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Guia de Antibioticoterapia
Guia de Antibioticoterapia
Boas-vindas
Hey, aluno(a)!
Que bom que conseguiu acessar a apostila. Este material tem o objetivo de
apresentar em detalhe qual a melhor escolha de antimicrobiano de acordo com
a doença/caso clínico apresentado.
Cabe ressaltar que as informações contidas aqui não são uma recomendação
médica, mas sim uma orientação, e os textos servem como recomendação ou
sugestão de literatura para apoio de decisão clínica.
Assim como nas aulas, aqui você vai reconhecer as infecções mais prevalentes
da prática clínica; identificar os padrões de resistência antimicrobiana; indicar
qual o tratamento adequado para estas infecções com a medicação de escolha,
na dose adequada e pelo tempo correto, e, também; ter segurança no manejo
de infecções, tanto bacterianas, quanto fúngicas e virais.
DANTE RAGLIONE
Médico formado pela FMUSP.
Residência em Clínica Médica pelo
HCFMUSP (2016-2018). Residência
em Medicina Intensiva pelo HCFMUSP
(2018-2020). Estágio observacional na
UTI cardiovascular do Auckland City
Hospital na Nova Zelândia em Out/2019.
Especialização em Medicina Baseada
em Evidências através do curso PPCR
de Harvard (2020). Médico diarista da
UTI do Hospital Samaritano Paulista.
Médico diarista administrativo da UTI
do Instituto do Câncer do Estado de
São Paulo (ICESP). ECMO especialista
pela ELSO em Julho/2021 e Editor chefe
do Papo de Clínica.
2
ISABELA
CARVALHINHO
Médica formada pela Escola
de Medicina da Santa Casa de
Misericórdia (EMESCAM) de Vitória
em 2018. Especialista em Clínica
Médica pelo HC FMUSP de São Paulo.
JOSÉ
ROBERTO
Médico formado pela Faculdade
de Medicina de Santo Amaro.
Residência em Clínica Médica pelo
HC-FMUSP e em Cardiologia pelo
InCor-FMUSP. Especialista em
Aterosclerose pelo InCor. Médico
Assistente da Unidade
de Emergência do InCor-FMUSP.
Vamos lá?
3
Seção 01 - Introdução à antibioticoterapia......... 13
4
• Fique por dentro!.................................................................................................................................... 29
• O movimento Choosing Wisely e antimicrobianos.................................................... 29
• Referências bibliográficas................................................................................................................30
5
• Otite média aguda - quando indicar antibiótico.......................................................... 51
• Características / Etiologia................................................................................................................... 51
• Agentes etiológicos mais comuns.......................................................................................... 51
• Tratamento.................................................................................................................................................. 51
• Considerações especiais.................................................................................................................... 52
• Otite externa maligna..................................................................................................................... 52
• Referências bibliográficas................................................................................................................ 53
6
• Erisipela.....................................................................................................................................................66
• Infecções necrotizantes................................................................................................................. 67
• Características / Etiologia.................................................................................................................. 67
• Impetigo................................................................................................................................................... 67
• Celulite....................................................................................................................................................... 67
• Erisipela..................................................................................................................................................... 67
• Infecções necrotizantes.................................................................................................................68
• Tratamento.................................................................................................................................................68
• Considerações especiais....................................................................................................................68
• Infecção do pé diabético...............................................................................................................68
• Referências bibliográficas................................................................................................................70
7
• Características / Etiologia.................................................................................................................. 82
• Agentes implicados nas IST’s..................................................................................................... 82
• Tratamento................................................................................................................................................. 83
• Tratamento da sífilis......................................................................................................................... 83
• Tratamento da síndrome do corrimento uretral.......................................................... 83
• Tratamento do corrimento vaginal.......................................................................................84
• Tratamento das úlceras genitais............................................................................................. 85
• Considerações especiais.................................................................................................................... 85
• Doença inflamatória pélvica (DIP).......................................................................................... 85
• Fique por dentro!....................................................................................................................................87
• A persistente epidemia de sífilis no século XXI.............................................................87
• Referências bibliográficas................................................................................................................87
8
Capítulo 11: Síndromes febris.
febris........................................................102
...................................................... 102
• Conceitos gerais.................................................................................................................................... 102
• Quadro clínico das principais síndromes febris.......................................................... 102
• Sinais de alarme e sinais de gravidade da dengue.................................................. 103
• Febre amarela.................................................................................................................................... 103
• Malária..................................................................................................................................................... 103
• Leptospirose........................................................................................................................................104
• Características / Etiologia................................................................................................................104
• Agentes etiológicos das principais síndromes febris..............................................104
• Tratamento............................................................................................................................................... 105
• Tratamento das principais síndromes febris................................................................. 105
• Manejo da dengue.......................................................................................................................... 106
• Considerações especiais.................................................................................................................. 107
• Outras causas de síndrome febril......................................................................................... 107
• Fique por dentro!..................................................................................................................................108
• Arboviroses no Brasil......................................................................................................................108
• Referências bibliográficas..............................................................................................................108
9
• Considerações especiais................................................................................................................... 118
• Vacinação............................................................................................................................................... 118
• Fique por dentro!................................................................................................................................... 118
• Influenza versus COVID-19.......................................................................................................... 118
• Referências bibliográficas............................................................................................................... 118
10
• Tratamento empírico sugerido.............................................................................................. 129
• Manejo do cateter............................................................................................................................ 129
• Considerações especiais.................................................................................................................. 129
• Como prevenir ITU hospitalar?............................................................................................... 129
• Fique por dentro!.................................................................................................................................. 130
• Cateterização de demora ou intermitente?.................................................................. 130
• Referências bibliográficas.............................................................................................................. 130
11
Seção 05 - Profilaxias............................................. 143
Capítulo 01: Profilaxias..................................................................
Profilaxias.................................................................. 144
• Conceitos gerais....................................................................................................................................144
• Acidentes com materiais biológicos...................................................................................144
1. HIV..........................................................................................................................................................144
2. Hepatite B......................................................................................................................................... 146
• Violência sexual................................................................................................................................. 146
• Profilaxias de peritonite bacteriana espontânea no cirrótico........................... 147
1. Profilaxia primária....................................................................................................................... 147
2. Profilaxia secundária ................................................................................................................ 147
• Profilaxias para outras doenças infecciosas.................................................................. 147
1. Meningite meningocócica.................................................................................................... 147
2. Endocardite infecciosa ...........................................................................................................148
3. Sarampo............................................................................................................................................. 149
4. Varicela................................................................................................................................................ 149
5. Raiva..................................................................................................................................................... 149
6. Tétano....................................................................................................................................................151
• Profilaxia antibiótica em mordedura de animais........................................................151
• Profilaxia na fratura exposta.....................................................................................................152
• Protocolos de profilaxia cirúrgica..........................................................................................153
• Fique por dentro!.................................................................................................................................. 154
• Profilaxia pré-exposição: uma forma diferente de prevenir!.............................. 154
• Referências bibliográficas...............................................................................................................155
12
13
Conceitos gerais
Precaução padrão
• Luvas:
• Sempre que houver contato com mucosa, sangue, fluidos corpóreos, pele
não íntegra e superfícies sujas com material biológico.
• Trocar a luva entre procedimentos, descartá-las e higienizar as mãos.
• Avental:
• Utilizado como barreira física quando há risco de sujar roupas ou pele
com material biológico.
• Sempre de manga longa!
• Desprezar imediatamente após sair do quarto.
Índice 14
• Máscara, óculos e protetor facial:
• Sempre que houver risco de respingos em membranas mucosas.
• Lavar os óculos com água e sabão após o uso e desinfetá-lo com
produto próprio.
Precaução de contato
• Quem precisa?
• Pacientes com infecções por micro-organismo transmitidos por contato
direto ou indireto, como germes multirresistentes, varicela e herpes-zoster
disseminado ou em imunossuprimido.
• EPIs necessários:
• Luvas de procedimento.
• Avental de manga longa (ex. descartável).
• Particularidades:
• Quarto privativo ou compartilhado com pacientes portadores do mesmo
micro-organismo.
• Se o paciente necessitar de transporte, desinfetar maca ou cadeira com
álcool a 70% ou quaternário de amônio após o uso e o profissional que o
acompanha deve utilizar os referidos EPIs.
• Artigos e equipamentos de uso exclusivo para o paciente.
• Quem precisa?
• Pacientes com doenças cuja transmissão se dá por gotículas, como caxumba,
rubéola e meningite meningocócica.
• EPIs necessários:
• Máscara cirúrgica.
Índice 15
• Particularidades:
• O quarto deve ser individual ou compartilhado com outro indivíduo com
o mesmo diagnóstico e a porta mantida fechada.
• Caso seja necessário transporte, o paciente deve circular com máscara
cirúrgica fora do quarto.
• O que é um aerossol?
• São partículas menores, de até 5 micra, que podem ficar suspensas no ar.
• Alguns procedimentos são capaz de gerá-lo: intubação e ventilação manual,
aspiração traqueal, ressuscitação cardiopulmonar, broncoscopia e autópsia.
• Quem precisa?
• Pacientes com doenças transmitidas por aerossóis, como tuberculose
pulmonar, varicela e sarampo.
• EPIs necessários:
• Máscara N95 ou PFF2.
• Particularidades:
• Paciente deve permanecer em quarto sozinho ou compartilhado com
indivíduo com o mesmo diagnóstico.
• O quarto deve permanecer com a porta fechada e circulação de ar para
ambiente externo por janela ou através de filtro HEPA.
• Caso seja necessário transporte, o paciente deve circular com máscara
cirúrgica fora do quarto.
Considerações especiais
Precaução por síndrome clínica
Índice 16
AGENTE/DOENÇA TIPO DE PRECAUÇÃO
Caxumba Gotícula
Impetigo Contato
Índice 17
AGENTE/DOENÇA TIPO DE PRECAUÇÃO
Raiva Contato
Não é Não é
Com testagem no 5º dia necessário Com testagem no 7º dia com necessário
Teste
com RT-PCR ou TR-Ag testarpara sair RT-PCR ou TR-Ag. testar para sair
do isolamento. do isolamento.
Manter o
isolamento
Sair do até o 10º dia.
Sair do isolamento Sair do
Sair do
isolamento se o caso isolamento
isolamento Sair do
após 5 dias estiver SEM se o caso
Manter o após 7 dias isolamento
Saída do completos sintomas estiver SEM
isolamento completos no 10º dia
isolamento e manter respiratórios E sintomas
até 10 dias e manter as e manter as
as recomen sem febre E respiratórios E
completos. recomendações medidas não
dações sem uso de sem febre E
adicionais até farmacológicas.
adicionais medicamentos sem uso
o 10º dia.
até o 10º dia. antitérmicos de medica-
após 24 horas. mentos
antitérmicos
após 24 horas.
Índice 18
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das
Clínicas - FMUSP. Prevenção de IRAS. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 173 - 186.
Conceitos gerais
Quando prescrever antibióticos em cuidados paliativos
Índice 19
Caso a caso
• Considerar tratamento guiado por cultura, com preferência por via oral
ou hipodermóclise, para controle de sintomas.
• Broncorreia:
• Secreção purulenta em grande quantidade com odor fétido pode ocasionar
desconforto ao paciente.
Considerações especiais
• Existe algum sintoma, referido pelo paciente, que pode ser minimizado com
uso de antibiótico, como dor e drenagem de secreção purulenta?
• Tenha em mente que antibióticos não são inócuos de reações adversas e não
há evidência consistente na literatura para seu uso em cuidados paliativos.
Índice 20
FIQUE POR DENTRO!
• Se quiser refletir um pouco mais sobre o assunto, vale uma lida neste editorial
do BMJ Supportive and Palliative Care.
Lee SF. Antibiotics in palliative care: less can be more. Recognising overuse is
easy. The real challenge is judicious prescribing. BMJ Supportive & Palliative
Care 2018
Referências Bibliográficas
Lee SF. Antibiotics in palliative care: less can be more. Recognising overuse is easy.
The real challenge is judicious prescribing. BMJ Supportive & Palliative Care 2018
D’Alessandro MPS, Pires CT, Forte DN et al.. Manual de Cuidados Paliativos. São
Paulo: Hospital SírioLibanês; Ministério da Saúde; 2020.
Índice 21
Conceitos gerais
Principais mecanismos de resistência a antimicrobianos e opções terapêuticas
Se metalo, aztreonam
• Se serino, torgena
• Se indisponibilidade
dos acima, considerar
Klebsiella pneumoniae
dupla-terapia para
Acinetobacter baumannii
os casos mais graves
Carbapenemases Carbapenêmicos Enterobacter spp (produtor
com duas drogas
do gene MBL - New Delhi
efetivas (possibilidades:
metallo-beta-lactamase)
polimixinas, tigecicilina
e aminoglicosídeos)
• Cistite pode ser tratada
com fosfomicina
Índice 22
Mecanismo Antibióticos Antibióticos
Bactérias envolvidas
de resistência afetados que funcionam
Cefalosporinas até
terceira geração
(indicada por
Morganella spp
resistência à Carbapenêmicos
Yersinea spp
cefoxitina no
Serratia spp
antibiograma) Cefepime;
Proteus vulgaris
Gene amp-c Penicilina
Providencia spp
Ampicilina Aminoglicosídeos;
Aeromonas spp
Amoxicillin
Citrobacter spp
Potencial Fluoroquinolonas;
Enterobacter spp
de resistência
a piperacilina-
tazobactam
Vancomicina
Daptomicina
Linezolida
Staphylococcus Ceftarolina
aureus resistente à Oxacilina S. aureus
meticilina (MRSA) Casos não graves:
Clindamicina ou
Sulfametoxazol-
Trimetoprima são opções
Enterococo Daptomicina
Enterococcus faecium
resistente a Vancomicina Linezolida
Enterococcus faecalis
vancomicina (VRE) Tigeciclina
Gentamicina
Pode conferir
Estreptomicina
Gene aph resistência a Enterococcus
Ceftriaxone + ampicilina
amicacina e
tobramicina
Índice 23
Mecanismo Antibióticos Antibióticos
Bactérias envolvidas
de resistência afetados que funcionam
S. pneumoniae
S. aureus
Enterococcus spp
Ceftriaxone
Corynebacterium
Cefuroxima
diphtheriae
Vancomicina
Gene erm Macrolídeos Campylobacter spp
Amoxicilina
Bacteroides fragilis
Piperacilina-tazobactam
Clostridium perfringens
Carbapenêmicos
Listeria spp
Mycoplasma pneumoniae
Legionella spp
Considerações especiais
Precaução de isolamento
• Idade avançada.
• Cirurgia recente.
Índice 24
• Hospitalização prolongada.
Índice 25
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das
Clínicas - FMUSP. Prevenção de IRAS. In: Guia de utilização de anti-infecciosos
e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 167 - 172.
Índice 26
Conceitos gerais
Em um manual sobre uso de antimicrobianos, precisamos parar para falar sobre
o uso racional de antibióticos.
O motivo dessa discussão fica muito claro no capítulo anterior, que aborda
os mecanismos de resistência aos antibióticos. Além disso, como qualquer
medicação, antibióticos têm efeitos colaterais que vão desde náuseas
e intolerância gastrointestinal a farmacodermias graves, disfunção renal
e colite pseudomembranosa. Já imaginou prescrever uma droga que não
tinha indicação clara (antibiótico para uma infecção viral de vias aéreas
superiores, por exemplo), e o seu paciente ir parar na UTI por uma
complicação dessas! Parece absurdo, mas acontece.
Considerações especiais
Como posso melhorar minha prática médica nesse sentido?
Índice 27
• Sinusites: considere a estratégia de watchful waiting e reserve o antibiótico
para os seguintes casos:
• Sintomas que duram mais de uma semana.
• Sintomas que começaram a melhorar, mas sofreram nova piora.
• Sintomas graves: febre alta (>38,5ºC, sinais de infecção de pele
e dor extrema dos seios da face).
Ausência de tosse +1
Centor
Adenopatia cervical anterior +1
3 a 14 anos +1
≥ 45 anos -1
Índice 28
2. Para pacientes hospitalizados:
3. Situações especiais:
https://www.choosingwisely.org/topic-area/infectious-disease/
Índice 29
Referências Bibliográficas
K de With, et al.. Strategies to enhance rational use of antibiotics in hospital: a
guideline by the German Society for Infectious Diseases. Infection; apr 2016.
CDC National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases, Division of
Healthcare Quality Promotion. CDC Vital Signs: Making Health Care Safer See
page 4 Want to learn more? Visit Antibiotic Rx in Hospitals: Proceed with Caution.
mar 2014.
Kollef MH, Micek ST. Rational Use of Antibiotics in the ICU Balancing
Stewardship and Clinical Outcomes. JAMA; oct 2014.
Kim YJ, et al.. Guideline for Antibiotic Use in Acute Gastroenteritis. Infect
Chemother; jun 2019.
Conceitos gerais
Betalactâmicos
Índice 30
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Penicilinas
Possui ação
Penicilina G Intramuscular Reações de de depósito que
Não é necessário
benzatina (IM) hipersensibilidade dura em torno
de 3 semanas
Penicilina G Reações de
IM Não é necessário
procaína hipersensibilidade
Reações de
hipersensibilidade
Reduzir a dose
Neutropenia Geralmente não
Oxacilina IM ou EV na insuficiência
e anemia é necessário
hepática
Hematúria
transitória
Náuseas, vômitos,
ClCr 20 - 50: 2,25 g
diarreia, cefaleia
a cada 6 horas
e febre
ClCr < 20: 2,25 g
Reações de
a cada 8 horas
hipersensibilidade
Hemodiálise: dose
Neutropenia,
Piperacilina + para ClCr < 20 +
EV eosinofilia, aumento
tazobactam dose adicional
de transaminases,
de 0,75g
alargamento
Diálise contínua:
do tempo de
4,5g a cada
protrombina
12 horas
e alteração na
função renal
Índice 31
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Cefalosporinas
1ª geração
Reações de
hipersensibilidade
Hemólise,
trombocitopenia
Uso intramuscular
Cefalotina IM ou EV e leucopenia Não é necessário
muito doloroso
Diarreia, necrose
tubular aguda
e aumento de
transaminases
Reações de
hipersensibilidade
Intolerância
ClCr 15-30: 250
gastrointestinal
a 500mg a cada
Aumento de
8 a 12 horas
Cefalexina VO transaminases e
ClCr < 15: 250 a
icterícia colestática
500mg a cada
Anemia hemolítica,
12 a 24 horas
eosinofilia,
neutropenia
e trombocitopenia
2ª geração
Reações de
Não possui boa
hipersensibilidade
ClCr 30-50: 1 a 2g a penetração em
Hemólise,
cada 8 a 12 horas sistema nervoso
trombocitopenia
ClCr 10-29: 1 a 2g a central
Cefoxitina IM ou EV e leucopenia
cada 12 a 24 horas Pode induzir
Diarreia, necrose
ClCr < 10: 0,5 a 1g a a produção de
tubular aguda
cada 24 a 48 horas betalactamase em
e aumento de
algumas bactérias
transaminases
Índice 32
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
3ª geração
ClCr 50-90: 2g a
Reações de
cada 8 a 12 horas
hipersensibilidade
ClCr 10-49: 2g a
Hemólise,
cada 12 a 24 horas
trombocitopenia
ClCr <10: 2g a cada
Cefotaxima IM ou EV e leucopenia
24 a 48 horas
Diarreia, necrose
Hemodiálise: dose
tubular aguda
extra de 1g após
e aumento de
Diálise contínua: 0,5
transaminases
a 1g a cada 24 horas
ClCr 50-90: 2g
Reações de a cada 8 a 12 horas
hipersensibilidade ClCr 10-49: 2g a
Hemólise, cada 12 a 24 horas
trombocitopenia ClCr <10: 2g a cada
Ceftazidima IM ou EV e leucopenia 24 a 48 horas
Diarreia, necrose Hemodiálise: dose
tubular aguda extra de 1g após
e aumento de Diálise contínua:
transaminases 500mg a cada
24 horas
Reações de
hipersensibilidade
Hemólise,
trombocitopenia
Ceftriaxone IM ou EV e leucopenia Não é necessário
Diarreia, necrose
tubular aguda
e aumento de
transaminases
4ª geração
Reações de
hipersensibilidade ClCr 10-50: 2g
Diarreia, náuseas, a cada 8 horas
vômitos, neuropatia ClCr < 10: 2g a cada
Evitar o uso em
e dispepsia 12 a 24 horas
indivíduos com
Cefepime IM ou EV Aumento de Hemodiálise: dose
história de alergia
transaminases extra de 1g após
a penicilina
Uso prolongado Diálise contínua:
pode levar a colite 1 a 2g a cada
pseudomem- 48 horas
branosa
Índice 33
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Carbapenêmicos
Náuseas, diarreia
e cefaleia
Aumento de
transaminases, Não cobre
fosfatase alcalina ClCr < 30: 500mg Pseudomonas e não
Ertapenem IM ou EV
e bilirrubinas a cada 24 horas deve ser utilizado
Eosinofilia, em infecções graves
trombocitose
e alargamento
do TTPa
Náuseas, diarreia
e reações cutâneas
Convulsões Potencial
ClCr 10-50: 2g
Aumento de epileptogênico,
a cada 12 a 24 horas
Imipenem IM ou EV transaminases, evitar uso para
ClCr < 10: 1g a cada
eosinofilia, tratamento de
24 horas
trombocitopenia meningites
e redução do tempo
de protrombina
Náuseas, diarreia
e reações cutâneas
Aumento de ClCr 10-50: 1g
transaminases, a cada 12 horas
Meropenem IM ou EV
eosinofilia, ClCr < 10: 1g
trombocitopenia a cada 24 horas
e redução do tempo
de protrombina
Monobactâmicos
Neutropenia,
eosinofilia e
ClCr 10-30: 1 a 2g
trombocitopenia
a cada 12 horas
Aztreonam IM ou EV Aumento de
ClCr < 10: 1 a 2g
transaminases
a cada 24 horas
Flebite e dor no
local de aplicação
• Inibidores de betalactamase:
• Clavulanato (amoxicilina-clavulanato).
• Sulbactam (ampicilina-sulbactam)
• Tazobactam (piperacilina-tazobactam).
Macrolídeos
Índice 34
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Deve ser
Náuseas, diarreia, administrado
tontura e cefaleia em jejum
Azitromicina VO Prolongamento do Não é necessário Uso prolongado
intervalo QT tem relação com
infecção por
Clostridiodes
Náuseas, diarreia,
ClCr 10-50: 250mg
tontura e cefaleia Uso prolongado
a cada 8 horas
Perda auditiva em tem relação
Claritromicina VO ou EV ClCr < 10: 250mg
doses elevadas com infecção por
a cada 12 horas
Prolongamento do Clostridiodes
intervalo QT
Intolerância
gastrointestinal
Hepatite e icterícia ClCr 10-50: 500mg
Uso prolongado
colestática a cada 6 horas
tem relação com
Eritromicina VO ou EV Prolongamento ClCr < 10: 500mg
infecção por
do intervalo QT a cada 12 horas
Clostridiodes
Perda auditiva em
doses elevadas
Aminoglicosídeos
Mecanismo de ação = Inibem a síntese proteica ou produz proteínas defeituosas,
liga-se à fração 30S dos ribossomos.
Aminoglicosídeo
de mais amplo
espectro
Nefrotoxicidade ClCr 10-50: 7,5mg/
Baixa penetração
Ototoxicidade kg a cada 24 horas
Amicacina IM ou EV no sistema nervoso
Paralisia ClCr < 10: 7,5mg/kg
central e olhos
neuromuscular a cada 48 horas
Há aumento do
nível sérico com
hematócrito < 25%
Índice 35
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Quinolonas
Via de Efeitos
Antibiótico Ajuste para função renal
aplicação adversos
Dor torácica
Cefaleia, insônia, tontura ClCr 20-50: 100% da dose
Ofloxacino VO e distúrbios visuais cada 24 horas
Hipersensibilidade ClCr < 20: 50% a cada 24 horas
Sintomas gastrointestinais
Índice 36
Sulfonamidas
Sintomas
gastrointestinais
Sulfadiazina VO Nefropatia Não é necessário
Hipercalemia
Hipersensibilidade
Sintomas
ClCr 30-50:
gastrointestinais,
5 a 7,5mg/kg
glossite e
de bactrim a cada Não utilizar em
estomatite
8 horas pacientes com
Sulfametoxazol Nefropatia
VO ou EV ClCr 10 - 29: 5 deficiência de
-trimetoprim Hipercalemia
a 10mg/kg G6PD pelo risco
Hipersensibilidade
a cada 12 horas de hemólise
Toxicidade
ClCr < 10: não se
hematológica
recomenda utilizar
Hepatite colestática
Tetraciclinas
Via de Efeitos
Antibiótico Ajuste para função renal
aplicação adversos
Hipersensibilidade
ClCr 10-50: 250 a 500mg
Sintomas gastrointestinais
a cada 8 a 12 horas
Tetraciclina VO Alterações de pele
ClCr < 10: 250 a 500mg
Escurecimento dos dentes
a cada 24 horas
em crianças
Hipersensibilidade
Sintomas gastrointestinais
Doxiciclina VO Alterações de pele Não é necessário
Escurecimento dos dentes
em crianças
Índice 37
Glicopeptídeos
Hipersensibilidade
Flebite ClCr 10-50: 6mg/kg
Não penetra
Nefrotoxicidade a cada 48 horas
Teicoplanina IM ou EV na barreira
Ototoxicidade ClCr < 10: 6mg/kg
hematoencefálica
Trombocitopenia a cada 72 horas
e trombocitose
Síndrome do
ClCr 10-50: 1g a
homem vermelho
cada 24 - 96 horas
Hipersensibilidade
ClCr < 10: 1g a
Flebite
Vancomicina IM, EV ou VO cada 4 a 7 dias
Nefrotoxicidade
*Monitorizar
Ototoxicidade
nível sérico de
Trombocitopenia
vancomicina
e trombocitose
Nitroimidazólicos
Sintomas
gastrointestinais
Gosto metálico
na boca
Urina de coloração
escura Não deve ser
Hipersensibilidade ClCr < 10: 250mg associado com
Metronidazol VO ou EV
Ginecomastia a cada 8 horas álcool, pelo efeito
Neuropatia dissulfiram-like
periférica
Pancreatite
Convulsões,
encefalopatia
e ataxia
Índice 38
Via de Efeitos Ajuste para Considerações
Antibiótico
aplicação adversos função renal especiais
Gosto metálico
Sintomas Não deve ser
gastrointestinais associado com
Tinidazol VO Não é necessário
Candidíase álcool, pelo efeito
vulvovaginal dissulfiram-like
Hipermenorreia
Reações de
hipersensibilidade Não deve ser
cutânea associado com
Benznidazol VO Não é necessário
Perda de peso álcool, pelo efeito
Sintomas dissulfiram-like
gastrointestinais
Polimixinas
Mecanismo de ação = interferem na permeabilidade seletiva da membrana
citoplasmática bacteriana.
Irritação local
Fraqueza, sonolência,
parestesia
e visão turva
Parada respiratória e
Ajuste para Não penetra
bloqueio neuromuscular
Polimixina B IM ou EV função renal é bem no sistema
Febre e cefaleia
questionável. nervoso central
Pescoço rígido
Hipersensibilidade
Nefrotoxicidade,
hipocalemia
e hiponatremia
Irritação local
Fraqueza, sonolência,
parestesia e visão turva ClCr 10-50:
Parada respiratória e 1,5 a 2,5mg/kg
bloqueio neuromuscular a cada 24 horas Não penetra bem
Colistina IM ou EV Febre e cefaleia ClCr < 10: 1mg/kg/dia no sistema
Pescoço rígido divididos nervoso central
Hipersensibilidade a cada 12 horas
Nefrotoxicidade,
hipocalemia e
hiponatremia
Índice 39
Clindamicina
Fosfomicina
Cloranfenicol
Daptomicina
Índice 40
hipertensão/hipotensão, aumento de transaminases, aumento de CPK, cefaleia
e insônia.
• Ajuste para função renal = ClCr < 30: 4 a 6 mg/kg a cada 48 horas.
Tigeciclina
Linezolida
Antifúngicos
Azólicos
Via de Efeitos
Antifúngico Ajuste para função renal
administração adversos
Sintomas gastrointestinais
Cefaleia
Miconazol Tópico Não é necessário
Raramente aumento
de transaminases
Índice 41
Via de Efeitos
Antifúngico Ajuste para função renal
administração adversos
Sintomas gastrointestinais
Cefaleia
Cetoconazol VO e tópico Não é necessário
Raramente aumento
de transaminases
Sintomas gastrointestinais
Cefaleia
Raramente aumento ClCr < 50: 50%
Fluconazol VO e EV
de transaminases da dose
Prolongamento
do intervalo QT
Descompensação de
insuficiência cardíaca
Sintomas gastrointestinais
Reações de ClCr < 10: 50%
Itraconazol VO
hipersensibilidade da dose
Hipertrigliceridemia
e hipocalemia
Aumento de transaminases
Hipercalemia
Reações de
hipersensibilidade
Aumento de transaminases
ClCr < 50: não utilizar
Voriconazol VO ou EV e fosfatase alcalina
formulação EV
Hipertensão
Epistaxe
Nefrotoxicidade
Distúrbios visuais
Poliênicos
Via de Efeitos
Antifúngico Ajuste para função renal
administração adversos
Reações de
Nistatina Tópica hipersensibilidade Não é necessário
Dermatite de contato
Nefrotoxicidade (necrose
tubular aguda)
Hepatotoxicidade
Cardiotoxicidade
Anfotericina Sensação de queimadura
EV Não é necessário
desoxicolato plantar (rara)
Convulsões, náuseas,
vômitos e gastrenterite
hemorrágica
Anemia hemolítica
Índice 42
Via de Efeitos
Antifúngico Ajuste para função renal
administração adversos
Nefrotoxicidade
Anfotericina
Hepatotoxicidade
complexo EV Não é necessário
Cardiotoxicidade
lipídico
Anemia hemolítica
Nefrotoxicidade
Anfotericina Hepatotoxicidade
EV Não é necessário
lipossomal Cardiotoxicidade
Anemia hemolítica
Equinocandinas
Via de Efeitos
Antifúngico Ajuste para função renal
administração adversos
Reações de
Caspofungina EV hipersensibilidade Não é necessário
Sintomas gastrointestinais
Reações de
Anidulafungina EV hipersensibilidade Não é necessário
Sintomas gastrointestinais
Reações de
Micafungina EV hipersensibilidade Não é necessário
Sintomas gastrointestinais
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das
Clínicas - FMUSP. Insuficiência renal. In: Guia de utilização de anti-infecciosos
e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 223 - 227
Melo VV, Duarte IP, Soares AQ. Guia Antimicrobianos: UFG. 1ª ede. Goiânia; 2012.
Índice 43
Tobramycin (systemic): Drug Information. UptoDate.
Índice 44
45
Conceitos gerais
Bacteriúria assintomática
• Como tratar? antibiótico guiado pelo antibiograma por 5 dias. Pode ser em
dose única ou por 3 a 5 dias, sendo guiado pelo antibiograma.
Cistite
• Diagnóstico:
• Gestantes: realizar urina I e urocultura.
• Mulheres não gestantes: o diagnóstico é clínico, sem necessidade
de exames complementares.
• Homens: realizar urina I, urocultura e exame da próstata (suspeitar de ITU
complicada).
Pielonefrite
Índice 46
Características / Etiologia
Agentes etiológicos mais comuns
• Escherichia coli
• Klebsiella sp
• Pseudomonas sp
• Staphylococcus sp
• Streptococcus sp
• Haemophilus sp
• Enterobactérias
Tratamento
Tratamento Tratamento
Infecção Tempo de tratamento
recomendado alternativo
Norfloxacino 400mg
Gestantes: 7 dias, com urina I
12 em 12 horas
e urocultura de controle
Sulfametoxazol- Ácido nalidíxico 500mg após 2 a 4 semanas
trimetropim 6 em 6 horas
Cistite
800/160mg Nitrofurantoína 100mg Mulher não gestante: 3 dias
12 em 12 horas
6 em 6 horas
Homem: 7 dias
Fosfomicina 3g de po
diluivel em dose unica VO.
Ciprofloxacino
400mg IV ou 14 dias
500mg VO Gentamicina 5mg/kg/dia
Pielonefrite 12 em 12 horas Pielonefrite sem complicações
Amicacina 15mg/kg/dia
Ceftriaxone 1 g IV - considerar 7 dias;
12 em 12 horas
> 35 anos:
Ciprofloxacino
500mg VO 12
em 12 horas OU > 35 anos: Ceftriaxone 1 g
ofloxacino 200mg IV ou IM 12 em 12 horas OU
VO 12 em 12 horas sulfametoxazol-trimetoprim
Epididimite 800/160mg 12 em 12 horas 10 dias
< 35 anos:
Ceftriaxone < 35 anos: ofloxacino
500mg IM dose 200mg VO 12 em 12 horas
única E doxiciclina
100mg 12 em
12 horas
Índice 47
Tratamento Tratamento
Infecção Tempo de tratamento
recomendado alternativo
Ciprofloxacino
500mg VO 12
Orquite em 12 horas Ceftriaxone 1 g IV ou IM
10 dias
bacteriana 12 em 12 horas
Ofloxacino 200mg
VO 12 em 12 horas
Não complicada:
Não complicada:
Ciprofloxacino
Ceftriaxone 1g IV ou
500mg VO 12
IM 12 em 12 horas OU
em 12 horas OU
sulfametoxazol-trimetoprim
ofloxacino 200mg
800/160mg 12 em 12 horas
Prostatite VO 12 em 12 horas
bacteriana 4 semanas
Complicada: Ceftriaxone
aguda Complicada:
1 g IV ou IM 12 em 12 horas
Ciprofloxacino
E gentamicina 80mg IV
200mg IV 12
8 em 8 horas, completando
em 12 horas OU
com ciprofloxacino 500mg
ofloxacino 200mg
VO 12 em 12 horas
IV 12 em 12 horas
Ciprofloxacino
500mg VO 12
Prostatite
em 12 horas Cotrimoxazol 800/160mg
bacteriana 6 semanas
VO 12 em 12 horas
crônica
Ofloxacino 200mg
VO 12 em 12 horas
Prostatite
Se não houver resposta:
crônica/
Ofloxacino 200mg ceftriaxone 125mg IM dose
síndrome da 6 semanas
VO 12 em 12 horas única E doxiciclina 100mg
dor pélvica
VO 12 em 12 horas por 7 dias
crônica
Considerações especiais
Infecção de trato urinário recorrente
• Profilaxia:
• Relacionada com coito: sulfametoxazol-trimetoprim 800/160mg VO
dose única após o coito.
• Não relacionada com coito:
• Sulfametoxazol-trimetoprim 400/80mg VO 1 vez ao dia por 6 meses
a 1 ano.
• Nitrofurantoína 100mg VO 1 vez ao dia por 6 meses a 1 ano.
• Norfloxacino 200mg VO 1 vez ao dia por 6 meses a 1 ano.
Índice 48
Infecção em pacientes com sonda vesical
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 102 - 104
Índice 49
Conceitos gerais
Amigdalite bacteriana - quando indicar antibiótico
Ausência de tosse +1
Centor
Adenopatia cervical anterior +1
3 a 14 anos +1
≥ 45 anos -1
Tabela 1 – Probabilidade de Faringite por Streptococcus Pyogenes segundo critérios de Centor e McIsaac -
acesso em https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-da-incidencia-dos-germes
Índice 50
Otite média aguda - quando indicar antibiótico
• Menores de 6 meses.
• Crianças de 6 a 24 meses com febre alta (>39ºC) ou dor intensa.
• Crianças maiores de 24 meses com febre alta (>39ºC) e/ou dor intensa ou
persistência de sintomas por mais de 48 a 72 horas.
• Crianças com doenças que predispõem a otite média aguda: fenda palatina,
síndrome genética e imunodeficiência.
• Adultos: todos devem receber antibioticoterapia.
Características / Etiologia
Agentes etiológicos mais comuns: os agentes mais comuns
das infecções de vias aéreas superiores são os vírus, que não
devem ser tratados com antibioticoterapia
• Streptococcus pneumoniae.
• Haemophilus influenzae.
• Moraxella catarrhalis.
Tratamento
Penicilina benzatina
1,2 milhões UI IM Penicilina benzatina:
dose única < 30 kg: 600 mil UI IM
dose única
Em caso de não resposta:
Amoxicilina 500mg > 30 kg: 1,2 milhões UI
VO 8 em 8 horas IM dose única
Amoxicilina-clavulanato
por 10 dias
500/125mg
Amigdalite Amoxicilina 50 a 90mg/
8 em 8 horas
Penicilina V 500mg kg/dia VO 12 em 12 horas
ou 875/125mg
VO 12 em 12 horas por 10 dias
12 em 12 horas
por 10 dias
Penicilina V 25 a 50mg/
Claritromicina 250mg kg/dia 12 em 12 horas
VO 12 em 12 horas por 10 dias
por 10 dias
Índice 51
Tratamento Tratamento Considerações
Infecção
adultos crianças especiais
Amoxicilina 500 mg
VO 8 em 8 horas
por 5 a 7 dias
Em caso de não resposta:
Claritromicina 250mg
Amoxicilina 50 a 90mg/ Amoxicilina-clavulanato
Otite média VO 12 em 12 horas
kg/dia VO 12 em 500/125 mg 8 em 8 horas
aguda por 5 a 7 dias
12 horas por 5 a 7 dias ou 875/125mg
12 em 12 horas
Azitromicina 500 mg
VO 1 vez ao dia
por 5 a 7 dias
Amoxicilina 500mg
VO 8 em 8 horas
por 7 a 10 dias
Em caso de não resposta:
Claritromicina 250mg Amoxicilina 50 a 90mg/
Sinusite aguda VO 12 em 12 horas kg/dia VO 12 em 12 horas Amoxicilina-clavulanato
por 7 a 10 dias por 5 a 7 dias 500/125mg 8 em 8 horas ou
875/125mg 12 em 12 horas
Azitromicina 500mg
VO 1 vez ao dia
por 5 a 7 dias
Considerações especiais
Otite externa maligna
Imagem 1. Otite externa maligna. Fonte: Rodrigues J, et al.. Otite externa maligna: um caso com evolução
incomum. Braz J Otorhinolaryngol; 1999
Índice 52
• Definição: infecção necrotizante do canal auditivo.
• Tratamento:
• Empírico: ciprofloxacino 400mg IV 8 em 8 horas por 3 semanas seguido
de ciprofloxacino 500mg VO 12 em 12 horas por mais 3 a 5 semanas.
• Sempre biopsiar e enviar material para cultura, guiando-se pelo
resultado do antibiograma para tratamento.
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 72 - 73
Conceitos gerais
Pneumonia comunitária
Índice 53
• 0 - 1 pontos: ambulatorial
• 2 pontos: internação hospitalar em enfermaria
• ≥ 3 pontos: internação hospitalar, considerar UTI
• PSI PORT
Características / Etiologia
Patógenos mais comuns no adulto
• Streptococcus pneumoniae
• Mycoplasma pneumoniae
• Chlamydophila pneumoniae
Índice 54
• Haemophilus influenzae
• Legionella spp.
• Bacilos gram-negativos
• < 21 dias:
• Estreptococo do grupo B
• Bactérias gram-negativas entéricas
• Citomegalovírus
• Listeria monocytogenes
• 21 dias a 3 meses:
• Chlamydophila trachomatis
• Vírus sincicial respiratório
• Parainfluenza tipo 3
• Streptococcus pneumoniae
• Staphylococcus aureus
• 4 meses a 4 anos:
• Vírus sincicial respiratório, parainfluenza, influenza, adenovírus e rinovírus
• S. pneumoniae
• H. influenzae
• Mycoplasma pneumoniae
• Mycobacterium tuberculosis
• > 5 anos:
• M. pneumoniae
• C. pneumoniae
• S. pneumoniae
• M. tuberculosis
Situações especiais
Índice 55
Tratamento
Tratamento no adulto
Amoxicilina 1g VO 8 em 8 horas
5 a 7 dias
Azitromicina 500mg VO 1 vez ao dia *a azitromicina
Ambulatorial
pode ser
(grupos I e II)
Claritromicina 500mg VO 12 em 12 horas utilizada
por 3 dias
Levofloxacina 500 a 750mg VO 1 vez ao dia
Tratamento na criança
Amoxicilina 50 a 100mg/kg/dia
Ambulatorial 5 a 7 dias
Se ausência de resposta em 48 a 72 horas,
considerar macrolídeos
Índice 56
Considerações especiais
Cobertura para MRSA
• Quando?
• Cocos gram-positivos no Gram do escarro, ou colonização conhecida
por MRSA.
• Fatores de risco para colonização: doença renal em estágio terminal,
participantes de esportes de contato, uso de drogas injetáveis, pessoas
vivendo em condições de aglomeração, homens que fazem sexo com homens
e população carcerária.
• Influenza recente.
• Terapia antimicrobiana (particularmente com fluoroquinolona)
nos três meses anteriores.
• Pneumonia necrosante ou cavitária ou presença de empiema.
• Como?
• Vancomicina 20 a 35mg/kg de ataque seguido de 15 a 20mg/kg IV,
de 8 em 8 horas ou 12 em 12 horas.
• Linezolida 600mg IV, de 12 em 12 horas.
• Quando:
• Anormalidades estruturais pulmonares: bronquiectasia e DPOC.
• Uso frequente de antimicrobianos ou glicocorticóides.
• Bacilos gram-negativos vistos na coloração de Gram no escarro.
• Como?
• Piperacilina-tazobactam 4.5 g IV, 6 em 6 horas OU.
• Imipenem 500 mg IV, 6 em 6 horas OU.
• Meropenem 1 g IV, 8 em 8 horas OU.
• Cefepime 2 g IV, 8 em 8 horas .
• Levofloxacina 750mg IV, 1 vez ao dia.
Índice 57
acerca de pneumonia adquirida na comunidade, que não era atualizado desde
2007! Dentre as novidades, está a avaliação do uso de terapia imunomoduladora
e glicocorticóides para PAC grave com necessidade de internação em UTI - a
conclusão é que o papel da terapia ainda é limitado e deve ser individualizado,
sem recomendação formal para o uso!
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 87 - 91
Conceitos gerais
Abdome agudo
• Apendicite aguda
• Quadro clínico: dor abdominal que pode se iniciar em região periumbilical
e se localiza em fossa ilíaca direita.
• Diagnóstico: clínico (em homens jovens com quadro típico não
há necessidade de exame de imagem) + tomografia de abdome.
• Complicações: perfuração e abscesso.
Índice 58
• Diverticulite
• Quadro clínico: dor abdominal mais comumente em fossa ilíaca esquerda.
• Diagnóstico: clínico + tomografia de abdome.
• Complicações: perfuração e abscesso.
• Colecistite aguda:
• Quadro clínico: dor em cólica em hipocôndrio direito.
• Diagnóstico: clínico + ultrassonografia de abdome.
• Complicações: perfuração e colangite
• Colangite:
• Quadro clínico: tríade de Charcot - dor em cólica em hipocôndrio direito, febre
e icterícia.
• Diagnóstico: clínico + ultrassonografia de abdome/exame de imagem
de vias biliares.
• Complicações: colangite grave, com sinais de choque (hipotensão,
rebaixamento do nível de consciência).
• Pancreatite aguda:
• Quadro clínico: dor abdominal em barra em andar superior de abdome,
com irradiação para o dorso.
• Diagnóstico: presença de 2 dos seguintes:
• Quadro clínico (dor abdominal típica).
• Aumento de lipase e amilase > 3 vezes o limite superior da normalidade.
• Tomografia de abdome.
• Complicações:
• SIRS e sinais de choque.
• Pseudocisto pancreático.
• Necrose pancreática: pode infectar.
• Quando indicar antibiótico? apenas em casos de necrose pancreática
infectada! Seja por diagnóstico de confirmado por cultura ou por alta suspeita
clínica (necrose com presença de gás na tomografia ou paciente que vinha
em melhora e piora/não apresenta melhora no 7º ao 10º dia).
Índice 59
Características / Etiologia
Abdome agudo
• Enterobactérias.
• Enterococcus spp. - fatores de risco?
• Presença de cocos gram positivos na cultura.
• Coleção intrabdominal.
• Peritonite terciária.
• Prótese valvar ou intrasvascular ou valvopatia.
• Anaeróbios.
• Pseudomonas aeruginosa: casos de colangite.
Diarreia aguda
Tratamento
Abdome agudo
Tempo de
Diagnóstico Esquema sugerido
tratamento
Apendicite
Cefoxitina 2 g IV de ataque seguido
edematosa ou 24 horas
de 1 g IV 6 em 6 horas
úlcero-flegmonosa
Índice 60
Tempo de
Diagnóstico Esquema sugerido
tratamento
Cefepime 2g IV 8 em 8 horas
Até 72 horas
Opções: sem febre e com
Colangite Ceftriaxone 1 g IV 12 em 12 horas + leucograma normal
Metronidazol 500 mg IV 8 em 8 horas; E desobstrução
da via biliar
Piperacilina-Tazobactam 4,5 g IV 6 em 6 horas
Diarreia aguda
7 a 10 dias em
Ciprofloxacino 500mg VO 12 em 12 horas
Salmonella imunocompetentes
não typhi 14 dias em
Ceftriaxone 1 a 2 g IV 1 vez ao dia
imunodeprimidos
3 dias se uso
Azitromicina 500mg VO 1 vez ao dia de azitromicina
Campylobacter
Eritromicina 500mg VO 6 em 6 horas 5 a 7 dias se uso
de eritromicina
Índice 61
Parasitoses intestinais
Formas assintomáticas:
Etofamida 500mg 2 vezes ao dia por 3 dias
Teclosan 100mg 3 vezes ao dia por 5 dias
Índice 62
Agente Esquema sugerido
Considerações especiais
Peritonite bacteriana espontânea
Índice 63
• Não complicada:
• Ceftriaxone 1 g IV 12 em 12 horas por 5 dias.
• Ciprofloxacino 500mg VO 12 em 12 horas por 5 dias - evitar se paciente em
uso de profilaxia com norfloxacino.
Colite pseudomembranosa
Índice 64
que as equipes adotassem as medidas de precaução de isolamento
(lembrando que infecção por Clostridiodes é indicação de precaução de contato)
de forma rígida. No entanto, fica a mensagem de que elas de fato funcionam
e é possível prevenir, sim, a infecção!
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 17 - 18, 40 -
41, 47, 75 - 79.
Lamont JD, Bakken JS, Kelly CP. Clostridioides difficile infection in adults:
Epidemiology, microbiology, and pathophysiology. Uptodate; jul 2021.
Lamont JD, Bakken JS, Kelly CP. Clostridioides difficile infection in adults:
Treatment and prevention. Uptodate; aug 2021.
Conceitos gerais
Impetigo
Índice 65
• Ectima: forma ulcerativa.
Celulite
Imagem 2. Celulite. Valiati LS, Corrêa NC, Geist JGB, Campos LCE. Celulite e Erisipela
Erisipela
Índice 66
Imagem 3. Erisipela. Valiati LS, Corrêa NC, Geist JGB, Campos LCE. Celulite e Erisipela
Infecções necrotizantes
Características / Etiologia
Impetigo
• Streptococcus do grupo A.
• S. aureus.
Celulite
• Streptococcus pyogenes do grupo A.
• S. aureus.
Erisipela
• Streptococcus do grupo A, G, C, B.
• Raramente S. aureus.
Índice 67
Infecções necrotizantes
• Celulite clostrídia: Clostridium perfringens.
• Gangrena gasosa: C. perfringens, C. histolyticum, C. septicum.
• Celulite anaeróbia não clostrídia: flora mista aeróbia e anaeróbia.
• Fasceíte necrotizante: flora mista anaeróbia, gram negativos, enterococo e
Streptococcus do grupo A (fasceíte necrotizante tipo 2).
Tratamento
Doença Tratamento de escolha Tratamento alternativo
Claritromicina 500 mg VO
12 em 12 horas por 5 dias
Impetigo Cefalexina 1 g VO 6 em 6 horas por 7 dias
Azitromicina 500 mg VO 1 vez
ao dia por 5 dias
Síndrome de Fournier:
Origem comunitária:
Clindamicina 900 mg IV
Clindamicina 900mg IV 8 em 8 horas
8 em 8 horas + gentamicina
+ penicilina cristalina 3.000.000 UI IV
240mg/dia ou ceftriaxone
4 em 4 horas
Infecção 1 g IV 12 em 12 horas
necrotizante
Origem hospitalar:
Origem hospitalar:
Vancomicina 1 g IV 12 em 12 horas
Vancomicina 1 g IV 12 em
+ amicacina 1 g IV 1 vez ao dia +
12 horas + Meropenem 1 g IV
metronidazol 500mg IV 8 em 8 horas
8 em 8 horas
Considerações especiais
Infecção do pé diabético
• Classificação:
• Leve: 2 ou mais manifestações inflamatórias (pus, eritema, dor, calor, aumento
da sensibilidade e empastamento), celulite ou eritema ao redor da úlcera,
limitada à pele e subcutâneo. Sem complicações locais ou acometimento
sistêmico.
• Moderada: celulite >= 2 cm, linfangite, extensão à fáscia, abscessos, gangrena,
envolvimento de músculos, tendões, articulações e ossos.
• Grave: toxemia e instabilidade.
Índice 68
• Propedêutica:
• Colher culturas antes de iniciar antibiótico: cultura do local e hemocultura.
• Agentes:
• Streptococcus beta-hemolítico.
• S. aureus.
• Enterobactérias: úlcera crônica e com uso prévio de antibiótico.
• Pseudomonas aeruginosa: úlcera úmida.
• Fungos: raro, relacionada a uso prolongado de antibiótico prévio.
• Anaeróbios: gangrena e necrose.
• Terapia empírica:
Índice 69
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 80 - 84
Conceitos gerais
Diagnóstico etiológico
Índice 70
Características / Etiologia
Meningite bacteriana
• Adultos:
• Pneumococo.
• Meningococo.
• S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii pós
traumatismo cranioencefálico, neurocirurgia ou DVE.
• Listeria monocytogenes: gestantes, adultos > 50 anos e portadores de HIV.
• Crianças:
• < 1 mês: Streptococcus do grupo B, E. coli e Listeria monocytogenes.
• 2 meses a 5 anos: meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae.
• > 5 anos: meningococo e pneumococo.
Tratamento
Meningite bacteriana
Faixa etária/
Esquemas recomendadosr
circunstância clínica
Índice 71
Faixa etária/
Esquemas recomendados
circunstância clínica
Considerações especiais
Meningoencefalite herpética
• Quadro clínico:
• Alteração do estado mental e do nível de consciência.
• Alterações de comportamento: hipomania, amnésia, psicose.
• Febre.
• Convulsões.
• Sinais focais e acometimento de nervos cranianos.
• Diagnóstico:
• PCR para HSV-1 no líquor.
• Ressonância magnética de encéfalo: hipersinal e edema em lobo temporal.
imagem 1. Ressonância magnética de um caso de meningoencefalite herpética. Fonte: Santa LM, Valada-
res EJA, Rosa-Júnior M. Diagnóstico diferencial das lesões com hipersinal em T2 e FLAIR que acometem o
lobo temporal: ensaio iconográfico. Radiol Bras; mar/abr 2020.
• Tratamento:
• Aciclovir 10 mg/kg IV 8 em 8 horas por 14 a 21 dias.
Índice 72
FIQUE POR DENTRO!
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 60 - 64.
Klein RS. Herpes simplex virus type 1 encephalitis. Uptodate; nov 2020.
Índice 73
Conceitos gerais
Pioartrite
• Mecanismos:
• Disseminação hematogênica em estados de bacteremia.
• Inoculação direta após trauma articular.
• Extensão de osteomielite.
• Quadro clínico:
• Dor articular, habitualmente monoarticular de grandes articulações.
• Eritema, edema e calor na articulação.
• Redução da amplitude de movimento articular.
• Diagnóstico:
• Necessário a punção do líquido sinovial!
• Análise de líquido sinovial.
• Cultura de líquido sinovial.
Osteomielite
• Mecanismo:
• Disseminação hematogênica em estados de bacteremia.
• Inoculação direta após trauma articular.
• Quadro clínico:
• Aguda: dor, edema e calor articular, associado a sinais sistêmicos
(febre e calafrios).
• Crônica: dor, edema e calor articular, associado a drenagem de líquido sinovial
pela articulação. Febre não costuma estar presente.
• Diagnóstico:
• Achados clínicos e radiológicos típicos (ressonância magnética é mais
precoce, radiografia para achados mais tardios) + hemoculturas positivas
com um provável patógeno típico.
• Biópsia óssea.
Índice 74
Características / Etiologia
Via hematogênica
• S. aureus
• S. Agalactiae
• E. coli
• S. pyogenes
• H. influenzae
Pós-trauma
• S. aureus
• A. baumannii
• Staphylococcus coagulase negativo
• Enterococcus faecalis
• Pseudomonas aeruginosa
• Enterococcus cloacae
Tratamento
ATENÇÃO: sempre que possível, o tratamento deve ser guiado por culturas!
Tempo de
Doença Esquema proposto
tratamento
3 a 6 meses,
sendo IV durante
Clindamicina 600mg 6 em 6 horas +
Osteomielite crônica a internação e VO
ciprofloxacino 400mg 12 em 12 horas
após a alta, guiado
por cultura
Índice 75
Considerações especiais
Osteomielite associada a fratura exposta
Até 25% das fraturas expostas complicam com osteomielite, sendo que alguns
fatores aumentam ainda mais esse risco:
Imagem 1. Classificação de Gustilo-Anderson modificada. Fonte: Paccola R. Fraturas expostas. Rev Bras
Ortop. 2001
• S. aureus.
• S. coagulase negativo.
Índice 76
• Bacilos gram-negativos.
• Anaeróbios.
• Enterococcus spp.
• Pseudomonas spp, Aeromonas spp e Vibrio spp.: relação com água.
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 71.
Goldenberg DL, Sexton DJ. Septic arthritis in adults. Uptodate; jul 2020.
Índice 77
Conceitos gerais
Sífilis
• Primária:
• Tempo de incubação: 10 a 90 dias.
• Característica da lesão: cancro duro - pápula única no local da inoculação,
indolor, que evolui para úlcera de fundo limpo, com bordas elevadas e
endurecidas.
• Outros achados clínicos: adenopatia inguinal não supurativa, móvel, indolor
e múltipla.
• Duração: o quadro persiste por 3 a 6 semanas e desaparece sozinho.
• Secundária:
• Tempo de incubação: 3 a 6 meses após a cicatrização do cancro.
• Características da lesão: máculas cutâneas eritematosas não pruriginosas
disseminadas (roséolas sifilíticas), em palmas das mãos e plantas dos pés.
Condiloma plano: quando as pápulas sofrem erosão em áreas úmidas.
• Outros achados clínicos:
• Linfadenomegalia generalizada com adenopatia epitroclear.
• Manifestação oftalmológica: uveíte.
• Manifestação neurológica: meningite, quadro isquêmico e acometimento
de pares cranianos.
• Sintomas constitucionais: mal-estar, febre baixa, cefaleia e adinamia.
• Terciária:
• Tempo de incubação: 5 a 30 anos após infecção inicial.
• Manifestações clínicas: afeta qualquer órgão com caráter destrutivo e
inflamatório.
• Distúrbios oculares: pupilas de Argyll Robertson - miose, discoria, acomoda
visão de perto e não reage à luz ou à dor.
• Sífilis cardiovascular: endarterite obliterante - aortite sintomática com
calcificações lineares da aorta ascendente.
• Gomas sifilíticas.
Índice 78
• Neurossífilis:
• Tempo de incubação: pode ocorrer em qualquer fase.
• Quando clínico:
• Meningovascular: múltiplas áreas de infarto.
• Parenquimatosa: paralisia geral progressiva e alterações de personalidade/
cognitivas.
• Tabes dorsalis: desmielinização do cordão dorsal posterior da medula, raízes
e gânglios das raízes dorsais – marcha tabética. Aparece na sífilis terciária.
• Diagnóstico
→ →
Teste Teste não-
Sífilis
treponêmico treponêmico
confirmada
reagente reagente
Na mulher é frequentemente
assintomática. No homem,
é sintomática em 90% dos casos.
Descarga purulenta discreta
Prurido, disúria, descarga uretral e disúria intermitentes.
purulenta e abundante.
Pode simular a uretrite gonocócica
Complicações: balanite, prostatite, e evoluir com complicações.
prostatite, epididimite e conjuntivite
(Síndrome uretro-conjuntivo-sinovial
ou de Reiter)
Índice 79
• Fluxograma diagnóstico:
Corrimento uretral
Laboratório de
microscopia disponível?
Sim Não
Coletar material
Tratar clamídia
para microscopia (Gram)
e gonococo
Diplococos
gram-negativos
intracelulares?
Sim Não
Índice 80
Corrimento vaginal
Microscopia disponível?
Não Sim
Não
Índice 81
Úlceras genitais
Múltiplas, Única ou
Única ou
Única Múltiplas autoinoculação Múltiplas múltipla em
múltipla
(kissing ulcers) espelho
Dolorosa
Não Sim Não Não Sim
ou não
Adenopatia Adenopatia
Adenopatia Adenopatia que
Linfono que fistuliza
inguinal não dolorosa Pseudobubão fistuliza em
domegalia em orifício
supurativa bilateral “bico de regador”
único
Características / Etiologia
Agentes implicados nas ISTs
Chlamydia tracomatis
Mycoplasma genitalium
Uretrite não gonocócica Ureaplasma urealyticum
Mycoplasma hominis
Trichomonas vaginalis
Índice 82
Donovanose Calymmatobacterium granulomatis
Tratamento
Tratamento da sífilis
Recente: primária,
Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI IM Doxiciclina 100mg VO 12
secundária ou latente
dose única em 12 horas por 15 dias
precoce
Azitromicina 1g VO DU
Não gonocócica OU
Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 7 dias
Índice 83
Tratamento do corrimento vaginal
Mesmas opções
Miconazol
do tratamento
creme a 2%,
Durante da candidíase
via vaginal, um
a gravidez, vaginal, por
aplicador cheio, Fluconazol
o tratamento deve 14 dias
à noite ao 150mg, VO,
ser realizado OU
deitar-se, dose única
somente por Fluconazol
por 7 dias OU
Candidíase via vaginal 150mg, VO,
OU Itraconazol
vulvovaginal 1xdia, dias 1,
Nistatina 100mg,
O tratamento 4 e 7, seguido
100.000 UI, 2 comprimidos,
oral está de terapia de
uma aplicação, VO, 2xdia,
contraindicado manutenção:
via vaginal, por 1 dia
na gestação fluconazol
à noite
e lactação 150mg, vo,
ao deitar-se,
1xsemana,
por 14 dias
por 6 meses
Metronidazol
Metronidazol 250mg,
2 comprimidos
250mg, Primeiro
VO, 2x dia,
2 comprimidos trimestre:
por 10 a 14 dias
VO, 2x dia, por Clindamicina
OU
7 dias 300mg, VO, 2x dia,
Metronidazol
OU por 7 dias
Clindamicina gel vaginal
Vaginose Metronidazol 300mg, VO, 100 mg/g, um
Após primeiro
bacteriana gel vaginal 2x dia, por aplicador cheio, via
trimestre:
100 mg/g, um 7 dias intravaginal
Metronidazol
aplicador cheio 1x dia por
250mg,
via vaginal, 10 dias, seguido
1 comprimido
à noite ao de tratamento
VO, 3x dia,
supressivo com
deitar-se, por 7 dias
duas aplicações
por 5 dias semanais, por
4 a 6 meses
Metronidazol Metronidazol
400mg,
400mg, 5
5 comprimidos,
comprimidos, VO, dose única
VO, dose única (dose total de
(dose total de tratamento 2g)
tratamento 2g), OU
Tricomoníase VO, dose única Metronidaz
OU ol 400mg, 1
Metronidazol comprimido, VO,
250mg 2x dia, por 7 dias
2 comprimidos OU
VO, 2x dia, Metronidazol 250mg,
1 comprimido, VO,
por 7 dias
3x dia, por 7 dias
Índice 84
Tratamento das úlceras genitais
Doença Tratamento
Doxiciclina 1g VO DU.
Ciprofloxacino 500mg VO 12/12h por 3 dias.
Cancro mole
Eritromicina 500mg VO 6/6h por 7 dias.
Ceftriaxone 250mg IM DU.
Considerações especiais
Doença inflamatória pélvica (DIP)
• Quadro clínico:
• Dor em hipogástrio e fossas ilíacas.
• Febre.
• Corrimento vaginal purulento.
• Diagnóstico:
• 3 critérios maiores + 1 menor.
• 1 critério elaborado.
Critérios maiores
Dor no hipogástrio
Índice 85
Critérios menores
Massa pélvica
Critérios elaborados
• Agentes:
• Chlamydia trachomatis.
• Neisseria gonorrhoeae.
• Bactérias facultativas anaeróbias.
• Outros microrganismos.
• Complicações:
• Endometrite.
• Anexite, salpingite, miometrite, ooforite, parametrite, pelviperitonite.
• Abscesso tubo ovariano.
• Infertilidade.
• Tratamento:
• Ambulatorial:
• Cefotaxima 500mg IM dose única + Ceftriaxona 500mg IM dose única +
Doxiciclina 100mg .
• 1 comprimido VO 2xdia por 14 dias.
• Cefotaxima 500mg IM dose única + Doxiciclina 100mg 1 comprimido
VO 2xdia, por 14 dias + Metronidazol 250mg 2 comprimidos VO
2xdia por 14 dias.
Índice 86
• Hospitalar:
• Cefoxitina 2g IV 4xdia, por 14 dias + Doxiciclina 100mg 1 comprimido, VO
2xdia por 14 dias.
• Clindamicina 900mg IV 3xdia por 14 dias + Gentamicina (IV ou IM): dose de
ataque 2mg/kg; dose de manutenção: 3-5 mg/kg/dia por 14 dias.
• Ampicilina/sulbactam 3g IV, 4xdia, por 14 dias + Doxiciclina 100mg 1
comprimido VO 2xdia por 14 dias.
A sífilis é uma das doenças mais antigas de que se tem conhecimento. Há relatos
do século XV do diagnóstico da patologia! Após o advento da penicilina, parecia
que a doença finalmente iria ficar sob controle. E ficou por um tempo… no entanto,
atualmente, vivemos uma explosão de casos de sífilis, uma verdadeira epidemia -
não apenas no Brasil, mas também na Europa e nos Estados Unidos. Os números
atingiram níveis que não eram vistos há mais de 20 anos e deixou autoridades
(incluindo OMS e o Ministério da Saúde Brasileiro) em alerta. Diante do aumento
de casos, no início de 2020 foi publicado um artigo de revisão no New England
Journal of Medicine intitulado The Modern Epidemic of Syphilis.
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 52.
Ghanem KG, Ram S, Rice PA. The Modern Epidemic of Syphilis. N Engl J Med;
2020.
Índice 87
Conceitos gerais
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
• Diagnóstico:
• Imunoensaio de 3ª ou 4ª geração negativo = não reagente.
• Imunoensaio de 3ª ou 4ª geração positivo → teste molecular (imunoblot,
western blot) → positivo → nova coleta para confirmar → positiva = reagente.
• 2 testes rápidos de fabricantes diferentes positivos.
Índice 88
Primeira linha Tenofovir 300mg + lamivudina 300mg + dolutegravir 50mg 1xd
Coinfecção Tuberculose
HIV com critérios
de gravidade:
• CD4 < 100 céls/mm3
• Outra infecção
Tenofovir 300mg + lamivudina 300mg 1xd
oportunista
+ raltegravir 400mg 12/12h
• Internação
hospitalar/doença
grave
• Tuberculose
disseminada
Cefaleia
Inibidor da transcriptase reversa
Tenofovir (TDF) Osteoporose
análogo de nucleosídeo.
Nefrotoxicidade
Cefaleia
Inibidor da transcriptase reversa Náuseas e diarreia
Lamivudina (3TC)
análogo de nucleosídeo. Neutropenia
Pancreatite
Insônia
Cefaleia
Dolutegravir (DLG) Inibidor de integrase. Aumento da creatinina sem
redução da taxa de filtração
glomerular.
Índice 89
Medicação Classe Efeitos colaterais
Reações de hipersensibilidade
Inibidor da transcriptase reversa
Abacavir (ABC) Usar com cautela em pessoas
análogo de nucleosídeo. com alto risco cardiovascular.
Características / Etiologia
Infecções oportunistas
• Pulmonares
• Bacterianas
• Streptococcus pneumoniae.
• Haemophilus influenzae.
• Bacilos Gram-negativos .
• (P. aeruginosa, K. pneumoniae).
• Staphylococcus aureus.
• Fúngicas
• Pneumocystis jiroveci.
• Cryptococcus neoformans.
• Histoplasma capsulatum.
• Candida spp.
• Aspergillus spp.
• Micobactérias
• Mycobacterium tuberculosis.
• Complexo Mycobacterium avium .
• Outras micobactérias.
• (Mycobacterium kansasii).
• Vírus
• Citomegalovírus.
• Herpes simples.
• Neurológicas
• Bacterianas
• S. pneumoniae.
• Treponema pallidum.
Índice 90
• Fúngicas
• Cryptococcus neoformans.
• Histoplasma capsulatum.
• Mycobacterium tuberculosis
• Vírus
• Vírus JC.
• CMV.
• Herpes simplex.
• Vírus da Varicela Zoster.
• HIV (Complexo Demência Aids).
• Protozoários
• Toxoplasma gondii.
• Trypanossoma cruzi.
• Gastrointestinais
• Fúngicas
• Candida spp.
• Histoplasma capsulatum.
• Vírus
• Citomegalovírus.
• Herpes simplex.
• HIV.
• Protozoários
• Cripotosporidio.
• Isospora.
Índice 91
Tratamento
Tratamento das principais infecções oportunistas
Rifampicina + isoniazida+
pirazinamida + etambutol dose
fixa combinada por 2 meses
seguido de rifampicina
+ isoniazida por 4 meses.
Índice 92
Doença Apresentação Tratamento
Anfotericina B 0,7mg/Kg/dia
+ 5-flucitosina 25mg/Kg/dia
por 2 semanas seguido de
fluconazol 400mg a 800mg/dia
por 8 semanas.
CD4 < 100 cél/mm3
Criptococose
Meningite subaguda Obs: Na indisponibilidade
da 5-flucitosina, a alternativa
é utilizar o Fluconazol, na dose
de 800-1200 mg/dia, nas primeiras
2 semanas
Trato gastrointestinal:
úlcera profunda e extensa Ganciclovir 5mg/kg a cada
doze horas, por 14 a 21 dias.
Citomegalovirose Retina: escotomas, redução
Foscarnet 60mg/kg a cada oito
da acuidade visual e, horas ou 90mg/ kg a cada
menos frequentemente, 12 horas, por 14 a 21 dias.
perda visual súbita.
Índice 93
Considerações especiais
TARV na gestante
Sim
CV indetectável?
Sim Não
Avaliar adesão,
O esquema contém dolutegravir?
interações medicamentosas
e solicitar genotipagem
Sim Não
Avaliar idade
gestacional Manter esquema
Índice 94
Gestante vivendo com HIV
Não
Genotipagem sem
mutação para ITRNN? Contraindicação ao DTG?
Imagem 1. TARV em gestantes: Fonte: Ministério da Saúde Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais
Índice 95
FIQUE POR DENTRO!
Referências Bibliográficas
Ministério da Saúde. PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA
MANEJO DA INFECÇÃO PELO HIV EM ADULTOS; 2018
Índice 96
Conceitos gerais
Neutropenia febril
• Definição:
• Febre >= 37,8ºC.
• Neutrófilos < 500/mm3 ou entre 500 a 1000/mm3 com tendência de queda.
• Exames iniciais:
• Hemograma.
• Ureia/creatinina.
• Radiografia de tórax.
• 2 pares de hemoculturas.
• Urocultura, se sintomas urinários.
• Cultura de qualquer outro potencial sítio de infecção.
Índice 97
Critérios de proteção Pontuação
Imagem 1. Escore Mascc. Adaptado de Belesso M, et al..Triagem para o tratamento ambulatorial da neutro-
penia febril. Rev. Bras. Hematol. Hemoter; 2010
Características / Etiologia
Bactérias:
• E. coli.
• Klebsiella spp.
• Enterobacter spp.
• Pseudomonas aeruginosa.
• Citrobacter spp.
• Acinetobacter spp.
• Stenotrophomonas maltophila.
• S. aureus.
• Staphylococcus coagulase negativo.
• Enterococcus spp.
• Streptococcus viridans.
• S. pneumoniae.
• S. pyogenes.
• Clostridioides difficile.
Fungos:
• Aspergillus spp.
• Candida spp.
Vírus:
• Herpes vírus.
• Citomegalovírus.
• Varicela zóster.
• Epstein-barr.
• Influenza e parainfluenza.
• Vírus sincicial respiratório.
• Enterovírus.
Índice 98
Relacionados a neoplasias específicas
• Linfomas:
• Listeria monocytogenes.
• Salmonella spp.
• Cryptococcus neoformans.
• Mycobacterium tuberculosis..
Tratamento
Fluxograma de tratamento da neutropenia febril
Neutropenia febril diagnosticada
Iniciar cefepime ou
piperaciclina-tazobactam
Avaliar necessidade
de vancomicina*
Reavaliar em 48 a 72h
e ajustar antimicrobiano Reavaliação em 72h
conforme cultura
Estável Instável
Índice 99
Quando indicar vancomicina:
• Instabilidade hemodinâmica.
• Mucosite.
• Infecção de cateter.
• Infecção de partes moles.
• Profilaxia com quinolona prévia.
• Colonização prévia ou hemocultura com isolamento de coco gram positivos.
• Pneumonia documentada.
Tempo de tratamento:
• Foco definido e agente isolado: de acordo com foco e agente.
• Foco indefinido e agente não isolado: no mínimo 7 dias, com 72h estável, afebril
e com PCR em queda.
Considerações especiais
Neutropenia febril em pediatria
• Definição:
• Febre: 2 ou mais episódios > 37,8ºC ou 1 episódios > 38,5ºC.
• Neutrófilos < 1000/mm3 com perspectiva de queda.
• Antibioticoterapia inicial:
• Cefepime 50mg/kg/dose 8/8h.
• Associar vancomicina 1200 mg/m2/dia 6/6h se evidência de infecção por cocos
gram-positivos.
• Associar amicacina 15mg/kg/dia se instabilidade hemodinâmica.
• Reavaliação:
• Em 48 a 72h: checar culturas e direcionar para agente isolado.
• Se febril:
• Associar metronidazol 30mg/kg/dia 6/6h se diarreia.
• Investigar infecção fúngica invasiva.
• Considerar antivirais se infecção evidente por herpes vírus, citomegalovírus
ou varicela-zóster.
Índice 100
FIQUE POR DENTRO!
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das
Clínicas - FMUSP. Conduta em imunodeprimidos In: Guia de utilização de anti-
infecciosos e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020.
p. 152 - 157.
Índice 101
Conceitos gerais
Quadro clínico das principais síndromes febris
• Arboviroses:
Picada do
Picada do Picada do mosquito, vertical
Transmissão mosquito, vertical,
mosquito e transfusional
transfusional e sexual
Tempo de
3 a 15 dias 3 a 12 dias 3 a 7 dias
incubação
Artralgia leve a
Alterações Artralgia por Artralgia e artrite intensa
moderada de mãos
articulares até 1 semana poliarticular podendo cronificar
e pés pode ocorrer
Acometimento de
Forma Síndrome de
sistema nervoso, cardiovascular,
Quadros hemorrágica, Guillain-Barré e
renal e manifestações
graves choque e disfunções síndrome de Zika
oculares e dermatológicas
orgânicas graves congênita
graves
Índice 102
Sinais de alarme e sinais de gravidade da dengue
Sonolência ou irritação
Febre amarela
• Quadro clínico:
• Incubação de 3 a 6 dias, até 10 dias.
• Febre moderada de início abrupto, cefaleia, mal estar e tontura.
• Formas moderadas: náuseas, vômitos, bradicardia, sinal de Faget e icterícia
leve.
• Formas graves: disfunção orgânica - icterícia, hemorragias, albuminúria,
insuficiência renal, alterações cardíacas, DHE e comprometimento do SNC.
• Diagnóstico:
• MAC Elisa para detecção de IgM após o 5º dia.
• RT-PCR.
Malária
• Quadro clínico:
• Incubação de 7 a 14 dias até vários meses.
• Febre alta diária com duração de 6 a 12 horas, calafrios e sudorese.
• Cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos.
• Hepatoesplenomegalia e elevação de transaminases.
• Malária grave: prostração, alteração do nível de consciência, dispnéia,
convulsões, hipotensão ou choque, edema pulmonar, hemorragias,
hemoglobinúria, hiperpirexia e oligúria.
• Hematoma ou ruptura esplênica.
Índice 103
• Diagnóstico: exame da gota espessa ou teste rápido.
Leptospirose
• Vetor: roedores.
• Quadro Clínico
• Fase aguda:
• Dura de 4-7 dias.
• Alta bacteremia e poucos anticorpos: sorologia negativa.
• Febre Alta, mialgia (panturrilhas), diarreia, artralgia, conjuntivite.
• Diagnóstico
• Clínico/Epidemiológico.
Características / Etiologia
Agentes etiológicos das principais síndromes febris
Dengue DENV-1, 2, 3 e 4
Zika ZIKAV
Chikungunya CHIKV
Índice 104
Tratamento
Tratamento das principais síndromes febris
Doença Tratamento
Zika Suporte
Chikungunya Suporte
Casos leves:
Adultos: amoxicilina 500mg VO 8/8h por 5 a 7 dias
OU doxiciclina 100mg VO 12/12h por 5 a 7 dias.
Crianças: amoxicilina 50mg/kg/dia VO 8/8h por 5 a 7 dias.
Casos graves:
Adultos: penicilina G Cristalina 1.5 milhões UI IV 6/6 horas OU
Leptospirose
ampicilina 1 g IV 6/6h OU ceftriaxona 1 a 2 g IV 24/24h OU
Cefotaxima 1 g IV, 6/6h.
Índice 105
Manejo da dengue
Índice 106
Considerações especiais
Outras causas de síndrome febril
• Síndrome febril:
• Enteroviroses.
• Influenza e outras viroses respiratórias.
• Febre tifóide.
• Síndrome do choque:
• Meningococcemia.
• Sepse.
• Meningite por influenza B.
• Choque tóxico.
• Miocardites.
• Síndrome meníngea:
• Meningites.
• Encefalites.
Índice 107
FIQUE POR DENTRO!
Arboviroses no Brasil
Referências Bibliográficas
Ministério da Saúde. Guia prático de tratamento de malária no Brasil. 2010
Índice 108
109
Conceitos gerais
Quadro clínico
Índice 110
Diagnóstico
• RT PCR:
• Swab de nasofaringe, swab combinado nasal e orofaríngeo ou aspirado
traqueal (IOT).
• Coleta no 3º ao 5º dia de sintoma.
• Sensibilidade 86% e especificidade 96% (dados de trabalho brasileiro de
Floriano I et al.)
• Teste rápido:
• Sensibilidade 72 - 81%, segundo dados de Gremmels H, et al.
• Exames complementares:
• TC de tórax:
• Infiltrado em vidro fosco bilateral e difuso.
• Espessamento septal.
• Broncograma aéreo.
Imagem 1. Tomografia de tórax de um paciente com COVID-19 - retirada da aula PSMedway Síndrome
Gripal
Índice 111
• Exames laboratoriais:
• Aumento de PCR e DHL.
• Aumento de transaminases.
• Linfopenia e trombocitopenia.
• Coagulopatia: alargamento de TP e TTPa e aumento do D-dímero.
• Albumina baixa.
Características / Etiologia
Sobre o vírus
• Transmissão:
• Via respiratória, podendo ocorrer por aerossol e raramente em superfícies.
• Inicia-se 2 a 3 dias antes do início dos sintomas e permanece por cerca de 10
dias.
• Assintomáticos também transmitem o vírus.
Tratamento
A base do tratamento é suporte de acordo com a disfunção: renal, hemodinâmica
e, principalmente, respiratória. Para casos leves, baseia-se em sintomáticos.
Índice 112
Não há evidência de benefício em mortalidade da
Anticoagulantes
anticoagulação profilática versus terapêutica até o momento.
Índice 113
Considerações especiais
Uso de antibióticos para COVID-19
Referências Bibliográficas
Castro R et al.. COVID-19: a meta-analysis of diagnostic test accuracy of
commercial assays registered in Brazil. Braz J Infect Dis; 2020
Floriano I, et al.. Accuracy of the Polymerase Chain Reaction (PCR) test in the
diagnosis of acute respiratory syndrome due to coronavirus: a systematic
review and meta-analysis. Rev Assoc Med Bras; 2020.
Gandhi RT, Lynch JB, del Rio C. Mild or Moderate Covid-19. N Engl J Med; 2020.
Índice 114
and Definitions. Updated Dec. 1, 2021
Conceitos gerais
Quadro clínico
Complicações
• Pneumonia primária por influenza ou bacteriana secundária.
• Sinusite.
• Otite.
• Desidratação.
• Descompensação de comorbidades.
Sinais de gravidade
Índice 115
• Hipotensão arterial (PAS < 90 mmHg e/ou PAD < 60 mmHg).
• Débito urinário < 400 ml em 24h e/ou aumento de creatinina > 2 mg/dL.
• Miosite com CPK > 2 a 3 vezes o limite superior da normalidade.
• Exacerbação de doença de base.
• Desidratação.
• Exacerbação do quadro gastrointestinal em crianças.
Diagnóstico
• Clínico-epidemiológico.
• Cultura viral:
• Especificidade > 95%.
• Capaz de avaliar susceptibilidade às medicações.
Características / Etiologia
Sobre o vírus Influenza
• Vírus de RNA sazonal com potencial epidêmico e tropismo pelo epitélio do trato
respiratório.
• Reservatórios animais: aves, porcos, vacas.
Índice 116
• Causam infecção em humanos:
• Influenza A:
• H1N1: responsável pela pandemia de 2009 e pela Gripe Espanhola (1918).
• H3N2: junto com o H1N1, é o principal vírus em circulação atualmente,
responsável pelo surto de influenza em 2022 em alguns estados do Brasil.
• H2N2: circulação no século XX, responsável pela pandemia de 1957.
• Influenza B: restrito a humanos, sem reservatório animal.
• Influenza C: sintomas leves em humanos.
• Influenza D: isolado em porcos e vacas.
Tratamento
Antivirais
• Indicações:
• Gestantes e puérperas até 2 semanas do parto.
• Crianças < 5 anos e adultos > 60 anos.
• População indígena aldeada ou de difícil acesso.
• Menores de 19 anos em uso crônico de AAS.
• Pneumopatas, nefropatas, cardiopatas, vasculopatas, hepatopatas,
portadores de tuberculose e doenças neuromusculares.
• Obesos (IMC >=40 kg/m2).
• Imunocomprometidos.
• Qualquer indivíduo com sinais de agravamento.
Droga Dose
Índice 117
Considerações especiais
Vacinação
Referências Bibliográficas
Krammer F, et al.. Influenza: Nature Reviews Disease Primers. Nature; 2018
Índice 118
119
Conceitos gerais
Pneumonia adquirida no hospital
• Diagnóstico:
• Novo infiltrado pulmonar ao raio-x associado a ao menos 2 de 3: febre, escarro
purulento, leucocitose e dessaturação.
• Cultura de secreção traqueal: baixa sensibilidade (48%) e valor preditivo
positivo (81%).
• Hemocultura: coletar 2 pares de hemocultura.
• Diagnóstico:
• Novo infiltrado pulmonar ao raio-x associado a ao menos 2 de 3: febre, escarro
purulento, leucocitose e dessaturação.
• Coletar cultura de secreção traqueal e 2 pares de hemoculturas.
• Diagnóstico:
• Sinais de infecção respiratória e/ou piora dos parâmetros ventilatórios, sem a
ocorrência de novo infiltrado pulmonar ao raio-x.
Índice 120
Características / Etiologia
Patógenos comumente relacionados
Tratamento
Tratamento empírico sugerido
O tratamento, sempre que possível, deve ser direcionado por culturas e pela
flora de cada instituição, e discutido com a Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) local.
Índice 121
Se algum dos fatores de risco para MDR citados anteriormente:
Considerações especiais
Profilaxia de PAVM
Índice 122
FIQUE POR DENTRO!
O resultado foi redução da recorrência de PAVM por germes MDR e mais dias
livres de antibiótico, sem diferença na mortalidade, falência terapêutica, tempo
de ventilação mecânica e tempo de hospitalização. Ou seja, a estratégia é válida
e bem indicada!
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 92.
Índice 123
Conceitos gerais
Infecção relacionada a cateter
• Tipos de cateteres:
• Curta permanência: cateter não tunelizado e não implantado, originalmente
destinado a terapias venosas de curta duração - cateter venoso central e
Shilley.
• Longa permanência: cateteres tunelizados e totalmente implantados -
Permcath e Port of Cath.
• Quadro clínico:
• Infecção de óstio de cateter:
• Suspeita: secreção purulenta no óstio do cateter ou sinais de celulite;
até 2 cm do local de saída do cateter.
• Propedêutica:
• Curta permanência: retirar cateter, mandar ponta para cultura e colher
2 pares de hemocultura de sangue periférico.
• Longa permanência: colher 2 pares de hemocultura (ao menos 1 par
periférico) e considerar cultura de amostra da secreção pericateter.
• Diagnóstico: cultura de secreção de óstio ou de ponta de cateter positiva +
hemoculturas negativas.
• Dica: geralmente apresenta menor gravidade e pode responder a cuidados
locais com curativo e antibiótico tópico.
• Tunelite:
• Suspeita: eritema, edema ou dor que se estende por mais de 2 cm no
trajeto do túnel do cateter, a partir do óstio.
• Propedêutica: retirar cateter, enviar ponta para cultura e, se houver
coleção drenável, colher material e enviar para cultura. Colher um par de
hemocultura de sangue periférico.
• Diagnóstico: cultura de secreção de óstio ou de ponta de cateter positiva +
hemoculturas negativas.
• Dica: geralmente não responde bem a antibioticoterapia sistêmica isolada,
sendo necessário a retirada do cateter.
Índice 124
• Infecção de corrente sanguínea (ICS) relacionada a cateter:
• Suspeita: episódio febril agudo, com ou sem sinais de infecção do óstio e/ou
tunelite associada.
• Propedêutica:
• Curta permanência: retirar cateter, mandar ponta para cultura e colher 2
pares de hemocultura de sangue periférico.
• Longa permanência: colher 2 pares de hemocultura (ao menos 1 par
periférico) e cultura de amostra da secreção pericateter.
• Diagnóstico: cultura de secreção de óstio ou de ponta de cateter positiva +
hemoculturas.
Características / Etiologia
Agentes envolvidos
• Bacilos gram-negativos
• Cocos gram-positivos
• S. aureus
• Enterococcus spp.
• Staphylococcus coagulase negativo
• Fungos
• Candida spp.
Tratamento
O que fazer com o cateter?
Índice 125
• Persistência de febre ou sinais de infecção sistêmica por 48 a 72 horas de
antibióticos.
Enterococcus: 7 dias .
Se instabilidade hemodinâmica,
febre alta ou neutropenia, cobrir
Pseudomonas aeruginosa: 7 a depender do patógeno, sítio,
gravidade da infecção
Bacilos • Ceftazidima 2 g 8/8h e resposta clínica.
gram-negativos • Cefepime 2 g IV 8/8h
• Piperacilina-tazobactam 7 dias para infecções por
• 4.5g IV 6/6h Enterobacteriaceae não complicada.
• Imipenem 500mg IV 6/6h
• Meropenem 1g IV 8/8h
Considerações especiais
Lockterapia
• Como funciona: combinação de antibiótico + heparina administrados ao
fim da utilização do cateter (em sessão de hemodiálise, habitualmente), no
fechamento do dispositivo.
• Esquemas propostos:
• Vancomicina 1g em 100mL de solução salina OU
• Ceftazidima 1g em 50mL de solução salina OU
• Cefazolina 2g em 100mL de solução salina E
• Heparina 100 unidades/mL no cateteres totalmente implantados e 5000
unidades/mL nos cateteres de hemodiálise.
Índice 126
FIQUE POR DENTRO!
A conclusão foi que a terapia curta implica em melhor aderência e está bem
indicado! No entanto, isso não vale para infecção por S aureus. Nesses casos,
estudos mostraram que a terapia por 14 dias ainda é superior à terapia curta.
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 27 - 38.
Índice 127
Conceitos gerais
Infecção de trato urinário associada a cateter
• Fatores de risco:
• Uso de cateteres vesicais.
• Sexo feminino.
• Diabetes mellitus.
• Colonização bacteriana no saco coletor.
• Higiene inapropriada do dispositivo.
• Quadro clínico:
• Febre.
• Dor suprapúbica ou em flanco.
• Obstrução ao cateter.
• Sinais sistêmicos não explicados por outras condições, como alteração do
estado mental, hipotensão e sinais de sepse.
• Diagnóstico:
• Bacteriúria sintomática: presença de sintomas + crescimento de mais de 10³
UFC na cultura de urina.
• Bacteriúria assintomática: ausência de sintomas + crescimento de mais de
105 UFC na cultura de urina.
Índice 128
Características / Etiologia
Patógenos mais frequentes
• E. coli.
• Candida spp.
• Enterococcus spp.
• P. aeruginosa.
• Klebsiella spp.
Tratamento
Tratamento empírico sugerido
Infecção não
• Fosfomicina 3g de pó diluível em dose única VO.
complicada
O tratamento ideal deve ser guiado por culturas. Sugerimos início de antibiótico
empírico para pacientes instáveis.
Manejo do cateter
SEMPRE RETIRAR! Caso o paciente não necessite mais do cateter, não sondar
novamente. Caso mantenha a indicação de cateter, trocar o sistema e coletar
urina 1 + urocultura do sistema novo.
Considerações especiais
Como prevenir ITU hospitalar?
Índice 129
4. Higiene adequada do dispositivo
5. Não há indicação de antibiótico profilático!
Lembre-se de, todos os dias, ao avaliar seu paciente, se perguntar: ele precisa
mesmo desse cateter?
Em pacientes que usam cateter de forma crônica, como aqueles que sofreram
trauma raquimedular, a opção costuma ser por cateterização intermitente.
No entanto, uma revisão de 2015 da Cochrane mostrou, que, na realidade,
não parece haver evidência de superioridade de um método sobre o outro e a
evidência é de baixa qualidade até o momento… Ficamos no aguardo, portanto,
de mais estudos sobre o assunto!
Referências Bibliográficas
Fekete T. Catheter-associated urinary tract infection in adults. Uptodate; 2021
Kidd EA, Stewart F, Kassis NC, Hom E, Omar MI. Urethral (indwelling or
intermittent) or suprapubic routes for short-term catheterisation in
hospitalised adults (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews; 2015
Índice 130
Conceitos gerais
Candidemia
• Quadro clínico:
• Febre.
• Sepse e choque séptico.
• Disseminação para outros órgãos (candidíase invasiva): fígado, rins, valvas
cardíacas, sistema nervoso central, olho e pele.
• Fatores de risco:
• Imunocomprometidos:
• Neoplasia hematológica.
• Transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea.
• Indivíduos em regime de quimioterapia.
Candidíase invasiva
Órgão
Quadro clínico Diagnóstico Observações
acometido
Quase exclusiva
Hepatoesplênica Febre + dor em hipocôndrio Ultrassonografia,
de indivíduos com
(candidíase direito + aumento de ressonância ou
neoplasia hematológica
crônica invasiva). fosfatase alcalina. tomografia de abdome.
neutropênicos.
Índice 131
Órgão
Quadro clínico Diagnóstico Observações
acometido
Sintomas de pielonefrite
(febre, dor lombar e Cultura de urina + Importante diferenciar
calafrios) + formação de ultrassonografia ou de colonização fúngica
Trato urinário.
bola fúngica e abscessos tomografia de aparelho assintomática,
(obstrução do trato urinário. a candidúria.
urinário).
Diagnóstico
• Culturas:
• Hemocultura: valorizado qualquer crescimento.
• Urocultura: valorizado crescimento > 100.000UFC/mL.
• Cultura de secreção traqueal: em geral considerada colonização.
Cirurgia 1 ponto
Índice 132
Características / Etiologia
Principais espécies de Candida que causam infecção
• Candida albicans
• Candida glabrata
• Candida krusei
• Candida parapsilosis
• Candida lusitaniae
• Candida tropicalis
• Candida auris
Tratamento
Terapia empírica sugerida
Anfotericina B
Neutropênicos OU
Equinocandinas
1ª escolha de 2ª escolha de
Espécie Resistência
tratamento tratamento
Índice 133
Dose dos antifúngicos
• Equinocandinas:
• Anidulafungina 200mg, IV - ataque, seguido de 100mg IV, 1 vez ao dia.
• Caspofungina 70mg IV - ataque, seguido de 50mg IV, 1 vez ao dia.
• Micafungina 100mg IV, 1 vez ao dia.
• Anfotericina B:
• Dose: 3-5 mg/kg por dia.
Tempo de tratamento
Candidúria
• Candidúria assintomática:
• Pacientes de alto risco (neutropênicos, pré-operatório de cirurgia urológica,
transplantados renais e gestantes):
• Trocar a sonda e repetir cultura em 48h → cultura permanece positiva com
> 10.000 UFC/ml → indicar tratamento.
• Pacientes não alto risco: não está indicado tratamento, considerar colonização.
Tratamento sugerido:
• Fluconazol 200mg VO - ataque, seguido de 100mg, por dia, de 7 a 14 dias.
• Anfotericina B desoxicolato 0,3mg/kg IV, 1 vez ao dia por 1 a 7 dias.
Considerações especiais
Mucormicose
Índice 134
• Fatores de risco:
• Diabetes, especialmente casos de cetoacidose diabética.
• Uso de corticoides.
• Neoplasia hematológica.
• Transplante de órgão sólido ou de medula óssea.
• Uso de deferoxamina e sobrecarga de ferro.
• Uso de drogas injetáveis.
• Pós-trauma e grande queimados.
• Desnutrição.
• Quadro clínico:
• Forma rino-órbito-cerebral: febre, secreção nasal e rinorreia purulenta,
podendo evoluir com ulceração e necrose nasal.
• Outros órgãos potencialmente acometidos: pulmão, trato gastrointestinal,
trato urinário e pele.
• Diagnóstico:
• Biópsia com envio de amostra para cultura.
• Tomografia ou ressonância (avalia melhor acometimento intracraniano) de
crânio e seios da face.
• Tratamento:
• Desbridamento cirúrgico.
• Antifúngicos:
• Anfotericina B lipossomal 5 mg/kg por dia
• Tempo de tratamento prolongado, até que haja melhora clínica ou pelo
tempo que durar a imunossupressão (por vezes por toda a vida).
Outra espécie difícil de tratar é a Candida guilliermondii, ela tem alta taxa de
resistência ao fluconazol e equinocandinas e o tratamento também deve ser
Índice 135
guiado por teste de susceptibilidade. Com as altas taxas de hospitalização, uso
de corticoides e de antibióticos de amplo espectro na pandemia de COVID-19, a
expectativa é que, infelizmente, haja crescimento desse tipo de microrganismo,
cada vez mais difícil de tratar.
Referências Bibliográficas
Cox GM, Kauffman CA. Candida infections of the bladder and kidneys. Uptodate;
2021
Índice 136
Conceitos gerais
Infecção de sítio cirúrgico
• Infecção de órgão/espaço:
• Definição: infecção que ocorre dentro dos primeiros 30 a 90 dias da cirurgia
e envolve qualquer órgão ou espaço que tenha sido manipulado durante a
cirurgia.
• Sinais e sintomas:
• Normalmente sem alteração da pele.
• Febre, leucocitose e aumento de provas de atividade inflamatória.
• Dor e sensibilidade no local da cirurgia.
Índice 137
Infecções cutâneas nosocomiais
• Flebite:
• Definição: inflamação dentro de uma veia, comumente associada a acesso
venoso, que pode se estender até a pele e estar relacionada a infecção.
• Sinais e sintomas: dor, sensibilidade, endurecimento e eritema ao longo de
uma veia superficial.
Classificação:
Celulite
• Definição: infecção de pele, até derme profunda, e subcutâneo.
• Sinais e sintomas: eritema, edema e calor na pele, associado ou não a sinais
sistêmicos.
Ventriculite
• Definição: infecção de sistema nervoso central associada a colocação
de derivação ventricular externa (DVE) ou peritoneal (DVP).
• Sinais e sintomas:
• Obstrução ou mau funcionamento da derivação.
• Sinais meníngeos e febre podem não ocorrer.
• Em caso de derivação peritoneal, pode ocorrer dor abdominal e sinais
de peritonite.
Índice 138
Características / Etiologia
Agentes etiológicos implicados nas infecções de sítio
cirúrgico
• S. aureus.
• Staphylococcus coagulase negativo.
• Enterococcus.
• E. coli.
• Outros micro-organismo a depender do local da cirurgia e da flora hospitalar.
• S. aureus.
• Streptococcus spp.
• Enterobacteriaceae spp.
• Outros micro-organismo a depender da flora hospitalar.
• S. aureus.
• Streptococcus spp.
• Pseudomonas aeruginosa.
• Enterobactérias.
• Anaeróbios.
• Micobactérias.
• Fungos.
Índice 139
Tratamento
Tratamento das infecções de sítio cirúrgico
Agente a ser
Quando indicar Regime sugerido
coberto
• Ampicilina 1g IV 6/6h
Infecção intra-abdominal, • Piperacillina-tazobactam 4,5g IV 8/8h
uso prévio de antibióticos, • Vancomicina 1g IV 12/12h
Enterococcus imunocomprometidos,
doença cardíaca valvar ou com Se transplante hepático ou colonização
próteses endovasculares. por VRE:
• Linezolida 600mg IV 12/12h
Infecção intra-abdominal +
colonização por MRSA ou risco
• Vancomicina 1g IV 12/12h
de infecção por MRSA devido
• Teicoplanina 400mg 12/12h IV por
MRSA a falha prévia do tratamento
3 dias, após 400mg IV 1x/dia
com exposição a antibióticos
• Linezolida 600mg IV 12/12h
ou muito prevalente
no serviço em questão.
Candida albicans:
• Fluconazol, 200mg IV 12/12h
Crescimento de Candida na
Fungos
secreção intra-abdominal.
Candida spp resistente a fluconazol:
• Equinocandina
A cobertura antimicrobiana deve ser guiada pela flora hospitalar e por culturas:
• Tempo de tratamento: se foco controlado, por 4 a 7 dias.
Índice 140
Tratamento da ventriculite
Considerações especiais
Colite pseudomembranosa
• Fatores de risco:
• Uso de antibiótico recente.
• Hospitalização recente.
• Idade avançada.
• Doença inflamatória intestinal.
• Doença renal crônica.
• Cardiopatia crônica.
• Etnia branca.
• Sinais e sintomas:
• Suspeita: 3 ou mais episódios ao dia de diarreia de início agudo.
• Quadros graves: megacólon tóxico e sinais de sepse.
• Diagnóstico:
• PCR: sensibilidade 95-96% e especificidade 94-98%.
• Toxinas A e B nas fezes: sensibilidade 57-83% e especificidade 99%.
• Tratamento:
• Episódio inicial, doença leve:
• Iniciar empiricamente.
• Suspender antimicrobianos, se possível.
• Casos leves: Metronidazol 500mg VO 8/8h por 10 dias.
• Episódio inicial, doença severa (leucocitose ≥ 15.000 e/ou creatinina
≥ 1,5 mg/dL):
• Casos graves (terapia dupla): Metronidazol 500mg IV 8/8h + Vancomicina
125mg VO 6/6 h (IV não tem efeito) ou Vancomicina 500mg VR 6/6 h por 10-
14 dias + avaliação cirurgia (colectomia em casos extremos).
Índice 141
Referências Bibliográficas
Zagablo M, Sharman T. Postoperative Wound Infection. StatPearls Publishing;
2022
Evans HL, Hedrick TL. Overview of the evaluation and management of surgical
site infection. Uptodate; 2021
Baddour LM, Flynn PM, Fekete T. Infections of cerebrospinal fluid shunts and
other devices. Uptodate; 2021
Kelly RC, et al.. ACG Clinical Guidelines: Prevention, Diagnosis, and Treatment
of Clostridioides difficile Infections. Am J Gastroenterol; 2021
Kelly PC, Lamont JT, Bakken JS. Clostridioides difficile infection in adults:
Treatment and prevention. Uptodate; 2021
Índice 142
143
Conceitos gerais
Acidentes com materiais biológicos
HIV
• Tipo de exposição:
• Quanto ao material biológico:
• Alto risco de transmissão de HIV.
• Sangue.
• Sêmen.
• Fluidos vaginais.
Índice 144
• Indicação de profilaxia pós-exposição (PEP):
Sim
Não
O acidente foi de risco? PEP não indicada
Sim
Não PEP não indicada, realizar
Atendimento dentro de 72h
do acidente? acompanhamento sorológico
Sim
Sim
Sim
Índice 145
Hepatite B
Fonte HBsAg
Fonte HBsAg positivo Fonte desconhecida
negativo
Exposto vacinado
Nenhuma medida Nenhuma medida Nenhuma medida
com resposta
específica necessária. específica necessária. específica necessária.
vacinal
Exposto vacinado
Imunoglobulina (IGHHB)
sem resposta Iniciar a segunda Iniciar a segunda série
+ iniciar a segunda série
vacinal após série de vacinação. de vacinação.
de vacinação.
3 doses
Exposto vacinado
Considerar IGHHB
sem resposta IGHHB 2 doses com Nenhuma medida
2 doses com intervalo
vacinal após 6 intervalo de 1 mês. específica necessária.
de 1 mês.
doses (2 séries)
Violência sexual
• Anticoncepção de emergência:
• Tempo de administração: quanto mais cedo, maior a eficácia, conferindo
proteção até o 5º dia.
• Esquema proposto pelo Ministério da Saúde:
Índice 146
• Profilaxia para Hepatite B:
• Tempo de administração: idealmente nas primeiras 48h, podendo ser feita
em até 14 dias.
• Abordagem sorológica:
• Vítima HBsAg e antiHBc IgM negativo:
• Vacinação completa: sem necessidade de medidas específicas.
• Vacinação incompleta, desconhecida ou não vacinada:
• Profilaxia primária:
• Hemorragia digestiva alta:
• Ceftriaxone 1 g IV 1xd por 5 dias.
• Sulfametoxazol-tripmetoprim 800/160mg VO 1xd.
• Norfloxacino 400mg VO 1 x ao dia por 5 dias.
• Ciprofloxacino 500mg VO 1 x ao dia por 5 dias.
• Cirrótico Child C + 1 de: proteína do líquido ascítico <1,5 g/dL, nitrogênio ureico
no sangue ≥25 mg/dL ou sódio sérico ≤130 mEq/L:
• Sulfametoxazol-tripmetoprim 800/160mg VO 1xd.
• Norfloxacino 400mg VO 1xd.
• Ciprofloxacino 500mg VO 1xd.
• Meningite meningocócica:
• Para quem indicar?
• Contactantes que habitam o mesmo domicílio do caso índice.
Índice 147
• Demais indivíduos, incluindo profissionais de saúde, que tenham tido
exposição desprotegida ao caso índice, com menos de 24h de antibiótico
e que realizaram procedimento de assistência ventilatória (intubação
orotraqueal ou aspiração traqueal).
Ciprofloxacino 500mg VO
Rifampicina 600mg VO em dose única.
Adultos
12/12 horas 4 doses.
Ceftriaxone 250mg IM em dose única.
Rifampicina 10 mg/kg/dose VO
1 mês a 12 anos Ceftriaxone 125mg IM em dose única.
12/12 horas 4 doses.
Rifampicina 5 mg/kg/dose VO
Menores de 1 mês Ceftriaxone 125mg IM em dose única.
12/12 horas 4 doses.
• Endocardite infecciosa:
• Quando indicar?
• Procedimentos que envolvam a manipulação de tecido gengival, região
periodontal ou perfuração da mucosa oral.
Índice 148
Esquema de profilaxia para E.I. sugerido
• Sarampo:
• Profilaxia pós-exposição:
• Varicela:
• Indicação de profilaxia pós-exposição: em caso de surto hospitalar nos
comunicantes suscetíveis, cuja exposição foi por mais de 1h em ambiente
fechado, até 120 horas do contato.
• Como realizar a profilaxia:
• Vacina 0,5 ml IM ou SC dose única: para indivíduos maiores de 9 meses, não
imunodeprimidos e não gestantes.
• Imunoglobulina anti-varicela zoster (VZIG) 125 UI para cada 10 kg de peso
(dose máxima 625 UI) IM: para menores de 9 meses de idade, gestantes e
imunocomprometidos.
• Raiva:
• Acidente leve:
• Ferimentos superficiais em tronco e membros (exceto mãos e pés).
• Lambedura de pele com lesões superficiais.
Índice 149
• Acidente grave:
• Ferimentos em cabeça, face, pescoço, mãos e pés.
• Ferimentos profundos, múltiplos e/ou extensos.
• Lambedura de pele em local de lesão grave.
• Lambedura de mucosa.
Observar o animal
durante 10 dias após
a exposição.
Lavar com água e sabão.
Iniciar tratamento com
Iniciar o esquema profilático
duas doses: uma no dia
com soro, e 5 doses de vacina Lavar com água
0 e outra no dia 3.
nos dias 0, 3, 7 e 14. e sabão.
Se o animal permanecer
Acidente Observar o animal durante Iniciar imediatamente o
sadio no período
grave 10 dias após exposição. esquema profilático com
de observação,
soro e 4 doses de vacina
encerrar o caso.
Se suspeita de raiva for nos dias 0, 3, 7 e 14.
descartada após 10º dia de
Se o animal morrer,
observação, suspender
desaparecer ou
o esquema profilático
se tornar raivoso,
e encerrar o caso.
dar continuidade
ao tratamento,
administrando soro
e completando o
esquema até 4 doses.
Índice 150
• Tétano:
Fraturas expostas,
ferimentos profundos,
Ferimentos superficiais
queimaduras extensas,
e limpos
corpo estranho ou por
arma de fogo/arma branca
Não vacinados,
Realizar esquema vacinal com Realizar esquema vacinal
vacinação
dT (adultos) / DTP, dTPa ou DT + imunoglobulina humana
incompleta ou (crianças). antitetânica 250 UI IM.
desconhecida
Vacinados com
última dose há Nenhuma medida específica. Nenhuma medida específica.
menos de 5 anos
Vacinados com
Adiantar dose de reforço
última dose há Nenhuma medida específica.
da vacina.
menos de 10 anos
Vacinados com
Adiantar dose de reforço
última dose há mais Adiantar dose de reforço da vacina
da vacina
de 10 anos
• Quando indicar:
• Mordedura humana ou de animal (cão ou gato) com envolvimento de
cartilagem, mãos, pés, articulações ou lesões profundas.
• Qualquer mordedura em imunocomprometidos, esplenectomizados,
etilistas, cirróticos ou diabéticos.
• Cuidados locais:
• Limpeza vigorosa imediata com degermante ou sabão e soro fisiológico ou
água limpa.
• No hospital, realizar limpeza e debridamento de tecido desvitalizado.
• Lesões puntiformes profundas devem ser abertas com cicatrização por
segunda intenção.
• Demais lesões devem ter as bordas aproximadas.
Índice 151
Esquema sugerido
Tempo de
Primeira escolha Alternativas
tratamento
Classificação de Tempo de
Esquema proposto
Gustilo-Anderson tratamento
Cefazolina 2 g IV 8/8h.
OU
Vancomicina 20 - 35 mg/kg IV de ataque seguido
de 15 - 20 mg/kg 8/8h a 12/12h. Até 24h após
I: < 1 cm e limpa o fechamento
Se potencial contaminação do solo: da ferida.
Cefazolina 2 g IV 8/8h + metronidazol 500mg IV 8/8h.
OU
Ceftriaxona 2 g IV 1xd + metronidazol 500mg IV 8/8h
Cefazolina 2 g IV 8/8h
OU
Vancomicina 20 - 35 mg/kg IV de ataque seguido
Até 24h após
II: > 1 cm com de 15 - 20 mg/kg 8/8h a 12/12h.
o fechamento
contaminação
da ferida.
moderada. Se potencial contaminação do solo:
Cefazolina 2 g IV 8/8h + metronidazol 500mg IV 8/8h.
OU
Ceftriaxona 2 g IV 1xd + metronidazol 500mg IV 8/8h.
Índice 152
Protocolos de profilaxia cirúrgica
• Princípios básicos:
• Sempre adequar antibiótico à flora hospitalar.
• Dose feita na indução anestésica e de manutenção durante a cirurgia,
se necessário.
Vancomicina
Cirurgia cardíaca Cefazolina 2-3g IV 4/4h. 15 mg/kg IV dose única.
Clindamicina
900mg IV 6/6h.
Cirurgia
Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
gastroduodenal
Cefoxitina 2 g IV 2/2h
Cirurgia de trato
Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
bilio-pancreático. Ampicilina-sulbactam
3 g IV 2/2h.
Cirurgia
Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
genitourinária
Cirurgia
Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
ginecológica
Índice 153
Clincamidina 900mg IV 6/6h.
Neurocirurgia Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
Vancomicina 15 mg/kg IV
12/12h.
Cirurgias
Clincamidina 900mg IV 6/6h.
ortopédicas
(exceto cirurgia Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
Vancomicina 15 mg/kg IV
de mão, pé ou
dose única
joelho sem prótese)
Cirurgia de mama:
apenas se cirurgia Clincamidina 900mg IV 6/6h.
oncológica, como
Cefazolina 2-3g IV 4/4h.
mastectomia Vancomicina 15 mg/kg IV
e dissecção de dose única.
linfonodos axilares.
Índice 154
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas
- FMUSP. Tratamento de infecções. In: Guia de utilização de anti-infecciosos e
recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 127-131; 142-
143; 137
Sexton DJ, Chu VH. Antimicrobial prophylaxis for the prevention of bacterial
endocarditis. Uptodate; 2021
Índice 155
156
Conceitos gerais
Doses e ajuste para função renal dos antibióticos
Aminoglicosídeos
Dosagem de
ClCr 10-50: 7,5mg/kg nível sérico para
7,5 mg/kg IV ou a cada 24 horas monitorização
Amicacina 15 mg/kg IV a cada
ClCr < 10: 7,5mg/kg de toxicidade
24 horas.
a cada 48 horas. (não é utilizado
para ajuste de dose).
Betalactâmicos
Cefalosporinas
1ª geração
500mg IM ou EV a
Cefalotina Não é necessário.
cada 6 horas.
Índice 157
Ajuste para função renal
Antibiótico Dose padrão
(ClCr ml/min)
500mg VO a cada
ClCr < 25: 500mg VO 1 vez ao dia.
Cefadroxila 12 horas ou 1 g VO
ClCr < 10: 500mg VO a cada 36 horas.
1 vez ao dia.
2ª geração
3ª geração
1- 2 g IM ou EV a
Ceftriaxone Não é necessário.
cada 12 a 24 horas.
4ª geração
Índice 158
Ajuste para função renal
Antibiótico Dose padrão
(ClCr ml/min)
5ª geração
Carbapenêmicos
1 g IM ou EV 1 vez
Ertapenem ClCr < 30: 500mg a cada 24 horas.
ao dia.
Penicilinas
1 - 2 g EV
Oxacilina Geralmente não é necessário
a cada 4 horas
Índice 159
Macrolídeos
500mg VO ou EV
Azitromicina Não é necessário.
1 vez ao dia.
Quinolonas
2 - 4 g VO a cada
Ácido nalidíxico Não é necessário.
6 horas.
500- 750mg VO
Levofloxacino ClCr < 50: 500 a 750mg a cada 48 horas.
ou EV 1 vez ao dia.
400mg VO a cada
Norfloxacino ClCr < 30: 400mg a cada 24 horas.
12 a 24 horas.
400mg VO ou EV
Moxifloxacino Não é necessário.
a cada 12 horas.
Índice 160
Glicopeptídeos
6 mg/kg IV por
ClCr 10-50: 6mg/kg
dia ou 400mg de
a cada 48 horas. Lembrar do ajuste de posologia
Teicoplanina 12/12 horas, por 3
ClCr < 10: 6mg/kg após 3a dose!
doses, após manter
a cada 72 horas.
400mg 1 vez ao dia.
Polimixinas
25.000 UI/kg/dia EV
Polimixina B ou IM divididos a Ajuste pela função renal é questionável.
cada 12 horas.
Tetraciclinas
Índice 161
Outros antibióticos
2 - 4 g/dia EV divididos
Cloranfenicol Não é necessário.
a cada 6 horas.
Daptomicina 4 - 6 mg/kg EV por dia. ClCr < 30: 4 a 6 mg/kg a cada 48 horas.
600mg VO ou EV
Linezolida Não é necessário.
a cada 12 horas.
100mg EV de ataque
Tigeciclina seguido de 50mg EV Não é necessário.
a cada 12 horas.
500mg VO ou EV
Metronidazol ClCr < 10: 250mg a cada 8 horas.
a cada 8 horas.
Índice 162
Novos antibióticos
Azólicos
Ataque de 6 mg/kg EV a
cada 12 horas por 2 doses
seguido de 4 mg/kg EV ao
dia dividido a cada 12 horas.
Formulação VO: ClCr < 50: não utilizar formulação EV.
Voriconazol Peso ≥ 40 kg: 400mg
12/12h por 2 doses, após Considerar troca para VO ou suspender.
200mg a cada 12 horas
Peso < 40 kg: 200 mg
12/12h por 2 doses, após
100mg a cada 12 horas.”
Índice 163
Poliênicos
Anfotericina
0,4 - 1 mg/kg EV ao dia. Não é necessário.
desoxicolato
Anfotericina
3 - 5 mg/kg EV ao dia. Não é necessário.
complexo lipídico
Anfotericina
3 - 5 mg/kg EV ao dia. Não é necessário.
lipossomal
Equinocandinas
70mg EV de ataque
Caspofungina seguido de 50mg EV 1 Não é necessário.
vez ao dia.
Índice 164
Ajuste para função renal
Antiviral Dose padrão
(ClCr ml/min)
Oseltamivir 75mg VO a cada 12 horas. ClCr < 30: 75mg VO 1 vez ao dia.
Valganciclovir 900mg VO a cada 12 horas. ClCr < 50: 450mg VO a cada 24 a 48 horas.
Referências Bibliográficas
Grupo e Subcomissões de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das
Clínicas - FMUSP. Insuficiência renal. In: Guia de utilização de anti-infecciosos
e recomendações à assistência à saúde. 7ª ed. São Paulo; 2018-2020. p. 223 - 227
Melo VV, Duarte IP, Soares AQ. Guia Antimicrobianos: UFG. 1ª ede. Goiânia; 2012.
Índice 165
166