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MOLES, LAZARSFELD, MERTON, RIESMAN, MACLUHAN, HORKHEIMER, ADORNO, BENJAMIN, MARCUSE, ‘SANGUINETI, BAUDRILLARD, KRISTEVA, BARTHES, PANOFSKY ‘TEORIADA CULTURA DEMASSA Introdugdo, comentarios e selegio de Luiz. Costa Lima 6 edigdo revista @ PAZE TERRA Cong D6 Las Coie Adenoets comma gi aro Lina —SioPaio Seuatgta Sistas SP CEP 122.00 Taina Este ivr reproduzde modo quase integral cursode Sociologia «da Comunicagdo de Massa oferecido pelo Departamento de Socilo sia Politica da Pontificia Universidade Catdlica do Rio de Janeiro ‘durante o ano tetvo de 1969. Nao tera sido ele possvel sem 0 apoio «dos que rm dirigido esse Departamento desde minka data de ingres- 40, assim como sem a cooperagdo ea simpatia critica dos que entio foram alunos, estescompanheiros presentes namemériaouna rt na, esta reunite. lel. Rio, setembrode 1969 SUMARIO Nota para a 2+edigao. Introduso Geral CComunicagdo.e Culturade Massa Luiz Costa Lima Comentério 1. Doutrinas sobre a Comunicagao de Massas/ Abraham A. Moles. ‘Comentirio 2. Comunicagdo de Massa, Gosto Popular eA Organizacdo da Agdo Social Rober K. Merton e Paul F Lazarsfeld Comentério 3. OTurno da Noite David Riesman Comentiro. 4, Visdo, Som e Fria Marshall McLuhan B 1 105 109 135 BT 19 133 Comentiro. Alndistria Cultural (O llwninismo como Mistificagao de Massa/Max Horkhsimere Theodor W. Adorno. Comentio. ‘A Obrade Arte naBpoca de Sua Reproduiblidade Técnica! Walter Benjamin Comentirio. AArte na Sociedade Unidimensional/Herben Marcuse Comentétio, Sociologia da Vanguarda /Edoardo Sanguinet Comentiro, Significacdo da Publicidade /Sean Baudrillard Comentirio A Semiologia: Ciéncia Critica efou Critica da Ciéncia! Sula Kristeva Comentéio. AMensagem Fotogrdjica /Roland Barthes. Comentéic Estilo e Meio no Filme / Ewin Panotsky 16s 217 221 257 259 a3 2 289 201 303 307 323 325 aL NOTA PARA A SEGUNDA EDICAO Que nio fazemos para sobreviver, com uma aividade intelec- ‘wal, no Brasil? No mimo, da feqUentemente cursos que pauco ou ‘nada nos inteessum. Assim,em 1969, lotado em um deparramento de sociologa.tive de oferecer um curso sobre cultura de massa, Jventdo ‘horror oficial pelas massascunharaa expresso eufemisticaeredun- dante que até hoje escut: comunicasio social.) Defrontei-me porisso com um assunto que s6paralelamente me ‘importa e sobre o qual no haviaento suiciente bibliografiaem portugues. ive. pois,comaajudade alunos de umamigo.Otto Maria CCarpeaux — que gratuitamente se prontficou a corrgira radugio de ‘Adorno —,de vereralguns textos. que servissem de orientagio para _sbordagem da cultura de massa, como fenémeno sociolégico. ‘Com a mesma finaidade ¢ para me obrigar ater alguma opiniso sobre o que iia ensinar,forcei-me a esrever uma introduglo geral Gostaria hoje de revé-a, mas a falta de tempo continua a mesma, ‘Talveztampouco fosse caret emendar um assunto que é to poveo meu. Ante a caréncia e a dvds, observa apenss umn panto, No “Apéndice” aquelaintroduso,mostrévamos como. oposiglo“cultu= ‘a superiorfcultura de massa" pode seraplicada sem mais a caso brasileiro, poiselafuncionara apenas quanto classes média alta. 9 Quanto as outros segmentos sociais,levantévamos a hipétese de que els viviam uma oposigo do tipo “cultura de massaoutrafor- ‘made cultura ou asua purticipagio no universo da cultura seria quase ula, porqueentre os produtosculturaise estes seus receptoreshaveria um tl hiato que no permitiria se integrar nos modelos (padres © valores seque da cultura de massa ‘No tnico livre valioso do ponto de vista da pesquisa sobre os| ‘media no Brasil, Anoiteda madrinka, seu autor, Sérgio Miceli recor- {daa proposta para chama-la absurda: o autor, diz Miceli chega 20 bsurdo de propor toda uma modalidade siablica “que nao deflagra sentido”! Epossivel que tambémesse fosse meu ponto de vista aoescrever| apassagem, cujafinalidae era antes reforgaro term altemativoante- rior. Mas hoje creio mais no cimento da fantasia. F 0 contato com tu 5 () advindas da classe média baixa suburbana e de _meios proletris, me leva pensar asio naquelaproposta.Adegra- {dagdo do ensino que softemos ea facilidade paralela do diploma uni= versitri entre ns evam aestaconcluséo lgico-paradoxa: formamos bacharéisque do ti estranhs acareiraem que se diplomaram como seriaum visigodo no senado romano, Mas explicitamente: prestigio {do diploma entre nés resulta de se acreditar que ee Facilitard a ascen- so social. Como entretanto tas cursos se madelam apartiedsimagem 4d “cultura superior", camadas significativas da sociedade abando: ram suas préviasidentficagées culturuis —o crente na macumba ou ‘em rligides sincréticasrecalea, dsfarga ou nega sua fidelidade a0 culo, o curandeiro teme sejadivulgado seu conbecimento das me2i has ¢ das ervas medicinais —e procuram se familiaizar com a lin- {uagem do “senado romano”. Como isso entretanto leva tempo eo priprio curso universitétioexige pouco, criam-se doutores brancos ‘que nem se embranguecem, nem mantiveram sua outa identficagéo. ‘Conclui-se mal, diante de tal caso, ao sedizer,comosetornoufregien- te, que cada vez os diplomados dominam menos o portugués. Aques- Wo vai além do mero aprendizado de uma lingua O problems, como aquelahipétese nos permite ver,édeorieniagdon0 interior deumacul- "Spi Mieli Ano dad p22, Pegi, Sh Pe 2 10 ‘ura, Mais hem dito, de orfandade no interior das culturascompreendi- as pla sociedade brasileira Parece sem vida estranho supor grupos sociais ou parcelas deles sem participago no universo da cultura, Talvezainda no saba ‘mos reconhecer o estranho que & nosso pais. O desenvolvimento do tema talvez fose interessante De qualquer modo, ele exigiria uma ‘pesquisa para qual no tenho condigies, nema suficiente motivagio, Pois,na verdade,estacoletaneahoje segue o seu curso, depoisde haver sedesgarado de quem a reniv, Luiz Costa Lima Rio, abil de 1978 INTRODUGAO GERAL COMUNICAGAO E CULTURA DE MASSA A José Laurénio de Meloe Orlando da Costa Ferreira 1 Apartirda década de 1940, nos Estados Unidos, questio pouco Frequente entre ensafstas, pensadorese pesquisadores socials tornou- se assidua entre suas publicagbes, ratava-te daimportinci econse- ‘qéncias socioculuras das mensagens transmit por canis, datas ‘de alto poder de alcanee elou reproduc (orais, hisériasem quadri- ho, revstas de atualidades, dio, cinema, disco,embreve,afitamag- netofnicae aTV). ‘Oassunto, ¢verdade,ndoerade todo inexplorado. Ante oridioe ‘cinema nascentes, oromancista G. Duhamel comportava-se comose estivesse a encarar a moderna face da bestilidade (Scénes de la vie ure, 1930). Seu contemporaneo, o historiador austriaco Egon Friedel nioé menosenfitico. Na Kulturgeschichre der Nezeit(1931), ‘escreve:“Enquantoo cinema foi mado tinha ouraspossibiidades que ade naturezafilmica: a saber, possibilidades espirtuais. Masala ‘sonora desmascarov 0 cinema ea tados 0s olhos,a todos os ouvidos, {orna-se patente que estamos as Voltas com uma miquina mortaeesté= pda. O biosc6pio mata apenas 0 gesto humano, mas a ilha sonora {também acaba com a voz Ordo age no mesmo sentido, Ao mesmo tempo, lbera-nos da obrigagio de nos concentrarms,torando agora possivel apreciar Mozart os chucrutes, sermao dominical eo brid {ge Tanto o cinema quanto o rio eliminam aquele Muido mistrioso B {que emana indstintamente do pblicoe do artista e que transforma cada concerto, cada conferénciaem una experiénciaespritual nica ‘Avor humana alcangou onipresenga,o gesto humano, etenidade, mas ‘ao prego da alma. Ja temos concertos de rouxinsis pelo sem-fioe falas ponificias. Ede Tatoo “declinio do acidente™™ (1, p.475) Duhamel e Friedel inauguram uma posturahoje acessivel a toda ahipoctsia ds radicionalistasindignados. Os cruzados do século XX vefeulos de comunicagdo de massa —> cultura de massa ‘A questio se abrevia, suas dificuldades se amortecem. Mas, ‘como veremos nas péginasseguints, tomar a cultura de massa como ‘onecessiriefito da vigénciados veulos de comunicagio de massa € nominimo, imprudéncia. Omite-s, emsuma, medianteesteprimei- 0 esquema, a demonstragosoleitads e eonsidera-se como fonte de cexplicagio o que ainda deveria ser expicado. (O quadro nao parece mais saisfatério se concebemos agora um simulaero de esquema sociologico: Industalizag 40 —> ransformagao das relagdes de rodugdo—> redistrbuigio dos paps culturais ermanecem o$ vinculos de causa e efeito, muito emboraseja ‘menos pronunciado cariter genético do esquema (ndo se diz, por exemplo, que segundo termo seja posterior no paralelo uo prime’ ro, nem tampouco que oterceio temo seja 0 efeito direto do segun- do). Nao se escapa, porém. da idolatria geneticist, Ora, tal abordagem seria satisfaria cas o terceiro temo permitisevislumbrar a posi- ‘eo ento ocupada pela cultura de massa, Pesquisas orientadas nesse sae nox scatrsanalaro§ 6c ldo 19 sentido, contudo, $6 nos fizeram perceber que, sea cultura de massa tem aver com aredistibuiglo de papeis — as camadas daineligent- sia que, em vex de se dirigirem para oscanas tradicionais de aprovei tamento do intelectual, se tornam membros da equipes da indistria cultural —, essa redistribuiglo ja pressupse a existéncia daquela, Voltamos &estaa zero e, concretamente, comprovamos que a desco- berta do sistema — ou de seu filio — ha de preceder qualquer trata ‘mento genético. Dai s6 quando o sistema em que se realiza aCM ten ha sido vislumbrado, o material sociol6gico e histérico estocad ser-nosde uldade. Poise cial nest el qu'integréen systome" (Lévi-Strauss). Donde a formlagio da seguinteregra: quanto mais viam seus negscios. A possibilidade de perdas totais era sempre imi rnente, Fosse durante a viagens,fosse,e principalmente,pelaorpaniz ‘lo ndo-capitaista dos estados, de que resultavaestarem osbanqueios Sujeits, tanto nas cidades italianas quanto nas pragas do estrangeiro, as quais estendiam suas filiais, as declaragGes de bancarrota dos prin- cipese dimpossibilidade das casas einantesem solveremosseusdebi- 10 (12. 18). Por isso, a0 atingr certo grau avantjado de acumula- ‘elo capitalista a alta burguesiatendia a retirar-se das cidades, da Grego de seus negcios a se deslocar para as propriedades campes- tres, sufruindo datrangilidadee do contatorefinado de sua corte de fGulicos, graificada pelos deletes fomecidos por seus protesés, entre ‘osquas primava oartista, Assim, jénasegunda metade doséculo XIV, aexisténcia burguesa assume uma conduta senhorial.Porestranhoque parega ao observador lige tal inflexo determing a semelhanga das situagdes ene ado século XH, quando a burguesiaempresaral ainda Itava contra os interesses da aristoeracia, ea da segunda metade do século XIV em diane, quando ela jest de posse dos meos principais {de produgo, “Em 1266, as ete chamadas grandes guldas, represen tando a rica burguesiae composta de mercadorese banqueiros que se lorganizaram antes dos rtesios,ganharam igualdade de direitos com ‘0s nobres Pela consituigio de 1282, apenas os nobres pertencentes& ‘uma das uildas podiam: exercer direitos politicos. Pela constituigao decisiva de 1293, conhecida como os Ordinament di Giustizia, vit6- ria incondicional e deisiva fi obida pela alta burgvesia,organizada ‘em suas guildas e, em certa medida, por seus aliados, 0s estratos n méaios; as guildas assumiram o poder politico” (12, pp. 16-7). Nesta tap, progressivamente, a burguesiaforea a port; ao conquist-l, porém, no parece dispostaaresponsabilizar-se sozinha; compromis- S08 do tentados. Nobres e burgueses harmonizam seus interesses © suas matuascaréncias pela roca das mulheres casando seus filhos, © Justre dos titulos eo tesouro das moedas so intercambiados. De mos \dadas, burgueses enobrecidosefidalgos aburguesados estabelecer ‘compromisso pelo qual abort. capitasmo renascentista ‘Até que pont o dilema social sumarizada no interfere sobre o| pensamento renascentista? Vejamo-lo de passagem observando & reflexio que, Salvatorelli empreende sobre Maguiavel e Guectand 1. “Onde o primeiro, diz ele, idealia a ra28o de estado, o segundo a {espoja de valor universal, reduzindo-o ao “particular” do principe, Frente aeste ‘particular’, cada cidadio se defende como pode" (13,p, 140). Ou sej, malgrado a diferenga apontada, ambos desterram as especulagtes éticas como impréprias 20 pensar politica. A politica subordinada’ tia, igho dos antigos fldsofos, io maisexiste. A poll- tica hi de ser contabilizada como as despesas e entradas. A letura, entretanto, dos dois autores nos mostra, e Salvatore odestaca, que ‘no restavam trangilos com a sua “téeniea": “As ambigtidades, as contradigbes, os embaragos de Maquiavel e, em grau menor de Guic- ciardini, ndo sio particularidades deles.“Ambigvidade'€ um mote adapiado para todo o renascimento,particularmente, para o italiano” (13,p. 141), Pargohistoriadorcitado,ascontradigies vio teravercom propria situaedo politica italiana, com a predomindncia dos interes- seslocais sobre os danacio. Aexplicacio, contudo, frigil Ascontra- digSes dos maiorespensadores politicos da primeira metade da século XVI aparecem-nos determinadas, indretamente, pels préprias con- ‘tadigdes socias, N3o € que aaristoracia pivilegiasse o ético, contra ‘ contabilidade politica insuflada pelo “espirito” da burguesia.E sim {que esta se mostra relativamente débil ecomprometidaa ponto de no ‘Poder deteminar sobre a reflexio politica coeréncia na apreensao de suaracionalidade. A medida que as contradigdes se acalmam, ou ja, {que 0 capitalismo renascentistafenece, o pensamento de procedencia rtenascentista se doiliza e prefer o terreno mais décil da escavagio filologica. © académico condena o “maquiavelismo”, fecha os olhos ‘a0 mundo es faz inofensiv. 28 Correlatamente, no campo da ante, de Gioto a Rael, de Siena ‘a Vaticano, vemos 0 progressive desaparecer de uma arte plantada ‘sobre fatos do cotdiano em favor de uma arte de portes nobrese ges- tosgraciosos Poisuniversoantstcodo renaseimento—longeentre- tanto do esquematismo sugerido pela extrema limita dests linkas = 6ode uma esfera que se fecha e completa, de um estilo que eine _gra.em si mesmo, em ver de continuamente se romper, como Giotto rompera com o estilo anterior. Por esse carter, correlato fortuna da ‘barguesia, integrada, depois de seu desafio, nos moldes da arstocra- cia, decore qu a cultura se mantém unitira nos seus médulos temé- ticose de estilo. Como demonstra, Francastl (14, pp. 211-38), cenas populares nfluénci eligiosa —exercida porsua ez, sobre material de procedéncia paga — tratamento renascentisa se amalgamam e presentam, no Quattracent, ur teatro e uma pintura possuidores de “um fundo comum de acessGros materiais que Ihes servem de sinais 4e reconhecimento consagrados pelo soe igualmente familiares & {todas as clases da sociedade” (14, p. 223), Ora tl unificaso temai- ‘co-esilistic &o proprio opost da cultura de massa, em que vigoraré a regra da diversidadeintema. E assim, malgrado.aexisténcia de uma forma antecipada de capitalismo, noi lcalizago possivel do fend ‘meno que nos prende. 5. CULTURA DE MASSA FORMACAO DA CONSCIENCIA BURGUESA [No desenvolvimento do parigrafo anterior chamamos aatengio para a escassa conscigncia da burguesiarenascentista. Associamos ‘depois tal conscigncia abortada com o carter da cultura da época © ‘com a inexisténcia de cultura de massa. Por via de hipstese, pode-se, ‘Por conseguinte, levantara suspeita que, se essa consciéncia se desen- volve, tal manifestagio com ela aparece. Obviamente que nio se esta- Fiapensando numaespéciede imanentismoa gar constiénciaburgue- sae cultura de massa! (Seriaestragar a mera formulaciohipotética )O clo entre tal conscignciae tal modalidade cultural sendo formado pelo tipo de civilizagio material —o captalismo —que aburguesia forjou, ‘Achemo:-a ou no vidvel, ofato€ que ela impde a considerago dou- ‘to contexto histrico,o qual, quando nada, nos served & maneira de » ‘um simulacro para resultados quese inscrevem foradaordemistorio. srifics CConsideremos assim o caso representado pelo séeulo XVI, cujo ixo decisorio envolve tes nagies: Franca, Holanda e Inglaterra, ‘Como fonte para ahistéria das idéas no periodo tilizaremos 8 obra clissica de P Hazard, La crise de la conscience européenne, Todo o século XVII €atravessado pela critica acervada traigio culturoldgica européia. Da hist6ria entio conhecida, considerada ‘como discursoret6rico e falseador, a teologia, eno refratiiaaincor- porar os dados fornecidos pelas descobertas,viagens eexploragies recentes, passando pelo direito (Grocius), pela filosofia (Locke, Spi ‘nozae Leibniz), pla literatura (Boileau e Pope), pea critica dos cos- ‘umes (Pierre Bayle — esta figura antecipada de tipo ber conhecido ‘em nossos dias: 0 revolucionério que se torna heréico mesmo para ‘seus compankeiros), por todos esses ataques, esperangas, ecU08¢prO- ‘messas,arazo procura impor sua supremacia sobre os principios da autoridade e da tradigio absoluistas. A Franga de Luss XIV e de Bossuet mosira-se como a camped do antigo regime e,com a evoga- ‘lo doeditode Nantes, obriga 0s protestamtesaoexilio A Hovandafa2- ‘se seu refigioe a matrz propulsora do racionalismo, Ni confunda- ‘mos, porém,a Franca de Luis XIV coma velha matrona, encerradaem ‘seu quarto, temerosa da minima corente dear. Ela procuraadaptaese, conservando. Talvez tenha querido conservar em demasia e, como entao acontece, cedo se perdeu. De todo modo, nio cogitava em se ‘rancar com o que jétvesse. Aproximando-se do modelo, entretanto

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