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INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE

IPIMO
Curso: Enfermagem de Saúde Materno Infantil
Cadeira: Bioestatística

Tema: Tema: Indicadores de saúde


Conceitos gerais

Nampula
2022
Discentes

Catija Victor Albino


Ema Manuel Almeida Mora
Holandesa Benfica
Ilda Faustino
Jacila Conte Ossumane
Natália Manuel

Tema: Indicadores de saúde


Conceitos gerais

Trabalho de carácter avaliativo, a ser entregue


e apresentado na instituição de ensino na
cadeira de Bioestatística, leccionada pelo(a)
docente: dra._______________________

INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE


Nampula
2022 2
Índice
Introdução...............................................................................................................................4

Indicadores de saúde...............................................................................................................5

Proporções, coeficiente (taxa) e índices mas usados em saúde pública.................................5

Proporções mais utilizadas na área de saúde Pública.............................................................6

Coeficientes mais utilizados em Saúde pública......................................................................7

Coeficientes de MORTALIDADE:........................................................................................9

Classificação dos indicadores de saúde................................................................................11

Utilização dos indicadores de saúde.....................................................................................12

Os indicadores e a tomada de decisões.................................................................................13

Conclusão.............................................................................................................................14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................15

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Introdução

O presente trabalho subordinado a cadeira de Bioestatística, onde iremos abordar acerca dos
indicadores de saúde, de referir que indicadores de saúde são medidas estimadas de uma
dimensão de saúde de uma população em um contexto determinado. Consistem da
mensuração de variáveis individuais ou colectivas a partir da colecta de dados, a fim de gerar
algum conhecimento com o potencial de orientar decisões e acções em saúde. Podem ser
utilizados para descrever um fenómeno, prever desfechos (prognóstico), melhorar a tomada
de decisões pela gestão e a qualidade da assistência, avaliar intervenções, promover uma
causa, prestar contar e para a pesquisa em saúde.

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Indicadores de saúde

As definições de Indicador de saúde são várias. O Dicionário de Epidemiologia define


«indicador de saúde» como «uma variável que pode ser medida directamente e reflecte o
estado de saúde das pessoas de uma comunidade».

Pereira, no seu «Glossário de Economia da Saúde», define indicador de saúde como


«uma medida simples de uma das dimensões do estado de saúde de uma população».
Em termos gerais, os indicadores de saúde são medidas sumárias que reflectem,
indirectamente, informação relevante sobre diferentes atributos e dimensões da
saúde e dos factores que a determinam, incluindo o desempenho do sistema de saúde.
Um indicador de saúde é, assim, um constructo útil para a quantificação,
monitorização e avaliação da saúde e seus determinantes, quer o objecto seja uma
população, quer uma pessoa.

Os indicadores são, assim, «representantes», «traduções» dos fenómenos, que queremos


conhecer e acompanhar, numa linguagem técnica que nos convém e têm a capacidade de nos
informar acerca do seu estado e das suas mudanças relevantes. Com muita frequência, são
variáveis quantitativas, quando a natureza dos fenómenos e a tecnologia disponível o
permitem. Outras vezes são qualitativos: assim como a mudança de cor do papel azul de
tournesol indica a mudança de pH de um soluto, o simples aparecimento de um caso de
difteria numa comunidade indica que algo não correu bem com a vacinação correspondente.

Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é
preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar o
observado em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em
diferentes tempos. Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para
(VAUGHAN e MORROW, 1992):

 Analisar a situação actual de saúde;


 Fazer comparações;
 Avaliar mudanças ao longo do tempo.

Proporções, coeficiente (taxa) e índices mas usados em saúde pública


Os indicadores de saúde, tradicionalmente, têm sido construídos por meio de números. Em
geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o
nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os

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indicadores de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de
proporções ou coeficientes. As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou
mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou
taxas) representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a
população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.). Dessa
forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de
sofrer o evento que está no numerador. Excepções são o coeficiente de mortalidade infantil –
CMI– e de mortalidade materna – CMM – para os quais o denominador utilizado (nascidos
vivos) é uma estimativa tanto do número de menores de 1 ano, como de gestantes,
parturientes e puérperas expostos ao risco do evento óbito. No caso do Coeficiente de
Mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não fazem parte do denominador,
apesar de ainda terem menos de um ano de vida no ano em estudo dos óbitos. Por exemplo,
se uma criança nasceu em 31/12/1998 e morreu em 02/01/1999 (com dois dias) entrará no
numerador do CMI de 1999, mas não no denominador. Pressupõe-se que haja uma
“compensação” de nascidos vivos e óbitos de um para outro ano, de forma que o CMI é uma
boa estimativa do risco de óbito infantil.

É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices
não expressam uma probalidade (ou risco) como os coeficientes, pois o que está
contido no denominador não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no
numerador (LAURENTI et al., 1987).

Assim, a relação telefones/habitantes é um índice, da mesma forma que médicos/habitantes,


leitos/habitantes, etc. (os numeradores “telefones”, “médicos” e “leitos” não fazem parte do
denominador população). A rigor, portanto, tanto o Coeficiente de Mortalidade Infantil como
Materna não são coeficientes, mas índices. No entanto, o termo “coeficiente” já está
consolidado para ambos os indicadores.

Proporções mais utilizadas na área de saúde Pública

Como já referido, as proporções não estimam o risco do evento em uma dada população,
porém são mais fáceis de serem calculadas, pois não necessitam de denominadores, como o
número de habitantes, para o seu cálculo. Além disso são mais fáceis de se compreender, pois
seus resultados são sempre em percentuais (a cada cem pessoas, tantas morrem por doenças
do aparelho circulatório, por exemplo).

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 Mortalidade proporcional por idade: é um indicador muito útil e fácil de se
calcular. Com base no total de óbitos, faz-se uma regra de três, calculando qual a
proporção de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos ou de menores de 1 ano, por
exemplo. Duas proporções, em relação à mortalidade por idade, são mais
frequentemente utilizadas: a mortalidade infantil proporcional
(proporção de óbitos de menores de 1 ano em relação ao total de
óbitos) e a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais, também conhecida como
Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional
(proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de idade em
relação ao total de óbitos) (LAURENTI et al., 1987). Evidentemente, quanto piores as
condições de vida e de saúde, maior a mortalidade infantil proporcional e menor o
valor do Indicador de Swaroop e Uemura, pois grande parte das pessoas poderá
morrer antes de chegar aos 50 anos de vida. Nos países ricos, ao contrário, a maioria
da população morre com mais de 50 anos; assim, o Indicador de Swaroop e Uemura
será mais alto (em torno de 85%). A mortalidade proporcional por idade também pode
ser representada em gráfico, sendo conhecida como Curva de
Mortalidade Proporcional (ou Curva de Nelson de Moraes, que foi quem a propôs).
Para isso, primeiro devemos calcular todos os percentuais correspondentes às
seguintes faixas etárias: menor de 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 19 anos, de 20 a 49 anos
e de 50 anos e mais (a soma de todos os percentuais dessas faixas etárias deve dar
100%).
 Mortalidade proporcional por causas de morte: é a proporção que determinada
causa (ou agrupamento de causas) tem no conjunto de todos os óbitos. Por exemplo, a
mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório é a proporção de
óbitos por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no mesmo
período e local.

Coeficientes mais utilizados em Saúde pública

Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças


(morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).

Coeficientes de MORBIDADE (doenças):

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a) Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos)
de uma doença na população. Pode ser calculado por regra de três ou através da
seguinte fórmula:

b) Coeficiente de prevalência da doença: representa o número de casos presentes


(novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo
especificado. É representado por:

Para comparar o risco de ocorrência de doenças entre populações usa-se, dessa forma, o
coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da doença em uma
população. O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente
de incidência multiplicado pela duração média da doença (LILIENFELD e LILIENFELD,
1980). Portanto:

Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem
(incidência), é afectada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre
comunidades, devido a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços
de saúde, condições nutricionais da população, etc. Assim, quanto maior a duração média da
doença, maior será a diferença entre a prevalência e a incidência. A prevalência é ainda
afectada por casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que saem (emigram),
por curas e por óbitos. Dessa maneira, temos como “entrada” na prevalência os casos novos
(incidentes) e os imigrados e como “saída” os casos que curam, que morrem e os que
emigram. Assim, a prevalência não é uma medida de risco de ocorrência da doença na
população, mas pode ser útil para os administradores da área de saúde para o planejamento de
recursos necessários (leitos hospitalares, medicamentos, etc.) para o adequado tratamento da
doença. Dois tipos de coeficientes de prevalência podem ser utilizados: o coeficiente de

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prevalência instantânea ou pontual ou momentânea (em um tempo especificado) e o
coeficiente de prevalência por período.

c) Coeficiente de letalidade: representa a proporção de óbitos entre os casos da doença,


sendo um indicativo da gravidade da doença ou agravo na população. Isso pode ser
uma característica da própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma doença que
apresenta 100% de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de factores que
aumentam ou diminuem a letalidade da doença na população (condições
socioeconómicas, estado nutricional, acesso a medicamentos, por exemplo). É dado
pela relação:

Seu resultado é dado, portanto, sempre em percentual (%). Não deve ser confundido com
coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e representa o risco de óbito
na população. A letalidade, ao contrário, representa o risco que as pessoas com a doença têm
de morrer por essa mesma doença.

Coeficientes de MORTALIDADE:

a) Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito na


comunidade. É expresso por uma razão, e pode ser calculado, como todos os demais
coeficientes, também através de regra de três simples (se numa população de 70.000
habitantes tenho 420 óbitos, em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o parâmetro
que permitirá comparar com outros locais ou outros tempos):

Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar o nível de saúde de
diferentes populações, pois não leva em consideração a estrutura etária dessas populações (se
a população é predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente geral de mortalidade alto
para uma população mais idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que tinham para
viver e, por isso, estão morrendo. Já para uma população mais jovem estaria significando
mortalidade prematura.

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b) Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as
crianças nascidas vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É
considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde de uma
comunidade. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte razão:

Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil
de uma localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu
denominador (nascidos vivos) podem apresentar problemas de classificação. Para evitar
esses problemas, o primeiro passo é verificar se as definições, citadas pela Organização
Mundial de Saúde (1994), estão sendo correctamente seguidas por quem preencheu a
declaração de óbito da criança. Estas definições são as seguintes:

 Nascido vivo: é a expulsão ou extracção completa do corpo da mãe,


independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois
da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos
do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efectivos dos músculos de
contracção voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não
desprendida a placenta.
 Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da extracção
completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito
se o feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de
vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos
efectivos dos músculos de contracção voluntária.
 Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de
completar um ano de idade. Dessas definições, fica claro que uma criança que nasceu
viva, nem que tenha apresentado apenas batimentos do cordão umbilical, e morrido
em seguida, deve ser considerada como óbito de menor de 1 ano (óbito infantil) e
entrar no cálculo do coeficiente de mortalidade infantil (CMI). Nesse caso, deve ser
emitida uma Declaração de Nascido Vivo (DN) e uma Declaração de óbito (DO),
indicando que se trata de óbito não fetal, e providenciados os respectivos registros de
nascimento e óbito em cartório de registro civil. Caso essa criança tivesse,
erroneamente, sido classificada como óbito fetal (natimorto), além de possíveis

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problemas com relação a transmissão de bens e propriedades (direito civil), ainda
teríamos um viés no cálculo do coeficiente de mortalidade infantil e neonatal.

Um “índice” expressa situações multidimensionais.

Por exemplo: Índice de Apgar.

O índice de Apgar reúne cinco dimensões (frequência cardíaca, respiração, tónus muscular,
irritabilidade reflexa e cor da pele), que são avaliadas no 1º., 5º. e 10º. Minuto após o
nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2 para avaliar as
condições gerais do recém-nascido. No fundo, porém, deve prevalecer “indicadores de saúde”
para designar todo este campo de conhecimento. O índice de Apgar não deixa de ser um
indicador.

Classificação dos indicadores de saúde

Indicadores sobre o estado de saúde

Internações realizadas, serve como indicador das condições de saúde, demanda e oferta de
serviços.

Exemplo de Indicador: Proporção de internações por causas externas; Taxa de internações


por Infecção Respiratória Aguda (IRA) em menores de 5 anos.

Usos: Condições de saúde, subsidio ao processo de planejamento, gestão e avaliação de


políticas públicas, mensuração de desigualdades.

Indicadores sobre recursos

Aqueles que medem os recursos materiais e humanos relacionados às actividades de saúde.

Exemplos: número de unidades básicas de saúde, número de profissionais de saúde, número


de leitos hospitalares e número de consultas em relação a determinada população (Laurenti e
cols., 1987).

Indicadores sobre actividades

Utilização de serviços de saúde, como internações, consultas médicas, realização de exames.

Exemplos de Indicadores: Consultas Médicas realizadas, por habitante/ano; Número de


procedimentos complementares por consulta.

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Usos: Avaliar o acesso e utilização de serviços, a gestão das políticas públicas, identificar
desigualdades ou carências locais e regionais.

Indicadores de qualidade

Um dos grandes desafios dos profissionais da saúde é medir a qualidade dos serviços de
saúde. Nesse contexto, os indicadores de saúde são grandes aliados pois consistem em uma
métrica capaz de quantificar a qualidade do atendimento das instituições de saúde. Por
exemplo: esses indicadores têm o potencial de apontar possíveis pontos de atenção na
internação de um paciente ou até de mostrar como anda os resultados da instituição em saúde
como um todo. Os indicadores também revelam quais são os possíveis melhores caminhos
que devem ser seguidos em casos específicos de cada paciente. Ainda, também demonstram
como está a situação actual dos pacientes e a meta de chegada.

Indicadores sensíveis ao género

Os indicadores sensíveis à dimensão de género permitem a medição de alterações nas


relações entre homens e mulheres numa determinada área política, programa ou actividade,
bem como de alterações no estatuto ou na situação de homens e mulheres.

Utilização dos indicadores de saúde

Os indicadores de saúde são utilizados como ferramenta para identificar, monitorar, avaliar
acções e subsidiar as decisões do gestor. Por meio deles é possível identificar áreas de risco e
evidenciar tendências. Além desses aspectos, é importante salientar que o acompanhamento
dos resultados obtidos fortalece a equipe e auxilia no direccionamento das actividades,
evitando assim o desperdício de tempo e esforços em acções não efectivas. Considerando a
informação como subsídio para o planejamento de uma equipe de trabalho, precisaremos
escolher quais indicadores serão usados em nosso planejamento, quando então, a partir desta
escolha, vamos reflectir a respeito dos instrumentos de colecta de dados, uma vez que a
"alimentação" correta destes instrumentos é condição necessária para obtenção do resultado
final do processo que reflicta as situação real, qualquer inconsistência neste resultado,
comprometerá o valor da informação, portanto, quanto mais simples e compreensível for o
instrumento de colecta, melhor será essa captação e seu resultado final. O monitoramento
deste processo, desde a captação do dado até os relatórios finais é imprescindível, pois a
confiança do usuário no indicador está relacionada à segurança de que a informação obtida
reflecte uma realidade e não mera percepção não fundamentada.

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 Descrever a situação de saúde de um indivíduo ou população;
 Avaliar as mudanças ou tendências durante um período de tempo;
 Avaliar a eficácia e impacto de um programa.

Para Mainz, os indicadores podem ser usados para:

 Documentação da qualidade da assistência;


 Comparação entre instituições e em uma mesma ao longo do tempo;
 Avaliação;
 Estabelecimento de prioridades;
 Demonstração da confiabilidade e transparência dos serviços prestados frente à
sociedade;
 Melhoria contínua da qualidade.

A utilização de indicadores de saúde permite o estabelecimento de padrões e sua evolução ao


longo dos anos

Os indicadores e a tomada de decisões


Quer para garantir a disponibilidade de combatentes ou de trabalhadores, quer
para apoiar a reorganização social, ou para planear a ajuda aos mais desfavorecidos, a
informação sobre uma ou mais dimensões da saúde que funda mente decisões e permita
antecipar ameaças à saúde da população tornou--se cada vez mais importante ao longo da
história. Tal como na abordagem clínica, cujo objecto do interesse e actividade profissional é,
em primeiro lugar, a pessoa, também na abordagem de saúde pública, cujo objecto é a
população, é indispensável caracterizar as diversas dimensões do estado de saúde e dos seus
factores determinantes. Em ambas, esse diagnóstico concretiza-se através da tradução das
características de interesse em variáveis, quantitativas ou qualitativas, cujos valores, os
dados, são medidas indirectas da realidade e podem ser utilizados como seus indica dores. A
utilidade dos indicadores em Saúde Pública radica no seu potencial para
melhorar a qualidade das intervenções e permitir a avaliação do seu impacto
na saúde da população, melhorar a qualidade dos sistemas de informação
de saúde, sugerir necessidades de conhecimento e, consequentemente, linhas de investigação.
No entanto, apesar dos indicadores de saúde serem construídos com métodos científicos,
predominantemente quantitativos, a sua utilização não é muitas vezes feita de forma neutral,
uma vez que um indicador pode classificar uma situação como «favorável» ou
«desfavorável» e a sua monitorização pode revelar uma tendência «desejável» ou
«indesejável». Assim, o método de cálculo de um indicador.

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Conclusão

É importante considerar que os resultados de indicadores que se baseiam em números


pequenos (por exemplo, com base em dados de apenas um ano de uma área de abrangência
de uma Unidade Básica de Saúde ou de uma cidade muito pequena) podem apresentar o que
se chama de “variação aleatória”. Por exemplo, se uma determinada área de abrangência tem
150 nascidos vivos no ano e nenhum morrer, o coeficiente será zero; se ocorrer 1 óbito
infantil, o coeficiente de mortalidade infantil será de 6,7 por mil nascidos vivos. Se ocorrerem
2 óbitos nessa mesma comunidade, o coeficiente passará para 13,3 por mil nascidos vivos, ou
seja, uma variação (aleatória) bastante grande.

Para finalizar, deve-se considerar que os indicadores de medidas do nível de saúde baseiam-
se em números. Números, entretanto, que representam pessoas que vivem em determinada
comunidade, que nasceram, adoeceram ou morreram. Além de servirem para avaliar o nível
de saúde de uma comunidade, esses indicadores medem, indirectamente, seu nível de vida
(condições de moradia, nutrição, etc.).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M.Z. Introdução à epidemiologia moderna. 2. ed.


Belo Horizonte: Coopmed; Salvador:
APCE Produtos do Conhecimento; Rio de Janeiro: Abrasco, 1992. BARATA, R.C.B. O
desafio das doenças emergentes e a revalorização da epidemiologia descritiva. Revista de
Saúde Pública, São Paulo, v. 33, n. 5, p. 531-7, out. 1997.
BRAGA, L.F.C.O. et al. Relatório dos comités de mortalidade materna do Paraná – 1991.
Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano I, n. 7, p. 29-49, dez. 1992.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Classificação Estatística Internacional


de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, décima revisão. São Paulo: Centro
Colaborador da OMS para Classificação de Doenças em Português, 1994. v.2.

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