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Resumo - Comportamento Consumidor - Prova 1 - Final
Resumo - Comportamento Consumidor - Prova 1 - Final
“Amar a cerveja sobre todas as coisas” - uma análise da subcultura de consumo de cerveja
artesanal e o sentimento de devoção no consumo
Dick Hebdige (1979), o conceito de subcultura refere-se a um grupo de pessoas que desafiam os
significados culturais dominantes associados a produtos culturais. As subculturas representam
grupos de indivíduos que se destacam da cultura predominantes em uma sociedade. Eles fazem
isso desafiando as normas e significados culturais que são considerados convencionais, podendo
ocorrer por meio de estilos de vida alternativos.
As subculturas não são estáticas, elas evoluem e podem absorver novos elementos ao longo do
tempo. As subculturas continuam a se adaptar e se atualizar incorporando influências
contemporâneas e respondendo a mudanças culturais. Apesar das mudanças, as subculturas
compartilham certas crenças, valores, símbolos e estilos que tem significados para eles.
As subculturas desempenham um papel importante na diversificação cultural e na expressão
individual, permitindo que os membros desafiem as normas culturais dominantes e construam
identidades alternativas. As subculturas não apenas se adaptam ao longo do tempo, mas
estabelecem redes de significados compartilhados que unem membros em torno de valores,
crenças e modo de vida comuns. Schouten e McAlexander (1995) ofereceu bases para a
compreensão a respeito das subculturas de consumo enquanto estruturas sociais constituídas por
indivíduos que compartilham significados e valores mútuos a partir de um objeto ou atividade
de consumo em comum.
A união de indivíduos em grupo, como subculturas ocorre porque eles compartilham traços de
identidade compatíveis, pois é o semelhante que impulsiona e resulta na sensação de
pertencimento, identificação, reforço de identidade e cooperação dentro desses grupos,
refletindo diretamente na formação de comunidades com base na afinidade social e na busca de
conexões com outros que compartilham interesses e valores semelhantes. Na sociedade
contemporânea há uma ampla gama de subculturas, essa diversidade enrique a sociedade e
permite que as pessoas escolham onde desejam se envolver com base em suas próprias
afinidades. As subculturas proporcionam senso de pertencimento, os membros se apoiam e
aprendem uns com os outros e desfrutam de atividades em comum. A interação com outros
membros da subcultura pode ajudar a reforçar a identidade pessoal, pois quando um indivíduo
se une a subculturas com traços de identidade semelhante, esse experimenta senso de
pertencimento e identificação, pois se sentem parte de uma comunidade que valoriza e
compreende as mesmas coisas que ele, desempenhando um papel fundamental na construção de
identidade individual, pois quando as pessoas possuem traços de identidades compatíveis há
uma base em comum que as une.
Gopaldas (2014) os sentimentos não são mediadores de práticas ou comportamentos, mas
interagem com discursos e práticas de forma a auxiliarem na construção de um sentido para o
mundo. O’Guinn e Belk (1989) o consumo passa a ocupar o espaço de outras atividades sociais
humanas, trazendo significado para as pessoas e moldando suas identidades. Marcas e consumo
tornam-se tradições da cultura moderna, assim como a devoção ajuda os consumidores com a
autorrealização e autoidentificação por meio de experiencias e crenças compartilhadas.
A ideia de que comunidades de consumidores devotos têm se transformado em cultos que
lembram estruturas religiosas é um conceito que sugere que o consumo e lealdade a certos
produtos ou marcas podem assumir características semelhantes às práticas religiosas, conhecido
como consumer cults (Tumbat e Belk, 2005).
Em algumas comunidades de consumidores, os membros desenvolvem uma reverência intensa
por certos produtos ou atividades de consumo, essa reverência pode ser comparada à adoração
de objetos religiosas. Os membros podem ver esses produtos como algo que transcende a sua
utilidade simples e assume um significado simbólico mais profundo. Muitas vezes esses
consumidores devotos criam suas próprias mitologias relacionadas a produtos ou marcas,
acompanhando não apenas o produto, mas a marca e história/trajetória da empresa e fundador.
Pois, os fundadores dessas empresas são tudo como líderes visionários no mundo do consumo.
Além disso, os membros dessas comunidades muitas vezes demonstram forte coletivismo e
lealdade a causa. Eles se sentem parte de um propósito maior e estão dispostos a defender e
promover sua comunidade e produtos ou práticas de consumo preferidas. A devoção é expressa
no consumo através de diferentes tipos de rituais, coleções ou mesmo santuários.
Wallendorf e Sherry (1989) destacam que o comportamento do consumidor pode adotar
características que se assemelham ao sagrado quando os atos de consumo são realizados com
respeito, veneração, temor e deferência máxima. Quando os consumidores tratam o ato de
consumir com respeito, isso implica que eles consideram esse ato significativo e importante em
suas vidas, o que envolve certa valorização pelo produto. A veneração é quando o consumidor
desenvolve um profundo respeito ou adoração por certo produto mostrando certa lealdade. O
temor em relação ao consumo se manifesta quando os consumidores têm medo de fazer
escolhas erradas e perder oportunidades na hora da compra. Sendo, quando o consumo é tratado
com respeito, veneração e temor assumi características sagradas, transcendendo o ato de
consumir como algo de grande importância na sua vida, tornando símbolos de significado o
profundo e valores pessoais. Isso mostra quando o comportamento do consumidor e o consumo
podem ser mais do que uma simples transação comercial, mas uma parte integral da vida e
identidade das pessoas.
O consumidor devoto é aquele que, a partir de um processo de sacralização do objeto desejado,
desenvolve um comprometimento afetivo com o produto e se engaja em procedimentos de
sustentação desta sacralização, que representam investimentos do consumidor na manutenção
do comprometimento com a atividade de consumo (PIMENTEL; REYNOLDS, 2004). Sendo
assim, a devoção ocorre no momento do comprometimento afetivo e é sustentada com atos de
participação regular em rituais e exposição dos itens de sua coleção. Sendo assim, a definição de
consumidor devoto é aquela onde o consumidor apresenta comprometimento afetivo
acompanhado de comportamentos proativos de sustentação do objeto adorado destacando a
relação profunda e intensa que o consumidor tem com o produto, marca ou prática de consumo
específica.
A tribo do surf: uma cultura de consumo local ou global? Perspectivas a partir de uma
investigação no Brasil
O que um indivíduo consome tem um papel significativo em moldar sua identidade e a
mensagem que ele transmite sobre si próprio para a sociedade. O consumo não se limita apenas
em adquirir bens e serviços, mas é também uma forma de autoexpressão e comunicação. Os
produtos que um indivíduo escolhe consumir reflete seus gostos pessoais, valores e identidade, é
uma forma de se expressar e se valorizar. O consumo é uma maneira de comunicar valores,
estilo de vida, pertencimento a determinados grupos ou comunidades. Por exemplo, um
indivíduo que compra produtos orgânicos pode estar comunicando que é uma pessoa
preocupada com sustentabilidade. Ao escolher determinada marca a pessoa pode estar se
associando a sua imagem a marca. O ato de consumir certos produtos pode influenciar a
autoestima ou autoconfiança de uma pessoa. A aquisição de algo desejado pode gerar
sentimentos positivos, ajudando a reforçar a autoestima. As escolhas de consumo também
podem se adaptar ao contexto social e expectativas culturais. Os indivíduos podem ajustar o que
consomem com base em diferentes situações sociais r grupos.
As relações de consumo são constantemente modificadas não apenas por indivíduos, mas
também pela formação de grupo de subculturas ou tribos ou outras estruturas unidas por
desejos, interesses e estilos de vida em comum. Em diferentes partes do mundo, o consumidor
se envolve devido a valores específicos que o atraem a produtos e grupos ou subgrupos.
Kozinets (2001) o termo “cultura de consumo” pode ser neutro em termos culturais, porém
“subcultura” pode implicar que um grupo é uma variação ou desvio de uma cultura dominante,
já cultura de consumo sugere que o consumo é uma parte intrínseca da cultura em si. Cultura de
consumo também enfatiza as práticas de consumo em si, independente de serem ou não
associadas a grupos específicos. A mudança de “subcultura de consumo” para “cultura de
consumo” pode ser vista como uma tentativa de tornar o campo de estudo do consumo mais
inclusivo e neutro em termos culturais, permitindo uma análise mais profunda e abrangente. A
tribo pós-moderna representa um movimento característico da chamada “pós-modernidade”, em
que o indivíduo procura inserir-se em um grupo, seja por um estilo de vida em comum, crenças,
valores ou mesmo pelo consumo.
As empresas precisam se destacar, entender as demandas e desejos dos consumidores locais e
globais ajuda a desenvolver característica estratégicas competitivas. A tecnologia e o comércio
eletrônico permitem que as empresas atinjam consumidores em todo o mundo, criando
oportunidades e desafiando a logística. Em mercados globais, as empresas se deparam com
consumidores de diferentes origens, sendo importante compreender e atender às suas
necessidades e expectativas, de modo a fornecer produtos e serviços sob medida. À medida que
as empresas buscam expandir seus negócios, é fundamental desenvolver estratégias de
adaptação de produtos, marketing e entrada de mercado.
Uma subcultura de consumo é um grupo distinto da sociedade, tem em comum um
compromisso compartilhado, uma marca, classe de produto ou atividade de consumo. Mc
Alexander (1995) define subcultura de consumo como uma cultura em que os consumidores
moldam sentimentos de solidariedade social e criam mundos culturais distintos, onde possuem
interesses de consumo em comum.
Solomon define subcultura como um grupo cujo membros compartilham crenças e experiências
comuns que se diferenciam dos demais membros da uma cultura. Uma subcultura é um grupo
identificável de pessoas dentro de uma cultura maior, essas pessoas compartilham certas
características comuns que as unem e as distinguem de outros membros da cultura geral.