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428 VOZ: 0 LIVRO DO ESPECIALISTA Quadro 13-2. Principais abuses vocals ou com impacto na produsso da vor, com as principe sugestbies de controle, reduc out mosifieacso— ~~ - Felar em grande Intensidade (voz forte) Redurira inensidade de fala Folar durante muito tempo Falar agudo demas (multe fine) falar gave demas mut goss) “falas sussierando Falar com os dentes tavados — “Falat com esforco’ Folar ser respirar “Usd 0 a ae 0 final Falar rpido demais, “Fala junto Com os duvos. Folar muito tempo sem hiratarse “Falahserm descansat aati epee plas “Falar rio a6 tlefone Faber -Thuito ao as fivee. : : hist sean een head Pigarrear constantemente “ossir demais ‘Gritae demais “Trabalhat em ambiente nid Vier em ambient familar uid Wer com on ene ee tou ‘omunicacto ‘Mantes io, smn ou TV ligadosenquant fla, quardo faz 0s deveres com os fills, na refeigBes em familia, ou ‘quando a0 telefone Iiitar vozes dos outvor ou sons * LUsar a vor em posturas corporais inadequadas Praticai esportes enguanto fala ou pita Freqientar competigdes esportivas Paiticipar de gibpos religosos corn us intensivo de vor oxpeessivos Falar em crise alergica Usar avo ormalmente quand restiade Torriar pouca Sua © Introduzir pequenos intervalos de repouso vocal; usar fonacdo fli modular bem a freqiéncia @ Procurar flare fequencla mals grave Procurar elevar a fequéncia da fala . ‘Aumettar@ intensidade da e380, sonorizando sempre a voz [Abrie a boca e articular bem 05 00 ‘Soltar'a emissiio © manter @ sensacio de relaxamento enquanto fala iraGvlas Constantese no usar o final do ar {zr rss mats curt e aumntal o nmero de recarga respiatérias Desenvolver uma velocidade variada; reduzir a velecidade peo prolongamento Fans ge en alr idk as sce ce nabs nl Toles pores tage ieee anche LUsar frases cutas e evitar 0s excessos © Evita convetsas longs nessas situates Conscientizar-se desse habito reduz-o; hidratarse, respira e:degluti com forca pra deslocar a secreyso Procuiar Seu médico; identifica e talar 3 causa, se for emacional, procurar ‘contolarse Evitar afore intensidade e a risada tensa viata forte Intensidade e emisséo com raiva durante o chord Contolar a intensidade; usar o grito apenas na shuagtes de emergéncia; usar Bgestos, apitos e opgdes similares ‘Melhorar a5 condicies actisticas, se possivel fechanlo portas e janelas; reduzir ‘© Us0 tonlinuado da fala nessa Situagbesjorentar se pels pists vocals ‘inestesicas Desenvoiver habitos de uma comunicagio saudsvel; conscientizar os outros Nao grtar, deserwvolver boa articulacdo, usar frases curas & mehsagens Caras Valorizar esses momentos, dosigando ou raduzindo o som Cettficarse de que nde existe uni abuso voral impoitante na imitacae Controlar a postura, mantendo a coluna rota eo corpo live de tenses ‘Limitag 0 uso da vor ao essenctal ‘Torcer som gritar ou usar alta intonsidade No grt, manifestar sua devoca por meio de vocalizacio Ou canto. Reduzir © uso da voz nessas situagbes; hidratarse adequadamente. Réstringir seu uso; pouparse Aurentar habtalmente a ingestéo de Vquidos Quadro 13-2. Principaisabusos wocais ou com impacto na producSo da voz, com a5 principals sugestdes de conte, 13 of APERFEICOAMENTO VOCAL E TRATAMENTO FONOAUDIOLOGICO DAS O1SFONIAS 429 teduigao ou madificacio (Cont) Tar arcendicionodo ‘iver er cidade com clima muito séeo ‘ve em cidade com ar muito poluide : Permanecer em ambiente empocirad, com mofo ou. ppouca ventlagao, Bxporse a mudanicas bruscas de'tempeatira “Tormar bebidas geladas constanterente “Foear caleou ché em excess, ‘Comer alimentos gordurosos ou excessivamente condimentados _Consumir achacolatados em excesso, Fumar \iver em ambiente de fumanies “omar bebidas alcoclices destadss Usorérogss 3 Autornecasso Dorn puce Cantar dems Cantar foia de sua extensio vocal Cantar em vis vores sar rues apertas na ed0 do pence, sx ou cintura ‘ ‘Apresentarazia constant; nd dlgestio ou Fefluxo gastresofigica “Ter vida social interisa & constants ‘Vver sob eitressé constante Tapert laagho wile: as cnalgbes apn BOTS ‘Aumetar a idatato umsti bideaagho ible lb oad erp ge postal Eira rete rho condies de nea evento at iméscare nas stuagoes mais istics Aeasalharse adequadament, hidatarse A ce os primeios gles na boca, ants de engai Conor 0 ace eal hilatarae bso che we fo does cu fats 5 Eyit-los; desenvolverhabitosalimentares mais saudaveis Evitr 0 excessos Reduzir 0 consumo désses alimente’s : toneromper defintivarente ese habitos for impossve eri o consumo ‘Sdliciar que no fuinén na sua presenca: principalmente em seu quarto; defini 95 locals de torno pexmitida ‘ si Redui corsumo heaton mae ome defintivamente Seu consumo nao hd negdeiacaa. Nunca se automedicar 0 risco pode ser enorme Se Euilarersaoslongos; aqecere desaquece’ a vor; diate; nao cantar papas pafa 06 qua no ext preparado;repousara voz nt cl el en ise de nica cl eva xg ao Gi wena ciaie ce at ups rio tila Procurar Seu meédico; cutdar da alimentagao, Fetabelecer prions e limites; evar so de vod en excento ern amblentes hegativos i ‘Clare; procuri joa dsenvolveresatéas pias e diets de controle (60 reduczo da tensto extrovertidas geralmente usam maior intensidade introvertidas. ‘nica. Tal tarefa nem sempre 6 fic para o paciente disfonico sendo, varias estraté balhando-se 0 impacto psicodinamnico selecionados. Esse exercici faz com que 0 indivfduo perceba, de forma mais direta, como certas caracteristicas do corpo, da personalidade, da profissto, da situagao e do contexto do dis ‘curso manifestam-se nos diferentés parmetros vocai vocal que as 430 do cansago etc.) Nestes exemplos & possivel explorer, junto a0 paciente, as diversas qualidades vocais que todos nés apresen- tamos € 0 impacto especiico causado por cada uma delas, podendo-se compreender melhor os diferentes papéis vocals do individuo, tornando mais daro 0 que © incomoda e as ‘caracteristicas vocais que deverdo ser modificadas em terapia O trabalho de psicodinamica vocal pode ser ainda auxilia- do pela anilise da selecao de dez terms relativos 2 voz do paciente, escolhidos por ele mesmo. Boone (1991) propée ‘uma lista de cem palavras descritivas de stributos vocals, apre- sentadas em ordem alfabética, que foi adaptada 3 lingua portu- ‘guesa e ampliada a 172 termos pelos perticipantes do “Clube do Livro da Voz do CEV", publicada por Behlau & Pontes (1995). Nesta adaptagio, novos termos foram inseridos a partir dos prontuiios de pacientes disfonicos ede depoimentos das impressdes pessoais das outros sobre suas vozes. Nesta abordagem, 0 paciente deve selecionar cez termos que se refi ram & sua propria voz, assinalando, de acordo com seu julga- mento pessoal, quais os que considere positivos e quais os negatives, para relletir com o terapeuta. Uma variante desta anilise &solicitar que o paciente assinale quats os termos que representam como ele gostaria que sua voz fosse, ou sea, sua fantasia vocal. Esse exercicio simples oferece um material rico para o trabalho psicodinamico, evidendando a percepcao do individuo sobre o impacto de sua emissio, sobre suas possibi- lidades e limitagGes vocais, lém de atvélar os individuos que tém difculdade de lidar com questées emocionais. A adapta- Gio da lista de Boone (1991) encontra-se no Quadro 13-3. Con- vvém ressaltar que a leitura da psicodinamica do paciente deve ser realizada considerando-se todo o aspecto da comunicacio, inclusive asituacSo e o contexto do disautso. Os dads de psi codindmica vocal dependem dos padi’es socials, culturais € do sistema de valores indiduais e, logo, tanto a leitura vocal como o trabalho de psicodinamica no devern considerar ne- nnhum aspecto de forma isolada, ‘Treinamento Vocal cal é importante para modificar a proslucao da vor, parame Ihorar as estratégias musculares, para atuar sobre a interacao entre a fonte do som e os fitros no trato vocal e para demons- {rar ao paciente as intimeras possibilidades de ajustes motores ¢ produgio vocal. (Os exercicios séo apenas sugestoescle trabalho que enfati- zam e ptivilegiam determinados parimetros vocsis; a voz, porém, & um todo e qualquer divisfo € sempre uma simplifica- ‘Gio didatica, Alm disso, @ voz.é um produto mecanico apefias em sua realizago muscular; hd wm processo existencial com- plexo relacionado com a produgao do som, que atua antes, durante e depois da emissio vocal VOZ:0 LIVRO DO ESPECIALISTA um todo — as chamadas técnicas universais, e outras favorecen- do mudancas laringeas especficas ~ as abordagens espectficas “Técnicas universais podem ser aplicadas a quase todos 0s paci- entes, melhoram globalmente a producéo vocal e ocupam boa parte de nossa terapia; as técnicas especficas dependem em ‘grande parte da realizagao de uma avaliagéo otorrinolaringolé- ica dirigida & fonoterapia e objetivam o trabalho de grupos tmusculares especificos. Consideradas as questoes relativas a0 comportamento vocal, 0 recurso das provas terapéuticas tem contribuido de forma significativa no auxilio da selegio das abordagens adequadas a0 paciente. Oso de provasterapéuti ‘easna rotina cifnica 6 uma estratéia direta,ativa e prtca, er vindo de elemento educacional para 0 paciente em seu pri prio tratamento. dugéo, Podem ser consideradas provas terapéuticas todas & (quaisquer manobras, tcnicas, exerccios, abordagens ou modi- ficagdes de comportamentos empregados para explorar a res- pasta vocal do paciente. As provas terapéuticas deve ser regis- tradas, de preferéncia em gravagio de audio (minidisc, CD- ROM) 01 video, sendo muitas vezes reaizadas durante a endos- copia do paciente, o que deve ser filmado para andlise detalhada posterior. Solcita-se que o paciente emita uma vogal prolonga- dae, quando possivel, produza uma contagem de nimeros de 1 210; realizase, entao, 0 exercicio correspondente 2 técnica selecionada, de 1 a 3 minutos, repete-se a gravagiio do mesmo — material de fala e comparam-se os resultados dos dois registros a impresslo do paciente. Podem set utlizadas como provas terapeiiticas ou de diag- néstico as préprias aborelagens do treinamento vocal que de- pois serio empregadas como exercicio de terapla, além de producio vocal nos diferentes registros, vatiacio dle freqilén- dae intensidade, modulasdo vocal e tarefas néo-fonatérias da laringe, como provas de respiracao e deglutiglo e tarefas refle- xivas, como tosse, choro e riso, ‘Uma prova terapeutica pode ser positive, negativa ou new 1, sendo considerada positiva quando ocorre reducéo da dis- mia, ou maior facilidade de emissao apesar da aparente piora na qualidade vocal, que ocorre nos casos em que @ técnica em pregada na prova terap@utica elimina os mecenismos compen satdrios que mascaram a real produgo da voz. Nessa situaco, apesar de a voz apresentar-se qualitativamente mais distonica ap6s 0 teste, o paciente refere mais facilidade para falar, o que indica que 2 producio est4 sendo gerada com maior conforto ealivio. Sea vor permanece a mesma, e nao hd nenhura redu- Go das discinesiasassociadas, a prova terapeutica € conside- Tada neutra, ou seja,aabordagem testada no deve ser empre- ada, pelo menos naquele momento. As provas terapéuticas,atém de auxitar a definir a conduta de tratamento, podem contibuir na decisdo diagnéstica trans formando-se em provas de diagnéstico (Behlau, Goncalves & Pontes, 1991) 13_e APERFEIGOAMENTO VOCAL E TRATAMENTO FONQAUDIOLOGICO DAS DISFONIAS 434 Quadro 13-3. Termos descritvos sobre vox (Boone 198; adaptado por Behlau & Pontes, 1995) un cieclo pelo mens 10 (der) palavras relacionadas’ soa Yo Ameacadora: ‘Avasalada Animada Antica “Apagada Aosrada, Adidas ‘Aopante ‘alicia ‘epee ‘Assobiada ‘Aseotica Autostar Aveludada “aka. oa Branca ‘Brianne Brut Cansaiva Guano Chain Chose cha Caloris ‘Coaear Conptiiga Comin Conente Contos Conitrita Convincene Conante Geepitants Cal Dail Destined Desagradavel Desconirolada Deserorada Dirgente Décil Dourada Dua Hlinada Encobera Eervescerte ~ Erjoada Entediada Frarecorada Esbranquisada Escura’ ‘Eeganigada Feavel Esraiguleda Esyessada, Expressiva faa Fanbora Fea Feminina Fina Flutuante Feecada fete Free Fra ‘Feinebre, Gatos Garde Gave Gitante Geossa Guweal Harmonioea Hlitants natura Imponente Iinpotente iadequade Inaudivel Incisiva Inconfundivel Inexpressiva Infanil lnfentlizads Insegura tisedvel Insrumental Invegulae feta Jovial tent ewe Limitada Lipa “Macia Madura” Masculina « Miaseulinizada’ Medrosa Meiga Melodiosa Melosa Metslica Meticulors Mole Mondtoiia Morta’ Oe Ofensiva Oscilance Pastosa Pequena Pesada Pratesda Prazerosa Profunda Quebrada Quente Rachada, Radianle > Répide Rava Raspada “Redonda Relacada Ressoriaite Rica Rouca Rude Ruidosa Rulon Seca Sedosa. Seatitara Sensual ‘Sexy. Simpitica Sofisicada ‘olta Soprosa Suave Submissa Sua Femida Tensa Timida ‘Transparent Tremula Teste velha Vigorose “Transcreva as selecionadas e comente: 432 ‘As abordagens do vocal sdo geralmente apre- sentadas como uma série de exercicioscom finalidades espect- ficas, quer seja para contribuir na mudanca do resultado vocal, «quer seja para favorecer um novo ajuste muscular. Antes da apresentacio dos diversos métodos de trata: mento das disfonias é importante compreender a pratica do treinamento vocal, em seus diversos aspectos, 0 que é rara- ‘mente abordado em textos da drea, aresar de representar um dos pontos mais discutidos em supervisdo clinica Pratica do Treinamento Vocal ‘requer conhecimento dos métodos, das sec das téen cas e dos exercicios relacionados, para sua administracio cons- Cienciosa e racional. O objetivo deste item é discutir algumas das principais questdes que devem ser consideradas na elabo- ragao do treinamento vocal. Exploraremos, a seguir, os seguintes aspectos: a. critétios de selecio de exercicios; b freqiiéncia da terapia ¢ dos exerci Gos; c. importancia da corregao e do primoramento das téc- nicas; d.identificagao de limitago ou fracasso terapeutico;e influéncia da relagao paciente-dinico no processo terapéutico, Muitos desses aspectos podem ser analisados e predetermina- dos, contudo nenhiuma informacio substitui o conhecimento de um clinico experiente, A experindia clinica ¢ as preferén- . dlretamente na musculatura cervical, comumente contraida, na tentativa de compensar 2 deficiéncia na produczo da voz Podem ser utilizados virios movimentos, como toque, pressio- namento,estiramento, pequenas batdas, ou massagem pro- priamente dita. Se o paciente referr muita dor, estratias co- imo calor local, exerccios de abercura de boca, técnica do bo-

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