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https://novaescola.org.br/plano-de-aula/4799/coesao-referencial-e-sequencial-nos-contos-de-humor
Código: LPO7_05SQA08
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Mariana do Nascimento Ramos
Mentor: Érica Silva
Especialista: Silvia Albert
Finalidade da aula: Reconhecer o modo como a coesão referencial e sequencial é empregada em contos de humor a fim de sistematizá-la como
recurso linguístico que possibilita a compreensão e a progressão textual.
Objeto(s) do conhecimento: Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes aos gêneros literários.
Sobre esta aula: Esta é a oitava aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Contos de humor e no campo de atuação Artístico-
literário.
A aula faz parte do módulo de Análise linguística e semiótica.
Materiais necessários:
Material em sala de aula: computador, projetor, caixas de som, internet, fotocópias dos contos selecionados.
Informações sobre o gênero: O conto é uma narrativa breve escrita em prosa que, embora tenha os mesmos elementos de um romance ou uma novela -
enredo, personagem, tempo e espaço -, é mais curto e apresenta ideias concisas e precisão narrativa. Os contos de humor, especificamente, utilizam as
características do que é considerado divertido e cômico para a estruturação de sua narrativa e constroem o humor por meio de mecanismos linguísticos,
figuras de linguagem, quebra de expectativa e conhecimentos de mundo que são mobilizados na interação entre autor, texto e leitor.
Dificuldades antecipadas: Possível falta de vocabulário diversificado e reconhecimento gramatical dos vocábulos que ajudam na coesão, tais como
pronomes e conjunções.
Materiais complementares
Documento
Folha de respostas - Atividade - LP07_05SQA08
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/6A2rNBB8znxnbWCaS5YxkPXDbUMXtfSZQ8Ph4XNV3CtzXybxQcWRFcAXdx6t/folha-de-
respostas-atividade-lp07-05sqa08.pdf
Slide 3 Introdução
Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 35 minutos.
Orientações:
Peça para os alunos se dividirem em grupos de no máximo quatro alunos, para que todos participem.
Peça para que os grupos leiam o conto O milagre , de Stanislaw Ponte Preta. Sugestão de tempo para esta atividade: 10 minutos.
Durante a leitura, o professor pode ir passando pelos grupos e tirando possíveis dúvidas de vocabulário, semântica etc.
Em seguida, distribua as seguintes questões em uma folha ou escreva as perguntas no quadro (sugestão de tempo para atividade: 15 minutos):
Separe o texto em partes, de acordo com sua progressão temporal.
Encontre, no conto, pelo menos três exemplos de coesão referencial e três exemplos de coesão sequencial.
Explique como, assim como na tirinha vista anteriormente, o conto O milagre trata da história de um mal-entendido.
Que palavra, no texto, provoca esse mal-entendido? Por quê?
Explique como esta palavra leva a uma quebra de expectativa no final do conto.
O conto O milagre é considerado pertencente ao gênero Contos de humor. Como o humor se constrói no conto?
Após o tempo de aplicação do exercício, conduza a correção das respostas pedindo para que cada grupo leia, em voz alta, a resposta de uma das
perguntas. Em vez de corrigir a resposta, o professor pode pedir para que outro grupo analise a resposta dada, e assim sucessivamente. Sugestão
para esta atividade: 10 minutos.
A ideia deste exercício é aprimorar a exercitação de atividades relacionadas à verificação das estruturas de coesão referencial e sequencial,
mostrando como, no conto O milagre , estes processos ajudam na caracterização do humor.
Material complementar:
Fonte: STANISLAW PONTE PRETA. O melhor de Stanislaw Ponte Preta. 3a. Edição, Rio de Janeiro, José Olympio, 1988.
A folha de respostas do professor está aqui.
Slide 5 Fechamento
Tempo sugerido : 5 minutos.
Orientações:
Retome a ideia do tema inicial da aula.
Pergunte aos alunos se eles entenderam os conceitos de coesão referencial e sequencial construídos ao longo do exercício anterior. A ideia deste
encerramento é concluir a etapa inicial da aula com respostas mais assertivas ligadas à terminologia. Trata-se, portanto, de uma breve retomada
que revise os conceitos sistematizados durante a aula.
Apoiador Técnico
Parte I
Naquela pequena cidade as romarias começaram quando correu o boato do
milagre. É sempre assim. Começa com um simples boato, mas logo o povo –
sofredor, coitadinho e pronto a acreditar em algo capaz de minorar sua perene
chateação – passa a torcer para que o boato se transforme numa realidade,
para poder fazer do milagre a sua esperança.
Dizia-se que ali vivera um vigário muito piedoso, homem bom, tranquilo,
amigo da gente simples, que fora em vida um misto de sacerdote, conselheiro,
médico, financiador dos necessitados e até advogado dos pobres, nas suas
eternas questões com os poderosos. Fora, enfim, um sacerdote na expressão do
termo: fizera de s ua vida um apostolado.
Parte II
Parte III
– Milagre!!! – repetiram todos. E o grito de “Milagre!!!” reboou por sobre
montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros
povoados. E logo começaram as romarias.
Vinha gente de longe pedir! Chegava povo de tudo quanto é canto e ficava
ali plantado, junto à janela, aguardando a luz da vela. Outros padres, coronéis,
até deputados, para oficializar o milagre. E quando eram mais ou menos seis da
tarde, hora em que o bondoso sacerdote costumava acender sua vela… a vela se
acendia e começavam as orações. Ricos e pobres, doentes e saudáveis, homens
e mulheres caíam de joelhos, pedindo.
Parte IV
Com o passar do tempo a coisa arrefeceu. Muitos foram os casos de
doenças curadas, de heranças conseguidas, de triunfos os mais diversos. Mas,
como tudo passa, depois de alguns anos passaram também as romarias. Foi
diminuindo a fama do milagre e ficou, apenas, mais folclore na lembrança do
povo.
STANISLAW PONTE PRETA. O melhor de Stanislaw Ponte Preta. 3a. Edição, Rio de
Janeiro, José Olympio, 1988.