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TERMODINAMICA CONCEITOS INTRODUTORIOS EM TERMODINAMICA Introdu¢ado 2eri2r2022 20:47 E-book Pensando na tematica Termodinamica, o contetido que estudaremos ofereceré um horizonte de aprendizado no que diz respeito a esse assunto téo importante. Vamos la? Quando falamos em eventos térmicos , qual a primeira coisa que podemos relacionar com a nossa vida cotidiana? Estar com muito “calor” ou até se cobrir & noite por “sentir frio” podem ser alguns exemplos quase que didrios em nossas vidas, nao é mesmo? Do ponto de vista fisico , alguns desses conceitos carecem de mais aprofundamento técnico, 0 que pode nos permitir rever 0 nosso senso comum para definir essas ideias pelo cardter cientifico. Por esse motivo, prezado(a) estudante, vocé sera convidado(a) a entender os processos térmicos a partir da ciéncia termodinamica. Nesta unidade, apresentaremos os sistemas termodinamicos sob um ponto de vista mais prético e técnico e estudaremos alguns dos principais conceitos necessarios para a resoluco de problemas, muitos jé previamente discutidos em disciplinas mais basicas, como a fisica e a mecénica de fluidos. Estudante, a termodinamica pode ser entendida como a ciéncia que estuda a energia, com foco em armazenamento e processos de conversao energética. Diante disso, eu convido vocé a embarcar nesta jornada de estudos, que contribuird de forma ampla para a sua formagao! Em engenharia, u undamentais leva em c ao os principios extraidos da termodinaimica e ecanica dos fluidos , de modoa analisar e a projetar sistemas com o essidade nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 2isa 2eri2r2022 20:47 E-book ples, como r café ou se um ar es tipicas essos termodinamicos. Estudaremos todos esses processos a partir de agora! Vamos la? As aplicagdes da termodinamica na engenharia foram de fundamental importancia em diversos setores industrials, como na descoberta das modernas maquinas térmicas e nos dispositivos de transporte de superficie transmissao de eletricidade. Note, estudante, que o desenvolvimento de novas tecnologias associadas a geragao de energia renovavel, aos sistemas de produgao industriais, € as aplicagdes nanotecnolégicas demandam conceitos termodinamicos amplos. Veremos esses conceitos ao longo do nosso contetido, Antes de iniciarmos a andlise de qualquer situago pratica, precisamos desorever, de forma clara e precisa, todos os objetos do nosso estudo. Neste sentido, definimos como um sistema termodinémico qualquer dispositive que contenha uma parte ou uma regio que serd alvo de estudo. Um sistema termodindmico pode ser extremamente simples (como uma particula sem dimensées) ou extremamente complexo (como uma refinaria ou usina de geragao de energia) Os sistemas termodinamicos podem ser clasificados basicamente em dois tipos: fechados e abertos. Nos sistemas fechados , a massa contida no sistema sempre se conserva, jd nos sistemas abertos (também chamados de volume de controle) pode haver fluxo de massa por meio de seus limites (também chamados de fronteiras ou, ainda, superficie de controle), que podem ser méveis ou fixos, reais ou imaginérios. Tudo 0 que for externo ao sistema designaremos como vizinhanga , com a separagao proporcionada pelas fronteiras, que pode ser aberta ou fechada para escoamentos de massa, bem como para transporte de calor e trabalho. REFLITA Certamente, caro(a) estudante, vocé ja ouviu o termo “vizinhanca” atribt jo a qualquer local cercado por apartamentos, casas ou pessoas vizinhas. Em termodinamica , o termo “vizinhanca” é bem parecido com esse que usamos para designar as pessoas que moram no entorno de uma casa. Aqui, os “vizinhos” seréo os elementos externos @ regido considerada para o estudo . 0 agrupamento desses elementos constituem as vizinhancas, que nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 aia 2eri2r2022 20:47 E-book sero as regides externas ao sistema que formos analisar e néo participaréo das consideragdes do sistema estudado. Observe agora, estudante, que, na ilustragéo da Figura 1.1, temos um exemplo de sistema termodindmico aberto, 0 qual chamamos de volume de controle, aqui representado pelos ‘componentes de um motor de automével: tucson Pe Figura 1.1 - Exemplo de um volume de controle (sistema aberto) nos componentes de um motor de automével Fonte: Moran et al. (2078, p. 6). #PraCegoVer : a imagem apresenta uma ilustracéio em fundo branco de um motor de automével, de duas formas. A primeira figura mostra o diagrama de uma maquina em trés dimensées, contendo a entrada de combustivel, o componente de saida dos gases de exaustio e 0 eixo de transmissao. Esse sistema é envolvido por linhas tracejadas que definem o volume de controle que envolve a maquina, onde ar, combustivel e gases de exaustdo atravessam a fronteira. 0 segundo diagrama contém os mesmos componentes de entrada e saida, em uma representago simplificada em duas dimensées. Pela figura, observamos que as linhas tracejadas definem 0 volume de controle que envolve a maquina, separando seus componentes internos dos dispositivos de fluxo (entrada e saida) por meio da fronteira ou superficie de controle. Observe, estudante, que ar, combustivel e gases de exaustéo atravessam a fronteira por meio dos seus canais, Veja que, conforme alerta Moran et al . (2018, p. 7), essa representagéo é diferente da que encontramos em um sistema fechado, como 0 cilindro-pistao , em que, quando as valvulas estéo fechadas, podemos considerar 0 gas confinado pelo dispositive como um sistema fechado. Nesse caso, a fronteira se encontra somente no interior das paredes do cilindro e do pistéo e nenhuma massa pode atravessar essa fronteira ou qualquer outra parte do contorno. Um sistema fechado pode, ainda, ser classificado como isolado quando nenhum de seus componentes interage com suas vizinhangas. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 aia 2eri2r2022 20:47 E-book Perceba que a delimitagéo entre as fronteiras do cuidadosamente tomada de forma a se considerar tudo que for possivelmente conhecido sobre 0 sistema e 0 objetivo do que se pretende analisar. Em analises de engenharia, o sistema de estudo deve ser definido com bastante cuidado. Na maioria dos casos, prezado(a) estudante, os sistemas termodinamicos investigados serdo simplificados e, na medida do possivel, bastante simples e diretos, fazendo com que a definigao do sistema se torne quase sempre trivial. Contudo, em outros casos que veremos mais adiante, o sistema em estudo pode demandar uma anélise mais sofisticada, em que a escolha adequada do sistema poder simplificar grande parte da nossa andlise. ema e suas vizinhangas deve ser Ainda de acordo com Moran et al . (2018, p. 9), sempre que calculos de engenharia séo efetuados, ¢ imperativo nos preocuparmos com as unidades das grandezas fisicas envolvidas. Podemos, entéo, entender como unidade uma certa quantidade de qualquer grandeza por meio da qual outra grandeza do mesmo tipo é medida . Como exemplo, metros, quilémetros, polegadas, pés, jardas e milhas sao todas unidades de comprimento, bem como segundos, minutos e horas sao unidades de tempo (MORAN et al. 2018) As unidades basicas inglesas de massa, comprimento, tempo e forca sao apresentadas na Tabela 1.1.e comparadas com suas equivaléncias no sistema internacional nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 sia 2eri2r2022 20:47 E-book Sistema internacional Grandeza Equivaléncia Unidade simbolo Unidade simbolo 1 Ibm = Massa quilograma kg libramassa Ibm 44536 ko . 1 ft=0,3048 Comprimento metro m pé ft tn Temperatura kelvin k fahrenheit “F Vee Ps 255,928 K Tempo segundo s segundos - Forga newton N libraforca bf ‘Tabela 1.1 - Comparago das unidades no sistema internacional e no sistema inglés Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer : a Tabela 1.1 ilustra cinco grandezas e suas respectivas unidades nos sistemas internacional de unidades e no sistema inglés. Na ultima coluna da tabela, séo mostradas as equivaléncias das grandezas nos dois sistemas. Na primeira linha da tabela, a grandeza massa possul unidade quilograma no sistema internacional ¢ libra-massa no sistema inglés. A equivaléncia para a massa entre os dois sistemas é que 1 libra-massa ¢ igual a 0,4636 quilograma, Na segunda linha da tabela, a grandeza comprimento possui unidade metro no sistema internacional e pé no sistema inglés. A equivaléncia para o comprimento entre os dois, sistemas é que 1 pé é igual a 0,048 metro. Na terceira linha da tabela, a grandeza tempo possui unidade kelvin no sistema internacional e fahrenheit no sistema inglés. A equivaléncia para o tempo entre os dois sistemas é que 1 grau fahrenheit ¢ igual a 255,928 kelvin. Na quarta linha da tabela, a grandeza tempo possui unidade segundo em ambos os sistemas (internacional e inglés). Na quinta e Ultima linha da tabela, a grandeza forga possui unidade newton no sistema internacional e libra-forga no sistema inglés. A equivaléncia para a forca entre os dois sistemas é que 1 libra-forca é igual a 4,448 newton ‘As unidades bésicas do Sistema Internacional de Unidades (SI) sao convencionadas, publicadas e controladas por um comité internacional que define as regras para as medidas fisicas globais. Esse um aspecto interessante das unidades internacionais, 4 que, em diferentes paises, as medidas podem ser normalizadas para um tinico resultado em uma linguagem pronta para ser compreendida independentemente da localizaco. nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 ona 2eri2r2022 20:47 E-book Teste seus Conhecimentos (Atividade nado pontuada) Um passo-chave inicial em qualquer andlise em engenharia consiste em descrever, de forma precisa, 0 que est sendo estudado. Em mecénica, se a trajetéria de um corpo deve ser determinada, normalmente o primeiro paso é definir um corpo livre e identificar todas as forgas exercidas por outros corpos sobre ele. Na termodindmica, o termo “sistema” é usado para identificar 0 objeto de andlise. Uma vez que o sistema é definido e as interagGes relevantes com os outros sistemas sao identificadas, uma ou mais leis fisicas podem ser aplicadas. MORAN, M.J. et a! . Principios de termodinamica para engenharia . 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. Considerando as informacées sobre as caracteristicas dos sistemas termodindmicos, est correto apenas o que se afirma em: © a) Os sistemas fechados nao possuem fronteira especificada, sendo pouco usuais e chamados algumas vezes de volumes de controle. © b) O sistema é composto das vizinhangas e das fronteiras, que estabelecem limites fisicos entre os componentes do sistema. © €) Os sistemas chamados de volumes de controle so sistemas termodinamicos fechados que possuem fronteiras fisicas. © d) O sistema € tudo 0 que se deseja estudar, podendo ser to simples como um corpo livre ou tao complexo como uma usina termoelétrica. © e) Os sistemas termodinamicos possuem, obrigatoriamente, uma superficie de controle fisica, n3o sendo possivel o transporte de massa e energia. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 isa 2eri2r2022 20:47 E-book Em engenharia, caro(a) estudante, constantemente estaremos interessados em estudar ou analisar sistemas e como eles interagem com as vizinhangas. Assim, precisamos entender alguns termos conceitos especificos na descrigao do comportamento dos sistemas termodinémicos e sob qual ponto de vista esses sistemas podem ser investigados. Essencialmente, podemos analisar 0 comportamento de um sistema tanto de forma macroscépica quanto microscépica, fazendo com que a anélise tenda a ser a mais simplificada possivel, dependendo do sistema estudado. De acordo com Borgnakke e Sonntag (2010, p. 25), a abordagem microscépica da termodinamica, conhecida como termodinamica estatistica , se preocupa diretamente com a estrutura da matéria e em caracterizar, por meios estatisticos, o comportamento. médio das particulas que compéem o sistema de interesse, relacionando esse comportamento ao do modelo macroscépico observado. Porém, prezado(a) estudante, veja que, em contrapartida, a abordagem mactoscépica da termodinamica, que vamos utilizar a partir de agora, esté preocupada com 0 comportamento geral do sistema. Essa abordagem normalmente é chamada de termodinamica class ‘a : aqui, nenhum modelo da estrutura da matéria em niveis molecular, atémico e subatémico é utilizado diretamente, ainda que seja possivel compreender a termodinémica cléssica como uma excelente aproximagao para tratamentos usuais. Embora 0 comportamento dos sistemas seja afetado pela estrutura molecular, a termodinamica cldssica pen partindo da observagao do sistema como um todo. Para a maior parte das aplicagdes em ‘engenharia, 0 tratamento macroscépico néo somente fornece uma abordagem consideravelmente mais direta para a andlise e 0 projeto, como também requer menor complexidade matematica, reduzindo consideravelmente o nimero de equagées a serem trabalhadas. que importantes aspectos do comportamento de um sistema sejam avaliados Propriedades, Estado e Processo Termodindmico Segundo Moran et al . (2018, p. 8), quando descrevemos um sistema de modo a prever seu comportamento, precisamos, antes de mais nada, do conhecimento prévio de suas propriedades e de como elas estéo relacionadas. Diante disso, caro(a) estudante, eu convido vocé a embarcar nesta jornada, contribuindo de forma ainda mais ampla para a sua formacdo! Observe que uma propriedade, como pressao, temperatura, volume, massa ou energia, representa uma caracteristica macroscépica de qualquer sistema que estejamos estudando. Cabe salientar nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 aia 2eri2r2022 20:47 E-book que podemos atribuir um valor numérico (a qual chamamos de magnitude) a toda propriedade em um dado momento, mesmo sem o conhecimento anterior do comportamento desse sistema J& 0 conceito de estado est ligado diretamente as propriedades e se refere condi¢éo de um sistema a partir da descricdo dos elementos desse préprio sistema. Conforme cita Borgnakke e Sonntag (2010, p. 25), cada uma das propriedades de uma substéncia, em um dado estado, apresenta somente um determinado valor fixo, Essas propriedades tém sempre o mesmo valor para um dado estado, independentemente da forma pela qual a substancia chegou a ele. Quando ocorrem alteragées em quaisquer propriedades de um sistema, dizemos que houve uma mudanga de estado e que o sistema estudado percorreu um processo. Comparativamente, podemos entender um processo como uma transformagao de um estado a outro, que pode ocorrer ao mudar (ou no) o valor de suas propriedades ao longo do tempo. Propriedades Extensivas e Intensivas Estudante, as propriedades termodinamicas de um sistema podem ser classificadas como intensivas ou extensivas . Veja, estudante, que um modo fécil de determinar se uma propriedade ¢ intensiva ou extensiva é dividir 0 sistema em diversas partes e analisar 0 comportamento do todo em fungao das partes. Por ‘exemplo, se pensarmos em um elevador carregado de pessoas, a massa do conjunto sera a soma das massas das partes, e 0 volume total sera composto pela soma do volume das partes. Podemos afirmar, portanto, que massa e volume s&o propriedades extensivas. Contudo, a temperatura do sistema como um todo nao seré a soma das temperaturas individuais de cada elemento, o que faz dessa uma propriedade intensiva (ENGEL; BOLES, 2013, p. 12). Em termodinémica, sobretudo nas andlises aplicadas a engenharia, algumas propriedades intensivas so particularmente importantes. A seguir, analisaremos as caracteristicas de duas dessas propriedades: o volume especifico e a pressao. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 oa 2eri2r2022 20:47 E-book Segundo Moran et al . (2018, p. 11), de um ponto de vista macroscépico, a descrigao da matéria é simplificada quando se considera que ela uniformemente distribuida ao longo de uma regio. A validade dessa idealizacao é conhecida como hipétese do continuo e permite tratar as propriedades ‘como fungdes pontuais e considerar que elas variam continuamente no espago, sem saltos de descontinuidade (GENGEL; BOLES, 2013, p. 13). Ainda de acordo com Gengel e Boles (2013, p. 14), cabe ressaltar que a idealizacao do continuo é valida desde que 0 tamanho do sistema com o qual lidamos seja grande com relagéo ao espagamento entre as moléculas que o constituem, como a maioria dos problemas que ser tratada em termodinémica. Desse modo, quando as substéncias podem ser tratadas como meios continuos, € possivel falar de suas propriedades termodinamicas intensivas “em um ponto” especifico, como costumamos tratar em aspectos mais cotidianos. ‘A massa especifica , também conhecida como densidade absoluta, 6 a medida da quantidade de massa local por unidade de volume. E uma propriedade intensiva que pode variar de ponto a ponto em um sistema, podendo ser definida em qualquer instante pela relagao da Eq. 1: p= lim, (%) (a1) in, (8) ‘em que V’ representa o menor volume possivel de matéria para que possa ser considerada um meio continuo. No SI, a unidade para a massa especifica é o quilograma por metro ctibico (kg/m!) O inverso da massa especifica é o volume especifico ou, alternativamente, volume por unidade de massa. Assim como a massa especifica, 0 volume especifico é uma propriedade intensiva, medida ‘em m?/kg, que pode ser descrita matematicamente por: =t= 5 (Eq. 2) Algumas vezes, estudante, a massa especifica de uma substdncia é descrita relativamente como a densidade de uma substancia ja conhecida, Nesse caso, ela é chamada de gravidade especifica ou densidade relativa e é definida como a razo entre a densidade da substancia e a densidade de alguma substancia padrao a uma temperatura fixa, normalmente agua a 4°C (onde Put,.0 = 1 g/em’ = 1.000 kg/m), A densidade relativa é escrita pela relagao da Eq. 3: ’ 6=2 4.3) Perceba, estudante, que, diferentemente de outras grandezas que possuem dimensées e unidades pela relagéo dos seus constituintes, a densidade relativa é uma grandeza adimensional , pois se trata de uma relacao entre grandezas de mesma ordenagao, embora para substancia e materiais distintos. Na Tabela 1.2, podemos ver os valores de densidade relativa para algumas substancias a orc. nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 10134 2eri2r2022 20:47 E-book Ouro 192 Agua 10 Meretrio 13,6 Gelo 092 Ossos 1,7-2.0 Atcool 079 Sangue 1,05 Gasolina 07 Agua salina 1,025 Madeira 03-09 Tabela 1,2 - Densidades relativas de algumas substancias a 0"°C Fonte: Adaptada de Gengel e Boles (2013). #PraCegoVer : a Tabela 1.2 apresenta os valores de densidade relativa para algumas substéncias na temperatura de 0°C. Na primeira coluna, séo mostradas as substncias: ouro, com densidade relativa igual a 19,2; merciirio, com densidade relativa igual a 13,6; ossos, com densidade relativa entre 1,7 e 2,0; sangue, com densidade relativa igual a 1,05, e 4gua salina, com densidade relativa igual a 1,025. Na terceira coluna, so mostradas as substancias: égua, com densidade relativa igual a 1,0; gelo, com densidade relativa igual a 0,92; élcool, com densidade relativa igual a 0,79; gasolina, com densidade relativa igual a 0,7, e madeira, com densidade relativa entre 0,3 ¢ 0,9. De forma anéloga, temos que o peso de uma unidade de volume de uma substancia é chamado de peso especifico, medido em newton por metro cibico (N/m?), € pode ser representado por: 7 = pg (Eq. 4) ‘em que g representa a aceleraco da gravidade. Outra propriedade importante de se analisar, caro(a) estudante, do ponto de vista do continuo, é a presséo . Assim, considerando uma regido de drea A associada a um fluido em repouso, este ‘exerce, em um lado dessa regido, uma forca de compressao F' normal a area. Uma forga igual, mas em sentido contrario, é exercida sobre a area pelo fluido situado do outro lado. Assim, desde que 0 fuido permanega em repouso, néo existem outras forgas atuando sobre a regido, entdo, definimos a presso em um ponto especifico de forma similar ao que fizemos com a pressao absoluta, obtendo: =h =) (&q. pe kim (7) 4.9) Embora a unidade de pressdo padronizada mundialmente seja o pascal (equivalente a 1 N/m?), para quantificar as pressdes encontradas na pratica, como em elevadores hidrdulicos, em pressao de nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 na 2eri2r2022 20:47 E-book cémaras de suspensdo ou de pneus automotivos, podemos usar, ainda, miltiplos dessa unidade principal, como o quilopascal (1 kPa = 10? Pa) eo megapascal (1 MPa=106 Pa). Algumas outras unidades de pressao séo muito usadas na pratica, como bar, atmosfera padro e quilograma-forga por centimetro quadrado, como mostrado na Tabela 1.3 a seguir. bar 1 bar = 10 5Pa = 0,1 MPa Atmosfera padréo (atm) 1 atm = 1,01325x10 § Pa = 1,01325 bar Quilograma-forca por centimetro quadrado 1 kgf/cm? = 9,807%10 4Pa = 0,9807 bar = (kaf/em2) 0.9679 atm Libra-forga por polegada quadrada (psi) 1 Ibf/pol? = 6,894%10 ° Pa = 0,06895 bar = 0.06804 atm ‘Tabela 1.3 - Equivaléncia entre diferentes unidades de pressao Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer : na Tabela 1.3, sdo mostradas as equivaléncias entre as unidades de pressdo bar, atmosfera padrao, quilograma-forga por centimetro quadrado e libra-forga por centimetro quadrado com a unidade padronizada pascal. Assim, um bar equivale a dez elevado a cinco pascal igual a 0,1 megapascal, Uma atmosfera (atm) equivale a 1,01325 vezes dez elevado a cinco pascal igual a 1,01325 bar. Um quilograma-forga por centimetro quadrado (kgf/cm) equivale a 9,807 vezes dez elevado & quarta pascal igual a 0,9807 bar igual a 0,9679 atm. Por fim, uma libra-forga por polegada quadrada (psi) equivale a 6,894 vezes dez elevado ao cubo pascal igual a 0,06895 bar igual a 0,06804 atm. Observe, prezado(a) estudante, que, ao tratar de pressdo, temos que considerar, ainda, a posicéo ou a regido onde essa propriedade é tomada. Dessa forma, a pressdo real em determinada posicao & chamada de pressio absoluta , sempre medida com relagao ao vacuo absoluto, SAIBA MAIS Estudante, observe que as unidades de pressdo bar, atm quilograma-forga por centimetro quadrado sdo quase equivalentes (>) entre si. A unidade inglesa psi é muito encontrada em dispositivos nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 12104 2eri2r2022 20:47 E-book LJ de calibragem de pneus. Outras unidades de pressao ainda sao possiveis, como 0 torr, que equivale a 133,3 pascal. A seguir, veja alguns exemplos de dispositives relacionados com a pressao pneumitica. hittps://bityli.com/5jN18 Na maioria dos dispositivos de medidas de presséo, o que vocé observa na leitora é uma indicacéo entre a presséo absoluta e a presséo atmosférica local, em que esse dispositivo é calibrado. De acordo com Gengel e Boles (2013, p. 22), essa diferenga é chamada de pressdo manométrica ou pressdo relativa, a qual se relaciona com as pressdes absoluta e de vacuo por meio da relagao: Praan = Pabs ~ Patm: Pata ilustrar, temos 0 medidor utilizado para medir a presséo do ar de um pneu de automével, chamado de manémetro, que Ié a pressao relativa entre as presses atmosférica e absoluta. Um dispositivo comum desse tipo é indicado na Figura 1.2. Assim, se a leitura comum de 3 psi for indicada no manémetro, sabemos que a presséio marcada é 3 psi acima da presséo atmosférica. Figura 1.2- 0 manémetro é um instrumento utilizado para medidas de presséo Fonte: Oleg Shishkov / 123RF #PraCegoVer : na Figura 1.2, € mostrado, em primeiro plano, um manémetro convencional em um fundo desfocado. Esse dispositive possui um mostrador analdgico circular de fundo branco. No centro do mostrador, hd uma seta que indica a unidade de pressao medida em bar e a marcacao zero. Assim como 0 manémetro, existem outros medidores de pressao usuais, como 0 barémetro, que mede a pressdo em termos de um comprimento de uma coluna de um fluido, tal como o merciirio, a gua ou 0 éleo. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 13104 2eri2r2022 20:47 E-book Entendendo os Estados de Equilibrio Em termodinamica, assim como em muitas das ciéncias fisicas, 0 conceito de equilibrio é fundamental. E 0 que isso quer dizer, caro(a) estudante? De acordo com Moran et al . (2018), a termodinamica classica enfatiza, principalmente, os estados de equilibr significa “uma condigao de estabilidade mantida por uma igualdade de forcas que se opem; em termodinémica, esse conceito ¢ mais abrangente e inclui ndéo apenas um equilibrio de forgas, mas também um equilfbrio de outras influéncias, referindo-se a um aspecto particular ou geral do ‘equilfbrio termodinamico” (MORAN et al ., 2018, p. 9). eas mudancas de um estado de equilibrio a outro. Na mec&nica cléssica, equilibrio Como retrata Gengel e Boles (2013, p. 14), em termodinamica, existem muitos tipos de equilfbrio, os quais estudaremos na sequéncia. Podemos dizer, certamente, que um sistema sé estara em equilibrio termodinamico quando forem atendidas todas as condigées para os tipos relevantes de equilibrio . Entre esses tipos, estéo os equi veremos brevemente no Quadro 1.1 a seguir: jos mecénico, térmico, de fase e quimico, como Equilibrio térmico A temperatura ¢ igual em todo o sistema Equilibrio mecnico Nao hé variagao na pressdo com 0 tempo Equilibrio de fase Para sistemas com mais de uma fase, a massa de cada fase atinge um nivel de equilibrio e permanece nele Equilibrio quimico Acomposi¢ao quimica do sistema nao varia com o tempo (ndo ocorrem reagées quimicas) Quadro 1.1 - Caracteristicas dos principais tipos de equilibrios termodinamicos Fonte: Adaptado de Gengel e Boles (2013). #PraCegoVer : no Quadro 1.1, sao definidos os tipos de equilibrio com as suas caracteristicas principais. Na primeira coluna, so mostrados os equilibrios térmico, mecénico, de fase e quimico, com suas caracteristicas descritas na segunda coluna. Na primeira linha, temos o equilibrio térmico, em que a temperatura é igual em todo o sistema, Na segunda linha, temos 0 equilibrio mecanico, em que nao hd variagao na presséo com o tempo. Na terceira linha, temos © equilfbrio de fase, em que, para sistemas com mais de uma fase, a massa de cada fase atinge um nivel de equilibrio e permanece nele. Na quarta e tiltima linha, temios o equilibrio quimico, em que a composigéo quimica do sistema nao varia com 0 tempo, ou seja, ndo ocorrem reagdes quimicas. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 s4is4 2eri2r2022 20:47 E-book Um importante conceito em termodinamica é a definigao das influéncias no comportamento dos sistemas. Dessa forma, um sistema é chamado de sistema compressivel simples na auséncia de efeitos elétricos, magnéticos, gravitacionais, de movimento e de tensao superficial. Como esses efeitos decorrem de campos de forca externos, acabam por ser despreziveis na maioria dos problemas de engenharia. Nesse sentido, estudante, a temperatura e 0 volume especifico, por exemplo, séo sempre propriedades independentes — 0 que indica que, ao se alterar uma dessas, a outra ¢ mantida constante — e, juntas, podem definir 0 estado de um sistema compressivel simples. Por sua vez, a temperatura e a pressdo so propriedades independentes nos sistemas monofasicos , embora sejam dependentes nos sistemas com mais de uma fase. Sendo assim, nos sistemas multifésicos, a temperatura é sempre uma fungéo da pressao, néo sendo, portanto, suficientes para definir 0 estado desses sistemas. Processos e Ciclo Termodinamico Agora, caro(a) estudante, convido vocé a problematizar esse tema. Vamos ld? De acordo com Gengel e Boles (2013), qualquer mudanga em que um sistema passa de um estado de equilibrio para outro é chamada de processo , ¢ 0 percurso do proceso serd a série de estados pelos quais um sistema passa durante essa mudanga de estados. Como sabemos, para descrever um processo completamente, é preciso que sejam especificados pelo menos dois estados do proceso (inicial e final), de onde conseguimos identificar 0 percurso que ele segue, além das interagdes com a vizinhanga. A Figura 1.3 ilustra 0 percurso de um processo entre dois estados especificados nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 19194 2eri2r2022 20:47 E-book Propriedade A Estado 2 Percurso do proceso Estado 1 Propriedade B Figura 1.3 - 0 percurso de um processo entre dois estados Fonte: Gengel e Boles (2013, p. 15). #PraCegoVer : na Figura 1.3, é mostrado um diagrama, em fundo branco, em que, no eixo vertical, esta escrito “Propriedade A” e, no eixo horizontal, “Propriedade B*. Entre esses eixos, existem dois pontos na cor preta, em posigdes diferentes. 0 ponto inferior, a esquerda, indica o “Estado 1" da substancia e outro ponto acima, mais a direita, o "Estado 2”. Ligando esses pontos, ha uma curva, na cor vermelha, indicando 0 "Percurso do proceso’. Quando um processo se desenvolve de forma que o sistema permanega infinitesimalmente préximo a um estado de equilibrio em todos os momentos, ele é chamado de processo quase estatico ou processo de quase equilibrio. Esse proceso representa um modelo idealizado de um processo real, em que 0 afastamento do equilibrio termodinémico é, no maximo, infinitesimal. De acordo com Moran et al. (2018, p. 38), "todos os estados por onde o sistema passa, em um processo de quase ‘equilibrio, podem ser considerados estados de equilibrio’. Contudo, os sistemas de interesse para a engenharia podem, na melhor das hipéteses, se aproximar de um proceso em quase equilibrio, uma vez que os efeitos de ndo equilibrio sempre estdo presentes durante os processos reais. Para observarmos um proceso de quase-equilibrio, caro(a) estudante, vamos imaginar qualquer proceso suficientemente lento que permita ao sistema realizar seus ajustes internos de modo que as propriedades de uma parte do sistema ndo se alterem mais rapidamente do que as propriedades das outras partes. Na Figura 1.4, temos uma ilustragao de um processo quase estatico a partir da ‘compressao de um gas em um sistema cilindro-pistao: nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 16194 2eri2r2022 20:47 E-book (2) Compressi0 muito rapida (8) compressio enta Figura 1.4 - Processos de compressao de nao equilibrio (a) e de quase-equilibrio (b) Fonte: Elaborado pelo autor. #PraCegoVer : na Figura 1.4, so mostradas as ilustragdes de dois pistdes em fundo branco. A primeira figura indica um proceso de compressao muito répido, em que uma forca indicada por uma seta na cor vermelha, na direcao horizontal e sentido para a esquerda, é aplicada sobre o émbolo cilindrico do pistéo, que se desloca rapidamente para uma regido inferior do sistema. A segunda figura indica um processo de compressao lenta, em que uma forca indicada por uma seta na cor vermelha, na diregao horizontal e sentido para a esquerda, é aplicada sobre o émbolo cilindrico do pistao, que se desloca mais lentamente pelo sistema, Observe que, quando 0 gas de um arranjo pistéo-cilindro € comprimido de forma repentina, as moléculas préximas a face do pistdo tendem a se acumular em uma pequena regio na parte frontal do pistdo em virtude de ndo terem tempo suficiente para se deslocarem, criando, nesse ponto, uma regido de alta pressdo. Por conta dessa diferenca de pressio, ndo é mais possivel dizer que 0 sistema esté em equilfbr Figura 1.4 (a). Entretanto, se movimentarmos lentamente 0 mesmo pistéo, as moléculas tenderdo a um reordenamento, no havendo actimulo de moléculas a frente do pistéo. Como resultado, a pressao dentro do cilindro seré sempre quase uniforme , e 0 equilibrio é mantido em todos os instantes, caracterizando 0 proceso representado na Figura 1.4 (b) como de quase-equilibrio. 0 que caracterizado como 0 proceso de nao equilibrio ilustrado na Podemos também, estudante, representar os processos por meio de diagramas de processo, construidos ao usarmos propriedades termodinamicas (temperatura 7’, a pressao p e o volume V) como coordenadas. Esses diagramas constituem métodos de andlise bastante uteis na visualizagao dos processos e podem relacionar duas ou as trés propriedades basicas 20 mesmo tempo. Na Figura 1.5, podemos analisar o diagrama pressfo-volume de um processo de ‘compressao. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 Tis 2eri2r2022 20:47 E-book Figura 1.5 Diagrama presséo versus volume (p-V) de um processo de compresséo Fonte: Gengel e Boles (2013, p. 17). #PraCegoVer : na Figura 1.5, € ilustrado o processo de compressao lenta de um dispositive cilindro-pistéo do estado inicial indicado pelo ponto 1 até um estado de compresséo final no ponto 2. A ilustragao mostra, em fundo branco, um diagrama de press&o versus volume do proceso, acima da imagem do cilindro sendo acionado. Repare, estudante, que, conforme comentamos, 0 percurso do processo indica uma série de estados de equilibrio pelos quais o sistema, necessariamente, passa durante um processo e tem significado apenas para os processos de quase equilibrio (MORAN et al ., 2018, p. 39). Nesses casos, 0 prefixo iso é normalmente usado para identificar processos em que determinada propriedade permanece constante. Sendo assim, temos trés tipos basicos de processos em que temperatura, pressdo ou volume especifico, respectivamente, so mantidos constantes: proceso isotérmico, isobérico e isométrico (ou isocérico). Em muitos casos de processos reais em engenharia, como nas méquinas térmicas, bombas e refrigeradores, devemos analisar o funcionamento dos componentes de um sistema ao longo de certo tempo. Isso nos leva ao fato de que muitos sistemas retornam ao seu estado inicial ao concluir um processo, percorrendo um ciclo . Conforme nossa intuicéo facilmente nos d podemos concluir que, em um ciclo, os estados inicial e final so iguais, 0 que é confirmado pelo diagrama esquematico de um processo ciclico mostrado na Figura 1.6 nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 18104 2eri2r2022 20:47 E-book Figura 1.6 - Diagrama p-V de um proceso ciclico Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer : a Figura 1.6 ilustra um processo ciclico em fundo branco por meio de um diagrama pressio versus volume, em que as medidas de pressao so mostradas no eixo vertical e as medidas de volume, no eixo horizontal. No ponto 1, situado em uma pressdo inferior e volume superior, ocorre 0 inicio do proceso de compressao que se estende por meio de uma curva na cor azul até um ponto 2, situado em uma pressao superior e volume inferior. Apés, um processo de expansao é mostrado, do ponto 2 até o mesmo Ponto 1 anterior, por meio de uma curva de processo na cor azul. Agora que entendemos quais os ingredientes necessérios para se definir processos em um sistema termodinémico, vamos iniciar os estudos de um dos conceitos-chave da nossa disciplina, que é forma como entendemos uma substancia em constante mudanga durante um proceso. Por isso, vamos perceber como essas substancias podem ser interpretadas no que compete a homogeneidade de sua composicao e vamos estudar com mais profundidade o conceito de fase. O Conceito de Fase de uma Substdncia Pura De acordo com Moran et al . (2018, p. 76), uma substancia pura é qualquer substancia que possua a mesma composi¢ao quimica em toda a sua extenséo, ou seja, uma substéncia que apresenta ‘composigéo homogénea. Jé o termo fase indica uma quantidade de matéria que é homogénea ‘como um todo, tanto em composi¢ao quimica como em estrutura fisica. € importante salientar que todo sistema termodindmico pode ser constituido por uma ou mais fases. Contudo, prezado(a) estudante, uma substancia pura nao precisa ser constituida por um tnico elemento ou composto quimico. Conforme cita Moran et al . (2018, p. 77), uma combinagéo de diversos elementos ou compostos quimicos também se qualifica como substancia pura, desde que a mistura seja homogénea . Nesse sentido, o ar constitui uma mistura de diversos gases, mas, com frequéncia, é considerado uma substéncia pura porque tem uma composi¢éo quimica uniforme. Outros gases, como o nitrogénio © 0 didxido de carbono, também podem estar misturados em qualquer proporgo para formar uma Unica fase gasosa. nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 19104 2eri2r2022 20:47 E-book Uma mistura de duas ou mais fases de uma substancia pura ainda sera uma substéncia pura, desde que a composigao quimica de todas as fases seja igual. Misturas de gelo e agua liquida ou vapor d’agua e Agua liquida, por exemplo, so consideradas substancias puras porque ambas as fases tém a mesma composigao quimica. Em contrapartida, caro(a) estudante, uma mistura contendo liquidos como éleo e agua, que nao so misciveis, formam duas fases liquidas em separado. Por isso, tendemos a chamar esse tipo de substancia de heterogénea Processos de Mudanga de Fase Conforme debatemos hé pouco, da nossa experiéncia cotidiana, é possivel perceber que as substancias existem em diferentes fases . Observe que, sob condigées distintas, cada substancia pode aparecer em uma fase diferente. Por exemplo, se mantivermos fixas temperatura e presséo ambientes, 0 cobre se apresenta como um bloco sélido; o merctirio, como um liquido e 0 nitrogénio, ‘como um gas. Embora existam trés fases principais, uma substancia pode ter varias fases dentro de uma fase principal, cada qual com uma estrutura molecular diferente (GENGEL; BOLES, 2013, p. 112) Fonte: BRAGA FILHO (2020.58) nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 2034 2eri2r2022 20:47 E-book #PraCegoVer : 0 infografico apresenta o titulo "Processos de transformacao de fase de uma substancia pura’ e forma de pop-up, com imagem de fundo com quatro botdes para interagir e realizar a leitura do contetido de cada um deles. A imagem é de um grafico em que, na horizontal, esta identificado como Ve, nna vertical, como T. Dentro do gréfico, hé um esquema que vai do ponto A, mais embaixo, até em cima no Ponto B, com a escrita “Liquido sub-resfriado (comprido)", que, em linha reta, vai até o ponto C, com a escrita "p = 1 atm (mistura)" e sobe de novo, indo até o ponto D, com a escrita "Vapor superaquecido”. Ao clicar nos quatro botdes, eles nos dao os respectivos contetidos: 1° botdo “Liquido comprimido (regio entre A e B): nesse caso, 0 fluido sub-resfriado esté sob uma tinica fase liquida e nao esté apto a se converter em vapor"; 2° boto “Liquido saturado (ponto B): ocorre a expanséo do fluido liquido sob aquecimento, fazendo com que o seu volume especifico aumente. Nesse ponto, a transformagao de fase esté prestes a ocorrer’; 3° botdo "Vapor saturado (ponte C): ocorre imediatamente apés 0 inicio do processo de ebulicao, em que a temperatura se mantém constante até todo o Iiquido vaporizar. 0 fluido prestes a se converter em vapor (ou vice-versa) é chamado de vapor saturado. Nessa etapa, 0 fluido pode se apresentar como uma mistura bifdsica (regio entre B e C)"; 4° botao "Vapor saturado (regido entre Ce D): apés 0 término do processo de mudanga de fase, o sistema volta a apresentar uma regiéo monofésica (agora, de vapor), em que qualquer transferéncia de calor para o vapor resultaré em um aumento tanto de temperatura quanto de volume especifico” Nesse aspecto, caro(a) estudante, vemos que uma fase possui uma organizagao molecular distinta, naturalmente homogénea em toda a fase e separada de outras fases por fronteiras facilmente identificdveis . 0 carbono, por exemplo, pode existir como grafite ou diamante na fase sélida, enquanto o hélio tem duas fases liquidas e o ferro tem trés fases sdlidas. Vamos estudar com mais calma as trés fases classicas de uma substancia, comegando por substéncias que se apresentam na fase sélida, Segundo Gengel e Boles (2013, p. 113), € possivel definir um sélido de acordo com o padréo tridimensional do arranjo molecular que se repete por todo o volume da substéncia, Embora as moléculas de um sélido néo possam se movimentar relativamente entre si, elas oscilam continuamente em torno de suas posiges de equilibrio. Como a velocidade das moléculas durante essas oscilagdes depende fortemente da temperatura, em temperaturas suficientemente altas, a quantidade de movimento das moléculas pode chegar a atingir um ponto no qual as forcas intermoleculares séo superadas, levando ao desprendimento de grupos de moléculas e dando inicio a0 processo de fusio. Embora, prezado(a) estudante, na fase liquida, o espagamento molecular nao seja muito diferente do encontrado na fase sdlida, na fase liquida, as moléculas nao esto mais fixas em relacao as outras e podem girar e transladar livremente. Isso ocorre porque, em um liquido, as forgas termoleculares so mais fracas do que nos sélidos, embora sejam ainda relativamente fortes se comparadas aos gases. JA na fase gasosa vocé verd que as moléculas estdo mais distantes umas das outras, e ndo existe um ordenamento molecular definido . Sendo assim, moléculas de um gas possuem movimento aleatério, colidindo continuamente entre si e com as paredes do recipiente em que se encontram nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 2134 2eri2r2022 20:47 E-book De acordo com Gengel e Boles (2013, p. 114), as moléculas na fase gés esto em um nivel de energia consideravelmente mais alto do que nas fases liquida ou sélida, o que faz com que um gas consiga liberar uma grande quantidade de energia antes de condensar ou congelar. Vamos praticar \Vocé aprendeu, caro(a) estudante, que qualquer mistura quimicamente homogénea pode ser identificada como subst&ncia pura, ocorrendo, por exemplo, nas misturas de gelo e gua liquida, uma vez que se trata do mesmo composto em fases distintas. Em nosso cotidiano, diferentes substéncias possuem fungdes essenciais e até vitais para a manuten¢o do nosso conforto. O ar que respiramos cumpre, em nosso corpo, funcdes como a oxigenaco sanguinea e conexdes neuronais, assim como 0s fluidos fquidos servem para nos banhar, hidratar ou, ainda, ajudar no resfriamento do nosso corpo em dias muito quentes, ‘Agora é a sua vez! Descreva, segundo duas experiéncias, outras substncias (ou misturas de substncias) do seu cotidiano que, diferentemente da agua, no podem ser classificadas como substéncias puras. Além disso, justifique, de acordo com o que aprendeu, o motivo de essa substncia no poder ser classificada como pura, Dando sequéncia ao nosso estudo, estudante, vamos, agora, dedicar nossa atengo para as propriedades gerais dos gases. Como vimos, toda substancia que ndo conserva seu volume durante nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 22194 2eri2r2022 20:47 E-book um escoamento pode ser definida como em forma de vapor ou no estado gasoso. Desse modo, deve haver equagées e leis que relacionem as propriedades de um gés qualquer, ou seja, que relacione pressao, temperatura e volume especifico dessa substéncia, Essas equacées sao frequentemente chamadas de equagées de estado e definem o comportamento basico da substancia quando sujeita a alteragdes em uma ou em todas essas propriedades De acordo com Gengel e Boles (2013, p. 134), existem varias equagées de estado, desde as mais simples (para os casos idealizados) até relagdes bastante complexas (mais proximas dos casos reais). A equacdo de estado para substancias na fase gasosa mais simples e mais conhecida é a equacdo de estado do gas ideal que veremos nesta seco. Essa equagdo prevé 0 comportamento das propriedades de um gas com bastante preciséo dentro de uma determinada regido. Conforme Braga Filho (2020, p. 50), em termodinamica , costumamos trabalhar com trés grupos de substéncias: os gases perfeitos , 0s gases reais e as substéncias que mudam de fase nas condigées industriais . Comegaremos, aqui, com os gases perfeitos, em que iremos considerar os processos pelos quais um gas passa em um conjunto cilindro-pistéo para avaliacéo das suas propriedades basicas. Gases Ideais: Equagdo Geral dos Gases Chamamos de gas ideal uma substdncia altamente compressivel e idealizada que obedece a uma relagdo de proporcionalidade sensivel entre pressao, volume e temperatura. Dessa forma, podemos. relacionar essas grandezas por meio de uma equagao de estado do gas ideal ou equagao geral dos gases perfeitos , dada por: p=R(Z) oupy= RT (Eq.6) Segundo Borgnakke e Sonntag (2010, p. 67), cabe observar ainda que “um gés ideal tem um volume especifico que é muito sensivel para ambos, p e T, variando linearmente com a temperatura e inversamente com a pressao. Assim, caso a temperatura seja dobrada a uma determinada pressao, © volume dobrard e, se a pressdo for dobrada para uma dada temperatura, o volume seré reduzido para a metade do valor” ‘Agora, caro(a) estudante, imaginando o movimento de um pistéo em um trabalho de extensao ou compressao, mantendo-se 0 sempre constante, vemos que a relagéo de pressao, volume e temperatura tende a um valor constante R, dependente da natureza da substancia, que chamamos de constante do gas. Essa constante serd tinica para cada substancia e tem seu valor relacionado & massa molar M (medida ‘em grama-mol ou quilograma-mol) da substancia, Assim, fazendo o produto de R por M temos: R= MR. tema perfeitamente fechado de modo a preservar a massa do gés, De acordo com Braga Filho (2020, p. 52), vemos que o produto da massa molar da substdncia pela constante do gas é outra constante, a qual chamaremos, agora, de constante universal dos gases, visto que todos eles tém 0 mesmo produto. Isto é, podemos reescrever a equacdo de estado de gas perfeito de uma forma mais geral nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 2aya4 2eri2r2022 20:47 E-book R pV = mRT = maT = 2 RT = pV = nRT 4.7) onde o volume V = mu en = m/M representa o niimero de mols da substéncia. Nessa equacéo geral do gés ideal, R é chamado de constante universal dos gases e seu valor é, aproximadamente, 8.3145 kJ/kg-mol-K. Podemos afirmar, entéo, que um gés ideal é uma substancia imagindria que obedece a relagdo pV = nRT Foi observado, experimentalmente , que a relagdo do gas ideal se aproxima bastante do comportamento p~~I’ dos gases reais a baixas densidades. A baixas pressdes e a altas temperaturas, a densidade de um gas diminui e, nessas condigées, ele se comporta como um gas ideal (GENGEL; BOLES, 2013, p. 136) Podemos, ainda, relacionar as propriedades de um gas ideal de massa fixa em dois estados diferentes: Repare, a partir dessa relagdo, que surgem trés consideragdes a respeito do comportamento das propriedades p-v-T' dependendo do proceso. Lei de Dalton Neste ponto, estudante, ja sabemos que um gas ideal é definido como um gas cujas moléculas esto bem espacadas para que 0 comportamento de uma molécula ndo seja influenciado pela presenga de outras. Conforme retrata Gengel e Boles (2013. p. 696), quando dois ou mais gases ideais se misturam, 0 comportamento de uma molécula normalmente no ¢ influenciado pela presenca de outras moléculas semelhantes ou diferentes. Assim, uma mistura ndo reativa de gases ideais também se nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 2434 2eri2r2022 20:47 E-book ‘comporta como um gas ideal. 0 ar, por exemplo, é tratado como um gas ideal no intervalo no qual 0 nitrogénio e 0 oxigénio se comportam como gases ideais. Para descrever 0 comportamento de misturas de gases ideais, podemos utilizar dois modelos associados: 0 modelo de Dalton das pressées aditivas e o modelo de Amagat dos volumes aditivos, 0 modelo de Dalton é consistent com 0 conceito de um gas ideal, sendo composto de moléculas que exercem forcas despreziveis umas sobre as outras, cujo volume por elas ocupado é desprezivel em relagdo ao volume ocupado pelo gas. Nesse modelo, caro(a) estudante, supomos que cada ‘componente da mistura se comporta como um gas ideal como se estivesse sozinho a temperatura T e ao volume V da mistura (MORAN et al ., p. 597). © modelo de Dalton enuncia, entéo, que a presséo de uma mistura de gases é igual soma das pressdes que cada gas exerceria caso existisse sozinho & temperatura e ao volume da mistura. Decorte disso, estudante, que a pressao parcial p, do componente i a pressdo que n; mols do ‘componente i iria exercer se 0 componente estivesse sozinho no volume V a temperatura da mistura T A presséo parcial pode ser estimada por meio da utilizagao da equagao de estado de gés ideal, o que nos leva a Eq. 9: mi RE 77 (Eq. 9) B= Dividindo essa equagao por p = nRT/V, temos que: nRE/V Pp WRT = = €4.10) Uma vez que a soma das pressées parciais sera igual 4 pressdo da mistura e visto que a soma das, fragdes molares nj /n ¢ unitéria, entao: Shape = Cha F)p =P Lia GZ) + P= Di ps a) 0 modelo de Dalton é um caso especial da regra do somatério de pressées para se relacionar tanto a presséio quanto o volume especifico e temperatura de mistura de gases, em que possui relacao direta com 0 modelo dos volumes aditivos. Nesse modelo, cada componente da mistura se ‘comporta como um gas ideal como se existissem, separadamente, a pressdo pe a temperatura T” da mistura De acordo com Moran et al . (2018, p. 598), analogamente ao modelo de Dalton, 0 modelo de ‘Amagat diz que o volume que n; mols do componente i ocuparia se o componente existisse a p e a T & chamado de volume parcial, Vi, do componente i. Usando a equagao do gas ideal, podemos estimar 0 volume parcial estabelecendo uma relagao que mostre que a soma dos volumes parciais € igual ao volume total. Assim, pelo modelo de Amagat: niRPip aRE Ip * 4.12) Somando ambos os lados da Eq. 12, comprovamos que a soma dos volumes parciais ¢ igual a0 volume total (considerando a soma das fracdes molares igual a unidade). Desse modo: nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 25194 2eri2r2022 20:47 E-book Da Vig Dia GV = Via G) > V = Da Vi a1) Segundo Gengel e Boles (2013, p. 696), as leis de Dalton e Amagat sao satisfeitas exatamente quando a mistura é de gases ideais, mas séo apenas aproximadas para as misturas de gases reais. Isso acontece por causa das forgas intermoleculares que podem ser significativas para os gases reais a altas densidades. Para os gases ideais, essas duas leis so idénticas e fornecem resultados idénticos. Gases Reais: Discutindo o Fator de Compressibilidade Embora 0 uso da equacao geral dos gases seja bastante conveniente devido & sua simplicidade, em muitos casos, prezado(a) estudante, o comportamento dos gases de uso cotidiano nas bombas de refrigeragao ou dutos de arrefecimento em usinas se desvia significativamente do comportamento de gas ideal em estados préximos a regio de saturagao e do ponto critico. Esse desvio de comportamento de gés ideal a uma determinada temperatura e presséio pode ser calculado com precisao por meio da introdugao de um fator de correo adimensional, chamado de fator de compressibilidade , definido como Z por meio da relacao: Za Froud = = (eq. 14) onde videat = RT'/p. Da Eq. 14, vemos que o fator de compressibilidade Z tende a ser igual & unidade na medida em que a pressao tende a zero para uma temperatura fixa. A Figura 1.7 mostra o fator de compressibilidade Z para o hidrogénio como fungdo da pressao para diferentes temperaturas (MORAN et al , 2018, p. 132). Em geral, nos estados de um gas em que a pressdo é pequena com relagao a pressao critica, © fator de compressibilidade Z é aproximadamente 1. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 2694 2eri2r2022 20:47 E-book 0 Ks SK iam Figura 1.7 - Variagéo do fator de compressibilidade com presséo € temperatura constante para o hidrogénio Fonte: Moran et al. (2018, p. 102). #PraCegoVer : na Figura 1.7, é mostrado um gréfico relacionando a variagao do fator de compressibilidade (eixo vertical) em fungao da pressdo (eixo horizontal) para o hidrogénio em um dado valor de temperatura. So mostradas seis curvas de temperatura, iniciando com o valor de compressibilidade igual a1 para a pressdo igual a 0 e as variagdes quando em 35 kelvin, 50 kelvin, 60 kelvin, 100 kelvin, 200 kelvin e 300 kelvin. Dessa forma, quando Z = 1, teremos os casos dos gases ideais. Para gases reais, o fator de compressibilidade pode ser maior ou menor que uma unidade. Assim, podemos coneluir que, quanto mais distante Z estiver da unidade, mais 0 g4s se desviard do comportamento de gas ideal Equagdo de Van der Waals Vocé sabia, caro(a) estudante, que uma equagao de estado para gases reais muito famosa foi proposta pelo dinamarqués J. van der Waals (1837-1923)? Na tentativa de corrigit a resposta da ‘equacdo de Boyle, onde pV = constante, propés que: RT = (p +.a/v2) (v— 6) (Eq. 18) 0 problema no modelo de Boyle, identificado por van der Waals, reside no fato de que o aumento da pressdo requeria que o volume diminufsse continuamente até perto do zero. Contudo, se um gas for posto sob grande pressdo, as moléculas poderao eventualmente fazer contato. Apés esse ponto, no haveria mais possibilidade de nova redugao no volume com o aumento da pressdo, e o volume ideal para a contragao seré a diferenga entre 0 volume do gés e 0 volume das moléculas propriamente ditas, indicado pelo termo (v — b), onde b é 0 volume das moléculas. 0 termo (p + a/v”) indica que a contribuicéo de moléculas vizinhas durante a coliséo com as paredes do recipiente tende a ser menor do que a prevista na auséncia de forgas intermoleculares. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 27134 2eri2r2022 20:47 E-book Isso leva 8 constatagéo de que a pressdo p depende do ntimero total de moléculas atingindo a Parede em determinado tempo. Teste seus Conhecimentos (Atividade nao pontuada) Do ponto de vista macroscépico, o modelo do gés ideal é constituido de uma série de idealizagoes. Segundo esse modelo, o gs é composto por moléculas que se movimentam aleatoriamente obedecendo rigidamente &s leis da mecanica, sem a existéncia de forcas atuantes sobre as moléculas, a nao ser durante as colisdes. Com base nos conceitos apresentados sobre o comportamento dos gases ideais e reais, pode-se afirmar que: © a) em geral, nos estados de um gas em que a pressio é pequena com relacdo 8 pressio critica, 0 fator de compressibilidade tende a zero. b)a pressao e 0 volume especifico esto relacionados com a temperatura e com uma constante de proporcionalidade universal dos gases. © €) 0 comportamento dos gases reals, a altas press6es, se aproxima do comportamento do gas ideal, O d) 0 fator de compressibilidade tende a ser unitdrio & medida que a pressdo tende ao ponto critico para uma temperatura fixa © e) a equacao de Boyle é valida para qualquer processo que envolva gases reais e ideais. nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 204 2511212022 20:47 E-book Material Complementar FILME O dia depois de amanhé ‘Ano : 2004 Comentario : Neste filme, um climatologista vé suas teorias se tornarem verdadeiras quando uma sequéncia de eventos naturais calamitosos comega a acontecer, dando inicio a uma nova era glacial Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer. TRAILER htlps:fcodely-tmu-contents3.amazonaws.conMoodle/EAD/ConteudolENG_TERMOD_21Vunidade_1/ebookfindex html ?radirect=1 20134 2511212022 20:47 E-book Livro Seis graus: O aquecimento global e o que vocé pode fazer para evitar uma catastrofe Editora : Zahar ‘Autor : Mark Lynas ISBN : 97-885-3780-105-5 Comentério : Neste livro, o escritor e jornalista Mark Lynas analisa, com base 1a previsdo da comunidade cientifica, as implicagées e as transformacoes do progresso do aquecimento global em nosso planeta. O livro aborda, em seis estagios, as mudangas observadas no globo para cada etapa de aquecimento geral, até o limite observado nas previsées futuras dos especialistas: quando a temperatura média pode chegar a seis graus acima do que estamos habituados htlps:fcodely-tmu-contents3.amazonaws. con Moodle/EAD/ConteudolENG_TERMOD_21Vunidade_t/ebooklindex html ?radirect=1 30134 2eri2r2022 20:47 E-book nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 31a4 2eri2r2022 20:47 E-book Conclusao Caro(a) estudante, buscamos definir os sistemas termodinamicos , em que tentamos entender 0 significado de um volume de controle. Abordamos, também, o significado termodinamico de propriedades € estados e relacionamos trés propriedades fundamentais: pressao, temperatura e volume especifico Identificamos, ainda, os processos de quase equilfbrio, em que procuramos tratar da trajetéria de um. processo usando a hipstese do continuo, Nesse sentido, foi introduzido o conceito de fase de uma substancia, no qual falamos dos comparativos ‘com as substancias puras. Aprendemos, estudante, a interpretar diagramas de fase simplificados e a identificar o percurso de um processo cfclico Por fim, analisamos o f ator de compressibilidade de uma dada substancia e como esse coeficiente ¢ determinante para a descrigdo do comportamento dos gases reais. Foi bom té-lo(a) até aqui, ‘compartihando todo esse conhecimento! Referéncias BORGNAKKE, C.; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinamica . 7. ed. Sao Paulo: Blicher, 2010. BRAGA FILHO, W. Termodinamica para engenheiros . Rio de Janeiro: LTC, 2020. BRANDAO, D. Notas de aula . 2016. 235 f. Universidade de S4o Paulo, So Paulo, 2016. p. 22-26. Disponivel ‘em: https://btyli,com/SjN18.. Acesso em: 11 maio 2021 ENGEL, Y. A; BOLES, M. Termodinamica . 7. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2073. LYNAS, M. Seis graus : 0 aquecimento global e o que vocé pode fazer para evitar uma catéstrofe. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, MORAN, M. J. et. al. Principios de termadinamica para engenharia . 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. © DIA Depois de Amanha Trailer. [S. L: s.n.], 2017. 1 video (1 min 40 s). Publicado pelo canal Adoro Cinema, Disponivel em: https://www youtube,com/watch?v=pxhMPDaftG4 . Acesso em: 11 maio 2021 nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 32194 2eri2r2022 20:47 E-book nitpsilcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindox himI7rediact=1 saya 2eri2r2022 20:47 E-book nitpsiIcodely-fmu-content s3.amazonaws.com/Maodle/EADIConteudo/ENG_TERMOD_2/unidade_t/ebooklindex him\?rediact=1 3434

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