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Kirk, Russel. Breve Manual de Conservadorismo
Kirk, Russel. Breve Manual de Conservadorismo
1ª edição 2021
ISBN: 978-65-89129-01-1
Impresso no Brasil
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Catalogação na publicação: Mariana C. de Melo Pedrosa – CRB07/6477
Introdução
1. A Essência do Conservadorismo
2. O Conservador e a Fé Religiosa
3. O Conservador e a Consciência
4. O Conservador e a Individualidade
5. O Conservador e a Família
6. O Conservador e a Comunidade
7. O Conservador e o Governo Justo
8. O Conservador e a Propriedade Privada
9. O Conservador e o Poder
10. O Conservador e a Educação
11. Permanência e Mudança
12. O que é a República?
Índice de Nomes
Introdução
Kirk, contudo, fez algo que nenhum desses outros autores fez. Ele
procurou provar que o conservadorismo anglo-americano não era uma
invenção recente, mas que tinha um passado útil, uma história venerável de
pensadores desde ao menos Edmund Burke, talvez até mesmo bem antes, e
adiante em direção a figuras contemporâneas como George Santayana e
Eliot. Nas palavras de seu biógrafo Brad Birzer, “na definição [de Kirk] do
que é ser conservador, o poético, o literário e o teológico superavam o
político”. Como Kirk explicou, em 1952, a Henry Regnery, o editor de A
Mente Conservadora, era imperativo “reconhecer a grande importância, na
literatura e na vida, da religião, da ética e da beleza”. A política, ele falava,
“é a diversão do universitário, e eu realmente tento transcender a pura
política em meu livro”.
Não que Kirk ignorasse a política em sua própria vida; tampouco ele o
faria hoje. Mas ele poderia reclamar com razão, se estivesse em nosso meio
agora, que o conservadorismo tem se empobrecido nos anos recentes por
uma ênfase demasiada em formas politizadas e ideológicas e pela
negligência do domínio da imaginação e do domínio da cultura mais geral,
domínios pelos quais a sensibilidade conservadora havia sido
poderosamente representada. Hoje, por vezes ouvimos que a política flui da
cultura, uma observação que teria parecido óbvia para Kirk. Pode ser que a
principal tarefa diante dos conservadores e do conservadorismo seja a
transformação de uma cultura irresponsável, desumana e que nega a vida
em uma realidade mais condizente com nosso legado humano.
E o mais incrível de tudo, este livro não exige revisão dramática mesmo
depois de sessenta e dois anos. Esse próprio fato lhe dá um peso inesperado.
Os insights de Kirk sobre a família, a importância da propriedade privada, a
educação, a religião e vários outros assuntos não só permanecem sólidos,
mas nos dias atuais soam proféticos. Leia por si mesmo e veja se não
concorda. Se essa não é a prova de que o conservadorismo de Kirk era
baseado nas Coisas Permanentes, não sei mais o que é.
Wilfred M. McClay
Wilfred M. McClay detém prêmios e posições na Universidade de
Oklahoma e é diretor do Centro pela História da Liberdade. Seu livro
mais recente foi lançado sob o título de Land of Hope: An Invitation to
the Great American Story [Terra de Esperança: um Convite à
Grandiosa História Americana (Encounter, 2019).
CAPÍTULO 1
A Essência do
Conservadorismo
3. Justiça significa que todo homem e toda mulher têm o direito ao que
lhes pertence — aquilo que é pertinente à natureza, às recompensas da
habilidade e da integridade pessoais e à propriedade de sua
personalidade. A sociedade civilizada exige que todos os homens e
mulheres tenham direitos iguais perante a lei, mas essa igualdade não
deve se estender à igualdade de condição: isto é, a sociedade é uma
grande parceria em que todos têm direitos iguais, mas não posses
idênticas. A sociedade justa exige firme liderança, diferentes
recompensas para as mais distintas capacidades e senso de respeito e
dever.
Esses grandes fins são mais que econômicos e políticos; estes envolvem a
dignidade, a personalidade e a felicidade humana. Envolvem até mesmo a
relação entre Deus e o homem, pois o coletivismo radical de nossa era é
fortemente hostil a qualquer outra autoridade: o radicalismo moderno
detesta a fé religiosa, a virtude privada, a personalidade tradicional e a vida
de satisfações simples. Nossa geração ameaça tudo o que vale a pena
conservar. Fazer mera oposição impensada aos eventos atuais, agarrando-
nos em desespero ao que ainda temos, não será suficiente nesta era. O
conservadorismo instintivo deve ser reforçado pelo conservadorismo
pensado e imaginativo.
CAPÍTULO 2
O Conservador
e a Fé Religiosa
A sociedade que nega a verdade religiosa não tem fé, não tem caridade,
não tem justiça nem qualquer tipo de restrição sobre os próprios atos. Hoje,
talvez ainda mais do que no passado, muitos americanos entendem a
conexão íntima entre a convicção religiosa e o governo justo, e,
aprofundando seu juramento de fidelidade, chegam a dizer: “uma nação sob
Deus”. Há um poder divino maior do que qualquer poder político. Quando
ignora a autoridade divina, a nação, intoxicada com o seu próprio poder
descontrolado, logo comete fanatismos nacionalistas, práticas que tornaram
o século XX tão terrível.
Toda religião, seja qual for, é passível de corrupção; e em nosso tempo,
muitos tentam nos persuadir de que a religião cristã apoia algum tipo de
coletivismo sentimental, uma “religião humanitária”, na qual a ideia cristã
de igualdade perante os olhos de Deus é convertida em uma igualdade
social e econômica sombria, forçada pelo Estado. No entanto, basta
examinar os credos do cristianismo e a tradição cristã para perceber que o
ensino cristão não apoia essa interpretação. O que o cristianismo oferece é
redenção pessoal, e não um sistema de revolução econômica. A pessoa
humana é a grande preocupação da fé cristã — como pessoa, e não na vaga
posição de “Povo”, ou de “Massas”, ou de “Desprivilegiados”. E quando
pregam a caridade, os cristãos têm em mente a doação voluntária daqueles
que têm para aqueles que não têm, e não a compulsão estatal que tira de
alguns para beneficiar outros. “Os estadistas que trabalham para inventar
uma riqueza comum a todos e sem pobreza”, comenta o velho Sir Thomas
Browne, “furtam o objeto de nossa caridade; eles não só ignoram as
propriedades do cristão individual, mas também se esquecem da profecia de
Cristo”. A religião cristã ordena que façamos ao próximo aquilo que
faríamos para nós mesmos, e não o emprego do poder político para forçar o
nosso próximo a entregar sua propriedade.
Toda religião majoritária, seja qual for, sofre ataques de heresias. No ano
do Manifesto Comunista, Orestes Brownson declarava que o comunismo
era uma heresia do cristianismo; e hoje ele é ecoado por Arnold Toynbee e
Eric Voegelin. O comunismo perverte a caridade e o amor do cristianismo
em uma feroz doutrina de aparelhamento; o povo é tornado igual por todo o
mundo. Não só isso, mas o comunismo também rechaça a verdadeira
igualdade, que é a igualdade perante o juízo final de Deus. Outras
ideologias que convertem o cristianismo em instrumento para oprimir uma
classe e beneficiar outra, também são heréticas.
Isso não quer dizer que o conservador religioso acredita que todas as eras
são iguais, ou que todos os males são males necessários. Uma era pode ser
muito pior do que outra; uma sociedade pode ser relativamente justa, e
outra relativamente injusta; o povo pode melhorar um pouco sob o domínio
de um governo prudente e humano, e pode deteriorar imensamente em
tempos de insensatez. Mas o falso evangelho do Progresso como a onda
inevitável e benéfica do futuro — uma doutrina agora destruída pelas
catástrofes do século XX — nunca iludiu o conservador religioso. Ele não
despreza o passado simplesmente porque é antigo, nem pressupõe que o
presente é maravilhoso simplesmente porque é nosso. Ele julga cada era e
cada instituição à luz de certos princípios de justiça e ordem,
compreendidos em parte por meio da revelação, em parte por meio da longa
e dolorosa experiência da raça humana.
O remédio para o homem que está no topo e falha em frear seus desejos não está, como o
agitador quer que acreditemos, no inflamar dos desejos do homem que está abaixo, nem no ato
de substituir a verdadeira justiça por alguma fantasmagoria de justiça social. Como
consequência de tal substituição, a pessoa estará deixando de punir o indivíduo ofensor para
atacar a instituição da propriedade. A guerra contra o capital depressa se degenerará, como
sempre ocorreu no passado, numa guerra contra a economia e contra a indústria, batalhando
em favor da preguiça, da incompetência e, finalmente, dos planos de confisco, que professam
ser idealistas, mas são, na verdade, uma subversão da honestidade comum. Acima de todas, a
justiça social é, provavelmente, a mais insalubre em sua prática de suprimir parcial ou
completamente a competição. Sem competição, é impossível cumprir o propósito da
verdadeira justiça — isto é, que todos receberão de acordo com suas obras. O princípio de
competição, como Hesíodo salientou há tempos, é fundamentado nas próprias raízes do
mundo; há algo na natureza das coisas que chama por uma verdadeira vitória e uma verdadeira
derrota. A competição é necessária para erguer o homem de sua indolência natural; sem
competir, a vida perde seu entusiasmo e seu vigor. Há somente, como Hesíodo continua a
dizer, dois tipos de competição: aquela que leva à guerra sangrenta e a outra que é a mãe do
empreendimento e das grandes realizações.
Não há sociedade que acabe de uma vez por todas com as reivindicações
conflitantes do governo organizado contra a ambição privada. O melhor a
esperar é uma sociedade na qual homens e mulheres reconheçam o
princípio geral de que naturezas superiores têm o direito de se desenvolver,
e que naturezas medianas têm o direito a viver com tranquilidade. Na
história de nosso país, o individualismo cruel já ameaçou derrubar esse
princípio. Mas esse tempo passou; e no presente, o perigo é de o Estado
reprimir a verdadeira individualidade em nome de uma “justiça social”
niveladora. Hoje, portanto, o conservador prudente procura mais uma vez
alcançar o equilíbrio ao apoiar, com toda a força a seu dispor, os direitos do
indivíduo contra as exigências arrogantes do Estado das massas.
CAPÍTULO 5
O Conservador
e a Família
Por outro lado, determinadas forças hostis à família não são meramente
impessoais ou inconscientes, mas em parte deliberadas, e podem ser
contidas por ações inteligentes nas esferas sociais, educacionais e políticas.
A principal dessas forças sinistras é o desejo deliberado de fazer com que o
Estado político assuma para si praticamente todas as responsabilidades que
uma vez a família já deteve. Esse movimento é a forma mais minuciosa e
desastrosa de coletivismo. O fato de haver pessoas bem-intencionadas
defendendo esses ideais não os justifica. Todos sabemos do que o inferno
está cheio. O Dr. R. A. Nisbet, importante sociólogo, em sua obra Quest for
Community descreve o plano dos totalitários, nazistas e comunistas a fim de
destruir a família:
O totalitário astuto conhece e compreende bem o poder que os laços de sangue e a devoção
religiosa têm de manter vivos na população os valores e incentivos que podem, no futuro,
servir como alicerce de resistência. Dessa forma, se fez absolutamente necessário emancipar
cada membro da família, sobretudo os mais novos. Alcançou-se a alienação espiritual dos
laços familiares, e não só por meio de processos negativos como espionagem e delações, mas
também com o enfraquecimento dos alicerces consanguíneos e com a substituição dos papéis
sociais encarnados na estrutura familiar. As técnicas variaram. O mais essencial, porém, era a
fragmentação da família e de todo agrupamento que interferia entre o Estado de pessoas como
sociedade e pessoas como uma massa sem mente, sem alma e sem tradição. O que o totalitário
deve fazer para efetuar seu plano é perpetuar o vácuo espiritual e cultural.
A família [...] deve tornar-se uma união de corpos, almas, corações e mentes em um ‘nós’
coletivo. Sua função basilar, de inculcar profunda simpatia, compaixão, amor e lealdade em
seus membros, não apenas na relação um com o outro, mas com toda a humanidade, deve ser
restaurada e completamente aprofundada. Trata-se de uma realidade necessária porque
nenhuma outra agência pode cumprir essa função tão bem quanto a família comum. Essa
espécie de família se tornará a pedra angular para uma nova ordem social criativa.
Ora, uma nação não é mais forte do que as várias pequenas comunidades
que a compõem. Uma administração centralizada, ou um grupo de
governantes selecionados e servidores públicos, ainda que bem-
intencionados e devidamente preparados, não podem conferir justiça,
prosperidade, paz e boa conduta à massa de homens e mulheres privados de
suas responsabilidades e instituições tradicionais. Esse experimento já foi
aplicado antes, de forma notável na Roma antiga, e foi um desastre. É o
desempenho de nossos deveres que nos ensina a responsabilidade, a
prudência, a eficiência, a caridade e a moralidade. Se outra pessoa assume
esses deveres, ela é forçada a carregá-los, ou então atrofiamos, socialmente
e moralmente, pela falta de seu exercício. E o corpo burocrático que assume
essas responsabilidades sociais que até então não lhe competiam não
permanece diligente e com as faculdades mentais sãs por muito tempo. A
sociedade vigente é quem recruta seus governantes e servidores públicos;
eles não escaparão da corrupção e da indolência se vivem em um período de
comunidades desintegradas.
É provável que nenhum outro aforismo político seja tão citado hoje
quanto a observação de Lord Acton, que disse: “o poder tende a corromper,
e o poder absoluto corrompe de forma absoluta”. No entanto, as barreiras
contra a concentração de poder — poder político e poder econômico — são
cada vez mais reduzidas em nosso tempo, em quase todo o mundo, com
pouco protesto efetivo. O conservador, que tem a intenção de preservar a
ordem, a justiça e a liberdade, faz o que pode para lembrar o mundo
moderno da verdade quanto à afirmação de Acton, e manter as restrições
sobre o poder arbitrário que distinguem a sociedade livre da sociedade
servil.
Em certo grau, quase todos desejam poder; e para alguns, o desejo por
poder é luxúria e presunção. Nenhuma paixão é mais poderosa do que essa.
O marxismo erra ao exagerar a importância da motivação econômica na
sociedade. De fato, a maioria dos homens e das mulheres deseja posses
materiais, porém muitos são mais afeiçoados pelo poder do que pelas
riquezas. A riqueza se mantém no centro das aquisições humanas porque
geralmente significa poder. O conservador, olhando para a natureza humana
como um misto de bem e mal, por vezes alguém capaz de elevada nobreza,
mas sempre de alguma forma defeituosa, sabe que a sede de poder entre nós
jamais será saciada. Independentemente da prosperidade ou da igualdade e
desigualdade entre homens e mulheres, todos sempre buscarão o poder. Ao
aceitar esse triste fato, o conservador procura limitar o apetite por poder por
meio da instrução ética e de boas leis.
Agora, é claro que existem pessoas de visões políticas radicais entre nós
hoje que não abraçam a teoria radical da educação que descrevi acima. Mas
estes são radicais inconsistentes, bem como existem conservadores
inconsistentes. Ora, se o único objeto real da vida é o melhoramento
material das massas, hipoteticamente alcançado pela igualdade de
condições, então não há razão para encorajar o desenvolvimento da forte
opinião privada e da rígida mente individual. O coletivismo não requer
fortes personalidades e um alto nível de cultura particular, mas
conformidade inquestionável aos dogmas seculares do coletivismo. Os
educadores radicais mais consistentes e diretos, como o professor Theodore
Brameld, confessam essa verdade e nos exortam a converter as escolas em
dispositivos de propaganda para o ensino de doutrinas em que “todo mundo
pertence a todo mundo” e de que uma pessoa é tão boa quanto a outra, ou
talvez um pouco melhor. Muito francamente, autodenominam-se
Reconstrucionistas Sociais — educadores que colocariam as escolas para
construir uma nova sociedade coletivista. Educando a juventude e
implantando nas crianças suas crenças, lealdades e o apego emulado por
doutrinas coletivistas, eles pretendem romper com todas as antigas crenças
e fidelidades. Se tivessem a oportunidade, alguns deles diriam que “a
religião da democracia” deveria substituir as convicções religiosas nas quais
quase todas as escolas tiveram origem. Eles não querem intelectos
reverentes ou inquisitivos, mas mentes submissas e uniformes.
Mas geralmente não é necessário fazer essa escolha. Por vezes temos em
mãos o poder de combinar progressão moderada e mensurada com as
vantagens presentes na sociedade estabelecida. O conservador prudente não
se esquece do dever de unir-se à disposição de preservar a habilidade de
reformar. O caráter conservador americano permitiu que crescêssemos de
alguns milhões de pessoas em colônias na Costa Atlântica para uma grande
nação de 180 milhões de habitantes, que se estende do Ártico ao Caribe e
das bases na África às bases na Coreia. Trata-se de progresso genuíno, mas
dentro dos moldes da tradição. Ao realizar esse progresso, temos
preservado a moral e as instituições sociais com as quais nossa República
começou de maneira quase intacta. Esse é o ideal conservador da relação
satisfatória entre permanência e mudança. Os grandes princípios perduram;
é apenas sua aplicação que se altera.
Canon Bernard Iddings Bell, uma geração atrás — quando quase todos
que queriam ser à la mode se autodenominavam progressistas — estabelece
uma descrição precisa e impiedosa do progressismo moderno que conheço:
Para ser breve, o progressista é alguém que acredita que o ser humano é bom e confiável por
natureza, e que tem certeza de que tudo vai melhorar pela mera passagem do tempo, basta
livrarmos nossa vida dos tristes desajustes sociais provocados por antigas perversidades que, é
claro, não existem mais. Evidentemente, o progressista é aquele que pode libertar a mente
humana das inibições da religião sobrenatural. O progressista acredita que o homem é um
sujeito nobre sem alma e como tal certamente reterá para si as mais sublimes criações da
cultura como uma espécie de subproduto do autointeresse esclarecido, ou, como diria o
grosseiro, do fato de “ficar com um olho no peixe e outro no gato”. Na educação, o
progressista olha com admiração “o bebê humano intocado” e procura instruí-lo não com as
disciplinas necessárias, mas sim deixando-o fazer o que quiser. Na política, acredita que terá o
maior bem social possível se der seu voto de confiança a todos e sempre direcionar as políticas
públicas de acordo com essa confiança.
Muito antes da nossa própria era, os costumes de nossos ancestrais moldaram homens
admiráveis, e por sua vez estes eminentes defenderam os meios e as instituições de seus
antecessores. Entretanto, nossa época herdou a República como uma bela pintura de dias já
passados, cujas cores já desbotam com a idade; e nossa geração não só se negou a restaurar as
cores da pintura, mas também não preservou sua forma e seus elementos. Para o que nos
servem, hoje, os caminhos antigos nos quais a comunidade, eles perguntam, foi fundada? Nós
os vemos tão perdidos no esquecimento que não são meramente figuras negligenciadas, mas
esquecidas. E o que tenho a dizer sobre os homens? Nossos costumes pereceram por falta de
homens que se levantassem em sua defesa, e agora somos chamados a prestar contas, para que
sejamos acusados de crimes capitais, compelidos a defender nossa própria causa. Com nossos
vícios, ao invés de sorte, retemos a palavra “república” muito depois de termos perdido a
realidade.
A República não dura para sempre com o capital moral e social de seus
antecessores. O senso de responsabilidade é produzido por lições severas,
pelo risco individual e pela responsabilidade privada, pela educação
humanizadora, por princípios religiosos, por direitos e deveres herdados. A
República cujos líderes são como moscas de verão não pode esperar obter
integridade diante do povo, uma vez privada das antigas motivações para a
integridade. Essa mesma instituição republicana se voltará em desespero ao
administrador-herói, à figura nebulosa em algum lugar no cume — e, no
final, o mesmo administrador-herói não estará mais lá, e não mais será
encontrado.
A
Acton, Lord - Capítulo 9
Adams, John - Capítulos 1, 2, 3, 7, 8, 9 e 11
Alfredo, Rei - Capítulo 2
Aristóteles - Capítulos 4 e 6
B
Babbitt, Irving - Capítulo 4
Bell, Bernard Iddings - Capítulos 10 e 11
Bentham, Jeremy - Capítulo 3
Bierce, Ambrose - Capítulo 11
Brameld, Theodore - Capítulo 10
Brownson, Orestes - Capítulos 2, 6 e 7
Burke, Edmund - Introdução, Capítulos 1 e 2
C
Calhoun, John C. - Capítulo 2
Chesterton, G. K. - Capítulos 1 e 2
Cícero - Capítulos 11 e 12
Coleridge, S. T. - Capítulo 11
Conant, James - Capítulo 11
Condorcet, Marquês de - Capítulo 7
D
Dewey, John - Capítulo 10
F
Falkland, Lord - Capítulo 1
Freud, Sigmund - Capítulo 3
G
Godwin, William - Capítulo 4
H
Hamilton, Alexander - Capítulo 1
Hartz, Louis - Capítulo 7
Hearnshaw, F. J. C. - Capítulo 11
Hegel, W. F. - Capítulo 4
Hitler, Adolf - Capítulo 6 e 9
Hodgskin, Thomas - Capítulo 4
Hofstadter, Richard - Capítulo 7
Hogg, Quintin - Capítulo 2
Hook, Sidney - Capítulo 12
J
Jay, John
Jeferson, Thomas - Capítulos 2, 7 e 8
L
Lincoln, Abraham - Introdução, Capítulos 2 e 7
M
Madison, James - Capítulos 1, 2 7 e 9
Maine, Sir Henry - Capítulos 7 e 8
Marx, Karl - Capítulos 1 e 3
Mill, John Stuart - Capítulo 11
More, Paul Elmer - Capítulo 8
N
Newman, John Henry, Cardeal - Capítulo 12
Nisbet, R. A. - Capítulo 5
Nock, Albert Jay - Capítulo 6
O
Ortega y Gasset, José - Capítulo 10
Orwell, George - Capítulo 5
P
Peel, Sir Robert - Capítulo 12
Percy de Newcastle, Lord - Capítulo 2
Proudhon, P.J. - Capítulo 8
R
Randolph de Roanoke, John - Capítulo 2
Repplier, Agnes - Capítulo 12
Riesman, David - Capítulo 10
Roosevelt, Franklin D. - Capítulo 8
Rossiter, Clinton - Capítulo 7
Rousseau, J.-J. - Capítulos 7 e 8
Ruskin, John - Capítulo 8
S
Santayana, George - Introdução e Capítulo 12
Shaw, George Bernard - Introdução
Sorokin, Pitirim - Capítulo 5
Spencer, Herbert - Capítulo 4
T
Tocqueville, Alexis de - Capítulos 1, 6 e 12
Toynbee, Arnold - Capítulo 2
Trollope, Anthony - Capítulo 11
V
Voegelin, Eric - Introdução e Capítulo 2
Table of Contents
Créditos & Direitos
Sumário
Introdução
1 - A Essência do Conservadorismo
2 - O Conservador e a Fé Religiosa
3 - O Conservador e a Consciência
4 - O Conservador e a Individualidade
5 - O Conservador e a Família
6 - O Conservador e a Comunidade
7 - O Conservador e o Governo Justo
8 - O Conservador e a Propriedade Privada
9 - O Conservador e o Poder
10 - O Conservador e a Educação
11 - Permanência e Mudança
12 - O que é a República?
Índice de Nomes