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Monografia Adelia
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DELEGAÇÃO DE MAPUTO
LICENCIATURA EM DIREITO
DELEGAÇÃO DE MAPUTO
TEMA
SUPERVISOR:
REALIZADO POR:
LICENCIATURA EM DIREITO
Eu, Cláudio Alberto Langa, declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha
autoria e nele observei os requisitos e recomendações do Instituto Superior Mutasa - ISMU
concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica. Declaro ainda que este
trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obter qualquer grau
académico.
------------------------------------------------
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me ter mantido na trilha certa com saúde e forças para chegar ate aqui.
iv
RESUMO
v
Abstract
This paper aims to analyse the problem of the supplier's liability in consumer relations in
Mozambique. In the current context marked by a strong consumerism, the supplier's liability
is an essential factor for the effectiveness of consumer rights, since, every day, consumers
need legal protection in their consumer relations. Law No. 22/2009 of 28 September
(Consumer Protection Law), as well as Decree No. 27/2016 of 18 July (Consumer Protection
Regulation) comes exactly to protect this vulnerable consumer by classifying the supplier's
responsibilities in: responsibility for the fact of the product or service and responsibility for
the defect in the product and service. Thus, in this work it was understood that the respective
law establishes the consumer's right to safe and quality products and services. As for the
methodology, the work was of a qualitative nature, having been used as techniques of data
collection, direct observation and questionnaires. From this work one can see that most
consumers see their rights violated since the issue of civil responsibility of suppliers is almost
a utopian question.
vi
Índice Página
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA .................................................................. iii
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. iv
RESUMO.........................................................................................................................................v
Abstract .......................................................................................................................................... vi
I. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................1
1.1 Contextualização........................................................................................................................1
1.2 Delimitação do Tema .................................................................................................................2
1.3 Problema da pesquisa ................................................................................................................2
1.4 Justificativa ................................................................................................................................3
1.5 Objectivo da Pesquisa ................................................................................................................4
1.5.1 Objectivo Geral .......................................................................................................................4
1.5.2 Objectivos específicos ............................................................................................................4
1.6 Hipóteses....................................................................................................................................4
1.7 Estrutura do Trabalho ................................................................................................................5
CAPÍTULO I – REVISÃO DA LITERATURA .........................................................................6
2.1 Conceitualização ........................................................................................................................6
2.1.1 Consumidor ............................................................................................................................6
2.1.2 Fornecedor ..............................................................................................................................7
2.1.3 Responsabilidade Civil ...........................................................................................................7
2.1.4 Serviço e Produto ....................................................................................................................8
2.2 A protecção do Consumidor no Ordenamento Jurídico Moçambicano.....................................8
2.3 Direito à Qualidade dos Produtos e Serviços ..........................................................................11
2.4.Direito à Protecção da Vida, Saúde e da Segurança Física .....................................................12
2.5.Direito à prevenção e à reparação dos danos ...........................................................................13
2.6 Responsabilidade Civil do fornecedor nas Relações de Consumo ..........................................13
2.7 Dos Pressupostos da Responsabilidade Civil ..........................................................................15
2.7.1 Acção ou omissão violadora do Direito................................................................................15
2.7.2 Dano......................................................................................................................................16
2.7.3 Culpa ou dolo do Fornecedor ...............................................................................................16
2.7.4 Nexo de Casualidade ............................................................................................................17
vii
CAPITULO II –: METODOLOGIA DO ESTUDO ..................................................................19
3.1 Quanto ao Método de Abordagem ...........................................................................................19
3.2 Quanto ao Método de Procedimentos ......................................................................................19
3.3 Quanto as Técnicas de Recolha de Dados ...............................................................................20
3.4 Quanto ao Universo do Estudo ................................................................................................20
3.5 Limitações................................................................................................................................21
CAPITULO III- ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.....................................................22
4.1 Perfil dos participantes ............................................................................................................22
4.3 Relações de Consumo versus Direitos dos Consumidores .....................................................24
4.4 Responsabilidade Civil do Fornecedor por danos e Vícios de bens e Serviços ......................25
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................28
5.1 Conclusão ................................................................................................................................28
5.2 Recomendações .......................................................................................................................30
6.Referencia Bibliográficas ...........................................................................................................31
Anexo I - Inquérito ........................................................................................................................33
viii
I. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A defesa dos interesses dos consumidores é uma temática que tem desde já merecido
especial atenção no cenário jurídico, em virtude das novas leis que têm vindo a ser
publicadas, tanto no âmbito nacional como no âmbito internacional.
Nesta linha de raciocínio, são adoptadas medidas que visam proporcionar segurança nas
relações contratuais, sobretudo no que tange à responsabilidade civil do fornecedor como por
exemplo, a protecção contra vícios e danos de produtos ou serviço.
1
cria o Regulamento da Defesa do Consumidor com vista a garantir maior protecção ao
consumidor bem como a responsabilização dos fornecedores em caso de danos ou má
prestação de serviços.
Desta forma, o presente trabalho se limitara a analisar este último ponto visto que não
raras vezes no contexto moçambicano os consumidores vem os seus direitos violados e quase
nada se tem feito ao fornecedor por forma a reparar estes malefícios advindos da relação de
consumo.
2
cada vez mais complexa e, consequentemente, surge um ambiente de maior probabilidade de
violações de direitos e Moçambique não é excepção desse fenómeno.
Não é menos verdade que constantemente surgem novos danos, vícios tanto à pessoa
quanto ao seu património, facto que impõe ao jurista actual revisitar a problemática da
responsabilidade civil na busca do ressarcimento dos danos e restabelecimento do equilíbrio
moral ou patrimonial daqueles que foram lesados. Este interesse em recompor o equilíbrio
violado pelo dano é a fonte geradora da responsabilidade civil.
Se por um lado o consumidor na sua relação de consumo muitas das vezes vê os seus
direitos violados pelo fornecedor, pesa embora exista em Moçambique a Lei de Defesa do
Consumidor (Lei n.º 22/2009, de 28 de Setembro), e o Regulamento da Defesa do
Consumidor (Decreto n.º 27/2016 de 18 de Julho) pode-se levantar a seguinte pergunta de que
servirá de base orientadora desta pesquisa:
1.4 Justificativa
Este trabalho justifica-se uma vez que são várias as dificuldades encontradas pelo
Consumidor na sua relação de consumo pela sua vulnerabilidade para a reparação dos danos
causados pelos Fornecedores, pelos vícios existentes nos produtos ou serviços ou até mesmo
nos defeitos dos mesmos que acabam resultando em graves acidentes de consumo.
Assim, acredita-se que por meio deste trabalho se poderá trazer um grande contributo
para a sociedade, para comunidade académica bem como de incentivo para futuras pesquisas
em matérias do consumo na medida em que com o mesmo encontra-se bases para uma grande
reflexão sobre o instituto de responsabilidade civil dos fornecedores seja por danos ou vícios
de serviços.
3
1.5 Objectivo da Pesquisa
1.6 Hipóteses
H1: A Responsabilidade Civil regida pela Lei n.º 22/2009, de 28 de Setembro (Lei de defesa
do consumidor) é objectiva, ou seja, aquele que o Fornecedor tem o dever de repara o dano,
independentemente da existência de culpa;
4
H2: A Responsabilidade Civil também adotada pela Lei n.º 22/2009, de 28 de Setembro (Lei
de defesa do consumidor) é a subjectiva, ou seja, aquela que o Fornecedor tem o dever de
reparar o dano, somente se for comprovada a culpa ou o dolo do agente causador do dano
O segundo capítulo versa-se sobre os marcos metodológicos que serviram de base para
a realização deste trabalho.
5
CAPÍTULO I – REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Conceitualização
2.1.1 Consumidor
6
2.1.2 Fornecedor
Assim, fornecedor será todo aquele que oferta, oferece produtos e serviço no mercado
de consumo. Relativamente ao conceito de Fornecedor pode se perceber que segundo as
doutrina é considerado fornecedor toda pessoa física ou jurídica (enquadradas as de natureza
pública e privada, nacionais ou estrangeiras) que desenvolva actividade empresarial típica de
fornecedor com habitualidade.
Com estes dois conceitos fica clara a ideia que o termo ou conceito responsabilidade é
utilizada em qualquer situação na qual alguma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as
consequências de um ato, facto ou negócio danoso.
7
Relactivamente a responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa
a reparar o prejuízo causado a outra, por facto próprio, ou por facto de pessoas ou coisas que
dela dependam, como também se pode considerar como dever jurídico, em que se coloca a
pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de facto ou omissão, que lhe seja imputado,
para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são
impostas.
No que tange ao conceito de produto percebe-se segundo Nunes (ibidem) que este
conceito é universal nos dias actuais e está estreitamente ligado à ideia do bem, resultado da
produção no mercado de consumo das sociedades capitalistas contemporâneas. É vantajoso
seu uso, pois o conceito passa a valer no meio jurídico e já era usado por todos os demais
agentes do mercado (econômico, financeiro, de comunicação, etc.).
8
É, contudo, a partir do final dos anos noventa que a questão começa a ser tratada de
uma forma sistemática, com a aprovação de diplomas legais que visam directamente a
protecção dos consumidores. O direito do consumidor, em termos de terminologia, é a
expressão mais utilizada em Moçambique, em vez de direito do consumo. Na verdade, este
conjunto de princípios e regras do direito é destinado à protecção do consumidor, visa
disciplinar a produção e destino de bens, assim como a prestação de serviços.
9
O artigo 92 da uma positivação directa das normas sobre as relações de consumo,
sendo que a primeira preocupação do legislador aquando da criação das normas que protegem
o consumidor foi a de estabelecer um dever geral de protecção.
Assim, a fica clara a ideia que a incumbência do Estado repercute-se assim nas mais
diversas áreas do direito do consumo. Desde o apoio económico como institucional das
associações e cooperativas de consumo, mais ainda no dever de zelar pelo cumprimento da
presente Lei de defesa do Consumidor, nomeadamente com outras medidas legislativas que
promovam o efectivo cumprimento desses direitos.
O direito à formação e à educação e a informação em geral (artigos 8.º e 9.º da Lei n.º
22/2009, de 28 de Setembro Lei da defesa do consumidor) são outras das incumbências
prioritárias do Estado, no que se refere à protecção do consumidor.
10
a) Qualidade dos bens e serviços;
h) Participação, por via representativa, na definição legal ou administrativa dos seus direitos e
interesses;
Nas relações de consumo esta evidente que grande parte dos conflitos, tem como
causa a qualidade dos bens e serviços. Este direito aparece em primeiro lugar no elenco dos
direitos do consumidor consagrados na Lei n.º 22/2009, de 28 de Setembro (Lei de Defesa de
Consumidor) dada a especial importância que este direito assume nas relações de consumo.
11
A qualidade dos bens e serviços deve ficar assegurada volvido certo tempo após a sua
compra. No caso da compra de um bem móvel (uma máquina fotográfica, uma máquina de
lavar, uma bicicleta, etc.), o fornecedor deve garantir o seu bom estado pelo período de um
ano, podendo ser estabelecido prazo mais favorável por convenção das partes.
No que diz respeito à compra de bens imóveis (uma casa), por exemplo, após a
entrega do imóvel, o consumidor tem um prazo de garantia mínima de 5 anos (artigo. 6.º, n.º
3, do citado diploma), podendo, igualmente, ter um prazo de garantia maior, conforme o
acordado entre as partes. Caso o bem tenha algum problema e necessite de reparação durante
o período de garantia, este prazo fica suspenso pelo tempo em que decorrer a reparação,
recomeçando a contar a partir do fim da reparação.
Assim fica evidente que a questão da Lei de Defesa do Consumidor não funcionam de
forma automática, pois, apesar de se verificar a falta de conformidade do produto adquirido, o
consumidor só vai exercer os seus direitos se a falta de conformidade for imputada ao
fornecedor (o fornecedor deve entregar ao consumidor produtos que sejam conformes com o
contrato) e não por este (consumidor) deixar de cumprir com algumas recomendações
próprias do produto que adquiriu.
12
Por exemplo Moçambique vive praticamente da importação de bens alimentares e
fármacos para o consumo interno. As longas distâncias e o longo tempo entre o fabrico,
transporte, análise de qualidade, distribuição e comercialização, podem se revelar
inadequados para o consumo, na medida em que os mesmos, nas diferentes fases do seu
percurso até ao consumidor, se sujeitam a diversas condições de conservação que podem pôr
em causa a saúde e segurança física do consumidor.
Com efeito, o fornecedor desses bens deve prestar toda a informação necessária sobre
os produtos adquiridos, tais como o prazo de validade, o modo de uso e as possíveis reacções
resultantes de misturas com outros produtos, entre outras , pois, resulta que o fornecedor tem
a obrigação de comunicar de forma clara e adequada, antes da celebração do contrato, os
riscos de utilização normal dos bens.
13
um dever cominado pelo direito. Fica desta forma evidenciado que a responsabilidade civil é
um instituto que visa a reparação do dano causado a outrem.
Assim, fica evidente que do artigo lido há dois factores que quando se verificam
geram não obstante o dever de indemnizar, nomeadamente a atuação culposa do autor da
lesão ou pelo risco da sua actividade. Assim, há o que se pode denominar responsabilidade
civil subjectiva e responsabilidade civil objectiva. Na responsabilidade civil objectiva se e a
que tem culpa o elemento basilar par a sua arguição, quando dela resulta um prejuízo e
associa-se a este elemento dano e o nexo de causalidade.
Chegados a este ponto podemos afirmar que a responsabilidade civil nas relações de
consumo possui uma dupla função na esfera jurídica do lesado sendo que por um lado atribui
14
segurança jurídica ao lesado e por outro lado, constitui-se uma sanção civil de natureza
compensatória.
Todos os actos ilícitos são aqueles que contrariam as normas do ordenamento jurídico
lesando deste modo o direito objectivo de alguém. Diante dessa situação faz nascer à
obrigação de reparar o dano e que é imposto pelo ordenamento jurídico.
Tendo como base o artigo 483 do Código Civil Moçambicano conceitua o estabelece
que há “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete acto ilícito” assim
estamos diante de um acto ilícito.
Dano
Nexo de Casualidade
Neste ponto fica evidente que devera a acção capaz de originar indeminização é o acto
humano, voluntario, implantável sendo que se inclui também os actos praticados por
negligência e imprudência e omissos do agente quando o dever de agir e este falha em praticar
o acto que lhe foi incutida.
15
2.7.2 Dano
Face ao exposto fica clara a ideia que para que o dano seja indemnizável é necessário
a existência da violação de um interesse jurídico patrimonial assim como extrapatrimonial de
uma pessoa seja ela física ou jurídica.
16
No que se refere ao dolo entende-se, em síntese, a conduta intencional, na qual o
agente actua conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado antijurídico ou
assume o risco de produzi-lo.
Diversas teorias surgiram para tentar explicar o nexo de causalidade, dentre essas
teorias é importante citar as três principais delas, quais sejam: da causalidade adequada; teoria
dos danos diretos e imediatos e a teoria da equivalência dos antecedentes.
17
crime, somente é imputável, a quem lhe deu causa. Considera-se a causa a ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
18
CAPITULO II –: METODOLOGIA DO ESTUDO
A fase de interrogação foi sem dúvida o ponto por onde começou o tema da
investigação, cuja escolha teve origem durante a licenciatura, aquando da leitura sobre o
assunto e a troca de ideias com as mulheres privadas de sua liberdade. Assim, nos pontos a
seguir nos pontos abaixo iremos apresentar os métodos de abordagens utilizados, os métodos
de procedimentos, as técnicas de recolha de dados, a amostra da pesquisa entre outros pontos.
Tendo como base de fundo o problema deste trabalho, o método que melhor responde
a esse fenómeno analisado é o método de abordagem indutiva, pois a pesquisador deste
trabalho teve um contacto directo com alguns casos particulares e desses casos pretendemos
obter uma conclusão geral.
Com base no método de abordagem indutivo permitiu-nos ter uma maior aproximação
aos fenómenos do acesso aos direitos fundamentais da pessoa idosa. Este método de
abordagem torna a análise eficaz uma vez partindo de uma indução incompleta de alguns
casos ou mesmo de um caso se poderá tornar possível concluir que há semelhanças com os
outros casos estudados, assim se generalizar a partir do particular (GERHARD, 2009, p.68).
19
3.3 Quanto as Técnicas de Recolha de Dados
Para a realização deste trabalho a população do estudo foi constituída por 60 citadinos
da cidade de Maputo. Sendo essa trabalho uma pesquisa exploratório de caracter qualitativo,
aplicamos a amostragem não probabilística uma vez que não tem como preocupação o rigor
estatístico aliado a amostragem intencional que conste numa escolha intencional de número
de actores em função da sua relevância.
20
3.5 Limitações
21
CAPITULO III- ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Assim dos dados obtidos pode-se perceber como mostra o gráfico 1 que de um total
de 60 participantes 60% são do género feminino e 40% são do género masculino.
Relativamente idade dos participantes 30% dos inquiridos tem uma idade entre 18 - 25 anos
de idade, 55% deles tem uma idade no intervalo entre 26-35 anos de idade e apenas 15% tem
uma idade acima de 36 anos de idade.
.
Fonte: Dados colhidos pelo pesquisador na Cidade de Maputo e Matola entre os
meses de Fevereiro e Março de 2021
Tendo ainda como base os objectivos deste trabalho achou-se relevante saber sobre o
nível ou grau formação dos participantes, pois com essa informação poderá permitir perceber
22
o nível do conhecimento dos seus deveres como consumidores. Assim os dados do gráfico 1
revelam que 75% deles tem o nível médio geral e 25% nível superior
Face a estas três questões os dados revelam dos 60 inquiridos 40% afirmaram não
terem nenhum conhecimento sobre a existência da referida Lei, e os restantes 60% tem o
conhecimento pesa embora não tenha domínio da de mesma. Sobre o Regulamento da defesa
do consumidor 80% afirmam não terem nenhum conhecimento sobre a existência do referido
Regulamento e os restantes 20% tem o conhecimento algum conhecimento. Quanto a questão
da Associação defesa dos consumidos 70% afirmam não terem nenhum conhecimento e
apenas 30% tem o conhecimento conforme pode-se verificar no gráfico 2
70%
Associação de Defesa do Consumidor
30%
80%
Regulamento da Defesa do Consumidor
20%
40%
Lei de Defesa do Consumidor
60%
Fonte: Dados colhidos pelo pesquisador na Cidade de Maputo e Matola entre os meses
de Fevereiro e Março de 2021
23
Com esse dados pode-se também observar a forte indignação por parte deles com a referida
associação pois segundo eles os representantes desta só sabem tecer comentários em debates e
entrevistas sobre a defesa do consumidor e nada fazem na prática para garantir a efectiva
protecção do consumidor que na maioria das vezes se encontra em situação de
vulnerabilidade.
24
Finalmente, após esta abordagem, os inquiridos pontuaram interesse pela informação a
respeito da lei da defesa do consumidor e ainda, no caso de serem lesados pelo fornecedor
pretendem fazer jus a seus direitos junto ao Associação de defesa do consumidor e demais
órgãos competentes.
25
deveria submeter as respetivas queixa não o fazem deixando desta forma os infratores
impunes.
Assim após a análise dos mesmos pontos podemos concluir que a Lei n.º 22/2009, de
28 de Setembro – Lei da defesa do consumidor na perspetiva dos inquiridos num total de 90%
não é eficaz e apenas 10% considera eficaz como se pode observar no gráfico 5.
Fonte: Fonte: Dados colhidos pelo pesquisador na Cidade de Maputo entre os meses de
Fevereiro e Março de 2021
Dos dados analisados alguns pontos foram deixados pelos consumidores como
fundamentais nas relações de consumo que possam tornar uma lei eficaz sendo que passamos
a citar:
26
Lei n.º 22/2009, de 28 de Setembro – Lei da defesa do consumidor não é do acesso de todos
consumidores pois não há nenhuma divulgação de perspetiva lei nos meios de Comunicação;
27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 Conclusão
Chegados a este ponto deste trabalho cujo objectivo foi analisar problemática
responsabilidade civil do fornecedor nas relações de consumo em Moçambique pode-se
perceber que o consumidor por muito tempo, quando sofria algum dano decorrente da relação
de consumo, era amparado pela regra geral da responsabilidade civil, ou seja, pela
responsabilidade subjetiva, em que se adota a teoria da culpa. Essa responsabilidade prévia
que a parte que sofresse algum dano deveria demonstrar a culpa do responsável, tal regra é a
adotada pelo Código Civil vigente.
Com este trabalho fica ainda evidente que a culpa deixa de ser o elemento principal
para que o fornecedor indenize o consumidor, bastando, para tal obrigação ser exigida, apenas
a necessidade da demonstração do nexo causal existente entre aquele que forneceu o bem ou
serviço e aquele que o comprou ou o contratou.
Todavia com os resultados deste trabalho ficou ainda claro que os pressupostos da
responsabilidade civil objectiva do fornecedor, de acordo com a doutrina majoritária são o
defeito do produto que ocorre quando, adquirido no mercado de consumo, não ofereça ao
consumidor a segurança que este espere; o nexo de causalidade que é entendido como a
relação que vincula o defeito do produto ao dano que o consumidor venha a sofrer, desde que
o dano seja material ou moral.
Por meio desse trabalho pode-se verificar que os fornecedores não sua maioria não são
responsabilizados em caso de danos ou vícios de bens ou serviços pois muitos dos
consumidores desconhecem os meios jurídicos que garante a protecção os seus direitos.
28
Face a estas situações há uma certa necessidade do legislador moçambicano
estabelecer meios de divulgação das respetivas leis para que se possa equilibrar as relações de
consumo.
Assim, se pode concluir que é necessário que haja maior compreensão acerca da
consciência nas relações de consumo por parte de todos intervenientes nesta relação de
consumo (Consumidores, Fornecedores) tendo em vista que a Lei n.º 22/2009, de 28 de
Setembro - Lei de Defesa do Consumidor faz menção a responsabilização dos fornecedores
em caso de danos ou vícios dos bens e serviços.
29
5.2 Recomendações
30
6.Referencia Bibliográficas
Legislação Nacional:
Obras de Referência:
AMARAL, L..(2010) Teoria Geral do direito do consumidor. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais,
CHIZZOTTI, A. (2008) Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, 9.Ed. São Paulo. 2008
FERNANDES, F.; LUFT, C. P.; GUIMARÃES, F. M.. (1989) Dicionário brasileiro Globo/
Francisco Fernandes, Celso Pedro Luft, F. Marques Guimarães. – 12. ed. – São Paulo:
Globo,
FILOMENO, José Geraldo Brito (1991). Manual de direitos do consumidor. São Paulo,
Atlas, 1991.
NUNES, Luis Antônio Rizzato. (2014) Curso de Direito do Consumidor. São Paulo: Saraiva.
31
RAÚL Carlos de Freitas Rodrigues “(2009).O Consumidor no Direito Angolano” Instituto de
Cooperação entre a FDUL e FDUAN. Almedina, Lisboa
ROSA, Josimar dos Santos (1995). Relações de Consumo: A defesa dos interesses de
consumidores e fornecedores. la Edição. São Paulo. Editora Atlas S.A.
STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudência. 7 ed.. São Paulo
Editora Revista dos Tribunais, 2007.
32
Anexo I - Inquérito
1. Idade
18 a 30 …………
30 a 47………….
2. Género
3. Habilitações Literárias
Nível Fundamental…………….
Curso Médio…………………...
Sim…………..
Não ………....
Sim……….
Não ………….
Sim………..
33
Não ………..
Sim………
Não……..
Consumidor?
Sim…………
Não………..
Ás vezes……
Sim …………
Não ……………..
Raramente …………..
Sim…………
Não…………
Sim……..
Não …….
34
Nunca ouvi falar …………
Fornecedor…………….
Ministério da Justiça…………..
12. Em sua opinião, o Lei de Defesa do Consumidor trouxe benefícios somente para o
consumidor?
Sim ……..
Não……….
13. Após, se informar a respeito da Lei de defesa, caso se sinta lesado pelo fornecedor,
pretende fazer jus a seus direitos, junto ao Associação de defesa do consumidor (ADECOM)?
35
36