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Apostila de An 2S11
Apostila de An 2S11
Os semicondutores sem qualquer sombra de dúvida revolucionaram a tecnologia dos circuitos eletrônicos,
por se tratarem de dispositivos de pequenas dimensões aliadas a uma operação eficiente e confiável.
Os diodos e os transistores bipolares são os dispositivos semicondutores mais conhecidos e utilizados. O
transistor foi inventado em 1.948 por J. Bardeen e W. H. Brattain da Bell Telephone Laboratories.
O nome transistor é derivado de transferência de resistência, indicando assim um dispositivo de estado
sólido.
Os elementos germânio e silício são os mais utilizados na fabricação de diodos e transistores.
DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES
O semicondutor é um material que possui uma resistência entre um condutor e um isolante. A principal
característica de um semicondutor é a sua estrutura atômica, que permite uma condução maior, mediante a adição
de impurezas. A adição de elementos de impureza em uma estrutura pura de germânio ou silício denomina-se
dopagem.
A finalidade da dopagem é aumentar a quantidade de cargas livres (positivas ou negativas), que podem
mover-se mediante uma tensão externa.
Quando o número de elétrons livres (cargas negativas) é aumentado, o semicondutor é do tipo negativo ou
tipo N; diminuindo o número de elétrons livres o semicondutor torna-se do tipo P. Desta forma no semicondutor
dopado do tipo N prevalecem as cargas negativas, enquanto que no tipo P prevalecem as cargas positivas.
Quando os dois tipos são unidos, o resultado é uma junção PN ou NP.
Uma junção PN é na realidade um diodo semicondutor, que tem como característica principal conduzir
corrente em uma única direção.
CARACTERÍSTICAS DO SEMICONDUTOR
As principais características do semicondutor puro (sem dopagem) são:
a) resistência maior do que os condutores metálicos, porém menor do que isolantes;
b) coeficiente negativo, isto é, a resistência diminui com o aumento da temperatura;
c) a valência dos átomos que constituem esses semicondutores é ± 4; isto significa que a última
camada desses átomos possui 4 elétrons.
1
A camada externa recebe também o nome de valência
SEMICONDUTORES - CONDUÇÃO NO ESTADO SÓLIDO Prof. Edgar Zuim/Wagner 3
Átomos estáveis: são átomos com a última camada saturada;
Átomos quimicamente ativo: são átomos que não possuem a última camada saturada;
Elétrons de valência: são os elétrons da última camada ou órbita de um átomo;
Elétrons livres: são os elétrons que participam da corrente eletrônica.
CORRENTE INTRÍNSECA
Quando um cristal intrínseco de germânio ou silício não sofre influências externas como luz e calor por
exemplo, os elétrons de seus átomos tendem a permanecer em suas órbitas com suas ligações covalentes, pois
neste caso não há nenhum meio de romper essas ligações e portanto, não há elétrons livres para estabelecer
corrente eletrônica.
Particularmente em baixas temperaturas as ligações covalentes permanecem intactas e o cristal tende a
comportar-se como um isolante.
Em temperaturas mais elevadas (como por exemplo uma fonte de calor externa), há energia térmica
suficiente para fazer com que o cristal liberte alguns elétrons de suas ligações covalentes, que podem
movimentar-se aleatoriamente dentro do cristal.
Ligações covalentes também podem ser quebradas pela ação de um campo elétrico proveniente de uma
diferença de potencial.
Quando uma ligação covalente é quebrada fica com deficiência de um elétron e portanto o átomo assume
a condição de íon positivo, uma vez que a quantidade de elétrons passa a ser menor do que o número de prótons
no núcleo. Isto eqüivale dizer que quando o elétron deixa o átomo este adquire carga positiva.
Para cada elétron que deixa o átomo origina-
se uma lacuna, logo, o número de elétrons e lacunas
está equilibrado dentro da estrutura atômica de um
material semicondutor puro.
A quantidade de elétrons e lacunas que se
forma dentro da estrutura do material depende da
quantidade de energia aplicada (mais calor, mais
ligações covalentes quebradas.
Os elétrons percorrem a estrutura até se
alojarem nas lacunas, onde pode deduzir-se
que as lacunas percorrem a estrutura de
forma análoga aos elétrons, porém em
sentido contrário. Neste caso o movimento
de elétrons e lacunas recebe o nome de
corrente intrínseca.
Portanto, a corrente intrínseca
ocorre em virtude da quebra de ligações
covalentes em uma estrutura cristalina,
proveniente de fontes externas de energia.
A figura a seguir mostra o movimento
aleatório da corrente eletrônica em uma estrutura cristalina intrínseca submetida a uma fonte externa de energia.
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Na estrutura ao lado foram quebradas sete ligações covalentes (representadas pelas linhas hachuriadas) de forma
que dentro da estrutura existem sete elétrons livres e sete lacunas. As setas representam o movimento dos elétrons
que conforme pode-se observar, não tem direção definida.
No entanto, ao aplicar-se nos extremos do cristal uma
tensão (p/ex. uma bateria), os elétrons dirigem-se ao polo
positivo enquanto que as lacunas movimentam-se em sentido
contrário, conforme ilustra a figura.
Quando a fonte externa de energia sobre a estrutura for
removida, as ligações covalentes tendem a restabelecer-se
cessando também a corrente.
O processo de dopagem em um cristal intrínseco cria no mesmo cargas livres (elétrons ou lacunas),
dependendo do tipo de impureza usada no processo; após a dopagem o cristal intrínseco recebe o nome de cristal
extrínseco.
No processo de dopagem são utilizadas impurezas do tipo trivalente e pentavalente; as impurezas
trivalentes possuem 3 elétrons de valência e as pentavalentes 5 elétrons de valência.
A figura a seguir ilustra uma forma comum de representar impurezas trivalentes e pentavalentes.
FORMAÇÃO DO CRISTAL N
Quando uma
impureza pentavalente é
adicionada a um cristal
intrínseco de silício, ao se
combinarem com os átomos
do cristal haverá o excesso do
5º elétron que ficará no seu
lugar simplesmente pela
força de atração do núcleo do
átomo da impureza, isto é,
este elétron poderá ser
deslocado com facilidade,
recebendo então o nome de
elétrons livre.
As impurezas pentavalentes criam uma fonte de elétrons livres, sendo portanto, denominadas impurezas
doadoras. “N” refere-se ao fato de haver condução no cristal através de elétrons, que possuem carga negativa.
A tabela abaixo mostra alguns tipos de impurezas pentavalentes usadas na fabricação de semicondutores.
Elemento Símbolo Nº atômico Valência
Antimônio Sb 51 5
Arsênio As 33 5
Fósforo P 15 5
FORMAÇÃO DO CRISTAL P
Quando uma
impureza trivalente é
adicionada a um cristal
intrínseco de silício, ao se
combinarem com os átomos
do cristal haverá a falta de
um elétron para completar os
8 elétrons de valência, isto é,
a falta desse elétron eqüivale
a uma carga positiva livre.
“P” refere-se ao fato de haver
condução no cristal através
de lacunas, as quais possuem
carga positiva.
A tabela a seguir mostra alguns tipos de impurezas trivalentes (denominadas aceitadoras) utilizadas na
fabricação de semicondutores.
Elemento Símbolo Nº atômico Valência
Alumínio Al 13 3
Boro B 5 3
Gálio Ga 31 3
Índio In 49 3
O aumento da temperatura
provoca a quebra de mais ligações
covalentes, aumentando a quantidade
de portadores minoritários cujo fluxo
é contrário ao dos portadores
majoritários, que neste caso irá
interferir no fluxo dos portadores
majoritários.
Para entender como é formado um diodo de junção, consideremos os cristais N e P conforme ilustra a
figura abaixo:
No átomo aceitador foi adicionado um elétron da união vizinha, formando então um íon negativo. O íon
negativo deixa uma lacuna.
Do átomo doador foi retirado o 5º elétron, tornando-o um íon positivo. O elétron retirado é excedente
(livre).
Ao se juntar os dois cristais, a primeira impressão é de que os elétrons livres do cristal N tendem a
combinar-se com as lacunas do cristal P, porém tal não ocorre.
Quando os elétrons do cristal N tentam atravessar a junção, são repelidos pelos íons negativos (aceitadores)
do cristal P; da mesma forma as lacunas do cristal P são repelidas pelos íons positivos (dadores) do cristal N.
Nas proximidades da junção o cristal P adquire uma pequena carga negativa, pois as lacunas combinam-se
com os elétrons livres do cristal N; ao mesmo tempo o cristal N adquire nas proximidades da junção uma
pequena carga positiva pela perda dos elétrons livres que se combinaram com as lacunas do cristal P.
Forma-se então nas proximidades da junção uma região de transição, também conhecida como região de
barreira de potencial. Em inglês é muito utilizada a expressão depletion region (região de depleção).
É conveniente salientar que essa combinação ocorre somente nas proximidades da junção. Elétrons e
lacunas mais distantes não se combinam pois sofrem a força de repulsão das cargas positivas na junção do cristal
N e das cargas negativas na junção do cristal P, conforme dito anteriormente.
Veja como isso ocorre na ampliação mostrada a seguir.
Para que elétrons e lacunas se combinem é necessário vencer a força de repulsão das cargas opostas dentro da
região de transição.
Nas proximidades da junção, ou mais especificamente na região de transição ocorre a difusão dos
portadores de um lado para outro da junção (isto pode ocorrer devido a uma energia térmica) e, esse movimento
recebe o nome de corrente de difusão.
Isto resulta em uma ddp (diferença de potencial) que pode ser representada por uma pequena bateria
imaginária, conforme ilustra a figura a seguir.
a) os elétrons livres do cristal N são impelidos à junção pelo polo negativo da bateria;
b) as lacunas do cristal P são impelidos à junção pelo polo positivo da bateria;
c) na junção ocorre então a combinação dos portadores;
d) para cada lacuna do cristal P que se combinar com um elétron do cristal N, um elétron de uma união
das proximidades do terminal positivo da bateria deixa o cristal e penetra no polo positivo da bateria, originando
uma lacuna que também é impelida à junção;
e) simultaneamente um novo elétron penetra no cristal N através do terminal negativo da bateria e se
difunde até a junção; como resultado, a região de transição torna-se significativamente mais estreita;
f) com o aumento da tensão externa é gradualmente vencida a barreira de potencial e a corrente aumenta;
uma vez vencida a barreira de potencial a corrente aumenta bruscamente;
g) essa corrente e denominada corrente direta (ID) e seu sentido é do cristal N para o cristal P (sentido
real), ou seja, do catodo para o anodo.
APROXIMAÇÕES DO DIODO
Na análise de circuitos com diodos, podemos levar em conta três aproximações:
1ª APROXIMAÇÃO - DIODO IDEAL
VD = 0V
2ª APROXIMAÇÃO
VD = 0,7V
Solução:
V − Vd 6 − 0,7
I= = = 24,1mA PR = 220 . 24,1mA2 = 127,78mW
R 220
RETA DE CARGA
A reta de carga é um método gráfico através do qual pode-se determinar o ponto de operação de um
diodo (tensão e corrente).
Tomemos como exemplo o circuito abaixo:
CONDIÇÃO 2 - CORTE
V = 2V
2−2
I= =0
100
Desta forma foram determinados os dois pontos necessários para traçar a reta de carga:
ponto 1: I = 20mA; V = 0 (saturação)
Na saturação considera-se o diodo em curto e portanto, a tensão nos seus extremos será igual a zero.
ponto 2: I = 0; V = 2V (corte)
No corte considera-se o diodo aberto; desta forma não circulará corrente pelo circuito. A tensão entre os
pontos A e K será 2V.
A intersecção entre a reta de carga e a curva do diodo nos fornece o ponto de operação do diodo, também
denominado ponto Q (quiescente).
Analisando o gráfico do nosso exemplo, verificamos que a corrente de operação do diodo é de 13mA e a
tensão é 0,7V.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Utilizando a 2ª aproximação, calcule a corrente no resistor de 2kΩ no circuito a seguir.
Aplicando Thèvenin:
2 - Calcula-se Rth;
3 - Calcula-se Vth.
12 x8 12 x8
Rth = = 4,8kΩ Vth = = 4,8V
12 + 8 12 + 8
I=
4,1V
6,8kΩ = 602,9µA
0,85V
3ª medida: RD = 30mA = 28,3Ω
Para o mesmo diodo tomemos como exemplo
três medidas para o cálculo da resistência reversa (RR), conforme ilustra a figura abaixo. Para esse diodo a tensão
de ruptura é 150V.
Tensão inversa (VR) 25V 50V 100V
Corrente inversa (IR) 30ηA 65ηA 4µA
Medidas 1ª 2ª 3ª
I = Io. e η .VT − 1
I = corrente direta
Io = corrente reversa ou de fuga
Ge = 1
η=
Si = 2
T(K)
VT = T(K) = temperatura em kelvin = (273 + ºC)
11600
e = constante = 2,718
KV
I = Is. e T ( K ) − 1
Is = corrente reversa de saturação ou de fuga
Ge = 1
K = 11600 / η, onde η
Si = 2
T(K) = 273 + ºC
V = VD
e = constante = 2,718
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
A temperatura é um dos fatores que mais influenciam no funcionamento de um diodo; com o aumento da
temperatura a tensão direta (VD) diminui e a corrente reversa (IR) aumenta. Isto pode ser observado na figura
abaixo.
A unidade de medida da resistência térmica (θ) é ºC/W (graus celsius por watt).
A resistência térmica total (θJA) pode ser então calculada com ou sem dissipador de calor:
θJA = θJC + θCS + θAS (com dissipador)
θJA = θJC + θCA (sem dissipador)
O circuito equivalente para representar as resistências térmicas acima mencionadas é mostrado abaixo.
Para evitar danos ao diodo, a temperatura da junção (TJ) nunca deve ser ultrapassada.
Operação segura pois não ultrapassa a TJmax de 150ºC especificada pelo fabricante.
EXEMPLO 2: Determine a corrente que circula pela junção de um diodo de silício na temperatura de 40ºC,
sabendo-se que sua corrente reversa é de 1ηA.
Solução:
η .VT
V
T(K)
KV
5800 . 0,7
I = 1 x 10-9 2,718 313 − 1 = 1 x 10-9 (2,718 12,971 - 1) I = 429,19µA ≅ 429µA
Calculando I2:
0,9
I2 = 1 x 10-9 2,718
0,054
− 1
-9 16,667
= 1 x 10 (2,718 - 1) I2 = 17,28mA
Definições:
Ciclo : Um ciclo é a menor parte de uma forma de onda periódica que não se repete
T => Período : O tempo necessário para que seja completado um ciclo é denominado período (T).
F => Freqüência : A freqüência (F) é o número de ciclos completados num intervalo de tempo.
Onde:
Φ fluxo magnético
P1=V1xI1
P2=V2xI2
como P1=P2 então V1xI1=V2xI2
V1 N1
mas, V1xN2=V2xN1 = = = a
V2 N2
a = relação de transformação
N1 – enrolamento primário
N2 – enrolamento secundário
I1 N2
então, I1xN1=I2xN2 = = =a
I2 N1
Retificar encerra a idéia de converter uma tensão alternada em tensão contínua. No processo de retificação
deve-se levar em conta as características de chaveamento eletrônico do diodo, ou seja, conduz corrente em apenas
um sentido (quando diretamente polarizado).
RETIFICAÇÃO DE ½ ONDA:
Tomemos como exemplo o circuito a seguir, destinado a retificar uma tensão alternada.
A tensão a ser retificada é de 40Vrms, ou 40Vef. Como sabemos a corrente alternada tem a propriedade
de mudar de polaridade periodicamente, segundo uma determinada freqüência.
Deduz-se então que durante o semiciclo positivo o diodo estará polarizado diretamente, atuando como
uma chave eletrônica fechada e durante o semiciclo negativo, por estar reversamente polarizado atuará como uma
chave eletrônica aberta, conforme mostra os circuitos equivalentes a seguir.
A tensão na carga é contínua pulsante e o valor medido dessa tensão é denominado valor retificado médio (Vm
ou Vdc), que pode ser calculado pela equação:
Vp ou Vmax
Vm ou Vdc =
π ( para VD = 0, diodo ideal)
EXEMPLO: Um retificador de ½ onda deve retificar uma tensão de 40Vrms para alimentar uma carga de
500Ω.
Determine:
a) valor retificado médio na a carga;
b) corrente na carga;
c) valor máximo da tensão na carga.
Solução:
a) devemos calcular o valor máximo da tensão (Vp ou Vmax):
Vp = Vrms . 1,41 => Vp = 40 . 1,41 = 56,4V
Na retificação de onda completa com ponto de neutro, deve-se utilizar um transformador com secundário
dotado de tomada central (CT, do inglês center tap), de forma a fornecer duas tensões de amplitudes iguais porém
defasadas 180º entre si.
As tensões Es1 e Es2 são
medidas a partir do CT
(referencial). A tensão total do
secundário (Es) é a soma das
mesmas.
No instante 1 o diodo D1
estará diretamente polarizado e
conduzindo, enquanto que D2
estará cortado e não conduzindo; no
instante 2 ocorre o contrário, ou
seja, D1 estará cortado e D2 estará
conduzindo.
A tensão retificada média na carga pode ser calculada pela fórmula:
onde:
Vp = valor de pico da tensão ou valor máximo da tensão (Vmax)
Vm = Vdc = valor retificado médio
Vm ou Vdc = (Vp - VD) . 0,637
VD = queda de tensão direta no diodo (0,55 a 0,7V)
0,637 = constante = 2/π
Podemos também calcular o valor
médio retificado pela fórmula:
2Vp ou 2Vmax
Vm ou Vdc = (para diodo ideal, onde VD = 0)
π
Circuito equivalente no instante 1 Circuito equivalente no instante 2
Na carga aparecerá uma tensão (semiciclo) devido a No instante 2 estará presente na carga uma tensão
condução de D1, por estar diretamente polarizado. (semiciclo) devido a condução de D2.
D1 e D4 conduzindo; D2 e D3 cortados.
Observa-se que os diodos D1 e D4 ficam em série com a carga.
TIP = Vp
D2 e D3 conduzindo; D1 e D4 cortados.
Neste caso, os diodos D2 e D3 estão em série com a carga.
TIP = Vp
Observe na figura acima que entre os pontos A e C a tensão é positiva, visto que o ponto A é mais
positivo do que o ponto C; evidentemente, esta tensão estaria invertida se fosse tomada entre os pontos C e A.
A tensão retificada média na carga pode ser calculada pela fórmula:
Vm ou Vdc =
[( Es . 1,41) - 2VD] . 0,637
ou
2
EXEMPLO:
Para o circuito abaixo, calcule a tensão e a corrente médias em cada uma das cargas.
Solução:
tensão retificada média nas cargas:
Vm = [(50 . 1,41) - VD] . 0,637 => [(50 . 1,41) - 0,7] . 0,637 => Vm = 44,46V
]
em R1 + 44,46V
teremos:
em R2 - 44,46V
44,46V 44,46V
Im R1 = = 88,92mA e Im R2 = = 37,05mA
500Ω 1,2kΩ
FORMULÁRIO AUXILIAR:
Cálculo de potência:
E2 P
P=E.I P= E = P .R P = R . I2 I=
R R
Cálculo do valor de pico ou valor máximo de uma tensão:
Vp ou Vmax = Vef . 1,41
Idealmente, a tensão na saída de um retificador com capacitor de filtro é bem próxima do valor de pico da tensão
retificada, descontando-se o valor da tensão de ondulação (ripple) de pico a pico.
Quanto mais eficiente for o circuito de filtro, menor será a tensão de ondulação e portanto, maior será o
valor médio da tensão na saída.
Vrpp
Vdc = (Vp - Vd) -
2
onde:
A freqüência de ondulação de saída em um retificador de 1/2 onda é igual a freqüência da tensão que está
sendo retificada, enquanto que para retificadores de onda completa, essa freqüência dobra.
Ceifadores e grampeadores são circuitos compostos por diodos para a obtenção de formas de ondas especiais,
cada um deles, desempenhando uma função específica como sugere o nome.
CEIFADORES SÉRIE POLARIZADOS
Nos ceifadores série polarizados adiciona-se uma bateria ou fonte em série com o diodo e com a tensão de
entrada.
Os ceifadores série polarizados podem classificar-se em negativo e positivo, dependendo da posição do
diodo no circuito.
A análise dos ceifadores é bastante simples, sendo bastante útil considerar instantes particulares do sinal
de entrada e sua variação em função do tempo.
Isto significa que, um determinado sinal de entrada pode ser substituído por uma fonte de mesmo valor,
para efeito de análise.
A figura a seguir ilustra um ceifador série polarizado negativo cuja tensão de entrada é de 20VRMS.
Vin = 28,2Vp ou
56,4Vpp
Vout = 18,2Vp
Observa-se a existência de uma fonte de 10V em série com o diodo, caracterizando assim a polarização do
circuito. A tensão de pico da tensão de entrada é de 28,2V, pois 20 x 1,41 = 28,2V.
No semiciclo positivo, a fonte de 10V opõe-se a tensão de 28,2Vp, suficiente para polarizar o diodo (neste
caso, diodo ideal) e na saída obtém-se: 28,2Vp - 10V = 18,2Vp.
Durante o semiciclo negativo o diodo estará reversamente polarizado e não circulará corrente pelo
circuito.
Os circuitos equivalentes para os semiciclos positivo e negativo são mostrados a seguir:
Vin = 21,15Vp ou
42,3Vpp
Vout = 31,15Vp
Vout = - 31,15Vp
A figura a seguir mostra o mesmo circuito, porém com a fonte de 10V invertida, e tensão de entrada de 20VRMS
cuja análise é idêntica a anterior, exceção feita pela polaridade da fonte que está em série com o diodo.
Vin = 28,2Vp ou
56,4Vpp
Vout = - 18,2Vp
Vin = 28,2Vp ou
56,4Vpp
Vout = -18,2Vp
Vin = 21,15Vp ou
42,3Vpp
Vout = - 11,15Vp
Vout = 38,2Vp
Vout = 18,2Vp
Observa-se que a tensão V1 é proveniente da bateria de 10V (10Vp) enquanto que a tensão V2 é
proveniente da bateria de 15V (-15Vp). A tensão na saída será então 25Vpp.
Como já foi dito anteriormente, os ceifadores podem operar com qualquer forma de onda de tensão na
entrada.
GRAMPEADORES
Os circuitos grampeadores necessitam além dos componentes dos
circuitos ceifadores, de um capacitor.
A exemplo dos ceifadores, os grampeadores podem também receber
polarização.
Um circuito grampeador típico, não polarizado, é mostrado ao lado:
Um grampeador tem por finalidade levar um sinal da entrada para
saída, abaixo ou acima de um determinado nível,
dependendo ou não se o mesmo for polarizado.
Para se ter uma idéia melhor de seu funcionamento,
consideremos as figuras a seguir, em um grampeador
típico sem polarização, considerando nível 0.
Observe atentamente a relação entre os sinais de
entrada e saída.
Para que não ocorra a deformação na saída do sinal,
os valores de R e C devem ser escolhidos de tal forma
que, a constante de tempo τ = RC seja suficientemente
grande para garantir que a tensão nos extremos do
capacitor, não sofra variação significativa durante o
período em que a tensão assume valor negativo
(intervalo), a qual é determinada pela própria
característica do sinal ( no caso, a freqüência). Tomemos
como exemplo um sinal de entrada cuja forma de
onda é quadrada.
Analisando a forma de onda apresentada na
entrada do circuito, observa-se intervalos entre
t1-t2 e t3-t4, nos quais a tensão é negativa,
polarizando reversamente o diodo.
Levando-se em conta que a freqüência é
de 1kHz, então o período será de 1/T ou seja
1ms. Isto significa que o intervalo de tempo entre
t1-t2, t3-t4 será de 0,5ms.
As formas de onda do sinal de entrada e saída são mostradas abaixo (calibração vertical: 10V/div para as
tensões de entrada e saída).
Observa-se que, em virtude da fonte de polarização de 10V, a tensão de entrada aparece grampeada na
saída ultrapassando 10V acima do nível 0.
Passemos então, a entender melhor o funcionamento do grampeador através dos circuitos equivalentes.
Outro exemplo de grampeador polarizado á mostrado abaixo e as formas de onda de entrada e saída são
mostradas:
Pode-se observar que, a tensão da entrada começa a ser grampeada somente a partir de 10V acima do nível 0.
Um outro exemplo de grampeador polarizado é mostrado abaixo e as formas de onda são mostradas a
seguir (calibração vertical: 5V/div para os dois canais).
EXERCÍCIO RESOLVIDO:
Projetar um circuito grampeador para uma tensão de entrada quadrada, simétrica, com 60Vpp de
freqüência 200Hz. A resistência de saída deverá ser de 50kΩ e a tensão de entrada deverá ser grampeada na saída
em15V abaixo no nível 0, sem distorção.
Solução:
A figura abaixo mostra a curva característica de um diodo zener (gráfico I -V), onde na região de
polarização direta, começa a conduzir por volta de 0,7V, como se fosse um diodo comum.
PZ = VZIZ
Por exemplo, se VZ = 6,2V e IZ = 12mA, então: PZ = 6,2V x 12mA = 74,4mW.
Desde que a potência não seja ultrapassada, o diodo zener pode operar dentro da região de ruptura sem ser
destruído.
Muitas vezes na especificação do fabricante inclui-se também a corrente máxima que um diodo pode
suportar, em função da máxima potência que o mesmo pode suportar. Assim:
IZM = PZM / VZ
onde:
IZM = máxima corrente de zener especificada
PZM = potência especificada
VZ = tensão de zener
Se quisermos saber a corrente especificada de um diodo zener de 6,2V com uma especificação de potência
de 500mW, então:
Isto significa que, se houver uma resistência limitadora de corrente suficiente para manter a corrente de
zener abaixo de 80,6mA, o diodo zener pode operar dentro da região de ruptura sem se danificar.
Levando-se em conta uma tolerância de 10% (por exemplo), acima ou abaixo do valor de 6,2V, então é
aconselhável para maior segurança recorrer ao procedimento abaixo:
REGULAÇÃO DE TENSÃO
Para entender como funciona a regulação de tensão, suponha que a tensão VE varie para 9V e 12V
respectivamente.
Devemos então obter o ponto de saturação (interseção vertical), fazendo com que VZ = 0.
Na primeira aproximação, podemos considerar a região de ruptura como uma linha vertical. Isto quer
dizer que a tensão de saída será sempre constante, embora ocorra uma grande variação de corrente, o que
eqüivale ignorar a resistência zener.
Isto implica que em um circuito o diodo zener pode ser substituído por uma fonte de tensão com
resistência interna nula.
Na segunda aproximação isto não ocorre, pois deve ser levada em consideração a resistência zener. Isto
quer dizer que na região de ruptura a linha é ligeiramente inclinada, isto é, ao variar a corrente, haverá uma
variação, embora muito pequena, da tensão de saída.
Na segunda aproximação deve ser levada em consideração a resistência zener (RZ) em série com uma
bateria ideal. Isto significa que quanto maior for a corrente, esta resistência produzirá uma queda de tensão maior.
Retornando ao gráfico anteriormente analisado, teremos então:
a) tensão em q1 será: V1 = I1 . RZ + VZ
b) tensão em q2 será: V2 = I2 . RZ + VZ
A variação da tensão de saída será dada por:
Deduz-se então que quanto menor for a resistência zener, menor será a variação da tensão de saída.
d) O que é dopagem?
Em um retificador de meia onda o valor da tensão de pico retificada é igual ao valor da tensão de pico
da tensão alternada? Justifique a resposta.
10.Qual o valor da tensão VCC retificada por um retificador de meia onda. A tensão alternada tem um
valor de pico de 4V.
E = 12Vef e R = 1KΩ
E = 30V e R = 1KΩ
16 - Para o circuito do exercício 14, Calcule a tensão de entrada (eficaz e pico) para uma tensão de
saída igual a 12VDC
SEMICONDUTORES - CONDUÇÃO NO ESTADO SÓLIDO Prof. Edgar Zuim/Wagner 41
17 - Tendo como tensão de secundário V2 = 40Vef,
calcule: (Usar a segunda aproximação)
a) corrente média na carga
b) corrente média através de D1
c) Corrente máxima em D2
d) Tensão reversa máxima sobre D1
19 - Para o exercício acima desenhe em papel milimetrado A4 a forma de onda das tensões em cada
carga, em escala, especificando os valores máximos e retificados médios para cada uma delas.
25- Quando um diodo qualquer abre no retificador de onda completa em ponte, desta experiência, o
circuito torna-se um filtro capacitivo alimentado por:
a) retificador de 1/2 onda
b) retificador em ponte
c) retificador de onda completa
d) conversor unilateral
27 - Na figura ao lado, qual o valor aproximado da corrente zener (Iz) para cada uma das
seguintes resistências de carga?
a) RL = 100kW.
b) RL = 10kW.
c) RL = 1kW.
d) RL = 100W.
29. No circuitos ceifadores abaixo, determine a forma de onda de saída (em cima da carga) se uma
onda senoidal de 1 kHz, 10Vp é aplicada à entrada.
a b c
d e
30 - No circuito grampeadore abaixo, determine a forma de onda de saída (em cima da carga) se
uma onda senoidal de 1 kHz, 10Vp é aplicada à entrada.
a b
BIBLIOGRAFIA:
Para a figura do osciloscópio (dada abaixo) preencha a função de cada botão / controle / terminal
indicado por sua numeração.
Canal 1
Modo: DC AC V1 = ............Volts
Canal 2
Volts/div:
2ª Leitura
Canal 1
Modo: DC AC V1 = ............Volts
Canal 2
Volts/div:
3ª Leitura
Canal 1
Modo: DC AC V1 = ............Volts
Canal 2
Volts/div:
4ª Leitura
Canal 1
Modo: DC AC V1 = ............Volts
Canal 2
Volts/div:
Medindo diodos com um multímetro Cabe lembrar que o lado do diodo que tem uma faixa é o
negativo (cátodo). E o diodo só conduzirá quando neste
analógico: lado estiver encostada a ponta vermelha (este multímetro
Para medirmos um diodo devemos colocar o multímetro na inverte as pontas, lembre-se disto). Desta forma podemos
escala de resistência. até descobrir quem é quem em um diodo quando este
Eu acho interessante que se trabalhe sempre com uma estiver com as marcações apagadas. O lado, quando o
mesma escala, uma que seja a intermediária entre a mais diodo conduz, em que estiver a ponta vermelha será
baixa e a mais alta (as escalas de resistência vem indicadas sempre o cátodo.
assim: X1, X10 , X1K, etc. Estas indicações definem o Experimente fazer testes mudando de escalas de
fator de multiplicação do valor lido na escala do resistência e veja as diferenças, para isto pegue um diodo
galvanômetro. Vamos supor que você está na escala X10 e bom. Mas cuidado se você colocar em uma escala com
o valor lido é 15, na realidade a resistência que você está fator de multiplicação grande ( X1K, X10K, por exemplo)
medindo é de 150 Ohms, 15 X 10 = 150 Ohms. Se você não encoste nas duas pontas com suas mãos ao mesmo
estivesse na escala X1 e a indicação fosse 15 o valor da tempo, pois você poderá errar na leitura. O multímetro
resistência realmente seria 15 Ohms, 15 X 1 = 15 Ohms. estará medindo a resistência do seu corpo junto com o
Deu para perceber como se faz a leitura?) diodo. Experimente colocar na escala mais alta e pegar
É importante lembrar que na maioria dos multímetros uma ponta com cada mão, você verá que o ponteiro se
analógicos ao se colocar a chave na posição para medição moverá. Isto causa um erro na leitura.
de resistência as pontas ficam invertidas (que eu saiba só
multímetros analógicos que possuem circuitos internos Medindo um diodo com um multímetro
para aumentar a impedância de entrada, etc é que não digital:
invertem as pontas), ou seja, a vermelha que é a positiva,
passa a ser a negativa. E a preta que é a negativa passa a Em multímetros digitais teremos, geralmente, uma escala
ser a positiva. específica para medição de semicondutores (diodos,
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transistores, etc). Esta escala será representada pela Corrente direta de pico máxima (IFSM - Maximum Peak
simbologia de um diodo. Nos multímetros digitais as Forward Current): limitada pela dissipação térmica do
pontas não se invertem, desta forma a vermelha sempre diodo.
corresponderá ao positivo e a preta sempre ao negativo.
Corrente direta média máxima (IF(AV) - Maximum
Average Forward Current): é limitada basicamente pelas
Vamos logo testar este diodo: características de dissipação térmica do componente
- coloque o multímetro na escala representada pelo (tamanho, etc).
símbolo de um diodo. Provavelmente aparecerá um Corrente inversa máxima (IRM - Maximum Reverse
numero 1 no lado esquerdo do display. Isto indica Current): a corrente inversa se aplicada a tensão inversa
nenhuma circulação de corrente entre as pontas, ou uma contínua máxima (VR). Seria nula em um diodo ideal. Nos
resistência muito alta. Encoste uma ponta com a outra e dispositivos práticos, é bastante pequena em relação à
veja que aparecerá o número zero, ou seja, uma resistência corrente direta. É desprezível na maioria dos casos.
muito baixa.
Faixa de temperatura de armazenagem (TSTG - Storage
- Encoste as pontas no diodo se aparecer um número (o Temperature Range): em vários casos, a temperatura
valor numérico pode variar entre os diversos tipos de máxima de armazenagem é igual à máxima de operação.
multímetros), o diodo estará polarizado corretamente e o Potência dissipada (PD - Power Dissipation): a máxima
lado onde estiver encostada a ponta vermelha será o potência dissipada pelo diodo.
positivo do diodo (ânodo).
Resistência térmica (Thermal Resistance): dada para
- Inverta as pontas, se não aparecer nenhum número junção-ambiente (RJA) ou junção-condutores (RJL).
(continuar o 1 no canto esquerdo do display) o diodo está Indica a oposição que o conjunto oferece à dissipação do
bom, só conduz em um sentido. calor gerado na junção. Seria nula em um dispositivo ideal.
- se na primeira e na segunda medida aparecer um número Temperatura de operação da junção (TJ - Operating
próximo a zero (ou mesmo o zero) o diodo está em curto. Junction Temperature): a máxima temperatura de trabalho
do diodo. Diodos de alta potência em geral usam
- se nas duas medidas o display não indicar nada o diodo dissipadores para manter a temperatura abaixo da máxima
está aberto. especificada.
- se nas duas medidas aparecerem números no display, Tempo de recuperação inverso (trr - Reverse Recovery
provavelmente o diodo está com fuga. Time): o tempo decorrido para o diodo deixar de conduzir,
após a mudança de polarização de direta para inversa.
É super importante ressaltar que, se aqui vimos um pouco Seria nulo para um diodo ideal. Diodos comuns
de teoria de como se faz para testarmos diodos, a prática é apresentam tempos na faixa de microssegundos e diodos
fundamental neste caso. Pegue vários diodos e teste-os, rápidos (para freqüências mais altas), na faixa de nanos
acostume-se com as escalas de resistência de seu segundos.
multímetro. Tente testar leds (que são diodos emissores de
Tensão direta (VF - Forward Voltage): a queda de tensão,
luz), varie as escalas e veja se percebe alguma diferença.
em geral especificada para a corrente nominal. Seria zero
Lembre-se que um transistor bipolar pode ser representado
em um diodo ideal.
como dois diodos e tente testá-lo.
Tensão inversa de pico (PIV - Peak Inverse Voltage): no
Os diodos reais são especificados por diversos parâmetros,
gráfico da Figura 1.4 podemos notar que a tensão inversa é
em geral fornecidos nos datasheets dos fabricantes. Segue
limitada por um máximo absoluto, acima do qual há
relação dos principais, com indicação dos nomes e
ruptura e destruição da junção. O fabricante especifica um
símbolos em inglês porque são assim encontrados em
valor máximo seguro, para operação sem ocorrência da
muitas fontes.
ruptura.
Lembramos que vários parâmetros são dependentes de
outros, em especial da temperatura. Por isso, os fabricantes Tensão inversa contínua máxima (VR ou VDC -
costumam informar as condições de cada valor ou Maximum DC Reverse Voltage): a máxima tensão
fornecem gráficos. contínua de operação. Seria infinita para um diodo ideal.
Tensão inversa repetitiva máxima (VRRM - Maximum
Diodos de junção: principais parâmetros Repetitive Reverse Voltage): a tensão inversa máxima de
Capacitância típica da junção (CJ - Typical Junction operação em forma de pulsos repetidos. Seria infinita para
Capacitance): na polarização inversa, a região de depleção um diodo ideal.
atua como um isolante, formando um pequeno capacitor.
Isso pode ter influência significativa em freqüências mais
altas.
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CÓDIGOS DE IDENTIFICAÇÃO NORMALIZADOS DE
COMPONENTES ELETRÔNICOS
Os códigos identificação de componentes eletrônicos, têm por objetivo identificar de forma fácil e
unificada cada um dos dispositivos utilizados em circuitos eletrônicos existentes no mercado.
Os principais códigos normatizados são:
· PROELECTRON
· JEDEC
· JIS
1) PROELECTRON
Este sistema é principalmente usado na Europa. O componente eletrônico é designado de dois
modos: comercial ou profissional. Isto é, de acordo com o tipo de aplicação para o qual será dado.
Duas letras + sequência alfanumérica da série (aplicações comerciais)
Três letras + sequência alfanumérica de série (aplicações profissionais)
A segunda letra indica a aplicação principal e construção, isto é feito para uma maior diferenciação.
A: Diodo de detecção, de comutação, misturador.
B: Diodo de sintonia (capacidade variável).
C: Transistor para aplicações em áudio (Rthj-a> 15 K/W).
D: Transistor de poder para aplicações auditivas (Rthj-a&le 15 K/W).
E: Diodo Túnel.
F: Transistor para aplicações de alta frequência (Rthj-a> 15 K/W);
G: Multichips, etc.;
H: Sonda por efeito Hall;
K: Gerador Hall em circuito magnético aberto;
L: Transistor de potência para aplicações em alta frequência (Rthj-a&le 15K/W).
M: Modulador ou multiplicador Hall;
N: Optoacoplador;
P: Componente sensível à radiação (por exemplo fotodiodo);
Q: Componente emissor de radiação (por exemplo: LED);
R: Componente de Controle ou de comutação com disparo elétrico ou por incidência de luz que
possui uma característica de ruptura (Rthj-a > 15K/W), por exemplo tiristor;
S: Transistor para aplicações de comutação (Rthj-a > 15 K/W);
T: Componente de controle ou de comutação com disparo elétrico ou por incidência de luz possuindo
uma característica de ruptura (Rthj-a&le 15 K/W), por exemplo tiristor.
U: Transistor de potência para aplicações em comutação (Rthj-a&le 15 K/W).
X: Diodos múltiplos: varistor, recuperação " step recovery".
Y: Retificador de diodo, diodo de potência, proteção "de diodo".
Z: Diodo Estabilizador de tensão (Zener).
Tabela 2
CIFRA COR DA FAIXA
0 PRETO
1 MARROM
2 VERMELHO
3 LARANJADO
4 AMARELO
5 VERDE
6 AZUL
7 VIOLETA
8 CINZA
9 BRANCO
Exemplos:
BC547B
B: Silício
C: Transistor para aplicações auditivas (Rthj-para> 15 K/W).
547 B: Sucessão alfanumérica de série.
AAZ15
A: Germânio
A: Diodo de comutação
Z: Uso o profissional
15: Sucessão alfanumérica de série
2) JEDEC
Este sistema é principalmente usado pelos fabricantes americanos. É definido pela norma EIA RS-
236-B, de junho de 1963. O código de referência é apresentado basicamente como:
Um número + N + Sucessão alfanumérica de série
A cifra indica o número de junções do componente (1 para o diodo, 2 para o transistor).
A letra N indica que o material usado é o silício.
Para a designação dos diodos, também existe uma forma através de faixas de cores. Neste caso, a
primeira cifra seguida pela letra N não há correspondência com informação visual. A sucessão
alfanumérica que segue a letra N é codificada por um sistema de faixas de cores com arranjo para as
normas seguintes:
Sucessão de duas cifras: uma faixa preta seguida por duas faixas representam uma cifra cada uma
de acordo com o Tabela 3. Se existe uma letra como sufixo, é codificado com uma quarta faixa de
acordo com a Tabela 3.
Tabela 3
Cifra Cor Letra
0 PRETO -
1 MARROM A
2 VERMELHO B
3 LARANJADO C
4 AMARELO D
5 VERDE E
6 AZUL F
7 VIOLETA G
8 CINZA H
9 BRANCO I
0 PRETO J
Sequência de três cifras: três faixas representando uma cifra cada uma segundo a Tabela 3. Se
existe uma letra como sufixo, se codifica com uma quarta faixa segundo a Tabela 3.
Sequência de quatro cifras: quatro faixas representando uma cifra segundo a Tabela 3. Se existe
uma letra como sufixo, se codifica com uma quinta faixa segundo a Tabela 3.
Para a identificação do cátodo se utiliza na maioria dos casos uma faixa de largura dupla como a
primeira cifra más próxima a este terminal. Em outros casos, o grupo de faixas se agrupa claramente
ao cátodo, tendo que ser lidas desde o cátodo ao ânodo.
Exemplo:
2N5965
2: Duas junções, um transistor.
N: Silício 5965: Sequência alfanumérica de série.
A: Diodo semicondutor
AP: Fotodiodo
AZ: Diodo Zener
OC, OD: Transistor
Exemplo:
OA90
O: Dispositivo semicondutor
A: Diodo semicondutor
90: Sequência numérica de série
• NORMA EUROPÉIA
B C 337
• NORMA AMERICANA
2 N 222