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Tutoria nº 3

23/04/2023
Diogo Gomes
Indice

1. Estruturas constitucionais da República

1.1 O Governo (2ªparte)


1.2 Caso prático exemplificativo
Estruturas constitucionais da República

1. Função Legislativa
1.1 Assembleia da República
1.2 Assembleia legislativa das Regiões Autónomas
1.3 Governo

1. Função Executiva
2.1 Governo

1. Função judicial
3.1 Tribunais
3.2 Tribunal Constitucional

1. Presidente da República
4.1 Figura moderador (designação não existente na doutrina e/ou CRP)
O governo
O Governo

Competência:
● Competência política - art. 197º
● Competência legislativa - art. 198º
● Competência administrativa - art. 199º
O Governo

Competência política - art. 197º

De destacar:

a) Referendar os atos do presidente da República (PR), nos termos do art. 140º


b) Negociar e ajustar convenções internacionais
c) Aprovar os acordãos internacionais cuja aprovação não seja da competência da
Assembleia da República (AR) ou que a esta não tenham sido submetidos
O Governo

Competência legislativa - art. 198º

Podemos dividir esta competência em quatro tipos diferentes:

1. Competência legislativa reservada


Art. 198º/2
2. Competência legislativa concorrencial
Art. 198º/1 alínea a)
3. Competência legislativa autorizada
Art. 198º/1 alínea b)
4. Competencia legislativa complementar
Art. 198º/1 alínea c)
O Governo

Competência administrativa - art. 199º

Pode-se, segundo a doutrina, afetar cada alínea a um grupo específico de funções dentro
da competência administrativa.

- Garantir a execução das leis (art. 199º alíneas c) e f))


- Assegurar o funcionamento da Administração Pública (art.199º alíneas a), b), d) e
e))
- Promover a satisfação das necessidades coletivas (art. 199º alínea g))
O Governo
O Conselho de Ministros

• O Conselho de Ministros é o órgão colegial do Governo • Competência- artigo 200ª

De destacar:

c) Aprovar as propostas de lei e de resolução


d) Aprovar os decretos-leis, bem como os acordos internacionais não submetidos à
Assembleia da República
f) Aprovar os atos do Governo que envolvam aumento ou diminuição das receitas ou
despesas públicas
O Governo

Os estatutos especiais do Governo


Por vezes o Governo não se encontra em plenitude de funções, logo, ocorre que as suas
margens de atuações, podem ser mais limitadas e isso tràs consequências importantes.

Casos em que se configura o estatuto especial:

● Governo de gestão

● Governo demissionário

● Governo com a Assembleia da República dissolvida


Presidente da República
Regime da promulgação e veto (art.136º)
O veto
É De dois tipos:
1. Veto político 🡪 Veto por discordância política ( o PR não concorda com a solução legislativa que aquele
decreto consagra)
2. Veto jurídico 🡪 Veto por virtude de um juízo constitucional ( o PR veta o decreto porque este foi declarado
inconstitucional pelo TC)

Não se devem utilizar veto jurídicos quando as razões são políticas e vice-versa
Há ainda que distinguir:

Veto suspensivo: Sempre que o PR vete um decreto da AR, neste caso a AR, pode tomar as seguintes opções para
suportar o veto:
1. Confirmar o voto por maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções;
2. Apresentar outro decreto;
3. Deixar “cair” o decreto;

Veto absoluto: Sempre que o PR vete um decreto do Governo, neste caso o Governo não pode expurgar, nem
confirmar, tem outras alternativas como ou propor á AR sobre a forma de iniciativa da Lei ou desistir da sua
pretensão. Nos casos em que os decretos sejam declarados inconstitucionais.
Caso Prático exemplificativo com resolução
Caso n1
● O Ministro dos Negócios Estrangeiros aprova um decreto-lei sobre a aquisição da cidadania de
cidadãos fora da UE.

Nenhum Ministro é competente sozinho para legislar, nos termos do artigo 200º nº1 al. d), a
aprovação de um DL é obrigatoriamente feito por deliberação do Conselho de Ministros, órgão
colegial do Governo.

● Tendo esse decreto-lei sido algo polémico e havendo quem questionasse a competência do MNE
para legislar sobre tal matéria, o MNE numa conferência de imprensa justificou-se dizendo “Este DL
na verdade é um Decreto-Lei autorizado pela AR no uso da autorização legislativa”
Como o que acima foi dito, o MNE não é competente para legislar. A mais, podemos identificar dois
problemas juridicamente relevantes:
A matéria da aquisição da cidadania é, segundo o artigo 164 al. f) matéria da reserva de
competência legislativa da AR, logo, o Governo (e não MNE) a poder legislar seria através de
autorização, por meio de uma LAL. No entanto, neste caso não é admitido autorização ao Governo,
dado que, esta matéria se encontra no elenco de matérias da reserva absoluta legislativa da AR.
Ou seja, a CRP reserva para este órgão a total densificação destas matérias elencadas no artigo
164º
Caso n2
O Conselho de Ministros, aprova um DL relativo ao período de formação inicial e de estágio de
determinados cursos de formação para magistrados com o seguinte conteúdo:

a) Revoga-se a Lei 195/2022


b) O TC é composto por 7 juízes, todos nomeados pelo Governo
c) O Ministro da Justiça é competente para julgar crimes que envolvam membros do seu
ministério.

Nos termos do artigo 198º nº1 al. b), e não estando a ser tratada nenhuma matéria do artigo 64º e 165º, o
Governo é competente para legislar sobre matéria do domínio concorrencial.

Relativa a alínea a) segundo o artigo 112º nº2 1a parte os DL e as L têm igual valor e sendo uma matéria
concorrencial, aplica-se a regra da Lei posterior revoga a Lei anterior.
Relativamente a al. b), nos termos do artigo 164º al. c) é da exclusiva competência legislativa da AR
estas matérias, pelo que, não era o Governo competente para legislar em tal matéria.Relativamente a al.
c) esta alínea viola o princípio da separação de poderes, fundamental na estrutura do Estado de Direito
Democrático e concretamente violador do artigo 11º, pelo que esta alínea se encontra ferida de
inconstitucionalidade.

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