100 DICAS DE

Damiana da Rocha Cordeiro

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PENAL

ANA PAULA BLAZUTE

@PROFANABLAZUTE
Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de
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DICA 01 - ABOLITIO CRIMINIS
É a transformação de um fato típico em atípico.
Extingue a PUNIBILIDADE!
Para que se configure a Abolitio Criminis deve haver:
→ Revogação do tipo penal
→Supressão da conduta como crime.
Exemplo: Crime de adultério: o tipo penal foi revogado
e não foi transferido para outro dispositivo. Neste caso
houve a abolitio criminis, ou seja, não há mais crime.
Caso haja a revogação da lei, mas a mesma conduta
seja considerada crime em outro dispositivo, estaremos
diante da Continuidade Normativa e não da Abolitio
Criminis.
A lei deve ser revogada e a conduta não pode
continuar sendo considerada crime em qualquer outro
dispositivo.
 Os efeitos civis NÃO serão atingidos pela abolitio
criminis.
Haverá a extinção da punibilidade e cessará todos os
Damiana da RochaDICA
efeitos PENAIS da sentença oabcronogramas@gmail.com
condenatória,
permanecendo os efeitos civis.
 Juiz competente para aplicar a abolitio criminis:
O juiz da fase em que se encontrar o processo.
Após o trânsito em julgado, compete ao juízo da
execução.
DICA 02 – PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
NORMATIVA
Quando, embora revogada a lei, a conduta criminosa
migra para outro tipo penal.
Exemplo: Crime de atentado violento ao pudor (art. 214
CPB), foi revogado, deixando de existir. Porém, a
mesma conduta foi transferida para outro dispositivo,
passando a ser considerada como estupro. Neste caso
não houve abolitio criminis, mas continuidade
normativa.
DICA 03 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
ARREPENDIMENTO EFICAZ
Desistência voluntária: o agente, voluntariamente,
DESISTE de prosseguir na execução.
Embora tenha iniciado a execução, não a leva adiante,
desistindo.
Arrependimento eficaz: o agente impede que o
resultado se produza. Aqui, diferente da desistência, o
processo de execução já foi esgotado, devendo o
agente impedir o resultado.
Nos dois casos, o agente só responderá pelos atos já
praticados.
DICA 04 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Envolve crime patrimonial.
Posterior
Patrimonial
Se reparado o dano ou restituída a coisa, até o
RECEBIMENTO da denúncia, voluntariamente, a pena
será reduzida de um a dois terços.
Somente será considerado o arrependimento posterior
na hipótese de crime praticado SEM violência ou grave
ameaça.
05 – RETROATIVIDADE DA LEI PENAL
Cordeiro
BENÉFICA
A nova lei, se for mais benéfica ao réu, retroagirá e
será aplicada ao seu caso.
Exemplo: o agente cometeu o crime em janeiro de
2022, enquanto vigorava lei que estipulava pena de 5 a
10 anos de reclusão para este delito. Em junho do
mesmo ano surgiu nova lei referente ao mesmo crime,
fazendo com que a pena seja de 2 a 5 anos de
reclusão. Apesar do delito ter sido praticado enquanto
a pena era de 5 a 10 anos, será aplicada ao agente a
pena de 2 a 5 anos, por ser mais benéfica.
O contrário não poderia existir, ou seja, caso a nova lei
aumentasse a pena do crime já cometido, esta não
poderia ser aplicada, por ser mais gravosa. Neste caso,
estaremos diante do princípio da irretroatividade da lei
penal, o qual proíbe a aplicação da lei penal mais grave
ao crime praticado antes de sua vigência.
Se a lei mais benéfica foi publicada, mas ainda não foi
E colocada em vigor, poderia ser aplicada ao réu durante
o período de “vacatio legis”? NÃO!
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Durante a vacância de uma nova lei, continua
vigorando a lei antiga, até que esse prazo seja
decorrido.
O que é “vacatio legis”? Vacância da lei”, que é o
prazo legal que a lei demora para entrar em vigor, ou
seja, o período que decorre entre o dia de sua
publicação até sua vigência.
DICA 06 – LEX TERTIA
Lex tertia é a combinação de leis penais, para
beneficiar o réu.
Exemplo: em janeiro de 2022 vigorava lei “A” cuja pena
é de 2 a 4 anos sem multa. Em junho de 2022 passou
a vigorar a lei “B” cuja pena é de 1 a 3 anos com
multa. A segunda lei possui a pena menor, porém há
imposição de multa, enquanto a lei anterior tinha pena
maior, mas sem multa.
Poderá ser aplicada a pena menor da nova lei e ser
usada a lei anterior no que tange a ausência de multa?
Ou seja, poderá ser retirada das duas leis somente as
partes que beneficiam o agente e neste caso ser
Damiana da Rocha Cordeiro
aplicada a ele a pena de 1 a 3 anos sem a multa?
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NÃO!
O STF e STJ entendem que pegar parte de uma lei e
parte de outra para aplicar a um caso, seria o mesmo
que criar uma terceira lei, o que não é admissível.
Neste caso seria aplicada a lei B na íntegra.
DICA 07 – ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL
É a aplicação da lei REVOGADA aos fatos praticados
quando estava vigente. Ou seja, se o crime ocorreu
durante a vigência de uma lei que era mais benéfica do
que a atual, mesmo já tendo sido revogada aquela
será aplicada em seu julgamento.
Exemplo:
Lei “A” possui pena de 2 a 5 anos de reclusão.
Lei “B” surgiu e revogou a lei “A”, com pena de 4 a 10
anos.
Lei “C” surgiu e revogou a lei “B”, com pena de 3 a 6
anos.
Se o crime foi praticado enquanto vigorava a lei A
(mais benéfica), não interessa se já foi revogada e se
já surgiu novas leis durante o decorrer do processo. No
julgamento será levada em consideração a lei mais
benéfica mesmo que revogada.
Perceba que, na retroatividade da lei penal, a lei mais
benéfica surgiu depois da lei mais gravosa, enquanto
na Ultratividade a lei mais benéfica existiu antes do
surgimento das leis mais gravosas.
DICA 08 – CRIME CONTINUADO E CRIME
PERMANENTE
Crime continuado:
O agente pratica MAIS DE UM crime da mesma
espécie, mediante MAIS DE UMA conduta, os quais,
pelas condições de tempo, lugar, modo de execução e
outras, podem ser tidos uns como continuação dos
outros.
Exemplo: uma caixa de supermercado que furta 50
reais todos os dias, durante um mês. Não responderá
por 30 furtos, responderá só por um crime, ou seja, um
furto, porém com aumento de pena de 1/6 a 2/3.
Crime permanente:
Aqui basta que haja um só crime, uma só conduta,
que se prolonga no tempo.
Exemplo: cárcere privado. Sua consumação se
prolonga no tempo e enquanto estiver ocorrendo
poderá haver o flagrante a qualquer tempo.
OBS: De acordo com o STF, se surgir lei penal mais
grave durante a prática do crime continuado ou
permanente, esta será aplicada.
DICA 09 – LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA
Lei temporária:
É a lei que surge já com prazo determinado para
terminar. Possui prazo de vigência determinado.
Exemplo: lei seca do período eleitoral e lei geral da
copa do mundo. Aqui todos já sabem quando a lei
deixará de valer, já tem data de fim marcada.
Lei excepcional:
É a lei que surge sem possuir prazo determinado
para sua vigência terminar. Sua vigência se dará
enquanto durar a excepcionalidade.
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Exemplo: lei publicada para valer durante a pandemia Nesse caso, deverá cumprir também a pena
ou durante uma guerra. Ficará vigente enquanto imposta no Brasil?
perdurar a pandemia ou a guerra, sem prazo
determinado. Se a questão disser que Se a questão disser que
se trata de se trata de
Características da lei temporária e da lei
extraterritorialidade extraterritorialidade
excepcional:
INCONDICIONADA, SIM! CONDICIONADA, NÃO!
Ambas são AUTORREVOGÁVEIS e ULTRATIVAS.
Ele deverá cumprir mais 5 Após ter cumprido a pena
anos no Brasil, para que imposta no estrangeiro,
São autorrevogáveis porque não precisam de outra lei
complete os 10 anos de sua pena aqui também
para revogá-las, visto que elas se auto revogam ao
pena que foi imposta aqui, estará extinta, não deverá
findar o prazo de vigência de cada uma, e ultrativas
tendo em vista que já mais nada ao Brasil,
porque os fatos cometidos dentro de sua vigência,
cumpriu 5 anos no mesmo que a pena daqui
mesmo após a extinção, continuam a ter efeitos.
estrangeiro. tenha sido maior.
DICA 10 – TEMPO E LUGAR DO CRIME
Aqui haverá o abatimento Aqui haverá computação
na pena ou computação integral, sendo ou não
LUGAR: será definido de acordo com a teoria da integral se idênticas. idênticas.
Ubiquidade, devendo ser considerado Lugar do crime
tanto o lugar em que ocorre a ação ou omissão bem
como no local onde se produziu ou deveria produzir o
resultado. Damiana da RochaLembre:
Cordeiro
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INCONDICIONADA: continua devendo ao Brasil.
TEMPO: é definido pela teoria da Atividade.
CONDICIONADA: não deve mais nada ao Brasil.
Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, sendo irrelevante o local onde ocorra o
Observação:
resultado.
Será caso de extraterritorialidade incondicionada
quando a questão se referir a crimes de GENOCÍDIO,
LUTA: Lugar = Ubiquidade
ou crimes contra:
Tempo = Atividade
Vida ou liberdade do Presidente da república;
Administração pública;
DICA 11 – EXTRATERRITORIALIDADE O patrimônio público;
Fé pública;
CONDICIONADA X INCONDICIONADA A quem está a serviço do Brasil;
Caso hipotético: Um brasileiro comete crime em outro
país, é condenado lá e também no Brasil, pelo mesmo
delito. No país onde cometeu o delito ele foi condenado
a 5 anos de reclusão e no Brasil foi condenado a 10
anos. Após ter cumprido os 5 anos em regime fechado
ele retorna ao Brasil.

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DICA 12 – EXCLUDENTES DE ILICITUDE, Deve ser usado O indivíduo pratica o fato
TIPICIDADE E CULPABILIDADE moderadamente os para se salvar ou salvar
meios necessários, ou terceiros de perigo atual.
EXCLUI A ILICITUDE: seja, a vítima deve se Se o perigo foi provocado
defender de forma por ele ou se podia ser
1) Legítima defesa; proporcional a agressão evitado de outro modo, o
2) Estado de necessidade; sofrida, caso contrário estado de necessidade
3) Exercício regular do direito; responderá pelo excesso. não será considerado.
4) Estrito cumprimento do dever legal.
DICA 14– LEGÍTIMA DEFESA
EXCLUI A TIPICIDADE:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
1) Coação física absoluta; moderadamente dos meios necessários, repele injusta
2) Princípio da insignificância; agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
3) Princípio da adequação social; outrem.
4) Teoria da tipicidade conglobante.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos
EXCLUI A CULPABILIDADE: no caput deste artigo, considera-se também em
legítima defesa o agente de segurança pública que
1) Ausência de imputabilidade: repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes.
a. Menoridade;
Damiana
b. Doença mental ou desenvolvimento da Rocha Cordeiro
mental Real: existe agressão injusta.
retardado; oabcronogramas@gmail.com
Sucessiva: reação do agressor contra a repulsa
c. Embriaguez completa, por caso fortuito ou excessiva da vítima.
força maior. Putativa ou imaginária: por erro, supõe a existência
de agressão injusta.
2) Ausência de potencial conhecimento da Subjetiva: excesso na repulsa da agressão decorrente
ilicitude: de erro da situação fática.

a. Erro de proibição inevitável. DICA 15 – ATAQUE DE ANIMAL

 Ataque voluntário do animal: configura perigo
3) Ausência de inexigibilidade de conduta diversa: atual.
Estaremos diante do ESTADO DE NECESSIDADE.
a. Coação moral irresistível  Ataque comandado pelo dono: configura
b. Obediência hierárquica agressão injusta.
Estaremos diante da LEGÍTIMA DEFESA.
DICA 13 - ESTADO DE NECESSIDADE X LEGITIMA
DEFESA
DICA 16– PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
LEGITIMA DEFESA ESTADO DE
Sempre é causada por NECESSIDADE Para a aplicação do princípio da insignificância, devem
uma conduta humana. Ocorre em uma situação ser considerados os seguintes requisitos:
O indivíduo repele uma de perigo atual.
agressão injusta, que Não necessariamente é 1) A mínima ofensividade da conduta do agente;
pode ser atual ou causada por uma conduta 2) A ausência de periculosidade social da ação;
iminente. humana.
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3) O reduzido grau de reprovabilidade do DICA 18 – TENTATIVA
comportamento;
4) A inexpressividade da lesão jurídica causada Diz-se o crime: [...]
Tentado, quando, iniciada a execução, não se
O princípio da insignificância é aplicável aos réus consuma por circunstâncias alheias à vontade do
REINCIDENTES, de acordo com o STF. agente.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-
Obs: se a tentativa com a pena correspondente ao crime
- Uso de atestado médico falso admite o princípio da consumado, diminuída de um a dois terços.
insignificância.
- O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes NÃO ADMITEM TENTATIVA:
de moeda falsa. 1) Culposo;
2) Contravenções;
DICA 17 – CRIME IMPOSSÍVEL 3) Habituais;
4) Omissivos próprios;
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta 5) Unissubsistentes;
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é 6) Preterdolosos
impossível consumar-se o crime.

Será caracterizado o crime impossível quando houver a

Impropriedade absoluta do objeto:
O objeto é absolutamente impróprio quando Damiana da Rocha Cordeiro
não serve
para a finalidade objetivada pelo agente. oabcronogramas@gmail.com
Exemplo: efetuar disparos objetivando matar um
homem que já está morto. Neste caso o objeto é o
homem morto.
Ineficácia absoluta do meio:
o meio utilizado não é capaz de consumar o delito.
Exemplo: usar uma arma descarregada e estragada
para matar alguém; tentar assassinar uma pessoa
ministrando um veneno que na verdade é açúcar.
 Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado
por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento
comercial, por si só, não torna impossível a
configuração do crime de furto.
 Súmula 145 – STF:
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação.
DICA 19 – REINCIDENCIA - CRIME E
CONTRAVENÇÃO
O QUE GERA E NÃO GERA REINCIDÊNCIA?
 Crime + crime → reincidência
 Crime + contravenção
→ reincidência
 Contravenção + contravenção
→ reincidência
 Contravenção + crime
→ primário (não gera reincidência)
DICA 20 – ERRO SOBRE A PESSOA
Art. 20 § 3º CP - O erro quanto à pessoa contra a qual
o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades
da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime.

Um erro quanto à identidade da vítima.

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Objetivo de João: Matar Paola Bracho
Só que João acaba matando Paulina Martins
(irmã gêmea de Paola)
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Imputa-se ao agente o crime como se tivesse atingido
efetivamente a vítima contra quem pensava estar
agindo.
Outro exemplo: Arlete, em estado puerperal, manifesta
a intenção de matar o próprio filho recém-nascido.
Após receber a criança no seu quarto para amamentá-
la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite,
Arlete vai até o berçário, e, após conferir a identificação
da criança, a asfixia, causando a sua morte. Na manhã
seguinte, é constatada a morte por asfixia de um
recém-nascido, que não era o filho de Arlete.
Ela responderá por crime de infanticídio, pois houve
erro quanto à pessoa.
DICA 21 – ERRO DE EXECUÇÃO – ABERRATIO
ICTUS
Art. 73 CP - Quando, por acidente ou erro no uso dos
meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20
deste Código.
O agente erra o alvo visado, atingindo vítima diversa da
pretendida.
Imputa-se o crime como se o agente efetivamente
tivesse atingido quem pretendia.
Exemplo:
Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando
teve início uma discussão sobre futebol. Pedro,
objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo
que atingiu o alvo desejado e também terceira pessoa
que se encontrava no local, certo que ambas as vítimas
faleceram, inclusive aquela cuja morte não era querida
pelo agente.
DICA 22– ABERRATIO CRIMINIS
(ABERRATIO DELICTI – ART. 74 DO CP)
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde
por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se
ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código.
Erro quanto ao crime praticado.
Exemplo: Quer um dano ao patrimônio e atinge uma
pessoa, causando-lhe (culposamente) a morte.
Imputa-se apenas o homicídio culposo produzido (visa
afastar a tentativa de dano doloso praticada).
DICA 23 – ERRO DE PROIBIÇÃO
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
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do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter executor pratica outro.
ou atingir essa consciência.
Aqui o agente não conhece o caráter proibido do seu
comportamento.
Consequências:
- Afastar a culpabilidade e o crime, isentando de pena
(erro inevitável);
 Não há necessidade de ajuste prévio entre os
- Reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (erro evitável). agentes.

JOÃO, mesmo sabendo que homicídio é crime, DICA 25 – CONCURSO DE CRIMES

acredita que o tipo não alcança a eutanásia.
Concurso material

Art. 69 CP - Quando o agente, mediante mais de uma

DICA 24 – CONCURSO DE PESSOAS
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as
O concurso de pessoas é o cometimento da infração
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No
penal por mais de uma pessoa, ou seja, trata-se de
caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e
crime PLURISUBJETIVO.
de detenção, executa-se primeiro aquela.
Adota-se a teoria monista (unitária), que diz que todos
Damiana da Rocha Cordeiro
os agentes responderão pelo mesmo crime.
Concurso formal
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O crime plurissubjetivo é aquele que exige a presença
de mais de uma pessoa, como acontece no crime de Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
associação criminosa, por exemplo. omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis
Requisitos para a caracterização do concurso de ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
pessoas: em qualquer caso, de um sexto até metade. As
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
Pluralidade de agentes: Nexo de causalidade:
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
Exige a presença de dois A conduta deve influir resultam de desígnios autônomos, consoante o
ou mais agentes. efetivamente no resultado. disposto no artigo anterior
Exemplo:
Liame subjetivo ou Identidade do ilícito Pedro, quando limpava sua arma de fogo, devidamente
psicológico: penal: registrada em seu nome, que mantinha no interior da
residência sem adotar os cuidados necessários,
Consciência de Os agentes devem desejar inclusive o de desmuniciá-la, acaba, acidentalmente,
cooperação em causa o mesmo resultado e por dispará-la, vindo a atingir seu vizinho Júlio e a
comum. O agente deve ter somar esforços para a esposa deste, Maria. Júlio faleceu em razão da lesão
ciência de que está prática do mesmo crime. causada pelo projétil e Maria sofreu lesão corporal e
cooperando com o outro Portanto, não haverá
debilidade permanente de membro. Preocupado com
para a efetivação do concurso de pessoas
sua situação jurídica, Pedro o procura para, na
crime. quando um agente quer
um resultado, mas o condição de advogado, orientá-lo acerca das

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repasse
consequências do seu comportamento. Na
oportunidade, considerando a situação narrada, você
deverá esclarecer, sob o ponto de vista técnico, que ele
poderá vir a ser responsabilizado pelos crimes de
homicídio culposo e lesão corporal culposa, em
concurso formal.
DICA 26- PRINCIPAIS CIRCUNSTÂNCIAS
AGRAVANTES DA PENA
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a
pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
Damiana
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo,
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tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou
cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se
de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº
11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos,
enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei
nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata
proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação
ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça
particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Obs: Não haverá reincidência se, entre a data do
término do cumprimento da pena ou de sua extinção
(sursis ou livramento condicional) e o novo crime, se
passarem mais de 5 anos (art. 64 do CP).
DICA 27- PRINCIPAIS CIRCUNSTÂNCIAS
ATENUANTES DA PENA
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a
pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do
fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da
sentença;
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor
social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe
da asCordeiro
Rocha conseqüências, ou ter, antes do julgamento,
reparado
o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir,
ou em cumprimento de ordem de autoridade superior,
ou sob a influência de violenta emoção, provocada por
ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade,
a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em
tumulto, se não o provocou.
DICA 28- SÚMULA 269 STJ
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto
aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
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DICA 29 – DAS PENAS
DETRAÇÃO REMIÇÃO
Desconto na pena privativa Abatimento de pena
de liberdade e na medida privativa de liberdade por
de segurança, do tempo trabalho ou estudo.
que ficou preso
provisoriamente,
administrativamente ou
internado.
DICA 30 – SÚMULA 631 STJ
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos
primários da condenação (pretensão executória), mas
não atinge os efeitos secundários, penais ou
extrapenais
Damiana da RochaDICA 36 – FLAGRANTES ILEGAIS
Cordeiro
DICA 31 – SÚMULA 511 STJ oabcronogramas@gmail.com
Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do
privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos
de crime de furto qualificado, se estiverem presentes
a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa
e a qualificadora for de ordem objetiva.
DICA 32 – SÚMULA 610 STF
Súmula 610-STF: Há crime de latrocínio, quando o
homicídio se consuma, ainda que não se realize o
agente a subtração de bens da vítima.
DICA 33 – SÚMULA 96 STJ
Súmula 96-STJ: O crime de extorsão consuma-se
independentemente da obtenção da vantagem
indevida.
DICA 34 – SÚMULA 630 STJ
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da
confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância
pelo acusado, não bastando a mera admissão da
posse ou propriedade para uso próprio.
DICA 35 – PRISÃO EM FLAGRANTE
PRÓPRIO IMPRÓPRIO
O agente é surpreendido O agente é perseguido
cometendo a infração logo após cometer a
penal, ou acaba de infração penal, em
comete-la. situação na qual aparente
ser a autora do delito.
PRESUMIDO
O agente é preso logo depois de cometer a infração,
com objetos, armas ou papéis que presumam sua
autoria.
PREPARADO
Também conhecido como provocado ou induzido.
Ocorre quando alguém, de forma insidiosa, provoca o
agente à prática de um crime e, ao mesmo tempo, toma
providências para que ele se consume.
Neste flagrante, o policial ou terceiro induz o agente a
praticar o delito e o prende em flagrante.
Exemplo: policial deixa um carro ligado, com as portas
abertas e fica escondido esperando alguém para furtá-
lo, e em seguida realizar a prisão.
O crime existe, de fato o ladrão furta o carro, mas só
foi cometido porque foi provocado.
FORJADO
Também conhecido como flagrante maquinado,
fabricado ou urdido. Policiais ou terceiros criam
provas de um crime inexistente para prender em
flagrante.
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Exemplo: implantar drogas no porta-malas de um carro
e depois, quando o dono do veículo o adentrar, efetuar DICA 39 – LEI MARIA DA PENHA – JULGADO STJ
a prisão por tráfico de drogas. A lei maria da penha é aplicável a mulheres trans!.
Aqui o crime nunca existiu, ele foi forjado, ou seja, Considera-se a identidade de gênero como algo que,
trata- se de pessoa inocente. por si só, já define o conceito de mulher.

DICA 37 – EXTORSÃO X ROUBO DICA 40 – LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) - STJ

EXTORSÃO ROUBO É inaplicável o princípio da insignificância nos

 O agente faz com que  O agente subtrai a coisa crimes ou contravenções penais, praticados contra a
a vítima entregue a pretendida. O verbo é mulher no âmbito das relações domésticas.
coisa. Há a tradição da subtrair.
coisa. DICA 41 – MEDIDA PROVISÓRIA
 A colaboração da vítima é
 A colaboração da dispensável. São normas com força de lei editadas pelo
vítima é indispensável. Presidente da República em situações de relevância e
 Não há a possibilidade de urgência.
 Há a possibilidade de a a vítima agir de forma Produzem efeitos jurídicos imediatos, mas precisa da
vítima agir de forma diversa. posterior apreciação pela Câmara e Senado, para se
diversa. converter definitivamente em lei ordinária.
 A vantagem econômica É vedada a edição de medidas provisórias sobre
 A vantagem indevida somente pode matéria relativa a Direito Penal, porém o STF entende
Damiana da Rochaque
Cordeiro
as medidas provisórias podem ser utilizadas na
econômica indevida ser bem móvel.
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pode ser um bem esfera penal, desde que benéficas ao agente.
móvel ou imóvel.  A vantagem é para agora,
ou seja, é de caráter DICA 42 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE X
 A vantagem almejada imediato. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL
pode ser exigida no ato
do constrangimento ou
posterior. LEGALIDADE RESERVA LEGAL
Refere-se a lei em sentido Refere-se somente a lei
amplo, ou seja, todas as ordinária e complementar.
DICA 38 – LEI MARIA DA PENHA espécies normativas. RESTRITO
AMPLO
Para a configuração da violência doméstica e familiar
prevista no artigo 5° da lei 11.340/06 não se exige a
coabitação entre autor e vítima, ou seja, não há a O princípio da legalidade considera a lei em sentido
exigência de que morem sob o mesmo teto. amplo, ou seja, qualquer ato normativo editado pelo
Poder Legislativo.
Sendo assim, é possível a configuração da violência Exemplo: Constituição, leis complementares, leis
doméstica mesmo que vítima e agressor morem em ordinárias, resoluções e etc.
lugares distintos. O princípio da reserva legal é mais restrito. Refere-
se especificamente à lei em sentido estrito, para
regular determinado assunto.
Lembrar: reserva = restrito

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 Aborto.

DICA 43 – LEI DE DROGAS – JULGADO STJ DICA 46 – HOMICÍDIO

Não é crime do artigo 34 da lei de drogas possuir Simples → matar alguém.

maquinário destinado à produção de drogas para
consumo pessoal. Privilegiado Qualificado
Se for cometido: Se é cometido:
Para o STJ, a posse do maquinário deve ser destinada  Por motivo de  Mediante paga ou promessa
a preparar, fabricar ou produzir drogas para a relevante valor de recompensa, ou outro
finalidade de TRÁFICO. social ou moral; motivo torpe;
 Sob domínio de  Por motivo fútil;
DICA 44 – ABUSO DE AUTORIDADE – LEI 13869/19 violenta  Com emprego de veneno,
emoção, logo fogo, explosivo, asfixia,
Ação penal → pública incondicionada. em seguida a tortura, ou outro meio
injusta insidioso ou cruel, ou que
Sujeito ativo → qualquer agente público. provocação da possa resultar perigo comum;
vítima.  À traição, de emboscada, ou
EFEITOS DA CONDENAÇÃO: Nesses casos, o mediante dissimulação ou
juiz poderá reduzir outro recurso que dificulte ou
I II III a pena de um sexto torne impossível a defesa do
a um terço. ofendido;
Damiana da Rocha Cordeiro  Para assegurar a execução, a
Obrigação de reparar Inabilitação Perda do:
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o dano causado pelo para o ocultação, a impunidade ou
crime. exercício do  Cargo vantagem de outro crime;
cargo pelo  Mandato  Com emprego de arma de
período de 01 a  Função fogo de uso restrito ou
05 anos. proibido.

 Também serão considerados qualificados o

Estes efeitos não são automáticos, ou seja, devem
ser motivados.
São condicionados à ocorrência de reincidência em
crime de abuso de autoridade.
OBS: crime de abuso de autoridade praticado por PM
será julgado pela justiça militar.
DICA 45 – CRIMES CONTRA A VIDA
homicídio contra mulher por razões da condição do
sexo feminino;
 Contra autoridade ou policiais, integrantes do
sistema prisional e da força nacional de segurança
pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até o terceiro grau, em
razão dessa condição.

São crimes contra a vida:

 Homicídio;
 Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou a
automutilação;
 Infanticídio;
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DICA 47 – HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA forma de permissão do Estado, bastando o diagnóstico
TORTURA X TORTURA COM RESULTADO MORTE feito por profissional habilitado.

HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA TORTURA:

Caracteriza-se pela morte DOLOSA. DICA 49 – INFANTICÍDIO PUTATIVO

O agente usa a tortura para causar a morte da vítima. Ocorre quando a mãe, sob influência de estado
A competência é do tribunal do júri, visto que existe o puerperal e logo após o parto, mata OUTRA criança,
dolo no resultado morte. que acreditava ser seu filho.
Responde por infanticídio.
TORTURA COM RESULTADO MORTE:
DICA 50 – LESÃO CORPORAL
É crime essencialmente preterdoloso. Aqui há dolo na
conduta antecedente e culpa no resultado agravador. O LEVE GRAVE GRAVÍSSIMA
agente tem a intenção de torturar a vítima, não de
matar. Ocorre que, da tortura resulta a morte. Neste  Ofender a Quando resulta Quando resulta
caso a morte é culposa, e por isso a competência é do integridade em: em:
juízo singular. corporal ou
saúde de  Incapacidade  Incapacidade
DICA 48 – ABORTO LEGAL OU PERMITIDO alguém. para permanente
ocupações para o
Damiana da RochaAgressão sem
Cordeiro habituais, trabalho;
ABORTO NECESSÁRIO ABORTO SENTIMENTAL
grandes
oabcronogramas@gmail.com por mais de  Enfermidade
Quando não há outro meio Quando a gravidez resulta de consequências. 30 dias incurável;
de salvar a vida da estupro. Pena leve – de  Perigo de  Perda ou
gestante. 3 meses a 1 vida inutilização do
Exige prévio consentimento ano de  Debilidade membro,
Não pressupõe da gestante ou de seu detenção. permanente sentido ou
consentimento da gestante representante legal. de membro, função;
ou autorização judicial. sentido ou  Deformidade
Deve ser praticado por função permanente;
Deve ser praticado por médico.  Aceleração  Aborto.
médico. do parto

Pena – de 1 a 5 Pena – 2 a 8 anos

anos de reclusão de reclusão
ANENCEFALIA

O Supremo Tribunal Federal decidiu que a interrupção

da gravidez de feto anencéfalo não pode sequer ser
chamada de aborto. Na prática, os ministros
descriminalizaram o ato de colocar fim à gravidez nos
casos em que o feto não tem o cérebro ou a parte vital
dele.

Desnecessária a autorização judicial ou qualquer outra

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DICA 51 –VIAS DE FATO DICA 54 – EXPOR OU ABANDONAR RECÉM-
Via de fato: ameaça à integridade física através da NASCIDO
prática de atos de ataque ou violência contra
pessoa, desde que não resulte em lesões corporais. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
São os atos agressivos de provocação praticados desonra própria, é exemplo de abandono de incapaz
contra alguém, mas que não deixam marcas ou ou maus tratos?
sequelas no corpo da vítima. Nenhum dos dois! Expor ou abandonar recém-nascido
Exemplo: empurrão, tapa e etc. para ocultar desonra própria possui tipificação
própria.
 Abandono de incapaz: artigo 133 CP;
DICA 52 - LESÃO CORPORAL COM RESULTADO  Maus tratos: artigo 136 CP;
MORTE  Expor ou abandonar recém-nascido para ocultar
desonra própria: artigo 134 CP.
Para configurar o crime, deve ficar claro que o autor
não queria a morte, nem assumiu o risco de causá- DICA 55 – FURTO
la. Caso contrário, responderá por homicídio.
Pena – 4 a 12 anos de reclusão FURTO SIMPLES FURTO QUALIFICADO
DICA 53 – ABANDONO DE INCAPAZ E MAUS
TRATOS
Subtrair, para si ou para Quando o furto ocorre
ABANDONO DE MAUS TRATOS outra pessoa, coisa alheia com:
INCAPAZ móvel.
Damiana da Rocha Cordeiro  Destruição ou
 Abandonar pessoa Expor a perigo a vida
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ou a saúde da Quando o furto ocorre de rompimento de
 A pessoa abandonada pessoa, forma simples. obstáculo;
está sob:  Privando de  Abuso de confiança,
CUIDADO, GUARDA, alimentação, Exemplo: mediante fraude,
VIGILÂNCIA ou cuidados escalada ou destreza;
AUTORIDADE. indispensáveis; O agente viu que o dono  Emprego de chave
do celular se distraiu falsa;
 Sujeitando a deixando-o sobre a mesa  Concurso de duas ou
trabalho excessivo do restaurante, passou e o mais pessoas.
ou inadequado; pegou para si.

 Abusando de meios
de correção ou Bizu! Energia elétrica ou qualquer outra que tenha
disciplina. valor econômico, equipare-se à coisa móvel.
A pessoa exposta está
sob:
GUARDA, DICA 56 – REPOUSO NOTURNO NO FURTO
VIGILÂNCIA ou Para a configuração da majorante, basta que a
AUTORIDADE conduta tenha sido praticada durante o repouso
noturno.
Leva-se em consideração a maior precariedade
durante este período, fazendo com que a probabilidade
de êxito no crime aumente.

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É irrelevante o fato de uma das vítimas não estar
dormindo no momento do crime.
DICA 63 – ROUBO PRÓPRIO E IMPRÓPRIO
DICA 57 – ESTELIONATO – JULGADO STJ
Roubo próprio: a violência, a grave ameaça ou
O crime de estelionato praticado por meio de saque de qualquer outro meio de reduz a vítima à
cheque fraudado compete ao Juízo do local da agência impossibilidade de resistência é empregada ANTES ou
bancária da vítima.STJ. 3ª Seção. CC 182977-PR, Rel. DURANTE a subtração.
Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2022 (Info 728).
Roubo impróprio: a subtração é realizada sem a
DICA 58 – FURTO – JULGADO STJ violência ou grave ameaça. A violência será
empregada APÓS a subtração, com o objetivo de
É possível o reconhecimento do privilégio do furto nos assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
casos de crime de furto qualificado, se presentes a coisa. No início o crime era de furto, mas
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e posteriormente, após empregar violência ou grave
a qualificadora for de ordem objetiva. ameaça com o intuito de assegurar a impunidade do
crime, se tornou roubo.
DICA 59 – FURTO JULGADO STJ
DICA 64 – ESTELIONATO X FURTO MEDIANTE
É inadmissível aplicar, no furto qualificado pelo FRAUDE
concurso de pessoas, a majorante do roubo.
ESTELIONATO FURTO MEDIANTE
DICA 60 – FURTO – JULGADO STJ Damiana da Rocha Cordeiro FRAUDE
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Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da
res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e  OBTER vantagem  SUBTRAIR coisa
seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível ilícita, em prejuízo alheia.
(dispensável) a posse mansa e pacífica ou desvigiada. alheio.
 A fraude visa a
DICA 61 – FURTO NOTURNO – JULGADO STJ  O agente induz ou diminuir a vigilância
mantém alguém em da vítima e possibilitar a
O STJ mudou a jurisprudência e decidiu que a causa erro. subtração.
de aumento de pena do furto noturno não é aplicada
no furto qualificado.  Faz a vítima entregar  O bem é retirado sem
O entendimento anterior era no sentido de que havia a espontaneamente o que a vítima perceba
compatibilidade entre furto noturno e furto qualificado. objeto ao agente. que está sendo
Hoje o entendimento é o contrário. enganada.
 A vontade de alterar 
DICA 62 – FURTO QUALIFICADO – CHAVE FALSA – a posse é bilateral  A vontade de alterar a
JULGADO STJ (agente e vítima posse é unilateral
querem). (apenas o agente quer).
Para a caracterização da qualificadora do furto, a qual
envolve o emprego de chave falsa, considera-se chave
falsa TODO INSTRUMENTO, com ou sem forma de
chave, utilizado para abrir fechadura ou dispositivo
análogo, que possibilite a execução do crime.

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DICA 65 - ORGANIZAÇÃO E ASSOCIAÇÃO DICA 66 – CRIMES CONTRA A HONRA

CRIMINOSA X ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO
CALUNIA DIFAMAÇÃO
 Atribuir falsamente  Atribuir FATO
CRIME. NEGATIVO que não
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ASSOCIAÇÃO seja crime.
 4 (QUATRO) ou mais CRIMINOSA  Dizer de forma
pessoas;  3 (TRÊS) ou mais mentirosa que  O fato deve ser
pessoas; alguém cometeu ofensivo à sua
 Crimes cuja pena máxima crime. reputação.
seja superior a 4 (quatro)  Fim específico de
anos, ou que sejam de cometer crimes  É essencial que haja  Não interessa se o fato
caráter transnacional; DOLOSOS, não atribuição falsa de é verdadeiro ou não.
importando o tipo crime. Exemplo: Dizer aos colegas
 Estruturalmente ou a pena. de trabalho que
ordenada e caracterizada Exemplo: dizer que determinado funcionário
pela divisão de tarefas,  Não precisa de fulano furtou o dinheiro costuma trabalhar drogado.
ainda que informalmente; estrutura do caixa, sabendo que é
organizada ou da Rochamentira.
Damiana Cordeiro
 Objetivo de obter, direta divisãooabcronogramas@gmail.com
de tarefas. Quem, sabendo falsa a
ou indiretamente, imputação, a espalha ou
vantagem de qualquer  Genericamente divulga, também
natureza. para o fim de responderá pela calúnia.
cometer crimes. OBS: É punível a calúnia
contra os mortos.

INJÚRIA
 Ofende a dignidade ou decoro;

ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO  Atribuir PALAVRAS ou QUALIDADES, negativas,

ofensivas a alguém, atingindo sua honra e moral.
2 (DUAS) ou mais pessoas para o fim de praticar, O exemplo mais comum é o xingamento.
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos
no artigo 33 da Lei de Drogas.

 Fim específico de praticar os crimes de tráfico de BIZU! Se o agente se retrata cabalmente, ANTES DA
drogas ou o delito de posse de materiais, SENTENÇA, da CALÚNIA ou da DIFAMAÇÃO, fica
preparação e fabricação de drogas. isento de pena!

OBS: Nos três crimes somente se procede mediante

queixa.

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DICA 70 – OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA

DICA 67 – DESOBEDIÊNCIA DE ORDEM DE
PARADA – JULGADO STJ ORDEM ILEGAL

Desobediência de ordem de parada, é crime! Se o subalterno sabe que a ordem é ilegal:

O STJ definiu que é crime de desobediência ignorar a
ordem de parada de veículo emitida por policial no
exercício de atividade ostensiva de segurança pública.
DICA 68 – LESÃO CORPORAL – JULGADO STJ
A perda de dentes não configura lesão gravíssima.
Responde pelo crime praticado.
Se a ordem não era manifestamente ilegal e o
subalterno desconhecia a ilegalidade:
Exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta
diversa.

A deformidade permanente é, segundo a doutrina,

ORDEM LEGAL
aquela irreparável. Assim, a perda dos dentes, embora
possa reduzir a capacidade funcional de mastigação, Exclui a ilicitude.
não enseja a deformidade permanente prevista no
código penal, mas sim debilidade permanente de Caracteriza estrito cumprimento do dever legal.
membro, sentido ou função, caracterizando lesão
corporal de natureza grave, não gravíssima.
Damiana da RochaDICA 71 – MOTIVO TORPE E FEMINICÍDIO –
Cordeiro
JULGADO STJ
oabcronogramas@gmail.com
DICA 69 – TORTURA CASTIGO
É possível a coexistência entre as qualificadoras do
O agente submete alguém que está sob sua GUARDA, motivo torpe e do feminicídio.
PODER ou AUTORIDADE, a INTENSO sofrimento
físico ou mental. A natureza do feminicídio é objetiva, incide nos crimes
Enquanto no crime de maus tratos o dolo é de perigo, praticados contra a mulher por razão do seu gênero
na tortura castigo o dolo é de DANO. feminino ou sempre que o crime estiver relacionado à
O especial fim de agir é causar intenso sofrimento violência doméstica e familiar.
físico ou mental, como forma de CASTIGO ou
PREVENÇÃO. A natureza do motivo torpe é subjetiva, e o animus do
Pode ser praticado de qualquer forma, desde que seja agente não é objeto de análise.
mediante violência ou grave ameaça.
DICA 72 – PORTADOR DE VÍRUS HIV – JULGADO
STJ

O indivíduo que, sabendo ser portador do vírus HIV,

oculta a doença e mantém com a parceira conjunção
carnal, pratica crime de

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMA,

enquadrando-se a enfermidade no conceito de doença

incurável.

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O fato de a vítima não ter manifestado sintomas não DICA 75 – CORRUPÇÃO ATIVA X CORRUPÇÃO
exclui o delito. PASSIVA

DICA 73 – ESPÉCIES DE TENTATIVA CORRUPÇÃO ATIVA CORRUPÇÃO PASSIVA

TENTATIVA BRANCA TENTATIVA VERMELHA OU Oferecer ou Prometer Solicita, recebe ou aceita
OU INCRUENTA CRUENTA
vantagem indevida a promessa de vantagem
O objeto não é O objeto chega a ser atingido funcionário público, para indevida.
atingido pela conduta pelo agente. determiná-lo a praticar,
criminosa. omitir ou retardar ato de PASSIVA = 7 letras
ofício. PÚBLICO = 7 letras
Exemplo: Um indivíduo efetua
Exemplo: Um indivíduo disparos de arma de fogo É cometida por É cometida por
efetua disparos de contra outro e o fere. particular. funcionário público
arma de fogo contra
outro, mas não o
atinge.

TENTATIVA TENTATIVA IMPERFEITA OU

PERFEITA OU INACABADA
ACABADA Damiana da Rocha Cordeiro
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O agente inicia a execução, DICA 76 – CORRUPÇÃO PASSIVA
mas não chega a utilizar
O agente esgota todos os meios que tinha ao
todos os meios seu alcance. PRÓPRIA IMPRÓPRIA
executórios que
estavam à sua A consumação também não Ocorre negociação de ato Ocorre negociação de ato
disposição, e a ocorre por circunstâncias ILÍCITO. LÍCITO.
consumação só não alheias a sua vontade. Exemplo: solicitar dinheiro Exemplo: solicitar dinheiro
ocorre por para destruir documento. para citar o réu.
circunstâncias alheias
a sua vontade.

DICA 74 – BIGAMIA E UNIÃO ESTÁVEL

A união estável, apesar de ser equiparada ao

casamento, para fins civis, não pode ser utilizada
como pressuposto do crime de bigamia. Nesse
sentido, se alguém mantém união estável, possuindo
ainda um casamento válido, não incorrerá em crime.

Do mesmo modo, não haverá bigamia se anteriormente

o sujeito havia se casado unicamente no âmbito
religioso.

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DICA 77 – CONTRABANDO E DESCAMINHO de certa forma, participou do crime anterior, por ele
responderá.
CONTRABANDO DESCAMINHO
Se a pessoa guarda ou recebe o bem, sem que sua
 Importar ou exportar  Iludir o pagamento de ação seja especificamente para tornar seguro o
mercadoria DIREITO ou IMPOSTO proveito do crime, poderá responder por receptação e
PROIBIDA. devido, de mercadoria. não pelo delito de favorecimento real.
 Sujeito ativo: qualquer  Sujeito ativo: qualquer
pessoa, ou seja, é pessoa (crime DICA 80 – PECULATO E CONCUSSÃO
crime comum. comum).
 Sujeito passivo:  Sujeito passivo: PECULATO CONCUSSÃO
Estado. Estado.
 Consumação: com a  Consumação: iludir o Funcionário público se Funcionário público exige
entrada ou saída do pagamento do imposto apropria ou desvia bens vantagem indevida.
Brasil da mercadoria. ou direito pela entrada de que tem a posse em
ou saída do país ou razão do cargo. Também em razão da
pelo consumo da função, ainda que fora
mercadoria. dela ou antes de assumi-
Aqui o funcionário público la.
se apropria de algo que Aqui o funcionário público
já está em seu poder. exige a vantagem
DICA 78 – FAVORECIMENTO PESSOAL Damiana da Rocha Cordeiro indevida.
Exemplo: um delegado de
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Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública polícia se apropria do valor Exemplo: um policial
autor de crime a que é cominada pena de reclusão. da fiança que foi pago pelo rodoviário que exige
Consiste na prática de uma determinada pessoa que autor de um crime. pagamento de quantia em
assegura a fuga de um criminoso. dinheiro para liberar o
Se quem prestar o auxílio é ascendente, descendente, veículo autuado.
cônjuge ou irmão do criminoso, ficará isento de pena.
O autor não pode ser coautor ou partícipe do crime
anterior.
DICA 81 – CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS E
DICA 79 – FAVORECIMENTO REAL IMPRÓPRIOS

O autor do crime, de qualquer forma, assegura o PRÓPRIOS IMPRÓPRIOS

proveito de um delito cometido por outra pessoa, quer  O tipo descreve uma  O tipo descreve uma
seja por amizade, afetividade etc. omissão (deixar de ação (dever de agir);
fazer algo);
Um indivíduo rouba um veículo, por exemplo, e o  São crimes materiais;
amigo dele guarda este veículo em sua casa, para  São crimes de mera
assegurar o proveito do crime. conduta;  Admitem tentativa;

Da mesma forma que o favorecimento pessoal, no  Não admitem  Podem ser culposos ou
favorecimento real, o autor não pode ser coautor ou tentativa; dolosos.
partícipe do crime anterior. Sua participação somente
seria em guardar o bem produto do crime, porque, se  São sempre dolosos. Figura do garante, da pessoa
que tem a obrigação de agir
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(policial, bombeiro, babá,
salva vidas, segurança
particular e etc.)
DICA 82 – ESTABELECIMENTO PENAL – necessidade, a situação de violência ou outras
ENTENDIMENTO STF
A falta de estabelecimento penal adequado não
autoriza a manutenção do condenado em regime
prisional mais gravoso, tendo em vista a violação aos
princípios da individualização da pena e da legalidade.
Não se pode admitir, sob o argumento da inexistência
de vaga, que o preso permaneça em um regime mais
severo do que aquele determinado.
Damiana da RochaDICA
Cordeiro
86 – DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO
DICA 83 – MAJORANTE oabcronogramas@gmail.com
TRÁFICO CAUSADO POR PRESO
TRANSNACIONAL DE DROGAS
A majorante do tráfico transnacional de drogas
configura-se com a destinação internacional das
drogas, ainda que não consumada a transposição de
fronteiras. Ou seja, para a configuração da
transnacionalidade do tráfico de drogas não se faz
necessária a efetiva transposição de fronteiras.
DICA 84 – CRIME DE STALKING
No ano de 2021 foi inserido o artigo 147-A no Código
Penal, que descreve o crime de perseguição, também
conhecido como “stalking”.
Considera-se ilícita a conduta de seguir ou
acompanhar uma pessoa, de maneira reiterada ou
constante, com ameaças à sua integridade física ou
psicológica, causando constrangimentos e intimidações
que resultem em restrição ou perturbação de sua
liberdade ou privacidade.
Exemplo: uma pessoa que não aceita o fim de um
relacionamento e passa a ligar reiteradas vezes para o
ex-companheiro, vai à sua casa ou trabalho sem ser
chamada, usa de diversos artifícios para o intimidar a
não iniciar nova relação amorosa.
DICA 85 – VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL
A partir de agora, pode pegar até um ano de cadeia,
além de pagar uma multa, quem "submeter qualquer
vítima de infração ou testemunha de crimes violentos
a procedimentos desnecessários, repetitivos ou
invasivos, que as levem a reviver, sem estrita
situações potencialmente geradoras de estigmatização
e sofrimento", gerando indevida revitimização.
A nova lei é fruto da repercussão nacional do
julgamento de uma acusação de estupro em Santa
Catarina, onde a vítima, Mariana Ferrer, foi
ridicularizada e humilhada durante uma audiência pela
defesa do acusado.
O delito de dano ao patrimônio público, quando
praticado por preso para facilitar a fuga do
estabelecimento prisional, demanda de demonstração
do dolo específico de causar prejuízo ao bem
público (animus nocendi), sem o qual a conduta é
atípica. Ou seja, se a vontade do preso não era
especificamente de danificar, mas só de fugir, não há
crime de dano.
DICA 87 – GRAÇA, INDULTO E ANISTIA
Anistia, graça e induto são formas de extinção da
punibilidade. São benefícios concedidos aos presos,
uma espécie de “perdão, que acaba com as punições.
Graça: o benefício é individual e depende de
provocação (pedido do preso, qualquer cidadão,
conselho de sentença ou MP).
Indulto: o benefício é coletivo e não precisa de
pedido, pode ser concedido de ofício.
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Em ambos os casos, a pena é excluída, mas os seus
efeitos secundários permanecem, por exemplo, o réu
não volta a ser primário.
Tanto a graça quanto o indulto são benefícios
concedidos pelo Presidente da República, por meio
de Decreto.
Anistia: é um benefício concedido pelo Congresso
Nacional por meio de Lei Federal, que apaga a pena e
todas as suas consequências.
DICA 88 – CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
 Racismo
 Ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado
democrático.
 Injúria racial, de acordo com o STF. De acordo
com ele o crime de injúria racial seria uma
categoria do crime de racismo.
DICA 89 – FALSO SEQUESTRO Damiana da Rocha Cordeiro
oabcronogramas@gmail.com
A conduta de simulação de sequestro com o objetivo
de ameaçar a vítima amolda-se ao delito de extorsão,
e não de estelionato.
Exemplo: o agente entra em contato com alguém e diz
que a filha dessa pessoa está sob seu poder,
sequestrada. Exige uma quantia e ameaça matar a
suposta filha sequestrada caso o valor não seja
depositado em sua conta.
No crime de extorsão, a vítima entrega seus bens com
medo de o agente cumprir suar ameaças. Já no
estelionato, a vítima sofre o prejuízo por ter sido
induzida a erro, sem ameaças.
DICA 90 – AUTORIA MEDIATA
Trata-se de espécie de autoria em que o agente se
serve de pessoa sem discernimento ou que esteja
com percepção errada da realidade, para executar o
delito para ele.
O executor é utilizado como mero instrumento por
atuar sem vontade ou sem consciência do que está
fazendo e somente o autor mediato responde pelo
crime.
Exemplo 1: médico quer matar inimigo que está
hospitalizado e se serve da enfermeira para ministrar
injeção letal no paciente;
Exemplo 2: um homem desejando matar sua esposa,
entrega uma arma de fogo municiada a uma criança,
dizendo que se ela apertar o gatilho na direção da
mulher ela lhe dará doces.
A enfermeira e a criança são autores imediatos e não
responderão pelo crime. Somente o autor mediado
responderá.
DICA 91- – SEMI-IMPUTABILIDADE NO TRÁFICO DE
DROGAS
Crime de tráfico cometido por semi-imputável não pode
ser equiparado ao tráfico privilegiado, NÃO afastando
o caráter hediondo do crime.
A semi-imputabilidade, por si só, não afasta o tráfico de
drogas e o seu caráter hediondo, tal como a forma
privilegiada.
DICA 92 – BUSCA PESSOAL – JULGADO STJ
O nervosismo do averiguado é INSUFICIENTE para
autorizar busca pessoal.
A percepção do nervosismo é dotada de excesso de
subjetivismo e, por isso, não é suficiente para
caracterizar a fundada suspeita para fins de busca
pessoal, medida invasiva que exige mais do que mera
desconfiança fundada em elementos intuitivos.
Havendo a falta de dados concretos indicativos de
fundada suspeita, deve ser considerada nula a busca
pessoal amparada na impressão de nervosismo do
acusado por parte dos agentes públicos.
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DICA 93 – CRIMES NÃO TRANSEUNTES X CRIMES DICA 96- TRÁFICO DE DROGAS,
TRANSEUNTES
A condição de "mula" do tráfico de drogas, por si só,
não afasta o reconhecimento do crime de tráfico
CRIMES NÃO CRIMES TRANSEUNTES privilegiado. STJ - HC 729.674
TRANSEUNTES
São os crimes que NÃO DICA 97– EMBRIAGUEZ
São os crimes que deixam deixam vestígios.
vestígios. Preordenada: Na embriaguez preordenada, o agente
Exemplo: calúnia, injúria, ingere bebida alcoólica ou consome substância de
quando praticados efeitos análogos com a finalidade de cometer um
Exemplo: homicídio. verbalmente. crime (para criar coragem).

A prova pode ser feita por Força maior: quando uma força externa ao agente o
outros meios, como a obriga a consumir a bebida; quando o sujeito é
oitiva de testemunhas. obrigado a ingerir o álcool por coação física ou moral
Em regra é obrigatório irresistível, perdendo, em seguida, o controle sobre
realizar exame de corpo suas ações.
delito.
Caso fortuito: o sujeito desconhece o efeito
inebriante da substância que ingere. Causada por
DICA 94 – INJÚRIA REAL E QUALIFICADA acidente.
Damiana da Rocha Cordeiro
oabcronogramas@gmail.com
Injúria qualificada: consiste na referência a elementos
Injúria real: quando a injúria consiste em violência ou
vias de fato, que, por sua natureza ou meio referentes a raça, cor, etnia, religião ou condição de
empregado, sejam consideradas aviltantes. pessoa idosa ou portadora de deficiência.

A constatação de que as atitudes foram “aviltantes” DICA 98 – RACISMO – INCITAÇÃO AO ÓDIO

pode decorrer da natureza (tapa no rosto) ou do meio
empregado (arremesso de excrementos ou de
projéteis).
Injúria qualificada: consiste na referência a elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião ou condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência.
DICA 95 – AUMENTO DE PENA NO TRÁFICO –
ENTENDIMENTO STF
Incide a causa de aumento de pena para o tráfico nas
imediações de escolas, ainda que fechadas durante o
período de pandemia de COVID-19.
PÚBLICO
A incitação ao ódio público contra quaisquer
denominações religiosas e seus seguidores não
está protegida pela cláusula constitucional que
assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível,
a depender do caso concreto, que um líder religioso
seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º,
da Lei nº 7.716/81) por ter proferido discursos de ódio
público contra outras denominações religiosas e seus
seguidores. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado
em 6/3/2018 (Info 893).

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Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido qualquer tipo de
repasse

DICA 99) CORRUPÇÃO PASSIVA? solicitação ou recebimento de vantagem indevida pelo

agente público, não configurada quando há mero
Não comete crime o médico do SUS que cobra do ressarcimento ou reembolso de despesa.
paciente um valor pelo fato de utilizar, na cirurgia, a STJ. 5ª Turma. HC 541447-SP, Rel. Min. João Otávio
sua máquina particular de videolaparoscopia (que não de Noronha, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
é oferecida na rede pública)
Para tipificação do art. 317 do Código Penal -
corrupção passiva -, deve ser demonstrada a

DICA 100 – ESTUPRO

ESTUPRO ESTUPRO DE VULNERÁVEL

 CONSTRANGER alguém a ter CONJUNÇÃO CARNAL ou  TER CONJUNÇÃO CARNAL ou PRATICAR ATO
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ATO LIBIDINOSO com menor de 14 anos.
LIBIDINOSO.
 Aqui não é necessário constranger a vítima, como no
A vítima é qualquer pessoa, independentemente de idade ou caso do estupro comum. Basta praticar.
sexo.
Damiana da Rocha  Mesmo
Cordeiro que o agente não obrigue a vítima, o fato de
praticar conjunção carnal ou praticar qualquer ato libidinoso
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já é suficiente para configurar o crime. Não importa se a
vontade é bilateral ou unilateral.
Vítima é menor de 14 anos, independentemente do sexo.

São crimes hediondos.

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