You are on page 1of 6

Endereço da página:

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/4799/coesao-referencial-e-sequencial-nos-contos-de-humor

Planos de aula / Língua Portuguesa / 7º ano / Análise linguística/Semiótica

Coesão referencial e sequencial nos contos de humor


Por: Mariana do Nascimento Ramos / 22 de Fevereiro de 2019

Código: LPO7_05SQA08

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Mariana do Nascimento Ramos
Mentor: Érica Silva
Especialista: Silvia Albert

Título da aula: Coesão referencial e sequencial nos contos de humor

Finalidade da aula: Reconhecer o modo como a coesão referencial e sequencial é empregada em contos de humor a fim de sistematizá-la como
recurso linguístico que possibilita a compreensão e a progressão textual.

Ano: 7º ano do Ensino Fundamental

Gênero: Contos de humor

Objeto(s) do conhecimento: Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários.

Prática de linguagem: Análise linguística e semiótica

Habilidade(s) da BNCC: EF67LP36/EF69LP54/EF07LP13

Sobre esta aula: Esta é a oitava aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Contos de humor e no campo de atuação Artístico-
literário.
A aula faz parte do módulo de Análise linguística e semiótica.

Materiais necessários:

Material em sala de aula: computador, projetor, caixas de som, internet, fotocópias dos contos selecionados.

Informações sobre o gênero: O conto é uma narrativa breve escrita em prosa que, embora tenha os mesmos elementos de um romance ou uma novela -
enredo, personagem, tempo e espaço -, é mais curto e apresenta ideias concisas e precisão narrativa. Os contos de humor, especificamente, utilizam as
características do que é considerado divertido e cômico para a estruturação de sua narrativa e constroem o humor por meio de mecanismos linguísticos,
figuras de linguagem, quebra de expectativa e conhecimentos de mundo que são mobilizados na interação entre autor, texto e leitor.

Dificuldades antecipadas: Possível falta de vocabulário diversificado e reconhecimento gramatical dos vocábulos que ajudam na coesão, tais como
pronomes e conjunções.

Referências sobre o assunto :

BERGSON, Henri. O riso. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1983.


COSTA, Flavio Moreira da. Os 100 melhores contos de humor da literatura universal. Ediouro: Rio de Janeiro, 2001.
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Textos Humorísticos. Brasil Escola. Disponível em < https://brasilescola.uol.com.br/redacao/textos-humoristicos.htm>.
Acesso em: 3 ago. 2018.

Materiais complementares

Documento
Folha de respostas - Atividade - LP07_05SQA08
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/6A2rNBB8znxnbWCaS5YxkPXDbUMXtfSZQ8Ph4XNV3CtzXybxQcWRFcAXdx6t/folha-de-
respostas-atividade-lp07-05sqa08.pdf

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Plano de aula

Coesão referencial e sequencial nos contos de humor

Slide 1 Sobre este plano


Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a oitava aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Contos de humor e no campo de atuação Artístico-
literário.
A aula faz parte do módulo de Análise linguística e semiótica.
Materiais necessários:
Material em sala de aula: computador, projetor, caixas de som, internet, fotocópias dos contos selecionados.
Informações sobre o gênero: O conto é uma narrativa breve escrita em prosa que, embora tenha os mesmos elementos de um romance ou uma
novela - enredo, personagem, tempo e espaço -, é mais curto e apresenta ideias concisas e precisão narrativa. Os contos de humor, especificamente,
utilizam as características do que é considerado divertido e cômico para a estruturação de sua narrativa e constroem o humor por meio de
mecanismos linguísticos, figuras de linguagem, quebra de expectativa e conhecimentos de mundo que são mobilizados na interação entre autor,
texto e leitor.
Dificuldades antecipadas : Possível falta de vocabulário diversificado e reconhecimento gramatical dos vocábulos que ajudam na coesão, tais como
pronomes e conjunções.
Referências sobre o assunto:
BERGSON, Henri. O riso. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1983.
COSTA, Flavio Moreira da. Os 100 melhores contos de humor da literatura universal. Ediouro: Rio de Janeiro, 2001.
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Textos Humorísticos. Brasil Escola. Disponível em < https://brasilescola.uol.com.br/redacao/textos-
humoristicos.htm>. Acesso em: 3 ago. 2018.

Slide 2 Tema da aula

Tempo sugerido : 1 minuto.


Orientações:
Para preparar esta aula, leia e analise previamente o conto O milagre , de Stanislaw Ponte Preta.
Apresente brevemente o slide com o tema da aula. Pergunte ao aluno o que ele acha que seria a “costura” de um texto. Se você desenvolveu o plano 7,
relembre que esta ideia de “processo” foi citada na finalização daquela aula, quando foi sistematizada a noção de coesão.

Slide 3 Introdução

Tempo sugerido: 9 minutos.


Orientações:
Projete a tirinha para a turma.
Em seguida, peça para dois alunos lerem em voz alta.
Depois de ver as reações que a tirinha provoca, procure fazer as seguintes perguntas para a turma:
a) Como é muito usual nas tirinhas de humor, o texto se baseia em um mal-entendido. Que mal-entendido é este?
b) Que vocábulo, especificamente, provoca esse mal-entendido? Por quê?
c) Como este mal-entendido poderia ser resolvido?
d) Como este mal-entendido provoca a comicidade na tirinha?
A ideia desta atividade é fazer com que os alunos percebam como o pronome usado na forma verbal apontá- lo, utilizado como elemento de coesão
referencial para substituir a expressão “índices de violência”, pode também ser entendido como pronome referente à palavra gráfico, causando um
mal-entendido linguístico no texto. Este mal-entendido provoca comicidade a partir do momento em que desconstrói a primeira ideia que
provavelmente pode se mostrar para o leitor, e que também é o motivo de preocupação do primeiro interlocutor: tomar medidas urgentes em relação
aos altos índices de violência.
Esta troca de elemento referencial é um típico caso de coesão textual na medida em que entendemos esta como a lógica da relação entre as palavras
do texto. Assim, o absurdo da resposta do segundo interlocutor causa a comicidade no texto.

Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 35 minutos.
Orientações:
Peça para os alunos se dividirem em grupos de no máximo quatro alunos, para que todos participem.
Peça para que os grupos leiam o conto O milagre , de Stanislaw Ponte Preta. Sugestão de tempo para esta atividade: 10 minutos.
Durante a leitura, o professor pode ir passando pelos grupos e tirando possíveis dúvidas de vocabulário, semântica etc.
Em seguida, distribua as seguintes questões em uma folha ou escreva as perguntas no quadro (sugestão de tempo para atividade: 15 minutos):
Separe o texto em partes, de acordo com sua progressão temporal.
Encontre, no conto, pelo menos três exemplos de coesão referencial e três exemplos de coesão sequencial.
Explique como, assim como na tirinha vista anteriormente, o conto O milagre trata da história de um mal-entendido.
Que palavra, no texto, provoca esse mal-entendido? Por quê?
Explique como esta palavra leva a uma quebra de expectativa no final do conto.
O conto O milagre é considerado pertencente ao gênero Contos de humor. Como o humor se constrói no conto?
Após o tempo de aplicação do exercício, conduza a correção das respostas pedindo para que cada grupo leia, em voz alta, a resposta de uma das
perguntas. Em vez de corrigir a resposta, o professor pode pedir para que outro grupo analise a resposta dada, e assim sucessivamente. Sugestão
para esta atividade: 10 minutos.
A ideia deste exercício é aprimorar a exercitação de atividades relacionadas à verificação das estruturas de coesão referencial e sequencial,
mostrando como, no conto O milagre , estes processos ajudam na caracterização do humor.
Material complementar:
Fonte: STANISLAW PONTE PRETA. O melhor de Stanislaw Ponte Preta. 3a. Edição, Rio de Janeiro, José Olympio, 1988.
A folha de respostas do professor está aqui.

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Plano de aula

Coesão referencial e sequencial nos contos de humor

Slide 5 Fechamento
Tempo sugerido : 5 minutos.
Orientações:
Retome a ideia do tema inicial da aula.
Pergunte aos alunos se eles entenderam os conceitos de coesão referencial e sequencial construídos ao longo do exercício anterior. A ideia deste
encerramento é concluir a etapa inicial da aula com respostas mais assertivas ligadas à terminologia. Trata-se, portanto, de uma breve retomada
que revise os conceitos sistematizados durante a aula.

Apoiador Técnico

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


O milagre 

Parte I    

Naquela  pequena  cidade  as  romarias  começaram  quando  correu  o  boato  do 
milagre.  É  sempre  ​assim​.  Começa  com  um  simples  boato,  mas  ​logo  o  povo  – 
sofredor,  coitadinho  e  pronto  a  acreditar  em  algo  capaz  de  minorar  sua  perene 
chateação  –  passa  a  torcer  para  que  o  boato  se  transforme  numa  realidade, 
para poder fazer do milagre a sua esperança. 

  Dizia-se  que  ali  vivera  um  ​vigário  muito  piedoso,  ​homem  bom,  tranquilo, 
amigo  da  gente  simples,  que  fora  em  vida  um  misto  de  sacerdote,  conselheiro, 
médico,  financiador  dos  necessitados  e  até  advogado  dos  pobres,  nas  suas 
eternas  questões com os poderosos. Fora, ​enfim​, um ​sacerdote na expressão do 
termo: fizera de s​ ua​ vida um apostolado. 

Parte II 

  Um  dia  o  vigário morreu. Ficou a saudade morando com a gente do lugar. 


E era em sinal de reconhecimento que conservavam o quarto onde ​ele vivera, tal 
e  qual  o  deixara.  Era  um  quartinho  modesto,  atrás  da  venda.  Um  catre  (porque 
em  histórias  assim,  a  cama  do  personagem  chama-se  catre),  uma  cadeira,  um 
armário  tosco,  alguns  livros.  O  quarto  do  vigário  ficou  sendo  uma  espécie  de 
monumento  à  sua  memória,  já  que  a  Prefeitura  local  não  tinha  verba  para 
erguer ​sua​ estátua. 

Parte III 

  E  foi  quando  um  dia​…  ou  melhor,  uma  noite, deu-se o milagre. No quarto 


dos  fundos  da  venda,  no  quarto  que  fora  do  padre,  na  mesma  hora  em  que  o 
padre  costumava  acender  uma  vela  para  ler  seu  breviário,  apareceu  uma  vela 
acesa. 

– Milagre!!! – quiseram todos. 

  E  milagre  ficou  sendo,  porque uma senhora que tinha o filho doente, ​logo 


se  ajoelhou  do  lado  de  fora  do  quarto,  junto  à  janela,  e  pediu  pela  criança.  Ao 
chegar  em  casa,  depois  do  pedido  –  conta-se  –  a  senhora  encontrou  o  filho 
brincando, fagueiro. 

  –  Milagre!!!  –  repetiram  todos.  ​E  o  grito  de  “Milagre!!!”  reboou  por  sobre 
montes  e  rios,  vales  e  florestas,  indo soar no ouvido de outras gentes, de outros 
povoados. E logo começaram as romarias. 

  Vinha  gente de longe pedir! Chegava povo de tudo quanto é canto e ficava 
ali  plantado,  junto  à  janela,  aguardando  a  luz  da  vela.  Outros  padres,  coronéis, 
até  deputados,  para  oficializar  o  milagre.  E quando eram mais ou menos seis da 
tarde,  hora em que o bondoso sacerdote costumava acender sua vela… a vela se 
acendia  e  começavam  as  orações.  Ricos  e  pobres, doentes e saudáveis, homens 
e mulheres caíam de joelhos, pedindo. 

Parte IV 

  Com  o  passar  do  tempo  a  coisa  arrefeceu.  Muitos  foram  os  casos  de 
doenças  curadas,  de  heranças  conseguidas,  de  triunfos  os  mais  diversos.  ​Mas​, 
como  tudo  passa,  depois  de  alguns  anos  passaram  também  as  romarias.  Foi 
diminuindo  a  fama  do  milagre  e  ficou,  apenas,  mais  folclore  na  lembrança  do 
povo. 

  O  lugarejo  não  mudou  nada.  Continua  igualzinho  como  era,  e  ainda 


existe,  atrás  da  venda,  o  quarto  que  fora  do  padre.  Passamos  outro  dia  por  lá. 
Entramos  e  pedimos  ao  português,  seu  dono,  que  vive  há  muitos  anos  atrás do 
balcão,  a  roubar  no  peso,  que  nos  servisse  uma  cerveja.  O  português,  ​então​, 
berrou para um pretinho, que arrumava latas de goiabada numa prateleira: 

– Ó Milagre, sirva uma cerveja ao freguês! 

  Achamos  o  nome  engraçado.  Qual  o  padrinho  que  pusera  o  nome  de 


Milagre  naquele  afilhado?  E  o  português  explicou  que  não,  que  o  nome  do 
pretinha era Sebastião. Milagre era apelido. 

– E por quê? – perguntamos. 

_ Porque era ele quem acendia a vela, no quarto do padre. 

 
STANISLAW  PONTE  PRETA.  ​O  melhor  de  Stanislaw  Ponte  Preta.  ​3​a​.  Edição,  Rio  de 
Janeiro, José Olympio, 1988.  

Folha de respostas do professor 

Faça as seguintes atividades baseadas no conto acima: 

1) Separe o texto em partes, de acordo com sua progressão temporal. 


Respostas assinaladas no texto. 
 
2) Encontre, no conto, pelo menos três exemplos de coesão referencial e 
três exemplos de coesão sequencial.  
Alguns exemplos de coesão referencial encontram-se destacados em azul 
(pronomes, sinônimos, omissões etc). Alguns exemplos de coesão 
sequencial encontram-se destacados em amarelo (conectores). O 
professor e os alunos podem destacar outros exemplos. Aqui, o 
importante é que o aluno destaque a coesão referencial atentando para o 
nome de substituição a que se faz referência; já na coesão sequencial, 
atentar para a relação entre ideias que se estabelece no texto devido ao 
uso de conector.   
 
3) Explique como, assim como na tirinha vista anteriormente, o conto  
O milagre​ trata da história de um mal entendido.  
O substantivo comum milagre, e seu significado, é confundido com o 
substantivo próprio Milagre, nome de um personagem. Os diferentes 
significados geram uma verdadeira confusão.  
 
4) Explique como esta palavra leva a uma quebra de expectativa no final  
do conto. 
O leitor, assim como o povo do vilarejo, é levado a pensar que os 
acontecimentos do texto se tratam de um milagre quando, na verdade, 
somente no final do texto descobrimos que as velas foram acesas por 
alguém chamado Milagre. 
 
5) Como o humor se constrói no conto ​O milagre​?  
O conto pertence ao gênero contos de humor. A quebra de expectativa ao 
final, típica da piada, traz humor ao conto pois leva ao inesperado do 
cotidiano, de algo banal, em contraste com a expectativa divina em que o 
povo quis acreditar.  
 
 

You might also like