu cénjuge ou parente. GABARITO: CERTO 17. inédita). Luiz € Juiz-Auditor da Justiga Militar da Unido, e tem um neto chamado Abranavilson. Este, por sua vez, esté movendo ago civel de indenizag3o por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, ¢ correto dizer que Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do proceso, Comentérios Esta é uma das hipéteses de suspei¢o, prevista na alinea D do art. 38. O parentesco entre avé e neto é de segundo grau. GABARITO: CERTO 18. (inédita). Os peritos e intérpretes serio nomeados livremente pelo juiz, sem intervencio das partes, preferencialmente entre oficiais da ativa, independentemente da especialidade. Comentarios Esta € uma questo bem possivel de aparecer na sua prova, hein!? Os peritos sio nomeados livremente pelo juiz, sem intervengo das partes, e o encargo deve recair preferencialmente sobre oficiais da ativa. O erro da assertiva esté em dizer que os oficiais podem ser nomeados independentemente de especialidade. Isso no faz o menor sentido, ndo é mesmo? Imagine que & necessério fazer uma tradusZo e 0 juiz nomeie um oficial da ativa que no conhega a lingua estrangeira... GABARITO: ERRADO 19. (inédita). E possivel que o juiz aplique penalidade de multa ao perito ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo sem apresentar justificativa relevante. Comentarios Esta possibilidade esté descrita no art. 50 do CPPM. A penalidade de multa pode ser aplicada também ao perito ou intérprete que deixa de acudir ao chamado da autoridade, no comparece no dia e local designado para o exame, nao apresenta o laudo, ou concorre para que a pericia nao seja realizada nos prazos estabelecidos. GABARITO: CERTO 20. inédita). O ato praticado por juiz em condigS0 de impedimento ¢ anulével. Comentarios Os atos praticados por juiz impedido sero considerados inexistentes, nos temos do paragrafo Unico do art. 37 do CPPM. GABARITO: ERRADO 5.2 - LISTA DE QUESTOES 1, MPE-ES - Promotor de Justica - 2010 ~ Cespe (adaptada). Segundo a lei processual penal militar, 0 principio da imediatidade é aplicado aos processos cuja tramitag3o esteja em curso, ressalvados os atos praticados na forma da lei processual anterior. Caso @ norma processual penal militar posterior seja, de qualquer forma, mais favordvel ao réu, devers retroagir, ainda que a sentenca penal condenatéria tenha transitado em julgado. 2. MPE-ES - Promotor de Justiga - 2010 - Cespe (adaptada). © CPPM dispSe expressamente a aplicac3o de suas normas, em casos especificos, fora do territério nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira. Nesse ponto, o CPPM difere do CPP. 3. MPE-ES Promotor de Justica - 2010 ~ Cespe (adaptada). O sistema processual penal castrense veda, em qualquer hipétese, o emprego da interpretacdo extensiva e da interpretago nio literal. 4, MPE-ES - Promotor de Justica - 2010 - Cespe (adaptada). Se, na aplicagio da lei processual penal militar a caso concreto, houver divergéncia entre essa norma e os dispositivos constantes em convengao ou tratado de que o Brasil seja signatario, prevalecerd a regra especial da primeira, salvo em matéria de direitos humanos. 5. MPE-ES ~ Promotor de Justica — 2010 ~ Cespe (adaptada). Os casos omissos na lei processual penal militar ser3o supridos pelo direito processual penal comum, sem prejuizo da peculiaridade do processo penal castrense. Nesses casos, 0 CPPM imp@e que haja a declaracao expressa de omissio pela corte militar competente, com quorum qualificado. 6. STM-~ Analista Judiciério - 2004 - Cespe. No processo penal militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e nao, os militares, os quais séo chamados membros do conselho de justiga, como os jurados nos processos do tribunal do juri. 7. STM —Analista Judi rio - 2004 - Cespe. Nos crimes militares, a aco penal ¢, em regra, publica, condicionada ou incondicionada e promovida pelo Ministério Publico Militar; excepcionalmente, € privada, promovida pelo ofendido, quando a lei assim dispuser. 8. TJ-CE - Titular de Servigos de Notas e Registros ~ 2011 — IESES (adaptada). Oprocesso penal brasileiro é regido pelo Cédigo de Processo Penal que abrange todo territério nacional, aplicando-se, inclusive, aos processos de competéncia da Justiga Militar. 9. MPE-SP - Promotor de Justica - 2010 — MPE-SP. A transac3o penal pode ser proposta nos crimes de competéncia da Justica M 10. (inédita). Ocontraditério e a ampla defesa devem ser sempre assegurados ao litigante ou acusado, tanto em processo judicial quanto administrativo. Este direito é assegurado pela Constituicao Federal, e deve ser observado tanto no processo penal militar quanto no inquérito policial militar. 11. (inédita). Os érgos julgadores do primeiro grau da Justica Militar da Unio atuam em regime de escabinato, sendo formados por um juiz de carreira, chamado juiz-auditor, e quatro juizes militares, que devem ocupar posto superior ao do acusado ou, caso ocupem 0 mesmo posto, ser mais antigos. 12. STM — Analista Judiciario - 2004 - Cespe. As partes, os funcionat 13, STM — Analista judicidrio - 2004 - Cespe. No processo penal militar, 0 termo juiz denomina somente 0 juiz togado e nio, os militares, os quais séo chamados membros do conselho de justica, como os jurados nos processos do tribunal do jari. € 05 serventudrios da justica militar so auxiliares do juiz. 14. TIM-SP — Escrevente Técnico Judicidrio - 2011 - Vunesp. Assinale a alternativa correta. a) 0 Cédigo de Processo Penal Militar utiliza a denominacao "juiz" apenas para autoridades judicidrias colegiadas, dentro e fora do exercicio das respectivas competéncias atributivas ou processuais. b) A suspei¢ao nao poderd ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o julz ou, de propésito, der motivo para crié-la. ¢) 0 oficial de justica providenciaré para que estejam em ordem e em dia as pecas € termos dos processos. d) As diligéncias serao feitas durante o dia ou & noite, em periodo que medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presenca de duas testemunhas. e) 0 escrivéo realizaré as diligéncias que Ihe atribuir a lei de organizacao judicidria militar e as que Ihe forem ordenadas por despacho do juiz. 15. STM — Analista Judi rio — 2004 - Cespe. No processo penal militar, a acusag3o cabe ao Ministério Publico Militar, que a exerce por intermédio dos procuradores e promotores de justica militar, sendo-Ihe vedado desistir da ago penal e pedir absolvi¢ao do acusado. 16. (inédita). Se 0 juiz tiver atuado como testemunha no processo, estard impedido de exercer a jurisdigao. Entretanto, se a esposa do magistrado foi ouvida na mesma condi¢io, n’o haverd impedimento. 17. (inédits Luiz é Juiz-Auditor da Justiga Militar da Unido, e tem um neto chamado Abranavilson. Este, por sua ver, est movendo ago civel de indenizac3o por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do processo. 18. (inédi Os peritos e intérpretes serio nomeados livremente pelo juiz, sem intervengdo das partes, preferencialmente entre oficiais da ativa, independentemente da especialidade. 19. (inédi E possivel que o juiz aplique penalidade de multa ao perito ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo sem apresentar justificativa relevante. 20. (inédit O ato praticado por juiz em condicao de impedimento é anulével. 5.3 - GABARITO NoOVeeNE ERRADO. 8. ERRADO 15. ERRADO CERTO 9. ERRADO 16. CERTO ERRADO. 10. ERRADO 17. CERTO ERRADO. 11. CERTO 18. ERRADO ERRADO. 12, ERRADO 19. CERTO ERRADO. 13. ERRADO 20. ERRADO ERRADO. 14. B ISIDERAGOES FINAIS Grande abraco!

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