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Terga-feira, F1 de Novembro de 1075 1 SERIE— Ne 2 DIARIO DA REPUBLICA ORGHO OFICIAL DA REPUBLICA POPULAR DE ANGOLA Prego deste nimero—6S00 © prego dos andncios ¢ de 225 a ) Toda a corrspondéncia, quer oficial, |v ‘ASSINATURAS quer relative a antncies c- assinatoras Ane |/ linha, aerescido, do. zespectivo imposto Ao ebidtio da Repablicay, deve set“ AEs atin coin su nvan “ae ~—4a80h || do "sel, -dependendo a. soa” publicagao dirigida 4. Administrago ‘da Imprensa «tas || do deposito. previo “a efectuar na ‘Nacional de Angola, em Luanda, Caixa 008 Tesouraria da Imprensa Nacional de Postal 1306.—End. Teleg. : «Imprensa». 4505 Angola. : , SUMARIO: ARTIGO 5° Lei Constitucional: Da Repiblica Popular de Angola, Wels. Da_ nacionalidade. LEI CONSTITUCIONAL, DA REPUBLICA v=" “POPULAR DE ANGOLA —P{TULO Sera promovida e intensificada a, solidariedade eco- némica, social ¢ cultural entre todas as regides da Repiiblica Popular de Angola, no sentido do descnvol- vimiento. comum de toda a.Nacio Angolana e da liquidagao das sequelas do regionalismo ¢ do tribalismo. “ARTIGO 6° As Forcas ‘Armadas Popiilares de Libertagio de “Angola—FAPLA—brago armado do, Povo,'sob.a direc- sao do MP.L.A. e tendo domo Comandante em Chefe 0 seu Presidente, sao institucionalizadas como exérciio nacional da Repiblica Popular de Angola, cabendo-ihes a defesa da integridade territorial da Patria € a partici- Principios fundamentais - «Pago ao lado do Povo na produgSo e, consequenté- . mente, na Reconstrugo Nacional 1 ARTIGO 1) © Comandante em Chefe das Forcas Armadas Po- A Repiiblica Popular de Angola é um Estado sobe- rano, independente e democrético, cujo primeiro objective € a total libertagio do Povo Angolano dos vestigios do colonialisnio ¢ da dominagao ¢ agressio \\ do imperialismo ¢ a construgdo dum pais préspero ¢ democritico, completamente livre de qualquer forma de exploragio do homem pelo homem, materializando as inspiragdes das massas populares. ARTIGO 2." : reside _no Povo, Angolano. Ao MP.L.A., s6u legitimo representante, ‘vonstituido por uma Jarga frente em que se integramt todas as forgas patridticas empenhadas na Juta anti-imperialista, «abe a direceio politica, econbmica e social da Nagao, ARTIGO 3" As'massas populares & garantida uma ampla e efec- tiva participagio no exercicio dé poder politico, através da consolidagio, alarganienio..¢ desenvolyimenio das formas orgenizativas do poder popular. - . ARTIGO 47 4. A Republica Popular de Angola é um Estado vnitério € ‘indivislyel, cujo territério, .inviolavel 0 inulienavel. € odefinido pelos actuais limites geogrificos de Ang endo combatida energicamente qualquer tentativa seyin» saticts ou de desmembramento do seu lerritorio. pulares de Libertacéo de Angola —FAPLA — nomeia demite 0s responsaveis militares no escaléo superior. ARTIGO 7. - A Republica Popular dé Aiig6lé.€ umn Estado laico, havendo uma completa separagio entre o Estado ¢ as inistituig6es religiosas. Todas as religiGes servo respei- tadas ¢ 0 Estado dard. protecgio ‘as igrejas, lugares € objectos de culto, -desde que ¥e"conformem com as eis do Estado. ca ARTIGO 8° A Reptiblica Popular de Angola considera a agri cultura como base ¢ a indtistsia’ como factor decisivo, do eeu’ desenvolvimento. ©. Estado orienta e planifiea a economia nacional visando 0 desenvolvimento siste~ matico © harmonioso de todos os recursos ‘naturais ¢ humanos do pals ¢ a utilizagao da riqueza em beneficio do Povo Angolano, “ ste ARTIGO 9.» : A Repiiblica Po de Angola promoveré a inslau- nugiio de rclugies soviais justas cm todos os scctores Au’ produgio, impulsionando © descnvolvendo 0 “sector piblico c:fomentando as formas coopesitlivas, A Repti- Mica Popular de Angola caberk muito especialmente sesolver © problema das terres, no interosse dus massa camponesus. ARTIGO 10° A Repiiblica Popular de Angola reconhece, protege ¢ garante as actividades © a propriedade privadas, mes- mo de estrangeiros. desde que tilcis & economia do pais € aos interesses do Povo Angolano. ARTIGO 11 Todos 0s recursos naturais existentes no solo e no subsolo, as éguas tesritoriais, a plataforma continental € 0 espaco aéreo sto propriedade do Estado, que deter- minaré as condigdes do seu aproveitamento ¢ utilizacao. - ARTIGO 12° > O sistema fiscal ser norteado pelo principio da tributacdo progressiva dos impostos directos, nfio sendo Permitidos os privilégios de qualquer espécie em maté- ria fiscal. > ARTIGO 13° A Repiblica Popular de Angola combate energica- mente © analfabetismo e 0 obscurantismo ¢ promove © desenvolvimento de uma educacéo ao servigo do Povo e de uma verdadeira cultura nacional, enriquecida pelas conquistas culturais revoluciondrias dos outros povos. ARTIGO 14° A Repiblica Popular de Angola respeita ¢ aplica os principios da Carta da Organizagio das Nagées Unidas ¢ da Carta da Organizacio da Unidade Africana € estabelecerd relagies de amizade ¢ cooperagio com todos -os Estados,- na~base dos principios-do-respeito miituo pela soberania e integridade territorial, igualdade, nfo ingeréncia nos assunios internos de cada pais reciprocidade de beneticios, ARTIGO 15° A Republica Popular de Angola apoia e ¢ solidéria com a luta dos povos pela sua libertagio nacional ¢ eslabelecerd relagbes de amizade e cooperagzo com todas as forgas democraticas ¢ progressistas do mundo. ARTIGO 16° A Republica Popular de Angola nio adere a qual- quer-organizagio militar internacional,-nem -permite- instalagiio de bases militares estrangeitas em territdrio nacional, ‘MTULO I Direitos e Deveres Fundamentais ARTIGO 17." © Bstado respeita c protege a pessoa © di humanas. Todo 0 cidadio tem slircito uo ivre desen- volvinento da sua personalidade, sentro do respeito devide wos direitos dos outros cidadios ou supesiores interesses do Povo Angolano. A lei protegert a vida, liberdude, at integtidade pessoal, o bom nome ea reputayfio de cada cidadio, ARTIGO 18° Os eestiio sup suaiy perante a lei e goxam lox NOS MEKMOS Fodos os cida dos mesos dirci DIARIO DA REPOBLICA deveres, sem distinglio da sua’ coi, raga,’ etnia, sexo, lugar de nascimento, religiio, grav’ de instruso, con- digo econdmica ou social ‘A lei punirs severamente todos os actos que visem ar a harmonia social ou criar discriminagoes Hégios com bases nesses factores AARTIGO 19 Participar na defesa da integridade territorial do pais ¢ defender ¢ alargar as conquistas revoluciondriis € 0 direito e o dever mais alto e indeclindvel de cada cida- dio da Reptblica Popular de Angola, ARTIGO 20° Todos os cidadios, maiores de 18 anos, com excepgao dos legalmente privados dos. direitos ‘politicos, tm © direito e o dever de participar activamente na vida piblica, votando ¢ sendo eleitos ou nomesdos para qualquer éreio do Estado, e desempenhando os scus mandatos com inteira devoso & causa da Patria do Povo Angolano. ARTIGO 21 Todo © cidadio eleito tem o dever de prestar contas do exercicio do seu mandato perante os eleitores que o escolierem, assistindo a este 0 direito de, a qualquer momento, revogarem fundamentalmente 0 mandato concedido. ARTIGO 22° , No quadro da. realizacio dos objectivos fundamentais_ da Repiblica Popular de Angola, a lei asseguraré livre expressio, reunidio e associaggo. ARTIGO 23° Nenhum cidadio pode ser preso e submetido a julgamento senfio nos termos da lei, sendo garantido a todos os arguidos o direito de defesa. ARTIGO 24." A Repiiblica Popular de Angola garante as liberda- , des individuais, nomeadamente a inviolabilidade do domicilio e 0 sigilo da correspondéncia, com os limites i evistos na dei. ARTIGO 25. A liberdade de consciéneia e de crenga ¢ inviolavel. A Reptiblica Popular de Angola reconhece a igualdade de todos os cultos e garante o seu exercicio compativeis com a ordem ptiblica e o interesse nacional ARTIGO 26." © trabatho & um direito © um dever pars todos os cidadiios, devendo cada um produzir segundo a sua capacidade ¢ ser remunerado de ucordo com o seu trabalho. ARTIGO 27 © Estado promoverd as medidas nocessérias para rssegurar nos cidadios 0 direito a assisténcin médica © sanitériu, bem como o dircito A assisténcin ma infin. cia, na maternidade, na invalide7, na velhive ¢ em qual- guer situagdo de incapacidade para o trabalho, --N 1—11 DE NOVEMBRO DE 1975 “ARTIGO 28° Os combatentes da guerra de libertacio nacional que ficaram diminufdos na sua capacidade ¢ as familias dos eombatentes que morreram na lula tém, por dever de honra da Repiblica Popular de Angola, 0 dircito ‘a especial proteccao. ARTIGO 29° A Repiblica Popular de Angola promove ¢ garante ‘© acesso de (odos os cidadios & instrugio e a cultura. ARTIGO 30" A Repiblica Popular de Angola deve ctiar as con- digées politicas, econdmicas ¢ culturais necessirias para que os cidadios possam gozar eféctivamente” dos seus direitos ¢ cumprir integralmente os seus deveres. TITULO II Dos érgios do Estado CAPITULO 1 Presidente da Repiblica ‘ARTIGO 31" O Presidente da Repiiblica Popular de Angola € 0 Presidente do M. PL. A. Presidente da Repiblica, como Chefe do Estado, representa a Nagio Angolana, “ARTIGO 32° © Presidente da Repdblica tem a seguinte compe- téncia especitica: @) Presidir ao Conselho da Revolugao e orientar -~ ~-0s-seus-trabalhos; 4b) Dar posse 20 Governo nomeado pelo da Revolugio; ¢) Declarar 2 guerra e fazer a paz, precedendo autorizagao do Conselho da Revolugio; 4) Dar posse 20s comissérios provinciais, nomea- dos pelo Conselho da Revolugao sob indi- cagio do M. P. L. As e) Assinar, promulgar e fazer publicar as leis do ‘Conselbo da Revolugdo, os decretos. do Go- verno © os decrelos regulamentares dos Mi- nistros; f) Dirigir a detesa nacional; g) Indultar e comutar penas; _h) Indicar, de bros do Conselho_da Revolugao, quem 0 substitua nas suas ausén- cias on impodimentos tempordrias; i) Exercer todas as restantes fungies que Ihe fo- rem conferidas pelo Conselho da Revolugao. ARTIGO 33+ ia ou impedimento perma- No caso de morte, reni nente do Presidente da Reptiblica, 0 Consclho da Reyolugiio designari de entice os seus membros quem exeru provisoriamente o cargo de Presidente da Repiblica, CAPITULO 1 Assent ic Popular de Angola cin fixurd wu sua composigiio © eam eu conineténcin e fut CAPITULO 1 Conselho da Reyolugiio Enquanto nilo se verificar a total libertagiio do territério nacional e no estiverem preenchidas as con- digdes para a instituigo da Assembleia do Povo, 0 Grego supremo do poder do Estado € 0 Conselho da Revolugio. ARTIGO 36. © Conselho da Revolugdo € constituido: 4) Pelos membros do Bureau Politico do M.P.LA.;- ) Pelos membros do Estado-Maior Geral das FA. PLA: ¢} Pelos ‘membros do Governo designados para 0 feito pelo MP.LAS d) Pélos Comisstrios Provinciais; @) Pelos Chefes. dos Estados-Maiores e Comissérios Politicos das Frentes Militares. ARTIGO 37° © Conselho da Revolugio € presidido pelo Presidente da Repiblica. ARTIGO 38° © Conselho da Revolugdo tem as seguintes atribui- goes: a) Exercer a fungio legislativa, que poder delegar no Governo; ~-b) Definir-e-orientar a politica”interna e externa-do~~ pais; ¢) Aprovar o Orgamento Geral do Estado ¢ 0 Plano Econdmico elaborado pelo Governo; d) Nomear e exonerar o Primeiro-Ministro e os res tantes membros do Governo, sob a indicagio do MPLA; ¢) Nomear_¢ exonerar os Comissérios Provinciais, sob a indicagio do MP.L.A. ; {) Autorizar o Presidente da Republica a declarar ‘a guerra ¢ a fazer a paz; fp) Decretar 0 estado de sitio ou o estado de emer géncia; sh) Decretar-amnistias— CAPITULO IV Governo ARTIGO 29." © Governo & constituido pelo Primeiro-Ministro, pelos Ministros ¢ pelos Sccrelirios de Estado. (O Governo é presidido pelo Primeiro-Minisiro. AKIIGO 40. Incumbe ao Governo, como drgiio executivo, conduzir @ politica interna ¢ exicrna do Estado, sob a orientagio do Conselho da Revolugio ¢ do Presidente da Repi- blica, © superintender no conjunto da administragio ables DIARIO DA REPOBLICA ARTIGO 41" Sio atribuigdes do Governo, em especial: 4) Garanlir a seguranga das pessoas ¢ bens, 1h) Plahorar 0 orgamento geral da Fstada © executs-lo ss aprovaciio do Consetho da Revolugi laborar 0 Plano Econémico ¢ executi rovagiio do Conselho da Revolucio. oe) ARTIGO 42° © Governo poder& exercer por decreto a funcio legislativa que Ihe for delegada pelo Conselho da Revo- lugdo. Aos Ministros cabe regulamentar as leis do Conselho da Revolugio € os decretos do Governo. |ARTIGO 43° O Governo poderd reunis, no todo ou em parte, com o Conselho da Revolucio, sempre que este 0 determinar. CAPITULO V ‘Tribunais ARTIGO 44° Cabe em exclusive aos Tribunais 0 exercicio da fungao jurisdicional, visando a realizaglo de uma justiga democratica ‘A. organizagio, composigio e a competéncia dos Tribunais sero fixadas por Lei, ARTIGO 45° . No exercicio das suas fungées os Juizes so indepen- dentes. CAPITULO VI Organizagio Administrativa e Corpos Administrativos ARTIGO 46° A Repiblica Popular de Angola divide-se adminis- trativamente em Provincias, Concelhos, Comunas, Cit- culos, Bairros ¢ Povoagies. ARTIGO 47* A. administragio local orienta-se pelos principios conjugados da unidade ¢ da descentralizacao e iniciativa local, Na Provincia, 0 Comissirio Provinciat € o represen lunte directo do Consetho da Revolugiio ¢ do Governo, © Governo € representado no Conselho pelo Comis- sitio Local, na Comuna pelo Comissario de Comuna eno Circulo pelo Delegado, os quais siio nomeados sob indicagio do MPLA. ARTIGO 49" Fm cada Provincia hi uma Comissio Provincial, que € presidida pelo Comissirio Provincial, e que tem Jeuislativa em matéria de exclusiva interesse da Provincia, ARTIGO S08 ns do Concelho, da Comuna, (0 respeclivain Os Corpos Administr do Bairro € da Povoagi 0, de Bairro ou de Povoagio, ; ARTIGO 51 As autarquias locais 16m personalidade juridica ¢ gozam de autonomia administrativa ¢ financéira, ARTIGO 52° ‘ompeténcia dos Corpos Administra. is Orgiios de administragzo local serio A estrutura c tivos ¢ dos dem fixadas por Lei, TITULO 1V Simbolos da Republica Popular de Angola ARTIGO 53" Os simbolos da’ Republica Popular de Angola sio a BANDEIRA, a INSIGNIA e 0 HINO. ARTIGO $4" A BANDEIRA NACIONAL tem duas cores dis Postas em duas faixas horizontais. A faixa superior € de cor vermelha-rubro ¢ a inferior de cor preta e Tepresentam: Vermelba-rubro—o sangue derramedo pelos ango- Janos durante a opressio colonial, a luta de libertagao nacional e a revolucio. Preta— O Continente Africano. No centro figura uma composigdo constituida por uma secgio de uma roda dentada, simbolo da classe operdria e da produgdo industrial; por uma catana, simbolo da classe camponess, da produco agricola ¢ da Juta armada e por uma estrela, simbolo do inter- nacionalismo e do progresso. A roda dentada, a catana ¢ a estrela sio de cor amarela, que representam. as riquezas. do. pais, ARTIGO 55" A insignia da Reptblica Popular de Angola € for- mada por uma secgio de uma roda deniada e por uma ramagem de milho, café e algodio, representando respectivamente a classe operéria e a produg&io indus- trial ¢ a classe componesa e a produgio agricola, Na base do conjunto existe um livro aberio, simbolo da educacdo e cultura e 0 sol nascente, significando © novo pais. Ao centro, esti colocada uma calana € uma enxada, simbolizando o trabalho e 0 infcio da Jula armada. Ao cimo figura a estrela, simbolo do internacionalismo ¢ do progresso. Na_parte inferior do ay etd co sada_ums “faixa dourada com a inscrigio “«Repiblica Popular de Angola. ARTIGO 56° © Hino Nacional 6 «ANGOLA AVANTE». IIYULO V posicées Finais e Transitérias ARTIGO 578 AIG A eriugiio da_Assembleia com poders consti- tuintes, a modifieugio da presente Lei Constitucional 86 poderd ser feita pelo Comité Central do M, PLL. A. ARTIGO 58s As Ieis @ regulamentos actualmente em vigor serio uplicfiveis engtianio no forem revogados ou aliera- dos ¢ desde que nilo contruriem 9 espirito du presente Lei e © processu revolucionirio ungolano. I S®RIE—N- 1—1] DE NOVEMBRO DE 1975 ARTIGO 592 Serio revistos todos os tratados, acordos ¢ aliangas em que Portugal tenha comprometido Angola e que seam atentérios dos interesses do Povo Angolano. ARTIGO 60.° © presente diploma entra em vigor as zero horas do dia 11 de Novembro de 1975. Aprovada por aclamagzo pelo Comité Central do Movimento Popular de Libertaggo de Angola, 20s 10 de Novembro de 1975. Publique-se. Anténio Agostinko Neto, Presidente do M. P. L. A. LEI DA NACIONALIDADE ARTIGO 1° 1, Sao cidadios angolanos de pleno direito todos os individuos nascidos em Angola bem como os nao naturais de Angola filhos de mie ou de pai angolano. 2. Os maiores de 18 anos & data da publicaggo desta Ici, no naturais de Angola, filhos de mie ou de pai angolano, caso tenham adquirido nacionalidade estran- geira, deverio optar pela nacionalidade angolana. 3. Os individuos nascidos em Angola que nao quei- ram manter a nacionalidade’ angolana deverdo declarar através de documento escrito a sua renincia, Essa declaragio deverd ser'feita até um ano apés a proclae mago da independéncia. amet ARTIGO 2° 1, Os menores de que um dos pais tenha ou adquira fdade angolana so cidadios angolanos, de pleno , podendo, contudo, 2 partir dos 18 anos, optar por outra nacionalidade. 2. Os menores nascidos em Angola cujos pais tenham renunciado ou perdido a cidadania angolana perdetao por esse facto esta nacionalidade, mas poderio optar por ela quando perfizerem 18 anos. . 3. Os menores nascidos em Angola, filhos de pais __estrangeiros que estejam a0 servigo do respectivo pats, no s4o considerados arigolanos. ARTIGO 3.” 1. Poderio requerer a cidadania angolana os indivi- duos que estejam radicados em Angola ha mais de 10 anos. 2. Os ntlo naturais de Angola casados com cidadios angolanos poderao requercr esta cidadania se tiverem ‘és anos de permanéncia em Angola. ARTIGO 42 Seré negada a cidadania angolana ou relirada a que tenha sido concedida por desconhecimento de factos que se integrem na injungZo do presente artigo aos indivi- duos que, singular ow colectivamente, cometerem crimes de homicidio contra a populagio civil angolana e aos ‘que, pessoal ¢ voluntariamente, tenham praticado actos de oposigiio A luta de libertagdo nacional, integrando ou prestarido servigos 2 organizagdes repressivas do regime colonial, ¢ ainda aos que tenham integrado organizegSes clandestinas criadas com o fim de con- trariar 0 processo de descolonizacio. ARTIGO 5 Compete a0 Ministro da Justica decidir de pedidos de concessio de cidadania ¢ das suas decisdes cabe recurso hierérquico, a interpor no prazo de quinze dias, para 0 Governo. ARTIGO 6° Serio considerados angolanos de pleno direito os nio naturais de Angola que, preenchendo ou nio os tequisitos referidos no artigo 3.°, hajam prestado rele- vantes servicos & luta de libertago nacional. ARTIGO 7: Os casos omissos serdo resolvidos pelo Conselho da Revolugio ou por delegagio deste, pelo Govemo. ARTIGO 8° © presente Dipioma entra em vigor &s zero horas io dia 11 de Novembro de 1975. Aprovada por aclamagio pelo Comité Central do Movimento Popular de Libertagdio de Angola, aos 10 de Novembro de 1975. _Publique-se. Anténio Agostinho Neto, Presidente do MP.L.A. oe

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