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Legislação Aduaneira de Importação e Exportação
Legislação Aduaneira de Importação e Exportação
Aduaneira de
Importação e
Exportação
Prof. José Luciano S. de Alencar
Indaial – 2023
1a Edição
Elaboração:
Prof. José Luciano S. de Alencar
XXXp.
ISBN XXX-XX-XXX-XXXX-X
“Graduação - EaD”.
1. Legislação 2. Importação 3. Exportação
CDD XXXXX
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Legislação Aduaneira
de Importação e Exportação. Neste material, você encontrará o conhecimento
necessário para colocar em prática as estratégias necessárias para alcançar os seus
objetivos. Com um olhar para os aspectos legais que regem as aduanas no Brasil, você
poderá compreender todas as atividades aduaneiras, bem como suas respectivas
regulamentações e fiscalizações.
Este Livro Didático está dividido em três unidades, que percorrem os pontos
fundamentais, conteúdos bases para a compreensão que envolve a legislação aduaneira,
seguido pelos conhecimentos sobre determinados regimes aduaneiros especiais – um
conhecimento dos preceitos que regem o comércio exterior brasileiro.
Bons estudos!
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................72
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................130
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 209
UNIDADE 1 -
INTRODUÇÃO COMPARADA
DE LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
ORDENAÇÃO ADUANEIRA
1 INTRODUÇÃO
3
administrativa da aduana no Brasil. A fim de prosseguir com esse tema, abordaremos
alguns conceitos utilizados na organização das aduanas. Comecemos conceituando o
que são alfândegas.
4
Conforme esclarece o Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita
Federal do Brasil (SINDIRECEITA, 2018, p. 5), os objetivos das Administrações Aduaneiras
previstos pela OMA são:
1934
No começo da República, como já se
mencionou, o governo implantou um
Serviço de Repressão ao Contrabando
no Estado do Rio Grande do Sul
(Curiosamente, por volta de 1934, existia,
em Mato Grosso, um Serviço de Repressão
ao Contrabando
1934
Em 1934, inserida na estrutura da Direção Geral
da Fazenda Nacional, fora instalada uma Diretoria
de Rendas Aduaneiras, mais tarde transformada
em Departamento. Na mesma época, surgiu o
Conselho Superior de Tarifas, tribunal
encarregado de julgar o contencioso
administrativo alfandegário;
1957
Em 1957, o governo criou um novo órgão,
o Conselho de Política Aduaneira, para
assessorar o Ministro da Fazenda em
assuntos de alteração de alíquotas,
fixação de pautas de valor mínimo e
nomenclatura tarifária;
1960
Na década de 1960, foi instituído o Serviço
Nacional de Fiscalização das Rendas Aduaneiras-
SENAFRA, que tinha a atribuição de zelar pela
legislação alfandegária na chamada "zona
secundária", fora dos limites das aduanas;
1968
Em 1968, com a substituição da Direção
Geral pela Secretaria da Receita Federal,
o Departamento de Rendas Aduaneiras
foi abolido, passando suas atribuições a
serem exercidas especialmente pelos
Sistemas de Fiscalização e Tributação.
5
“A administração aduaneira no Brasil e, por conseguinte, “o controle do comércio
exterior está sob a autoridade do Ministério da Fazenda, por comando constitucional
expresso no artigo 237 da Constituição Federal” (SINDIRECEITA, 2018, p. 6). Esse artigo
determina que “a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa
dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda”
(BRASIL, 1988). Em complemento, podemos destacar que o Ministério da Fazenda
possui a sua estrutura regimental definida no Decreto nº 9.003/2017. Este, em seu Art.
2º, elenca os seus órgãos de assistência direta e imediata (BRASIL, 2017a).
6
Fazolo (2022, s. p.) explica que o Direito Aduaneiro é “[a] disciplina que estuda
o controle e fiscalização exercido sobre a entrada e saída de mercadorias, veículos ou
pessoas em determinado território aduaneiro, colocando em prática a política aduaneira
definida pelo país” e, também:
DICA
Acesse, pelo QR Code , o portal Aduana e Comércio Exterior
da Receita Federal do Brasil para ler os Manuais Aduaneiros.
O vídeo aborda como é feito o controle aduaneiro
transfronteiriço, indicando os principais manuais aduaneiros.
7
3.1 DECRETO QUE REGULAMENTA A ADMINISTRAÇÃO DAS
ATIVIDADES ADUANEIRAS
Os governos fazem leis e regulamentos que regem o comércio exterior e, por
consequência, as empresas devem cumprir essas regulamentações. Tais ordenações
jurídicas também estabelecem quais são as autoridades, os seus poderes e recursos
destinados a facilitar e a exigir o atendimento das conformidades.
DIREITO ADUANEIRO
8
É a parte essencial da legislação do comércio externo de um país. Esse sistema
normativo também diz respeito às relações entre importadores e exportadores, sejam
pessoas singulares, sejam coletivas, com as autoridades administrativas e financeiras.
9
Art. 9° Os recintos alfandegados serão assim declarados pela
autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona
secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle
aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de:
I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive
sob regime aduaneiro especial;
II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados;
e
III - remessas postais internacionais. Parágrafo único. Poderão ainda
ser alfandegados, em zona primária, recintos destinados à instalação
de lojas francas.
Segundo Luz (2015, p. 23), “de acordo com a legislação aduaneira, mercadorias
procedentes do exterior (ou a ele destinadas) somente entram no Brasil (ou dele saem)
pela zona primária”. Ainda segundo o autor, ela é composta pelos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados, ou seja, declarados pela Receita Federal como locais
com alfândega instalada, possibilitando a fiscalização das mercadorias.
10
• É um órgão específico singular cuja competência é a administração dos tributos
federais, incluindo as atividades de fiscalização, lançamento do crédito tributário,
cobrança e julgamento em primeira instância dos processos administrativo-fiscais.
Além desse controle fiscal (ou tributário), exerce, também, o controle aduaneiro.
• Dirige, supervisiona, orienta, coordena e executa os serviços de administração,
fiscalização e controle aduaneiros, inclusive no que diz respeito ao alfandegamento
de áreas e recintos.
O Sindireceita (2018, p. 11) ressalta que “[...] de acordo com o Decreto nº 6.7596,
de 5 de fevereiro de 2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras,
e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior”, a Receita
Federal brasileira tem superioridade em relação às demais autoridades/órgãos.
Nessa perspectiva, fica a pergunta: mas por que tanto rigor nas fiscalizações
aduaneiras no Brasil? Para responder esse questionamento, vejamos alguns argumentos
pela ótica do comércio exterior brasileiro:
Partindo desse princípio, veja, agora, pelo ponto de vista das empresas que
atuam no comércio exterior, por meio de exportações ou importações, como é importante
saber os aspectos e parâmetros reguladores desse tipo de comércio:
11
• Todas as mercadorias submetidas ao desembaraço aduaneiro
no Brasil estão sujeitas ao controle de valor aduaneiro, por meio
do qual as autoridades aduaneiras locais conseguem verificar a
veracidade do valor declarado pelo importador, de acordo com
normas internacionais preestabelecidas e as regulamentações
locais (ZANINETTI, 2022, s. p., tradução nossa).
IMPORTANTE
Então, qual a importância da fiscalização aduaneira? Ela funciona como
a primeira barreira no controle de mercadorias que entram no país,
tendo reflexo direto na proteção às indústrias e, por consequência,
na manutenção dos níveis de empregos, evitando fraudes, coibindo
o contrabando, o descaminho e a entrada de mercadorias a preços
subfaturados (LIMA, 2008).
12
Quadro 2 – Parametrização na importação
13
Quadro 3 – Parametrização na exportação
14
mercadorias que cruzam fronteiras terrestres, marítimas e aéreas. Incluem-se merca-
dorias de origem estrangeira, nacional ou nacionalizada. Além delas, o controle adua-
neiro também inclui o trânsito de pessoas. De acordo com Rocha (2022, s. p.), “o con-
trole aduaneiro é a fiscalização e o monitoramento das atividades de comércio exterior,
envolvendo o monitoramento da entrada e saída de veículos do país, mercadorias trans-
portadas e bens existentes a bordo, incluindo a bagagem de tripulantes e viajantes”.
A entrada ou saída de
veículos procedentes
A fiscalização e o controle do exterior ou a ele
sobre o comércio exterior... Regulamento destinados só poderá
serão exercidos pelo Aduaneiro - art. 26 ocorrer em porto,
Ministério da Fazenda aeroporto ou ponto
(atualmente Secretaria da de fronteira
Receita Federal. alfandegado
CONTROLE Regulamento
Constituição Federal
art. 237 ADUANEIRO Aduaneiro
Fiscalização e controle art. 26 § 1°
sobre comércio exterior
O controle aduaneiro
Principal do veículo será
Instrumento: exercido desde o seu
DESPACHO ingresso até a sai
ADUANEIRO
efetiva saída, sendo
estendido a
mercadorias e outros
bens a bordo, inclusive
bagagem
15
O principal objetivo desse controle é garantir o cumprimento das normas
vigentes pelos agentes para detectar ações como fraudes ou contrabando. Nesse
controle, pode-se evitar ambos os golpes por meio de técnicas de controle de risco. Isso
se deve ao fato de que o exame físico de todas as cargas não é logisticamente possível.
DICA
Quer saber um pouco mais de despacho
aduaneiro na importação e na exporta-
ção? Então, acesse o respectivo QR Code e
vá direto ao site da Receita Federal do Brasil.
Lá, você encontrará descrições detalhadas,
bem como o fluxograma de cada despacho.
16
Agora, em se tratando de tributação, o Decreto nº 6.759 (BRASIL, 2009) é o que
regulamenta a administração das atividades aduaneiras e a fiscalização, o controle e
a tributação das operações de comércio exterior. O Art. 15 desse decreto, baseando-
se no Art. 237 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), estabelece que: “o exercício
da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio
exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território
aduaneiro”. Ainda no seu parágrafo único, afirma que “as atividades de fiscalização de
tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão supervisionadas e
executadas por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil” (BRASIL, 2009).
Segundo Gularte (2022, s. p.), “os impostos que incidem sobre a exportação de
serviços são o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido (CSLL). Quando a execução é feita no Brasil, há incidência de Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)”. Assim, quando se fala de tributação
dos impostos de exportação, o Decreto nº 6.759/2009, Capítulo II, aborda a incidência
e estabelece, no seu Art. 212, que o “imposto de exportação incide sobre mercadoria
nacional ou nacionalizada destinada ao exterior” (BRASIL, 2009).
17
Para complementarmos os nossos conceitos, Luz (2022, p. 115), enfatiza que
“o controle aduaneiro é realizado pela Receita Federal. A instituição responsável pela
arrecadação tributária federal é também a que faz o controle da entrada de mercadorias
no país e a saída deste”. Agora, veja que interessante:
• No controle aduaneiro, o bem tutelado pelo Estado não é o tributo, mas a segurança
da sociedade. São fiscalizadas a entrada e a saída das mercadorias, evitando-se,
por exemplo, a falsa declaração de conteúdo ou a movimentação de mercadorias
falsificadas, proibidas ou que possam trazer riscos à vida e à saúde.
• Também se verifica se os tributos aduaneiros foram corretamente recolhidos, apesar
de eles não possuírem caráter arrecadatório, mas extrafiscal ou econômico.
• Em outras palavras, a função principal do controle e dos tributos aduaneiros não é
prover aumento de arrecadação, mas servir como instrumento de controle e proteção
da economia.
Por fim, a aduana fiscaliza a operação de comércio exterior mesmo quando o bem
é objeto de imunidade ou benefício fiscal ou quando os tributos têm a sua exigibilidade
suspensa em virtude da aplicação de um regime aduaneiro especial (LUZ, 2022).
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Figura 4 – Navio de carga
ATENÇÃO
Aqui, temos que fazer uma breve conceituação e deixar bem clara a diferença entre esses
dois delitos: descaminho e contrabando. No comércio exterior, segundo o que preconiza
o Código Penal:
Descaminho
Art. 334 Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena
– reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1° - Incorre na mesma pena
quem:
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos
em lei;
19
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; e
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que
introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente
ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território
nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem.
Contrabando
Art. 334-A Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena – reclusão,
de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. § 1° Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de
registro, análise ou autorização de órgão público competente; e
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à
exportação (BRASIL, 2014).
Figura 5 – Containers
20
A Associação Latino-Americana de Integração (JURISDICCION ADUANERA,
2023, s. p.) reforça: é o poder o qual o Estado detém em todo o território do país que
controla e fiscaliza, nos termos da lei, as operações de comércio exterior, a cobrança de
direitos aduaneiros e de impostos de importação e exportação, quando for o caso, por
meio da Alfândega Nacional.
Enquanto instituição pública, a alfândega cumpre funções fundamentais ao
desenvolvimento do país, uma vez que ela tem um papel preponderante no comércio
externo, sobretudo na facilitação e agilização das operações de importação e exportação,
por meio da simplificação de procedimentos e processos.
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
22
AUTOATIVIDADE
1 Para satisfazer às necessidades de consumo e de produção, os países utilizam o
comércio exterior para comprar e vender produtos e serviços entre diferentes países.
Desta maneira, exportando produtos e serviços que não possua. Em consideração, o
processo de importação faz parte da dinâmica econômica dos países. Ele ajuda, entre
outras coisas, na aquisição de novas tecnologias, no combate à inflação e na inovação
dos processos produtivos. Com base no exposto, quais são as reais necessidades
para o pleno desenvolvimento das exportações?
23
24
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
1 INTRODUÇÃO
As áreas especiais dos regimes aduaneiros têm se mostrado um importante ins-
trumento à competitividade dos países, tornando-se canais para atrair investimentos,
gerar empregos, estimular a diversificação e produzir vínculos produtivos, bem como
transferir tecnologia. Este cenário é propício para aquelas empresas que buscam uma
forma de aumentar os seus lucros, minimizar os custos, reduzir o seu tempo e, assim,
enfrentar os desafios gerados por um mundo em mudança e com forte concorrência no
comércio exterior.
Nesse cenário, podemos indagar: por que, nos últimos anos, tem sido notório
o desenvolvimento desses locais no país, não só como geradoras de emprego, mas
também de investimento estrangeiro? A quem se destina a criação desses ambientes
produtivos? Quais os seus objetivos? Qual o interesse do governo nesses locais? Estas
e outras perguntas serão elucidadas no decorrer desta unidade.
25
DICA
No âmbito do comércio exterior, o governo disponibiliza
diversos incentivos, de forma a aquecer as relações
comerciais. No Brasil, alguns deles são chamados de
incentivos fiscais ou regimes aduaneiros especiais, que
nada mais são do que a dispensa ou desoneração do
pagamento de tributos incidentes no mercado interno
nas operações de comércio exterior. Saiba mais sobre os
regimes aduaneiros especiais pelo QR Code.
De acordo com Vazquez (2009, p. 219), “os regimes aduaneiros especiais são
assim chamados porque existe uma série de procedimentos fiscais, caracterizando-os
conforme a finalidade de cada um”. O autor ainda argumenta que as “obrigações fiscais
suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo
de responsabilidade firmado pelo beneficiário, de acordo com o que determina o Art. 71,
do Decreto-Lei n° 37/1966, alterado pelo Decreto-Lei nº 1.223/1972” (VAZQUEZ, 2009).
1. Trânsito aduaneiro.
2. Loja franca.
APLICADOS ÀS 3. Depósito especial.
OPERAÇÕES 4. Depósito afiançado.
LOGÍSTICAS 5. Depósito alfandegado certificado.
6. Depósito franco.
7. Regime tributário para incentivos à estrutura portuária.
1. Admissão temporária.
ESPECIAIS DE 2. Admissão temporária para aperfeiçoamento passivo.
ADMISSÃO OU 3. Repex.
EXPORTAÇÃO 4. Repetro.
TEMPORÁRIA 5. Exportação temporária.
6. Exportação temporária para aperfeiçoamento passivo.
26
1. Entreposto aduaneiro.
2. Entreposto aduaneiro na exportação.
3. Entreposto aduaneiro na importação.
4. Drawback.
5. Recof.
APLICADOS À
6. Entreposto aduaneiro para a construção de bens
INDÚSTRIA E AOS
destinados ao Repetro.
SERVIÇOS
7. Recom.
8. Zona Franca de Manaus.
9. Entreposto industrial da Zona Franca de Manaus.
10. Áreas de livre comércio.
11. Zona de processamento de exportação.
27
Enfatizaremos o conceito de trânsito aduaneiro, levando em conta que ele pode
ser tanto externo quanto interno. Para além desta questão, certamente, é importante
considerarmos essencial ter presente que esse procedimento não implica direitos
aduaneiros, apesar disso, envolve algumas despesas as quais devemos levar em
consideração. Normalmente, esse trânsito é utilizado como procedimento para realizar
transferências de produtos dentro do mesmo país.
28
V - A passagem, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente
do exterior e a ele destinada.
VI - O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente
do exterior, conduzida em veículo em viagem internacional até o
ponto em que se verificar a descarga.
VII - O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria
estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada
para reexportação ou para exportação e conduzida em veículo com
destino ao exterior (BRASIL, 2009).
29
• Com fins econômicos: os bens são importados para prestar serviços a terceiros ou
para fabricar outros bens que, posteriormente, serão vendidos. Tendo sido calculada a
carga tributária normal da mercadoria a qual está sendo importada, o empreendedor
recolherá os tributos em forma proporcional ao prazo de permanência do bem no Brasil.
• Sem fins econômicos: opção utilizada em importações destinadas a diversos tipos
de eventos – shows, campeonatos e congressos internacionais, produção de obras
audiovisuais, pesquisa científica etc. – em que para a realização dessas atividades
será necessária a importação de bens.
• Para aperfeiçoamento passivo: nessa modalidade, é possível importar mercadorias
que sofrem uma ação industrial passível ou não de modificar suas características
básicas e, finalizada a operação industrial, a mercadoria será reexportada. Haverá a
suspensão total dos tributos, e o objetivo dessa opção é possibilitar que empresas
estrangeiras contratem empresas nacionais para prestar diversos serviços industriais.
2.3 DRAWBACK
Caro acadêmico, para finalizarmos a unidade, abordaremos a operação de
drawback, pois, nos últimos anos, o comércio exterior cresceu a níveis nunca antes
vistos. As economias dependem, em grande parte, de suas exportações e importações,
por isso é necessário conhecer o significado de alguns termos que serão úteis ao falar
ou ler sobre o assunto.
INTERESSANTE
Olá, acadêmico! Que tal uma pausa na leitura? Preparamos
um podcast bem interessante, especialmente para você.
Falaremos sobre um dos principais regimes aduaneiros
especiais – o drawback – uma excelente ferramenta à dis-
posição das exportações no Brasil. Aperte o play!
30
O conceito de drawback foi originalmente elaborado nos EUA pelo Congresso
Continental de 1789. O seu escopo era limitado a artigos específicos importados ou
exportados diretamente.
NOTA
Nesse contexto, tecnicamente, o drawback corresponde à restituição de
direitos especialmente sobre um produto importado e, posteriormente,
exportado ou usado para produzir um produto voltado à exportação.
31
III - Isenção dos tributos que incidirem sobre importação de
mercadoria, em quantidade e qualidade equivalente à utilizada no
beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento
de produto exportado.
§ 1° - A restituição de que trata este artigo poderá ser feita mediante
crédito da importância correspondente, a ser ressarcida em
importação posterior (BRASIL, 1966).
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
33
AUTOATIVIDADE
1 Os regimes aduaneiros especiais são tratamentos específicos destinados à
importação e à exportação de mercadorias de forma extraordinária. São regimes
com obrigações e controles fiscais tributários diferenciados dos Regimes Comuns
Aduaneiros, que ocorrem com isenção, suspensão parcial ou total de tributos, em
alguns casos mediante a garantia de tributos. Visam atender a circunstâncias e
requisitos específicos. Diante do exposto, assinale a alternativa CORRETA:
2 Muitos países para evitar a incidência dos "tributos" nas exportações aplicam a
dinâmica de Drawback. No Brasil, o Drawback é normatizado por meio do Decreto Lei.
Consiste basicamente em eliminar ou suspender os tributos que possam incidir sobre
os insumos, matérias-primas e produtos importados que sejam usados na cadeia de
geração valor das mercadorias a serem exportadas. No que diz respeito ao regime
aduaneiro especial de importação Drawback, analise as sentenças a seguir:
34
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ÁREAS ESPECIAIS DOS REGIMES
ADUANEIROS
1 INTRODUÇÃO
Nesse cenário, podemos indagar: por que, nos últimos anos, tem sido notório
o desenvolvimento desses locais no país, não só como geradoras de emprego, mas
também de investimento estrangeiro? A quem se destina a criação desses ambientes
produtivos? Quais os seus objetivos? Qual o interesse do governo nesses locais? Estas
e outras perguntas serão elucidadas no decorrer desta unidade.
37
Para atuar no mundo do comércio exterior, é preciso entender o fenômeno
que surge com a travessia transfronteiriça de mercadorias, onde atuam inúmeros fa-
tores que tornam essa atividade complexa e, claro, é muito importante conhecer os
principais requisitos, inclusive a análise de como é a legislação aduaneira e as suas
principais características.
NOTA
Antes de começarmos, você se lembra o que é um regime aduaneiro? Ele pode ser definido
como o tratamento aplicado pelas alfândegas e sua administração às mercadorias
sujeitas ao controle aduaneiro. O conceito ou definição está de acordo com a Organização
Mundial das Alfândegas (OMA). Lembrando que, segundo o Capítulo 1 do Anexo Geral da
Convenção de Quioto (2010, p. 2):
38
Nesse contexto, essa convenção constitui-se em um mecanismo voltado a
auxiliar o desenvolvimento de procedimentos aduaneiros globais. Uma vez implementada
amplamente, ela proporcionará ao comércio internacional a previsibilidade e a eficiência
que o comércio moderno exige.
Transparência e
previsibilidade das
ações das administrações
Normalização e aduaneiras
simplificação das USO MÁXIMO DE
declarações de mercadorias e TECNOLOGIAS DE TI E
respetivos documentos PARCERIA COM
comprovativos EMPRESAS
Fonte: o autor
39
O processo de revisão incorporou importantes conceitos modernos. Estes
incluem a aplicação de nova tecnologia, a implementação de novas filosofias sobre o
controle aduaneiro e a disposição dos parceiros do setor privado em se engajar com a
alfândega em alianças mutuamente benéficas.
São bens que permanecem no país ou que saem dele em caráter temporário,
atendendo à necessidade de reparos, exposições, feiras, serviços, ensaios, materiais
para fins científicos, composição de outros bens destinados à exportação, como partes
e partes de produto acabado para uso no processo produtivo e outros.
41
ser exportado, com seus efeitos positivos sobre a balança comercial
decorrentes de maior competitividade do produto nacional no
mercado internacional.
A utilização de regimes aduaneiros especiais, tendo em vista a natu-
reza de cada uma de suas espécies e respectivas aplicações, também
tem outros efeitos importantes na atividade econômica, tais como:
a) o armazenamento, no País, de mercadorias estrangeiras, por prazo
determinado, permitindo ao importador manutenção de estoques
estratégicos e o pagamento de tributos por ocasião do despacho
para consumo;
b) realização de feiras e exposições comerciais; e
c) o transporte de mercadorias estrangeiras com suspensão de
impostos, entre locais sob controle aduaneiro (REGIMES ADUANEIROS
ESPECIAIS, 2023, s. p.).
42
Observe, na Figura 7, as principais características dos regimes aduaneiros
comum, especial e áreas especiais aduaneiras.
43
Manaus (ZFM), Áreas de Livre Comércio e Zonas de Processamento de Exportações
(ZPE). Finalizando a relação em um retângulo na cor amarela, lê-se que são áreas
vinculadas a determinadas regiões do Brasil.
• Cargas tributárias são um obstáculo para empresas que desejam exportar ou importar
no Brasil. Em alguns determinados ramos, a cobrança exagerada de tributos torna as
atividades no comércio exterior insustentáveis. E com a intenção de mudar o cenário
e melhorar a economia, o governo criou regimes aduaneiros em áreas especiais.
• Os regimes aduaneiros em áreas especiais são benefícios fiscais e tributários que
são concedidos a algumas empresas brasileiras nos seus processos de exportação
e importação. Existem diversos tipos de regimes aduaneiros em áreas especiais.
Dentre os incentivos que são previstos pelo regulamento aduaneiro, estão a isenção
ou suspensão parcial dos incidentes ou tributos.
• Aproveitar dos regimes aduaneiros em áreas especiais permite que empresas possam
expandir o seu alcance comercial para além do Brasil, entretanto diversos gestores
não possuem o conhecimento sobre o tema e tampouco compreendem se o seu
mercado de atuação pode usufruir destas isenções.
44
Assim, os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais possuem regime
especial de tributação e comércio exterior, além de benefícios especiais para importação
de mercadorias com os controles necessários às suas entrada e saída.
ATENÇÃO
No comércio exterior, o idioma mais utilizado é o inglês. Por isso, se faz
necessária a familiarização com a língua. No contexto aqui apresentado, a
tradução de entreposto aduaneiro em inglês é customs warehouse.
45
De acordo com o Sebrae-RJ (2020, p. 17), esse regime especial aduaneiro é
muito utilizado, tanto na importação como na exportação, “para armazenar mercadorias
em recintos alfandegados determinados, com suspensão do pagamento de tributos
sendo que a movimentação e o uso desses bens são controlados pela Receita Federal
do Brasil por meio virtual ou presencial”.
46
§ 1º Na modalidade de regime comum, permite-se a armazenagem
de mercadorias em recinto de uso público, com suspensão do
pagamento dos impostos federais;
§ 2º Na modalidade de regime extraordinário, permite-se a
armazenagem de mercadorias em recinto de uso privativo, com
direito a utilização dos benefícios fiscais previstos para incentivo à
exportação, antes do seu efetivo embarque para o exterior;
§ 3º O regime de entreposto aduaneiro na exportação, na modalidade
extraordinário, somente poderá ser outorgado a empresa comercial
exportadora constituída na forma prevista no Art. 229, mediante
autorização da Secretaria da Receita Federal do Brasil;
§ 4º Na hipótese de que trata o § 3º, as mercadorias que forem
destinadas a embarque direto para o exterior, no prazo estabeleci-
do pela autoridade aduaneira, poderão ficar armazenadas em local
não alfandegado.
Os serviços de entreposto aduaneiro podem ser prestados por
empresas que possuam instalações de entreposto e que obtiveram
com sucesso uma licença de entreposto aduaneiro junto à Receita
Federal. Com relação aos prazos de permanência no entreposto, se
faz necessário observar o:
Art. 413 O entreposto aduaneiro na exportação subsiste:
I - na modalidade de regime comum, a partir da data da entrada da
mercadoria na unidade de armazenagem; e
II - na modalidade de regime extraordinário, a partir da data da saída
da mercadoria do estabelecimento do produtor-vendedor.
Art. 414 A mercadoria poderá permanecer no regime de entreposto
aduaneiro na exportação pelo prazo de:
I - um ano, prorrogável por período não superior, no total, a dois anos,
na modalidade de regime comum; e
II - cento e oitenta dias, na modalidade de regime extraordinário.
§ 1º Em situações especiais, na hipótese a que se refere o inciso I,
poderá ser concedida nova prorrogação, respeitado o limite máximo
de três anos.
§ 2º Na hipótese a que se refere o inciso II, a mercadoria poderá,
dentro do prazo nele previsto, ser admitida no regime de entreposto
aduaneiro, na modalidade de regime comum, caso em que prevalecerá
o prazo previsto no inciso I.
Art. 415 Observado o prazo de permanência da mercadoria no regime
[...], deverá o beneficiário adotar uma das seguintes providências
(BRASIL, 2009, grifos nossos).
47
Figura 9 – Hipóteses de extinção do regime
48
Agora, na perspectiva de Martins, Ramos e Cruz (2021, s. p.), o entreposto
aduaneiro na operação de exportação “é um regime aduaneiro especial que tem como
objetivo justamente facilitar a logística das exportações brasileiras. O regime especial
de entreposto aduaneiro na exportação é o que permite a armazenagem de mercadoria
destinada à exportação”.
Simples: existem dois conceitos para o assunto e, o primeiro, talvez, seja o mais
conhecido: são as áreas de livre comércio (free trade zone), onde blocos econômicos
ou regiões do mundo fazem acordo bi ou multilaterais para o desenvolvimento regional,
como o Mercosul. O segundo conceito diz que são regiões específicas e/ou estratégicas
as quais determinado país – no nosso caso, o Brasil – implementam ao desenvolvimento
local, mas, em contrapartida, as utilizam para fomentar o comércio exterior, oferecendo
incentivos fiscais e tributários com o objetivo de atrair indústrias, empresas e investidores.
49
As zonas de livre comércio, na forma de portos francos, foram estabelecidas
pela primeira vez há mais de 2 mil anos. Ao longo do tempo, esse conceito foi drasti-
camente transformado. Na última metade do século XX, essas regiões sofreram tanto
mudanças quanto adaptações substanciais como resultado do crescimento exponen-
cial no comércio mundial e das melhorias na eficiência do transporte, em particular, no
setor portuário.
NOTA
O objetivo de uma área de livre comércio é promover o comércio
mais equitativo entre os países mais próximos geograficamente, para
promover a especialização das economias e o crescimento econômico.
Um dos problemas das zonas de livre comércio é a questão da criação
comercial entre os países da zona e o desvio do comércio em relação a
outros países.
50
advém do fato de que, em uma zona de livre comércio, os países-membros podem ter
tarifas externas diferentes em relação a terceiros países. É com o objetivo de evitar
isso que os acordos têm a possibilidade de se transformar em união aduaneira ou ter
cláusulas limitando esses efeitos perversos.
Como em qualquer decisão de abrir uma nação ao mundo exterior, existem todas
as questões associadas à questão do livre comércio. Por exemplo, a especialização, os
ganhos desiguais do comércio, custos de ajuste, efeitos sobre o meio ambiente.
51
A figura enfatiza o potencial do Mercosul ao elencar os seus principais atributos. Na
lateral, há um grande retângulo na cor azul, no qual está destacado, no seu interior,
em letras maiúsculas e em negrito, a palavra “Mercosul”. Partindo desse retângulo
maior, há mais cinco retângulos, em azul-claro, todos interligados. No primeiro
retângulo, de cima para baixo, está a afirmação “Seu território tem uma extensão de
14.869.775km², no qual convivem diversos ecossistemas, tanto continentais quanto
marítimos, que possuem uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo”.
No segundo retângulo, está a frase “É a quinta economia do mundo”. No terceiro
retângulo, a afirmação “Sua população ultrapassa os 295.007.000 de pessoas com
uma diversidade formidável de povos e culturas”. No quarto retângulo, lê-se: Tem
recursos energéticos imensos, renováveis e não renováveis”. Por fim, no quinto
retângulo, está a frase “Possui uma das mais importantes reservas de água doce do
planeta: o Aquífero Guarani”.
52
Figura 11 – Países do Mercosul
53
IMPORTANTE
Desde a sua criação, o Mercosul impulsionou o crescimento do comércio de seus
Estados Partes. Em seus 30 anos de existência, o intercâmbio comercial intrabloco
se multiplicou por 12, medido em valores correntes, e por seis, descontando a
desvalorização do dólar. O comércio Intra-Mercosul entre os anos 2011-2020, foi,
em média, de US$ 41.041 milhões, sendo “Equipamentos de Transporte e Peças”
a Categoria Econômica com maior participação, com 34%, seguida por “Insumos
Industriais”, com 27% e “Alimentos e Bebidas”, com 16%. Estas três
grandes categorias econômicas representam 77% do comércio
Intra-Mercosul.
DICA
Quer saber um pouco mais a respeito de
estatísticas, comércio e acordos do Mercosul?
Então, acesse o QR Code.
54
Finalmente, a principal finalidade da criação de uma área de livre comércio é
estimular a transação comercial, bem como a troca de fatores de produção entre os
signatários. Como indicam os fundamentos do comércio internacional, este fato, nor-
malmente, serve para aproveitar as vantagens comparativas de cada região e alcançar
situações de mercado mais eficientes.
Agora, com relação ao segundo conceito que falamos no início, uma zona de livre
comércio dentro do território de um país constitui-se em uma área onde não há barreiras
comerciais de natureza econômica – também conhecida como área de livre comércio é
aquela área de terra onde tarifas e impostos são mais baixos do que em outros países.
ATENÇÃO
É importante ter em mente que vivemos em uma sociedade globalizada.
As inúmeras ações que ocorrem, por exemplo, nas bolsas de valores das
economias de diferentes países têm impacto em terceiros. Além desse
fato, também é importante notar a existência de nações onde certos
bens são exigidos, pois não elas não os possuem, por exemplo, para a fa-
bricação de automóveis. Esses produtos devem ser adquiridos por meio
de países estrangeiros.
55
• Criação de emprego. Os custos das empresas aumentam quando
a tributação é mais alta em um país do que em outro. Geralmente,
com impostos mais altos, os recursos das empresas diminuem. As
diferentes opções para oferecer isenções fiscais às organizações
correm o risco de causar aumento no número de pessoas
contratadas por essas empresas.
• Redução de trâmites. Se você trabalha em uma organização do
setor privado, com certeza, já ouviu falar do conceito de burocracia.
Existem inúmeros procedimentos que as empresas devem realizar
com a maioria dos estados e, se questões como impostos ou tarifas
são progressivamente reduzidas, para citar alguns exemplos
possíveis, os procedimentos burocráticos também são menores.
• Aumento dos lucros das empresas. Às vezes, os estados podem
elaborar planos para atrair investimentos estrangeiros, por meio
de maiores benefícios às empresas. Existem muitas fórmulas
para atingir esse objetivo, no entanto uma das mais comuns é
oferecer vantagens fiscais. Se as taxas de impostos ou tarifas
forem reduzidas, as empresas estrangeiras, de modo geral, têm
lucros maiores.
Uma área de livre comércio é um tipo de zona econômica especial, é uma área
geográfica onde as mercadorias podem ser importadas, armazenadas, manuseadas, fa-
bricadas ou reconfiguradas e reexportadas sob regulamentação aduaneira específica e,
geralmente, não sujeitas a direitos aduaneiros. Essas regiões são, muitas vezes, organi-
zadas em torno dos principais portos marítimos, aeroportos internacionais e fronteiras
nacionais – áreas com muitas vantagens geográficas para o comércio – e, no Brasil:
56
Tem superfície demarcada de 20km2 no perímetro da cidade à qual
integra-se, também, a faixa de superfície dos rios adjacentes, nas
proximidades de seus portos.
• Área de livre comércio de Macapá/Santana (AP). Criada pela
Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991 e regulamentada pelo
Decreto nº 517, de 8 de maio de 1992, a ALC de Macapá e Santana
foi implantada oficialmente em março de 1993. Ambas as cidades
não se situam na Amazônia Ocidental, porém a ALC está localizada
em região de fronteira com a Guiana Francesa, um dos fatores
resultantes da criação dessa área cujas atividades são voltadas à
importação nacional e estrangeira.
• Área de livre comércio de Guajará-Mirim (RO). Esta ALC foi
criada pela Lei n° 8.210, de 19 de julho de 1991, e regulamentada
pelo Decreto n° 843, de 21 de junho de 1993, que estabeleceu os li-
mites da ALC dentro do município. Guajará-Mirim faz fronteira com
a cidade de Guayaramerin (Bolívia) e tem uma área de, aproxima-
damente, 24.856km2, sendo o segundo maior município de Ron-
dônia, perdendo em extensão apenas para a capital, Porto Velho.
• Áreas de livre comércio de Boa Vista e Bonfim (RR). Criadas
pela Lei n º 8.256, de 25 de novembro de 1991, e implementadas no
ano de 2008, as ALCs de Boa Vista e Bonfim, em Roraima, foram
estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento
das regiões fronteiriças do extremo Norte daquele estado e
incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos,
sobretudo Venezuela e Guiana, seguindo a política de integração
latino-americana.
• Áreas de livre comércio de Brasiléia, Epitaciolândia e
Cruzeiro do Sul (AC). As ALCs de Brasiléia com extensão à
Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul, no estado do Acre, foram criadas
pela Lei nº 8.857/1994, de 8 de março de 1994, como áreas de livre
comércio de importação e exportação sob regime fiscal especial.
A regulamentação da lei ocorreu com o Decreto n° 1.357, de 30
de dezembro de 1994, que estabeleceu os limites das duas ALCs,
sendo uma área demarcada de 20km2 cada (ÁREA DE LIVRE
COMÉRCIO, 2021, s. p.).
Então, nunca se esqueça que uma ALC representa uma área especial dentro
de um país onde empresas estrangeiras são aptas a importar materiais, fabricar
mercadorias e exportar produtos sem estarem limitadas pelas regras e impostos usuais.
Ah! Lembrando que os direitos aduaneiros são aplicados quando as mercadorias são
enviadas para fora da área de livre comércio.
57
NOTA
Uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) pode ser definida
como sendo uma área aduaneira onde é permitida a importação de
produtos/insumos, máquinas, equipamentos e materiais à fabricação de
mercadorias de exportação com segurança, sem pagamento de direitos.
58
• II: Imposto de Importação.
• IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados.
• PIS: Contribuição Social sobre a Receita Bruta.
• Cofins: Contribuição Social – Lucro presumido.
• AFRMM: Adicional de Frete para Reforma da Marinha Mercante sobre matérias-primas
e bens de capital nacionais ou importados (novos ou usados).
Fonte: o autor
59
Segundo o Ministério da Economia, para o nosso país espera-se que, além do
“impacto positivo sobre o balanço de pagamentos decorrente da exportação de bens
e da atração de investimentos estrangeiros diretos, [haja] benefícios como a difusão
tecnológica, a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social” (REGIME
BRASILEIRO DE ZPE, 2021).
ZONAS DE
PROCESSAMENTO
DE EXPORTAÇÃO -
ZPE
Em 2007, o referido Decreto-Lei foi O regime aduaneiro especial das ZPE foi
revogado pela Lei nº 11.508/2007, que instituído no País pelo Decreto-Lei nº 2.452,
manteve a competência do Conselho para de 29 de julho de 1988. Na época, esse
definir as normas, os procedimentos e os instrumento legal autorizou ao Poder
parâmetros do programa, segundo os Executivo a criar ZPE por meio de edição de
quais os agentes envolvidos devem decreto presidencial. Para traçar a orienta-
balizar suas ações. Para regulamentar a ção da política das ZPE, estabelecer
Lei nº 11.508/2007 foram publicados os requisitos, analisar propostas, dentre outras
Decretos nº 9.993/2019, que dispõe sobre atividades, o normativo criou o Conselho
o CZPE, e o nº 6.814/2009, que dispõe Nacional das Zonas de Processamento de
sobre o regime tributário, cambial e Exportação (CZPE).
administrativo das ZPE.
Fonte: o autor
60
a) Atrair investimentos estrangeiros voltados às exportações.
b) Colocar as empresas nacionais em igualdade de condições com
os seus concorrentes de outros países que dispõem de mecanismos
semelhantes.
c) Criar empregos.
d) Aumentar o valor agregado das exportações e fortalecer o balanço
de pagamentos.
e) Difundir novas tecnologias, bem como práticas mais modernas
de gestão.
f) Corrigir desequilíbrios regionais (O PROGRAMA, 2023, s. p.).
Assim, essas áreas são criadas com o intuito de aumentar as exportações co-
merciais e industriais, incentivando o crescimento econômico por meio de investimen-
tos de entidades estrangeiras. Os seus benefícios representam crescimento a partir de
divisas por meio de exportações, criação de empregos para auxiliar na geração de renda
e no desenvolvimento de habilidades de trabalho na atração de investimento estrangei-
ro direto e promoção da transferência de tecnologia.
DICA
Acesse o site do Siscomex sobre os regimes aduaneiros
aplicados em áreas especiais e faça um pequeno resumo
escrito acerca de uma das áreas. Você pode escolher entre
a Zona Franca de Manaus (ZFM), Áreas de Livre Comércio
(ALC) ou Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
Para isso, basta acessar o QR Code.
No entanto, nesse contexto, o que seria uma Zona Franca Verde? De acordo
como a Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus, a Zona Franca Verde
é um “novo incentivo, concedido pelo Governo Federal, para produção industrial nas
61
Áreas de Livre Comércio com preponderância de matéria-prima de origem regional,
que prevê a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)” (ZONA FRANCA
VERDE, 2020, s. p.), e, para Gouveia (2016, p. 8):
IMPORTANTE
A Zona Franca de Manaus é uma zona de livre comércio de importação e
exportação onde são aplicados incentivos fiscais especiais, criados com
o objetivo de originar, na região amazônica, um ambiente industrial e co-
mercial e um centro agrícola em condições econômicas as quais permi-
tam o seu desenvolvimento, dados os fatores locais e a grande distância
que separa essa região de seus mercados.
62
De acordo com a World Free Zones Organization – Organização Mundial de
Zonas Livres (GREEN ZONE, 2023, s. p.), o programa Zona Verde visa a promover práticas
ambientais e de sustentabilidade dentro das zonas francas e entre suas empresas
cadastradas. Por sua vez, Gouveia (2016) afirma:
63
Essas ferramentas serão compostas por indicadores de desempenho e efici-
ência verde, certificação verde, um portfólio de melhores práticas e sessões de capa-
citação. Um portfólio de melhores práticas pode ser lançado internacionalmente para
cumprir a criação de uma Linha de Base Setorial Verde a Zonas Livres, por exemplo: a)
gestão do conhecimento; b) ferramentas para desempenho e eficiência; c) modelos de
certificação verde e maturidade.
INTERESSANTE
Olá, acadêmico! Que tal uma pausa na leitura? Preparamos
um podcast bem interessante especialmente para você, no
qual falaremos sobre a Zona Franca Verde. Para ouvir, basta
acessar o QR Code e apertar o play!
6 ZONA FRANCA
Prezado(a) acadêmico, estamos chegando ao final de mais uma unidade com
a certeza de que a sua trajetória de conhecimento foi enriquecedora. Agora, para
completar o conteúdo desta unidade, abordaremos a zona franca.
INTERESSANTE
Uma zona franca é qualquer local onde as mercadorias podem ser
enviadas, manuseadas, fabricadas, reconfiguradas e reexportadas sem
o envolvimento de agências alfandegárias. Um grande porto marítimo,
um aeroporto internacional ou uma instalação de fronteira entre dois
ou mais países costumam ser designados como uma zona franca. Os
direitos aduaneiros são aplicados quando as mercadorias são enviadas
para fora dessa zona de livre comércio.
64
Somente quando as mercadorias são movidas para consumidores dentro do
país onde a zona está localizada, elas ficam sujeitas aos direitos aduaneiros vigentes.
Nessas áreas, as mercadorias fabricadas, armazenadas e manuseadas estão sujeitas a
diferentes preferências alfandegárias e, muitas vezes, são oferecidos alívios e incentivos,
visando a incentivar os investimentos.
NOTA
As zonas francas são áreas geográficas delimitadas dentro de um território
e, nelas, desenvolvem-se atividades industriais de bens e serviços ou
atividades comerciais sob regulamentação especial em matéria tributária,
aduaneira e de comércio exterior. As mercadorias que entram nessas
zonas são consideradas fora do território aduaneiro nacional para efeitos
de imposto de importação e exportação.
De acordo com a Convenção de Quioto (2006, p. 4), uma zona franca (ZF), para
a alfândega, “significa uma parte do território de uma Parte Contratante onde quaisquer
mercadorias introduzidas são geralmente consideradas, no que diz respeito aos direitos
e impostos de importação, como estando fora do território aduaneiro”.
65
Perceba como é definida, oficialmente, a zona franca no contexto brasileiro:
A Zona Franca de Manaus é a mais conhecida do Brasil, mas isso não significa
que não existam outras zonas no país.
66
• Não oferece incentivos aos setores empresariais de muni-
ções, tabaco, produtos alcoólicos, perfumes e cosméticos.
• Convida multinacionais dos setores de negócios de
eletrônica, produção de veículos de duas rodas, química,
ZONA FRANCA DE
MANAUS
metalurgia e mecânica.
• Oferece boa infraestrutura de exportação, bem como uma
rede de energia elétrica e telecomunicações desenvolvida.
Além disso, as empresas estabelecidas nesta ZF têm acesso
à mão de obra qualificada e produtiva.
67
• As empresas que operam na ZCL da Boa Vista e do Bonfim
podem ter direito a i) isenção de impostos sobre produtos
importados para uso interno na ZCL; ii) isenção de contro-
les aduaneiros e administrativos a mercadorias importadas
ZONA FRANCA e exportadas.
DE BOA VISTA E • Foi criada em 2008 com o objetivo de melhorar as relações
BONFIM comerciais entre o Brasil e países vizinhos, como Venezuela
e Guiana.
• Apenas realiza operações comerciais que convidam multi-
nacionais dos setores empresariais de importação e expor-
tação nacional e internacional.
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Zona Franca Verde é um “novo incentivo, concedido pelo Governo Federal, para
produção industrial nas Áreas de Livre Comércio.
69
AUTOATIVIDADE
1 A Organização Mundial de Aduanas (OMA) revisou e atualizou a Convenção de Quio-
to para assegurar que ela atenda às demandas atuais do comércio internacional. O
Conselho da OMA adotou a convenção d revisada em junho de 1999 como o plano
para procedimentos aduaneiros modernos e eficientes no século XXI. Dentre os no-
vos princípios reguladores da Convenção de Quioto, há um compromisso em ques-
tão. Com base nisso, assinale a alternativa CORRETA que apresente o compromisso
mencionado:
3 A Zona Franca Verde é um “novo incentivo, concedido pelo Governo Federal, para
produção industrial nas Áreas de Livre Comércio com preponderância de matéria-prima
de origem regional, que prevê a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados”
(ZONA FRANCA VERDE, 2020, s. p.). O serviço da Zona Verde elaborado pela World
Free Zones Organization – Organização Mundial de Zonas Livres tem como objetivo:
70
Fonte: ZONA FRANCA VERDE. Ministério do Desenvolvi-
mento, Indústria, Comércio e Serviços, Suframa, Brasília,
DF, 4 jun. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3T2FuyT.
Acesso em: 16 jan. 2023.
71
REFERÊNCIAS
ACORDO COM EUA pode adicionar US$ 50,2 bilhões às exportações brasileiras até
2035. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, DF, 10 set. 2021.
Disponível em: https://bit.ly/3ZtSuQt. Acesso em: 9 jan. 2023.
ASSAD, T. W. Regimes aduaneiros. JusBrasil, [s. l.], 1 jun. 2017. Disponível em: https://
bit.ly/2L4mZXC. Acesso em: 13 jan. 2023.
72
BRASIL. Decreto nº 9.003, de 13 de março de 2017. Aprova a Estrutura Regimental
e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do
Ministério da Fazenda, remaneja cargos em comissão e funções de confiança e substitui
cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS por Funções
Comissionadas do Poder Executivo – FCPE. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2017a.
Disponível em: https://bit.ly/3KXEDO2. Acesso em: 15 dez. 2022.
73
CONVENÇÃO DE QUIOTO: anexo geral directivas. Capítulo 1 – princípios gerais. Bruxelas:
OMA, dez. 2010. p. 1-15. Disponível em: https://bit.ly/3IZWEsx. Acesso em: 13 jan. 2023.
DEFFENTI, F. Tax and customs. Laws of Brazil. [s. l.], c2023. Disponível em: https://bit.
ly/41SeWEn. Acesso em: 13 jan. 2023.
DISCOVER THE WCO. WCO, [s. l.], c2022. Disponível em: https://bit.ly/3SWEYCn. Acesso
em: 15 dez. 2022.
GOUVEIA, R. S. Zona franca verde: roteiro do incentivo fiscal. Manaus: Suframa; Cogec,
2016. Disponível em: https://bit.ly/41ONlUK. Acesso em: 16 jan. 2023
GREEN ZONE. World FZO, Dubai, c2023. Disponível em: https://bit.ly/3SV3ZxQ. Acesso
em: 16 jan. 2023.
74
JURISDICCION ADUANERA. ALADI, Montevideo, c2023. Disponível em: https://bit.
ly/3ZNl53a. Acesso em: 9 jan. 2023.
MILLER, I. Você conhece a Zona Franca Verde? Jornal Jurid, São Paulo, 22 fev. 2022.
Disponível em: https://bit.ly/3Ymvamo. Acesso em: 16 jan. 2023.
OECD. Economic Outlook. v. 21, 2. ed. Paris: OECD, 2021. (Preliminary Version, n. 110).
Disponível em: https://bit.ly/3F4kcen. Acesso em: 15 dez. 2022.
REGIMES ADUANEIROS. Siscomex, Brasília, DF, 25 mar. 2022. Disponível em: https://bit.
ly/3L3shUE. Acesso em: 9 jan. 2023.
75
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS. Ministério da Economia, Receita Federal, Brasília,
DF, 2023. Disponível em: https://bit.ly/3ZQCnMN. Acesso em: 13 jan. 2023.
SINDIRECEITA. A aduana brasileira: o que esperar das aduanas do século 21. Brasília,
DF: Sindireceita, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3SXfftu. Acesso em: 15 dez. 2022.
SISCOMEX: o que é, para que serve e como habilitar. FIA Business School, São Paulo,
6 set. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3L1Ufjo. Acesso em: 15 dez. 2022.
WORLD FZO. World Free Zones Organization (World FZO). Brasília, DF: Comex, 2015.
40 slides, color. Disponível em: https://bit.ly/3ZQRIwR. Acesso em: 16 jan. 2023.
ZANINETTI, J. H. Exports to Brazil and their customs valuation rules. Lexicology, London,
15 jun. c2022. Disponível em: https://bit.ly/3ST1g8j. Acesso em: 15 dez. 2022.
76
UNIDADE 2 —
DAS CARACTERÍSTICAS DE
EXPORTAÇÃO NO ÂMBITO
BRASILEIRO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você terá a
oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades propostas.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
77
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
78
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
PROCEDIMENTOS NA EXPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, caríssimo acadêmico! A partir de agora daremos início a nossa unidade. Nela
reforçaremos os seus conhecimentos e práticas, pois abordaremos as características
das exportações no âmbito brasileiro, buscando saber quais são os principais produtos
que são exportados, lembrando que a imensidão do território brasileiro e das suas terras
exploráveis constituem
um dos primeiros ativos da nossa economia agrícola.
79
Figura 1 – Escala de produção na cadeia global
80
Agora, fica a questão: onde você, acadêmico, se inclui nesse contexto? Simples
assim, “o profissional de comércio exterior atua no processo de importação e exportação
de produtos, na identificação de mercados estratégicos, na elaborando estra-
tégias de negócio, definindo toda a logística entre outras coisas” (COMÉRCIO EXTE-
RIOR..., 2023, s. p., grifo nosso).
81
DICA
Ficou interessado? Quer saber um pouco mais das caracterís-
ticas do nosso comércio exterior? Então, acesse o Monitor do
Comércio Exterior Brasileiro! Não importa o período que você
acesse, ele está sempre atualizado. Vá ao Informativo Comple-
to e faça um resumo do total, dos setores e dos principais
destinos das exportações e importações. Basta
acessar o QR Code apresentado. Faça uma análise
dos setores.
IMPORTANTE
A exportação é um dos principais indutores do crescimento econômico e
certamente terá papel importante na recuperação da economia brasileira
após a superação do período mais crítico da pandemia do novo coronavírus.
O país enfrenta não apenas o desafio de elevar suas exportações,
mas também de diversificá-las e torná-las menos dependentes de um
conjunto limitado de commodities. As dificuldades competitivas do setor
industrial brasileiro, bem como as propostas para superá-las, vêm sendo
discutidas exaustivamente há vários anos – e o cenário pós-pandemia tende a
ser ainda mais desafiador para o setor.
Fonte: OLIVEIRA, I. et al. International integration as a vector for the Brazilian economic recovery:
proposals for stimulating exports. Revista Tempo do Mundo – RTM, Brasília, DF, n. 26, p. 103-143,
ago. 2021. p. 103. Disponível em: https://bit.ly/3l258Hy. Acesso em: 10 jan. 2023.
Faremos uma ressalva aqui para lembrar que a balança comercial de uma na-
ção corresponde ao valor das exportações de um país menos as suas importações. É
o maior componente da balança de pagamentos que mede todas as transações inter-
nacionais. A balança comercial também representa a maior parte da conta corrente
da balança de pagamentos de um país, afinal, ela mede a renda líquida dele obtida em
ativos internacionais.
82
Voltemos, porém, às questões das exportações. As empresas exportam bens
e serviços quando têm vantagem competitiva, ou seja, quando são melhores do que
qualquer outra empresa no fornecimento deste produto específico. Essencialmente,
uma vantagem comparativa significa que um país pode produzir determinado bem ou
serviço a um custo de oportunidade menor do que outro. O custo de oportunidade mede
um trade-off, isto é, aproveita a oportunidade para ter algo, mas, a fim de conseguir isso,
deve desistir de outra coisa ou sacrificá-la.
Uma nação com vantagem comparativa superior faz com que a barganha va-
lha a pena, isso significa que os benefícios de comprar o seu bem ou serviço superam
as desvantagens. O país pode até não ser o melhor na produção de um produto ou na
oferta de um serviço, no entanto esse produto ou serviço poderá ter um baixo custo de
oportunidade (trade-off) para outros países que importam.
Outro exemplo, mas agora relativo a serviços, são os call centers da Índia. Muitas
empresas ocidentais compram esse serviço porque a mão de obra e os custos são mais
baratos do que instalar o call center em seu país de origem.
83
surgiu com as ideias de Adam Smith sobre vantagens absolutas. Na
visão de Smith, para que duas nações comercializem entre si, de
forma voluntária, ambas devem ganhar. Isto ficou conhecido como
a Teoria das Vantagens Absolutas e postula que as nações deveriam
especializar-se na produção da commodity que produzissem com
maior vantagem absoluta e trocar parte de sua produção pela
commodity que produzissem com menor desvantagem absoluta.
Ou seja, para Smith, o comércio externo se baseava em diferenças
absolutas de custo de produção. Porém, essa teoria não explicava
totalmente as bases do comércio atual. Em 1817, David Ricardo
aprimorou o conceito de Adam Smith, desenvolvendo a Teoria das
Vantagens Comparativas.
DICA
Está curioso em saber mais sobre os principais aspectos da
vantagem comparativa? Acesse o QR Code e aprofunde-se
nesse tema!
84
Nesse caso, fica sempre a questão: por que as nações buscam incentivar as
exportações? A resposta é simples! Como em qualquer negócio, se não há venda, não
há receitas para cobrir as despesas. Sendo assim, a maioria dos países quer aumentar
as exportações.
85
É possível ter uma noção bem clara das características de exportação no âm-
bito brasileiro sob a ótica de Poyer e Roratto (2017) e, assim, você verá a importância de
estudar as exportações. Segundo os autores:
86
DICA
Acadêmico, você quer saber mais a respeito da tributação
no comércio exterior? Acesse o QR Code e aprofunde-se
no assunto!
87
Segundo o Siscomex, “Dentro do princípio de não exportar tributos, o governo
brasileiro tem procurado desonerar das exportações os tributos nacionais, permitindo às
empresas ofertarem seus produtos a preços mais competitivos no mercado internacio-
nal” (DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA..., 2022, s. p.). Assim, ainda de acordo com o Siscomex:
Poyer e Roratto (2017) esclarecem que a política brasileira para incentivo das ex-
portações é caracterizada pela desoneração de impostos, principalmente no valor do pro-
duto, não incidindo, assim, carga tributária às vendas destinadas ao mercado internacional.
IMPORTANTE
Veja, agora, quais são os dez principais países/parceiros comerciais com
as maiores participações nas exportações brasileiras:
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
89
AUTOATIVIDADE
1 Os avanços da tecnologia permitem comunicações imediatas com as mais distintas
regiões do planeta, possibilitando que os mais diversos negócios sejam efetuados,
diariamente, com empresas de variados e distantes países. No passado, a indústria
nacional era protegida por barreiras que hoje já não existem. Isso faz com que
empresas estrangeiras possam concorrer com as empresas brasileiras dentro de
nosso próprio país. A internacionalização leva ao desenvolvimento da empresa, pois
a obriga a modernizar-se, seja para conquistar novos mercados, ou para preservar
as suas posições no mercado interno. As exportações de mercadorias e serviços
são muito importantes para a geração de divisas (reservas internacionais), ajudam
a balança comercial de um país e representam as importações e as exportações de
bens entre os países. Com relação à exportação de produtos e serviços, analise as
sentenças a seguir:
I- Exportar um produto é o ato de vender mercadoria e serviços para outro país, isto é,
além do território nacional e/ou de nossas fronteiras.
II- A exportação não é apenas uma meta de faturamento: ela é uma importante aliada
na estratégia para a empresa se tornar mais competitiva.
III- Fazer vendas ao exterior significa interagir com culturas, costumes, mercados
e regras diferentes das que uma empresa está habituada, trazendo diferencial
competitivo e potencial de ganhos às empresas.
90
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) F – F – F – V.
91
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
ANÁLISE DE MERCADO PARA EXPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2, vamos iniciar nossos estudos com uma reflexão sobre o planeja-
mento nas organizações que movimentam as transações comerciais no mercado exter-
no, com o objetivo geral de discutir a importância do planejamento nas exportações em
um ou vários mercados selecionados e a necessidade de analisá-lo como um processo,
contando, para tal, com o método de planejamento estratégico.
93
Os planos estratégicos de exportação têm um objetivo principal: colocar e man-
ter nas exportações em um ou vários mercados selecionados, um produto específico.
94
Ainda segundo o Siscomex, há algumas considerações importantes para quem
deseja começar a exportar, pois, a fim de ter vantagens, é necessário planejamento
(DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA..., 2022). Dessa forma, é necessário questionar-se: por
que exportar? O que exportar? Como fazer isso? Para onde?
95
ser cumpridos, métodos de produção aplicados, práticas de gestão e contabilidade
evoluídas, tudo para cumprir os acordos de parceiros e garantir que os produtos sejam
competitivos no mercado externo.
É importante lembrar que o tamanho das empresas não é decisivo para descartar
o desafio. Existem diferentes fórmulas para a internacionalização de negócios, no
entanto é uma decisão cujas questões, como maturidade do negócio ou conhecimento
intensivo do mercado que você quer entrar, são realmente importantes.
De acordo com o Connect Americas (2017), são inúmeras as razões pelas quais
uma empresa decide inserir os seus produtos no mercado internacional. Não é uma
tarefa difícil, mas como qualquer negócio requer preparação e treinamento para ser
bem-sucedido.
96
Um plano de negócios de exportação é uma ferramenta útil que permite ao
empresário saber como se posicionar frente ao mercado externo. Isso serve como um
instrumento para analisar antecipadamente quais os riscos que pode encontrar e mon-
tar um plano de contingência sob medida.
97
Quadro 2 – Aspectos internacionais das operações e da produção
ASPECTOS
ASPECTOS INTERNACIONAIS
PRODUTIVOS
INTERESSANTE
Todas as exportações contribuem como um todo ao
desenvolvimento do país, pois aumentam a entrada
de divisas, a criação e conservação de emprego e
renda, melhorando o aprimoramento do capital
humano, o desenvolvimento e crescimento das
empresas. Então, quer fazer uma reflexão a respeito
desse tema? Acesse o QR Code para acessar o site
Por que Exportar?, lá você encontrará um jogo sobre
o tema. Aprenda se divertindo!
98
3 EXPORTAÇÃO: CONHECENDO O MERCADO EXTERNO
Tornar-se um exportador poderá colocar as empresas no caminho certo à
sustentabilidade dos negócios, porém também arrisca ser um grande desafio começar e
alcançar o sucesso. Por meio dessa perspectiva, faz-se necessário analisar uma série de
fatores, desde a escolha do mercado-alvo certo até a logística bem como a adaptação
do produto, preços, questões alfandegárias e marketing.
Uma questão relevante que deve ser feita é: a sua empresa – ou a empresa
para a qual você trabalha – está pronta para exportar? Pois, não basta querer
vender os produtos internacionalmente, a organização também deve estar preparada a
esse novo empreendimento.
De acordo com Bora (2021, s. p.), o mercado certo para exportar é aquele que ofe-
rece margens mais altas e conectividade perfeita. Ainda segundo a autora, os exportado-
res precisam garantir que a demanda seja consistente e que o mercado esteja crescendo.
99
• A pesquisa de mercado é um instrumento que capaz de
te ajudar no processo de identificação de seu mercado-alvo
(IDENTIFICANDO MERCADOS, 2022, s. p.).
De acordo com Tonon (2020, s. p.), “a forma como nos comunicamos e inte-
ragimos com nossos fornecedores e clientes internacionais, bem como nosso com-
portamento diante deles, está diretamente ligada ao sucesso ou fracasso de uma ne-
gociação”. A autora ainda afirma: “no comércio internacional encontramos diferenças
culturais ‘gritantes’ entre países, e para que uma negociação possa ser bem-sucedida é
preciso fazer uso da Inteligência Cultural” (TONON, 2020, s. p.).
100
Observe, na Figura 4, algumas dicas e conceitos acerca da inteligência cultural
no comércio internacional.
101
• Consciência: em se tratando de uma negociação internacional,
você precisa ter consciência de que as diferenças culturais
influenciam as negociações internacionais e que precisa estar
atento ao seu comportamento, à sua comunicação e à forma
como toma decisões importantes em um ambiente diferente do
seu, em situações inusitadas. Atente-se para as características
e traços das pessoas com quem esteja fazendo contato e tenha
consciência que uma negociação é uma via de mão dupla. Você
não poderá nem ser firme demais em suas convicções, nem ceder
demais. O que precisará é ter consciência das diferenças, aceitá-
las, respeitá-las acima de tudo e ter o famoso “jogo de cintura”.
Simplesmente analisar o contexto como um todo e conduzir a
negociação de forma inteligente e perspicaz.
• Habilidade: tenha a habilidade em usar o conhecimento adquirido
para um benefício maior. Não coloque tudo a perder por uma
atitude ou gesto impensado ou um tom de voz ríspido. Tenha a
capacidade de fazer algo em situações críticas, de modo a não
comprometer o seu negócio. Nunca desrespeite ou ofenda o
modo de pensar e agir do outro. Fique atento a certas sutilezas
existentes no comportamento e no modo de se comunicar, pois
essas sutilezas costumam fornecer informações preciosas e
decisivas em uma negociação.
Por isso, uma boa pesquisa é fundamental para conhecer o país de destino,
bem como as suas características.
Fonte: o autor
102
Quadro 4 – Selo Judaico Kosher
Fonte: o autor
103
o maior país islâmico do mundo é a Indonésia, com cerca de 250
milhões de habitantes, dos quais cerca de 90% são muçulmanos.
Após a Indonésia, os maiores países islâmicos são Bangladesh,
Paquistão, Turquia e Irã e Egito. Entre os países citados, o único que
é um país árabe é o Egito.
Os países que integram a Liga dos Estados Árabes são 22 países,
situados predominantemente no Oriente Médio e Norte da África,
com uma população total que supera 380 milhões de habitantes, em
sua maioria, muçulmanos.
Trata-se de um vasto mercado a ser conquistado e está certificação
agrega ao produto vantagens competitivas tanto no curto como no
longo prazo, quando se considera o crescimento projetado deste
mercado (CERTIFICAÇÃO HALAL, 2022, s. p.).
DICA
Olá, caro acadêmico! Que tal uma pausa na leitura?
Preparamos um podcast bem interessante, especialmente
para você, no qual falaremos de distância cultural. Para
ouvir, basta acessar o QR Code e apertar o play!
104
Reforçando, sempre, o seguinte: para entrar, com sucesso, em um novo mercado,
é importante considerar os custos em curto, médio e longo prazos. Faz-se necessário en-
contrar um método de seleção dos mercados que permita minimizar os custos e esforços.
Segundo Bueno (2023, s. p.), “para exportar é preciso estar atento no mercado
internacional e a empresa precisa estar dentro da legalidade, além disso a empresa
precisa estar habilitada no Portal Siscomex, para que a Receita Federal possa acompanhar
como a empresa está dentro do Comércio Internacional”. Mais do que isso, afirma a
autora, a empresa necessita conhecer fortemente todas as etapas de exportação e,
assim, estar bem-preparada para realizar tal atividade.
De acordo com Bueno (2023, s. p., grifo nosso), as etapas para exportação de
produtos devem seguir este passo a passo:
105
• Juntar a documentação necessária.
• Elaborar uma estratégia integrada.
• Fazer cadastro no Siscomex.
• Conhecer os Incoterms.
• Explorar os incentivos fiscais.
• Diferenciar o produto.
• Realizar follow-up após o embarque.
INTERESSANTE
As exportações de produtos influenciam o fluxo comercial
de um país e podem impactar a economia dele e toda a
economia global. Se você estiver interessado em saber
mais acerca do sistema de comércio exterior (Siscomex)
brasileiro, basta acessar o QR Code . No comércio exterior,
o tamanho de uma empresa não é mais tão significativo.
De fato, ela deve assumir sérios compromissos para
atingir esse objetivo, assim como pesquisar e explorar
novos mercados, planejar cuidadosamente e seguir uma
estratégia de vendas clara.
Deve-se notar, aqui, que exportar requer o mesmo esforço de qualquer outra
iniciativa comercial, a diferença é: o seu mercado potencial, acadêmico, está crescendo,
mas os concorrentes e as exigências de qualidade e preço dos produtos também estão.
106
O desenvolvimento de produtos para novos mercados internacionais é um pro-
cesso contínuo. Manter-se competitivo e aumentar as vendas no comércio internacio-
nal significa investir no desenvolvimento, assim como na adaptação de novos produtos.
Esse investimento garante que os produtos atendam às regulamentações, necessida-
des e expectativas dos novos mercados, posicionando melhor o empreendimento em
direção ao sucesso.
107
De acordo com a International Trade Administration (ITA, 2016), selecionar e
preparar o seu produto à exportação requer não apenas conhecimento do produto, mas
também conhecimento das características únicas de cada mercado-alvo. Pesquisas de
mercado e contatos com parceiros estrangeiros, compradores, clientes e outros devem
dar à sua empresa uma ideia de quais produtos podem ser vendidos e onde.
Antes que a venda possa ocorrer, a sua empresa, talvez, precisaria modificar de-
terminado produto para satisfazer os gostos do comprador, as necessidades em mer-
cados estrangeiros ou os requisitos legais do destino estrangeiro, no entanto, até que
ponto a sua empresa estará disposta a modificar os produtos vendidos para os mercados
de exportação, é uma questão política fundamental a ser abordada pela administração.
108
A adaptação também é fundamental a empresas que desejam lançar novos
produtos, mas não têm recursos ou fundos para desenvolver itens completamente
novos. Existem quatro fatores principais que costumam exigir a adaptação do produto:
cultura, desenvolvimento de mercado, concorrência e legislação.
109
prestar serviços em um ambiente internacional (GONZÁLEZ, 2021). De acordo com o Mi-
nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e a Secretaria de Comércio
e Serviços:
110
• Filial de empresa brasileira de construção
COMERCIAL NO
Consiste na prestação de estabelecida no exterior para execução
3 PRESENÇA
EXTERIOR
serviço por pessoa jurídica de obra.
domiciliada no exterior re- • Filiais bancárias, no exterior, de banco
lacionada a uma pessoa ju- brasileiro.
rídica domiciliada no Brasil. • Controlada de empresa brasileira de
comércio varejista no exterior.
4. MOVIMENTO TEMPORÁRIO
De acordo com a OECD (SERVICES TRADE..., 2023), os serviços são uma parte
importante da economia global, gerando mais de 2/3 do Produto Interno Bruto (PIB)
global, atraindo mais de 3/4 do investimento estrangeiro direto nas economias avan-
çadas ao empregar a maioria dos trabalhadores e criar, globalmente, a maioria dos
novos empregos.
111
As exportações de serviços são uma importante tendência emergente no
comércio global. Muitas exportações de produtos manufaturados tradicionais contêm
cada vez mais tecnologia que requer instalação, solução de problemas, manutenção e
reparos. O aumento dessas exportações é resultado natural do crescimento contínuo da
economia, assim, não existe um setor de serviços, mas muitos serviços com diferentes
modelos de negócios, desafios de concorrência e marcos regulatórios (SERVICES
TRADE..., 2023).
IMPORTANTE
No Brasil, a formulação e a execução das políticas de
comércio exterior são de competência do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Existe na estrutura do MDIC uma Secretaria para tratar
de assuntos relacionados especificamente ao setor de
serviços, a Secretaria de Comércio e Serviços – SCS. A
SCS possui, dentre outras, a incumbência de formular,
coordenar, implementar, avaliar políticas públicas e
estabelecer normas para o desenvolvimento do sistema
produtivo nas áreas de comércio e de serviços, tanto
no mercado doméstico quanto no mercado externo.
Está interessado em saber mais do assunto? É simples:
acesse o QR Code para se aprofundar .
113
Com relação à suspensão do pagamento do imposto de exportação, de acordo
com o “Manual de Exportação Temporária”,
DICA
Enquanto não for publicada a nova versão do “Manual de
Exportação Temporária” da Receita Federal do Brasil, cujas
alterações foram promovidas pela Instrução Normativa RFB
nº 1.989 de 2020, acesse o QR Code para ter acesso ao
manual simplificado .
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
115
AUTOATIVIDADE
1 O Brasil tem sido, tradicionalmente, mais orientado para a exportação do que a
maioria dos outros países latino-americanos por causa de seu tamanho, da sua
vantagem comparativa decorrente da produção de bens primários e, em períodos
selecionados, da política econômica (BONELLI; PINHEIRO, 2015). Algumas vantagens,
no contexto brasileiro, são estratégicas, sendo elas produtivas ou não. A partir desse
embasamento, assinale V para verdadeiro e F para falso.
( ) O Brasil tem um mercado interno com alto poder aquisitivo, pronto para consumir
assim que as pessoas adquirem um bom conhecimento dos produtos chineses.
( ) Não tem problemas étnicos ou religiosos sensíveis bem como não tem problemas
de fronteira.
( ) Tem um setor agropecuário e do agronegócio considerado um dos melhores do
mundo. Terra, sol e água em abundância para produzir alimentos.
( ) É uma democracia constitucional consolidada com diversas fluências de idioma
cuja predominância é o inglês americano.
2 São inúmeras as razões pelas quais uma empresa decide inserir os seus produtos
no mercado internacional. Não é uma tarefa difícil, mas, como qualquer negócio,
requer preparação e treinamento para ser bem-sucedido. Os planos estratégicos de
exportação têm um objetivo principal, ou seja, colocar e manter nas exportações em
um ou vários mercados selecionados, um produto específico. A partir desse contexto,
e para fins desses planos, as exportações são definidas como sendo o conjunto de
atividades necessárias para:
116
b) ( ) Que a maioria dos países aumentem as suas vendas por meios das indústrias
nacionais e, dessa forma, adquiram experiência na produção de bens e
serviços, ganhando os conhecimentos necessários a respeito de como vender
a mercados estrangeiros.
c) ( ) Melhorar o processo pelo qual empresas de um país vendem os seus bens e
serviços para empresas ou consumidores em um país diferente, trocando
energia e recursos naturais, matérias-primas (como alimentos ou têxteis) e
produtos de consumo acabados (como eletrônicos).
d) ( ) Entrar, estabelecer, consolidar e crescer nos mercados mundiais, por meio do uso
otimizado de todos os recursos humanos, tecnológicos, financeiros, produtivos,
administrativos e de marketing pelos quais uma empresa é responsável.
e) ( ) Descobrir quais países têm maior potencial para vender os seus produtos, o
que significa entender quais tipos de produtos os consumidores de um país
estrangeiro estão interessados bem como qual a concorrência existente no
mercado internacional.
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
TRIBUTAÇÃO NAS EXPORTAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Com relação às barreiras tarifárias e não tarifárias, vale a pena fazer uma
pequena ressalva, pois, no panorama atual de uma sociedade global e hiper conectada,
com mercados cada vez mais rápidos e eficientes voltados a satisfazer às necessidades
dos consumidores, é contraditório, em certa medida, que continuem existindo barreiras
ao comércio internacional de mercadorias, como as tarifas, no entanto essas medidas
também protegem as economias nacionais frágeis contra a concorrência desleal de
outros países e, como consequência, impulsionam a indústria nacional, bem como
apoiam os exportadores, além de serem a melhor forma de proteger os cidadãos – em
termos de saúde, ambiente e segurança – do contrabando de produtos perigosos.
119
• Tarifas e impostos: este segmento inclui medidas relacionadas a direitos aduaneiros.
• Não tarifário: estes incentivos são correlacionados nas flexibilizações ou na elimi-
nação das restrições legais.
DICA
O tratamento fiscal das exportações brasileiras segue a
prática mundial, portanto, ele busca a desoneração dos
tributos indiretos sobre as exportações. A Constituição
Federal de 1988 definiu que não incidem sobre as
exportações brasileiras o IPI, o ICMS e as Contribuições
Sociais e de Intervenção no Domínio Econômico, tais como
o Programa de Integração Social e o PIS/Pasep, inclusive
a Cofins. Quer saber mais a respeito da desoneração das
exportações no Brasil? Basta acessar o QR Code .
De acordo com a Orbe (2021, s. p.), o Brasil é o “14º país do mundo com maior
tributação por porcentagem do PIB, ou seja, é de grande importância conhecer quais
tributos o exportador tem direito à isenção e, dessa forma, utilizar tais incentivos du-
rante o processo”. Nesse contexto, saiba um pouco mais acerca dos principais incen-
tivos fiscais relacionados à carga tributária brasileira pertinentes aos incentivos fiscais
para a exportação:
120
• PIS e Cofins: o PIS (Programas de Integração Social) e a Cofins
(Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) são
calculados de formas bem similares. Basicamente, ambos os
tributos são contribuições a serem pagas, com algumas exceções
por pessoas jurídicas, com o objetivo de ajudar a financiar a
seguridade social. Os seus respectivos valores são calculados com
base no faturamento da empresa.
• Regimes aduaneiros especiais. alguns deles são: drawback,
drawback integrado, Recof e Recof Sped, admissão temporária,
depósito afiançado, entreposto aduaneiro.
• Acordos bilaterais: são de suma importância quando falamos
de incentivos à exportação no Brasil, pois eles oferecem alguns
benefícios específicos de país para país ou dentro de um bloco
de países, como no caso do Mercosul. A participação do Brasil
em um mercado comum com os seus vizinhos latino-americanos
beneficia a exportação em diversos sentidos: custo de logística
mais em conta, Tarifa Externa Comum (TEC), livre circulação de
bens e serviços (ORBE, 2021, s. p.).
Caro acadêmico, chegamos ao final da nossa unidade onde, como foi dito no
início de nossa trajetória, seria cheia de novas descobertas e de assuntos de extrema
relevância inerentes às operações de exportação.
Agora, você está lembrado dos questionamentos iniciais? Pois bem, foi indagado
o porquê de, nos últimos anos, ter sido notório o desenvolvimento de determinados
locais no país, não só como geradoras de emprego, mas também de investimento
estrangeiro, e a quem se destina a criação desses ambientes produtivos.
121
Quais seriam os objetivos desses locais e qual o interesse do governo neles?
A resposta você já sabe: levantar novos investimentos de capital, ser um polo de
desenvolvimento para promover a competitividade das regiões, desenvolver processos
industriais altamente produtivos e competitivos, promover a geração de economias de
escala e simplificar os procedimentos de comércio de bens e serviços, a fim de facilitar
a comercialização deles.
122
LEITURA
COMPLEMENTAR
A CULTURA ANTICORRUPÇÃO E O COMÉRCIO EXTERIOR
Ora, uma vez que o CARF – a mais alta corte administrativa para as matérias
tributárias e aduaneiras – se viu investigado por atos de corrupção, não nos parece
incoerente a importância que se dá à Lei Anticorrupção nas operações de comércio
exterior e, por conta disso, buscamos endereçar alguns comentários a respeito da
relevância da legislação para as empresas importadoras e exportadoras e a mudança
de cultura que esta tem trazido para as operações.
Não concordamos com isso e temos visto que o cenário, ou melhor, a cultu-
ra está mudando – o que é digno de aplausos. Talvez pela necessidade em apresentar
uma nova perspectiva aos países estrangeiros e garantir a continuidade dos investi-
mentos em nosso país, mas é possível notar que há programas aduaneiros buscando
pela transparência, relacionamento e assertividade nas operações de comércio exterior
123
brasileiro, tais como: Portal Único de Comércio Exterior e Operador Econômico Autori-
zado, mas, nesse contexto, qual é a importância da Lei Anticorrupção para as em-
presas importadoras?
Tema trazido pela Lei nº 12.846/2013, teve seu Regulamento publicado após
dois anos, com a promulgação do Decreto nº 8.420/2015, na busca de instituir o
comportamento empresarial íntegro, ético e responsável, baseado nas boas práticas
e na cultura da prevenção. Resta evidente, em nossa opinião, que a transparência nas
operações é uma tendência na legislação aduaneira.
124
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento,
de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos celebrados com a administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de
órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua
atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos
órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
125
irregularidades, constantes treinamentos das equipes e real aplicação de código de
ética e conduta, como medidas que impeçam a realização de atos corruptos por parte
de seus representantes.
É claro que, por conta disso, o comércio exterior brasileiro verá mudanças em
sua cultura e, por consequência, na cultura interna das empresas que atuam nessa área,
deixando estas de serem reativas, e se tornando proativas na luta contra a corrupção.
Fonte: JOAQUIM, D. L. S. A cultura anticorrupção e o comércio exterior. Aduaneiras, São Paulo, 10 ago.
2015. Disponível em: https://bit.ly/3T3kIPP. Acesso em: 6 mar. 2023.
126
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Os países se protegem por meio de barreiras tarifárias e não tarifárias que são
estabelecidas no momento da entrada de produtos estrangeiros.
• As barreiras tarifárias são traduzidas por meio do aumento das alíquotas do imposto
de importação, aumentando o custo do produto e assim inviabiliza o produto
estrangeiro no mercado.
• Dumping é a prática de preços no mercado externo abaixo dos seus custos e/ou de
seu preço de venda no mercado de origem, buscando conquistar o mercado.
127
AUTOATIVIDADE
1 Diversas medidas e ações formam as políticas comerciais que norteiam as
transações comerciais do nosso país com o mundo. O Governo Federal sanciona as
medidas e os ministérios e órgãos competentes responsáveis pelo gerenciamento.
As políticas comerciais determinam a abertura de mercado que pode ser maior ou
menor dependendo do período e situação do país. Com relação aos instrumentos
e ações desenvolvidos para os acordos comerciais, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
3 As grandes organizações globais buscam locais para produzir com custo baixo,
principalmente de mão de obra, e com legislação ambiental mais branda. Para isso, é
comum escolherem países em desenvolvimento que apresentam essas características
para instalar suas plantas industriais, produzir e distribuir seus produtos pelo mundo.
128
Essa estratégia, no entanto, se apresenta como um desafio do ponto de vista social
e ambiental, a ser equacionado com o possível desenvolvimento que possa trazer
para a região. Considerando o contexto apresentado e os tipos de dumping, assinale
a alternativa CORRETA:
129
REFERÊNCIAS
BALANÇA COMERCIAL: veja ranking dos principais parceiros do Brasil em 2021. G1
Economia, Rio de Janeiro, 4 jan. 2022. Disponível em: http://glo.bo/3ytc4Ao. Acesso
em: 9 mar. 2023.
BIN, L. W. Brazil free zones in 2023. Healy Consultants, [s. l.], c2023. Disponível em:
https://bit.ly/3ZScw79. Acesso em: 12 jan. 2023.
BORA, G. Global trade: how to determine the best market for your export product. The
Economic Times, Mumbai, 23 nov. 2021. Disponível em: https://bit.ly/41YxRNU. Acesso
em: 11 jan. 2023.
CERTIFICAÇÃO HALAL. Siscomex, Brasília, DF, 13 jul. c2022. Disponível em: https://bit.
ly/3ZBW3Ef. Acesso em: 11 jan. 2023.
130
CONVENÇÃO DE QUIOTO: anexo geral directivas. Capítulo 1 – princípios gerais. Bruxelas:
OMA, dez. 2010. p. 1-15. Disponível em: https://bit.ly/3IZWEsx. Acesso em: 13 jan. 2023.
EXPORT ENTERPRISES S.A. Brazilian foreign trade in figures. Santander, Trade Markets,
[s. l.], feb. 2023. Disponível em: https://bit.ly/3LbrzVt. Acesso em: 10 jan. 2023.
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THE WORLD IN 2050, 2009, Rome. Proceedings [...]. Rome: FAO, 2009. Disponível em:
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OLIVEIRA, I. et al. International integration as a vector for the Brazilian economic recovery:
proposals for stimulating exports. Revista Tempo do Mundo – RTM, Brasília, DF, n. 26,
p. 103-143, ago. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3l258Hy. Acesso em: 10 jan. 2023.
MARINS, L. Opinião: as vantagens comparativas do Brasil. Agrolink, [s. l.], 10 jul. 2015.
Disponível em: https://bit.ly/3Yx72gV. Acesso em: 10 jan. 2023.
131
MONITOR do Comércio Exterior Brasileiro. Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Balança Econômica, Brasília, DF, 7 mar. 2023.
Disponível em: https://bit.ly/3Js1csU. Acesso em: 10 jan. 2023.
POR QUE EXPORTAR? Siscomex, Brasília, DF, 24 jun. c2022. Disponível em: https://
bit.ly/41X0RFU. Acesso em: 12 jan. 2023.
SERVICES TRADE. World Trade Organization, Geneva, c2023. Disponível em: https://
bit.ly/2kEUi7l. Acesso em: 12 jan. 2023.
SERVICES TRADE in the global economy. OECD, Paris, c2023. Disponível em: https://bit.
ly/3yqZYI9. Acesso em: 11 jan. 2023.
TONON, A. Inteligência cultural e o comércio internacional. Andrea Tonon, [s. l.], 28 jan.
2020. Disponível em: https://bit.ly/3mFUYNe. Acesso em: 11 jan. 2023.
UNCTAD. World investment report 2019: special economic zones. New York:
United Nations Publications, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3ZyR8E1. Acesso em:
12 jan. 2023.
132
UNIDADE 3 —
DESPACHO DE IMPORTAÇÃO
E EXPORTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
133
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
134
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
PROCEDIMENTOS NA IMPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Seja bem-vindo à Unidade 3 da disciplina de Legislação
Aduaneira de Importação e Exportação. Em mais uma etapa da sua trajetória na busca de
conhecimento e aperfeiçoamento profissional, entraremos no contexto do despacho de
importação no Brasil e, por conseguinte, no dinâmico mundo do comércio internacional.
Serão vários assuntos que permeiam esse tema, os quais enriquecerão o seu
aprendizado, porque há novos assuntos, principalmente sobre a proposta de Novo
Processo de Importação e o Programa Portal Único de Comércio Exterior. Afinal, é por
isso que estamos aqui, não é mesmo? Bons estudos!
2 INTEGRAÇÃO ECONÔMICA
A enorme expansão do comércio exterior nas últimas décadas foi impulsionada
por três fatores: a globalização da tecnologia, a política governamental e a geopolítica.
As tecnologias digitais tornaram muito mais serviços comercializáveis e, juntamente
com a queda dos custos de transporte, facilitaram o desenvolvimento de cadeias de
abastecimento internacionais complexas para a produção de bens físicos. Os governos
abriram mercados e liberalizaram regulamentações, tanto unilateralmente quanto por
meio de acordos comerciais bilaterais, regionais e multilaterais.
135
Dentro de uma economia, no entanto, a divisão internacional do trabalho e o
progresso tecnológico também levaram ao declínio nas oportunidades de emprego e
renda para certos grupos de pessoas. Nas economias industriais desenvolvidas, tratam-
se, principalmente, de trabalhadores pouco qualificados e, com o objetivo de proteger
esses indivíduos, as nações industrializadas estão recorrendo, cada vez mais, a medidas
protecionistas, colocando o comércio internacional sob pressão.
136
No Brasil, além do registro dessa declaração, as mercadorias estão sujeitas a
parâmetros de importação definidos pelos canais fiscais (verde, amarelo, vermelho e
cinza). O despachante aduaneiro será notificado pelo Siscomex quando a mercadoria
tiver sido liberada, então, a prova de liberação é o Certificado de Importação (CI),
impresso por meio do Siscomex, pelo importador.
DICA
Outras operações de importação, incluindo operações
que requerem a intervenção de outros órgãos
governamentais, devem ser adicionadas ao piloto, ao
longo do ano. Ficou interessado? Quer saber um pouco
mais da proposta de Novo Processo de Importação
(NPI) e do Programa Portal Único de Comércio Exterior?
Então, leia o Item 3 – Proposta do Novo Processo de
Importação – 3.1 Introdução, páginas 25 a 29. Acesse o
QR Code para ter acesso ao conteúdo.
137
No caso de um Duimp, por exemplo, o sistema atualizado não exigirá mais o
envio de determinada documentação adicional. Além disso, foi adotada uma nova rotina
para o pagamento dos impostos de comércio exterior, com base no Documento de Arre-
cadação da Receita Federal (DARF) numerado, rotina esta que as autoridades brasileiras
aconselham para simplificar o processo de pagamento e proporcionar mais segurança.
Por fim, foram feitas várias melhorias no módulo que auxilia os operadores
comerciais na classificação tarifária de importação e exportação. Dentre outras coisas,
funcionalidades adicionais permitirão aos usuários pesquisar eletronicamente as Notas
Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias.
138
As empresas, hoje, precisam manter-se competitivas em escala global, é por
isso que a importação é mais importante do que nunca no mercado atual. Você conhece
os principais motivos para importar mercadorias? As principais razões são diversas,
porém mencionaremos algumas, como:
Com tantos motivos para importar mercadorias, você descobrirá que trazer
produtos ao país costuma ser um benefício às empresas. As nações necessitam fazer
importação de bens ou serviços quando eles são:
Valor FOB
PRODUTOS IMPORTADOS PELO BRASIL
US$
139
8º Compostos orga-inorgânicos. 5,9 bilhões
Origem de
RANKING % Valor FOB
importações
9º Itália 2% 4 bilhões
140
NOTA
Analisando o termo mercadoria, no campo do Direito Aduaneiro, ele se
define como tudo aquilo que poderá ser comercializado. Dessa forma, a
mercadoria, dentro dessa legislação, é o objeto da relação aduaneira e,
necessariamente, deverão ser aplicados os controles que o Estado tem à
disposição (TAVARES, 2011).
Quando você observa os dados nos quadros demonstrados, não pense que é o
país Brasil, mas entenda que são importações de matéria-prima, bens de produção ou
insumos para abastecer o parque industrial brasileiro, ou seja, as empresas nacionais.
141
INTERESSANTE
No dia 29 de outubro é comemorado o dia do importador,
data que teve início em 1992, quando foi suspensa a lei
de reserva do mercado, a qual limitava as importações
brasileiras a fim de estimular a indústria nacional. Quer
saber um pouco mais do importador e as suas funções?
Então, acesse o QR Code .
NOTA
Um termo muito importante no processo de importação é o import
clearance que, em português, significa despacho de importação. Sem
saber o conceito e os procedimentos operacionais corretos, você, como
agente do comércio exterior, corre o risco de perder tempo e não cumprir
o prazo de entrega de um produto/mercadoria.
142
Toda mercadoria que entra no Brasil deve passar pelo processo de despacho de
importação, que a permite ser liberada para sair do local no qual será recebida. Isso é um
processo que deve ser sempre realizado. Vamos saber mais sobre ele?
143
O que acontece na alfândega ao importar? Como dissemos, o despacho
consiste em uma série de atos e formalidades que devem ser cumpridos perante a
estância aduaneira, com o intuito de conseguir a introdução legal da mercadoria de
origem estrangeira no país. Para tanto, o despacho inicia-se assim que a mercadoria
entra no território nacional e está protegida em um entreposto controlado pelas
autoridades aduaneiras, denominado recinto fiscal.
144
• Fase administrativa: refere-se aos procedimentos e exigências de órgãos de
governo prévios à efetivação da importação e variam de acordo com o tipo de
operação e de mercadoria, ou seja, trata-se do licenciamento das importações.
• Fase fiscal: compreende o tratamento aduaneiro, por meio do despacho de importa-
ção, procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo
importador em relação às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e
à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Esta etapa ocorre
em recintos próprios, logo após a chegada da mercadoria ao Brasil, e inclui o reco-
lhimento dos tributos devidos na importação. Feita a conclusão do desembaraço, a
mercadoria é considerada importada e pode ser liberada para o mercado interno.
• Fase cambial: refere-se à operação de compra de moeda estrangeira destinada
à efetivação do pagamento das importações (quando há esse pagamento) sendo
processada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar
em câmbio.
IMPORTAÇÃO DEFINITIVA
A importação definitiva envolve regras de comércio
brasileiras, internacionais e do país de origem,
devendo ser efetuada via nacionalização do produto
ou serviço, que ocorre a partir de procedimentos
burocráticos ligados à Receita do país de destino,
bem como da alfândega, durante o desembaraço e
entrega, que pode se dar por via aérea, marítima,
rodoviária ou ferroviária. Quando mais de um tipo de
transporte é utilizado para entrega, chamamos de
transporte multimodal.
ASPECTOS
GERAIS NA
IMPORTAÇÃO
Fonte: o autor
145
A Receita Federal faz algumas considerações antes do despacho de importa-
ção, “que se inicia com o registro da declaração de importação, o importador deve ha-
bilitar-se para operar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), procedi-
mento regido pela Instrução Normativa RFB nº 1.603/2015” (CONSIDERAÇÕES GERAIS,
2021, s. p.).
Logo depois de a empresa ser habilitada, o representante legal dela poderá ca-
dastrar, pelo Portal Habilita, novos representantes para operar no exercício das ativida-
des com o despacho aduaneiro.
DICA
O Portal Habilita constitui-se em um novo canal da
Receita Federal do Brasil, permitindo que as empresas
possam solicitar, por meio da web, a habilitação/
autorização para operarem no comércio exterior. O
seu acesso é feito pelo Portal Único Siscomex, com a
utilização de um certificado digital. Quer saber mais
sobre esse portal? Então, acesse o QR Code .
146
I - Licenças de Importação;
II - Registros de Exportação;
III - Registros de Crédito; e
IV - Atos Concessórios de Drawback.
[...]
Art. 7º Para fins de alimentação no banco de dados do SISCOMEX,
os órgãos anuentes deverão informar ao Departamento de
Competitividade no Comércio Exterior os atos legais que irão
produzir efeito no licenciamento das importações e no registro das
exportações, indicando a finalidade administrativa, com antecedência
mínima de 30 (trinta) dias de sua eficácia, salvo em situações de
caráter excepcional (BRASIL, 2011a, p. 3-5).
147
Na modalidade "Registro Antecipado", da DI relativa à mercadoria que
proceda diretamente do exterior, poderá ser registrada antes da sua
descarga na unidade da RFB de despacho nas seguintes situações (Art.
17 da IN SRF nº 680/2006):
• Mercadoria transportada a granel, cuja descarga deva se realizar
diretamente para terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios
ou veículos apropriados.
• Mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente
DESPACHO ANTECIPADO
características de periculosidade.
• Plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente
perecíveis ou suscetíveis de danos causados por agentes exteriores.
• Papel para impressão de livros, jornais e periódicos.
• Órgão da administração pública direta ou indireta, federal, estadual
ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas.
• Mercadoria transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre.
• Mercadoria importada por meio aquaviário, quando o importador for
certificado como operador econômico autorizado (OEA), na modalidade
OEA - Conformidade Nível 2, conforme disciplinado em ato da Coana.
• Outras situações ou mercadorias a serem definidas pelo chefe da
unidade da RFB de despacho, mediante justificativa, ou pela Coana,
mediante ato normativo próprio, quando relativas ao combate da
doença provocada pelo coronavírus identificado em 2019 (Covid-19),
enquanto perdurar a Espin.
148
O despacho aduaneiro de importação é processado com base em
declaração. A declaração de importação, regra geral, é processada
no Siscomex, por meio de Declaração de Importação (DI), Declaração
Única de Importação (Duimp) ou Declaração Simplificada de
Importação (DSI eletrônica).
No entanto, existem exceções, em razão da natureza da mercadoria,
da operação e da qualidade do importador, em que o despacho de
importação é processado sem registro no Siscomex por meio de
Declaração Simplificada de Importação (DSI formulário).
O despacho de importação poderá ser efetuado em zona primária ou
em zona secundária. Tem-se por iniciado o despacho de importação
na data do registro da declaração de importação. O registro da
declaração de importação consiste em sua numeração pela RFB, por
meio do SISCOMEX.
O despacho de importação deverá ser iniciado em (Art. 546 do
Regulamento Aduaneiro):
Até 90 (noventa) dias da descarga, se a mercadoria estiver em recinto
alfandegado de zona primária.
Até 45 (quarenta e cinco) dias após esgotar-se o prazo de permanência
da mercadoria em recinto alfandegado de zona secundária ou
Até 90 (noventa dias), contados do recebimento do aviso de chegada
da remessa postal.
Para alguns produtos sujeitos à selagem na importação, o importador
terá o prazo para registro da declaração de importação contado a
partir da data de fornecimento do selo de controle pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil.
Caso o importador não registre a declaração de importação no prazo
de 90 (noventa) dias, a contar do fornecimento dos selos de controle,
ficará sujeito às penalidades previstas na legislação aplicáveis às
hipóteses de uso indevido de selos de controle (Art. 586 do Decreto
nº 7.212/2010).
Está dispensada de despacho de importação a entrada, no País,
de mala diplomática, assim considerada a que contenha tão
somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso
oficial (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, Art. 27,
promulgada pelo Decreto nº 56.435/1965)
(DESPACHO DE IMPORTAÇÃO, 2022, s. p.).
5 LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO
O licenciamento de importação é a apresentação de todos os documentos ne-
cessários por uma empresa à autoridade responsável para aprovação da importação
de tipos específicos de mercadorias. Os requisitos a esse licenciamento são influencia-
dos, principalmente, pelo GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), em português,
Acordo Geral de Tarifas e Comércio.
149
Já o parágrafo 2º exige que cada membro reveja a operação de suas leis e
regulamentos à luz das disposições no artigo) mediante solicitação de outro membro. O
parágrafo 3º proíbe os membros de impor sanções substanciais por pequenas violações
de regulamentos alfandegários ou requisitos processuais.
150
automático para administrar restrições de importação, como cotas e cotas tarifárias, ou
para administrar segurança ou outros requisitos, por exemplo, a mercadorias perigosas,
armamentos ou antiguidades.
151
• Importações não sujeitas a Licenças, Permissões, Certificados e Outros Docu-
mentos (LPCO): a Declaração Única de Importação (Duimp) é registrada no Siscomex.
• Importações sujeitas a Licenças, Permissões, Certificados e Outros
Documentos (LPCO): é o tipo de registro que não necessita de anuência de qualquer
órgão brasileiro, ele é efetivado automaticamente no Sistema Integrado de Comércio
Exterior – Siscomex, caso os pedidos de registro tenham sido apresentados de forma
adequada e completa.
• Importações sujeitas à emissão de nota no Controle de Carga e Trânsito
(CCT) pelo depositário.
152
DICA
Nas importações, o tratamento administrativo corres-
ponde a um conjunto de procedimentos aplicados às
mercadorias pela RFB, onde deverá ser analisado e cum-
prido antes do seu embarque, mas, veja bem, quando
nos referimos a esse tipo de tratamento, não devemos
relacioná-lo ao tratamento tributário, ainda que, em vá-
rias situações, ambos possam ser aplicados, juntos, em
determinada mercadoria. Quer saber mais a respeito
do tratamento administrativo nas importações? Acesse
o QR Code.
De acordo com o Siscomex, “cada órgão anuente possui sua própria legislação.
A norma que contém as regras de importação no âmbito desta Secretaria de Comércio
Exterior é a Portaria SECEX nº 23/2011” (IMPORTAÇÃO, 2020, p. 1). Ainda segundo essa
entidade, caso a operação tenha dispensa de licenciamento, mesmo assim, o importador
“deve apenas registrar a Declaração de Importação (DI), que é de competência exclusiva
da RFB. Tanto para o registro da LI quanto da DI, o importador deve estar previamente
habilitado no SISCOMEX e tal habilitação deve ser obtida junto à RFB” (IMPORTAÇÃO,
2020, p. 1).
há necessidade de
licenciamento?
153
3. Como verificar se determinada
Para saber se a importação pretendida requer licenciamento, é
necessário consultar o “Tratamento Administrativo” do produto no
importação requer ou não
Siscomex ou no “Simulador de Tratamento Administrativo – Importação”
no endereço eletrônico www.siscomex.gov.br.
licenciamento?
Por meio dessa consulta, o interessado verifica se a importação pleiteada
está sujeita a licenciamento de importação e, em caso positivo, quais
órgãos do governo são responsáveis pela anuência da LI. Além disso,
o importador deve verificar se a operação pretendida está enquadrada
nos termos dos Art. 14 e 15 da Portaria Secex nº 23/2011, os quais
disciplinam as situações em que há licenciamento automático e não
automático. Vale lembrar: uma LI tem a possibilidade de ser composta
por uma ou mais anuências.
licenciamento, embora haja
tratamento administrativo
haja a necessidade de
operação em que não
Para realizar a importação de uma mercadoria ao Brasil, em primeiro lugar, deve-se verificar a
classificação fiscal do produto (código NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul). A consulta
inicial costuma ser feita na lista da Tarifa Externa Comum (TEC).
154
A mera existência de restrições ao livre comércio tem forte impacto na economia
de qualquer país. Como consequência disso, é possível afirmar que, apenas naquelas
sociedades totalmente abertas ao comércio internacional, documentos como a licença
de importação, por exemplo, dentre muitos outros, não seriam necessários.
6 DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO
Um licenciamento de importação e a sua respectiva autorização representam o
ato de cumprir os regulamentos de importação de um país importador. De maneira geral,
os países exigem determinado tipo de DI (Declaração de Importação). Dependendo do
país e do produto, há a necessidade de documentação de apoio adicional, por exemplo,
os certificados de origem, a documentação consular e os certificados de saúde e
segurança relacionados ao produto.
155
Os impostos aduaneiros (II, IPI, PIS-Importação e Cofins-Importação) devem ser
pagos até o momento do registro da declaração de importação. Normalmente, o IVA
estadual (ICMS) também é pago antes de completar o processo de despacho aduaneiro.
156
proporcionarem redução de 40% no tempo médio de processamento à liberação das
mercadorias importadas, caindo de 17 para dez dias, o que reduzirá os custos na cadeia
logística das empresas.
157
Além disso, esse programa incluirá um módulo de catálogo para produtos
importados, no qual as suas características serão descritas por meio de folhas de
dados, desenhos e catálogos, por exemplo. Da perspectiva do governo brasileiro, tal
programa permitirá rever melhor as classificações tarifárias corretas durante o processo
de desalfandegamento.
INTERESSANTE
Olá, caro acadêmico! Que tal uma pausa na
leitura? Preparamos um podcast bem interessante,
especialmente para você. Falaremos da proposta
do Novo Processo se Importação, e o foco será o
Programa Portal Único de Comércio Exterior. Para ouvir,
basta acessar o QR Code e apertar o play!
158
7 DESEMBARAÇO ADUANEIRO
A entrada de diversos produtos importados no Brasil está sujeita a autorizações
emitidas pelas respectivas autoridades brasileiras que regulamentam tanto a entrada
quanto a comercialização desses bens. Estes, por sua vez, exigem licença de impor-
tação, portanto, requerem aprovação de uma ou mais das 16 autoridades, compostas,
principalmente, por ministérios ou agências reguladoras. Normalmente, essas licenças
devem ser solicitadas antes do embarque, mas, em certos casos, podem ser obtidas
após o embarque da mercadoria, porém antes do desembaraço aduaneiro.
159
• O conceito moderno da declaração adua-
neira foi delimitado pelo Protocolo de Revi-
• Sendo atestada a inexistência de irre-
são da Convenção Internacional para a Sim-
gularidades, a fiscalização aduaneira
plificação e a Harmonização dos Regimes
realiza a liberação das mercadorias.
Aduaneiros – Convenção de Kyoto, concluí-
do em Bruxelas, em 26 de junho de 1999.
160
• Desembaraço aduaneiro: última etapa
• Sendo atestada a inexistência de irre- do processo e pelo qual é registrada a
gularidades, a fiscalização aduaneira conclusão da conferência aduaneira. A
realiza a liberação da mercadoria. mercadoria, a partir daí, está liberada para
transporte e entrega na alfândega.
161
permita, destruídas, sob controle aduaneiro, às expensas do obrigado.
Pretende-se, com a implantação do novo processo de importação,
estabelecer o paralelismo entre os procedimentos de controle adua-
neiro e os procedimentos administrativos dos órgãos competentes.
Desta forma, não mais será necessário aguardar a atuação dos ór-
gãos anuentes para se iniciar o despacho aduaneiro, contudo, caso
haja a conclusão da conferência aduaneira antes das autorizações a
cargo dos demais órgãos anuentes, o desembaraço ficará sobrestado
até sua manifestação favorável. De toda sorte, a competência pelo
desembaraço aduaneiro permanecerá com a autoridade responsá-
vel, o Auditor-Fiscal da RFB.
Caso a Duimp seja indicada para o canal verde pelo gerenciamento de
riscos aduaneiros, o sistema registrará o desembaraço automático das
mercadorias após a concessão das eventuais autorizações por parte
dos demais órgãos anuentes (PORTAL SISCOMEX, 2017, p. 68-69).
ATENÇÃO
Os direitos de importação têm dois propósitos distintos: aumentar a ren-
da do governo local e dar uma vantagem de mercado a bens produzidos
localmente que não estão sujeitos a impostos de importação. Um ter-
ceiro objetivo relacionado é, às vezes, penalizar determinada nação por
meio da cobrança de altas taxas de importação sobre os produtos dela.
162
Em todo o mundo, diversas organizações e tratados têm impacto direto nas
tarifas de importação. O valor do imposto a pagar varia muito, pois depende da mercadoria
importada, do país de origem e de vários outros fatores. Os direitos aduaneiros sobre as
importações de mercadorias são chamados de tarifas. Elas conferem uma vantagem
de preço aos bens produzidos localmente em relação aos bens similares importados e
aumentam as receitas para os governos (TARIFFS, 2023).
163
Quadro 6 – Regimes tributários na importação
164
• Poderá ser aplicado aos bens contidos em encomenda internacional:
REGIME COMUM DE a) quando não forem cumpridos os requisitos para utilização do RTS
IMPORTAÇÃO ou do RTE; ou b) por opção do destinatário, enquanto não ocorrido
o desembaraço da declaração de importação em outro regime.
• O regime comum de importação será aplicado mediante o registro
de Declaração de Importação (DI) ou Declaração Simplificada de
Importação (DSI) no Siscomex Importação e com observância das
regras gerais do despacho aduaneiro de importação, afastando-se
os benefícios próprios do RTS ou do RTE.
• Decreto-Lei nº 1.804/1980.
• Decreto nº 6.759/2009.
LEGISLAÇÃO
• Portaria MF nº 156/1999.
• IN RFB nº 1.737/2017.
• Portaria Coana nº 81/2017.
• Portaria Coana nº 82/2017.
• Convênio ICMS nº 60/2018.
INTERESSANTE
No Brasil, todas as tributações de mercadorias
importadas são baseadas pela Nomenclatura Comum
do Mercosul (NCM) e, assim sendo, como o Brasil é
país-membro do Mercosul, utiliza a Tarifa Externa
Comum (TEC), que possui todas as alíquotas de
imposto de importação dos produtos. Caso queira
saber mais acerca da NCM e da TEC, basta acessar os
QR Codes, a seguir:
• NCM.
• TEC.
165
Independentemente do modelo de importação, o contribuinte é o importador
que promove a entrada de mercadorias em território brasileiro. A alíquota II varia de
acordo com a classificação das mercadorias importadas segundo o Código Tarifário Ex-
terno Brasileiro (Tarifa Externa Comum – TEC), que inclui o mesmo sistema de classifi-
cação do Sistema Harmonizado (SH) determinado pela Organização Mundial de Adua-
nas (OMA). A taxa do imposto de importação é um imposto não recuperável, portanto, é
um custo ao importador.
Prezado acadêmico, com sucesso e esforço, você finalizou este tópico, no qual
abordamos o despacho na importação, mas, lembre-se que, no início, fizemos alguns
questionamentos a respeito de como o comércio exterior poderá se desenvolver
no futuro? Para essa questão, a resposta está no âmbito do Novo Processo de Im-
portação que, desde 2018, faz a implementação da Declaração Única de Importação
(Duimp), no Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex). Este canal, futuramente, será
interativo e indispensável para os operadores de comércio exterior.
Quais são os benefícios que terei e como saber mais sobre o despacho
aduaneiro? Acerca desta questão, você terá um canal que reunirá informações
relacionadas ao controle aduaneiro, fiscal e administrativo da operação de importação,
este último realizado concomitantemente ao despacho aduaneiro, uma considerável
inovação em relação à atual sistemática “Licença de Importação-Declaração de
Importação” (LI-DI).
166
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
167
AUTOATIVIDADE
1 O despacho de importação é um procedimento necessário antes que as mercadorias
possam ser importadas ou reexportadas internacionalmente. Se uma remessa for
liberada, o remetente fornecerá a documentação confirmando os direitos alfandegários
que foram pagos e a remessa pode ser processada. Isso se faz necessário para
permitir que mercadorias sejam transportadas a um país. Dentro desse processo,
há também informações sobre embarques com importador e as partes envolvidas
no processo. A partir desse contexto, correlacione as etapas a seguir e as suas
respectivas descrições.
168
a) ( ) Despacho aduaneiro automático.
b) ( ) Desembaraço aduaneiro pelo Siscomex.
c) ( ) Pagamento dos tributos das mercadorias.
d) ( ) Contrato assinado pelo agente aduaneiro.
e) ( ) Contrato de licenciamento de importação.
169
170
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
PROCEDIMENTOS NA EXPORTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Nesta etapa final do seu processo de aprendizagem, estudaremos o despacho
de exportação. As exportações são de suma importância para as economias dos países,
tendo em vista que oferecem às empresas potenciais mercados aos produtos delas.
2 CONDIÇÕES LEGAIS
As exportações representam os produtos e/ou serviços produzidos em uma
nação que são vendidos aos importadores de outra nação. As exportações, juntamente
com as importações, formam o comércio internacional de um país e fomentá-lo é uma
das funções centrais do comércio exterior, por meio do incentivo às exportações em
benefício de todas as partes comerciais.
171
2.1 REQUISITOS DE EXPORTAÇÃO
Os requisitos de exportação são as leis e normas pelas quais um país regula a
transação de bens e serviços. São burocracias necessárias para manter a segurança,
estabelecer padrões de qualidade e estimular a concorrência leal entre empresas
nacionais e estrangeiras. Além disso, eles são fundamentais à missão de estruturar os
dados gerais do comércio, encontrar lacunas nos processos e tecnologias à disposição
e garantir que os processos alfandegários sejam tão otimizados quanto ágeis. Conhecer
mais profundamente tais requisitos bem como pesquisar informações específicas pode
economizar dinheiro, mas também ajudar a encontrar diferentes oportunidades.
172
DICA
Ficou curioso em conhecer a plataforma do Portal Único?
Acesse o QR Code e conheça todas as funcionalidades do site.
DICA
Ficou interessado? Quer saber um pouco mais da Proposta
de Novo Processo de Exportação (NPE)? Então, agora, leia
este documento e faça um resumo do Item 2 – Fluxo Geral
do Novo Processo de Exportação e do Item 3 – Licenças,
Permissões, Certificados e Outros Documentos Necessários
à Exportação (LPCO – Exportação) localizados das páginas 4 a
6. Para isso, basta acessar o QR Code.
173
DICA
As informações mais relevantes da Declaração Única de
Exportação — que está no decorrer de todo o Capítulo 4 –
intitulado 4. Declaração Única de Exportação – DU-E, da
página 9 até a 14, do Novo Processo de Exportação (NPE).
Para isso, basta acessar o QR Code.
IMPORTANTE
Exportar é o meio mais comum pelo qual as empresas iniciam as suas
atividades internacionais, ou seja, as empresas que entram na exportação o
fazem, principalmente, com o intuito de aumentar a sua receita de vendas,
alcançar economias de escala na produção e diversificar os locais de venda .
174
Exportar é, simplesmente, vender no amplo mercado global, isto é, realizar a
venda de bens e serviços produzidos internamente em um país e consumidos em outro.
Como isso pode ser feito? De duas maneiras:
Muitos dos erros cometidos por empresas que começam a exportar ou que
decidem expandir as suas operações para mercados estrangeiros foram o resultado da
falta de experiência e de conhecimento dos operadores, portanto, é necessário que os
exportadores estejam cientes desses erros e façam uma avaliação deles.
Dito isso, temos a plena certeza de que você utilizará muito bem essas informa-
ções e se destacará, com excelência, no seu ambiente de trabalho.
176
[...] é uma iniciativa de reformulação dos processos de importação,
exportação e trânsito aduaneiro e licenciamento. Com essa refor-
mulação, busca-se estabelecer processos mais eficientes, harmoni-
zados e integrados entre todos os intervenientes públicos e privados
no comércio exterior. Da reformulação dos processos, o Programa
Portal Único passa ao desenvolvimento e integração dos fluxos de
informações correspondentes e dos sistemas informatizados encar-
regados de gerenciá-los (PORTAL SISCOMEX, 2019, p. 3, grifo nosso).
177
O despacho aduaneiro é um processo obrigatório exigido pela Receita
Federal para realizar qualquer tipo de importação ou exportação de
produtos e bens.
Além de cumprir um papel de fiscalização e conferência desses itens,
o procedimento legal é realizado com objetivo de desembaraço de
mercadorias na chegada e na saída de nações diferentes, tornando
essas etapas mais padronizadas em cada ponta do transporte.
Por meio dessa visão simplificadora, o despacho aduaneiro concentra
todas as ações necessárias para resolver, em uma linha única,
as exigências e demandas inerentes a qualquer processo do tipo
(DESPACHO ADUANEIRO, 2019, s. p.).
Lee (2022, s. p.) enfatiza, também, ser possível conceituar o despacho adua-
neiro como o “procedimento fiscal realizado para qualquer carga e mercadoria que é
proveniente ou destinada para outro país e com o objetivo de verificar se todos os docu-
mentos declarados estão regulares e de acordo com a natureza do bem transportado”.
O nosso país vem trabalhando para facilitar o comércio exterior. A meta é reduzir
o tempo médio de exportação em 38% (para oito dias de 13). Com um sistema integrado,
o Brasil reduziria a burocracia e os requisitos de papel, simplificaria os procedimentos e
tornaria o processo amigável (BAIN & COMPANY; ITC, 2015).
Por que essa mudança? De acordo com o estudo Doing Business, do Banco
Mundial, uma exportação de mercadorias conteinerizadas no Brasil demorava, em mé-
dia, 13 dias para ser concluída, com custos médios da ordem de US$ 2.200 por contê-
iner. Estes números colocaram o Brasil em 124º lugar no ranking do Doing Business de
comércio internacional (WORLD BANK GROUP, 2020).
DU-E - Declaração
Única de
Exportação
LPCO (Licença,
Permissão, Certificado
e Outros Documentos),
para mercadorias e
operações sujeitas a
tratamento
administrativo.
179
A figura apresenta, por meio de círculos e setas, os principais aspectos do Novo
Processo de Exportação. No centro, tem-se um círculo com o título da figura no seu
interior, “Processo de exportação”, dele saem setas em direção aos quatro pontos
cardeais: norte, sul, leste e oeste. Os pontos cardeais são pontos de referência
estabelecidos para a orientação. Nesses quatro pontos, há quatro círculos que
indicam os principais assuntos do processo de exportação. Posicionado à frente da
figura, está, na posição norte, o círculo com a expressão “DU-E Declaração Única de
Exportação”, essa declaração é um documento eletrônico que contém informações de
natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística,
informações as quais caracterizam a operação de exportação dos bens por ela
amparados e definem o enquadramento dessa operação. A DU-E servirá de base ao
despacho aduaneiro de exportação. A oeste está o círculo com o termo “Nota Fiscal
de Serviços Eletrônica (NFS-e)”, este é um documento de existência digital, gerado
e armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela RFB, prefeitura ou outra
entidade conveniada, para documentar as operações de prestação de serviços. Ao
sul, localiza-se o círculo com o texto “LPCO (Licença, Permissão, Certificado e Outros
Documentos) para mercadorias e operações sujeitas a tratamento administrativo”.
Por fim, a leste, vê-se o círculo com o termo “Controle de Carga e Trânsito – CCT”. Uma
das premissas dele é a adoção de uma única solução e um único fluxo para qualquer
tipo de carga e qualquer modal de transporte. As diversas mercadorias de um mesmo
despacho estarão vinculadas entre si pela DU-E, assim, comporão determinada carga
a ser submetida a despacho.
Embora o “velho modelo” brasileiro fosse uma inovação na época em que foi
criado, é evidente que esse modelo de exportação não era mais capaz de atender,
com eficiência, às necessidades dos atores privados e órgãos governamentais do país,
especialmente, diante da crescente globalização que levou ao fluxo mais intenso do
comércio mundial moderno.
180
◦ servirá de base para o despacho aduaneiro de exportação. Pa-
rágrafo único. As informações constantes da DU-E servirão de
base para o controle aduaneiro e administrativo das operações
de exportação.
• No que se refere à elaboração da DU-E, a referida Instrução Nor-
mativa define que a DU-E será formulada em módulo próprio do
Portal Siscomex e consistirá na prestação, pelo declarante ou seu
representante, das informações necessárias ao controle da opera-
ção de exportação, de acordo com:
◦ a forma de exportação escolhida pelo exportador;
◦ os bens integrantes da DU-E; e
◦ as circunstâncias da operação.
• A DU-E terá como base a nota fiscal que amparar a operação de
exportação, exceto nas hipóteses em que a legislação de regência
dispensar a emissão desse documento e nas hipóteses de expor-
tação com base em nota fiscal em papel ou sem nota fiscal, todos
os dados necessários à elaboração da DU-E deverão ser forneci-
dos pelo declarante.
• O exportador poderá optar por uma destas três formas de realizar
sua exportação por meio de DU-E:
◦ exportação própria;
◦ exportação por meio de operador de remessa expressa ou
postal; ou
◦ exportação por conta e ordem de terceiro (DECLARAÇÃO
ÚNICA..., 2022, s. p.).
INTERESSANTE
Os controles aduaneiro e administrativo de uma exporta-
ção realizada por meio de DU-E são efetuados por intermé-
dio de módulos especializados do Portal Siscomex. Para ter
acesso ao manual de preenchimento da Declaração Única
de Exportação, basta acessar o QR Code .
• O registo de exportação.
• O registro de crédito.
• A Declaração Simplificada de Exportação (DSE).
• A Declaração de Exportação (DE) (DECLARAÇÃO ÚNICA..., 2022, s. p.).
181
A consolidação do registro e da declaração de exportação em um único
documento, assim como as integração e reutilização de várias informações da Nota
Fiscal-e (classificação e descrição de mercadorias e quantidades, dentre outras)
reduziram drasticamente os dados a serem preenchidos pelos exportadores.
Com a integração das ações dos órgãos anuentes, surgiram várias oportunida-
des à automatização das etapas processuais, com significativa economia de tempo. A
mudança dos fluxos procedimentais do modelo sequencial atual para um modelo para-
lelo trouxe novos ganhos de tempo, pois etapas independentes podem ser realizadas ao
mesmo tempo, em vez de manter a conclusão de uma para iniciar outra.
182
[...] o Fluxo Geral de Exportação inicia-se com a intenção de um ope-
rador privado em realizar uma exportação e finaliza com o embar-
que da mercadoria para o exterior. Nesse ínterim, além de tratar com
seus parceiros comerciais e da cadeia logística, o exportador deverá,
mediante uma declaração específica, informar ao governo a opera-
ção a ser realizada. Ademais, a depender das características de sua
exportação, o exportador deverá atender a exigências oriundas de
legislação nacional, normas internacionais ou aquelas impostas pelo
país importador de sua mercadoria.
Essas exigências, em sua maioria, materializam-se pela obtenção de
licenças, autorizações, certificados, dentre outros documentos. No
sistema que abarca o Novo Processo de Exportação, será desenvol-
vido um módulo específico para essas necessidades, denominado Li-
cenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO). Esse
módulo estará pronto para receber solicitações de análise e emissão
de documentos de forma paralela e independente do registro de de-
claração sobre uma exportação, a qual também será efetivada em
novo módulo específico e denominada Declaração Única de Exporta-
ção (DU-E). Apesar de independentes, tais módulos, dentre outros do
sistema, darão suporte a um fluxo centralizado de informações bem
como guardarão relações de complementaridade e validação.
LPCO – EXPORTAÇÃO
183
• Essas demandas ocorrem mediante formulários em papel ou sistemas eletrônicos
independentes. Como a maioria das formalidades presentemente é externa ao
Siscomex, esse sistema funciona apenas como ferramenta eletrônica de liberação
de mercadorias para o início do despacho aduaneiro.
*Processo que visa a certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra de pedras
originárias de áreas de conflito. Foi criado em 2003 com o objetivo de evitar o financiamento
de armas em países africanos em guerra civil. Esse processo é retratado no filme Diamante
de Sangue (2006).
184
que necessitarem de tratamento administrativo, o exportador, por
meio do LPCO, terá acesso, em um único lugar, a formulários de
pedidos de documentos referentes aos tratamentos administrativos
de competência de cada órgão anuente na exportação.
Além disso, também será disponível no módulo LPCO um formulário
específico para financiamento às exportações, de acordo com
a modalidade da operação de financiamento. Esse formulário
substituirá o Registro de Operações de Crédito (RC) nas operações
de exportação processadas por meio da DU-E e financiadas com
recursos do Programa de Financiamento às Exportações (Proex).
É vedado o embarque de mercadoria para o exterior quando não
estiver vinculada à DU-E a autorização, permissão ou licença de
exportação emitida por meio do LPCO, caso a legislação imponha
a obrigatoriedade da sua obtenção para a saída da mercadoria do
território aduaneiro (TRATAMENTO..., 2018, s. p.).
INTERESSANTE
Dentre as principais ferramentas disponíveis no Portal
Único de Comércio Exterior, há a Consulta sobre Incidência
de Tratamento Administrativo, a qual possibilita que
os operadores de exportação, sem que haja nenhuma
habilitação prévia e, com base nos parâmetros que
distinguem uma exportação (como a NCM), o país de
destino e o enquadramento, verifiquem se há a incidência
de um ou mais tratamentos administrativos, de acordo com o fluxo do
processo de exportação e LPCOs para exportação. Para saber mais, acesse
o QR Code e consulte a tabela do tratamento administrativo da exportação,
assim como demais tabelas com códigos para serem preenchidos na DU-E.
185
• O Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009 regulamenta a ad-
ministração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controle e
a tributação das operações de comércio exterior (DESPACHO DE
EXPORTAÇÃO, 2022, s. p.).
DICA
Recomendamos a leitura das Orientações Gerais sobre o
Novo Processo de Exportação e do conteúdo relacionado
à Declaração Única de Exportação (DU-E). O novo processo
oferece trâmites simplificados às vendas externas de
produtos brasileiros devido à eliminação de documentos e
etapas. Para acessar o material, basta acessar o QR Code.
A fim de que você entenda melhor, veja a explicação de Oliveira (2021, p. 142,
grifos nossos):
186
entrada em recinto aduaneiro até o seu embarque para o exterior, é
controlada pelo Módulo de Controle de Carga e Trânsito de Exportação
(CCT) que trabalha integrado ao da DU-E.
Após o registro da declaração, a mercadoria poderá ser selecionada
ou não à conferência aduaneira, por meio de gerenciamento de
risco ou por interferência manual da fiscalização aduaneira. Esta
última é realizada por meio do módulo de conferência aduaneira.
Eventuais inspeções físicas por parte de órgãos anuentes ocorrem
conjuntamente com a verificação física da RFB.
Não havendo outras pendências, como a necessidade de análise de
pedido e emissão de documento LPCO por órgão anuente, a operação
é automaticamente desembaraçada, em seguida, o embarque é
autorizado. Havendo pendências, a operação aguarda a conclusão
para que se dê o desembaraço.
(quando o
Tratamento
(Controle
Administrativo indica de Carga e Trânsito)
a necessidade)
(Apresentação
de Carga para
Despacho)
(Receita
Federa)
(deferimento
da Licença)
E faz a
manifestação
da carga
187
A figura apresenta, por meio de um infográfico, o fluxo básico de exportação, Ele inicia-
se com exportador, que é o agente principal do processo. O fluxo tem início com esse
agente e, sendo assim, ele realiza as três primeiras etapas com um fluxo duplo, que
são: o “LPCO” uma licença, permissão, certificado ou outro documento necessário
em função do produto, e a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) ou de outras
características da operação (país de origem ou de aquisição, fundamento legal). O
importador deverá providenciar o seu pedido por meio do módulo próprio quando
o tratamento administrativo indicar a necessidade. A licença pode ser solicitada
antes ou depois do registro da DU-E. Concomitantemente, deve haver a recepção
da nota no CCT (Controle de Carga e Trânsito) a qual, na maioria dos casos, quem
recebe é o depositário. Após o registro da DU-E, ocorre a Apresentação de Carga
para Despacho (ACD), na sequência, o crivo do gerenciamento de risco RFB (Receita
Federa do Brasil). O fluxo segue com as etapas RFB e do controle administrativo e
deferimento da licença que deverão estar finalizados e concluídos. Agora, inicia-
se um fluxo único e linear com a DU-E desembaraçada, onde, nesta fase, a licença
que impede o desembaraço precisa estar deferida, bem como vinculada na DU-E, a
fim de ocorrer o desembaraço. Nesta fase, cabe uma ressalva: as licenças que não
impedem desembaraço podem ser vinculadas à DU-E em qualquer momento. As
etapas seguintes são: o depositário entrega a carga ao transportador, este a leva ao
exterior, realizando, assim, a manifestação da carga.
INTERESSANTE
Caro acadêmico! Que tal uma pausa na leitura? Preparamos
um podcast bem interessante, especialmente, para você.
Nele, falaremos sobre o Novo Processo de Exportação.
Para ouvir, basta acessar o QR Code e apertar o play!
188
4 INFRAÇÕES E PENALIDADES
Desde o início da década de 1990, devido aos avanços tecnológicos e intelec-
tuais na luta contra a evasão fiscal e à vontade política de aumentar a arrecadação de
impostos, as autoridades fiscais têm tido uma presença cada vez mais importante na
vida dos contribuintes.
A Administração Pública tem procurado aumentar a receita dos cofres fiscais por
meio da aplicação de multas e outras penalidades fiscais sobre o descumprimento repe-
tido por parte dos contribuintes. Da mesma forma, o objetivo de qualquer sanção é punir
o contribuinte sem precisar transformar o sistema repressivo em um meio de cobrança.
189
VI - conjunta ou isoladamente, o importador e o encomendante
predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira
de pessoa jurídica importadora. Parágrafo único. Para fins de
aplicação do disposto no inciso V, presume-se por conta e ordem
de terceiro a operação de comércio exterior realizada mediante
utilização de recursos deste, ou em desacordo com os requisitos e
condições estabelecidos na forma da alínea “b” do inciso I do § 1º do
Art. 106 (BRASIL, 2009, grifos nossos).
Art. 676 A aplicação das penalidades a que se refere o Art. 675 será
proposta por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;
Art. 677 Compete à autoridade julgadora (Decreto-Lei nº 37, de 1966,
Art. 97):
I - determinar a pena ou as penas aplicáveis ao infrator ou a quem
deva responder pela infração; e
II - fixar a quantidade da pena, respeitados os limites legais.
Art. 678 Quando a multa for expressa em faixa variável de quantidade,
a autoridade fixará a pena mínima prevista para a infração, só a
majorando em razão de circunstância que demonstre a existência
de artifício doloso na prática da infração, ou que importe agravar
suas consequências ou retardar seu conhecimento pela autoridade
aduaneira (Decreto-Lei nº 37, de 1966, Art. 98).
Art. 679 Apurando-se, no mesmo processo, a prática de duas ou
mais infrações diferentes, pela mesma pessoa física ou jurídica,
aplicam-se cumulativamente, no grau correspondente, quando for o
caso, as penalidades a elas cominadas.
Art. 680 Se do processo se apurar responsabilidade de duas ou mais
pessoas, será imposta a cada uma delas a pena relativa à infração
que houver cometido (BRASIL, 2009, grifos nossos).
INTERESSANTE
Entrou em vigor um novo procedimento destinado
a prevenir fraudes aduaneiras no Brasil, conforme
instrução normativa RFB nº 1986, de 29 de outubro
de 2020. A Receita Federal do Brasil indica que a nova
regulamentação traz mais transparência às ações das
agências, para evitar fraudes alfandegárias. Quer mais
informações? Acesse o QR Code .
190
4.1 PERDIMENTO DE VEÍCULO
O transporte de carga pode ser definido como as etapas e meios implementa-
dos no transporte de mercadorias. As etapas incluem logística implantada, transporte
ou os recursos usados para
chegar ao destino de entrega. O seu papel notável tem
influência direta nas trocas comerciais dentro de um país ou em escala internacional e
o impacto na economia mundial é, portanto, real.
191
Confisco, do latim confiscatio, que significa despachar para o fiscus, ou
seja, transferir ao tesouro, é uma forma legal de apreensão por um governo ou outra
autoridade pública. A palavra também é usada, popularmente, para espoliação sob
formas legais ou qualquer apreensão de bens como punição ou cumprimento da lei.
192
se pertencente ao responsável por infração punível com essa
penalidade;
VI - quando o veículo terrestre utilizado no trânsito de mercadoria
estrangeira for desviado de sua rota legal sem motivo justificado; e
VII - quando o veículo for considerado abandonado pelo decurso do
prazo referido no
Art. 648.
§ 1º Aplica-se, cumulativamente ao perdimento do veículo, nos casos
dos incisos II,
III e VI, o perdimento da mercadoria (Decreto-Lei nº 37, de 1966, Art.
104, parágrafo único, este com a redação dada pela Lei nº 10.833, de
2003, Art. 77, e Art. 105, inciso XVII; e Decreto-Lei nº 1.455, de 1976,
Art. 23, inciso IV e § 1º, este com a redação dada pela Lei nº 10.637,
de 2002, Art. 59).
§ 2º Para efeitos de aplicação do perdimento do veículo, na hipótese
do inciso V, deverá ser demonstrada, em procedimento regular, a
responsabilidade do proprietário do veículo na prática do ilícito.
§ 3º A não-chegada do veículo ao local de destino configura desvio de
rota legal e extravio, para fins de aplicação das penalidades referidas
no inciso VI deste artigo e no inciso XVII do Art. 689.
§ 4º O titular da unidade de destino comunicará o fato referido no §
3º à autoridade policial competente, para efeito de apuração do crime
de contrabando ou de descaminho (BRASIL, 2009).
193
As formas de implementação do confisco variam de acordo com a legislação.
Geralmente, alguma autoridade competente, como a Polícia Federal, no caso do Brasil,
tem o poder de confiscar bens ilegais, por exemplo, o contrabando ilegal de mercadorias.
Assim, o Estado tem o poder de polícia. Segundo o Código Tributário Nacional – CNT
(BRASIL, 2012, p. 72, grifo nosso):
Bertuol (2020, s. p.) considera o perdimento da mercadoria uma das sanções ad-
ministrativas mais rigorosas dentro do Direito Aduaneiro: o “Decreto 6.759/2009, conhe-
cido como o Regulamento Aduaneiro, delimita uma série de possibilidades onde pode ser
aplicada tal pena. Elas vão desde o abandono da mercadoria até os casos mais graves
onde é constatada fraude”. Esse decreto estabelece, no Art. 689, que se aplica a pena de
perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem danos ao erário:
194
sido pagos apenas em parte, mediante artifício doloso;
XI. Estrangeira, chegada ao País com falsa declaração de conteúdo;
XII. Transferida a terceiro, sem o pagamento dos tributos aduaneiros
e de outros gravames;
XIII. Encontrada em poder de pessoa física ou jurídica não habilitada,
tratando-se de papel com linha ou marca d’água, inclusive aparas;
XIV. Constante de remessa postal internacional com falsa declaração
de conteúdo;
XV. Fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas
aéreas internacionais visando a iludir, no todo ou em parte,
o pagamento dos tributos aduaneiros ou quaisquer normas
estabelecidas para o controle das importações ou, ainda, a beneficiar-
se de regime de tributação simplificada;
XVI. Estrangeira, em trânsito no território aduaneiro, quando o ve-
ículo terrestre que a conduzir for desviado de sua rota legal, sem
motivo justificado;
XVII. Estrangeira, acondicionada sob fundo falso, ou de qualquer
modo oculta;
XVIII. Estrangeira, atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde
ou à ordem públicas;
XIX. Importada ao desamparo de licença de importação ou documento
de efeito equivalente, quando a sua emissão estiver vedada ou
suspensa, na forma da legislação específica;
XX. Importada e que for considerada abandonada pelo decurso do
prazo de permanência em recinto alfandegado; e
XXI. Estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, na
hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador
ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação,
inclusive a interposição fraudulenta de terceiros (BRASIL, 2009).
INTERESSANTE
Você sabia que é de competência do Ministro de Es-
tado da Fazenda autorizar a destinação de mercado-
rias abandonadas, entregues à Fazenda Nacional ou
objeto de pena de perdimento, e que a administração
de mercadorias apreendidas compreende o controle,
o gerenciamento e a guarda fiscal das mercadorias?
Quer saber mais a respeito? Então, acesse o QR Code
e leia a Portaria RFB nº 200, de 18 de julho de 2022,
que dispõe sobre a administração e a destinação de
mercadorias apreendidas.
195
Ainda, será aplicada a pena de perdimento da mercadoria provinda do exterior
que se encontre na zona secundária, a qual tenha sido, em caráter clandestino, intro-
duzida no Brasil ou importada de forma fraudulenta e/ou irregular. Faz-se necessário
ter um controle bem determinado com relação ao prazo de permanência da mercadoria
dentro do ambiente alfandegado, para que, dessa forma, não seja elemento de perdi-
mento pelo decurso de prazo.
NOTA
Os termos “dinheiro” e “moeda” são, muitas vezes, pensados para significar
a mesma coisa, no entanto, embora relacionados, eles têm significados dife-
rentes. Dinheiro é um termo mais amplo e refere-se a um sistema de valor
intangível que torna possível a troca de bens e serviços, agora e no futuro. A
moeda é, simplesmente, uma forma tangível de dinheiro. O dinheiro é usado
de várias maneiras, todas relacionadas ao seu uso futuro em algum tipo de
transação, por exemplo, o dinheiro é uma reserva de valor, ou seja, ele tem e
mantém um certo valor que suporta trocas contínuas.
196
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica na hipótese em que o ingres-
so ou a saída de moeda esteja autorizado em legislação específica; e
§ 5º O perdimento de moeda não exclui a aplicação das sanções
penais previstas para a hipótese (BRASIL, 2009, grifo nosso).
5 DESPACHANTE ADUANEIRO
Caro acadêmico, estamos chegando ao final da nossa unidade. Para finalizarmos,
falaremos do despachante aduaneiro. A figura desse profissional refere-se ao serviço
específico, dentro do setor de comércio exterior, encarregado de aplicar os regulamentos
aduaneiros e controlar as diferentes leis e regulamentos que afetam esse setor.
197
É um serviço dinâmico devido às constantes mudanças e, também, complexo,
pois, para cada mercadoria embarcada, é necessário realizar uma classificação tarifária
levando em consideração as cotas, restrições, controles aplicados a cada caso, além de
conhecer as possíveis variações.
IMPORTANTE
Os despachantes aduaneiros são definidos, na Convenção de Kyoto Revisada
(RKC), como “terceiros” no seguinte sentido: qualquer pessoa a qual lida
diretamente com as alfândegas, por e em nome de outra pessoa, relacionada a
importação, exportação, movimentação ou armazenamento de mercadorias.
198
licenciamento que permitem que uma parte atue como despachante, enquanto outras
simplesmente permitem que qualquer pessoa estabeleça um negócio livre e assuma o
trabalho de um agente alfandegário em nome de outros.
199
e impostos a pagar e processar pagamentos em nome do cliente, assinar documentos
sob uma procuração, representar clientes em reuniões com funcionários aduaneiros,
solicitar reembolsos de impostos e reclassificações tarifárias, coordenar o transporte e
armazenamento de mercadorias importadas.
DICA
Os procedimentos aduaneiros são realizados por despa-
chantes aduaneiros, profissionais especializados no pro-
cesso de importação e exportação de mercadorias. Nesse
sentido, atuam perante a autoridade portuária em nome
do importador ou exportador, permitindo que os proces-
sos sejam mais fluidos. Para saber um pouco mais dessa
profissão, veja a Instrução Normativa RFB nº 1209, de 7 de
novembro de 2011. Ela estabelece requisitos e procedimen-
tos ao exercício das profissões de despachante aduaneiro e
seu ajudante. Acesse o QR Code .
Como todos sabemos, cada país tem as suas leis que, muitas vezes, são regidas
por diferentes autoridades em determinado país. O profissional que atua nesse segmen-
to alfandegário deve ser experiente e manter-se sempre atualizado, a fim de realizar o
seu trabalho com mais qualidade e segurança.
200
Quando qualquer tipo de embarque é realizado, as autoridades devem verificar
toda a documentação e, dentre as principais formalidades está o pagamento dos tributos.
Assim, o despacho aduaneiro é tanto um processo quanto uma série de formalidades
que você deverá seguir para exportar a mercadoria até o local de destino.
Por vezes, você poderá atuar com as autoridades alfandegárias como represen-
tante de uma pessoa ou empresa, exercendo, assim, as funções de exportador de mer-
cadorias, o que facilitará muito todo o processo de exportação, tornando-o mais fluido.
201
LEITURA
COMPLEMENTAR
CONFERÊNCIA ADUANEIRA: LIMITES DA FISCALIZAÇÃO NA IMPORTAÇÃO
202
aduaneira em cada um deles, a própria dinâmica aduaneira traz à baila os limites da
fiscalização na etapa de conferência aduaneira.
Nesse sentido, o comando legal impõe que, uma vez concluída a conferência
aduaneira, a mercadoria deve ser imediatamente desembaraçada pelo Auditor-Fiscal
responsável (IN SRF nº 680/2006, Art. 48, caput), isto é, a regra reitora do despacho
aduaneiro impõe que o desembaraço seja feito de maneira célere. Assim, a tendência
mundial de agilização do desembaraço aduaneiro, refletida no ordenamento jurídico
brasileiro, causa o fortalecimento da revisão aduaneira.
Noutro giro, é possível que uma importação do canal verde seja redirecionada
para os canais amarelo ou vermelho durante a análise fiscal caso sejam identificados
potenciais irregularidades na importação (IN SRF nº 680/2006, Art. 21, § 2º). Inclusive, no
jargão do comércio exterior, é conhecido o chamado "canal melancia" de importação, no
qual a mercadoria inicialmente é parametrizada no canal verde e, posteriormente, passa
a ser analisada no canal vermelho de conferência aduaneira, diante da necessidade de
seu exame físico e documental.
203
Se a suspeita de fraude se der antes do início do despacho aduaneiro, haverá
duas hipóteses: (i) direcionamento ao canal cinza ou (ii) aplicação de procedimento
especial de fiscalização, cuja pertinência será avaliada pelo setor competente, no en-
tanto, diante do fato de que, no canal cinza, há uma maior exigência fiscalizatória, a
seleção automática da importação para este canal é ilegal, porque não há disposição
legal que assim determine. Ainda, a teoria da motivação dos atos administrativos é
mandatória no canal cinza de conferência aduaneira e traz ao Fisco o ônus de fun-
damentar a parametrização diante da suspeita de fraude. Nessa medida, a seleção
automática para o canal cinza implica em sérios prejuízos ao desenvolvimento das
atividades habituais do importador (TRF4, Processo nº 5002398-62.2010.4.04.7200) e
afronta a necessidade de análise individualizada de cada operação de importação (IN
SRF nº 680/2006, Art. 21, caput).
204
estará sob o controle aduaneiro do Fisco. Este lapso de tempo não se aplica para os
casos atinentes ao canal cinza, onde a legislação estabelece, para tanto, o termo máximo
de 60 (sessenta) dias, contado da ciência do respectivo Termo de Retenção, prorrogável
por 60 (sessenta) dias em situações justificadas (IN RFB nº 1.986/2020, Art. 11).
Aliás, é criticável o entendimento segundo o qual "para ser possível revisão adu-
aneira de mercadorias desembaraçadas em canal amarelo e vermelho de parametri-
zação, necessário que a fiscalização suporte o lançamento em informação (e não em
prova) que não dispunha no momento do desembaraço, sob pena de violação do quanto
disposto no artigo 146 do CTN" (CARF, Processo nº 10909.003996/2007-10, Decisão nº
3401-009.920), afinal, é o lançamento que se submete à homologação tácita, e não o
poder fiscalizatório em si. O fato de a mercadoria se encontrar em canal amarelo ou ver-
melho não representa um privilégio odioso para o importador, inclusive em homenagem
ao princípio da isonomia.
Fonte: ÁVILA, M. L.; SANTOS, A. T. conferência aduaneira: limites da fiscalização na importação. Aduaneiras,
São Paulo, 31 ago. 2022. https://bit.ly/3ZYZk0d. Acesso em: 6 mar. 2023.
205
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
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AUTOATIVIDADE
1 O Programa Portal Único de Comércio Exterior é uma iniciativa de reformulação dos
processos de importação, exportação, trânsito aduaneiro e licenciamento. Com essa
reformulação, busca-se estabelecer processos mais eficientes, harmonizados e
integrados entre todos os intervenientes públicos e privados no comércio exterior. A
partir da reformulação dos processos, o Programa Portal Único passa:
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3 Bertuol (2020) considera o perdimento da mercadoria uma das sanções administra-
tivas mais rigorosas dentro do Direito Aduaneiro. O Decreto nº 6.759/2009, conhecido
como Regulamento Aduaneiro, delimita uma série de possibilidades cuja pena pode
ser aplicada e elas vão desde:
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REFERÊNCIAS
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