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Quinta-feira, 6 de Abril de 2023 I Série – N.

º 61

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 510,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
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«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 246.602,21 da Imprensa Nacional - E. P.

SUMÁRIO O Presidente da República decreta, nos termos da alí-


nea c) do artigo 121.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da
Presidente da República Constituição da República de Angola, o seguinte:
Decreto Presidencial n.º 92/23:
Aprova o Acordo sobre a Isenção de Vistos para Titulares de Passaportes ARTIGO 1.º
Diplomático e de Serviço entre o Governo da República de Angola (Aprovação)
e o Governo da República Gabonesa. É aprovado o Acordo de Isenção de Vistos para Titulares
Decreto Presidencial n.º 93/23: de Passaportes Diplomático e de Serviço entre o Governo da
Aprova o Acordo sobre a Isenção de Vistos para Titulares de Passaportes
Diplomáticos e de Serviço ou Oficial entre a República de Angola e República de Angola e o Governo da República Gabonesa,
a República da Índia. anexo ao presente Decreto Presidencial, de que é parte
Decreto Presidencial n.º 94/23: integrante.
Aprova o Acordo entre o Governo da República de Angola e o
Governo da República da Zâmbia sobre a criação de uma Comissão ARTIGO 2.º
Binacional. (Dúvidas e omissões)
Decreto Presidencial n.º 95/23: As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
Aprova o Regime Jurídico da Comunicação e Tramitação Electrónica
do Procedimento Tributário e Processo de Execução Fiscal. —
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
Revoga o Decreto Presidencial n.º 232/19, de 22 de Julho, bem República.
como o n.º 4 do artigo 9.º do Decreto Presidencial n.º 245/21, de
4 de Outubro, que estabelece o Regime Jurídico da Atribuição do ARTIGO 3.º
Número de Identificação Fiscal, e demais legislação que contrarie o (Entrada em vigor)
disposto no presente Diploma. O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data
Decreto Presidencial n.º 96/23: da sua publicação.
Estabelece o regime jurídico aplicável ao serviço de busca, assistên-
cia e salvamento de aeronaves, embarcações, navios ou engenhos
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,
marítimos, e de pessoas em perigo no mar, em terra e águas nave- aos 22 de Fevereiro de 2023.
gáveis interiores, sob jurisdição nacional. — Revoga o Decreto
Presidencial n.º 89/16, de 21 de Abril, e toda a legislação que con-
Publique-se.
trarie o disposto no presente Diploma.
Luanda, aos 22 de Março de 2023.
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Lourenço.

Decreto Presidencial n.º 92/23 ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA


de 6 de Abril DE ANGOLA E O GOVERNO DA REPÚBLICA
GABONESA SOBRE A ISENÇÃO DE VISTOS
Desejosos em instituir uma nova parceria e reforçar as
PARA TITULARES DE PASSAPORTES
tradicionais relações de amizade, bem como promover o
DIPLOMÁTICO E DE SERVIÇO
desenvolvimento da cooperação entre a República de Angola
e a República do Gabão no domínio da Isenção de Vistos O Governo da República de Angola e o Governo da
para Titulares de Passaportes Diplomático e de Serviço; República Gabonesa, a seguir referidos como «Partes»;
Atendendo o disposto na Lei n.º 4/11, de 14 de Janeiro, Desejando reforçar as relações amigáveis entre os dois
sobre os Tratados Internacionais; Países;
1362 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Desejando facilitar a entrada, partida e deslocação de origem, nos termos da legislação do Estado de envio,
entre ambos os Países para os seus cidadãos detentores de e informá-lo-á às Autoridades Competentes do Estado
Passaportes Diplomático ou de Serviço, nos termos das leis receptor.
e dos regulamentos aplicáveis nos dois Países; ARTIGO 6.º
Acordaram o seguinte: (Notificação de espécimes de passaporte)
ARTIGO 1.º 1. As Partes trocarão, através de canais diplomáticos,
(Isenção de vistos) os espécimes actuais dos seus Passaportes Diplomático
1. Os cidadãos de uma das Partes que possuam Passa- e de Serviço com uma descrição pormenorizada desses
portes Diplomático e de Serviço, emitidos por essa Parte, documentos, o mais tardar 30 (trinta) dias antes da entrada
a seguir designados como «Passaporte Diplomático» e em vigor do presente Acordo.
«Passaporte de Serviço» têm o direito de entrar, sair e transi- 2. As Partes trocarão, através de canais diplomáticos,
tar pelo território da outra Parte sem visto, através de pontos informações sobre os seus novos espécimes ou exempla-
de passagem fronteiriços designados para o tráfego interna- res alterados de Passaportes Diplomático e de Serviços com
cional de passageiros. uma descrição pormenorizada desses documentos e as alte-
2. Os cidadãos de uma das Partes que detenham Passa- rações, o mais tardar, 30 (trinta) dias antes da sua introdução
portes Diplomático e de Serviço estão isentos da obrigatorie- oficial.
dade de obtenção de visto para trânsito no território da outra
ARTIGO 7.º
Parte e têm o direito de permanência sem visto no território (Suspensão)
da outra Parte por um período máximo de 90 (noventa) dias.
1. Qualquer uma das Partes tem o direito de suspender
ARTIGO 2.º temporariamente a aplicação do presente Acordo, total ou
(Membros de Missões Diplomáticas, Postos Consulares
e representantes em Organizações Internacionais) parcialmente, por razões de segurança nacional, de segu-
rança pública, de ordem pública ou de saúde pública.
Os cidadãos de qualquer das Partes que detenham Passa-
2. A decisão de suspender ou revogar a suspensão do pre-
portes Diplomático e de Serviço, designados para trabalhar
sente Acordo será notificada a outra Parte, através de canais
numa Missão Diplomática, num Posto Consular ou numa
diplomáticos, o mais tardar 7 (sete) dias antes da entrada
Organização Internacional com sede no território da outra
em vigor da suspensão ou da revogação da suspensão,
Parte e dos seus familiares, são obrigados a obter um visto
antes da entrada no território da outra Parte. respectivamente.
ARTIGO 8.º
ARTIGO 3.º
(Alterações)
(Dever de respeitar a lei da outra Parte)
Os cidadãos de uma das Partes que detenham Passaportes Qualquer uma das Partes pode solicitar por escrito, atra-
Diplomático e de Serviço são obrigados a respeitar as leis vés de canais diplomáticos, a alteração de todo o Acordo ou
e os regulamentos aplicáveis no território da outra Parte, da sua Parte. Qualquer alteração do Acordo, acordada pelas
enquanto atravessam a fronteira e durante toda a sua estadia Partes, entrará em vigor de acordo com os procedimentos de
no território da outra Parte. entrada em vigor do presente Acordo e fará parte integrante.
ARTIGO 4.º ARTIGO 9.º
(Poderes das autoridades) (Resolução de litígios)

Cada Parte tem o direito de recusar a entrada ou encur- Quaisquer discrepâncias ou litígios decorrentes da inter-
tar a permanência de um cidadão da outra Parte que detenha pretação ou da aplicação das disposições do presente Acordo
será resolvida de forma amigável, através de consultas ou
Passaporte Diplomático e de Serviço, cuja presença no seu
negociações entre as Partes, sem referência a terceiros ou a
território seja considerada indesejável.
um Tribunal Internacional.
ARTIGO 5.º
(Perda ou dano de um passaporte) ARTIGO 10.º
(Entrada em vigor, duração e rescisão do Acordo)
Em caso de perda de um Passaporte Diplomático ou de
1. O presente Acordo entrará em vigor 30 (trinta) dias
Serviço por um cidadão de uma Parte no território da outra
após a data de recepção, através de canais diplomáticos, da
Parte, ou em caso de danos ao seu Passaporte Diplomático notificação posterior em que as Partes se notificarão mutua-
no território da outra Parte, essa pessoa notificará imedia- mente da conclusão de todos os procedimentos jurídicos
tamente as autoridades competentes do Estado receptor, internos necessários à entrada em vigor do presente Acordo.
através da Missão Diplomática ou do Posto Consular do seu 2. O presente Acordo é celebrado por tempo indetermi-
país de origem situado no Estado receptor, a fim de que pos- nado. Cada Parte pode rescindir o presente Acordo, por meio
sam tomar as medidas adequadas. A Missão Diplomática de notificação, através dos canais diplomáticos. Nesse caso,
ou Posto Consular em causa emitirá um novo documento o Acordo expirará após 90 (noventa) dias a contar da data de
de viagem a esta pessoa para permitir-lhe regressar ao país recepção da notificação de rescisão.
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1363

Em testemunho do que, os abaixo assinados, devida- ACORDO ENTRE GOVERNO DA REPÚBLICA


mente autorizados pelos respectivos Governos, tenham DE ANGOLA E O GOVERNO DA REPÚBLICA
assinado o presente Acordo. DA ÍNDIA SOBRE ISENÇÃO DE VISTOS
PARA TITULARES DE PASSAPORTES
Feito em Libreville, aos 22 de Dezembro de 2022, em
DIPLOMÁTICOS E DE SERVIÇO
dois (2) exemplares originais nas línguas portuguesa e fran- OU OFICIAL
cesa, fazendo ambos os textos igualmente fé.
Pelo Governo da República de Angola, Téte António — Preâmbulo
O Governo da República de Angola e o Governo da
Ministro das Relações Exteriores.
República da Índia, doravante, será referido singularmente
Pelo Governo da República Gabonesa, Michaël Moussa
como «Parte Contratante» e colectivamente como «Partes
Adamo — Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Contratantes»;
(23-2250-E-PR) Considerando o interesse de ambos os países em fortale-
cer as suas relações amistosas; e
Decreto Presidencial n.º 93/23 Desejando facilitar a entrada de cidadãos da República
de 6 de Abril de Angola e de cidadãos da República da Índia;
Considerando a necessidade de se consolidar, cada vez Que são titulares de Passaportes Diplomático ou de
mais, as relações de amizade e de cooperação existentes Passaporte de Serviço/Oficial nos seus respectivos Países;
entre a República de Angola e a República da Índia; Acordaram o seguinte:
Tendo em conta que o Acordo sobre Isenção de Vistos ARTIGO 1.º
(Isenção de visto)
para Titulares de Passaportes Diplomáticos e de Serviço ou
Oficial, entre o Governo da República de Angola e o Governo 1. O cidadão de qualquer das Partes Contratantes que pos-
sua um Passaporte Diplomático ou Passaporte de Serviço/
da República da Índia, constitui um instrumento jurídico de
Oficial válido poderá entrar, sair e transitar pelo território da
grande importância para o aprofundamento das relações de
outra Parte Contratante por meio de seus respectivos pontos
cooperação bilaterais entre os respectivos Países;
internacionais de entrada/saída sem vistos.
Atendendo o disposto na Lei n.º 4/11, de 14 de Janeiro,
2. O cidadão de qualquer das Partes Contratantes, titular
sobre os Tratados Internacionais; de passaporte acima mencionado, será permitido ficar no ter-
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- ritório da outra Parte Contratante por um período máximo de
nea c) do artigo 121.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da 90 dias em qualquer período de 180 dias, sem visto.
Constituição da República de Angola, o seguinte: ARTIGO 2.º
ARTIGO 1.º (Vistos para missões de trabalho)
(Aprovação) 1. O cidadão de qualquer das Partes Contratantes, que
É aprovado o Acordo sobre a Isenção de Vistos para seja designado como membro do pessoal diplomático ou
Titulares de Passaportes Diplomáticos e de Serviço ou consular em missões/postos ou como representante do seu
Oficial entre a República de Angola e a República da Índia, país numa Organização Internacional localizada no ter-
ritório da outra Parte Contratante e esteja na posse de um
anexo ao presente Decreto Presidencial, de que é parte
Passaporte Diplomático ou de Serviço/Oficial válido, deverá
integrante.
obter o visto antes da entrada no território da outra Parte
ARTIGO 2.º Contratante.
(Dúvidas e omissões) 2. Os titulares de Passaportes Diplomático ou de Serviço/
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli- Oficial de qualquer das Partes Contratantes que sejam
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da empregados por uma organização, órgão, agência ou qual-
República. quer outra entidade internacional deverão obter vistos antes
da sua entrada no território da outra Parte Contratante para
ARTIGO 3.º
(Entrada em vigor)
visitas oficiais ou privadas.
3. As condições enumeradas no n.º 1 deste artigo
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data aplicam-se também ao cônjuge do membro da Missão
da sua publicação. Diplomática ou Consulado ou representante em Organização
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, Internacional, seus filhos e pais dependentes.
aos 22 de Fevereiro de 2023. ARTIGO 3.º
(Recusa de entrada e perda de passaporte)
Publique-se.
1. Cada Parte Contratante reserva-se ao direito de
Luanda, aos 22 de Março de 2023. recusar a entrada ou reduzir a permanência no seu território
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves de qualquer cidadão da outra Parte Contratante que consi-
Lourenço. dere indesejável.
1364 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Se um cidadão de uma Parte Contratante perder o seu Contratantes, entrará em vigor numa data a acordar mutua-
passaporte no território da outra Parte Contratante, deverá mente e fará, por conseguinte, parte do presente Acordo.
informar às autoridades competentes do país de acolhi- ARTIGO 9.º
mento para as devidas providências. A Missão Diplomática (Resolução de litígios)
ou Consulado em questão emitirá um novo passaporte ou Qualquer diferença ou litígio decorrente da aplicação das
documento de viagem ao seu cidadão e informará às autori-
disposições do Acordo será resolvido amigavelmente por
dades competentes do Governo anfitrião.
consulta ou negociação entre as Partes Contratantes, sem
ARTIGO 4.º
(Aplicabilidade da legislação nacional ou local)
referência a qualquer terceiro ou a um Tribunal Internacional.
ARTIGO 10.º
1. Os cidadãos de qualquer das Partes Contratantes, titu-
(Entrada em vigor, duração e rescisão)
lares de Passaportes Diplomático ou de Serviço/Oficial,
devem respeitar as leis e regulamentos da outra Parte O presente Acordo entrará em vigor na data a ser mutua-
Contratante durante a travessia da sua fronteira e durante mente acordada pelas Partes Contratantes, a qual será
toda a permanência no seu território. notificada mediante troca de Notas Diplomáticas. Este
2. O Acordo não será interpretado de uma forma a ferir Acordo vigorará por prazo indeterminado e poderá ser res-
os direitos e obrigações estabelecidos na Convenção de cindido por qualquer das Partes Contratantes, mediante
Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de Abril de 1961, notificação escrita por via diplomática, que entrará em vigor
ou na Convenção de Viena sobre Relações Consulares 90 (noventa) dias após a data de tal notificação. A rescisão
de 24 de Abril de 1963. não afectará os direitos dos nacionais que já tenham entrado
ARTIGO 5.º no território da outra Parte Contratante.
(Validade dos passaportes)
Em testemunho de que, os abaixo assinados, devidamente
A duração dos Passaportes Diplomáticos e dos Passa- autorizados pelos seus respectivos Governos, assinaram o
portes de Serviço/Oficial dos nacionais de qualquer uma das presente Acordo.
Partes será válida por um período inicial de, pelo menos, Assinado no dia [...] de [...] de 2020, em dois exempla-
6 (seis) meses a contar da data de entrada no território do
res originais, cada um nos idiomas português, hindi e inglês,
país da outra Parte.
sendo todos os textos igualmente autênticos. Em caso de
ARTIGO 6.º
dúvida de interpretação entre os textos, prevalecerá o texto
(Documentos de viagem)
em inglês.
1. Para efeitos do presente Acordo, cada Parte Contratante
Pelo Governo da República de Angola, Esmeralda
transmitirá a outra Parte, por via diplomática, os exemplares
Mendonça — Secretária de Estado das Relações Exteriores.
dos respectivos passaportes, incluindo a descrição pormeno-
rizada dos documentos actualmente utilizados, pelo menos, Pelo Governo da República da Índia, Vika Swarup —
30 (trinta) dias antes da entrada em vigor deste Acordo. Secretário, Ministério dos Assuntos Exteriores.
2. Cada Parte Contratante transmitirá a outra, por via (23-2250-F-PR)
diplomática, os exemplares dos respectivos passaportes
novos ou modificados, incluindo a descrição pormenorizada Decreto Presidencial n.º 94/23
dos tais documentos, pelo menos, 30 (trinta) dias antes da de 6 de Abril
entrada em vigor deste Acordo. Desejosos em instituir uma nova parceria e reforçar
ARTIGO 7.º as tradicionais relações de amizade, bem como promo-
(Suspensão)
ver o desenvolvimento da cooperação entre a República de
Cada Parte Contratante reserva-se ao direito, por razões Angola e a República da Zâmbia sobre a criação de uma
de segurança, ordem pública ou saúde pública, de suspen- Comissão Binacional;
der, temporariamente, no todo ou em parte, a aplicação
Atendendo o disposto na Lei n.º 4/11, de 14 de Janeiro,
do presente Acordo, que produzirá efeitos imediatamente
sobre os Tratados Internacionais;
após notificação, através dos canais diplomáticos, à outra
O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
Parte Contratante. A suspensão não afectará os direitos dos
nea c) do artigo 121.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da
nacionais que já tenham entrado no território da outra Parte
Contratante. Constituição da República de Angola, o seguinte:

ARTIGO 8.º ARTIGO 1.º


(Revisão e emendas) (Aprovação)

Qualquer das Partes Contratantes pode solicitar, por É aprovado o Acordo entre o Governo da República de
escrito, através dos canais diplomáticos, uma revisão ou Angola e o Governo da República da Zâmbia sobre a criação
emenda da totalidade ou parte do presente Acordo. Qualquer de uma Comissão Binacional, anexo ao presente Decreto
revisão ou emenda, que tenha sido acordada pelas Partes Presidencial, de que é parte integrante.
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1365

ARTIGO 2.º ARTIGO 3.º


(Dúvidas e omissões) (Autoridades competentes)

As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli- As autoridades competentes responsáveis pela aplicação
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da do presente Acordo serão:
República. a) No caso do Governo da República de Angola, o
ARTIGO 3.º
Ministério das Relações Exteriores; e
(Entrada em vigor) b) No caso do Governo da República da Zâmbia, o
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data Ministério dos Negócios Estrangeiros e Coope-
da sua publicação. ração Internacional.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, ARTIGO 4.º
(Composição e estrutura da Comissão)
aos 22 de Fevereiro de 2023.
1. A Comissão é chefiada, conjuntamente, pelo Presidente
Publique-se.
da República de Angola e pelo Presidente da República da
Luanda, aos 22 de Março de 2023. Zâmbia.
2. A Comissão integra representantes governamentais
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
das Partes, dos diferentes sectores de cooperação, acorda-
Lourenço.
dos pelas Partes, para o alcance dos objectivos da Comissão.
3. A Comissão adopta as suas próprias regras e procedi-
ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA mentos.
DE ANGOLA E O GOVERNO DA REPÚBLICA ARTIGO 5.º
DA ZÂMBIA SOBRE A CRIAÇÃO (Comités Sectoriais)
DE UMA COMISSÃO BINACIONAL 1. As Partes podem estabelecer Comités Sectoriais
Preâmbulo quando considerarem necessário.
O Governo da República de Angola e o Governo da 2. Os representantes do sector público e privado pode-
rão ser convidados a participar nas reuniões dos Comités
República da Zâmbia, doravante designados como «Partes»,
Sectoriais ou em outras estruturas estabelecidas por estes
e no singular «Parte»;
Comités.
Considerando os laços históricos, culturais, valores comuns 3. Os Comités Sectoriais adoptarão as suas regras de
e recursos partilhados entre os dois Países; procedimento.
Reconhecendo a necessidade de promover a segurança e 4. Os Comités Sectoriais poderão reunir quando for con-
a cooperação em apoio ao desenvolvimento sustentável nas siderado necessário.
respetivas regiões e no Continente Africano em geral; ARTIGO 6.º
Reconhecendo a necessidade de elevar o Acordo entre o (Subcomités ou Grupos de Trabalho)
Governo da República de Angola e o Governo da República 1. Cada Comité Sectorial poderá criar Subcomités ad
da Zâmbia sobre a Comissão Permanente Conjunta de hoc ou Grupos de Trabalho para garantir uma implementa-
Cooperação Política, Económica, Científica e Cultural — ção adequada das decisões e recomendações da Comissão.
JPC-PESCC, entre o Governo da República de Angola e o 2. Os Subcomités ad hoc ou Grupos de Trabalho deverão
Governo da República da Zâmbia em matéria de cooperação apresentar relatórios das suas deliberações à Comissão, atra-
nos domínios económico, social, científico, técnico e cultu- vés dos respectivos Comités Sectoriais.
ral, assinado pelas Partes em 1979, com vista à criação de ARTIGO 7.º
(Reuniões da Comissão)
uma Comissão Binacional;
Empenhados em intensificar e reforçar a cooperação nos A Comissão reunir-se-á, em sessões ordinárias, anual-
mente, em Angola e na Zâmbia, alternadamente, e em
vários sectores do governo entre os dois Países;
sessões extraordinárias, a pedido de qualquer das Partes, a
As Partes acordam o seguinte:
qualquer momento ou quando necessário.
ARTIGO 1.º
(Estabelecimento da Comissão Binacional) ARTIGO 8.º
(Agenda de reuniões)
As Partes estabelecem uma Comissão Binacional Angola
1. A agenda de cada reunião deverá ser feita pela
e Zâmbia, doravante designada como «a Comissão».
Parte anfitriã com base nas propostas feitas pelos Comités
ARTIGO 2.º Sectoriais.
(Âmbito de cooperação)
2. A agenda deverá ser comunicada a outra Parte, atra-
O objectivo da Comissão consiste em promover e refor- vés dos canais diplomáticos com, pelo menos, 1 (um) mês
çar a cooperação nos diferentes sectores do Governo e de antecedência da abertura de cada sessão da Comissão, e
coordenar iniciativas a esse respeito, bem como facilitar a deverá ser submetida à adopção em sessão plenária no início
contratação entre os sectores públicos e privado das Partes. da reunião da Comissão.
1366 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 9.º ARTIGO 16.º


(Decisão da Comissão) (Entrada em vigor e duração)
A Comissão deverá tomar decisões e acordar sobre as 1. O presente Acordo entrará em vigor quando ambas as
recomendações por mútuo consentimento. Partes tiverem notificado uma a outra, por escrito, através
ARTIGO 10.º dos canais diplomáticos, de que foram cumpridos os seus
(Arquivo e deliberações) respectivos requisitos constitucionais para a sua entrada em
1. O resultado das deliberações de cada Comité Sectorial, vigor.
assim como outras questões importantes para a Comissão 2. O presente Acordo permanecerá em vigor durante um
deverão ser submetidos à Comissão na sessão plenária, para período de 5 (cinco) anos, renováveis automaticamente por
apreciação e para fins de registo. períodos iguais, a menos que seja denunciado por qualquer
2. As deliberações de cada sessão deverão ser arquivadas uma das Partes em conformidade com o artigo 17.º
em forma de acta para adopção pela Comissão. ARTIGO 17.º
3. Um comunicado conjunto das discussões entre os (Término do Acordo)
Presidentes da Comissão poderá ser publicado em cada 1. O presente Acordo poderá cessar a qualquer momento,
sessão. por iniciativa de uma das Partes, mediante notificação por
ARTIGO 11.º escrito a outra Parte, através dos canais diplomáticos, com
(Secretariado) 6 (seis) meses de antecedência, manifestando a intenção de
1. As Partes concordam que as autoridades competen- denunciá-lo.
tes serão responsáveis pela coordenação, pela logística e 2. No término deste Acordo, as cláusulas e as disposições
administração das sessões plenárias da Comissão e actua- de quaisquer protocolos, adenda, contratos ou acordos fei-
rão como Secretariados Gerais da Comissão a este respeito. tos a este respeito deverão permanecer em vigor de formas
2. As Partes acordam que cada Comité Sectorial deverá a reger quaisquer obrigações ou projectos não expirados ou
estabelecer o seu próprio Secretariado Sectorial, responsável existentes e serão executados até a sua conclusão como se
pela coordenação dos assuntos específicos do sector entre este Acordo fosse ainda existente.
as Partes, dentro do contexto dos poderes dados ao Comité ARTIGO 18.º
Sectorial. Cada Secretariado Sectorial deverá informar o (Confidencialidade)
Secretariado sobre as suas actividades por escrito. Todas as informações acordadas entre as Partes como
ARTIGO 12.º confidenciais serão tratadas como tal, a menos que uma Parte
(Obrigações financeiras) dê consentimento por escrito renunciando a sua reivindica-
1. Cada Parte deverá suportar todas as despesas referen- ção de confidencialidade em relação a qualquer informação
tes às viagens e acomodação da sua delegação a qualquer específica.
reunião convocada no âmbito do presente Acordo. ARTIGO 19.º
2. A Parte anfitriã da reunião será responsável em pro- (Correspondência)
videnciar o local e todos os serviços administrativos e de Toda a correspondência e avisos, nos termos do presente
secretariado Acordo, serão feitos através dos canais diplomáticos.
ARTIGO 13.º Em testemunho do que, os abaixo assinados, sendo os
(Emendas) representantes devidamente nomeados e autorizados das
O presente Acordo poderá ser emendado por mútuo con- Partes, concordaram e assinaram este Acordo em duplicado
sentimento das Partes, por meio de Troca de Notas entre as nos idiomas português e inglês, sendo ambos os textos igual-
Partes, através dos canais diplomáticos. mente autênticos.
ARTIGO 14.º Feito em Luanda, aos 11 de Janeiro de 2023.
(Resolução de diferendos) Pelo Governo da República de Angola, Téte António —
Quaisquer controvérsias entre as Partes decorrentes Ministro das Relações Exteriores.
da interpretação, aplicação ou implementação do presente Pelo Governo da República da Zâmbia, Stanley K.
Acordo serão resolvidas amigavelmente por meio de consul- Kakubo — Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação
tas ou negociações entre as Partes. Internacional.
ARTIGO 15.º
(23-2250-G-PR)
(Acordos existentes)
Após a entrada em vigor do presente Acordo, o Acordo Decreto Presidencial n.º 95/23
entre o Governo da República de Angola e o Governo da de 6 de Abril
República da Zâmbia sobre a Criação de uma Comissão Considerando a necessidade de desburocratização e
Permanente Conjunta de Cooperação Política, Económica, simplificação do processo de comunicação e tramitação do
Científica e Cultural — JPC-PESCC será incorporado na procedimento tributário e do processo de execução fiscal, de
Comissão Binacional. modo a torná-lo mais moderno e dinâmico, impactando no
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1367

relacionamento com os contribuintes e permitindo o melho- ARTIGO 4.º


(Norma transitória)
ramento no acesso à informação por parte dos contribuintes
sem os constrangimentos inerentes à deslocação física aos Mantêm-se aplicáveis os procedimentos de comunicação
serviços; e de cumprimento de obrigações declarativas existentes à
Atendendo que a legislação fiscal vigente em Angola prevê data de entrada em vigor do presente Diploma, sempre que
a possibilidade das comunicações entre a Administração não sejam disponibilizados os meios necessários para a sua
submissão electrónica.
Geral Tributária e os contribuintes em sede dos procedimen-
tos tributários e processo de execução fiscal ocorrer por via ARTIGO 5.º
(Dúvidas e omissões)
electrónica, conferindo, deste modo, maior eficiência nos
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
procedimentos e processo de execução fiscal;
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
Havendo a necessidade de se alargar o leque de contri-
República.
buintes sujeitos ao regime das comunicações e notificações
ARTIGO 6.º
electrónicas actualmente vigente, bem como ampliar o
(Entrada em vigor)
âmbito do diploma, por forma a que seja aplicável ao
O presente Diploma entra em vigor na data da sua
processo de execução fiscal, no respeitante aos actos da
publicação.
competência do Órgão Administrativo de Execução Fiscal,
Apreciado pela Comissão Económica do Conselho de
permitindo-se, deste modo, que pequenos contribuintes e
Ministros, em Luanda, aos 23 de Fevereiro de 2023.
contribuintes singulares estejam vinculados a esse regime,
Publique-se.
quer seja em sede dos diversos procedimentos tributários
como em sede do processo de execução fiscal; Luanda, aos 27 de Março de 2023.
Visando de igual modo o alargamento do prazo a partir do O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
qual se deve considerar efectuada a notificação electrónica Lourenço.
conferindo-se, com isso, maior conforto aos contribuintes
vinculados ao regime; REGIME JURÍDICO DA COMUNICAÇÃO
Atendendo o disposto no n.º 2 do artigo 77.º e os n.os 13 e E TRAMITAÇÃO ELECTRÓNICA
14 do artigo 93.º do Código Geral Tributário, aprovado pela DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
Lei n.º 21/14, de 22 de Outubro, bem como o artigo 71.º do E PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL
Código das Execuções Fiscais, aprovado pela Lei n.º 20/14,
de 22 de Outubro; CAPÍTULO I
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- Disposições Gerais
nea m) do artigo 120.º e do n.º 4 do artigo 125.º, ambos da ARTIGO 1.º
Constituição da República de Angola, o seguinte: (Objecto)

ARTIGO 1.º 1. O presente Regime Jurídico define as regras aplicáveis


(Aprovação) às notificações e demais comunicações, por meio electró-
É aprovado o Regime Jurídico da Comunicação e nico, do procedimento tributário e processo de execução
Tramitação Electrónica do Procedimento Tributário e fiscal, no que diz respeito aos actos da competência do
Processo de Execução Fiscal, anexo ao presente Decreto Órgão Administrativo de Execução Fiscal.
Presidencial, de que é parte integrante. 2. O presente Diploma define, igualmente, os actos e for-
malidades na apresentação electrónica das declarações dos
ARTIGO 2.º
(Revogação) contribuintes e dos documentos que as devam acompanhar
nos termos do presente Regime e diplomas específicos.
É revogado o Decreto Presidencial n.º 232/19, de 22 de
ARTIGO 2.º
Julho, que aprova o Regime Jurídico da Comunicação e (Âmbito)
Tramitação Electrónica dos Procedimentos Tributários, bem
1. O Regime previsto no presente Diploma aplica-se a
como a norma do n.º 4 do artigo 9.º do Regime Jurídico da
todas as pessoas singulares e colectivas que se relacionem
Atribuição do Número de Identificação Fiscal, aprovado pelo
com a Administração Geral Tributária.
Decreto Presidencial n.º 245/21, de 4 de Outubro, e demais 2. O presente Diploma aplica-se, igualmente, à troca de
legislação que contrarie o disposto no presente Diploma. informações entre a Administração Geral Tributária e outras
ARTIGO 3.º instituições públicas ou privadas, pessoas singulares ou
(Aplicação subsidiária)
colectivas, nacionais ou estrangeiras, nos termos da legis-
Aplicam-se subsidiariamente ao presente Diploma o lação aplicável.
Código Geral Tributário, o Código Aduaneiro, o Código das 3. O disposto no presente Diploma não é aplicável às
Execuções Fiscais, e demais legislação em vigor. comunicações e processos que tramitem nos tribunais.
1368 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 3.º 5. O regime obrigatório é ainda aplicável aos repre-


(Definições) sentantes fiscais de entidades não residentes a partir do
Para efeitos do presente Regime, considera-se: momento da entrega da declaração de nomeação de repre-
a) «Actos de Natureza Tributária» — quaisquer actos sentante fiscal.
praticados pela Administração Geral Tributária 6. Sempre que um grupo de sociedades opte pelo
no desempenho da sua actividade que produzam Regime de Tributação de Grupos de Sociedades, nos termos
efeitos na esfera jurídica dos contribuintes e da legislação aplicável, todas as sociedades que integram
que, nos termos da lei, devam ser transmitidos o perímetro do respectivo grupo ficam sujeitas ao regime
aos respectivos destinatários ou ao seu represen- obrigatório previsto no presente Diploma, independente-
tante; mente de se encontrarem inscritas na Repartição Fiscal dos
b) «Assinatura Digital» — processo de assinatura Grandes Contribuintes.
electrónica baseada no sistema criptográfico 7. Para efeitos do presente Regime, os contribuintes
mencionados nos números anteriores ou os seus repre-
assimétrico, composto por um algoritmo ou
sentantes devem efectuar o cadastro ou proceder à sua
série de algoritmos, mediante o qual é gerado
actualização nos 60 (sessenta) dias posteriores à entrada em
um par de chaves assimétricas, exclusivas e
vigor do presente Diploma, mediante fidelização de um con-
complementares, uma das quais privada e outra
tacto telefónico e endereço de correio electrónico válido, no
pública e que permite ao titular do documento momento da criação do registo no Portal dos Contribuintes
electrónico e à entidade detentora da chave para as comunicações electrónicas ou no Sistema de Gestão
pública correspondente, verificar a sua autenti- de Dados Aduaneiros.
cidade e integridade; 8. O disposto no número anterior não se aplica aos con-
c) «Assinatura Digitalizada» — reprodução da tribuintes mencionados no n.º 4 do presente artigo, os quais
assinatura, efectuada pelo próprio punho, como efectuam e actualizam o cadastro no prazo de pagamento
imagem, através de equipamento adequado; voluntário dos respectivos tributos.
d) «Meios electrónicos» — qualquer forma de arma- 9. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
zenamento ou tráfego de documentos e arquivos Administração Geral Tributária pode promover o registo ofi-
digitais; cioso dos contribuintes.
e) «Transmissão Electrónica» — toda a forma de 10. Os contribuintes não abrangidos pelos números ante-
comunicação à distância com a utilização de riores, ficam sujeitos à adesão facultativa ao regime previsto
redes de comunicação; no presente Diploma.
f) «Usuário» — pessoa a quem é conferido o acesso ARTIGO 5.º
ao serviço, mediante registo, e ao qual é atri- (Domicílio electrónico do contribuinte)
buído um perfil de acesso, que inclui um código 1. O domicílio fiscal electrónico do contribuinte corres-
de utilizador e senha necessários para aceder ao ponde à área do Portal do Contribuinte destinada à recepção
Portal do Contribuinte. das comunicações.
ARTIGO 4.º 2. O domicílio fiscal electrónico integra, para todos os
(Regime obrigatório) efeitos, o conceito de domicílio fiscal, nos termos do Código
1. Estão obrigatoriamente sujeitos ao presente Regime, Geral Tributário.
os contribuintes inscritos na Repartição Fiscal dos Grandes CAPÍTULO II
Contribuintes. Adesão e Utilização
2. O Regime previsto no presente Diploma é igualmente
aplicável aos contribuintes que, no âmbito da sua actividade ARTIGO 6.º
(Veículo da comunicação electrónica)
comercial, industrial ou de prestação de serviços, possuam
um volume anual de negócios ou operações de importação 1. A Administração Geral Tributária recebe e sub-
de mercadorias, com valores superiores a Kz: 50 000 000,00 mete as comunicações electrónicas por meio do Portal do
(cinquenta milhões de Kwanzas), apurado com base na decla- Contribuinte.
ração de rendimentos relativa ao exercício fiscal anterior. 2. Nos actos e formalidades relativos aos procedimentos
3. Na falta da declaração referida no número anterior ou aduaneiros as comunicações electrónicas tramitam por via
nos casos de início de actividade, o apuramento é efectuado do sistema de processamento electrónico de dados aduanei-
com base na estimativa do sujeito passivo de Imposto sobre
ros, sem prejuízo do recurso ao Portal do Contribuinte ou
o Rendimento, sem prejuízo de apuramento oficioso por
outro sistema nas situações aplicáveis.
parte da Administração Geral Tributária.
4. As pessoas singulares ou colectivas detentoras ou pos- ARTIGO 7.º
(Acesso ao Portal do Contribuinte)
suidoras de imóveis, automóveis, aeronaves, embarcações
e outros bens sujeitos ao Imposto Predial — IP e Imposto 1. O acesso ao Portal do Contribuinte implica o prévio
sobre Veículos Motorizados, respectivamente, são sujeitas registo de acesso junto da Administração Geral Tributária,
ao regime obrigatório no procedimento tributário e processo a quem compete atribuir a respectiva conta de utilizador e
de execução fiscal, respeitantes a estes impostos. a senha.
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1369

2. O registo de acesso é solicitado por uma das seguin- 3. Para os devidos efeitos legais, designadamente de
tes vias: contagem dos prazos previstos na lei para a prática de actos
a) Pelo «website» da Administração Geral Tributária; por parte dos contribuintes, considera-se o contribuinte
b) Nas Repartições Fiscais e Estâncias Aduaneiras. notificado decorridos que estejam 5 (cinco) dias após a dis-
3. O registo a que se refere o n.º 1 deste artigo deve ser ponibilização do acto tributário no Portal do Contribuinte.
realizado mediante procedimento no qual esteja assegurada a 4. Caso o contribuinte constate que a comunicação dis-
adequada identificação do interessado ou seu representante. ponibilizada no Portal do Contribuinte está incompleta, deve
4. Ao usuário é atribuído o registo e meio de acesso ao levantar o acto tributário directamente, junto do serviço da
Portal do Contribuinte, de modo a preservar o sigilo, a iden- Administração Geral Tributária que o praticou.
tificação e a autenticidade das suas comunicações. ARTIGO 10.º
5. O perfil de acesso, que inclui o utilizador e senha (Erro na notificação)
necessários para aceder ao Portal do Contribuinte, é disponi- 1. Sempre que se verificar qualquer falha de sistema
bilizado ao usuário no momento da inscrição ou actualização imputável à Administração Geral Tributária e por esta reco-
do cadastro, devendo ser lavrado registo da entrega e respec- nhecida, que impeça o acesso ao Portal do Contribuinte, fica
tivo termo de recepção, e constar a assinatura do contribuinte o prazo previsto no n.º 3 do artigo anterior suspenso até que
ou de quem o represente. o acesso seja reestabelecido.
6. O contribuinte fica sujeito ao regime previsto nos arti- 2. O disposto no número anterior não obsta a que o
gos seguintes, a partir do momento da atribuição do perfil contribuinte opte por levantar o acto tributário integral,
de acesso. directamente, no serviço da Administração Geral Tributária
ARTIGO 8.º
que o praticou, sem prejuízo do cumprimento dos prazos
(Aviso de comunicações por meios electrónicos) previstos neste Regime e no diploma específico aplicável.
1. A comunicação de actos de natureza tributária deve CAPÍTULO III
ser acompanhada do envio de aviso, através de correio elec- Comunicação Electrónica dos Procedimentos
trónico e de mensagem escrita para o endereço electrónico e Processos Tributários
e número telefónico, constantes do cadastro do contribuinte,
ARTIGO 11.º
alertando para a existência de comunicações no Portal do (Procedimentos e processos tributários)
Contribuinte.
1. O Regime, objecto do presente Diploma legal, com-
2. O aviso por transmissão electrónica de dados, previsto
preende, quanto aos procedimentos e processos tributários, o
no número anterior, contém apenas o objectivo da comuni-
envio de declarações, notas ou outros documentos a apresen-
cação e deve remeter, expressamente, para a fundamentação
tar nas Repartições Fiscais competentes, conforme previsto
completa disponível no Portal do Contribuinte.
no Código Geral Tributário e no Código das Execuções
3. A falta de aviso não prejudica a validade da comuni-
cação de actos tributários ou de natureza tributária, através Fiscais, no respeitante aos actos da competência do Órgão
de meios electrónicos, sendo da responsabilidade do contri- Administrativo de Execução Fiscal.
buinte aceder, periodicamente, ao Portal do Contribuinte e 2. Sem prejuízo do disposto na lei, os procedimentos e pro-
consultar os actos tributários de que seja destinatário. cessos tributários a tramitar electronicamente compreendem:
4. Sem prejuízo do disposto no número anterior, nas noti- a) Acções prévias de informação dos contribuintes e
ficações efectuadas aos contribuintes mencionados no n.º 4 outras obrigações tributárias;
do artigo 4.º do presente Diploma, quando não se tratem de b) A determinação da matéria colectável;
grandes contribuintes ou contribuintes com volume de negó- c) A liquidação de tributos, quando efectuada pela
cio ou de importação igual ou superior a Kz: 50 000 000,00 Administração Geral Tributária;
(cinquenta milhões de Kwanzas), a falta de envio de mensa- d) A revisão da liquidação de tributos, por iniciativa
gem de correio electrónico e de mensagem de texto afecta a do contribuinte ou da Administração Geral Tri-
validade da notificação. butária;
ARTIGO 9.º
e) A obtenção de certidão de não devedor;
(Eficácia das notificações) f) As reclamações e recursos hierárquicos;
1. Consideram-se realizados os actos processuais por g) A cobrança das dívidas tributárias;
meio electrónico no dia e hora da sua disponibilização no h) Pedidos de Informação Vinculativa;
Portal do Contribuinte. i) Reconhecimento ou revogação dos benefícios fiscais;
2. As notificações efectuadas, nos termos do presente j) As acções de transgressões fiscais;
Regime, presumem-se efectuadas, conforme o número ante- k) Inspecção tributária;
rior, servindo de prova, respectivamente, a cópia do aviso l) O processo de execução fiscal no respeitante aos
gerado pelo sistema onde conste a menção de que a men- actos da competência do Órgão Administrativo
sagem foi enviada com sucesso, bem como o conteúdo da de Execução Fiscal;
própria mensagem, que devem ser incluídas no processo. m) Outros procedimentos definidos por lei.
1370 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 12.º d) O registo, cálculo, pagamento dos direitos adua-


(Submissão electrónica de declarações fiscais e outros documentos)
neiros e demais imposições, reembolso e
1. Todos os contribuintes obrigados ao presente Regime contabilização do valor das isenções ou aplica-
devem proceder à entrega electrónica das declarações fiscais, ção de regimes suspensivos;
mapas e formulários, bem como de todos os documentos de e) A fixação de marcas, selos, etiquetas ou qualquer
suporte, no prazo previsto na legislação aplicável.
outro dispositivo electrónico para acompanhar o
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os demais
movimento e/ou a armazenagem das mercado-
contribuintes podem, com carácter facultativo, submeter as
suas declarações fiscais através de meios electrónicos. rias e dos meios de transporte;
f) A emissão de documentos, incluindo os relaciona-
ARTIGO 13.º
(Prazo para a prática de actos pelos contribuintes) dos com a liquidação das obrigações aduaneiras,
inspecção e desalfandegamento de mercadorias;
Quando o acto processual tiver de ser praticado em deter-
minado prazo por meio electrónico, serão considerados g) Outros actos e formalidades definidos por lei.
tempestivos os efectivados até às 24 horas do último dia defi- ARTIGO 18.º
nido para o efeito na notificação ou nos diplomas específicos. (Intercâmbio electrónico de dados)

ARTIGO 14.º 1. A troca de informações entre a Administração Geral


(Validade jurídica dos documentos) Tributária e outras instituições, incluindo os operadores eco-
1. Os documentos emitidos e os actos praticados elec- nómicos, conforme o disposto no n.º 2 do artigo 2.º, obedece
tronicamente pela Administração Geral Tributária e pelos aos padrões nacionais e internacionais aplicáveis.
contribuintes têm o mesmo valor probatório dos documen- 2. O regime de troca de informações referidos no número
tos autênticos emitidos e dos actos praticados em suporte de anterior compreende, designadamente:
papel, desde que a sua certificação siga os termos legais e a) A aceitação, em formato electrónico, dos manifestos
regulamentares. de carga, das declarações e demais informações
2. A disponibilização electrónica dos actos tributários,
apresentadas para efeitos de cumprimento das
nos termos do presente Diploma substitui qualquer outro
formalidades aduaneiras, incluindo qualquer
meio de notificação oficial, para quaisquer efeitos legais.
documentação de suporte;
ARTIGO 15.º
b) A transferência de mensagens electrónicas, infor-
(Assinatura electrónica)
mações ou documentos;
1. Sem prejuízo do previsto em diploma específico,
c) A emissão de notificações, avisos e alertas, incluindo
todos os documentos emitidos ou actos praticados electroni-
as referidas na alínea f) do artigo anterior;
camente pela Administração Geral Tributária devem conter
assinatura digital. d) O envio e recepção de informação estatística e
2. Sempre que, por qualquer motivo, for inviável a demais dados às instituições autorizadas;
utilização da assinatura digital, pode, em alternativa, ser uti- e) A emissão e envio de relatórios decorrentes do uso
lizada a assinatura digitalizada. de dispositivos de digitalização, com o objectivo
ARTIGO 16.º de examinar pessoas, mercadorias e meios de
(Conservação dos dados) transporte, nomeadamente contentores, volumes
As informações constantes do registo informático ou de qualquer tipo ou tamanho e bagagens;
electrónico relativas ao procedimento ou processo tributário f) A inclusão e envio de imagens, multimédia ou
são conservadas pelo período mínimo de cinco anos após a qualquer outro documento em suporte digital ou
respectiva extinção. electrónico;
ARTIGO 17.º g) A utilização de uma Pauta Aduaneira de serviço,
(Procedimento aduaneiro) incluindo respectivos anexos e informações;
Sem prejuízo do disposto na lei, os actos e formalidades h) A aceitação e ou rejeição de licenças, certificados
relativos aos procedimentos aduaneiros a tramitar e registar e outros documentos emitidos por entidades
electronicamente compreendem: públicas e ou privadas, exigíveis para o cumpri-
a) O envio, recepção e controlo dos manifestos de mento das formalidades aduaneiras;
carga e respectivos documentos de transporte; i) A troca de informação com outras Administrações
b) O registo, envio e recepção de certificados, Tributárias, nos termos de Acordos Internacio-
licenças e autorizações legalmente exigidos na nais de que a República de Angola seja parte.
tramitação do procedimento aduaneiro, emitidos 3. A utilização de tecnologias de informação e comu-
pela Administração Geral Tributária ou outra nicação no cumprimento de formalidades aduaneiras deve
instituição competente; obedecer às disposições legais aplicáveis à segurança dos
c) A submissão, registo, processamento e controlo dados, ao controlo da fonte de informação e à protecção con-
das declarações e circulações de mercadorias e tra o risco de acesso não autorizado, perdas, modificações e
meios de transporte no território aduaneiro; destruições.
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1371

CAPÍTULO IV Decreto Presidencial n.º 96/23


Entidade Competente e Regime Sancionatório de 6 de Abril
Considerando que a assistência a pessoas em perigo, na
ARTIGO 19.º
(Implementação e supervisão) sequência de acidentes ocorridos no ar, em terra ou no mar,
é uma actividade de grande relevância e deve ser desenvol-
1. Compete à Administração Geral Tributária assegurar vida através do estabelecimento de meios e equipamentos
a implementação do regime de tramitação e registo electró- adequados e eficazes e de pessoal qualificado para a vigi-
nico, bem como instruir e acompanhar os procedimentos e lância territorial e costeira, e para os serviços de busca e
processos tributários, no âmbito das suas atribuições e de salvamento;
harmonia com a legislação fiscal e aduaneira vigente. Tendo a República de Angola responsabilidades inter-
2. Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 2.º do pre- nacionais sobre a busca e salvamento, por um lado,
sente Diploma, compete à Administração Geral Tributária decorrentes da sua adesão à Convenção sobre a Aviação
designar: Civil Internacional de 1944, nomeadamente o cumprimento
do disposto no artigo 25.º da referida Convenção, e por outro,
a) Os formatos e padrões compatíveis com o
da adesão à Convenção Internacional para Salvaguarda da
modelo de dados da Organização Mundial das
Vida Humana no Mar, de 1974, e a Convenção Internacional
Alfândegas — OMA e outras Organizações sobre Busca e Salvamento Marítimo de 1979, que visam
Internacionais de que a República de Angola através do estabelecimento de um plano internacional de
faça parte; busca e salvamento, dar resposta às necessidades do tráfego
b) Os requisitos para a autenticação da origem da marítimo no que diz respeito ao salvamento de pessoas em
informação transferida, incluindo a submissão perigo no mar;
de manifestos de carga e/ou declarações, bem Considerando ainda ser necessária a adopção de medidas
legislativas e regulamentares adequadas para o estabeleci-
como a respectiva documentação complementar;
mento da estrutura, organização e atribuições do Serviço
c) Os requisitos para a autenticação na origem da Nacional Integrado de Busca e Salvamento, conforme esta-
informação e dos demais meios electrónicos de belecido no artigo 96.º da Lei n.º 31/21, de 20 de Dezembro,
autenticação de dados; que altera e republica a Lei n.º 14/19, de 23 de Maio —
d) Os requisitos de aprovação de infra-estruturas de Lei da Aviação Civil, e a normalização das condições
dados entre utilizadores do sistema; técnicas e operacionais do funcionamento deste serviço,
e) Os certificados digitais destinados à protecção de em todo o espaço sob jurisdição nacional, compreendido
na Região de Busca e Salvamento Marítimo Nacional, para
dados, de documentos e imagens electrónicas
que a Administração Marítima Nacional possa igualmente
usados nos procedimentos ligados ao desalfan- desempenhar a sua missão neste domínio, de acordo com o
degamento de mercadorias, bem como o modelo estipulado no n.º 1 do artigo 16.º da Lei n.º 34/22, de 13 de
adequado para a encriptação e desencriptação de Setembro, que altera e republica a Lei n.º 27/12, de 28 de
mensagens e documentos enviados e recebidos Agosto — Lei da Marinha Mercante, Portos e Actividades
via electrónica; Conexas, visando assegurar a prossecução dos objectivos
f) Garantir junto da entidade competente, a certi- delineados pelas Convenções supra-referidas;
Atendendo o disposto no artigo 96.º da Lei n.º 31/21,
ficação necessária para que os documentos
de 20 de Dezembro, e do artigo 16.º da Lei n.º 34/22,
electrónicos tenham validade, eficácia e valor
de 13 de Setembro;
probatório. O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
ARTIGO 20.º nea m) do artigo 120.º e do n.º 4 do artigo 125.º, ambos da
(Regime sancionatório) Constituição da República de Angola, o seguinte:
1. A falta de adesão ao presente Regime, por parte dos
contribuintes sujeitos à vinculação obrigatória, sujeita ao SISTEMA NACIONAL INTEGRADO
pagamento de uma coima correspondente a 10% do valor DE BUSCA E SALVAMENTO
do tributo.
2. O disposto no número anterior não se aplica aos con- CAPÍTULO I
tribuintes mencionados no n.º 4 do artigo 4.º, os quais estão Disposições Gerais
sujeitos a sanções nos termos gerais.
ARTIGO 1.º
3. Os contribuintes abrangidos pelo presente Regime (Objecto)
estão igualmente sujeitos às obrigações e penalidades previs-
O presente Diploma estabelece o regime jurídico apli-
tas nos diplomas específicos, pela falta de entrega ou entrega
cável ao serviço de busca, assistência e salvamento de
fora do prazo das declarações fiscais, mapas e formulários.
aeronaves, embarcações, navios ou engenhos marítimos, e
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves de pessoas em perigo no mar, em terra e águas navegáveis
Lourenço. (23-2251-C-PR) interiores, sob jurisdição nacional.
1372 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 2.º cc) SOLAS — Convenção Internacional sobre a Sal-


(Sistema Nacional Integrado de Busca e Salvamento)
vaguarda da Vida Humana no Mar.
O Sistema Nacional Integrado de Busca e Salvamento, 2. Para efeitos do presente Diploma, entende-se por:
abreviadamente «SNIBS», compreende o conjunto de servi- a) «Busca» — Operação coordenada por um Centro
ços e órgãos responsáveis pela salvaguarda da vida humana de Coordenação de Salvamento ou um Subcen-
em terra e no mar, dentro da área que compreende a Região tro de Salvamento, utilizando o pessoal, meios e
de Informação de Voo de Luanda (FIR) e a Região de as instalações disponíveis, para localizar pessoas
Busca e Salvamento de Angola, bem como os respectivos em perigo;
procedimentos. b) «Centro de Coordenação de Busca e Salvamento
Marítimo» (MRCC — Maritime Rescue Coor-
ARTIGO 3.º
(Acrónimos e definições) dination Center) — unidade responsável por
promover a organização eficaz dos serviços de
1. Para efeitos do presente Diploma, os termos seguin-
busca e salvamento e por coordenar a realização
tes significam: das operações de busca e salvamento dentro de
a) AMN — Agência Marítima Nacional; uma Região de Busca e Salvamento;
b) ANAC — Autoridade Nacional da Aviação Civil; c) «Coordenador no Local de Sinistro» — pessoa
c) ARCC — Centro Coordenador de Salvamento designada para coordenar as operações de busca
Aeronáutico; e salvamento dentro de uma área determinada;
d) CNIBS — Comissão Nacional Integrada de Busca d) «Coordenador da Missão de Busca e Salvamento»
e Salvamento; — pessoa temporariamente designada para
e) SARTSAT — Sistema de Pesquisa e Rastreio de coordenar a reacção a uma situação de perigo
Busca e Salvamento; real ou aparente;
f) FAN — Força Aérea Nacional; e) «Facilidade de Busca e Salvamento» — qualquer
g) FIR — Região de Informação de Voo de Luanda; meio móvel, inclusive Unidades de Busca e Sal-
h) IAMSAR — Manual Integrado de Busca e Salva- vamento designados e utilizados para realizar
mento Aéreo e Marítimo; operações de busca e salvamento;
i) IMOSAR — Manual de Busca e Salvamento Marí- f) «INMARSAT» — Sistema de satélites geoestacio-
timo; nários para serviços móveis de comunicação de
j) MCC — Centros de Coordenação de Missão; âmbito mundial e para apoio ao Sistema Global
k) MGA — Marinha de Guerra Angolana; de Socorro e Segurança Marítima (GMDSS) e a
l) MRCC — Centro de Coordenação Marítima de outros sistemas de comunicação de emergência;
Busca e Salvamento; g) «Operação de Salvamento Marítimo» — todo o
m) JRMC — Centro de Coordenação de Busca e acto ou actividade desenvolvida para assistir
Salvamento Conjunto; um navio ou qualquer outro bem em perigo, em
n) MRSC — Subcentro de Busca e Salvamento águas navegáveis ou em quaisquer outras águas;
Marítimo; h) «Posto de Alerta» — qualquer instalação destinada
o) OACI — Organização Internacional da Aviação a servir como intermediário entre uma pessoa
Civil; que informa uma emergência e um Centro de
p) RAN — Região Aérea Norte; Coordenação de Salvamento ou um Subcentro
q) RAS — Região Aérea Sul; de Salvamento;
r) RCC — Centro de Coordenação de Busca e Salva- i) «Rede de Segurança» (SafetyNET) — serviço do
mento (Rescue Coordination Centre); sistema intensificado de chamada em grupo
s) RMN — Região Marítima Norte; (ECG) INMARSAT, projectado especificamente
t) RMC — Região Marítima Centro; para a divulgação de informação de segurança
u) RMS — Região Marítima Sul; marítima (MSI), como parte do Sistema Global
v) RSC — Subcentros de Busca e Salvamento (Res- de Socorro e Segurança Marítima (GMDSS);
cue Subcentre Centre); j) «Região de Busca e Salvamento» (SRR — Search
w) SAR — Serviço de Busca e Salvamento; and Rescue Region) — área de dimensões defi-
x) SPOC — Ponto de Contacto SAR; nidas, dentro do território nacional, associada a
y) SNIBS — Sistema Nacional Integrado de Busca e um Centro de Coordenação de Salvamento, den-
Salvamento; tro da qual são prestados os serviços de busca e
z) SRR (Luanda) — Região de Busca e Salvamento salvamento;
de Luanda; k) «Salvamento» — Operação para resgatar pessoas
aa) IMO — Organização Marítima Internacional; em perigo, prestar-lhes o atendimento médico
bb) NOTAM — Aviso ao Pessoal Navegante (Notice inicial e atender a outras necessidades e levá-las
to Air Men); e para um local seguro;
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1373

l) «Serviço de Busca e Salvamento» — funções de de funções, quando a nomeação recair sobre funcionários
monitoramento do perigo, comunicação, coor- públicos ou Oficiais das Forças Armadas ou de Segurança.
denação de busca e salvamento, inclusive o 3. O Coordenador da CNIBS é nomeado pelo Titular do
fornecimento de assessoria médica, assistência Departamento Ministerial responsável pela Defesa Nacional
médica inicial, ou evacuação médica, através da e Veteranos da Pátria, dentre os seus representantes.
utilização de recursos públicos e privados, inclu- 4. O Coordenador da CNIBS é coadjuvado pelos vogais
sive aeronaves, navios e outras embarcações e propostos pelo Titular do Departamento responsável pelo
instalações que estejam cooperando; Sector dos Transportes, pela ANAC e pela AMN.
m) «Sistema COSPAS-SARSAT» — Sistema de satéli- 5. A CNIBS pode integrar, em regime não permanente,
tes destinado a detectar emissões de pedidos de representantes de outras entidades, bem como especialistas
socorro transmitidas nas frequências de 121,5 considerados necessários para os diversos trabalhos a desen-
MHz e 406 MHz; volver ou cuja participação seja considerada necessária.
n) «Subcentro de Coordenação de Busca e Salvamento 6. O Regulamento Interno da CNIBS é aprovado pelos
Marítimo» (MRSC — Maritime Rescue Sub- Titulares dos Departamentos Ministeriais responsáveis pela
coordination Center) — unidade subordinada Defesa Nacional e pelos Transportes, ouvidas as demais
a um Centro de Coordenação de Salvamento, entidades que integram a CNIBS.
estabelecido para complementar a actividade 7. A CNIBS funciona em local a ser designado por
deste último de acordo com as determinações Despacho do Ministro da Defesa Nacional, Antigos Comba-
específicas das autoridades responsáveis; tentes e Veteranos da Pátria, sendo, para o efeito, apoiada
o) «Unidade de Busca e Salvamento» (SRU — Search administrativamente por uma Secretaria Geral.
and Rescue Unit) — unidade composta de ARTIGO 6.º
pessoal treinado e dotada de equipamentos ade- (Competências da Comissão Nacional Integrada
quados para a realização rápida de operações de de Busca e Salvamento)
busca e salvamento. Compete à Comissão Nacional Integrada de Busca e
ARTIGO 4.º Salvamento:
(Direcção do Sistema Nacional Integrado de Busca e Salvamento) a) Analisar, elaborar e/ou propor as políticas e
O SNIBS é dirigido pelo coordenador da sua Comissão orientações relativas à busca e salvamento no
Nacional Executiva, que se denomina Comissão Nacional território nacional e área de jurisdição do Estado
Integrada de Busca e Salvamento (CNIBS). Angolano, no que respeita à regulamentação,
ARTIGO 5.º infra-estrutura, meios e equipamentos técnicos
(Comissão Nacional Integrada de Busca e Salvamento) e operacionais, recrutamento e formação dos
1. A Comissão Nacional Integrada de Busca e Salvamento quadros afectos ao SAR Nacional;
tem a seguinte composição: b) Acompanhar a evolução e avaliar a importância
a) Três representantes do Ministério da Defesa Nacio- das inovações surgidas, bem como o impacto
nal, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, destas resultantes das operações de busca e
devendo um deles ser da Força Aérea Nacional e salvamento, devendo pronunciar-se sobre novos
um da Marinha de Guerra de Angola; meios, equipamentos, formação e material em
b) Dois representantes do Ministério dos Transportes; geral;
c) Um representante do Ministério do Interior; c) Examinar as informações relativas às operações de
d) Um representante do Ministério da Administração busca e salvamento, avaliar a eficácia das medi-
do Território; das em vigor e propor melhorias necessárias;
e) Um representante do Ministério das Telecomunica- d) Analisar, com base na experiência recolhida pelos
ções, Tecnologias de Informação e Comunicação serviços nacionais e estrangeiros congéneres,
Social; sobre a melhor utilização dos meios, equipa-
f) Um representante do Ministério da Saúde; mentos e materiais de busca e salvamento, bem
g) Um representante do Ministério da Acção Social, como sobre a necessidade de novas aquisições;
Família e Promoção da Mulher; e) Propor os procedimentos que considere mais apro-
h) Um representante do Ministério dos Recursos priados relativamente à utilização de navios e
Minerais, Petróleos e Gás; aeronaves em operações de busca e salvamento;
i) Um representante do Ministério das Pescas e f) Propor normas e procedimentos relativos à troca de
Recursos Marinhos; informação, à coordenação e à colaboração entre
j) Três representantes da Autoridade Nacional da os serviços de busca e salvamento marítimos e
Aviação Civil; aéreos;
k) Três representantes da Agência Marítima Nacional. g) Programar e coordenar os exercícios e simulacros
2. Os representantes da Comissão Nacional Integrada de busca e salvamento para avaliação do grau
de Busca e Salvamento são nomeados por Despacho dos de prontidão do pessoal, equipamentos e meios
respectivos Ministros, considerando-se em acumulação envolvidos;
1374 DIÁRIO DA REPÚBLICA

h) Promover e apreciar os projectos de acordos a esta- ARTIGO 9.º


(Espaços de busca e salvamento)
belecer entre os serviços de busca e salvamento
nacional e os de outros Estados; 1. A Região de Busca e Salvamento de Angola, sob a
i) Propor alterações aos limites e configuração da responsabilidade operacional e de controlo do Centro de
Coordenação de Busca e Salvamento Nacional, localiza-se
Região de Busca e Salvamento e pronunciar-se
em Luanda.
sobre as propostas no mesmo sentido formuladas
2. A Região de Busca e Salvamento de Angola, tal
por outras entidades, nacionais ou estrangeiras; como delimitada no Anexo I ao presente Diploma, inte-
j) Aconselhar sobre os aspectos normativos e admi- gra os Subcentros de Coordenação de Busca e Salvamento,
nistrativos dos organismos relevantes para a que estão atribuídos a cada um dos Subcentros delimitados
busca e salvamento. pelas extremas que lhe são atribuídas pela legislação aplicá-
ARTIGO 7.º vel, compreendendo o Mar Territorial e a Zona Contígua, até
(Reuniões da Comissão Nacional Integrada de Busca e Salvamento) uma distância efectiva de 200 milhas náuticas (NM) da linha
de costa e de 24 definida no SARMAR.
A Comissão Nacional Integrada de Busca e Salvamento
3. As coordenadas geográficas que correspondem aos
reúne-se, trimestralmente, em sessão ordinária convocada
Subcentros são as constantes no presente Diploma.
pelo seu Coordenador e, extraordinariamente, sempre que as 4. Os Espaços de Busca e Salvamento Marítimo referi-
circunstâncias o determinarem. dos nos números anteriores são devidamente identificados e
delimitados nos planos de salvamento, nas publicações e nas
CAPÍTULO II cartas náuticas oficiais correspondentes.
Estrutura Principal do Sistema Nacional 5. As zonas atribuídas ao serviço de socorros a náufragos
Integrado de Busca e Salvamento nas águas fluviais e lacustres interiores são as definidas no
ARTIGO 8.º Regulamento das Capitanias dos Portos de Angola.
(Áreas de responsabilidade) ARTIGO 10.º
(Órgãos)
As áreas de responsabilidade da CNIBS são definidas
pela Região de Busca e Salvamento de Luanda, cujos limi- São órgãos do Sistema Nacional Integrado de Busca e
tes coincidem com os da FIR Luanda, estendendo-se entre as Salvamento:
coordenadas geográficas: a) Os Observatórios de Busca e Salvamento;
b) Os RCC;
c) Os RSC;
d) Os órgãos dos Serviços de Tráfego Aéreo;
e) As Capitanias dos Portos;
f) Órgãos da Administração do Estado, vocacionados
para a protecção das populações;
g) As Unidades de Vigilância Costeira;
h) As Unidades de Busca e Salvamento.
ARTIGO 11.º
(Observatórios)
1. Os Observatórios de Busca e Salvamento são órgãos de
vigilância de emergências que possuem a missão de coligir
os dados de alerta das balizas de emergência nas frequências
121,5 MHz, 406 MHz e associadas, para encaminhamento
aos ARCC nacionais, SPOC subordinados, e aos MRCC
com a finalidade de despoletar as missões de busca e salva-
mento de acordo com a sua natureza e localização.
2. Os Observatórios SAR são unidades devidamente
equipadas de meios técnicos e humanos para a vigilância
do espaço aéreo e marítimo, localizando-se nas salas ope-
racionais dos Postos de Comando da Força Aérea Nacional,
Marinha de Guerra e Capitanias dos Portos.
ARTIGO 12.º
(Localização e funcionamento dos Centros de Coordenação
de Busca e Salvamento)
Na SRR situam-se os ARCC e MRCC de Luanda, que
são coadjuvados pelos RSC distribuídos como se segue:
1. Força Aérea Nacional FRAN-RAS:
a) Luanda ARCC;
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1375

b) RSC/RAN: 2. Aos RCC compete ainda:


i. Cabinda; a) Designar para cada missão de busca e salvamento
ii. Saurimo. um Coordenador da Missão, cujas funções ces-
c) RSC/RAS: sam logo que o salvamento seja efectuado com
i. Lubango; êxito ou que se torne evidente que quaisquer
ii. Catumbela; esforços adicionais são inconclusivos;
iii. Menongue. b) Reunir toda a informação relevante sobre cada
acidente;
2. Marinha de Guerra Angolana:
c) Avaliar quais os meios e recursos adequados e
a) Luanda MRCC;
necessários para a intervenção requerida pelos
b) Subcentros:
acidentes e/ou incidentes;
i. Cabinda;
d) Solicitar às entidades apropriadas, incluindo
ii. Soyo;
outros centros de busca e salvamento, nacionais
iii. Porto Amboim;
ou estrangeiros, o apoio dos meios e recursos
iv. Lobito;
v. Namibe. necessários;
e) Promover, junto das entidades empregadores
ARTIGO 13.º
(Área de responsabilidade dos centros de coordenação
e/ou armadores, comandantes das aeronaves,
de busca e salvamento e respectivos subcentros) embarcações e veículos terrestres envolvidos
1. A área de responsabilidade do ARCC é o espaço aéreo nas operações, a comunicação de todas as infor-
sobre o território nacional, dentro da SRR. mações relevantes relativas à sua localização,
2. A área de responsabilidade do MRCC é SRR a (Região condições e intenções;
de Busca e Salvamento) constante do Anexo I ao presente f) Nomear, quando necessário, os Coordenadores na
Diploma. Área do Acidente/Incidente;
3. Cada Subcentro de Busca e Salvamento Aéreo possui g) Promover, quando necessário, a designação do
jurisdição sobre a circunscrição geográfica em que se insere, Coordenador de Busca de Superfície, de entre
cujos limites serão definidos em regulamentação específica. os meios em operação na área do acidente e/ou
ARTIGO 14.º incidente;
(Competências dos Centros de Coordenação de Busca e Salvamento) h) Encerrar as operações de busca e salvamento leva-
1. A cada RCC compete garantir com eficácia a organi- das a bom termo e, após consulta, se necessário,
zação e gestão dos recursos a utilizar nas acções de busca e a outras entidades envolvidas, dar por findas as
salvamento e, em especial: acções de busca que não tenham obtido quais-
a) Elaborar planos e instruções para a condução de quer resultados positivos;
operações de busca e salvamento em toda da i) Informar as entidades a quem tenha sido requerido
SRR; apoio sobre todas as matérias relevantes relacio-
b) Iniciar, conduzir e coordenar as operações de busca nadas com o acidente e/ou incidente.
e salvamento relativas às aeronaves, veículos e 3. O Centro de Coordenação do Serviço de Busca e
embarcações em atraso, em falta ou com neces- Salvamento funciona em Luanda, e compete-lhe, em geral, a
sidade de socorro; responsabilidade pela execução e/ou coordenação, conforme
c) Coordenar a utilização, no local, dos meios envol- aplicável, das actividades do serviço de busca, assistência,
vidos em operações de busca e salvamento; reflutuação e salvamento em terra e no mar.
d) Apoiar outros centros ou subcentros de Coor- ARTIGO 15.º
denação de Busca e Salvamento, nacionais ou (Subcentros de Busca e Salvamento)
estrangeiros, que solicitem o seu auxílio; 1. Os RSC funcionam na dependência dos RCC e pos-
e) Alertar os órgãos adequados dos serviços de busca suem a responsabilidade sobre a área que se estende
e salvamento, nacionais ou estrangeiros, que geograficamente ao redor da sua localização conforme esta-
possam prestar assistência à salvaguarda da vida
belecido em regulamentação específica.
humana em caso de acidente;
2. Cada RSC coadjuva o RCC e assegura a coordenação
f) Coordenar, nas áreas da sua responsabilidade, as
das operações de busca e salvamento no seu Subsector, de
comunicações do Sistema Mundial de Socorro e
acordo com directivas superiormente emitidas.
Segurança Marítima;
g) Coordenar, nas áreas da sua responsabilidade, os ARTIGO 16.º
(Unidades de Vigilância de Busca e Salvamento)
processos relativos à recepção de mensagens de
emergência provenientes de Centros COSPAS- 1. As Unidades de Vigilância SAR são postos de vigilân-
-SARSAT; cia designados para a recepção e encaminhamento imediato
h) Promover a realização de exercícios e simulacros de mensagens de perigo e/ou de emergência originadas por
de busca e salvamento. aeronaves, embarcações e veículos.
1376 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. As Unidades de Vigilância SAR compreendem 2. Por razões operacionais, algumas destas facilidades
os Centros de Controlo do Tráfego Aéreo, Centros de podem ser operadas por terceiros, em regime a convencio-
Informação de Voo, Órgãos de Informação de Voo de nar entre estes e a Administração Marítima Nacional.
Aeródromo, Capitanias dos Portos, Centros de Controlo da 3. No caso previsto no número anterior, está sempre sal-
Navegação Marítima e outros órgãos vocacionados para o vaguardada a sua utilização prioritária para operações de
controlo da circulação rodoviária e ferroviária. busca, assistência e salvamento no mar, por simples soli-
3. As Unidades de Vigilância SAR são consideradas citação para intervenção do Centro e/ou Subcentro de
associadas ao RCC ou RSC da Região ou sector de busca e Coordenação do SAR, conforme o caso.
salvamento onde se inserem. ARTIGO 20.º
ARTIGO 17.º (Coordenação da Missão)
(Unidades de Busca e Salvamento) 1. As funções de Coordenador da Missão são atribuí-
1. Constituem Unidades de Busca e Salvamento os equi- das em regulamento próprio no âmbito da Convenção
pamentos móveis que podem ser utilizados pelo serviço de sobre a Aviação Civil Internacional de Chicago 1944, da
busca e salvamento nas respectivas operações, as unida- Convenção sobre a Segurança da Vida Humana no Mar
des e organizações afectas aos órgãos do Sistema Nacional (SOLAS) e da Convenção Internacional sobre Busca e
Integrado de Busca e Salvamento, para além de outros Salvamento Marítimo, de 1979, em conformidade com o
meios, designadamente aeronaves, veículos terrestres, rebo- disposto no IAMSAR e no IMOSAR da OACI e da IMO,
cadores, lanchas e outras embarcações que as circunstâncias respectivamente.
recomendem, quer nacionais, quer estrangeiros, de pavi- 2. Os Comandantes das Unidades Militares, Capitães
lhão de Estados parte da Convenção Internacional para a dos Portos ou Supervisores dos Serviços de Tráfego Aéreo,
Salvaguarda da Vida Humana no Mar, de 1974 (Convenção Marítimo, logo que recebam informação sobre a ocorrên-
SOLAS), da Convenção sobre a Aviação Civil Internacional cia de um acidente na sua área de responsabilidade a que
de 1944 ou da Convenção Internacional sobre Busca e corresponda a situação de perigo, devem assumir-se imedia-
Salvamento Marítimo, de 1979. tamente a título provisório como Coordenadores da Missão
de Busca e Salvamento no local, mantendo essa coordenação
2. As Unidades de Salvamento são aeronaves, embar-
enquanto o RCC ou o RSC não assumirem a responsabili-
cações, veículos, meios, instituições ou facilidades de
dade pela missão.
saúde pública compostas ou operadas por pessoal treinado
3. Os Comandantes das Unidades Militares, Capitães dos
e dotadas de equipamento adequado à pronta execução de
Portos ou Supervisores dos Serviços de Tráfego Aéreo tomam
operações de salvamento.
sempre acção imediata para que seja prestada assistência den-
3. As Unidades de Busca e de Salvamento devem manter
tro dos limites da sua capacidade e alertam, caso necessário,
um estado de prontidão operacional adequado à sua tarefa,
outras entidades que possam prestar assistência, notificando
do qual o RCC ou o RSC da SRR a que se encontram adstri- pela via mais rápida o RCC ou o RSC apropriado.
tas devem ser mantidos informados.
4. A utilização dos meios supracitados não prejudica as CAPÍTULO III
competências dos Comandantes das Unidades Militares e Estrutura Auxiliar do Sistema Nacional Integrado
Capitães dos Portos. de Busca e Salvamento
ARTIGO 18.º ARTIGO 21.º
(Disponibilidade das Unidades de Busca e Salvamento) (Estrutura auxiliar de busca e salvamento)
1. Todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional 1. Com o Sistema Nacional Integrado de Busca e Salva-
Integrado de Busca e Salvamento devem disponibilizar um mento cooperam também as seguintes entidades:
quantitativo variável de unidades especializadas para as a) As Administrações Locais do Estado;
acções de busca e salvamento, atribuídas, quer em perma-
b) O Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiro,
nência, quer em reserva, a cada um dos RCC ou RSC.
através das Unidades de Bombeiros, com meios
2. Os Comandantes das Regiões Aéreas, Navais, Bases
próprios atribuídos pelo Ministério do Interior;
Navais, Bases Costeiras, Bases Aéreas, Aeródromos de
Manobra, Unidades Militares, Capitães de Porto, Directores c) A Polícia Nacional, com os meios especializados
de Instituições Públicas e Responsáveis da Administração para a busca e salvamento e respectiva coorde-
Local do Estado devem designar, sempre que solicitados nação pelas respectivas divisões e esquadras;
pelos RCC ou RSC, unidades adicionais que lhe estejam d) A Cruz Vermelha de Angola, com veículos, ambu-
atribuídas para a execução de acções de busca e salvamento lâncias e apoio médico;
conforme determinado pelas circunstâncias. e) A Direcção Nacional de Saúde Pública, com apoio
ARTIGO 19.º médico e hospitalar;
(Facilidades de busca e salvamento) f) O Instituto Nacional de Emergência Médica de
1. As facilidades de busca e salvamento no mar são os Angola;
meios móveis, inclusive Unidades de Busca e Salvamento g) Os Hospitais Públicos de referência;
designadas, utilizadas para realizar operações de busca e h) Os órgãos e serviços pertencentes ao Serviço
salvamento. Móvel Marítimo;
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1377

i) Os órgãos e serviços pertencentes ao Serviço Móvel 2. A Autoridade Nacional da Aviação Civil — ANAC
Aeronáutico; comunica os respectivos avisos aos navegantes de âmbito
j) As estações de comunicações costeiras de apoio às nacional e internacional, promove a sua difusão através de
pescas; Avisos aos Aeronautas (NOTAM) e outros mecanismos de
k) O Provedor de Serviços de Navegação Aérea; difusão dos serviços de informação aeronáutica.
l) Outros organismos cuja actividade permita prestar CAPÍTULO IV
colaboração ou com os quais o Sistema Nacional Planos de Busca e Salvamento
Integrado de Busca e Salvamento venha a esta-
ARTIGO 26.º
belecer protocolo no âmbito da Convenção. (Plano Nacional de Busca e Salvamento)
2. As relações de cooperação entre os órgãos e serviços
1. A Comissão do Sistema Nacional Integrado de
mencionados no número anterior são objecto de protocolos
Busca e Salvamento deve preparar uma proposta de Plano
específicos, visando assegurar os contactos directos a estabe-
Nacional de Busca e Salvamento em concordância com as
lecer entre os RCC e a estrutura operacional deles próprios.
Autoridades da Aviação Civil e Marítima, onde conste a
ARTIGO 22.º estrutura operacional do serviço, todos os meios disponíveis,
(Estações do Serviço Móvel Aeronáutico)
os procedimentos essenciais, a coordenação e interligação
1. Os RCC e os RSC dispõem, para encaminhamento das entre distintas entidades e organismos públicos chamados a
comunicações de socorro, urgência e segurança aeronáutica, intervir.
do apoio das estações do serviço móvel aeronáutico que lhes 2. Na elaboração da proposta do plano referido no
estão associados e que mantêm escuta permanente nas fre- número anterior deve ter-se em conta o disposto nas conven-
quências internacionais de socorro. ções internacionais relevantes para a busca e salvamento,
2. Os RCC e os RSC coordenam, com as estações de da qual Angola seja parte, os acordos rubricados com
comunicações referidas no número anterior e com outras outros Estados, bem como os Protocolos de Cooperação
estações aeronáuticas abertas à correspondência pública, e de Coordenação existentes com os Serviços de Busca e
a passagem do tráfego de socorro, urgência e segurança Salvamento entre os Estados vizinhos.
aeronáutica no âmbito do Sistema Mundial de Socorro e 3. O Plano Nacional de Busca e Salvamento deve con-
Segurança da Aviação Civil. ter procedimentos específicos aplicáveis às diversas fases e
ARTIGO 23.º actividades de busca e salvamento, incluindo:
(Estações, postos radionavais e outras estações costeiras) a) As medidas preparatórias;
1. Os RCC e os RSC dispõem, para encaminhamento das b) Informações relativas a emergências;
comunicações de socorro, urgência e segurança marítima, c) As medidas iniciais;
do apoio das estações e postos radionavais que lhes estão d) As fases de emergência;
associados e que mantêm escuta permanente nas frequências e) Os procedimentos das fases de emergência;
internacionais de socorro. f) A coordenação na cena de acção.
2. Os RCC e os RSC coordenam, com as estações de
4. O Plano Nacional de Busca e Salvamento é aprovado
comunicações referidas no número anterior e com outras
pelo Titular do Poder Executivo, mediante parecer prévio da
estações costeiras abertas à correspondência pública, a pas-
sagem do tráfego de socorro, urgência e segurança marítima Comissão Executiva de Busca e Salvamento.
no âmbito do Sistema Mundial de Socorro e Segurança CAPÍTULO V
Marítima. Orientação e Procedimento
ARTIGO 24.º
(Agência Marítima Nacional) ARTIGO 27.º
(Elementos orientadores da acção do Sistema Nacional Integrado
1. No âmbito das suas funções de coordenação das comu- de Busca e Salvamento)
nicações, os RCC e os RSC encaminham para a Agência 1. No Sistema Nacional Integrado de Busca e Salvamento,
Marítima Nacional — AMN todo o tráfego de mensagens tendo em conta o disposto nas Convenções Internacionais
relativas à segurança da navegação marítima. sobre a Segurança da Vida no Mar (SOLAS), sobre Busca
2. A Agência Marítima Nacional — AMN comunica e Salvamento Marítimo de 1979, e sobre a Aviação Civil,
os respectivos avisos aos navegantes de âmbito nacional, devem utilizar-se como orientação as prescrições do Manual
promove a sua radiodifusão através de estações e postos IMOSAR, do Manual de Busca e Salvamento para Navios
radionavais e garante ligação ao serviço mundial de avisos Mercantes (MERSAR) e do (IAMSAR).
aos navegantes (NAVAREA). 2. Na qualidade de representante do Estado Angolano
ARTIGO 25.º junto da Organização da Aviação Civil Internacional, a
(Autoridade Nacional da Aviação Civil)
Autoridade Nacional da Aviação Civil é o órgão responsá-
1. No âmbito das suas funções de coordenação das comu- vel pela fiscalização do estado operacional e de prontidão
nicações, os RCC e os RSC encaminham para a Autoridade dos órgãos operacionais do Serviço Nacional de Busca e
Nacional da Aviação Civil todo o tráfego de mensagens rela- Salvamento Aéreo, reportando directamente para a Comissão
tivas à segurança da navegação aérea. Nacional Integrada de Busca e Salvamento.
1378 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 28.º ARTIGO 31.º


(Informações relativas a emergências) (Coordenação envolvendo mais que uma Parte)
1. Os Centros de Coordenação ou Subcentros do SAR 1. Para as operações de busca e salvamento, envolvendo
devem, individualmente ou em cooperação entre si ou com mais de uma Parte, cada Parte deverá tomar as medidas ade-
outros Estados, assegurar que são capazes de receber de quadas, de acordo com o plano de operações, quando isto
maneira rápida e confiável, durante 24 horas por dia, aler- for solicitado pelo Centro de Coordenação de Salvamento
tas de perigo transmitidas pelos equipamentos utilizados com da Região.
esta finalidade, dentro das suas regiões de busca e salvamento. 2. O Coordenador do Sistema Nacional Integrado de
Busca e Salvamento é responsável por informar, comunicar
2. Qualquer estação de alerta que receba um alerta de
e solicitar às autoridades angolanas que possam vir a autori-
perigo deve:
zar a entrada na zona de jurisdição de Angola da activação,
a) Retransmitir imediatamente o alerta para o Centro da solicitação, da participação de facilidades de outras Partes
de Coordenação de Salvamento ou Subcentro na missão de busca e salvamento, informando seu número,
de Salvamento adequado e, em seguida, auxiliar origem e características principais, e como esta permissão
nas comunicações de busca e salvamento como foi conhecida e autorizada.
for adequado;
CAPÍTULO VI
b) Se possível, acusar a recepção do alerta.
Meios Aéreos e Marítimos
3. Qualquer autoridade, entidade, organização, navio,
aeronave embarcação, engenho marítimo ou elemento do ARTIGO 32.º
(Meios aéreos de busca e salvamento)
SAR que receba um alerta de perigo ou, tendo razões para
acreditar que uma pessoa, navio, embarcação, engenho Os meios aéreos disponibilizados pela FAN ou outras
marítimo, ou aeronave está em estado de emergência, deve entidades para a execução de missões de busca e salvamento
enviar, tão logo que possível, todas as informações disponí- são operados sob a liderança operacional do ARCC ou dos
veis para o Centro de Coordenação ou Subcentro do SAR. Subcentros ARSC do sector de busca e salvamento em que
estiverem alocados.
4. No caso do previsto no número anterior, se as coor-
denadas correspondentes ao sinistro não estiverem sob a ARTIGO 33.º
(Meios marítimos de busca e salvamento)
jurisdição de Angola, o Centro de Coordenação do SAR deve
entrar em contacto imediato com o Centro de Coordenação 1. Os meios marítimos disponibilizados pela Adminis-
ou Subcentro com jurisdição directa sobre a zona em causa. tração Marítima Nacional ou outras entidades para a
execução de missões de busca e salvamento são operados
5. O Centro de Coordenação e os Subcentros de Salva-
sob a liderança operacional do MRCC ou dos MRSC do sec-
mento devem, imediatamente após receber uma informação
tor de busca e salvamento em que estiverem alocados.
relativa à pessoa, navio, embarcação, engenho marítimo ou
2. Os Serviços de Busca e Salvamento no Mar devem
aeronave que esteja numa situação de emergência, avaliar ser dotados de meios adequados em conformidade com as
o vulto das operações necessárias e estabelecer a fase de regras internacionais aplicáveis.
emergência. 3. A Agência Marítima Nacional é responsável pela defi-
ARTIGO 29.º nição das condições técnicas e pelos meios a afectar à busca
(Coordenação da missão de busca e salvamento) e salvamento no mar, em todo o território nacional.
1. A coordenação de qualquer missão de busca e sal- 4. As tarefas inerentes à responsabilidade prevista no
vamento cabe sempre ao Centro de Coordenação do SAR número anterior podem ser delegadas em entidades tec-
local, sob supervisão do Coordenador Nacional do SAR. nicamente habilitadas e devidamente credenciadas e
2. O Coordenador SAR Nacional pode delegar parte ou reconhecidas pela Autoridade Marítima Nacional.
a totalidade da coordenação ao responsável pelo Subcentro CAPÍTULO VII
requerido a intervir ou ao Coordenador no Local de Sinistro Cooperação Institucional
nomeado, nos casos em que a dimensão do incidente ou
ARTIGO 34.º
acidente e o número de pessoas envolvidas não justificar a
(Cooperação entre os órgãos integrantes do Sistema Nacional
coordenação centralizada. Integrado de Busca e Salvamento)
ARTIGO 30.º 1. Todos os órgãos integrantes do Sistema Nacional
(Coordenação no local de sinistro)
Integrado de Busca e Salvamento cooperam estreitamente
1. A coordenação operacional no local de sinistro é da entre si nas acções de busca e de salvamento, nos termos
responsabilidade dos provedores de serviço e tem sempre um
das orientações e procedimentos estabelecidos pelo presente
responsável, que é indicado pelo responsável do Centro ou
do Subcentro encarregado da missão de busca e salvamento. Diploma.
2. O responsável da coordenação a que se refere o 2. Cabe aos Comandantes dos Ramos que integram a
número anterior deve reportar as suas decisões directamente Comissão Nacional do Sistema Nacional Integrado de Busca
a quem o encarregou da missão, e só termina a sua activi- e Salvamento, ao Comandante Geral da Polícia Nacional e
dade nos temos previstos na legislação aplicável. aos Directores dos Institutos e Entidades Públicas repre-
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1379

sentadas, estabelecer as directivas com vista a assegurar a ARTIGO 40.º


(Facilitação do emprego de meios estrangeiros)
cooperação entre os órgãos dos serviços referidos no número
anterior. 1. O Executivo Angolano pode definir e aprovar as
3. A cooperação entre os vários órgãos operacionais deve condições de celebração de acordos com outros países,
ser orientada e regida por cartas de acordo, onde são estipu- nomeadamente a nível regional, estabelecendo um regime
de facilitação da chegada, utilização e saída dos portos e
lados os deveres e responsabilidades legais e operacionais
aeroportos nacionais de navios e aeronaves estrangeiros,
de cada um dos órgãos.
destinados a participar nas operações de busca e salvamento,
ARTIGO 35.º de resgate ou reflutuação e ainda de combate à poluição nos
(Cooperação internacional)
espaços marítimos nacionais de acordo com as normas e
A Autoridade Nacional da Aviação Civil e a Agência práticas recomendadas da OACI e IMO.
Marítima Nacional são as entidades responsáveis para coor- 2. Os acordos previstos no número anterior podem
denar, abordar e apresentar às organizações internacionais e abranger as facilidades necessárias para agilizar a entrada,
nacionais todos os aspectos ligados à busca e salvamento, saída e passagem rápida pelo território nacional das pessoas,
bem como assinar acordos bilaterais e/ou multilaterais entre mercadorias, materiais e equipamento destinados às referi-
Estados membros de organizações regionais e outras. das operações.
3. Os acordos com Estados vizinhos devem deixar claro
ARTIGO 36.º
(Protocolos de cooperação) sobre as suas organizações de busca e salvamento e meios de
que dispõem e, sempre que necessário, coordenar as opera-
Pode recorrer-se à cooperação internacional com outros
ções de busca e salvamento através dos respectivos Centros
Estados se, face à necessidade de atendimento imediato, de Coordenação.
principalmente no caso da ocorrência de sinistros de maio- 4. A menos que seja acordado de outra maneira entre os
res proporções, forem necessários mais meios e intervenção Estados, a autorização de uma Parte, de acordo com as leis
de outros Estados. e regulamentos nacionais aplicáveis, da entrada imediata em
ARTIGO 37.º seu mar territorial ou território ou no espaço aéreo sobre ele,
(Obrigatoriedade de sinais de socorro) de Unidades de Salvamento de outras Partes, deve ser uni-
Todas as embarcações, navios e engenhos marítimos que camente com a finalidade de realizar buscas para localizar a
naveguem ou operem dentro das águas, sob jurisdição nacio- posição de acidentes e resgatar os sobreviventes.
nal, devem possuir a bordo os sinais de socorro obrigatórios, ARTIGO 41.º
(Solicitação de intervenção)
de acordo com as Convenções Internacionais e regulamen-
tos aplicáveis. Salvo se for acordado de outra maneira entre os Estados
interessados, sempre que sejam necessárias facilidades de
ARTIGO 38.º
(Obrigação de socorro) salvamento de outro Estado no mar territorial, no território
ou no espaço aéreo nacional, deverá ser feito de acordo com
1. As responsabilidades relativas à prestação de socorro
a lei em vigor, por intermédio da sua autoridade responsável
a um navio ou aeronave acidentada no mar baseiam-se designada, dando todos os detalhes da missão planeada e a
em razões humanitárias e são determinadas pela prática sua necessidade.
internacional.
2. Para além do disposto no número anterior, e sem pre- CAPÍTULO VIII
juízo de demais normas aplicáveis, as obrigações específicas Disposições Finais e Transitórias
estão descritas nas seguintes convenções: ARTIGO 42.º
a) Anexo 12 da Convenção sobre Aviação Civil Inter- (Revogação)
nacional, Doc. 7300 da OACI; É revogado o Decreto Presidencial n.º 89/16, de 21 de
b) Convenção Internacional sobre Busca e Salva- Abril — Regulamento sobre o Sistema de Busca e Salva-
mento Marítimo; mento no Mar, e toda a legislação que contrarie o disposto
c) Regra V/10 da Convenção Internacional para a no presente Diploma.
Salvaguarda da Vida Humana no Mar, SOLAS ARTIGO 43.º
1974, Apêndice A. (Disposições transitórias)

ARTIGO 39.º 1. Todos os serviços que, de um modo ou de outro, vêm


(Emprego de sinais de socorro) funcionando na Região SARMAR Angola, devem confor-
1. O emprego de sinais de socorro é usado exclusiva- mar a sua actividade ao previsto no presente Diploma, no
mente para indicar que um navio, embarcação, engenho prazo de 90 dias, após a sua entrada em vigor.
marítimo, uma aeronave ou uma pessoa está em perigo, 2. Até à entrada em vigor do presente Diploma, as atri-
sendo proibido o seu uso em qualquer outra situação. buições do Serviço Nacional de Busca e Salvamento são
2. É proibido o emprego de qualquer sinal que possa ser coordenadas pela Força Aérea Nacional, Marinha de Guerra
confundido com um sinal de socorro. Angolana e Agência Marítima Nacional.
1380 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 44.º Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,


(Dúvidas e omissões)
aos 23 de Fevereiro de 2023.
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e
aplicação do presente Decreto Presidencial são resolvidas Publique-se.
pelo Presidente da República.
ARTIGO 45.º Luanda, aos 27 de Março de 2023.
(Entrada em vigor)
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
O presente Diploma entra em vigor 90 dias após a data
da sua publicação. Lourenço.

ANEXO I
Área Marítima de Busca e Salvamento (SAR) de Angola
Tabela de coordenadas dos pontos limite da área SAR de Angola

Área de Busca e Salvamento (SAR) de Angola


I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1381

Áreas SAR correspondentes aos Subcentros


1382 DIÁRIO DA REPÚBLICA
I SÉRIE –– N.º 61 –– DE 6 DE ABRIL DE 2023 1383
1384 DIÁRIO DA REPÚBLICA

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço. (23-2251-B-PR)

O. E. 0463 - 4/61 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2023

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