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MEFLU Mecânica de Fluidos

Apontamentos das Aulas Teóricas

Carlos Silva Santos, cmi@isep.ipp.pt, Gabinete F326


2019/2020

Departamento de Engenharia Mecânica


ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto
Hidrostática
Hidrostática

Lei fundamental da hidrostática

• Considere a seguinte parcela de fluido

Pela 2ª lei de Newton,



F = m · a = ρ · ∆vol · a, (2.1)
ou, por unidade de volume,

f =ρ·a (2.2)

• As forças a que o fluido está sujeito podem ser devido a gradientes de pressão,
à viscosidade e forças gravíticas,

−∇p + µ∇2 V + ρg = ρa (2.3)


|{z} |{z} |{z}
gradiente forças forças
de pressão viscosas gravíticas

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Hidrostática

Forças sobre uma parcela de fluido

• Forças de pressão sobre a parcela de fluido,

• a pressão é uma força de


z compressão que atua em todas
as direções
• a pressão atua sempre na
y perpendicular às superfícies
• Fazendo o balanço da pressão
dz em x,
( )
∂p
dy F p,x = pdydz − p + dx dydz
x ∂x
dx
∂p
∴ F p,x = − dxdydz
∂x
ou, por unidade de volume,
 
 ∂p/∂x 
∂p ∂p ∂p  
f p,x = − ; f p,y = − ; f p,z = − =⇒ −∇p = −  ∂p/∂y 
∂x ∂y ∂z  
∂p/∂z
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Hidrostática

Forças sobre uma parcela de fluido

• As forças viscosas, por unidade de volume,


fµ = µ∇2 V (2.4)
em que ∇2 ≡ ∆ é o laplaciano do campo de velocidade, pelo que
 2 
 ∂ u ∂ u ∂ u 
2 2
 + + 
 ∂x2 ∂y2 ∂z2 
 ∂2 v ∂2 v ∂2 v 
fµ = µ  + + 
 ∂x2 ∂y2 ∂z2 
 ∂2 w ∂2 w ∂2 w 
 + 2 + 2 
∂x2 ∂y ∂z

• Se o fluido estiver em repouso, V = 0, pelo que não há forças viscosas, i.e. fµ = 0

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Hidrostática

Lei fundamental da hidrostática



• Notando que, em hidrostática, V = 0, a = 0 ⇒ f = 0,
e juntando as forças, tem-se,
Lei fundamental da hidrostática,
µ∇

*0 0
−∇p +  
>
2 V + ρg = ρa
 ⇒ ∇p = ρg (2.5)
• o que resulta em,    
 ∂p/∂x   0  

 ∂p/∂x = 0
    


−  ∂p/∂y  + ρ  0  = 0 

∂p/∂y = 0 (2.6)
    


∂p/∂z −g  ∂p/∂z = −ρg

• A equação 2.6 mostra que, para z


fluidos em repouso,
• a pressão não varia com x 1 (z =0)

ou y, i.e. não varia na


horizontal
• a pressão varia na vertical 2 (z =-5m)
devido à aceleração
gravítica, aumentando com a dp p1 − p2
= = −ρg
profundidade dz z1 − z2
=⇒ p2 = p1 + ρg(z1 − z2 )
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Hidrostática

Lei fundamental da hidrostática: fluidos incompressíveis

• Para líquidos, como são fluidos incompressíveis, ρ = constante, a lei


fundamental da hidrostática,
dp
∇p = ρg ≡ = −ρg
dz
afirma que a variação da pressão com z é linear. Integrando, obtém-se,
∫ 2 ∫ 2
d p = −ρg dz =⇒ p2 − p1 = −ρg (z2 − z1 )
1 1

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Hidrostática

Lei fundamental da hidrostática: fluidos compressíveis

• Para gases, e variações grandes em z, pode haver uma variação da massa


volúmica com z e a variação da pressão com a altura deixa de ser linear.
• Usando a equação de estado para um gás perfeito,
p = ρRT em que R = c p − cv = Λ/Mgás
em que R é a constante específica do gás (R = 287 J·kg−1 ·K−1 para o ar), Λ é a
constante do gás universal e Mgás é o peso molecular.
• Substituindo ρ na lei fundamental da hidrostática,
∂p p
= −ρg = − g
∂z RT
i.e. a massa volúmica pode variar com a pressão p ou com a temperatura T .

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Hidrostática

Variação da pressão na atmosfera terrestre

• Na atmosfera terrestre, a temperatura decresce


linearmente na troposfera (i.e. até 11 km de
altitude),
T (z) = T 0 − Bz
em que B = 0.0065 K·m−1 é o gradiente médio da
temperatura na atmosfera terrestre (i.e. a
temperatura cai 6.5 °C por quilómetro).
• Logo, a densidade do ar na atmosfera varia com a
pressão e com a temperatura. A integração da lei
geral da hidrostática requer agora que a
temperatura também seja integrada,
∫ 2 ∫ ( )g/RB
∂p g 2 ∂z Bz
=− =⇒ p(z) = p0 1 −
1 p R 1 T 0 − Bz T0
o que resulta numa variação exponencial da
pressão com a altitude.
• Valores de p, T e ρ para várias altitudes da
atmosfera padrão na sebenta de MEFLU.
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Hidrostática

Nomenclatura de pressões

• Pressão absoluta é o valor total da pressão incluindo a pressão atmosférica, pa ,


pabs = pa + prel

• Pressão relativa é o valor da pressão relativo à pressão atmosférica,


• manométrica: pabs > pa ∴ prel > 0

• vacuométrica: pabs < pa ∴ prel < 0

• Na grande maioria dos problemas de hidrostática pode trabalhar-se com


pressões relativas já que a pressão atmosférica atua em todas as superfícies e
fluidos.

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Hidrostática

Variação da pressão em fluidos incompressíveis

dp
= −ρg
dz
p2 − p1 = −ρg (z2 − z1 )
p1 = p2 + ρg (z2 − z1 )

p2 = p1 − ρg (z2 − z1 )

• Para determinar a pressão num líquido é mais simples usar diferenças de


profundidade e pensar intuitivamente,
p3 = p2 + ρgh1 em que h1 = ∆z = |z2 − z3 |
p3 = p1 − ρgh2 em que h2 = ∆z = |z3 − z1 |
p2 = p1 + ρg(h1 + h2 ) em que h1 + h2 = ∆z = |z2 − z1 |

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Hidrostática

Exemplo 1. Variação da pressão em fluidos incompressíveis

h1

h2

pa = pb = pc = pd 

 pA = pB =pC = ρH2 O · g · (h1 + h2 )

pA = pB = pC , pD 

 pD = ρH2 O · g · h1 + ρHg · g · h2
NB: isto são pressões relativas. Para obter pressões absolutas, basta somar a pres-
são atmosférica a atuar na superfície.
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Hidrostática

Exemplo 2. Variação da pressão em fluidos incompressíveis

p2 = p1 + ρo g (z1 − z2 )

p3 = p2 + ρw g (z2 − z3 )

p4 = p3 + ρG g (z3 − z4 )

p5 = p4 + ρ M g (z4 − z5 )

ou p5 = p1 + ρo g (z1 − z2 ) + ρw g (z2 − z3 ) + ρG g (z3 − z4 ) + ρ M g (z4 − z5 )

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Hidrostática

Exemplo 3. Variação da pressão em fluidos incompressíveis

Para saber a pressão no reservatório A, começa-se por uma pressão conhecida,


pA = pa + ρ2 g(z2 − z1 ) − ρ1 g(zA − z1 ) (NB: aqui pA é a pressão absoluta)

Alternativamente, calcula-se p1 pelos tramos esquerdo e direito e iguala-se, i.e.,


}
p1 = pa + ρ2 g (z2 − z1 )
⇒ pA = pa + ρ2 g (z2 − z1 ) − ρ1 g (zA − z1 )
p1 = pA + ρ1 g (zA − z1 )
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Se ρ1 << ρ2 ⇒ pA ≈ pa + ρ2 g (z2 − z1 ) 53/162
Hidrostática

Exemplo 2
O tanque contém água e óleo a 20°C que
não se misturam.
• Determine a altura h se a massa
volúmica do óleo for
ρo = 898 kg·m−3 .

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Hidrostática

Exemplo 3
Considere o sistema da figura. Assuma que a
pressão atmosférica a atuar na superfície é pa =
101.33 kPa e que a pressão no fundo do tanque é
242 kPa.
• Determine a gravidade específica do fluido
X.

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies planas Objetivos:


• calcular a magnitude da
força a actuar na
superfície devido à
pressão
• determinar o ponto de
aplicação da força

Noções a reter:
• a pressão actua sempre
na perpendicular às
superfícies => a força
também é perpendicular à
superfície plana
• a pressão aumenta com a
profundidade d p/dz = −ρg
• CG é o centro geométrico
• CP é o centro de pressão,
i.e. o ponto onde a força
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devido à pressão atua 56/162
Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies planas Objetivos:


• calcular a magnitude da
força

1 ∫
Nota: ξdA = ξCG
A A

para calcular a força temos de somar


(integrar) as pressões ao longo da área
A da placa

F= pdA, p = pa + ρgh, h = ξ sen θ
A
∫ ∫
F= pdA = (pa + ρgξ sen θ) dA
A A

∴ F = pa A + ρg sen θ ξdA
A

∴ F = pa A + ρg sen θ · ξCG A
A força hidrostática é igual à pressão no CG (pressão | {z }
=hCG
média) vezes a área: ∴ F = (pa + ρghCG )A

∴ F = pCG A (2.7)
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Hidrostática Placa plana retangular vertical

Placa plana retangular inclinada

hCG
F yCP
hCG
yCP CG

Placa plana retangular horizontal


CG
F
hCG

CG
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Hidrostática Objetivos:
• calcular a magnitude da
Forças hidrostáticas sobre superfícies planas força
• determinar o ponto de
aplicação da força

para determinar o ponto de aplicação de F temos que


igualar o momento da força F com o do campo de pres-
são, em relação a CG
∫ ∫
−FyCP = − pydA FyCP = (pa + ρgh) ydA
A A

FyCP = (pa + ρg sen(θ)ξ) ydA
A
y CP
substituindo ξ = ξCG − y,

[ ]
FyCP = pa + ρg sin(θ) (ξCG − y) ydA
A

∫ 0 ∫ 0 ∫
 
>+ ρg sin(θ)ξ 
>− ρg sin(θ) y2 dA
ρg sen(θ)I xx FyCP = pa
A
ydA CG
A
ydA
yCP = − ∫
A

F (2.8) = −ρg sen(θ)


ρg sen(θ)I xy FyCP y2 dA
xCP =− | A{z }
I xx ,momento
F de inércia
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Hidrostática

Momentos e produtos de inércia de geometrias comuns

NB: placas simétricas em relação ao eixo


dos yy têm I xy = 0, pelo que xCP = 0.

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Hidrostática

Exemplo 4
pa • Como temos pressão atmosférica
dos dois lados, podemos
trabalhar com pressões relativas,

hCG F = pCG A = ρghCG A


yCP ρg sen(θ)I xx sen(θ)I xx
yCP = − =−
Fluido F hCG A
ρ
pa • ou seja, F depende do fluido
F (devido à massa volúmica)
• yCP não depende do fluido,
𝜃 apenas de aspetos geométricos

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Hidrostática

Exemplo 5
pa • Como temos pressão atmosférica
dos dois lados, podemos
trabalhar com pressões relativas,

hCG F = pCG A = ρghCG A


yCP ρg sen(θ)I xx sen(θ)I xx
yCP = − =−
Fluido F hCG A
ρ
pa • ou seja, F depende do fluido
F (devido à massa volúmica)
• yCP não depende do fluido,
𝜃 apenas de aspetos geométricos

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Hidrostática

Exemplo 6
Placa parcialmente submersa

F pa
superfície
livre

hCG

2
L/
líquido, ρ

2
L/
CG

A,
I
xx

• A força hidrostática devido ao líquido só atua na parte submersa da placa, pelo que a
parte da placa acima da superfície é indiferente.
ρg sen(θ)I xx sen(θ)I xx
F = pCG A = ρghCG A ; yCP = − =− ,
F hCG A
em que CG, A, e o momento de inércia, I xx são calculados apenas para a parte submersa
da placa (e não para a placa toda
• i.e. é como se a parte da placa acima da superfície não existisse
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Hidrostática

Exemplo 7
Placa submersa em 2 fluidos estratificados
pa pa
superfície
livre

F1 hCG,1 líquido 1, ρ1
h1 superfície
livre

F2 F2

1 /2
h’

L
interface entre

1 /2
L
os líquidos
CG
hCG,2
CG1
2 /2

A
L

1 ,I
xx
,1

1
L
2 /2
L

CG2

líquido 2, ρ2 ρ1 gh1 = ρ2 gh′


A
2
L

2 ,I
xx
F2 = ρ2 g(h′ + hCG,2 )
,2
b

• Para calcular as forças hidrostáticas devido aos 2 líquidos, separa-se a placa em 2 partes:
ρ1 g sen(θ)I xx,1 sen(θ)I xx,1
F1 = pCG,1 A = ρ1 ghCG,1 A1 ; yCP,1 = − =−
F1 hCG,1 A1
ρ2 g sen(θ)I xx,2 sen(θ)I xx,1
F2 = pCG,2 A = (ρ1 gh1 + ρ2 ghCG,2 )A2 ; yCP,2 =− ,−
F2 hCG,2 A2
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Hidrostática

Exemplo 8 (exemplo 2.5 do livro)

b = 1,5 m
Parede

A comporta da figura tem 1,5 m de lar-


água do mar
gura, está articulada no ponto B e re-
10054 N/m3 pousa contra uma parede lisa no ponto
A. Calcule
a) a força sobre a comporta devido à
4,5 m pressão da água do mar,
b) a força horizontal P, exercida pela
rta
po parede no ponto A,
Com
1,8 m c) as reações na articulação B.

Articulação 2,4 m

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Hidrostática

Resolução do exemplo 8

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Hidrostática

Resolução do exemplo 8

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Hidrostática

Resolução do exemplo 8

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Hidrostática

Exemplo 9 (exemplo 2.6 do livro)

Determine a magnitude e ponto de apli-


cação da força hidrostática a atuar so-
bre o fundo triangular do tanque. Note
que, como a superfície do fundo do tan-
que é assimétrica, é necessário determi-
nar yCP e xCP .

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Hidrostática

Resolução do exemplo 9

• Magnitude da força hidrostática:


F = ρghCG A
hCG = 5 + 8 sen 30° = 9 m
A = 6 × 12/2 = 36 m2
F = 800 × 9.81 × 9 × 36

∴ F = 2542752 N

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Hidrostática

Resolução do exemplo 9
• Momento e produto de inércia da
placa:
12 × 6
A= = 36m2
2
bL3 6 × 123
I xx = = = 288m4
36 36
b(b − 2s)L2
I xy = =
72
6(6 − 2 × 6) × 12 2
= −72m4
72
• Ponto de aplicação de F
ρg sen (θ)I xx
yCP = − = −0.444m
F
ρg sen (θ)I xy
xCP =− = 0.111m
F

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Hidrostática

Resolução do exemplo 9
• Magnitude da força hidrostática:
F = 2542752 N
• Ponto de aplicação, CP, da força
hidrostática:
yCP = −0.444m
xCP = 0.111m
• Direção da força hidrostática:
sempre na perpendicular à placa
plana
• NB: yCP e xCP são sempre em
relação ao sistema de eixos da
placa, com origem no centróide e
com y a apontar sempre para a
superfície do fluido.

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Hidrostática

Objetivos:
Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas • calcular a magnitude da
força a actuar na
superfície devido à
pressão
• determinar o ponto de
aplicação da força

Noções a reter:
• para superfícies curvas é
preciso decompor o
problema em x & y
• a pressão actua sempre
na perpendicular às
superfícies, mas a força
hidrostática só será
perpendicular à superfície
curva se a curvatura for
constante (ex. quarto de
círculo)
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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas

Calcular a componente vertical, FV


• na parte superior (bcde) as forças
horizontais equilibram-se e não têm
influência sobre a superfície curva ab
• na superfície ab, a força vertical da
superfície sobre o fluido terá de ser
igual à soma dos pesos dos fluidos por
cima da placa curva:
FV = War + W1 + W2

∴ a componente vertical da força


hidrostática sobre uma superfície curva é
igual ao
peso dos fluidos por cima da superfície

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Hidrostática
Calcular a linha de ação de FV
• O momento da componente vertical da
Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas
força resultante tem que ser igual à
soma dos momentos dos pesos dos
fluidos, qualquer que seja o ponto de
rotação escolhido.

r1 • Escolhendo o ponto ’a’ neste caso:


−Fv · rV = − (War · r1 + W1 · r1 + W2 · r2 )
• se necessário, o peso do ar obtém-se
FV multiplicando a pressão atmosférica
rV pela área da superfície de
• a distância r2 obtém-se a partir do
centróide de um quarto de círculo,

r2

4R
=⇒ r2 =

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas

Calcular a componente vertical, FV


• na parte superior (bcde) as forças
horizontais equilibram-se e não têm
influência sobre a superfície curva ab
• na superfície ab, a força vertical da
superfície sobre o fluido terá de ser
igual à soma dos pesos dos fluidos por
cima da placa curva:
FV = War + W1 + W2

∴ a componente vertical da força


hidrostática sobre uma superfície curva é
igual ao
peso dos fluidos por cima da superfície

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas


Cálculo da força vertical: exemplos

vol
vol

FV = ρg ⨉ vol

FV = ρg ⨉ vol

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas


Cálculo da força vertical: exemplos

FV,ab = ρg ⨉ vol2 (↓)


a
vol2

b
vol
vol1 H
c

R
d

FV,cd = ρg ⨉ (vol1+vol2) (↑)

∴ FV,abcd = FV,cd - FV,ab = ρg ⨉ vol1 (↑) FV = ρg ⨉ vol

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas

Calcular a componente horizontal, F H


• na superfície ab, a força horizontal
exercida pela superfície sobre o fluido
terá que ser igual à força horizontal a
atuar em ca.
• mas a força a atuar em ca é a força
sobre uma placa plana vertical que já
sabemos calcular…

∴ a componente horizontal da força


hidrostática sobre uma superfície curva é
igual à força sobre a área projetada da
superfície no plano vertical

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas

hCG, p
b
y
x
FH yCP, p
CG, p

• a componente horizontal, F H , da força hidrostática sobre a superfície ab é,

F H = (pa + ρghCG,p ) × A p ou
F H = ρghCG,p × A p sem a pressão atmosférica
em que hCG,p é a profundidade do CG da placa projetada e A p é a área da
placa projetada
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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas

hCG, p
b
y
x
FH yCP, p
CG, p

• a linha de ação de F H terá de passar abaixo do CG da placa projetada por uma


distância yCP,p , tal como para uma placa plana vertical,

ρg sen(θ p )I xx,p sen(θ p )I xx,p


yCP,p = − =−
FH hCG,p A p
em que θ p = 90° porque a placa projetada é sempre vertical
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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas


Força hidrostática resultante, FR ,

FV
rV
FR
b
!
FH yCP,p
I
P a

• a magnitude e direção da resultante são calculadas a partir das componentes,


√ ( ) ( ) ( )
−1 FV −1 F V −1 F H
FR = F H2 + FV2 , θ = tg = sen = cos
FH FR FR

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Hidrostática

Forças hidrostáticas sobre superfícies curvas


As coordenadas do centro de
pressão P, i.e. ponto de interse-
ção de FR com a superfície curva,
podem agora ser calculadas sa-
bendo o ângulo θ e um ponto por
onde FR passa.
FV Neste caso, assumindo que ab é
rV
FR um quarto de círculo com centro
b
em c e raio R, e c é a origem do
! referencial,
FH yCP,p 

 xP = R cos θ

I
P 

 yP = −R sen θ
a

• O ponto por onde o vetor da força resultante tem de passar será a interseção
das linhas de ação das componentes vertical e horizontal (i.e. ponto I na figura
cuja posição pode ser determinada a partir de rV e yCP,p )
• Se a curvatura da superfície ab for constante, a força resultante terá de passar
pelo centro de curvatura da superfície (i.e. se ab for um 41 de círculo com centro
no ponto c, FR terá de passar pelo ponto c e não é necessário determinar I
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Hidrostática

Exemplo 10 (exercício 2.83 do livro)

A porta AB é um quarto de círculo de


3 largura (na direção perpendicular à fi-
gura), articulada no ponto B. A comporta
pesa 13350 N e a linha de ação do seu
Água peso passa 2R/π à esquerda do ponto A.
r = 2.4 m
• Determine a força F suficiente
para impedir a comporta de abrir.

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Hidrostática

Resolução do exemplo 10

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Hidrostática

Resolução do exemplo 10

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Hidrostática

Resolução do exemplo 10

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Hidrostática

Resolução do exemplo 10

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Hidrostática

Exemplo 11 (exercício 2.83 do livro)

A porta ABC é um quarto de cilindro de


r = 1.2 m raio 1.2 m e 2.4 m de largura (na direção
Água perpendicular à figura).
• Calcule as forças hidrostáticas
(devido à água) horizontal e
vertical e a linha de ação da força
resultante.

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Hidrostática

Resolução do exemplo 11

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Hidrostática

Resolução do exemplo 11

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Hidrostática

Resolução do exemplo 11

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Hidrostática

Resolução do exemplo 11

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Hidrostática

Exemplo 12 (exemplo 2.7 do livro)


A barragem da figura tem uma forma pa-
rabólica, y = y0 (x/x0 )2 , em que x0 = 3 m
e y0 = 2.4 m. A largura da barragem é de
b = 15 m na direção normal à figura.
• Calcule a componente horizontal da
y0 = 7,2 m
força hidrostática devido à àgua.
y • Calcule a componente vertical da
força hidrostática devido à àgua.
• Calcule a magnitude e direção da
força resultante.
x0 = 3 m
• Determine as coordenadas do ponto
de aplicação da força.

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Hidrostática

Resolução do exemplo 12

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Hidrostática

Resolução do exemplo 12

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Hidrostática

Resolução do exemplo 12

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Hidrostática

Resolução do exemplo 12

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Hidrostática

Resolução do exemplo 12

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Hidrostática

Impulsão: Princípio de Arquimedes


Considere o corpo sólido da figura, com
massa volúmica ρ s , submerso num fluido
Líquido, ρ
com massa volúmica ρ
Volume 1 • Sobre a superfície superior 1, a força
vertical é para baixo e igual a,
FV1 = ρg–
V1
• mas sobre a superfície inferior 2,
atua uma força vertical ascendente,
Sólido, ρs FV2 = ρg(–
V1 + V
–2 )
Volume 2 • A força de impulsão, B (do inglês
buoyancy), é a soma destas 2 forças,
B = FV2 + (−FV1 ) = ρg–
V2 ,
a atuar para cima

Princípio de Arquimedes:
a força de impulsão é uma força ascen-
dente de magnitude igual ao peso do vo-
lume de fluido deslocado pelo corpo:

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V 100/162
Hidrostática

Impulsão: Princípio de Arquimedes


A outra força a atuar no corpo é o peso,
P = ρ s g–
V2
B − P = ρg–
V2 − ρ s g–
V2
Líquido, ρ
∴ B − P = (ρ − ρ s )g–
V2
Volume 1
• Logo, se ρ s < ρ, o peso é menor do
que a força de impulsão e o corpo
ascende até à superfície
B • Se ρ s > ρ, o peso é superior à força
de impulsão e o corpo afunda-se
Sólido, ρs
• Se ρ s = ρ, o peso é igual à força de
Volume 2 impulsão e o corpo permanece
imóvel e é designado por
neutralmente flutuante
P • Se ρ = constante, a força de impulsão
atua no CG do volume submerso.
• Se a massa volúmica do sólido for
uniforme, o peso atua no
CG do sólido que coincide com o
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centro de massa do sólido.
Hidrostática

Bigorna flutuante

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Hidrostática

Estabilidade de um corpo submerso


Muitas vezes, contudo, o centro de massa (CM) do corpo não coincide com o centro
de impulsão. Nesse caso, pode estar-se perante uma situação estável ou instável.
Considere o corpo da figura, mais denso na
zona inferior sombreada.
• A força de impulsão e o peso, neste
caso, produzem um momento
restaurador que retorna o corpo à
B B
posição vertical, com B e P
P P
alinhados.
• Esta é uma situação estável porque
o CM do sólido (ponto P) está abaixo
do centro de impulsão (i.e. o CG,
Momento Restaurador ponto B)
P está abaixo de B

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Hidrostática

Estabilidade de um corpo submerso


Muitas vezes, contudo, o centro de massa (CM) do corpo não coincide com o centro
de impulsão. Nesse caso, pode estar-se perante uma situação estável ou instável.
Considere agora o caso inverso em que o
corpo é mais denso na zona superior som-
breada.
• A força de impulsão e o peso, neste
P P
caso, produzem um momento
B B
desestabilizador que continua a
rodar o corpo até B e P alinhados e
deixarem de produzir momento.
• Esta é uma situação instável porque
o CM do sólido (ponto P) está acima
Momento Desestabilizador do centro de impulsão (B)
P está acima de B

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Hidrostática

Estabilidade de um corpo flutuante


Para um corpo flutuante, o problema da estabilidade é muito mais complicado
porque a posição de B vai mudando.

P P
P

B P
P
P B
B
B’
B B’

Princípio de cálculo
• perturbar a posição inicial estável (a) um determinado ângulo ∆θ e calcular a posição do
centro de impulsão B’
• intersetar linha de ação da força de impulsão com a linha de simetria do corpo (ponto M)
• se o ponto M (metacentro) estiver acima do centro de gravidade do corpo (caso b), o
momento resultante restaura o corpo à posição inicial
• se M estiver abaixo de G (caso c), o corpo roda até encontrar outra posição estável.
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Hidrostática

Exemplo 13 (exercício 2.120 do livro)

Uma viga de madeira (S G = 0.65) com sec-


ção quadrada de 10 por 10 cm e compri-
mento de 3 m está articulada no ponto A,
1 m acima da superfície da água. Considere
que a massa da viga é uniforme.
• Determine o ângulo θ que a viga fará
com a horizontal.

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Hidrostática

Resolução do exemplo 13

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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido

• Considere agora o caso em que o fluido se move como um corpo rígido com
aceleração uniforme
• Se todas as parcelas de fluido tiverem a mesma velocidade em qualquer
instante, não haverá movimento relativo entre elas, pelo que continua a ser um
problema de hidrostática
• Voltando às forças a que o fluido está sujeito:
0
2
*
µ∇
−∇p +  V + ρg = ρa,
em que as forças viscosas continuam a ser zero já que não há gradientes de
velocidade.
• Para um fluido em repouso, relembra-se que a = 0, pelo que ∇p = ρg
• Mas para um fluido com aceleração uniforme, a , 0,

∇p = ρ(g − a)

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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: translação


Considere um reservatório de água com aceleração uniforme, a = (a x , 0, az ).

Linha de pressão constante:


∂p ∂p
dp = dx + dz
∂x ∂z
d p = −ρa x dx + ρ(−g − az )dz
d p = 0 ⇔ −ρa x dx = −ρ(−g − az )dz
dx ax |G x |
∴ =− =−
G= dz g + az |Gz |
i.e. a superfície é uma reta com de-
clive −|G x |/|Gz |, perpendicular ao ve-
tor G = g − a.
Gradiente de pressão:   
∂p   
 ∂p
 0 a x  


  
 = −ρa x = −ρG x
∂x 

 ∂x

   


∇p = ρ(g − a) ⇔ ∂p = ρ  −  ⇒ 

 
  ∂p
 0 0  
 =0
∂y   

 ∂y
  


 
 

∂p  
 

 ∂p
−g
z a  = ρ (−g − az ) = −ρGz
∂z ∂z
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Hidrostática

Exemplo 14 (exemplo 2.12 do livro)


Um piloto de corridas deixa uma ca-
neca de café numa bandeja horizontal
enquanto acelera a 7 m·s−2 .
• Determine se o café irá ou não
transbordar.
• Determine a pressão no ponto A se
a massa volúmica do café for
1010 kg·m−3 .

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Hidrostática

Resolução do exemplo 14

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Hidrostática Q

Resolução do exemplo 14

• Pressão em A em repouso:
• ρg · 0.07 = 693.6 Pa
• Pressão em A em movimento pode ser calculada de várias formas:
• pA = ρ|G|h ′

|G| = g2 + a2x = 12.05 m·s−2
h′ = (0.07 + 0.0214) cos θ = 0.0744 m
⇒ pA = 1010 × 12.05 × 0.0744 = 905.6 Pa

• pA = ρg × (0.07 + 0.0214) = 1010 × 9.81 × 0.0914 = 905.6 Pa

• pA = ρg × 0.07 + ρa x × 0.03 = 1010 × 9.81 × 0.07 + 1010 × 7 × 0.03 = 905.6 Pa

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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação


Considere uma parcela de fluido com velocidade V, relativa ao referencial
não-inercial (x, y, z) em movimento e em rotação.
aceleração absoluta da parcela de fluido,
dV
aabs = + are f
dt
|{z} |{z}
aceleração
aceleração
do referencial
relativa móvel

posição absoluta da parcela de fluido,


S=r+R
derivando uma vez em ordem ao tempo,
dR
Vabs = |{z}
V + + Ω ×r
|{z}
dt
|{z}
velocidade efeito da
relativa velocidade velocidade angular
do referencial do ref. móvel
móvel

derivando uma segunda vez produz,

dV d2 R dΩ
aabs = + + ×r + |
2Ω{z×V } +Ω × (Ω × r)
dt dt2 | {z }
|{z} |{z} |dt{z } aceleração aceleração
aceleração aceleração efeito da de Coriolis
aceleração centrípeta
relativa do referencial
móvel do ref. móvel
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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação

dV d2 R dΩ
aabs = + + ×r + | ×V
2Ω{z } +Ω × (Ω × r)
dt dt2 | {z }
|{z} |{z} |dt{z } aceleração aceleração
aceleração aceleração efeito da de Coriolis
aceleração centrípeta
relativa do referencial
móvel do ref. móvel

dV
• se a parcela de fluido não estiver a acelerar em relação ao referencial, =0
dt
d2 R
• se não houver translação do referencial móvel, =0
dt2
dΩ
• se a velocidade de rotação do referencial móvel for constante, =0
dt
• se a velocidade da parcela de fluido não tiver componente radial, 2Ω × V = 0

dΩ 
+ d  ×
2R
2Ω
dV
aabs = +  × r + V + Ω × (Ω × r)
 dt2 
dt dt

∴ aabs = Ω × (Ω × r)

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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: translação


Considere um reservatório de água a rodar em torno de um eixo vertical com
velocidade angular constante.

Nível em
Aceleração do fluido:
repouso
a = Ω × (Ω × r)

eixo de
rotação



0 0 r 0 0 −Ω2 r


a = 0 × 0 × 0 = 0 × Ωr = 0



Ω Ω
0 Ω 0 0
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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação

Nível em
repouso

eixo de
rotação

Gradiente de pressão:   
  


∂p
 0 −Ω2 r  



∂p
= ρΩ2 r
∂r 
 
 
 ∂r
 




 



∇p = ρ(g − a) ⇔ ∂p
= ρ  0 − 0  ⇒ 

∂p
=0
∂θ 
   

 ∂θ
  


  


∂p 
 ∂p
−g 0  = −ρg
∂z ∂z

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Hidrostática ρΩ2 r2
∴p= − ρgz + C0
2
Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação
C0 é uma pressão conhecida para um determinado
valor de z e r.
Geralmente, coloca-se a origem do referencial na
interseção do eixo de rotação com a superfície do
fluido em que C0 = pa . Nesse caso,
ρΩ2 r2
p = pa + − ρgz
2
Nível em
Resolvendo
repouso para z, na superfície em que p = pa ,
obtém-se a equação da superfície do fluido,
pa − p Ω2 r2 Ω2 r2
z= + =⇒ z =
eixo de ρg 2g 2g
rotação
i.e. a superfície é uma parábola e todas as linhas de
pressão constante também serão parábolas parale-
Linha de pressão constante: las à superfície.
∂p ∂p
dp = dr + dz = ρΩ2 r dr − ρg dz
∂r ∂z
∫ ∫
ρΩ2 r2
∂p = ρΩ2 r dr =⇒ p = + C(z)
2
( 2 2 )
∂p ∂ ρΩ r
= + C(z) = −ρg
∂z ∂z 2
∫ ∫
∂(C(z))
= −ρg =⇒ dC(z) = −ρg dz =⇒ C(z) = −ρgz + C0
∂z
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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação

No caso particular de reservatórios cilíndricos com


Nível o eixo de rotação no centro, pode demonstrar-se
em z que o nível do fluido em repouso é equidistante do
repouso
C ponto mais baixo e mais alto da superfície.
R/2 r R/2 A Isto não é válido para outras geometrias.
h0

D B
Reservatório cilíndrico em rotação
ρΩ2 R2
• pA = pa + ρgh ou pA = pa +
2
• pB = pA + ρgh0 ou pB = pa + ρg(h + h0 )
ρΩ2 (R/2)2
• pC = pA −
Exemplos de cálculo da pressão em qual- 2
quer ponto no fluido em rotação: • pD = pC + ρgh0
ρΩ2 (R/2)2
ρΩ2 r2 ou pD = pa + ρgh0 +
p = pa + − ρgz 2
2

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Hidrostática

Movimento de um fluido como corpo rígido: rotação

• Note-se que, a forma do reservatório não afeta a forma da superfície que será sempre
parabólica.
• No exemplo acima, quer o reservatório seja cúbico ou cilíndrico, a forma da superfície será
a mesma, só que no cilindro não ’vemos’ a superfície para além do raio do cilindro.
• A única diferença relevante é que, quando os reservatórios pararem, o nível da água no
cilindro será (zB + zC )/2 enquanto que para o cubo esse valor não é óbvio e seria necessário
integrar o volume de água debaixo da superfície parabólica no cubo para o determinar.

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Hidrostática

Fluido em rotação como corpo rígido


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Hidrostática

Exemplo 15
Considere a Figura 2 onde se representa
um tubo em U em rotação com mercú-
rio (ρ = 13500 kg·m3 ) no seu interior.
Admitindo que o fluido se movimenta
como um corpo rígido, que o ambiente
se encontra à pressão atmosférica (pa =
101325 Pa) e para a situação em que H1 =
0.2ṁ, H2 = 0.12 m, L1 = 0.1ṁ, L2 = 0.05 m,
determine:
• A velocidade Ω de rotação do tubo.
• A pressão máxima absoluta que se
desenvolve no interior do tubo e
sua posição.

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Hidrostática

Resolução do exemplo 15

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Hidrostática

Resolução do exemplo 15

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Hidrostática

Instrumentos de medição de pressão


Há 4 tipos de instrumento de medição de pressão:
• baseados em gravidade :: barómetro, manómetros, ...

• Devem interagir o menos


possível com o escoamento,
i.e. os tubos de tomada de
pressão têm diâmetros
<1mm
• Se o objectivo, na figura é
medir p1-p2, é mais preciso
ligar o manómetro entre 1 &
2, do que medir as duas
pressões de forma
independente

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Hidrostática

Instrumentos de medição de pressão


Há 4 tipos de instrumento de medição de pressão:
• baseados em deformação elástica :: tubo de Bourdon, extensómetros, ...

Tubo de Bourdon
• Uma pressão alta faz rodar o
tubo, que por sua vez faz
atuar a engrenagem que
aciona o ponteiro
• Outros instrumentos com o
mesmo princípio de
funcionamento utilizam
molas, diafragmas, etc.

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Hidrostática

Instrumentos de medição de pressão


Há 4 tipos de instrumento de medição de pressão:
• baseados no comportamento elétrico do instrumento :: piezoelétrico,
capacitivo, ...

Transdutor de pressão ressonante


Transdutor de pressão capacitivo • a frequência de ressonância varia com
• a capacitância do condensador varia a pressão
com a pressão

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Hidrostática

Instrumentos de medição de pressão


Há 4 tipos de instrumento de medição de pressão:
• baseados no comportamento de gases (compressão, propriedades térmicas)

Medidor de Pironi
• usado para pressões muito pequenas, i.e. para medir quase-vácuo
• um filamento aquecido com uma corrente elétrica é imerso no gás cuja pressão
se pretende saber
• com mudanças na pressão do gás, a sua condutividade térmica altera-se e com
ela a quantidade de calor que o filamento perde para o fluido. Medindo a
temperatura do filamento pode pois deduzir-se a pressão do gás.
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Sumário.

• Conhecer a lei geral da hidrostática e calcular a pressão em qualquer ponto de


um fluido em repouso ∇p = ρg
• Calcular forças sobre placas planas submersas F = ρghCG · A
• Determinar ponto de aplicação dessas forças
ρg sen(θ)I xx sen(θ)I xx
yCP = − =−
F hCG A

• Calcular forças sobre placas curvas submersas decompondo em componentes


• calcular a força horizontal projetando a superfície curva na vertical
• calcular a força vertical a partir do peso de volume de fluido sobre a placa
(ou ausente sobre a placa)

• Determinar ponto de aplicação da força hidrostática sobre superfícies curvas

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Sumário.

• Calcular a força de impulsão de um corpo submerso


• Compreender o princípio dos momentos restauradores e desestabilizadores
das forças de impulsão e do peso para corpos submersos e flutuantes
• Lei geral da hidrostática para fluidos em movimento como corpo rígido
∇p = ρ(g − a)
• Saber calcular a pressão em fluidos em movimento como corpo rígido em
translação
• Determinar a inclinação da superfície em fluidos em translação como corpo
rígido
• Saber calcular a pressão em fluidos em movimento como corpo rígido em
ρΩ2 r2
rotação p = pa + − ρgz
2
Ω2 r2
• Forma parabólica de fluidos em rotação como corpo rígido z=
2g
• Conhecer os vários tipos de instrumentos para medição da pressão

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