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Escola Secundária e Comunitária Fraternidade ⸺ Pemba

FICHA DE LEITURA DA DISCIPLINA DE PORTUGUÊS, 10A CLASSE

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MUHATE, S e MACIE, F. Saber Comunicar em


português. Língua Portuguesa 10 classe. 1a edição. Longman Moçambique, Ltda. Maputo-
Moçambique. 2010
GOMES, A. Gramática Pedagógica e Cutural da Língua Portuguesa. 3 Ciclo do Ensino Básico e
Ensino Secundário. Porto editora. Lisboa. 2009
FICHA DE LEITURA DA DISCIPLINA DE PORTUGUÊS, 10A CLASSE
UNIDADE V: Textos Literários
Texto narrativo ⸺ Romance
O texto literário narrativo, oral ou escrito, é aquele que relata acontecimentos ou eventos ou ainda
sequência de acontecimentos. Este tipo de texto apresenta um narrador, que é uma entidade
fictícia, criada pelo autor, que tem a responsabilidade de contar a história ou acontecimentos.
Contem também personagens que vão agindo e praticando as acções num determinado espaço e
tempo.
O texto narrativo obedece, frequentemente, aos seguintes modos: narração, descrição e dialogo.
Gêneros da narrativa são vários, entre os quais, conto, lenda, fabula, mito, romance, novela.
ROMANCE
O romance é uma narrativa longa que apresenta diversas acções, as quis intrincam umas nas
outras, embora haja uma que é considerada central. Exibe total liberdade de espaço, que se alarga
nalgumas acções e que se estreita noutras. O número de personagens é ilimitado. Usa a narração,
descrição e dialogo. A narração é muito lenta, pois o texto é marcado por longos e diversos
momentos de pausa em que são realizadas as descrições de ambiente, personagens, sentimentos,
etc.
A temática do romance é diversificada e o romance é comparado a novela e ao conto por
apresentarem todos as mesmas características de conteúdo. Estes gêneros diferem na sua
extensão: o conto é uma narrativa muito breve, centrado numa única acção. A novela é mais
extensa que o conto, mas menor que o romance. Por sua vez, o romance contém várias acções
separadas e contém um grande número de personagens.
TIPOS DE ROMANCE
Kayser distingue três grandes tipos de romance:
a) Romance de acção: caracteriza-se por uma intriga claramente delineada (com princípio,
meio e fim) e muito concentrada. A descrição está praticamente ausente, dando espaço as acções
encadeadas. O dialogo ocorre muitas vezes numa perspectiva narrativa, pois o narrador escusa-se
de contar histórias, deixando as personagens, faze-lo por intermédio de suas falas.
b) Romance de personagem: caracteriza-se pela existência de uma personagem central, a
qual o narrador presta maior atenção, descrevendo-a demoradamente. A história desenrola-se em
torno dessa personagem, que é indiscutivelmente o herói. Geralmente, estes romances tomam
como título o nome dessa personagem central.
c) Romance de espaço: caracteriza-se por dar muita ênfase aos ambientes físicos e sociais,
descrevendo com minucia e pormenor os locais onde se desenvolve a acção. A adjetivação é
abundante. Estes romances ao, regra geral, longos porque procuram pintar demoradamente os
ambientes.
MOMENTOS DE NARRATIVA
A. Momento de avanço ou narração: é o momento da narrativa em que expressamente se
relatam acontecimentos que constituem o desenvolvimento da acção. De uma maneira geral, diz-
se que a narração deve ser viva afim de captar o interesse do leitor ou ouvinte. O dinamismo
próprio de desenrolar da acção deve desenrolar da acção leva a que se recorra com frequência a
tempos verbais como o pretérito perfeito e o presente do indicativo.
Exemplo: «O parroco fechou a porta do quarto. Amaro abriu o seu breviário, ajoelhou aos pês da
cama».
B. Dialogo
É uma situação especial de narração, em que se observa a intervenção das personagens. O diálogo
deve revestir-se de vivacidade e não ser uma situação de artificialmente criada, que não oferece
credibilidade.
Exemplo: «Quando eu era pequena, nunca passava pela cancela. Saltava sempre por ali, .
E agora? Perguntou Amaro».
FUNÇÕES DO DIALOGO
As principais funções do diálogo são: dar maior dinâmica a acção, cativar a atenção do ouvinte
ou leitor e caracterizar as personagens. Assim, para assinalar o diálogo, a nível gráfico, recorre-
se, geralmente, aos dois pontos e ao travessão «e por vezes, às aspas em vez de travessão» e a
verbos declarativos que ou introduzem as falas «abrindo parágrafos», ou aparecem no meio delas
ou ainda as concluem.
C. Momentos de pausa ou de descrição
É a parte da narrativa que contém informações sobre as personagens, as coisas, o espaço ou o
tempo. Descrever é, por assim dizer, pintar por palavras. Enquanto a narração representa a parte
dinâmica do romance, ou seja, o desenvolvimento da acção, a descrição consiste num momento
estático, de pausa. As descrições enriquecem as a obra, fornecendo as informações necessárias ao
desenrolar da acção.
Exemplo: «E apareceu, subindo quase a correr, com os vestidos um pouco apanhados adiante,
uma bela rapariga, forte, alta, bem feita, com uma manta branca pela cabeça e na mão um ramo
de alecrim».

Exercício
1. Após ter lido o texto acima, responda as perguntas com clareza.
a) Qual é o título do texto?
b) Quantos parágrafos tem o texto?
c) Classifica as personagens do texto quanto ao papel (relevo).
d) Classifica o narrador quanto a presença. Justifique a tua resposta com passagens textuais.
e) Por que razão Rindau considera-se pronta para casar?
2. Tudo começa no dia mais bonito do mundo.
a) Por que razão a narradora afirma que aquele era o dia mais bonito do mundo?

FUNÇÕES SINTÁTICAS: ATRIBUTO E APOSTO


O aposto é o substantivo ou expressão equivalente que se junta a outro substantivo ou expressão
equivalente para o explicar. Portanto, o aposto junta-se a outro nome para lhe acrescentar alguma
informação.
Exemplos
a) Camões, como poeta, é o maior nome da literatura portuguesa.
b) Joaquim Chissano, quando presidente da República, assinou o acordo geral de paz.
c) Lurdes Mutola, a melhor atleta moçambicana de todos os tempos, ganhou medalha de
ouro.
Atributo ou acessório é um adjetivo que se junta a um substantivo ou expressão equivalente para
qualificar.
Exemplos:
a) O aluno estudioso passa sempre de classe.
b) Uma aluna inteligente e interessada impõe-se na sala de aulas.
c) Um professor educado é um modelo para os seus alunos.

Exercícios
1. Identifica, nas frases seguintes, a função sintácticas dos elementos sublinhados.
a) «Já tinha anoitecido quando a diligência, com as lanternas acesas, entrou na ponte, ao
trote engalgado dos seus magros cavalos brancos. »
b) «Foi no domino de pascoa que se soube em Leiria que Jose Migueis, o parroco da Se,
tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. »
c) Identifica um aposto e um atributo na seguinte frase:
d) «Amaro, o novo parroco, vinha na almofada, ao pé do canhoeiro de chapéu alto. »
2. Elabora duas frases que contenham atributos e outras duas que contenham apostos.
3. Em qual das opções NÃO encontramos um aposto?
a) A Linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com
o mundo.
b) A vida é composta de muitas coisas: amor, arte e ação.
c) Fantasias, suor e sonho, tudo isso forma o carnaval.
d)  Seus olhos, duas gotas cristalinas, fixaram-se por muito tempo nos meus.
e) Estavas, linda Inês, sossegando quieta...

4. A frase abaixo em que não ocorre qualquer tipo de aposto é:


a) “A água do Rio Amazonas poderia inundar o Nordeste.”
b) “Para nós, na Rússia, o comunismo é um cachorro morto.”
c) “Lula e Sarney vieram de partidos diferentes: um, do PT, outro, do PMDB!”
d) “Millôr Fernandes, jovem, não sabia o que fazer da vida.”
e) “O novo Papa, Francisco, parece bem simpático.”
5. A vírgula foi usada com o objetivo de separar o aposto no seguinte exemplo:
a) Ansioso, ele aguardava a divulgação dos resultados.
b) São Paulo, o maior parque industrial das Américas, tem sérios problemas de poluição.
c) Filha, venha lavar a louça.
d) Pedro, como era esperado, não apareceu.
e) Havia, contudo, uma proposta em contrário.

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