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OBSERVARE 2" International Conference 2-3 July, 2014 II Congresso Internacional do OBSERVARE 2-3 Julho, 2014 Actas Universidade Auténoma de Lisboa | Fundagao Calouste Gulbenkian http://observare.ual.pt/conference Da Primeira Grande Guerra As guerras de quinta geragio A transformagao da guerra e as novas ameagas PEDRO Gabriel da SILVA BARATA! JOAO Carlos Lourengo da PIEDADE? Resumo O perfodo entre a 1* Grande Guerra e a 2* Guerra Mundial representou uma alteragio na ordem mundial, em parte devido & implosio dos Impérios Austro- hiingaro, Russo, AlemZo e Otomano, que fez emergir novos Estados ou levou & formagio de aliangas, com vista 2 invasio de outros estados. Era a guerra de atrigio, com recurso a0 confronto direto de exércitos em massa, como foi o caso da intervengao da Franga-Inglaterra na Guerra Civil russa. Por outro lado, a revolugao industrial, a consequente modernizagZo da tecnologia militar © a globalizagao, alteraram a natureza da guerra, demonstrando que a conflitualidade poderia alargar-se aescala global. A 2 Guerra Mundial representou um outro tipo de ameaga & soberania e a0 sistema internacional - 0 destespeito por quaisquer regras, o confronto de ideologias, os genocfdios, © antissemitismo - desencadeando © aparecimento de organizagoes, como a Organizagao das Nagdes Unidas ou a promulgag4o da Declaragao Universal dos Direitos Humanos, normativo internacional regulador do comportamento dos Estados, no sistema internacional. No mundo bipolar da Guerra Fria, dois blocos viveram em constante competigio pela corrida e pela proliferagao do armamento nuclear que, perante 0 receio de destruigdo miitua, de alguma forma pautou a constancia e a previsibilidade das ameagas. O fim da Guerra-Fria nao significou, per se, um mundo mais estdvel ou seguro; se por um lado o espectro da catéstrofe nuclear parecia afastado, novas ameugas surgiram no seu lugar. A emergéncia dos nacionalismos e das hostilidades, étnica e religiosa, o ressurgimento do racismo ¢ da xenofobia ¢ a multiplicagao dos conflitos localizados, evidenciaram a componente de instabilidade introduzida pela decadéneia das velhas superpoténcias, tendo sido os seus efeitos ampliados pela globalizagao ¢ pelas redes da Era da Informagao. Neste sistema internacional, outros intervenientes, que ndo os Estados, usurparam o uso da violéncia, a tecnologia desempenha um papel dominante, e 0 proprio conceito de seguranga alarga-se a outras dimensées, para além da militar. Pedro Barata — Capitio-Tenente na Marinha Portuguesa. Especializou-se em Hidrografia em 2001, na Escola de Hidrografia e Oceanografia do Instituto Hidrogréfico. Licenciado em Ciéncias Sécio Militares Navais e Mestre em Estudos da ' Capitio-tenente, Oficial da Marinha, Comandante do navio hidrogrético NR. D. Carlos I, Mestre em Estudos da Paz e da Guerra nas Novas RelagSes Internacionais, E-mail silva barata@marinha pt 2 Capitio-tenente, Oficial da Marinha, docente no Instituto de Estudos Superiores Miltares. E-mail lourenco.piedade@marinha pt Paz e da Guerra nas Novas Relagdes Internacionais tem como Area de interesse os cestudos de seguranga no espago pés-soviético, em particular na regido do Céucaso do Sul. Atualmente é Comandante do Navio Hidro-Oceanografico N.R.P. “D.Carlos I”. Joo Piedade — Capitio-Tenente na Marinha portuguesa. Especializou-se em guerra anti-submarina em 2004, na Escola de Operagdes da Marinha. Licenciado em Ciéncias Sécio Militares Navais e pés-graduado em Ciéncias Militares — Seguranga e Defesa. Possui um extenso curriculo operacional, no mar e em terra, do qual se destacam a patticipagtio em operagdes de evacuagao de ndo-combatentes, operagdes de combate & pirataria. No desempenho de fungdes em terra, liderou a secgio de Anti- Submarine Warfare Development and Tactics no Centro de Instrugio e Téctica Naval, € foi o Portuguese Subject Matter Expert for Anti-Submarine Warfare no imbito da NATO. Atualmente € docente no Instituto de Estudos Superiores Militares. “War is more than a mere chameleon that slightly adapts to its characteristics to the given case."(Carl Von Clausewitz in “On War") ‘A natureza da guerra, assunto abordado em pormenor por Clausewitz no seu livro “On War”, € algo que se tem mantido perene ao longo dos tempos: é contextualizada no tempo e no espaco, tem uma dimensio politica, humana e de incerteza, constituindo-se como um confronto de ideias (McMaster, 2013)3. No entanto, de acordo com Colin Gray, as caracterfsticas de qualquer guerra esto intrinsecamente ligadas aos contextos sociais, politicos, econémicos, geogriticos, geopoliticos, humanos, culturais e hist6ricos, tornando-as tinicas - diferentes niveis de intensidade, diferentes objetivos, diferengas na interagdo com o inimigo, de tecnologia utilizada, entre outros fatores (Gray, 2010:7-8). Existe também outro tipo de abordagem, holistica, como a de Barry Buzan, para quem a seguranga nacional dos Estados constitui a raiz da guerra, atribuindo a sua natureza & inseguranga provocada pela combinagao de ameagas & seguranga politica, econémica, militar, ambiental € societal (Buzan, 1983:75-83). No que diz respeito & forma de fazer a guerra - os meios para lograr os fins - tem sofrido alteragdes ao longo dos tempos, no s6 ao nivel do tipo de armas a empregar, como também da doutrina, do treino, da lideranga, da organizagio e do carécter dos militares para a conduzir, influenciando assim a estratégia a implementar (Dubik, 2002:2)'. fim da Guerra dos Trinta Anos e a paz que se seguiu - a Paz de Vestefélia - significou © culminar da confrontagio de indole religiosa que dilacerou o continente europeu, introduzindo no sistema internacional a multipolaridade com estruturas hicrarquizadas de acordo com a legitimidade divina ¢ com a unidade religiosa (Tutuianu, 2013:44). Surgiram os Estados soberanos como autoridade do emprego da forca e do monopélio da arte de fazer a guerra, em detrimento da anterior confrontagZo entre familias, tribos, religides ou cidades (Lind, 2004a:12), com a capacidade de legislar, de cobrar impostos, de mobilizar militarmente ¢ de estabelecer aliangas (Moita, 2012:29-30). Mais tarde em 1815, no pés-Revolugdo Francesa, 0 Congreso de Viena (o chamado Concerto da Europa), através de um conjunto de aliangas, reorganizou o sistema internacional segundo o principio de balance of forces ¢ de concert of powers, langando diversos conceitos: 0 Estado como o principal ator no sistema internacional - independente, {ntegro e soberano - a igualdade entre Estados e a possibilidade do uso exclusive da forga, por parte dos Estados, na prossecugio dos seus interesses (Tutuianu, 2013:47). O perfodo entre a 1" Grande Guerra e a 2* Guerra Mundial representou uma alteragao na ordem mundial, em parte devido A implosio dos Impérios Austro-htingaro, Russo, Alemo e Otomano, que fez emergir novos Estados ou levou a formacio de aliangas, com vista & invaso de outros estados. Era a guerra de atriggo com recurso ao confronto direto de exércitos em massa, como foi o caso da intervengo da Franga-Inglaterra na Guerra Civil russa. Por outro lado, a revoluco industrial, a consequente modernizaco da tecnologia militar e a globalizacio alteraram o cardcter da guerra, demonstrando que a conilitualidade poder-se-ia alargar & escala global In “The geopolitical lessons of the Iraq War”, citado por H.R. MeMaster em Nature and Character of War and Warfare 4 Na altura em que escreveu este artigo (220) James Dubik era Major General do Exército dos EUA, a ‘exercer as fungdes de Comandante da 25* Divisio de Infantaria no Hawai A 2 Guerra Mundial exibiu um outro tipo de ameagas & soberania e a0 sistema internacional - 0 desrespeito por quaisquer regras, o confronto de ideologias, os genocidios, o antissemitismo - desencadeando 0 aparecimento de organizacdes como a Organizagdo das Nagdes Unidas ou a promulgagao da Declaragdo Universal dos Direitos Humanos, normativo internacional regulador do comportamento dos Estados no sistema internacional. No mundo bipolar da Guerra Fria, dois blocos - a NATO e 0 Pacto de Varsévia - viveram em constante competigao pela corrida e pela proliferagio do armamento nuclear, sendo que o receio pela destruigao muitua, pautou de alguma forma, a constancia e a previsibilidade das ameagas. © fim da Guerra-Fria nao significou, per se, um mundo mais estavel ou seguro. Se por um lado o espectro da catdstrofe nuclear parecia afastado, novas ameagas surgiram no seu lugar. A emergéncia dos nacionalismos e das hostilidades étnica e religiosa, 0 ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicagao dos conflitos localizados, evidenciaram a componente de instabilidade introduzida pela decadéncia das velhas superpoténcias, tendo os seus efeitos sido ampliados pela globalizagao e pelas redes da Era da Informacio. Neste sistema internacional, outros intervenientes, que nao os Estados, usurparam o uso da violencia, a tecnologia passou a desempenhar um papel dominante, e o préprio conceito de seguranga ganhou outras dimensdes para além da militar. Cem anos passados sobre a eclosio da Primeira Grande Guerra, este artigo pretende analisar de que forma o fenémeno da guerra evoluiu desde o estabelecimento da Paz de Vestefilia, considerada por intimeros autores como 0 momento que assinalou o inicio da guerra moderna. Assim, procurar-se-d responder & seguinte questio: De que forma evoluiu a guerra, a natureza das ameagas ea forma de as combater? Para o efeito, admitindo que a natureza da guerra se mantém inalterada - a guerra € um fenémeno social - sero identificadas as transformagées ocorridas na condugao da guerra, no que respeita aos atores envolvidos, as ameacas existentes ¢ as téticas, técnicas e procedimentos utilizados, Na opinido dos autores, a guerra tem uma natureza perene, alterando-se 0 seu carter em fungao das transformagées que se verificam na forma de combater, por quem se combate ou quem combate (figura 1). Estes trés fatores funcionam como trés campos magnéticos ligados entre si: quando um se move, os restantes também se alteram. As transformagdes sio impulsionadas por alteragdes significativas da organizacio politico-social ou alteragdes de tecnologia, com impacte na organizaglo das forgas armadas ou na forma de combater. Forma de combater ‘Transformagao da Guerra Por quem se Quem combate combate Figura 1 - Transformagao da Guerra Os modelos da guerra moderna. Principais caracteristicas e formas de a condu: “The purpose of fighting is not to win a military victory...Rather the purpose of fighting is to secure a better peace than one enjoyed before” (Colin Gray). Segundo Clausewitz, a guerra € “um ato violento imposto ao nosso inimigo para fazer valer a nossa vontade”’, No século XIX, a guerra era vista por Clausewitz como uma trindade de atributos (¢ nao atores): a paixao, a probabilidade ¢ o acaso, ¢ a razo. Clausewitz associava esses atributos a trés atores intervenientes na guerra: a paixdo com a populagdo, a probabilidade e 0 acaso com os generais e as suas Forgas Armadas, ¢ a razio com o Estado e a direco politica da guerra (Strachan, 2007:28). Considerava ainda a guerra como um instrumento da politica do Estado — A continuagao da politica por outros meios. Nas palavras de Donald Kagan, grande parte das guerras tém a sua origem nao nos interesses dos seus intervenientes, mas sim, no receio que tém de ser atacados, por verem o seu orgulho ferido, ou por forga de uma percegdo errada do potencial do seu opositor ¢ das suas intengdes (Kagan, 1998). Assim sendo, como terd evolufdo a condugio da guerra? Serd ela motivada pela introdugiio ao longo dos tempos das novas tecnologias? Segundo James Dubik sim, na maior parte das ocasides as tecnologias sao primeiramente aplicadas na tentativa de melhorar os métodos de combate existentes; no entanto, os novos métodos sé surgem depois da sua implementagio (Dubik, 2002:1-2). Todavia, 0 mesmo autor defende, que embora a tecnologia seja um fator importante na determinagdo da mudanga da condugao da guerra, ndo constitui, per se, um fator de mudanga no cardcter da guerra (Ibid:6), As guerras da primeira gerago - perfodo compreendido entre 0 Pés-Paz de Vestefélia até & Guerra Civil Americana (1861-1865) - caracterizavam-se por seem conduzidas por exércitos nacionais de conscrig&io, contrariamente ao que sucedera anteriormente, onde as guerras eram conduzidas por grupos de nobres © por mercenérios contratados pelas partes envolvidas no conflito, mais ou menos figis & coroa, em fungao da quantidade de ouro recebido em troca. A condugao da guerra fazia-se em movimentos de linha e coluna, em campos de batalha ordenados, e sem 5m War Continuity in change, and change in continuity $ In On War (1827) tradugio de J.J. Graham (1873) grande arte operacional, na procura da conquista de (errit6rio® (Lind et al, 1989:22- 26). Segundo Clausewitz, a titica de linha e coluna era a forma mais eficaz de quebrar a moral e a forca do seu oponente (Breemer, 2000:16)8. Apés a Revolugio Francesa (1789-1799), ocorreram diversas alteragdes politicas, econémicas e sociais Estas, conjuntamente com as evolugdes tecnolégicas resultantes da Revolugao Industrial, como foi o caso da produgio de armas de fogo em larga escala — metralhadoras e artilharia ligeira — 0 caminho de ferro? e os navios de maiores dimensdes, permitiram o movimento mais répido dos exércitos, bem como a capacidade de assegurar a sua sustentagdo a maiores distincias; também o telégrafo permitiu aos decisores influenciar as téticas no campo de batalha, consubstanciando a transigdo entre a guerra limitada e a guerra total (Dignam, 2012:4-5).. A utilizagao da artilharia rapidamente tornou a tética de linha-coluna obsoleta © 0 campo de batalha tornou-se desordenado. Estévamos perante 0 aparecimento das guerras de segunda geragiio, com a procura incessante da concentragio do fogo sineronizado, ¢ das guerras de atrigao segundo o lema “a artilharia conquista ¢ a infantaria ocupa” (Lind, 2004a:13). E também nesta altura, que surgem a disciplina imposta, a hierarquia, a coordenacio e a organizagdo, como alternativa a iniciativa dos soldados - a obediéncia era melhor acolhida do que a iniciativa (Ibid), O desenvolvimento econémico © tecnolégico permitiu o progresso de sistemas de caminho de ferro e a produgio em larga escala de armamento e de munigdes, projetando a mobilidade estratégica dos exércitos para outro patamar — tornou-se evidente que seria dificil vencer um conflito numa tinica batalha, e que © campo de batalha presenciava agora, combates de atrigdo de larga escala (Digna, 2012:5). Estas alteragdes foram bem visiveis nos campos de batalha da 1* Grande Guerra. As armas de fogo foram aumentando o seu ritmo de fogo precistio — a metralhadora ‘Maxim disparava cerca de 600 tiros por minuto, a uma distancia de cerca de 4000 metros!°— € © mesmo podia aplicat-se a artilharia ligeira, dando uma vantagem acrescida a quem defendia e fazendo com que as incursées da infantaria raramente tivessem sucesso. No mar, os navios com casco de ferro ¢ movidos a turbinas munidos com pegas de artilharia na sua proa, permitiam uma vantagem em alto mat!) bem como nas operagées junto a costa (Humble, 2004:107) As guerras de terceira geragfo, tal como as de segunda gerago, sfo um produto da I* Grande Guerra e foram marcadas pela invengao alema da guerra de manobra - Blitzkrieg (Lind, 2004:13). Do ponto de vista tético as operagdes nao se baseavam no poder de fogo, mas sim na velocidade, surpresa e manobra (fisica ¢ psicolégica). O combate deixou de ser linear, de aproximagao e destruigdo, e passou a 7 Bxcogio feita ao caso de Napoledo Bonaparte § Citado in “War as we knew it, The Real Revolution in Military Affairs/Understanding Paralysis in Military Operations” ° Segundo Massimiliano Onorato, Keneth Sheve e David Stasavage, embora o comboio jé tivesse sido uusado na Guerra da Crimeia (1856-1859), este terd sido utilizado para transporte de exércitos com maior expressdo, pela primeira vez pelos franceses, na campanha de Itélia em 1859 (Onorato et al, 2013:4), 10 Disponivel em: hutpi/www.vickersimachinegun.org.uk/, consultado em 26 de maio de 2014. "Em 1906, o langamento 2 égua do HMS Dreadnought, revolucionou a forma de fazer a guerra no ‘mar, com a introduso da propulsio movida a turbinas a vapor e de armas de grande calibre. estar direcionada para 0 colapso causado pelo uso da forga, no ponto de desequilfbrio do inimigo — 0 lema era bypass and colapse instead of close in and destroy. Nesta gerago, a cultura militar focava-se no inimigo, na situago - resultado a alcangar - em vez do método para o atingir. Liddel Hart explicava, de uma forma simples, 0 conceito de “expanding torrent” (ou a sua interpretagdo de Sun Tzu), fundamental na teoria da “blitzkrieg”: 0 ritmo de combate deve ser semelhante ao curso de um rio, que naturalmente evita os obstéculos (superticies), procurando os pontos fracos € os intervalos; depois de ultrapassado 0 obstéculo, quando encontra esses pontos fracos e intervalos, aumenta a sua velocidade expande-se. Outro dos principios chave é a “Auftragstaktik” "2, ou ordem tipo-misséo: por forma a explorar as oportunidades e a iniciativa dos subordinados, as ordens limitavam-se a definir a missdo e a intengao do comandante. Assim, ficava na mao dos subordinados escolher quais as ages a implementar, por forma a cumprir a missio. Segundo William Lind, no século XIX, durante os jogos de guerra que faziam ao longo das suas sessdes de treino os oficiais alemaes, eram confrontados com situagdes que sé poderiam ser resolvidas desobedecendo a ordens, contrariamente a disciplina que caracterizava as guerras de primeira geragdo (Lind, 2004:13). ‘Também neste caso, a tecnologia desempenhou um papel importante, Durante Segunda Guerra Mundial, praticamente todos os exércitos eram mecanizados, fazendo com que parecesse que a infantaria tinha sido destronada (Creveld, 2004: 6) © periodo pés Segunda Guerra Mundial, significou a evolugdo da aviagdo para os motores a jato, com maior velocidade ¢ permitindo uma evolugio para aeronaves de maiores dimensdes, peso ¢ uma performance superior, sendo de ressalvar que, no final do século XX, a capacidade de bombardeamento de um F15, era praticamente equivalente & dos grandes bombardeiros da Segunda Guerra Mundial (Jbid). Outro avanco tecnolégico importante foi a introdugao do helicéptero, permitindo operagdes de transporte, observacao, busca e salvamento, ¢ ataque (Ibid). Eo que dizer das guerras de quarta geracao? O sistema internacional, no perfodo pés Guerra Fria sofreu alteragdes. Os conflitos intraestatais proliferavam, na maioria dos casos provocados por diferendos étnicos, culturais e religiosos, trazendo para as relagGes internacionais outros atores no estatais, dos quais sio exemplo os grupos terroristas, as organizagdes nao governamentais, as organizagdes internacionais, as instituigdes religiosas ou as multinacionais, que disputam, juntamente com os Estados, a cena internacional. Perante a perda do monopslio do uso da forga e da arte de fazer a guerra, por parte do Estado, 0 campo de batalha tomou-se disperso e nao linear; a conflitualidade apresenta, hoje, diversos niveis de intensidade, eo desgaste arrasta a durago do conflito (conflitos de baixa intensidade)!3 - veja-se 0 exemplo do Afeganistio, do Iraque, da Libia ou da Siria. Hoje, a guerra interestatal uma exceciio, e permite a '2Termo desenvolvido pelos alemies para caracterizar “ordens tipo missio", descentralizando a

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