You are on page 1of 2

SILÊNCIO

Senhor, estou farto de altos clamores


que geram confusão
em turbilhão,
estou farto do ribombar dos tambores
e do troar do canhão,
que geram a destruição,
estou farto de ruidosa poluição
que entope e rebenta o tímpano
do meu saturado espírito.

Quando se calam as vozes


atrozes
em agitações
de podres
corações
da tragédia humana?

Quando se calam as vozes vis


dos homens e mulheres,
que deixam tais heranças

até nas crianças,


que não são filhos deles,
e a tua também quando te ris?

Quando é que todo o bulício jaz


no puro e magno silêncio,
para ressuscitar no eterno compêndio
do Amor e da Paz?

Psicografia de Jorge Pedro F.S.

You might also like