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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

SHEYLLA RAQUEL DINIZ CAVALCANTE AGUIAR

CÓLERA

TERESINA
2022
SHEYLLA RAQUEL DINIZ CAVALCANTE AGUIAR

CÓLERA

Trabalho apresentado à disciplina de


Tecnologia de Informação e Comunicação
como requisito parcial para obtenção de nota
em Sistemas Orgânicos Integrados.

Orientadora: Profa. Dra. Juliana Macêdo Magalhães

TERESINA
2022
1. Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera?
A cólera apresenta quadro clínico diverso, desde um episódio de diarreia não
complicada e discreta, assim como pode ser. Na maioria dos casos o início da sintomatologia
é abrupta, indolor, com diarreia aquosa (sem material fecal), vômitos, dor abdominal,
borborigmos.
Por causa intensa perda de água e eletrólitos o paciente pode apresentar fraqueza, sede,
câimbras, oligúria, perda de turgor nos tecidos (olhos afundados e pregas de pele nos dedos).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cólera deve sempre ser suspeitada
quando um paciente com cinco anos ou mais desenvolve depleção de volume grave por diarreia
aquosa aguda, mesmo em uma área onde a cólera não é conhecida como endêmica. Em áreas
endêmicas, deve-se suspeitar de cólera em pacientes com dois anos ou mais de idade com
diarreia aquosa aguda grave. Em locais ricos em recursos onde a cólera é rara, pistas
epidemiológicas que podem aumentar a suspeita de V. cholerae em um paciente com diarreia
aquosa incluem viagens para áreas endêmicas ou áreas onde estão ocorrendo surtos de cólera
ou ingestão de mariscos mal-cozidos ou crus (FANOUS, 2022).

2. Qual a diferença das outras enterocolites bacterianas?


Escherichia coli é colonizadora do intestino normal e nestes casos não gera nenhum tipo
de doença. Entretanto, podem ser adquiridas formas patogênicas causadoras de diarreia.
Salmonella é um bacilo Gram-negativo flagelado transmitido a partir de alimentos de
origem animal como aves, leite e ovos. Os sintomas mais comuns são: náuseas, vômitos e
diarreia pode ser não invasiva ou invasiva (muco, pus e sangue, de 6 a 48 horas após a ingestão
do alimento ou água contaminada), dor abdominal e a febre (38 a 39ºC). É uma doença
autolimitada (três a sete dias de sintomas). Vale ressaltar que a eliminação fecal pode perdurar
por meses e algumas pessoas podem se tornar portadores crônicos.
Shigella é uma bactéria Gram-negativa, imóvel, transmitida através de alimentos ou
contato com alta infectividade, pois é resistente à acidez do suco gástrico. Acontece em quatro
fases: incubação (um a quatro dias), diarreia aquosa inicial, disenteria (com pequenos volumes
de fezes mucopurulentas e sanguinolentas) e fase pós-infecciosa. Os sintomas regridem em uma
semana. Podem ocorrer alterações da consciência, incluindo convulsões, delírio e coma,
especialmente em crianças menores de cinco anos, além da síndrome hemolítico urêmica.
Campylobacter são bastonetes Gram-negativos curvos, móveis e não formadores de
esporos. Campylobacter jejunii é o principal patógeno diarreico do gênero. São bactérias
transmitidas através de alimentos como carne crua (principalmente aves), água e contato direto
com animais infectados. Após um período de incubação (1 a 7 dias), surgem sintomas como:
febre e manifestações parecidas com as de influenza, seguida de diarreia volumosa (> 10
evacuações/dia), dor abdominal e sangue nas fezes. Na maioria das vezes a doença é
autolimitada (por volta do sétimo dia há melhora). A doença pode recidivar e por conta da dor
por vezes severa e pode ser confundida com apendicite aguda (pseudoapendicite).
S. aureus esta bactéria é capaz de contaminar alimentos manuseados e expostos à
temperatura ambiente (cremes, pastas, maionese e ovos) e produzir uma toxina termoestável.
Os sintomas iniciam algumas horas após a ingestão do alimento contaminado, são: diarreia
copiosa, náuseas, vômitos e cólicas. Febre é incomum. A evolução é autolimitada, mas pode
causar desidratação importante.
Yersiniose é uma zoonose bacteriana incomum, causada principalmente pela infecção
por uma das duas espécies de Yersinia: Y. enterocolitica e Y. pseudotuberculosis (Gram-
negativas). Suínos e outros animais são considerados hospedeiros reservatórios das bactérias e
a transmissão aos seres humanos ocorre por via oro fecal, através de água e alimentos
contaminados. Nos casos de Y. enterocolitica, a enterite ou enterocolite com diarreia
autolimitada, febre baixa, dor abdominal, náuseas e vômitos. Já nos casos de Y.
pseudotuberculosis, há adenite mesentérica com febre e dor abdominal. Outras manifestações
menos comuns são: faringite exsudativa, septicemia, infecções focais metastáticas, poliartrite
reativa e eritema nodoso.
Clostridium perfringens contamina alimentos, mas necessita de grande inóculo para
causar infecção. O paciente pode apresentar sintomas como: diarreia volumosa e pode causar
necrose hemorrágica do jejuno. (mais comum em países subdesenvolvidos).

3. Relação Prático-teórico
O assunto abordado se relaciona com a APG da semana em que foi estudado alguns
parasitas que podem causar uma síndrome diarreica, como é o caso também das enterocolites
bacterianas e outros sintomas associados, além da forma de transmissão e contágio que
coincidem em alguns casos. É importante entender os tipos de enterocolites e saber diferenciar
sintomas, diagnóstico e tratamento de acordo com o microrganismo infectante, assim como
saber diferenciar das parasitoses intestinais de acordo com os exames diagnósticos.
REFERÊNCIAS

Bharati K, Ganguly NK. Cholera toxin: a paradigm of a multifunctional protein. Indian J Med Res.
2011;133(2):179-187.

BUSH, Larry (EUA). Merck & Co Inc. Infecções por Vibrio não cólera. Mds Manuals, Rahway, fev.
2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/bacilos-gram-negativos/infec%C3%A7%C3%B5es-por-vibrio-n%C3%A3o-
c%C3%B3lera.

FANOUS, King KC M. Cholera. [Updated 2021 Jun 4]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL):
StatPearls Publishing; 2022.

MED WHITERS (Brasil). Medgrupo. Síndrome Diarreica. Clínica Médica, fev. 2019.

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