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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

OBJETIVO
Este Memento Técnico tem por objetivo orientar e familiarizar os profissionais técnicos, e permitir um entendimento
amplo sobre a Proteção Contra Incêndio nas edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no Decreto Estadual
24.054 AM.

Prevenção de incêndio
Um dos tópicos abordados na avaliação e planejamento da proteção de uma coletividade é a prevenção de incêndio.
O termo “prevenção de incêndio” expressa tanto a educação pública como as medidas de proteção contra incêndio
em um edifício.

A implantação da prevenção de incêndio se faz por meio de atividades que visam a evitar o surgimento do sinistro,
possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

As atividades relacionadas com a educação consistem no preparo da população, por meio da difusão de idéias que
divulgam as medidas de segurança, para prevenir o surgimento de incêndios nas ocupações. Buscam, ainda, ensinar
os procedimentos a serem adotados pelas pessoas diante de um incêndio, os cuidados a serem observados com a
manipulação de produtos perigosos e também os perigos das práticas que geram riscos de incêndio.

As atividades que visam à proteção contra incêndio dos edifícios podem ser agrupadas em:
1) atividades relacionadas com as exigências de medidas de proteção contra incêndio nas diversas ocupações;
2) atividades relacionadas com a extinção, perícia e coleta de dados dos incêndios pelos órgãos públicos, que
visam aprimorar técnicas de combate e melhorar a proteção contra incêndio por meio da investigação, estudo
dos casos reais e estudo quantitativo dos incêndios no estado de São Paulo.

A proteção contra incêndio é definida como medidas tomadas para a detecção e controle do crescimento do incêndio
e sua conseqüente contenção ou extinção.

Essas medidas dividem-se em:


1) medidas ativas de proteção que abrangem a detecção, alarme e extinção do fogo (automática e/ou manual);
e
2) medidas passivas que abrangem o controle dos materiais, meios de escape, compartimentação e proteção
da estrutura do edifício.

OBJETIVOS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

Os objetivos da Prevenção são:


1) a garantia da segurança à vida das pessoas que se encontrarem no interior de um edifício, quando da
ocorrência de um incêndio;
2) a prevenção da conflagração e propagação do incêndio, envolvendo todo o edifício;
3) a proteção do conteúdo e a estrutura do edifício;
4) minimizar os danos materiais de um incêndio.

Esses objetivos são alcançados pelo:


1) controle da natureza e da quantidade de materiais combustíveis constituintes e contidos no edifício;
2) dimensionamento da compartimentação interna, do distanciamento entre edifícios e da resistência ao fogo
dos elementos de compartimentação;
3) dimensionamento da proteção e de resistência ao fogo da estrutura do edifício;
4) dimensionamento de sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou de sistemas de chuveiros automáticos
de extinção de incêndio e/ou equipamentos manuais para combate;
5) dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento da fumaça.
6) controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
7) acesso para os equipamentos de combate a incêndio;
8) treinamento de pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o abandono seguro da
população de um edifício;
9) gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;
10) controle dos danos ao meio ambiente decorrente de um incêndio.

EMBASAMENTO LEGAL

O Corpo de Bombeiros, para atuar na área de prevenção, utiliza-se dos embasamentos jurídicos descritos abaixo.
Constituição Federal
O Estado pode legislar concorrentemente com a União a respeito do Direito Urbanístico, podendo legislar sobre
prevenção de incêndios (art. 24 Inciso I).
O Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas em Lei, compete à execução das atividades de Defesa Civil
(art. 144 § 5º).
Constituição Estadual
As Atribuições do CBMAM:
Artigo 116 com a redação dada pela EC n.º 31, D.Of. de 01.12.98
I – (...)
Inciso I
II - ao Corpo de Bombeiros Militar:
a) planejamento, coordenação e execução de atividades de Defesa Civil;
b) prevenção e combate a incêndio, busca e salvamento;
c) realização de perícias de incêndio, relacionados com sua competência;
d) socorro de emergência.

DECRETO N.º 24.054 DE 1º DE MARÇO DE 2.004

APROVA o Regulamento do Sistema de Segurança contra Incêndio e Pânico em Edificações e Áreas de


Risco instituído pela Lei nº 2.812 de 17 de julho de 2003 e dá outras providências.

Art. 1.º - Fica aprovado, nos termos do Artigo 18 da Lei nº 2.812 de 17 de julho de 2003, o Regulamento do
Sistema de Segurança contra Incêndio e Pânico em Edificações e Áreas de Risco, que com este baixa.
Art. 2.º - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Regulamento do Sistema de Segurança


contra Incêndio e Pânico em
Edificações e Áreas de Risco

CAPÍTULO I

DA NATUREZA E FINALIDADE

Art. 1.º - O Sistema de Segurança contra Incêndio e Pânico em Edificações e Áreas de Risco, instituído pela
Lei n.º 2.812 de 17 de março de 2.004, compõe um conjunto de medidas de segurança com o objetivo de:
I - estabelecer normas de prevenção contra incêndio e pânico em edificações e áreas de risco;
II - proteger a vida dos ocupantes de edificações e áreas de risco, em situação de incêndio e pânico;
III - proporcionar meios e condições de acesso para o controle e extinção de incêndio.

Art. 3.º - Compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas – CBMAM:


I - a fiscalização e a execução das normas do Sistema de Segurança;
II - a elaboração das normas técnicas a que se refere este Regulamento;
III - o estudo, a análise e o planejamento da modernização e do aperfeiçoamento do Sistema de Segurança;
IV - a realização do serviço de perícia de incêndio em todo o Estado do Amazonas.
Art. 4.º - As normas de segurança referentes às edificações e áreas de risco estabelecidas neste
Regulamento devem ser observadas por ocasião de:
I - construção e reforma;
II - mudança da ocupação ou uso;
III - ampliação de área construída;
IV - regularização das edificações e áreas de risco existentes antes da vigência deste Regulamento.
§ 1.º - Consideram-se como existentes as edificações já construídas ou cujo pedido de aprovação de plantas
tenha sido protocolizado no CBMAM antes da vigência deste Regulamento, com ou sem aprovação do projeto de
proteção, bem como aquelas com projetos de proteção aprovados no CBMAM, sem vistoria final, desde que
mantidas as áreas e ocupações da época.

§ 2.º - Estão excluídas das exigências deste Regulamento:

I - as residências exclusivamente unifamiliares;


II - as residências exclusivamente unifamiliares localizadas no pavimento superior de ocupação mista, com
até dois pavimentos e que possuam acessos independentes;

III - as edificações residenciais geminadas, com acesso independentes, desde que sejam isoladas entre si
por paredes corta-fogo.

CAPÍTULO IV
DO SERVIÇO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Art. 5.º - Compõem o Serviço de Segurança contra Incêndio as unidades do CBMAM que têm por principal
atividade dar cumprimento ao disposto neste Regulamento.
Art. 6.º - É função do Serviço de Segurança contra Incêndio:

I - fiscalizar, notificar, multar e interditar obras, edificações e áreas de risco;


II - elaborar as medidas de segurança contra incêndio;
III - analisar o processo de segurança contra incêndio;
IV - realizar a vistoria nas edificações e áreas de risco;
V - conceder o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros);
VI - cassar o AVCB ou revogar o processo de segurança no caso de irregularidade.

CAPÍTULO V
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

Art. 7.º - Para fins de dimensionamento dos meios de combate a incêndios, os riscos serão classificados em:
I - baixo risco – até 300MJ/m²;
II - médio risco – entre 300 e 1200MJ/m²;
III - alto risco – acima de 1200MJ/m²;
Parágrafo único - As classificações objeto deste artigo serão disciplinadas em instrução técnica do CBMAM.

CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Art. 8.º - Constituem medidas de segurança contra incêndio em edificações e áreas de risco:
I - acesso de viaturas nas edificações e áreas de risco;
II - separação entre edificações;
III - segurança estrutural nas edificações;
IV - compartimentação horizontal;
V - compartimentação vertical;
VI - controle de materiais de acabamento;
VII - saídas de emergência;
VIII - elevador de emergência;
IX - controle de fumaça;
X - gerenciamento de risco de incêndio;
XI - brigada de incêndio;
XII - iluminação de emergência;
XIII - detecção de incêndio;
XIV - alarme de incêndio;
XV - sinalização de emergência;
XVI - extintores;
XVII - extintores sobre rodas (carretas);
XVIII - hidrantes e mangotinhos;
XIX - chuveiros automáticos;
XX - sistema de resfriamento;
XXI - sistema de proteção por espuma;
XXII - sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2);
XXIII - sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

CAPÍTULO VII
DO CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS DE
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
Art. 11 - Na omissão, ausência ou inaplicabilidade das normas relacionadas à proteção contra incêndios, a
Comissão Técnica, de que trata o artigo 2.º, XI, deste Regulamento, adotará medidas cabíveis, embasando-se em
normas nacionais ou estrangeiras.
Art. 12 - As edificações e áreas de risco existentes antes da vigência deste Regulamento, que não
disponham de projeto de proteção aprovado junto ao Corpo de Bombeiros, devem adequar-se às exigências contidas
nas Tabelas em anexo, respeitadas as condições estruturais e arquitetônicas que apresentem, podendo, mediante
parecer da Comissão Técnica do Corpo de Bombeiros, substituir as exigências comprovadamente inexeqüíveis por
outras medidas de segurança.
Parágrafo único – Por ocasião das vistorias em edificações e áreas de risco que disponham de projeto de
proteção aprovado junto ao Corpo de Bombeiros, deverão ser observadas as exigências das normas vigentes à
época da aprovação.
Art. 19 - A instalação de proteção mediante pára-raios será exigida:
I - nas edificações que possuírem mais de 1.500m² de área construída ou altura superior a 30m;
II - nas áreas de depósito de explosivos ou inflamáveis;
III - em outros casos julgados necessários, mediante parecer da Comissão Técnica do Corpo de Bombeiros.
Art. 24 - O sistema de controle de fumaça será exigido:

I - para edificações com altura superior a 60 metros, exceto para ocupações destinadas a residências, hotéis
residenciais e apart-hotéis; e

II – para subsolos das edificações que possuírem ocupações distintas de estacionamento de veículos.
pela instrução técnica do CBMAM.

Parágrafo único – Caso a área existente não esteja em situação regular junto ao Corpo de Bombeiros, a
análise e aprovação do respectivo processo de ampliação ficará condicionada à regularização da área existente.
Art. 35 - No prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da protocolização do requerimento, devidamente
instruído, em seu Serviço de Segurança contra Incêndio, o Corpo de Bombeiros aprovará as plantas baixas com
sistema preventivo e as plantas com detalhes ou, se for o caso, emitirá o laudo de exigências para o atendimento do
estabelecido neste Regulamento.
Art.38 - Para fins de primeira vistoria, os projetos que compõem o processo, após a aprovação, terão
validade máxima de 5 (cinco) anos.
Art. 39 - Os procedimentos de emissão, renovação ou cassação do AVCB serão definidos em instrução
técnica do CBMAM.
Art. 40 - Para fins de obtenção da renovação do AVCB, deverá prevalecer o nível de exigências aplicado à
época da aprovação.
Art. 41 - Para vistorias parciais será exigida a discriminação das áreas construídas a serem vistoriadas.
Art. 42 - O processo de vistoria que não obtiver aprovação na primeira visita do CBMAM ou, no máximo, em
dois retornos consecutivos, deverá ser reiniciado.
Art. 43 - O AVCB terá validade de 01 (um) ano.
Art. 49 - Compete ao Corpo de Bombeiros fiscalizar todo e qualquer imóvel construído para a verificação do
cumprimento do disposto neste Regulamento, podendo, no exercício dessa competência, expedir notificação, aplicar
multa e pena de interdição, na forma prevista neste Capítulo.
Parágrafo único – A multa aplicável por infração às disposições deste Regulamento será calculada com base
estabelecida em lei específica.
Art. 52 - Findo o prazo fixado na notificação sem o total cumprimento das exigências, o infrator será multado
na forma da lei, sendo o prazo para o atendimento da notificação prorrogado por, no máximo, 30 dias.
Art. 53 - Findo o prazo de prorrogação de que trata o artigo anterior sem o total atendimento das exigências
da notificação, o local será interditado até que se verifique o seu exato cumprimento.
Art. 54 - O empecilho à fiscalização e o desrespeito ou desacato à autoridade vistoriante tornarão o infrator
penalmente responsável, sem prejuízo da responsabilidade civil que couber.

Parágrafo único – A CEA reunir-se-á nas instalações do Comando Geral do CBMAM, semestralmente ou
extraordinariamente quando necessário.
Art. 56 - Compete a CEA:
I - acompanhar a execução das normas previstas neste Regulamento e analisar os eventuais problemas
decorrentes da sua aplicação;
II - apresentar propostas de alteração, adequação ou revogação das normas deste Regulamento quando
necessário;
III - avaliar e aprovar as instruções técnicas elaboradas pelo Comissão Técnica do CBMAM.

SITUAÇÃO NO BRASIL ANTES DOS GRANDES INCÊNDIOS

Muito pela ausência de grandes incêndios e de incêndios com grande número de vítimas, o “problema incêndio”, até
início dos anos 70 do século passado, era visto como algo que dizia mais respeito ao corpo de bombeiros.
A regulamentação relativa ao tema era esparsa, contida nos Códigos de Obras dos municípios, sem quaisquer
incorporações do aprendizado dos incêndios ocorridos no exterior, salvo quanto ao dimensionamento da largura das
saídas e escadas e da incombustibilidade de escadas e da estrutura de prédios elevados.
O corpo de bombeiros possuía alguma regulamentação, advinda da área seguradora, indicando em geral a
obrigatoriedade de medidas de combate a incêndio, como a provisão de hidrantes e extintores, além da sinalização
desses equipamentos.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tratava do assunto por intermédio do Comitê Brasileiro da
Construção Civil, pela Comissão Brasileira de Proteção Contra Incêndio, regulamentando mais os assuntos ligados à
produção de extintores de incêndio.
Inexistia, por exemplo, uma norma que tratasse de saídas de emergência.
Toda a avaliação e classificação de risco eram decorrência do dano ao patrimônio, sendo a única fonte reguladora
dessa classificação a Tarifa Seguro Incêndio do Brasil (TSIB).
Talvez possamos até afirmar que a situação do País era semelhante à dos EUA em 1911.
E uma conclusão óbvia é a de que nosso País não colheu o aprendizado decorrente dos grandes incêndios ocorridos
nos EUA ou em outros países.
Inicia-se então a sequência de tragédias.

CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS ALTOS NO BRASIL

Gran Circo Norte-Americano, Niterói, Rio de Janeiro


O maior incêndio em perda de vidas, em nosso País, e de maior perda de vidas ocorridas em um circo até nossos
dias, aconteceu em 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ) no Gran Circo Norte-Americano, tendo como resultado
250 mortos e 400 feridos. Vinte minutos antes de terminar o espetáculo, um incêndio tomou conta da lona. Em três
minutos, o toldo, em chamas, caiu sobre os dois mil e quinhentos espectadores. A ausência dos requisitos de escape
para os espectadores, como o dimensionamento e posicionamento de saídas, a inexistência de pessoas treinadas
para conter o pânico e orientar o escape, etc., foram as causas da tragédia.
As pessoas morreram queimadas e pisoteadas. A saída foi obstruída pelos corpos amontoados.
O incêndio teve origens intencionais, criminosas. Seu autor foi julgado e condenado, e a tragédia teve repercussão
internacional, com manifestações do Papa e auxilio dos EUA, que forneceram 300 metros quadrados de pele humana
congelada para ser usada no tratamento das vítimas.
A cidade de Niterói só voltou a ver um novo circo quatorze anos depois da tragédia, em 1975.
Mais detalhes em http://www2.uol.com.br/JC/_2000/1604/cd1604m.htm.
Edifício Andraus
São Paulo - 24 de Fevereiro de 1972;
Edifício com 31 pavimentos de escritórios e lojas;
Incêndio atingiu todos os andares;
6 vítimas fatais e 329 feridos;
Origem no 4º pavimento, em grande quantidade de material depositado.

Edifício Joelma
São Paulo - 01 de Fevereiro de 1974;
Edifício com 25 pavimentos de escritórios e garagens;
Incêndio atingiu todos os pavimentos;
189 vítimas fatais e 320 feridos;
Causa Possível: curto-circuito.

Edifício Grande Avenida


São Paulo - 14 de Fevereiro de 1981;
Pela segunda vez;
Incêndio atingiu 19 pavimentos;
17 vítimas fatais e 53 feridos;
Origem no subsolo;

Edifício CESP
São Paulo - 21 de Maio de 1987;
Edifício com 02 blocos com 21 pavimentos e 27 pavimentos respectivamente;
Propagação de incêndio entre blocos e, em decorrência, colapso da estrutura com desabamento parcial.

Resumo histórico da evolução da prevenção no Corpo de Bombeiros

Desde 1909 o Corpo de Bombeiros atua na área de prevenção de incêndio por meio do “Regulamento para os Locais
de Divertimentos Públicos”.
Em 1936 o Corpo de Bombeiros passa ao Município de São Paulo, e atua na fiscalização junto com o Departamento
de Obras.
Em 1942 surge a primeira Seção Técnica;
Em 1947 pode-se observar a emissão de Atestados de Vistoria;
Em 1961, surge a primeira Especificação Para Instalações de Proteção Conta Incêndio, com referência a normas da
ABNT.
De 1961 a 1980, o Corpo de Bombeiros atua por meio das Especificações baixadas pelo Comandante Geral da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, que exigia somente extintores, hidrantes e sinalização de equipamentos.
Em 1983, surge a primeira Especificação do Corpo de Bombeiros anexa a um Decreto. Esta Especificação passou a
exigir:

1) extintores;
2) sistema de hidrantes;
3) sistema de alarme de incêndio e detecção de fumaça e calor;
4) sistema de chuveiros automáticos;
5) sistema de iluminação de emergência;
6) compartimentação vertical e horizontal;
7) escadas de segurança;
8) Isolamento de risco;
9) sistemas fixos de Espuma, CO2 e Halon; e outras proteções.

Em 1993:

1) passou a vigorar o Decreto Estadual 38069;


2) iniciou-se a publicação em Diário Oficial de Despachos Normativos;
3) foi publicada no Diário Oficial do Estado, a regulamentação do Sistema de Atividades Técnicas, no que diz
respeito ao funcionamento de forma sistemática das Seções de Atividades Técnicas das Unidades
Operacionais do Corpo de Bombeiros;
4) foi criado um Projeto de Lei Complementar para instituição do Código Estadual de Proteção Contra Incêndio
e Emergência.
CONCEITOS GERAIS

I PARTE – TEORIA DO FOGO

OBJETIVOS
 Explicar o processo de combustão conforme a teoria do tetraedro do fogo.
 Explicar a teoria de uma explosão tipo “backdraft”.
 Definir as seguintes fases do fogo: fase inicial/queima livre/“flashover”/queima lenta.
 Definir os três métodos de transferência de calor.
 Definir os três pontos de temperatura.
 Demonstrar os métodos de extinção de incêndios.
 Definir as formas de combustão.

INTRODUCÃO
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza química e física do fogo. Isso
inclui informações sobre fontes de calor, composição e características dos combustíveis e as condições necessárias
para a combustão. Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor,
fumaça e gases.
Para efeito didático, adota-se o tetraedro quatro faces para exemplificar e explicar a combustão, atribuindo-se, a
cada face, um dos elementos essenciais da combustão. A Figura 1 representa a união dos quatro elementos
essenciais do fogo, que são: Calor, Combustível, Comburente e Reação Química em Cadeia

Calor
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia,
através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da
matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que
compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um
corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor demonstrado pela
variação da temperatura também aumenta.
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:
 energia química a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão ;
 energia elétrica o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um
condutor, como um fio elétrico ou um aparelho eletrodoméstico ;
 energia mecânica o calor gerado pelo atrito de dois corpos ;
 energia nuclear o calor gerado pela fissão quebra do núcleo de átomo .

Efeitos do Calor
O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos
fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade do calor, os corpos
apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por exemplo,
ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta sua temperatura e, a seguir, o seu
volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, até atingir o seu
ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e
queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra substância.

Elevação da temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de
calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus condutores de calor,
como por exemplo, o amianto. Por ser mal condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção
de materiais de combate a incêndio, como roupas, capas e luvas de proteção ao calor. O
amianto vem sendo substituído por outros materiais, por apresentar características cancerígenas
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia na
prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer em
contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento.

Aumento de volume
Todos os corpos – sólidos, líquidos ou gasosos – se dilatam e se contraem conforme o aumento ou diminuição da
temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais. Alguns problemas podem
decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de
temperatura de 700 ºC. A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o
concreto, 42mm. Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação,
enquanto que a viga “empurra” toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42mm. Os materiais não resistem a
variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em um corpo superaquecido, este se contrai de
forma rápida e desigual, o que lhe causa rompimentos e danos.
Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes
rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. Mudanças bruscas de temperatura, como as
relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estruturas .
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de vasilhas,
rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem aquecidos até
273 ºC , os gases duplicam de volume; a 546 ºC o seu volume é triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação de
calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não têm para
onde se expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que
permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do vaso e pela
violenta expansão dos gases. Os vapores de líquidos inflamáveis ou não se comportam como os gases.

Mudança do estado físico da matéria


Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos transformam-se
em líquidos: liquefação , líquidos se transformam em gases gaseificação e há sólidos que se
transformam diretamente em gases sublimação . Isso se deve ao fato de que o calor faz com que
haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado físico da matéria. No
gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior
espaçamento, transformando um sólido: gelo em um líquido: água

Mudança do estado químico da matéria


Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra. A madeira, quando
aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros gases, diferentes, em sua composição,
das moléculas originais de madeira. Essas moléculas são menores e mais simples, por isso têm grande capacidade
de combinar com outras moléculas, as de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também gases venenosos ou
explosões.
Efeitos fisiológicos do calor
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados pelo calor incluem
desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além de queimaduras, que nos casos mais
graves 1º, 2º e 3º graus podem levar até a morte.

Propagação do Calor
O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação. Como tudo na natureza
tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais
baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

Convecção
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos
dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode -se observar um movimento, dentro
do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e
fica menos densa mais leve provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o
ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar
frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de
propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos encontram
caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.

Condução
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor,
as moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se
chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor
Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que o
calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de
molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fossem ambos um só
corpo.

Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do
espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que
os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais
afastados da fonte de calor.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que ambos tenham a mesma
temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a
fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger, o bombeiro deve utilizar roupas apropriadas e água como
escudo.

Pontos de Temperatura
Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que
combinam com o oxigênio, resultando a combustão. Essa transformação desenvolve-se em
temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido.
Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar
vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamado
de "Ponto de Fulgor", as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de
vapores. Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases
desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam
a combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado
de “Ponto de Combustão”. Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar,
entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Esse ponto é chamado de “Ponto de Ignição”.

Combustível
É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve de
campo de propagação ao fogo. Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e a
grande maioria precisa passar pelo estado gasoso para, então, combinar com o oxigênio. A
velocidade da queima de um combustível depende de sua capacidade de combinar com
oxigênio sob a ação do calor e da sua fragmentação área de contato com o oxigênio .

Combustíveis Sólidos
A maioria dos combustíveis sólidos transformam-se em vapores e, então, reagem com o oxigênio.
Outros sólidos ferro, parafina, cobre, bronze primeiro transformam-se em líquidos, e
posteriormente em gases, para então se queimarem.
Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e,
conseqüentemente, o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito
calor para queimar, mas, se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo,
quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.

Combustíveis Líquidos
Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor,
aumentando o perigo para os bombeiros. Os líquidos assumem a forma do recipiente que os
contem. Se derramados, os líquidos tomam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais
baixas. Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 quilograma, classificamos os demais
líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos líquidos inflamável
é mais leve que água e, portanto, flutuam sobre esta. Outra propriedade a ser considerada é a
solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de misturar-se à água. Os líquidos derivados do
petróleo conhecidos como hidrocarbonetos têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como
álcool, acetona conhecidos como solventes polares tem grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um
ponto em que a mistura solvente polar + água não seja inflamável. A volatilidade, que é a facilidade com que os
líquidos liberam vapores, também é de grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a
possibilidade de haver fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a
temperaturas menores que 20º C

Combustíveis Gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão
contidos. Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do
gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento, obedecendo
aos contornos do terreno. Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal
com o ar atmosférico, e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não
queimará. Cada gás, ou vapor, tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de
1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor de gasolina nesse
local está fora do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor
é inferior ou é superior aos limites de inflamabilidade.
LIMITES DE INFLAMABILIDADE
Combustíveis Concentração superior Limite inferior
Metano 7,6% 1,4%
Propano 17% 5%
Hidrogênio 75% 4%
Acetileno 85% 2%
Processos de Queima
O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso, o que se dará por aquecimento. O
combustível pode ser encontrado
do nos três estados da matéria: sólido, líquido ou gasoso. Gases combustíveis são
obtidos, a partir de combustíveis sólidos, pela pirólise. Pirólise é a decomposição química de uma matéria ou
substância através do calor.

PIRÓLISE
Temperatura Reação
200 ºC Produção de vapor d’água, dióxido de carbono e ácidos acético e fórmico
Ausência de vapor d’água – pouca quantidade de monóxido de carbono
200 ºC - 280 ºC
– a reação ainda está absorvendo calor.
A reação passa a liberar calor, gases inflamáveis e partículas; há a carbonização dos materiais o que
280 ºC - 500 ºC
também liberará calor .
acima de 500 ºC Na presença do carvão, os combustíveis sólidos são decompostos, quimicamente, com maior velocidade.

Materiais combustíveis podem ser encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso. Como regra geral, os materiais
combustíveis queimam no estado gasoso. Submetidos ao calor, os sólidos e os líquidos combustíveis se transformam
em gás para se inflamarem. Como exceção e como casos raros, há o enxofre e os metais alcalinos potássio, cálcio,
magnésio etc. , que se queimam diretamente no estado sólido.

Comburente
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é que o
oxigênio desempenhe esse papel. A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e
1% de outros gases. Em ambientes com a composição normal do ar, a queima
queima desenvolve
desenvolve-se com
velocidade e de maneira completa. Notam
Notam-se
se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do
ar num processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para
a faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima
queim torna-se mais lenta, notam--se brasas e não mais
chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atinge concentração menor que 8%, não há
combustão.

Reação em Cadeia
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável
sustentável. O calor irradiado das
chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores,
que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor
para o combustível, formando um ciclo constante.

Evolução de um Incêndio

A evolução
o do incêndio em um local pode ser representada por um ciclo com três fases características:

1) Fase inicial de elevação progressiva da temperatura (ignição);


2) Fase de aquecimento;
3) Fase de resfriamento e extinção;

Curva temperatura tempo de um incêndio


dio

A primeira fase inicia-se


se como ponto de inflamação inicial e caracteriza
caracteriza-se
se por grandes variações de temperatura de
ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a
alimentação de ar.

Normalmente os materiais combustíveis (materiais passíveis de se ignizarem) e uma variedade de fontes de calor
coexistem no interior de uma edificação.
A manipulação acidental destes elementos é, potencialmente, capaz de criar uma situação de perigo.

Os focos de incêndio, deste modo, originam-se em locais onde fonte de calor e materiais combustíveis são
encontrados juntos, de tal forma que ocorrendo a decomposição do material pelo calor são desprendidos gases que
podem se inflamar.

Considerando-se que diferentes materiais combustíveis necessitam receber diferentes níveis de energia térmica para
que ocorra a ignição é necessário que as perdas de calor sejam menores que a soma de calor proveniente da fonte
externa e do calor gerado no processo de combustão.

Neste sentido, se a fonte de calor for pequena, ou a massa do material a ser ignizado for grande, ou, ainda, a sua
temperatura de ignição for muito alta, somente irão ocorrer danos locais sem a evolução do incêndio.

Se a ignição definitiva for alcançada, o material continuará a queimar desenvolvendo calor e produtos de
decomposição. A temperatura subirá progressivamente, acarretando a acumulação de fumaça e outros gases e
vapores junto ao teto.

Há, neste caso, a possibilidade de o material envolvido queimar totalmente sem proporcionar o envolvimento do resto
dos materiais contidos no ambiente ou dos materiais constituintes dos elementos da edificação. De outro modo, se
houver caminhos para a propagação do fogo, através de convecção ou radiação, em direção aos materiais presentes
nas proximidades, ocorrerá simultaneamente à elevação da temperatura do recinto e o desenvolvimento de fumaça e
gases inflamáveis.

Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os
materiais passarão a ser aquecidos por convecção e radiação acarretando um momento denominado de “inflamação
generalizada – Flash Over”, que se caracteriza pelo envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela emissão de
gases inflamáveis através de portas e janelas, que se queimam no exterior do edifício.

Neste momento torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente.

O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de Inflamação generalizada é relativamente curto e depende,
essencialmente, dos revestimentos e acabamentos utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em
que o fogo comece a se desenvolver exerçam grande influência.

Fase anterior ao Flashover - grande desenvolvimento de fumaça e gases, acumulando-se no nível do teto

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir ou evoluir para um grande incêndio depende, basicamente dos
seguintes fatores:

1) quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local;

2) tamanho e situação das fontes de combustão;

3) área e locação das janelas;

4) velocidade e direção do vento;

5) a forma e dimensão do local.

Pela radiação emitida por forros e paredes, os materiais combustíveis que ainda não queimaram, são pré-aquecidos
à temperatura próxima da sua temperatura de ignição.
As chamas são bem visíveis no local;

Se estes fatores criarem condições favoráveis ao crescimento do fogo, a inflamação generalizada irá correr e todo o
compartimento será envolvido pelo fogo.

A partir dai, o incêndio irá se propagar para outros compartimentos da edificação seja por convecção de gases
quentes no interior da casa ou através do exterior, na medida em que as chamas que saem pelas aberturas (portas e
janelas) podem transferir fogo para o pavimento superior, quando este existir, principalmente através das janelas
superiores.

A fumaça, que já na fase anterior è Inflamação generalizada, pode ter-se espalhado no interior da edificação, se
intensifica e se movimenta perigosamente no sentido ascendente, estabelecendo, em instantes, condições críticas
para a sobrevivência na edificação.

Caso a proximidade entre as fachadas da edificação incendiada e as adjacentes possibilite a incidência de


intensidades críticas de radiação, o incêndio poderá se propagar (por radiação) para outras habitações, configurando
uma conflagração.

A proximidade ainda maior entre habitações pode estabelecer uma situação ainda mais crítica para a ocorrência da
conflagração na medida em que o incêndio se alastrar muito rapidamente por contato direto das chamas entre as
fachadas.

No caso de habitações agrupadas em bloco, a propagação do incêndio entre unidades poderá se dar por condução
de calor via paredes e forros, por destruição destas barreiras, ou ainda, através da convecção de gases quentes que
venham a penetrar por aberturas existentes.

Com o consumo do combustível existente no local ou decorrente da falta de oxigênio, o fogo pode diminuir de
intensidade, entrando na fase de resfriamento e conseqüente extinçãoFatores que contribuem para a evolução de um
incêndio

Os fatores que contribuem para a evolução de um incêndio, já citados acima, estão relacionados com a transmissão
de calor que ocorre de três formas fundamentais:

1) por condução, ou seja, através de um material sólido de uma região de temperatura elevada em direção a
uma outra região de baixa temperatura;

2) por convecção, ou seja, por meio de um fluido líquido ou gás, entre dois corpos submersos no fluido, ou
entre um corpo e o fluido;

3) por radiação, ou seja, por meio de um gás ou do vácuo, na forma de energia radiante.

Num incêndio as três formas geralmente são concomitantes, embora em determinado momento uma delas seja
predominante.

influência do conteúdo combustível (carga de incêndio)

O desenvolvimento e a duração de um incêndio são influenciados pela quantidade de combustível a queimar.

Com ele, a duração decorre dividindo-se a quantidade de combustível pela taxa ou velocidade de combustão.

Portanto pode-se definir um parâmetro que exprime o poder calorífico médio da massa de materiais combustíveis por
unidade de área de um local, que se denomina carga de incêndio específica (ou térmico) unitário e corresponde à
carga de incêndio específica (fire load density).

Na carga de incêndio estão incluídos os componentes de construção, tais como revestimentos de piso, forro,
paredes, divisórias etc. (denominada carga de incêndio incorporada), mas também todo o material depositado na
edificação, tais como peças de mobiliário, elementos de decoração, livros, papéis, peças de vestiário e materiais de
consumo (denominada carga de incêndio temporal).

A influência da ventilação

Durante um incêndio o calor emana gases dos materiais combustíveis, que podem em decorrência da variação de
temperatura interna e externa a edificação, ser mais ou menos densos que o ar.
Esta diferença de temperatura provoca um movimento ascensional dos gases que são paulatinamente substituídos
pelo ar que adentra a edificação por meio das janelas e portas.

Disto ocorre uma constante troca entre o ambiente interno e externo, com a saída dos gases quentes e fumaça e a
entrada de ar.

Em um incêndio ocorrem dois casos típicos, que estão relacionados com a ventilação e com a quantidade de
combustível em chama.

No primeiro caso, no qual a vazão de ar que adentra ao interior da edificação incendiada for superior á necessidade
da combustão dos materiais, temos um fogo aberto, aproximando-se a uma queima de combustível ao ar livre, cuja
característica será de uma combustão rápida.

No segundo caso, no qual a entrada de ar é controlada, ou deficiente em decorrência de pequenas aberturas


externas, temos um incêndio com duração mais demorada, cuja queima é controlada pela quantidade de
combustível, ou seja, pela carga incêndio. Na qual a estrutura da edificação estará sujeita a temperaturas elevadas
por um tempo maior de exposição, até que ocorra a queima total do conteúdo do edifício.

Em resumo, a taxa de combustão de um incêndio pode ser determinada pela velocidade do suprimento de ar,
estando implicitamente relacionada com a quantidade de combustível e sua disposição da área do ambiente em
chamas e das dimensões das aberturas.

Deste conceito decorre a importância da forma e quantidade de aberturas em uma fachada.

8.1.6 Mecanismos de movimentação dos gases quentes

Quando se tem um foco de fogo num ambiente fechado, numa sala, por exemplo, o calor destila gases combustíveis
do material e há ainda a formação de outros gases devido à combustão dos gases destilados.

Estes gases podem ser mais ou menos densos de acordo com a sua temperatura, a qual é sempre maior do que e
ambiente e, portanto, possuem uma força de flutuação com movimento ascensional bem maior que o movimento
horizontal.

Os gases quentes vão-se acumulando junto ao forro e se espalhando por toda a camada superior do ambiente,
penetrando nas aberturas existentes no local.

Os gases quentes, assim como a fumaça, gerados por uma fonte de calor (material em combustão), fluem no sentido
ascendente com formato de cone Invertido. De acordo com a quantidade de materiais combustíveis, da sua
disposição, da área e volume do local e das dimensões das aberturas, a taxa de queima pode ser determinada pela
velocidade de suprimento do ar.

Entretanto, quando a vazão do ar for superior às necessidades da combustão, então a taxa de queima não será mais
controlada por este mecanismo, aproximando-se, neste caso, à combustão do material ao ar livre.

No Incêndio, devido ao alto nível de energia a que ficam expostos, os materiais destilam gases combustíveis que não
queimam no ambiente, por falta de oxigênio. Estes gases superaquecidos, com temperaturas muito superiores às de
sua auto-ignição, saindo pelas aberturas, encontram o oxigênio do ar externo ao ambiente e se ignizam formando
grandes labaredas.

As chamas assim formadas são as responsáveis pela rápida propagação vertical nos atuais edifícios que não
possuem sistemas para evitá-las.

“A fumaça” – Um problema sério a ser considerado


Efeitos da fumaça

Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, aparecem, em geral, quatro causas


determinantes de uma situação perigosa:

1) calor;
2) chamas;
3) fumaça;
4) insuficiência de oxigênio.

Do ponto de vista de segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaça indubitavelmente causa
danos mais greves, e, portanto, deve ser o fator mais importante a ser considerado.
A fumaça pode ser definida como uma mistura complexa de sólidos em suspensão, vapores e gases, desenvolvida
quando um material sofre o processo de pirólise (decomposição por efeito do calor) ou combustão.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente sobre as pessoas, ocasionando os
seguintes efeitos:

1) diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;

2) lacrimejamento e irritações dos olhos;

3) modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e batidas cardíacas;


vômitos e tosse:
4) medo;
5) desorientação;
6) Intoxicação e asfixia.

A redução da visibilidade do local impede e locomoção das pessoas fazendo com que fiquem expostas por tempo
maior aos gases e vapores tóxicos. Estes, por sua vez, causam a morte se estiverem presentes em quantidade
suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo que acarreta esta ação.

Daí decorre a importância em se entender o comportamento da fumaça em uma edificação.

A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de elevação da temperatura; portanto, a fumaça
desprendida por qualquer material, desde que exposta à mesma taxa de elevação da temperatura, gerará igual
propagação.

Se conseguirmos determinar os valores de densidade ótica da fumaça e da toxicidade na saída de um ambiente


sinistrado, poderemos estudar o movimento do fluxo de ar quente e, então, será possível determinar o tempo e a
área do edifício que se tornará perigosa, devido à propagação da fumaça.

Assim, se conseguirmos determinar o valor de Q e se utilizarmos as características do "Plume" (V, g, Q, y, Cp, T),
prognosticando a formação da camada de fumaça dentro do ambiente, será possível calcular o tempo em que este
ambiente se tornará perigoso. De outro modo, se o volume V de fumaça se propagar em pouco tempo por toda a
extensão do forro e se fizermos com que Q seja uma função de tempo, o cálculo do valor de Z pode ser obtido em
função do tempo e esta equação diferencial pode ser resolvida. Isto permitirá determinar o tempo necessário para
evacuar o ambiente, antes que a fumaça atinja a altura de um homem.

A movimentação da fumaça através de corredores e escadas dependerá, sobretudo das aberturas existentes e da
velocidade do ar nestes locais, porém, se o mecanismo de locomoção for considerado em relação às características
do "Plume", pode-se, então, estabelecer uma correlação com o fluxo de água. Em casos em que exista um exaustor
de seção quadrada menor que e largura do corredor; e se a fumaça vier fluindo em sua direção, parte desta fumaça
será exaurida e grande parte passará direta e continuará fluindo para o outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaça
exaurir-se através de uma abertura que possua largura igual à do corredor, a fumaça será retirada totalmente.

Foi verificado que quanto mais a fumaça se alastrar, menor será a espessura de sua camada, e que a velocidade de
propagação de fumaça na direção horizontal, no caso dos corredores, está em torno de 1 m/s, e na direção vertical,
no caso das escadas, está entre 2 m/s e 3 m/s.

Processo de Controle de Fumaça

O processo de Controle de Fumaça necessário em cada edifício para garantir a segurança de seus ocupantes contra
o fogo e fumaça é baseado nos princípios de engenharia. O processo deve ter a flexibilidade e a liberdade de seleção
de método e da estrutura do sistema de segurança para promover os requisitos num nível de segurança que se
deseja.

Em outras palavras, o objetivo do projeto da segurança de prevenção ao fogo (fumaça) é obter um sistema que
satisfaça as conveniências das atividades diárias, devendo ser econômico, garantindo a segurança necessária sem
estar limitado por método ou estruturas especiais prefixados.

Existem vários meios para controlar o movimento da fumaça, e todos eles têm por objetivo encontrar um meio ou um
sistema levando-se em conta as características de cada edifício.

Como condições que tem grande efeito sobre o movimento da fumaça no edifício, podem-se citar:
1) momento (época do ano) da ocorrência do incêndio;
2) condições meteorológicas (direção e velocidade e coeficiente de pressão do vento e temperatura do ar);
3) localização do início do fogo;
4) resistência ao fluxo do ar das portas, janelas, dutos e chaminés;
5) distribuição da temperatura no edifício (ambiente onde está ocorrendo o fogo, compartimentos em geral,
caixa da escada, dutos e chaminés).

Devem-se estabelecer os padrões para cada uma destas condições.


Entende-se como momento de ocorrência do incêndio a época do ano (verão/inverno) em que isto possa ocorrer,
pois, para o cálculo, deve-se levar em conta a diferença de temperatura existente entre o ambiente interno e o
externo ao edifício. Esta diferença será grande, caso sejam utilizados aquecedores ou ar condicionado no edifício.

As condições meteorológicas devem ser determinadas pelos dados estatísticos meteorológicos da região na qual
está situado o edifício, para as estações quentes e frias.

Pode-se determinar a temperatura do ar, a velocidade do vento, coeficiente de pressão do vento e a direção do
vento.
O andar do prédio onde se iniciou o incêndio deve ser analisado, considerando-se o efeito da ventilação natural
(movimento ascendente ou descendente da fumaça) através das aberturas ou dutos durante o período de utilização,
ou seja, no inverno o prédio é aquecido e no verão, resfriado. Considerando-se esses dados, os estudos devem ser
levados a efeito nos andares inferiores no inverno (térreo, sobreloja e segundo andar) ou nos andares superiores e
inferiores no verão (os dois últimos andares do prédio e térreo).

Em muitos casos, existem andares que possuem características perigosas, pois propiciam a propagação de fumaça
caso ocorra incêndio neste local. Em adição, para tais casos, é necessário um trabalho mais aprofundado para
estudar as várias situações de mudança das condições do andar, por exemplo, num edifício com detalhes especiais
de construção.

Com relação ao compartimento de origem do fogo, devem-se levar em consideração os seguintes requisitos para o
andar em questão:

1) compartimento densamente ocupado, com ocupações totalmente distintas;


2) o compartimento apresenta grande probabilidade de iniciar o incêndio;
3) o compartimento possui características de difícil controle da fumaça.

Quando existirem vários compartimentos que satisfaçam estas condições, devem-se fazer estudos em cada um
deles, principalmente se as medidas de controle de fumaça determinadas levarem a resultados bastante diferentes.

O valor da resistência ao fluxo do ar das aberturas à temperatura ambiente pode ser facilmente obtido a partir de
dados de projeto de ventilação, porém é muito difícil estimar as condições das aberturas das janelas e portas numa
situação de incêndio.

Para se determinar as temperaturas dos vários ambientes do edifício deve-se considerar que os mesmos não
sofreram modificações com o tempo.

A temperatura média no local do fogo é considerada 900ºC com o Incêndio totalmente desenvolvido no
compartimento.

Medidas de Segurança Conta Incêndio

Proteção Passiva

Isolamento de Risco.

A Propagação do incêndio entre edifícios isolados pode se dar através dos seguintes mecanismos:

1) Radiação térmica, emitida:

a) através das aberturas existentes na fachada do edifício incendiado;

b) através da cobertura do edifício incendiado;

c) pelas chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;

d) pelas chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta for composta por materiais combustíveis;

2) Convecção, que ocorre quando os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada ou pela
cobertura do edifício incendiado atinjam a fachada do edifício adjacente;
3) Condução, que ocorre quando as chamas da edificação ou parte da edificação contígua a uma outra,
atingem a esta transmitindo calor e incendiando a mesma;

Desta forma há duas maneiras de isolar uma edificação em relação à outra. São:

1) por meio de distanciamento seguro (afastamento) entre as fachadas das edificações;

Isolamento por distância de afastamento

2) por meio de barreiras estanques entre edifícios contíguos;

Isolamento obtido por parede corta-fogo

Com a previsão das paredes corta-fogo, uma edificação é considerada totalmente estanque em relação à edificação
contígua.

O distanciamento seguro entre edifícios pode ser obtido por meio de uma distância mínima horizontal entre fachadas
de edifícios adjacentes, capaz de evitar a propagação de incêndio entre os mesmos, decorrente do calor transferido
por radiação térmica através da fachada e/ou por convecção através da cobertura.

Em ambos os casos o incêndio irá se propagar, ignizando através das aberturas, os materiais localizados no interior
dos edifícios adjacentes e/ou ignizando materiais combustíveis localizados em suas próprias fachadas.

Compartimentação vertical e horizontal


A partir da ocorrência de inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio, este poderá propagar-se para
outros ambientes através dos seguintes mecanismos principais:

1) convecção de gases quentes dentro do próprio edifício;

2) convecção dos gases quentes que saem pelas janelas (incluindo as chamas) capazes de transferir o fogo
para pavimentos superiores;

3) condução de calor através das barreiras entre compartimentos;

4) destruição destas barreiras.

Frente à necessidade de limitação da propagação do incêndio, a principal medida a ser adotada consiste na
compartimentação, que visa dividir o edifício em células capacitadas a suportar a queima dos materiais combustíveis
nelas contidos, impedindo o alastramento do incêndio.

Os principais propósitos da compartimentação são:

1) conter o fogo em seu ambiente de origem;

2) manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio;

3) facilitar as operações de resgate e combate ao incêndio.

A capacidade dos elementos construtivos de suportar a ação do incêndio denomina-se “resistência ao fogo”
e se refere ao tempo durante o qual conservam suas características funcionais (vedação e/ou estrutural).

O método utilizado para determinar a resistência ao fogo consiste em expor um protótipo (reproduzindo
tanto quanto possível as condições de uso do elemento construtivo no edifício), a uma elevação
padronizada de temperatura em função do tempo.

Ao longo do tempo são feitas medidas e observações para determinar o período no qual o protótipo satisfaz
a determinados critérios relacionados com a função do elemento construtivo no edifício.

O protótipo do elemento de compartimentação deve obstruir a passagem do fogo mantendo, obviamente,


sua integridade (recebe por isto a denominação de corta-fogo).

A elevação padronizada de temperatura utilizada no método para determinação da resistência ao fogo


constitui-se em uma simplificação das condições encontradas nos incêndios e visa reproduzir somente a
fase de inflamação generalizada.

Detalhes de parede de compartimentação

Deve-se ressaltar que, de acordo com a situação particular


do ambiente incendiado, irão ocorrer variações importantes
nos fatores que determinam o grau de severidade de
exposição, que são:

1) duração da fase de inflamação generalizada;

2) temperatura média dos gases durante esta fase;

3) fluxo de calor médio através dos elementos construtivos.

Os valores de resistência ao fogo a serem requeridos para a


compartimentação na Especificação foram obtidos tomando-se por
base:

1) a severidade (relação temperatura x tempo) típica do incêndio;

2) a severidade obtida nos ensaios de resistência ao fogo.

A severidade típica do incêndio é estimada de acordo com a variável ocupação (natureza das atividades
desenvolvidas no edifício).
A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do incêndio de forma que grandes áreas sejam
afetadas, dificultando sobremaneira o controle do incêndio, aumentando o risco de ocorrência de propagação vertical
e aumentando o risco à vida humana.

A compartimentação horizontal pode ser obtida através dos seguintes dispositivos:

1) paredes e portas corta-fogo;

2) registros corta-fogo nos dutos que traspassam as paredes corta-fogo;

3) selagem corta-fogo da passagem de cabos elétricos e tubulações das paredes corta-fogo;


afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados.

A compartimentação vertical se destina a impedir o alastramento do incêndio entre andares e assume caráter
fundamental para o caso de edifícios altos em geral.

A compartimentação vertical deve ser tal que cada pavimento componha um compartimento isolado, para isto são
necessários:

1) lajes corta-fogo;

2) enclausuramento das escadas através de paredes e portas corta-fogo;

3) registros corta-fogo em dutos que intercomunicam os pavimentos;

4) selagem corta-fogo de passagens de cabos elétricos e tubulações, através das lajes;

5) utilização de abas verticais (parapeitos) ou abas horizontais projetando-se além da fachada, resistentes ao
fogo e separando as janelas de pavimentos consecutivos (neste caso é suficiente que estes elementos
mantenham suas características funcionais, obstruindo desta forma a livre emissão de chamas para o exterior).

Distância de afastamento entre verga e peitoril

Isolamento por aba horizontal ou balcão

Isolamento vertical de aberturas em laje


Resistência ao fogo das estruturas

Uma vez que o incêndio atingiu a fase de inflamação generalizada, os elementos construtivos no entorno de fogo
estarão sujeitos à exposição de intensos fluxos de energia térmica.

A capacidade dos elementos estruturais de suportar por determinado período tal ação, que se denomina de
resistência ao fogo, permite preservar a estabilidade estrutural do edifício.

Durante o incêndio a estrutura do edifício como um todo estará sujeita a esforços decorrentes de deformações
térmicas, e os seus materiais constituintes estarão sendo afetados (perdendo resistência) por atingir temperaturas
elevadas.

O efeito global das mudanças promovidas pelas altas temperaturas alcançadas nos incêndios sobre a estrutura do
edifício, traduz-se na diminuição progressiva da sua capacidade portante.

Durante este processo pode ocorrer que, em determinado instante, o esforço atuante em uma seção se iguale ao
esforço resistente, podendo ocorrer o colapso do elemento estrutural.

Os objetivos principais de garantir a resistência ao fogo dos elementos estruturais são:

1) Possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de segurança;

2) Garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso operacional de
viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para exercer as atividades de salvamento
(pessoas retidas) e combate a incêndio (extinção);

3) Evitar ou minimizar danos ao próprio prédio, a edificações adjacentes, à infra-estrutura pública e ao meio
ambiente.

Em suma, as estruturas dos edifícios, principalmente as de grande porte, independentemente dos materiais que as
constituam, devem ser dimensionadas, de forma a possuírem resistência ao fogo compatível com a magnitude do
incêndio que possam vir a ser submetidas.

Revestimento dos materiais

Embora os materiais combustíveis contidos no edifício e constituintes do sistema construtivo possam ser
responsáveis pelo início do incêndio, muito freqüentemente são os materiais contidos no edifício que se ignizam em
primeiro lugar.

À medida que as chamas se espalham sobre a superfície do primeiro objeto ignizado e, talvez, para outros objetos
contíguos, o processo de combustão torna-se mais fortemente influenciado por fatores característicos do ambiente.

Se a disponibilidade de ar for assegurada, a temperatura do compartimento subirá rapidamente e uma camada de


gases quentes se formará abaixo do teto, sendo que intensos fluxos de energia térmica radiante se originarão,
principalmente, a partir do teto aquecido. Os materiais combustíveis existentes no compartimento, aquecidos por
convecção e radiação, emitirão gases inflamáveis. Isto levará a uma inflamação generalizada e todo o ambiente
tornar-se-á envolvido pelo fogo, sendo que e os gases que não queimam serão emitidos pelas aberturas do
compartimento.

A possibilidade de um foco de incêndio extinguir-se ou evoluir em um grande incêndio (atingir a fase de inflamação
generalizada) depende de três fatores principais:

1) Razão de desenvolvimento de calor pelo primeiro objeto ignizado;

2) Natureza, distribuição e quantidade de materiais combustíveis no compartimento incendiado;

3) Natureza das superfícies dos elementos construtivos sob o ponto de vista de sustentar a combustão a
propagar as chamas.

Os dois primeiros fatores dependem largamente dos materiais contidos no compartimento. O primeiro está
absolutamente fora do controle do projetista. Sobre o segundo é possível conseguir-se no máximo, um controle
parcial. O terceiro fator está, em grande medida, sob o controle do projetista, que pode adicionar minutos preciosos
ao tempo da ocorrência da inflamação generalizada, pela escolha criteriosa dos materiais de revestimento.
Evolução da propagação nos materiais
FUMAÇA E GASES QUENTES
FORMANDO AO LONGO DO FORRO

CHAMAS

IGNIÇÃO E QUEIMA DE ALGUNS


MATERIAIS COMBUSTÍVEIS - OS
MATERIAIS QUE ESTÃO PERTO DAS
CHAMAS SÃO PRÉ-AQUECIDOS

AS CHAMAS SÃO BEM MAIS VISÍVEIS


NO LOCAL.

PELA RADIAÇÃO EMITIDA POR FORROS


E PAREDES, OS MATERIAIS COMBUSTÍVEIS
QUE AINDA NÃO SE QUEIMARAM SÃO
PRÉ-AQUECIDOS A UMA TEMPERATURA
PRÓXIMA A SUA DE IGNIÇÃO

FLASHOVER - AS CHAMAS DOMINAM


REPENTINAMENTE TODO O LOCAL E
ENVOLVEM TODOS OS MATERIAIS

A ZONA DE QUEIMA SE ESTENDE


A TODO O COMPARTIMENTO

Quando os materiais de revestimento são expostos a uma situação de início de incêndio, a contribuição que possa vir
a trazer para o seu desenvolvimento, ao sustentar a combustão, e possibilitar a propagação superficial das chamas,
denomina-se “reação ao fogo”. As características de reação ao fogo dos materiais, utilizadas como revestimento dos
elementos construtivos, podem ser avaliadas em laboratórios, obtendo-se assim subsídios para a seleção dos
materiais na fase de projeto da edificação.

Os métodos de ensaio utilizados em laboratório para estas avaliações estipulam condições padronizadas a que os
materiais devem ser expostos, que visam a reproduzir certas situações críticas, características dos incêndios antes
de ocorrência de inflamação generalizada. O desempenho que a superfície de um elemento construtivo deve
apresentar, para garantir um nível mais elevado de segurança contra incêndio, deve ser retirado de uma correlação
entre os índices ou categorias obtidos nos ensaios e a função do elemento construtivo (conseqüentemente, sua
provável influência no incêndio).

A influência de determinado elemento construtivo na evolução de um incêndio se manifesta de duas maneiras


distintas.

A primeira delas se refere à posição relativa do elemento no ambiente, por exemplo, a propagação de chamas na
superfície inferior do forro é fator comprovadamente mais crítico para o desenvolvimento do incêndio do que a
propagação de chamas no revestimento do piso, pois a transferência de calor, a partir de um foco de incêndio, é, em
geral muito mais intensa no forro; neste sentido o material de revestimento do forro deve apresentar um melhor
desempenho nos ensaios de laboratório.

O outro tipo de influência se deve ao local onde o material está instalado: por exemplo, a propagação de chamas no
forro posicionado nas proximidades das janelas, em relação ao forro afastado das janelas, a fator acentuadamente
mais crítico para a transferência do incêndio entre pavimentos, pois além de sua eventual contribuição para a
emissão de chamas para o exterior, estará mais exposto (quando o incêndio se desenvolver em um pavimento
inferior) a gases quentes e chamas emitidas através das janelas inferiores. Algo semelhante se dá em relação à
propagação do incêndio entre edifícios, onde os materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos nas
proximidades das fachadas podem facilitar a propagação do incêndio entre edifícios.

Os dois métodos de ensaio básicos para avaliar as características dos materiais constituintes do sistema construtivo,
sob o ponto de vista de sustentar a combustão e propagar as chamas, são os seguintes;

1) Ensaio de incombustibilidade que possibilitam verificar se os materiais são passíveis de sofrer a ignição e,
portanto, estes ensaios possuem capacidade de contribuir para a evolução da prevenção de incêndio;
2) Ensaio da propagação superficial de chamas, por meio do qual os materiais passíveis de se ignizarem
(materiais combustíveis de revestimento) podem ser classificados com relação à rapidez de propagação
superficial de chamas e a quantidade de calor desenvolvido neste processo.

Uma outra característica que os materiais incorporados aos elementos construtivos apresentam, diz respeito a
fumaça que podem desenvolver à medida em que são expostos a uma situação de início de incêndio. Em função da
quantidade de fumaça que podem produzir e da opacidade desta fumaça, os materiais incorporados aos elementos
construtivos podem provocar empecilhos importantes à fuga das pessoas e ao combate do incêndio.

Para avaliar esta característica deve-se utilizar o método de ensaio para determinação da densidade ótica da fumaça
produzida na combustão ou pirólise dos materiais.

O controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos apresenta dois
objetivos distintos. O primeiro é dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no local em que o incêndio se
origina. O segundo, considerando que a inflamação generalizada tenha ocorrido, é limitar a severidade além do
ambiente em que se originou.

Com relação ao primeiro objetivo, a utilização intensiva de revestimentos combustíveis capazes de contribuir para o
desenvolvimento do incêndio ao sofrerem a ignição e ao levar as chamas para outros objetos combustíveis além do
material / objeto onde o fogo se iniciou.

Com relação ao segundo objetivo, quanto maior for a quantidade de materiais combustíveis envolvidos no incêndio
maior severidade este poderá assumir, aumentando assim o seu potencial de causar danos e a possibilidade de se
propagar para outros ambientes do edifício.

O método para avalizar a quantidade de calor com que os materiais incorporados aos elementos construtivos podem
contribuir para o desenvolvimento do incêndio é denominado “ensaio para determinação do calor potencial”.

Meios de Fuga

Saída de emergência

Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio é necessário que as edificações sejam dotadas de meios
adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local livre da ação do fogo,
calor e fumaça, a partir de qualquer ponto da edificação, independentemente do local de origem do incêndio.

Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do edifício, decorrente da altura do pavimento
onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos).

Nestes casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do Corpo de Bombeiros de adentrar ao edifício pelos
meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate.

Estas ações devem ser rápidas e seguras, e normalmente utilizam os meios de acesso da edificação, que são as
próprias saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas para a evacuação de emergência,

Para isto ser possível as rotas de fuga devem atender, entre outras, as seguintes condições básicas:

Número de saídas:

O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da altura, dimensões em planta e
características construtivas.

Normalmente o número mínimo de saídas consta de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.

Distância a percorrer:

A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais distante de um pavimento até o acesso
a uma saída neste mesmo pavimento.

Da mesma forma como o item anterior, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e as características
construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como proteção.

Os valores máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.

Largura das escadas de segurança e das rotas de fuga horizontais.


O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga horizontais é baseado na lotação da
edificação, calculada em função das áreas dos pavimentos e do tipo de ocupação.

As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar todos os pavimentos em um tempo
aceitável como seguro.

Isto indica a necessidade de compatibilizar a largura das rotas horizontais e das portas com a lotação dos pavimentos
e de adotar escadas com largura suficiente para acomodar em seus interiores toda a população do edifício.

As normas técnicas e os códigos de obras estipulam os valores das larguras mínimas (denominado de Unidade de
Passagem) para todos os tipos de ocupação.

Localização das saídas e das escadas de segurança.

As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma a propiciar efetivamente aos
ocupantes a oportunidade de escolher a melhor rota de escape.

Para isto devem estar suficientemente afastadas uma das outras, uma vez que a previsão de duas escadas de
segurança não estabelecerá necessariamente rotas distintas de fuga, pois em função de proximidade de ambas, em
um único foco de incêndio poderá torná-las inacessível.

Localização e caminhamento para acesso a uma escada

Descarga das escadas de segurança e saídas finais.

A descarga das escadas de segurança deve se dar preferencialmente para saídas com acesso exclusivo para o
exterior, localizado em pavimento ao nível da via pública.

Outras saídas podem ser aceitas, como as diretamente no átrio de entrada do edifício, desde que alguns cuidados
sejam tomados, representados por:

1) sinalização dos caminhos a tomar;

2) saídas finais alternativas;

3) compartimentação em relação ao subsolo e proteção contra queda de objetos (principalmente vidros) devido
ao incêndio e etc.

Projeto e construção das escadas de segurança.

A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os códigos e Normas Técnicas, sendo normalmente 2,20
m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para as demais ocupações, devendo possuir patamares retos nas
mudanças de direção com largura mínima igual à largura da escada.
As escadas de segurança devem ser construídas com materiais incombustíveis, sendo também desejável que os
materiais de revestimento sejam incombustíveis.

As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos degraus, corrimãos corretamente
posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências para conforto e segurança.

Escadas de segurança.

Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e portas corta-fogo. Em
determinadas situações estas escadas também devem ser dotadas de antecâmaras enclausuradas de maneira a
dificultar o acesso de fumaça no interior da caixa de escada. As dimensões mínimas (largura e comprimento) são
determinadas nos códigos e Normas Técnicas.

A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando aberta, não deve avançar sobre o
patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre circulação.

Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do edifício penetrem em eventuais
aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser mantida uma distância horizontal mínima entre estas
aberturas e as janelas do edifício.

Corredores.

Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes deve ser feito de forma a restringir a
penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio. Para isto suas paredes e portas devem apresentar
resistência ao fogo.

Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário prever aberturas de exaustão e sua
subdivisão com portas à prova de fumaça.

Portas nas rotas de fuga:

As portas incluídas nas rotas de fuga não podem ser trancadas, entretanto devem permanecer sempre fechadas,
dispondo para isto de um mecanismo de fechamento automático.

Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fechamento seja acionado automaticamente
no momento do incêndio.

Estas portas devem abrir no sentido do fluxo, com exceção do caso em que não estão localizadas na escada ou na
antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas. Para prevenir acidentes e obstruções, não devem ser
admitidos degraus junto à soleira, e a abertura de porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga.

O único tipo de porta admitida é aquele com dobradiças de eixo vertical com único sentido de abertura.

Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça, corta fogo ou ambos.

A largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m.

Sistema de Iluminação de Emergência

Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que, em funcionamento, propicia a


iluminação suficiente e adequada para:

1) permitir a saída fácil e segura do público para o

2) exterior, no caso de interrupção de alimentação normal;


3) garantir também a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de socorro.

A iluminação de emergência para fins de segurança contra incêndio pode ser de dois tipos:

1) de balizamento;

2) de aclaramento.

A iluminação de balizamento é aquela associada à sinalização de indicação de rotas de fuga, com a função de
orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de emergência.

A iluminação de aclaramento se destina a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes não tenham
dificuldade de transitar por elas.

A iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação artificial normal que pode falhar em caso de
incêndio, por isso deve ser alimentada por baterias ou por moto-geradores de acionamento automático e imediato; a
partir da falha do sistema de alimentação normal de energia.

Dois métodos de iluminação de emergência são possíveis:

1) iluminação permanente, quando as instalações são alimentadas em serviço normal pela fonte normal e cuja
alimentação é comutada automaticamente para a fonte de alimentação própria em caso de falha da fonte
normal;

2) iluminação não permanente, quando as instalações não são alimentadas em serviço normal e, em caso de
falha da fonte normal, são alimentadas automaticamente pela fonte de alimentação própria.

Sua previsão deve ser feita nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, passagens antecâmara e patamares
de escadas.

Seu posicionamento, distanciamento entre pontos e sua potência são determinados nas Normas Técnicas Oficiais.

Elevador de segurança

Para o caso de edifícios altos, adicionalmente a escada, é necessária a disposição de elevadores de emergência,
alimentada por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção de funcionamento durante o incêndio.

Esses elevadores devem:

1) apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou pelos bombeiros.

2) estar localizados em área protegida dos efeitos do incêndio.

O número de elevadores de emergência necessário a suas localizações são estabelecidos levando-se em conta as
áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.
(ver figura 47) *

Acesso a viaturas do Corpo de Bombeiros

Os equipamentos de combate devem-se aproximar ao máximo do edifício afetado pelo incêndio, de tal forma que o
combate ao fogo possa ser iniciado sem demora e não seja necessária a utilização de linhas de mangueiras muito
longas.

Para isto, se possível, o edifício deve estar localizado ao longo de vias públicas ou privadas que possibilitam a livre
circulação de veículos de combate e o seu posicionamento adequado em relação às fachadas, aos hidrantes e aos
acessos ao interior do edifício. Tais vias também devem ser preparadas para suportar os esforços provenientes da
circulação, estacionamento a manobras destes veículos.

O número de fachada que deve permitir a aproximação dos veículos de combate deve ser determinado tendo em
conta a área de cada pavimento, a altura e o volume total do edifício.

Meios de Aviso e Alerta

Sistema de alarme manual contra incêndio e detecção automática de fogo e fumaça


Quanto mais rapidamente o fogo for descoberto, correspondendo a um estágio mais incipiente do incêndio, tanto
mais fácil será controlá-lo; além disso, tanto maiores serão as chances dos ocupantes do edifício escaparem sem
sofrer qualquer injúria.

Uma vez que o fogo foi descoberto, a seqüência de ações normalmente adotada é a seguinte: alertar o controle
central do edifício; fazer a primeira tentativa de extinção do fogo, alertar os ocupantes do edifício para iniciar o
abandono do edifício, e informar o serviço de combate a incêndios (Corpo de Bombeiros). A detecção automática é
utilizada com o intuito de vencer de uma única vez esta série de ações, propiciando a possibilidade de tomar-se uma
atitude imediata de controle de fogo e da evacuação do edifício.

O sistema de detecção e alarme pode ser dividido basicamente em cinco partes:

1) Detector de incêndio, que se constitui em partes do sistema de detecção que constantemente ou em


intervalos para a detecção de incêndio em sua área de atuação. Os detectores podem ser divididos de acordo
com o fenômeno que detectar em:

a) térmicos, que respondem a aumentos da temperatura;

b) de fumaça, sensíveis a produtos de combustíveis e/ou pirólise suspenso na atmosfera;


c) de gás, sensíveis aos produtos gasosos de combustão e/ou pirólise;

d) de chama, que respondem as radiações emitidas pelas chamas.

2) Acionador manual, que se constitui em parte do sistema destinada ao acionamento do sistema de detecção;

3) Central de controle do sistema, pela qual o detector é alimentado eletricamente a ter a função de:

a) receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector;

b) transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de alarme de incêndio para, por exemplo:

• dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;

• dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;

• dar o alarme temporizado para todo o edifício; acionar uma instalação automática de extinção de
incêndio; fechar portas; etc;

• controlar o funcionamento do sistema;

• possibilitar teste.

4) Avisadores sonoros e/ou visuais, não incorporados ao painel de alarme, com função de, por decisão
humana, dar o alarme para os ocupantes de determinados setores ou de todo o edifício;

5) Fonte de alimentação de energia elétrica, que deve garantir em quaisquer circunstâncias o funcionamento
do sistema.

O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais do local e do risco de incêndio ali
existente. A posição dos detectores também é um fator importante e a localização escolhida (normalmente junto à
superfície inferior do forro) deve ser apropriada à concentração de fumaça e dos gases quentes.

Para a definição dos aspectos acima e dos outros necessários ao projeto do sistema de detecção automática devem
ser utilizadas as normas técnicas vigentes.

O sistema de detecção automática deve ser instalado em edifícios quando as seguintes condições sejam
simultaneamente preenchidas:

1) início do incêndio não pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifício pelos seus ocupantes;

2) grande número de pessoas para evacuar o edifício;

3) tempo de evacuação excessivo;

4) risco acentuado de início e propagação do incêndio;


5) estado de inconsciência dos ocupantes (sono em hotel, hospitais etc);

6) incapacitação dos ocupantes por motivos de saúde (hospitais, clínicas com internação).

Os acionadores manuais devem ser instalados em todos os tipos de edifício, exceto nos de pequeno porte onde o
reconhecimento de um princípio de incêndio pode ser feito simultaneamente por todos os ocupantes, não
comprometendo a fuga dos mesmos ou possíveis tentativas de extensão.

Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificações dotadas de sistema de detecção automática
e/ou extinção automática, já que o incêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes de seus efeitos sensibilizarem
os detectores ou os chuveiros automáticos.

A partir daí, os ocupantes que em primeiro lugar detectarem o incêndio, devem ter rápido acesso a um dispositivo de
acionamento do alarme, que deve ser devidamente sinalizado a propiciar facilidade de acionamento.

Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferência nas proximidades das saídas (nas
proximidades das escadas de segurança, no caso de edifícios de múltiplos pavimentos). Tais dispositivos devem
transmitir um sinal de uma estação de controle, que faz parte integrante do sistema, a partir do qual as necessárias
providências devem ser tomadas.

9.5 Sinalização

A sinalização de emergência utilizada para informar e guiar os ocupantes do edifício, relativamente a questões
associadas aos incêndios, assume dois objetivos:

1) reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio;

2) indicar as ações apropriadas em caso de incêndio.

O primeiro objetivo tem caráter preventivo e assume as funções de:

1) alertar para os riscos potenciais;

2) requerer ações que contribuam para a segurança contra incêndio;

3) proibir ações capazes de afetar a segurança contra incêndio.

O segundo objetivo tem caráter de proteção, e assume as funções de:

1) indicar a localização dos equipamentos de combate;

2) orientar as ações as de combate;

3) indicar as rotas de fuga e os caminhos a serem seguidos.

A sinalização de emergência deve ser dividida de acordo com suas funções em seis categorias:

1) sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco;

2) sinalização de comando, cuja função é requerer ações que condições adequadas para a utilização das rotas
de fuga;

3) sinalização de proibição, cuja função é proibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio;

4) sinalização de condições de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de saída e ações
necessárias para o seu acesso;

5) sinalização dos equipamentos de combate, cuja função é indicar a localização e os tipos dos equipamentos
de combate.

Meios de Combate a Incêndio

Extintores portáteis e Extintores sobre rodas (carretas).


O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e acessório, contendo o agente extintor, destinado
a combater princípios de incêndio.

O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único recipiente com agente extintor para extinção do
fogo, porém com capacidade de agente extintor em maior quantidade.

As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o combate ao incêndio
imediato, após a sua detecção, em sua origem, enquanto são pequenos focos.

Estes equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por homens e mulheres,
contando unicamente com um treinamento básico.

Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um tempo significativo, e
conseqüentemente , não inviabilizam sua eficácia em função do crescimento do incêndio.

Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos, de acordo com o agente extintor que
utilizam:

1) água;

2) espuma mecânica;

3) pó químico seco;

4) bióxido de carbono;

5) halon.

Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de diferentes naturezas.

A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser dimensionados para cada ocupação em
função:

1) da área a ser protegida;

2) das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;

3) os riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da atividade desenvolvida ou equipamento a


proteger”).

Os riscos especiais como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de gases inflamáveis devem ser protegidos
por extintores, independentemente de outros que cubram a área onde se encontram os demais riscos.

Os extintores portáteis devem ser instalados, de tal forma que sua parte superior não ultrapasse a 1,60 m de altura
em ralação ao piso acabado, e a parte inferior fique acima de 0,20 m (podem ficar apoiados em suportes apropriados
sobre o piso);

Deverão ser previstas no mínimo, independente da área, risco a proteger e distância a percorrer, duas unidades
extintoras, sendo destinadas para proteção de incêndio em sólidos e equipamentos elétricos energizados.

Os parâmetros acima descritos são definidos de acordo com o risco de incêndio do local.

Quanto aos extintores sobre rodas, estes podem substituir até a metade da capacidade dos extintores em um
pavimento, não podendo, porém, ser previstos como proteção única para uma edificação ou pavimento.

Tanto os extintores portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca de conformidade de órgão
competente ou credenciado e ser submetidos a inspeções e manutenções frequentes.
Sistema de hidrantes

É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de água, com determinada pressão e
vazão em uma edificação, assegurando seu funcionamento por determinado tempo.

Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio de combate para os princípios de incêndio
no qual os extintores manuais se tornam insuficientes.

Componentes do Sistema

Os componentes de um sistema de hidrantes são:

1) reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado;

2) sistema de pressurização.

O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio, dimensionada a propiciar um reforço
de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráulico de que o sistema necessitar.

Quando os desníveis geométricos entre o reservatório e os hidrantes são suficientes para propiciar a pressão e
vazão mínima requeridas ao sistema, as bombas hidráulicas são dispensadas.

Seu volume deve permitir uma autonomia para o funcionamento do sistema, que varia conforme o risco e a área total
do edifício.

3) Conjunto de peças hidráulicas e acessórios.

São compostos por registros (gaveta, ângulo aberto e recalque), válvula de retenção, esguichos e etc.;
4) Tubulação;

A tubulação é responsável pela condução da água, cujos diâmetros são determinados, por cálculo hidráulico.

5) Forma de acionamento do sistema

As bombas de recalque podem ser acionadas por botoeiras do tipo liga-desliga, pressostatos, chaves de fluxo ou
uma bomba auxiliar de pressurização (jockey).

Isométrica de sistema de hidrantes

O Corpo de Bombeiros, em sua intervenção a um incêndio, pode utilizar a rede hidrantes (principalmente nos casos
de edifícios altos). Para que isto ocorra, os hidrantes devem ser instalados em todos os andares, em local protegido
dos efeitos do incêndio, nas proximidades das escadas de segurança.

A canalização do sistema de hidrante deve ser dotada de um prolongamento até o exterior da edificação de forma
que possa permitir, quando necessário, recalcar água para o sistema pelas viaturas do Corpo de Bombeiros.

Dimensionamento

O dimensionamento do sistema é projetado:

1) de acordo com a classificação de carga de incêndio que se espera;

2) de forma a garantir uma pressão e vazão mínima nas tomadas de água (hidrantes) mais desfavoráveis;

3) que assegure uma reserva de água para que o funcionamento de um número mínimo de hidrantes mais
desfavoráveis, por um determinado tempo.

Sistema de Mangotinhos

Um outro sistema que pode ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos são os mangotinhos.

Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder ser operado de maneira rápida por uma única pessoa.
Devido a vazões baixas de consumo, seu operador pode contar com grande autonomia do sistema.

Por estes motivos os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros, principalmente nos locais onde o manuseio
do sistema é executado por pessoas não habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial).

O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao sistema de hidrantes.


Sistema de chuveiros automáticos ("sprinklers").

O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento d’água em uma rede hidráulica sob pressão,
onde são instalados em diversos pontos estratégicos, dispositivos de aspersão d’água (chuveiros automáticos), que
contém um elemento termo-sensível, que se rompe por ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a
descarga d’água sobre os materiais em chamas.

O sistema de chuveiros automáticos para extinção a incêndios possui grande confiabilidade, e se destina a proteger
diversos tipos de edifícios.
Deve ser utilizado em situações:

1) quando a evacuação rápida e total do edifício é impraticável e o combate ao incêndio é difícil;

2) quando se deseja projetar edifícios com pavimentos com grandes áreas sem compartimentação.

Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida de proteção contra incêndio mais
eficaz quanto à água for o agente extintor mais adequado.
De sua performance, espera-se que:

1) atue com rapidez;

2) extingua o incêndio em seu início;

3) controle o incêndio no seu ambiente de origem, permitindo aos bombeiros a extinção do incêndio com
relativa facilidade.

9.6.7 Dimensionamento

O dimensionamento do sistema é feito:

4) de acordo com a severidade do incêndio que se espera;

5) de forma a garantir em toda a rede níveis de pressão e vazão em todos os chuveiros automáticos, a fim de
atender a um valor mínimo estipulado;

6) para que a distribuição de água seja suficientemente homogênea, dentro de uma área de influência
predeterminada.

Sistema de espuma mecânica.

A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndio em líquidos combustíveis e inflamáveis.

O tipo da espuma, forma e componentes para sua aplicação estão detalhados a seguir.

A espuma

A espuma destinada à extinção dos incêndio é um agregado estável de bolhas, que tem a propriedade de cobrir e
aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma camada resistente e contínua que isola do ar, e impede
a saída para a atmosfera dos vapores voláteis desses líquidos.

Sua atuação se baseia na criação de uma capa de cobertura sobre a superfície livre dos líquidos, com a finalidade
de:

1) Separar combustível e comburente;

2) Impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;

3) Separar as chamas da superfície dos combustíveis;


4) Esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

Aplicação

Sua aplicação destina-se ao combate de fogos de grandes dimensões que envolvam locais que armazenem líquido
combustível e inflamável.

Também se destina a:

1) extinção de fogos de líquidos de menor densidade que a água;

2) prevenção da ignição em locais onde ocorra o derrame de líquidos inflamáveis;

3) extingua incêndios em superfície de combustíveis sólidos;

4) outras aplicações especiais, tais como derrame de gases na forma líquida, isolamento e proteção de fogos
externos, contenção de derrames tóxicos e etc.;

5) Estas últimas aplicações dependem de características especiais da espuma, condições de aplicação e


ensaios específicos ao caso a ser aplicado.

A espuma não é eficaz em:


1) fogo em gases;

2) fogo em vazamento de líquidos sobre pressão;

3) fogo em materiais que reagem com a água.

A espuma é um agente extintor condutor de eletricidade e, normalmente, não deve ser aplicada na presença de
equipamentos elétricos com tensão, salvo aplicações específicas.

Cuidado especial deve se ter na aplicação de líquidos inflamáveis que se encontram ou podem alcançar uma
temperatura superior a ponto de ebulição da água; evitando-se a projeção do líquido durante o combate (slop-over).

Características

Os vários tipos de espuma apresentam características peculiares ao tipo de fogo a combater, que as tornam mais ou
menos adequadas. Na escolha da espuma devem-se levar em consideração:

1) aderência;

2) capacidade de supressão de vapores inflamáveis;

3) estabilidade e capacidade de retenção de água;

4) fluidez;

5) resistência ao calor;

6) resistência aos combustíveis polares.

Tipos de espuma

Os tipos de espuma variam:


1) segundo sua origem:

a) química, que é obtida pela reação entre uma solução de sal básica (normalmente bicarbonato de sódio), e
outra de sal ácida (normalmente sulfato de alumínio), com a formação de gás carbônico na presença de um
agente espumante. Este tipo de espuma é totalmente obsoleto e seu emprego não está mais normatizado.

b) Física ou mecânica, que é formada ao introduzir, por agitação mecânica, ar em uma solução aquosa (pré-
mistura), obtendo-se uma espuma adequada. Esta é o tipo de espuma mais empregada atualmente.

2) segundo a composição:
a) Base proteínica, que se dividem:

• Proteínicas, que são obtidas pela hidrólise de resíduos proteínicos naturais. Caracteriza-se
Caracteriza por uma
excelente resistência à temperatura.

• Fluorproteínicas, que são obtidas mediante a adição de elementos fluorados ativos a concentração
proteínica, da qual se consegue uma melhora na fluidez e resistência a contaminação.

b) Base sintética.

3) segundo ao coeficiente de expansão:

O coeficiente de expansão é a relação entre o volume final de espuma e o volume inicial da pré
pré-mistura. E se dividem
em:

a) Espuma de baixa expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 3 e 30;

b) Espuma de média expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 30 e 250;

c) Espuma de alta expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 250 e 1.000.

4) segundo as características de extinção;

a) Espuma convencional, que extingue somente pela capa de cobertura de espuma aplicada;

b) Espuma aplicadora de película aquosa (AFFF), que forma uma fina película de água que se estende
rapidamente sobre a superfície do combustível.

Espuma antiálcool, que forma uma película que protege a capa de cobertura de espuma frente à ação de solventes
polares.

Tipos de Sistemas

Os sistemas de espuma são classificados conforme:

1) a sua capacidade de mobilidade


dade em:

a) Fixos, que são equipamentos para proteção de tanque de armazenamento de combustível, cujos
componentes são fixos, permanentemente, desde a estação geradora de espuma até à câmara aplicadora;
Sistema fixo de espuma Sistema semi-fixo

b) Semifixos, que são equipamentos destinados à proteção de tanque de armazenamento de combustível,


cujos componentes, permanentemente fixos, são complementados por equipamentos móveis para sua
operação. São, normalmente, móveis o reservatório de extrato e o conjunto dosador (proporcionador).
Detalhe de câmara de espuma
c) Móveis, que são as instalações totalmente independentes, normalmente
veículos ou carretas, podendo se locomover e aplicar aonde forem
necessários, requerendo somente sua conexão a um abastecimento de
água adequado.

2) Segundo a sua forma de funcionamento, que pode ser:

a) automático;
b) semi
semi-automático;
c) manual.

Componentes do Sistema

1) Reserva (tanque) de extrato


São reservatórios, tanques nos quais se armazena a quantidade de líquido gerador de espuma necessária para o
funcionamento do sistema.

Deve dispor dos seguintes componentes básicos:

a) Indicador de nível, com válvula de isolamento;

b) registro para abertura e fechamento;

c) conexão para enchimento e esvaziamento;

d) conexão para o proporcionador;

e) domo de expansão (espaço), preferencialmente com válvula de pressão-vácuo.


pressão

O material com que é construído o tanque de extrato deve ser adequado ao líquido gerador que armazena
(problemas de corrosão e etc.).

2) Elemento dosador (proporcionador)

São equipamentos responsáveis pela mistura do líquido gerador de espuma e a água, na proporção adequada para
formação da espuma que se deseja.

Seu funcionamento
ionamento se baseia no efeito “venturi”, que é passagem da água proporcionando a sucção do líquido
gerador de espuma na dosagem preestabelecida.

Normalmente funcionam com pressões acima de 7 bar para permitir que proceda a pré
pré-mistura
mistura necessária.

A proporção
rção é fundamental para permitir uma espuma eficiente ao combate ao fogo que se espera.

Normalmente a proporção é de 3% para hidrocarburentes e 6% para combustíveis polares.

3) Bombas hidráulicas para dosificar a pré-mistura


pré

Também denominado de dosificação por equilíbrio de pressão, consiste em uma bomba hidráulica que possibilita
uma regulagem automática da proporção de pré-mistura,
pré mistura, sobre uma grande demanda de vazão necessária.

Esta regulagem consiste de orifícios calibrados no proporcionador, com uma válvula diafragma que controla a
pressão da linha de extrato, em função do diferencial de pressão entre está e a linha de abastecimento de água.

4) Esguichos e canhões lançadores de espuma

São elementos portáteis e fixos, cuja função é dar forma a espuma de baixa e média expansão e faze-la
faze atingir ao
tanque de combustível em chama.

Os esguichos lançadores (linhas manuais) podem ou não possuir um dosificador em seu corpo (proporcionador).
A diferença de emprego entre o esguicho lançador de espuma e os canhões de espuma está na capacidade de
lançar e alcançar os tanques no que tange sua altura.

Os esguichos são recomendados para tanques até 6m de altura, enquanto que os canhões atingem alturas mais
elevadas.
Os esguichos de espuma são recomendados como complemento de apoio às instalações fixas, pois como medida de
proteção principal, expõem os operadores a sérios riscos .

5) Câmaras de espuma

São elementos especialmente projetados para a aplicação de espuma de baixa expansão, sobre a superfície de
combustíveis contidos em tanques de armazenamento de grande diâmetro e altura.

Tem a característica de aplicar a espuma no interior do tanque em chamas por meio da descarga na parede do
tanque. Pode ser constituído de elementos especiais no interior do tanque, que fazem com que a espuma caia de
forma mais suave sobre a superfície do líquido.

É composta por um selo de vidro que impede a saída de vapores voláteis do interior do tanque, mas que se rompem
quando o sistema entra em funcionamento, permitindo a passagem da espuma.

Dispõe também de uma placa de orifício que regula a pressão, de forma a possibilitar a formação de uma espuma
adequada.

É utilizada para tanque acima de 10 m de altura e ou diâmetro superior a 24m, normalmente em tanque de teto fixo,
podendo também ser projetada para tanques de teto flutuante.

6) Geradores de alta expansão

São elementos de geração e aplicação de espuma de alta expansão, formando uma espuma com uma maior
proporção de ar.

São compostos por um ventilador que podem ser acionados por um motor elétrico, ou pela própria passagem da
solução de pré-mistura.

Podem ser do tipo móvel ou fixo, aplicando a espuma diretamente ou por meio de mangas e condutos especialmente
projetados.

Sua pressão de funcionamento varia de 5 a 7 bar.

7) Tubulações e acessórios

As tubulações são responsáveis pela condução da água ou pré-mistura para os equipamentos que formam ou
aplicam espuma.

Deve ser resistente à corrosão.

Quantos aos acessórios, estes devem resistir a altas pressões uma vez que os sistemas de espuma, normalmente,
trabalham com valores elevados de pressão, decorrente das perdas de carga nos equipamentos e pressões mínimas
para a formação da espuma.

Dimensionamento

O dimensionamento do sistema varia conforme o tipo, dimensão e arranjo físico dos locais que armazenam líquidos
inflamáveis e combustíveis, devendo seguir as normas técnicas oficiais e Instruções Técnicas baixadas pelo Corpo
de Bombeiros.

A reserva de incêndio também varia conforme o tamanho das áreas de armazenamento, mas possuem capacidade
de reserva maior que aos destinados a sistema de hidrantes.

Sistema fixo de CO2.

O sistema fixo de baterias de cilindros de CO2, consiste de tubulações, válvulas, difusores, rede de detecção,
sinalização, alarme, painel de comando e acessórios, destinado a extinguir incêndio por abafamento, por meio da
descarga do agente extintor.

Seu emprego visa à proteção de locais onde o emprego de água é desaconselhável, ou locais cujo valor agregado
dos objetos e equipamentos é elevado nos quais a extinção por outro agente causará a depreciação do bem pela
deposição de resíduos.
Ë recomendado normalmente nos locais onde se buscam economia e limpeza, e naqueles que o custo
agente/instalação é muito mais inferior do que outro agente extintor empregado.

Possui uma efetiva extinção em:

1) Fogos de classe “B” e “C” (líquidos inflamáveis e gases combustíveis, e equipamentos elétricos energizados
de alta tensão), em:

a) recintos fechados, por inundação total, onde o sistema extingue pel pelo
o abafamento, baixando-se
baixando a
concentração de oxigênio do local necessária para a combustão, criando uma atmosfera inerte.

b) recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.

2) Fogos de Classe “A” (combustíveis sólidos):

a) decorrente de seu efeito de resfriamento, nos incêndio em sólidos, em que o fogo é pouco
profundo e o calor gerado é baixo;

b) nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a formação de brasas
profundas;

c) nos usos de aplicação local, leva


eva-se
se em conta o tipo e disposição do combustível, uma vez que a
descarga do CO 2 impedirá a extinção nas regiões não acessíveis diretamente pelo sistema.

O sistema não é capaz de extinguir:

1) fogos em combustíveis (não pirofóricos) que não precisam de oxigênio para a sua combustão, pois permitem
uma combustão anaeróbia;

2) fogos em combustíveis de classe “D” (materiais pirofóricos);

Os tipos de sistema são:

1) Inundação total, onde a descarga de CO², é projetada para uma concentração em todo o volume do risco a
proteger;

2) Aplicação local, onde o CO2 é projetado sobre elementos a proteger não confinados;

3) Modulares, que consiste em um pequeno sistema de inundação total instalado no interior dos
compartimentos dos equipamentos a proteger.

Sistema de CO2

Componentes do sistema

Os componentes dos sistemas são:

1) Cilindros, que contém o agente extintor pressurizado,


onde a própria pressão do cilindro será utilizada para
pressurização do sistema, sendo responsáveis pela
descarga dos difusores.

Sua localização deve ser próxima a área/ equipamento a


proteger, a fim de evitar perdas de carga; diminuir a possibilidade de
danos à instalação e baratear o custo do sistema; mas não deve ser
instalada dentro da área de risco, devendo ficar em local
protegido
gido (exceto para os sistemas modulares).

Os cilindros devem ser protegidos contra danos mecânicos ou danos causados pelo ambiente agressivo.

No conjunto de cilindros, há um destinado a ser “cilindro-piloto”,


“cilindro piloto”, cuja função é, mediante acionamento de um
dispositivo
positivo de comando, estabelecer um fluxo inicial do agente, a fim de abrir por pressão as demais cabeças de
descarga dos demais cilindros da bateria.

Os cilindros podem ser de dois tipos:


a) Alta pressão, na qual o CO2 encontra-se contido a uma temperatura de 20°C e uma pressão de 60bar.
Este sistema é o mais comum.

b) Baixa pressão, na qual o CO2 encontra-se resfriado a -20°C e com uma pressão de 20bar.

2) Cabeça de descarga, que consiste de um dispositivo fixo adaptado à válvula do cilindro, a fim de possibilitar
sua abertura e conseqüente descarga ininterrupta do gás.

3) Tubulação e suas conexões, responsáveis pela condução do agente extintor devem ser resistentes a
pressão, a baixa temperatura e a corrosão, tanto internamente como externamente. Devem resistir a uma
pressão de ruptura 5,5 vezes maior que a pressão nominal do cilindro;
4) Válvulas, com a função de direcionamento (direcional) do agente extintor ou de purga do coletor de
distribuição de gás (evitar que fugas do sistema acionem os difusores fechados). Essas válvulas devem resistir
a uma pressão de ruptura 7 vezes maior que a pressão nominal do cilindro;

5) Difusores, que consiste de dispositivo fixo de funcionamento automático, equipado com espalhador de
orifícios calibrados, destinados a proporcionar a descarga do CO2 sem congelamento interno e com
espalhamento uniforme;

Brigada de Incêndio

Os dimensionamentos dos sistemas devem atender às especificações contidas nas normas técnicas adotadas pelo
Corpo de Bombeiros, por meio de Instrução Técnica.

Treinamento

A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma situação de incêndio, quer seja adotando as
primeiras providências no sentido de controlar o incêndio, quer seja abandonando o edifício de maneira rápida e
ordenada.

Para isto ser possível é necessário como primeiro passo, a elaboração de planos para enfrentar a situação de
emergência que estabeleçam em função dos fatores determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas
e os recursos materiais e humanos necessários. A formação de uma equipe com este fim específico é um aspecto
importante deste plano, pois permitirá a execução adequada do plano de emergência.

Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da função a exercer:

1) Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em caso de incêndio.

2) Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio na edificação.

Em um edifício pode ocorrer que haja esta equipe distinta ou executada as funções simultaneamente.

Tais planos devem incluir a provisão de quadros sinóticos em distintos setores do edifício (aqueles que apresentem
parcela significativa da população flutuante como, por exemplo, hotéis) que indiquem a localização das saídas, a
localização do quadro sinótico com o texto " você está aqui" e a localização dos equipamentos de combate manual
no setor.

Por último deve-se promover o treinamento periódico dos brigadistas e de toda a população do edifício.

Planta de Risco

É fundamental evitar qualquer perda de tempo quando os bombeiros chegam ao edifício em que está ocorrendo o
incêndio. Para isto é necessário existir em todas as entradas do edifício (cujo porte pode definir dificuldades as ações
dos bombeiros) informações úteis ao combate, fáceis de entender, que localizam por meio de plantas os seguintes
aspectos:

1) ruas de acesso;

2) saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;

3) válvulas de controle de gás e outros combustíveis;

4) chaves de controle elétrico;


5) localização de produtos químicos perigosos;

6) reservatórios de gases liquefeitos, comprimidos e de produtos perigosos.

7) registros e portas corta-fogo, que fecham automaticamente em caso de incêndios e botoeiras para
acionamento manual destes dispositivos;

8) pontos de saídas de fumaça;

9) janelas que podem ser abertas em edifícios selados;

10) painéis de sinalização e alarme de incêndio;

11) casa de bombas do sistema de hidrantes e de chuveiros automáticos;

12) extintores etc.

13) sistema de ventilação e localização das chaves de controle;

14) sistemas de chuveiros automáticos e respectivas válvulas de controle;

15) hidrantes internos e externos e hidrantes de recalque e respectivas válvulas de controle

Formas de Combustão
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em: completa, incompleta, espontânea e
explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o combustível; o calor entra no
processo para decompor o combustível. A velocidade da combustão variará de acordo com a porcentagem do
oxigênio no ambiente e as características físicas e químicas do combustível.

Combustão Completa
É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em oxigênio.

Combustão Incompleta
É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e se processa em ambiente pobre em oxigênio.

Combustão Espontânea
É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela ação de bactérias, fermentam.
A fermentação produz calor e libera gases que podem incendiar. Alguns materiais entram em combustão sem fonte
externa de calor materiais com baixo ponto de ignição ; outros entram em combustão à temperatura ambiente 20
ºC , como o fósforo branco. Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a
combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão. Por exemplo, água + sódio.

Explosão
É a queima de gases ou partículas sólidas, em altíssima velocidade, em locais confinados, com grande liberação de
energia e deslocamento de ar. Combustíveis líquidos, acima da temperatura de fulgor, liberam gases que podem
explodir num ambiente fechado na presença de uma fonte de calor.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos essenciais que provocam o
fogo.

Retirada do Material
É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível, ainda não
atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Método também denominado
corte ou remoção do suprimento do combustível.
Ex.: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, retirada de materiais
combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento
É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando,
diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado,
por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrada na natureza. A redução da temperatura está
ligada à quantidade e à forma de aplicação da água jatos , de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é
capaz de produzir. É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão menos
de 20ºC , pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis.

Abafamento
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo comburente para
reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição
e queimam sem necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. Conforme já vimos
anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a
concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um
recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são
duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em contato com o
combustível. Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água,
espumas, pós, gases especiais etc.

Quebra da Reação em Cadeia


Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo sobre a área das chamas,
interrompendo assim a “reação em cadeia”extinção química . Isso ocorre porque o oxigênio comburente deixa de
reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis.

CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E MÉTODOS DE EXTINÇÃO


Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem
como a situação em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar
o agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos como
agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou mais dos
elementos essenciais do fogo, cessando a combustão.

Incêndio Classe “A”


Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha
É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar em razão do seu volume, isto é, a
queima se dá na superfície e em profundidade.
Método de extinção
Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a
contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em
combustão, abaixo do seu ponto de ignição.
O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em
profundidade.

Incêndio Classe “B”


Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis.
É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície
exposta e não em profundidade.

Método de extinção
Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção
quebra da reação em cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos
ponto da ignição , é necessário resfriamento.

Incêndio Classe “C”


Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao bombeiro.

Método de extinção
Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica e utilize o princípio de
abafamento ou da interrupção quebra da reação em cadeia.
Esta classe de incêndio pode ser mudada para “A”, se for interrompido o fluxo elétrico. Deve-se ter cuidado com
equipamentos que acumulam energia elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da
corrente elétrica.

Incêndio Classe “D”


Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio . É caracterizado pela queima em altas
temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns principalmente os que contenham água
Método de extinção
Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundam em contato com o metal combustível,
formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de
abafamento.
Os pós-especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia,
grafite seco O princípio da retirada do material também é aplicável com sucesso nesta classe de incêndio.

II PARTE – EXTINTORES DE INCÊNDIO


OBJETIVOS
 Identificar os agentes extintores mais comuns para as diferentes classes de incêndio.
 Identificar os diversos tipos de extintores.
 Demonstrar conhecimento sobre a operação dos extintores.
 Identificar os extintores apropriados às respectivas
 classes de incêndio.
 Conhecer os extintores obsoletos, mas ainda em uso.
 Conhecer princípios básicos de inspeção e manutenção.

Introdução
Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor para o combate imediato e rápido a
princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre rodas, conforme o tamanho e a operação. Os extintores
portáteis também são conhecidos simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas.
Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se destinam: “A”, “B”, “C” e “D”. Para cada classe de incêndio há
um ou mais extintores adequados. Todo o extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente localizável.
O rótulo traz informações sobre as classes de incêndio para as quais o extintor é indicado e instruções de uso. O
êxito no emprego dos extintores dependerá de:

 fabricação de acordo com as normas técnicas ABNT ;


 distribuição apropriada dos aparelhos;
 inspeção periódica da área a proteger;
 manutenção adequada e eficiente;
 pessoal habilitado no manuseio correto.

Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior, chamada de unidade extintora e
que é especificada em norma.

AGENTES EXTINTORES.
Água
É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por
resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor.
Atua também por abafamento dependendo da forma como é aplicada, neblina,
jato contínuo, etc. . A água é o agente extintor mais empregado, em virtude do
seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência de sais
minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade e seu usuário,
em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico. Quando
utilizada em combate a fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer
transbordamento do líquido que está queimando, aumentando, assim, a área do incêndio.

Espuma
A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de formação.
Química, se resultou da reação entre as soluções aquosas de sulfato de alumínio e
bicarbonato de sódio; mecânica, se a espuma foi produzida pelo batimento da água,
LGE líquido gerador de espuma e ar. A rigor, a espuma é mais uma das formas
de aplicação da água, pois constitui-se de um aglomerado de bolhas de ar ou gás
CO2 envoltas por película de água. Mais leve que todos os líquidos inflamáveis, é
utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água, possui uma ação secundária de resfriamento.

Pó Químico Seco
Os pós-químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de
potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento. O pó deve receber um
tratamento anti-higroscópico para não umedecer evitando assim a solidificação no interior do
extintor. Para o combate a incêndios de classe “D”, utilizamos pós à base de cloreto de sódio,
cloreto de bário, monofosfato de amônia ou grafite seco.
Gás Carbônico (CO2)
Também conhecido como dióxido de carbono ou CO 2 , é um gás mais denso mais pesado
que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso mas asfixiante
. Age principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento. Por não
deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater incêndios
em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis centrais telefônicas e computadores .

Compostos Halogenados
São compostos químicos formados por elementos halogênios flúor, cloro, bromo e iodo.
Atuam na quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades específicas e, de forma secundária, por
abafamento. São ideais para o combate a incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis, sendo mais
eficientes que o CO2. Assim como o CO2, os compostos halogenados se dissipam com facilidade em locais abertos,
perdendo seu poder de extinção.

Extintores Portáteis
São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio. Recebem o nome do agente extintor
que transportam em seu interior por exemplo: extintor de água, porque contém água em seu interior .
Os extintores podem ser:

ÁGUA PÓ QUÍMICO SECO ESPUMA MECÂNICA CO 2 HALOGENADO

Extintores sobre Rodas (Carretas)


São aparelhos com maior quantidade de agente extintor, montados sobre rodas para serem conduzidos com
facilidade.
As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam, como os extintores portáteis. Devido ao seu
tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhos obriga o emprego de pelo menos dois
operadores.

Manutenção e Inspeção
A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a correção dos problemas
encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada através de inspeções, onde são verificados:
localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico
ou na mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros, em períodos:
Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.
Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos. Observar a pressão do manômetro se houver , o
lacre e o pino de segurança.
Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido, quando houver. Se o peso do
extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar.
Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no lacre. Recarregar o extintor.
Qüinqüenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o
aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve
ser efetuado por pessoal habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o aparelho é submetido a uma
pressão de 2,5 vezes a pressão de trabalho, isto é, se a pressão de trabalho é de 14 kgf/cm2, a pressão de prova
será de 35 kgf/cm2. Este teste é precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar a existência de
danos físicos.

III PARTE - MANGUEIRAS

OBJETIVOS
 Identificar as dimensões, tipos, quantidades e uso das mangueiras utilizadas pelo
Corpo de Bombeiros.
 Identificar os acessórios de mangueira.
 Realizar, individualmente ou em equipe, com linha não inferior a 38mm, as
seguintes manobras:
 adentrar em uma estrutura;
 subir por uma escada interna para um piso superior;
 descer por uma escada interna para um piso inferior ao térreo subsolos, porões, etc ;
 subir por uma escada externa para um piso superior;
 levar a linha para um piso superior através de içamento por cabo;
 efetuar limpeza, inspeção e verificação de avarias em mangueiras, esguichos e acessórios;
 executar os acondicionamentos de mangueiras e demonstrar suas finalidades;
 executar métodos de acoplamento e uso de mangueiras nas redes de incêndio das edificações;
 armar linha e substituir uma linha avariada.
 Proteger e conservar as mangueiras e juntas de união em todas as situações de uso.

Introdução
E o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas
de união, destinado a conduzir água sob pressão.
O revestimento interno do duto é um tubo de borracha que impermeabiliza a mangueira,
evitando que a água saia do seu interior. É vulcanizada em uma capa de fibra.
A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada de fibras naturais ou sintéticas, que
permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições do serviço de bombeiro.
Juntas de união são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que servem para unir lances entre
si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos, após serem feitos os encaixes.
O Corpo de Bombeiros adota como padrão as juntas de união de engate rápido tipo storz.
Empatação de mangueira é o nome dado à fixação, sob pressão, da junta de união de engate rápido no duto.
Lance de mangueira é a fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união. Por conveniência de manuseio,
transporte e combate a incêndio, o lance padrão do Corpo de Bombeiros é de 15 metros.
Linha de mangueira é o conjunto de mangueiras acopladas, formando um sistema para conduzir a água.

Classificação de Mangueiras
As mangueiras de incêndio podem ser classificadas de três formas:

Quanto às Fibras de que São Feitas as Lonas


As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras naturais são oriundas de vegetais. As
sintéticas são fabricadas na indústria, a partir de substâncias químicas.
As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tais como: peso reduzido, maior resistência à
pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorção de água, etc. Pelos motivos acima, são
normalmente utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.

Quanto à Disposição das Lonas


As mangueiras podem ser classificadas quanto à disposição das lonas em mangueiras de
lona simples, de lona dupla e de lona revestida por material sintético.
As mangueiras do tipo lona simples são constituídas de um tubo de borracha, envolvido
por uma camada têxtil, que forma a lona.
As mangueiras do tipo lona dupla são constituídas de um tubo de borracha envolvido por
duas camadas têxteis sobrepostas.
As mangueiras do tipo lona revestida por material sintético são constituídas de um tubo de borracha, envolvido por
uma ou duas camadas têxteis revestidas externamente por material sintético. Esse tipo de material permite à
mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos de ácidos, graxas, abrasivos e outros agentes agressores.

Quanto ao Diâmetro
As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo
normalmente utilizadas pelo Corpo de Bombeiros as de 38, 63, 75 e
100mm.

Antes do Uso Operacional


As mangueiras novas devem ser retiradas da embalagem de fábrica, armazenadas em local arejado, livre de
umidade e mofo e protegidas da exposição direta de raios solares. Devem ser guardadas em prateleiras apropriadas
e acondicionadas em espiral.
Os lances acondicionados por muito tempo mais que 3 meses , sem manuseio, em veículos, abrigos de hidrantes
ou prateleiras, devem ser substituídos ou novamente acondicionados, de modo a evitar a formação de vincos nos
pontos de dobra que diminuem sensivelmente a resistência das mangueiras .
Deve-se testar as juntas de engate rápido antes da distribuição das mangueiras para o uso operacional, através de
acoplamento com outras juntas.
Lembrar que as mangueiras foram submetidas a todos os testes necessários para seu uso seguro, quando do
recebimento, após a compra.
Durante o Uso Operacional
As mangueiras de incêndio não devem ser arrastadas sobre superfícies ásperas: entulho, quinas de paredes, bordas
de janela, telhado ou muros, principalmente quando cheias de água, pois o atrito ocasiona maior desgaste e cortes
da lona na mangueira.
Não devem ser colocadas em contato com superfícies excessivamente aquecidas, pois, com o calor, as fibras
derretem e a mangueira poderá romper-se.
Não devem entrar em contato com substâncias que possam atacar o duto da mangueira, tais como: derivados de
petróleo, ácidos, etc.
As juntas de engate rápido não devem sofrer qualquer impacto, pois isto pode impedir seu perfeito acoplamento.
Devem ser usadas as passagens de nível para impedir que veículos passem sobre a mangueira, ocasionando
interrupção do fluxo d’água, e golpes de aríete, que podem danificar as mangueiras e outros equipamentos
hidráulicos, além de dobrar, prejudicialmente, o duto interno.
As mangueiras sob pressão devem ser dispostas de modo a formarem seios e nunca ângulos
que diminuem o fluxo normal de água e podem danificar as mangueiras .
Evitar mudanças bruscas de pressão interna, provocadas pelo fechamento rápido de
expedições ou esguichos. Mudanças bruscas de pressão interna podem danificar mangueiras e
outros equipamentos.

Após o Uso Operacional


Ao serem recolhidas, as mangueiras devem sofrer rigorosa inspeção visual na lona e juntas de
união. As reprovadas devem ser separadas.
As mangueiras aprovadas, se necessário, serão lavadas com água pura e escova de cerdas
macias.
Nas mangueiras atingidas por óleo, graxa, ácidos ou outros agentes, admite-se o emprego de
água morna, sabão neutro ou produto recomendado pelo fabricante.
Após a lavagem, as mangueiras devem ser colocadas para secar. Podem ser suspensas por uma das juntas de
união ou por uma dobra no meio, ficando as juntas de união para baixo, ou ainda estendidas em plano inclinado,
sempre à sombra e em local ventilado. Pode-se ainda utilizar um estrado de secagem.
Depois de completamente secas, devem ser armazenadas com os cuidados anteriormente descritos.

Formas de Acondicionar Mangueiras


São maneiras de dispor as mangueiras, em função da sua utilização:
Em espiral: própria para o armazenamento, devido ao fato de apresentar uma
dobra suave, que provoca pouco desgaste no duto. Uso desaconselhável em
operações de incêndio, tendo em vista a demora ao estendê-la e a
inconveniência de lançá-la, o que pode causar avarias na junta de união.
Aduchada: é de fácil manuseio, tanto no combate a incêndio, como no
transporte. O desgaste do duto é pequeno por ter apenas uma dobra.

Em zigue-zague:
Acondicionamento próprio para uso de linhas prontas, na parte superior da viatura
em compartimentos específicos . O desgaste do duto é maior devido ao número
de dobras.

Acondicionamento em Espiral
Estender a mangueira ao solo, retirando as torções que surgirem.
Enrolar a partir de uma extremidade em direção à outra, mantendo as voltas paralelas e
justas.
Parar de enrolar aproximadamente 40 quarenta cm antes da outra empatação.
Colocar a junta sobre o rolo, ficando a mangueira em condições de ser transportada.

Acondicionamento “Aduchada”
A partir da mangueira sobreposta,

POR DOIS BOMBEIROS


A mangueira deve ficar totalmente estendida no solo e as torções,
que porventura ocorrerem, devem ser eliminadas. Uma das
extremidades deve ser conduzida e colocada de modo que fique
sobre a outra, mantendo uma distância de 90 cm entre as juntas de
união, ficando a mangueira sobreposta. Enrolar, começando pela
dobra, tendo o cuidado de manter as voltas ajustadas. Para ajustar
as voltas é necessário que outro bombeiro evite folgas na parte
interna.
Parar de enrolar quando atingir a junta de união da parte interna e
trazer a outra junta de união sobre as voltas.
POR UM BOMBEIRO
Emprega-se o mesmo método que o realizado por dois bombeiros. O mesmo
bombeiro que enrola a mangueira retira as folgas que aparecem na parte interna. A
partir da mangueira esticada Estender a mangueira no solo sem torções. Numa das
extremidades, dobra-se a empatação por sobre a mangueira. A partir de um ponto 50
cm fora do centro e mais próximo à extremidade dobrada, enrolar a mangueira na
direção da outra ponta. Enrolar até que a empatação da extremidade dobrada esteja
fora do chão no topo do rolo. A partir daí, deitar o rolo no solo e completar a volta da
extremidade estendida, sem torcê-la.

Transporte e Manuseio
Em Espiral
Transporte de mangueira em espiral
Deve ser transportada sobre o ombro ou sob o braço,
junto ao corpo.
Para transportar sobre o ombro, o bombeiro deve posicionar o rolo em pé com a junta
de união externa voltada para si e para cima. Abaixado, toma o rolo com as mãos e o
coloca sobre o ombro, de maneira que a junta de união externa fique por baixo e
ligeiramente caída para frente, firmando o rolo com a mão correspondente ao ombro.
5.23
No transporte sob o braço, o rolo deve ser posicionado de pé com a junta de união
voltada para frente e para baixo, mantendo o rolo junto ao corpo e sob o braço.

Estendendo mangueira em espiral

Toma-se a junta de união que se acha no


centro da espiral com as mãos espalmadas,
de modo a permitir o giro do rolo, enquanto se
deixa a extremidade oposta no chão. O
bombeiro poderá estendê-la caminhando no
sentido do seu estendimento.
Aduchada
Transporte de mangueira aduchada é o
mesmo utilizado para a mangueira em espiral.

Estendendo mangueira aduchada


Para estender a mangueira aduchada, colocar o rolo no solo e expor as juntas de
união. Pisar sobre o duto, próximo à junta externa, e impulsionar o rolo para frente
com o levantamento brusco da junta interna. Acopla-se a união que estava sob o pé e,
segurando a outra extremidade, caminha-se na direção do estendimento.

Em Zigue-zague
Feixe de mangueira sobre o ombro Para o emprego da mangueira em zigue-zague,
montando ou
aumentando uma linha, procede-se da seguinte forma:
O bombeiro coloca o feixe sobre o ombro direito com a junta de união por baixo e
ligeiramente caída para frente, sustentando-o com as mãos ou ainda apoiando-o sobre o
antebraço.

Estendendo
Se a mangueira não estiver conectada, fixar uma extremidade a um ponto através de
uma laçada próximo ao local de conexão. Sustentar o feixe, firmando os gomos com
as mãos e avançar em direção ao local desejado, soltando a mangueira. Os gomos serão
liberados naturalmente.

Acoplamento e Desacoplamento de Mangueira


O acoplamento de mangueiras é o procedimento de ligar as juntas de união.
O desacoplamento é o procedimento inverso.

Método de Acoplamento por um Homem


Para um homem acoplar mangueiras, usará o método sobre a coxa. Com o joelho direito no solo e a
mão esquerda sobre a coxa esquerda, segurar uma das juntas da mangueira que deve ser acoplada
e, com a outra mão, sustentando a junta que deve ser ligada à primeira, procurar encaixar os
ressaltos daquela com os alojamentos desta, que se lhe opõe. Isto fará com que as duas peças
fiquem encaixadas pelos ressaltos. Girar, então, a junta da mão direita no sentido horário, até que os ressaltos
encontrem o limite dos alojamentos. Se necessário, usar a chave de mangueira. Para desacoplar, proceder de modo
inverso.

Método de Acoplamento por dois Homens


O acoplamento das juntas de mangueira pode ser feito por dois homens. Um deles segura uma das
juntas à altura da cintura, usando ambas as mãos, e apresenta a junta ao seu parceiro, mantendo-a
firme. O parceiro, segurando a junta que deve ser conectada à primeira, procura encaixar os
ressaltos daquela com os alojamentos desta, que se lhe opõe. Isto fará com que todos os ressaltos
sejam encaixados. Gira, então, a junta que segura no sentido horário, até que os dentes encontrem o
limite dos alojamentos. Se necessário, o bombeiro deve usar chave de mangueira. Para desacoplar, o processo é
inverso.
Mangotinhos
Os mangotinhos são tubos flexíveis de borracha, reforçados para resistir a pressões elevadas
e dotados de esguichos próprios. Apresentam-se, normalmente, em diâmetros de 16, 19 e 25
mm, e são acondicionados nos autobombas, em carretéis de alimentação axial, o que permite
desenrolar os mangotinhos e usá-los sem necessidade de acoplamento ou outra manobra.
Pela facilidade de operação, os mangotinhos são usados em incêndios que necessitam
pequena quantidade de água, tais como: cômodos residenciais, pequenas lojas, porões e
outros locais de pequenas dimensões.

Esguichos
São peças que se destinam a dar forma, direção e alcance ao jato d’água,
conforme as necessidades da operação. Os esguichos mais utilizados pelo Corpo
de Bombeiros são:
Canhão; "Pescoço de ganso" protetor de linha ;Universal; Regulável; Agulheta;
Proporcionador e Lançador de espuma;

Linhas de Mangueira
Linhas de mangueira são os conjuntos de
mangueiras acopladas, formando um sistema para o
transporte de água. Dependendo da utilização,
podem ser: linha adutora, linha de ataque, linha direta
e linha siamesa.

Linha Adutor
É aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um
reservatório. Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura e de uma
expedição até o derivante, com diâmetro mínimo de 63mm.
Linha de Ataque
É o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem um esguicho numa das
extremidades. Pela facilidade de manobra, utiliza-se, geralmente, mangueira de 38mm.

Linha Direta
É a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz, diretamente, a água desde um
hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.

Linha Siamesa
A linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzir água da fonte de
abastecimento para um coletor, e deste, em uma única linha, até o esguicho. Destina-se a aumentar o volume de
água a ser utilizada.
Ferramentas
São utensílios para facilitar o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou
abertura e fechamento de registro.
Chave de Mangueira
Destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das mangueiras. Apresenta na parte
curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no corpo da junta de união.
Derivante
Peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outras de igual diâmetro ou de diâmetro inferior.
Redução
Peça usada para transformar uma linha ou expedição em outra de menor diâmetro.
Acessório1. Passagem de Nível
2. Suplemento de União
3. Junta de União
4. Válvula de Retenção
5. Corretor de Fios (Troca-Fios)
6. Adaptação
7. Derivante
8. Francalete
9. Abraçadeira
10. Redução
11. Tampão
12. Coletor

VI PARTE -CONTROLE DE VAZAMENTOS DE PRODUTOS PERIGOSOS

O QUE É PRODUTO PERIGOSO?


A Organização Internacional do Trabalho – OIT -, por meio da Convenção 174, Artigo 3º, letra “d”, define
Acidente Químico Ampliado como sendo todo acontecimento repentino, tal como uma emissão, um incêndio ou uma
explosão de grande magnitude no qual esteja envolvida uma ou várias substâncias perigosas e que exponha os
trabalhadores, a população ou o meio ambiente a um perigo grave e iminente. Analisando a definição, observa-se
que o acidente industrial maior pressupõe a existência de substâncias perigosas, assim entendidas como sendo toda
substância ou mistura delas que em razão de suas propriedades químicas, físicas ou toxicológicas produza uma
condição de perigo iminente . Instalação exposta a risco de acidente maior é aquela que produz, transforma,
1

manipula, utiliza e armazena de maneira transitória ou permanente, uma ou mais substâncias ou categorias de
substâncias perigosas em quantidades que estejam acima de um valor máximo limite.

Classificação
Coube à Organização das Nações Unidas – ONU -, dada a grande variedade de produtos perigosos existentes,
dividi-los em classes, com base no tipo de risco que apresentam:

Classe 1- EXPLOSIVOS
Subclasse 1.1- Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa
Subclasse 1.2- Substâncias e artefatos com risco de projeção
Subclasse 1.3- Substâncias e artefatos com risco predominante de fogo
Subclasse 1.4- Substâncias e artefatos que não apresentam risco significativo
Subclasse 1.5- Substâncias pouco sensíveis
Subclasse 1.6- Substâncias extremamente insensíveis

Classe 2- GASES
Subclasse 2.1- Gases inflamáveis
Subclasse 2.2- Gases não inflamáveis, não tóxicos
Subclasse 2.3- Gases tóxicos
Classe 3- LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Classe 4- SÓLIDOS INFLAMÁVEIS


Subclasse 4.1- Sólidos inflamáveis
Subclasse 4.2- Substâncias sujeitas a combustão espontânea
Subclasse 4.3- Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis

Classe 5- SUBSTÂNCIAS OXIDANTES; PERÓXIDOS ORGÂNICOS


Subclasse 5.1- Substâncias oxidantes
Subclasse 5.2- Peróxidos orgânicos

Classe 6- SUBSTÂNCIAS TÓXICAS; SUBSTÂNCIAS INFECTANTES


Subclasse 6.1- Substâncias tóxicas (venenosas)
Subclasse 6.2- Substâncias infectantes

Classe 7- MATERIAIS RADIOATIVOS

Classe 8- CORROSIVOS

Classe 9- SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS


1
ALENCAR, João Rui Barbosa de. Revista CIPA, nº 238. São Paulo: CIPA Publicações, Produtos e Serviços Ltda, 1999, p. 81.
Fonte: Portaria 204 do Ministério dos Transportes, Distrito Federal, 1997

Identificação
A ONU, preocupada com o crescente número de acidentes provocados pelo mau transporte, pelas falhas na
fabricação, na estocagem, na distribuição, pelo uso ou manipulação indevidos de produtos perigosos, e considerando
a necessidade de uma padronização dos mesmos em razão da sua circulação e utilização em todos os países,
atribuiu a cada produto perigoso um número composto de quatro algarismos, conhecido como número da ONU. Por
exemplo:

3066 Tinta ou material relacionado


1350 Enxofre

O número da ONU deve obrigatoriamente ser indicado no painel de segurança (placa laranja) afixado nas laterais,
2

traseira e dianteira de todo veículo que transporta o produto (ver Figura 3). Deve constar ainda na Ficha de
Emergência, no documento fiscal ou embalagem do produto.
A NBR 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT -, estabelece os símbolos convencionais
(símbolos de risco, símbolos de manuseio, rótulos de segurança, símbolos especiais e painéis de segurança) e seu
dimensionamento, para serem aplicados nas unidades de transporte e nas embalagens para indicação dos riscos e
dos cuidados a tomar no seu manuseio, transporte e armazenagem, de acordo com a carga contida,
complementando assim a identificação dos produtos perigosos.

FIGURA 3 –
Identificação do produto
em veículo de
transporte de produto perigoso segundo a ONU

CONTROLE DE ÁREA
Em qualquer evento onde houver uma emergência com produto perigoso, devem-se delimitar três áreas de exclusão
(central, intermediária e periférica), com isolamento físico apropriado e adequadamente sinalizadas. Somente assim
será possível demarcar, com clareza, procedimentos, equipamentos de proteção, ferramentas operacionais,
instrumentos, etc. Mesmo em pequenas emergências, deve existir o isolamento apropriado do local do acidente, com
o objetivo de se reduzir a possibilidade de contato com qualquer dos contaminantes presentes.

Ações para controle de emergências com produtos perigosos


Além do reconhecimento da substância envolvida e da avaliação dos riscos em relação à gravidade das
conseqüências que o acidente, em particular o agente agressor apresenta para a saúde das pessoas e do meio
ambiente, deve-se reduzir a probabilidade de exposição e o agravamento da situação por meio de diversas ações,
entre elas:
Montagem de um esquema de segurança de forma a excluir da área todas as pessoas que não estejam
desempenhando qualquer função relacionada a ocorrência;
Minimizar o número de pessoas e equipamentos ao estritamente necessário;
Delimitar as zonas de trabalho dentro da área;
Estabelecer pontos de controle para regular o acesso de pessoas na área;
2
Nota do Autor: sugere-se a consulta ao Manual de Atendimento de Emergências com Produtos Perigosos, da Associação
Brasileira da Indústria Química, São Paulo, 2007, para verificação da relação completa e maiores informações referentes a
identificação de produtos perigosos.
Conduzir as operações de forma a reduzir os riscos de exposição do pessoal e equipamentos e eliminar o potencial
de dispersão do produto na atmosfera;
Montar um esquema para procedimentos de descontaminação do pessoal e equipamentos.
As ações nas proximidades do acidente (área central) dependerão de diversos fatores, dentre os quais: o tipo de
agente contaminante, solubilidade, reatividade, toxidez, nível e extensão do evento. A descontaminação é a última
ação da etapa de controle; em outra ação anterior, a de intervenção, usaram-se métodos físicos e químicos para
eliminar ou minimizar o impacto do agente envolvido no acidente.

Métodos físicos
Dentre os métodos físicos de intervenção, Silva Filho destaca os seguintes :
3

Absorção: uso de material que em contato com o agente contaminante sofre incremento de volume em razão de sua
absorvência. Alguns exemplos de absorventes: serragem, areia, carvão ativo, vermiculita, fibras poliofínicas.
Diluição: aplicação metódica de água em substâncias miscíveis ou solúveis. O uso de água poderá aumentar o risco,
portanto sua adição só é recomendada quando houver total segurança, conseguida pela informação sobre o produto.
Retenção: pelo uso de barreiras físicas para prevenir ou reduzir a
quantidade de produto que flui para o meio ambiente. Diques de
areia e barragens de fibras são exemplos de produtos usados com
essa finalidade.
Tamponamento: utilização de cones de madeira ou plástico,
cunhas, massa epóxi, colas, almofadas de borracha e outros
materiais, remendos de forma geral usados para reduzir ou
interromper vazamentos.

Reembalagem: processo de colocação de embalagem avariada em


outro contentor, de dimensões pouco maiores, especialmente preparado para a finalidade.
Transferência ou transbordo: mudança de líquidos, gases ou sólidos da embalagem avariada, através de
bombeamento, perspiração ou manualmente para container, saco, tambor, tamborete ou qualquer outra embalagem
em bom estado.

Dispersão de vapores: pelo uso de água na forma de neblina, vapores e gases podem ser absorvidos (amônia), ou
dispersos (GLP). Como no caso do GLP, a concentração do gás ou vapor poderá ser reduzida abaixo do limite
inferior de inflamabilidade, pela turbulência causada por fina cortina de água como neblina.
Adsorção: processo em que o agente químico adsorvedor mantém o contaminante em sua superfície, sem que entre
eles haja reação química.

Os métodos físicos de intervenção certamente são preferíveis, desde que haja possibilidade de aplicação. Os
métodos químicos envolvem reações químicas e estas podem ter conseqüências incompatíveis com o evento. Há
casos de aplicação imperativa desses métodos, que entretanto produzem reações onde se formam produtos tóxicos;
portanto a escolha do EPI deve considerar as condições e os seus resultados

Métodos químicos
Dentre os métodos químicos de intervenção, destacam-se os seguintes:
Neutralização: reação química provocada pela adição de uma substância sobre o agente contaminante, resultando
produto de características menos ou nada agressivas, facilitando seu recolhimento e descarte.
Oxidação controlada: queima de agentes combustíveis e inflamáveis. Deve ser considerado que o resultado da
combustão poderá ser poluente.

3
SILVA FILHO, Armando Lopes da. Segurança Química – Risco Químico no Meio Ambiente de Trabalho. São Paulo: LTr
Editora Ltda., 1999, p. 109-10.
Queima (flare ou tocha): processo usado com líquidos de alta pressão, para sua segura deposição. Muitas vezes
usado em acidentes com GLP.
Gelatinização: processo de formação de produto coloidal pela adição de reagente, material de difícil descarte.
É óbvio que a intervenção com qualquer método, seja físico ou químico, gera resíduos cujo procedimento de
descontaminação deve contemplar como regra geral: não se procede à descontaminação simplesmente transferindo
o contaminante de lugar. Logo, em caso de contaminação por particulado sólido, a aspiração vem em primeiro lugar,
sobrepondo-a ou fazendo-a anteceder à varredura, escovação ou lavagem; em contaminações por líquidos,
contenção e absorção .
4

A esses processos poder-se-á seguir a lavagem, desde que se possa controlar a quantidade de água total servida, a
ser descartada, após a realização de testes químicos estatisticamente aplicados. A lavagem é seguida da secagem,
preferencialmente por ar quente, ou por panos limpos, posteriormente descartados. A descontaminação da área
principal só será finda após controle de qualidade tecnicamente aplicado.

Outras considerações
O emprego de um sistema de três zonas, pontos de controle de acesso e procedimentos bem definidos de
descontaminação, fornecem uma razoável segurança contra o deslocamento de produtos contaminantes para fora da
área crítica (ver Figura 26). Este sistema de controle para o local está baseado levando-se em conta o pior.
FIGURA 26 – Estabelecimento de zonas de trabalho no local do acidente
Zonas de Atendimento

VENTO

Postos de
Controle

Zona de Exclusão

Linha de Controle
de Contaminação
Posto de
Comando
(Zona Quente)
Corredor de
Descontaminaçã

Zona de Suporte Zona de Redução de


(Zona Fria) Contaminação
(Zona Morna)

Fonte: Corpo de Bombeiros, Mogi das Cruzes, 2000


Podem-se utilizar procedimentos de controle e descontaminação menos severos se forem obtidas maiores e
definitivas informações sobre os tipos de substâncias envolvidas e os perigos que representam. Estas informações
podem ser obtidas pelas observações do ar ambiental com instrumentos de verificação e amostragem, além de
informes técnicos a respeito do produto presente, suas características e seu comportamento.
Os seguintes critérios devem ser considerados para o estabelecimento das dimensões das áreas e os limites das
zonas:
características físicas e topográficas do local;
 condições atmosféricas;
 as observações de campo e de laboratório das amostras do contaminante ou do meio do ambiente;
 cálculos da dispersão pelo ar;
 as características físicas, químicas, toxicológicas e outras, das substâncias presentes;
 o perigo potencial do fogo;
 tamanho da área requerida para conduzir as operações;
 procedimentos de descontaminação;
 perigo potencial de exposição;
 proximidade de áreas residenciais ou industriais.

4
Nota do Autor: sugere-se consulta a Monografia de LEAL, Omar Lima. Acidentes Químicos Ampliados: O Papel do Corpo de
Bombeiros em Acidentes de Transporte Rodoviários. Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAES. Polícia Militar do Estado de
São Paulo, 1999.
Verificação e amostras
Para verificar se os procedimentos de controle do local estão prevenindo a expansão as contaminação deve-se
estabelecer um programa de verificação de amostras. A zona de apoio deve ser periodicamente checada –
contaminantes do ar – com o emprego de instrumentos de leitura direta, ou pelo recolhimento de mostras do ar para
verificar por análises a presença de partículas, gás ou vapor; análises de mostras do solo, recolhidas na zona de
maior tráfego, poderiam indicar se os contaminantes estão sendo levados para fora da zona de exclusão por meio do
pessoal, equipamentos ou pelo vento. Ocasionalmente deve-se também fazer testes nas superfícies dos veículos e
outros elementos usados pelo pessoal, estacionados.
O mesmo tipo de amostras deve ser recolhido – e o ar verificado – na zona de redução de contaminação. Desta
maneira teríamos maior certeza de que os controles estão funcionando e que não há translado de produto perigoso
para fora da área.

PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS
Lavagem e luvas Posto 1
Zona Quente e Botas Equipamentos

Lavagem a roupa
externa
Zona Morna Troca ou remoção do Troca de botas
cilindro de ar

Remoção da
roupa externa

Remoção de
luvas externas

Lavagem de
luvas internas
Remoção da máscara
Zona Fria facial

Remoção das
roupas inter
internas e banho
completo do
Muda de roupas
limpas

Exame
Médico

Vista geral do Corredor de Descontaminação (em primeiro plano, a zona quente)


VII PARTE – VENTILAÇÃO

1 INTRODUÇÃO À VENTILAÇÃO

A ventilação pode ser definida como:


“A remoção sistemática de calor, fumaça e demais produtos da combustão, do interior de um local confinado e a
gradual substituição daquela atmosfera contaminada por um suprimento de ar limpo e fresco. ”
2

A ventilação em um sinistro deve ser considerada como um fator importante para o sucesso de uma operação de
combate a incêndio, a presença da fumaça dificulta sobremaneira as ações dos bombeiros ou mesmo os moradores
dos locais que estão sendo sinistrado.
Existem basicamente três situações que o bombeiro pode executar a ventilação, podendo ocorrer em varias fases do
incêndio:
a) após a chegada do bombeiro mas antes do controle do incêndio;
b) após o controle mas antes da extinção do fogo;
c) após a extinção do incêndio.
Quando a ventilação é usada antes da extinção isto pode afetar a propagação do fogo. Isto pode gerar beneficio ou
dificuldades dependendo da avaliação e da habilidade dos bombeiros.
Em alguns países europeus são feitas 03 distinções sobre a ventilação em combate a incêndio:
“Self ventilation” : quando a estrutura danificada pelo fogo gera um aumento da ventilação.
Ventilação automática : quando há ventiladores instalados previamente e são acionados automaticamente,
geralmente no início do incêndio, através de detetores.
Ventilação tática : quando requer a intervenção do Corpo de Bombeiros no local para criar aberturas a fim de
liberar os produtos oriundos da combustão e permitir a entrada de ar fresco.
Este Manual trata sobre ventilação tática, porém muitos dos seus efeitos que serão descritos ocorrem com as outras
formas de ventilação mencionadas anteriormente. A ventilação tática somente ocorre quando o Corpo de Bombeiros
atende o incêndio
A importância da ventilação
Compara-se como qualquer opção tática disponível para o bombeiro, ventilação tática pode agravar se for
incorretamente aplicada, porém usada adequadamente será de significante beneficio nos efeitos do combate ao
incêndio:
a) proteger saídas restringindo a propagação da fumaça, propiciando visibilidade e aumento do tempo de saída;
b) ajudar na operação de resgate reduzindo fumaça e gases tóxicos para trabalhos de pesquisa e risco de
ocupantes retidos;
c) proporciona segurança para os bombeiros, reduzindo o risco de “flashover” e “Backdraft” e facilitando o controle
dos efeitos do “Backdraft”;
d) auxiliar na rapidez do ataque e extinção, removendo o calor e a fumaça permitindo a entrada dos bombeiros o
quanto antes no compartimento com improvisação de visibilidade, facilita saber a localização e como proceder no
combate do incêndio;
e) reduzir danos na propriedade por tornar possível localizar e combater o fogo mais rapidamente e
f) restringir a propagação do fogo limitando o deslocamento de fumaça e de gases quentes.

Tipos e formas de ventilação - introdução

Estaremos mencionando resumidamente os tipos de ventilação, pois neste Manual há capítulos tratando
especificamente de cada um.

Tipos de ventilação: natural e forçada.


Formas de ventilação horizontal ou cruzada e vertical.

Ventilação natural
A ventilação natural é a que se utiliza do fluxo natural do ar para retirar a fumaça do ambiente sinistrado. O fluxo
natural no interior da edificação pode ser produzido pelo vento ou pelo efeito chaminé. Para fazer a ventilação
natural, o bombeiro retira as obstruções que impedem o fluxo natural do ar. Estas obstruções podem ser portas,
janelas e alçapões fechados, paredes e tetos.

Ventilação forçada
É aquela que se utiliza de exaustores, ventiladores e aplicação da água para forcar a saída da fumaça da edificação.
A ventilação forcada permite criar ou aumentar a velocidade do fluxo de ar dentro da edificação.
Na ventilação natural o bombeiro depende da velocidade do vento e das aberturas em tamanho suficiente para
efetuar a ventilação. Quando as aberturas naturais forem impróprias, como fora de alinhamento ou pequenas, o
bombeiro pode efetuar a ventilação forcada antes de criar aberturas adicionais. Ao quebrar paredes e telhados o

2
INTERNATIONAL FIRE SERVICE TRAINING ASSOCIATION. Fire service ventilation. 7. ed. Oklahoma State University,
Oct. 1996, p. 25 – USA.
bombeiro pode provocar um transtorno para o proprietário da edificação devido aos danos que causará, pois vê seu
patrimônio sendo destruído pelo fogo e pelo bombeiro.
A ventilação forçada é uma operação rápida que produzirá um aumento da velocidade do fluxo de ar pelas aberturas
existentes; o que geralmente é suficiente para retirar a fumaça da edificação, permitindo uma boa visualização do
sinistro.
Ventilação forçada pode ser produzida com exaustor, ventilador ou com a utilização de esguicho.
Com o auxilio de ventiladores pode-se fazer a ventilação pôr pressão positiva que é uma das formas da ventilação
forçada.
É o tipo de ventilação que se utiliza de equipamentos destinados a produzir um fluxo de ar ambiente. Esses
equipamentos podem ser movidos pôr motores elétricos ou a explosão.
No decorrer do estudo deste manual poderá ser observado que tanto a ventilação natural como a forçada podem ser
realizadas nas formas vertical e horizontal:

Horizontal ou cruzada
É aquela que o fluxo de ar caminha horizontalmente dentro do ambiente. Consiste em aproveitar a direção do vento,
retirando as obstruções que bloqueiam o fluxo; com isto o ar frio entra no local sinistrado pôr uma abertura e retira a
fumaça pôr outra.
O ideal para este tipo de ventilação é que o ambiente sinistrado possua aberturas em alinhamento e que a direção do
vento coincida com o alinhamento das aberturas, ficando a abertura mais baixa para a entrada do ar fresco e a
abertura mais alta para a saída da fumaça.

Vertical
É aquela em que a fumaça caminha verticalmente dentro do ambiente sinistrado; aproveita-se o efeito chaminé para
executará
Quando se faz uma abertura no telhado imediatamente acima do fogo, permite que a fumaça e outras partículas
oriundas da combustão saia do ambiente.

Ventilação tática
Durante o combate a um incêndio, o bombeiro deve ter em mente todas as técnicas de combate, incluindo a ações
de ventilação
Aconselha-se que a ventilação tática não deva ser usada, enquanto o fogo não tenha sido localizado, e em todos os
casos uma avaliação deve ser feita sobre os efeitos de sua aplicação.
Normalmente a localização do fogo pode ser feita de fora da edificação, há ocasiões em que a ventilação tática pode
ser feita para tirar a fumaça e localizar o fogo.
Na maioria dos casos a ventilação é uma tática adequada, sendo o que há de mais eficiente a ser usado nos
primeiros momentos do combate. De qualquer forma, o deslocamento de gases quentes dentro da edificação é a
principal causa de propagação do fogo, dessa forma a decisão de iniciar a ventilação tática deve ser parte da
estratégia total do controle de movimento de ar na edificação.
A força e direção do vento geralmente são os fatores dominantes na ventilação tática. Pois geralmente , determina a
direção que a fumaça e os gases quentes se dirigirão na edificação.
Não é provável a possibilidade de combater contra a predominância do vento usando ventiladores para forçar ar para
dentro da edificação, a eficiência desta tática dependerá da capacidade dos ventiladores quando comparado com a
força do vento, se o vento for muito forte, ele dominará.

Técnicas de ventilação
Todas as técnicas de ventilação dependem de planejamento onde será permitido a entrada de ar fresco na
edificação, a saída de fumaça e gases quentes e se possível o caminho que percorrerão.
Há duas opções básicas:

a) Vertical – fazendo abertura em uma parte elevada, geralmente no teto, a flutuabilidade dos gases quentes e
fumaça permitira que escapem verticalmente (fig. 1).
b) Horizontal ou ventilação cruzada – fazendo aberturas nas paredes externas, por exemplo usando janelas e portas,
o vento ajudará na remoção dos gases quentes e da fumaça (fig. 2).

Nos dois casos é possível acelerar a ventilação com o uso de ventiladores e exaustores. Neste manual estaremos
utilizando os termos:

a) Ventilação natural descreve as técnicas de ventilação vertical e horizontal quando não auxiliada por sistema
mecânico. Inclui o uso de ventiladores pré-instalados, janelas e portas e outras aberturas já existentes.
b) Ventilação forçada descreve as técnicas de ventilação vertical e horizontal quando há o uso de ventiladores e
exaustores, de forma mecânica, para a remoção de fumaça e gases quentes ou prover suprimento de ar fresco.
Isto inclui ventiladores e ou mesmo uma ventilação realizada com esguicho regulável, quando usado para direcionar
a vazão de gases do fogo e ar fresco.
Ventilação vertical

Direção do vento

FONTE: Fire Service Manual-- v. 2, p. 23, Dec. 1997

Ventilação horizontal

Comando Operacional

Direção do vento

FONTE: Fire Service Manual-- v. 2, p. 23, Dec. 1997

A ventilação pode ser somente um elemento da estratégia de combate. Isto deve ser coordenado com outras
atividades e não ser confundido ou misturado com outros procedimentos. A decisão de usar ventilação forçada
acarretará implicações a segurança e recursos.
A decisão tática tomada pelo oficial bombeiro, responsável pelo gerenciamento do incidente, e a efetivo comunicação
no local do incêndio, é essencial para o uso da ventilação com segurança.
Qualquer bombeiro dentro da edificação necessita estar apto para informar o Comandante da operação das
condições dentro da edificação e estar em melhor posição para poder sinalizar se a ventilação tática está sendo
eficiente. Particularmente eles estarão melhor localizados para informar se há compartimento com risco de
“Backdraft”.
Se o comandante da operação decide que a ventilação será iniciada, antes disto os bombeiros dentro da edificação
devem ser informados. O comandante talvez decida pela evacuação do prédio enquanto a ventilação ocorre até que
as condições estejam estabilizadas. Atenção especial deve ser dada à segurança dos bombeiros em piso superior do
fogo quando a ventilação é iniciada.
Se for decidido que os bombeiros devem permanecer na edificação, eles devem estar em condições de informar o
comando quando eles estiverem prontos para o início da ventilação. Estes bombeiros precisam de uma linha de
mangueira para se protegerem.
Bombeiros fora do prédio devem ter suas atividades coordenadas. Os bombeiros envolvidos em fazer as aberturas
de saída da fumaça, provavelmente não saberão se as aberturas de entrada de ar já fora feitas, mas é importante
que a ventilação ocorra na seqüência correta.
Enquanto o fogo esta sendo combatido, aberturas somente podem ser abertas de acordo com o plano de ventilação.
Cuidado deve ser tomado pois fechaduras não podem ser abertas ou fechadas acidentalmente durante a operação
de combate a incêndio. Uma vez que o fogo tenha sido extinto a ventilação pode ser aumentada.

Prevenção e Controle dos Riscos com Poeiras Explosivas.


EXPLOSÕES
Ocorrem freqüentemente em unidades processadoras em referência, onde as poeiras tenham propriedades
combustíveis; é necessário, porém que as mesmas estejam dispersas no ar e em concentrações adequadas. Isto
ocorre em pontos das instalações onde haja moagem, descarga, movimentação, transporte etc., desde que sem
controle de exaustão e desde que, obviamente existam os fatores desencadeantes.
Ocorrem freqüentemente em instalações onde são processadas:
Farinhas de : trigo, milho, soja, cereais etc.
Particulados : açúcar, arroz chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio, eletrometal
(ligas)

EXPLOSÕES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS


A poeira depositada ao longo do tempo nos mais diversos locais da planta industrial, quando agitada ou colocada em
suspensão e na presença de uma fonte de ignição com energia suficiente para a primeira deflagração, poderá
explodir, causando vibrações subsequentes pela onda de choque , isto fará com que mais pó depositado entre em
suspensão e mais explosões aconteçam , cada qual mais devastadora que a anterior, causando prejuízos
irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo e o pior, vidas são ceifadas ou ficam alijadas de sua
capacidade elaborativa com as conseqüências por todos conhecidas ( incapacidades totais e permanentes )

TRANSFORMAÇÃO DE INCÊNDIO EM EXPLOSÃO


A mudança de incêndio para explosão , pode ocorrer facilmente, desde que poeiras depositadas nas cercanias do
fogo, sejam agitadas , entrem em suspensão, ganhem concentração mínima, e como o local já esta com os
ingredientes necessários, o próximo passo é o desencadeamento das subsequentes explosões. Ao contrário, se as
poeiras em suspensão causarem uma explosão, as partículas de poeira que estão queimando saem da suspensão e
espalham o fogo. Nestes termos os danos podem ser considerávelmente maiores evoluindo ainda para incêndios.

ENSAIO DE COMBUSTIVIDADE COM POEIRAS.


O material à esquerda é um grão convencional de industria agrícola e que após passar por uma peneira, resultou na
poeira à direita, poeira esta de propriedades inflamáveis, obtidas em laboratório para ensaio, para fins de ensaios de
explosividade.
Teste de combustividade do material, embora não haja contato entre a chama e o material depositado no disco de
amianto, o pó libera seus voláteis que com um fator inicializante adequado podem entrar em combustão ou em
ambientes confinados resultar em explosões.

As misturas combustíveis finamente pulverizadas são, em geral muito perigosas. Os depósitos de poeira
combustíveis sobre vigas, sobre máquinas em torno dos locais de transferencia no transporte, são suscetíveis de
incendiar com chamas. Ao entrar em ignição, as poeiras combustíveis suspensas no ar podem produzir fortes
explosões. Por outra parte, se as poeiras são agentes oxidantes e se acumulam sobre superfícies combustíveis, o
processo de combustão se acelera consideravelmente no caso de incêndio. Si se mistura um agente oxidante
finamente pulverizado com outras poeiras combustíveis, a violência da explosão resultante será muito mais grave
que se faltasse tal agente oxidante. Para sufocar ou deter os incêndios ou deflagrações de poeiras combustíveis se
empregam materiais inertes, tais como a pedra cal, gases inertes etc.
Embora as explosões de poeiras se tenham contabilizado desde 1795 e os métodos para controla-las tenham sido
publicados, ainda hoje seguem produzindo graves acidentes. Em menos de uma semana, produziram-se importantes
explosões em armazéns de grãos em dezembro de 1977, com 54 vitimas fatais,. Nos meses seguintes foi
contabilizado outras explosões com número adicional de mortes.

FATORES QUE INFLUEM SOBRE A EXPLOSÃO DE PÓ


A possibilidade da explosão de uma nuvem de pó está condicionada pela dimensão de suas partículas, sua
concentração, as impurezas, a concentração de oxigênio e a potência da fonte de ignição.
As explosões de pó se produzem Frequentemente em série; muitas vezes a deflagração inicial e muito pequena em
quantidade, porém de suficiente intensidade para colocar o pó das cercanias em suspensão, ou romper peças de
máquinas ou instalações dentro do edifício, como os coletores de pó, com o que se cria uma nuvem maior através do
qual podem se propagar explosões secundarias. Não é raro, produzir-se uma série de explosões que se propaguem
de um edifício a outro.

RISCOS DAS POEIRAS CATÁSTROFE RECENTE.


Explosões recentes causadas por poeiras de cereais, neste caso os danos provocados foram aos pavilhões, aos
equipamentos de beneficiamento e aos elementos transportadores, o que evidencia que a explosão iniciou dentro
internamente, ganhando propagação e aumentando seus efeitos ate atingir os pavilhões que foram os finais.
O perigo de uma classe determinada de poeira está relacionado com sua facilidade de ignição e com a gravidade da
explosão resultante. Para tal, foi criado nos EE.UU. um equipamento experimental para testar poeiras explosivas,
com sensores diversos para permitir conhecer as características das poeiras explosivas. A sensibilidade de ignição é
função da temperatura de ignição e da energia necessária, enquanto que a gravidade de explosão vem determinada
pela pressão máxima de explosão e pela máxima velocidade de crescimento da pressão. Para facilitar as
comparações dos dados de explosividade derivados dos ensaios mencionados, todos os resultados se relacionam
com uma poeira de carvão conhecida como de “Pittsburg” tomando uma amostra uma concentração de 0,5 kg/ m 3 ,
kg de pó de carvão por m3 de ar, exceto dos pós metálicos.

A Sensibilidade de ignição ( Si. ) e a gravidade de explosão ( Ge. ) se definem da seguinte forma.


Si. = Ti. x E min. x Conc. min. do pó “Pittsburg” / Ti. x E min. x Conc. min. ( pó em teste).
Ge. = Ti. x E min. x Conc. min. ( pó em teste). / Ti. x E min. x Conc. min. (do pó “Pittsburg”).
índice de explosividade ( Ie. ) é o produto da (Si. x Ge.). Pelo qual nos é permitido classificar os riscos
relativos da poeira como segue:

As próximas tabelas mostram os valores:


Ie. Índice de Explosividade Ge. Gravidade de Explosão
Si. Sensibilidade de ignição Pmp. Pressão máx. de expl. Kg/Cm2
Ge. Gravidade de explosão Vmp. Velocidade Max. de aumento da pressão. Kg/Cm2
T1. Temp. ig. do leito ºC. T2. Temp. Ig. da nuvem ºC.
E. Energia de ignição Joules C. Concentração Gr/m3 P.% de O2 mínimo.

ALGUMAS POEIRAS AGRÍCOLAS (Outras consultar o manual da NFPA)


DIMENSÕES DA PARTÍCULA.
Quanto menor for a dimensão da partícula de pó, é mais fácil a nuvem entrar em ignição, visto ser maior a superfície
exposta por unidade de peso da matéria (superfície específica). As dimensões da partícula influem também sobre a
velocidade de crescimento da pressão: para uma concentração dada de pó em peso, um pó formado por partículas
grossas mostra uma velocidade de aumento de pressão mais baixa e que o mesmo pó fino. A concentração mínima
necessária para que haja explosão, a temperatura deignição, e a energia necessária para ignição por sua vez
diminuem ao diminuir a dimensão da partícula de pó. Numerosos estudos indicam este efeito em grande variedade
de poeiras.
A dimensão do tamanho da partícula, faz aumentar também a capacidade elétrica das nuvens de pó, ou seja o
tamanho das cargas elétricas que se pode acumular na partícula da nuvem. Como a capacidade elétrica dos sólidos
é função de sua superfície, a possibilidade que se produzam descargas eletrostáticas
de suficiente intensidade para colocar em ignição a nuvem de pó, aumenta ao diminuir a dimensão média da
partícula. Porém para que se produzam descargas eletrostáticas se requer, entre outros, consideráveis quantidades
de pó em grandes volumes com forças dielétricas relativamente altas e consequentemente, longos períodos de
relaxação. Devido as altas energias de ignição necessárias para incendiar a nuvem, em comparação com as que
requerem os gases. A causa de uma explosão de pó deve atribuir-se a outros fatores, a não ser que existam provas
definitivas que demonstrem que esta foi a causa provável.

CONCENTRAÇÃO.
Como acontece com os vapores e os gases inflamáveis, existe uma margem específica de concentração
de pó dentro do qual pode ocorrer a explosão.
Os valores da concentração podem expressar-se em peso por unidade de volume, embora ao não conhecer-se a
dimensão da partícula da amostra, esta expressão é pouco significativa. Os valores apresentados nas tabelas acima
foram passados em uma peneira de malha 200 (partículas < ou = a 74 microns). Ao trocar o diâmetro, se produzirão
variações na concentração mínima de explosão, esta se reduz ao diminuir o diâmetro das partículas. A pureza da
amostra, a concentração de O2, a potência da fonte de ignição, a turbulência da nuvem e a uniformidade da
dispersão influem também nos limites inferiores de explosividade da nuvem (LIE).
O limite superior de explosividade (LSE) das nuvens de pó não foram determinados devido a dificuldades
experimentais, também se questiona se ele existe para poeiras e do ponto de vista pratico sua utilidade é
duvidosa. As curvas que se obtêm ao relacionar graficamente a Pmp. e a Vmp. , com a concentração, demonstram
que estes valores são mínimos no limite inferior de explosividade e que depois aumentam até seu valor máximo ao
dar-se a concentração ótima, em cujo ponto começam a diminuir lentamente.
Também se verifica que a Pmp. e a Vmp., não se dão precisamente em igual concentração. O efeito destrutivo se
determina em primeiro lugar pela Vmp. Se observa que as explosões mais violentas se produzem com uma
concentração ligeiramente superior a necessária para que se tenha a reação com todo o oxigênio que haja na
atmosfera. A concentrações menores se gera menos calor e se criam menores pressões de ponta. Com
concentrações maiores das que causam explosões violentas, a absorção do calor pela poeira não queimada pode ser
a razão que se produzam pressões menores de explosão, que a máxima.

UMIDADE
A umidade contida nas partículas de pó faz aumentar a temperatura de ignição delas devido ao calor absorvido
durante o aquecimento e a vaporização da umidade. A umidade do ar tem pouco efeito sobre a deflagração, depois
que se produzir a ignição, existe porém uma relação direta entre o conteúdo de umidade, a energia mínima
necessária para a ignição, a concentração de explosão mínima, a Pmp., e a Vmp. Por exemplo, a temperatura de
ignição do amido de milho pode aumentar até 50 º C. com um aumento de umidade de 1,6 a 12,5%. Do ponto de
vista pratico, a umidade não pode considerar-se como
meio efetivo de prevenção contra explosões, pois a maior parte das fontes de ignição, proporcionam energia
suficiente para aquecer e evaporar a umidade que pode estar presente no pó. Para que a umidade

MATERIAIS INERTES
A presença de um sólido inerte no pó, reduz a combustividade do mesmo, pois absorve calor, porém a quantidade
necessária para impedir a explosão é considerada maior que as concentrações que possam ser encontradas ou
toleradas como corpos estranhos ao processo. A adição de corpos inertes reduz a Vmp. E aumenta a concentração
mínima de pó necessária para a explosão. Um exemplo é a pulverização de rocha nas minas de carvão para impedir
as explosões dos pós combustíveis. Geralmente a pulverização se faz na entrada das minas com uma concentração
de poeira de rocha de 65% da quantidade total do pó.
O gás inerte é eficaz na prevenção das explosões de pós, uma vez que dilui o O2 a uma concentração muito baixa.
Ao selecionar o gás inerte mais adequado, deve-se cuidar para que este não reacione com o pó, é o caso de certas
poeiras metálicas que reacionan com o CO2 ou com o N2, neste caso deve usar-se o Hélio(He) ou Argônio (A).

ONCENTRAÇÃO DE O2 TURBULÊNCIA E EFEITO DE GASES INFLAMÁVEIS.


As variações da concentração do O2 afetam a facilidade de ignição das nuvens de pó e suas pressões de explosão.
Ao diminuir a pressão parcial de O2, a energia necessária para explosão aumenta, atemperatura, também, e as
Pmp., diminuem. O tipo de gás inerte empregado como diluente para reduzir a concentração do O2 tem um efeito
aparentemente relacionado com a capacidade molar.
A combustão do pó se produz na superfície das partículas. A velocidade de reação, portanto, depende do íntimo
contato do pó com o O2. Por este fato, o fator turbulência propicia explosões mais violentas, que as em atmosferas
mais tranqüilas.
A adição de uma pequena quantidade de gás inflamável à nuvem de pó, põe em ignição o aerossol resultante,
reforçando a violência da explosão, sobretudo a baixas concentrações. As Vmp., resultantes são mais altas que as
previsíveis em condições normais. Sem contar o pó, a fração restante do total do combustível suspenso no ar ,
representada pelo vapor inflamável, estaria por si só abaixo de seu (LIE).
Em algumas operações de secagem que impliquem na evaporação de uma substância inflamável extraída da poeira
combustível, se produzem explosões muito mais violentas que as consideradas apenas pelo vapor inflamável. Tem
acontecido ainda explosões em misturas de vapor inflamável-pó combustível-ar em que a proporção da mistura de ar
vapor estava abaixo do (LIE), ante tal situação é necessário prever medidas de proteção especial, tal como a diluição
com gás inerte, utilização de supressores de explosão, instalação de elementos de ventilação de grandes dimensões
e a adoção de métodos cuidadosamente estudados da eliminação da eletricidade estática (aterramento).

FONTES DE IGNIÇÃO DAS NUVENS DE POEIRA


As nuvens de poeira podem incendiar-se pela ação de chamas abertas, luzes, produtos defumadores, arcos elétricos,
filamentos incandescentes, faíscas de fricção, condutos de vapor de alta pressão, e outras superfícies quentes,
faíscas eletrostáticas, aquecimento espontâneo, Solda e corte oxi-acetilênico, e faíscas procedentes destas
operações. A maior parte das temperaturas necessárias para por em ignição as nuvens de pó, que estão nas tabelas
, situam-se entre 300 e 600 º C. e a grande maioria das potências, estão entre 10 e 40 milijoules. Comparando-se
estes dados com as energias de ignição necessárias para inflamar vapores que são de 0,2 a 10 milijoules. As poeiras
necessitam de 20 a 50 vezes mais energia que os gases.
Como a temperatura e a fonte de ignição necessárias para explodir poeiras são muito mais baixas que as produzidas
pela maior parte das fontes de ignição comuns, a eliminação de todas as fontes é um principio básico na prevenção
de acidentes por explosão. Estas fontes estão identificadas e descritas nas normas NFPA.

DESTRUTIVIDADE DAS EXPLOSÕES DE POEIRAS


Embora a destrutividade das explosões de poeiras, depender fundamentalmente da Vmp. intervém outros fatores
como a pressão máxima desenvolvida durante a sobrepressão, o grau de confinamento do volume da explosão e a
concentração de oxigênio.

EFEITOS DA VELOCIDADE DE AUMENTO DE PRESSÃO


A Vmp. pode definir-se como a relação entre o aumento de pressão de explosão e o período de tempo em que
sucede. É o fator mais importante para avaliar os riscos de uma poeira e determinar a gravidade da sua deflagração.
Também é importante como dado para calcular as dimensões dos elementos de ventilação para casos de explosão.
Uma vmp. (velocidade máxima de aumento de pressão) demasiado alta indica com frequência que a instalação dos
elementos de ventilação são ineficientes. Os dados empíricos de ge.(gravidade de explosão) tabelados acima são
indicadores de grande valor na análise do projeto. índices entre 2 e 4 necessitam elementos de ventilação muito
grandes, além de cuidar da resistência do edifício e dos equipamentos das máquinas. Um índice maior que 4 exclui
na maioria dos casos a possibilidade de projetar-se um sistema de alívio de explosões, e exige o emprego de
dispositivos de proteção com o emprego de gases inertes e outros sistemas de supressão de explosões.

EFEITOS DA PRESSÃO MÁXIMA DE EXPLOSÃO


As pressões mostradas nas tabelas acima são em sua grande maioria maiores que 3,5 kg/cm2 e em alguns casos
chegam a 7 kg/cm2 considerando que uma parede comum é calculada para resistir pressões de 0,07 kg/cm2 fica
evidente que não seria prático construir edifícios que pudessem resistir a tais fenômenos.
Uma das razões pelas quais o grau de destruição de muitas explosões de pó não chega a ser maior é que o pó não
está dispersado uniformemente através do volume circundante. Raras vezes se incendeia uma nuvem de pó em
condições ideais para a formação de pressões observadas empiricamente.

EFEITOS DA DURAÇÃO DA SOBREPRESSÃO


O tempo durante o qual atua a sobrepressão sobre o espaço circundante está intimamente relacionado com a
pressão máxima e com a velocidade máxima de aumento de pressão. A área que fica abaixo da curva de pressão -
tempo determina o impulso total exercido. O impulso total, não a força exercida em um dado momento, que
determina a grandeza da destruição. A relação entre a destrutividade e o impulso total demonstram em parte porque
as explosões de pó, que em geral tem velocidades de aumento de pressão mais baixas que as explosões de gases,
podem ser mais destrutivas.

EFEITOS DO CONFINAMENTO.
Quando se produz uma explosão de pó, formam-se produtos gasosos e libera calor que faz aumentar a temperatura
do ar contido no recinto. Como os gases expandem-se ao aquecerem, exercem pressões destrutivas no espaço
circundante, a não ser que se proporcionem áreas de alivio suficientes para evacuar os gases quentes antes que
atinjam níveis de pressão perigosos.
Desta forma um sistema de alivio adequado deve ser previsto para aliviar os gases formados no inicio, evitando
danos maiores. Em algumas situações não resulta pratico estas medidas aconselhando a processar estas operações
em ambientes abertos, atmosferas inertes ou de supressores automáticos. Os supressores consistem em um sistema
formado por detetores de pressão ou de chamas e um agente extintor que deve atuar rapidamente na fase incipiente
de explosão.

EFEITOS DA INERTIZAÇÃO.
Os ensaios levantados indicam que a redução do O2 na atmosfera de trabalho e uma mistura de poeira inerte ou
umidificação no pó combustível reduzem a Pmp., e a Vmp. Como pode ser visto nas curvas abaixo. Elas mostram
que poeiras de amido de milho concentrado a 0,5 kg/m3 de ar. Em relação com a pressão de explosão, uma ligeira
redução na concentração de O2 ou adição de uma pequena quantidade de pó inerte ou umidade reduzem os efeitos.

DEFLAGRAÇÃO E DETONAÇÃO

DEFLAGRAÇÃO
É o fenômeno de explosão que ocorre com velocidade de chama de 1 a 100 m/s e é o que acontece com maior
frequência nas indústrias.

DETONAÇÃO
É o fenômeno de explosão em que a velocidade da chama é igual ou superior à velocidade do som chegando aos
1000 m/s. No caso das explosões em cadeia a deflagração inicial evolui para detonação
nas fases posteriores.

GASES TÓXICOS.
Eng.º Ary de Sá fone (051) 9642 0381 e-mail arysa@cpovo.net fl. 9/25
As chamas e os efeitos do aumento de pressão numa explosão, não são os únicos problemas a enfrentar.
Na atmosfera do evento ocorre uma deficiência de oxigênio e a formação de gases tóxicos em virtude da combustão,
particularmente o CO. A concentração de gases pode ser suficientemente alta durante alguns momentos, e assim
causar inconsciência, ainda que momentânea, às pessoas presentes e conduzi-las á morte por asfixia.

EFEITOS NOS ENVOLVIDOS.

Efeito de explosões em seres humanos


PRESSÃO ( bar ) PARA PESSOAS
0,35................ Limite ruptura tímpano
0,70/0,85....... Limite danos nos pulmões
1,05/1,4......... Ruptura tímpano 50% casos
2,11/2,95........ Limite mortal
2,95/4,00....... Morte 50% dos casos
4,0/5,0.......... Morte 100% dos casos

Efeitos ao patrimônio.
EFEITO DE EXPLOSÕES EM ESTRUTURAS
PRESSÃO ( bar ) Efeito em:
<0,07 ...............Quebra de vidros
0,07/0,150........ Destruição de galpões
0,17/0,250....... Remoção de Batentes
0,20/0,30.......... Esmagamento de tanques
0,35/0,50.......... Ruptura estruturas de madeira
0,60/0,90.......... Destruição de prédios
0,70/2,00......... Ruptura estruturas de concreto

ORIGEM DE EXPLOSÕES
Item %
Faísca metálica 9,600
Ponto Incandescente 9,300
Fricção 8,900
Chama aberta 8,200
Superfície quente 6,500
Auto ignição 5,800
Solda 4,800
Equipamentos elétrico 0,400
Descarga eletrostática 0,300
Outros 14,1
MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA EXPLOSÕES DE POEIRAS.

MEDIDAS DE SEGURANÇA
Industrialmente, precauções devem ser tomadas na presença de fontes de ignição. Em alguns casos, as mesmas
estão presentes por fazerem parte do processo, como é o caso dos secadores de cereal que usam o fogo direto na
secagem, a proteção não poderá ser obtida após o início de uma explosão ou incêndio.
Portanto, conclui-se que não pode ser feita uma generalização de métodos de proteção em relação risco de
explosão, porque a mesma dependerá das propriedades da poeira, tipo de projeto, planta industrial, equipamentos
existentes, risco de instalações vizinhas, e valor do equipamento em risco.
Por estes motivos, os métodos são agrupados em seis categorias, mas os mesmos não são todos
alternativos, alguns se usados em comum podem conferir mais segurança à industria foco.

MINIMIZAÇÃO DA FORMAÇÃO DE NUVENS.


Deve ser dada atenção à eliminação completa das poeiras dos edifícios que compõe a planta industrial, pois as
explosões secundárias nos prédios vizinhos são potencialmente mais destruidoras.A acumulação de poeira pode ser
prevenida combinando-se um bom projeto de limpeza.
Quando há formação de depósitos de poeira, a limpeza deve ser feita tanto mais cedo, quanto possível.
Quando pós se acumulam, com exceção das unidades previstas para o seu armazenamento, tais como Silos, os
depósitos de pó devem ser removidos regularmente. Esta exigência se aplica também para unidades de
despoeiramento como: Filtros, Ciclones, precipitadores, Câmaras inerciais etc. que recebem
a acumulam as poeiras coletadas, devem ser retiradas nos intervalos definidos para não causar entupimento e
consequente vazamento das poeiras para o ambiente.

SUPER DIMENSIONAMENTO
Face ao alto custo inicial e às periódicas manutenções exigidas por um superdimensionamento estrutural
e dos equipamentos, esse método somente é recomendável em situações onde outros métodos alternativos não são
interessantes pela localização particular de certas unidades.

ESTANQUEIDADE
Uma explosão de pó pode gerar pressões na ordem de até 7 kg/cm2 em recintos fechados como em linhas de
transporte pneumático, Redlers, silos, roscas transportadoras etc., portanto para evitar danos maiores estes
elementos devem prover válvulas de alívio, contra aumento de pressões. Um recinto fabril raramente resistiria a tal
pressão, as máximas de edificações, são da ordem de 0,07 kg/cm2, portanto devem ter: telhados , aberturas , portas ,
e outros itens de resistência inferior às da construção, sob pena de haver perdas totais em tais eventos.

ATMOSFERAS INERTES
As explosões de poeiras podem ser prevenidas com o emprego de gases ou poeiras inertes, os quais reduzem a
concentração de oxigênio no interior do prédio de maneira que não haja propagação de chama através da nuvem de
Pó.

EQUIPAMENTOS DE CONTROLE.

SUPRESSÃO AUTOMÁTICA
Existem no mercado, empresas especializadas em sistemas no controle de riscos por poeiras explosivas, estes
sistemas possuem um sensor de chama em um ponto localizado em regiões de risco, que quando identifica uma
chama, ou faísca, aciona um dispositivo que libera substancias adequadas no processo, interferindo com sua
propagação.
O mecanismo de dispersão do agente supressor, deve funcionar a alta velocidade, para chegar a milésimo de
segundos , ao recinto . A atuação do equipamento deve ser inicializada pelo próprio sensor, para evitar
desfasamento.
O agente supressor deve ser disperso em forma de neblina ou pó muito fino, com grande rapidez,aproveitando a
própria força da explosão inicial, dois tipos são conhecidos:

FRÁGEIS.
São constituídos por depósitos de fina parede no qual se introduz uma carga explosiva, que é detonada por um
sensor, como o recipiente não é pressurizado é a carga explosiva que rompe as paredes do deposito liberando
substancias adequadas à interrupço do processo.

PRESSURIZADOS.
Extintores de grande velocidade de descarga contem agente supressor sob pressão de Nitrogênio, A abertura é por
carga explosiva, e mais lento que o frágil, porém adequado para pressões médias ou lentas. O agente supressor
deve apresentar as seguintes características: líquido compatível com o processo de combustão, pós específicos ou
agentes halogenados. Esta substância devera estar dentro de um recipiente selado colocado na parte superior do
pavilhão e deve descarregar rapidamente seu conteúdo através de detonador acionado eletricamente em presença
de fogo.
A atmosfera inerte pode ser empregada para controle e extinção de incêndios que podem se desenvolver na poeira.
Pode ser usado onde o método de ventilação é ineficiente.

VENTILAÇÃO
A Ventilação de operações, processos e equipamentos, dos quais emanam contaminantes, tem se tornado, mais
modernamente uma importante ferramenta no campo de controle da poluição do ar e segurança patrimonial. O
controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada ventilação das operações e processos poluidores
da atmosfera, que também concorrem com os riscos de explosividade no caso das poeiras. Seguindo-se uma
escolha adequada de um equipamento para a coleta dos poluentes captados pelo sistema de ventilação.
A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho não só para evitar a dispersão de
contaminantes no ambiente industrial como também para promover a diluição das concentrações de poluentes e para
a manutenção e promoção do conforto térmico. Em qualquer dos campos de utilização, a importância da ventilação
industrial é de grande amplitude, e seus conceitos básicos devem ser bem conhecidos e sedimentados para
possibilitar sua adequada utilização.

VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA.


A ventilação geral diluidora é o método de insuflar ar em um ambiente ocupacional, a fim de promover uma redução
na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre, uma vez que, ao introduzirmos ar limpo, e não poluído,
em um ambiente contendo certa massa de um determinado poluente, faremos que essa massa seja dispersa ou
diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira observação a
ser feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho,
mas simplesmente os dilui a valores adequados.
Existem empresas que na busca de uma solução de menor custo, executam sistemas de injeção de ar nos locais
poeirentos, porem, esta medida não é efetiva na segurança uma vez que locais de difícil acesso não são ventiladas e
ali poderá ocorrer um evento danoso, ainda por serem sistema a baixas velocidades, em função de áreas grandes
para a passagem do ar, acabam não arrastando as poeiras que sedimentam em locais diversos e que se acionadas
podem evoluir para as indesejáveis explosões.

VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA.


As medidas de ventilação local exautora nos processos de geração de pó, além de usar menores vazões, evitam que
o pó se disperse no ambiente, formando depósitos indesejáveis sobre estruturas, tubulações e muitos outros locais
de difícil acesso, porém, com enorme potencial de incêndio e explosões.Desta forma, medidas devem ser
observadas no sentido de se adequar um eficiente sistema exaustor para os locais onde haja formação de pó. Estas
medidas quando tomadas na fase projeto são as que melhor satisfazem, além de minimizar o custo de implantação,
pois evitam arranjos improvisados e pouco eficientes, entretanto em uma planta existente, um bom projetista poderá
com bom senso conciliar sistemas seguros.

CUIDADOS NO PROJETO
È importante a observação de medidas de orientação na analise das situações para implementação das
medidas de proteção coletivas nas instalações com poeiras explosivas.

ESTADO FÍSICO DO POLUENTE


Para a coleta de gases e vapores, os equipamentos de controle mais usualmente utilizados são as torres
de absorção, os leitos de adsorsão, os condensadores e os incineradores. A coleta de material particulado, sólido ou
liquido, é em geral feita com coletores inerciais, coletores centrífugos, lavadores.

GRAU DE LIMPEZA DESEJADO


A eficiência de coleta, em função dos regulamentos limitantes da quantidade do poluente emitido que pode ser
emitida, é um dos fatores importantes a ser considerado. A eficiência dos equipamentos de controle dependem de
várias propriedades do poluente e do gás carreador. A escolha deve ser feita em função do que é requerido em
termos de eficiência final do sistema.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Só merece consideração quando afeta as propriedades físicas e químicas do gás carreador. As propriedades
químicas são importantes quando há a possibilidade de ocorrerem reações químicas entre o gás carreador, o
contaminante e o coletor.

TEMPERATURA
As principais influências da temperatura são sobre o volume do gás carreador e efeitos sobre os materiais
de construção do coletor. O volume tem conseqüências sobre o tamanho do coletor que, dessa forma,
provocará alterações no custo do equipamento. A temperatura também afetará a viscosidade e a

VISCOSIDADE
As principais influências da viscosidade se relacionam com o aumento da potência requerida para ignição, e com a
alteração que provocará na eficiência em coletar do material particulado, empastando o equipamento e tornando
difícil sua manutenção.
UMIDADE
Alta umidade contribui para empastamento das partículas sobre o coletor, principalmente coletores inerciais,
centrífugos e filtros, provocando seu entupimento. Pode, ainda, agravar os problemas de corrosão, além de ter
grande influência sobre a resistividade elétrica das partículas e, portanto, em sua precipitação eletrostática. Em
adsorsão, pode agir como fator limitante da capacidade do leito se este absorver vapor de água.

COMBUSTIBILIIDADE
Quando um gás carreador é inflamável ou explosivo, algumas precauções especiais devem ser tomadas.
A principal é assegurar que se esteja acima do limite superior de explosividade ou abaixo do limite inferior de
explosividade da mistura. Nesses casos, lavadores são preferidos para a captura e separação dos poluentes, e
precipitadores eletrostáticos raramente usados.
Importante também, é existir a possibilidade de se eliminar os de poluentes por incineração, sendo, portanto mais um
fator a considerar afim de serem evitados os riscos de explosão.

REATIVIDADE QUÍMICA
A reatividade química é importante em alguns casos, como por exemplo quando se filtra um gás contendo compostos
de flúor com filtros de lã de vidro, o que danifica os mesmos. Em geral, deve-se evitar que haja reação entre o gás e
o coletor, de formas a não danificá-lo.
A reatividade química constitui-se num fator que pode ser utilizado na coleta do contaminante, por exemplo, na
absorção química. Contudo, pode criar problemas quando, o contaminante reage com o material de construção do
coletor danificando o mesmo.

CARGA ELÉTRICA
A carga elétrica, ou concentração do poluente, na entrada do equipamento de controle, e suas variações, afetam
diferentemente os diversos tipos de coletor. Assim é que, a eficiência de coleta de ciclones aumenta com a carga,
mas cresce também a possibilidade de entupimento daqueles. Alguns equipamentos exigem até mesmo a presença
de pre-separadores, para evitar a sobrecarga na operação.

HIGROSCOPICIDADE
É importante por influir na possibilidade de entupimento (principalmente em coletores inerciais, centrífugos e filtros)
por formação de pasta devido à absorção de umidade pelas partículas.

CAPTADORES
Um bom captor é aquele que consegue aspirar o máximo de substâncias, com a menor vazão de ar, pois
isto implica no porte do equipamento, potência absorvida e tamanho dos dutos de transporte, sendo, entretanto,
indispensável que capture o máximo de substâncias indesejáveis. Deve também ser projetado para não prejudicar a
operação, manutenção e visibilidade do operador, observando-se, porém, que as concentrações fiquem fora dos
limites de explosividade.
Os captores podem ser:
• enclausurantes: este tipo possui todos os lados fechados, inclusive o teto, tendo apenas a saída dos poluentes por
duto.
• podem constituir-se em cabinas fechadas, semelhantes ao enclausurante, porém nestes o operário trabalha
confinado dentro da mesmo.
• captores podem ainda ser do tipo , sendo colocados do lado de fora da fonte dos poluentes. Tais captores incluem
aberturas na sucção, localizadas próximas a zona de emissão dos poluentes, em processos ou operações poluidoras
que não permitem o enclausuramento.
Eng.º Ary de Sá fone (051) 9642 0381 e-mail arysa@cpovo.net fl. 18/25
A vazão do ar exaurida pelo captor deve ser tal, que seja capaz de arrastar todos os poluentes gerados pela fonte,
mas não tão elevada que a matéria prima do processo possa arrastar.

REDE DE DUTOS:
A tubulação condutora do ar dos pontos ao sistema de separação deve ser bem dimensionada, para que
não haja depósitos de material ao longo da mesma, nem que haja formação de eletricidade estática; deve ser provida
de janelas de segurança e portas de inspeção. As velocidades de controle devem ser bem definidas para não usar
potência em demasia, nem tão baixas que impliquem na ocupação de grandes áreas. Devem ser resistente aos
esforços mecânicos das pressões envolvidas, dilatações, aterramento, etc.

EQUIPAMENTOS DE SEPARAÇÃO:
Chamamos a atenção aos elementos do projeto relativos ao comportamento de materiais que são capturados em um
sistema de ventilação local exaustora, sendo que as mesmas recomendações são válidas para o projeto dos
separadores ou coletores dos poluentes, deve ser compatível e seguro quanto ao produto em questão, estar
localizado fora do ambiente fabril, ser seguro contra explosões e incêndios.
Os poluentes exauridos do ambiente de trabalho necessitam algumas vezes ser coletados para evitar sua emissão
na atmosfera, criando problemas com poluição aérea.
A coleta do poluente pode ser feita por uma série de equipamentos projetados especificamente para este
fim. A escolha do equipamento de controle que melhor atenda ao processo, dependerá das propriedades
do poluente, e tradicionalmente é definido pelo bom senso do projetista, que verificará se tal equipamento adequar-se
não só a realidade econômico-financeira da empresa, como se é compatível com o momento em que o país vive,
sem esquecer das emissões que são controladas por órgão ambientais.

VIA SECA:
Os equipamentos via seca, visam capturar o resíduo em sua forma original para posterior aproveitamento.
Na indústria de rações há locais de interesse, devido ao custo da matéria prima envolvida, Podendo, ainda, ser
capturados nesta forma, por requererem equipamentos mais simples, como as câmaras inerciais, os ciclones
separadores, etc. Em casos mais sofisticados, onde o beneficio justifique, pode-se usar equipamentos mais nobres,
como os precipitadores eletrostáticos, os filtros de mangas com limpeza
a jato pulsante, etc.
A literatura técnica, bem como os fabricantes destes equipamentos tem recomendações e experiência para defini-los,
quanto a eficiência de coleta, suas características físico químicas, e outros Itens de interesse da planta.

VIA MISTA:
Materiais de fina granulometria e de baixa densidade, apresentam dificuldade de separação nos equipamentos
tradicionais, deixando passar à atmosfera externa grandes quantidades de finos, causando indesejáveis emissões.
Nestes casos, nossa recomendação é abater o máximo via seca, que será recuperado para o processo, e o resíduo
tratar via úmida para atender aos padrões de emissão.

VIA ÚMIDA:
Materiais finamente pulverizados ou gasosos, que não apresentem interesse comercial de aproveitamento, devem
ser sempre que possível, em função de suas características físico-químicas tratados com lavagem. Para tal, a
literatura clássica possui uma grande gama destes equipamentos, e que são os de menor custo inicial e operacional.

OBSERVÂNCIA DAS EMISSÕES EXTERNAS.


A preocupação final é atender aos padrões fixados pelas autoridades competentes, descartando no mínimo o valor
teto à atmosfera externa ao processo, evitando-se, deste modo, as demandas judiciais que hoje inundam os
tribunais. Estas simplesmente deixarão de existir porque não haverá fundamento legal para embasar o pedido.
Conforme legislação, Federal, Estadual ou Municipal e do Ministério do Trabalho, os ambientes internos tem que ser
salubres, e os externos preservados contra emissões indesejáveis. Face a isto, a preocupação final é atender aos
padrões fixados pelas autoridades competentes, quanto às emissões externas, evitando-se, deste modo, as
demandas judiciais que hoje inundam os tribunais.
Quanto ao ambiente interno onde estão os trabalhadores expostos, devem ser observadas aS Normas
Regulamentadoras, especificamente a NR 15 que define os limites máximos que pode estar exposto os trabalhadores
do posto de trabalho.

MANUTENÇÃO
Os trabalhos de manutenção, deverão sempre obedecer ao sistema preventivo, onde nas paradas é que são
efetuados os trabalhos de trocas de componentes sujeitos a desgaste o de vida útil definida, nestes trabalhos, é
sempre providencial o uso de equipes, onde os locais devem antes de serem trabalhos, serem evacuados de seus
resíduos, ventilar os locais através de equipamentos portáteis, molhar bem o local onde se fizer necessário efetuar
trabalhos com abrasão ou soldas diversas, lembrar sempre que os
maiores acidentes que ocorreram em plantas de cereais, foram nos períodos de trabalhos de manutenção, e também
que as poeira molhadas não são passivas de incêndio e explosão.
Os cuidados com a manutenção, devem seguir os preceitos convencionais, preferivelmente adotando o de
manutenção preventiva, e inspeções visuais em todos os equipamentos mais solicitados quanto a desgastes,
periodicamente.

MANUTENÇÃO PREDITIVA, NUNCA CORRETIVA.


Inspeção, Verificar em plano específico, estado geral dos equipamentos.

INCÊNDIOS
Pequenos focos eventuais de fogo, iniciando em locais de atrito eventual, esteiras, redlers, etc., quando em locais de
muita poeira, não devem ser extintos com água, abafados ou com extintores convencionais, sempre usar gases
inertes, pois a movimentação em atmosfera normal, pode causar turbulência, levantar nuvem e iniciar explosões.

DENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

NÍVEIS DE RISCOS
Os sistemas de informação de riscos, estabelecem quatro classes ou níveis de materiais perigosos:
Materiais extremamente perigosos são os que podem causar a morte ou lesões permanentes como conseqüência de
uma breve exposição às mesmas, como líquidos voláteis inflamáveis, gases inflamáveis ou materiais detonáveis. Por
sua vez se classificam deste modo:
• Explosivos e materiais explosivos instáveis.
• Materiais com autos níveis de radioatividade.
• Gases muito inflamáveis e materiais que emitem vapores extremamente inflamáveis.
• Materiais extremamente tóxicos, tão venenosos que não devem em nenhum momento entrar em contato com o
corpo, como exemplo cianureto de hidrogênio.
• Materiais extremamente corrosivos para os tecidos vivos, como o bromo, que pode causar lesões
instantaneamente, o ácido hidrofluorídrico, que pode penetrar na pele e causar queimaduras de
recuperação muito lenta nos tecidos mais profundos. Também se incluem nesta classificação os materiais que
podem causar graves lesões nos olhos.
• todos os materiais cujos produtos de combustão ou de decomposição coincidam com as descrições
anteriores.

MATERIAIS PERIGOSOS
Aqueles que por seus efeitos nocivos podem causar lesões por exposição ou contato que retardam o tempo de cura:
• Líquidos e sólidos inflamáveis.
• Materiais muito tóxicos que podem causar lesões e enfermidades, mas não causando a morte, como
conseqüência de uma exposição moderada às mesmas.
• Materiais que podem causar a destruição de tecidos, especialmente dos olhos, se não eliminados do
corpo em prazo muito breve.
• Materiais moderadamente radioativos.
Os materiais perigosos deste grupo, em casos extremos, podem causar alguma lesão permanente, porém, não
incapacitante.
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MATERIAIS MENOS PERIGOSOS
Podem causar uma lesão ou incapacitação temporária, que presumivelmente podem transformar-se em lesões
permanentes. São moderadamente combustíveis ou autorreativas e incluem:
• Gases lacrimogêneos.
• Irritantes fortes.
• Materiais não extremamente tóxicos.
• Materiais combustíveis que necessitam pré-aquecimento para entrar em ignição.

MATERIAIS DE EFEITOS NOCIVOS


Podem causar uma irritação ou incomodidade temporária que desaparece ao cessar a exposição; são ligeiramente
combustíveis. Observe-se que os materiais classificados como perigosos são os que podem provocar uma situação
de emergência; os materiais classificados como menos perigosos tem menos probabilidade de provocar uma
situação de emergência, porém, poderiam complicar seriamente uma situação de emergência. Mas claramente, um
líquido combustível poderia não incendiar-se e, portanto não causar uma situação de perigo; porém, em presença de
um fogo originado por outra causa, poderia entrar em ignição e aumentar a gravidade da situação existente. Nas
práticas atuais de etiquetação dos produtos de consumo, os materiais que podem causar uma situação de
emergência levam a palavra PERIGO. Os materiais que podem agravar uma situação de emergência geralmente
levam as palavras de PRECAUÇÃO ou ATENÇÃO. Nota-se, em troca, que os líquidos inflamáveis cujos pontos de
inflamabilidade encontram-se
entre 10 e 30º C levam o sinal de PRECAUÇÃO.

Os sistemas de informação de riscos constituem um compromisso entre as exigências em conflito: a necessidade de


uma informação imediata e os detalhes adequados da dita informação. Um símbolo de risco, com a caveira e as
tíbias que se emprega nos venenos pode entender-se a simples vista. É de interpretação imediata. Porém, não
explica o grau de ameaça do material perigoso, nem se atua por penetração no corpo pela pele, pulmões ou sistema
digestivo. faltam detalhes. Uma folha de dados de risco pode proporcionar informação adequada e detalhada, porém
sua leitura requer tempo e boa iluminação; ainda, que alguém possa interrar-se, tem que estar muito próximo do
objeto perigoso. As folhas de dados sobre riscos são adequadas porém não informam instantaneamente.
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RECOMENDAÇÕES.
Segundo nossas conclusões e vivencia com estes fenômenos, colocamos aqui nossas recomendações para que
sejam evitados futuros acidentes com poeiras explosivas, são recomendações genéricas, que devem ser observadas,
quando não existentes.

MAQUINAS E EQUIPAMENTO
Enclausuramento elétrico (cabos/ interruptores/ iluminação/ motores/ ferramentas/ ap. elétricos)
Monitor de velocidade em elevadores e correias.
Sensores de movimento em redler e gruas.
Sensores de temperatura.
Sensores de alinhamento/temperatura de rolamento.
Detectores de embuchamento/ fumaça e gases.
Amperímetros com alarme de sobre carga.
Proibição de fumar.
Manutenção preventiva dos rolamentos/ máquinas/ correias/ etc.
Instalação elétrica classe II- divisão I.
Correias transportadoras resistente a fogo e antiestática.
Inibição de combustão espontânea.
Pressurização de painéis/ cabine de força

PROJETOS E SISTEMAS.
Projetos adequados - edificações, pára-raios, inst. elétricas
Instalação de sistemas captores / exaustores - túneis, galerias, pontos de carga e descarga,
elevadores e tubulações
Manutenção preventiva - transportadores, instalações elétricas
Instalação de detectores de metais - elevador caneca, moinhos
Elaboração de normas de segurança - acesso, operação, manutenção, tipos de instalações
elétricas

MEDIDAS GERAIS.
Limpeza dos ambientes, remoção do pó sobre equipamentos
Aterramento elétrico dos componentes eletromecânicos e pontos geradores de cargas
eletrostáticas
Treinamento pessoal
Controle da umidade relativa do ar - abaixo de 50% caracteriza-se faixa crítica de risco
Controle da eletricidade estática, através de sistema de aterramento

CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
Estudo de classificação áreas - AE / adequação instalações
Programa de inspeções de risco
Controle de temperatura - material armazenado
Plano de emergência
Sistema de alívio de pressão
Sistema de combate a incêndio
Substituir elementos metálicos por plásticos - caçambas dos elevadores e pás dos transportadores.
DESENVOLVENDO SEGUROS (DESCONTOS NA TARIFA)
Referências normativas e bibliográficas

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INSTRUCCION TECNICA 07.10. Instalaciones Fijas de CO 2: Generalidades. Sistemas de Inundacion. ITSEMAP.


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INSTRUCCION TECNICA 07.11. Sistemas Fijos de CO 2: Sistemas de aplicacion Local Y otros. ITSEMAP. Espanha:
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IPT. 2° relatório - Elaboração de requisitos técnicos relativos às medidas de proteção contra incêndio. In:
RELATÓRIO N° 28.904. São Paulo: Dez/90.

IPT. 3° relatório - Elaboração de requisitos técnicos relativos às medidas de proteção contra incêndio. In:
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IPT. - Elaboração de documentação técnica necessária para a complementação da regulamentação estadual de
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Kato, M. F. Propagação superficial de chamas em materiais. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini,
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Seito A.I. Tópicos da segurança contra incêndio. In: Tecnologia de Edificações. São Paulo: Pini, nov/1988.

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