Professional Documents
Culture Documents
O Marxismo e A Maçonaria
O Marxismo e A Maçonaria
E MAÇONARIAEstudos maçônicos
Textos > Resenhas > Livros
Marxismo e a Maçonaria
Á primeira vista é muito difícil ligar as teses marxistas a qualquer ensinamento
maçônico. Nada parece estar mais distante um do outro do que os postulados
marxistas e a filosofia praticada pelos Irmãos da Arte Real. Marx era um
revolucionário, um racionalista por excelência, que aplicava as teses de Darwin
para explicar o movimento da História e o desenvolvimento do indivíduo e dos
grupos sociais.
Mas ao se verificar o momento histórico em que viviam os maçons nos meados
do século XIX, é bem possível que essa moldura histórica tenha influenciado os
organizadores do Rito Escocês, sugerindolhes a postura filosófica adotada para o
grau 26.
Afinal, por que, entre tantos símbolos herméticos, motivos gnósticos, alegorias
alquímicas e evocações cavalheirescas, iriam ser introduzidos motivos políticos e
sociológicos de tal conteúdo? Só podemos mesmo entendêlos á luz dos
acontecimentos históricos da época. Afinal, para um bom entendedor não é
preciso muitas palavras. A preocupação com a igualdade social e a justa
valorização do trabalho não é uma concessão ao trabalhador, mas uma
necessidade que se faz presente em face da própria evolução da história. É
depois, quem melhor do que a Maçonaria, uma congregação de obreiros, ou seja,
trabalhadores, para defender tais postulados? Afinal de contas, não é a
Fraternidade dos Obreiros da Arte Real uma Confraria fundamentada exatamente
sobre os sacrossantos valores do trabalho, da justiça, da igualdade em todos
seus termos?
A justificativa do tema
A tradição de evocar questões sociais nos ritos iniciáticos maçônicos já existia
em 1788, véspera da eclosão da Revolução Francesa, como bem lembra Jean
Palou. Essa preocupação transparece no “interrogatório” dos profanos que se
iniciavam na Loja da cidade de Privas, segundo aquele autor. Esse “interrogatório”
consistia no seguinte:
P. Que achais das questões que perturbam o reino?
R. É uma calamidade que toda a FrancoMaçonaria deveria em geral procurar
remediar.
P. Se o Rei, vosso Mestre, lhe ordenasse pegar em armas contra Vossa
Província, ou mesmo contra qualquer uma da França, que faríeis?
R. Pediria minha demissão.
P. Que achais de M. de Briene, de M. de Lamoignon e, por conseguinte, daquele e
daquelas que os autorizam?
R. Que esses senhores fossem enforcados. E que aqueles que os autorizam, um
aos filhos enjeitados, e o outro que procurasse um melhor conselho.
Em outra Loja, em Pas de Calais, o discurso de recepção de profanos dizia:
“Encontrareis aqui a paz e a candura de vossos costumes; aqui desaparecem as
classes sociais; o nível maçônico torna todos os homens iguais”.
Todos esses discursos são evocativos de um ideal libertário sufocado por uma
aristocracia insensível, mas não de um ideal socialista, como parecem ter
entendido os autores do ritual moderno. Quanto á bandeira tricolor, escreve J.M.
Ragon que ela foi criada por um maçom, de nome Laffayette, que era comandante
da guarda nacional francesa por ocasião da Revolução.
As cores azul, branca e vermelha, corresponderiam aos graus da Maçonaria
praticada naquele tempo, ou seja, a Maçonaria simbólica (azul), o Capítulo
(Maçonaria vermelha) e os graus filosóficos e administrativos (Maçonaria branca).
Jean Palou, no entanto, contesta essa informação dizendo que a Maçonaria
branca, correspondente aos 31 º, 32° e 33 º graus e é posterior á 1789.
O que talvez possa ter ocorrido, nesse caso, é uma readaptação dos graus,
passando os graus filosóficos a ser divididos de outra forma, diferentes daquela
citada por Ragon. Tudo isso, são especulações que não podem ser comprovadas
por falta de documentos específicos. De qualquer forma, essa informação é
valiosa para o perfeito entendimento do simbolismo do grau 26.
Karl Marx
FONTE: CONSTRUTORES DO UNIVERSO, NO PRELO PARA PUBLICAÇÃO
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 17/03/2010
Alterado em 23/03/2010
Comentários
Comentar
Site do Escritor criado por Recanto das Letras
http://www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2144282 3/3