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Reltor Zaki Akel Sabrisha Vice-Reltar Rogérlo Andradle t wi Blretor da Editora UFPR rerto da Castro Consethe Editorial Andrea Carla Deve Cleverson Albas Carnelra Francine Lorena Cuquel Leura tito de Almeida Marla atta de Assis César Warla Antonio Navarro da Silva Nelson Lu's de Costa Dias Sergio Said Stavt Junior CENTRO, CENTROS LITERATURA E LITERATURA COMPARADA EM DiscussAo citha- "LPR, -urmnrvantost eine denn Cextao, CeNTROS Laracies Gonsnnes ‘Brora sepeater ales erect tres senha eset ice Unttraeunereres a9 Bia OMEGA TAL ce anata nag, Sumario Apresentagio: Cento, Centrosi 7 ne Weinharct e Nauricia Mendonga Cardoza Centra, Centros: roves modelos Iiterdrios, Jean Bassiave in “cose masta comparacas « Amt Daniel Ling, tenmturas Sobre o trénsitn das formes Sondra Guar jas a cas0 do romance 57 Tetxeira Vasconcelos sro da traded # 6 Marcos Siscar sosé de nds OsekiDépre ro antropsfaga 95 O papel da éradlugio come forga maceiadora dossistemas lterdrios# 11 marca A. B Abolir e conservar a tcoviat Superagao das tworias literdrias consovidagi¢ da Teoria’ #7 Ral Antclo Teoria Norte-Americane: Kieias ¢ ‘acals de enuneispaa# 135 Fabio Skeelrud bursa coria # pnitica da enshie da Da tronsversalidade da literatura comparada Eduarda F. Coutinha - Universidade Federal do Fla de Janeira Ch git emeoreapesa0 anes dei retures nacional ou produzids em um mesmo idioma, aLiterature Comparada traz coma marca furdamental, desde 08 seus primdr- dios, a nage da transversslidade, soja com relagio as fronteiras entre nagées au Miomas, scia no que cancerne 905 limites entre dreas do conheclenta. Tal transwersalldade, 20 assegurar 8 disci plina um cardter de amplitude, conferedne ao mesmo tempo Sentida de inadequagio a compartimentagso do saber ¢ afirina Wiad Godzich cm seu The Culture of Llterccy, do: institulgtes de ensina no Ocidente a pertir do CH, 1994, D-274),@ projeta a Ulterature Comiparada em um terreno pantanoso, cujas fronteiras, frequentemente esgargedas, tomnam ‘ificil qualquer delimitagio, Assim, dasde a époea de sua configu rego e consolidagia cama clisciplina ecadamica, 2+ tentetivas de defintla estenden didos pela dela da compara: gf, aveem comoum simples métode de sbordagem dofendmenc erdrio, até os ques tomam, no sentido Alm3I6, como drea do co- hecmerto, Nao hé ddvida de quea Literatura Comperadn asté gaela a um mésode de abordagem da ob-aliterarla—o comperatista = queé, porsua vér, ut método induttivo, maz sso nde quer dizer absolutamente que éla em si condtitue Um métade, ou, ptor alnda, matodologia do-ensine da Literatura. Ista fica bem claro quan do observamos que, em termes de abordagem prepriacente dita de ubra ou obras lterdrias, a Uteratura Comparada née se atém rune’ a ind manelra ou eaminho exclusive, a win métode dnica, servindo-se, a9 contrSrio, de vdrias, cup eseciha porte geralmante da rete; que sc estebelece entre leltar 2 abra, De'xando de laéo ualquer tentaliva de aprisionerento da Lizeratura Comparada em se desdeos que, Eerteadowen ertturs.oLnerstanp Sigirodeer discus Aérmulas linguisticas de finkleras, ceceeinos aqui algumas conside- rages sobre 2 avalusdo histérico-conccituat da distiplina, procu- Fando assinalar as tendénciss por que ela vern pasando, mixime ‘has dleimas ckécedas. ‘8us0 de se comparerl:teraturas teve ovigem muito antes de a Literatura Camparada ser reconhecica come uma dlscialina regk da por certos principios métodas. No entanto, és no século xX qué ela comega a institulrse camo drea do saber e a definir seus Fuinos e objetas de avuagda. Mum rastreio ao-velhg hébito da com Perasdo, per mementor distirtos da histér teratura, todos anteriores @ sua configuragia coma alsci am exam plas ue, significotlvos, merecem rogistro. Jd nz Antiguidade, espec tas come Berossus cu Filan de Biblos erem versados em duas tures, tanda cscrita sabre ambas. Os mesmas mitos frequentavam diferentes literaturas @ os m'tdgrafes comporavam taxtos de ca- Tunldadles diferentes, crlande sews proprios herdis eribais a part ce mbos enterlores. Na Roma Classica, autores canis Mtacroblus @ Aus Gellivs teceram diversas parelelos entre potas romamos @ gregus; e, na Renascanga, 9 comparatisma chegou a tomarse Frodo na Europa, davide, em grand parte, & doutrina da imhaciio, ‘Sue cxigis comparacSes o wstudo da influénclas. Wo século Xl 3} comparagga entre nbras iteranis cldesicas ¢ modlernas vollow a ‘scuper unt primeino plane, geranda Inciusive a famosa Querela dos ‘Antigas # los Madernos, ¢, fina!mente, apds esta épocs, Intimeros foram a5 tasosisolades de escritares ou eriti¢os que, marcados por acentuada senso de cosinopolitismo, realizaram estudlos comparse Uivos de autores, obras, movimentas, ou até Ittaturas de manera gerak Goethe, Werder, Lessing, ime. de Stal, 0s irmaos Schlegel jenry Hallam ¢ Sismondl (CLEMENTS, 1993 & WEISSTEIN, 1973). No sticulo XX, & diferenca do que ocorrera até entio, sur tematkeagio co comparstismo e a Literatura emparses princip’s = erlgivse como dea do canhecimento, Ea vera de grande fé ne cléncia, em que 9 emplrismo eo métoda in- dutiva desempenhem papel de releve, 2 a discipina nia deixard dle portar essas marcas, sd muito ma’s tarde pastas em questza, também 0 momento ern que se Intrements 6 pensamento-easmo- polita e se ampli 0 néeresse percuituras que {gem a0 exo euro 204 peu. As linguas despertam intensa curlasidade e ternam-se ebjeto da Linguistica Comparada, A Literal goa serencerads por um vids conscientemente comparatista, surgan.os primeiras cur- 305 @ estudos sobre o assunto, Por ca Cpace © terme se legitima eaperecem alguns marcas fundementais na evolugie da dlsclplinas as primelvas catecras universitarias, 2 primeira bibliggratia espech ficamente voltada paraa metérle, e mals tarde a primeira revista © elro manual de ensine (COUTINHO, 2003, p. 14}. Na primeira 5 Ge ort es cone objeto de estudo ce um nirero expresso de pesquisadores. Em meados da século (1955) d criada a Associa’ #0 Internaclanal de Lteraturs Comparedds, & AILCIICLA, @ verifiea se oprimelra grande embave dentro do émbito da discipling, dando or'gem aoque veto a ser chamado de “escolzsdocomparatisma’ta Hranecsa, anorte-ameritana ¢ a sov sam evidentemente o contexto ram. & Escola Francesa, surgids na era do Pesicivis-na, fo! marcacla por uma pa:spectlva de aréem histérica ouhistoricista, celceda na pesquisa de fontes ¢ infludnclas ¢ restringlu 9 aleanee da diseiplina 20 terrena das aproximagbes dlsérias e 2 constitulggn de “farcillas Ierairlas", & Literatura Comparada era sista come um sama da His- Lérla da Literatura @ of autores, ebras e movimentos como sani festagdes de um contexte determinadn, portanto abordadas por uma éptica extrinseca, O fenémano literdria nfo inte“essove ein si mesmo, mas em suas relaSes com a sérfe em que se inserkava va, @ nessas casos 8 compara Su com cutros a que se assem: 460 deperdia de Un contacta “ale camprovaco, documentoda 0 caso mals extrema nesse tipa de abardagem foram os estudos e fortes @ influgncias, que, embora em algumas ocasiées tenham contribulde pare a melhor conheciments de uma obra ou autor, re- jar aimpartancia que estes valanda enganes e7alicias, ou pare av tvarams em conzextos posteriores, na matorla des vezes ee revelou um ‘ebor de cunho simplasmente detetiresco 208 atura Comparac udrreias.¢ peepee Uma analise centrada primort to. Além disso, eondena a separaggo entre comperatismee critica liverdria (WELLEK, 1959, p. 156) ¢.acelta z possibiiidade de estudes comparatistas no interior de a liseratura, embora com a ressalva de que a ebordagem adotada tenha uma dimenséo critico- leérlea que trenscenda as frontel-as dessa literatura. Registre-se fa coma préprio dessa escola ou momento o seu tOnus acentue jamente eclétiea e sua capacidade de absorgio de nagties tedri- fersas. Tals aspactos ampliam considerave'mente o escopo 2 Comparada, conferinda-/ne um carder mas interna ional, que a lava a Incluir gutras literaturas alhelas a0 enone da yadigSo ocleental, = mals interdisciplinar, que a aproxima no sé das damals formas de atlvidade art'stica, como de outras esferas So conhecimento. Tomando sempre por base texto, mas levanda ral, a Esco dade de ‘perspectives, ag mesma tempo que chama atencda para a impor Vanda da uma metodologia cientffice, que nfo lhe permita incorrer em simples sistema de trocos bilateras, No ententa, nem todos 0: germes da tradigao so lanqedos par terra, permanecendo einda, entre outras coisas, 0 cunho universalizante des propostas ¢ 0 tom, porquanto cemuflada, ainda infludivetmente etnocéntrico do cise curso. Além dassas duas escolas de Literatura Comparada, howve sambém, no percurse de autodsfinicda ¢ canselidagio da disc ne, outras vores, €m grupo au [saledas, que, embera em menar escala, prestaram ¥ primeires, cabe mene! 2 contelbulkSa & sua formagao, Ent’t as grupo de estud’osos esiavos, também chamado de Escola Sovidllca, e representado por figuras como que, somanda 2 Influéneias do Formallsma Russo preocupagées ¢e ordem saclal, deserwolvew um sistema dle aneloglas tipologicas e chamou atengso para os topo! da tradigéo popular ¢ legendéris, €, entre 2s vazes Isoladas, eitem- se figuras come Robert Escarplt (COUTINHO; CARVALHAL, :984) entra da prépria Franga, que projetou novas luzes sabre © tom: 206 nea. poratismo, abordando-o por uma dptca soctoldgiea ere pesquisas cam a pablico ledar que antecipam questées posterlar- mente retormadas ¢ rcelaboradas pelas tedricos da Estéilea da Rev copeaa, ¢ Claudlo Guilin @ Guillermo de Torre, que, situzdos pela sua origem hispiniea, fora do #ixo central da Literatura Compara: da, ergueram-se como eriticas combatentes da etnacentvisma, ‘A maler permeabilidade da “Escola Americana’ tburgées dessas woees, em grupo ou 's0!edas, conferiram novo mpuisa an comparatis Te, que daixou dé lada @ perspectiva histo~ sta tradicional e seu correlata — os velhos estudos de fortes & influéneies— e passowa ocupar-se cada vez mais de texto lterdrio @ tas relagGes interherdcias ¢ interdlsciplinares. Contudo, a6 focal aarnas a amplitude que adquirrram os estudos comporatistas dos anos do 1970 até 6 presente, é precisa que ap-esenverios também, ainda que esquematicamente, a visio tradicional desses estudas, tla modo a podlermos sentir come se travau a didlege entre tre- digho e ruptura na esfera ¢2 diseiptina. Assim, camnegane*nos por lembrar que, em sua fase clissiea, sobretudo a da chemada Escala Americana, = Literatura Comporada Instituly cinco ##eas de inves tigagia que, embora bastante modificades hoje, sinda vém dando Frutos tmportantes. Sto elas: o estudin de gneros.ou formas, de jentas ou eras, de temas ou rites, de Inter-velagdio da fiterar tyra com outras fos ica ou outras areas do conheelmento, en jeratura com os disc sos da Teo-la, da Critien @ da Historlografia @ a5 con Avdbordagem por géneras remonta a Arlstdteles com @ sun Poética o, apesar das opasigtias que encontrou ao longo da histc- ria da Literature Ocidental ~sobretuda entre es rominticos (victor Hugo} e mais tarde os impresslonistas (Crace) -, constitulu durante wulea tempn uma das formas mals tradfeionais cos estudas cha de periférleas (COUTISHO, 2003, p. 116), Fol essa prética, par exemplo, que constilulu a tBnica dos estudos Iterérios na América Latine, capeciaimente na époen Aurea do Estruturslismo,@ queain- da hoje, a despeita de amplo questionamenta por que vem paszan- do, ancontra espaga no meio universtéria. Ds mesmo made que a Tecris, a Critica tampouce se acha em aposicgo a Literature Comparado, conforma jf assinaleuWellek em seu ensala “A erise da L'teratura Comparada", apresentado na Congrasso da Associagia Internacional de Lltereusre Compara ddo,em Chapet H a0 contrér‘a, nda hé avaliagdo dle obra ou obras lterdrlas que no passe por uma perspectiva com paratistd, assim como qualquer estudo comparetists requer uma ref exso que englabe os estdgios da Critica ~ a destrigda, 2 inerpretagio e 2 svallagSo. No entanta, aqui tambérn, coma no caso 62 Teor, 0 problema veside no carter universalizante que a Critica frequen: temente adquirly, tornando-se um discurso ahistdriea ¢ celeedo em valores de oféem manocultural. Assim come-2 Teoria, a C1 sobretuda de meaclos do séculn XX, ergueu seus pl corpus da trodigso ccklertal, elelto & luz de perdmatras suposta- 214 trsecr pera mente Imutavels, que se griginaram de reftexdes tedricas anterlo- res, eristalizadas através da histdrla, Servindo-se de pressupostos dassas construgtes que nunca puderam ser completamente defi- ring, como as noqdes de “litersrledade" e de “permantnci respaldando-se em tratades que vin desde 6 Poética deeAriststeles nos mosses dias, a Critica entiic préscupay-se em ratificar os valo~ res estéticog neles apresentados, construlndo un verdarieire alu arte —acdnone acidenital~, que passatsa Institul-secamoa grande referancia (COUTINH, 2803, p.7473)-A partir d¢ entdo, tode pra- Gugfic era madida 4 base da comparagao cam os modc'os que ine lagravam au o canone espactice das diversas Ftaraturas taclonais bio cénone ocldental -eferléa, compasto de representantes das nagdes mais prest|glades do Ockdent Essa posigdo de Critica, hoje bastante questionada pelo seu cunho ctnockntrico ~ que se tornsva ainda mals grave nos canes tas poriféricos, devido & ratifeagio a que levava dos valores do atxo euro-nortezmericana =, nig fel, contudo, a Gnso problems que este Spo de diseurso searretou para os estudiosos de Litera tura. 4a lado dese, erguia-se também © dos pardmetros de ave- iagdo, Iigao a0 métode ou correnke evtlca-teérica escolnico pare descrever, interpreter @ avallar a ebra ov obras er questio, As orrentes critico-teéricas sucediem-se com rapidez @ verlavam de ‘um contexto para outro, eferecendo possibilidades wirias, muttas -vezes bam distintas @até conraditérias, Nesse caso, come elege: contre © leque de osgbes ofereciéas, muitas vezes inclusive cont cionadasa umimomenta histérica espectfico, & abordagem adeqve~ da, mdxlme quando falta, came aa iniciante, a experiéecia que o irs orienta? Arespusta para tal indagaggo é obvinmente mass ampla diversificada ¢o que a sua prépria farmulagio, ¢s6 pode ser apre- encida at pensar-se na relagdo estebetecida entre 0 estuthosa = seu abjeto de trabalho, mas a mera indegagéa sobre esse fata tra A tona novamentessma questo que nos vem ce-pando desde ot ‘io: de que Literatura Comparada ndotem tm métode exclusive de trabalho, mas serve-se ao contrdrio das diversas possibitidades que a Crielea ea Tearla lhe ofrecer. Ealstente também desde 6 Ant'guitlada, quando asteve, por exemple, voltaia para 0 ¢stabelecimento de textes da Vetho Conia, Contes Ltortarae arr Cemparadem dl ‘e Novo Testamentos a partir de umainfinidade de manuscrites cis- tintos, # Kistoringrafia literéria sempre se institulul como uma cas clpals searas de Invastigagia da Literatura Comparada, tendo esta inclusive om seus prinérdies side frequentemente confunci- da com ela, om decorréncia do predaminia do meétocs historieists 2 ocasifo da configuragdo e consolidagéa da elsclp'ina, Tal aprox mega, se de um lade assinais 8 imparténcia de caréter hist6rico dos estudos fterdrias, deoutralevou a um preblema que parcurow durante longa tempa — © do emprega do méteds historlelsta na abordagem do fendmane lerdria ¢ a reagda a que tal atleude le- vou am memanta posterlor, com a onda de-correrkas inanentistag, que ndo sé relegaram a Historlografia Lterdrla a plano secundaria, como chegaram # considerar a clmansdo histdrica como trrelevane te ou até mesmo dlspensdvel na apreansio da obra Iterarla, fol so- mente da iltimo quartel do sécula XX para o presente, ou, melhor, na era pds-estrutur folresgatada, mas ¢ preciso lembrar que por uma perspestiva base ante distinta da da histerieisme tradicional. agora, aldm de 0 mos vyimento mais frequentena abordagem do fenémeno Iiterdrio estar calcado na sialética texto/ contexto, passa-se # levar em conte no 56-0 focus histérico-cultural de produgSo da obra como também @ de recepgéo, ¢ evicentemente a relago estabelecida entre ambos. Com as cransformagdes sotridas nas Gleimas ddcadas, a His- toriogrefia literdria voltou 3 ocupar um espaco privilegiado nos estudos de Literetura Camparada, sc que agora as estudfosas de Literatura deixaram de wera Hiskéris Literdria coma a registro acue mulativo de tude o que se praduzit ou simples eompitagia de te- mes ou forma @ passaram a encard-la camo a ascrit a constane te de textos anteriores com a olher do presente, estebslecenda a que Fernand Braudel deslgnou de uma verdadelra dlaétiea entre © passeda e o presente. Cansclentes de que as fatos, fenSmenos ou acontetimentos que ‘tia relatar acarreram no passado, mas ¢2rnr bém de que cles préprios 430 indivfduos historicamente situados, eles constroem suas narrages 4 luz de uma visio comprometide: com 0 tempo e local de enunclagio. & resultado que a Histéria terdria passa a ser a histéria da producso « recepeaa de textos, ¢, para chiscorlader, eeses textes constiiuem 2a mesmo sempo docu: cute, tt be eannersleniecalowataracserperees mentos de passade @ exper p77) jas do presente (COUTINHO, 2093, Essa nova viséo da llstorlograda leva os historiacores da U- taratura 3 consclénela do cardter etnocéntrico ¢ elltista da d'scur- so historiogrifica tradicional ¢ tar como consequénda, coma no caso da Criica, a questionamenta da canone, aqui representado pala hilstdrla oficlal. Aldm disse, eo% o questionamenta que vem Sendo empreendide por corvenkes do pensamenta cantempora- naa sobre 0 prépria conevito- da obra titerdria, a esfera da Histo- rlografa Litersrin amplla-se conskieravelmente, porque passo a Incluir outras formas de diseurso até antéo exclufdas. Do mesma mado que 0s csluldas de Histérin gout court cetxaram de restringgi= se aos eventos politicas ¢ diplomnitleos, passando a Incluir as cumstincios mals amplas qut ns candicionarar, as pesquisas de Histdria Literdrla enveredaram também por territdrlos antes reses- vados a outros saberes. Agora, ag lado de exame do texto, Bossa a ter relevaria também 2 arrfise do campo em que se produ a experiénci 2.0 conkexta de recepcda da abra é equ parado 20 da producto. 0 desvio de olher passa a scr une cons- fante na historiografia Uterdrla @ os mesmos episédios passam a serrclatadas por perspectivas dlstintas, Surge tarcbém nao sd urna rywandldade de histérias nSo aficlals, que vem per em xeque a auto- ridacle da versio candnika, coma passama Integrar a Historiografia Literdirla tanto a produgio de grupos até enesa exeiuitdes por essa vertente, como os chamados grupas Cinleas mineritéries, quanto ida outros registros, como “papular”, tredicionalmente cantsa- posta a0 erucito. Finalmente, passamtambém a figurar dessa nova storlografia outras espécles de discurso, qq se situam na esfara da cultura em geral, explleltend, mais lo que nunca, a flvidex das fronteiras As abordagens da Literature Comparada, tanto as que fo- catizem as abras mesmas quanta as qué ¢slio veltadas para as suas relagdes com auras farmas de manitestagio artistica ou our tra drea do conheclmento, revelam todas ales um Leque amplo & vyarlado de estudos que, |untos, formar, come pudlernos ver, ema fsciplina, frequentemente Identificade, néo fosse a érfase sobre a Ieeia da compareedo ou da trensversatidade, com a prépria nogaa 217 centr, Covncae tartans eeeat-ra Com parade erm de estudes literrias. £ é nese sentiéo que ola é vista em espaces aeadémices como o francés ou narte-amerleano que denominam seusdepartamentos de estutlas nia especificamentedeliteraturas naclonais come de Lterazura Covnpa-ada. Tais departamentas, sur- igidos em contraposiggs 20s de literaturas naclonais, forem e~edos cxatarnente pars portor a marca da transvesalldade e dainterds ciplnarkade = para cavacterizarse pela sua amplitude, estenda por conseguinte voltados para 2 assimilag30 de diversos métados. alquer restrigde 2 urn mated nu técnica de aborclagesn do fendinene keréra era vista como prablemdtlca e critieadn no Smbito da

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