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Sore 0 Concerto DE UMA Posicao Auristica-Conticua® Thomas iste Sto Francisco O desenvolvimento da teoria inglesa das relagoes de objeto, nos tiltinas vinte anos, pode ser vista como contendo 0 germe da exploragdo de uma drea de experiéncia que estd situada fora dos modos de ser (state of being) compreendidos pelos conceitas de. Klein, Winnicott, Fairbairn e Bion Neste artigo épropostaa idéia “de uma posigaa autistica-contigua)como wna maneira de conceituar a organizagéo psicoldgica mais primitiva do que a posigdo esquizo-parandide e depressiva. Este modo de organizar a experiéncia mantém-se numa relagio dialética com os modos esquizo-parandide e depressivo: cada wm deles cria, preserva e nega os outros. 0 modo autistico-contiguo é wm modo pré simbélico de gerar experiéncia, ‘preponderantemente sensorial) ‘que prov un bom grau de vinculagdo da experiéncia humana eo éncia. A inicio do sentimento de lugar onde se produz essa experiéncia. ansiedade desse modo autistico-contiguo consiste num terror sem Thome de dissolugto dos vinculos, resultando em sentimentos de azar, cair ou dissolver em formas infinitas ¢ espagos informes. A principal forma de defesa, maneiras de organizar ¢ definir a experiéncia, os tipos de relagdo de objeto e as vias para mudan psiquica na pasigdo autistica-contigua sia discutidos.e ilustrados clinicamente. 341 AS, Picasa. Von, 0x (2): 6-364, 1996 + Publicado wo Int. J. Psycho- Anal. (1989) 70. 27-140. ** Membro da American Psychoanalytic Association (APtaA). wr | “Tuostas H. Ocpes O intercdmbio de idéias que constitui o discurso psicanalitico inglés dos anos trinta até os sctenta girou, em grande parte, em torno da obra de Klein, Winnicott, Fairbairn e Bion. Cada um destes analistas forneceu ocontexto, assim como um contraponto, em relagao ao qual os demais agregaram suas idéias, A histéria do desenvolvimento da teoria inglesa das relagdes de objeto dos iltimos, vinte anos pode ser vista como contendo o germe da exploragio de uma drea de experiéncia que esté situada fora dos modos de ser compreendidos pelos conceitos de Klein (1958) de posigdo esquizo-parandide € depressiva, da | concepgio de Fairbairn (1944) do mundo do objeto interno, da concepgio de | Bion (1962) da identificagdo projetiva como uma forma primitiva de defesa, comunicagao e continéncia, ou da concepgao winnicottiana (1971) da evolugao da relagio mae-bebé e da elaboragao do fenémeno transicional. O trabalho clinico e te6rico de Esther Bick (1968,1986), Donald Meltzer | (1975, Meltzer e outros, 1975) e Frances Tustin (1972, 1980, 1981, 1984, 1986), desenvolvido no contexto de suas atividades com criangas autistas, serviu para definir uma dimensdo até agora insuficientemente entendida, de toda experiéncia humana (mais primitiva que a posig&o esquizo-parandide) a qual _ chamarei_de posigio autfstica-contfgua, Este texto representa uma sintese, interpretagdo e extensio do trabalho desses pensadores psicanaliticos. (Uma lista parcial de outros contribuidores nessa drea de investigagao inclui: J. Anthony (1958), Anzieu (1970), Bion (1962), Bower (197), Brazelton (1981), Eimas (1975), Fordham (1977), E. Gaddini (1969), R. Gaddini (1978), Kanner (1944), S. Klein (1980), Mahler (1968), Milner (1969), D. Rosenfeld (1984), Sander (1964), Spitz (1965), Stern (1985), Trevarthan (1979) e Winnicott (1960). Num trabalho anterior (Ogden, 1988) denominei_a organizacho_ psicol6gica capaz de gerar o estado mais primitive do igo autistic ~contigua. (Utilizei 0 termo posigdo porque vejo esta organizagao psicolég ‘como uma evolugao, um modo progressivo de gerar experiéncia em oposigao a “fase” de desenvolvimento. Considero-a como tendo igual significagio ‘organizacional quanto as posig6es esquizo-paranGide e depressiva, contribuindo de maneira igualmente valiosa para a constituigSo dialética da experiéncia humana). A elaboragdo dessa organizagao primitiva representa uma parte integral do desenvolvimento normal através do qual um modo particular de experiéncia é gerado. Esse modo de organizar a experiéncia é caracterizado por tipos especfficos de defesa, formas de relacdo de objeto, qualidade de ansiedade, e grau de subjetividade que descreverei e ilustrarei clinicamente. A condigao (state of being) produzida por esta organizagio psicolégica estd em relagdo diacr6nica e sincrdnica com as posigdes esquizo-paranéide e depressiva. A posigio autistica-contigua tem um periodo de\primazia que antecedeas duas organizacoes psicolégicas descritas por Klein, emboracoexista 342 dialeticamentegg Sigleticamente cg vida psiquica (6; uma dialgticae, 5 : ep consciente noe cia, preservaey ‘contigua da exp. esquizo-parangi oconceito de mais primitivos A orgar ibuir sentid “para formar c constituir sup tem suas orig (Freud, 1923 Conse psicolégica, sistema psic modo autist patolégicas formas de caracterfstic Acre anomeagac que se toca eadquirir Ceontiguidp contida na um erro gf no modo semelhant organizaa quando o1 Ess contribui todos os¢ (por raze ——. o inglés dos ade Klein, texto, assim as idéias. A dos iltimos uma dea de didos pelos ressiva, da oncepgo de a de defesa, daevolugio ald Meltzer 984, 1986), serviu para a, de toda ide) a.qual_ ma sfntese, icos. (Uma > inclui: J. on (1981), 8), Kanner Id (1984), Winnicott anizagao_ nutistica- colégica~ 0sigdo a ificagao ibuindo eriéncia a parte ular de .do por edade, légica fide e 1 que we yca.Coxnioun Sonar 0 Coxcuo os usa Roscio Aurisnica- COSTS erie gioleticamente comas posicdeses: vizo-parandidecdepressivadesde.o nicioda. orem T988). Essa organizagio primitiva represen’ © polo de ‘como oconceito de vida psiquica (Og: uma consciente nio existe cia, preservaenega ooutro. Al ontigua da experiéncia de forn esquizo-parandide’e depressiva ‘aconceito de “posigdes” psicol tnais primitives da experiencia humana independentemen Este texto OrGANIZAGAO PI ‘A organizagio autistica-conti sentido a experiéncia na qual ‘constituir super tem suas origens: (Freud, 1923, p-26, Conservei a pal psicolégica, apesar do fato d “O ego (0 ‘eu')é nota de rodapé ai lavra autistica para d 1ém do mais, mia alguma diminul Iégicas ou organizages Par IMITIVA BA EXPERIEN a 6 associad i ‘os dados sensoriais brut i oa ones Is nBS iio Ficies delimitadas. E nessa superficie que * experiéncia do self primeiroeiniialmente um ego Corporal” \dicionada em 1927). jesignar a mais primit je estar este term as hado, 0 qual no sint irene, portanto, nunca existe em forma pura, ass Me doonceit de inconsciente: cada da dimen: fio autistica- ra significago das dimensoes rata uma tentativa de ampliar a incluir os aspectos adelineagao' represel CIA fa a um modo ¢s| 105 ‘ordenados rials, iva organizagao ssociado usualmente com um to ser caracteristico do sistema psicol6gico patolégico fee rmal_ Fiz. isto porque acredito. que_2s formas ias dos tipos de defesa, modo autistico-contiguo n patolégicas do autismo envolvem versoe _formas exp ‘caracteristicos da organizag BO, “Acredito quea palavra cont a nomeagiio dessa organizagao, uma vez que se tocam. serdexaminada como inci © adquirir organizagio Fontigucprove a contida na palavra@ um erro grave imaginar que um no modo autistico-contiguo sofra di semelhante a imaginar uma crianga co" organiza aexperiénciano mo quando organiza a experi Essa organizagio psicol6; iedos osestados subjetivos su (por razées constitucionais ou ambientzis), utismo envolyen fe alribuir_ sentido A experién: iniguaé particularment (que a experigncia de haver superficies jpalieci esse modo psicolégico. mecessaria & conotacdo de isolamento Ko longo deste texto devemos ter bebé que gere predo fe autismo infantil patol6gico. Isto seria smo esquizofrénica parandide quando ela .do esquizo-parandide, ou sofre jancia de modo pred gica primitiva, contribui para 0 quase imperceptivel pano de fundo — deli ‘bseaiientes. Quandoa ansiedade infantil €extrema ertrofiad: objetais te adequada favorecendo ra se fazeras conexdes Dessa maneira, a palavra lamento e desconexao ‘em mente que € antemente experiéncias fc de depressaoclinica fominantemente depressivo. em circunstincias normais fador sensorial de o sistema de defesa caracteristico CORBIS, Ones a desse modo toma-se hipertrofiado ¢ for Enrijecido, levando auma ampt. as de autismo patolégico [desde o caracteristicas la gama de n autismo infantil patolégic até stisticas de pacientes que em outros aspectos alcangaram uma Foetutt Psicol6gica predominantemente movin 8 (cf. S. Klein, 1980; Tustin 1986)) — A NATUREZA DA EXPERIENCIA PREDOMINANTEMENTE SENSORIAL No modo autistico-contiguo as experiéneias sensoriais, particularmente 88 da superficie da pele, so 0 meio maisimporaa ara produzir sentido e gerar nentos da experiéncia do self A contigi lade sensorial da su pele € a cadéncia ritmica s relagdes de objeto infantis ouvindo amie conversare 1986,1988) discuti o conceito kleiniano d; -2Fganizagao psicolégica na qual existe um suj mediador entre o simbolo e o simbolizado, i préprio e a experiénci: Vivida. No modo esqfiizo-parandige xiste escassa conscigncia de um “eu” mediador, que interpreta; em lugar disto o self € em grande arte um “self- objeto”, um selfque s6 experimenta minimamente asi como autor dos préprios || Pensamentos, sentimentos, sensagdes e percepgies. No modo esquizo- i | Parandide o individuo se experimenta como estando invadido por pensamentos, || Sentimentos e sensagdes, como se estes fossem forgas ou coisas que \| simplesmente acontecem. . A nnaturezade uma rlago com o préprio objeto €determinada,em grande escala, pela natureza da subjetividade (a forma de “mesmidade’” Tness) que constitui o contexto para essas relagdes de objeto. Na posigio autistica-contigua Sensorialmente, na qual ocorre a experiéncia (o infcio do sentimenia dew lugar Superficie da pele da crianga quando ela repousa seu rosto contra selo matern osentimento de continuidade e de previsibilidade da forma, derivada elo ritmo € pela regularidade da atividade de a mentagdo do bebé (no contexto de um ambiente acolhedor, holding environm ido pela mae | ma de © até Tuma ustin, ole RIES OD fh (orumrdl ) Sor = 0 Coscrtt0 ve pressionando suas gengivas apertadas no mamilo ou no dedo.da.mie. Os inicios rudimentares da subjtividade na posigio auttiea-contigua devem ser descritos sob a perspectiva de dois vertices simuliineas. Por outro ado, 0 bebé € a mae sio um: “niio existe tal coisa como um beb&” (Winnicott 1960, p. 39, nota de rodapé). Sob esta perspectiva, 0 bebé subjetivamente pode ser pensado como sendo mantido em seguranca pela mie (mais acuradamente, pelo aspecto da mae-crianga que um observador externo veria como sendo a mie). Ao mesmo tempo, sob uma outta perspectiva, o bebé ¢ a mae nunca so inteiramente umeasubjetividade do bebé na posiefoutistica -contigua pode.ser. imaginada como uma sensago extremamente sutil, nio refleniva, de “continuar sendo” (going on being; Winnicott, 1956). Esta necessidade sensorial esté no processo da aquisigdo de caracteristicas do desejo subjetivo (0 nivel sensorial iniciando-se a partir do desejo de algo pelo sujeito). A experiéncia sensorial no modo autfstico-contfguo tem uma qualidade de rumo que vai se tomando_ continuidade de ser; ela tema tessitura, que €0infcio daexperiénciadewm lugar S275 S~ ‘onde se sente, pensa e vive; possui forma, dureza, fricza ecalor, textura.ete., Que so 0 inicio das qualidades de um ser. Tustin (1980, 1984) descreveu dois tipos de experiéncia com ol constituem maneiras importantes de ordenare definir a experiéncia na posi¢ao autistica-contigua. (Esses meios de organizar e delinear a experiéncia sao secundariamente alistados na construco da defesa psicoldgica). O primeiro_/ desses modos de relagiio de objeto (oqual, novamente, s6um observador externo acomo sendo uma relagai objeto externo) € a criagtio das reconheseria. com s E formas autstcasy O58 ; Ae Formas geradas no modo autfstico-contfguo devem ser distinguidas} de Anon 0% daquilo que habitu ‘omamos pela forma de um objeto. Essas formas tir imal (que primitivas sio @formas-sensagio” {Tustin, 1986, p. 280), surgindo da ais recententente romaciodasSiperficies quedeixam umaimpressiosensorial) «tt dese fe fase experiénciadot . “auto-sensual™ _A experiéncia det ‘o: modo autistico-contiguo go envolve o conceito de] “xe esté sendo sentida. Como Tustin (1984) afirma,| (TG) do desenvol- “objeto” ou “coisa” . Cor ‘af paranés mesmos, a experiéncis de uma forma autfstica se bjetosque 7 Ms Tustin (1980.1984) sequindlo os passos de Anstuony (1938) Vase 0 bebe wrliza reduzirmos a cadeira na qual sen isagd0 da cadeira como um objeto & formas wilizadas de nbs e se modifica quando mudamos de posicd ento. santngta infant ram formas)no modo aut nent). Nessa podemos tentar criar, 2s experién seni oe amos A sensag0 que ela produz em NOsS0S \venethanre de qaseiros, Nessa perspectiva nao existe a sen: , Parte da sensa¢ao que ela gera. A forma dessa impressao € particular a cada ury/ ee Para 0 bebé, 05 objetos que ge! istico-contigud) rorma es erm incluem as partes macias de seu préprio corpo ¢ do corpo da mie, assim como weg av staneias corporais macias (inluindo saliva, urinae fezes), As experiéncias sere pars impel se rma no modo autistico-cont{guo contribuem para a sensapao de coesto do padi Sase tornando o objeto. usizzentemias.. self e também para a experiéncia de perceber 0.que est se tornando 0 objeto. cama én caso no ‘Muito mais tarde no ‘desenvolvimento, palavras como “conforto”, “alfvio”, autisma paroligica. 345 COrdiqutcence Tuomas H. cpr “seguranga”, “conexdo”, “conter”, “aninhar”, “suavidade” serao atribuidas a experiéncia das formas no modo autistico-contiguo. i Um segundo modo bastante primitivo de definir a experiéncia sensorial, descrita por Tustin (1980), a experiéncia dos Cobjeios autisticos"} representa um contraste marcante com a experiéncia das formas aulisticas. Um objeto autistico € a experiéncia da superficie sensorial dura, angular, que € gerada quando um objeto € pressionado fortemente contra a pele da crianga. Nesse tipo de experiéncia (que de certo modo € tudo que existe para ela) hd como uma crosta dura, ou uma armadura que a protege contra perigos inomindveis que s6 mais tarde receberdio nomes\ Um objeto autistico uma impressio sensorial que gera_ seguranga, devido & sua angulosidade que define, delineia e protege essa superficie crustacea (que, de outra maneira, estaria exposta e vulnerdvel). Quando a experiéncia gerada nos modos esquizo-paran6ide e depressivo vai aumentando, palavras como: “couraga”, “concha”, “crosta”, “perigo”, “ataque”, “separagdo”, “alteridade” (otherness), “invasio”, “rigidez”, “impene- trabilidade”, “repulsao” estardo ligadas As qualidades das impresses sensoriais criadas peloy(objetos autisticos. ) Eu trabathei durante muitos anos em uma psicoterapia intensiva com um adolescente esquizofrénico, cego de nascimento, chamado Roberto (veja Ogden, 1982a para wna discusséo mais detalhada deste caso). Nos primeiros anos desta andlise, que se iniciou quando o paciente tinha 19 anos, ele falava muito pouco. O paciente dizia que estavaaterrorizado pelos milhdesde aranhas que havia por todo o chéo, sobre seus alimentos e sobre seu corpo. Sentia que elas entravam e saiam através de todos os orificios de seu corpo, incluindo athos, boca, orelhas, nariz dnus epénis, assim tomo dos poros de sua pele. Ele se sentava em meu consultério, tremendo, com os olhos revirados que sé deixavam visivel a esclerética. Segundo a histéria relatada pelos pais, paciente, sua infancia foi caracterizada pelas inexplicéveis mudangas em sua ide, que passava de uma super-protegao asfxiante a um ddio extremo por ele detxado sozinho durante horas em um carro-bergo, Robertoficava de pt crise bergo, sustentando-se na barra que formava sua borda superion eo impulsionava ao redor do quarto golpeando ritmic 20 redor -amente sua cabeca contra a barra, Sua mée me disse que ele parecia insensivel a dor e que ela se havin sentido aterrorizada por sua “demontaca forca de vontade". irmaos e outros parentes do No periodo do tratamento, sobre o qual me centrarei mais adiante Roberto se negava a banhar-se, apesar de todos os atos eestimulos, enganos 346 subo hos] rouf gore sile de seu inte ma Qu int me co + pr im in buidas & ensorial, sentaum autistico jando um > tipo de ma crosta e s6 mais Ique gera. lege essa inerdivel. essivo vai ,“atague”, ““impene- sensoriais va com wn yerto (veja : primeiros ele falava dearanhas Sentia que incluindo apele. Ele os que sb entes do sem sua por ele, “mi seu re se mntra a havia ante, n0s, ‘go Auristica-Coricvs roncerTo pf usa POSIC! ubornoe ameagasqueo pessoal de enfermaria podia imaginar (Roberto esteve oapitalizad durante 0 PT eatanento). Ravas veres mudava de aa assa de mechas a; nen segue” 0fe@cia Pa dormir. gordurosas. one 0 C Sa imeiro ano de t Sew cabelo era uma m ue 0 acompanhava nclusive horas depois 1a poltrona de meu consultdria, apoiando we gabelo gorduroso sobre seu duro vespaldo acolchoado. O aspecto da serena transferéncia-contratransferéncit ‘do qual eu tinha naguele momento sor consciencia era a mancira cond C1 ime sentiainvadido pelo pactente- Quando Roberto saia de mest vvonsutrio, en nao podia sentir que estave srscansando dele, mas sentia COM Se ‘ele tivesse literalmente logrado ee ‘mediante seu odor, que Sattrava, indi san quatseretaviaidentifiedoesteranene) Finalmente, que estes sentiment compreendi “as eram minha resposta a uma identificarae -- projetiva (e eu participava incor Mediante a dita opaciente gerava er nscientemente da mesma). Waantpicagao projetiva. mim seus proprios sentimentos de ser infilerado, dolorosamente ¢ contra sua "vontade, pelo sew objeto maternal Roberto exalava um intenso odor corporal silenciosaniente e que permanecia er consultério, i ile ele haver saido. Ele se recostave Ny | imerno. "Retrospectivamente, sinto que nao dei sufciente Dé” @ um aspecto da experiéncia para a qual o paciente “nconscientenrente estava dirigindo minke istava ao banhar-se, ele Stengato, Quando perguntei a Roberto o que mais ase de maneira mais respondeu: “o escoamento”. Creio que agora compreendo, solver-se ede completa, que Roberto estava aterrorizado diane da idéia de diss co voan, literaiment, pelo cano de esgoro. Tentava Segura’ asensagdo de se proprio odor corporal caracteristico, que era de particular importancia para ele ante a sua incapaci dade para formar imagens visuais adequadamente definidas, Seu odor constituia uma forma. ‘autistareconforrante que oajudavaa grav um lugar no qual ele podia sentir (através de suas. sensacde. i rie existia, Seus tremores the davam wna sensapao ‘amplificada da sua pele: Fr seus olhos aid atrds, para escondé-los dentro da abdbada de seu crénio, a lava das formas amorfas e sem contornas que percebia visualmente (anos depois, me disse que estas sombras eram “pior que n&o ver absolutamente nada”, pois o faziam sentir como se estivesse Se afogando). ‘A insistncia do paciente em apoiar sua cabega na borda traseira de sferecer um certo graut de delimitagao. De minka poltrona servia-the para aameire igual, em sua inféncia, Roberto havia tentado io desesperadamente jeparar uma sensagao defetuasa de coesdo de si mesmo mediante a 0640 de 347 ee a! ober sua cabera Conte a Dorda dura de Seu bergo, em resposta ao cet oor 5 grandes pe riodos de, desconextio de Sua mée, Essa “ye lagiig” MLune forma de uso patoldia de un objetg de una relaciin Sadia com una pessoa verdladeivag abeca ao golpea-se edo movimenrs do berco, poder ‘almar-se, através dousodeuma forma toring | Ess Particular), de estaremalgumaparte (algun sim na qual ele podia perceber sen, odor) ¢ser algo para outra pesson (uma pessoa We podia cheird-lo, sentir r vir Por ele e recordé-lo). O uso do ode sonia-une forma autista pode. ma , psig Patolégico, nam, gera circu o ali proc parci Difer nenhu inten Pine a i ‘Perigncia do fenémeng transicional da cri desenvolvimental desse Proceso encontra, 1959, Estética da experiéncia assimbélica no aut . & Para manterum sistema fecha it Sensorial nig leva a qualquer log eto de inte, ! Patol6gico visa a etiminasao ism A previsibilidade mecinica ¢ a. Cl dos objetos ation autisticos Substitui a experiéncia com entes humanos, inevitavelmente Suas f oes eo tees transto aS formas € 0s objetos fusticos, imutaveis, que Provém consolo e protegao diregap absolutemente confidveis, a. Sbsery, 0 afeto lagdo” objet “ira. poden, forma har-se ente a iguém arte essoa odor “nao. io de la, ao lore eto. 10 bE usta Posicho Au ‘ontigua observador externo o veria), tendo uma existéncia separada do bebé e fora de seu. __coutrole onipotente. E nessa época que o bebé ird elaborar sua maneira de esta no mundo, stia relagio com a mie € o resto do mundo objetal ou que ele vai elaborar as maneiras predominantemente sensoriais de ser (mais acuradamente imaneiras de ndo-ser) que siio destinadas a insular o self potencial (que nunca viré i a existir) de tudo que esta fora desse mundo sensorialmente dominado. Na medida em que o sistema corpéreo € impermeavel as mituas experiéncias transformadoras que ocorrem com seres humanios, hd uma aus8ncia de “espaco- _potencial” (Winnicott, 1951; Ogden 1985,1987) entre si préprio ¢ 0 outro (um ‘espago potencial psicolégico entre a experiéncia doselfea percep. “Esse mundo corpéreo fechado € um mundo sem lugar paracriar a disting: simbolo e simbolizado e, portanto, um mundo onde nao ha possibilidade para 0 r-a-ser um sujeito interpretante; é um mundo no qual nao existe um espaco ~tsiguicg ent o bebé e amie dentro do qual fendmeno transicional possa ser. gerado-descol erto. A sindrome da ruminagao infantil patolégica € paradigmética da circularidade fechada do se/f no processo do autismo patolégico. Ruminagdo oumericismo... (é) o.ato de trazerativamente de volta é boca o alimento engolido que jd chegou ao estémago e que poderia estar jd em processo de digestdo... O alimento pode ser parcialmente engolido, parcialmente perdido, com sérias conseqiténcias para a nutrigao do bebé. Diferentemente da regurgitagéio, quando o alimento sai da boca do bebé sem nenhun esforgo, na ruminagao existem movimentos preparatérios, complexos eintencionais, em particular por parte da linguae dos miisculos abdominais. Em alguns casos, o pdlato é estimulado pela introdugéo dos dedos na boca. Quando estes esforcos tém éxito e o leite aparece na parte posterior da faringe, 0 rosto da crianga é inundado por uma expressito de éxtase (R. Gaddini e E. Gaddini 1959, p. 166), Na ruminago infantil, 0 infcio da consciéncia do outro (através da interagao durante. alimentagao) sofre um curfo-circuito devidoao fato de o bebé Usurpar toda situagiio de alimentag&o somente para si; ele se empenha num ciclo auto-sensorial fechado, criando sua prépria comida (mais exatamente, criando suas formas autisticas). Essas formas autfsticas substituem a mie, transformando assim a experiéncia alimentar, que poderia ser uma via em iregdo a uma relagdo de objeto progressivamente mais madura, em uma vereda Para uma (‘auto-suficiéncia” anobjetal{na qual nao existe sel). No Seiting analitico, uma forma equivalente de mericismo pode ser Observada em pacientes que usam a andlise “em si mesmo”. No lugar de internalizar o espago analitico no qual se pensam e se sentem os préprios 349, 7 i mms 1oMas H. UGDEN Pensamentos, sentimentos e sensagdes, tais pacientes apresenta de anilise na qual a ruminagio e a imitagio substituem 0 processo analitic Papel do analista foi inteiramente cooptado. Esses pacientes freqii entemente apresentam a fantasia inconsciente de serem auto-gerados, adotando as fungdes _ dos pais e da crianga, substituindo assim uma genuina relagao de objeto por um mundo intemo de relagdes de objeto fantasiadas e experiéncias com formas € objetos autisticos. ma caricatura A Sra. M., uma vitiva de 62 anos, a quem vi em psicoterapia intensiva durante oito anos, originalmente havia sido transferida para mim, por set médico residente, logo depois de uma tentativa de suicidio. Ela havia utilizado uma gilete para fazer, de maneira cuidadosa, profundas incisoes em seus pulsos, bragos, pernas e tornozelos. Elaentdodeitou-se em uma banheira cheiade dgua morna e, pacientemente, esperou durante trés horas para sangrar até morrer. Apés entrar em coma ela foi descoberta pela faxineira. Ao esperar morrer, ela sentit-se aliviada diante da perspectiva do término das décadas de opressivos rituais obsessivo-compulsivos. A Sra, M.,falando em: frases cortadas equase exclusivamente em resposta @ Perguntas diretas, me disse que ela ficava parada durante horas frente a uma das portas de seu apartamento antes de permitir-se atravessé-la, enquanto fentava “pensar adequadamente”. Para ela, “pensar adequadamente” envolvia recriar, para ela mesma, em sua mente, alguna experiéneia de seu passado, incluindo ali todas as caracteristicas sensoriais da maneira mais perfeita, Durante anos (incluindo os primeiros anos da terapia), estes esforcos se haviam concentrado na intengao de reexperimentar osabor do primeiro gole de um copo gelado de vinko que a paciente havia saboreado no inicio de wa relagio com seu marido, uns trintae oito anos atras. Ela ndo podia permitir.se abrir a porta de seu apartamento Para entrar no quarto contiguo ou para sair ao corredor, até que houvesse completado com éxito essa tarefa. Elacomparava _ —O pensar adequadamente com um orgasmo; era unir de maneir a muito. especffica wn conjunto de sensagdes e ritmos diferentes. Durante anos, tal atividade obsessivo-compulsiva virtualmente carrega todos os momentos da vida da Sra. M. No transcurso da terapia, percebemos esse sintoma como algo que lhe fornecia uma forma de conforto: ao mesmo tempo em que the impunhe @ tirania de um pesadelo, isto lhe proporcionava sustento d sua vide A paciente sentia-se aterrorizada diante da possibilidade de interromper seus ritmos corporais, particularmente sua respiracdo. Durante as maratonas obsessivas, a Sra. M. sentia-se aterrorizada diante da possibilidade de asfixia € acreditava que nao poderia voltar a respirar normalmente até que “pensasse 350 adeg dop resp esgit auras falas expel pacic vezd fato ¢ me qi dese Aosp meus reflex este l olhav estou havia para pois a perioc que el univer anos « vida e morte (doeu- brutal impuls e seu ¢ - ‘SOBRE 6 Concerto ve uma Posicho Auristica-Cont adequadamente”, Entrementes, elaacreditava que tinhague assumniro contr ole do processo respiratério de maneira consciente e nunca pocia sentir que a respiragdo era natural, automdtica e suficiente. Estava com vencida de que, se esquecesse de respirar, ela se asfixiaria. egasse que ett Conguanto a Sra. M. achasse muito valiosa a terapia e nice chi auvasade ta suas sessbesdidvias comigo, achava extremamente doloras0 Jalasse, pois isto interferia com sua capacidade para concentra A euperiéucia de estar com esta paciente era bem diferente da de esta’ Tom um paciente silencioso, aquem sentinos oferecer um holding Wincor 1960). Em vee disso, geralmente ne sentia intl. A Sra. M. podia remaer-se en costs ede fato ela se remota, precisamente da mesma maneira que fazia comigo. Parecia- ime que seen fizesse algo para the impor uma exigencia adicional~ & exigéncia ae ts econhecido eutilizado como ser humana eanatista~ pioraria as coisas. ‘hos poucos, no transcurso do segundo ano deandlise, disse-lhe que assumiague mneus préprios desejos de ser experimentado por ela coma ser humana eras reflexo de umn aspectodela mesma, que nesse morento nao podia penmitir-ne te” vate lun por estar to completamente envolvida em sua uta pela vida. Ela me lhava e moviaa cabea como sedizendo: “Compreendoo quedisse, masagora tstou muito ocupada para falar”, e continuava em sua tarefa ‘ela deixava escapar um suspiro de alivio, me langava afirmativamente, enquanto sorria alegre e me dequadamente). Logo parecia relaxar-se € ne olhava como se estivesse saindo da anestesia e procurava averiguar quem hhavia estado com ela durante essa prova. Ela entiio comegava a preparar-se para a inevitdvel recorréncia da necessidade de perseguir outro pensamel'e, pois até mesmo estes pertodos intermedidrios estavam longe de ser relaxados. Ocasionalmente, um olhar ¢ movia sua cabega dizia: “Agora consegui” (pensar a A Sra. M. podia oferecer fragmentos de sua histéria durante os breves pertodos de trégua antes de voltar a submergir em seu ruminar. Inteireime de que ela havia amado ¢ admirado profundamente seu marido, un professor aiiversitdrio vinte anos mais velho e que haviam vivido muito felizes em seus 22 anos de casamento. Oito anos depois de sua morte a paciente tentou o suicidio. 0 Dr. M.e sua esposa tinkam wma grande colecdo de fotografias de sua vida em comum, a qual a paciente impulsivamente atirou ao fogo depois da morte dele “devido estarem desordenadas demais para serem empacotadas” (docurme escutd-la dizer isso, pois senti como se ela houvesse arrancado brutalmente uma parte terrivelmente importante de si mesma com este ato impulsivo). A Sra. M. guardou s6 uma foto desta colegao, na qual estavamn ela e seu esposo, sendo que ele mantinka a mao na boca aberta de um ledo “de 351 gE verdade Ade da Sra. M. havia sido wna atriz psicética, que acreditava poder ler a mente da paciente € conhecer 0 que ela pensava antes que cla mesma o soubesse. Quando pequena, a Sra. M. era usada como apoio nos delirios dramdticos de sua mée. A paciente guardava importantes bijuterias ¢ canhotos de ingresso ein wna caixinha chinesa que the havia sido presenteada por sua avd. Em um ataque deira pela tendéncia de suafitha de guardarsegredos, amie da paciente se desfez da caixa enquanto ela estava na escola (tinha na época 10 anos). Quando ela me contou isso, eu the disse que finalmente comegava entender parte do significado de sua atitude de jogar fora as fotografias: as posses mais preciosas de alguém s6 estdo seguras se estdo dentro de si mesino. Com o transcurso do tempo, compreendi que esta interpretagao estava incompleta e que the faltava algo muito importante. Com fregiiéncia, a Sra. M. praticamente parecia nda ter a sensagdo de um espago interno dentro do qual guardar algo. Ela me havia dito: “Nao tenho nada dentro, Fizeram-me uma histerectomia quando eu tinha 45 anos”. Posteriormente, disse-the que eu pensava que quando ela sentia que ndo teria um lugar seguro dentro de si para conservar as pessoas eas coisas que the eram mais importantes, ela sentia que teria que encontrar uma maneira de congelar 0 tempo. “Pensar adequadamente” sobre 0 sabor do vinho néo constituia wn motivo para recordar de algo. O recordar havia sido demasiado doloroso, pois entéo ela saberia que o momento jé havia passado. O momento era “alieentdo” (there and then). Eu disse-lhe que elaparecia estar procurando eliminar nela o tempo e 0 espago — ela podia entrar na sensagdo e no sabor, € converter-senadita sensagdo. Tudooqueelanecessitavaestavaali. Séalipodia relaxar-se (a fotografia de seu marido com sua mao dentro da boca aberta do leao também deve ter dado para a Sra. M. a sensagdo que realmente o tempo podia congelar-se). Osintoma de ruminar na Sra. M. néo havia comegado coma morte de sett esposo. Desde a adolescéncia e ainda antes, ela havia dedicado sua vida a desenrolar infinitos intentos para viver em un reino de sensagdes atemporais, Na terapia tentei compreender inicialmente o significado da eleig&o de cada sensagéo, porém, com o transcurso do tempo, dei-me conta que o mundo psicoldgico da paciente nfo estava integrado por acumulacaes de significado poisela vivia em um mundo de experiéncia sensorial atemporal que nao era nen interna nem externa, A atividade de ruminar era a esséncia da sensace invaridvel. etal 352 af sua mais obse se po sewn mesc telef havie pouc asde “hace expel daex incor utili “sense “ senso corpe orige senso de un esqui de an exper adisn oe pa conex ou em esquiz experi ‘apoder ler a mesma 0 os delirias ecauthotos da por sua edas, anide aépoca 10 comegava grafias: as si mesmo. Go estava a Sva.M. 1 do qual neme wna aquenio asque lhe meira de waho ndo masiado noniento cuando sab alipodia berta do 0 tempo deseu vida a porais. e cada mundo wcado, anem pura, 1, we 0 CONCEFTO DE untA Posicio Auristica-Covricun No ranscurso de ot0 ane protongados enum estado mental reletivamente lived ivrede vendre periodos| dug obese, Enguanto aco isto, eu ia percebendo cada vez 1 ean ser Ingn vivo no consti unto a min. As s caine pega, capa de sentiraleri, quando a Sra. M. ra dev dvertio que The havia sacedido quando vivia cont mre eu ava dito ¢en:que achave graga. Foi com tna de alivio por ela, que recebi uma chamada fe ristezA, € -a,devia estar esperando desde quea conheci: ela decertamaneit ral logo aps wn atague cardiac e havia morro ua! mais 720 morvavo ue ei eooregmaconteci Seu aio Ot poralgo gue eu ha nescla d uma sensagao rlefonica ge go levadea a0 hospi avia sido pouco depois. modo autistico-contiguo como Uns MPor te dimensio de todas -compulsivase acreditoque essasdefesassempreimplicam ne sensorial estreitamente ordenadoecontine da -denagao simbolica e ideacional, Jsto nunca é sim iplesmente uma orp are exprimir desejos e medos stinada aafastar| (evitar), contro conflitantes, de C2! ‘tico-anal. Essa forma de defesa é réter er tizada, freguentementé._DBI tamponar_buracos_experimentados sensorialmemte. NO self através. do qual 0 aciente teme manera sensorial mais concrela ne nfo apenas as idéias, mas também corporais reais vio vazar. are gntomas edefesas obsessivo-compulsiv ‘rigem nos primeiros esfOrs0s infantis de ordenar e vincular as experiéncias servis, Muito cedo, eses esf01908 PAH conganizare definir passam a ser nilizados para afestar ansiedade relacionada A disrupgio do sentido rudimentar eum sefpredominanterente sensorial experienc qhenperiéncia de inconscientes, & & jos tém sua ‘AUTISTICA-CONTIGUA. -a-contigua, articulares ANATUREZA DA ANSIEDADE Cada uma das trés organizagdes psicol6gicas bésicas (autistic esquizo-perandide e depressiva) foi associada com as suas formas P: de ansiedade, Em cada caso, a natureza da ansiedade € relacionada com a iénciade desconexdo (desintegraca0) dentro daquele modo deexperiéncia: 1 posigfo depress a fragmentagho Leper a disrupgfo das relagGes de objeto t ide, ou a disrupgao da “Ge panes do self e, objeto na posiga0 esquizo-paranéi conendo sensorial eda vinculaglo na. ‘posigdo autistica-contigua. “Asansiedades depressivas envolvem omedode que alguém tena, de fato on fantasia, estragado ou repelido a pessoa amada, A ansiedade no modo Ae izo-parandide 6, no fntimo, um sentimento de aniguilagao iminente que € ‘perimentada sob a forma de ataques que fragmentam 0 self e 0s objetos; as 353 ‘Tuowas H. Ocoen envolvemaexperignciade umaiminente ouido “ritmo de seguranga” (Tustin, 1986), Tresultando na sensagio de escoamento, dissolugao, desaparecimento ou de um \ cair sem fim num espago informe e infinito (cf. Bick, 1968; Rosenfeld, 1984), ‘As manifestagdes de ansiedades autisticas-contiguas incluem os sentimentos terrorificos de estar em decomposigio; a sensagio de que os ~gsfincleres e outros recursos de segurat os contetidos corporais estéio falhando;, “a saliva, lagrimas, urina, fezes, sangue, fluidos menstruais etc. esto vazando; medode cair, por exemplo, ansiedade conectada com oadormecer (cair no sono) por medo de cair num espago infinito e informe. Pacientes experimentando essa forma de insOnia muitas vezes tentam aliviar sua ansiedade (seu medo de cairno sono) enrolando-se firmemente em cobertorese travesseiros, conservando luzes brilhantes no quarto ou tocando misicas conhecidas a noite inteira. A Srta. K., una estudantede pds-graduagao de 25 anos de idade, comegou terapia devido ao seu terror & névoa e ao som do oceano. A névoa Ihe parecia aterrorizame, asfixiante: “ndo se pode ver 0 horizonte”. A paciente tinha wm grande temor de “tornar-se louca” sem dar-se conta e, com freqiiéncia, suplicava ao analista que Ihe informasse se chegava a sentir que ela estava perdendo contato com a realidade. A mde da Srta. K. contraiu meningite quando a paciente tinha 4 meses € esteve hospitalizada durante 14 meses. Desde 0 momento em que a mde da paciente regressou, ela ficou confinadaa uma cadeira de rodas, de onde exercia um controle tirdinico sobre a casa. A recordagéo mais prematura da paciente (e que lhe parecia ser tanto um sonho quanto uma recordagao) era a de tentar aleangar sua mée, em sua cadeirade rodas, ede ser empurrada para longe dela. Nesse mesmo momento, a paciente, em sua recordagao, via por uma janela uma menina pequena que cata através de wn buraco que se havia aberto no gelo da lagoa situada exatamente atrds de sua casa. A Sra. K. dizia: “é me vd salvd-la elhor que voce Esta “recordagiio" me parece uma representagéo vivida da experiéncia da paciente de cair através da superficie continente de si mesma (criada inicialmente na interagdo entre mie e bebé). A Srta. K. étantoamenina pequ que cai através do gelo, como a menina maior que deve tiri-la do bureecnnn que ela se afogasse. A mie na cadeira de rodas metdlica néo é apenas de fato, parece : : , ser culpadi inconscientemente pela quedadameninaatravésdo buraco(amée empasnnan a paciente para longe dela). mpurrando 354 O acec perigo semp? Devidlo a té1 constante de maneira lit sensorial fe comum (ae grande med As¢ re-estabele cadéncia 1 analitica, psicolégi Sedos, mn diva), tan wentoar cat formas si formas: “uso de fe Ni restabele muscula apé, nat numaca deénibt ou form sempre Ho ess permiti 1 a mane deterio || usar a \| integri || objeto \ consta iminente n, 1986), yu de um 1, 1984). uem os que os Ihando:, azando; 10 sono) doessa cairno oluzes megou arecia ha um incia, stava sese eda reia te(e tar ela. da 28 la _— Soant 0 Coxcrsro ut una Posicho Auristica:-Cosricun voa passam «ser experimentades pela —— viguilante e informe ao qual ela poderia sucumbir. O oceano ea ne mesma, a paciente vivia em temor perigo sempre presente, pido a ténue sensagao de coeste de $1 ramanse fouca” (de perder “contaro” con a realidade de uma 1. wensorial). A paciente precisava da sensagao de firmeza “contato” interpessoal de sentido maorial fornecida normalmente pele veorial compartilhada do mundo) que contribui, em comm (a experiéncia Sen corde media, d nossa sensagao de sermos saudaveis. constante de maneira literal Mobos DE DEFESA AUTISTICA-CONTIGUA, Mobos DE DEFESA “= CONTIG “As defesas produzidas no modo autistico-contiguo so orientadas para o re-estabelecimentodacontinuidade da superficie sensorial, unidaeordenadaem eadéncia ritmica na qual reside a integridade primordial do self. Na sessio m a amplitude maxima da_maturidade snalitica, pacientes que alcangarar ‘entemente_tentam reconstruir 0 “a ensorial 0s. psicolégica, freat Fistein; 1987) daenperiéncia através deatividadss om dedos, movimentar © pé numa cadéncia ritmica (mesmo quando d “Gv, “mborilar com 0s dedos sobre 0s labios, bochechas Ou ot des, imaginar ou repetir uma série harem _ naparede, ou usaro dedo para trag “entoar Formas simétricas ou geométricas n nap wa. Es ades podem serconsideradas como. formas naparede ao lado dod “iso de formas autisticas para acalmar- No intervalo das sessdes, os pacientes freqiientemente tentam manter ou io senso de coesto corporal através de atividades Juindo longos periodos de passeios de bicicleta, correr s purificadores; balangar (algumas vezes rama cadeira de balango); bater a cabega (muitas vezes num travesseiro); andar Je dnibuse metr6 ou guiar ocarro durante horas; manter um sistema denimeros ou formas geométricas na mente ou em programas de computador que esto sempre sendo aperfeigoados etc... A regularidade absoluta dessas atividades € tro essencial para o processo de aliviar ansiedade que 0 individuo nao pode permit que qualquer outra atividade tenha precedéncia sobre elas. Bick (1968, 1986) usa a frase “formaeao da segunda pele” para descrever a maneira pela qual o individuo tenta criar um substituto para a sensagéo de _deterioragto da coesividade da superficie da pele. Muitas vezes a pesso® tenta | usar a experiéncia sensorial de aderir 3 superficie do objeto para recuperar a || imegridade de sua prépria superficie. Por exemplo, pode-se tentar aderir aum || objeto através da tenacidade de um contato visual ou através de um tagarelar constante que é vivido como se conectasse as partes (predominantemente restabelecer uma falha musculares ritmicas, inc! apé,natagaoetc.; comer, praticar 355 < ys aa ansiedade de desi; ago adesivg Lr aliviar a © desintegracag, Imitacdo ¢ timica, por exemple, sao utilizadas numa nies * superficie do Sbjclo como se fosse a Propria, A identiticagag \desiva na forma de identificagao mais primitiva do que as identificagde, Projetiva oy Mtrojetiva, pois ®ssas duas viltimas formas de identificacao ¢ Volvem uma Petcepeao de ©spago interno no qual é Possivel Projetar aspectos mes Qual € possive] abrigar aspectos do objeto, © Modo autisticg. ima tentativa de defesa contes a ansiedade de esintesracio atravé de pedacos da superficie do objeto em sua Propria superficie, insuficiente, Tustin (1986 14 Corretamente que o objeto utilizado ng “identiticagao adesiva” &xperimentado como um objeto separado e, Portanto, 6 termo equa iva descreve melhor a maneira pela qual ¢ Individuo 6 eq ‘acionad orbieto (toma-se uma qualidade dy objeto) que fo} Utilizado nessa forma de defesa, A Sra. R. ree cay sini wi cor ma ———— "AGH adlesing de aliviar a0 utilizadas a prdpria, A va do que as S formas de al € possivel 0s do objeto, insiedade de jeto em sua tilizado na separado e, pela qual o ualidade do ava horas provacada Com 0 arrancar. S5essdes, angiistt junto ao vapara Vao me Soune 0 Covcrsro ne uaa Posicho Auristica-Coxricua recordase dela de que havia esto dormindo sob aleum tipo de coberta. A capacidade da Sra, R. pava darmir durante sua sess representara wn nso sinbélico, ampliado e mais complet, de usar a min como segunde pele. Bla wilizavaa min eo setting anaitico comowun meio sinbélico,emesm tangivel, com 0 qual ela podia envolver-se. Ela se sentia suficientemente coberta ¢ imantida coesamente para poder dormir-com seguranga. Antes de concluir esta segao, gostaria de mencionar brevemente duas formas de sintomatologia onde 0 modo de defesa autistica-contigua promove compreensao, quando formulado em termos de defesas erigidas diante da ansiedade resultante de desejos sexuais e agressivos conflitantes. Primeiro, a masturbagio compulsiva muitus vezes serve ao propésito de ampliar a, experiéncia de unia superficie sensorial de maneira a afastar sentimentos de pera de coesio sensorial, Uma paciente pode masturbar-se iariamente durante horas sem fantasias sexuais conscientes. O orgasmo nao € a finalidade. Quando ele ocorre, é experienciado como um anti-climax nao desejado, que finaliza a linica parte do dia da paciente durante a qual ela se sentia “viva e inteira”. Segundo, a procrastinagao de um_prazo,_esse_adiamento_dolorid ansiégeno, muitas vezes serve ao propdsito de gerar um contorno sensorial _langivel através do qual o paciente tenta definir-se, O “prazo final” é promovido 2 posigao de uma pressvio continua sentida na vida emocional do paciente como uma presenga persistente, mesmo que ele nd esteja conscientemente focalizado nisso. Esses pacientes descrevem a ansiedade da aproximagio do prazo final, como uma pressio que eles detestam e, ao mesmo tempo, parecem estar continuamente proporcionando a si préprios: “O prazo final € algo a ser ‘empurrado como uma parede na minha frente”. Opprazo final que é finalmente alcangado, geralmente nao produz mais do que um alfvio momenténeo e, em lugar disso, muitas vezes produz no paciente um estado de panico, Fregiientemente esses pacientes tormam-se doentes fisicamente uma vez que a tarefa é completada (geralmente no tiltimo instante possivel antes do prazo final), apresentando sintomas como enxaqueca, dor de cabeca, dermatite ou delirios somaticos. Esses sintomas podem ser entendidos como esforgos substitutivos para manter uma superficie sensorial na auséncia da pressio continente do prazo final. “INTERNALIZAGAO” NA POSIGAO AUTISTICA-CONTIGUA Como acima mencionado, no campo psicolégico ondeo individuo tem um diminuto.espaso interno (seé que tem algum), oconceito de internalizagao torna- Se virtualmente sem sentido, especialmente quando a idéia de internalizagio 357 Tuom H. Ocpex ee (incluindo identificagio © introjegio) esté ligada & nogao de fantasias conscientes e inconscientes de capturar partes ou toda a outra pessox dentro de si. No modo autistico-contiguo, no entanto, surgem mudangas psicoldgicas derivadas da experiéncia com objetos externos, e essas mudangas sfo possibilitadas, em parte, através do processo de imitagao. Nas formas autisticas- contiguas de imitagao, 0 individuo experiencia a mudanga na forma de sua superficie, como resultante da influéncia de suas relagdes com objetos externos. As vezes, a imitagdio € uma das poucas maneiras que o individuo tem de manter © atributos do objeto, na auséncia de um espaco interno, no qual as qualidades e atributos da outra pessoa possam, em fantasia, ser armazenados. Uma vez que no modo autistico-contiguo os sentimentos e fantasias de ser penetrado sdo sindnimos de ser dilacerado ou perfurado, a imitagdo permite que a influénciado outro se dé em sua propria superficie. No autismo patolégico isto algumas vezes se manifesta como ecolalia ou como repetigao infinita de uma frase ou uma palavra pronunciada por outra pessoa (cf. Gaddini, 1969) Imitagio como método de alcangar um grau de coesividade do selfdeve ser distinguida do conceito de organizagao da personalidade como “Falso Self” de Winnicott (1963). Nao existe nada de falso na imitago autistica-contigua pois ela ndiocontrasta, disfarga ou protege algo mais verdadeiro ou mais genuino: nfo existe dentro ou fora. No modo autistico-contfguo uma pessoa é sua prépria superficie e, portanto, 0 ato de imitagiio é um esforgo para tornar-se ou reparar uma superficie coesa, onde o locus do self pode desenvolver. A imitago no serve somente como forma de percepgio, defesa, maneira de “se manter através” (ser moldado) pelo outro, serve, também, como uma forma importante de relagiio de objeto num modo autistico-contiguo. Em um artigo anterior (1990) descrevi aspectos de meu tre rabalho com um paciente esquizofrénico crénico hospitalizadd, que durante anos viveu em um mundo tdo despojado de sentido que as pessoas e as coisas eran tratadas por ele como se fossem completamente iguais. Phil pareciapsicologicamente morto quando deitava no chio de meu consultério ou quando era acompanhado no hospital de uma “atividade” para outra. A forma inicial de contato que fez comigonaterapiafoi imitando minha posigao, meu tom de voz, cada umde meus gestos, cada palavra que eu dizia e cada expressio facial que eu apresentava. ‘Ao invés de celebrar isto como seu ingresso na terra dos vivos, eu sentia como uum ataque contra minha capacidade de estar vivo. Sentia como se minha espontaneidade estivesse sendo arrebatada de maneiratirdnica. Nada do que eu fazia sentia como natural, Nessa época entendi isto como uma forma de identificagao projetiva (cf. Ogden, 1979, 1982b, 1983), na qual o paciente estava causando em mim 358 (co par épe ref nai me 2 esi on es se de su ap te se su ntasias ntro de ldgicas as sio sticas- de sua ernos nanter idades ez que lo sio ciado vezes 1 uma fdeve Self” itigua ain ‘pria parar neira uma num tum por orto no fez euls no ha Sonar: @ Coscero ne usa Posicao AUTISTIC Sn sme) seus préprios sentimentos de fala de vida e incapacidade pan estar vivo deaf manera. EnIrtanr, nest Pe maneirasificiente, 08 fendmenas a qite estou Mme gua para apreciar @ mo pertencentes & posi¢0 autistica-contg aio quo paciente facia de min. Ele esta enum coninente dentro do. gual estava jaderia Ser ive. De fato, cdicar que eva em minha pele (conunicando- respontaneidade OU. para compreendi, d gpoca nao referindo con Fe ureca do afeto presente a init usando como uma segunda pele experimentando de mancira primitive como sa me facendo wn gree cumprinento ai onde ele faria esta experiéncia. ontiguo de maneira alguma € resrita & 2 organizagio borderline € no inicio de sua formagao, tentar ta numa tentativa de esconder de si terapeuta, Um desses terapeutas ndo a pele do supervisor” quando mo “arrancada” quando um te, levando-o a sentir-se odo autistico-c A imitagdo no m ;smo patol6gico infantil 0 rendo de aut _E muito comum um terapeut 1 seu proprio terapeut pacientes soft esquizofrenia imitar seu supervisor 0 fn auséncia de identidade prépria como Gescreven sa experiéncia como que “usa oerava com seus pacientes. Essa “pele” foiseptidaco segundo supervisor criticou © trabalho do estuda Tolorosamente “cru”. Ele tentou imediatament® “yestir a pele do segundo supervisor”. Na terapia, esse paciente imitava seus proprios pacientes, apresentando as difculdades deles come sua, defendendo-se assim contra @ percepgio do sentimento de nfo ‘possuir vor propria. Em lugar disso, 0 paciente pertava desesperadamente fazer 0 ferapeuta interpretar e dar conselhos que serviriam como sucedaneos de seus pensarmenies « sentimentos, como também seretitutos para a vor que ele podia sentir como S22. ‘AUTISTICA-CONTIGUA CULACAO DOS SiMBOLOS ue o modo autistico-contiguo ‘ono encontramos os modos ‘Cada um desses modos ual aexperiénciaé gerada. ANSIEDADE EO PODER DE VIN‘ nte, através deste texto, g forma pura, assimcom ivo em forma pura. Deve-se terem met deexperiénciandoexisteem esquizo-paranide ou depress representa um p6lo no processo dialético através do rnodo autistico-contiguo contribu paras conexto. da jrotstein, Podemos pensar no que 0 experiéncia sensorial erando 0 “assoal rssaiilfo sensorial” (sensory lo 1987) de toda experiencia, O modo esquize crandide prove uma boa medida de argéncia e vitalidade da experiéncia vivida (concretamente simbolizada). O modo depressivo é 0 principal meio que prové a experiéncia de qualidades de subjetividade histricidadee riqueza dos vrios niveis de significado simbdlico. 'A psicopatologia pode ser pensada como um colapso no interjogo 359 @lalético gerador dos diversos modos de autis stema Techado de Um colapso em diego ao modg tirinico, num si desenvolvi sensay havia escutado outr Sentimentos, mas nao conhecia, a partis ia estar sexualmente excit tempo para ficar com seu conversarcom eles, Sentianada de sua v que podia relaxar-s, mas sentia que nada di ida como natural, excet tico-con Ses corporais Que impossibilitam o_ ¢0 potencial” (Winns OSr.D., um estudante extremamente britha Pés-graduagaio em fil osefic, comecou sua andlise con 25 anos de idade @firmando desconhecer o que significava sent ir desejo sexual. Suponho que ele GS pessoas utilizarem ‘ado. Com muito esfe WS Companheiros completamente e “flui i xperi€ncia (ef, Ogden, 1985,1987) Mt{guo resulta num aptis to Colapso em diregig aprisionado num alienado de suas ‘ade da experiéncia vivida, le do interjogo dialético do ‘Ontiguo foi iniciada num texto mecentar, aqui, alguns comentarios ute que estava cursando uma Palavras para descrever tai sta propria experiéncia, o que era oreo podia dedicar parte de seu de estudos de ambos os sexos a 2 de feria era “natural”; de fato, nao Nile aL nenipiae ", Sem constrangimento, sep luge esta mer luge exp das aut wn con de puc exp con sen me. dey jan “na os ess nic que hor Pox ent — + Jou © CONCEITO DE Uns POSICAD AUTisTiCA-Conrictia 5.1987), ‘se perpetuamente como uma visita, O interior de um avigo era um dos pouicos amento Iugares onde podia relaxar porgue sabia que ndo se encaixava no lugar que litamo estava deixando e sabia que nao iria encaixar-seno lugar para onde ia, mas pelo diregfio menos durante 0 transcurso do véo sentia-se menos dolorosamente fora de lo num lugar. Somente na interagdo dos modos autista-contiguo e depressivo de gerar 07a dos experiéncia éque criamos a sensagao de ter un lugar préprio dentro da “ordem rentos, das coisas” ¢ podemos fazer as coisas de maneira que sentimos natural. forcas soem No caso do Sr. D., 0 colapso da imteragdo dialética entre os modos esuas autistico-contiguo ¢ depressivo com preponderdicia do depressivo, produziu um estado psicolégico empobrecico e rigidamente defensivo que poder-se-ia ivida co do considerar como um estado esquizdide (Fairbairn, 1940) ou como wn “estado " (McDougall, 1984). Talvez o estado psicolégico do Sr. D. texto de_des-afeto: pudesse ser melhor descrito como um “estado carente de sensagées”. Arios rma qual A dialética dos modos autistico-contiguo ¢ depressivo de gerar para experiéncia pode também sofrer um colapso em diregao ao modo autistico- siva, 10, conduzindo a um sentimento de aprisionamento em um mundo de suas sensagSes, que € quase completamente nao mediado endo definido porsimbolos. mas Muitos anos atrds, eu, inadvertidamente, me surpreendi criando para mim mesmo esse tipo de desconexio entre o modo autistico-contiguo ¢ o modo uo, depressivo. Depois do jantar uma noite, enquanto ainda sentado na mesa de ou jantar, de repente ocorreu-me como era estranho que uma coisa chamada Ivo “napkin” (guardanapo) era designado pela elisio dos sons nap ¢ kin. Bu repeti los 08 dois sons de novoe de novo até que comecei a ter sensagdo assustadora de que ial esses sons nao tinham conexdo alguma com a coisa que eu estava olhando. Eu no conseguia fazer com que esses sons naturalmente “significassem” a coisa que eles significavam dois minutos antes. O vinculo estava desfeito e, para meu horror, nfo poderia ser restabelecido por um ato de vontade. Imaginei que ta le poderia, se quisesse, destruir o poder de toda qualquer palavra “significar” le qualquer coisa se eu pensasse desse jeito sobre elas de umaem uma. Nesse ponto 5 eu tive um sentimento muito perturbador de haver descoberto uma maneira de enlouquecer. Imaginei que todas as coisas do mundo poderiam ser desconectadas como o guardanapo (napkin) tinha ficado, agora queele tinha sido desconectado da palavra que costumava nomeé-lo. Além disso, senti que eu 10 do mundo porque todas as poderia tornar-me totalmente desconectado do rest outras pessoas ainda compartilhavam um sistema “natural” de palavras (i. €. ainda com sentido). Esta é a natureza do inicio de um colapso da experiéncia_ dialética em diregdo a experiéncia predominantemente sensorial, que no € mediada por simbolos, Levou-me anos antes que a palavra napkin voltasse 20 y meu vocabulario em plena forma, espontaneamente, 361 “Tuowas H. Ocoen i: nointerjogo Ofatode queaexperiénciado selfépoderosamenteenraizadas ve oe a dialético do sensdrio e do simbélico é, muitas vezes, bastante vist eee psicanalitico com professores e estudantes de lingiifstica. Esses pa ere eves ¢ if finico, a nsiedacle bordejando 0 piinico, vezes experienciam estados de a : : aoe com a sensagio de que esto se dissolvendo, de maneira ulus jie i ai a Di a desmantelam o poder de vinculagio da linguagem. Isto, em cada u i i giifsti Jo menos que encontrei, levou o paciente a deixar o campo da lingiiistica, pel temporariamente. 0 Summary ON THE CONCEPT OF AN AUTISTIC-CONTIGUOUS POSITION The development of British object-relations theory over the past twenty years can be viewed as containing the beginning of an exploration of a realm of experience that lies outside of the states of being addressed by Klein, Winnicott, Fairbain and Bion. In this Paper, the idea of an autistic-contiguous position is Proposed as a way of conceptualizing a psychological organization more Primitive than either the Paranoid-schizoid or the. ‘depressive position. This mode Of organizing experience stands in a dialectical relationship to the paranoid- schizoid and depressive modes: each creates, preserves and negates the others. autistic-contiguous mode is a sensory-dominated, pre-symbolic mode of Benerating experience which provides a good measure of the boundedness of human experience and the beginnings of a sense of the place where one’s experience occurs. Anxiety in this mode consists of an unspeakable terror of the dissolution of boundedness resulting in feelings of looking, falling or dissolving into endless, shapeless space. Principal forms of relatedness te objects, and Giese pevchological change in the autistic-contiguous position are discussed and clinically illustrated, 362 ANT ANZ bic BIO BON Bre EM Fal ozz = ER — Sto Concur pe una Rese i REFERENCIAS juny J (1958). An experimental anrereh chopathotog ‘vit 2 Med, Psychol, 331:21 , psychopathology of chilchood: asin eto), Skin eg. In—— Payeanatr in France, New Yor B97 h . 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