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Capítulo 7- Teoria do Produtor

1.1-Os custos do produtor sem poder de mercado


Produzir ou vender mais quanto mais o preço sobe
A disposição de vender, é do lado da oferta, em função dos custos que comporta: o que
produzir, quanto produzir, como produzir, como vender. São decisões na ponderação de
custos.
Objetivo do produtor: O rendimento total supere o custo total, de forma a beneficiar
da diferença entre estes dois valores, ou seja, o lucro:
Rendimento total: é o somatório do produto de todas as vendas alcançadas. É a
multiplicação do número total de unidades vendidas pelo preço de cada unidade.
Custo Total: é o somatório de todas as despesas que o produtor incorreu para que os
bens fossem produzidos e chegassem ao mercado, ou seja, é a multiplicação do número
de unidades vendidas pelo custo de cada unidade.

Lucro económico e lucro contabilístico


Custos explícitos: conjunto de valores que correspondem à disposição de pagar do
vendedor em relação aos fatores com que foram produzidos os bens e serviços que
vende, foram efetivamente alienados em pagamento, na troca por esses bens e serviços.

Custos implícitos:
 O custo é um elemento decisivo das opções económicas, e ele há de abarcar tudo
aquilo que é ponderado nelas, nomeadamente, as vantagens comparativas.
 O uso por um produtor dos seus próprios recursos, mas usá-los mesmo o priva
de lhes dar uso alternativo e rentável.
 É o custo de oportunidade.
 Há custos implícitos que consistem em rendas, lucros e juros que deixam de ser
obtidos. “lucro normal.”

 É a diferença líquida entre o melhor saldo e o segundo melhor sado, entre o


saldo superior e o custo de oportunidade que o saldo inferior representa, que
decide a direção do investimento

Lucro contabilístico- RT- Custos explícitos


Lucro económico=Lucro contabilístico- (Custo explicito+ custo implícito)
Os ganhos contabilísticos serão sempre superiores aos ganhos económicos, portanto, o
lucro contabilístico é sempre superior. O lucro económico tem em conta o custo de
oportunidade e o lucro contabilístico tem em conta os custos explicitos

Função de Produção e Produto Marginal


Função de Produção: Relação qualitativa entre aquilo que é empregue na produção e
aquilo que dela resulta.

Produto marginal: Variações de quantidade produzida que resulta da variação, em


unidade, da quantidade de alguns fatores produtivos.
Decréscimo do produto marginal, que resulta:
- Efeitos de saturação decorrentes da utilização de quantidades cresecentes de alguns
fatores em combinação com fatores fixos ou fatores cujas quantidades não podem variar
tão rapidamente como as daquelas.
Se se puder aumentar a escala de produção, o problema de decréscimo do produto
marginal desaparece.
Tendência para o decréscimo do produto marginal equivale a dizer tendência para o
aumento dos custos marginais. A contratação de novos trabalhadores agrava ambos.
Tendência para o aumento dos custos marginais equivale dizer que os custos totais
tendem a agravar-se.

Custos Fixos, Variáveis, Totais, Marginais e Médios


Custo fixo: é associado aos fatores cuja quantidade não se altera com os níveis de
produção
Custos Variáveis: Custos referentes ao emprego de trabalhadores no processo
produtivo: a quantidade altera-se com os níveis de produção.
Custos Totais- É a soma dos custos fixos com os custos variáveis
Valores médios: quanto custa produzir cada unidade
Valores marginais: quanto custa produzir mais de uma unidade.
Custos médios totais: é a soma dos custos fixos médios e os custos variáveis médios ou
o quociente do custo total pelo número de unidades produzidas.
Equivale a dizer os custos por unidade produzida, na medida que é a combinação de
dois fatores com tendências opostas, uma descente e a outra ascedente.
Custos fixos médios: quanto mais se produz mais se diluem os custos fixos pelo
número de unidades produzidas.

Custos variáveis médios: Tem tendência a crescer, numa evolução que se agrava à
medida que se atinge a saturação no processo produtivo, confirmando a tendência a
curto prazo para a produtividade marginal decrescente.

Relação entre custos valores médios e marginais


Escala de eficiência ou dimensão ótima: o ponto em que são mínimos os custos
médios, esse ponto que minimiza os custos médios totais.
Ponto critico- A produção faz-se a custos médios crescentes a partir do qual, o lucro por
unidade, isto é, a diferença entre o preço e o custo médio, nunca voltará a ser o tão
grande.
O custo marginal tem tendência para crescer.

Valor Médio e Valor Marginal:


1- Enquanto um valor médio for inferior ao valor marginal, este descerá.

2- Sempre que o valor marginal for superior ao valor médio, este subirá.
3- As variações dos valores marginais arrastam com ele as variações dos valores
médios.

4- Se o valor marginal que é superior ao valor médio registar uma tendência


descendente ou se o valor marginal que é inferior ao valor médio registar uma
tendência ascendente: a amplitude dos valores convergirá num ponto em que os
valores coincidentes

5- Se o valor marginal que é superior ao valor médio registar uma tendência


ascendente e se valor marginal que é inferior ao valor médio registar uma
tendência descendente, a amplitude dos valores divergirá progressivamente.

Os Custos no Curto e no longo prazo


 Para o produtor, a noção de curto e longo prazo é balizada pela possibilidade de
conversão de custos fixos em custos variáveis.
Curto Prazo: Aquele intervalo de tempo dentro do qual pelo menos um dos fatores
de produção é fixo e são fixos os custos inerentes a esse fator.
Longo prazo: O período de tempo que para aquele produtor é necessário para tornar
variáveis todos os fatores, e, portanto, também os correspondentes custos
Nota: Não há, em princípio, custos fixos no longo prazo, por isso a perspetiva de
custos a longo prazo é a da afetação economicamente eficiente de todos os recursos.
Há custos que não deixam de ser fixos nem no longo prazo: os custos que uma
empresa não pode deixar de incorrer pelo simples facto de funcionar:
- Custos da contratação de um serviço de vigilância (custos de funcionamento)

Lei do rendimento marginal decrescente: À medida que se combinam fatores


variáveis com uma dada quantidade de fatores fixos, o rendimento dos fatores
variáveis tende a descer.
Aumento de escala da produção- o aumento proporcional de todos os fatores de
produção.

Rendimentos de Escala
Uma variação da escala de produção pode resultar num de três desfechos:
1- Ou a produção aumenta proporcionalmente ao aumento da escala, ao aumento
combinado de todos os fatores- temos “rendimentos constantes à escala”

2- Ou a produção aumenta menos do que proporcionalmente em relação ao


aumento da escala, temos “perdas de escala” ou “rendimentos decrescentes à
escala”

3- Ou a produção aumenta mais do que proporcionalmente em relação ao aumento


da escala e temos “economias de escala”, “ganhos de escala” e “rendimentos
crescentes à escala.”

 Quando se aumenta a escala é muito natural, que se verificasse “economias de


escala”, ou seja, abaixamento dos custos médios e obtenção de rendimentos
crescentes.

 As economias de escala são características tecnológicas do produtor que lhe


permitem realizar quebras nos custos médios de longo prazo quando a produção
aumenta, traduzindo-se “curva de custos médios de longo prazo” descendente.
 Tipicamente surgem economias de escala em unidades de produção com
custos fixos elevados e baixos custos marginais, que mantém o seu valor
reduzido até se alcançar elevados volumes de produção.

 A expansão da produção pode fazer-se a custos médios decrescentes até se


atingirem volumes de produção suscetíveis de assegurarem ao produtor uma
posição de poder de mercado.
Curvas de aprendizagem: quanto mias se produz mais se aprende a reduzir custos
através de incrementos tecnológicos, de modo a que os custos marginais tendem a ser
decrescentes.
Similares às economias de escala são as economias de gama: as que registam a
produção combinada de dois bens, cuja produção em separado implicaria a duplicação
dos custos.
A existência de economias de escala é um dos atrativos para o aumento das dimensões
de produção no longo prazo até porque a escala de eficiência ocorre a níveis muito
superiores ao da produção
A escala de eficiência deve se deslocar no mesmo sentido de expansão da empresa:
 A expansão não pode perturbar a eficiência
 A minimização dos custos
 Nem reduzir os custos médios totais
A curva de custos médios em formato de U é um ponto de referência à planificação da
atividade pelo produtor e às suas decisões de curto prazo de abaixamento dos custos
médios até esse limite de possibilidades de eficiência
Na escala mínima de eficiência- o custo médio a longo prazo atinge o seu valor mais
baixo- máxima de eficiência

Economias de escala externa e Externalidades Positivas


Economias de escala interna:
1) Eficiência técnica: a capacidade de se empregar maquinaria muito eficiente, mas
muito dispendiosa, como custo fixo inicial.

2) Eficiência empresarial: dada a dimensão permite aumentos de especialização nas


tarefas de gestão e de coordenação.

3) Vantagens financeiras: acesso mais favorável ao crédito bancário

4) A possibilidade de descontos quantidade na compra de publicidade ou de


recursos e de matérias-primas.
5) Sinergias de dimensão nos esforços de investigação e desenvolvimento.

Quanto às economias de escala externas:


1- A presença local de uma vasta mão-obra especializada
2- A existência de uma rede instalada de assistência ou de distribuição
3- A eficiência e dimensão das infraestruturas disponíveis.
As economias de escala externa são um “ambiente empresarial fértil”, que tira proveito
do carácter de informação como bem público

Externalidades positivas:
 São criadas dentro das aglomerações
Ex de aglomerações: a formação de clusters de empresas, aglomerações
geográficas de produtores, justifica-se em larga medida pela possibilidade, que a
proximidade que potencia, de formação de externalidades positivas.

 São partilhadas por todos aqueles que nela se encontram- razão pela qual elas
constituem o fenómeno de externalidades de rede

 São a razão do sucesso económico do fenómeno da urbanização, que assegura


um ambiente propicio à polinização cruzada de produtores.

 A noção de externalidade positiva implica, por si mesma, que a produção


entregue aos impulsos espontâneos do mercado, ficará aquém daquilo que se
possa considerar como um ótimo de bem-estar social.

 Dão origem ao fenómeno de aglomeração geográfica (ruas de comércio, centros


comerciais) e que permite reduzir os custos médios.

Perdas de Escala:
A expansão pode ser impedida por perdas de escala: os rendimentos decrescem e os
custos médios começam a crescer para níveis superiores aos custos mínimos registado
na escala de eficiência
Os custos médios foram ultrapassados pelos custos marginais.
O QUE DETERMINA ESSES AUMENTOS DOS CUSTOS MÉDIOS?
 Aumentou-se o número de trabalhadores e isso pode implicar problemas de
eficiência na coordenação e na supervisão de uma tal massa laboral
 Agravam-se os problemas sociais de saúde, segurança, etc….
 A curva dos custos médios a longo prazo torna-se ascendente.

A perda de escala tem uma vertente interna e externa:


1. Quanto às fontes internas de perda de escala.

 A crescente manifestação de fatores de ineficiência na divisão de trabalho-


desumanização, rotina.
 A saturação dos locais ou dos instrumentos de trabalho
 A crescente dificuldade de coordenação e supervisão
 A perda de comunicação interna e o aumento da complexidade das cadeias de
decisão

 A perda de coesão e da solidariedade, do espírito de grupo, entre os


trabalhadores.

2. Fontes externas de perdas de escala:

 A crescente escassez de mão- de obra especializada próxima do local da


produção
 A crescente raridade de instalações disponíveis
 A crescente saturação das infraestruturas e o agravamento do tempo e de
transporte.

Nas fontes internas de perdas de escala destaca-se a teoria da “ineficiência-X”, que


poderíamos caracterizar como a flacidez da empresa, a sua falta de agilidade, em geral
provocada pela falta de concorrência.

Opções de Investimento
Investimento- aquisição de um bem, de um ativo na perspetiva da obtenção de
rendimentos na exploração desse bem ou mais valia na sua alienação.

Um investimento pode ser:


1) Real: se consiste na aquisição de bens de capital que sejam empregues no
processo produtivo

2) Financeiro: se se limitar ao mútuo ou ao deposito de fundos juntos de mercados


ou instituições especializadas.
Esses fundos são encaminhados na direção daqueles que necessitam para realizar
os seus investimentos reais. São encaminhados para as pessoas que estejam
dispostas a gastar mais do que aquilo que lhes é permitido pelo seu rendimento
corrente.
Em termos intemporais- o investimento justiça-se enquanto for positivo o valor presente
líquido dos bens de capital, ou seja, a diferença entre o valor presente do rendimento
gerado pelo capital e o custo presente desse capital

Depósitos e investimento direto de bens


 A forma mais segura de investimento e de aversão ao risco é o depósito bancário

 O levantamento do capital e o pagamento de juros está assegurado.

 Assegura a liquidez: a suscetibilidade de conversão rápida e a baixo custo e sem


significativa perda de valor, do investimento em moeda.

 Fosso de assimetria informativa entre o banco e os seus clientes, no qual pode


estar aludido o risco moral.

 O banco dispõe de mais vantagem informativa sobre os seus clientes é capaz de


retirar benefício à custa dos seus clientes.

 Quase todos os governos procuram reforçar a segurança do sistema bancário:


garantindo os depósitos, bloqueando os levantamentos maciços e atitudes de
pânico.

Obrigações
Subscrição de títulos obrigacionistas, ou seja, o empréstimo de capital financeiro a uma
empresa, por prazo determinado.
A segurança do investimento é elevada já que o investidor fica na posição de credor da
empresa.
A empresa ou estado emite/põe na bolsa e o investidor compra.
Problemas deste tipo de investimento:
1- Problemas de liquidez que dificultam a recuperação antecipada do capital
mutuado por meio de venda de títulos
2- O risco existe sempre porque a renumeração convencionada pode ser destruída
pela inflação
3- A subida de taxas de juro no mercado são más noticias para os subscritores de
obrigações a longo prazo, dado que a descida das taxas de juro permite
desbloquear a liquidez

As taxas de juro das obrigações devem ser tanto mais elevadas quanto mais longo for o
prazo.

Ações
É a compra de ações que confere ao seu titular algumas especiais prerrogativas, visto
que o colocam na posição de sócio ou comproprietário da empresa.
A segurança do investimento é muito menor porque não garante a recuperação do
montante investido e pode perder-se em caso de falência.
A renumeração do investimento é sempre superior às obrigações, não tendo limite
máximo.
Aqui fala-se em dividendos distribuídos aos acionistas.
Os títulos emitidos pelo Estado renumeram, em média, muito abaixo das ações, já que
espelham fielmente a compensação pelo risco.
As ações são o espelho do valor corrente do capital das sociedades emitentes.

Como minimizar o risco e aumentar a liquidez das obrigações?


1- Estabelecimento de fundos de investimento em ambiente de mutualidade

Fundos nos quais os investidores participam pondo em comum os seus recursos, o que
permite;
a) A diversificação da compra de títulos
b) Uma gestão profissional dos títulos
c) Alcançar uma determinada dimensão atomística

Mercado Eficiente
 Num mercado eficiente, o preço refletiria as características dos bens de
investimento
 Não é possível alcançar ganhos extraordinários, ou beneficiar de preços baixos.

 Aquele que quisesse investimentos com mais elevada esperança de ganhos teria
que pagar um preço mais elevado, assumir maiores riscos e menor liquidez

 Aquele que com menor pendor especulativo, quisesse fazer investimentos de


longo prazo sem se importar com a liquidez ou o risco teria que pagar um preço
baixo.

 Não é possível adotar uma estratégia racional para vencer o mercado, ou seja,
para obter vantagens comparativas através de tipos de informação que não
estejam incorporadas no preço.

 A única forma de vencer nele seria apostar em variações inesperadas de preços.

 Nos mercados financeiros, a ideia de arbitragem é a de que em equilíbrio, os


preços devem colocar todos os investidores numa posição indiferente entre
comprarem e venderem, pois, qualquer outro peço os colocará numa posição
indiferente.

Passeio Aleatório em Bolsa


Os ganhos médios no longo prazo de “vitórias de mercado” dependeriam do simples
“passeio aleatório”, ou seja, a “não estratégia” de compras e vendas dos bens de
investimento arbitrariamente decididas, gravitando em torno do preço, ele próprio
aleatório.
Aleatória- a característica da variável que não é totalmente predeterminada pelas
demais variáveis disponíveis, nem pela sua própria tendência evolutiva anterior.
No longo prazo, anuladas reciprocamente as oscilações aleatórias de preços, o mercado
financeiro espelha o valor das empresas emitentes de títulos.

Dispersão de Risco na Carteira de títulos


 Os investidores conseguem obter vantagens através da simples escolha de
carteira de títulos diversificada.

 Uma carteira de títulos cujas cotações de mercado evoluem no mesmo sentido


(cotações +1) tem maior risco

 Uma carteira de títulos cujas cotações de mercado evoluem em sentidos opostos


(cotações tende para -1) as cotações tendem reciprocamente a compensar o seu
risco.
 Beta: amplitude dos desvios das cotações de cada título em relação à tendência
central de mercado.

 Uma carteira de elevado “beta” vem acompanhada de uma elevada


probabilidade de ganhos ou perdas fortes e atraente para os investidores com
baixa aversão ao risco.

 Títulos com o mesmo beta tenderão a oferecer ao investidor o mesmo nível de


renumeração.
Nota: Uma carteira de títulos não se pauta por simples atitudes de otimização do
ganho e da maximização do risco, mas pelo género de desvios face a uma pura
racionalidade.
Ex: preferência pelos títulos nacionais em detrimento dos títulos estrangeiros.

As empresas e a Racionalidade limitada


Para as empresas a fonte de maior financiamento é o investimento das famílias.
A forma jurídica da empresa é fruto da necessidade social de criação de agentes dotados
de responsabilidade limitada e por isso capazes de arcarem com projetos rodeados de
risco. E que a maioria não estaria disposta a assumir dada a aversão ao risco.
Colaboração entre a Economia e a Psicologia (atitudes de egoísmo e altruísmo no
consumo, na formação de expectativas, na especulação bolsista, nos leilões).

(o resto no livro)

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