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cia de Wechsler lor e primdria EDICAO REVISTA Manual EWM Ved tow &Escala de Inteligéncia de Wechsler aPara a Idade Pré-Escolar e Primaria Edicdo Revista David Wechsler MANUAL Investigacao e Publicacées Psicolégicas ie area Lad Li Titulo Original: WPPSI-R, Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence - Revised Administration aud Scoring Manual, by The Psychological Corporation, USA. Adaptacio Portuguesa: Maria Jogo Seabra-Santos ¢ Mario Simoes: Fac. de Psicologia e Ciencias da Educagio, U.C. Ant6nio Menezes Rocha e Carla Ferreira: Departamento de Investigagio ¢ Publicagées, Psicoldgicas, CEGOC-TEA. 4 A redacgio deste Manual foi realizada por Maria JoZo Seabra Santos ¢ Carla Ferreira, A adaptacao portuguesa da WPPSER foi co-financiadz pela CEGOC-TEA c pela Fundacao para a Ciéncin e a Tecnologia (PRAXIS/PCSH/PSIC/9 1/96). = Copyright © 1989, 1967, 1963 by The Psychological Corporation, U.S.A. on ‘Copyright da saudugio Portuguesa @ 2003 by CEGOC-TEA, Lisboa, Po . “Traduzide e adaptado com auiorizacio. Todos os direltos reservados. Proit soial ou pare =_ ial, sob qualquer forme ou meio, nomeadamente fotucdpia. As infracee> 55 nos termos dat legislagio em viger Impresso ei Portugal ISBN: 972-8817-02.9 Depésito Legal: 198245/03 y ah (B) 4k) Jnygy ey hy Indice Geral Indice de Tabelas Preficio . VI 1X Capitulo 1. Introducao Racional da Escala... ..., Natureza da imteligéncia 2... . * inteligéncia nos primeiros anos de vida ¢ na idade prs eccolen Inteligéncia: aptidio versus desempenho Elaboracio da WPPSI-R Organizagao da escala . Contetido dos subtestes wai 3; Objectivos ¢ aplicabilidade da WPPSI-R Idades de aplicagio HRCI asa - 2 Diagnostico de deficigncia mental na cr rianga em idade pré-escolar Diagnéstico de sobredotacdo na crianga em idade pré-escolar . , QualificagSes do utilizador . CYVALwOL Capitulo 2. Adaptacao e afericao Portuguesas ............ 17 Natureza das modificagées introduzidas relativamente A v Estudos exploratcrios realizados em Portugal . Populaczo Ae : Procedimento geral de recolha de dados Estratificagao da amostra de aferigzio Idade . Sexo Nivel escolar ersao original Americana . Meio de residéncia Localizagio geogrifica Nivel socio-econémico Caleulo dos resultados brutos Critérios de cotagio 2.2... Critétios de intcio ¢ de interrupeao . Pontos de bonificacao .. Cilleulo dos resultados padronizados Construgiio das tabelas de QI WepBaModa Gs. Interpretacao quantitativa .. Interpretagio quelitativa Tit Capitulo 3. Consideracées gerais de administracao e cotacao . 39 Procedimentos estandardizados ............. sae Condigées fisicas de administragio .. 2.39 Relagdo ¢ motivacdo ....... 40 Administr da WPPSI-R . 09 AB Sequéncia de apresentago dos subtestes 42 Inicio e interrupedo dos subtestes 42 Cronemetragem . 245 Aprendizagem da tarefa .... 245 Repeticio de itens e aprofundamento de respostas .45. Manuscamento dos miatetiais de teste . - 46 Cotagdo das respostas na WPPSL-R 248 Folha de registo . . 49 Instrugdes para 0 calculo dos resultados brutos, resultados padronizados, Qls © idades-teste . en) Converstio dos resultados brutos em resultados padronizados 252 Caleulo dos scmatérios de resultados padronizados 2352 Caleulo dos QIs .... cette eee ree 5B Cilculo da idadetesle comcesanscoserey a masmaeeemeenENE TERE wae Capitulo 4. Instrugdes de administracao e cotacao 1. Composigaio de Objectos 2. Informagio .... 3. Figuras Geométricas . 4, Compreensio 5. Quadrados 6. Aritmética 7. Labirintos ... 8. Vocabuldrio . 9, Compleamento de Gravur 10. Semelhangas 11. Tabuleiro dos Animais 12, Frases Memorizadas ap WT indice Geral i yr Capitulo 5. Propriedades estatisticas da Escala = 163 tS —“Fidelidade pA emNnOSOTETNS enapenesane ddaed 163. Coeficientes de fidelidade . i VERA 0 wince weene LOD es Erro-padrao da medida ¢ intervalus de confianga ....... SOI wee LOS & Acordo interavaliadores Estabilidade teste-reteste 167 167 SS se Resumo da fidclidade . aon psu ese . 169 cd Diferengas entre 0 QI de Realizaco c o QI Verbal ocmpecalaoarsenll 169 i Significéncia das diferengas entre o Qlde Realizagio ¢ o QI Verbal ances F7Q rt Frequéncia das diferengas entre o QI de Realizacio e 0 QU Verbal 2.2.2... 170 Diferencas entre o resuliado de cada subtestc e médias de resultados em conjuntos Ge SUBEEStES oe ee eee eee ee tte eeseesee ttn esiecee. 171 Significancia das diferengas entre 0 resultado de cada subteste ¢ médias de resultados em conjuntos de subtestes ... 0... .06..0.cccc. cesses 172 Frequéncia das diferencas entre 0 resultado de cada subteste e médias de resultados cm conjuntos de subtestes Diferengas entre resultados padronizados Se Significancia das diferencas entre os resultados dos subtestes 172 173 = 173 Frequéncia da dispersdo dos resultados entre subtestes - 174 ‘Valicade POWER 174 Tntercorrelag6es entre os subtestes 175 Andlise factorial ......, - 176 Estudos comparativos .. ig -179 Estudos com grupos especiais . 185 Anexos ... so facaaratoisnessesisaasenasnacin BE cece rp = 189 AnexoA. Tabelas oe... oe. eee cece ee — = -- 191 Anexo B. Critérios de cotagio para os itens de Desenho Geoméirico _ 20007 : Anexo C. Critérios de cotagdo para 0 subleste Labitintos 2251 = Anexo D. Lista de Colaboradores 259 We, a Referéncias bibliograficas .......... anrmaremecaen nea OBS Vy & mW ae ai vt ll J @ zs a eu = eae rea “— =~ ee a {indice de Tabelas Tabela 1. Comparagdo entre a subescala Verbal da WPPST-R americana e da por- tuguesa, em sucessivos momentos de adaptagio: itens conscrvados, modificados e acrescentados ... Tabela 2. Organizacao dos grupos normativas em fungio da idade Tabela 3. Distribuicao da amostra em funcio da idade e sexo Tabela 4, Tabela 5, Tabela 6. Distribuigdo da amostra em funcio da zona geogrifica Tabela 7. Distribuicao da amostra em funcio do grupo profissional do ps Tabela 8. Médias © desvios-padrio dos somatérios de resultados padronizados ara as subescalas de Realizagdio e Verbal e para a Escala Completa, por grupo etirio Tabela 9. Correspondéncia entre Qs, desvios em telacdo A média e percenti Tabela 10. Classificagiio dos nfveis de inteligenci is slat Tebela 11. Sumario das regras de administragdo dos subtestes 2 43 Tubela 12. Coeficientes de fidelidade ¢ crros-padio da medida dos subtestes ¢ Ols, Por grupo etirio. 164 Coeficientes de estabilidade dos subtestes e Qls, para 70 criancas com 3 anos a 6 anos e 6 meses, testadas dues veres E bs ‘Tabela 14. Diferengas minimas estatisticamente significativas entre 0 QIk ¢ 0 QIV a0s niveis de significincia de .15 ¢ de 05 . . . Frequéncis das difereneas entre o QI ¢ o Qly, por grupo etério.......... . Anilise factorial em eixos principais com rotago ortogonal, para a amosira de aferigio ase 6 ortogonal, por idades.178 la 18, Resultados médios coeficientes de correlagio entre subtestes ¢ QIs da WPPSLR ¢ da WISC-III... 179 ‘Tedela 19. Coeficientes de correlagao entre os resultados na WPPSLR ¢ nas Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Resultados médios e coeficientes de correlagio entre os Qls da WPPSLR € os Quocientes de Desenvolvimento da Escala Griffiths... Cocficientes de correlagao entre os resultados da WPPSER © as apreciagdes das educadoras: criancas com 5 anos (n=60) Cocficiemtes de correlagées entre os resultados da WPPSTR c as apreciagdes dos professores: criangas com 6 anos (n=60) .. Ig Tebela 23. Resultados na WPPSI-R obtides por criangas em sitiacdo de zisco ambiontal.196 Tabela 17, Andlise factorial em efzos prineipais com rotag yur___WPPSI-R Tabela 24. Tabela 25. Tabela 26. Tabela 27. Tabela 28. Tabela 29. Tabela 30. Tabela 31. Tabela 32. Tabela 33. Tabela 34, Tabela 35. Resultados brutos para 0 subteste Tabuleiro dos Animais (com base no ‘Tempo + Omissées). 192 Conversio de resultedos trutos em resultados padronizados, por grupo normative. 194 CAlculo proporcional des somes dos resultados padronizados para as subescalas de Realizago ¢ Verbal cf Conversio da soma dos resultados padronizados em QL Subescala de Realizagio Conyersio da soma dos resultados padronizados em QI: ‘Subescala Verbal .. . Conversio da soma dos resultados padronizados em QI: Escala Completa. Conversto de resullatos brutos em idade-teste Diferengas minimas, estatisticamente significativas, entre 0 resultado padronizado de cada subtesie ¢ a média dos subtestes de cada esczla © diferengas obtidas por varias percentagens da amosira de aferigo ......214 Diferengas minimas entre resultados padronizados, estatisticamente significativas a um nivel de significdncia de .1: 216 Diferengas minimas cntre resuliados padronizados, ectatighioamente significativas a um nivel de significdincia de 0: Percentagens acumuladas da dispersdo intersubtestes (scatter), para as varias escalas da WPPSE-R (amostia de aferigdo) Intercorrelagdes entre subtestes © entre subtesies e as escalas compésitas, por grupo etirio, | eel t tinge 4 A tat h Prefacio A WPPSI ou Weschler Preschool and Primary Scale of Intelligence foi a dltima das Escalas de Weschler a surgir, tendo sido publicada em 1967. Esta primeira edicdo apro. Sentava caracteristicas estruturais similares A WISC, mas destinava-se a idades inferio- es, ou seja, dos 4 aos 6 anos. 4 Escala revista ou WPPSL-R, que agora apresentamos adaptada A populaco pornigue- » foi publicada em 1989. A revistio da Escala compreendeu uma maior adequagao dos varios itens As earacteristicas das criangas em idade pré-escolar e um aumento do inter, valo de idades. Esta titima alterago acabou por reflcctir uma sobreposiczo de idades ene « WISC-III ¢ a WPPSER. Ambas as Escalas, na versio original americana, parti- Tham um intervalo de 1 ano c 3 meses, se tivermos em consideragio que a WDPSLR avalia criangas entre os 3 anos ¢ os 7 anos ¢ 3 meses ¢ a WISC-IMI abrange as faixas ctdrias dos 6 anos a0s 16 anos ¢ 11 meses. 7 Esta sobreposicao também se verifica na aferigo portuguesa, embora de forma menos acentuada, uma vez que 2 WPPSI-R na versio portuguesa apenas abrange as faixas etérias dos 3 anos aos 6 anos ¢ 6 meses. Em termos de caracterizagdo da Escala de Inteliggneia de Wechsler para a Idade Pré- Escolar e Primdtia, gostariamos de salientar dois aspectos. Por um lado, o facto de WPPSER assentar numa concepgio estrutural id€ntica & das restantes Escalas. de Weschler, o que permite obter indices quantitativamente compardveis e reunir obser. vagSes sob uma mesma perspectiva, ao longo da evolugio do sujeito. Por outro lado, 6 esforgo do autor em eriar provas adequadas ao nivel de maturacao dos sujeitos a quem @ Escala se destina, ou seja, em sintonia com os conhecimentos proporcionados pela Psicologia do desenvolvimento, Estes pressupostos, partilhados pelas varias Escalas de Inteligéneia de Wechsler conferem-lhes um lugar nico no contexto dos instrumentos de diagnéstico psicol6gico da inteliggncia, e permitern-nos dispor de Escalas apropriadas Para cada nivel de desenvolvimento do individuo, medindo cada ume delas as mesmas aptiddes ou capacidades, de forma continua, A adapragdo portuguesa da WPPSI-R foi realizada em simultaneo com o trabalho de adaptacdo da WISC-IIL. Um trabalho de grande envergadura para os recursos da CEGOC na altura, mas que foi possivel gragas a dedicacdo e ao entusiasmo de uma vasia equipa de colaboradores. Ni base do projecto de adaptacio da WPPSLR esteve o trabalho desenvelvido peta Prot Maria Jodo Seabra Santos para a sua tese de doutoramento, e que constava, essencial- mente, da tradugio ¢ adaptacio dos contetidos da Escala a realidade portuguesa, de estu- Gos exploraiétios visando a antilise de itens, bem como de posquisas relatives & preci ©.& validade da versio portuguesa da WPPSLR. Fol cntdo consttufda uma amostraestratificada, representativa da populacdo portuguesa, ie SOX ES WPPSER : com base nos seguinies critérios: idade, sexo, nivel escolar, meio de resid&ncia ¢ loca- “ lizagio geogréfica, para além do‘nivel socio-econémico, que foi analisado a posteriori. Seguiu-se o trabalho de campo com as,nécessérias aplicagGes individuais, 20 longo de todo o Pais e que deu origem-& amostra de aferigio da Escala, com 809 criangas, Finalmente, procedeu-se.2 todo um conjunto de; estndos estatisticos indispensaveis.& estandardizagao dos resultados: conyerstio dds ‘resultados bratos em resultados padronizados, céleulo ‘dos QIs Verbal, de Realizagdo ¢ da Escala- Completa, Foran, igualmente, realizados estudos de fidelidade ¢ de validade, incluindo andlise factorial, Comparagdes com outros insirumentos ¢ estudos com grupos especiais: AWPPSI-R vem preencher uma lacuna no panorama dos instramentos de avaliagdo psi- colégica, cm Portugal, uma vez que, até a0 momento, nao existia qualquer instruthento de avaliago da inteligéncia para criangas em idade pré-escolar. Por outro lado, a possi ilidzidesde avaliar um conjunto de capacidades através de um mesmo tipo de testes, a0 longo ‘do perfodo de desenvolvimento do suj | importincia, = Fica. aqui o nosso reconhecimento ¢ um sentido obrigado a.todos os que tomaram "pos- sfvel a'realizagio da adaptagZo portugucsa da WPPSI-R. Queremos' destacar, a:Prot, "Maria Jodo Seabra Santos que, para além.do trabalho de claboragio da versio portugué- | “sada Escala, j4 anteriormente referido, procedeu a formacdo dos-psicdlogos que:parti- ciparam'na recolha de dados ¢ coordenou o trabalho cientifico nas diversas etapas da afericao; a Dra. Carla Ferreira que exceutou a maior parte dos estudos estatisticos sub- jacentes & cstandardizagdo da WPPSL-R; ¢, muito especialmente, 0 Prof. Agustip | -Cordero, profundo conhecedor da obra de D. Wechsler ¢ das'suas Escalas, que, ef varias ocasides, nos ajudou, com 2 sua vasta experiéneia, a resolver muitas das dtividas © a encontrar sempre uma soluggo vélida e bem fundamentada. Gostarfamos ainda’ de agradecer aos Profs. Mario R. SimGes, Cristina P. Albuquerque, Marcelino” Pereira ,_- Leandro Almeida, bem como a todas as.outras pessoas quie participaram no projecto de . adaptag&io.da WPPSL-R e que constam do Ancto.D deste Manual. - Finalmente 0 nosso agradecimento a todas as pessoas que facilitaram 0 nosso trabalho nas Escolas ¢ nos Jardins de Infancia, Educadores, Professores e Psicslogos e, muito especialmente, a todas as criangas que participaram na realizacdo das provas que scrvi- fam de base a aferigo da Escala, Anténio Menezes Rocha Director do projecto de aferigao da WPPSI-R Lisboa, 5 de Maio de 2003 io, no € uma vantagem de’ somenos, =) 1s i Ss = S o s =I — Racional da Escala . A Escale de Inteligéncia de Wechsler Para @ Idade Pré-Bscolar © Primaria — Edigao Revista (WPPSLR) é um instrumento eff inistrado individualmente dos 3 anos 208 6 anos e 6 meses. Tal como PPSI, Wechsler, 1967), a WPPST. -R fornece medidas ¢ Grie de aptidées, que reflectem os dife. A calas de Tnteligencia de estes destinados a medir ligéncia enquanto construto global ‘a inteligéneia do individuo avatiando "penho das criancas nestas tarefas ¢ mo Uma estimativa da capacidade dy individuo para compreender e lidar com mundo exterior. Natureza da inteligéncia “ natureza, definicao e medida da intel ‘géncia tém suscitado ao longo dos anos conside- Bivel debate. Deste tem resultadn uma ‘multiplicidade de abordagens, cada uma dando Snlase a determinada metodologia ou 2 {im Conjunto de hipsteses subjacentes, reflectin- Uma das abordagens Introducdo 5 A inteligéncia nos primeiros anos de vida ena idade pré-escolar Desde a publicacao da WPPST, em 1967, temi-se reunido uma quantidade considerével 0 zelativa A natureza do desenvolvimento cognitivo da crianga. Uma Pate importante desta nova pesquisa tem-se dedicado a par em evidéncia as ligacaes n° Sesempenho cognitive da crianga nos primeiras anos de vida ne idade pré-esco- Jar. Uma revisto das investigagses reletivas a esta tematica nugere haver fraca comelagio gaits as medidas de competéncias de criangas nos primeiros anos de Vida cas dé criangas om idade pré-escolar, nos casos de inteligéncia normal (Lewis & Sullivan, 1985). Uma wetidoee ecacts balsas correlagdes poderd ser @ facto de o leque © a natureza das sptiddes medidas ser diferente, consoante se trate de criangas nos primeiros anos de vida ou de criancas mais velhas. As medidas utilizadas para avatiar ac competéncias infantis 0s primciros anos parecem aprender capacidades que, embora estejam relacionadas ean Advelas que sio avaliadas pelos testes pré-escolares sao, de alguma forma, diferen- Kes delas. A correlagio reduzida nao reflecte, pois, uma falha nos 4 strumentos de avalia- So, mas antes a naturcza do desenvolvimento jnfartil e 4 diferenca existente entre os Tperl6rios comportamentais de criancas muito novus ¢ os de criangas em idade. pré- ~escolar. A titulo de exemplo, podemos avaliar, tanto nos primeiros anos de vida como na idade Pré-escolar, competéncias intelectuais tio vastas como meméria, a compreensaio de qennaitos verbais ¢ numéricos, a percepcio de semelhangas e diferenges, a antecipagio de consequéncias, a resolucio de problemas noves ¢ a oi sualizagdio de formas no espaca Porém, sio necessérias tarefas marcadamente distintae Para medir as competéncias nesies dois grupos, atendendo as diferengas existentes entre o§ Tespectivos repertérios (omportamentais. As tarcfas cognitivas incluidas nas esealas de desenvolvimento ‘omando progressivamente mais complexas, a0 mesmo tempo que mais semelhanies as ‘arefas que encontramos nas escalas de inteliggncia para cria 1969). Na verdade, a investigacao nesta 4rea Sugere que os resultados obtidos em escalas de desenvolvimento por eriangas dos 18 aos 30 meses de ideale sido preditores razoayel- mente bons do futuro QI (Rose & Wallace, 1985; Siegel, 1979). Sto verbal ¢a intoligéncia espacial se desenvolvem de tal mode Que, a partir dos 3 anos On 3 anos ¢ meio, podem ser avaliadas através de instrumentos semelhantes aos utiliza dos com criangas mais velhas ou com adultos, 6 _WPPSI-R Consequentemente, foi possivel estender para baixo ou adaptar a maioria dos subtestes da Escala de Inteligéncia de Wechsler para Criangas - Forma Revista, ou WISC-R (Wechsler, 1974b), de modo a poder utilizé-los com criangas mais novas. O facto de a maioria dos subtestes que compoem a WPPSI-R constituirem adaptagies para idades inferiores de subtestes existentes noutras Escalas de Intelig€acia de Wechsler, destinadas a idades superiores, dé-nos a garantia de que todas as Fscalas de Inteligéncia de Wechsler avaliam aptidées aproximadamente equivalentes. Esta relativa continuidade na medida de um conjunto particular de aptiddes, ao longo de um largo Ieque etério, cons- titui uma caracteristica atractiva das Escalas de Wechsler. Por outro lado, a0 mesmo tempo que permite comparar competéncias individuais uo longo da vida, também possi= bilita a comparagao do perfil de aptidées de dois ou mais grupos com idades diferentes, Inteligéncia: aptidao versus desempenho A discussio precedente, acerca da importincia dos factores maturacionais no desen- yolvimento do comportamento inteligente nos primeiros anos de vida, nio pretends sugerir que os tipos de competéncias medidos pela WPPSI-R se desenvolvem espon- taneamente, na aus6neia de experiéneia. Tal como observou Messick (1984), as aptiddes gerais que séo importantes para a escolaridade, tais como o raciocinio e a compreensio, cesenvolvem-sc através da aprendizagem ¢ de experiéncias passadas, Por exemplo, a capacidade para compreender instrugdes verbais simples, ou para contar os dedos de uma mao, depende da aquisicao prévia do significado das palavras, de certas noges de sintaxe © de conceitos numéricos bisicos. O desenvolvimento de aptidées cognitivas simples facilita a aquisi¢&o e posterior desenvolvimento de aptiddes mais vasias e com- plexas. Estas, por sua vez, permitem & crianga aprender de modo mais eficaz, antecipar consequéncias de acgdes, ideutificar absurdos, reconhecer semelhancas e diferengas entre objectos fisicos ¢ entre conceitos verbais... em suma, comportarse de modo inteligeate, 0 facto de os testes que medem a inteligéncia também ayaliarem, de certa forma, 0 conhecimento, nao significa que as diferencas nos resultados dos testes sojam unica- menic 0 reflexo da riqueza ¢ complexidade da experiéncia da crianga. Expostas a estimulos educativos idénticos, algumas criangas usufruem deles mais rapidamente & com menor esforgo do que outras, sugerindo, assim, a existéncia de diferengas reais nos niveis de aptidao. O reconhecimento de que as escalas de inteligéneia também so, falando em termos gerais, implica que elas sejam somente uma outra forma de testes d como afirmam alguns autores, De um modo geral, os testes de rend Jani 08 efeitos de experigneias educativas relativamente estandasdiza plo, 0 nivel de aquisigio atingido rela- tivamente a bserva Anastasi (1988), 0 desempenho nulativa de miltiplas expe- lagna LU adaddads i ah Introdueio 7 rigncias da vida quotidiana. Por outras palavras, os itens incluidos nos chamados testes de rendimento escolar estiio relacionados com os objectivos de um programa escolar especifico, ao passo que as tarefas de uma escala de inteligéncia so amostras selec Clonadas de entre uma larga gama de experiéncias, representativas do contexto cultural da crianga, Elaboracao da WPPSI-R A versio original americana da WPPST-R (Wechsler, 1989) teve como principal objecti- ¥o a actualizacao dos dados normativos da WPPSI e o alargamento das idedes de apli- cacao, de modo a abranger criangas com idades compreendidas entre os 3 anos e os 7 anos e 3 meses, isto 6, uma extensfio de um ano para baixo ¢ de’ aproximadamente um ‘ano para cima, relativamente & WPPSI. A aferigio portuguesa abrange um leque etério um pouco mais restrito, indo desde os 3 anos alé aos 6 anos e 6 meses. . Na WPPSLR foram mantidos todos os subtestes da WPPSI original (mais 0 subteste Composigio de Objectos, que foi acrescentado nesta revisiio), bem como 2 adminis- tragio alternada dos subtestes de realizagao ¢ verbais, o recurso a itens exemplificativos Que ajudam a crianca 2 compreender a natureza das tarefas e 0 uso de objectos manipu- léveis que contribuem para manter 0 seu interesse. Tal como em todas as Escalas de Wechsler, os mesmos subtestes sio administrados a todas as criangas, independentemente da sua idade. Cada subteste deverd, assim, permi- tir uma avaliagio adequada de criancas que diferem entre si quanto A idade e ao nivel de competéncia. Nalguns testes, foram estabelecidos diferentes critérios de inicio, con- soante a idade da crianga, para manter 0 tempo de administragiio dentro de um limite razodvel e para evitar apresentar &s eriangas mais velhias sequéncias demasiado longas de itens muito faceis. Organizacao da escala AWPPSLR inclui um grupo de subtestes fundamentalmente perceptivo-motores (reali- zagiio) eum segundo grupo de subtestes verbais. Os resultados obtidos nos subtestes de Tealizagio e nos verbais permitem calcular, respoctivamente, um QI de Realizaggo ¢ um QI Verbal; os resultados combinados de ambos os grupos originam o QI relativo A Escala Completa. A divisio dos subtestes da WPPSI-R em subtestes de realizagio e verbais tem um supor te légico ¢ empirico. A base I6gica desta divisdo prende-se, essencialmente, com a natu- reza das respostas das criangas as tarefas: respostas motoras (apontar, colocar ou dese- thar) nos sublestes de realizacao ¢ respostas orais nos subtestes verbais. Contado, num 8___WPPSI-R sentido mais vasto, os subtestes de xealizago comportam, com frequéncia, componentes verbais. Por exemplo, as instrugdes do examinador contém, invariavelmente, uma com- ponente verbal. Para além disso, a propria resolugdio das tarefas perceptivo-motoras poderd ser mediada, até certo ponto, por verbalizagdes internas. No obstante, os sub- testes da WPPSE-R sfo classificados como verbais ou de realizacao em fungao do modo de expressio da resposta por parte da crianga, E ainda de salientar que os estudes de correlagdes entre os subtestes da WPPSI, assim como os resultados da andlise factorial, tm consistentemente apontado para exist@n- cia de dois conjuntos de subtestes na escala (por exemplo, Allen & Thorndike, 1995; LoBello & Gulgoz, 1991; Miller & Vernon, 1996; Milrod & Rescorla, 1991; Schneider & Gervais, 1991; Stone, Gridley & Gyurke, 1991; Wechsler, 1989, 1995). Os dados rela- tives A estrutura factorial da versio portuguesa da WPPSL-R sfo apresentados no Capitulo 5 deste Manual. Os dois conjuntos de subtestes, ou factores, corespondem invariavelmente & hipdtese de dois subgrupos, um de realizagdo e um verbal, o que con- fere suporte A pritica de considerar ¢ analisar, separadamente, um QU de Realizagao eum QI Verbal na WPPSLR. ‘Tabuleiro dos Animais ¢ AWPPSLR inclui 12 subtestes, dos quais dois so opcionais: Frases Memorizadas. Segue-se a lista dos subtestes integrados em cada uma das duas subescalas, de Realiza- go ¢ Verbal, da WPPSER. O mimero que aparece associado a cada subteste corresponde 4 sua sequéncia na administragao estandardizada da Escala, Realizacao Verbal 1. Composigao de Objectos 2. Informagao 3. Figuras Geomeétricas 4, Compreensao 5. Quadrados 6. Ariunética 7. Labirintos 8. Vocabulario 9. Completamento de Gravuras 10. Semelhangas #11, Tebulciro dos Animais “12. Frases Memorizadas * Os subiesies Tabuleir dos Animais ¢ Frases Memorizalas s opeionzis. © Ie Hele poe 1S aia Jl € ik f 7 “th WEL RAEAGG ra Introducio 9 ry Contetido dos subtestes Composicéo de Objectos 5 No subteste Composi¢ao de Objectos siio apresentadas & crianga pecas de um ph dispostas de acordo com uma configuragio estandardizada. A orianga deverd eneaivar as egas de modo a formar um todo com significado, dentro de um determinado limite de tempo. Este subteste baseia-se no subteste Composigaio de Objectos de outras Escalae de Intcligéncia de Wechsler, sendo os puzzles da WPPSLR impressos a cores. Informacao re No subteste Informacao a crianga deverd demonstrar 0 seu conhecimento acerca de fac~ te toe ou objectos do seu meio. A resposta aos primeiros itens do teste consiste somente em > jDontir Para uma imagem. Os restantes itens so breves questdes orais acerca de objec- tos ¢ factos, as quais a crianca responde verbalmente. are —\ w Figuras Geométricas Y. O subleste Figuras Geométricas inclui dois tipos distintos de tarefas. A primeira parte 6 tuma terefa de reconhecimento visual: a crianga observa um desenho simples e- ainda com 0 estimulo a vista, eseothe, de entre um conjunto de quatro desenhos que Ihe so apresentados, aquele que € exactamonte igual ao primeciro, Numa segunda pane a crianca deverd copiar desenbos geométricos. a partir de modelos apresentados em cartGes Py a é Compreenséo o = No subteste Compreensdo a tarefa da crianga consiste em expressar oraimento a sua Bae Sompreensio acerca das razes de uma acco efou das consequéncias de um aconteci- e. mento Quadrados O subteste Quacrados requer, da parte da crianga, a capacidade de analisar e reproduzir cGsenhos, dentro de um tempo limitado. A erianga wilizard, para esse efeito, blocos planos e bicolores ie € av « - ta wt 10 _ WPPSI-R Aritmética Neste subteste a crianga deverd demonstrar compreensiio de conceitos quantitativos bisicos, O subteste comega com um conjunto de itens de imagens, prossegue com tare- fas simples de contagem e termina com problemas mais cormplexos, apresentados oral- mente. Labirinios No subteste Labirintos a tarefa da crianca consiste em percorrer, com um lapis, labirin- tos progressivamente mais complexes. Tem limite de tempo. Vocabulario . subieste Vocabulario é constitufdo por duas partes: a primeira parte é composta por uma série de itens de imagens, consistindo a tarefa da crianca em identificar e designar verbalmente a figura representada; nos restantcs tens € pedido 8 crianga que explique o significado de palavras apresentadas oralmente. Completamento de Grayuras Neste subteste, a crianga deverd identificar o elemento que falta em imagens que repre- sentam objectos ou situagdes comuns. Semelhangas No subiesto Semelhangas, a crianga deverd demonsirar compreensao do conceito de semelhanga, de trés maneiras diferentes, Nos itens iniciais, deverd escolher, de entre um conjunto de imagens represcntando objectos de diversas categorias, aquela que mais se parece com um outro conjunto de imagens que partilham entre si uma caracteristica | comum. Esta tarefa nfo exige qualquer tipo de verbalizagao: a resposta consiste simples- mente em apontar. No segundo grupo de itens, a crianga deveré completar uma frase apresentada verbalmente, que reflecte uma semelhanga ou analogia entre dois elemen- tos. Na parte final deste subieste, a crianga deveri explicar a semelhanca enue dois objectos ou factos apresentados verbalmente. Tabuleiro dos Animais No subteste Tabuleiro dos Animais a tareia da erianga consiste em fazer cortesponder cayilhas coloridas a desenhos de animais. Tanto a precisiio como a velocidade contri- ‘jbuem para 0 resultado neste subiesie, que é opcional, Ah i K ha \ 4 Li "Lk | vi A? \ b A a d ay d ) hen my Ge) ry x Introducdo tn Frases Memorizadas O subleste Frases Memorizadas da WPPSLR ¢ também opcional. Foi concebido como va Nariante do sabteste Meméria de Digitos, da Escala de Inicligéncia de Wechsler ara Crianeas, recorrendo-se a estimulos verbais em ver de mimeros, A crianga deverd Tepetit com exactidao as frases lidas pelo examinador. Objectivos e aplicabilidade da WPPSLR A WPPSER tem como objectivo avaliar 0 funcionamento intelectual das cr iangas numa extensa variedade de contextos educativos, clinicos e de investigagio, Além de permitir lima anélise fina dos pontos fortes © fracos da crianga, nam dado momento" co seu Perwurso, € também um instrumento privilegiado para monitorizar a mudanga no decom. Penho a0 Iongo do tempo, quando se trata de avaliar 0 efeito de procedimentos educati- Vos ‘ou de aconselhamento psicopedagégico. Quando utilizada para este firm, devera existir um razogvel intervalo entre as duas administragdes da Escala, no sentido de" Etrantir que © desempenho da criana nao € afectado pelo efeito do treino. Em geral, intervalos curtos serfio mais susceptiveis aos efeitos la pritica (Wechsler, 1974b), sendo estes mais evidentes na subescala de Realizago do que na Verbal, Idades de aplicagao A versio portuguesa da WPPSI-R foi desenvolvida para ser utilizada em criangas com idades compreendidas entre 0s 3 anos € 0s 6 anos & 6 meses. No exitanto, poderio surgir situagdes em que se tome necessério utilizar a Escala fora deste intervalo etirio, tais como ctiangas mais novas com eapacidades elevadas ou mais velhas com capacidades mais fracas. Os materiais de teste, as tarefas c as instracdes de administragio foram pen- sadas para eriangas com idades compreendidas entre os 3 anos ¢ os 6 anos 0 6 meses, Serko 08 resultados padronizados ¢ as normas de Ql fomecidos apenas para estas idades, Assim, o desempenho de sujeitos fora desta faixa etiria apenas poder ser descrito em fermos de "idade-teste" (este t6pico serd retomado no Capitulo 3), da WISC-III (isto é, desde os 6 anos aos 6 anos ¢ 6 meses). Esta sobreposic&o com a WISC-II poderd levantar problemas na escolha do instramento a uliear com uma crianga dentro d Sta faixa etéria. Em geral, se a etianga parece possuir competéncias acima da média, bem como uma eapacidade de comunicagéo normal, examinador deverd aplicar a WISC-IM. Em contrapartida, se uma crianga aparentar om, funciona- mento médio ou abaixo da média, o examinador devers administrar a WPPSI-R Apesar de a WPPSI-R poder ser utilizada na identificagdo de necessidades educativas especiais, cm criancas dos 3 anos 20s 6 anos ¢ 6 meses de idade, algumas utilizagdes 12 WPPSLR desta Escala sio consideradas inapropriadas. Por exemplo, a WPPSL-R nao deverd ser utilizada em criangas com défices visuais ou auditivos severos (Sattler, 1988). Por outro. lado, criangas com défices motores significativos, resultantes, por exemplo, de paralisia cerebral, poderiam ser penalizadas se a WPPSI-R fosse aplicada de modo estandardiza- do. Porém, no existe qualquer suporte empirico que permita adaplar os procedimentos de administracdo da WPPSLR as caracteristicas das criangas com deficiéncia e depois comparar 0s seus descmpenhos com a amostra normativa, O examinador deverd, pois, ser prudente quando coloca a hipétese de recorrer & WPPSI-R para avaliar uma crianga com uma deficiéncia severa. Se a administragdo estandurdizada do teste coloca a crianga em situagao de desvantagem, serd preferivel nao o utilizar. Diagnostico de deficiéncia mental na crianga em idade pré-escolar De acordo com os prinefpios estabelecidos pela "Associegio Americana de Deficiéncia Mental", o diagnéstico de deficitncia mental baseia-se na dupla constatagaio de um fun- cionamento intelectual abaixo da média e dz um défice no comportamento adaplative (Grossman, 1983; Luckasson et al., 1992). De acordo com esta definigio, a avaliagio sistemtics da competéncia intelectual geral da crianga, tal como a que é conduzida uiilizando a WPPSLR, representa uma parte essencial do diagndstico de deficiéncia mental. Porém, um resultado baixo na WPPSER, por si s6, ndo constitui um diagn co de deficiéncia mental. © segundo componente da definigio de deficiéncia mental, isto €, 0 comportamento adaplativo, est menos bem definido e é, talvez, mais dificil de delimitar que 0 conceito de inteligéncia. As suas diferentes facctas poderiio ser medidas através de varias escalas criadas expressamente para a sua avalincio, ou recorendo a observagdes menos formais. Na base de todo 0 processo diagnéstico esta um pedido de avaliag3o que, em muitos casos, parte do educador, Por comparagao com as outras criangas da sua classe, 0 edu- cador detecta facilmente dificuldades invulgeres em drcas como aprendizagens escolares, aptiddes motoras e sociais e capacidade de concentragao. Pelo contrério, os problemas de ordem intelectual sto mais dificeis de identificar por parte do educador que faz, entio, apelo ao psicdlogo. A tarefa deste serd, face a um QI baixo, conseguir diferenciar uma mental real de um mau desempenho devido a dist ‘bio emocional, a baixa rnctibilidade incapacitante ou ainda a condigdes como o autismo ou a ular um diagnéstico de deficiéncia mental € necessdrio que os st de intelig&ncia sejam analisados em conjunto com muitas a: 5e ~i sonals |Auerican Psychological Association, 1985) -nte que as normas de QI para a WPPSI-R Jo abaixo da média da populagao de x s¢ situc abaixo deste nivel podem 2 2.2 us idades-teste Gio titeis para Introduéo 13 obter uma estimativa grosseira do nivel real de desmpenho da crianca (Humphreys, 1985). No entanio, uma vez que as unidades de idade-ieste variam ao longo do desenvolvimento, @ atendendo a que criancas com aptidées diferentes podem obter a mesma idade-teste, a interpretagao deste indicador quantitativo deverd ser foita com pre- Cauedo (Sattler, 1988). Tal como foi previamente referido, outros instrumentos poderio ser necessdirios para complementar os resultados obtidos na WPPST-R. ay Diagndstico de sobredotagéo na crianca em idade pré-escolar y ( Vitios atributos tém sido associados ao termo sobredotacao, inchuindo inteligéncia excepcionalmente clevada (iste é, um QI superior a 130), criatividade altumente desenvclvida (traduzida por resultados muito elevados em testes de criatividade) © um clevado nfvel de desempenho em arte, miisica, lideranga ou psicomotricidade, entre Outros dominios (Marland, 1972). Outros autores (por exemplo, Renzulli, 1978) impéem também, como condicio de identificaciio de crianges sobredotndas, a motivagao intifnse- ca elevada. Estima-se que 3 a 5% da populacio se situe nesta categoria, TIT J A identificagao de uma erianga sobredotada pode ser um proceso complexo. A dificul- Gade deve-se, em parte, ao facto de a prépria defini¢ao do termo "sobredotagiio" variar Consoante se coloque a énfase numa aptidio geral ou em aptidies especificas, admitin- o-se que 9 funcionamento intelectual muito superior 6 apenas um dos aspectos da sobredotagiio, Na prtca, para identificar uma crianga sobredotada, um cxaminador competente terd de Proceder a um cxame aprofundado, que devers inchir uma avaliagio do funcionamento intelectual, da cristividade © de aptides espectficas (Eysenck & Barret, 1993). A WEPSLR pode fornecer um contributo essencial neste contexto, uma vez que as normas de QI contemplam niveis muito elevados. EE. pa Qualificacdes dos utilizadores i Os utilizadores da WPPSI-R deverdo possuir experineia na administragio individual de instrumentos elinicos estandardizadlos, tais como outras scales de Inteligéncia de Wechsler. Por outro lado, estes profissionais deverdo também ter experiéncia na avalia. 80 do tipo particular de criangas que se propem examinar (por exemplo, criangas de Aeterminada idade, contexto cultural, meio escolar ¢ familiar, ete.). ¥ WAR CAPITULO 2 Adaptacaéo e afericao portuguesas Natureza das modificagées introduzidas relativamente & versio original americana Estudos exploratérios realizados em Portugal A maioria dos iteas que compée a versio americana da WPPSLR foi retomada da Primeira edigo da Escala (WPPSI, Wechsler, 1967). Contudo, tomou-se necessério pro- ceder a algumas modificacées ¢ acrescentar zlgum material, no sentido de corresponder 2 extensiio das idades de aplic: 0, evitar enviesamentos anteriormente detectados ¢ ajustar os contetidos cm fungdo do contexto actual A adaptagiio da WPPSER a populagiio portuguesa ocorreu em diversas etapas que, no Conjunto, tiveram como principal objectivo produzir um instrumento adequado a especi- ficidade linguistica e cultural das criangas portuguesas, A Tabela | quantifica as alteragSes imroduzidas na subescata Verbal, a partir da forma americana, em sucessivos momentos da adaptagio. Tabela 1. Comparacgéo entre a subescala Verbal da WPPSI-R americana e da portuguesa, em sucessivos momentos da ens conservados, modificados ¢ acrescentados . Aeriggo para uns estuco Anilise ¢coleegao eas a explonsério cee portugues WPPSER port, WEPSLR port. WPPSER port. wrrstr | Verstopreliminart | Versio pretininar2 ‘Versio final tens itens tens tall teas itens itens ttal[itens itens itens total ccons. modif acres. itens|eans. modif. acces. itens}cons. modif. acre. itens Infermagio n ofa 2 1 mle 1 1 wl 1 1 2 Compromio 1s mp 3 3 wl 3 3 wf 3 4 8s Asiemétiea a ja 2 2 si 2 4 fis 2 3 2 Vocabnlirio 25 B 2 9 yn 3 wm a) o bo mom Semelhangas 2 |i o 3 mlis 1 3 2) 1 3 20! Frases Memorizndas 2 9 3 09 wl7 3 2 2} 6 3 2 UeD * tens exemplifcatives, nfo cotados Nesta tabela podemos ver como, partindo de um niimero alargado de itens © ao longo dos varios estudos, se foi ajustando 0 conteiido da WPPSLR, por eliminagao dos itens avaliados como menos apropriados, até se obter a versio final da prova. A primeira fase da adaptagiio da WPPSI-R consistiu na wadugio para portugués das instrugdes de administragio © cotagie dos virios subtestes, bem como na adaptagio do contetido dos itens verbais. Esta tiltima tarefa implicou, quer a tradugio para portagués eo ajustamento de alguns dos itens originais, quer a criagao de novos itens. Pretendi -se, desta forma, garantir que a primeira verstio da subescala Verbal (apresentada na Tabela 1 como versio preliminar 1), contivesse um mimero de itens mais alargado que © pretendido para a versio final, por forma a poder seleccionar os que viessem a reve- lar-se mais adequados, nas andlises qualitativas e quantitativas subsequentes. Esta primeira versio foi, entio, utilizada num estudo exploratério, sendo aplicada a uma pequena amostra constitufda por criancas portuguesas de idades compreendidas entre os 3.€ 08 7 altos (n=45), Na sclevgiio desta amostra houve a prcocupagio de garantir uma certa heterogencidade, de mado a que estivessem representadas as categorias das diver- sas varidveis habitualmente tidas em consideragfio em estudos de aferigio (idade, sexo, grau de urbanidade da Grea de residéncia e zona geogréfica litoral ou interior). Bsta Adaptaciio e afericéo portuguesas 19 amostra incluiu criangas dos distritos de Coimbra e Viseu. Os dados recolhidos neste aan cuO estudo permitiram aperfeigoar as insirugdes de administrac2o e cotagao, fazer uma avaliacio critica, essencialmente qualitativa, dos itens © recolher um conjunto de FesPostas, nos subtestes verbais, que pudesse Funcionar posteriormente como auxiliar na cotagio. Procedeu-se, igualmente, a uma cnidada verificagio do grau de adequagao dos eritérios de inicio e de interrupeao, dos limites de tempo e das bonificagdes. A intro- dusio deste conjunto de modificagoes conduziu a versio preliminar da WPPS TER por- tuguesa (cf. Tabela 1). A scpunde fase da adaptagio teve como objectivo chegar a uma versio final da WPPSI-R Poringuesa. Para tal, a versdo preliminar 2 foi aplicada a uma amostta de maiores GimensGes, constitufda por 150 criangas residentes nos distritos de Coimbra © Castelo Branco, distribufdes em igual niimero por ambos os sexos ¢ por cinco escalées etérios, Gos 3 acs 7 anos, tendo-se inchufdo apenas crianeas cujas idades se situavam dentro do Primeiro quadrimestre de cada ano. Ae caracteristicas desta amostra, no que toca no grat dc urbanidade do meio de residéncia, A zona googsitica (itoralfinterior) e 20 tipo de Casing Fequentado (oficial/particular ou cooperative) aproximavam-se. bastante das Verificadas a nivel nacional. Com base nos resultados desta amostra Procedeu-se 3 andlise dos itens, quer do ponto de vista quantitativo (nivel de dificaldlace, poder dis- csiminativo € presenga de enviesamentos em fungdo do sexo), quer a0 nivel qualitative (Gividas quanto & cotagao, ou sobreposigio, em termos de conteiido, com outros itens desse ou de outro subtesie). Os resultados obtidos através destas varias anilises permi- tram, finalmente, proceder a seleccio © reordenagio das itens, por forma a reter ce mais adequadtes. Os critérios de inicio e de interrupgao foram, igualmente, redefinides, partin- do da avaliagdo da distribuicdo intra-individual dos éxitos e fracassos Chegou-se, deste modo, a versio final da WPPSI-R portuguesa. Secundariamente, foram, ainda, efectua- das anélises preliminares de algumas propriedades psicométrieas dos diversos subtestes, wer verbais quer de realizado (sensibilidade 20 desenvolvimento, eventuais enviess’ ments em Fungo do sexo, nivel médio de dificuldade ¢ consisténcia interna) Dos estudos de adaptagtio da WPPSI-R & populagio Portuguesa resultaram algumas modificagbes relativamente & versdo original americana, nomeadamente ne que se refe- Te 20 contetido dos itens verbais. O subteste Vocabulitio foi aquele em que a quantidade de alteragdes introduzidas se re- ‘slow mais substancial, com somente 50% dos itens da edigéo americana a seremm man- tidos na primeira versdo preliminar I ¢ acabando por ser retidos apenas cerca de 36% (cf. Tabela 1). 20 PSR No subteste Frases Memorizadas as modificagées introduzidas foram igualmente signi- ficativas. Neste caso, 0 objectivo consistia em encontrar frases em que fosse preservado ‘ ntimero de silabas das frases originais em inglés, o que levou a necessidade de elaborar novas frases, diferentes das originais mas com a mesma estrutura sildbica (cf, Tabela 1). Nos restautes subtestes verbais as transformagdes foram em ntimero bastante mais reduzi- o, na medida cm que o conteddo da meioria dos itens se revelou apropriado para as criangas portuguesas, nas idades a que a Escala se destina, Por exemplo, questdes como: “O que é que brilha no céu & noite? (item 14 do subteste lnformagio), "O que € que acon- tece ao gelado quando fica ao sol?" (item 7 do subieste Compreensio), "Viajames de comboio ¢ também podemos viajar de..." (item 8 do subteste Semelhangas), envolvern experigncias que sio comuns a criangas portuguesas ¢ americanas. Para tal contribuem, para além de alguma afinidade cultural entre as duas populugdes, 0 facto de a Escala se destinara uma faixa etéria na qual as influéncias do meio escolar so ainda relativamente pouco relevantes, em comparacio com as verificadas em idades mais avangadas. Registo-se, igualmente, o facto de a reorganizacdo dos itens em cada subteste passar pela adopsio de alguns deles come exemplos nijo cotados, cm provas onde se verificou haver uma maior dificuldade inicial na compreensio da tarefa. Tal situagio ocorreu, nomeada- mente, no subteste Semelhaneas (Analogias Verbais) e no subteste Frases Memorizadas. Ainda no que toca aos subtestes verbais, fui necessario rever ¢ alierar substancialmente os exemplos de respostas destinadas a auxiliar a cotagio. No que diz respeito aos subtestes de realizagio, no se tendo detectado aspectos criticos que pudessem pér em causa a validade da avalingao no caso portugués, opto: se por ‘manter Os itens tal como na versio original, tanto no que diz respeito ao contetido como a ordenacio. Uma outra alteracao relativamente & versio americana, ao nivel das normas de admiais- tragdo, consistiu na supressio da cronometragem nos subtestes Aritmética ¢ Completa- mento de Gravuras. Uma vez que a grande maioria des criungas, ou responde de imedia- to (isto é, em menos de 5 segundos) aos itens desies subtestes. ou ji no responde, 0 Fecurso 20 cronémetro complica demasiado a aval rnta A sua precisio, njo se mostrando mais necessdrio gue nowiros test ‘2 nllo cronometrados. Neste sentido, a cronomeu: » parece ser pertinente. Outras modificays PSLR. por comparagio vets ponniads as instrugées de um, igualmente, com a versio administragio 2 ic whale AE : k ‘Ata y ¢! Lie = —_ Adaptacio e afericao portuguesas 11 introduzidos alguns ajustamentos nos eritérios de inicio e de interna te se expord, io, tal como adian- Populacao A aferigao da WPPSI-R reporta-se a0 universo de criangas residentes em Portugal, com idades compreendidas entre os 3 anos ¢ 08 6 anos © 6 meses, a frequentarem instit edveativas (educagio pré-escolar e 1° ciclo da Ensino Bisico). Apesar de os estudos explorat6rios iniciais terem incidido sobre amostras de crianeas cujas idades iam até aos 7 anos © 3 meses (tal como acontece na vers (0 original americana), acabon por se restringir 0 leque etétio da aferigo portuguesa de modo a diminuir a faixn etdcia de Sobreposiefo entre a WPPSLR ¢ a WISC-IIL, cuja aferigao para 0 nosso pats se proces- Sou.em simultineo. Assim, a faixa etéria em que ambas as Bs ‘alas podem ser utilizadas compreende um periodo de 6 meses (dos 6 anos aos 6 anos ¢ 6 meses), A decisio de + as amostras dos estudos realizados, criangas em idade pré- “escolar que nfo estejam a frequentar jardins de infancia, prende-se com virias razbes, For um lado, os pedidos de avaliaggo das competéncias intelectuis, nestas idades, sto feltos sobretudo pelos edueadores, quer do ensino regular, quer do ensino especial, ¢ ° relacionados com questées de natureza psicopedagdgica como, por exemplo, Preparacdo para ingressar ro ensino bisico. Portanto, ao nivel pré-escolar, serio Provayelmente as criangas que frequentam instituigdes cau as aquelas a quem a WPPSER viré faturamente a ser aplicada (populagio-alvo). Por outto lado, & previsivel que o alargamento da rede de educagio pré-escolar venha a fuvorecer ume percentagem cada vez mais expressiva de criangas. Convém, pois, salientar que, no que diz respeito &s criangas em idade pré-escolar, os dados da Aquelas que frequontam instituigdes educativ resente afericiio se reportam somente € nao sAo generalizdveis is outras, Enquanto ndo se dispuser de elementos sobre a equivaléneia ou no dos dois grupos quanto as varidveis em estudo, Procedimento geral de recolha de dados A recolha de dados teve lugar nas instalagdes dos jardin de infincia ¢ escolas que colaboraram neste estuda, A aplicagdo dos varios instrumentos (WPPSLR ¢ provas para Os éstndos de validagdo) foi procedida de pedidos de antorizagio as Direcgdes Regionals de Educagio da respectiva zona, explicitanco os objectivos da investigagio ¢ fazendo 22___WPPSI-R uma breve descrig&io do contetido da avaliagio, pedidos estes que foram deferidos. Os pais das criangas seleccionadas para avaliagio foram também abordados através de car- tas em que se apresentavam os objectivos gerais da investigag%o, se expunha o tipo de trabalho a realizar com as criangas e se manifestava disponibilidade para futuros esclarecimentos (ou para nfio efectuar a avaliagfo, se assim 0 entendessem). Uma vez terminada a fase de adaptagio dos materiais, os dados para a aferigfo nacional, bem como para a realizagio de estudos relativos a precisio e a validade da WPPSLR, foram recolhidos entre Janeiro e Dezembro de 2000. Todas as avaliagdes foram levadas a cabo por licenciados em Psicologia, aos quais foi dada formaciio especifica, num total de 26 técnicos agrupados em tomo de trés equipas de coordenacao regional: Norte, Centro Sul (Iihas). Estratificagao da amostra de aferic¢ao As normas da WPPSI-R apresentadas nesie Manual foram desenvolvidas com base em amostras de criangas, com idades compreendidas entre os 3 anos € os 6 anos e 6 meses, consideradas representativas da populacio portuguesa a frequentar instituigdes educati- vas, dentro desta faixa ctéria. A selecedio desta amostra foi baseada num plano de amostragem estratificado, com base em dados fomnecidos pelo Instituto Nacional de Estatistica (INE) e pelo Ministério da Educagdo, tendo como abjectivo assegurar a representatividade de todas as categorias de criangas. Assim, foram tidos em conta os seguintes critérios de estratificagdo: idade, sexo, meio de residéncia ¢ localizagdio geogréfica. Na faixa etaria dos 6 anos teve-se -escolar ou 1° Ciclo do Ensino Basico). Dada a cnomme dificuldade cm obter dados relatives a profissio ¢ habilitagdes académi- cas dos pais, a caracterizagio socio-econémica da amostra foi feita somente a posteriori. ainda em conta o nfvel escolar frequentado (pt Relativemeate ds yaridveis “idade", "sexo" ¢ “nivel escolar" adoptou-se a metodologia sm estratificada, tal como é definida por Drew e Hardman (1985). Assim, categorias destas varidveis foram constitufdos grupos com o mesmo ntimero de alentes quanto s restantes varidiveis consideradas. ‘meio de residéncia" © "localizagao geogriifica” adoptou-se a z ~-.gem proporcional (Drew & Hardman, 1985), no sentido de asse- as desias varidveis estivessem representadas na amostra lagdo em estudo, — it 3 i oe a= | = es3= | —_ Adaptacio e afericao portugnesas 23 No total foram recolhidos 1296 protocoios, incluiindo nao s6 as avaliagdes feitas no con- texto dos estudos exploratérios ¢ da aferigao, como também aquelas que tiveram como objectivo a realizacao de estudos de validade. As normas foram derivadas com base na avaliagfo de 809 criangas, Idade Foram considerados 7 grupos etdrios, com am Planificagao inicial contemplava a recolha de 100 casos em cada uma das 7 faixas et OU Outros, optau-se or utilizar todos os restantes nos estuddos de aferigao, o que acabou por tradwzir-se numa Tabe g Poucn mais numerosa do que 0 iniciaimente previsto, tal come consta ne Para efeilos de derivagio das normas, eada grupo etirio de 6 meses foi posteriormente Subdividido em dois grupos. Assim, os quadros normativos, num total de 14, incidem Sobre pericdos etérios de 3 meses (cf. Tabela 2). Ambas as formas de organizacao da amostra Zo representativas da populagao infantil em idade pré-eseclan 24 WPPSI-R Tabela 2, Organizacao dos grupos normativos em funco da idade Grupo Ftario Grupo Normative Intervalos de Idades anos, 11 meses © 16 dias at! 3 anos Banos. 2mesese15 diay 7 3 anos, 2 meses e 16 dias ue Banos 1/4 3 anos, S meses e 15 dias Fanos, Smeses 6 16 dias 3 anos 12 3 anos, S meses e 15 dias 3 anos © 6 meses 3 eS F anos, S meses. 16 dias Banos 3/4 Janos, 11 meses € 13 dias F anos, LI meses ¢ 16 dias Hideo Eisrod 4 anos, 2meses ¢ 15 dias 4 anos, 2 meses € 16 dias 4.anos 1/4 4 anos, 5 meses e 15 dias 4 anos, Smeses-e 16 dias Aanos 12 4a anos © 6 meses ae 4 anos, 8 meses © 16 dias aera 4.anos, 11 meses ¢ 15 dias 4 anos, 11 maxes e 16 dias A ous 5 anos, 2 meses ¢ 15 dias S anes — Fanos, 2meses.e 16 dias Sianios V4 Sanos 2 5 anos e 6 meses 3 anos, 8 mesese 16 dias anos 34 : 5 anos, 11 meses ¢ 15 dias S anos, Il meses e 16 dias 6 anos : 6 anos. 2 mesese 15 dias 6 anes ——_—__—— Borge 6 anos, 2meses.e 16 dias 6 anos, S meses. 15 dias Sexo A distribuigdo de acordo com a pode verse vel sexo € equilibrada em todas as idades, tal como aa Tabela 3, sendo o mémero total de raparigas observadas (n=405) pratica- mente igual ao ndmero de rapazes (n=404). y PTY ay h “eh ba Adaptacio e afericav portuguesas . Tabela 3. Distribuicio da amostra em funcao da idade e sexo yc Sex Sex ti Grupo Etério Perino Maseutino i a Zamos 11 meses 16 dias /3 anos 5. Meses 15 dias 52 36 108 3.anos 5 meses 16 dis /3 anos 11 meses 15 dias 37 30 107 3 anos 11 meses 16 dias /4 anos 5 meses 15 di 58 56 14 4 anos 5 meses 16 dias /4 anox 11 meses 15 giag 36 sa 110 4 anos 11 meses 16 dias /5 anos S meses 15 die I @ 4 3 anos 5 meses 16 cias /S anos 11 meses 15 dias 59 5 ua S anos 11 meses 16 dias / 6 anos 5 meses 15 dias 2 70 142 Total 405, 404 809 a Nivel escolar < Dentro da faica etéria dos 6 anos (isto é, 5 anos 11 meses ¢ 16 dias a 6 anos $ meses 1S dias) a crianca tanto pode encontrar-se a frequentar a educagfo pré-eseolar cone ow ano do Ensino Bésico, dependendo do seu més de naseimento e do més ern que € feita a avaliaga0, Por tal motivo, foram inclufdos na amostra de aferigao casos representatives dos dais tipos de situacdo, em proporcées idénticas' Meio de residéncia A Tipologia de Areas Urbanas adoptada foi a aprovada pela 15° Deliberacio do Conselho Superior de Estatistica em Julno de 1998. Conciliands critérios estaufsticos com critérios de ordenamento e planeamento do tertitGrio, estes tiltimos com eardcter marcadamente Gvalitativo, a Tipologia compreende os seguintes 185 niveis, des quais dois sao urbanos: > Areas Predominantemente Urhanas: > Areas Moderadamente Urbanas: > Areas Predominantemente Rurais. {Num primeiro momento do proceso de aferieao preendause Godvan Para £3 criangas com 6 anos, rommas cea a eteeaa Ae Hequentastem a edacacto présesccar ou o 1° Ciclo do Eisino Havlon (hoe gue justifi- reslanee ee tt niero de casos sabstancialmente superior no grupo elisio dag ose ae que nos Mepnles fal Como se pode observar na Tabeia 3). Porém, os daelos nomnerives dena separadanenie para jonas pas arts ueowrarat-sepraticamiente coincident, peo gue se optou Por apresentar normas con- Jumias, para a totalidade da amostra com 6 anos Tabela 4. Distribuicgao da amostra em fungio da Tipologia de Areas Urbanas x Portugal Continental’ _Criancas observadas de Areas Urbanas Ba Sn en _Crtangas observadas. a % n % 3 inantemente Urtanas 8376139 68.0 315 612 amente Urbanas was 165 126 164 ecominantemente Ruruis 1asj0s2 Iss 196 64 Total 937526 1000 167 100.0 ‘Dados cedilos pelo INE (1998) retatives a Poriugal Continental, Na susencia de dados esiatsticos especificos para crangas comm idades compreendidas enire os 3 anos. os 6 zaus 6 meses, ox values referenlec pope nacional rsidentesocvei come panto de refesineia apreximado, Sendo os dades dispontreis rslaivos a Porwugal Couttneal, nest comparaeio aio se ‘consideraggo a8 crisngas observadas nas The. Os dados relatives a distribuigio das criangas da amostra de aferigaio, em fungdo desta Lipologia, so apresentados na Tabela 4. Procurou-se que o ntimero de sujeitos a obser- var em cada uma das dreas fosse proporcional aos valores nacionais, tal como constam nas Bstatisticas Domogréficas (INE, 1998). Tal como se pode verificar, os valores per- centuais observados so muito préximos dos valores esperados, no que toca ts trés ca- tegorias da variével “meio de residéncia". Localizacao geogrdfica Procurou-se que a amostra de aferigao fosse representativa em termos geogréficos, quer no que toca & regio do pais, quer quanto & proximidade relativamente ao mar. No que diz respeito A regiio tomou-se como referéncia a divisio do territério nacional por NUTS Il, a qual considera as seguintes regiGes: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Agores ¢ Madeira. Quanto & proximidade relativamente ao mar teve- ~se em conta a divisio do territ6rio por NUTS IIL (que discrimina 32 unidades territo- Tiais) e consideraram-se litorais todas as unidades geogréficas que tocam o mar, e inte- riores todas as outras. O ntimero de sujcitos a observar em cada zona geogrdifica foi cal- culado por forma a garantir a proporcionalidade relativameate aos valores nacionais, em fungzo dos dados mais recentes disponiveis no momento da definiggo da amostra (dados cedidos pelo Ministério da Educagiio referentes ao ano lectivo de 1996/1997). Os dados relativos a distribuigdo geografica da amostra encontram-se sintetizados nas Tabelas 5 ¢ 6. Adaptacio ¢ afericao portuguesas 27 Tabela 5. Distribuicio da amostra em funeio da regiao geogrifica Regio Geogratfica Portugal Continental! n %. Norte seas 367 Centro 38123 203 193 24 Lisboa e Vale do Teja 02976 336 224 319 Alentejo 11838 63 33 aq Algarve S761 au 38 54 Total 187539 1000 703 100.0 'Dades cedidos pelo Minstrio ds Educa, relents a 1996)1907, Sendo on dadoe isponiveis celativos a criangas resi- Genesem Portugal Continental,» frequniar a edacogi pé-escolr, esta comgargda tes teve ern conte $85 obvervodas as Mas (=s2} nem as crangas gue fequemavam o 1. ano do Fasino Bisica(o-ét), Tabela 6. Distribuigao da amostra em funcio da zona geogrifiea Portugal Continental” Criangas observada Zona Geografica n % n % Litoral 124799 605 446 ea Intesior 62740 335 257 36.6 Total 197539 100.0 703 100.0 pats clos pelo Miro da Educa, referents a 1996/1997. Sendo os das dlsponivels lavas a langas exh estes em Portgal Conese eur &elueagao pré-eseoie neta compara nfo se tere tm comstaegts men S85 observadss nas Uhas (2-42) nem as eriangas que frequeavamn © 1° env dy Ensinn Basin (154 Nas tabelas apresentadas anteriormente, é possivel verificar uma comrespondéncia acen- tad entre as percentagens obscrvailas € as percentagens esperadas, sobretudo no que (ota a comperagio referente & zona geogrifica (litoral/interior), Relativamente A dis. ‘eibuigio da amostra pelo territ6rio nacional verificam-se alguns ligciros desfusamentos, relacionados com ajustamentos que houve necessidade de fazer, no decane de recolha de dados. Nomeadamente: i) as aplicagdes previstas para o Alentejo Litoral foram ofec, twadas no Algarve; i) parte das aplicagées previsias para Norte Interior foram levades 8 cabo no Ceatro Interior. Contudo, tais ajustamentos nao comprometem a representa lvidace geagrafica da amostra, a qual cobre uma vasta area do territ6rio de Portugal Continental, apreseniando-se dispersa pelos distritos de Braga, Porto, Aveito, Viseu, Guarda, Coimbra, Leitia, Santarém, Lishoa, Seuibal, Evora e Faro, Pare além des crian- Sas observadas no Continente, foram ainda recolhidos 42 protacolo: na Regitio AutGnoma dos Acores (Ilha de S. Miguel), © que eorresponce a 5.2% do numero total de 28 WPPSLR eriangas que compéem a amostra de aferiga0, O facto de as estatisticas nacionais tratarem os dados referentes as Regides Autonomas separadamente dos de Portugal Continental levou a que nfo se considerassem os casos observados nos Acores nas anilises anteriormente expostas (Tabelas 4, 5 ¢ 6). A representatividade da amostra foi, igualmente, controlada cruzando as categorias das quatro varidveis consideradas. Assim, foi definido antecipadamente o ndimero de sujeitos a avaliar por idade x sexo x meio de residéncia x localizagao geogréfica. A titulo de exemplo, o ntimero de raparigas de 3 anos, residentes no norte Jitoral, em meio predo- minantemente urbano foi fixado em 7. Nivel socio-econémico A profisstio do pai ¢ tida como o melhor indicador isolado para a avaliacdo do nivel socio-econdmico e, por conseguinte, foi adoptada como referéncia para efeitos de classi- ficagdo. Esta variavel foi codificada de acordo com a versio portuguesa da Classificagzo Internacional de Profissées, adoptada nos Censos 91 (INE, 1996) ¢ retomade nos Censos 2001 0 facto de a informagio ter sido recolhida indirectamente, através do professor, impos- sibilitou a obtengiio de detalhes muitas vezes imprescindiveis & classificagio, o que pode ‘er diminufdo a respectiva precisio. Para contomar esta dificuldade utilizou-se a estraté- gia de aproximagiio sistemética descrita por Lima, Dores ¢ Costa (1991), procurando-se. nos casos em. diivida, que a categoria escolhida fosse coerente com as habilitagdes escolares, tinico dado complementar de que, em muitos casos (embora nfo em todos). se dispunha. Ainda assim, revelou-se, com frequéncia, dificil proceder & codificagdo das profissdes com base nos dados disponiveis e esta, provavelmente, comporta algumas imprecisées, atendendo ao cardcter vago de muitos dos registos. Para além disso, 0 niimero de dados omissos relativamente a esta variivel é considerivel (n=134), corres- pondendo a 16.6% do total da amosira de aferiedo. A dificuldade na obtengao deste tipo de informagées constitu, aliés, uma constante na investigago em Ciéncias Sociais e Humanas no nosso pafs. Dai que se tenha optado por estudar esta varigvel somente a posteriori, em vez de a incluir na definigdo prévia da amostra. Os elementos recolhidos sfo aprecentados na Tabela 7. h oA \ I k 7 ivi Lf o ® Adaptacdio e afericdo portuguesas Criancas observadas Grupo Profissional Se ee % Directores e quados drigentes 7 99 Profissionais intelectuaise cientiticos o7 99 Profissionais tecnicos intermeédios 65 96 Empregados administativos o 102 Empreg. do comércio e sewigos pessoais 7 144 Trabalhudores da agricuitra e da posca 25 37 Trab, da indistria e des transportes 236 35.0 Trabathadores nio qualificados 2 “a7 Forcas Armadas "7 28 Total ons 90.9 iy vy, yyy i iY Caleulo dos resultados brutos Critérios de cotacéo OS eritérios de cotagio dos diversos subtestes encontram-se expostos com bastante detalhe no Capfinio 4 deste Manual. No ssencial, s2o idéaticas aos adoptados na ver, original americana dn WPPSL-R, ¢ comportam apenas alteragSes de poumenor nas simagBes em que a cotacto se apresentou monos objectiva, Assim, foram feitos alguas aditamentos © especificagdes pontuais as instrugSes de cotagdo de alguns subtestes Sendo os itens de desenho do subteste Figura motivo que foram seleccionadas para constar no Manval nao s6 as respostas mais fre. HMentes, Mas também as de mais dificil aprecinco, Assim, com base no comportamen- 10 das amostras estudadas nas fases preliminares ds adaptacio da WPPST-R para a popn- lncilo portuguese, muitos novos exemplos foram acrescentados, enquanto outros foram ‘lirados. Noutros casos, foi 9 modo de valonizar an Virias respostas possiveis que sofrou alteragdes, no sentido de ajustar os crtéios 2 nossa realidade socio-cultural

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