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UNIVERSIDADE DE BELAS

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO: ENGENHARIA DO PETRÓLEO

FUNDAMENTOS DE ENGE. DE RESERVATÓRIO

CLASSIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

GRUPO Nº4

LUANDA, 2023
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO: ENGENHARIA DO PETRÓLEO

FUNDAMENTOS DE ENGE. DE RESERVATÓRIO

CLASSIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

GRUPO Nº4

Elaborado por:
Adilson Francisco – 35164
Amaro Gomes - 31357
Armando da Silva – 34259
Fiete Vunge - 35361
Justino Adriano - 25806
Nerilson do Carmo – 30194

Trabalho de Fundamentos de Eng. De Reservatório


apresentado à Faculdade de Engenharia da
Universidade de Belas como requisito para
avaliação.
LUANDA, 2023

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................4
OBJECTIVOS......................................................................................................................................5
O PETRÓLEO.....................................................................................................................................6
ÓLEO E GÁS NATURAL...................................................................................................................7
RESERVATÓRIOS.............................................................................................................................8
VAPORIZAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA PURA...........................................................................9
MISTURA DE HIDROCARBONETOS...........................................................................................10
DIAGRAMA DE FASES...................................................................................................................12
TIPOS DE RESERVATÓRIOS........................................................................................................13
RESERVATÓRIOS DE ÓLEO.....................................................................................................13
Óleo de baixa contração e óleo de alta contração.....................................................................14
Óleo normal e óleo quase crítico................................................................................................15
RESERVATÓRIOS DE GÁS........................................................................................................16
RESERVATÓRIOS DE GÁS ÚMIDO E DE GÁS SECO..........................................................16
RESERVATÓRIO DE GÁS RETRÓGRADO............................................................................17
RESERVATÓRIOS DE ÓLEO E GÁS........................................................................................18
CONCLUSÃO....................................................................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................21
INTRODUÇÃO
A indústria de petróleo desempenha um papel crítico na economia global, fornecendo
a principal fonte de energia e insumos para uma ampla gama de produtos. A gestão eficaz dos
reservatórios de petróleo é essencial para garantir um suprimento constante desse recurso
valioso. Neste contexto, a classificação de reservatórios desempenha um papel fundamental,
pois permite uma compreensão mais profunda da natureza dos reservatórios e orienta as
estratégias de exploração e produção. A classificação de reservatórios é uma ferramenta
poderosa que fornece informações cruciais para tomar decisões informadas.
OBJECTIVOS
Objetivo Geral: O objetivo geral deste trabalho é compreender e classificar os diferentes
tipos de reservatórios de petróleo e gás.

Objetivos Específicos:

 Analisar a importância do petróleo e gás natural na indústria energética.


 Explorar os princípios dos reservatórios e sua classificação.
 Compreender os processos de vaporização de substâncias puras e misturas de
hidrocarbonetos.
 Investigar a aplicação do diagrama de fases na classificação de reservatórios.
 Estudar o ponto de orvalho e ponto de bolha e seu papel na caracterização dos
reservatórios.
O PETRÓLEO
Petróleo (do latim petra = rocha e oleum = óleo) é o nome dado às misturas naturais de
hidrocarbonetos que podem ser encontradas no estado sólido, líquido ou gasoso, a depender
das condições de pressão e temperatura a que estejam submetidas. O petróleo tanto pode
aparecer em uma única fase como pode se apresentar em mais de uma fase em equilíbrio.

Sob o nome hidrocarbonetos existe uma grande variedade de compostos de carbono e


hidrogênio que quimicamente, de acordo com certas características, são agrupados em séries.
Mais de quinze séries de hidrocarbonetos já foram identificadas, sendo que umas são
encontradas com maior freqüência que outras. As mais comumente encontradas são as
parafinas, as olefinas e os hidrocarbonetos aromáticos. Dentro de uma mesma série podem ser
encontrados desde compostos muito leves e quimicamente simples, como, por exemplo, o
metano da série das parafinas, a compostos bem mais pesados e quimicamente complexos.

Na série das parafinas encontram-se os hidrocarbonetos parafínicos normais ou


alcanos, que possuem a fórmula geral CnH2n+2. Os nomes dos alcanos são formados por um
prefixo, que especifica o número de átomos de carbono, e o sufixo ano. Assim, a série dos
alcanos é constituída do metano (CH4), etano (C2H6), propano (C3H8), butano (C4H10), etc.

Os hidrocarbonetos parafínicos podem apresentar ramificações em um ou mais átomos


de carbono, sendo nesses casos denominados isoparafinas ou isoalcanos, mas possuem a
mesma fórmula geral dos alcanos. Alguns hidrocarbonetos da série dos isoalcanos são o
isobutano, o isopentano e o 3-metil-pentano, por exemplo.

Para distinguir os alcanos dos isoalcanos normalmente se usa o prefixo normal (ou
simplesmente n) no caso dos alcanos e o prefixo iso normal (ou simplesmente i) no caso dos
isoalcanos. Por exemplo, usam-se as denominações n-butano para indicar que se trata de um
alcano e ibutano para indicar que se trata de um isoalcano.

Na série das olefinas os hidrocarbonetos mais comuns são os alcenos, que apresentam
a fórmula geral CnH2n. Dentre eles podem ser citados o eteno (C2H4) e o propeno (C3H6),
por exemplo.

Dentre os hidrocarbonetos aromáticos podem ser mencionados o benzeno (C6H6), o


tolueno (C7H8) e o naftaleno (C10H8).
Agregada à mistura de hidrocarbonetos vem sempre uma certa quantidade de
impurezas, sendo as mais comuns o dióxido de carbono, o oxigênio, o nitrogênio, o gás
sulfídrico, o hélio e alguns outros compostos de carbono.

A infinita variedade de composições das misturas de hidrocarbonetos, aliada à


variação de tipos e teores de impureza, faz com que praticamente todas as misturas tenham
características diferentes. Cor, viscosidade, massa específica, etc., podem diferir bastante de
uma jazida para outra.

As propriedades físico-químicas de um petróleo dependem de sua composição


química, que pode ser obtida através de análises químicas. A análise química completa de um
petróleo envolve técnicas caras e complexas, o que muitas vezes torna proibitiva a sua
execução. A identificação de cada composto e em que proporção, isto é, com que fração
molar ele se acha presente na mistura é o que se chama análise composicional. Como o
petróleo é uma mistura bastante complexa, normalmente com grande quantidade de
hidrocarbonetos diferentes, costuma-se usar o artifício da análise composicional resumida,
que consiste em juntar em um mesmo grupo os compostos que apresentam o mesmo número
de átomos de carbono. Os compostos são representados pela letra C maiúscula, acompanhada
pelo algarismo correspondente ao número de átomos presentes nos compostos do grupo.
Assim, o butano, que tem quatro átomos de carbono, e os demais compostos de outras séries
que também têm quatro átomos de carbono se agrupam sob o título C4. Embora hoje existam
equipamentos modernos que conseguem determinar um grande número de moléculas com 20
ou mais átomos de carbono, normalmente os procedimentos para se fazer essa análise
separam moléculas com até seis átomos de carbono, ficando todos os demais componentes,
com sete ou mais átomos, agrupados como pseudocomponente C 7 ¿. +¿

Outro aspecto interessante é que, como as condições de pressão variam com a posição
dentro do reservatório, a rigor pode-se dizer que em uma mesma acumulação de petróleo as
características dos fluidos variam de ponto a ponto.

ÓLEO E GÁS NATURAL


O estado físico de uma mistura de hidrocarbonetos depende não só da sua composição,
mas fundamentalmente das condições de pressão e temperatura a que a mesma está
submetida. Entende-se por composição não só quais hidrocarbonetos estão presentes, mas em
que proporções eles se apresentam na mistura. Quando a mistura de hidrocarbonetos se
apresenta no estado gasoso recebe o nome de gás natural ou simplesmente gás. Predominam
nessas misturas os hidrocarbonetos mais leves da série das parafinas, sendo o metano o mais
abundante, e é exatamente por isso que a mistura se apresenta nesse estado físico. Quando no
estado líquido, o petróleo é chamado de óleo cru ou simplesmente de óleo. Admita que seja
tomada para estudo uma mistura de hidrocarbonetos que se encontra no estado líquido em
uma jazida situada a uma grande profundidade, por exemplo, 2.000 metros abaixo da
superfície da terra. A essa profundidade tanto a pressão como a temperatura são bem maiores
que na superfície. Quando levada para a superfície essa mistura procura um novo estado de
equilíbrio devido às novas condições de pressão e temperatura a que está sendo submetida.
Nessa nova situação uma parte dos hidrocarbonetos, predominantemente os mais leves, se
vaporizará, enquanto os menos leves permanecerão no estado líquido. Assim, uma parte dos
hidrocarbonetos vai continuar líquida, enquanto a outra parte vai se transformar em gás. A
parte da mistura que se encontrava no estado líquido nas condições do reservatório e que
permanece líquida nas condições de superfície recebe o nome de óleo. A parte que se vaporiza
recebe o nome de gás natural ou simplesmente gás. Nas condições de reservatório tem-se,
portanto, não exatamente óleo e sim uma mistura líquida de hidrocarbonetos formada pelo
óleo mais o gás natural que nele se encontra dissolvido. Caso a mistura se apresente
totalmente no estado gasoso já nas condições de reservatório recebe também o nome de gás
natural.

Óleo: é a parte que permanece no estado líquido quando uma mistura líquida de
hidrocarbonetos é levada das condições de reservatório para as condições de superfície.

Gás natural é o nome dado às misturas de hidrocarbonetos que, quando estão nas condições
de superfície, se apresentam na forma gasosa. No reservatório estas misturas podem se
apresentar tanto na forma gasosa como dissolvida no óleo.

RESERVATÓRIOS
A engenharia de reservatórios se preocupa basicamente com a retirada de fluidos no
interior das rochas, de modo que eles podem ser conduzidos até a superfície. São estudadas na
engenharia de reservatórios a caracterização das jazidas, as propriedades das rochas, as
propriedades dos fluidos nelas contidos, a maneira que estes fluidos interagem dentro da
rocha e as leis físicas que regem o movimento dos fluidos no seu interior com o objetivo de
maximizar a produção de hidrocarbonetos com o menor custo possível.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

A classificação de um reservatório de petróleo é feita de acordo com o comportamento


da mistura de hidrocarbonetos nele contida. Apenas a composição da mistura não é suficiente
para determinar o seu estado físico, e muito menos em que tipo de fluido vai resultar ao ser
levada para a superfície. O comportamento de uma determinada mistura vai depender também
das condições de pressão e temperatura a que estiver submetida.

Para se entender a classificação dos reservatórios a partir dos fluidos neles contidos,
faz necessário conhecer o comportamento das misturas de hidrocarbonetos em função de
alterações na temperatura e pressão, como também estabelecer algumas definições, tais como
ponto de bolha, ponto de orvalho e pressão de saturação.

VAPORIZAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA PURA


Considere uma certa quantidade de uma substância pura, água por exemplo, nas
condições de pressão e temperatura ambientes, sujeita a um aquecimento a pressão constante,
conforme esquema visualizado na Figura 1.0. Na condição inicial, estágio 1 da figura, a água
está no estado líquido.

Figura 1.0 – Vaporização de uma substância


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

Ao se ceder calor gradualmente ao fluido, mantendo-se a pressão constante, observa-se


um aumento contínuo na sua temperatura até um valor T 2correspondente ao estágio 2. Nesse
ponto toda a substância ainda se encontra no estado líquido a menos de uma quantidade
infinitesimalmente pequena que já se encontra no estado gasoso. Essa porção de vapor está
super ampliada na representação da figura. Esta é a temperatura de ebulição ou ponto de
ebulição ou ainda ponto de bolha da substância à pressão considerada, no caso, pressão
atmosférica. Se na condição do estágio 2 for sendo cedido mais e mais calor, haverá uma
vaporização progressiva da substância, permanecendo a temperatura constante. Até que a sua
última molécula seja vaporizada, a substância permanecerá nas condições de pressão e
temperatura do ponto 2.

O estágio 3 representa a situação em que toda a substância já se encontra no estado


gasoso a menos de uma porção infinitesimal que ainda se encontra no estado líquido. As
condições de pressão e temperatura são as mesmas do estágio 2, porém o estado físico é
diferente.

Após a total vaporização da substância, se mais calor for cedido haverá aumento na
temperatura, obtendo-se o chamado vapor superaquecido. Esta situação está representada no
estágio 4. Seguindo-se o caminho inverso, toma-se uma certa quantidade da substância no
estado de vapor (sob as condições do estágio 4, por exemplo). Mantendo-se a pressão
constante e retirando-se calor haverá uma redução na temperatura sem, contudo, haver
mudança de estado físico. Ao se atingir o estágio 3, que é chamado de ponto de orvalho, terá
início a condensação da substância, que prosseguirá à medida que se for retirando mais calor.
Até que toda a substância tenha passado para o estado líquido não haverá redução adicional de
temperatura. A posterior retirada de mais calor causará nova redução na temperatura, ou seja,
resfriamento do fluido já então totalmente no estado líquido.

O ponto importante do processo é que, desde o instante em que a primeira molécula se


evaporiza até a vaporização da última, não há variação de temperatura. Em outras palavras, à
pressão constante a vaporização de uma substância pura se processa a uma temperatura
constante (Nos reservatórios de petróleo os processos de vaporização ocorrem com
temperatura constante). O mesmo se pode dizer a respeito da condensação. Na verdade, para
uma substância pura o ponto de orvalho coincide com o ponto de bolha.

Para cada valor de pressão diferente em que se fizer a vaporização vai-se obter um valor
diferente para a temperatura de ebulição (ou de bolha), embora o comportamento seja
semelhante.

MISTURA DE HIDROCARBONETOS
Cada um dos componentes de uma mistura de hidrocarbonetos é uma substância
simples, e como tal, quando está só, se comporta do modo como foi descrito no item anterior.
As misturas desses componentes, entretanto, apresentam comportamento diferente daquele
descrito para uma substância pura.

A vaporização total de uma mistura a uma determinada pressão constante não se


processa a temperatura constante. Na verdade, a vaporização das misturas acontece em
intervalos de temperatura.

A figura 1.1 apresenta o diagrama do comportamento de uma mistura de hidrocarbonetos em


função da temperatura e pressão.

Figura 1.1 – Diagrama de fases de uma mistura de hidrocarbonetos.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

Como por exemplo, considere uma certa quantidade da mistura no estado líquido com
as condições do ponto 1. Mantendo-se a pressão constante, à medida que o calor vai sendo
cedido, a temperatura vai aumentando até que se chega ao ponto de bolha, que é a temperatura
na qual a vaporização efetivamente tem início e que no diagrama está representado pelo ponto
2.

Para esse valor de temperatura, só alguns componentes, os mais leves, se vaporizam.


Para que os demais componentes se vaporizem, é necessário que a temperatura na qual as
fracções mais pesadas se vaporizam. Essa situação está representada pelo ponto 3 no
diagrama. A partir desse ponto toda a mistura está no estado gasoso.

Ao contrário do comportamento de uma substância pura, os pontos de bolha e de


orvalho das misturas são distintos. Para cada pressão diferente que se fizer a vaporização, vai
se obter um ponto de bolha e um ponto de orvalho diferentes. Unindo-se os pontos de bolha
das diferentes pressões obtém-se a curva dos pontos de bolha. De maneira semelhante se
obtém a curva dos pontos de orvalho. As curvas se encontram no ponto crítico.

DIAGRAMA DE FASES
O comportamento de qualquer mistura de hidrocarbonetos pode ser representado
através de um diagrama de fases. A figura 1.2 mostra os detalhes de um diagrama de fases de
uma mistura.

Figura 1.2 - Diagrama de fases de uma mistura.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

A curva dos pontos de bolha e a curva dos pontos de orvalho dividem o diagrama em
uma região de misturas líquidas, uma região de misturas gasosas e uma região em que uma
parte da mistura está no estado líquido e a outra no estado gasoso. Por exemplo, se uma
mistura de hidrocarbonetos tiver uma temperatura T1 e uma pressão P1, estará representada
no diagrama de fases pelo ponto 1, que no caso se encontra na região das misturas líquidas.
Assim, se o ponto que representa a mistura se localiza à esquerda da curva dos pontos de
bolha, a mistura está no estado líquido, e se o ponto se localiza à direita da curva dos pontos
de orvalho, a mistura está no estado gasoso. Caso o ponto se localize entre as duas curvas
designado por região de duas fases, uma parte da mistura está no estado gasoso e em
equilíbrio com a outra parte que está no estado líquido.
As linhas traçadas na região de duas fases indicam os percentuais de líquido na mistura. Por
exemplo no ponto 2 representa uma mistura na qual 75% da massa se encontra no estado
líquido e 25% no estado gasoso.
Ainda no diagrama da figura, a linha reta tangente à curva e perpendicular ao eixo das
temperaturas chama-se “cricondenterma” e representa a maior temperatura em que ainda se
tem duas fases. A linha reta tangente à curva e perpendicular ao eixo das pressões chama-se
“cricondenbárica” e é a maior pressão em que ainda se tem duas fases.

TIPOS DE RESERVATÓRIOS
Em função das diferentes composições das misturas de hidrocarbonetos e das
diferentes condições de temperatura e pressão, existem três tipos de reservatórios a saber:
reservatórios de líquidos (também designados como reservatórios de óleo), reservatórios de
gás e reservatórios que possuem duas fases em equilíbrio.

RESERVATÓRIOS DE ÓLEO

De acordo com a posição que ocupa no diagrama de fases, uma mistura liquida de
hidrocarbonetos pode receber o nome de óleo saturado ou óleo subsaturado.

Observando-se a figura 1.3, se o ponto representativo da mistura se encontra


exatamente em cima da curva dos pontos de bolha, ponto 1, por exemplo, diz-se que o óleo e
saturado em gás ou simplesmente saturado. Como se pode observar no diagrama, para um
fluido nestas condições, qualquer redução de pressão, por menor que seja, acarretará
vaporização de alguns componentes da mistura.

Figura 1.3 – Diagrama de fases – Misturas líquidas.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo
Se a mistura está sujeita a uma pressão maior que a pressão de bolha (ponto R, por
exemplo), diz-se que o óleo é subsaturado.

Quando se começa a produção, tanto o fluido que é produzido quanto o que permanece
na formação sofrem alterações devido às mudanças das condições às quais estão ou estavam
submetidas. O fluido produzido passa das condições iniciais de pressão e temperatura do
reservatório para as condições de pressão e temperatura da superfície. Para o fluido que
permanece, a temperatura se mantém constante, enquanto a pressão diminui.

A curva RS na figura 1.3 representa a transição do fluido desde as condições inicias do


reservatório, ponto R, até as condições da superfície, ponto S. Neste exemplo
aproximadamente 60% dos hidrocarbonetos estarão na fase liquida na superfície e os 40%
restantes estarão na fase gasosa. De um modo geral o fluido produzido é submetido a um
processo de separação antes de ser colocado em tanques nas condições ambientes. A pressão e
a temperatura de separação são determinadas através de cálculos e recebem o nome de
condições de separação.

O comportamento do fluido que permanece no reservatório é representado por uma


linha vertical (T = K). Enquanto a pressão vai caindo continuamente devido à produção de
fluidos até uma situação de abandono do reservatório, a temperatura permanece constante e
igual a TR, a temperatura original.

Óleo de baixa contração e óleo de alta contração


Devido à liberação de gás, o óleo reduz de volume quando levado para a condição de
superfície. De acordo com o grau de redução de volume, o óleo pode ser classificado em óleo
de baixa concentração (óleo normal) e óleo de alta concentração (óleo volátil).

Figura 1.4 – Óleo de baixa concentração.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

Figura 1.5 – Óleo de alta concentração.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

As Figura 1.4 e a Figura 1.5 apresentam, respectivamente, diagramas de fases de um


óleo de baixa contração e de um óleo de alta contração, nas quais está mostrada
esquematicamente a transição de um fluido das condições de reservatório para as condições
de superfície.

Os primeiros componentes a serem vaporizados são os hidrocarbonetos mais leves,


como o metano, etano, propano, etc., seguidos dos elementos intermediários. As fracções
pesadas, porém, em proporções bem reduzidas. A contração se deve basicamente à libertação
das fracções mais leves, de onde se conclui que as misturas com grandes percentuais destes
componentes apresentam maior contração, enquanto que as misturas com pequenos
percentuais sofrem menor contração. Conseqüentemente, um óleo de baixa contração resulta
em uma maior quantidade de líquido na superfície.

Óleo normal e óleo quase crítico


Existem misturas que não se classificam nem como de alta contração nem como de
baixa contração. A mistura que se encontra nessa situação recebe o nome de óleo normal ou
“black-oil”.

O óleo quase crítico é assim chamado por estar submetido a condições muito próximas
do ponto crítico. Essa condição lhe confere uma característica, que é liberar grandes
quantidades de gás para pequenas quedas de pressão logo abaixo da pressão de bolha, o que
resulta em encolhimentos consideráveis.
RESERVATÓRIOS DE GÁS
Chama-se reservatório de gás à jazida que contém uma mistura de hidrocarbonetos que
se encontra no estado gasoso nas condições de reservatório. No diagrama de fases, o ponto
correspondente às condições de pressão e temperatura originais se localiza na região das
misturas gasosas, isto é, à direita da curva dos pontos de orvalho.

Os reservatórios de gás são classificados como reservatórios de gás seco, reservatórios


de gás úmido e reservatórios de gás retrógrado. Essa classificação depende do comportamento
do fluido quando sujeito a reduções de pressão dentro do próprio reservatório e também do
tipo de fluido resultante nos equipamentos de superfície.

Ao ser levada para a superfície a mistura gasosa pode ser submetida a processos de
separação dos componentes mais leves dos mais pesados, resultando dessa separação duas
fases distintas. Os componentes mais leves permanecem no estado gasoso e os mais pesados
vão dar origem aos chamados líquidos de gás natural, normalmente designados simplesmente
por LGN.

RESERVATÓRIOS DE GÁS ÚMIDO E DE GÁS SECO


Se a mistura ao ser submetida ao processo de separação produzir uma certa quantidade
de líquido, o reservatório receberá o nome de reservatório de gás úmido. Se a quantidade de
líquido for desprezível a jazida receberá o nome de reservatório de gás seco. Deve ser
observado que essa classificação depende da composição original da mistura, mas depende
muito fortemente dos processos de separação. Um mesmo gás pode ser classificado como gás
úmido para uma determinada condição de separação e considerado gás seco para outras
condições de separação. Na verdade, o gás só deve ser classificado como úmido se o processo
de separação for economicamente viável. Costuma-se dizer que o reservatório é considerado
de gás úmido quando se consegue obter líquido em quantidade economicamente interessante
utilizando o equipamento ordinário de campo. Os reservatórios de gás úmido são
denominados por alguns autores de reservatórios de gás condensado.
Figura 1.6 – Reservatório de Gás úmido. Figura 1.7 – Reservatório de gás seco.
Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo

RESERVATÓRIO DE GÁS RETRÓGRADO


O reservatório de gás retrógrado recebe esse nome devido a um fenômeno que ocorre em
reservatórios de gás cuja temperatura situa-se entre a temperatura crítica da mistura e a
cricondenterma. A Figura 1.8 apresenta um diagrama de fases de uma mistura em que pode
acontecer esse fenômeno. Na figura está indicado que nas condições iniciais a temperatura do
reservatório está exatamente na condição citada, ou seja, a temperatura do reservatório está
entre a temperatura crítica e a cricondenterma.

Figura 1.6 − Reservatório de gás retrógrado.


Fonte: Livro: Engenharia De Reservatórios De Petróleo
O fenômeno retrógrado se passa do seguinte modo: à medida que o fluido vai sendo
produzido, a pressão no interior do reservatório vai se reduzindo, enquanto a temperatura
permanece constante. A mistura permanece no estado gasoso até o instante em que a pressão
atinge um determinado valor em que começa a acontecer um processo de condensação. Essa
situação corresponde ao ponto 1 no diagrama. À medida que a pressão continua a cair, a
quantidade de líquido aumenta até atingir um valor máximo. A partir desse máximo a redução
da pressão causa uma reversão do processo, ou seja, o líquido começa a retornar para a fase
vapor. Se a pressão continuar caindo poder-se-á chegar ao ponto 2 do diagrama, quando tudo
que tinha se liquefeito terá voltado para o estado de vapor.

O ponto interessante do fenômeno de condensação retrógrada é o fato de uma redução


de pressão causar a condensação de um gás, quando o que se espera é que reduções de pressão
causem vaporizações de líquidos.

Uma das maneiras de se classificar os reservatórios de petróleo é através da chamada


razão gás/líquido de produção (RGL), que é o quociente da divisão da vazão instantânea de
gás pela vazão instantânea de óleo, ambas medidas em condições-padrão. Segundo Craft &
Hawkins (1959), os reservatórios de petróleo podem ser classificados, de maneira
simplificada, como sendo de óleo, de gás condensado ou de gás seco, a depender da razão
gás-líquido de produção (RGL):

• Reservatório de Óleo: RGL ≤ 900 m3 std/m3 std;

• Reservatório de Gás Condensado: 900 m3 std/m3 std < RGL < 18.000 m 3 std/m3
std;

• Reservatório de Gás Seco: RGL ≥ 18.000 m 3 std/m 3 std.

A abreviatura std é usada para indicar que os volumes são medidos nas chamadas
condições-standard ou padrão de pressão e temperatura. Nos EUA, por exemplo, as
condições-standard são 14,7 psia (1 atm) e 60 Fareint.

RESERVATÓRIOS DE ÓLEO E GÁS


As acumulações de petróleo podem ocorrer na natureza também numa forma mista,
isto é, uma parte da mistura de hidrocarbonetos se encontra na fase líquida e o restante na fase
gasosa. As duas fases inicialmente se encontram em equilíbrio entre si. O ponto que indica as
condições da mistura se encontra dentro da região de duas fases. Nesse caso a jazida pode ser
classificada tanto como reservatório de gás como reservatório de óleo, a depender de qual seja
a fase preponderante. Como o gás é muito menos denso que o líquido, existe naturalmente
uma separação e arrumação desses fluidos. O gás ocupa a parte superior da formação
enquanto que o líquido fica na parte inferior.

Mesmo existindo um grande volume de hidrocarbonetos na fase gasosa a jazida é


classificada como reservatório de óleo com capa de gás se o interesse econômico for o óleo.
Na verdade, o reservatório de óleo recebe esse complemento com capa de gás na sua
denominação se o volume de gás na capa tem realmente grandes proporções. Esse é um
aspecto muito relevante para os processos produtivos da jazida. Deve ser lembrado que esse
reservatório, além do gás da capa que é chamado de gás livre, tem também uma certa
quantidade de gás dissolvido no óleo. A Figura 1.7 ilustra esquematicamente um reservatório
desse tipo.

Figura 1.7
Fonte: internet
Quando a quantidade de gás for muito maior que a de líquido, de tal maneira que o
interesse econômico principal seja o gás, esse reservatório não poderá mais ser classificado
como reservatório de óleo e deverá ser classificado como reservatório de gás. Da pequena
quantidade de hidrocarbonetos líquidos existentes no reservatório resultaria uma produção de
óleo igualmente pequena, o que tornaria a sua exploração antieconômica. Numa situação
como essa o interesse econômico se volta para a exploração do gás.
CONCLUSÃO
Neste trabalho, abordamos a classificação dos reservatórios de petróleo e gás com base
em conceitos fundamentais, como diagrama de fases, ponto de orvalho e ponto de bolha.
Compreendemos a importância desses conceitos na identificação dos diferentes tipos de
reservatórios, incluindo reservatórios de óleo, gás, e suas combinações. Essa classificação é
crucial para a indústria de petróleo e gás, pois ajuda na tomada de decisões estratégicas,
otimização da produção e na maximização dos recursos disponíveis. O conhecimento
adquirido neste estudo contribui para uma melhor compreensão dos processos envolvidos na
exploração e produção de petróleo e gás, sendo valioso para profissionais e pesquisadores no
setor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATTILIO, Carlos et al. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Rio de Janeiro. Editora
Interciência, 2001.
Rosa et al. Engenharia De Reservatórios De Petróleo, 2006.
IPGPetroleum engineering(group 5) - Wai Mun Mun (weebly.com)

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