You are on page 1of 640

EB70-CI-11.

457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume I -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume I -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

PORTARIA Nº 063- COTER/C Ex, DE 14 DE JUNHO DE 2021.


EB: 64322 006902/2021-32

Aprova o Caderno de Instrução Pelotão


de Cavalaria Mecanizado - Volumes I, II
e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, 2021,
2021, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atri-


buição que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do
Comando de Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria
do Comandante do Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo
com o que estabelece os Art. 5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as
Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela
Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de dezembro de 2011,
e alteradas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1.266, de 11 de
dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Pelotão de Ca-


valaria Mecanizado - Volumes I, II e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, que
com esta baixa.

Art. 2º Fica revogado o Caderno de Instrução C 2-36/1 O Pelotão


de Cavalaria Mecanizado, 1ª Edição, aprovado pela Port nº 69 – EME, de
21 de Outubro de 1977, publicada no BE Nº 46/1977.

Art. 3º Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir


de 1º de julho de 2021.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 25, de 25 de junho de 2021)


EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Volume I
Pag
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. Finalidade............................................................................................. 1-1
1.2. Considerações Iniciais.......................................................................... 1-1
1.3 A Cavalaria Mecanizada ...................................................................... 1-2

CAPÍTULO II – O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO


2.1 Considerações Gerais.......................................................................... 2-1
2.2 Conceito de Emprego........................................................................... 2-1
2.3 Capacidade Operativa, Atividades e Tarefas........................................ 2-2
2.4 Características do Pel C Mec............................................................... 2-2
2.5 Dados Médios de Planejamento .......................................................... 2-4
2.6 Fatores que limitam o emprego do Pel C Mec...................................... 2-4
2.7 Estrutura Organizacional ..................................................................... 2-6

CAPÍTULO III – COMANDO E CONTROLE


3.1 Considerações Gerais.......................................................................... 3-1
3.2 Comando e Controle............................................................................ 3-1
3.3 O Comando do Pel C Mec.................................................................... 3-2
3.4 O Comandante do Pel C Mec............................................................... 3-2
3.5 Trabalho de Comando.......................................................................... 3-4
3.6 Medidas de Coordenação e Controle................................................... 3-31
3.7 Comunicações no Pel C Mec............................................................... 3-40

CAPÍTULO IV – OPERAÇÕES OFENSIVAS


4.1 Considerações Gerais.......................................................................... 4-1
4.2 Formações de Combate....................................................................... 4-2
4.3 O Pel C Mec na Marcha para o Combate............................................. 4-5
4.4 O Pel C Mec no Reconhecimento em Força (Rec F)........................... 4-7
EB70-CI-11.457

4.5 O Pel C Mec no Ataque (Atq)............................................................... 4-6


4.6 O Pel C Mec no Aproveitamento do Êxito (Apvt Exi)........................... 4-33
4.7 O Pel C Mec na Perseguição (Prsg).................................................... 4-33
4.8 O Pel C Mec no Ataque Noturno (Atq Not).......................................... 4-34
4.9 Outras Operações Ofensivas............................................................... 4-41

CAPÍTULO V – OPERAÇÕES DEFENSIVAS


5.1 Considerações Gerais.......................................................................... 5-1
5.2 O Pel C Mec e as Operações Defensivas............................................ 5-1
5.3 Defesa em Posição.............................................................................. 5-2
5.4 A Defesa de Área.................................................................................. 5-2
5.5 A Defesa Móvel..................................................................................... 5-17
5-6 Os Movimentos Retrógrados............................................................... 5-18
5-7 Ação Retardadora............................................................................... 5-19
5-8 Retraimento......................................................................................... 5-28
5-9 Retirada............................................................................................... 5-34
5-10 Táticas e Técnicas Especiais na Defensiva..................................... 5-34

CAPÍTULO VI – OPERAÇÕES DE COORDENAÇÃO E COOPERAÇÃO


COM AGÊNCIAS
6.1 Considerações Gerais.......................................................................... 6-1
6.2 As Operações de Coordenação e Cooperação com Agências............. 6-1
6.3 O Pel C Mec nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem ............ 6-4

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume II
Pag

CAPÍTULO VII – OPERAÇÕES COMPLEMENTARES


7.1 Considerações Gerais.......................................................................... 7-1

7.2 A Operação Segurança ..................................................................... 7-1


7.3 O Reconhecimento – TTP das Operações de Segurança ................. 7-46
EB70-CI-11.457
7.4 Operação Complementar - Operação em Áreas Edificadas ............... 7-123

CAPÍTULO VIII – AÇÕES COMUNS A TODAS AS OPERAÇÕES


8.1 Considerações Gerais.......................................................................... 8-1
8.2 Ações Comuns de Reconhecimento, Vigilância e Segurança.............. 8-1

CAPÍTULO IX – FOGOS
9.1 Considerações Gerais.......................................................................... 9-1
9.2 Meios de Apoio de Fogo Disponíveis .................................................. 9-3
9.3 Planejamento do Apoio de Fogo .......................................................... 9-11

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume III
Pag

CAPÍTULO X – LOGÍSTICA
10.1 Considerações Gerais........................................................................ 10-1
10.2 Organização da Logística no Esqd C Mec de RC Mec....................... 10-2
10.3 A Logística no Pel C Mec.................................................................... 10-5

CAPÍTULO XI – PROTEÇÃO
11.1 Considerações Gerais........................................................................ 11-1
11.2 O Pel C Mec e a Função de Combate Proteção................................. 11-1
11.3 Atividades de Proteção....................................................................... 11-2

ANEXOS
ANEXO A - TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE COMBATE
COMUNS ÀS OPERAÇÕES DO PEL C MEC
A.1 Posições de Combate........................................................................... A-1
A.2 Ocupação de Zona de Reunião............................................................. A-17
A.3 Ações Contra-Ataque Aéreo - Pel C Mec em Deslocamento.............. A-23
A.4 Ações Contra Fogos Indiretos.............................................................. A-26
EB70-CI-11.457
A.5 Níveis de Prontidão............................................................................... A-30
A.6 Identificação de Viaturas Inimigas....................................................... A-32

ANEXO B - PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE


FOGO AMIGO
B.1 Considerações Gerais.......................................................................... B-1
B.2 Definições............................................................................................. B-1
B.3 Causas do Fratricídio e do Fogo Amigo............................................... B-2
B.4 Os Efeitos do Fratricídio e do Fogo Amigo........................................... B-6
B.5 Princípios e Procedimentos de Prevenção de Incidentes de Fratricí-
dio e de Fogo Amigo................................................................................... B-7
B.6 O Treinamento do Pel C Mec para a redução do Fratricídio e do Fo-
go Amigo..................................................................................................... B-36

ANEXO C - OPERAÇÕES CONTINUADAS


C.1 Considerações Gerais.......................................................................... C-1
C.2 Efeitos do Combate Continuado sobre a Tropa................................... C-1
C.3 Aspectos a Considerar no Planejamento e Preparação do Pel C Mec
para o Combate Continuado........................................................................ C-4
C.4 Segurança............................................................................................ C-8
C.5 Aspectos das Operações sob Condições de Visibilidade Limitadas no
Combate Continuado.................................................................................. C-9
C.6 Controle da Fadiga e do Estresse Operacional.................................... C-10

ANEXO D - INFORMES OPERACIONAIS


D.1 Considerações Gerais.......................................................................... D-1
D.2 Padronização dos Informes Operacionais........................................... D-1

ANEXO E - DISPOSITIVOS EXPLOSIVOS IMPROVISADOS


E.1 Considerações Gerais.......................................................................... E-1
E.2 Identificação e Características dos DEI............................................... E-1
E.3 Explorando os DEI................................................................................ E-7
E.4 Princípios do Combate Contra os DEI.................................................. E-11
E.5 Ações Imediatas................................................................................... E-12
E.6 Combate Contra Veículos DEI.............................................................. E-14

REFERÊNCIAS
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE
1.1.1 Este Caderno de Instrução (CI) destina-se a estabelecer os fundamentos
doutrinários para o preparo e emprego do Pelotão de Cavalaria Mecanizado (Pel
C Mec), orgânico dos Esquadrões de Cavalaria Mecanizados (Esqd C Mec) dos
Regimentos de Cavalaria Mecanizados (RC Mec) e das Brigadas (Bda Inf Bld,
Bda C Bld, Bda Inf Mec, Bda Inf Mtz e outras).
1.1.2 Além da doutrina básica, os conceitos e as táticas, técnicas e procedi-
mentos (TTP) que orientam o planejamento, a execução, a coordenação e a
sincronização das operações conduzidas pelo Pel C Mec e, a forma como ele se
insere no contexto das Operações da Força Terrestre do Exército Brasileiro, nas
situações de guerra e de não guerra.

1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


1.2.1 Este Caderno de Instrução aborda aspectos da doutrina de emprego e da
estrutura organizacional das Bda C Mec, RC Mec e Esqd C Mec. Para mais in-
formações sobre a doutrina de emprego daquelas OM da Cavalaria, deverão ser
consultados os seus manuais de campanha.
1.2.2 As normas e regras contidas neste CI devem ser entendidas como um
guia, sem, contudo, restringir a flexibilidade dos planejamentos. Em combate,
cada caso deve ser resolvido por meio de um adequado exame de situação e da
aplicação da doutrina vigente, coerente com cada situação tática.
1.2.3 A doutrina de emprego abordada nesse CI considera o Pel C Mec organi-
zado com a sua estrutura organizacional padrão, seu Quadro de Organização
(QO), composta pelo Grupo de Comando (Gp Cmdo), Grupo de Exploradores
(GE), Seção de Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria/Viaturas Blindadas
de Reconhecimento (Seç VBC Cav/VBR), Grupo de Combate (GC) e Peça de
Apoio (Pç Ap). O emprego das frações do Pel C Mec compondo pelotões provi-
sórios de exploradores, de fuzileiros e de VBC Cav/VBR e seções provisórias de
morteiros médios não será abordado neste CI.
1.2.4 A estrutura padrão do Pel C Mec (Gp Cmdo, GE, Seç VBC Cav/VBR, GC e
Pç Ap) é, em princípio, a organização mais adequada para o emprego dos pelo-
tões de um Esqd C Mec no início das operações, nas situações táticas em que
se desconheça a situação do inimigo e o terreno não imponha uma reorganiza-
ção dos pelotões (ou dos Esqd C Mec de um RC Mec) ou naquelas operações
em que essa estrutura seja, normalmente, a mais indicada, como nas ações de
1-1
EB70-CI-11.457
reconhecimento, na flancoguarda e na vigilância.
1.2.5 A estrutura organizacional padrão adotada para os Pel C Mec é a estru-
tura que possibilita uma maior flexibilidade nas operações do esquadrão e do
regimento, mas é, também, a estrutura mais complexa, pois exige que os Cmt
pelotão exerçam o comando e controle de 5 frações de natureza diferente, além
de obrigá-los a planejar e integrar a manobra com o apoio de fogo e a controlar
a logística do pelotão (diferente para cada fração).
1.2.6 Por ser a estrutura organizacional mais complexa e a que permite maior
flexibilidade, é a estrutura adotada desde o tempo de paz para a instrução e
para o adestramento. Essa organização (com 5 frações diferentes) é a que per-
mite um melhor adestramento dos oficiais e praças nesse contexto complexo de
instrução, adestramento e emprego de frações diferentes, possibilitando assim,
um melhor conhecimento doutrinário sobre o emprego de todas essas fações (o
que facilitará o comando de pelotões provisórios de qualquer natureza por esses
oficiais), um maior desenvolvimento da iniciativa e da liderança, fundamentais
para o combate em que poderão vir a ser empregados.
1.2.7 As estruturas provisórias de subunidades e pelotões são ferramentas im-
portantes e fundamentais para o emprego operacional da Cavalaria Mecanizada.
Apesar de não serem abordadas neste CI, é o entendimento que as estruturas
provisórias são uma forma de organização doutrinária e uma característica da
Cavalaria Mecanizada. Essa flexibilidade organizacional poderá ser a chave do
sucesso um RC Mec ou Esqd C Mec em operações. O emprego dessas estru-
turas provisórias poderá ocorrer durante toda a operação, ou missão, ou em
partes, ou fases destas. A execução de um detalhado estudo de situação e a ex-
periência dos Cmt RC Mec e Esqd C Mec poderão indicar a adoção de estruturas
provisórias para o RC Mec e o Esqd C Mec.
1.2.8 Em situações muito especiais e particulares, a adoção de estruturas provi-
sórias poderá ser realizada até o nível pelotão. Um Pel C Mec poderá receber,
provisoriamente, em reforço, uma determinada fração de outro pelotão de sua
SU, ou ceder parte de suas frações para outros pelotões.
1.2.9 As estruturas provisórias são uma possibilidade para enfrentar determina-
das situações do combate. Como o próprio nome diz, adotadas para cada situa-
ção tática, retornando, ao final da mesma, à estrutura padrão do QO.

1.3 A CAVALARIA MECANIZADA


1.3.1 A Cavalaria Mecanizada é representada pela Brigada de Cavalaria Meca-
nizada (Bda C Mec), pelos Regimentos de Cavalaria Mecanizados (RC Mec) e
pelos Esquadrões de Cavalaria Mecanizados (Esqd C Mec). Ela cumpre mis-
sões que exigem grande mobilidade e relativa potência de fogo, podendo atuar
em largas frentes e grandes profundidades, sendo extremamente apta a realizar

1-2
EB70-CI-11.457
operações de segurança. Como elemento de economia de meios, realiza tam-
bém operações ofensivas e defensivas.

Fig 1 - Pel C Mec em deslocamento

1.3.2 Na doutrina o reconhecimento não é mais uma operação. Ele é uma ação
(ou missão) parte da Operação Complementar de Segurança, quando realizado
por tropas especializadas (C Mec e outras) em proveito do planejamento e das
operações do escalão superior, por determinação deste. O Rec pode também
ser uma Ação Comum a todas as Operações quando realizado em proveito do
planejamento e das operações da própria OM que o conduz e determina a sua
execução. Essa ação de reconhecimento é realizada por todas as OM presentes
num teatro de operações ou em situações de não guerra.
1.3.3 A Bda C Mec e os RC Mec não realizam ações de reconhecimento. So-
mente em situações muito particulares e pontuais, um RC Mec poderá executar
uma ação de Rec, parte de uma Op Cmpl Seg. O reconhecimento é atualmente
um conjunto de técnicas, táticas e procedimentos (TTP) a ser empregado pelos
esquadrões e pelotões do RC Mec (e Esqd C Mec de Brigada), no âmbito das
operações complementares de segurança, operações ofensivas ou defensivas.
Durante a execução dessas operações, os Esqd C Mec e Pel C Mec do RC Mec
poderão executar as TTP de Rec.
1.3.4 O correto entendimento dessas definições será fundamental para a com-

1-3
EB70-CI-11.457
preensão da missão, da organização e do equipamento a ser utilizado pelas tro-
pas de Cavalaria Mecanizada, particularmente o Pel C Mec, além de balizarem
a sua instrução, adestramento e emprego em combate ou nas situações de não
guerra.
1.3.5 FATORES DECISIVOS PARA O EMPREGO OPERACIONAL E PARA O
SUCESSO
- São fatores decisivos para o emprego operacional e para o sucesso do Pel C
Mec em suas operações:
a) o desenvolvimento do espírito ofensivo;
b) a importância da conquista e manutenção da iniciativa em todas as situa-
ções;
c) a rapidez na concepção e na execução de suas ações táticas;
d) a iniciativa dos Cmt das frações subordinados e demais integrantes do pe-
lotão;
e) a flexibilidade para alterar atitudes, missões e constituição do pelotão em
função de mudanças na situação tática;
f) a sincronização das ações no tempo, no espaço e na finalidade; e
g) a liderança e a capacidade dos comandantes, em todos os níveis, para de-
cidirem rapidamente.

1-4
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO II
O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


- O Pelotão de Cavalaria Mecanizado (Pel C Mec) é uma fração orgânica dos
Esquadrões de Cavalaria Mecanizados (Esqd C Mec). Cada Esqd C Mec é orga-
nizado com 3 Pel C Mec (estrutura padrão).

2.2 CONCEITO DE EMPREGO


2.2.1 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado (Pel C Mec) é uma tropa blindada do
tipo média, que emprega viaturas blindadas sobre rodas que lhe conferem boa
mobilidade em estradas e em terrenos secos, elevados e limpos; grande potên-
cia de fogo; relativa proteção blindada e ação de choque. Possui um sistema de
comunicações amplo e flexível e uma grande flexibilidade organizacional.
2.2.2 O Pelotão (Pel) é uma tropa instruída, adestrada e equipada para realizar,
prioritariamente, Op Cmpl de Segurança. No contexto dessa operação, poderá
realizar ações de reconhecimento, enquadrado em seu Esqd C Mec, durante
toda a operação de segurança de seu RC Mec (ou Esqd C Mec de Brigada) ou
em parte desta. Também, no contexto dessa Op Cmpl Seg, ou como elemento de
economia de meios do escalão superior, poderá participar de Operações (Op)
Ofensivas (Of) e Defensivas (Def) conduzidas pelo seu RC Mec ou Esqd C Mec.
2.2.3 O Pel é apto a participar de operações continuadas, sob condições meteo-
rológicas adversas, com visibilidade reduzida, em variados terrenos e em áreas
humanizadas e edificadas. O Pel poderá integrar forças que realizam operações
ofensivas de alta mobilidade como o envolvimento, desbordamento, aproveita-
mento do êxito e a perseguição ou Op Def, onde deverá ser empregado, prefe-
rencialmente, nas forças de segurança e na ação retardadora dos movimentos
retrógrados.
2.2.4 O Esqd C Mec (de um RC Mec ou de uma Brigada) é a Subunidade (SU)
tática de emprego da Cavalaria Mecanizada (Cav Mec), sendo a menor fração
da Cav Mec a reforçar ou integrar outra Unidade (U). O Pel não deve receber a
missão de integrar ou reforçar outra tropa que não seja de Cav Mec.
2.2.5 O Pel C Mec deverá ser empregado em campanha enquadrado no seu
Esqd C Mec, seja com sua estrutura padrão (Gp Cmdo, GE, Seç VBC Cav/
VBR, GC e Pç Ap), seja descentralizando suas frações para integrarem pelotões
provisórios de Exp, VBC Cav/VBR e Fuz, ou seções provisórias de morteiros
médios de seu esquadrão, ou integrando esquadrões provisórios (de Exp, VBC
Cav/VBR, Fuz), ou pelotões provisórios (Mrt Me) organizados pelo seu RC Mec.
2-1
EB70-CI-11.457

Fig 2 - O Pelotão de Cavalaria Mecanizado

2.3 CAPACIDADE OPERATIVA, ATIVIDADES E TAREFAS


2.3.1 O Pel C Mec como fração integrante do RC Mec e do Esqd C Mec de Briga-
da, contribui para as capacidades operativas dessas OM, de acordo com as suas
possibilidades e características de sua estrutura organizacional.
2.3.2 Como integrante das citadas OM, participa de atividades e tarefas por elas
realizadas, dentro das possibilidades e das missões atribuídas às suas frações.

2.4 CARACTERÍSTICAS DO PEL C MEC


2.4.1 MOBILIDADE
2.4.1.1 A mobilidade do pelotão é proporcionada pelas viaturas blindadas das
suas frações subordinadas, cujas características técnicas permitem o desloca-
mento em alta velocidade em estrada e um bom rendimento no deslocamento
através campo (em terreno elevado, seco e limpo), boa capacidade de transpo-
sição de obstáculos e elevado raio de ação.
2.4.1.2 Mobilidade é, também, a sua capacidade para se deslocar com rapidez,
engajar-se e desengajar-se, intervir sobre pontos afastados da frente de com-
bate em função de seu grande raio de ação e transpor terrenos variados, de dia
ou à noite, sob quaisquer condições meteorológicas com grande fluidez, o que
lhe permite realizar manobras rápidas e flexíveis em terreno diversificado, bem
como obter, no mais alto grau, os efeitos da surpresa.
2.4.2 POTÊNCIA DE FOGO
2.4.2.1 A potência de fogo do pelotão é assegurada pelo seu armamento orgâni-
co, que o habilita a executar fogos diretos e indiretos, utilizando-se de seus ca-
nhões, morteiro médio, lança-granadas, metralhadoras e lança-rojões AC, além
das armas de dotação individual de seus integrantes.

2-2
EB70-CI-11.457
2.4.2.2 A potência de fogo do Pel C Mec é, também, proporcionada pela varieda-
de e pelo calibre do seu armamento (leve, médio e pesado) e pela capacidade de
estocagem de munição nas próprias viaturas, conjugadas com o apoio de fogo
orgânico ou em apoio ao seu escalão superior. ­
2.4.3 PROTEÇÃO BLINDADA
- É proporcionada pela blindagem das viaturas. Ela protege as guarnições contra
os fogos de armas leves e estilhaços de granadas de Mrt e Art, possibilitando
realizar o combate embarcado (situações táticas em que o inimigo não disponha
de armamento anticarro), com razoável grau de segurança às guarnições.
2.4.4 AÇÃO DE CHOQUE
- A ação de choque do pelotão é resultante do aproveitamento simultâneo de
suas características de mobilidade, potência de fogo e proteção blindada, provo-
cando grande impacto e, normalmente, surpresa, ao inimigo.
2.4.5 SISTEMA DE COMUNICAÇÕES AMPLO E FLEXÍVEL
- O pelotão é dotado com variados meios de comunicações, os quais lhe assegu-
ram ligações rápidas e seguras com o seu Cmt Esqd C Mec (ou SU provisória) e
com os Cmt frações subordinadas do pelotão.
2.4.6 FLEXIBILIDADE ORGANIZACIONAL
2.4.6.1 Em decorrência da combinação das características básicas, resultam em
propriedades gerais que definem o emprego das OM de Cavalaria: flexibilidade;
capacidade de manobra; capacidade de combate; capacidade de durar na ação;
capacidade de se informar e de se cobrir; e aptidão dos seus quadros.
2.4.6.2 A flexibilidade é o produto da mobilidade e do sistema de comunicações,
somado à estrutura organizacional, o que permite que as OM sejam organizadas
de forma adequada para o cumprimento de uma missão específica. Possibilita a
mudança da organização para o combate, a fim de atender às diferentes demandas
de uma operação, adaptando-se às possíveis variações de situação.
2.4.6.3 A flexibilidade é uma característica marcante do Pel C Mec. Sua estrutura
organizacional versátil permite à sua SU organizar outros pelotões provisórios,
reunindo suas frações subordinadas a outras de mesmo tipo ou não, de acordo
com a situação tática e a missão recebida.
2.4.6.4 Essa característica permite que o RC Mec seja organizado em Esqd C
Mec ou em Esquadrões Provisórios (Exp, Fuz Bld, VBC Cav/VBR e Mrt Me) e
que os seus Esqd C Mec (ou Esqd C Mec /Bda) sejam organizados em Pel C
Mec ou em Pelotões Provisórios (Exp, Fuz Bld, VBC Cav/VBR e Mrt Me).
2.4.6.5 A adoção dessas organizações básicas ou provisórias será fruto de um
estudo de situação detalhado pelo Cmt SU a que o pelotão estiver subordinado,

2-3
EB70-CI-11.457
que adotará a composição mais adequada a cada situação.

2.5 DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO


2.5.1 Dados como distância, velocidade, dimensão de uma área, frente a ocupar,
capacidade de operação etc, serão sempre definidos por um detalhado estudo
de situação do Cmt Pel C Mec (e de seu Cmt Esqd), onde a missão a cumprir, o
terreno onde a missão deverá ser executada, o provável inimigo, os meios dis-
poníveis ou existentes, a intenção do seu comandante enquadrante e o tempo
disponível para a execução da missão serão os fatores preponderantes.
2.5.2 Para fins de instrução, ou para o início do planejamento da operação, ou
missão do pelotão, deverão ser utilizados os dados citados a seguir.
2.5.3 A situação tática, o terreno, a missão recebida e além de outros fatores
poderão alterá-los. O estudo de situação do comandante, para cada caso, é que
definirá os dados a serem utilizados.
2.5.4 PRINCIPAIS DADOS MÉDIOS DE UM PEL C MEC
2.5.4.1 Frentes
a) Ofensiva - frente para o ataque: 0,2 a 0,4 Km.
b) Defensiva - frente a defender: 0,7 Km.
c) Retardamento - frente a retardar: 2 Km.
d) Vigilância - frente a vigiar: 32 Km.
e) Reconhecimento - frente a Rec: 4 Km. Eixos a Rec: 1 (um).
2.5.4.2 Velocidade média de reconhecimento sem Ctt Ini
a) Diu: 15 Km/h (Eixo) e 8 a 12 Km/h (Zona e Área).
b) Not - sem Ctt Ini: 8 Km/h (Eixo) e 4 a 6 Km/h (Zona e Área).
2.5.4.3 Marchas
a) Vel média de deslocamento em estradas: 40 Km/h (Diu) e 24 Km/h (Not).
b) Vel média de deslocamento através campo: 12 Km/h (Diu) e 5 Km/h (Not).

2.6. FATORES QUE LIMITAM O EMPREGO DO PEL C MEC


2.6.1 PRINCIPAIS LIMITAÇÕES
- O Pel C Mec incorpora as limitações próprias das tropas mecanizadas e dos
equipamentos que emprega, sendo as suas principais limitações:

2-4
EB70-CI-11.457
2.6.1.1 vulnerabilidade aos ataques aéreos e sensibilidade ao emprego de arma-
mento anticarro, minas AC e aos obstáculos naturais e artificiais;
2.6.1.2 mobilidade limitada fora de estrada, principalmente em terrenos baixos,
úmidos, montanhosos, arenosos, pedregosos, matosos, pantanosos, outros ter-
renos acidentados e áreas construídas;
2.6.1.3 capacidade de transposição de curso de água reduzida, em função das
características anfíbias das viaturas de que é dotado (em princípio só as VBTP);
2.6.1.4 sensibilidade às condições meteorológicas adversas, que reduzem a sua
mobilidade;
2.6.1.5 grande necessidade de suprimento das classes III, V e IX, além de apoio
de manutenção;
2.6.1.6 redução da potência de fogo quando desembarcado e afastado das Vtr,
ou em locais onde o armamento dessas não pode apoiar a progressão da tropa;
2.6.1.7 limitada proteção contra os efeitos de armas químicas, biológicas e nu-
cleares; e
2.6.1.8 dificuldade de manutenção do sigilo de suas operações, em virtude do
ruído e da poeira decorrentes do deslocamento de suas viaturas.

Fig 3 - Pelotão de Cavalaria Mecanizado

2-5
EB70-CI-11.457
2.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
2.7.1 ORGANOGRAMA

Fig 4 - Organograma do Pel C Mec

2.7.2 FRAÇÕES DO PEL C MEC


2.7.2.1 Grupo de Comando (Gp Cmdo)
2.7.2.1.1 O Gp Cmdo é a fração que possibilita ao Cmt Pel o exercício do co-
mando. Esse grupo é dotado de uma Viatura Blindada Multi Tarefa Leve Sobre
Rodas de Reconhecimento (VBMT-Rec LSR) que permite ao Cmt Pel C Mec
deslocar-se por toda a sua Z Aç, acompanhando as demais frações e VB do
pelotão. Dotada de blindagem leve a VBMT-Rec LSR permite que o Cmt Pel
acompanhe o escalão de ataque do pelotão num ataque embarcado ou o gru-
po de exploradores em missões de reconhecimento. Possui boa capacidade de
deslocamento em estradas e em terreno altos, secos e planos (em OM que ainda
não receberam as VB, é dotado de Viatura Tática Leve – VTL).

Fig 5 - Viatura Blindada Multi Tarefa Leve Sobre Rodas de Reconhecimento (VBMT-Rec LSR)

2-6
EB70-CI-11.457
2.7.2.1.2 O Gp Cmdo dispõe de meios de comunicações para as ligações com
o Esqd C Mec enquadrante e com as frações subordinadas ao pelotão, quando
embarcado na VB ou atuando desembarcado. Dispõe também de equipamentos
de observação diurna e noturna para o emprego embarcado e desembarcado,
bem como o armamento necessário ao emprego da fração.

Fig 6 - Cmt Pel C Mec e Grupo de Comando em VTL

2.7.2.2 Grupo de Exploradores (GE)

Fig 7 - Grupo de Exploradores com VTL

2.7.2.2.1 O GE é a fração do Pel C Mec que executa as técnicas, táticas e pro-


cedimentos próprios da ação de reconhecimento, em determinadas situações
táticas o GC poderá complementar as Aç Rec do GE ou realizar Aç Rec isoladas.
Esse grupo é composto por duas patrulhas (1ª e 2ª Pa Exp), cada uma integrada
por duas VBMT-Rec LSR. Essas patrulhas podem operar em conjunto ou de for-

2-7
EB70-CI-11.457
ma isolada, como se fossem duas frações de Rec do pelotão (em OM que ainda
não receberam as VB, é dotado de Viatura Tática Leve – VTL).
2.7.2.2.2 O GE dispõe dos meios de comunicações necessários para as ligações
entre todas as VB da fração com as demais frações do pelotão e com o Cmt Pel
C Mec. Dispõe, também, dos equipamentos de observação diurna e noturna,
meios de navegação e localização terrestre, observação de longa distância e
demais equipamentos necessários ao cumprimento de sua missão. Cada patru-
lha possui uma VB armada com uma Mtr 7,62 mm e outra VB armada com um
lança-granadas veicular de 40 mm. Cada Pa dispõe, também, de uma arma leve
anticarro para defesa anticarro a curta distância.
2.7.2.2.3 O GE pode executar ações de reconhecimento a pé ou embarcado,
prover segurança nos flancos, realizar golpes de sonda, atuar como seção de
metralhadoras em base de fogos, realizar ataque a pé como GC e desempenhar
funções especiais, como de mensageiro, elemento de ligação, escolta etc.

Fig 8 - VTL do GE cruzando um vau

2.7.2.3 Seção de Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria ou de Viatu-


ras Blindadas de Reconhecimento (Seç VBC Cav/VBR)
2.7.2.3.1 A Seção VBC Cav/VBR é a fração de choque e de defesa anticarro
do Pel C Mec. Sua principal missão é a destruição de blindados inimigos. Ela é
o núcleo em torno do qual se desdobram todas as demais frações durante as
operações e nas posições ocupadas pelo do Pel C Mec.
2.7.2.3.2 A Seç VBC Cav (ou VBR) não executa ações ou TTP de reconheci-
mento (apesar da denominação antiga, VBR, herdada dos R Rec Mec e Esqd
Rec Mec). A Seção é integrada por 2 Viaturas Blindadas de Combate de Cavala-
ria ou Viaturas Blindadas de Reconhecimento, que atuam sempre em conjunto,
apoiando-se nos deslocamentos e demais ações da seção.

2-8
EB70-CI-11.457

Fig 9 - Seção de Viaturas Blindadas de Reconhecimento VBR EE9 Cascavel

2.7.2.3.3 São missões da Seç VBC Cav/VBR do pelotão:


a) realizar o combate anticarro do Pel C Mec, de posições abrigadas e ou prote-
gidas (na crista topográfica das elevações ou movimentos do terreno);
b) apoiar pelo fogo direto as ações de reconhecimento embarcado do GE;
c) apoiar, pelo fogo direto, as ações de ataque ou Rec desembarcado do GC e
do GE.
2.7.2.4 Grupo de Combate (GC)
2.7.2.4.1 O GC é a fração de combate de fuzileiros do Pel C Mec. A fração é in-
tegrada pela guarnição da VBTP e pelo Grupo de Combate. O GC é organizado
com um comando e duas esquadras de fuzileiros. Integram a guarnição da VB
os militares que operam o armamento veicular e o motorista. Quando o GC está
embarcado, o Cmt GC é também o Cmt da VBTP. Com o GC desembarcado, o
Cb Mot assume o comando da VB.

Fig 10 - VBTP EE1 Urutu do Grupo de Combate

2-9
EB70-CI-11.457
2.7.2.4.2 Quando o GC for dotado com uma VBC Fuz (com canhão automático
de pequeno calibre e mísseis anticarro, mais blindada e com maior mobilidade
que as VBTP) o GC poderá realizar o combate embarcado de fuzileiros, por
intermédio do emprego do canhão e dos mísseis anticarro, batendo alvos como
outras VB leves e médias, viaturas não blindadas, posições fortificadas, posi-
ções de metralhadoras ou armamento anticarro e tropa de fuzileiros desdobrada
no terreno. Essa VB destina-se a apoiar as ações da Seç VBC Cav/VBR e a ação
do GC quando desembarcado. Possui características semelhantes às das VBC
Cav/VBR, permitindo acompanhá-las e apoiá-las em suas missões de combate.

Fig 11 - VBTP Guarani do Grupo de Combate

2.7.2.4.3 Quando o GC for dotado com uma VBTP, ou quando a VBTP for arma-
da somente com uma metralhadora, a fração terá suas possibilidades de com-
bate reduzidas, já que não poderá realizar o combate embarcado de fuzileiros,
possuindo armamento apenas para autodefesa da VB e para apoiar, de forma
limitada, os fuzileiros quando desembarcados. Seu armamento poderá ser em-
pregado, também, contra tropa desdobrada no terreno, posições de metralhado-
ras e armamento anticarro ou viaturas não blindadas. O combate se dará pelo
emprego do armamento individual dos fuzileiros (pelas escotilhas da VB ou a pé)
ou pelo emprego da metralhadora da VB (autoproteção).
2.7.2.4.4 Cada esquadra do GC dispõe de uma arma anticarro leve para o com-
bate anticarro aproximado e duas metralhadoras para apoio de fogo aproximado
ao movimento da fração. A fração possui, também, equipamentos de localização
e navegação terrestre, telemetria, observação diurna e noturna e para comuni-
cações com as demais frações e com o Cmt Pel C Mec quando embarcada e
desembarcada.
2.7.2.4.5 O GC poderá ser empregado:
a) em ações ofensivas embarcadas, compondo o combinado VBC Cav/VBR-Fuz
do Pel C Mec;

2-10
EB70-CI-11.457
b) em ações ofensivas desembarcadas, isoladamente ou em conjunto com o GE
(atuando como um GC);
c) em ações defensivas, com a missão principal de defender as VBC Cav/VBR
contra a ação aproximada de Fuz Ini e manter o terreno;
d) em pequenas ações de reconhecimento desembarcado; e
e) no balizamento e na limpeza de eixos etc.
2.7.2.5 Peça de Apoio (Pç Ap)
2.7.2.5.1 A Peça de Apoio (Pç Ap) é a fração de Ap F indireto do Pel C Mec.
Quando ela for dotada de VBC Mrt Me MSR a fração terá a possibilidade de re-
alizar o tiro embarcado do morteiro, ganhando em proteção blindada,rapidez no
apoio de fogo e mobilidade. A Pç Ap dispõe como armamento de autoproteção,
uma metralhadora e uma arma anticarro leve para o combate anticarro aproxi-
mado, na segurança ou defesa da retaguarda do pelotão.
2.7.2.5.2 Normalmente, a Pç Ap posiciona-se no final da coluna de deslocamen-
to do pelotão ou à retaguarda das posições ocupadas pelas frações no terreno.
A Pç Ap é a fração responsável pela segurança da retaguarda do pelotão. Em
algumas situações de combate a Pç Ap poderá ser desdobrada à frente da P
Cmb do pelotão a fim de bater o inimigo com os fogos de seu morteiro mais à
frente possível. A Pç Ap integra a base de fogos do pelotão nas ações ofensivas
embarcadas ou desembarcadas, apoiando o deslocamento das demais frações
até o alcance de seu morteiro.

Fig 12 - Peça de Apoio

2.7.2.5.3 A Pç Ap dispõe de meios de comunicações para realizar as ligações


com as demais frações e o comando do pelotão. Seus equipamentos de co-
municações possibilitam também as ligações com a VB, quando a peça atuar
desembarcada, e com os elementos das demais frações do Pel C Mec atuando
como observadores avançados do tiro de seu morteiro. A Pç Ap, quando dotada
2-11
EB70-CI-11.457
de VBMT Mrt Me LSR, VBTP ou de VTNE de ¾ Ton, terá reduzida a proteção da
Gu e de seu Mrt (VTNE 3/4 Ton) e sua mobilidade fora da estrada.
2.7.2.5.4 Em determinadas situações táticas, a Pç Ap poderá ser empregada
desembarcada, acompanhando as ações a pé do pelotão, em parte destas ou no
todo, em função da distância de deslocamento. Nesse caso, seu apoio de fogo
será limitado (em função da baixa capacidade de transporte da munição).
2.7.3 ORGANIZAÇÃO DO PEL C MEC
2.7.3.1 As figuras a seguir são um extrato do Quadro de Cargos (QC) e do Qua-
dro de Dotação de Material (QDM) do Pel C Mec, previsto nos QO de RC Mec e
Esqd C Mec de brigada em vigor (previsão doutrinária).

FUNÇÃO, POSTO
PRINCIPAIS
FRAÇÃO OU GRADUAÇÃO E VIATURAS
EQUIPAMENTOS
EFETIVO
1. COMANDO Cmt: 1 - 1º Ten 1 Mtr 7,62 mm
1 L Roj AC descartável
Aux: 1 - Cabo
1 Rad VHF Portátil
Motorista de
1 Rad UHF Veicular
VBMT-Rec LSR
2. GRUPO DE 1 - Cabo 1 GPS
COMANDO 1GCB
VBMT-Rec LSR
Atirador 1 Bino Termal
com Mtr 7,62 mm
1 - Soldado 1 Telemetro laser Portátil
2 OVN
Cmt da Seç e Adj Pel
3. SEÇÃO DE 1 - 2º Sargento
VIATURAS Cmt de VBR 2 Mtr AAe 7,62 mm
BLINDADAS DE 1 - 3º Sargento 2 Mtr COAX 7,62 mm
COMBATE DE Motorista de VBC Cav 2 Rad UHF Veicular
CAVALARIA OU ou VBR
VIATURAS 2 GPS
Atirador 1 - Cabo
BLINDADAS DE VBC Cav 1GCB
RECONHECIMENTO Aux de Atirador
1 – Soldado

2 Mtr 7,62 mm
2 L Gr 40 mm Veicular
2 L Fog AC descartável
2 Rad VHF Portátil
4. GRUPO DE 4 Rad UHF Veicular
Cmt: 1 – 3º Sargento 1 VBMT-Rec LSR
EXPLORADORES
com Mtr 7,62 mm e 2 GPS
1 VBMT-Rec LSR 2 GCB
com L Gr 40 mm
1 Bino Termal
Veicular da 1ª Pa
Exp 1 Telemetro Laser portátil
8 OVN

Tab 1- Organização do Pel C Mec

2-12
EB70-CI-11.457

FUNÇÃO, POSTO
PRINCIPAIS
FRAÇÃO OU GRADUAÇÃO E VIATURAS
EQUIPAMENTOS
EFETIVO
Aux: 1 - Cabo
2 Mtr 7,62 mm
Explorador: 2 - Cabo 2 L Gr 40 mm Veicular
2 L Fog AC descartável
Motorista de
VBMT-Rec LSR 2 Rad VHF Portátil
4. GRUPO DE 4 - Cabos 4 Rad UHF Veicular
EXPLORADORES 1 VBMT-Rec LSR
(continuação) Explorador 2 GPS
com Mtr 7,62 mm e
4 - Soldado 2 GCB
1 VBMT-Rec LSR
Atirador: 2 - Soldado com L Gr 40 mm 1 Bino Termal
L Gr 40 mm Veicular Veicular da 2ª Pa
1 Telemetro Laser portátil
Exp
Atirador: 2 - Soldado 8 OVN
Mtr 7,62 mm

Cmt: 1 - 3º Sargento
1 Mtr .50
2 Mtr MINIMI
Aux: 1 - Cabo
2 L Fog AC Descartável
Motorista VBTP-MSR 2 Fz 7,62 mm com L gr 40
1 - Cabo mm portátil
05. GRUPO DE 1 Rad VHF Portátil
COMBATE
Fuzileiros: 4 - Soldado 1 Rad UHF Veicular
VBTP - MSR 1 GPS
1 GCB
Atirador: 2 - Soldado
1 Detetor de Minas
3 OVN
Atirador: 1 - Cabo

Cmt: 1 - 3º Sargento

1 Mrt Me 81 mm
Atirador: 1 - Cabo
1 Mtr .50
Motorista de 1 L Fog AC descartável
6. PEÇA DE VBMT – Mrt Me LSR - 1 Rad VHF Portátil
APOIO 1 - Cabo 1 Rad UHF Veicular
Auxiliar de Atirador 1 GPS
VBTP ou VBMT-
1 - Soldado
Mrt Me LSR (a 1 GCB
ser definido) – Mrt 3 OVN
Municiador:
Me LSR com
1 - Soldado
Mtr .50

Tab 1- Organização do Pel C Mec (continuação)

2-13
EB70-CI-11.457

2-14
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO III
COMANDO E CONTROLE

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.1.1 O presente capítulo aborda os principais conceitos necessários para o fun-
cionamento do Comando e Controle e do Processo de Planejamento e Condu-
ção das Operações de um Pelotão de Cavalaria Mecanizado, da integração de
todos os seus sistemas e a responsabilidade pelas ligações que possibilitam a
sincronização das ações.
3.1.2 Comandar, em qualquer nível, é a arte de motivar e conduzir soldados para
o desempenho de tarefas que visem o cumprimento da missão. O Cmdo do Pel
C Mec, em operações, engloba dois componentes vitais: a habilidade de liderar
e a habilidade de decidir. O Cmdo exige do Cmt do Pel C Mec a capacidade de:
a) visualizar a finalidade da operação a ser realizada e transformar essa visua-
lização em ordens concisas e claras que orientem com simplicidade as ações a
realizar pelas suas frações subordinadas; e
b) proporcionar ao pelotão a força e a vontade para superar o inimigo e vencer
o combate terrestre.
3.1.3 COMPONENTES OU PRINCÍPIOS VITAIS
- O Cmt Pel C Mec deve usar o controle para regular a atuação de suas frações
e as ações a serem realizadas no campo de batalha a fim de que a sua decisão
seja cumprida fielmente. O controle tem dois componentes (princípios) vitais:
a) UNIDADE DE COMANDO. O comandante deve controlar um escalão abai-
xo e gerenciar as forças até dois escalões abaixo do seu.
b) CONTROLE DEVE SER COMPATÍVEL COM O DINAMISMO DAS OPERA-
ÇÕES, possibilitando ao Cmt tomar decisões oportunas.

3.2 COMANDO E CONTROLE


3.2.1 O Comando e Controle (C2) compreende não só a atuação dos Cmt Pel C
Mec e Cmt Frações, mas também o sistema de comando e controle que lhe dá
suporte.
3.2.2 O C2 constitui no exercício da autoridade e da direção que o Cmt Pel C
Mec e seus Cmt Frações têm sobre a sua tropa para o cumprimento da missão
recebida. Ele é executado por meio da liderança, dos processos de planejamen-
to e dos meios de comunicações.

3-1
EB70-CI-11.457
3.2.3 No conceito de C2 destaca-se o fato de que a ação do comando não termi-
na com a decisão, mas se estende ao acompanhamento das ações. O Cmt Pel C
Mec e seus Cmt Frações devem estar cientes que comandar não é o suficiente,
é necessário verificar o cumprimento das ordens transmitidas.
3.2.4 O COMANDO
- É a autoridade legalmente exercida pelo Cmt Pel C Mec e pelos seus Cmt
Frações sobre os seus subordinados. Ele inclui a autoridade e a responsabilida-
de para a efetiva utilização dos recursos disponíveis para empregar, organizar,
dirigir, coordenar e controlar a tropa sob seu comando para o cumprimento de
missões atribuídas.
3.2.5 O CONTROLE
- Define limites, calcula riscos, realoca recursos, estabelece requisitos e parâme-
tros, avalia o desempenho, identifica e corrige erros e verifica se as ações estão
sendo cumpridas de acordo com a intenção do comandante. O Cmt Pel C Mec
controla seu pelotão ao acompanhar a execução das ações de suas frações,
avalia essa execução e as corrige, se necessário, para que não se desviem dos
objetivos estabelecidos.

3.3 O COMANDO DO PEL C MEC


3.3.1 O Comando do Pel C Mec é constituído pelo Comandante do pelotão e
pelo seu Adjunto (também Cmt Seç VBC Cav/VBR).
3.3.2 O Cmt Pel C Mec planeja, organiza, coordena e controla as atividades do
pelotão e de suas frações subordinadas.
3.3.3 O Adjunto do Pel C Mec é o seu principal assessor e seu substituto even-
tual (em seus afastamentos ou impedimentos). Além de comandar a Seç VBC
Cav/VBR, é o principal assessor do Cmt Pel C Mec para a logística do pelotão e
para o controle dos fogos (base de fogos etc.).

3.4 O COMANDANTE DO PEL C MEC


3.4.1 O Cmt Pel C Mec deve possuir uma grande habilidade para rapidamente
decidir, definir as missões, estabelecer as prioridades, atribuir os recursos ne-
cessários ao cumprimento das missões, empregar e manter o poder de comba-
te de forma eficiente e dirigir os esforços dos subordinados na consecução de
objetivos. Exige também a capacidade de controlar e coordenar as 5 frações
subordinadas, muitas vezes operando a uma certa distância e fora de seu campo

3-2
EB70-CI-11.457
de visão.
3.4.2 Além dessas habilidades, o Cmt do Pel C Mec deve ser capaz de antecipar-
-se aos eventos, processar e selecionar uma grande quantidade de informações,
tomar decisões e atuar de forma mais precisa e rápida do que o seu adversário.
3.4.3 O Cmt deve ser capaz de visualizar a finalidade da operação estabelecida
pelo seu Cmt Esqd C Mec e transformar essa visão em ordens precisas, con-
cisas e claras para as suas frações, de forma a orientá-las com simplicidade e
oportunidade.
3.4.4 Para que possa exercer eficazmente o Cmdo do Pel C Mec o Cmt Pel
é apoiado pelo Gp Cmdo. Esse grupo possui, para uso do comandante, uma
VBMT para que possa deslocar-se pela Z Aç do pelotão e avaliar pessoalmente
a situação tática, seja por intermédio do contato pessoal com seus comandantes
de frações subordinadas, seja observando a sua zona de ação de onde melhor
possa controlar o Pel e expedir as ordens necessárias para intervir na manobra.
3.4.5 O Cmt Pel C Mec, sempre que possível, deve preferir a coordenação re-
alizada pelo contato pessoal à realizada por meio do rádio ou outro meio de
comunicação, desde que ela seja oportuna. Essa presença do comandante junto
às frações em contato com o inimigo é fundamental para a sua liderança, para o
comando e para o controle do Pel.
3.4.6 O Posto de Comando do Pelotão (PC) é a denominação empregada para
designar o local de onde o Cmt Pel C Mec comanda o seu Pel. O local de co-
mando e de combate embarcado do Cmt Pel C Mec é a VBMT do Gp Cmdo.
Nessa viatura estão os meios de comunicações, de observação e o armamen-
to necessário ao exercício do comando do pelotão, além dos auxiliares que o
apoiarão nessa tarefa. Quando atuando desembarcado, o Cmt Pel C Mec deverá
posicionar-se onde possa melhor comandar todas as suas frações. O Cmt Pel C
Mec comanda seu Pel da sua VBMT ou a pé.
3.4.7 O Cmt Pel C Mec não deve mudar seu posto de comando para uma VBC
Cav ou VBR (da Seç VBC Cav/VBR), seja para comandar um ataque embarcado
ou para outras ações do seu pelotão. Somente durante um curto período de tem-
po, na execução da ação retardadora, e quando não houver outra solução possí-
vel, o Cmt Pel C Mec deverá trocar de VB com o Adj Pel C Mec, para que esse,
utilizando a VBMT do Cmt Pel mais os guias das demais frações, desloque-se
para a próxima P Rtrd a fim de prepará-la, pelo tempo necessário a essa tarefa.
Nas demais ações essa troca de VB não deve ocorrer, pois, ao assumir o
comando da VBC Cav/VBR do Sgt Adj o Cmt Pel C Mec, perde grande parte
de sua capacidade de coordenar a manobra e o apoio de fogo do pelotão, de
coordenar o emprego de todas as suas frações e de intervir na manobra. Essa

3-3
EB70-CI-11.457
limitação é função das características da VBR (e em parte da VBC Cav) onde o
Cmt Pel ao assumir o comando de uma VBC Cav/VBR passa, também, a ser o
comandante da Seç VBC Cav/VBR e, no caso da VBR, o municiador do canhão
e o seu operador do rádio, sendo praticamente impossível exercer o comando
e o controle do pelotão, comandar a Seç VBC Cav/VBR, comandar a VBC Cav/
VBR executando as ações inerentes a essa função.
3.4.8 Ao Cmt Pel C Mec compete empregar todo o seu Pel em uma ação tática, e
não apenas o escalão de ataque. A melhor posição para a localização do PC do
Pel C Mec será onde o seu Cmt possa comandar, controlar e manobrar todas as
suas frações e o fogo da sua base de fogos. Essa posição não será no comando
do escalão de ataque embarcado, onde não poderá coordenar o emprego da Ba
F e dos Elm Seg (Pa GE). Se for necessário, o Cmt Pel C Mec poderá acom-
panhar o deslocamento do escalão de ataque com a sua VBMT (nos Pelotões
dotados com VTL essa possibilidade é muito reduzida).

3.5 TRABALHO DE COMANDO


3.5.1 GENERALIDADES
3.5.1.1 Ao receber a ordem de seu Cmt SU, o Cmt Pel deverá extrair todos os
dados e ordens específicas ao seu pelotão e à zona de ação sob sua responsa-
bilidade. Após receber a ordem de seu Cmt Esqd e retirar todas as suas dúvidas,
o Cmt de Pel emitirá a sua “ordem ao pelotão”.
3.5.1.2 A emissão da ordem ao pelotão deverá ser feita verbalmente. Isso não
impede que o Cmt Pel utilize todos os meios audiovisuais e gráficos necessários
ao bom entendimento, por parte do Pel, da missão a ser cumprida. O fato da ordem
ser verbal significa que não há necessidade do Cmt Pel redigir um documento
seguindo o modelo de uma ordem de operações. Por esse mesmo motivo, pode-
-se afirmar que não existe um modelo “padrão” de ordem ao pelotão.
3.5.1.3 Apesar de não existir a obrigatoriedade de seguir um modelo padroniza-
do para emissão da ordem ao pelotão, é interessante que o Cmt Pel possua um
“memento” que oriente o seu planejamento. O modelo sugerido neste capítulo é
um guia para orientar o comandante do pelotão a fim de que ele não se esqueça
de abordar todos os detalhes importantes para o cumprimento da missão. O Cmt
Pel deve redigir um documento, para seu próprio uso (pessoal), com base
no modelo sugerido, para facilitar a transmissão de sua ordem ao Pel.
3.5.2 PROPÓSITO DO PLANEJAMENTO E DOS PLANOS
3.5.2.1 O Cmt Pel C Mec, ao utilizar um processo de planejamento preestabeleci-
do não garantirá que sua fração tenha um desempenho melhor. O Cmt Pel deve
3-4
EB70-CI-11.457
dominar os aspectos relativos aos procedimentos do planejamento e ter em mente
que o pensamento criativo e a aplicação de um juízo razoável para solucionar
problemas táticos são a base de um planejamento eficiente.

Fig 13 - Exemplo gráfico de Tarefas e Propósitos e sua relação com os conceitos entrelaçados

3.5.2.2 O planejamento adquire valor quando realizado corretamente, utilizando-se


os métodos apropriados de acordo com as condições e as atividades planejadas.
Dessa forma, o planejamento será determinante no desempenho do pelotão. O
planejamento e os planos ajudam o Cmt Pel a:
a) pensar criticamente;
b) desenvolver a compreensão situacional;
c) aplicar as decisões;
d) simplificar a complexidade;
e) organizar os meios e subordinar recursos;
f) dirigir as atividades de preparação; e
g) dirigir e coordenar as ações.

3-5
EB70-CI-11.457

Fig 14 - Processos de Planejamento

3.5.2.3 Conceitos-chave do Planejamento


- O planejamento eficiente requer dedicação, estudo e treinamento. O Cmt Pel
deve ser técnica e taticamente competente e entender os conceitos-chave do
planejamento que estão:
a) os conceitos entrelaçados;
b) a sincronização das operações;
c) as medidas de coordenação e controle;
d) a redução dos riscos;
e) a redução dos erros do planejamento; e
f) o tempo de planejamento.
3.5.2.4 O conceito entrelaçado é uma técnica de planejamento que permite que
o Cmt Pel visualize sua tarefa, propósito e ponto decisivo, e o de suas frações
subordinadas para realizar determinada operação. Ele permite verificar, também
se as missões das frações subordinadas estão unificadas por tarefa ou propósito
para realizar a operação.
3.5.2.5 O Cmt Pel pode utilizar o conceito entrelaçado para entender a contri-
buição de sua fração na tarefa, propósito e atuação em pontos decisivos de seu
Esqd C Mec.

3-6
EB70-CI-11.457
3.5.3 PLANEJAMENTO
3.5.3.1 Trabalho de Comando
3.5.3.1.1 Com o objetivo de auxiliar e orientar o Cmt Pel no planejamento de sua
missão, serão apresentados procedimentos usuais que normatizam o planeja-
mento das atividades compreendidas entre o recebimento da missão e a partida
para o seu início.
3.5.3.1.2 O trabalho de comando normalmente segue a seguinte sequência:
a) recebimento de missão;
b) normas de comando;
c) estudo sumário da missão;
d) planejamento da utilização do tempo;
e) planejamento preliminar;
f) ordem preparatória;
g) reconhecimento no terreno ou na carta;
h) estudo detalhado da missão;
i) ordem ao pelotão;
j) inspeção inicial;
k) ensaio e sincronização;
l) inspeção final;
m) execução; e
n) partida para o cumprimento da missão.
3.5.3.2 Recebimento da Missão
3.5.3.2.1 O Cmt Pel C Mec poderá receber a missão por ordem verbal, ordem
de operações, ordem preparatória (alerta), ordem fragmentária, por rádio, por
GCB etc.
3.5.3.2.2 Ao receber uma missão o Cmt Pel C Mec deverá:
a) compreender a missão recebida e a intenção do Cmt Esqd;
b) anotar os dados mais importantes, O Par ou O Frag;
c) levantar as ações a realizar: impostas e deduzidas (todas as ações táticas),
dentro da sequência de ações;
d) acertar os relógios;
e) ligar-se com os elementos vizinhos e observadores avançados;
f) verificar se há elementos retirados do Pel;
3-7
EB70-CI-11.457
g) fazer todas as anotações, compreender as instruções, ordens e informações
recebidas, fazer perguntas para eliminar possíveis dúvidas. Compreender bem
a sua missão;
h) se possível, levar para o recebimento da missão os Elm que serão importantes
para o cumprimento dessa (desde que não comprometam o aprestamento do
pelotão e das frações);
i) identificar os acidentes do terreno na sua Z Aç e fora dela (de interesse ao seu
Pel). Verificar a frente e a profundidade da Z Aç;
j) realizar um estudo sucinto do terreno, da carta, de fotos aéreas e de mapas.
Marcar na carta as Mdd Coor Ct impostas;
k) conduzir os materiais necessários ao recebimento da missão;
l) ao receber sua missão o Cmt Pel deverá retirar suas dúvidas sobre (itens da
tabela a seguir):
- as Forças Inimigas;
- as Forças Amigas;
- o Terreno;
- as Condições Meteorológicas;
- a População da Z Aç do pelotão e Z Aç vizinhas;
- os Meios Disponíveis;
- elementos a serem contatados, resgatados e/ou capturados se for o caso;
- as regras de engajamento;
- comando e controle;
- a coordenação e o controle da ação, missão ou operação; e
- outras relacionadas à missão a ser executada.

Tab 2 - Itens a serem observados durante o recebimento da missão

3-8
EB70-CI-11.457

Tab 2 - Itens a serem observados durante o recebimento da missão (continuação)

3.5.3.3 Estudo Sumário da Missão


3.5.3.3.1 Nesta fase o Cmt Pel deverá, com brevidade, analisar a missão e pro-
curar responder as seguintes perguntas:
a) o que fazer? (Ações impostas e deduzidas);
b) quando? (Prazos e horários impostos);
c) onde? (Levantar a localização e situação da área de operações, objetivo, dis-
tâncias, tempo de deslocamento);
d) como? (Visualização inicial do esquema de manobra do Cmt Esqd); e
e) por quê? (Entender a intenção do Comandante).
3.5.3.3.2 As respostas a essas perguntas auxiliarão o Cmt Pel no estudo sucinto
da missão. Esse estudo se faz necessário, principalmente, para analisar o tempo

3-9
EB70-CI-11.457
disponível para planejar e cumprir a missão. O Cmt Pel deve responder:

Tab 3 - Respostas do Estudo sumário da Missão

3.5.3.4 Planejamento da Utilização do Tempo


3.5.3.4.1 Para planejar a utilização do tempo disponível comandante Pel C Mec
deverá preparar um quadro horário:
a) listar nesse quadro horário as ações na ordem inversa;
b) esse quadro não necessita ser sofisticado;
c) deve-se aproveitar o máximo do tempo para reconhecer e preparar a tropa;
d) não esquecer de colocar no quadro horário o tempo para emissão das or-
dens, refeições, contatos, “briefing”, preparação das viaturas, recebimento de
suprimentos, deslocamentos, ocupação das posições, cumprimento da missão
e outras ações; e
e) prever tempo para o ensaio dos grupos/seção e para o ensaio da sincronização
do Pelotão (Rec de ponte, colocação de cargas, ocupação de P Atq do Pel etc).
3.5.3.4.2 O Cmt Pel deve-se utilizar o adjunto Pel C Mec para preparar as medidas
logísticas e de pessoal. O Cmt Pel deve preocupar-se com a manobra. Delegar
ao Adj Pel todas as outras medidas preparatórias.
3.5.3.5 Planejamento Preliminar
- Para realizar o planejamento preliminar, o Cmt Pel deve analisar os fatores da
decisão, o chamado MITEMETCC:
a) Missão: O que fazer? (tipo de missão, elementos essenciais de informação
- EEI, ações a realizar em final de missão) Quando? Onde e por onde? Como?
Quem faz o quê?
b) Inimigo: (DIVALOCOM OU DICOVAP) – dispositivo (onde e como o inimigo está
desdobrado, frente, profundidade), valor (SU/Pel/GC), composição (CC, C Mec,
Fuz), suas atividades recentes e atuais, particularidades e deficiências.
c) Terreno e condições meteorológicas (OCOAV e clima):

3-10
EB70-CI-11.457
- observação e campos de tiro: possibilidade de observação inimiga na nossa
Z Aç, prováveis locais de PO amigo e inimigo, localização provável das armas
automáticas de tiro curvo e direto:
- cobertas e abrigos: P Atq, de localização da reserva, posição de ressuprimento;
- obstáculos: necessidade de agravá-los ou melhorá-los para passagem da
tropa amiga, balizar pontos de passagem;
- acidentes capitais: entroncamentos de estradas e trilhas, clareiras, campos de
pouso, passagens de rios que obriguem o desembarque da tropa para ultrapassá-
-lo, localidades, elevações próprias a emboscadas etc.;
- vias de acesso para progressão de SU /Pel inimigo/amigo; e
- condições climáticas; crepúsculo, luar, vento, gradiente, temperatura, preci-
pitação etc.
d) Meios: pessoal e material (disponibilidade x necessidades), prazos e imposições.
e) Tempo: tempo disponível para planejar, emitir ordens, treinar, partir, cumprir a
missão etc.
f) Considerações Civis: impacto das ações, condutas, análise da população (di-
mensão humana).
3.5.3.6 Ordem de Alerta
3.5.3.6.1 A Ordem de Alerta (O Alr) é um aviso prévio de uma ordem ou de uma
ação que o Pel C Mec deverá participar a seguir. Deve, sempre que possível, ser
expedida pelo Cmt Pel C Mec imediatamente após tomar conhecimento da O Alr
(ou ordem preparatória, ordem de operações, na ausência das anteriores) do seu
escalão superior, antecipando a ação a seguir.
3.5.3.6.2 Ela deve ser uma ordem sumária, expedida com a finalidade de informar
o pelotão sobre a missão recebida e compartilhar as informações e conclusões
que o Cmt Pel já possui sobre essa missão futura, viabilizando o início dos pre-
parativos por parte de seus subordinados.
3.5.3.6.3 O Cmt Pel C Mec deve reunir-se com seu Adj Pel e com seus Cmt Frações
para transmitir-lhes essas informações prévias e, se já for possível, divulgar um
quadro horário e suas estimativas iniciais para o cumprimento da missão, de forma
a proporcionar-lhe mais tempo para os preparativos necessários, principalmente
em termos de material.
3.5.3.6.4 A O Alr não é a Ordem Preparatória, pois leva a ela. No entanto, uma
missão poderá ser realizada só com ordens de alerta ou só com ordem prepa-
ratória. A expedição dessas ordens será em função do tempo disponível para o
planejamento e para a preparação do pelotão.

3-11
EB70-CI-11.457
3.5.3.7 Ordem Preparatória
3.5.3.7.1 Ao final do planejamento do reconhecimento, o Cmt Pel C Mec deverá
emitir sua Ordem Preparatória (O Prep). Essa ordem, além atualizar as informa-
ções transmitidas na O Alr, designará os elementos que deverão acompanhá-lo
no reconhecimento, confirmará o quadro horário (se já tiver sido divulgado) e
determinará as ações a serem realizadas para a preparação do pessoal e do
material, além de outros procedimentos a serem adotados pelas frações e pelos
militares que ficarão no comando das mesmas durante o Rec.
3.5.3.7.2 O importante a ser dito na O Prep é tudo aquilo que, por algum motivo,
conduziu o Cmt Pel a modificar os procedimentos já pré-estabelecidos na NGA
e no Quadro de Organização (QO) do Pelotão.
3.5.3.7.3 A O Prep deve abordar de forma sumária a situação tática e detalhar os
assuntos logísticos, de pessoal, relativos ao reconhecimento, às comunicações
e ao ensaio (se previsto), de forma a preparar o pelotão para receber a “Ordem
ao Pelotão”. O Cmt Pel, com o Adj, durante a O Prep deverá expor assuntos do
tipo: quem vai onde, quem leva o que, quem está envolvido diretamente na pre-
paração da “Ordem ao Pelotão” e qual o quadro horário que deverá ser seguido.
3.5.3.7.4 Exemplo de uma ordem preparatória simples a um Pel C Mec:
a) Situação
- Orientar o pelotão. Situar o Pel no terreno, caixão de areia, croquis etc,
atualizando-o sobre a área ou zona de operação.
- Realizar uma breve explanação sobre o inimigo.
- Realizar uma breve explanação sobre as forças amigas.
- Apresentar conclusões iniciais sobre o terreno a ser percorrido.
b) Missão
- De posse da missão do escalão superior, levantar a missão da SU e do Pel.
- Responder “O que fazer?”. Identificar as ações impostas (verbos da missão)
e visualizar as ações complementares (ações deduzidas) necessárias ao cum-
primento da missão.
- Responde o “Quando?”. Prazos e horários impostos ou necessários para o
cumprimento da missão.
- Responder o “Onde?” Levantar a localização e situação do objetivo.
- Responder o “Como?” Visualização inicial do esquema de manobra (termos
gerais, sem detalhamento).
- Informar qual a intenção do comandante do Esqd C Mec (Esc Sp) e quais os
riscos previstos para a operação.

3-12
EB70-CI-11.457
c) Organização do Pelotão
- Abordar a composição da SU a que o pelotão estiver subordinado, citan-
do elementos recebidos pela SU em reforço, ação de conjunto ou apoio direto
(Ap F, Eng etc).
- Abordar a organização do Pel C Mec para o cumprimento da missão (mu-
danças etc).
d) Quadro Horário
- Atualizar o quadro horário (se já tiver sido distribuído na O Alr) ou divulgá-lo,
destacando os pontos mais importantes e imediatos.
e) Logística
- Atribuir responsabilidades.
- Designar o gerente, caso o Adj Pel o acompanhe no reconhecimento no
terreno (se houver).
- Refeições (conforme quadro horário).
- Suprimentos - verificar a necessidade e solicitar o recompletamento.
- Situação do Sup Cl I - ração operacional e água. Plenar os cantis e reserva-
tórios de água potável das viaturas;
- Situação do Sup Cl III - combustíveis e lubrificantes. Plenar os reservatórios
de combustível e os reservatórios portáteis das viaturas se for o caso;
- Situação do Sup Cl V - armamento e munição. Determinar tipo e quantidade
de Mu necessária. Alterar, se for o caso, as normas de consumo e emprego a da
Mu previstas nas NGA do Pel;
- Situação do Sup Cl IX - Viaturas. Verificar a necessidade de suprimento para
a manutenção das viaturas; e
- Situação do Sup Cl X - outros equipamentos e suprimentos não previstos
nas demais classes. Verificar a necessidade de cartas topográficas, fotografias
aéreas etc.
- Manutenção de 1º escalão nas viaturas, armamentos e demais equipamentos.
Realizar inspeção e a manutenção prevista para antes do deslocamento.
f) Comunicações
- Definir as instruções da IECOM que serão utilizadas senhas, quadro da rede
rádio, indicativos, autenticações, prescrição rádio, mensagens pré-estabelecidas,
criptografia, preparação dos equipamentos rádio, preparação do extrato da IECOM
e dos rádios.
- Informar as atualizações no GCB (Gerenciador do Campo de Batalha) e no

3-13
EB70-CI-11.457
sistema de Comando e Controle (C2 em Combate).
g) Plano de Reconhecimento
- O que deverá ser reconhecido? Quem reconhece? O que e como deverá ser
realizado o reconhecimento?
- Quem acompanhará o Cmt Pel no reconhecimento?
- Necessidade de segurança durante o reconhecimento.
- Planejamento do tempo do reconhecimento.
- Comunicações durante o reconhecimento.
- Ensaios, treinamentos e inspeções.
- Transmitir as Info sobre os ensaios que serão realizados.
- Treinamentos especiais para o cumprimento da missão que deverão ser
realizados durante a preparação das frações.
h) Dúvidas
- Ao final, verificar se todos entenderam perfeitamente o que devem fazer e
se não ficaram dúvidas (faça perguntas).
- Acertar os relógios (atenção para Adj e Cmt Frações).
3.5.3.8 Reconhecimento no Terreno ou na Carta
3.5.3.8.1 O ideal é que se realize o reconhecimento no terreno. Em missões do
tipo Rec, Seg e Aproveitamento do Êxito, por exemplo, esse reconhecimento,
em princípio, só será possível de ser realizado através de imagens aéreas, foto-
grafias, croquis, fotos de satélites ou através das cartas topográficas ou meios
aéreos disponíveis.
3.5.3.8.2 Caso o Cmt Pel possa realizar o Rec no terreno, é importante que ele
verifique se não há restrições impostas pelo Cmt SU e defina quem deve parti-
cipar do Rec.
3.5.3.8.3 Estando no terreno, é importante que o Cmt Pel ocupe um posto de
observação e procure identificar os acidentes planimétricos e altimétricos. Caso
seja possível, realize um giro do horizonte com ponto estação, direção-geral do
Norte, detalhes planimétricos (rios, córregos e estradas), detalhes altimétricos
(da esquerda para direita e do próximo para o afastado). Leve os Cmt de fração
se possível. Realize o giro do horizonte com eles. Observe a situação e a missão
no terreno (se possível).
3.5.3.8.4 É importante, ainda, que se verifiquem os seguintes aspectos: os iti-
nerários a percorrer, os pontos a reconhecer dentro do tempo disponível. Vários
são os itens a reconhecer, por exemplo: itinerário a ser percorrido, eixo de pro-
gressão de uma P Atq até a LP, limites, necessidade de balizamento em algum
3-14
EB70-CI-11.457
ponto, ponto de desembarque de fuzileiros, acidentes capitais (fora da Z Aç ou
locais de onde possa sofrer tiros de flanco), setores de tiro dos pelotões, direção-
-geral de ataque (pontos nítidos que devam ser buscados de forma a orientar a
direção do ataque), obstáculos na Z Aç e formas de transpô-los, medidas de co-
ordenação e controle, condições de trafegabilidade do terreno, presença ou não
de regiões urbanas, possíveis localizações e atuação do inimigo (emboscadas
AC, posições de retardamento ou de bloqueio), posições de elementos vizinhos,
objetivo, pontos críticos (pontes, desfiladeiros, regiões banhadas e matosas),
posições dos seus núcleos de defesa (Pel e GC), ângulos mortos, posição das
viaturas, alvos prioritários, locais dos pontos de coordenação de fogos, escolha
de postos de observação e postos de escuta.
3.5.3.9 Estudo detalhado
3.5.3.9.1 Sequência da Análise num Estudo Detalhado
a) Missão.
b) Análise do terreno.
c) Análise das condições meteorológicas e atmosféricas.
d) Integração do terreno e das condições meteorológicas e atmosféricas.
e) Análise da situação do inimigo e de suas linhas de ação.
f) Análise de nossa situação e de nossas linhas de ação.
g) Comparação das L Aç levantadas e análise das L Ac do Ini;
h) Decisão.
3.5.3.9.2 Missão
a) Recebimento da missão a executar, de seu Cmt SU. Dúvidas?
b) Qual a intenção do Cmt Esqd e a intenção do Cmt Rgt?
c) Ações a realizar – “levantar todas as ações táticas a realizar”.
d) Quais são as Ações Impostas (expressas no enunciado, verbos da missão)?
e) Existem Ações Deduzidas (não expressas, mas imprescindíveis)? Observação:
considerar as ações táticas. “Ação Tática”: é toda ação que implica em movimento
tático e na articulação de peças de manobra ou de apoio de fogo, necessário à
execução de operação militar, podendo as tropas que a empreendem combater
ou não. Exemplos de Ação Tática: reconhecer, atacar, defender, apossar-se,
conquistar, manter, ultrapassar, ligar-se, proteger-se ou cobrir-se, substituir em
posição, aproveitar o êxito, ficar ECD Ap Ultrapassagem, ficar ECD Prosseguir,
reforçar, retardar, retrair, retirar-se, acolher, estabelecer PAG ou PAC, vigiar.
f) Sequência das ações.

3-15
EB70-CI-11.457
g) Condições de execução.
h) Quadro horário até o início das Operações (horários impostos, horário do
cumprimento da missão, número de horas disponíveis para preparação e início
da operação, número de horas de luz necessárias aos Rec);
i) Área de Operações e Zona de Ação (Elm Viz);
j) Facilidades e restrições (apoios recebidos, objetivos impostos, Mdd Coor Ct
impostas no calco de operações).
3.5.3.9.3 Análise do Terreno
a) Vegetação (impede ou restringe o deslocamento a pé e embarcado; facilita o
deslocamento da tropa)
b) Relevo e orografia (inclinação do terreno, compartimentos declives e aclives)
c) Hidrografia (rio obstáculo, váu etc.)
d) Solo
- Podem proporcionar vantagem ou desvantagem, deve-se analisar quan-
to à influência no movimento, analisando se os obstáculos são transversais ou
longitudinais ao nosso movimento ou movimento do inimigo, ressaltando os que
oferecem proteção ou dissociam (não permitem o apoio mútuo).
- Acidentes do terreno, cuja posse, conquista ou manutenção, asseguram
vantagem marcante para qualquer dos contendores.
- Considerar as vantagens do Acdt Cpt em nossas mãos e as desvantagens
do mesmo acidente, se nas mãos do Ini.
- Outros [Vias de acesso (VA)]. Identificação no terreno das VA e suas influ-
ências para o inimigo e nossa tropa.
e) Análise das condições meteorológicas e atmosférica
- Crepúsculo Astronômico - Proporciona pouca ou nenhuma luz, para fins
militares = escuridão;
- Crepúsculo Náutico - Iluminação suficiente para o movimento. Limita a visão
até 400 m e permite o movimento de tropas nas condições diurnas; e
- Crepúsculo Civil - Luz suficiente para a execução de atividades diurnas.
Início e fim do período de iluminação natural, suficiente para reconhecimentos
de quaisquer naturezas. Fases da Lua (LUAR: Luminosidade da Lua que só é
percebida durante a noite e varia com as fases da Lua).
f) Análise do terreno (OCOAO) na área de operações
- Observação e Campos de Tiro. Na observação, interessam os PO e seu
domínio de vistas. Nos campos de tiro, interessam a influência do terreno na

3-16
EB70-CI-11.457
utilização de tiro tenso e curvo.
- Cobertas e Abrigos. Influenciam no posicionamento das frações e do ar-
mamento e nos deslocamentos da tropa no acesso às posições, itinerários de
patrulhas etc.
- Obstáculos.
- Condições Atmosféricas - temperatura, vento (direção e velocidade), precipi-
tação (chuva, geada, neve, furacão), nebulosidade (nevoeiro, neblina, céu claro
ou carregado), gradiente e umidade.
- As condições atmosféricas podem causar variações no terreno, principalmente
quanto à transitabilidade. Podem também atuar no gradiente térmico (fumígenos);
sobre a eficiência do pessoal (resistência, moral, saúde, capacidade combativa) e
material (funcionamento do equipamento); no alcance e efeito das armas e gases;
na eficácia dos postos de escuta e observação; no emprego da tropa (assalto
aeroterrestre e aeromóvel, lançamento de suprimentos por via aérea, apoio de
fogo e transporte aéreo etc); nas horas disponíveis para montagem e/ou condução
das Op; no emprego de mísseis, Mrt e Art Cmp; na observação, deslocamentos
e ações noturnas; na surpresa ou sigilo; na velocidade e movimento da tropa e
atuar no consumo de água e na qualidade das rações (alimentação).
- Vento -velocidade e consequência. Considerar a direção do vento: Vento de
N, Vento de SW. Velocidade do vento em “nós”: 1m/s = 2 nós = 4 Km/h.
g) Integração do terreno e das condições meteorológicas e atmosféricas
- O importante é identificar as restrições ao movimento. Considerar a natureza
da tropa. O terreno pode ser impeditivo, restritivo ou adequado.
- O Cmt Pel deverá realizar uma análise dos efeitos no terreno, das condições
meteorológicas e atmosféricas na R de Op, buscando identificar as vantagens e
desvantagens para o cumprimento de sua missão.
- O Cmt Pel deverá elaborar uma “carta de integração” dos dados disponíveis
sobre o terreno a fim de realizar um estudo mais detalhado do mesmo e dispor de
uma melhor visualização do terreno onde sua fração manobrará. Essa carta nada
mais é do que um sistema de “camadas de dados” que são integradas e finalizam
no estudo do terreno. A elaboração dessa carta pode ser sumária, somente com
os dados que o Cmt Pel dispõe, sem depender de informações detalhadas de
um estudo da 2ª Seção da OM (quanto mais informações estiverem disponíveis,
melhor).
h) Análise da situação do inimigo e de suas linhas de ação
- Dispositivo (localização, frente, profundidade);
- Composição (CC, C Mec, Inf Bld, Inf Mec, Inf a pé, outras);
- Valor (U / SU / Pel / GC / seção);

3-17
EB70-CI-11.457
- Atividades importantes, recentes e atuais;
- Peculiaridades e deficiências; e
- Possibilidades do Inimigo: enumeração (Quê? Quando? Onde? e Com que
valor?); vulnerabilidades; montagem e análise das prováveis linhas de ação do
Ini (detalhar a manobra do Ini).
- Além de definir as prováveis linhas de ação do inimigo, o Cmt Pel deve esboçar
a manobra completa visualizada para o inimigo em sua Zona de Ação (Atacar? Por
onde? Para conquistar que objetivos? Com quem? etc.) a fim de poder confrontar
essa manobra com a manobra planejada para o seu pelotão.
- Com base na comparação da manobra visualizada do inimigo com a plane-
jada para o pelotão, o Cmt Pel poderá decidir eficazmente onde posicionar suas
peças de manobra e como se contrapor à manobra do inimigo.
- É fundamental que o Cmt Pel “pense como o inimigo, antes de agir” (se eu
fosse o inimigo, como agiria nessa situação?) a fim de poder barrar a manobra
inimiga.
i) Análise de nossa situação e de nossas linhas de ação
- Efetivo.
- Composição.
- Dispositivo.
- Situação logística.
- Condições de Tempo e Espaço.
- Análise de nossas linhas de ação. Cada L Aç deve ser lógica, viável e permitir
o cumprimento integral da missão. Tirar vantagem do terreno e observar o poder
relativo de combate. Que ação realizar? Quando realizar? Por onde realizar?
Como realizar?
j) Comparação das L Aç Levantadas e Análise das L Aç do Ini.
- Levantar as vantagens e desvantagens de cada L Aç, confrontando-as com a
provável L Aç do inimigo. Ao final, deve-se concluir pela melhor L Ac (L Aç Nr. 1x
L Ac Ini: Vantagens e desvantagens; L Aç Nr. 2 x L Ac Ini: Vantagens e desvanta-
gens; Conclusão: a melhor L Aç é a Nr).
- Para cada provável possibilidade do Ini, deve-se agir ou reagir de forma que
ele não possa anular a minha manobra. 
k) Decisão
- Responder o “quê?” (Todas as Aç a realizar - verbo infinitivo).
- Responder o “quando?” (Início da missão ou dispositivo pronto, horários
impostos).

3-18
EB70-CI-11.457
- Responder o “onde?” (Por onde e para onde).
- Responder o “como?” (Define o dispositivo a adotar).
- Responder o “para quê?” (Define a finalidade da missão).

3.5.3.10 Ordem ao Pelotão


3.5.3.10.1 A Ordem ao Pelotão será sempre verbal, se possível à luz do terreno,
caso contrário, a ordem ao pelotão deve ser emitida com a máxima utilização de
meios audiovisuais, caixão de areia etc.
3.5.3.10.2 A ordem ao pelotão será emitida na seguinte sequência: (SIMEXLOCOM)
a) Situação;
b) Missão;
c) Execução;
d) Logística; e
e) Comando e controle.
3.5.3.10.3 Situação
a) Forças amigas
- Missão do escalão superior.
- Forças vizinhas (Limites, zona de ação).
- Missão e vias de acesso dos outros pelotões.
- Elementos de Ap F (terrestre, aéreo e naval, se for o caso).
- Força aérea e aviação do exército.
b) Forças inimigas
- Dispositivo, composição, valor, natureza, atividades recentes e atuais, par-
ticularidades.
- Identificação e armamento.
- Possibilidades e limitações.
- Força aérea.
3.5.3.10.4 Missão e Intenção
a) A missão recebida do escalão superior (Cmt SU);
b) a intenção do Cmt Esqd e/ou Cmt Rgt.
3.5.3.10.5 Execução
a) Conceito da operação

3-19
EB70-CI-11.457
- Manobra (explorar sucintamente como pretende cumprir a missão na sequ-
ência cronológica das ações, sem ressaltar detalhes de coordenação ou missões
específicas das frações. Abordar de forma resumida os aspectos que esclareçam
aquilo que foi definido na decisão).
- Elementos Subordinados.
- Se for o caso, o Cmt Pel deverá enumerar as missões específicas de cada
grupo. As atividades, do que será desempenhado, devem ser pormenorizadas
desde a Z Reu até o cumprimento da missão. Procure detalhar as ações e coor-
denações necessárias.
- Procurar ressaltar os seguintes aspectos: Itn Prog, Hora do início da missão (L
Ct inicial e final), P Atq, eixos a serem reconhecidos, zonas etc., tipo de segurança,
de ataque, etc. EEI, o que se deve fazer em final de missão, formação inicial e
ordem de movimento, condutas em áreas perigosas e pontos críticos, quem vai
por onde e com quem, Mdd Coor Ct, técnicas especiais, ações comuns e comple-
mentares, objetivos a conquistar, obstáculos para transpor, posições para ocupar,
ligações para serem realizadas, ataque principal, ataque secundário, emprego do
Mrt, núcleos de defesa, núcleos de defesa em aprofundamento, e outros.
- Prescrições Diversas: Medidas de coordenação e controle. Formações e
técnicas de movimentos. Posições de tiro a serem ocupadas (se for o caso).
Roteiro, esboço de tiro e plano de fogos do Pel. Prioridade dos trabalhos de OT.
Prescrições para o pernoite. Sinal para mudança de posição. Medidas de segu-
rança; Elementos essenciais de informações (EEI). Rodízio de material pesado.
Reorganização e consolidação.
b) Contato com o inimigo.
- Conduta com mortos e feridos amigos e inimigos, capturados (revista, se-
pultamento).
- Defesa contra aeronaves (observação e ações a executar).
3.5.3.10.6 Logística
a) Generalidades
- Localização da ATSU.
- Composição da ATSU (instalações logísticas).
- Citar as missões que o Adj Pel deve providenciar. Como será desencadeado
o ressuprimento do Pel.
b) Suprimento
- Classe I: processo de distribuição do Sup. Plano de alimentação. Local de
consumo das refeições. Método de apanha das refeições. Rações a serem con-
duzidas para a Op. Processo de distribuição de água (antes e durante a missão).
Método de reabastecimento de água (cantis e reservatórios portáteis das Vtr e
outros). Consumo d’água de fontes locais (normas e restrições).
3-20
EB70-CI-11.457
- Classe III: processo de distribuição do suprimento antes, durante e após a
missão. Regime de tanque no reabastecimento (pleno ou menor). Nível mínimo
de tanque (Nível de Segurança: 3/4, 1/2 ou 1/4. Informar ao ser atingido).
- Classe V: processo de distribuição do Sup (antes, durante e após a missão).
Restrição de Mu. Composição da turma de remuniciamento do pelotão. Nível de
segurança do Sup Cl V a ser observado na operação (informar ao ser atingido).
- Classe X (itens não incluídos nas outras classes): necessidade de cartas
topográficas (Quais? Onde apanhar?). Fotografias aéreas ou de satélites dispo-
níveis (Quais? Onde receber?).
c) Transporte
- Plano de embarque do pelotão.
- Local de estacionamento das viaturas.
d) Manutenção
- Evacuação de material danificado ou em pane.
- Material salvado ou capturado (procedimentos).
- Manutenção a ser realizada nos altos ou em situações estáticas da missão
(Quem verifica o quê? Quem realiza a Mnt?)
e) Saúde
- Evacuação de feridos e doentes: como será realizada a evacuação de feridos
e doentes até o Ponto de Concentração de Feridos (PCF)? Há previsão na NGA
do Pel? A NGA será alterada?
- Localização do Ponto de Concentração de Feridos (PCF): onde estará des-
dobrado o PCF do Pel Sau (Tu Evac), em apoio à SU? Na ATSU, à frente desta,
onde?
- Localização do posto de socorro do regimento (PSR) ou do Esqd C Mec de
Bda (PSE): onde está localizado o PSR/PSE? Na impossibilidade do transporte
ser realizado pela Tu Evac, quem evacuará o(s) ferido(s) até o PSR/PSE? Com
qual viatura? Quem informará a SU e o PSR?
f) Pessoal
- Controle de efetivo; Situação de pessoal do pelotão (hora da informação para
a SU), Procedimento a ser adotado pelos Cmt Frações: quem consolida essas
Info? O Cmt Pel ou o Adj?
- Controle de elementos baixados.
- Recompletamento: hora e local de recebimento dos recompletamentos. Re-
distribuição de pessoal no pelotão.
- Evacuação de Mortos: quem evacua os mortos até o P Col Mortos na ATSU?
Em que viaturas e quando?
3-21
EB70-CI-11.457
- Procedimentos a serem adotados pelas frações dos mortos. Registros: iden-
tificação, material e equipamento individual, armamento e demais pertences dos
mortos. Existe procedimento na NGA do Pel? Foi alterada a NGA?
g) Prisioneiros de Guerra
- Revista e imobilização (procedimentos).
- Evacuação de PG. Quem conduz os PG até a ATSU ou ao local determinado
pelo Esc Sp? Quando? e Em que viatura?
3.5.3.10.7 Comando e Comunicações
a) Rede rádio do pelotão e da SU
- Indicativos e frequências (Pcp, Alt, Esc Sp).
- Procedimentos quanto às interferências.
- Códigos e autenticações.
b) Extratos e mudanças das IECom
c) Prescrições quanto ao uso do rádio
- Regime
- Abertura da rede.
- Sinais a braços, bandeirolas ou lanternas
- Senha, contrassenha e sinal de reconhecimento
- Cadeia de comando
- Controle (checar relógio)
d) Anexos (DRR, QRR).
e) Sistema físico.
f) Medidas de proteção eletrônica.
3.5.3.10.8 Exemplo de Ordem ao Pelotão (EXTRATO)
a) A ordem ao Pelotão é verbal e, se possível, transmitida ao pelotão à vista do
terreno (pelo menos do início do cumprimento da missão).
b) Caso disponha de tempo, o Cmt Pel poderá redigir as principais ideias a fim
de orientar a transmissão de sua ordem ao pelotão.
c) A figura seguinte contém um extrato da Ordem ao Pelotão redigida pelo seu
Cmt utilizando o formato padronizado de uma O Op.
d) Esse extrato da O Pel poderá servir de apoio para a elaboração de um “caixão
de areia” ou “modelo reduzido” (Fig 16) com a manobra planejada pelo Cmt Pel
C Mec a fim de que auxiliar na transmissão da ordem (quando houver tempo
para isso).
3-22
EB70-CI-11.457

FigFig
151--Extrato
Extrato da
daordem
ordemaoaopelotão
pelotão

e) O planejamento do Cmt Pel é realizado após este receber do seu Cmt Esqd
C Mec as ordens para o seu pelotão.
f) A ordem ao pelotão deve resumir os aspectos da missão do Esqd, inerentes
única e exclusivamente ao Pel em questão.
g) Na reprodução da manobra do Pel C Mec, no caixão de areia ou tereno redu-
zido devem ser representadas apenas as medidas de coordenação e controle
da ordem de operações do Esqd C Mec inerentes à missão do pelotão, além de
outras estabelecidas pelo Cmt Pel.

3-23
EB70-CI-11.457

Fig 16 - Terreno no Caixão de Areia do Cmt Pel C Mec

3.5.3.11 Inspeção Inicial


- Após a emissão da ordem ao pelotão, o Cmt Pel deverá realizar uma rápida
inspeção inicial a fim de verificar possíveis ajustes a serem providenciados antes
da realização do ensaio da sincronização.
3.5.3.12 Ensaio da Sincronização
3.5.3.12.1 O Cmt Pel deverá conduzir o ensaio da sincronização. Esta é a última
fase do trabalho de comando e tem como principal objetivo consolidar e sincronizar
sequencialmente, as ordens transmitidas na O Pel.
3.5.3.12.2 O ensaio da sincronização é organizado tomando-se por base as fases
da manobra e a “linha do tempo”. As referidas fases da manobra serão baseadas

3-24
EB70-CI-11.457
em medidas de coordenação e controle e/ou acidentes nítidos do terreno (L Ct,
LP/LC, P Atq, Z Reu, ravinas que dissociam o Mvt, Obst naturais que dissociam
a manobra etc.)
3.5.3.12.3 O Cmt Pel deverá analisar a manobra e faseá-la para fins da execução
da sincronização.
3.5.3.12.4 O Cmt Pel deverá formar as guarnições com o pessoal desembarcado,
conforme a formação a ser adotada pelo Pel em cada uma das fases, conforme a
linha do tempo. A partir deste momento dá-se início ao ensaio da sincronização,
que transcorrerá por fases e dentro da sequência de execução, por parte das
frações do Pel.
3.5.3.12.5 O ensaio de sincronização é obrigatório para todo o efetivo do Pel.
Todos os integrantes das frações devem participar desse ensaio, em todas as
suas fases e ações importantes para o cumprimento da missão. Não pode haver
dúvidas ou desconhecimento de tarefas, ações e atividades a serem realizadas,
bem como, em que momento e oportunidade devem ser executadas.
3.5.3.12.6 Para fins de ilustração, considerar-se-á um Pel C Mec tendo recebido,
em sua Z Reu, a missão de realizar um Ataque Coordenado na COTA da ÁGUIA.
A sincronização dar-se-á da seguinte forma (Fases e Linha do Tempo – Ações
a realizar):
a) 1ª Fase - Z Reu

Fig 17 - Pel C Mec desembarcado na Z Reu

3-25
EB70-CI-11.457
b) 2ª Fase - Itn Prog

Fig 18 - Pel C Mec na O Mvt prevista para a progressão Pelo Itn Prog

c) 3ª Fase – P Atq

Fig 19 - Pel C Mec na formação prevista na P Atq

d) 4ª Fase – Conquista do Objetivo

Fig 20 - Pel C Mec na formação para conquistar o Obj

3-26
EB70-CI-11.457
f) 5ª Fase – Consolidação e Reorganização

Fig 21 - Pel C Mec desdobrado nas ações de consolidação do objetivo

3.5.3.12.7 Cabe ao Cmt Pel, em coordenação com o Adj, criar todos os incidentes
possíveis para o ensaio da manobra a ser realizada. Como sugestão, o Cmt Pel
deve realizar três sincronizações:
a) sincronização da manobra: a fim de certificar-se que todos entenderam a se-
quência das ações, posicionamento das frações e armas de apoio etc;
b) sincronização com incidentes simulados e TAI (técnicas de ação imediata):
criar incidentes que permitam verificar as ações adotadas e o comportamento das
frações para reagir aos mesmos. Buscar automatizar procedimentos;
c) sincronização final: para realizar as coordenações externas como, por exemplo,
para solicitar fogos de artilharia, conduzir o tiro indireto, evacuação de feridos, etc.
3.5.3.13 Inspeção Final e Partida
- Findo o ensaio da sincronização, o pelotão, até então desembarcado, retorna
para as suas viaturas e realiza a última conferência do material, suprimentos e
manutenção das mesmas, aguardando o horário pré-estabelecido para partir para
o cumprimento da missão.
3.5.3.14 Ordens Fragmentárias
3.5.3.14.1 Conceito
a) Ordens fragmentárias (O Frag) são intervenções de comando que alteram o
planejamento inicial, conferindo nova orientação ao desenrolar das ações.
b) Elas foram desenvolvidas como uma ferramenta do Cmt para acompanhar
o ritmo de combate blindado e mecanizado, que se caracteriza por constantes
alterações na situação tática.

3-27
EB70-CI-11.457
c) As O Frag, ressalte-se bem, não substituem, de forma alguma, o planejamento
do Cmt do Pelotão, mas sim, constituem-se em valiosíssimo instrumento para que
este possa agir face às manobras inimigas.
3.5.3.14.2 Vantagens
a) Aceleram o ritmo das operações militares.
b) Aceleram a flexibilidade para o comando.
3.5.3.14.3 Desvantagens
a) Vulnerável às ações de guerra eletrônica.
b) Possibilidade de não compreensão pelos escalões subordinados.
c) Necessidade de adestramento do Comandante e da tropa.
3.5.3.14.4 Metodologia
a) Ao emitir uma O Frag, deve-se dar um tempo de retardo entre o alerta e a situ-
ação. Assim que as frações escutarem o alerta de ordem fragmentária, deverão
desdobrar no terreno, apanhar material de anotação e acompanhar a decisão de
seu comandante.
b) Na emissão da O Frag, segue-se a mesma sequência da ordem de operações,
sendo que os parágrafos 4° e 5° serão omitidos.
c) Os parágrafos 1°, 2° e 3° são imprescindíveis, porém não há necessidade de
repetição de comandos anteriores. Dados importantes quanto à situação inimiga
(tipo de viaturas, quantidade, localização e atitude) não devem ser omitidos.
d) A fim de facilitar a transmissão da ordem pelo meio rádio, deve-se maximizar
o emprego de normas gerais de ação, bem como adotar sistemas de tela código
para transmissão de posições.
e) IMPORTANTE: não há uma padronização rígida para este tipo de ordem, o mais
importante é o entendimento mútuo. Deve-se ter o cuidado para não esquecer
nenhum elemento do pelotão.
f) A emissão de boas O Frag é uma habilidade que deve ser desenvolvida pelo Cmt
Pel. Como tal, deve ser objeto de treinamento constante por parte do comandante
de pelotão e seus Cmt Frações.
g) Como metodologia de instrução, o meio mais simples de aprendizado é o caixão
de areia. Nele, o Cmt Pel deve reunir seus Cmt de fração, criar situações e emitir
ordens (verificar o entendimento dessas ordens pelos Cmt Frações).
h) Em um primeiro estágio, em claro e sem preocupação com a concisão (palavras
e expressões repetidas ou inúteis).
i) O importante é não esquecer nenhuma fração e certificar-se de que todos
entenderam o que fazer. Nesta primeira fase, as NGA devem ser padronizadas.

3-28
EB70-CI-11.457
j) Num segundo momento, o Cmt Pel deve preocupar-se em torná-la mais concisa,
eliminando palavras redundantes ou desnecessárias, além de adequar-se ao tem-
po de 3 a 5 segundos em que o botão transmissor deverá permanecer apertado.
Para tanto, a ordem deve ser fracionada (“brifar” um sinal qualquer para que os
subordinados reconheçam o término da transmissão a fim de evitar interrupções).

Tab 4 - Exemplo Nr 1 de O Frag de Pel C Mec

k) Num terceiro estágio, separar todos os comandantes de frações subordinadas


(GE, GC, Seç VBC Cav/VBR, Pç Ap) de forma que ninguém tenha contato visual
entre si ou com o Cmt Pel e treinar os mesmos procedimentos anteriormente
citados utilizando rádios portáteis.
l) Outro militar (do Pel ou da SU) deverá criar situações para os Cmt frações (ou
distribuí-las previamente por escrito), para que estes realizem a transmissão da
situação para o seu Cmt Pel, para que este possa tomar decisões e retransmiti-
-las ao Cmt SU.
m) Dessa forma, fecha-se o ciclo de reação às evoluções da situação tática.
Nesta fase, a ênfase deve ser dada ao entendimento das ordens e à precisão da
transmissão dos informes.
n) Em um primeiro momento, não há a necessidade de pressionar o tempo, mas
com o adestramento, este fator deverá ser inserido até atingir um padrão que va-
rie de 3 a 5 minutos (apenas referência; na verdade, quanto mais rápido melhor,

3-29
EB70-CI-11.457
sem perder o parâmetro do exequível) para decisão e a transmissão da ordem.

Tab 5 - Exemplo Nr 2 de O Frag de Pel C Mec

o) Somente após o domínio do ciclo supracitado deve-se introduzir o sistema de


mensagens pré-estabelecidas (NGA do Pel).
p) Em uma quarta fase, com o pelotão operando no terreno, treinar esses pro-
cedimentos, observando como os Cmt das frações procedem e como o Cmt Pel
reage às informações táticas transmitidas pelos seus subordinados.
q) Importante: cobrar dos subordinados o sinal de entendido ou não (evitar a
utilização de mensagens pré-estabelecidas na O Frag.
r) Essa ordem é empregada para algo que não pode ser previsto, desse modo,
não é possível o emprego de normas gerais de ação (NGA), com mensagens
pré-estabelecidas).
s) Um teste eficaz para essas habilidades poderá ser realizado criando-se situ-
ações táticas e, no máximo em três minutos, o comandante de pelotão e os de
frações devem conseguir tomar uma decisão e transmitir sua ordem (informação).
3.5.3.15 A Intenção do Comandante
3.5.3.15.1 Nas ações com meios mecanizados é fundamental que o Cmt Pel C
Mec e seus comandantes de fração subordinadas tenham condições de prosse-
guir, cumprindo a missão recebida, mesmo que as ligações com o seu Esqd C
Mec tenham sido cortadas, seja em função da atuação do inimigo, seja por falha
técnica dos equipamentos.

3-30
EB70-CI-11.457
3.5.3.15.2 Para que isso seja possível e se torne realidade, é necessário que
todos tenham um perfeito entendimento da “intenção do comandante” sobre a
missão e a forma de cumpri-la, bem como um correto entendimento de todas as
ordens recebidas. O Cmt Pel C Mec, conhecendo a intenção de seu comandan-
te e do conceito da operação, poderá realizar suas ações com mais iniciativa e
oportunidade, com uma menor dependência dos meios de comunicações.
3.5.3.15.3 É importante que o Cmt Pel C Mec conheça e tenha um perfeito en-
tendimento da intenção do seu comandante de Esqd C Mec, pois ela é a expres-
são clara e concisa da finalidade da operação e do estado final militar desejado
para a subunidade que integra. Essa intenção do Cmt Esqd C Mec deve incluir o
objetivo da operação, as principais tarefas e as condições que definem o estado
final do cumprimento da missão. Ela vincula a missão, o conceito de operações
e as tarefas das frações subordinadas.
3.5.3.16 O Cmt Pel C Mec e a Consciência Situacional
3.5.3.16.1 A Consciência situacional é a percepção precisa dos fatores e das
condições que afetam a execução da missão durante um determinado período
de tempo, permitindo ou proporcionando ao Cmt Pel C Mec estar ciente do que
se passa ao seu redor e assim ter condições de focar o pensamento na missão,
decidindo pelo emprego de seus meios na medida certa, no momento e nos
locais decisivos, proporcionalmente à ameaça inimiga (semelhante a um estudo
de situação continuado).
3.5.3.16.2 A utilização de todos os meios disponíveis (escalão superior, frações
subordinadas, elementos em apoio etc.) permitirá ao Cmt Pel C Mec manter-se
informado, permanentemente, da situação tática, do que está acontecendo em
sua zona de ação e nas Z Aç vizinhas, dando uma clara consciência situacional
do ambiente operativo em que atua o pelotão e o seu Esqd C Mec.

3.6 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


3.6.1 GENERALIDADES
3.6.1.1 As medidas de coordenação e controle tem por finalidade representar grafi-
camente e de forma padronizada, as normas e regras necessárias à coordenação,
à condução, ao controle e ao acompanhamento das operações, assegurando as
condições para a execução do que foi planejado e evitando incidentes de fratricídio
ou de fogo amigo, limitando a progressão de uma força, impedindo ou restringindo
ações, impondo a realização de determinadas tarefas ou ações etc.
3.6.1.2 Estas medidas de coordenação e controle são impostas pelo escalão
superior, de modo que não é usual que o Cmt Pel C Mec lance mais medidas.
Contudo, cabe ao Cmt Pel C Mec identificar e cumprir as medidas impostas, de

3-31
EB70-CI-11.457
modo a não comprometer a sincronia das ações.
3.6.2 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE COMUNS ÀS OPERAÇÕES
DO PEL C MEC
3.6.2.1 Zona de Reunião
3.6.2.1.1 Zona de Reunião (Z Reu) é uma na qual o Pel C Mec é reunido para
receber uma missão e/ou preparar-se para o cumprimento dessa missão.
3.6.2.1.2 Na Z Reu o Pel C Mec realiza todos os seus preparativos para cumprir
a missão recebida. São conduzidas atividades de manutenção do material, rece-
bimento de instruções, distribuição de suprimento (munição, combustível, rações
etc), a rede de comunicações é preparada (se houver mudança), a tropa descansa
para cumprir a missão etc.

Fig 22 - Representação gráfica de zona de reunião

3.6.2.2 Itinerário de Progressão


3.6.2.2.1 Itinerário de Progressão (Itn Prog) é a representação gráfica do itinerário
que o Pel C Mec deverá percorrer para atingir a área a reconhecer, região/área
a ocupar ou o local onde terá início uma missão.
3.6.2.2.2 O Pel C Mec, ao percorrer um itinerário de progressão, executa apenas
os reconhecimentos necessários à sua própria segurança.

Fig 23 - Representação gráfica de um itinerário de progressão

3.6.2.3 Eixo de Progressão


3.6.2.3.1 O Eixo de Progressão (E Prog) representa a Direção de movimento que
se orienta para a área de objetivo, estabelecida para fim de controle, destinada
a balizar a progressão de determinada força.

3-32
EB70-CI-11.457

Fig 24 - Representação gráfica de eixo de progressão

3.6.2.3.2 A designação de um eixo de progressão dá uma orientação geral ao Pel


C Mec e assegura liberdade de ação no cumprimento da missão.
3.6.2.4 Linha de Controle
3.6.2.4.1 Linhas de Controle (L Ct) são linhas do terreno, facilmente identificadas,
tais como estradas, cursos d’água e linhas de crista, em geral, perpendiculares
à direção do movimento em toda a Zona de Ação (Z Aç).
3.6.2.4.2 As L Ct permitem ao Cmt Pel C Mec acompanhar e controlar a progressão
de suas frações ou ser acompanhado e controlado pelo seu Cmt Esqd.
3.6.2.4.3 O pelotão ou suas frações não se detêm nas L Ct (a menos que rece-
bam ordem para tal), apenas informam ao Cmt Pel ou ao Cmt Esqd quando as
atingirem e prosseguem na missão de reconhecer.
3.6.2.4.4 Quando houver dificuldade em designar uma L Ct, o Cmt Pel C Mec
pode substituí–la pelo controle do tempo de deslocamento de suas frações. Os
elementos subordinados informarão ao Cmt Pel C Mec as suas posições em
espaços de tempo pré-determinados, conforme a situação tática exigir.

3-33
EB70-CI-11.457
3.6.2.4.5 As linhas de controle devem ser utilizadas, em princípio, nas seguintes
circunstâncias:
a) manter a sincronização de seus meios. O usual é o controle de hora em hora.
Dessa forma, a distância variará de acordo com o tipo de ação tática e conforme
o ritmo da operação:
- Rec de Eixo: de 15 em 15 Km.
- Rec de Zona: de 8 a 12 km;
b) para definir uma área ou zona a reconhecer (eixo, zona ou área);

Fig 25 - Representação gráfica de linha de controle

c) para delimitar uma localidade objetivo de informação a uma distância maior do


que 2 km do eixo de reconhecimento;
d) quando as dimensões da localidade ultrapassarem 2 km para cada lado do
eixo; e
e) a cada 1 hora de deslocamento.

Fig 26 - Exemplos do emprego de linha de controle

3.6.2.5 Ponto de Controle


3.6.2.5.1 Pontos de Controle (P Ct) são locais no terreno usados para controlar o
movimento, normalmente previstos em pontos nítidos de um eixo. São empregados

3-34
EB70-CI-11.457
para a orientação das frações, referência nos pedidos de apoio de fogo, informar
uma localização no terreno e facilitar a elaboração de relatórios.
3.6.2.5.2 Os Cmt de frações do Pel C Mec devem informar ao Cmt Pel quando
de sua passagem pelos P Ct. Da mesma forma, o Cmt Pel C Mec deve informar
ao seu Cmt Esqd C Mec quando o pelotão passar pelos P Ct determinados pelo
Cmt Esqd. Se não houver ordem contrária, a tropa prossegue em seu movimento,
sem realizar paradas nos P Ct.
3.6.2.5.3 Os pontos de controle podem ser utilizados para:

Fig 27 - Exemplos do emprego de pontos de controle

a) sobre uma L Ct, quando houver deslocamento sobre ela por um longo trecho;
b) quando o eixo se bifurcar;
c) quando um eixo, objetivo de informação, cruzar um rio obstáculo ou uma pas-
sagem contínua, como uma ponte, por exemplo;
d) quando houver sobre o eixo uma localidade e esta não for objetivo de infor-
mação. Devem ser marcados P Ct antes e um depois dessa localidade (entrada
e saída); e
e) como ponto de início de movimento.
3.6.2.6 Ponto de Ligação
3.6.2.6.1 Ponto de Ligação (P Lig) é um ponto facilmente identificável no terreno
onde dois ou mais elementos subordinados têm que estabelecer “contato físico”
para troca de informes.
3.6.2.6.2 No Pel C Mec, esta ligação nos P Lig é, normalmente, realizada pelas
patrulhas do GE.

3-35
EB70-CI-11.457
3.6.2.6.3 Quando o contato nos P Lig for estabelecido, o comando que o estabe-
leceu deve ser imediatamente informado. As frações informam ao Cmt Pel Mec
e este, se o P Lig tiver sido estabelecido pelo seu Esqd C Mec, informa ao seu
Cmt Esqd. Esse contato só poderá ser desfeito com autorização da autoridade
que o determinou.

Fig 28 - Alguns exemplos do emprego de ponto de ligação

3.6.2.6.4 Os pontos de ligação devem ser utilizados quando:


a) houver necessidade de troca de informações entre elementos vizinhos durante
as operações;
b) a distância entre dois objetivos for maior que 4 km;
c) quando for desejado o contato físico entre as tropas responsáveis pela conquista
dos objetivos próximos;
d) o seu limite cruza uma linha de controle; e
e) um eixo objetivo de informação, ou qualquer outro eixo, mudar de responsa-
bilidade.
3.6.2.7 Limites
3.6.2.7.1 Os Limites (Lim) são medidas de coordenação e controle utilizadas para
definir a responsabilidade de uma determinada tropa sobre uma área.
3.6.2.7.2 Eles devem ser traçados sobre um acidente nítido no terreno. Quando
for utilizada uma estrada como limite entre duas forças, deve ser definido de quem
é a responsabilidade sobre a mesma, não devendo esse limite ser traçado sobre
a estrada, mas ao lado da mesma.
3.6.2.7.3 Os limites devem ser utilizados:
a) quando dois eixos objetivos de informação se aproximam a menos de 4 km;
b) quando se deseja definir a responsabilidade sobre uma determinada área;
c) entre objetivos em final de missão, para definir responsabilidades sobre a região,
3-36
EB70-CI-11.457
quando a distância entre eles for menor que 4 km; e
d) entre as L Ct, cujos limites devem ser identificados com a designação numérica
e o escalão que identificam os elementos vizinhos. Se forem de natureza diferente,
essa natureza deve ser expressa após a designação numérica.

Fig 29 - Representação gráfica de limite

3.6.2.8 Ponto de Coordenação


3.6.2.8.1 Ponto de Coordenação (P Coor) é um ponto do terreno, facilmente atin-
gível e identificável, onde deve ocorrer a coordenação de fogos ou de manobra
entre duas unidades.
3.6.2.8.2 Deve ser marcado em um ponto nítido do terreno, onde deverá ocorrer
uma coordenação para se poder manobrar ou atirar além dele, ou para que na-
quele trecho do terreno possa haver um recobrimento de fogos.

Fig 30 - Representação de um ponto de coordenação entre dois Obj

3.6.2.9 Objetivo
3.6.2.9.1 Objetivos são áreas do terreno que representam:
a) o final de uma missão;
b) a parte do terreno que assegure a posse de regiões de passagem de um rio

3-37
EB70-CI-11.457
obstáculo ou de um desfiladeiro;
c) a área que permita apoiar uma ultrapassagem ou um investimento;
d) a área que garanta a posse de regiões do terreno que proporcionem segurança;
e) a área do terreno que deverá estar de posse de uma tropa ao final de um ataque;
f) área do terreno que deverá ser conquistada a um inimigo ou o inimigo (blindado
ou mecanizado) que deverá ser destruído;
g) um acidente capital de amplitude compatível com o escalão considerado que
permite a unidade de esforços, mudança de ritmo, direção, dispositivo, segurança
e controle.

Fig 31 - Representação de um objetivo

3.6.2.9.2 A área designada como objetivo deve ser conquistada e controlada. Não
é necessária, entretanto, a ocupação física de toda a área. Quando essa área for
grande, o Pel C Mec poderá conquistar apenas o terreno dominante e controlar
o restante do terreno pelo fogo e por outros meios.
3.6.2.9.3 O Pel C Mec poderá receber do seu escalão superior à missão de fixar
o inimigo em sua zona de ação, recebendo ou não um objetivo para conquistar.
Na manobra do esquadrão, quando a posição inimiga está a 2 Km ou mais da
linha de partida, normalmente será marcado um objetivo.
3.6.2.10 Zona de Ação
3.6.2.10.1 Zona de Ação (Z Aç) é uma faixa do terreno definida por limites ou por
linhas de controle, utilizada para atribuir, de forma clara, a responsabilidade de
uma tropa sobre essa área.
3.6.2.10.2 As Z Aç, além de definirem a responsabilidade, são também uma me-
dida restritiva ao movimento e ao fogo. O Pel C Mec somente poderá manobrar
ou atirar na Z Aç de outra tropa, coordenando essa ação com o seu Esc Sp e com
o elemento responsável por essa zona.

3-38
EB70-CI-11.457

Fig 32 - Representação da Zona de Ação de um Pel C Mec

3.6.2.11 Região de Destino


3.6.2.11.1 Região de Destino é a região no terreno para onde são deslocados
os elementos não empregados em 1º Escalão, como os trens da SU e/ou os
pelotões em reserva.
3.6.2.11.2 A Região de Destino (R Dstn) é prevista pelo Esqd C Mec enquadrante
do Pel C Mec, em locais que permitam apoiar as ações dos elementos em 1º
Escalão.
3.6.2.11.3 A R Dstn só será ocupada quando houver condições de segurança.
3.6.2.11.4 Normalmente, é prevista uma R Dstn entre cada linha de controle.
3.6.2.11.5 Uma região de destino pode representar o local ou a área para a qual
o Pel C Mec deverá deslocar-se ao final de sua missão.

3-39
EB70-CI-11.457

Fig 33 - Representação gráfica de região de destino

3.7 COMUNICAÇÕES NO PEL C MEC


3.7.1 GENERALIDADES
3.7.1.1 As ligações e as comunicações do Pel C Mec com o seu Esqd C Mec em
operações são realizadas quase que integralmente por intermédio de equipa-
mentos e sistemas de comunicações. Da eficiência desses meios e sistemas, de
sua confiabilidade, flexibilidade e segurança na exploração depende o Comando
e Controle do Pelotão.
3.7.1.2 As ligações e as comunicações no Pel C Mec devem atender aos seguin-
tes princípios:
3.7.1.2.1 Continuidade: as ligações devem ser mantidas a qualquer custo;
3.7.1.2.2 Rapidez: as ligações necessitam de oportunidade, devendo ser estabe-
lecidas em tempo útil para os efeitos desejados; e
3.7.1.3.3 Segurança: todas as medidas necessárias devem ser tomadas para
proteger o sistema de comunicações, de modo a impedir, ou, pelo menos, dificultar
a obtenção de informações pelo inimigo. A segurança preserva a liberdade de
ação do comando e garante a surpresa.
3.7.2 LIGAÇÕES
3.7.2.1 As Ligações são as relações ou as conexões estabelecidas entre os
diferentes elementos que participam de uma mesma operação, sendo uma fer-
ramenta de apoio às atribuições de comando e controle.
3.7.2.2 Constituem meios de ligação a rotina burocrática, o contato pessoal, a
observação direta, o agente de ligação, o destacamento de ligação e os meios
de comunicações.
3.7.2.3 As ligações necessárias permitem o exercício do comando e controle no
âmbito do Pel C Mec, a sua integração ao sistema de comando e controle do
Escalão Superior e a conexão com os elementos vizinhos, em apoio, em reforço
e, quando for o caso, de outras forças singulares.

3-40
EB70-CI-11.457

Fig 34 - Ligações necessárias ao Pel C Mec

3.7.2.4 A responsabilidade pelas ligações necessárias obedece aos seguintes


princípios:
3.7.2.4.1 o Escalão Superior (Esqd C Mec) tem a responsabilidade pela ligação
com seus escalões diretamente subordinados, incluindo-se os recebidos em re-
forço ou em integração;
3.7.2.4.2 o elemento que apoia é responsável pela ligação com o apoiado. Nas
operações de substituição, a tropa substituída fornece o apoio;
3.7.2.4.3 entre elementos vizinhos, caso não haja instruções específicas, a respon-
sabilidade é do elemento da esquerda, considerando-se o observador posicionado
com a sua frente voltada para o inimigo.
3.7.3 COMUNICAÇÕES
3.7.3.1 Generalidades
3.7.3.1.1 O Esqd C Mec é responsável pelo estabelecimento das comunicações
com o pelotão. As comunicações entre os pelotões vizinhos são estabelecidas
conforme a determinação do comando do esquadrão. Na ausência de instruções
específicas, o pelotão é responsável pela ligação com o seu vizinho da direita. O
elemento que apoia estabelece o contato com o elemento apoiado.
3.7.3.1.2 Os sistemas (meios e equipamentos) de comunicações mais utilizados
pelo Pelotão de Cavalaria Mecanizado são o sistema rádio, o sistema de men-
sageiros, o sistema de meios acústicos, o sistema de meios visuais e o sistema
físico (fio e telefone).
3-41
EB70-CI-11.457
3.7.3.2 Material de Comunicações do Pel C Mec
3.7.3.2.1 A quase totalidade das ordens e informes é transmitida pelos equipa-
mentos rádio. São empregados, também, em algumas situações, os meios visuais
(painéis, bandeirolas, sinais luminosos, fumígenos, foguetes de sinalização etc),
acústicos (apito, buzina, sirene, foguetes sonoros etc) e mensageiros. Quando
disponíveis, o pelotão poderá fazer uso dos meios físicos (fio, telefone).
3.7.3.2.2 Na tabela a seguir são apresentados os meios de comunicações do Pel
C Mec. Essa distribuição (tipo e quantidade) pode variar com as atualizações dos
QO de RC Mec e Esqd C Mec de brigada.
3.7.3.2.3 O emprego de cada meio de comunicação do Pel C Mec será função
da situação tática e da necessidade de segurança.
3.7.3.2.4 Meios disponíveis no Pel C Mec para as comunicações e ligações
(previsão em QDM):

OUTROS
FRAÇÃO MEIO RÁDIO MEIO FÍSICO MSG
MEIOS

1 Rádio Multibanda Veicu- 1 Central Tlf, 1 Régua


GRUPO DE lar V/U (ou VHF Gp 3), Terminal, 1 Tlf Portátil, 1
COMANDO 1 Rádio Portátil V/U (ou VHF Bobina, 1 Desenroladeira
Gp 2). e 400 m FDT. Bandeirolas, painéis, fumígenos e artifícios pirotécnicos.

4 Rádios Veiculares V/U


GRUPO DE 2 Tlf Portáteis, 2 Bobinas,
(ou VHF Gp 2), 2 Rádios
EXPLORA- 2 Desenroladeiras 3 2.000
Portáteis V/U (ou VHF
-DORES m FDT por patrulha.
Gp 2)
Mensageiros Especiais.

SEÇÃO DE
1 Rádio Multibanda Vei-
VIATURAS
cular V/U (ou VHF Gp 3), 1 Tlf Portátil, 1 Bobina,
BLINDADAS
1 Rádio Veicular V/U (ou 1 Desenroladeira e 400
DE COM-
VHF Gp 2). 2 Cj Intercom, 2 m FDT.
BATE DE
Tlf Veicular Externos.
CAVALARIA

1 Rádio Veicular V/U (ou


VHF Gp 2), 1 Rádio Portátil 1 Tlf Portátil, 1 Bobina,
GRUPO DE
V/U (ou VHF Gp 2), 1 Cj 1 Desenroladeira e 400
COMBATE
Intercom., 1 Tlf Veicular m FDT.
Externo.

1 Rádio Veicular V/U (ou 1 Tlf Portátil, 1 Bobina,


PEÇA DE
VHF Gp 2), 1 Rádio Portátil 1 Desenroladeira e 400
APOIO
V/U (ou VHF Gp 2). m FDT.

Tab 6 - Distribuição do material de comunicações do Pel C Mec

3-42
EB70-CI-11.457
3.7.3.5 Emprego das Comunicações nas Missões do Pel C Mec
3.7.3.5.1 Emprego do Meio Físico (Telefone e Fio)
a) O emprego do meio físico (telefone e fio), quando disponível no pelotão e no
seu Esqd C Mec, é de grande importância para o pelotão em determinadas ope-
rações e situações táticas (apesar de estar em desuso no EB, muitas OM ainda
possuem esses meios). Ele permite realizar ligações seguras entre as frações do
pelotão em situações que exijam discrição, sigilo e segurança.
b) As comunicações fio são menos vulneráveis à ação inimiga do que o rádio.
Entretanto, o sistema é pouco flexível e requer instalação demorada.
c) O Pel C Mec poderá estar ligado ao esquadrão por meio de um circuito tronco
que interliga as respectivas centrais telefônicas. A partir da central do pelotão,
são lançados ramais para as frações.
d) O sistema físico no Pel C Mec é instalado por um militar de cada fração e pelo
radioperador do Cmt Pel. A central telefônica é instalada nas proximidades da
viatura do Cmt Pel e operada pelo seu Rdop.
e) A exploração do sistema físico também requer a adoção de medidas de segu-
rança. As linhas devem ser constantemente patrulhadas.
3.7.3.5.2 Emprego dos Meios Rádio
a) As comunicações rádio proporcionam grande flexibilidade e rapidez, porém
são pouco confiáveis e vulneráveis à guerra eletrônica. O rádio é considerado
o menos seguro dos meios de comunicações. Normalmente, é empregado em
situações de movimento, por permitir grande flexibilidade para o exercício do
comando e controle.
b) Na exploração do sistema rádio devem ser adotadas medidas de segurança
a fim de preservar a surpresa e de evitar ou, pelo menos, dificultar ao inimigo
a obtenção de informações sobre a nossa tropa e sobre as nossas atividades.
c) O Cmt Pel C Mec poderá adotar, dentre outras, as seguintes Medidas de Pro-
teção Eletrônica (MPE) para a segurança da rede rádio de seu pelotão:
- adoção de prescrições rádio;
- autenticação de postos rádio e de mensagens;
- utilização de mensagens preestabelecidas;
- utilização de mensagens codificadas (código de mensagens pré-estabeleci-
das) ou criptografadas;
- mudança de frequência e indicativos;
- transmissão de mensagens falsas;
- transmissão de mensagens curtas.
3-43
EB70-CI-11.457
d) O Esqd C Mec, em princípio, deverá estabelecer as prescrições rádio a serem
seguidas pelo Pel C Mec em determinada operação. O uso das prescrições rádio
visa restringir o emprego do rádio em razão dos meios de guerra eletrônica do
inimigo.

PRESCRIÇÃO MEIO
CARACTERÍSTICAS EMPREGO
RÁDIO ALTERNATIVO

- Geralmente empregada para


SILÊNCIO todas as frações, exceto para - Utilização de men-
- Transceptores desligados
ABSOLUTO o Gp C, nas Z Reu, P Cmb e sageiros e insta-
na Res. lação de circuitos
telefônicos quando
- Transceptores ligados. - Nas Z Reu, P Cmb e na Res o tempo e a situa-
SILÊNCIO - Permitida a escuta. ou antes do contato com o ção tática permitir.
- Proibida a transmissão inimigo.

- Transceptores ligados.
- Permitida somente a - Usada durante os desloca- - Utilização de ban-
RESTRITO transmissão de mensa- -mentos e quando imposta pelo deirolas, painéis e
gens urgentes e urgen- Esc Sp. mensageiros.
tíssimas

- Somente para elementos em


contato e enquanto durar o - Mesmo sob essa
contato. prescrição, obser-
LIVRE - Exploração permitida
- Após a quebra do sigilo ou var as MPE das
sem restrição.
após a desencadeamento do transmissões.
ataque

Tab 7 - Emprego dos meios de comunicação em função das prescrições rádio

e) Os equipamentos rádios portáteis são empregados pelas frações quando


desembarcadas e necessitarem manter as ligações com a sua VB ou com as
demais frações do pelotão (por exemplo, durante um ataque desembarcado para
coordenação dos fogos da Pç Ap).
f) O meio rádio deve ser empregado, em princípio, nas seguintes ocasiões:
- durante os deslocamentos (Rec Eixo, Fg, deslocamento entre Pos Cmb numa
Aç Rtrd etc);
- após o contato com o inimigo e somente para os elementos em contato;
- após o início de um ataque;
- diante da necessidade de alarme imediato sobre ataques aéreos, QBN,
blindados, desbordamentos ou flanqueamentos das posições de nossas tropas;

3-44
EB70-CI-11.457
- para manutenção da fisionomia da frente; e
- outras situações, reguladas pelas IEComElt, IPCom e outros documentos de
comunicações do Esc Sup.
g) Devem-se evitar a realização de testes das frequências de operação e das
redes durante a ocupação das posições estáticas.
h) O Cmt Pel C Mec deve estabelecer para o seu pelotão um código de mensa-
gens pré-estabelecidas, a serem transmitidas em claro via rádio, em situação em
que o pelotão esteja próximo ao inimigo e o meio rádio seja o mais indicado para
transmitir as ordens e ações a serem executadas pelas frações.
3.7.3.5.3 Emprego dos Mensageiros
a) O mensageiro é o meio mais seguro de comunicação. Proporciona boa fle-
xibilidade e grande confiabilidade, sendo imune à guerra eletrônica. Porém, a
transmissão das mensagens é demorada e o mensageiro pode ser alvo de em-
boscadas ou fogos inimigos.
b) Normalmente, o Pel C Mec empregará mensageiros para a transmissão de
mensagens extensas (documentos) e gráficas (esboços ou esquemas de mano-
bra), ou como meio alternativas para os sistemas rádio e físico.
c) No pelotão são empregados apenas os mensageiros especiais, que são
mensageiros escalados eventualmente para a transmissão de uma determinada
mensagem. O comandante do pelotão deve designar um de seus homens como
mensageiro, exceto o radioperador, pois este é o responsável pela ligação do
pelotão com o esquadrão.
d) Qualquer militar pode ser mensageiro. Em seu deslocamento o mensageiro
poderá deslocar-se a pé ou empregar qualquer meio de transporte que esteja
disponível (viatura ou outros meios de fortuna existentes na área).
3.7.3.5.4 Emprego dos Meios Visuais
a) Os meios visuais poderão ser empregados quando houver uma limitação im-
posta pela situação tática ou pelas prescrições rádio, impedindo o emprego deste
meio, como por exemplo, durante os deslocamentos, quando o emprego do rádio
é restrito. Nessas situações, devem ser utilizadas as bandeirolas e os painéis.
b) Cada VB do Pel C Mec deve possuir um jogo de bandeirolas nas cores vermelha,
verde, amarela e azul a fim de permitir que as comunicações entre as frações e
o Cmt Pel C Mec não sejam interrompidas quando os demais meios estiverem
impedidos de funcionar (quando o Ini empregar medidas eletrônicas ativas que
impossibilitem o uso do rádio etc).
c) O emprego das bandeirolas exigirá de todos os integrantes do pelotão um
constante treinamento e o perfeito conhecimento do código de bandeirolas utili-
zado (que poderá variar em cada fase da operação, dia ou semana, para dificul-
tar o seu conhecimento pelo inimigo).

3-45
EB70-CI-11.457

d) Os sinais visuais preestabelecidos, principalmente, os painéis são utilizados


para identificar colunas amigas ou de determinadas viaturas.
e) As bandeirolas são utilizadas na coordenação e controle das Frações do Pe-
lotão, como por exemplo, para a transmissão de ordens para fazer alto, retomar
o movimento, desembarcar, avançar ou reunir uma determinada fração, abrir e
serrar distâncias, informar o Ctt com inimigo, etc.
f) O Esqd C Mec deve prever em sua NGA um código de mensagens pré-estabe-
lecidas a serem transmitidas por bandeirolas, em situações de emprego.
g) Os sinais luminosos com uso de faróis, lanternas etc podem ser utilizados na
identificação de frações, de posições ou para transmitir mensagens curtas em
código. Seu emprego deve ser feito em situações especiais, para a retaguarda e/
ou em locais abrigados para não denunciar a posição para o inimigo.

Fig 35 - Exemplo de um Código de Bandeirolas para o Pel C Mec

3-46
EB70-CI-11.457
h) Os fumígenos e a munição traçante podem ser empregados para assinalar
um determinado alvo ou local, os fumígenos coloridos podem sinalizar uma ação
referente a determinada fase da operação etc.
i) Em algumas situações poderão ser empregados foguetes pirotécnicos para,
com as explosões (uma, duas ou mais “estrelas”), identificar determinada ação
ou fase das operações.
j) Os meios visuais devem ser evitados durante as situações estáticas, tendo em
vista que o máximo empenho deve ser realizado a fim de evitar que seja revelada
ao inimigo a posição do Pel C Mec.
3.7.3.5.5 Emprego dos Meios Acústicos
a) Em algumas situações o Pel C Mec e suas Frações poderão fazer uso dos
meios acústicos disponíveis para marcar uma determinada fase das operação,
sinalizar uma determinada ação, transmitir uma informação pré-planejada ou
avisar sobre o movimento do inimigo.
b) Normalmente, os meios acústicos empregados pelo Pel C Mec são: o apito,
a buzina ou sirene das viaturas, os foguetes pirotécnicos (som das explosões)
e outros meios improvisados como latas de ração com pedras nos sistemas de
alarme etc.
c) O emprego de meios acústicos deve ser bem avaliado pelo Cmt Pel, pois de-
nunciam a posição ocupada ou alertam o inimigo sobre ações do pelotão.

3-47
EB70-CI-11.457

3-48
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO IV
OPERAÇÕES OFENSIVAS

4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


4.1.1 As operações ofensivas (Op Ofs) são operações terrestres agressivas nas
quais predominam o movimento, a manobra e a iniciativa para cerrar sobre o ini-
migo, concentrar poder de combate superior, no local e no momento decisivo, e
aplicá-lo para destruir ou neutralizar suas forças por meio do fogo, do movimento
e da ação de choque. Obtido sucesso, passa-se ao aproveitamento do êxito ou
à perseguição.
4.1.2 São tipos de operações ofensivas a marcha para o combate, o reconheci-
mento em força, o ataque, o aproveitamento do êxito e a perseguição.
4.1.3 O Pel C Mec participará dessas operações ofensivas, enquadrado em seu
Esqd C Mec, no contexto da Op Cmpl Segurança ou quando seu Esqd C Mec
ou RC Mec for empregado como economia de meios do seu escalão superior.
4.1.4 As operações ofensivas podem ser executadas empregando-se diferentes
formas de manobra tática que resultam de dois movimentos básicos: o movimento
de flanco e o movimento frontal. São formas de manobra táticas ofensivas: a pe-
netração, o ataque frontal, o desbordamento, o envolvimento e a infiltração tática.
4.1.5 A forma de manobra tática mais adequada ao emprego da Cavalaria Mecani-
zada é o desbordamento por permitir explorar ao máximo as suas características e
obter resultados mais decisivos, reduzindo as perdas em viaturas e vidas humanas.
4.1.6 Em princípio, nas operações ofensivas, os Esqd C Mec reorganizarão seus
Pel C Mec em Pelotões Provisórios a fim de maximizar seu poder de combate
e as características de suas frações. Somente em algumas situações táticas
(excepcionais), ou em operações específicas (larga frente, inimigo fraco e sem
defesa anticarro etc.) o Esqd C Mec empregará seus Pel C Mec, em operações
ofensivas, com a sua organização básica. O estudo de situação e a missão rece-
bida determinarão ao Cmt Esqd C Mec a melhor organização dos seus pelotões.
Esse assunto será abordado nos manuais de campanha de Esqd C Mec e RC Mec.
4.1.7 Em determinadas situações da ação ou missão de reconhecimento (Op Cmpl)
ou em operações de uma F Seg, um Pel C Mec poderá ser autorizado por seu
Cmt Esqd C Mec a realizar uma ação ofensiva limitada e de forma independente,
normalmente contra fracos elementos inimigos que bloqueiam o seu avanço.

4-1
EB70-CI-11.457
4.2 FORMAÇÕES DE COMBATE
4.2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4.2.1.1 Nas operações ofensivas, em função da existência ou não de cobertas
e do volume de fogo necessário para assegurar sua progressão, o Pel C Mec
adotará as formações em cunha e em coluna ou suas variações. Por segurança,
a distância entre suas viaturas deverá ser em torno de 100 m, já que o raio de
ação de uma granada de Artilharia varia de 25 a 50 m.
4.2.1.2 A formação de combate não é rígida. Frequentemente, o inimigo e/ou o
terreno irão impor modificações nas formações adotadas inicialmente. Os pelotões
não necessitam adotar a mesma formação do seu Esqd C Mec.
4.2.2 FORMAÇÃO EM CUNHA

Fig 36 - Formação do Pel C Mec em cunha

4.2.2.1 Esta formação é a que oferece boa potência de fogo à frente e nos flancos,
segurança e facilidade para o comando e controle. É a formação padrão, para o
deslocamento em terreno aberto, de um Pel C Mec dotado somente com viaturas
blindadas (VBMT, VBC Cav/VBR, VBTP e VBC Mrt).
4.2.2.2 Essa formação em cunha, entretanto, não é a mais adequada para um Pel
C Mec em que seu GE e sua Pç Ap sejam dotados com viaturas não blindadas.
Nesse caso, a formação em cunha só deverá ser empregada após a realização
de um detalhado um estudo de situação (terreno).
4.2.2.3 A formação em cunha possibilita um bom controle, dá profundidade ao
dispositivo, fornece boa proteção à frente e nos flancos e permite ao Pel C Mec

4-2
EB70-CI-11.457
desdobrar-se rapidamente para fazer face às ameaças vindas de qualquer direção.
4.2.2.4 O Pel C Mec poderá utilizar essa formação:
a) num combate não linear;
b) numa situação tática que possa evoluir rapidamente;
c) quando a visibilidade for boa e o terreno aberto e firme, possibilitando bastante
espaço para a manobra; ou
d) quando dispuser de poucas informações sobre a situação inimiga.
4.2.3 FORMAÇÃO EM COLUNA
4.2.3.1 Essa formação possibilita o máximo controle, dá profundidade ao dispositi-
vo e permite ao Pel C Mec desdobrar-se rapidamente para fazer face às ameaças
de flanco. Ela poderá ser adotada em situações especiais, particularmente quando
o Pel C Mec progredir em terreno restrito.

Fig 37 - Formação do Pel C Mec em coluna

4.2.3.2 O Cmt Pel C Mec, quando forçado pelo terreno e pela situação do inimigo,
poderá empregar a formação em coluna, obtendo o máximo poder de fogo nos
flancos, entretanto, a adoção dessa formação acarretará uma redução em sua
velocidade de progressão.
4.2.3.3 Favorecem a adoção da formação em coluna pelo Pel C Mec:
4.2.3.3.1 a visibilidade reduzida ou espaço restrito para manobra;
4.2.3.3.2 a prioridade para a observação e não para o ataque;
4.2.3.3.3 a possibilidade de ocorrer um combate de encontro, em função da lo-

4-3
EB70-CI-11.457
calização do inimigo e de suas reservas.
4.2.4 OUTRAS FORMAÇÕES
- O Pel C Mec poderá adotar outras formações mais adequadas à sua manobra,
às necessidades de controle, às possibilidades de ações do inimigo e à situação
tática em geral. Como exemplo pode-se citar as formações em escalão (à direita
ou à esquerda).

Fig 38 - Formação do Pel C Mec em escalão à direita

4.2.5 SEGURANÇA
4.2.5.1 A segurança deve ser uma preocupação constante do Cmt Pel C Mec, seja
qual for a situação da fração, a manobra que estiver sendo realizada ou a formação
de combate adotada. Ela poderá ser obtida pela atribuição de missões específicas
a determinados elementos do pelotão, pelo dispositivo e pela formação adotada.
4.2.5.2 Um dispositivo em profundidade favorece a segurança, pois os elemen-
tos não engajados poderão desdobrar-se rapidamente para enfrentar ameaças
inimigas.
4.2.5.3 A segurança, face a um flanco ameaçado, poderá, também, ser propor-
cionada pelo escalonamento de um elemento no flanco (normalmente uma Pa
ou todo o GE).

4-4
EB70-CI-11.457
4.3 O PEL C MEC NA MARCHA PARA O COMBATE
4.3.1 A marcha para o combate (M Cmb) é uma marcha tática na direção do inimi-
go, com a finalidade de obter ou restabelecer o contato com este e/ou assegurar
vantagens que facilitem as operações futuras.
4.3.2 O Pel C Mec participará de uma M Cmb enquadrado em seu Esqd C Mec.
Nessa operação o pelotão poderá executar missões de retaguarda, flancoguarda
ou vanguarda, integrando o escalão de reconhecimento ou o escalão de combate
dessa.

Fig 39 - Missões do Pel C Mec durante uma M Cmb de seu Esqd C Mec

4.3.3 A SU a que estiver subordinado poderá fazer parte do grosso da tropa ou


atuar como Força de Segurança (ou parte desta).
4.3.4 Quando se deslocar como parte do grosso, cabe ao Cmt Pel tomar todas
as medidas necessárias face ao tipo de formação a ser adotada pela SU, no que
se referir à rapidez e segurança do Pel.
4.3.5 Caso faça parte da Força de Proteção do Grosso, poderá atuar como parte
da Vanguarda, Flancoguarda ou Retaguarda.
4-5
EB70-CI-11.457
4.4 O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO EM FORÇA (Rec F)
4.4.1 Um Rec F é uma operação ofensiva realizada para testar o valor do inimigo
ou a sua localização. Pode ser executado como um ataque com objetivo limitado
ou como uma incursão. O reconhecimento em força (Rec F) é uma operação
típica de unidades blindadas.
4.4.2 A Cavalaria Mecanizada não possui estrutura organizacional nem viaturas
blindadas que permitam o seu engajamento no combate embarcado em campo
aberto contra carros de combate inimigos ou forte defesa anticarro. O emprego
de um Esqd C Mec e seus Pel C Mec nessa operação deverão ser considerados
como uma solução extrema, uma conduta de combate, só adotada após haver
cuidadosa análise dos fatores da decisão e da importância dos resultados a serem
obtidos para o escalão superior.
4.4.3 Caso seja tomada a decisão de empregar um Esqd C Mec numa missão de
Rec F, em princípio, os seus Pelotões deverão ser reorganizados, constituindo-se
pelotões provisórios.

4.5 O PEL C MEC NO ATAQUE (Atq)


4.5.1 GENERALIDADES
4.5.1.1 A finalidade do ataque é derrotar, destruir ou neutralizar o inimigo.
4.5.1.2 Existem dois tipos de ataque: o ataque de oportunidade e o ataque co-
ordenado.
4.5.1.3 A diferença entre o ataque coordenado e o ataque de oportunidade reside
no tempo para planejamento, coordenação e preparação antes da execução, ou
seja, na quantidade de tempo à disposição do comandante para essas atividades.
4.5.1.4 Em princípio, o Pel C Mec e seu Esqd C Mec só realizam, de forma isolada,
ATAQUES DE OPORTUNIDADE. Um ataque coordenado é uma operação a ser
realizada pelos escalões regimento e superiores.
4.5.1.5 Normalmente, num ataque, o objetivo atribuído a um Pel C Mec ou Esqd C
Mec deverá ser uma força inimiga e não um acidente do terreno ou parte da zona
de ação. Em função da localização dessa força inimiga, que poderá ser alterada
pelo seu deslocamento, o Pel C Mec (Esqd C Mec) deverá orientar seu ataque.
4.5.1.6 O Pel C Mec não é a tropa mais indicada para realizar ataque embarcado
através do campo, contra forças dotadas de carros de combate ou armamento
anticarro. Em princípio, só deverá ser empregado num ataque embarcado em
terrenos altos, limpos e secos, a cavaleiro dos eixos de deslocamento e, contra
fracos elementos inimigos, não dotados de carros de combate ou armamento
anticarro (ou após este ser neutralizado).

4-6
EB70-CI-11.457

Fig 40 - A tropa inimiga, objetivo do ataque do Pel C Mec, desloca-se alterando a


direção inicial do ataque

4.5.1.7 Em situações em que o inimigo apresente armamento anticarro, bloquean-


do o ataque do Pel C Mec (como numa ação de reconhecimento ou vanguarda) o
Pel C Mec deverá ocupar posições abrigadas e/ou protegidas e estabelecer uma
base de fogos. Com os fogos diretos e indiretos do pelotão e os colocados em
apoio, deve procurar destruir ou neutralizar o armamento anticarro inimigo. Caso
não se obtenha êxito com os fogos indiretos, deverá desembarcar o seu GC e/ou
o seu GE, e manobrar com essas frações a pé, apoiadas pelo fogo do restante do
pelotão para destruir aquele armamento, liberando o movimento com as suas VB.
4.5.1.8 Ao realizar um ataque o Esqd C Mec deverá, em princípio, empregar seus
Pel C Mec sob a forma de pelotões provisórios. Normalmente as VBC Cav/VBR e
os Fuz Bld (embarcados), formarão o escalão de ataque da SU. Os exploradores,
normalmente, acompanharão a progressão do escalão de ataque nos flancos,
embarcados em suas VBMT ou a pé, fornecendo segurança a esse ataque. Em
algumas situações poderão, também, ser empregados como um grupo de combate,
embarcados nas suas VB ou a pé. As Peças de Apoio poderão serão reunidas
em uma Seção Provisória de Mrt Me a fim de dar maior efetividade ao apoio de
fogo da SU. Essa organização será abordada com maiores detalhes nos MC de
RC Mec e de Esqd C Mec.

4-7
EB70-CI-11.457
4.5.2 ATAQUE DE OPORTUNIDADE
4.5.2.1 Generalidades
4.5.2.1.1 O ataque de oportunidade poderá ser executado na sequência de um
combate de encontro ou de uma defesa exitosa, durante uma ação de reconhe-
cimento ou parte de uma operação de segurança (vanguarda, flancoguarda etc.).
Caracteriza-se por trocar tempo de planejamento por rapidez de ação. É o tipo
de ataque mais adequado à natureza das operações da Cavalaria Mecanizada
(particularmente dos escalões pelotão e subunidade).
4.5.2.1.2 São também características de um ataque de oportunidade a imediata
expedição de missões pela finalidade e de ordens fragmentárias, destinadas aos
elementos de manobra e apoio de fogo, privilegiando a rapidez, a iniciativa e a
manutenção da impulsão, buscando, em princípio, a execução de manobras des-
bordantes associadas à fixação do inimigo, com a finalidade da força prosseguir
no cumprimento da sua missão.
4.5.2.1.3 O ataque de oportunidade é um tipo de operação ofensiva empregada
pelas tropas de Cavalaria Mecanizada para conquistar, ou manter a iniciativa, ou
para sustentar o ritmo das operações, seja no contexto de uma operação com-
plementar de segurança ou na execução de operações ofensivas ou defensivas
(nos Mvt Rtg e nas ações dinâmicas das F Seg ou Res na Def A) realizadas como
economia de meios do escalão superior.
4.5.2.1.4 Num ataque de oportunidade:
a) todas as peças de manobra serão empregadas simultaneamente e não de
forma parcelada e, em algumas situações, não será constituída uma reserva. A
força atacante poderá ser totalmente desdobrada para o ataque;
b) o prazo para planejamentos e reconhecimentos deverá ser muito reduzido;
c) a execução do ataque deverá ser rápida e agressiva, sem dar tempo ao inimigo
para reorganizar-se ou rocar meios;
d) o caminho para o prosseguimento na missão inicial deverá ser aberto o mais
rápido possível;
e) serão expedidas missões pela finalidade e ordens fragmentárias; e
f) inimigo deve ser fraco, e as informações sobre o mesmo devem ser suficientes
informações para a realização do ataque.
4.5.2.1.5 Existem dois tipos de ataques de oportunidade, dependendo da situação
da força inimiga:
a) ataque contra uma força inimiga em movimento; e
b) ataque contra uma força inimiga estacionada.

4-8
EB70-CI-11.457
4.5.2.2 Ataque de Oportunidade nas operações de segurança e nas ações
reconhecimento. Pel C Mec enquadrado na SU.
4.5.2.2.1 Durante uma ação de reconhecimento (de eixo, área ou zona) seguindo-
-se a um combate de encontro do Pel C Mec testa, o Esqd C Mec poderá realizar
um ataque de oportunidade contra as resistências inimigas encontradas em seu
eixo ou zona de ação. De forma idêntica, as resistências inimigas encontradas
por um Pel C Mec (ou Esqd C Mec) atuando como elemento testa de uma F Fg
ou Esc Rec de uma F Vgd sobre seu eixo ou zona de progressão, poderão ser
atacadas a fim de liberá-lo e permitir o prosseguimento da missão.
4.5.2.2.2 Os ataques realizados nas ações de reconhecimento ou de forças de
segurança (F Cob, F Prot), serão, em princípio, realizados com a tropa partindo
da situação de movimento. Ele ocorrerá logo após um combate de encontro, entre
a vanguarda/testa e a resistência inimiga sobre o eixo.

Fig 41 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec no ataque, partindo de uma única coluna -1ª fase

4.5.2.2.3 Sempre que possível, se o tempo e a situação tática o permitirem, o


Esqd C Mec organizará os Pel C Mec que não estiverem em contato com o inimigo
em Pelotões Provisórios. Essa deverá ser a organização básica de um Esqd C
Mec para realizar ataques de oportunidade ou coordenados. Não sendo possí-
vel organizar seus pelotões em pelotões provisórios, o Esqd C Mec empregará
no ataque seus Pel C Mec com a estrutura básica. As frações do Pel C Mec em

4-9
EB70-CI-11.457
contato poderão, também, integrar os pelotões provisórios se necessário. Por
ser a forma padrão de emprego num ataque, essa passagem da organização de
Pel C Mec para Pelotões Provisórios, partindo da coluna de marcha, deve ser
exaustivamente treinada, devendo constar das NGA dos Esqd C Mec. As combi-
nações que o Cmt Esqd C Mec poderá adotar para seus Pelotões Provisórios são
diversas e dependerão de seu estudo de situação (particularmente da situação
tática, do terreno e do inimigo). Para mais detalhes consultar os MC de RC Mec
e Esqd C Mec.
4.5.2.2.4 Para um ataque, numa ação de reconhecimento, numa flancoguarda
ou vanguarda, o Pel C Mec poderá estar enquadrado em uma das seguintes
formações de ataque de sua SU:

Fig 42 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec no ataque, partindo de duas colunas - 1ª fase

a) o Esqd C Mec a que estiver subordinado (Rec Eixo ou de Zona; Fg ou Vgd)


progride em coluna de pelotões e encontra uma posição inimiga fraca:
- o Pel C Mec testa, desdobra-se e esclarece a situação, enquanto os outros
pelotões preparam-se para o ataque;

4-10
EB70-CI-11.457
- normalmente os três Pel C Mec da SU, menos as peças de apoio e Gp Exp,
serão empregados no escalão de ataque;
- as peças de apoio, e outros elementos de apoio de fogo disponíveis, consti-
tuirão a base de fogos da SU;
- os exploradores executam missões de segurança (poderão, também, integrar
a Ba F);
- dependendo da situação e do tempo disponível, os Pel C Mec atacarão com
suas próprias Seç VBC Cav/VBR e seu GC compondo seus escalões de ataque
ou serão organizados em pelotões provisórios de VBC Cav/VBR e Fuz Bld (ver
MC de RC Mec e Esqd C Mec).

Fig 43 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec no ataque, partindo de uma única coluna - 2ª fase

b) quando seu Esqd C Mec se deslocar com 2 Pel C Mec em primeiro escalão e
ambos encontram posições inimigas, o Pel C Mec que se desloca em segundo
escalão poderá ser empregado para permitir o prosseguimento, reforçando o
ataque em uma das duas direções;
c) quando o Esqd C Mec progride com os 3 Pel C Mec em primeiro escalão e
todos encontram resistências inimigas ao longo se seus eixos de Rec, a SU deve
atacar o inimigo em uma dessas três direções. O Cmt SU, de preferência, atacará

4-11
EB70-CI-11.457
na direção que for mais favorável e que facilite a queda das demais resistências
inimigas pela manobra. Os elementos não em contato, ou fortemente engajados,
podem ser reunidos para reforçar ou apoiar o ataque na direção desejada.

Fig 44 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec no ataque, partindo de duas colunas - 2ª fase

Fig 45 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec desdobrado. Ataque do Esqd para abrir o
prosseguimento - 1ª fase

4.5.2.2.5 Nas missões de reconhecimento e de segurança o Pel C Mec que atua


como elemento testa, ou em 1º escalão (Rec e Fg), ou no Esc Rec (Vgd) será
empregado no ataque, em princípio, com a organização de Pel C Mec (em contato).
4-12
EB70-CI-11.457

Fig 46 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec desdobrado. Ataque do Esqd para abrir o
prosseguimento - 2ª fase

4.5.2.2.6 Os demais Pel C Mec poderão ser empregados, em função do estudo


de situação do Cmt SU, com suas frações integrando pelotões provisórios de
VBC Cav/VBR, Fuz Bld e Mrt Me. Os exploradores desses Pel C Mec, em 2º
Esc, poderão ser empregados na manutenção do contato com o inimigo, como
elementos de segurança nos flancos ou, ainda, emassados e compondo um
pelotão provisório de exploradores.
4.5.2.3 Ataque de Oportunidade desencadeado pelo Pel C Mec independente
da SU
4.5.2.3.1 Generalidades
a) Ao deparar-se com fracas resistências inimigas em seu eixo de reconhecimento
ou zona de ação o Pel C Mec deverá procurar atacá-las o mais rápido possível
para liberar esse eixo e prosseguir em sua missão.
b) O Grupo de Exploradores, frequentemente, estabelecerá contato com as forças
inimigas, informando a situação ao seu Cmt Pel.
c) Ao esclarecer a situação, o Cmt do Pel deverá informar ao seu Cmt Esqd todos
os informes e dados obtidos sobre o inimigo e a situação tática, sugerindo uma
das seguintes linhas de ação a adotar:
- atacar diretamente da coluna da marcha;
- reconhecer e bloquear o Ini e continuar mantendo o contato até que o Esqd
possa acorrer em apoio;
- tentar romper o contato ou desviar a força Ini.
4-13
EB70-CI-11.457
d) A decisão para conduzir um ataque de oportunidade é, normalmente, tomada
após o reconhecimento mostrar que a vitória depende de um ataque rápido, com
um mínimo de planejamento e preparação.
4.5.2.3.2 Planejamento e Providências Iniciais do Cmt Pel C Mec.
a) Autorizado a atacar o inimigo, o Cmt Pel deverá, rapidamente, complementar
o reconhecimento feito anteriormente (atualizar dados) e realizar o planejamento
do ataque de seu pelotão.
b) Na execução desse ataque de oportunidade, as seguintes ações devem ser
realizadas pelo Pel:
- reconhecer e determinar o valor, a composição, a atitude e a orientação da
força inimiga;
- determinar se a força inimiga a ser atacada está apoiada por outras forças
próximas;
- encontrar uma via de acesso coberta, que incida no flanco do inimigo e pos-
sibilite o deslocamento em alta velocidade;
- deslocar as VBC Cav/VBR para uma posição dominante e atacar o inimigo
pelo fogo;
- estabelecer uma base de fogos com o Mrt e o GE para destruir ou anular todas
as armas AC de longo alcance, de tiro direto e indireto, do inimigo que possam
ser observadas, antes que o escalão de ataque inicie seu ataque.
- isolar a força inimiga que será atacada, de forma que outras forças inimigas
não possam apoiá-la;
- atacar o inimigo pelo ‘fogo’ ou pelo ‘fogo e movimento’; e
- imediatamente após o êxito do ataque, estabelecer P Obs e bloquear as vias
de acesso que conduzam à posição conquistada.
c) A sincronização destas ações será a chave do ataque de oportunidade do
Pel C Mec. O sucesso desse ataque depende do sentimento do momento mais
adequado, do correto esclarecimento da situação e da habilidade do Cmt Pel em
empregar seus meios de combate para cumprir as ações na sequência correta.
d) O poder de combate do Pel deve ser empregado contra o inimigo com rapidez,
explorando as situações que se apresentarem buscando destruir rapidamente o
inimigo sem lhe dar tempo para reagir.
e) A principal preocupação do Cmt Pel no Rec da situação e no planejamento de
seu ataque deverá ser a identificação do armamento anticarro do inimigo. Será
fundamental para o planejamento e a execução do ataque o conhecimento, ou a
suspeita de que as armas AC inimigas estão anuladas, ou destruídas pelo fogo
4-14
EB70-CI-11.457
direto e/ou indireto, antes do escalão de ataque ser empregado.
f) No planejamento do ataque o Cmt Pel deverá privilegiar a tática ou linha de
ação que obrigue o inimigo a combater em duas direções.
g) A rapidez, a violência e a manobra a ser adotada no ataque do pelotão devem
ser tais que conduzam o inimigo a uma situação em que perca sua capacidade
de reação, seja forçado a retrair ou ser destruído.
4.5.2.3.3 Conduta do Ataque
a) Antes do ataque, os Cmt frações devem ser reunidos, para uma rápida transmis-
são de ordens e explicação sumária, à luz do terreno, da manobra a ser realizada.
b) Os Cmt Frações rapidamente posicionarão suas frações para executar um
ataque de forma simples e no mais curto prazo possível.
c) Os elementos em contato devem continuar a esclarecer a situação o mais à
frente possível.
d) O Cmt Pel deve estar na ação principal para facilitar a coordenação do ataque.
e) O assalto será realizado sempre que possível embarcado.
f) O Cmt Pel empregará, normalmente, o GE e a Pç Ap na Base de Fogos, no
período em que a Seç VBC Cav/VBR e o GC estarão se aproximando da resis-
tência inimiga. Se o terreno restringir o avanço da Seç VBC Cav/VBR, o Cmt Pel
empregará o GE e o GC no seu Esc Atq, como Fuz a pé, enquanto as VBC Cav/
VBR e as demais Vtr Bld são utilizadas na Base de Fogos e devem cerrar para
o objetivo quando a consolidação for iniciada.
g) O Mrt será desdobrado no terreno e deve preparar-se para bater pelo fogo
as posições inimigas e isolá-las com fumaça, de modo a impedir a visão do Ini.
h) O GE fixa o inimigo através dos fogos de suas Mtr e Lç Gr.
i) O escalão de ataque transpõe a linha de partida rápida e agressivamente. To-
das as ações ofensivas num ataque de oportunidade devem seguir os mesmos
fundamentos preconizados para um ataque coordenado.
4.5.2.3.4 Fogos em Apoio ao Ataque do Pel C Mec.
a) Na execução do ataque de oportunidade, o Cmt Pel C Mec deve combinar os
fogos indiretos com os diretos de suas frações. Os fogos indiretos do morteiro
ou em reforço (SU, RC Mec, etc) devem complementar o plano de manobra do
pelotão.
b) Os fogos indiretos devem ser controlados cerradamente a fim de se evitar
fratricídio. O Cmt Pel deve determinar:
- quando e quem vai desencadear os fogos indiretos sobre o objetivo (Cmt
4-15
EB70-CI-11.457
Pel, Adj Pel)?
- quem transportará os fogos indiretos para outros alvos previstos ou inopinados
(Cmt Pel, Adj Pel)?
- qual será o sinal para o transporte dos fogos indiretos?
- existem medidas restritivas de fogo? Quais?
c) O Cmt Pel deve utilizar os fogos indiretos disponíveis para:
- bater pelo fogo a posição inimiga enquanto os elementos em contato escla-
recem a situação;
- ocultar das vistas do inimigo o escalão de ataque durante a preparação e, se
possível, durante a condução do ataque de oportunidade (FUMÍGENOS);
- isolar as forças inimigas em contato, pelo emprego de munição autoexplosi-
va e fumígena entre as suas posições e qualquer outra posição de onde forças
inimigas possam apoiá-las; e
- alongar os fogos indiretos além do objetivo para bloquear os itinerários de
retraimento do inimigo.
4.5.2.3.5 Peculiaridades do Ataque contra uma Força Estacionada.
a) Um ataque de oportunidade contra uma força estacionada é iniciado após os
elementos em contato realizarem o reconhecimento da força inimiga para delimitar
seus flancos e encontrar falhas no seu dispositivo que possam ser exploradas no
ataque. Esta busca de informações deve ser feita com rapidez para que o Pel C
Mec não perca a iniciativa.
b) O assalto será realizado embarcado sempre que possível.
c) Em função do terreno ou da situação tática, um ataque embarcado poderá não
ter condições de sucesso ou ser impraticável. Neste caso, um assalto desem-
barcado dos Fuz Bld e exploradores será realizado para destruir o inimigo. As
VBR e as demais viaturas blindadas apoiam pelo fogo o assalto dos fuzileiros,
deslocando-se para o objetivo quando a consolidação for iniciada.
4.5.2.3.6 Peculiaridade do Ataque contra uma Força em Movimento
- Num ataque contra uma força em movimento, quando duas forças oponentes se
deslocam de modo convergente, o oponente que vence é, normalmente, aquele
que manobra rapidamente e ocupa posições vantajosas para atacar o flanco do
inimigo, obrigando-o a lutar em duas direções.

4-16
EB70-CI-11.457

Fig 47 - Ataque de oportunidade do Pel C Mec

4.5.2.3.7 Situações Inopinadas


- O planejamento para situações inopinadas e normas para reação durante o
contato, num ataque a uma força estacionada ou em movimento, devem estar
previstas nas NGA do Pel C Mec.
4.5.3 ATAQUE COORDENADO
4.5.3.1 Generalidades
a) O ataque coordenado é uma operação ofensiva que consiste na combinação do
fogo, movimento e ação de choque contra uma resistência ou posição defensiva
do inimigo, sobre o qual as informações disponíveis indicam a necessidade de
um planejamento completo.
b) O Atq Coor exige um estudo de situação completo e minucioso. É, normalmente,
empregado contra posições organizadas e requer apoio de fogo adequado (Mrt
P, Art Cmp etc.).
c) O Atq Coor tem por objetivos a conquista de uma área e/ou a destruição de
uma força Ini.
d) Um Pel C Mec não realiza ataques coordenados de forma isolada. Essa ope-
ração será realizada pelos escalões regimento e superiores. O pelotão poderá
participar de um Atq Coor (enquadrado em seu Esqd C Mec) de seu RC Mec.

4-17
EB70-CI-11.457
4.5.3.2 Distribuição de forças num Atq Coor
- Num ataque coordenado a tropa normalmente constituirá dois grupamentos
de forças: o escalão de ataque e a base de fogos. O Pel C Mec poderá integrar
todos esses grupamentos.
4.5.3.3 Escalão de ataque
4.5.3.3.1 A missão do escalão de ataque é cerrar sobre o inimigo e destruí-lo ou
capturá-lo. O Esc Atq (combate embarcado) do Pel C Mec será organizado com
as frações de VBC Cav/VBR e de Fuz.
4.5.3.3.2 O Esc Atq deve cerrar sobre o inimigo o mais rápido e diretamente
possível, aproveitando os efeitos da atuação da base de fogos. Deve procurar,
sempre que possível, dirigir seu ataque para o flanco da posição inimiga.
4.5.3.3.3 Após transpor a linha de partida, o escalão de ataque deve empregar o
máximo de velocidade e de violência. A progressão deve ser regulada de modo que
as VBC Cav/VBR e os Fuz em sua VBTP abordem o objetivo simultaneamente,
possibilitando o apoio mútuo entre eles.
4.5.3.3.4 Ao iniciar o assalto ao objetivo, os fogos de todas as armas do escalão
de ataque devem ser intensificados. Simultaneamente, a base de fogos transporta
seus tiros para os flancos e para além do objetivo.
4.5.3.3.5 Os Fuz Mec realizam o ataque em suas ou VBTP. O combate é realizado
embarcado. Somente em situações excepcionais, ou quando a VBTP for amea-
çada de muito perto pela infantaria inimiga, os Fuz deverão se expor aos fogos
inimigos e realizar fogo com seu armamento individual pelas escotilhas da VB.
O desembarque dos Fuz deverá ser realizado depois que a VBTP ultrapasse o
objetivo, quando então desembarcarão e realizarão o assalto na direção contrária
ao movimento inicial, surpreendendo as resistências remanescentes do inimigo
pela retaguarda, enfrentando menor número de obstáculos e armas automáticas
com tiro ajustado.
4.5.3.3.6 Não sendo possível o desembarque após a ultrapassagem do objetivo,
os fuzileiros preferencialmente deverão desembarcar no interior do objetivo, para
realizar a limpeza das resistências remanescentes do inimigo.
4.5.3.3.7 Caso o terreno e a situação tática imponham a necessidade de se reali-
zar o ataque desembarcado a pé, o escalão de assalto poderá ser será integrado
pelos Fuz e Exp.
4.5.3.3.8 Esse desembarque antes do objetivo poderá ocorrer quando a progres-
são das viaturas blindadas se tornar difícil ou muito lenta (em função do terreno),
quando for necessária a remoção de obstáculos lançados pelo inimigo, ou quando

4-18
EB70-CI-11.457
a segurança aproximada das VBC Cav/VBR exigir a atuação dos Fuz em estreito
contato com elas. Nesse caso, os Fuz devem buscar sempre a proteção da parte
traseira de sua VBTP e das VBC Cav/VBR, como forma de se protegerem dos
fogos da posição inimiga, tendo condições de realizar fogo sobre o inimigo ou
manobrar a pé no terreno quando possível ou necessário.
4.5.3.3.9 No ataque embarcado, o Cmt Pel comandará o Pel C Mec de sua VBMT
de uma localização onde melhor possa coordenar o ataque de suas frações e
dos escalões organizados para o ataque: escalão de ataque, a base de fogos e
escalão(ões) de segurança (GE ou suas duas Pa, com essa função). O CMT PEL
NÃO DEVERÁ COMANDAR O ATAQUE DE SEU PELOTÃO EMBARCADO NA
VBR DO ADJ (também Cmt Seç VBC Cav/VBR) como já citado nesse CI (mesmos
nos Pel dotados de VTL). Preferencialmente, se os meios, o terreno e a situação
tática permitirem, o Cmt Pel deverá seguir embarcado, junto ou próximo ao Esc
Atq de onde possa coordenar esse escalão, a Ba F e os Elm Seg.
4.5.3.3.10 As comunicações não devem ser interrompidas e meios alternativos
devem ser utilizados no ataque (desde que pré-convencionados). Bandeirolas,
artifícios pirotécnicos etc, quando empregados, darão continuidade às Com do
Pel no Atq, possibilitando ao Cmt um maior controle de seu Pel, ao mesmo tempo
em que lhe dará maior flexibilidade no Atq, podendo corrigir ou mudar a atuação
de suas frações.

Fig 48 - Distribuição de forças num ataque de Esqd C Mec

4-19
EB70-CI-11.457
4.5.3.4 Base de fogos
4.5.3.4.1 A missão da base de fogos é proteger pelo fogo a manobra do escalão
de ataque, bem como apoiar pelo fogo a execução do assalto.
4.5.3.4.2 A base de fogos do Pel C Mec, normalmente, será constituída pela Pç
Ap, podendo ser integrada por outros meios disponíveis, em apoio ou reforço.
4.5.3.4.3 Quando o terreno, obstáculos e armas AC impedirem o emprego das
VB no escalão de ataque, essas deverão auxiliar a base de fogos na fixação na
destruição do Ini.
4.5.3.4.4 A base de fogos deverá receber alvos específicos e áreas nas quais
deverá atirar durante a progressão, o assalto e a consolidação do objetivo pelo
escalão de ataque. Sinais para suspensão ou deslocamento dos fogos deverão ser
estabelecidos previamente, assim como a quantidade de munição a ser consumida.
4.5.3.4.5 A base de fogos deve proporcionar apoio de fogo contínuo e cerrado
ao escalão de ataque desde a linha de partida até o objetivo. Para isto, ocupa
as posições que forem necessárias, sem que se perca a continuidade do apoio
de fogo, realizando as mudanças de posição de forma fracionada. Tais posições
devem possuir bons campos de tiro, cobertas e abrigos. Além disso, devem ser
escolhidas posições de muda para todas as armas. O Cmt Ba F deverá coordenar
o emprego da munição disponível, de forma a poder apoiar cada fase do ataque.
4.5.3.4.6 A base de fogos deve ficar sob um comando único. O comandante
mais antigo das frações que integrarem a base de fogos será, também, o seu
comandante. Na maior parte das ações ofensivas do Pel C Mec, a base de fogos
é integrada somente pela Pç Ap.
4.5.3.5 Reserva
4.5.3.5.1 O Pel C Mec não constituirá uma reserva para apoiar seu ataque. Todas
as frações orgânicas serão empregadas ou no escalão de ataque, na base de
fogos ou no escalão de segurança.
4.5.3.5.2 O Pel C Mec, entretanto, poderá estar em 2º escalão durante as ações
de seu Esqd C Mec ou integrar/constituir a reserva do RC Mec. Nesse caso (Pel
C Mec reserva do RC Mec), a reserva poderá ser hipotecada de seu Esqd C Mec.
4.5.3.5.4 O Pelotão com a função de reserva hipotecada de seu RC Mec poderá
ser empregado para:
a) explorar o êxito obtido pelas forças do escalão de ataque;
b) reforçar elementos de primeiro escalão;
c) manter ou aumentar a impulsão do ataque;
d) manter o terreno conquistado pelo escalão de ataque;
e) substituir elementos de primeiro escalão;
4-20
EB70-CI-11.457
f) destruir os contra-ataques inimigos; e
g) proporcionar segurança nos flancos ou na retaguarda.
4.5.3.6 Execução do Ataque Coordenado do RC Mec ou Esc Sp. Pel C Mec
no Esc Atq
4.5.3.6.1 Da Z Reu à LP
a) Antes do Atq, normalmente o Pel C Mec encontra-se em uma Z Reu. As para-
das nas P Atq se limitam ao tempo indispensável para a adoção das formações
de ataque.
b) O movimento da P Atq para a LP pode ser protegido pelos fogos indiretos. O
Esc Atq cruza a LP durante ou após esta preparação.
c) O deslocamento para a LP é planejado de tal forma que os Elm do Esc de Atq
a ultrapassem na hora determinada e em movimento contínuo.
4.5.3.6.2 Da LP ao Obj
a) O Esc Atq, sempre que possível, desloca-se em massa da LP para o objetivo.
Massa significa uma formação sem fragmentação, embora mantendo a dispersão
apropriada da força e seus componentes. Este deslocamento em massa aproveita
a potência de fogo e aumenta a ação de choque das VB.
b) O Esc Atq deve cerrar sobre o objetivo no menor tempo possível. Quanto mais
tempo ficar exposto aos fogos inimigos, tão maiores serão suas perdas.
c) O movimento deve ser realizado por itinerários que proporcionem cobertas e
abrigos.
d) O rápido movimento e o uso de todos os fogos disponíveis multiplicam a ação
de choque do escalão de ataque.
e) Se o Esc Atq tiver que empregar o fogo e o movimento para progredir, deve
haver ação de comando para assegurar que os movimentos sejam executados
rapidamente e que toda a força continue a avançar sobre o inimigo.
f) Quando a situação permitir ou na preparação para o assalto, o avanço em
massa é retomado.
g) O Esc Atq submete o Ini ao máximo de fogos assim que este fique dentro do
alcance eficaz de suas armas.
h) O objetivo principal das VB durante um ataque é a destruição das viaturas blin-
dadas inimigas à maior distância possível. Elas poderão dirigir seus fogos, também,
sobre posições de armas anticarro e de outras armas coletivas, a fim de facilitar
a progressão do Esc Atq. Os fogos das VB são reforçados por todas as armas de
apoio disponíveis, impedindo o Mvt e a observação do inimigo e destruindo suas
defesas. Pode-se empregar fumígenos a fim de dificultar a observação do Ini e,
também, direcionar o Esc Atq para o Obj.
4-21
EB70-CI-11.457

i) A VBTP acompanha as VBC Cav/VBR a uma distância que permita o apoio dos
fuzileiros a essas viaturas quando necessário. O armamento orgânico da VBTP
deve ser utilizado durante o ataque, em reforço aos fogos das VBC Cav/VBR,
procurando bater viaturas, dotadas de blindagem leve ou não blindadas, equipes
de armas anticarro, outras armas coletivas e a infantaria inimiga desdobrada no
terreno.
j) A medida que o Esc Atq progride, os fogos de apoio são suspensos ou trans-
portados.
4.5.3.6.3 Assalto ao objetivo
a) Quando o Esc Atq se aproximar do objetivo, os fogos de apoio da base de
fogos são intensificados.
b) Assim que os elementos de primeiro escalão atingem uma distância que permita
o combate aproximado com o inimigo, o assalto é iniciado e os fogos de apoio são
transportados para além e para os flancos do objetivo a fim de isolá-lo.
c) As VB assaltam a P Def Ini evitando constituir-se em alvos estáticos, progre-
dindo em alta velocidade.
d) Nesta fase do ataque é fundamental o apoio dos Fuz Mec às VBC Cav/VBR,
seja pelo fogo do armamento da VBTP, destruindo as armas anticarro de curto
alcance do inimigo e posições de metralhadoras, não destruídas ou ultrapassa-
das pelas VBC Cav/VBR, seja pela ação dos Fuz desembarcados, empregando
fogos de assalto e o combate corpo a corpo, destruindo ou capturando as guar-
nições dos blindados inimigos destruídos ou avariados, eliminando resistências
remanescentes do Ini nas trincheiras, abrigos e dobras do terreno ou removendo
obstáculos que impeçam a progressão das viaturas blindadas.
e) De acordo com a situação tática e o terreno, os Fuz Mec poderão cruzar o ob-
jetivo abrigados em suas viaturas blindadas, desembarcando após ultrapassá-lo
e assaltando-o pela retaguarda a fim de destruir as resistências inimigas e limpar
o objetivo, assim contando com o fator surpresa e o efeito psicológico desmora-
lizante sobre os defensores.
f) As VBC Cav/VBR apoiam os Fuz nas ações de limpeza do objetivo com ex-
tensa utilização de suas metralhadoras. Antes mesmo que estas ações estejam
concluídas, estas viaturas deslocam-se para posições nos limites do objetivo ou
em movimentos à frente e afastados deste, onde se preparam para fazer face a
contra-ataques ou para o prosseguimento do ataque.
4.5.3.6.4 Ações no objetivo
a) A efetiva ocupação do objetivo é uma fase crítica do ataque coordenado. Além
do controle tornar-se difícil, esta é a oportunidade mais favorável para o inimigo
desencadear contra-ataques planejados, coordenados e apoiados por todos os
seus fogos disponíveis.
4-22
EB70-CI-11.457
b) Terminado o assalto, o Pel passa a executar as atividades denominadas de
“ações no objetivo”, que são a consolidação da posse do terreno conquistado e
a reorganização da fração.
c) A consolidação do objetivo compreende todas as medidas executadas para
assegurar a sua posse e fazer face aos possíveis contra-ataques e fogos de
aprofundamento do inimigo.
d) A segurança é proporcionada pelo estabelecimento de postos de observação
e setores de tiro.
e) A tropa do Esc Atq toma um dispositivo adequado para repelir C Atq, ocupando
posições de tiro de onde possam bater as VA mais favoráveis ao Ini.
f) A reorganização compreende as medidas destinadas a manter ou restabelecer
a eficiência combativa e o controle da tropa do Esc Atq. Ela deve ser contínua e
compreende medidas especificadas, como a expedição de relatórios, os recom-
pletamentos, o suprimento e a evacuação de mortos e feridos.
g) O Pel envia informações minuciosas ao seu Esc Sup sobre a situação tática e
logística, informando-o a respeito da missão, situação da tropa, dos equipamentos
e dos suprimentos (munição, combustível, pessoal e material).
h) Os pedidos de recompletamentos devem ser remetidos ao Esc Sup o mais
cedo possível.
i) As reservas e dotações orgânicas de suprimentos são recompletadas na me-
dida do possível. Ressuprimentos, particularmente aqueles relativos à munição,
equipamentos, combustível e lubrificantes, são efetuados.
j) A munição remanescente deve ser redistribuída entre as frações do Pel e entre
os Pel e SU do Esc Atq.
k) São tomadas providências destinadas à identificação e evacuação de mortos
e feridos, prisioneiros de guerra e material danificado.
4.5.3.7 Emprego das VBC Cav/VBR e dos Fuzileiros Mecanizados
4.5.3.7.1 Generalidades
a) O Pel conduz as operações ofensivas, normalmente, empregando suas VBC
Cav/VBR e seu GC, em princípio, combinados ou integrando pelotões provisórios
no nível SU. A chegada desses elementos ao objetivo deve ser regulada, de modo
a se obter o máximo efeito da ação de choque e da potência de fogo protegida
por blindagem, próprias do conjunto VBC Cav/VBR - GC.
b) A escolha da formação de ataque para as VBC Cav/VBR e GC, é baseada na
consideração da missão, situação do inimigo, terreno e meios, como também na
potência de fogo, segurança e controle desejados pelo Cmt numa determinada
ação.

4-23
EB70-CI-11.457
c) Em situações de rápido movimento, o avanço das VBC Cav/VBR e do GC
deverá ser coordenado, combinando-se as formações de combate de cada ele-
mento, numa formação mutuamente apoiada. Normalmente as VBC Cav/VBR
precedem o GC.
d) Em situações de menor mobilidade, quando as VBC Cav/VBR avançam por
lanços, o GC se desloca pelo mesmo processo, embarcado em sua viatura. Caso
o GC tenha que desembarcar de sua VBTP, o deslocamento por lanços aumentará
a segurança dos Fuz e reduzirá o tempo em que ficarão expostos às armas de
tiro direto do inimigo. Neste caso, os Fuz ocuparão, normalmente, uma posição
desenfiada atrás das VB. Em qualquer dos casos, a velocidade do movimento do
GC deve ser regulada, pelo comandante do Pel, para assegurar que esteja colo-
cado em posição favorável para juntar-se às VBC Cav/VBR no assalto ao objetivo.
e) Sempre que possível, o Esc Atq avança em massa, sem parada. Contudo,
forçado pela ação inimiga, pelo terreno ou fogos insuficientes da base de fogos,
poderá ter que empregar a combinação do fogo e movimento.
f) A formação para o ataque deve permitir a coordenação e o apoio mútuo entre
os elementos de VBC Cav/VBR e o GC.
g) A VBTP é concebida para proporcionar mobilidade tática e relativa proteção
contra estilhaços e fogos de armas portáteis. Sua perda reduz sensivelmente a
mobilidade dos Fuz. O Cmt não deve, portanto, expô-las, desnecessariamente,
aos fogos AC do inimigo.
h) O Cmt do Pel deve regular a distância entre as VBC Cav/ VBR e o GC, antes de
partir para o ataque. Esta distância será baseada, principalmente, nas seguintes
considerações:
- missão - se a missão exige rapidez, movimento cerradamente controlado e
se uma interferência ponderável do inimigo não é previsível, o GC poderá seguir
a VBC Cav/VBR mais próximo do que quando os fogos AC eficazes estiverem
dirigidos às VBC Cav/VBR;
- tipo e possibilidades das armas AC do inimigo - se o inimigo estiver equipa-
do com armas AC de curto alcance, o GC poderá seguir as VBC Cav/VBR mais
próxima do que se o Ini possuir armas AC de grande calibre, longo alcance e alta
velocidade;
- tipo de terreno - se o terreno for ondulado e acidentado, fornecendo posições
desenfiadas, o GC poderá seguir a VBC Cav/VBR mais próxima do que se o
terreno for aberto e relativamente nivelado ou plano; e
- ações do inimigo - a distância entre as VBC Cav/VBR e Fuz, dentro da forma-
ção, não deverá ser tão grande que possa permitir que o inimigo interponha uma
força considerável entre seus elementos, o que poderá conduzir a uma derrota
por partes, tanto das VBC Cav/VBR como do GC.

4-24
EB70-CI-11.457
i) Qualquer que seja o processo de ataque embarcado empregado, as VBC Cav/
VBR e a VBTP deverão assaltar o objetivo juntas. A resistência remanescente
na área do objetivo, o terreno e a premência de tempo devem ser considerados
pelo Cmt Pel ao decidir pelo assalto a pé ou embarcado.
j) Dar-se-á preferência a um assalto embarcado quando as resistências remanes-
centes na área do objetivo não signifiquem grande ameaça aos blindados. Neste
caso a VBTP assaltará no intervalo e à retaguarda das VBC Cav/VBR.
k) A utilização deste processo permite o emprego de munição de tempo pelos
morteiros e pela artilharia durante o assalto. Tão logo possível, o combinado
VBC Cav/VBR - GC buscará uma posição que lhe permita observação e fogos
no compartimento seguinte. Os Fuz estarão aptos a participar, de imediato, da
consolidação; enquanto parte deles faz a proteção aproximada das VBR, outra
parte realiza a limpeza do objetivo.
l) Quando houver indícios de resistências remanescentes em condições de causar
sérios danos aos blindados, ou na impossibilidade de visualizar toda a área do
objetivo (matas, terreno acidentado, neblina ou áreas edificadas), o GC deverá
assaltar a pé, eliminando as resistências remanescentes e cerrando para junto
das VBC Cav/VBR na consolidação. Parte dos fuzileiros poderá receber a missão
de executar uma limpeza mais detalhada da área do objetivo.
m) A decisão sobre quando e onde devem desembarcar os Fuz se isto for necessá-
rio, cabe ao comandante do Pel e é baseada na situação existente, levando sempre
em consideração que o assalto embarcado é preferível ao desembarcado e que o
assalto pelo flanco ou retaguarda do objetivo é mais eficaz que o assalto frontal.
4.5.3.7.2 Processos de Ataque para a Seç VBC Cav/VBR e o GC.
a) Existem três processos gerais para o emprego combinado da Seç VBC Cav/
VBR e do GC no ataque:
- com a Seç VBC Cav/VBR e o GC numa mesma direção;
- com a Seç VBC Cav/VBR e o GC em duas direções convergentes; e
- com a Seç VBC Cav/VBR somente apoiando pelo fogo.
b) Durante o ataque, poderão ser empregados um ou mais desses processos. O
Esc Atq e as frações que o integram devem ser capazes de mudar o seu processo
de ataque, caso isto se torne necessário, com a evolução do combate.
c) As VBC Cav/VBR devem ser empregadas de modo que seja feita a máxima
utilização de sua mobilidade tática, potência de fogo, relativa proteção blindada,
velocidade e ação de choque;
d) A velocidade de progressão do ataque deve ser a máxima permitida pelo terreno
e pela resistência do inimigo;

4-25
EB70-CI-11.457
e) O GC deverá permanecer embarcado o maior tempo possível de modo que:
- o Esc Atq possa progredir na velocidade das VBC Cav/VBR e da VBTP, para
cerrar sobre o Ini e destruí-lo;
- a mobilidade tática de ambos os elementos do combinado Seç VBC Cav/
VBR - GC seja mantida;
- as baixas, em regiões batidas por fogos de artilharia e de armas portáteis,
sejam minimizadas;
- possa ser utilizada munição de tempo nos fogos de morteiro e artilharia, em
apoio ao escalão de ataque; e
- não haja desgaste prematuro do GC, sendo sua energia conservada para a
ocasião em que tiverem que ser empregados.
f) O GC, normalmente, desembarca quando se torna necessário:
- abrir ou remover obstáculos que impeçam o movimento das VBC Cav/VBR
e da VBTP para frente;
- cooperar na neutralização ou destruição das armas AC que detenham a
progressão das VBC Cav/VBR e da VBTP;
- participar de ataque através de regiões densamente matosas ou terreno
muito acidentado;
- liderar um ataque através de cursos de água que não puderem ser atraves-
sados pela VBTP;
- participar de ataques através de regiões fortificadas ou através de localidades
e vilas que não puderem ser desviadas;
- auxiliar a progressão das VBC Cav/VBR sob certas condições de visibilidade
restrita e campos de tiro reduzidos (escuridão, fumaça, neblina, bosques densos,
terreno cortado); e
- realizar a limpeza de um objetivo e auxiliar na sua consolidação.
g) Ataque da Seç VBC Cav/VBR e o GC numa única direção
- No ataque numa única direção, todo o Esc Atq utiliza a mesma via de acesso
para o objetivo.
- O GC opera embarcado, usando formações variadas em sua progressão.
- Este processo proporciona melhor coordenação e controle, uma vez que toda
a força atacante se desloca numa única direção e sobre a mesma Via de Acesso.
- Comparando com outros processos, esse permite apoio mútuo mais cerrado
entre os elementos da força atacante.
- Esse processo deverá ser adotado quando se apresentarem as seguintes
4-26
EB70-CI-11.457
condições: ataque em terreno limpo e plano, onde a VBTP tenha dificuldade para
mascarar seu movimento (neste caso, as VBC Cav/VBR proporcionarão proteção
à VBTP); disponibilidade de apenas uma via de acesso; o objetivo não pode ser
flanqueado facilmente; e necessidade de um maior controle de operação.
h) Ataque com GC embarcado
- O ataque da Seç VBC Cav/VBR e do GC embarcado poderá ser realizado
combinando-se estes elementos em uma única formação. As posições dos ele-
mentos na formação estão subordinadas à situação tática. Normalmente, a Seç
VBC Cav/VBR lidera de modo a poder utilizar melhor sua potência de fogo de
suas VB. A VBTP deve ser disposta à retaguarda das VBC Cav/VBR, de modo
que sua metralhadora (canhão) orgânica possa aumentar os fogos das VBC Cav/
VBR, sem que tal implique em excessiva exposição aos fogos AC do inimigo. Esta
técnica somente poderá ser utilizada quando a posição inimiga não apresentar
sistema de defesa anticarro (DAC) eficiente.
- Quando embarcados, o GC pode seguir a Seç VBC Cav/VBR por lanços. Esta
técnica contribui para o aumento da segurança da VBTP, mas acarreta redução
da velocidade de progressão.
- A distância entre as VBC Cav/VBR e a VBTP não deve aumentar ao ponto
de permitir que elementos inimigos possam infiltrar-se entre eles, acarretando a
perda da possibilidade de apoio rápido às VBR pelos Fuz.
- Ao determinar as posições das VBC Cav/VBR e da VBTP nas formações
blindadas, o Cmt deve avaliar continuamente a necessidade de contar com a
disponibilidade do apoio dos Fuz Bld sem expor a VBTP ao fogo eficaz do inimigo.

Fig 49 - A Seç VBC Cav/VBR e o GC embarcado, atacam numa mesma direção

4-27
EB70-CI-11.457
i) Ataque em movimentos por lanços
- O GC segue a Seç VBC Cav/VBR por lanços. Esta técnica de movimento au-
menta a segurança do GC. Enquanto as VBC Cav/VBR avançam continuamente
de um para outro acidente do terreno, a VBTP deve deslocar-se rapidamente
para posições desenfiadas à retaguarda dos sucessivos acidentes do terreno.
- o controle deve ser exercido de modo a assegurar a execução coordenada do
assalto com as VBC Cav/VBR precedendo o GC no objetivo. Isso normalmente
exigirá um aumento da velocidade da VBTP no final do movimento, de modo a
cerrar sobre as VBC Cav/VBR na abordagem do objetivo.
j) Ataque com GC desembarcado
- Este processo poderá ser empregado em situações de pouca visibilidade,
como em bosques, localidades e neblina densa. Quando a Seç VBC Cav/VBR e
o GC a pé progridem juntos, os Fuz poderão se colocar entre as VBC Cav/VBR
ou imediatamente a sua retaguarda. Durante a progressão, a posição relativa
das VBC Cav/VBR e dos Fuz é ajustada de acordo com o terreno e a resistência
inimiga. Durante o assalto, por exemplo, os Fuz deslocar-se-ão, normalmente, à
retaguarda imediata das VBC Cav/VBR de modo a permitir cerrado apoio mútuo,
além de se beneficiarem da proteção das VBC Cav/VBR.

Fig 50 - Ataque do Pel C Mec com GC desembarcado

4-28
EB70-CI-11.457
- Quando o terreno, obstáculos ou armas AC inimigas restringem ou detêm o
movimento das VBC Cav/VBR, mas permitem o dos Fuz desembarcados, aquelas
poderão, temporariamente, apoiar pelo fogo o avanço dos Fuz. Quando o ataque
dos Fuz tiver progredido suficientemente ou tiver sido removido o obstáculo que
detinha as VBC Cav/VBR, essas deverão se deslocar para frente, ultrapassar os
Fuz e voltar a liderar o ataque. Este tipo de ação não deve ser confundido com o
processo em que as VBC Cav/VBR somente apoiam pelo fogo, já que a intenção
é que as VBC Cav/VBR participem do assalto ao objetivo.
- Quando as VBC Cav/VBR assaltam sob proteção de munição de tempo de
artilharia e morteiros, os Fuz seguem à retaguarda numa distância de segurança
dos arrebentamentos, eliminando ou capturando o pessoal inimigo remanescente.
- A VBTP deve progredir logo atrás dos Fuz Bld desembarcados, para estar
prontamente disponível quando necessária para prosseguir no ataque ou para
auxiliar na consolidação do objetivo.
k) Ataque da Seç VBC Cav/VBR e do GC em duas direções convergentes.

Fig 51 - Ataque da Seç VBC Cav/VBR e do GC a pé, por eixos diferentes (convergentes)

- Normalmente serão empregadas a Seç VBC Cav/VBR e o GC numa mesma


direção. Poderão surgir situações em que seja necessário o emprego do GC em
uma direção e a Seç VBC Cav/ VBR em outra.
- A coordenação do assalto é mais difícil do que em outros processos.

4-29
EB70-CI-11.457
- Este processo, normalmente, obtém o máximo efeito de surpresa. Proporciona
oportunidade para a força atacante golpear os flancos ou retaguarda do inimigo,
além de obrigá-lo a combater em duas direções.
- Favorecem o emprego deste processo a possibilidade de flanqueamento do
objetivo e a possibilidade de manutenção do controle a despeito das dificuldades.
l) A Seç VBC Cav/VBR com GC a pé por eixos diferentes.
- O movimento da Seç VBC Cav/VBR e do GC a pé obedecem às mesmas
considerações quanto ao emprego em um único eixo.
- Neste caso, parte ou totalidade dos Exp pode ser utilizada em reforço ao GC.
- Quando o Esc Sup é detido por fogos ou obstáculos AC Ini, os Fuz a pé
progridem utilizando via de acesso coberta, impraticável para as VBC Cav/VBR
e atacam o flanco do inimigo.
- Nesta situação, as VBC Cav/VBR apoiam pelo fogo, deslocando-se logo que
possível em direção ao objetivo.
- Os elementos em cada Via de Acesso devem procurar a abordagem do
objetivo simultaneamente.
- O ataque poderá ser coordenado de tal modo que as VBC Cav/VBR cheguem
primeiro ao objetivo, e os Fuz posteriormente.
- Tal atitude permitirá o uso de tiros com munição de tempo da Art Cmp e Mrt
P durante a fase do assalto à posição.
m) A Seç VBC Cav/VBR numa direção e GC na outra
- Este procedimento é empregado quando uma das Via de Acesso é adequada
para as VBC Cav/VBR, mas acarreta excessiva exposição do GC e sua viatura,
enquanto a outra poderá ser utilizada pelo GC a pé, mas restringe ou impede o
movimento das VBC Cav/VBR.
- Nesse processo torna crítica à coordenação VBC Cav/VBR - GC para o
assalto.
n) A Seç VBC Cav/VBR somente apoia pelo fogo
- Neste processo o GC, a pé, normalmente reforçado pelos exploradores, ataca
para conquistar o objetivo e as VBC Cav/VBR apoiam a progressão dessas frações
até o limite do alcance de suas armas ou até onde os campos de vista permitirem.
- As condições que tornam necessária a utilização deste processo são a
existência de obstáculos que impeçam o movimento das viaturas no ataque,
obrigando a conquista de um objetivo para permitir a remoção dos obstáculos, o
terreno impraticável para as VBC Cav/VBR que deve ser conquistado e a dispo-
nibilidade de munição.

4-30
EB70-CI-11.457
- Na transposição de curso de água, obstáculo às VBC Cav/VBR, a Seç VBC
Cav/VBR deverá ocupar posições de tiro desenfiadas de onde possa apoiar a
travessia da VBTP do GC ou a travessia da fração desembarcada (processo
diverso), além de apoiar a progressão dessa fração na margem oposta.

Fig 52 - A Seç VBC Cav/VBR apoiando pelo fogo o ataque a pé do GC e do GE

4.5.4 EMPREGO DA SEÇÃO DE VIATURAS BLINDADAS DE COMBATE DE


CAVALARIA/VIATURAS BLINDADAS DE RECONHECIMENTO E DO GRUPO
DE COMBATE EM REGIÕES COM OBSTÁCULOS
4.5.4.1 Generalidades
4.5.4.1.1 Quando empregado, o Pel C Mec irá se deparar com uma grande varie-
dade de obstáculos artificiais e naturais. Esses obstáculos devem ser rapidamente
ultrapassados para conservar a iniciativa e manter a impulsão do ataque.
4.5.4.1.2 O comandante deve decidir rapidamente se desbordará, abrir uma
passagem ou forçar a passagem através do obstáculo.
4.5.4.1.3 A opção de se forçar a passagem em um obstáculo só deverá ser ado-
tada se não for possível desbordá-lo ou abrir uma passagem, pois este processo
acarretará uma grande quantidade de perdas em pessoal e material.
4-31
EB70-CI-11.457

4.5.4.1.4 A urgência no cumprimento da missão será fator decisivo na escolha do


processo a ser adotado para se ultrapassar um obstáculo.
4.5.4.2 Desbordando o obstáculo
4.5.4.2.1 Os obstáculos devem ser, sempre que possível, desbordados. Os fogos
ajustados do inimigo poderão ser evitados, deslocando-se a tropa por itinerários
cobertos e abrigados dos fogos diretos inimigos. O GE será empregado para
reconhecer os limites laterais do obstáculo, encontrar itinerários que possibilitem
o desbordamento do obstáculo, localizar as armas do inimigo e seus itinerários
de contra-ataque na área do obstáculo.
4.5.4.2.2 Normalmente, o restante do Pel estabelecerá uma proteção face ao
obstáculo, manobrando para engajar o inimigo que bate o obstáculo pelo fogo. Ao
mesmo tempo, o GE iniciará os reconhecimentos laterais procurando encontrar
itinerários que possibilitem o desbordamento do obstáculo. O GC reconhece o
obstáculo para o caso do desbordamento não ser realizado.
4.5.4.3 Abrindo passagens nos obstáculos
- Generalidades
a) Na defensiva, a doutrina enfatiza o emprego de obstáculos em profundidade
a fim de criar várias linhas de defesa e dar mais solidez à posição defensiva. O
Pel poderá se deparar com obstáculos junto à linha de contato ou em profundi-
dade. Normalmente poderão ser encontrados num campo de batalha obstáculos
como campo de minas; obstáculos de troncos ou trilhos, como abatises, ouriços,
estacas e muros; fossos anticarro e crateras; obstáculos de arame; e obstáculos
químicos (gás).
b) As tropas Bld são as mais aptas para realizarem a abertura de brechas em
obstáculos. Entretanto, em algumas situações táticas, será necessário que a
tropa mecanizada realize ou participe dessa operação. A abertura de brechas
compreende o emprego de três forças com missões distintas:
- Força de Apoio;
- Força de Abertura de Brechas; e
- Força de Assalto.
c) Em condições adversas ou em obstáculos de pequeno vulto, o Pel C Mec
poderá compor os três grupamentos de força e realizar uma abertura de brecha
se necessário.
d) A missão de Força de Apoio pode ser atribuída ao GE, à Pç Ap e à Seç VBC Cav/
VBR com as restrições relativas à disponibilidade de munição e à possibilidade de
remuniciamento. Estes elementos terão a missão de fixar, destruir ou neutralizar
o inimigo, bem como realizar fogos de munição fumígena com a finalidade de

4-32
EB70-CI-11.457
permitir o trabalho da Força de Abertura de Brechas.
e) A Força de Abertura de Brechas será composta pelo GC que portando material
adequado realizará a abertura de uma trilha e posteriormente o seu alargamento.
f) A Força de Assalto será composta pelo combinado Seç VBC Cav/VBR – GC e
deverá atacar o inimigo que protege o obstáculo, tão logo a brecha seja aberta.
Deverão ser guardadas as restrições impostas para o emprego de Vtr sobre rodas.

4.6 O PEL C MEC NO APROVEITAMENTO DO ÊXITO (Apvt Exi)


4.6.1 O Aproveitamento do Êxito é a operação que se segue a um ataque bem-
-sucedido e que, normalmente, tem início quando a força inimiga se encontra em
dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-se por um avanço contínuo
e rápido das forças amigas com a finalidade de ampliar ao máximo as vantagens
obtidas no ataque e anular a capacidade inimiga de apresentar uma defesa or-
ganizada ou de realizar um movimento retrógrado ordenado.
4.6.2 O Pel C Mec só deverá participar de uma Op Apvt Exi enquadrado em
seu RC Mec ou Esqd C Mec/Bda.

4.7 O PEL C MEC NA PERSEGUIÇÃO (Prsg)


4.7.1 A Perseguição é a operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga
que tenta fugir. Ocorre, normalmente, logo em seguida ao aproveitamento do êxito
e difere deste por sua finalidade principal, que é a de completar a destruição da
força inimiga que está em processo de desengajamento, ou que tenta fugir. Uma
Força de Perseguição normalmente se organiza em força de pressão direta e
força de cerco.
4.7.2 Embora um objetivo no terreno possa ser designado para a F Perseguição,
a força inimiga é seu objetivo principal.
4.7.3 PERSEGUIÇÃO
- O Pel C Mec participará de uma perseguição enquadrado em seu RC Mec ou
Esqd C Mec de Brigada. Nessa operação poderá receber as seguintes missões:
a) integrar a força de segurança nos flancos da força de pressão direta ou da
força de cerco;
b) realizar ações de reconhecimento caso o inimigo tenha rompido o contato; e
c) integrar a força de pressão direta ou a força de cerco.
4.7.4 Nessa operação serão empregadas as mesmas táticas e técnicas e proce-
dimentos utilizados durante a realização da marcha para o combate, do ataque

4-33
EB70-CI-11.457
e do aproveitamento do êxito.

4.8 O PEL C MEC NO ATAQUE NOTURNO (Atq Not)


4.8.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4.8.1.1 Generalidades
4.8.1.1.1 A ampla utilização de sofisticados equipamentos de visão noturna no
combate moderno ampliou consideravelmente as possibilidades táticas de atuação
durante períodos de visibilidade restrita, acrescentando grande importância às
ações noturnas, possibilitando a condução de combates continuados, mantendo
constante pressão sobre o inimigo.
4.8.1.1.2 O ataque noturno (Atq Not) caracteriza-se pelo decréscimo da eficácia
do tiro sobre o inimigo e o correspondente aumento da importância do combate
aproximado, bem como pela dificuldade dos movimentos, da ação de comando
e do controle. Nessa operação sobressaem as dificuldades relacionadas com o
Cmdo e Ct, orientação, coordenação de fogos, avaliação de distâncias e identi-
ficação de forças amigas.
4.8.1.1.3 Num Atq Not as distâncias de detecção e de engajamento, a amplitude
dos lanços e a utilização de itinerários cobertos e abrigados sofrerão modificações,
obrigando a novos procedimentos.
4.8.1.1.4 Ao Atq Not, aplicam-se as mesmas considerações referentes ao ataque
diurno: as mesmas formas de manobra, organização para o ataque e formações
podem ser empregadas. Entretanto, é desejável que as tropas atacantes estejam
mais familiarizadas com o terreno que atacarão. Quando possível, devem ser
realizados ensaios nas condições que mais se aproximem das condições reais
de ataque. Nos ataques iluminados, o GC, dependendo de outras considerações,
poderá deslocar-se embarcado em sua viatura blindada.
4.8.1.1.5 O sigilo e a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja
conduzido com um mínimo de baixas. A simplicidade do plano facilita a surpresa.
Na eventualidade da perda da surpresa, o plano deverá proporcionar os fogos,
a manobra e a ação de choque necessários à conquista do objetivo. O objetivo
deverá ser facilmente identificável à noite e suficientemente pequeno para que
possa ser conquistado em um único assalto.
4.8.1.2 Peculiaridades quanto à iluminação do Atq Not (tropa sem equipa-
mentos de visão noturna)
4.8.1.2.1 Uma tropa mecanizada (Esqd C Mec, Pel C Mec etc.) que não dispõe de
equipamentos de visão noturna (a quantidade suficiente desses equipamentos)
poderá realizar um Atq Not iluminado (iluminação artificial). A iluminação do campo
de batalha permite reduzir, em parte, as deficiências próprias do combate noturno.
4-34
EB70-CI-11.457
4.8.1.2.2 Os ataques iluminados são empregados quando o fator sigilo não é pre-
ponderante ou não se dispõe de equipamentos de visão noturna para a maioria
do escalão de ataque. Num ataque iluminado, são empregados na iluminação do
campo de batalha artifícios iluminativos lançados por Mrt, Art Cmp e pela F Ae.
4.8.1.3 Peculiaridades das viaturas blindadas no ataque noturno
4.8.1.3.1 O Pelotão, quando equipado com VB não dotada de dispositivos veicu-
lares de visão noturna, conduzirá, normalmente, um ataque noturno com o GC
(e o GE) desembarcado. Quando equipado com VB dotadas com aqueles dispo-
sitivos de visão noturna, poderá realizar o ataque embarcado ou desembarcado
(dependerá do estudo de situação do Cmt Pel).
4.8.1.3.2 As VBR poderão ser empregadas em combinação com a VBTP, como
no ataque diurno, desde que dotadas de equipamentos de visão noturna ou com
iluminação artificial do campo de batalha. Se esses equipamentos não estiverem
disponíveis e o ataque não puder ser iluminado, as VBR serão empregadas para
apoiar o GC apenas pelo fogo.
4.8.1.3.3 O GE, quando dotado de VBMT-LR com equipamentos veiculares de
visão noturna, poderá acompanhar o Atq noturno do Pel fornecendo contínua
segurança ao flanco do Esc Atq, ocupando posições ao longo deste, de onde
possa melhor observar e atirar.
4.8.1.3.4 As viaturas blindadas equipadas com dispositivo de visão noturno/termal
podem realizar o tiro e a manobra quase como de dia. As restrições ainda presen-
tes no combate noturno dizem respeito à identificação e engajamento do alvo e
ao alcance dos aparelhos de visão noturna. Contudo, uma unidade mecanizada
poderá utilizar o combate noturno com mais liberdade de movimento e menor
número de medidas de controle restritivas que no passado.
4.8.1.4 Medidas de Coordenação e Controle específicas para a realização
de um Atq Not
4.8.1.4.1 Linha de Provável Desenvolvimento (LPD) - a Linha de Provável De-
senvolvimento é uma linha previamente escolhida onde é tomado um dispositivo
antes do assalto final. Deve ser apoiada em um acidente do terreno, facilmente
identificável à noite e situado dentro da distância de assalto do objetivo.
4.8.1.4.2 Linha Limite da Progressão (LLP) - para manter o controle e evitar que
o escalão de ataque seja atingido por fogos de proteção das tropas amigas, o
Esc Sup deve estabelecer um limite de progressão, tanto em profundidade como
nos flancos do objetivo, materializando-o por pontos característicos do terreno,
identificáveis à noite.
4.8.1.4.3 Ponto de Liberação das Frações (PLF) - o ponto de liberação de cada
fração é o local onde o comandante do Pel entrega aos Cmt de Fração o controle
do deslocamento para suas respectivas zonas de desenvolvimento. Normalmente
4-35
EB70-CI-11.457
esse ponto fica localizado entre a linha de partida e a linha de provável desen-
volvimento.

Fig 53 - Medidas de Coordenação e Controle no Atq noturno

4.8.2 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO


4.8.2.1 O planejamento de um Atq Not deve começar o mais cedo possível para
permitir a preparação do ataque ainda com luz do dia.
4.8.2.2 Os Atq Not são planejados basicamente do mesmo modo que os ataques
diurnos e muitos princípios e técnicas para o ataque noturno são os mesmos
aplicados para o ataque diurno sob condições de visibilidade reduzida.
4.8.2.3 Os preparativos feitos pelo comandante de Pel para um Atq Not
compreendem:
a) determinação da composição do escalão de ataque;

4-36
EB70-CI-11.457
b) providências para ocupação da Z Reu;
c) imediata expedição de ordens;
d) a determinação dos limites do objetivo e a Via A mais favorável;
e) determinação do dispositivo do Esc Atq; localização da posição de ataque; da
linha de partida; da linha de provável desenvolvimento; dos pontos de liberação
das frações; dos limites laterais exatos do objetivo do Pel e do limite de progressão;
f) o reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a Z Reu e a posição
de ataque;
g) a coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da posição de ataque
e na linha de partida; instruções para abertura de brechas à frente para a pas-
sagem de tropa;
h) tipo de ataque; se iluminado ou não, se apoiado ou não; e
i) reconhecimento e planejamento para assegurar a imediata coordenação e
execução de pormenores.
4.8.2.4 Nos Atq Not não iluminados, ou com iluminação limitada, as dificuldades
em controlar as mudanças de direção e a dificuldade de identificação restringem as
possibilidades de manobra. Para contornar essas dificuldades, os ataques noturnos
são feitos sem mudança de direção e com dispositivos relativamente cerrados.
4.8.2.5 O Esc Atq pode deslocar-se da Z Reu para uma posição de ataque se-
gura de onde o ataque sobre o ponto fraco do inimigo será facilitado. Depois de
ultrapassada a LP, todos os deslocamentos na escuridão são feitos diretamente
na direção dos objetivos sem qualquer mudança na direção.
4.8.2.6 Ao elaborar seu plano de manobra, o Cmt Pel considera, além da
amplitude e da localização do objetivo:
a) hora de início do ataque;
b) dispositivo;
c) linha de partida;
d) posição de ataque;
e) ponto de liberação;
f) processo e velocidade de deslocamento;
g) linha de provável desenvolvimento;
h) limite de progressão; e
i) linhas de segurança para os tiros.

4-37
EB70-CI-11.457
4.8.2.7 Devem ser previstos meios de identificação para todo o pessoal e viaturas.
4.8.2.8 O Atq Not a pé do Pel é, normalmente, conduzido em quatro fases: pre-
paração, progressão, assalto e consolidação/ reorganização.
4.8.3 RECONHECIMENTOS
4.8.3.1 Caso seja possível, o Cmt do Pel deve realizar um reconhecimento
no terreno, buscando identificar:
a) localização das medidas de coordenação e controle;
b) situação, condições e particularidades do terreno em que atuará;
c) balizamento dos pontos considerados críticos; e
d) balizamento, se necessário, da direção geral de ataque.
4.8.3.2 Devem ser utilizados azimutes, hodômetro das viaturas, processos expe-
ditos, carta-terreno e outros para facilitar sua orientação.
4.8.3.3 O comandante de pelotão deve levar para este reconhecimento ao me-
nos os comandantes das viaturas que compõem o Esc Atq e, se possível, seus
motoristas.
4.8.3.4 Ensaio e sincronização são importantíssimos como no ataque diurno.
4.8.4 EXECUÇÃO DO ATAQUE NOTURNO
4.8.4.1 Ataque noturno a pé (VBC Cav/VBR na base de fogos)
4.8.4.1.1 Base de Fogos
a) A Base de Fogos será constituída, como no Atq diurno, com a Seç VBC Cav/
VBR e a Pç Ap.
b) A Seç VBC Cav/VBR deverá balizar durante o dia, ou no período de tempo que
antecede ao Atq, diversas posições de tiro. Após cada série de tiros (conforme a
situação, a cada tiro), a VBC Cav/VBR deverá retrair para uma posição desenfiada
e ocupar outra posição (de Muda) a fim de que o clarão do disparo não denuncie
a sua posição.
c) O alongamento dos fogos será executado a partir de um horário pré-determinado
e não pela observação da progressão do Esc Atq.
4.8.4.1.2 Progressão
a) O Esc Atq composto pelo GC e GE, desembarcados, desloca-se furtivamente,
transpondo a linha de partida e progredindo na direção do inimigo em coluna, por
ser este o dispositivo de mais fácil controle para o Cmt Pel.
b) Tal dispositivo é mantido até que seja atingido o ponto de liberação, ou seja,

4-38
EB70-CI-11.457
forçado o desenvolvimento pela ação inimiga.
c) Se o objetivo estiver próximo da LP, ou se for previsto um iminente contato com
o inimigo, poderá ser conveniente à progressão, a partir da LP, com os grupos
justapostos, cada um deles em coluna.
d) Ao ser atingida a linha de provável desenvolvimento, ou se o inimigo descobrir
o ataque antes que ela seja alcançada, o assalto será iniciado.
4.8.4.1.3 Assalto
a) O desenvolvimento para o assalto pode ser forçado pela ação inimiga ou exe-
cutado quando da chegada à linha de provável desenvolvimento. É feito nesta
linha com rapidez e em silêncio; qualquer parada prolongada nesta fase do ataque
aumenta a possibilidade de quebra do sigilo. Devem ser tomadas precauções
para evitar um assalto prematuro, causado por tiros feitos a esmo pelo inimigo.
b) Após o desenvolvimento, a progressão é retomada, até que seja encontrada
resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Nesta fase, todas as frações
assaltantes pressionam com a maior rapidez possível.
c) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em linha e evitar que se
transforme em grupos isolados. Uma ação agressiva do comando é essencial
nessa ocasião.
d) O assalto, normalmente, é realizado com os grupos de combate e exploradores.
e) As VBC Cav/VBR devem ficar em condições de emprego logo após a conquista
do objetivo.
4.8.4.1.4 Consolidação e Reorganização
a) A fase de consolidação e reorganização é semelhante à realizada no ataque
diurno, necessitando, entretanto, de um planejamento mais detalhado.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado. Os Cmt
de fração reúnem seus elementos e os dispõem em condições de enfrentar os
contra-ataques inimigos. A peça de apoio fica em condições de bater as prováveis
vias de acesso do inimigo. As VBC Cav/VBR cerram para o objetivo por itinerários
balizados pelo GC.
c) Devem ser incluídos no planejamento do Atq Not a pé:
- pontos de ligação entre elementos vizinhos e sinais de reconhecimento;
- guias para conduzir as viaturas blindadas e a peça de apoio através dos
obstáculos para as suas posições finais na consolidação;
- os itinerários de cada fração ou a ordem de deslocamento; e
- limite para a progressão.
4-39
EB70-CI-11.457
4.8.4.2 Ataque noturno embarcado
4.8.4.2.1 Base de Fogos
a) A Base de Fogos será constituída da Pç Ap e das Mtr L do GE, enquanto o
restante do pessoal do GE pode ser utilizado no Atq.
b) Progressão
- A formação adotada pelos elementos de manobra será ditada pelo alcance
de seus equipamentos de visão noturna veiculares, devendo permitir o controle
e a coordenação do Esc Atq.
- Uma progressão cautelosa é essencial para o sigilo. Quando as frações de
assalto atingem o ponto de liberação, à retaguarda da linha de provável desenvol-
vimento, abandonam a formação adotada para o deslocamento entre a Z Reu e a
Linha Provável de Desenvolvimento (LPD), normalmente a formação em coluna,
adotando a formação escolhida para o ataque. Ao atingir a linha de desenvolvi-
mento, normalmente, será adotada a formação em linha para o assalto. Os Cmt
de viaturas verificam constantemente a direção de ataque.
- A ação das patrulhas ou postos de vigias inimigos pode forçar o desenvolvi-
mento do Esc Atq, antes da linha prevista.
- Se possível, o Esc Atq retorna ao dispositivo previsto inicialmente para o
ataque após a resistência ter sido reduzida.
- A progressão poderá ser realizada com a Seç VBC Cav/VBR em linha, seguida
pelo GC embarcado.
- O GC permanece embarcado até o momento do assalto, desembarcando
durante a progressão quando necessário para apoiar as VBC Cav/VBR na re-
moção de obstáculos ou na eliminação de armas AC inimigas. No Atq Not, o GC,
normalmente, desembarca das Vtr Bld antes do Objetivo.
- O armamento orgânico da VBTP é empregado para aumentar os fogos das
VBC Cav/VBR.
4.8.4.2.2 Assalto
a) Quando o GC desembarca da VBTP, torna-se difícil a manutenção do contro-
le e a coordenação das diversas peças de manobra, exigindo do Cmt Pel e de
grupo um rígido controle sobre seus homens, uma preocupação constante com
as medidas de coordenação e controle estabelecidas e a identificação amigo/
inimigo para evitar o fratricídio.
b) O assalto ao objetivo é feito pelas VBC Cav/VBR, seguidas pelo GC desem-
barcado e pela sua VBTP.
c) A velocidade das VBC Cav/VBR deverá ser regulada de modo a evitar um

4-40
EB70-CI-11.457
excessivo afastamento do GC a pé. Normalmente se estabelecerá um limite no
terreno para a progressão com vistas a evitar a perda do controle quando o es-
calão de ataque ultrapassar o objetivo.
4.8.4.2.3 Ações após a Conquista do Objetivo
a) Após a conquista do objetivo, são adotadas medidas similares àquelas empre-
gadas no ataque diurno. Preferencialmente, as VBC Cav/VBR ocupam posições
à frente do objetivo conquistado, ficando ECD bater as vias de acesso para
blindados inimigos.
b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido conquistado.

4.9 OUTRAS OPERAÇÕES OFENSIVAS


4.9.1 GENERALIDADES
4.9.1.1 Durante a realização de operações ofensivas é comum a realização de
outras operações que não caracterizam, necessariamente, novos tipos ou formas
de operações ofensivas. Essas ações são o Combate de Encontro, a Incursão
e a Dissimulação Tática (Finta e Demonstração). Para mais informações sobre
a Incursão e a Dissimulação Tática, consultar os manuais de campanha de RC
Mec e Esqd C Mec.
4.9.2 COMBATE DE ENCONTRO
4.9.2.1 Considerações gerais
4.9.2.1.1 O combate de encontro é uma ação que ocorre quando uma força
em movimento, incompletamente desdobrada para o combate, engaja-se com
uma força inimiga, parada ou em movimento, a respeito da qual não dispõe de
informações precisas ou não possui nenhuma informação. A ação deixa de ser
um combate de encontro quando a situação do inimigo tiver sido esclarecida e
possam ser desencadeadas operações subsequentes, planejadas e coordenadas.
4.9.2.1.2 As principais características do combate de encontro são o conheci-
mento limitado do inimigo, rápidas evoluções de situação, um mínimo de tempo
disponível para o comandante tomar conhecimento da situação e para formular
e executar as ações necessárias.
4.9.2.1.3 O combate de encontro é a ação ofensiva normalmente executada por
um Pel C Mec atuando como fração testa ou escalão de reconhecimento nas
operações de reconhecimento e de segurança (F Cob e F Prot/Vgd) ao encontrar
uma resistência inimiga no seu eixo de progressão.
4.9.2.1.4 Num combate de encontro a violência, a rapidez e a audácia, aliadas a
uma liderança efetiva e eficaz, são os fatores básicos de sucesso.

4-41
EB70-CI-11.457

Fig 54 - Pel C Mec – Seç VBC Cav/VBR no combate de encontro

4.9.2.2 Conduta do Pel C Mec num Combate de Encontro


4.9.2.2.1 Os princípios básicos da conduta de um Pel C Mec num combate de
encontro é (são) a conquista e a manutenção da iniciativa. Mantendo a iniciativa
o Cmt Pel poderá adotar a melhor LA para o cumprimento de sua missão.
4.9.2.2.2 Para manter a iniciativa num combate de encontro o Cmt Pel deve:
a)  executar um rápido estudo da situação;
b) emitir de ordens fragmentárias para as suas frações;
c) informar seu escalão superior sobre a situação encontrada, as informações
disponíveis e a sua decisão de atacar o inimigo (ou fixá-lo) e,
d) se autorizado, empregar suas frações de forma rápida e agressiva sobre a
resistência inimiga.
4.9.2.2.3 Num combate de encontro o Cmt Pel C Mec irá defrontar-se, normal-
mente, com 3 (três) LA:
a) atacar parceladamente, partindo do dispositivo de marcha, de modo que tão
logo as suas frações possam ser empregadas;
b) reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação decisiva do pelotão até
que seu Esqd C Mec (RC Mec) possa ser empregado em uma operação coorde-

4-42
EB70-CI-11.457
nada, seja ofensiva, seja defensivamente;
c) desbordar a força inimiga, desde que autorizado pelo seu Esqd C Mec, deixando
elementos adequados com a missão de efetuarem a manutenção do contato com
a mesma (uma Pa GE ou o GE).
4.9.2.2.4 Uma ação ofensiva desencadeada rápida e agressivamente propicia
as melhores condições para um Pel C Mec realizar um efetivo esclarecimento
da situação inimiga. Ações de reconhecimento visando identificar os flancos e
revelar o dispositivo inimigo com rapidez, possibilitam a obtenção de uma maior
surpresa tática e de resultados decisivos.
4.9.2.2.5 Quando o Pel C Mec se defrontar com uma posição inimiga cujo valor
venha pôr em risco o cumprimento de sua missão, desde que autorizado pelo seu
Esc Sp, a resistência inimiga deve ser desbordada. Neste caso, deverá deixar um
mínimo de elementos com a missão de manter o contato com a posição inimiga
(uma Pa GE ou o GE), os quais serão recuperados posteriormente, tão logo sejam
substituídos por elementos encarregados de reduzi-la.
4.9.2.2.6 Em princípio, o ataque de um Pel C Mec num combate de encontro
deverá ser realizado por meio de uma manobra desbordante que permitirá uma
maior surpresa e possibilitará determinar com rapidez a frente, a profundidade e
o dispositivo da força inimiga.
4.9.2.2.7 Quando o Pel C Mec encontrar um inimigo em movimento, deverá pro-
curar realizar um ataque sobre seu flanco com a finalidade de obter a surpresa,
preservar a iniciativa das ações e revelar, o mais rápido possível, seu valor e
dispositivo.
4.9.2.2.8 Quando o pelotão encontrar forças inimigas superiores, deverá adotar,
rapidamente, um dispositivo defensivo, capaz de proporcionar ao seu Esqd C Mec
ou força que estiver integrando, o tempo e o espaço suficientes para preservarem
sua liberdade de ação. Para tanto, imediatamente após o estabelecimento do
contato com o inimigo, o Esc Sp deve ser informado.
4.9.2.2.9 O sucesso em um combate de encontro, inicialmente, será definido pelo
grau de adestramento do Pelotão em adotar a formação e o dispositivo adequados,
pela rapidez e precisão do esclarecimento da situação e pela tomada de decisões
o mais rápido possível.
4.9.2.2.10 Num combate de encontro poderão ocorrer muitas situações em que a
rápida atuação do Pelotão, em vista da surpresa ou da inferioridade do poder de
combate do inimigo, seu oponente não poderá oferecer séria resistência. Nesses
casos, o Cmt Pel deverá identificar rapidamente objetivos compensadores, que
poderão ser atacados imediatamente, partindo da coluna de marcha do pelotão.

4-43
EB70-CI-11.457

Fig 55 - O Pel C Mec no combate de encontro

4-44
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO V
OPERAÇÕES DEFENSIVAS

5.1 CONSIDERAÇỖES GERAIS


5.1.1 As operações defensivas são operações realizadas para conservar a posse
de uma área ou território, ou negá-los ao inimigo e, também, garantir a integrida-
de de uma unidade ou meio. Normalmente, neutraliza ou reduz a eficiência dos
ataques inimigos sobre meios ou territórios defendidos, infligindo-lhe o máximo
de desgaste e desorganização, buscando criar condições mais favoráveis para
a retomada da ofensiva.
5.1.2 Existem dois tipos de operações defensivas: a Defesa em Posição (Def Pos)
e os Movimentos Retrógrados (Mvt Rtgd).
5.1.3 SÃO FORMAS DE MANOBRA DOS TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS:
5.1.3.1 Defesa em Posição:
a) a Defesa Móvel; e
b) a Defesa de Área.
5.1.3.2 Movimentos Retrógrados:
a) Retraimento;
b) Ação Retardadora; e
c) Retirada.

5.2. O PEL C MEC E AS OPERAÇÕES DEFENSIVAS


5.2.1 O emprego da tropa de Cavalaria Mecanizada numa área de defesa avan-
çada (ADA) não é aconselhável ou desejável por não permitir que explore sua
característica de mobilidade, e nem sempre contar com o apoio dos fogos diretos
das VBC Cav/VBR e demais viaturas. A essas dificuldades e limitações soma-se
o seu reduzido efetivo de Fuz ou Exp para manter o terreno.
5.2.2 RESTRIÇÕES PARA O EMPREGO DO PEL C MEC
- Nas Op Def Pos ou Mvt Rtgd deverão ser consideradas as seguintes restrições
para o emprego do Pel C Mec (estrutura padrão) e Esqd C Mec:
5.2.2.1 As VB do Pel C Mec e o Esqd C Mec não devem ser empregadas em
núcleos de defesa na ADA (na crista militar), ocupando espaldões ou não;
5.2.2.2 Na elevação onde for instalada a P Def do Esqd C Mec, quando a crista
militar e a crista topográfica forem próximas, as VB poderão ficar sob o controle
5-1
EB70-CI-11.457
de seus Pel C Mec. O Cmt Pel controla o núcleo de defesa ocupado pelo GC e
e pelo GE na crista militar e a sua base de fogos na crista topográfica (VB das
frações e a Pç Ap); e
5.2.2.3 quando a distância entre a crista militar (posição dos Fuz Bld e Exp de-
sembarcados) e a crista topográfica (base de Fogos) for muito grande, impedindo
ou dificultando o controle do núcleo de defesa e da base de fogos pelo Cmt Pel C
Mec, o Cmt Esqd C Mec poderá centralizar todas as VB e Pç Ap dos Pel C Mec
numa única base de fogos sob controle do SCmt Esqd C Mec (auxiliado pela Tu
Coor e Ct Fogo). O Cmt SU poderá grupar as VB e Pç Ap de cada Pel C Mec
sob o comando do Adj Pel, organizando bases de fogos direcionadas para cada
pelotão, mantendo-as, também, sob o controle do SCmt da SU.

5.3 DEFESA EM POSIÇÃO


5.3.1 A Defesa em Posição é o tipo de Op Def em que uma força procura contrapor-
-se à força inimiga atacante numa área organizada em largura e profundidade e
ocupada, total ou parcialmente, por todos os meios disponíveis.
5.3.2 Ela compreende duas formas de manobra: a Defesa de Área (Def A) e a
Defesa Móvel (Def Mv).

5.4 A DEFESA DE ÁREA


5.4.1 GENERALIDADES
5.4.1.1 Na área de defesa, as forças são distribuídas para proporcionar segurança,
enfrentar os ataques surpresa, deter ou repelir os ataques inimigos, destruir ou
repelir penetrações na área de defesa avançada.
5.4.1.2 A Área de Defesa de uma Def A é organizada em três subáreas:
a) a área de segurança (A Seg);
b) a área de defesa avançada (ADA); e
c) a área de reserva (A Res).
5.4.1.3 A Posição Defensiva, numa Defesa de Área, é constituída pela ADA e
pela A Res.
5.4.1.4 Para cumprir a missões numa Defesa de Área, são organizados três
grupamentos táticos:
a) a força de segurança, na A Seg;
b) a força da área de defesa avançada, na ADA; e
c) a força de reserva, na A Res.

5-2
EB70-CI-11.457
5.4.1.4 O defensor desdobra a maioria de seus meios na área de defesa avan-
çada para deter as forças inimigas à frente do limite anterior da área de defesa
avançada (LAADA). Conduz C Atq para expulsar ou destruir as forças inimigas
que penetrarem nessa área e para retomar o controle da mesma ou do terreno
que a defesa deseja conservar.
5.4.1.6 Na defesa de área, o defensor planeja aceitar um engajamento decisivo
e cumprir sua missão pela destruição do atacante ao longo do limite anterior da
área de defesa avançada (LAADA), contando com um grande volume e variedade
de fogos.
5.4.2 O PEL C MEC NA DEFESA DE ÁREA
5.4.2.1 Generalidades
5.4.2.1.1 Numa defesa de área o RC Mec ou o Esqd C Mec de Bda serão melhor
empregados na Força de Segurança (A Seg) e na Força de Reserva (A Res) da P
Def, onde suas SU e pelotões (estrutura básica ou provisórias), poderão explorar
melhor as suas capacidades de mobilidade e poder de fogo.
5.4.2.1.2 Na Defesa de Área, o Pel C Mec (estrutura básica) poderá integrar:
a) a força de cobertura do escalão superior (F Cob);
b) os postos avançados gerais (PAG) do escalão superior;
c) os postos avançados de combate (PAC) de seu Esqd C Mec, de seu RC Mec
ou da brigada;
d) a força da área de defesa avançada (F ADA);
e) a força de reserva (F Res).
5.4.2.2 O Pel C Mec integrando uma Força de Segurança na Defesa de Área
5.4.2.2.1 Generalidades
a) A área de segurança (A Seg) se estende à frente do limite anterior do LAADA
até onde forem empregados elementos da F Seg do Esc Sp.
b) As F Seg na Def A devem alertar sobre a aproximação do Ini, desorganizando-o
e iludindo-o quanto à verdadeira localização da P Def. As forças de segurança
podem ser compostas pela força de cobertura, postos avançados gerais (PAG) e
postos avançados de combate (PAC).
c) O Pel C Mec integrando uma F Seg na Def A deverá:
- informar quanto à aproximação do inimigo;
- iludir o inimigo quanto à verdadeira localização da posição;
- retardar e desorganizar o inimigo;
- negar ao inimigo observação terrestre direta sobre a área de defesa avan-
çada; e
5-3
EB70-CI-11.457
- localizar e identificar alvos compensadores para os fogos defensivos.
5.4.2.2.2 O Pel C Mec integrando uma Força de Cobertura
- O assunto será abordado no capítulo VII - Operações Complementares deste CI.
5.4.2.2.3 O Pel C Mec Integrando os Postos Avançados Gerais (PAG)
a) Os PAG são estabelecidos à frente da área de defesa avançada, com a prin-
cipal missão de provocar o desdobramento prematuro do inimigo sem chegar
ao engajamento decisivo das forças que a ocupam, retardar e desorganizar sua
progressão e iludi-lo quanto à verdadeira localização da posição defensiva.
b) Os PAG são localizados visando impedir a observação terrestre e os tiros
observados de artilharia do inimigo sobre a ADA.
c) A ação dos PAG assemelha-se a uma ação retardadora, conduzida, normal-
mente, em uma única posição e em reduzida profundidade. Os PAG devem tomar
o inimigo sob seus fogos o mais longe possível e retrair através da ADA quando
a ação do inimigo os ameaçar de um engajamento decisivo.
d) O Pel C Mec empregará nos PAG as mesmas TTP utilizadas na Força de
Cobertura, nas missões de Segurança.
5.4.2.2.4 O Pel C Mec nos Postos Avançados de Combate (PAC)
a) Os PAC são constituídos por uma série de postos de vigilância, cobrindo a
parte anterior da área de defesa avançada. Sua finalidade principal é alertar a
ADA quanto à aproximação do inimigo, bem como protegê-la contra a observação
direta deste inimigo. Devem, na medida do possível, infligir ao inimigo o máximo
de desgaste, sem engajar-se no combate aproximado.
b) O valor do PAC é estabelecido pelo escalão superior que conduz a defesa em
posição.
c) Normalmente, no nível U (RC Mec), o PAC poderá ter o valor de 01 (um) Pel
a 01 (um) Esqd.
d) Os PAC devem ser localizados na primeira linha de altura, à frente da área
de defesa avançada e dentro da distância de apoio de fogo desta área. Poderão
ocorrer situações em uma defesa de área, em que devido à inexistência de ter-
reno apropriado à frente de área de defesa avançada, não serão instalados PAC.
e) os PAC deverão retrair somente mediante ordem do escalão superior, a menos
que tenha sido delegada autorização ao comandante dos postos avançados de
combate. O retraimento é feito utilizando caminhos de retraimento previamente
reconhecidos que proporcionem o máximo de cobertura e abrigo e que auxiliem
a dissimular do inimigo a verdadeira localização da LAADA. Diversos planos para
retraimento deverão ser feitos para que a força esteja preparada para qualquer
mudança de situação. As forças que ocupam o LAADA devem ser notificadas

5-4
EB70-CI-11.457
quando todos os elementos dos PAC tenham sido recolhidos; e
f) o Pel C Mec atuando nos PAC empregará TTP semelhantes às utilizadas em
uma Ação Retardadora (Aç Rtrd), em uma única posição de retardamento.
5.4.2.3 O Pel C Mec Integrando uma Força da Área de Defesa Avançada
5.4.2.3.1 Apesar de não ser o emprego mais adequado da Cavalaria Mecaniza-
da, o Pel C Mec (estrutura padrão) poderá ser empregado na Área de Defesa
Avançada (ADA) de uma P Def.
5.4.2.3.2 O emprego do Pel C Mec com sua estrutura básica na ADA poderá
ocorrer em quatro situações:
a) 1ª - na área onde o pelotão instalará seu Nu Def o terreno possui uma inclina-
ção muito suave, possibilitando o emprego da Posição Defensiva (padronizada)
na crista topográfica, com a Seç VBC Cav/VBR ocupando uma posição central,
o GC desdobrado à sua frente, o GE ocupando posições nos flancos e a Pç Ap
na contra encosta, à retaguarda do restante do pelotão (semelhante a posição
empregada na Aç Rtrd);
b) 2ª – na área onde o pelotão instalará seu Nu Def a crista militar e a crista topo-
gráfica da elevação são muito próximas, permitindo que o Pel C Mec empregue a
Posição de Combate Defensiva (padronizada) com o GC (e o GE) na crista militar,
as VB na crista topográfica e a Pç Ap na contra encosta da elevação;
c) 3ª – na área do Nu Def do pelotão, a crista militar e a crista topográfica da ele-
vação são mais afastadas, mas ainda permitem que o Cmt Pel controle o seu Nu
Def (Gp Cmdo, GC e GE) na crista militar e a sua Base de Fogos (VB do pelotão
e a Pç Ap) na crista topográfica e contra encosta. O Pel não empregará a P Def
(padronizada); e
d) 4ª – na área do Nu Def do pelotão a crista militar e a crista topográfica da ele-
vação são muito afastadas, não permitindo que o Cmt Pel controle o Nu Def (Gp
Cmdo, GC e GE) e a Base de Fogos (VB e Pç Ap). Nesse caso a base de fogos
será controlada pela SU.
5.4.2.3.3 Em qualquer das situações apresentadas no item anterior, o Cmt Pel C
Mec não empregará suas VB no núcleo de defesa na crista militar, ocupando ou
não espaldões para VB.
5.4.2.3.4 A ADA estende-se do LAADA para a retaguarda, englobando os Pel C
Mec (Esqd C Mec de Bda) ou as SU (RC Mec) de primeiro escalão e os (as) do
núcleo de aprofundamento.
5.4.2.3.5 A missão das forças da ADA é deter ou impedir o avanço do inimigo à
frente da posição, por meio de fogos e do combate aproximado a sua entrada na
referida área. Para cumprir esta missão, procuram bloquear as vias de acesso
disponíveis para o inimigo, não somente junto ao LAADA, mas também em pro-
fundidade a fim de barrar possíveis penetrações.

5-5
EB70-CI-11.457
5.4.2.3.6 Na ADA, o Pel C Mec poderá ocupar um núcleo de defesa em 1º escalão,
com a finalidade de barrar o inimigo à frente do LAADA ou, um núcleo de defesa
de aprofundamento, com a finalidade de limitar eventuais penetrações inimigas
no interior da posição defensiva.
5.4.2.3.7 A Pos Def do Esqd C Mec (de brigada ou de RC Mec) na ADA
a) Essa Pos Def do Esqd C Mec consiste de núcleos de defesa, que se apoiam
mutuamente, dispostos em largura e profundidade e organizados para a defesa
em todas as direções. A ADA é limitada à frente pelo LAADA, linha que une a
orla anterior dos núcleos de defesa mais avançados; à retaguarda pelo limite de
retaguarda da A Res; e, nos flancos, pelos limites laterais da SU.
b) O contorno do LAADA é traçado de forma irregular, com elementos dispostos
de forma a produzir fogos frontais e de flanqueamento. O Cmt da P Def define o
LAADA para seus elementos subordinados.
c) O setor defensivo do Esqd C Mec será organizado com núcleos de defesa em
1º escalão e núcleo de aprofundamento, com apoio mútuos entre eles. A SU não
organiza uma reserva. Os Pel C Mec dessa SU poderão ocupar um Nu Def em
1º escalão ou de aprofundamento.
d) O Esqd C Mec de Brigada, numa Defesa de Área, em princípio, deverá integrar
a reserva da GU, onde poderá melhor explorar suas caraterísticas de mobilidade,
proteção blindada e poder de fogo. Eventualmente, essa SU poderá receber um
setor defensivo próprio na P Def da GU, como elemento de economia de meios.
Caso esse setor defensivo não seja muito extenso, a SU ocupara sua ADA como
um Esqd C Mec de RC Mec. Entretanto, se o setor defensivo for muito extenso,
a SU poderá desdobrar dois de seus Pel C Mec em núcleos em 1º escalão, com
reduzido apoio mútuo, e empregará seu terceiro pelotão como reserva, atuando
de modo a cobrir os flancos e a retaguarda dos pelotões de primeiro escalão,
cooperar com estes pelo fogo, efetuar contra-ataques e ficar em condições de
ocupar núcleos de aprofundamento preparados.
5.4.2.3.8 Na ADA a escolha da P Def dos pelotões, a localização das frações, as
posições de tiro das VB e as posições do armamento coletivo compete ao:
a) Cmt Esqd C Mec a escolha do local (localização geral) Nu Def do Pel C Mec
e a definição do local das posições subsequentes (futura, mais à retaguarda ou
à frente);
b) ao Cmt Pel C Mec a definição do local exato da posição das suas frações, a
localização geral da posição principal e posição(ões) suplementar(es) das VB (NA
CRISTA TOPOGRÁFICA DA ELEVAÇÃO) e do armamento coletivo (Mtr e Lç Gr),
exceto quando a distância entre a crista militar e a topográfica for muito grande,
ficando as VB centralizadas pelo Esqd C Mec numa base de fogos; e
c) aos Cmt Frações a definição da localização exata das posições principais e

5-6
EB70-CI-11.457
de muda das VB e do armamento coletivo, exceto quando estas não estiverem
centralizadas pelo Esqd C Mec.

Fig 56 - Nu Def de pelotões em 1º escalão e em aprofundamento na ADA

5.4.2.3.9 O Comandante do Pel C Mec deverá adotar as seguintes condutas após


receber a missão de defender um setor da ADA:
a) realizar o estudo de situação na carta e elaborar rapidamente um planejamen-
to sumário para ocupar seu núcleo de defesa (divisão do núcleo pelas frações,
itinerários desenfiados para ocupação da posição, trabalhos defensivos a serem
realizados etc);
b) providenciar o deslocamento de seu pelotão para um local onde transmitirá
suas ordens;
c) determinar hora, local, condições de aprestamento das frações;
d) planejar o reconhecimento de seu setor defensivo, as ligações com os elemen-
tos vizinhos, as ligações com os elementos de apoio de fogo da SU (SCmt, OA
Art Cmp, OA Mrt P e Seç Mrt Me, caso os morteiros de 81 mm da SU estejam
reunidos);
e) realizar pessoalmente o reconhecimento de seu setor defensivo;

5-7
EB70-CI-11.457
f) ligar-se com a Seç C da SU para verificar os locais onde estarão desdobradas
as instalações logísticas e verificar as peculiaridades da logística da SU para
a missão (rações, água, munição e explosivos, suprimentos de outras classes,
manutenção, posto de socorro de feridos etc);
g) realizar detalhado planejamento da ocupação de seu setor defensivo;
h) transmitir ao seu pelotão as ordens recebidas e seu planejamento para cumpri-
-las;
i) liberar as frações para a ocupação do setor defensivo e a realização dos tra-
balhos defensivos;
j) apresentar ao Cmt SU o plano de defesa do pelotão;
k) supervisionar a execução da ordem de defesa e aprimorar o planejamento
inicial - informar ao Cmt SU quando o pelotão estiver em condições de iniciar o
cumprimento da missão.
5.4.2.3.10 No reconhecimento da sua P Def o Cmt pelotão deverá verificar se o
seu Nu Def:
a) controla a área na qual está localizada;
b) tira o máximo proveito dos obstáculos naturais;
c) tem bons campos de tiro;
d) permite boa observação;
e) oferece cobertas e abrigos;
f) possui caminho desenfiado para sua ocupação;
g) força a canalização do Ini e oferece o menor número de cobertas possíveis
(no terreno a frente);
h) possibilita a ocupação de posições de tiro de muda, ou requer o planejamento
de planejar posições de tiro suplementares.
5.4.2.3.11 Na preparação, organização e ocupação do seu Nu Def o Cmt Pel deve
considerar como críticas as seguintes tarefas:
a) definir a(s) área(s) de engajamento (AE);
b) estabelecer os setores de responsabilidade das frações;
c) definir a técnica de tiro a ser empregada em cada fase da operação;
d) estabelecer as medidas de coordenação de fogos; e
e) garantir o monitoramento do campo de batalha com a mínima exposição e a
máxima capacidade de detecção pelas suas frações.
5.4.2.3.12 No planejamento da instalação e ocupação de seu Nu Def o Cmt Pel
deve responder às seguintes perguntas que terão influência direta na organização
5-8
EB70-CI-11.457
e na ocupação dessa posição:
a) qual é a intenção do comandante?
b) qual é o provável Ini e seus principais meios (tropa, VB, armamento etc)?
c) quais são as capacidades dos meios inimigos conhecidos?
d) a que distância o armamento inimigo é letal?
e) quais alvos inimigos devem ser engajados primeiro?
f) quais são as restrições de fogo impostas pelo Esc Sp?
g) como posso ampliar a consciência situacional?
h) a posição dos fuzileiros na crista militar (bater o sopé da elevação) permite
que forneçam segurança às VBC Cav/VBR posicionadas à retaguarda da crista
topográfica?
i) como manter a capacidade de detectar as ameaças?
j) como evitar a exposição desnecessária da posição, das frações, VB, armamento
etc?
k) como lidar com múltiplas ameaças que se apresentem à frente da P Def?
l) como evitar que as frações engajem de um mesmo alvo?
m) como coordenar o remuniciamento, reabastecimento, distribuição de rações
e outras providências logísticas?
n) o que fazer em caso de baixas?
5.4.2.3.13 Na ocupação da P Def o Cmt Pel deve considerar em seu planejamento
duas possibilidades: a ocupação será realizada de forma PLANEJADA ou será
realizada de forma IMEDIATA (ou improvisada). A diferença básica entre esses dois
processos será o tempo disponível para a ocupação da P Def, o que determinará
a sequência dos trabalhos a ser utilizada pelo Pel C Mec.
5.4.2.3.14 Na ocupação IMEDIATA de uma P Def, o Pel deve executar as tarefas
abaixo, na seguinte ordem de prioridades seguintes tarefas:
a) limpeza dos campos de tiro;
b) determinação das áreas de engajamento (AE) à frente da posição e dos setores
de tiro dos blindados, armamentos coletivos e frações.
c) definição pelo Cmt Pel C Mec do local das posições principais e suplementares
dos blindados, viaturas e do armamento coletivo;
d) definição dos Itinerários para retraimento das frações e do pelotão; e
e) os procedimentos seguintes deverão ser os mesmos previstos para a ocupação
de uma posição planejada.

5-9
EB70-CI-11.457
5.4.2.3.15 Na ocupação PLANEJADA de uma P Def, o Pel o Pel deve executar
as tarefas abaixo, na seguinte ordem de prioridades:
a) limpeza dos campos de tiro e remoção de obstáculos que prejudiquem a ob-
servação;
b) lançamento de minas anticarro e antipessoal;
c) estabelecimento de um sistema de Com, dando ênfase para o “alerta” sobre
aproximação do inimigo;
d) preparação dos abrigos individuais e espaldões para as armas coletivas;
e) construção de obstáculos;
f) preparação dos itinerários para retraimento, suprimento e evacuação de feridos
e mortos; e
g) consolidação do plano de fogos, os setores de tiro e observação e as linhas
de abertura de fogos para cada sistema de armas.
5.4.2.3.16 O Pel C Mec receberá de seu Cmt Esqd C Mec o planejamento de-
talhado para a preparação, organização e ocupação de sua P Def. O Plano de
fogos será elaborado pela SU com participação de seus pelotões (ver capítulo
específico sobre Fogos). Na preparação e organização de uma P Def deverá ser
considerada a possibilidade (ou necessidade) de ser estabelecida mais de uma
área de engajamento à frente da posição.
5.4.2.3.17 Na preparação e organização da P Def, as medidas para aumentar os
efeitos dos fogos têm precedência sobre todos os outros trabalhos. O terreno é
organizado para permitir a colocação de fogos ajustados sobre o Ini, diminuir o
efeito de seus fogos, impedir o seu Mvt e facilitar o das forças amigas. A camu-
flagem deve ser usada em todas as oportunidades, dando ênfase ao ocultamento
à observação aérea. Todo o esforço é feito para aproveitar as cobertas e abrigos
naturais.
5.4.2.3.18 O Cmt Pel deve designar uma área de responsabilidade bem definida
para cada uma de suas frações.
5.4.2.3.19 A segurança à frente e nos flancos da P Def é dada pelo estabeleci-
mento de P Obs com a finalidade de dar o “alerta” oportuno da aproximação do
Ini. À noite são utilizados Postos de Escuta em vez de Postos de Observação. As
Pa são utilizadas para cobrir as áreas ocultas à observação e realizar a ligação
entre as frações.
5.4.2.3.20 Todas as frações do Pel devem continuamente realizar melhoramentos
de suas posições defensivas, de modo que tão logo estas sejam ocupadas. Posi-
ções principal, de muda e suplementar devem ser escolhidas e preparadas para
cada VB, metralhadora, lança granada e morteiro de 81 mm (caso não estejam

5-10
EB70-CI-11.457
centralizados pela SU). No planejamento e construção de obstáculos, é dada
prioridade às melhores Via A para o Ini.
5.4.2.3.21 O Pel C Mec tem capacidade reduzida para preparar obstáculos e
lançar campos de minas. O emprego de demolições para a destruição de pontes,
derrubada de árvores e aberturas de crateras em estradas deve ser bem estu-
dado e submetido à aprovação de seu Esc Sp. Normalmente, o emprego de tais
demolições deverá ser coordenado pelo S/3 do Esqd C Mec de Bda ou RC Mec
e executado de acordo com um plano geral de defesa e um plano de destruições.
O Cmt Pel poderá instalar um campo de mina para sua proteção quando for au-
torizado pelo escalão superior. Tal campo deve ser batido por fogos diretos. O
emprego de fumaça (das granadas fumígenas de Mrt, Can ou de Art) pode ser
planejado para reduzir a observação e confundir as F Ini.
5.4.2.3.22 Todo o tempo disponível deverá ser empregado pelas frações para o
fortalecimento do Nu Def do Pel C Mec.
5.4.2.3.23 A Seç VBC Cav/VBR na preparação de sua posição na P Def do Pel
C Mec (na crista topográfica):
a) a Seç representa o núcleo central de defesa do Pel. Ao seu redor, é organizada
a Nu Def do Pel C Mec;
b) as Posições Principais (P Pcp) das VBC Cav/VBR na P Def devem cobrir as
prováveis VA de blindados Ini;
c) as Posições Suplementares (P Spl) das VBC Cav/VBR deverão ser seleciona-
das para cobrir outras prováveis Via A Ini (de valor secundário) que não puderem
ser batidas da Pos Pcp;
d) uma ou mais Posições de Muda, que cubram os mesmos alvos da posição
principal, porém em local diferente, devem ser escolhidas para as VBC Cav/VBR;
e) a distância entre as posições de tiro das VBC Cav/VBR deve ser suficientemente
grande para que se possa caracterizar uma boa dispersão, mais ou menos 200
m (dado inicial para planejamento, dependerá do estudo de situação);
f) a distância entre as VBC Cav/VBR e demais VB deverá, também, ser suficien-
temente curta, de forma a permitir o necessário e fundamental apoio mútuo ne-
cessário entre as viaturas e não prejudicar a segurança nas situações de limitada
visibilidade e os roteiros de tiro não se tornem inúteis, devido à mudança de posição
das VBC Cav/VBR. Para contornar este problema, torna-se necessária a confec-
ção de dois roteiros de tiro: um, durante o dia quando as VBC Cav/VBR poderão
estar mais afastadas, e outro, ao entardecer para ser utilizado à noite quando a
distância entre as VBC Cav/VBR deve ser diminuída (as mesmas considerações
são válidas para as VBMT-LR do GE e entre a VBTP do GC e as VBC Cav/VBR);

5-11
EB70-CI-11.457

Fig 57 - Posições de Tiro principal, de muda e suplementar

g) caberá à guarnição de cada VBC Cav/VBR fazer a sua segurança local. Assim
sendo, pelo menos um Elm da guarnição permanecerá na torre do Bld em estado
de alerta;
h) a Posição de Muda das VBC Cav/VBR (e das demais VB) deve ser ocupada
quando a missão não puder mais ser cumprida da posição principal, em virtude
da Aç Ini sobre ela. A Posição de Muda e o seu Itn de ocupação são seleciona-
dos e reconhecidos pelo Cmt VBC Cav/VBR, devendo ficar dentro da área de
responsabilidade da Seç VBC Cav/VBR;
i) o Cmt Pel deve ser informado sobre a necessidade da mudança de posição das
VBC Cav/VBR (Cmt VBC Cav/VBR informa ao Cmt Seç VBC Cav/VBR). Autorizada
a mudança, a(s) VBC Cav/VBR passam a ocupar a Posição de Muda. No decorrer
das ações, caso essa nova posição se torne insustentável, o procedimento poderá
ser o inverso com a(s) VBC Cav/VBR voltando à(s) sua(s) P Pcp;
j) não há distância determinada para a Posição de Muda em relação à P Pcp. No
entanto, deve-se considerar que o Ini observará as proximidades da Pos Pcp; e
k) para a ocupação de P Spl das VBC Cav/VBR (e das demais VB) deverá ser
seguido o mesmo procedimento utilizado para a Posição de Muda.
5-12
EB70-CI-11.457
5.4.2.3.24 O Grupo de Combate e o Grupo de Exploradores na preparação de
suas posições: Nu Def, na crista militar (crista topográfica afastada da crista militar
da elevação. VB centralizadas no Esqd C Mec).
a) O Pel atuará como se fosse um Pel Fuz (-);
b) quando o Pel C Mec ocupa uma Nu Def na crista militar, com o GC e o GE (atu-
ando como GC) ocupando os núcleos de grupo, deverá atuar como se fosse um
Pel Fuz na Def A. A distribuição dos grupos, patrulhas e esquadras será realizada
pelo Cmt Pel de acordo com o terreno e a frente a ser defendida;
c) o Cmt Pel poderá ocupar seu Nu Def Pel empregando o GC em um Nu de fração
na parte mais importante de seu Nu Def Pel e uma das Pa Exp em um outro Nu de
fração na parte mais secundária, procurando desdobrá-los no terreno de modo que
esses dois núcleos possam se apoiar mutuamente. A outra Pa GE poderá ocupar
um Nu de aprofundamento, ou um Nu Def de fração no outro flanco do GC; e
d) Cadernos de Instrução específicos estabelecerão detalhadamente as TTP do
GE e do GC do Pel C Mec.

Fig 58 - Nu Def (padronizada) de um Pel C Mec numa Def A com o desdobramento do GC na crista
militar e as demais frações na crista topográfica

5.4.2.3.25 O Grupo de Combate na preparação de sua posição:


a) o Pel C Mec ocupará seu Nu Def desdobrando suas frações em uma P Def
(padronizada);
b) o GC ocupará seu Nu Def na crista militar à frente da Seç VBC Cav/VBR;
c) o GC será desdobrado no seu Nu Def de modo a proporcionar o máximo de
seu poder de fogo à frente e aos flancos da P Def do Pel e, ainda, proteger as

5-13
EB70-CI-11.457
VBC Cav/VBR da ação aproximada de armas portáteis anticarro;
d) o Cmt Pel designa, inicialmente, a localização geral das P Pcp, P Spl e P Muda
da fração, cabendo ao Cmt GC reconhecê-las, dispondo seu armamento coletivo
e seus homens face às prováveis Via A da Inf Ini (Faixa de Infiltração);
e) os atiradores de granadas (de bocal e do lançador de granadas do fuzil) devem
ser dispostos de modo a cobrir as prováveis vias de acesso de blindados e os
ângulos mortos do terreno;
f) a VBTP, ocupando posições de tiro na crista topográfica, deverá ser empregada
para apoiar o GC e aumentar o poder de fogo do Pel, com seu armamento orgânico;
g) essa VB poderá ainda ser empregada na evacuação de feridos, como posto de
observação para o Cmt Pel (caso este não disponha de uma VBMT-LR);
h) roteiros de tiro devem ser preparados para as armas coletivas da fração e da
VBTP, assim como para os atiradores de Gr (de bocal e Lç do fuzil). O Cmt GC
deve ocupar uma posição de onde possa melhor controlar a ação de sua fração;
i) pelo menos um homem em cada Esquadra do GC deve ser mantido permanen-
temente alerta, observando a Z Aç da fração; e
j) a organização do GC, nas situações de visibilidade reduzida, deve ser alterada
a fim de dar maior proteção às VBC Cav/VBR e aos próprios homens do GC.
Nesse caso, torna-se necessária a confecção de roteiros de tiro para as duas
situações (dia e noite).
5.4.2.3.26 O Grupo de Exploradores na preparação de sua posição:
a) em princípio, o GE, com suas VBMT-LR, deverá ser empregado na segurança
dos flancos Nu Def do Pel;
b) o GE poderá também ser empregado como uma seção de metralhadoras (2 Mtr)
e uma seção de lança granadas (2 Lç Gr), ou como duas seções mista dessas
armas (1 Mtr e 1 Lç Gr), reforçando o núcleo da posição defensiva do pelotão.
c) quando empregado para prover a segurança do Pel, o GE deve instalar P Obs à
frente e/ou nos flancos da Nu Def do Pel. À noite, estes P Obs devem transformar-
-se em PE descendo de suas posições para as prováveis Via A do Ini à posição;
d) conforme a situação, a guarnição de uma VBMT-LR pode ser suficiente para dar
o alarme da aproximação do Ini, enquanto o restante do GE pode ser empregado
para reforçar ou aprofundar a P Def do Pel (como Fuz ou fração de armas coletiva);
e) quando o GE for utilizado como Seç Mtr/Lç Gr, ele poderá ser empregado como
um todo ou fracionado por Pa; e
f) após designadas pelo Cmt Pel, a localização geral das P Pcp, P Spl e P Muda
das armas do GE, o Cmt fração deve reconhecer essas posições e definir o local
exato das mesmas.

5-14
EB70-CI-11.457
5.4.2.3.27 A Peça de Apoio na preparação de sua posição: (Pç Ap ocupa posição
na contraencosta).
a) a Pç Ap poderá ocupar uma posição de tiro embarcada (quando dotada de VBC
Mrt Me) ou desembarcada (quando a situação exigir ou for dotada com VBTP ou
viatura não blindada);
b) a posição de tiro da Pç Ap deverá proporcionar apoio de fogo indireto para o
Pel, batendo as prováveis VA do Ini e os ângulos mortos do terreno, onde os Can
das VBC Cav/VBR, Mtr e Lç Gr não têm ação;
c) a Pç Ap deverá atuar, também, com fogos lineares, constituindo uma barreira
destinada a proteger o Pel e impedir o movimento através das linhas e áreas
defensivas (como nos “fogos de barragem”) à frente da P Def;
d) a Pç Ap é responsável pela segurança da retaguarda da P Def do pelotão;
e) em função do estudo de situação do Cmt SU, as Pç Ap dos Pel C Mec poderão
ser empregadas sob controle da SU, integrando uma Seç Mrt Me; e
f) quando a Pç Ap permanecer sob o controle do Pel C Mec, caberá ao Cmt Pel
designar a localização geral das P Pcp e P Spl da fração. Caso necessário, caberá
ao Cmt Pç Ap selecionar posições de muda.
5.4.2.3.28 Conduta do Pel C Mec na ADA: Nu Def na Crista Topográfica
a) o sucesso da P Def do Pel dependerá da organização dessa posição e do
emprego do seu poder de fogo. A atitude defensiva deve ser conduzida com
agressividade pelo Cmt Pel e pelos Cmt frações;
b) o Cmt Pel deve tirar vantagem dos erros do Ini. Este deve ser engajado no
limite do alcance dos fogos do Pel C Mec;
c) o Pel C Mec deve continuar a defender sua P Def até que receba ordem para
retrair. No interior da posição, entretanto, o Cmt Pel pode e deve modificar seu
dispositivo defensivo, de acordo com a situação tática;
d) os fogos defensivos do Pel são coordenados de modo a permitir seu máximo
efeito, tanto de dia como à noite (roteiro de tiro). Apoiando-se mutuamente, as VB
cobrem as prováveis VA de Bld Ini e as metralhadoras e lança-granadas batêm
as faixas de infiltração da tropa a pé;
e) a Pç Ap deve dar especial atenção os ângulos mortos à frente e aos flancos
da P Def, nos quais o Ini possa estar se reunindo ou progredindo;
f) o Cmt Pel C Mec deverá ter sempre em mente que poderá solicitar ao seu Cmt
Esqd C Mec o apoio dos fogos do Esc Sp disponíveis para o seu Esqd (Mrt Me
centralizados na SU, de Mrt P do RC Mec, Art Cmp etc.);
g) durante a defesa da P Def, o pelotão deve prover sua própria segurança local.
Os exploradores, normalmente, fazem a segurança da frente e dos flancos e a
Pç Ap protege a retaguarda.
5-15
EB70-CI-11.457
5.4.2.4 Pel C Mec integrando a Reserva numa Defesa de Área
5.4.2.4.1 A reserva constitui o principal meio que dispõe o defensor para influenciar
nas operações defensivas e reconquistar a iniciativa. Ela é empregada, particu-
larmente para aprofundar a defesa e bloquear o inimigo que penetrar na posição
ou contra-atacar para expulsá-lo de seu interior.
5.4.2.4.2 A reserva deve ter condições de realizar as seguintes ações táticas:
- C Atq para o restabelecimento do LAADA;
- C Atq para desengajar elementos na ADA;
- reforçar elementos em 1º escalão;
- aprofundar a defesa; e
- estabelecer PAC.

Fig 59 - O Esqd C Mec na Reserva – Plano de C Atq e núcleos de aprofundamento de pelotões

5.4.2.4.3 O C Atq para o restabelecimento do LAADA é realizado de forma seme-


lhante a um Atq com objetivo limitado, cuja posse materialize a volta do LAADA à
sua posição original. A força de C Atq deve possuir condições de ocupar e manter
os núcleos reconquistados. Os planos de C Atq devem golpear o flanco do inimigo
na penetração máxima admitida. Os C Atq não são dirigidos contra objetivos fora
da zona de ação do Esc Sp, nem o Ini deve ser perseguido além do LAADA, a

5-16
EB70-CI-11.457
não ser pelo fogo.
5.4.2.4.4 Quando um Esqd C Mec constituir a reserva de um RC Mec, seus Pel C
Mec serão empregados na preparação dos núcleos de defesa de aprofundamento
e na preparação (planejamento e treinamento) de C Atq, Em princípio, esses nú-
cleos de aprofundamento só serão ocupados mediante ordem, ficando a SU em
uma Z Reu, de onde possa desencadear os C Atq planejados ou ocupar os Nu Def.
5.4.2.4.5 Caso não seja possível realizar os ensaios dos C Atq planejados, os Cmt
Pel C Mec e seus Cmt Frações devem ser conduzidos ao terreno, onde o C Atq
poderá ser realizado para um Rec do terreno e uma exposição pormenorizada
das ações a serem realizadas.
5.4.2.4.6 Integrando uma Força de Reserva o Pel C Mec deverá empregar as
mesmas TTP das operações ofensivas de Ataque.

5.5 A DEFESA MÓVEL


5.5.1 GENERALIDADES
5.5.1.1 A Defesa Móvel emprega uma combinação de ações ofensivas, defensivas
e retardadoras. Vale-se da manobra, dos fogos e da organização do terreno para
recuperar a iniciativa. A defesa móvel visa à destruição das forças inimigas e, para
isso, apoia-se no emprego de forças ofensivas dotadas de elevada mobilidade e
poder de choque. A Divisão de Exército é o menor escalão.
5.5.1.2 Uma F Def na Def Móvel se divide, normalmente, em 03 (três) escalões:
um escalão opera como uma F ADA; outro como uma Força de Fixação, com
a missão de retardar o inimigo, atraindo-o para uma situação que favoreça o
desencadeamento de um C Atq de destruição; e, o terceiro, como F Choque
realizando os C Atq.
5.5.2 O PEL C MEC NA DEFESA MÓVEL
5.5.2.1 A defesa móvel visa à destruição das forças inimigas e, para isso, apoia-
-se no emprego de forças ofensivas dotadas de elevada mobilidade e poder de
choque. Emprega uma combinação de ações ofensivas e defensivas. Nessa
forma de manobra tática defensiva, o comandante emprega um menor poder de
combate à frente e vale-se da manobra, dos fogos e da organização do terreno
para recuperar a iniciativa.
5.5.2.2 Normalmente, para atingir as finalidades de uma defesa móvel, parte dos
meios opera retardando o inimigo (Força de Segurança) e parte opera como na
defesa de área. Outra tropa tem a missão de retrair (Força de Fixação), atraindo
o inimigo para uma situação que favoreça o desencadeamento de um ataque de
destruição (Força de Choque).

5-17
EB70-CI-11.457
5.5.2.3 O menor escalão apto a realizar a defesa móvel é a divisão de exército,
por possuir meios compatíveis para compor todas as forças necessárias a essa
forma de manobra.
5.5.2.4 As tropas C Mec são mais aptas para compor as F Seg e a F Fix. Neste
contexto o Pel C Mec poderá fazer parte de uma dessas forças, enquadrado num
RC Mec de GU.

Fig 60 - Pel C Mec nos escalões de uma Def Móvel

5.6 OS MOVIMENTOS RETRÓGRADOS


5.6.1 Os Movimentos retrógrados (Mov Rtg) são movimentos organizados de
uma força para a retaguarda ou para longe do Ini, forçado por este ou executado
voluntariamente. Um movimento retrógrado bem planejado e bem executado pode
proporcionar excelentes oportunidades para infligir consideráveis danos à tropa
e ao material Ini. Eles têm por finalidade preservar a integridade de uma força,
a fim de que, em uma ocasião futura, a ofensiva seja retomada. Um movimento
retrógrado permite a um comando, em inferioridade momentânea, condições de
exercer a sua vontade no campo de batalha.
5.6.2 FORMAS DE MANOBRA
- Os Mov Rtrd compreendem três formas de manobra: a ação retardadora (Aç
Rtrd), o retraimento (Ret); e a retirada (Rda).

5-18
EB70-CI-11.457
5.7 AÇÃO RETARDADORA
5.7.1 GENERALIDADES
5.7.1.1 A Aç Rtrd é um Mov Rtrd no qual uma força terrestre, sob pressão, troca
espaço por tempo, procurando infligir ao Ini o máximo de retardamento e o maior
desgaste possível, sem se engajar decisivamente com o inimigo. Na execução
de uma Aç Rtrd, o mínimo de espaço é trocado pelo máximo de tempo.
5.7.1.2 Uma Aç Rtrd é conduzida, normalmente, em mais de uma P Rtrd (PIR, a
posição inicial; P2, P3 etc.).
5.7.1.3 O retardamento do Ini será obtido tanto nas P Rtrd como nos intervalos entre
elas. Na maioria das vezes o retardamento entre as P Rtrd será mais importante
que o obtido nessas posições. Em qualquer situação, estabelecido o contato com
o inimigo esse deverá ser mantido de forma continuamente.
5.7.1.4 Existem duas técnicas de retardamento: o retardamento em posições
sucessivas e o retardamento em posições alternadas.

Fig 61 - Aç Rtrd – Esqd C Mec retardando o inimigo em posições sucessivas

5-19
EB70-CI-11.457
5.7.1.5 A ação em cada posição deve obrigar o inimigo a desdobrar-se, trocando
espaço por tempo. Raramente o escalão que executa a ação retardadora opera-
rá em frente suficientemente estreita para permitir o retardamento em posições
alternadas.
5.7.1.6 A Aç Rtrd engloba, nas fases de seu desenvolvimento, os outros dois tipos
de Mov Rtrd: o Ret entre as P Rtrd e a Rda para a posição posterior, após ser
acolhido na posição à sua retaguarda.
5.7.1.7 Quando o Esc Sp estabelece um prazo a se ganhar em cada P Rtrd. Esse
tempo a ser ganho em cada posição não significa que ao atingi-lo a tropa iniciará,
automaticamente, o retraimento para a posição seguinte.
5.7.1.8 Quanto mais tempo se ganhar em uma posição, mais flexibilidade se terá
na condução da operação.
5.7.1.9 O Esc Sp estabelece a hora que a PIR deve estar ocupada, com base na
estimativa de contato com o Ini.

Fig 62 - Aç Rtrd – Esqd C Mec retardando o inimigo em posições alternadas

5-20
EB70-CI-11.457
5.7.1.10 Nos Mov Rtrd o Pel C Mec ocupará sua P Rtrd na crista topográfica das
elevações (PIR, P2 etc.). Quando necessário, os Fuz e os Exp, desembarcados,
poderão avançar e ocupar posições na crista militar.
5.7.1.11 Normalmente, as P Rtrd do RC Mec/Esqd C Mec de Bda não são or-
ganizadas em profundidade. Utiliza-se o máximo poder de combate em primeiro
escalão sobre as prováveis VA do Ini.
5.7.1.12 O Pel C Mec atuará como Elm de manobra de seu Esqd, recebendo
deste uma Z Aç, na qual conduzirá uma Aç Rtrd, sob sua coordenação e controle.
5.7.1.13 Na Aç Rtrd, o Pel C Mec será empregado ocupando P Rtrd, bloqueando
uma via de acesso ou eixo na Zona de Ação de seu Esqd C Mec ou integrando
a Res (quando existir).
5.7.1.14 A frente que cada Pel deve receber para barrar o inimigo e a distância
entre as posições de retardamento serão definidas pelo Esc Sp. Em princípio, a
P Rtrd atribuída a um Pel C Mec deverá:
- bloquear uma única penetrante;
- retardar numa frente uma frente de até 2.000 m.
5.7.2 REC E PLANEJAMENTO DE UMA P RTRD DO PEL C MEC
5.7.2.1 O Cmt Pel C Mec recebe de seu Cmt Esqd a sua Z Aç, as medidas de
coordenação e controle e o prazo de retardamento em cada posição. Após es-
tudar a sua missão e a situação tática o Cmt Pel emitirá a sua O Pel detalhando
as missões de cada fração.
5.7.2.2 A PIR deverá ser reconhecida e organizada pelo Cmt Pel. É a posição mais
importante por ser a P Rtrd onde se busca ganhar o maior tempo possível. O Cmt
Pel deverá determinar a posição exata das armas, VB e homens na nesta P Rtrd.
5.7.2.3 As demais P Rtrd (P2, P3 etc) serão ocupadas de maneira similar à PIR,
mas com tempo de preparação inferior.
5.7.2.4 Se for possível, o Cmt Pel deve realizar um Rec de cada posição (mesmo
que sumário) aproveitando o deslocamento para a PIR, retificando/ratificando o
Plj na carta. Os caminhos que conduzem a estas novas posições também devem
ser reconhecidos previamente. Esse procedimento permitirá que todas as frações
se familiarizem com peculiaridades de cada posição, facilitando a sua ocupação
por ocasião do retardamento.
5.7.2.5 Características desejáveis dos itinerários de retraimento entre as P
Rtrd:
a) proporcionar abrigos contra os fogos Ini;
b) proporcionar cobertas, face à observação Ini;
c) conduzir, diretamente, à P Rtrd seguinte; e
5-21
EB70-CI-11.457

d) possuir boa trafegabilidade.


5.7.2.6 Se essa técnica não puder ser adotada, tão logo o Pel C Mec ocupe a
PIR, o Sgt Adj deverá deslocar-se para a próxima P Rtrd a fim de iniciar a sua
preparação. Essa tarefa será executada pelo Sgt Adj e 01 com elementos das
demais frações do Pel C Mec.
5.7.2.7 Os guias das frações poderão ser deixados na posição seguinte a fim de
balizarem a sua ocupação.
5.7.2.8 No Rec e planejamento da ocupação da próxima P Rtrd, o Adj Pel
deverá:
a) selecionar as posições principais, de muda e suplementares para as VBC Cav/
VBR e para a VBTP, face à principal VA ini;
b) selecionar uma posição para o GC desembarcado;
c) selecionar P Obs para as Pa GE à frente e nos flancos da posição de retar-
damento;
d) selecionar itinerários de retraimento para as Pa GE (se possível, cobertos);
e selecionar as posições de tiro da Pç Ap levantando os principais alvos a serem
batidos e os dados de tiro necessários; e
f) reconhecer e balizar o acesso às posições selecionadas para as frações.
5.7.2.9 Após reconhecer e selecionar cada uma das posições das frações, itinerá-
rios, posições de tiro, P Obs e outras, as mesmas devem ser balizadas, visando
facilitar a ocupação da P Rtrd, particularmente, em condições de baixa visibilidade.
5.7.2.10 Fatores a serem considerados pelo Cmt Pel e seu Adj Pel no Rec e
planejamento de uma P Rtrd:
a) posições de tiro principais, de muda e suplementares, desenfiamento de torres
e de couraças;
b) observação;
c) campos de tiro;
d) cobertas e abrigos;
e) preparação de roteiros de tiro;
f) itinerários de Ret e para ressuprimento das frações do pelotão;
g) instalação de P Obs e P Escuta, necessidade de patrulhamento, desdobramento
do do GC para a proteção das VBC Cav/VBR (segurança da posição); e
h) necessidade e procedimentos para o estabelecimento das ligações e coorde-

5-22
EB70-CI-11.457
nações necessárias com outros Elm, incluindo os de apoio de fogo.
5.7.2.11 O Cmt Pel deve estar em constante ligação com o Sgt Adj, devendo
mantê-lo informado sobre a situação e o início do retraimento do pelotão.
5.7.3 OCUPAÇÃO DE UMA P RTRD PELO PEL C MEC
5.7.3.1 A ocupação das Pos Rtrd é planejada e conduzida de acordo com os
princípios das operações defensivas. Entretanto, deve ser dada maior ênfase
ao engajamento do inimigo no alcance máximo do armamento, de modo que o
mesmo desdobre seus meios o mais longe possível.
5.7.3.2 O Cmt Pel deve orientar suas frações no sentido de que a ocupação das
posições procurando bater o inimigo o mais à frente possível. Para isso, a ocupa-
ção deve ser feita com posições preparadas na crista topográfica das elevações.
5.7.3.3 A Seç VBC Cav/VBR deve ser posicionada para cobrir o eixo principal de
penetração do Ini, constituindo o núcleo da P Rtrd do pelotão.
5.7.3.4 Os Cmt de VBC Cav/VBR devem procurar colocar de suas viaturas no
terreno com desenfiamento de couraça, próximo das cristas topográficas das ele-
vações, de modo a obter campos de tiro profundos e o fácil acesso aos itinerários
de retraimento (abrigados). Em alguns casos, o terreno poderá permitir que as
VBC Cav/VBR sejam colocadas em uma posição coberta e abrigada à retaguarda
(espera), deslocando-se, quando necessário, para as posições de tiro. Durante a
ação, as VBC Cav/VBR poderão utilizar as posições de tiro Pcp. Spl e de muda,
conforme a situação exigir.
5.7.3.5 O GC desembarcado, em posição à frente das VBC Cav/VBR, deverá fazer
a proteção aproximada destas viaturas e bater as vias de acesso favoráveis à
infantaria Ini. Deverá, também, ser empregado no patrulhamento e na ocupando
de posições que impeçam a infiltração de patrulhas de Rec do Ini.
5.7.3.6 O GE, com suas Pa posicionadas em P Obs devem monitorar a aproxima-
ção da F Ini tão longe quanto possível, no mínimo no compartimento do terreno
à frente da posição do pelotão. Devem ainda fornecer a segurança dos flancos
da Pos Rtrd. Na PIR, os exploradores devem operar à frente da posição, propor-
cionando alerta antecipado da aproximação do inimigo. Nesta posição inicial de
retardamento, enquanto estiverem à frente da posição de retardamento, deverão
permanecer camuflados, cobertos e, se possível, abrigados, só atirando para sua
sobrevivência ou por ordem do Cmt Pel.
5.7.3.7 As Pa devem estar bem afastadas, de modo que possam informar qual-
quer tentativa de envolvimento ou desbordamento da posição por parte do Ini.
As Pa GE retraem através da Pos Rtrd, informando o movimento do Ini durante o
Ret. As Pa GE devem ser empregadas para conduzir e corrigir os tiros da Pç Ap.

5-23
EB70-CI-11.457

Fig 63 - Pel C Mec na Aç Rtrd

5.7.3.8 As Mtr e Lç Gr do GE devem ser empregadas na proteção dos flancos. O


GE poderá, também, executar patrulhas bem como efetuar as ligações impostas
pelo Cmt Esqd.
5.7.3.9 A Pç Ap, de uma posição desenfiada à retaguarda da P Rtrd, deverá ficar
em condições de bater à frente da posição, desde o alcance máximo de utilização
de seus morteiros até alvos próximos à Pos Rtrd, proporcionando, também, se-
gurança à retaguarda. Na PIR, enquanto houver segurança proporcionada pelas
Pa GE à frente, a Pç Ap poderá ser desdobrada à frente da P Rtrd, para bater o
Ini o mais antecipadamente possível.
5.7.3.10 A preparação da Pos Tir Pcp deve ser continuamente melhorada. O
mesmo deve ocorrer com relação às posições de tiro Spl e de muda.

5-24
EB70-CI-11.457
5.7.3.11 Todos os integrantes das frações do Pel C Mec devem reconhecer os
itinerários para as suas posições, os itinerários de Ret e a localização das demais
frações e o comando do pelotão, ficando em condições de utilizá-los de dia e à
noite (ou com baixa visibilidade).
5.7.3.12 Na figura a seguir pode-se verificar a vantagem da ocupação de uma P
Rtrd na crista topográfica em relação a uma posição localizada na crista militar.
A VBC Cav/VBR da crista militar, em princípio, estará mais exposta a fogo direto
das VB e armas anticarro Ini (de uma Pos mais elevada e dominante) durante o
seu retraimento, o que não ocorrerá com a VBC Cav/VBR da crista topográfica,
que retrairá por Itn desenfiado desses fogos.

Fig 64 - Posições de tiro de uma VBC Cav/VBR na crista topográfica e na crista militar

5.7.4 CONDUTA DO PEL C MEC NO RTRD E RET DA P RTRD


5.7.4.1 Na Aç Rtrd, o Pel oferece o máximo de resistência organizada na PIR e
continua a oferecer resistência nas demais P Rtrd (P2, P3 e Pn). Por ser uma
fração relativamente pequena, o Pel deve conduzir uma Aç Rtrd em um só eixo
ou provável Via A Ini.
5.7.4.2 Todas as frações do Pel C Mec devem engajar o inimigo assim que este
entrar no alcance útil (eficaz) de suas armas.
5.7.4.3 As ações têm início com a Pç Ap e as VBC Cav/VBR engajando a van-
guarda inimiga, obrigando-a a desdobrar-se.

5-25
EB70-CI-11.457
5.7.4.4 O inimigo deve ser mantido sob constante fogo de forma a obrigá-lo a des-
pender o máximo de tempo, no planejamento de e execução de seu Atq à P Rtrd.
5.7.4.5 O pelotão não retrai até que seja autorizado pelo Esc Sp, mesmo que o
tempo de retardamento previsto já tenha sido ganho.
5.7.4.6 Autorizado o retraimento pelo Esc Sp, o Cmt Pel conduzirá o retrai-
mento para a nova P Rtrd ou acolhimento por fases, de forma a sempre
manter o contato com o inimigo:

Fig 65 - Retraimento do Pel C Mec na Aç Rtrd – GE

a) o GE normalmente é a primeira fração do Pel a retrair, deslocando-se rapi-


damente para a próxima P Rtrd a fim de fornecer segurança no acolhimento do
restante do pelotão (ou para uma P Rtrd intermediária);
b) na sequência a Pç Ap deve retrair para uma posição de tiro mais à retaguar-
da, de onde possa continuar a bater o inimigo e a apoiar o retraimento do Pel.
Deverá ocupar posições sucessivas até alcançar a nova P Rtrd, sem deixar de
apoiar as frações do Pel, mantendo-se em constante ligação com o Cmt Pel. Em
seu retraimento a Pç poderá atuar com granadas fumígenas, se necessário, para
cobrir o retardamento da Seç VBC Cav/VBR e do GC. As frações que continuam
em contato com o inimigo devem dirigir os fogos da Pç Ap a fim de que esta pos-
sa apoiar seu retraimento e bater o Ini que atua sobre a P Rtrd ou sobre as Pos
ocupadas durante o retardamento até a próxima Pos; e
c) o GC e a Seç VBC Cav/VBR iniciam o seu retraimento, sendo, normalmente,
os últimos Elm a retraírem da Pos. Em terreno razoavelmente limpo ou durante o
dia, o GC retrai em primeiro lugar. Em terreno coberto ou à noite, o GC permanece
em Pos até que a Seç VBC Cav/VBR retraia.

5-26
EB70-CI-11.457

Fig 66 - Retraimento do Pel C Mec na Aç Rtrd – Pç Ap

5.7.4.7 O Rtrd deve ser realizado ao longo de todo o Itn entre as P Rtrd, seja pelo
fogo da Pç Ap seja pelos fogos diretos das VBC Cav/VBR e da VBTP, que deve-
rão deslocar-se ocupando posições cobertas e abrigadas (se possível) de onde
conduzirão retardamento. A Seç VBC Cav/VBR e o GC devem manter-se atentas
e retrair dessas posições provisórias ao longo do eixo sempre que estiverem sob
fogo cerrado ou na iminência de serem engajadas decisivamente pela força Ini.
O objetivo é ganhar o máximo de tempo possível durante o retardamento entre
as Pos Rtrd.

Fig 67 - Retraimento do Pel C Mec na Aç Rtrd – GC

5.7.4.8 O posicionamento das frações e VB na nova P Rtrd será auxiliada pelos


guias do Gp Rec do Adj Pel. A entrada em posição da Seç VBC Cav/VBR, GC e
Gp Cmdo na nova P Rtrd deverá ser realizada sob a proteção do GE (de posições
onde melhor possa apoiar o acolhimento das demais frações e sua ocupação

5-27
EB70-CI-11.457
da posição) e dos fogos indiretos da Pç Ap (primeiras frações a retraírem e a
chegarem na nova posição).
5.7.4.9 Quando todos os Elm do Pel já tiverem retraído e estiverem posicionados
na nova Pos Rtrd, o GE novamente ocupará posições nos flancos, estabelecendo
novos P Obs.

Fig 68 - Retraimento do Pel C Mec na Aç Rtrd - e Seç VBC Cav/VBR

5.8 RETRAIMENTO
5.8.1 GENERALIDADES
5.8.1.1 O retraimento é uma forma de manobra tática defensiva que consiste de
um movimento retrógrado, por meio do qual o grosso de uma força engajada rom-
pe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do escalão superior. Parte
das forças permanece em contato para evitar que o inimigo persiga o grosso das
forças amigas e inflija-lhe danos.
5.8.1.2 O Ret pode ser diurno ou noturno e ser executado sob pressão do Ini ou
sem pressão do Ini.
5.8.1.3 Em qualquer Ret, todos os meios capazes de reduzir a observação Ini
(fumígenos, por exemplo) devem ser utilizados, particularmente quando houver
perda do sigilo da operação.
5.8.1.4 Sempre que possível, o Ret sem a pressão será executado à noite. Este tipo
de Ret é vantajoso em relação aos executados sob pressão, pois o comandante
conserva a iniciativa e pode escolher o momento do início da Op. A dissimulação
é facilitada e a eficiência dos fogos Ini observados é reduzida, uma vez que o
comando da força que retrai pode beneficiar-se ao máximo da escuridão noturna

5-28
EB70-CI-11.457
e dos períodos de pouca visibilidade.
5.8.1.5 Na execução Ret o contato pelo fogo e o contato visual com o inimigo
devem ser mantidos a fim de proporcionar dissimulação, segurança e contribuir
para evitar um rápido avanço do oponente.
5.8.1.6 Uma força deve prover segurança e dissimulação, para que as tropas em
contato possam executar seu Ret sem que o inimigo cerre rapidamente sobre elas.
5.8.2 RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO
5.8.2.1 O Ret sem pressão, normalmente, será conduzido à noite ou sob outras
condições de pouca visibilidade, o que, apesar de mais seguro, torna o controle
mais difícil e o movimento mais vagaroso. Normalmente a hora do Ret é deter-
minada pelo Esc Sp.
5.8.2.2 O Cmt Esqd C Mec destaca parte de suas forças para permanecer em
contato com o Ini. Estas forças são chamadas Destacamento de Contato. Elas
proporcionam segurança e protegem o retraimento do grosso da SU.
5.8.2.3 Esse destacamento de contado será organizado com um terço dos efetivos
de cada Pel C Mec em contato com o Ini, sendo designado um dos Cmt Pel C Mec
(normalmente o Cmt Pel da Z Aç principal da SU) ou o SCmt SU para comandá-lo.
5.8.2.4 O destacamento de contato tem por missões:
a) manter a fisionomia da frente (comunicações, fogos e outras atividades);
b) retardar e iludir o inimigo, de forma a evitar sua interferência durante o retrai-
mento; e
c) ficar em condições de atuar como retaguarda do grosso da força.
5.8.2.5 O destacamento de contato pode obter a simulação e sigilo neces-
sários ao cumprimento de sua missão por intermédio da(o):
a) simulação de fogos de apoio normais;
b) execução normal de patrulhamento;
c) supressão de ruídos feitos pelas tropas que retraem;
d) utilização de posições simuladas; e
e) tráfego normal de mensagens transmitidas por rádio.
5.8.2.6 Os Pelotões, menos o D Ctt, deslocam-se simultaneamente através dos
itinerários de Ret previamente reconhecidos e da forma mais discreta possível
até uma Z Reu à retaguarda, formando colunas de marcha para iniciar a retirada
para longe do Ini.
5.8.2.7 As Z Reu são ocupadas por um tempo mínimo necessário. Depois de
formada a coluna de marcha, o movimento posterior é efetuado de maneira se-

5-29
EB70-CI-11.457
melhante ao de uma retirada.
5.8.2.8 O Cmt Pel C Mec deve executar os seus Rec e planejamentos durante o
dia, visualizando um Ret com ou sem pressão do Ini, passando os seus planos
iniciais para os seus Cmt de fração, de forma a facilitar as ações futuras, a retirada
de dúvidas e até a retificação do planejamento.
5.8.2.9 Exemplo de um faseamento do Ret sem pressão (nível Pel C Mec):
a) 1ª fase - retraimento da Pç de Ap e do GE;
b) 2ª fase - retraimento do GC; e
c) 3ª fase - retraimento do destacamento de contato (Seç VBC Cav/VBR se diurno
e GC, se noturno).
5.8.2.10 Após o Ret dos elementos de 1º escalão, o destacamento de contato
assume a responsabilidade total da Z Aç dos pelotões.
5.8.2.11 Exemplo de faseamento do Ret sem pressão (nível Esqd C Mec):
a) 1ª fase - retraimento dos trens da SU e do PC do Esqd C Mec;
b) 2ª fase - retraimento dos Pel em primeiro escalão, menos o destacamento de
contato; e
c) 3ª fase - retraimento do destacamento de contato.
5.8.2.12 Se o Ret for descoberto pelo inimigo, o Pel passa a executá-lo utilizando
as técnicas de um Ret sob pressão.
5.8.2.13 O Ret do destacamento de contato deve ser iniciado a tempo de impedir
que o movimento seja executado sob pressão do inimigo.

Fig 69 - Retraimento sem pressão do inimigo (1ª fase)

5-30
EB70-CI-11.457

Fig 70 - Retraimento sem pressão do inimigo (2ª fase)

5.8.2.14 Se o retraimento for noturno, os fogos devem ser utilizados para abafar
o ruído dos motores das viaturas.

Fig 71 - Retraimento sem pressão do inimigo (3ª fase)

5.8.3 RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO


5.8.3.1 No Ret sob pressão do Ini, os elementos do Pel C Mec retraem combatendo,
utilizando as TTP de retardamento. Um alto grau de coordenação e uma criteriosa
utilização do terreno e dos obstáculos são essenciais ao sucesso da operação.

5-31
EB70-CI-11.457
5.8.3.2 O movimento do Pel se inicia mediante ordem do Cmt SU, via rádio, através
de uma mensagem preestabelecida.
5.8.3.3 Caso elementos da SU estejam fortemente engajados, o Cmt Esqd, nor-
malmente, ordenará que o Pel menos engajado retraia primeiro. Se a pressão
do inimigo for igual em toda a frente, o Cmt SU pode determinar que todos os
pelotões retraiam ao mesmo tempo.
5.8.3.4 O grau de pressão do Ini determina a maneira pela qual os Pel retraem
para a retaguarda. Um Pel que não esteja engajado fortemente pode retrair como
um todo; sob grande pressão do Ini, o Pel retrai usando fogo e manobra. 
5.8.3.5 O Cmt SU pode, ainda, determinar que os Pel se apoiem mutuamente para
romper o contato com o Ini através do fogo e manobra, realizando um movimento
tipo “marcha de papagaio” para a retaguarda.
- Este procedimento só é recomendado caso o Esqd possua um Pel que esteja
aprofundando a posição de outro, pois a coordenação desta manobra requer um
planejamento muito detalhado e perfeito conhecimento das ações da Tr amiga.

Fig 72 - Retraimento sob pressão do inimigo – 1ª fase

5.8.3.6 O Pel C Mec (RC Mec) poderá estar enquadrado no Esqd Res que receberá
a missão de constituir a F Ptç ou pertencer a um Esqd integrante do grosso que
retrai sob pressão. Nesses casos, torna-se imperiosa a coordenação e o controle
na execução do acolhimento a fim de se evitar o fratricídio.

5-32
EB70-CI-11.457
5.8.3.7 Um contra-ataque da F Ptç, a objetivo limitado, poderá se tornar necessário
para desengajar elementos de um Esqd.
5.8.3.8 Assim que o grosso tenha ultimado seu Ret, a F Ptç emprega a técnica de
fogo e movimento para a retaguarda até que seja acolhida ou até desengajar-se.

Fig 73 - Retraimento sob pressão do inimigo (2ª fase)

Fig 74 - Retraimento sob pressão do inimigo – 3ª fase

5.8.3.9 Em qualquer situação, rompido o contato com o Ini, o Pel constituirá a sua
coluna de marcha e continuará o Mvt para a retaguarda.

5-33
EB70-CI-11.457
5.9 RETIRADA
5.9.1 A retirada é uma forma de manobra tática defensiva que consiste de um
movimento retrógrado realizado sem contato com o inimigo e segundo um plano
bem definido, com a finalidade de evitar um combate decisivo em face da situação
existente. Pode ser executada após um retraimento.
5.9.2 Na retirada, o Rgt se organiza de modo inverso ao da M Cmb. São designa-
dos itinerários e objetivos de marcha ou posições à retaguarda, para os elementos
que marcham com o grosso. O controle deve ser descentralizado no estágio inicial
da retirada, passando gradativamente à centralização, à medida que aumenta a
distância do inimigo.
5.9.3 A segurança do regimento é realizada de maneira semelhante à da M Cmb.
Ela é proporcionada pela vanguarda, flancoguarda e retaguarda. A retaguarda
emprega técnicas para retardar a progressão do inimigo e evitar a interferência do
mesmo no movimento do grosso. O Cmt Rgt deve estar atento contra a tentativa
de envolvimento de sua unidade por parte do inimigo.
5.9.4 O Pel C Mec, enquadrado em seu Esqd C Mec, poderá integrará uma força
de proteção com a missão de fornecer a segurança ao grosso numa Rda.
5.9.5 Atuando como Elm de manobra de seu Esqd C Mec, poderá executar as
seguintes missões (SU integrando uma F Prot da tropa que se retira):
a) atuar como Vgd ou fazer parte dela, empregando TTP típicos de uma F Vgd;
b) atuar como parte de uma flancoguarda, empregando TTP típicos de uma F Fg; e
c) atuar ou fazer parte da Rtgd, empregando TTP típicos de uma F Rtgd e de
uma Aç Rtrd.

5.10 TÁTICAS E TÉCNICAS ESPECIAIS NA DEFENSIVA


5.10.1 GENERALIDADES
5.10.1.1 Existem diversas variações possíveis entre as formas de manobra “de-
fesa móvel” e “defesa de área”. Em muitas situações, para tirar proveito de um
determinado terreno ou para melhor explorar as características de sua tropa, o
comandante de um R C Mec ou de Esqd C Mec de brigada poderá adotar táticas
e técnicas especiais da defensiva.
5.10.1.2 Essas técnicas são as Ações Dinâmicas da Defesa, o Dispositivo de
Expectativa, a Defesa Avançada, a Defesa Elástica, a Defesa em Contra encosta,
a Defesa em Ponto Forte, a Defesa Circular, a Defesa Contrarreconhecimento,
a Defesa Contra Tropa Aeroterrestre e Assalto Aeromóvel, a Defesa Linear e a
Defesa Não Linear.
5.10.1.3 De todas essas técnicas a de Defesa Elástica e a de Defesa Circular são
mais apropriadas para as tropas de Cavalaria Mecanizada e serão abordadas,
no nível pelotão, a seguir.
5-34
EB70-CI-11.457
5.10.2 DEFESA ELÁSTICA
5.10.2.1 A defesa elástica é uma técnica que permite uma penetração do Ini em
região selecionada para destruí-lo pelo fogo. A posição será ocupada por um RC
Mec em profundidade para permitir que seja estabelecida uma Area de Engaja-
mento (AE). O Pel C Mec participará da defesa móvel enquadrado num RC Mec
ou Esqd C Mec de Brigada.

Fig 75 - Pel C Mec na Defesa Elástica

5.10.2.2 A defesa elástica é conduzida, normalmente, na seguinte sequência:


a) acolhimento dos elementos da força de segurança (F Prot ou F Cob) e cana-
lização da força inimiga para as AE;
b) destruição da força inimiga nas AE; e
c) contenção da força inimiga nas AE, através de contra-ataques, impedindo
que rompa os dispositivos defensivos nos limites das áreas de engajamento ou
desborde a posição defensiva.
5.10.2.3 As SU empregadas na ADA terão por missão, além da contenção e ca-
nalização do inimigo, a destruição de seus elementos de comando e controle, de
apoio ao combate e de logística, com a finalidade de retardar a sua progressão,
enfraquecê-lo e desorganizar seu ataque, empregando várias ações de pequenas
frações para esse fim.
5.10.2.4 As SU desdobradas em profundidade ocupam núcleos de aprofunda-
mento para deter o ataque e destruir as forças remanescentes do inimigo.

5-35
EB70-CI-11.457

5.10.2.5 Os C Atq deverão ser realizados por força de grande mobilidade e poder
de fogo, normalmente um Esqd C Mec, ou um Esqd provisório de VBR, mantido
em reserva como força de C Atq. Esta força será empregada nos pontos em que
o inimigo tentar romper o dispositivo defensivo, nos limites das AE obrigando-o a
permanecer em seu interior, ou quando este tentar desbordar a P Def.
5.10.2.6 O Pel C Mec poderá ser empregado inserido nas forças de segurança,
na ADA ou na reserva, conforme a figura anterior.
5.10.3 DEFESA CIRCULAR
5.10.3.1 A defesa circular é uma variante da defesa de área, na qual um RC
Mec ou Esqd C Mec é disposto de modo a fazer frente, simultaneamente, a um
ataque inimigo proveniente de qualquer direção. Ela pode ser empregada nas
missões independentes para defender posições isoladas no interior das linhas
inimigas, na constituição de pontos fortes na defesa móvel ou em larga frente,
no isolamento da unidade (cerco ou envolvimento) por ação do inimigo ou em
situações em que onde as restrições do terreno impeçam a organização de um
dispositivo de defesa de área.
5.10.3.2 O perímetro da posição defensiva circular normalmente é dividido em
setores de SU (RC Mec) ou de pelotões (Esqd C Mec/Bda) que podem ocupá-los
de diversas formas. Os elementos de comando e de apoio são localizados no
interior do perímetro. Ela se caracteriza pela máxima potência de fogo à frente
do LAADA, grande apoio mútuo e pequeno espaço de manobra.

Fig 76 - O Pel C Mec integrando um Esqd C Mec na Defesa Circular

5-36
EB70-CI-11.457

CAPÍTULO VI
OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


6.1.1 As Operações de Cooperação e Coordenação com Agências são executa-
das por elementos do EB em apoio aos órgãos ou instituições (governamentais
ou não, militares ou civis, públicos ou privados, nacionais ou internacionais),
definidos genericamente como agências. Destinam-se a conciliar interesses e
coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes
que atendam ao bem comum. Buscam evitar a duplicidade de ações, a dispersão
de recursos e a divergência de soluções, levando os envolvidos a atuarem com
eficiência, eficácia, efetividade e menores custos.

Fig 77 - Ação Subsidiária - Pel C Mec apoiando a Defesa Civil

6.1.2 Essas operações são executadas normalmente em situações de não guerra,


mas podem ser desencadeadas em situações de guerra, simultaneamente com
as operações ofensiva e defensiva.
6.1.3 Nessas operações, a liberdade de ação do Cmt operativo está limitada pela
norma legal que autorizou o emprego da tropa. Assim, o emprego é episódico,
limitado no espaço e tempo.

6.2 AS OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS


6.2.1 São Op Coop Coor com Ag as de Garantia da Lei e da Ordem, Garantia dos
Poderes Constitucionais, de Atribuições Subsidiárias, de Prevenção e Combate
ao Terrorismo; Operações Sob a Égide de Organismos Internacionais; Operações
em Apoio à Política Externa em Tempo de Paz ou Crise; e outros tipos operações,

6-1
EB70-CI-11.457
em situação de não guerra (como a segurança de grandes eventos, garantia de
eleições etc).
6.2.2 O Pel C Mec, enquadrado no seu RC Mec ou Esqd C Mec de Brigada,
poderá participar de todos os tipos de Op Coop e Coor com Ag, entretanto, as
operações de GLO e as operações de Atribuições Subsidiárias são as operações
realizadas com maior frequência.

Fig 78 - Pel C Mec em operação de Garantia da Lei e da Ordem

6.2.3 OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM (GLO)


6.2.3.1 As Operações de Garantia da Lei e da Ordem são operações militares
conduzidas pelas Forças Armadas, de forma episódica, em área previamente es-
tabelecida e por tempo limitado. Tem por objetivo a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Ocorre nas situações em que
houver o esgotamento dos instrumentos previstos no art. 144 da Constituição ou
nas que se presuma ser possível a perturbação da ordem.

Fig 79 - Pel C Mec em Operação de Garantia da Lei e da Ordem

6.2.4 ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS


6.2.4.1 As atribuições subsidiárias das FA, na forma determinada pelo Presidente
da República, compõem-se de atribuições gerais e particulares.
6-2
EB70-CI-11.457
6.2.4.2 Das operações subsidiárias, as que poderão contar com a participação
das OM que enquadram o Pel C Mec são as cooperações com a Defesa Civil e
a cooperação na repressão aos delitos de repercussão nacional e internacional
no território nacional.
6.2.4.3 O Pel C Mec poderá participar de diferentes operações que se en-
quadram nesses conceitos, sendo as mais comuns:
6.2.4.3.1 O emprego da Força Terrestre na faixa de fronteira em cooperação com
os órgãos federais, na repressão aos delitos no território nacional (apoio logístico,
de inteligência, de comunicações e de instrução etc).
6.2.4.3.2 O apoio da Força Terrestre em ações de Defesa Civil nas catástrofes
naturais, incêndios, ações de saúde pública etc.
6.2.4.3.3 O apoio da Força Terrestre a Órgãos Públicos em áreas carentes, como
as ações cívico-sociais e outras.

Fig 80 - Atribuições Subsidiárias – Pel C Mec em operação na faixa de fronteira

6.2.5 OUTRAS OPERAÇÕES DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO COM


AGÊNCIAS
- Além das Operações de GLO e Operação de Ações Subsidiárias, o Exército
Brasileiro participa, esporadicamente e de forma pontual, quando solicitado para
apoiar outros setores do governo, das seguintes Ações de Cooperação e Coor-
denação com Agências (OCCA):
a) segurança de grandes eventos e de chefes de Estado;
b) garantia da votação e apuração (GVA); e

6-3
EB70-CI-11.457
c) apoio ao cumprimento da legislação vigente e verificação de acordos sobre
controle de armas e produtos controlados.
6.2.6 Como nas Operações de Ações Subsidiárias e nas outras operações citadas
no item 6.2.5, o emprego do Pel C Mec dependerá muito da missão recebida e
dos documentos legais para o emprego da F Ter será abordada detalhadamente
neste CI somente a Operação de Garantia da Lei e da Ordem. As TTP de GLO
são, em princípio, a base para o emprego nas demais OCCA.
6.2.7 Para mais informações sobre as outras Operações de Cooperação e Coor-
denação com Agências, devem ser consultados os MC de Operações, A Cavalaria
nas Operações, Bda C Mec, RC Mec e Esqd C Mec.

6.3 O PEL C MEC NAS OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM


6.3.1 GENERALIDADES
6.3.1.1 O RC Mec e o Esqd C Mec de Bda possuem responsabilidade territorial
no Plano de Proteção Integrada de sua GU ou GCmdo. A cada uma dessas OM
será atribuído um Setor de Proteção Integrada – SEPI (RC Mec) ou Subsetor
de Proteção Integrada – SUSEPI (Esqd C Mec de Bda), onde deverão realizar
operações de inteligência e poderão realizar operações de GLO.
6.3.1.2 As Operações de Garantia da Lei e da Ordem constituem-se no tipo mais
comum de Operações de Cooperação e Coordenação com Agência que o Pel C
Mec poderá ser empregado em situação de não guerra.
6.3.1.3 Nessas operações a opinião pública é um fator que interfere na forma de
emprego das Forças Armadas (FA). As organizações internacionais (OI), organi-
zações governamentais (OG) e organizações não governamentais (ONG) tam-
bém interferem no gerenciamento de crises e na solução de conflitos, exercendo
influência sobre as operações militares.
6.3.1.4 Por serem realizadas, normalmente, em ambientes urbanos e em áreas
edificadas ou no seu entorno, é grande a possibilidade de danos colaterais de-
correntes das ações desencadeadas.
6.3.2 PREMISSAS E BASES LEGAIS
6.3.2.1 A decisão de emprego da F Ter para garantir a lei e a ordem é de respon-
sabilidade do Presidente da República.
6.3.2.2 As operações de garantia da lei e da ordem (GLO) são operações mili-
tares de coordenação e cooperação de agências (CCA), realizadas no contexto
específico da missão constitucional da garantia da lei e da ordem, conforme o
artigo 142 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), podendo ser desenvolvidas
em ambiente rural ou urbano. O acionamento das FA para cumprirem missões
desta natureza é realizado por intermédio de decreto presidencial.

6-4
EB70-CI-11.457
6.3.2.3 As FA são chamadas a atuar em Op GLO quando os instrumentos previs-
tos no Art 144 da CF/88, que definem os órgãos encarregados pela segurança
pública, forem formalmente decretados como indisponíveis, insuficientes ou ine-
xistentes, sendo solicitado apoio pelo governador do Estado (ou Distrito Federal)
ao Presidente da República.
6.3.2.4 Após determinação do Presidente da República, podem ser ativados os
órgãos operacionais das Forças Armadas, que podem desenvolver, em área
previamente estabelecida e por tempo limitado, as ações de caráter preventivo e
operativo necessárias para assegurar o resultado das Op GLO.
6.3.2.5 Compete ao Ministério da Defesa (MD) tomar as providências necessárias
à ativação e à implementação do emprego das FA, bem como controlar e coorde-
nar suas ações, inclusive em relação aos componentes dos demais órgãos não
integrantes da sua estrutura.
6.3.2.6 Os seguintes documentos servem como base legal para o emprego
das FA na garantia da lei e da ordem e devem ser de conhecimento dos Cmt
Pel C Mec:
6.3.2.6.1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; Lei Complemen-
tar (LC) nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela LC Nº 117, de 2 de setembro
de 2004; LC Nº 136, de 25 de agosto de 2010 (dispõe sobre as normas gerais
para a organização, o preparo e o emprego das FA); e
6.3.2.6.2 Decreto nº 3.897, de 24 de agosto de 2001 (fixa as diretrizes para o
emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem).
6.3.2.7 Tão importante ou mais que o amparo legal, são as REGRAS DE ENGA-
JAMENTO definidas pelo Esc Sp. O Cmt Pel C Mec e todos os integrantes do
pelotão deverão ter um conhecimento detalhado e exato dessas regras que serão
utilizadas durante uma determinada operação/ação de garantia da lei e da ordem.
6.3.3 CONCEITOS BÁSICOS
6.3.3.1 Garantia da Lei e da Ordem
6.3.3.1.1 Atuação coordenada das Forças Armadas e dos órgãos de segurança
pública na execução de ações e medidas provenientes de todas as expressões
do poder nacional em caráter integrado e realçado na expressão militar.
6.3.3.1.2 A garantia da lei e da ordem tem por finalidade a garantir o pleno funcio-
namento dos poderes constitucionais e a manutenção da lei e da ordem.
6.3.3.2 Situação de Normalidade
6.3.3.2.1 Situação na qual os indivíduos, grupos sociais e a Nação sentem-se segu-
ros para concretizar suas aspirações, interesses e objetivos, porque o Estado, em
seu sentido mais amplo, mantém a ordem pública e a incolumidade das pessoas e
do patrimônio. As forças adversas (F Adv) podem estar atuantes, sem, entretanto,

6-5
EB70-CI-11.457
ameaçar a estabilidade institucional do País. No plano legal, caracteriza-se pela
plena vigência das garantias individuais e pela não utilização das salvaguardas
constitucionais. Nesta situação, a ação da F Ter pode ser determinada caso se
caracterize o comprometimento da ordem pública.
6.3.3.2.2 Deve-se considerar que as ações de GLO poderão desenvolver-se den-
tro de um quadro de normalidade institucional onde não será adotada nenhuma
salvaguarda constitucional. É importante ressaltar, também, que o emprego da
F Ter estará respaldado por instrumento jurídico definido, quando da emissão da
ordem do Presidente da República e, ainda, que já terão sido esgotadas todas as
possibilidades de solução através do emprego de meios de segurança pública.
6.3.3.3 Situação de Não-normalidade
6.3.3.3.1 Situação na qual as F Adv, de forma potencial ou real, comprometem
gravemente a ordem pública, chegando a ameaçar, ainda que potencialmente,
a estabilidade institucional, a integridade e a soberania nacionais acarretando
grave comprometimento da ordem pública, comprometimento da ordem interna
ou o grave comprometimento da ordem interna.
6.3.3.3.2 No plano legal, caracteriza-se pela decretação das salvaguardas cons-
titucionais, a intervenção federal, o estado de defesa ou o estado de sítio.
6.3.3.4 Ações e Medidas Preventivas
- As ações e medidas preventivas têm caráter permanente e, normalmente,
restringem-se às atividades de inteligência e comunicação social. Algumas ope-
rações tipo polícia de menor porte poderão ser realizadas, em caráter episódico,
num quadro de cooperação com os governos estaduais ou com o Ministério da
Justiça, visando evitar o agravamento da perturbação da ordem.
6.3.3.5 Força Adversa
6.3.3.5.1 São pessoas, grupos de pessoas ou organizações cuja atuação com-
prometa o pleno funcionamento do estado democrático de direito, a paz social e
a ordem pública.
6.3.3.5.2 No entendimento do conceito de força adversa é necessário compre-
ender que:
a) os “oponentes” enfrentados pela tropa não serão unicamente as F Adv (seg-
mentos radicais infiltrados em grupos) e sim, toda a massa popular que é por
eles manobrada;
b) a consideração de maior importância sobre os oponentes é que, em sua quase
totalidade, serão constituídos por brasileiros. Não podem e não devem ser tratados
como inimigos. Se a tropa os tratar como inimigos, contribuirá de maneira decisiva
para a consecução do objetivo final das F Adv;

6-6
EB70-CI-11.457
c) em princípio, oponente é todo indivíduo, atuando integrado a uma força adversa
ou isoladamente que demonstre intenção ou promova ato hostil.
6.3.3.6 Regras de Engajamento
6.3.3.6.1 As regras de engajamento caracterizam-se por uma série de instruções
pré-definidas que orientam o emprego das unidades que se encontram na área de
operações, consentindo ou limitando determinados tipos de comportamento, em
particular o uso da força, a fim de permitir atingir os objetivos políticos e militares
estabelecidos pelas autoridades responsáveis.
6.3.3.6.2 Dizem respeito à preparação e à forma de condução tática das opera-
ções, descrevendo ações individuais e coletivas, incluindo as ações defensivas
e de pronta resposta.
6.3.3.6.3 Normalmente, conterão regras de caráter geral para a operação em
questão, regras para a utilização da força, regras para a utilização do armamento,
regras de engajamento específico (peculiar a operação considerada) e outros
procedimentos para o emprego da tropa.
6.3.3.7 Intenção Hostil
- É o propósito de praticar ato delituoso, evidenciado por atitudes e comporta-
mentos suspeitos, indicando a possível ocorrência de hostilidade, com ameaça
à integridade física de pessoas ou danos ao patrimônio.
6.3.3.8 Ato Hostil
- É a ação agressiva e deliberada com o intuito de provocar os efeitos lesivos ou
danosos contra, respectivamente, pessoas ou patrimônio.
6.3.3.9 Autodefesa
- É o emprego ponderado, proporcional e legítimo da força por parte de militar ou
da tropa contra o oponente que cometa ato hostil, com o propósito de garantir e
salvaguardar o pessoal, o material e as instalações.
6.3.3.10 Legítima Defesa
- É o uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual
ou iminente, a direito próprio ou de outrem, proporcionalmente à violência sofrida
e até cessar a agressão, apenas.
6.3.3.11 Reação Mínima
- É a menor intensidade de violência, suficiente e necessária para repelir ou pre-
venir o ato hostil, se possível, sem danos ou lesões.
6.3.3.12 Características e Princípios das Operações de Garantia da Lei e da
Ordem
- As características e os princípios das operações de garantia da lei e da ordem

6-7
EB70-CI-11.457
constam do Capítulo II do EB70-MC-10.242 Operações de Garantia da Lei e da
Ordem, 1ª Edição, 2018.
6.3.4 AS ATIVIDADES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, INTELIGÊNCIA E NEGO-
CIAÇÃO NUMA OPERAÇÃO DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
6.3.4.1 Comunicação Social
6.3.4.1.1 A defesa dos direitos humanos e proteção das minorias são alguns dos
temas que sempre terão espaço nas manchetes da mídia nacional e internacional,
não importando a verdadeira história de cada caso. A população brasileira verá
através da mídia a atuação da tropa federal quando empregada contra F Adv. Al-
guns órgãos da mídia poderão explorar aspectos negativos da operação, segundo
suas posições ideológicas, de forma tendenciosa e contrária à atuação das F Ter.
A exposição das ações da tropa na mídia deve ser tratada com cuidado e atenção.
6.3.4.1.2 Em função disso, a obtenção do apoio da população dever ser um obje-
tivo tático a ser conquistado, diariamente, pela tropa empregada numa Op GLO.
Um simples incidente, intencionalmente explorado na mídia, poderá macular a
imagem da tropa e da F Ter, prejudicando o imprescindível apoio da população.
6.3.4.1.3 A mídia é um vetor poderoso de sucesso e será capaz de transformar
uma vitória no campo militar em derrota sob a ótica política e da opinião pública.
6.3.4.1.4 Desta forma, é imperativo que os comandos em todos os níveis aprendam
e se adestrem no trato com os profissionais da imprensa, fazendo da convivência
com eles uma rotina operacional.
6.3.4.1.5 Toda informação, desde que autorizada sua divulgação, deverá ser re-
passada aos profissionais da imprensa, de forma a evitar que determinado fato
ocorrido seja manipulado ou divulgado de forma negativa para a imagem da tropa.
6.3.4.1.6 Na execução de operações de GLO não se deve temer a filmagem ou
cobertura jornalística das atividades da tropa. Esta, se bem adestrada e bem
comandada, saberá empregar a medida de força necessária e suficiente para
cada situação, seguindo rigorosamente suas regras de engajamento e de re-
lacionamento com a mídia. Por outro lado, a filmagem dos acontecimentos por
profissionais da imprensa dará credibilidade a uma futura comprovação dos fatos
se arguidos juridicamente.
6.3.4.1.7 A opinião pública e a mídia, mal trabalhadas e colocadas em campo
oposto ao da F Ter, serão fatores de limitação à liberdade de manobra dos Cmt
de tropa empregada em ações GLO.
6.3.4.1.8 Deve ser colocado para a mídia que a tropa não realiza ações contra
movimentos sociais, reivindicações ou ideias. As ações realizadas restringem-se
à garantia da lei e da ordem. Na mesma linha, deve ser colocado que os supostos
direitos da F Adv não podem se sobrepor ao ordenamento jurídico vigente, nem
aos direitos de terceiros.

6-8
EB70-CI-11.457
6.3.4.1.9 Os profissionais da mídia devem ser bem tratados e todos os fatos e
informações deverão ser levados ao conhecimento dos mesmos, desde que
autorizados pelo escalão superior a fim de evitar que a ausência de informações
leve à deturpação dos fatos e da ação da tropa.
6.3.4.1.10 O Cmt Pel C Mec e os integrantes do pelotão não estarão autorizados
a conceder entrevistas. Normalmente, em situações de emprego da tropa, um
oficial superior ou o próprio Cmt da OM do qual o Pel C Mec está subordinado,
receberá esta tarefa. Os RC Mec e os Esqd C Mec de brigada possuem militares
responsáveis pelas atividades de relações públicas e comunicação social, ou
poderão receber elementos do escalão superior em reforço para essas ativida-
des. Todos os integrantes do Pel C Mec devem ser orientados a repassarem à
imprensa a seguinte mensagem: “Não estou autorizado a conceder entrevistas,
qualquer questão sobre este assunto deverá ser tratada no comando do RC Mec
(ou Esqd C Mec Bda)”.
6.3.4.1.11 A tropa estará sempre sendo observada pela população local, logo,
uma tropa bem fardada e equipada, adestrada e disciplinada, com um padrão de
conduta ilibada, procurando sempre a correção de atitudes e de procedimentos,
causará um impacto positivo e transmitirá confiança e seriedade para o povo.
Este aspecto favorece tanto a dissuasão, como cria um ambiente de respeito
aos militares que executarão a operação em contato direto com a população.
São exemplos de conduta, atitudes ou postura que se realizadas na presença da
população civil, poderão contribuir para desgastar a imagem e o respeito da tropa:
a) militar mal fardado, mal equipado e desarmado ou em atitude displicente;
b) tropa demonstrando cansaço ou dormindo dentro de viaturas, bares, comércio
ou na própria calçada da rua, em locais visíveis pela população;
c) militares com o capacete mal ajustado na cabeça, ou equipamento aberto, ou
frouxo. Militares com diferentes tipos de uniformes e coberturas na mesma fração
ou local de emprego da tropa;
d) militar despreparado para o trato com a população durante um bloqueio de
vias urbanas, atuando de forma insegura ao solicitar que um motorista apresente
documentação do seu veículo ou que desça do veículo;
e) falta de ação de comando no trato com civil, sem perder, entretanto, o respeito;
f) discussão ou desentendimentos em público entre os militares, numa determinada
ação ou posição ocupada, demonstrando falta de coordenação e de espírito de
corpo da tropa;
g) descontentamento da tropa ou de determinado militar em virtude de ocupar
posição, sem rodízio, por um longo período ou por não haver ainda recebido sua
alimentação;
h) condutas e procedimentos errôneos durante as operações; e

6-9
EB70-CI-11.457
i) utilização de gírias ou expressões pejorativas no trato com a população.
6.3.4.2 Inteligência
6.3.4.2.1 A atividade de inteligência nas ações de GLO, no nível pelotão, estará
limitada à coleta e busca de informações, ou seja, informar os fatos ocorridos de
forma clara e precisa, sem conter opiniões ou análises, procurando esclarecer
da melhor forma possível cada situação. Não deve haver por parte do Cmt Pel
C Mec a preocupação em produzir conhecimentos, executando ações de busca.
6.3.4.2.2 O Cmt Pel C Mec e seus Cmt frações devem procurar esclarecer sem-
pre cada situação. A produção de conhecimentos não é missão do Pel C Mec.
O maior aliado do pelotão na obtenção de informes/informações é a população
local e as denúncias anônimas.
6.3.4.3 Negociação
- Nas operações de garantia da lei e da ordem o Cmt Pel C Mec não será respon-
sável pelas negociações, cabendo ao pelotão apenas a realização da segurança
dos negociadores e atuar com o objetivo de dissuadir a força adversa.
6.3.5. ESTUDO DE SITUAÇÃO DO PEL C MEC EM UMA OPERAÇÃO DE GLO
6.3.5.1 No estudo de situação do Cmt Pel C Mec para uma da Op GLO devem
ser considerados (se for o caso):
6.3.5.1.1 Quanto à Missão
a) A definição com exatidão e clareza das ações a realizar.
b) A definição das Regras de Engajamento que deverão ser empregadas.
6.3.5.1.2 Quanto aos Oponentes
a) A identificação dos líderes (fotografias).
b) A definição da sinalização visual empregada para identificação das lideranças
durante as manifestações.
c) A definição dos meios que empregam para conduzir a massa (carros de som,
megafones, sinais etc);
d) A identificação da existência de estrangeiros, mulheres, crianças, deficientes
físicos e idosos entre os oponentes.
e) A identificação da sua forma de atuação e se possuem armas de fogo.
f) A identificação do funcionamento do seu apoio logístico (alimentação, medica-
mentos etc).
6.3.5.1.3 Quanto ao Terreno
a) As dimensões e os acessos à área ocupada e como fazer o seu isolamento.

6-10
EB70-CI-11.457
b) A identificação dos itinerários de fuga da área ocupada.
c) As características da área (urbana - rural): edificações, bosques, cursos de
água, transitabilidade, características das ruas (comprimento e largura) e outros.
d) A previsão das condições meteorológicas.
6.3.5.1.4 Quanto aos Meios
a) A necessidade de maximizar o emprego do Princípio da Massa.
b) A experiência da tropa no tipo de operação a realizar.
c) A disponibilidade de helicópteros como meio de observação e informação para
a tropa que se encontra no solo das atividades, localização e conduta da força
adversa.
d) A presença da Polícia Militar (PM) em controle operacional das Forças Armadas.
e) A presença de representantes dos organismos governamentais ligados ao
problema (IBAMA, FUNAI e outros).
f) A existência de assessoria jurídica para a tropa.
g) A existência ou presença de representação do poder Judiciário e a constituição
de um “cartório móvel”.
h) A disponibilidade de instalações, recursos e pessoal para atendimento médico
a elementos da F Adv que necessitarem, ou resolverem desistir de participar
das ações, ou para aqueles atingidos acidentalmente (dano colateral) pela tropa
durante uma determinada ação;
i) A existência de transporte civil para evacuação ou deslocamento da massa
popular se for o caso.
j) A existência ou presença de pessoal militar das assessorias de comunicação
social e imprensa.
k) Se o Pel C Mec dispõe de equipamento, armamento e munição especiais para
emprego na GLO, principalmente para o grupo de exploradores e o grupo de
combate. Equipamentos como colete balístico nível III, equipamento de proteção
individual, capacete com viseira frontal, ombreira, protetor de mãos, caneleira,
joelheira, cotoveleira, escudo de proteção balístico nível III com visor, cassetete,
bastão tonfa, cassetete elétrico, máscara contra gases, balaclava, algemas des-
cartáveis, granadas de efeito moral, de luz e som, lacrimogêneas, fuzil lançador
de granadas fumígenas, espingarda calibre 12 com projétil de borracha, rádio
portátil, spray de pimenta, detector de metais portátil, concertinas de 15 metros
e outros (operações em áreas urbanas) são fundamentais para a execução das
operações de GLO e a proteção da tropa.
l) Se o Pel C Mec recebeu instrução e se adestrou com os equipamentos da
operação de GLO (item anterior).
6-11
EB70-CI-11.457

Fig 81 - Equipamentos especiais para ações de GLO em áreas urbanas

m) Se o pelotão possui equipamentos de som portáteis e de boa potência para a


transmissão de orientações, ordens e mensagens em geral à população. Se esse
equipamento permite que as mensagens do Cmt da Tropa (Cmt da Unidade ou
negociador) sejam ouvidas pelos integrantes da F Adv. Se esse equipamento de
som pode ser instalado em uma viatura blindada do pelotão ou em outra viatura
em apoio à operação do Pel C Mec.
n) Se o pelotão possui equipamentos e elementos especializados em fotografia
e filmagem.
6.3.5.1.5 Quanto ao Tempo
a) Definição dos prazos para os ensaios, para o aprestamento da tropa e sua
ambientação, para o deslocamento até a região da operação, para a tomada do
dispositivo e para efetivar o cumprimento da missão.
b) Definição do prazo que a F Adv poderá subsistir no local em que será isolada,
com os meios disponíveis.

6-12
EB70-CI-11.457
6.3.5.2 No estudo de situação, deve-se procurar uma linha de ação em que não
haja, em um primeiro momento, o confronto físico entre a tropa e a massa con-
duzida pela F Adv. Assim, deve-se planejar a operação executando as ações: de
demonstração de força, de negociações; e de emprego da tropa.
6.3.6 FASES DO EMPREGO DO PEL C MEC NUMA OPERAÇÃO DE GLO
6.3.6.1 O planejamento e o emprego do Pel C Mec em uma Op GLO envolvem
diversas atividades e tarefas relacionadas ao preparo do pelotão e à execução
da missão.
6.3.6.2 Normalmente esse planejamento e emprego se darão nas seguintes
fases:
a) recebimento da missão e retirada de dúvidas;
b) planejamento sumário da missão;
c) expedição da ordem preparatória e aprestamento do pelotão;
d) reconhecimentos;
e) planejamento detalhado da missão;
f) expedição da ordem ao pelotão (ou ordem fragmentária, no caso de operações
continuadas);
g) ensaios e treinamentos;
h) inspeção final de material, equipamento e armamento;
i) deslocamento para a área da operação:
1) o deslocamento poderá ser realizado de forma ostensiva ou sigilosa. Prefe-
rencialmente, deverá ser ostensivo, visando causar impacto e fazer com que as
F Adv saibam que a tropa está chegando;
2) o deslocamento deve-se prever a aproximação por mais de um itinerário;
3) chegada da tropa ao local onde será empregada deve ser enérgica nas ati-
tudes e movimentos, sem, no entanto, ser agressiva. A agressividade vai surgir à
medida que a força precisar ser empregada, sendo gradativamente aumentada;
j) execução da operação propriamente dita com a ocupação de postos de blo-
queio e controle de estrada (PBCE/PBCVU/PBCVU), identificação de pessoas e
controle de movimentos, demonstração de força, patrulhamento de vias, segu-
rança de áreas e instalações (pontos sensíveis), controle de distúrbios, escolta
de comboio e outros;
k) lavratura de Auto de Prisão em Flagrante (APF), socorro médico aos elementos
feridos e outros; e
l) a Reversão (regresso, manutenção e relatórios).

6-13
EB70-CI-11.457
6.3.7 USO DA FORÇA E REGRAS DE ENGAJAMENTO
6.3.7.1 Generalidades
6.3.7.1.1 Partindo de uma atuação pacífica da tropa até atingir uma situação
em que seja necessário o emprego do armamento letal, diversas etapas serão
percorridas.
6.3.7.1.2 Quanto ao USO DA FORÇA pode-se considerar:
a) Força – uso, ou ameaça de uso, de meios físicos para alcançar um objetivo
autorizado.
b) Força desarmada – uso de força física, antes do uso da “força armada”.
c) Força não letal – nível de força que não é pretendida nem desejável para causar
morte, independente se a morte realmente ocorra.
d) Força mínima – mínimo grau de força autorizada necessária e razoável em
determinadas circunstâncias para alcançar o objetivo. O mínimo grau de força é
aplicável sempre quando a força for usada. O mínimo de força pode ser a força
letal se apropriada.
e) Força armada – uso de armas, inclusive armas de fogo e baionetas, para al-
cançar um objetivo autorizado.
f) Força letal – nível de força pretendido ou desejável para causar morte, inde-
pendente se a morte realmente ocorra. Este é o último grau de força.

Fig 82 - Uso gradativo da força

6.3.7.1.3 Tiros de alerta é um tiro curto executado em um ponto de pontaria seguro


para evitar danos pessoais ou colaterais.
6.3.7.1.4 Defesa própria é o uso de necessária e razoável força, incluindo força
letal por um indivíduo ou uma unidade, com o propósito de proteger a si próprio,
determinada unidade ou pessoal protegido contra um ato ou intenção hostil.
6.3.7.1.5 Proporcionalidade é a quantidade de força considerada de razoável
intensidade, duração e magnitude para alcançar um objetivo autorizado.
6.3.7.1.6 Percepção razoável é a união das condições e das circunstâncias que
levam um comandante ou um indivíduo a concluir que a ameaça existe.

6-14
EB70-CI-11.457
6.3.7.1.7 Identificação positiva é a identificação assegurada do que se procura
(pode ser um objeto, uma pessoa ou um local) por meios específicos. Isso pode
ser conseguido por método visual, medidas de apoio eletrônico, correlação com
plano de voo, imagem termal, análise acústica passiva ou procedimentos de
identificação amigo ou inimigo.
6.3.7.1.8 Intenção hostil é a ameaça de iminente uso da força, demonstrado por
ações que parecem ser preparatórias para um ato hostil. Uma percepção razoável
do ato hostil é necessária antes que o uso da força seja autorizado. A consideração
se um ato é ou não hostil deve ser julgado pelo comandante da cena operacional,
com base em um ou na combinação dos seguintes fatores: capacidade e preparo
da ameaça; evidência disponível que indique uma intenção de ataque (percepção
razoável); e precedente histórico dentro da Área de Responsabilidade da Missão.
São exemplos de intenção hostil:
a) dirigir ameaças/desafios/provocações/agressões verbais e outros;
b) portar ostensivamente arma de fogo, arma branca, pedra, paus, faca, facão,
enxada, foice e outros.
6.3.7.1.9 Ato hostil é uma ação cuja intenção é causar morte, dano pessoal ou
destruição de uma propriedade considerada.  São exemplos de ato hostil:
a) apontar arma de fogo dentro de seu alcance de utilização;
b) realizar disparos de arma de fogo, mesmo que para o alto;
c) lançar pedras, paus e outros;
d) acender coquetel molotov;
e) erguer ameaçadoramente, à curta distância, faca, facão, enxada, foice e outros;
f) avançar (ir de encontro) dirigindo ameaças, desafios, provocações verbais, e
outros;
g) instalar, detonar ou lançar explosivos (inclusive fogos de artifício);
h) lançar veículo deliberadamente na direção de pessoal ou instalações;
i) depredar, invadir, destruir instalações e logradouros públicos; e
j) bloquear vias de circulação empregando ou não obstáculos.
6.3.7.1.10 Dano colateral é a perda acidental de vida de civil, prejuízo a civis ou
danos à propriedade civil não objeto de um alvo autorizado.
6.3.7.1.11 O Cmt Pel C Mec e os demais integrantes do pelotão devem atentar
para os seguintes aspectos relativos à abertura de fogo:
a) só abrir fogo em última instância para ferir, visando incapacitar e não a matar
os agitadores. É importante que o pelotão receba instrução sobre os locais que
provavelmente incapacitarão o agressor. Em princípio, direcionar o(s) tiro(s) para
6-15
EB70-CI-11.457
os membros inferiores. No caso de o agressor estar embarcado em algum veículo
que seja lançado sobre a tropa, procurar incapacitá-lo atingindo o motor/pneu,
visando pará-lo;
b) se o militar for obrigado a abrir fogo, deverá:
- atirar somente o necessário, interrompendo o fogo quando o agressor houver
parado de atirar;
- utilizar sempre a força mínima visando ferir e não matar o agressor;
- atirar somente na direção do agressor claramente identificado;
- realizar disparos intermitentes (fogo automático, só em último caso);
- tomar todas as precauções razoáveis para não ferir outra pessoa além do
agressor;
- fazê-lo apenas em obediência a ordem direta do Oficial ou militar mais antigo
presente, exceto se, excepcionalmente, estiver sozinho; e
c) nunca empregar a força como meio de retaliação.
6.3.7.2 Assuntos Relacionados ao Uso das Força e Regras de Engajamento
a serem esclarecidas pelo Cmt Pel C Mec
a) O que devo considerar como ato e intenção hostil?
b) Qual o grau do uso (gradativo) da força que devo empregar?
c) Situações para abertura de fogo?
d) Situações que caracterizam a legítima defesa?
e) Como proceder na prisão em flagrante delito?
f) Como proceder na confecção do auto de prisão?
g) Procedimentos em caso de provocação?
h) Quais as regras de engajamento?
i) Tipo de armamento que estou autorizado a conduzir e empregar?
j) Equipamentos a serem fornecidos para a tropa?
k) Tempo para ensaio das ações com o Pel?
6.3.7.3 Limitação do Uso da Força e das Restrições à População
6.3.7.3.1 Na GLO, a execução de ações em força pode vir a ser fator de desgaste
para as forças legais. Esse desgaste cresce vertiginosamente com o passar do
tempo e se alimenta de fatos, desde situações graves, como a morte de inocentes,
até a execução de medidas simples que afetem a rotina da população.
6.3.7.3.2 A necessidade de evitar o desgaste da força legal impõe a limitação,
ao mínimo necessário do emprego de ações em força ou que sejam restritivas
à população.
6-16
EB70-CI-11.457
6.3.7.3.3 Nas regras de engajamento do escalão superior deverão constar medidas
que regulem a graduação da força a ser empregada pela tropa. A figura anterior
apresenta um exemplo de uso gradativo da força para a operação em geral e
específico para os PBCE/PBCVU:
6.3.7.3.4 Especial atenção deve ser dada pelo Cmt Pel e comandantes de seções/
grupos a fim de evitar o “DANO COLATERAL”. Na execução de determinada ope-
ração, deve-se ter o devido cuidado para não vir a ferir ou matar, acidentalmente,
uma pessoa inocente. Caso venha a ocorrer, tal fato poderá ser explorado pela
mídia e pela F Adv, causando revolta na população local, desgastando a imagem
e colocando a opinião pública contra o Exército, podendo levar a desmoralização
da tropa.

Fig 83 - Exemplo de uso gradativo da força

6.3.7.4 Orientação sobre as Regras de Engajamento


6.3.7.4.1 As regras de engajamento normalmente:
a) preveem o estabelecimento de limites de tolerância que antecedem o início
do engajamento tático;
b) definem os procedimentos da tropa caso seja necessário o emprego da força
nas seguintes situações:
- autodefesa, contra-ataques diretos ou ameaça concreta contra sua integri-
6-17
EB70-CI-11.457
dade física;
- evitar o seu desarmamento;
- evitar a captura de qualquer um dos seus integrantes;
- monitorar e acompanhar manifestações de qualquer natureza;
- impedir o ataque ou tentativa de invasão às suas instalações;
- manter ocupadas posições importantes para o cumprimento da missão;
- evitar ações hostis que impeçam o cumprimento da missão;
- identificar ações específicas para cada tipo de operação;
- devem ser do conhecimento de todos os militares envolvidos na operação
(do mais baixo ao mais alto escalão);
- devem ser do conhecimento de todas as autoridades civis e militares envol-
vidas;
- são escritas sob a forma de procedimentos detalhados por parte da tropa,
se possível, com exemplos de casos esquemáticos;
- abrangem o maior número de situações possíveis de ocorrência em cada Op;
- são consolidadas em documento elaborado pelo comandante da tropa durante
a operação (COTER, C Mil A, DE e Bda); e
- as regras de engajamento devem ser elaboradas de forma a orientar as
ações do pelotão e proporcionar um uso da força compatível com cada situação
que se apresente.
6.3.7.4.2 Exemplos de regras de engajamento expedidas:

Fig 84a - Regra de Engajamento para o 23º RC Mec (extrato)

6-18
EB70-CI-11.457

Fig 84b - Regra de Engajamento para o 23º RC Mec (continuação)

6.3.7.4.3 Para cada ação das Regras de Engajamento, devem ser elaboradas
situações passives de ocorrem, como exemplos para a tropa. A tabela seguinte
apresenta exemplos das situações elaboradas para uma regra de engajamento:

Fig 85a - Exemplos de situações hipotéticas e de condutas desejadas

6-19
EB70-CI-11.457

Fig 85b - Exemplos de situações hipotéticas e de condutas desejadas (continuação)

6.3.7.4.4 Diversas outras situações hipotéticas poderão ser criadas para ensaio
do pelotão como forma de adestramento, como por exemplo, situações que
priorizem os princípios para a utilização do armamento. Exemplo de regras
para utilização do armamento pelo 23º RC Mec:

Fig 86a - Exemplo de regras para o emprego do armamento

6-20
EB70-CI-11.457

Fig 86b - Exemplo de regras para o emprego do armamento (continuação)

6.3.8. OPERAÇÕES TIPO POLÍCIA


6.3.8.1 Generalidades
6.3.8.1.1 As principais missões em GLO que poderão ser desempenhadas pelo
Pel C Mec são:
a) controlar a população;
b) proporcionar segurança à tropa, às autoridades, às instalações, aos serviços
essenciais, à população e às vias de transportes;
c) isolar a F Adv de seus apoios;
d) impedir a saída de elementos da F Adv de uma Z Op;
e) dissuadir a população fazendo-a desistir da sua intenção;
f) diminuir o poder de combate da F Adv e restringir sua liberdade de atuação;
g) apreender material e suprimentos da F Adv; e
h) levantar os locais para bloqueios de estrada.
6.3.8.1.2 No cumprimento dessas missões o Pel C Mec poderá executar as se-
guintes ações:
a) estabelecer Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE/PBCVU), em
vias urbanas, área rural e rodovias;
b) realizar Busca e Apreensão de Pessoas, Armamento, Munição e Outros Ma-
teriais, interdição e vasculhamento de áreas;

6-21
EB70-CI-11.457

c) identificar e controlar pessoas;


d) controlar distúrbios;
e) realizar Op de Demonstração de Força;
f) realizar o patrulhamento de vias;
g) realizar escoltas de comboio; e
h) realizar a Segurança de Áreas e Instalações (segurança de pontos sensíveis).
6.3.8.2 Posto de Bloqueio e Controle de Estrada (PBCE - PBVU), em Vias
Urbanas, Área Rural e Rodovias
6.3.8.2.1 GENERALIDADES
a) Os PBCE/PBCVU são estabelecidos através do emprego de barreiras para
controlar o movimento da população da área; capturar membros e materiais di-
versos da F Adv; isolar a F Adv na área de operações, impedindo a entrada de
seus apoios e reforços; obter informes; bloquear acessos e restringir a liberdade
de movimento das F Adv; tudo com a finalidade de apoiar as operações de GLO.
b) Um PBCE/PBCVU será instalado por determinação do comando da Unidade,
com a finalidade de cumprir uma ou mais das seguintes missões:
- controlar o movimento ao longo de um eixo específico;
- realizar um monitoramento contínuo do movimento em uma estrada;
- bloquear veículos ou pessoal suspeito;
- prevenir a evasão de material controlado;
- impedir a entrada de civis ou militares não autorizados em uma área espe-
cífica;
- inspecionar veículos e pessoal com relação ao transporte de armas, munição
e explosivos;
- assegurar o uso correto dos eixos pelo tráfego civil e militar; e
- reagir, no caso de tentativa de fuga, resistência à prisão e ataque às tropas.
c) O Pel responsável pelo PBCE/PBCVU deve procurar:
- ocupar diversos pontos de bloqueio, em uma única jornada, para estabelecer
as revistas por um curto espaço de tempo e em horários inopinados; ou ocupar
um ponto fixo durante grande parte do dia/noite para executar o PBCE/PBCVU;
- verificar todos que passam, apenas os suspeitos ou de forma aleatória os
indivíduos a serem revistados;
- executar ações rápidas e eficientes;

6-22
EB70-CI-11.457
- manter uma atitude impessoal, respeitosa e enérgica;
- instruir sua fração de forma apropriada;
- estar apoiado, sempre que possível, por Órgãos de Segurança Pública (OSP),
com jurisdição sobre a área (Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Militar e outros). Tais elementos atuarão junto com o grupo de
revista e identificação, e serão encarregados das providências legais face a irre-
gularidades de maior probabilidade de ocorrência. Essa providência cresce de
importância em situação de normalidade, visando preservar os procedimentos
legais;
- ter pleno conhecimento da adoção de Mdd jurídicas.
d) Os PBCE/PBCVU podem ser permanentes ou temporários e seu efetivo pode
variar de um grupo de combate a um pelotão.
e) Os PBCE/PBCVU devem ser estabelecidos em locais onde as estradas ca-
nalizam o movimento, de maneira a dificultar seu desbordamento por parte dos
usuários da estrada e devem contar com uma pequena força de reação capaz de
perseguir e capturar elementos que tentem se evadir do local, evitando a revista
e/ou identificação.
f) Se for considerada a possibilidade de efetuar revista em pessoas, o grupo de
revista e identificação deve contar com pessoas do sexo feminino.
g) As F Adv na circulação de vias urbanas poderão:
- estar realizando transporte clandestino de material;
- estar realizando transporte de simpatizantes, colaboradores e outros;
- tentando escapar (fugitivos e procurados);
- resistir à prisão;
- realizar atos de sabotagem e terrorismo; e
- outras atividades.
h) Documentos que deverão constar no PBCE/PBCVU:
- mandados (assinado por juiz de direito) autorizando a execução do bloqueio
se for o caso;
- APF (só para crime militar, caso contrário o preso deve ser encaminhado à
polícia judiciária);
- notas de culpa e termo de apreensão;
- fichas controle de circulação de veículos e pedestres.

6-23
EB70-CI-11.457

Fig 87 - Organograma do Pel C Mec no PBCE ou PBCVU

i) Será importante a instalação na área de operações uma “delegacia itinerante”,


para onde deverão ser conduzidos os ilícitos que venham a ocorrer e que possa
dar suporte jurídico ao Cmt Pel.

Fig 88 - Exemplo de Ficha Controle de Circulação de Veículos e Pedestres

6-24
EB70-CI-11.457
6.3.8.2.2 Medidas de Planejamento do PBCE ou do PBCVU
a) Um PBCE/PBCVU será, normalmente, montado próximo a uma cidade ou a
uma instalação e para que tenha sucesso, deverá atuar no eixo principal que
demanda a estas áreas. Poderá também ser montado sobre pontos sensíveis de
um eixo (pontes, desfiladeiros e outros) a fim de cooperar na segurança do fluxo
de suprimento da Unidade ou Esc Sp.
b) A disposição das instalações do PBCE/PBCVU e o nível de preparação deste
ponto dependerão da quantidade de tráfego esperado e da duração da operação.
Independentemente do tipo, todos os PBCE/PBCVU deverão possuir as seguintes
instalações:
- barreiras na via (sinalização conforme padronização e regulamentação do
Conselho Nacional de Trânsito);
- áreas de inspeção;
- posições de tiro e de segurança; e
- área de apreensão.
c) Um PBCE/PBCVU, quando em sua organização mais completa, conta com:
- grupo de comando (normalmente o Cmt Pel, Adjunto e o seu rádio operador);
- grupo de revista (revistadores, anotadores, controladores de tráfego);
- grupo de segurança (sentinelas); e
- grupo de cobertura (reação).
d) No entanto, esta organização pode variar conforme os seguintes aspectos:
- fluxo da rodovia a ser bloqueada;
- número de vias de acesso que incidem sobre o posto;
- missão imposta ao Rgt pelo Esc Sp; e
- tempo de duração da missão.
6.3.8.2.3 Operação do PBCE ou do PBCVU
a) Barreiras na Via
- Um PBCE/PBCVU / PBCVU é montado colocando-se duas linhas paralelas
de barreiras, cada qual com um intervalo. Estas barreiras devem ser suficiente-
mente grandes e profundas para impedir que uma viatura consiga desviá-las. A
distância entre essas barreiras deve obrigar que o deslocamento entre elas seja
executado em baixa velocidade.

6-25
EB70-CI-11.457

Fig 89 - Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas

- Uma barreira de toras e tonéis deve ser colocada entre as duas barreiras
principais que podem ser feitas utilizando as viaturas blindadas do pelotão. Estas
barreiras intermediárias têm como objetivo o controle do movimento da área de
inspeção até a saída do PBCE/PBCVU/PBCVU.
- Deve ser instalado nas entradas da barreira, dispositivos como o “jacaré” ou
outro qualquer meio qualquer a fim de furar os pneus dos veículos que tentem
fugir do bloqueio.
- Antes e após a barreira, deverão ser posicionadas placas de sinalização em
conformidade com o Código de Trânsito.
b) Áreas de Inspeções
1) Quando da montagem das áreas de inspeção, deverão ser previstas pelo
menos três tipos de áreas de inspeção:
- veículos;
- pessoal (transeuntes normais); e
- pessoas que necessitam de interrogatório detalhado.
2) Devem ser colocados obstáculos em locais adequados, empregando placas
de aviso e instalando dispositivos de iluminação e de alarme.
c) Posições de Tiro e Segurança
- As metralhadoras desembarcadas deverão ser posicionadas de modo que
possam bater, preferencialmente, as entradas e as saídas do PBCVU. Com as
metralhadoras embarcadas, a patrulha do grupo de exploradores ganha em
mobilidade e facilidade para alcançar o eixo e, rapidamente, partir em uma per-
seguição se for o caso;

6-26
EB70-CI-11.457

Fig 90 - Emprego da Mtr 7,62 mm no reparo veicular da VBTP

- Uma patrulha do GE poderá posicionar as suas metralhadoras desembarca-


das na entrada e na saída do Posto. A outra patrulha poderá se posicionar com
o comandante do GE, em posição elevada e central, em condições de controlar
as atividades e servir de força de perseguição.
- As Mtr .50 deverão ser usadas embarcadas nas VBTP como forma de dissuadir
a F Adv caso venha a se aproximar do bloqueio. Conforme a situação o calibre da
Mtr .50, poderá ser considerado que extrapola o uso gradativo da força (depen-
dendo da característica da F Adv). Assim, uma alternativa será adaptar a Mtr 7,62
mm, na torre da VBTP, a fim de ser utilizada como armamento orgânico do GC.
d) Área de Apreensão
- Uma área de apreensão será montada tanto na entrada quanto na saída do
PBCE e terá como objetivo guardar as viaturas não liberadas. Normalmente, esta
área ficará entre as barreiras e a área de inspeção deverá estar na linha de tiro
das metralhadoras;
- Outra área destinada às pessoas presas deve ser prevista dentro do local
do PBCE/PBCVU/PBCVU até que seja providenciada a transferência para locais
mais adequados junto ao Escalão Superior.
e) Grupo de Comando
- Deverá ser posicionado num local que lhe permita controlar todas as ativi-
dades.
- É responsável pelos suprimentos Cl I, III e V; por manter as comunicações;
e por providenciar os materiais de fortificação necessários para a operação.
f) Grupo de Segurança (Sentinelas) – GC
- Deve manter permanente vigilância, destacando equipes de patrulha a pé
nos limites curtos do PBCE/PBCVU/PBCVU e ficar em condições de substituir os
demais grupos nas suas funções.
- Deve reagir prontamente no caso de fuga, resistência à prisão ou à busca,

6-27
EB70-CI-11.457
ameaça à integridade dos elementos do Pel, conforme as regras de engajamento.
- O GC deve proteger o material apreendido e fazer a guarda do pessoal detido,
além de proporcionar segurança aproximada do grupo de revista.
- Deverá fazer o patrulhamento das imediações do posto.
- Deverá localizar e construir os abrigos para seu efetivo.
- É o responsável por colocar adequadamente os obstáculos.
- É sua responsabilidade a localização e a instalação adequada das armas
coletivas.
- É encargo do GC realizar a camuflagem corretamente à posição.
- Deve estabelecer e operar um Posto de Coleta de Presos. Poderá ser utilizada
uma VBTP como prisão provisória para manter ou conduzir presos.
- O GC deve reagir prontamente no caso de fuga; resistência à prisão ou ame-
aça à integridade dos elementos da turma de revista; ou incursões na área do Pel.
- O GC deve manter as comunicações com o Cmt Pel e com as demais turmas.
g) Grupo de Revista – Seção VBC Cav/VBR
- Prepara as instalações e locais destinados à revista de pessoal e Vtr;
- Instala os obstáculos em locais adequados. Utilizam armas portáteis (Pst 9
mm).
- Posiciona as placas de aviso.
- Instala os dispositivos de alarme e de iluminação.
- Identifica e revista pessoal e viaturas.
- Apreende material ilegal e de propaganda subversiva e obtém informes.
- Rende elementos suspeitos (simpatizantes, colaboradores, e F Adv).
- Baliza e controla o trafego de veículos na aproximação e saída do PBCE/
PBCVU.
- Mantém permanente vigilância. Seus integrantes devem permanecer sem-
pre com o colete de sinalização e armados de pistola. Devem utilizar, também, o
capacete e o colete balístico (como todo o pelotão).
- Providência para que as mulheres sejam revistadas por mulheres ou por
médicos.
- Escala um graduado, devidamente preparado, a fim de entrevistar os ele-
mentos suspeitos (uma relação de perguntas deverá ser previamente preparada
e a entrevista ocorrerá dentro de uma barraca). Uma guarda deverá ser montada
a fim de evitar a fuga do suspeito.
6-28
EB70-CI-11.457
- Estabelece uma guarda a fim de proteger o material detido.
- Utilizar suas próprias viaturas para montar os obstáculos, de modo a obrigar
os veículos a reduzirem sua velocidade ao aproximarem-se do PBCE/PBCVU.
- Dedica especial atenção aos procedimentos de revista e ao trato com o
público.
h) Procedimentos a serem adotados para revista:

Fig 91 - Abordagem de um veículo. Verificar os tapetes dianteiros e traseiros

- Ao se aproximar um veículo, a sentinela da entrada (balizador) deverá sina-


lizar para que a mesma pare no local de inspeção. A seguir, a equipe designada
(inspecionadores) procederá a verificação da viatura e do pessoal, utilizando

6-29
EB70-CI-11.457
espelhos, cães, ou qualquer outro material considerado necessário. Suspeitos
serão entrevistados de forma reservada.
- Ao término da revista, o veículo e seus ocupantes deverão ser liberados.
i) Procedimentos para a revista de um veículo:
- O militar que fizer a vistoria no interior do veículo deverá olhar com atenção
dentro do painel. Para tal, deverá deitar-se de costas sobre o assento dianteiro,
apoiado com uma das mãos no volante ou no painel.

Fig 92 - Revista de veículo

- Se o extintor estiver no seu suporte, solicitar ao motorista que abra sua


capa de proteção (sua cobertura).
- Verificar, se houver, o espaço entre os bancos dianteiros.
- Olhar sob os bancos dianteiros e enfiar as mãos entre as molas apalpando-
-as. lembrar que é um local ideal para se fixar pequenos objetos.
- Mesmo que o veículo não seja suspeito, verificar os elementos de fixação
da forração lateral e do teto. Se ela foi retirada há pouco tempo, poderá apre-
sentar características que denunciam o fato, como a falta de sujeira acumulada
nas emendas, cabeças de parafusos novas, encaixes com diferenças e outros.

6-30
EB70-CI-11.457
- Não esquecer de olhar ambos os lados do quebra sol, pois se pode fixar
até um revólver neste acessório.
- O porta-luvas poderá ter fundo falso. Comparar sua extensão interna e
externa.
- Verificar se o rádio toca-fitas realmente o são, pois poderão ser somente
a tampa de um fundo falso.
- Não devem ser esquecidos os alojamentos existentes no assoalho, no in-
terior do veículo e no porta-malas, como os locais para a guarda de ferramentas,
macaco e outros.
- Inspecionar os cinzeiros.
- Utilizar a “mesa espelhada” para verificar o fundo do veículo;
- Inspecionar o motor, tendo especial cuidado com acessórios que não sejam
comuns.
- Atentar para as calotas bojudas, para-lamas e para-choques, porta-malas.
- O grupo de segurança deverá estar atento a todos os movimentos, ações
e, até mesmo, às intenções de motoristas e passageiros. Este grupo deverá agir
por iniciativa própria, independente de ordem, para que o grupo de vistoria não
seja surpreendido por uma reação hostil. A revista deverá ser feita sob as vistas
do motorista detentor do veículo.
j) Procedimentos para a revista de pessoas:

Fig 93 - Revista de pessoas

- Revistar marmitas, mochilas, sacolas, malas, carteira, bolsa, livros e outros,


verificando onde possa ser colocado um objeto escondido (interior falso etc.).
- Verificar interior de bolos, tortas e comida em geral.

6-31
EB70-CI-11.457
- Revistar locais onde podem ser escondidos volumes (armas etc.) como
nas axilas, virilha, tornozelo etc. Verificar costuras de bainha de calça, forro de
chapéu, gola de camisa e outros.

Fig 94 - Pontos de esconderijo de objetos

6.3.8.2.4 Grupo de Cobertura (REAÇÃO)


a) Deverá permanecer em local abrigado e em condições de reforçar qualquer gru-
po do PBCE/PBCVU. Deve estar pronto para assumir qualquer frente da missão.
b) O grupo deve localizar, construir abrigos e instalar as armas coletivas.
c) Realizar a camuflagem corretamente à posição e uma permanente vigilância.
d) Manter as comunicações com o Cmt Pel e demais turmas.
e) Reagir prontamente no caso de tentativa de evitar o bloqueio ou passagem
suicida (regras de engajamento).
f) Constituir equipes de patrulha nos limites mais afastados do PBCE/PBCVU. Para
isso, o GE se torna a fração mais apta para essa missão por dispor de viaturas
leves, podendo facilmente cobrir uma área maior em um curto espaço de tempo.
g) Perseguir e capturar elementos (dentro das regras de engajamento) que tentem
evadir do local, evitando a revista e identificação.
6.3.8.2.5 Sequência de Atividades para Mobiliar o Posto
a) 1ª Atividade: mobiliar a estrutura de balizamento e as áreas de revista, de
triagem;

6-32
EB70-CI-11.457
b) 2ª Atividade: se na parte da manhã, montagem da área de estacionamento; e
c) 3ª Atividade: montagem do dispositivo de iluminação do posto.
d) Inverter a 2ª e 3ª atividades caso o posto seja mobiliado na parte da tarde.
6.3.8.2.6 Conduta no PBCE ou PBCVU
a) Procedimentos gerais:

Fig 95 - Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas

- Quando houver a aproximação de uma viatura, a sentinela da entrada deve-


rá sinalizar para que a mesma se dirija e pare no local de inspeção. A seguir, a
equipe designada procederá a verificação da viatura e do pessoal nela existente,
utilizando espelhos, cães e qualquer outro material considerado necessário.
- Mulheres e elementos considerados suspeitos deverão ser encaminhados
aos locais apropriados para isto (áreas de detenção e de revista de mulheres).
- Evitar discussões com os apressados. A autoridade deve ter atitude sempre
enérgica, mas educada, e assim nunca perderá a razão.
- Considerar que há interesse em obter o apoio e a simpatia da população,
evitando o tratamento rude e desatencioso. Deve-se ter cuidado especial com
crianças e idosos para não os assustar.
- Em horários de grande fluxo de tráfego, verificar os suspeitos e os demais de
forma aleatória, evitando congestionamentos desnecessários. Deve-se ter cuidado
especial nos períodos noturnos e com veículos trafegando em alta velocidade
onde deverá ser empregado o material de iluminação.
- Evitar a abertura de volumes e caixas, só o fazendo quando houver fortes
indícios de que se trata de material ilícito. Inspecionar detalhadamente o interior
dos veículos suspeitos. Interrogar as pessoas sempre isoladamente, confrontando
as informações.
6-33
EB70-CI-11.457

Fig 96 - Exemplo de esquema de ocupação de um PBCE ou PBCVU

- Ao tratar com preso ou detido, procurar sempre levantar informações, obe-


decer à legislação vigente no país (leis e códigos), não permitir o uso de violência
na conduta com o prisioneiro, respeitar a honra e a pessoa do prisioneiro, tomar
medidas para preservação da integridade do prisioneiro, não o expondo a riscos
desnecessários, tratar convenientemente o prisioneiro, quanto à alimentação, alo-
jamento e saúde e permanecer com o preso o menor tempo possível, procurando
evacuá-lo, com o apoio da polícia se possível, o quanto antes.

Fig 97 - Posto de sentinela

6-34
EB70-CI-11.457
b) Conduta geral dos integrantes do PBCE ou PBCVU:
- Evitar discussões (não esquecer que a autoridade, sendo enérgica, mas
educada, nunca perderá a razão.
- Considerar sempre que há interesse em manter ou obter o apoio e a simpatia
da população, devendo ser evitado o tratamento rude e desatencioso.
- Demonstrar autoridade e confiança sem apresentar agressividade, tendo
cuidado especial com crianças e idosos para não os assustar.
- Ter cuidado especial nos períodos noturnos com veículos trafegando em
alta velocidade.
- Interrogar as pessoas sempre isoladamente, confrontando as informações.
- Procurar estabelecer amistoso e profissional com os integrantes dos OSP.
c) Sempre que possível, o Pel C Mec não deve estar responsável pela burocracia
jurídica ao realizar a detenção ou apreensão de um ilícito no PBCE ou PBCVU.
Para isto, devem ser destinados outros elementos dA OM ao qual o Pel C Mec
está subordinado, apoiados por “delegacias itinerantes” constituídas pelos OSP.
d) O ilícito deverá ser deslocado até o OSP responsável caso não haja repre-
sentante no local. Estas medidas visam agilizar e minimizar erros nos processos
jurídicos, como por exemplo, uma prisão em flagrante delito.
e) O Cmt Pel não deve abandonar o PBCE ou o PBCVU para conduzir um preso
(voz de prisão). Para conduzir um detido ao OSP responsável, o comandante de
pelotão deve fazer uso de um dos seus Cmt Fração.
f) Conduta e procedimentos diversos do Cmt Pel C Mec:
- Manter sempre a ligação fio entre as suas frações.
- Determinar que em todas as situações seja empregada a filmadora e a má-
quina fotográfica para registrar (como prova) a correção das atitudes e das ações
(aspecto legal) dos militares do pelotão.
- Verificar se o balizamento noturno e a sinalização de trânsito estão de acordo
com as normas do CONTRAN.
- Alterar seguidamente a localização dos seus postos.
- Determinar que o local de descanso e de rancho seja instalado fora das vistas
da população.
- Conduzir sempre a documentação relacionada à atividade e à missão de seu
pelotão (CPM, CPPM, CF 88, Normas Jurídicas, regras de engajamento e outros).
- Relembrar a missão que cada militar deverá cumprir;

6-35
EB70-CI-11.457
- Verificar seguidamente se todos os integrantes do pelotão compreenderam
suas missões e tarefas e se as executam conforme o previsto.
- Estabelecer uma ordem de fluxo de pessoal e de viaturas dentro do PBCE
ou PBCVU.
- Solicitar apoio das polícias Federal, Rodoviária, Militar, Civil, policiais femininos
e demais OSP sempre que necessário.
- Determinar que toda revista de veículo seja executada na presença do pro-
prietário e de uma testemunha se possível.
- Posicionar o PBCE ou o PBCVU em pontos onde haja surpresa para quem
se aproxima e com espaço suficiente para montar o dispositivo.
- Orientar a ação dos revistadores determinando que toda revista seja feita de
acordo com os procedimentos padronizados (uso de luvas cirúrgicas etc.).
- Empregar as próprias Vtr do Pel C Mec como barreiras ou como instalações
improvisadas no PBCE ou PBCVU sempre que for necessário.
- Utilizar o GE, preferencialmente, para o patrulhamento ostensivo, em função
da maior manobrabilidade de suas viaturas
- Empregar a Seção VBC Cav/VBR para mobiliar o Gp de Revista (maior nú-
mero de militares graduados).
- Manter sempre a integridade tática de suas frações na organização dos
grupos do posto.
6.3.8.2.7 Material a ser Empregado no Posto
a) Barricada para canalizar o trânsito.
b) Fura pneu (pode ser complementado com as VB).
c) Ouriço, concertinas, tonel de combustível.
d) Cavalo de Frisa, sacos de areia, carrinho de espelho.
e) Cones e coletes de sinalização.
f) Lanternas, latas de óleo e estopas e material de iluminação noturna elétrico.
g) Gerador e combustível para a sua operação (independência no funcionamento
do posto).
6.3.8.2.8 Emprego do Pel C Mec com seus Meios Orgânicos num PBCE ou PBCVU
a) Para que o Pel C Mec possa conduzir todos os meios relacionados anterior-
mente, será necessário o apoio de uma viatura 5 toneladas (caminhão).
b) Um posto de bloqueio leva algum tempo para ser montado e desmontado,

6-36
EB70-CI-11.457
e, normalmente, um Pel C Mec após ocupar um determinado ponto no terreno,
rapidamente perde o fator surpresa, já que a notícia se espalhará e os elementos
da F Adv tomarão as devidas precauções para evitar passar neste local.

Fig 98 - Instalação de PBCE ou PBCVU empregando as VB do Pel C Mec

c) Para evitar ou reduzir a perda do fator surpresa, o pelotão deve procurar montar,
em apenas uma jornada, diversos pontos de bloqueio, em diferentes locais, mo-
bilizando e desmobilizando rapidamente esses postos, com o mínimo de material
necessário e, de preferência, que possa ser embarcado ou conduzido nas suas
próprias viaturas orgânicas.
d) O objetivo principal da ocupação de vários postos é manter a iniciativa e a
surpresa das ações. O sucesso da ação está em aproveitar ao máximo as carac-
terísticas de proteção blindada e de mobilidade das viaturas do Pel C Mec nos
postos de bloqueio.
e) Na instalação do posto, caso haja necessidade, poderão ser conduzidas e
montadas barracas. Para que não haja perda de tempo na mudança da posição,
os PBCE ou PBCVU devem ser instalados em locais que possuam construções
a fim de serem utilizadas como áreas de revista e detenção de presos.
f) Em princípio, todo o material necessário para a instalação do posto deverá
ser conduzido pelas VB do Pel C Mec. Dessa forma se ganha tempo, surpresa
e sigilo das ações.

6-37
EB70-CI-11.457

Fig 99 - VB conduzindo seu próprio equipamento de PBCE/PBCVU.


Exemplos de equipamentos para utilização em PBCE/PBCVU (cones, ouriços, cavalos de frisa,
placas de sinalização)

Fig 100 - PBCE ou PBCVU montado pelo Pel C Mec com seus VB (destaque para os cavalos de frisa
e os postes de iluminação improvisados e as placas de redução gradativa de velocidade

6.3.8.3 Operações de Busca e Apreensão e Vasculhamento de Áreas


6.3.8.3.1 As operações de busca e apreensão destinam-se a capturar membros
da F Adv e a apreender o seu armamento, munição e outros itens de posse não
permitida à população, além de restringir a liberdade de ação da F Adv.
6.3.8.3.2 As operações de busca e apreensão devem ser realizadas em plena
conformidade com os dispositivos legais de garantia das pessoas – mandados
judiciais e outras providências definidas na lei, particularmente quando a operação
é executada nas condições de normalidade.
6.3.8.3.3 Regras de conduta e de engajamento deverão estar bem definidas e
devem ser do conhecimento de toda a tropa.

6-38
EB70-CI-11.457
6.3.8.3.4 Quando da efetuação de prisão em flagrante, deve-se tomar as devidas
precauções para que o Cmt Pel não seja desviado da área de operações a fim
de cumprir as formalidades de condutor do preso. Para evitar que o Cmt Pel dê a
voz de prisão a determinado elemento e tenha que conduzi-lo para o local onde
será formalizada a prisão, é importante que o Cmt Pel retire todas as dúvidas com
núcleo de assessoria jurídica da Brigada a que pertence e com seu comandante
imediato. O ideal é que o Cmt Pel, na necessidade de realizar um flagrante delito,
determine que algum dos seus Cmt de grupo/seção dê a voz de prisão e atue
como condutor da pessoa presa. Após a saída de um Cmt de grupo, a fim de
conduzir o preso, outro Cmt de grupo/seção assume a sua função.
6.3.8.3.5 A existência de uma “delegacia itinerante” por parte da Brigada/Regi-
mento, em conjunto com os Órgãos de Segurança Pública, facilitará a ação da
prisão em flagrante delito por parte do Pel.
6.3.8.3.6 Os comandantes devem tomar todos os cuidados devidos para evitar
situações em que a conduta da tropa seja questionada, principalmente no que se
refere ao tratamento das pessoas e o respeito à propriedade alheia.
6.5.8.3.7 A busca e apreensão pode ser realizada em um local determinado e
com objetivos (pessoal e/ou material) bem definidos, ou abranger grandes áreas
rurais, ou urbanas.
6.3.8.3.8 Nas operações de busca, apreensão e vasculhamento de áreas, o Pel C
Mec poderá atuar em uma das seguintes forças: cerco, incursão, vasculhamento
e segurança.
6.3.8.3.9 Dentro de um Esqd C Mec, cada Pel assume uma dessa forças, em
formação de Pel C Mec ou constituindo Pel Provs.
6.3.8.3.10 Ao elemento de cerco cabe isolar a área onde se realiza a busca e
apreensão, seja ela uma casa, um bairro ou uma localidade. Para a ação em um
bairro, deve-se:
a) verificar se a largura das ruas permite o emprego das viaturas do Pel;
b) reconhecer o tamanho do bairro a fim de que o efetivo do Pel C Mec seja apro-
priado para isolar todas as ruas, becos, entradas e saídas do bairro;
c) definir por meio de fotografias os itinerários de entrada e rotas de fuga do bairro;
d) determinar as ruas e os becos onde serão posicionados as viaturas e os fuzi-
leiros desembarcados; e
e) definir as principais edificações onde poderão ser dispostos os atiradores e
observadores do Pel. Esses elementos serão conduzidos pelas viaturas blindadas
do Pel até a entrada do edifício que será utilizado como posto de observação
e tiro e, posteriormente, resgatado por estas mesmas viaturas. Deverá existir
comunicação entre todas as viaturas blindadas e as esquadras/patrulhas que
estarão desembarcadas.
6-39
EB70-CI-11.457

Fig 101 - Ocupação de quadras de um bairro para interdição

6.3.8.3.11 Os fuzileiros e/ou patrulheiros que desembarcarem com a finalidade


de vigiar becos e ruas, deverão estar devidamente abrigados nas construções
das ruas.
6.3.8.3.12 O pelotão fechará os acessos a determinada área empregando suas
viaturas blindadas e outros materiais de fácil e rápido emprego, como as concer-
tinas e cavalo de frisa.
6.3.8.3.13 O elemento de incursão tem por missão penetrar na área isolada e
realizar efetivamente a busca e a apreensão do pessoal ou material. Normalmente
uma tropa especializada realiza a “entrada tática” e o Pel C Mec, na sequência,
realiza o vasculhamento.
6.3.8.3.14 A “entrada tática” no local suspeito (“aparelho”) presume grande risco,
logo, o Pel C Mec somente realizará este tipo de ação com muito adestramento
da tropa e com o uso de equipamentos e munições especiais. Por essa razão,
delega-se esta tarefa a tropas especializadas. Após o investimento dessa tropa,
o Pel C Mec, com seu grupo de combate e exploradores, executa um vasculha-
mento no local.

Fig 102 - Ocupação de observadores nos telhados e posicionamento abrigado do fuzileiro


ocupando as ruas

6-40
EB70-CI-11.457
6.3.8.3.15 As VB do Pel poderão ser empregadas para a abertura de locais
suspeitos. Cabe ressaltar que toda entrada em propriedade particular deve estar
amparada por ordem do Esc Sp (determinação judicial) ou regras de engajamento.
6.3.8.3.16 A força de vasculhamento deverá revistar todos os locais suspeitos de
uma residência ou rua, como por exemplo: bueiros, lustres, caixa d’água e outros,
ou seja, locais onde possa ser escondido algum objeto ilícito.

Fig 103 - VB do GC e da Peça de Apoio ocupando posições para desembarque da tropa,


em segurança, em uma rua

6.3.8.3.17 A força de segurança atua como reserva e deve estar pronta para
enfrentar eventuais resistências e proteger, evacuar ou substituir as demais for-
ças. O Pel C Mec poderá ser o elemento reserva do Regimento ou do Esqd que
executa essa operação.

Fig 104 - Tropa se deslocando para realizar a entrada tática no “aparelho”

6-41
EB70-CI-11.457

Fig 105 - Itinerários de acesso e de fuga, principal e alternativo dos pontos de cerco

Fig 106 - VB do Pel C Mec realizando a abertura forçada de um “aparelho” utilizado


pelas F Adv para prática de atividades ilegais

6.3.8.3.18 O Pel C Mec atuará basicamente nas forças de: cerco, vasculhamento
e segurança.

6-42
EB70-CI-11.457
6.3.8.3.19 As operações de busca e apreensão encerram grande potencial de
desgaste para a força legal, principalmente quando conduzidas em área urbana,
por isso, devem ser cuidadosamente planejadas, possuir objetivos bem definidos
e estar apoiadas em adequadas operações de inteligência.
6.3.8.4 Interdição de Área
6.3.8.4.1 As ações de interdição de áreas visam impedir o acesso de pessoas não
autorizadas a áreas ou instalações de vital importância na situação considerada.
6.3.8.4.2 As mesmas considerações sobre cerco (isolamento) são aplicáveis
para a interdição, sendo que neste caso, a entrada de pessoas e veículos em
uma determinada área será restrita ou impeditiva. Poderá ser interditado tanto o
acesso a uma instalação como a um quarteirão ou bairro.
6.3.8.4.3 A interdição deverá ser bem executada de forma a evitar a evacua-
ção. As evacuações visam retirar pessoas de áreas ou instalações onde sua
presença não seja permitida. Nas ações de evacuação, é muito provável que
ocorra confronto da força legal com elementos neutros ou inocentes úteis. Des-
sa maneira, as ações de evacuação são muito propícias à intenção da F Adv de
criar “mártires” para o movimento. Em virtude disso, crescem de importância as
ações de interdição, evitando que posteriormente seja necessário realizar uma
evacuação.

Fig 107 - Pel C Mec empregando suas Vtr Bld para isolar uma rua

6.3.8.4.4 As interdições são medidas preventivas, enquanto as evacuações são


medidas corretivas, assim é evidente que as primeiras apresentam menores risco
de desgaste para a força legal e, consequentemente, devem ser priorizadas nos
planejamentos.
6.3.8.4.5 As interdições, sempre que possível, devem ser instaladas durante os
horários de menor movimento (madrugadas) e de surpresa, de modo a evitar atritos
da tropa que realiza a interdição com civis em trânsito no local ou que procuram
evitar o estabelecimento da interdição.

6-43
EB70-CI-11.457
6.3.8.4.6 Deve-se dar especial atenção aos residentes dentro da área em que é
conduzida a interdição. Os moradores deverão ser cadastrados e identificados
para poder circular pelas barreiras (se for o caso).
6.3.8.5 Identificação de Pessoas e Controle de Movimentos
6.3.8.5.1 A identificação de pessoas e controle de movimentos visa identificar e
aprisionar membros da F Adv.
6.3.8.5.2 A identificação de pessoas pode ser feita em PBCE/PBCVU ou em
patrulhamentos.
6.3.8.5.3 Os elementos que executam a identificação devem ser instruídos sobre
as formas legais de identificação das pessoas e a validação dos documentos
possíveis de serem usados pela população local.
6.3.8.5.4 O controle de movimentos é feito normalmente em PBCE/PBCVU/
PBCVU e pode ser apoiado em medidas restritivas, como proibição de acesso a
determinadas áreas, toque de recolher e outras providências.
6.3.8.5.5 As medidas de controle de movimento devem ser objeto de planeja-
mento detalhado e integrado com órgãos policiais e de administração civil, de
modo a reduzir ao mínimo os transtornos à população.
6.3.8.5.6 Os integrantes do Pel C Mec deverão memorizar as faces dos procurados,
para isto, deve-se utilizar cartazes espalhados pela base em locais como entrada
de rancho, banheiros, entrada de alojamentos e até mesmo colocar essas faces
nos naipes do baralho a ser distribuído a tropa como diversão.
6.3.8.6 O Pel C Mec nas Operações de Controle de Distúrbios

Fig 108 - Organograma da força de controle de distúrbios

6-44
EB70-CI-11.457
6.3.8.6.1Tais ações são frequentemente empregadas em operações de GLO e
podem ser executadas em situação de normalidade.
6.3.8.6.2 Os meios da F Ter só devem ser empregados em ações de controle
de distúrbios depois de esgotados os meios da Polícia Militar, numa operação
de GLO, ou quando o distúrbio ocorrer em área sujeita à administração militar.
6.3.8.6.3 Para o Pel C Mec atuar no controle de distúrbios deverá estar dotado de
equipamentos, armamentos e munições especiais. Dependendo da reação das
F Adv, o pelotão, dentro do uso gradativo da força, poderá empregar até mesmo
o seu armamento orgânico (Fz e Mtr) a fim de proteger a tropa.
6.3.8.6.4 A F Adv tentará desestabilizar a tropa através de xingamentos, ofensas
e atirando objetos diversos. Cabe à tropa estar preparada para essa situação,
sabendo que vai sofrer todo tipo de pressão psicológica não podendo reagir sob
o risco de perder a razão e a F Adv conseguir o seu objetivo.
6.3.8.6.5 A princípio, o Pel C Mec apenas deverá monitorar uma passeata ou
manifestação, entretanto, essa concentração de populares na rua poderá ser
conduzida pela F Adv, para realizar saques, depredações e agressões.
6.3.8.6.6 Iniciando com a advertência, passando pelo gás lacrimogêneo e termi-
nando com o tiro de fuzil e de metralhadora, o uso gradativo da força deverá ser
proporcional a atuação da F Adv.
6.3.8.6.7 Em uma operação de controle de distúrbios, são constituídas a Força
de Choque, Equipe de Observação e Base de Fogos, Força de Cerco, Força de
Isolamento, Força de Reação, Força de Reserva, Equipe de Apoio. O Pel C Mec
nas operações de controle de distúrbios poderá constituir qualquer uma dessas
forças.
6.3.8.6.8 Força de Choque
a) Essa força é constituída, normalmente, por tropas de choque (PE ou Gd), de-
vidamente equipados (capacete com viseira, cassetete, máscara contra gases,
outros equipamentos de proteção individual).
b) Sua ação é sempre vigorosa, visando dispersar a turba.
c) o Pel C Mec apoiará a ação da tropa de polícia, de guardas ou hipomóvel por
meio de suas viaturas blindadas, de forma a dissuadir as F Adv, abrir barreiras
impostas pelos manifestantes e proteger com sua blindagem a ação da tropa a pé.
d) O pelotão pode, em casos excepcionais, ser empregado como força de choque.
Deve-se ressaltar, porém, que não é a tropa mais adequada para essa missão.
e) A utilização das viaturas, pode, por outro lado, ser empregada com sucesso,
tanto na dispersão da turba, como para efeito dissuasório. O emprego do Pel C
Mec na Força de Choque deve ser restringido à utilização das viaturas e da tropa
embarcada ou na equipe de apoio de fogo sempre que possível.

6-45
EB70-CI-11.457
6.3.8.6.9 Força de Cerco
a) Executa o cerco da área conturbada através da ocupação de posições de blo-
queio nos acessos imediatos ao redor da turba, impedindo que a turba se evada
por esses acessos ou que outros elementos adentrem e se juntem à turba.
b) A força de cerco deve manter uma dessas vias livres como rota de fuga plane-
jada para a evasão da massa que não quer o confronto.
c) Dispondo de um grande número de viaturas, o Pel C Mec pode rapidamente
se desdobrar e bloquear um grande número de vias de acesso.
d) Para isso, o pelotão poderá empregar:
- patrulhas do GE nas vias de acesso secundárias.
- as VBR podem bloquear a via de acesso principal, apoiadas por elementos
do GC. Nessa via, deve permanecer também o Grupo de Comando.
- o GC, com a V BTP, apoiando a Seção VBC Cav/VBR na via de acesso
principal.
- a VBC Mrt (VBTP) da peça de apoio pode também fechar mais uma via de
acesso, apoiada ou não, por uma esquadra do GC.
e) O Cmt Pel C Mec ao dispor sua tropa barrando diversas vias de acesso, deve
manter a integridade tática das suas frações para um maior controle dos efetivos
e das viaturas.
6.3.8.6.10 Força de Isolamento
a) A Força de Isolamento estabelece PBCE/PBCVU e posições de bloqueio em
locais um pouco mais afastados dos bloqueios realizados para força de cerco,
com a finalidade de desviar o tráfego de veículos (evitar a entrada de veículos à
área de operações).
b) As mesmas observações feitas para o Pel C Mec na Força de Cerco são válidas
para a Força de Isolamento.
6.3.8.6.11 Força de Reserva
a) Força de Reserva possui características semelhantes à Força de Reação.
b) Deve ficar em condições de reforçar as posições de cerco, da força de reação
ou atuar em área próxima.
c) No caso de a turba hostilizar com armas de fogo, o Pel C Mec, por possuir
diversas viaturas blindadas, pode com mais facilidade entrar na área do conflito
e dispersar a turba.
d) As VBC Cav/VBR do Pel C Mec apoiarão com sua proteção blindada, sirenes,
faróis de busca, ruído dos motores e com o seu armamento para causar um forte
impacto psicológico na turba, facilitando sua dispersão. Pode ainda fazer uso dos
6-46
EB70-CI-11.457
lançadores de fumígenos para lançá-los sobre a turba.
e) A utilização de armas de fogo deve ser adiada o máximo possível e somente
ser empregada mediante ordem do Cmt de Pel C Mec, amparado nas regras de
engajamento.
f) O GC deve utilizar o máximo possível da proteção blindada para chegar à área
do conflito. Após sua chegada, deve atuar desembarcado, realizando a proteção
aproximada das VBC Cav/VBR.
g) A VBTP do GC e da peça de apoio, com suas guarnições, podem ser empre-
gadas tanto como fator de dissuasão e proteção, como também para resgatar
elementos feridos em posições avançadas, além de servir de prisão.
h) O GE pode tanto apoiar a ação ocupando posições de tiro, empregado como
sessões de metralhadoras em locais de dominância, como também embarcado,
na perseguição e busca de elementos que por ventura tenham furado o cerco,
ou ainda apoiando de forma mais direta a ação da força de reação ou reserva.
i) O emprego das viaturas blindadas do Pel C Mec em conjunto durante a ação,
além de propiciar proteção para as frações, oferece grande vantagem de ob-
servação, além de criar forte impacto psicológico sobre a turba. A utilização do
princípio da massa visa criar o máximo efeito dissuasório, de modo a cumprir a
missão pacífica e rapidamente.
6.3.8.6.12 Força de Reação
a) Tropas em segundo escalão empregadas caso a força de choque seja hostili-
zada com amas de fogo que superem sua capacidade de ação.
b) As mesmas observações feitas para o Pel C Mec na Força de Reserva são
válidas para a Força de Reação.
6.3.8.6.13 Equipe de Observação e Base de Fogos
a) Realizam a identificação dos agitadores, alvejam e atiram mediante ordem
(atiradores de escol) buscando, a princípio, incapacitar, não eliminar.
b) o Pel C Mec está apto a observar e informar através de postos de observação
a atividade da turba. Entretanto, para integrar os elementos do apoio de fogo
(atiradores de escol), somente aqueles habilitados e adestrados em cursos e
estágios destinados a esse fim poderão ser empregados.
6.3.8.6.14 Equipe de Apoio
a) A equipe é composta de pessoal de saúde, bombeiros, operações psicológicas,
Elm da Justiça, serviços gerais etc.
6.3.8.7 Demonstração de Força
6.3.8.7.1 As demonstrações de força visam dissuadir a F Adv e/ou as pessoas
que ela conduz de atitudes que possam ocasionar confronto com a força legal.
6-47
EB70-CI-11.457
6.3.8.7.2 A ação de demonstração de força é realizada pela exposição à obser-
vação dos elementos que se opõe à força legal de uma tropa de efetivo, atitude,
armamento e material capazes de convencê-los que será inútil opor-se a ação
dessa tropa.
6.3.8.7.3 O emprego de tropas blindadas ou mecanizadas, com viaturas sobre
rodas e o sobrevoo de aeronaves, têm grande poder dissuasório e são muito efi-
cientes neste tipo de ação. Por esse motivo, o Pel C Mec se constitui o elemento
perfeito para atingir essa condição.
6.3.8.7.4 As demonstrações de força devem ser apoiadas por operações psico-
lógicas e ação cívico social.

Fig 109 - Barricada montada por manifestantes

Fig 110 - Distúrbio civil

6.3.8.8 Patrulhamento Mecanizado de Vias Urbanas e Rodovias


6.3.8.8.1 O Pel C Mec realizará o patrulhamento nas vias urbanas, principalmente
nos locais de maior risco para a tropa, quando o risco aumenta pela escuridão,
e o trânsito de veículos diminui, facilitando o movimento das viaturas blindadas.

6-48
EB70-CI-11.457
6.3.8.8.2 Manifestantes poderão bloquear vias urbanas e/ou estradas, causan-
do transtorno, dificultando ou até mesmo impedindo a prestação de serviços e
também criando obstáculos para que as forças de legais se aproximem da turba.
6.3.8.8.3 O principal objetivo do pelotão será o de garantir uma tranquilidade
a localidade, realizando um policiamento ostensivo, percorrendo um itinerário
variado e pré-definido.

Fig 111 - VB do Pel C Mec abrindo passagem em barricada

6.3.8.8.4 Esse patrulhamento visa dar maior segurança à população e evitar que
as F Adv tenham liberdade e se aproveitem da escuridão para realizar ações
ilícitas como vandalismo, saques, assaltos, sequestros e fechamento de ruas
por meio de barricadas.

Fig 112 - VB do GC e da Pç Ap realizando patrulhamento

6-49
EB70-CI-11.457
6.3.8.8.5 Todas as VB do pelotão poderão participar do patrulhamento, entretanto,
as mais aptas são as VBTP do grupo de combate, a VBC Mrt (VBTP) da peça
de apoio e as VBMT do grupo de exploradores. Esse patrulhamento poderá ser
individual, entretanto, o mais seguro será lançar uma dupla de viaturas para cada
rua patrulhada.
6.3.8.8.6 As viaturas deverão possuir material de comunicações para atuar em
áreas urbanas, além de equipamento de iluminação externa (farol de busca).
6.3.8.8.7 Os maiores riscos ao Pel C Mec durante o patrulhamento são: as barrica-
das, as emboscadas, os fossos, os atiradores de escol, o arremesso de coquetéis
Molotov e os materiais utilizados para obstruir ruas.

Fig 113 - VBTP do GC dotada com equipamento especializado abre uma passagem
em barricada montada por manifestantes

6.3.8.8.8 Normalmente pneus queimados, latões com material inflamável e até


carcaças de veículos são utilizados pelos manifestantes para bloquear o acesso
das Vtr do Pel. Entretanto, esses materiais não constituem obstáculo para as VB do
Pel C Mec. Utilizando fateixas presas em cabos de aço para puxar os obstáculos
maiores ou mesmo empurrando com os próprios carros os obstáculos é possível
romper os bloqueios. A atenção deve estar no pneu, pois ele poderá ser rasgado
com os destroços de uma carcaça abandonada na rua.
6.3.8.9 Escolta de Comboios
6.3.8.9.1 A escolta de comboios numa operação de garantia da lei e da ordem
seguirá as mesmas técnicas, táticas e procedimentos (TTP) previstas para essa
tarefa em operações convencionais, adaptando-se a conduta da tropa às regras
de engajamento e às restrições para o emprego da força previstos para a ope-
ração de GLO.

6-50
EB70-CI-11.457
6.3.8.9.2 Para mais informações sobre essas TTP de escolta de comboio, consultar
o Capítulo III – Segurança, deste Caderno de Instrução.
6.3.8.10 Segurança de Áreas e Instalações (Pontos Sensíveis)
6.3.8.10.1 Generalidades
a) Ponto sensível (PS): é qualquer ponto cuja destruição ou neutralização possa
gerar danos significativos de cunho econômico, militar e para o moral e o bem-
-estar da população.
b) Tipos de pontos sensíveis:
- instalações militares e governamentais;
- serviços públicos (água, luz, gás);
- instalações e serviços de telecomunicações (telefonia rádio e televisão);
- instalações do setor de combustíveis;
- instalações de transportes (aeroportos, portos, pontes);
- hospitais, postos de saúde, ambulatórios;
- agências bancárias e outras instalações financeiras etc.
c) Organização do Pel C Mec na Segurança de um Posto de Segurança Estático
d) Na segurança de um Posto de Segurança Estático (PSE) o Pel C Mec deverá
organizar a suas frações para compor os seguintes grupos:
- Grupo de Comando;
- Grupo de Segurança;
- Grupo de Choque, e
- Grupo de Patrulha.
e) O Mrt Me, em princípio, não será empregado na segurança de um PSE numa
operação de GLO. A guarnição da Peça de Apoio deverá ser empregada em
qualquer dos grupos organizados para a segurança do PSE.
f) A Seção de VBC Cav/VBR terá seu emprego muito limitado na segurança de
um PSE numa operação de GLO. Suas VBC Cav/VBR poderão ser emprega-
das com o grupo de segurança, ocupando postos de observação no interior do
perímetro do PSE, fazendo uso de seus equipamentos optrônicos na vigilância
diurna e noturna do PSE.

6-51
EB70-CI-11.457

Fig 114 - Pontos Sensíveis

6.3.8.10.2 Conduta do Pel C Mec na Segurança de um PSE


a) O dispositivo a ser empregado é semelhante ao de uma defesa circular.
b) O Cmt Pel assegura o alerta contra a aproximação das F Adv pelo estabeleci-
mento de um sistema de PO em torno da instalação (em pontos altos da mesma)
e o contínuo patrulhamento.
c) Caso possível, o que usualmente não ocorrerá em virtude do efetivo do Pel,
deverá ser mantida uma reserva em posição central para proteger a instalação.
Caso seja necessário, deverá ser feito contato com o comando do esquadrão
para que o pelotão seja reforçado com fuzileiros a fim de suprir as eventuais
necessidades de pessoal ou, se for o caso, criar uma força de reserva.
d) Patrulhas a pé entre os postos de observação poderão ser planejadas caso
existam obstáculos que impeçam o contato visual entre os PO.
e) Os morteiros e o canhão 90 mm do Pel dificilmente serão empregados contra F
Adv (lembrar do grau de uso da força). A peça de apoio atuará empregando seus
armamentos individuais, sua viatura blindada, armamentos e munições especiais
para operações de GLO (armamento não-letal) e os carros da seção de viaturas
blindadas serão empregados como meio de dissuasão e bloqueio.

6-52
EB70-CI-11.457

Fig 115 - Patrulha do GE com VBMT controla o acesso a um ponto sensível

f) Para a constituição dos grupos, deverá ser mantida a integridade tática das
frações, porém nada impede ao Cmt de reforçar um grupo, em função da sua
missão a cumprir.
g) Elementos conhecedores das instalações poderão assessorar o comandante
da fração em tudo aquilo que disser respeito ao Ponto Sensível.
h) As frações do Pel C Mec e elementos recebidos em reforço serão organizados
em Grupo de Comando (Cmt Pel, Adj Pel, R Op, padioleiro, mensageiro e outros),
Grupo de Segurança (GC), Grupo de Patrulha (GE) e Grupo de Choque (Seç
VBC Cav/VBR e Pç AP).
i) São missões do Grupo de Comando (Gp Cmdo):
- estabelecer ligações e comunicações com todos os grupos;
- coordenar e controlar o Pel;
- providenciar os meios necessários para a execução da missão.
j) São missões do Grupo de Segurança (Gp Seg):
- vasculhar, minuciosamente, todas as instalações do ponto sensível (se for o
caso, acompanhado de um técnico);
- estabelecer a defesa circular aproximada e os postos de controle de circu-
lação se for o caso;
- estabelecer barreiras e outras medidas de proteção aproximada; e

6-53
EB70-CI-11.457
- controlar a circulação de pessoal no interior do PSE.

Fig 116 - Posto de sentinela em um PSE

k) São missões do Grupo de Patrulha - Gp Pa:


- revistar suspeitos nas proximidades do PSE;
- estabelecer a defesa circular afastada;
- lançar patrulhas (a pé ou motorizadas);
- estabelecer PBCE/PBCVU de Vtr e pessoal nas vias de acesso ao Ponto
Sensível;
- aprisionar elementos suspeitos nas proximidades do Ponto Sensível;
- instalar obstáculos nos itinerários de acesso;
- limpar os campos de tiro e obstáculos, conforme as necessidades do grupo
de sentinela; e
- supervisionar o controle de áreas proibidas.
l) São missões do Grupo de Choque - Gp Chq:
- atuar como forca de reação;
- realizar o cerco inicial, isolando o PSE até que o Grupo de Sentinela esteja
posicionado (para essa missão pode contar com o apoio do Gp de Pa – GE);

6-54
EB70-CI-11.457
- reforçar o controle de algum ponto crítico vulnerável, no interior do PSE, Mdt O;
- reforçar a defesa do perímetro, Mdt O;
- reforçar o Gp Pa, Mdt O;
- constituir-se numa Força de Reação ECD deslocar-se rapidamente para
qualquer setor em perseguição ao inimigo que tentar evadir após atentar contra o
PS. Nesse deslocamento pode empregar a própria VBTP Urutu da Pç de Apoio; e
- ficar ECD atuar em controle de distúrbios, empregando as viaturas e ser
apoiado por elementos do GC e da Pç Ap.
6.3.8.10.3 Sequência das Ações no PSE
a) A sequência das ações a serem realizadas pelo Pel C Mec num PSE é a se-
guinte: recebimento da missão, planejamento, deslocamento, ocupação e ligações
e comunicações.
b) Recebimento da missão do PSE:
- sanar dúvidas;
- solicitar fotos, mapas e plantas baixas do ponto sensível;
- analisar as características do PSE por meio de plantas, croquis e fotografias.
c) Planejamento das ações:
- verificar locais de estacionamento de viaturas;
- constatar se o Itn de deslocamento comporta a passagem dos blindados
(Pcp pontes);
- levantar se as viaturas blindadas conseguem passar facilmente pelas en-
tradas do PSE;
- analisar a situação do inimigo, em ligação com o S/2;
- realizar os reconhecimentos, SFC;
- possibilitar o reconhecimento detalhado do PSE verificando o tipo, natureza,
importância, finalidade e características gerais do PSE;
- verificar os meios de transporte disponíveis;
- verificar o itinerário de ida e de volta e vias de acesso;
- verificar as regras de engajamento, particularmente, ações em caso de
emboscada;
- verificar locais adequados para colocação de obstáculos;
- dividir os grupos e dispositivo a ser adotado;
- localizar os grupos no PSE;

6-55
EB70-CI-11.457
- prever a Oco dos locais com comandamento sobre o PSE;
- prever o emprego das comunicações e ligações com o escalão superior;
- importante que todos integrantes do Pel conheçam pontos vitais do PSE;
- solicitar a presença de especialistas da própria OM, como comunicantes,
eletricistas, enfermeiros, saúde, e manutenção de Vtr etc;
- prever o local do rancho longe das vistas da população; e
- realizar o estudo de situação; ensaios e inspeções.
d) Deslocamento para o PSE:
- verificar a situação no momento para definir o grau de segurança a adotar;
- verificar os Itn alternativos;
- empregar Vtr reservas; e
- prever condutas alternativas em caso de pane de Vtr.
e) Ocupação do PSE:
- a ocupação deve ser, sempre que possível, durante horários de menor movi-
mento (madrugadas), procurando a surpresa a fim de evitar atritos da tropa que a
realiza com civis em trânsito no local, ou que procurem evitar o estabelecimento
do PSE;
- realizar a ligação com o responsável pelo PSE;
- reconhecer o PSE com os Cmt de grupo e peritos se for o caso;
- ocupar o PSE na sequência (1º grupo de choque, grupo de sentinela e grupo
de patrulha);
- confeccionar esquema de defesa do PSE;
- adotar medidas de controle de pessoal;
- executar patrulhamento;
- lançar obstáculos;
- estabelecer sistema de alarmes;
- variar as medidas de segurança; e
- não dificultar a rotina do PSE.
- os horários e itinerários das rondas e trocas de guarda devem ser alterados
constantemente para evitar o estabelecimento de rotinas;
- limpar dos campos de tiro;
- durante a noite as viaturas devem permanecer com os faróis virados para

6-56
EB70-CI-11.457
as áreas críticas; e
- iluminar com holofotes as áreas críticas pelo grupo de sentinela.
f) Estabelecimento das Ligações e comunicações:
- são ações descentralizadas;
- manter contato com Cmt Gp e com escalão superior; e
- utilizar meio-fio, rádio e mensageiro.
6.3.8.10.4 Ações após a Ocupação do PSE
a) Executar a limpeza das áreas que favoreçam a execução de fogos a curta
distância sobre o PSE;
b) providenciar para que a presença dos blindados não atrapalhe o andamento
normal da Atv diárias do PS:
c) acionar o sistema de alarme com a finalidade de treinar os grupos e deixá-los
sempre ECD emprego;
d) simular incidentes nos diversos pontos vulneráveis ou críticos; e
e) prever modificações frequentes dos itinerários de patrulhas, dos postos móveis
das sentinelas, da localização de postos fixos, dos horários de mudança de guarda
e da utilização de senha e contrassenha (diárias) a fim de dificultar ao inimigo a
obtenção de informações sobre o dispositivo e ações no PSE.
6.3.8.10.5 Armamento e Material a serem empregados pelo Pel C Mec num PSE:
a) meios para identificação e controle de pessoal;
b) meios para confecção de alarmes;
c) material de saúde;
d) material de comunicações;
e) ferramentas de sapa;
f) equipamento de combate a incêndio;
g) gerador;
h) máscara contra gases;
i) equipamentos de observação (binóculo, OVN etc.);
j) material para iluminação;
k) material para contensão de presos (algemas etc.);
l) material de PBCE/PBCVU;
m) sacos de areia;

6-57
EB70-CI-11.457
n) armamento de dotação das frações;
o) armamento e munição não letais;
p) equipamento de proteção para controle de distúrbios;
q) máquinas fotográficas e filmadoras;
r) GPS; e
s) material para o conforto da tropa (descanso, alimentação etc.) e outros.

6-58
EB70-CI-11.457

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 25 de junho de 2021
https://portaldopreparo.eb.mil.br
EB70-CI-11.457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume II -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume II -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

PORTARIA Nº 063- COTER/C Ex, DE 14 DE JUNHO DE 2021.


EB: 64322 006902/2021-32

Aprova o Caderno de Instrução Pelotão


de Cavalaria Mecanizado - Volumes I, II
e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, 2021,
2021, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atri-


buição que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do
Comando de Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria
do Comandante do Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo
com o que estabelece os Art. 5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as
Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela
Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de dezembro de 2011,
e alteradas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1.266, de 11 de
dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Pelotão de Ca-


valaria Mecanizado - Volumes I, II e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, que
com esta baixa.

Art. 2º Fica revogado o Caderno de Instrução C 2-36/1 O Pelotão


de Cavalaria Mecanizado, 1ª Edição, aprovado pela Port nº 69 – EME, de
21 de Outubro de 1977, publicada no BE Nº 46/1977.

Art. 3º Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir


de 1º de julho de 2021.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 25, de 25 de junho de 2021)


EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Volume I
Pag
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. Finalidade............................................................................................. 1-1
1.2. Considerações Iniciais.......................................................................... 1-1
1.3 A Cavalaria Mecanizada ...................................................................... 1-2

CAPÍTULO II – O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO


2.1 Considerações Gerais.......................................................................... 2-1
2.2 Conceito de Emprego........................................................................... 2-1
2.3 Capacidade Operativa, Atividades e Tarefas........................................ 2-2
2.4 Características do Pel C Mec............................................................... 2-2
2.5 Dados Médios de Planejamento .......................................................... 2-4
2.6 Fatores que limitam o emprego do Pel C Mec...................................... 2-4
2.7 Estrutura Organizacional ..................................................................... 2-6

CAPÍTULO III – COMANDO E CONTROLE


3.1 Considerações Gerais.......................................................................... 3-1
3.2 Comando e Controle............................................................................ 3-1
3.3 O Comando do Pel C Mec.................................................................... 3-2
3.4 O Comandante do Pel C Mec............................................................... 3-2
3.5 Trabalho de Comando.......................................................................... 3-4
3.6 Medidas de Coordenação e Controle................................................... 3-31
3.7 Comunicações no Pel C Mec............................................................... 3-40

CAPÍTULO IV – OPERAÇÕES OFENSIVAS


4.1 Considerações Gerais.......................................................................... 4-1
4.2 Formações de Combate....................................................................... 4-2
4.3 O Pel C Mec na Marcha para o Combate............................................. 4-5
4.4 O Pel C Mec no Reconhecimento em Força (Rec F)........................... 4-7
EB70-CI-11.457

4.5 O Pel C Mec no Ataque (Atq)............................................................... 4-6


4.6 O Pel C Mec no Aproveitamento do Êxito (Apvt Exi)........................... 4-33
4.7 O Pel C Mec na Perseguição (Prsg).................................................... 4-33
4.8 O Pel C Mec no Ataque Noturno (Atq Not).......................................... 4-34
4.9 Outras Operações Ofensivas............................................................... 4-41

CAPÍTULO V – OPERAÇÕES DEFENSIVAS


5.1 Considerações Gerais.......................................................................... 5-1
5.2 O Pel C Mec e as Operações Defensivas............................................ 5-1
5.3 Defesa em Posição.............................................................................. 5-2
5.4 A Defesa de Área.................................................................................. 5-2
5.5 A Defesa Móvel..................................................................................... 5-17
5-6 Os Movimentos Retrógrados............................................................... 5-18
5-7 Ação Retardadora............................................................................... 5-19
5-8 Retraimento......................................................................................... 5-28
5-9 Retirada............................................................................................... 5-34
5-10 Táticas e Técnicas Especiais na Defensiva..................................... 5-34

CAPÍTULO VI – OPERAÇÕES DE COORDENAÇÃO E COOPERAÇÃO


COM AGÊNCIAS
6.1 Considerações Gerais.......................................................................... 6-1
6.2 As Operações de Coordenação e Cooperação com Agências............. 6-1
6.3 O Pel C Mec nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem ............ 6-4

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume II
Pag

CAPÍTULO VII – OPERAÇÕES COMPLEMENTARES


7.1 Considerações Gerais.......................................................................... 7-1

7.2 A Operação Segurança ..................................................................... 7-1


7.3 O Reconhecimento – TTP das Operações de Segurança ................. 7-46
EB70-CI-11.457
7.4 Operação Complementar - Operação em Áreas Edificadas ............... 7-123

CAPÍTULO VIII – AÇÕES COMUNS A TODAS AS OPERAÇÕES


8.1 Considerações Gerais.......................................................................... 8-1
8.2 Ações Comuns de Reconhecimento, Vigilância e Segurança.............. 8-1

CAPÍTULO IX – FOGOS
9.1 Considerações Gerais.......................................................................... 9-1
9.2 Meios de Apoio de Fogo Disponíveis .................................................. 9-3
9.3 Planejamento do Apoio de Fogo .......................................................... 9-11

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume III
Pag

CAPÍTULO X – LOGÍSTICA
10.1 Considerações Gerais........................................................................ 10-1
10.2 Organização da Logística no Esqd C Mec de RC Mec....................... 10-2
10.3 A Logística no Pel C Mec.................................................................... 10-5

CAPÍTULO XI – PROTEÇÃO
11.1 Considerações Gerais........................................................................ 11-1
11.2 O Pel C Mec e a Função de Combate Proteção................................. 11-1
11.3 Atividades de Proteção....................................................................... 11-2

ANEXOS
ANEXO A - TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE COMBATE
COMUNS ÀS OPERAÇÕES DO PEL C MEC
A.1 Posições de Combate........................................................................... A-1
A.2 Ocupação de Zona de Reunião............................................................. A-17
A.3 Ações Contra-Ataque Aéreo - Pel C Mec em Deslocamento.............. A-23
A.4 Ações Contra Fogos Indiretos.............................................................. A-26
EB70-CI-11.457
A.5 Níveis de Prontidão............................................................................... A-30
A.6 Identificação de Viaturas Inimigas....................................................... A-32

ANEXO B - PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE


FOGO AMIGO
B.1 Considerações Gerais.......................................................................... B-1
B.2 Definições............................................................................................. B-1
B.3 Causas do Fratricídio e do Fogo Amigo............................................... B-2
B.4 Os Efeitos do Fratricídio e do Fogo Amigo........................................... B-6
B.5 Princípios e Procedimentos de Prevenção de Incidentes de Fratricí-
dio e de Fogo Amigo................................................................................... B-7
B.6 O Treinamento do Pel C Mec para a redução do Fratricídio e do Fo-
go Amigo..................................................................................................... B-36

ANEXO C - OPERAÇÕES CONTINUADAS


C.1 Considerações Gerais.......................................................................... C-1
C.2 Efeitos do Combate Continuado sobre a Tropa................................... C-1
C.3 Aspectos a Considerar no Planejamento e Preparação do Pel C Mec
para o Combate Continuado........................................................................ C-4
C.4 Segurança............................................................................................ C-8
C.5 Aspectos das Operações sob Condições de Visibilidade Limitadas no
Combate Continuado.................................................................................. C-9
C.6 Controle da Fadiga e do Estresse Operacional.................................... C-10

ANEXO D - INFORMES OPERACIONAIS


D.1 Considerações Gerais.......................................................................... D-1
D.2 Padronização dos Informes Operacionais........................................... D-1

ANEXO E - DISPOSITIVOS EXPLOSIVOS IMPROVISADOS


E.1 Considerações Gerais.......................................................................... E-1
E.2 Identificação e Características dos DEI............................................... E-1
E.3 Explorando os DEI................................................................................ E-7
E.4 Princípios do Combate Contra os DEI.................................................. E-11
E.5 Ações Imediatas................................................................................... E-12
E.6 Combate Contra Veículos DEI.............................................................. E-14

REFERÊNCIAS
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO VII
OPERAÇÕES COMPLEMENTARES

7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


7.1.1 As operações complementares são operações destinadas a ampliar, aper-
feiçoar e/ou complementar às operações básicas a fim de maximizar a aplicação
dos elementos do poder de combate terrestre.
7.1.2 São operações complementares: aeromóvel; aeroterrestre; de segurança;
contra forças irregulares; de dissimulação; de informação; especiais; salvamento;
de evacuação de não combatentes; de junção; de interdição; de transposição de
curso de água; anfíbia; ribeirinha; contra desembarque anfíbio; de abertura de
brecha; e a em área edificada.
7.1.3 As operações complementares de maior relevância para o Pel C Mec de
um Esqd C Mec de brigada ou de um RC Mec são as Operações de Segurança
(incluindo a ação de Reconhecimento) e as Operações em Áreas Edificada, que
serão abordadas neste Caderno de Instrução.

7.2 A OPERAÇÃO SEGURANÇA


7.2.1 GENERALIDADES
7.2.1.1 As Operações de Segurança têm por objetivo geral a manutenção da
liberdade de manobra e a preservação do poder de combate necessário ao em-
prego eficiente da força principal. Tem como finalidade negar ao inimigo o uso da
surpresa e do monitoramento; impedir que o inimigo interfira de modo decisivo
nas ações da força principal; restringir a liberdade de atuação do inimigo nos
ataques a pontos sensíveis; manter a iniciativa das ações da força principal; e
preservar o sigilo das operações.
7.2.1.2 A É realizada em proveito do escalão superior que enquadra a tropa que
a executa. A segurança deve permitir que a ameaça inimiga seja detectada a
tempo, propiciando espaço e tempo necessários para que a força em proveito
da qual é executada possa manobrar a fim de evitar, neutralizar ou destruir essa
ameaça inimiga.
7.2.1.3 São também consideradas forças de segurança as que estabelecem a li-
gação entre duas forças de maior valor, visando preencher áreas não ocupadas,
chamadas de Forças de Ligação; aquelas que realizam a Segurança da Área de
Retaguarda (SEGAR) do escalão superior; as que mobíliam os Postos Avança-
dos Gerais (PAG) e os Postos Avançados de Combate (PAC), atuando na área
de segurança à frente do Limite Anterior da Área de Defesa Avançada (LAADA)

7-1
EB70-CI-11.457
nas Operações Defensivas.
7.2.1.4 As missões de segurança podem ser executadas à frente, nos flancos e
à retaguarda de uma força amiga. O valor e a composição das F Seg dependem
dos fatores da decisão.
7.2.1.5 A “SEGURANÇA”, operação complementar - realizada por uma tropa es-
pecializada em proveito do seu escalão superior, não deve ser confundida com
a “SEGURANÇA”, ação comum a todas as operações - realizada por todas as
forças em combate, em proveito próprio.
7.2.2 A CAVALARIA MECANIZADA E A SEGURANÇA
- A Cavalaria Mecanizada atua, particularmente, como Força de Cobertura, Força
de Proteção ou Força de Vigilância. Atua, também, como Força de Defesa de
Área de Retaguarda e Força de Ligação. Além da operação complementar de
segurança, realiza no contexto dessa operação ou como elemento de economia
de meios do escalão superior, operações ofensivas e defensivas.
7.2.3 O PEL C MEC NAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
7.2.3.1 O Pel C Mec participará das operações de Segurança sempre enquadrado
em seu Esqd C Mec.
7.2.3.2 O pelotão poderá participar das seguintes missões de segurança
(Op Cmpl):
a) de Cobertura, integrando uma Força de Cobertura;
b) de Proteção, integrando uma Força de Proteção cumprindo missões de Van-
guarda, Flancoguarda ou Retaguarda (RC Mec e Esqd C Mec/Bda);
c) de Vigilância, integrando uma Força de Vigilância (RC Mec e Esqd C Mec/Bda);
d) de Defesa de Área de Retaguarda, integrando uma Força de DEFAR (RC Mec
e Esqd C Mec/Bda);
e) de Ligação, integrando uma Força de Ligação (RC Mec e Esqd C Mec/Bda);
f) de Segurança de Área, integrando uma Força dos Postos Avançados Gerais
(PAG), na área de segurança à frente da LAADA de uma posição defensiva (RC
Mec e Esqd C Mec/Bda);
g) de Segurança de Área, integrando uma Força dos Postos Avançados de Com-
bate (PAC) na área de segurança à frente da LAADA de uma posição defensiva
(RC Mec e Esqd C Mec/Bda); e
h) de Reconhecimento (parte da operação complementar de segurança) em qual-
quer missão de segurança (em parte desta ou durante toda a operação) a fim de
obter dados e informes sobre o terreno e o inimigo em sua Z Aç.

7-2
EB70-CI-11.457

Fig 117 - Forças de Segurança

7.2.3.3 O Pel C Mec, durante as missões de Segurança ou nas Operações De-


fensivas, poderá participar dos movimentos retrógrados, particularmente da forma
de manobra Ação Retardadora a fim de obrigar o inimigo a retardar seu avanço e
garantir o tempo e o espaço suficiente para o grosso, em proveito do qual operar,
manobrar e apresentar uma defesa.
7.2.3.4 A contribuição mais importante de um Pel C Mec, integrando uma Força
de Segurança, será atuar para que essa força seja mantida constantemente infor-
mada sobre a ameaça inimiga, com precisão e oportunidade, a fim de garantir-lhe
o necessário espaço e tempo para manobrar.
7.2.3.5 A extensão das frentes designadas ao Pel C Mec dependerá de vários
fatores em operações de segurança, tais como:
a) grau de segurança desejado;
b) prazos impostos pela missão;
c) possibilidades do inimigo;
d) terreno (com ênfase nas vias de acesso penetrantes do inimigo);
e) condições meteorológicas; e
f) as possibilidades operacionais do pelotão.

7-3
EB70-CI-11.457
7.2.4 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
7.2.4.1 O Pelotão de Cavalaria Mecanizada, ao participar de uma operação de
segurança, deverá orientar o seu planejamento e a execução da missão pelos
seguintes fundamentos que norteiam as operações de segurança (PGOEM):
a) proporcionar um alerta preciso e oportuno ao escalão superior;
b) garantir espaço para a manobra;
c) orientar a execução da missão em função da força em proveito da qual opera;
d) executar um contínuo reconhecimento; e
e) manter o contato com o inimigo.
7.2.5 GRAUS DE SEGURANÇA
7.2.5.1 Dependendo do grau de segurança desejado pela força principal ou gros-
so, em proveito da qual é realizada, a segurança será proporcionada por Forças
de Cobertura, Forças de Proteção e Forças de Vigilância, que atuam para cobrir
os movimentos do grosso, proteger essa força da ação inimiga ou vigiar a ação
do inimigo em proveito dessa força principal.
7.2.5.2 Cobertura - cobrir é a ação que proporciona segurança a determinada
região ou força com elementos distanciados ou destacados, orientados na direção
do inimigo e que procuram interceptá-lo, engajá-lo, retardá-lo, desorganizá-lo ou
iludi-lo antes que ele possa atuar sobre a região ou força coberta.
7.2.5.3 Proteção - proteger é a ação que proporciona segurança à determinada
região ou força, pela atuação de elementos no flanco, frente ou retaguarda, de
forma a impedir a observação terrestre, o fogo direto e o ataque de surpresa do
inimigo sobre a região ou força protegida.
7.2.5.4 Vigilância - vigiar é a ação que proporciona segurança a determinada
força ou região pelo estabelecimento de uma série de postos de observação,
complementados por adequadas ações que procuram detectar a presença do
inimigo logo que ele entre no raio de ação ou no campo dos instrumentos do
elemento que a executa.
7.2.6 PLANEJAMENTO DO PEL C MEC NAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
7.2.6.1 Generalidades
7.2.6.1.1 Após receber a OOp de seu Cmt Esqd C Mec e iniciar o planejamento
da missão recebida, o Cmt Pel C Mec deve analisar essa missão e levantar o que
deverá realizar e avaliando os fatores abaixo sobre os quais deverá ter um perfeito
entendimento a fim de poder orientar corretamente todo o esforço do pelotão na
missão e priorizar as ações a serem executadas:
a) a intenção de seu comandante de Esqd C Mec;

7-4
EB70-CI-11.457
b) o(s) objetivo(s) da missão a ser executada;
c) o tempo necessário (para planejamento, aprestamento e ensaios);
d) o tempo disponível para o deslocamento e a execução da missão;
e) os critérios de engajamento estabelecidos para a missão;
f) ordens específicas sobre o deslocamento até a linha de segurança e sua zona
de ação;
g) situações em que o Pel C Mec deverá buscar o contato com elementos inimi-
gos e situações em que deverá retrair ou realizar uma ação retardadora sobre o
E Prog do grosso da força;
h) o provável inimigo que poderá executar ações de reconhecimento sobre a força
principal ou incidir sobre a linha de segurança; e
i) o espaço disponível para o pelotão retardar o inimigo, fornecendo o tempo
necessário para a força principal antepor-se à ameaça.
7.2.6.1.2 O perfeito entendimento desses fatores permitirá determinar quais tarefas
críticas o Pel C Mec deverá priorizar. Isso ajudará, também, a restringir o escopo
da operação, selecionando o que é mais importante para o escalão superior.
7.2.6.1.3 No planejamento da missão de segurança o Cmt Pel C Mec deverá
considerar, ainda, os seguintes aspectos relacionados ao foco de sua missão:
a) Qual a ameaça ou inimigo previsto para a missão?
b) Na zona de ação do pelotão, estão previstas forças inimigas convencionais,
forças irregulares, organizações terroristas, elementos não convencionais ou
criminosos?
c) Como é a população civil da área onde o pelotão irá operar?
d) Quais as características demográficas da população na zona de ação do pelotão
(idioma, raça, religião, poder econômico e outras? Como essa sociedade está
organizada? Há informações sobre lideranças civis? Que outras considerações
civis foram fornecidas para a missão pelo escalão superior?
e) Como é o terreno onde o pelotão irá operar? Como são os eixos a serem per-
corridos até a linha de segurança e para o retardamento do inimigo se for o caso?
f) O terreno apresenta-se movimentado e com obstáculos naturais paralelos ao
eixo de deslocamento da força protegida ou entre a F Seg e a força coberta? Pos-
sibilita a instalação de boas posições a cavaleiro dos eixos? Quais as informações
sobre pontes e obstáculos nos eixos? A vegetação é fechada ou a maior parte
do terreno é aberta com áreas de campos? Como é a trafegabilidade através do
campo na zona de ação do pelotão?
g) Quais as informações disponíveis sobre as condições climáticas na área onde

7-5
EB70-CI-11.457
o Pel cumprirá sua missão? Quais os reflexos dessas condições climáticas na
trafegabilidade dos eixos e através do campo? Quais os reflexos para o emprego
de fumígenos e dos optrônicos das VB?
h) Qual o reflexo da infraestrutura da zona de ação para a missão do pelotão?
Há localidades de porte na zona de ação? Existem instalações fabris, de energia
elétrica, portos, aeroportos e outras? Como é a malha viária da zona de ação?
i) Quais são os fatores da decisão mais relevantes para o cumprimento da missão?
j) Quais as tarefas críticas da missão? Que tarefas devem receber elevada prio-
ridade? Quais tarefas poderão ser excluídas?
7.2.6.2 Trabalho de Comando
7.2.6.2.1 Os seguintes elementos de apoio devem ser considerados pelo Cmt Pel
C Mec no planejamento das missões de segurança:
a) Morteiro Médio (Mrt Me).
- O Pel C Mec contará com a sua Pç Ap para a missão ou o morteiro Me foi
centralizado na Seç Provisória Mrt Me da SU?
b) Morteiro Pesado do RC Mec.
- O pelotão poderá contar com o apoio de fogo do Pel Mrt P do Esqd C Ap do
seu RC Mec?
- O observador avançado do Pel Mrt P estará atuando em nossa Z Aç (em
apoio ao Cmt Esqd C Mec)?
- Qual a prioridade de fogos recebida pelo Pel C Mec na OOp do Esqd C Mec?
c) Fogos Anticarro.
- O Pel C Mec poderá contar com o apoio de fogos anticarro do RC Mec em
apoio ao seu Esqd (ou do Esqd C Mec/Bda)? O apoio será durante toda a missão?
Em que parte da missão deve-se contar com esse apoio?
d) Fogos da Artilharia de Campanha.
- Nosso Esqd C Mec contará com apoio dos fogos da artilharia de campanha
para a missão?
- O observador avançado da artilharia de campanha estará atuando na Z Aç
(em apoio ao Cmt Esqd C Mec)?
- Qual a prioridade de fogos de artilharia recebida pelo nosso Esqd C Mec?
e) Aviação do Exército e Força Aérea (Av Ex) e (F Ae).
- O Esqd C Mec contará com apoio de fogo aéreo ou reconhecimento aéreo
da força aérea ou da aviação do exército na missão?

7-6
EB70-CI-11.457
- Foram destacados para apoiar nosso Esqd C Mec Guias Aéreos Avançados
(GAA) ou Coordenador Aéreo Avançado (CAA)? Essas equipes estarão atuando
em nossa Z Aç?
- Qual a prioridade de fogos da Av Ex ou da F Ae recebida pelo nosso Esqd
C Mec?
f) Engenharia de Combate.
- Contar-se-á com o apoio da engenharia de combate da brigada para a missão
de segurança?
- Que elementos de engenharia estarão operando em nossa Z Aç?
- Haverá tempo e possibilidade de contar com o apoio da engenharia de com-
bate para os trabalhos de organização do terreno nas P Def, como a construção
de obstáculos, de espaldões para as VB e armas de apoio e na canalização do
inimigo nas áreas de engajamento?
g) Aeronaves Remotamente Pilotadas do RC Mec e do Esqd C Mec de brigada.
- O Esqd C Mec recebeu de seu RC Mec uma Tu ARP em apoio? Essa Tu
ARP (do RC Mec ou do Esqd C Mec/Bda) vai operar em nossa Z Aç?
- Em que fase ou período da missão pode-se contar com a ARP na observação
do grosso inimigo e de seus elementos de reconhecimento?
- Será possível contar com a ARP no acompanhamento e orientação nas
missões de contrarreconhecimento?
- Haverá necessidade de coordenar as ações do pelotão com a fração da(s)
ARP?
h) Radares de Vigilância Terrestre e Equipamentos de Observação a Longa
Distância.
- Contar-se-á com apoio dos radares de vigilância terrestre e dos optrônicos
de observação do Regimento ou do Esqd C Mec/Bda na missão?
- Esses elementos estarão operando na zona de ação do pelotão?
- Haverá necessidade de coordenar as ações do pelotão com esses elementos
de vigilância?
i) Caçadores.
- O pelotão contará com apoio dos caçadores do regimento ou do esquadrão
(de brigada) na missão de segurança?
- Esses elementos estarão operando sob o controle do pelotão ou da SU?
- Haverá necessidade de coordenar as ações do pelotão com a dos Cçd?

7-7
EB70-CI-11.457
7.2.6.2.2 Emprego do Pel C Mec nas missões de segurança.
a) Nas operações de uma Força de Proteção, seja ela de flancoguarda, de van-
guarda ou de retaguarda, um Pel C Mec empregará basicamente as técnicas de
reconhecimento (de eixo ou de zona), de ocupação de posições de bloqueio, de
ocupação de postos de observação (ou escuta) e de retraimento com ou sem
pressão e de ação retardadora.
b) Um Pel C Mec integrando uma F Prot com a missão de vanguarda progredirá
empregando técnicas semelhantes às empregadas no reconhecimento de eixo ou
zona. O tipo de reconhecimento a realizar dependerá da velocidade do corpo prin-
cipal da tropa protegida, do inimigo, do terreno, do tempo e dos meios disponíveis.
c) Integrando uma F Prot, com a missão de flancoguarda, um Pel C Mec progre-
dirá ocupando P Blq das principais vias de acesso que demandam ao eixo de
deslocamento do corpo principal da tropa protegida. Nessa missão poderá atuar
em duas situações:
- na testa da F Prot de flancoguarda, quando deverá progredir executando
técnicas de reconhecimento de zona, atuando entre o eixo de deslocamento da
flancoguarda e o eixo de progressão da força protegida; e
- na retaguarda do pelotão testa da flancoguarda, progredindo sobre o eixo
de progressão da F Prot, empregando técnicas de reconhecimento de eixo e em
condições de ocupar uma P Blq que barrem o acesso do inimigo ao eixo da F
Prot ou ao eixo de progressão da força protegida.
d) Um Pel C Mec, integrando uma F Prot com a missão de retaguarda, pro-
gredirá empregando técnicas semelhantes às empregadas nos movimentos
retrógrados (ação retardadora e retraimento), dependendo da velocidade do
corpo principal da tropa protegida, do inimigo, do terreno, do tempo e dos
meios disponíveis.
7.2.6.2.3 Tarefas Críticas do Pel C Mec nas missões de Segurança
a) As tarefas críticas são a aplicação dos fundamentos da operação de segurança
no planejamento do Pel C Mec, considerando a intenção do comandante, e a
missão recebida. Essas tarefas deverão balizar a execução das ações do pelotão
e de suas frações subordinadas durante a execução da missão.
b) São tarefas críticas numa missão de segurança:
- manter vigilância contínua da zona de ação (ou área de operações), incluindo
a área de interesse da inteligência, as vias de acesso do inimigo e os prováveis
itinerários dos elementos de reconhecimento do inimigo;
- fornecer informação antecipada sobre a abordagem do inimigo na linha de
segurança e sobre a força coberta ou protegida, incluindo a sua localização,
natureza, tipo, valor, efetivo, equipamentos, direção de movimento e velocidade

7-8
EB70-CI-11.457
de progressão;
- realizar ações de contrarreconhecimento para identificar, neutralizar ou des-
truir os elementos de reconhecimento do inimigo, de acordo com os critérios de
engajamento estabelecidos;
- manter o contato com o inimigo até ser acolhido pela força principal ou subs-
tituído na missão de segurança;
- interromper ou retardar a progressão do inimigo sobre a força coberta ou
protegida, fornecendo ao seu comandante o espaço para manobra e o tempo
necessário para enfrentar a ameaça inimiga;
- executar contínuo reconhecimento da zona de ação e do inimigo durante os
deslocamentos para a linha de segurança, a execução da missão e o retraimento
ou ação retardadora sobre a força principal (grosso); e
- ligar-se com os elementos vizinhos à sua zona de ação a fim de coordenar
a observação e as ações sobre um inimigo que se desloque à frente da linha de
segurança.
7.2.6.3 Peculiaridades das Medidas de Coordenação e Controle nas Opera-
ções de Segurança
7.2.6.3.1 Ponto de Controle - Nas Op Seg os P Ct devem ser marcados obriga-
toriamente sobre o Itn Prog do Rgt nas seguintes regiões:
a) entradas e saídas das P Blq;
b) cruzamento do Itn Prog sobre Rio Obt;
c) entrada e saída de localidades; e
d) ponto de início ou término do Itn Prog através campo.
7.2.6.3.2 Linha de Controle - Em Op Seg as L Ct são traçadas com as seguites
finalidades:
a) regular a Prog da F Seg;
b) balizar uma possível posição de Rtrd ou Vig; e
c) balizar a linha sobre a qual deverão ser marcadas as P Blq ou P Vig iniciais.
Neste caso esta linha é imposta pelo Esc Sp e restringe o Mvt da F Seg.
7.2.6.3.3 Pontos de Ligação.
a) Os P Lig são marcados entre as P Blq com as seguintes finalidades:
1) estender a observação à frente e nos Fln;
2) definir a A Rspnl dos Esqd que as estiverem ocupando; e
3) tamponamento de brechas.

7-9
EB70-CI-11.457
b) Os P Lig impostos pelo Esc Sp a fim de coordenar a ligação da F Seg com o
corpo principal balizam o limite da A Rspnl da F Seg.
c) O Pel C Mec não deverá lançar P Lig entre suas frações subordinadas, devendo,
entretanto, executar a ligação quando imposta pelo escalão superior.
7.2.6.3.4 Itinerário de Progressão.
a) Nas Op Seg o Itn Prog será sempre imposto pelo Esc Sp.
b) Esse Itn Prog deve possuir as seguintes características:
- ser interior às P Blq;
- ser afastado o suficiente para não interferir com a Man da força principal;
- possibilitar fácil acesso às P Blq;
- ser orientado para o Obj ou P Blq final;
- ser paralelo ao E Prog do corpo principal na Proteção e coincidente (do grosso
da F Seg) com o E Prog da força principal na Cobertura; e
- ser marcado sobre uma estrada (poderá ser marcado através do campo em
condições especiais, limitando a mobilidade do pelotão).
7.2.6.3.5 Posições de Blq (P Blq)
a) As P Blq nas operações de segurança devem sempre que possível:
- dominar as principais penetrantes do Ini, prevendo que 1 Pel C Mec barre
apenas uma penetrante;
- aproveitar o terreno com boas características defensivas e os obstáculos
existentes na zona de ação;
- serem paralelas ao E Prog da F Ptg ou Cob; e
- possuir espaço suficiente entre ela e a força principal a fim de permitir a re-
alização de uma ação retardadora, ganhando o tempo necessário para a força
principal reagir à ameaça inimiga.
b) Nas operações de segurança, as P Blq em final de missão podem ser aprovei-
tadas como ponto de partida para o prosseguimento da missão, manter o terreno
para a segurança da tropa do corpo principal ou apoiar uma ultrapassagem.
c) Na ocupação de uma P Blq nas operações de segurança, deve-se evitar um
elemento dissociador (rio Obt, mata Obt e outros) dividindo a posição; o flanquea-
mento da posição e a existência de uma cidade à retaguarda com população hostil.
7.2.6.3.6. Outras medidas de coordenação e controle
- Além das já citadas, são muito utilizadas nas operações de Seg os objetivos, os
limites e as regiões de destino.

7-10
EB70-CI-11.457
7.2.7 O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO INTEGRANDO UMA FORÇA
DE COBERTURA
7.2.7.1 Generalidades
7.2.7.1.1 A Força de Cobertura (F Cob), normalmente uma Bda C Mec, é uma
F Seg taticamente autônoma que opera a uma considerável distância, à frente,
no flanco ou à retaguarda de uma tropa amiga estacionada ou em movimento. É
empregada quando a força em proveito da qual opera está engajada em opera-
ções ofensivas ou defensivas.
7.2.7.1.2 O RC Mec, eventualmente operando isolado como F Cob, como por
exemplo um RC Mec divisionário, deverá ser reforçado com uma subunidade
blindada (FT Esqd CC ou FT Cia/Esqd Fuz Bld), uma Bia O e um Pel E Cmb,
além de ter a sua estrutura logística reforçada.
7.2.7.2 O Pel C Mec e a missão de Cobertura
7.2.7.2.1 O Pel C Mec participará da missão de cobertura sempre enquadrado
em seu Esqd C Mec.
7.2.7.2.2 O Pel C Mec, integrando uma F Cob, poderá participar das seguintes
missões:
a) realizar uma continuada vigilância sobre as principais vias de acesso do inimigo;
b) repelir e, se possível, destruir os elementos de reconhecimento e segurança
do inimigo a fim de negar-lhes informações sobre a força coberta;
c) determinar o esforço principal do inimigo;
d) destruir o primeiro escalão das forças inimigas; e
e) obrigar que o inimigo empregue o seu segundo escalão.
7.2.7.2.3 Técnicas, táticas e procedimentos empregados por um Pel C Mec numa
F Cob:
a) No deslocamento até a linha de segurança ou local onde será iniciada a missão
de segurança, deverão empregadas as TTP de reconhecimento de eixo. Ao ser
estabelecido o contato com o inimigo serão desencadeadas ações com a fina-
lidade fixá-lo ou destruí-lo através do fogo e da manobra. Não sendo possíveis
essas ações, a F Cob deverá manter o contato com o inimigo até decisão de seu
Esc Sp. Essa resistência inimiga só poderá ser desviada com autorização de seu
Cmt Esqd C Mec.
b) Uma F Cob Fln utilizará as mesmas TTP empregadas nas missões de flanco-
guarda.
c) Uma F Cob Rtg empregará as mesmas TTP utilizadas nos movimentos retró-
grados. Nessa missão, a F Cob opera em proveito de uma força que realiza um
retraimento ou uma retirada. Nessa situação, a F Cob poderá deverá utilizar a
7-11
EB70-CI-11.457
linha anteriormente ocupada pela tropa coberta, ou uma linha próxima para es-
tabelecer a sua posição inicial.
d) O Pel C Mec integrando o escalão de reconhecimento de uma F Cob Avçd
empregará as mesmas TTP utilizadas no reconhecimento de eixo ou de zona.
Caso integre o escalão de combate da F Cob Avçd empregará as TTP para ações
ofensivas (ataque).

Fig 118 - Pel C Mec integrando o escalão de reconhecimento

7.2.8 O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO INTEGRANDO UMA FORÇA


DE PROTEÇÃO
7.2.8.1 Generalidades
7.2.8.1.1 Proteção é um grau de segurança que consiste na atuação de elementos
no flanco, frente ou retaguarda imediatos com a finalidade de impedir a obser-
vação terrestre, o fogo direto e o ataque surpresa do inimigo. De acordo com as
suas possibilidades, poderá repelir, destruir ou retardar o inimigo que ameaçar
a força protegida.
7.2.8.1.2 A F Ptç opera dentro do alcance dos fogos de apoio da força protegida
e é constituída, normalmente, ou de elementos orgânicos dessa própria força, ou
de elementos que a estejam reforçando.

7-12
EB70-CI-11.457
7.2.8.1.3 De acordo com sua posição em relação à força principal, a força de
proteção denomina-se vanguarda, flancoguarda ou retaguarda.
7.2.8.2 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado na Vanguarda
7.2.8.2.1 A vanguarda é uma força de proteção que opera à frente do grosso e atrás
da força de cobertura (quando esta for empregada), dentro da distância de apoio
da F Ptg e que tem por finalidade assegurar a progressão ininterrupta do grosso.
7.2.8.2.2 O Pel C Mec como vanguarda terá as seguintes missões:
a) conduzir um contínuo reconhecimento ao longo do eixo de avanço da F Ptg;
repelir e, se possível, destruir os Elm de Rec e as F Seg do Ini; e
b) impedir que o Ini atue com fogos e observação sobre a F Ptg.
7.2.8.2.3 A Vgd desloca-se a uma distância que proporcione ao Cmt da F Ptg
liberdade de ação. Contudo, ela não deve estar tão afastada que corra o risco de
ser destruída pelo Ini antes que o grosso possa lhe dar apoio.
7.2.8.2.4 O Pel C Mec, integrando uma Força de Vanguarda, poderá fazer parte
ou constituir-se em um dos três escalões dessa Força:
a) de reconhecimento;
b) de combate; e
c) reserva.

Fig 119 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec F Vgd

7-13
EB70-CI-11.457
7.2.8.2.5 Os Pel C Mec de um Esqd C Mec atuando como Força de Vanguarda
poderão integrar o escalão de reconhecimento ou o escalão de combate dessa
SU. O pelotão testa constitui o escalão de reconhecimento, enquanto os demais
pelotões constituem o escalão de combate. Caso o Esqd seja reforçado e tenha
elementos de manobra suficientes, poderá ser prevista uma reserva.
7.2.8.2.6 O Esc Rec progredirá empregando técnicas semelhantes às empregadas
no reconhecimento de eixo ou zona. O tipo de reconhecimento a realizar depen-
derá da velocidade do corpo principal da tropa protegida, do inimigo, do terreno,
do tempo e dos meios disponíveis.
7.2.8.2.7 O Esqd C Mec em uma missão de Vgd adotará um dispositivo em coluna
ou em linha de Pel.
7.2.8.2.8 A formação em coluna será empregada quando a F Ptg estiver se des-
locando em apenas um E Prog e quando a situação do Ini for conhecida.
7.2.8.2.9 Quando a situação do Ini for desconhecida e a F Ptg estiver se des-
locando em mais de um E Prog, o Esqd adotará um dispositivo em linha. Se os
eixos utilizados se encontrarem dentro do alcance dos morteiros, as peças de
apoio poderão permanecer centralizadas, em condições de apoiar toda a frente.
7.2.8.2.10 Quando adotada a formação em linha, os pelotões deslocam-se em-
pregando técnicas de reconhecimento de zona.
7.2.8.2.11 Ao estabelecer o contato com o Ini, o Pel C Mec adota uma atitude
agressiva para esclarecer a situação empregando todos os meios disponíveis a
fim de determinar o dispositivo, o valor, a localização, a composição e a atitude
do inimigo.
7.2.8.2.12 Esclarecida a situação, o Cmt Pel deverá, sempre que possível, em-
pregar as suas forças para fixar ou destruir a resistência Ini assinalada.
7.2.8.2.13 Caso a Vgd não consiga prosseguir no seu deslocamento face à ação
do Ini, será adotada uma atitude defensiva, ocupando posições no terreno que
permitam apoiar uma Ultr da F Ptg. Nessa situação, apesar de adotar uma atitu-
de defensiva, o Pel realiza ações para levantar o dispositivo do inimigo a fim de
orientar as Aç da F Ptg.
7.2.8.2.14 À noite, ou quando o contato com o inimigo for iminente, a velocidade
de marcha deve ser ditada pela vanguarda, ao passo que, em outras ocasiões,
a vanguarda se ajusta à velocidade do Corpo Principal.
7.2.8.2.15 A vanguarda desloca-se a uma distância tal do grosso de modo a
protegê-lo contra os ataques de surpresa, a observação terrestre e os tiros di-
retos do inimigo. Deve, no entanto, permanecer dentro da distância de apoio da
artilharia do grosso.
7.2.8.2.16 O elemento testa da vanguarda é responsável por sua segurança à
frente e nos flancos, devendo para isso observar em todas as direções, manter
7-14
EB70-CI-11.457
intervalos e distâncias adequadas, permanecer alerta e pronto para emprego,
usar a técnica de reconhecimento pelo fogo (essa técnica deve ser evitada, sendo
utilizada só em último caso), deslocar-se rapidamente e tomar medidas passivas
de defesa aérea.
7.2.8.2.17 A vanguarda, em geral, ataca diretamente da coluna de marcha, para
destruir as forças inimigas que tentem impedir sua progressão. O comandante
do Pel C Mec deve estar atento para realizar ataques de oportunidade sempre
que a situação o permitir.
7.2.8.2.18 Quando a situação exigir que o Esc Sp empregue seus meios, o Pel
C Mec poderá proporcionar segurança a esses meios, apoiar sua ação pelo fogo
ou participar dessas ações como elemento de manobra.

Fig 120 - Pel C Mec integrando um Esqd C Mec F Vgd - formação em linha

7.2.8.3 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado na Flancoguarda


7.2.8.3.1 Generalidades
a) A flancoguarda é uma força de segurança que opera no flanco de uma força
estacionada ou em deslocamento para protegê-la da observação terrestre, dos
fogos diretos e de qualquer ataque de surpresa do inimigo. Ela destrói ou retarda
o inimigo de acordo com suas possibilidades.
b) No cumprimento de sua missão, a força de vanguarda pode empregar tanto
operações ofensivas como defensivas.

7-15
EB70-CI-11.457
c) Durante as operações ofensivas ou retrógradas, a flancoguarda é móvel quando
a força protegida está se deslocando. Quando a força protegida está conduzindo
uma operação defensiva, a flancoguarda é normalmente fixa, mas deve estar
preparada para conduzir uma ação de flancoguarda móvel quando necessário.
d) O Pel C Mec participará de uma flancoguarda móvel, conduzida pelo seu Esqd
C Mec, atuando como sua vanguarda ou fazendo parte do grosso do Esqd. Nesta
última situação poderá atacar para liberar o itinerário de progressão do esquadrão
ou para conquistar a região onde instalará sua P Blq.
e) Na realização de manobras de flanco do tipo envolvimento e desbordamento,
os Pel C Mec orgânicos de Esqd C Mec de Brigadas Blindadas poderão ser em-
pregados atuando como flancoguarda móvel. As técnicas utilizadas são idênticas
às empregadas nas demais operações.
f) A linha balizada pelas P Blq é denominada Linha de Segurança. A área entre
a Linha de Segurança e a força protegida é denominada Área de Segurança.
7.2.8.3.2 O Pel C Mec participando de uma Flancoguarda Móvel
a) A F Prot com a missão de flancoguarda móvel desloca-se em uma direção
paralela à da F Ptg, em condições de ocupar P Blq que barrem as penetrantes
que incidam no flanco da força protegida.
b) Os Pel C Mec de um Esqd com essa missão deslocam-se pelo Itn de progressão,
em condições de ocuparem P Blq nas principais vias de acesso que demandam
ao eixo de deslocamento da tropa protegida.
c) Nessa missão, os Pel C Mec poderão ser empregados em duas situações:
- à testa da F Ptç de Flancoguarda - quando deverá progredir executando técni-
cas de reconhecimento de zona, atuando entre a linha de P Lig imposta pelo Esc
Sp e a linha de P Blq planejada pelo Cmt F Ptç (neste caso o Cmt Esqd C Mec).
- à retaguarda SU/Pel testa da Flancoguarda - progredindo em 2º escalão sobre
o Itn Prog da F Prot, em condições de ocupar as P Blq planejadas.
d) Observações da figura “Fig 7-5. Esqd C Mec na Flancoguarda Móvel”:
- o 1º/2º Esqd C Mec deslocando-se como Vgd da F Fg Mv, operando entre
o eixo da F Prot e o eixo da Fg Mv, empregando técnicas de Rec Zona, realiza
ligações com a Rtg da unidade testa (vanguarda) da F Ptg (3º/14º RC Mec) e com
o PC e Trens da sua SU (2º Esqd C Mec);
- 2º e 3º/2º Esqd C Mec deslocando-se em 2º Esc pelo Itn Prog da Fg Mv, em
condições de ocupar as P Blq planejadas.
- o PC e os Trens do 2º Esqd C Mec deslocam-se pelo Itn Prog da Fg Mv,
ficando em condições de ocupar as Rg Dstn planejadas.
e) Os Pel C Mec integrando uma Fg Mv poderão receber as seguintes missões:

7-16
EB70-CI-11.457
- manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem no Fln
da F Ptg;
- reconhecer a zona entre o grosso e a linha de P Blq;
- manter o contato com a retaguarda da unidade testa (vanguarda) do grosso
(F Ptç);
- destruir ou repelir os Elm Rec do inimigo;
- destruir, repelir ou fixar as forças terrestres inimigas antes que estas forças
engajem com fogos diretos a F Ptg; e
- manter contato com a unidade retaguarda do grosso (F Ptç).
f) Atuando como vanguarda da flancoguarda, o Pel C Mec, além desta missão,
deverá prover a segurança do espaço compreendido entre a força protegida
(grosso) e a linha das P Blq (zona a ser reconhecida pelo elemento Ng da Fg Mv)
previstas no planejamento da operação e ainda manter permanente contato com
a retaguarda da unidade testa (vanguarda) da força protegida.

Fig 121 - Esqd C Mec na Flancoguarda Móvel

g) A flancoguarda regula sua velocidade de progressão pela velocidade da força


protegida. Deve estar suficientemente afastada do grosso, de modo a assegurá-lo
o tempo e o espaço necessário à manobra, para fazer face a uma ameaça inimiga.
Esta distância não é fixa e está diretamente ligada a dois fatores:

7-17
EB70-CI-11.457
- capacidade do Pel/SU em realizar o Rec Zona entre a linha de P Lig imposta
pelo Esc Sp e a linha de P Blq planejada pelo Cmt F Ptç: até 4 Km caso a testa
seja um Pel C Mec e, de 12 a 20 Km, caso a testa seja um Esqd C Mec ou Esqd
C Mec reforçado; e
- capacidade de apoio do grosso à F Ptç.
f) Se a área a proteger tornar-se tão extensa que não possa ser protegida adequa-
damente, o comandante da flancoguarda deve pedir permissão para vigiar parte
dela ou ser liberado da responsabilidade de segurança de parte da retaguarda da
área. Esta solicitação deverá ser feita em forma de proposta ao Cmt do grosso.
O Pel se enquadra nesse aspecto realizando uma vigilância da área.
g) Os Pel C Mec integrando uma Fg Mv empregarão os seguintes processos bási-
cos de deslocamento: movimento contínuo, lanços alternados e lanços sucessivos.
O comandante da F Fg Mv escolherá o mais adequado, levando em consideração,
particularmente, a velocidade do grosso, o terreno e as possibilidades do inimigo.
h) O Pel C Mec empregará a progressão por lanços alternados quando a força
protegida avançar com pouca velocidade e/ou há possibilidade de forte ameaça
inimiga. O Esqd C Mec Fg Mv empregará esse processo com um Pelotão ultrapas-
sando o outro e ocupando nova P Blq. Somente após este Pel estar em condições
de proteger o grosso é que o segundo Pel segue para ocupar sua nova P Blq.

Fig 122 - Pel C Mec de um Esqd C Mec Fg Mv realizando lanços alternados.

i) A progressão por lanços sucessivos é usada quando não há previsão de forte


ameaça inimiga. Neste processo, os Pel realizam os lanços simultaneamente.

7-18
EB70-CI-11.457
j) A progressão em movimento contínuo é usada quando a força protegida avança
sem paradas e/ou a possibilidade de atuação do inimigo no flanco é remota.
k) Ao receber a missão que irá participar de uma Fg Mv, o Cmt Pel C Mec deve
tomar as seguintes providências:
- estudar na carta a situação tática e a manobra determinada pelo seu Cmt
Esqd C Mec, o terreno, identificando particularmente o eixo de progressão da
F Ptg, o itinerário de progressão da Fg Mv, as penetrantes que incidam sobre o
flanco da F Ptg, as P Blq a serem ocupadas, a área a ser protegida (entre a L P
Lig imposta pelo Esc Sp e a linha de P Blq planejada pelo Cmt F Ptç), as linhas de
controle, os pontos de controle, os pontos de ligação e todas as demais medidas
de coordenação e controle estabelecidas para a missão;
- determinar ao Adj Pel a execução de medidas preparatórias ao cumprimento
da missão e onde essas deverão ser executadas; o local e hora onde será trans-
mitida a ordem ao pelotão e quem deverá estar presente;
- elaborar um esquema de manobra e uma ordem a ser transmitida ao seu
pelotão.

Fig 123 - Pel C Mec de um Esqd C Mec Fg Mv realizando lanços sucessivos.

l) O Cmt Pel C Mec deve prever em seu esquema de manobra (SFC) e na ordem
ao pelotão:
- a missão do pelotão e do Esqd C Mec;
- itinerário de progressão e P Blq planejadas para serem ocupadas pela Fg Mv;

7-19
EB70-CI-11.457
- a posição que o pelotão ocupará na coluna da Fg Mv (caso não seja o Pel
testa);
- as formações a serem adotadas pelo pelotão e pelo Esqd C Mec;
- o processo de deslocamento das frações do Pel C Mec e dos pelotões na
Fg Mv;
- as medidas de coordenação impostas pelo Esqd C Mec e outras que achar
necessárias para coordenar a manobra de seu pelotão;
- a ocupação e a desocupação das P Blq e a conduta nessas posições;
- as ações a serem executadas no retardamento em direção ao eixo da F Ptg
se for o caso;
- os dados necessários ao início da missão (hora, local, condições de início
da missão etc);
- situação planejada para o final da missão;
- situações específicas da missão não previstas nas NGA da OM (SU ou Pel).
- Normalmente não é necessário que o Cmt Pel C Mec elabore um esquema
de manobra, tendo em vista que o planejamento realizado pelo Cmt Esqd já é o
suficiente para o cumprimento da missão.

Fig 124 - Pel C Mec de um Esqd C Mec Fg Mv realizando um movimento contínuo.

7-20
EB70-CI-11.457
m) A Z Aç balizada pela linha de P Lig, imposta pelo Esc Sp, e a linha de P Blq
definem a A Rspnl da Fg. Esta frente não deve exceder a capacidade de reco-
nhecimento de uma SU ou de um Pel. Essa frente está diretamente relacionada
a essa capacidade de reconhecimento e à capacidade de apoio da F Ptg à F Fg
Mv, além das características do terreno.
n) O Pel testa de uma Fg Mv deve cumprir as seguintes missões:
- atuar como vanguarda;
- conhecer a área entre os P Lig lançados pelo Esc Sp e a linha de P Blq pla-
nejadas pelo Cmt F Ptç (zona a ser Rec pelo Elm Vg da Fg Mv); e
- ligar-se com a Rtg da unidade testa (vanguarda) do grosso.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS PROCESSOS DE DESLOCAMENTO

MOVIMENTO POR LANÇOS MOVIMENTO


CONTÍNUO
ALTERNADOS SUCESSIVOS

- Forte ação do Inimigo - Ação fraca do Inimigo é - O contato com o Ini


Considerações no flanco é esperada. esperada no flanco. não é esperado.
sobre o Inimigo e a - A Força Protegida - A Força Protegida desloca- - A Força Protegida
Força Protegida desloca-se lentamen- -se com altos frequentes e desloca-se em gran-
te. curtos. de velocidade.

- É o processo mais
Vantagens - Mais seguro. - Menos seguro.
rápido.
- É o processo me-
Desvantagens - Mais lento. - Mais rápido.
nos seguro.

- Durante os lanços, a ocu-


- Durante os lanços
pação e a desocupação das
Observações haverá, sempre, uma -
P Cmb será realizada simul-
tropa em posição
taneamente pelas frações.

Tab 8 - Vantagens e desvantagens dos processos de deslocamento em uma missão de


Flancoguarda.

o) O Pel que se deslocar à retaguarda da Fg Mv deverá ligar-se com a Rtg do


elemento da retaguarda do grosso.
p) Para o início da missão de flancoguarda móvel, normalmente, serão emprega-
dos um desses dois procedimentos, em função do terreno e da situação tática: a
F Fg Mv e a F Ptg cruzam a linha de controle que baliza o início da missão num
mesmo local ou cruzam essa linha em locais diferentes. Poderão ocorrer situações
em que esse início de missão ocorra de maneira diversa.
- 1° Processo – a F Ptç cruza a L Ct no mesmo local que a F Ptg e desincorpora
do seu dispositivo, para cumprir a missão de Fg Mv.

7-21
EB70-CI-11.457
- 2° Processo - a F Ptç e a F Ptg cruzam a L Ct que baliza o início da missão
simultaneamente, porém em locais distintos.
q) Os elementos de manobra que integram o 2° Esc do Esqd ou Rgt, deslocar-
-se-ão sobre o Itn Prog e ocuparão as P Blq, Mdt O, face à evolução da situação
do Ini e da F Ptg.
r) Em final de missão, a Fg Mv adotará um dispositivo de Fg Fix e ocupará P Blq
que barre as Pntr que incidam no Fln da F Ptg.
s) Em uma missão de Fg Mv, inicialmente, a Prio F será do Pel Vgd. Esta Prio
será alterada a partir do momento em que for estabelecido o Ctt com o Ini.

Fig 125 - O dispositivo do Esqd C Mec em final de missão: Fg Fix

7.2.8.3.3 O Pel C Mec participando de uma Flancoguarda Fixa


a) O Pel C Mec, como Fg Fix, ocupa P Blq no flanco. As P Blq são localizadas em
acidentes do terreno que dominam as prováveis penetrantes do Ini para o interior
da A para ser protegida. No cumprimento da missão, o Pel C Mec emprega táticas
defensivas ou de movimentos retrógrados. Se fortemente pressionado, conduz
uma ação retardadora, proporcionando tempo e espaço para que o comandante
da F Ptg possa reagir à ameaça inimiga.

7-22
EB70-CI-11.457
b) O Cmt da Fg Fix, no seu planejamento, selecionará posições entre a F Ptg e a
linha de P Blq que deverão ser reconhecidas no terreno. Essas posições poderão
ser ocupadas durante o retardamento do inimigo.
c) Se possível, o Pel C Mec participando de uma Fg Fix, desloca-se para a linha
de P Blq empregando técnicas de reconhecimento de zona a fim de familiarizar-
-se com o terreno no qual será empregado.
d) Os Pel C Mec integrando uma Fg Fix poderão receber as seguintes missões:
- manter contínua observação sobre as Pntr que incidam no Fln da F Ptg;
- destruir ou repelir as forças de reconhecimento do inimigo;
- manter o contato com a F Ptg; e
- destruir, repelir ou fixar as F Ter Ini antes que engajem com fogos diretos a
F Ptg.
7.2.8.4 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado na Retaguarda
7.2.8.4.1 A retaguarda é uma força de segurança que opera após uma força
principal, seja num movimento para frente ou durante um movimento retrógrado.
7.2.8.4.2 Durante o movimento para frente, a retaguarda neutraliza ou retarda as
forças inimigas que atacarem a retaguarda do grosso, protege os trens e realiza
a coleta dos extraviados. A retaguarda marcha a uma distância prescrita pelo Cmt
da F Ptg, no máximo até a distância do apoio de artilharia daquela força.
7.2.8.4.3 O Esqd C Mec de Bda pode conduzir uma retaguarda em proveito da
Bda quando a GU se deslocar por um único eixo. No caso da Bda utilizar mais
de um eixo, o esquadrão constitui a retaguarda de um dos eixos. O Esqd cumpre
a missão de retaguarda sob controle da Bda ou da unidade que se deslocar à
retaguarda da formação na qual deve ser integrado.
7.2.8.4.4 O Pel C Mec atua participando da F Ptç de retaguarda, durante um re-
traimento, deverá assegurar o desengajamento da F Ptg, empregando táticas de
ação retardadora e retraindo por lanços. Sua velocidade de deslocamento deverá
basear-se pela velocidade de deslocamento da F Ptg a fim de manter a distância
prevista, ou deslocando-se de acordo com planos previamente estabelecidos. A
Força de Retaguarda não deve permitir seu desbordamento pelo inimigo ou que
este a force a cerrar sobre o grosso.
7.2.8.4.5 Caso o Pel C Mec F Rtg disponha de elementos de engenharia de
combate em apoio (Gp Eng etc), esses deverão ser empregados na execução de
demolições e no lançamento de obstáculos e minas planejados ou autorizados
pela F Ptg a fim de retardar ao máximo a progressão do inimigo.

7-23
EB70-CI-11.457

Fig 126 Pel C Mec de um Esqd C Mec integrando F Ptç Rtg.

7.2.8.4.6 O Pel C Mec, ao receber uma missão de Rtg, ou integrar uma F Rtg,
deverá, entre outras providências:
a) estudar na carta a situação tática e a manobra determinada pelo seu Cmt Esqd
C Mec ou F Ptg, identificando as linhas e pontos de controle, pontos de ligação
e todas as demais medidas de coordenação e controle estabelecidas para a
missão pelo Esc Sp;
b) estudar o terreno, identificando, particularmente, a área a ser protegida, a
posição ocupada pela F Ptg, as penetrantes que incidem sobre a posição da F
Ptg, os locais onde poderá ocupar posições de bloqueio, os itinerários até essas
posições, os itinerários para retardamento, os obstáculos naturais, a necessidade
de construção de obstáculos que contribuam para a sua missão, as penetrantes
que incidam sobre a F Ptg,
c) determinar ao Adj Pel a execução de medidas preparatórias ao cumprimento
da missão (conforme a NGA do Pel, ou do Esqd C Mec) onde essas deverão ser
executadas; o local e hora onde será transmitida a ordem ao pelotão e quem
deverá estar presente;
d) identificar e planejar o emprego do apoio de fogo da F Ptg e outros apoios
colocados à sua disposição;

7-24
EB70-CI-11.457

m) identificar e/ou planejar o estabelecimento das ligações necessárias para o


cumprimento da missão. A ligação contínua com o comandante dessa força deve
ser assegurada durante toda a missão; e
e) planejar o reconhecimento de possíveis P Blq e dos itinerários de retardamento;
7.2.9 O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO NA VIGILÂNCIA
7.2.9.1 Generalidades
7.2.9.1.1 Vigilância é o menor grau de segurança que pode ser proporcionado
para uma força. Este grau de segurança permite que o Cmt Esc Sp economize
meios na parte da frente e concentre o seu poder de combate na parte mais
importante da Z Aç.
7.2.9.1.2 A missão se traduz no estabelecimento de uma “cortina de vigilância”
(fixa ou móvel) que é executada pela instalação de uma série de postos de ob-
servação, e cobre as vias de acesso do inimigo. Patrulhas a pé, mecanizadas e
aéreas reconhecem aquelas áreas que não podem ser observadas dos postos
de observação.
7.2.9.1.3 Quando pressionada pelo inimigo, a F Vig retrai mantendo o contato
com a força inimiga, não tendo responsabilidade territorial entre ela e a tropa
para qual opera.
7.2.9.2 O Pel C Mec integrando uma Força de Vigilância
7.2.9.2.1 Um Pel C Mec integrando uma F Vig deve executar as seguintes missões:
a) manter uma contínua observação sobre as penetrantes que incidem na Z Aç
da F Ptg (no setor ou frente sob sua responsabilidade) e sobre os pontos críticos
existentes no seu setor em todas as condições de visibilidade;
b) obter e manter o contato com forças inimigas e informar ao Esc Sp sobre seu
deslocamento;
c) dentro da sua capacidade e baseado nas diretrizes do Esc Sp, destruir ou
repelir os Elm Rec do Ini;
d) impedir ou dificultar o avanço das forças inimigas pelo emprego dos fogos de
longo alcance, tanto os de apoio como os orgânicos.
e) proporcionar o alerta oportuno da aproximação do Ini.
7.2.9.2.2 A Frente a ser vigiada pelo Pel C Mec e a Z Aç sob sua responsabilidade
são balizadas (definidas) por:
a) uma Linha de Controle imposta pelo seu Esc Sp, que deve ser materializada
pelos P Obs que o Pel C Mec desdobrará, tendo como finalidade limitar o avanço
da F Vig (é uma medida restritiva). Essa linha é denominada linha de vigilância
ou linha de segurança;

7-25
EB70-CI-11.457
b) uma “profundidade”, isto é, a distância entre a posição da F Ptg e a Linha de
Vigilância (definida pela F Ptg). Ela estabelece a maior distância que a F Vig
pode se afastar da F Ptg. Essa área entre a F Vig e a F Prot é denominada Área
de Segurança.
7.2.9.2.3 Um Pel C Mec atuando como F Vig poderá manobrar na Área de Segu-
rança (faixa de terreno entre uma Linha de Vigilância e a Força Protegida) para:
a) manter o contato com o Ini;
b) evitar que o Ini penetre na sua Z Aç facilmente;
c) ocupar P Obs alternativos; e
d) dificultar a operação ou destruir elementos de Rec Ini, conforme suas possibi-
lidades e as diretrizes do Esc Sp.
7.2.9.2.4 O Pel C Mec, ao receber uma missão de Vigilância, ou integrar uma F
Vig, deverá, entre outras providências:
a) estudar na carta a situação tática e a manobra determinada pelo seu Cmt Esqd
C Mec ou F Ptg, identificando as linhas e pontos de controle, pontos de ligação
e todas as demais medidas de coordenação e controle estabelecidas para a
missão pelo Esc Sp;
b) identificar no planejamento do Esc Sp o traçado geral da linha de vigilância;
a Z Aç do Pel (frente e profundidade); o inimigo a ser vigiado (se for o caso); a
duração provável da missão; os critérios para engajamento e destruição do Ini;
os critérios para desengajamento e mudança de posição; a existência de L Ct
paralelas à linha de vigilância inicial a fim de coordenar o retraimento de seu Pel
C Mec com as demais frações da F Vig (caso integre uma F Vig) e de servir como
linhas de vigilância subsequentes e as missões futuras do Pel C Mec e/ou da F Vig;
c) identificar a missão e as ações impostas pelo seu Esqd C Mec ou F Ptg para
as fases de deslocamento e ocupação da linha de vigilância, observação e en-
gajamento; mudanças de posição; e acolhimento pela F Ptg;
d) estudar o terreno, identificando, particularmente, a área a ser vigiada, a posição
ocupada pela F Ptg, as penetrantes que incidem sobre a posição da F Ptg, os locais
onde poderá lançar postos de observação e postos de escuta, os itinerários até
esses postos, os itinerários para retraimento, os obstáculos naturais, as penetran-
tes que incidam sobre a F Ptg, os pontos críticos para a F Ini em deslocamento;
a área de interesse para a missão de Vig e prováveis áreas de engajamento.
e) identificar e planejar o emprego do apoio de fogo da F Ptg e outros apoios
colocados à sua disposição;

7-26
EB70-CI-11.457

Fig 127- Linha de Vigilância de um Pel C Mec com quatro PO.

f) identificar e/ou planejar o estabelecimento das ligações necessárias para o


cumprimento da missão. A ligação contínua com seu Esqd C Mec deve ser asse-
gurada durante toda a missão;
g) determinar ao Adj Pel a execução de medidas preparatórias ao cumprimento
da missão (conforme a NGA do Pel, ou do Esqd C Mec), onde estas deverão ser
executadas; o local e hora onde será transmitida a ordem ao pelotão e quem
deverá estar presente;
h) planejar o reconhecimento das posições de retardamento e dos itinerários de
retardamento;
i) elaborar a ordem a ser transmitida ao seu pelotão.
7.2.9.2.5 O Cmt do Pel C Mec com a missão de F Vig após estudar a missão re-
cebida e o terreno onde operará, deverá definir seu planejamento para a missão:
a) a missão do pelotão e do seu Esqd C Mec (se for o caso), é identificar com as
ações a realizar nas fases de deslocamento e ocupação da linha de vigilância,
observação e engajamento do inimigo; mudanças de posição e acolhimento pela
F Ptg;
b) o itinerário de progressão até a Z Aç e ou frente a vigiar;
c) a posição que o pelotão no dispositivo da F Vig (se for o caso);
d) as medidas de coordenação impostas para o cumprimento da missão e outras
necessárias para coordenar a manobra do pelotão;
e) a ocupação e desocupação dos P Obs (PE) na linha inicial e nas linhas subse-

7-27
EB70-CI-11.457
quentes de vigilância (se houver), a conduta nessas linhas em caso de atuação
do inimigo;
f) a sua Z Aç de suas frações e quais P Obs deverão mobiliar;
g) os P Obs e as áreas ou pontos que requeiram uma atenção especial;
h) quem e quando realizará as ligações nos P Lig impostos pela F Ptg ou pelo
seu Esqd C Mec;
i) um plano de patrulhamento detalhado a fim de vigiar os espaços vazios;
j) os critérios de engajamento estabelecidos pelo seu Esqd C Mec ou pela F Ptg.
Qual o poder de combate do Ini que deverá ser engajado pelo Pel e onde será(ão)
realizado(s) o(s) engajamento(s) do inimigo;
k) os critérios de desengajamento estabelecidos pelo seu Esqd C Mec ou F Ptg.
Quais as condições para o desengajamento do Pel. Como o Pel manterá Ctt
durante a mudança da linha de vigilância;
l) a Prio Ap F do Esqd C Mec ou da F Ptg para o Pel C Mec. Se foi colocado al-
gum Ap F à disposição do Pelotão. Como este deverá ser solicitado. Como serão
apoiados os engajamentos das frações e do pelotão como um todo.
m) os apoios disponíveis e as ações a serem executadas durante os retraimentos
para outras linhas de vigilância (se houver) ou para a posição da F Ptg;
n) os dados necessários ao início da missão (hora, local, condições de início da
missão, dispositivo pronto etc);
o) a situação planejada para o final da missão;
p) as situações específicas da missão não previstas nas NGA da OM (SU ou Pel).
7.2.9.2.6 Procedimentos a serem adotados por um Pel C Mec na execução de
uma Vigilância Fixa.
7.2.9.2.7 Um Pel C Mec com a missão de F Vig Fixa desloca-se para a linha de
vigilância inicial empregando um dos seguintes processos, definidos em função
do seu estudo de situação (se constituindo a F Vig) ou de seu Esqd C Mec (com
a missão de F Vig):
a) Rlz uma Marcha Tática até uma região próxima à linha de vigilância, onde
desdobrará os seus meios a fim de ocupar o seu dispositivo de vigilância. Este
processo é o mais rápido, porém o menos seguro. Ele deverá ser utilizado em
situações em que o contato com o inimigo não é provável, o tempo para ocupação
da linha de vigilância é reduzido e ou existir apoio de Elm Ae conduzindo Op Rec
ou Vig Amv à frente da posição do Pel C Mec;
b) Rlz um Rec de Eixo até a linha de vigilância inicial. Este processo é mais lento
do que a M Tat porém é mais seguro. Ele é apropriado para situações em que o
contato com o inimigo é pouco provável, o tempo disponível é reduzido ou existir
7-28
EB70-CI-11.457
apoio de Elm Ae conduzindo Op Rec Amv à frente da posição.
c) Rlz um Rec Zona entre a posição da F Ptg e a linha de vigilância. Em princípio
este método é o mais adequado pois a F Vig reconhece o terreno no qual poderá
combater, por ocasião do retraimento. É o processo mais seguro. Este processo é
apropriado quando existe tempo disponível e a situação do inimigo é desconhecida.

Fig 128 - Pel C Mec de um Esqd C Mec na Vigilância Fixa.

7.2.9.2.8 Ao atingir a linha de vigilância inicial o Pel C Mec (F Vig) deverá ocupar
uma posição previamente reconhecida na carta (e se possível no terreno) próxi-
ma da Linha de vigilância (Z Reu, dispositivo de vigilância, e outras em função
da situação do inimigo). A partir de posição ou ponto terá início a ocupação da
Linha de Vigilância Inicial, com as frações deslocando-se mediante ordem ou de
imediato para a ocupação dos Postos de Observação, conforme o planejamento
do Cmt Pel C Mec. Se houver tempo se a situação tática permitir, será realizado
o reconhecimento dos P Obs pelo Cmt Pel e os Cmt Frações. Essa posição ou
ponto baliza o início do cumprimento da missão de vigilância.
7.2.9.2.9 Ao realizar o planejamento da distribuição dos P Obs pelas frações do
Pel C Mec, o Cmt Pel deve considerar:
a) a utilização das VBC Cav/VBR e VBTP dotadas de equipamentos optrônicos
(ou eletro-óticos) na vigilância da frente, durante o dia e à noite, aumentando
a capacidade de vigilância do pelotão e o número de P Obs a serem lançados
(distância entre os P Obs, etc);
b) o posicionamento o mais à frente possível da Pç Ap para se obter o máximo
alcance de seu morteiro.

7-29
EB70-CI-11.457
7.2.9.2.10 Estabelecido o contato com o Ini, o Pel C Mec (F Vig) deve procurar
determinar o seu valor, dispositivo, composição e direção do movimento e outras
informações disponíveis, transmitindo-as de imediato à F Ptg.
7.2.9.2.11 As ações serão conduzidas conforme planejado pelo Cmt Pel e de
acordo com as diretrizes da F Ptg. Em função de sua frente extensa e reduzido
poder de combate, a F Vig deve evitar o engamento das suas frações com o
inimigo, tomando todas as medidas para não ser engajada decisivamente por
esse. Antes que ocorra esse engajamento, deve solicitar autorização da F Ptg
para realizar o retraimento para outra linha de vigilância ou para aposição daquela
força (conforme previsto nas diretrizes e planejamento dessa força).
7.2.9.2.12 O principal meio para deter o inimigo será o fogo de seu armamento
coletivo (canhões, lança-granadas, metralhadoras e morteiro), os fogos de morteiro
de seu Esqd C Mec (com a missão de F Vig), os fogos de morteiro pesado e de
artilharia de campanha da F Ptg e os fogos dos Elm Ae em apoio (se existirem). O
inimigo deve ser batido o mais à frente possível, para desorganizar seu dispositivo
à frente da linha de vigilância. No planejamento do pelotão devem ser previstas
áreas de engajamento no setor de cada PO, onde existam as melhores condições
para barrar, destruir ou neutralizar o inimigo pelo fogo. Nas áreas de engajamento
são lançados fogos para destruir o Ini no seu interior.
7.2.9.2.13 Em presença de F Ini superior ou na iminência de ser engajado deci-
sivamente pelo inimigo, o Pel C Mec deve retrair para outra linha de vigilância ou
para a posição da F Ptg, onde será acolhido. Mdt O da F Ptg iniciará o retraimento,
empregando as técnicas e táticas padronizadas para essa operação, sem perder
o contato com o inimigo.
7.2.9.2.14 Durante o retraimento o Pel C Mec deve empregar ao máximo seu
armamento AC (VBC Cav/VBR) e de tiro indireto da Ap F (Mrt M) para dificultar
a progressão do Ini.
7.2.9.2.15 O retraimento pode ser realizado ocupando linhas de vigilância suces-
sivas ou não, até o Pel C Mec (F Vig) ser acolhido pela F Ptg.
7.2.9.2.16 Peculiaridades da F Vig Mv (Pel C Mec integrando seu Esqd C Mec):
a) a F Vig Mv, normalmente, não tem responsabilidade pela área entre a força
protegida e a F Ptg, como acontece com a flancoguarda;
b) nem sempre a F Vig Mv atuará dentro do alcance do apoio da F Ptg;
c) serão ocupados postos de observações sucessivas, ao longo do flanco, em
vez de posições de bloqueio;
d) serão empregadas as mesmas táticas, técnicas e procedimentos da Vig Fix e
da Flancoguarda, adaptando-as à situação tática e ao terreno;
e) numa F Vig Mv, o Itn Prog do Pel C Mec será especificado pela F Ptg ou pelo
seu Esqd C Mec (F Vig).
7-30
EB70-CI-11.457
7.2.9.2.17 O Esqd C Mec/RC Mec com a missão de F Vig F poderá ser apoiado por
elementos de Vigilância e Observação (Rdr Vig Ter e outros equipamentos eletro-
-óticos) do RC Mec. Essa fração, em princípio, não deverá ficar sob o controle do
Pel C Mec. Caso essa fração venha a operar da Z Aç do Pelotão, seu Cmt deverá
buscar o contato com o Cmt dessa fração e informá-lo de seu planejamento para
o cumprimento da missão e inteirar-se do planejamento da mesma, verificando
se existem pontos em conflito ou ações planejadas que comprometam a missão
do Pel C Mec.
7.2.9.2.18 O mesmo procedimento previsto no item anterior deverá ser realizado
pelo Pel C Mec, caso seja desdobrada em sua Z Aç uma Turma ou Equipe de
Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) em apoio ao seu Esqd C Mec. O Pe-
lotão deve estabelecer estreito contato com esses elementos de modo a definir
procedimentos de operação e de segurança, verificando se as ações previstas
para as ARP não comprometem o seu planejamento para a missão.

Fig 129 - Pel C Mec de um Esqd C Mec na Vigilância Móvel.

7.2.10 PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO INTEGRANDO UMA FORÇA


DE DEFESA DE ÁREA DE RETAGUARDA
7.2.10.1 Generalidades
7.2.10.1.1 A Segurança de Área de Retaguarda (SEGAR) compreende todas as
medidas adotadas para fazer face às ameaças inimigas na área de retaguarda
7-31
EB70-CI-11.457
de um Grande Comando, principalmente, contra as Unidades, as instalações/ e/
ou atividades de Apoio Logístico e contra as vias de transporte.
7.2.10.1.2 As principais ameaças inimigas numa área de retaguarda são as ações
realizadas por sabotadores, guerrilheiros e elementos inimigos infiltrados, os
bombardeios aéreos e de artilharia. As medidas contrárias à ação de sabotadores,
guerrilheiros e Elm infiltrados constituem a defesa de área de retaguarda (DEFAR).
7.2.10.1.3 As medidas e o controle para reduzir os efeitos dos bombardeios
inimigos e para assegurar a continuidade ou restabelecer o Ap Log, após esses
bombardeios, constituem o controle de danos (CD). O controle de danos e rea-
lizado, também, no caso de grandes desastres ou de catástrofes da natureza,
enquadrando as ações de restabelecimento do controle da área afetada, os
primeiros socorros e a evacuação de feridos, o isolamento de áreas perigosas,
o combate a incêndios e outras providências semelhantes. A missão de Controle
de Danos é normalmente atribuída às tropas de Engenharia.
7.2.10.1.4 A Cavalaria Mecanizada, em princípio, será empregada nas ações de
DEFAR de uma SEGAR. A Força de DEFAR poderá ser empregada na segurança
e manutenção de vias de transporte e eixos de suprimento (E Sup); escolta de
comboios; segurança de instalações; vigilância de regiões favoráveis ao estabele-
cimento de bases de guerrilheiros, zonas de lançamento, de pouso de helicópteros
ou de aterragem de aeronaves; e na localização, fixação e destruição de forças
convencionais ou irregulares Ini.
7.2.10.2 Planejamento de uma Operação de DEFAR
7.2.10.2.1 O menor escalão a receber uma missão de DEFAR é o Esquadrão de
Cavalaria Mecanizado.
7.2.10.2.2 Em função do estudo de situação do Cmt Esqd C Mec, para a execução
da missão de DEFAR, a SU poderá ser organizada com:
a) 3 Pel C Mec (estrutura básica), que será abordada neste CI. Essa linha de ação
é normalmente adotada quando a Área de Retaguarda a ser defendida é muito
extensa e possui poucas vias de circulação. Os Pel C Mec serão distribuídos por
setores da área de retaguarda;
b) Pel Provs de VBC Cav/VBR, Fuz Bld, Exp e uma Seç Mrt Me (ou Pel Provs
com VBC Cav/VBR e Fuz Bld). Essa organização permitirá que a SU cumpra, em
melhores condições, todas as tarefas inerentes a essa missão: vigilância, escolta/
patrulhamento, segurança de pontos específicos, força de contra-ataque (Res).
Essa linha de ação é normalmente adotada quando a Área de Retaguarda não
é grande e o terreno facilita a movimentação da tropa; e o mais comum será o
emprego dos Pel Provs (abordado no MC de Esqd C Mec) a fim de permitir que
o Esqd C Mec;

7-32
EB70-CI-11.457
c) uma mescla de 1 Pel C Mec e Pel Provs, dependendo da situação tática, do
terreno, da frente e profundidade da área de retaguarda a ser defendida.
7.2.10.2.3 Em qualquer das linhas de ação a ser adotada para organizar o Esqd
C Mec para a missão de DEFAR, o Cmt SU deverá prever a manutenção de uma
força em reserva.
7.2.10.3 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado na DEFAR em um Setor da Área
da Retaguarda
7.2.10.3.1 Planejamento da Missão
a) O Cmt Pel C Mec, ao receber a missão de defender um setor de uma A Rtg,
integrando uma Força de DEFAR, deverá realizar seu estudo de situação e o
planejamento de emprego das suas frações. Em princípio, deverá executar as
seguintes missões no setor sob sua responsabilidade:
- observação contínua (P Obs) sobre o perímetro do setor, pontos críticos e
áreas onde poderá haver o homizio de forças irregulares ou forças inimigas in-
filtradas, estradas e caminhos que cruzem o setor, instalações civis que possam
ser utilizadas pelo inimigo; prováveis zonas de lançamento (ZL) e zonas de pouso
de helicóptero (ZPH), pontos críticos e pontos dominantes do terreno existentes
na área;
- patrulhamento do perímetro, de áreas não observadas de P Obs ou que de-
vam ser vasculhadas a fim de realizar a ligação entre os P Obs ocupados pelas
frações do pelotão;
- escolta de comboios diversos que cruzam o setor quando determinado pelo
Esc Sp;
- segurança de eixos de suprimento existentes no setor;
- destruição de forças inimigas ou irregulares identificadas no setor, isolada-
mente dentro de sua capacidade de reação, ou integrando/apoiando a força de
reserva do seu Esqd C Mec.
b) Para elaborar o planejamento da missão deverá reconhecer, se possível no
terreno, o setor que lhe foi imposto, levantando, entre outros:
- as prováveis ZL, ZPH e locais favoráveis à dissimulação de tropas irregulares
(áreas de homizio);
- os pontos dominantes do terreno que tenham comandamento sobre as re-
giões levantadas;
- os locais onde poderá instalar seus postos de observação e aqueles que
deverão ser percorridos por patrulhas;
- os itinerários que as frações deverão utilizar para atingir os P Obs para realizar
o patrulhamento mecanizado ou a pé;

7-33
EB70-CI-11.457
- os pontos a serem batidos pela sua Pç Ap e o local inicial onde deverá
desdobrar-se;
- o local onde instalará seu PC (em princípio, junto ao P Obs da Pç Ap);
- o local onde concentrará sua reserva (em princípio próximo ao PC do pelotão).
7.2.10.3.2 Postos de Observação e Patrulhamento do Setor da A Rtg

Fig 130 - O Pel C Mec na Seg de um Setor da Área de Retaguarda.

a) O Pel C Mec instalará o máximo de P Obs que suas frações e seus equipa-
mentos de dotação ou em reforço permitirem a fim de manter o setor de sua
responsabilidade sob observação contínua, abrangendo a maior área possível.
O número de P Obs será função da necessidade se manter parte do efetivo em-
penhado em missões de patrulhamento (a pé ou mecanizado) e do efetivo a ser
mantido em reserva.
b) Normalmente, um Pel C Mec desdobra até quatro P Obs, empregando o seu GE
(2 P Obs), o GC (1 P Obs) e a Peça de Apoio/Gp Cmdo (1 P Obs). Em princípio,
não será atribuída à Seç VBC Cav/VBR a missão de montar e operar P Obs. Se
necessário (particularmente à noite), as VBC Cav/VBR poderão ocupar posições
de observação, auxiliando com seus equipamentos de visão noturna, a missão
dos demais P Obs.
c) As patrulhas a pé ou mecanizadas, seguindo um planejamento do Cmt Pel
(Itn, frequência, efetivo etc), deverão realizar a ligação entre P Obs, vasculhar as

7-34
EB70-CI-11.457
áreas não avistadas pelos demais P Obs, ocupar P Obs alternativos por tempos
determinados, realizar a ligação com setores da A Rtg vizinhos, além de cumprir
outras missões que a situação exigir.
d) As TTP empregadas pelos P Obs e Pa do Pel C Mec, numa Força de DEFAR
e responsável por um setor da A Rtg, serão as mesmas utilizadas em missões
semelhantes nas outras operações e missões, como as de reconhecimento e de
vigilância.
7.2.10.3.3 Zonas de Lançamento (ZL) e Zonas de Pouso de Helicópteros (ZPH)
a) AS ZL e ZPH devem ser limpas, em princípio secas, afastadas de obstáculos
que possam interferir no pouso de Hlcp e pouco acidentadas. Estradas, cursos de
água e linhas eletrificadas limitam as ZL. Para fins de planejamento, o Cmt Pel C
Mec deve considerar que uma ZL e uma ZPH mínimas devem ter, normalmente,
as seguintes dimensões:
- ZL Pel: 1200 m x 200 m;
- ZL Cia: 1200 m x 400 m; e
- ZPH: diâmetro mínimo de 50 m.
b) A reação contra tropas paraquedistas ou aeromóveis desembarcadas ou lança-
das no setor do Pel C Mec deve ser imediata e com o máximo poder de combate
disponível. As VBC Cav/VBR constituem a melhor força de choque da reserva do
Pel. Devem ser empregadas rapidamente, para obter efeito de choque.
c) O Cmt Pel deverá planejar a atuação de seu pelotão sobre todas as ZL e ZPH
identificadas no seu setor. Deverá prever nesse planejamento:
- locais dentro do seu setor de onde possa atuar com vantagem e surpresa
contra as tropas inimigas, objetivos ou eixo de progressão, linhas de partida e
itinerários para as linhas de partida, Pos Atq.
- Z Reu localizadas o mais próximo possível das ZL/ZPH. Uma mesma Z Reu
pode ser planejada para dois ou mais objetivos.
- Itn das frações até as Z Reu ou Pos Atq reconhecidos e balizados.
d) A reserva e os elementos previstos para a força de reação do Pel C Mec contra
tropas Pqdt ou Amv deve, se possível, realizar o reconhecimento e o ensaio das
ações previstas no planejamento do Cmt Pel.
7.2.10.3.4 Segurança de Eixos de Suprimento
a) A segurança fornecida a um determinado eixo de suprimento é classificada
como Vermelha, Verde e Amarela em função da atuação do inimigo e do poder
de combate que a F Seg deve possuir.
b) Normalmente, os eixos de suprimento que cruzam um Setor de DEFAR atri-
buído a um Pel C Mec estarão na classificação de Segurança Verde, em função
7-35
EB70-CI-11.457
do poder de combate dessa tropa.

Fig 131 - 1º Pel C Mec executando um Rec para “limpar” o eixo e 2º Pel
ocupando uma Z Reu ao longo do eixo.

c) O Pel C Mec poderá, também, numa DEFAR, integrar uma força maior (de
valor mínimo SU) com a missão de segurança de um eixo com classificação de
Segurança Amarela.
d) A segurança de um eixo de suprimento com classificação de segurança na Si-
tuação Vermelha (o controle da F Seg é mínimo sobre o eixo e sobre a área com
influência sobre esse eixo, e o inimigo o utiliza com frequência e tem condições
de realizar emboscada e interditá-lo) exigirá uma tropa de elevado valor para
realizá-la (Regimento ou Bda).
e) O Cmt pelotão, com responsabilidade sobre um Setor de DEFAR, deverá con-
siderar no seu planejamento que a técnica a ser empregada depende do terreno
e tipo de eixo, da extensão do eixo, do tipo de atividade Ini esperada e da rede
de estradas que incidem sobre o eixo, entre outras.
f) Planejamento de Segurança de um Eixo de Suprimento com a classificação de
Segurança Verde.
- Nessa situação o Pel C Mec possui elevado controle do seu setor ou da
área onde se localiza o eixo de suprimento e a possibilidade de o inimigo realizar
emboscadas é mínima.
- O tráfego flui normalmente, mas ainda existe probabilidade de interdição de
eixo. Nenhum eixo é 100% seguro.
7-36
EB70-CI-11.457
- O pelotão deve realizar reconhecimentos constantes para assinalar trechos
minados ou possíveis operações de interdição do eixo (Medidas de Segurança
– Área Verde);

Fig 132 - Após a limpeza do eixo, o 2º Pel C Mec opera os PST


ao longo do eixo para garantir a trafegabilidade.

- O pelotão deverá localizar uma força próxima ao Eixo de Suprimento (E Sup),


em condições de ser empregada rapidamente (Medidas de Segurança – Área
Verde);
- O Pel C Mec deve controlar o tráfego, para aumentar a segurança e capacida-
de do eixo. Se possível, para essa ação, o Pel deve ser reforçado com elementos
da Polícia do Exército (Medidas de Segurança – Área Verde);
g) Planejamento de Segurança de um E Sup com a classificação de Segurança
Amarela – Pel C Mec integrando uma Força de Segurança de Eixo de Suprimento.
- Na Situação Amarela a Força de Segurança possui relativo controle da
área. Entretanto, o Ini mantém considerável poder para realizar emboscadas e
interditar as estradas.
- O E Sup é aberto periodicamente para o movimento de comboios e fechado
logo após.
- No planejamento da segurança de um eixo de suprimento com classificação
de Segurança Amarela deverão ser utilizados Postos de Segurança Temporários
(PST), Postos de Segurança Fixos (PSF) e uma Força de Limpeza do Eixo (FLE),
que normalmente é empregada antes de sua abertura ao tráfego.
- Os Pel C Mec que integram a F Seg poderão receber a missão de instalar
e operar um PST ou PSF, integrar uma força que instale esses postos, constituir
7-37
EB70-CI-11.457
a FLE ou integrá-la.

Fig 133 - 2º Pel C Mec mantém os PST, proporcionando segurança enquanto o eixo permanece aberto.
Outro Pel executa a Escolta de Comboio ao longo do eixo.

- Os Postos de Segurança Temporários (PST) deverão ser empregados


quando o volume de tráfego for intenso e o número de escoltas mobiliza grande
parte do efetivo da F Seg.

Fig 134 - Findo o horário de funcionamento do eixo, o Pel retrai para a Z Reu. A operação se repetirá
nos horários em que o eixo precisar permanecer aberto.

7-38
EB70-CI-11.457
- Os PST são instalados antes da abertura do eixo e são retirados após o seu
fechamento ao tráfego, quando devem se retirar para uma base mais segura (Z
Reu).
- Um Pel C Mec poderá mobiliar um único PST ou mais de um. Neste caso,
poderão ser empregados por exemplo: PST 1 – Seç VBC Cav/VBR e GC; PST
2 – 1ª Pa GE (ou todo o GE); PST3 – 2ª Pa GE. Gp Cmdo e a Pç Ap podem re-
forçar um desses PST, em princípio, o mais central, ou controle mais complexo.
- Os comboios que se deslocam pelo eixo estabelecem contato com os PST,
informando sua progressão e a sua saída da área.
- Os Postos de Segurança Fixos (PSF) são empregados quando o eixo possui
pontos críticos como pontes, cortes de estradas, desfiladeiros etc, cuja destruição
interditaria o eixo por um longo tempo e exigiria grande esforço da engenharia
para recuperá-lo; quando há necessidade de um maior controle e segurança no
eixo, ou quando o eixo possuir um tráfego pesado.
- Os Pel C Mec da F Seg podem ser empregados para mobiliar PSF ou mais
de um PSF, organizando-se, neste último caso, como nos PST.

Fig 135 - 1º Pel C Mec ocupando PSF enquanto 2º Pel é mantido como reserva.

- Normalmente, para fins de planejamento, a F Seg empregará seus Pel C


Mec ao longo de um eixo de suprimento, com os pelotões ocupando setores de
no máximo 32 km.
- As posições dos PSF podem ser melhoradas com obstáculos, fortificações
e, se autorizado, com minas.

7-39
EB70-CI-11.457
- O Pel C Mec, ocupando um (ou mais) PSF e responsável por um setor do
eixo de suprimento, deverá estabelecer um patrulhamento do eixo no seu setor,
envia Pa que devem realizar o reconhecimento do eixo e de suas adjacências.
- Se PSF ocupados pelos Pel C Mec não puderem controlar todo o eixo durante
a noite, operações de limpeza serão necessárias durante o dia. Para favorecer
a rapidez, essas operações devem partir, simultaneamente, de todos os postos.
- Um patrulhamento constante entre os PSF reduz, significativamente, as
oportunidades do Ini realizar interdições
- Os comboios que transitam pelo eixo devem estabelecer contato com os
PST e PSF do eixo de suprimento. As Vtr em pane dos comboios deverão ser
rebocadas para o posto mais próximo enquanto aguardam evacuação.
- A F Seg deverá manter uma força de reação, se possível numa posição
central, em condições de atuar em qualquer ponto do eixo. Um Pel C Mec ou Pe-
lotões Provisórios de uma Esqd C Mec poderão constituir ou integrar essa reserva.
- Um Pel C Mec poderá constituir ou integrar a Força de Limpeza do Eixo,
que deverá percorrer esse eixo antes de sua abertura a fim de “limpá-lo”. Nessa
missão empregará técnicas de reconhecimento de eixo.
7.2.10.3.5 O Pel C Mec realizando uma Escolta de Comboio

Fig 136 - Dispositivo de uma escolta de comboio.

a) A composição e o valor da escolta do comboio dependerá do estudo de situação


do Cmt Pel. A composição de uma escolta de comboio deve possuir normalmente
um comando, viaturas blindadas (VBC Cav/VBR e VBTP), fuzileiros blindados
(GC), engenharia de combate e apoio de fogo.
b) Os elementos que compõem a escolta deverão ser dispersos no interior da
coluna do comboio, numa formação variável.
c) Deverá sempre ser previsto uma fração com blindados à testa do comboio e
um forte Elm de Atq que se desloque à Rtg onde terá o máximo de flexibilidade.
d) Um Pel C Mec tem capacidade de proteger um comboio com cerca de 10 (dez)
a 20 (vinte) viaturas.
e) A medida mais importante nesse tipo de operação é, sem dúvida, a dispersão
do comboio. Quando se planeja uma emboscada, normalmente, as dimensões

7-40
EB70-CI-11.457
da área de destruição (zona de matar) são reduzidas. Quando o comboio possui
grande dispersão, o número de viaturas dentro da zona de matar será mínimo,
diminuindo possíveis perdas.
f) O Cmt Pel C Mec (Cmt Escolta) deverá assumir o comando do comboio como
um todo a fim de permitir a adoção das Técnicas de Ação Imediata (TAI) em caso
de ataque do comboio.
g) Quando o comboio for organizado em unidades de marcha (UM), cada uma
terá como escolta uma fração (ou frações) do Pelotão e seu comandante estará
subordinado a um comando-geral de todo o comboio, o Cmt Pel C Mec. A cadeia
de comando deverá ser do conhecimento de todos.
h) Uma Força de Reação deve ser prevista pelo F Seg com missão de segurança
do eixo onde o comboio deverá se deslocar. Essa F Reação deverá estar posi-
cionada, sempre que possível, numa parte central do eixo. É fundamental que o
Cmt Escolta (Cmt Pel C Mec) estabeleça e mantenha o contato com essa força.
I) Caso a F Seg não estabeleça uma F Reação no eixo sob sua segurança, o Cmt
da Escolta (Pel C Mec) poderá, em função de seu estudo de situação, organizar
a sua força de reação com frações do pelotão.

Fig 137 - A dispersão do comboio é a medida mais eficiente de contraemboscada. A dispersão


proporciona um mínimo de viaturas na Zona de Matar.

j) Essa F Reação do Pel C Mec deve ser preparada em detalhes, estando pronta
para ser empregada contra qualquer ação Ini, utilizando as Técnicas de Ação
Imediata.
k) Deve ser estabelecido um eficiente e seguro sistema de comunicações entre
os Elm do comboio e sua escolta, postos de segurança e Força de Reação do

7-41
EB70-CI-11.457
Eixo. Todos os meios de Com disponíveis no Pel C Mec e no comboio devem
ser previstos em caso de falha nas Com Rádio (Sinalização ótica e acústica,
mensageiros etc).
l) A principal medida de proteção a ser utilizada pelo Cmt Pel C Mec /Cmt Escolta
é a dispersão do comboio. As medidas de dissimulação visam negar informações
precisas ao Ini, já que a falta de informes cria um clima de insegurança e desen-
coraja a realização de emboscadas. O Pel C Mec poderá adotar as seguintes
medidas de dissimulação, entre outras:
- máximo cuidado sobre o sigilo dos deslocamentos de viaturas. Se houver
adestramento para isso, deve-se utilizar o escurecimento total;
- divulgar falsas informações;
- variar a formação das UM;
- dar uma falsa impressão de força ou fraqueza. (Exemplo: escolta poderosa
no início do deslocamento que abandona o comboio durante o Itn, deixando uma
escolta mais fraca protegê-lo até o destino);
- simular a presença de armas automáticas nas Vtr de suprimento;
- variar, continuamente, as medidas de segurança, como horários, itinerários,
etc;
- conhecer detalhadamente as possibilidades do Ini; e
- colher informações precisas sobre as atividades do Ini.
m) O Cmt Pel C Mec/Escolta poderá adotar as seguintes medidas de proteção
para a escolta e o comboio:
- os toldos e cajados das Vtr Mtz devem ser retirados se possível, e as tampas
traseiras devem ser presas na posição horizontal, facilitando um eventual desem-
barque e reação da tropa embarcada;
- os faróis devem ser desligados nos deslocamentos noturnos (escurecimento
total). A tropa deve ser adestrada para esse tipo de situação;
- todos os homens devem saber como agir em caso de emboscada. Para isso,
as Técnicas de Ação Imediata (TAI) do Pel ou as SU devem prever ações a desen-
cadear tanto para os integrantes da escolta, como para os integrantes do comboio;
- as mochilas ou sacos individuais devem ser acondicionados sob os bancos
das Vtr Mtz para que não dificultem o desembarque;
- nos locais de prováveis emboscadas, poderá ser mantido fogo contínuo sobre
os flancos, mediante ordem (do Cmt comboio e da escolta), até que a área tenha
sido ultrapassada.
n) Em seu planejamento, o Cmt Pel C Mec/Escolta deverá prever as seguintes
medidas para a organização e conduta do comboio:
7-42
EB70-CI-11.457
- designar vigias para cada Vtr Mtz a fim de operar as armas automáticas e
lançar granadas fumígenas e/ou defensivas;
- manter ligação rádio entre todos os elementos;
- distribuir as Vtr BId em vários pontos do comboio, principalmente à frente e
à retaguarda (romper abatises, garantir a mobilidade);
- cada Vtr Mtz terá um chefe, QUE NÃO VIAJARÁ NA BOLEIA;
- estabelecer medidas para a progressão do comboio no eixo, como linhas de
controle; pontos de controle; distância mínima entre Vtr e sinais convencionados.
o) O Cmt Pel C Mec/Escolta deverá estabelecer e treinar as seguintes medidas
(dentre outras) a serem adotadas pela escolta e pelo comboio em caso de embos-
cada (será utilizada a denominação Vtr para os Elm do comboio não empenhados
na Escolta):
- as Vtr surpreendidas dentro da zona de destruição ou zona de matar, deverão,
imediatamente, evadir-se do local, avançando para a frente;
- as Vtr que não tenham atingido a zona de matar farão alto até que o eixo
seja liberado;
- o alto deve ser feito fora da estrada para não dificultar o emprego da escolta;
- os Elm da escolta apanhados dentro da zona de matar farão imediatamente
frente à emboscada e passam à reação imediata;
- as frações da escolta que tiverem ultrapassado a zona de matar ou que não
a tenham atingido, deverão atacar os Elm da emboscada, procurando cortar as
suas vias de retraimento e atacar violentamente os flancos da posição Ini;
- durante o contato, toda a potência de fogo deve ser dirigida contra a força
de emboscada;
- logo após, deve-se transportar essa potência de fogo para bater as vias de
retraimento do Ini (Pç Ap);
- a força de reação do Pel C Mec Escolta, sob o comando direto do Cmt Escol-
ta, será empregada contra os flancos e a retaguarda da posição de emboscada;
- após ter sido recalcada toda a força de emboscada, pequenos destacamentos
de segurança deverão ser posicionados para cobrir a reorganização do comboio;
- o Cmt do comboio relata o ocorrido ao Esc Sp;
- os Ini capturados, deverão ser interrogados sobre a localização da Z Reu,
ou PRPO onde a fração emboscante deveria reunir-se após a emboscada.
p) Caso faça parte do comboio alguma tropa motorizada, sua ação poderá ser:
- cada Vtr terá os seus vigias, com armas automáticas, granadas fumígenas
e defensivas;
7-43
EB70-CI-11.457
- no momento que for desencadeada a emboscada, os vigias farão fogo cer-
rado com os demais ocupantes da Vtr sobre as prováveis posições Ini, além de
lançarem as granadas de que dispõem;
- os motoristas devem acelerar as Vtr para tentar abandonar a zona de matar.
Qualquer imobilização da Vtr, momentaneamente ou não, deverá corresponder
ao sinal para que seus ocupantes desembarquem e partam num ataque frontal
às posições Ini. Cabe aos vigias apoiarem este desembarque;
- caso a Vtr consiga abandonar a zona de matar ou se encontre fora da mesma
por ocasião da emboscada, seus ocupantes devem desembarcar imediatamente
e realizar ataques ao flanco ou à retaguarda da posição Ini.
q) As ações da escolta, bem como as da tropa motorizada e dos Elm das Vtr
(motoristas e vigias), deverão ser exaustivamente ensaiadas em exercícios que
antecedam à partida do comboio, considerando que durante a emboscada não
haverá tempo para expedição de ordens.
r) Quando o Pel C Mec receber a missão de realizar a escolta de um comboio
com muitas viaturas (além da capacidade normal de 20 Vtr), deverá alterar suas
técnicas usuais para enfrentar uma emboscada, pois essa aparente “fragilidade
da escolta”, se aliada a uma situação tática difícil e a condições ruins do Itn de
marcha, poderá denotar uma fragilidade dos nossos meios, constituindo-se em
ponto fraco a ser explorado pelo inimigo. Nesse caso, deverão ser adotados os
seguintes procedimentos:
- colocar parte das tropas disponíveis bem à frente do comboio. No caso de
se empregar o GE nessa missão, este poderá ser acompanhado do GC ou de
tropa motorizada caso esta última faça parte do comboio;
- o GE deverá executar minucioso reconhecimento do Itn podendo, inclusive,
deixar postos de segurança onde julgue ser necessário, utilizando os elementos
do GC ou da tropa motorizada para tal;
- o restante da tropa segue infiltrado no comboio e, também, cerca de três
minutos à retaguarda;
- esses dois elementos devem manter o contato pelo rádio. Caso este contato
não possa ser mantido, cabe ao Cmt da Escolta adotar um dispositivo que lhe
permita fazer frente a uma ação inopinada do Ini, não devendo, portanto, manter
sua tropa à retaguarda do comboio, e sim distribuída ao longo dele com a Seç
VBR à testa da coluna;
- o deslocamento do comboio é feito numa velocidade relativamente alta. Os
desfiladeiros deverão ser reconhecidos e, após lançada uma segurança ao longo
das suas escarpas, atravessados com a máxima velocidade permitida.

7-44
EB70-CI-11.457
7.2.10.3.6 O Pel C Mec na Defesa de uma Instalação da A Rtg
a) O Pel C Mec poderá, eventualmente, ser empregado para proteger uma insta-
lação da Área de Retaguarda, tal como uma instalação de suprimentos.
b) O Cmt Pelotão deverá adotar um dispositivo semelhante ao de uma defesa
circular.
c) Deverá ser assegurado o alerta contra a aproximação do Ini pelo estabelecimen-
to de um sistema de P Obs em torno da instalação e um contínuo patrulhamento.

Fig 138 - Elementos dentro da zona de matar reagem imediatamente. Elementos fora da zona de
matar tentam flanquear o inimigo.

d) No seu planejamento, o Cmt Pel C Mec deverá prever uma reserva forte para
proteger a instalação a ser mantida em posição central.
e) A Pç Ap deverá ajustar o fogo de seu morteiro nos itinerários que forneçam boa
cobertura para elementos Ini, que se desloquem a pé.
f) O Pel C Mec deverá tratar essas instalações da Área de Retaguarda como um
Ponto Sensível. Logo o raciocínio para a construção do esquema de segurança
dessas instalações assemelha-se bastante ao de um Ponto de Segurança Es-
tático (PSE).

7-45
EB70-CI-11.457
7.3 O RECONHECIMENTO – TTP DAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
7.3.1 GENERALIDADES
7.3.1.1 Há dois tipos de ações de reconhecimento (ou missões): o reconhecimento
parte da Operações de Segurança (Operação Complementar realizada em proveito
do Esc Sp) e o reconhecimento, Ação Comum a todas as Operações (realizado
por todas as OM operacionais).
7.3.1.1.1 A Ação de Reconhecimento, parte integrante da Operação Complementar
Segurança é conduzida em campanha pelo emprego de meios terrestres ou aéreos
com o propósito de obter informes sobre o inimigo e a área de operações a fim
de subsidiar o planejamento do escalão superior (ação determinada pelo Esc Sp
e conduzida em proveito do seu planejamento). É executada pelos esquadrões
e pelotões de Cavalaria Mecanizada; e
7.3.1.1.2 A Ação de Reconhecimento, uma das Ações Comuns a todas as Ope-
rações, é executada por todas as OM operacionais em situações de guerra e de
não guerra, em proveito próprio (determinada e conduzida pela própria OM, em
benefício de seu planejamento e ações).
7.3.1.2 O primeiro (parte da Op Cmpl) será objeto desse item do “Capítulo 7 Ações
Complementares” desse CI. O segundo será abordado no “Capítulo 8 – Ações
Comuns a todas as Operações”.
7.3.1.3 O que diferencia essas duas ações de reconhecimento é a sua finalidade
e quem atribui a missão de reconhecimento.
7.3.1.4 Reconhecimento não é uma operação, seja parte da Op Seg, seja uma
Ações Comuns a todas as Op.
7.3.1.5 A ação ou missão de reconhecimento, parte da Op Seg, é um conjunto
de TTP empregado pelos Esqd C Mec e seus Pel C Mec na busca de informes
sobre o inimigo e o terreno (e outros).
7.3.1.6 A Bda C Mec e o RC Mec executam Op Cmpl Segurança e, no cumprimento
destas ou como elemento de economia de meios do escalão superior, realizam
operações ofensivas e defensivas.
7.3.1.7 O RC Mec é particularmente apto a realizar Operações de Segurança,
constituindo uma Força de Segurança ou parte dela. Somente em situações ex-
cepcionais e muito particulares, um RC Mec deverá receber uma missão pontual
de realizar uma ação de reconhecimento.
7.3.1.8 Durante a execução de uma Op Seg, particularmente Cobertura e Proteção,
alguns Esqd C Mec, incorporados ou desincorporados, poderão estar empenhados
na ação de reconhecimento (TTP das Op Seg). Com isso, os Pel C Mec e Esqd
C Mec podem estar executando ações de Rec, mas o seu RC Mec ou Bda C Mec
estará no contexto de uma Op Segurança.

7-46
EB70-CI-11.457

Fig 139 - Grupo de Exploradores no Reconhecimento.

7.3.2 CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES DE RECONHECIMENTO


a) São características da ação de reconhecimento que devem ser observadas
pelos comandantes em todos os níveis:
b) planejamento centralizado e execução descentralizada;
c) execução rápida e agressiva;
d) segurança durante o movimento;
e) ênfase no uso da rede viária;
f) iniciativa dos comandos subordinados;
g) máximo acionamento dos órgãos de informações;
h) rápida transmissão dos informes; e
i) carência de informações sobre o Inimigo
7.3.3 FUNDAMENTOS DAS AÇÕES DE RECONHECIMENTO
7.3.3.1 O Pel C Mec ao executar uma missão ou ação de reconhecimento
deve orientar-se segundo os fundamentos das ações de reconhecimento:
a) orientar-se segundo os objetivos de informação;
b) transmitir, com rapidez e precisão, todos os informes obtidos;
c) evitar o engajamento decisivo;
d) manter o contato com o inimigo; e
e) esclarecer a situação.

7-47
EB70-CI-11.457
7.3.3.2 Ações Durante o Contato com o Inimigo, no Reconhecimento
- As ações durante o contato são procedimentos padronizados a serem desenca-
deados pela tropa quando for estabelecido o contato com o inimigo.
7.3.3.2.1 Desdobrar e Informar
- Os elementos da força de reconhecimento deslocam-se imediatamente para
posições das quais possam observar, atirar ou ser empregados pelo Cmdo Rgt
contra o inimigo. O contato é prontamente informado ao Cmt RC Mec, e por esse
ao Esc Sp, fornecendo o máximo possível de pormenores.
7.3.3.2.2 Esclarecer a Situação
- Os elementos da força de reconhecimento envidam esforços para determinar o
dispositivo, o valor, a localização, a composição e a atitude do inimigo, devendo
ser feito um especial esforço para determinar os flancos de sua posição.
7.3.3.2.3 Selecionar uma Linha de Ação
a) Após reconhecer a posição inimiga para obter o maior número possível de
informes, o Cmt da força de reconhecimento rapidamente seleciona uma L Aç
compatível com a situação e que lhe permita prosseguir na missão, como:
- atacar;
- manter o contato (para que o escalão superior execute alguma ação); ou
- desviar da posição (deixando o inimigo para trás, acompanhado de um elemento
de contato que informará sobre evoluções na atitude ou posicionamento da força
inimiga).
7.3.3.2.4 Informar sobre a Linha de Ação Selecionada
- O Cmt da força de reconhecimento transmite ao Rgt os informes adicionais ob-
tidos pelo reconhecimento e a linha de ação selecionada para o prosseguimento
da missão. O Cmt Rgt poderá complementar, autorizar, alterar ou negar o prosse-
guimento na L Aç proposta pela força de reconhecimento e, com isso, estabelecer
uma L Aç da unidade para o prosseguimento na missão e a informa ao Esc Sp.
7.3.3.3 Tipos de Reconhecimento
7.3.3.3.1 São três os tipos de reconhecimento que os Esqd C Mec e Pel C Mec
podem executar: de Eixo (Rec E), de Zona (Rec Z) e de Área (Rec A).
7.3.3.3.2 Reconhecimento de Eixo
a) Empregado quando o inimigo é inexistente ou o contato é pouco provável.
b) Visa à obtenção de informes sobre um determinado eixo, o terreno a ele adja-
cente, o inimigo que dele se utiliza e/ou as atividades humanas em seu entorno.
c) No cumprimento dessa ação, deverão ser levantados, conforme estabelecido
nos EEI, informes relacionados ao eixo e aos terrenos adjacentes (condições

7-48
EB70-CI-11.457
de trafegabilidade, passagens de vaus, capacidade das pontes, áreas minadas
etc.), ao inimigo (valor, natureza, dispositivo, atitude, atividades realizadas etc.)
e ao elemento humano da área (população, suas atitudes, seus deslocamentos)
a cavaleiro desse eixo.
d) O emprego de elementos de Eng Cmb, em apoio ou em reforço aos pelotões
que executam o reconhecimento, produz informes mais precisos e detalhados e
reduz o tempo necessário para o levantamento dos informes de natureza mais
técnica (como pontes e capacidade de rodovias). Entretanto, os Esqd C Mec de-
vem possuir condições de quando não disponível o apoio da Eng Cmb, produzir
dados semelhantes aos que seriam levantados por aquela tropa.
7.3.3.3.3 Reconhecimento de Zona
a) Realizado após a Linha de Provável Encontro (LPE) com o inimigo onde o
contato com o mesmo é iminente.
b) Busca obter informes detalhados sobre o inimigo, as atividades humanas e/ou
o terreno ao longo de uma faixa definida em largura e profundidade.
c) No Rec Z a tropa busca obter informes detalhados sobre a região de operações
e inimigo ao longo de uma Z Aç que lhe foi imposta.
d) Esse tipo de reconhecimento é considerado uma missão deduzida do RC Mec/
Esqd C Mec nas Op Seg. O regimento, quando executa uma Op Seg, deve sem-
pre empregar parte de seus elementos subordinados na busca do contato com o
inimigo, de dados sobre este e suas atividades, bem como dados do terreno que
possibilitem um melhor conhecimento da região.
7.3.3.2.5.4 Reconhecimento de Área
a) Objetiva a coleta de informes detalhados sobre o inimigo, atividades humanas
e/ou terreno, dentro de uma área específica e perfeitamente definida em seu
perímetro, como localidades, regiões boscosas, regiões de passagem sobre rios
obstáculos etc.
b) O Rec A assemelha-se a um Rec Z, devendo, de um modo geral, ser emprega-
das as mesmas TTP em ambos. A principal diferença entre eles reside na técnica
para se atingir a área a ser reconhecida. No Rec A, o deslocamento para a área a
ser reconhecida é feito com a máxima rapidez e, no itinerário que a demanda, o
elemento responsável limita-se a efetuar apenas os reconhecimentos necessários
para sua segurança. Quando a tropa se aproxima da área a ser reconhecida, ela
desdobra suas frações no terreno a fim de que proporcionem segurança para o
restante executar o reconhecimento.
7.3.4 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE RECONHECIMENTO
7.3.4.1 Generalidades
7.3.4.1.1 No planejamento de uma ação de reconhecimento é fundamental que o
Cmt Pel C Mec tenha um perfeito entendimento da intenção de seu Cmt de Esqd
C Mec, dos objetivos da missão a ser executada, do tempo necessário para o
7-49
EB70-CI-11.457
planejamento, o aprestamento, os ensaios e do tempo que dispõe para executar a
missão, além dos critérios de engajamento estabelecidos para a mesma. A compre-
ensão desses fatores permitirá que o Cmt Pel C Mec possa orientar corretamente
todo o esforço do pelotão na missão e priorizar as ações a serem executadas.
7.3.4.1.2 O entendimento desses fatores permitirá, também, que o Cmt Pel C Mec
possa determinar quais tarefas críticas o pelotão deverá priorizar. Isso ajudará
a restringir o escopo da operação, selecionando o que é mais importante para
o seu Esc Sp. De acordo com a missão, o foco do pelotão deverá ser orientado
para o terreno ou para o inimigo. Embora todas as tarefas críticas tenham algum
grau de aplicabilidade em qualquer missão, certas tarefas são mais importantes
para missões específicas.
7.3.4.1.3 O Cmt Pel C Mec deverá fazer as seguintes considerações em seu
planejamento relacionadas ao foco da missão:
a) qual a ameaça ou inimigo previsto para a missão? O inimigo são forças con-
vencionais, irregulares, organizações terroristas, elementos não convencionais
ou criminosos?
b) Como é o terreno onde o pelotão irá operar? Como são os eixos a serem
percorridos? Apresenta-se movimentado com possibilidade de se instalar boas
posições a cavaleiro dos eixos? Quais as informações sobre pontes e obstácu-
los nos eixos? A vegetação é fechada ou a maior parte do terreno é aberta com
áreas de campos?
c) Quais as informações disponíveis sobre as condições climáticas na área onde
o pelotão cumprirá sua missão? Quais os reflexos dessas condições climáticas na
trafegabilidade dos eixos e através do campo? Quais os reflexos para o emprego
de fumígenos e dos optrônicos das VB?
d) Qual o reflexo da infraestrutura da zona de ação para a missão do pelotão?
Há localidades de porte na zona de ação? Existem instalações fabris, de energia
elétrica, portos, aeroportos e outras? Como é a malha viária da zona de ação?
e) Quais as tarefas críticas da missão? Que tarefas devem receber elevada
prioridade?
f) Como é a população civil da área onde o pelotão irá operar? Quais as carac-
terísticas demográficas da população (idioma, raça, religião, poder econômico e
outras? Como essa sociedade está organizada? Há informações sobre lideran-
ças civis? Que outras considerações civis foram fornecidas para a missão pelo
escalão superior?
7.3.4.2 Planejando o Reconhecimento
7.3.4.2.1 Elementos de apoios a serem considerados pelo Cmt Pel C Mec no seu
Planejamento da Ação de Reconhecimento.

7-50
EB70-CI-11.457
a) Morteiro Médio
- O Pel C Mec contará com a sua Pç Ap para a missão ou o morteiro Me foi
centralizado na SU em uma Seção Provisória de Mrt Me?
b) Morteiro Pesado (do RC MEC)
- O pelotão poderá contar com o apoio de fogo do Pel Mrt P do seu RC Mec?
- O observador avançado do Pel Mrt P estará atuando em nossa Z Aç (em
apoio ao Cmt Esqd C Mec)?
- Qual a prioridade de fogos de Mrt P recebida pelo Pel C Mec na O Op do
escalão Esqd C Mec?
c) Fogos Anticarro
- O pelotão contará com o apoio de fogo anticarro da Seç Msl AC do RC Mec
ou do Esqd C Mec (brigada)? Durante toda a missão? Em que parte da missão
contaremos com esse apoio?
d) Artilharia de Campanha
- Nosso Esqd contara com apoio de fogo da artilharia de campanha para a
missão?
- O observador avançado da artilharia de campanha estará atuando em nossa
Z Aç (em apoio ao Cmt Esqd C Mec)?
- Qual a prioridade de fogos de artilharia recebida pelo nosso Esqd C Mec?
e) Aviação do Exército e Força Aérea
- Nosso Esqd C Mec contará com apoio de fogo aéreo da Força Aérea ou da
aviação do Exército na missão?
- Foram destacados para apoiar nosso Esqd C Mec guias aéreos avançados
(GAA) ou coordenador aéreo avançado (CAA)? Essas equipes estarão atuando
em nossa Z Aç?
- Qual a prioridade de fogos da Av Ex ou da F Ae recebida pelo nosso Esqd
C Mec?
f) Engenharia de Combate
- O Pel C Mec poderá contar na execução de sua missão de Rec com o apoio
da Engenharia de Combate em apoio ao seu RC Mec ou Esqd C Mec de brigada?
g) Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP)
- O Esqd C Mec contará com o apoio de uma Tu ARP para a missão de Rec?
- Essa fração vai operar da Z Aç do Pel C Mec? Será necessário coordenar
as ações do pelotão com essa fração ARP?

7-51
EB70-CI-11.457
h) Radares de Vigilância Terrestre e Equipamentos de Observação a Longa
Distância
- O Esqd C Mec contará com o apoio de uma Tu Vig Ter do RC Mec (ou do
Esqd C Mec/Bda) para a missão de Rec?
- Essa fração vai operar da Z Aç do Pel C Mec? Será necessário coordenar
as ações do pelotão com essa fração de Vig Ter?
i) Caçadores
- O Esqd C Mec contará com o apoio de uma Tu Cçd do RC Mec (ou do esqd
C Mec/Bda) para a missão de Rec?
- Essa fração vai operar da Z Aç do Pel C Mec? Será necessário coordenar
as ações do pelotão com essa fração de Cçd?
7.3.4.2.2 Medida de Coordenação e Controle Peculiar às Missões de Reconhe-
cimento
a) Itinerário de progressão: utilizado para determinar o Itn a ser percorrido pelas
SU até a L Ct que baliza o início do Rec e para determinar o Itn de uma SU quando
ela precisa transitar na Z Aç de outra. A SU ou fração, ao percorrer um Itn Prog,
executa apenas os reconhecimentos necessários a sua própria segurança;
b) Eixo de Reconhecimento
- O Eixo de Reconhecimento (E Rec) é a determinação do eixo que deve ser
reconhecido pelo Pel C Mec na execução de sua missão no terreno. Ele materializa
um objetivo de reconhecimento (informação) para o Pel C Mec.
- O E Rec pode ser empregado, também, quando se pretende particularizar
a importância de determinado eixo em missões de reconhecimento de zona ou
de área.
- O Pel C Mec, ao receber a missão de reconhecer um eixo, tem que percorrê-
-lo em toda a sua extensão. Os acidentes do terreno que, de posse do inimigo,
possam dificultar ou impedir o movimento do Pelotão sobre o eixo, deverão ser
reconhecidos. Qualquer desvio, imposto pelo terreno ou pelo inimigo, somente
poderá ser realizado mediante ordem do Cmt Esc Sp.
- O E Rec é identificado graficamente por um traço com uma seta no final e
um nome a ser grafado na carta (esboço etc) entre as linhas de controle.
c) Limites: utilizados para definir a responsabilidade pelo Rec Z;
d) Linhas de Controle: traçadas perpendiculares à direção de movimento para
definir o início e término da missão de Rec E e Rec Z, para coordenar e controlar
a progressão das peças de manobra. A distância entre as L Ct perpendiculares
é função do estudo de situação, mas normalmente são designadas a intervalos
tais que as levem a ser transpostas a cada uma hora pelos elementos que ex-

7-52
EB70-CI-11.457
ecutam o reconhecimento. Quando houver dificuldade de as designar, determi-
na-se que os elementos subordinados informem suas posições em intervalos
determinados. Também são empregadas para delimitar o perímetro da área a
ser reconhecida no Rec A;
e) Pontos de Controle: permitem controlar o movimento das SU e frações do RC
Mec. Devido a seu caráter pontual, tornam-se mais restritivos que as L Ct, pois
obrigam que elementos da tropa que reconhece passem por ele. Determinam
pontos específicos (tais como pontes ou vaus em rios obstáculos) que se consti-
tuam em EEI (do próprio Rgt ou impostos pelo Esc Sup) onde o reconhecimento
é obrigatório. O uso exagerado de P Ct sobrecarrega as SU e reduz o ritmo de
progressão;
f) Pontos de Ligação: ponto facilmente identificável no terreno, indicativo do local
onde duas ou mais frações devem estabelecer contato físico.
g) Objetivos: são marcados pelo RC Mec ou Esqd C Mec (caso a Aç Rec seja
executada por um Esqd C Mec desincorporado), em posição imediatamente
anterior à L Ct, que baliza o final da missão e caracterizam o encerramento do
Rec E ou Rec Z executado pelas SU ou frações. Devem se localizar em regiões
dominantes do terreno que permitam às SU estabelecerem P Blq; e
h) Região de Destino: devem ser previstas em locais que permitam apoiar as
ações dos elementos empregados em primeiro escalão, normalmente, a cada L
Ct corresponde uma R Dstn, que será ocupada quando os elementos de primei-
ro escalão cruzarem a L Ct correspondente. O local deve estar dentro de uma
distância que permita segurança, deve permitir boa dispersão, possuir rocadas
para toda a Z Aç e ser localizado numa posição coberta, e se possível, abrigada.
7.3.5 FORMAÇÕES DO PEL C MEC EMPREGADAS NAS AÇÕES DE RECO-
NHECIMENTO
7.3.5.1 Numa Aç Rec o Pel C Mec poderá empregar diversas formações. Essas
formações padronizadas existem para adequar o movimento do Pel ao terreno
e à ação do inimigo.
7.3.5.2 As formações do pelotão não possuem caráter duradouro e variam de
acordo com a situação. A escolha por uma determinada formação varia de acordo
com o grau de segurança desejado para o deslocamento do pelotão, levando-se
em conta, também, a velocidade de progressão desejada, a atuação do inimigo
na zona de ação e o terreno onde será feita essa progressão.
7.3.5.3 Basicamente, o Pel C Mec será empregado utilizando uma das seguintes
formações: em Coluna, com as duas Pa GE à frente; em Coluna, com uma Pa
GE à frente e a outra à retaguarda; em Coluna, com a Seç VBC Cav/VBR à frente
e a formação em “Y”.

7-53
EB70-CI-11.457

Fig 140 - Pel C Mec em coluna com as duas Pa GE à frente.

7.3.5.3.1 Em coluna, com as duas Pa GE à frente - formação usada quando pouca


ou nenhuma ação inimiga existe, o sigilo é importante, há necessidade de maior
rapidez no movimento e quando os campos de tiro são reduzidos.
7.3.5.3.2 Em coluna, com uma Pa GE à Frente e outra à Retaguarda - usada nas
mesmas situações da formação com as duas patrulhas à frente quando necessita-
-se de maior segurança à retaguarda da coluna.

Fig 141 - Pel C Mec em coluna com uma Pa GE à retaguarda.

7.3.5.3.3 Em Coluna, com a Seç VBC Cav/VBR à frente - formação usada quando
é iminente o contato com um inimigo blindado sobre o eixo, exigindo que a fração
que tem por missão principal defesa anticarro, tome a vanguarda da formação do
pelotão. A Seç VBC Cav/VBR não realiza ações de reconhecimento. Essas são
executadas pelo GE e, eventualmente, pelo GC.

Fig 142 - Pel C Mec em coluna com a Seç VBC Cav/VBR à frente.

7.3.5.3.4 Formação em “Y” é a formação empregada nas operações de reco-


nhecimento quando há necessidade de ultrapassar regiões de macegas altas ou
reconhecer uma determinada zona em que o terreno possibilite o Pel se desdobrar
(normalmente seco, elevado e limpo).

7-54
EB70-CI-11.457

Fig 143 - Pel C Mec em formação em “Y”.

7.3.7 O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO DE EIXO


7.3.7.1 Generalidades
7.3.7.1.1 Reconhecimento de eixo é a busca direta de informes que tenham
valor militar sobre um eixo e a cavaleiro do mesmo, sobre as condições de sua
utilização e sobre as atividades e meios do inimigo que possam utilizar esse eixo.
Este tipo de Aç Rec impõe, também, o reconhecimento dos acidentes do terreno
que, de posse do inimigo, possam dificultar ou impedir o movimento de nossas
tropas sobre o eixo.
7.3.7.1.2 As técnicas empregadas e as necessidades de um Rec Eixo consomem
menos tempo do que o Reconhecimento de Zona e o de Área. Em consequência
da maior rapidez, o reconhecimento de eixo é empregado quando o tempo dis-
ponível para um Rec mais detalhado é reduzido.
7.3.7.1.3 O Rec Eixo é empregado quando:
a) há premência de tempo;
b) desejam-se informes mais gerais sobre o inimigo e o terreno; e
c) a localização do inimigo é conhecida ou há um único itinerário.
7.3.7.1.4 O Pel C Mec, para fins de planejamento inicial e em função do alcance
de seu armamento, pode reconhecer um eixo e uma zona com cerca de 4 km de
frente (essa frente pode variar bastante). O pelotão poderá receber a missão de
reconhecer frentes muito mais amplas ou mais reduzidas, em função do estudo
de situação do seu Cmt Esqd C Mec (particularmente por influência do terreno,
do alcance de seu armamento orgânico etc).

7-55
EB70-CI-11.457

Fig 144 - O Pel C Mec no reconhecimento de eixo.

7.3.7.1.5 No Rec Eixo, o Cmt Pel desloca, obrigatoriamente, seu pelotão pelo eixo
de reconhecimento. Toda a extensão desse eixo deve ser percorrida pelo Pel. As
Pa Ge poderão executar golpes de sonda fora do eixo para Rec determinadas
áreas próximas a ele. A frente coberta pelo pelotão é determinada pelos pontos
de valor tático que dominam o eixo. Apenas para fins de planejamento inicial,
como dado médio de planejamento (e em função do alcance de seu armamento),
a frente do Pel C Mec no Rec Eixo deve ser considerada como sendo de 04 Km.
Essa frente poderá variar muito ao longo da missão e só será definida pelo estudo
detalhado do terreno e dos demais fatores da decisão.
7.3.7.1.6 Quando há meios aéreos disponíveis, em reforço ou apoio (Av Ex,
ARP etc.), eles são empregados para apoiar as ações de reconhecimento com
a observação aérea, fotografia ou detecção por meios optrônicos. Os elementos
aéreos podem ser usados para observar à frente e nos flancos, auxiliar no controle
e coordenação das peças de manobra e transmitir informes.

7-56
EB70-CI-11.457
7.3.7.1.7 Os informes sobre um eixo, ou uma série de eixos, devem incluir dados
como a largura da estrada, o seu tipo, a sua capacidade de resistência às intem-
péries, a sua capacidade de carga, dados sobre as pontes, a existência e efeito
de obstruções no mesmo, passagens de nível, taludes, curvas e dados sobre
outros fatores que poderão influenciar a sua utilização.
7.3.7.2 Tarefas Críticas do Rec Eixo
7.3.7.2.1 Durante uma Aç Rec de um eixo o Pel C Mec deve estar preparado
para realizar uma ampla gama de tarefas. Para estar pronto para qualquer tipo
de situação ao longo do eixo, o Cmt Pel deve compreender com clareza a missão
recebida e as seguintes tarefas críticas (dentre outras) que podem ser realizadas
antes, durante e após a execução da Aç Rec do eixo:
a) retirar todas as dúvidas sobre a missão e coletar todas as informações dispo-
níveis sobre a missão durante o recebimento da missão (qual é a missão e qual
é a intenção do comandante do esquadrão);
b) expedir a ordem de alerta ao pelotão. Realizar o planejamento inicial. Expedir
a ordem preparatória. Planejar e executar os reconhecimentos prévios possíveis
no terreno e na carta. Planejar a missão recebida. Orientar a preparação do pe-
lotão para a missão. Definir o tempo disponível para essa preparação, onde será
expedida a ordem ao pelotão e realizada a inspecção. Redigir o roteiro para a
ordem ao pelotão;
c) inspeccionar as medidas preparatórias executadas pelo Adj Pel (manutenção
das viaturas, recebimento do suprimento necessário, preparação da tropa, co-
municações etc.);
d) transmitir a ordem ao pelotão. Realizar os ensaios, verificando se todos com-
preenderam a missão do pelotão, as missões de suas frações, as tarefas indi-
viduais, as medidas de coordenação e controle, as regras de engajamento e as
medidas para evitar incidentes de fratricídio e fogo amigo. Inspecionar as frações
subordinadas. Realizar o teste de Com e do armamento. Expedir as ordens finais,
ajustar relógios e atualizar o quadro horário da missão;
e) determinar a capacidade de tráfego do eixo;
f) encontrar e informar dados sobre o Ini que podem influenciar o movimento nesse
eixo e o terreno que o Ini pode usar para dominar esse movimento;
g) reconhecer todas as áreas edificadas ao longo do eixo;
h) reconhecer todos os eixos alternativos ou perpendiculares à direção de movi-
mento até o limite do alcance direto do fogo ou até a distancia determinada pelo
escalão superior;
i) reconhecer, inspecionar e classificar as pontes existentes ao longo do eixo e
as passagens a vau nas proximidades destas;

7-57
EB70-CI-11.457
j) reconhecer, inspecionar e classificar todos os viadutos, bueiros e passagens
subterrâneas;
k) Rec todos os desfiladeiros e regiões que limitem o movimento pelo eixo;
l) localizar os campos minados, áreas minadas e outros obstáculos existentes
no eixo;
m) localizar desvios ou itinerários alternativos que permitam desbordar as áreas
construídas, obstáculos e restrições ao movimento;
n) determinar o tipo e o volume do tráfego existente no eixo; e
o) elaborar e remeter o relatório sobre o reconhecimento realizado.
7.3.7.3 Maneabilidade das Frações do Pel C Mec no Rec Eixo
7.3.7.3.1 O Grupo de Exploradores (GE)
a) O GE é a fração de RECONHECIMENTO mais apta para essa ação do Pel
C Mec. Ela é empregada, normalmente, liderando o Rec Eixo e o movimento do
pelotão quando:
- pouca ou nenhuma ação inimiga é encontrada no eixo de reconhecimento;
- não é iminente o contato com tropa blindada inimiga;
- o sigilo é importante;
- os campos de tiro são reduzidos devido à compartimentação do terreno;
- o terreno é favorável à realização de emboscadas;
- os obstáculos naturais são predominantes; e
- é aconselhável explorar a capacidade do GE para deslocar-se rápida e si-
lenciosamente.
b) As Pa GE, deslocando-se à testa do Pel, progridem por lanços alternados ou
sucessivos.
c) Essa progressão é realizada de compartimento em compartimento do terreno,
ocupando um P Obs ao final de cada lanço.
d) Nesse momento a VB Mtr ou Lç Gr deve se posicionar de forma a propiciar a
cobertura para o movimento da Pa ou VB que se desloca à frente.
e) É imperativa a necessidade de máximo aproveitamento do terreno por parte
dos integrantes do GE, particularmente na ocupação de P Obs.
f) Deve ser feito um minucioso estudo do terreno a partir do P Obs ocupado,
buscando-se indícios sobre atividades do inimigo. Essa observação pode ser
feita embarcada ou desembarcada, de acordo com a característica do terreno e
o sigilo imposto pela situação tática.

7-58
EB70-CI-11.457

Fig 145 - Exploradores do GE dotado com uma Viatura Tática Leve (VTL).

g) Movimento do GE utilizando a técnica dos lanços sucessivos


- Inicia-se o estudo desta técnica considerando a 1ª Pa Exp ocupando um
posto de observação ao longo de um eixo, tendo o Cmt Pa posicionado a sua VB
metralhadora ou VB lança-granadas e realizado a observação do terreno à frente.

Fig 146 - Lanços Sucessivos (1ª fase)

- dependendo do terreno poderá ser necessário desembarcar a metralhadora ou


o lança-granadas para poder realizar o apoio de fogo à VB que se desloca à frente.
- Não tendo observado indícios de atuação inimiga, sinaliza para que a 2ª Pa
Exp avance até a sua posição.
7-59
EB70-CI-11.457
- A 2ª Pa Exp avança e se posiciona em um local próximo à 1ª Pa Exp para a
troca das Info necessárias.
- Essa parada é realizada pelo menor tempo possível. Quando não há informa-
ções a serem transmitidas o Cmt 1ª Pa sinaliza para que a 2ª Pa Exp ultrapasse
a sua Pa e prossiga na missão.
- Durante todo o deslocamento da 2ª Pa Exp até o seu P Obs a 1ª Pa Exp deve
estar em condições de apoiá-la pelo fogo. A 1ª Pa Exp deve continuar a observar o
terreno próximo do novo P Obs da 2ª Pa Exp e as áreas do terreno que o dominem.
- Quando a 2ª Pa GE estiver em condições de observar e apoiar pelo fogo,
sinaliza para que a 1ª Pa Exp avance. Essa Pa prossegue para o reconhecimento
do próximo compartimento e, ao atingir o próximo posto de observação, o pro-
cesso é reiniciado.

Fig 147 - Lanços Sucessivos (2ª fase)

- Este processo é mais lento e mais seguro que o processo por lanços alterna-
dos, porém proporciona maior segurança na progressão do pelotão.
h) Movimento do GE utilizando a técnica dos lanços alternados
- Considerando a situação inicial idêntica a do item anterior, o Cmt GE posiciona
suas VB com a Mtr e o Lç Gr e observa o compartimento do terreno à frente de
sua posição.
- Ao atingir o próximo P Obs, ocupa posição no terreno, observa e sinaliza para
que a 1ª Pa avance, reiniciando-se o processo.
- O lanço alternado é mais rápido que o sucessivo, todavia, proporciona menor

7-60
EB70-CI-11.457
grau de segurança ao movimento do pelotão.

Fig 148 - Progressão por lanços do GE (lanço da 2ª Pa GE).

i) Quando uma Pa GE estiver sendo empregada de forma isolada, cada viatura da


patrulha atuará como se fosse uma patrulha, executando, entre si, a técnica de
lanços sucessivos, conforme descrito anteriormente. Não deverá ser empregada a
técnica de lanços alternados, uma vez que o Rec deve continuar a ser conduzido,
prioritariamente, pelos Cmt Pa Exp (Sgt Cmt GE e Cb Aux).
j) Os pontos-chaves do terreno localizados nos flancos são, normalmente, reconhe-
cidos pelo GE. Para isso são realizados movimentos laterais pelos Exp denomina-
dos golpes de sonda. A profundidade desses golpes de sonda será determinada
pelo Cmt Pel, tendo por base o seu estudo de situação. São fatores que definirão
o alcance desses movimentos laterais: o terreno, a situação do inimigo, o tempo
disponível, a velocidade de progressão, as condições atmosféricas e o alcance
do armamento orgânico do pelotão (Can VBC Cav/VBR e Mrt Me da Pç Ap).
- Ao GE, deve ser proporcionado tempo suficiente para efetuar os golpes de sonda
que se façam necessários e para reconhecer todos os acidentes do terreno que
tenham influência sobre o eixo. Em princípio, (dependerá do estudo de situação),
o limite para a realização do golpe de sonda é de cerca de 2 Km.
k) Quando uma Pa GE for designada para realizar um golpe de sonda em uma
transversal ao eixo, é importante que desenvolva uma ação agressiva e rápida a
fim de não se distanciar do Pel ou atrasar a progressão no terreno.
l) Quando a Pa tiver por missão apenas o reconhecimento da transversal, ela
se desloca a uma velocidade compatível com o terreno até a distância máxima
de apoio do pelotão (normalmente 2 Km), executando lanços entre as viaturas.

7-61
EB70-CI-11.457
Durante o deslocamento são observados e anotados os pontos importantes e
qualquer sinal da presença do inimigo. Caso receba fogo, a Pa deve instalar-se no
terreno e informar ao Cmt Pel. Se a ligação rádio falhar, uma viatura permanece
mantendo o contato com o inimigo, retardando-o se for o caso, enquanto a outra
viatura retorna para alertar o pelotão.

Fig 149 - Progressão por lanços do GE (lanço da 1ª Pa GE)

m) Se a Pa receber a missão de reconhecer um acidente qualquer (elevação,


ponte, edificação, bosques etc.) avistado do eixo ou levantado na carta, a ação
no local será também agressiva e rápida, com prejuízo da segurança. Sempre
que possível, uma viatura cobrirá e protegerá a ação da outra.
n) Nas ocasiões em que o pelotão desdobrar seus meios no terreno, ou em que
cessar o movimento por qualquer motivo e for determinada a ocupação de um dis-
positivo defensivo, o GE deverá responsabilizar-se pela segurança dos flancos do
Pel. A princípio, o GE ocupará posições de onde possa empregar seu armamento
embarcado nas VB. Em algumas situações, entretanto, poderá ser necessário
desembarcar as Mtr e os Lç Gr a fim de ocupar posições de tiro à frente do local
onde as VB foram abrigadas (em função do terreno ou situação tática).
o) Durante o Rec Eixo, e em qualquer outro deslocamento por estrada realizado
pelo Pel C Mec em operações, AO SER DETERMINADA A REALIZAÇÃO DE
UM ALTO (POR AÇÃO DO INIMIGO, DO TERRENO, DO CMT FRAÇÃO OU
PELOTÃO ETC.), TODAS AS VIATURAS DO PEL C MEC DEVEM ABANDO-
NAR IMEDIATAMENTE A FAIXA DE ROLAMENTO DO EIXO (sempre que isso
for possível), buscando nas margens da estrada locais cobertos, abrigados ou

7-62
EB70-CI-11.457
sobre a vegetação baixa ao lado da estrada/eixo a fim de reduzir a visibilidade
das Vtr para um observador que ocupe um P Obs mais elevado ou uma aeronave.
- Uma viatura estacionada sobre a faixa de rolamento destaca-se nitidamente
para um observador, mesmo a olho nu, em função do contraste da cor marrom
claro ou avermelhada do leito da estrada (ou preto nas asfaltadas) com as cores
verde floresta e vermelho terra da camuflagem dessa viatura.

Fig 150 - VTL do GE apoia pelo fogo a progressão de outra VTL de sua Pa Exp.

p) O Quadro de Organização (QO) do Pel C Mec prevê para o seu GE a dotação


de 04 Viaturas Blindadas Multitarefas de Reconhecimento Leves sobre Rodas
(VBL). Até a distribuição dessa VB para todos os Pel C Mec, alguns GE continu-
arão dotados com a Viatura Tática Leve (VTL - uma Vtr não blindada). Esse CI
foi elaborado para um GE dotado com as VBL, material previsto no QO. Para os
GE que não possuem essa VB e o material de QO, seu emprego e desempenho
deverá ser degrado, adaptando-o ao material disponível e às restrições opera-
cionais decorrentes.
7.3.7.3.2 A Seção de Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria/Viaturas Blin-
dadas de Reconhecimento
a) A principal missão da Seç VBC Cav/VBR é destruir os carros inimigos (VBC
CC, VBC Cav ou outra VB dotada de grande poder de fogo).
b) A Seç VBC Cav/VBR realiza, também, o apoio de fogo direto às ações de ex-
ploração e reconhecimento (embarcadas ou desembarcadas) do GE e as ações
do GC (embarcadas ou desembarcadas).
c) A Seç VBC Cav/VBR é a fração de choque do Pel C Mec. Nas Aç Rec é nor-
malmente empregada em conjunto com o GC, formando um combinado Seç VBC
Cav/VBR - GC.
d) Esse combinado é empregado liderando o movimento do pelotão quando:

7-63
EB70-CI-11.457
- o contato com o inimigo blindado é iminente;
- o Ini for dotado de metralhadoras que interferem no movimento do Pel, e não
houver indícios de que o Ini disponha de armas AC para dar maior rapidez ao
movimento; e
- quando a situação tática indicar a necessidade de maior poder de fogo à frente.
d) Durante o Rec, a Seç VBC Cav/VBR progride por lanços de forma semelhante
a do GE, sendo que cada VBC Cav/VBR comporta-se como uma patrulha.
e) A progressão da Seç VBC Cav/VBR pode ser feita por lanços sucessivos ou
por lanços alternados, mantendo-se entre as viaturas uma distância que permita
apoio mútuo e proporcione segurança. A definição desses lanços e da distância
entre as VB será função do inimigo e do terreno onde se deslocam.
f) Ao término de cada lanço, o motorista da VBC Cav/VBR deverá procurar uma
posição com desenfiamento para a viatura, de modo a permitir que o atirador
possa abrir fogo contra as posições dominantes à frente.
g) Sempre que cessar o movimento do pelotão, deverá haver apoio dos elementos
do GC para a defesa aproximada das VBC Cav/VBR.
h) A Seç VBC Cav/VBR deve manter constante observação sobre o terreno e
sobre a ação do GE para prestar-lhe o apoio necessário.

Fig 151 - Seç VBR. Observar as VBR paradas fora do leito da estrada num alto, evitando o contraste
das cores de sua camuflagem com o leito claro da estrada a fim de dificultar a observação terrestre
e aérea inimiga.

7-64
EB70-CI-11.457

Fig 152 - VBR atirando de posição coberta e parcialmente abrigada.

i) Como medida de segurança e pronta resposta nos contatos com o inimigo, cada
VBC Cav/VBR deve ter um setor de vigilância definido durante o movimento. O
canhão deverá estar apontado para o centro desse setor durante a progressão.

Fig 153 - Setores de tiro para as VBC Cav/VBR durante a progressão.

j) A Seç VBC Cav/VBR tem como principais missões:


- realizar a defesa anticarro de posições abrigadas ou cobertas;
- neutralizar ou destruir as armas automáticas inimigas pelo fogo e movimento;
- abrir passagem para os fuzileiros através de obstáculos de arame;
- proporcionar potência de fogo direto à progressão do combinado Seç VBC
Cav/VBR-GC no ataque ao inimigo (quando este não possuir armas anticarro),
liderando esse ataque sempre que possível;
- apoiar pelo fogo direto as ações embarcadas de Rec do GE;
- apoiar pelo fogo as ações desembarcadas do GE e do GC;
- constituir-se no núcleo das posições (Blq, Def ou Rtrd) do Pel C Mec.

7-65
EB70-CI-11.457
k) A Seç VBC Cav/VBR não deve substituir o GE nas ações de reconhecimento,
particularmente, nos pelotões em que o GE for dotado com as VBL.
l) Quando o pelotão empregar o seu elemento de choque e de apoio de fogo direto
em 1º escalão na posição inimiga de reconhecimento, ele perde a capacidade
de manobrar rapidamente e de desbordar uma posição que bloqueie o avanço
do pelotão. Essa TTP era utilizada quando o contato com o inimigo era iminente,
e este possuía armas automáticas quando o GE era dotado com viaturas não
blindadas (VTNE 4X4 ¼ t) ou VTL. Nos Pel C Mec dotados com as VBL (a VB
prevista em QO) essa TTP não será mais utilizada.
m) Para um correto entendimento da atuação da Seç VBC Cav/VBR nas ações
ofensivas durante o reconhecimento é necessário compreender que suas VBC
Cav/VBR não são destinadas a realizar o combate aproximado, contra um inimigo
dotado de carros de combate ou outras VB com forte poder de fogo. As VBC Cav
ou VBR não possuem a blindagem e a mobilidade através do campo necessárias
para tais ações. As VBC Cav/VBR podem realizar o ataque através do campo (VBC
Cav/VBR-GC) contra outras VB leves ou inimigo dotado de armas automáticas,
desde que este não disponha de armas anticarro e o terreno permita o desloca-
mento das VB (seco, alto e limpo), em função das características técnicas dessas
VB. Em outras ações, como na ação retardadora, essas VB poderão enfrentar
VBC CC inimigas, sempre de posições protegidas ou abrigadas, atuando como
“viaturas anticarro”.

Fig 154 - O Combinado Seç VBR-GC em deslocamento.

7.3.7.3.3 O Grupo de Combate (GC)


a) As principais missões do GC no reconhecimento são:
- proteger as VBC Cav/VBR contra armas anticarro e fuzileiros inimigos a curta
distância e outras ameaças em geral;

7-66
EB70-CI-11.457
- abrir passagem em obstáculos ou remover minas anticarro de áreas ou cam-
pos de minas;
- cooperar na neutralização ou destruição das armas AC;
- localizar e designar alvos para as VBC Cav/VBR;
- realizar ações ofensivas ou de segurança desembarcado, como num ataque
a posições inimigas com armas anticarro; patrulhamento da área de segurança de
uma posição ocupada; ligação entre postos de observação e de escuta; reconhe-
cimento a pé de eixo, zona e área junto com o GE quando as viaturas blindadas
não puderem prosseguir na missão; e
- realizar a limpeza e auxiliar na consolidação do objetivo.
b) O combate embarcado do GC dotado de VB é realizado pelo Can e Mtr (e/ou Msl
AC se disponível) dessa VB, empregados contra viaturas, VB leves ou médias do
inimigo contra as posições fortificadas ou tropas inimigas desdobradas no terreno.
c) Quando o GC for dotado de VBTP, o combate embarcado será realizado com
limitações, empregando a Mtr .50 (arma de autoproteção da VB) e, eventualmente,
o fogo dos fuzis e demais armentos coletivos do GC pelas escotilhas. A Mtr será
empregada com viaturas não blindadas, posições de armas anticarro, automáticas
e tropa desdobrada no terreno dentro do alcance útil desse armamento.
d) Em situações excepcionais, ou quando as VB sejam ameaçadas de muito perto
pela infantaria inimiga, ou impedidas de prosseguir, os Fuz poderão se expor aos
fogos inimigos e realizar fogo com seu armamento individual pelas escotilhas da
VB ou desembarcar e atuar pelo fogo e movimento a pé.

Fig 155 - O GC a pé na proteção aproximada das VBR.

e) Num ataque embarcado, a uma posição ocupada por forças inimigas durante
o reconhecimento (não dotadas de armamento anticarro), o GC deverá proceder

7-67
EB70-CI-11.457
como num assalto em uma operação ofensiva, realizando o seu desembarque
somente depois que as VB ultrapassarem o objetivo quando então realizará o
assalto na direção contrária ao movimento inicial, surpreendendo as resistências
remanescentes do inimigo pela retaguarda, enfrentando menor número de obs-
táculos e armas automáticas com tiro ajustado.
f) Quando isso não for possível, o GC deverá procurar desembarcar no interior
do objetivo para realizar a limpeza das resistências remanescentes do inimigo.
g) Em última prioridade, quando os processos anteriores não puderem ser exe-
cutados, ou as VB não puderem mais progredir, o GC deverá desembarcar de
sua VB antes da posição ocupada pela tropa inimiga, realizando então o assalto
frontal a pé.
h) Esse desembarque antes do objetivo só deverá ocorrer:
- quando a progressão das viaturas blindadas se tornar difícil, muito lenta ou
impossível (em função do terreno);
- quando for necessária a remoção de obstáculos lançados pelo inimigo; ou
- quando a segurança aproximada das VB exigir a atuação dos Fuz em estreito
contato com elas.
i) Nesse caso, durante o assalto a pé, os Fuz desembarcados devem buscar
sempre a proteção da parte traseira de sua VB e das VBC Cav/VBR, como forma
de se protegerem dos fogos da posição inimiga, tendo condições de, quando
possível ou necessário, realizar fogo sobre o inimigo ou manobrar a pé no terreno.
j) O ataque a pé do GC desdobrado ao lado das VBC Cav/VBR, assaltando
frontalmente a posição inimiga, em princípio, NÃO DEVERÁ SER REALIZADO.
k) A VB do GC progredirá à retaguarda das VBC Cav/VBR, mantendo uma
distância a ser determinada pelo estudo do terreno, da situação tática e pela
capacidade de manutenção do comando e controle. Deve-se considerar como
distância mínima 50 m (raio de ação de uma granada de 155 mm), podendo ser
muito superior, em função dos dados já citados. Dependendo do terreno (muito
plano e aberto), dos meios de detecção e do armamento do inimigo, a distância
entre as VB pode chegar a 500 m ou mais. Essa distância deve permitir o contato
visual entre as guarnições da VB do GC e as VBC Cav/VBR, sendo reduzida nos
terrenos cobertos e ampliada nos descobertos. Normalmente, a distância entre
as VB varia entre 50 m e 100 m.
l) O GC, em determinadas situações durante o reconhecimento, poderá ser
empregado no Rec de obstáculos ou pontos críticos do terreno, exercendo as
mesmas funções do GE, substituindo-o ou atuando em seu auxílio. Essa situação
de conduta, provisória, deverá ser conduzida com as esquadras atuando como

7-68
EB70-CI-11.457
se fossem patrulhas do GE, sem alterar a sua constituição ou equipamentos de
dotação

Fig 156 - O GC abrindo passagem em uma área minada.

.
m) O emprego do GC no Rec deve ser considerado o risco de se deixar as VBC
Cav/VBR sem uma proteção aproximada dos fuzileiros. Esse emprego do GC
poderá ser completo ou parcial e, nesse último caso, uma de suas esquadras
poderia permanecer junto às VBC Cav/VBR (o estudo da situação definira a
situação de conduta).
n) Em operações, quando o pelotão desdobrar seus meios no terreno ou cessar
seu movimento e a Seç VBC Cav/VBR ocupar uma posição desenfiada, de onde
possa realizar fogos diretos sobre o eixo e nos pontos dominantes ao longo deste,
o GC deverá desembarcar e realizar a segurança aproximada das VBC Cav/VBR.
7.3.7.3.4 Peça de Apoio

Fig 157 - A peça de apoio no reconhecimento.


7-69
EB70-CI-11.457
a) A principal missão da Peça de Apoio é o apoio de fogo indireto com o seu Mrt
81 mm às demais frações do pelotão. Normalmente a Pç Ap desloca-se no final
da coluna de marcha, sendo por isso responsável pela segurança da retaguarda
do Pel C Mec.
b) A fração quando embarcada em uma VBC Mrt MSR, poderá realizar o tiro do
morteiro do interior da VB ou realizar o tiro desembarcado (dependendo do tipo
do morteiro). Nas Pç Ap não dotadas com a VBC Mrt MSR (com VBTP ou VTNE
4X4 ¾ t) as capacidades operacionais da fração serão reduzidas assim como a
segurança de sua guarnição.
c) O trabalho da Peça de Apoio (Pç Ap) no Rec Eixo inicia-se na fase de planeja-
mento dessa missão quando o Cmt Pç Ap deverá levantar os prováveis alvos na
Z Aç ou no Eixo Rec do pelotão na carta, particularmente nos acidentes capitais
ou pontos críticos. Para isso, levará em conta a existência de:
- pontos críticos ao longo do eixo, como pontes, localidades, desfiladeiros e
bosques;
- pontos dominantes ao longo do eixo, conhecidos como acidentes capitais,
que de posse do inimigo dificultariam ou impediriam a progressão do pelotão;
- eixos secundários favoráveis à realização de golpes de sonda pelas patrulhas
do GE e, consequentemente, pontos críticos e dominantes ao longo desses eixos.
d) Nesses pontos será feita a locação dos alvos, utilizando-se um código numérico
ou alfanumérico estabelecido como norma geral de ação do pelotão. É importante
que esse levantamento de alvos seja de conhecimento de todos os comandantes
de grupos, em especial do GE e do comandante de pelotão.
e) É provável que durante o reconhecimento surjam alvos não previstos pelo Cmt
Pç Ap. Para isso, o Cmt Pel deverá prever uma forma padronizada de transmitir
a localização do alvo via rádio de forma rápida e simples. Poderá valer-se de
medidas de coordenação ou de outros controles existentes para designar um
novo alvo a ser batido partindo de um desses.
f) Durante o reconhecimento, a Pç Ap (não dotada de VBC Mrt) deverá desembar-
car e entrar em posição de tiro toda vez que o pelotão desdobrar seus meios no
terreno ou que cesse o movimento, a critério do Cmt Pel. Em ambos os casos, é
fundamental a presteza dos integrantes da Pç Ap para que, no mais curto prazo
possível, a peça de morteiro esteja em condições de bater, com fogos, os alvos
levantados à frente da posição do Pel e outros que porventura surjam. Quando
dotada de VBC Mrt, o Cmt Pç Ap deverá orientar o Mot da VB para que pare
a viatura em um local que facilite a execução dos tiros do morteiro embarcado
(direção geral do inimigo, coberta e abrigo etc.).
g) Especial atenção deve ser dada ao consumo de munição da Pç Ap. Para isso,
o Cmt Pel, o Adj Pel e o Cmt Pç Ap deverão realizar um criterioso controle dos

7-70
EB70-CI-11.457
tiros a serem executados pela peça de morteiro, levando em conta a duração da
operação de reconhecimento e as possibilidades de remuniciamento.

Fig 158 - Levantamento de alvos para a Peça de Apoio.

7.3.7.3.5 Grupo de Comando


a) O Grupo de Comando (Gp C) fornece ao Cmt Pel C Mec a VB, armamento,
comunicações, equipamentos diversos e elementos de apoio meios necessários
para o exercício do comando do Pel.
b) Em todas as ações embarcadas (Rec, Seg, Op Ofs e Def) O CMT PEL C MEC
DEVE COMANDAR O SEU PELOTÃO EMBARCADO EM SUA VBMT-Rec LSR
OU VTL (Vtr do Gp C). O CMT PEL C MEC NÃO DEVE EMBARCAR NA VBC
CAV/VBR DO ADJ PEL C MEC (também Cmt Seç VBC Cav/VBR) para realizar
ações ofensivas embarcadas, pelas razões já expostas nesse CI (exceto em
situações particulares na Aç Rtrd).
c) Nas ações desembarcadas do Pel C Mec (Rec, ações ofensivas etc.), quando
as VB não puderem prosseguir para cumprir a missão recebida, seja em função
do terreno ou da situação tática, o comandante do pelotão deverá desembarcar
e liderar a pé o GE e/ou o GC nessas missões, apoiado pelo Cb Aux do Gp C
como seu radioperador.
d) Tanto nas ações embarcadas como nas desembarcadas, o Cmt Pel C Mec (e
o Gp C) deverá posicionar-se no dispositivo adotado (ou formação) onde possa
melhor comandar todas as suas frações.
7-71
EB70-CI-11.457
e) Numa ação ofensiva durante um reconhecimento compete ao Cmt Pel C Mec
o comando de todas as suas cinco frações ou escalões (ataque, segurança e
base de fogos).

Fig 159 - O grupo de comando embarcado em uma VTL no reconhecimento.

f) O Cmt Pel C Mec deve ocupar um local no dispositivo de seu pelotão de onde
possa comandar o ataque, o apoio de fogo e as ações de segurança, podendo
seguir de perto o escalão de ataque, ou mesmo fazer parte desse com sua VBMT-
-Rec LSR.
7.3.7.4 Progressão do Pel C Mec no Reconhecimento de Eixo
7.3.7.4.1 Conforme a possibilidade de contato com o inimigo, o grau de segurança
desejado, o tipo de terreno, a premência de tempo e a missão desenvolvida pelo
pelotão variará o seu tipo de progressão. São os seguintes os tipos de progressão
do pelotão.
7.3.7.4.2 Movimento Contínuo do Pelotão.
a) O movimento contínuo é empregado quando o contato com o inimigo ainda
não foi obtido e quando há premência de tempo.
b) Nele o pelotão não desdobrará seus meios, a não ser que haja interferência
do inimigo ou que cesse o deslocamento do pelotão.
c) Todas as frações deslocar-se-ão por lanços, cuja extensão variará de acordo
com o terreno; cada viatura manterá o contato visual com as viaturas próximas e
ficará em condições de apoiar pelo fogo a viatura que a precede.

7-72
EB70-CI-11.457
d) Normalmente o GE liderará a progressão, movimentando-se por lanços suces-
sivos ou alternados, conforme a situação.
e) Nesse processo, a Peça de Apoio não entrará em posição ao término de cada
lanço, a menos que o pelotão faça alto.
f) O responsável pela manutenção da velocidade de reconhecimento será o co-
mandante do GE.
g) As distâncias entre as viaturas variam de acordo com o terreno, mas deve-se
procurar manter o contato visual.
h) A distância entre os elementos deve permitir ao pelotão mover-se com o má-
ximo de velocidade, diminuindo, assim, a possibilidade de ser envolvido numa
emboscada ou armadilha e de expor, simultaneamente, todos os elementos ao
fogo inimigo.
i) As distâncias nunca poderão exceder o alcance das armas em apoio.
j) Como regra, um mesmo compartimento do terreno deve ser ocupado simulta-
neamente pela fração do Pel que lidera o movimento e pela fração que se seguir
a esta.

Fig 160 - O Pel C Mec em movimento contínuo.

7.3.7.4.3 Movimento por Lanços do Pelotão


a) Empregado quando o contato com o inimigo é iminente ou já foi realizado, ou
quando a segurança é fator preponderante.
b) Nesse processo o pelotão desdobra seus meios no terreno ao término de cada
7-73
EB70-CI-11.457
lanço em posições anteriormente escolhidas na carta.
c) A Peça de Apoio permanecerá instalada durante o deslocamento do restante
do pelotão de uma posição para outra.

Fig 161 - Movimento por lanços do pelotão (pelotão desdobrado).

d) Tanto o GE quanto o combinado formado pela Seç VBC Cav/VBR - GC poderão


liderar a progressão.
e) Todas as viaturas deslocar-se-ão por lanços, acompanhando o avanço da se-
ção que liderar o movimento, exceto a da Pç Ap, que se deslocará em um único
lanço, o mais rápido possível, entre as posições de tiro.

Fig 162 - Movimento por lanços do pelotão (Pç Ap cobrindo o avanço do restante do Pel).

f) A extensão do lanço não poderá exceder o alcance de apoio do Mrt Me.


g) A progressão do pelotão durante a realização dos lanços será idêntica à exe-
cutada no processo anterior, porém, ao término de cada lanço, os exploradores
desembarcarão e entrarão em posição nos flancos do pelotão, a uma distância que
não prejudique a retomada do movimento (essa distância dependerá do estudo
do terreno, da situação tática etc.).

7-74
EB70-CI-11.457
h) A Seç VBC Cav/VBR abandonará o eixo, procurando posições com algum grau
de desenfiamento em que haja condições de bater com seus fogos a direção de
marcha. O GC desembarcará e protegerá as VBC Cav/VBR.
i) Somente após o pelotão haver desdobrado seus meios é que a Pç Ap embarcará
e cerrará para a posição do pelotão.

Fig 163 - Movimento por lanços (avanço da Pç Ap para a próxima posição).

j) Tão logo a peça de morteiro esteja novamente pronta para o tiro, o restante do
pelotão embarcará e seguirá para a próxima posição já determinada.
k) O responsável pela manutenção da velocidade do reconhecimento passa a ser
o comandante de pelotão, que deverá determinar o momento de avançar para a
nova posição.
l) Essa conduta deve se tornar padrão nas NGA das frações e ser objeto de con-
tinuada instrução tática dos motoristas.
7.3.8 O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO DE ZONA
7.3.8.1 Generalidades
7.3.8.1.1 Reconhecimento de Zona (Rec Zona) é o esforço dirigido para a ob-
tenção de informes detalhados sobre o inimigo e/ou a região de operações ao
longo de uma faixa do terreno definida em largura e profundidade. O Rec Zona é
mais pormenorizado e, normalmente, consome mais tempo que o Rec Eixo. Na
execução de um Rec Zona, o Pel C Mec recebe a zona que lhe foi determinada
pelo Cmt Esqd, que deve ser definida por meio de acidentes do terreno facilmente
identificáveis, tais como estradas, cursos d’água, cercas ou renques de árvores.
7.3.8.1.2 O reconhecimento de zona é empregado quando:
a) Após a LPE (linha de Provável Encontro), situação em que o contato com o
inimigo é eminente e previsto.
b) não se conhece a localização exata do Ini, que poderá ser encontrado em

7-75
EB70-CI-11.457
deslocamento através campo, por itinerários diversos ou, ainda, estacionado;
c) o escalão superior deseja selecionar itinerários para deslocar seu grosso;
d) desejam-se informes pormenorizados; e
e) o tempo disponível permite o reconhecimento por meio de um verdadeiro vas-
culhamento da área de operação.

Fig 164 - O Pel C Mec no reconhecimento de zona.

7.3.8.2 Tarefas Críticas para Reconhecimento de Zona


7.3.8.2.1 O Rec Zona é geralmente realizado em um espaço físico maior e pode
incluir um Rec Eixo ou de Área (com as tarefas críticas específicas).
7.3.8.2.2 As tarefas críticas do Rec Zona são as mesmas do Rec Eixo, adaptadas
para a zona a ser reconhecida.
7.3.8.3 Planejamento do Reconhecimento de Zona
7.3.8.3.1 O Rec Zona é um tipo de Rec que consome muito tempo. A menos que
7-76
EB70-CI-11.457
ordens especifiquem quais tarefas omitir, todas as tarefas críticas listadas estão
implícitas na missão.
7.3.8.3.2 Quando a velocidade é a principal preocupação no Rec Zona, o Cmt
Pel C Mec pode modificar o foco da missão, a velocidade de Rec e os critérios de
engajamento para priorizar as tarefas críticas para o escalão superior.
7.3.8.3.3 O tamanho e largura da Z Aç a ser reconhecida são normalmente defini-
dos pela rede rodoviária, características do terreno, atividades inimigas conhecidas
e tempo disponível para o cumprimento da missão.
7.3.8.4 Maneabilidade das Frações do Pel C Mec no Rec Zona
7.3.8.4.1 Grupo de Exploradores e o Grupo de Combate
a) No Rec de Zona, o grosso do Pel avança pelo melhor eixo, progredindo em
coluna, enquanto o GE reconhece outros eixos, caminhos, trilhas e dobras do
terreno, dentro da zona de ação atribuída. A fim de controlar a progressão do
GE, o Cmt Pel deverá marcar P Ct que devem ser informados pelas Pa do GE.
b) Ao GE deve ser proporcionado tempo suficiente para efetuar golpes de sonda
que se façam necessários e reconhecer todos os acidentes do terreno na zona
de ação.
c) Dependendo da quantidade de locais a serem reconhecidos ou de acordo com
o terreno, é aceitável que o Cmt Pel lance mão de uma esquadra ou de todo o
GC para reconhecer determinado local; entretanto, é importantíssimo que o Cmt
Pel analise o risco de desguarnecer, parcialmente ou totalmente a segurança
aproximada das VBC Cav/VBR.
d) Em determinadas situações, em função do terreno, o Pel C Mec realizará o Rec
de Zona desdobrado em linha ou em outra formação mais adequada. Nesse caso
poderá empregar o GE nos flancos e à frente do Pel. Em situações especiais, o
GC poderá, também, empregar uma de suas esquadras no Rec.
7.3.8.4.2 Seção de Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria/Viaturas Blin-
dadas de Reconhecimento
a) No Rec de Zona a Seção de VBC Cav/VBR progride junto ao grosso do Pel,
pelo melhor eixo e na parte central da zona de ação, ficando em condições de
apoiar as ações de reconhecimento do GE.
b) A Seção de VBC Cav/VBR é utilizada, também, para abrir prosseguimento na
zona de ação quando o inimigo tenta retardar ou impedir o avanço do pelotão.
7.3.8.4.3 Peça de Apoio e Grupo de Comando
a) A Pç Ap desloca-se no Rec Zona pelo eixo mais central da zona, de onde
possa bater alvos em todas as direções, apoiando as demais frações do pelotão,
empregando as mesmas táticas e técnicas do Rec Eixo.

7-77
EB70-CI-11.457
b) O Gp C opera no Rec Zona da mesma forma que no Rec Eixo, procurando
sempre uma posição mais central na Z Aç onde possa coordenar todas as ações
do pelotão.
7.3.9 O PEL C MEC NO RECONHECIMENTO DE ÁREA

Fig 165 - O Pel C Mec no reconhecimento de área.

7.3.9.1 Generalidades
7.3.9.1.1 O Rec Área (Rec A) é o esforço dirigido para a coleta de informes deta-
lhados sobre o Ini e/ou o terreno, dentro de uma área especificada e perfeitamente
definida em seu perímetro, considerada de importância capital para o sucesso
das operações.

7-78
EB70-CI-11.457
7.3.9.1.2 As tarefas realizadas pelo Pel C Mec num Rec Área são geralmente
as mesmas realizadas num reconhecimento de zona. Na verdade, o Rec Área
é muitas vezes empregados durante um Rec Zona para pequenas localidades,
zonas mortas do terreno, bosque, regiões de passagens ao longo de um curso
d’água etc. Portanto, o Rec Área pode ser uma missão independente ou uma
tarefa a ser realizada numa missão de Rec Zona.
7.3.9.1.3 A principal diferença que identifica um Rec Área é o tamanho reduzido
da área em comparação com um Rec Zona. Além disso, essa área tem um limite
contínuo.
7.3.9.1.4 O emprego das ARP pode reduzir a quantidade de tempo que o Pel C
Mec precisará para percorrer a área a ser reconhecida, confirmando ou negando
informações já conhecidas.
7.3.9.1.5 O Rec A pode ser orientado para o terreno, para as ameaças ou inimigo,
para a população, a infraestrutura ou uma combinação desses fatores existentes
na área a ser reconhecida.
7.3.9.1.6 Essa área a ser reconhecida deve ser vasculhada, particularmente as
suas estradas e trilhas, acidentes capitais e prováveis posições inimigas.
7.3.9.1.7 Se houver restrição a viaturas, Pa desembarcadas do GE e Esq do GC
executarão as tarefas de Rec.
7.3.9.1.8 O deslocamento para a área a ser Rec é feito com a máxima rapidez
e o pelotão limita-se a efetuar apenas os Rec necessários a sua segurança no
itinerário que a demanda.
7.3.9.1.9 Quando, no itinerário de deslocamento para a área a reconhecer, houver
interposição de F Ini, estas devem ser desbordadas, salvo ordem em contrário do
Esc Sp. Na impossibilidade de serem desbordadas, pequenos efetivos deverão
se infiltrar no dispositivo Ini, buscando o cumprimento da missão.
7.3.9.1.10 Não ocorrendo forte resistência do Ini, o Pel C Mec procurará avançar
agressiva e audaciosamente sobre o mesmo. Próximo à área a ser Rec, o Pel
desdobrará no terreno e avançará em uma formação que lhe proporcione ade-
quada e contínua segurança.
7.3.9.2 Tarefas Críticas do Rec A
- As tarefas críticas para um Rec Área são as mesmas de um Rec Eixo e de Zona.
7.3.9.3 Maneabilidade das Frações do Pel C Mec no Rec A
7.3.9.3.1 No Rec A são adotadas as mesmas técnicas de deslocamento do pelo-
tão e de maneabilidade de suas frações que no do Rec de Zona, ressaltando-se
apenas que, no deslocamento para a área a reconhecer, na marcha em coluna
tática, as VBC Cav/VBR devem se deslocar junto ao grosso do Pel.

7-79
EB70-CI-11.457
7.3.9.3.2 No Rec de Área, o Pel se desloca pelo eixo mais favorável até a área
a ser reconhecida.
7.3.9.3.3 Ao chegar à área designada, executa o Rec da mesma maneira que num
Rec de Zona, ou por meio do deslocamento do GE diretamente para um ou mais
postos de observação previamente selecionados, dos quais toda a área possa ser
observada. Estes P Obs podem ser reforçados por patrulhas a pé ou embarcadas.
7.3.10 TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS PECULIARES ÀS AÇÕES
DE RECONHECIMENTO
7.3.10.1 Reconhecimento de Obstáculos Artificiais e Obras de Arte
7.3.10.1.1 Generalidades
a) São exemplos de obstáculos e obras de arte que o Pel C Mec poderá ter de
reconhecer: os campos de minas; obstáculos de troncos ou trilhos, como abatises,
ouriços, estacas, muros etc; fossos AC e crateras; obstáculos de arame; áreas
com agentes químicos persistentes; pontes, bueiros, túneis, estradas; cavalo de
frisa, abatis; muros de troncos; cercas e concertinas; cavaletes de rede inclinada;
ponte destruída; bueiro etc.
b) No Rec de obstáculos e obras de arte, o GE realizará o reconhecimento pro-
priamente dito. A Seç VBC Cav/VBR e o GC formam o núcleo do dispositivo de
expectativa do Pel C Mec em condições de apoiar pelo fogo direto o reconheci-
mento do GE. O GC desdobrado à frente da Seç VBC Cav/VBR (na crista topo-
gráfica) realiza a defesa aproximada das VBC Cav/VBR, impedindo que sejam
destruídas pelo inimigo a pé ou por armas anticarro disparadas a curta distância.
Eventualmente o GC, ou uma de suas esquadras, poderá participar do Rec Obt.
A Pç Ap entra em posição à retaguarda do núcleo do pelotão, em condições de
bater as elevações à frente ou flancos, que dominam o obstáculo e, apoiar pelo
fogo indireto as ações do GE no Rec.
c) As tarefas básicas a serem executadas pelo Pel C Mec no reconhecimento de
obstáculos e obras de arte são:
- detectar as posições no terreno de onde o inimigo pode ativar ou agir sobre
o obstáculo;
- identificar locais para abrir uma brecha; e
- a localização de desvios (rotas alternativas) em torno dos obstáculos e obras
de arte.
d) Para o Rec mais técnico, a tropa pode receber o apoio de elementos especia-
lizados de engenharia.
7.3.10.2.2 Sequência Básica das Ações de Reconhecimento de Obstáculos ou
Obras de Arte

7-80
EB70-CI-11.457
a) O “como” o Pel C Mec realizará o Rec Obt e de obras de arte está relacionado
com os fatores de decisão, que devem ser analisados pelo seu Cmt para decidir
como cumprir a missão. De modo geral, pode-se dividir este processo em 4 passos
que, em condições normais, asseguram uma ação organizada e eficaz:
- detecção;
- segurança da área e do reconhecimento propriamente dito;
- seleção de uma linha de ação;
- reconhecimento propriamente dito.
b) A Detecção
- Durante as Aç Rec, o Pel C Mec deverá localizar e avaliar os obstáculos na-
turais, artificiais e obras de arte para apoiar o movimento do seu escalão superior.
A detecção dos objetivos de Rec começa durante o planejamento da missão
(planejamento detalhado na carta) para identificar os prováveis obstáculos e as
obras de arte em sua zona de ação (ou eixo de reconhecimento).
- Os exploradores (GE) empregam meios visuais e físicos para detectar minas
e outros obstáculos enquanto cumprem sua missão, vasculhando visualmente o
terreno, buscando indícios de minas ou obstáculos.
- As minas e outros tipos de obstáculos podem ser difíceis de serem detectados
pela tropa embarcada; para tanto, os exploradores devem realizar a detecção de
obstáculos desembarcados. Por vezes, será necessário desembarcar a grandes
distâncias (em função da ação do inimigo, terreno etc.) antes do local onde se
suspeita que exista um obstáculo para aproximar-se a pé e realizar o reconheci-
mento. Deverão atentar para os movimentos artificiais de terra, características do
terreno fora do normal, minas lançadas sobre a superfície, estacas e arames etc.
Caso as viaturas possuam sensores térmicos, esses poderão ser empregados
para ajudar na detecção de minas lançadas sobre a superfície.
- Na detecção de obstáculos, o Cmt Pel C Mec deve utilizar o informe de com-
bate – AZUL1.
c) Segurança da Área e do Reconhecimento Propriamente Dito
- O Pel C Mec deve partir do princípio que o inimigo baterá os obstáculos com
fogos (diretos ou indiretos), por consequência, cobrindo com observação.
- Quando os Exp encontrarem um obstáculo, deverão explorá-lo, assumindo
o risco de que o inimigo poderá observar e combater.
- A Pa que detecta o obstáculo estabelece a vigilância antes de explorar, em
busca de indícios de forças adversárias próximas do obstáculo ou de posições
que permitam a observação sobre o mesmo.
- Visualmente, deve-se buscar terrenos dominantes mais afastados do obstá-

7-81
EB70-CI-11.457

culo e possíveis posições para emboscadas.


- Uma vez confirmada a situação do Ini, os Exp que não estão vigiando a “po-
sição inimiga” movem-se embarcados ou desembarcados para verificar a região
do obstáculo.
- Devem procurar por um itinerário alternativo, que permita desviar o obstáculo,
e ocupar um P Obs em uma posição que ofereça uma segurança mais próxima
dos 360º do obstáculo.
- Caso não seja possível desviar do obstáculo, os Exp devem realizar o reco-
nhecimento sob a segurança dos elementos que ficaram à retaguarda.
d) Seleção de uma Linha de Ação
- O Cmt Pel C Mec analisa a situação e os fatores MITeMeTe-C para determi-
nar como vai enfrentar o obstáculo, levantando três possíveis linhas de ação ou
soluções para o problema:
- a primeira, como o Pel poderá desviar o obstáculo ou obra de arte.
- a segunda, como o Pel poderá apoiar a fração que fará o Rec.
- a terceira, como o Pel reconhecerá o obstáculo e continuará o movimento.
- Selecionada a L Aç, o Cmt Pel C Mec informa o Esc Sp a decisão tomada.
e) Reconhecimento Propriamente Dito
- Uma vez estabelecida a segurança, os Exp se deslocam desembarcados
até o obstáculo (caso não tenha havido contato com o inimigo a aproximação
deve ser embarcada. Decisão a ser tomada em função do terreno e do Ini). Os
Exp devem estar atentos aos sinais da presença de armadilhas (que podem ser
acionadas de maneira direta ou à distância).
- O GE deverá levantar todas as informações que possam ser críticas para o
escalão superior, como as necessárias para o planejamento de uma abertura de
brechas e outras.
- A informação deverá conter, entre outros detalhes, a localização do obstáculo;
a orientação do obstáculo; as condições do solo; a presença de cabos, arames,
espaços e marcas de trabalho; a composição dos campos de minas, incluindo tipos
de minas; a necessidade de abertura de brechas; os espaços entre obstáculos
(latitude e longitude) e a localização das armas de tiro direto do inimigo.
7.3.10.3 Reconhecimento de Pontes
7.3.10.3.1 As pontes localizadas ao longo do eixo(s) de progressão devem ser
reconhecidas pelo pelotão antes da sua ultrapassagem para que se verifique a
existência de minas, armadilhas, cargas de demolição e sejam colhidos os dados
sobre a mesma. Quando houver elementos de Engenharia em apoio, esses re-

7-82
EB70-CI-11.457

alizarão o reconhecimento técnico e providenciarão a fixação de uma placa com


os dados da ponte e sua classe.

Fig 166 - O GE no reconhecimento de ponte.

7.3.10.3.2 Durante a fase de planejamento, todas as pontes devem ser assinala-


das na carta pelos Cmt de fração do Pel, de forma que o pelotão desdobre-se no
terreno ao se aproximar dela com o intuito de apoiar as ações do GE.
7.3.10.3.3 A Pç Ap deve instalar-se no terreno de forma a bater as elevações que
tenham dominância sobre a ponte.
7.3.10.3.4 A Seç VBC Cav/VBR posiciona-se em um local onde tenha as melhores
condições de apoiar, com o seu armamento, as ações de Rec.
7.3.10.3.5 O GC desembarca e realiza o apoio aproximado às VBC Cav/VBR.
7.3.10.3.6 Normalmente, a 2ª Pa GE realiza um reconhecimento sumário e a 1ª
Pa GE o reconhecimento detalhado, da forma descrita a seguir:
a) Quando não há intervenção do Ini antes da abordagem e a ponte deve apenas
ser ultrapassada e não ocupada, o Pel adotará o seguinte procedimento:
- o Pel desloca-se mais devagar ao se aproximar da ponte;
- ao avistá-la, o Cmt GE informa o Cmt Pel e este define uma posição para as
VBC Cav/VBR, a fim de que apoiem a passagem da ponte;
- a 1ª Pa GE posiciona-se no último movimento do terreno antes da ponte, onde
instalará sua metralhadora e o lança-granadas no terreno, ficando em condições
de realizar a segurança da 2ª Pa durante a sua ação; e

7-83
EB70-CI-11.457

- a 2ª Pa GE avança até cerca de 50 metros da ponte, onde sairá do eixo e


desembarcará.

Fig 167 - O GE no reconhecimento de ponte.

b) Os Mot e os At das VB da 2ª Pa GE, utilizando o terreno da melhor maneira,


devendo vigiar as elevações que dominam as margens opostas para onde serão
apontadas a Mtr e o Lç Gr (reparos veiculares) enquanto os outros quatro ele-
mentos (o Cb Aux e os 03 exploradores das 1ª e 2ª VB) avançam.
c) O Cb Aux e 01 (um) dos Exp atravessam o curso d’água se houver vau, obser-
vando a estrutura da ponte e a possível existência de sabotagens que impeçam
a sua travessia.
d) Os outros dois Exp atravessam a ponte por lanços, verificando a entrada e
saída da ponte quanto à existência de minas ou algum tipo de avaria, ocupando
a margem oposta e de lá fornecendo segurança.
e) Terminadas essas ações, o Cb Aux sinaliza para que os motoristas avancem e
estabeleçam uma segurança com a sua patrulha na linha de elevações imediata-
mente após a ponte, de forma a proteger o reconhecimento do Cmt GE.

Fig 168 - 2ª Pa GE realizando o reconhecimento sumário.

7-84
EB70-CI-11.457
f) Esse reconhecimento sumário executado pela 2ª Pa GE deve ser rápido e
agressivo, limitando-se à procura de minas e armadilhas e à verificação da es-
trutura da ponte e a sua capacidade para suportar o trânsito das VB do pelotão,
não podendo durar mais do que 5 minutos;
g) Após o reconhecimento sumário, a 1ª Pa GE avança para realizar o reconhe-
cimento detalhado, no qual serão feitas as medições necessárias, verificando o
estado da ponte e os indícios de atividades inimigas no local.

Fig 169 - 1ª Pa GE realizando o reconhecimento detalhado.

h) O Cmt GE é o responsável por essa ação. Em seguida, os informes são trans-


mitidos ao Esc Sp e o restante do pelotão recebe ordem para avançar.
i) Quando o reconhecimento for feito por apenas uma patrulha, cada viatura
comporta-se como se fosse uma patrulha e todos os informes serão levantados
pelo seu comandante.
j) Quando não houver necessidade de informes ao escalão superior a respeito da
ponte, o reconhecimento poderá ser feito apenas pela 1ª Pa GE.
k) No caso da Seç VBC Cav/VBR liderar o movimento do pelotão, esta deverá
entrar em posição antes da ponte. Elementos do GC poderão ser utilizados para
substituir o G no reconhecimento.
7.3.10.4 Reconhecimento de Campos de Minas e de Áreas Minadas
7.3.10.4.1 Situação Inicial do Pel C Mec
a) O Pel C Mec realiza um Rec e encontra um obstáculo lançado pelo inimigo,
ou realiza uma marcha de aproximação para estabelecer o contato com o Ini.
b) O Pel avança num dispositivo de combate, fruto do estudo de situação e da
decisão de seu Cmt (MITeMeTeC), controlando seus setores de vigilância e de tiro.
7.3.10.4.2 Abordagem do Obstáculo sem Ação do Inimigo
a) Ao ser avistado um obstáculo ou serem percebidas minas no eixo de progres-
são, o Cmt GE fará alto e informará o Cmt Pel. Este, após esclarecer a situação,

7-85
EB70-CI-11.457
informará ao seu Cmt Esqd C Mec a situação e sua decisão.
b) As VBC Cav/VBR e a Pç Ap entrarão em posição em condições de bater as
elevações que dominam o obstáculo pelo lado oposto.
c) O GE ocupará posições nos flancos da posição do pelotão.
d) O GC abordará o obstáculo pelos flancos ou retaguarda, procurando e neutra-
lizando minas e armadilhas e desobstruindo o eixo. A progressão do GC deverá
ser apoiada pelo fogo das VBC Cav/VBR e do morteiro a fim de fazer com que o
inimigo se revele ou impedir sua ação sobre o GC.
e) Não havendo necessidade de manutenção de sigilo, a abordagem do GC poderá
ser precedida pelo fogo das VBC Cav/VBR sobre o obstáculo a fim de facilitar o
trabalho de desobstrução e limpeza do eixo.
f) Caso o obstáculo encontrado não possa ser removido pelo pelotão, deverá ser
procurado um itinerário para desvio. Tal tarefa será executada pelo GE.
g) Realizada a limpeza ou a abertura de uma passagem pelo obstáculo e a sua
sinalização, ou decidido o desvio do mesmo por itinerário alternativo, o pelotão
informa ao Esqd C Mec a situação e prossegue na sua missão.
7.3.10.4.3 Abordagem com Ação do Inimigo
a) Ação Inicial
- O pelotão detecta ou escuta o efeito das armas de tiro direto e indireto do Ini
sobre as suas frações, ou uma de suas viaturas percebe a existência de minas
e/ou sofre o efeito da explosão dela. Ao receber os fogos do inimigo, o pelotão
percebe que entrou em um campo de minas ou área minada, ou se aproximou
de obstáculo batido por fogos inimigos.
- Ao perceber que o pelotão ou uma de suas frações entrou em um campo de
minas ou área minada (ou outro obstáculo) sob fogos do inimigo, imediatamente
o Cmt Pel C Mec deve emitir o comando de “PELOTÃO ATENÇÃO! CAMPO
MINADO!”.
- A primeira preocupação do Cmt Pel C Mec e de seus Cmt frações deverá ser
sair do campo ou área minada.
b) Ações e Providências Padronizadas do Pel C Mec ao entrar num campo de
minas (area minada) ou obstáculo batido por fogos inimigos:
- Se algumas viaturas do pelotão entrarem em um campo minado devem parar
o movimento e retrair pela mesma rota em que entraram.
- Se o pelotão tiver com ventos a favor, deve acionar seus lançadores de fumí-
genos para cobrir seu retraimento.
- O Cmt Pel C Mec deve emitir um informe de contato (INFECONT) ao seu Cmt
Esqd C Mec e solicitar apoio de fogo para escapar dos fogos inimigos, conforme
7-86
EB70-CI-11.457
organização do apoio de fogo e plano de fogos previsto na O Op.
- Assim que o pelotão estiver fora do campo minado, caso receba fogos em
suas viaturas ou próximo delas, deverá dispersar-se rapidamente, aumentando
seus intervalos e distâncias.
- O pelotão deverá buscar uma posição de tiro favorável para bater o campo
de minas e a posição do inimigo que protege esse campo ou área minada. Dessa
posição o pelotão deverá ter condições de apoiar o trabalho da engenharia de
combate na abertura da brecha (por exemplo, empregando as VBE Eng como
arado ou rolo malhador ou ainda, VBTP com reboque e equipamento MCLIC,
lançando cargas explosivas sobre o campo a fim de abrir brechas – lança retinida).

Fig 170 - Vtr Pel C Mec entrando num campo de minas.

- Quando o pelotão sair do campo de minas, dos fogos do inimigo e reorganizar-


-se, o Cmt Pel C Mec deverá reconhecer a área e verificar se há como desbordar
o campo e prosseguir em sua missão.
- Após esse reconhecimento, deverá informar a situação ao seu Cmt Esqd C
Mec. Caso não seja possível desbordar a área, deverá informar esse dado ao
seu Esqd C Mec e solicitar se disponível apoio de engenharia para a abertura de
brechas (caso esse apoio esteja disponível).
- Em função da dimensão do campo e da tropa inimiga que o protege, poderá
ser necessário o planejamento de uma operação especial para a abertura de bre-
chas e permitir o prosseguimento da missão (a cargo do RC Mec, de sua brigada
ou de escalão acima desta).
- Se a decisão for empregar a engenharia de combate para a abertura da bre-
cha, após a limpeza de uma faixa desse campo ou área minada, os engenheiros
7-87
EB70-CI-11.457
deverão balizar uma passagem pela qual a tropa ultrapassará esse obstáculo
realizando um ataque à posição inimiga ou prosseguindo na sua missão (caso o
inimigo tenha retraído).
- Caso seja determinado pelo Esqd C Mec, que o Pel ultrapasse o obstáculo pela
brecha que foi aberta e prossiga na missão, normalmente, seu Cmt determinará
que o GE ou a Seç VBC Cav/VBR (dependendo da ameaça Ini ainda existente)
passe a brecha e ocupe uma posição de tiro favorável para fazer a segurança
(cabeça de brecha).
- Quando a cabeça de brecha estiver segura, o resto do pelotão ultrapassa a
brecha, reorganiza-se e continua o avanço para cumprir a sua missão.

Fig 171 - Campo de minas – retrair, fixar e desbordar.

7.3.10.5 Reconhecimento pelo Fogo


7.3.10.5.1 Generalidades
a) O reconhecimento pelo fogo é uma técnica de reconhecimento empregada
pelo Pel C Mec em determinadas situações nas Aç Rec. Nessa técnica o pelotão
poderá empregar sobre posições inimigas o fogo direto e/ou o fogo indireto.

7-88
EB70-CI-11.457
b) Essa técnica poderá ser utilizada sobre posições onde haja uma razoável sus-
peita de ocupação pelo Ini,quando o tempo para o Rec for escasso e não houver
necessidade de sigilo. Sua adoção poderá anular a surpresa do Rec.
c) O objetivo da técnica de Rec F é fazer com que o inimigo revele sua presença
movendo-se ou respondendo o fogo. Caso o inimigo não responda e não sejam
observados indícios de seu movimento, o pelotão prossegue no cumprimento de
sua missão.
d) Em raras circunstâncias, o Pel C Mec poderá usar essa técnica, como nas si-
tuações em que o contato com o inimigo já é esperado, quando o tempo é muito
limitado para cumprir a missão ou quando o pelotão não pode manobrar para
esclarecer a situação.
e) Em tais situações, é fundamental que o Cmt Pel C Mec nos ensaios para a
missão, tenha treinado essa técnica com suas frações e esteja preparado para
enfrentar a provável reação do inimigo.
f) O emprego das ARP do RC Mec ou do Esqd C Mec (de brigada) a que o pe-
lotão estiver subordinado, quando disponíveis para a missão, poderá auxiliar o
pelotão na tarefa de expor o inimigo na posição suspeita, sem colocar em risco
os exploradores do GE ou a Seç VBC Cav/VBR, ganhando um tempo importante
para a missão de reconhecimento e fornecendo uma maior quantidade de dados
sobre a posição inimiga.
7.3.10.5.2 Considerações sobre o Emprego do Fogo no Reconhecimento.
a) São exemplos de posições suspeitas de estarem ocupadas pelo inimigo ou de
situações em que o contato com o inimigo pode ser iminente, sendo indicado o
emprego da técnica de Rec F:
- o pelotão entra em contato, durante o reconhecimento, com um obstáculo na-
tural com sinais de ter sido agravado ou com um obstáculo construído pelo inimigo;
- o pelotão detecta uma área que possui todas as características de uma “zona
de matar” de uma emboscada;
- o pelotão encontra, a cavaleiro do eixo de reconhecimento, ou na área, ou
zona que esteja reconhecendo, uma área com características de uma área de
engajamento, com posições elevada em seu entorno, obstáculos delimitando a
área e canalizando o movimento do pelotão, referências nítidas no terreno que
podem ser empregadas como PRA ;
- o pelotão encontra, durante o reconhecimento, evidência de uma posição
suspeita de estar ocupada pelo inimigo, que se encaixa nas informações recebidas
do sistema de inteligência (por intermédio de seu Esqd C Mec);
- são encontrados ao longo do eixo, área ou zona de Rec sinais de atividade
recente e ou presença do Ini (como marcas de pneus e calçados no solo, restos
de embalagens de munição ou de ração operacional e lixo diverso);
7-89
EB70-CI-11.457

- o pelotão encontra em sua Z Aç uma área com organização do terreno com


tocas individuais e espaldões de armamento coletivo, obstáculos de arame e
posições fortificadas,que podem ou não estar ocupados;
- o pelotão obtém informações confiáveis sobre a presença do inimigo em
determinada área de sua zona de ação.
b) O Rec F elimina qualquer elemento de surpresa que os exploradores do GE
possam ter obtido ao se aproximar de uma posição suspeita de estar ocupada pelo
inimigo e, é provável que dê ao inimigo um conhecimento detalhado da localiza-
ção do Pel C Mec. O Rec F pode, no entanto, reduzir a chance dos exploradores
ou de todo o pelotão vir a ser emboscado dentro de zonas de matar ou áreas de
engajamento estabelecidas pelo inimigo.
c) Mesmo que o Pel C Mec consiga o apoio de uma ARP de seu escalão superior,
evitando assim expor-se desnecessariamente ao inimigo, este, seguramente, ao
detectar a presença da ARP, assumirá que há uma tropa presente em sua Z Aç
e enviará um alerta de presença do inimigo ao seu escalão superior, desencade-
ando assim, operações de contrarreconhecimento e intensificando a busca por
elementos de reconhecimento e operação da ARP observado.
d) O Rec F não irá resolver os problemas do Pel C Mec em todas as situações
táticas. Por exemplo, face a tropas disciplinadas ocupando posições preparadas,
pode fracassar totalmente, pois estas tropas provavelmente não reagirão aos fogos
do Rec F do pelotão,não revelando a sua posição e aguardando um momento
oportuno para fazer uso da surpresa.
e) O Rec F não deve implicar no uso indiscriminado de fogos diretos e indiretos
em todas as orlas de bosque e cristas de elevações, na esperança do inimigo
reagir ao fogo, denunciando a sua posição. O seu uso indiscriminado fará com
que o inimigo detecte o emprego dessa técnica e não reaja. Além do que o Rec
F implica num consumo elevado de munição, que poderá não ser recompletada
pelo escalão superior na velocidade e no momento que o pelotão necessitar.
7.3.10.5.3 Emprego do Fogo Indireto
a) O Pel C Mec poderá empregar o fogo indireto de seu morteiro médio ou os
fogos do escalão superior que estiverem à sua disposição para a missão (Mrt P,
Art Cmp, Av Ex), solicitando esse fogo e ajustando-o sobre as posições suspeitas
de ocupação pelo inimigo.
b) O Rec realizado pelo fogo indireto fornece segurança para os exploradores e
para todo o pelotão, porque não denuncia a posição exata ocupada pelo Pel C
Mec. Além disso, os exploradores do GE ficam liberados para observar os efeitos
do fogo indireto sobre a posição inimiga, tendo maiores chances de observar
qualquer movimento ou reação desse inimigo.

7-90
EB70-CI-11.457
c) O Pel C Mec deve estar ciente que ao solicitar a realização de fogo indireto
sobre uma posição inimiga, fornecerá a esse inimigo a indicação que deverá ha-
ver, em sua Z Aç, uma equipe de observação avançada realizando a condução e
os ajustes desse fogo indireto, o que deverá desencadear medidas de C Rec do
inimigo, com o objetivo de destruir os observadores avançados e sua segurança.
Essas medidas podem ir desde o emprego de fogo sobre os prováveis P Obs de
onde os OA estejam operando até a realização de patrulhamento e buscas em
toda a área à frente da posição inimiga.
d) O Rec F indireto também tem desvantagens. O fogo indireto requer mais coorde-
nação e comunicação do que fogo direto; também pode ser menos preciso. O fogo
indireto é sujeito a fatores fora do controle do pelotão, como a disponibilidade de
munição da unidade de apoio de fogo, ameaças de fogo de contra-bateria inimigo
e está sujeito a aprovação por parte do escalão superior. Além disso, os efeitos
do fogo indireto podem obscurecer visão do pelotão sobre a posição inimiga.
7.3.10.5.4 Técnicas Básicas de Rec F pelo Pel C Mec
a) A técnica de reconhecimento pelo fogo consiste, basicamente, na realização
de tiros sobre uma posição suspeita, enquanto outros elementos observam tal
posição. Para a execução desses fogos, geralmente são utilizadas as Mtr e Lç
Gr do GE. Entretanto, os canhões das VBC Cav/VBR e o armamento da VBTP
podem ser utilizados contra áreas onde se suspeita da existência de VB Ini. De-
pendendo da situação estática, o pelotão poderá empregar, também, o tiro de
seu morteiro médio.
b) O Pel C Mec poderá utilizar o Rec F contra acidentes do terreno propícios a
uma ação de emboscada, localizados no eixo de progressão ou próximo a ele.
Neste caso, o reconhecimento é feito pela fração que lidera o movimento e poderá
ser seguida uma das seguintes linhas de ação:
- a viatura que lidera a progressão ocupa uma posição abrigada no próprio eixo
e sua guarnição abre fogo contra a posição suspeita. A Mtr (ou o Lç Gr) permanece
embarcada, o motorista e o explorador tomam posição ao lado da viatura, para
não haver demora no reinício do deslocamento. Na ação, as posições a serem
batidas são escolhidas pelo Cmt Pa GE. Desta forma, o Cmt Pel deverá manter
um controle mais cerrado sobre seus Exp, para evitar desperdício de munição
e atraso no deslocamento do pelotão ou interpretação errada dos acidentes do
terreno quanto à provável presença do inimigo;
- a Pa GE testa desembarca e a Mtr e o Lç Gr de suas viaturas, entra em po-
sição no terreno, abrindo fogo contra a posição suspeita. Caso o inimigo não se
revele, a outra patrulha passa a liderar a progressão, aborda ou ultrapassa essa
posição (inimiga suspeita) sob a proteção da primeira que permanece desdobrada
no terreno;

7-91
EB70-CI-11.457

- a Pa GE testa executa uma finta, simulando ter percebido a presença do


inimigo e retorna rapidamente para o último posto de observação, abrindo fogo,
aguardando a reação do inimigo;
- caso a Seç VBC Cav/VBR lidere a progressão, o pelotão deverá desdobrar-
-se no terreno com os exploradores fornecendo segurança aos flancos, a Seç
VBC Cav/VBR e o GC batendo a posição suspeita e com a Pç Ap instalada no
terreno, em condições de abrir fogo. Caso o inimigo não se revele, será feito um
vasculhamento do local pelo GC a pé, antes do restante do pelotão abandonar
as posições e avançar.
c) Reconhecida a posição suspeita e não encontrado o inimigo ou não sejam
observados indícios de seu movimento, o pelotão prossegue no cumprimento
de sua missão.
d) Utiliza-se o reconhecimento pelo fogo contra acidentes capitais do terreno que
possibilitem uma ação de emboscada contra o pelotão e que se localizem no eixo
de progressão ou próximo a ele. Neste caso, o reconhecimento é feito pela fração
que lidera o movimento e poderá ser seguida uma das seguintes linhas de ação:
- 1ª L Aç - as viaturas da Pa GE que lidera a progressão ocupam posições abri-
gadas no próprio eixo e suas guarnições abrem fogo contra a posição suspeita. A
metralhadora e o lança-granadas da Pa GE permanecem embarcados. Na ação,
as posições a serem batidas são escolhidas pelo Cmt Pa GE. Dessa forma, o Cmt
Pel deverá manter um controle mais cerrado sobre seus exploradores, para evitar
desperdício de munição e atraso no deslocamento do pelotão ou interpretação
errada dos acidentes do terreno quanto à provável presença do inimigo;
- 2ª L Aç - as viaturas da Pa GE que lideram a progressão ocupam posições
abrigadas no próprio eixo. Caso seja necessário (da posição das VB não é pos-
sível abrir fogo), desembarcam e a metralhadora e o lança-granadas e avançam
até uma posição de onde possam abrir fogo contra a posição suspeita. Caso o
inimigo não se revele, a outra patrulha passa a liderar a progressão e aborda ou
ultrapassa a posição sob a proteção da primeira que permanece desdobrada no
terreno;
- 3ª L Aç - a Pa GE testa executa uma finta, simulando ter percebido a presença
do inimigo e retorna rapidamente para o último posto de observação, abrindo fogo.
e) No caso da Seç VBC Cav/VBR liderar a progressão, o pelotão deverá desdobrar-
-se no terreno com os exploradores fornecendo segurança aos flancos, a Seç
VBC Cav/VBR e o GC batendo a posição suspeita e com a Pç Ap instalada no
terreno, em condições de abrir fogo. Caso o inimigo não se revele, será feito um
vasculhamento do local pelo GC a pé, antes do restante do pelotão abandonar
as posições e avançar.

7-92
EB70-CI-11.457

Fig 172 - Reconhecimento pelo Fogo – Seç VBR.

7.3.10.6 Reconhecimento de Desfiladeiros


7.3.10.6.1 O desfiladeiro é uma área crítica para quem deseja ultrapassá-lo, pois
facilita uma ação inimiga, tendo em vista que canaliza o movimento e restringe a
liberdade de manobra, facilitando as ações de emboscada.
7.3.10.6.2 Quando as elevações que formam o desfiladeiro permitem o desloca-
mento de viaturas, o pelotão deverá adotar a formação em “Y”. Caso contrário,
o reconhecimento deverá ser feito pelo GE e/ou GC e sempre apoiado pela Seç
VBC Cav/VBR e Pç Ap.
7.3.10.6.3 As elevações serão reconhecidas pelo GE, enquanto elementos do GC
procurarão minas ou obstáculos à passagem, sob proteção do restante do pelotão.
Quando o reconhecimento for completado, o pelotão prosseguirá o movimento.

Fig 173 - Pel C Mec no reconhecimento de desfiladeiro.


7-93
EB70-CI-11.457
7.3.10.6.4 Quando o desfiladeiro for extenso, as elevações muito acentuadas ou
houver premência de tempo, poderá ser feito um Rec F. A Pç Ap baterá a crista
das elevações e as Mtr do GE as cobertas existentes nas encostas.
7.3.10.6.5 Qualquer que seja a situação de emprego das frações do Pel C Mec no
reconhecimento de desfiladeiros, o Cmt Pel deverá sempre manter suas VBC Cav/
VBR apoiadas pelo GC e pelo GE, ou por uma fração desses grupos (esquadra
ou patrulha), conforme a necessidade que a situação tática impuser.
7.3.10.7 Reconhecimento de Pontos de Passagem
7.3.10.7.1 O Rec de um ponto de passagem (vau etc.) pode ser executado em
proveito do escalão superior ou para a utilização do próprio pelotão. A aproximação
do local de abordagem segue as mesmas prescrições para a abordagem de uma
ponte. Havendo necessidade de se procurar uma posição mais vantajosa, cada
Pa GE seguirá em uma direção (a montante e a jusante) a pé ou embarcada,
conforme o terreno.
7.3.10.7.2 O restante do pelotão permanecerá no local, com a Seç VBC Cav/VBR
em posição face à margem oposta, e a Pç Ap com concentrações levantadas para
pontos críticos (elevações que dominam o Curso d’ Água, entroncamentos etc.)
de onde o inimigo possa influir no deslocamento dos Exp ou no dispositivo do
pelotão. O GC desembarcará fornecendo segurança a toda a posição. Todas as
VB e elementos devem permanecer cobertos e abrigados e os movimentos são
restringidos ao mínimo. O contato rádio é mantido com os exploradores, mesmo
deslocando-se a pé.
7.3.10.7.3 Ao encontrar um local satisfatório, o Cmt GE avisará o Cmt Pel, en-
viando um guia se houver necessidade. É feita a segurança na margem oposta
até a chegada do pelotão. Ao chegar ao local, o Cmt Pel deverá distribuir os seus
homens. Em princípio, uma Pa GE fornecerá segurança e a outra Pa reconhecerá
e fará as medições necessárias. O GC realizará o balizamento para a transposi-
ção do pelotão no leito do rio e em ambas as margens caso haja necessidade.
7.3.10.7.4 Deverão ser levantados os seguintes dados a respeito do curso d’
água (C Agu):
a) profundidade máxima na faixa escolhida para a passagem das viaturas;
b) largura do rio no trecho considerado;
c) velocidade da correnteza;
d) declive de acesso em ambas as margens ou altura das mesmas;
e) áreas de estacionamento cobertas, próximas ao acesso para o vau; e
f) balizamento do itinerário, dos acessos e do vau se houver necessidade.
7.3.10.7.5 A travessia do vau pelo pelotão será feita por lanços sempre com se-
gurança. Em cada viatura do GE, um homem desembarcado fornecerá segurança
7-94
EB70-CI-11.457
e outro guiará o motorista por sinais, deslocando-se a frente da viatura durante a
travessia. Após o GE, atravessará uma das VBC Cav/VBR, protegida pela outra em
posição. Quando a primeira estiver instalada no terreno, atravessará a segunda.
O GC atravessará a pé acompanhando as VBC Cav/VBR, e a VBTP após estes.
A Pç Ap embarcará e atravessará em seguida.
7.3.10.7.6 Para a transposição de um curso d’água através de um vau, deve-se
ter em conta as características técnicas das viaturas de dotação do Pel C Mec,
particularmente, a profundidade máxima que as mesmas podem ultrapassar um
vau sem preparação. Algumas viaturas possuem a capacidade de cruzar vaus a
uma profundidade maior, adotando-se os procedimentos previstos em seus ma-
nuais técnicos ou manuais dos fabricantes. Nesse caso, o pelotão precisará de
tempo para a preparação dessas viaturas que atravessarão por meios próprios
(após a preparação).
7.3.10.7.7 No Rec deve-se procurar um local no curso de água com a profundidade
de passagem a vau das VB e que possua margens favoráveis às mesmas. Deve
ser evitada a escolha de margens com terreno frouxo, lodoso ou barrancos, onde
a VB possa perder a tração, atolar ou patinar.

Fig 174 - Cálculo da deriva (onde: D – deriva, L – largura do rio, Va – velocidade desenvolvida pela
viatura na água e Vo – velocidade da correnteza).

7.3.10.7.8 O declive de acesso deve prosseguir para o interior da água, de ma-


neira que as rodas atuem no terreno antes de alcançar a margem. Para a saída
das viaturas poderá ser escolhido um declive de no máximo 17° (30%), desde
que o solo seja firme.
7.3.10.7.9 O declive das margens pode ser medido com auxílio do nível de
emergência do morteiro (clinômetro). O ponto da outra margem, onde será feito
7-95
EB70-CI-11.457
o acesso de saída (deriva,) será função da velocidade da corrente. Pode ser
calculado pela fórmula:
7.3.10.8 Reconhecimento Noturno
7.3.10.8.1 Generalidades
a) Caso o Pel C Mec esteja dotado com equipamentos individuais e veiculares
de observação e direção de tiro noturnos, o Rec Not será em muito facilitado e
as chances de sucesso em muito aumentadas.
b) A técnica aqui apresentada visa o emprego de um Pel C Mec sem os citados
equipamentos para operação à noite.
c) O Rec Not é dificultado pela pouca visibilidade e não é normalmente realiza-
do pelo Pel C Mec. Devido ao ruído dos motores, as viaturas se tornam mais
vulneráveis a emboscadas, ao fogo das armas anticarro com tiro amarrado e às
minas anticarro, dificilmente detectadas pela pouca visibilidade. Todavia, o pelotão
poderá receber missões de Rec Not impostas pelo escalão superior, que devem
ser cumpridas a pé ou com o emprego de viaturas.
7.3.10.8.2 Reconhecimento Noturno com Emprego de Viaturas
a) É executado quando as distâncias são excessivas para o emprego das tropas
a pé ou o tipo de missão obriga o emprego de viaturas. As missões abaixo são
as mais comuns de serem atribuídas ao pelotão:
- reconhecimento ou ocupação de acidentes importantes pela necessidade
urgente de informes do escalão superior;
- necessidade de se abordar uma determinada linha ou ponto de controle no
terreno antes do amanhecer seguinte;
- ocupação noturna de uma P Blq durante missões de segurança.
b) Durante o reconhecimento, nos deslocamentos através de estradas, o pelo-
tão reduzirá as distâncias entre as viaturas da Seç VBC Cav/VBR, GC e Pç Ap,
com o GE deslocando-se mais a frente, reconhecendo o itinerário e oferecendo
segurança ao pelotão.
c) Serão deixadas viaturas balizando os incidentes ou as passagens difíceis do
itinerário, que em seguida retornarão às patrulhas.
d) Nos deslocamentos através campo, todo o pelotão desembarcará e marchará
ao lado das viaturas, fornecendo proteção aproximada e percorrendo o terreno
adjacente ao itinerário de marcha. Serão determinados setores de responsabi-
lidade aos homens e qualquer ordem será dada em voz baixa e transmitida de
homem para homem. O deslocamento será feito com escurecimento total.
e) Deverão ser evitadas acelerações excessivas dos motores, devendo inclusive
os comandantes de frações determinarem aos motoristas a marcha em que se

7-96
EB70-CI-11.457
deslocará a viatura nas subidas e nos trechos arenosos ou lamacentos.
f) O volume dos rádios deverá ser diminuído ao mínimo necessário para o funcio-
namento da rede. Os comandos serão dados por gestos ou por sinais de lanternas
escurecidas se houver necessidade.
g) Seguidas as prescrições, as VB leves não deverão ser ouvidas a mais de 100
metros e as demais VB a mais de 200 metros.
h) Os comandantes de fração manterão controle cerrado sobre os homens e
as viaturas, arbitrando uma numeração no interior da fração que lhes permita
a conferência dos efetivos quando houver necessidade (reinício de movimento,
altos, ordem de embarcar, aumento da velocidade, intervenção do inimigo etc).
i) O GE deverá manter seu deslocamento a uns 200 m a frente da Seç VBC Cav/
VBR, de forma que qualquer posto de escuta Ini o perceba antes de ouvir o ruído
dos carros.
j) Nos deslocamentos através do campo, em princípio, todo o pelotão desem-
barcará (exceto os atiradores e motoristas das armas de tiro tenso veiculares) e
marchará ao lado das viaturas, fornecendo proteção aproximada e percorrendo
o terreno adjacente ao itinerário de marcha. Um elemento deverá ser designado
para auxiliar o motorista no deslocamento enquanto os demais observam, escutam
e fornecem segurança.
k) As metralhadoras e os lança-granadas deverão estar carregados, travados e
mantidos em seus reparos veiculares.
l) Serão determinados setores de responsabilidade aos homens e qualquer ordem
será dada em voz baixa e transmitida de homem para homem. O deslocamento
será feito com escurecimento total.
m) Deverão ser evitadas acelerações excessivas dos motores, devendo inclusive,
os comandantes de frações determinarem aos motoristas a marcha em que se
deslocará a viatura nas subidas e nos trechos arenosos ou lamacentos.
n) Em caso de receber fogo, o GE avisa o Cmt Pel e se desdobra no terreno,
procurando forçar o Ini a revelar suas posições pelo clarão dos disparos.
o) A Seç VBC Cav/VBR cessa o seu movimento e o GC a pé vai procurar posi-
ções desenfiadas para as VBC Cav/VBR face as posições do inimigo. Para lá se
deslocam os carros e, depois de abrigadas as viaturas restantes, mediante ordem
do Cmt Pel, abrem fogo sobre as posições inimigas já reveladas. O GC protege
as VBC Cav/VBR, ocupando posições a não menos de 30 m delas.
p) A Pç Ap entra em posição, o mais rápido possível, em local desenfiado, do qual
o clarão do disparo não revele a posição.
q) Uma vez fixado o inimigo, é feito um estudo de situação pelo Cmt Pel e adotada
uma linha de ação.

7-97
EB70-CI-11.457
r) A abordagem do objetivo de Rec deve ser feita, normalmente, pelo GE a pé. O
restante do pelotão cobre o seu movimento, se houver necessidade, ou entra em
defesa circular em um local distante no mínimo 400 m do objetivo.
s) Devido à dificuldade de se orientar à noite, à medida que se perceber a apro-
ximação do objetivo, a velocidade do pelotão deverá ser reduzida e o Cmt Pel
deverá atuar mais com os exploradores até se certificar de sua posição em relação
ao objetivo quando determinará o local para a defesa circular do pelotão, ou as
posições para as armas que darão cobertura à progressão do GE.
t) Realizado o reconhecimento e colhidos os dados necessários ao relatório da
missão, o Pel C Mec deverá retrai progredindo da mesma forma que realizou o
deslocamento até o objetivo de reconhecimento. Em princípio (e se possível),
deverá ser escolhido itinerário para o retraimento diferente do itinerário percorrido
até o objetivo.
7.3.10.8.3 Reconhecimento Noturno desembarcado
a) O reconhecimento noturno desembarcado é realizado quando o terreno não
permite que o Pel C Mec desloque-se embarcado em suas VB até o objetivo de
Rec ou a situação tática imponha a execução da missão desembarcada.
b) O Rec Not desembarcado é recomendado para distâncias que permitam o
deslocamento a pé em tempo útil para atingir o objetivo de Rec e coletar os dados
e informações solicitadas pelo escalão superior.
c) As missões de Rec Not a desembarcado abaixo são as mais comuns de serem
atribuídas ao Pel C Mec:
- Rec de acidentes importantes no terreno;
- Rec à frente, nos flancos e ou interior de posições defensivas inimigas;
- Rec de posições de ataque e itinerários de progressão para um ataque noturno
a ser realizado pelo seu escalão superior.
d) Normalmente, o Rec Not desembarcado terá início em uma Z Reu do Pel C
Mec ou de seu Esqd C Mec.
e) Com base na missão recebida e no seu estudo de situação, o Cmt Pel C Mec
decidirá que efetivo empregará para realizar o reconhecimento a pé do eixo, da
zona ou área que lhe foi determinado.
f) Nas missões de reconhecimento desembarcado poderão ser empregados o GE
ou o GC ou, ainda, essas duas frações reunidas sob o comando do Cmt Pel C Mec.
g) Quando o GE for empregado em missões desembarcadas, os motoristas e os
atiradores das armas coletivas das VB permanecerão com suas viaturas (exceto
quando essas armas forem utilizadas no Rec desembarcado). No GC a guarnição
da VBTP também permanecerá com a sua VB.

7-98
EB70-CI-11.457
h) Quando o Cmt Pel C Mec participar do Rec desembarcado, o Sgt Adj do pelo-
tão ficará responsável pelo comando das frações e viaturas não empregadas na
missão, possivelmente na Z Reu do Esqd.
i) O Pel C Mec ou suas frações (GE e/ou GC) executarão as missões de reco-
nhecimento desembarcado empregando as mesmas táticas e técnicas previstas
para uma patrulha de reconhecimento a pé.
j) O Rec do objetivo deverá ser realizado segundo os mesmos procedimentos
utilizados para um reconhecimento feito durante o dia, adaptando-se aqueles
procedimentos às necessidades de uma operação à noite, onde a visibilidade será
reduzida ou nula, os deslocamentos mais demorados, será mais difícil de coletar
dados e informações sobre o objetivo, as distâncias de deslocamento entre os
homens e frações deverão ser mais reduzidas etc.
k) O retraimento para a posição do Pel C Mec (ou Esqd C Mec) deverá ser rea-
lizado empregando as mesmas técnicas e cuidados utilizados no deslocamento
até o objetivo. O itinerário de retorno deverá ser diferente do itinerário utilizado
para chegar ao objetivo do Rec. Atenção especial deverá ser dado ao acolhi-
mento das frações empregadas no Rec Not, na Z Reu do Esqd ou na posição
ocupada pelo Pel C Mec.
7.3.10.9 Reconhecimento de Bosques
7.3.10.9.1 Normalmente o pelotão poderá encontrar 3 (três) tipos de áreas matosas
mais características em suas missões de reconhecimento:
a) mata densa, cujo deslocamento em seu interior só é permitido a tropas a pé,
através de trilhas;
b) bosques de árvores grandes e espaçadas, que permite o deslocamento de
viaturas em seu interior;
c) macega alta, que proporciona boa cobertura para observação terrestre e faci-
lidade de deslocamento, sem oferecer obstáculos para viaturas blindadas.
7.3.10.9.2 Tais tipos de bosques poderão ser encontrados tanto no eixo de pro-
gressão quanto à margem deste e poderão ser ultrapassados ou reconhecidos
conforme a missão.
7.3.10.9.3 Em princípio, os bosques só deverão ser reconhecidos a pé se houver
eminente contato com o Ini. Dependendo da natureza do bosque (permeabilidade
e condições climáticas), o Rec poderá ser realizado inicialmente empregando-se
os equipamentos termais das VB. Posteriormente, caso se decida vasculhar o
bosque a pé, as viaturas devem permanecer a uma distância segura, apoiando
pelo fogo os elementos que realizarão o reconhecimento a pé.

7-99
EB70-CI-11.457

Fig 175 - Reconhecimento de bosque fora do eixo de progressão.

7.3.10.9.4 Para a transposição do pelotão por bosques abertos, tipo eucaliptais


ou pinheirais, a formação a ser adotada (estudo do terreno) deve propiciar o con-
tato e o apoio mútuo entre as frações e as viaturas. Para a travessia de bosques
com as viaturas, dependendo da situação tática, do terreno, da visibilidade e da
vegetação, será necessário fornecer guias a pé para as viaturas e uma segurança
aproximada das mesmas com elementos do GE e do GC.
7.3.10.9.5 A velocidade da VB deverá ser a de um homem a pé. Inicialmente, con-
tando com o apoio de fogo da Seç VBC Cav/VBR e do GC, os Exp embarcados
deverão vasculhar aproximadamente 200 m em cada lado do ponto escolhido
para entrada e 100 m para o seu interior.
7.3.10.9.6 Sempre que possível, a Pç Ap deverá entrar em posição para apoiar
o pelotão na ultrapassagem do bosque.
7.3.10.9.7 Quando o eixo atravessar uma mata densa, o pelotão progredirá na
formação em coluna, com os Exp à frente. Estes poderão executar um reconhe-
cimento pelo fogo nas margens da estrada quando a situação permitir e houver
disponibilidade de munição.

Fig 176 - Reconhecimento de bosque atravessado pelo eixo de progressão.

7-100
EB70-CI-11.457
7.3.10.9.8 Quando a extensão a ser atravessada for pequena e não houver
premência de tempo, um elemento em cada viatura do GE e o GC progredirão
a pé, provendo a segurança aproximada do pelotão. Caso contrário, o pelotão
deslocar-se-á mais rapidamente e o GC desembarcará da VBTP. Tal medida visa
proteção dos blindados e facilita a reação imediata contra qualquer tipo de ação
inimiga proveniente da mata.
7.3.10.9.9 Quando o contato com o inimigo for iminente e o bosque não for muito
extenso, poderá ser realizado um reconhecimento pelo fogo com o Morteiro (Pç
Ap), utilizando granadas explosivas com retardo.
7.3.10.9.10 Para a travessia de macegas extensas, deve ser adotada a forma-
ção em “Y”, com os elementos do GC desembarcados, conforme a velocidade
imprimida ao pelotão. Macegas pequenas serão reconhecidas pelo GE antes da
travessia do pelotão.
7.3.10.9.11 Quando um bosque necessitar ser reconhecido e não apenas atra-
vessado, tal tarefa será executada pelo GE, apoiado pelo restante do pelotão em
posição. Em macegas e bosques abertos, o reconhecimento limitar-se-á à orla,
onde serão procurados indícios do inimigo. Poderá ser feito fogo com morteiro a
fim de obrigar o inimigo a abandonar o bosque. Neste caso, o restante do pelotão
deverá estar coberto e abrigado, vigiando todas as saídas da área.
7.3.10.9.12 Caso o reconhecimento da mata seja missão específica do pelotão,
os exploradores poderão entrar a pé, procurando contato com o inimigo, utilizan-
do as trilhas existentes. Se possível, será mantido contato rádio com o pelotão
e principalmente com o Cmt Pç Ap. Em caso de contato com o inimigo, o GE
retrairá e a Pç Ap baterá a área, cujo ponto central será o local estipulado pelos
Exp, como centro do dispositivo inimigo.
7.3.10.9.13 Caso haja intervenção do inimigo durante a travessia de um bosque,
deverá ser montado um ataque do pelotão se possível.
7.3.10.10 Reconhecimento de Localidades
7.3.10.10.1 Generalidades
a) As áreas urbanas possuem características especiais que criam uma grande
variedade de problemas táticos e possibilidades:
- as construções oferecem coberta e abrigo, restringindo severamente o mo-
vimento e os campos de tiro das tropas, em especial as embarcadas, além de
degradarem seriamente o comando e o controle;
- as ruas serão necessariamente as vias de acesso. As tropas que progridem
por estas vias de acesso estarão canalizadas e com pouco espaço de manobra
fora destas;
- os obstáculos nas ruas serão mais efetivos e mais difíceis de serem desbor-

7-101
EB70-CI-11.457
dados;
- o sistema de saneamento urbano e o sistema de linhas de energia elétrica e
telefonia enterrados, em alguns casos, podem ser utilizados como vias de acesso
subterrâneas, tornando-se críticos para operações neste ambiente.
b) É possível afirmar que as características fisiográficas das áreas edificadas
afetam negativamente o emprego da Cavalaria Mecanizada:
- a mobilidade é prejudicada pela canalização das ruas;
- os campos de tiro são limitados pelos obstáculos existentes, muros e prédios;
- as VB tornam-se vulneráveis aos ataques das armas anticarro;
- as comunicações amplas e flexíveis são afetadas pelas paredes de concreto
e estruturas de aço das casas e edifícios;
- a velocidade de reconhecimento é reduzida em virtude da dificuldade de
deslocamento e da vulnerabilidade aos ataques; e
- a frente de emprego das peças de manobra deve ser reduzida em razão da
fácil dissimulação do inimigo e do difícil terreno a reconhecer.
7.3.10.10.2 Peculiaridades do Planejamento de um Rec Loc
a) O Cmt Pel deve tirar o máximo de proveito das características da localidade
e nela permanecer o mínimo de tempo possível para que não se torne um alvo
compensador. Portanto, o Cmt Pel não deve esquecer que a presença de seu
Pel no interior da localidade se faz necessária, única e exclusivamente para que
o Pel possa levantar os Elementos Essenciais de Inteligência (EEI) solicitados
pelo escalão superior.
b) Orientar-se segundo os objetivos de inteligência é um dos fundamentos das Aç
Rec. Esses objetivos norteiam o cumprimento da missão e os EEI estão inseridos
nesse contexto. Cabe ressaltar que o Pel C Mec não investe a localidade com
a missão de combater, mas sim com a missão de reconhecer. O Rec pode vir a
se transformar em um combate urbano. O Cmt Pel deverá sempre ter em mente
dois aspectos importantíssimos:
- primeiro, o de executar as ações durante o contato, mesmo estando dentro
da localidade;
- segundo, o de estar sempre atento aos fundamentos de evitar o engajamento
decisivo e de se orientar segundo os objetivos de inteligência (EEI) impostos ou
não pelo escalão superior.
c) O planejamento bem elaborado proporciona rapidez, flexibilidade e redução na
adoção de condutas que possam surgir no transcorrer da operação.
d) As operações urbanas carecem de uma atenção particular, em razão da diversi-
dade de fatores que podem influenciar diretamente no planejamento. De maneira
7-102
EB70-CI-11.457
geral, pode-se dizer que não existe uma fórmula padronizada de planejamento para
as operações urbanas. Caberá, então, ao Cmt Pel, antes do seu planejamento,
identificar separadamente os fatores que intervêm diretamente no planejamento
de uma operação de reconhecimento de localidade (fatores da decisão: missão,
inimigo, terreno, meios, tempo e considerações civis).
e) Na análise das considerações civis, deve-se atentar para os seguintes aspec-
tos: área, estrutura, capacidade, organização, população e eventos (AECOPE).
f) No estudo dos aspectos do terreno que interessam ao reconhecimento de
localidade, deverão ser observados:
- altimetria: os aspectos altimétricos em uma localidade são importantes para
o planejamento do reconhecimento. Normalmente, os acidentes topográficos
dominantes são acidentes capitais importantes no interior de uma localidade e
influenciam na escolha da melhor linha de ação, devido ao comandamento destas
alturas. A existência de elevações fora da localidade influenciará na aproximação
dos meios, na ocupação de postos de observação e no posicionamento do morteiro
que apoia o avanço do Pel C Mec.
- planimetria: ruas, estradas e rios são importantes no Rec Loc, pois normal-
mente auxiliam na marcação das medidas de coordenação e controle;
- obstáculos naturais e artificiais: a localidade por si só constitui um obstáculo
para as VBC Cav/VBR e demais VB do pelotão. A existência de rios, viadutos,
aquedutos, lagos e matas canalizará o movimento, interferindo nas ações. Além
desses há aqueles que resultam da própria construção da localidade, como
muros, valas, escombros, ruínas, e que podem ser agravados pelos obstáculos
artificiais. Se um rio obstáculo passa pela orla anterior da localidade, aumenta
o valor defensivo da posição; se passa pela orla posterior da localidade pode
constituir-se em excelente posição para ações futuras; se longitudinalmente no
interior da cidade, dissocia os esforços das tropas empenhadas; se, no entanto,
for perpendicular à direção de atuação, favorece um possível defensor;
- observação e campos de tiro: analisando esse aspecto, pode-se afirmar que
um possível defensor instalado na orla da localidade possui maiores vantagens
do que a tropa de Rec. Mas, no interior da localidade os campos de tiro e de ob-
servação, limitar-se-ão ao sentido das ruas. O dispositivo das habitações é que
permitirá avaliarmos melhor este fator, no entanto, a compartimentação do casario
reduz a extensão dos campos de tiro e, consequentemente, limita o emprego do
armamento;
- cobertas e abrigos: muros, casas, prédios, túneis, galerias subterrâneas são
alguns dos vários fatores que podem ser utilizados para a aproximação dos meios;
- vias de acesso: as ruas existentes nas localidades são as vias de acesso.
Dependendo da configuração da cidade, as ruas serão planejadas, radiais ou
irregulares.

7-103
EB70-CI-11.457
g) Ao analisar o terreno, é importante que o Cmt Pel verifique as seguintes instala-
ções no interior da localidade: aeroportos ou aeródromos, portos, galpões, postos
de combustível, quartéis, fábricas de munição e de armamento, e instalações que
devem ser reconhecidas e monitoradas, pois são locais potencialmente impor-
tantes para a utilização tanto da tropa amiga, pela qual o Pel atua em proveito,
quanto pela tropa inimiga.
h) No estudo do terreno, também deverão ser levantadas as características das
habitações da localidade, a existência de prédios, vilas, conjuntos habitacionais,
condomínios e favelas, bem como a estrutura das ruas e dos quarteirões, que
devem ser levadas em consideração para padronização de procedimentos.
i) Normalmente, em uma localidade podem ser encontradas zonas distintas: a
periferia da cidade, onde se pode encontrar casas ou pequenos grupos de casas
isoladas e cercadas por quintais; uma outra região em que se podem encontrar
casas ou prédios que guardam entre si pequena distância; e, ainda, outra região,
normalmente o centro da localidade, onde essas construções não guardam in-
tervalo entre si.
j) No estudo dos aspectos político-administrativos e econômicos da localidade, o
Cmt Pel C Mec deverá levantar:
- as instalações governamentais e institucionais como prefeitura, câmara dos
deputados, estações de tratamento de água, centrais de distribuição de energia
elétrica, agências bancárias e dentre outras instalações são pontos vitais de uma
localidade que devem ser localizados;
- a existência de áreas industriais e de um polo petroquímico, têxtil ou alimentício
é importante para análise do planejador. É normal que as atividades econômicas de
uma região girem em torno de grandes complexos industriais. É comum existirem
nesses locais áreas sensíveis, que se constituem em um grande atrativo para
as ações de sabotagem. Em se tratando de refinarias de petróleo ou de usinas
energéticas a atenção deve ser redobrada, pois, normalmente, há interesse por
parte do escalão superior. É observado ainda, que nesses locais há um intenso
trânsito de pessoas, veículos e caminhões de carga. As áreas industriais, devido
às características citadas, constituem-se em regiões complexas para o Rec.
k) Um planejamento bem elaborado proporciona rapidez, flexibilidade e redução
na adoção de condutas que possam surgir no transcorrer da operação.
l) O planejamento do Rec deverá ser balizado pelos elementos essenciais de
inteligência definidos pelo escalão superior. Esses questionamentos, (impostos
pelo escalão superior ou levantados pelo Cmt Pel C Mec) devem ser respondidos
pela missão de reconhecimento. Para fins de planejamento, o Cmt Pel poderá
levantar como prováveis EEI os seguintes aspectos: inimigo, terreno, meios e
assuntos civis.

7-104
EB70-CI-11.457
m) Inimigo:
- descobrir vestígios de tropa no interior da localidade;
- verificar o dispositivo, valor, localização e composição do inimigo; e
- verificar a localização de prováveis caçadores.
n) Terreno:
- executar o Rec das pontes que existam no interior e nos arredores da Loc;
- verificar a existência e executar o Rec de obstáculos naturais e artificiais; e
- reconhecer e confirmar os dados planimétricos existentes no terreno (direção
e capacidade das ruelas, ruas, avenidas etc). Considerar que em determinadas
localidades será muito difícil a orientação e as frações poderão se perder durante
a missão. As ruas podem não seguir um planejamento urbano organizado, pare-
cendo levar a determinado lugar e mudando subitamente de direção, causando
desorientação.
o) Meios:
- comunicações: verificar a localização das empresas de telecomunicações, o
tipo de equipamentos utilizados e a área abrangida pelos serviços;
- suprimentos e depósitos logísticos: verificar a existência e executar o re-
conhecimento em galpões, armazéns, mercados e verificar a capacidade dos
postos de gasolina;
- engenharia: reconhecer possíveis estações de tratamento d’água e locais de
suprimento d’água, tais como barragens, aquedutos ou adutoras e seus pontos
vulneráveis; verificar a existência e reconhecer os locais de produção ou distri-
buição de energia elétrica, a força geradora (água, carvão ou óleo) e os locais
vulneráveis; reconhecer as indústrias e os depósitos de engenharia, tais como
pedreiras, jazidas de areia, cascalho, serrarias, olarias e fábricas de cimento,
usinas siderúrgicas e fábricas de máquinas;
- manutenção: reconhecer, se possível, as oficinas mecânicas de pequeno,
médio e grande porte;
- saúde: identificar a capacidade das farmácias, postos de saúde, clínicas e
hospitais, e o pessoal de saúde existente;
- transporte: identificar possíveis ferrovias e suas ligações; verificar a existência
de rodovias, aerovias, hidrovias e suas características; identificar a capacidade do
terminal aeroviário, rodoviário, ferroviário e do porto; verificar, ainda, a existência
e a capacidade das possíveis empresas de transporte de carga e passageiros.
p) Assuntos civis:
- analisar a conduta da população e a repercussão na mídia local quanto à
presença da tropa na localidade;

7-105
EB70-CI-11.457
- observar a existência de refugiados nos eixos que demandam à localidade e,
mediante ordem, conduzi-los a locais pré-determinados; e
- verificar o grau de normalidade da localidade.
q) A observância destes EEI, acima citados, por parte do Cmt Pel C Mec otimi-
zará e padronizará os procedimentos de Rec no interior e nos arredores de uma
Loc. Diante da resposta de “o que reconhecer”, o Pel C Mec poderá preparar-se
melhor para operações dessa natureza, pois estará em melhores condições para
identificar e reconhecer os aspectos úteis e importantes de uma localidade.
r) O Rec Loc, assim como toda operação em cenário urbano, requer alto índice
de coordenação e controle. Trata-se de um Rec Área, porém com características
especiais.
s) O Pel C Mec, atuando isoladamente, possui capacidade reduzida para atuar em
áreas urbanas. Como dado, pode-se dizer que o pelotão tem limitada capacidade
de reconhecer uma localidade de 4 km de frente (Rec de Área). Logo, caberá ao
seu escalão superior decidir quais e quantos meios serão empregados para o Rec
determinada localidade, e que parte desta caberá ao Pel C Mec.
7.3.10.10.3 O Pel C Mec no Rec Loc

Fig 177 - Reconhecimento de localidade. Aproximação do Pel C Mec e ocupação de P Obs.

a) Ações Preliminares
- O GE desembarcará e ocupará uma elevação de onde possa observar toda a lo-
calidade, principalmente a saída dela. O Cmt Pel deverá acompanhar os Exp neste

7-106
EB70-CI-11.457
Rec com todos os comandantes de fração. O contato rádio deverá ser mantido
com o pelotão que permanecerá a comando do Adj Pel. Nesse reconhecimento
será levantado o itinerário a ser percorrido pelo pelotão, os pontos críticos e os
indícios de presença inimiga no interior da localidade.

Fig 178 - Reconhecimento de localidade (D < 2 Km em cada lado da Loc, perpendicular ao Eixo Rec
/ até 2 km de cada lado do eixo – capacidade Max Rec do Pel C Mec).

- O pelotão deverá aproximar-se pelos flancos da localidade (parte menos


importante ou não perpendicular ao avanço da tropa amiga). Se não houver pre-
mência de tempo, o reconhecimento poderá ser feito a pé, pois é mais eficiente
e mais detalhado, além de resguardar as viaturas da possível ação de armas
anticarro inimigas. A decisão pelo reconhecimento a pé deve ser analisada,
levando-se em conta o tamanho da localidade e o tempo disponível, haja vista
ser um reconhecimento bastante lento.
- Quando o tempo é de capital importância, o reconhecimento poderá ser feito
embarcado. Em qualquer situação, uma observação minuciosa deve preceder a
ação de reconhecimento, onde serão estabelecidos os locais por onde a locali-
dade será abordada, os limites entre as zonas de ação, os prováveis locais de
resistência inimiga e os pontos de reunião no interior da localidade.
b) Reconhecimento a Pé da Localidade
- No Rec a pé, o GE poderá desdobrar-se em uma, duas, três ou quatro patru-
lhas (Gu de suas VB), dependendo do tamanho do objetivo, das possibilidades de
aproximação e das cobertas e abrigos para a progressão em segurança.

7-107
EB70-CI-11.457
- Em uma localidade pequena, com possibilidade de estabelecimento de P
Obs externos, o grosso do pelotão permanece em posição até que as patrulhas
do GE tenham completado a sua missão, a menos que necessitem de auxílio dos
elementos de manobra.
- Em uma localidade que a observação externa não é possível, tão logo as
patrulhas tenham verificado que o primeiro quarteirão da localidade não está
ocupado pelo inimigo, os elementos de manobra deslocam-se até a primeira linha.

Fig 179 - Exemplos de Medidas de Coordenação e Controle (localidade com mais de 02 Km em cada
lado do Eixo Rec).

- As Pa GE deslocam-se a pé e continuam o reconhecimento, observadas e


seguidas de perto pelo restante do pelotão.
- Em certas situações, o GC pode executar o reconhecimento a pé, auxiliando o
GE ou realizando a proteção aproximada das VBC Cav/VBR, o que é mais comum.
- Linhas de controle ou objetivos sucessivos podem ser designados para melhor
coordenação, usando-se ruas transversais ou paralelas.
- A Pç Ap poderá se deslocar para uma posição mais à frente se necessário.
c) Reconhecimento Embarcado da Localidade
- Neste caso, o pelotão ocupa uma posição e as Pa GE, embarcadas, rapi-
damente se deslocam para frente, uma viatura de cada vez para reconhecer o
quarteirão seguinte da localidade.

7-108
EB70-CI-11.457
- Se o quarteirão reconhecido não estiver ocupado pelo inimigo, o restante do
pelotão avança e a progressão contínua.
- O deslocamento no interior de uma localidade deve ser feito por lanços, numa
formação dispersa e próxima das edificações, em condições de agir contra os
prédios do lado oposto, pela observação e pelo fogo.
- O Cmt Pel deverá determinar um tempo para o GE fazer o reconhecimento.
Este deverá reconhecer todos os trechos da cidade que sejam pontos de passagem
obrigatórios para o pelotão e as casas que margeiam esses locais. Construções,
praças ou espaços vazios, que ocupem toda a extensão de uma rua, deverão ser
abordados e vasculhados. Edificações sólidas, que forneçam boas possibilidades
para evasão (próximas a becos, locais matosos ou barrancos de rios), são pos-
síveis locais de emboscada e devem ser reconhecidas.
- A área a ser reconhecida deverá ser dividida pelas patrulhas e essas não
deverão separar muito suas viaturas para que uma tenha condições de apoiar
a outra.
- Em situações especiais, ao desembarcar para o reconhecimento, perma-
necerão junto às viaturas os motoristas e um atirador de metralhadora e um de
lança-granadas.
- Os rádios manterão contato constante com o pelotão e com a outra patrulha,
informando sempre a sua exata posição e o que está sendo observado.
- Em cada patrulha em movimento, o elemento da frente observará o pavimento
inferior das edificações e as ruas, com sua guarnição observando a frente e o
lado oposto, e a outra viatura marchará próxima ao meio-fio com sua guarnição
observando o lado oposto e a retaguarda.
- As viaturas da patrulha manterão uma distância de 50 m entre si. O Cmt Pel
acompanhará os exploradores nesta ação.
- Dentro da localidade, ao receber fogo, os motoristas devem abandonar a
parte central das ruas e colocar suas viaturas junto às casas.
- Nos Pel C Mec em que os GE sejam dotados de viaturas táticas leves (VBL)
e não com as VBMT-Rec LSR previstas, os atiradores de Mtr e Lç Gr devem
afrouxar os pinos de fixação das armas aos reparos veiculares antes do início do
deslocamento para facilitar a retirada das mesmas quando necessário. Um Exp
deve estar com o reparo terrestre da arma próximo ao seu banco para transportá-
-lo ao desembarcar. O operador do rádio deverá abrigar-se atrás da viatura e
informar pelo rádio a localização e o armamento do inimigo e a localização da
patrulha, antes de procurar qualquer outro abrigo. Caso perceba a existência de
uma arma anticarro, o Cmt Pa GE deverá afastar seus homens da viatura o mais
rápido possível. O inimigo será fixado pelo fogo e a outra patrulha, após infor-
mada, deverá abordar o local do incidente por outro itinerário, levantando com

7-109
EB70-CI-11.457
exatidão as posições inimigas e os melhores acessos para um possível ataque
a ser montado pelo pelotão.
- Dentro da localidade a Seç VBC Cav/VBR progredirá escalonada, cada carro
próximo a um meio-fio, com o seu armamento e a observação de suas guarni-
ções voltadas para frente e para o lado oposto, distante de 20 a 40 m entre si e
deslocando-se na velocidade de um homem a pé. O Cmt VBC Cav/VBR deverá
estar em condições de conduzir o tiro do canhão e proteger a VBC Cav/VBR
contra elementos a pé, operando a metralhadora. O restante da guarnição deverá
permanecer com escotilhas fechadas.
- O GC desembarcado marchará acompanhando as VBC Cav/VBR, ocupando
cobertas e abrigos, atuando contra qualquer intervenção de elementos a pé. A
VBTP do GC progredirá à retaguarda da Seç VBC Cav/VBR, com suas escotilhas
fechadas, em condições de apoiar com o seu armamento os fuzileiros desem-
barcados ou bater alvos (adequados a esse armamento) que surjam nos flancos
da progressão do pelotão.
- A Pç Ap continuará em posição durante todo o Rec Loc, em condições de
bater a entrada, a saída, os pontos críticos e as elevações que a dominam. Após
o pelotão atravessar a localidade e ser estabelecida segurança no lado oposto,
a Pç Ap atravessará essa localidade, provendo a sua própria segurança, com os
seus integrantes a pé, protegendo a sua viatura.
7.3.10.11 Reconhecimento Desembarcado
7.3.10.11.1 Generalidades
a) O Pel C Mec realiza suas ações de Rec embarcado em suas VB, desembar-
cando quando necessário para observar melhor proteger suas VB, liberar o eixo
de obstáculos etc.
b) Entretanto, existirão situações durante as Aç Rec em que o pelotão será im-
pedido de avançar embarcado e atingir seus objetivos de Rec. Essas situações
surgirão em função de danos às obras de arte do eixo causados pelo inimigo
(pontes ou bueiros destruídos etc.), por ação das intempéries (chuvas torrenciais
etc.) e por outros motivos que impedirão a progressão do pelotão e a trafegabili-
dade de suas VB pelos eixos e/ou através do campo.
c) Ao se deparar com essas situações que impeçam o prosseguimento na missão,
o Cmt Pel C Mec deve realizar um rápido estudo de situação e verificar se é pos-
sível atingir os seus objetivos de reconhecimento empregando parte do pelotão
desembarcado. Caso conclua por essa possibilidade, deverá informar ao seu Cmt
Esqd C Mec a sua decisão e como pretende continuar no cumprimento da missão.
d) Autorizada essa ação de Rec desembarcada, as frações do pelotão designadas
para prosseguir na missão deverão proceder como numa patrulha de reconhe-

7-110
EB70-CI-11.457
cimento a pé.
e) O restante do Pel C Mec, a comando do mais antigo, deverão ocupar um
dispositivo defensivo de onde possa apoiar a progressão a pé das frações (até o
alcance útil do armamento) e apoiar seu acolhimento no regresso se for necessário.
7.3.10.11.2 Organização do Pel C Mec para Prosseguir na Missão de Rec a Pé
a) O Cmt Pel C Mec poderá prosseguir na sua missão de reconhecimento (eixo,
área ou zona) empregando, normalmente, o Gp Cmdo, o GE e o GC desembar-
cados.
b) A Pç Ap poderá ser empregada para prestar apoio de fogo de um ponto à frente
(normalmente dentro do alcance dos canhões das VBC Cav/VBR), de onde possa
melhor apoiar o deslocamento desembarcado do pelotão (-) até o alcance de seu
morteiro. Após prestar esse apoio de fogo (ou ficar em condições de realizá-lo) a
Pç Ap retorna à posição ocupada pelo restante do pelotão. Eventualmente, poderá
ser necessário que a Pç Ap acompanhe as frações a pé durante toda a missão,
particularmente quando o fogo de seu morteiro for fundamental para o apoio ao
reconhecimento dos objetivos.
c) Para prosseguir na missão, o Cmt Pel C Mec constituirá dois grupamentos
com suas frações:

Fig 180 - Pel C Mec prosseguindo a pé para uma A ser Rec.

- o grupamento que prosseguirá a pé no reconhecimento (a Pa Rec), sob o


comando direto do Cmt Pel C Mec, com elementos do Gp Cmdo e do GE, com o
GC e, da Pç Ap (se decido avançar o morteiro à frente);

7-111
EB70-CI-11.457
- um grupamento com as viaturas do pelotão e parte de suas guarnições (o
Gp Cmdo e o GE com os Mot das viaturas, a Seç VBC Cav/VBR completa, a
guarnição da VBTP do GC e o Mot da Vtr da Pç Ap) ficará sob o comando do Adj
Pel, que deverão ocupar uma base de patrulha ou Z Reu, de onde apoiarão o início
do deslocamento do grupamento desembarcado e o seu acolhimento no retorno.
d) O grupamento que prosseguirá desembarcado (Pa Rec) no reconhecimento
será constituído de acordo com o estudo de situação do Cmt Pel C Mec, levando
em consideração a distância até os objetivos de reconhecimento, a necessidade
de efetivo para esse reconhecimento, a necessidade de segurança durante o
deslocamento e no objetivo etc. O Cmt pelotão poderá decidir empregar na missão
o seu Gp Cmdo (Cmt e Cb Aux como radioperador) e o GE (menos os motoristas
das VB). Caso necessário, o GC (ou parte deste) poderá participar dessa missão.
e) O Cmt Pel C Mec deverá determinar se o seu GE conduzirá todas as suas me-
tralhadoras e lança-granadas na missão, apenas parte delas ou nenhuma delas.
As armas não empregadas na missão poderão ser operadas pelos motoristas
das viaturas, liberando os atiradores para emprego como exploradores. O Mot
da Vtr do Gp Cmdo deverá operar a metralhadora da viatura da fração, assim
como o da Pç Ap.
f) o grupamento que permanecerá em Z Reu, em princípio, a comando do Adj
Pel, terá por missão:
- apoiar pelo fogo o início do deslocamento a pé da Pa Rec;
- proteger as VB do Pel C Mec;
- acolher as frações da Pa Rec no seu retorno, após o cumprimento da missão.
7.3.10.11.3 Organização da Patrulha de Reconhecimento
a) Para cumprir a missão de Rec desembarcado, o Comandante do Pel C Mec
organizará suas frações que participarão da missão como uma patrulha de re-
conhecimento. A organização dessa patrulha varia de acordo com os fatores da
decisão.
b) Normalmente, a patrulha de reconhecimento será constituída por um comando
e de um a três escalões, um voltado para o cumprimento da missão (escalão de
reconhecimento), outro para a segurança da patrulha (escalão de segurança) e
outro para o apoio de fogo na missão (escalão de apoio de fogo), que só será
empregado quando o número de armas coletivas transportadas (Mtr 7,62 mm, Lç
Gr 40 mm e Mrt 81 mm) pelas frações assim o recomendar. Cada escalão será
integrado por um número variável de militares, devendo, em princípio, ser mantida
a organização das frações do Pel C Mec.
c) A patrulha a pé será organizada de acordo com a missão que deverá executar:
reconhecimento de eixo, reconhecimento de zona ou de área:

7-112
EB70-CI-11.457
- patrulha de reconhecimento de eixo – normalmente organizada com um co-
mando, um grupo de reconhecimento (e um grupo de segurança se necessário);
- patrulha de reconhecimento de zona ou de área – normalmente constituída
por um comando, um ou mais grupos de reconhecimento, um grupo de segurança
e um grupo de acolhimento (se necessário).
7.3.10.12 Ações no Contato com o Inimigo
7.3.10.12.1 Generalidades
a) Durante as Aç Rec (e em outras ações táticas), o Pel C Mec pode deparar-se
com colunas inimigas em marcha ou estacionadas, posições no terreno ocupa-
das pelo inimigo, obstáculos naturais agravados e obstáculos artificiais lançados
pelo inimigo e batidos por seus fogos, elementos de reconhecimento do inimigo
e/ou elementos lançados com a finalidade de retardar o avanço do pelotão e de
tropas amigas.
b) Para fazer frente a essas situações táticas, o pelotão deverá realizar uma
sequência de ações padronizadas, que se denominam ações durante o contato,
que serão analisadas mais à frente.
c) O Pel C Mec poderá estabelecer o contato com o inimigo sem que o mesmo
se aperceba da presença de elementos das frações do pelotão. O inimigo poderá
perceber a presença do pelotão, identificando-o seus elementos e atuando pelo
fogo e/ou manobrando, ou ainda, poderá surpreender o pelotão em marcha ou
estacionado, manobrando sobre as frações e abrindo fogo direto ou indireto sobre
o Pel C Mec.
d) Esse contato com o inimigo poderá ocorrer com um inimigo localizado na zona
de ação do pelotão ou nas Z Aç vizinhas.
e) Essa atividade inimiga poderá ser o movimento de elementos a pé, viaturas,
aeronaves ou a atuação do inimigo pelo fogo (direto ou indireto), observadores,
ou qualquer outra situação que exija uma ação por parte do Pel C Mec, ou de
suas frações subordinadas.
7.3.10.12.2 Ações durante um Contato com o Inimigo
a) As ações padronizadas para serem realizadas durante um contato com o
inimigo são:
- desdobrar e informar;
- esclarecer a situação;
- selecionar uma linha de ação;
- informar o escalão superior;
- executar a linha de ação aprovada pelo escalão superior.
7-113
EB70-CI-11.457

Nr INFORMAÇÃO EXEMPLO
AÇO, AQUI CENTAURO! AZUL
- - Identificação de quem informa e o tipo de Infe.
TRÊS!
Linha 1 - Transmissão de Contato CONTATO!
Linha 2 - Breve descrição do adversário. CC!
Linha 3 - Direção. OESTE, CÂMBIO!
Tab 9 - Informe de contato com o inimigo - AZUL 3.

b) Desdobrar e Informar
- O desdobrar implica manobrar o pelotão ocupando uma posição e formação
que lhe permita atirar, observar ou ser empregado contra o inimigo.
- O comandante de pelotão deve informar ao seu comandante de esquadrão
sobre o contato com o inimigo, dando-lhe o máximo de detalhes.
- A fração que “detectar” ou “estabelecer o contato”, automaticamente deverá
agir conforme a situação tática, utilizando as TTP (nível fração) apropriadas para
o momento e, no mais curto espaço de tempo, alertar o restante do pelotão.
- Para isso deverá ser utilizado o informe de contato (AZUL 3).

Nr INFORMAÇÃO EXEMPLO
AÇO, AQUI CENTAU-
- Identificação de quem informa e o tipo de mensagem
RO AZUL 1
Sequência na Informação (TALUTE)
-
ELEMENTOS OBSERVAÇÃO
TRÊS VBMT-REC E
Tamanho Inclui pessoal e viaturas.
DUAS VBR.
Atividade Inclui o que o oponente está realizando. EM DESLOCAMENTO.

Linha 1 (opo- Localização do adversário pelos pontos


nente) Localização cardeais, processo do relógio, medidas ÀS 12 HORAS.
de coordenação, coordenadas etc.
Unidade Inclui qualquer informação do oponente. 3º PELOTÃO.
Indica a hora da observação da ativi-
Tempo HÁ 5 MINUTOS.
dade.
Descrição ou identificação do arma- COM TANQUES AU-
Equipamento
mento, associado a atividade. XILIARES.
EMPREGO DO CA-
Linha 2 Ação executada ou proposta de ação.
NHÃO.
Linha 3 Autenticação, se for solicitada. -

Tab 10 - Informe de detecção do inimigo - AZUL 1.

7-114
EB70-CI-11.457

Nr INFORMAÇÃO EXEMPLO
Identificação de quem emite a
1 ATENÇÃO CAVALO.
ordem.
2 Situação do adversário. 2 VBR ÀS 12 OCUPANDO POSIÇÕES DE TIRO.
S
3 Situação da própria força. 200 m AO NORTE DO P Ct 3
4 I Intenção (Missão) ESTABELECER SEGURANÇA.
5 V Unidades vizinhas NENHUMA.
ALFA ECD ENGAJAR PRA 4
BRAVO MANTER-SE NA POSIÇÃO.
6 E Execução
CHARLIE ECD BATER COM FOGOS A POS
INIMIGA.

Tab 11 - Ordem Fragmentária Abreviada.

- O quanto antes, deverá ser transmitido um informe de detecção (AZUL 1), de


maneira que o pelotão como um todo possa reagir com maior precisão utilizando
as TTP (nível Pel C Mec).
- Após o pelotão desdobrar-se no terreno e informar a situação tática, antes
mesmo de iniciar o esclarecimento dessa situação para selecionar uma LA, o
Cmt Pel C Mec poderá emitir, ainda, uma Ordem Fragmentária para manobrar
inicialmente o seu pelotão.
c) Esclarecer a Situação
- Um reconhecimento objetivo é realizado para que sejam determinados o dis-
positivo, o valor, a localização e a composição do inimigo, devendo ser feito um
especial esforço para determinar os flancos da tropa ou posição inimiga.
- O reconhecimento pelo fogo pode ser empregado quando houver premência
de tempo.
- Após estas ações iniciais, o comandante deverá avaliar a situação tática e
desenvolver uma solução para o problema. Basicamente, deverá analisar a situ-
ação relacionando-a com os fatores da decisão (MITeMeTeC).
- Deve utilizar de forma abreviada o processo de trabalho de comando, utilizando
um extrato deste estudo de situação: estudo do terreno (OCOAV); avaliação do
inimigo (DiCoVP); situação própria; riscos; ponto decisivo; e manobra – apoios
(de fogo direto e indireto, engenharia etc.).
- Provavelmente, será necessário realizar reconhecimentos, colhendo dados e
informes para responder os EEI impostos pelo escalão superior.
d) Selecionar uma Linha de Ação
- Após as duas primeiras “ações durante o contato”, o Cmt Pel C Mec deverá
selecionar uma linha de ação compatível com a situação tática, visando ao pros-

7-115
EB70-CI-11.457
seguimento da missão. Uma decisão (ou linha de ação selecionada) de atacar,
ou simplesmente manter o contato com o inimigo deve ser tomada com a máxima
rapidez possível.
- A decisão (ou linha de ação) de desviar das resistências inimigas será adotada
quando autorizada pelo Esc Sp e deverá prever-se o emprego de elementos que
serão deixados para manter o contato com inimigo, vigiando-o e informando a
sua atitude, até que o escalão superior (Esc Sp) tome suas providências e libere
essa fração do pelotão.
e) Informar ao Cmt Esqd C Mec sobre a Linha de Ação Adotada
- O Cmt Pel C Mec deve transmitir ao seu Cmt Esqd C Mec os informes obtidos
pelo reconhecimento e a linha de ação selecionada para o prosseguimento da
missão. O Cmt Pel deverá aguardar, então, a autorização para executá-la.
- O Cmt Esqd C Mec deve estar plenamente informado da situação pelo Cmt
Pel C Mec. Dentro do pelotão, todas as frações devem manter-se ligadas ao
comandante do pelotão e atentas à situação.

AÇÕES DURANTE O CONTATO

“UTILIZAR A TTP APROPRIADA, POR EXEMPLO:”


Desdobrar e Informar
1 - AZUL 3.
- AZUL 1.
- Ordem Fragmentária Abreviada (SFC).
ESCLARECERR A SITUAÇÃO.
2
- Fatores das Decisão.
3 SELECIONAR UMA LINHA DE AÇÃO.
INFORMAR AO ESCALÃO SUPERIOR
4
- O Frag.

Tab 12 - Ações durante o contato.

f) Executar a Linha de Ação Aprovada pelo Escalão Superior


- Aprovada pelo escalão superior a linha de ação proposta pelo Cmt Pel C Mec,
esse passará a executá-la conforme autorizado.
7.3.10.12.3 O Pelotão Estabelece Contato com o Inimigo – Ações a Realizar
a) Situação Inicial
- O Pel C Mec estava realizando um reconhecimento de eixo, área ou de zona.
- Uma patrulha do GE estabelece contato com uma tropa inimiga.
b) 1ª Fase do Contato - Informe de Contato
- A fração que fez Ctt com o inimigo informa ao Cmt Pel C Mec: “CONTATO!

7-116
EB70-CI-11.457
(processo do relógio) UMA HORA, (natureza do Ini) GRUPO DE COMBATE
INIMIGO”.
- Essa fração deve, imediatamente, parar o movimento e procurar abrigar-
-se, passando a observar o inimigo para esclarecer melhor a situação, enquanto
aguardar ordens de seu Cmt Pel C Mec.
- O inimigo fez fogo sobre a patrulha do GE que fez o contato?
- Se fez fogo (SIM) - o Cmt fração procurar abrigar-se e responder imediata-
mente o fogo inimigo.
- Se não fez fogo (NÃO) - o Cmt fração procurar abrigar-se, sem atirar sobre
o inimigo. Observa a posição inimiga procurando esclarecer melhor a situação.

Fig 181 - Contato com o inimigo.

c) 2ª Fase do Contato - Providências Iniciais do Cmt Pel C Mec


- Assim que o Cmt Pel C Mec receber a mensagem do GE informando que
estabeleceu contato com o inimigo, deve transmitir a essa fração a ordem de
manter o contato com o inimigo “GE (ou Patr do GE) MANTER O CONTATO!”,
antes de tomar qualquer outra providência.
- O Cmt Pel C Mec passa a realizar as ações padronizadas de contato com o
inimigo, o DIESI (desdobrar, informar, esclarecer a situação, informar).
- Imediatamente, o Cmt Pel C Mec deve informar ao seu pelotão o contato
estabelecido com o inimigo e determinar que o pelotão adote um dispositivo de
expectativa face a esse inimigo identificado (DESDOBRAR). Essa ordem deve ser
padronizada no pelotão, devendo informar a posição a ser ocupada pelo núcleo
da posição (Seç VBC Cav/VBR) e a direção do inimigo.

7-117
EB70-CI-11.457

Fig 182 - D Ctt fixa o inimigo. Pel C Mec prossegue no Rec.

- A fim de esclarecer a situação, o Cmt Pel C Mec deve procurar posicionar-se


no terreno de onde possa confirmar o informe de contato.
- Confirmado o contato com o inimigo, o Cmt Pel C Mec informa o mais rápido
possível ao seu comandante de Esqd C Mec o estabelecimento do contato com
o inimigo, transmitindo os informes já disponíveis, informando que suspendeu o
deslocamento e está esclarecendo a situação.
- Conforme a situação tática existente, o Cmt Pel C Mec deverá tomar a de-
cisão se mantêm a fração que estabeleceu o contato em sua atual posição, ou
se determina que a mesma retraia e passe a fazer parte do dispositivo adotado
pelo Pel C Mec.
- Poderá determinar que a fração deve manter o contato de sua atual posição,
caso identifique ser a melhor situação para que o contato seja mantido, sem expor
a fração a um retraimento e ocupação de sua posição junto à posição do pelotão.
- Poderá, também, determinar que a fração retraia sobre o grosso do pelotão,
passando a ocupar o seu lugar na mesma posição do pelotão caso verifique ser
necessário esse retraimento.
d) 2ª Fase do Contato - Providencias dos Cmt Frações
- O Cmt Seç VBC Cav/VBR deve posicionar rapidamente a sua seção no local
determinado, frente à direção informada do inimigo, passando a cumprir a mis-

7-118
EB70-CI-11.457
são padronizada prevista para a seção nessa situação. Dessa posição, passa a
estabelecer o contato com o inimigo. Se necessário, deverá ajustar sua posição
no terreno para que o contato seja mantido.
- Os demais Cmt frações (exceto a fração que estabeleceu o contato) desdo-
bram suas frações em torno da Seç VBC Cav/VBR, passando a cumprir a missão
prevista para as mesmas frações no dispositivo adotado pelo pelotão.
- Durante a ocupação dispositivo, os Cmt Fração realizam os reconhecimentos
necessários para auxiliar o Cmt Pel C Mec no esclarecimento da situação tática.
Estabelecem a segurança de suas frações conforme o nível de prontidão previsto
nas NGA ou determinado pelo Cmt Pel C Mec.
- O Cmt fração que estabeleceu o contato poderá tomar a decisão (no exem-
plo, o Cmt GE) de manter sua atual posição ou retrair sobre o grosso do pelotão.
Poderá também receber de seu Cmt Pel a decisão sobre a atitude a executar
(com base na informação recebida do Cmt fração).
- Deverá manter sua atual posição caso receba a seguinte ordem de seu Cmt
pelotão: “GE (ou Patr do GE) –
- MANTENHA O CONTATO DE SUA ATUAL POSIÇÃO!”;
- Deverá retrair para a posição do pelotão, passando a cumprir as missões pre-
vistas para a fração (no exemplo o GE) nesse dispositivo caso receba a seguinte
ordem de seu Cmt Pel: “GE (ou Patr do GE)
- RETRAIR E OCUPAR SEU LUGAR NO DISPOSITIVIO DO PELOTÃO!”.
e) 3ª Fase do Contato - Informar a Situação Tática e Adotar a Linha de Ação
Aprovada ou Determinada Pelo Cmt Esqd C Mec
- Passando para a penúltima fase do DIESI, o Cmt Pel C Mec informa ao seu
Cmt Esqd C Mec a situação tática do momento, após ter esclarecido a mesma.
Informa também a linha de ação que pretende adotar.
- 1ª L Aç - vai prosseguir no cumprimento da missão, deixando um destacamento
de contato, para manter o contato com o inimigo.
- 2ª L Aç - como o inimigo impede o prosseguimento da missão, o pelotão vai
manobrar e atacar o inimigo para liberar o eixo e prosseguir na missão.
- 3ª L Aç - o pelotão não tem condições de prosseguir na missão nem de mano-
brar e atacar o inimigo. Manterá o contato de suas atuais posições, aguardando
apoio do Esqd C Mec.
f) 4ª Fase do Contato - Adoção da Linha de Ação Aprovada Pelo Cmt Esqd C Mec
- Caso o Cmt Esqd C Mec aprove a 1ª linha de ação, o pelotão deverá deixar
um destacamento de contato mantendo o contato com o inimigo e prosseguir na
missão de reconhecimento.

7-119
EB70-CI-11.457
- Nesse caso o Cmt Pel C Mec deve informar ao pelotão a decisão do Cmt
Esqd C Mec, definir quem deverá constituir o D Ctt, determinar que o Cmt fração
que constituirá o destacamento de contato reconheça a posição a ser ocupada e
a ocupe no menor tempo possível.
- Ele deverá emitir sua ordem de alerta ao pelotão para a retomada da missão de
reconhecimento. O Pel C Mec deve possuir uma NGA de priorização dos Grupos
ou Patr que vão mobiliar um D Ctt em diferentes situações táticas.

Fig 183- D Ctt é substituído reintegrando-se ao seu pelotão.

- O destacamento de contato (GE ou Pa GE) deverá ocupar uma Pos Tir favo-
rável, de preferência abrigada de onde possa nas melhores condições, manter
o contato com o inimigo. O D Ctt deverá fixar o Ini enquanto o restante do Pel
desborda este Ini e prossegue no seu Rec. Ocupada Pos de onde manterá o con-
tato, o Cmt fração informa ao Cmt Pel C Mec que está em condições de cumprir
a missão recebida;
- O Cmt Pel C Mec transmitirá sua ordem para reiniciar o movimento para
prosseguir no cumprimento de sua missão de Rec. O Pel C Mec (-) reorganizará
o seu dispositivo de reconhecimento, desbordará a posição do inimigo e prosse-
guirá no Rec.
g) 5ª Fase Do Contato - Substituição Do D Ctt - Retorno Ao Pel C Mec (Para O
Exemplo No Qual A 1ª Linha De Ação Aprovada Foi Aprovada)

7-120
EB70-CI-11.457
- O D Ctt estabelece contato com a fração ou pelotão determinada pelo Cmt
Esqd C Mec para substituí-lo.
- Assim que a tropa de retaguarda fizer o contato com D Ctt e assumir a mis-
são de manter o contato com o inimigo, o Cmt Esqd C Mec autorizará ao D Ctt
reintegrar-se ao seu pelotão.
- O GE (ou Pa Exp) que estava com a missão de fixar e manter o contato com
o inimigo retrai de sua posição, desborda a posição inimiga e desloca-se pelo
eixo de reconhecimento de até reintegrar-se ao seu pelotão. Informa ao seu Cmt
Pel C Mec quando iniciar esse movimento.
- Após o retorno do D Ctt, o Cmt Pel C Mec deve emitir um relatório de situação
(INFOSIT ou SITREP) ao seu Cmt Esqd C Mec (rádio ou mensageiro).
h) Outras Ações Do Pel C Mec
- Ao avistar uma coluna inimiga em movimento ou estacionada, as frações do
Pel C Mec devem rapidamente abandonar o eixo e procurar deslocar-se em um
terreno que não levante poeira. Esta ação será executada independente de ordem.
A viatura na testa da coluna do pelotão passará a acompanhar o movimento ou
direção-geral da coluna inimiga (ou posição), evitando ser percebida e utilizando
as cobertas existentes, sem perder a observação sobre o inimigo.
- Se houver impossibilidade física de atuar pelo fogo sobre a coluna inimiga,
ou a missão do pelotão não permitir tal tipo de ação, o Cmt Pel C Mec deverá
destacar um elemento do pelotão para ocupar uma posição de observação, de
onde possa obter o máximo de dados sobre o inimigo. O restante do pelotão
permanecerá em segurança. Mediante ordem do Cmt do pelotão, por um período
pré-determinado, alguns radio-operadores tentarão interceptar qualquer trans-
missão rádio inimiga, sendo que cada estação receberá uma faixa de frequência
para realizar a sua busca.
- Se houver possibilidade de emboscada à coluna e a missão do pelotão per-
mitir tal tipo de ação, o pelotão deverá deslocar-se para o local escolhido para
essa ação. As VBC Cav/VBR entrarão em posição com desenfiamento de torre,
em condições de obter desenfiamento de couraça para o tiro. O GC desembar-
cará e protegerá as VBC Cav/VBR. O GE deverá bloquear e guarnecer as vias
de acesso à posição do pelotão. A Pç Ap será instalada no próprio local de onde
estava quando foi avistado o inimigo, exceto se a distância exceder o seu alcance
útil. O Cmt Seç VBC Cav/VBR dividirá a coluna inimiga em setores para as duas
VBR e o sinal de fogo será dado pelo Cmt Pel C Mec.
7.3.11 RELATÓRIO DE RECONHECIMENTO
7.3.11.1 Generalidades
7.3.11.1.1 A confecção do relatório de reconhecimento representa a missão cum-
prida. O Cmt Pel C Mec deve ter em mente que os dados e informes descritos

7-121
EB70-CI-11.457

serão utilizados pelo escalão superior e, por isso, o relatório de reconhecimento


deve conter o máximo de informações que o tipo de Rec realizado permite.
7.3.11.1.2 Os elementos essenciais de informações (EEI) impostos pelo escalão
superior para a missão de reconhecimento devem constar do relatório do Cmt Pel
C Mec, sendo respondidos conforme os dados ou informes coletados na missão.
7.3.11.2 Modelo Resumido de Relatório de Reconhecimento (Um modelo,
poderá adaptado e reajustado conforme a situação)
7.3.11.2.1 Missão
a) propriamente dita;
b) data/hora do início e do término;
c) fração que cumpriu a missão; e
d) como cumpriu a missão.
7.3.11.2.2 Informações sobre o Terreno
a) modificações na carta;
b) condições do solo (arenoso, pedregoso, pantanoso);
c) existência de alguma nova via de acesso;
d) alguma nova localidade;
e) novos pontos de passagem sobre rios;
f) capacidade das estradas e das pontes; e
g) possibilidade do terreno para blindados, zona de lançamentos, locais de ater-
ragem etc.
7.3.11.2.3 Informações sobre o Inimigo
a) valor e natureza da tropa que foi encontrada;
b) se o inimigo foi reforçado;
c) atividades do inimigo; e
d) consequências das atividades do inimigo (atrasos, manobras, ataque, prisio-
neiros de guerra, documentos capturados).
7.3.11.2.4 Situação da Tropa
a) mortos;
b) feridos; e
c) disponibilidade de viaturas.

7-122
EB70-CI-11.457

7.3.11.2.5 Outros Documentos que Possam ser Anexados


a) calco de atualização da carta; e
b) croqui do dispositivo inimigo encontrado.
7.3.11.2.6 Identificação do Relatório com Local, Data e Assinatura do Cmt Pel

7.4 OPERAÇÃO COMPLEMENTAR - OPERAÇÃO EM ÁREAS EDIFICADAS


7.4.1 GENERALIDADES
7.4.1.1 Áreas edificadas caracterizam-se como acidentes capitais, normalmente,
em função do controle de vias de transporte e passagem sobre rios obstáculos,
de domínio de vias fluviais navegáveis, da existência de um porto ou aeroporto,
da existência de parque industrial e tecnológico, dentre outros.
7.4.1.2 O melhor emprego para uma tropa mecanizada num ataque a uma área
edificada será integrar ou constituir sua força de segurança (atuando fora dessa
área) ou integrar (ou constituir) a força que fará o isolamento da mesma. Quando
determinado, a tropa mecanizada participará da operação ofensiva de ataque a
área edificada, com as limitações impostas pelas características de suas VB e
de sua estrutura organizacional.
7.4.2 O PEL C MEC NO ATAQUE A UMA ÁREA EDIFICADA
7.4.2.1 Generalidades
7.4.2.1.1 O Pel C Mec participará de um ataque a uma área edificada enquadra-
do em seu Esqd C Mec. Essa operação ofensiva poderá ocorrer durante Aç Rec
ou Op Seg, com a finalidade de limpar a área edificada para poder prosseguir
na missão, manter abertas as vias de comunicações terrestres críticas ou pela
inexistência de elementos mais aptos à realização dessa ação.
7.4.2.1.2 O ataque do Pel C Mec em uma área edificada poderá ser resumido a
uma repetição das seguintes tarefas básicas, até atingir o objetivo final imposto
pelo seu Esqd C Mec:
a) deslocar-se pela via de acesso que lhe foi determinada para buscar o contato
com o inimigo;
b) ao ser barrado pelo Ini que ocupa um prédio ou área em sua VA, isolá-lo,
suprimir a ameaça inimiga que impede a aproximação, avançar o elemento de
assalto, assaltar e limpar esse objetivo, consolidar o assalto, reorganizar-se para
prosseguir na missão;
c) prosseguir deslocando-se pela VA até ser barrado novamente ou conquistar o
objetivo imposto pela SU.

7-123
EB70-CI-11.457
7.4.2.2 Emprego das Viaturas Blindadas do Pel C Mec no Ataque a uma Área
Edificada
7.4.2.2.1 Generalidades
a) As viaturas blindadas sobre rodas do Pel C Mec possuem um papel fundamental
nas operações do pelotão em áreas edificadas.
b) As características das VB do pelotão (poder de fogo, ação de choque, mobili-
dade, proteção blindada) auxiliam a ofensiva em uma área edificada.
c) A precisão do sistema de controle de tiro e a ampliada capacidade de observação
das VBC Cav/VBR e VBTP oferecem vantagens em relação a outros tipos de tropa.
d) Entretanto, os campos de tiro restritos, os escombros, os entulhos e a impossi-
bilidade de se impor grandes velocidades dentro das áreas construídas fazem com
que um estudo judicioso dos fatores da decisão seja determinante no resultado
do emprego das VB do pelotão em um ataque nesse tipo de ambiente.
e) Deve-se levar em conta que a capacidade de concentração e dispersão das
VB em determinados pontos da zona de ação, aumentam o poder relativo de
combate em local e momento decisivos para a manobra.
f) As guarnições das VB, normalmente, têm visibilidade limitada para os lados
e a parte traseira da VB e não têm visibilidade para todos os prédios quando
escotilhada.

Fig 184 - Observação restrita das VBC Cav/VBR na área edificada.

7-124
EB70-CI-11.457
7.4.2.2.2 As VBC Cav/VBR e a VBTP
a) As VBC Cav/VBR e a VBTP quando dotadas de modernos sistemas de controle
de tiro podem executar tiros com alto grau de precisão, evitando efeitos colaterais
e contribuindo para o cumprimento das regras de engajamento. Seus equipamen-
tos de visão noturna e termal (optrônicos) são extremamente úteis para busca e
localização de alvos, bem como para vigilância e observação de setores, vias de
acesso e itinerários de progressão do inimigo.
b) As VB da Seç VBC Cav/VBR e do GC são utilizadas para neutralizar as posi-
ções inimigas pelo fogo dos canhões e metralhadoras e para permitir aos fuzileiros
blindados cerrarem sobre o inimigo para destruí-lo. Pode-se utilizar o apoio de
fogo das VBC Cav/VBR para destruir posições fortificadas e barricadas.
c) As VBC Cav/VBR podem abrir pontos de entrada nos edifícios (com o fogo
do canhão ou derrubando como chassi parte das paredes de alvenaria), isolar
objetivos conquistados dentro da área construída, destruir muros e obstáculos
de arame para a tropa a pé, rebocar outras VB, desobstruir vias e realizar fogo
contra blindados inimigos.
d) O Cmt Pel C Mec deve atentar para a escolha correta do tipo de munição do
canhão da VBC Cav/VBR a ser utilizada a fim de buscar o máximo de eficiência
e dar segurança à tropa a pé, evitando baixas desnecessárias.

Fig 185 - Apoio de fogo das VBR apoiando a progressão do GC.

e) A principal missão da VBTP do GC em um ambiente edificado é fornecer apoio


de fogo ao GC desembarcado, realizar fogo contra o inimigo a pé identificado
na VA ou nas edificações próximas a esta, além poder abrir buracos ou derrubar
7-125
EB70-CI-11.457
parte das paredes de alvenarias mais fracas das edificações ao longo da VA a
fim de permitir a entrada dos fuzileiros.
f) A VBTP e as VBMT-Rec LSR podem, também, ser utilizadas para transporte
alternativo de pessoal, material, água, munição e outros materiais dentro da área
edificada.
g) A progressão das VBC Cav/VBR deverá ser realizada, prioritariamente, à
frente dos Fuz desembarcados. Nesse deslocamento, o avanço das VB será de
quarteirão em quarteirão para que a tropa a pé execute a limpeza das edificações
à medida que as VBC Cav/VBR avançam. A distância entre as VBC Cav/VBR e
os Fuz desembarcados não pode ser grande, a ponto do apoio mútuo entre eles
ser perdido e as VBC Cav/VBR destruías por armas AC.
h) Em áreas edificadas, as VBC Cav/VBR serão melhores empregadas atuando
juntas, em sua Seç. Caso a situação permita, a Seç VBC Cav/VBR deverá ser
empregada em uma mesma via e cada VB deverá ocupar um lado da rua, dire-
cionando seus tiros nos andares mais baixos das edificações a frente. Os Fuz
desembarcados seguirão a retaguarda das VB provendo segurança nas laterais
e retaguarda com foco nas posições mais elevadas da área edificada.
i) Nas áreas abertas existentes na área edificada, deve haver coordenação para
se garantir o apoio mútuo entre a tropa desembarcada e as VBC Cav/VBR. O
emprego de fumígenos nessas áreas deve ser executado para que os desloca-
mentos sejam cobertos da visada do inimigo.

Fig 186 - Apoio aproximado dos fuzileiros desembarcados às VB.

7-126
EB70-CI-11.457
j) Em situações onde os Fuz desembarcados deslocam-se à frente das VBC Cav/
VBR, deve-se priorizar o avanço da tropa a pé por dentro das edificações para
que as ruas fiquem livres para o apoio de fogo das VB. Nesse caso, deve haver
uma coordenação cerrada entre essas frações para que o avanço no interior das
edificações seja acompanhado pela VBC Cav/VBR na rua. O direcionamento dos
fogos dessas VB, caso existam Fuz progredindo na sua frente, será nos andares
mais altos das edificações a frente da tropa, proporcionando relativa segurança
para a tropa desembarcada realizar o Ass dessas posições.
k) Outra possibilidade das VBC Cav/VBR e da VBTP é facilitar o acesso da tropa
a andares superiores das edificações. Nesse caso, os Fuz utilizam as viaturas
para acessar, pela sua parte superior, o segundo andar das edificações, entrando
por janelas ou buracos nas paredes externas abertos pelas granadas do canhão
das VBC Cav/VBR.

Fig 187 - Acesso ao prédio utilizando uma VB.

7.4.2.2.3 O combinado VBC Cav/VBR - VBTP


a) Para se alcançar uma eficiente combinação dos Fuz com as VBC Cav/VBR, a
tropa desembarcada deve se comunicar com as VB através do estabelecimento
de códigos de mensagens visuais e, quando possível, pela utilização do telefone
externo dessas VB. Sinais ou marcadores também devem ser estabelecidos para
indicar quais edificações já foram limpas pela tropa a pé.
b) A designação de alvos entre a tropa desembarcada e as VBC Cav/VBR e a
VBTP deve ser padronizada ou constar das NGA. Pode-se prever a designação
das edificações de acordo com sua direção (processo do relógio), particularida-
des (cores e formatos), face da edificação (tomada como referencial a direção de
deslocamento), o andar (sempre do mais baixo para o mais elevado) e a janela
(sempre da esquerda para a direita).
c) O apoio de Fuz na segurança aproximada das VBC Cav/VBR e de sua VBTP
visa, também, diminuir a limitação das VB quanto a realização de tiros em andares

7-127
EB70-CI-11.457
mais elevados ou nas partes inferiores das edificações que se encontram mais
próximas. A tropa desembarcada tem melhor capacidade de observação nessas
direções e devem proteger as VB contra os Fuz Ini e suas armas AC.
d) Os Fuz e os Exp devem conhecer as possibilidades e as limitações dos tiros
das VBC Cav/VBR que apoiam seu deslocamento, bem como o perigo que
representam alguns tiros dessas VB (com calços descartáveis) para a tropa
que se desloca junto a ela (numa área de 70 m para cada lado da VB e a uma
profundidade de 1.000m).

Fig 188 - VBC Cav/VBR engajando blindado inimigo em área edificada no combate aproximado.

7.4.2.2.4 As VBL do Gp Cmdo e do GE:


a) A VB do Gp Cmdo é utilizada pelo Cmt Pel C Mec para exercer o comando e o
controle de seu Pel em todas as ações embarcadas. A sua Mtr pode reforçar os
fogos do Pel em apoio à ação das demais frações.
b) As VBL do GE são empregadas em todas as ações que o grupo realiza durante
as ações ofensivas na área edificada. Quando o GE se desloca pela mesma VA
do Pel C Mec, por VA paralela à do grosso do pelotão ou por transversais à VA
do Pel, reconhecendo ou se ligando às tropas de Z Aç vizinhas, suas Mtr são
empregadas contra elementos a pé deslocando-se pela VA ou ocupando posições
7-128
EB70-CI-11.457
de tiro nos edifícios e demais instalações. Seus Lç Gr são empregados contra
VB leves e viaturas não blindadas, posições de Mtr, de armas AC, e para abrir
passagem para os Exp em paredes de alvenaria, muros e em obstáculos.
c) Quando o Gp Cmdo e o GE atuam desembarcados, suas VB podem acompanhá-
-los de perto, apoiando sua progressão a pé com o armamento da VB, ou serem
integradas à base de fogos do pelotão.
7.4.2.2.5 VB Mrt da Pç Ap
a) A Pç Ap pode seguir o Pel C Mec pela VA que lhe foi designada, realizando
fogos com o seu morteiro, a pedido das frações do Pel C Mec, ou ser integrada
a uma Seç Mrt Me sob o comando do Esqd C Mec, ocupando posições de tiro à
retaguarda dos elementos em 1º Escalão.
b) Quando a Pç Ap está integrada ao Pel C Mec essa VB é, normalmente, a última
VB da coluna do pelotão. Seu armamento (Mtr) é empregado para a segurança
da Pç Ap desembarcada para apoiar o deslocamento embarcado da fração e para
a segurança da retaguarda do pelotão, realizando fogo sobre inimigos na VA de
deslocamento ou nas edificações próximas a esta.
7.4.2.3 O Ataque a uma Área Edificada
7.4.2.3.1 Generalidades
a) Integrando a força de isolamento o Pel C Mec participará da missão de bloquear
a área edificada, conquistando as regiões que cortam as entrada e saída da área
e as que permitam apoiar o investimento. Essa força tem, também, a missão de
destruir as forças Ini que tentarem entrar ou sair da área edificada.
b) Quando for empregado em uma força de investimento, o Pel C Mec progredirá
no interior da área edificada com a missão de limpar e conquistar uma área ou
setor que lhe for designado.
c) No ataque embarcado a uma área edificada o Cmt Pel C Mec organizará seus
meios em:
- elemento de assalto (Elm Ass) com a Seç VBC Cav/VBR e o GC. Esse com-
binado possibilita um incremento das capacidades e reduz as limitações dessas
frações;
- elemento de segurança (Elm Seg) com o GE deslocando-se à retaguarda do
Gp Cmdo, ou executando missões nas transversais e outros objetivos durante
o assalto;
- elemento de apoio de fogo (Elm Ap F), com a Pç Ap integrando o Pel, ela se
desloca por lanços a uma distância de segurança à retaguarda do GE; e
- o Cmt Pel C Mec desloca-se em sua VBL, à retaguarda do Elm Ass caso esse
seja feito embarcado.

7-129
EB70-CI-11.457
7.4.2.3.2 Fases do Ataque a uma Área Edificada
a) O ataque a uma área edificada é realizado em três fases: isolamento da área
edificada, conquista de uma área de apoio na periferia da área edificada e pro-
gressão no interior dessa área.
b) 1ª FASE - Isolamento da área edificada
- A primeira fase destina-se a isolar a área edificada pela posse dos acidentes
capitais que dominam as vias de acesso à mesma. O atacante ocupa posições
fora da área edificada, de onde possa fornecer apoio de fogo à entrada dessa
área e à progressão através dela.
- Na fase do isolamento, no setor que foi atribuído ao pelotão, o Elm Ass (Seç
VBC Cav/VBR e o GC) deve ser empregado fora da área construída, cobrindo
as avenidas de maior tráfego e alta velocidade que abordam a área edificada a
fim de apoiar as demais fases do ataque e, também, para prevenir a chegada de
reforços do inimigo.
- O GE deve ser empregado nas demais vias de acesso a fim de se completar
o isolamento da região.
c) 2ª FASE - Conquista de uma área de apoio na periferia da área edificada
- A segunda fase consiste na progressão das forças do Esc Atq para a área
edificada e a conquista de prédios ou áreas de apoio na orla anterior da área
edificada para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do defen-
sor sobre as vias de acesso à área. As cobertas e abrigos oferecidos por esses
prédios conquistados na periferia da cidade (área de apoio) permitem ao atacante
descentralizar o controle e deslocar para a frente as armas de apoio e as reservas.
- Na fase de conquista de área de apoio na periferia, as VBC Cav/VBR ou todo
o elemento de assalto devem permanecer fora da área construída para apoiar,
por meio do fogo direto de seus canhões, o assalto às primeiras edificações da
área incluída na área de apoio.
- A conquista dessa área poderá ser realizada pelo GE ou pelo GC, embarcados
ou desembarcados (conforme a situação tática). As VB das frações responsáveis
pelo assalto podem progredir junto com a tropa desembarcada a fim de dar-lhes
relativa proteção no deslocamento em terreno descoberto.
- Nesse deslocamento, os fumígenos das VB podem ser utilizados com objetivo
de negar a observação da tropa por parte dos inimigos existentes na orla e no
interior da área edificada.
d) 3ª FASE - Progressão no interior da área edificada
- Na terceira fase ocorrerá a progressão do Pel C Mec no interior da área
edificada.

7-130
EB70-CI-11.457
7.4.2.3.3 Tipos de Investimento de uma Área Edificada
a) Uma área edificada poderá ser atacada com a tropa empregando o investimento
sistemático, o investimento seletivo e o investimento misto.
b) Investimento Sistemático
- O investimento sistemático ocorre quando é empregada a forma de manobra
tática: ataque frontal. Tradicionalmente esse método preconiza a realização de
uma limpeza em toda a zona de ação. Em função da situação tática ou das infor-
mações disponíveis sobre a localização do inimigo na área edificada, a limpeza
não necessariamente precisará ser executada casa a casa. O atacante poderá
progredir de forma sistemática e organizada, revistando somente as casas e pré-
dios onde a presença do inimigo já foi identificada ou há suspeita de sua presença.
c) Investimento Seletivo
- O investimento seletivo difere da progressão sistemática, pois tem como foco
a “manobra”, em vez de conquistar e manter o “terreno”.

Fig 189 - Pel C Mec progredindo pelo método seletivo.

- Difere ainda nos tipos de manobras táticas utilizadas, enquanto o sistemático


se vale do ataque frontal, o seletivo utiliza a infiltração, a penetração, o desborda-
mento e o envolvimento. Dessa forma, o centro de gravidade do inimigo deve ser
localizado e atacado por meio de incursões em profundidade no interior da cidade.
7-131
EB70-CI-11.457
- Consiste em empregar o escalão de ataque embarcado por eixos de pro-
gressão, somente desembarcando quando necessário. A limpeza das áreas
ultrapassadas é realizada pela reserva.
- No método seletivo, o emprego das VBC Cav/VBR e VBTP deve ser priorizado
devido a sua velocidade de deslocamento, proteção blindada e poder de fogo.
d) Investimento Misto
- O investimento misto é a combinação dos outros dois tipos e pode ser utilizado
quando a força atacante realiza os dois tipos ao mesmo tempo ou quando inicia o
seu ataque com um tipo e posteriormente surge a necessidade de passar para o
outro. É sempre desejável evitar a frente onde o Ini possui maior poder de combate.
7.4.2.3.4 Execução do Ataque a uma Área Edificada
a) O ataque se desenvolve na sequência das três fases do seu planejamento. Não
há, quanto à execução, demora prolongada entre a segunda e a terceira fase.
Uma vez conquistada a área de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a
terceira fase, como natural prosseguimento da segunda.
b) As operações em áreas edificadas podem tomar uma característica dimensio-
nal favorável ao atacante. Pode-se, algumas vezes, empregando o GC e o GE
desembarcados, ultrapassar quarteirões fortemente defendidos, progredindo por
baixo dos mesmos, utilizando redes de esgotos, metrôs ou outras passagens
subterrâneas. Outras vezes poderão ser utilizados os tetos, terraços ou sótãos
dos edifícios. O processo a utilizar varia em cada caso, pois se deve esperar que
o defensor tome as medidas para bloquear vias de acesso as suas posições.
c) A conquista da área de apoio processa-se de maneira semelhante ao ataque a
uma posição organizada em qualquer terreno. A fim de neutralizar as vantagens
do defensor quanto à observação, campos de tiros e abrigos, a progressão para
a orla da cidade se fará sob a proteção de fogos intensos de Mtr, Can das VBC
Cav/VBR, Art Cmp e de fogos Ae se disponíveis. Empregam-se fumígenos com
frequência, seja para cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em
terrenos descobertos.
d) Após a conquista da área de apoio, o Esc Atq deve ser reorganizado na orla,
de modo a permitir o reajustamento do dispositivo, os deslocamentos das armas
de apoio e da reserva para a orla da área edificada o e reajustamento dos pla-
nos feitos para a terceira fase. A demora na área de apoio deve ser reduzida ao
estritamente necessário a essa reorganização.
e) A progressão no interior da área edificada é lenta e deve ser coberta pelo fogo.
Sempre que possível, o escalão de ataque deve evitar a progressão pelas ruas,
por serem, normalmente, batidas pelos fogos inimigos. Sua progressão será feita
através dos quintais ou dos quarteirões através dos prédios, por brechas nas
paredes, ou pelos telhados.

7-132
EB70-CI-11.457
f) A progressão deve ser feita de forma coordenada entre o GC desembarcado
e as VBC Cav/VBR, sempre procurando identificar posições de armas AC ou de
Mtr. O GC deve manobrar para destruir as armas AC e liberar a progressão das
VBC Cav/VBR. Essas atuam de modo a neutralizar o Ini e suas Mtr, facilitando
a progressão dos Fuz.
g) As ruas transversais, mesmo que não tenham sido designadas como linhas de
controle, apresentam-se como uma oportunidade de reajustamento do dispositivo,
antes de prosseguir para a conquista do quarteirão seguinte.

Fig 190 - As três dimensões do combate em uma área edificada.

h) Nas áreas edificadas fortemente defendidas, a limpeza é feita casa a casa,


quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque à medida que progride.
i) Nas áreas edificadas fracamente defendidas, o Pel C Mec, empregado em
primeiro escalão, deve progredir rapidamente através da área edificada para
conquistar as saídas na orla posterior. A reserva do Esqd C Mec tomará a seu
cargo a limpeza da área.
j) As restrições das ações no interior das áreas edificadas e as dificuldades de
movimento, observação e comunicações, tornam maiores as necessidades de
reservas nos escalões inferiores do que superiores. A reserva do Esqd C Mec,
se existir (o Pel C Mec pode constituir a reserva de seu Esqd C Mec) deverá

7-133
EB70-CI-11.457
ter como missões básicas repelir contra-ataques e realizar a limpeza das resis-
tências desbordadas, podendo, ainda, receber missão de proteger um flanco
exposto; atuar no flanco, sobre resistência Ini que detenha um elemento do Esc
Atq, beneficiando-se da progressão do elemento mais avançado; substituir um
elemento do Esc Atq e corrigir erros de direção (orientação).
7.4.2.3.6 Progressão do Pel C Mec no Interior da Área Edificada
a) A velocidade de progressão na área edificada dependerá de suas características,
da destruição das edificações, das condições de trafegabilidade de suas ruas e
avenidas e do grau de resistência apresentado pelo inimigo.
b) Na periferia ou em áreas fracamente defendidas, o Pel poderá progredir em-
barcado em suas VB, reconhecendo os acidentes mais importante em sua via de
progressão (edificações dominantes na área, pontes, cruzamentos etc).
c) Na região central da área edificada ou em situações em que exista uma resis-
tência mais forte, o Pel deverá deslocar-se empregando o GC e/ou o GE à frente,
desembarcados progredindo pelos dois lados da rua ou avenida, pelo interior dos
edifícios ou pelo subsolo, para evitar a exposição à vista e fogos do inimigo. As
frações devem apoiar-se mutuamente na progressão no interior da área edificada.
As VB apoiam a progressão das frações desembarcadas e estas as protegem
dos fogos das armas AC, procurando identificar suas posições e destruí-las antes
que façam fogo sobre o pelotão.
d) O Ini deverá atuar sobre o Pel C Mec por intermédio de emboscadas, fogos
ajustados, caçadores nos telhados e fogos de apoio. Para se proteger dessas
ameaças, o Pel deve deslocar, se possível, alguns elementos de suas frações
pelos telhados, em busca do Ini nas três dimensões da área edificada.

Fig 191 - VBR apoiando a progressão do GC desembarcado.

7-134
EB70-CI-11.457
e) Durante a progressão do Pel C Mec no Ass em uma área edificada, o coman-
dante e todos os integrantes das frações subordinadas devem estar cientes do
aspecto tridimensional do terreno edificado (ruas, edifícios, galeria no subsolo e
o espaço aéreo) e antecipar o contato do Ini de todas essas direções.
f) O Pel C Mec pode minimizar os efeitos dos fogos defensivos do Ini durante
deslocamento na área edificada adotando as seguintes técnicas:
- utilizar itinerários cobertos e abrigados;
- realizar os movimentos das frações ou VB somente após os fogos Ini terem
sido suprimidos ou cegada a sua observação (fumígeno etc.);
- utilizar ao máximo a noite e os períodos de visibilidade reduzidas para os
deslocamentos;
- cruzar áreas abertas rapidamente e se possível sob a proteção de fumaça
ou fogos de apoio;
- utilizar a parte alta (telhados) das construções não batidos por fogos Ini para
aproximar elementos desembarcados com a missão de reconhecimento das
posições inimigas.
g) Na progressão dos Fuz e Exp desembarcados essas frações devem deslocar-
-se pelas ruas e vielas utilizando um dos lados da VA, bem rente às edificações,
sempre apoiadas por um elemento de observação (movimento alternado das
Esq ou Pa). A cada integrante da fração deve ser atribuído a um setor específico
para observar e cobrir o deslocamento. No deslocamento embarcado, processo
semelhante deverá ser adotado pelas frações, com as VB deslocando-se próximo
das edificações, sempre sob a proteção e observação de outra VB a retaguarda
(deslocamento por lanços).
h) Para evitar a exposição na rua ou para fornecer apoio mútuo, sempre que
possível, os elementos desembarcados devem se mover aproveitando o interior
dos edifícios.
i) Quando as VB ficam impossibilitadas de progredir, o Pel C Mec deve desem-
barcar o GC e/ou o GE para que prossigam avançando a pé, com uma fração
de cada lado da rua (ou Esq ou Pa) apoiando-se mutuamente. Essa técnica
é utilizada para localizar, identificar, envolver e eliminar rapidamente qualquer
ameaça anticarro inimiga.
7.4.2.3.7 Assalto de Prédios e Instalações no Interior da Área Edificada
a) Organização do Pel C Mec
- O Pel C Mec organizará seus meios em dois elementos para realizar um
assalto a um prédio ou área em sua zona de ação: o Elm Ap F (ou base de fogos
– Seç VBC Cav/VBR, Pç Ap e o GE em algumas situações) e o Elm Ass (GC e
uma Pa do GE ou, o inverso).

7-135
EB70-CI-11.457
- Em algumas situações poderá organizar um Elm Seg (GE).
- O objetivo do Elm Ass é matar, capturar ou forçar a retirada do Ini e tomar a
edificação.
- O objetivo do Elm Ap F é suprimir as ameaças que impeçam ou dificultem o
Elm Ass se aproximar do prédio. Esses fogos devem ser rigorosamente controlados
para evitar o gasto excessivo de munição e evitar o fratricídio.
- O Elm Ap F é normalmente controlado pelo Adj Pel.
b) Possibilidades do Elm Ap F do Pel C Mec no assalto a prédios em uma área
edificada:
- suprimir sistemas de armas e obscurecer a observação do Ini dentro do edifício
e nas estruturas adjacentes;
- isolar o prédio ou objetivo com fogo direto e indireto para impedir a retirada,
reforço ou contra-ataque do Ini;
- obscurecer a observação Ini de obstáculos a caminho do prédio ou área e no
ponto de entrada desse objetivo, durante a operação de entrada;
- destruir ou suprimir posições Ini com armas de tiro direto;
- envolvendo VB do inimigo;
- protegendo as partes da área ou do edifício que já foram limpas;
- realizar o remuniciamento da fração que assaltou o prédio;
- evacuar vítimas, prisioneiros e civis.
c) Planejamento do assalto
- Independente do tipo e das características estruturais da área edificada que
o Pel C Mec esteja atacando, existem seis requisitos inter-relacionados que o
pelotão deve considerar em seu planejamento de assalto a um edifício ou área
defendida pelo inimigo ao longo de sua VA, durante a progressão do ataque.
- REQUISITO 1 - realizar o isolamento do edifício ou área;
- REQUISITO 2 - definir e posicionar o apoio pelo fogo ao elemento que as-
saltará o prédio;
- REQUISITO 3 - manobrar o elemento de ataque;
- REQUISITO 4 - investir sobre o prédio ou edificação;
- REQUISITO 5 - realizar o assalto; e
- REQUISITO 6 - reorganização o pelotão.
- A aplicação adequada e a integração desses requisitos poderão reduzir as
baixas e acelerar o cumprimento da missão. O Cmt Pel C Mec ao planejar o
7-136
EB70-CI-11.457
ataque a um objetivo urbano, deve considerar o tipo de edifício a ser atacado, as
regras de engajamento e a natureza da área edificada que circunda esse objetivo.
- O assalto deverá ser realizado em duas fases: a aproximação do local onde
será feita a entrada no prédio ou área e a entrada propriamente dita.
- O Pel C Mec deve assaltar um prédio ou área de cada vez em sua Z Aç.
d) O isolamento do prédio ou área
- A seção VBC Cav/VBR e a VBTP deverão pressionar o inimigo que ocupa o
prédio ou área e ficar em condições de realizar fogos sobre os mesmos.
- A Pç Ap que deverá realizar o levantamento de alvos compensadores nessa
instalação ou no prédio e ficar em condições de abrir fogo sobre eles.
- Utilizando a proteção blindada de suas VB, as frações devem tomar posição
para o assalto ao prédio.
- O GE, caso não participe do assalto a pé ao prédio, deverá realizar a segu-
rança dos flancos e a retaguarda.
e) Aproximação do Elm Ass do Ponto de Entrada no Prédio ou Área
- O elemento que fará o assalto poderá organizar-se em duas equipes até a
realização da entrada no prédio ou área.
- A primeira equipe deverá realizar o balizamento e a limpeza do itinerário até
o local onde será realizada a entrada no prédio ou área, abrir passagem nos obs-
táculos ou paredes do prédio e, desimpedir a passagem pelo ponto selecionado
para a entrada (pelo fogo, com explosivos etc.). Elementos da Eng Cmb poderão
ser colocados à disposição do Pel para essas tarefas.
- A segunda equipe realizará a entrada no prédio.
- Após a entrada, o Elm Ass é reorganizado para realizar o vasculhamento.
O Elm Ass, independentemente do tamanho, deve executar rápida e violenta-
mente as operações de assalto e operações de limpeza subsequentes. Uma vez
que o ímpeto tenha sido ganho, é mantido para negar ao inimigo tempo para or-
ganizar uma resistência mais determinada em outros andares ou em outras salas.
- O(s) Cmt(s) da(s) fração(ões) e seus Cmt Esq ou Pa são responsáveis ​​por
manter o ímpeto do ataque, controlando o movimento, mas não permitindo que
a operação se torne desorganizada. Os obstáculos Ini podem diminuir ou parar
o movimento para a frente. Os Cmt frações devem manter o ritmo criando rapi-
damente uma brecha no obstáculo ou redirecionando o fluxo do ataque sobre ou
ao redor dos obstáculos.
- Todas os itinerários até o local de entrada no prédio ou área devem ser
planejados. O melhor itinerário é confirmado e selecionado durante o Rec dos
Cmt frações. Esse itinerário deve permitir que o Elm Ass se aproxime do ponto
7-137
EB70-CI-11.457
de entrada do lado cego dos defensores se possível.
- A ordem de marcha do Elm Ass para o ponto de entrada é determinada pelo
método de entrada e as ações pretendidas nesse ponto de entrada. Esta pre-
paração deve ser concluída antes de se atingir o último local coberto e abrigado
antes do ponto de entrada. O estabelecimento de uma ordem de marcha é feito
para ajudar o comando e controle do Cmt Elm Ass e para minimizar o tempo de
exposição em áreas abertas e no ponto de entrada. Uma ordem de marcha técnica
é numerar os elementos da fração que fará o assalto (um, dois, três, quatro etc).
f) Entrada no Prédio ou Área
- A entrada deverá ser realizada pelo ponto menos defendido do prédio.
- Caso não exista um ponto ou local favorável à entrada, as VBC Cav/VBR
poderão fazer fogo com os seus canhões abrindo essa entrada para o assalto
do GC e/ou o GE.
- A entrada deve ser feita por um andar superior (2º ou 3º andar) utilizando-se as
VB para o acesso a esse andar ou escadas que estejam disponíveis na localidade.
- A entrada no prédio por um andar mais alto que o nível da rua, ou pelo topo
da edificação, de cima para baixo, é o método preferido de limpeza de um pré-
dio. Isso forçará os defensores para baixo e para fora do prédio, onde o Elm Ap
F poderá destruí-los. Este método só é viável, no entanto, quando o acesso a
um piso superior ou telhado pode ser obtido a partir das janelas ou telhados de
edifícios adjacentes e seguros, ou utilizando uma VB como apoio para alcançar
esta parte mais alta do prédio. Os telhados dos prédios devem ser considerados
áreas de perigo quando cercados por edifícios mais altos, dos quais as forças Ini
poderiam engajar o elemento de assalto.
- Se possível, a entrada deve ser conduzida de forma a permitir que o Elm Ass
continue o movimento sem ter que parar no ponto de entrada. Devem ser tomadas
medidas de dissimulação para enganar o inimigo quanto à localização do ponto
de entrada principal. Isso pode ser conseguido usando granadas em uma área
diferente do ponto de entrada real.
- O sucesso do Elm Ass muitas vezes depende da velocidade com que eles
ganham o acesso ao prédio.
- É importante que a localização da entrada forneça ao Elm Ass um acesso
encoberto ou protegido; a possibilidade de realizar uma rápida entrada e permita
que o elemento de apoio de fogo apoie o assalto e a entrada no prédio.
- A entrada poderá ser realizada pelo fogo, com auxílio de um equipamento
mecânico ou com explosivos.
g) Entrada no Prédio ou Área – Método da entrada pelo fogo.
- A ordem de movimento para a realização de uma entrada pelo fogo deverá

7-138
EB70-CI-11.457
ter o atirador da fração liderando o seu movimento, sendo seguido na entrada
pelo homem nº 1, o nº 2 e, por fim, o nº 3 o comandante da equipe (Esq ou Pa).
Depois que a entrada é liberada pelo fogo, o atirador se move para a parte de
trás da linha e assume a posição do homem nº 4.
- Este método requer o emprego do armamento fazendo fogo sobre o ponto
de entrada ou o lançamento de granadas de mão. Para as paredes externas, o
uso do canhão da VBC Cav/VBR é ideal para a abertura ou liberação do ponto
de entrada.
- Na maioria dos casos, a entrada pelo fogo não deve ser considerada o método
primário para obter a entrada inicial em um prédio.
- Uma vez que a entrada inicial é obtida, o método de entrada pelo fogo pode
se tornar o principal método para obter o acesso às dependências subsequentes
no interior do prédio.
h) Entrada no Prédio ou Área – Método da entrada com emprego de explosivos
- A ordem de movimento para a realização de uma entrada com emprego de
explosivos, sem o apoio de Elm Eng Cmb, o militar que fará a segurança do local
de entrada (nº 1) deverá liderar o movimento, sendo seguido pelo nº 2, pelo nº
3 (o Cmt Esq ou Pa, que carregará a carga de demolição, a coloca no local de
entrada e a aciona) seguido pelo nº 4 que fornecerá a segurança da retaguarda.
- Depois que a carga de demolição é colocada, os membros da equipe devem
se abrigar até que a carga seja acionada.
- Logo a seguir é feita entrada na ordem 1, 2, 3 e 4.
i) Entrada no Prédio ou Área – Método da entrada com auxílio mecânico
- A ordem de movimento para uma entrada com auxílio mecânico (com empre-
go de equipamento para derrubar uma porta ou parte da parede) será com a 1ª
equipe liderando e a 2ª equipe (assalto) na sua retaguarda.
- Próximo ao ponto de entrada a 2ª equipe entra em posição e dá proteção para
a 1ª equipe aproximar-se do ponto de entrada. A ordem de movimento da 1ª equipe
será o militar nº 1 (segurança da entrada), o nº 2 (Cmt Esq ou Pa), seguidos pelos
militares nº 3 e nº 4 que carregam e operam o equipamento mecânico de entrada.
- No ponto de entrada os militares nº 3 e 4 passam à frente e realizam a entrada
mecânica derrubando a porta ou parede, logo a seguir toda a equipe nº 1 passa
a fazer segurança do ponto de entrada. A 2ª equipe avança e realizar a entrada
no prédio ou área.
- Este método exige esforço físico no emprego das ferramentas manuais como
machados, serras, pés-de-cabra, marretas ou equipamentos especiais para esse
fim. A entrada mecânica não é preferida como o principal método de entrada
porque pode ser demorada e quebrar o elemento surpresa.

7-139
EB70-CI-11.457

Fig 192 - Elm Ass entrando por andar mais elevado que a rua.

j) Devido à ameaça tridimensional associada ao terreno urbano, o elemento de


assalto deve manter uma segurança de 360º ​​graus durante todo o movimento
para o ponto de entrada. Se o Elm Ass parar na vizinhança do ponto de entrada
para aguardar que o elemento de entrada conclua sua tarefa, o Elm Ap F deve
intensificar seus fogos para proteger o Elm Ass. Se as portas e janelas não forem
usadas para a entrada, o Elm Ass deve permanecer orientado nessas áreas de
perigo à medida que se aproximam do local da violação.
k) O Vasculhamento
- Realizado o assalto e a entrada no prédio, deverá ser realizado um vas-
culhamento em todas as dependências ou instalações a fim de neutralizar os
remanescentes inimigo em seu interior.
- O Cmt Pel C Mec e elementos de seu Gp Cmdo participam do vasculhamento,
entrando no prédio ou instalação imediatamente após o elemento de assalto.
- A(s) fração(ões) que fará(ão) o vasculhamento do prédio (elemento de assalto)
em busca do inimigo pode(m) organizar-se em Esq (GC) ou Pa (GE), e estas em
equipes de dois a três homens. O tamanho da dependência (sala, quarto etc.) e
a técnica de entrada empregada definirão o efetivo que entrará na dependência
para limpá-la e quem dará apoio do lado de fora. Por causa dos espaços confi-
nados, típicos das operações de limpeza, as frações maiores que a Esq ou Pa
tornam-se rapidamente desajeitadas e incontroláveis na tarefa de vasculhamen-
to. Usar menos pessoal aumenta a pressão de combate mas aumenta muito os
riscos para a equipe. Para limpar grandes edifícios abertos, como hangares ou
armazéns, o Pel C Mec deverá empregar o GC e o GE (deixando sempre uma Pa
ou Esq na proteção aproximada das VBC Cav/VBR e VBTP, para efetivamente
cobrir toda a estrutura.
- A abertura de pequenos buracos nas paredes para a passagem dos militares
proporciona um meio seguro de se movimentar entre salas e andares. Os explo-
sivos podem ser usados para criar esses buracos quando os meios mecânicos

7-140
EB70-CI-11.457
falharem.
- Uma grande parte do combate em áreas edificadas ocorre entre pequenos
grupos de combatentes dentro dos limites de um único cômodo. O sucesso ou
fracasso é frequentemente determinado por ações tomadas instintivamente por
soldados ao se depararem com situações complexas. Uma das situações de maior
complexidade encontrada é a mistura de combatentes com não-combatentes
no mesmo prédio e, muitas vezes, na mesma sala, exigindo muito controle e
treinamento da equipe.
- Os princípios do vasculhamento são a surpresa, a velocidade e a violência de
ação controlada. A surpresa bem-sucedida permite maior velocidade; a violência
controlada com a velocidade aumenta a surpresa.
- A surpresa é um dos elementos necessários para um ataque bem-sucedido
a curta distância. O Elm Ass consegue surpreender atacando em um momento
e local inesperado pelo defensor. Gr M são usadas para obter surpresa. Essas
técnicas são mais eficazes contra Ini não treinados e mal treinados. Uma entra-
da com explosivos ou pelo fogo também fornecerá o elemento de surpresa ao
atordoar os ocupantes de uma sala.
- A velocidade fornece uma medida de segurança para a fração que realiza
a limpeza. A velocidade permite que os soldados usem os primeiros segundos
fornecidos de surpresa para sua vantagem. Durante as ações em áreas edifica-
das, velocidade não significa pressa incauta. Pode ser melhor descrito como uma
“pressa cuidadosa”.
- A violência de ação controlada elimina ou neutraliza o Ini e diminui suas chan-
ces de infligir baixas na tropa amiga. A violência de ação controlada não se limita
apenas à aplicação do poder de fogo. Também envolve um soldado altamente
motivado e sua capacidade de dominar e controlar a situação em combate.
l) Fundamentos das operações de limpeza. Os membros da equipe devem:
- mover-se taticamente enquanto seguram os corredores da sala a ser limpa.
Para evitar fadiga, ruído e interferência durante a movimentação, o Elm Ass deve
minimizar o equipamento a ser transportado;
- se possível, chegar sem ser detectado na entrada da sala e na ordem correta
de entrada, preparado para entrar em um único comando ou sinal;
- garantir que a segurança seja mantida fora da sala para proteger a equipe
de assalto dentro da sala;
- entrar rapidamente e dominar a sala. Os militares devem mover-se imedia-
tamente para posições que permitam o controle completo da sala e forneçam
campos de tiro desobstruídos;
- eliminar todos os Ini dentro da sala com fogo rápido, preciso e seletivo;

7-141
EB70-CI-11.457
- conquistar e manter o controle imediato da situação e sobre todas as pessoas
na sala;
- confirmar se as baixas do Ini estão feridas ou mortas. Os militares devem
procurar todas as baixas Ini, desarmando-as e segregando-as dos feridos;

EXEMPLO DE MARCAÇÕES DIURNAS EXTERNAS

VERMELHO – Ponto de
Entrada

AMARELO – Necessidade - O progresso através do edifício deve ser marca-


de Apoio de Saúde do com painéis quadrados coloridos, pendurados
para fora de cada janela.
- Isso ajudará a prevenir o fratricídio e permitirá
VERDE – Prédio Limpo que o apoio de fogo siga o progresso dos elemen-
tos de manobra.

AZUL - Armadilha

EXEMPLO DE MARCAÇÕES NOTURNAS FEITAS COM LUZES QUÍMICAS OU


TRAÇO DUPLO

Ponto de Entrada

- Todas as marcações interiores podem ser feitas


com tinta, bastão de camuflagem, giz ou qualquer
Sala ou instalação Limpa outro material de escrita. O único critério é que
as marcações sejam semipermanentes e não
afetadas pela água ou umidade.
Prisioneiro de Guerra - As marcações devem ser colocadas, em princí-
pio, na parte superior esquerda da porta. Se não
for possível, podem ser colocadas em qualquer
Necessita de Apoio de lugar, desde que sejam visíveis por quem passar
Saúde pela porta.

Armadilha

Tab 13 - Exemplo de marcas de identificação de prédio ou dependência

- será de grande utilidade nesse tipo de ação tática o emprego de pequenas


algemas flexíveis de plástico para controlar os detidos civis ou Ini capturados;
- imediatamente após a entrada numa sala ou dependência, deve ser feita uma
revista superficial e determinado se será necessário uma revista mais detalhada;
- os militares feridos devem ser evacuados o mais rápido possível. Os feridos
civis ou Ini devem ser evacuados assim que estiverem fora do fogo direto de

7-142
EB70-CI-11.457
armas leves;
- evacuar qualquer morto amigo;
- identificar ou marcar as salas e instalações internas que foram limpas e vas-
culhadas. Devem ser utilizadas marcações simples para identificar a sala como
limpa, de acordo as NGA da SU ou ordem pré-estabelecida. Algumas marcas
comuns podem incluir tinta spray, uma fita reflexiva, giz, luzes químicas e painéis
de marcação etc. Marcações podem ser colocadas, também, do lado de fora de
andares limpos (em prédios de vários andares) para mostrar às forças amigas o
progresso da operação de limpeza se isso não comprometer o sigilo ou normas
da inteligência;
- manter a segurança em todos os momentos e estar preparado para reagir
a mais contato com o Ini a qualquer momento. Deve ser dada prioridade para a
direção do ataque, mas a segurança da retaguarda não deve ser negligenciada;
- realizar um revezamento das equipes de vasculhamento à frente, durante
o deslocamento no interior do prédio ou área, para manter o ímpeto do ataque.
m) Métodos de deslocamento e realização de disparos em áreas restritas, posicio-
namento das armas e o tiro de ação reflexa são os fundamentos mais utilizados
no combate em área edificada. Empregar essas técnicas é um meio eficaz de
alcançar o sucesso, minimizando as baixas de não-combatentes e economizar
a munição disponível.
n) Consolidação e Reorganização
- A consolidação e a reorganização do elemento de assalto devem ser realizadas
imediatamente após a ação de vasculhamento.
- A consolidação é a ação tomada pelo Elm Ass para garantir sua segurança,
para fazer frente a um contra-ataque do Ini e preparar-se para continuar a mis-
são. A consolidação em uma área edificada deve ser rápida, a fim de repelir os
contra-ataques do Ini e evitar que este se infiltre em edifícios ou andares limpos.
- Depois de limpar um determinado andar do prédio (inferior, intermediário ou
superior), devem ser designados militares do Elm Ass para cobrir possíveis rotas
de contra-ataque do Ini. A prioridade deve ser dada inicialmente para garantir a
direção do ataque. Esses elementos de segurança devem alertar o Elm Ass e
despejar um grande volume de fogo na força inimiga que se aproximar.
- A reorganização ocorre após a consolidação. Essas ações preparam o Pel
C Mec para continuar na missão, garantindo que as principais funções de co-
mando das frações (Esq, Pa, Seç, Gp, Pç e o Pel) sejam preenchidos e que as
guarnições das VB sejam completadas. Muitas ações de reorganização ocorrem
simultaneamente durante a consolidação do objetivo.
- O Pel C Mec ou suas frações devem assumir uma posição de defesa sumária
para obter segurança imediatamente após o objetivo ter sido conquistado ou eli-
7-143
EB70-CI-11.457
minado. A fração que integrou o Elm Ass deve estar preparada para assumir uma
missão de vigilância, ser ultrapassada e apoiar a fração que passará a liderar o
movimento e o assalto ao prédio ou área seguinte.
- As frações, durante a consolidação e a reorganização do pelotão, devem pro-
teger todos os itinerários e vias de acesso que levem às posições onde aquelas
ações estão sendo realizadas.
o) A proteção das posições da tropa na consolidação deve incluir:
- buracos entre salas ou instalações de edifícios adjacentes;
- itinerários de deslocamento coberto para o edifício ou área;
- itinerários de deslocamento subterrâneo que levem ao subsolo ou garagem
do edifício;
- itinerários ou VA de acesso pelos telhados adjacentes.
p) Após a consolidação, os Cmt fração devem garantir a execução das seguintes
ações:
- reabastecer as VB, remuniciar a fração ou redistribuir munição disponível;
- marcar o edifício para indicar às forças amigas que ele foi limpo;
- tratar e evacuar o pessoal ferido. Uma vez que a área esteja segura, começar
a evacuação dos não-combatentes e feridos inimigos;
- evacuar os prisioneiros de guerra;
- separar e proteger não-combatentes;
- restabelecer a cadeia de comando.
q) Continuação da missão de assalto
- Se o Pel C Mec for continuar sua progressão pela sua zona de ação ele de-
verá rapidamente colocar-se em ordem e estar pronto para prosseguir mediante
ordem de seu comandante.
- A impulsão do ataque deve ser mantida. Este é um fator crítico nas operações
em áreas edificadas. O Ini não pode deslocar-se ou retrair sem ser pressionado.
Não pode ocupar livremente suas posições preparadas e não ocupadas à reta-
guarda. Após estabelecido, o contato deve ser mantido.
- O elemento ou fração prevista para liderar o movimento na nova fase do
ataque deve, rapidamente, posicionar-se e informar ao Cmt Pel C Mec quando
pronta para prosseguir.
- O elemento ou as frações de Ap F devem deslocar-se e ocupar novas posi-
ções de onde apoiarão a continuidade do ataque, informando ao Cmt Pel C Mec
quando estiverem em condições de apoiar a progressão do pelotão.

7-144
EB70-CI-11.457
- Se estiver constituído, o elemento de segurança deve avançar para novas
posições de segurança e informar ao Cmt Pel C Mec quando pronto.
- Quando todas as frações estiverem reorganizadas e assumidas suas posições
para a continuidade do ataque (conforme planejamento inicial), o Cmt Pel C Mec
dará a ordem para prosseguir na missão.
7.4.3 O PEL C MEC NA DEFESA DE UMA ÁREA EDIFICADA
7.4.3.1 Generalidades
7.4.3.1.1 As áreas edificadas constituem obstáculos ao movimento, não só das
forças amigas de C Atq como das inimigas que atacam. Deve ser considerada a
possibilidade de conduzir a defesa fora da área edificada, em regiões adjacentes.
7.4.3.1.2 A defesa de uma área edificada é organizada em torno de acidentes
capitais do terreno e de partes importantes da área edificada que possibilitem a
manutenção da integridade da defesa e proporcionem facilidades ao movimento
ou à liberdade de ação do defensor. Sistemas subterrâneos podem facilitar o
movimento das forças e proporcionar abrigos contra os fogos inimigos. É feito o
máximo emprego dos escombros e outros obstáculos e a defesa é organizada
em profundidade.
7.4.3.1.3 São características de uma defesa numa área edificada:
a) a utilização de prédios ou grupo de edifícios como pontos fortes;
b) o máximo emprego de abrigos, cobertas e obstáculos;
c) observação e campos de tiro reduzidos, limitando-se às ruas e às praças;
d) as ruas constituem faixas de aplicação de fogos e restringem e canalizam os
movimentos das viaturas.
e) a área edificada limitada a aplicação do princípio da massa pelo atacante;
f) emprego pouco eficaz das armas de apoio pelo atacante;
g) ações decentralizadas;
h) facilidade de movimento no interior da posição e de aprofundamento da defesa.
7.4.3.2 Emprego das VB do Pel C Mec na Defesa de uma Área Edificada
7.4.3.2.1 As VB não poderão ser empregadas em sua plenitude em uma defesa
dentro de áreas construídas, apesar das edificações oferecerem vantagens ao
defensor. Entretanto, em um combate de características assimétricas, sem Ap Ae,
essas edificações darão maior proteção para as VB.
7.4.3.2.2 Em uma defesa, as VBC Cav/VBR deverão ser empregadas, de posições
abrigadas, contra os CC e outros blindados Ini. Deve ser evitado o confronto com
as VBC CC em áreas abertas.

7-145
EB70-CI-11.457
7.4.3.2.3 Dentro de uma área edificada, as ruas e avenidas devem ser preparadas
a fim de que a observação aérea nessas regiões possa ser dificultada, com a
utilização, por exemplo, de redes de camuflagem, a fim de negar à observação
Ini a identificação das VB que estiverem posicionados sobre esses eixos. As VB
poderão, também, ocupar áreas de espera nos pisos inferiores das edificações,
dentro de garagens e túneis para minimizar essa observação Ae.
7.4.3.2.4 No planejamento da defesa de uma área edificada o Pel C Mec pode-
rá ser empregado na força de segurança dessa área ou na força de defesa da
mesma. Seu emprego prioritário deverá ser na F Seg, ocupando os PAG e PAC.
Dessa forma, as suas características de tropa mecanizada e as de suas VB serão
aproveitadas ao máximo em proveito da operação, ao engajarem o inimigo o mais
à frente possível da área edificada, retardando-o e desorganizando-o, dentro de
suas possibilidades.
7.4.3.2.5 Em uma área edificada isolada, as VBC Cav/VBR devem ser utilizadas
para compor a reserva. Desta forma, buscar-se-á empregá-las em contra-ataque
de destruição ou de reestabelecimento de posição.
7.4.3.2.6 O sistema de arma remotamente existente em algumas VB, permite uma
maior precisão do tiro e diminuem a exposição de militares aos fogos inimigos.
Dessa forma, devem ser previstas posições defensivas onde a VB (dotada com
esse equipamento) tenha capacidade de estar abrigado enquanto utiliza seu
SARC para engajar o inimigo.
7.4.3.2.7 Numa defesa em área edificada as VB, principalmente as VBC Cav/VBR,
deverão compor uma força móvel, que deverá ser empregada para a destruição
do inimigo.
7.4.3.2.8 A análise do Ini será um dos fatores que balizará o emprego das VB do
Pel C Mec dentro da área edificada. Caso o Ini não disponha de armas AC ou VBC
CC, as VB do pelotão poderão ser utilizadas de maneira estática com a finalidade
de barrar vias de acesso no interior da área. Caso contrário, o emprego das VB
deverá ser prioritariamente planejado para as ações móveis na defesa dessa área.
7.4.3.2.9 Em princípio, na defesa de uma área edificada serão poucas as opor-
tunidades de manobrar com as VB do Pel C Mec. Sua participação em contra-
-ataques integrando a reserva ou a força de defesa em 1º escalão será realizada
ao longo das ruas e avenidas, realizando o fogo direto contra alvos Ini no interior
da posição e em apoio ao ataque dos Fuz e Exp desembarcados. As caracterís-
ticas da área edificada e os escombros dos edifícios limitam as possibilidades
de manobra das VB.
7.4.3.3 O Pel C Mec na Defesa de uma Área Edificada
7.4.3.3.1 Generalidades
a) O Pel C Mec participará de uma operação defensiva em área edificada sempre
enquadrado em seu Esqd C Mec.
7-146
EB70-CI-11.457
b) A Pos Def do Pel C Mec em uma área edificada deve forçar o inimigo a realizar
ataques dispendiosos ou realizar manobras demoradas para evitá-la. Uma posição
defensiva que o Ini pode evitar prontamente não tem valor defensivo, a menos
que ele possa ser induzido a atacá-lo.
c) O planejamento do Pel C Mec na defesa de uma área edificada será elaborado
de maneira idêntica ao previsto para uma defesa de área.
7.4.3.3.2 Planejamento da Defesa
a) Na defesa de uma área edificada, normalmente, o Cmt Pel C Mec empregará
seu GC e o seu GE desembarcados, ocupando posições defensivas nas edifica-
ções da Z Aç do pelotão.
b) A Seç VBC Cav/VBR atuará como base de fogos apoiando as frações desem-
barcadas e batendo as principais VA e itinerários para VB.
c) A Pç Ap poderá ser empregada sob o controle do Pel C Mec ou centralizada
pela sua SU em uma Seç Mrt Me.
d) As VB do GC e do GE, dependendo do estudo de situação do Cmt Pel C Mec,
poderão ser empregadas em apoio de fogo direto a suas frações (sob o comando
dos Cmt frações) ou centralizadas pelo Cmt pelotão, sob o comando do Adj Pel,
em uma base de fogos.
e) O LAADA da posição defensiva da SU, que enquadra o Pel C Mec, poderá
estar localizado na orla dessa área ou à retaguarda da orla anterior da mesma.
Preferencialmente, deverá localizar-se na orla da área edificada a fim de evitar
que o Ini atinja a primeira linha de edificações e concentre suas tropas e armas
de apoio sob a proteção dessas construções. Esse LAADA, normalmente, deverá
ser estabelecido ao longo de ruas dessa área a defender.
f) As frentes e profundidades atribuídas ao Pel C Mec pelo seu Esqd C Mec de-
verão ser menores que as designadas em um terreno aberto.
g) A largura da frente a defender e a natureza da área edificada condicionarão o
dispositivo a ser adotado pelo Pel C Mec. Cada fração deve receber uma área
de defesa claramente definida. Essa área deve possibilitar o apoio mútuo entre
as frações do pelotão e ser apta à defesa em todas as direções. Para melhor
aproveitar os campos de tiro, as áreas descobertas no interior da área edificada,
tais como praças, largos, avenidas e pátios, devem ser defendidas do lado oposto
do provável avanço do inimigo.
h) Os limites, geralmente, passam ao longo das ruas que sejam perpendiculares ao
LAADA. Os pontos limites são, normalmente, localizados nos cruzamentos de ruas.
i) Quando o Pel integrar a reserva de seu Esqd C Mec, receberá missões idênticas
às de uma reserva na defesa de área, devendo preparar posições à retaguarda

7-147
EB70-CI-11.457
da área de defesa dos pelotões em 1º escalão, de modo a dar profundidade à
defesa da SU e proporcionar proteção aos flancos. Depois de preparadas as suas
posições, o Pel C Mec (na Reserva) deverá preparar itinerários cobertos para os
contra-ataques (embarcados e desembarcados), abrindo passagens através dos
edifícios, quando necessário. Os planos de contra-ataque da reserva devem ser
preparados em função das hipóteses de penetração inimiga na posição, dando-
-se prioridade mais elevada às áreas que, se conquistadas, tornarão crítica a
defesa do conjunto.

Fig 193 - Defesa em uma área edificada.

j) Na defesa em uma área edificada, além das preocupações com o terreno e o Ini
em uma defesa em área aberta, o Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações deverão
preocupar com os civis presentes nessa área, com as regras de engajamento
estabelecidas pelo escalão superior, com os danos colaterais sobre a população
civil e a coordenação com unidades adjacentes para eliminar a probabilidade de
fratricídio (maior que na defesa em área aberta).
k) O foco do Pel C Mec na defesa em uma área edificada continua a ser, como
na defesa de área, a manutenção da posse dessa área. Em uma área edificada,
o defensor deverá aproveitar a abundante cobertura e a ocultação existente. Ele
também deve considerar as restrições à capacidade do atacante de manobrar e
observar. Ao defender uma área edificada em posições bem preparadas e com
apoio mútuo, uma força de defesa poderá bloquear, retardar e infligir pesadas
perdas a uma força de ataque inimiga muito maior.
l) Uma das tarefas defensivas mais comuns que um Pel C Mec poderá receber
na defesa em área edificada será conduzir uma defesa de um edifício, parte de

7-148
EB70-CI-11.457
um edifício ou um grupo de pequenos edifícios, sempre integrado à missão de
sua SU, como se fosse um ponto forte. O Cmt pelotão deve organizar sua defesa
posicionando suas frações de modo maximizar suas capacidades e as de seu
armamento. Os fogos de apoio deverão ser incorporados ao planejamento do
pelotão para fornecer profundidade à área onde o inimigo deverá ser engajado.

Fig 194 - Pelotões de um Esqd C Mec na defesa de “pontos fortes” na Z Aç de seu Esqd C Mec.

7.4.3.3.3 A Posição Defensiva Sumariamente Organizada do Pel C Mec em uma


Área Edificada
a) A posição defensiva de um Pel C Mec numa área edificada será, em princípio,
uma posição sumariamente organizada. Essa defesa caracteriza-se pela falta de
informação sobre as forças inimigas e a falta de tempo suficiente para a prepa-
ração da posição defensiva.
b) O desdobramento do Pel e a instalação das posições dos homens, das armas
de apoio e das VB serão realizadas de acordo com o tempo disponível.
c) Normalmente, ao ocupar uma posição defensiva sumariamente organizada em
área edificada, o Pel C Mec deverá aproveitar as cobertas e abrigos proporcio-
nados pelas edificações e outras instalações existentes em sua Zona de Ação,
aproveitando o material e o tempo disponível para melhorá-las e aperfeiçoar a
capacidade de defesa de sua posição.
d) A primeira preocupação do Cmt Pel C Mec ao ocupar sua Zona de Ação deve-
rá ser a instalação de uma segurança que permita a execução dos trabalhos de
preparação da posição defensiva.
e) Em seguida deverá instalar suas armas de apoio (Mtr, Lç Gr e Mrt) e posicionar
suas VBC Cav/VBR, VBTP e as VBMT-Rec LSR.
7-149
EB70-CI-11.457
f) A segurança será proporcionada pela instalação de um (ou mais) P Obs avan-
çado e, pela manutenção de militares a postos nas armas de apoio e nas VB.
g) Os melhoramentos a serem feitos nas posições cobertas e/ou abrigadas se-
lecionadas na Z Aç, devem incluir a limpeza de campos de tiro e de observação,
a instalação de proteção adicional na posição defensiva (escombros, blocos de
pedra e entulhos diversos) e a camuflagem das posições individuais, do arma-
mento coletivo e das VB.
h) As posições das frações nos edifícios e construções diversas devem ser pre-
paradas longe de janelas e de outras aberturas, sempre aproveitando locais nas
sombras das salas, utilizando móveis, outros itens e materiais para a melhoria
dessas posições.
i) Algumas das posições individuais mais comuns nesse tipo de defesa são nas
esquinas, nos cantos de prédios, utilizando buracos abertos nas paredes das
habitações, atrás de janelas e na cumeeira dos telhados.
j) Todo o tempo disponível durante a Op Def deve ser utilizado pelas frações do Pel
C Mec para continuar a melhorar suas posições defensivas. Com o tempo e muito
trabalho, a posição sumariamente organizada do Pel C Mec poderá aproximar-se
do valor defensivo de uma posição organizada. O Cmt Pel e seus Cmt frações
devem realizar constantes ajustes e adaptações nas suas posições defensivas
para reduzir suas vulnerabilidades. Deve ser estabelecida pelo Cmt Pel uma prio-
ridade do trabalho, que servirá como guia para as frações melhorarem a defesa.
k) Tarefas a serem executadas pelas frações do Pel C Mec, de acordo com o
tempo disponível, na organização da posição sumariamente organizada:
- melhorar o posicionamento das armas de apoio desembarcadas e das VB;
- aprimorar o sistema de barreiras e obstáculos;
- aperfeiçoamento das posições individuais;
- preparação de posições de muda e suplementares;
- realização de patrulhamento em toda a zona de ação;
- melhoramento da camuflagem;
- ensaio da sequência de engajamento de alvos, dos retraimento, da evacuação
de feridos, do remuniciamento e suprimentos diversos;
- melhoria da mobilidade das frações nos edifícios e construções e nos itine-
rários a serem utilizados com finalidades diversas;
- de ensaios de contra-ataque;
- de plano de sono, etc.
l) Ao atribuir as prioridades na preparação de sua posição defensiva, o Cmt Pel
C Mec deve dar atenção especial aos seguintes aspectos:
7-150
EB70-CI-11.457
- selecionar o armamento e as posições de tiro que devem cobrir as possíveis
VA do inimigo desembarcado e embarcado;
- as VBC Cav/VBR devem bater as principais VA para VB inimigas, ocupando
posições à retaguarda das posições ocupadas pelo GC e pelo GE;
- os lançadores de granadas do GE devem ser posicionados onde possam
bater tanto as VA para VB e outras viaturas como para o inimigo desembarcado;
- se a metralhadora da VBTP for empregada instalada na VB da fração, assim
como as metralhadoras das VBMT-Rec LSR do GE e do Gp Cmdo, estas devem
ser posicionadas pelo Adj Pel, na base de fogos, de modo a apoiar as posições
ocupadas pelas suas frações e outros itinerários para elementos desembarcados
à frente e nos flancos da posição do Pel C Mec;
- se as Mtr forem empregadas desembarcadas, junto com suas frações, estas
devem ser instaladas o mais próximo possível do nível do solo para aumentar a
eficácia de seus fogos, sobre itinerários e VA para elementos Ini a pé;
- se a quantidade de escombros dos edifícios e construções em geral obstruírem
os fogos no nível do solo, as armas devem ser instaladas nos andares superiores
do edifício que estiverem de pé e possibilitarem bons campos de visada e de tiro;
- as posições de armas coletivas e individuais devem permitir apoio mútuo e
possuir visada direta para as posições vizinhas (da mesma fração ou de outra).
- assegurar-se de que a posição do Pel C Mec está livre de não-combatentes.
Retirá-los da área de operações antes de ocupar a posição.
- limpar os campos de tiro. Abrir buracos nas paredes externas dos prédios
para possibilitar a realização do fogo do armamento, de seu interior, em todas
as direções.
- identificar e proteger as VA e itinerários subterrâneos e no topo das edifica-
ções na sua zona de ação, particularmente aqueles que conduzam às posições
ocupadas pelas suas frações (esgotos, porões, escadarias e telhados).
- manter em estoque elevada quantidade de água potável, comida, munição,
combustível e material de saúde a fim de permitir que o pelotão possa conduzir
a defesa por um largo período de tempo e ficar isolado de sua SU.
- construir barreiras e obstáculos para impedir o acesso do inimigo a ruas,
passagens subterrâneas e edifícios, e para retardar seu movimento;
- integrar barreiras e/ou obstáculos com as armas coletivas e o armamento
individual das frações. Cobrir todas as barreiras e obstáculos pelo fogo (direto e
indireto) e ou observação. Procurar esconder os obstáculos da observação do
inimigo o máximo possível. Construir os obstáculos com padrões irregulares para
impedir o movimento do inimigo. Empregar obstáculos em profundidade na zona
de ação.

7-151
EB70-CI-11.457
m) Aspectos a serem considerados pelo Cmt Pel C Mec deve na instalação de
sua posição defensiva:
- segurança: a primeira prioridade é a segurança. Cada posição de fração deve
ter sempre um homem alerta, observando o terreno à frente e nos flancos, durante
a preparação da posição defensiva;
- proteção: selecionar edifícios que forneçam proteção contra fogos diretos
e indiretos. Os edifícios de concreto armado com três ou mais pisos oferecem
proteção adequada, enquanto os edifícios construídos em madeira, painéis ou
outros materiais leves devem ser reforçados para fornecer proteção suficiente.
Edifícios de um e dois andares sem um porão ou instalação no subsolo forte-
mente construída são vulneráveis ​aos fogos indiretos e exigem a construção de
uma proteção superior (“aérea”) para cada posição ocupada. Se possível, utilizar
materiais coletados da área imediata para construir essa cobertura adicional
(superior ou aérea);
- dispersão: a posição de pelotão não deve ser estabelecida em um único edi-
fício quando for possível ocupar dois ou mais edifícios que permitam a realização
de fogos de apoio mútuo. Uma posição sem apoio mútuo em um único edifício é
vulnerável, podendo ser desbordada, desviada, isolada e destruída de qualquer
direção pelo inimigo.
- dissimulação: não selecionar edifícios que sejam posições defensivas muito
óbvias (facilmente detectadas pelo inimigo). Se os requisitos de segurança e os
campos de tiro determinarem a ocupação de edifícios expostos, o pelotão será
obrigado a adicionar materiais de reforço a esse edifício para fornecer proteção
adequada às tropas no interior, aumentando o trabalho de preparação da posição
defensiva;
- campos de tiro: para evitar o isolamento, as posições de armas individuais
e coletivas devem apoiar-se mutuamente e ter campos de tiro em todas as di-
reções. Ao limpar os campos de tiro, tentar manter a aparência natural da área
circundante, se possível;
- itinerários cobertos e abrigados: as posições defensivas devem ter, pelo me-
nos, um itinerário coberto e abrigado, que permita o reabastecimento, evacuação
médica, reforço ou retirada sem ser detectada ou, pelo menos, fornecer proteção
contra armas de tiro direto. Esse itinerário pode ser estabelecido usando sistemas
e instalações subterrâneas, trincheiras de comunicação ou abrindo passagens
em paredes e edifícios contínuos, permitem a realização do movimento coberto
e abrigado;
- observação: as posições ocupadas em edifícios devem permitir a observação
de VA inimigas e das posições defensivas nas Z Aç vizinhas;
- risco de incêndio: se possível, evitar selecionar posições em edifícios que
possuam elevado risco de incêndio. Se essas instalações com estruturas inflamá-

7-152
EB70-CI-11.457
veis ​​tiverem que ser ocupadas, reduzir o risco de incêndio molhando toda a área
da instalação, colocando uma camada de areia no chão (2 a 3 cm), fornecendo
extintores de incêndio e equipamentos de combate a incêndios. Assegurar-se
que cada elemento da fração que ocupar a instalação esteja familiarizado com as
rotas de retirada, que o abandono da instalação tenha sido ensaiado e as rotas
de fuga em caso de incêndio estejam sinalizadas.
- tempo: o tempo é o único elemento dos fatores da decisão que o Cmt Pel C
Mec não tem controle sobre ele. O fator mais importante a considerar ao planejar
o uso do tempo é fornecer aos Cmt frações dois terços de todo o tempo disponível
para a execução do que foi planejado.
n) As seguintes tarefas poderão ser necessárias para a preparação de posições
na parte subterrânea ou superior (telhado ou teto) dos prédios ocupados pelas
frações do pelotão:
- porões ou áreas subterrâneas: essas áreas exigem uma preparação seme-
lhante à do nível térreo. Qualquer sistema subterrâneo não utilizado pelo defensor,
que possa fornecer acesso inimigo à posição, deve ser bloqueado;
- portas: as portas não utilizadas devem ser trancadas ou pregadas, bem como
bloqueadas e reforçadas com móveis, sacos de areia ou outros expedientes de
campo.
- corredores: se não forem necessários para o movimento dos defensores, os
corredores devem ser bloqueados com mobília, entulhos e arame farpado.
- escadas: as escadas não utilizadas devem ser bloqueadas com mobílias,
entulhos e arame farpado ou removidas. Se possível, todas as escadas devem
ser bloqueadas. As escadas devem ser usadas para realizar os movimentos dos
defensores de um andar para outro e depois removidas.
- janelas: remover todo o vidro. Bloquear janelas não utilizadas com tábuas ou
sacos de areia para impedir a observação e o acesso.
- pisos (andares): transformar os andares em posições de comandamento e
vantagem sobre o inimigo.
- telhados ou tetos: colocar escoras para segurar os telhados (tetos) com estrutu-
ras mais fracas, que não suportem o peso dos escombros dos andares superiores.
- salas desocupadas: bloquear as salas e instalações vazias, próximas às ocu-
padas pelas frações, com móveis e entulhos, negando o seu uso pelo atacante.
o) Os pisos (andares) superiores exigem a mesma preparação que os pisos tér-
reos. As janelas não precisam ser bloqueadas, mas devem ser cobertas com tela
de arame, lona, ​​ponchos ou outro material pesado, para evitar que as granadas
sejam lançadas do lado de fora. A cobertura deve estar solta na parte inferior
para permitir que o defensor devolva as granadas. Quando possível (numa de-

7-153
EB70-CI-11.457
fesa) devem ser estabelecidas rotas de fuga alternativas ao 1º piso. essas rotas
permitirão que a tropa escape por outros pisos, seja por intermédio de escadas
improvisadas ou por um outro acesso a prédios vizinhos.
p) São necessários itinerários que permitam que as forças de defesa se movame
dentro do edifício para envolver as forças inimigas de qualquer direção. Planejar
e construir itinerários (ou rotas) de fuga para permitir a rápida evacuação de uma
sala ou de um prédio. Devem ser abertos buracos nas paredes, ligando todas as
salas ou dependências utilizadas na posição defensiva da fração para permitir o
rápido movimento entre elas. Tais buracos devem ser marcados para permitir que
defensores os localizem facilmente durante o dia e a noite. Todos os militares da
fração que utiliza a posição defensiva devem conhecer e ensaiar a retirada rápida
dessas dependências para que se familiarizem com as rotas de fuga (retirada).
q) Edifícios com pisos de madeira e tetos de caibros exigem medidas extensas
de prevenção de incêndios. Cobrir o sótão e outros pisos de madeira com cerca
de um a dois centímetros de areia ou terra e posicionar baldes de água para uso
imediato. Colocar equipamentos e materiais que auxiliam no combate a incêndio
(sujeira, areia, cobertores e extintores de incêndio) em cada andar para uso ime-
diato. Encher baldes, bacias e banheiras com água, para serem utilizadas como
reserva e para uso no combate a incêndios. Desligar toda a eletricidade e gás do
prédio. Se disponível, utilizar os extintores de incêndio existentes nos edifícios.
r) Ocultar as antenas de rádio, colocando-as entre as antenas de televisão civis,
ao longo das chaminés e campanários, ou do lado de fora das janelas do lado
do prédio contrário à direção do inimigo para dificultar que suas fontes de alerta
antecipado possam captar as comunicações em FM e dificultar sua observação
terrestre.
s) O Pel C Mec deve colocar obstáculos nos telhados do(s) edifício(s) que ocupar
para evitar que helicópteros possam pousar e para impedir que as tropas inimigas
tenham acesso ao edifício a partir do telhado. Cobrir os telhados que são acessí-
veis a partir de estruturas adjacentes com arame farpado ou outros expedientes
e protegê-los. Remover ou bloquear qualquer estrutura na parte externa de um
prédio que possa ajudar o invasor a escalar o prédio para obter acesso aos an-
dares superiores ou ao telhado.
t) Posicionar os obstáculos junto aos edifícios para parar, dificultar ou atrasar os
movimentos dos veículos e da tropa a pé do inimigo. Para economizar tempo
e recursos na preparação da defesa, todos os materiais disponíveis, como au-
tomóveis, vagões e escombros, devem ser empregados para criar obstáculos.
Os obstáculos devem ser construídos para bloquear o movimento do inimigo ou
canalizar esse movimento as áreas de engajamento planejadas pelo Cmt pelotão.
O assessoramento de uma tropa de engenharia de combate será fundamental
para o planejamento e a construção de um sistema de barreiras e de obstáculos
7-154
EB70-CI-11.457
na zona de ação do pelotão. Os princípios para o emprego de minas e obstáculos
não mudam na defesa de uma área edificada, no entanto, as técnicas mudam.
Por exemplo, enterrar e esconder minas nas ruas é difícil devido ao concreto e ao
asfalto. Minas podem ser colocadas em sacos de areia ou sob escombros como
técnica de camuflagem.
u) A base de fogos do pelotão reunirá, sob o comando do Adj Pel, as frações e as
viaturas não empregadas na posição defensiva em 1º escalão.
- A Seç VBC Cav/VBR e a Pç Ap (quando integrando o pelotão) são o núcleo
da base de fogos do Pel C Mec numa defensiva em área edificada.
- As VBC Cav/VBR, se possível, deverão ocupar posições cobertas e abrigadas
(posição de espera nas garagens, embaixo de prédios sobre pilotis etc.) próximas
das posições escolhidas para baterem as vias de acesso de blindados do inimigo
que incidirem sobre a Z Aç do pelotão. A partir dessa posição de espera deverão
deslocar-se para as posições de tiro, de onde deverão engajar as VB inimigas.
Essas posições de tiro devem ser localizadas à retaguarda das posições ocu-
padas em 1º escalão, aprofundando a posição defensiva. Devem ser balizados
e reconhecidos os itinerários de deslocamento entre a posição de espera e as
posições de tiro e, entre essas.
- Caso a VBTP não seja empregada sob controle do Cmt GC, essa VB integrará
a base de fogos do Pel C Mec. Essa VB deverá ocupar uma posição de espera
(coberta e abrigada, se possível) de onde deverá deslocar-se para posições de
tiro a fim de apoiar as frações em 1º escalão, bater VA e itinerários para viaturas e
tropas a pé do inimigo. Deverá ficar em condições de bater as VA e os itinerários
para tropas a pé que incidam nos flancos e na retaguarda da posição defensiva.
- Caso as VBMT-Rec LSR GE não estejam sob o comando de seu Cmt fração,
reforçando sua posição em 1º escalão, ou se o armamento da fração (Mtr e Lç
GR) não tiver sido empregado desembarcado, na sua posição defensiva (no todo
ou em parte), essas VB deverão integrar a base de fogos do pelotão. Nesse caso,
o Adj Pel poderá empregá-las do mesmo modo que a VBTP do GC ou, reuni-las
em uma fração provisória, com a missão de constituir uma reserva de fogo móvel
a ser aplicada onde necessário durante o combate, vigiar os flancos da P Def,
aprofundar a posição defensiva do pelotão batendo as VA ou itinerários de pro-
gressão da tropa a pé do inimigo ou, ainda, ser empregada sob o comando do Cmt
Pç Ap aumentando a segurança na retaguarda da posição defensiva do pelotão.
- A VBMT-Rec LSR do Gp Cmdo deverá ter emprego semelhante às do GE,
caso o Cmt Pel C Mec não a empregue junto ao seu posto de comando. A Mtr
dessa VB (e o seu atirador), poderão reforçar a posição defensiva do GC ou do
GE em 1º escalão.
- No caso do armamento dessas VB ter sido empregado desembarcado (junto

7-155
EB70-CI-11.457
às frações em 1º escalão) o Adj Pel deverá reuni-las sob o comando do Cmt Pç
Ap em um local coberto e abrigado (posição de espera), junto à posição do mor-
teiro médio. Seus motoristas poderão ser empregados reforçando a segurança
da retaguarda.
- A Pç Ap deverá empregar seu Mrt Me de uma posição à retaguarda das
posições em 1º escalão do pelotão, batendo alvos à frente da posição defen-
siva ou seu interior, procurando impedir ou dificultar o avanço do inimigo para
a área edificada, o seu deslocamento no seu interior da posição defensiva
ou canalizá-lo para a(s) área(s) de engajamento do pelotão. Antes do inimigo
atingir a posição defensiva poderá ocupar uma posição de tiro avançada, na
orla da área edificada, de onde poderá bater o inimigo identificado o mais longe
possível. O Cmt Pç Ap deverá auxiliar o Cmt Pel C Mec no levantamento de
alvos à frente, nos flancos, à retaguarda e no interior da posição defensiva que
contribuam para deter, retardar ou destruir o inimigo. Deverá planejar, também,
se disponível, o emprego de granadas fumígenas para encobrir a observação
do inimigo e auxiliar o desengajamento das posições em 1º escalão. A Pç Ap é
responsável pela segurança da retaguarda da posição defensiva do pelotão.
7.4.3.4 O Pel C Mec como Reserva do Esqd C Mec no Contra-Ataque
7.4.3.4.1 O Pel C Mec poderá receber a missão de constituir a reserva de seu
Esqd C Mec numa defensiva em área edificada e, nesse caso, poderá ocupar
uma P Def aprofundando a posição defensiva de sua subunidade, ou realizar
contra-ataques para restabelecer as posições em 1º escalão (LAADA), destruir o
inimigo que incida sobre os flancos da P Def ou desengajar do combate um dos
pelotões em 1º escalão.
7.4.3.4.2 Um contra-ataque do Pel C Mec reserva será planejado pela sua SU para
atender a cada provável penetração inimiga. Esses contra-ataques devem ser
executados como em uma defensiva em terreno aberto, com rapidez e violência.
Os contra-ataques devem ser direcionados ao flanco do inimigo e apoiados com
fogo direto e indireto.
7.4.3.4.3 Os contra-ataques poderão ser realizados pelo Pel C Mec (Reserva)
desembarcado (Gp Cmdo GC e GE) ou embarcado (Seç VBC Cav/VBR e GC).
O GE poderá atuar como elemento de apoio ou segurança nos contra-ataques
embarcados.
7.4.3.4.4 Considerações sobre o planejamento de contra-ataques a serem obser-
vadas pelo Cmt Pel C Mec (além de outras):
a) localização de forças amigas vizinhas;
b) localização das posições da SU em 1º escalão;
c) localização de não-combatentes na Z Aç da SU;

7-156
EB70-CI-11.457
d) localização de pontos críticos da defesa que, se ameaçados, poderão colapsar
a defensiva;
e) valor, tipo e natureza do inimigo;
f) onde, na defesa, queremos que o inimigo pense que está tendo sucesso em
seu ataque?
g) quem determina o início e a execução do contra-ataque?

7-157
EB70-CI-11.457

7-158
EB70-CI-11.452
CAPÍTULO VIII
AÇÕES COMUNS A TODAS AS OPERAÇÕES

8.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


- As ações comuns a todas as operações são realizadas, normalmente, em
complemento às operações básicas, com intensidade variável em cada tipo de
operação. Neste CI serão abordadas as ações de reconhecimento, vigilância e
segurança por estarem mais relacionadas ao escalão pelotão.

8.2 AÇÕES COMUNS DE RECONHECIMENTO, VIGILÂNCIA E SEGURANÇA


8.2.1 GENERALIDADES
8.2.1.1 Essas ações comuns a todas as operações são executadas por todas as
OM operacionais em proveito próprio, mediante ordem do comandante da OM, e
na zona de ação dessa OM.
8.2.1.2 Essas ações comuns de Rec, Vig e Seg não podem ser confundidas
com a Operação Complementar Segurança e a Vigilância e o Reconhecimento
integrantes (ou parte) dessa operação. O que diferencia essas ações comuns a
todas as operações da Operação Complementar Segurança, da Vigilância grau
da Op Cmpl Seg e do Reconhecimento parte daquela Op Cmpl Seg são:
a) a sua finalidade, isto é, em benefício de quem a operação ou ação é realizada;
b) quem atribui a missão ou determina a sua execução; e
c) a sua amplitude e efetivos empregados.
8.2.2 AÇÃO - RECONHECIMENTO
8.2.2.1 O reconhecimento, ação comum a todas as operações, é a ação
realizada por qualquer tropa, com o propósito de obter informes sobre o inimigo
e o terreno em sua zona de ação (ou área de operações), em proveito próprio e
por determinação do comandante dessa tropa.
8.2.2.2 Numa determinada operação, em situação de guerra ou não guerra, de
um RC Mec ou de um Esqd C Mec de brigada (ou de qualquer outra OM) poderá
ser necessário a realização de um reconhecimento de eixo, de zona ou de área
em proveito daquela OM, como por exemplo:
8.2.2.2.1 o reconhecimento de um determinado eixo por onde o regimento ou o
esquadrão deverão deslocar-se para realizar uma missão ou ocupar uma área;
8.2.2.2.2 o reconhecimento de uma zona onde um regimento ou esquadrão
deverá desdobrar-se ou ocupar, a fim de cumprir uma determinada missão,

8-1
EB70-CI-11.452
como uma vigilância ou uma defesa de uma área de retaguarda;
8.2.2.2.3 o reconhecimento de uma área onde o regimento ou o esquadrão
deverá ocupar uma zona de reunião, uma área onde deverá concentrar-se para
prosseguir em outra missão ou em outra direção.
8.2.2.3 A execução de ação comum de reconhecimento deverá seguir os mesmos
fundamentos e as mesmas técnicas, táticas e procedimentos do reconhecimento
parte da Operação Complementar Segurança.
8.2.3 AÇÃO - VIGILÂNCIA
8.2.3.1 De forma idêntica à ação comum reconhecimento, a ação comum vigilância
não deve ser confundida com a Vigilância, grau da Operação Complementar
Segurança.
8.2.3.2 Essa ação comum Vigilância será executada em benefício de uma
determinada operação de um RC Mec ou Esqd C Mec de brigada, na zona de
ação dessas OM, por determinação de seus comandantes.
8.2.3.3 Ela deverá seguir os mesmos fundamentos e as mesmas técnicas, táticas
e procedimentos da Vigilância grau da Op Cmpl Seg.
8.2.3.4 A Ação Comum de Vigilância é uma das principais formas para um RC
Mec ou Esqd C Mec de brigada realizarem a identificação, acompanhamento
e localização de alvos e o monitoramento de atividades do inimigo, ou forças
adversas em sua Z Aç, ou área sob sua responsabilidade.
8.2.4 AÇÃO – SEGURANÇA
8.2.4.1 Generalidades
8.2.4.1.1 A ação comum SEGURANÇA compreende o conjunto de medidas que
podem ser adotadas por um RC Mec ou Esqd C Mec de brigada, e pelos seus
Esqd e Pel C Mec para se prevenirem e protegerem da inquietação, da surpresa
e da observação por parte do inimigo ou de uma força adversa.
8.2.4.1.2 Nesse sentido, todas as tropas de Cavalaria Mecanizada estão aptas a
realizar ações de segurança em proveito próprio, sendo responsáveis pela sua
própria segurança. O Pel C Mec é responsável pela manutenção da segurança
de seu pessoal, viaturas e equipamentos diversos.
8.2.4.1.3 São Ações Comuns de Segurança: a Segurança de Área de Retaguarda,
Ações Contra Blindados, Ações contra Forças Aeroterrestres e Aeromóveis,
Ações contra Forças de Infiltração, Ações contra Forças Irregulares e Ações de
Contrarreconhecimento.
8.2.4.1.4 Nesse CI será abordada apenas a Aç Comuns de C Rec. A Aç Comum
de SEGAR é executada de forma idêntica a SEGAR abordada no Cap VII Op
Cmpl. As demais ações são de planejamento e emprego nível SU e Regimento

8-2
EB70-CI-11.452
e serão abordadas nos MC de RC Mec e Esqd C Mec.
8.2.4.2 Ações de Contrarreconhecimento
8.2.4.2.1 Generalidades
a) As ações de contrarreconhecimento (C Rec) são ações táticas adotadas por
uma força para impedir os esforços de reconhecimento do inimigo pelo combate,
sobre essa força ou sobre uma tropa ou região coberta, protegida ou vigiada. Elas
são um componente importante de todas as operações de segurança. As Ações
de C Rec podem ser de natureza ofensiva ou defensiva, entretanto, sua atuação
será sempre de caráter ofensivo, buscando neutralizar ou destruir o Rec Ini.
b) Os elementos empregados no C Rec devem ser escalonados em profundi-
dade a fim de obter maior efetividade nas ações contra as forças de Rec Ini. Os
elementos de C Rec devem ter seu movimento e conduta orientados segundo os
fundamentos da operação de segurança onde estão inseridos.
c) Devido à sua mobilidade tática, capacidade de combate e flexibilidade, as
tropas de Cavalaria Mecanizada são as mais aptas a conduzir ações de C Rec.
d) O apoio da Aviação do Exército e/ou da Força Aérea aumenta a eficácia do
combate de C Rec, seja pela possibilidade de localização antecipada do Rec Ini
e suas linhas de infiltração, seja pela possibilidade de destruí-lo pelo fogo Ae ou
pela condução do fogo terrestre.
8.2.4.2.2 O Contrarreconhecimento Ofensivo

Fig 195 - Elemento de Observação da FC Rec.

a) O C Rec ofensivo busca deliberadamente o contato com os elementos de Rec


Ini e a sua destruição ou neutralização pelo combate aproximado ou pelo emprego
de fogos diretos e indiretos. Sua atuação será, em princípio, à frente da área de

8-3
EB70-CI-11.452
segurança da F Cob ou F Prot, com a finalidade de impedir que o Ini se aproxime
da linha de segurança (limite avançado da A Seg).

Fig 196 - Elemento de Combate da FC Rec.

b) A finalidade principal do C Rec ofensivo é impedir que elementos de Rec Ini


ocupem posições à frente da força de segurança (F Prot ou F Cob), de onde pos-
sam obter informações sobre a tropa coberta ou protegida, empregando meios
optrônicos de observação de longa distância, ARP, caçadores ou elementos
tradicionais de reconhecimento terrestre. Seus principais objetivos são essas
equipes e tropas de Rec Ini.
c) A Força de C Rec Ofensiva é composta por dois elementos (grupamentos): de
observação (Elm Obs) e de combate (Elm Cmb).
d) As principais técnicas a serem empregadas contra o Rec Ini são o ataque, a
emboscada e o emprego dos fogos indiretos.
8.2.4.2.3 Contrarreconhecimento Defensivo
a) A Força de C Rec defensiva é composta da mesma forma que a FC Rec Ofen-
siva, sendo disposta em profundidade dentro da zona coberta ou protegida, entre
a F Cob ou F Prot e o grosso da tropa (Área de Segurança).

8-4
EB70-CI-11.452
b) Essa força procura evitar que o Rec Ini penetre na A Seg e se aproxime da
força coberta ou protegida para obter informações sobre a mesma. 

Fig 197 - Contrarreconhecimento defensivo.

8.2.4.2.4 Processos de Emprego da Tropa no C Rec.


a) Há dois processos para emprego da tropa em ações de C Rec:

Fig 198 - SU em 1º escalão organizam suas FC Rec.

- os elementos de manobra em 1º escalão executam as ações previstas para a F


Seg e organizam a FC Rec com seus próprios meios, empregando-a em sua Z Aç;
- O Esc Sp (brigada ou regimento) organiza uma FC Rec (com outro elemento
8-5
EB70-CI-11.452
de manobra) que atuará em toda a Z Aç da Bda ou Rgt. Nesse caso, os elementos
em 1º escalão poderão compor ou integrar o Elm Obs da F C Rec.

Fig 199 - Elm Cmb FC Rec independente dos Elm em 1º Esc.

b) Em situações muito particulares (em função da situação tática, do terreno e


do inimigo) o Esqd C Mec do RC Mec ou de brigada poderá executar as ações C
Rec compondo o elemento de observação e o elemento de combate.
c) Um Pel C Mec, nas ações de C Rec, integrará o elemento de observação ou
o elemento de combate.
8.2.4.2.5 O Pel C Mec integrando uma Força de C Rec.
a) O Pel não possui o efetivo e os meios necessários para executar simultanea-
mente as duas tarefas básicas da ação de contrarreconhecimento:
- integrando o Elm Obs, o Pel ocupará uma P Blq ou linha de PO para observar,
identificar e acompanhar a ação do Rec Ini, realizando vigilância sobre uma Z Aç
ou setor de observação; e
- integrando a F Cmb o Pel vai manobrar, embarcado ou desembarcado para
atacar o Rec Ini, neutralizando-o ou destruindo-o.
b) O menor escalão que poderá conduzir com algum sucesso a ação de C Rec
é o Esqd C Mec (de RC Mec ou de brigada).
c) O Pel C Mec, em princípio, participará das ações de C Rec enquadrado em
seu Esqd C Mec (atuando de forma isolada ou enquadrado num RC Mec). Nessa
situação, o Pel poderá participar das ações de C Rec como parte de um esforço
combinado de uma tropa dotada de mais meios e capacidade para essa missão,
integrando o Elm Obs ou o Elm Cmb da FC Rec.
d) Em consequência, o Pel C Mec poderá:
- ocupar uma posição, enquadrado no seu Esqd C Mec, em uma missão de
segurança, barrando uma via de acesso que penetre na A Seg entre essa força
de segurança e a tropa protegida. Nessa situação poderá cumprir tanto as TTP

8-6
EB70-CI-11.452
típicas de uma flancoguarda (Vgd ou Rtgd) as do Elm Obs da força de C Rec;
- ocupar uma linha de PO na linha de segurança (limite avançado de uma F
Seg). Como por exemplo, ocupar uma linha de PO no espaço entre as posições
dos pelotões de seu esquadrão, com a missão de observar, vigiar e identificar a
ação de elementos de Rec Ini à frente de seus PO, em uma determinada Z Ação,
integrando o elemento de observação de uma FC Rec;
- ocupar uma P Blq ou Z Reu, em uma posição central e à retaguarda das P Blq
ou linha de PO ocupadas pelo elemento de observação da FC Rec, constituindo
o Elm Blq da FC Rec de seu Esqd C Mec, devendo manobrar para neutralizar o
Rec Ini à frente da linha de segurança ou no interior da A Seg. Essa P Blq ou Z
Reu deverá ser orientada para VA de mais provável atuação do inimigo (em uma
missão de proteção ou de cobertura); e
- ocupar uma linha de PO em profundidade na A Seg, batendo áreas específicas
ou pontos de estrangulamento do deslocamento embarcado ou a pé, para informar
sobre a ação de elementos do Rec Ini infiltrados nessa zona.
8.2.4.2.6 O Pel C Mec integrará o Elemento de Observação da Força de Con-
trarreconhecimento.
- Existem diversas formas do Pel ser empregado numa ação de C Rec integran-
do o seu Elm Obs. Em princípio, o Pel poderá ser empregado ocupando uma P
Blq na linha de segurança; ocupando uma linha de PO na linha de segurança
e ocupando uma linha de PO ou P Blq à retaguarda de linha de segurança, no
interior da A Seg.
8.2.4.2.7 Tarefas Críticas do Pel C Mec integrando o Elm Obs da FC Rec:
a) Como integrante da força de segurança, ocupar uma P Blq no limite avançado
da A Seg (coberta ou protegida) a fim de barrar uma VA que incida na A Seg (L
Seg). Integrando, também, o elemento de observação das ações de C Rec de
seu Esqd C Mec, vigiar uma zona de ação (ou setor) e mantê-la sob vigilância
contínua, observando e identificando a presença do inimigo em áreas definidas
como objetivos de inteligência, as vias de acesso que incidam nessa área de
segurança e os prováveis itinerários dos Elm Rec do Ini.
b) Como integrante do Elm Obs da FC Rec de seu Esqd C Mec, ocupar uma linha
de PO, no limite avançado da área de segurança (L Seg), manter sob vigilância
contínua uma zona de ação (ou setor), observando e identificando a presença do
inimigo em áreas definidas como objetivos de inteligência, as vias de acesso que
incidam na área de segurança e os prováveis Itn Elm Rec Ini.
c) Como integrante do Elm Obs da FC Rec de seu Esqd C Mec, ocupar uma linha
de PO no interior da área de segurança, entre a F Seg e a força coberta ou pro-
tegida, à retaguarda das P Blq dos demais Pel C Mec para manter sob vigilância
a A Seg, observando áreas definidas como objetivos de inteligência ou pontos de

8-7
EB70-CI-11.452
estrangulamento para o deslocamento de tropas, a pé ou embarcadas, a fim de
identificar a presença de elementos do Rec Ini que tenham se infiltrado na A Seg.
d) Fornecer aviso antecipado da aproximação de forças Ini, localizando e iden-
tificando esse inimigo, seu valor, composição, natureza, atividades e direção
deslocamento.
e) Manter o contato com o Ini, relatando sua atividade.
f) Mediante ordem do seu Esqd C Mec, romper o contato, passando a realizar um
Mov Rtrd (retirada, retraimento ou ação retardadora).
8.2.4.2.8 Pel C Mec ocupando uma P Blq - Elm Obs da FC Rec
a) O desdobramento do Pel nessa missão, ocupando uma P Blq, é abordado no
Anexo A deste Caderno de Instrução.
b) Nessa situação, com dupla missão (F Seg e FC Rec), o pelotão atuará, inicial-
mente, como elemento de observação da FC Rec, tendo como objetivo o Rec Ini.
Quando a força principal do inimigo incidir sobre a F Seg, o Pel C Mec passará a
empregar as TTP da missão de segurança que estiver executando.
8.2.4.2.9 O Pel C Mec ocupando uma Linha de Postos de Observação - Elm
Obs da FC Rec:
a) O desdobramento do Pel será o mesmo adotado numa F Vig. Serão instalados
diversos PO cobrindo as vias de acesso do inimigo, os prováveis itinerários do
Rec Ini e áreas de interesse da inteligência.
b) O número de PO a serem instalados será função do terreno, da atividade
inimiga esperada e da frente a vigiar. O Pel C Mec pode instalar até 4 PO com
o seu G Exp (2 por Pa G Exp) e até 2 com o seu GC (1 por esquadra). O ideal é
que instale 2 PO com o seu G Exp (1 por Pa) e um com o seu GC. Quanto maior
o número de PO, menor será a segurança de suas frações e menor ao tempo
que poderão durar na ação.
c) O GC desdobrará seu(s) PO em uma posição central na linha de segurança
e as Pa G Exp desdobrarão seus PO nos flancos dessa posição central do GC.
d) O Cmt Pel C Mec deverá desdobrar as suas VBC Cav/VBR e a VBC Fuz/VBTP
do GC à retaguarda do(s) PO do GC (na crista topográfica) a fim de fornecer
segurança aos PO e reforçar a observação na frente atribuída ao pelotão. Essas
VB, quando dotadas de optrônicos, poderão reforçar e ampliar a observação dos
PO do GC e do G Exp, aprofundando a observação na área à frente da linha de
PO, de dia e de noite.
e) A Pç Ap deverá instalar um PO, à retaguarda das frações na crista topográfica,
em posição central a elas, com a missão de observar possíveis elementos de
Rec Ini que se infiltrem pela linha de segurança e proporcionar segurança na
retaguarda do pelotão.

8-8
EB70-CI-11.452
f) O Pel C Mec deverá realizar a observação continuada da zona de ação ou
setor de observação recebido, procurando identificar a atuação do Rec Ini nos:
- locais onde possam ser instalados PO;
- locais onde possam ser instalados os radares de vigilância terrestre inimigos
(com visada direta sobre o local ocupado ou o dispositivo da força coberta ou
protegida);
- locais de onde possam ter levantado voo as ARP que forem observadas
sobrevoando a zona de ação ou setor de observação;
- itinerários por onde possam se deslocar elementos de reconhecimento do
inimigo (a pé ou embarcado), incidindo sobre a linha de segurança ,ou no interior
da área de segurança sobre o dispositivo da força coberta ou protegida;
- vias de acesso por onde o inimigo poderá deslocar-se e atuar sobre a força
de segurança e a força protegida ou coberta.
g) Além das missões já citadas, o Pel C Mec como parte do Elm Obs ocupando
uma linha de PO na linha de segurança deverá:
- informar a aproximação e a localização do inimigo observado à frente da F
Seg ou no interior da A Seg;
- conduzir e corrigir os fogos indiretos sobre os elementos de Rec Ini ou em
apoio à manobra do elemento de combate da FC Rec;
- evitar o combate direto das suas frações com o inimigo, tomando todas as
medidas para não serem engajadas decisivamente pelo inimigo;
- realizar o combate pelo fogo somente para a proteção de suas frações, ou
quando determinado, em apoio à manobra do elemento de combate da F C Rec;
- ficar em condições de bater com seus fogos vias de acesso, áreas especí-
ficas ou ponto de estrangulamento para o deslocamento embarcado ou a pé de
elementos Ini à frente da linha de PO e no interior da A Seg (infiltrados);
- realizar patrulhas a pé ou embarcadas em áreas que não possam ser obser-
vadas dos postos de observação ou para realizar a ligação entre os seus PO.
h) O Cmt Pel deverá prever o emprego de patrulhas para estender o alcance de
sua observação e/ou para observar o espaço morto entre os PO, ou posições
de suas frações na P Blq. Os sensores aumentam o alcance de observação do
pelotão e diminuem o tempo de reação para detectar e informar ameaças na sua
Z Aç, mas os Exp e Fuz devem planejar a mudança da posição de seus PO para
obter contato visual e confirmar que os seus sensores detectaram.
i) O Cmt Pel deve designar na sua ordem ao pelotão, as zonas de ação a serem
observadas pelas suas frações. A zona de ação do pelotão deverá estar prevista
na ordem de operações ou plano de C Rec de seu escalão superior. Se o pelotão
8-9
EB70-CI-11.452
receber vários objetivos de informação ou observação, estes devem ser priori-
zados por quem atribuiu a missão. Na falta dessa prioridade, caberá ao Cmt Pel
C Mec priorizá-los com base no conhecimento da intenção de seu comandante
e na missão recebida.

Fig 200 - Emprego de Patrulhas a frente da LPO.

j) O aspecto mais crítico de uma ação de C Rec é o perfeito entendimento por todos
os integrantes do pelotão da intenção e das ordens do comandante do escalão
superior. O foco da missão é geralmente o Rec Ini mas poderá, também, incluir
a força principal do inimigo. A intenção do comandante deve especificar em qual
destas alternativas o pelotão deverá concentrar-se ou se ambos têm a prioridade.
k) Esta orientação determina então onde o pelotão deverá desdobrar-se e como
alocará seus meios:
- se a prioridade do comandante é localizar a força principal do inimigo (essa
missão se confunde com a da F Seg), o comandante do pelotão concentrará a
maior parte de seus meios nas principais vias de acesso para abordagem da
zona de ação e aceitará riscos nas vias de acesso ou itinerários previstos para
o reconhecimento inimigo;
- se a prioridade do comandante for o Rec Ini, o comandante do pelotão dará
prioridade às vias de acesso e itinerários previstos para o Rec Ini e aceitará algum
risco nas vias de acesso principais de abordagem da Z Aç;
- se o comandante determinar o cumprimento das duas missões, com igual
prioridade, o comandante do pelotão deve planejar quando fará a transição da
observação sobre o Rec Ini para a força principal inimiga. O comandante geral-
mente ordena essa transição com base na evolução da situação do inimigo.

8-10
EB70-CI-11.452
l) Em função do terreno, o comandante do pelotão pode determinar que alguns
PO avancem e ocupem PO avançados, à frente da linha de segurança, de onde
possam observar mais efetivamente os objetivos de inteligência, as vias de acesso
do inimigo e os prováveis itinerários do Rec Ini. O retraimento para a linha de PO
será feito mediante ordem do Cmt Pel ou por ação do inimigo.
m) Atuando como parte do Elm Obs, os exploradores e fuzileiros devem evitar
empregar seu armamento sobre o Rec Ini a fim de não denunciar suas posições
de observação. O fogo direto é geralmente limitado a impedir a observação do Ini,
a penetração da linha de segurança ou para autodefesa. A melhor forma do Pel C
Mec integrando o Elm Obs atuar sobre o Rec Ini é pelo fogo indireto de seu Mrt Me.
n) Para adquirir seus objetivos de observação, os exploradores devem ser orien-
tados para as VA ou itinerários mais favoráveis ao Rec Ini, que podem incluir tri-
lhas, terrenos acidentados e zonas mortas do terreno que permitam o movimento
embarcado ou de pequenas frações de Rec do Ini. 
o) O conhecimento antecipado da provável força de Rec Ini permitirá ao Pel C Mec
determinar com mais precisão as prováveis VA que serão utilizadas e a melhor
maneira de vigiá-las e adquirir esse inimigo.
p) O pelotão deve conhecer sua zona de ação e analisar, como se fosse o inimigo,
como faria a abordagem da linha de segurança e como tentaria infiltrar-se da área
de segurança para obter informações sobre a tropa protegida ou coberta. Esse
procedimento contribuirá para antecipar-se às ações do Rec Ini e determinar com
alguma precisão onde os exploradores e fuzileiros poderão identificar a presença
do Rec Ini, prevendo concentrações de fogos indiretos nesses locais.
q) Os exploradores e fuzileiros devem analisar detalhadamente o ambiente ope-
racional em sua zona de ação ou setor de observação. Devem tentar imaginar,
também, a visão que o inimigo terá do terreno, da linha de segurança e dos PO
ou P Blq.
r) A aquisição inicial do inimigo pode ocorrer tanto pelo elemento de observação
como pelo de combate ou, ainda, pelos meios de busca colocados à disposição
do pelotão ou que estejam atuando em sua zona de ação (sob controle direto do
Esqd C Mec). Essa aquisição pode se dar à frente da linha de segurança, ou à
sua retaguarda, entre a FC Rec e a força coberta ou protegida.
s) A destruição do Rec Ini poderá se dar pelo combate aproximado do elemento
de combate da C Rec, ou por meio de fogos indiretos do pelotão como Elm Obs
(Mrt Me), ou, ainda, por meio de fogos do Esc Sp solicitados por intermédio de
seu Esqd C Mec (Mrt P, Art Cmp etc).

8-11
EB70-CI-11.452

Fig 201 - Postos de observação avançados.

8.2.4.2.10 Pel C Mec ocupando Linha(S) de PO em profundidade na A Seg.


a) Nessa situação o Pel será desdobrado de forma semelhante à adotada pelo
pelotão quando ocupando PO em 1º Escalão, na linha de segurança.
b) O pelotão poderá desdobrar-se em uma só linha de PO ou adotando variações
daquele desdobramento.
c) O G Exp e uma Esq do GC podem ocupar uma linha avançada de PO (ou só
o G Exp nessa linha).
d) A Seç VBC Cav/VBR e o GC (-) ocupam uma segunda linha de PO mais à
retaguarda (ou todo o GC nessa linha).
e) A Pç Ap, um pouco mais à retaguarda e numa posição central às linhas de PO,
ocupando sua posição de tiro e instalando um PO, dando maior profundidade à
observação na A Seg.
f) Todas essas variações de desdobramento do Pel C Mec, como parte do Elm
Obs da FC Rec, serão adotadas com base no estudo de situação do Cmt Pel C
Mec, condicionado pela situação tática, pelo terreno, pelas frentes a vigiar e pela
atuação esperada do inimigo.

8-12
EB70-CI-11.452

Fig 202 - Pel C Mec ocupando LPO em profundidade.

8.2.4.2.11 Meios do Esc Sp que poderão apoiar o Pel C Mec quando integrando
o Elm Obs da FC Rec.
a) O Esqd C Mec ou o RC Mec poderão apoiar diretamente o Pel C Mec, ou des-
dobrar em sua Z Aç uma série de meios de observação e de apoio à sua missão.
b) O Cmt Pel C Mec tomará conhecimento desse apoio quando receber a ordem
de operações de seu Esqd C Mec. O pelotão deverá coordenar suas ações com
esses elementos que operarão de sua zona de ação.
c) Entre os meios que poderão contribuir para uma maior eficiência do pelotão
no cumprimento de sua missão estão os sistemas de vigilância e observação
terrestre, como os radares de vigilância terrestre e as câmeras de observação a
longa distância, e equipe(s) de caçadores, existentes tanto no RC Mec quanto
no Esqd C Mec de brigada. Esses meios poderão ser colocados sob o controle
do pelotão ou ele poderá se beneficiar das informações coletadas em sua zona
de ação por intermédio de seu escalão superior.
d) O escalão superior poderá desdobrar, também, na zona de ação do Pel C Mec
(sob controle do pelotão ou do Esqd C Mec), seus sistemas de ARP, elementos
de Eng Cmb, observadores avançados de Art Cmp ou de Mrt P, guias aéreos
avançados, controladores aéreos avançados (da F Ae) etc.
e) O Cmt Pel deve planejar o emprego dos meios de apoio colocados à sua dispo-
sição de forma que eles complementem as ações das suas frações subordinadas,
mas não as substituam na missão. Todos os integrantes do Pel devem entender a
missão desses apoios, onde estão localizados e qual o papel que desempenham
8-13
EB70-CI-11.452
na missão. Essa coordenação é importante para que a atuação desses elementos
não denuncie as posições ocupadas pelo pelotão ao inimigo, ou possam com-
prometer a sua segurança, provocando incidentes de fogo amigo ou fratricídio.
f) O Cmt Pel poderá empregar os meios de vigilância colocados à sua disposição
de várias maneiras. Poderá reunir numa mesma equipe de vigilância Exp e Fuz
com esses meios de apoio (Eng Cmb, Art Cmp, ARP, Vig Obs Ter etc.) sob o
controle de um de seus Cmt fração subordinada. Poderá, também, empregá-los
em equipes separadas (por tipo), diretamente sob seu comando.
8.2.4.2.12 Recobrimento dos Setores de Observação dos PO

Fig 203 - Recobrimento dos setores de observação dos PO.

a) O comandante do Pel C Mec pode determinar que mais de uma fração ou meio
de apoio mantenha sob vigilância uma mesma área de interesse, via de acesso ou
Itn Rec. Ele determinará esse recobrimento com base na importância do objetivo
da vigilância, sua natureza, tamanho e localização.
b) Por exemplo, uma VA muito larga ou extensa pode exigir vários recursos de
observação para garantir que todos os aspectos da VA sejam cobertos. Um terreno
muito movimentado, ou sujo com áreas de vegetação densa pode exigir mais de
um meio para garantir uma cobertura contínua adequada.
c) Se o comandante atribuir uma prioridade significativa a um determinado objetivo,
poderão ser designadas várias frações e meios para vigiá-la. Esse recobrimento
não apenas garante a observação adequada de uma área de interesse ou via de
acesso, mas também permite que o pelotão cumpra a sua missão, mesmo que

8-14
EB70-CI-11.452
as forças inimigas comprometam alguns desses meios empregados.
8.2.4.2.1 Fornecer Alerta Antecipado
a) Atender a essa tarefa crítica pode vir a se tornar um problema para o Cmt Pel
C Mec em determinado momento da situação tática, ou em um determinado ponto
de sua zona de ação, em função das características físicas da zona de ação, ou
das condições climáticas.
b) Fornecer uma informação antecipada sobre a aproximação do inimigo exige
um planejamento detalhado das comunicações a fim de que no momento neces-
sário, a informação obtida possa ser transmitida. O comandante do pelotão deve
analisar as características do terreno e as condições de emprego de seus meios
de comunicações em sua zona de ação e a localização do comando de seu Esqd
C Mec para identificar possíveis problemas de comunicação.
- Se esses problemas puderem ser antecipados, o Cmt Pel C Mec poderá buscar
soluções para resolvê-los com outros meios e apoio de frações do escalão su-
perior, ou planejando a ocupação de pontos no terreno, de onde possa realizar a
comunicação com seu escalão superior.
c) Quando a missão do pelotão for adquirir os elementos de Rec Ini e o seu corpo
principal, a prioridade nos primeiros estágios da missão deverá ser o Rec Ini,
concentrando-se nas VA de aproximação e em prováveis Itn Rec Ini, possíveis
locais de instalação de PO e de radares de vigilância terrestre etc. O pelotão
passará, então, a rastrear a chegada escalonada dos elementos da força principal
do inimigo na sua zona de ação e mudará a sua prioridade de vigilância para as
principais VA que o inimigo poderá utilizar para abordar a linha de segurança.
8.2.4.2.14 Manutenção e Rompimento do Contato.
a) Depois de informar seu Esc Sp sobre a atuação dos elementos de Rec Ini em
sua zona de ação, à frente da linha de segurança, e/ou localizar o corpo principal
inimigo, o pelotão poderá ou não se reintegrar à F Seg, alterando a sua missão.
b) Seu Esqd C Mec poderá determinar que:
- encerre a missão de Elm Obs da FC Rec e de sua posição passe a executar
as TTP da missão de segurança, realizando um Mvt Rtg mediante ordem, ou
quando forçado pelo inimigo;
- altere sua missão de vigilância (Elm Obs da FC Rec) e passe a ocupar uma
P Blq em determinado local de seu setor de vigilância (na linha de segurança ou
à retaguarda desta), de onde realizará um Mvt Rtg mediante ordem ou quando
forçado pelo inimigo;
- de sua linha de PO continue a observar o inimigo, ficando em condições de
retrair mediante ordem e ocupar uma linha de PO à retaguarda ou uma posição
à retaguarda, aprofundando a posição da SU ou, ainda, ocupar uma determinada

8-15
EB70-CI-11.452
Z Reu de onde passará a constituir a Res da SU;
- passe o controle de sua Z Aç a outra tropa designada para substituí-lo (pas-
sagem do controle da Z Aç e das informações sobre o Ini que atua à sua frente)
e desloque-se para um determinado ponto, a fim de cumprir outra missão;
- inicie um retraimento pela A Seg até ser acolhido pela força coberta ou pro-
tegida.
c) A manutenção do contato é normalmente uma missão a ser atribuída ao Esqd
C Mec, pela complexidade que essa missão envolve, em função do tamanho da Z
Aç, da possibilidade das frações se engajarem decisivamente em combate com o
inimigo, das distâncias a serem percorridas pela tropa que realizará a substituição
em posição ou, da dificuldade de se passar a observação sobre o inimigo a outra
tropa (informações atualizadas, peculiaridades observadas etc.). O Esqd C Mec
terá melhores condições de conduzir com segurança tanto a manutenção do con-
tato como as ações decorrentes (retraimento, ação retardadora ou substituição).
d) Decidido o rompimento do contato com o inimigo pelo escalão superior e a
execução de uma ação retardadora, o Pel C Mec deverá passar a desgastar e
retardar o inimigo usando, inicialmente, o fogo indireto. Ele deve concentrar esse
fogo nas VA de aproximação esperada, nos pontos de estrangulamento, conside-
rando a velocidade de marcha do inimigo e o tempo entre rajadas de fogo para
determinar as linhas ou pontos que permitam o engajamento preciso do inimigo.
e) O Cmt Pel C Mec deve solicitar o apoio de fogo de Art Cmp, Mrt P e Mrt Me
(caso estejam centralizados na SU) para as ações de rompimento do contato e
para as ações subsequentes, pelo seu efeito imediato na força inimiga. Esses
fogos precisos atrapalham as formações obrigando a uma mudança de veloci-
dade e de formação. O comando e controle inimigo se deteriora quando a visão
é restrita e as ligações rádio são perdidas. Essa perda de visão e C2 restringe
a capacidade do inimigo de detectar o deslocamento e o retraimento de forças
amigas. O inimigo também pode comprometer seu próprio ímpeto e poder de
combate ao tentar localizar o elemento que dirige esse fogo. Os exploradores de
um terreno dominante, ao conduzirem os fogos da artilharia ou de morteiro, devem
estar cientes de que o inimigo terá como alvo a sua destruição.
8.2.4.2.15 O Pel C Mec integrando o Elemento de Combate da FC Rec.
a) Existem diversas formas do Pel C Mec ser empregado como elemento de
combate de uma FC Rec.
b) Normalmente as frações que integram o elemento de combate não integram as
forças de segurança que ocupam posições na linha de segurança ou no interior
da área de segurança. Constituem, em princípio, um elemento separado, capaz
de ser empregado à frente daquela linha ou no interior da área de segurança,
onde o inimigo se apresentar e tiver que ser destruído pelo combate aproximado.

8-16
EB70-CI-11.452
c) O Pel C Mec poderá ser empregado como elemento de combate de uma F C
Rec embarcado em suas VB, desembarcado atuando a pé e a partir de uma base
de combate instalada a frente da área de segurança.
8.2.4.2.16 Tarefas Críticas do Elm Cmb da FC Rec.
a) Atacar embarcado para neutralizar ou destruir os elementos do Rec Ini à frente
da linha de segurança ou no interior da área de segurança.
b) Atacar, desembarcado, para neutralizar ou destruir os elementos do Rec Ini à
frente da linha de segurança ou no interior da área de segurança quando o terreno
não permitir o emprego de suas VB.
c) Manobrar, embarcado ou desembarcado (ou parte do deslocamento embarcado
e parte desembarcado) na área à frente da área de segurança para emboscar
elementos do Rec Ini identificados pelo Elm Obs da FC Rec.
d) Manobrar, na área à frente da área de segurança, para instalar uma base de
patrulha e PO a fim de monitorar áreas de lançamento de ARP, posições ocupadas
por caçadores e observadores de artilharia. Atacar os elementos identificados
para neutralizá-los ou destruí-los. 
e) Realizar uma patrulha de reconhecimento na área à frente da linha de segurança
para reconhecer regiões não observadas dos PO ou P Blq a fim de identificar a
presença do Rec Ini.
f) Preparar e ocupar Mdt O uma P Blq à retaguarda da linha de segurança a fim
de apoiar o retraimento ou desengajamento do Elm Obs da FC Rec que ocupa
PO ou P Blq na linha de segurança.
g) Manter sob vigilância a área da área de segurança próxima à sua Z Reu ou P
Blq à retaguarda da linha dos PO e P Blq do elemento de observação da FC Rec
a fim de identificar elementos do Rec Ini que tenham se infiltrado nessa zona.
8.2.4.2.17 Informações e Dados para o Planejamento do Elm Cmb da FC Rec
a) As informações necessárias para o emprego do Pel C Mec como Elm Cmb
da FC Rec constarão da ordem de operações do Cmt Esqd C Mec, do Plano de
Contrarreconhecimento ou de ordens fragmentárias posteriores.
b) Para complementar essas informações, o Cmt Pel C Mec deverá dispor, no
mínimo, dos seguintes dados obtidos do escalão superior ou em reconhecimentos
realizados na área à frente da A Seg e no interior desta:
- identificação das vias de acesso favoráveis à aproximação do inimigo e pro-
váveis itinerários de reconhecimento a serem utilizados pelo Rec Ini, embarcado
e desembarcado;
- identificação dos prováveis postos de observação a serem utilizados por
observadores de artilharia e morteiro, caçadores e exploradores inimigos e

8-17
EB70-CI-11.452
prováveis posições para instalação de radares de vigilância terrestre na área à
frente da área de segurança e os itinerários a serem utilizados pelo Pel C Mec
para atacar essas posições;
- tipo, natureza, organização, efetivo, equipamentos, armamento e capacidade
do Rec Ini previsto para atuar na área à frente da área de segurança;
- terreno favorável ao deslocamento embarcado do Pel C Mec na área à frente
da área de segurança e em profundidade, na direção do inimigo.
c) Para esse planejamento, é importante ressaltar:
- as forças de Rec Ini provavelmente não utilizarão as principais VA para
executar sua missão;
- as VA ou itinerários de deslocamento do Rec Ini podem espelhar ou se as-
semelhar ao itinerário de deslocamento da força principal do inimigo. Entretanto,
em muitas situações, essas VA ou Itn seguirão rotas diversas,  que facilitem a
sua observação sobre as forças amigas, sem estarem relacionadas ao esquema
de manobra da força principal do inimigo;
- os elementos de Rec Ini deverão aproximar-se da linha segurança ou tentar
infiltrar-se na área de segurança durante os períodos de baixa visibilidade ou
de condições climáticas adversas e poderão utilizar itinerários diferentes dos
previstos pela FC Rec.
8.2.4.2.18 Emprego do Pel C Mec embarcado – Elm Cmb da FC Rec
a) Para as ações do Pel como Elm Cmb da FC Rec, o Pel C Mec se organizará
de forma idêntica à organização para as missões ofensivas e de reconhecimento
já abordadas neste Caderno de Instrução.
b) O pelotão será organizado em torno de sua Seção de Viaturas Blindadas de
Reconhecimento e do Grupo de Combate, que constituem o núcleo para emprego
ofensivo embarcado. O Grupo de Exploradores atuará como elemento de reco-
nhecimento, de segurança ou de apoio de fogo. A peça de Apoio apoiará com o
fogo de seu morteiro médio as ações ofensivas do núcleo do pelotão e do G Exp.
c) No emprego ofensivo embarcado poderá ser prevista uma fase na qual o G
Exp atue desembarcado para melhor posicionar-se no terreno e apoiar a ação
da Seç VBC Cav/VBR e do GC.
d) O emprego se dará com o pelotão embarcado quando o inimigo não apresentar
armamento anticarro. Ao ser identificado esse armamento, a atuação ofensiva do
pelotão passa a ser conduzida a pé, como num reconhecimento quando situação
semelhante se apresenta. A Seç VBC Cav/VBR e a Pç Ap passam a constituir
uma base de fogos. O Comandante do pelotão poderá empregar só o G Exp ou
só o GC desembarcado, sob o comando de seus respectivos comandantes, ou
ainda, empregar essas duas frações sob seu comando a pé para manobrar e

8-18
EB70-CI-11.452
atacar o inimigo.
- Nesse segundo caso, as VB do G Exp, do GC e do Gp C passam a integrar
a base de fogos, sob coordenação do Adj Pel/Cmt Seç VBC Cav/VBR.
- No primeiro caso, a(s) VB da fração que atua desembarcada será(ão)
empregada(s) na base de fogos.

Fig 204 - Emprego embarcado do Pel C Mec - Elm Cmb FC Rec.

8.2.4.2.19 Emprego do Pel C Mec desembarcado – Elm Cmb da FC Rec


a) Quando os elementos do Rec Ini se apresentarem dotados com armamento
AC, ou quando o terreno e as condições climáticas contra indicarem ou impedi-
rem o emprego embarcado, o Pel realizará as ações ofensivas para neutralizar
ou destruir o inimigo atuando desembarcado.

8-19
EB70-CI-11.452
b) Essa situação assemelha-se ao emprego do pelotão como uma patrulha a pé,
de combate ou de reconhecimento, conforme a missão recebida.
c) A ação ofensiva desembarcada do Pel C Mec poderá se dar em duas situações:
- situação 1: com o pelotão tendo que se deslocar a pé a partir de sua Z Reu ou
P Blq à retaguarda da L Seg, cruzando essa linha e prosseguindo até seu objetivo;
- situação 2: com o pelotão deslocando-se embarcado até determinado ponto
à frente da L Seg e, a partir daí, deslocando-se a pé até seu objetivo.

Fig 205 - Emprego desembarcado do Pel C Mec - Elm Cmb FC Rec.

d) Na primeira situação, o Cmt Pel C Mec organizará seu pelotão com dois ele-
mentos:
- o elemento de manobra, constituído como uma patrulha a pé, integrado por
elementos do seu Gp C, G Exp e do GC. Esse elemento de manobra será organiza-

8-20
EB70-CI-11.452
do e cumprirá sua missão empregando as TTP de uma patrulha de combate a pé;
- os elementos restantes do pelotão continuarão a ocupar a Z Reu ou P Blq
sob o comando do Adj Pel ou, organizarão um elemento de apoio de fogo (base
de fogos) de onde possam melhor apoiar toda a ação do elemento de manobra;
- ela deverá ser posicionada o mais próximo possível da linha de segurança,
para apoiar a progressão do pelotão desembarcado, logo após cruzar a linha de
segurança, até o alcance de suas armas, o mesmo se dando no acolhimento
após a execução da missão;

Fig 206 - Pel C Mec como Elm Cmb FC Rec – emprego inicial embarcado. Aç Ofs desembarcada.

8-21
EB70-CI-11.452
- essa base de fogos será constituída com as VB do Gp C e G Exp e seus
motoristas, a Seç VBC Cav/VBR, a VBC Fuz/VBTP do GC e sua guarnição e a
Pç Ap. Essa base de fogos;
- o pelotão será reorganizado, adotando a formação com os dois elementos já
abordada na primeira situação;
- o Adj Pel, com os elementos colocados sob seu comando, constituirá uma
base de combate de onde apoiará pelo fogo a manobra do elemento desembar-
cado até o alcance se suas armas, e o acolherá após o cumprimento da missão;
- o restante do pelotão, organizado como uma patrulha de combate, empre-
gando as TTP dessa organização, progredirá até a posição onde se encontram
os elementos do Rec Ini a serem neutralizados ou destruídos, atacará esses
elementos com a finalidade citada e retrairá até a base de combate do pelotão;
- após ser acolhido, o pelotão será reorganizado, adotando novamente a es-
trutura de Pel C Mec, retornando embarcado para a sua Z Reu ou P Blq, na área
de segurança.
e) O Pel C Mec poderá, também, atuar desembarcado, constituindo uma patrulha
de reconhecimento com elementos de suas frações subordinadas para cumprir
missões de reconhecimento à frente da área de segurança com as finalidades
citadas no item.
f) O efetivo que integrará essa patrulha de reconhecimento dependerá da missão
a ser executada, podendo ser uma Pa do G Exp (ou uma Esq do GC) até um
grupamento composto pelo G Exp, GC e Gp C.
8.2.4.2.20 Emprego do Pel C Mec a partir de uma Base de Combate – Elm Cmb
da FC Rec
a) Em determinadas situações, todo o Pel C Mec ou parte desse poderá ter que
infiltrar-se na área à frente da L Seg e ocupar uma base de combate para, a partir
dela, realizar ações ofensivas contra os Elm Rec Ini já identificados, ou elemen-
tos cujas ações são conhecidas (lançamento de ARP etc), mas sua localização
é desconhecida.
b) Essa situação de emprego é vantajosa quando se deseja identificar a posição
de onde Elm Rec Ini realizam o lançamento de suas ARP, instalam seus Rdr Vig
Ter, ou de onde as equipes de caçadores operam.
c) O emprego dessa base de combate avançada dependerá de acurado estudo
de situação, que deverá levar em conta o valor do Rec Ini que opera à frente da
L Seg e a duração dessa missão.

8-22
EB70-CI-11.452

Fig 207 - Emprego do pelotão a partir de uma base de combate.

Fig 208 - Grupo de Combate na segurança aproximada da Seção de VBR


em uma Base de Combate.

8.2.4.2.21 Ensaios das Ações de C Rec


a) Os ensaios de C Rec são críticos para tornar essa operação bem sucedida.
O pelotão deve participar dos ensaios das Ações de C Rec conduzidos pelo seu
Esqd C Mec e realizar os ensaios necessários para o cumprimento de suas mis-

8-23
EB70-CI-11.452
sões (de observação ou de combate). É de fundamental importância a integração
dos elementos de observação, de combate e de apoio, de forma a garantir que
o inimigo não ocupe postos de observação à frente da linha de segurança ou
protegida se infiltre na área de segurança e possa atuar contra a força protegida
ou coberta, obtendo informações sobre esta.
b) Para tornar mais eficiente a ação dos elementos da FC Rec nas tarefas de
observação e de combate, todos os integrantes das frações do Esqd C Mec de-
vem participar dos ensaios de C Rec, particularmente, para treinar e ensaiar os
seguintes fatores ou aspectos da missão de destruição ou neutralização do Rec Ini:
- identificação das VA e Itn do Rec Ini, objetivos de inteligência, áreas de en-
gajamento e os itinerários a serem utilizados pelo pelotão até esses objetivos;
- identificação das posições ocupadas pelo elemento de observação na linha
de segurança;
-  identificação da Z Reu do elemento de combate à retaguarda da linha de PO
ou P Blq, na A Seg;
- identificação dos itinerários a serem utilizados pelo elemento de combate para
suas ações ofensivas no interior da A Seg para cruzar a linha de segurança, em
deslocamento até seus objetivos na área à frente da A Seg, até o local onde será
montada a base de combate (ou da patrulha) e o retorno às suas posições na A Seg;
- identificação das áreas onde não será possível atirar, determinadas pelo
escalão superior;
- identificação do inimigo pelos integrantes do pelotão e a transmissão das
mensagens padronizadas sobre esse contato ou aquisição do inimigo;
- acompanhamento das ações do Rec Ini na frente da A Seg, identificados pelo
elemento de observação e a elaboração dos relatórios sobre essas atividades;
- destruição do Rec Ini nas áreas de engajamento;
- passagem da missão de acompanhamento da ação inimiga, dos elementos
de observação para os elementos de combate da FC Rec. Determinação do ponto
ou situação em que os elementos de combate assumem o contato com o inimigo
e passam a executar suas ações ofensivas;
- procedimentos diversos a serem adotados na captura de prisioneiros ou de
material e sua evacuação para o escalão superior, ou coleta de dados e informes
atualizados sobre o Rec Ini e a transmissão desses dados para o sistema de
inteligência;
- retorno dos elementos de observação e de combate às suas posições iniciais
(base de combate à frente da L Seg);
- ensaio de comunicações: mensagens preestabelecidas sobre situações pa-

8-24
EB70-CI-11.452
dronizadas, frequência, indicativos, meios alternativos de comunicação e outros
assuntos relacionados;
- medidas comuns (Elm Obs e Elm Cmb) para a redução dos incidentes de
fratricídio e de fogo amigo;
- medidas de coordenação dos fogos de apoio.
c) Após a realização dos ensaios das Ações de C Rec do Esqd C Mec e dos ensaios
realizados pelo Cmt Pel C Mec, todos os comandantes de frações subordinadas
e os integrantes do pelotão devem:
- conhecer em detalhes a missão a ser executada pelo esquadrão, pelotão e
suas frações;
- conhecer a intenção do comandante do Esqd C Mec para a missão a ser
executada;
- saber o que fazer em cada fase das ações de C Rec em que sua fração for em-
pregada. Conhecer todas as tarefas e ações individuais que lhe foram atribuídas;
- saber identificar o inimigo e as tropas amigas;
- conhecer as medidas de coordenação para o emprego de suas frações e as
restrições sobre o emprego dos fogos do armamento de sua fração.

8-25
EB70-CI-11.452

8-26
EB70-CI-11.452
CAPÍTULO IX
FOGOS

9.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


9.1.1 O APOIO DE FOGO
9.1.1.1 O Pelotão de Cavalaria Mecanizado combate por intermédio de uma com-
binação de manobra e de apoio de fogo (Fogo e Movimento). O apoio de fogo
é um dos principais e mais flexíveis meios que os Cmt dispõem para INTERVIR
NO COMBATE.
9.1.1.2 A finalidade da aplicação dos fogos do armamento do Pel C Mec é facilitar
a manobra das frações do pelotão e diminuir a capacidade de combate do inimigo,
quebrando-lhe o moral e reduzindo o seu poder de combate.
9.1.1.3 O Cmt Pel C Mec deve ter sempre em mente que além dos fogos do ar-
mamento coletivo de suas frações, poderá haverá os fogos do escalão superior
(RC Mec, Brigada e outros) em apoio à sua manobra, batendo alvos em sua Z Aç.
Para contar com o apoio desses fogos (quando disponíveis), deverá solicitá-los
ao Cmdo da SU que o enquadra.
9.1.1.4 Os fogos disponíveis no Pel C Mec (diretos e indiretos) devem ser pla-
nejados, orientados e conduzidos com precisão e de forma coordenada com a
manobra do pelotão. As funções de combate “Fogos” e “Movimento e Manobra”
são interdependentes. Portanto, o Cmt Pel deve planejá-las simultaneamente.
9.1.1.5 Cabe ao Cmt Pel a responsabilidade de sincronizar os fogos de suas
frações, e os colocados em apoio, com o movimento/manobra de suas frações,
otimizando os efeitos que contribuirão para o êxito da missão. Essa sincronização
dos fogos com as ações do pelotão é fator determinante e tem por finalidade a
eficácia dos fogos e a oportunidade para a sua aplicação, além da proteção aos
elementos participantes da manobra e da população civil, particularmente nas
operações no amplo espectro.
9.1.2 OS FOGOS DO PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADA
9.1.2.1 O Pel C Mec é equipado com VBC Cav/VBR, VBC Fuz/VBTP, VBV Mrt
(VBTP ou VTNE 4x4 ¾ t) e VBMT-Rec LSR, dotadas de canhões, lança-granadas,
metralhadoras e morteiro. Essa quantidade e diversidade de armamentos torna
obrigatório, em qualquer planejamento operacional do pelotão, a elaboração de
um planejamento de fogos, adequado para cada sistema de armas e elaborado
em função da situação tática do terreno, do inimigo, dos meios de dotação, das
condições climáticas e do tempo disponível.

9-1
EB70-CI-11.452
9.1.2.2 O planejamento de fogos é necessário em todas as situações tática em
que seja previsto um possível contato do Pel C Mec com o inimigo, seja na ocu-
pação de P Def em situações mais estáticas, como na ocupação de posições na
defesa de área, na ação retardadora ou numa flancoguarda, seja em operações
de movimento como num reconhecimento, numa vanguarda ou num ataque. Essa
necessidade se contrapõe à ideia generalizada de se relacionar o planejamento
de fogos somente às operações defensivas (Def A ou Mov Rtg). O detalhamento
do planejamento de fogos numa operação defensiva (Aç Rtrd, F ADA, F Seg na
Def etc.) será, em princípio, superior ao elaborado para operações ofensivas, em
função das contínuas mudanças de posição do pelotão, durante uma ofensiva,
entre outros fatores.
9.1.2.3 É de fundamental importância que em operações o Pel C Mec e seu Es-
quadrão possuam Normas Gerais de Ação (NGA) onde seja detalhado o planeja-
mento de fogos. Alguns dados e ações a serem considerados num planejamento
de fogos devem constar, de forma clara, na Ordem de Operações (OOp) de uma
missão, mas uma grande maioria de outras ações e dados, presentes na maioria
dos planejamentos de fogos do pelotão, como o uso de um determinado tipo de
munição para destruir um certo blindado, por exemplo, devem constar dessas
NGA, facilitando o planejamento, a condução do tiro pelas frações subordinadas,
possibilitando que se ganhe tempo e massificando essas ações e prescrições
tornando-as de rotina. Por isso, os planejamentos de fogos devem ser documen-
tos que esclareçam, alterem, ou contenham peculiaridades que modifiquem ou
aperfeiçoem as NGA existentes, relacionadas ao controle e distribuição de fogos
da SU ou do Pel C Mec.
9.1.2.4 Outro fator importante a ser destacado na elaboração de um planejamento
de fogos do Pel C Mec é a necessidade desse planejamento estar alinhado e em
conformidade com o planejamento de fogos do seu escalão superior e coordenado
com o planejamento das frações vizinhas, sejam ou não da mesma subunidade
ou OM (Esqd ou RC Mec).
9.1.2.5 O planejamento de fogos deve permitir que o Cmt Pel C Mec dirija os fogos
de suas frações subordinadas, coordenando-os, orientando-os ou deslocando-
-os sobre uma grande quantidade de alvos ou objetivos, de forma a garantir os
resultados desejados, que duas ou mais armas não batam ao mesmo tempo o
mesmo objetivo, que permita a obtenção um maior grau de surpresa e que, em
um determinado local e momento oportunos, seja obtida a densidade e a potência
de fogo desejados.
9.1.3 DEFINIÇÕES BÁSICAS
9.1.3.1 Fogos - (para o Pel C Mec) é a execução do tiro com o armamento coletivo
existente nas frações subordinadas e os tiros do armamento coletivo do escalão
superior (RC Mec, Bda, outros) colocados em apoio à sua SU enquadrante, que
9-2
EB70-CI-11.452
poderão ser empregados na Z Aç do pelotão, com o objetivo de causar danos
materiais, baixas em pessoal, avarias nos sistemas eletrônicos, impacto no moral
das forças inimigas, em seu esforço de combate ou na sua estrutura de defesa.
9.1.3.2 Concentração - é a quantidade de “fogo” lançado sobre uma área limitada
durante um espaço de tempo determinado. Essa área designada é numerada para
referência futura como provável alvo.
9.1.3.3 Medidas de Coordenação de Apoio de Fogo - são medidas utilizadas
para definir áreas e volumes do campo de batalha onde ações podem ocorrer
com certa liberdade. São previamente coordenadas para evitar fratricídio, etc. Elas
maximizam a utilização do Ap F. Podem ser Permissivas ou Restritivas.
9.1.3.4 Plano de Apoio de Fogo - é um documento elaborado pelo Coordenador
de Apoio de Fogo (CAF) do Esqd C Mec/Bda ou do RC Mec enquadrante. Baseia-
-se no conceito da operação do Cmt da Força. Contém informações e instruções
específicas para o emprego dos Meios Ap F e tem por finalidade assegurar a
completa coordenação entre a manobra e o Ap F disponível.
9.1.3.5 Plano de Fogos - é um documento específico referente a um determi-
nado meio de Ap F (morteirosetc), regulando o seu emprego. Pode vir a ser um
apêndice do PAF.

9.2 MEIOS DE APOIO DE FOGO DISPONÍVEIS


9.2.1 APOIO DE FOGO ORGÂNICO DO PEL C MEC
9.2.1.1 Meios de Apoio de Fogo das Frações do Pel C Mec
a) canhões das VBC Cav/VBR da Seç VBC Cav/VBR (02);
b) metralhadoras da VBMT-Rec LSR (ou VTL) do Gp C (01), G Exp (02) e das
VBR da Seç VBR (04);
c) metralhadoras da VBC Fuz/VBTP do GC (01) e da VBC Mrt (VBTP) da Pç Ap
(01, quando embarcada na VBC Mrt ou VBTP);
d) metralhadoras MINIMI das esquadras do Grupo de Combate (02);
e) lança-granadas veicular (40 mm) das VBMT-Rec LSR (VTL) do G Exp;
f) lança-rojões anticarro do G Exp e do GC; e
g) morteiro médio da Pç Ap.
9.2.1.2. Emprego dos Meios de Apoio de Fogo Orgânico do Pel C Mec
9.2.1.2.1 Metralhadoras do Grupo de Comando, Grupo de Exploradores e da
Seção de Viaturas Blindadas de Reconhecimento.

9-3
EB70-CI-11.452
a) Essas metralhadoras devem ser empregadas, dentro de seu alcance útil, no
solo sob o bipé, no tiro de assalto com a arma com bandoleira, no seu reparo
terrestre ou no reparo veicular, contra os seguintes alvos ou finalidade:
- viaturas não blindadas ou levemente blindadas;
- posições de metralhadoras;
- posições de armas anticarro;
- helicópteros em voo a baixa altura;
- aeronaves leves em voo lento e a baixa altura;
- aeronaves remotamente pilotadas (ARP);
- tropas a pé desdobradas no terreno;
- seteiras de casamatas.
- auxiliar na ajustagem do tiro do canhão da VBR (Mtr da VBR);
- sinalizar ou identificar alvos (com munição traçante).
9.2.1.2.2 Metralhadoras ou canhão de pequeno calibre das VBC-Fuz (Mtr nas
VBTP) do GC e a Mtr da VBC Mrt (ou VBTP) da Peça de Apoio.
a) As VBC Fuz quando dotadas de canhões de pequeno calibre (25 mm ou 30
mm) possibilitam que o GC realize o combate embarcado, batendo alvos como
outras VBC Fuz e blindados leves.
b) As VB quando dotadas com metralhadoras podem ser empregadas pelas
suas guarnições como armamento de autodefesa da VB, como de fogo direto
(embarcado) aproximado ao GC ou à Pç Ap quando desembarcadas, ou ainda de
uma posição de tiro no terreno sobre reparo terrestre contra os seguintes alvos
ou finalidade:
- viaturas não blindadas ou levemente blindadas;
- posições de metralhadoras;
- posições de armas anticarro;
- helicópteros em voo lento e a baixa altura;
- aeronaves leves em voo lento e a baixa altura;
- aeronaves remotamente pilotadas (ARP);
- sinalizar ou identificar alvos (com munição traçante).

9-4
EB70-CI-11.452

Fig 209 - Metralhadoras das VBR (coaxial e antiaérea) da Seç VBR e das VTL do Gp C e G Exp.

Fig 210 Metralhadoras das VBTP do GC.

9.2.1.2.3 Metralhadoras das esquadras do Grupo de Combate


a) Essas metralhadoras MINIMI têm como missão principal realizar o apoio de fogo
aproximado ao GC, apoiando o movimento dos fuzileiros quando desembarcados.

Fig 211 - Metralhadoras 7,62 mm MINIMI do Grupo de Combate.

b) Quando o GC estiver embarcado, as metralhadoras podem atirar (em função


da situação tática), também, pelas escotilhas dos fuzileiros na VB (traseiras)
apoiando o pelotão.

9-5
EB70-CI-11.452
c) As metralhadoras podem bater alvos como:
- tropa inimiga desdobrada no terreno;
- viaturas não blindadas ou levemente blindadas;
- posições de metralhadoras;
- posições de armas anticarro;
- helicópteros em voo lento e a baixa altura;
- aeronaves leves em voo lento e a baixa altura;
- aeronaves remotamente pilotadas (ARP);
- sinalizar ou identificar alvos (com munição traçante).
9.2.1.2.4 Lança-Granadas Veiculares do Grupo de Exploradores
a) Os L Gr devem ser empregados, dentro do seu alcance útil, sobre reparo ter-
restre ou reparo veicular, contra os seguintes alvos ou finalidade:
- viaturas blindadas leves e médias;
- viaturas não blindadas;
- posições de armas anticarro e de metralhadoras;
- tropa a pé desdobrada no terreno;
- helicópteros em voo lento e a baixa altura.
b) Essas armas atuam em conjunto com as metralhadoras das patrulhas do G Exp.

Fig 212 - Lança-granadas veiculares de 40 mm do G Exp (exemplos).

9.2.1.2.5 Lança-Rojões Anticarro do Grupo de Exploradores e do Grupo de


Combate
a) Os L Roj devem ser empregados contra os seguintes alvos:
- viaturas blindadas leves e médias (pode incapacitar VB pesadas danificando

9-6
EB70-CI-11.452
seu trem de rolamento);
- viaturas não blindadas;
- fortificações.

Fig 213 - Lança-rojão anticarro do G Exp e do GC.

9.2.1.2.6 Canhões das VBC Cav/VBR da Seç VBC Cav/VBR


a) As VBC Cav/VBR constituem o núcleo do pelotão, em torno das quais são
organizadas as demais frações para o combate. Realizam o combate anticarro e
apoiam as ações embarcadas e desembarcadas do G Exp e do GC.
b) A principal missão dos fogos desse armamento é realizar o combate anticarro
do pelotão, de posições abrigadas ou cobertas. As VBC Cav/VBR não realizam o
combate aproximando no compartimento de combate contra carros de combate
e outras VB dotadas de armamento anticarro do inimigo. Essas VB não possuem
blindagem, mobilidade para deslocamento através do campo (exceto em terrenos
elevados, limpos e secos) e poder de fogo para enfrentar carros de combate em
campo aberto.
c) O canhão da VBC Cav/VBR deve ser empregado contra:
- carros de combate e outras viaturas blindadas com grande poder de fogo (de
posições abrigadas);
- viaturas não blindadas (quando fora do alcance útil das metralhadoras e
lança-granadas);
- fortificações;
- posições de armas anticarro e armas automáticas (quando fora do alcance
de utilização das metralhadoras e lança-granadas);
- tropas a pé desdobradas no terreno (quando estiverem fora do alcance de
utilização das metralhadoras e lança-granadas).

9-7
EB70-CI-11.452
e) O tiro do canhão das VBC Cav/VBR depende muito das condições climáticas,
da visibilidade e o seu alcance útil pode variar em função da munição utilizada.

Fig 214 - Canhão da VBR da Seç VBR.

9.2.1.2.7 Morteiro Médio da Peça de Apoio


a) O Mrt Me da Pç Ap é o núcleo da base de fogos do pelotão.
b) Ele deve ser empregado para destruir ou neutralizar os seguintes alvos ou com
as seguintes finalidades:
- tropas a pé desdobradas no terreno;
- tropas a pé abrigadas em trincheiras, outras posições fortificadas e nas contra
encostas das elevações;
- tropas de natureza diversa em área de reunião;
- instalações logísticas (pontos de suprimento);
- posições de armas anticarro e metralhadoras (em distâncias que excedam
o alcance das armas de tiro tenso);
- viaturas não blindadas;
- lançar granadas fumígenas a fim de cegar a observação inimiga e proteger
o deslocamento das frações do pelotão.

Fig 215 - Morteiro Médio da Pç Ap.

9-8
EB70-CI-11.452
9.2.1.2.8 Outros Armamentos
a) O Pel C Mec poderá ser dotado de uma VBC Fuz que possua um lançador
de mísseis anticarro, além do seu canhão de pequeno calibre e metralhadoras.
b) Esses Msl AC dos Fuz devem ser considerados como armas defensivas,
empregadas normalmente quando a fração for surpreendida ou envolvida num
combate anticarro não planejado (ação de uma F Bld no flanco do pelotão etc).
c) Normalmente as VB possuem de dois a quatro Msl AC nos lançadores de
sua torre, não dispondo de outros Msl no interior da VB para recarregar esses
lançadores após o tiro.
d) Em função desse reduzido número de Msl, o Cmt Fração deverá empregá-los
como descrito nos itens anteriores e não como arma para realizar o combate
anticarro ofensivo (exceto em situações muito particulares ou críticas).
e) O Cmt VBC Fuz deverá realizar o combate anticarro defensivo sempre de po-
sições cobertas e/ou abrigadas. Ao ser engajada num combate anticarro, o Cmt
Fração deverá manobrar sua VB para uma posição abrigada, de onde possa, em
melhores condições, realizar o lançamento do(s) míssil(eis) e defender-se da ação
dos CC inimigos. Somente em situações extremas deverá responder ao ataque
de CC com seus mísseis de uma posição em “campo aberto”, onde a VB ficará
muito vulnerável ao ataque inimigo.
f) Os dados de tiro e sua capacidade de destruição serão função do armamento
disponível. O fundamental para o Cmt GC e conhecer a técnica do tiro anticarro
defensivo, independente do armamento de dotação.
g) O armamento do Pel C Mec empregado para o combate anticarro ofensivo é
o canhão das VBC Cav/VBR da Seç VBC Cav/VBR. As demais armas anticarro
(Msl AC, L Gr e L Roj) são armas de características defensivas (o que não im-
pede seu uso em ações ofensivas, de posições protegidas, e em determinadas
situações táticas).
9.2.2 APOIO DE FOGO ORGÂNICO DO ESQD C MEC E DO RC MEC
9.2.2.1 Meios de Apoio de Fogo do Esqd C Mec/Bda e do RC Mec
9.2.2.1.1 Além dos fogos do armamento orgânico do Pel C Mec, o Cmt Pel poderá
contar, em determinadas situações, com os fogos de morteiro pesado do RC Mec
e com os fogos de mísseis anticarro do Esqd C Mec/Bda e do RC Mec.
9.2.2.1.2 Para contar com esses fogos de apoio (F Ap) de seu escalão enqua-
drante, o Cmt Pel C Mec deverá solicitar o apoio diretamente ao Cmdo de sua SU.
Se este dispuser de Ap F (verificar durante a expedição da OOp do Esquadrão),
analisará a pertinência do pedido, podendo solicitá-lo (se SU de RC Mec) ao seu
Regimento, que analisará o pedido e verificará qual o meio mais adequado para
atender à solicitação da SU.

9-9
EB70-CI-11.452
9.2.2.1.3 O Cmt Pel C Mec deve considerar, em seus planejamentos e durante
as condutas de combate, a possibilidade de solicitar à sua SU enquadrante Ap F
em reforço às ações do pelotão (complementando seus fogos orgânicos).
9.2.2.1.4 Os morteiros pesados do RC Mec podem ser empregados contra os
mesmos alvos dos morteiros médios para neutralizar, destruir ou cegar o inimigo.
Os Mrt P poderão bater alvos a partir do alcance útil de 500 m, indo até os 6.650
m ou 12.600 m, dependendo da munição utilizada.
9.2.2.1.5 Como o Pel C Mec poderá ser apoiado pelos morteiros pesados do RC
Mec, poderão haver situações em que a SU enquadrante não receba observadores
avançados do Pel Mrt P (ou os mesmos estejam impossibilitados de orientar o
tiro daquelas armas), o Cmt Pel C Mec e todos os seus comandantes de frações
subordinadas deverão estar capacitados a solicitar e a ajustar os tiros de Mrt P.
A técnica para ajustagem do tiro de Mrt é a mesma utilizada na ajustagem dos
tiros de artilharia de campanha.

Fig 216 - Morteiros Pesados do RC Mec.

9.2.3 APOIO DE FOGO ORGÂNICO DA BRIGADA E OS RECEBIDOS DE OU-


TROS ESCALÕES

Fig 217 - Apoio de Fogo da Artilharia de Campanha.

9-10
EB70-CI-11.452
9.2.3.1 A artilharia de campanha poderá apoiar as ações realizando tiros na Z Aç
do Pel C Mec em apoio à manobra do pelotão ou da SU que o enquadra.
9.2.3.2 Quando disponível o apoio de fogo da artilharia de campanha o Esqd C
Mec deverá receber do GAC da Brigada (ou da AD) um observador avançado
(OA) que auxiliará o seu Cmt no planejamento e na solicitação do apoio de fogo
da artilharia de campanha na Z Aç da SU.
9.2.3.3 Entretanto, o OA Art poderá estar disponível na SU. Todos os oficiais e
comandantes de frações do Pel C Mec devem estar capacitados a pedir e a ajustar
o tiro de artilharia de campanha.

9.3 PLANEJAMENTO DO APOIO DE FOGO


9.3.1 GENERALIDADES
9.3.1.1 Os fogos caracterizam-se pela tempestividade com que podem ser de-
sencadeados pela diversidade de direções nas quais podem ser empregados e
pela variedade de efeitos que podem provocar.
9.3.1.2 Se o fogo é a ferramenta fundamental para a destruição de inimigo, o
planejamento de fogos é, portanto, de suma importância.
9.3.1.3 Todo planejamento de fogos deve garantir o uso efetivo de todo o arma-
mento do Pel C Mec, dependendo das suas possibilidades e das características
do terreno e ter por finalidade “destruir o maior número de alvos inimigos, com o
menor número de projéteis e no menor tempo possível “.
9.3.1.4 No Pel C Mec, o Planejamento de Apoio de Fogo deve incluir:
9.3.1.4.1 o Planejamento de Fogos Indiretos - fogos do Mrt Me do pelotão e os
fogos indiretos recebidos em apoio; e
9.3.1.4.2 o Planejamento dos Fogos Diretos - fogos do armamento coletivo de tiro
tenso das frações subordinadas: canhão, lança-granadas, metralhadoras, lança-
-rojões e, eventuais armas de tiro tenso recebidas em apoio do Esc Sp (Msl AC etc).
9.3.1.5 O Planejamento de Apoio de Fogo no Pel C Mec deve ir muito além da
simples confecção de roteiros de tiro e de uma lista de alvos do Mrt Me. Esse
planejamento deve incluir os princípios de controle de fogo, as medidas de coor-
denação e controle do fogo, as técnicas de engajamento de alvos, os processos
de distribuição dos fogos, os critérios e as prescrições para a abertura de fogos,
o controle do consumo da munição etc que serão abordados nesse capítulo.
9.3.1.6 O planejamento de fogos é fundamental para as operações de movimento
do Pel C Mec (no Rec e nas ações de proteção móveis: Fg, Vgd e Rtgd), pelo
reduzido tempo que o Cmt Pel contará para esse planejamento após entrar em
contato com o inimigo.

9-11
EB70-CI-11.452
9.3.2 PRINCÍPIOS DO CONTROLE DE FOGOS
9.3.2.1 A aplicação dos princípios de controle dos fogos não restringe a liberdade
de ação do Pel C Mec, mas norteia a condução dos engajamentos de forma a
alcançar uma rápida aquisição dos alvos e emassamento efetivo. O emprego de
tais princípios estimula, também, a iniciativa das Frações subordinadas.
9.3.2.2 Os seguintes princípios devem orientar o planejamento de fogos do
Pel C Mec, visando o seu controle:
9.3.2.2.1 Monitorar permanentemente e de forma completa toda a Z Aç.
a) Os postos de observação, escuta e os setores de tiro devem cobrir toda a zona
de ação do pelotão.
b) o monitoramento da Z Aç deve ser permanente.
9.3.2.2.2 Engajar o inimigo antes que o pelotão entre no alcance útil das armas
do oponente.
a) O pelotão deve planejar atingir o inimigo ou ameaças em sua Z Aç antes que
estes tenham condições de causar danos ao seu efetivo, material e posições. O
alcance útil do armamento empregado pelo inimigo deve ser do conhecimento
do Cmt Pel C Mec.
b) Caso seja possível, o inimigo ou a ameaça deverá ser engajada por fogos em
profundidade do escalão superior, antes que entre no alcance do apoio de fogo
orgânico do Pel C Mec. Solicitar ao Cmt SU apoio de fogo do RC Mec ou da
Brigada (se disponível) ao observar o inimigo manobrar dentro do alcance das
armas de apoio do escalão superior.
9.3.2.2.3 Destruir Inicialmente a Maior Ameaça
a) A sequência de engajamento de alvos inimigos é diretamente proporcional ao
perigo que as ameaças representam.
b) Diante da apresentação de múltiplas ameaças, como regra, deve-se priorizar
concentrar os fogos diretos sobre as ameaças que oferecem maior perigo e, em
seguida, distribuir os fogos sobre o restante da força inimiga.
c) A ameaça pode estar relacionada ao efeito de suas armas, ao alcance do ar-
mamento ou ao posicionamento no campo de batalha.
d) Algumas ameaças, embora não representem por si só grande letalidade, po-
dem permitir que as forças inimigas explorem suas demais capacidades. Assim,
uma viatura blindada especial lançadora de ponte, que praticamente não tem
poder de fogo, ao permitir a passagem de forças blindadas por um fosso ou curso
d’água, possibilita que essa força empregue seus meios de maior poder de fogo
em sequência. A sua destruição, em determinado momento, passa a ser a mais
importante para o pelotão.

9-12
EB70-CI-11.452
e) Dessa forma, o planejamento de fogos e o processo de engajamento devem
estar orientados para alvos altamente compensadores por meio das prioridades
de engajamento estabelecidas para cada sistema de armas.
9.3.2.2.4 Emassar os Efeitos dos Fogos
a) O alcance de efeitos decisivos é improvável quando o desencadeamento dos
fogos é aleatório.
b) O emassamento consiste tanto em concentrar os fogos das frações em deter-
minados pontos críticos como em distribuir seus efeitos adequadamente.
c) Emassar os fogos não significa, por exemplo, desencadear 13 tiros contra o
mesmo alvo inimigo, e sim desencadear 13 tiros em direção a 13 alvos inimigos
diferentes de forma simultânea.
9.3.2.2.5 Evitar Múltiplos Engajamentos sobre o Mesmo Alvo 
a) Deve-se ter em mente que os engajamentos têm como elementos escassos,
o tempo e a munição. Assim, quando uma determinada força realiza múltiplos
engajamentos num mesmo alvo, outros poderão não ser engajados, representando
ameaças à missão ou àquela força.
b) Portanto, deve haver um planejamento de fogo capaz de garantir que eles sejam
distribuídos de acordo com as ameaças apresentadas e que os responsáveis por
os desencadear tenham condições de fazê-lo. Dessa forma, uma fração deve usar
apenas a quantidade de fogo necessária para alcançar os efeitos pretendidos.
c) Ressalta-se, entretanto, que a concepção de evitar engajamentos múltiplos
sobre o mesmo alvo deve ser ponderada pela exigência de destruição das maiores
ameaças em primeiro lugar.
d) Esse princípio adquire maior importância quando o número de alvos inimigos
supera o número de nossas viaturas ou armas em condições de destruí-los. Cada
viatura do pelotão deverá saber em que alvo deve disparar primeiro. Será neces-
sário determinar quem deverá bater o(s) alvo(s) inimigo(s) não engajados num
primeiro momento (quem receberá a missão de, após abater seu alvo, destruir
esse alvo ainda não engajado).
e) É fundamental que todos tenham conhecimento de que alvos devem destruir:
só uma determinada viatura deverá abrir fogo sobre um determinado alvo.
f) No caso de nossas viaturas superarem em número os alvos inimigos, as viatu-
ras que não receberam ordem de atirar devem realizar, em seus setores de tiro,
o “fogo observado” (apontar, mas não atirar, ficando em condições de fazê-lo,
mediante ordem).
9.3.2.2.6 Só disparar contra o alvo inimigo quando tiver possibilidade de sucesso.
a) As frações não devem desperdiçar munição, denunciando suas posições de tiro

9-13
EB70-CI-11.452
desnecessariamente e consumindo munição sem objetivo. Esse princípio deve
estar claramente definido nas NGA e nas O Op.
b) Principalmente para as VBR, todo esforço deve ser realizado para que cada
tiro corresponda a um alvo abatido
9.3.2.2.7 Minimizar a exposição ao inimigo.
a) O engajamento com fogos requer observação direta para ambos os contendores.
Quanto menos exposta uma determinada força, menores são as possibilidades
de o inimigo detectar e identificar suas posições e valor e, consequentemente,
planejar a distribuição de seus fogos. Para tanto, deve-se adotar medidas que
contemplem desde a organização do terreno até o planejamento dos fogos diretos.
b) As frações devem ser capazes de minimizar o seu tempo de exposição por
meio da dispersão, realizando o engajamento de múltiplas posições de tiro e limi-
tando o tempo de engajamento. O fogo deve ser combinado com o movimento,
toda vez que se realizar um disparo. Se possível, atire e saia da posição de tiro,
desloque-se para outra posição, de onde possa continuar a bater esse alvo ou
outros alvos em seu setor de tiro.
c) O apoio mútuo entre as viaturas do Pel C Mec é de vital importância, bem como
a boa escolha de suas posições de tiro.
d) Em muitas ocasiões, as viaturas estarão à retaguarda, em posições de espera,
mantendo algum elemento de sua guarnição na vigilância e observação do setor
de tiro. Se possível, a viatura só deve avançar até a posição de tiro no momento
oportuno para realizar o disparo e destruir seu alvo.
9.3.2.2.8 Empregar o Armamento mais Adequado ao Alvo.
a) O emprego do armamento mais apropriado aumenta a probabilidade de rápida
destruição ou neutralização do alvo, economiza tempo e munição e, evita seu
desperdício ou uso desproporcional. Esse princípio deve constar nas NGA.
b) Para empregar o armamento mais adequado ao alvo, os comandantes devem
levar em consideração os armamentos e as munições disponíveis, bem como as
condições dos alvos, como tipo, natureza, valor ou quantidade, distância, exposi-
ção e capacidade em termos de potência de fogo e proteção. Além disso, devem
avaliar quais efeitos desejam infligir aos alvos.
9.3.2.2.9 Empregar o tipo de munição mais adequada a cada alvo.
a) Da mesma forma que no princípio “Empregar o armamento mais adequado
ao alvo”, a munição mais adequada também deve ser utilizada para bater os
diferentes tipos de alvos que se apresentarem na zona de ação do pelotão. Esse
princípio deve estar claramente expresso nas NGA.
b) Como regra geral, cada armamento deverá estar municiado com o tipo de
munição mais adequada à destruição dos alvos que deverá bater. O Cmt Pel C

9-14
EB70-CI-11.452
Mec pode determinar que uma ou mais armas (VBC Cav/VBR, Lç Gr etc) sejam
municiadas com munição de tipo diferente das demais, ante a possibilidade de
encontro com um inimigo imprevisto, facilitando seu imediato engajamento.
9.3.2.2.10 Monitorar constantemente a quantidade de munição disponível.
a) Os Cmt frações devem manter o Cmt Pel C Mec constantemente informado
sobre a disponibilidade de munição disponível. Atenção redobrada deve ser dada
para a munição próxima de atingir seu nível de segurança.
b) Dessa forma, o Cmt Pel estará em condições de assessorar seu Cmt Esqd
C Mec sobre a necessidade de remuniciamento de seu pelotão, estará sempre
consciente da situação de apoio de fogo do pelotão em cada fase do combate
além de permitir que determine o remanejamento da munição entre as frações
ou viaturas quando necessário.
c) O Cmt Pel deve sempre manter um mínimo de munição em cada fração ou
arma de reserva sob seu controle. Essa munição não deverá ser utilizada, a não
ser em casos de extrema urgência.
9.3.2.2.11 Planejar para situações de visibilidade extremamente reduzida.
a) Embora um ou mais contendores possam ter capacidade de combater em
situações de visibilidade reduzida, como períodos noturnos, o Cmt Pel C Mec
deve estar preparado para situações extremas de visibilidade reduzida, como as
decorrentes do uso de fumígenos ou causadas por neblina, cortina de areia ou
grandes tempestades.
b) Situações como essas são requeridas especialmente pelas forças que desejam
reduzir as capacidades originais de seus contendores para potencializar as suas
ou, ao menos, equilibrar o combate.
c) A adoção de posições de tiro alternativas mais próximas dos pontos onde o
engajamento é esperado e a prescrição do uso de sistemas de visão noturna são
exemplos de medidas a serem adotadas em situações de visibilidade extrema-
mente reduzida. Cabe ressaltar que visores térmicos podem auxiliar as frações na
detecção e no engajamento de forças inimigas em condições tais como fumaça
intensa e pouca iluminação.
 9.3.2.2.12 Planejar para situações de capacidades degradadas.
a) A degradação das capacidades de uma força pode ocorrer seja pela perda
de parte dos seus meios, seja por danos que lhes tirem algumas capacidades,
como a possibilidade de empregar determinado armamento, realizar disparos em
movimento, utilizar o sistema de comunicação etc.
b) Dada a impossibilidade de prever todas as degradações possíveis, os co-
mandantes devem planejar suas missões na plenitude de suas capacidades e

9-15
EB70-CI-11.452
desenvolver planos alternativos baseados nas degradações mais prováveis que
sua força possa sofrer.
c) Estabelecer graus de redundância nos planos, sempre que possível, auxilia a
reduzir problemas em caso de panes e degradação dos níveis operacionais dos
sistemas de armas. Por exemplo, prever dois sistemas de armas observando
o mesmo setor de tiro ou designar setores alternativos de condução de fogos
proporciona um meio de deslocar os fogos para determinada área caso a fração
adjacente esteja momentaneamente impossibilitada.
9.3.2.2.13 Evitar o fratricídio e danos colaterais.
a) Todos devem ser proativos na prevenção ao fratricídio e aos danos colaterais.
b) A destreza na identificação de sistemas, como blindados, armas anticarro e
aeronaves, aliada ao uso de símbolos e sinais de reconhecimento nas viaturas e
à consciência situacional, são medidas eficazes nesse sentido, particularmente
no desenrolar do processo de engajamento.
c) Por outro lado, em relação ao planejamento de fogos, o conhecimento das me-
didas de coordenação e controle de fogos, as prescrições de abertura de fogos e
os níveis de prontidão dos armamentos são fundamentais para evitar o fratricídio
e os danos colaterais. Ressalta-se, ainda, que em virtude da dificuldade em dis-
tinguir as frações amigas e inimigas, o emprego de equipamentos gerenciadores
do campo de batalha, aliado à busca constante do contato visual entre as frações,
auxilia, sobremaneira, na redução dos casos de fratricídio e de danos colaterais.
9.3.3 CAPACIDADES CRÍTICAS DA FUNÇÃO DE COMBATE FOGOS
9.3.3.1 Para empregar corretamente seus fogos orgânicos, o Cmt Pel C Mec
deve dominar três capacidades críticas da Fç Cmb Fogos:
9.3.3.1.1 Aquisição de alvos - “aquisição de alvos” consiste na detecção e na
localização de alvos de interesse do pelotão, com o máximo de detalhamento
possível, de forma a permitir o seu engajamento com o armamento mais adequado
para sua destruição ou neutralização.
9.3.3.1.2 Discriminação de alvos - “discriminação de alvos” consiste na capacidade
de priorizar a destruição quando diversos alvos se apresentam na Z Aç do Pel C
Mec. Essa prioridade de destruição será atribuída em função da ameaça que os
alvos representam para o pelotão e para a sua missão.
9.3.3.1.3 Engajamento de alvos - “engajamento de alvos” consiste na definição de
quem ou qual armamento engajará que o (s) alvo (s). O Cmt Pel deverá considerar
o armamento mais adequado à sua destruição ou à sua neutralização, levando
em consideração as informações disponíveis sobre o mesmo, as características
do armamento das frações subordinadas e a prioridade de destruição que lhe foi
atribuída.
9-16
EB70-CI-11.452
9.3.4 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE DE FOGOS
9.3.4.1 As medidas de coordenação e controle são ferramentas que permitem
a rápida obtenção de alvos e a orientação dos fogos das frações. Dificilmente a
adoção de apenas uma medida de coordenação e controle será suficiente para
a solução do problema militar a ser enfrentado, sendo necessário realizar a com-
binação das mesmas.
9.3.4.2 Tais medidas, aliadas aos princípios citados, permitirão ao Cmt Pel C
Mec controlar os fogos diretos de seu pelotão no cumprimento de suas missões,
alcançando resultados mais efetivos e seletivos.
9.3.4.3 As seguintes medidas de coordenação e controle podem ser empre-
gadas no planejamento de fogos diretos:
9.3.4.3.1 Ponto de Referência de Alvo (PRA).
a) São pontos facilmente identificados no terreno preexistentes (entroncamentos,
região matosa, etc) ou criados (painéis, painéis térmicos, sinalizadores, veículos
em chamas etc) que servem para orientar os fogos.

Fig 218 - Exemplos de Pontos de Referência de Alvos

9-17
EB70-CI-11.452
b) Sempre que possível, os PRA devem ser vistos por todos os elementos, po-
dendo ser identificados por números ou letras.
c) Em áreas humanizadas, os PRA são instrumentos essenciais para o controle
dos fogos diretos e, consequentemente, na redução de danos colaterais às es-
truturas e população civil.

Fig 219 - Exemplos de Pontos de Referência de Alvos em áreas humanizadas.

9.3.4.2.2 Setor de Tiro.

Fig 220 - Exemplo de Setores de Tiro.

9-18
EB70-CI-11.452
a) Os setores de tiro são áreas de responsabilidade estabelecidas para garantir
a completa cobertura da zona de ação de uma determinada força, seja para a
busca e detecção de alvos, seja para o desencadeamento dos fogos.
b) No decorrer do engajamento, é comum o redimensionamento dos setores de
tiro para, dentre outras coisas, prevenir o fratricídio e os danos colaterais. Os
setores de tiro podem ser determinados com base nos pontos de referência de
alvos PRA pelo processo do relógio ou por meio de quadrantes.
c) Na determinação dos setores, o Cmt Pel C Mec e seus comandantes de frações
devem considerar a capacidade de observação e de engajamento dos seus meios,
tanto em profundidade quanto em amplitude.
d) É conveniente que os meios assistidos por dispositivos de observação e pontaria
com grande magnitude, capazes de engajar à longa distância, recebam setores
mais distantes e, se possível, mais estreitos, enquanto aqueles sem capacidade
de engajar alvos distantes recebam os setores mais próximos e amplos.
e) Em áreas humanizadas cresce a importância do estabelecimento de setores de
tiro apoiados em pontos de referência de alvos, de forma a minimizar a ocorrência
de casos de fratricídio e reduzir os danos colaterais às estruturas e à população
civil. A figura abaixo representa os setores de tiro das frações e armas do Pel C
Mec em uma localidade.

Fig 221 - . Exemplo de Setores de Tiro em áreas humanizadas.

9.3.4.2.3 Área de Engajamento (AE)


a) AE é a área na qual o Cmt Pel C Mec visualiza emassar o efeito dos fogos
para destruir o inimigo. É uma medida de coordenação e controle empregada
9-19
EB70-CI-11.452
eminentemente em ações estáticas.

Fig 222 - Exemplo de Área de Engajamento.

b) A amplitude e a profundidade da área de engajamento dependem do local onde


a tropa está desdobrada e dos alcances de seus armamentos, limitados pelas
características do terreno.
c) Normalmente, visando facilitar o processo de engajamento, o Cmt Pel C Mec
deve dividir a área de engajamento em setores, subáreas ou quadrantes, sob
responsabilidade de seus elementos subordinados.
d) O estabelecimento de áreas de engajamento em áreas humanizadas, em
virtude da precisão fornecida aos engajamentos, deve adotar as subáreas e os
quadrantes como subdivisões, facilitando o controle dos fogos. Além disso, os
pontos de referência de alvos devem ser empregados para facilitar o estabele-
cimento de áreas de engajamentos temporárias durante as ações dinâmicas no
interior das localidades.
9.3.4.2.4 Linha de Acionamento
a) Linha de Acionamento é uma linha de controle com a finalidade específica de
alterar as prescrições e os critérios para abertura dos fogos de determinados
elementos quando eventos predeterminados acontecem. Estes eventos podem

9-20
EB70-CI-11.452
estar relacionados ao inimigo, a elementos amigos, ou à própria força cujos fogos
diretos sofreram mudanças.

Fig 223 - Exemplo de Linha de Acionamento.

b) As linhas de acionamento são as principais medidas de coordenação e controle


empregadas para obter a sincronização dos fogos com a manobra, prevenindo
o fratricídio.
c) As linhas de acionamento são traçadas e identificadas como linhas de encontro.
9.3.4.2.5 Linha de Engajamento Máximo (LEM)
a) Linha no terreno que baliza o alcance efetivamente útil de determinado ar-
mamento. Aspectos do terreno como elevações, vegetação, construções, entre
outras, normalmente, proporcionam cobertas e abrigos ao inimigo e impedem o
emprego dos armamentos em seus alcances úteis. Nesses casos, a LEM poderá
ser encurtada.
b) A LEM pode ser empregada, também, para determinar o ponto a partir do qual,
determinadas forças ou armamentos podem iniciar seus fogos, de modo a pre-
venir o desperdício de munição e reduzir a exposição ao inimigo, ou, ainda, para
determinar o limite longo de setores de busca e detecção de alvos.

9-21
EB70-CI-11.452

Fig 224 - Exemplo de Linha de Engajamento Máximo.

9.3.4.2.6 Linha de Restrição de Fogos (LRF)

Fig 225 - Exemplo de Linha de Restrição de Fogos.

a) Linha a partir da qual o engajamento é proibido sem coordenação. Ela pode ser
determinada quando o comandante não pretende delimitar Z Aç, embora deseje
restringir os fogos para prevenção do fratricídio contra elementos adjacentes
como, por exemplo, no caso de uma fração que esteja realizando um ataque pelo

9-22
EB70-CI-11.452
fogo em proveito de outra fração que manobra e se encontra em deslocamento.
b) Tal medida minimiza a ocorrência de danos colaterais desnecessários.
9.3.4.2.7 Linha de Proteção Final (LPF)

Fig 226 - Exemplo de Linha de Proteção Final.

a) Linha estabelecida em uma região imediatamente à frente da posição onde


uma força está situada e onde a ação inimiga deve ser detida ou repelida pelos
fogos de proteção final.
b) Por sua vez, os fogos de proteção final são planejados numa determinada
direção, com técnicas de engajamento e regime de tiro apropriado, e são desen-
cadeados a pedido ou a comando do elemento que está na iminência de sofrer
um assalto.
c) No planejamento, o estabelecimento da LPF deve considerar a capacidade dos
armamentos da força, a disponibilidade de munição e o grau de certeza quanto à
manobra inimiga como, por exemplo, onde o inimigo pretende abrir uma brecha
nas barreiras para iniciar o assalto.

9-23
EB70-CI-11.452
9.3.4.2.8 Zona de Fogos

Fig 227 - Exemplo de Zona de Fogos

a) Essa medida de coordenação consiste na orientação dos fogos das diferentes


frações do Pel C Mec para diferentes “zonas de fogos” geradas no terreno, ba-
lizadas geralmente por Pontos de Referência de Alvos e Linhas de Referência.
b) A zona de ação do Pel C Mec é dividida (linha e pontos) em zonas de fogo,
que serão designadas para cada fração do pelotão.
c) Dessa forma, o fogo poderá ser controlado, atribuindo cada Zona Fogos a uma
fração, dependendo das características do inimigo esperado em cada dessas
zonas, das características do terreno, do armamento das frações etc.
d) Ao serem estabelecidas linhas transversais e longitudinais na zona de ação do
Pel C Mec podem-se encontrar várias zonas de fogos, podendo assim distinguir
três áreas principais de ZF:
- Área Distante, deverá ser atribuída à fração com armamento de maior alcance,
a Seç VBC Cav/VBR e a Pç Ap normalmente denominada de Área Alfa;
- Área Intermediária, atribuídas às frações dotadas de metralhadoras .50 e
lança-granadas, como o Gp Exp e o GC; É denominada, geralmente, Área Bravo;
- Área Aproximada, atribuída às frações dotadas com metralhadoras 7,62 mm
e para armas portáteis individuais de todas as frações. É normalmente denomi-
nada Área Charlie.
d) Assim, a Zona de Fogos do Pel C Mec na Figura 8-22 poderia ser dividida a
partir das posições das frações do pelotão, em profundidade, em:
- ZF Charlie 1, 2 e 3 (área aproximada), tendo por linha de referência o limite
anterior das posições das frações e o Arroio Cambaí e, como ponto de referência

9-24
EB70-CI-11.452
os PRA 1, 2 e 3;
- ZF Bravo 1, 2, e 3, tendo por linhas de referência o Arroio Cambaí e a Rodovia
35 e como pontos de referência os PRA 4, 5 e 6;
- ZF Alfa 1, 2 e 3, tendo por linhas de referência a Rodovia 35 e a Rodovia 34
e como ponto de referência os PRA 7, 8 e 9.
9.3.5 PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO DE FOGOS
9.3.5.1 A eficiência dos fogos diretos depende da rápida aquisição dos alvos e
da capacidade de emassamento dos fogos.
9.3.5.2 O emprego de processos de distribuição de fogos permite uma rápida
e precisa concentração e distribuição dos fogos, bem como a reorientação dos
mesmos quando necessário, otimizando, assim, o engajamento.
9.3.5.3 Aliado ao emprego das medidas de coordenação e controle, a adoção de
processos de distribuição de fogos possibilita alcançar o engajamento simultâ-
neo de múltiplas ameaças, maximizando, consideravelmente, o efeito dos fogos
diretos. Tal integração amplia a capacidade de controle e, consequentemente,
potencializa do emprego de fogos diretos.
9.3.5.4 O Cmt Pel C Mec pode utilizar os seguintes processos de distribuição de
fogos em seus planejamentos:
9.3.5.4.1 Direção de Tiro
a) É o processo de distribuição de fogos adotado, particularmente, quando o tempo
para fornecer a orientação aos subordinados é escasso ou a determinação de
outros processos e medidas de coordenação é impraticável. Para designação da
direção de tiro os comandantes podem usar o processo do ponto de referência
de alvos mais próximos, o processo do relógio, o processo dos pontos cardeais,
o processo do tiro traçante ou o processo do designador laser.
b) O emprego do processo de distribuição de fogos por meio da direção de tiro
utilizando PRA é bastante adequado às operações dinâmicas desenvolvidas em
áreas humanizadas, em virtude da dificuldade de estabelecimento de quadrantes
e de identificação do dispositivo inimigo utilizado como referência.
9.3.5.4.2 Quadrantes
a) Quadrantes são subdivisões de uma área, por meio da superposição de duas
linhas imaginárias perpendiculares, tomando por base o terreno ou as frações
amigas. Os quadrantes baseados no terreno têm a interseção dessas linhas
imaginárias locadas sobre pontos nítidos do terreno, como os PRA. Os quadran-
tes podem ser nomeados utilizando convenções como Q1, Q2, Q3, e Q4, para
esquerdo-longo, direito-longo, esquerdo-curto e direito-curto, respectivamente.
b) Em ações dinâmicas, a designação de quadrantes baseados no dispositivo das

9-25
EB70-CI-11.452
forças amigas facilita o controle dos fogos. Nesse caso, deve-se estabelecer qual
elemento do dispositivo será a referência central (na Fig 8-22, à direita, o Gp C).
Como as frações subordinadas normalmente estão dispersas no terreno, ao menos
lateralmente, é necessário definir a direção da linha que divide os quadrantes dos
lados direito e esquerdo. Para tanto, pode-se usar, por exemplo, a direção-geral
de progressão quando em movimento, ou determinar outra referência que balize
a direção da linha.

Fig 228 - Quadrantes baseados no terreno e na própria força.

9.3.5.4.3 Dispositivo dos Alvos 


a) Orientação dos fogos por meio do dispositivo dos alvos é o equivalente dos
quadrantes, porém tendo como base o inimigo.

Fig 229 - Dispositivo dos alvos.

b) Tal medida é estabelecida por meio da sobreposição de um padrão de qua-


drante na formação inimiga. O mesmo é centrado na formação inimiga com os
eixos paralelos e perpendiculares à direção do movimento. É indicado quando

9-26
EB70-CI-11.452
o dispositivo ou a formação está concentrada ou quando o uso das medidas de
coordenação e controle baseadas no terreno é inadequado. Divide-se o dispo-
sitivo ou a formação inimiga em quatro, de modo a definir as porções direita e
esquerda, curta e longa.
c) Desse modo, pode-se designar alvos aos elementos subordinados em apenas
um quadrante como, por exemplo, engajar alvos à direita-longo do dispositivo
inimigo ou à esquerda-curto do dispositivo inimigo.
9.3.5.4.4 Tela Código

Fig 230 - Exemplo de tela código em ambiente urbano.

a) É uma medida de coordenação e controle utilizada para gerar referências, na


qual quadrículas são sobrepostas em uma determinada região. Essas quadrículas
geralmente são amarradas em referências da carta ou, preferencialmente, do
terreno e podem ter medidas padronizadas ou serem dimensionadas de acordo
com aspectos do terreno.
b) O emprego de tela código é bastante compatível com as operações desen-
volvidas em áreas humanizadas. Nessa situação, as quadrículas são definidas
pelos quarteirões (A, B, C, D, E, F, G e H) e as edificações recebem códigos (1,

9-27
EB70-CI-11.452
2, 3 etc.) que facilitem a sua identificação e designação. Neste caso, normas
gerais de ação podem ser estabelecidas para adicionar informações e facilitar a
identificação e a designação dos alvos.
c) O exemplo seguinte apresenta uma NGA, na qual o ponto específico de loca-
lização do alvo pode ser designado a partir da informação disponível sobre qual
face da edificação e abertura (janela, porta etc.) o alvo se encontrava, neste caso,
valendo-se de letras para designar a coluna e números para designar o andar.
9.3.5.4.5 Prioridades de Engajamento
a) O estabelecimento de prioridades de engajamento assegura maior adequabi-
lidade no emprego do armamento ao tipo de alvos, na orientação dos fogos dos
subordinados e na priorização dos alvos altamente compensadores.
b) Em função da capacidade dos armamentos disponíveis e da ameaça conside-
rada, os comandantes podem definir prioridades para cada armamento ou fração,
particularmente, sobre alvos inimigos altamente compensadores.
c) Havendo mais de uma fração com o mesmo sistema de armas, o comandante
pode determinar prioridades diferentes para cada uma, de modo a orientar seus
fogos e, assim, prevenir o múltiplo engajamento dos mesmos alvos (por exemplo:
a Seç VBR deve dar prioridade ao engajamento de carros de combate e viaturas
blindadas de reconhecimento inimigas, enquanto o GC deve priorizar o engaja-
mento de viaturas blindadas de combate de infantaria e viaturas blindadas de
transporte de pessoal).
9.3.6 PLANEJAMENTO DO ENGAJAMENTO DE ALVOS
9.3.6.1 As técnicas de engajamento constituem formas de condução do tiro cujo
objetivo é obter um determinado efeito sobre o alvo. O emprego adequado das
técnicas de engajamento é fundamental para a obtenção da letalidade seletiva,
fornecendo, assim, precisão e proporcionalidade aos engajamentos. Tais técni-
cas corroboram, também, com a redução dos danos colaterais às estruturas e
população civil.
9.3.6.2 Além dos efeitos desejados, considerações sobre a munição disponível
para o engajamento, bem como o tempo capaz de manter os alvos sob efeito dos
fogos, são determinantes na escolha da técnica de engajamento. Essas técnicas
podem ser estar relacionadas à direção de execução ou à intensidade dos fogos.
9.3.6.3 As técnicas relativas à direção de execução são estabelecidas para distri-
buir o engajamento de alvos a mais de um elemento ou fração, em um momento
específico, considerando o dispositivo desta fração, na tentativa de evitar o múl-
tiplo engajamento da mesma ameaça. Em virtude da simplicidade, seu emprego
é bastante adequado, particularmente quando não se dispõe de tempo ou de
outras referências para orientar os fogos dos elementos subordinados como, por
exemplo, no decorrer dos engajamentos. Apesar das técnicas de engajamento
serem mais empregadas no nível pelotão, elas também podem ser adotadas no
9-28
EB70-CI-11.452
nível SU e superiores.
9.3.6.4 As técnicas relativas à intensidade dos fogos são procedimentos esta-
belecidos visando alcançar determinados efeitos sobre o alvo. Além dos efeitos
desejados, a quantidade de munição disponível, bem como a parcela de tempo
destinada aos engajamentos, é determinante na escolha da técnica.
9.3.6.5 Técnicas de engajamento dos alvos quanto à  direção de execução. A
distribuição dos fogos é feita com base na localização aproximada do centro,
retaguarda e testa da coluna inimiga. De acordo com esse posicionamento, o
Cmt Pel C Mec determina o emprego de técnicas de fogo frontal, cruzado ou em
profundidade, já previstas nas NGA do pelotão ou do esquadrão. Ao empregar
essas técnicas, o Cmt Pel deve ser capaz de modificá-las de acordo com a evo-
lução da situação tática. Essa distribuição de fogos é um dos procedimentos mais
utilizados no pelotão. As técnicas de engajamento podem ser:
9.3.6.5.1 Frontal: os comandantes podem distribuir os fogos em feixe frontal
quando os alvos estão dispostos paralelamente à sua fração. O feixe frontal é
aquele no qual o elemento à esquerda do dispositivo engaja o alvo mais à es-
querda da posição ou da formação inimiga, enquanto os demais engajam seus
alvos correspondentes, com o elemento à direita engajando o alvo mais à direita
do inimigo. A técnica de fogo frontal  é mais eficaz quando os alvos (viaturas
blindadas) se movem lateralmente para a posição do Pel C Mec e, menos eficaz
quando se dirigem diretamente para ela, porque os tiros incidirão sobre a parte
mais protegida de sua blindagem e a área do alvo é menor.

Fig 231 - Engajamento frontal.

9-29
EB70-CI-11.452

9.3.6.5.2 Cruzado: o feixe cruzado é o inverso do frontal, de modo que elementos


à esquerda do dispositivo engajam à direita do inimigo, enquanto os da direita do
dispositivo engajam os alvos à esquerda da formação inimiga. Esse tipo de feixe
é particularmente importante quando alguns aspectos do terreno impedem o fogo
frontal ou quando se deseja engajar o inimigo em diagonal, como no caso em
que se busca atingir veículos blindados inimigos em pontos onde a blindagem é
mais vulnerável.  Essa técnica é empregada quando os alvos (viaturas blindadas)
progridem espalhados lateralmente em relação à posição do Pel C Mec e o ter-
reno ou algum tipo de obstáculo impede que o pelotão como um todo empregue
e técnica de fogo frontal. Cada viatura inicia o fogo contra o alvo localizado no
flanco oposto, passando, em seguida, a atirar em direção ao centro.

Fig 232 - Engajamento cruzado.

9.3.6.5.3 Em profundidade: o feixe em profundidade pode ser empregado quando


o inimigo se apresentar, perpendicularmente e em profundidade, ao dispositivo
do pelotão. Neste caso, os Cmt Pel C Mec devem designar ou estabelecer em
suas NGA quem engajará os alvos mais próximos e quem engajará os mais
distantes. Algumas frações ou viaturas são designadas para bater os alvos da
coluna inimiga da retaguarda para o centro, enquanto que outras batem alvos
da vanguarda inimiga para o centro de sua coluna. Essa técnica é empregada
quando uma coluna inimiga progride sobre a posição do Pel C Mec, em uma única
9-30
EB70-CI-11.452
coluna ou coluna dupla.

Fig 233 - Engajamento em profundidade.

9.3.6.6 Técnicas de engajamento dos alvos


- Quanto à intensidade dos fogos. Essas técnicas permitem controlar o volume
e a cadência de fogo a ser estabelecida, dependendo da situação tática e da
disponibilidade de munição. As técnicas de engajamento podem ser:
9.3.6.6.1 Fogo concentrado: é executado contra um alvo específico, como uma
viatura ou uma fortificação. Quando o comandante escolhe tal técnica de en-
gajamento, determina que todos os sistemas de armas considerados engajem
o mesmo alvo até a sua destruição ou até que o tempo de supressão expire. O
desencadeamento do fogo concentrado a partir de várias posições dispersas
aumenta a chance de destruição do alvo, não apenas pelo volume dos fogos,
mas também pela possibilidade de atingi-lo em diferentes partes.
9.3.6.6.2 Fogo simultâneo: nessa prática todos os sistemas de armas considerados
realizam fogos ao mesmo tempo. Em consequência, essa técnica de engajamento
desencadeia a maior densidade de fogos, embora tenha menor capacidade de
manter os alvos sob fogos por longo período. Todo o Pel C Mec, simultaneamente,
abre fogo mediante o comando do Cmt Pel. Essa é uma das principais técnicas
de engajamento do Pel C Mec. É empregada nos combates de encontro ou quan-
do surgirem alvos não previstos. Também é empregada na defensiva quando o
inimigo possuir maior número de viaturas blindadas (alvos) que o Pel C Mec. O
engajamento simultâneo é empregado quando se deseja emassar os efeitos dos

9-31
EB70-CI-11.452
fogos sobre determinados alvos de forma rápida, quando se pretende ganhar
a superioridade sobre os fogos do inimigo, ou quando a intenção é aumentar a
probabilidade de acerto nos alvos a serem engajados por armamentos com baixa
expectativa de impacto.
a) Por exemplo: um grupo de exploradores, dotado de 2 metralhadoras e 2
lança-granadas, tendo 3.600 cartuchos de 7,62 mm (1.800 Car por Mtr) e 720
granadas de 40 mm (360 Gr por L Gr), terá a capacidade de desencadear por 30
min, simultaneamente, até ficar sem munição:
- metralhadoras: 360 rajadas curtas com cerca de 5 tiros a cada 5 seg (1 seg de
tiro e 4 seg de intervalo): 30 min=1800 seg; 1 seg da rajada + 4 seg de intervalo =
5 seg; 1800 seg ÷ 5 seg de rajada e intervalo = 360 rajadas; 1800 tiros por arma
÷ 360 rajadas= 5 tiros por rajada); 
- lança-granadas: 120 rajadas curtas com cerca de 3 tiros a cada 15 seg (5
seg de tiro e 10 seg de intervalo): 30 min=1800 seg; 5 seg de rajada + 10 seg
de intervalo=15 seg; 1800 seg ÷ 15 seg= 120 rajadas; 360 Gr por arma ÷ 120
intervalos (tiro+rajada) = 3 Gr por rajada.
9.3.6.6.3 Fogo alternado: técnica de engajamento na qual partes de frações
subordinadas (Pel, Gp, Seç, Gp, Pç etc.) ou de armas de uma mesma fração,
se alternam na realização dos fogos (sequência previamente estabelecida pelo
Cmt Pel C Mec). Em consequência, essa prática tem menor densidade de fogos
nos alvos, mas pode sustentar os fogos por mais tempo quando comparada ao
engajamento simultâneo. Essa técnica também permite reduzir a exposição da
força ao inimigo, forçando-o a mudar constantemente a pontaria dos seus siste-
mas de armas.
a) Por exemplo: em uma missão de tiro de uma Seção de VBC Cav/VBR sobre
um determinado alvo, a 1ª VBC Cav/VBR dispara e depois a 2ª VBC Cav/VBR
dispara. Desse modo, enquanto a 1ª VBC Cav/VBR está corrigindo seu primeiro
tiro, a 2ª VBC Cav/VBR está abrindo fogo, mantendo o alvo sempre batido por
fogos, repetindo-se essa sequência até a destruição do alvo.
9.3.6.6.4 Fogo observado: técnica em que um ou mais elementos observam os
alvos engajados por outros elementos. É particularmente empregado contra alvos
distantes, de modo que a avaliação dos impactos pelo elemento que engaja o alvo
é prejudicada e não permite precisar se o alvo foi ou não eficazmente atingido.
Essa prática contribui para evitar múltiplos engajamentos de um mesmo alvo, neste
caso, pelo mesmo sistema de armas ou fração. Os elementos que observam os
fogos, de acordo com o planejamento do comandante, também podem ficar em
condições de reengajar os alvos, no caso dos fogos que engajam não causarem
os efeitos esperados sobre os mesmos.
a) Por exemplo: em uma missão de tiro de uma Seção de VBC Cav/VBR sobre
um determinado alvo, a 1ª VBC Cav/VBR abre fogo enquanto a 2ª VBR perma-
9-32
EB70-CI-11.452
nece observando os efeitos produzidos sobre o alvo, de modo que só abrirá fogo,
quando verificar que a 1ª VBC Cav/VBR não destruiu o alvo. Difere da técnica
de fogo alternado, na medida em que a 2ª VBC Cav/VBR pode ou não abrir fogo
enquanto em na outra técnica sempre abrirá fogo.
9.3.6.6.5 Fogo sequencial: técnica em que elementos de uma fração engajam o
mesmo alvo ou área, um após o outro, em uma sequência preestabelecida. Essa
prática garante o maior tempo de duração dos fogos sobre os alvos, embora
emasse menos fogos ao mesmo tempo. Também permite economizar munição,
podendo auxiliar no desencadeamento dos fogos pelos demais elementos.
9.3.6.6.6 Tempo de supressão:  período durante o qual o comandante planeja
manter elementos inimigos específicos incapacitados de realizar fogos eficazes
contra elementos amigos. Esse período depende essencialmente da estimativa de
tempo que uma força apoiada leva para manobrar. A supressão por tempo pode
ser empregada em combinação com outra técnica de engajamento.
9.3.7 ABERTURA DE FOGO
9.3.7.1 Prescrições para a Abertura de Fogos
9.3.7.1.1 A prescrição de abertura de fogos é uma medida fundamental na preven-
ção do fratricídio e na redução de danos colaterais. Tal medida relaciona o grau
de liberdade no emprego de determinado armamento com a identificação do alvo.
9.3.7.1.2 As prescrições de abertura de fogos podem ser:
a) Fogo livre: liberdade para engajar qualquer alvo que não seja identificado
como amigo;
b) Fogo restrito: liberdade para engajar apenas alvos identificados positivamente
como inimigos;
c) Fogo condicionado: liberdade para responder apenas a fogos recebidos ou
mediante ordem para engajar; e
d) Fogo proibido: todos os fogos devem ser interrompidos e nenhum elemento
tem autorização para desencadear fogos.
9.3.7.1.3 A posição das forças amigas e as áreas específicas onde os fogos neces-
sitam ser controlados são os principais determinantes na seleção da prescrição de
fogos. Tais prescrições são fundamentais para o combate pelo fogo desenvolvido
em áreas humanizadas.
9.3.7.1.4 Dessa forma, visando minimizar o risco de fratricídio, os comandantes
táticos podem estabelecer o fogo como restrito, enquanto tropas amigas e ha-
bitantes locais encontram-se localizadas em regiões adjacentes à sua provável
área de engajamento, podendo baixar a prescrição para fogo livre quando tiver
conhecimento que tais elementos não mais se encontram localizados em uma
região próxima à área de engajamento. Tal procedimento permite aos elementos
subordinados engajarem alvos a longas distâncias, mesmo que seja difícil distin-
9-33
EB70-CI-11.452
guir o tipo de alvo com precisão.
9.3.7.2 Critérios para a Abertura de Fogo
9.3.7.2.1 Os critérios para abertura de fogos são condições específicas que,
quando atingidas, orientam o início dos fogos ou sua suspensão, sendo, portanto,
essenciais no estabelecimento de uma letalidade seletiva.
9.3.7.2.2 O emprego conjunto das prescrições e dos critérios para a abertura
de fogos permite reduzir, consideravelmente, os casos de fratricídio e de danos
colaterais relacionados ao combate pelo fogo em áreas humanizadas.
9.3.7.2.3 Estas circunstâncias podem ser representadas por eventos relacionados
às forças amigas ou inimigas, normalmente esperados, que ocorram em uma
área específica ou linha de acionamento, como a passagem de forças inimigas
por uma determinada posição ou, ainda, o retraimento de elementos amigos em
contato com o inimigo.
9.3.7.2.4 Tais critérios podem estar relacionados, também, a um determinado
horário ou a condições relativas à identificação de alvos como, por exemplo, con-
dicionar a abertura de fogos à dupla identificação de alvos no âmbito da fração.
9.3.8 PLANEJAMENTO DO APOIO DE FOGO NO PEL C MEC
9.3.8.1 Generalidades
9.3.8.1.1 A composição dos meios e a designação de zonas de ação, de objetivos
ou de prazos, com respectivas ações táticas, representam o alicerce do planeja-
mento da manobra tática do Esqd C Mec (e do RC Mec).
9.3.8.1.2 O Planejamento do Apoio de Fogo ao Pel C Mec é expresso em dois
tipos de documentos, cujos exemplos constam do Anexo F (Documentos do Apoio
de Fogo ao Pel C Mec) do presente Caderno de Instrução:
a) os Roteiros de Tiro dos armamentos orgânicos do pelotão; e
b) o Plano de Fogos do Pelotão.
9.3.8.1.3 As principais ferramentas utilizadas pelo Cmt Pel C Mec no planejamento
dos fogos são:
a) os princípios de controle;
b) as medidas de coordenação e do controle;
c) as técnicas de engajamento;
d) os processos de distribuição dos fogos; e
e) os critérios e prescrições para a abertura de fogos.
9.3.8.2 Influência dos Fatores da Decisão no Planejamento de Fogos
9.3.8.2.1 No momento em que o Cmt Pel C Mec estiver elaborando seu planeja-

9-34
EB70-CI-11.452
mento de fogos, será de vital importância a realização de um estudo detalhado dos
fatores da decisão, particularmente do terreno, inimigo, meios e tempo disponível.
9.3.8.2.2 Terreno e Inimigo
a) O Cmt Pel C Mec deverá levar em consideração durante seu planejamento:
- as possíveis Vias de Acesso e Corredores de Mobilidade do inimigo;
- o ritmo provável da progressão do inimigo e a velocidade com que ele entrará
e atravessará nossas Zonas de Fogos;
- os pontos de terreno cuja ocupação pelo inimigo oferecerá vantagem para a
sua manobra (observatórios, linhas de posições sucessivos, terreno que facilite
infiltrações etc.);
- as distâncias que o inimigo poderá ser efetivamente engajado pelas armas
do pelotão (dependendo do terreno, das possibilidades do próprio armamento e
das vulnerabilidades do inimigo ao efeito das armas do pelotão);
- o momento e os locais favoráveis para as mudanças de formação do inimigo.
A distância que a vanguarda inimiga estará em condições de engajar as posições
do inimigo;
- as zonas mortas que requeiram a coordenação de fogos com tropas vizinhas
ou a ação de armas de tiro indireto;
- as táticas e a manobra que o inimigo poderá empregar no terreno de nossa
Z Aç. A tropa inimiga é blindada ou mecanizada? Possui o apoio da artilharia de
campanha? Esta apoiado por tropa de engenharia? Essas e outras perguntas
devem ser analisadas a luz do terreno e das restrições e facilidades que o terreno
oferecerá ao inimigo em seu ataque.
b) O objetivo final do estudo do inimigo integrado ao terreno não será prever
exatamente o que o inimigo deverá fazer, mas determinar o que o Pel C Mec
pode fazer em sua Z Aç.
c) O estudo do inimigo deverá ser continuamente atualizado.
9.3.8.2.3 Meios Disponíveis
a) O Cmt Pel C Mec deve estudar os meios que dispõe, com o objetivo de tirar
vantagem do seu material, avaliando:
- a operabilidade do pelotão e de suas frações - a disponibilidade de munição
para cada fração ou armamento, a missão a ser atribuída a cada fração, de acordo
com suas reais possibilidades;
- o nível de instrução e treinamento de cada fração, para garantir a realização
correta da manobra planejada e uma adequada direção do tiro;
- o consumo esperado de munição, para estabelecer o procedimento e o tempo
para o remuniciamento;
9-35
EB70-CI-11.452
- a influência das condições climáticas nos meios disponíveis.
9.3.8.2.4 Tempo Disponível
a) No estudo do fator de tempo, será muito importante considerar os seguintes
aspectos:
- duração e efeitos desejados dos fogos e a capacidade do pelotão manter o
inimigo sob fogo;
- tempo de exposição antecipada do inimigo ao fogo das frações do pelotão, em
função das dimensões da área a ser batida e o ritmo de progressão do inimigo;
- tempo estimado que levará a cada fração para ocupar suas posições de
tiro, localizar e adquirir os alvos uma vez recebido o alerta, assumindo que elas
estejam nas posições de espera;
- momento em que o inimigo estará ao alcance das armas do pelotão;
- momento em que as posições das frações ficarão sob o fogo de diferentes
tipos de armas inimigas.
9.3.8.3 Apresentação do Planejamento de Fogos
9.3.8.3.1 O planejamento de fogos do pelotão poderá ser apresentado ao Pelotão
no terreno ou com a ajuda de um suporte gráfico (carta com acetato) ou esboço,
que refletirá com maior realismo os aspectos característicos do terreno da Z
Aç. O planejamento deve, pelo menos, ser composto e/ou fazer referência aos
seguintes aspectos:
a) prováveis alvos que entrarão na Z Aç do pelotão (tipo de tropas, de viaturas
blindadas etc), indicando, também, as formações de combate que o inimigo po-
derá empregar;
b) as medidas de coordenação e controle de fogos planejadas;
c) os processos de distribuição de fogos que serão empregados pelo Pel C Mec,
principalmente para evitar múltiplos engajamentos de um mesmo alvo, determi-
nando quais armas ou frações devem engajar quais alvos, em que ordem e em
que sequência serão iniciados os fogos do Pelotão;
d) os procedimentos adotados para alterar a aplicação dos fogos, à medida que
a situação tática evolua;
e) as ligações com tropas vizinhas para a abertura de fogos junto aos limites do
Pelotão com as mesmas;
f) as posições de espera, principais e alternativas que as frações ocuparão;
g) a situação dos obstáculos naturais ou artificiais, que o inimigo deverá ultrapassar.
h) as regras de segurança e as medidas para evitar o fratricídio;
9.3.8.3.2 Uma vez concluída a apresentação do planejamento de fogos e tiradas

9-36
EB70-CI-11.452
as dúvidas das frações, o Cmt Pel C Mec deve ser capaz de responder as se-
guintes perguntas, que lhe permitirão verificar se o seu Planejamento de Fogos
está completo:
a) Qual é a missão do Pel C Mec e quais são os efeitos esperados de seus fogos?
b) Onde está o inimigo e como ele entrará na Zona de Fogos do Pelotão?
c) Quais são e onde deverão se apresentar na Z Aç do pelotão os sistemas de
armas inimigos mais perigosos para o Pel C Mec?
d) Como e o que o inimigo deverá realizar na Z Aç do Pel C Mec?
e) Quais medidas foram tomadas para destruir, neutralizar ou barrar o inimigo na
Z Aç do Pel C Mec?
f) A Posição de Combate do Pel C Mec permite vencer o inimigo? Quais posições
no terreno, se tomadas pelo inimigo, permitirão a derrota do Pel C Mec?
g) Qual o sistema de armas inimigo interessa ao Pel C Mec em primeiro lugar?
h) Qual a sequência de fogos adotada para as frações subordinadas e quais serão
seus principais alvos?
i) Quais efeitos o Pel C Mec pretende alcançar com seus fogos?
j) Que medidas e procedimentos foram estabelecidos para controlar e distribuir
os fogos do Pel C Mec?
k) Como saberão os Cmt Frações e os atiradores meus quais são seus alvos? Eles
entenderam as medidas ou ferramentas estabelecidas para o controle do fogo?
l) Como o Cmt Pel C Mec poderá conduzir o fogo de seu pelotão sobre as Zonas
de Fogos e sobre os alvos críticos ou mais importantes? Qual a densidade e o
volume de fogo previsto?
m) Onde estará o Posto de Comando do Pel C Mec? Desse local o Cmt Pel poderá
observar toda a sua Z Aç?
n) Como o Cmt Pel C Mec irá reorientar seus fogosos antes que as mudanças
da situação tática ocorram?
o) Como será controlado o consumo da munição? Como será executado o remuni-
ciamento das frações, sem que seja afetada a operacionalidade e o cumprimento
da missão?
p) O planejamento impede a saturação dos alvos (múltiplos engajamentos)?
q) O planejamento maximiza as características do armamento do Pel C Mec?
r) O Planejamento de fogos facilita o engajamento de alvos, com maior possibili-
dade de destruição no primeiro impacto?
s) O planejamento prevê o engajamento em cada fase do combate apenas das
frações necessárias?

9-37
EB70-CI-11.452
t) O planejamento prioriza a destruição dos alvos mais perigosos para o Pel C Mec?
9.3.8.3.3 Um aspecto realmente importante da apresentação do planejamento
de fogos do Pel C Mec aos Cmt Frações é o método de transmissão das ordens,
medidas de coordenação, restrições de fogos, etc e que uma grande parte das
respostas às perguntas do item anterior e os elementos de qualquer planejamento
de fogos devem estar contidos nas NGA do Pelotão ou do Esquadrão.
9.3.8.3.4 A base do planejamento de fogos devem ser os itens previstos nas NGA,
que só deverão ser alterados em função de mudanças na situação tática inicial,
ou em situações de emergência, ou crise.
9.3.8.3.5 A transmissão do planejamento de fogos ao Pel C Mec deverá ser re-
alizada da forma mais comum e usual e, sempre que possível, com vista para o
terreno da Z Aç do pelotão.
9.3.9 PLANEJAMENTO DO ARMAMENTO A SER EMPREGADO
9.3.9.1 O Cmt Pel, ao se deparar com uma ameaça inimiga em sua zona de ação,
deve decidir qual armamento de suas frações subordinadas é o mais adequado
para destruir, neutralizar ou causar danos a esse oponente.
9.3.9.2 Para isso, o Cmt Pel deve levar em consideração os seguintes fatores:
a) o tipo da ameaça: carro de combate, VBR, outras viaturas blindadas, aeronave
leves, helicópteros, ARP etc;
b) a distância que a ameaça se encontra; e
c) a influência (ou importância) da ameaça no cumprimento da missão do pelotão.
9.3.9.3 Levantados esses dados e conhecendo as características do armamento
coletivo de suas frações (alcance útil e emprego mais adequado) terá condições de
designar qual(is) o(s) armamento(s) que deverá(ão) atirar contra a(s) ameaça(s).

Tab 14 - Alcance útil do armamento coletivo das frações do Pel C Mec


(previsto atualmente em QO).

9-38
EB70-CI-11.452
9.3.9.4 O emprego desse armamento deverá levar em conta, também, que
o Pel C Mec deve:
a) utilizar primeiro o armamento de menor calibre capaz de destruir o alvo (dentro
de seu alcance útil);
b) utilizar primeiro o armamento capaz de destruir o alvo, que dispuser de mais
munição (verificar as restrições de determinadas munições);
c) não empregar prematuramente as armas de maior calibre do pelotão a fim de
impedir que o inimigo levante dados sobre a disponibilidade desse armamento.
9.3.10 PLANEJAMENTO DO EMPREGO E O CONTROLE DO CONSUMO DA
MUNIÇÃO
9.3.10.1 Durante a execução de uma missão de reconhecimento (ou em outras
missões), o Pel C Mec poderá ter que realizar um ataque a uma posição inimiga
ou a elementos inimigos desdobrados no terreno, que não estavam previstos no
planejamento inicial. Para realizar esse ataque, normalmente, o Cmt Pel organizará
suas frações em um escalão de ataque, seja embarcado (Seç VBC Cav/VBR e
GC) ou a pé (GC e G Exp), uma base de fogos (Pç Ap, VBC Cav/VBR, VBC Fuz
ou VBTP) e, elementos de segurança (as Pa do G Exp) que poderão receber,
também, a missão de fixar o inimigo.
9.3.10.2 Essa articulação das frações do pelotão tem por finalidade manter o ini-
migo sob fogo, criando as condições necessárias para que o escalão de ataque
possa manobrar, progredindo até seu objetivo. Para que esse fogo tenha o efeito
desejado, deverá ser aplicado no local, no momento e pelo tempo planejado pelo
Cmt Pel.
9.3.10.3 Todos os “escalões” do Pelotão (Atq, Ba F, Seg, Fixação etc) farão uso
de seu armamento e consumirão parte da munição de dotação nessa ação.
Entretanto, essa munição de dotação deverá ser empregada em outras ações
no prosseguimento da missão. O ataque é parte da missão inicial, não podendo
consumir toda a munição disponível.
9.3.10.4 Dificilmente o pelotão será remuniciado durante uma missão de Reco-
nhecimento (ou outras missões). O remuniciamento, normalmente, ocorrerá uma
vez a cada jornada e à noite. Portanto, o consumo da munição em cada fase da
operação deverá ser assunto muito bem planejado.
9.3.105 Esse planejamento do consumo da munição deverá abranger todas as
tarefas recebidas pelas frações durante no ataque (manobrar, fixar, Seg e a Ba
F), que quantidade de munição será empregada nessa ação e que quantidade
será preservada para a continuidade da missão recebidas (Rec) deve ser bem
definida pelo Cmt Pel em seu planejamento.
9.3.10.6 Esse assunto deve fazer parte de uma NGA do Pel C Mec e/ou de seu
Esqd C Mec – “Controle e consumo da munição”, pois nas ações inopinadas

9-39
EB70-CI-11.452
durante a missão, dificilmente haverá tempo para um planejamento demorado e
detalhado.
9.3.10.7 Caso o assunto não esteja previsto em uma NGA, o Cmt Pel poderá con-
siderar o emprego de 40% da munição disponível no ataque. Os demais 60% da
munição disponível devem ser preservadas para ações futuras durante a missão,
como desengajar-se do inimigo, passar a uma ação retardadora, prosseguir na
missão após o ataque, apoiar uma substituição etc.
9.3.10.8 A Base de Fogos do Pelotão terá papel decisivo no sucesso de um ataque,
permitindo com seus fogos a manobra do Esc Atq. Para que isso possa ocorrer,
o Cmt Pel deverá planejar o tempo de apoio de fogo dessa Ba F quando a Ba
F deverá atirar, sobre que alvos vai concentrar seus fogos, quando suspenderá
os tiros etc. Uma base de fogos organizada com a Peça de Apoio, as VBC Cav/
VBR da Seç VBC Cav/VBR e as metralhadoras da VBC Fuz/VBTP para apoiar
um ataque a pé do pelotão, consumirá uma considerável quantidade de munição
para um período de apenas 5 minutos de fogo. Portanto, deve ser estabelecido
um rigoroso controle da munição pelos Cmt Frações para que somente a percen-
tagem de munição prevista para essa ação seja consumida (por exemplo, 40%
da munição disponível).

Fig 234 - VBR na Base de Fogos do Pel C Mec.

9.3.10.9 O mesmo planejamento e controle da munição deverá ser executado


pelos Cmt dos Esc Atq, Seg e a fração que receber a missão de fixar o inimigo.
Caso o Pelotão não receba uma quantidade de munição específica para essa
ação (suprimento extra de munição da reserva da SU), deverá ser planejado o
consumo de 40% da munição disponível para as ações desses escalões no ataque.

9-40
EB70-CI-11.457

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 25 de junho de 2021
https://portaldopreparo.eb.mil.br
EB70-CI-11.457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume III -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

- Volume III -

1ª Edição
2021
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

PORTARIA Nº 063-COTER/C Ex, DE 14 DE JUNHO DE 2021.


EB: 64322 006902/2021-32

Aprova o Caderno de Instrução Pelotão


de Cavalaria Mecanizado - Volumes I, II
e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, 2021,
2021, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atri-


buição que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do
Comando de Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria
do Comandante do Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo
com o que estabelece os Art. 5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as
Publicações Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela
Portaria do Comandante do Exército nº 770, de 7 de dezembro de 2011,
e alteradas pela Portaria do Comandante do Exército nº 1.266, de 11 de
dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Pelotão de Ca-


valaria Mecanizado - Volumes I, II e III (EB70-CI-11.457), 1ª Edição, que
com esta baixa.

Art. 2º Fica revogado o Caderno de Instrução C 2-36/1 O Pelotão


de Cavalaria Mecanizado, 1ª Edição, aprovado pela Port nº 69 – EME, de
21 de Outubro de 1977, publicada no BE Nº 46/1977.

Art. 3º Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir


de 1º de julho de 2021.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 25, de 25 de junho de 2021)


EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB70-CI-11.457
EB70-CI-11.457
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Volume I
Pag
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1. Finalidade............................................................................................. 1-1
1.2. Considerações Iniciais.......................................................................... 1-1
1.3 A Cavalaria Mecanizada ...................................................................... 1-2

CAPÍTULO II – O PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO


2.1 Considerações Gerais.......................................................................... 2-1
2.2 Conceito de Emprego........................................................................... 2-1
2.3 Capacidade Operativa, Atividades e Tarefas........................................ 2-2
2.4 Características do Pel C Mec............................................................... 2-2
2.5 Dados Médios de Planejamento .......................................................... 2-4
2.6 Fatores que limitam o emprego do Pel C Mec...................................... 2-4
2.7 Estrutura Organizacional ..................................................................... 2-6

CAPÍTULO III – COMANDO E CONTROLE


3.1 Considerações Gerais.......................................................................... 3-1
3.2 Comando e Controle............................................................................ 3-1
3.3 O Comando do Pel C Mec.................................................................... 3-2
3.4 O Comandante do Pel C Mec............................................................... 3-2
3.5 Trabalho de Comando.......................................................................... 3-4
3.6 Medidas de Coordenação e Controle................................................... 3-31
3.7 Comunicações no Pel C Mec............................................................... 3-40

CAPÍTULO IV – OPERAÇÕES OFENSIVAS


4.1 Considerações Gerais.......................................................................... 4-1
4.2 Formações de Combate....................................................................... 4-2
4.3 O Pel C Mec na Marcha para o Combate............................................. 4-5
4.4 O Pel C Mec no Reconhecimento em Força (Rec F)........................... 4-7
EB70-CI-11.457

4.5 O Pel C Mec no Ataque (Atq)............................................................... 4-6


4.6 O Pel C Mec no Aproveitamento do Êxito (Apvt Exi)........................... 4-33
4.7 O Pel C Mec na Perseguição (Prsg).................................................... 4-33
4.8 O Pel C Mec no Ataque Noturno (Atq Not).......................................... 4-34
4.9 Outras Operações Ofensivas............................................................... 4-41

CAPÍTULO V – OPERAÇÕES DEFENSIVAS


5.1 Considerações Gerais.......................................................................... 5-1
5.2 O Pel C Mec e as Operações Defensivas............................................ 5-1
5.3 Defesa em Posição.............................................................................. 5-2
5.4 A Defesa de Área.................................................................................. 5-2
5.5 A Defesa Móvel..................................................................................... 5-17
5-6 Os Movimentos Retrógrados............................................................... 5-18
5-7 Ação Retardadora............................................................................... 5-19
5-8 Retraimento......................................................................................... 5-28
5-9 Retirada............................................................................................... 5-34
5-10 Táticas e Técnicas Especiais na Defensiva..................................... 5-34

CAPÍTULO VI – OPERAÇÕES DE COORDENAÇÃO E COOPERAÇÃO


COM AGÊNCIAS
6.1 Considerações Gerais.......................................................................... 6-1
6.2 As Operações de Coordenação e Cooperação com Agências............. 6-1
6.3 O Pel C Mec nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem ............ 6-4

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume II
Pag

CAPÍTULO VII – OPERAÇÕES COMPLEMENTARES


7.1 Considerações Gerais.......................................................................... 7-1

7.2 A Operação Segurança ..................................................................... 7-1


7.3 O Reconhecimento – TTP das Operações de Segurança ................. 7-46
EB70-CI-11.457
7.4 Operação Complementar - Operação em Áreas Edificadas ............... 7-123

CAPÍTULO VIII – AÇÕES COMUNS A TODAS AS OPERAÇÕES


8.1 Considerações Gerais.......................................................................... 8-1
8.2 Ações Comuns de Reconhecimento, Vigilância e Segurança.............. 8-1

CAPÍTULO IX – FOGOS
9.1 Considerações Gerais.......................................................................... 9-1
9.2 Meios de Apoio de Fogo Disponíveis .................................................. 9-3
9.3 Planejamento do Apoio de Fogo .......................................................... 9-11

ÍNDICE DOS ASSUNTOS


Volume III
Pag

CAPÍTULO X – LOGÍSTICA
10.1 Considerações Gerais........................................................................ 10-1
10.2 Organização da Logística no Esqd C Mec de RC Mec....................... 10-2
10.3 A Logística no Pel C Mec.................................................................... 10-5

CAPÍTULO XI – PROTEÇÃO
11.1 Considerações Gerais........................................................................ 11-1
11.2 O Pel C Mec e a Função de Combate Proteção................................. 11-1
11.3 Atividades de Proteção....................................................................... 11-2

ANEXOS
ANEXO A - TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE COMBATE
COMUNS ÀS OPERAÇÕES DO PEL C MEC
A.1 Posições de Combate........................................................................... A-1
A.2 Ocupação de Zona de Reunião............................................................. A-17
A.3 Ações Contra-Ataque Aéreo - Pel C Mec em Deslocamento.............. A-23
A.4 Ações Contra Fogos Indiretos.............................................................. A-26
EB70-CI-11.457
A.5 Níveis de Prontidão............................................................................... A-30
A.6 Identificação de Viaturas Inimigas....................................................... A-32

ANEXO B - PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE


FOGO AMIGO
B.1 Considerações Gerais.......................................................................... B-1
B.2 Definições............................................................................................. B-1
B.3 Causas do Fratricídio e do Fogo Amigo............................................... B-2
B.4 Os Efeitos do Fratricídio e do Fogo Amigo........................................... B-6
B.5 Princípios e Procedimentos de Prevenção de Incidentes de Fratricí-
dio e de Fogo Amigo................................................................................... B-7
B.6 O Treinamento do Pel C Mec para a redução do Fratricídio e do Fo-
go Amigo..................................................................................................... B-36

ANEXO C - OPERAÇÕES CONTINUADAS


C.1 Considerações Gerais.......................................................................... C-1
C.2 Efeitos do Combate Continuado sobre a Tropa................................... C-1
C.3 Aspectos a Considerar no Planejamento e Preparação do Pel C Mec
para o Combate Continuado........................................................................ C-4
C.4 Segurança............................................................................................ C-8
C.5 Aspectos das Operações sob Condições de Visibilidade Limitadas no
Combate Continuado.................................................................................. C-9
C.6 Controle da Fadiga e do Estresse Operacional.................................... C-10

ANEXO D - INFORMES OPERACIONAIS


D.1 Considerações Gerais.......................................................................... D-1
D.2 Padronização dos Informes Operacionais........................................... D-1

ANEXO E - DISPOSITIVOS EXPLOSIVOS IMPROVISADOS


E.1 Considerações Gerais.......................................................................... E-1
E.2 Identificação e Características dos DEI............................................... E-1
E.3 Explorando os DEI................................................................................ E-7
E.4 Princípios do Combate Contra os DEI.................................................. E-11
E.5 Ações Imediatas................................................................................... E-12
E.6 Combate Contra Veículos DEI.............................................................. E-14

REFERÊNCIAS
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO X
LOGÍSTICA

10.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


10.1.1 A LOGÍSTICA GERAL
10.1.1.1 A Logística tem por objetivo prever e prover os meios em pessoal, ma-
terial e serviços em tempo de guerra, realizando todas as atividades logísticas
necessárias às operações da Força Terrestre e, em tempo de paz, preparando-se
para tal fim. Ela realiza a integração de diversas atividades, tarefas e sistemas
inter-relacionadas para prover apoio e serviços, de modo a assegurar a liberdade
de ação e proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações.

Fig 237 - Cadeia Logística

10.1.1.2 Uma Função Logística é a reunião, sob uma única designação, de um


conjunto de atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza. São
Funções Logísticas: Recursos Humanos (RH); Saúde (Sau); Suprimento (Sup);
Manutenção (Mnt); Engenharia (Eng); Transporte (Trnp); e Salvamento (Slv). Des-
sas, somente as funções RH, Sau, Sup e Mnt são executadas normalmente pela
logística do Esqd C Mec e terão grande importância para a logística do Pel C Mec.

10-1
EB70-CI-11.457
10.1.2 A LOGÍSTICA NO PEL C MEC
10.1.2.1 O Cmt Pel C Mec deve conhecer a organização e o funcionamento da
logística de seu Esqd C Mec (de RC Mec e de Bda), as possibilidades logísticas
da sua SU, o desdobramento das frações e instalações logísticas que operam na
ATSU (Seç C e Pel C Ap) e apoiam os Pel da SU.
10.1.2.2 O planejamento logístico do Esqd C Mec deve ser do conhecimento do
Cmt Pel c Mec e de seu Adj Pel a fim de de que possam prestar as informações
logísticas necessárias sobre seu Pel C Mec e solicitar o apoio logístico para as
suas missões. É importante saber o quando, o como e o que informar ao Esqd
C Mec, bem como ter conhecimento do que solicitar, como solicitar, quando soli-
citar e a quem solicitar o apoio logístico aos seus homens, viaturas, armamento
e equipamentos diversos.

10.2 ORGANIZAÇÃO DA LOGÍSTICA NO ESQD C MEC DE RC MEC


10.2.1 GENERALIDADES
10.2.1.1 A Logística no Esqd C Mec/RC Mec é responsabilidade do Cmt Esqd C
Mec. Compete a ele o planejamento e a supervisão.
10.2.1.2 O SCmt SU é o coordenador e sincronizador da logística (e dos fogos)
da SU. O Enc Mat (Cmt Seç C do Esqd C Mec/RC Mec) é o principal auxiliar do
SCmt na supervisão e execução do planejamento logístico da SU. São auxiliares
diretos do Enc Mat o 3º Sgt Furriel (Tu Sup) e o 2º Sgt Mec Vtr Bld (Tu Mnt).
10.2.1.3 O principal auxiliar do SCmt Esqd C Mec para a coordenação da função
logística Recursos Humanos é o 1º Sgt Sargenteante (Tu Pes) e, para a manuten-
ção do material de comunicações é o 3ª Sgt Auxiliar de Comunicações (Tu Com).
10.2.2 A SEÇÃO DE COMANDO
10.2.2.1 A Seç C é a fração da SU encarregada de executar a logística da SU.
Para a execução dessas atividades a Seção de Comando conta as frações lo-
gísticas de seu Gp Log e com frações logísticas do Esqd C Ap que poderão ser
recebidas em reforço ou apoio.
10.2.2.2 Frações Logísticas do Grupo de Logística da Seç C do Esqd C Mec
10.2.2.2.1 Turma de Suprimento (Tu Sup)
a) A Tu Sup é a fração encarregada de levantar as necessidades logísticas da
SU, receber, transportar e distribuir às frações da SU o suprimento de diversas
classes recebido do RC Mec.
b) O Sgt Fur é o auxiliar do Enc Mat para o transporte e distribuição de supri-
mentos na SU.

10-2
EB70-CI-11.457
10.2.2.2.2 Turma de Manutenção (Tu Mnt)
- A Tu Mnt é a fração encarregada de proporcionar apoio de manutenção aos
pelotões, coordenando, assistindo e ampliando o trabalho das guarnições das
viaturas; realiza o levantamento das necessidades e planeja a execução da
manutenção de 1º escalão das viaturas e do armamento; recebe e transporta o
suprimento Classe IX distribuído pelo RC Mec para a execução da manutenção
a cargo da SU.
10.2.2.3 Frações Logísticas do Esqd C Ap em apoio ao Esqd C Mec
10.2.2.3.1 A manobra logística do RC Mec poderá prever o apoio de uma ou mais
das seguintes frações logísticas do Esqd C Ap, em reforço ou apoio às atividades
logísticas do Esqd C Mec (em função da missão recebida ou da situação logística
da SU):
10.2.2.3.2 Turma de Manutenção (Tu Mnt) - Seç Mnt Ap Dto/Pel Mnt/Esqd C Ap
a) Reforça a atividade de manutenção a cargo da Tu Mnt da SU; realiza a manu-
tenção de 2º escalão de viaturas que puder ser realizada na Z Aç da SU.
b) A SU poderá receber uma ou mais Tu Mnt do Esqd C Ap.
10.2.2.3.3 Turma de Aprovisionamento (Tu Aprv) - Seç Aprv/Pel Sup/Esqd C Ap
- Recebe da Tu Sup e transporta o Sup Cl I (exceto rações operacionais) para
a confecção da ração normal (R1 A e c) para a SU (para determinado período).
10.2.2.3.4 Turma de Evacuação (Tu Ev) do Gp Ev/Pel Sau/Esqd C Ap
- Opera o Ponto de Concentração de feridos (PCF da SU), ministra os primeiros
socorros aos feridos, prepara os feridos para a evacuação, se necessário, e realiza
a evacuação de feridos da ATSU até o Posto de Socorro do Regimento (PSR).
10.2.2.4 Área de Trens da Subunidade
10.2.2.4.1 Área de Trens da Subunidade (ATSU) é a região da Z Aç do Esqd C
Mec onde são reunidos os elementos logísticos necessários ao apoio logístico
cerrado aos Pel C Mec. Nessa área são desdobrados os trens da subunidade e
suas instalações logísticas.
10.2.2.4.2 Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos em
pessoal, viaturas e equipamentos destinados a proporcionar apoio logístico a uma
tropa. Os trens do Esqd C Mec (TSU) são constituídos pelos elementos da seção
de comando e pelos elementos de saúde, manutenção e aprovisionamento do
Esqd C Ap em apoio direto ou reforço ao Esqd C Mec.
10.2.2.4.3 Instalações Logísticas Desdobradas na ATSU do Esqd C Mec
a) Posto de Remuniciamento P Remn):
- É desdobrado e operado pela Tu Sup/Gp Log da Seç C da SU.

10-3
EB70-CI-11.457
- Esta instalação é constituída, normalmente, pela viatura de 5 Ton da Tu Sup,
onde são transportados os explosivos e munições da dotação orgânica (DO) não
distribuídas para as frações da SU.
- Esse suprimento é mantido embarcado o máximo de tempo possível. Em
situações estáticas, poderá ser construído um paiol de campanha improvisado.
b) Ponto de Concentração de Feridos (PCF)
- É desdobrado e operado pela Turma de Evacuação (Tu Ev) do Esqd C Ap.
- Esta instalação funciona em torno das 02 (duas) ambulâncias da Tu Ev (01
VBTE-Amb e 01 Vtr TE Amb) e se destina a receber os feridos transportados por
elementos dos Pel C Mec.
- Em determinadas situações (em função da situação tática ou da gravidade
dos ferimentos do militar) a VBTE – Amb da Tu Ev poderá deslocar-se até o local
onde o ferido se encontra (Z Aç do Pel C Mec) a fim de evacuá-lo. É a mais avan-
çada das instalações da ATSU, localizando-se próxima ao Eixo de Suprimento e
Evacuação (E Sup Ev) da SU. 
- Outras Vtr da Seç C poderão ser empregadas para evacuar feridos menos
graves ou quando ocorrer um número elevado dos mesmos. Quando o Esqd C
Mec receber mais de uma Tu Ev, poderão ser previstos mais de um PCF.
c) Área de Cozinhas (A Coz)
- É desdobrada e operada pela Tu Aprv do Esqd C Ap. Nessa instalação é
confeccionada e distribuída a alimentação da SU.
d) Área de Manutenção (A Mnt)
- É desdobrada e operada pela Tu Mnt da SU. A SU poderá receber em reforço,
ou apoio direto, 01 (uma) ou mais Tu Mnt do Esqd C Ap.
- É a partir dessa área que a(s) Tu Mnt realizará(ão) o apoio logístico de ma-
nutenção à SU. A(s) Tu Mnt poderá(ão) atuar em toda a Z Aç da SU, dependendo
da situação tática, apoiando os Pel C Mec em suas posições ou eixo de atuação,
indo até o local onde estão as Vtr (Armt) em pane.
- O Cmt Tu Mnt mais antigo é o Cmt A Mnt da SU. Localiza-se, normalmente,
próxima ao Eixo de Suprimento e Evacuação (E Sup Ev) da SU.
10.2.2.5 No Esqd C Mec de RC Mec, todas as ligações logísticas diárias entre o
Pel C Mec e o seu Esqd devem ser realizadas por intermédio do SCmt SU.
10.2.3 ORGANIZAÇÃO DA LOGÍSTICA NO ESQD C MEC DE BRIGADA
10.2.3.1 A Logística no Esqd C Mec/Bda é responsabilidade do Cmt SU, sendo
planejada e supervisionada pelo Oficial de Logística, S4 da SU. O SCmt SU é o
sincronizador da logística (e de todas as demais atividades) da SU.

10-4
EB70-CI-11.457
 10.2.3.2 O Esqd C Mec de Brigada conta em sua estrutura organizacional com
um Pelotão de Comando e Apoio, que enquadra uma Seção de Comando e uma
Seção Logística (Seç Log). A Seç Log possui em sua estrutura organizacional 01
(um) Grupo de Manutenção (Gp Mnt), 01 (um) Grupo de Aprovisionamento (Gp
Aprv), 01 (um) Grupo de Saúde (Gp Sau) e 01 (um) Grupo de Suprimento (Gp Sup).
10.2.3.3 O Cmt Pel C Ap é o principal auxiliar do S4 para a coordenação e fisca-
lização das atividades logísticas. O Enc Mat é o principal assessor do Cmt Pel C
Ap, cabendo-lhe a execução do planejamento logístico da SU, empregando as
frações da Seç Log e outras recebidas em apoio ou reforço do B Log da Brigada.
10.2.3.4 A organização da Área de Trens do Esqd C Mec de Brigada (ATSU) é
semelhante à da SU orgânica dos RC Mec, diferindo nos efetivos e número de
frações. Nessa área são instaladas e operadas as mesmas instalações logísticas
da ATSU de Esqd C Mec/RC Mec exceto o Refu F, que nessa OM é o próprio
Posto de Saúde da OM.
10.2.3.5 No Esqd C Mec de Brigada todas as ligações logísticas diárias entre o
Pel C Mec e o Esqd devem ser realizadas por intermédio do S4 da OM. Para a
função logística Recursos Humanos, as ligações do Pel com a SU devem ser
feitas por intermédio do S1 da OM.

10.3 A LOGÍSTICA NO PEL C MEC


10.3.1 GENERALIDADES
10.3.1.1 O Cmt Pel C Mec deve ter perfeito conhecimento da situação logística
de seu pelotão a fim de manter seu Cmt SU constantemente informado dessa
situação, das necessidades logísticas de sua fração e de seus homens. O mesmo
se aplica a todos os comandantes de frações, em suas respectivas frações, em
relação ao Cmt Pel C Mec.
10.3.1.2 O Adj Pel é o auxiliar do Cmt Pel para todas as atividades logísticas.
Ele deve coordenar, cumprir e fazer cumprir as normas logísticas constantes da
NGA da SU, as previstas para a operação ou missão na O Op da SU e as ordens
de seu Cmt Pel.
10.3.1.3 Normalmente, a logística no nível pelotão restringe-se às atividades, às
ações de controle dos efetivos e às necessidade de recompletamentos; manuten-
ção preventiva das viaturas, armamentos e demais equipamentos; recebimento
e consumo de rações e água; levantamento das necessidades, recebimento e
controle do nível de segurança do suprimento Classe III (Combustíveis e lubrifi-
cantes) e da Classe V (Munição); providências para o atendimento de saúde aos
integrantes do pelotão e a evacuação de mortos das frações.

10-5
EB70-CI-11.457
10.3.2 RECURSOS HUMANOS
10.3.2.1 Generalidades
10.3.2.1.1 O Cmt Pel C Mec deve conhecer as atividades da função logística
Recursos Humanos realizadas em seu RC Mec (ou Esqd C Mec de Bda) e as
realizadas pela sua brigada em apoio a essas OM, de forma a poder solicitar à
SU o acesso de seu efetivo a essas atividades, particularmente as relacionadas
ao bem-estar (cantina etc.), à manutenção do moral (correio etc.), aos serviços
em campanha (banho, lavanderia, substituição e reparação de uniformes etc.) e
à assistência religiosa.
10.3.2.2 Gerenciamento do efetivo do Pel C Mec
10.3.2.2.1 Os militares do Pel C Mec são o seu recurso mais precioso. Assim
sendo, o Cmt Pel deve dar especial atenção a essa área funcional, pois tem papel
significativo para prontidão operativa do pelotão. Ela assegura a capacidade de
durar na ação por meio do atendimento das necessidades vitais dos militares,
possibilitando as condições requeridas para o cumprimento das missões.
10.3.2.2.2 O Cmt de Pel C Mec deve informar, diariamente, ao SCmt Esqd (ou S1),
na forma e no horário previsto nas NGA ou na O Op da SU, a situação do efetivo
de seu pelotão. Devem ser transmitidas todas as alterações relativas ao pessoal
ocorridas na jornada e as que permanecem de outras jornadas. Os dados serão
transmitidos por posto e graduação, por fração, informando o destino militares
(prontos e em outros destinos), necessidade de recompletamentos, as baixas,
os militares que permanecem em recuperação no Ponto de Refúgio da SU e/ou
foram evacuados para o PSR etc.
10.3.2.3 Bem-estar e manutenção do moral do Pel C Mec
10.3.2.3.1 O bem-estar e a manutenção do moral envolvem um conjunto de
ações que visam a proporcionar um ambiente saudável por meio de recursos e
facilidades adequadas ao desenvolvimento das ações cotidianas, proporcionando
um conforto ao pessoal compatível com a situação existente. Elas se destinam
a permitir que os militares se recuperem do desgaste físico, mental e emocional
provocados pelas situações de combate ou de trabalho extremado e sob forte
pressão (repouso, descanso, banho, alimentação etc).
10.3.2.3.2 Em operações, os artigos reembolsáveis, como o material de higiene,
refrigerantes, revistas e outros itens que contribuem para o conforto individual,
são oferecidos, normalmente, por meio de cantinas móveis, desdobradas na Área
de Trens do RC Mec pelo Esc Sp (FTC do TO). Não é normal o desdobramento
dessas cantinas na ATSU do Esqd C Mec de Brigada. Essa OM deverá valer-se
do apoio da cantina desdobrada junto ao Blog, na Base Logística de Brigada.
Quando essas cantinas forem desdobradas na AT do RC Mec ou na Ba Log Bda,

10-6
EB70-CI-11.457
normalmente serão baixadas normas pelo SCmt SU (ou pelo S1) para a utilização
das mesmas. Caso este apoio esteja disponível, o Cmt Pel C Mec deverá orientar
o seu pessoal sobre o uso dessas facilidades e enviar as solicitações de seus
militares ao SCmt Esqd C Mec (S1).
10.3.2.3.3 As ações relacionadas aos serviços em campanha como banho, lavan-
deria, substituição e reparação de uniformes, assistência religiosa e outros têm
grande influência no bem-estar e no moral da tropa. Elas devem ser disponibili-
zadas para a tropa em 1º escalão sempre que a situação tática permitir. O Cmt
Pel deve inteirar-se junto ao seu Esqd C Mec sobre esses serviços e manter seu
efetivo informado sobre a possibilidade de acesso aos mesmos.
10.3.2.3.4 O Cmt Pel e seu Adj devem estar permanentemente atentos aos
seguintes fatos capazes de influenciar o moral dos integrantes do pelotão e das
suas frações como um todo:
a) manutenção dos efetivos das frações;
b) perdas;
c) estado físico e mental dos homens;
d) atribuição adequada das missões para os militares e para as frações;
e) necessidade de repouso etc.
10.3.2.4 Evacuação de mortos
10.3.2.4.1 As atividades de evacuação de mortos e sepultamento atendem a du-
pla finalidade: preservar as condições sanitárias no campo de batalha e manter
o moral da tropa. O Cmt Pel C Mec deverá envidar esforços para, no mais curto
prazo possível, evacuar seus mortos para a ATSU de seu Esqd.
10.3.2.4.2 Um soldado morto deve ser imediatamente identificado pelo seu Cmt
de Fração, sendo esses dados repassados ao Cmt Pel e ao Adj Pel. A seguir, o
morto deve ser evacuado por seus companheiros (quando a situação tática o per-
mitir) para um local próximo ao P Remn/Esqd na ATSU. O Cmt Pel C Mec deverá
providenciar a remessa ao SCmt (S1) dos dados para a identificação provisória
do cadáver, como o nome, posto/graduação, número de registro/identidade (placa
de identificação), fração/pelotão, hora e local da morte, bem como realizar a co-
leta e o processamento de seus pertences pessoais, equipamento e armamento,
entregando-os na ATSU. As normas referentes à evacuação de mortos devem
estar previstas na NGA da SU ou em sua O Op.
10.3.2.4.3 Em situações excepcionais ou em casos de emergência, poderá ser
determinado pela SU que o Pel C Mec realize o sepultamento de seus mortos.
Nesse caso, o Cmt Pel deverá tomar todas as medidas previstas no item anterior
(exceto a evacuação do morto) e informar localização o mais exata possível do
local de sepultamento, que deve estar identificado.

10-7
EB70-CI-11.457
10.3.2.5 Justiça e disciplina
10.3.2.5.1 O Cmt Pel deve dar atenção à manutenção da disciplina, pelo reflexo
da mesma no espírito de corpo da fração e no seu desempenho em combate.
10.3.2.5.2 Não devem ser descuidadas as medidas preventivas para a manutenção
da disciplina e da hierarquia, como:
a) a aplicação dos princípios de chefia e de liderança;
b) a instrução sobre os direitos e deveres do soldado;
c) o desenvolvimento do espírito militar, do espírito de corpo e do sentimento do
valor pessoal;
d) o ajustamento das medidas disciplinares às condições locais e às situações
de combate;
e) a orientação e os conselhos adequados nas pequenas faltas que não sejam
reincidências;
f) a atenção às reclamações do pessoal, apoiando-as quando justificadas.
g) o cumprimento das normas de higiene em campanha e da correta apresentação
individual (barba, uniforme completo etc).
10.3.2.6 Prisioneiros de Guerra
10.3.2.6.1 O tratamento a ser dispensado aos prisioneiros de guerra (PG) é re-
gulado pela Convenção de GENEBRA de 1949.
10.3.2.6.2 Os prisioneiros são recolhidos e conduzidos, em princípio, pelos pró-
prios elementos que efetuaram a captura até o P Col PG especificado. O Esqd C
Mec ao qual o Pel C Mec estiver subordinado baixará ordens específicas sobre
o assunto ou prever essas normas em sua NGA.
10.3.2.6.4 Ao serem capturados, os PG serão desarmados e revistados. Especial
atenção deve ser dada a documentos que possam conter dados de valor para
o sistema de inteligência. Ao PG será permitido conservar seu uniforme, placa
de identificação, condecorações, insígnias e valores. Deverá ser orientado para
que os PG não conversem entre si. O mais cedo possível, após a captura, os PG
serão agrupados para evacuação, separando-se oficiais, graduados, desertores,
civis e mulheres.
10.3.2.6.6 A SU difundirá normas específicas para a captura e evacuação de PG
(NGA e peculiares para a operação). O Cmt Pel orientará seus Cmt Frações (e
estes suas frações) para o fiel cumprimento dessas normas.
10.3.2.6.7 Atenção especial para:
a) não permitir atos de violência nem medidas de represália contra os PG;
b) respeitar a pessoa e a honra dos prisioneiros;
10-8
EB70-CI-11.457
c) evacuar rapidamente os PG, para não os expor a perigos desnecessários;
d) os PG só serão obrigados a declarar o nome, posto ou graduação, número de
identidade e idade;
e) não haver discriminação baseada na consideração de posto ou graduação,
condições físicas e mentais, qualificações profissionais e sexo;
f) respeitar o posto, a graduação e a antiguidade dos PG. Tratá-los por seu posto
ou graduação.
10.3.2.6.8 Durante a evacuação dos PG até a ATSU ou o P Cl PG, os integrantes
do Pelotão não devem conversar com os PG ou permitir a conversa entre eles,
não podem distribuir-lhes alimentos, cigarros ou água antes de serem entregues
ao Cmdo da SU ou no PCl PG.
10.3.3 SAÚDE
10.3.3.1 O Cmt Pel C Mec é o responsável por providenciar os primeiros socorros
aos seus homens e evacuar os feridos o mais rapidamente possível para o Ponto
de Concentração de Feridos (PCF) na ATSU.
10.3.3.2 Evacuação e tratamento de feridos
10.3.3.2.1 Quando um militar é ferido, os primeiros socorros são prestados por
companheiros da sua própria fração ou por ele mesmo se tiver condições de
fazê-lo.
10.3.3.2.2 Em seguida, o ferido que possa se locomover será encaminhado ao
Ponto de Concentração de Feridos (PCF) da SU por seus próprios meios (caso
essa instalação logística esteja próxima do pelotão) a fim de receber o tratamento
necessário. Se não for possível esse deslocamento a pé, os feridos leves devem
ser reunidos próximos à Pç Ap, onde aguardarão (em função de gravidade de seus
ferimentos) o transporte para o PCF. Quando a situação tática permitir, o Cmt Pel
designará uma (ou mais) viatura(s) para o transporte do(s) ferido(s) até o PCF.
10.3.3.2.3 Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados
para o PCF pelos integrantes de sua fração, em viatura a ser designada pelo Cmt
Pel. Essa evacuação até o PCF poderá ser realizada por militares e viaturas de
outras frações, a critério do Cmt Pel.
10.3.3.2.4 Caso a situação tática ou a gravidade do ferido impeça a sua evacuação
para o PCF pelo seu Pelotão, o Cmt Pel deverá informar ao SCmt a localização do
ferido, assinalando-a no terreno. Deverão ser designados militares de sua fração
para ficarem com o ferido aguardando a evacuação pela Tu Ev.
10.3.3.2.5 No PCF o ferido receberá os socorros necessários ou será preparado
para a evacuação até o PS (ou para a Ba Log Bda, no Esqd C Mec/Bda) se essa
for necessária.

10-9
EB70-CI-11.457
10.3.3.2.6 A evacuação dos feridos para o PS será feita pela Tu Ev, a partir do
Ponto de Concentração de Feridos, ou mesmo diretamente do local em que o
homem foi ferido, utilizando as ambulâncias da Turma ou outra viatura da Seç C
designada pelo SCmt SU.
10.3.3.2.7 Os feridos que não necessitarem ser evacuados para o PS serão reuni-
dos na ATSU até que melhorem e recebam autorização para retornarem às suas
frações. Esse retorno deverá ser coordenado pelo SCmt SU (ou S1) e os Cmt Pel.
10.3.3.2.8 Os feridos evacuados para o PSR (ou Ba Log Bda) e medicados, e que
possam voltar ao combate em curto prazo, são mantidos nessas instalações até
que estejam aptos a retornarem às suas SU. Aqueles que não tiverem condições
de retornar à frente de combate, em curto prazo, são preparados para a evacuação
para uma instalação de Saúde mais à retaguarda.
10.3.3.3 Prevenção de doenças e medidas sanitárias preventivas
10.3.3.3.1 As medidas a serem observadas para a visita médica dos integrantes
do Pel C Mec (no PS ou na ATSU Esqd C Mec /RC Mec) serão previstas pelo Cmt
SU em sua O Op ou deverão estar previstas na NGA da SU.
10.3.3.3.2 O Cmt Pel e o Adj Pel devem frequentemente realizar inspeções sa-
nitárias em suas frações e orientar seus comandantes de modo a identificarem
situações nocivas à saúde, provocadas por falta de higiene individual (banho,
barba, troca de uniforme, roupas íntimas etc.) ou coletiva (interior das viaturas,
organizações do terreno, instalações ocupadas etc.), falta de cuidados com feri-
mentos e outros problemas de saúde.
10.3.3.3.3 Os Cmt Frações são os responsáveis diretos pela manutenção da
higidez de seus subordinados, devendo informar ao Adj Pel qualquer alteração
com sua saúde ou necessidade de serem enviados a uma revista médica no PCF
ou PS. A manutenção de rigorosa higiene pessoal, o consumo da alimentação
fornecida, o controle e cuidados no consumo de alimentos e de água não forne-
cida pela SU serão de fundamental importância para a manutenção da saúde e
da capacidade de combate dos militares das frações.
10.3.4 MANUTENÇÃO
10.3.4.1 O Pel C Mec realiza a manutenção preventiva (a cargo do usuário) de suas
viaturas, armamento e equipamentos diversos, prevista no Plano de Manutenção
de sua SU. Essa manutenção é a base do sistema de manutenção da F Ter.
10.3.4.2 A manutenção a ser realizada no pelotão engloba procedimentos perió-
dicos de pouca complexidade técnica, destinados a reduzir ou evitar a queda no
desempenho, degradação ou avaria dos materiais. Ela deve incluir, entre outras
ações, as inspeções a serem realizadas pelo Cmt Pel e Cmt Frações, pequenas
reparações ou substituições de peças e recompletamento de óleos e lubrificantes.

10-10
EB70-CI-11.457
10.3.4.3 As panes que por ventura venham a ocorrer nas viaturas, armamentos
e equipamentos diversos do Pel C Mec devem ser sanadas o mais próximo dos
elementos de 1º escalão (usuários). A Tu Mnt realizará a manutenção dos equi-
pamentos junto às suas frações, próximo à posição que ocupam, sempre que a
situação tática permitir. Deve-se evitar o trânsito de equipamento da posição do
pelotão para a ATSU. Somente serão recolhidos para a A Mnt da ATSU os equi-
pamentos cuja manutenção seja demorada, exijam o emprego de ferramentas e
equipamentos mais pesados ou quando for necessária a evacuação do material
em pane por motivos táticos.
10.3.4.4 A responsabilidade da manutenção dos equipamentos do pelotão é do
Cmt Pel e dos Cmt de Frações. Os Cmt (em todos os níveis) devem tomar provi-
dências para sanar as panes, o mais rápido possível, fazendo com que o material
volte a operar o quanto antes.
10.3.4.5 É fundamental que o Cmt Pel desenvolva uma mentalidade de manuten-
ção no seu pelotão, desde o tempo de paz, pois a operacionalidade do pelotão
depende da disponibilidade de emprego de seu material de dotação. Todos, do
Cmt aos soldados, são responsáveis pela manutenção do armamento e equipa-
mento individual e coletivo que utilizam ou empregam.
10.3.4.6 O Cmt Pel deve orientar seus Cmt Frações sobre o controle a ser realizado
e a manutenção do material das frações. Essa manutenção a cargo das guarnições
das viaturas deve ser realizada antes, durante e depois das ações de combate.
10.3.4.7 O Pel C Mec deve aproveitar ao máximo o tempo disponível nas zonas
de reunião (Z Reu), antes ou após o cumprimento das missões de combate para
executar os trabalhos de manutenção. As guarnições das viaturas devem ter em
mente que uma vez deixada a zona de reunião, as oportunidades para a execução
adequada da manutenção serão limitadas. Todos os comandantes das guarnições
das viaturas e o pessoal de manutenção farão o máximo esforço possível para
assegurar a eficiência operacional do equipamento, bem como para a execução
dos reparos e inspeções que não puderem ser realizados convenientemente
durante os períodos de combate. Todo o equipamento deverá ser inspecionado,
limpo e deixado nas melhores condições possíveis.
10.3.4.8 Em todas as situações estáticas do combate ou da missão, tarefas de
manutenção e de controle do material devem ser realizadas por todos os integran-
tes das guarnições das viaturas. Cada militar deve ter sob sua responsabilidade
a verificação de um determinado número de itens e a execução de tarefas em
sua viatura, armamento ou equipamento. Devem ser previstas tarefas como a
verificação do nível do óleo, água e combustível; verificação do estado e pressão
dos pneus; verificação da fixação do armamento, dos canos de troca e dos cofres
de munição; fixação do material de sapa e de outros equipamentos transporta-
dos nas viaturas; verificação de danos em gerais ocasionadas na blindagem e
demais partes da viatura etc. É fundamental que todos (na guarnição e fração

10-11
EB70-CI-11.457
transportada) sejam empenhados nessas tarefas de controle e de manutenção
do material de sua viatura.
10.3.4.9 Durante a realização da manutenção dos equipamentos do pelotão,
devem ser levantadas as necessidades de suprimento necessário para a reali-
zação da manutenção e para a reparação das panes. Quando a pane exceder a
capacidade da guarnição de saná-la, o Cmt Pel deve solicitar ao SCmt Esqd (ou
S4) o apoio em Mnt da SU.
10.3.4.10 As informações logísticas diárias, sobre a situação do material e a ne-
cessidade de material e peças para a manutenção serão levantadas pelo Adj Pel
junto aos Cmt Frações e transformadas em um informe a ser apresentado ao Cmt
Pel. Esses dados referentes à manutenção do material devem ser transmitidos
pelo Cmt Pel ao SCmt Esqd (ou S4), no horário determinado e por intermédio do
documento padronizado pela NGA ou O Op.
10.3.5 SUPRIMENTO
10.3.5.1 O Adj Pel é o coordenador da atividade de suprimento no Pel C Mec,
desenvolvendo ações direcionadas para cada classe de suprimento, de acordo
com as orientações de seu Cmt Pel C Mec.
10.3.5.2 Suprimento Classe I (alimentação, rações e água)
a) O Pel C Mec receberá de sua subunidade as rações quentes, a ração opera-
cional e a água que necessita.
b) As rações normalmente utilizadas pelo pelotão classificam-se em rações nor-
mais (R-1A e R-1B) e em rações operacionais (R-2A, R-2B, R-3 e AE). Durante o
combate, em princípio, a alimentação será constituída por rações operacionais.
c) Todos os integrantes do Pel C Mec devem transportar, em princípio, uma ali-
mentação de emergência (AE), que só será consumida mediante ordem.
d) A distribuição de rações normais à tropa dependerá da situação tática (Tr em Z
Reu ou nas situações estáticas do combate), da disponibilidade de água tratada
para a sua confecção e de ordem do escalão superior.
e) Em princípio, o pelotão não realiza pedido de suprimento Classe I (alimentação).
Este suprimento é automático e será realizado com base nas informações sobre
o efetivo do pelotão transmitidas à SU diariamente.
f) A distribuição de água é normalmente realizada junto com o suprimento Cl I.
Entretanto, o Cmt Pel poderá solicitá-lo à SU sempre que necessário, indepen-
dente dos horários pré-determinados para a distribuição de outros suprimentos.
g) A situação tática, o terreno, a localização das frações e a missão influenciarão
as condições em que será consumida a alimentação no Pel C Mec. Esse consumo

10-12
EB70-CI-11.457
poderá ser realizado em posição ou à retaguarda das posições ocupadas pelas
frações do pelotão, em suas viaturas ou fora destas. O recebimento da alimen-
tação e seu consumo poderá ser realizado por faxina, isto é, enquanto alguns
elementos das frações recebem e/ou consomem sua alimentação, outros mantêm
o contato com o inimigo, permanecendo nas posições. A situação do consumo
da alimentação poderá ser imposta pelo Cmt SU ou ficará a cargo do Cmt Pel.
h) A distribuição das rações deve ser planejada de forma que a ração quente
seja consumida em local adequado, de acordo com a situação tática e a ração
fria seja distribuída de forma controlada para consumo nas posições individuais
quando a situação o permitir.
i) O planejamento do recebimento e distribuição das rações pelo processo “fora
de posição” ou “preposicionado” deve sempre considerar a necessidade de se
realizar um mínimo de movimentos de viaturas a fim de preservar o sigilo da po-
sição do Pel C Mec. Nesses processos o Adj deverá utilizar uma das Vtr do Gp
Exp para receber o suprimento e distribuí-lo às frações.
j) Para o suprimento de água (abastecimento e posterior distribuição) o Adj Pel,
utilizando uma das Vtr do Gp Exp, poderá empregar um dos seguintes processos:
- reunião dos reservatórios para água das viaturas das frações (camburões
ou outros recipientes adequados);
- reunião dos reservatórios individuais de água (cantis) por fração.
10.3.5.3 Suprimento Classe II (Material de Intendência)
a) Os Cmt Frações deverão solicitar ao Adj Pel a substituição do material de
intendência que estiver inservível ou sem condições de uso (de uso coletivo e
individual). O Adj Pel consolida essa necessidade do pelotão e solicita à SU a
substituição ou o recompletamento desse suprimento.
b) O suprimento inservível deve ser recolhido das frações, reunido e remetido
pelo Adj Pel à ATSU para descarte. Caso existam orientações na NGA ou OOp
sobre a destruição desse suprimento pelo pelotão, o Adj Pel deverá coordenar
essas ações.
c) A distribuição do suprimento Classe II será realizada de acordo com a disponibi-
lidade do escalão Superior. O Adj Pel e os Cmt Frações deverão exercer rigoroso
controle desse material e orientar os integrantes do Pel C Mec quanto ao uso e
conservação desse suprimento (coletivo e individual), de forma a garantir uma
maior durabilidade e uso correto dos mesmos.
10.3.5.4 Suprimento Classe III (combustíveis e lubrificantes)
a) A NGA da SU ou sua Ordem de Operações devem determinar ao pelotão o nível
de segurança de combustível (por viatura ou fração) a ser mantido em cada fase

10-13
EB70-CI-11.457
da operação ou missão (50%, por exemplo). O suprimento deve ser solicitado e
recebido antes de ser atingido esse nível de segurança.
b) No Manobra Logística do RC Mec e do Esqd C Mec/Bda deverá ser estabele-
cido, se necessário, um NÍVEL DE SEGURANÇA para o suprimento Classe III,
em função das restrições impostas ao consumo desse suprimento, à dificuldade
para a entrega do mesmo ou às características da operação a ser realizada. Esse
nível de segurança será estabelecido por viatura e por tipo de combustível. Poderá
ser determinado por porcentagem, por nível do reservatório de combustível ou
por quantidade de litros de combustível: 40%, 1/3 do tanque ou 30 litros. O Pel
deverá informar à SU (SCmt ou S4), independente de horário, as viaturas que
atingiram o nível de segurança imposto.
c) Caso não seja estabelecido um nível de segurança pelo seu escalão enquadran-
te ou SU, o Cmt Pel C Mec deverá estabelecer um nível de segurança para todas
as frações do seu pelotão. Este Nível de Segurança poderá ser, em princípio, de
1/3 da capacidade do tanque de combustível das viaturas. Ao atingir este nível, o
chefe da viatura deverá informar ao seu Comandante de Fração, que informará ao
Adj Pel. O Adj consolida esses dados, mantendo um registro para cada jornada,
das viaturas que atingiram o nível de segurança do pelotão, a fim de priorizar
o recompletamento do tanque dessas viaturas na primeira oportunidade ou por
solicitação ao Cmt Pel, remanejar o combustível existente em reservatórios por-
táteis (camburões) ou repassar combustível de uma viatura para outra (nivelar).
d) O Adj Pel, auxiliado pelos Cmt Frações, motoristas das viaturas e atiradores
dos canhões das VBR, deve verificar diariamente, em horário determinado pelo
Cmt Pel, a situação do combustível  e dos lubrificantes. O Adj Pel deve analisar a
situação e elaborar um informe a ser apresentado ao Cmt Pel sobre a necessidade
diária desse suprimento. O Cmt Pel transmite, no horário determinado pela NGA
ou O Op, as necessidades de Sup Cl III do pelotão ao S Cmt Esqd (S4).
e) O reabastecimento das viaturas deverá ser realizado, em princípio, à noite,
para garantir maior segurança a essa atividade logística. Entretanto, em função da
situação tática e da necessidade logística, ele poderá ocorrer a qualquer momento.
f) A SU determinará o processo e as condições em que se dará a entrega do com-
bustível e dos lubrificantes para o pelotão. O Adj Pel deve coordenar e fiscalizar o
abastecimento das viaturas, conforme as determinações da SU e as orientações
do Cmt Pel. Para o abastecimento das viaturas, o Adj poderá, de acordo com o
grau de sigilo que a situação tática exigir, realizar uma das seguintes ações para
o recebimento e distribuição dos suprimentos:
- centralizar os reservatórios portáteis de combustível das viaturas (camburões),
deslocando-se até a cisterna de combustível em uma das Vtr do G Exp (ou da Pç
Ap) para o abastecimento dos reservatórios e sua posterior distribuição às frações;

10-14
EB70-CI-11.457
- planejar, coordenar e balizar o deslocamento das viaturas das frações, de suas
posições até a posição da viatura cisterna;
- planejar e coordenar o deslocamento da viatura cisterna pela posição do pe-
lotão, realizando o abastecimento das viaturas em suas posições.
g) O Adj deverá estabelecer rígidas normas para o recebimento dos lubrificantes e
o descarte dos óleos, graxas e lubrificantes inservíveis, de forma a não denunciar
a posição ou deixar informes sobre a ocupação da mesma.
10.3.5.5 Suprimento Classe IV (Material de Construção)
- Nas operações defensivas, o Cmt Pel deverá calcular e solicitar ao seu Esqd
o suprimento de Classe IV para os trabalhos de fortificação, necessários para a
organização de sua Posição de Combate (núcleo de defesa). Essa informação
será enviada ao SCmt (S4) no modelo de documento e no horário preestabele-
cido pela SU.
10.3.5.6 Suprimento Classe V (Armamento e Munição)
a) A solicitação do suprimento de Classe V (munição e armamento) é realizada
por intermédio da informação diária do consumo da existência de munição e, se
for o caso, da necessidade de suprimento extra, em função de peculiaridades de
determinada missão a ser executada.
b) O pelotão deve solicitar à sua SU somente o suprimento necessário para com-
pletar a sua dotação, de acordo com a NGA da OM ou a O Op.
c) Na Manobra Logística do RC Mec ou do Esqd C Mec/Bda deverá ser estabe-
lecido um NÍVEL DE SEGURANÇA para o suprimento Classe V, pelas mesmas
razões do estabelecimento do nível de segurança para o suprimento de Classe
III e por uma dificuldade eventual no remuniciamento de determinados calibres
ou tipos de munição.
d) Esse nível de segurança será estabelecido por arma, por calibre ou por tipo de
munição (por exemplo, munição traçante de 7,62 mm). Ele será por quantidade
de munição (por exemplo, 5.000 Car M1 7,62 mm).
e) O Pel deverá informar à SU (SCmt ou S4), independente de horário, os calibres
ou munições que atingiram o nível de segurança imposto.
f) Caso não seja estabelecido um nível de segurança pelo seu escalão enqua-
drante, o Cmt Pel C Mec deverá estabelecer um nível de segurança para todas
os armamentos das frações do seu pelotão.
g) Este Nível de Segurança deve ser, em princípio, de 1/3 da dotação orgânica,
dos cofres de munição (se padronizados por fitas e cartuchos), carregadores ou
caixa de munição (para o armamento individual).
h) Ao atingir este nível, o detentor do armamento, o chefe da viatura ou guarnição

10-15
EB70-CI-11.457
de arma deverá informar ao seu Comandante de Fração, que informará ao Adj Pel.
i) O Adj consolida esses dados, mantendo um registro para cada jornada com as
frações, calibres ou munições que atingiram o nível de segurança do pelotão a fim
de priorizar o remuniciamento na primeira oportunidade ou, se for o caso, realizar
uma redistribuição das munições do armamento individual (9 mm, 5,56 mm e/
ou 7,62 mm), do armamento coletivo das VB do Gp C e do Gp Exp (7,62 mm e
40 mm) e o das VBC Fuz e VBC Mrt ou VBTP do GC e Pç Ap (12,7 mm ou .50).
j) Os Cmt G Exp e Seç VBC Cav/VBR poderão fazer esse remanejamento de
munição entre o armamento de suas VB, informando ao Adj Pel essa ação. Pro-
cedimento semelhante poderá ser realizado pelos Cmt Frações com relação à
munição do armamento individual de seus militares.
k) Os Cmt Frações são responsáveis por controlar o consumo da munição e o
nível de segurança desse suprimento em suas frações (por calibre, arma coletiva
ou fração), estabelecido pela SU ou pelo Cmt Pel.
l) O levantamento da necessidade de recompletamento do suprimento de Classe
V deve ser realizado diariamente pelo Adj Pel, em horário pré-determinado pelo
Cmt Pel.
m) De posse das informações dos Cmt Frações, o Adj Pel analisa a situação do
suprimento em relação ao nível de segurança e às dotações previstas. Conso-
lidadas as informações das frações e elabora um informe a ser apresentado ao
Cmt Pel sobre a necessidade diária desse suprimento.
n) O Cmt Pel transmite, no horário determinado pela NGA ou O Op, a informação
com as necessidades de Sup Cl V do pelotão ao S Cmt Esqd.
o) O remuniciamento, em princípio, será realizado à noite, nas condições e pelo
processo definidos pela SU.
p) O Adj Pel deve coordenar e fiscalizar o remuniciamento das frações do pelo-
tão, conforme as determinações da SU e as orientações do Cmt Pel, de acordo
com o grau de sigilo que a situação tática exigir e com o processo de entrega do
suprimento definido pela SU.
q) No remuniciamento do pelotão o Adj Pel deverá coordenar as seguintes ações
para o recebimento e distribuição do suprimento:
- utilizando uma ou mais viaturas do Gp Exp e/ou a viatura da Pç Ap, deslocar-
-se até a posição da viatura transporte de munição da SU para o recebimento da
munição do Pel C Mec e sua posterior distribuição às frações;
- planejar, coordenar e balizar o deslocamento das viaturas das frações, de
suas posições até a posição da viatura transporte de munição da SU, retornando
às suas posições após o remuniciamento;
- planejar e coordenar o deslocamento da viatura transporte de munição da

10-16
EB70-CI-11.457
SU pela posição do pelotão, realizando o remuniciamento das frações em suas
posições.
10.3.5.7 Suprimento da CLASSE VI (Material de Engenharia e Cartografia),
CLASSE VII (Material de Comunicações, Eletrônica e Informática), CLASSE
VIII (Material de Saúde), CLASSE IX (Material de Motomecanização) E CLASSE
X (Material Não Incluído em Outras Classes)
a) A solicitação de suprimento dessas classes é eventual, ocorrendo esporadica-
mente. Deverá seguir, em princípio, o mesmo procedimento do suprimento das
Classes III e V.
b) O Adj Pel deve levantar diariamente a necessidade do suprimento dessas
classes junto aos Cmt Frações, consolidar essas necessidades e apresentá-las
ao Cmt Pel, que as transmitirá ao S Cmt Esqd (ou S4), conforme padronização
da NGA ou O Op.
10.3.5.8 Material salvado
10.3.5.8.1 Material salvado é o material empregado pela F Ter, recuperado no
campo de batalha, seja por abandono, indisponibilidade, destruído parcialmente
etc. Ele constitui-se em valiosa fonte de suprimento.
10.3.5.8.2 Nas Op Ofs o material salvado é deixado em um local e informado ao
SCmt Esqd que tomará as devidas providências para a sua evacuação. Nos Mvt
Rtg o material salvado é transportado pelo Pel e entregue na ATSU.
10.3.5.8.3 Quando não for possível o transporte deste material, adota-se a mesma
sistemática das Op Ofs.
10.3.5.9 Material inimigo capturado
- Com esse material o Cmt Pel C Mec deve proceder da mesma forma que para
o material salvado, exceto no que se refere às amostras de materiais novos, que
devem ser imediatamente encaminhadas ao seu Esqd C Mec, que adotará as
providências necessárias previstas pelo RC Mec ou pela sua brigada.

10-17
EB70-CI-11.457

10-18
EB70-CI-11.457
CAPÍTULO XI
PROTEÇÃO

11.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


- A Proteção é o conjunto de atividades empregadas na preservação da força,
permitindo que os comandantes disponham do máximo poder de combate para
emprego, identificar, prevenir e mitigar ameaças às forças e aos meios vitais para
as operações, de modo a preservar o poder de combate e a liberdade de ação.
Permitem, também, preservar populações e infraestruturas civis.

11.2 O PEL C MEC E A FUNÇÃO DE COMBATE PROTEÇÃO


11.2.1 Os Cmt Pel C Mec e Cmt Frações subordinadas devem utilizar todos os
meios, técnicas e procedimentos disponíveis para preservar o poder de combate
do pelotão e de suas frações, minimizando os efeitos das ameaças no campo
de batalha (e nas situações de não guerra) a fim de salvaguardar seu pessoal,
equipamento, instalações e civis sob sua proteção.
11.2.2 O Pel C Mec poderá cumprir uma missão em que empregue seus meios
para proteger civis ou instalações, podendo incluir ação contra a violência gene-
ralizada e/ou garantir ambiente seguro para a população e tropas estacionadas
ou em movimento pela área sob sua responsabilidade.
11.2.3 O CMT PEL C MEC DEVE CONSIDERAR A FUNÇÃO PROTEÇÃO DU-
RANTE TODAS AS OPERAÇÕES PARA:
a) identificar as ameaças e perigos;
b) implementar medidas de controle para prevenir ou mitigar ações do inimigo
sobre o seu pessoal e equipamentos; e
c) gerenciar os efeitos e o tempo de reação para ganhar superioridade e manter
a iniciativa.
11.2.4 O CMT PEL C MEC DEVE EMPREGAR OS RECURSOS DA FUNÇÃO
PROTEÇÃO DE QUATRO MANEIRAS:
11.2.4.1 Executando medidas ativas de defesa estabelecidas pelo seu escalão
superior com a finalidade de proteger as informações, instalações, infraestrutura
crítica e ou linhas de comunicação em sua Z Aç ou área de responsabilidade.
11.2.4.2 Executando medidas passivas de defesa estabelecidas pelo escalão
superior para conquistar a população ou dificultar a localização e a destruição
dos sistemas e instalações em sua Z Aç ou área de responsabilidade.

11-1
EB70-CI-11.457
11.2.4.3 Aplicando as medidas de prevenção de incidentes de fratricídio e de fogo
amigo estabelecidas pelo seu escalão superior.
11.2.4.4 Aplicando medidas de gerenciamento da resposta de emergência esta-
belecidas pelo seu escalão superior para reduzir a perda de pessoal e sua capa-
cidade operacional devido a acidentes, ameaças à saúde e/ou desastres naturais.

11.3 ATIVIDADES DE PROTEÇÃO


11.3.1 GENERALIDADES
11.3.1.1 As atividades de proteção são um conjunto de tarefas que vão permitir ao
Pel C Mec realizar a proteção do seu pessoal e equipamentos ou de instalações,
das informações ou da população civil em sua Z Aç.
11.3.1.2 Essas atividades de proteção podem ser executadas individualmente,
através da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) ou o empre-
go de alguma técnica específica, caracterizando a proteção individual ou serem
executadas de forma coletiva, dando origem a proteção orgânica.
11.3.1.3 As atividades de proteção mais significativas para o Pel C Mec são a
Defesa Antiaérea, a Defesa QBRN, as Medidas Proteção Eletrônica, a Segurança
de Área e as Medidas de Proteção Durante as Operações.
11.3.2 DEFESA ANTIAÉREA
11.3.2.1 Generalidades
11.3.2.1.1 A defesa antiaérea é o conjunto de ações de defesa aeroespacial ativa
desencadeado da superfície, visando a impedir, anular ou neutralizar a ação de
vetores aéreos hostis, tripulados ou não.
11.3.2.1.2 O Pel C Mec contribui para o sistema de defesa antiaérea ao proceder
constante vigilância do espaço aéreo subjacente à sua área de responsabilidade,
provendo alerta oportuno sobre qualquer ação de vetores aéreos hostis.
11.3.2.1.3 Apesar da sofisticação e da letalidade das aeronaves (Anv) o Pel C
Mec poderá adotar medidas passivas e ativas para evitar que as Anv inimigas
descubram as posições ocupadas pelas suas frações ou alcancem êxito em seus
ataques. Essas medidas permitem enfrentar as Anv Ini e neutralizar sua ação,
repeli-las e, em alguns casos, abatê-las. Esse conjunto de medidas é normalmente
denominado de Autodefesa Antiaérea.
11.3.2.2 Medidas Passivas de Autodefesa Antiaérea
11.3.2.2.1 O Pel C Mec deve padronizar as medidas passivas que deverão ser
adotadas pelas frações quando avistada uma aeronave inimiga (ou não identifi-
cada) na Z Aç em que estiver operando. As medidas passivas são eficazes tanto
contra aeronaves de reconhecimento ou contra aeronaves de ataque.

11-2
EB70-CI-11.457
11.3.2.2.2 As medidas passivas mais eficazes são a dispersão, a camuflagem e
o emprego de vigias do ar.
11.3.2.2.3 Dispersão
a) A dispersão da tropa, das VB e das instalações dificulta a sua localização e
não oferece um alvo compensador às Anv Ini.
b) A dispersão das VB ou das frações e homens quando desembarcados devem
ser mantidos em todas as situações de combate e de não guerra.
c) As VB devem manter em uma distância mínima entre si de 50 m. Quanto mais
plano e limpo for o terreno onde o pelotão estiver operando, maiores deverão ser
as distâncias a serem mantidas entre as VB.
d) Quando a tropa estiver desembarcada, as frações devem manter uma dis-
tância mínima entre os homens de 5 passos. Quanto mais limpo e plano for o
terreno, maior a distância a ser adotada.
e) A dispersão é eficaz não apenas contra a observação e ataques aéreos, mas
também contra fogos terrestres indiretos e diretos e a observação terrestre.
11.3.2.2.4 Camuflagem

Fig 238 - VB do Pel C Mec nas paradas durante o movimento - posições corretas e incorretas

a) A camuflagem é uma importante medida para dificultar a observação inimiga


e reduzir as chances de um ataque aéreo inimigo.
b) Durante operações de movimento ou deslocamentos embarcados na Z Aç,
a medida de camuflagem mais eficaz que o pelotão poderá adotar é a prática
das VB abandonarem o leito da estrada sempre que cessar o movimento. A VB
antes de parar, deve sair da estrada e estacionar sobre a vegetação rasteira
da margem da estrada ou procurar uma coberta na vegetação mais alta. Essa
prática dificulta a observação aérea impedindo que a silhueta da VB se destaque

11-3
EB70-CI-11.457
sobre o leito escuro das vias asfaltadas ou marrom avermelhado das estradas de
terra. Esse procedimento deve ser cobrado por todos os Cmt Frações e Chefes
de Viaturas, constantemente, até se tornar uma ação automática ou reflexa de
todos os motoristas.
c) Quando estacionadas ou ocupando uma posição de tiro as VB ou o armamen-
to coletivo desembarcado e posicionado no terreno, devem estar camufladas
(redes de camuflagem e/ou camuflagem natural). O mesmo deverá ocorrer com
as posições ocupadas pelos integrantes das frações quando desembarcados.
d) Uma medida de fundamental importância de camuflagem (e sobrevivência),
que deve ser objeto de constante atenção é a norma, válida para todas as situa-
ções de deslocamento, referente a não parar a Vtr sobre o leito da estrada a fim
de evitar o contraste da camuflagem contra o leito preto em estrada asfaltada ou
marrom claro em estradas de terra. As Vtr devem sempre abandonar o leito da
estrada, parando sobre uma área com vegetação ou sob árvores a fim de dificul-
tar a observação aérea do inimigo.
11.3.2.2.5 Vigias do Ar

Fig 239 - Vigia do Ar da Seç VBC Cav/VBR observa o setor do espaço aéreo sob
responsabilidade de sua fração.

a) O alerta de atividade aérea inimiga na Z Aç do Pel C Mec só será eficaz se


transmitido a todo pelotão em tempo útil.
b) Esse alerta antecipado permitirá a adoção de medidas passivas e ativas de
autodefesa antiaérea e a identificação segura da aeronave.
c) O Cmt Pel C Mec deve dividir o espaço aéreo sobre a Z Aç do Pel C Mec (ou
sobre uma posição ocupada pelo pelotão) pelas suas frações subordinadas, co-
brindo em 360º esse espaço.

11-4
EB70-CI-11.457
d) Cada fração (ou VB) deverá designar um integrante da fração (ou da guarni-
ção) como Vigia do Ar do setor de observação aérea correspondente à sua fra-
ção. Esse vigia terá como missão dar o alarme de “aeronave observada” em seu
setor de observação, seguindo as normas padronizadas do pelotão (ou da SU).

Fig 240 - Exemplo de setores de observação dos vigias do ar em deslocamento.

e) O Vigia do Ar deve atuar durante todos os deslocamentos ou situações es-


táticas do combate, observando o setor do espaço aéreo que lhe foi atribuído
sobre a Z Aç do Pel C Mec e regiões próximas a essa, de modo que a coluna
de marcha, a posição onde o pelotão estiver desdobrado ou uma Z Reu possa
proteger-se em 360º contra a observação aérea ou ataques de Anv Ini.
f) Caso não seja prevista na NGA, o Pel C Mec deve padronizar a forma como
esse alerta deverá ser transmitido. O emprego de uma palavra código para a
observação ou ataque aéreo e a identificação de uma direção poderão ser utili-
zadas para esse alerta avião (URUBU! TRÊS HORAS!).
11.3.2.2.6 Outras medidas a serem adotadas
a) Estando o Pel C Mec desdobrado num eixo ou no terreno, em deslocamen-
to, ao ser dado o alerta avião, as VB devem rapidamente abandonar o eixo ou
itinerário de deslocamento e procurar rapidamente uma coberta (deslocamento
curto) para furtar-se à observação aérea, permanecendo a seguir imóveis a fim
de não denunciar o deslocamento pela poeira (se for o caso), aguardando a or-
dem de abrir fogo (caso não estejam sob ataque).

11-5
EB70-CI-11.457
b) As frações quando desembarcadas deverão adotar procedimento semelhante
com os militares deitando-se rapidamente e ficando imóveis. Se houver tempo,
devem procurar uma coberta ou abrigo. Se não estiverem sob ataque, devem
aguardar a ordem para abrir fogo.
c) Quando as frações estiverem desdobradas, ocupando uma posição no terreno
(Def A, Ac Rtrd etc), todos devem procurar abrigar-se e permanecer imóveis.
Aguardar a ordem para abrir fogo caso não estejam sob ataque.
d) À noite é fundamental uma rígida disciplina de luzes para reduzir a exposição
das frações à observação aérea.
11.3.2.3 Medidas Ativas de Autodefesa Antiaérea
11.3.2.3.1 Generalidades
a) A defesa ativa contra Atq ou Obs Ae é empregar-se o máximo de fogo do ar-
mamento orgânico das VB e do armamento individual sobre a aeronave.
b) Constituem-se alvos aéreos para o Pel C Mec as aeronaves leves do inimigo
(em voo baixo e lento), os helicópteros e as aeronaves remotamente pilotadas
(ARP). As aeronaves de ataque podem empregar técnicas de aproximação e de
ataque a baixa altura, constituindo-se, nesse caso, em alvos para o Pel C Mec.
11.3.2.3.2 Volume de Fogo
a) Apesar de parecer impossível abater uma aeronave moderna apenas com
armamento leve, se o mesmo for empregado com um grande volume de fogo à
frente e na trajetória da aeronave, haverá a possibilidade de que alguns projéteis
atinjam a Anv danificando-a ou mesmo destruindo-a.
b) Na pior das hipóteses, o piloto poderá ter sua ação prejudicada e ser obrigado
a se desviar ou abandonar seu ataque ou missão.
c) Para que se tenha um volume de fogo eficaz, todas as frações deverão atirar
rapidamente, mesmo sem precisão, de forma a se conseguir que o máximo de
projéteis sejam lançados à frente da aeronave, em sua trajetória.
11.3.2.3.3 Como o Pelotão deve Atirar
a) Se uma aeronave ataca o Pel, uma de suas frações, VB ou posição ocupada
no terreno, todos devem fazer fogo, imediatamente, com suas armas individuais
e com o armamento orgânico das VB, no “nariz” dessa aeronave atacante.
b) Se a aeronave não está atacando, foi identificada como inimiga e o Cmt Pel C
Mec determinou a abertura do fogo, as frações devem fazer fogo imediatamente
com o seu armamento sobre a trajetória e à frente da aeronave numa distância de
cerca de 100 m do “nariz” desta se aeronave rápida, ou 50 m mais lenta (técnica
da distância igual ao tamanho de um campo de futebol ou meio campo de futebol

11-6
EB70-CI-11.457
à frente e na trajetória, conforme o tipo da aeronave).
11.3.2.3.4 Normas de Engajamento
a) Para que o Pel C Mec não abra fogo contra qualquer aeronave avistada sobre
sua Z Aç, devem ser estabelecidas normas rígidas para a abertura de fogo.
b) Essas normas devem ser do conhecimento de todos e ser rigidamente cobradas
e executadas a fim de se evitar revelar prematuramente as posições ocupadas
pelo Pel C Mec ou o engajamento por engano de uma Anv amiga. Essas normas
permitirão, também, que se obtenha o desejado emassamento e volume de fogo
a ser colocado sobre uma única Anv inimiga.
c) Como regra, o fogo deve ser concentrado sobre a Anv que estiver atacando o
pelotão. Se a Anv não ataca o pelotão, o engajamento só deverá ser realizado
mediante ordem do Cmt Pel C Mec.
d) Para que o Cmt emita ordem de ataque a uma Anv que não está atacando as
frações, deve proceder o reconhecimento dessa Anv (identificação pela silhueta
ou marcas de identificação da Anv), o que exige treinamento e prática. Antes de
decidir atirar, o Cmt pelotão deve considerar que este fogo poderá denunciar as
posições ocupadas por suas frações e atrair o ataque de outras Anv.
e) Em princípio, só devem ser engajados com o armamento leve alvos aéreos
que estejam voando até cerca de 350 m a 400 m de altura. O engajamento com
o Armt Org das VB poderá ser realizado sobre alvos voando até 600 m a 800 m.
Acima dessas distâncias o fogo da autodefesa antiaérea não será eficaz.
11.3.2.3.5 O Anexo “A – Técnicas, Táticas e Procedimentos Comuns a Todas as
Operações do Pel C Mec” descreve as técnicas a serem empregadas pelo Pel C
Mec para reagir a um ataque aéreo quando em deslocamento.
11.3.3 DEFESA QBRN
11.3.3.1 Generalidades
11.3.3.1.1 A Defesa contra agentes QBRN é um conjunto de medidas ativas e
passivas adotadas para evitar ou reduzir a contaminação da tropa e reduzir os
efeitos de ataques inimigos empregando esses agentes.
11.3.3.1.3 São medidas gerais de prevenção de contaminação por agentes
QBRN:
a) empregar as medidas de prevenção passivas;
b) localizar as áreas contaminadas por agentes QBRN de forma a evitá-las;
c) identificar o agente QBRN que está sendo empregado pelo inimigo;
d) alertar rapidamente o Esc Sp sobre um possível ataque por agente QBRN ou
a localização de uma área onde esse agente pode ter sido utilizado.

11-7
EB70-CI-11.457
11.3.3.2 Medidas Gerais de Defesa Passiva Contra Agentes Nucleares e Ra-
diológicos
11.3.3.2.1 Apesar de ser remoto o emprego de agentes nucleares em AOC ou
em teatros semelhantes, é importante que a tropa tenha um conhecimento mí-
nimo das medidas básicas de proteção contra esses agentes. Já o emprego ou
acidentes envolvendo agentes radiológicos, em situação de guerra e de não
guerra, é mais provável que o emprego de agente nuclear, obrigando a tropa
conhecer as medidas de proteção passivas a serem adotadas nesse caso.
11.3.3.2.2 A melhor defesa individual contra um ataque nuclear é cavar uma toca
ou espaldão e proteger-se em seu interior. Sempre que possível a antecipação
ao ataque, a tropa deve providenciar a construção de abrigos para proteger seus
integrantes, viaturas e equipamentos diversos dos efeitos do agente nuclear.
11.3.3.2.3 Os militares devem manter suas armas, equipamentos, roupas e ou-
tros equipamentos e pertences individuais dentro de suas VB.
11.3.3.2.4 Todos os itens, equipamentos e suprimentos que estiverem soltos no
interior das VB devem ser fixados e protegidos para evitar que a onda de choque
os transforme em armas letais. Suprimentos, explosivos e materiais inflamáveis​​
devem ser dispersos no terreno e protegidos.
11.3.3.2.5 As contra encostas de colinas e montanhas oferecem boa proteção
nuclear. A radiação inicial, calor e a luz da bola de fogo de uma explosão nuclear
tendem a ser absorvidas por colinas e montanhas. O uso de ravinas, barrancos,
valas, depressões naturais, árvores caídas e cavernas também podem reduzir
as baixas por efeito de uma explosão nuclear.
11.3.3.2.6 Todo equipamento que poderá ser danificado pela explosão nuclear
deve ser protegido e mantido em segurança. Quando sob o risco iminente de
uma explosão nuclear, os militares subordinados a não utilizarem equipamentos
de visão noturna, de modo a protegê-los dos danos causados pela forte lumino-
sidade da explosão.
11.3.3.2.7 Os procedimentos a serem adotados para transpor área contaminada
por agente radiológico são semelhantes aos de uma área contaminada química
ou biologicamente com as seguintes considerações adicionais:
a) Preparação das Viaturas Blindadas
- As guarnições podem armazenar equipamentos externos na torre ou cobri-
-los com uma lona ou plástico para evitar que partículas de poeira contaminadas
se acumulem nos equipamentos.
- Colocar sacos com areia molhada e outros materiais no piso da torre, no
compartimento de transporte e no compartimento do motorista para aumentar o
nível de proteção contra a radiação.

11-8
EB70-CI-11.457
- Se disponível, ligar o sistema de sobre-pressurização para proteger o com-
partimento da guarnição de poeira contaminada na VB.
b) Deslocamentos das VB
- As VB devem reduzir sua velocidade para reduzir a poeira levantada no
deslocamento.
- Adotar um intervalo maior entre as VB para reduzir a quantidade de poeira
que se acumula nas VB durante o deslocamento.
c) Monitoramento
- Quando disponíveis, os dosímetros e outros equipamentos devem ser zera-
dos antes do seu emprego.
- Realizar monitoramento contínuo desses equipamentos.
- Informar continuamente ao Esc Sp os resultados das leituras dos sensores.
d) Descontaminação
- Durante a descontaminação, os integrantes das guarnições das VB devem
cobrir o nariz e a boca com um lenço ou pano para evitar respirar as partículas
de poeira contaminadas.
11.3.3.3 Medidas Gerais de Defesa Passiva Contra Agentes Químicos e Bio-
lógicos
11.3.3.3.1 Os Cmt Pel e Cmt Frações devem certificar-se que seus subordinados
têm suas máscaras de proteção e que essas se encaixam e funcionam corre-
tamente.
11.3.3.3.2 Todos os militares devem usar as roupas de proteção adequadas
(quando disponíveis) de acordo com as orientações para o seu uso.
11.3.3.3.3 Todos os militares devem ser informados sobre a situação de emprego
dos agentes pelo inimigo e permanecendo alerta e conscientes dessa ameaça
química.
11.3.3.3.4 Todos os equipamentos e suprimentos devem ser protegidos da con-
taminação química líquida, mantendo-os coberto com uma lona ou sacos plás-
ticos.
11.3.3.3.5 A principal medida de proteção contra um ataque biológico é manter-
-se com a saúde em perfeitas condições e manter uma elevada disciplina pes-
soal de higiene e de saneamento nas áreas ocupadas pela sua fração. A adoção
dessas medidas aumenta a chance de sobrevivência a um ataque biológico.
11.3.3.3.6 Manter o corpo limpo ajuda a evitar a ingestão de agentes biológicos.
Pequenos cortes ou arranhões devem ser cobertos e mantidos livre de germes
por meio de sabão, água e medidas de primeiros socorros.

11-9
EB70-CI-11.457
11.3.3.3.7 Como os insetos podem carregar agentes biológicos, os militares de-
vem evitar picadas de insetos, mantendo as roupas abotoadas, a pele coberta e
utilizar repelentes quando disponíveis.
11.3.3.3.8 A tropa deve consumir apenas água e alimentos fornecidos pelo seu
Esc Sp. Os Cmt em todos os níveis devem garantir que todos os seus subordi-
nados entendam o risco de se obter comida ou água de fontes locais.
11.3.3.3.9 Ao identificar uma área contaminada por agente químico ou biológico,
a guarnição de cada VB deve fazer os preparativos necessários para cruzar essa
área. O Cmt Pel C Mec deve coordenar a preparação de suas frações, mantendo
parte do pelotão em alerta, fornecendo segurança para as frações que realizam
os preparativos.
11.3.3.3.10 As frações que realizam as ações de preparação para cruzar a área
contaminada devem ocupar um local coberto e abrigado se possível. Os senso-
res disponíveis devem ser instalados. Se disponível na VB, o sistema de sobre-
-pressurização deve ser acionado. Equipamentos, suprimentos e pertences indi-
viduais mantidos na parte externa da VB devem ser recolhidos ao interior da VB
ou protegidos da contaminação. Quando pronta essa preparação, o Cmt Pel e
Frações determinam o rodízio de suas VB/Frações.
11.3.3.3.11 Os motoristas e comandantes de VB devem evitar terrenos baixos
tanto quanto possível. Enquanto o pelotão estiver na área contaminada, todo os
integrantes das guarnições das VB e das Frações devem manter vigilância sobre
os demais militares da VB/Fração para identificar possíveis sinais de envenena-
mento químico.
11.3.3.3.12 Quando o pelotão cruzar com sucesso uma área contaminada, tão
logo seja possível, o Cmt Pel deve realizar um alto temporário para que as guar-
nições possam executar a descontaminação operacional de sua VB (por equipe
especializada ou a adoção de medidas expeditas pela Gu).
11.3.3.4 Emprego do Pel C Mec em Ambientes Contaminados por Agentes
QBRN
11.3.3.4.1 O Pel C Mec deve evitar transitar por áreas contaminadas por agentes
QBRN para dessa forma minimizar o risco de vítimas por ação daqueles agen-
tes, evitar a degradação do poder de combate do pelotão e a perda de tempo
com medidas de descontaminação.
11.3.3.4.2 As medidas de prevenção passiva podem diminuir a possibilidade de
ataque QBRN ou reduzir os efeitos de um ataque já em andamento. O emprego
eficaz da camuflagem, proteção, dispersão e utilização de posições preparadas
reduz as chances do pelotão se tornar um alvo de agentes QBRN. O pelotão
deve analisar continuamente sua vulnerabilidade a ataques QBRN e tomar as

11-10
EB70-CI-11.457
medidas de proteção apropriadas.
11.3.3.4.3 Os ataques e contaminação QBRN devem ser detectados rapidamen-
te e relatados ao Esc Sp. Quando o pelotão atuar em ambientes passiveis de
ocorrerem ataques QBRN, devem ser estabelecidos alarmes sonoros para infor-
mar esse ataque, adotadas mensagens padronizadas para serem rapidamente
transmitidas por rádio informando o ataque, além da adoção de sinais conven-
cionados para transmissão de mensagens a braço para os outros elementos da
fração mais próximos informando o ataque. Se disponíveis, os sensores que
detectam a presença de agentes QBRN contribuirão para a rápida adoção de
medidas preventivas e para a informação do ataque ao Esc Sp.
11.3.3.4.4 O G Exp ou a fração que primeiro identificar uma área contaminada
deve imediatamente alertar o Cmt Pel.
11.3.3.4.5 As NGA do RC Mec ou do Esqd C Mec (quando atuando em áreas
passíveis de contaminação QBRN) devem especificar critérios e procedimentos
para os equipamentos de proteção e solicitar a presença de equipes de detecção
especializadas quando disponíveis).
11.3.3.4.6 O Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações devem ser capazes de imple-
mentarem as medidas de proteção especificadas nas NGA para minimizar as
perdas de pessoal e limitar a propagação da contaminação.
11.3.3.4.7 A maioria das VB modernas são dotadas com equipamentos de proteção
QBRN. Caso o Pel C Mec seja dotado com VB com esses equipamentos, terá
condições de operar em ambientes contaminados por agentes QBRN. Mesmo que
não disponha desses equipamentos em suas VB, o Pel C Mec poderá receber
equipamentos individuais de proteção para a sua tropa.
11.3.3.4.8 O emprego do pelotão nesses ambientes implicará também para a
efetiva proteção do pessoal e material do Pel C Mec:
a) na necessidade do apoio de equipes especializadas em defesa QBRN para os
trabalhos de descontaminação das viaturas e equipamentos;
b) no recebimento de equipamentos individuais de defesa QBRN, como máscaras
contra gases e roupas protetoras, para o emprego das frações desembarcadas;
c) no recebimento de detectores de agentes QBRN, além de estojos de primeiros
socorros individuais complexos com vacinas e antídotos contra agentes biológi-
cos; e
d) no adestramento das frações para emprego em operações, para a condução
das VB e utilização do armamento e demais equipamentos com os equipamentos
de proteção individual contra agentes QBRN, em função das restrições impostas
pelos mesmos.

11-11
EB70-CI-11.457

Fig 241 - Pel C Mec utilizando máscaras contra gases em ambiente contaminado por
agente químico.

11.3.3.5 A possibilidade do Pel C Mec, operando na AOC, ter de atuar em ambien-


tes contaminados por agentes BRN é baixa. Entretanto, existe a possibilidade do
pelotão se deparar com ambientes contaminados por agentes químicos fumígenos,
incendiários ou mesmo gases tóxicos.
11.3.3.6 O Cmt Pel C Mec deve estabelecer medidas de proteção individual
e coletivas contra agentes QBRN (se não forem estabelecidas pelo escalão
superior). Essas medidas no Pel C Mec devem prever:
11.3.3.6.1 os procedimentos individuais e coletivos a serem adotados por todos
os militares e frações do pelotão antes de um ataque químico. Essas medidas
poderão incluir:
a) testar os equipamentos de proteção DQBRN das VB e a estanqueidade das
escotilhas das mesmas;
b) colocar ou manter em condições de rápida utilização as máscaras contra gases
(e roupas de proteção se disponíveis);
c) determinar que os militares que não estiverem acordados (plano de sono ou
descanso) coloquem suas máscaras e vistam suas roupas de proteção antes de
dormirem;
d) verificar se todos os equipamentos estão com a proteção disponível contra o
ataque esperado.
11.3.3.6.2 os procedimentos a serem adotados durante o ataque químico poderão
incluir:
a) ao pressentir o ataque químico, os militares devem (caso estejam sem as
máscaras) parar de respirar e retirar o capacete, retirar os óculos (se for o caso),
colocar a máscara contra gases e a roupa de proteção (se disponível);
b) dar o alarme;
11-12
EB70-CI-11.457
c) prosseguir na missão;
d) permanecer com a máscara e a roupa de proteção até receber ordem para
retirá-las.
e) num ataque de agentes químicos lançados por aeronaves (espargimento aéreo),
além da roupa protetora e da máscara contra gases, os militares que estiverem fora
das VB devem colocar, também, a cobertura de proteção individual (se disponível).
11.3.3.6.3 procedimentos a serem adotados após o ataque químico:
a) permanecer com a máscara e a roupa protetora até ordem para retirá-la;
b) descontaminar a pele que tenha sido exposta ao agente químico;
c) descontaminar o armamento, os equipamentos e a viatura.
11.3.3.6.4 Como medida padrão para o uso de máscara contra gases o Pel C Mec
poderá adotar o procedimento de autorizar seu uso por todos os militares, sem
aguardar ordem para colocá-la, sempre que houver corrimento nasal, sufocação,
obscurecimento da visão, odor ou líquido suspeito, nuvens de fumaça de origem
desconhecida.
11.3.3.6.5 O Cmt Pel C Mec considerará no planejamento de proteção que um
ataque químico poderá ser realizado em uma área próxima à zona de ação do
pelotão, e não necessariamente sobre a sua tropa. De forma planejada ou não,
o agente químico poderá ser lançado em uma área de onde possa de ser levado
pelo vento até o local onde o pelotão estiver desdobrado ou atuando.
11.3.4 MEDIDAS DE PROTEÇÃO ELETRÔNICA
11.3.4.1 As Medidas de Proteção Eletrônica (MPE) fazem parte da Guerra
Eletrônica (GE) e visam atuar em proveito da Função de Combate Proteção,
abrangendo ações para assegurar o uso efetivo do espectro eletromagnético
a despeito das ações de GE empreendidas pelo oponente, garantindo a
manutenção do Comando e Controle (C2) do comandante sob sua tropa. São
medidas são estabelecidas normalmente pela brigada (Cia Com) podendo ser
complementadas pelo Comando do RC Mec ou Esqd C Mec/Bda (O Com).
Essas MPE devem ser treinadas e empregadas pelo Pel C Mec, particularmente
por todos os operadores de comunicações e de optrônicos do pelotão.
11.3.4.2 As seguintes ações de proteção eletrônica devem constar de um
plano ou instruções para emprego das MPE:
11.3.4.2.1 Controle de emissões e o correto emprego das tecnologias de
proteção eletrônica disponíveis nos equipamentos de Comunicações, como os
rádios instalados nas VB e os equipamentos rádio portáteis.
11.3.4.2.2 Controle de emissões e o correto emprego das tecnologias de proteção
eletrônica disponíveis nos equipamentos de Não Comunicações do Pel C Mec,
como os optrônicos das VB, os radares de vigilância terrestre do RC Mec e Esqd
11-13
EB70-CI-11.457
C Mec/Bda que podem estar operando na Z Aç do Pel C Mec e outros.
11.3.4.2.3 Os procedimentos padronizados para os operadores desses
equipamentos (de Com e de Não Com).
11.3.4.3 A segurança das Comunicações (Com) e Não Comunicações (Não
Com) contribui para preservar a liberdade de ação do Pel C Mec e de seu
escalão superior. O Cmt Pel C Mec e os Cmt Frações devem certificar-se de
que todos conhecem e empregam corretamente as medidas constantes das
Instruções para a Exploração das Comunicações e Eletrônica (IEComElt) e do
Plano de Controle das Irradiações e Emissões de Não-Comunicações (PCIENC)
estabelecidos pelo escalão superior, adotadas para aumentar a confiabilidade e
a segurança das comunicações e dos equipamentos optrônicos.
11.3.4.4 Todas as MPE previstas nas IEComElt e no PCIENC (se for o caso)
do RC Mec e do Esqd C Mec de brigada devem ser treinadas pelo Pel C Mec,
particularmente antes de operações, mesmo as mais simples, pois podem
se tornar ações ineficazes ou prejudiciais se os operadores não realizarem
os procedimentos adequadamente ou não utilizarem as tecnologias dos
equipamentos de forma coordenada.

11-14
EB70-CI-11.457
ANEXO A
TÉCNICAS, TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE COMBATE COMUNS ÀS
OPERAÇÕES DO PEL C MEC

A.1 POSIÇÕES DE COMBATE


A.1.1 GENERALIDADES
A.1.1.1 Posição de Combate (P Cmb) é um dispositivo adotado pelo Pel C Mec
em uma determinada região no terreno onde suas frações são desdobradas de
forma padronizada a fim de cumprir uma missão, ou por pressão do inimigo.
A.1.1.2 O Pel C Mec poderá ocupar uma P Cmb no cumprimento de missões de
segurança (cobertura, proteção, vigilância, reconhecimento etc.) e nas operações
defensivas (Def A, Aç Rtrd, Ret etc).
A.1.1.3 A ocupação dessa P Cmb (com o dispositivo padronizado das frações
do Pel C Mec) tem por finalidade:
a) fazer face a qualquer ameaça direta de um inimigo de valor superior ou igual
ao do pelotão (nas Op Ofs, Op Cmpl Seg, Rec etc);
b) ocupar uma posição vantajosa no terreno que permita em melhores condições
o prosseguimento da missão;
c) permitir bloquear ou barrar o acesso do inimigo a uma determinada área, zona
ou eixo a ser reconhecida, protegida ou defendida (na defesa de área, ação re-
tardadora, flancoguarda etc.);
d) permitir que o pelotão negue o acesso do inimigo a uma parte da zona de
ação; ou
e) permitir que o pelotão conduza a partir dessa posição uma ação retardadora,
retraimento ou retirada.
A.1.1.4 Na ocupação dessa P Cmb, as frações do Pel C Mec adotarão técnicas
e procedimentos previstos na doutrina ou em suas normas gerais de ação (ou de
seu escalão superior).
A.1.1.5 Existem dois tipos básicos de posições de combate a serem ocupa-
das por um Pel C Mec com sua estrutura básica:
a) a P Cmb Defensiva (P Cmb Def), empregada na defesa de área; e
b) a P Cmb de Retardamento (P Cmb Rtrd), empregada na ação retardadora ou
na operação complementar de segurança.

A-1
EB70-CI-11.457
A.1.1.6 A diferença básica entre essas duas P Cmb é o local onde ela será
instalada e a conduta das frações do pelotão:
A.1.1.6.1 Na P Cmb Def, os Fuz Bld (e os Exp quando empregados como GC)
desembarcados ocuparão suas posições na crista militar da elevação a fim de
impedir ou dificultar a abordagem dessa posição por tropas a pé do inimigo. Sua
VB e as demais VB do pelotão ocuparão posições de tiro na crista topográfica da
elevação. A Seç VBC Cav/VBR constituirá o núcleo do pelotão na crista topográ-
fica. Os Exp ocuparão posições no flanco da P Cmb Def, na crista topográfica. A
Pç Ap entrará em posição na contra encosta da elevação, numa posição central.
A.1.1.6.2 Na P Cmb Rtrd todo o Pel C Mec ocupará posição na crista topográfica
da elevação. A Seç VBC Cav/VBR também constituirá o núcleo da posição. O GC
será desdobrado à frente da Seç VBC Cav/VBR dando proteção aproximada às
VB contra tropas a pé. Os Exp ocupam posições nos flancos da P Cmb e a Pç
Ap ocupa sua posição na contra encosta, em posição central.
A.1.1.6.3 Nos dois tipos de P Cmb, os Exp poderão ocupar posições avançadas
antes do contato com o inimigo, de onde poderão observar o inimigo o mais à
frente possível. A Pç Ap também poderá ocupar uma posição à frente da P Cmb,
antes do Ctt com o Ini, a fim de batê-lo com fogos de seu Mrt Me o mais afastado
possível da P Cmb.
A.1.1.7 Em todas as P Cmb o dispositivo pré-definido e padronizado a ser
adotado pelo do Pel C Mec será o mesmo:
a) com o núcleo do pelotão ocupando uma posição central (Seç VBR, GC e Gp C);
b) as Pa G Exp nos flancos desse núcleo do pelotão; e
c) a Pç Ap, ocupando uma posição central à retaguarda do núcleo, em condições
de bater a zona de ação à frente da P Cmb.
A.1.1.8 A ocupação de uma P Cmb pelo Pel C Mec ocorrerá, em princípio,
em duas situações básicas:
A.1.1.8.1 sem pressão ou ação direta do inimigo: o Pel C Mec ocupará a P Cmb
seguindo um planejamento próprio ou de seu Esqd, antecedendo a ação do inimigo
ou sem a sua presença a fim de cumprir uma determinada missão na ADA, numa
Aç Rtrd, durante ou ao final de uma missão de reconhecimento, ou de segurança,
ou para bloquear o acesso do inimigo a determinada área; e
A.1.1.8.2 na iminência de ação do inimigo ou por pressão direta deste sobre o
pelotão: o Pel C Mec ocupará rapidamente uma P Cmb no terreno, adotando o
dispositivo padronizado, de modo a poder reagir e enfrentar a ameaça inimiga nas
melhores condições. Essa situação poderá ocorrer, por exemplo, num combate
de encontro.

A-2
EB70-CI-11.457
A.1.1.9 O Pel C Mec ocupa uma P Cmb na crista topográfica de uma elevação ou
movimento do terreno a fim de posicionar suas frações (viaturas, armamento, etc)
de modo a melhor protegê-las do fogo direto do inimigo, manter o inimigo sob seus
fogos diretos e, se for o caso, ter melhores condições de iniciar um retraimento.
A.1.1.10 Normalmente as P Cmb do Pel C Mec serão ocupadas com um mesmo
dispositivo padrão. Esse dispositivo será adaptado ao terreno, à situação tática,
aos meios disponíveis e à missão (particularmente na defesa de área). O tempo
disponível para a ocupação da posição de combate será fator determinante para o
seu aperfeiçoamento e para a instalação de obstáculos e para organizar o terreno
(espaldões, limpeza dos campos de tiro etc).
A.1.2 DISPOSITIVO PADRONIZADO DO PEL C MEC PARA OCUPAÇÃO DE
UMA P CMB
A.1.2.1 A Sç VBC Cav/VBR é o núcleo e a peça chave de uma P Cmb do Pel
C Mec. Em volta dessa seção serão desdobradas as demais frações do Pel.
A.1.2.1.1 Em princípio, a Seç VBC Cav/VBR deverá ocupar uma posição no ter-
reno de onde possa bater, nas melhores condições, a principal via de acesso do
inimigo blindado ou mecanizado, o eixo de reconhecimento, a posição no terreno
de onde o inimigo engaja o Pel C Mec com fogo, a direção de onde se espera a
atuação do inimigo, ou a direção de onde ele possa estar posicionado.
A.1.2.1.2 O correto posicionamento da Seç VBC Cav/VBR é a chave do sucesso
da P Cmb. Essa posição da Seç VBC Cav/VBR no terreno deverá estar localizada
na crista topográfica a fim de protegê-la dos fogos diretos das armas anticarro
do inimigo.
A.1.2.2 O GC, junto com a Seç VBC Cav/VBR, forma o núcleo da P Cmb do Pel C
Mec. Essa fração deve ser desdobrada à frente da Seç VBC Cav/VBR, na crista
topográfica (exceto na ADA, onde ocupará posição na crista militar - P Cmb Def). A
principal missão do grupo de combate no desdobramento inicial de uma posição de
combate é realizar a defesa aproximada das VBC Cav/VBR, impedindo que sejam
destruídas pelo inimigo a pé ou por armas anticarro disparadas a curta distância.
A.1.2.3 O G Exp ocupará posições nos flancos do núcleo da P Cmb (posição
ocupada pela Seç VBC Cav/VBR e GC). Cada patrulha do G Exp deverá ocupar
um dos flancos dessa posição, para protegê-la da atuação do inimigo. Havendo
possibilidade e condições de retraimento em segurança, as patrulhas do G Exp
poderão ocupar P Obs à frente da posição de combate, de onde possam estender
a observação e informar sobre a aproximação do inimigo.
A.1.2.4 A Pç Ap deverá entrar em posição à retaguarda do núcleo da P Cmb do
pelotão, de onde possa bater alvos à frente e nos flancos da P Cmb. A Pç Ap
é a responsável, também, pela segurança da retaguarda da P Cmb. Caso haja
tempo disponível e possibilidade de retraimento para a P Cmb, a Pç Ap poderá,
inicialmente, ocupar uma posição de tiro avançada, à frente da P Cmb, para ma-
ximizar o alcance de seus fogos.

A-3
EB70-CI-11.457
A.1.2.5 O Cmt Pel deverá posicionar o Gp C de onde melhor possa conduzir as
ações das frações de seu pelotão.

Fig 242 - Posição de Combate padronizada do Pel C Mec.

A.1.3 AS P CMB NAS MISSÕES DO PEL C MEC


A.1.3.1 Na Operação Complementar Segurança
A.1.3.1.1 O Pel C Mec poderá ocupar P Cmb nas operações de segurança
quando integrar uma força de proteção (F Fg, F Vgd e F Rtgd) ou uma força de
cobertura (F Cob).
A.1.3.1.2 A ocupação dessa P Cmb poderá ter a finalidade de:
a) na flancoguarda, vanguarda ou retaguarda, bloquear a progressão do inimigo,
impedindo que o mesmo entre na Área de Segurança e possa atuar sobre a tropa
protegida (P Cmb Retardamento);
b) na flancoguarda ou vanguarda, atuando como elemento testa de um Esqd C
Mec na flancoguarda ou como escalão de reconhecimento na vanguarda:
- manter determinada posição do terreno, ao deparar-se com uma força inimiga
deslocando-se sua direção;
- manter determinada posição no terreno ao deparar-se com um inimigo ocu-
pando uma posição no terreno que impeça o prosseguimento da missão;

A-4
EB70-CI-11.457
- ao final da missão de vanguarda, de flancoguarda ou no intervalo dessas
missões ou fases estáticas das mesmas para aguardar o recebimento de novas
ordens ou permitir o reinício da missão nas melhores condições.
A.1.3.1.3 Uma P Cmb ocupada pelo Pel C Mec numa missão de flancoguarda,
vanguarda ou de retaguarda com a missão de bloquear o avanço inimigo pode
evoluir para uma P Cmb Rtrd com a finalidade de retardar o avanço desse inimigo
sobre a Área de Segurança, impedindo-o de abordar a força protegida antes de
determinado espaço de tempo.
A.1.3.2 No Reconhecimento (parte da Operação Complementar Segurança)
A.1.3.2.1 Durante uma ação de reconhecimento o Pel C Mec poderá ocupar uma
P Cmb quando:
a) deparar-se com uma força inimiga de maior valor, estacionada ou deslocando-
-se em sua direção;
b) deparar-se com um inimigo ocupando uma posição no terreno que impeça o
prosseguimento da missão;
c) encerrar uma fase da ação de reconhecimento ou no intervalo das mesmas a
fim de realizar tarefas logísticas, reorganizar o pelotão, aguardar o recebimento
de novas ordens ou permitir o reinício da missão nas melhores condições;
d) ao concluir a missão de reconhecimento a fim de permitir o início do cumprimento
de outra missão nas melhores condições (prosseguir, retrair etc).
A.1.3.2.2 Uma P Cmb adotada pelo Pel C Mec, ao final ou no intervalo de uma
missão de reconhecimento, pode transformar-se numa P Cmb Def com a finalidade
de manter o terreno, ou numa P Cmb Rtrd a fim de impedir, ou bloquear o acesso
do inimigo a determinada região, ou de retardar a sua progressão.
A.1.3.2.3 Ocupação de uma Posição de Combate pelo Pel C Mec no Reconhe-
cimento por Ação do Inimigo
a) O Pel C Mec poderá ser forçado a ocupar uma P Cmb, durante uma missão de
reconhecimento, ao deparar-se com uma força inimiga de valor maior ou igual ao
seu (num combate de encontro, por exemplo) que barre o seu prosseguimento
na missão.
b) Nas missões de reconhecimento, ao ser forçado pelo inimigo a ocupar uma
P Cmb, o Pel C Mec deverá adotar o dispositivo padronizado para as P Cmb, o
que facilitará o posicionamento e o desdobramento das frações sob o fogo ou as
vistas do inimigo, além de reduzir o tempo dessa entrada em posição.
c) O Cmt Pel C Mec deverá padronizar uma palavra código para desencadear
rapidamente a ocupação de uma P Cmb. Pode ser definido também um número
para identificar a fração ou VB, cuja posição no momento em for desencadeada
essa ordem, será considerada como o centro do núcleo do pelotão. Ao desen-

A-5
EB70-CI-11.457
cadear a ocupação da P Cmb, além das referências citadas, o Cmt Pel C Mec
deve designar a direção geral do inimigo observado ou que está atuando sobre
o pelotão (por exemplo: ATENÇÃO JAGUAR! - código do Pel C Mec. TROVÃO!
- código para ocupar uma P Cmb. TRÊS! - número de identificação da Seç VBC
Cav/VBR. DUAS HORAS! - direção do inimigo.).
d) Ao ser desencadeada a ordem para a ocupação de uma posição de combate
(TROVÃO), todos os Cmt frações devem deslocar rapidamente suas frações (se
não estiverem engajados pelo fogo inimigo) e ocupar no terreno a posição cor-
respondente à sua fração no dispositivo padronizado, tendo por posição central
a fração indicada pelo Cmt Pel C Mec (TRÊS – Seç VBC Cav/VBR), orientando
sua fração para a direção geral do inimigo (DUAS HORAS). Caso a fração não
possa se deslocar e ocupar a posição padronizada de imediato, deverá procurar
cumprir sua missão no dispositivo padronizado, da posição que ocupa no mo-
mento. Tão logo seja possível, a fração deverá deslocar-se e ocupar seu lugar
no dispositivo da P Cmb.
e) O Pel C Mec, ao receber o informe de INIMIGO do G Exp e ser esclarecida
rapidamente a situação, deverá ocupar uma P Cmb na crista topográfica da ele-
vação mais próxima, evitando ter de retrair suas frações (normalmente a posição
ocupada pela Seç VBC Cav/VBR, de onde está apoiando o G Exp). As frações
devem ocupar um local no terreno (dentro do dispositivo padronizado) onde me-
lhor possam cumprir suas missões, melhor proteger suas viaturas do fogo direto
do inimigo e de onde possam manter o inimigo sob seus fogos diretos e, se for o
caso, ter melhores condições de iniciar um retraimento.
A.1.3.2.4 Ocupação de uma Posição de Combate pelo Pel C Mec no Reconhe-
cimento fora das Vistas e Fogos do Inimigo.
a) Caso a P Cmb possa ser ocupada fora das vistas do inimigo ou sem o co-
nhecimento deste, o Pel C Mec poderá ocupar uma posição de combate inicial,
na contraencosta da elevação. O Cmt Pel C Mec e seus Cmt frações realizarão
o reconhecimento da posição a ser ocupada na crista topográfica da elevação.
Após o Rec o pelotão deve ocupar a P Cmb da forma mais dissimulada possível.
b) Antes do contato com o inimigo, o G Exp poderá ocupar posições de observação
avançadas na frente da P Cmb para ampliar a observação sobre a aproximação
do inimigo. Ao estabelecer o contato, o G Exp volta a ocupar suas posições nos
flancos da P Cmb.
c) A Pç Ap poderá, também, ocupar uma posição de tiro à frente da P Cmb do
Pel C Mec (entre a posição do G Exp e a P Cmb) a fim de alongar ao máximo
os seus fogos caso a situação tática permita. Nesse caso, o G Exp realizará a
observação e correção de seus tiros.
d) Ao final de uma determinada fase da ação de reconhecimento ou após haver
atingido o objetivo deste, o Pel C Mec deve ocupar uma P Cmb, orientada para a

A-6
EB70-CI-11.457
direção geral do inimigo onde deverá ficar em condições de prosseguir ou retrair
(caso essa ordem não tenha sido dada ao pelotão no início ou durante a missão),
ou ainda se reorganizar.

Fig 243 - Posição de combate do Pel C Mec - G Exp em posição avançada.

A.1.3.3 Nas Operações Defensivas


A.1.3.3.1 Nas operações defensivas o Pel C Mec poderá ocupar uma P Cmb para:
a) na Defesa em Posição; uma P Cmb Def para deter o inimigo, ou impedir o seu
acesso à determinada área, ou região;
b) nos Movimentos Retrógrados: uma P Cmb Rtrd para retardar o avanço do
inimigo sobre determinada área ou região, ou permitir o desengajamento ou re-
traimento de outra tropa, numa ação retardadora ou num retraimento.
A.1.3.3.2 Uma P Cmb Def adotada pelo Pel C Mec em uma Defesa de Área pode
evoluir para uma P Cmb Rtrd com a missão de retardar o inimigo ou assegurar o
desengajamento ou retraimento de outra tropa.

A-7
EB70-CI-11.457
A.1.3.3.3 Nas operações defensivas, o Pel C Mec poderá ocupar P Cmb quando
integrar a Força de Segurança, seja num PAG ou PAC.
A.1.3.3.4 A diferença entre as P Cmb Def e a P Cmb Rtrd será a missão a ser
executada e o local onde serão desdobrados os Fuz Bld (e os Exp quando empre-
gados como GC). Na defensiva os Fuz e os Exp desembarcados deverão ocupar
a crista militar com suas viaturas ocupando posições de tiro na crista topográfica,
afastando-se das VBC Cav/VBR, que cabem proteger da ação direta de fuzilei-
ros ou exploradores inimigos). Nas P Cmb Rtrd dos Mov Rtrd, todas as frações
ocupam posições crista topográfica, exceto Pç Ap.
A.1.3.3.5 Na defesa em posição, caso a posição seja ocupada fora das vistas do
inimigo ou sem o conhecimento desse, o Pel C Mec poderá ocupar uma posição
de combate inicial na contra encosta da elevação. Cada fração, ao ocupar sua
posição padronizada nesse dispositivo, deve considerar a necessidade de maxi-
mizar o emprego de seu armamento e as condições de observação, realizando,
também, as adaptações necessárias.
A.1.3.3.6 A ocupação de uma P Cmb Def poderá sofrer modificações caso a
crista topográfica e a crista militar estejam tão afastadas que impeçam o Cmt Pel
de controlar suas frações desdobradas nessas duas cristas. Nesse caso, as VB
do Pel e sua Pç Ap passarão a integrar uma Base de Fogos da SU, coordenada
pelo SCmt Esqd C Mec. O Cmt Pel executará a defesa em seu núcleo somente
com o GC e o G Exp desembarcados.

A.1.4 OCUPAÇÃO DA POSIÇÃO DE COMBATE SEM PRESSÃO DO INIMIGO


A.1.4.1 Faseamento das Ações
A.1.4.1.1 A ocupação de uma P Cmb deve ser planejada e conduzida nas seguin-
tes etapas se houver tempo suficiente para isso e se a situação tática permitir:
a) planejamento na carta - o Cmt Pelotão, após receber a missão de ocupar uma
P Cmb (ou tomar essa decisão durante ou ao final de uma missão), deve reco-
nhecer na carta a região escolhida ou determinada pelo seu Esc Sp e realizar um
planejamento sumário para a instalação da P Cmb;
b) aproximação da posição de combate principal - o Pel C Mec deve aproximar-se
o máximo possível da P Cmb, por itinerários desenfiados e cobertos se possível,
ocupando uma posição no terreno de onde não denuncie sua intensão e possa
adotar um dispositivo de segurança durante o reconhecimento da P Cmb e a
expedição de ordens. O Pel deve se desdobrar aproveitando o terreno a uma
distância que permita o apoio entre as frações do Pel;
c) reconhecimento no terreno - após realizar seu planejamento de ocupação da
P Cmb na carta, o Cmt Pel planeja e realiza o reconhecimento do local onde pre-
A-8
EB70-CI-11.457
tende instalar a P Cmb. Após o Rec deverá retificar ou ratificar o planejamento
inicial, detalhando a ocupação da P Cmb e as missões a serem atribuídas às
frações subordinadas;
d) ocupação da posição de combate - ao concluir seu planejamento o Cmt Pel
emite suas ordens ao pelotão e libera suas frações para iniciarem a ocupação e
preparação de suas posições;
e) estabelecimento de um sistema de segurança - a primeira medida a ser exe-
cutada na ocupação da P Cmb é o estabelecimento de um sistema de segurança
que possibilite a realização dos trabalhos e tarefas planejadas para a P Cmb com
segurança. Deve ser prevista a instalação de postos de vigilância e de escuta
e um sistema de patrulhas, que deverá cobrir, além de outras áreas, as regiões
desenfiadas à frente e nos flancos da posição;
f) execução de medidas logísticas - na posição onde o Pel C Mec aguarda a rea-
lização do Rec da P Cmb se a situação tática e o tempo permitirem, deverão ser
executadas diversas medidas visando levantar a situação logística das frações,
realizar a redistribuição do suprimento disponível e executar a manutenção das
VB, do armamento e demais equipamentos;
g) ensaios e inspeções - assim que as frações ocuparem suas posições e se-
tores na P Cmb, o Cmt Pel e o Adj Pel deverão realizar uma série de inspeções
e ensaios, visando verificar a prontidão e a capacidade do Pelotão conduzir o
combate planejado ou manter a posição pelo tempo determinado pelo Esc Sp.
h) melhoramento da P Cmb - realizados os ensaios e verificações, o Pelotão e
suas frações devem envolver-se num contínuo melhoramento da P Cmb.
i) condução das operações na P Cmb - concluída a ocupação da posição, o Pel
C Mec deverá empregar as táticas, técnicas e procedimentos padronizados para
cada tipo de operação, seja o prosseguimento da missão de Rec, a condução de
uma Aç Rtrd ou a defesa da posição numa operação defensiva.
A.1.4.2 Planejamento da Posição de Combate
A.1.4.2.1 É fundamental que o Cmt Pel C Mec tenha em mente que a ocupação
de uma P Cmb tem por finalidade principal destruir, deter, bloquear ou retardar o
inimigo. Para isso será necessário identificar a(s) região(ões) do terreno à frente
da(s) P Cmb (áreas de engajamento – AE) onde melhor poderá destruir o inimigo
pelo fogo e as posições no terreno de onde suas frações e o armamento coletivo
poderão bater o inimigo em melhores condições.
A.1.4.2.2 A região onde será instalada a P Cmb deve permitir que o pelotão con-
centre seus fogos sobre as AE ou VA de onde o inimigo poderá abordar a P Cmb.
A.1.4.2.3 No seu planejamento o Cmt Pel deve verificar ou identificar:
a) se existe tempo disponível para instalar a P Cmb; se o tempo disponível permitirá

A-9
EB70-CI-11.457
executar todas as tarefas necessárias antes do contato com o inimigo;
b) qual a direção de onde o inimigo é esperado; Por onde o inimigo deverá abordar
a P Cmb; se o inimigo já foi localizado na região da P Cmb dentro do alcance das
armas de tiro tenso do pelotão;
c) se existem tropas amigas à frente e nos flancos da região onde pretende des-
dobrar sua P Cmb;
d) se da posição onde o pelotão se encontra existem itinerários desenfiados e
cobertos até a P Cmb;
e) o tipo de segurança será necessário instalar na região da P Cmb a fim de
permitir a realização dos trabalhos para a sua preparação;
f) se a situação tática e o tempo disponível permitirão a ocupação parcelada da P
Cmb pelas frações de forma a não denunciar sua ocupação, ou essa ocupação
deverá ser feita pelo pelotão como um todo de forma imediata;
g) se a região onde pretender instalar a P Cmb permite ou possui as seguintes
características ideais:
- domínio sobre as principais vias penetrantes do inimigo (frente e flancos); 
- aproveitamento do terreno com boas características defensivas;
- ser perpendicular ao Eixo de Reconhecimento; e
- bater uma frente dentro do alcance dos fogos diretos do armamento da Seç
VBR, sendo que o núcleo do Pel ocupará, normalmente, uma área de 400 m de
frente.
A.1.4.3 Preparação do Reconhecimento da P Cmb
A.1.4.3.1 O planejamento do reconhecimento da P Cmb deve incluir:
a) as tarefas que o pelotão deverá realizar durante o reconhecimento;
b) quem ficará coordenando as ações segurança e de logística do pelotão;
c) o(s) itinerário(s) de deslocamento até o local a ser reconhecido;
d) quem deverá acompanhar o Cmt Pel no reconhecimento da P Cmb;
e) quem deve reconhecer o que na região da P Cmb e nas posições alternativas
e suplementares;
f) o plano de contingência a ser elaborado caso o inimigo seja encontrado na
região a ser reconhecida.
A.1.4.4 Atividades a serem realizadas pelo Pel C Mec durante o Reconheci-
mento das P Cmb
A.1.4.4.1 As atividades a serem realizadas pelo pelotão dependerão da situação

A-10
EB70-CI-11.457
tática e do tempo disponível para o reconhecimento e ocupação da P Cmb.
A.1.4.4.2 Caso a situação tática e o tempo permitam, o Cmt Pel deverá designar
o Adj Pel para coordenar as atividades de preparação do pelotão, priorizando a
segurança do dispositivo ocupado, a realização do remuniciamento do armamento,
do abastecimento das viaturas, manutenção das viaturas e demais equipamentos,
consumo de rações etc.
A.1.4.5 Planejamento e organização do Grupo de Reconhecimento (G Rec)
A.1.4.5.1 Ao planejar o reconhecimento do local onde pretende instalar sua P Cmb,
o Cmt Pel C Mec deverá definir quem o acompanhará no Rec, em quais viaturas
esse G Rec irá se deslocar e quem reconhecerá o que na região da futura P Cmb.
A.1.4.5.2 Devem acompanhar o Cmt Pel os integrantes do G Cmdo; o Cmt G Exp
e 01 Sd Explorador da 2ª Pa G Exp; o Cmt GC e 01 soldado da fração; o Cmt VBC
Cav/VBR da Seç VBC Cav/VBR e o Cmt Pç Ap (ou o Cb At Mrt Me) acompanhado
de um soldado da fração. Os militares que acompanham os Cmt frações serão
os guias dessas frações na ocupação de suas posições.
A.1.4.5.3 O deslocamento do Gp Rec poderá ser realizado na Vtr do Gp Cmdo
e em Vtr do G Exp.
A.1.4.5.4 O Cmt Pel deverá reconhecer o local da P Cmb Pcp, designar os setores
de cada fração e os locais aproximados dos PO do G Exp.
A.1.4.5.5 O Cmt G Exp e o Exp da 2ª Pa reconhecem os locais designados pelo
Cmt para os PO do G Exp, os itinerários de retraimento até os flancos da P Cmb
(Pos do G Exp após retraimento).
A.1.4.5.6 Um plano de contingência, para o caso de contato inimigo na Pos, deve
ser elaborado e difundido para o G Rec e para o Adj Pel C Mec.
A.1.4.6 Reconhecimento da P Cmb
A.1.4.6.1 O Cmt Pel deve designar os setores de responsabilidade de cada fração
procurando utilizar pontos nítidos do terreno. Posteriormente, os comandantes
de fração devem reconhecer seus setores, verificando, à luz do terreno, o local
mais adequado para desdobrar a sua fração ou suas VB. Possíveis modificações
devem ser autorizadas pelo Cmt Pel.
A.1.4.6.2 O Gp Rec deve reconhecer, levantar dados e balizar os seguintes pontos
ou áreas da P Cmb:
a) prováveis vias de acesso a serem utilizadas pelo inimigo;
b) melhor(es) local(is) para a(s)Área(s) de Engajamento e seus respectivos Pontos
de Referência de Alvos (delimitam as AE ou assinalam regiões importantes em
seu interior);

A-11
EB70-CI-11.457
c) a disposição geral da P Cmb e do terreno circundante;
d) as regiões críticas do terreno à frente e nos flancos da posição;
e) a localizações de P Obs para cobrir as possíveis VA do inimigo;
f) os obstáculos naturais existentes e os locais nesses obstáculos que devem ser
reforçados. Onde lançar possíveis obstáculos (minas, valas anticarro etc) com a
finalidade de canalizar o movimento do inimigo para o interior das AE;
g) as posições das frações e os setores de tiro do armamento coletivo;
h) os itinerários cobertas e abrigados que conduzem à P Cmb Pcp e aos setores
das frações e itinerários de retraimento;
i) os P Obs a serem instalados e operados segundo o planejamento do Cmt.
A.1.4.6.3 No caso de existirem tropas amigas à frente e nos flancos da P Cmb, o
Cmt Pel deve planejar e realizar as ligações com esses elementos.
A.1.4.6.4 Os PO selecionados pelo Cmt Pel devem:
a) observar todo o terreno à frente e nos flancos da P Cmb;
b) fornecer o alerta antecipado da aproximação do inimigo;
c) permitir a condução e correção do tiro direto das armas coletivas.
A.1.4.6.5 Durante o Rec inicial das posições e setores das frações, seus Cmt
devem colher os dados iniciais para a elaboração dos roteiros de tiro do arma-
mento coletivo.
A.1.4.6.6 O Cmt Pel e o G Rec deverão identificar a localização, iniciar o baliza-
mento e reconhecer os itinerários para a P Cmb.
A.1.4.7 Ocupação da Posição de Combate
A.1.4.7.1 O núcleo da P Cmb será constituído pela Seç VBC Cav/VBR que baterá
a principal via de acesso para blindados que incidam sobre a posição.
A.1.4.7.2 O Grupo de Combate fará a proteção aproximada das VBC Cav/VBR,
dentro de tocas posicionadas na crista topográfica (ou crista militar, na ADA), logo
à frente da Seç VBC Cav/VBR.
A.1.4.7.3 O Cmt Pel desdobrará seu Gp C de onde possa melhor conduzir o Pel
C Mec, em princípio, junto ao núcleo do pelotão.
A.1.4.7.4 O Grupo de Exploradores será posicionado nos flancos da posição
com os seguintes objetivos: evitar que a posição seja desbordada e proteger,
pelo fogo das metralhadoras e lança-granadas, as vias de acesso para tropa a
pé que demandem para a posição. Se possível, o G Exp poderá ocupar postos
de observação à frente da P Cmb, de onde possa estender sua observação e dar
o alerta da aproximação do inimigo, retornando mediante ordem ou forçado pela

A-12
EB70-CI-11.457
situação tática para as posições nos flancos.
A.1.4.7.5 A Pç Ap ficará à retaguarda da posição batendo os ângulos mortos do
terreno e demais pontos capitais priorizando os alvos mais afastados da P Cmb.
Se a situação tática permitir, a Pç Ap poderá ser lançada à frente da posição de
forma a poder engajar o inimigo com seus fogos indiretos o mais longe possível.
Deverá encarregar-se da segurança da retaguarda da P Cmb.
A.1.4.7.6 O início da ocupação da posição deve ser feito com luminosidade, antes
do escurecer, visando à confecção correta dos roteiros de tiro e do sistema de
segurança. A ocupação durante a noite é dificultada pelas condições de visibili-
dade para os reconhecimentos, pela identificação do terreno e pela escolha das
posições.
A.1.4.7.7 O emprego de uma NGA do Pel C Mec para ocupação de P Cmb aumen-
tará a velocidade desta ocupação além de proporcionar maior segurança ao Pel.
Normalmente (função da situação tática e tempo disponível) o Pel C Mec deverá
adotar a seguinte sequência de atividades na ocupação da P Cmb:
a) Grupo de Exploradores:
- estabelecer a segurança da posição colocando dois homens em postos de
vigilância (um homem por patrulha);
- colocar as metralhadoras e os lança-granadas em posição, de acordo com
o setor de tiro distribuído pelo Cmt G Exp para cada peça (podem estar desem-
barcadas e instaladas no terreno ou permanecer em seus reparos veiculares, em
função do terreno);
- iniciar a limpeza dos campos de tiro e de observação;
- confeccionar os roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade.
- remeter uma cópia dos roteiros de tiro para o Cmt Pel;
- estabelecer os sistemas de comunicações;
- preparar os espaldões das armas coletivas (se forem retiradas das VB) e a
camuflagem das tocas e viaturas;
- lançar um sistema de alarme e armadilhas à frente dos postos de vigilância.
b) Seção de Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria /Viaturas Blindadas de
Reconhecimento:
- selecionar a posição principal, alternativa (ou de muda) e suplementares de
tiro. As viaturas são colocadas em posição de acordo com o setor de tiro distribuído
pelo Adj Pel para cada carro (desenfiamento de couraça);
- limpar os campos de tiro e de observação;

A-13
EB70-CI-11.457
- confeccionar os roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade;
- uma vez colhidos os dados de tiro, as VBC Cav/VBR voltam a se ocultar-se
em posições desenfiadas e desligam seus motores;
- remeter uma cópia dos seus roteiros de tiro da Seç VBC Cav/VBR para o
Cmt Pel;
- posicionar as VBC Cav/VBR em uma posição de espera que deverá propor-
cionar desenfiamento de torre;
- estabelecer os sistemas de comunicações;
- preparar a camuflagem das viaturas;
- preparar as posições alternativas (ou de muda) e suplementares; e
- balizar o itinerário desenfiado para a posição e o itinerário de retraimento se
for o caso.
c) Grupo de Combate:
- estabelecer a segurança da posição colocando dois homens em postos de
vigilância (1 homem por esquadra);
- posicionar as metralhadoras (e/ou Fz Mtr) de acordo com o setor de tiro dis-
tribuído pelo Cmt GC. A Mtr .50 da VBC Fuz/VBTP poderá ser posicionada sobre
reparo terrestre ou mantida em seu reparo veicular, em função do terreno.
- limpar os campos de tiro e de observação;
- confeccionar os roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade;
- remeter uma cópia dos roteiros de tiro para o Cmt Pel;
- estabelecer os sistemas de comunicações;
- preparar os espaldões para as armas coletivas, a camuflagem das tocas e
viaturas;
- lançar um sistema de alarme e de armadilhas à frente dos postos de vigilância.
d) Peça de Apoio
- estabelecer a segurança da posição de tiro a fim de permitir a realização dos
trabalhos para a sua instalação;
- preparar as posições de tiro do Mrt Me à frente e retaguarda da P Cmb;
- realizar a limpeza dos campos de tiro para a observação do tiro nas posições
à frente e retaguarda da P Cmb Pcp;

A-14
EB70-CI-11.457
- reconhecer, preparar e balizar os itinerários para as ouras posições de tirodas
P Cmb alternativa, suplementar e subsequente;
- confeccionar os roteiros de tiro para os prováveis alvos, com eficiência e
rapidez, buscando aproveitar ao máximo o período de luminosidade;
- estabelecer os sistemas de comunicações;
- preparar os espaldões para o morteiro e a munição, a camuflagem das tocas
e da viatura;
- lançar um sistema de alarme e de armadilhas em torno das posições de tiro
e dos P Obs.
e) O estabelecimento das atividades em ordem de prioridade não impede a sua
execução simultânea.
A.1.4.8 Melhorando a P Cmb
A.1.4.8.1 O Cmt deve determinar a identificação dos pontos de referência de alvos
que balizam as AE se existirem.
A.1.4.8.2 O Adj Pel deverá auxiliar o Cmt Pel na instalação da P Cmb verificando
a correta instalação da camuflagem das VB, armamento e posições individuais,
a correta ocupação das posições desenfiadas, a identificação dos itinerários
de retraimento e o perfeito entendimento das condições e sinais para iniciar o
retraimento.
A.1.4.8.3 Os Cmt VB devem verificar se os campos de tiro das posições a serem
ocupadas pelas VB foram limpos.
A.1.4.8.4 Caso haja possibilidade de apoio de uma VBE Eng (Bda) para auxiliar na
preparação das posições de tiro das VB, orientar a construção de bermas e abri-
gos de forma a não denunciar essas posições e comprometer a sua camuflagem.
A.1.4.9. Ensaios e treinamentos
A.1.4.9.1 O Cmt Pel, caso disponha de tempo antes da abordagem da posição
pelo inimigo, deve planejar e realizar ensaios e treinamentos no pelotão e nas
frações (ocupação das posições de tiro, retraimento simulado, ocupação de P
Cmb alternativas e suplementares etc).
A.1.4.9.2 O Cmt Pel e o Adj Pel devem realizar constantes inspeções nas fra-
ções subordinadas verificando a correta colocação da camuflagem, a execução
das tarefas individuais, a situação da munição, água e rações se as medidas de
dissimulação da P Cmb estão sendo executadas.
A.1.4.9.3 O Comandante do Pelotão, auxiliado pelo seu Adjunto, confeccionará
o Roteiro de Tiro do Pelotão. Devem ser estabelecidas linhas de engajamento
para as diversas frações (de fácil visualização, se possível, balizadas no terre-
A-15
EB70-CI-11.457
no). Essas linhas de engajamento permitirão a coordenação dos fogos diretos e
indiretos do Pel C Mec.

A.1.5 OCUPAÇÃO DE UMA P CMB SOB PRESSÃO DIRETA DO INIMIGO OU


NA IMINÊNCIA DESTA
A.1.5.1 Ao ser engajado por fogos diretos e indiretos uma força inimiga de valor
superior ao do Pel C Mec, ou na iminência desse engajamento, o Cmt Pel de-
verá, em princípio, cessar o movimento do pelotão e determinar a ocupação de
uma posição de combate a fim de esclarecer a situação e reagir ao ataque em
melhores condições.
A.1.5.2 Ao perceber essa ação do inimigo, o Cmt Pel deverá realizar um
rápido reconhecimento da situação, procurando levantar:
a) de onde partem os tiros do inimigo;
b) qual o valor do inimigo;
c) qual o risco dessa ação do inimigo para o Pel C Mec e o cumprimento de sua
missão;
d) qual fração do Pel C Mec está melhor posicionada para reagir ao fogo inimigo
(G Exp, Seç VBC Cav/VBR);
e) tomar a decisão de sustar o movimento e dar o comando para o Pel C Mec
adotar uma P Cmb.
A.1.5.3 Ordem padronizada
- A ordem para que o Pel C Mec adote uma posição de combate deve ser padroni-
zada pelo comandante do pelotão e deve ser do conhecimento de todos. As ações
decorrentes dessa ordem devem ser treinadas e repetidas até que sua execução
seja realizada com rapidez e precisão. A atuação do pelotão deve ser semelhante
ao previsto para uma tropa que é emboscada, devendo agir rapidamente e de forma
reflexa. A ordem a ser padronizada deverá conter as seguintes informações, que
deverão ser transmitidas por meio de mensagens pré estabelecidas, por exemplo:
a) alerta ao pelotão (em código): CENTAURO!
b) sustar movimento (em código):TRANQUEIRA!
c) inimigo, sua direção, natureza e valor levantados no rápido reconhecimento do
Cmt Pel (em código): VERMELHO 10, UMA HORA!
d) ordem para que o pelotão adote a posição de combate padronizada (em có-
digo): TROVÃO!
e) a posição a ser ocupada pela Seç VBC Cav/VBR, principal elemento do nú-
cleo da P Cmb, tendo por base a sua posição atual ou a do G Exp, ou uma outra

A-16
EB70-CI-11.457
posição: BALADA COM CENTAURO 5!
A.1.5.4 Ao ser transmitida a ordem para o Pel C Mec adotar uma P Cmb, todos
os Cmt de frações subordinadas devem, de imediato, deslocar sua fração para
o local padronizado na P Cmb, passando a cumprir a missão designada para a
sua fração nesse dispositivo, independente de outras ordens. Devem rapidamente
orientar-se e posicionar as suas viaturas e armas em local abrigado, de modo a
oferecer imediata reação à atuação do inimigo, orientando-se pela direção-geral
desse inimigo, informada no comando para a ocupação da P Cmb. Deve ser
uma ação executada com rapidez e perfeição, de forma a ganhar tempo e evitar
baixas desnecessárias.
A.1.5.5 O Cmt Pel, após esclarecer a situação e reconhecer melhor a área em
torno de sua posição, deverá orientar seus Cmt Frações para que, se for o caso,
reposicionem suas frações e viaturas a fim de melhor enfrentar o inimigo.
A.1.5.6 Na primeira oportunidade possível, o Cmt Pel deverá informar a situação
ao seu Cmt Esqd C Mec e o que pretender fazer. Caso seja necessário retrair
para uma posição mais à retaguarda, informar antes ao seu Cmt Esqd C Mec.
A.1.5.7 A rapidez na adoção do dispositivo padronizado da P Cmb e uma eficiente
e precisa resposta ao ataque inimigo só serão possíveis com base em um intenso
treinamento. Cada Cmt fração e todos os integrantes do pelotão subordinada
devem saber exatamente o que fazer sem que para isso recebam maiores expli-
cações ou orientações de seu Cmt Pel C Mec.

A.2 OCUPAÇÃO DE ZONA DE REUNIÃO


A.2.1 SITUAÇÃO INICIAL - 1ª FASE
A.2.1.1 Comando para a execução ocupação da Z Reu

Fig 244 - Ocupação de uma Z Reu – 1ª Fase.

A-17
EB70-CI-11.457
- Não existe um comando específico para essa técnica de combate. Cada fração
deve elaborar um comando próprio para que a técnica seja desencadeada.
A.2.1.2 Condições de Execução da TTP:
a) o Pel está terminando uma marcha ou um deslocamento;
b) o Pel para o movimento no ponto de controle, devendo se desdobrar;
c) a fração é recebida pelos guias no ponto de ligação;
d) o Pel necessita ocupar uma parte da Z Reu de seu Esquadrão;
e) o Pel necessita ser guiado para ocupar o dispositivo que lhe foi destinado na
Z Reu;
f) o Pel deve assumir missões de segurança no interior da zona; e
g) essa ocupação poderá ser executada de dia e de noite.
A.2.2 DESLOCAMENTO E RECONHECIMENTO - 2ª FASE

Fig 245 - Ocupação de uma Z Reu – 2ª Fase.

A.2.2.1 A técnica é iniciada a partir do momento que o Pel C Mec atinge o ponto
de controle, devendo parar o movimento e desdobrar-se.
A.2.2.2 O Cmt Pel e os guias se reúnem no ponto de controle com o SCmt do
Esqd assim que o movimento cessa.
A.2.2.3 O Cmt Pel e os guias fazem o reconhecimento da área destinada pelo S
Cmt Esqd, verificando o local que as frações do Pel C Mec vão ocupar.
A.2.2.4 Os guias se deslocam para o P Lig e, conforme a ordem passada pelo
SCmt Esqd, acionam as suas frações para iniciarem a ocupação da Z Reu.

A-18
EB70-CI-11.457
A.2.2.5 É executada a ocupação da parte da Z Reu do Esqd C Mec destinada
ao Pel C Mec.
A.2.2.6 Em seguida as frações executam as atividades de segurança da Z Reu.
A.2.3 OCUPAÇÃO DA Z REU - 3ª FASE
A.2.3.1 O Cmt Pel e os Guias se apresentam ao S Cmt Esqd no Ponto de controle.
A.2.3.2 Após realizarem o reconhecimento a pé da área designada ao Pel, o Cmt
Pel autoriza o guia da 1ª Pa do G Exp para retornar ao ponto de controle.
A.2.3.3 O guia da 1ª Pa do G Exp retorna ao ponto de controle e baliza, desem-
barcado, todo o Pel até o PLig.
A.2.3.4 No P Lig, cada guia dos grupos, conduzem os mesmos até as suas po-
sições dentro da Z Reu.
A.2.3.5 Cada Grupo executa as medidas passivas de camuflagem contra obser-
vação terrestre e aérea, os roteiros de tiro do Armt coletivo do Pel e cada militar
cava a sua toca para homem deitado.
A.2.3.6 Após prontas as atividades de segurança, cada Cmt de grupo se apresenta
ao Cmt Pel para informar que sua área está pronta.
A.2.3.7 Durante o reconhecimento, cada comandante estabelece a segurança
conforme o Nível de Prontidão previsto (NP ou REDCON, do inglês Readiness
Condition - REDCON).
A.2.3.8 Estabelecer setores de tiro, coordenando com os pelotões ou frações
vizinhas para garantir o apoio mútuo.

Fig 246 - Ocupação de uma Z Reu – 3ª Fase.

A-19
EB70-CI-11.457
A.2.3.9 O Cmt Pel posiciona as suas viaturas e ordena a execução das se-
guintes atividades:
a) instalação de postos de observação e escuta;
b) elaboração dos roteiros de tiro;
c) balizamento das rotas de entrada e saída da Z Reu; e
d) execução da camuflagem das viaturas e da posição na Z Reu.
A.2.3.10 Determinar e reconhecer com os motoristas o local onde as viaturas
deverão encolunar para a desocupação da ZReu.
A.2.3.11 Estabelecer comunicação fio entre as frações e postos de observação e
escuta (caso o Pel possua os meios e se encontre em REDCON 4).
A.2.3.12 Identificar os Postos de Comando do Cmt Esqd e do Cmt Rgt (se for o
caso) e a organização da Z Reu, especificamente da segurança externa à frente
do Pel.
A.2.3.13 Ensaiar as medidas contra ataques ao Ini ordenadas pelo escalão su-
perior. Dar o pronto ao fim dos ensaios.
A.2.3.14 Cada comandante deve emitir um informe da situação (IS ou do inglês
Situation Report - SITREP) ao seu escalão superior (rádio ou mensageiro).
A.2.3.15 Enviar ao escalão superior o plano de fogos do pelotão.
A.2.3.16 Observações
a) se a ocupação da Z Reu for noturna, as velocidades devem ser reduzidas;
b) empregar meios de balizamento noturno (tipo cyalume);
c) realizar a ocupação com disciplina restrita de luzes; e
d) lançar pontos de escuta à frente da posição do pelotão.
A.2.4 ATIVIDADES E RESPONSABILIDADES NA ZONA DE REUNIÃO
A.2.4.1 Comandante do Pel C Mec:
a) indicar as posições das viaturas do pelotão e os setores de tiro, estabelecendo
os limites de tempo para a elaboração dos roteiros de tiro;
b) difundir o nível de REDCON conforme o estabelecido pelo escalão superior;
c) verificar o estado operacional do pelotão;
d) completar o plano de fogos do pelotão e enviar o mesmo dentro dos primeiros
30 minutos ao Cmt Esqd;
e) planejar e implementar um plano de descanso para o pelotão conforme o
REDCON; e

A-20
EB70-CI-11.457
f) informar ao escalão superior quando o Pel concluir as atividades de ocupação
da Z Reu. Para que isso ocorra, o Cmt Pel deverá informar “OCUPAÇÃO FINA-
LIZADA”.
A.2.4.2 Sargento Adjunto do Pel C Mec
a) estabelecer a segurança no interior da posição do Pel e dos postos de obser-
vação ou escuta (se necessário);
b) estabelecer a comunicação fio do Pel (eventualmente);
c) controlar a confecção de camuflagem das viaturas e da Z Reu do Pel;
d) reunir os informes operacionais do Pel e passá-los ao Cmt Pel;
e) verificar as necessidades logísticas do Pel; e
f) após concluir suas atividades de ocupação da Z Reu, informar ao Cmt Pel e
assumir a sua missão de Cmt Seç VBC Cav/VBR e da sua VBC Cav/VBR (verificar
o roteiro, camuflagem etc).
A.2.5 DESOCUPAÇÃO DE ZONA DE REUNIÃO
A.2.5.1 Ordem para a desocupação da Z Reu
- Não existe um comando específico para essa técnica de combate. Entretanto,
o Cmt Pel poderá padronizá-la para o seu pelotão.
A.2.5.2 Para a desocupação da Z Reu, o Cmt Pel deverá verificar
A.2.5.2.1 Se o Pel está ocupando um dispositivo de segurança na Z Reu.
A.2.5.2.2 Se o Pel deve desocupar a Z Reu em um tempo determinado, com
segurança e de forma ordenada.
A.2.5.2.3 Qual a ordem na desocupação da Z Reu e que posição no dispositivo
do esquadrão o Pel deverá ocupar.
A.2.5.2.4 Qual o horário previsto de passagem pelo Ponto de Controle de reinício
de deslocamento.
A.2.5.2.5 Se o Pel necessita de guias para ir até o Ponto de Controle onde as
viaturas ou os pelotões do esquadrão serão encolunados?
A.2.5.2.6 A desocupação ocorrerá durante o dia ou a noite?
A.2.5.3 Faseamento da Desocupação da Z Reu
A.2.5.3.1 Execução
a) A desocupação será iniciada no horário determinado pelo escalão superior,
quando, então, o Cmt Pel deve fazer contato com o guia (do escalão superior)
designado para o seu Pel, no P Lig dos guias.
b) Os guias do Pel conduzem as frações até o Ponto de Controle onde o Pel ou
A-21
EB70-CI-11.457
suas viaturas serão encolunadas.
c) O Pel deverá encolunar entre esse Ponto de Controle e o P Lig, seguindo o
Guia do seu Esqd.
d) O Guia do Esqd leva o Pel até o Ponto de encolunamento do Esqd.
e) É executada a desocupação da Z Reu e é iniciada a marcha de aproximação.
A.2.5.3.2 Etapas
a) Estabelecer a hora e a ordem de saída.
b) Estabelecer o ponto de encolunamento do Pel para iniciar seu deslocamento
até o ponto de ligação previsto.
c) Estabelecer níveis de REDCON (previstos pelo escalão superior).
d) Estabelecer o horário de ligar os motores.
e) Estabelecer o horário de retirar as redes de camuflagem, remoção de detritos
e sinais de permanência (tapar as tocas para um homem deitado).
f) Teste de comunicações.

Fig 247 - Desocupação da Z Reu – 1ª Fase.

g) Executar a saída das viaturas pelas rotas reconhecidas e balizadas até o ponto
de encolunamento. O abandono das posições poderá ser auxiliada pelos Ch de
cada viatura, além do guia designado.

A-22
EB70-CI-11.457
h) Se a ocupação da Z Reu for noturna, as velocidades devem ser reduzidas e
empregados meios de balizamento noturno (tipo cyalume). Realizar a desocupação
com disciplina restrita de luzes, dentre outras medidas.
i) Dada a complexidade desta atividade, é recomendável praticar o encolunamen-
to com os motoristas e os Ch de viatura para evitar acidentes, exigindo o estrito
cumprimento dos horários de passagem pelo ponto de reinício de deslocamento.

Fig 248 - Desocupação da Z Reu – 2ª Fase.

j) Se a saída da Z Reu ocorrer por causa da ação do Ini (ataque aéreo, ataque de
unidades de FE ou Comandos etc), o Pel deve executar uma saída rápida (depen-
dendo da gravidade da situação) e deve ocupar a Z Reu alternativa selecionada
anteriormente pelo escalão superior. O Pel deve estar em condições de adiantar
o cumprimento da missão caso o Esc Sp decida selecionar essa linha de ação.

Fig 249 - Desocupação da Z Reu – 3ª Fase.

A.3 AÇÕES CONTRA-ATAQUE AÉREO – PEL C MEC EM DESLOCAMENTO


A.3.1 SITUAÇÃO INICIAL
A.3.1.1 O Pel C Mec que está realizando uma marcha de aproximação, reconhe-
cimento de eixo, área ou zona, ou executando uma ação ofensiva.
A.3.1.2 O Pel se encontra realizando o controle do seu setor de vigilância e de tiro.
A.3.1.3 O Pel pode escutar, ver ou detectar.

A-23
EB70-CI-11.457
A.3.1.4 O Pel recebe impactos em suas viaturas ou próximo delas; e
A.3.1.5 O Pel deve escapar do efeito dos fogos das aeronaves.
A.3.2 ATAQUE AÉREO
A.3.2.1 Ao sofrer a ação de um ataque aéreo, o Cmt Pel C Mec deve ordenar ao
seu pelotão que se disperse, procure abrigo e abra fogo contra a ameaça aérea,
adotando as medidas padronizadas para essa situação tática.
A.3.2.2 “PELOTÃO, ATENÇÃO! ATAQUE AÉREO, DIREÇÃO! (horário seguindo
o processo do relógio)”.
A.3.3 AÇÕES E PROVIDÊNCIAS PADRONIZADAS DO PEL C MEC NUM ATA-
QUE AÉREO
A.3.3.1 Ações padronizadas a serem observadas num ataque aéreo pelo
Pel C Mec

Fig 250. - Ataque aéreo - dispersão.

A.3.3.1.1 Detectar e identificar a(s) aeronave(s) atacantes.


A.3.3.1.2 Identificar a direção de voo da Anv atacante.
A.3.3.1.3 Apontar todo o armamento antiaéreo em direção da Anv e abrir fogo se
Anv identificada como inimiga.
A-24
EB70-CI-11.457
A.3.3.1.4 Procurar sair rapidamente da direção de voo e da zona de impactos
dos fogos da Anv.
A.3.3.1.5 Iniciar mudanças de direção em zigue-zague (mudanças bruscas e
largas), aumentar a velocidade, as distâncias e os intervalos (acima de 300 m).
A.3.3.1.6 Enviar ao seu Cmt Esqd C Mec um informe de contato (INFECONT ou
CONREP em inglês).
A.3.3.1.7 Reorganizar o pelotão para o prosseguimento da missão.
A.3.3.1.8 Enviar ao Cmt Esqd C Mec um informe de situação (INFESIT ou SITREP
em inglês).
A.3.3.1.9 Continuar com a M Aprx ou Rec e cumprir a sua missão.

Fig 251 - Ataque aéreo - manobrar para sair da zona de impactos.

A.3.3.1.10 Observações
a) é aconselhável que o Cmt Pel C Mec comande mudanças de frente e formação
para não perder o controle do pelotão;
b) em um ataque de aeronave de asa fixa, o Pel C Mec deve empregar a tática
de apontar todas as suas armas e abrir fogo numa distância de um campo de
A-25
EB70-CI-11.457
futebol à frente da rota de deslocamento dessa Anv, de forma a criar uma “parede
de fogo” na frente da Anv, obrigando o piloto a desviar sua rota;
c) em um ataque de Anv de asa rotativa, o Pel C Mec deve concentrar seus fogos
numa distância de meio campo de futebol à frente da rota de deslocamento dessa
Anv, com a mesma finalidade do tópico anterior. Se o Hlcp estiver em voo pairado,
o volume de fogos deve ser feito na direção da Anv;
d) o Pel só deverá abrir fogo caso seja atacado por uma aeronave; e
e) se o Pel C Mec necessitar mudar a sua direção-geral de avanço, deverá solicitar
autorização do seu Cmt Esqd C Mec para que possam ser feitas a coordenação
com as peças de manobra vizinhas.
A.3.3.2 Ataque Aéreo Durante a Marcha de Aproximação ou Rec Eixo
A.3.3.2.1 O Cmt Pel deve comandar “PELOTÃO DISPERSAR!”, logo após infor-
mar ao pelotão o ataque aéreo ou sua iminência.
A.3.3.2.2 Se o terreno permitir, a 1ª Pa GE, a Seç VBC Cav/VBR e o GC saem
da formação pela direita, a 2ª Pa GE, Gp C e a Pç Ap saem da formação pela
esquerda, realizando mudanças bruscas de direção, mantendo a direção-geral
de avanço.
A.3.3.3 Ataque Aéreo Durante uma Ação Ofensiva
A.3.3.3.1 Quando o Pel C Mec detectar e identificar as aeronaves, deve verificar
a direção da rota das mesmas.
A.3.3.3.2 Se receber fogo sobre ou em volta de suas viaturas, o pelotão deverá se
dispersar rapidamente, aumentando seus intervalos, distâncias e sua velocidade
em direção ao seu objetivo.
A.3.3.3.3 O Cmt Pel deverá emitir um informe de contato “INFECONT ou CON-
REP”, em inglês, ao Cmt Esqd e solicitar, se estiver disponível para a sua SU,
apoio de fogo antiaéreo.
A.3.3.3.4 Ao sair da zona, o Pel deve procurar uma região coberta para emitir um
informe de situação (INFESIT ou SITREP, em inglês) ao Cmt Esqd.
A.3.3.3.5 O Pel C Mec se reorganiza e reinicia seu deslocamento.

A.4 AÇÕES CONTRA FOGOS INDIRETOS


A.4.1 SITUAÇÃO INICIAL
A.4.1.1 O Pel está realizando uma marcha de aproximação para realizar contato
com o inimigo.
A.4.1.2 O Pel avança em formação de combate conforme os fatores da decisão
militar (MITeMeTe-C).

A-26
EB70-CI-11.457
A.4.1.3 O Pel encontra-se controlando seus setores de vigilância e de tiro con-
forme a formação adotada.
A.4.1.4 O Pel detecta ou escuta o efeito das armas de tiro indireto do Ini.
A.4.1.5 O Pel recebe os primeiros impactos em suas viaturas ou próximo delas.
A.4.1.6 O Pel deve subtrair o efeito dos fogos indiretos.
A.4.2 FOGOS INDIRETOS SOBRE O PEL C MEC
A.4.2.1 Se o Pel C Mec escuta ou detecta o efeito dos fogos indiretos, rapidamente
deve empregar uma técnica de mudança de direção para evitar entrar na zona
de impactos, por exemplo:

Fig 252 - Fogos indiretos - mudança de direção.

“PELOTÃO, ATENÇÃO! FOGO INDIRETO, DIREÇÃO TRÊS HORAS


(horário seguindo o processo do relógio),
EM LINHA!
(tipo de formação)”.

A-27
EB70-CI-11.457
A.4.2.2 Se o Pel C Mec recebe fogo próximo de suas viaturas, ele se dispersa
rapidamente, aumentando as distâncias entre as mesmas e aumentando a sua
velocidade em direção ao objetivo, por exemplo:

“PELOTÃO ATENÇÃO! FOGO INDIRETO!


AUMENTAR DISTÂNCIAS E VELOCIDADE!
DIREÇÃO TRÊS HORAS!
(horário seguindo o processo do relógio)!”.

A.4.3 AÇÕES E PROVIDÊNCIAS PADRONIZADAS DO PEL C MEC NUM ATA-


QUE DE FOGOS INDIRETOS SOBRE O PELOTÃO
A.4.3.1 Em princípio, em combate ou na iminência deste, as VB do Pel C Mec
devem deslocar-se escotilhadas (exceção feita para o Cmt da VB, em casos
especiais em que a observação embarcada esteja prejudicada e seja necessária
uma cerrada coordenação com a tropa desembarcada etc.). Caso as VB do pe-
lotão, por algum motivo não estejam seguindo essa regra, ao ser detectado que
o Pel C Mec está recebendo fogos indiretos, automaticamente os Cmt frações
subordinadas devem ordenar que suas guarnições se abriguem no interior da VB,
emitindo o comando de “ESCOTILHAR!”.
A.4.3.2 Conforme a situação tática do Pel C Mec, o Cmt pelotão determinará a
reação a ser adotada por todas as frações (mudar a direção ou aumentar distân-
cias e velocidade e prosseguir no ataque).
A.4.3.3 Logo a seguir, o Cmt Pel C Mec deve emitir um informe de detecção
(INFEDET – Azul 1), para o seu Cmt Esqd C Mec, informando que está sob fogo
indireto e o que pretende fazer. Se necessário, solicitará apoio de fogo.
A.4.3.4 Caso seja necessário, a fim de permitir que o pelotão recue ou mude de
direção, deverão ser acionados aos lançadores fumígenos das VB, criando uma
cortina de fumaça, permitindo, assim, que as VB saiam da zona de observação
do inimigo. O Cmt do pelotão poderá determinar o acionamento dos fumígenos
de determinadas frações ou de todas as frações.
A.4.3.5 Para sair da zona de impactos, o Cmt Pel C Mec determinará que o pelotão
aumente a velocidade e se disperse, devendo as distâncias e intervalos entre as
VB, ficar acima de 300 m.
A.4.3.6 Se o Pel C Mec estiver fora da Zona de Impactos, o Cmt pelotão deverá
adiantar-se e ordenar uma troca de direção na progressão do pelotão (dependendo
do terreno entorno da Zona de Impactos).
A.4.3.7 A principal prioridade do pelotão ao receber fogos indiretos é sair da zona
de impacto desses fogos.

A-28
EB70-CI-11.457
A.4.3.8 Ao sai da zona de impacto dos fogos, o pelotão deve rapidamente reor-
ganizar-se, e prosseguir na sua missão.
A.4.3.9 Após sair da zona de impactos, o Cmt Pel C Mec deve emitir um informe
de situação (INFESIT – Azul 2) ao seu Cmt Esqd C Mec.

Fig 253 - Fogos indiretos - dispersar e ultrapassar a zona de impactos.

A.4.3.10 Observações
A.4.3.10.1 é aconselhável que o Cmt Pel C Mec reaja aos fogos indiretos empre-
gando técnicas de mudança de direção e de frentes para não perder o controle
do pelotão;
A.4.3.10.2 outra técnica a ser empregada nessa situação é a dispersão, aumen-
tando as distâncias entre as VB para evitar maiores baixas;
A.4.3.10.3 sob fogos indiretos as guarnições das VB não devem desembarcar e
as VB devem ser escotilhadas;
A.4.3.10.4 é recomendável que num ataque, ao receber fogos indiretos, o pelotão
aumente a velocidade de progressão e avance em direção ao seu objetivo;

A-29
EB70-CI-11.457
A.4.3.10.5 se for detectada uma grande quantidade de fumígeno, as guarnições
blindadas devem agir conforme a “Técnica de emergência contra agentes QBN”.

A.5 NÍVEIS DE PRONTIDÃO


A.5.1 Os níveis de prontidão (condições de alerta) ou NP (do inglês, Readiness
Condition - REDCON) constituem um procedimento que incrementa a capacidade
da tropa para se deslocar e combater, diminuindo os tempos de reação e trans-
missão de ordens desnecessárias.
A.5.2 Quando uma SU/Pel se encontra em uma situação estática (durante os
altos, Z Reu ou descanso), os níveis de prontidão permitem uma rápida resposta
por ocasião de uma mudança de situação, completando as ações a serem re-
alizadas na zona ocupada pela unidade, referente aos preparativos da defesa,
segurança, repouso etc.
A.5.3 Os Níveis de Prontidão (NP) estão divididos desde o “NP 1” (máximo nível
de alerta/apronto) até o mínimo “NP 4”.
A.5.4 A tropa que realiza uma atividade, em qualquer condição, deve dispor de
um tempo máximo para alcançar o “NP 1”.
A.5.5 Um NÍVEL DE PRONTIDÃO deverá ser definido com base em acurada
análise dos fatores de decisão (MITeMeTe-C).
A.5.6 Um comandante não pode modificar o NÍVEL DE PRONTIDÃO estabelecido
pelo seu escalão superior.
A.5.7 Em combate todas as escotilhas das VB devem estar fechadas, exceto em
situações especiais, particularmente para o Cmt da VB (observação dificultada,
necessidade de cerrada coordenação com a tropa desembarcada, durante a
travessia de cursos d’água etc).
A.5.7.1 O Cmt Pel C Mec poderá, entretando, com base em seu estudo da situ-
ação (fatores da decisão), alterar esta regra e estabelecer uma norma sobre o
escotilhamento (situação das escotilhas) de suas VB (NGA DO PELOTÃO).
A.5.7.2 Essa norma poderá ser adotada atribuindo as situações das escoti-
lhas a uma palavra-chave ou um grau de escotilhamento, como o do exemplo
a seguir (Tab 15):
a) grau 1 - fechadas (escotilhadas);
b) grau 2 - abertas, com as guarnições no interior da viatura, só podendo observar
pelos optrônicos ou equipamentos de observação; e
c)  grau 3 - abertas, com guarnição podendo observar com a cabeça fora da
escotilha.

A-30
EB70-CI-11.457

A-31
NÍVEL DE PRONTIDÃO 1 NÍVEL DE PRONTIDÃO 2 NÍVEL DE PRONTIDÃO 3 NÍVEL DE PRONTIDÃO 4
(NP1 - REDCOM1) (NP2 - REDCOM2) (NP-3/REDCOM3) (NP4 – REDCOM4)
TEMPO DE
REAÇÃO Imediato 15 min 30 min 60 min
MÁXIMO PARA
ALCANÇAR O ALETA TOTAL
ALERTA ALERTA ALERTA
NÍVEL 1 Tropa pronta para mover-se
Tropa pronta para combater REDUZIDO MÍNIMO
e combater
- Guarnições desembarcadas.
- Guarnições podem desem-
- Um homem deve permane-
- Guarnições em seus postos. - Pode desembarcar um barcar e permanecer ao lado
cer na escuta e na vigilância.
- Todos os sistemas opera- homem por vez. da viatura.
- Redes de camuflagem esten-
tivos e setores de vigilância - Os sistemas devem ser -Um homem deve permanecer
didas.
cobertos. checados. na escuta e na vigilância.
- Máximo de equipamento
- Manter a disciplina de Com - Setores de vigilância - Redes de camuflagem
embarcado.
e luzes. cobertos por pelo menos um estendidas.
Atv - São realizadas atividades de
- Atenção quanto às medidas homem. - Equipamento embarcado.
manutenção e de repouso.
ativas e passivas de DAAe e - Guarnições em seus postos. - Plano de trabalho e descan-
- Medidas passivas de DAAe e
possíveis tropas de Rec Ini. - Radio na escuta. so de 50%.
possíveis tropas de Rec Ini.
- Armamento em condições - Medidas passivas de DAAe - Medidas passivas de DAAe e
- Sistemas fora de operação.
de ser empregado. e possíveis tropas de Rec Ini. possíveis tropas de Rec Ini.
- Armamento em segurança.
- Motores ligados. - Armamento alimentado. - Sistemas fora de operação.
- São realizadas atividades
- Armamento em segurança.
administrativas e logísticas.
-Nos altos breves durante as
marchas.
- Não se prevê contato.
- A atividade principal é o - São realizadas as atividades
aprestamento e a segurança administrativas e logísticas.
- Contato iminente.
Obs da tropa com a finalidade de - Nos altos prolongados. - Durante o repouso.
- Início das ações.
manter ou alcançar o Nível 1. - Não se prevê contato.
As atividades logísticas e
administrativas são realizadas
por turnos, não excedendo 1/3
da tropa.
Tab 15 - Níveis de Prontidão
EB70-CI-11.457

EXEMPLO
GRAU DESCRIÇÃO
(posição da VB)

Permite a observação do campo de


batalha por parte do comandante da
3
viatura blindada com a cabeça para fora
da escotilha.

Escotilha aberta. Preferencialmente o


comandante da viatura blindada deve
2
utilizar seus optrônicos e periscópios para
observar.

Escotilha fechada. Exceção feita quando


em situação de transposição de curso de
1
água, quando o tipo de viatura exigir que a
escotilha esteja aberta.

Tab 16 - Escotilhamento.

A.6 IDENTIFICAÇÃO DE VIATURAS INIMIGAS


A.6.1 GENERALIDADES
A.6.1.1 Durante as missões de reconhecimento, os informes sobre o inimigo são
geralmente referentes às ações da tropa inimiga e ao seu material.
A.6.1.2 Esses informes são, na maioria das vezes, obtidos por meio da observa-
ção direta, a olho nu, ou por intermédio de equipamentos óticos ou eletro-ópticos.

Fig 254 - Viatura blindada destruída num campo de batalha.

A-32
EB70-CI-11.457
A.6.1.3 Com esses informes reunidos a outros (obtidos de outras fontes como
o radar de vigilância terrestre, a observação aérea, desertores e colaboradores
etc.), o Esc Sp poderá deduzir a natureza, o valor o dispositivo no terreno e as
prováveis ações futuras do inimigo. Uma vez elaborada a informação sobre o
inimigo, novas missões de reconhecimento poderão ser lançadas para confirmar
ou completar aqueles dados.
A.6.1.4 Durante uma missão de Rec, normalmente, o Pel C Mec deverá buscar,
como indícios da presença do inimigo, dados sobre o pessoal; viaturas; movimento
de tropas; brilhos, reflexos e luzes; poeira e cortinas de fumaça; marcas no solo
deixadas por viaturas, armamento e equipamentos; rastros diversos, restos de
suprimento ou lixo deixados pelos soldados inimigos no terreno; posições pre-
paradas e não ocupadas pelo inimigo, ou posições abandonadas recentemente;
obstáculos naturais agravados; obstáculos artificiais etc.
A.6.2 VIATURAS EMPREGADAS PELO INIMIGO
A.6.2.1 Considerações Gerais
A.6.2.1.1 Na identificação das viaturas empregadas pelo inimigo no campo de
batalha, o mais importante é saber distinguir se a viatura encontrada é inimiga
ou é uma viatura utilizada pelas forças amigas. Para isso, são utilizadas diversas
técnicas. Uma das mais utilizadas é a que analisa as características conhecidas
das viaturas inimigas, com características da viatura que está sendo observada
para poder classificá-lo como material de uso do inimigo.
A.6.2.1.2 Uma vez comprovado que a viatura observada não é nossa (ou de
forças amigas), sua identificação será baseada no conhecimento dos elementos
diferenciadores do tipo de viatura, bem como nas características conhecidas das
viaturas inimigas.
A.6.2.1.3 A correta identificação da viatura empregada pelo inimigo é importante
por duas razões:
a) permite identificar o modelo específico encontrado, reconhecendo suas capa-
cidades conhecidas desde o tempo de paz e a capacidade da tropa inimiga (por
exemplo, uma VBC Fuz inimiga conhecida, encontrada destruída ou danificada,
permite deduzir que a tropa que a empregava era de infantaria blindada ou si-
milar); e
b) se a viatura é desconhecida, permite deduzir suas possíveis capacidades e
as da tropa inimiga (por exemplo, um canhão com freio de boca não pode usar
munição flecha).
A.6.2.1.4 É muito importante que o efetivo do Pel C Mec seja adestrado na iden-
tificação das viaturas (equipamentos diversos e armamentos) que poderão ser
empregadas pelo inimigo e pelas forças amigas na área ou teatro de operações

A-33
EB70-CI-11.457
onde estiver operando. Essa prática facilitará a identificação dessas viaturas nas
missões de reconhecimento.
A.6.2.2 Identificação de Viaturas
A.6.2.2.1 Identificação de Viaturas não Blindadas

Fig 255 - Viaturas não blindadas de diferentes tipos.

a) Tipo de uma viatura observada. A primeira característica a ser observada é o


tipo da viatura e a finalidade de seu emprego:
- é uma viatura de transporte não especializado (pessoal ou de material) leve
(Vtr ¼ ton, ¾ ton ou 1 ton), média (Vtr 1. 5 ton, 2 ½ ton ou 5 ton) ou uma viatura
pesada (Vtr 10 ton)?
- é uma viatura especializada como uma cisterna de combustível, um transporte
de blindados (cavalo mecânico e prancha), uma viatura de comunicações, posto
de comando, ambulância?
- é uma viatura articulada ou não? Qual o tipo de sua carroceria? Traciona
reboque? De que tipo é o reboque?
- é uma viatura fechada ou aberta? Possui bancos centrais ou laterais?
- que tipo de suprimento transporte?
b) Outro fator importante na identificação de uma viatura é o seu trem de rolamento:
- é uma viatura com 4, 6, 8 ou mais rodas?

A-34
EB70-CI-11.457
- quantos eixos ela possui? Eles são simples ou duplos? Qual a posição e o
espaçamento entre os mesmos? Há eixo móvel?
c) Outras características importantes numa viatura, que permitirão a sua identifi-
cação, referem-se ao seu chassi e o que está montado nele:
- qual a posição e a forma dos elementos ligados ao chassi como tanques de
combustível, caixa de armazenamento da bateria, estepe e outros?
- qual a forma geral da cabine, quadrada, redonda, alongada ou outra?
- qual a forma, posição e número de portas, janelas e/ou escotilhas?
- existe algum equipamento especial montado na viatura, como um braço me-
cânico tipo munck? Compartimentos especiais para o transporte de suprimento
(Classe V e outros)?
d) Comparando esses dados levantados na observação com os dados conhecidos
das viaturas utilizadas pelo inimigo (ou por nossas tropas ou tropas amigas) será
possível identificar a viatura ou não caso se trate uma viatura nova na zona de
ação do pelotão, nunca observada.
A.6.2.2.2 Identificação de Viaturas Blindadas
a) A identificação de Vtr Bld segue o mesmo método adotado para as viaturas
não blindadas. Elas serão classificadas quanto ao peso, finalidade, tipo do trem
de rolamento, tipo do chassi, tipo da torre (se existir) e tipo do armamento.
b) Existem diversas classificações de viaturas blindadas quanto ao seu peso.
Normalmente, as viaturas blindadas são classificadas em leves, médias e pesadas.
c) De uma maneira geral, uma VB com peso até 8/10 ton será classificada como
leve; com peso entre 8/10 ton e 35/40 ton será uma VB média, e com peso superior
a 35/40 ton será considerada uma VB pesada.
d) Quanto ao seu tipo, as VB podem ser classificadas em (o EB, adota classificação
própria, diversa de outros países ou fabricantes de blindados):
1) Viaturas Blindadas de Combate (VBC):
- são viaturas blindadas, normalmente com blindagem pesada, sobre lagartas,
com elevada mobilidade através do campo e dotadas de armamento capaz de
causar danos significativos ao inimigo. As Mtr das VB são consideradas de auto-
defesa, não sendo utilizadas para caracterizar uma VBC.
- No EB estão incluídas nessa classificação as VBC Carro de Combate, VBC
Cavalaria, VBC Fuzileiros, VBC Obuseiro Autopropulsado, VBC Defesa Antiaérea,
VBC Morteiro, VBC Anticarro, VBC Lç Míssil, VBC Lç Foguetes, além de outras.

A-35
EB70-CI-11.457

Fig 256 - Viaturas blindadas de combate (VBC) de diferentes tipos.

Fig 257 - Viaturas Blindadas de Combate de Cavalaria (VBR, Caça-carros, MGS etc).

2) Viaturas Blindadas de Reconhecimento – VBR (Exploradores, Scouts etc):

 
Fig 258 - Viaturas Blindadas de Reconhecimento (VBR ou VBMT-Rec) empregadas por exploradores
(Scouts) em diversos exércitos.

A-36
EB70-CI-11.457
- Essas VB possuem blindagem leve ou média; podem ser de rodas ou de
lagartas; seu armamento é composto de canhões de médio ou pequeno calibre,
lança-granadas e metralhadoras; possuem boa mobilidade através do campo limpo
e seco; são normalmente empregadas em estradas e caminhos, no cumprimento
de missões de reconhecimento ou de exploração. As viaturas blindadas empre-
gadas pelos “exploradores” (ou Scout, em inglês) do Pel C Mec ou Pel Exp são
VBR denominadas no EB de VBMT-Rec LSR. É comum se confundir VB desen-
volvidas para Scouts (de lagarta ou rodas, com metralhadoras, lança-granadas
e até canhões de 30 ou 40 mm) com as viaturas para a Seç VBC Cav do Pel C
Mec, que tem por missão principal o combate anticarro e não o reconhecimento.
3) Viaturas Blindadas de Transporte (VBT):
- Podem ser classificadas como de Transporte de Pessoal (VBTP) ou de Trans-
porte Especializado (VBTE). As VBTP são normalmente dotadas de blindagem
leve ou média; seu armamento é constituído de metralhadoras ou de canhões
leves, destinado a apoiar a tropa transportada quando desembarcada ou para se
proteger de viaturas semelhantes do inimigo; podem ser de rodas ou de lagartas;
destinam-se ao transporte de pessoal na zona de ação sob a proteção de sua
blindagem; não se destinam ao combate aproximado no compartimento de com-
bate. AS VBTE destinam-se ao transporte especializado de feridos, de munição
ou de suprimento em geral. As VBTE-Amb destinam-se ao transporte de feridos;
as VBTE-Mu ou VBTE-Remn destinam-se ao transporte do suprimento de Classe
V e ao remuniciamento de VBC Mtr P ou de VBC OAP; podem ser de rodas ou
de lagartas e seu armamento é leve, destinado a auto proteção;

Fig 259 - Viaturas Blindadas de Transporte - VBT.

4) Viaturas Blindadas Especiais (VBE):


- Podem ser de variados tipos e finalidade de emprego; ser de rodas ou de
lagartas; possuir blindagem leve ou média e seu armamento é leve, destinado a
auto proteção. O que as caracteriza é o seu emprego em tarefas especiais como
o socorro de Vtr em pane (VBE-Soc), oficina (VBE-Ofn), postos de comando

A-37
EB70-CI-11.457
(VBE-PC), postos de comunicações (VBE-Com), centrais diretoras de tiro de
Mrt ou de Art (VBE-CDT), lançadoras de pontes de pequenas brechas (VBE Lç
Pnt), de engenharia (VBE – Eng) dotadas de lâmina dozzer, retroescavadeira,
guincho e outros para executar trabalhos de organização do tereno (mobilidade
e contramobilidade), postos de radar (VBE – Rdr) etc.

Fig 260 - Viaturas Blindadas Especiais - VBE.

d) Classificação das VB quanto ao tipo de torre e armamento que são dotadas:


1) nas viaturas blindadas sem torres, procurar identificar suas características
peculiares e equipamentos especiais, ela possui antenas, radares, equipamentos
de manobra de força (guincho, braço mecânico tipo munck), equipamentos de
engenharia (lança-pontes, lâmina dozzer, guincho, braço mecânico tipo munck,
traciona-se reboque ou possui dispositivo lançador de lança retinida para aber-
tura de brechas ou para espargimento de minas, arado, rolo malhador e outros)
e equipamentos de observação de longa distância. Identificar, também, o seu
armamento de dotação (metralhadora, canhão leve etc);
2) nas viaturas blindadas dotadas de torre, procurar identificar:
- a forma dessa torre (se arredondada, aerodinâmica, em cunha, retangular,
aberta ou fechada); a posição relativa da torre sobre o chassi (se na frente, atrás,
centrada ou em um dos lados); se há espaços, caixas ou compartimentos para
guardar material (número, posição e forma); se existe torreta e qual a sua posição;
a quantidade e a posição das escotilhas; se possuem lançadores de granadas
fumígenas (quantidade e posição);
- se a VB possuir canhão, procurar identificar o tipo do tubo, se ele possui
freio de boca ou não e a sua forma, se existe colimador, se há evacuador de gases
ou extrator de fumo; se existem camisas térmicas (por segmentos, escalonadas,

A-38
EB70-CI-11.457
seguimento contínuo, uma peça completa etc); se existem caixas diversas em
cima do canhão; se seu escudo é triangular, reto, inclinado, arredondado, coberto
com lona ou descoberto;
- procurar identificar, também, o seu armamento secundário (ou o princi-
pal quando não houver canhão principal): canhões leves, metralhadora coaxial,
metralhadora antiaérea, lança-granadas veicular etc;
- verificar se existem outros equipamentos especiais, a posição e a forma
dos periscópios, projetores, faróis de busca etc.

Fig 261 - Tipos de torres e de canhões de viaturas blindadas.

e) Particularidades do chassi de uma viatura blindada:


- tamanho total do chassi: grande, pequeno, longo, estreito, baixo, alto etc;
- forma da parte frontal do chassi (proa): tipo quilha, liso e com ângulo, bico;
- número e posição de escotilhas e periscópios;
- posição, número e forma dos faróis;
- outros elementos incomum, como suporte para acessórios;
- o aspecto da parte lateral do chassi, sua  altura em relação ao trem de
rolamento(luz); compartimentos de carga;
- a existência de grades do motor, sua posição, número e tamanho;
- o escapamento do motor, se em ambos os lados ou apenas um, sua forma
e disposição;
- porta-acessórios, seteiras e material de sapa;
- as peculiaridades da parte traseira do chassi (popa) como a forma geral
(reta, angular, com planos inclinados, em forma de quilha etc.) e a existência de
grades (forma e tamanho), reservatórios de combustível;

A-39
EB70-CI-11.457
- escotilhas, portas ou seteiras (número, posição e forma);
- outros aspectos característicos.
f) Tipo do trem de rolamento:
1) de rodas: quantidade das rodas (4, 6, 8 ou mais);
2) de lagartas:
- o sistema das rodas de apoio (Christie, sem rodas de apoio ou Vickers,
com rodas de apoio);
- a posição das polias motoras e tensoras;
- o número e tipo de rodas de apoio (sólido, oco, duplo, etc.);
- a largura do intervalo entre as rodas de apoio (constante, variável, gran-
de, pequeno etc.);
- o número de rodas de apoio (posição e separação);
- a existência de para-lamas e saias (forma, material e dimensões);
- a largura da lagarta;
- outros aspectos característicos.

Fig 262 - Seção de VBR – VB EE9 Cascavel. Viaturas blindadas sobre rodas, dotadas de torre
e canhão de médio calibre na parte central da VB, trem de rolamento com 6 rodas, conjunto
de força na parte traseira da VB.

A-40
EB70-CI-11.457
ANEXO B
PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE FOGO AMIGO

B.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


B.1.1 O fratricídio e os incidentes de fogo amigo são problemas complexos,
presente em todos os exércitos, que tem desafiado ao longo dos anos soluções
simples ou mais elaboradas
- Neste anexo serão abordadas medidas e ações que poderão ser úteis a um
comandante de Pel C Mec em operações de combate para reduzir o risco de sua
tropa ser envolvida num incidente de fratricídio ou de fogo amigo.
B.1.2 Em combate, a destruição de viaturas e a queima de combustível e de
peças de borracha, as explosões de granada e o uso de fumígenos causam um
escurecimento do campo de batalha, mesmo de dia, tornando-se um fator crítico
na localização e identificação de alvos. A chuva, a poeira e a névoa também
degradam a capacidade de identificação, reduzindo a possibilidade de uma iden-
tificação precisa de alvos, aumentando o risco de fratricídio.
B.1.3 Em combate, o Cmt Pel C Mec e seus comandantes de frações devem saber
a qualquer momento, onde outros elementos amigos estão operando (pelotões
da SU enquadrante, tropas de unidades vizinhas etc). Eles devem antecipar-se
a situações e condições de perigo e tomar providências para evitar ou reduzir a
possibilidade de fratricídio.
B.1.4 O comandante do pelotão e seus comandantes de fração devem estar
vigilantes quanto a mudanças de situação e deslocamentos de tropas em sua
zona de ação (à frente e retaguarda) e nas zonas de ação vizinhas que possam
colocar em perigo os integrantes do Pel C Mec.
B.1.5 O Cmt Pel C Mec ou os seus Cmt Frações, quando identificarem uma
possível situação de fratricídio ou de fogo amigo, devem coordenar suas ações
pessoalmente com todos os elementos amigos envolvidos. Ao ser observada
qualquer situação que possa vir a constituir-se nesses incidentes, o escalão
superior deve ser rapidamente informado.

B.2 DEFINIÇÕES
B.2.1 FRATRICÍDIO
- Fratricídio é o emprego de armas amigas, com o intento de matar o inimigo,
destruir seu equipamento ou suas instalações, que resultam em morte imprevista
e não intencional, ou dano a pessoal amigo.

B-1
EB70-CI-11.457
B.2.2 INCIDENTE DE FOGO AMIGO
- Incidente de Fogo Amigo é um ataque sofrido por homem ou unidade onde o
atacante pertence ao mesmo comando, ou ao comando aliado.
B.2.3 CONSCIÊNCIA SITUACIONAL (CS)
- Consciência Situacional é o conhecimento e a compreensão imediata da situa-
ção tática na zona de ação do Pel C Mec, nas zonas de ação vizinhas ou áreas
de interesse para o pelotão (semelhante a um estudo de situação continuado). A
CS permite a todos os integrantes do pelotão uma avaliação oportuna, precisa,
atualizada e relevante na identificação e avaliação de alvos e forças inimigas, de
forças amigas e de elementos neutros.
B.2.4 IDENTIFICAÇÃO DO ALVO (IA)
- Identificação do Alvo é a caracterização precisa e oportuna de um objeto de-
tectado na zona de ação do Pel C Mec, ou nas zonas de ação vizinhas, como
amigo, neutro ou inimigo. Essa identificação, feita em tempo oportuno, servirá
de apoio à decisão dos Cmt Pel e Cmt Frações para ordenar a abertura ou não
de fogo sobre esse alvo.
B.2.5 IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE (IC)
- Identificação de Combate é o processo de obtenção de características de um
alvo, tropa, equipamento ou elemento desconhecido, localizado ou identificado
precisamente como amigo, inimigo, ou neutro na zona de ação do Pel C Mec, ou
nas zonas de ação de tropas vizinhas (ou áreas de interesse), relacionado com
a CS do Cmt, de forma a garantir, com segurança, a tomada de decisão para
destruí-lo ou neutralizá-lo se for o caso.
B.2.6 DETECTAR, IDENTIFICAR, DECIDIR, ENGAJAR E AVALIAR  (DIDEA)
B.2.6.1 O DIDEA é um processo sistematizado e padronizado de cinco etapas,
empregado pelo Pel C Mec na abordagem, identificação e engajamento de alvos.
Esse processo deve ser do conhecimento e empregado por todos os integrantes
do pelotão, de forma individual e pelas das VB, constituindo-se em efetiva medida
de prevenção de fratricídio.
B.2.6.3 O DIDEA é uma forma de se evitar o tiro impulsivo sobre um alvo não
corretamente identificado, ou que não possa ser precisamente caracterizado como
inimigo, num ambiente com a presença de forças amigas.
B.2.6.4 Esse processo deve ser treinado e verificado por ocasião dos ensaios
do Pel C Mec para o cumprimento da missão.

B.3 CAUSAS DO FRATRICÍDIO E DO FOGO AMIGO


B.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
B.3.1.1 O Pel C Mec opera normalmente muito à frente dos demais elementos de
manobra, atuando entre o grosso desses elementos e o inimigo. Nessa situação
B-2
EB70-CI-11.457
poderá ficar muitas vezes exposto a incidentes de fratricídio ou de fogo amigo,
sendo confundido como força inimiga.
B.3.1.2 O Cmt Pel C Mec deve desenvolver ações que permitam identificar os
fatores ou causas que conduzam a incidentes de fogo amigo ou de fratricídio,
esforçando-se para eliminá-los o mais rápido possível de seu pelotão.
B.3.2 PRINCIPAIS CAUSAS DO FRATRICÍDIO E DO FOGO AMIGO
B.3.2.1 Falhas no planejamento e no controle dos fogos
B.3.2.1.1 Essas falhas ocorrem normalmente quando a tropa deixa de elaborar
um detalhado e efetivo planejamento de emprego de seus fogos, particularmente
nas ações ofensivas, como num ataque.
B.3.2.1.2 Os Cmt Pel e Frações, ao designarem incorretamente os setores de tiro
das VB e do armamento coletivo (desembarcado), não priorizarem alvos ou de
não definirem o emprego correto da VB ou armamento, estarão criando condições
para ocorrerem incidentes de fogo amigo ou de fratricídio. Nessas condições, a
disciplina de fogo geralmente se rompe ao contato com o inimigo.
B.3.2.1.3 Como exemplos de medidas de disciplina de fogos, podem ser implan-
tadas no Pel C Mec as seguintes práticas:
a) empregar estacas limitando os setores de tiro das VB (ou armamento coletivo
desembarcado) nas P Cmb Def e P Cmb Rtrd;
b) não autorizar o emprego de munição cinética (com calço descartável do canhão
das VBC Cav/VBR, exceto em situações de emergência extrema) quando os Fuz
Bld e os Exp estiverem progredindo ou estiverem desdobrados à frente ou muito
próximos das VB, em função do risco de serem atingidos por esses componentes
da munição.
B.3.2.2 Falhas de orientação ou de navegação terrestre
B.3.2.2.1 Em combate é muito fácil o Pel C Mec ou uma de suas Frações afastar-
-se de um itinerário ou setor que lhe foi designado, relatar um determinado local
em que se encontre de forma errada ou ficar desorientada. Tal situação é muito
comum na AOC, em função de seus terrenos muito planos com poucas referên-
cias geográficas de vulto, grandes, extensos e profundos campos de tiro e de
observação.
B.3.2.2.2 As operações continuadas ou sob condições meteorológicas adversas,
juntamente com um longo período em operações, apresentam constantes desafios
para o Pel C Mec. Além das consequências desse desgaste, a orientação e a
navegação embarcada é muito mais difícil de ser realizada que a desembarcada,
conduzindo a erros de localização e interpretação do terreno. As guarnições das
VB do pelotão, quando embarcadas, tendem a ter maior dificuldade na observação

B-3
EB70-CI-11.457
do terreno distante e na sua associação com a carta ou com o terreno próximo.
Essa situação se agrava com a guarnição escotilhada.
B.3.2.2.3 Os erros de navegação ou de orientação em combate aproximado
podem conduzir o Pel C Mec ou Frações para uma posição errada, de onde aca-
bem atirando sobre um local ou tropa errada, sem se darem conta disso. Essa
situação fica mais crítica ao encontrar ou detectar a presença inesperada de uma
tropa em um local que não era previsto, ou um deslocamento inesperado em sua
direção. Essas situações podem facilmente se transformar em um incidente de
fogo amigo ou de fratricídio, levando o Pel C Mec a abrir fogo sobre uma tropa
amiga, pensando tratar-se do inimigo.
B.3.2.3 Falhas na identificação de combate
B.3.2.3.1 Essas falhas ocorrem quando os Cmt VB ou seus atiradores não con-
seguem realizar uma correta e precisa identificação de alvos, seja por condições
atmosféricas adversas, deficiências ou falhas nos equipamentos de observação,
emprego dos sistemas de visão termal ou óticos perto do seu alcance máximo,
dificultando a identificação precisa de assinaturas térmicas ou óticas. Sob visibili-
dade limitada, é fácil confundir um elemento amigo com um alvo ou uma ameaça.
B.3.2.3.2 Uma vez detectado um alvo, os Cmt Frações e de VB devem esforçar-se
para realizar uma correta identificação desse alvo (confirmação), definindo-o como
elemento amigo, neutro ou uma ameaça a fim de evitar incidentes de fratricídio
ou de fogo amigo. O emprego de viaturas de combate semelhantes ou iguais por
outras forças presentes num campo de batalha pode dificultar ou mesmo impedir
essa identificação amigo-inimigo pelo Pel C Mec.
B.3.2.4 Adoção de medidas de coordenação e de controle inadequadas
B.3.2.4.1 O Cmt Pel C Mec deve certificar-se que as medidas de coordenação e
controle estabelecidas pelo seu Esc Sp são adequadas à natureza, à forma do
pelotão operar em combate e à missão que lhe foi atribuída.
B.3.2.4.2 Sempre que possível, com a finalidade de exercer um maior controle e
coordenação no emprego de suas frações, o Cmt Pel C Mec poderá prever outras
Mdd Coor Ct além das estabelecidas pelo seu Esqd C Mec ou Esc Sp.
B.3.2.4.3 Essas Mdd Coor Ct devem estar vinculadas a pontos nítidos do terreno,
sendo facilmente identificadas pela tropa.
B.3.2.4.4 À medida que a operação se desenvolve, ocorrer que o planejamento
inicial não contemple Mdd Coor Ct para determinadas situações imprevistas ou
para partes da Z Aç ou terreno distantes, seja por falta de dados sobre o terreno
ou por avaliar que não seriam necessárias. Ao atingir essas áreas e quando a
coordenação das ações com outros elementos se mostrar necessária, o Cmt Pel
C Mec deve realizar uma parada temporária e ocupar uma P Cmb enquanto tenta

B-4
EB70-CI-11.457
restabelecer contato com seu Cmt Esqd C Mec, ou com os elementos vizinhos a
fim de coordenarem as suas ações e evitar o risco de fratricídio.
B.3.2.5 Falhas nos relatórios e nas comunicações
B.3.2.5.1 O Pel C Mec ou suas frações, por motivos diversos, podem não informar
oportunamente, de forma precisa e completa para o Cmt Pel ou Esqd, quando a
situação tática ou o terreno mudarem (sob efeito de condições climáticas adversas,
cartas desatualizadas etc).
B.3.2.5.2 Tão logo seja possível, essas informações e dados devem ser atuali-
zados para o Cmt Pel e Cmt SU, de modo a garantir que o quadro operacional e
as cartas sejam corrigidas, evitando o risco de fratricídio.
B.3.2.6 Erros e falhas no uso do armamento
- Lapsos na disciplina de fogo, ou no emprego do armamento podem resultar em
fratricídio, ou incidente de fogo amigo. Esses incidentes incluem o controle mal
feito ou ineficiente, realização de disparos negligentes, erros na utilização de ex-
plosivos e granadas de mão e uso de dados incorretos nos sistemas de pontaria
ou de controle do tiro do armamento.
B.3.2.7 Falha na identificação de dispositivos explosivos diversos na zona
de ação da tropa
- Uma grande variedade de dispositivos explosivos, material explosivo ou com
capacidade de causar danos às VB e suas guarnições podem ser encontrados
em um campo de batalha. São exemplos dessas situações os engenhos explo-
sivos não detonados, os campos minados e armadilhas não identificadas ou
não registradas de forma precisa. Todos esses objetos lançados, preparados ou
encontrados por forças amigas devem ser registrados, informados e devidamente
identificados para que não contribuam com fratricídios.
B.3.3 DEPENDÊNCIA EXCESSIVA DE SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE OB-
SERVAÇÃO E ORIENTAÇÃO
B.3.3.1 Um Pel C Mec que depende excessivamente de sistemas de orientação
ou observação eletrônicos poderá encontrar sérias dificuldades quando esses
equipamentos falharem, prejudicando a manutenção da consciência situacional.
B.3.3.2 Para se prevenir desse potencial perigo (falha dos seus principais sistemas)
o Pel C Mec deve garantir um equilíbrio no emprego de sistemas e equipamentos
de tecnologia moderna e com as habilidades básicas tradicionais que todo solda-
do deve possuir para observar (binóculo), navegar (carta), orientar-se (bússola),
designar alvos e realizar outras atividades críticas.
B.3.3.3 Os Exp e os Fuz Bld devem ser treinados nessas habilidades de orien-
tação, navegação e observação para quando os equipamentos falharem, como

B-5
EB70-CI-11.457
uma contingência, para que o impulso possa ser mantido durante as missões.
B.3.3.4 Os Cmt G Exp, Seç VBC Cav/VBR, GC e Pç Ap devem estar sempre
rastreando o terreno com os seus equipamentos eletro-óticos, GPS veiculares
ou portáteis e outras, comparando as informações obtidas nesses equipamentos
com a sua carta militar enquanto navegam. Devem estar sempre com “um olho
no equipamento, um olho no terreno e um dedo na carta”.
B.3.3.5 Os atiradores de armamento coletivo das frações (Mtr, L Gr, Can e Mrt)
devem praticar a estimativa de alcance e a avaliação de distâncias para conse-
guirem realizar o tiro de seu armamento no caso de falha dos seus telêmetros
laser e equipamentos óticos.

B.4 OS EFEITOS DO FRATRICÍDIO E DO FOGO AMIGO


B.4.1 O fratricídio resulta em perda inaceitável de vida, equipamentos, sistemas
de armas e viaturas. Estas perdas de vida e de recursos afetam a capacidade
operacional do Pel C Mec e do Esc Sp. Os sobreviventes terão sua capacidade
de combate degradada, aumentando o risco de falha ou de não cumprimento da
missão recebida.
B.4.2 O FRATRICÍDIO NO PEL C MEC PODERÁ TER OS SEGUINTES EFEITOS:
a) prontidão degradada;
b) perda de eficácia em combate;
c) perda de confiança no Cmt Pel, no Cmt Frações e no Cmt VB, ou no Cmt Esqd
C Mec, ou do Esc Sp;
d) hesitação para empregar sistemas de armas orgânicos e os fogos em apoio;
e) presença mais frequente e maior supervisão do Cmt Esqd C Mec, acompanhan-
do de perto as ações do pelotão ou da fração envolvida no incidente de fratricídio
(desconfiança, maior fiscalização);
f) hesitação para executar ordens na condução de operações noturnas ou em
área de visibilidade reduzida;
g) perda da agressividade durante a execução do fogo e da manobra;
h) perda de iniciativa;
i) perda da autoconfiança;
j) hesitação em solicitar apoio de fogo do escalão superior;
k) interrupção das operações do pelotão, afetando o escalão superior;
l) degradação da coesão e da moral do Pel ou de suas frações; e
m) perda de poder de combate do Esqd C Mec.
B-6
EB70-CI-11.457
B.5 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE
FRATRICÍDIO E DE FOGO AMIGO
B.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
B.5.1.1 Em muitas situações de combate, a causa primária do fratricídio é a falta
de identificação positiva de um alvo. Para prevenir incidentes de fratricidio ou de
fogo amigo, os Cmt Frações e de VB devem garantir a identificação positiva do
alvo antes de emitir comandos de tiro para engajá-lo.
B.5.1.2 As frações do Pel C Mec devem informar com precisão a sua localização
durante as operações, particularmente por ocasião de contato com o inimigo. O
Pel C Mec, de forma idêntica, deve manter seu Esqd C Mec sempre informado de
sua localização. É de fundamental importância que todos os Cmt acompanhem
cuidadosamente a localização de seus elementos subordinados em relação às
outras forças amigas presentes na operação.
B.5.1.3 As medidas descritas a seguir fornecem ao Pel C Mec um guia para
ações que podem ser adotadas para reduzir e/ou prevenir o risco de fratricídio e
o fogo amigo. Estas medidas não são impositivas, nem elas pretendem restrin-
gir a iniciativa. O Cmt Pel C Mec, os Cmt Frações e Cmt VB devem aprender a
aplicá-las conforme a situação tática, com base em sua experiência de combate
e com base nos fatores da decisão (MITMTCC: missão, inimigo, terreno, meios,
tempo e considerações civis).
B.5.2 PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO DE INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE
FOGO AMIGO
B.5.2.1 Manter a consciência situacional em todas as situações de combate.
B.5.2.1.1 O Cmt Pel C Mec, os Cmt Frações e os Cmt VB devem concentrar
sua atenção em dados de inteligência atualizados, relacionados à localização e
dispositivo de seus elementos subordinados, localização ou movimento de tropas
amigas vizinhas, áreas negadas ao inimigo (áreas minadas, minas de inquietação,
áreas de engajamento etc), áreas contaminadas por agentes QBRN, informes de
situação tática padronizados e todos os demais aspectos relacionados aos fatores
da decisão MITMTCC.
B.5.2.1.2 Os Cmt devem consultar constantemente o seu computador tático militar,
buscando no GCB (gerenciador do campo de batalha) as informações atualizadas
sobre tropas amigas e inimigas.
B.5.2.2 Manter um efetivo controle do fogo do armamento de seu pelotão,
fração ou VB.
B.5.2.2.1 Os comandantes de Frações e de VB devem assegurar-se constante-
mente que seus comandos de tiro sejam precisos, concisos, claramente transmi-
tidos e compreendidos pelos seus subordinados.

B-7
EB70-CI-11.457
B.5.2.2.2 Os atiradores e demais elementos subordinados das frações devem
ser incentivados e orientados a solicitar esclarecimentos sobre qualquer parte do
comando de tiro que não tenha sido completamente compreendida.
B.5.2.2.3 Todos os integrantes das frações (particularmente os atiradores de ar-
mamento coletivo) devem adquirir o hábito de sempre obter a confirmação do alvo
e a permissão para atirar de seus comandantes imediatos (exceto em situações
extremas de combate aproximado), antes de considerarem os alvos observados
como uma ameaça.
B.5.2.2.4 Todos devem ter pleno conhecimento da localização exata das demais
frações do Pel C Mec, de outros elementos amigos em sua zona de ação ou
nas zonas de ação vizinhas à do Pel C Mec, bem como a localização das áreas
minadas, onde foram lançadas minas de inquietação ou defesa aproximada, as
áreas previstas para o engajamento do inimigo, as áreas onde não poderão atirar
(no caso de presença de elementos neutros ou em escolas, igrejas, hospitais ou
ainda em locais onde haverá deslocamento de tropas amigas).
B.5.2.3 Estabelecer nas frações um clima de efetiva colaboração para a
prevenção de incidentes de fratricídio ou de fogo amigo
B.5.2.3.1 Aplicar as medidas de prevenção de fratricídio e de fogo amigo, dando
ênfase especial ao uso de sadias técnicas, táticas e procedimentos.
B.5.2.3.2 Todos os riscos identificados para situações de fratricídio e de fogo
amigo em uma operação devem ser claramente expressos na Ordem ao Pelotão
e nas Ordens às Frações no início do cumprimento de uma missão, ou por Ordens
Fragmentárias no decorrer desta (riscos não identificados inicialmente).
B.5.2.3.3 O Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações devem garantir que nos ensaios
para a operação as medidas de proteção contra o fratricídio foram ensaiadas e
foram compreendidas por todos.
B.5.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE FRATRICÍDIO
B.5.3.1 Diretrizes, considerações e procedimentos
- O Cmt Pel, os Cmt Frações e os Cmt VB devem observar as seguintes diretrizes,
considerações e procedimentos para garantir a redução e prevenção do fratricídio
e de fogo amigo:
B.5.3.1.1 Reconhecer os sinais de estresse de sua fração e de seus subordinados.
Manter a coesão de seu pelotão, fração ou guarnição, tomando medidas rápidas
e eficazes para aliviar o estresse.
B.5.3.1.2 Realizar o treinamento individual e coletivo do pelotão, fração ou VB,
conscientizando seus subordinados sobre os riscos de incidentes de fratricídio
e de fogo amigo, ressaltando a importância de todos seguirem rigorosamente
os procedimentos padronizados para aquisição, identificação e engajamento de
alvos e a disciplina de fogo.
B-8
EB70-CI-11.457
B.5.3.1.3 Procurar desenvolver um planejamento simples e objetivo para a pre-
venção de incidentes de fratricídio e de fogo amigo em seu pelotão, fração ou VB.
B.5.3.1.4 Transmitir todas as ordens de forma completa, concisa e clara para que
possam ser compreendidas por todos os subordinados.
B.5.3.1.5 Para simplificar as ordens transmitidas durante o cumprimento das
missões, utilizar mensagens ou informes padronizados e pré-estabelecidos que
sejam consistentes e coerentes com a doutrina. Revisar periodicamente e atua-
lizar esses informes e mensagens padronizadas, atualizando-as de acordo com
a missão e a situação tática.
B.5.3.1.6 Fornecer o máximo tempo de planejamento para os comandantes de
fração e elementos subordinados.
B.5.3.1.7 Utilizar somente a linguagem comum, com vocabulário e terminologia
padronizados doutrinariamente, de forma a obter perfeita compreensão de suas
ordens.
B.5.3.1.8 Assegurar-se que a coordenação completa foi conduzida em todos os
níveis do pelotão ou fração.
B.5.3.1.9 Planejar e estabelecer comunicações eficazes entre todas as frações
e guarnições de viaturas do pelotão ou fração.
B.5.3.1.10 Designar e empregar elementos de ligação quando necessário ou
apropriado.
B.5.3.1.11 Certificar-se que todas as regras de engajamento e demais ordens e
normas estabelecidas para a operação (ou fase desta), em conjunto com outros
elementos amigos ou vizinhos, são claras e foram bem compreendidas por todos.
B.5.3.1.12 Procurar estar sempre no lugar certo e na hora certa. Orientar-se
corretamente e navegar com apoio de carta atualizada e de instrumentos de lo-
calização, posicionamento e navegação, como GPS (sistema de posicionamento
global) e outros disponíveis em sua fração ou VB. Conhecer precisamente a sua
localização, a localização da fração ou do pelotão e a localização das unidades
(frações, pelotões etc) vizinhas (nos flancos, à frente e na retaguarda) e sincronizar,
sempre que possível, seu movimento e deslocamentos com eles. Se o pelotão ou
qualquer fração e elementos isolados (VB) se perderem ou ficarem desorientados
durante a ação, os comandantes devem entrar em contato imediatamente como
Cmt Pel ou Esqd C Mec para obter instruções e apoio para essa situação crítica.
B.5.3.1.13 Prever uma discussão sobre os incidentes de fratricídio ocorridos recen-
temente (no pelotão ou em outras tropas) em todas as oportunidades disponíveis
para reunir seus subordinados.
B.5.3.1.14 Manter a consciência situacional e a compreensão da situação tática
para se antecipar às situações de risco para incidentes de fratricídio e de fogo
amigo, planejando e coordenando o emprego de seus subordinados de forma a
B-9
EB70-CI-11.457
minimizar a sua ocorrência.
B.5.3.2 Medidas de Prevenção e Fases
- A prevenção de incidentes de fratricídio e de fogo amigo deve ser realizada pelo
Cmt Pel C Mec e seus Cmt frações durante a fase de planejamento, durante a
fase de preparação e durante a execução da operação ou da missão.
B.5.3.2.1 Medidas de Prevenção Durante a Fase de Planejamento:
a) a situação do inimigo deve estar clara;
b) não devem haver dúvidas sobre a situação e a missão do escalão superior e
das tropas amigas;
c) a intensão do comandante do esquadrão e do regimento deve ser do conhe-
cimento de todos;
d) todos devem conhecer e entender a complexidade da operação (quanto mais
complexa, maior o risco de fratricídio e fogo amigo);
e) os Cmt frações devem ter tempo suficiente para planejarem o emprego de suas
frações na missão (quanto maior o tempo disponível, menor o risco);
f) o Cmt Pel C Mec deve distribuir (sempre que possível) aos seus Cmt frações
um calco que contenha todas as medidas de coordenação indispensáveis para
o entendimento do seu planejamento para a missão ou para a operação (Cmt G
Exp e Cmt 2ª Pa G Exp, Cmt Seç VBC Cav/VBR/Adj Pel, Cmt GC e Cmt Pç Ap).
Esses calcos ajudam a entender a missão e clarear a situação tática.
B.5.3.2.2 Medidas de Prevenção Durante a Fase de Preparação:
a) o Cmt Pel C Mec deve certificar-se pessoalmente do nível de instrução e da
eficiência individual de todos que participarão da missão;
b) todos os integrantes do pelotão devem conhecer detalhadamente a operação
ou missão;
c) o Cmt Pel e os Cmt frações devem estar atentos à resistência física e mental
e o nível de estresse de seus homens;
d) realizar ensaios sempre que a situação tática permitir e houver tempo suficien-
te para treinar para o cumprimento da missão (pelo menos as ações críticas).
Durante os ensaios praticar e recordar todas as medidas estabelecidas para a
prevenção de incidentes de fratricídio e de fogo amigo, com ênfase no emprego
de dispositivos e sinais de reconhecimento. Os ensaios devem ser considerados
como a ferramenta mais importante para identificar e reduzir os riscos de fratricídio
durante a fase de preparação, pois permitem:
- conhecer a intenção do comandante do Pel C Mec e evidenciar os aspectos

B-10
EB70-CI-11.457
confusos ou complexos da operação e os possíveis erros no planejamento;
- conhecer onde estão os riscos de fratricídio e o que deve ser feito para
eliminá-los ou reduzi-los;
- treinar todos que possuem função de comando no Pel C Mec (Cmt fração,
patrulha, esquadra, viatura). Esses elementos, obrigatoriamente, devem estar
presentes nos ensaios.
B.5.3.2.3 Medidas e Prevenção Durante a Execução da Operação:
a) manter permanente observação sobre os elementos vizinhos;
b) ter condições de permanentemente observar o campo de batalha (a despeito
do obscurecimento provocado pelo combate, vegetação e condições climáticas);
c) ter condições de executar uma navegação precisa e confiável;
d) manter elevada capacidade de identificação de alvos (instrução, experiência,
equipamentos de observação sempre em condições de uso);
e) todos devem conhecer as semelhanças e as diferenças entre os equipamentos,
viaturas, armamento e uniformes da nossa tropa e do inimigo;
f) atenção para a densidade de veículos em um único ponto da zona de ação. A
dispersão ajuda no combate ao fratricídio;
g) atenção ao dinamismo do combate: quanto maior a dinâmica do combate e a
sua intensidade maior o risco;
h) manter um claro conhecimento da situação tática e do desdobramento de todos
os elementos que participam da manobra. Para isso é importante:
- manter permanente ligação com o seu comandante de esquadrão;
- manter constante ligação rádio com todas as frações do pelotão e com os
demais pelotões e seção de comando (ou Pel C Ap) de seu esquadrão;
- transmitir informes precisos sobre a sua localização e receber informes pre-
cisos sobre a localização de suas peças de manobra;
- instruir e manter elementos em condições de realizarem ligações físicas; e
- constante observação do GCB (no seu computador tático militar), acompa-
nhando as atualizações inseridas pelo escalão superior.
B.5.4 O CONTROLE DE FOGOS E OS INCIDENTES DE FRATRICÍDIO E DE
FOGO AMIGO
B.5.4.1 O controle de fogo garante que alvos críticos sejam engajados primeiro
e com o sistema de armas mais adequado. Quando empregado corretamente
esse planejamento, evita o múltiplo engajamento de um mesmo alvo, economiza
munição, mantém o sigilo e previne o fratricídio ou o fogo amigo.

B-11
EB70-CI-11.457
B.5.4.2 Os princípios do controle de fogo auxiliam na definição da área de ope-
rações e capacitam os elementos subordinados a tomarem decisões com um
mínimo de supervisão do Cmt Pel ou das frações subordinadas, contribuindo para
a prevenção do fratricídio e do fogo amigo.
B.5.4.3 As medidas de coordenação e controle são ferramentas que permitem
a rápida obtenção de alvos e a orientação dos fogos das frações. Dificilmente a
adoção de apenas uma medida de coordenação e controle será suficiente para
a solução do problema militar a ser enfrentado, sendo necessário realizar a com-
binação das mesmas. O correto emprego dessas medidas de coordenação pode
contribuir para a redução do risco de fratricídio ou do fogo amigo.
B.5.5 PARANDO UM INCIDENTE DE FOGO AMIGO
B.5.5.1 O Pel C Mec pode se envolver em um incidente de fogo amigo de
várias maneiras:
a) como vítima do fogo amigo;
b) como o elemento que dispara contra tropa amiga; ou
c) como observador do ataque de um elemento amigo em uma tropa amiga.
B.5.5.2 O Pel C Mec em uma ação onde é vítima de fogo amigo.
- As seguintes ações são recomendadas para os Cmt Pel, Frações e VB caso
venham a ser vítimas de fogo amigo:
a) reagir instintivamente ao fogo até reconhecer tratar-se de um fogo amigo;
b) cessar fogo;
c) desencadear ações imediatas para a proteção dos militares e das suas viaturas;
d) utilizar um dos sinais de Rec visual de tropa amiga pré-planejado, de forma
que o elemento que abre fogo possa facilmente identificá-lo;
e) informar ao seu escalão superior que:
- você ou sua fração está sendo alvo de fogo amigo;
- solicite apoio de saúde se necessário;
- informe sua localização atual, em que direção e de onde partem os tiros; e
f) informe para o seu Esc Sp não desencadear fogo sobre a posição de onde
partem os fogos, se você já identificou a tropa que dispara como “amiga”.
B.5.5.3 O Pel C Mec em uma ação onde é o elemento que dispara sobre a
tropa amiga.
- As seguintes ações são recomendadas para os Cmt Frações e VB do Pel C Mec,
caso venham a ser o elemento que dispara sobre tropa amiga em um incidente
de fogo amigo:
B-12
EB70-CI-11.457
a) ao identificar os alvos como tropa amiga, cessar fogo;
b) informar ao seu escalão superior:
- a identificação da força amiga atacada (se a unidade não for identificada,
informar o número e tipo de veículos e as características dessa tropa batida com
os fogos do pelotão);
- a localização do incidente (localização exata da fração que abriu fogo e da
tropa alvejada);
- a direção e distância da força atacada;
- o tipo de fogo que atingiu a tropa amiga; e
- os efeitos provocados nos alvos amigos.
B.5.5.4 O Pel C Mec como observador do ataque de um elemento amigo
sobre outra tropa amiga
- As seguintes ações são recomendadas para os Cmt Pel, Frações e VB ao ob-
servarem um incidente de fogo amigo:
a) procure uma coberta ou abrigo para a sua fração ou VB e proteja-se;
b) utilize um dos sinais de Rec visual de tropa amiga pré-planejado, de forma que
o elemento que abre fogo possa facilmente identificá-lo e cessar o fogo;
c) informe ao seu escalão superior:
- a identificação da força amiga atacada (se a tropa não for identificada, informe
o número, tipo de viaturas e características dessa tropa);
- a localização do incidente (de quem atirou e de quem foi alvejado);
- a direção e distância entre a tropa vítima do incidente e a tropa que provocou
o incidente de fogo amigo;
- o tipo de fogo desencadeado; e
- os efeitos sobre os alvos.
d) Se a situação tática permitir e se houver condições (ou quando for seguro
fazê-lo), preste assistência à tropa alvejada.
B.5.5.5 A Responsabilidade dos Comandantes
B.5.5.5.1 Em todas as situações que envolvem o risco de fratricídio e de fogo
amigo, os Cmt devem estar preparados para desencadear ações imediatas para
prevenir acidentes e danos ao pessoal e a destruição dos equipamentos.
B.5.5.5.2 As seguintes ações são recomendadas para o Cmt Pel C Mec e para
seus Cmt Frações em situações de fratricídio:
a) identificar o incidente e ordenar que as partes envolvidas cessem fogo;
B-13
EB70-CI-11.457
b) realizar uma avaliação de risco imediata;
c) identificar e implementar medidas e controles para evitar que o incidente se
repita.
B.5.6 IDENTIFICAÇÃO DE COMBATE (IC)
B.5.6.1 Considerações gerais
B.5.6.1.1 É altamente improvável que as forças do Exército Brasileiro participem
de operações de combate ou de situações de crise no futuro, de forma indepen-
dente da Força Aérea Brasileira e/ou da Marinha do Brasil, ou mesmo, de forças
terrestres/aéreas/navais de países amigos.
B.5.6.1.2 Essas operações de combate forçarão a aproximação de unidades do
Exército Brasileiro de outras unidades terrestres, aéreas ou navais brasileiras ou
de países amigos, que poderão estar utilizando, ou não, uniformes e equipamen-
tos diferentes dos seus. As medidas, táticas, técnicas e procedimentos eficazes
de identificação de combate (TTP) serão de grande importância neste contexto.
B.5.6.2 Medidas de Identificação de Combate
B.5.6.2.1 As medidas de identificação de combate devem ser estabelecidas no
início de todos os planejamentos e antes da emissão das ordens de operações,
para que os subordinados possam entendê-las corretamente e ter a oportunidade
de implementar todas as medidas estabelecidas antes de entrar em combate.
Elas devem ser difundidas para todas as forças presentes num teatro ou área
de operações.
B.5.6.2.2 As medidas de identificação de combate devem ser coerentes com as
regras de engajamento estabelecidas e não devem interferir indevidamente nas
unidades de combate, tolhendo a iniciativa e a responsabilidade individual no
engajamento de ameaças ou do inimigo.
B.5.6.2.3 Não existe um sistema de identificação de combate perfeito. Mas o pla-
nejamento e o emprego de medidas e procedimentos de identificação de combate
podem contribuir para uma maior eficácia em combate e para a redução do risco
de fratricídio e de fogo amigo.
B.5.6.2.4 Um sistema de identificação de combate deve incluir a consciência
situacional; a compreensão da doutrina; as táticas, técnicas e procedimentos
adotados; as regras de engajamento padronizadas e a tecnologia disponível
(equipamentos) para a abordagem direta da prevenção do fratricídio.
- Embora já existam tecnologias eficazes para auxiliar na identificação de com-
bate, deve ser considerado que nem todas as forças presentes num teatro ou
área de operações, ou numa determinada zona de ação podem dispor desses
equipamentos.

B-14
EB70-CI-11.457
B.5.6.2.5 Outra consideração importante é que nenhuma das tecnologias atual-
mente em desenvolvimento, já disponíveis ou em uso realmente identifica o amigo
ou o inimigo. Elas só podem identificar o amigo ou o desconhecido.

Fig 263 - Identificação de Combate (Consciência situacional + identificação do alvo).

B.5.6.3 Considerações de Segurança


B.5.6.3.1 Todos os integrantes do pelotão devem ter conhecimento das medidas
de segurança que envolvem a operação a ser executada para se evitar vítimas
desnecessárias, não só para os incidentes de fratricídio provocados pelo uso
do armamento amigo, mas também para aqueles provocados pelo emprego de
viaturas e equipamentos diversos de dotação das frações.

Fig 264 - Exemplos de dispositivos de identificação individual termal (infravermelho - IR)


como “patches” ou adesivos de identificação e luzes IR.

B-15
EB70-CI-11.457
B.5.6.3.2 Um grave problema que envolve a segurança de tropas mecanizadas
amigas é o do deslocamento de viaturas blindadas em conjunto com tropas
desembarcadas próximas a elas, de dia ou de noite. As guarnições de viaturas
blindadas, ao manobrarem suas VB no terreno, têm grande dificuldade para ver os
soldados desembarcados que se deslocam a pé próximas dessas viaturas. Nestas
condições a guarnição está focada no inimigo ou em locais onde potencialmente
o inimigo possa encontrar-se, e não na tropa desembarcada que se desloca
próxima da VB. Para essas situações, o Cmt Pel C Mec deve estabelecer se seu
escalão enquadrante não o fizer, normas de segurança para o emprego conjunto
da Seç VBC Cav/VBR com os Exp e Fuz Bld do pelotão, quando desembarcados
e deslocando-se junto àquelas VB.
B.5.6.3.3 Atualmente estão disponíveis tecnologias que empregam pequenos
emissores de luz infravermelha localizadas na retaguarda de viaturas ou nos
equipamentos individuais da tropa desembarcada, ou patches (adesivos) com
código individual da unidade ou país, que possibilita ao motorista e a guarnição de
uma VB dotada de equipamento sensível àquela luz, identificar o posicionamento
de soldados, frações e viaturas que se deslocam próximas de uma VB à noite.
O uso desses equipamentos de marcação podem ajudar a identificar e iluminar
outros veículos amigos e soldados desembarcados à noite, reduzindo o risco
de fratricídio. Nem todas essas tecnologias estão disponíveis atualmente para
emprego pelo Pel C Mec e no EB, mas o conhecimento delas poderá contribuir
para a criatividade dos integrantes do pelotão no desenvolvimento de um sistema
expedido de segurança.

Fig 265 - Exemplos de painéis de identificação de combate.

B.5.6.3.4 São exemplos de outros dispositivos de marcação disponíveis atual-


mente:
a) os painéis de identificação de combate (marcação das VB com painéis que
permitem a identificação da fração ou da unidade a que pertencem), sensíveis à
luz infravermelho, ou não;
b) os painéis de identificação térmica (com a mesma finalidade do anterior, só

B-16
EB70-CI-11.457
que com dispositivos de emissão de calor que permitem a observação apenas
com as câmaras de imagem térmica veiculares ou portáteis);
c) bastão de luz química (tipo cyalume), emissor de luzes infravermelhas ou co-
mum (para viaturas, equipamentos ou soldados a pé);
d) dispositivos de reconhecimento de alvo automatizados, tipo IFF (identificação
amigo - inimigo).

Fig 266 - Exemplos de painéis de identificação térmicos.

Fig 267 - Exemplos de bastões de luz química.

B.5.6.3.5 O sistema de identificação hoje disponível para o Pel C Mec é o que


emprega painéis de identificação de combate visíveis à luz do dia (ou artificial).

B-17
EB70-CI-11.457
Esses painéis são normalmente faixas de tecido, plástico ou outro material adesivo,
ou não, fixados na lateral, na parte traseira ou superior da VB, formando sinais,
letras, números etc, que identifiquem os pelotões de um esquadrão, os esquadrões
de um regimento ou os regimentos e batalhões de uma brigada, permitindo assim
a sua identificação em combate a considerável distância, reduzindo os riscos de
incidentes de fogo amigo e de fratricídio.
B.5.6.3.6 Os sinais de identificação formados por esses painéis podem ser fixos,
isso é, permanecerem os mesmos para cada fração/tropa durante toda a opera-
ção, ou serem alterados, como um código, de acordo com o período do dia, um
dia, uma semana, um mês ou uma fase de uma operação. Quem estabelece os
sinais que identificam as viaturas de uma tropa é o seu escalão enquadrante.

Fig 268 - Exemplos de equipamento de reconhecimento de alvo automatizado, tipo IFF:


BCIS – Sistema de identificação do campo de batalha.

B-18
EB70-CI-11.457
B.5.6.3.7 A adoção de painéis de identificação de combate é uma medida que
contribui para reduzir o risco de fratricídio mas, também, aumenta a possibilidade
de identificação da viatura pelo inimigo (denuncia a viatura). Seu uso e emprego
devem ser bem avaliados pelo escalão superior, só devendo ser empregado em
situação de alto risco de incidentes de fratricídio.
B.5.6.4 Utilização de marcas e sinais de identificação de combate nas VB
do Pel C Mec
B.5.6.4.1 Generalidades
a) No cumprimento de missões de segurança o Pel C Mec fica, normalmente,
muito exposto ao risco de incidentes com fogo amigo, por operar entre o grosso
de sua força e o inimigo. Esses incidentes poderão ocorrer no retraimento do
pelotão, no acolhimento do Pel C Mec por tropa amiga, ou em situações em que
o eixo de progressão do pelotão se aproximar bastante do eixo de deslocamento
do grosso, ou de outra tropa da própria F Seg.
b) Para evitar falhas de identificação e prevenir incidentes de fogo amigo, são
empregadas as marcas e os sinais de identificação nas VB do Pel C Mec.
c) Os painéis de identificação de combate são constituídos, normalmente, de fai-
xas de tecido, de plástico ou de outro material, adesivo ou não, formando sinais
convencionados que identificam os pelotões, esquadrão, regimentos ou a briga-
da, possibilitando a identificação de suas viaturas, a uma considerável distância,
reduzindo os riscos de incidentes de fogo amigo.
d) Esses sinais convencionados de identificação fixados nas VB do Pel C Mec
são estabelecidos normalmente pela Bda para o RC Mec e o Esqd C Mec/Bda,
e pelo RC Mec e Esqd C Mec/Bda para as suas SU e Seç. Quem estabelece o
sinal define se ele será fixo ou quando será alterado (código).
e) As dimensões dos sinais e o local onde deverão ser afixados nas viaturas
devem, também, ser determinados pelo Esc Sp ou por quem elaborou o código
de identificação. Uma modificação no tamanho desses sinais, uma alteração do
local onde devem ser fixados na viatura ou a sua utilização fora do período deter-
minado poderão levar a uma identificação positiva de alvo inimigo, acarretando
um incidente de fogo amigo.
B.5.6.4.2 Sinais e Marcas de Identificação
a) Os sinais e marcas a serem utilizados na identificação de combate poderão
representar os Esqd do RC Mec ou os Pel e Seç C de uma SU.
b) Os sinais e marcas de identificação poderão representar também números.
Esses sinais colocados nas viaturas de uma tropa poderão indicar a sua ordem
num comboio, as frações a que pertencem etc.
c) Na figura a seguir, exemplos de sinais que poderão ser utilizados para repre-
sentar as citadas tropas em suas viaturas.
B-19
EB70-CI-11.457

Fig 269 - Exemplo de figuras que poderão ser utilizadas para representar os Pel ou Esqd em suas
viaturas.

c) Num mesmo sinal de identificação poderão ser representados um determinado


esquadrão, com o sinal ou marca atribuído pelo seu regimento e os seus pelotões,
representados por barras acrescidas àquele sinal, ou um regimento com os seus
esquadrões. No exemplo abaixo estão representados os sinais de identificação
dos esquadrões de um regimento, utilizando-se o sinal atribuído ao regimento
pela sua brigada (<), acrescido de barras que identificam os seus esquadrões.

Fig 270 - Exemplo de figuras que podem ser utilizadas para representar números ou a numeração
das frações de uma tropa.

B-20
EB70-CI-11.457

Fig 271 - Sinais de identificação de combate dos esquadrões de um regimento.

B.5.6.4.3 Identificação do Pelotão ou Esquadrão no Chassi e na Torre de uma


Viatura
a) Os painéis de identificação de combate devem ser fixados nas viaturas do Pel C
Mec nos locais e nas dimensões previstas no código de identificação estabelecido
pelo Esc Sp. Quando determinado o seu emprego, devem ser fixados nos dois
lados (maiores) da viatura e da torre (ou só no chassi, se assim for determinado).
b) Deve ser levado em consideração que ao serem marcadas as torres das VBR
(ou das VBC CC, VBC Fuz etc), será mais fácil a sua identificação pela tropa amiga,
mas também facilitará o seu reconhecimento pelo inimigo, a uma distância maior.

Fig 272 - Identificação de combate no chassi e na torre das VBC Cav/VBR.

B-21
EB70-CI-11.457

B.5.6.4.4 Identificação do Pel ou Esqd no Tubo do Canhão da VBC Cav/VBR


a) A identificação da numeração dos escalões (Pel ou Esqd) poderá ser feita,
também, pela colocação de faixas bem visíveis no tubo dos canhões das VBC
Cav/VBR. O número de faixas no tubo poderá indicar o 1º, 2º ou 3º Pel um Esqd,
ou esquadrões de um regimento.
b) De forma idêntica à marcação do chassi e da torre, a marcação no tubo deverá
ser determinada pelo Esc Sp, que definirá o local, as dimensões e o período de
utilização dessas marcas.

Fig 273 - Idt Cmb dos Pel de um Esqd C Mec por marcas no tubo das VBC Cav/VBR.

B.5.6.4.5 Identificação da Numeração da Tropa e de sua Subordinação por Painéis


a) A identificação das viaturas de um Pel ou Esqd pode ser realizada, também,
pela fixação de painéis removíveis na retaguarda da torre ou do chassi das via-
turas (ou em sua parte frontal).
b) Esses painéis podem conter um código de identificação para cada viatura ou o
indicativo numérico do pelotão e da SU enquadrante (ou da SU e do Rgt).
c) Esse tipo de identificação permite que uma tropa à retaguarda (identificação na
parte traseira das viaturas) ou uma tropa que irá acolher o Pel C Mec (identificação
na parte frontal das viaturas) possa identificar claramente as viaturas que estão
em posição à sua frente ou se aproximam para ser acolhidas.

B-22
EB70-CI-11.457

Fig 274. - Identificação de uma VBR com o indicativo numérico de seu pelotão e esquadrão(1º Pel C
Mec do 3º Esqd C Mec) na parte frontal do chassi e traseira da torre.

B.5.6.4.6 Identificação de Viaturas para Situações de Apoio Aéreo e/ou Evacuação


Aeromédica

Fig 275 - Identificação de uma VBR com um painel na sua parte superior para
situações de evacuação aeromédica ou apoio aerotático.

B-23
EB70-CI-11.457
a) As viaturas podem ser identificadas por painéis coloridos, com ou sem a iden-
tificação de código ou da numeração de seu pelotão e esquadrão, para as situa-
ções de combate que envolvam o apoio aéreo aproximado e/ou uma evacuação
aeromédica de integrante do Pel C Mec a fim de evitar o fogo amigo e permitir
a aproximação segura de um helicóptero ou a correta identificação da tropa por
uma aeronave de ataque.
b) A utilização desses painéis na parte superior da viatura deve ser bem avalia-
da, pois facilita a observação e a identificação das posições do Pel C Mec pela
aviação inimiga.
B.5.6.4.7 Identificação das Viaturas para Operações de Ultrapassagem
a) Nas operações de ultrapassagem em posição, quando o Pel C Mec for ultrapas-
sar uma tropa que está em posição, a fim de se evitar situações de fogo amigo,
as viaturas podem ser identificadas com painéis convencionados (coloridos, com
ou sem código) fixados na retaguarda das viaturas, nas operações diurnas.
b) Nas operações de ultrapassagem noturna, as viaturas poderão ser identifica-
das por bastões de luz química, fixados na parte traseira das viaturas. A cor, a
quantidade e o local para fixação desses bastões devem ser estabelecidos pelo
escalão que coordena a ultrapassagem.
c) Caso as tropas envolvidas na operação de ultrapassagem (a que ultrapassa e
a que é ultrapassada) possuam equipamentos de visão noturna que identifiquem
a luz infravermelha, para maior segurança da operação as balizas, devem ser
do tipo que emita luz infravermelha (se disponíveis), sendo detectada, assim,
somente por aqueles equipamentos.

Fig 276 - VBR identificadas na parte traseira com painel e com bastões de luz química
para operação de ultrapassagem.

B-24
EB70-CI-11.457
B.5.6.4.8 Outros Processos de Identificação de Combate
- Apesar do Pel C Mec não dispor no momento de equipamentos mais sofistica-
dos que permitam a identificação de combate de suas VB, os Cmt Pel C Mec,
quando participarem de operações de paz ou operações em conjunto com forças
de outros exércitos, devem procurar conhecer os equipamentos de identificação
empregados por essas forças e as suas possibilidades, bem como os empregados
pela força oponente na área de operações a fim de orientarem seus comandados
e tirar partido das possibilidades que eles oferecem ou elaborar procedimentos
que anulem as vantagens do oponente.
B.5.6.5 Aplicando o processo do DIDEA: detectar, identificar, decidir, engajar
e avaliar
B.5.6.5.1 Como um observador de combate do Pel C Mec que procura identificar
alvos em seu setor de tiro e determinar se eles são uma ameaça a ser engajada
e destruída ou neutralizada, todos os integrantes do Pel devem empregar todos
os meios disponíveis para identificar alvos ao longo de um eixo de deslocamento,
zona de ação ou área a ser reconhecida, procurando classificá-los em seu am-
biente operacional como elementos amigos, inimigos/ameaças ou neutros. Isso
possibilita o emprego eficiente de todo o armamento do pelotão contra o inimigo,
sem abrir fogo contra forças amigas ou elementos neutros.
B.5.6.5.2 A aquisição e localização de um alvo na zona de ação ou área de inte-
resse do Pel C Mec pode ser obtida por meio de:
a) emprego do radar de vigilância terrestre (RVT) e das câmeras de longo alcance
(CLA) do RC Mec e do Esqd C Mec/Bda, desdobrado na zona de ação do Pel C
Mec ou em apoio à sua SU (no RC Mec);
b) emprego da ARP (do RC Mec e do Esqd C Mec/Bda,) operando em apoio ao
escalão que enquadra o Pel C Mec;
c) emprego dos meios optrônicos e eletro-óticos disponíveis nas viaturas blindadas
ou de meios portáteis de dotação das frações;
d) emprego de meios óticos de dotação das frações;
e) a “olho nu”, na observação individual da zona de ação.
B.5.6.5.3 Os dois primeiros meios citados no item anterior são empregados sob o
controle do Esc Sp, mas as informações obtidas podem ser transmitidas ao Cmt
Pel se forem consideradas úteis para as operações do pelotão.
B.5.6.5.4 O processo DIDEA é um processo padronizado e sistemático para a
abordagem e aplicação da identificação de combate. O DIDEA deve ser aplicado
por todos os integrantes do Pel C Mec, particularmente pelos atiradores do arma-
mento coletivo do pelotão. O processo de engajamento começa com a aplicação
de cada etapa do DIDEA:

B-25
EB70-CI-11.457
- detectar;
- identificar;
- decidir;
- engajar; e
- avaliar os efeitos do engajamento sobre o alvo.
B.5.6.5.5 O emprego eficaz do DIDEA só será atingido com constante treinamento
e fiscalização dos comandantes de fração. Ele é de fundamental importância para
a diminuição dos incidentes de fogo amigo e de fratricídio, devendo ser objeto de
verificação nos ensaios antes da operação.
B.5.6.5.6 O processo DIDEA tem início com:
a) um membro da guarnição de uma VB ou um observador no terreno, vasculhando
(escaneando) o seu setor de tiro ou zona de ação na busca de alvos inimigos. A
detecção do alvo se dá ao ser percebido o seu movimento ou sua aparição no
terreno observado;
b) logo a seguir o observador deve procurar identificar o alvo por intermédio do
reconhecimento de características peculiares, silhueta, movimentos (viatura, sol-
dado ou tropa no terreno) e suas atitudes. Colhidos os dados necessários para
caracterizar o alvo observado (rápido processo mental) o observador deve informar
o que viu ao seu comandante de fração (exceto em caso de combate aproximado
e situações táticas extremas) informando, de acordo com o que observou, o que
o alvo parece ser, o que está fazendo, se parece ser amigo, inimigo ou neutro;
c) normalmente compete ao comandante da fração ou da VB decidir sobre a
fase seguinte do processo, o engajamento ou não do alvo (normas estabelecida
pelo comandante do pelotão). Após analisar o alvo e confirmar a informação do
observador inicial: se é inimigo, amigo ou neutro, esse comandante (Pel, fração
ou VB) vai decidir sobre a conveniência ou não de se engajar aquele alvo, se ele
constitui uma ameaça à fração ou ao pelotão ou se o seu engajamento poderá
denunciar desnecessariamente a posição ocupada pela fração, comprometendo
a sua missão.
d) decidido pelo engajamento do alvo, o comandante da fração ou da guarnição
emite o seu comando de tiro de forma clara, padronizada e o mais preciso possível.
O atirador executa o engajamento do alvo conforme os dados do comando de tiro;
e) engajado o alvo, tem início a fase final do processo, a determinação ou ava-
liação dos danos causados ao alvo;
f) essa sistemática é fundamental para se evitar o engajamento de força ou alvo
amigo ou neutro, provocando um incidente de fogo amigo;
g) quando decidido não engajar o alvo, o comandante (Pel, fração ou VB) deverá

B-26
EB70-CI-11.457
informar essa decisão ao seu Esc Sp e a todos os seus subordinados, designando
quem deverá passar a acompanhá-lo até que a situação se altere (o alvo desa-
pareça, torne-se hostil, ou seja, adequado engajá-lo);
h) para aumentar a segurança na identificação positiva de um alvo inimigo, deve
ser utilizado o processo da “DUPLA IDENTIFICAÇÃO POSITIVA”. Esse processo
deve ser empregado quando o observador tiver dúvidas na identificação positiva
de um alvo como inimigo. Antes de informar ao seu comandante de fração, ele
deverá solicitar a outro integrante da guarnição de sua VB que confirme, ou não,
essa identificação. Esse processo (da dupla identificação) confere uma maior
segurança ao processo DIDEA.
B.5.6.6 Consciência situacional (CS)
B.5.6.6.1 Os integrantes do pelotão começam desenvolvendo suas CS, ao rece-
berem a ordem ao pelotão no início da operação, aumentam essa consciência
com as observações da zona da ação ou setor de tiro durante o cumprimento da
missão e com as informações transmitidas por ordens fragmentárias por seus
comandanteNão consegui desmars. A consciência situacional é fundamental para
se evitar incidentes de fratricídio ou de fogo amigo.
B.5.6.6.2 Para se manter a consciência situacional é importante:
a) receber e transmitir com rapidez e oportunidade todos os dados sobre o inimigo,
as forças amigas, as forças vizinhas à zona de ação do pelotão, o terreno e as
condições meteorológicas obtidas;
b) uma atualização constante e precisa do GCB;
c) estar constantemente relacionando os dados recebidos com a situação tática,
o terreno e as condições meteorológicas na zona de ação do pelotão, de forma a
ter sempre uma imagem atualizada do ambiente operacional que cerca o pelotão
e cada uma das suas frações.
d) procurar sempre determinar rapidamente o contexto e a relevância dos eventos
que ocorrem ou se desdobram na zona de ação do pelotão e nas zonas de ação
vizinhas (laterais), à frente e à retaguarda.
B.5.6.6.3 As fontes de dados mais comuns sobre o ambiente operacional onde
o pelotão atuará são:
a) a Ordem de Operações do Esc Sp e a Ordem ao Pelotão (para as frações);
b) ordens fragmentárias recebidas durante o cumprimento da missão;
c) relatórios diversos, mensagens, carta de situação, esquemas de manobra,
calcos de informação etc enviados pelo escalão superior mostrando as posições
conhecidas do inimigo, a localização das forças amigas, a situação de elementos
neutros ou desconhecidos;

B-27
EB70-CI-11.457
d) o Gerenciador do Campo de Batalha - GCB;
e) dados diversos informados pelas frações subordinadas ou seus subordinados
(para as frações).
B.5.6.6.4 Para se manter uma consciência situacional sobre o que ocorre na zona
de ação do pelotão é fundamental que os informes sobre o inimigo, as forças
amigas ou elementos neutros recebidas dos elementos subordinados possuam o
horário preciso em que foram observados. Dessa forma, um determinado informe
não será confundido com uma atualização posterior daquele evento já relatado.
B.5.6.6.5 Obter e manter uma consciência situacional de seu ambiente opera-
cional é responsabilidade de cada integrante do pelotão, particularmente de seu
comandante e dos seus comandantes de frações.
B.5.6.7 Identificação do alvo (IA)
B.5.6.7.1 A identificação de um alvo (IA) é a caracterização precisa e oportuna de
um objeto detectado no ambiente operacional do pelotão, como amigo, inimigo ou
neutro. Essa caracterização é fundamental e é a base da decisão de se engajar,
ou não, esse alvo.
B.5.6.7.2 Em situações de combate aproximado, onde a presença de forças amigas
é prevista ou conhecida, independentemente do processo, sistema ou equipamento
utilizado para identificar um alvo, todos os integrantes do pelotão devem, antes
de engajar esse alvo, obter uma identificação precisa de sua situação antes de
engajá-lo. A prática constante e o treinamento regular desse princípio em todas
as situações são a chave para a redução de incidentes de fratricídio ou de fogo
amigo envolvendo o pelotão.
B.5.6.7.3 Um determinado evento na zona de ação do Pel C Mec pode ser detec-
tado por diversos sensores (Rdr Vig Ter, CLA, ARP, Av Ex, F Ae etc). Entretanto, a
determinação da caracterização “amigo, inimigo ou neutro” só deve ser conside-
rada precisa quando validada por observação terrestre direta de algum integrante
do pelotão. Os integrantes do Pel C Mec devem ter em mente que nem todos
os elementos observados no seu ambiente operacional possuem equipamentos
sofisticados de identificação de alvos, podendo ter certas restrições e precisão na
informação ao detectarem elementos do pelotão no mesmo ambiente operacional.
B.5.6.7.4 Sistemas de Identificação de Alvos Cooperativos
a) Nos sistemas de identificação de alvo cooperativos, normalmente, é feita uma
consulta ao “alvo observado” e uma resposta é dada: “Eu sou um amigo”.
b) Um sistema de identificação de alvo cooperativo pode consistir de equipamentos
de consulta de alta tecnologia, que identificam eletronicamente (de forma automá-
tica) elementos amigos, ou podem ser sistemas de baixa tecnologia, como uma
sentinela solicitando uma senha de um elemento que se aproxima e respondendo
com a contra-senha.

B-28
EB70-CI-11.457
c) O sistema cooperativo de identificação de alvos aborda diretamente a prevenção
de fratricídio, identificando positivamente elementos amigos. No entanto, a falta
de uma resposta amiga NÃO identifica o alvo como inimigo.
d) O soldado ainda deve usar o processo DIDEA para identificar os elementos
ou eventos observados. As tecnologias cooperativas de identificação de alvos
nunca devem ser usadas como o único critério para se caracterizar um alvo como
inimigo ou amigo.
e) Os integrantes do Pel C Mec, fazendo uso ou não de equipamentos com tecno-
logia cooperativa (IFF etc), não podem engajar um alvo antes da sua identificação
visual positiva.
B.5.6.7.5 Sistemas de Identificação de Alvos Não Cooperativos
a) Um sistema de IA não-cooperativo explora características físicas do alvo e não
requer ação cooperativa ou resposta por parte do alvo.
b) Equipamentos desses sistemas de IA podem ser ativos ou passivos e emprega-
rem uma série de tecnologias, incluindo as que permitem a detecção e a análise
de emissões de sinais, emissões de ruído e emissões de radiação; determinação
e análise de dimensões e características físicas; e outro fatores.
c) Sistemas de IA não cooperativos pode incluir equipamentos óticos como
infravermelho avançado (FLIR), equipamentos óticos de visão noturna (OVN),
binóculos etc.
B.5.6.8 Regras de Engajamento de Alvos (REA)
B.5.6.8.1 As REA são determinações do mais alto escalão presente no Teatro de
Operações (ou Área de Operações) que delineiam as circunstâncias e limitações
sob as quais os soldados poderão iniciar e/ou continuar um engajamento com
outras forças encontradas em sua zona de ação.
B.5.6.8.2 As regras de engajamento de alvos refletem as leis da guerra terres-
tre e outras considerações operacionais, tendo como principal preocupação as
restrições sobre o uso da força. As REA são o principal meio pelo qual o escalão
superior transmitem orientações legais, políticas, diplomáticas e militares aos
seus subordinados sobre o emprego da força e de seu armamento. O Cmt Pel
C Mec e seus Cmt Frações devem treinar e certificar-se que seus subordinados
conhecem e possuem perfeito entendimento dessas normas e regras, antes de
envolvê-los em qualquer ação de combate.
B.5.6.8.3 Durante a condução das operações, o Cmt Pel e os Cmt Frações su-
bordinadas devem garantir que seus subordinados apliquem adequadamente
as REA e impedir a prática de ações inadequadas. Particularmente em ações
de não guerra ou em operações de guerra em áreas com presença de civis, um
disparo de arma de fogo intencional e ferimentos provocados por esse disparo,
podem degradar as relações com a população local, a imprensa e o governo,

B-29
EB70-CI-11.457
prejudicando toda a operação.
B.5.6.8.4 Dependendo do ambiente operacional onde o Pel C Mec irá operar, o
conhecimento e a aplicação exata dessas REA será de fundamental importância
para o êxito da missão. Em função disso, os comandantes de pelotão e de suas
frações subordinadas devem realizar exaustivos treinamentos de reação a en-
gajamento com forças adversas/inimigos, explorando as REA para o ambiente
operacional onde o pelotão irá atuar. Devem constar desse treinamento situações
extremas e complexas, mais realísticas possíveis, para preparar o pelotão para
as situações reais da operação a ser executada.
B.5.6.9 Identificação de Alvos e Marcação de Posição da Tropa Amiga em
Operações com Apoio da Aviação (Av Ex ou F Ae)
B.5.6.9.1 Nas operações com apoio aerotático, acontecem grande parte dos
incidentes de fogo amigo e de fratricídio, em função da velocidade das aerona-
ves de condições climáticas adversas e de falhas na identificação da posição da
tropa amiga.
B.5.6.9.2 Para maximizar os efeitos dos sistemas de armas das aeronaves e
reduzir a incidência de fratricídio ou de fogo amigo, deve ser estabelecido um
eficiente sistema de identificação da tropa amiga nas ações onde for previsto o
apoio aerotático ou o emprego de aeronaves. Esse sistema deve garantir que a
tripulação da aeronave possa realizar uma identificação positiva de alvos terrestres
e das posições amigas, antes de disparar suas armas. Esta capacidade é um fator
crítico na redução do fratricídio e de incidentes de fogo amigo.
B.5.6.9.3 A coordenação entre a tropa terrestre e o elemento aéreo requer o co-
nhecimento prévio de todos os procedimentos necessários de marcação e identi-
ficação da posição do alvo e da tropa amiga, com base em vários fatores táticos:
a) o sinal ou a combinação de sinais utilizados devem ser itens normalmente
transportados pela força terrestre (verificar se o pelotão conduz para a operação
a sinalização correta para o caso de um apoio aéreo);
b) os sinais convencionados devem poder ser observados a olho nu ou por meio
de equipamentos eletrônicos;
c) os sinais convencionados devem ser treinados pela tropa terrestre;
d) considerar sempre a influência de eventos atmosféricos na visibilidade da
aeronave para o alvo e para a posição da tropa amiga (colocar-se na posição do
piloto da aeronave e não na posição da tropa amiga para verificar se existem as
condições necessárias para uma observação positiva: nuvens, neblina, chuva etc).
B.5.6.9.4 Existe uma grande variedade de equipamentos e de processos expe-
ditos que podem ser empregados pelo Pel C Mec na marcação de um alvo ou
de sua posição de combate. Qualquer que seja o método pré-estabelecido para
emprego nessas situações, eles devem sempre ser adaptados à situação tática

B-30
EB70-CI-11.457
existente no momento do apoio aéreo. A comunicação solo-ar é essencial para
coordenar e autenticar os procedimentos de marcação do alvo e da tropa amiga.
B.5.6.9.5 Muitas vezes, os métodos mais simples e expeditos são os que funcio-
nam melhor. Dispositivos tradicionais de sinalização como fumígenos, munição
traçante, bastões de luz química ou luzes de sinalização, espelhos de sinalização e
painéis de identificação de combate no solo podem ser mais eficazes na marcação
de posições amigas que sofisticados equipamentos eletrônicos.
B.5.6.9.6 Fatores existentes no local do apoio, como a iluminação do solo, con-
traste térmico e obstruções intermediárias podem influenciar a eficácia desses
dispositivos luminosos.
B.5.7 IDENTIFICAÇÃO DO RISCO DE FRATRICÍDIO E DE FOGO AMIGO NO
PLANEJAMENTO DE UMA OPERAÇÃO DO PEL C MEC
B.5.7.1 A redução do risco de fratricídio deve começar durante a fase de planeja-
mento da missão que será executada pelo Pel C Mec, devendo continuar durante
toda a sua execução.
B.5.7.2 Após receber a ordem de operações de seu Cmt Esqd C Mec e haver
realizado o seu estudo de situação e os Rec necessários para o cumprimento da
missão, o Cmt Pel preparará a sua “Ordem ao Pelotão”, transmitindo aos seus
subordinados as informações necessárias ao cumprimento da missão. Ao redigir
as ideias que abordará na transmissão de sua ordem, o Cmt Pel deve analisar
algumas considerações que podem auxiliá-lo na identificação de potenciais riscos
de fratricídio e de fogo amigo na missão que executará.
B.5.7.3 Questionamentos para a decisão
- O questionário abaixo relaciona as principais ideias a serem abordadas na Ordem
ao Pelotão e as informações recebidas de seu Cmt Esqd C Mec. As respostas a
esses questionamentos poderão indicar a necessidade de alterações no planeja-
mento do pelotão ou na adoção de medidas específicas para a redução do risco
de fratricídio ou de fogo amigo.
B.5.7.3.1 A Situação Tática e as Condições para Executar A Missão
a) Considerações sobre as forças amigas participantes da operação (à frente, à
retaguarda e vizinhas à zona de ação do pelotão).
- Há semelhanças entre o nosso equipamento e uniforme com o das forças
amigas que poderiam conduzir para um fratricídio ou risco de fogo amigo?
- Que idioma falam as forças amigas? Este idioma é semelhante ao nosso?
Algum integrante do pelotão fala o idioma deles? A comunicação com eles poderia
contribuir para o risco de um fratricídio?
- Sabe-se exatamente quem são e onde estão/estarão os vizinhos da Zona de
Ação durante a operação (à frente, lados e retaguarda)?

B-31
EB70-CI-11.457

- Estão previstos pelo escalão superior postos de ligação em nossos limites


laterais? A abordagem desses pontos poderá se constituir em incidente de fratri-
cídio ou de fogo amigo?
- Qual é o tipo e a natureza dessa tropa? Que equipamentos empregam? Como
normalmente operam? Atuam embarcados? Estão desembarcados?
b) Considerações sobre as forças inimigas ou ameaças que poderão atuar sobre
a Z Aç do pelotão ou nas Z Aç dos elementos vizinhos.
- Há semelhanças entre o equipamento e o uniforme com o das forças inimigas
que poderiam conduzir para um fratricídio?
- Que idioma falam as forças inimigas? Este idioma é tão semelhante ao nosso
que poderia contribuir para o risco de um fratricídio?
- Qual é a capacidade de dissimulação do inimigo? Há registro de atividades
anteriores de dissimulação?
- Sabe-se com precisão a localização das forças inimigas ou das ameaças
que poderemos encontrar ao longo da missão em nossa zona de ação ou nas
dos vizinhos?
c) Considerações sobre grupos neutros, de não combatentes, refugiados, ONGs
e outros e em na zona de ação.
- Existem grupos neutros, de não combatentes, civis refugiados e outros na
zona de ação ou próxima dela?
- Qual a localização exata desses grupos?
- Qual a atitude da população para com as nossas forças?
- Existem questões políticas, religiosas ou culturais que devem ser relembradas
pela sua importância no relacionamento como os civis durante a missão?
d) Considerações sobre o Pel C Mec e o Esqd C Mec ao qual é subordinado.
- Qual é o nível de adestramento de nossa tropa, dos elementos em reforço
ou em apoio?
- A tropa possui experiência de combate?
- Qual o nível de desgaste e de fadiga de nossa tropa? Existe um efetivo plano
de “sono” (descanso) em andamento em nosso pelotão?
- Nosso pelotão e as forças amigas estão aclimatadas a esta região? Possuem
uniformes adequados à região e às condições climáticas?
- Qual é o nível de desgaste e eficiência de nosso equipamento e quais as
condições do equipamento das forças amigas? Foi distribuído recentemente algum
equipamento novo ao Pel ou SU? Qual a situação do adestramento da tropa com

B-32
EB70-CI-11.457
este novo equipamento?
e) Considerações sobre meios retirados ou recebidos.
- Os elementos recebidos em apoio ou reforço possuem completo conheci-
mento da situação, equipamento, uniforme e demais informações sobre as forças
amigas e inimigas?
- O pelotão recebeu recompletamentos para os seus claros? Qual o nível de
adestramento desses militares? Estão ambientados ao pelotão e à região de
operações?
f) Considerações sobre as condições climáticas.
- Quais são as condições de visibilidade esperadas para a operação? Há
informações suficientes e claras sobre a possibilidade de ocorrência de chuva,
neblina ou nevoeiro sobre as fases da lua e crepúsculo?
- Que efeitos terão as condições climáticas (frio, calor, umidade etc) sobre as
operações, os soldados, o equipamento, o armamento e as viaturas?
g) Informações sobre o terreno.
- É conhecida perfeitamente a topografia e a vegetação da área onde operar-se-
-á (áreas urbanas, regiões pantanosas ou alagadiças, campos, cerrados, áreas de
mata e de mata densa, regiões de bosques, cursos d’água, represas, lagos etc)?
- Qual o efeito dos principais obstáculos e acidentes do terreno sobre a mis-
são? Foram levantados os principais acidentes capitais e vias de acesso? Como
é o terreno em relação aos campos de tiro e de observação, cobertas e abrigos?
- Há informações corretas sobre a trafegabilidade do terreno onde operar-se-á?
B.5.7.3.2 A Missão a ser cumprida pelo Pel C Mec
a) Nossa missão, bem como todas as tarefas a executar estão claramente defi-
nidas e foram bem compreendidas?
b) A missão que foi atribuída ao pelotão é compatível com a experiência de com-
bate, efetivo, meios disponíveis?
c) A intenção do comandante é clara e é do conhecimento de todos no pelotão?
d) O pelotão já foi empregado em missões semelhantes?
e) Há lições aprendidas na última missão semelhante a serem recordadas?
B.5.7.3.3 Como o Pelotão e o Esquadrão estarão organizados para a Missão.
a) O esquadrão recebeu reforços e elementos em apoio para a missão?
b) Esses elementos já trabalharam conosco em outras operações ou missões
de combate?

B-33
EB70-CI-11.457
c) As NGA do esquadrão foram alteradas? Será necessário alterar as NGA para
a missão?
d) Serão empregados sinais de reconhecimento, marcas ou símbolos especiais
para a identificação das viaturas, uniformes ou equipamentos?
e) Como o esquadrão organizou os pelotões para a missão? Serão empregados
com a estrutura de Pel C Mec? Haverá a organização de pelotões provisórios
para a operação ou fase desta?
f) Serão empregados na operação novas viaturas, equipamentos ou armamentos?
Eles se parecem com o equipamento do inimigo?
g) Os morteiros do esquadrão serão reunidos numa seção de morteiros médios
durante a operação ou fase desta? Contar-se-á com a nossa Peça de Apoio du-
rante todo o cumprimento da missão?
h) Nosso esquadrão recebeu em apoio direto alguma fração de morteiros pesados
ou mísseis anticarro do regimento?
i) Durante a operação estarão desdobradas na zona de ação outros elementos
da subunidade ou do regimento como caçadores, SARP, radares de vigilância
terrestre?
B.5.7.3.4 Como será Executada a Missão Recebida
a) Conceito da Operação - Manobra
- Foram identificados riscos de fratricídio nas zonas de ação das frações que
realizarão a ação principal e as ações secundárias? E nas Z Aç dos elementos
vizinhos à Z Aç?
- As medidas adotadas pelo esquadrão e pelo pelotão se mostraram eficientes
em prevenir o risco de fratricídio ou de fogo amigo nas operações anteriores? Há
necessidade de adotar alguma nova medida preventiva?
- Os limites da zona de ação ou eixo de deslocamento são nítidos e facilmente
identificáveis?
b) Conceito da Operação - Fogos
- As prioridades de fogos estão bem identificadas? O nosso pelotão tem prio-
ridade de fogos do esquadrão em alguma fase da operação?
- O procedimento para o desencadeamento dos fogos tem se mostrado eficiente
nas missões já realizadas? Eles são do conhecimento de todos?
- No planejamento dessa operação foram previstas áreas de fogos restritos ou
outras medidas de coordenação restritivas para a execução dos fogos?
- Existe previsão de apoio da Aviação do Exército ou da Força Aérea para a
operação? Haverá o apoio de um CAA?

B-34
EB70-CI-11.457
- Como será realizada a comunicação terra-ar? Haverá apoio do esquadrão,
de elementos da Av Ex ou F Ae para essas comunicações?
c) Missões a serem atribuídas às frações subordinadas ao pelotão
- A missão atribuída ao pelotão altera o emprego doutrinário das frações?
- O adestramento e a experiência de combate das frações permitem a execu-
ção da missão?
- Haverá alguma ação que exija um treinamento específico de alguma fração?
d) Apoio de Engenharia
- O esquadrão contará com apoio de engenharia para a missão?
- Foram estabelecidas prioridades de apoio para o elemento de engenharia?
- Os obstáculos e campos de minas lançados pelo inimigo foram identificados?
Há um plano para a abertura de brechas?
- Foi estimado o tempo necessário para a abertura de brechas nos obstáculos
identificados?
- O pelotão será empenhado em trabalhos de organização do terreno em apoio
à engenharia?
- Qual o apoio de engenharia que o pelotão poderá contar para a execução
de sua missão?
e) Prescrições diversas
- Haverá a realização de ensaios coordenados pelo esquadrão?
- Haverá tempo para a realização de ensaios do pelotão? Quais ensaios serão
prioritários?
- Foram alteradas as regras de engajamento?
 B.5.7.3.5 Logística
a) As dotações de combustível e munição atuais do pelotão são suficientes para
a execução da missão? Haverá necessidade de ressuprimento e reabastecimento
antes do início da missão?
b) Há necessidade de munição iluminativa ou fumígena para a missão?
c) As normas previstas nas NGA do esquadrão referentes à logística foram alte-
radas? Há recomendações específicas para a missão a ser executada?
d) A localização da AT do esquadrão durante a operação está bem definida? Esses
locais são de fácil acesso e identificação?
e) Os locais onde será desdobrado o refúgio de feridos do esquadrão são de fácil
acesso e identificação? Há procedimentos novos relacionados à evacuação de
feridos?

B-35
EB70-CI-11.457
B.5.7.3.6 Comunicações
a) Onde o Cmt Pel C Mec irá se deslocar durante a operação?
b) A cadeia de comando do pelotão e da SU são do conhecimento de todos?
c) Todos os equipamentos estão em condições de emprego? Os indicativos e
frequências foram alterados? Foram recebidas as novas informações sobre as
redes, frequências etc.?
d) Todos conhecem os sinais de reconhecimento e o código de mensagens pre-
estabelecidas do pelotão?
e) Que meios de comunicações alternativos serão empregados pelo pelotão em
caso de pane na rede rádio?
f) Quais mensagens, bandeirolas e sinalizadores serão empregados para as
situações críticas de combate como o cessar fogo, retrair e outras?

B.6 O TREINAMENTO DO PEL C MEC PARA A REDUÇÃO DO FRATRICÍDIO


E DO FOGO AMIGO
B.6.1 O princípio fundamental para o treinamento da prevenção do fratricídio é
simples: o Cmt Pel C Mec e seus Cmt frações devem saber, a todo momento,
quem são e onde estão os seus comandados e as forças amigas e onde estão
os inimigos que querem destruir ou neutralizar, de forma manter vivos os seus
soldados e as forças amigas e destruir o inimigo. Ao mesmo tempo, o Cmt Pel
C Mec e seus Cmt frações devem evitar a relutância em empregar, integrar e
sincronizar todas as ações de combate necessárias, no tempo e no local crítico,
tornando-se excessivamente cautelosos por medo de incidentes de fratricídio ou
de fogo amigo. Em vez disso, devem se esforçar para eliminar o risco de fratricídio
por meio de treinamento e de ensaios, assegurando-se que seus comandados
atinjam os padrões estabelecidos.
B.6.2 Um treinamento o mais realístico possível permite que o Pel C Mec e suas
frações cometam erros, possibilitando que correções e repetições sejam feitas,
até que seja possível reduzir ou eliminar risco de erros que ocorrem normalmente
em combate.
B.6.3 É fundamental nesse treinamento para redução do risco de fratricídio e
do fogo amigo que todos saibam em quem atirar e quando atirar. Os soldados
devem aprender e praticar todas as fases do DIDEA, controlando-se quando sob
fogo desconhecido, de forma a terem a necessária calma para detectar de onde
estão recebendo fogo e identificar quem está atirando, para poderem decidir com
segurança se devem ou não responder a esse fogo. Após engajar o alvo, devem
realizar uma avaliação sumária desse engajamento e dos resultados obtidos.

B-36
EB70-CI-11.457
B.6.4 Os comandantes de VB do Pel C Mec devem ser treinados para sempre
confirmarem a identidade de um alvo como hostil/amigo/neutro, antes de emitir
e executar qualquer comando de fogo com o armamento coletivo de sua viatura.
Essa ordem de engajamento deve ser clara e empregar linguagem padronizada
para evitar mal entendido e erros no emprego do armamento.
B.6.5 Eliminar ou reduzir o risco de incidentes de fratricídio ou de fogo amigo
não deve ser menos importante ou crítico no treinamento do pelotão e de suas
frações que o treinamento de outros aspectos ou requisitos para o cumprimento
de uma missão.
B.6.6 Todos os Cmt Frações devem conhecer em detalhes o programa de trei-
namento para a redução do fratricídio e do fogo amigo e os padrões e normas
estabelecidas pelo Esqd ou pelo Cmt Pel. Nos treinamentos e ensaios devem
esforçar-se para atingir esses padrões, certificando-se que seus comandados
conhecem e sabem aplicar as normas e regras previstas para a operação ou as
constantes da NGA da fração ou da SU enquadrante.
B.6.7 ASSUNTOS QUE DEVEM CONSTAR DE UM PROGRAMA DE TREINA-
MENTO
- A seguir são apresentados alguns assuntos que devem constar de um progra-
ma de treinamento do Pel C Mec para redução do fratricídio ou de incidentes de
fogo amigo:
B.6.7.1 realizar o treinamento das fases do DIDEA com todos os integrantes do
Pel C Mec, orientando-os como detectar, identificar, decidir sobre o engajamento
ou não de um alvo, como engajar e avaliar o resultado dos tiros sobre esse alvo;
B.6.7.2 realizar treinamento intensivo sobre a identificação de viaturas, armamen-
tos, equipamentos diversos, aeronaves e uniformes empregados pelas forças
amigas e pelo inimigo, em situações variadas de luminosidade e distâncias;
B.6.7.3 treinar os comandantes de viaturas e atiradores na transmissão e correta
execução dos comandos de tiro do armamento do pelotão;
B.6.7.4 treinar, em situações diversas, a aplicação das medidas padronizadas
para relatar e parar um incidente de fogo amigo;
B.6.7.5 treinar o correto entendimento e a aplicação das medidas de coordenação
e controle de fogo;
B.6.7.6 intensificar o treinamento, enfatizando a importância para tropa mecani-
zada, da orientação e navegação, particularmente a embarcada e escotilhada;
B.6.7.7 treinar e ensaiar as regras para engajamentos de alvos previstas na NGA
do esquadrão e/ou do pelotão, ou as estabelecidas para a operação pelo escalão
superior.

B-37
EB70-CI-11.457
B.6.7.8 realizar treinamentos de pedidos de tiro de morteiros e de artilharia de
campanha e a correção desses tiros.
B.6.7.9 treinar a identificação de posições no terreno e sua localização numa
carta militar, a avaliação de distâncias por processos expeditos e a identificação
de tiros de metralhadora, canhão, morteiros e artilharia de campanha.

B-38
EB70-CI-11.457
ANEXO C
OPERAÇÕES CONTINUADAS

C.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


C.1.1 As operações continuadas são executadas para manter pressão constante
sobre o inimigo, sem levar em conta a visibilidade, o terreno e as condições me-
teorológicas. A habilidade para efetivamente sustentar esta pressão é frequente-
mente a chave do sucesso no campo de batalha.
C.1.2 O Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações devem estar emocional e fisicamen-
te preparados para conduzirem seus soldados à vitória. O pelotão poderá ser
bem-sucedido no combate continuado somente através de uma liderança forte,
um sistema de comando e controle eficientes e um treinamento adequado para
este tipo de operação.

C.2 EFEITOS DO COMBATE CONTINUADO SOBRE A TROPA


C.2.1 A fadiga é provavelmente a primeira causa da degradação do desempe-
nho individual em combate. A performance e a eficiência individuais começam
a deteriorar-se após 14 a 18 horas de combate contínuo e alcançam um nível
muito baixo após 22 a 24 horas ininterruptas de combate. A maioria das tarefas
que envolvem habilidades de percepção começa a mostrar uma degradação de
desempenho depois de 36 a 48 horas sem sono. O desempenho individual é
ineficaz após 72 horas sem sono.
C.2.2 A natureza do combate embarcado, principalmente das guarnições de VB,
agrava a fadiga e a tensão emocional inerente ao combate pelo confinamento
dos homens durante longos períodos de tempo no interior das viaturas blinda-
das. No caso das VBC Cav/VBR, pela natureza das tarefas que executam (por
ser cada função imprescindível à operação da VB e todos estarem empenhados
continuamente), exigindo atenção e concentração, sem ter quem os substitua
nem possibilite seu descanso, o problema é agravado.
C.2.3 POSSÍVEIS SINTOMAS
- O Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações devem saber reconhecer os sinais de
perda de sono ou degradação do desempenho individual de seus subordinados.
Estes efeitos são caracterizados pelos seguintes sintomas:
a) tempo de reação mais lento;
b) aumento do tempo necessário para a realização de uma tarefa conhecida e
de rotina;
c) decréscimo da memória de fatos ocorridos recentemente;
C-1
EB70-CI-11.457
d) deterioração da velocidade de aprendizagem;
e) erros em omissão;
f) lapsos de atenção;
g) irritabilidade;
h) depressão; e
i) desempenho irregular.
C.2.4 O ciclo de dia/noite tem um efeito significativo sobre o desempenho indi-
vidual. Quando os soldados estão acostumados a um determinado padrão de
trabalho e a períodos de descanso, eles se tornam fisiologicamente adaptados
a este horário. Qualquer modificação neste horário resultará em decréscimo de
desempenho. A adaptação fisiológica para determinado ritmo ou horários de tra-
balho e descanso podem durar de 20 a 30 dias.
C.2.5 O Cmt Pel C Mec deve determinar a organização de um plano de sono rí-
gido e obrigatório para todas as suas frações. Esse descanso obrigatório (sono)
será vital para o desempenho coletivo do pelotão, devendo ser colocado em
prática sempre que a situação tática permitir.
C.2.6 Em operações continuadas, cada soldado deve dormir durante quatro ho-
ras ininterruptas, pelo menos a cada 24 horas (cinco horas se o sono for inter-
rompido). Este ritmo, de quatro horas de sono a cada 24 horas, não pode ser
mantido por mais de duas semanas, sem antes recuperar o descanso da tropa.
C.2.7 Outro aspecto de perda de sono que deve ser considerado pelo Cmt Pel C
Mec e seus Cmt Frações é o tempo que cada indivíduo leva para recuperar-se
dos efeitos da perda de sono. Depois de uma operação continuada de 36 a 48
horas sem sono, são exigidas, normalmente,12 horas de sono ou descanso para
devolver-se aos soldados a eficiência e o desempenho normal de suas funções.
Entretanto, o estado de fadiga pode demorar até três dias, em determinados
elementos. Depois de 72 ou mais horas sem sono, os soldados precisam, nor-
malmente, de dois ou três dias de descanso para recuperar seu desempenho
normal.
C.2.8 Para minimizar os efeitos de perda de sono, a melhor solução para o Cmt
Pel C Mec será estabelecer intervalos periódicos durante o trabalho e a realiza-
ção de exercícios moderados, diariamente, quando nas situações estáticas do
combate, na Z Reu etc.
C.2.9 Os Comando do RC Mec e dos Esqd C Mec poderão planejar para as suas
peças de manobra, sempre que a situação tática permitir, um revezamento de
frações mais desgastadas dos elementos em 1º escalão com frações similares
da Reserva, ou mesmo, substituindo-se uma SU ou pelotão inteiro em 1º escalão
por uma SU ou pelotão em 2º escalão ou na reserva.
C-2
EB70-CI-11.457
C.2.10 Nas guarnições das viaturas blindadas, dependendo do nível de adestra-
mento da tropa para minimizar o problema da perda de sono, pode ser realizado
um revezamento de funções individuais, permitindo assim uma diminuição da
fadiga pela mudança de tarefas a executar. Esta rotação de funções só terá
efeito sobre o estado de fadiga individual se as novas tarefas incluírem exigên-
cias diferentes, como por exemplo, o atirador de VBC Cav/VBR passa a ser o
motorista, durante períodos de menor intensidade ou mais estáticos do combate.
C.2.11 Existem dois tipos de militares que tendem a apresentar mais rapida-
mente os sinais de fadiga, o primeiro é o soldado imaturo e jovem, que não está
seguro de si e o segundo, o soldado mais velho, já temperado em combate, em
quem os outros confiam e que os tem sustentado, com prejuízo para si próprio.
C.2.12 Outros militares que devem merecer atenção de todos são o Cmt Pel
C Mec, os comandantes de frações e os de VB, que se considerem, frequen-
temente, como sendo invulneráveis à fadiga. Por suas tarefas exigirem grande
responsabilidade, reação rápida, razoável complexidade e planejando detalha-
do. Os comandantes são os militares mais vulneráveis à privação do sono e do
descanso diário. As demonstrações de abnegação, de autocontrole e resistência
à fadiga, normalmente realizadas pelos Cmt, são extremamente contraprodu-
centes e de alto risco para o Pel C Mec e suas frações.
C.2.13 Quando o RC Mec ou Esqd C Mec/Bda planeja a substituição de um Pel
C Mec ou de suas frações desgastadas pela permanência em um combate con-
tinuado, ele deve prever a substituição de todo o pelotão ou a fração completa.
Substituir somente os militares mais desgastados, ou reforçar o pelotão com
mais uma peça de manobra, ou uma fração com mais militares poderá represen-
tar um aumento de seu poder de combate, mas não significará um aumento no
rendimento do pelotão ou da fração como um todo, pois os demais integrantes
dessa tropa continuarão com sua eficiência prejudicada.
C.2.14 Particularmente nas missões de segurança em operações continuadas,
o desgaste dos elementos de combate é, em princípio, muito grande, criando
situações em que a realização de uma operação de substituição se torne neces-
sária.
C.2.15 Esta solução (substituição do Pel C Mec ou uma de suas frações), apesar
de necessária e desejada, dificilmente poderá ser realizada, considerando-se a
realidade das operações em AOC. O Esc Sp nem sempre contará com os meios
necessários para atender às necessidades de recompletamento ou substituição
do pelotão, como um todo ou de suas frações, a não ser na substituição por
acolhimento nas operações defensivas ou por ultrapassagens nas operações
ofensivas.

C-3
EB70-CI-11.457

Fig 277 - Fadiga de Combate – Combate Continuado.

C.3 ASPECTOS A CONSIDERAR NO PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO DO


PEL C MEC PARA O COMBATE CONTINUADO
C.3.1 A administração do tempo é a chave do sucesso nas operações continua-
das de um Pel C Mec. Durante as fases de planejamento e de preparação para
a operação, o Cmt pelotão deve elaborar um plano rígido com as prioridades
de trabalho, de descanso e de segurança da sua tropa e para si próprio. Estas
prioridades, juntamente com os NÍVEIS DE PRONTIDÃO adotados pelo seu Esc
Sp, possibilitarão ao Cmt Pel e aos seus Cmt Frações desenvolverem um quadro
horário que permita uma adequada preparação do pelotão para o combate con-
tinuado. Com base nestas prioridades do Cmt Pel C Mec, nos procedimentos-pa-
drão para aprestamento e prontidão (níveis de prontidão), nas NGA do seu Esqd
C Mec (ou RC Mec) e no quadro horário estabelecido, o pelotão desenvolverá o
aprestamento para o combate.
C.3.2 Os procedimentos-padrão para o aprestamento e prontidão do pelotão são
níveis de prontidão a serem atingidos, semelhantes ao planejamento existente
em tempo de paz para as situações extraordinárias da tropa e para as situações
de apronto operacional e ordem de marcha, que permitem ao Pel C Mec dar res-
postas rápidas à situações diversas e asseguram a conclusão dos trabalhos de
aprestamento e planejamento no prazo determinado pelo Esc Sp.
C.3.3 O RC Mec e os Esqd C Mec utilizam os níveis de prontidão (NP) como
uma forma padronizada para, rapidamente, colocar o regimento, o esquadrão e
seus pelotões em condições de entrar em combate. O Cmt Pel C Mec e todos
os integrantes do pelotão devem ter perfeito conhecimento desses níveis de
prontidão, que tarefas devem ser realizadas e que padrões devem ser atingidos
em cada nível.
C.3.4 NÍVEIS DE PRONTIDÃO
- Os níveis de prontidão (NP) abaixo são um exemplo de níveis que poderão ser
adotados pelo RC Mec e Esqd C Mec. Esses níveis não são rígidos e deverão

C-4
EB70-CI-11.457
ser adaptados conforme a situação do combate, o nível de adestramento e de
organização da tropa:

Tab 17 - Níveis de Prontidão.

C-5
EB70-CI-11.457
C.3.4.1 NP-1 - Nível de prontidão utilizado para ALERTA TOTAL
C.3.4.1.1 O Pel C Mec deverá estar pronto para deslocamento e para entrar em
combate. O RC Mec/Esqd C Mec poderá adotar dois tipos de NP-1: as viaturas
estarão com os motores em funcionamento ou com os motores desligados.
C.3.4.1.2 Os integrantes do pelotão devem estar alimentados, as VB foram rea-
bastecidas, as armas foram remuniciadas, os suprimentos necessários à opera-
ção foram distribuídos e estão acondicionados nas VB das frações.
C.3.4.1.3 O sistema de alarme estabelecido pelo RC Mec/Esqd C Mec está em
funcionamento. Todos os integrantes do pelotão estão em seus postos, todos os
sensores e equipamentos das VB estão ligados, todos receberam suas ordens e
estão em condições de executá-las.
C.3.4.1.4 Todo o Pel C Mec está embarcado em suas VB, seu armamento está
pronto para emprego e as redes-rádio estão em funcionamento.
C.3.4.1.5 As VB estão com motores ligados (ou desligados, variação da NP-1).
C.3.4.1.6 O Pel C Mec está pronto para iniciar o seu deslocamento e o cumpri-
mento de sua missão imediatamente.
C.3.4.2 NP-2 - Nível de prontidão empregado para ALERTA
C.3.4.2.1 O Pel C Mec deverá estar pronto para entrar em combate.
C.3.4.2.2 Todo o equipamento e o suprimento estão embarcados nas VB.
C.3.4.2.3 A verificação antes do combate foi realizada pelo Cmt Pel C Mec, pe-
los Cmt Frações e pelos Cmt VB conforme previsto na NGA do RC Mec/Esqd C
Mec. Em princípio, os integrantes do pelotão devem estar alimentados, o equipa-
mento pronto, as armas municiadas, as VB abastecidas, as ordens e os planos
foram distribuídos e compreendidos por todos.
C.3.4.2.4 O Pel C Mec está embarcado em suas VB e todo o armamento está
guarnecido.
C.3.4.2.5 As redes-rádio foram testadas e estão em condições de operar.
C.3.4.2.6 O Pel C Me está em condições de se deslocar no prazo de 15 minutos
após receber a ordem de deslocamento de seu Esqd C Mec. OBSERVAÇÃO:
dependendo da situação tática o Cmt RC Mec/Esqd C Mec poderá determinar
que os PO guarnecidos pela tropa permaneçam em funcionamento e a seguran-
ça aproximada, desembarcada, continue ativada.
C.3.4.3 NP-3 - Nível de prontidão empregado para ALERTA REDUZIDO
C.3.4.3.1 50% (cinquenta por cento) do efetivo das frações do Pel C Mec (ou
metade de suas frações) estará empenhado no planejamento da operação e no

C-6
EB70-CI-11.457
aprestamento das frações e das VB.
C.3.4.3.2 Os demais elementos do pelotão executam o plano de segurança (do
Pel C Mec ou do Esc Sp). Com base nas determinações do Cmt Esqd C Mec e
na situação tática, alguns elementos do pelotão poderão estar executando a se-
gurança de suas frações enquanto o restante estará engajado no aprestamento
de suas frações e VB.
C.3.4.3.3 O Pel C Mec está em condições de deslocar-se dentro de 30 minutos,
após receber a ordem para deslocamento de seu Esqd C Mec.
C.3.4.4 NP-4 - Nível de prontidão empregado para ALERTA MÍNIMO
C.3.4.4.1 Os postos de observação e de segurança estão guarnecidos.
C.3.4.4.2 Um homem por pelotão ou por fração está guarnecendo a torre/ar-
mamento de uma VB, em condições de operar o armamento coletivo da VB e
monitorando o rádio veicular (escuta).
C.3.4.4.3 O Pel C Mec está pronto para deslocar-se em uma hora, após receber
a ordem de deslocamento de seu Esqd C Mec.
C.3.4.4.4 As frações do pelotão devem estar desenvolvendo as ações previstas
no planejamento do Cmt Pel C Mec em seu quadro horário e no nível de pron-
tidão determinado pelo Esc Sp. O plano de trabalho do pelotão deve ser elabo-
rado de modo a permitir o esforço coordenado de todos os seus integrantes na
manutenção das VB e do equipamento, na realização das atividades logísticas
e no trabalho de comando de todos os Cmt Frações exigido para a operação.
C.3.4.4.5 Em princípio, um plano de trabalho para a preparação do Pel C Mec
para uma operação continuada deve conter:
a) a execução de reconhecimentos caso seja possível;
b) a expedições de ordens preparatórias à tropa;
c) os ensaios e treinamentos específicos;
d) a manutenção das viaturas, armamentos e demais equipamentos;
e) a preparação das VB: camuflagem, água, alinhamento e teste do armamento,
teste do equipamento rádio, verificação e teste dos demais equipamentos;
f) a preparação individual das guarnições das VB e frações: treinamentos, or-
dens, ensaios;
g) o ressuprimento das classes I, III e V;
h) a preparação das posições de combate (defensiva e ação retardadora se for
o caso);
i) o melhoramento e reforço dos obstáculos em sua Z Aç (defensiva e ação re-
tardadora se for o caso);
C-7
EB70-CI-11.457
j) a expedição da ordem de operações;
k) o aprestamento e inspeção da fração; e
l) a execução do plano de sono do pelotão e suas frações.
C.3.4.4.6 O planejamento do trabalho as ser realizado pelo Pel C Mec e suas
frações deve permitir que uma parte da tropa possa dormir enquanto outros exe-
cutam as prioridades de trabalho estabelecidas pelo comandante e mantenham
a segurança. O Plano de Sono do pelotão deve prever que todos tenham, no
mínimo (se a situação tática permitir), de 4 a 6 horas de sono ininterruptas, num
mesmo período de 24 horas. Menos do que 4 horas de sono, antes de uma
operação continuada pode comprometer significativamente o desempenho do
pelotão em combate.
C.3.3.4.7 Planejar e decidir são as atividades que ficam dramaticamente com-
prometidas quando os soldados não podem descansar e ter um período mínimo
de sono. As NGA do RC Mec/Esqd C Mec devem prever uma divisão adequada
do trabalho dos pelotões e frações para permitir que todos os seus integrantes,
particularmente o Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações, possam dormir e des-
cansar antes de um combate continuado. Esta divisão do trabalho exigirá que
se acumulem as funções durante determinado período. Quando os soldados
estão cansados, o planejamento de atividades simples, a expedição de ordens
e a execução de tarefas normalmente realizadas com facilidade, ficam críticas e
passíveis de erros que comprometerão o desempenho coletivo.
C.3.3.4.8 Para o Pel C Mec, sustentar operações continuadas é uma tarefa crí-
tica, em função do desgaste físico e psicológico das guarnições das VB. Nas
situações estáticas do combate, os Fuz Bld e os exploradores devem assumir
parte das missões de segurança das guarnições de VB (particularmente das
VBC Cav/VBR), como a segurança aproximada das VB e o patrulhamento no
intervalo das frações durante os períodos de baixa visibilidade, permitindo um
relativo descanso àquelas guarnições.

C.4 SEGURANÇA
C.4.1 As medidas de segurança normalmente adotadas incluem ações para im-
pedir o Rec Ini (contrarreconhecimento), a segurança das informações, a segu-
rança das Com e a segurança física da tropa, viaturas e instalações.
C.4.2 As ações de contrarreconhecimento do RC Mec/Esqd C Mec são executa-
das para protegê-lo contra surpresa, observação e infiltração.
C.4.3 CONSIDERAÇÕES E PROCEDIMENTOS
- As seguintes considerações e procedimentos auxiliarão os Esqd C Mec e os
Pel C Mec na execução do contrarreconhecimento:

C-8
EB70-CI-11.457
a) disciplina de luzes e ruídos;
b) camuflagem;
c) tropa sempre coberta das vistas inimigas; e
d) rígido controle das senhas, contra-senhas e sinais de reconhecimento (maio-
res informações sobre o contrarreconhecimento no Capítulo de Reconhecimento
e Segurança).
C.4.4 A Segurança das Informações é a proteção dos dados, documentos, as-
suntos e equipamentos que necessitem, ou não, receber uma classificação sigi-
losa a fim de proteger a tropa das operações de inteligência do inimigo.
C.4.5 A Segurança das Comunicações aborda todas as medidas, procedimen-
tos e ações que visem estabelecer e manter a segurança das comunicações,
protegendo-as das operações de inteligência e guerra eletrônica do inimigo.
C.4.6 A Segurança Física é a proteção de material e equipamento da tropa Deve-
rão ser estabelecidos sistemas de alarme, postos de observação, postos avan-
çados de combate, patrulhamento e as medidas previstas para o nível de pronti-
dão estabelecido a fim de impedir a infiltração do inimigo ou de civis na zona de
ação (ou Z Reu) do RC Mec/Esqd C Mec.

C.5 ASPECTOS DAS OPERAÇÕES SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE LI-


MITADAS NO COMBATE CONTINUADO
C.5.1 A escuridão limita a visibilidade no campo de batalha, mas há outras con-
dições que também restringem a visibilidade: poeira, fumaça, e outros fatores de
obscurecimento causados por armas de fogo e deslocamento de viaturas, como
também chuva, névoa, neblina e outras condições de tempo.
C.5.2 A utilização de equipamentos de elevada tecnologia, como os de visão
térmica e os de navegação terrestre, aliados ao perfeito domínio das operações
básicas de combate são fundamentais para que o Pel C Mec possa conduzir
operações continuadas e destruir o inimigo.
C.5.3 O Pel C Mec deve ser capaz de combater sob quaisquer condições de
visibilidade. Para atingir este nível operacional, o pelotão deve dominar primeiro
a execução de missões sob condições de boa visibilidade, passando progressi-
vamente à situações de baixa visibilidade e maior complexidade.
C.5.4 Os comandantes de fração devem utilizar para a navegação terrestre sob
condições de baixa visibilidade, com os meios tecnológicos disponíveis (GPS,
OVN, GCB, etc) em associação com a carta militar/terreno, a bússola e o hodô-
metro das viaturas (não depender exclusivamente daqueles equipamentos). De-

C-9
EB70-CI-11.457
pendendo da situação tática, o emprego de granadas iluminativas de morteiros
e da Art Cmp também podem auxiliar no deslocamento terrestre sob condições
de visibilidade limitada.
C.5.5 A capacidade de identificar as viaturas amigas sob condições de visibilida-
de limitada é fator crucial para o Pel C Mec participar de operações continuadas.
Os comandantes de frações devem ser capazes de distinguir as viaturas de
suas frações, as de suas subunidades e outras viaturas amigas, das viaturas do
inimigo a fim de evitar o fratricídio e engajar o mais rápido possível as ameaças
inimigas. A NGA do RC Mec/Esqd C Mec deve prever para estas situações, a
colocação de sinalização visual bem nítida em suas VB, identificando as subuni-
dades, pelotões ou suas as frações.
C.5.6 Além destas marcas visuais, as NGA podem prever também a utilização de
listas refletivas coloridas ou luminescentes (químicas) nas partes traseiras das
viaturas ou das torres.
C.5.7 A tropa deve ser condicionada desde o tempo de paz, durante as instru-
ções e na rotina e nos exercícios de campanha, a identificação das Vtr amigas
e possíveis inimigas.

C.6 CONTROLE DA FADIGA E DO ESTRESSE OPERACIONAL


C.6.1 GENERALIDADES
C.6.1.1 A Fadiga Operacional ou o Estresse Operacional (mais grave) dos inte-
grantes do Pel C Mec reflete diretamente na operacionalidade do pelotão e de
suas frações, particularmente na capacidade de realizar operações continuadas.
C.6.1.2 O Cmt Pel e seus Cmt Frações devem desenvolver a capacidade de
identificar os sintomas da fadiga e do estresse operacional em seus subordina-
dos e executar medidas para eliminá-los ou reduzi-los.
C.6.1.3 Nas operações continuadas o Cmt Pel, o Cmt Fração e o Cmt da VB
do militar devem manter-se alertas e em condições de identificar os primeiros
indícios de que um subordinado apresenta sintomas da fadiga ou do estresse
operacional. Esses sintomas devem ser identificados e combatidos o mais cedo
possível, antes que esse problema se agrave e se transforme em doença inca-
pacitando o militar para o desempenho de sua função.
C.6.1.4 Cabe ao Cmt Pel, o Cmt Fração e o Cmt da VB fortalecer seus homens
moral e fisicamente para enfrentarem o combate continuado em boas condições,
reduzindo a chance da fadiga e do estresse operacional. Nesse tipo de combate
é fundamental que o Cmt imediato possa identificar, mitigar e tratar esses seus
efeitos em seus subordinados. Deve ser capaz, também, de conduzir o processo

C-10
EB70-CI-11.457
de adaptação e reintegração do militar à sua função, tão logo ele seja medicado
ou esteja recuperado.
C.6.1.5 O comandante imediato deve zelar para que todos estejam em perfeitas
condições de saúde ao entrarem num combate continuado. Os militares debilita-
dos por problemas de saúde ou debilitados fisicamente estarão mais expostos à
fadiga e ao estresse operacional.
C.6.1.6 Existem diversos indícios da fadiga e do estresse operacional e diver-
sas formas para combatê-los. É importante que o Cmt Pel C Mec e seus Cmt
Frações tenham em mente que nem todos os militares são afetados pela fadiga
ou estresse da mesma forma, e nem sempre uma medida para combater seus
efeitos é eficaz para todos os militares.
C.6.1.7 A melhor prevenção à fadiga ou ao estresse operacional é preservar
a saúde e manter-se em boas condições físicas. Um treinamento realista que
combine a identificação de indícios/sintomas da fadiga ou estresse operacional,
a prática de primeiros socorros e o combate aos seus efeitos contribui para que
sejam evitados e combatidos os seus sintomas assim que forem identificados
pelos próprios companheiros de fração ou Cmt imediato.
C.6.2 CONTROLE DA FADIGA E DO ESTRESSE OPERACIONAL
C.6.2.1 Medidas a serem desenvolvidas e implementadas pelo Pel C Mec
C.6.2.1.1 Verificar seguidamente o estado sanitário de seus subordinados. O
Cmt Pel e Frações devem planejar verificações e inspeções sempre que possí-
vel.
C.6.2.1.2 Zelar para que todos se mantenham em elevado padrão de higidez
física. O Cmt Pel e Frações devem, sempre que possível, realizar atividades
físicas com sua tropa.
C.6.2.1.3 Desenvolver um bom ambiente de trabalho no pelotão e nas frações,
mantendo o moral elevado e a camaradagem.
C.6.2.1.4 Desenvolver a confiança e o respeito mútuo entre todos os integrantes
do pelotão e das frações.
C.6.2.1.5 Expor, de forma franca e realista, os efeitos da fadiga e do estresse nos
treinamentos do pelotão para o combate continuado.
C.6.2.1.6 Fomentar a coesão do pelotão e das frações subordinadas. Os Cmt
Pel e Frações devem sempre estar atentos ao moral e o espírito de corpo.
C.6.2.1.7 Remover rapidamente todos os fatores estressantes desnecessários
do treinamento e nas atividades diárias do pelotão e das frações (que estiverem
ao seu alcance).

C-11
EB70-CI-11.457
C.6.2.1.8 Garantir a correta execução do plano de sono do pelotão e das frações
ou promover descanso adequados sempre que a situação tática permitir, parti-
cularmente dos Cmt Pel e Cmt Frações.
C.6.2.1.9 Realizar sempre uma análise-pós-ação (APA) com o pelotão e as fra-
ções, procurando identificar aspectos que possam ter contribuído para casos de
fadiga ou estresse de combate.
C.6.2.1.10 O Cmt Pel e os Cmt Frações devem conhecer a carga de estresse ou
fadiga de todos os seus subordinados.
C.6.2.1.11 Conhecer os indícios da fadiga e do estresse de combate e como
tratar os subordinados atingidos.
C.6.2.1.12 Procurar facilitar o acesso de seus subordinados ao aconselhamento
espiritual do Capelão sempre que possível.
C.6.2.1.13 Solicitar ao Cmt Esqd C Mec que os militares afastados do pelotão
por motivo de fadiga ou estresse operacional, após recuperados ou tratados,
sejam reintegrados ao pelotão e às suas frações.
C.6.2.1.14 Procurar informar-se com o pessoal de Saúde do RC Mec e do Esqd
C Mec sobre o tratamento de seus subordinados e como proceder na reintegra-
ção dos mesmos.
C.6.2.1.15 Não permitir que o militar atingido por fadiga ou estresse de combate
retorne às suas atividades plenas no pelotão, antes de estar completamente
curado ou restabelecido. A fadiga ou o estresse mal curado podem causar lesões
sérias e de difícil recuperação.
C.6.2.2 Classificação da Gravidade da Fadiga e do Estresse de Combate
C.6.2.2.1 Os casos de fadiga e de estresse são normalmente classificados em
quatro áreas, conforme a sua gravidade:
a) Verde;
b) Amarela;
c) Laranja; e
d) Vermelha.
C.6.2.2.2 Na Área Verde estão os militares não atingidos pela fadiga ou estresse
de combate. Esses militares são considerados PRONTOS para o combate.
C.6.2.2.3 Na Área Amarela estão os militares atingidos pela fadiga ou estres-
se de combate, em grau moderado, cujo quadro pode ser revertido na própria
fração/seção com aplicação de técnicas e medidas adequadas (plano de sono,
redistribuição de tarefas etc.). Esses militares têm condições de REAGIR à situ-
ação com apoio de seus Cmt e companheiros.

C-12
EB70-CI-11.457
C.6.2.2.4 Na Área Laranja estão os militares atingidos pela fadiga e pelo estres-
se de combate de forma mais severa, sendo considerados como “FERIDOS”,
necessitando de acompanhamento e tratamento do pessoal de Saúde do Esc
Sp.
C.6.2.2.5 Na Área Vermelha estão os militares atingidos pela fadiga e pelo es-
tresse de combate de forma mais grave, sendo considerados como “DOENTES”,
devendo ser atendido fora da Zona de Combate, por elementos especializados
(após passarem pelo atendimento inicial no Posto de Saúde do Regimento/Es-
quadrão e pelo PAA da BLB).

Fig 288 – Identificação e classificação da fadiga e do estresse de combate

C-13
EB70-CI-11.457

C-14
EB70-CI-11.457
ANEXO D
INFORMES OPERACIONAIS

D.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


D.1.1 Em todos os níveis de comando o sucesso das operações será, em grande
parte, resultado da eficácia dos procedimentos de informar, o que garante agilidade
e flexibilidade na tomada de decisões.
- Uma das mais importantes atividades em combate é fornecer inteligência ao
comando do Esc Sp.
D.1.2 A grande dispersão das unidades mecanizadas exige que a maioria, se não
todas as informações relativas ao combate, sejam transmitidas via rádio.
D.1.3 A Cavalaria Mecanizada, em função de sua natureza e das especificidades
de suas missões, possui necessidades próprias para o envio de informes, infor-
mações e relatórios durante o combate.
D.1.4 A maioria dos informes a ser transmitida pelo Pel C Mec para o seu Esqd
C Mec deve ser enviada de forma padronizada.
- Essa padronização deve constar das NGA da SU ou ser prevista para uma
determinada operação.
D.1.5 O objetivo desta padronização é fazer com que os informes de combate
sejam oportunos, completos e precisos por meio de mensagens pré-formatadas.
- Em operações dinâmicas, como as da Cav Mec, estes informes são extrema-
mente úteis, principalmente quando se referirem à atividade inimiga.

D.2 PADRONIZAÇÃO DOS INFORMES OPERACIONAIS


D.2.1 SERÃO PADRONIZADAS:
a) a cor para o tipo do informe (Rec, Log, RH/Sau);
b) um número para o assunto (1 - situação do pessoal etc.); e
c) um modelo de informe.
Obs: caso a SU sinta necessidade de informes de outros tipos, em função de
uma determinada missão, poderá atribuir outras cores e tantos números quantos
forem os assuntos a eles relacionados.
D.2.2 PADRONIZAÇÃO DE CORES
- Para facilitar o fluxo de informes entre o Pel C Mec e seu Esqd C Mec serão

D-1
EB70-CI-11.457
padronizados os Informes de:
a) Operação (AZUL);
b) Informes Logísticos (AMARELOS); e
c) Informes de Recursos Humanos/Saúde (VERMELHOS).
D.2.3 INFORMES DE OPERAÇÃO
D.2.3.1 Os informes de operação referem-se ao inimigo, ao terreno e à si-
tuação tática. São identificados pela cor código AZUL. Serão padronizados
os seguintes assuntos relacionados a operações:
a) AZUL 1 - informe de detecção do inimigo;
b) AZUL 2 - informe de situação tática;
c) AZUL 3 - informe de contato com o inimigo;
d) AZUL 4 - informe sobre ponte ou bueiro;
e) AZUL 5 - informe sobre vau ou passagem;
f) AZUL 6 - informe sobre Reconhecimento de Eixo;
g) AZUL 7 - informe sobre obstáculo; e
h) AZUL 8 - informe sobre desvio do Itn ou Itn alternativo.
D.2.3.2 Outros informes AZUIS poderão ser padronizados pelas SU e/ou RC Mec,
conforme a necessidade da missão.
D.2.3.3 Informe de Detecção do Inimigo - AZUL 1
D.2.3.3.1 O informe de detecção do inimigo ou INFEDET (em inglês, SPOTREP)
é empregado principalmente para enviar ao escalão superior dados sobre contato
realizado ou esperado com o inimigo a fim de contribuir para a tomada de decisão.
- Este informe possui prioridade sobre os demais informes, portanto, deverá ter
livre a rede de comunicações.
D.2.3.3.2 O informe de detecção do Ini é empregado nas seguintes situações:
a) observação de atividade Ini (SUSPEITA OU CONHECIDA); e
b) previsão de ocorrência de uma atividade inimiga.
D.2.3.3.3 A transmissão do INFEDET AZUL 1 deve seguir o modelo:
D.2.3.3.4 Para o INFEDET AZUL 1, sugere-se a utilização do mnemônico TALUTE
(Tamanho, Atividade, Localização, Unidade, Tempo e Equipamento) em substi-
tuição ao DICOVAPO ou DIVALOCOM, por ser o primeiro mais claro e preciso,
bem como o segundo referir-se ao estudo da ordem de batalha do inimigo (PITC),
conforme previsto na IP 30-1 2ª Parte.

D-2
EB70-CI-11.457

INFORMAÇÃO EXEMPLO
SEQUÊNCIA AÇO!
Identificação de quem informa e o tipo de informe. AQUI CENTAURO!
AZUL 1!
Informação de quem observou (se omite caso seja a
LINHA 1 -
mesma fonte que informa).
Aplicação na seguinte ordem (TALUTE): -

ELEMENTOS OBSERVAÇÃO

TAMANHO Inclui pessoal e viaturas. 1 VBR e 2 VBTP.


Inclui o que o adversário está EM DESLOCAMEN-
ATIVIDADE
realizando. TO PARA O SUL.
Localização do adversário (pontos
cardeais, processo do relógio,
LINHA 2 LOCALIZAÇÃO medidas de coordenação, coorde- ÀS 12 HORAS
nadas etc.).
Se for o caso: de...para...
Inclui qualquer informação do ini- 3º PEL/1º ESQD C
UNIDADE
migo (marcações, símbolos etc.). MEC
Indica a hora da observação da
TEMPO HÁ 5 MINUTOS.
atividade.
Descrição ou identificação do
COM TANQUES
EQUIPAMENTO equipamento associado à ativi-
AUXILIARES.
dade.
EMPREGO DO CA-
LINHA 3 Ação executada ou proposta de ação.
NHÃO
LINHA 4 Autenticação (se for solicitado). ...CÂMBIO!

Tab 18- Modelo de Informe de Detecção.

D.2.3.4 Informe de Situação Tática - AZUL 2


D.2.3.4.1 O informe de situação tática ou INFESIT (em inglês, SITREP) é empre-
gado para descrever ao Esc Sp as ações do Pel C Mec em relação à atividade
inimiga. O Esc Sp pode determinar a remessa desse informe em horários pré-
-estabelecidos ou ao término de eventos críticos.
D.2.3.4.2 A transmissão do INFESIT (AZUL 2) deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


AÇO!
Identificação de quem informa e o tipo do
(linha) AQUI CENTAURO!
informe.
AZUL 2!
1 GDH (em claro ou código) 121300OUT2021.
2 Resumo da atividade do adversário. 4 VBR DESTRUÍDAS.

Tab 19 - Modelo de Informe de Situação Tática.

D-3
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


Localização da própria força (em claro ou
3 200 m DO PCt 2
código)
2 VBC CAV, 2 VBTP, 3 VBMT
4 Viaturas operacionais (em claro ou código)
REC
5 Obstáculos artificiais ou naturais. NENHUM

6 Estado operacional do pessoal. VERDE

7 Estado operacional Classe III AMARELO

8 Estado Operacional Classe V VERMELHO


CONTINUO NA MISSÃO.
9 Resumo da intenção tática
CÂMBIO!
Tab 19 - Modelo de Informe de Situação Tática (continuação).

D.2.3.5 Informe de Contato - AZUL 3


D.2.3.5.1 O informe de contato ou INFECONT é utilizado quando é estabelecido
o contato pelo fogo com o Ini. Deve ser emitido quando o Pel C Mec já está res-
pondendo pelo fogo e aplicando técnicas de combate para se desengajar.
- Ainda que o procedimento normal para informar o contato com o Ini seja parte
de AZUL 1 (INFEDET), AZUL 3 será utilizado no lugar daquele quando o fator
tempo for crítico para alertar a SU do contato e adotar rapidamente uma ação.
D.2.3.5.2 A transmissão do INFECONT AZUL 3 deverá seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


ACO!
Identificação de quem informa e tipo de
(linha) AQUI CENTAURO!
informe.
AZUL 3!
1 Transmissão do contato. CONTATO!

2 Breve descrição do adversário. 2 VBR

3 Direção OESTE! CÂMBIO!

Tab 20 - Modelo de Informe de Contato.

D.2.3.6 Informe de Ponte ou Bueiro - AZUL 4


D.2.3.6.1 O informe de ponte ou bueiro (AZUL 4) é utilizado para transmitir dados
sobre uma ponte ou bueiro sobre um eixo que se está reconhecendo ou deslo-
cando.

D-4
EB70-CI-11.457
D.2.3.6.2 Deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


AÇO!
Identificação de quem informa e
(linha) AQUI CENTAURO!
tipo do informe.
AZUL 4!
1 Tipo e situação. PONTE METÁLICA EM P CT 23

2 Comprimento. 50 METROS

3 Largura. 6 METROS

4 Restrição de altura. 5 METROS

5 Piso. ASFALTO DE BOA QUALIDADE

6 Número de apoios e comprimento. NENHUM

7 Classe Militar. 60

8 Desvios (fácil ou difícil). NENHUM! CÂMBIO!

Tab 21 - Modelo de Informe de Ponte ou Bueiro.

D.2.3.7 Informe sobre Vau ou Passagem - AZUL 5


D.2.3.7.1 O informe de vau ou passagem (AZUL 5) é utilizado para transmitir da-
dos sobre um vau ou uma passagem localizada em curso d’água perpendicular
ao eixo de reconhecimento ou de deslocamento.
D.2.3.7.2 O informe AZUL 5 deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


AÇO!
Identificação de quem informa e o tipo do
(linha) AQUI CENTAURO!
informe.
AZUL 5!
1 Tipo e situação. NAVEGÁVEL EM P CT 34.

2 Comprimento. 40 METROS

3 Largura (útil) 10 METROS

4 Corrente (m/s) 1

5 Profundidade máxima. 8

6 Natureza e estado do leito. MATA, CASCALHO.

7 Se existe balsa. NENHUMA.

Tab 22 - Modelo de Informe de Vau ou Passagem

D-5
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

8 Ângulo de entrada. 20 POR 100

9 Ângulo de saída. 10 POR 100


ADEQUADO PARA
10 Outros meios.
TRANSPOSIÇÃO! CÂMBIO!

Tab 22 - Modelo de Informe de Vau ou Passagem (continuação)

D.2.3.8 Informe sobre Reconhecimento de Eixo - AZUL 6


D.2.3.8.1 O informe sobre reconhecimento de eixo (AZUL 6) é utilizado para
transmitir, sumariamente, dados sobre um eixo reconhecido, ao final desta.
D.2.3.8.2 Deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


AÇO!
Identificação de quem informa e tipo do
(linha) AQUI CENTAURO!
informe.
AZUL 6!
1 Ponto de início. L CT CAVALO

2 Ponto final. P CT 7
O que?
A - asfalto.
3 B - caminho secundário. BRAVO
C - caminho.
D – através do campo.

Classe:
A - todo tipo de viatura.
4 BRAVO
B - somente sobre lagartas.
C – somente sobre rodas.

Tipo:
A - todo tempo.
5 B - restrito com chuva. CHARLIE
C - somente com tempo bom.
D - outra.

Facilidade de movimento:
6 A - rápido. ALFA
B – lento.

7 Pontos críticos. PONTE NO P CT 34


SERÁ EMITIDO AZUL 4 E AZUL
Outras considerações (obstáculos, outros
8 7!
dados para completar a informação).
CÂMBIO!

Tab 23 - Modelo de Informe de Rec Eixo.

D-6
EB70-CI-11.457
D.2.3.9 Informe sobre Obstáculo - AZUL 7
D.2.3.9.1 O informe sobre obstáculo (AZUL 7) é utilizado para transmitir dados
sobre um obstáculo e sobre o eixo de reconhecimento ou de deslocamento.
D.2.3.9.2 Deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO


Identificação de quem informa e tipo de AÇO! AQUI CENTAURO!
(linha)
informe. AZUL 7!
1 GHD. 121530ABR2021
2 Localização. 233-745
3 Tipo de obstáculo. ABATÍS
4 Armas inimigas que batem o obstáculo. NENHUM
REC ITN ALTERNATIVO SERÁ
5 Ação do observador. EXPEDIDO AZUL 8!
CÂMBIO!
Tab 24 - Modelo de Informe de Obstáculo.

D.2.3.10 Informe sobre Desvio ou Itinerário Alternativo - AZUL 8


D.2.3.10.1 O informe sobre desvio do itinerário ou itinerário alternativo (AZUL 8) é
utilizado para transmitir dados sobre um desvio a ser feito, ou utilizado, ou sobre
um itinerário alternativo que será percorrido durante uma missão.
D.2.3.10.2 Deve seguir o modelo:

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLOS


Identificação de quem informa e tipo de AÇO! AQUI CENTAURO!
(linha)
informe AZUL 8!
Característica do desvio:
A - comprimento.
B - largura.
ALFA-700
C – Tipo de solo:
BRAVO – 8
1 CA. asfalto;
CHARLIE – BRAVO
CB. caminho secundário;
DELTA 10 - 100
CC. caminho;
CD. através do campo.
D – Inclinação.
2 Coordenadas (desde – até) 221530 - 22122531
Tipo:
A - todo tempo.
3 B - restrito com chuva. BRAVO
C - somente com tempo bom.
D - outra.
CONTINUO REC!
4 Ações do observador.
CÂMBIO!

Tab 25 - Modelo de Informe de Desvio ou Itinerário Alternativo.


D-7
EB70-CI-11.457
D.2.4 INFORMES LOGÍSTICOS
D.2.4.1 Os informes logísticos referem-se aos dados sobre logística do Pel
C Mec a serem transmitidos ao seu Esqd C Mec.
D.2.4.1.1 Serão padronizados os seguintes assuntos relacionados a logística:
a) AMARELO 1 – Informe de Estado de Material;
b) AMARELO 2 - Informe de Necessidade de Sup de Cl III; e
c) AMARELO 3 - Informe de Necessidade de Sup de Cl V.

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem informa e tipo de AÇO! AQUI CENTAURO! AMA-


(Linha)
informe. RELO 1!

ARMAMENTO E VIATURAS

1 Canhão 120 AVARIADO

2 Mtr .50

3 Mtr 7,62 mm MAG

4 Mtr 7,62 mm MAG AAe

5 Mtr 7,62 mm MAG COAX

6 Mtr 7,62 mm MINIMI

7 L Gr Veicular 40 mm

8 Gr Fum 40 mm

9 Fz 5,56 mm

10 Pst 9 mm PERDIDA

.... ....

14 VBC Cav

15 VBTP-MSR

16 VBMT – Rec LSR

17 VBMT - Mrt Me LSR

EQUIPAMENTO DQBRN

18 Máscara contra gases

.... .... ....

Tab 26 - Modelo de Informe de Estado de Material

D-8
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÕES E ELETRÔNICA

25 Rádio Portátil VHF...

.... .... ....

EQUIPAMENTOS ESPECIAIS

33 GPS

34 GCB

35 VN

36 Binóculo

.... .... ....

75 Autenticação (se solicitado) CÂMBIO!

Tab 26 - Modelo de Informe de Estado de Material (continuação)

D.2.4.1.2 Outros informes AMARELOS poderão ser padronizados pelas SU e/ou


RC Mec, conforme a necessidade da missão ou da logística.
D.2.4.2 Informe de Estado do Material - AMARELO 1
D.2.4.2.1 O informe de estado do material - INFEMAT (em inglês, ESTAT) será
enviado diariamente conforme previsão na NGA ou na O Op da SU.
D.2.4.2.2 Somente deverão ser transmitidos os dados das linhas cujo assunto
tenha sofrido alteração em relação ao último informe emitido.
D.2.4.2.3 A tabela anterior é um exemplo resumido do material a ser informado
que deverá ser adaptado à dotação de material em uso pelo Pel C Mec.
D.2.4.3 Informe de Necessidade de Suprimento de Classe III- AMARELO 2

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem informa e tipo de AÇO! AQUI CENTAURO! AMA-


(Linha)
informe. RELO 2!

ARMAMENTO E VIATURAS
1 GDH 121630ABR2021
2 OD 1500
3 Óleo SAE 10
4 Óleo SAE 30 30
5 Óleo SAE 50
Tab 27 - Modelo de Informe de Suprimento de Classe III.

D-9
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

... .... ....

15 Líquido de freio TH 310

... .... ....

30 Autenticação (se solicitado) CÂMBIO!

Tab 27 - Modelo de Informe de Suprimento de Classe III (continuação).

D.2.4.3.1 O informe de necessidade de suprimento Classe III (Combustíveis e


Lubrificantes) deverá ser enviado diariamente, conforme previsão na NGA ou na
O Op da SU.
D.2.4.3.2 O Pel C Mec deverá solicitar a necessidade de combustível para com-
pletar toda dotação das viaturas do Pel C Mec.
D.2.4.4 Informe de Necessidade de Suprimento de Classe V - Munição  -
AMARELO 3
D.2.4.4.1 O informe de necessidade de suprimento Classe V (Munição) deverá
ser enviado diariamente, conforme previsão na NGA ou na O Op da SU.
D.2.4.4.2 Deverá ser informada a necessidade de munição para completar a
dotação do Pel C Mec.
D.2.4.4.3 O informe a seguir é um modelo e deverá ser adaptado ao armamento
da dotação do pelotão e seus calibres.

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem informa e tipo de AÇO! AQUI CENTAURO! AMA-


(Linha)
informe. RELO 3!

ARMAMENTO E VIATURAS

1 GDH 121635ABR2021

2 HEAT 120 20

3 APFSDS-T 120 15

... .... ....

10 HEAT 40 mm 60

... .... ....

15 .50 M1 2.000

16 7,62 M1 4.000

Tab 28 - Modelo de Informe de Suprimento de Classe V.


D-10
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

... .... ....

30 Autenticação (se solicitado) CÂMBIO!

Tab 28 - Modelo de Informe de Suprimento de Classe V (continuação).

D.2.4.5 Os informes logísticos (AMARELOS) podem ser emitidos em complemento


a um informe AZUL 2 (situação tática).
D.2.5 INFORMES DE RECURSOS HUMANOS E DE SAÚDE
D.2.5.1 Os informes de Recursos Humanos e de Saúde referem-se a dados
sobre o pessoal do Pel C Mec a serem transmitidos ao seu Esquadrão.
- Serão padronizados os seguintes assuntos relacionados a logística:
a) VERMELHO 1 - Informe de situação de pessoal;
b) VERMELHO 2- Informe de solicitação de evacuação médica;
c) VERMELHO 3- Informe sobre captura de PG/Documentos.
D.2.5.2 Informe de Situação de Pessoal - VERMELHO 1
D.2.5.2.1 O informe sobre a situação do pessoal deverá ser enviado diariamente,
conforme previsão na NGA ou na O Op da SU.
D.2.5.2.2 O Pel deverá informar somente as linhas que sofreram modificações.

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem informa e tipo AÇO! AQUI CENTAURO!


(Linha)
de informe. VERMELHO 1!

PESSOAL

1 GDH 121700ABR2021

Efetivos:
A-1
A – Oficiais.
2 B-5
B - Sargentos.
C-42
C – Cabos e Soldados.

Baixas:
A - Mortos.
3 B-2
B - Feridos.
C – Desaparecidos.

Tab 29 - Modelo de Informe de Pessoal.

D-11
EB70-CI-11.457

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Necessidade de evacuação:
A - Feridos.
4 B-1
B - PG.
C – Civis.

Necessidade de recompletamento:
A - Exp G Exp
5 B-1
B - Mot VBC Cav
C - ...

... .... ....

30 Autenticação (se solicitado) CÂMBIO!

Tab 29 - Modelo de Informe de Pessoal (continuação).

D.2.5.3 Informe de Solicitação de Evacuação Médica - VERMELHO 2

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem informa e tipo do AÇO! AQUI CENTAURO! VER-


(Linha)
informe. MELHO 2!

EVACUAÇÃO MÉDICA

1 Localização (criptografado). 2234 - 7745

2 Número de baixas. 4

Categoria dos pacientes:


A - URGENTE.
3 A2, B2.
B - PRIORITÁRIO.
C - NORMAL.

... .... ....

10 Autenticação (se solicitado). CÂMBIO!

Tab 30 - Modelo de Informe de Evacuação Médica.

- O informe de solicitação de evacuação médica será enviado à SU sempre que o


Pelotão não puder evacuar os seus feridos até o Refu F (ATSU), ou quando a gra-
vidade dos ferimentos indicarem que o(s) militar(es) necessita(m) ser evacuado(s)
por pessoal especializado (Tu Ev).

D-12
EB70-CI-11.457
D.2.5.4 Informe sobre Captura de Prisioneiros de Guerra/Documentos -
VERMELHO 3
- O informe sobre captura de Prisioneiro de Guerra deverá ser enviado ao Esqd
C Mec imediatamente após a captura do PG, conforme previsão na NGA ou na
O Op da SU.

SEQUÊNCIA INFORMAÇÃO EXEMPLO

Identificação de quem in-


(Linha) AÇO! AQUI CENTAURO! VERMELHO 3!
forma e tipo do informe.

1 Elemento capturado. PG DOCUMENTO

2 GDH da captura. 121740ABR2021 121730ABR2021

3 Local. 2234 - 7745 2234 - 7745

(OMITIDO SE FOR QUEM


4 Quem realizou a captura. CAVALO 5
INFORMA)

SOZINHO. ESCONDI-
ENCONTRADO
DO NA MATA. PERNA
COM ELEMENTO
Circunstâncias da captu- FRATURADA. NÃO
5 MORTO DA GUAR-
ra (breve descrição). OFERECEU RESISTÊN-
NIÇÃO DA VBC CC
CIA. PROVAVELMENTE
DESTRUÍDA.
PARAQUEDISTA.

6 Ação de quem informa. CONTINUO NO REC! CÂMBIO!

Fig 31 - Modelo de Informe sobre captura de Prisioneiro de Guerra/Documentos.

D.2.6 INFORME SOBRE O ESTADO OPERACIONAL


D.2.6.1 O informe sobre Estado Operacional do Pel C Mec deverá ser enviado
a seu Esquadrão após cada fase da operação, ou missão, ou logo após o seu
engajamento com o inimigo num combate de encontro, numa ação retardadora
etc. Ele tem a finalidade de transmitir, de forma sucinta, ao Cmt Esqd C Mec as
condições do Pelotão para continuar a cumprir a sua missão, após esse engaja-
mento com o inimigo.
D.2.6.2 Classificação do Estado Operacional do Pelotão
- A tabela a seguir resume os dados para a classificação do Estado Operacional
do Pelotão.
D.2.6.2.1 VERDE:
- O Pelotão está em boas condições de continuar a cumprir a sua missão (degra-
dação até 90% da situação ideal: a situação padrão de Ordem de Marcha). Seus
militares estão em boas condições. O combustível e a munição são suficientes

D-13
EB70-CI-11.457
para prosseguir no cumprimento da missão.
D.2.6.2.2 AMARELO:
- O Pelotão tem condições de cumprir sua missão (degradação até 80% da situ-
ação ideal: a situação padrão de Ordem de Marcha). Há militares com ferimentos
leves. As viaturas possuem até metade de seu combustível e foi consumido até
20% da dotação de munição.
D.2.6.2.3 VERMELHO:
- O Pelotão possui regular capacidade de cumprir sua missão (degradação até
60% da situação ideal: a situação padrão de Ordem de Marcha). Há militares gra-
vemente feridos. As viaturas possuem até 1/4 de seu combustível e foi consumido
até 40% da dotação de munição.
D.2.6.2.4 PRETO:
- O Pelotão não tem condição de cumprir a sua missão (degradação maior que
60% da situação ideal: a situação padrão de Ordem de Marcha). Há militares
mortos. As viaturas possuem menos de 1/4 de seu combustível e foi consumido
mais que 40% da dotação de munição.

ESTADO
ESTADO ESTADO CLAS-
ESTADO OPE- CLASSE V
DESCRIÇÃO DO SE III (COMBUS-
RACIONAL (MUNIÇÃO E
PESSOAL TÍVEL)
ARMAMENTO)
Em boas
As guarnições
condições para
das VB e frações
continuar o
VERDE encontram-se > 3/4 >90%
cumprimento
em boas condi-
da missão
ções.
(>90%)
Em condições Qualquer
de continuar o elemento das
AMARELO cumprimento guarnições e das > 1/2 >80%
da missão frações levemen-
(>80%) te ferido.
Qualquer
Capacidade
elemento das
regular de cum-
VERMELHO guarnições e das > 1/4 >60%
prir a missão
frações grave-
(>60%)
mente ferido.
Quando ocorre a
Sem capacida-
baixa de dois ou
PRETO de de cumprir a < 1/4 <60%
mais elementos
missão (<60%)
do pelotão,
Tab 32 - Quadro de Estado Operacional.

D-14
EB70-CI-11.457
ANEXO E
DISPOSITIVOS EXPLOSIVOS IMPROVISADOS

E.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


E.1.1 Nos conflitos atuais, o campo de batalha tem se deslocado, cada vez mais,
das áreas rurais para as áreas edificadas e urbanas.
E.1.2 Esse deslocamento tem levado a um crescente emprego das tropas blin-
dadas e mecanizadas nos combates no interior das cidades, alterando a doutrina
de emprego, até então voltada para o seu isolamento dessas áreas. O ambiente
urbano e edificado, com suas características singulares, limita bastante o emprego
da tropa blindada e mecanizada que não pode explorar todas as suas capacidades.
E.1.3 O campo de batalha urbano e edificado tem sido palco de combates não
só entre tropas regulares, mas também, entre estas e grupos irregulares e orga-
nizações criminosas que utilizam da população civil como forma de anonimato
e proteção, além de facilidades logísticas. Essas forças irregulares empregam,
frequentemente, armamento e explosivos não convencionais, como forma de
causar baixas, inquietação e abalar o moral das tropas regulares.
E.1.4 O poder de destruição desses dispositivos explosivos improvisados, bem
como seu efeito sobre as tropas, faz com que os exércitos modernos passassem
a adestrar suas tropas na sua identificação e neutralização.
E.1.5 O Pel C Mec, quando empregado em áreas edificadas ou urbanas, em
situações de guerra e de não guerra, poderá ficar exposto à ação desses enge-
nhos explosivos improvisados, sendo necessário que seus integrantes tenham
conhecimento do modo como são empregados e saibam como identificá-los, de
forma a reduzir suas baixas e danos a seu equipamento.
E.1.6 Um DEI é um artefato explosivo de construção caseira, muito utilizado por
forças não convencionais. Pode ser construído a partir de explosivos militares,
tais como granadas de artilharia.

E.2 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS DEI


E.2.1 VISÃO GERAL
E.2.1.1 Os grupos irregulares utilizam, normalmente, munições militares para fazer
a maioria dos DEI. Qualquer um que tenha acesso às granadas de artilharia ou
morteiro pode montar um DEI.
E.2.1.2 Os DEI podem ser móveis, como um carro-bomba, ou estáticos, como
um projétil de artilharia enterrado ao longo de uma estrada ou a cavaleiro desta.

E-1
EB70-CI-11.457
E.2.1.3 Uma variedade de métodos pode ser utilizada para acionar os DEI. Conhe-
cer os tipos usados na A Op é crucial para os integrantes do Pel C Mec identificá-lo
e favorecer sua neutralização por elementos especializados. Dentre os métodos
de acionamento poderão ser utilizados rádios ou arame de tração; poderá haver
um sistema de acionamento anti-manipulação (por pressão, descompressão etc),
entre outros. Um DEI secundário, oculto, pode ser usado em conjunto com o DEI
principal. Os DEI estarão, geralmente, ocultos.
E.2.1.4 Um DEI básico é, normalmente, constituído de:

Fig 289 - Componentes de um DEI.

a) carga principal;
b) iniciador;
c) fonte de energia;
d) interruptor; e
e) recipiente.
E.2.2 CATEGORIAS DOS DISPOSITIVOS EXPLOSIVOS IMPROVISADOS
E.2.2.1 Os DEI podem ser classificados em 5 categorias:
a) rádio controlado – RCDEI (Radio Controlled/ ED –RCIED);
b) com comando fio – CFDEI (Command Wire/ ED –CWIED);
c) acionado por ação da vítima -AACDEI (Victim Operated/ IED –VOIED);

E-2
EB70-CI-11.457
d) veículo DEI – VDEI (Vehicle Born/ IED –VBIED); e
e) projétil explosivo – PE (Explosively Formed Projectile – PFE).
E.2.2.2 DEI Radio Controlado
E.2.2.2.1 Os DEI rádio controlados (RCDEI) foram amplamente utilizados pelos
insurgentes na 2ª Guerra do Golfo. Há uma variedade de dispositivos que podem
remotamente acionar os DEI.
E.2.2.2.2 Qualquer fonte que transmita um sinal de rádio pode ser adaptada para
funcionar como um acionador (gatilho).

Fig 290 - Componentes de um DEI rádio controlado.

E.2.2.2.3 Com o tempo, o inimigo aperfeiçoou o design do dispositivo e técnicas


de construção. Os RCDEIs possuem dimensões reduzidas e podem ser insta-
lados mais rápido do que o DEI com Comando Fio. Dispositivos acionados por
rádio permitem ao inimigo acioná-lo fora do alcance do sistema de armas amigo.
E.2.2.2.4 São exemplos de acionadores: alarmes de carro modificados, abridores
de portas de garagem, abridores de portas de carros, carro ou avião de brinquedo,
rádio controlados, campainhas sem fio, telefones sem fio, celulares, rádios etc.
E.2.2.3 DEI com Comando Fio - CFDEI
E.2.2.3.1 Os DEI com Comando Fio (CFDEI) demandam mais tempo para seu
lançamento.
E.2.2.3.2 O fio (cabo de detonação, fio de comando), que liga o dispositivo ao
acionador, geralmente está oculto, podendo ser de qualquer cor ou tamanho,
chegando a ter mais de 1000 metros.

E-3
EB70-CI-11.457
E.2.2.3.3 O local de acionamento é fixo, o que facilita a determinação das possíveis
posições de acionamento por parte da tropa (estudo do terreno).

Fig 291 - DEI com comando fio.

E.2.2.3.4 Geralmente utilizam um ponto de referência para o acionamento sobre


alvos móveis (no caso da figura, o poste).
E.2.2.3.5 A figura seguinte ilustra a perspectiva do inimigo em relação ao campo de
batalha. O canal de irrigação é um obstáculo no acostamento, paralelo à estrada
de terra, e esconde da tropa de reconhecimento o posicionamento do artefato.
Após o acionamento, a tropa dificilmente identificaria a posição de acionamento,
antes do inimigo evadir-se.

Fig 292 - Exemplo de local para lançamento de um DEI com comando fio.

E-4
EB70-CI-11.457
E.2.2.4 DEI Acionado por Ação da Vítima
E.2.2.4.1 Neste dispositivo, normalmente, o inimigo adiciona armadilhas, acio-
nadores de pressão, infravermelho passivo e cordéis de tropeço, tornando o
dispositivo acionado por ação da vítima (AAVDEI)

Fig 293 - Acionadores – DEI acionado por ação da vítima.

E.2.2.4.2 Estes dispositivos foram criados como resposta às ações das tropas,
onde os dispositivos eram localizados e desarmados. Nos últimos conflitos foram
amplamente utilizados em estradas de menor trânsito de tropas e viaturas.
E.2.2.5 Veículo DEI

Fig 294 - Tráfego civil – dificuldade para identificar um veículo DEI.

E.2.2.5.1 Ataques suicidas utilizando Veículos DEI (VDEI), também conhecidos


por carro-bomba, foram muito utilizados em diversos teatros de operações no
mundo e, atualmente, representam uma das formas mais mortais de ataque
inimigo contra tropas convencionais.
E.2.2.5.2 Os VDEI empregam enormes quantidades de explosivos contra um alvo
fixo ou móvel, com resultados catastróficos.

E-5
EB70-CI-11.457
E.2.2.6 DEI Projétil Explosivo
E.2.2.6.1 Os ataques por Projétil Explosivo (PE - PFE) têm uma alta taxa de danos.
A ameaça desse DEI é extremamente difícil de combater, sendo o tipo de ataque
com a maior eficácia global na atualidade.
E.2.2.6.2 A energia explosiva é liberada diretamente para fora da superfície da
carga explosiva, podendo ser direcionada. Quando detonado, o DEI libera uma
onda de choque a uma velocidade muito alta, capaz de penetrar diversos tipos
de proteção e blindagem.

Fig 295 - Danos causados a um veículo por projétil explosivo.

E.2.2.6.3 Características da fabricação e instalação desse tipo de DEI: núcleo


(EFP) único ou múltiplo, vários núcleos cobertos com espuma, “2 x 3 EFP” é co-
mum para várias matrizes, instalação similar às minas claymores (mina de ação
horizontal) e é comum a utilização de acionamento por sensor infravermelho (PIR).

Fig 296 - DEI com projétil explosivo - PFE.

E-6
EB70-CI-11.457
E.2.3 OCULTAÇÃO DOS DEI
E.2.3.1 O Pel C Mec poderá encontrar diversos métodos que são usados
para disfarçar e/ou ocultar DEIs e seus componentes. Os mais comuns são:
a) rochas, entulhos ou lixo no acostamento de estradas;
b) crateras, buracos;
c) veículos parados;
d) contenções de concreto (escondida dentro);
e) blocos de concreto;
f) parapeitos;
g) bolsas;
h) interior de carcaças de animais; e
i) restos humanos (corpos).

Fig 297 - Acionamento do DEI por sensor infravermelho.

E.2.3.2 Os DEIs são frequentemente enterrados na estrada, ao lado da estrada,


ou em crateras de explosão antigos. O S2 do RC Mec ou do Esqd C Mec/Brigada
poderá auxiliar as SU e seus Pel C Mec a determinar a ameaça mais comum na
área de operações.

E.3 EXPLORANDO OS DEI


E.3.1 FUNDAMENTOS PARA RECONHECER UMA PROVÁVEL ÁREA COM DEI
E.3.1.1 Conhecer quais são as ameaças DEI em sua área de operações (S2).

E-7
EB70-CI-11.457
E.3.1.2 Conhecer o terreno.
E.3.1.3 Os DEI, geralmente, poderão estar localizados próximos às torres de ce-
lular, usado para a transmissão do sinal, observação e perto de igrejas, utilizadas
para observação (torre);
E.3.1.4 Observar, constantemente, a área ao redor de sua VB, sua seção/grupo/
peça e o pelotão.
E.3.1.5 Procurar pensar no processo de decisão do inimigo: tempos, lugares e
alvos prioritários.

Fig 298 - DEI em placa de concreto.

E.3.2 REGRAS PARA AVALIAÇÃO DE UM DEI


E.3.2.1 Os integrantes do Pel C Mec, para uma avaliação eficaz, devem tomar
por base as quatro regras:
a) tamanho;
b) forma;
c) localização; e
d) detalhes - TFLD.
E.3.2.1.1 Tamanho
a) É grande o suficiente para colocar uma granada? Lembre-se que parte do
objeto pode estar oculto.
b) Objetos grandes, afastados de uma estrada, geram danos maiores. Neste caso,
verificar a forma e localização do DEI.

E-8
EB70-CI-11.457
E.3.2.1.2 Forma
a) A forma do lixo, rocha, caixa ou lata é importante.
b) É um pneu abaulado ou desfigurado?
c) É uma caixa modificada de alguma forma?
d) É um saco de lixo desfigurado?
e) Se o lixo está na estrada, você deve retirar de qualquer maneira (fateixa, tiro
de Mtr, Lç Gr etc.).
f) A contenção ou objeto é diferente de qualquer outro objeto próximo a ele?
g) A forma é diferente do restante em largura e comprimento?
h) É um cone de trânsito deformado de alguma forma?
i) Se ele atende quanto ao tamanho e forma, determinar a sua localização.

Fig 299 - Granada de artilharia dentro de bloco de concreto.

E.3.2.1.3 Localização
a) A localização do DEI é muito importante.
b) O quanto afastado da estrada (objetivo) está em relação ao seu tamanho? Os

E-9
EB70-CI-11.457
DEI pequenos devem estar próximos ao alvo. Um DEI médio, secundário, pode
estar instalado para cobrir o efeito desejado. Os DEI maiores podem estar mais
afastados ainda da estrada.
c) É um buraco de explosão antigo?
d) Está coberto por arame farpado ou lixo?
e) Se a resposta é sim a qualquer um destes e se cumpre com os critérios de
tamanho e forma, provavelmente é um DEI.

E.3.2.1.4 Detalhes
a) A prática na identificação dos DEI em uma determinada região, ou instalados
por determinado grupo, permitirá relacionar os detalhes desses DEI que possibi-
litarão identificá-los mais facilmente.
b) Detalhes dos DEI de uma determinada área ou grupo irregular poderão não
ser observados em outra área ou nos DEI de outro grupo.
c) Podem ser caracterizados como detalhes dos DEI: antenas; cabos; munições
expostas; receptor ou componentes eletrônicos etc.
E.3.2.2 Usando a técnica TFLD, o Pel C Mec poderá efetivamente deslocar-se
a 8-16 Km/h em uma área de operações com moderada probabilidade de se
encontrar um DEI. A sorte desempenha um pequeno papel na limpeza do eixo:
a) determinar a área e o possível efeito da carga dirigida; e
b) localizar o gatilho, verificar como ele está instalado no DEI e se pode ser acio-
nado utilizando fogo (de Mtr por exemplo).
E.3.2.3 A sorte não desempenha nenhum papel quanto ao profissionalismo, ao
foco, ao fazer o seu trabalho, ao prestar atenção nos detalhes, ao estar alerta, ao
trabalho em equipe, às comunicações e ao orgulho para salvar vidas.
E.3.3 LOCAIS
E.3.3.1 Os DEI somente podem ser lançados em locais onde a ocultação
permita. Uma solução é a limpeza da área de operações (em especial no
ambiente urbano):
a) limpeza das vias de acesso;
b) enchimento de buracos e de crateras;
c) remoção de entulho das vias de acesso (com implementos de engenharia); e
d) remover arbustos, montes de terra e lixo.
E.3.3.2 Para tanto, o Pel C Mec deve determinar as áreas propícias ao lançamento
de DEI pelo adversário e, se possível, alterá-las a seu favor.
E-10
EB70-CI-11.457

Fig 300 Limpeza de uma área.

E.4 PRINCÍPIOS DO COMBATE CONTRA OS DEI


E.4.1 MENTALIDADE OFENSIVA
E.4.1.1 Se o pelotão sofre um ataque ou identifica um DEI, está em contato com
o inimigo. O Cmt Pel C Mec e seus Cmt Frações devem estar preparados para
compreender rapidamente a situação a fim de ganhar tempo e manter o contato
com o inimigo, manobrando com oportunidade para finalmente eliminar ou cap-
turar seus adversários.
E.4.1.2 Para tanto, é importante obter e manter a profundidade e frente do dis-
positivo, por meio de pelotões/frações dispostas paralelamente e apoio aéreo
aproximado (Av Ex ou F Ae).
E.4.2 DESENVOLVER E MANTER A CONSCIÊNCIA SITUACIONAL
E.4.2.1 A natureza clandestina e fugaz de táticas insurgentes, junto com o desafio
de conduzir operações militares em terreno urbano exige que os integrantes do
Pel C Mec (particularmente o Cmt Pel e os Cmt Frações) mantenham um contínuo
estado de consciência situacional.
E.4.2.2 A consciência situacional é a chave para ver, entender e agir sobre os
indicadores de um ataque, negando a vantagem do fator surpresa por parte do
inimigo.
E.4.2.3 Elementos para criar a consciência situacional:
a) reconhecimento desembarcado (determinar que o G Exp desembarque e faça
o reconhecimento aproximado do local, área ou DEI);
b) manter as comunicações (comando e controle);
c) estudo do inimigo (conhecer o seu modo de operar é a chave para o sucesso);
d) observação em 360º (setores de vigilância em todas as frações, cobrindo todo

E-11
EB70-CI-11.457
o Pel C Mec); e
e) estar em condições de reagir (estado de alerta e prontidão das frações).
E.4.3 EVITAR PADRÕES DEFINIDOS
E.4.3.1 O inimigo estudará a doutrinaria de emprego do Pel C Mec e, principal-
mente, observará as rotinas do pelotão.
E.4.3.2 Evitar ações recorrentes pelos mesmos locais itinerários e horários ajudam
a evitar a eficácia dos ataques.
E.4.4 SEGURANÇA EM 360º
E.4.4.1 Atividade inimiga que se mistura entre a população local é difícil de ser
detectada e podem ameaçar o Pel C Mec de qualquer direção.
E.4.4.2 Portanto, a vigilância em 360º deve ser mantida com o grau de segurança
que a situação exija se o pelotão e suas frações estão embarcados ou desem-
barcados.
E.4.5 MANTER DISTÂNCIA DE SEGURANÇA
E.4.5.1 Sempre que possível, manter uma distância segura dos locais mais
propensos a esconder um IED, por exemplo, acostamento de estradas, veículos
parados ao longo de um eixo etc.
E.4.6 MANTER A DISPERSÃO
E.4.6.1 A fim de reduzir o risco, as frações do pelotão (e suas Pa e VB) devem
manter distância suficiente entre as VB ou as frações desembarcadas (Pa e Esq),
conforme a situação permita. Na medida do possível, a uma fração desembar-
cada deve permanecer sempre no raio de ação da sua VB (protegida pelo seu
sistema de armas).
E.4.6.2 Os Cmt Pel C Mec devem trabalhar contra a tendência de cerrar as dis-
tâncias durante os altos. Todos, particularmente os Cmt Pel, Cmt Frações e Cmt
VB, devem estar, constantemente, focados em manter a distância e a dispersão.
E.4.7 USAR A PROTEÇÃO BLINDADA
E.4.7.1 A proteção blindada salva vidas, mas não estão vinculadas a ela. As guar-
nições devem, sempre que possível, permanecer embarcadas sob a proteção da
blindagem de suas VB. Quando a situação permitir, deverá ser aproveitada essa
oportunidade para os integrantes das guarnições desembarcarem.
E.4.7.2 Os atiradores devem permanecer em suas armas, tanto quanto possível,
sempre prontos a reagir a qualquer ameaça.
E.4.8 CONHECER AS CAPACIDADES PRÓPRIAS

E-12
EB70-CI-11.457
E.4.8.1 O Cmt Pel C Mec, assim como as suas frações, devem conhecer suas
capacidades e limitações, sejam pelos sistemas de armas ou pelas capacidades
pessoais de cada um.

E.5 AÇÕES IMEDIATAS


E.5.1 GENERALIDADES
E.5.1.1 Seguindo o padrão de atuação do Pel C Mec (desdobrar, informar, escla-
recer a situação, selecionar uma linha de ação e informar), as ações imediatas
durante o contato basicamente se resume em atirar, mover-se e comunicar-se.
E.5.1.2 Quando o contato se dá após o acionamento de um DEI, as ações devem
ser: resposta rápida, agressiva, precisa e letal, localizar o inimigo, manter segu-
rança em 360º, sair da área de matar, tratar/avaliar as baixas, informar a situação,
procurar/localizar DEI secundário e esperar um ataque secundário.
E.5.2 CONFIRMAR
E.5.2.1 Tentar confirmar (por observação) de uma distância segura:
a) usar a proteção blindada quando disponível.
b) empregar o mínimo de pessoal.
E.5.2.2 Observar os indicadores:
a) antenas;
b) cabos;
c) munições expostas; e
d) receptor ou componentes eletrônicos.
E.5.3 LIMPAR
E.5.3.1 Evacuar a área a uma distância segura em função dos fatores da decisão.
E.5.3.2 Distância mínima de segurança de 300 metros (as distâncias variam, não
definir padrões).
E.5.3.3 Procurar DEI secundários (de 5 a 25 m da principal).
E.5.3.4 Ao responder a um DEI, considere limpar uma área de 500 m (analisar os
fatores da decisão MITeMeTe-C).
E.5.4 INFORMAR
E.5.4.1 Informar a tropa (todos no pelotão devem tomar conhecimento do inci-
dente com DEI).
E.5.4.2 Informar ao escalão superior.

E-13
EB70-CI-11.457
E.5.4.3 Solicitar evacuação de feridos e mortos, SFC.
E.5.5 ISOLAR
E.5.5.1 Estabelecer uma área de isolamento em torno do local do DEI, com base
nos fatores da decisão.
E.5.5.2 Concentrar-se na observação para fora dessa área (buscar o homem
com o gatilho).
E.5.5.3 Verificar pessoas deixando a área para:
a) acionar dispositivos;
b) utilizar câmeras de vídeo; e
c) fornecer segurança em 360º.
E.5.6 CONTROLAR
E.5.6.1 Só permitir que pessoal autorizado entre na área de isolamento.
E.5.6.2 Desviar o tráfego civil (SFC).
E.5.6.3 Estabelecer uma área para primeiros socorros (SFC).

E.6 COMBATE CONTRA VEÍCULOS DEI


E.6.1 OS VEÍCULOS DEI PODEM SER COMBATIDOS:
a) com emprego de segurança em 360º e com regras de engajamento mais
agressivas;
b) lançando obstáculos entre o objetivo a ser protegido e o tráfego civil;
c) considerando que qualquer veículo pode, potencialmente, ser um VDEI; e
d) mantendo uma distância de 200 metros entre a área livre e a protegida.
E.6.2 IDENTIFICAÇÃO
- Os veículos DEI podem ser detectados com base nas características do veículo
e do motorista, ações de motorista, assim como sinais da área.
E.6.2.1 São indicadores potenciais de veículos DEI:
E.6.2.1.1 Característica do veículo:
a) uma antena adicional (IED Rádio Controlado);
b) vidros escurecidos ou cobertos;
c) pintura recente de veículo que abranja alterações na estrutura;
d) furos grosseiramente cobertos, feitos na lataria do veículo;

E-14
EB70-CI-11.457
e) marcas de solda nova;
f) não possui placas de identificação;
g) acompanhado por segurança (escolta de outro veículo incomum); e
h) pneus novos em um veículo antigo.

Fig 301 - Veículo suspeito com DEI instalado.

E.6.2.1.2 Características do motorista e suas ações:


a) presença de um motorista solitário, masculino;
b) motorista ignorando as ordens para parar;
c) tentativa de contornar um posto de segurança;
d) tentativa de realizar manobras próximo ao Pelotão ou às suas frações; e
e) aparência incomum.

E-15
EB70-CI-11.457

E-16
EB70-CI-11.457
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR6021 - Pu-


blicação científica impressa. Documentação. Rio de Janeiro, 2003.

MINISTÉRIO DA DEFESA (Brasil). Glossário das Forças Armadas. MD35-G-01.


5ª Ed. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2015.

_______. Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções Carto-


gráficas das Forças Armadas. MD33-M-02. 3ª Ed. Brasília, DF: Ministério da
Defesa, 2008.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Estado-Maior do Exérci-


to. Manual de Campanha Operações - EB70-MC-10.223. 5ª Ed. Brasília, DF:
Estado-Maior do Exército, 2017.

_______. Manual de Campanha Movimento e Manobra – EB70-MC-10.203.


1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

_______. Manual de Campanha Operações Ofensivas e Defensivas – EB70-


MC-10.202. 1ª. Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2017.

_______. Manual de Campanha Comando e Controle – EB20-MC-10-205. 1ª


Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2015.

_______. Manual de Campanha Fogos – EB20-MC-10.206. 1ª Ed. Brasília, DF:


Estado-Maior do Exército, 2015.

_______. Manual de Campanha Planejamento e Coordenação de Fogos –


EB70-MC-10.346. 3ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2017

_______. Manual de Campanha Logística Militar Terrestre – EB70-MC-10.228.


1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2018.

_______. Manual de Campanha Logística nas Operações – EB70-MC-10.216.


1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2018

_______. Manual de Proteção – EB20-MF-10.208. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-


Maior do Exército, 2015.

_______. Manual de Campanha Operações de Garantia da Lei e da Ordem –

R-1
EB70-CI-11.457
EB70-MC-10.242. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2018.

_______. Manual de Campanha Operações em Área Edificada – EB70-


MC-10.303. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2018.

_______. Manual de Campanha Vetores Aéreos da Força Terrestre – EB70-


MC-10.214. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2014.

_______. Manual de Campanha Operações em Ambiente Interagências –


EB70-MC-20.201. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2013.

_______. Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército.


EB10-IG-01.002. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2011.

_______. Glossário de Termos e Expressões para uso no Exército – EB20-


MF-03.109. 5ª Ed. Brasília, DF: Comando do Exército, 2018.

_______. Manual de Abreviaturas, Símbolos e Convenções Cartográficas.


C21-30. 4ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2002.

_______. Manual de Campanha Processo de Planejamento e Condução das


Operações Terrestres – EB20-MC-10.211. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do
Exército, 2014.

_______. Manual de Campanha Defesa Química, Biológica, Radiológica e


Nuclear nas Operações. EB70-MC-10.234. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2017.

_______. Manual de Campanha Defesa Antiaérea. EB70-MC-10.235. 1ª Ed.


Brasília, DF: COTER, 2017.

_______. Caderno de Instrução Medida de Proteção Eletrônica. EB70-


-CI-11.403. 1ª Ed. Brasília, DF: COTER, 2014.

_______. Manual de Campanha Batalhões de Infantaria. C 7-20. 3ª Ed.


Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2003.

_______. Caderno de Instrução Pelotão de Fuzileiros. CI 7-10/1. 1ª Ed.


Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2009.

_______. Caderno de Instrução Pelotão de Exploradores. CI 17-1-1. 1ª Ed.


Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 2002.

_______. Manual de Campanha A Cavalaria nas Operações - EB70-


-MC-10.222. 1ª Ed. Brasília, DF: Comando de Operações Terrestres, 2018.
R-2
EB70-CI-11.457
_______. Manual de Campanha Brigada de Cavalaria Mecanizada – EB70-
MC-10.309. 3ª Ed. Brasília, DF: Comando de Operações Terrestres, 2019.

_______. Manual de Campanha Regimento de Cavalaria Mecanizado –


EB70-MC-10.354. 3ª Ed. Brasília, DF: Comando de Operações Terrestres, 2020.

_______. Caderno de Instrução Pelotão de Cavalaria Mecanizado - CI 2-36-


1. 1ª Ed. Brasília, DF: Estado-Maior do Exército, 1977 (Port Nº 69, de 21 OUT
77).

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Estado-Maior do Exército.


Quadro de Cargos do QO de RC Mec nº 0219.301, BARE Nº 12 de 31 DEZ
2018.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Academia Militar das


Agulhas Negras (C Cav) - Proposta de Atualização do CI 2-36-1 Pel C Mec. 2ª
Ed. Resende. RJ, 2006.

MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Comando Militar do Sul.


Centro de Instrução de Blindados. Nota Experimental de Instrução Técnicas,
Táticas e Procedimentos de Combate (TTP) Nível SU e Pelotão. 3ª Ed. Santa
Maria, RS, 2015.

R-3
EB70-CI-11.457

R-4
EB70-CI-11.457

COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 25 de junho de 2021
https://portaldopreparo.eb.mil.br

You might also like