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OBJECTIVE ARCHITECTURE

carlos lampreia

Abstract

In the era of industrial hyperproduction, of hypersupply


(communication) of things, objects and thoughts, and therefore
also of architectures, and in the impossibility of originality and
the return to nature, what is important is the framework and
logic of choosing what is produced.

This text, a brief summary of a master's thesis with the same


name, aims to assess the limits of this logic of choice as a
critical and operational instrument capable of leading
architecture towards its materialization, thus overcoming the
path of an architecture whose cycle is increasingly distributed
between the personal file and the pages of a magazine.
These limits will lie somewhere between the conceptual and
cultural interest of a given idea or strategy and its possibility of
implementation, always dependent on some social approval.
This level of concerns places the question of the architect in the
face of others (ethics and aesthetics) and led to the theme of
architecture as a vehicle for communicating ideas and ideals, or
architecture as a social language.
The methodological positioning of the architect in the face of
architecture is thus questioned, the way in which it is produced
and the way in which it is inhabited, and whether in this process
that should be one of symbiosis, architecture can be truly
objective, that is, whether it can become communication or
some how a language.

This look, constructed from a specific national reality, is always


conditioned by a lack of dimension at various levels and thus
always divided between the desire to affirm something of one's
own and the fascination with what comes from outside ready to
use, something between the local and the global. This leads us
to an impasse and discredit in the use of models and reflections
in an uncritical way, which tends to expand and postpone the
paradigm of an urban and territorial stance for the country. This
concern is at the genesis and is the origin of the interest in this
topic.(2022)

A ARQUITECTURA OBJECTIVA
carlos lampreia [ *Publicado in Revista Lusíada (2003)]

1
1-INTRODUÇÃO
Na era da hiperprodução industrial, da hiperoferta
(comunicação) de coisas, objectos e pensamentos, e
portanto também de arquitecturas, e na impossibilidade da
originalidade e do retorno á natureza o importante é o
enquadramento e a lógica da escolha do que se produz.

O Presente texto, breve resumo de uma dissertação de


mestrado com o mesmo nome, pretende aferir os limites desta
lógica de escolha como instrumento critico e operativo capaz
de conduzir a arquitectura na direcção da sua materialização
ultrapassando assim o caminho de uma arquitectura cujo ciclo
cada vez mais se distribui entre o arquivo pessoal e as páginas
de uma revista.
Estes limites situar-se-ão algures entre o interesse conceptual
e cultural de uma determinada ideia ou estratégia de
intervenção e a sua possibilidade de realização, sempre
dependente de um qualquer aval social.
Este nível de preocupações coloca a questão do arquitecto em
face dos outros (a ética e a estética) e conduziu ao tema da
arquitectura enquanto veículo de comunicação de ideias e de
ideais, ou da arquitectura enquanto linguagem social.
Questiona-se assim o posicionamento metodológico do
arquitecto em face da arquitectura, a forma como esta se
produz e o modo como se habita, e se neste processo que
deveria ser de simbiose a arquitectura pode ser
verdadeiramente objectiva, isto é se ela se pode tornar
comunicante e aspirar a ser linguagem.

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Este olhar, construído a partir de uma realidade nacional
especifica sempre condicionada por falta de dimensão a vários
níveis e assim sempre dividida entre o desejo da afirmação de
qualquer coisa própria e o deslumbramento pelo que vem de
fora pronto a usar, algo entre o local e o global, vai-nos
conduzindo ao impasse e ao descrédito na utilização de
modelos e reflexões de forma acrítica, o que tende a alargar e
a adiar o paradigma de uma(s), postura urbana e territorial
para o pais. Esta preocupação está na génese e é a origem
do interesse pelo presente tema.

2-Arquitectura objectiva ou arquitectura como


comunicação

Arquitectura objectiva é o tema que decorre de várias questões


envolvendo as dificuldades de nos referirmos á arquitectura de
forma concreta.
O facto das abordagens comuns que a ela se referem serem
geralmente conotadas de forma redutora com a problemática
do gosto ou com aspectos técnicos e construtivos, dilata
preconceitos e compromete as capacidades da disciplina de
por ai evoluir enquanto meio critico e operativo de construção
do território, revelando as dificuldades que todos temos em
falar de arquitectura, sejamos arquitectos ou não.

Este problema de comunicação, poderá ser refreado numa


altura em que a arquitectura, também ela, se torna mais
mediática e portanto mais comunicável, mas também se
poderá agravar, quando a competição corporativa que dai
advém a torna demasiado especializada e autista,
desenvolvida a partir das suas qualidades mais epidérmicas.
Assistimos desta forma á experimentação por vezes pouco
consciente e acrítica de modelos, de onde resultam respostas
pouco adequadas e pouco eficientes relativamente aos
programas e respectivos contextos, comprometendo-se assim
os objectivos básicos do exercício da profissão.

Para este facto, parece-nos muito contribuir o crescendo do


entendimento da arquitectura como um exclusivo problema de
aparência, pouco fundamentado, numa tendência que a
aproxima perigosamente dos fenómenos superficiais da(s)
moda(s).
Assim, porque se acredita que a arquitectura é um sistema
complexo não redutível á sua própria imagem, é pretendido
com o presente estudo, tentar perceber de que forma o
processo arquitectónico pode ser objectivado, ou seja, de que
forma a arquitectura pode ser comunicada e entendida.
Trata-se de aferir o modo como se constrói e materializa a sua
fundamentação na relação entre o enquadramento estratégico
das intervenções e a sua expressão, isto é, a capacidade de
tomada de consciência das lógicas formais e espaciais que a
configuram.

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Arquitectura objectiva não é um género mas uma atitude .

Se considerarmos que objectivas são as qualidades inerentes


a situações ou objectos que não mudam com as percepções
dos diferentes sujeitos, estaremos perante uma percepção
básica da arquitectura, aquela que lhe confere as suas
características genéricas estáveis e identificativas.
Estes aspectos estão sempre dependentes da capacidade dos
arquitectos imprimirem carácter expressivo concreto ás suas
construções, condição necessária para que exista
comunicabilidade com os habitantes, potenciando a
capacidade de gerar empatias e de tonificar o interesse, o
debate e a manipulação do território de forma consciente e
alargada.

Arquitectura objectiva não é racional, é expressiva.

Esta relação constrói-se entre dois pólos que são opostos, por
um lado, o interesse comum dos sujeitos habitantes pela
arquitectura, geralmente reduzido e comprometido pelo
interesse pessoal ou pelo entendimento do território como um
manancial de interesses exclusivamente económicos.
Por outro, os autores, os arquitectos que condicionados em
termos de participação, e muitas das vezes apoiados sobre o
mito de que a objectividade é inimiga da criatividade, se
afastam de posturas concretas e responsáveis, perseguindo
causas individuais e corporativas.
Numa postura objectiva a questão mais importante é a
consciência de uma estratégia de intervenção ou de uma
ideia, em que os arquitectos determinam e controlam a relação
entre essas ideias e a sua expressão, procurando sempre que
estas sejam pertinentes e comunicáveis, desta forma
aproximando ambos os pólos de interesse.

Arquitectura objectiva é a expressão conseguida de uma


ideia

Como garante deste controle existem por parte dos arquitectos


essencialmente duas posturas metodológicas:
Uma em que a estratégia de intervenção é colocada á priori,
consistindo o método na busca da melhor forma de conseguir a
sua expressão, tratando-se de uma lógica de transferência do
tipo ideia - expressão - significado.
A outra onde se conduz um processo inverso, empírico, em
que se procura a ideia na expressão, isto é a consciência do
projecto é mediada pelo desenho num processo sensível.
O controlo racional é aqui produzido através de uma
consciência do fazer imediata ou á posteriori.

Uma ideia persegue-se mas também se constrói

Por oposição ao arquitecto, o sujeito enquanto habitante, não


busca qualquer significado concreto de modo consciente, antes

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os vai construindo de forma afectiva, já que a sua relação com
a arquitectura é essencialmente de utilização a partir de
critérios pragmáticos de identificação e acção, por isso lhe é
difícil reconhecer uma ideia arquitectónica em determinada
situação.
No entanto e como tudo o que fazemos e o modo como o
fazemos se transforma por via indirecta em acto de
comunicação com os outros e vice-versa, também os
diferentes modos de entendimento do espaço constituem um
processo de emissão e recepção de formas de estar.
O simples uso ou acto de habitar tem consequências que se
manifestam sempre como actos de comunicação, interferindo e
condicionando o território.

Apesar de geralmente incompreendida a arquitectura


condiciona e comunica formas de estar.

É através da percepção que de forma mais ou menos


consciente nos apercebemos do espaço físico envolvente, e
para que esta seja objectiva é necessário um nível intermédio
de percepção que envolva já um qualquer juízo de valor, isto é,
uma postura activa perante o espaço.
A intensidade de percepção varia de indivíduo para indivíduo,
desde os significados superficiais dos habitantes passivos até
á procura de significados concretos por parte dos arquitectos.
Com maior ou menor complexidade, as nossas percepções
podem variar entre leituras superficiais de origem simbólica ou
mais sensíveis de origem fenomenológica.(1)

A percepção pode ser superficial e identificativa ou


sensível e empenhada.

Os elementos ou situações arquitectónicas de fácil


reconhecimento são aqueles que geralmente possuem
atributos de carácter suficientemente claros, por serem
situações tipificadas no nosso imaginário ou que por analogia
nos remetem para uma qualquer imagem ou símbolo redutor,
mas sempre identificativo da situação em causa.
Estas percepções de carácter simbólico são na critica
geralmente associadas ao sistema linguistico por se
pressupor que o sistema de comunicação e percepção da
linguagem verbal está presente em todas as formas de
comunicação e portanto também na arquitectura.
Assim o sujeito reconhece significado á arquitectura de um
modo imediato através do reconhecimento da forma ou dos
diferentes tipos espaciais e funcionais. Desta forma vai
organizando num vocabulário formal muito próprio situações
de referencia que lhe permitem a identificação, o
reconhecimento e a hierarquização do território construído.
São estes elementos de fácil reconhecimento aqueles que os
arquitectos operam enquanto discurso arquitectónico nas
atribuições e percepções de significados primários por analogia
incutidos ás situações construídas.

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Uma parede desenhada como um muro implica sempre a
questão do limite expresso, se lhe introduzirmos janelas
remete-nos de novo para a memória da rua, perdendo a
intensidade anterior.
Poderemos pois afirmar que desta forma o sistema linguistico
ou simbólico consegue operar de forma objectiva enquanto
veiculo de expressão de ideias.

Estes princípios podem conduzir a uma linguagem


arquitectónica no sentido em que há significados comuns entre
intenção projectual e percepção, no entanto não se pode
confundir com o corrente significado da palavra “linguagem” em
arquitectura que é geralmente conotada com a coerência dos
elementos definidores e caracterizadores do espaço, ou aquilo
que vulgarmente se chama estilo.
Uma outra ressalva para que não se confundam estas
situações de carácter metafórico com os devaneios simbólicos
pós modernos dos anos 80 onde ao levar o termo linguagem
demasiado á letra, foram cometidos excessos na atribuição e
extrapolação de significados relativamente á arquitectura muito
para além dos seus limites expressivos; e como a arquitectura
não se lê como um texto, já que não existe nenhum
vocabulário concreto envolvido em qualquer pacto social a ela
relativo, só será possível apelidar de objectivos certos tipos
espaciais e formais que pela sua repetição e implantação
social, possuem significado estabilizado no nosso léxico
cultural. A essas situações chamamos arquétipos objectivos.

Arquétipos objectivos são as situações construídas


comuns a uma determinada cultura. e ai reconhecidas
formal e funcionalmente.

No entanto a nossa percepção não funciona só de um modo


simbólico, e para um entendimento mais completo temos que
a abordar a partir da fenomenologia da percepção; Esta área
estuda a forma ou repercussão que as nossas experiências
tomam na nossa consciência, e implica uma relação sensível e
individual do nosso corpo, através de todos os sentidos, não só
da visão, com as situações construídas que conformam as
nossas acções no espaço.
Estas são adquiridas ao longo da nossa vida a partir de uma
fenomenologia da imaginação com base naquilo que Bachelard
chamou os espaços da estabilidade do ser (2), ou memória
afectiva, e que estará na origem do nosso vocabulário de
sensações comuns experimentadas de forma particular.
Desta forma apreendemos os conceitos espaciais básicos a
partir das nossas primeiras experiências de habitar, situações
como a variação da luz, do claro e do escuro, ou de limite
como aberto e fechado, ou de uma forma muito evidente nos
primeiros anos de vida a noção de escala por via de nos
movermos em espaços inapropriados á nossa dimensão.
.O modo individual e exclusivo como interiorizamos estas
situações prefigura um envolvimento apelativo sensível e

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potencialmente poético. Este processo é como se sabe
subjectivo, no entanto, a sua intensidade é profundamente
objectiva, sendo coisa não decomponível, é aquele que
consegue transformar o objecto em memória (3); esta
sensação é posteriormente activada no consumo e na
produção das várias formas de expressão.

A memória afectiva gere as nossas empatias e a


capacidade de sermos estimulados poeticamente.

Entre as diversas áreas presentes na fenomenologia da


percepção, destaque-se dos que importam directamente á
arquitectura a geometria euclidiana e a psicologia da forma,
que gerem a formação perspéctica do espaço, (a forma como
vemos), procurando o modo como as sensações espaciais
compõem as imagens que se constróem na mente do sujeito.
A geometria trata o modo como medimos a terra e as nossas
acções sobre ela a partir de unidades abstractas que nos
permitem a relação com o todo ultrapassando assim a
limitação das nossas perspectivas posicionais no espaço.
No entanto como aquilo que vemos não se reduz á sua
dimensão e forma, mas também é constituído por matérias,
sendo que estas são por nós percepcionadas como sistemas
complexos de luz e cor, trata a psicologia da forma de estudar
a relação entre formas e matérias e o modo como as
percepcionamos, já que a sua variação condiciona a
hierarquia e a leitura daquilo que vemos. A arquitectura é pois
uma questão de medida e de matéria.
Estas são as ferramentas que o arquitecto manipula
decompondo e compondo o processo de percepção, e que
aqui denominarei de composição espacial, aquela que
permite recriar e reconhecer no espaço as ilusões que a
memória comum e afectiva nos oferece.

A composição espacial é o processo pelo qual


decompomos e posteriormente montamos os jogos de
ilusão capazes de despoletar a memória ...

No entanto os efeitos excessivos de uma percepção


fenomenológica, isto é especializada ou sensível, pode
afastar-nos de consensos e portanto de lógicas objectivas,
colocando demasiada ênfase na composição torna-se
abstracta ou não objectiva, se o colocar exclusivamente sobre
uma leitura poética e individual comunicará também um
universo só acessível a alguns.

Assim e resumindo, para que tenhamos uma atitude objectiva


torna-se necessário garantir processos de percepção que
possam envolver arquitectos autores e sujeitos habitantes na
manipulação do território de forma transparente.
Para que este processo funcione é preciso que as estratégias
de projecto sejam validadas entre ambos.

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A partir dos dois tipos de percepção apresentados, um mais
objectivo ou racionalista outro sensível ou poético, temos que
quer em relação ás metodologias objectivas relativas ao
arquitecto, quer aos aspectos de percepção comum ligados a
todos nós enquanto habitantes poderemos isolar os elementos
génese de um processo objectivo, aquilo que considerei o
grau zero da expressão.

grau zero da expressão são os elementos e espaços


arquitectónicos que possuem o mesmo significado para
todos os indivíduos.

Isto é, um processo de fusão entre a percepção sensível


individual e a percepção por analogia consequência dos
processos culturais e sociais, que possa ser considerado
comum e gerador de situações espaciais.
Estes elementos são constituídos por um vocabulário e uma
técnica.
Um vocabulário proveniente de uma memória colectiva de
significados estáveis e generalizados a que se chamaram
arquétipos objectivos e um vocabulário de sensações
comuns proveniente de uma memória afectiva individual, que
prefiguram um conjunto de situações e de sensações espaciais
que manipulamos e habitamos. ( o edifício, a casa, a parede, a
janela, a porta, a escada, o pátio, ou sensações como aberto,
fechado, claro, escuro, grande, pequeno etc.)
Por outro lado uma técnica suportada pelo controle das
estratégias de intervenção, pela fundamentação dos projectos,
ou seja por uma ideia pertinente e reconhecível nas situações
construídas, aliada a uma técnica de manipulação ou de
composição espacial que permita torná-las verdadeiramente
expressivas no território, e que garanta o carácter objectivo que
o autor lhe quer imprimir e que quer que lhe seja reconhecido.

Pode-se pois inferir que arquitectura objectiva será aquela


que possibilita o reconhecimento de uma ideia, através de
elementos derivados da memória formal e espacial dos
arquétipos objectivos e das sensações espaciais comuns
reconhecidas pela memória afectiva e geridos por uma
estratégia de composição que lhe garanta toda a
expressividade.

O processo objectivo terá a capacidade de se transformar em


ferramenta comunicacional entre o arquitecto e aqueles que
são exteriores á arquitectura, garantindo através de uma
clareza de meios e de situações que a ambos são comuns,
processos de transparência e de diálogo que possam tornar a
arquitectura mais objectiva.

Os meios de que dispomos para a afirmar são exactamente a


sua materialização, ai deverá residir toda a carga expressiva
do projecto, suportada por uma estratégia clara, desenhada

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sem concessões e capaz de apelar aos outros e a si própria,
capaz de comunicar.

Este tema ficará, ainda assim, aquém das expectativas que


palavra tão exigente requer, mas no entanto, e como
acreditamos que a objectividade está nos olhos de quem quer
ver, consideramo-la como um meio e não como um fim.
Isto é, a objectividade é uma vontade só manipulável em parte,
serve-nos para discutir a arquitectura de forma genérica, ou
seja, para falar da génese dos projectos, trata-se de uma
vontade de comunicação, ou diria antes de uma vontade de
controlar a subjectividade.

(...) O desenho é o desejo de inteligência.” Álvaro Siza(4)

1- ver NORBERG-SCHULZ, Christian : “Intentions in Architecture”, Tenth


printing, MIT Press Paperback Edition, Cambridge, Massachussets, 1997.
2- in BACHELARD, Gaston : “A Poética do Espaço”, 1ª reimpressão, Edições
Martins Fontes, São Paulo, 1993, pag. 28.
3- In MUNTAÑOLA I THORNBERG, Josep : “Poética y Arquitectura”, Editorial
Anagrama, Barcelona, 1981, pag. 60.
4 - In SIZA, Álvaro : “Escrits”, Col. Aula d’Arquitectura nº 7, Edicions UPC,
Universitat Politécnica de Catalunya, Barcelona, 1994, pag. 23.

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