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GOVERNO REGIONAL
SECRETARIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CONSERVATÓRIO – ESCOLA PROFISSIONAL DAS ARTES DA MADEIRA, ENG.º LUIZ PETER CLODE

Ano letivo 2021/2022

3º Ano do Curso Profissional de Arte do Espetáculo – Interpretação

Tabataba
Bernard Marie-Koltés

Relatório Final da Prova de Aptidão Profissional

Ana Paula da Silva Camacho, nº P200

Orientador: João David Melo Paiva

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Índice

Agradecimentos ........................................................................................................................ 3
Introdução ................................................................................................................................... 4
1. Componente Teórica ........................................................................................................ 6
1.1 Caracterização da Obra ........................................................................................... 7
1.2 Evolução da Personagem no Texto ........................................................................... 9
1.3 Universo do Autor ............................................................................................................11
1.3.1. Biografia do Autor ...............................................................................................11
1.3.2. Obras do Autor ....................................................................................................13
1.3.3. Contextualização Histórica ...............................................................................15
Conclusão .............................................................................................................................18
2. Webgrafia ..........................................................................................................................20
2. Componente Prática .......................................................................................................22
2.1. Caracterização e cabelos. .........................................................................................22
2.2 Cenografia .....................................................................................................................23
2.3 Figurinos .........................................................................................................................24
2.4 Desenho de Luz ............................................................................................................25
2.5 Sonoplastia ....................................................................................................................26
Anexos .......................................................................................................................................27
A) Diário de Bordo ........................................................................................................27
B) Texto Cénico .............................................................................................................34
C) Cronograma de Ensaios ........................................................................................44
D) Design Gráfico (Cartaz, bilhete, convite, etc.) .................................................45
E) CV ................................................................................................................................49
F) Avaliações realizadas pelo professor ao longo do ano ....................................52
G) Autoavaliação...........................................................................................................58

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Agradecimentos

Existem muitas pessoas às quais a formanda gostaria de agradecer;


primeiramente gostaria de agradecer ao professor orientador João Paiva, um
obrigado nunca será suficiente para expressar a gratidão que aluna sente
perante toda a ajuda e apoio que o mesmo deu nos últimos dois anos. À
professora e diretora de turma, Diana Pita, um grande obrigado por este ano de
muitas cambalhotas, por toda a paciência e companheirismo ao longo desta
viagem. Ao professor Diogo Correia Pinto, um enorme obrigado por investir nesta
turma, por se preocupar e fazer tudo o que estava ao seu alcance para que os
alunos pudessem usufruir ao máximo desta experiência. A todos os professores,
muito obrigado por todo o apoio e por nos guiarem ao longo destes três anos.
Um grande obrigado a todo o corpo docente, em especial á Dona Raquel e ao
Senhor António que cuidaram e aconselharam a aluna ao longo deste ano. A
formanda gostaria também de agradecer, ao Lee Silva por toda a ajuda com a
parte gráfica deste projeto, ao Ricardo Brito, obrigado pela ajuda e por fornecer
á aluna material necessário para que a mesma pudesse apresentar a sua PAP,
obrigado ao Rodrigo Martins e ao Pedro Cunha pela assistência na cenografia e
fotografia. Obrigado a todas as pessoas que apoiaram a aluna nesta jornada,
amigos, família e por fim o maior obrigado de todos, à minha turma, Laura Souza,
Jéssica Pimenta, Alex Gonçalves, Maria Verga, Patrícia Silva, Joana Feijão,
Beatriz Santos, Filipa Mestre, Bruno Martins, Pedro Cunha, Rodrigo Martins e
Júlia Rodrigues, por estes três anos de muito choro, stress, brigas mas repleto
de muitas risadas e muita cumplicidade, a formanda sai daqui com o coração
cheio de muitas coisas boas, muitas aprendizagens e muitas memórias para
serem relembradas. Nunca haverão obrigados suficientes para mostrar o quão
grata a aluna está por cada pessoa que fez parte desta etapa. Venha a próxima.

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Introdução

Ana Paula da Silva Camacho nasceu a 26 de julho de 2002 na Madeira, é


a formanda nº P200 do Curso Profissional de Artes do Espetáculo –
Interpretação no Conservatório - Escola Profissional de Artes da Madeira
(CEPAM) e apresenta, com este relatório, a sua Prova de Aptidão Profissional
(PAP). Este projeto de avaliação final é composto por duas componentes: uma
teórica e outra, prática, tendo como objetivo avaliar as competências alcançadas
pelos discentes ao longo dos três anos de curso.

Após algumas dúvidas iniciais, relativas à indecisão do tema que queria


abordar na PAP, a escolha da obra final surgiu através de uma proposta do
professor orientador, captando imediatamente a atenção da aluna, o texto é da
autoria do dramaturgo Bernard Marie Koltès e chama-se: Tabataba.

Através deste projeto, a aluna tem como objetivo explorar as suas próprias
inquietações e medos, bem como o impacto daquilo que nós somos perante a
forma como vemos o mundo. A discente acredita que este é um assunto
importante a ser falado pois acha pertinente refletir sob aquilo que são as
oportunidades que a vida nos dá, e o que é que podemos fazer com as mesmas,
independentemente das condições que temos, procurando revelar que todos
vemos o mundo como nós somos e não como o mundo, verdadeiramente, é.

O principal objetivo da formanda é realizar um trabalho bem-sucedido,


explorar a geração, sistematização, criação e montagem de um projeto
autónomo, trazendo verdade á cena, desenvolvendo um bom trabalho tanto
teórico como prático

Como antes referido, este projeto divide-se em duas partes, sendo que a
primeira engloba as questões teóricas e foca-se na fundamentação do projeto e
da metodologia de trabalho, a segunda diz respeito ao caracter prático,
correspondente, á caracterização, ao cenário, a sonoplastia, o design gráfico,
entre outros.

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Por fim, a formanda acaba o projeto com uma conclusão que resume todo
o processo de trabalho, em conjunto com uma reflexão em relação ao mesmo,
conjuntamente com todas as referências bibliográficas que contribuíram para o
desenvolvimento do trabalho e todos os anexos que lhe foram entregues ao
longo do ano letivo.

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Componente Teórica

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Caracterização da Obra

“Se de manhã, em vez de desmontares o motor da tua moto para voltares


a montá-lo à noite, me desses a camisa para eu lavar, o casaco para
passar, o botão das calças para eu coser, à noite não ficava envergonhada
quando os outros rapazes chegam e me perguntam: onde é que está o
puto Abu?”
– Maimuna em “Tabataba” de Bernard Marie Koltès

Tabataba é um texto escrito pelo dramaturgo francês Bernard Marie


Koltés, em 1986, sendo que foi adaptada pela primeira vez no Théatre Gérard –
Philipe em Saint – Denis, em 1992, dirigida por Stanislas Nordey, promovendo
assim o recrutamento de escolas nacionais para a formação de atrizes e atores,
com o intuito de explorar o universo deste texto.

Esta obra desenrola-se numa pequena aldeia, chamada Tabataba,


mostrando-nos a vida das duas personagens do texto – Maimuna e Puto Abu –
dois irmãos que vivem sozinhos numa casa, e nunca saíram do sítio em que
vivem. Ao longo da história fazemos uma viagem pela vida e pelas condições em
que os dois vivem, principalmente de Maimuna, a irmã mais velha, que sempre
cuidou do seu irmão mais novo, e entre muitas disputas e desavenças luta para
que o irmão, que passa a maior parte do tempo a montar e desmontar a sua
mota, tenha mais oportunidades e uma vida melhor do que aquela que ela teve.

Neste texto, a ação de Abu, de montar e desmontar diariamente a sua


mota, é uma metáfora do medo de sairmos da nossa zona de conforto, e explorar
o desconhecido. Para Maimuna, é importante que Abu se arranje e aproveite o
seu tempo com os rapazes e raparigas de Tabataba e procure algo melhor para
si, pois a mesma teve uma vida dura de trabalho e não pôde aproveitar como
gostaria.

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Maimuna, é a representação de uma figura materna que, por vezes de


forma mais áspera, procura sempre o melhor para um filho. Esta obra faz-nos
questionar os verdadeiros factores que nos impedem de tomar decisões, e o
peso que o medo pode ter no rumo que queremos dar à nossa vida.

Um dos aspetos mais marcantes desta obra segundo o ponto de vista da


discente, é o facto de que, através da maneira como a história é contada,
conseguimos olhar e explorar o nosso próprio universo de outras perspetivas.
Para a formanda este é um tópico pertinente e que deve ser abordado, pois é
um fator com o qual somos confrontados diariamente, o medo, o tomar de
decisões e, talvez principalmente, o que devemos plantar hoje para poder colher
amanhã.

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Evolução da Personagem no Texto

A personagem que será interpretada pela discente é Maimuna. Uma


mulher, jovem, que vive com o seu irmão mais novo numa pequena aldeia
chamada Tabataba. Ao ler o texto percebemos que Maimuna e Abu têm uma
relação um pouco conflituosa, esta, desde o início, insiste para que o seu irmão
mais novo largue a mota, que no caso passa a vida a montar e a desmontar, e
saia a rua para se divertir com os rapazes da sua idade, que engate raparigas,
e que se arranje bem pois a forma como este leva a vida é uma vergonha. E
assim passam os seus dias, Maimuna a cuidar da casa e a brigar com Abu por
causa da mota e Abu a cuidar da sua mota e a brigar com a irmã que apenas
tenta preencher uma vida que sente vazia: cuidar de Abu dá a Maimuna o
conforto que ela nunca sentiu quando era pequena.

O facto de insistir com o irmão para que esta saia de casa e aproveite a
vida com as pessoas à sua volta é uma espécie de um espelho invertido da sua
própria vida. Maimuna demonstra, através dos sermões que dá a Abu, a vontade
e a necessidade para que este tenha a vida que ela nunca teve a oportunidade
de viver, uma boa vida, em que este se possa divertir, passar tempo com os seus
amigos, e andar atrás de raparigas. Sair dali. Ver o mundo. Ter uma família.

Ao longo da obra, vamos percebendo que Maimuna, não tinha ninguém


que cuidasse dela, que lhe passasse a roupa, lhe penteasse os cabelos, ou que
lhe cosesse os vestidos, então fá-lo por Abu, faz por ele aquilo que nunca
ninguém fez por ela, tudo o que ela faz pelo seu irmão, é por amor. Mas o
discurso alimenta sempre um conflito, uma vontade cega para que o irmão
acorde, largue a mota e agarre as raparigas.

É possível olhar para as personagens como personificações e metáforas


das coisas que encontramos em todo o lado, durante o processo do crescimento
humano.

O facto de Abu passar os dias a montar e desmontar o motor da sua mota,


pode ser visto como o adolescente que, por medo ou por outra situação

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qualquer, sente que não consegue dar o salto para a idade adulta. Em direta
oposição a isto, temos Maimuna que vê e vive o mundo de uma maneira
diferente. E por isso quer projetar em Abu a possibilidade de ele não seguir o
caminho dela, se tornar alguém.

No final do texto, Abu confronta Maimuna, e após demonstrações mútuas


de carinho, percebe-se que, afinal, são apenas duas pessoas, que se gostam
incondicionalmente e que projetam o melhor para ambos. Maimuna chateia-se
verdadeiramente com o irmão, e a frieza da linguagem utilizada por ambos,
denota não só uma grande cumplicidade como também uma grande crueza na
relação e na situação em que ambos se encontram. O fim da história não nos dá
o que podemos ser, ou o que o mundo quer que sejamos, o fim da história dá-
nos as pequenas coisas sem as quais não somos nada. Puto Abu vai continuar
a montar e a desmontar o motor da mota, a Maimuna vai continuar a cuidar da
casa, e Tabataba vai continuar a estar na rua. Talvez a verdadeira evolução da
personagem, e do leitor, será a possibilidade de olhar para este mundo em
constante transformação e perceber o que nos torna únicos. As coisas simples.

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Universo do Autor

Biografia do Autor

Bernard-Marie Koltès, nasceu a 9 de abril de 1948, na cidade de Metz, em


Lorena. Estudou no colégio jesuíta Saint-Clément, sendo que este foi o primeiro
local em que Koltés teve contacto com teatro, esta expressão artística era
amplamente valorizada pelos jesuítas, estes que incentivavam os seus alunos a
fazer encenações assim como a irem ver espetáculos regularmente. Outra
característica deste colégio, era o facto de que os alunos participavam em
concursos no intuito de desenvolverem as suas habilidades argumentativas,
mais tarde este fator irá se tornar num dos aspetos que caracterizam a escrita
koltesiana.

Em 1968, juntamente com o seu irmão, muda-se para Estrasburgo, e


começa a estudar na Escola do Teatro Nacional de Estrasburgo, através do
grupo Théâtre du Quai, que pertencia a escola, escreveu o seu primeiro texto,
abordando o tema Infância. Mesmo tendo dirigidos alguns espetáculos com os
seus colegas, com textos escritos por ele mesmo, este acaba por se dedicar
exclusivamente á escrita. No entanto, Koltés acaba por abandonar a escola TNS,
embarca numa viagem até França e outros países, que lhe despertaram um
interesse em conhecer outras culturas, e explorar o mundo da criação. Foi,
portanto, em Estrasburgo que Koltés deu início á sua vida profissional no Teatro
escrevendo as suas próprias obras.

Em 1980, Koltés muda-se para Paris, onde conhece vários artistas de


destaque no mundo do teatro. Um deles, Patrice Chéreau, que viria a tornar-se
um dos maiores encenadores das obras de Koltés. Em 1982, no centro de Nova
Iorque, Koltés depara-se com o mundo marginal desta grande cidade.
Corrupção, prostituição, trafico de drogas, criminalidade, homossexualidade e
muitos outros fatores influenciaram o autor a escrever vários textos, inclusive “Na
solidão dos campos de algodão”, publicado em 1986.

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Bernard Marie Koltés, passou grande parte da sua vida a viajar, o que lhe
permitiu conhecer novas culturas assim como a expandir novos horizontes no
que toca ao mundo da criação e imaginação, cada texto que o mesmo escreveu
são inspirados em alguém, ou em algum lugar em que esteve presente. As suas
obras destacam-se pela sua diversidade de temas e por abordarem questões
ligadas á contemporaneidade, tais como a violência, a marginalização, o desejo
e a morte, na sua primeira viagem a África, testemunhou eventos marcantes
violentos, segundo Koltés a sua primeira visão assim que saiu do avião foi a
imagem de um corpo a flutuar sobre a água.

Em 1983, começa a desenvolver os primeiros sintomas de SIDA. Em 1989


fez uma viagem a Portugal, no entanto o mesmo foi obrigado a voltar para França
devido ao seu estado de saúde agravado, acaba falecendo no hospital.

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Obras do Autor

Uma das grandes características da escrita de Koltés, era o impulso criativo


que o mesmo tinha, independentemente do lugar onde se encontrava. Após
abandonar o curso de direção, foi até França, Estados Unidos e Nova Iorque
chegou a visitar também, Nicarágua e Guatemala, num período em que ambos
os países enfrentavam diversos conflitos políticos. Apesar da agitação que se
instalava, Koltés sempre demonstrou interesse por outras culturas, e procurou
sempre explorar esses universos, e aprender algo novo, universos estes que,
mais tarde, iriam contribuir para o seu processo de criação e desenvolvimento
de novas ideias, pois todas as viagens que o mesmo havia feito até ali haviam-
no alimentado criativamente, no que toca á sua carreira profissional.

A vida de Bernard Marie Koltés é marcada por várias experiências


violentas, e por exposição á morte, experiências estas que tiveram um grande
impacto na sua formação pessoal e profissional.

Uma das maiores características das personagens dos textos de Koltés,


inclusive Maimuna e Abu, é risco que prevalece sobre o medo da perda da
própria individualidade, seja esta através da morte ou no caso das personagens
de Tabataba, a modificação delas mesma num processo de interação com outras
personagens, que neste caso metaforicamente é a morte da individualidade
modificada ou renascida, por exemplo ao longo do texto Maimuna tenta
convencer Abu a aproveitar a vida e a mulheres desta pequena cidade, com o
objetivo de ter uma vida muito melhor que a dela mas também com o intuito de
que ambos tenham uma imagem respeitada naquela comunidade local.

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Algumas referências da obra de Koltés:

- Les Amertumes - A Amargura (1970)

- La Marche – A Marcha (1970)

- L´Héritage - Legado (1972)

- Récits morts – Histórias Mortas (1973)

- Sallinger - Sallinger (1977)

- La nuit juste avant les forêts - Na Noite Anterior às Florestas (1977)

- Combat de nègre et de chiens - Luta de Negros e Cães (1979)

- Quai Quest – Cais de Quest (1985)

- Dans la solitude des champs de coton - Na Solidão dos Campos de Algodão


(1985)

- Tabataba (1986)

- Retour au dèsert – De volta ao Deserto (1988)

- Roberto Zucco (1988)

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Contextualização Histórica

Tabataba, da autoria do dramaturgo contemporâneo francês Bernard


Marie Koltés, foi escrita em 1986. A década de oitenta, também conhecida como
a “Década perdida”, designação proveniente do período de crise financeira que
se instalava na América Latina, foi uma época marcante para o século XX, sendo
que é vista como o fim da era industrial e o início da era da informação.

A década supracitada destaca-se também pelos vários acontecimentos


sociais, políticos, económicos e industriais que ocorreram um pouco por todo o
mundo. Os Estados Unidos da América foram dos países que mais se
envolveram em conflitos formando alianças com governos da América Central e
do Sul, tentando impedir a disseminação do comunismo. Em 1983, juntamente
com a Organização dos Estados das Caraíbas Orientais, invadiram a ilha
Grenada, por conta de um golpe de estado, sendo que a invasão foi bem-
sucedida, houve uma mudança no governo, no entanto a mesma trouxe muitas
controvérsias pois surgiram acusações a respeito do imperialismo americano.

A 1 de Janeiro, Portugal e Espanha entram na União Europeia.

A sonda Voyager 2, da NASA, no dia 24 de janeiro de 1986 aproximou-se


pela primeira vez de Urano, esta foi a primeira e única vez em que uma sonda
interplanetária visitou este planeta.

A 28 de janeiro, o vaivém espacial usado pela NASA que servia como


veículo para lançar satélites, para experiências científicas em orbita e que
contribuiu para a construção da Estação Espacial Internacional, acabou por ser
destruído num acidente durante uma das missões que estavam a ser feitas na
altura, causando a morte de 14 astronautas.

A 20 de fevereiro de 1986, a estação espacial soviética lançou o seu


primeiro módulo num foguete Proton K no Cosmódromo de Baikonuir, a primeira
e maior base de lançamentos de foguetes do mundo.

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A 28 de fevereiro, o primeiro-ministro sueco é assassinado em


Estocolmo.

A 26 de Abril de 1986 dá-se um dos maiores desastres nucleares da


história, um reator da central de Chernobyl explodiu e libertou uma nuvem de
material radioativo na atmosfera, este acidente provocou a contaminação de
várias pessoas e animais, teve também um grande impacto no meio ambiente,
comprometendo o mesmo desde então, mais tarde toda a cidade de Pripyat viria
a ser abandonada. Esta catástrofe teve um impacto bem maior do que a Bomba
Atómica lançada de Hiroshima após a Segunda Guerra Mundial. Dado o conflito
entre a Ucrânia e a Rússia, este assunto tem vindo a despertar a preocupação
de muitos após a invasão das tropas da Bielorrússia, esta zona tem vindo a
demonstrar um aumento de radiação, que por consequência eleva as
probabilidades de haver uma catástrofe ambiental.

Em 1986, a União de Esquerda Socialista Democrática, um partido de


esquerda português, é desativado após as eleições, em que uma parte dos
membros vota em Mário Soares e outra em Maria de Lurdes Pintasilgo, no
entanto este extinguiu-se oficialmente em 1997. Alguns dos membros deste
antigo partido, vieram mais tarde a contribuir para a formação do Bloco de
Esquerda, nomeadamente Carlos Prazeres Ferreira e Álvaro Arranja. No
entanto, a CIA alertou que a vitória de Mário Soares, não apagava os riscos de
instabilidade política instalados em Portugal, prevendo o conflito que viria a
acontecer com o seu oponente político, Cavaco Silva.

Ainda nesse mesmo ano, é fundado o Partido Democrático Progressista,


no Taiwan, este partido surge com o prepósito de defender o liberalismo social,
os direitos humanos, sendo também um grande defensor da identidade nacional
taiwanesa, este partido é um membro da rede internacional liberal assim como
o membro fundador do Concelho de Democratas e Liberais Asiáticos, e
representante do Taiwan na Organização das Nações e Povos Não
Representados.

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A 5 de abril, a discoteca La Belle localizada em Berlim, sofreu um atentado


terrorista, provocando a morte de três pessoas e mais de 200 feridos. O governo
dos Estados Unidos da América responsabilizou a Líbia, sendo que o mesmo
ordenou que fossem feitos ataques de retaliação em Tripoli e Benghazi, dez dias
após o sucedido.

A 29 de julho de 1986, várias associações culturais, sociais, pacifistas e


nacionalistas de Aragão (Espanha) juntaram-se para criarem um novo partido
político, nacionalista e social-democrata denominado por Chunta Aragonesista.
A 14 de dezembro é fundado um partido político de esquerda e independente em
Espanha, Candidatura de Unidade Popular surge com intuito de defender a
unidade dos territórios de língua catalã e o direito para que estes possam ter a
possibilidade de construir uma república independente. Este partido propõe uma
Iniciativa Popular Revogatória para que os eleitores tenham a oportunidade de
remover representantes eleitos antes do fim do seu mandato, propõe também a
criação de uma assembleia de autarcas locais. Uma das grandes características
desta organização é o facto de ser contra a energia nuclear e a favor das
energias renováveis, defender o direito de voto a partir dos 16 anos, lutar contra
a discriminação perante as mulheres e da comunidade LGBT.

A 21 de agosto, no noroeste dos Camarões, dá-se uma erupção límnica,


provocando uma explosão no Lago Nyos, de origem vulcânica, criando um
pequeno tsunami que libertou de imediato toneladas de gases monóxidos e
dióxido de carbono vidos do fundo do lago, o impacto foi tão grande que eliminou
temporariamente o oxigénio do ar nas zonas mais próximas do lago. Este
desastre provocou milhares de mortes.

O Cometa Hailey, apareceu pela primeira vez em 1986, tornou-se o


primeiro cometa a ser observado em detalhes por uma espaçonave, fornecendo
assim os primeiros dados da estrutura do seu núcleo, estas pesquisas permitiram
a confirmação das matérias que permitiram a construção do cometa.

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Conclusão

Não é fácil fazer uma conclusão pois isso quer dizer que mais uma etapa
se está a encerrar. Trabalhar neste projeto ao longo de 9 meses foi uma
experiência muito enriquecedora, ter a oportunidade de criar e dirigir um projeto
nosso é um grande desafio, traz-nos muitas competências, não só na área do
teatro em si, mas também no que diz respeito ao senso de responsabilidade,
orientação e autonomia no trabalho.

Quando começou o trabalho de investigação e procura de um texto que


pudesse ser a base de toda a PAP, a formanda tinha como objetivo encontrar
um texto que lhe permitisse trabalhar questões relacionadas com relações
familiares simbólicas e transformadoras. Inicialmente, leu vários textos de onde
se destacam “Coro dos Amantes a Caminho do Hospital” de Tiago Rodrigues,
“Fala Comigo Doce como Chuva” de Tennessee Williams, entre outros.
Inicialmente, a aluna optou pelo texto do Tiago Rodrigues mas, à medida que o
primeiro período ia terminando, a mesma tinha cada vez mais duvidas em
relação á sua escolha. Ao optar por procurar outro texto, o seu P.O. (prof. João
Paiva) apresentou-lhe um texto de Bernard Marie-Koltés, “Tabataba”, que,
embora precisasse de várias alterações, foi, de longe, a opção certa. Todo este
processo de trabalho, que é a PAP não teria sido possível se a formanda não
tivesse tido todo o apoio e paciência do professor orientador João Paiva, e para
ser sincera, se não fosse o mesmo a lhe apresentar o texto “Tabataba”, o
trabalho da aluna não seria tão proveitoso e enriquecedor. Com honestidade,
nos anos passados, a formanda acreditava que o processo de trabalho era muito
mais complicado do que realmente é, o mesmo tem as suas cambalhotas,
principalmente no início este deu imensas, mas numa reta final do trabalho a
aluna acredita que foi um projeto bastante proveitoso e prazeroso de se fazer.

Ao longo destes três anos, a aluna cresceu imenso, não só como pessoa,
mas como profissional, o Curso Profissional de Artes do Espetáculo, foi um dos
capítulos mais importantes da vida da aluna, foram anos de muito trabalho,
esforço, muitos choros mas de muita alegria e muito amor, pessoas que

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marcaram a mesma, qualquer pessoa que já tenha estado nesta escola de certo
irá se relacionar quando a aluna diz que sairá daqui de coração cheio, com muita
aprendizagem, mais confiante de si mesma, mais madura e mais sensível. A
aluna espera que aqueles que venham a frequentar este curso, possam sentir o
quão transformadora, desafiadora e divertida a arte e o teatro podem ser.

Por fim, a formanda gostaria de ressaltar o quão grata se sente por todos
aqueles que contribuíram e fizeram parte desta jornada incrível, e a falta que as
mesmas irão fazer na sua vida. A aluna espera voltar a ler isto daqui a um ano e
poder dizer o quanto tem vindo a crescer graças a este curso, e falar sobre o
momento em que voltou a pisar um palco pela primeira vez após concluir o 12º
ano.

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Componente Prática

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Caracterização e cabelos

No que diz respeito á caracterização da atriz, a discente optou por usar o


mais básico, irá utilizar somente base, pó com o objetivo de tirar o brilho da pele,
para olhos será usado um lápis na linha de água inferior para abrir o olhar.

O cabelo deverá demonstrar um certo desgaste na aparência da


personagem, portanto a aluna optou por prender o cabelo com uma piranha.

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Cenografia

Para este projeto, a aluna optou por um cenário mais simples, sem muita
informação, em cena haverá uma corda que será ligada por dois postes, um de
cada lado do palco, que servirá como estendal de roupa. No canto esquerdo
palco, do ponto de vista do público irá ser colocada uma mota, uma metáfora
para o Puto Abu, à qual a aluna terá acesso uns dias antes da apresentação.
Junto aos postes, e como peso para os conseguir suportar, estarão algumas
pedras de praia. Alguns elementos mais pequenos (roupa) serão usados para
complementar a ação da discente.

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Figurinos

Neste texto a personagem demonstra um certo cansaço devido á rotina


do cuidar da casa e a aluna tem como objetivo, através do figurino,
complementar essa aparência desgastada. Para isso a mesma utilizará roupa
básica de andar em casa, em tons terra, e uns chinelos com meias.

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Desenho de Luz

Perante o enredo do texto, a aluna optou por criar um ambiente mais


intimista, após uma conversa com a professora Diana Pita, esta chegou a
conclusão de que a melhor opção seria utilizar cores quentes, em específico a
cor âmbar. Serão criadas duas áreas de luz, com uma área geral que engloba
as duas.

Área 1 (1): luz, em corredor, ao longo da corda do estendal.


Área 2 (2): luz com foco fechado na mota.
Área 3 (Geral): luz difusa, a ocupar a zona central do palco, incluindo a maioria
do estendal e a mota.

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Sonoplastia

Para uma melhor instalação da atmosfera que a aluna pretende para a cena, a
mesma terá um som de fundo que nos remete para um ambiente tropical e
selvagem. Este som está presente durante toda a cena num plano de fundo. A
juntar a este som ambiente, a aluna prevê a utilização de uma música que ainda
não conseguiu escolher mas que, certamente, se centrará no universo do músico
africano Ali Farka Touré.

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Anexos

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Diário de Bordo

23/09 - 30/09 – Esta semana, reunimo-nos com o professor orientador João,


para percebermos um pouco, como funcionará este processo, este tempo
serviu-nos para tirarmos duvidas referentes á PAP e para o professor perceber
se já temos uma noção daquilo que pretendemos fazer.

30/09 – 07/10 – No apoio á PAP desta semana, ao falar com o orientador da


PAP, discutimos temas da qual eu tenho interesse em trabalhar, nomeadamente
gostaria de abordar o mundo das memórias, então o mesmo recomendou-me
alguns textos, retirados do livro “Urgências”.

07/10 – 14/10 – Após ler os textos, conversei com o professor orientador, escolhi
assim “O Coro dos Amantes a Caminho do Hospital” do escritor Tiago Rodrigues,
foram colocadas algumas ideias. Uma das propostas feitas pelo orientador foi ter
uma pessoa para trabalhar comigo, pois este texto é dito por duas pessoas em
simultâneo, então esta semana li o texto com várias pessoas para perceber se
irá funcionar ou não. Entretanto comecei a fazer o anteprojeto.

14/10 – 21/10 – Esta semana, dei continuidade ao anteprojeto, e comecei a fazer


a biografia do autor. Como não encontrei ninguém que se encaixasse com o
texto, foi-me proposto por uma colega, convidar um ex aluno do Conservatório,
Rúben Pinto, entrei em contacto com ele e ele aceitou.

21/10 – 28/10 – Esta semana dei início às pesquisas sobre a vida do autor e
sobre a época em que o mesmo escreveu este texto, e comecei a reunir
informação para a contextualização histórica.

28/10 – 04/11- Esta semana entreguei o anteprojeto e o Rúben veio cá a escola


para poder ler o texto comigo, também deu algumas ideias em relação aquilo
que poderíamos fazer, também me mostrou a sua PAP, e esclareceu-me
algumas dúvidas que eu tinha e também se ofereceu para me ajudar.

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04/11 – 11/11 – Já tenho a biografia do autor e as suas obras prontas, neste


apoio á PAP, eu e o professor estávamos falando e surgiu a ideia de colocarmos
um carro em cena, não sei se irá funcionar, mas esta semana entrei em contacto
com algumas pessoas para saber se alguém tem algum carro que não esteja a
ser utilizado.

11/11 – 18/11 – Esta semana surgiu um problema que já tinha noção que poderia
acontecer, devido ao COVID corremos o risco de novamente não ser permitido
termos outras pessoas de fora, então há uma grande possibilidade de não poder
trabalhar com o Ruben, o professor orientador propôs fazermos gravação de voz,
mas no meu ponto de vista isso tirará um pouco a essência do texto, o texto em
si é incrível, no entanto, a beleza é ser feito por duas pessoas. O plano B será
mudar de texto.

18/11 – 25/11 – Esta semana não trabalhei assim tanto na PAP, o apoio foi mais
focado em troca de ideias para o cenário e que outras opções é que poderemos
ter caso o Rúben não possa fazer a PAP comigo.

25/11 – 02/12 – Esta semana fiz a justificação de escolha de texto e mandei ao


professor. No entanto começo a ter dúvidas se realmente quero trabalhar este
texto, apesar da sua beleza não é um universo que realmente quero abordar e
não há algo que eu realmente queira transmitir ao público com ele.

02/12 – 09/12 – Esta semana em conversa com o professor orientador, decidi


que não quero fazer uma voz off, até porque o texto irá perder a essência , então
decidi mudar de texto.

09/12 – 16/12 – Como estreamos a nossa peça esta semana, foquei-me mais
nesse trabalho do que na PAP. Agora que decidi mudar de texto sinto-me um
pouco perdida em relação áquilo que realmente quero trabalhar, até porque
ainda não tinha em mente outras opções ou temas que quisesse explorar.

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06/01 – 13/01 – O professor orientador esta semana mostrou-me o texto “Fala


Comigo Doce como Chuva” de Tenesse Williams, o texto fala de uma relação
deteriorada pelo álcool, é um texto incrível, mas não sei se é bem aquilo que
ando á procura.

13/01 – 20/01 – Depois de me ter mandando o texto de Tenesse Williams, o


professor orientador apresentou-me a obra “Tabataba” de Bernard Marie Koltès,
o texto fala de dois irmãos que vivem numa província muito pobre. Numa
primeira leitura senti-me intrigada não só pela linguagem do texto, mas também
pela relação que se vai desenvolvendo entre os dois ao longo do texto. Após
algumas leituras e análise ao texto percebemos que o texto abrange umuniverso
de medo de escolhas e tomada de decisões.

20/01 – 27/01 – Após falar com o professor orientador, dei início ao trabalho,
comecei por pesquisar a vida do autor, e as obras que o mesmo escreveu, o
problema é que este ator no que expôs muito a sua vida pessoal então foi difícil
encontrar informação sobre a sua vida.

27/01 – 03/02 – Assim como no primeiro período voltei a fazer uma justificação
para escolha deste texto, no apoio á PAP foram discutidos assuntos importantes
abordados pelo texto e falamos da minha interpretação do texto e esclareci
algumas dúvidas que surgiram durante a análise do texto. Para além disso dei
continuidade á biografia e universo do autor e dei início á caracterização da obra.

03/02 – 10/02 – Esta semana dei continuidade á caracterização da obra e


comecei as pesquisas para reunir informação relevante para começar a fazer a
contextualização histórica. Para além disso começaram a surgir ideias para o
cenário, gostaria de colocar uma mota em cena, também estamos a pensar
colocar um estendal, usar muita roupa ou até mesmo colocar ferramentas
espalhadas pelo palco.

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10/02 – 17/02 – Mais uma semana de pesquisas, estou a organizar a informação


por ordem cronológica para que seja mais fácil fazer a contextualização, mas
acho que estou a colocar coisas que podem não ser relevantes para este tópico
então vou falar com o professor para perceber o que é que eu posso retirar.

17/02 – 24/02 – Depois do apoio á PAP, e esclarecer com o professor algumas


coisas, comecei por retificar as correções que o mesmo me deu, e comecei a
fazer a contextualização com toda informação organizada. Esta semana
comecei a fazer uma análise á minha personagem, para dar início á evolução
da personagem.

24/02 – 03/03 – Nestas férias reuni-me com o professor orientador para poder
ver como é que me estou a orientar na PAP teórica, o mesmo fez-me algumas
correções. A contextualização histórica já está corrigida. Já fiz a caracterização
da obra, mas ainda me falta desenvolver um pouco mais. Para além disso,
sendo que no texto existe mais uma personagem preciso de arranjar uma
pessoa para cooperar comigo, no entanto essa pessoa não irá aparecer em
cena, será só para dizer o texto, talvez dos bastidores, plateia ou fazer voz off
também poderá ser uma opção, mas ainda não tenho a certeza de como o vou
fazer.

03/03 – 10/03 – A evolução da personagem, até agora, tem sido o mais difícil de
fazer, ando a fazer a análise do texto, só que estou tendo dificuldade em analisar
esse universo e desenvolvê-lo verbalmente, penso que assim que começar a
experimentar em cena isso vai me ajudar imenso a desenvolver o trabalho, e
completar aquilo que me falta.

10/03 – 17/03 – Dei continuidade ao trabalho da evolução da personagem esta


semana, e comecei a apontar possíveis ideias para o cartaz. O cenário também
ainda não esta definido então ando a fazer esboços para ver aquilo que faz
sentido e o que não.

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Em relação ao figurino estou na dúvida, a primeira opção poderia ser uma roupa
bem arranjada, que vai de encontro a uma informação do texto e a segunda
opção seria uma roupa mais descuidada, sem muita formalidade ou
aprontamentos, ando a procura dos dois para propor ao professor orientador e
vamos ver aquele que funciona melhor.

17/03 – 24/03 – O professor orientador, esta semana fez mais algumas


correções, desenvolvi mais a evolução da personagem, mas ainda falta fazer
algumas melhorias, acho que ao longo da análise ativa vão me surgir mais
aspetos importantes para acrescentar ao desenvolvimento da personagem.
Entretanto não desenvolvi tanto trabalho da PAP, porque daqui a duas semanas
vamos estrear o nosso espetáculo de turma integrado no festival Panos, “as
cigarras Septendecim e Tredecim” de Afonso Cruz, e estamos todos muito
focados nesse trabalho.

24/03 – 31/03 – Estas últimas duas semanas não tive apoio á PAP, por causa
dos ensaios, então mais uma vez não estive focada no trabalho da PAP, no
entanto lembrei-me de uma proposta de música que o professor orientador me
fez no início do período e acho que pode funcionar, mas ando a procura de outras
opções para deixar a sonoplastia já feita.

31/03 – 07/04 – Após a estreia, entramos de férias, então estou me focando na


parte gráfica, cartaz, convite, o bilhete e a folha de sala. Para o cartaz pedi ajuda
ao meu primo, já que ele conhece uma gráfica. Já que estou em casa comecei
a parte prática, e comecei já a reunir os adereços que vou precisar para cena.

07/04 – 14/04 – Já tenho o bilhete e o convite feitos, agora tenho o cartaz para
revisão, agora falta-me fazer a folha de sala e a sinopse. Já tenho a banheira
que irei precisar para cena e já reuni alguma roupa, para além disso ando a fazer
análise ativa.

14/04 – 21/04 – Esta semana reunimo-nos com o professor orientador para fazer
mais algumas correções, também nos deu algumas orientações para a parte
prática e a parte gráfica.

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A nível de figurinos ainda não encontrei nada que funcione para a personagem,
já pedi a alguns colegas para reunirem roupas que não usem e ferramentas que
irei necessitar para a complementar a cena.

21/04 – 28/04 – Após mandar o meu cartaz ao professor, juntamente com o


bilhete e o convite, fiz algumas retificações que precisavam ser feitas. E dei início
á parte prática. Já tenho mais roupa e algumas ferramentas. Entretanto li o texto
com alguns colegas para perceber quem é que poderei escolher para interpretar
Abu, o irmão mais novo da personagem principal. Esta semana mostrei a
primeira cena ao orientador João Paiva, tinha muitas falhas dado o facto de ser
a primeira vez a fazê-la a frente de alguém e de as intenções estarem pouco
desenvolvidas, foram feitas sugestões de sequência de ações para
complementarem a cena, fizemos algumas alterações no cenário,
nomeadamente, retiramos a ideia de termos ferramentas espalhadas pelo chão,
invés disso teremos uma mota num dos cantos da cena, mota essa que será
uma ferramenta que servirá de metáfora para a presença do Abu.

28/04 – 05/05 – Em conversa com o professor orientador, percebemos que o


cartaz tinha um ar muito pesado e que poderia apontar para algo um pouco
fúnebre, sendo que está tudo á base de preto, então irei mudar para os tons
brancos para ver se funciona melhor. Comecei a fazer a folha de sala que ainda
não estava pronta. Aproveitei para fazer os agradecimentos e dei início á
conclusão.

05/05 – 12/05 – Esta semana com a ajuda do professor orientador fiz algumas
alterações na parte gráfica, nomeadamente no cartaz, fiz algumas correções na
parte teórica. O senhor Ricardo Brito veio a escola trazer os dois postes que
estarão um em cada lado do palco com uma corda que servirá como estendal.

12/05 – 19/05 – Após memorizar o primeiro bloco de texto, no apoio á PAP desta
semana fiz a primeira cena, sendo que foi a primeira vez não correu lá muito
bem, o professor orientador fez-me algumas sugestões no que diz respeito a
algumas ações que me permitissem explorar a cena.

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19/05 – 26/05 – Esta semana reuni mais roupa para a cena, e dei continuidade
ao trabalho do primeiro bloco de texto, com o apoio da minha colega Laura,
sendo que haverá uma instalação de cena e a mesma será acompanhada por
alguma música, ao fazer a cena fui experimentando algumas músicas que
pudessem funcionar, no entanto ainda não encontrei uma que se adeque ao
ambiente que o texto propõe.

26/05 – 02/06 – Consegui a acabar a conclusão esta semana, no apoio á PAP


ao conversar com o PO chegamos a conclusão que o cartaz não funcionava
então alteramos a mesmo novamente, foram feitas mais algumas correções na
PAP e coloquei alguns documentos que estavam em falta, no tempo restante fui
trabalhando na parte prática e na memorização do texto.

02/06 – 09/06 – Esta semana foi mais focada nos estudos para os exames
nacionais, mas ainda consegui trabalhar na parte prática, fiz do início ao fim não
correu lá muito bem por estar a conciliar a ação com o texto pela primeira vez e
por não estar 100% segura com o texto ainda

09/06 – 17/06 - Ainda não decidi qual música irei utilizar para a instalação da
cena, já defini a sequência de ações definida, trabalhei na parte prática do início
ao fim ainda há muita coisa a melhorar e a ser trabalhada, senti que de certa
forma queria fazer tudo certo o que não me está a ajudar então dividi blocos e
fui fazendo um bloco de cada vez e fui experimentando de várias formas para
ver aquilo que funciona e o que não funciona, entretanto vou mostrando ao
professor e ele vai dando algumas indicações e dou continuidade ao trabalho.

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Texto Cénico Original

TABATABA
de Bernard-Marie Koltés

Tradução: Isabel Lopes

Personagens:
MAIMUNA, a irmã mais velha.
PUTO ABU, o irmão mais novo.
HARLEY DAVIDSON, a mota.

MAIMUNA Porque é que não sais á noite, quando todos os rapazes da tua idade
já estão na rua com uma camisa, o vinco das calças bem passado
e andam à volta das raparigas? Tabataba inteira está na rua,
Tabataba está bem vestida, os rapazes engatam as raparigase as
raparigas passaram o dia todo a pentear-se e o meu irmão temas
patas cheias de óleo e arranja a mota. Vergonha a minha, hão de
pensar que eu não sei passar as camisas a ferro. Se de manhã,em
vez de desmontares o motor da tua moto para voltares a montá-lo à
noite, me desses a camisa para eu lavar, o casaco para passar,o
botão das calças para eu coser, à noite não ficava envergonhada
quando os outros rapazes chegam e me perguntam: onde é que
está o puto Abu, onde é que está o teu irmão para a gente sair com
ele? Vergonha a minha. Está ali no pátio, com os cães e as velhas
e as galinhas, com um esfregão velho nojento na mão. Lava as
trombas senão dou-te um estalo. Encaracola o cabelo, ou entrança-
o, ou rapa a cabeça; dá-me a tua camisa; deixa-te de me fazeres
passar por vergonhas, à noite, quando as vizinhas chegam, com
aquele ar delambido, a Fatumata sobretudo, e perguntam: e o teu
irmão? Onde é que ele está? O puto Abu? O que é que eu posso
responder? Está no meio do óleo do motor, cheira a mota velha,
faltam-lhe botões nas calças? Tenho uma vergonha.

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Deixa o esfregão, tira-me a cabeça do cu dessa mota. Achas que


alguma das raparigas aceitava montar nisso, depois de eles terem
passado o dia a pentear-se? Isso nem para sair te serve, isso
serve-te para ficares. Eu tenho cara de quê, eu, com um irmão
seboso no meio das velhas, curvado sobre a mota à hora em que
toda a gente está lá fora? Tenho cara de quê, a esta hora da noite
e com este calor, quando devias estar a beber cerveja aí pelas
tabernas, quando devias estar a andar à volta dessas delambidas
das vizinhas? Tu és a vergonha deste pátio. Uma irmã mais velha
é responsável pelo irmão. Eu ensinei-te a lavares-te, também te
lavei muitas vezes, negrinho, dei-te banho, enfiei-te no alguidar e
agora tens as mãos brancas de sebo e cheiras às bestas; sujas-me
o vestido só de olhar para ti, estou farta de ser tua irmã e vou dar-
te um estalo. Está na hora, faz calor, diz-me onde está a tua
camisa, deixa-me pentear-te e eu borrifo-te com Soir de Paris.
Levanta a cabeça, puto Abu. Uma irmã que tem um irmão que não
sai é a risota das vizinhas; uma irmã que tem um irmão que não é
homem não é mulher. Fora, vergonha minha e minha humilhação,
corre as ruas de Tabataba, vê se és digno de mim: bebe cerveja e
fode raparigas.

PUTO ABU Eu não quero andar pelas ruas de Tabataba, estão cheias de merda
dos cães; não quero beber cervejas nas cantinas do mato, nem
sequer está fria e é falsificada. Não gosto das vizinhas,cheiram a
gaja, não gosto de como elas se penteiam e se vestem,prefiro-as
de manhã quando estão a fazer a comida. E, quando começa a
anoitecer, não gosto dos meus amigos. Gosto da minhamota e das
minhas patas cheias de óleo e do esfregão sujo; antesquero as
minhas calças sem botões e a minha camisa amarrotada,gosto do
velho pátio e dos velhos e das cabras; uma cabra cheira

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a cabra, não quero cheirar a gaja, quero sentir o meu cheiro, quero
escolher a minha sujidade. Deixa em paz os meus amigos e
esquece as vizinhas. Não fiques aí, não preciso de ti. Não me olhes
assim, como se me fosses dar um banho ou um estalo; já não sou
um negrinho, já sou grande de mais, já não ando ás tuas cavalitas.
Vai-te embora, Maimuna. Quando o calor aperta assim, dá-me
vontade de te matar.

MAIMUNA Quem é que tu julgas que és, preto merdoso, para ires contra a
natureza? Eu não te estou a perguntar de que é que tu gostas, não
te estou a perguntar de que é que tens vontade. Até as pedras
acasalam entre si, não vais escapar disso. Mesmo não tendo
vontade, sai na mesma, ou eu prego-te uns estalos. Ficas aí a
fumar como uma puta no interrogatório. Quem te ensinou a fumar
sozinho? Um homem pode fumar nos bares, enquanto bebe
cerveja apalpa as raparigas, mas quem fuma sozinho é um viciado,
tem vergonha, hão de pensar que fui eu que te viciei, hão de pensar
que não soube ensinar-te nada na vida, hão de pensar que eu não
cumpri os meus deveres de irmã mais velha. E, no entanto, quando
eras pequeno, passei noites a dar-te estalos e a ensinar-te tudo, a
arranjares-te bem, a explicar-te as mulheres, tu tinhas cara de
quem estava a perceber. Aos sete anos, fiz-te um desenho no teu
caderno da escola, até deixei que me tocasses para não ficares
muito espantado da primeira vez; eu expliquei-te bem; é aqui, é
assim, dentro, fora, é só isso, é simples, o homem, a mulher, a vida,
essa treta toda, não há mais nada para ensinar, não há mais nada
para aprender. Tu tinhas ar de ter compreendido; tem vergonha, tu
não percebeste nada. E à hora em que devias estar a roçar-te nas
vizinhas, estás no pátio com os velhos, a roçares-te na mota. Devia
ter-te dado mais porrada. Devia ter desconfiado. Devia ter
desconfiado que és um viciado.

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Na idade em que os rapazes vão espreitar as raparigas quando


elas estão a tomar banho, tu, lembro-me muito bem, tu antes
querias subir para a parte de trás dos camiões e respirar os gases
do escape, e voltavas para casa a tossir, com dores de cabeça,
drogado como um americano. E agora bem posso chorar, já é tarde
de mais. Tu ficas no teu canto com o teu vício, e deixas-me no meu
com a minha desonra. E no entanto, tu és tão bonito puto Abu, que
até me dás vontade de chorar. Se tu me deixasses, ganapito, eu
punha-te tão lindo que as vizinhas até ficavam cinzentas, sobretudo
a Fatoumata. Se eu te entrançasse o cabelo, se eu te escurecesse
a pele com um creme, se deixasses que eu te borrifasse com Soir
de Paris e passasse a ferro a tua camisa e engraxasse os teus
sapatos, puto Abu, eu andaria tão orgulhosa pelas ruas de
Tabataba. Deixa essa porcaria desse esfregão cheio de óleo, tu
fazes-me chorar. O que é que tu tens contra as vizinhas? É verdade
que elas não são muito bonitas, e que tu podias esperar melhor;
mas elas passaram tantas horas a pentear-se, a perfumar-se, a
tentarem arranjar-se, sobretudo a Fatumata; e agora estão aí,
delambidas, às voltas em frente da porta à espera que tu saias.
Valem mais do que muitas, enquanto não aparece nada melhor. Se
tu não gostas das vizinhas, pronto, vai beber cerveja com os teus
amigos e depois vai às putas. Mas está calor, é tarde, tens de te
despachar para sairés. Tabataba inteira está lá fora, tu não tens o
direito de me deixares fechada com a minha vergonha.

PUTO ABU Maimuna, minha irmã, tu já não vales grande coisa, mas daqui a
nada nem um franco vale. E tu própria, quem és tu para me vires
dizer o que hei-de fazer, em quem me hei-de roçar e de quem é
que eu hei-de andar ás voltas? Tu és velha e não és casada.

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Na tua idade já te devias ter arrumado e servir à mesa um homem


velho e esfregar outros negrinhos que não eu. Na tua idade, já há
muito que devias ter acasalado, e tu não és nada de nada, e tu
pregas-me a moral. Daqui a nada hás de estar tão gasta pelas
noites de Tabataba que nenhum homem razoável há de querer
alguma coisa de ti. Pára de ser jovem. Quanto tempo é que ainda
vais levar até acabares de ser jovem? Que ar tem um rapaz com
uma irmã mais velha jovem e mais jovem, que não consegue parar
de ser jovem e não se decide a parar de o ser? Arranja um
namorado e deixa-me envelhecer. A esta hora, em vez de estares
vestida e perfumada como uma viúva, devias estar em casa de um
homem teu, bem rico e bem velho, a passar as camisas dele e a
cozer-lhe as calças. Mas tu preferes passar o dia a pentear-te como
uma dama. O que é que vale uma rapariga que fala ao irmão mais
novo de ir beber cerveja, de traficar nas cantinas do mato e de ir às
putas? Os rapazes podem fazer essas coisas, mas as raparigas
não têm o direito de falar disso. Tem vergonha, Maimuna, da tua
linguagem e da tua solidão.

MAIMUNA (Agacha-se e chora.) Eu não quero um namorado, eu não quero um


marido. Um namorado é como o sol, quanto mais aquece maisfaz
o deserto à nossa volta. Eu não quero ser como uma pequena
planta carnuda, sozinha no meio de um deserto de pedra.

PUTO ABU Então porque me chateias, Maimuna? Porque é que queres que eu
faça aquilo que tu própria não queres fazer? Bem vês que não
adiantava nada sair e andar pelo meio da merda dos cães das ruas
de Tabataba.

MAIMUNA, Mas a vida, puto Abu? Tudo o que eu te ensinei, a mulher, o homem,
o amor, essa treta toda? Tu já não és pequeno, mas também ainda
não és velho, puto Abu.

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Não se pode ir contra a natureza. Vergonha nossa: as vizinhas


gozam e os teus amigos batem á porta.

PUTO ABU Deixa-me ser velho e fumar tranquilamente no meu canto; tu fazes
o que quiseres.

MAIMUNA Sem mulher, puto Abu, quem é que vai passar as tuas camisas?
Quando fores muito velho quem é que te vai preparar a comida?

PUTO ABU Prepara-me tu a comida, e não quero que ninguém me passe as


camisas.

MAIMUNA Dá-me esse trapo, parvalhão, vou esfregar contigo essa mota
nojenta.

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Texto Cénico Adaptado

1.
Já foste buscar água? Puto Abu? Já foste buscar água?
Estás á espera que a camisa se lave sozinha?
Porque é que não sais á noite, quando todos os rapazes da tua idade já estão
na rua com uma camisa, o vinco das calças bem passado e andam á volta das
raparigas?
Tabataba inteira está na rua, bem vestida, os rapazes engatam as raparigas e
as raparigas passaram o dia todo a pentear-se e o meu irmão, com as patas
cheias de óleo, arranja a mota. Vergonha a minha, hão de pensar que eu não
sei passar camisas.
Se de manhã, em vez de desmontares o motor da tua moto para voltares a
montá-lo à noite, me desses a camisa para eu lavar, o casaco para passar, o
botão das calças para eu coser, à noite não ficava envergonhada quando os
outros rapazes chegam e me perguntam:
- Onde é que está o puto Abu?
- Onde é que está o teu irmão para a gente sair com ele?
Vergonha a minha! Está ali no pátio, com os cães e as velhas e as galinhas,
com um esfregão velho nojento na mão. Lava as trombas senão dou-te um
estalo. Encaracola o cabelo, ou entrança-o, ou rapa a cabeça; dá-me a tua
camisa; deixa-te de me fazeres passar por vergonhas, à noite, quando as
vizinhas chegam, com aquele ar delambido, a Fatoumata sobretudo, e
perguntam:
- O teu irmão?
- Onde é que ele está?
Está no meio do óleo do motor, cheira a mota velha e faltam-lhe botões nas
calças.
Que vergonha.
Tira-me a cabeça do cu dessa mota.

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.
Achas que alguma das raparigas aceitava montar nisso, depois de terem
passado o dia a pentear-se? Isso nem para sair te serve, isso serve-te para
ficares.
Uma irmã que tem um irmão que fica é a risota das vizinhas.
Uma irmã que tem um irmão que não é homem, não é mulher.
Ficas ai a fumar como uma puta no interrogatório.
Quem te ensinou a fumar sozinho?
Um homem pode fumar nos bares, enquanto bebe cerveja e apalpa as
raparigas, mas quem fuma sozinho é um viciado.
Tem vergonha.
Hão-de pensar que fui eu que te viciei.
Hão-de pensar que não te soube ensinar nada na vida.

Hão de pensar que eu não cumpri os meus deveres de irmã mais velha.
Até as pedras acasalam entre si, não podes fugir disso.
Corre as ruas de Tabataba.
Vê se és digno de mim.
Bebe cerveja e fode raparigas.
Eu ensinei-te.
Tinhas 7 anos quando eu te ensinei.
Fiz um desenho no teu caderno da escola.
Até deixei que me tocasses. Para não ficares muito espantado da primeira vez.
Eu expliquei-te bem: é aqui, é assim, dentro, fora, é só isso.
É simples.
O Homem, a Mulher, a Vida e essa treta toda.
Não há mais nada para ensinar.
Não há mais nada para aprender.
Tu tinhas ar de ter compreendido, mas não percebeste nada.

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3.
Devia ter-te dado mais porrada.
Devia ter desconfiado que és um viciado.
Na idade em que os rapazes vão espreitar as raparigas quando elas estão a
tomar banho, tu, lembro-me muito bem, só querias subir para a parte de trás
dos camiões e respirar os gases do escape. Voltavas para casa a tossir, com
dores de cabeça, drogado e viciado como um americano, quando na verdade
tu és tão bonito, puto Abu.
Se tu me deixasses.
Deixa-me, ganapito.
Se tu me deixasses, eu punha-te tão lindo que as vizinhas até ficavam
cinzentas.
Sobretudo a Fatoumata.
Entranço-te o cabelo, escureço-te a pele e borrifo-te com “Soir de Paris”.
Passo a tua camisa a ferro.
Engraxo os sapatos.
Ai, que orgulho, puto Abu.
O orgulho com que eu andava em Tabataba.
Mas não ando. Ando envergonhada pelas ruas, e tu só me fazes chorar.
O que é que tu tens contra as vizinhas?
Qual é o problema das vizinhas?
Eu sei que é verdade que elas não são muito bonitas e que podias esperar
melhor, mas elas passaram tantas horas a maquilhar-se e pentear-se,
sobretudo a Fatoumata, e agora estão todas aí, delambidas, às voltas na porta
à espera do meu irmão.
4.
Tabataba inteira está lá fora.
Tudo está lá fora, á tua espera.
A Mulher, o Homem, o Amor.
Tu já não és pequeno, mas também ainda não és velho, puto Abu.
Não se pode ir contra a natureza, vergonha a minha.

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As vizinhas gozam e os teus amigos batem à porta.


Sem mulher, puto Abu, quem é que vai passar as tuas camisas?

Quando fores muito velho, quem é que te vai preparar a comida?


Dá-me cá esse trapo, parvalhão.
Esfrego contigo essa mota nojenta.

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Cronograma de Ensaios
O presente cronograma mostra-nos o processo de ensaios na fase final do
processo de trabalho referente á Prova de Aptidão Profissional.

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Design Gráfico (Cartaz, folha de sala, bilhete e convite)

Cartaz

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Folha de Sala

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Convite

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Bilhete

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Curriculum Vitae

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Avaliações realizadas pelo professor ao longo do ano

1º Período

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2º Período

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3º Período

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A) Autoavaliação
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