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E E CIDADE ARISTON ESTELA AZEVEDO VI

EVIDÊNCIAS DE PIAF CONCLUÍDO - Segundo semestre de 2022.


Prof.ª Renata dos Santos Macedo

Geografia
COMPETÊNCIA TRABALHADA - Disposição ao autodesenvolvimento contínuo
e Difusão e Multiplicação
.
ATIVIDADE EXECUTADA - filme “O discurso do rei”

Questões a partir do filme:


 Quais comportamentos da competência
Disposição ao autodesenvolvimento contínuo
podem ser identificados nos filmes? Procure
avaliar todos os personagens e em todos os
componentes da competência:
 Formação contínua
 Devolutiva
 Disposição para mudança
 Quais comportamentos demonstram falta ou
dificuldade de apresentar a Disposição ao
autodesenvolvimento contínuo?
 Que outras competências fic aram evidentes no
filme?
 Quais comportamentos você consegue relacionar
com a sua própria atuação?
 A partir disso, qual aprendizado pode ser
extraído do filme para a Disposição ao
autoconhecimento contínuo para melhorar
a sua prática?
O DISCURSO DO REI
Em 1936, poucos anos antes da Segunda Guerra mundial, o Rei George VI
assume o trono, depois que seu irmão, Edward III, renuncia por querer se casar com
uma americana, divorciada duas vezes. George era o segundo na sucessão ao trono
da Inglaterra, mas possuía sérios problemas na hora de discursar porque era gago.
Em uma época em que os discursos de Hitler eram famosos, George, ou Bertie, como
era chamado pelos mais íntimos, sabia perfeitamente que para governar uma nação,
ele teria que superar seus próprios traumas e deficiências. Depois de várias tentativas
frustradas com outros médicos, sua esposa, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon resolve
procurar um médico não muito ortodoxo, Lionel Logue .Lionel tem suas próprias regras
e seus próprios métodos de lidar com a gagueira de George e para isso, o tratamento
vai além de simples exercícios; Lionel acaba se tornando um verdadeiro amigo do rei.
Não que a relação entre os dois fosse simples, pois por parte do rei era uma
verdadeira relação de amor e ódio. Lionel acreditava que George seria um rei
brilhante, um grande homem, certezas essas que nem o próprio rei tinha de si mesmo.

Colin Firth está perfeito no papel, a ponto de qualquer um achar que ator é
gago de verdade. É incrível ver o seu desespero, tentando falar sem conseguir; sem
contar que Colin mostra um rei às vezes autêntico e às vezes inseguro, sem ao menos
falar uma única palavra, apenas por seus gestos podemos ver a real imagem do rei.

O discurso do rei é um filme que mostra uma época em que os discursos eram
verdadeiras injeções de ânimo na população; uma época em que o rádio era o maior
meio de comunicação de massa e o microfone o maior inimigo do rei. Com uma
história real, interessante e um exemplo de superação.

Mas não se pode concluir esta análise sem citar as personagens importantes
que estiveram junto ao Rei e que o ajudaram a encontrar caminhos por entre o
turbilhão em que sua vida se transformou depois que, para seu desespero, seu irmão
mais velho abdicou do trono em seu favor. Sua esposa e seu amigo Lionel Logue
representam, com sua confiança e respeito, todos aqueles que também estão junto de
nós, nos auxiliando nas formas possíveis, profissionais ou não, para conferir mais
qualidade à nossa vida. Lionel Logue, o terapeuta, se vivesse hoje, seria um grande
pesquisador em gagueira, certamente na vanguarda dos desdobramentos da
percepção neurológica do fenômeno. Ele não está mais entre nós, mas felizmente
podemos contar com vários outros, que, assim como ele, também são desacreditados
pelos conservadores, mas depois são consagrados pelo tempo, que é o senhor das
verdades.

Elizabeth, a Rainha Mãe, personifica os que nos amam e lutam junto conosco,
quando falar se torna um sofrimento miserável, mas que também comemoram
conosco cada pequena vitória, cada frase pronunciada, com gagueira ou não, mas
com perseverança e dignidade. Devemos as nossas conquistas a nós mesmos, é
verdade, mas também aos que estão do nosso lado e nos ajudam a não recuar,
quando essa parece ser a única alternativa humanamente possível.

Este filme trouxe para minha vida algumas reflexões e, de certa forma, me fez
voltar no tempo e relembrar os motivos pelos quais decidi seguir o magistério, pois
assim como o rei no filme, sempre tive minhas limitações e falar em público era uma
delas. Costumo dizer que não escolhi minha profissão, foi o magistério que me
escolheu e eu me apaixonei por ele, não a toa, pois nesta profissão vi a possibilidade
de dar mais sentido a minha vida.

Sabemos que somos limitados e falhos, afinal, somos todos humanos. Porém,
podemos começar a analisar o que temos a oferecer para a sociedade e a primeira
análise que sugiro é a autoanálise: O que você sabe? O que você põe em prática?
Quem você é? Quais são seus princípios? O que você gosta de fazer? Onde gosta de
estar? Está satisfeito com sua vida hoje? O que gostaria de mudar?

Existem alguns princípios que trago comigo desde muito cedo. O primeiro é o
princípio da coletividade, o entendimento de que nada é possível se não houver um
esforço coletivo, até mesmo quando achamos que conseguimos algo por nosso
próprio e exclusivo mérito, se pararmos para observar compreenderemos que nosso
esforço foi só uma parte do que nos levou a nossa conquista. Acho que essa
compreensão em um mundo individualista e meritocrático podem trazer mudanças
drásticas rumo a um mundo melhor e mais digno. Acho que este é um dos valores que
quero disseminar. Um outro princípio que trago comigo é o da justiça. Justiça como a
particularidade do que é justo e correto, como o respeito à diversidade e equidade
entre todos os cidadãos. Não consigo imaginar a educação sendo feita sem justiça,
acredito que são duas esferas que não apenas se entrelaçam, mas são partes de um
mesmo corpo, impossível uma existir sem a outra.

O senso de coletividade e de justiça é o que aproxima a minha atuação como


professora do meu propósito de vida, são valores dos quais não abro mão e que
gostaria de disseminar. Mentiria se dissesse que consigo me manter fiel a estes
princípios 24h por dia, principalmente na sala de aula, um local de conflitos, mas
caminho sempre buscando aproximar aquilo que penso daquilo que faço.

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