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Catalog

Aula 01_Apostila······································································································· 1
Aula 02_Apostila····································································································· 45
Aula 03_Apostila··································································································· 169
Aula 04_Apostila··································································································· 284
Aula 05_Apostila··································································································· 405
Aula 06_Apostila··································································································· 493
Aula 07_Apostila··································································································· 565
Aula 08_Apostila··································································································· 667
Aula 09_Apostila··································································································· 847
Aula 10_Apostila··································································································· 902
Aula 11_Apostila··································································································· 960
Aula 12_Apostila································································································· 1021
Aula 13_Apostila································································································· 1170
Aula 14_Apostila································································································· 1237
Aula 15_Apostila································································································· 1289
Aula 16_Apostila································································································· 1325
Aula 00
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do
Trabalho - AFT) Passo Estratégico de
Direito Constitucional - 2023 (Pré-Edital)

Autor:
Tulio Lages

10 de Dezembro de 2022
Tulio Lages
Aula 00

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Sumário

Apresentação ................................................................................................................................... 1

O que é o Passo Estratégico? .......................................................................................................... 2

Análise Estatística............................................................................................................................. 3

O que é mais cobrado dentro do assunto? .................................................................................. 4

Roteiro de revisão e pontos do assunto que merecem destaque.................................................... 4

Aposta estratégica ......................................................................................................................... 14

Questões estratégicas .................................................................................................................... 16

Questionário de revisão e aperfeiçoamento .................................................................................. 16

Perguntas.................................................................................................................................... 29

Perguntas com respostas ............................................................................................................ 29

Lista de Questões Estratégicas ...................................................................................................... 37

Gabarito...................................................................................................................................... 41

Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 42

APRESENTAÇÃO
Olá!

Sou o professor Túlio Lages e, com imensa satisfação, serei o seu analista do Passo Estratégico!

Para que você conheça um pouco sobre mim, segue um resumo da minha experiência
profissional, acadêmica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo Estratégico - disciplinas: Direito Constitucional e


Administrativo.

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Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo
nos concursos de 2011 (14º lugar nacional) e 2013 (47º lugar nacional).

Ingressei na Administração Pública Federal como técnico do Serpro (38º lugar,


concurso de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judiciário do
Tribunal Superior do Trabalho (6º lugar, concurso de 2007), onde trabalhei até o início
de 2012, quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exerço atualmente.

Aprovado em inúmeros concursos de diversas bancas.

Graduado em Engenharia de Redes de Comunicação (Universidade de Brasília).

Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).

Pós-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).

Pós-graduando em Direito Público (PUC-Minas).

Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do “Passo”, porque


tenho convicção de que nossos relatórios e simulados proporcionarão uma preparação
diferenciada aos nossos alunos!

O QUE É O PASSO ESTRATÉGICO?


O Passo Estratégico é um material escrito e enxuto que possui dois objetivos principais:

a) orientar revisões eficientes;

b) destacar os pontos mais importantes e prováveis de serem cobrados em prova.

Assim, o Passo Estratégico pode ser utilizado tanto para turbinar as revisões dos alunos mais
adiantados nas matérias, quanto para maximizar o resultado na reta final de estudos por parte
dos alunos que não conseguirão estudar todo o conteúdo do curso regular.

Em ambas as formas de utilização, como regra, o aluno precisa utilizar o Passo Estratégico em
conjunto com um curso regular completo.

Isso porque nossa didática é direcionada ao aluno que já possui uma base do conteúdo.

Assim, se você vai utilizar o Passo Estratégico:

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a) como método de revisão, você precisará de seu curso completo para realizar as leituras
indicadas no próprio Passo Estratégico, em complemento ao conteúdo entregue diretamente
em nossos relatórios;

b) como material de reta final, você precisará de seu curso completo para buscar maiores
esclarecimentos sobre alguns pontos do conteúdo que, em nosso relatório, foram
eventualmente expostos utilizando uma didática mais avançada que a sua capacidade de
compreensão, em razão do seu nível de conhecimento do assunto.

Seu cantinho de estudos famoso!


Poste uma foto do seu cantinho de estudos nos stories do
Instagram e nos marque:

@passoestrategico
Vamos repostar sua foto no nosso perfil para que ele fique
famoso entre milhares de concurseiros!

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Inicialmente, convém destacar os percentuais de incidência de todos os assuntos previstos no
nosso curso – quanto maior o percentual de cobrança de um dado assunto, maior sua
importância:

Grau de incidência em
concursos similares
Assunto
Cebraspe
Direitos e deveres individuais e coletivos 35,64%
Organização do Estado 12,40%
Funções Essenciais à Justiça 6,98%
Poder Judiciário 6,20%
Processo legislativo e modificação da Constituição 6,20%
Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária 5,43%
Aplicabilidade das normas constitucionais 5,43%
Nacionalidade 5,43%
Direitos Sociais 4,65%
Direitos políticos 3,10%
Administração Pública 2,33%
Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil 2,33%

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Poder Constituinte 2,33%


Poder Executivo 1,55%
Partidos políticos <1,00%

O que é mais cobrado dentro do assunto?

Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição


percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Características da RFB (art. 1º, caput e parágrafo único da CF/88) 24,0%
Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, incisos I a
32,0%
V da CF/88).
Princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF/88) 4,0%
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º
12,0%
da CF/88)
Princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas
28,0%
relações internacionais (art. 4º da CF/88)

ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem preparado no assunto, você precisa, basicamente, seguir os passos a
seguir:

1. Conhecer bem a literalidade dos arts. 1º a 4º da Constituição (tenha uma sempre com você,
para realizar suas leituras, grifos e anotações). Leia e releia tais dispositivos, atentando-se aos
seguintes pontos, buscando memorizá-los aos poucos (a memorização virá com o tempo, não se
preocupe em decorar de uma só vez tudo):

1.1. O Brasil adota a república como forma de governo (caput do art. 1º);

1.2. O Brasil adota a federação como forma de Estado, sendo entes federados a União, os
estados-membros, os municípios e o Distrito Federal (caput do art. 1º);

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1.3. O Brasil adota a democracia como regime de governo (caput e parágrafo único do art.
1º);

1.4. O rol dos fundamentos da República Federativa do Brasil estabelecidos nos incisos I a V
do art. 1º. Para facilitar a memorização desse rol, grave o (famoso!) mnemônico:
“SoCiDiVaPlu”:

So – Soberania;

Ci – Cidadania;

Di – Dignidade da pessoa humana;

Va – Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Plu – Pluralismo político.

1.5. A consagração do princípio da separação dos poderes previsto art. 2º, que são
independentes e, ao mesmo tempo, harmônicos entre si;

1.6. O rol dos objetivos fundamentais da RFB estabelecidos nos incisos I a IV do art. 3º. Para
facilitar a memorização desse rol, grave o seguinte mnemônico: “ConGa Erra Pro”:

Con – Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

Ga – Garantir o desenvolvimento nacional;

Erra – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

Pro – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

1.7. O rol dos princípios que regem a RFB nas suas relações internacionais estabelecidos nos
incisos I a V do art. 4º. Para decorar esse rol, grave o seguinte mnemônico: “AInDa Não
ComPreI ReCoS” (o “a” e o “m” servem somente para melhor formar o mnemônico):

A – Autodeterminação dos povos;

In – Independência nacional;

D – Defesa da paz;

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Não – Não-intervenção;

Co – Cooperação entres os povos para o progresso da


humanidade;

Pre – Prevalência dos direitos humanos;

I – Igualdade entre os estados;

Re – Repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Co – Concessão de asilo político;

S – Solução pacífica dos conflitos.

1.1.1. Vejamos esses dispositivos na forma de mapa mental:

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2. Compreender a interpretação que se deve levar à sua prova acerca dos


termos empregados pela Constituição Federal nesses dispositivos:

Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, incisos I a V)

São os pilares da organização político-jurídica (e servem de base para diversos dispositivos


constitucionais).

Fundamento da RFB Ideia subjacente


O Estado brasileiro reconhece que seu poder político:

Soberania a) internamente, é superior a todas as demais


manifestações de poder;
(inciso I)
b) externamente, está em pé de igualdade com os
demais Estados.
Os indivíduos devem participar na condução do
Cidadania Estado, buscando que seus direitos sejam assegurados
e controlando os atos do Poder Público (cidadania aqui
(inciso II) possui sentido além do de o indivíduo deter direitos
políticos – capacidade eleitoral ativa e passiva).
Dignidade da pessoa humana O Estado brasileiro possui como núcleo referencial o
ser humano, e não a propriedade, as classes,
(inciso III) corporações ou qualquer outro referencial.
Valores sociais do trabalho e da
O Brasil adota um modelo capitalista que deve
livre iniciativa
reconhecer o valor social do trabalho nas relações
deste com o capital.
(inciso IV)
Pluralismo político
Reforça a ideia de uma sociedade plural e de respeito
às diversas correntes de pensamento.
(inciso V)

É importante destacar também o princípio democrático previsto no parágrafo único, onde resta
consagrada a vigência no Brasil da democracia semidireta (ou participativa), em que o poder é
exercido tanto indiretamente por “representantes eleitos”, quanto diretamente pelo próprio
povo (mediante instrumentos previstos na CF/88, como o plebiscito, referendo e iniciativa
popular).

Princípio da separação dos poderes (art. 2º)

O art. 2º da nossa Constituição trata do princípio da separação dos poderes da seguinte forma:

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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

Não se trata de uma separação absoluta, mas flexível, em que os poderes devem cooperar entre
si de forma harmônica, tendo sido previstos pela CF/88 mecanismos de freios e contrapesos
(checks and balances), em que cada Poder controla e limita o outro (nas hipóteses previstas na
Constituição) mas jamais invade sua competência ou fere sua independência e autonomia (é o
que se chama de “interferência legítima” de um Poder em outro).

Alguns exemplos de mecanismo de freios e contrapesos: rejeição, pelo Congresso Nacional


(Poder Legislativo), de medida provisória adotada pelo Presidente da República (Poder
Executivo), conforme art. 62 da CF; declaração de inconstitucionalidade de lei (editada pelo
Poder Legislativo) por parte do Poder Judiciário, conforme art. 97 da CF.

É importante destacar que o Poder estatal é uno e indivisível. O art. 2º da CF/88 apenas
consagra a divisão desse Poder Político nas três funções estatais classicamente distinguíveis: a
função legislativa (ou Poder Legislativo, ou Parlamento), a função executiva (ou função
administrativa, ou Administração, ou Poder Executivo) e a função judiciária (ou Poder Judiciário).

Também é importante mencionar que cada Poder exerce funções típicas e atípicas.

Nesse sentido, o Poder Legislativo exerce suas funções típicas (legislar e fiscalizar) ao elaborar as
normas jurídicas (processo legislativo) e ao realizar a fiscalização sobre a administração pública
de todos os Poderes (controle externo). Exerce sua função atípica administrativa, por exemplo,
ao executar seu orçamento e nomear seus servidores. Exerce sua função atípica de julgamento,
por exemplo, quando o Senado julga o presidente da República nos crimes de responsabilidade;
o Poder Executivo exerce sua função típica (função administrativa), por exemplo, ao planejar e
executar as políticas públicas, bem como ao desempenhar atividades de intervenção e fomento.
Exerce sua função atípica legislativa ao editar medidas provisórias e sua função atípica de
julgamento ao decidir, sem jurisdição (sem definitividade, já que tais decisões não fazem coisa
julgada material nem formal, podendo, assim, serem apreciadas pelo Poder Judiciário), o
contencioso administrativo (litígios de natureza administrativa – por exemplo, litígios de natureza
tributária entre os contribuintes e o órgãos de administração fazendária); por fim, o Poder
Judiciário exerce sua função típica (jurisdicional) quando diz, em definitivo, o Direito nos casos
que lhe são submetidos. Exerce sua função atípica administrativa, por exemplo, ao executar seu
orçamento e nomear seus servidores. Exerce sua função atípica legislativa ao editar resoluções e
outras normas aplicáveis no âmbito de seu Poder. Em síntese:

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Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário

Função Típica Funções Típicas Funções Típicas


• Administrar • Legislar • Julgar
(governo + mera função
administrativa) • Fiscalizar (com jurisdição)

Funções Atípicas Funções Atípicas Funções Atípicas


• Legislar • Administrar • Administrar
• Julgar • Jugar • Legislar
(sem jurisdição) (com jurisdição)

Por outro lado, pelo princípio da indelegabilidade de atribuições, nenhum Poder pode delegar
qualquer de suas atribuições sem autorização expressa da Constituição, sejam de suas funções
típicas ou atípicas.

A separação dos poderes é de tal importância para o bom funcionamento do Estado que foi
gravada como cláusula pétrea na CF/88, art. 60, § 4º, inciso III:

Art. 60. (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

III - a separação dos Poderes;

Objetivos da República Federativa do Brasil (art. 3º)

São as metas a serem atingidas, que devem nortear a ação do Estado no sentido de buscar
assegurar a igualdade material entre os indivíduos que o compõem.

Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais
(art. 4º)

No geral, o rol do art. 4º é composto por princípios que acabam por consagrar a soberania e o
ser humano como pilares da República Federativa do Brasil no seu relacionamento com outros
países e com as organizações internacionais.

Vale ressaltar que os princípios não são absolutos, de modo que o aparente conflito entre eles
deve ser resolvido mediante técnica da ponderação.

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Especificamente sobre o asilo político (inciso X), trata-se de acolhimento pelo Estado de
estrangeiro perseguido em outro país em razão de, geralmente, divergências políticas ou de
opinião ou por crimes que não afrontam o direito penal comum.

De acordo com o STF, a concessão de asilo político é ato de soberania de competência privativa
do Presidente da República1.

Por fim, importa mencionar, sobre o disposto no parágrafo único, que a criação do Mercosul
está diretamente relacionada a esse dispositivo. Memorize que a regra fala em “América Latina”,
não “América do Sul” ou somente “América”.

2. Um tipo de questão de prova recorrente aqui é aquele que apresenta, por exemplo, um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil e afirma que se trata, na verdade, de um
objetivo fundamental da RFB ou de um princípio regente de suas relações internacionais –
cuidado com esse “peguinha”!

3. De maneira secundária, é importante também obter uma boa compreensão dos conceitos e
espécies de forma de Estado, forma de governo e regime político e decorar bem a diferença
entre tais institutos:

Forma de Estado

É a maneira como se dá a repartição territorial do poder político, de modo que o Estado pode
ser unitário (poder territorialmente centralizado) ou federal (poder territorialmente
descentralizado).

O Brasil adota a forma federativa de Estado: o poder político foi repartido constitucionalmente
entre os entes federativos (ou seja, houve uma descentralização política do poder), de forma a
dotar-lhes de autonomia e a permitir sua coexistência em um mesmo território, formando um
todo único, indissolúvel e distinto dos entes que o compõem. Esse todo é justamente a
República Federativa do Brasil.

Inclusive, destaca-se que a expressão “união indissolúvel” (art. 1º, caput da CF/88) corrobora
com a adoção da forma federativa pelo Brasil, que proíbe os entes federativos de se desligarem
do Estado, ou seja, tais entes não possuem direito de secessão – esse é o chamado “princípio da
indissolubilidade do pacto federativo”.

A República Federativa do Brasil é composta por União, estados-membros, Distrito Federal e


municípios, em razão, mais uma vez, do caput do art. 1° da CF/88.

1
Ext. nº 524/DF. rel. Min. Celso de Mello. Ext. nº 1.008, rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence.

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Os Territórios não são entes federativos – inclusive perceba que não estão incluídos nem no
caput do art. 1°, nem no caput do art. 18 – mas tão somente parte integrante da União,
consoante § 2° do art. 18 da CF/88:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

(...)

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em


Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Os entes federativos não possuem soberania, mas sim autonomia. Quem possui soberania é
somente a República Federativa do Brasil!

A soberania é caracterizada pela supremacia do Estado sobre os indivíduos que formam sua
população e pela independência em relação aos demais Estados (igualdade, no plano
internacional, entre os Estados). Já a autonomia, conferida aos entes federados pelo caput do
art. 18 (“todos autônomos”, conforme transcrito mais acima) é caracterizada pela ausência de
subordinação hierárquica entre os entes federativos e pela sua tríplice capacidade de
autogoverno, auto-organização e autolegislação, e autoadministração.

A capacidade de auto-organização consiste na prerrogativa de os entes federados elaborarem


suas constituições (ou leis orgânicas, no caso do DF e dos municípios), já a capacidade de
autolegislação diz respeito à prerrogativa de os entes editarem suas próprias leis. No exercício
da auto-organização e da autolegislação, os entes devem sempre observar os princípios
estabelecidos na Constituição Federal. A capacidade de autogoverno consiste na competência
dos entes de organizar seus poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que atuarão de forma
autônoma, vale dizer, sem a ingerência de outro ente federado, respeitadas as disposições
constantes da CF/88, que já impõe diversas regras sobre a atuação dos governos locais. Por
último, a capacidade de autoadministração consiste na prerrogativa de os entes exercerem suas
competências administrativas, legislativas e tributárias estabelecidas pela própria CF/88.

A forma federativa de Estado é cláusula pétrea prevista no inciso I, § 4º do art. 60 da CF/88, não
sendo possível, assim, que seja deliberada uma PEC tendente a abolir essa forma de Estado.
Relembremos o teor do dispositivo:

Art. 60. (...)

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

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Forma de governo

É a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, bem como ocorrerá a relação entre
governantes e governados. As principais formas de governo são república e monarquia.

Na república, forma de governo fundada na igualdade jurídica das pessoas, o governante possui
mandato eletivo, representativo, temporário (há alternância de poder) e com responsabilidade.

Na monarquia, o chefe de Estado, como regra, assume seu cargo de maneira hereditária e por
prazo vitalício.

Como já exposto, o Brasil adota a república como forma de governo, em razão do disposto no
caput do art. 1° da CF/88.

Regime político

Fala-se em regime político (ou regime de governo) para se referir à existência ou não de
participação do povo na escolha dos governantes, na elaboração e controle da execução das
políticas públicas e na elaboração das normas a que o Estado e o próprio povo estarão sujeitos.

Assim, na autocracia, não há essa participação do povo, havendo a imposição da vontade do


governante ao povo – um regime estruturado de cima para baixo. Por outro lado, na
democracia, há a participação do povo no governo – por isso diz-se que é o “governo do povo”.

O Brasil adota a democracia como regime de governo, consoante o caput do art. 1° da CF,
reforçado pelo parágrafo único do mesmo artigo, ao estabelecer que “todo o poder emana do
povo”, consagrando o princípio democrático:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

A democracia brasileira é classificada como semidireta (ou participativa), já que exerce o poder
de modo:

a) Indireto, por meio dos representantes eleitos;

b) Direto, por meio de plebiscito, referendo, iniciativa popular das leis, ação popular.

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Estado de Direito

O fato de o Estado ser de Direito, em síntese, significa que a atuação dos governantes, das
instituições estatais e de todas as pessoas (físicas, jurídicas) está pautada pelos limites impostos
pelas normas jurídicas (leis em sentido amplo – Constituição, tratados, leis complementares, leis
ordinárias, decretos, portarias, resoluções etc.).

O Estado de Direito contrapõe-se à ideia de Estado Absolutista, em que havia confusão entre a
Lei e o governante.

Como corolário do Estado de Direito, temos o princípio da legalidade insculpido na CF/88, art.
5º, inciso II:

Art. 5º (...)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;

Sistema de governo

Às vezes o examinador procura confundir o candidato misturando forma de estado ou forma de


governo (já explicados) com sistema de governo.

O sistema de governo diz respeito, basicamente, à relação entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo no exercício do governo.

Como sistemas de governo temos o presidencialismo e o parlamentarismo.

No sistema presidencialista, a Chefia do Poder Executivo é unipessoal, exercendo o Presidente


da República a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo. No parlamentarismo, a Chefia
do Poder Executivo é dual: o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são pessoas diferentes.

Além disso, no presidencialismo inexiste vínculo entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo,
havendo maior independência entre os poderes se comparado ao parlamentarismo, em que o
Primeiro-Ministro é integrante do Parlamento e é por ele indicado.

O Brasil adota o sistema presidencialista de governo.

Por fim, no presidencialismo, o mandato do Presidente da República possui prazo determinado,


enquanto no parlamentarismo o mandato do Primeiro-Ministro possui prazo indeterminado – o
chefe de governo ocupa o cargo enquanto possui apoio do Parlamento.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem
cobrados em prova, considerando o histórico de questões da banca em provas de nível
semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos entendimentos
doutrinários e jurisprudenciais2.

Dentro do assunto “Princípios Fundamentais”, “Fundamentos da República Federativa do Brasil


(art. 1º, incisos I a V da CF/88)” é(são) o(s) ponto(s) que acreditamos ser(em) o(s) que possui(em)
mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Dessa forma, é muito importante memorizar os incisos I a V e não confundir com os objetivos
(art. 3º) ou com os princípios que regem as relações internacionais da RFB (art. 4º).

Para ajudar na memorização, você pode utilizar o mnemônico “So-Ci-Di-Va-Plu”.

2
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado
assunto, considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem
cobrados a partir de critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Soberania

Fundamentos da RFB
Cidadania

Dignidade da pessoa humana

Valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa

Pluralismo político

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Características da RFB (art. 1º, caput e parágrafo único da CF/88)

1. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

A eletividade e a temporariedade são conceitos inerentes ao princípio republicano extraído da


CF.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

A república, forma de governo adotada pelo Brasil, é fundada na igualdade jurídica das pessoas,
o governante possui mandato eletivo, representativo, temporário (há alternância de poder) e
com responsabilidade.

2. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Em decorrência do princípio federativo, há relação de hierarquia entre a União e os demais entes


integrantes da Federação.

Comentários

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GABARITO: "ERRADO"

Não há hierarquia entre os entes federativos, mas uma repartição de competências previstas na
Constituição Federal.

3. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Conforme o princípio da democracia representativa, explicitamente previsto na CF, todo o


poder emana do povo, e seu exercício ocorre exclusivamente por meio dos representantes
eleitos.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O povo também pode exercer o poder diretamente, conforme o art. 1º, parágrafo único, da
CF/1988:

Art. 1º (...)

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Exemplo de exercício direto do poder pelo povo é a participação em plebiscitos ou referendo


(art. 14, incisos I e II, da CF/1988):

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, incisos I a V da CF/88)

4. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

A concessão de asilo, ato de soberania, não obsta a posterior extradição do asilado.

Comentários

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GABARITO: "CERTO"

O STF entende que é possível a extradição de extradição de estrangeiro mesmo que a ele tenha
sido concedido asilo político previamente3.

5. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Princípios relativos à prestação positiva do Estado não figuram entre os princípios fundamentais
constantes da CF.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Os princípios relativos à prestação positiva do Estado são também conhecidos como direitos
positivos ou fundamentais de segunda dimensão - direito sociais, econômicos e culturais.

No Título I da CF, que trata dos Princípios Fundamentais, temos diversos dispositivos prevendo a
prestação positiva do Estado, como o arts. 1º, III e 3º, II e III da CF:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

III - a dignidade da pessoa humana;

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

(...)

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

3
STF – Ext 524.

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6. (Cespe/2016/TRT 8/AJAJ/Adaptada) Acerca do poder constituinte e dos princípios


fundamentais da CF, julgue a assertiva a seguir.

Nas relações internacionais, o Brasil rege-se, entre outros princípios, pela soberania, pela
dignidade da pessoa humana e pelo pluralismo político.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A soberania, a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político são fundamentos da


República Federativa do Brasil, não princípios que regem o Brasil nas relações internacionais, nos
termos do art. 1º, incisos I, III e IV, da CF/1988:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

I - a soberania;

(...)

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

7. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca de aspectos relacionados à Constituição, poder constituinte e


princípios constitucionais fundamentais, julgue a assertiva a seguir.

O pluralismo político, princípio constitucional fundamental da CF que assegura a participação


plural da sociedade, atinge apenas os partidos políticos, não se estendendo a sindicatos,
associações, entidades de classe e organizações em geral.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

O pluralismo político não é restrito à esfera política, tratando-se, em síntese, da tolerância às


ideias divergentes nos mais diversos campos: religioso, filosófico, social, etc. Assim, esse
princípio pode ser estendido a sindicatos, associações, entidades de classe e organizações em
geral.

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8. (Cespe/2013/TRF 1/AJAJ/Adaptada) Julgue os itens que se seguem, a respeito dos


princípios fundamentais.

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa constituem fundamentos da República


Federativa do Brasil.

Comentários

GABARITO: CERTA.

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa estão previstos como fundamento da República
Federativa do Brasil, no art. 1º, inciso IV, da CF/1988:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

9. (Cespe/2015/TRE RS) No que se refere aos princípios e aos direitos e garantias fundamentais,
julgue as assertiva a seguir:

Por ser um princípio geral da atividade econômica regulado pelo mercado e não pelo Estado, o
valor social do trabalho não é considerado um princípio fundamental da República Federativa do
Brasil.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

O valor social do trabalho é considerado um princípio fundamental da República Federativa do


Brasil, pois está previsto como fundamento do Estado, no art. 1º, inciso IV, da CF/1988:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

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10. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

A dignidade da pessoa humana é princípio unidimensional, porque estritamente jurídico, e


estanque, porque integrado estaticamente pelo conjunto de direitos fundamentais previstos na
Constituição.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A dignidade da pessoa humana é multidimensional, pois trata-se de princípio segundo o qual o


indivíduo deve ser respeitado, nos mais variados enfoques, pelo Estado e pela comunidade em
geral, garantindo-se a ele proteção contra quaisquer atos degradantes e desumanos que
ataquem as condições inerentes a um patamar mínimo de civilização.

11. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

Os valores do trabalho e da livre iniciativa previstos na Constituição têm relação essencialmente


com o trabalho remunerado e buscam assegurar ao trabalhador a correspondente e justa
contraprestação pelo desempenho de suas tarefas.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Não há essa restrição da aplicação do princípio da valorização do trabalho e da livre iniciativa. O


trabalho voluntário, por exemplo, é igualmente valorizado pela Lei Maior.

Princípio da separação dos Poderes (art. 2 da CF/88)

12. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Os Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, são o Executivo, o Judiciário, o


Ministério Público e o Legislativo.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

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O Ministério Público não é um Poder atualmente (já foi considerado o "4º Poder" ou o Poder
moderador), mas uma instituição permanente. Os Poderes da União estão previstos no art. 2º da
CF/1988:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º da CF/88)

13. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Os objetivos da República Federativa do Brasil estão previstos expressamente em rol taxativo na


CF.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O rol de objetivos da República Federativa do Brasil (art. 3º da CF/1988) é exemplificativo.


Transcrevemos, por pertinente, o teor do dispositivo em comento:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

14. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

O princípio da construção de uma sociedade livre, justa e solidária está contemplado na CF de


forma implícita.

Comentários

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GABARITO: "ERRADO"

O princípio da construção de uma sociedade livre, justa e solidária está contemplado


explicitamente na CF/1988:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

15. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol taxativo que não admite ampliação
por obra do intérprete constitucional.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O rol de objetivos da República Federativa do Brasil (art. 3º da CF/1988) é exemplificativo.


Transcrevo, por pertinente, o teor do dispositivo em comento:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

16. (Cespe/2015/FUB/ADMINISTRADOR) A respeito da classificação da Constituição, julgue o


item subsequente.

No que se refere ao objeto, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é social.

Comentários

GABARITO: CERTO

Os objetivos da República estão previstos no art. 3° da CF/88:

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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Perceba que em todos os incisos do art. 3°, a Constituição elenca objetivos de cunho
primordialmente social, então é possível considerá-la social.

Princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações


internacionais (art. 4º da CF/88)

17. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

O Estado brasileiro, atendidos os requisitos legais, é obrigado a conceder asilo político a


estrangeiro, em decorrência de princípio orientador de suas relações internacionais constante na
CF.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A concessão de asilo político, prevista no art. 4º, inciso X, da CF/1988, é uma faculdade do
Estado, não se tratando de obrigação:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

(...)

X - concessão de asilo político.

18. (Cespe/2010/TRT 21/AJAJ) A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações
internacionais, entre outros, pelos princípios dos direitos humanos, da autodeterminação dos
povos, da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da solução pacífica dos conflitos, do
repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos para o progresso da

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humanidade, do duplo grau de jurisdição, da concessão de asilo político e da independência


funcional.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O duplo grau de jurisdição não é um princípio pelo qual o Brasil rege-se, nas suas relações
internacionais. Ademais, o princípio "dos direitos humanos" não está previsto no art. 4º da
CF/1988 - o correto é a "prevalência dos direitos humanos":

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
==5617c==

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

19. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Em decorrência do princípio da defesa da paz e da resolução pacífica dos conflitos, o Brasil é


proibido de participar de qualquer guerra externa, devendo-se posicionar como país neutro em
conflitos bélicos.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

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De fato, a defesa da paz e a resolução pacífica dos conflitos são princípios que regem o Brasil
em suas relações internacionais, consoante art. 4º, VI e VII da CF.

Entretanto, a CF/1988 autoriza o Estado brasileiro, na figura do Presidente da República, a


declarar guerra:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização
nacional;

20. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.
A integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, com a finalidade
de constituir uma comunidade latino-americana de nações, constitui um princípio fundamental
da República brasileira.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

Essa alternativa diz respeito ao princípio previsto expressamente no art. 4º, parágrafo único, da
CF/1988, transcrito a seguir:

Art. 4º (...)

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

21. (Cespe/2014/TJ CE/Analista Judiciário/Adaptada) Acerca de princípios fundamentais, direitos


e garantias fundamentais e aplicabilidade das normas constitucionais, julgue a assertiva a
seguir. Nesse sentido, considere que a sigla CF, sempre que empregada, se refere à
Constituição Federal de 1988.

O repúdio à prática do racismo configura um dos princípios que norteia a República Federativa
do Brasil em suas relações internacionais. Essa prática constitui crime inafiançável e
imprescritível, e o referido princípio é considerado norma constitucional de eficácia plena.

Comentários

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GABARITO: CERTA.

O repúdio ao racismo está previsto como princípio que norteia a República Federativa do Brasil
em suas relações internacionais, no art. 4º, inciso VIII, da CF/1988:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

(...)

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

O restante da afirmativa não está inserido no objeto de análise deste relatório, mas está correto.

22. (Cespe/2014/SUFRAMA) Acerca da classificação das constituições e dos princípios


fundamentais, julgue o item a seguir, considerando que a CF corresponde à Constituição
Federal de 1988.

A CF propugna, de forma específica, a integração econômica, política, social e cultural do Brasil


com os povos da América Latina.

Comentários

GABARITO: CERTO

O parágrafo único do art. 4° da CF propugna exatamente o previsto na assertiva, senão vejamos:

Art. 4º (...)

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

23. (CESPE/ 2013/MINISTÉRIO DA SAÚDE/Analista) Considerando as disposições


constitucionais a respeito dos princípios fundamentais, julgue os itens a seguir.

A República Federativa do Brasil rege-se em suas relações internacionais de acordo com o


princípio da não intervenção.

Comentários

GABARITO: CORRETO.

A alternativa corresponde ao exposto no art. 4º, inciso IV:

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Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

(...)

IV - não-intervenção;

24. (CESPE/ 2013/ PRF) No que se refere às relações internacionais, a República Federativa do
Brasil rege-se pelos princípios da igualdade entre os Estados, da cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade e da concessão de asilo político, entre outros.

Comentários

Gabarito: CORRETA.

Note como o tema é recorrente em provas das mais diversas carreiras. Não tem como fugir, o
candidato deve decorar os incisos. Portanto, correta, nos termos do art. 4º, inciso V, IX, X da
Constituição Federal:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:

(...)

V - igualdade entre os Estados;

(...)

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

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Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. O que é forma de Estado? Qual a adotada pelo Brasil?


2. Seria possível a alteração da Constituição para retirar a capacidade de autolegislação dos
estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios de modo a transferir as matérias de sua
competência legislativa à União? Explique.
3. Em que medida o princípio da indissolubilidade do pacto federativo impede mudanças
territoriais no país?
4. É possível asseverar que a União, os estados-membros, os municípios, o DF e os territórios,
por comporem a República Federativa do Brasil, possuem soberania? Justifique.
5. Qual a importância do voto periódico na forma republicana de governo adotada pelo
Brasil?
6. O que significa dizer que “os poderes são independentes e harmônicos entre si”?
7. O que é o mecanismo de freios e contrapesos (checks and balances)?
8. O que significa a dignidade da pessoa humana ter sido alçada na CF/88 como fundamento
da República Federativa do Brasil?
9. Explique o que são a cláusula da reserva do possível e a garantia do mínimo existencial,
bem como a relação desses institutos com a dignidade da pessoa humana.
10. Seria possível que o Brasil apoiasse a intervenção em um dado país por razões de grave e
flagrante violação aos direitos humanos, considerando que a não-intervenção é um dos
princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais?

Perguntas com respostas

1. O que é forma de Estado? Qual a adotada pelo Brasil?

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É a maneira como se dá a repartição territorial do poder político, de modo que o Estado pode
ser unitário (poder territorialmente centralizado) ou federal (poder territorialmente
descentralizado).

O Brasil adota a forma federativa de Estado: o poder político foi repartido constitucionalmente
entre os entes federativos (ou seja, houve uma descentralização política do poder), de forma a
dotar-lhes de autonomia e a permitir sua coexistência em um mesmo território, formando um
todo único, indissolúvel e distinto dos entes que o compõem. Esse todo é justamente a
República Federativa do Brasil.

2. Seria possível a alteração da Constituição para retirar a capacidade de autolegislação dos


estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios de modo a transferir as matérias de sua
competência legislativa à União? Explique.

Não, porque o Brasil adotou a forma federativa de Estado, em que o poder político foi repartido
entre os entes federativos, conferindo-lhes autonomia, e a gravou como cláusula pétrea na
Constituição, não sendo possível, assim, uma proposta de emenda tendente a abolir a forma
federativa de Estado, conforme art. 60, § 4º, I da CF:

Art. 60. (...)

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

Vale destacar que a autonomia é caracterizada pela ausência de subordinação hierárquica entre
os entes federativos e pela sua tríplice capacidade de autogoverno, auto-organização e
autolegislação, e autoadministração.

3. Em que medida o princípio da indissolubilidade do pacto federativo impede mudanças


territoriais no país?

A adoção da forma federativa pelo Brasil proíbe os entes federativos de se desligarem do


Estado, porém, a proibição à secessão não impede que haja criação, fusão, incorporação,
subdivisão, desmembramento e outras mudanças territoriais de estados-membros e municípios,
nas condições expostas nos §§ 3º e 4º do art. 18 da CF/88, que prescrevem o seguinte:

Art. 18. (...)

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.

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§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

Perceba, a partir do teor dos §§ 3º e 4º, que não há previsão constitucional para alteração
territorial do DF, ao contrário do previsto para os estados-membros e municípios.

4. É possível asseverar que a União, os estados-membros, os municípios, o DF e os territórios,


por comporem a República Federativa do Brasil, possuem soberania? Justifique.

Não é possível asseverar, uma vez que:

a) A República Federativa do Brasil é composta por União, estados-membros, Distrito


Federal e municípios, em razão do caput do art. 1° da CF, reforçado pelo disposto no caput do
art. 18 da nossa Carta Maior:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:

(...)

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

Os Territórios não são entes federativos – inclusive perceba que não estão incluídos nem no
caput do art. 1°, nem no caput do art. 18 – mas tão somente parte integrante da União,
consoante § 2° do art. 18 da CF:

Art. 18. (...)

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em


Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

b) Os entes federativos não possuem soberania, mas sim autonomia. Quem possui soberania
é somente a República Federativa do Brasil!

Aprofundando um pouco mais esse ponto, importa mencionar que especificamente a autonomia
municipal foi gravada na CF como princípio constitucional sensível, que deve ser observada pelo
estado-membro, sob pena de sofrer intervenção federal, nos termos do art. 34, inciso VII, alínea
“c”, senão vejamos:

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Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

(...)

c) autonomia municipal;

5. Qual a importância do voto periódico na forma republicana de governo adotada pelo


Brasil?

O instituto do voto periódico adotado na nossa Constituição da República confere


transitoriedade aos mandatos dos governantes, garantindo a alternância de poder, sendo
gravado, inclusive, como cláusula pétrea prevista no art. 60, § 4º da CF/88:

Art. 60. (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

6. O que significa dizer que “os poderes são independentes e harmônicos entre si”?

Significa que, apesar de separados e independentes, os poderes devem cooperar entre si de


forma harmônica, além de controlar e limitar uns aos outros nas hipóteses previstas na
Constituição.

7. O que é o mecanismo de freios e contrapesos (checks and balances)?

É um sistema em que cada Poder controla e limita o outro (nas hipóteses previstas na
Constituição), mas sem invadir sua competência ou ferir sua independência e autonomia,
resultando em uma independência que não é absoluta, conferindo flexibilidade ao modelo de
separação dos poderes previsto na CF/88.

8. O que significa a dignidade da pessoa humana ter sido alçada na CF/88 como fundamento
da República Federativa do Brasil?

Significa que o Estado brasileiro tem como referencial o ser humano, não a propriedade, as
corporações ou o próprio Estado, sendo, portanto, a dignidade da pessoa humana, assim como
os demais fundamentos previstos no art. 1º, I a V da CF/88, um valor, um alicerce do nosso país.

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9. Explique o que são a cláusula da reserva do possível e a garantia do mínimo existencial,


bem como a relação desses institutos com a dignidade da pessoa humana.

A reserva do possível é a teoria que limita a concretização de direitos sociais previstos na


Constituição à possibilidade econômica e orçamentária de sua efetiva realização, em razão da
escassez dos recursos públicos. Por sua vez, o mínimo existencial é o conjunto de direitos
fundamentais que conferem condições mínimas de existência, sem os quais a dignidade da
pessoa humana restaria afrontada.

O STF entende que não é possível a opor a reserva do possível frente ao mínimo existencial, sob
pena de afronta à dignidade da pessoa humana4.

10. Seria possível que o Brasil apoiasse a intervenção em um dado país por razões de grave e
flagrante violação aos direitos humanos, considerando que a não-intervenção é um dos
princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais?

Sim, muito embora o princípio da não-intervenção reja o Brasil em suas relações internacionais
(CF/88, art. 4º, IV), o princípio da prevalência dos direitos humanos também é previsto na Carta
Magna como regente do Brasil em tais relações (CF/88, art. 4º, II).

Assim, em uma situação excepcional em que reste flagrante a grave violação aos direitos
humanos por parte de um determinado país, seria possível que a República Federativa do Brasil,
ponderando a respeito da prevalência dos dois princípios em comento (prevalência dos direitos
humanos vs não-intervenção), entendesse por bem apoiar a intervenção naquele país, de forma
excepcional, com o fito de cessar a violação flagrante de direitos humanos, considerando que
nenhum princípio é absoluto.

4
ARE 639.337 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23‑8‑2011, 2ª T, DJE de 15‑9‑2011.

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA COMPLEMENTAR


Os principais entendimentos jurisprudenciais que julgamos relevantes sobre o nosso assunto,
além dos já eventualmente expostos no roteiro de revisão, são apresentados a seguir5.

Fundamentos da RFB (art. 1º, CF/88)

Não é possível opor a reserva do possível frente ao mínimo existencial, sob pena de
afronta à dignidade da pessoa humana6.

É inconstitucional norma que assegura políticas públicas para entidades familiares


formadas por meio de casamento ou união estável entre homem e mulher, uma vez
que, caso o dispositivo fosse interpretado de maneira restritiva, com a configuração
familiar restrita apenas à união entre homem e mulher em vínculo de casamento ou
união estável, restariam feridos os valores constitucionais da dignidade da pessoa
humana e da isonomia7.

“A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista


cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre
iniciativa e da livre concorrência”8.

São inconstitucionais, por ofensa à dignidade da pessoa humana e ao direito


fundamental da igualdade e por induzirem o estado a empatar o que deveria
promover – o bem de todos sem preconceitos de sexto e quaisquer outras formas de

5 É importante destacar que, para concursos que não exigem formação específica em Direito, a jurisprudência
é pouco explorada pelas bancas em geral. Com efeito, pela nossa experiência, a maior parte das questões de
concursos públicos podem ser respondidas pelo conhecimento dos dispositivos normativos e da doutrina.
Sendo assim, recomendamos que o estudo da jurisprudência ocorra em uma fase mais avançada, quando o
alunos já efetuou algumas revisões da matéria. Inclusive, um bom conhecimento das normas e da doutrina será
necessário para que o estudo da jurisprudência seja eficiente. Bom, no estudo da jurisprudência, é essencial
conferir priorização maior ao estudo das súmulas vinculantes (as súmulas vinculantes e súmulas que
eventualmente estejam relacionadas ao tema deste relatório estão expostas no roteiro de revisão). Em
segundo lugar na priorização, as súmulas e teses de repercussão geral. Em último lugar, os demais
precedentes. Na maior parte das vezes, a quantidade de entendimentos jurisprudenciais que trazemos para
um dado assunto é pequena, porém, há casos em que ela pode ser bastante elevada. Em qualquer dos casos,
o aluno não deve tentar decorar tudo de uma só vez: a memorização dos principais pontos virá com as
diversas revisões. Por fim, vale destacar que o estudo da jurisprudência ajuda na compreensão e fixação dos
próprios dispositivos normativos e conceitos doutrinários, funcionando como uma ótima revisão complementar
de conteúdo para alunos mais avançados.
6 STF – ARE 639.337 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23‑8‑2011, 2ª T, DJE de 15‑9‑2011.

7 STF – ADI 5971

8 STF - RE 1054110

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discriminação –, dispositivos de atos normativos federais que proíbem a doação de


sangue por homens homossexuais9.

Princípio da separação dos Poderes (art. 2º, CF/88)

A independência dos Poderes não impede que o Poder Judiciário analise a legalidade
e constitucionalidade dos atos dos três Poderes, e, em vislumbrando mácula no ato
impugnado, afaste sua aplicação10.

Regra de lei estadual de iniciativa parlamentar que impunha ao Poder Executivo a


concessão de estímulos financeiros às cooperativas, com a criação de um fundo
financeiro, é inconstitucional por afrontar o princípio da separação dos poderes 11.

"É comum aos poderes Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) a competência
destinada a denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações,
cada qual no âmbito de suas atribuições"12.

Objetivos fundamentais da RFB (art. 3º, CF/88)

São constitucionais as normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei


13.146/2015) que estabelecem a obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem
a inserção de pessoas com deficiência no ensino regular e prover as medidas de
adaptação necessárias sem que ônus financeiro seja repassado às mensalidades,
anuidades e matrículas: “a Lei nº 13.146/2015 indica assumir o compromisso ético de
acolhimento e pluralidade democrática adotados pela Constituição ao exigir que não
apenas as escolas públicas, mas também as particulares deverão pautar sua atuação
educacional a partir de todas as facetas e potencialidades que o direito fundamental à
educação possui e que são densificadas em seu Capítulo IV. À luz da Convenção
Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e da Constituição da
República, somente com o convívio com a diferença e com o seu necessário
acolhimento que pode haver a construção de uma sociedade livre, justa e solidária,
em que o bem de todos seja promovido sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, I e IV, CRFB)”13.

9
STF – ADI 5543
10
STF – AI 640.272-AgR.
11 STF – ADI 2811

12 STF – RE 1151237

13 STF – ADI 5357.

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Princípios que regem a RFB em suas relações internacionais (art. 4º,


CF/88)

“Não há incompatibilidade absoluta entre o instituto do asilo e o da extradição


passiva, uma vez que o STF não está vinculado ao juízo formulado pelo Poder
Executivo na concessão do asilo político, podendo autorizar a extradição de
estrangeiro mesmo que a ele tenha sido concedido asilo político previamente”14.

...

Grande abraço e bons estudos!

“A satisfação reside no esforço, não no resultado obtido. O esforço total é a plena


vitória.”

(Mahatma Gandhi)

Túlio Lages

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14
STF. Ext 524.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

A eletividade e a temporariedade são conceitos inerentes ao princípio republicano extraído da


CF.

2. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Em decorrência do princípio federativo, há relação de hierarquia entre a União e os demais entes


integrantes da Federação.

3. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Conforme o princípio da democracia representativa, explicitamente previsto na CF, todo o


poder emana do povo, e seu exercício ocorre exclusivamente por meio dos representantes
eleitos.

4. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

A concessão de asilo, ato de soberania, não obsta a posterior extradição do asilado.

5. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Princípios relativos à prestação positiva do Estado não figuram entre os princípios fundamentais
constantes da CF.

6. (Cespe/2016/TRT 8/AJAJ/Adaptada) Acerca do poder constituinte e dos princípios


fundamentais da CF, julgue a assertiva a seguir.

Nas relações internacionais, o Brasil rege-se, entre outros princípios, pela soberania, pela
dignidade da pessoa humana e pelo pluralismo político.

7. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca de aspectos relacionados à Constituição, poder constituinte e


princípios constitucionais fundamentais, julgue a assertiva a seguir.

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O pluralismo político, princípio constitucional fundamental da CF que assegura a participação


plural da sociedade, atinge apenas os partidos políticos, não se estendendo a sindicatos,
associações, entidades de classe e organizações em geral.

8. (Cespe/2013/TRF 1/AJAJ/Adaptada) Julgue os itens que se seguem, a respeito dos


princípios fundamentais.

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa constituem fundamentos da República


Federativa do Brasil.

9. (Cespe/2015/TRE RS) No que se refere aos princípios e aos direitos e garantias


fundamentais, julgue as assertiva a seguir:

Por ser um princípio geral da atividade econômica regulado pelo mercado e não pelo Estado, o
valor social do trabalho não é considerado um princípio fundamental da República Federativa do
Brasil.

10. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

A dignidade da pessoa humana é princípio unidimensional, porque estritamente jurídico, e


estanque, porque integrado estaticamente pelo conjunto de direitos fundamentais previstos na
Constituição.

11. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

Os valores do trabalho e da livre iniciativa previstos na Constituição têm relação essencialmente


com o trabalho remunerado e buscam assegurar ao trabalhador a correspondente e justa
contraprestação pelo desempenho de suas tarefas.

12. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Os Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, são o Executivo, o Judiciário, o


Ministério Público e o Legislativo.

13. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Os objetivos da República Federativa do Brasil estão previstos expressamente em rol taxativo na


CF.

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14. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

O princípio da construção de uma sociedade livre, justa e solidária está contemplado na CF de


forma implícita.

15. (CESPE/2015/TRE RS/AJAA/Adaptada) Julgue o item de acordo com a Constituição Federal


de 1988 (CF).

Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol taxativo que não admite ampliação
por obra do intérprete constitucional.

16. (Cespe/2015/FUB/ADMINISTRADOR) A respeito da classificação da Constituição, julgue o


item subsequente.

No que se refere ao objeto, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 é social.

17. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) A respeito dos princípios fundamentais constantes da


Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

O Estado brasileiro, atendidos os requisitos legais, é obrigado a conceder asilo político a


estrangeiro, em decorrência de princípio orientador de suas relações internacionais constante na
CF.

18. (Cespe/2010/TRT 21/AJAJ) A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações
internacionais, entre outros, pelos princípios dos direitos humanos, da autodeterminação dos
povos, da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da solução pacífica dos conflitos, do
repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade, do duplo grau de jurisdição, da concessão de asilo político e da independência
funcional.

19. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Em decorrência do princípio da defesa da paz e da resolução pacífica dos conflitos, o Brasil é


proibido de participar de qualquer guerra externa, devendo-se posicionar como país neutro em
conflitos bélicos.

20. (CESPE/2015/TRE MT/AJAA/Adaptada) No que se refere aos princípios fundamentais


estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

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A integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, com a finalidade
de constituir uma comunidade latino-americana de nações, constitui um princípio fundamental
da República brasileira.

21. (Cespe/2014/TJ CE/Analista Judiciário/Adaptada) Acerca de princípios fundamentais,


direitos e garantias fundamentais e aplicabilidade das normas constitucionais, julgue a
assertiva a seguir. Nesse sentido, considere que a sigla CF, sempre que empregada, se refere
à Constituição Federal de 1988.

O repúdio à prática do racismo configura um dos princípios que norteia a República Federativa
do Brasil em suas relações internacionais. Essa prática constitui crime inafiançável e
imprescritível, e o referido princípio é considerado norma constitucional de eficácia plena.

22. (Cespe/2014/SUFRAMA) Acerca da classificação das constituições e dos princípios


fundamentais, julgue o item a seguir, considerando que a CF corresponde à Constituição
Federal de 1988.

A CF propugna, de forma específica, a integração econômica, política, social e cultural do Brasil


com os povos da América Latina.

23. (CESPE/ 2013/MINISTÉRIO DA SAÚDE/Analista) Considerando as disposições


constitucionais a respeito dos princípios fundamentais, julgue os itens a seguir.

A República Federativa do Brasil rege-se em suas relações internacionais de acordo com o


princípio da não intervenção.

24. (CESPE/ 2013/ PRF) No que se refere às relações internacionais, a República Federativa do
Brasil rege-se pelos princípios da igualdade entre os Estados, da cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade e da concessão de asilo político, entre outros.

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Gabarito

1. CORRETA 9. ERRADA 17. ERRADA


2. ERRADA 10. ERRADA 18. ERRADA
3. ERRADA 11. ERRADA 19. ERRADA
4. CORRETA 12. ERRADA 20. CORRETA
5. ERRADA 13. ERRADA 21. CORRETA
6. ERRADA 14. ERRADA 22. CORRETA
7. ERRADA 15. ERRADA 23. CORRETA
8. CORRETA 16. CORRETA 24. CORRETA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF,
Secretaria de Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas,
2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo:
Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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17 de Dezembro de 2022
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Cebraspe - Nível Supe
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


..............................................................................................................................................................................................5

3) Aposta Estratégica - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
69

4) Questões Estratégicas - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
71

5) Questionário de Revisão - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


..............................................................................................................................................................................................
94

6) Lista de Questões Estratégicas - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
115

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
123

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Teoria geral dos direitos fundamentais 6,90%
Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art.
51,72%
5º da CF/88, exceto remédios constitucionais
Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção,
habeas corpus, habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, 34,48%
LXX, LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)
Aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1º da CF/88)
==5617c==

0,00%
Enumeração aberta (art. 5º, § 2º da CF/88) 1,72%
Tratados e Convenções internacionais com força de emenda
5,17%
constitucional (art. 5º, § 3º da CF/88)
Tribunal Penal Internacional (art. 5º, § 4º da CF/88) 0,00%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Antes de adentrar na revisão do catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º,
caput e incisos I a LXXIX da CF/88), ponto do assunto geralmente mais explorado por todas as
bancas, é importante relembrarmos alguns conceitos doutrinários e disposições constitucionais.

Teoria geral dos direitos fundamentais

- Os direitos fundamentais surgiram para proteger a liberdade do indivíduo contra a atuação


abusiva do Estado (feição negativa). Posteriormente, evoluíram no sentido de também exigir uma
atuação comissiva do Estado em favor do bem-estar da população (feição positiva).

- Direitos fundamentais x direitos humanos:

A expressão “direitos fundamentais” designa os direitos relacionados às pessoas, assim


reconhecidos no ordenamento jurídico de cada Estado. Por estarem vinculados a determinada
ordem jurídica, são garantidos e limitados no espaço (ou seja, onde vigora a ordem jurídica) e no
tempo (ou seja, enquanto essa ordem jurídica estiver vigorando).

Por sua vez, a expressão “direitos humanos” aponta para direitos do homem universalmente
considerado e, por possuírem uma natureza filosófica, não possuem referência a determinado
ordenamento jurídico ou limitação geográfica.

- Principais características dos direitos fundamentais:

a) Universalidade: abrangem todos os indivíduos, de modo indiscriminado, independentemente


de nacionalidade, sexo, raça, credo, ideologia, convicções políticas etc.;

b) Historicidade: são fruto de conquistas acumuladas ao longo da história, desde o Cristianismo


até aos dias atuais;

c) Inalienabilidade: não podem ser transferidos, alienados a outrem, por não possuírem
conteúdo econômico-patrimonial;

d) Imprescritibilidade: não desaparecem com o decurso do tempo, podendo sempre serem


exercidos (não perdem sua exigibilidade pelo seu não exercício ao longo de determinado
período);

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e) Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, dispostos, pelos seus titulares, como regra
(atualmente, em razão de peculiaridades de um caso concreto, admite-se a renúncia temporária
e excepcional a direito fundamental). Isso não impede, por outro lado, que deixem de serem
exercidos por seu titular;

f) Relatividade (ou limitabilidade): não possuem natureza absoluta, sendo limitados por outros
direitos fundamentais previstos constitucionalmente. Não podem, por exemplo, ser utilizados
para acobertar a prática de atividades ilícitas, ou para afastar ou diminuir a responsabilidade
pelo exercício de tais atividades. Além disso, os direitos fundamentais também podem ser
restringidos por normas infraconstitucionais, desde que haja autorização explícita na CF, - via
reserva legal – ou até mesmo implícita no texto constitucional;

g) Complementaridade: não devem ser interpretados isoladamente, mas como um conjunto


único;

h) Concorrência: são passíveis de exercício em conjunto, cumulativamente, vários deles ao


mesmo tempo;

i) Efetividade: a atividade do Estado deve estar voltada à efetivação dos direitos fundamentais;
e

j) Inviolabilidade: não podem ser afrontados, violados, inobservados pelas leis e pelos agentes
públicos.

- Gerações de direitos fundamentais:

As três gerações (ou dimensões) de direitos fundamentais classicamente identificadas pela


doutrina:

a) Primeira geração: formada pelos direitos que caracterizam uma obrigação de não-fazer, um
dever de abstenção estatal aos indivíduos, já que diz respeito aos direitos que buscam restringir
a ação do Estado sobre os indivíduos, a fim de livrá-los da ingerência abusiva estatal. São
também chamados de “direitos negativos”, “liberdades negativas”, ou, ainda, de “direitos de
defesa”.

Os direitos de primeira geração realçam o princípio da liberdade, com foco no homem


individualmente considerado, consagrando direitos civis e políticos. Exemplos: direitos à vida,
à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à participação política e religiosa etc.

b) Segunda geração: formada precipuamente pelos direitos que caracterizam uma obrigação
de fazer estatal em prol da população, envolvendo o desempenho de prestações positivas por
parte do Estado aos indivíduos, concretizadas por meio de políticas e serviços públicos, com a
finalidade de proporcionar igualdade material (ou “substantiva”) e bem-estar à população. Por

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isso, são também chamados de “direitos positivos”, “liberdades positivas”, “direitos do bem-
estar” ou, ainda, “direitos dos desamparados”.

Em menor escala, há direitos de segunda geração de natureza negativa, como os direitos de


liberdade sindical e o de liberdade de greve. Tais direitos são considerados de segunda geração
em razão de sua finalidade, que é a mesma das liberdades positivas: promover a igualdade
substantiva, por meio da intervenção estatal em defesa dos desamparados, dos
hipossuficientes.

Assim, os direitos de segunda geração realçam o valor-fonte igualdade, consagrando direitos


econômicos, sociais e culturais. Exemplos: direitos à educação, à saúde, ao trabalho, à
habitação, à previdência social, à assistência social etc.

c) Terceira geração: formada pelos direitos que transcendem os interesses individuais para se
preocupar com a coletividade, consagrando direitos transindividuais, supraindividuais, de
titularidade coletiva ou difusa.

Os direitos de terceira geração realçam o princípio da fraternidade (ou solidariedade),


consagrando os direitos difusos e os coletivos. Exemplos: direitos do consumidor, direitos ao
meio-ambiente ecologicamente equilibrado, ao desenvolvimento, à autodeterminação dos
povos etc.

Além das três gerações clássicas de direitos fundamentais, são também apontadas por alguns
doutrinadores a quarta e a quinta gerações de direitos fundamentais:

d) Quarta geração: para Paulo Bonavides, seriam os direitos relacionados à globalização –


direitos à democracia (direta), à informação e ao pluralismo1. Para Norberto Bobbio, seriam os
direitos relacionados à engenharia genética2.

e) Quinta geração: para Paulo Bonavides, seria o direito à paz3 (Karel Vasak classifica o direito à
paz como de terceira geração).

Vale relembrar que as gerações de direitos fundamentais não substituem umas às outras: com
efeito, os direitos da geração seguinte se acumulam com os das gerações anteriores, que
permanecem plenamente eficazes, ou seja, uma nova geração não abandona as conquistas
promovidas pelas dimensões anteriores.

- Dimensões subjetiva e objetiva dos direitos fundamentais:

1
P. Bonavides, Curso de direito constitucional, 25. ed., p. 569 apud Lenza, 2016, p. 1158.
2
Norberto Bobbio, A era dos direitos, p. 6 apud Lenza, 2016, p. 1158.
3
P. Bonavides, Curso de direito constitucional, 25. ed., p. 593 apud Lenza, 2016, p. 1159.

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Na perspectiva (ou “dimensão”) subjetiva, os direitos fundamentais são compreendidos como os


direitos negativos e positivos do indivíduo, que pode obter do Estado a satisfação de seus
interesses juridicamente protegidos.

Na perspectiva objetiva, também chamada de “eficácia irradiante dos direitos fundamentais”, os


direitos fundamentais são compreendidos como um conjunto de valores básicos da sociedade que
direcionam e conformam a atuação do Estado (Poder Legislativo, Executivo e Judiciário) no
sentido de assegurá-los e protegê-los.

Direitos fundamentais na CF/88

- O Título II da CF/88 trata dos "direitos e garantias fundamentais". Aqui, é importante relembrar
que os "direitos fundamentais" são os bens jurídicos protegidos pela Constituição, enquanto as
"garantias fundamentais" são os instrumentos previstos na Carta Magna para proteger aqueles
bens.

- Na CF/88, os direitos fundamentais vieram previstos em cinco grupos distintos:

a) direitos individuais e coletivos (art. 5º);

b) direitos sociais (arts. 6º a 11);

c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13);

d) direitos políticos (arts. 14 a 16); e

e) direitos relacionados à existência, organização e participação dos partidos políticos (art. 17).

- O princípio-matriz de todos os direitos fundamentais pode ser considerado o princípio da


dignidade da pessoa humana4 (art. 1º, inciso III da CF/88).

- Reserva legal:

a) simples x qualificada:

A reserva legal simples exige lei formal para dispor sobre determinada matéria, mas não
especifica qual o conteúdo ou a finalidade do ato, deixando, portanto, maior liberdade para o
legislador.

Já a reserva legal qualificada, além de exigir lei formal para dispor sobre determinada matéria,
já define, previamente, o conteúdo da lei e a finalidade do ato.

4
Lenza, 2016, p. 1164.

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b) absoluta x relativa:

Na reserva legal absoluta, a norma constitucional exige, para sua integral regulamentação, a
edição de lei formal, entendida como ato normativo emanado do Congresso Nacional e
elaborado de acordo com o processo legislativo previsto pela CF.

Já na reserva legal relativa, apesar de a Constituição também exigir lei formal, permite que tal
lei apenas fixe parâmetros de atuação para o órgão administrativo, que, por sua vez, poderá
complementá-la por ato infralegal, respeitados os limites estabelecidos pela legislação.

Finalizando a revisão sobre reserva legal, vale relembrar que os direitos fundamentais não podem
ser legalmente restringidos de maneira ilimitada, de modo que o legislador deve respeitar a
“teoria dos limites dos limites”, segundo a qual as restrições impostas pela lei devem razoáveis,
proporcionais, não excessivas, de modo a preservar o núcleo essencial do direito fundamental a
ser objeto de restrição.

- Eficácia vertical e horizontal dos direitos fundamentais:

A eficácia vertical implica que os direitos fundamentais aplicam-se às chamadas “relações


verticais”, que são as relações entre os particulares e o Estado.

Por sua vez, a eficácia horizontal (também chamada de eficácia “privada” ou “externa”) implica
que os direitos fundamentais também incidem nas “relações horizontais”, ou seja, nas relações
privadas, entre particulares, nos negócios privados.

No Brasil, os direitos fundamentais possuem tanto eficácia vertical, quanto eficácia horizontal.
Inclusive, há diversos precedentes em que o STF entendeu pela aplicação dos direitos
fundamentais às relações privadas 5.

- Teorias da eficácia indireta e direta de aplicação dos direitos fundamentais às relações privadas:

A teoria da eficácia indireta preceitua que cabe ao legislador elencar quais direitos fundamentais
devem ser aplicados às relações particulares.

Por sua vez, a teoria da eficácia direta, que prevalece no Brasil, preceitua que os direitos
fundamentais podem ser aplicados às relações privadas diretamente, sem necessidade de edição
de lei intermediadora.

- Não há hierarquia entre direitos fundamentais, de modo que na hipótese de conflito entre dois
ou mais deles, o intérprete deve realizar um juízo de ponderação, fazendo uso do princípio da

5
Lenza, 2016, p. 1165-1166.

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concordância prática (ou da harmonização), evitando o sacrifício total de uns em relação aos
outros.

Aplicação imediata das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais (art. 5º, § 1º da
CF/88)

Art. 5º, § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.

- Ter "aplicação imediata" significa que essas normas “são dotadas de todos os meios e elementos
necessários à sua pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que elas
regulam”6.

É dizer: são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições para seu
atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de aplicá-
las, caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

Por outro lado, é importante destacar que não se deve confundir “aplicação imediata” com a
aplicabilidade imediata das normas de eficácia plena e contida.

Isso porque embora grande parcela das normas que definem os direitos e garantias fundamentais
possuam aplicabilidade imediata (notadamente as instituidoras de direitos e garantias individuais),
há ainda uma outra parcela que depende de providências ulteriores (como a edição de uma lei
integradora) que lhe completem a eficácia (como algumas normas que definem os direitos sociais,
culturais e econômicos), possuindo, portanto, aplicabilidade indireta.

Mesmo assim, conquanto se diferenciem em sua aplicabilidade, todas as normas definidoras de


direitos e garantias fundamentais continuam tendo aplicação imediata, nos termos do art. 5º, § 1º
da CF/88.

Obs: preocupe-se com as informações contidas nos três parágrafos anteriores apenas caso em seu
edital esteja previsto o conteúdo do assunto "eficácia das normas constitucionais".

- Hipóteses de restrições e suspensões temporárias de direitos fundamentais admitidas


constitucionalmente:

Na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1º, I da CF/88), é possível a imposição de restrições
aos direitos de:

6
Silva, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 408 apud
Lenza, 2016, p. 266.

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a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.

Já na vigência de estado de sítio decretado em função de comoção grave de repercussão nacional


ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa
(arts. 137, I e 139 da CF/88), as seguintes (e únicas) medidas podem ser tomadas:

a) obrigação de permanência em localidade determinada;

b) detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

c) restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à


prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei
(não se inclui em tais restrições a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em
suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa);

d) suspensão da liberdade de reunião;

e) busca e apreensão em domicílio;

f) intervenção nas empresas de serviços públicos;

g) requisição de bens.

Por outro lado, na vigência de estado de sítio decretado em função de declaração de estado de
guerra ou resposta a agressão armada estrangeira (art. 137, II da CF/88), havendo necessidade,
quaisquer direitos ou garantias fundamentais poderão ser objeto de restrição ou suspensão.

Por fim, vale relembrar que apesar de as restrições e suspensões de direitos fundamentais no
estado de defesa e no de sítio não necessitarem de autorização prévia do Poder Judiciário para
serem efetivadas, permanece vigente em tais situações de exceção o princípio da inafastabilidade
de jurisdição (art. 5º, inciso XXXV da CF/88), de modo que eventuais abusos na efetivação de tais
restrições e suspensões podem ser controlados a posteriori pelo Poder Judiciário, caso provocado.

Não taxatividade dos direitos fundamentais (art. 5º, § 2º da CF/88)

Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.

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- O dispositivo prevê que os direitos e garantias fundamentais expressamente na Constituição não


constituem uma lista exaustiva.

O Brasil possui um sistema aberto (não estanque) de direitos fundamentais, sendo possível a
existência de outros direitos fundamentais não expressamente previstos na CF/88, mas
decorrentes dos princípios por ela adotados ou da assinatura de tratados internacionais pela
República Federativa do Brasil, consoante o dispositivo transcrito.

Logo, não é necessário que, para ser considerado fundamental, o direito seja constitucionalizado:
o que importa é sua essência, seu conteúdo (ideia de “fundamentalidade material”).

Vale relembrar, ainda, que há direitos fundamentais constitucionalmente previstos fora do art. 5º
ou do Título II, como o direito ao meio ambiente (art. 225) e o princípio da anterioridade tributária
(art.150, III, “b”).

Tratados e convenções internacionais incorporados ao direito brasileiro (art. 5º, §§ 2º e 3º da


CF/88)

Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

- Status dos tratados internacionais em que o Brasil seja parte:

a) tratados e convenções internacionais, sobre direitos humanos, aprovados em cada Casa do


Congresso Nacional em dois turnos por três quintos dos votos dos respectivos membros: status
de emenda constitucional;

b) tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo rito ordinário:
status de norma supralegal7: situam-se hierarquicamente logo abaixo da Constituição e acima
das demais normas do ordenamento jurídico, ou seja, possuem força normativa acima das leis,
mas abaixo da Carta Magna;

c) Tratados e convenções internacionais de que o Brasil seja parte, versando sobre outros temas
que não direitos humanos: status de lei ordinária.

7
STF – RE 466.343, RE – 3149.703, dentre outros.

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- Compete ao Presidente da República celebrar tratados e convenções internacionais (art. 84, VIII
da CF/88) e ao Congresso Nacional referendá-los e aprová-los posteriormente (art. 49, I da CF/88).

Obs: preocupe-se com esta última informação apenas caso em seu edital esteja previsto o
conteúdo abordado nos dispositivos mencionados.

Submissão à jurisdição de Tribunal Penal Internacional (art. 5º, § 4º da CF/88)

Art. 5º, § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.

- Atentar para o fato de que o tribunal necessariamente deve possuir natureza “penal”.

- A submissão do Brasil à jurisdição de Tribunal Penal Internacional (TPI) a cuja criação tenha
manifestado adesão também prestigia a proteção aos direitos humanos (assim como o § 3º do art.
5º da CF/88): aqui, a ideia é que o TPI, uma Corte independente, não vinculada a nenhum país
especificamente, julgue crimes de maior gravidade em situações excepcionais, quando, por
exemplo, o Estado se omita ou se revele incapaz no julgamento de tais crimes.

Há autores que falam, inclusive, que o acatamento de decisão judicial do TPI por parte do Brasil
seria uma pequena flexibilização da soberania nacional em prol do fortalecimento dos direitos
humanos.

- Compete ao Presidente da República manifestar adesão à criação do TPI (art. 84, VIII da CF/88)
e ao Congresso Nacional referendar o ato posteriormente (art. 49, I da CF/88).

Obs: preocupe-se com esta última informação apenas caso em seu edital esteja previsto o
conteúdo abordado nos dispositivos mencionados.

...................................................................................................................................................

Feita essa pequena revisão introdutória, passemos à revisão específica do catálogo dos direitos e
deveres individuais e coletivos!

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e incisos
I a LXXIX da CF/88

Direitos fundamentais básicos (caput)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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- São direitos fundamentais básicos: direito à vida; direito à liberdade; direito à igualdade; direito
à segurança; e direito à propriedade.

- Mnemônico para guardar o rol do dispositivo: "ProLiVIg-Se ".

Pro = propriedade;

Li = liberdade;

V = vida;

Ig = igualdade;

Se = segurança.

Outra forma de memorizar o rol: pense numa figura de uma casa, de número 5, em que um casal
de irmãos, o rapaz, tatuado e com estilo mais "despojado" e, a menina, no estilo mais "nerd",
estão saindo da moradia após receberem, cada um, 30 reais de seus pais para gastarem em seu
passeio.

Ao mesmo tempo em que passam pela porta da residência, os jovens acenam para os policiais
que estão passando de carro na rua em frente à casa, permanecendo na habitação um bebê aos
cuidados de seus pais.

Nesse caso:

a) o número 5 da casa representaria a quantidade de direitos a serem memorizados;

b) os irmãos saindo da casa representariam a o direito à liberdade;

c) os irmãos recebendo a mesma quantia em dinheiro representariam o direito à igualdade;

d) os policiais representariam o direito à segurança;

e) o bebê representaria o direito à vida;

f) a casa representaria o direito à propriedade.

- Os estrangeiros podem ser titulares de direitos fundamentais, mesmo que não residam no país,
ao contrário da literalidade do art. 5º, caput, conforme consenso doutrinário e jurisprudência do
STF (HC 94.477, HC 94.016).

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- Há a possibilidade de que, além das pessoas naturais, as pessoas jurídicas e o próprio Estado
sejam titulares de direitos fundamentais, apesar de inexistência de previsão constitucional
expressa no art. 5º, caput.

- O direito à vida abrange tanto a vida uterina quanto a extrauterina.

- O direito à vida é relativo, já que a CF/88 admite a possibilidade de pena de morte em caso de
guerra declarada (art. 5º, inciso XLVII).

- O STF emitiu, recentemente, entendimento importante sobre a constitucionalidade da


compulsoriedade da vacinação contra Covid-19 prevista na Lei 13.979/2020:

"(I) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, facultada a recusa do


usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais
compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à
frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes,
e tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, venham
acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos
imunizantes, respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas;
atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade; e sejam as vacinas
distribuídas universal e gratuitamente.

(II) Tais medidas, com as limitações expostas, podem ser implementadas tanto pela
União como pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, respeitadas as
respectivas esferas de competência"8.

Princípio da igualdade (caput e inciso I)

Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;

- Corresponde à igualdade "na lei" e "perante a lei".

A igualdade "na lei” destina-se ao legislador, para que não inclua fatores de discriminação que
rompam com a ordem isonômica quando da formação das leis.

Já a igualdade "perante a lei” destina-se aos aplicadores do direito, pressupondo a lei já


elaborada, impõe que sua aplicação não seja subordinada a critérios que ensejem tratamento
seletivo ou discriminatório.

8
STF – ADIs 6586 e 6587.

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- Inexiste ofensa ao princípio da igualdade quando o próprio constituinte prevê casos de


tratamento desigual (ex: art. 7º, XX, art. 12, § 3º, art. 40, art. 179, todos da CF/88).

- Também não ofende o princípio da igualdade o tratamento diferenciado em razão de grupo


social, de sexo, de profissão, de condição econômica, de idade etc., obedecido o princípio da
razoabilidade.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo


para as praças prestadoras de serviço militar inicial”9.

“Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”10.

Princípio da legalidade (inciso II)

Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

- Aplicável tanto aos particulares quanto ao Poder Público.

- Legalidade x princípio da reserva legal:

O princípio da legalidade é mais abrangente: representa o dever geral de submissão à lei em


sentido amplo, o que engloba a obediência qualquer ato normativo estatal. Já o princípio da
reserva legal se baseia na imposição constitucional de que determinadas matérias sejam
regulamentadas por lei formal.

Vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante (inciso III)

Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;

- Vale relembrar que a prática de tortura deverá ser considerada crime inafiançável e insuscetível
de graça ou anistia pela lei (art. 5º, inciso XLIII da CF/8).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

9
STF – Súmula Vinculante 6.
10
STF – Súmula Vinculante 37.

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“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou


de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”11.

Liberdade de expressão (incisos IV, V, IX e XIV)

Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

(...)

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

(...)

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional;

- É assegurada a liberdade de expressão, porém é vedado o anonimato, como forma de evitar


abusos ao exercício de tal liberdade (inciso IV).

- O direito de resposta deve ser proporcional ao agravo e não exclui eventual indenização por
dano material, moral ou à imagem (inciso V).

- No direito de acesso à informação para o exercício profissional (inciso XIV), a previsão de


resguardo do sigilo da fonte não conflita com a previsão de vedação ao anonimato prevista no
inciso IV.

- A inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo (inciso X), bem como a vedação ao


racismo (inciso XLII) atuam como limites à liberdade de expressão.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

11 STF – Súmula Vinculante 11.

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“São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo
fato”12.

Liberdade de crença religiosa e convicção política e filosófica (incisos VI a VIII)

Art. 5º (...)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

- Na escusa de consciência (inciso VIII), há a possibilidade de perda ou suspensão de direitos


políticos daquele que se recusa a cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa
estabelecida em lei, em razão da regra do art. 15, inciso IV da CF/88:

- A assistência religiosa prevista no inciso VII possui caráter privado, de incumbência dos
representantes habilitados de cada religião (vale relembrar que o Brasil é um Estado laico).

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de: (...)

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;

- A liberdade de crença religiosa e convicção política e filosófica estão em sintonia com a previsão
de o Brasil ser um Estado laico (art. 19, inciso I da CF/88):

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

12
STJ – Súmula 37.

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- O STF emitiu, recentemente, entendimento importante sobre a vacinação compulsória no


contexto da proteção constitucional das convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais:

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada


em órgão de vigilância sanitária, tenha sido incluída no plano nacional de imunizações;
ou tenha sua aplicação obrigatória decretada em lei; ou seja objeto de determinação
da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios com base em consenso
médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência
e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar” 13.

Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (inciso X)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

- É possível o reconhecimento de direito a indenização por dano material e moral,


cumulativamente, decorrente de violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem
da pessoa.

- Também podem ser indenizados por danos morais as pessoas jurídicas (entendimento do STF e
do STJ).

- O sigilo bancário é espécie do direito à privacidade, mas pode ser afastado excepcionalmente:

a) pelo Poder Judiciário;

b) pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, no caso de operações que
envolvam recursos públicos (apenas nesta hipótese!);

c) pelo Poder Legislativo Federal e pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (federais e


estaduais), nos termos do art. 4º da Lei Complementar 105/2001:

Art. 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas
atribuições, e as instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as
informações e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem
necessários ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e legais.

§ 1º As comissões parlamentares de inquérito, no exercício de sua competência


constitucional e legal de ampla investigação, obterão as informações e documentos

13
STF – ARE 1267879

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sigilosos de que necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por


intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários.

§ 2º As solicitações de que trata este artigo deverão ser previamente aprovadas pelo
Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas
respectivas comissões parlamentares de inquérito.

O STF entende que é extensível às CPIs estaduais o poder de determinar a quebra de sigilo
bancário, conforme outorgado pela Lei Complementar 105/2001 às CPIs federais, com base
no art. 58, § 3º da CF/8814.

As CPIs municipais, portanto, não têm competência para determinar a quebra de sigilo
bancário.

d) embora não se trate exatamente de "quebra" de sigilo bancário, mas de transferência para
o sigilo fiscal de informações que estavam protegidas pelo sigilo bancário, as autoridades e
agentes fiscais tributários podem examinar documentos, livros e registros de instituições
financeiras, desde que haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em
curso e que tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente15.

Inviolabilidade domiciliar (inciso XI)

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

- O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações:

a) Com o consentimento do morador.

b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que,
mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período
noturno.

c) A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre,


ou, ainda, para prestar socorro.

14 STF – ACO 730/RJ.


15
Lei Complementar 105/2001, art. 6º (declarado constitucional pelo STF, inclusive).

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- O conceito de “casa” abrange: a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer aposento


ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade pessoal 16.

Inviolabilidade das correspondências e das comunicações (inciso XII)

Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,


de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal;

- A despeito da literalidade do dispositivo, o entendimento prevalecente é o de que não apenas


o sigilo das comunicações telefônicas pode ser excepcionalmente violado, mas também o das
correspondências e o das comunicações telegráficas e de dados (uma vez que não há direitos
garantias fundamentais de caráter absoluto).

- A inviolabilidade das correspondências e das comunicações pode ser restringida, também, na


vigência dos estados de defesa e de sítio (CF/88, arts. 136, § 1º e 139).

- Requisitos que permitem a interceptação das comunicações telefônicas: a) a ordem judicial; b) a


existência de investigação criminal ou instrução processual penal; c) lei que preveja as hipóteses e
a forma em que esta poderá ocorrer.

- Diferença entre interceptação telefônica, escuta telefônica e gravação telefônica 17:

Interceptação telefônica = captação de conversas telefônicas feita por terceiro (autoridade policial,
autorizado pelo Poder Judiciário) sem o conhecimento de nenhum dos interlocutores.

Escuta telefônica = captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o conhecimento
de apenas um dos interlocutores.

Gravação telefônica = gravação feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento
ou ciência do outro.

Liberdade de atividade profissional (inciso XIII)

Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;

16
STF – HC 93.050.
17
STJ – HC 161.053/SP.

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- Inexistindo lei que estipule qualificações para o exercício de uma dada profissão, seu exercício é
livre por parte de qualquer pessoa; existindo lei, a profissão só poderá ser exercida por aqueles
que atenderem às qualificações nela previstas.

- Uma vez que a regra é a liberdade, nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas
ao cumprimento de condições legais para o seu exercício, devendo haver potencial lesivo na
atividade para que se possa exigir inscrição em conselho de fiscalização profissional, sendo
desnecessário o controle da atividade de músico, por exemplo (entendimento do STF).

Também no mesmo sentido, a Suprema Corte considera inconstitucional a exigência de diploma


para o exercício da profissão de jornalista.

- Trata-se de norma de eficácia contida (preocupe-se com esta informação apenas caso em seu
edital esteja previsto o conteúdo do assunto "eficácia das normas constitucionais").

Direito ao acesso à informação (inciso XIV)

Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional;

- O sigilo da fonte resguarda notadamente os jornalistas e não conflita com a vedação ao


anonimato prevista no inciso IV do art. 5º da CF/88.

Liberdade de locomoção (inciso XV)

Art. 5º, XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

- Tal liberdade, como prevista na CF/88, só existe em “tempo de paz”.

- Abrange também os bens, não somente as pessoas.

- É possível sua restrição por meio de lei.

- Remédio constitucional apto a tutelar a liberdade de locomoção = habeas corpus (art. 5º, LXVIII
da CF/88).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança


de tributo”18.

“É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de


tributos”19.

Liberdade de reunião (inciso XVI)

Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

- Requisitos para o exercício do direito de reunião, nos termos da CF/88:

a) ocorrer de maneira pacífica;

b) ausência de armas;

c) realização em locais abertos ao público;

d) não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

e) prévio aviso à autoridade competente, sendo desnecessária autorização.

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de
repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para
que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião
no mesmo local20”.

- Não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

- É possível a restrição ou até mesmo a suspensão da liberdade de reunião, nos casos de vigência
de estado de defesa (CF/88, art. 136, § 1º, I, “a”) ou de sítio (CF/88, art. 139, IV).

18 STF – Súmula 70.


19 STF – Súmula 323.
20
STF – RE 806.339.

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- Remédio constitucional cabível para a proteção da liberdade de reunião: mandado de segurança


(não o habeas corpus – cuidado!).

- O STF já considerou válida a realização de "Marcha da Maconha", desde que sejam atendidos
os requisitos constitucionais e não ocorra a incitação, o incentivo ou o estímulo ao consumo de
entorpecentes na sua realização 21.

Direito de associação (incisos XVII a XXI)

Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

- Requisitos da existência de uma associação: pluralidade de pessoas, estabilidade (ao contrário


das reuniões, que são transitórias, esporádicas) e origem a partir de um ato de vontade.

- A existência da associação independe da aquisição de personalidade jurídica.

- Requisitos para a liberdade plena de associação: finalidade lícita e vedação ao caráter paramilitar.

- É desnecessária autorização do poder público para a criação das associações e, na forma da lei,
de cooperativas (veja que só é prevista lei nesse último caso, ou seja, para regular a liberdade de
criação de cooperativas).

- É vedada a interferência estatal no funcionamento das associações e das cooperativas.

- Tanto a dissolução compulsória quanto a suspensão das atividades das associações só podem
ocorrer por meio de decisão judicial, entretanto, dessas duas medidas, a mais gravosa, qual seja,
a dissolução compulsória, exige que a decisão judicial esteja transitada em julgado (requisito mais
difícil, portanto, que uma simples decisão judicial).

21
STF – ADPF 187.

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- É proibido que alguém seja obrigado a se associar ou a permanecer associado.

- O inciso fala "representar", o que não deve ser confundido com "substituir".

- Para representar seus filiados, a associação necessita de autorização expressa daqueles.

- A autorização não pode ser substituída por uma autorização genérica prevista em estatuto.

- A representação pode ocorrer tanto na esfera judicial quanto na extrajudicial.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos


associados independe da autorização destes”22.

Direito de propriedade (incisos XXII a XXVI)

Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

- O direito de propriedade alcança tanto bens corpóreos quanto incorpóreos.

- Em que pese o inciso XXII não trazer restrições à garantia do direito de propriedade, dando a
entender que se trata de norma de eficácia plena, trata-se de norma de eficácia contida
(preocupe-se com esta informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo do
assunto "eficácia das normas constitucionais").

Isso, porque tal direito pode ser restringido pelo Poder Público em razão das previsões
constitucionais que impõem requisitos ao exercício do direito de propriedade – ex: necessidade
de atendimento da função social da propriedade, sob pena de o proprietário sofrer sanções
administrativas e/ou desapropriação por interesse social (arts. 5º, XXIII, 182 e 186 da CF/88) – ou
a ele aplicam flexibilizações – ex: desapropriação por utilidade ou necessidade pública ou, ainda,
requisição administrativa (art. 5º, XXIV e XXV da CF/88).

- Regras previstas na CF/88 sobre o atendimento da função social por parte da propriedade. São
elas:

a) Propriedade urbana (art. 182, § 2º da CF/88) – para cumprir sua função social, deve atender
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

22 STF – Súmula 629.

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b) Propriedade rural (art. 186 da CF/88) – para cumprir sua função social, deve atender
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes
requisitos:

- aproveitamento racional e adequado;

- utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

- observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

- exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Desapropriação (inciso XXIV)

Art. 5º, XXIV a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

- Hipóteses de desapropriação: a) necessidade pública, b) utilidade pública e c) interesse social.

- Via de regra, a indenização decorrente da desapropriação deve ser prévia, justa e em dinheiro.
As exceções devem estar previstas na Constituição Federal. São elas:

Desapropriação de
Desapropriação, por imóvel urbano não-
edificado que não Desapropriação
interesse social, para fins
ok cumpriu sua função confiscatória
de reforma agrária
social (art. 243 da CF/88)
(art. 184 da CF/88)
(art. 182, § 4º, III da CF/88)

Propriedades rurais e
Solo urbano não
urbanas de qualquer
edificado, subutilizado
região do País onde
ou não utilizado, além
Imóvel rural que não forem localizadas
das demais condições
Objeto esteja cumprindo sua culturas ilegais de
previstas no art. 182 da
função social. plantas psicotrópicas
CF/88 (descumprindo,
ou a exploração de
portanto sua função trabalho escravo na
social). forma da lei.

Forma de Prévia e justa indenização


Títulos da dívida pública Não há indenização.
Indenização em títulos da dívida agrária
de emissão previamente
com cláusula de

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preservação do valor real, aprovada pelo Senado


resgatáveis no prazo de até Federal, com prazo de
vinte anos, a partir do resgate de até dez anos,
segundo ano de sua em parcelas anuais,
emissão, e cuja utilização iguais e sucessivas,
será definida em lei. As assegurados o valor real
benfeitorias úteis e da indenização e os juros
necessárias, entretanto, legais.
serão indenizadas em
dinheiro.

Requisição administrativa (inciso XXV)

Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;

- O direito fundamental de requisição administrativa é de titularidade do Estado.

- O perigo público deve ser iminente.

- Possui caráter compulsório para o particular (poder de império do Estado).

- A cessão da propriedade é gratuita e só haverá indenização em caso de dano.

- A requisição de bens é medida possível também na vigência de estado de sítio (art. 139, VII da
CF/88).

Impenhorabilidade da pequena propriedade rural (inciso XXVI)

Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;

- A garantia é aplicável apenas à propriedade rural que seja considerada "pequena".

- A definição de "pequena" deve ser prevista em lei (reserva legal).

- Requisitos constitucionais para a garantia de impenhorabilidade da pequena propriedade rural:

a) deve ser trabalhada pela família; e

b) o débito deve decorrer da atividade produtiva da propriedade.

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- Os meios de financiar o desenvolvimento da pequena propriedade rural deverão ser dispostos


em lei (reserva legal).

Direito do autor (incisos XXVII e XXVIII)

Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem


e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de


que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;

- O autor tem controle pleno sobre a utilização, publicação ou reprodução de suas obras, enquanto
estiver vivo (trata-se de um direito "exclusivo").

- Após a morte do autor, o direito será temporalmente limitado aos seus herdeiros (limitação
temporal fixada em lei).

- Sobre o inciso XVIII, é importante perceber que o dispositivo assegura proteções (alínea "a") e
direito de fiscalização (alínea "b"). Assim, assegura-se:

a) Proteção:

- às participações individuais em obras coletivas;

- à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.

a) Direito de fiscalização:

- Sujeitos que detêm o direito: criadores, intérpretes e respectivas representações sindicais


e associativas.

- Objeto a ser fiscalizado: aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem os mencionados sujeitos.

Direito de propriedade industrial (inciso XXIX)

Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das

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marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

- Os autores de inventos industriais possuem privilégio temporário para sua utilização, ao contrário
dos direitos autorais, que são assegurados ao autor de forma vitalícia (inciso XXVII).

- Sobre a segunda parte do dispositivo, é importante notar que a lei deve proteger:

a) as criações industriais;

b) a propriedade das marcas;

c) os nomes de empresas;

d) outros signos distintivos.

- A proteção a ser conferida deve ter em vista dois fatores:

a) o interesse social;

b) o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.

Direito de herança (incisos XXX e XXXI)

Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

- O direito de herança não impede a incidência de tributos sobre o valor dos bens transferidos
(imposto sobre transmissão causa mortis – art. 155, inciso I da CF/88).

- No que diz respeito à sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil, entre a lei brasileira
e a lei do país do “de cujus” (falecido), aplica-se a mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros.

Defesa do consumidor (inciso XXXII)

Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

- Norma de eficácia limitada.

- A defesa do consumidor é também um princípio da ordem econômica (art. 170, V da CF/88).

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Direito à informação (inciso XXXIII)

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

- Tal direito encontra limites no caso de informações:

a) cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

b) nas informações pessoais protegidas pelo art. 5º inciso X da CF/88.

- O mandado de segurança é o remédio constitucional apto a tutelar o direito à informação (não


o habeas data).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos


de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa”23.

“O Verbete 14 da Súmula Vinculante do Supremo não alcança sindicância administrativa


objetivando elucidar fatos sob o ângulo do cometimento de infração administrativa” 24.

Direito de petição (inciso XXXIV, alínea “a”)

Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade


ou abuso de poder;

- Finalidade do direito de petição:

a) defesa de direitos;

b) manifestação contra ilegalidade ou abuso de poder.

23
STF – Súmula Vinculante 14.
24
STF – Rcl 10.771 AgR.

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- Características do direito de petição:

a) legitimação universal (todas as pessoas físicas – brasileiros ou estrangeiros – e pessoas


jurídicas são legitimadas);

b) a gratuidade ("independente do pagamento de taxas"); e

c) natureza administrativa, não-jurisdicional (pode ser exercido, inclusive, sem representação


por advogado).

- Direito de petição x direito de postular em juízo:

O primeiro é um remédio administrativo, utilizado em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou


abuso de poder, não necessitando de advogado para seu exercício.

Já o direito de postular em juízo se presta a obter decisão judicial a respeito de uma pretensão do
interessado, necessitando para ser exercido, via de regra, de representação por advogado, salvo
em situações excepcionais (como é o caso do habeas corpus).

- Remédio constitucional apto a tutelar o direito de petição = mandado de segurança (não o


habeas data).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens


para admissibilidade de recurso administrativo”25.

Direito de certidão (inciso XXXIV, alínea “b”)

Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

(...)

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

- O direito de certidão é garantido a "todos", "independentemente do pagamento de taxas".

- Finalidade do direito de certidão:

a) defesa de direitos;

25
STF – Súmula Vinculante 21.

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b) esclarecimento de situações de interesse pessoal.

- Não é possível recorrer ao direito de certidão para a defesa de direitos ou esclarecimento de


situações de interesse de terceiro (veja que o dispositivo fala em "interesse pessoal") – a não ser
que o pedido seja efetuado por seu representante.

- Remédio constitucional apto a tutelar o direito de certidão = mandado de segurança (não o


habeas data).

Princípio da inafastabilidade de jurisdição (inciso XXXV)

Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

- Também conhecido como direito de ação ou princípio do livre acesso ao Poder Judiciário.

- O princípio da inafastabilidade de jurisdição propugna que apenas o Poder Judiciário pode


decidir de forma definitiva, fazendo coisa julgada material, estando todas as decisões
administrativas sujeitas ao controle daquele Poder, consagrando, assim, a adoção do sistema
inglês (ou de jurisdição uma) pela CF/88, em contraposição ao sistema francês, onde, além do
Poder Judiciário, a própria Administração pode decidir em caráter definitivo (sistema de
contencioso administrativo).

- O princípio também garante que, em regra, o ingresso com ação junto ao Poder Judiciário não
está condicionado ao prévio esgotamento ou, pelo menos, a utilização inicial da via administrativa
(ou seja, inexiste jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado no Brasil).
Exceções:

a) o ajuizamento do habeas data só é possível após a negativa ou omissão da Administração


Pública em relação ao pedido efetuado junto à Administração (STF – RHD 22/DF);

b) ações relativas à disciplina e às competições desportivas só serão admitidas pelo Poder


Judiciário pós esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva – que possui natureza
administrativa (art. 217, § 1º da CF/88);

c) reclamação ao STF contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração


Pública só deve ser admitida após os esgotamento das vias administrativas (Lei 11.417/2006,
art. 7, § 1º); e

d) ingresso de ação judicial contra o INSS relativo a concessão de benefício previdenciário só


deve ser admitido existente prévio requerimento administrativo (STF – RE 631.240/MG).

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- A garantia de acesso ao Poder Judiciário, consubstanciada no princípio da inafastabilidade de


jurisdição, é aplicável à proteção de direitos em geral (privados, públicos ou transindividuais – veja
que o dispositivo fala apenas "a direito"), mas não possui caráter absoluto, de modo que:

a) é possível que o legislador edite normas reguladoras do exercício do direito de ação, inclusive
prevendo restrições à concessão de tutela antecipada, obedecidos os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade nas eventuais limitações que forem impostas;

b) inexiste garantia de gratuidade universal no acesso aos tribunais;

c) inexiste, também, a obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição (ou seja, de forma plena,
incondicional, absoluta) considerando que a própria CF/88 prevê casos de instância única
ordinária de julgamento;

d) não impede a existência de assuntos que não podem ser objeto de apreciação judicial, como
os atos interna corporis das Casas Legislativas e o mérito dos atos administrativos.

- Além disso, a garantia pode ser invocada tanto na busca de uma tutela repressiva ("lesão")
quanto preventiva ("ameaça") por parte do Poder Judiciário.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade


de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário” 26.

“Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem


limite sobre o valor da causa”27.

Proteção ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito – garantia da


irretroatividade das leis (inciso XXXVI)

Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;

- Direito adquirido: é o direito que se passa a ser titular após terem sido atendidos todos os
requisitos previstos na lei vigente para sua aquisição.

26
STF – Súmula Vinculante 28.
27
STF – Súmula 667.

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Se os requisitos previstos na lei só serão completamente atendidos no futuro, mesmo que de


forma iminente, não há direito adquirido, mas apenas "expectativa de direito", que não é
protegida pelo dispositivo.

- Ato jurídico perfeito: é o ato que já foi realizado, consumado, segundo as regras previstas na lei
que vigorava à época em que foi praticado.

- Coisa julgada: é a decisão judicial que não pode mais ser objeto de recurso.

- A regra do inciso XXXVI busca prestigiar a segurança jurídica, evitando que uma nova lei
prejudique situações jurídicas consolidadas sob na vigência de leis anteriores.

- A garantia de irretroatividade das leis não é absoluta: é possível a edição de leis que retroajam
para beneficiar os indivíduos.

- O termo lei “lei” deve ser entendido em sentido amplo, compreendendo quaisquer atos
normativos infraconstitucionais (lei ordinária, lei complementar, resolução etc.) e, até mesmo, as
emendas constitucionais.

- Situações nas quais não é cabível invocar-se direito adquirido:

a) normas constitucionais originárias;

b) mudança do padrão monetário;

c) criação ou aumento de tributos;

d) mudança de regime jurídico estatutário.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da


República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado” 28.

Princípio do juiz natural (incisos XXXVII e LIII)

Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

(...)

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

28
STF – Súmula 654.

34
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- O princípio do juiz natural visa a garantir a todas as pessoas (brasileiros, estrangeiros, pessoas
físicas ou jurídicas) uma atuação imparcial do Poder Judiciário na resolução de suas lides,
impedindo:

a) a formação arbitrária de tribunais ou juízos de exceção, instituídos para o julgamento de um


caso específico ("ad hoc") e/ou após o acontecimento do caso que será objeto de apreciação
("ex post facto");

b) que seja atribuída competência em desacordo com o previsto constitucionalmente.

- Deve ser interpretado, portanto, de forma ampla, abrangendo a vedação à criação de juízo de
exceção, bem como a obrigação de respeito às regras de distribuição de competências previstas
objetivamente na CF/88.

- Alcança não apenas os julgadores do Poder Judiciário, mas também os dos demais poderes,
previstos constitucionalmente (ex: Senado Federal, no exercício de sua competência de julgar os
crimes de responsabilidade de determinadas autoridades).

Júri popular (inciso XXXVIII)

Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

- O Tribunal do Júri é um tribunal popular, composto por jurados escolhidos dentre cidadãos
alistados, e por um juiz togado, que possui a função de presidir o Tribunal. É previsto pela CF/88
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

- Sobre a competência do Tribunal do Júri para julgamento de crimes dolosos contra a vida (alínea
"d"):

a) não alcança detentores de foro especial por prerrogativa de função estabelecido pela CF/88;

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b) em relação ao item anterior, quando o foro especial decorre não de previsão da CF/88, mas
(exclusivamente) de Constituição Estadual, prevalece a competência do Tribunal do Júri
estabelecida pela Constituição Federal 29;

c) pode ser ampliada pela legislação ordinária, de modo que ao Tribunal do Júri pode ser
atribuída competência para o julgamento também de outros crimes (entendimento do STF).

- A plenitude de defesa (alínea "a") deriva dos princípios do contraditório e da ampla defesa,
garantindo ao acusado se valer de todos os instrumentos processuais e argumentos para se
defender nos processos de competência do Tribunal do Júri.

- A soberania dos veredictos (alínea "c") impõe que a decisão dos jurados não pode ser
modificada, suprimida, desconsiderada ou substituída por outra proferida pelos órgãos do Poder
Judiciário. Entretanto, isso não significa que a decisão do Tribunal do Júri não seja passível de
recurso perante os tribunais do Poder Judiciário, especialmente quando tal decisão seja
flagrantemente contrária às provas constantes do processo (entendimento do STF).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por


prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”30.

“A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do


tribunal do júri”31.

Princípio da legalidade penal (inciso XXXIX)

Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

- O dispositivo trata do princípio da legalidade penal, que impõe que as normas incriminadoras
devam estar previstas em lei, de modo que uma conduta só possa ser considerada crime e ser
objeto de sanção caso haja uma lei já existente definindo-a como crime e prevendo a ela uma
pena.

- A "lei" prevista no dispositivo:

29
STF – Súmula Vinculante 45.
30
STF – Súmula Vinculante 45.
31
STF – Súmula 603.

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a) deve ser considerada em sentido estrito, ou seja, lei formal editada pelo Poder Legislativo
(princípio da reserva legal em matéria penal);

b) deve existir anteriormente à conduta para que esta possa ser considerada (ou não) criminosa
(princípio da anterioridade da lei penal).

- A competência para legislar sobre Direito Penal é da União, o que impossibilita que os demais
entes tipifiquem crimes (art. 22, inciso I da CF/88).

- Não é possível que medidas provisórias definam crimes e cominem penas, em razão do
impedimento previsto no art. 62, § 1º, I, “b” da CF/88, onde se veda a edição de medida provisória
para tratar, dentre outros temas, de direito penal e processual penal (obs: preocupe-se com tal
informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo abordado nos dispositivos
mencionados).

- As normas penais "em branco" (que dependem de complementação por outra norma, inclusive
de outra espécie que não lei em sentido estrito) não violam o princípio da reserva legal
(entendimento doutrinário majoritário).

Princípios da irretroatividade da lei penal e da retroatividade da lei penal mais favorável (inciso XL)

Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

- Derivado do princípio da anterioridade da lei penal, o princípio da irretroatividade da lei penal


veda que a lei penal atinja fatos pretéritos ao início de sua vigência, caso prejudique o réu.

- Caso a lei penal favoreça o réu, poderá retroagir, alcançando fatos anteriores ao início de sua
vigência, possibilitando, inclusive, a descontinuidade de punições por condutas antes
consideradas criminosas, mesmo que tenha havido o trânsito em julgado da condenação (princípio
da retroatividade da lei penal mais favorável).

- Não é possível a combinação de leis emanadas em tempos diferentes para se derivar uma regra
mais favorável ao réu, devendo, no caso, se aplicar integralmente a regra prevista ou na lei antiga
ou na lei nova, sob pena de alterar-se o "espírito normativo" previsto nos diplomas legais
envolvidos (entendimento do STF).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência” 32.

32
STF – Súmula 711.

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Mandados de criminalização (incisos XLI a XLIV)

Art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática


da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

- Trata-se de normas constitucionais que limitam a atuação do legislador ao impor a criminalização


de determinadas condutas.

- Inciso XLI: norma de eficácia limitada (preocupe-se com esta informação apenas caso em seu
edital esteja previsto o conteúdo do assunto "eficácia das normas constitucionais").

- Comparação entre os mandados previstos nos incisos XLI a XLIV:

Prática da tortura
Tráfico ilícito de Ação de grupos
Discriminação
entorpecentes e drogas armados, civis ou
atentatória dos
Prática do afins militares, contra a
direitos e
Racismo ordem constitucional
liberdades Terrorismo e o Estado
fundamentais (inciso XLII)
Crimes hediondos Democrático
(inciso XLI) (assim definidos em lei) (inciso XLIV)
(inciso XLIII)

Crime Crimes inafiançáveis e


Crime inafiançável e
- inafiançável e insuscetíveis de graça ou
imprescritível
imprescritível anistia

Será punida pela Pena de reclusão


- -
lei (não detenção!)

- - Respondem pelos crimes: -

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a) mandantes;
b) executores;
c) os que podendo evitá-
los, se omitirem.

- Alguns macetes que podem lhe ajudar a responder uma questão caso não se lembre do exato
teor das condutas previstas em cada um dos incisos:

a) para memorizar quais são as condutas que constituem crimes insuscetíveis de graça ou anistia:

Observe que, de todas as condutas previstas, as únicas que são consideradas insuscetíveis de
graça ou anistia pela CF/88 são as previstas no inciso XLIII. Para facilitar a memorização dessa
informação, decore a seguinte frase mnemônica: "3T + hediondos não têm graça".

3T = a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o


terrorismo

hediondos = os definidos como hediondos;

não tem graça = a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia.

Pre = prestação social alternativa.

Às vezes, só de saber que três das condutas começam com a letra "t", mesmo sem lembrar
exatamente de tudo, pode ser muito útil para responder uma questão ;)

b) para memorizar quais são as condutas que constituem crimes inafiançáveis:

Observe que, de todas as condutas previstas, apenas a mais "genérica", que é a prevista no
inciso XLI, não constitui crime inafiançável pela CF/88, qual seja, "qualquer discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais".

Em outras palavras, todas as condutas elencadas nos mandados de criminalização, exceto a


prevista inciso XLI, têm em comum o fato de serem consideradas crimes inafiançáveis pela
Constituição.

c) para memorizar quais são as condutas que constituem crimes imprescritíveis:

Observe que para a conduta mais "genérica" (inciso XLI) e as que estão englobadas na frase
mnemônica "3T + hediondos não têm graça (inciso XLIII) são as que não foram previstas na CF

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como crimes imprescritíveis. Logo, todas as demais (incisos XLII e XLIV) foram previstas como
crimes imprescritíveis pela Constituição.

- Já que falamos em crimes insuscetíveis de graça ou anistia, convém destacar que:

a) a competência para conceder indulto e comutar penas é do Presidente da República,


delegável aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da
União (art. 84, XII e parágrafo único da CF/88).

b) para a concessão de anistia, faz-se necessária a edição de lei do Congresso Nacional (art. 48,
VIII da CF/88).

Obs: preocupe-se com tais informações apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

Princípio da intransmissibilidade da pena (inciso XLV)

Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido;

- Também chamado de princípio da pessoalidade da pena, da personalização da pena ou da


intranscendência da pena.

- Garante que a pena só pode ser cumprida pelo condenado, não por terceiros – a pena é
personalíssima.

- Em decorrência de tal princípio, caso o condenado venha a falecer, extingue-se a punibilidade.

Nada obstante, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido.

Princípio da individualização da pena (inciso XLVI)

Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

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d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

- Impõe que a lei penal deve considerar as características pessoais do infrator (ex: antecedentes
criminais) ao regular a pena.

- O dispositivo prevê rol não exaustivo ("entre outras"), de modo que a lei poderá criar novas
penas.

- Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "Priva + PerMulta + SuPre".

Priva = privação ou restrição da liberdade;

Per = perda de bens;

Multa = multa;

Su = suspensão ou interdição de direitos;

Pre = prestação social alternativa.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo,


ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei
nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou
não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim,
de modo fundamentado, a realização de exame criminológico” 33.

Penas inaplicáveis (inciso XLVII)

Art. 5º, XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

33
STF – Súmula Vinculante 26.

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d) de banimento;

e) cruéis;

- Notar que, em caso de guerra declarada, excepcionalmente é possível a pena de morte


(relembrando, mais uma vez, que nem mesmo o direito à vida é absoluto!).

- A pena de banimento (alínea "d") não se confunde com a expulsão de estrangeiro, que é
admitida.

- As penas de caráter perpétuo (alínea "b") também não são admitidas no âmbito das sanções
administrativas (entendimento do STF).

- Comparar as penas inadmitidas previstas no dispositivo com as penas admitidas previstas no


==5617c==

inciso anterior.

- Frase para ajudar a memorização do rol previsto no dispositivo: "O banimento cruel força a morte
perpétua", de modo que:

banimento = de banimento (alínea "d");

cruel = cruéis (alínea "e");

força = de trabalhos forçados (alínea "c");

morte = de morte, salvo em caso de guerra declarada (alínea "a"); e

perpétua = de caráter perpétuo (alínea "b").

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado


em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros
fixados no RE 641.320/RS34.

Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata


de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória35.

34
STF – Súmula Vinculante 56.
35
STF – Súmula 716.

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Execução penal individualizada (inciso XLVIII)

Art. 5º, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

- Frase mnemônica para ajudar a memorizar os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas: "Ida De Sexta"

Ida = idade do apenado;

De = natureza do delito;

Sexta = sexo do apenado.

Garantia do respeito à integridade física e moral dos presos ( inciso XLIX)

Art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

- O objetivo aqui é assegurar que certos direitos fundamentais permaneçam garantidos aos
indivíduos mesmo quando presos.

Garantia de que as presidiárias tenham condições de permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação (inciso L)

Art. 5º, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;

- Trata-se de dupla garantia: ao mesmo tempo em que assegura às mães o direito à amamentação
e ao contato com o filho, permite que a criança tenha acesso ao leite materno.

Extradição (incisos LI e LII)

Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

- Extradição ativa x extradição passiva:

Na extradição ativa, o Brasil solicita a outro país a entrega de um indivíduo para que seja
processado, julgado ou punido em território nacional. Na extradição passiva ocorre o inverso: o
Estado estrangeiro é quem solicita ao Brasil que lhe entregue o criminoso.

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- Extradição de brasileiros:

A extradição de brasileiro nato é vedada de forma absoluta. Nada obstante, é possível a extradição
de brasileiro naturalizado, desde que configurada uma das hipóteses previstas no inciso LI, quais
sejam:

a) prática de crime comum, praticado antes da naturalização; ou

b) envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, a qualquer tempo.

Na hipótese de crime comum, só é possível a extradição do brasileiro naturalizado se o crime for


cometido antes da naturalização. Já no caso de envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes,
a extradição do brasileiro naturalizado pode acontecer mesmo que tal envolvimento se dê após a
naturalização.

Perceba, assim, que a Constituição considera mais reprovável o envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes que a prática de crime comum, já que no primeiro caso, pode ensejar extradição
mesmo que o envolvimento ocorra após a naturalização.

Para ajudar na memorização:

Hipóteses que autorizam a extradição de


brasileiro naturalizado

Envolvimento em
tráfico ilícito de
Espécie de ilícito Crime comum
entorpecentes e
drogas afins
Período de
Antes da
ocorrência do A qualquer tempo
naturalização
ilícito

- Extradição de estrangeiros:

Com relação ao estrangeiro, sua extradição é permitida como regra, excetuando-se caso o
fundamento seja a prática de crime político ou de opinião (inciso LII).

Entretanto, no caso do português equiparado, aplicam-se as regras de extradição do brasileiro


naturalizado, por força do art. 12, § 1º da CF/88 (preocupe-se com esta informação apenas caso
em seu edital esteja previsto o conteúdo abordado no dispositivo mencionado).

- Quadro-resumo:

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Estrangeiro
Brasileiro Brasileiro Naturalizado
Nato (não vale para o português
(e português equiparado)
equiparado)

Possibilidade Não é
Regra geral, não é permitida. Regra geral, é permitida.
de extradição permitida.

a) Crime comum, antes da


Não há. naturalização; Caso o fundamento seja
Exceções (vedação b) Envolvimento em tráfico ilícito a prática de crime
absoluta!) de entorpecentes e drogas afins, político ou de opinião.
a qualquer tempo.

- Processo de extradição:

Compete ao STF processar e julgar o pedido de extradição feito por Estado estrangeiro – ou seja,
as extradições passivas (art. 102, I, “g” da CF/88).

Caso o STF defira o pedido, caberá ao Presidente da República decidir pela entrega (ou não) do
extraditando ao Estado requerente (art. 84, VII da CF/88), não estando vinculado, portanto, à
autorização de extradição conferida pela Corte Suprema, uma vez que se trata de ato político.

Por outro lado, caso o STF negue o pedido, o Presidente da República fica impedido de entregar
o extraditando, ficando o chefe do Poder Executivo vinculado à decisão do Supremo Tribunal.

Princípio do devido processo legal – due processo of law (inciso LIV)

Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;

- O devido processo legal busca assegurar a liberdade dos indivíduos e a proteção de seus bens
por meio de garantias processuais mínimas e julgamentos/decisões equilibrados(as).

- Devido processo legal - aspecto formal x aspecto material:

a) Aspecto formal (processual): devem ser asseguradas às partes garantias jurídico-processuais


mínimas para fazer valer seus interesses e defender seus direitos.

b) Aspecto material (substantivo): as decisões proferidas no âmbito do processo devem ser


efetivamente justas, razoáveis, proporcionais, desprovidas de arbitrariedade.

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- Princípio da proporcionalidade e devido processo legal:

Decorre do devido processo legal, em sua acepção substantiva, o princípio (não expresso,
implícito) da proporcionalidade, um importante parâmetro de aferição da constitucionalidade das
leis, com vistas ao impedimento de imposição de restrições abusivas, desnecessárias, inadequadas
e desproporcionais, sendo fundamentado em três aspectos:

a) Adequação: compatibilidade entre a medida empregada e o fim vislumbrado;

b) Exigibilidade ou necessidade: a medida deve ser necessária e a que cause menos prejuízo
aos indivíduos;

c) Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcançadas pela medida devem


superar as desvantagens.

Garantias do contraditório e da ampla defesa (inciso LV)

Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;

- Contraditório: direito de tomar conhecimento e contradizer, refutar, argumentar em sentido


contrário tudo o que for apresentado pela outra parte no processo.

- Ampla defesa: direito de fazer uso de todos os meios de prova e recursos jurídicos disponíveis,
inclusive calar-se e omitir-se (em razão do direito à não-incriminação), para comprovar suas
alegações e defender seus direitos.

- São corolários do princípio do devido processo legal.

- Aplicam-se a processos judiciais e administrativos.

O vocábulo "litigantes" deve ser interpretado de forma ampla, de modo que as referidas garantias
não se aplicam apenas a processos de que possam resultar penalidades (a exemplo do processo
administrativo disciplinar).

Entretanto, o contraditório e a ampla defesa não precisam ser obrigatoriamente garantidos na


fase do inquérito policial ou civil (que possuem natureza administrativa). Nada obstante, as provas
colhidas no inquérito não podem ser os únicos elementos utilizados para fundamentar a decisão
judicial, justamente por tais provas terem sido produzidas sem que tenham sido oportunizadas
aquelas garantias (entendimento STF).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando


da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão”36.

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não


ofende a Constituição”37.

"É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa"38.

“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens


para admissibilidade de recurso administrativo”39.

“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade


de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário” 40.

Inadmissibilidade das provas ilícitas (inciso LVI)

Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

- A inadmissibilidade é aplicável tanto em processos administrativos quanto judiciais.

- Teoria dos frutos da árvore envenenada: assim como uma árvore envenenada produzirá frutos
contaminados, uma prova obtida por meios ilícitos maculará todas que dela são derivadas, de
modo que todas deverão ser consideradas inadmissíveis.

- Excepcionalmente, é possível a admissão no processo de provas obtidas por meios ilícitos, em


situações em que se mostra necessário garantir-se as liberdades públicas, a dignidade da pessoa
humana e a legitima defesa.

- O processo não necessariamente é invalidado integralmente caso haja prova ilícita nos autos:
permanecem válidas as provas lícitas (e não contaminadas) nele contidas, devendo ser expurgadas
(desconsideradas) as ilícitas e, assim, dá-se prosseguimento ao processo.

36
STF – Súmula Vinculante 3.
37
STF – Súmula Vinculante 5.
38
STF – Súmula Vinculante 14.
39
STF – Súmula Vinculante 21.
40
STF – Súmula Vinculante 28.

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Princípio da presunção da inocência (inciso LVII)

Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;

- Decorrem da presunção da inocência:

a) o princípio do in dubio pro reo;

b) que o ônus da prova de um crime seja sempre do acusador.

- O princípio da presunção da inocência não impede a realização de prisões cautelares.

- Sobre a chamada "prisão em segunda instância":

O entendimento atual do STF é no sentido de que não é possível a prisão após condenação em
segunda instância como medida de execução antecipada de pena.

Identificação criminal do civilmente identificado (inciso LVIII)

Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;

- Importante notar que, de forma excepcional, a lei pode trazer hipóteses de identificação criminal
mesmo quando o indivíduo já foi identificado civilmente.

Trata-se de norma de eficácia contida, portanto (preocupe-se com esta informação apenas caso
em seu edital esteja previsto o conteúdo do assunto "eficácia das normas constitucionais").

Ação penal subsidiária da pública (inciso LIX)

Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;

- É possível a ação privada caso aquela não seja intentada no prazo legal (ou seja, quando há
inércia do Ministério Público).

- É competência do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública, na forma


da lei (art. 129, I da CF/88).

Obs: preocupe-se com tais informações apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

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Publicidade dos atos processuais (inciso LX)

Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

- A publicidade dos atos processuais é a regra, só podendo ser restringida por lei em razão de
apenas duas exigências: defesa da intimidade ou interesse social.

Hipóteses constitucionais que possibilitam a prisão (incisos LXI e LXVI)

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

(...)

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

- Qualquer pessoa pode realizar prisão em flagrante delito, não sendo exigida ordem judicial.

- Quadros para ajudar na memorização:

Quando a lei
admitir a liberdade
Flagrante delito Sem flagrante delito
provisória, com ou
sem fiança

Regra geral, só pode ser preso


por ordem escrita e
fundamentada de autoridade
Possibilidade judiciária competente.
Pode ser preso,
Não pode ser
de prisão do mesmo sem ordem
Exceções (pode prender mesmo preso.
indivíduo judicial.
sem ordem judicial):
a) Transgressão militar;
b) Crime propriamente militar.

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Não se exige ordem judicial É necessária ordem


Não é possível prender
para prender judicial para prender

a) flagrante delito;
Quando a lei admitir a
Para todos os demais
liberdade provisória, com b) transgressão militar;
casos.
ou sem fiança. c) crime propriamente militar.

- É possível a prisão administrativa, sem necessidade de prévia autorização judicial, durante os


estados de defesa e de sítio (arts. 136, § 1º e 139 da CF/88).

Obs: preocupe-se com tais informações apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

- Não é possível a prisão em flagrante do Presidentes da República (art. 86, § 3º da CF/88). Quanto
aos congressistas e deputados estaduais, só poderão ser presos no caso de flagrante de crime
inafiançável (arts. 53, § 2º e 27, § 1º da CF/88).

Obs: preocupe-se com tais informações apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

Demais direitos dos presos (incisos LXII a LXV)

Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

- Tais dispositivos possuem o objetivo de evitar arbitrariedades e abusos por parte da autoridade
policial e de seus agentes.

- O direito à não autoincriminação previsto no inciso LXIII (direito de permanecer em silêncio e de


não produzir provas contra si mesmo) abrange qualquer pessoa, mesmo não presa, que, na
condição de indiciada ou de acusado, presta depoimento perante órgãos de quaisquer dos
Poderes.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou


de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado” 41.

Prisão civil por dívida (inciso LXVII)

Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;

- Apesar de a CF/88 autorizar a prisão civil por dívida do depositário infiel, tal espécie de prisão
não é mais aplicável no ordenamento jurídico brasileiro em razão da ratificação, pelo Brasil, do
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e da Convenção Americana sobre Direito
humanos – Pacto de San José da Costa Rica.

É importante observar que não houve revogação da norma constitucional pelo tratado
internacional, mas sim o impedimento da legislação infraconstitucional ordenar tal modalidade de
prisão em razão do status de supralegalidade do tratado.

- Portanto, a única hipótese de prisão civil por dívida admitida atualmente é a que ocorre em
virtude do inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

Veja que o inadimplemento precisa ser voluntário e inescusável.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de


depósito”42.

Assistência jurídica integral e gratuita (inciso LXXIV)

Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

- Tal direito só é conferido aos que comprovarem insuficiência de recursos.

- Cabe à Defensoria Pública a prestação da assistência jurídica integral e gratuita (art. 134).

41
STF – Súmula Vinculante 11.
42
STF – Súmula Vinculante 25.

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- A assistência gratuita compreende honorários de advogado, de perito e até o custeio de exame


de DNA (entendimento do STF).

Indenização por erro judiciário e por manutenção da prisão por tempo superior ao fixado na
sentença (inciso LXXV)

Art. 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;

- O erro judiciário aludido diz respeito unicamente à esfera penal; já a responsabilidade do Estado
por manutenção da prisão por tempo superior ao fixado na sentença não decorre de ato
jurisdicional, mas sim de falha na atuação administrativa.

- Como regra, a responsabilidade civil do Estado ocorre no exercício da Administração Pública (de
qualquer dos Poderes), ao contrário das atividades legislativa e jurisdicional, em que a regra é a
inexistência de responsabilidade civil do Estado.

Gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de óbito (inciso LXXVI)

Art. 5º, LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

- A gratuidade só foi constitucionalmente conferida aos hipossuficientes, na forma da lei.

Nada obstante, a lei não está impedida de estender tal direito a outros cidadãos que não sejam
reconhecidamente pobres.

- Notar que a gratuidade só abrange as certidões de nascimento e de óbito.

Gratuidade do habeas corpus, habeas data e dos atos de exercício da cidadania (inciso LXXVII)

Art. 5º, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania

- Perceba que os demais remédios constitucionais, com exceção do habeas corpus e do habeas
data, não estão previstos como gratuitos pela Constituição.

- Os atos necessários ao exercício da cidadania serão previstos em lei (reserva legal).

- Um "peguinha" aqui é dizer que o HC (ou HD) é gratuito apenas aos reconhecidamente pobres,
fazendo uma confusão com o inciso imediatamente anterior (LXXVI) – não caia nessa!

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Gratuito aos reconhecidamente pobres Gratuito a todos


(inciso LXXVI) (inciso LXXVII)

a) HC;
a) o registro civil de nascimento; b) HD;
b) a certidão de óbito. c) atos necessários ao exercício da
cidadania (na forma da lei).

Princípio da celeridade processual (inciso LXXVIII)

Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

- Tal princípio é aplicável tanto aos processos judiciais, quanto aos administrativos e busca evitar
dilações indevidas e demoras excessivas na resolução de litígios por parte do Estado.

Direito à proteção dos dados pessoais (inciso LXXIX)

Art. 5º, LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais.

- A proteção de dados pessoais foi incluída entre os direitos e garantias fundamentais pela EC
115/2022, que também fixou a competência privativa da União para legislar sobre proteção e
tratamento de dados pessoais (arts. 21, inciso XXVI e 22, inciso XXX, da CF/88).

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e
LXXVII)

Habeas corpus (inciso LXVIII)

Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;

- Finalidade e bem jurídico tutelado: proteger ofensa direta ou indireta à liberdade de locomoção.

- Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira), Ministério Público
e Defensoria Pública.

Pessoa jurídica não pode figurar como paciente, mas pode impetrar HC em favor de pessoas
naturais.

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O HC pode ser concedido de ofício pelo juiz.

- Legitimação passiva: a autoridade pública ou o particular que esteja restringindo a locomoção do


paciente.

- Natureza penal.

- Ação gratuita.

- É possível medida liminar em sede de HC.

- Pode possuir tanto caráter repressivo quanto preventivo.

- Está sujeito a foro especial por prerrogativa de função.

- Não há necessidade de representação por advogado.

- Sujeito a procedimento especial, rito sumário.

- O STF entende que é cabível HC de natureza coletiva, estendendo-se a decisão a todos os


pacientes que estejam na mesma situação.

- Não está sujeito a prazo prescricional/decadencial 43.

- No caso de estado de defesa (art. 136 da CF/88) ou de estado de sítio (art. 139 da CF/88), poderá
haver limitação (não supressão) do HC.

- Não caberá HC contra punições disciplinares militares (art. 142, § 2º da CF/88).

- Outras situações em que não é cabível HC:

a) em favor de pessoa jurídica44;

b) para impugnar decisões do STF (Plenários, Turma e até decisões monocráticas)45;

c) para impugnar determinação de suspensão de direitos políticos ou discutir a condenação


imposta em processo de impeachment;

43
STF – HC 88.672/SP.
44 STF – HC 92.921/BA.
45 STF – HC 10.959/DF.

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d) para impugnar pena em processo administrativo disciplinar ou para sustar o andamento do


correspondente processo administrativo 46;

e) para impugnar quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, caso pena privativa de liberdade
não seja o possível resultado de tais medidas;

f) para discutir o mérito das punições disciplinares militares (mas a legalidade de tais punições
pode ser questionada)47;

g) contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada48;

h) contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função


pública49;

i) quando já extinta a pena privativa de liberdade 50;

j) contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova
não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito 51.

Mandados de segurança individual e coletivo (incisos LXIX e LXX)

Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

46 STF – HC 100.664/DF.
47 STF – HC 70.648/RJ.
48 STF – Súmula 693.

49 STF – Súmula 694.

50 STF – Súmula 695.


51 STF – Súmula 692.

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- Finalidade e bem jurídico tutelado: proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD
(caráter residual).

No caso do MS Coletivo, o direito líquido e certo precisa ter caráter coletivo ou individual
homogêneo (não é cabível se for direito difuso).

O MS possui caráter residual e é cabível tanto contra atos vinculados (vide o termo “ilegalidade”
no inciso LXIX), quanto contra atos discricionários (vide o termo “abuso de poder” no inciso LXIX).

- Legitimação ativa do MS individual:

a) qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira);

b) universalidades reconhecidas em lei como detentoras de capacidade processual para seus


direitos;

c) certos órgãos públicos de grau superior, na defesa de suas prerrogativas e atribuições;

d) Ministério Público.

- Legitimação ativa do MS coletivo:

a) partido político com representação no Congresso Nacional.

b) em defesa dos interesses de seus membros ou associados:

b1) organização sindical;

b2) entidade de classe;

b3) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.

Cuidado! a exigência de um ano de constituição e funcionamento (alínea “b” do inciso LXX) é


aplicável apenas às associações.

Os legitimados ativos atuam como substitutos processuais, que não precisam de autorização
expressa dos titulares do direito para agir.

- Legitimação passiva: autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições


do Poder Público responsável pela ilegalidade ou pelo abuso de poder.

- Natureza civil, embora possa ser utilizado em processos penais.

- Não é gratuito.

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- É possível medida liminar em sede de MS.

Vale destacar que as exceções previstas em lei52 foram declaradas inconstitucionais pelo STF
recentemente (ADI 4296).

- Pode possuir tanto caráter repressivo quanto preventivo.

- Está sujeito a foro especial por prerrogativa de função.

- Há necessidade de representação por advogado.

- O direito de requerer MS extingue-se em 120 dias da ciência, do interessado, do ato impugnado 53


(prazo decadencial).

Inclusive o STF possui entendimento quanto à constitucionalidade da fixação de prazo por lei para
a impetração de MS:

“É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de


segurança”54.

- É o remédio constitucional que protege o direito de certidão.

- Situações em que não é cabível MS:

a) quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução55;

Nada obstante, “a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso
do mandado de segurança contra omissão da autoridade” 56.

b) quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo 57;

c) quando se tratar de decisão judicial transitada em julgado 58;

52
Lei 12.016/2009, art. 7º, § 2º.
53
Lei 12.016/2009, art. 23.
54
STF – Súmula 632.
55
Lei 12.016/2009, art. 5º, inciso I.
56
STF – Súmula 429.
57
Lei 12.016/2009, art. 5º, inciso II.
58
Lei 12.016/2009, art. 5º, inciso III e STF – Súmula 268.

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d) “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese” 59.

- Concedido o MS, a sentença está sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição60.

- Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos


os atos judiciais, salvo habeas corpus 61.

- Os direitos protegidos MS coletivo podem ser 62:

a) coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular


grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica
básica;

b) individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da atividade


ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

- No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros
do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante 63.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de


segurança”64.

“Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela


cabe o mandado de segurança ou a medida judicial”65.

“Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o


mandado de segurança”66.

“Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de


segurança contra atos de outros tribunais”67.

59
STF – Súmula 266.
60
Lei 12.016/2009, art. 14, § 1º.
61
Lei 12.016/2009, art. 20, caput.
62
Lei 12.016/2009, art. 21, parágrafo único.
63
Lei 12.016/2009, art. 22, caput.
64
STF – Súmula 625.
65
STF – Súmula 510.
66
STF – Súmula 430.
67
STF – Súmula 624.

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“O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança” 68.

“Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a


período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via
judicial própria”69.

“Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de


segurança”70.

Mandado de injunção (inciso LXXI)

Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

- Finalidade e bem jurídico tutelado: suprir omissão total ou parcial de norma regulamentadora
que inviabilize o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

A norma constitucional pendente de regulamentação, portanto, deve ser de eficácia limitada


(preocupe-se com esta informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo do
assunto "eficácia das normas constitucionais").

O MI coletivo, especificamente, presta-se à proteção dos direitos, das liberdades e das


prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria71.

- Pressupostos para o cabimento do mandado de injunção:

a) Falta (total ou parcial) de norma que regulamente uma norma constitucional programática
propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva –
ou seja, é necessária existência de um dever (não uma faculdade) estatal de produzir a norma;

b) Nexo de causalidade entre a omissão do Poder Público e a impossibilidade de exercício, por


parte do impetrante, de um direito, liberdade ou prerrogativa constitucional (inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

68
STF – Súmula 269.
69
STF – Súmula 271.
70
STF – Súmula 512.
71
Lei 13.300/2016, art. 12, parágrafo único.

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c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora, sem que tenha sido
editada – é necessário que reste caracterizado o retardamento abusivo por parte do Estado.

- Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

No caso de mandado de injunção coletivo 72:

a) partido político;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano;

c) Ministério Público;

d) Defensoria Pública.

- Legitimação passiva: Poder, órgão ou autoridade com atribuição para editar a norma
regulamentadora73.

- Natureza civil.

- Não é gratuito.

- Não é cabível medida liminar em sede de MI74.

- Está sujeito a foro especial por prerrogativa de função.

- Há necessidade de representação por advogado.

- Não está sujeito a prazo prescricional/decadencial.

- Há duas correntes quanto aos efeitos da decisão em sede de MI:

a) não concretista: cabe ao Judiciário apenas reconhecer a inércia e dar ciência da omissão ao
órgão competente para que edite a norma regulamentadora.

b) concretista: cabe ao Judiciário não apenas reconhecer a inércia, mas também possibilitar a
concretização do direito (concretista geral: eficácia erga omnes; concretização individual:
eficácia inter partes).

72
Lei 13.300/2016, art. 12, incisos I a IV.
73
Lei 12.300/2016, art. 3º.
74
STF – MI-MC 4.060/DF.

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O STF tem adotado a corrente concretista atualmente.

A lei que regula o MI adotou a corrente concretista individual (ou coletiva, no caso do MI coletivo)
como regra geral, nos seguintes termos:

Lei 13.300/2016

Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:

I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma


regulamentadora;

II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou


das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determinado.

Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput


quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto
da impetração.

§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.

§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da


impetração fundada em outros elementos probatórios.

(...)

Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos
pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º.

- Situações em que não é cabível MI:

a) se já houver norma regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja


defeituosa;

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b) se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional;

c) diante da falta de regulamentação dos efeitos de medida provisória ainda não convertida em
lei pelo Congresso Nacional;

d) se não houver obrigatoriedade de regulamentação do direito constitucional, mas mera


faculdade do legislador.

Habeas data (inciso LXXII)

Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

- Finalidade e bem jurídico tutelado:

a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

- Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

O HD não pode ser utilizado com a finalidade de acessar informações de terceiros (ação
personalíssima).

O HD só pode ser impetrado após o indeferimento do pedido de informações de dados pessoais,


ou da omissão em atendê-lo.

- Legitimação passiva:

a) pessoa jurídica de direito público.

b) pessoa jurídica de direito privado detentora de banco de dados de caráter público. Não cabe
HD quando a informação a ser acessada consta de bancos de dados de caráter privado.

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Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão
ou entidade produtora ou depositária das informações 75.

- Natureza civil.

- Ação gratuita.

- Está sujeito a foro especial por prerrogativa de função.

- Há necessidade de representação por advogado.

- Não está sujeito a prazo prescricional/decadencial.

- Os processos de HD terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto HC e MS76 (rito
sumário).

Ação popular (inciso LXXIII)

Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

- Finalidade e bem jurídico tutelado:

Anular ato lesivo:

a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;

b) à moralidade administrativa;

c) ao meio ambiente; e

d) ao patrimônio histórico e cultural.

Ou seja, busca-se proteger não apenas valores econômico-financeiros, mas também não
econômicos – moralidade, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.

75
Lei 9.507/97, art. 1º, parágrafo único.
76
Lei 9507/97, art. 19, caput.

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- Legitimação ativa: qualquer cidadão.

Cidadão = pessoa natural em pleno gozo dos direitos civis e políticos – detentor, portanto, de
capacidade eleitoral ativa –, ou seja, não é qualquer pessoa!

Assim, não podem ajuizar ação popular:

a) pessoa jurídica;

b) o Ministério Público;

c) os inalistados (os que, mesmo podendo, não se alistaram);

d) os inalistáveis, a saber:

d1) os menores de 16 anos;

d2) os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório;

d3) os estrangeiros, exceto os portugueses equiparados, conforme previsto no art. 12, § 1º


da CF/88.

- Legitimação passiva77:

a) a entidade pública ou privada lesada;

b) o agente que praticou o ato (ou firmou o contrato) impugnado, bem como aqueles que o
tenham autorizado, aprovado ou ratificado ou, ainda, tenham se omitido e, por isso,
possibilitaram a ocorrência da lesão;

c) beneficiários diretos do ato (ou contrato) impugnado.

- Natureza civil.

- O autor da AP fica isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-
fé.

- É cabível medida liminar em sede de AP.

- Pode possuir tanto caráter repressivo quanto preventivo.

77
Lei 4.717/65, art. 6º, caput.

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Aula 01

- Não está sujeito a foro especial por prerrogativa de função.

- Há necessidade de representação por advogado.

- A sentença que julgue improcedente a ação popular está sujeita ao duplo grau de jurisdição
obrigatório78.

- Ação sujeita a prazo prescricional de 5 anos 79.

- Papel do Ministério Público na AP 80:

O MP deve acompanhar o processo para assegurar sua regularidade (papel de "fiscal da lei" ou
"custos legis"), cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil
ou criminal, dos que nela incidirem.

Por outro lado, é vedado ao MP assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores.

Caso autor da AP seja omisso no processo (embora continue como parte), o MP atua em seu lugar,
como seu substituto.

Por fim, caso o autor desista da ação (deixando de ser parte no processo), o MP pode prosseguir
como seu sucessor.

- Não é cabível contra atos de conteúdo jurisdicional 81, de modo que a AP pode incidir apenas
sobre a atuação administrativa (atos administrativos, contratos administrativos, fatos
administrativos etc.) dos Poderes (quaisquer deles), portanto.

78
Lei 4.717/65, art. 19, caput.
79
Lei 4.717/65, art. 21.
80
Lei 4.717/65, arts. 6º, § 4º, 7º, § 1º, 9º, 16 e 19, § 2º.
81
STF – AO 672-DF.

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Quadro comparativo sobre os remédios constitucionais

Mandado de Mandado de
Segurança Segurança
Habeas Corpus Individual Coletivo Mandado de Injunção Habeas Data Ação Popular

(HC) (MS) (MI) (HD) (AP)

Anular ato lesivo:


a) ao patrimônio público
ou de entidade de que o
Estado participe;
a) assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do b) à moralidade
Suprir omissão total ou parcial administrativa;
Proteger direito líquido e certo, não amparado impetrante, constantes de registros
de norma regulamentadora
por HC ou HD ou bancos de dados de entidades c) ao meio ambiente; e
que inviabilize o exercício dos
Proteger ofensa direta governamentais ou de caráter
Finalidade e bem (caráter residual) direitos e liberdades d) ao patrimônio
ou indireta à liberdade público;
jurídico tutelado constitucionais e das histórico e cultural.
de locomoção. No caso do MS Coletivo, o direito líquido e
prerrogativas inerentes à
certo precisa ter caráter coletivo ou individual (ou seja, busca-se
nacionalidade, à soberania e à
homogêneo (não é cabível se for direito difuso). b) retificar dados, quando não se proteger não apenas
cidadania.
prefira fazê-lo por processo valores econômico-
sigiloso, judicial ou administrativo. financeiros, mas também
não econômicos –
moralidade, meio
ambiente e patrimônio
histórico e cultural)

a) partido político Qualquer pessoa (física ou Qualquer pessoa (física ou jurídica,


a) qualquer pessoa Qualquer cidadão.
Qualquer pessoa (física com representação jurídica, nacional ou nacional ou estrangeira).
ou jurídica, nacional ou (física ou jurídica, no Congresso estrangeira).
estrangeira), Ministério nacional ou Nacional.
estrangeira); (cidadão = pessoa
Público e Defensoria O HD não pode ser utilizado com a
b) em defesa dos natural em pleno gozo
Legitimação ativa Pública. b) universalidades No caso de mandado de finalidade de acessar informações
interesses de seus dos direitos civis e
reconhecidas em lei membros ou injunção coletivo: de terceiros (ação personalíssima). políticos – detentor,
Pessoa jurídica não como detentoras de associados: portanto, de capacidade
a) partido político;
pode figurar como capacidade processual eleitoral ativa –, ou seja,
para seus direitos; b1) organização b) organização sindical, O HD só pode ser impetrado após
paciente, mas pode não é qualquer pessoa!)
sindical; entidade de classe ou o indeferimento do pedido de
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impetrar HC em favor c) certos órgãos b2) entidade de associação constituída e em informações de dados pessoais, ou
de pessoas naturais. públicos de grau classe; funcionamento há pelo menos da omissão em atendê-lo.
superior, na defesa de um ano;
b3) associação
suas prerrogativas e
legalmente c) Ministério Público;
O HC pode ser atribuições;
constituída e em
concedido de ofício d) Defensoria Pública.
d) Ministério Público. funcionamento há
pelo juiz.
pelo menos um ano.

a) a entidade pública ou
privada lesada;
b) o agente que praticou
o ato (ou firmou o
Pessoa jurídica de direito público.
contrato) impugnado,
A autoridade pública Pessoa jurídica de direito privado bem como aqueles que
ou o particular que Autoridade pública ou agente de pessoa Poder, órgão ou autoridade detentora de banco de dados de o tenham autorizado,
Legitimação
esteja restringindo a jurídica no exercício de atribuições do Poder com atribuição para editar a caráter público. aprovado ou ratificado
passiva
locomoção do Público. norma regulamentadora. ou, ainda, tenham se
Não cabe HD quando a informação
paciente. omitido e, por isso,
a ser acessada consta de bancos de
possibilitaram a
dados de caráter privado.
ocorrência da lesão;
c) beneficiários diretos
do ato (ou contrato)
impugnado.

Civil.

Natureza Penal. Civil. Civil. Civil.


Nada obstante, pode ser utilizado em
processos penais.

O autor fica isento de


Isenção de custas judiciais e do ônus
Gratuito. Não. Não. Gratuito.
custas/gratuidade da sucumbência, salvo
comprovada má-fé.

Está sujeito a foro


especial por
Sim. Sim. Sim. Sim. Não.
prerrogativa de
função?

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Necessidade de
representação Não. Sim. Sim. Sim. Sim.
por advogado?

Prazo O direito de requerer MS extingue-se em 120 A ação está sujeita a


prescricional/deca Não está sujeito. dias da ciência, do interessado, do ato Não está sujeito. Não está sujeito. prazo prescricional de 5
dencial impugnado (prazo decadencial). anos.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º da CF/88)", “Catálogo de


direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da CF/88” é(são) o(s) ponto(s)
que acreditamos ser(em) o(s) que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Abaixo, destacamos os incisos do art. 5º que possuem maior incidência e, portanto, necessitam
de maior atenção:

é livre
Manifestação de pensamento
(inciso IV)
VEDADO o anonimato

independem de autorização
Criação de associações e cooperativas
(inciso XVIII)
Vedada a interferência estatal em
seu funcionamento

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) novidade(s) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

Novidade legislativa incluída pela EC 115/2022


Art. 5º, LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais,
inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Por fim, os seguintes entendimentos jurisprudenciais também possuem enormes chances de serem
cobrados em prova:

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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"(I) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, facultada a recusa do


usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais
compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à
frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes,
e tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, venham
acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos
imunizantes, respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas;
atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade; e sejam as vacinas
distribuídas universal e gratuitamente.

(II) Tais medidas, com as limitações expostas, podem ser implementadas tanto pela
União como pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, respeitadas as
respectivas esferas de competência"2. ==5617c==

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada


em órgão de vigilância sanitária, tenha sido incluída no plano nacional de imunizações;
ou tenha sua aplicação obrigatória decretada em lei; ou seja objeto de determinação
da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios com base em consenso
médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência
e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar” 3.

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que
seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo
local4”.

2
STF – ADIs 6586 e 6587.
3
STF – ARE 1267879
4
STF – RE 806.339.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da


CF/88, exceto remédios constitucionais.

1. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Técnico Administrativo) Julgue os itens a seguir, acerca dos


direitos e das garantias fundamentais.

I É livre a manifestação do pensamento, inclusive anonimamente.

II A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis, e eventual
atentado a esses direitos permite que se busque a indenização pelo dano moral ou material
decorrente da violação.

III Todos têm direito a receber informações de seu interesse particular dos órgãos públicos, bem
como informações de interesse coletivo ou geral. Os pedidos de acesso à informação devem ser
atendidos no prazo fixado, sob pena de responsabilidade do agente público. A exceção à regra
geral de transparência são as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

IV A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, salvo se a
matéria trazida à apreciação estiver pacificada na jurisprudência dos tribunais superiores —
como, por exemplo, em súmula vinculante, repercussão geral ou recurso repetitivo.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.

b) I e IV.

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c) II e III.

d) III e IV.

e) II, III e IV.

Comentários

Item I - incorreto. A CF/88 garante a livre manifestação do pensamento e veda o anonimato.


Assim dispõe o artigo 5º, inciso IV, da CF/88:

Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Item II - correto. Nos exatos termos do artigo 5º, X, da CF/88:

Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

Item III - correto. O artigo 5º, XXXIII, da CF/88, garante o acesso à informação. Vejamos:

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Além do mais, a Lei nº 12.527 foi sancionada com o propósito de regulamentar o direito de
acesso dos cidadãos às informações públicas, devendo seus dispositivos serem aplicados aos
poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Item IV - incorreto. Não há ressalvas para a apreciação do Poder Judiciário. Dispõe o artigo 5º,
XXXV da CF/88:

Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

Portanto, estão corretos os itens II e III.

Gabarito: Letra C.

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2. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Escrivão de Polícia) Assinale a opção que indique corretamente


a ação judicial a ser proposta por qualquer cidadão que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

a) habeas data

b) habeas corpus

c) mandado de injunção

d) ação popular

e) mandado de segurança

Comentários

Alternativa D - correta. A ação popular busca proteger não apenas valores econômico-
financeiros, mas também não econômicos, como a moralidade, meio ambiente e patrimônio
histórico e cultural. Dispõe o artigo 5º, LXXIII da CF/88:

Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

Vamos analisar as demais alternativas.

Letra A - incorreta. O habeas data visa assegurar o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público. Busca retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Letras B - incorreta. O habeas corpus visa a proteção da ofensa direta ou indireta à liberdade de
locomoção.

Letra C - incorreta. O mandado de injunção visa suprir omissão total ou parcial de norma
regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Letra E - incorreta. O mandado de segurança visa proteger direito líquido e certo, não amparado
por Habeas Corpus ou Habeas Data (caráter residual). No caso do Mandado de Segurança

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Coletivo, o direito líquido e certo precisa ter caráter coletivo ou individual homogêneo (não é
cabível se for direito difuso).

Gabarito: Letra D.

3. (CEBRASPE/2022/PC-PB) Suponha que, em determinada operação policial, entenda ser


necessária a entrada forçada em domicílio de determinada pessoa, com a realização de busca e
apreensão, no período noturno, sem mandado judicial, por supostamente estar ocorrendo
situação de flagrante delito. Nessa situação, as razões para a entrada domiciliar devem ser
justificadas

a) a posteriori, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar e penal da


==5617c==

autoridade policial, embora os atos praticados sejam considerados válidos.

b) a posteriori, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar, civil e penal da


autoridade policial, e os atos praticados serão considerados nulos.

c) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, os atos praticados serão considerados nulos, e a


autoridade policial deverá responder disciplinarmente, mas não na esfera civil ou penal.

d) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, a autoridade policial deverá responder civil e


penalmente, ainda que os atos praticados sejam considerados válidos.

e) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar, civil e penal


da autoridade policial, embora os atos praticados sejam considerados válidos.

Comentários

Alternativa B - correta. Conforme estabelece o artigo 5º, inciso XI, da CF/88, a casa é asilo
inviolável, salvo algumas exceções, vejamos.

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Nesse sentido, o ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações:

a) Com o consentimento do morador.

b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que,
mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período
noturno.

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c) A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre,


ou, ainda, para prestar socorro.

Em razão da urgência da situação, não haveria tempo suficiente para conseguir um mandado
judicial e/ou localizar quaisquer autoridades competentes, porém, caso identificado algum ilícito
na ação, haverá a responsabilização da autoridade policial com nulidade dos atos praticados.

Assim decidiu o STF:

Recurso extraordinário representativo da controvérsia. Repercussão geral. 2.


Inviolabilidade de domicílio – art. 5º, XI, da CF. (...) Fixada a interpretação de que a
entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período
noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a
posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade dos atos praticados (...) (STF - RE: 603616 RO, Relator: GILMAR MENDES,
Data de Julgamento: 05/11/2015, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 10/05/2016)

As demais alternativas estão incorretas, pois a justificativa para entrada na casa, no caso da
questão, deve ser feita posteriormente e, se porventura for considerada ilícita, haverá a
responsabilização das autoridades policiais e consequente nulidade dos atos praticados.

Gabarito: Letra B.

4. (CEBRASPE/2022/PC-PB/Técnico em Perícia) A liberdade assegurada no caput do art. 5.º


da CF deve ser tomada em sua mais genérica acepção, inserindo-se, nessa amplitude normativa,
o direito

a) ao exercício de culto religioso de caráter presencial coletivo, salvo em casos de adoção, pelo
poder público, de medidas restritivas para contenção do avanço de pandemias sanitárias.

b) à associação sindical ao servidor público civil e militar, na forma da lei.

c) à manifestação de padrões de valoração ética ou moral, independentemente de constituir


incitação à discriminação ou à hostilidade.

d) à participação das culturas populares, indígenas e afrobrasileiras no processo civilizatório


nacional, desde que em conformidade com as aspirações do grupo social majoritário.

e) à reunião pacífica e sem armas, desde que seja comunicada pelos interessados à
administração pública, em um prazo mínimo de 30 dias antes de sua realização.

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Comentários

Alternativa A - correta. Dispõe o artigo 5º, VI da CF/88:

Art. 5º, VI - e inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o


livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;

Definiu o STF:

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). (...)


VEDAÇÃO TEMPORÁRIA DE REALIZAÇÃO PRESENCIAL DE CULTOS, MISSAS E
DEMAIS ATIVIDADES RELIGIOSAS DE CARÁTER COLETIVO NO ESTADO DE SÃO
PAULO. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. (...) A CF, no entanto, autoriza a restrição
relativa dessa liberdade ao prever cláusula de reserva legal para o exercício dos cultos
religiosos (art. 5º, VI, da CF). 4. Após a declaração da pandemia mundial do novo
Coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020,
diversos países passaram a adotar proibições ou restrições ao exercício de atividades
religiosas coletivas. (...) A norma revelou-se adequada, necessária e proporcional em
sentido estrito para o combate do grave quadro de contaminação que antecedeu a
sua edição. 7. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental julgada
improcedente. (STF - ADPF: 811 SP, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento:
08/04/2021, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 25/06/2021)

Passemos às demais alternativas.

Letra B - incorreta. A associação sindical é vedada aos servidores militares. Dispõe o artigo 142,
IV, da CF/88:

Art. 142, IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

Letra C - incorreta. A incitação a qualquer tipo de discriminação que atente aos direitos
fundamentais é constitucionalmente vedada, nos termos do 5º, XLI da CF/88:

Art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;

Letra D - incorreta. O exercício dos direitos culturais é garantido a todos e não atenderá apenas
aspirações de grupo social majoritário. Dispõe o artigo 215 da CF/88:

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso
às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.

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Letra E - incorreta. Basta que seja feito prévio aviso, sem exigência de que sejam 30 dias antes.
Dispõe o artigo 5º, inc. XVI da CF/88:

Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

Gabarito: Letra A.

5. (Cespe/2016/TRE-PI/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada No que se refere


aos direitos e às garantias fundamentais, julgue.

Se uma obrigação imposta a todos contrariar convicção de natureza filosófica de determinado


indivíduo, esse indivíduo pode invocar o direito à escusa de consciência.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Relembremos o teor do art. 5º, inciso VIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Interpretando-se esse dispositivo, temos que é possível a escusa do cumprimento de obrigação


imposta a todos em razão da convicção filosófica do indivíduo. Todavia, nesse caso, deverá ser
cumprida uma prestação alternativa, fixada em lei.

6. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) O inciso XIII do art. 5.º da


Constituição Federal de 1988 assim dispõe: “XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”. Essa norma
constitucional é de eficácia
A) plena, porque já produz efeitos desde a sua edição.
B) programática, porque prevê a necessidade de regulamentação por lei.
C) contida, porque detém eficácia, mas esta pode ser restringida por lei.
D) limitada, porque depende de lei regulamentadora para ser executável.

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E) preceptiva, porque impõe ao Estado a obrigação de editar uma lei.


Comentários:
Letra A – incorreta. Normas de eficácia plena, de fato, já produzem todos os efeitos desde sua
edição. Não é o caso da questão, que pode ser restringida por lei (atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer).
Letra B – incorreta. As normas programáticas são aquelas em que se elencam programas,
objetivos e metas por parte do Estado, necessitando de regulamentação por lei. Não é o caso da
questão.
Letra C – correta. As normas de eficácia contida são aquelas que podem produzir efeitos desde
quando são publicadas, mas não de forma integral, uma vez que podem ser restringidas.
Geralmente o termo utilizado para as normas de eficácia contida é “estabelecidas em Lei”.
Letra D – incorreta. Normas de eficácia limitada dependem de lei regulamentadora. Contudo,
não é o caso da questão, que trata de norma de eficácia contida.
Letra E – incorreta. Normas preceptivas obrigam determinada conduta, são impositivas. Não é o
caso da questão.
Gabarito: letra C.

7. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) Conforme a Constituição Federal de


1988, as pessoas
A) Estão autorizadas a fazer tudo desde que a lei não proíba.
B) Só estão autorizadas a fazer aquilo que está previsto em lei.
C) Só podem fazer algo quando ato normativo legal ou infralegal expressamente permitir.
D) Estão, em princípio, proibidas a fazer tudo, podendo um decreto regulamentar presidencial
permitir a atuação individual.
E) Não podem ser obrigadas a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de ato normativo
legal ou infralegal.
Comentários:

Letra A – correta. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, II, elenca que ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Tal inciso define o
princípio da legalidade, o qual dispõe aos indivíduos ser permitido fazer tudo, desde que não
haja lei em sentido contrário.

Letra B – incorreta. Em verdade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei (art. 5º, II, da CF/88).

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Letra C – incorreta. Em relação aos indivíduos, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II, da CF/88). Não há a obrigatoriedade quanto a
ato infralegal.

Letra D – incorreta. Em verdade, aos indivíduos é aplicável o oposto da alternativa. É permitido


fazer tudo, desde que a lei não proíba, conforme art. 5º, II, da CF/88.

Letra E – incorreta. Tal obrigatoriedade não se aplica aos atos infralegais, conforme art. 5º, II, da
CF/88, acima citado.

Gabarito: letra A.

8. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) Acerca dos direitos


fundamentais, assinale a opção correta.
A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, a qualquer
hora do dia ou da noite, por determinação judicial.
B) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida apenas
prévia autorização da autoridade competente.
C) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, sendo proibida a execução, contra
herdeiros não participantes do delito, da obrigação de reparar o dano.
D) Mesmo em caso de iminente perigo público, a autoridade competente só poderá usar de
propriedade particular se houver prévia autorização do respectivo proprietário, assegurada a ele
indenização ulterior, se houver dano.
E) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.
Comentários:
Letra A – incorreta. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial (art. 5º, XI, da CF/88).
Letra B – incorreta. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente (art. 5º, XVI, da CF/88).
Letra C – incorreta. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV,
da CF/88).

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Letra D – incorreta. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (art.
5º, XXV, da CF/88). Não é necessária autorização do particular para tanto.

Letra E – correta. Trata-se da literalidade do art. 5º, LI, da CF/88.

Gabarito: letra E.

9. (Cespe/2015/STJ/Analista Judiciário – Área Administrativa) No que concerne aos princípios


fundamentais da República Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

Um cidadão detém, mais que o direito, o dever de opor-se à ordem que, emanada de
autoridades públicas, se revele manifestamente ilegal.

Comentários

GABARITO: CERTO.

O cidadão possui não apenas direitos, mas, também, deveres, conforme o Título II, Capítulo I, da
CF/1988. Entre esses deveres encontra-se o de oposição à ordem manifestamente ilegal,
conforme se extrai, ilustrativamente, do art. 5º, inciso XXXIV, alínea "a", da CF/1988:

Art. 5º (...)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

10. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Conforme a CF, são imprescritíveis o crime de racismo e o crime consistente na ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

O art. 5º, incisos XLII e XLIV, da CF/1988 prevê como crimes imprescritíveis aqueles arrolados
nessa assertiva (racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático):

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Art. 5º (...)

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

(...)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

11. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Não se admite a pena de morte no Brasil.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A pena de morte é admitida no caso de guerra declarada, nos termos da CF/1988:

Art. 5º (...)

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

12. (Cespe/2017/TRE PE/TJAA/Adaptada) A respeito dos direitos e deveres individuais e


coletivos, julgue a assertiva.

É livre a manifestação do pensamento, seja ela exercida por pessoa conhecida ou por pessoa
anônima.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O art. 5º, inciso IV, da CF/1988 veda a manifestação anônima do pensamento:

Art. 5º (...)

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

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Isso permite que, se houver abuso no direito de manifestação do pensamento, o responsável


responda pelo agravo, conforme previsto no inciso V do art. 5º da Lei Maior:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem

13. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo vedado à lei a criação de
condições que possam limitar ou restringir o pleno desenvolvimento desse direito.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A lei pode criar condições para exercício de trabalho, ofício ou profissão, por autorização
prevista no art. 5º, inciso XIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

14. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

As associações podem ser dissolvidas por decreto do Poder Executivo, na hipótese de violação
de direitos fundamentais.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A dissolução das associações depende de decisão judicial transitada em julgado, sendo


insuficiente a extinção por decreto do Poder Executivo, conforme prevê a CF/1988:

Art. 5º (...)

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

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15. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A vedação à existência de tribunais de exceção, bem como a admissão de foro por prerrogativa
de função, são reflexos, em certa medida, do princípio da isonomia em sua dimensão material.

Comentários

GABARITO: CERTO

A vedação à existência de tribunais de exceção está prevista no art. 5º, inciso, da CF/1988:

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Trata-se de medida que busca o julgamento imparcial da causa, na medida em que o órgão
competente para fazê-lo será definido de acordo com regras pré-existentes.

Por outro lado, o foro por prerrogativa de função é concedido a determinados agentes que, em
razão da posição que ocupam e das atividades que desempenham, precisam de tratamento
diferenciado, para que possa cumprir seu ofício com liberdade / autonomia / independência.

Essas medidas representam aplicação do princípio da isonomia em sua dimensão material,


considerando-se que "se trata os iguais de forma desigual e os desiguais de forma desigual, na
exata medida de suas desigualdades".

16. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A liberdade de expressão é direito fundamental que viabiliza a autodeterminação do indivíduo e


guarda estreita relação com a dignidade da pessoa humana, possuindo, ademais, dimensões
instrumental e substancial, essa última compreendendo o direito aos meios adequados à
expressão e à veiculação do que se pensa e do que se cria.

Comentários

GABARITO: ERRADO

O "direito aos meios adequados à expressão e à veiculação do que se pensa e do que se cria"
ao qual alude a assertiva diz respeito à dimensão instrumental, não à dimensão substancial, da
liberdade de expressão.

17. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

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A liberdade religiosa é direito fundamental que, por impor a laicidade estatal, possui dimensão
unicamente negativa, vinculando o Estado a um dever de abstenção.

Comentários

GABARITO: ERRADO

A laicidade também possui dimensão positiva, uma vez que autoriza o Estado a garantir a
liberdade religiosa dos indivíduos.

Exemplo de dimensão positiva da atuação estatal é a previsão, na CF/1988, de proteção aos


locais de culto e a suas liturgias – art. 5º, inciso VI:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;

18. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação


constituem direito fundamental autônomo e novo, introduzido na Constituição brasileira por
emenda constitucional.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Os princípios da eficiência e do devido processo legal eram suficientes para, mesmo antes da
promulgação da EC nº 45/2004, que incluiu o inciso LXXVIII ao art. 5º da CF/1988, permitir
inferir-se que a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação é direito dos indivíduos. O dispositivo mencionado possui a seguinte redação:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

19. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Caso um policial militar passe, durante a madrugada, diante de uma residência e observe a
ocorrência de transação comercial de substância entorpecente, nessa situação, ele deve
aguardar o dia amanhecer para ingressar na casa e prender os criminosos.

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Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Na hipótese de flagrante delito, pode haver invasão da casa do morador durante o dia ou à
noite, conforme se extrai do art. 5º, inciso XI, da CF/1988:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

20. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Para realizar manifestação nas ruas do centro de uma cidade, um sindicato depende de
autorização da autoridade de segurança pública.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A realização de manifestação em locais públicos dispensa autorização, nos termos do art. 5º,
inciso XVI, da CF/1988:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese
de repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar
para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra
reunião no mesmo local1”.

Assim, não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas,
conforme entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

1
STF – RE 806.339.

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21. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Se, em sentença judicial transitada em julgado, José for condenado ao perdimento de bens
importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o falecimento de José, nessa
situação, os sucessores dele receberão o patrimônio, já que é pétrea a determinação de que
nenhuma pena pode ser estendida aos sucessores do condenado.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Nenhuma pena pode passar da pessoa do condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens pode ser estendida aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido, conforme o inciso XLV do art. 5º da CF/1988:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

22. (Cespe/2015/TRT 1ª) – Adaptada Quanto aos direitos fundamentais, julgue;

O registro civil de nascimento é gratuito para trabalhadores que recebam um salário mínimo
como fonte de renda da família.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

Vejamos o que dispõe o art. 5º, inciso LXXVI, alínea "a", da CF/1988:

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

Por outro lado, a Lei nº 9.265/1996 estendeu essa gratuidade a todos, independentemente da
condição de pobreza, tendo o STF reconhecido a constitucionalidade da mencionada extensão,
prevista no art. 1º, inciso VI, da Lei nº 9.265/1996:

Art. 1º São gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, assim


considerados:

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(...)

VI - O registro civil de nascimento e o assento de óbito, bem como a primeira certidão


respectiva.

23. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Gravação de conversa telefônica sem autorização judicial, registrada por um dos interlocutores,
é considerada prova ilícita, ante o sigilo das comunicações telefônicas, constitucionalmente
assegurado.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O STF entende que é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à
privacidade quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer
tipo de chantagista” (HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98), de
modo que a gravação telefônica feita por um dos interlocutores, ainda que sem autorização
judicial, é considerada prova lícita quando se tratar de legítima defesa, por exemplo.

24. (Cespe/2008/STF/AJAJ) Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item
que se segue.

O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial

Comentários

GABARITO: CERTO.

Essa afirmativa está de acordo com o art. 5º, inciso LXIV, da CF/1988:

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

25. (Cespe/2011/TRE ES/AJAJ) Julgue o item que se segue, relativo aos direitos e às garantias
fundamentais.

Uma associação já constituída somente poderá ser compulsoriamente dissolvida mediante


decisão judicial transitada em julgado, na hipótese de ter finalidade ilícita.

Comentários

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GABARITO: CERTO.

As associações somente podem ser dissolvidas compulsoriamente, por decisão judicial, após o
trânsito em julgado da aludida decisão, conforme previsto no inciso XIX do art. 5º da CF/1988:

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

26. (Cespe/2012/TRE RJ/AJAJ) Julgue o item a seguir, relativo aos direitos sociais e de
nacionalidade previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da perda da nacionalidade


brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a terceiros.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Pelo princípio da intranscendência, as penalidades possuem natureza personalíssima, podendo


ser estendidas a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, nos
termos da lei, e até o limite do valor da herança. A personalidade não se enquadra nessas
exceções, de modo que terceiros não podem ser atingidos pelos efeitos da sentença de perda
de nacionalidade – art. 5º, inciso XLV, da CF/1988:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção,


habeas corpus, habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX,
LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)

27. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) No que se refere aos direitos e às garantias


fundamentais, julgue.

Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em benefício alheio por indivíduo
destituído de sanidade mental que não esteja representado ou assistido por outrem.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

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A legitimidade para impetração do habeas corpus é universal. O entendimento majoritário atual


é de que qualquer indivíduo pode impetrá-lo, ainda que destituído de sanidade mental e não
esteja representado ou assistido por outrem. Esse remédio jurídico está previsto no art. 5º, inciso
LXVIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

28. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela


polícia por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá
impetrar o remédio do habeas corpus.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

É entendimento pacífico da doutrina e da jurisprudência que a legitimidade para impetração de


habeas corpus é universal, ou seja, qualquer pessoa pode ajuizar a ação em comento, que está
prevista no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

29. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em relação aos direitos políticos, o mandado de segurança coletivo e o habeas corpus são
formas de exercício direto da soberania popular, como previsto na CF.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Nos termos do art. 14 da CF, transcrito a seguir, são formas de exercício direto da soberania
popular o voto mediante plebiscito ou referendo e a iniciativa popular:

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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

O mandado de segurança coletivo e o habeas corpus são remédios jurídicos previstos no art. 5º,
incisos LXVIII e LXX, da CF/1988:

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

30. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

A instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor público para apuração de


irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o
prosseguimento do processo administrativo.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O habeas corpus é incabível contra instauração de PAD, pois, nesse caso, o direito de
locomoção - bem da vida tutelado pelo habeas corpus - não se encontra ameaçado. Registramos
que o habeas corpus está previsto no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

31. (Cespe/2015/TRE GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item que se segue,
no que concerne aos direitos e garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas
constitucionais.

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Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano é parte


legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao
meio ambiente.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

O art. 5º, inciso LXXIII, da CF/1988 estabelece que a ação popular que vise à anulação de ato
lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente pode ser ajuizada por qualquer cidadão, não
por associação - ainda que essa associação esteja legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, requisito exigido para a impetração de mandado de segurança coletivo (art.
5º, inciso LXX, alínea "b", da CF/1988).

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

(...)

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

32. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) No que se refere a controle judicial dos atos


administrativos, mandado de segurança, ação popular e ação civil pública, julgue os itens
seguintes.
I. Ato do Poder Judiciário que examine atos do Poder Legislativo, sob o aspecto da legalidade e
da moralidade, não fere o princípio de independência dos poderes.
II. Caberá mandado de segurança contra decisão de juízo de primeiro grau que indefira petição
inicial em uma ação de rito comum.
III. A ação popular constitui-se de um instrumento processual apropriado para anular desvios de
recursos públicos praticados por gestores de autarquias e empresas públicas estaduais no
exercício dessa função.
IV. Qualquer pessoa física capaz tem legitimidade para propor ação civil pública, com o objetivo
de proteger o patrimônio público, o meio ambiente e o patrimônio artístico, histórico, turístico e
paisagístico.

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Assinale a opção correta.


A) Apenas os itens I e II estão certos.
B) Apenas os itens I e III estão certos.
C) Apenas os itens I, II e III estão certos.
D) Apenas os itens II, III e IV estão certos.
E) Todos os itens estão certos.
Comentários:
Item I – correto. Em regra, o Poder Judiciário não pode analisar atos dos demais Poderes, a não
ser que se trate da legalidade de tais atos, já que tal hipótese não fere o princípio da separação
dos poderes.
Item II – incorreto. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público (art. 5º, LXIX, da CF/88). Ainda, não cabe MS para contrapor decisão judicial
da qual cabe recurso (Súmula 268 STF). No caso do item, a peça adequada é a apelação.
Item III – correto. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência (art. 5º, LXXIII, da
CF/88). A ação popular é adequada ao item, uma vez que pretende anular desvios de recursos
públicos.
Item IV – incorreto. São funções institucionais do Ministério Público promover o inquérito civil e a
ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos (art. 129, III, da CF/88). A ação que tem como objetivo proteger o
patrimônio público, o meio ambiente e o patrimônio artístico, histórico, turístico e paisagístico é
a ação popular (art. 5º, LXXIII, da CF/88).
Gabarito: letra B.

Enumeração aberta (art. 5º, § 2º da CF/88)

33. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Quanto aos


direitos fundamentais, julgue;

Os direitos fundamentais dos indivíduos estão taxativamente enumerados na CF.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

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É pacífico o entendimento de que os direitos fundamentais previstos na CF/1988 são


exemplificativos. Ademais, há previsão, na Carta Magna, de estabelecimento de outros direitos
além daqueles previstos na Lei Maior, conforme o art. 5º, § 2º, transcrito a seguir:

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Tratados e Convenções internacionais com força de emenda constitucional (art.


5º, § 3º da CF/88)

34. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado
pelo Brasil é automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Para ser equivalente às emendas, o tratado sobre direitos humanos deve passar pelo
procedimento formal de aprovação nas Casas do Congresso previsto no art. 5º, § 3º, da
CF/1988:

Art. 5º (...)

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?


2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.
3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela doutrina?
4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?


6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?
7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?

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8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?


9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?
10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?
11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?
12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?
13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados pelo
rito ordinário?
14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?
15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional, nos
termos da CF/88?

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXIX da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?
17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?
18. O direito à vida é absoluto?
19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?
20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?
21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?
22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?
23. A liberdade de expressão é absoluta?
24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?
25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de governo,
podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?
26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar (art.
5º, XI da CF/88)?
27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?
28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?
29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais
para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?

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30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?


31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica, ocorra
em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?
32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?
33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?
34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?
35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?
36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e a
intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?
37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser considerada em
sentido estrito ou amplo?
38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?
39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?
40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?
41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?
42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?
43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?
44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?
45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é exaustivo
ou exemplificativo?
46. Quais as penas vedadas pela CF?
47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?
48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?
49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?
50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?
51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?

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52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?
53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?
54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?
55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?
56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?
57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?
58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?
59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?
60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?
61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?
62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?
63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar preso
além do tempo fixado na sentença?
64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?
65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?
66. Em quais meios os dados pessoais são protegidos pela Constituição?

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e
LXXVII)

67. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?


68. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?
69. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?
70. Qual a finalidade do mandado de segurança?
71. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?
72. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?
73. É cabível mandado de segurança contra lei?
74. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?
75. Qual a finalidade do mandado de injunção?

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76. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?


77. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?
78. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?
79. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora
infraconstitucional?
80. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?
81. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele existentes
no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada. Considere
que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida inicial, ingressar
com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?
82. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?
83. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

Perguntas com respostas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?

A expressão "direitos fundamentais" é utilizada para tratar dos direitos de pessoas previstos no
ordenamento jurídico de um dado país, enquanto a expressão "direitos humanos" é utilizada para
se referir de forma universal aos direitos do homem, portanto, sem levar em conta quaisquer
normas de qualquer país.

2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.

Universalidade: abrangem todos os indivíduos, de modo indiscriminado;

Historicidade: são fruto de conquistas acumuladas ao longo da história;

Inalienabilidade: não podem ser transferidos, alienados a outrem;

Imprescritibilidade: não desaparecem com o decurso do tempo;

Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, dispostos, pelos seus titulares, via de regra;

Relatividade (ou limitabilidade): não possuem natureza absoluta, sendo limitados por outros
direitos fundamentais previstos constitucionalmente;

Complementaridade: não devem ser interpretados isoladamente, mas sim como um conjunto
único.

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Concorrência: são passíveis de exercício em conjunto, de maneira cumulativa;

Efetividade: a atividade do Estado deve estar voltada à efetivação dos direitos fundamentais; e

Inviolabilidade: não podem ser inobservados pelas leis e pelos agentes públicos.

3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela doutrina?

São os direitos de primeira, segunda e terceira :

Primeira geração: direitos que caracterizam um dever de abstenção estatal aos indivíduos, a fim
de livrá-los da ingerência abusiva do Estado. Realçam o princípio da liberdade, com foco no
homem individualmente considerado, consagrando direitos civis e políticos.

Segunda geração: direitos que caracterizam uma obrigação de fazer estatal em prol da população,
==5617c==

por meio de políticas e serviços públicos, com a finalidade de proporcionar igualdade e bem-estar
à população. Realçam o valor-fonte igualdade, consagrando direitos econômicos, sociais e
culturais.

Terceira geração: direitos que transcendem os interesses individuais para se preocupar com a
coletividade, consagrando direitos transindividuais, supraindividuais, de titularidade coletiva ou
difusa. Realçam o princípio da fraternidade, consagrando os direitos difusos e os coletivos.

4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Não, os direitos da geração seguinte se acumulam com os das gerações anteriores, que
permanecem plenamente eficazes.

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?

Os direitos fundamentais são os direitos da pessoa humana declarados constitucionalmente, são


os bens e vantagens protegidos pela Constituição, em si mesmo considerados.

Por outro lado, as garantias fundamentais são os instrumentos previstos na Constituição para
proteger aqueles bens, ou seja, são instrumentos por meio dos quais é assegurado o exercício dos
direitos fundamentais, bem como sua pronta reparação, nos casos em que tais direitos forem
violados.

6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?

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Princípio da dignidade da pessoa humana1 (art. 1º, inciso III da CF/88).

7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?

Não, as restrições impostas pela lei devem razoáveis, proporcionais, preservando a essência do
direito a ser objeto de restrição (“teoria dos limites dos limites”).

8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?

A eficácia vertical implica que os direitos fundamentais aplicam-se às relações entre os particulares
e o Estado ("relações verticais").

Por sua vez, a eficácia horizontal implica que os direitos fundamentais também incidem nas
relações privadas (“relações horizontais”).

No Brasil, os direitos fundamentais possuem tanto eficácia vertical, quanto eficácia horizontal.

9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?

Não há hierarquia entre direitos fundamentais, de modo que na hipótese de conflito entre dois ou
mais deles, o intérprete deve efetuar uma ponderação, valendo-se do princípio da concordância
prática (ou da harmonização).

10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?

Significa que essas normas são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições
para seu atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de
aplicá-las, caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?

Não, há outros direitos fundamentais espalhados pelo texto constitucional, como o direito ao meio
ambiente (art. 225) e o princípio da anterioridade tributária (art.150, III, “b”).

Além disso, o Brasil possui um sistema aberto de direitos fundamentais, já que é possível haver
outros direitos fundamentais decorrentes dos princípios constitucionais por ela adotados ou da
assinatura de tratados internacionais pela República Federativa do Brasil, consoante art. 5º, § 2º
da CF/88.

1
Lenza, 2016, p. 1164.

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12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?

Devem ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos por três quintos dos
votos dos respectivos membros (art. 5º, § 3º da CF/88).

13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados pelo
rito ordinário?

Possuem status de norma supralegal: situam-se hierarquicamente logo abaixo da Constituição e


acima das demais normas do ordenamento jurídico.

14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?

Status de lei ordinária.

15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional, nos
termos da CF/88?

Requisitos:

a) O Brasil deve ter manifestado adesão à criação do Tribunal Internacional;

b) O Tribunal deve ter natureza penal.

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXVIII da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?

Direito à vida; direito à liberdade; direito à igualdade; direito à segurança; e direito à propriedade.

Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "ProLiVIg-Se ".

Pro = propriedade;

Li = liberdade;

V = vida;

Ig = igualdade;

Se = segurança.

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17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?

Não, abrange também a vida intrauterina.

18. O direito à vida é absoluto?

Não, é relativo, já que a CF/88 admite a possibilidade de pena de morte em caso de guerra
declarada (art. 5º, inciso XLVII).

19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?

Que seja dado tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que
estão em condições diversas, dentro de suas desigualdades.

20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?

A igualdade "na lei” diz respeito ao tratamento isonômico na elaboração da lei, enquanto a
igualdade "perante a lei" impõe que a lei já elaborada e em vigor seja aplicada a todos sem
discriminação.

21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?

Ambos os tratamentos, junto com a tortura, foram objeto de preocupação (e vedação) por parte
da CF/88 (art. 5º, inciso III).

22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?

Sim, o direito de resposta deve ser proporcional ao agravo (art. 5º, inciso V da CF/88).

23. A liberdade de expressão é absoluta?

Não, apesar de ser vedada a censura, a liberdade de expressão é limitada por outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo.

24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?

Não, em razão do Brasil ser um Estado laico. A assistência religiosa prevista no inciso VII do art. 5º
da CF/88 possui caráter privado, de incumbência dos representantes habilitados de cada religião.

25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de


governo, podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?

Não, somente as CPIs federais e estaduais possuem essa prerrogativa.

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26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar (art.
5º, XI da CF/88)?

O conceito de “casa” é abrangente, englobando a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer


aposento ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não aberto ao
público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.

27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?

Sim, para prestar socorro, é possível adentrar à casa a qualquer hora, sem consentimento do
morador, conforme redação do art. 5º, XI da CF/88.

28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?

Conforme art. 5º, inciso XII da CF/88: a) ordem judicial; b) existência de investigação criminal ou
instrução processual penal; c) lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer.

29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais
para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?

Não. Nesse sentido, o STF entende que só é possível exigir-se inscrição em conselho de
fiscalização profissional quando houver de potencial lesivo na atividade.

30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?

Não, a locomoção é livre apenas em tempo de paz e, além disso, pode ser restringida por meio
de lei (art. 5º, inciso XV da CF/88).

31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica, ocorra
em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?

Na verdade, não há necessidade de autorização, mas sim de prévio aviso à autoridade


competente, conforme art. 5º, inciso XVI da CF/88.

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de
repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para

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que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião
no mesmo local2”.

- Não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Os demais requisitos foram atendidos, quais sejam:

a) ocorrer de maneira pacífica;

b) ausência de armas;

c) realização em locais abertos ao público;

d) não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

e) prévio aviso à autoridade competente, sendo desnecessária autorização.

Assim, cuidado para não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com
ressalvas, conforme entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Vale lembrar que o STF já considerou válida a realização de tal tipo de reunião ("Marcha da
Maconha"), desde que sejam atendidos os requisitos constitucionais e não ocorra a incitação, o
incentivo ou o estímulo ao consumo de entorpecentes na sua realização 3.

32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?

Nenhum! É desnecessária autorização do poder público para a criação das associações e, na forma
da lei, de cooperativas (art. 5º, XVIII da CF/88).

33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?

Função social (art. 5º, XXIII da CF/88).

34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?

Só se houver dano é que haverá indenização ulterior (art. 5º, XXV da CF/88).

2
STF – RE 806.339.
3
STF – ADPF 187.

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35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?

Sim, conforme leitura do art. 5º, XXVI da CF/88, os requisitos constitucionais para a garantia de
impenhorabilidade da pequena propriedade rural:

a) deve ser trabalhada pela família; e

b) o débito deve decorrer da atividade produtiva da propriedade.

Assim, se o débito é estranho à atividade produtiva, não há garantia da impenhorabilidade.

36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e a
intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?

Não, a competência abrange apenas crimes dolosos contra a vida, sendo assegurado o sigilo das
votações, conforme art. 5º, XXXVIII, alíneas “b” e “d” da CF/88.

37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser considerada em
sentido estrito ou amplo?

Deve ser considerada em sentido estrito, ou seja, lei formal editada pelo Poder Legislativo
(princípio da reserva legal em matéria penal).

38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?

Não, em razão da vedação prevista no art. 62, § 1º, I, “b” da CF/88.

Obs: preocupe-se com tal informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo
abordado nos dispositivos mencionados.

39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?

Não, só é possível a retroatividade da lei penal para beneficiar o réu (art. 5º, XL da CF/88).

40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?

Pena de reclusão (art. 5º, XLII da CF/88).

41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?

Tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, e os crimes hediondos (art. 5º,
XL da CF/88).

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42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?

Os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem (art. 5º, XLIII da CF/88).

43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?

Como crime inafiançável e imprescritível (art. 5º, XLIV da CF/88).

44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?

Assevera que a pena só pode ser cumprida pelo condenado, não por terceiros (art. 5º, XLV da
CF/88).

45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é exaustivo
ou exemplificativo?

As penas previstas são (art. 5º, XLVI da CF/88):

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos.

Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "Priva + PerMulta + SuPre".

Priva = privação ou restrição da liberdade;

Per = perda de bens;

Multa = multa;

Su = suspensão ou interdição de direitos;

Pre = prestação social alternativa.

O rol previsto na CF/88 é não exaustivo ("entre outras"), de modo que a lei poderá criar novas
penas.

46. Quais as penas vedadas pela CF?

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Conforme art. 5º, inciso XLVII da CF/88, são vedadas as penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis.

Frase para ajudar a memorização: "O banimento cruel força a morte perpétua", de modo que:

banimento = de banimento;

cruel = cruéis;

força = de trabalhos forçados;

morte = de morte, salvo em caso de guerra declarada; e

perpétua = de caráter perpétuo.

47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?

Os fatores são (art. 5º, XLVIII da CF/88):

a) natureza do delito;

b) idade do apenado;

c) sexto do apenado.

Frase mnemônica para ajudar a memorização: "Ida De Sexta"

Ida = idade do apenado;

De = natureza do delito;

Sexta = sexo do apenado.

48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?

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A CF/88 assegura aos presos o respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX).

49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?

A Constituição assegura às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação (art. 5º, L da CF/88).

50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?

Não, já que no caso de crime comum, a extradição só é possível caso o crime tenha sido praticado
antes da naturalização (art. 5º, LI da CF/88).

51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?

Crime político ou de opinião ("não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião", conforme art. 5º, LII da CF/88).

52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?

Aspecto formal: devem ser asseguradas às partes garantias jurídico-processuais mínimas para fazer
valer seus interesses e defender seus direitos.

Aspecto material: as decisões proferidas no âmbito do processo devem ser efetivamente justas,
razoáveis, proporcionais, desprovidas de arbitrariedade.

53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?

Assegura o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV da
CF/88).

54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?

Que elas são inadmissíveis no processo (art. 5º, LVI da CF/88).

55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?

A partir do trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII da CF/88).

56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?

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Sim, já que a lei poderá trazer hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já
foi identificado civilmente, nos termos do art. 5º, LVIII da CF/88.

57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?

Sim, desde que por lei, quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem art. 5º, LX
da CF/88.

58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?

Não, no caso de flagrante delito, não se exige ordem judicial (art. 5º, LXI da CF/88).

Sem flagrante delito, regra geral, só pode efetuar-se prisão por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente. Exceções (pode prender mesmo sem ordem judicial):

a) Transgressão militar;

b) Crime propriamente militar.

Já quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança, não é possível efetuar-se prisão
(art. 5º, LXVI da CF/88).

59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?

O juiz competente e a família do preso ou a pessoa por ele indicada (art. 5º, LXII da CF/88).

A comunicação deve ser imediata, dela devendo ser objeto a notícia da prisão em si, bem como
o local em que se encontra o preso.

60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?

Que ela deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º, LXV da CF/88).

61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?

A Constituição prevê que, via de regra, não é possível a prisão por dívida, exceto em duas
situações:

a) a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia;

b) do depositário infiel (cuidado aqui!).

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Nada obstante, a prisão do depositário infiel não é mais aplicável no ordenamento jurídico
brasileiro em razão da ratificação, pelo Brasil, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e da Convenção Americana sobre Direito humanos – Pacto de San José da Costa Rica.

Portanto, a única hipótese de prisão civil por dívida admitida atualmente é a que ocorre em virtude
do inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?

Não somente a tais pessoas físicas, mas também às jurídicas que comprovem hipossuficiência.

63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar preso
além do tempo fixado na sentença?

Assegura indenização por parte do Estado (art. 5º, LXXV da CF/88).

64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?

a) Apenas aos reconhecidamente pobres: o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art.
5º, LXXVI da CF/88).

Nada obstante, a lei não está impedida de estender tal direito a outros cidadãos que não sejam
reconhecidamente pobres.

b) A todos: as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania (art. 5º, LXXVII da CF/88).

65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?

A CF/88 não estipula um prazo específico, apenas assegura que a duração do processo será
"razoável", além dos meios que garantam celeridade na sua tramitação (art. 5º, inciso LXXVIII, da
CF/88).

66. Em quais meios os dados pessoais são protegidos pela Constituição?

A CF/88 não elenca um rol de meios em que os dados pessoais são protegidos: ela assegura que
os dados pessoais serão protegidos e especifica que essa proteção inclui os meios digitais (art. 5º,
inciso LXXIX, da CF/88).

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e
LXXVII)

67. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?

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Direito de locomoção.

68. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?

O habeas corpus pode ser tanto repressivo (para devolver ao indivíduo a liberdade de locomoção
que já foi perdida) quanto preventivo (para resguardar o indivíduo de uma eventual perda da
liberdade de locomoção).

69. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?

O habeas corpus possui legitimidade universal, podendo ser impetrado por qualquer pessoa física
ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público.

Por sua vez, o legitimado passivo é a autoridade coatora, seja ela de caráter público ou um
particular.

70. Qual a finalidade do mandado de segurança?

Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD (caráter residual) – art. 5º, LXIX da
CF/88.

71. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?

O mandado de segurança tem natureza civil, embora possa ser utilizado em processos penais.

72. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?

Sim, entretanto, há exceções previstas em lei 4, quais sejam, quando a liminar tenha por objeto a:

a) compensação de créditos tributários;

b) entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a


extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

73. É cabível mandado de segurança contra lei?

Sim, desde que seja uma lei de efeitos concretos (jamais lei em tese – de caráter geral e abstrato).

74. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?

4
Lei 12.016/2009, art. 7º, § 2º.

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a) direitos coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica
básica;

b) direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da


atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do
impetrante.

75. Qual a finalidade do mandado de injunção?

Suprir omissão total ou parcial de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

O MI coletivo, especificamente, presta-se à proteção dos direitos, das liberdades e das


prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria5.

76. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?

Qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

No caso de mandado de injunção coletivo 6:

a) partido político;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano;

c) Ministério Público;

d) Defensoria Pública.

77. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?

Não, o mandado de injunção coletivo passou a ser previsto de forma expressa na Lei 13.300/2016,
embora o STF já reconhecesse sua possibilidade antes disso, mesmo diante do silêncio da CF/88.

78. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?

5
Lei 13.300/2016, art. 12, parágrafo único.
6
Lei 13.300/2016, art. 12, incisos I a IV.

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São os três pressupostos seguintes:

a) Falta (total ou parcial) de norma que regulamente uma norma constitucional programática
propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omissão do Poder Público e a impossibilidade de exercício, por


parte do impetrante, de um direito inerente à nacionalidade, à soberania ou à cidadania;

c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora, sem que tenha
sido editada.

79. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora


infraconstitucional?

Não! O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito previsto na


Constituição Federal.

80. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?

Finalidade:

a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

81. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele existentes
no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada. Considere
que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida inicial, ingressar
com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?

Não. Embora seja possível que uma entidade privada possua banco de dados de caráter público,
o habeas data só pode ser impetrado após o indeferimento do pedido de informações de dados
pessoais, ou da omissão em atendê-lo7.

Assim, primeiro Fernando deve solicitar as informações ao SPC e, somente em caso de negativa
ou de omissão da entidade poderia, posteriormente, ingressar com o habeas data no Judiciário.

82. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?

7
Lei 9.507/1997, art. 8º.

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Anular ato lesivo:

a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;

b) à moralidade administrativa;

c) ao meio ambiente; e

d) ao patrimônio histórico e cultural.

83. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

Cidadão é a pessoa natural no gozo da capacidade eleitoral ativa, ou seja, um brasileiro nato ou
naturalizado no gozo de seus direitos políticos.

...

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Técnico Administrativo) Julgue os itens a seguir, acerca dos
direitos e das garantias fundamentais.

I É livre a manifestação do pensamento, inclusive anonimamente.

II A intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis, e eventual
atentado a esses direitos permite que se busque a indenização pelo dano moral ou material
decorrente da violação.

III Todos têm direito a receber informações de seu interesse particular dos órgãos públicos, bem
como informações de interesse coletivo ou geral. Os pedidos de acesso à informação devem ser
atendidos no prazo fixado, sob pena de responsabilidade do agente público. A exceção à regra
geral de transparência são as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.

IV A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, salvo se a
matéria trazida à apreciação estiver pacificada na jurisprudência dos tribunais superiores —
como, por exemplo, em súmula vinculante, repercussão geral ou recurso repetitivo.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) III e IV.

e) II, III e IV.

2. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Escrivão de Polícia) Assinale a opção que indique corretamente


a ação judicial a ser proposta por qualquer cidadão que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

a) habeas data

b) habeas corpus

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c) mandado de injunção

d) ação popular

e) mandado de segurança

3. (CEBRASPE/2022/PC-PB) Suponha que, em determinada operação policial, entenda ser


necessária a entrada forçada em domicílio de determinada pessoa, com a realização de busca e
apreensão, no período noturno, sem mandado judicial, por supostamente estar ocorrendo
situação de flagrante delito. Nessa situação, as razões para a entrada domiciliar devem ser
justificadas

a) a posteriori, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar e penal da


autoridade policial, embora os atos praticados sejam considerados válidos.

b) a posteriori, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar, civil e penal da


autoridade policial, e os atos praticados serão considerados nulos.

c) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, os atos praticados serão considerados nulos, e a


autoridade policial deverá responder disciplinarmente, mas não na esfera civil ou penal.

d) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, a autoridade policial deverá responder civil e


penalmente, ainda que os atos praticados sejam considerados válidos.

e) antes da entrada, e, se consideradas ilícitas, haverá responsabilidade disciplinar, civil e penal


da autoridade policial, embora os atos praticados sejam considerados válidos.

4. (CEBRASPE/2022/PC-PB/Técnico em Perícia) A liberdade assegurada no caput do art. 5.º


da CF deve ser tomada em sua mais genérica acepção, inserindo-se, nessa amplitude normativa,
o direito

a) ao exercício de culto religioso de caráter presencial coletivo, salvo em casos de adoção, pelo
poder público, de medidas restritivas para contenção do avanço de pandemias sanitárias.

b) à associação sindical ao servidor público civil e militar, na forma da lei.

c) à manifestação de padrões de valoração ética ou moral, independentemente de constituir


incitação à discriminação ou à hostilidade.

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d) à participação das culturas populares, indígenas e afrobrasileiras no processo civilizatório


nacional, desde que em conformidade com as aspirações do grupo social majoritário.

e) à reunião pacífica e sem armas, desde que seja comunicada pelos interessados à
administração pública, em um prazo mínimo de 30 dias antes de sua realização.

5. (Cespe/2016/TRE-PI/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada No que se refere


aos direitos e às garantias fundamentais, julgue.

Se uma obrigação imposta a todos contrariar convicção de natureza filosófica de determinado


indivíduo, esse indivíduo pode invocar o direito à escusa de consciência.

6. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) O inciso XIII do art. 5.º da


Constituição Federal de 1988 assim dispõe: “XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”. Essa norma
constitucional é de eficácia
A) plena, porque já produz efeitos desde a sua edição.
B) programática, porque prevê a necessidade de regulamentação por lei.
C) contida, porque detém eficácia, mas esta pode ser restringida por lei.
D) limitada, porque depende de lei regulamentadora para ser executável.
E) preceptiva, porque impõe ao Estado a obrigação de editar uma lei.

7. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) Conforme a Constituição Federal de


1988, as pessoas
A) Estão autorizadas a fazer tudo desde que a lei não proíba.
B) Só estão autorizadas a fazer aquilo que está previsto em lei.
C) Só podem fazer algo quando ato normativo legal ou infralegal expressamente permitir.
D) Estão, em princípio, proibidas a fazer tudo, podendo um decreto regulamentar presidencial
permitir a atuação individual.
E) Não podem ser obrigadas a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de ato normativo
legal ou infralegal.

8. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) Acerca dos direitos


fundamentais, assinale a opção correta.
A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, a qualquer
hora do dia ou da noite, por determinação judicial.

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B) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida apenas
prévia autorização da autoridade competente.
C) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, sendo proibida a execução, contra
herdeiros não participantes do delito, da obrigação de reparar o dano.
D) Mesmo em caso de iminente perigo público, a autoridade competente só poderá usar de
propriedade particular se houver prévia autorização do respectivo proprietário, assegurada a ele
indenização ulterior, se houver dano.
E) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.

9. (Cespe/2015/STJ/Analista Judiciário – Área Administrativa) No que concerne aos princípios


fundamentais da República Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

Um cidadão detém, mais que o direito, o dever de opor-se à ordem que, emanada de
autoridades públicas, se revele manifestamente ilegal.

10. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Conforme a CF, são imprescritíveis o crime de racismo e o crime consistente na ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito.

11. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Não se admite a pena de morte no Brasil.

12. (Cespe/2017/TRE PE/TJAA/Adaptada) A respeito dos direitos e deveres individuais e


coletivos, julgue a assertiva.

É livre a manifestação do pensamento, seja ela exercida por pessoa conhecida ou por pessoa
anônima.

13. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo vedado à lei a criação de
condições que possam limitar ou restringir o pleno desenvolvimento desse direito.

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14. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

As associações podem ser dissolvidas por decreto do Poder Executivo, na hipótese de violação
de direitos fundamentais.

15. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A vedação à existência de tribunais de exceção, bem como a admissão de foro por prerrogativa
de função, são reflexos, em certa medida, do princípio da isonomia em sua dimensão material.

16. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


==5617c==

garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A liberdade de expressão é direito fundamental que viabiliza a autodeterminação do indivíduo e


guarda estreita relação com a dignidade da pessoa humana, possuindo, ademais, dimensões
instrumental e substancial, essa última compreendendo o direito aos meios adequados à
expressão e à veiculação do que se pensa e do que se cria.

17. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A liberdade religiosa é direito fundamental que, por impor a laicidade estatal, possui dimensão
unicamente negativa, vinculando o Estado a um dever de abstenção.

18. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação


constituem direito fundamental autônomo e novo, introduzido na Constituição brasileira por
emenda constitucional.

19. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Caso um policial militar passe, durante a madrugada, diante de uma residência e observe a
ocorrência de transação comercial de substância entorpecente, nessa situação, ele deve
aguardar o dia amanhecer para ingressar na casa e prender os criminosos.

20. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

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Para realizar manifestação nas ruas do centro de uma cidade, um sindicato depende de
autorização da autoridade de segurança pública.

21. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Se, em sentença judicial transitada em julgado, José for condenado ao perdimento de bens
importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o falecimento de José, nessa
situação, os sucessores dele receberão o patrimônio, já que é pétrea a determinação de que
nenhuma pena pode ser estendida aos sucessores do condenado.

22. (Cespe/2015/TRT 1ª) – Adaptada Quanto aos direitos fundamentais, julgue;

O registro civil de nascimento é gratuito para trabalhadores que recebam um salário mínimo
como fonte de renda da família.

23. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Gravação de conversa telefônica sem autorização judicial, registrada por um dos interlocutores,
é considerada prova ilícita, ante o sigilo das comunicações telefônicas, constitucionalmente
assegurado.

24. (Cespe/2008/STF/AJAJ) Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item
que se segue.

O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial

25. (Cespe/2011/TRE ES/AJAJ) Julgue o item que se segue, relativo aos direitos e às garantias
fundamentais.

Uma associação já constituída somente poderá ser compulsoriamente dissolvida mediante


decisão judicial transitada em julgado, na hipótese de ter finalidade ilícita.

26. (Cespe/2012/TRE RJ/AJAJ) Julgue o item a seguir, relativo aos direitos sociais e de
nacionalidade previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da perda da nacionalidade


brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a terceiros.

27. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) No que se refere aos direitos e às garantias


fundamentais, julgue.

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Aula 01

Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em benefício alheio por indivíduo
destituído de sanidade mental que não esteja representado ou assistido por outrem.

28. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela


polícia por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá
impetrar o remédio do habeas corpus.

29. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em relação aos direitos políticos, o mandado de segurança coletivo e o habeas corpus são
formas de exercício direto da soberania popular, como previsto na CF.

30. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

A instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor público para apuração de


irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o
prosseguimento do processo administrativo.

31. (Cespe/2015/TRE GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item que se segue,
no que concerne aos direitos e garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas
constitucionais.

Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano é parte


legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao
meio ambiente.

32. (Cespe/2015/TRE GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item que se segue,
no que concerne aos direitos e garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas
constitucionais.

Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano é parte


legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao
meio ambiente.

33. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Quanto aos


direitos fundamentais, julgue;

Os direitos fundamentais dos indivíduos estão taxativamente enumerados na CF.

34. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

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Aula 01

Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado
pelo Brasil é automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.

Gabarito

1. LETRA C 13. ERRADA 25. CORRETA


2. LETRA D 14. ERRADA 26. ERRADA
3. LETRA B 15. CORRETA 27. ERRADA
4. LETRA A 16. ERRADA 28. ERRADA
5. CORRETA 17. ERRADA 29. ERRADA
6. LETRA C 18. ERRADA 30. ERRADA
7. LETRA A 19. ERRADA 31. ERRADA
8. LETRA E 20. ERRADA 32. ERRADA
9. CORRETA 21. ERRADA 33. ERRADA
10. CORRETA 22. CORRETA 34. ERRADA
11. ERRADA 23. ERRADA
12. ERRADA 24. CORRETA

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Aula 01

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Trabalho - AFT) Passo Estratégico de
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Autor:
Tulio Lages

24 de Dezembro de 2022
Tulio Lages
Aula 02

Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Direitos Sociais - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Direitos Sociais


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Direitos Sociais - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
16

4) Questões Estratégicas - Direitos Sociais - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
18

5) Questionário de Revisão - Direitos Sociais


..............................................................................................................................................................................................
33

6) Lista de Questões Estratégicas - Direitos Sociais - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
45

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
51

8) O que é mais cobrado no assunto - Nacionalidade - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
52

9) Roteiro de Revisão - Nacionalidade


..............................................................................................................................................................................................
53

10) Aposta Estratégica - Nacionalidade - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
58

11) Questões Estratégicas - Nacionalidade - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
60

12) Questionário de Revisão - Nacionalidade


..............................................................................................................................................................................................
81

13) Lista de Questões Estratégicas - Nacionalidade - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
92

14) Referências Bibliográficas


..............................................................................................................................................................................................
114

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Aula 02

O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Rol dos direitos sociais (art. 6º da CF/88) 25%
Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88) 35%
Liberdade de Associação Profissional ou Sindical (art. 8º da CF/88) 35%
Direito de Greve (art. 9º da CF/88) 5%
Garantia de participação dos trabalhadores e empregadores nos
0%
colegiados dos órgãos públicos (art. 10 da CF/88)
Garantia de eleição de representante em empresas com mais de
0%
duzentos empregados (art. 11 da CF/88)

3
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Aula 02

ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, seguir os passos a
seguir:

Rol dos direitos sociais iniciais (art. 6º, caput, da CF/88)

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

- Para facilitar a memorização, lembrar do mnemônico “TTEMoS LaPiS DeMAIS”.

T • TRANSPORTE

T • TRABALHO

E • EDUCAÇÃO

Mo • MORADIA

S • SAÚDE

La • LAZER

PiS • PREVIDÊNCIA SOCIAL

De • "DESAMPARADOS" = ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS

M • "MATERNIDADE" = PROTEÇÃO À MATERNIDADE

A • ALIMENTAÇÃO

I • "INFÂNCIA"= PROTEÇÃO À INFÂNCIA


S • SEGURANÇA

-Trata-se de um rol exemplificativo1.

- Os direitos elencados no caput do art. 6º estão consubstanciados em norma de eficácia limitada


e aplicabilidade mediata.

1
STF – ADI 639.

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Renda básica familiar (art. 6º, parágrafo único)

Art. 6º, parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá
direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa
permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária

- Trata-se de direito de todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social.

- É garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda.

As normas e requisitos de acesso do programa serão determinados em lei, observada a legislação


fiscal e orçamentária.

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

- Há equiparação entre os direitos do trabalhador urbano e os do trabalhador rural.

Art. 7º, I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;

- Os trabalhadores possuem direito à segurança no emprego.

- No caso demissão por justa causa, não há previsão de indenização.

- Trata-se de norma de eficácia limitada que exige lei complementar.

Art. 7º, II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas


necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

5
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- O seguro desemprego só o devido em caso de desemprego involuntário (II). Portanto, se o


empregado pede demissão de seu emprego por livre e espontânea vontade, não possui direito
ao seguro desemprego.

- Exige-se lei formal para a fixação do salário mínimo e veda-se que haja salários mínimos regionais
ou que o salário mínimo sirva como indexador para qualquer finalidade inciso IV).

- Piso salarial (inciso V) é o menor valor de salário que pode ser pago para uma determinada
categoria profissional, não sendo, portanto, sinônimo de salário mínimo (inciso IV).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo


para as praças prestadoras de serviço militar inicial”2.

“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem
ser substituído por decisão judicial”3.

“A exigência constitucional de lei formal para fixação do valor do salário mínimo está
atendida pela Lei 12.382/2011. A utilização de decreto presidencial, definida pela Lei
12.382/2011 como instrumento de anunciação e divulgação do valor nominal do salário
mínimo de 2012 a 2015, não desobedece ao comando constitucional posto no inciso IV
do art. 7º da Constituição do Brasil. A Lei 12.382/2011 definiu o valor do salário mínimo
e sua política de afirmação de novos valores nominais para o período indicado (arts. 1º
e 2º). Cabe ao presidente da República, exclusivamente, aplicar os índices definidos
legalmente para reajuste e aumento e divulgá-los por meio de decreto, pelo que não
há inovação da ordem jurídica nem nova fixação de valor” 4.

[...]

Art. 7º, VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;

2
STF – Súmula Vinculante 6.
3
STF – Súmula Vinculante 4.
4
STF – ADI 4.568.

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VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos


termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de


revezamento, salvo negociação coletiva;

- A possibilidade de redução salarial mediante convenção ou acordo coletivo é excepcional: a


regra é a irredutibilidade salarial (inciso VI).

- Apenas os trabalhadores de baixa renda têm direito ao salário-família (inciso XII).

- Há a possibilidade da redução da jornada de trabalho, faculdade que pode ser concretizada


mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho (inciso XIII).

- Há a possibilidade excepcional de aumento da jornada do trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, desde que ocorra mediante negociação coletiva (inciso XIV).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de


revezamento”5.

[...]

Art. 7º, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

5
STF – Súmula 213.

7
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XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por


cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

- Não há obrigação de o repouso semanal remunerado ocorrer aos domingos: trata-se de uma
preferência estabelecida pela CF/88 (inciso XV).

- A remuneração do serviço extraordinário pode ser mais do que 50% superior à do normal: trata-
se de um valor mínimo estabelecido pela CF/88 (inciso XVI).

- O adicional de férias pode ser maior que 1/3 do salário normal: trata-se de um valor mínimo
estabelecido pela CF/88 (inciso XVII).

Art. 7º, XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos


termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,


na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

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- O encargo do seguro contra acidentes de trabalho, por parte do empregador, não o exime de
indenização ao empregado, se o empregador incorrer em dolo ou culpa (inciso XXVIII).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização


por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de
mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC 45/2004”6.

“Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença gestante,
o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença adotante, não
é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada” 7.

[...]

Art. 7º, XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de


admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão


do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e


de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

- A partir dos 14 anos uma pessoa já pode trabalhar, mas somente na condição de aprendiz. A
partir dos dezesseis anos, pode realizar qualquer trabalho que não seja noturno, perigoso ou
insalubre (inciso XXXIII).

6
STF – Súmula Vinculante 22.
7
STF – RE 788.889/PE.

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[...]

Art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

- Por serem menos numerosos, procure memorizar os direitos que não foram estendidos aos
trabalhadores domésticos, assim você saberá que os demais direitos previstos no art. 7º foram
estendidos à tal categoria.

Assim, não foram estendidos aos trabalhadores domésticos os seguintes direitos:

a) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

b) Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

c) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,


salvo negociação coletiva;

d) Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da


lei;

e) Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da


lei;

f) Proteção em face da automação, na forma da lei;

g) Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;

h) Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais


respectivos;

i) Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o


trabalhador avulso.

Liberdade de associação profissional ou sindical (art. 8º da CF/88)

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

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I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e
a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,


representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;

- Princípio da unicidade da organização sindical: apenas um sindicato da mesma categoria


profissional pode existir em uma mesma base territorial (inciso II).

Assim, a criação de sindicato é livre, mas não se trata de um direito absoluto, já que se faz
necessário o registro do sindicato no órgão competente (inciso I), a definição de sua base territorial
em área não inferior à de um município, além de ser vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa da mesma categoria (profissional ou econômica) na
mesma base territorial (inciso II).

Art. 8º, III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

- Os sindicatos possuem a legitimidade para atuarem como substitutos processuais de suas


categorias, não sendo necessária prévia autorização dos trabalhadores.

Cuida-se do direito de substituição processual.

Art. 8º, IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

- Contribuição confederativa x contribuição sindical

A contribuição confederativa é fundada no inciso IV do art. 8º, possui caráter facultativo (só é
devida pelos trabalhadores filiados ao sindicato) e é fixada em assembleia geral.

Por sua vez, a contribuição sindical possui fundamento no final do art. 8º, inciso IV
(“independentemente da contribuição prevista em lei”) em conjunto com o art. 149 da CF:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção


no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.

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Assim, a contribuição sindical deve ser fixada em lei.

A CLT previa que a contribuição sindical possuía caráter compulsório a todos os trabalhadores,
inclusive aos não filiados ao sindicato, tendo natureza de tributo, conforme entendimento do STF 8.

Entretanto, com as alterações ocorridas na CLT em razão do advento da reforma trabalhista (Lei
13.467/2017), a contribuição sindical não é mais obrigatória a todos os trabalhadores, mas
somente àqueles que autorizem prévia e expressamente o seu recolhimento.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é


exigível dos filiados ao sindicato respectivo”9.

[...]

Art. 8º, V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

- Trata-se do princípio da liberdade de inscrição sindical, corolário do princípio da liberdade de


associação previsto no inciso XX do art. 5º da CF/88.

Art. 5º, XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

[...]

Art. 8º, VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos
da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos


rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

- O direito de votar e ser votado nas organizações sindicais não se restringe aos trabalhadores
filiados que se encontram na ativa: o aposentado filiado tem direito de participar das eleições e

8
STF – RE 198.092.
9
STF – Súmula Vinculante 40.

12
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assembleias que ocorrem no âmbito das organizações sindicais, podendo votar e ser votado (inciso
III).

Direito de greve (art. 9º da CF/88)

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento


das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

- O direito de greve não é absoluto, já que haverá definição por lei dos serviços ou atividades
essenciais, bem como do atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (§ 1º).

Além disso, os abusos cometidos no exercício do direito de greve sujeitarão os responsáveis às


penas da lei (§ 2º).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“A simples adesão à greve não constitui falta grave”10.

Garantia de participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos


públicos (art. 10 da CF/88)

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados


dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam
objeto de discussão e deliberação.

- Notar que a participação assegurada é tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores.

Garantia de eleição de representante em empresas com mais de duzentos empregados


(art. 11 da CF/88)

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
direto com os empregadores.

10
STF – Súmula 316.

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- Aqui é importante memorizar o quantitativo "duzentos", aspecto abordado de forma recorrente


em questões de concursos, geralmente na forma de pegadinha.

Geração dos direitos sociais. Reserva do possível. Mínimo existencial. Vedação ao


retrocesso. Escolhas trágicas.

- Os direitos sociais são direitos de segunda geração, que impõem ao Estado uma “obrigação de
fazer”, uma obrigação de ofertar prestações positivas (ações) em favor dos mais necessitados,
visando concretizar a igualdade material (valor-fonte igualdade).

Em razão de somente poderem ser concretizados com a execução eficiente de políticas públicas,
bem como por estarem sujeitos à reserva do possível, os direitos de segunda geração possuem
uma carga de eficácia menor que os direitos de primeira geração que, inclusive, dependem
essencialmente de “obrigações de não fazer” do Estado.
==5617c==

- Teoria da reserva do possível

Consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar os direitos sociais, mas apenas “na medida do
financeiramente possível”, determinando, assim, os limites em que o Estado deixa de ser obrigado
a dar efetividade aos direitos sociais, não sendo lícito ao Poder Público, por outro lado,
simplesmente alegar genericamente que não possui recursos orçamentários: são imprescindíveis
a demonstração objetiva da inexistência de recursos públicos, bem como a falta de previsão
orçamentária da respectiva despesa.

- Teoria do mínimo existencial

Essa teoria preconiza que o Estado, em seu dever de concretizar os direitos sociais, deve garantir,
pelo menos, as prestações essenciais ao ser humano que lhe assegurem uma existência digna – o
mínimo existencial, que emana do postulado da dignidade da pessoa humana.

Assim, o mínimo existencial atua de forma a limitar a cláusula da reserva do possível, na medida
em que os gastos públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial
e, somente após isso, o Estado poderá realizar outros investimentos.

Diante do exposto, a reserva do possível somente pode ser invocada pelo Estado após ele ter
garantido o mínimo existencial.

- Princípio da vedação ao retrocesso

Preconiza que seja evitada a desconstituição das conquistas sociais já alcançadas pelo cidadão:
tais conquistam passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo,
limitando o legislador e exigindo a realização de uma política condizente com tais direitos, sendo

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inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a criação de outros esquemas alternativos
ou compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu núcleo essencial11.

- "Escolhas trágicas” que o Poder Judiciário deve enfrentar na tutela dos direitos sociais

A concretização dos direitos sociais exige o dispêndio de recursos públicos, que são escassos e
não são capazes de atender a todas as demandas.

Assim, ao atender a determinadas necessidades, o Estado acabará invariavelmente deixando de


atender a outras, ou seja, estará sempre diante de um estado de tensão em que deverá realizar
“escolhas trágicas” na concretização de direitos sociais.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

Embora seja dos Poderes Legislativo e Executivo, de modo primário, a prerrogativa de


formular e executar políticas públicas, é possível que o Poder Judiciário determine,
excepcionalmente, que tais políticas sejam implementadas pelos órgãos estatais
inadimplentes 12.

Não é razoável exigir do Estado a imediata efetivação de direitos econômicos, sociais e


culturais previstos na CF, quando comprovada de maneira objetiva a incapacidade
econômico-financeira da pessoa estatal. Por outro lado, não pode o Poder Público
manipular sua atividade financeira e/ou político administrativa de maneira a criar um
obstáculo artificial para se esquivar de disponibilizar condições materiais mínimas de
existência aos indivíduos 13.

É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública que execute obras


emergenciais em estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos
fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade física e
moral, dando efetividade ao postulado da dignidade da pessoa humana 14.

11
CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7ª ed., Coimbra: Almedina, 2003,
11 reimp. p. 340.
12
STF – RE 436.996.
13
STF – ADPF 45.
14
STF – RE 592.581.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Direitos Sociais”, a “Liberdade de Associação Profissional ou Sindical (art. 8º


da CF/88)” é(são) o(s) ponto(s) que acreditamos ser(em) o(s) que possui(em) mais chances de
ser(em) cobrado(s) pela banca.

O esquema abaixo destaca as principais informações dessa temática:

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado
assunto, considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a
partir de critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Não interferência
e intervenção
estatal na
organização
Aplicação à sindical
sindicatos rurais
(inciso I) Unicidade
e colônias de
sindical (inciso II)
pescadores
(Parágrafo único)

Legitimidade dos
Estabilidade sindicatos para
provisória do defesa de
Liberdade de
==5617c==

dirigente sindical direitos e


(inciso VIII) Associação interesses (inciso
Profissional ou III)
Sindical
(art. 8º da CF/88)

Direito de votar
e de ser votado Contribuição
do aposentado sindical (inciso
sindicalizado IV)
(inciso VII)
Obrigatoriedade
de participação
Liberdade de
dos sindicatos
associação
nas negociações
sindical (inciso V)
coletivas (inciso
VI)

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) alteração(ões) legislativa(s)


possui(em) grandes chances de ser(em) cobrada(s):

Alteração legislativa introduzida pela EC 114/2021


Art. 6º, parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a
uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de
transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei,
observada a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 114,
de 2021)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Rol dos direitos sociais (art. 6º da CF/88)

1. (CEBRASPE/2022/MPCM-PA) Com relação aos direitos sociais previstos na Constituição


Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

a) relação de emprego é protegida contra dispensa arbitrária, nos termos de lei ordinária
federal, que preverá indenização compensatória.

b) É garantida a percepção de salário-mínimo, nacionalmente unificado, para as praças


prestadoras de serviço militar inicial.

c) É assegurada a participação nos lucros ou resultados, vinculada à remuneração do


trabalhador.

d) É garantida a assistência gratuita aos filhos até 3 (três) anos de idade em creches e pré-
escolas.

e) É direito do trabalhador o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, além


de indenização a que este está obrigado, em caso de dolo ou culpa.

Comentários

Alternativa E - correta. A questão versa sobre os direitos sociais do trabalhador.

Nos termos do artigo 7º, XXVIII, da CF/88:

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Demais alternativas:

Letra A - incorreta. Não se trata de lei ordinária federal e sim de lei complementar.

Dispõe o artigo 7º, I, da CF/88:

Art. 7º, I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;

Letra B - incorreta. O salário-mínimo é direito dos trabalhadores urbanos e rurais. Dispõe o


artigo 7º, IV, da CF/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas


necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

Os militares recebem subsídios, forma de remuneração diferente do salário, uma vez que não há
acréscimos salariais como horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade, entre
outros.

Letra C - incorreta. A participação nos lucros e resultados é desvinculada da remuneração.

Dispõe o artigo 7º, XI, da CF/88:

Art. 7º, XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Letra D - incorreta. A assistência gratuita aos filhos é garantida até os 5 (cinco) anos de idade.

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Dispõe o artigo 7º, XXV, da CF/88:

Art. 7º, XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

Gabarito: Letra E

2. (CEBRASPE /2022/POLITEC-RO/Agente de Criminalística) Em relação aos direitos sociais


previstos na CF, assinale a opção correta.

a) É garantida a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do


serviço normal.

b) Não é possível a redução de salário do trabalhador.

c) É garantida a assistência gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador, desde o


nascimento até seis anos de idade, em creches e pré-escolas.

d) Não é possível o estabelecimento de pisos salariais diferentes, independentemente da


complexidade do trabalho.

e) O adicional de férias não poderá ultrapassar um terço do salário normal.

Comentários

A questão trata dos direitos sociais dos trabalhadores, nos termos do artigo 7º, incisos V, VI, XVI,
XVII e XXV da CF/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; Letra D -


incorreta, tendo em vista ser possível pisos salariais diferentes de acordo com a
complexidade do trabalho.

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;


Letra B - incorreta, tendo em vista a possibilidade de redução salarial.

(...)

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XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por


cento à do normal; Letra A - correta.

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal; Letra E - incorreta, tendo em vista que as férias são acrescidas de no
mínimo um terço a mais do que o salário.

(...)

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas; Letra C - incorreta, tendo em vista que a
assistência aos filhos e dependentes não é até os 6 (seis) anos de idade.

Gabarito: Letra A.

3. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Os direitos sociais são uma


garantia constante da Constituição Federal de 1988, entre os quais se encontra previsto o

a) direito à moradia.

b) direito das presidiárias de permanecer com seus filhos durante o período da amamentação.

c) direito à propriedade.

d) direito à gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de óbito.

e) direito à assistência jurídica integral e gratuita.

Comentários

O rol dos direitos sociais está previsto no artigo 6º da CF/88:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,


o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Nesse sentido, o gabarito da questão é a alternativa A.

Gabarito: Letra A.

4. (CEBRASPE/2022/TRT 8ª Região/Técnico Judiciário) Conforme o texto constitucional, é


direito dos trabalhadores urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

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a) empregado, sem excluir a indenização a cargo do empregador, quando incorrer em dolo.

b) empregado, sem excluir a indenização a cargo do empregador, quando incorrer em dolo ou


culpa.

c) empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa.

d) empregador, excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em culpa.

e) empregador, excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo.

Comentários

O artigo 7º, XXVIII, da CF/88, dispõe sobre o seguro contra acidente de trabalho dos
trabalhadores urbanos e rurais. Vejamos:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

A alternativa C praticamente replica o texto constitucional e, portanto, é o gabarito da questão.

Gabarito: Letra C.

5. (Cespe/2016/INSS/Analista Serviço Social) Com referência à CF e às políticas de


seguridade, julgue o item subsecutivo.

O artigo da CF que prevê os direitos sociais, em consonância com a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, de 1948, ainda que represente uma conquista, deixou de contemplar o
direito básico à moradia ao cidadão brasileiro.

Comentários

Gabarito: ERRADO

A moradia é expressamente prevista como direito social no art. 6º, caput, da CF/88:

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Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,


o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a


uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de
transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em
lei, observada a legislação fiscal e orçamentária

6. (Cespe/2015/STJ/Nível Superior) No que concerne aos princípios fundamentais da


República Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

A garantia do mínimo existencial, que decorre da proteção constitucional à dignidade da pessoa


humana, restringe a invocação da reserva do possível como óbice à concretização do acesso aos
direitos sociais.

Comentários

GABARITO: CERTO.

O mínimo existencial diz respeito ao chamado patamar mínimo civilizatório, às condições mais
básicas que devem ser garantidas pelo Estado a todos que fazem parte da sociedade. A reserva
do possível busca equacionar o atendimento das necessidades da sociedade a partir das
condições financeiras do Estado, mas essa alegação é mitigada quando se trata do atendimento
do mínimo necessário, uma vez que prevalece, no caso, o princípio da dignidade da pessoa
humana.

7. (Cespe/2012/Anac/Especialista) Os direitos sociais são assegurados constitucionalmente,


de modo que sua concretização independe da existência de recursos financeiros.

Comentários

Gabarito: ERRADO

O Estado pode utilizar-se da Reserva do Possível a fim de limitar um direito? Sim. Ele não pode
limitar a tal ponto de atingir o mínimo existencial do ser humano, violando a sua dignidade.

Assim, não é lícito que ele negue um medicamento de alto custo, baseado no direito social da
saúde, mas é lícito que ele insira uma pessoa que não possui residência na fila de espera por
uma moradia, já que não é possível que ele compre uma casa imediatamente a um cidadão e
nem que a pessoa fure a fila do direito de moradia.

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8. (Cespe/2016/INSS/Analista Serviço Social) Julgue o item a seguir, que se refere aos


direitos e garantias fundamentais previstos na CF e à administração pública.

Recentemente, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais previstos na CF, que já
contemplava, entre outros, o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e à previdência social, bem
como a assistência aos desamparados.

Comentários

Gabarito: CERTO

Quando da promulgação da CF/88, eram direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

Depois de emendada a CF/88, hoje, eles são: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88)

9. (Cespe/2008/TRT 5ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item a seguir, que


versa acerca dos direitos constitucionais dos trabalhadores.

O direito à licença paternidade também é assegurado à categoria dos empregados domésticos.

Comentários

GABARITO: CERTO.

O direito à licença paternidade é um direito estendido aos trabalhadores domésticos, conforme


previsto no parágrafo único do art. 7º da CF/1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os


direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e

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acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos


incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

10. (Cespe/2008/TRT 5ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos


sociais, julgue o seguinte item.

Segundo a CF, o trabalhador tem direito ao gozo de férias anuais remuneradas com um
adicional de, pelo menos, um sexto do salário normal.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Conforme a CF/1988, o adicional de férias é de, no mínimo, 1/3 do salário normal do


==5617c==

trabalhador, não 1/6:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

11. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


expressamente garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Distinção entre o trabalho técnico, manual e intelectual, aposentadoria e repouso semanal


remunerado, preferencialmente aos domingos.

Comentários

GABARITO: "Errado"

É vedada, e não garantida, a distinção entre o trabalho técnico, manual e intelectual, nos termos
do art. 7º, inciso XXXII, da CF/1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;

12. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


expressamente garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

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Proteção em face da automação, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e licença à


gestante, sem prejuízo do emprego e do salário.

Comentários

GABARITO: "CERTO”

Os direitos arrolados no item estão previstos nos incisos XVIII, XXI e XXVII do art. 7º da CF/1988
como garantias aos trabalhadores urbanos e rurais:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de


cento e vinte dias;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

13. (Cespe/2016/TRT 8/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Os direitos sociais assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos incluem a proteção do


mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos e piso salarial proporcional à
extensão e à complexidade do trabalho, atendidas as condições estabelecidas em lei.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Vejamos o que dispõe o art. 7º, incisos V e XX e parágrafo único, da CF/1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,


nos termos da lei;

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os


direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e

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observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e


acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

A proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, e o piso salarial


proporcional à extensão e à complexidade do trabalho, atendidas as condições estabelecidas
em lei, são direitos dos trabalhadores rurais previstos nos incisos XX e V do art. 7º da CF/1988,
respectivamente.

Todavia, esses direitos não foram estendidos para os trabalhadores domésticos, pois não estão
incluídos na previsão do parágrafo único do art. 7º da CF/1988.

14. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


expressamente garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Seguro-desemprego, irredutibilidade do salário, salvo exceção prevista em convenção ou acordo


coletivo, e anotação do contrato de emprego na CTPS.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A anotação da CTPS não está expressamente prevista como direito dos trabalhadores urbanos e
rurais na CF/1988.

15. (Cespe/2013/TRT 8/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


expressamente garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Salário mínimo fixado em lei e nacionalmente unificado, licença-paternidade e coincidência do


período de férias no trabalho com as férias escolares, se o trabalhador tiver menos de dezoito
anos de idade.

Comentários

GABARITO: “ERRADO"

A CF/1988 não fixa a duração mínima do intervalo intrajornada.

A coincidência do período de férias do trabalho com as férias escolares, se o trabalhador tiver


menos de 18 anos de idade, não está expressamente prevista na CF/1988.

16. (Cespe/2016/TRT 8/Analista Judiciário – Área Administrativa) Com base no disposto na


CF, julgue o item em relação aos direitos trabalhistas.

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Admite-se o trabalho formal de menores de dezesseis anos de idade na condição de aprendiz.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

O trabalho na condição de aprendiz é possível a partir dos 14 anos. Logo, o menor de 16 anos
pode trabalhar formalmente nessa condição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e


de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;

17. (Cespe/2016/TRT 8) Com base no disposto na CF, julgue o item em relação aos direitos
trabalhistas.

Depende de previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho a remuneração do trabalho


noturno superior ao diurno.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A remuneração do trabalho noturno superior ao diurno não depende de negociação coletiva


(convenção ou acordo coletivo de trabalho), pois já está prevista no art. 7º, inciso IX, da
CF/1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

18. (Cespe/2016/TRT 8) Com base no disposto na CF, julgue o item em relação aos direitos
trabalhistas.

É assegurado ao empregado o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos.

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Comentários

GABARITO: “ERRADO”.

O repouso semanal remunerado é preferencialmente, não obrigatoriamente, aos domingos,


conforme o art. 7º, inciso XV, da CF/1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

19. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) É considerado direito social


previsto na Constituição Federal de 1988
A) O décimo terceiro salário com base no salário básico.
B) o salário-família pago em razão do dependente do trabalhador, independentemente da renda
auferida.
C) A assistência aos desamparados, na forma da Constituição.
D) O salário-mínimo, sendo permitida sua vinculação para qualquer fim.
E) O seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário ou involuntário.
Comentários:

Letra A – incorreta. É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social, o décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria (art. 6º, VIII, da CF/88).

Letra B – incorreta. O salário-família é pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda, nos termos da lei (art. 6º, XII, da CF/88).

Letra C – correta. É o teor do art. 6º, caput, da CF/88. Vejamos:

Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição

Letra D – incorreta. Em verdade, é vedada a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim, de


acordo com o art. 7º, IV, da CF/88. Vejamos:

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Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)

IV – salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas


necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

Letra E – incorreta. É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social, seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário
(art. 7º, II, da CF/88).

Gabarito: letra C.

Liberdade de Associação Profissional ou Sindical (art. 8º da CF/88)

20. (Cespe/2015/STJ/Nível Superior) No que concerne aos princípios fundamentais da


República Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

O princípio da unicidade, que veda a criação, na mesma base territorial, de mais de uma
organização sindical representativa de mesma categoria profissional, não alcança entidades que,
no âmbito de um mesmo município, mas em bairros distintos, representem mesma profissão.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A base territorial mínima dos sindicatos é a área de um município, consoante o art. 8º, inciso II,
da CF/1988:

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,


representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;

21. (Cespe/2004/STM/AJAA) A 11.ª Vara do Trabalho de Brasília – DF prolatou sentença em


reclamação trabalhista proposta pela empregada doméstica Marta Silva contra o servidor
público André Duarte, analista judiciário do STM, na qual foi reconhecido o vínculo de
emprego entre as partes no período de 16/1/2003 a 30/7/2004, julgando-se procedentes os
pedidos formulados na petição inicial.

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Considerando a situação hipotética acima, julgue o item subseqüente, relativo aos direitos
sociais previstos na Constituição Federal.

Para ingressar na justiça, Marta deverá seguir os ditames constitucionais e filiar-se


obrigatoriamente ao sindicato que abrange a área de sua residência.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A CF/1988 estabelece que a filiação a sindicato é faculdade do trabalhador, inexistindo


obrigação de adesão à entidade representante do empregado como condição para ajuizamento
de reclamação trabalhista.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

(...)

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

22. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) Em relação aos direitos sociais disciplinados pela CF, julgue:

O sindicalizado aposentado tem o direito de votar, mas não pode compor chapa do seu
sindicato.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O sindicalizado também tem direito de ser votado, conforme o art. 8º, inciso VII, da CF/1988:

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

23. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) Em relação aos direitos sociais disciplinados pela CF, julgue:

O sindicato não tem legitimidade para defender interesses individuais da categoria em questões
administrativas.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O sindicato também possui legitimidade para defender interesses individuais da categoria em


questões administrativas, conforme o art. 8º, inciso III, da CF/1988:

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III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

24. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) A cobrança de contribuição sindical para custeio do sistema


confederativo afasta a possibilidade de se instituir, por assembléia, contribuição da categoria
de empregado.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

É possível a instituição, por assembleia, de contribuição da categoria de empregado, nos termos


do inciso IV do art. 8º da CF/1988:

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em
lei;

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Complete as colunas a seguir, a respeito do rol de direitos sociais trazidos pelo art. 6º da
Constituição Federal:
São direitos sociais a educação, a saúde, a ____(a)____, o trabalho, a moradia, o transporte, o
____(b)____, a segurança, a ____(c)____ social, a proteção à ____(d)____ e à infância, a assistência
aos ____(e)____, na forma desta Constituição.
2. Qual a geração dos direitos fundamentais que predomina nos direitos sociais?
3. A lista de direitos sociais prevista no art. 6º da CF é exaustiva ou exemplificativa?
4. Complete as colunas a seguir, a respeito da renda básica familiar tratada pelo art. 6º, parágrafo
único, da Constituição Federal:
Todo brasileiro em situação de ____(a)____ social terá direito a uma renda básica familiar,
garantida pelo poder público em programa ____(b)____ de transferência de ____(c)____, cujas

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normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação ____(d)____ e


orçamentária.
5. Quais brasileiros terão direito a uma renda básica familiar? Como essa renda será garantida
pelo poder público?
6. O que é a teoria da reserva do possível?
7. Os direitos de segunda geração possuem eficácia maior ou menor que os de primeira? Por
quê?
8. O que é a teoria do mínimo existencial?
9. O que preconiza o princípio da vedação ao retrocesso?
10. Explique a teoria das “escolhas trágicas” no âmbito dos direitos sociais?
11. Complete as colunas a seguir, a respeito do rol de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais
trazidos pelo art. 7º da Constituição Federal:
11.1. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
____(a)____ social:
11.1.1. relação de emprego protegida contra despedida ____(b)____ ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
11.1.2. seguro-desemprego, em caso de desemprego ____(c)____;
11.1.3. fundo de ____(d)____ do tempo de serviço;
11.1.4. salário-mínimo , fixado em lei, nacionalmente ____(e)____, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
11.1.5. piso ____(f)____ proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
11.1.6. irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou ____(g)____ coletivo;
11.1.7. garantia de ____(h)____, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
11.1.8. décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da ____(i)____;
11.1.9. remuneração do trabalho noturno superior à do ____(j)____;
11.1.10. proteção do salário na forma da lei, constituindo ____(k)____ sua retenção dolosa;
11.1.11. participação nos ____(l)____, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
11.1.12. salário-____(m)____ pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;

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11.1.13. duração do trabalho normal não superior a ____(n)____ horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
11.1.14. jornada de ____(o)____ horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
11.1.15. repouso semanal remunerado, ____(p)____ aos domingos;
11.1.16. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em ____(q)____ por cento à
do normal;
11.1.17. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um ____(r)____ a mais do que o
salário normal;
11.1.18. licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
____(s)____ dias;
11.1.19. licença-____(t)____, nos termos fixados em lei;
11.1.20. proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos ____(u)____, nos termos
da lei;
11.1.21. aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de ____(v)____ dias, nos
termos da lei;
11.1.22. redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, ____(x)____ e
segurança;
11.1.23. adicional de remuneração para as atividades ____(z)____, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
11.1.24. aposentadoria;
11.1.25. assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até ____(A)____ anos
de idade em creches e pré-escolas;
11.1.26. reconhecimento das convenções e ____(B)____ coletivos de trabalho;
11.1.27. proteção em face da ____(C)____, na forma da lei;
11.1.28. seguro contra ____(D)____ de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
11.1.29. ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de ____(E)____ anos após a
extinção do contrato de trabalho;
11.1.30. proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, ____(F)____, cor ou estado civil;
11.1.31. proibição de qualquer discriminação no tocante a ____(G)____ e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;

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11.1.32. proibição de distinção entre trabalho manual, ____(H)____ e intelectual ou entre os


profissionais respectivos;
11.1.33. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de ____(I)____ anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
11.1.34. igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador ____(J)____.
12. Os trabalhadores possuem direito à segurança no emprego?
13. Fábio pediu demissão de seu emprego por livre e espontânea vontade. Nesse caso, possui
direito a seguro desemprego?
14. Todos os trabalhadores têm direito ao salário-família?
15. Qual a relação entre a remuneração do trabalho noturno e a do diurno? E entre a do serviço
extraordinário e a do normal?
16. O encargo do seguro contra acidentes de trabalho, por parte do empregador, o exime de
indenização ao empregado?
17. É possível o trabalho de um adolescente de 15 anos?
18. Quais direitos constitucionais dos trabalhadores urbanos e rurais não foram estendidos aos
empregados domésticos?
19. Complete as colunas a seguir, a respeito da livre associação profissional ou sindical tratada
pelo art. 8º da Constituição Federal.
19.1. a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de ____(a)____, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a ____(b)____ na
organização sindical;
19.2. é vedada a criação de mais de ____(c)____ organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base ____(d)____, que será
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município;
19.3. ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou ____(e)____;
19.4. a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para ____(f)____ do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, ____(g)____ da contribuição prevista em lei;
19.5. ____(h)____ será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
19.6. é obrigatória a participação dos sindicatos nas ____(i)____ coletivas de trabalho;
19.7. o ____(j)____ filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

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19.8. é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do ____(k)____ da candidatura


a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que ____(l)____, até um ano
após o ____(m)____ do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
20. Quantos sindicatos da mesma categoria profissional podem coexistir em uma mesma base
territorial?
21. Qual a diferença entre as contribuições confederativa e sindical?
22. O direito de greve é absoluto?
23. Em uma empresa com 180 empregados deve haver eleição de um representante destes para
promover o entendimento direto com os empregadores?

Perguntas com respostas

1. Complete as colunas a seguir a respeito do rol de direitos sociais trazidos pelo art. 6º da
Constituição Federal:
São direitos sociais a educação, a saúde, a ____(a)____, o trabalho, a moradia, o transporte, o
____(b)____, a segurança, a ____(c)____ social, a proteção à ____(d)____ e à infância, a assistência
aos ____(e)____, na forma desta Constituição.
(a) alimentação (b) lazer (c) previdência (d) maternidade (e) desamparados

2. Qual a geração dos direitos fundamentais que predomina nos direitos sociais?

Direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma “obrigação de fazer”, uma
obrigação de ofertar prestações positivas (ações) em favor dos mais necessitados, visando
concretizar a igualdade material (valor-fonte igualdade).

3. A lista de direitos sociais prevista no art. 6º da CF é exaustiva ou exemplificativa?

Trata-se de rol exemplificativo - há outros direitos sociais espalhados pelo texto constitucional1.

4. Complete as colunas a seguir, a respeito da renda básica familiar tratada pelo art. 6º, parágrafo
único, da Constituição Federal:
Todo brasileiro em situação de ____(a)____ social terá direito a uma renda básica familiar,
garantida pelo poder público em programa ____(b)____ de transferência de ____(c)____, cujas
normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação ____(d)____ e
orçamentária.
(a) vulnerabilidade (b) permanente (c) renda (d) fiscal

1
STF – ADI 639.

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5. Quais brasileiros terão direito a uma renda básica familiar? Como essa renda será garantida
pelo poder público?

Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social (art. 6º, parágrafo único, da CF/88). A renda
básica familiar será garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de
renda (art. 6º, parágrafo único, da CF/88).

Vale acrescentar que as normas e requisitos de acesso de tal programa serão determinados em
lei, observada a legislação fiscal e orçamentária (art. 6º, parágrafo único, da CF/88).

6. O que é a teoria da reserva do possível?

Consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar os direitos sociais, mas apenas “na medida do
financeiramente possível”, determinando, assim, os limites em que o Estado deixa de ser obrigado
a dar efetividade aos direitos sociais, não sendo lícito ao Poder Público, por outro lado,
simplesmente alegar genericamente que não possui recursos orçamentários: são imprescindíveis
a demonstração objetiva da inexistência de recursos públicos, bem como a falta de previsão
orçamentária da respectiva despesa.

7. Os direitos de segunda geração possuem eficácia maior ou menor que os de primeira? Por quê?

Em razão de somente poderem ser concretizados com a execução eficiente de políticas públicas,
bem como por estarem sujeitos à reserva do possível, os direitos de segunda geração possuem
uma carga de eficácia menor que os direitos de primeira geração que, inclusive, dependem
essencialmente de “obrigações de não fazer” do Estado.

8. O que é a teoria do mínimo existencial?

Essa teoria preconiza que o Estado, em seu dever de concretizar os direitos sociais, deve garantir,
pelo menos, as prestações essenciais ao ser humano que lhe assegurem uma existência digna – o
mínimo existencial, que emana do postulado da dignidade da pessoa humana.

Assim, o mínimo existencial atua de forma a limitar a cláusula da reserva do possível, na medida
em que os gastos públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial
e, somente após isso, o Estado poderá realizar outros investimentos.

Diante do exposto, a reserva do possível somente pode ser invocada pelo Estado após ele ter
garantido o mínimo existencial.

9. O que preconiza o princípio da vedação ao retrocesso?

Preconiza que seja evitada a desconstituição das conquistas sociais já alcançadas pelo cidadão:
tais conquistam passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo,

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limitando o legislador e exigindo a realização de uma política condizente com tais direitos, sendo
inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a criação de outros esquemas alternativos
ou compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu núcleo essencial2.

10. Explique a teoria das “escolhas trágicas” no âmbito dos direitos sociais?

A concretização dos direitos sociais exige o dispêndio de recursos públicos, que são escassos e
não são capazes de atender a todas as demandas.

Assim, ao atender a determinadas necessidades, o Estado acabará invariavelmente deixando de


atender a outras, ou seja, estará sempre diante de um estado de tensão em que deverá realizar
“escolhas trágicas” na concretização de direitos sociais.

11. Complete as colunas a seguir, a respeito do rol de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais
trazidos pelo art. 7º da Constituição Federal:
11.1. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
____(a)____ social:
11.1.1. relação de emprego protegida contra despedida ____(b)____ ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
11.1.2. seguro-desemprego, em caso de desemprego ____(c)____;
11.1.3. fundo de ____(d)____ do tempo de serviço;
11.1.4. salário-mínimo , fixado em lei, nacionalmente ____(e)____, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
11.1.5. piso ____(f)____ proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
11.1.6. irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou ____(g)____ coletivo;
11.1.7. garantia de ____(h)____, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
11.1.8. décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da ____(i)____;
11.1.9. remuneração do trabalho noturno superior à do ____(j)____;
11.1.10. proteção do salário na forma da lei, constituindo ____(k)____ sua retenção dolosa;
11.1.11. participação nos ____(l)____, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

2
CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7ª ed., Coimbra: Almedina, 2003,
11 reimp. p. 340.

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11.1.12. salário-____(m)____ pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos


termos da lei;
11.1.13. duração do trabalho normal não superior a ____(n)____ horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
11.1.14. jornada de ____(o)____ horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
11.1.15. repouso semanal remunerado, ____(p)____ aos domingos;
11.1.16. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em ____(q)____ por cento à
do normal;
11.1.17. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um ____(r)____ a mais do que o
salário normal;
11.1.18. licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
____(s)____ dias;
11.1.19. licença-____(t)____, nos termos fixados em lei;
11.1.20. proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos ____(u)____, nos termos
da lei;
11.1.21. aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de ____(v)____ dias, nos
termos da lei;
11.1.22. redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, ____(x)____ e
segurança;
11.1.23. adicional de remuneração para as atividades ____(z)____, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
11.1.24. aposentadoria;
11.1.25. assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até ____(A)____ anos
de idade em creches e pré-escolas;
11.1.26. reconhecimento das convenções e ____(B)____ coletivos de trabalho;
11.1.27. proteção em face da ____(C)____, na forma da lei;
11.1.28. seguro contra ____(D)____ de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
11.1.29. ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de ____(E)____ anos após a
extinção do contrato de trabalho;
11.1.30. proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, ____(F)____, cor ou estado civil;

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11.1.31. proibição de qualquer discriminação no tocante a ____(G)____ e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência;
11.1.32. proibição de distinção entre trabalho manual, ____(H)____ e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
11.1.33. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de ____(I)____ anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
anos;
11.1.34. igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador ____(J)____.
(a) condição (b) arbitrária (c) involuntário (d) garantia (e) unificado
(f) salarial (g) acordo (h) salário (i) aposentadoria (j) diurno
(k) crime (l) lucros (m) família (n) oito (o) seis
(p) preferencialmente (q) cinquenta (r) terço (s) vinte (t) paternidade
(u) específicos (v) trinta (x) higiene (z) penosas (A) cinco
(B) acordos (C) automação (D) acidentes (E) dois (F) idade
(G) salário (H) técnico (I) dezesseis (J) avulso

12. Os trabalhadores possuem direito à segurança no emprego?

Sim, esse direito está previsto no inciso I do art. 7º da CF:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;

13. Fábio pediu demissão de seu emprego por livre e espontânea vontade. Nesse caso, possui
direito a seguro desemprego?

Não, o seguro desemprego só o devido em caso de desemprego involuntário (CF, art. 7º, II).

14. Todos os trabalhadores têm direito ao salário-família?

Não, apenas os de baixa renda, nos termos da lei (CF, art. 7º, XII).

15. Qual a relação entre a remuneração do trabalho noturno e a do diurno? E entre a do serviço
extraordinário e a do normal?

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A CF impõe apenas que a remuneração do trabalho noturno será maior que a do diurno (art. 7º,
IX). Por sua vez, para a remuneração do serviço extraordinário e a do normal, estabelece que
aquela será superior, pelo menos, em 50% à deste (art. 7º, XVI).

16. O encargo do seguro contra acidentes de trabalho, por parte do empregador, o exime de
indenização ao empregado?

Não, se o empregador incorrer em dolo ou culpa (art. 7º, XXVIII).

17. É possível o trabalho de um adolescente de 15 anos?

Sim, a partir dos 14 anos já é possível, mas somente na condição de aprendiz (art. 7º, XXXIII). A
partir dos dezesseis anos, pode realizar qualquer trabalho que não seja noturno, perigoso ou
insalubre.

18. Quais direitos constitucionais dos trabalhadores urbanos e rurais não foram estendidos aos
empregados domésticos?

De acordo com o parágrafo único do art. 7º da CF:

a) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

b) Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

c) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,


salvo negociação coletiva;

d) Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da


lei;

e) Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da


lei;

f) Proteção em face da automação, na forma da lei;

g) Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;

h) Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais


respectivos;

i) Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o


trabalhador avulso.

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19. Complete as colunas a seguir, a respeito da livre associação profissional ou sindical tratada
pelo art. 8º da Constituição Federal.
19.1. a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de ____(a)____, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a ____(b)____ na
organização sindical;
19.2. é vedada a criação de mais de ____(c)____ organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base ____(d)____, que será
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município;
19.3. ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou ____(e)____;
19.4. a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
==5617c==

será descontada em folha, para ____(f)____ do sistema confederativo da representação sindical


respectiva, ____(g)____ da contribuição prevista em lei;
19.5. ____(h)____ será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
19.6. é obrigatória a participação dos sindicatos nas ____(i)____ coletivas de trabalho;
19.7. o ____(j)____ filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
19.8. é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do ____(k)____ da candidatura
a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que ____(l)____, até um ano
após o ____(m)____ do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
(a) sindicato (b) intervenção (c) uma (d) territorial
(e) administrativas (f) custeio (g) independentemente (h) ninguém
(i) negociações (j) aposentado (k) registro (l) suplente
(m) final

20. Quantos sindicatos da mesma categoria profissional podem coexistir em uma mesma base
territorial?

Apenas um! Isso se dá em razão do princípio da unicidade da organização social previsto no inciso
II do art. 8º da CF:

Art. 8º, II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;

21. Qual a diferença entre as contribuições confederativa e sindical?

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A contribuição confederativa é fundada no inciso IV do art. 8º, possui caráter facultativo (só é
devida pelos trabalhadores filiados ao sindicato) e é fixada em assembleia geral, conforme a
seguir:

Art. 8º, IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

Por sua vez, a contribuição sindical possui fundamento no final do art. 8º, inciso IV
(“independentemente da contribuição prevista em lei”) em conjunto com o art. 149 da CF:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção


no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.

Assim, a contribuição sindical deve ser fixada em lei.

A CLT previa que a contribuição sindical possuía caráter compulsório a todos os trabalhadores,
inclusive aos não filiados ao sindicato, tendo natureza de tributo, conforme entendimento do STF 3.

Entretanto, com as alterações ocorridas na CLT em razão do advento da reforma trabalhista (Lei
13.467/2017), a contribuição sindical não é mais obrigatória a todos os trabalhadores, mas
somente àqueles que autorizem prévia e expressamente o seu recolhimento.

22. O direito de greve é absoluto?

Não, já que haverá definição por lei dos serviços ou atividades essenciais, bem como do
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (CF, art. 9º, § 1º).

Além disso, os abusos cometidos no exercício do direito de greve sujeitarão os responsáveis às


penas da lei (CF, art. 9º, § 2º).

23. Em uma empresa com 180 empregados deve haver eleição de um representante destes para
promover o entendimento direto com os empregadores?

Não, essa garantia só incide sobre empresas com mais de 200 empregados (CF, art. 11) –
memorize esse número!

3
STF – RE 198.092.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

Rol dos direitos sociais (art. 6º da CF/88)

1. (CEBRASPE/2022/MPCM-PA) Com relação aos direitos sociais previstos na Constituição Federal de


1988 (CF), assinale a opção correta.

a) relação de emprego é protegida contra dispensa arbitrária, nos termos de lei ordinária federal, que
preverá indenização compensatória.

b) É garantida a percepção de salário-mínimo, nacionalmente unificado, para as praças prestadoras de


serviço militar inicial.

c) É assegurada a participação nos lucros ou resultados, vinculada à remuneração do trabalhador.

d) É garantida a assistência gratuita aos filhos até 3 (três) anos de idade em creches e pré-escolas.

e) É direito do trabalhador o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, além de


indenização a que este está obrigado, em caso de dolo ou culpa.

2. (CEBRASPE /2022/POLITEC-RO/Agente de Criminalística) Em relação aos direitos sociais previstos na


CF, assinale a opção correta.

a) É garantida a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do serviço normal.

b) Não é possível a redução de salário do trabalhador.

c) É garantida a assistência gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador, desde o nascimento até seis
anos de idade, em creches e pré-escolas.

d) Não é possível o estabelecimento de pisos salariais diferentes, independentemente da complexidade do


trabalho.

e) O adicional de férias não poderá ultrapassar um terço do salário normal.

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3. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Os direitos sociais são uma garantia


constante da Constituição Federal de 1988, entre os quais se encontra previsto o

a) direito à moradia.

b) direito das presidiárias de permanecer com seus filhos durante o período da amamentação.

c) direito à propriedade.

d) direito à gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de óbito.

e) direito à assistência jurídica integral e gratuita.


==5617c==

4. (CEBRASPE/2022/TRT 8ª Região/Técnico Judiciário) Conforme o texto constitucional, é direito dos


trabalhadores urbanos e rurais o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

a) empregado, sem excluir a indenização a cargo do empregador, quando incorrer em dolo.

b) empregado, sem excluir a indenização a cargo do empregador, quando incorrer em dolo ou culpa.

c) empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

d) empregador, excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em culpa.

e) empregador, excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo.

5. (Cespe/2016/INSS/Analista Serviço Social) Com referência à CF e às políticas de seguridade, julgue o


item subsecutivo.

O artigo da CF que prevê os direitos sociais, em consonância com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, de 1948, ainda que represente uma conquista, deixou de contemplar o direito básico à moradia
ao cidadão brasileiro.

6. (Cespe/2015/STJ/Nível Superior) No que concerne aos princípios fundamentais da República


Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

A garantia do mínimo existencial, que decorre da proteção constitucional à dignidade da pessoa humana,
restringe a invocação da reserva do possível como óbice à concretização do acesso aos direitos sociais.

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7. (Cespe/2012/Anac/Especialista) Os direitos sociais são assegurados constitucionalmente, de modo


que sua concretização independe da existência de recursos financeiros.

8. (Cespe/2016/INSS/Analista Serviço Social) Julgue o item a seguir, que se refere aos direitos e
garantias fundamentais previstos na CF e à administração pública.

Recentemente, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais previstos na CF, que já contemplava,
entre outros, o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e à previdência social, bem como a assistência aos
desamparados.

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88)

9. (Cespe/2008/TRT 5ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item a seguir, que versa
acerca dos direitos constitucionais dos trabalhadores.

O direito à licença paternidade também é assegurado à categoria dos empregados domésticos.

10. (Cespe/2008/TRT 5ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos sociais, julgue
o seguinte item.

Segundo a CF, o trabalhador tem direito ao gozo de férias anuais remuneradas com um adicional de, pelo
menos, um sexto do salário normal.

11. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos expressamente
garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Distinção entre o trabalho técnico, manual e intelectual, aposentadoria e repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos.

12. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos expressamente
garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Proteção em face da automação, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e licença à gestante, sem
prejuízo do emprego e do salário.

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13. (Cespe/2016/TRT 8/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Os direitos sociais assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos incluem a proteção do mercado
de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos e piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho, atendidas as condições estabelecidas em lei.

14. (Cespe/2013/TRT 8ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos expressamente
garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Seguro-desemprego, irredutibilidade do salário, salvo exceção prevista em convenção ou acordo coletivo, e


anotação do contrato de emprego na CTPS.

15. (Cespe/2013/TRT 8/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos expressamente
garantidos pela CF aos trabalhadores urbanos e rurais, julgue:

Salário mínimo fixado em lei e nacionalmente unificado, licença-paternidade e coincidência do período de


férias no trabalho com as férias escolares, se o trabalhador tiver menos de dezoito anos de idade.

16. (Cespe/2016/TRT 8/Analista Judiciário – Área Administrativa) Com base no disposto na CF, julgue o
item em relação aos direitos trabalhistas.

Admite-se o trabalho formal de menores de dezesseis anos de idade na condição de aprendiz.

17. (Cespe/2016/TRT 8) Com base no disposto na CF, julgue o item em relação aos direitos trabalhistas.

Depende de previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho a remuneração do trabalho noturno


superior ao diurno.

18. (Cespe/2016/TRT 8) Com base no disposto na CF, julgue o item em relação aos direitos trabalhistas.

É assegurado ao empregado o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos.

19. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) É considerado direito social previsto na


Constituição Federal de 1988
A) O décimo terceiro salário com base no salário básico.

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B) o salário-família pago em razão do dependente do trabalhador, independentemente da renda auferida.


C) A assistência aos desamparados, na forma da Constituição.
D) O salário-mínimo, sendo permitida sua vinculação para qualquer fim.
E) O seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário ou involuntário.

Liberdade de Associação Profissional ou Sindical (art. 8º da CF/88)

20. (Cespe/2015/STJ/Nível Superior) No que concerne aos princípios fundamentais da República


Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais, julgue o item.

O princípio da unicidade, que veda a criação, na mesma base territorial, de mais de uma organização
sindical representativa de mesma categoria profissional, não alcança entidades que, no âmbito de um
mesmo município, mas em bairros distintos, representem mesma profissão.

21. (Cespe/2004/STM/AJAA) A 11.ª Vara do Trabalho de Brasília – DF prolatou sentença em reclamação


trabalhista proposta pela empregada doméstica Marta Silva contra o servidor público André Duarte,
analista judiciário do STM, na qual foi reconhecido o vínculo de emprego entre as partes no período
de 16/1/2003 a 30/7/2004, julgando-se procedentes os pedidos formulados na petição inicial.

Considerando a situação hipotética acima, julgue o item subseqüente, relativo aos direitos sociais previstos
na Constituição Federal.

Para ingressar na justiça, Marta deverá seguir os ditames constitucionais e filiar-se obrigatoriamente ao
sindicato que abrange a área de sua residência.

22. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) Em relação aos direitos sociais disciplinados pela CF, julgue:

O sindicalizado aposentado tem o direito de votar, mas não pode compor chapa do seu sindicato.

23. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) Em relação aos direitos sociais disciplinados pela CF, julgue:

O sindicato não tem legitimidade para defender interesses individuais da categoria em questões
administrativas.

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24. (Cespe/2008/TRT 1/AJOJ) A cobrança de contribuição sindical para custeio do sistema


confederativo afasta a possibilidade de se instituir, por assembléia, contribuição da categoria de
empregado.

Gabarito

1. Letra A 9. CORRETA 17. ERRADA


2. Letra A 10. ERRADA 18. ERRADA
3. Letra A 11. ERRADA 19. Letra C
4. Letra C 12. CORRETA 20. ERRADA
5. ERRADA 13. ERRADA 21. ERRADA
6. CORRETO 14. ERRADA 22. ERRADA
7. ERRADA 15. ERRADA 23. ERRADA
8. CORRETA 16. CORRETA 24. ERRADA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Espécies de nacionalidade - brasileiros natos e naturalizados (art.
44,0%
12, I e II da CF/88).
Portugueses com residência permanente no Brasil (art. 12, § 1º da
0,0%
CF/88)
Cláusula de vedação à distinção pela lei entre brasileiros natos e
12%
naturalizados (art. 12, § 2º da CF/88)
Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º da CF/88) 32,0%
Perda da nacionalidade (art. 12, § 4º da CF/88) 12,0%
Símbolos e idioma (art. 13 da CF/88) 0,0%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem preparado no assunto, você precisa, basicamente, seguir os passos a
seguir:

1. A maior parte das questões sobre o assunto diz respeito à literalidade da Constituição (tenha
uma sempre com você, para realizar suas leituras, grifos e anotações). Assim, o mais importante
aqui é ler e reler a literalidade dos arts. 12 e 13 da CF/88, atentando-se aos seguintes pontos,
buscando memorizá-los aos poucos:

Espécies de nacionalidade – brasileiros natos e naturalizados (art. 12, incisos I e II, da CF/88)

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde


que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

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O inciso I trata da nacionalidade originária (ou primária) e, o inciso II, da nacionalidade derivada
(ou secundária).

No inciso I, “a”, a CF/88 adotou o critério ius solis (origem territorial) para que o indivíduo seja
considerado brasileiro nato.

No inciso I, “b”, a CF/88 adotou o critério ius sanguinis (origem sanguínea) em conjunto com um
critério funcional, em que um dos pais brasileiros do nascido no estrangeiro deve estar a serviço
da República Federativa do Brasil, para que seja considerado brasileiro nato.

No inciso I, “c”, a CF/88 adotou o critério ius sanguinis (origem sanguínea) em conjunto com duas
condições alternativas para que o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira
seja considerado brasileiro nato:
==5617c==

i. seja registrado em repartição brasileira competente;

ii. venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira (esse último caso é chamado de “nacionalidade potestativa”).

No caso do inciso II, alínea “a” (naturalização ordinária), o mero cumprimento dos requisitos
exigidos não garante ao estrangeiro a aquisição da nacionalidade brasileira, porque a concessão
da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo.

No caso do inciso II, alínea “b” (naturalização extraordinária), o interessado possui direito subjetivo
à nacionalidade brasileira caso cumpra os requisitos exigidos.

Não há caso previsto de naturalização tácita na CF/88, somente expressa.

Um tipo de questão de prova recorrente aqui é aquele que apresenta uma situação hipotética
para o candidato analisar da seguinte forma: “no caso narrado, fulano pode ser considerado
brasileiro nato/naturalizado?”.

Portugueses com residência permanente no Brasil (art. 12, § 1º, da CF/88)

Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Nesse caso não há atribuição de nacionalidade aos portugueses – eles passam a gozar dos mesmos
direitos do brasileiro naturalizado, sem necessidade de obter a nacionalidade.

Muito cuidado! A CF/88 trata, neste ponto do conteúdo, especificamente sobre os “portugueses”,
não sobre os “originários de países de língua portuguesa”, que são mencionados pela

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Constituição para tratar de uma hipótese de aquisição de nacionalidade derivada (alínea “a” do
inciso II do art. 12).

Vedação à distinção pela lei entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 2º, da CF/88)

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

Trata-se de uma vedação à lei, não à Constituição Federal – inclusive a CF/88 estabelece casos de
tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado: cargos (art. 12, § 3º), extradição
(inciso LI do art. 5º), função no Conselho da República (inciso VII do art. 89) e direito de
propriedade (art. 222).

Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º, da CF/88)

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

No âmbito do Senado e da Câmara dos Deputados, apenas seus presidentes necessitam ser
brasileiros natos, os demais parlamentares podem ser brasileiros naturalizados, conforme se
depreende dos incisos I e II;

No âmbito do STF, todos os ministros precisam ser brasileiros natos, não somente o presidente
da Corte (em razão do previsto no inciso IV);

Como os portugueses equiparados recebem tratamento de brasileiro naturalizado, não podem


ocupar cargos privativos de brasileiro nato.

Perda da nacionalidade (art. 12, § 4º, da CF/88)

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

O rol do § 4º é taxativo, ou seja, somente nas hipóteses nele elencadas poderá haver a perda
da nacionalidade. Isso significa, também, que outras normas que não a CF/88 estão proibidas
de prever hipóteses diferentes de perda da nacionalidade;

No caso previsto no inciso I, o cancelamento da naturalização só pode ocorrer por decisão


judicial (não serve ato administrativo);

Em razão do previsto no inciso II, conclui-se que, como regra, a dupla nacionalidade não é
permitida pela CF/88, sendo possível, entretanto, nas hipóteses previstas nas alíneas “a” e “b”
daquele inciso, de forma excepcional;

É possível reaver a nacionalidade brasileira perdida. Nesse sentido, a Lei 13.445/2017, em seu
art. 76, prevê duas formas de se recuperar a nacionalidade brasileira perdida em virtude da
incidência do inciso II do art. 4º do art. 12 da CF/88, desde que cessada a causa: a) pelo processo
de reaquisição da nacionalidade (aplica-se ao indivíduo perdeu a nacionalidade brasileira em
razão de voluntariamente ter adquirido outra naturalidade) e b) pelo processo de revogação do
ato que declarou a perda da nacionalidade (aplica-se ao caso excepcional em que, mesmo
atendendo às exceções previstas nas alíneas “a” e “b” do § 4º do art. 12 da CF/88, o interessado
teve declarada perdida sua nacionalidade brasileira).

Símbolos e idioma (art. 13 da CF/88)

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o


selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

Observe que no § 2º não há referência à União, mas tão somente aos demais entes federados (até
porque os símbolos da República Federativa do Brasil já estão elencados no § 1º).

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2. De maneira secundária, é importante também obter uma boa compreensão dos conceitos de
nação, nacionalidade, povo, população, nacional, cidadão, estrangeiro, polipátrida e apátrida,
com ênfase nas considerações a seguir:

Nacionalidade originária e derivada

A nacionalidade originária é involuntária, resultando de um fato natural (nascimento), sendo


atribuída ao indivíduo em razão de critérios sanguíneos (“jus sanguinis”), territoriais (“jus soli”) ou
mistos. Por sua vez, a nacionalidade derivada é voluntária, dependendo de ato praticado depois
do nascimento.

Veja que, conforme art. 12, incisos I e II da CF/88, em regra, a Constituição adota o critério jus
soli, mas há exceções em que é aplicada a regra do jus sanguinis.

Nacionalidade e cidadania

A cidadania diz respeito ao gozo dos direitos políticos, enquanto a nacionalidade diz respeito aos
indivíduos que possuem uma ligação pessoal com o Estado. Assim, o conceito de nacionalidade é
mais amplo que o de cidadania, uma vez que todos que possuem cidadania brasileira também
possuem nacionalidade brasileira, mas o contrário não necessariamente é verdade.

Naturalização tácita e expressa

A naturalização tácita é adquirida mesmo que não haja manifestação do indivíduo, enquanto a
naturalização expressa depende de pedido/requerimento do interessado.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Nacionalidade”, “Espécies de nacionalidade - brasileiros natos e naturalizados (art. 12, I
e II da CF/88)” é(são) o(s) ponto(s) que acreditamos ser(em) o(s) que possui(em) mais chances de ser(em)
cobrado(s) pela banca.
Portanto, é muito importante memorizar os critérios estabelecidos pela Constituição Federal para se
considerar um brasileiro como nato ou naturalizado, quais sejam:

Brasileiro nato Brasileiro naturalizado


Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
que de pais estrangeiros, desde que estes não brasileira, exigidas aos originários de países de
estejam a serviço de seu país. língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral.

(aqui a concessão da naturalização é ato


(presença do critério ius solis) discricionário do Chefe do Poder Executivo)
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe mais de quinze anos ininterruptos e sem
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço condenação penal, desde que requeiram a
da República Federativa do Brasil. nacionalidade brasileira.

(presença do critério ius sanguinis) (aqui o interessado possui direito subjetivo à


nacionalidade brasileira caso cumpra os requisitos
exigidos)
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que atendam a uma das
seguintes condições:

a) sejam registrados em repartição brasileira


competente;
b) venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

(presença do critério ius sanguinis)

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios
objetivos ou minimamente razoáveis.

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==5617c==

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Espécies de nacionalidade - brasileiros natos e naturalizados (art. 12, I e II da


CF/88).

1. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam
antes da maioridade civil.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Os filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro, se for o caso, podem optar pela naturalização
após atingida a maioridade, se vierem a residir no país, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "c",
da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

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2. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

São considerados brasileiros natos apenas os nascidos em solo nacional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A CF/1988 prevê hipóteses em que mesmo tendo nascido no estrangeiro o indivíduo será
considerado brasileiro nato, se cumpridas as condições previstas no art. 12, inciso I, alíneas "b"
ou "c", da Lei Maior:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

3. (Cespe/2017/TRT 7/AJAA) Caio, nascido na Itália, filho de mãe brasileira e pai italiano, veio
residir no Brasil aos dezesseis anos de idade. Quando atingiu a maioridade, Caio optou pela
nacionalidade brasileira. A partir das informações dessa situação hipotética, assinale a
opção correta.

a) Caio poderá ser extraditado se tiver praticado delito comum antes de sua opção pela
nacionalidade brasileira, embora seja brasileiro nato.

b) O fato de Caio ser brasileiro nato impede a sua extradição, em qualquer hipótese.

c) Caio poderá vir a ser extraditado pela prática de delito hediondo ou tráfico ilícito de
entorpecentes posterior à naturalização, em razão de sua naturalização ser secundária.

d) Se Caio tiver praticado delito comum no exterior, antes de sua naturalização, ele poderá ser
extraditado, pois não é brasileiro nato.

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Comentários

GABARITO: "B"

Caio é brasileiro nato, pois é filho de mãe brasileira e veio a residir no Brasil, optando pela
nacionalidade brasileira após atingir a maioridade. É o que se extrai da interpretação do art. 12,
inciso I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

Sendo brasileiro nato, Caio não pode ser extraditado, nos termos do art. 5º, inciso LIV, da
CF/1988:

Art; 5º (...)

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

4. (Cespe/2013/TRT 8/TJAA) Saulo, brasileiro, casou-se com Andrea, de nacionalidade italiana,


com quem foi residir na Espanha. Anos depois, o casal teve seu primeiro filho, Pedro, e
decidiu registrá-lo em repartição consular brasileira naquele país. Nessa situação hipotética,
e nos termos da CF, Pedro é

a) brasileiro naturalizado, podendo vir a ser considerado brasileiro nato se residir no Brasil e
optar, a qualquer tempo, depois de atingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

b) brasileiro nato se optar, a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

c) brasileiro nato.

d) estrangeiro.

e) estrangeiro, podendo vir a ser considerado brasileiro nato se residir no Brasil e optar, a
qualquer tempo, depois de atingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

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Comentários

GABARITO: "C"

Pedro é brasileiro nato, pois é filho de pai brasileiro e foi registrado em repartição consular
brasileira, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

A, D e E: erradas. Pedro é brasileiro nato, não naturalizado ou estrangeiro.

B: errada. Pedro é brasileiro nato, e nessa naturalização a manifestação de vontade do indivíduo


deve ocorrer depois que ele atingir a maioridade, não é "a qualquer tempo".

5. (Cespe/TCE-PE/Analista de Gestão) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos


sociais, direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue
o item subsequente.

Situação hipotética: Cláudio, brasileiro nato, por interesse exclusivamente pessoal, residiu em
país estrangeiro, onde teve um filho com uma cidadã local.

Assertiva: Nessa situação, segundo a CF, o filho de Cláudio poderá ser considerado brasileiro
nato, ainda que não venha a residir no Brasil.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

Os casos de nacionalidade nata estão no art.12 da CF/88, inciso I.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

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a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

No caso da questão, Cláudio, nato, por interesse pessoal, ou seja, ele não está a serviço do
Brasil, foi residir em outro país e seu filho não virá residir aqui. Como é que a criança pode se
tornar brasileira nata? Basta que ela seja registrada na repartição competente, como bem diz a
primeira parte da alínea “c” acima transcrita.

6. (Cespe/TCE-PE/Analista de Gestão) Com relação aos direitos sociais, aos direitos de


nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o próximo item.

Estrangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e não tenha condenação
penal poderá tornar-se, após requerimento, brasileiro naturalizado e, nessa condição,
candidatar-se a deputado federal ou senador, mas, se eleito, estará impedido de presidir a casa
legislativa à qual pertencer.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

O art.12, II, da CF/88 traz as hipóteses de brasileiros naturalizados.

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa


do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Já o §3º, art. 12, determina os cargos privativos de brasileiros natos e dentre eles estão os
cargos de Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Perceba, portanto, que o

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naturalizado pode ser Deputado Federal ou Senador, mas não poderá ser presidente nem da
Câmara e nem do Senado.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

7. (Cespe/2016/DPU) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto


na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a definição da nacionalidade brasileira.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

A resposta se dá pelo art.12, I, “a” e b”. A alínea “a” prevê a adoção da nacionalidade por meio
do “ius solis”, ou seja, atendidos certos requisitos, é brasileiro nato quem nasceu em solo
brasileiro. A alínea “b”, adota-se o “ius sanguinis”, já que atendidos certos requisitos, é
brasileiro nato quem possui sangue de brasileiro. Assim, nota-se que a CF/88 adotou o sistema
misto de nacionalidade.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

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8. (Cespe/2010/TRE BA/AJAA) Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, de


acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), é possível o processo de naturalização
tácito ou automático, para todos aqueles estrangeiros que se encontram no país há mais de
dez anos e não declararam a intenção de conservar a nacionalidade de origem.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A naturalização, nos termos do art. 12, inciso II, “b” da CF/1988, exige manifestação da vontade
do indivíduo:

Art. 12. São brasileiros:

(...)

II - naturalizados:

(...)

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

9. (CESPE/2013/TRT 17/AJAJ) Acerca dos direitos e garantias fundamentais estabelecidos na


CF, julgue o item seguinte.

Considera-se brasileiro naturalizado o estrangeiro de qualquer nacionalidade casado com


brasileiro nato por mais de cinco anos.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A CF/1988 não prevê hipótese de aquisição da nacionalidade pelo casamento, conforme se


extrai do art. 12, inciso II, da Lei Maior:

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;

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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

10. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

A naturalização é concedida exclusivamente a portugueses tutelados pelo Estatuto da Igualdade,


caso haja reciprocidade em favor dos brasileiros.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A naturalização pode ser concedida a qualquer estrangeiro, se forem cumpridos os requisitos do


art. 12, inciso II, da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

(...)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

11. (Cespe/2015/TRE GO) Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais e de


nacionalidade, julgue o seguinte item.

São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja no
exterior a serviço do Brasil ou de organização internacional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Vejamos o que dispõe o art. 12, inciso I, alínea "b", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

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I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Portanto, no caso de nascimento no estrangeiro, o pai ou a mãe devem estar a serviço do Brasil -
não de organização internacional - para que o filho seja brasileiro nato.

Cláusula de vedação à distinção pela lei entre brasileiros natos e naturalizados


(art. 12, § 2º da CF/88)

12. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

Brasileiros natos e naturalizados são equiparados para todos os efeitos, dado o princípio da
isonomia, conforme o qual todos são iguais perante a lei.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A própria CF/1988 estabelece hipóteses de tratamento diferenciado entre brasileiros natos e


naturalizados, conforme os seguintes dispositivos da Carta Magna:

Art. 12. (...)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,


salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

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VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º da CF/88)

13. (Cespe/2017/TRE PE/AJAA) O brasileiro naturalizado

a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal.

b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.

c) não poderá ocupar cargo da carreira diplomática.

d) perderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária


pela lei estrangeira.

e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

GABARITO: C

Os cargos que os brasileiros naturalizados podem ocupar estão previstos no art. 12, § 3º, da
CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

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Assim, são inacessíveis aos brasileiros naturalizados os cargos da carreira diplomática, o que
torna a assertiva "c" correta.

A, B e E: erradas. Os cargos aos quais aludem essas assertivas não estão previstas no rol
supratranscrito, assim, as alternativas estão incorretas.

D: errada. Se a lei estrangeira reconhecer a nacionalidade originária do brasileiro (nato ou


naturalizado), ele não perderá essa nacionalidade, conforme o art. 12, § 4º, inciso II, alínea "a",
da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

14. (CESPE/2008/TST/AJAJ) Acerca do Direito Constitucional, julgue o item a seguir.

Considere que Andréa, nascida na França e naturalizada brasileira há cinco anos, é uma
advogada de 37 anos, que há doze anos exerce essa profissão no Brasil. Nesse caso, Andréa
pode ser nomeada juíza de um tribunal regional do trabalho (TRT), mas não pode ser nomeada
ministra do TST.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O único cargo da magistratura nacional que a CF/1988 restringe aos brasileiros natos é o de
Ministro do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 12, § 3º, inciso IV, da Carta Magna:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

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IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

15. (CESPE/2012/TRE RJ/AJAJ) A respeito dos direitos sociais, julgue o item seguinte.

Apenas brasileiros natos podem compor o Conselho da República, já que ele é formado pelo
vice-presidente da República, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo presidente do
Senado Federal, pelos líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, além do ministro de Estado da Justiça.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

Os líderes da maioria e da maioria da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além do


Ministro de Estado da Justiça, não precisam ser brasileiros natos, de acordo com o art. 12, § 3º,
da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Perda da nacionalidade (art. 12, § 4º da CF/88)

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16. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA) Com base nas normas constitucionais que versam sobre direitos e
garantias fundamentais, assinale a opção correta acerca do direito de nacionalidade.

a) Configura-se a denominada nacionalidade adquirida no caso em que o indivíduo nascido no


estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade
brasileira depois de ter atingido a maioridade.

b) É proibida qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, os quais são detentores
dos mesmos direitos e deveres previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra nacionalidade


originária não se dá automaticamente.

d) Tanto a nacionalidade primária quanto a nacionalidade secundária dependem da vontade do


indivíduo, que tem a liberdade de aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado
brasileiro.

e) Na determinação da nacionalidade primária, no Brasil se adota com primazia o jus solis


(vínculo de territorialidade), mas também se admitem o jus matrimoniale (vínculo de casamento)
e o jus sanguinis (vínculo de sangue).

Comentários

GABARITO: C

Não é automática a perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra


nacionalidade, já que é preciso respeitar as condições previstas nas alíneas do inciso II do § 4º do
art. 12 da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

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A: errada. Nessa hipótese, a nacionalidade será nata, não adquirida, nos termos do art. 12, inciso
I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
==5617c==

B: errada. A CF/1988 autoriza a distinção entre brasileiros natos e naturalizados na ocupação de


alguns cargos públicos, por exemplo, no art. 12, § 3º:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

D: errada. Extrai-se dos incisos do art. 12 da CF/1988, supratranscritos, que apenas os brasileiros
naturalizados (nacionalidade secundária) devem manifestar sua vontade para adquirir essa
nacionalidade.

E: errada. O art. 12 da CF/1988 não prevê hipótese de aquisição da nacionalidade brasileira pelo
casamento – jus matrimoniale.

17. (Cespe/2015/MPOG/Analista) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres


individuais e coletivos, julgue o item a seguir.

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Em nenhuma hipótese, o brasileiro nato poderá ser extraditado.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A questão pode ser respondida pelo inciso LI, art.5º, CF/88 em que nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Pelo texto constitucional, quando se diz que “nenhum brasileiro será extraditado”, e logo depois
diz, “salvo o naturalizado”, isso quer dizer que nenhum brasileiro nato poderá ser extraditado.

Não confundam a extradição com a perda da nacionalidade. É possível um brasileiro nato perder
a nacionalidade? De acordo com o art.12, §4º da CF, sim. Quando o brasileiro adquirir outra
nacionalidade, ele perde a brasileira, com as exceções previstas nas alíneas “a” e “b”.

Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis

18. (CESPE/2013/STF/AJAJ) Ainda a respeito dos direitos fundamentais, julgue o seguinte item.

De acordo com o STF, uma vez concedida a naturalização pelo ministro de Estado da Justiça, a
revisão desse ato somente pode ser feita mediante processo judicial, e não administrativamente.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Vejamos o teor do art. 12, § 4º, inciso I, da CF/1988:

Art. 12 (…)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

O STF concluiu que, de acordo com o dispositivo supratranscrito, após a concessão da


naturalização, sua anulação somente pode ocorrer mediante processo judicial 1.

19. (CEBRASPE/2022/CBM-RO/Oficial Bombeiro Militar) À luz das disposições constitucionais


sobre os direitos de nacionalidade, assinale a opção correta.
a) Pessoa que nasce no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, será considerada
brasileira nata, não importando o fato do pai ou da mãe brasileiros não estarem a serviço da
República Federativa do Brasil.

b) Suponha que determinado brasileiro naturalizado, residente em estado estrangeiro, como


condição para exercer determinados direitos civis naquele país, venha a adquirir outra
nacionalidade. Nessa situação hipotética, será declarada a perda da sua nacionalidade brasileira.

c) Aquele que nasce na República Federativa do Brasil, ainda que seus pais sejam estrangeiros,
será considerado brasileiro nato, independentemente de qualquer condição.

d) As distinções entre brasileiros natos e naturalizados devem ser estabelecidas mediante lei.

e) Os cargos de presidente da República, de presidente da Câmara dos Deputados, de


presidente do Senado Federal e de presidente do Conselho Nacional de Justiça são privativos
de brasileiro nato.

Comentários

Letra E - correta. São cargos privativos de brasileiro nato, nos termos do artigo 12, § 3º, da
CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

1
STF – RMS 27.840/DF.

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V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Acerca do Conselho Nacional de Justiça, dispõe o artigo 103-B, § 1º, da CF/88:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas


suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.

No âmbito do STF, todos os ministros precisam ser brasileiros natos, não somente o presidente
da Corte (em razão do previsto no inciso IV).

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativas A e C – incorretas. É condição o fato do pai ou mãe estarem a serviço da República


Federativa do Brasil. Dispõe o artigo 12, I, "b", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Alternativa B – incorreta. Está entre as exceções da perda de nacionalidade. Assim dispõe o


artigo 12, § 4º, II, "b", da CF/88:

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

(...)

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b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

Alternativas D – incorreta. As distinções devem ser estabelecidas na Constituição e não em lei.


Dispõe o artigo 12, § 2º, da CF:

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

GABARITO: Letra E.

20. (CEBRASPE/2022/PC-PB) Suponha que João nasça no Brasil e seja filho de pai e mãe
argentinos que estejam em território brasileiro a serviço do Uruguai. Suponha, ainda, que
Sandro nasça na Itália e seja filho de pai brasileiro que resida há algum tempo no exterior,
por interesse pessoal de estudo. Suponha, também, que Jaqueline nasça na Espanha e seja
filha de mãe brasileira, a serviço da República Federativa do Brasil naquele país. Nessa
situação, no momento do nascimento, é(são) brasileiro(s) nato(s)

a) João, Sandro e Jaqueline.

b) João e Jaqueline, somente.

c) Jaqueline, somente.

d) Sandro e Jaqueline, somente.

e) João, somente.

Comentários

João é brasileiro nato, em que pese seus pais serem argentinos e estavam a serviço de outro
país (Uruguai). Dispõe no artigo 12, I, "a", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

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Sandro só seria considerado brasileiro nato se fosse registrado em repartição brasileira


competente, ou se residisse na República Federativa do Brasil optando, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Dispõe o artigo 12, I, "c", da
CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira;

Jaqueline é brasileira nata, pois em que pese ter nascido na Espanha, sua mãe é brasileira e
estava na Espanha a serviço oficial do Brasil. Dispõe o artigo 12, I, "b", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Sendo brasileiros natos somente João e Jaqueline, o gabarito é a letra B.

GABARITO: Letra B

21. (CEBRASPE/2022/TELEBRAS/Técnico em Gestão de Telecomunicações) À luz da Constituição


Federal de 1988, julgue o item a seguir, acerca de direitos e garantias fundamentais.

Os cargos de vice-presidente e de presidente da República são privativos de brasileiros natos,


mas o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal pode ser exercido por brasileiro
naturalizado.

Comentários

O artigo 12 da CF/88 estabelece que determinados cargos são privativos de brasileiros natos.
Vejamos.

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Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I – de Presidente e Vice-Presidente da República;

II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

III – de Presidente do Senado Federal;

IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V – da carreira diplomática;

VI – de oficial das Forças Armadas;

VII – de Ministro de Estado da Defesa.

Como para assumir o cargo de Ministro do STF também é necessário ser brasileiro nato, a
questão está errada.

GABARITO: Errado.

22. (CEBRASPE/2022/FUB/Técnico em Contabilidade) Julgue o seguinte item, acerca dos


direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal (CF).

Pressuponha-se que Pepe, brasileiro, tenha saído do Brasil para atuar como jogador de futebol
em determinado país estrangeiro e que, para a sua permanência lá, tenha sido obrigado a
adquirir a cidadania desse país. Nessa situação, ao adquirir outra nacionalidade, Pepe perderá a
condição de nacional brasileiro pelo tempo que permanecer com outra cidadania.

Comentários

Pepe precisou naturalizar-se em outro país para garantir sua permanência, tendo sua
nacionalidade brasileira protegida pelas exceções previstas no artigo Art. 12, §4º, II, "b" da
CF/88:

Art. 12, §4º: Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

(...)

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b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis".

Nesse sentido, Pepe adquiriu dupla cidadania.

GABARITO: Errado.

Símbolos e idiomas (art. 13 da CF/88)

23. (CESPE/2013/TJDFT/AJAJ) Com relação ao Estado federal brasileiro, julgue o item a seguir.

São símbolos do Estado federal brasileiro a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais,
podendo os estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os municípios adotar símbolos próprios.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Relembremos o teor do art. 13 da CF/1988:

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o


selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

Esse artigo preconiza que a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais são símbolos do
Estado, podendo os estados, o DF e os Municípios ter símbolos próprios.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos brasileiros natos (art. 12, inciso I, da CF/88):

1.1 São brasileiros natos:

1.1.1. os ____(a)____ na República Federativa do Brasil, ainda que de pais ____(b)____, desde que
estes não estejam a serviço de seu país. Nesta regra, foi adotado o critério ius ____(b)____ (origem
____(c)____);

1.1.2. os nascidos no estrangeiro, de pai ____(d)____ ou mãe ____(e)____, desde que qualquer
deles esteja a ____(f)____ da República Federativa do Brasil. Nesta regra, foi adotado o critério ius
____(g)____ (origem ____(h)____), em conjunto com um critério funcional;

1.1.3. os nascidos no estrangeiro de pai ____(i)____ ou de mãe ____(j)____, desde que sejam
registrados em ____(k)____ brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do

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Brasil e optem, em ____(l)____ tempo, depois de atingida a ____(m)____, pela nacionalidade


brasileira Nesta regra, foi adotado o critério ius ____(n)____ (origem ____(o)____), em conjunto
com duas condições alternativas.

2. Qualquer pessoa nascida no Brasil é considerada brasileira nata à luz da CF/88? Explique.

3. É possível que o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira seja


considerado brasileiro nato? Explique.

4. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos brasileiros naturalizados (art. 12, inciso II, da
CF/88):

4.1 São brasileiros naturalizados:

4.1.1. os que, na forma da ____(a)____, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua ____(b)____ apenas residência por um ano ____(c)____ e
idoneidade ____(d)____. Neste caso, a concessão da naturalização ordinária é ato ____(e)____ do
Chefe do Poder ____(f)____;

4.1.2. os ____(g)____ de qualquer nacionalidade, ____(h)____ na República Federativa do Brasil há


mais de ____(i)____ anos ininterruptos e sem ____(j)____ penal, desde que ____(k)____ a
nacionalidade brasileira. Neste caso (naturalização extraordinária), o interessado possui
____(l)____subjetivo à nacionalidade brasileira caso cumpra os requisitos exigidos.

5. Quais os casos de naturalização tácita previstos na CF/88?

6. Joana, brasileira, estava na Argentina a passeio com Mário, chileno, quando o filho deles,
Ernesto nasceu. Logo depois do nascimento, o casal e o bebê vão morar em Belo Horizonte.
De acordo com a Constituição Federal, qual a nacionalidade de Ernesto? Explique.

7. Anselmo, angolano, reside no Brasil há dois anos, de forma ininterrupta. Com base em tais
informações, é possível concluir que Anselmo completou os requisitos para obter a
naturalização brasileira, sendo tal aquisição, portanto, um direito subjetivo seu?

8. Qual a condição para que sejam atribuídos aos portugueses com residência permanente no País
os direitos inerentes ao brasileiro (excetuados os casos previstos na CF/88)?

9. É possível o estabelecimento de distinção entre brasileiros natos e naturalizados?

10. Qual a diferença entre a nacionalidade originária e a nacionalidade derivada?

11. Qual a diferença entre a cidadania e a nacionalidade?

12. Qual a diferença entre a naturalização tácita e a naturalização expressa?

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13. Complete as lacunas a seguir a respeito dos cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º,
da CF/88):

13.1. de Presidente e Vice-Presidente da ____(a)____;

13.2. de ____(b)____ da Câmara dos Deputados;

13.3. de Presidente do ____(c)____ Federal;

13.4. de ____(d)____ do Supremo Tribunal Federal;

13.5. da carreira ____(e)____;

13.6. de ____(f)____ das Forças Armadas;

13.7. de Ministro de Estado da ____(g)____.

14. Manoel, português, com residência permanente na Bahia, onde mora há dezesseis anos
ininterruptos, período em que cumpriu pena decorrente de condenação por crime de roubo
praticado no carnaval de Salvador, deseja obter a nacionalidade brasileira para se candidatar a
Deputado Federal na próxima eleição e, caso seja eleito, pretende se tornar o próximo Presidente
da Câmara dos Deputados. Isso seria possível, considerando apenas os aspectos relacionados à
nacionalidade de Manoel? Explique.

15. Complete as lacunas a seguir a respeito das hipóteses de perda da nacionalidade brasileira
(art. 12, § 4º, da CF/88):

15.1. tiver ____(a)____ sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse ____(b)____;

15.2. ____(c)____ outra nacionalidade, salvo nos casos:

15.2.1. de ____(d)____ de nacionalidade ____(e)____ pela lei ____(f)____;

15.2.2. de ____(g)____ de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como ____(h)____ para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
____(i)____.

16. Maria nasceu no Brasil, filha de Robert, juiz irlandês que se encontrava em território brasileiro
a serviço de seu país, e de Margaret, brasileira nata, casada com o pai de Maria há 1 ano, com
quem morava em Dublin desde o casamento. De acordo com a Constituição Federal, qual a
nacionalidade de Maria, considerando que ela foi reconhecida como irlandesa pela legislação da
Irlanda?

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17. Antônio, brasileiro nato, residente na Bélgica, precisou adquirir a naturalização belga para
permanecer naquele país com o fito de realizar pesquisa biológica de interesse da Sociedade
Europeia de Apiterapia, unicamente por exigência de seu chefe, coordenador da referida
sociedade, que não integra o aparato daquele Estado. Após residir por vinte anos naquele país,
onde constituiu família, Antônio resolve voltar ao Brasil com o intuito de seguir carreira diplomática
brasileira. Isso seria possível, considerando apenas os aspectos relacionados à nacionalidade de
Antônio? Explique.

18. Complete as lacunas a seguir a respeito do idioma e dos símbolos (art. 13 da Constituição
Federal):

18.1. A língua ____(a)____ é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

18.2. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as ____(b)____ e o


____(c)____ nacionais.

18.3. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos ____(d)____.

Perguntas com respostas

1. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos brasileiros natos (art. 12, inciso I, da CF/88):

1.1 São brasileiros natos:

1.1.1. os ____(a)____ na República Federativa do Brasil, ainda que de pais ____(b)____, desde que
estes não estejam a serviço de seu país. Nesta regra, foi adotado o critério ius ____(b)____ (origem
____(c)____);

1.1.2. os nascidos no estrangeiro, de pai ____(d)____ ou mãe ____(e)____, desde que qualquer
deles esteja a ____(f)____ da República Federativa do Brasil. Nesta regra, foi adotado o critério ius
____(g)____ (origem ____(h)____), em conjunto com um critério funcional;

1.1.3. os nascidos no estrangeiro de pai ____(i)____ ou de mãe ____(j)____, desde que sejam
registrados em ____(k)____ brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em ____(l)____ tempo, depois de atingida a ____(m)____, pela nacionalidade
brasileira Nesta regra, foi adotado o critério ius ____(n)____ (origem ____(o)____), em conjunto
com duas condições alternativas.

(a) nascidos (b) estrangeiros (c) territorial (d) brasileiro


(e) brasileira (f) serviço (g) sanguinis (h) sanguínea
(i) brasileiro (j) brasileira (k) repartição (l) qualquer
(m) maioridade (n) sanguinis (o) sanguínea

2. Qualquer pessoa nascida no Brasil é considerada brasileira nata à luz da CF/88? Explique.

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Não. Se ambos os pais da criança forem estrangeiros e pelo menos um deles estiver no Brasil a
serviço de seu país, ela não será considerada brasileira nata (CF/88, art. 12, I, “a”).

3. É possível que o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira seja


considerado brasileiro nato? Explique.

Sim, o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira será considerado brasileiro
nato nos seguintes casos:

a) se o pai brasileiro ou mãe brasileira estiver a serviço da República Federativa do Brasil (CF/88,
art. 12, I, “b”); ou

b) se for registrado em repartição brasileira competente (CF/88, art. 12, I, “c”); ou

c) se vier a residir na República Federativa do Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de


atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (CF/88, art. 12, I, “c”).

4. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos brasileiros naturalizados (art. 12, inciso II, da
CF/88):

4.1 São brasileiros naturalizados:

4.1.1. os que, na forma da ____(a)____, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua ____(b)____ apenas residência por um ano ____(c)____ e
idoneidade ____(d)____. Neste caso, a concessão da naturalização ordinária é ato ____(e)____ do
Chefe do Poder ____(f)____;

4.1.2. os ____(g)____ de qualquer nacionalidade, ____(h)____ na República Federativa do Brasil há


mais de ____(i)____ anos ininterruptos e sem ____(j)____ penal, desde que ____(k)____ a
nacionalidade brasileira. Neste caso (naturalização extraordinária), o interessado possui
____(l)____subjetivo à nacionalidade brasileira caso cumpra os requisitos exigidos.

(a) lei (b) portuguesa (c) ininterrupto (d) moral


(e) discricionário (f) Executivo (g) estrangeiros (h) residentes
(i) quinze (j) condenação (k) requeiram (l) direito

5. Quais os casos de naturalização tácita previstos na CF/88?

Nenhum, não há caso de naturalização tácita previsto na CF/88, somente expressa.

6. Joana, brasileira, estava na Argentina a passeio com Mário, chileno, quando o filho deles,
Ernesto nasceu. Logo depois do nascimento, o casal e o bebê vão morar em Belo Horizonte.
De acordo com a Constituição Federal, qual a nacionalidade de Ernesto? Explique.

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Ernesto será considerado brasileiro nato, mas, após atingir a maioridade, a aquisição definitiva de
sua nacionalidade dependerá de sua opção pela nacionalidade brasileira – nesse caso, a
maioridade é condição suspensiva da nacionalidade brasileira até a manifestação da opção,
conforme CF/88, art. 12, I “c”:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos: (...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

Esse caso é chamado doutrinariamente de “nacionalidade potestativa”.

7. Anselmo, angolano, reside no Brasil há dois anos, de forma ininterrupta. Com base em tais
informações, é possível concluir que Anselmo completou os requisitos para obter a
naturalização brasileira, sendo tal aquisição, portanto, um direito subjetivo seu?

Não. Anselmo é originário de país de língua portuguesa, logo, a naturalização depende não
somente de residência no Brasil por um ano ininterrupto, mas também de idoneidade moral,
consoante CF/88, art. 12, II, “a”:

Art. 12. São brasileiros: (...)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;

Além disso, a concessão de naturalização, nesse caso, é ato discricionário do Chefe do Poder
Executivo, não havendo de se falar em direito subjetivo à nacionalidade brasileira.

8. Qual a condição para que sejam atribuídos aos portugueses com residência permanente no País
os direitos inerentes ao brasileiro (excetuados os casos previstos na CF/88)?

A condição é que haja reciprocidade em favor de brasileiros (art. 12, § 1º, CF).

9. É possível o estabelecimento de distinção entre brasileiros natos e naturalizados?

Sim, desde que essa distinção seja estabelecida pela Constituição Federal: por lei não é possível
(art. 12, § 2º, CF).

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10. Qual a diferença entre a nacionalidade originária e a nacionalidade derivada?

A nacionalidade originária é involuntária, pois decorre do nascimento. Por sua vez, a nacionalidade
derivada é voluntária, dependendo de ato praticado depois do nascimento.

11. Qual a diferença entre a cidadania e a nacionalidade?

A cidadania diz respeito ao gozo dos direitos políticos, enquanto a nacionalidade diz respeito aos
indivíduos que possuem uma ligação pessoal com o Estado.

12. Qual a diferença entre a naturalização tácita e a naturalização expressa?

A naturalização tácita é adquirida mesmo que não haja manifestação do indivíduo, enquanto a
naturalização expressa depende de pedido/requerimento do interessado.

13. Complete as lacunas a seguir a respeito dos cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º,
da CF/88):

13.1. de Presidente e Vice-Presidente da ____(a)____;

13.2. de ____(b)____ da Câmara dos Deputados;

13.3. de Presidente do ____(c)____ Federal;

13.4. de ____(d)____ do Supremo Tribunal Federal;

13.5. da carreira ____(e)____;

13.6. de ____(f)____ das Forças Armadas;

13.7. de Ministro de Estado da ____(g)____.

(a) República (b) Presidente (c) Senado (d) Ministro


(e) diplomática (f) oficial (g) Defesa

14. Manoel, português, com residência permanente na Bahia, onde mora há dezesseis anos
ininterruptos, período em que cumpriu pena decorrente de condenação por crime de roubo
praticado no carnaval de Salvador, deseja obter a nacionalidade brasileira para se candidatar a
Deputado Federal na próxima eleição e, caso seja eleito, pretende se tornar o próximo Presidente
da Câmara dos Deputados. Isso seria possível, considerando apenas os aspectos relacionados à
nacionalidade de Manoel? Explique.

Manoel poderia tentar adquirir a nacionalidade brasileira com base no art. 12, II, “a” da CF/88,
que exige aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral:

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Art. 12. São brasileiros: (...)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;

Todavia, nesta situação, o mero cumprimento dos requisitos exigidos não garante ao estrangeiro
a aquisição da nacionalidade brasileira, porque a concessão da naturalização ordinária é ato
discricionário do Chefe do Poder Executivo.

Por outro lado, se Manoel não houvesse sofrido condenação penal nos dezesseis anos em que
reside ininterruptamente no país, poderia requerer a nacionalidade brasileira com fulcro no art.
12, II, “b” da CF/88:

Art. 12. São brasileiros: (...)

II - naturalizados: (...)

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Vale destacar que, nesta situação, Manoel teria direito subjetivo à nacionalidade brasileira caso
cumprisse os requisitos exigidos.

Nada obstante, por residir permanentemente no Brasil, Manoel passa a gozar dos mesmos direitos
do brasileiro naturalizado, sem necessidade de obter a nacionalidade, por força do art. 12, § 1º da
CF/88, que assegura aos portugueses com residência permanente no Brasil, desde que exista
reciprocidade em favor de brasileiros, a Constituição os direitos inerentes ao brasileiro,
ressalvados os casos previstas na própria Carta Magna:

Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Assim, por residir permanentemente no Brasil, Manoel passa a gozar dos mesmos direitos do
brasileiro naturalizado, sem necessidade de obter a nacionalidade, o que inclui, portanto, a
possibilidade de se candidatar para Deputado Federal, visto que este cargo não se encontra no
rol de cargos privativos de brasileiro nato previsto no art. 12, § 3º da CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

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I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Por outro lado, mesmo exercendo mandato de Deputado Federal, Manoel não poderia ocupar o
==5617c==

cargo de presidente da Câmara dos Deputados, visto que se trata de cargo privativo de brasileiro
nato, conforme art. 12, § 3º, II da CF/88 transcrito acima.

15. Complete as lacunas a seguir a respeito das hipóteses de perda da nacionalidade brasileira
(art. 12, § 4º, da CF/88):

15.1. tiver ____(a)____ sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse ____(b)____;

15.2. ____(c)____ outra nacionalidade, salvo nos casos:

15.2.1. de ____(d)____ de nacionalidade ____(e)____ pela lei ____(f)____;

15.2.2. de ____(g)____ de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como ____(h)____ para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
____(i)____.

(a) cancelada (b) nacional (c) adquirir (d) reconhecimento


(e) originária (f) estrangeira (g) imposição (h) condição
(i) civis

16. Maria nasceu no Brasil, filha de Robert, juiz irlandês que se encontrava em território brasileiro
a serviço de seu país, e de Margaret, brasileira nata, casada com o pai de Maria há 1 ano, com
quem morava em Dublin desde o casamento. De acordo com a Constituição Federal, qual a
nacionalidade de Maria, considerando que ela foi reconhecida como irlandesa pela legislação da
Irlanda?

Maria será considerada brasileira nata, porque nasceu em território nacional e sua mãe é brasileira,
conforme CF/88, art. 12, I, “a”:

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Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde


que estes não estejam a serviço de seu país;

Veja que é necessário que ambos os pais sejam estrangeiros e pelo menos um deles esteja a
serviço de seu país para que o nascido no Brasil não seja considerado brasileiro nato.

Além disso, Maria, mesmo sendo reconhecida como irlandesa pela legislação da Irlanda, não perde
sua nacionalidade brasileira, já que quando há o reconhecimento de nacionalidade originária pela
lei estrangeira, não se declara a perda da nacionalidade do brasileiro que adquira outra
nacionalidade, conforme previsto na CF/88, art. 12, § 4º, II, “a”:

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: (...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (...)

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

17. Antônio, brasileiro nato, residente na Bélgica, precisou adquirir a naturalização belga para
permanecer naquele país com o fito de realizar pesquisa biológica de interesse da Sociedade
Europeia de Apiterapia, unicamente por exigência de seu chefe, coordenador da referida
sociedade, que não integra o aparato daquele Estado. Após residir por vinte anos naquele país,
onde constituiu família, Antônio resolve voltar ao Brasil com o intuito de seguir carreira diplomática
brasileira. Isso seria possível, considerando apenas os aspectos relacionados à nacionalidade de
Antônio? Explique.

Considerando o disposto na CF/88, art. 12, § 4º, II, “b”, se e a aquisição da nacionalidade belga
fosse uma exigência da legislação estrangeira, Antônio não perderia sua nacionalidade brasileira.
Entretanto, a aquisição da nacionalidade belga decorreu apenas de uma exigência do chefe de
Antônio e, por isso, Antônio perdeu sua nacionalidade brasileira, com base naquele dispositivo
constitucional, senão vejamos:

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: (...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (...)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

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Como Antônio passa a ser considerado estrangeiro à luz da Constituição, não pode seguir carreira
diplomática no Brasil, cujo cargos são privativos de brasileiro nato, conforme art. 12, § 3º da CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

18. Complete as lacunas a seguir a respeito do idioma e dos símbolos (art. 13 da Constituição
Federal):

18.1. A língua ____(a)____ é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

18.2. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as ____(b)____ e o


____(c)____ nacionais.

18.3. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos ____(d)____.

(a) portuguesa (b) armas (c) selo (d) próprios

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição
Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam
antes da maioridade civil.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Os filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro, se for o caso, podem optar pela naturalização
após atingida a maioridade, se vierem a residir no país, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "c",
da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

2. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

São considerados brasileiros natos apenas os nascidos em solo nacional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A CF/1988 prevê hipóteses em que mesmo tendo nascido no estrangeiro o indivíduo será
considerado brasileiro nato, se cumpridas as condições previstas no art. 12, inciso I, alíneas "b"
ou "c", da Lei Maior:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

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(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

3. (Cespe/2017/TRT 7/AJAA) Caio, nascido na Itália, filho de mãe brasileira e pai italiano, veio
residir no Brasil aos dezesseis anos de idade. Quando atingiu a maioridade, Caio optou pela
nacionalidade brasileira. A partir das informações dessa situação hipotética, assinale a
opção correta.

a) Caio poderá ser extraditado se tiver praticado delito comum antes de sua opção pela
nacionalidade brasileira, embora seja brasileiro nato.

b) O fato de Caio ser brasileiro nato impede a sua extradição, em qualquer hipótese.

c) Caio poderá vir a ser extraditado pela prática de delito hediondo ou tráfico ilícito de
entorpecentes posterior à naturalização, em razão de sua naturalização ser secundária.

d) Se Caio tiver praticado delito comum no exterior, antes de sua naturalização, ele poderá ser
extraditado, pois não é brasileiro nato.

Comentários

GABARITO: "B"

Caio é brasileiro nato, pois é filho de mãe brasileira e veio a residir no Brasil, optando pela
nacionalidade brasileira após atingir a maioridade. É o que se extrai da interpretação do art. 12,
inciso I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República

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Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,


pela nacionalidade brasileira;

Sendo brasileiro nato, Caio não pode ser extraditado, nos termos do art. 5º, inciso LIV, da
CF/1988:

Art; 5º (...)

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime


comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

4. (Cespe/2013/TRT 8/TJAA) Saulo, brasileiro, casou-se com Andrea, de nacionalidade italiana,


com quem foi residir na Espanha. Anos depois, o casal teve seu primeiro filho, Pedro, e
decidiu registrá-lo em repartição consular brasileira naquele país. Nessa situação hipotética,
e nos termos da CF, Pedro é

a) brasileiro naturalizado, podendo vir a ser considerado brasileiro nato se residir no Brasil e
optar, a qualquer tempo, depois de atingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

b) brasileiro nato se optar, a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

c) brasileiro nato.

d) estrangeiro.

e) estrangeiro, podendo vir a ser considerado brasileiro nato se residir no Brasil e optar, a
qualquer tempo, depois de atingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Comentários

GABARITO: "C"

Pedro é brasileiro nato, pois é filho de pai brasileiro e foi registrado em repartição consular
brasileira, nos termos do art. 12, inciso I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República

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Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,


pela nacionalidade brasileira;

A, D e E: erradas. Pedro é brasileiro nato, não naturalizado ou estrangeiro.

B: errada. Pedro é brasileiro nato, e nessa naturalização a manifestação de vontade do indivíduo


deve ocorrer depois que ele atingir a maioridade, não é "a qualquer tempo".

5. (Cespe/TCE-PE/Analista de Gestão) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos


sociais, direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue
o item subsequente.

Situação hipotética: Cláudio, brasileiro nato, por interesse exclusivamente pessoal, residiu em
país estrangeiro, onde teve um filho com uma cidadã local.

Assertiva: Nessa situação, segundo a CF, o filho de Cláudio poderá ser considerado brasileiro
nato, ainda que não venha a residir no Brasil.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

Os casos de nacionalidade nata estão no art.12 da CF/88, inciso I.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

No caso da questão, Cláudio, nato, por interesse pessoal, ou seja, ele não está a serviço do
Brasil, foi residir em outro país e seu filho não virá residir aqui. Como é que a criança pode se
tornar brasileira nata? Basta que ela seja registrada na repartição competente, como bem diz a
primeira parte da alínea “c” acima transcrita.

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6. (Cespe/TCE-PE/Analista de Gestão) Com relação aos direitos sociais, aos direitos de


nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o próximo item.

Estrangeiro que resida no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e não tenha condenação
penal poderá tornar-se, após requerimento, brasileiro naturalizado e, nessa condição,
candidatar-se a deputado federal ou senador, mas, se eleito, estará impedido de presidir a casa
legislativa à qual pertencer.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

O art.12, II, da CF/88 traz as hipóteses de brasileiros naturalizados.

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa


do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Já o §3º, art. 12, determina os cargos privativos de brasileiros natos e dentre eles estão os
cargos de Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Perceba, portanto, que o
naturalizado pode ser Deputado Federal ou Senador, mas não poderá ser presidente nem da
Câmara e nem do Senado.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

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VII - de Ministro de Estado da Defesa

7. (Cespe/2016/DPU) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o disposto


na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a definição da nacionalidade brasileira.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

A resposta se dá pelo art.12, I, “a” e b”. A alínea “a” prevê a adoção da nacionalidade por meio
do “ius solis”, ou seja, atendidos certos requisitos, é brasileiro nato quem nasceu em solo
brasileiro. A alínea “b”, adota-se o “ius sanguinis”, já que atendidos certos requisitos, é
brasileiro nato quem possui sangue de brasileiro. Assim, nota-se que a CF/88 adotou o sistema
misto de nacionalidade.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

8. (Cespe/2010/TRE BA/AJAA) Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, de


acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), é possível o processo de naturalização
tácito ou automático, para todos aqueles estrangeiros que se encontram no país há mais de
dez anos e não declararam a intenção de conservar a nacionalidade de origem.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A naturalização, nos termos do art. 12, inciso II, “b” da CF/1988, exige manifestação da vontade
do indivíduo:

Art. 12. São brasileiros:

(...)

II - naturalizados:

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(...)

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

9. (CESPE/2013/TRT 17/AJAJ) Acerca dos direitos e garantias fundamentais estabelecidos na


CF, julgue o item seguinte.

Considera-se brasileiro naturalizado o estrangeiro de qualquer nacionalidade casado com


brasileiro nato por mais de cinco anos.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A CF/1988 não prevê hipótese de aquisição da nacionalidade pelo casamento, conforme se


extrai do art. 12, inciso II, da Lei Maior:

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

10. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

A naturalização é concedida exclusivamente a portugueses tutelados pelo Estatuto da Igualdade,


caso haja reciprocidade em favor dos brasileiros.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A naturalização pode ser concedida a qualquer estrangeiro, se forem cumpridos os requisitos do


art. 12, inciso II, da CF/1988:

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(...)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários


de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

11. (Cespe/2015/TRE GO) Quanto ao conceito de Constituição e aos direitos individuais e de


nacionalidade, julgue o seguinte item.

São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja no
exterior a serviço do Brasil ou de organização internacional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Vejamos o que dispõe o art. 12, inciso I, alínea "b", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Portanto, no caso de nascimento no estrangeiro, o pai ou a mãe devem estar a serviço do Brasil -
não de organização internacional - para que o filho seja brasileiro nato.

Cláusula de vedação à distinção pela lei entre brasileiros natos e naturalizados


(art. 12, § 2º da CF/88)

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12. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na Constituição


Federal de 1988 (CF), julgue a assertiva a seguir.

Brasileiros natos e naturalizados são equiparados para todos os efeitos, dado o princípio da
isonomia, conforme o qual todos são iguais perante a lei.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A própria CF/1988 estabelece hipóteses de tratamento diferenciado entre brasileiros natos e


naturalizados, conforme os seguintes dispositivos da Carta Magna:

Art. 12. (...)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,


salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º da CF/88)

13. (Cespe/2017/TRE PE/AJAA) O brasileiro naturalizado

a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal.

b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.

c) não poderá ocupar cargo da carreira diplomática.

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d) perderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária


pela lei estrangeira.

e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

GABARITO: C

Os cargos que os brasileiros naturalizados podem ocupar estão previstos no art. 12, § 3º, da
CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Assim, são inacessíveis aos brasileiros naturalizados os cargos da carreira diplomática, o que
torna a assertiva "c" correta.

A, B e E: erradas. Os cargos aos quais aludem essas assertivas não estão previstas no rol
supratranscrito, assim, as alternativas estão incorretas.

D: errada. Se a lei estrangeira reconhecer a nacionalidade originária do brasileiro (nato ou


naturalizado), ele não perderá essa nacionalidade, conforme o art. 12, § 4º, inciso II, alínea "a",
da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

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II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

14. (CESPE/2008/TST/AJAJ) Acerca do Direito Constitucional, julgue o item a seguir.

Considere que Andréa, nascida na França e naturalizada brasileira há cinco anos, é uma
advogada de 37 anos, que há doze anos exerce essa profissão no Brasil. Nesse caso, Andréa
pode ser nomeada juíza de um tribunal regional do trabalho (TRT), mas não pode ser nomeada
ministra do TST.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O único cargo da magistratura nacional que a CF/1988 restringe aos brasileiros natos é o de
Ministro do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 12, § 3º, inciso IV, da Carta Magna:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

15. (CESPE/2012/TRE RJ/AJAJ) A respeito dos direitos sociais, julgue o item seguinte.

Apenas brasileiros natos podem compor o Conselho da República, já que ele é formado pelo
vice-presidente da República, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo presidente do
Senado Federal, pelos líderes da maioria e da minoria da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, além do ministro de Estado da Justiça.

Comentários

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GABARITO: ERRADA.

Os líderes da maioria e da maioria da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além do


Ministro de Estado da Justiça, não precisam ser brasileiros natos, de acordo com o art. 12, § 3º,
da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

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Perda da nacionalidade (art. 12, § 4º da CF/88)

16. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA) Com base nas normas constitucionais que versam sobre direitos e
garantias fundamentais, assinale a opção correta acerca do direito de nacionalidade.

a) Configura-se a denominada nacionalidade adquirida no caso em que o indivíduo nascido no


estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade
brasileira depois de ter atingido a maioridade.

b) É proibida qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, os quais são detentores
dos mesmos direitos e deveres previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra nacionalidade


originária não se dá automaticamente.

d) Tanto a nacionalidade primária quanto a nacionalidade secundária dependem da vontade do


indivíduo, que tem a liberdade de aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado
brasileiro.

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e) Na determinação da nacionalidade primária, no Brasil se adota com primazia o jus solis


(vínculo de territorialidade), mas também se admitem o jus matrimoniale (vínculo de casamento)
e o jus sanguinis (vínculo de sangue).

Comentários

GABARITO: C

Não é automática a perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra


nacionalidade, já que é preciso respeitar as condições previstas nas alíneas do inciso II do § 4º do
art. 12 da CF/1988:

Art. 12 (...)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

A: errada. Nessa hipótese, a nacionalidade será nata, não adquirida, nos termos do art. 12, inciso
I, alínea "c", da CF/1988:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;

B: errada. A CF/1988 autoriza a distinção entre brasileiros natos e naturalizados na ocupação de


alguns cargos públicos, por exemplo, no art. 12, § 3º:

Art. 12 (...)

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§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

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D: errada. Extrai-se dos incisos do art. 12 da CF/1988, supratranscritos, que apenas os brasileiros
naturalizados (nacionalidade secundária) devem manifestar sua vontade para adquirir essa
nacionalidade.

E: errada. O art. 12 da CF/1988 não prevê hipótese de aquisição da nacionalidade brasileira pelo
casamento – jus matrimoniale.

17. (Cespe/2015/MPOG/Analista) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres


individuais e coletivos, julgue o item a seguir.

Em nenhuma hipótese, o brasileiro nato poderá ser extraditado.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A questão pode ser respondida pelo inciso LI, art.5º, CF/88 em que nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou
de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Pelo texto constitucional, quando se diz que “nenhum brasileiro será extraditado”, e logo depois
diz, “salvo o naturalizado”, isso quer dizer que nenhum brasileiro nato poderá ser extraditado.

Não confundam a extradição com a perda da nacionalidade. É possível um brasileiro nato perder
a nacionalidade? De acordo com o art.12, §4º da CF, sim. Quando o brasileiro adquirir outra
nacionalidade, ele perde a brasileira, com as exceções previstas nas alíneas “a” e “b”.

Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis

18. (CESPE/2013/STF/AJAJ) Ainda a respeito dos direitos fundamentais, julgue o seguinte item.

De acordo com o STF, uma vez concedida a naturalização pelo ministro de Estado da Justiça, a
revisão desse ato somente pode ser feita mediante processo judicial, e não administrativamente.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Vejamos o teor do art. 12, § 4º, inciso I, da CF/1988:

Art. 12 (…)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

O STF concluiu que, de acordo com o dispositivo supratranscrito, após a concessão da


naturalização, sua anulação somente pode ocorrer mediante processo judicial 1.

19. (CEBRASPE/2022/CBM-RO/Oficial Bombeiro Militar) À luz das disposições constitucionais


sobre os direitos de nacionalidade, assinale a opção correta.
a) Pessoa que nasce no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, será considerada
brasileira nata, não importando o fato do pai ou da mãe brasileiros não estarem a serviço da
República Federativa do Brasil.

1
STF – RMS 27.840/DF.

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b) Suponha que determinado brasileiro naturalizado, residente em estado estrangeiro, como


condição para exercer determinados direitos civis naquele país, venha a adquirir outra
nacionalidade. Nessa situação hipotética, será declarada a perda da sua nacionalidade brasileira.

c) Aquele que nasce na República Federativa do Brasil, ainda que seus pais sejam estrangeiros,
será considerado brasileiro nato, independentemente de qualquer condição.

d) As distinções entre brasileiros natos e naturalizados devem ser estabelecidas mediante lei.

e) Os cargos de presidente da República, de presidente da Câmara dos Deputados, de


presidente do Senado Federal e de presidente do Conselho Nacional de Justiça são privativos
de brasileiro nato.

Comentários

Letra E - correta. São cargos privativos de brasileiro nato, nos termos do artigo 12, § 3º, da
CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Acerca do Conselho Nacional de Justiça, dispõe o artigo 103-B, § 1º, da CF/88:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas


suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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No âmbito do STF, todos os ministros precisam ser brasileiros natos, não somente o presidente
da Corte (em razão do previsto no inciso IV).

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativas A e C – incorretas. É condição o fato do pai ou mãe estarem a serviço da República


Federativa do Brasil. Dispõe o artigo 12, I, "b", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)
==5617c==

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Alternativa B – incorreta. Está entre as exceções da perda de nacionalidade. Assim dispõe o


artigo 12, § 4º, II, "b", da CF/88:

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

(...)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;

Alternativas D – incorreta. As distinções devem ser estabelecidas na Constituição e não em lei.


Dispõe o artigo 12, § 2º, da CF:

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

GABARITO: Letra E.

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20. (CEBRASPE/2022/PC-PB) Suponha que João nasça no Brasil e seja filho de pai e mãe
argentinos que estejam em território brasileiro a serviço do Uruguai. Suponha, ainda, que
Sandro nasça na Itália e seja filho de pai brasileiro que resida há algum tempo no exterior,
por interesse pessoal de estudo. Suponha, também, que Jaqueline nasça na Espanha e seja
filha de mãe brasileira, a serviço da República Federativa do Brasil naquele país. Nessa
situação, no momento do nascimento, é(são) brasileiro(s) nato(s)

a) João, Sandro e Jaqueline.

b) João e Jaqueline, somente.

c) Jaqueline, somente.

d) Sandro e Jaqueline, somente.

e) João, somente.

Comentários

João é brasileiro nato, em que pese seus pais serem argentinos e estavam a serviço de outro
país (Uruguai). Dispõe no artigo 12, I, "a", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;

Sandro só seria considerado brasileiro nato se fosse registrado em repartição brasileira


competente, ou se residisse na República Federativa do Brasil optando, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Dispõe o artigo 12, I, "c", da
CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República

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Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer


tempo, pela nacionalidade brasileira;

Jaqueline é brasileira nata, pois em que pese ter nascido na Espanha, sua mãe é brasileira e
estava na Espanha a serviço oficial do Brasil. Dispõe o artigo 12, I, "b", da CF/88:

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Sendo brasileiros natos somente João e Jaqueline, o gabarito é a letra B.

GABARITO: Letra B

21. (CEBRASPE/2022/TELEBRAS/Técnico em Gestão de Telecomunicações) À luz da Constituição


Federal de 1988, julgue o item a seguir, acerca de direitos e garantias fundamentais.

Os cargos de vice-presidente e de presidente da República são privativos de brasileiros natos,


mas o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal pode ser exercido por brasileiro
naturalizado.

Comentários

O artigo 12 da CF/88 estabelece que determinados cargos são privativos de brasileiros natos.
Vejamos.

Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:

I – de Presidente e Vice-Presidente da República;

II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

III – de Presidente do Senado Federal;

IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V – da carreira diplomática;

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VI – de oficial das Forças Armadas;

VII – de Ministro de Estado da Defesa.

Como para assumir o cargo de Ministro do STF também é necessário ser brasileiro nato, a
questão está errada.

GABARITO: Errado.

22. (CEBRASPE/2022/FUB/Técnico em Contabilidade) Julgue o seguinte item, acerca dos


direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição Federal (CF).

Pressuponha-se que Pepe, brasileiro, tenha saído do Brasil para atuar como jogador de futebol
em determinado país estrangeiro e que, para a sua permanência lá, tenha sido obrigado a
adquirir a cidadania desse país. Nessa situação, ao adquirir outra nacionalidade, Pepe perderá a
condição de nacional brasileiro pelo tempo que permanecer com outra cidadania.

Comentários

Pepe precisou naturalizar-se em outro país para garantir sua permanência, tendo sua
nacionalidade brasileira protegida pelas exceções previstas no artigo Art. 12, §4º, II, "b" da
CF/88:

Art. 12, §4º: Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

(...)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em


estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis".

Nesse sentido, Pepe adquiriu dupla cidadania.

GABARITO: Errado.

Símbolos e idiomas (art. 13 da CF/88)

23. (CESPE/2013/TJDFT/AJAJ) Com relação ao Estado federal brasileiro, julgue o item a seguir.

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São símbolos do Estado federal brasileiro a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais,
podendo os estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os municípios adotar símbolos próprios.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Relembremos o teor do art. 13 da CF/1988:

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o


selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

Esse artigo preconiza que a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais são símbolos do
Estado, podendo os estados, o DF e os Municípios ter símbolos próprios.

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Gabarito

1. Errada 9. Errada 17. Correta


2. Errada 10. Errada 18. Correta
3. Letra B 11. Errada 19. Letra E
4. Letra C 12. Errada 20. Letra B
5. Correta 13. Letra C 21. Errada
6. Correta 14. Errada 22. Errada
7. Errada 15. Errada 23. Correta
8. Errada 16. Letra C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

31 de Dezembro de 2022
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Índice
1) Simulado - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - ME
..............................................................................................................................................................................................3

2) Simulado - Princípios Fundamentais - ME


..............................................................................................................................................................................................
68

3) Simulado - Direitos Sociais - ME


..............................................................................................................................................................................................
86

4) Simulado - Nacionalidade - ME
..............................................................................................................................................................................................
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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas............................................................................................................................................ 1

Gabarito/Questões Comentadas ................................................................................................................ 15

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 65

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

1) Considerando a classificação dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta.

I - Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da liberdade, os direitos de segunda geração
acentuam o princípio da igualdade.

II - Os direitos fundamentais de defesa impõem ao Estado um dever de abstenção em relação à liberdade, à


intimidade e à propriedade do cidadão, permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações
excepcionais, nas quais haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas
normas.

III - Os direitos culturais são considerados direitos de segunda geração.

IV - Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado,
sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

Estão corretos somente os itens:

a) I e II

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b) I e III.

c) I, III e IV.

d) II, III e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

2) Quanto aos direitos e garantias fundamentais, marque a opção incorreta.

a) Não há hierarquia entre os direitos fundamentais e, portanto, havendo conflito entre eles, a solução é
aplicação do princípio da concordância prática ou da harmonização.

b) Os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, encontrando limites tanto no próprio texto
constitucional quanto em normas infraconstitucionais, neste último caso quando há previsão de reserva
legal.

c) Sob a perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais outorgam aos indivíduos posições jurídicas exigíveis
do Estado, ao passo que, na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais representam uma matriz diretiva
de todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam atuação do Poder Público em todas as esferas.

d) Nas relações entre particulares, por força do princípio da igualdade, não há incidência dos direitos e
garantias individuais, uma vez que deve prevalecer, nesses casos, a plena autonomia de vontade.

e) O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas,
permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a
integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistên cia harmoniosa das liberdades, pois
nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos
direitos e garantias de terceiros.

Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da CF/88,


exceto remédios constitucionais

3) A Constituição Federal prevê diversos direitos e deveres individuais e coletivos, tendo este tema como
referência, assinale a alternativa correta:

a) A livre manifestação do pensamento veda que denúncias anônimas sejam utilizadas como único
fundamento para início da atividade punitiva estatal.

b) O direito de indenização por dano material, moral ou à imagem só poderá exercido após o prévio exercício
do direito de resposta, vez que este é condição sine qua non para aquele.

c) A Constituição Federal prevê o livre exercício dos cultos religiosos e instituiu imunidade tributária para
templos e cultos como forma de proteção do patrimônio dessas entidades, todavia essa proteção encontra
limites nas hipóteses de religiões que permitam sacrifício ritual de animais, as quais não serão abrangidas
pela imunidade em virtude da proteção constitucional garantida aos animais.

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Aula 03

d) A norma que prevê o livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão classifica -se como norma
constitucional de eficácia limitada, uma vez que depende de lei complementar para que produza seus efeitos.

e) O sigilo da fonte resguardado ao exercício profissional dos jornalistas não é compatível com a vedação ao
anonimato, sendo obrigatória a divulgação da origem sob pena de configurar como crimes de difamação,
calúnia e/ou injúria.

4) Em um certo Município, alguns moradores decidiram formar associações para promover ações de
melhoria da segurança de seus respectivos bairros. Entre elas, há a Associação Unidos Venceremos, do
bairro X, que se organizou de forma paramilitar e promove um serviço de guarda particular nas ruas do
bairro, promovendo vigilância e segurança à todos os moradores. Uma das condições para oferecimento
do serviço pela a associação, trata-se da obrigatoriedade de associação de todos os moradores do bairro
para que os serviços sejam prestados, vez que não seria justo que algum morador usufruísse
gratuitamente, ainda que indiretamente, os serviços custeados por todos os demais associad os.
Considerando a situação narrada, julgue as alternativas abaixo e assinale a incorreta:

a) A Associação Unidos Venceremos não poderia se organizar de forma paramilitar, vez que a Constituição
Federal veda esse tipo de característica nas associações.

b) A suspensão das atividades da Associação Unidos Venceremos só poderá ser realizada mediante decisão
judicial transitada em julgado.

c) A condição para prestação do serviço pela associação afronta a liberdade de associação prevista na
Constituição Federal.

d) Independentemente de autorização expressa dos associados, a Associação Unidos Venceremos poderá


substituir processualmente os moradores associados, defendendo-nos em ações judiciais que envolvam o
interesse destes no bairro X.

e) Caso a Associação Unidos Venceremos desejasse representar judicialmente seus associados, seria
necessária a autorização expressa dos representados e esta não poderia ser conferida genericamente por
seu estatuto.

5) Considerando as disposições constitucionais sobre o direito de propriedade, assinale a alternativa


correta:

a) O direito de propriedade é norma de eficácia plena, não podendo ser restringido pelo Estado.

b) Ainda que uma propriedade atenda a sua função social, nesta poderá ser promovida a desapropriação por
necessidade pública, utilidade pública ou por interesse social, devendo o proprietário ser obrigatoriamente
indenizado ulteriormente em dinheiro.

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Aula 03

c) Caso um Município requisite a propriedade de um particular para instalação de em um campo de abrigo


provisório que dê suporte a pessoas desabrigadas em virtude de desmoronamento ocorrido na região, a
entrega do imóvel será obrigatória e gratuita, podendo gerar indenização posterior em caso de dano.

d) A pequena propriedade rural trabalhada pela família goza de garantia de impenhorabilidade, que será
excetuada apenas para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

e) Não existe possibilidade de desapropriação sem indenização do proprietário.

6) Analise a questão à luz da Constituição Federal e assinale a alternativa correta:

a) A voz de um narrador de atividades desportivas não faz jus à proteção de direito autoral concedida pela
Constituição Federal, uma vez que são classificadas como atividades com fins socioeducacionais de
abrangência pública.

b) A marca e o nome de uma empresa são exemplos de propriedade industrial que gozam de proteção
permanente do direito de utilização pelo proprietário, sendo, inclusive, transmissível aos herdeiros após a
morte do seu titular.

c) Joseph, que é estrangeiro, residia no Estado de Minas Gerais e faleceu deixando considerável herança para
seu filho Joaquim, que é brasileiro. Neste caso, a sucessão de bens aplicará a lei mais favorável para Joaquim.

d) O direito do consumidor previsto na CF/88 é norma constitucional de eficácia contida.

e) Maria é autora de diversos livros e detém direito exclusivo de utilizar seus direitos autorais por tempo
determinado, uma vez que o direito a eles relacionado só se torna permanente caso transferido aos
herdeiros.

7) As alternativas abaixo abordam temas relacionados à segurança jurídica, direito adquirido, ato jurídico
perfeito e coisa julgada material, julgue-as e assinale a assertiva incorreta.

a) O direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio do particula r, sendo distinto da


expectativa de direito.

b) O princípio do direito adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional, uma vez
que não se deve realizar distinção em sua aplicação perante leis de direito público ou de direito privad o.

c) O Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos constitutivos exigidos pela lei, sendo
considera consumado perante a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

d) Não há que se falar em direito adquirido contra os efeitos gerados por mudan ças de regime estatutário
ou por normas constitucionais originárias.

e) A previsão da segurança jurídica no texto constitucional aplica-se apenas à lei em sentido formal, não
abrangendo as resoluções, decretos legislativos e demais modalidades normativas secundárias.

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8) Quanto aos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, assinale a alternativa
correta:

a) A vedação aos tribunais de exceção possuí íntima relação com o princípio do juiz natural, uma vez que tal
vedação é consequência lógica do princípio, visando garantir que não haverá arbitrariedade e imparcialidade
nos julgadores.

b) O tribunal do júri é um tribunal popular regido por alguns princípios como a plenitude de defesa, sigilo das
votações e a soberania dos veredictos, sua competência para julgamento é absoluta e não pode ser afastada
nos casos de foro especial por prerrogativa de função.

c) Um homicídio culposo praticado por Helena contra Pedro será objeto de julgamento perante o tribunal do
júri, vez que é a instituição reconhecida para julgar os crimes contra a vida.

d) O princípio da legalidade no âmbito penal pode ser desdobrado em outros dois princípios, o princípio da
reserva legal, que impõe que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração sob pena de
inexistência do crime, e o princípio da anterioridade da lei penal, que determina que apenas lei em sentido
formal poderá definir crimes e cominar penas.

e) A lei penal só retroagirá para beneficiar o réu se o processo ainda não houver transitado em julgado, uma
vez que com o trânsito a decisão torna-se definitiva e irreformável.

9) Acerca das disposições constitucionais denominadas pela doutrina como "mandados de criminalização",
analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contêm a ordem incorreta:

I) A punição à discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais classifica -se como norma de
eficácia limitada, sendo direcionada ao legislador.

II) O racismo e do crime de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ord em constitucional e o
Estado de Direito são crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.

III) O terrorismo é um crime inafiançável e imprescritível, diferentemente do tráfico ilícito de entorpecentes


que é inafiançável e prescritível.

IV) Segundo o STF as condutas homofóbicas e transfóbicas deverão ser tipificadas como crime de racismo,
uma vez que restou configurada omissão inconstitucional do Congresso Nacional na abordagem do tema.

a) I-V, II-V, III-V, IV-V.

b) I-F, II-F, III-F, IV-F.

c) I-F, II-V, III-V, IV-F.

d) I-V, II-F, III-F, IV-V.

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e) I-V,II-F,III-V,IV-F.

10) Acerca dos conceitos da Constituição Federal, assinale a alternativa incorreta.

a) O princípio da individualização da pena determina que a aplicação da pena deve ajustar-se à situação de
cada imputado, adequando-se às características pessoais do infrator em aspectos como suspensão ou
interdição de direitos, perda de bens, multa e outros.

b) João possui 75 anos, Maria possuí 36 anos e José possuí 25 anos, os três foram condenados po r sentença
judicial transitada em julgado pelo mesmo crime e foram encaminhados para estabelecimentos de execução
penal distintos, o que é correto vez que cada se enquadra em um critério de execução penal individualizada.

c) O direito das presidiárias a amamentar seus filhos corresponde a uma dupla garantia, uma vez que visa
evitar que a pena da mãe contamine os direitos do recém-nascido, que seria privado de um alimento
fundamental para seu desenvolvimento.

d) Enquanto se encontra na prisão o indivíduo não goza de todos os direitos fundamentais, entretanto a sua
integridade física e moral deverá ser resguardada para que não sejam aplicadas penas cruéis e degradantes.

e) A pena de morte permanecerá vedada no Brasil ainda que em tempos de guerra declarada,
diferentemente das penas de banimento onde será possível impor que brasileiros natos não adentrem no
território brasileiro, além de retirar-lhes à cidadania brasileira permanentemente.

11) Considerando as disposições sobre direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal e
discutidos em Tribunais Superiores, assinale a alternativa que contêm uma hipótese de aplicação correta
das disposições constitucionais.

a) Marcel é francês e veio para o Brasil após cometer crimes de opinião ao participar de protestos contra o
governo de seu país de origem. Caso a França venha a requerer a extradição de Marcel, o Brasil poderá
concedê-la se o delito também encontrar punição no país.

b) Joaquim foi condenado em segunda instância pela prática de crime punido com reclusão, tendo
protocolado recurso ao Superior Tribunal de Justiça. Nesse caso, a execução provisória da sentença penal
condenatória não poderá ser realizada pois violaria o princípio da presunção de inocência, devendo -se
aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para que Joaquim inicie o cumprimento de
sua pena.

c) Paulo é servidor público efetivo no cargo de contador e vem respondendo a um processo administrativo
disciplinar, razão pela qual pretende apresentar defesa técnica de sua autoria no processo. A pretensão de
Paulo não poderá ser concretizada pois é vedada a apresentação de defesa técnica neste tipo de processo,
além disso não seria cabível por ser atribuição exclusiva dos bacharéis em direito inscritos nos quadros da
Ordem dos Advogados do Brasil.

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d) Mario está movendo ação civil contra um devedor e ao longo do processo o magistrado admitiu a inserção
de provas ilícitas e negou o oferecimento de defesa, por parte de Mario, contra as provas citadas. Neste caso
há violação ao contraditório e ampla defesa, mas não há violação ao devido processo legal.

e) João Lucas deseja apresentar um recurso administrativo, mas foi informado que o mesmo só poderá ser
apresentado se efetuado depósito prévio em dinheiro do valor discutido. Neste caso, João Lucas deverá se
submeter a exigência uma vez que está é constitucionalmente aceita para evitar recursos protelatórios e
garantir a eficiência por meio da celeridade nos julgamentos administrativos.

12) Considerando as disposições constitucionais sobre os direitos e garantias fundamentais e o


entendimento dos Tribunais Superiores, analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contem a
ordem correta:

I) Dado o seu caráter público, a ação penal pública poderá ser ajuizada p or qualquer pessoa dentro do prazo
legal.

II) A privação do direito à liberdade por meio da prisão só será admitida em casos de flagrante de delito,
ordem escrita e fundamentada de juiz e transgressão militar ou crime propriamente militar, podendo,
entretanto, ser relativizada nos casos em que a lei admita liberdade provisória, seja ela com ou sem fiança.

III) Se durante uma prisão não houver qualquer perigo à integridade física do preso ou de terceiros e ainda
assim a autoridade policial fizer o uso de algemas, esta prisão será considerada ilegal e deverá ser relaxada
pelo juiz, a não ser que se apresente justificativa escrita que esclareça a gravidade do delito.

IV) O direito de permanecer em silêncio é prerrogativa do preso que poderá ser exercido a qualquer
momento sem que lhe traga nenhum prejuízo, seja na prisão ou no interrogatório, sendo, inclusive, nulidade
absoluta a ausência de informação de seu direito durante o interrogatório.

a) I-F, II-F, III-V, IV-V.

b) I-V, II-F, III-F, IV-V.

c) I-F, II-V, III-F, IV-V.

d) I-V, II-V, III-F, IV-V.

e) I-V, II-F,III-V,IV-F.

13) Assinale a alternativa que não contém um direito com gratuidade garantida pela Constituição Federal:

a) assistência jurídica integral aos que comprovem insuficiência de recursos.

b) registro civil de nascimento e a certidão de óbito aos reconhecidamente pobres.

c) as ações de habeas corpus, habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção.

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d) atos necessários ao exercício da cidadania.

e) a obtenção de certidões em repartições públicas para esclarecimento de situações de interesse pessoal.

14) Quanto aos direitos e direitos individuais e coletivos previstos na Constituição Federal, é correto
afirmar:

a) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial, salvo
previsão legal em sentido contrário;

b) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.

c) O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses que venham a
ser previstas no texto constitucional.

d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança

e) Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regim e e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados inter-regionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

15) Sobre a temática dos Direitos e Garantias Fundamentais, assinale a opção correta.

a) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime hediondo, praticado antes da
naturalização.

b) É livre a manifestação de pensamento, sendo garantido o direito ao anonimato.

c) Aos autores pertence o direito exclusivo da utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não
transmissíveis aos herdeiros.

d) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada


a interferência estatal em seu funcionamento.

e) A lei não pode restringir a publicidade dos atos processuais.

16) Nos termos da Constituição Federal, sobre os direitos e garantias fundamentais, é incorreto afirmar
que:

a) As convenções internacionais que versarem sobre direitos humanos em que a República Federativa do
Brasil seja parte, ao serem aprovadas em cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas
constitucionais se a aprovação ocorrer em dois turnos por três quintos dos votos dos respectivos membros.

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b) São extensíveis aos estrangeiros, mesmo aqueles apenas em trânsito no país, os direitos e garantias
individuais elencados na Constituição Federal.

c) O princípio da inafastabilidade da apreciação pelo Judiciário de lesão ou ameaça a direito autoriza que,
mesmo em caso de guerra, o Judiciário mantenha sua jurisdição.

d) A prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

e) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à preservação ou da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem de outras pessoas, ou à segurança
da sociedade e do Estado.

17) Os direitos e garantias fundamentais são objeto de título específico na Constituição. Sobre o assunto,
marque a alternativa correta.

a) A Constituição prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, nem mesmo quando tal convicção implicar o titular ter que se eximir de obrigação legal
a todos imposta.

b) Não são admitidas no processo as provas obtidas por meios ilícitos, garante o art. 50, inciso LVI, da
Constituição Federal, entendendo-as como aquelas colhidas em infringência às normas do direito processual.
As provas ilícitas também podem ser chamadas de provas ilegais ou ilegítimas.

c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva. A expressão "nos termos da lei" indica que é a lei que vai outorgar o direito.

d) Entre os direitos garantidos pela Constituição, está que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Para que haja
uma real proteção ao direito do indivíduo, a casa referida pelo legislador constituinte deve ser interpretada
da forma mais ampla possível. Por isso, o dispositivo aplica-se aos bares, cafés, restaurantes, lojas e
estabelecimentos durante o período em que estejam abertos ao público, mesmo os seus proprietários não
residindo neles.

e) Pessoas jurídicas são beneficiárias de direitos e garantias fundamentais, inclus ive direitos e deveres
individuais.

18) Sobre os Direitos e Garantias Individuais, assinale a opção correta.

a) A interceptação telefônica tem exceção criada pela Constituição para a violação das comunicações
telefônicas, quais sejam, ordem judicial, finalidade de investigação criminal e instrução processual penal ou
nas hipóteses e na forma que a lei complementar estabelecer.

b) O sigilo profissional constitucionalmente determinado exclui a possibilidade de cumprimento de mandado


de busca e apreensão em escritório de advocacia.

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c) Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção


de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, não podem ser usados em
procedimento administrativo disciplinar instaurado contra a mesma pessoa investigada, haja vista que
prevalece no texto constitucional o regime da independência das instâncias.

d) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que não afronta o
princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e
masculino da Aeronáutica.

e) É lícita a exigência de depósito prévio de dinheiro para admissibilidade de recurso administrativo, desde
que se trate de pequeno valor, sob pena de afronta ao princípio da razoabilidade.

19) Assinale a opção incorreta:

a) O direito de reunião pacífica não contempla, sem prévia anuência expressa da autoridade pública de
trânsito, a realização de manifestação coletiva, com objetivo de protesto contra a carga tributária, em via
pública de circulação automobilística.

b) O princípio da isonomia, que se reveste de auto aplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de


complementação normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei;
e (ii) o da igualdade perante a lei.

c) Ressalvadas as situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente


público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de
direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde
alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão
assim executada reputar-se inadmissível.

d) É considerada prova lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando há investida criminosa deste último.

e) O exercício concreto da liberdade de expressão assegura ao jornalista o direito de expender críticas a


qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente
contra as autoridades e aparelhos de Estado. No entanto, deve responder penal e civilmente pelos abusos
que cometer, e sujeitar-se ao direito de resposta previsto no texto constitucional.

Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus,


habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)

20) No tocante aos remédios previstos na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que

a) somente quem sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder, pode impetrar habeas corpus.

b) Não é necessária a comprovação de prejuízo material aos cofres públicos como condição para a
propositura de ação popular.

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c) a medida judicial adequada para se suprir omissão regulamentadora que torne inviável o exercício de
liberdade constitucional é o mandado de segurança.

d) o habeas corpus, o habeas data e o mandado de segurança dispensam o pagamento de custas.

e) para ajuizamento do habeas data, é dispensada a negativa da obtenção dos dados pela via administrativa.

21). Sobre a tutela constitucional das liberdades, assinale a alternativa incorreta.

a) O habeas corpus visa a proteger o direito constitucional de ir e vir, enquanto o habeas data visa a assegurar
o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constan tes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público, e à retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

b) Não é cabível habeas data para obter informações relativas a terceiros.

c) O mandado de segurança impetrado contra ato ilegal praticado por autoridade pública é isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.

d) Não se concederá mandado de segurança na hipótese de decisão judicial da qual caiba recurso suspensivo.

e) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania.

22) A respeito da tutela constitucional das liberdades, assinale a alternativa incorreta.

a) Não é possível à pessoa jurídica figurar como paciente na impetração de habeas corpus.

b) Para que seja concedido o habeas data, é preciso demonstrar a existência de prévio pedido no âmbito
administrativo.

c) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de
concessionárias de serviço público.

d) O Supremo Tribunal Federal decidiu não são ser cabível medida liminar em mandado de injunção devido
ao entendimento de que essa ação não possui auto aplicabilidade.

e) Consoante entendimento jurisprudencial dominante, o Supremo Tribunal Federal adotou a posição


concretista quanto aos efeitos da decisão judicial no mandado de injunção.

23) O artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal de 1988 preconiza que “conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando

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o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou ag ente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público”. A respeito desse remédio constitucional, assinale a alternativa
que está em consonância com o entendimento do STF.

a) É inconstitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de Mandado de Segurança.

b) A impetração de Mandado de Segurança Coletivo por entidade de classe em favor dos associados depende
de autorização destes.

c) Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

d) A existência de controvérsia a respeito de matéria de direito impede a concessão de Mandado de


Segurança.

e) A cobrança de dívida líquida e certa pode ser feita mediante impetração de mandado de segurança.

24) Considere o seguinte:

I – partido político com Deputado Federal eleito no último sufrágio.

II - associação dos moradores do bairro X, constituída há 1 ano e 11 meses.

III – sindicato dos empregados da indústria farmacêutica do Município Y, fundado há 2 meses.

IV – partido político que elegeu apenas governadores e prefeitos nas últimas eleições.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, em regra, são legítimas para impetrar mandado de segurança
coletivo apenas os que constam nos itens

(A) I, II, III e IV.

(B) I, II e IV.

(C) I, II e III.

(D) I, III e IV.

(E) I e IV.

25) Considerando o entendimento dos Tribunais Superiores e as disposições constitucionais sobre o


mandado de injunção, assinale a alternativa incorreta:

a) O mandado de injunção é um remédio constitucional que visa combater a ausência de regulamentação de


uma norma constitucional de eficácia limitada por parte do legislador, sendo utilizável quando a omissão

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legislativa tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais, bem como prerrogativas
relacionadas à nacionalidade, soberania e cidadania.

b) O mandado de injunção pode ser utilizado em caso de omissões legislativas totais ou parciais, sendo um
remédio constitucional de natureza civil.

c) O mandado de injunção pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, bastando que esta se
veja em situação de prejuízo ao gozo de seus direitos em virtude de ausência normativa.

d) O mandado de injunção é cabível em virtude de ausência de norma regulamentadora de direito


constitucional ou infraconstitucional.

e) O mandado de injunção não é gratuito e sua impetração depende de assistência de advogado pela parte.

26) Acerca das disposições constitucionais e do entendimento dos Tribunais Superiores quanto a ação
popular, analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contêm a ordem correta:

I) O Ministério Público não poderá figurar no polo ativo da ação popular, sendo esta uma ação exclusiva dos
cidadãos.

II) A comprovação do efetivo dano material e pecuniário é condição necessária para ad missão da ação
popular.

III) Não há foro por prerrogativa de função em ação popular, mas o mesmo não pode ser dito quanto ao
duplo grau de jurisdição obrigatório em caso de improcedência da ação.

IV) A improcedência da ação popular gera a obrigação do autor arcar com as custas judiciais e o ônus de
sucumbência da parte vencedora.

a) I-F, II-F, III-F, IV-F.

b) I-F, II-F, III-V, IV-F.

c) I-F, II-V, III-V, IV-F.

d) I-V, II-F, III-F, IV-V.

e) I-V,II-V,III-V,IV-V.

Aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1º da CF/88), Enumeração aberta (art. 5º, § 2º da


CF/88) e Tribunal Penal Internacional (art. 5º, § 4º da CF/88)

27) Analise as alternativas abaixo à luz da Constituição Federal de 1988 e assinale a correta:

a) As normas constitucionais que definam direitos e garantias fundamentais possuem aplicação imediata,
que persistirá até mesmo nos casos de norma de eficácia limitada.

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b) O rol de direitos e garantias fundamentais é taxativo, uma vez que só poderão ser considerados como
direitos fundamentais aqueles previstos no texto constitucional.

c) Em virtude da vedação aos Tribunais de Exceção, o Brasil se submeterá à jurisdição do Tribunal Penal
Internacional e isso ocorrerá mediante edição de lei complementar que irá disciplinar de forma nacional
sobre o tema.

d) O princípio da celeridade processual é aplicável a todos no âmbito judicial, mas o mesmo não poderá ser
dito em relação ao âmbito administrativo vez que neste rege-se o princípio da eficiência.

e) A responsabilidade civil do estado abrange os atos administrativos, não sendo aplicável quanto aos atos
jurisdicionais.

Tratados e Convenções internacionais com força de emenda constitucional (art. 5º, § 3º


da CF/88)

28) Acerca das disposições constitucionais sobre tratados e convenções internacionais, analise os iten s
abaixo e assinale a alternativa que contêm apenas itens incorretos.

I) A incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico possuí como condição mínima a
aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos vot os dos membros.

II) Os tratados internacionais são celebrados pelo Poder Executivo e possuem status de lei ordinária, razão
pela qual independem de apreciação do Congresso Nacional para sua incorporação no ordenamento.

III) Os tratados internacionais sobre direitos humanos só serão equivalentes às emendas constitucionais
quando forem aprovados com o mesmo rito de votação destas.

IV) Os tratados internacionais sobre direitos humanos que venham a ser incorporados ao ordenamento
jurídico sem aprovação mediante rito qualificado, previsto no artigo 5º, § 3º, da CF, possuirão hierarquia de
norma supralegal.

a) I, II e IV

b) II e IV.

c) I, II e III.

d) I e II.

e) III e IV.

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GABARITO

1. E 2. D 3. A 4. B 5. C

6. C 7. E 8. A 9. C 10. E

11. B 12. C 13. C 14. D 15. D

16. D 17. E 18. D 19. A 20. B

21. C 22. B 23. C 24. C 25. D

26. B 27. A 28. D

QUESTÕES COMENTADAS

Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

1) Considerando a classificação dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta.

I - Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da liberdade, os direitos de segunda geração
acentuam o princípio da igualdade.

II - Os direitos fundamentais de defesa impõem ao Estado um dever de abstenção em relação à liberdade, à


intimidade e à propriedade do cidadão, permitindo-se a intervenção estatal apenas em situações
excepcionais, nas quais haja, ainda, o pleno atendimento dos requisitos previamente estabelecidos nas
normas.

III - Os direitos culturais são considerados direitos de segunda geração.

IV - Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado,
sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade.

Estão corretos somente os itens:

a) I e II

b) I e III.

c) I, III e IV.

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d) II, III e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

Comentários

Item I - correto. Os direitos de primeira geração realçam o princípio da liberdade, com foco no homem
individualmente considerado, consagrando direitos civis e políticos. Exemplos: direito à vida, à liberdade, à
propriedade, à liberdade de expressão, à participação política e religiosa.

Por sua vez, os direitos de segunda geração realçam o valor-fonte igualdade, consagrando direitos
econômicos, sociais e culturais. Exemplos: direito à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação, à
previdência social, à assistência social.

Por fim, os direitos de terceira geração realçam o princípio da fraternidade (ou solidariedade), consagrando
os direitos difusos e os coletivos. Exemplos: direito do consumidor, direitos ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, ao desenvolvimento, à autodeterminação dos povos etc.

Item II - correto. Os direitos fundamentais de defesa são os direitos de primeira geração, formada pelos
direitos que caracterizam uma obrigação de não-fazer, um dever de abstenção estatal aos indivíduos, já que
diz respeito aos direitos que buscam restringir a ação do Estado sobre os indivíduos, a fim de livrá-los da
ingerência abusiva estatal.

Itens III e IV - corretos. Conforme explicado na análise do item I, acima. Os direitos culturais são considerados
direitos de segunda geração. Conforme citado no item IV, os direitos fundamentais de primeira geração
realçam o princípio da liberdade, com foco no homem individualmente considerado.

Gabarito: Letra E.

2) Quanto aos direitos e garantias fundamentais, marque a opção incorreta.

a) Não há hierarquia entre os direitos fundamentais e, portanto, havendo conflito entre eles, a solução é
aplicação do princípio da concordância prática ou da harmonização.

b) Os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, encontrando limites tanto no próprio texto
constitucional quanto em normas infraconstitucionais, neste último caso quando há previsão de reserva
legal.

c) Sob a perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais outorgam aos indivíduos posições jurídicas exigíveis
do Estado, ao passo que, na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais representam uma matriz diretiva
de todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam atuação do Poder Público em todas as esferas.

d) Nas relações entre particulares, por força do princípio da igualdade, não há incidência dos direito s e
garantias individuais, uma vez que deve prevalecer, nesses casos, a plena autonomia de vontade.

e) O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas,
permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a

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integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois
nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos
direitos e garantias de terceiros.

Comentários

Letra A - correta. Não há hierarquia entre direitos fundamentais, de modo que na hipótese de conflito entre
dois ou mais deles, o intérprete deve realizar um juízo de ponderação, fazendo uso do princípio da
concordância prática (ou da harmonização), evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros. O
princípio da concordância prática estabelece que a aplicação de uma determinada norma constitucional deve
ser realizada em conjunto com as demais normais constitucionais.

Letra B - correta. Os direitos fundamentais não possuem natureza absoluta, sendo limitados por outros
direitos fundamentais previstos constitucionalmente. Além disso, também podem ser restringidos por
normas infraconstitucionais, desde que haja autorização explícita na CF, via reserva legal, ou até mesmo
implícita no texto constitucional.

Letra C - correta. Na perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais são compreendidos como os direitos
negativos e positivos do indivíduo, que pode obter do Estado a satisfação de seus interesses juridicamente
protegidos. Já na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais são compreendidos como um conjunto de
valores básicos da sociedade que direcionam e conformam a atuação do Estado (Poder Legislativo, Executivo
e Judiciário) no sentido de assegurá-los e protegê-los.

Letra D - incorreta. Os direitos fundamentais possuem tanto eficácia vertical, quanto eficácia horizontal.

A eficácia vertical implica que os direitos fundamentais se aplicam às chamadas “relações verticais”, que são
as relações entre os particulares e o Estado.

Por sua vez, a eficácia horizontal (também chamada de eficácia “privada” ou “externa”) implica que os
direitos fundamentais também incidem nas “relações horizontais”, ou seja, nas relações privadas, entre
particulares, nos negócios privados.

Letra E - correta. Conforme comentado anteriormente, os direitos fundamentais não possuem natureza
absoluta, podem sofrer limitações de ordem jurídica, tanto previstas por normas constitucionais o u por leis
infraconstitucionais.

Gabarito: D

Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da CF/88,


exceto remédios constitucionais

3) A Constituição Federal prevê diversos direitos e deveres individuais e coletivos, tendo este tema como
referência, assinale a alternativa correta:

a) A livre manifestação do pensamento veda que denúncias anônimas sejam utilizadas como único
fundamento para início da atividade punitiva estatal.

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b) O direito de indenização por dano material, moral ou à imagem só poderá exercido após o prévio exercício
do direito de resposta, vez que este é condição sine qua non para aquele.

c) A Constituição Federal prevê o livre exercício dos cultos religiosos e instituiu imunidade tributária para
templos e cultos como forma de proteção do patrimônio dessas entidades, todavia essa proteção encontra
limites nas hipóteses de religiões que permitam sacrifício ritual de animais, as quais não serão abrangidas
pela imunidade em virtude da proteção constitucional garantida aos animais.

d) A norma que prevê o livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão classifica -se como norma
constitucional de eficácia limitada, uma vez que depende de lei complementar para que produza seus efeitos.

e) O sigilo da fonte resguardado ao exercício profissional dos jornalistas não é compatível com a vedação ao
anonimato, sendo obrigatória a divulgação da origem sob pena de configurar como crimes de difamação,
calúnia e/ou injúria.

Comentários

Letra A - correta. O artigo 5º, inciso IV, da CF/88, é expresso ao versar que a liberdade de expressão não
comporta o anonimato, sendo tal vedação extensível até mesmo na persecução criminal promovida pelo
Estado.

Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

O STF entende que as denúncias poderão servir de fundamento para que o Poder Público adote medidas
para esclarecer alguns pontos, a fim de buscar elementos que possibilitem a instauração formal da
persecução penal sem que esta seja maculada por manifestações apócrifas. Isso significa que as denúncias
anônimas jamais poderão ser a causa única de exercício de atividade punitiva, sendo vedada a instauração
de procedimento formal de investigação com base, unicamente, em uma denúncia anônima 1.

Letra B - incorreta. O direito à indenização independe do direito a resposta ter sido, ou não, exercido, bem
como de o dano caracterizar, ou não, infração penal. Não há que se falar em condição ou pré-requisito entre
eles, sendo que o texto constitucional, no artigo 5º, inciso V, se limita a dizer:

Art. 5°, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

Letra C - incorreta. A Constituição Federal realmente dispõe sobre a imunidade tributária religiosa como
forma de proteção da liberdade e inviolabilidade de cada religião. Contudo, a assertiva está incorreta ao
afirmar que existem limitações ao acesso desta garantia às religiões que realizam sacrifí cio de animais.

Não há nada do gênero no texto constitucional e, na realidade, o STF já se manifestou sobre o sacrifício de
animais em religiões de matrizes africanas. Para a Suprema Corte, o sacrifício deve ser permitido sob pena
de ferir a liberdade religiosa, uma vez que “é constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar

1
STF, Inq 1957/ PR, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo STF nº 393.

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a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana” 2,
devendo, no conflito entre bens jurídicos, prevalecer a liberdade religiosa. Para finalizar, veja a literalidade
do art. 5º, inciso VI, da CF/88:

Art. 5°, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Letra D - incorreta. A liberdade de profissão não se classifica como norma de eficácia limitada, que são
aquelas que dependem de uma lei para que produzam integralmente seus efeitos. O art. 5º, inciso XIII, da
CF/88, que é o responsável por abordar o tema, apresenta-se como norma de eficácia contida, vez que prevê
o livre exercício e dispõe que uma lei posterior poderá restringir/conter a sua eficácia.

Além do erro quanto a classificação, perceba que a literalidade não faz qualquer menção a lei complementar,
sendo este um segundo erro vez que que a edição de lei ordinária já é o suficiente para restringi -lo.

Art. 5°, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;

Letra E - incorreta. A Constituição é bem direta ao garantir o sigilo da fonte no exercício profissional. Contudo,
não há que se falar em responsabilização criminal pelo simples fato de não a divulgar, o que torna a assertiva
incorreta.

Caso alguém seja lesado pelas informações veiculadas, o jornalista que as divulgar poderá ser
responsabilizado por eventuais danos, contudo isso não significa que ele será obrigado a revelar suas fontes
ou será responsabilizado pelo anonimato.

Art. 5°, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

Gabarito: Letra A

4) Em um certo Município, alguns moradores decidiram formar associações para promover ações de
melhoria da segurança de seus respectivos bairros. Entre elas, há a Associação Unidos Venceremos, do
bairro X, que se organizou de forma paramilitar e promove um serviço de guarda particular nas ruas do
bairro, promovendo vigilância e segurança à todos os moradores. Uma das condições para oferecimento
do serviço pela a associação, trata-se da obrigatoriedade de associação de todos os moradores do bairro
para que os serviços sejam prestados, vez que não seria justo que algum morador usufruísse
gratuitamente, ainda que indiretamente, os serviços custeados por todos os demais associados.
Considerando a situação narrada, julgue as alternativas abaixo e assinale a incorreta:

2
RE 494.601

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a) A Associação Unidos Venceremos não poderia se organizar de forma paramilitar, vez que a Constituição
Federal veda esse tipo de característica nas associações.

b) A suspensão das atividades da Associação Unidos Venceremos só poderá ser realizada m ediante decisão
judicial transitada em julgado.

c) A condição para prestação do serviço pela associação afronta a liberdade de associação prevista na
Constituição Federal.

d) Independentemente de autorização expressa dos associados, a Associação Unidos Ven ceremos poderá
substituir processualmente os moradores associados, defendendo-nos em ações judiciais que envolvam o
interesse destes no bairro X.

e) Caso a Associação Unidos Venceremos desejasse representar judicialmente seus associados, seria
necessária a autorização expressa dos representados e esta não poderia ser conferida genericamente por
seu estatuto.

Comentários

Letra A - correta. Em que pese a Constituição Federal permita a liberdade associativa plena para fins lícitos,
de fato, a Associação Unidos Venceremos encontra-se irregular, pois não poderia se organizar de forma
paramilitar, vez que é vedada a criação de associações com essa característica, conforme o art. 5º, inciso
XVII, da CF/88, abaixo transcrita:

Art. 5°, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

Letra B - incorreta. Afirma que a suspensão das atividades da associação só ocorrerá em virtude de decisão
judicial transitada em julgado, o que não é verdade. A suspensão das atividades pode ser operada por mera
decisão judicial, não havendo necessidade de um trânsito em julgado para efetivá-la.

Perceba que uma decisão judicial transitada em julgado também poderá ser utilizada para suspender a
atividade de uma associação, mas isso não significa que ela é um requisito para tal. Bastaria uma decisão
judicial, com ou sem trânsito em julgado.

Vale esclarecer que apenas a dissolução compulsória exige um requisito mais difícil (decisão judicial
transitada em julgado). Esse tema é constantemente objeto de cobrança em provas, fique atento:

Suspensão das atividades da associação -> decisão judicial (não precisa ter trânsito em julgado).
Dissolução compulsória da associação -> decisão judicial transitada em julgado.

Art. 5°, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

Letra C - correta. De fato, a condição estabelecida pela Associação Unidos Venceremos vai contra a CF/88,
vez que a liberdade associativa compreende o direito de associar-se ou de permanecer associado de forma
facultativa, sendo vedado compelir ou obrigar que alguém se associe ou permaneça na condição de
associado, conforme o art. 5º, inciso XX, da CF/88, abaixo transcrito:

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Art. 5°, XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Letra D - correta. A substituição processual difere da representação judicial, prevista no art. 5º, inciso XXI, da
CF/88, vez que à substituição não se aplica a necessidade de autorização expressa.

Nela, o substituto entrará como parte do processo, agindo em nome próprio na salvaguarda do direito de
seus associados, que serão retirados do processo e ainda assim usufruirão ou sofrerão os efeitos da sentença
prolatada no mesmo.

Caso a questão abordasse a representação judicial, a situação seria diferente uma vez que a CF/88 é clara ao
exigir a autorização expressa, conforme transcrito abaixo:

Art. 5°, XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Letra E - correta. Aborda a representação judicial prevista no art. 5º, inciso XXI, da CF/88, e afirma
corretamente sobre a necessidade de autorização expressa, uma vez que esta é a literalidade do inciso:

Art. 5°, XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Quanto a vedação de autorização genérica em estatuto, o referido tema já foi objeto de discussão no STF e
atualmente o entendimento é de que a autorização realizada de forma genérica no estatuto da associação
não é suficiente para legitimar a representação processual, sendo necessária autorização expressa
individualmente ou por assembleia 3.

Gabarito: Letra B.

5) Considerando as disposições constitucionais sobre o direito de propriedade, assinale a alternativa


correta:

a) O direito de propriedade é norma de eficácia plena, não podendo ser restringido pelo Estado.

b) Ainda que uma propriedade atenda a sua função social, nesta poderá ser promovida a desapropriação por
necessidade pública, utilidade pública ou por interesse social, devendo o proprietário ser o brigatoriamente
indenizado ulteriormente em dinheiro.

c) Caso um Município requisite a propriedade de um particular para instalação de em um campo de abrigo


provisório que dê suporte a pessoas desabrigadas em virtude de desmoronamento ocorrido na região, a
entrega do imóvel será obrigatória e gratuita, podendo gerar indenização posterior em caso de dano.

3
RE 573.232/SC. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 14.05.2014

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d) A pequena propriedade rural trabalhada pela família goza de garantia de impenhorabilidade, que será
excetuada apenas para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

e) Não existe possibilidade de desapropriação sem indenização do proprietário.

Comentários

Letra A - incorreta. Em que pese a Constituição Federal garanta o direito de propriedade e o inciso XXII não
faça qualquer menção a possibilidades de restrição, entende-se que o direito de propriedade se enquadra
como norma constitucional de eficácia contida, o que torna a assertiva incorreta.

Ainda que não haja expressa menção as restrições na literalidade do inciso XXII, é possível verificar que, ao
longo da Constituição Federal, existem diversas ferramentas que sujeitam a propriedade à atuação restritiva
do poder público, o que demonstra que o direito de propriedade não é absoluto, conforme verificamos no
art. 5º, incisos XXIII ao XXVI, da CF/88.

Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Letra B - incorreta. Um dos requisitos para que o proprietário proteja seu direito de propriedade é que este
dê à propriedade uma função social, contudo isso não significa que ele ficará livre da desapropriação em
virtude do interesse público.

Até esse ponto a alternativa segue corretamente o disposto no texto constitucional. Entretanto, a assertiva
está incorreta em relação à forma de indenização mencionada, vez que o art. 5º, inciso XXIV, da CF/88 é
expresso ao fixar que o proprietário receberá "justa e prévia indenização em dinheiro".

Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;

Letra C - correta. Já que a situação se enquadra perfeitamente na hipótese de requisição administrativa, que
é uma das formas de intervenção do Estado na propriedade privada e que será exercida de forma temporária

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em casos de iminente perigo público, ou seja, não ocorre transferência da propriedade, mas mera cessão
gratuita ao Poder Público.

Diferentemente da desapropriação, a requisição só ensejará indenização posterior e apenas se co nstatado


algum dano ao patrimônio:

Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Letra D - incorreta. A pequena propriedade rural trabalhada pela família goza de impenhorabilidade em
virtude dos débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e não o contrário como afirma a alternativa.

Cabe destacar que a impenhorabilidade exige a cumulação dos requisitos:

i) exploração econômica do bem pela família;

ii) origem na atividade produtiva do débito que causou a penhora.

Sendo assim, é importante que você se lembre que quaisquer outros débitos estranhos à sua atividade
produtiva poderão provocar a penhora da propriedade. Veja a literalidade:

Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Letra E - Incorreta. O art. 5º, inciso XXIV, da CF/88, determina que as desapropriações terão sua indenização
prévia e em dinheiro, ressalvadas algumas exceções, o que torna a assertiva incorreta. A saber, as exceções
são as seguintes:

→ desapropriação para fins de reforma agrária.

→ desapropriação de imóvel urbano não edificado que não atendeu à função social.

→ desapropriação confiscatória.

Entre as exceções citadas, a desapropriação confiscatória é a única que ocorrerá sem pagamento de
indenização, uma vez que ocorre em propriedades urbanas e rurais onde forem localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo.

Deste modo, a afirmativa está incorreta, pois a desapropriação confiscatória, encontrada no artigo 243 da
CF, prevê a ausência de indenização ao proprietário.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º.

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Gabarito: Letra C

6) Analise a questão à luz da Constituição Federal e assinale a alternativa correta:

a) A voz de um narrador de atividades desportivas não faz jus à proteção de direito autoral concedida pela
Constituição Federal, uma vez que são classificadas como atividades com fins socioeducacionais de
abrangência pública.

b) A marca e o nome de uma empresa são exemplos de propriedade industrial que gozam de proteção
permanente do direito de utilização pelo proprietário, sendo, inclusive, transmissível aos herdeiros após a
morte do seu titular.

c) Joseph, que é estrangeiro, residia no Estado de Minas Gerais e faleceu deixando considerável herança para
seu filho Joaquim, que é brasileiro. Neste caso, a sucessão de bens aplicará a lei mais favorável para Joaquim.

d) O direito do consumidor previsto na CF/88 é norma constitucional de eficácia contida.

e) Maria é autora de diversos livros e detém direito exclusivo de utilizar seus direitos autorais por tempo
determinado, uma vez que o direito a eles relacionado só se torna perma nente caso transferido aos
herdeiros.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme o art. 5º, inciso XXVIII, da CF/88, os narradores de atividades desportivas estão
abrangidos na proteção de direito autoral da Constituição Federal, vez que há proteção às participações
individuais em obras coletivas, sejam elas atividades desportivas ou não.

Veja a literalidade do inciso XXVIII, do art. 5º, da CF/88:

Art. 5º, XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz


humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que


participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;

Letra B - incorreta. O art. 5º, inciso XXIX, da CF, prevê o direito de proteção à propriedade industrial e o
distingue do direito autoral comum, conforme os incisos XXVII e XXVIII do art. 5º da CF/88.

O direito autoral é permanente para o autor e admite transmissão para seus herdeiros, contudo, após a
morte do autor, os herdeiros farão jus a propriedade autoral de forma temporária.

Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

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O direito da propriedade industrial é sempre temporário, possuindo prazo em lei para sua utilização e
proteção.

Desta forma, note que a assertiva está incorreta ao afirmar que a propriedade industrial goza de proteção
permanente, vez que está misturando conceitos de direito autoral e direito à propriedade industrial, que são
distintos.

Por fim, vale lembrar que a marca e o nome empresarial são sim exemplos de propriedade industrial
protegidas pelo texto constitucional, veja:

Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;

Letra C - correta. Em consonância com o art. 5º, inciso XXXI, da CF/88, uma vez que a regra geral determina
a aplicação da lei brasileira na sucessão de bens e, ainda no mesmo inciso, faz exceção a possibilidade de
aplicação da lei pessoal do de cujus caso esta seja mais favorável aos herdeiros.

Desta forma, é correto afirmar que na escolha entre a lei brasileira e a pessoal do de cujus aplica -se sempre
a mais favorável.

Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";

Letra D - incorreta. O direito do consumidor, conforme o art. 5º, inciso XXXII, da CF/88, não é uma norma de
eficácia contida, uma vez que a redação do inciso afirma que a defesa do consumidor será promovida "na
forma da lei", o que condiciona sua promoção a existência de uma lei e o insere na classificação de norma
de eficácia limitada.

Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Letra E - incorreta. Houve inversão do previsto no art. 5º, inciso XXVII, da CF/88.

Na verdade, Maria possuirá o direito autoral permanentemente durante toda a sua vida, sendo que apenas
com a sua morte e com a transmissão da propriedade autoral para os herdeiros, é que este direito passará a
ter prazo certo de duração, classificando-se, portanto, temporário para os herdeiros.

Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Gabarito: Letra C

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7) As alternativas abaixo abordam temas relacionados à segurança jurídica, direito adquirido, ato jurídico
perfeito e coisa julgada material, julgue-as e assinale a assertiva incorreta.

a) O direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio do particular, sendo distinto da


expectativa de direito.

b) O princípio do direito adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional, uma vez
que não se deve realizar distinção em sua aplicação perante leis de direito público ou de direito pri vado.

c) O Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos constitutivos exigidos pela lei, sendo
considera consumado perante a lei vigente ao tempo em que se efetuou.

d) Não há que se falar em direito adquirido contra os efeitos gerados por mu danças de regime estatutário
ou por normas constitucionais originárias.

e) A previsão da segurança jurídica no texto constitucional aplica-se apenas à lei em sentido formal, não
abrangendo as resoluções, decretos legislativos e demais modalidades normativa s secundárias.

Comentários

Letra A - correta. O direito adquirido conceitua-se como aquele que foi incorporado ao patrimônio do
particular, por terem sido satisfeitos todos os requisitos para aquisição do direito previsto pela lei vigente.
Além disso, a alternativa faz importante ressalva quanto à expectativa de direito.

A expectativa de direito não é alcançada pelo art. 5º, inciso XXXVI, da CF/88, isso porque, conforme o próprio
nome já explicita, você tem a mera expectativa que aquele direito será adquiri do, e não a sua aquisição
concreta com atendimento aos requisitos necessários.

Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Letra B - correta. O tema abordado pela alternativa relaciona-se com tese firmada no RE204967 RS do STF,
que fixou exatamente o afirmado pela assertiva. Segundo o STF, o princípio do direito adquirido aplica -se a
todo e qualquer ato normativo infraconstitucional, não havendo que se falar em aplicação distinta em
virtude de a lei versar sobre direito público ou privado.

Letra C - correta. A alternativa traz corretamente o conceito de Ato jurídico perfeito e o complementa
relacionando com o disposto no art. 6º, § 1º, da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
(Decreto-Lei nº 4.654/42), transcrito abaixo.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.

Vale lembrar que o ato jurídico perfeito é aquele que reuniu todos os elementos constitutivos exigidos pela
lei vigente, gerando segurança jurídica de que o citado fato será considerado perfeito ainda que futuramente
sejam alterados os parâmetros utilizados para formação de novos atos.

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Letra D - correta. Realmente não há que se falar em direito adquirido contra os efeitos gerados por mudanças
de regime estatutário ou por normas constitucionais originárias.

O entendimento do STF sobre o embate, direito adquirido versus regime jurídico, foi exarado no RE 563965,
que firmou o entendimento de que "Não há direito adquirido a regime jurídico, desde que respeitado o
princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos;"

Quanto ao entendimento da ausência de direito adquirido perante normas constitucionais originárias, este
pode ser extraído diretamente da doutrina e das classificações dadas ao poder originário.

Como se sabe, o poder constituinte originário possui como uma de suas características o fato de ser ilimitado,
podendo inovar como quiser ao dispor sobre uma nova ordem constitucional. Assim, é incabível a firmar que
o direito adquirido prevalece sobre normas oriundas daquele poder, vez que, se fosse o caso, teríamos um
direito agindo para limitar uma norma constitucional ilimitada, o que contraria a própria lógica e por
consequência bloqueia a inovação do poder constituinte originário.
==5617c==

Letra E - incorreta. Ao afirmar que o termo “lei” está empregado em seu sentido formal, uma vez que a
jurisprudência da ADI 3.105-8/DF do STF é firme ao abranger todo e qualquer ato da ordem normativa do
art. 59 do texto constitucional como sujeitos à vedação gerada pela proteção à segurança jurídica, constante
no art. 5º, inciso XXXVI, da CF.

Sendo assim, o correto seria afirmar que a segurança jurídica se aplica às leis em sentido formal e material,
a fim de abranger qualquer norma jurídica, seja ela uma resolução, decreto legislativo ou qualquer outra
forma prevista no artigo 59 da CF/88.

Gabarito: Letra E

8) Quanto aos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, assinale a alternativa
correta:

a) A vedação aos tribunais de exceção possuí íntima relação com o princípio do juiz natural, uma vez que tal
vedação é consequência lógica do princípio, visando garantir que não haverá arbitrariedade e imparcialidade
nos julgadores.

b) O tribunal do júri é um tribunal popular regido por alguns princípios como a plenitude de defesa, sigilo das
votações e a soberania dos veredictos, sua competência para julgamento é absoluta e não pode ser afastada
nos casos de foro especial por prerrogativa de função.

c) Um homicídio culposo praticado por Helena contra Pedro será objeto de julgamento perante o tribunal do
júri, vez que é a instituição reconhecida para julgar os crimes contra a vida.

d) O princípio da legalidade no âmbito penal pode ser desdobrado em outros dois princípios, o princípio da
reserva legal, que impõe que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração sob pena de
inexistência do crime, e o princípio da anterioridade da lei penal, que determina que apenas lei em sentido
formal poderá definir crimes e cominar penas.

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e) A lei penal só retroagirá para beneficiar o réu se o processo ainda não houver transitado em julgado, uma
vez que com o trânsito a decisão torna-se definitiva e irreformável.

Comentários

Letra A - correta. O princípio do juiz natural garante que os indivíduos terão suas ações apreciadas por um
juiz imparcial, fato que deve ser interpretado de forma ampla para garantir um respeito absoluto às regras
de determinação de competência jurisdicional de cada órgão julgador, sob pena de viola ção à independência
e imparcialidade.

Dentro dessa forma ampla, insere-se inclusive a vedação aos tribunais de exceção, uma vez que estes são
criados após um determinado acontecimento e historicamente se apresentam de forma arbitrária, onde os
vencedores da guerra julgam os vencidos, parcialmente, o que contraria diretamente a segurança jurídica e
o Estado de Democrático de Direito.

Por fim, é importante que conhecer a literalidade do art. 5º, incisos XXXVII e LIII, da CF/88, pois tratam
expressamente sobre o tema:

Art. 5°, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

(...)

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Letra B - incorreta. A alternativa acerta ao relacionar os princípios da plenitude de defesa, do sigilo das
votações e da soberania dos veredictos ao tribunal do júri, vez que este é o conteúdo do art. 5º, inciso XXXVIII,
da CF/88. Contudo, o mesmo não pode ser afirmado quanto ao restante da assertiva.

Art. 5°, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Segundo o STF, a competência do Tribunal do Júri não é absoluta e poderá sim ser afastada nos casos de foro
especial por prerrogativa de função, exigindo-se apenas que este encontre previsão na Constituição Federal,
visto que não é possível suprimir a competência constitucional do júri por meio de constituições estaduais.
Tal entendimento é inclusive objeto da Súmula Vinculante n.º 45:

Súmula Vinculante nº 45: "A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual"

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Desta forma, uma vez que há a possibilidade de a competência do júri ser afastada pelo foro de prerrogativa
de função, este não poderá ser classificado como absoluto e a alternativa torna -se incorreta.

Letra C - incorreta. O tribunal do júri é um instrumento popular de julgamento que tem sua competência
atribuída pelo artigo 5º, inciso XXXVIII, alínea d, da CF/88.

É comum que os examinadores afirmem que o júri irá julgar os crimes contra a vida, como é o caso da
assertiva, entretanto, está afirmação não é verdadeira. Na realidade, o Tribunal do Júri é competente para
julgar os crimes dolosos contra a vida, e não crimes contra a vida em geral, o que significa que crimes
culposos estão excluídos de sua competência e serão julgados perante o juízo comum.

Desta forma, a alternativa está incorreta, pois Helena não será julgada perante o tribunal do júri, mas sim
pela justiça comum, vez que praticou crime culposo e este não se encontra nas competências constitucionais
do júri. Para finalizar, leia o artigo 5º, inciso XXXVIII, da CF/88:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Letra D - incorreta. O princípio da legalidade no âmbito penal está previsto no art. 5º, inciso XXXIX, da CF/88,
sendo correto afirmar que este pode ser desdobrado em outros dois princípios: o princípio da reserva legal
e o princípio da anterioridade.

A assertiva está correta até esse ponto. Após, a assertiva está incorreta, pois inverte os conceitos de cada
princípio. O princípio da anterioridade da lei penal, impõe que a lei esteja em vigor no momento da prática
da infração. Já o princípio da reserva legal determina que apenas lei em sentido formal poderá definir crimes
e cominar penas.

Para finalizar, veja a literalidade do inciso:

Art. 5°, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Letra E - incorreta. Pegadinha clássica do princípio da irretroatividade penal. Lembre-se que ela sempre será
excetuada caso beneficie o réu, sendo incorreto estipular qualquer limitação ou marco temporal que impeça
o disposto no princípio.

Portanto, a lei penal irá retroagirá para beneficiar o réu seja em processo transitado em julgado ou não,
sendo este fenômeno denominado retroatividade da lei penal benigna ou "novatio legis in mellius".

Art. 5°, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Gabarito: Letra A

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9) Acerca das disposições constitucionais denominadas pela doutrina como "mandados de criminalização",
analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contêm a ordem incorreta:

I) A punição à discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais classifica-se como norma de
eficácia limitada, sendo direcionada ao legislador.

II) O racismo e do crime de ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado de Direito são crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.

III) O terrorismo é um crime inafiançável e imprescritível, diferentemente do tráfico ilícito de entorpecentes


que é inafiançável e prescritível.

IV) Segundo o STF as condutas homofóbicas e transfóbicas deverão ser tipificadas como crime de racismo,
uma vez que restou configurada omissão inconstitucional do Congresso Nacional na abordagem do tema.

a) I-V, II-V, III-V, IV-V.

b) I-F, II-F, III-F, IV-F.

c) I-F, II-V, III-V, IV-F.

d) I-V, II-F, III-F, IV-V.

e) I-V,II-F,III-V,IV-F.

Comentários

Item I - correto. A classificação apresentada pelo item está correta, o art. 5º, inciso XLI, da CF/88 é claro ao
prever que a lei punirá as discriminações atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais, norma que se
destina diretamente ao legislador para evidenciar a busca da efetiva proteção dos direitos fundamentais.

Art. 5°, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;

Itens II e III - incorretos. Para elucidar a explicação, vejamos uma tabela sobre o tema:

CRIME IMPRESCRITÍVEL INAFIANÇIÁVEL INSUSCETÍVEL


DE GRAÇA OU
ANISTIA
Racismo SIM SIM NÃO
Ação de grupos armados civis ou SIM SIM NÃO
militares contra a ordem
constitucional e o Estado
Democrático
Tortura, tráfico, terrorismo e NÃO SIM SIM
crimes hediondos

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O item II está incorreto, pois afirma que o racismo e o crime de ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado de Direito são crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia, o que não é verdade, vez que ambos os delitos se enquadram nos crimes imprescritíveis e
inafiançáveis.

Quanto ao item III, é importante destacar que o terrorismo e o tráfico ilícito de entorpecentes são crimes
com tratamento idêntico, sendo inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. Quanto à prescrição, ambos
estão sujeitos a ela.

Art. 5°, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Item IV - correto. Expõe o entendimento do STF na ADO 26/DF de 13/06/2019, quando foi fixada a tese de
que o houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional ao deixar de editar lei criminalizando as
condutas homofóbicas e transfóbicas, razão pela qual determinou-se a tipificação de ambas as condutas
como crime de racismo.

Vale citar que o julgado também abordou a questão da homotransfobia e a liberdade religiosa, afirmando
que os líderes religiosos poderão externar livremente as convicções de suas doutrinas, desde que isso não
configure discurso de ódio.

Por fim, a ordem dos itens da questão ficou a seguinte: V, F, F e V.

Gabarito: Letra C

10) Acerca dos conceitos da Constituição Federal, assinale a alternativa incorreta.

a) O princípio da individualização da pena determina que a aplicação da pena deve ajustar-se à situação de
cada imputado, adequando-se às características pessoais do infrator em aspectos como suspensão ou
interdição de direitos, perda de bens, multa e outros.

b) João possui 75 anos, Maria possuí 36 anos e José possuí 25 anos, os três foram condenados por sentença
judicial transitada em julgado pelo mesmo crime e foram encaminhados para estabelecimentos de execução
penal distintos, o que é correto vez que cada se enquadra em um critério de execução penal individualizada.

c) O direito das presidiárias a amamentar seus filhos corresponde a uma dupla garantia, uma vez que visa
evitar que a pena da mãe contamine os direitos do recém-nascido, que seria privado de um alimento
fundamental para seu desenvolvimento.

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d) Enquanto se encontra na prisão o indivíduo não goza de todos os direitos fundamentais, entretanto a sua
integridade física e moral deverá ser resguardada para que não sejam aplicadas penas cruéis e degradantes.

e) A pena de morte permanecerá vedada no Brasil ainda que em tempos de guerra declarada,
diferentemente das penas de banimento onde será possível impor que brasileiros natos não adentrem no
território brasileiro, além de retirar-lhes à cidadania brasileira permanentemente.

Comentários

Letra A - correta. O princípio da individualização da pena realmente prevê a aplicação de pena de forma
personalizada à situação de cada imputado. Isto ocorre porque o próprio texto constitucional entende que
é necessário cumprir com a finalidade preventiva e repressiva, a fim de evitar qu e a pena de quem comete
um crime leve seja igual a imposta a um crime gravíssimo.

É importante recordar que o princípio tem algumas hipóteses elencadas no art. 5º, inciso XLVI, da CF/88, mas
que esta previsão é exemplificativa e a lei poderá criar novas penalidades e análises de forma a buscar uma
melhor adequação da pena à pessoa do condenado.

Art. 5°, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

Por fim, importante lembrar que o STF considera inconstitucional a vedação absoluta à progressão de regime
nos crimes hediondos, vez que considera tal disposição uma afronta à individu alização da pena. Tal
entendimento pode ser encontrado na Súmula Vinculante nº 26:

Súmula Vinculante nº 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei
nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo da avaliar se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame criminológico.

Letra B - correta. Conforme se observa no início da alternativa, cada um dos sentenciados possui uma
particularidade e tal fato influenciará na hora de enviá-los aos estabelecimentos prisionais, uma vez que o
art. 5º, inciso XLVII, da CF/88, prevê a separação em virtude do delito, idade e sexo dos apenados.

Art. 5°, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;

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No caso, não há que se falar em separação de acordo com a natureza do delito, pois todos foram condenados
pelo mesmo crime. Contudo, o mesmo não pode ser dito em relação ao sexo e a idade, vez que João é maior
de 60 anos, Maria é uma mulher com menos de 60 anos e José é um homem com menos de 60 anos, o que
realmente exige a separação dos três em estabelecimentos próprios, tal qual afirmado na alternativa.

Letra C - correta. O direito de as presidiárias amamentarem seus filhos realmente é visto pela doutrina como
uma dupla garantia, uma vez que privar a criança de um alimento tão essencial seria o mesmo que puni-lo
pelos crimes praticados por sua genitora, o que é vedado pela Constituição Federal.

Assim, a alternativa está correta, vez que o direito citado visa assegurar às mães o direito de amamentar e
ter contato com seu filho, bem como permite à criança o acesso ao leite materno que é fundamental para o
seu desenvolvimento. Para finalizar, veja o texto constitucional:

Art. 5°, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;

Letra D - correta. A prisão, por seu próprio conceito, consiste na limitação de direitos fundamentais como
forma de prevenção e repressão do Estado às atividades ilícitas. Portanto, é correto afirmar que o indivíduo
será submetido à restrição de alguns direitos fundamentais, como é o caso da liberdade de locomoção e a
liberdade profissional.

Igualmente correta é a afirmação da alternativa quanto à proteção aos demais direitos, uma vez que o texto
constitucional compatibiliza a vedação de penas cruéis e degradantes com formas de evitá-las ao garantir a
integridade física e moral citada no art. 5º, inciso XLIX da CF/88.

Art. 5°, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

Letra E - incorreta. O art. 5º, inciso XLVII, da CF/88, prevê um rol exaustivo de penas inaplicáveis no
ordenamento jurídico brasileiro, sendo esta uma garantia humanitária ao sentenciado para que sua
dignidade como pessoa não seja violada. Veja:

Art. 5°, XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

Como se sabe, não há direitos fundamentais absolutos e um dos maiores exemplos é o direito à vida, que
possuí exceção no texto constitucional em períodos de guerra declarada. Veja que apenas com este ponto a
assertiva já se torna incorreta, mas ainda há mais alguns detalhes.

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A pena de morte é a única pena inaplicável que admite exceção no Brasil, vez que todas as outras não
poderão ser flexibilizadas. Assim, é incorreto falar que a pena de banimento poderá ser aplicada em algum
momento, uma vez que afronta diretamente a Constituição Federal.

Vale lembrar que o banimento é diferente da expulsão de estrangeiro do Brasil, sendo o segundo caso
plenamente admitido pelo ordenamento.

Gabarito: Letra E.

11) Considerando as disposições sobre direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal e
discutidos em Tribunais Superiores, assinale a alternativa que contêm uma hipótese de aplicação correta
das disposições constitucionais.

a) Marcel é francês e veio para o Brasil após cometer crimes de opinião ao participar de protestos contra o
governo de seu país de origem. Caso a França venha a requerer a extradição de Marcel, o Brasil poderá
concedê-la se o delito também encontrar punição no país.

b) Joaquim foi condenado em segunda instância pela prática de crime punido com reclusão, tendo
protocolado recurso ao Superior Tribunal de Justiça. Nesse caso, a execução provisória da sentença penal
condenatória não poderá ser realizada pois violaria o princípio da presunção de inocência, devendo -se
aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para que Joaquim inicie o cumprimento de
sua pena.

c) Paulo é servidor público efetivo no cargo de contador e vem respondendo a um processo administrativo
disciplinar, razão pela qual pretende apresentar defesa técnica de sua autoria no processo. A pretensão de
Paulo não poderá ser concretizada pois é vedada a apresentação de defesa técnica neste tipo de processo,
além disso não seria cabível por ser atribuição exclusiva dos bacharéis em direito inscritos nos quadros da
Ordem dos Advogados do Brasil.

d) Mario está movendo ação civil contra um devedor e ao longo do processo o magistrado admitiu a inserção
de provas ilícitas e negou o oferecimento de defesa, por parte de Mario, contra as provas citadas. Neste caso
há violação ao contraditório e ampla defesa, mas não há violação ao devido processo legal.

e) João Lucas deseja apresentar um recurso administrativo, mas foi informado que o mesmo só poderá ser
apresentado se efetuado depósito prévio em dinheiro do valor discutido. Neste caso, João Lucas deverá se
submeter a exigência uma vez que está é constitucionalmente aceita para evitar recursos protelatórios e
garantir a eficiência por meio da celeridade nos julgamentos administrativos.

Comentários

Letra A - incorreta. O art. 5º, inciso LII, da CF/88 é expresso ao vedar a extradição por crimes políticos ou de
opinião. Portanto, como Marcel é estrangeiro e praticou um crime de opinião, foram atendidos os requisitos
para vedação de sua extradição ao governo francês.

Vale lembrar que o asilo político, previsto nos princípios das relações internacio nais, guarda íntima relação
com o disposto no artigo 5º, razão pela qual é interessante sua leitura conjunta:

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Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

(...)

X - concessão de asilo político.

(...)

Art. 5º, LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Letra B - correta. Temos um exemplo prático do recente entendimento do STF acerca da presunção de
inocência que, no ano de 2019, modificou o posicionamento para considerar que a condenação em segunda
instância não poderia mais iniciar a execução provisória da pena, impondo-se a necessidade de aguardar o
trânsito em julgado.

Na oportunidade, o STF adotou o seguinte entendimento:

“A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se frontalmente incompatível com


o direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado
de sua condenação criminal” (ADC 43, 44 e 45)

Desta forma, o entendimento atual que você deverá levar para a sua prova é este! Vale lembrar que o citado
entendimento se aplica à execução provisória das penas, o que difere das prisões cautelares que são
compatíveis com o princípio da presunção de inocência.

Para finalizar, veja a literalidade do art. 5º, inciso LVII, da CF/88:

Art. 5°, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

Letra C - incorreta. O art. 5º, inciso LV, da CF/88, dispõe que o contraditório e a ampla defesa serão aplicáveis
em todos os processos judiciais ou administrativos, razão pela qual não há que se falar em impossibilidade
de apresentação da defesa técnica no processo administrativo de Paulo.

Art. 5°, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Desta forma, a ampla defesa e o contraditório serão aplicados tanto aos processos judiciais quanto aos
administrativos, ainda que estes últimos se refiram à aplicação de punições disciplinares ou à restrição de
direitos em geral.

Por fim, temos ainda o importante entendimento da súmula vinculante n.º 5, que faculta a presença de
advogados em processos administrativos disciplinares, conforme transcrito abaixo:

Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo


disciplinar não ofende a Constituição.”

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Letra D - incorreta. O princípio do devido processo legal é uma das garantias mais abrangentes do texto
constitucional. Previsto no art. 5º, inciso LIV, da CF/88, dele derivam diversos princípios como o contraditório
e a ampla defesa, o direito de acesso à justiça, o princípio do juiz natural, o princípio de vedação às provas
ilícitas, o princípio da proporcionalidade, o princípio da razoabilidade e tantos outros.

Art. 5°, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

Os princípios retro mencionados derivam do devido processo legal pois estão inter-relacionados, de forma a
garantir que o respeito a cada um deles, de forma individual, permita que no âmbito geral se tenha um
devido processo legal respeitado.

Vale lembrar que o devido processo legal é dividido no âmbito formal, que é a garantia de que as partes
poderão se valer de todos os meios jurídicos disponíveis, e no âmbito material, que é o respeito à
proporcionalidade. No caso da assertiva, temos um desrespeito ao âmbito formal, pois Mário teve seu
contraditório e ampla defesa violados e ainda foi submetido a um julgamento com pro vas ilícitas, que são
vedadas pela Constituição Federal.

Como a alternativa menciona a violação ao contraditório e ampla defesa e logo em seguida fala em
adequação ao devido processo legal, temos uma contradição que leva a sua incorreção, vez que não se po de
falar em adequação ao devido processo legal quando há respeito a alguns princípios enquanto se desobedece
a outros, como a vedação às provas ilícitas ou contraditório e ampla defesa.

Letra E - incorreta. A exigência de depósito ou arrolamento prévio em dinheiro ou em bens como requisito
para admissibilidade de recurso é inconstitucional, sendo justamente o enunciado da Súmula Vinculante n.º
21:

Súmula Vinculante n.º 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Desta forma, João Lucas não precisa se submeter ao depósito e poderá contestar a exigência, vez que
qualquer lei ou ato normativo nesse sentido viola a Constituição Federal.

Por fim, vale ressaltar que os casos de crédito tributário possuem uma Súmula Vinculante própria e similar a
retro citada. Trata-se da Súmula Vinculante n.º 28:

Súmula Vinculante n.º 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Gabarito: Letra B

12) Considerando as disposições constitucionais sobre os direitos e garantias fundamentais e o


entendimento dos Tribunais Superiores, analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contem a
ordem correta:

I) Dado o seu caráter público, a ação penal pública poderá ser ajuizada por q ualquer pessoa dentro do prazo
legal.

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II) A privação do direito à liberdade por meio da prisão só será admitida em casos de flagrante de delito,
ordem escrita e fundamentada de juiz e transgressão militar ou crime propriamente militar, podendo,
entretanto, ser relativizada nos casos em que a lei admita liberdade provisória, seja ela com ou sem fiança.

III) Se durante uma prisão não houver qualquer perigo à integridade física do preso ou de terceiros e ainda
assim a autoridade policial fizer o uso de algemas, esta prisão será considerada ilegal e deverá ser relaxada
pelo juiz, a não ser que se apresente justificativa escrita que esclareça a gravidade do delito.

IV) O direito de permanecer em silêncio é prerrogativa do preso que poderá ser exercido a qualquer
momento sem que lhe traga nenhum prejuízo, seja na prisão ou no interrogatório, sendo, inclusive, nulidade
absoluta a ausência de informação de seu direito durante o interrogatório.

a) I-F, II-F, III-V, IV-V.

b) I-V, II-F, III-F, IV-V.

c) I-F, II-V, III-F, IV-V.

d) I-V, II-V, III-F, IV-V.

e) I-V, II-F,III-V,IV-F.

Comentários

Item I - incorreto. A ação penal pública é assim denominada por ser movida pelo poder público, sendo o
Ministério Público seu titular e legitimado na busca da pretensão punitiva.

Esta é a regra geral. Contudo o art. 5º, inciso LIX, da CF/88 apresenta uma importante exceção a legitimidade
do MP na ação penal pública. Trata-se de uma hipótese em que o particular irá assumir a persecução penal.

Art. 5°, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;

Como pode ser visto no texto acima, se a ação penal pública não for promovida no prazo legal, o particular
poderá entrar em ação para suprir a omissão do Ministério Público, através da ação penal privada subsidiária
da pública, que somente terá espaço em virtude da inércia do MP.

Uma vez que o item afirma que a ação penal pública poderá ser intentada por qualq uer pessoa a qualquer
momento, temos, portanto, sua incorreção.

Item II - correto. Expõe corretamente as disposições constitucionais sobre prisão, uma vez que realmente
trata-se de um rol taxativo de hipóteses que poderão ser excetuadas em virtude da liberdade provisória, com
ou sem fiança.

Art. 5°, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

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(...)

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

Por fim, vale ressaltar que a transgressão militar e o crime propriamente militar deverão estar definidos em
lei, sendo dispensada ordem judicial para eles, assim como nos casos de flagrante delito.

Item III - incorreto. Somente devem ser usadas algemas em casos excepcionais e seu uso não guarda relação
com a gravidade do delito, mas sim com a situação de perigo à integridade física d o preso ou de terceiros.

Sobre o tema, é importante relembrar o conteúdo da Súmula Vinculante n.º 11:

Súmula Vinculante n.º 11: Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Para finalizar, vejamos a literalidade do texto constitucional.

Art. 5°, LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

Item IV - correto. De acordo com o disposto no art. 5º, incisos LXII e LXIII, da CF/88, sendo de fato garantido
o direito ao silêncio ao longo de toda a persecução criminal.

Igualmente correta é a afirmação de que o fato de não o informar acarreta nulidade absoluta no
interrogatório vez que, segundo o STF, o direito ao silêncio está no alcance do devido processo legal e deve
ser formalmente observado 4.

Art. 5°, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;

Ante o exposto, a ordem das alternativas ficou: I-F, II-V, III-F e IV-V.

Gabarito: Letra C

13) Assinale a alternativa que não contém um direito com gratuidade garantida pela Constituição Federal:

4
STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992

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a) assistência jurídica integral aos que comprovem insuficiência de recursos.

b) registro civil de nascimento e a certidão de óbito aos reconhecidamente pobres.

c) as ações de habeas corpus, habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção.

d) atos necessários ao exercício da cidadania.

e) a obtenção de certidões em repartições públicas para esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Comentários

Letra A - correta. O artigo 5º, inciso LXXIV, da CF/88 garante a assistência jurídica integral e gratuita àqueles
que comprovarem insuficiência de recursos. Perceba que ela não será gratuita para todas as pessoas, mas
apenas para as pessoas hipossuficientes financeiramente, sendo uma ferramenta para garantir o acesso das
pessoas que não tem condições financeiras ao Judiciário.

Veja a literalidade:

Art. 5°, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

Letra B - correta. O registro civil de nascimento e a certidão de óbito realmente são gratuitos para os
reconhecidamente pobres. Este é um direito concedido apenas para eles e não vale para qualquer pessoa,
como pode ser visto na disposição do artigo 5º, inciso LXXVI, da CF/88.

Art. 5°, LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

É importante ressaltar que costumeiramente os examinadores gostam de incluir a certidão de casamento


nesse rol, o que está incorreto. Portanto, fique ligado!

Uma última observação refere-se ao fato de o STF considerar constitucional que uma lei preveja gratuidade
da primeira certidão de nascimento ou de óbito para todos os cidadãos, e não apenas aos mais pobres, uma
vez que a Constituição estabeleceu o mínimo que deveria ser garantido e a regra que estendeu a todos
satisfaz os critérios constitucionais.

Letra C - incorreta. Os remédios constitucionais se diferenciam em diversos aspectos, e um deles é


justamente a gratuidade prevista no art. 5º, inciso LXXVII, da CF/88, onde a Constituição concede gratuidade
às ações de habeas corpus e habeas data.

Art. 5°, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

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Perceba que apenas os "habeas" serão gratuitos, uma vez que o mandado de segurança é uma ação que terá
custas e o mandado de injunção, por não versar sobre o tema e seguir de forma subsidiária o mandado de
segurança, terá igualmente a cobrança dessas.

Letra D - correta. Os atos necessários ao exercício da cidadania, na forma da lei, realmente serão gratuitos e
isso decorre do art. 5º, inciso LXXVII, da CF/88, que é o mesmo inciso que versa sobre a gratuidad e do habeas
corpus e habeas data.

Art. 5°, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

Tal gratuidade é concedida, pois a cidadania é requisito essencial para um Estado Democrático, razão pela
qual se considera vedada a sua limitação em virtude da condição financeira das pessoas, tal qual ocorria no
passado, quando apenas os detentores de certa condição financeira poderiam exercer o direito a voto.

Letra E - correta. A obtenção de certidões será realizada independentemente do pagamento de taxas,


garantindo-se desta forma a sua gratuidade, uma vez que as certidões são essenciais para o próprio exercício
da cidadania, o que de certa forma se relaciona com a alternativa d.

Uma certidão é um atestado ou ato que comprova um fato ou situação, sendo realizada de forma autêntica
por pessoa com fé pública.

No texto constitucional, a gratuidade das certidões é tratada em conjunto com o direito de petição, que
também é uma forma de exercício da cidadania, pois visa a defesa de direitos, conforme o art. 5º, inciso
XXXIV, da CF/88:

Art. 5°, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

Tome cuidado com o disposto nas alíneas acima, não raro encontramos questões onde a banca tenta
confundir as finalidades, portanto lembre-se que embora ambos visem a defesa de direitos, há diferenças:

Direito de petição: defesa de direitos ou defesa contra ilegalidade ou abuso de poder.

Direito de certidão: defesa de direitos ou esclarecimento de interesse pessoal.

Gabarito: Letra C

14) Quanto aos direitos e direitos individuais e coletivos previstos na Constituição Federal, é correto
afirmar:

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a) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial, salvo
previsão legal em sentido contrário;

b) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.

c) O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses que venh am a
ser previstas no texto constitucional.

d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança

e) Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados inter-regionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.

Comentários

Letra A – incorreta. O texto constitucional não apresenta a ressalva trazida equivocadamente pela assertiva.
Nesse sentido, vejamos o art. 5º, inciso LXIV, da CF:

Art. 5º, LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

Letra B – incorreta. O texto constitucional, no art. 5º, § 1º, fala em aplicação imediata:

Art. 5º, § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Letra C – incorreta. Conforme o art. 5º, inciso LVIII, da CF/88, a exceção fica por conta das hipóteses
apresentadas pela legislação, não sendo necessário que estejam fixadas no próprio texto constitucional:

Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;

Letra D – correta. Conforme o art. 5º, inciso LXVI, da CF/88:

Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

Letra E - incorreta. O dispositivo previsto no art. 5º, § 2º, da CF/88, não fala em tratados inter-regionais, mas
em internacionais:

Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

Gabarito: Letra D.

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15) Sobre a temática dos Direitos e Garantias Fundamentais, assinale a opção correta.

a) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime hediondo, praticado antes da
naturalização.

b) É livre a manifestação de pensamento, sendo garantido o direito ao anonimato.

c) Aos autores pertence o direito exclusivo da utilização, publicação ou reprodução de suas obras, não
transmissíveis aos herdeiros.

d) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada


a interferência estatal em seu funcionamento.

e) A lei não pode restringir a publicidade dos atos processuais.

Comentários

Letra A - incorre. Não precisa ser crime hediondo para o brasileiro naturalizado poder ser extraditado. Caso
pratique crime comum antes da naturalização, o brasileiro naturalizado pode ser extraditado, conforme o
art. 5º, inciso LI, da CF/88.

Art. 5°, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

Letra B - incorreta. Conforme o art. 5º, inciso IV, da CF/88, o anonimato é vedado.

Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Letra C - incorreta. Conforme o art. 5º, inciso XXVII, da CF/88, trata-se de um direito transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

Art. 5°, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Letra D - Correta. Corresponde à literalidade do art. 5º, inciso XVIII, da CF/88.

Art. 5°, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Letra E - Incorreta. Conforme o art. 5º, inciso LX, da CF/88, a lei pode restringir os atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o permitirem.

Art. 5°, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;

Gabarito: D

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16) Nos termos da Constituição Federal, sobre os direitos e garantias fundamentais, é incorreto afirmar
que:

a) As convenções internacionais que versarem sobre direitos humanos em que a República Federativa do
Brasil seja parte, ao serem aprovadas em cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas
constitucionais se a aprovação ocorrer em dois turnos por três quintos dos votos dos respect ivos membros.

b) São extensíveis aos estrangeiros, mesmo aqueles apenas em trânsito no país, os direitos e garantias
individuais elencados na Constituição Federal.

c) O princípio da inafastabilidade da apreciação pelo Judiciário de lesão ou ameaça a direit o autoriza que,
mesmo em caso de guerra, o Judiciário mantenha sua jurisdição.

d) A prisão civil por dívida é cabível em se tratando de depositário infiel.

e) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à preservação ou da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem de outras pessoas, ou à segurança
da sociedade e do Estado. Inclusive, os dados pessoais são protegidos, inclusive nos meios digitais.

Comentários

Letra A - correta. De acordo com o art. 5º, § 3º, da CF/88, para serem equivalentes às emendas
constitucionais, tais convenções devem ser aprovadas em dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos
membros.

Art. 5°, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Letra B - correta. O caput do art. 5º da CF/88 estende os direitos fundamentais aos estrangeiros residentes
no país. A doutrina é consensual no sentido de que os estrangeiros em trânsito podem ser titulares de
direitos fundamentais.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Além disso, a Suprema Corte já proferiu entendimentos no sentido de que podem ser titulares de direitos
fundamentais os estrangeiros que não possuam domicílio no país. Nesse sentido:

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- “o súdito estrangeiro, mesmo aquele sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as
prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação do status libertatis e a observância,
pelo Poder Público, da cláusula constitucional do due process”5.

- "o direito de propriedade é garantido ao estrangeiro não residente" 6.

- “a condição de estrangeiro sem residência no País não afasta, por si só, o benefício da
substituição da pena”7.

Letra C - correta. O princípio da inafastabilidade de jurisdição, previsto no art. 5º, inciso XXXV, da CF/88, não
é afastado em caso de guerra, sendo válido a qualquer tempo.

Letra D - incorreta. A despeito de a literalidade do art. 5º, inciso LXVII, da CF/88, autorizar a prisão do
depositário infiel, atualmente não é possível tal tipo de prisão, em razão de o STF já ter pacificado
entendimento, inclusive por meio da Súmula Vinculante nº 25, no sentido de que:

Súmula Vinculante n.º 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito”.

Letra E - correta. Reflete a combinação dos incisos X, XXXIII e LXXIX do art. 5º da CF.

Art. 5°, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado; (...)

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
meios digitais.

Assim, a partir dos dispositivos, depreende-se que os órgãos públicos:

a) devem prestar ao indivíduo informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou


geral;

b) devem prestar tais informações nos prazos fixado em lei;

c) podem ser responsabilizados, caso as informações não sejam prestadas no prazo fixado em lei;

5
STF - HC 94.016
6 STF – RE 33.319/DF.
7 STF – HC

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d) não poderão prestar as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado; e

e) não poderão prestar as informações que comprometam a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem de terceiros.

Caso ocorra violação na intimidade, na vida privada, na honra ou na imagem, ao titular do direito violado é
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Gabarito: Letra D

17) Os direitos e garantias fundamentais são objeto de título específico na Constituição. Sobre o assunto,
marque a alternativa correta.

a) A Constituição prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, nem mesmo quando tal convicção implicar o titular ter que se eximir de obrigação legal
a todos imposta.

b) Não são admitidas no processo as provas obtidas por meios ilícitos, garante o art. 50, inciso LVI, da
Constituição Federal, entendendo-as como aquelas colhidas em infringência às normas do direito processual.
As provas ilícitas também podem ser chamadas de provas ilegais ou ilegítimas.

c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva. A expressão "nos termos da lei" indica que é a lei que vai outorgar o direito.

d) Entre os direitos garantidos pela Constituição, está que a casa é asilo inviolável do indivíduo. Para que haja
uma real proteção ao direito do indivíduo, a casa referida pelo legislador constituinte deve ser interpretada
da forma mais ampla possível. Por isso, o dispositivo aplica-se aos bares, cafés, restaurantes, lojas e
estabelecimentos durante o período em que estejam abertos ao público, mesmo os seus proprietários não
residindo neles.

e) Pessoas jurídicas são beneficiárias de direitos e garantias fundamentais, inclusive direitos e deveres
individuais.

Comentários

Letra A - incorreta. Se tais motivos forem invocados pelo titular para eximir-se de obrigação a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei, ele poderá ser privado de direitos, conforme o
art. 5º, inciso VIII, da CF/88:

Art. 5°, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

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Letra B - incorreta. Prova ilegal é gênero que compreende duas espécies: a) prova ilícita (obtida com afronta
a direito material) e b) prova ilegítima (obtida com afronta a direito processual). Logo, as provas ilícitas não
podem ser chamadas de provas ilegítimas.

Art. 5°, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Letra C- incorreta. A lei vai restringir o direito, que já foi outorgado pela própria CF.

Letra D - incorreta. Embora o STF entenda que o conceito normativo de “casa” seja bastante abrangente,
não se estende a compartimento privados abertos ao público.

Letra E - correta. Diversos direitos individuais são aplicáveis às pessoas jurídicas, como, por exemplo, o direito
de resposta, previsto no art. 5º, inciso V, da CF/88, ou o direito à assistência jurídica gratuita, previsto no art.
5º, inciso LXXIV, da CF/88.

Art. 5°, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

Gabarito: Letra E.

18) Sobre os Direitos e Garantias Individuais, assinale a opção correta.

a) A interceptação telefônica tem exceção criada pela Constituição para a violação das comunicações
telefônicas, quais sejam, ordem judicial, finalidade de investigação criminal e instrução processual penal ou
nas hipóteses e na forma que a lei complementar estabelecer.

b) O sigilo profissional constitucionalmente determinado exclui a possibilidade de cumprimento de mandado


de busca e apreensão em escritório de advocacia.

c) Os dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção


de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, não podem ser usados em
procedimento administrativo disciplinar instaurado contra a mesma pessoa investiga da, haja vista que
prevalece no texto constitucional o regime da independência das instâncias.

d) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que não afronta o
princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e
masculino da Aeronáutica.

e) É lícita a exigência de depósito prévio de dinheiro para admissibilidade de recurso administrativo, desde
que se trate de pequeno valor, sob pena de afronta ao princípio da razoabilidade.

Comentários

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Letra A - incorreta. O sigilo das comunicações telefônicas pode ser afastado por ordem judicial para fins de
investigação criminal ou de instrução processual penal, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, de
acordo com o art. 5º, inciso XII, da CF/88. De acordo com a redação da assertiva, dá a entender que poderiam
ser criadas novas finalidades para o afastamento do sigilo das comunicações telefônicas (por causa da palavra
“ou”). Além disso, o dispositivo constitucional exige apenas lei ordinária, e não lei complementar, como
afirma a assertiva.

Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Letra B - incorreta. O STF entende que:

“O sigilo profissional constitucionalmente determinado não exclui a possibilidade de


cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia. O local de
trabalho do advogado, desde que este seja investigado, pode ser alvo de busca e
apreensão, observando-se os limites impostos pela autoridade judicial. Tratando-se de
local onde existem documentos que dizem respeito a outros sujeitos não investigados, é
indispensável a especificação do âmbito de abrangência da medida, que não poderá ser
executada sobre a esfera de direitos de não investigados” 8.

Letra C - incorreta. De acordo com o STF, esses dados podem sim ser utilizados em procedimento
administrativo, senão vejamos:

“Prova emprestada. (...) Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e


em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação
criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento
administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais
foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à
colheita dessa prova”9.

Letra D - correta. O STF entende que “não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para
a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica” 10.

Letra E - incorreta. De acordo com a Súmula Vinculante nº 21, é inconstitucional a exigência de depósito
prévio de dinheiro para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante n.º 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”

Gabarito: Letra D

8
STF – AI 705.630 AgR.
9 STF – Inq 2.424.
10 STF – RE 498.900-AgR

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19) Assinale a opção incorreta:

a) O direito de reunião pacífica não contempla, sem prévia anuência expressa da autoridade pública de
trânsito, a realização de manifestação coletiva, com objetivo de protesto contra a carga tributária, em via
pública de circulação automobilística.

b) O princípio da isonomia, que se reveste de auto aplicabilidade, não é suscetível de regulamentação ou de


complementação normativa. Esse princípio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei;
e (ii) o da igualdade perante a lei.

c) Ressalvadas as situações excepcionais taxativamente previstas no texto constitucional, nenhum agente


público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá , contra a vontade de quem de
direito, ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde
alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova resultante da diligência de busca e apreensão
assim executada reputar-se inadmissível.

d) É considerada prova lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando há investida criminosa deste último.

e) O exercício concreto da liberdade de expressão assegura ao jornalista o direito de expender críticas a


qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente
contra as autoridades e aparelhos de Estado. No entanto, deve responder penal e civilmente pelos abusos
que cometer, e sujeitar-se ao direito de resposta previsto no texto constitucional.

Comentários

Letra A - incorreta. De acordo com o art. 5º, inciso XVI, da CF/88, não há que se falar em “anuência” (=
autorização) do poder público para o exercício do direito de reunião. Além disso, de acordo com o art. 5º,
inciso XV, da CF/88, tal direito não pode aniquilar o direito de locomoção daqueles que circulam nas vias
públicas automobilísticas.

Art. 5°, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de repercussão
geral no seguinte sentido:

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“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita


com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício
se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local" 11.

Assim, não devemos confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Letra B - correta. Reproduz trecho de um importantíssimo entendimento do STF:

“o princípio da isonomia, que se reveste de auto aplicabilidade, não é – enquanto postulado


fundamental de nossa ordem político-jurídica – suscetível de regulamentação ou de
complementação normativa. Esse princípio – cuja observância vincula,
incondicionalmente, todas as manifestações do Poder Público – deve ser considerado, em
sua precípua função de obstar discriminações e de extinguir privilégios (RDA 55/114), sob
duplo aspecto: (a) o da igualdade na lei; e (b) o da igualdade perante a lei. A igualdade na
lei – que opera numa fase de generalidade puramente abstrata – constitui exigência
destinada ao legislador que, no processo de sua formação, nela não poderá incluir fatores
de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem isonômica. A igualdade perante a
lei, contudo, pressupondo lei já elaborada, traduz imposição destinada aos demais poderes
estatais, que, na aplicação da norma legal, não poderão subordiná -la a critérios que
ensejem tratamento seletivo ou discriminatório”12.

Letra C - correta: O aludido “espaço privado não aberto ao público” corresponde ao conceito de “casa” para
fins da inviolabilidade domiciliar prevista no art. 5º, inciso XI, da CF, que só pode ser afastada nos casos ali
apontados: “em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial”. Destacamos que a assertiva reflete trecho de entendimento proferido pelo STF no
HC 82.788/RJ.

Letra D - correta. O entendimento do STF13 é no sentido de que “a gravação de conversa telefônica feita por
um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da
conversação não é considerada prova ilícita”, bem como que “é lícita a gravação de conversa telefônica feita
por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa
deste último”.

Letra E - correta. De acordo com entendimento do STF14.

Gabarito: Letra A

11
STF – RE 806.339.

12
STF – MI 58
13 STF – HC 74.678.
14 STF – ADI 4.451 – MC – REF.

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Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus,


habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)

20) No tocante aos remédios previstos na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que

a) somente quem sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder, pode impetrar habeas corpus.

b) Não é necessária a comprovação de prejuízo material aos cofres púb licos como condição para a
propositura de ação popular.

c) a medida judicial adequada para se suprir omissão regulamentadora que torne inviável o exercício de
liberdade constitucional é o mandado de segurança.

d) o habeas corpus, o habeas data e o mandado de segurança dispensam o pagamento de custas.

e) para ajuizamento do habeas data, é dispensada a negativa da obtenção dos dados pela via administrativa.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme o art. 5º, inciso LXVIII, o habeas corpus pode ser impetrado não só por quem
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder, mas, também, por terceiro em favor de outrem, sendo dispensada até mesmo a
apresentação de procuração.

Art. 5°, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Letra B - correta. Esse é o teor do entendimento do STF proferido no ARE 824781.

Letra C - incorreta. Conforme art. 5º, inciso LXXI, da CF/88, quando for impossível exercer liberdade prevista
na Constituição Federal em virtude de inexistência de norma regulamentadora, a medida apta a sanar essa
omissão é o mandado de injunção, e não o mandado de segurança.

Art. 5°, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Letra D - incorreta. Conforme art. 5º, inciso LXXVII, da CF/88, somente o habeas corpus e o habeas data são
isentos de custas.

Art. 5°, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

Letra E - incorreta. O acesso ao habeas data pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a
existência do interesse de agir, consubstanciado na resistência ao fornecimento das informações ou à
retificação dos dados pertinentes. O art. 5º, inciso LXXII, da CF/88, trata da concessão do habeas data:

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Art. 5°, LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

Gabarito: Letra B

21). Sobre a tutela constitucional das liberdades, assinale a alternativa incorreta.

a) O habeas corpus visa a proteger o direito constitucional de ir e vir, enquanto o habeas data visa a assegurar
o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público, e à retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

b) Não é cabível habeas data para obter informações relativas a terceiros.

c) O mandado de segurança impetrado contra ato ilegal praticado por autoridade pública é isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.

d) Não se concederá mandado de segurança na hipótese de decisão judicial da qual caiba recurso suspensivo.

e) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania.

Comentários

Letra A - correta. Conforme o art. 5°, inciso LXVIII, da CF/88, o habeas corpus ampara o direito de ir e vir,
enquanto o habeas data visa ao conhecimento de informações e à retificação de dados, conforme o art. 5°,
inciso LXXII, da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 5°, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

(...)

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

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Letra B - correta. Apesar de sua natureza de norma definidora de direitos e garantias, o habeas data sofre
restrições, dentre as quais é possível citar a necessidade de que as informações de que se deseja obter
conhecimento devem ser relativas à pessoa do impetrante, e não de outrem.

Letra C - incorreta. O mandado de segurança não é, nos termos da CF, gratuito, mas sim o habeas corpus e o
habeas data (CF, art. 5°, LXXVII):

Art. 5°, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

Letra D - correta. Vejamos as hipóteses em que o mandado de segurança não será concedido, nos termos da
Lei nº 12.016/2009:

Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de


caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

Letra E - correta. De acordo com o art. 5°, inciso LXXI, da CF/88.

Art. 5°, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Gabarito: Letra C

22) A respeito da tutela constitucional das liberdades, assinale a alternativa incorreta.

a) Não é possível à pessoa jurídica figurar como paciente na impetração de habeas corpus.

b) Para que seja concedido o habeas data, é preciso demonstrar a existência de prévio pedido no âmbito
administrativo.

c) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administrad ores de
concessionárias de serviço público.

d) O Supremo Tribunal Federal decidiu não são ser cabível medida liminar em mandado de injunção devido
ao entendimento de que essa ação não possui auto aplicabilidade.

e) Consoante entendimento jurisprudencial dominante, o Supremo Tribunal Federal adotou a posição


concretista quanto aos efeitos da decisão judicial no mandado de injunção.

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Comentários

Letra A - correta. O habeas corpus protege o direito de ir e vir, o que não seria cabível para pessoas jurídicas,
que não se locomovem. Portanto, pessoas jurídicas não podem ser pacientes no habeas corpus.

Letra B - incorreta. Para justificar o interesse de agir, a jurisprudência entende ser necessária prévia negativa
da via administrativa, não bastando apenas o pedido, para que seja concedido o habeas data.

Letra C - correta: Realmente não cabe o mandado de segurança na situação descrita na assertiva, conforme
o art. 1º, § 2°, da Lei 12.016/2009:

Art. 1º, § 2° Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de
serviço público.

Letra D - correta. Justamente por concluir que o mandado de injunção não possui auto aplicabilidade é que
o STF entende não ser cabível medida liminar nesse tipo de ação.

Letra E - correta. O STF vem adotando a posição concretista, ou seja, buscando concretizar a norma
constitucional pendente de regulamentação pelo legislador omisso.

Gabarito: Letra B

23) O artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal de 1988 preconiza que “conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público”. A respeito desse remédio constitucional, assinale a alternativa
que está em consonância com o entendimento do STF.

a) É inconstitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de Mandado de Segurança.

b) A impetração de Mandado de Segurança Coletivo por entidade de classe em favor dos associados depende
de autorização destes.

c) Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

d) A existência de controvérsia a respeito de matéria de direito impede a concessão de Mandado de


Segurança.

e) A cobrança de dívida líquida e certa pode ser feita mediante impetração de mandado de segurança.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme a súmula nº 632 do STF, a lei que fixa prazo de decadência para a impetração
do mandado de segurança é constitucional.

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Súmula n.º 632 do STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de
Mandado de Segurança.

Letra B - incorreta. Conforme a súmula nº 629 do STF, as entidades de classe podem impetrar mandado de
segurança coletivo em favor dos associados independente de autorização destes.

Súmula nº 629 do STF: A impetração de Mandado de Segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.

Letra C - correta. A súmula nº 267 do STF dispõe que, havendo recurso próprio ou reclamação correcional,
não há falar em mandado de segurança contra ato judicial:

Súmula n.º 267 do STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso
ou correição.

Letra D - incorreta. Conforme a súmula nº 625 do STF, a existência de controvérsia sobre matéria de direito
não inviabiliza a concessão da segurança pleiteada em mandado de segurança.

Súmula nº 625 do STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado
de segurança.

Letra E - incorreta. Conforme a súmula nº 269 do STF, o mandado de segurança não pode ser utilizado para
cobrança de dívida, que possui ação própria para tanto.

Súmula nº 269 do STF: O Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

Gabarito: Letra C

24) Considere o seguinte:

I – partido político com Deputado Federal eleito no último sufrágio.

II - associação dos moradores do bairro X, constituída há 1 ano e 11 meses.

III – sindicato dos empregados da indústria farmacêutica do Município Y, fundado há 2 meses.

IV – partido político que elegeu apenas governadores e prefeitos nas últimas eleições.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, em regra, são legítimas para impetrar mandado de segurança
coletivo apenas os que constam nos itens

(A) I, II, III e IV.

(B) I, II e IV.

(C) I, II e III.

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(D) I, III e IV.

(E) I e IV.

Comentários

Conforme o art. 5º, inciso LXX, da CF/88, possuem legitimidade para impetrar mandado de segurança
coletivo:

a) partido político com representação no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados ou Sen ado Federal);

b) sindicato, independente da data de fundação;

c) entidade de classe, independente da data de fundação; e

d) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano.

Destacamos que o prazo de 1 ano de funcionamento só é requisito para as associações, não se aplicando aos
sindicatos nem às entidades de classe. Por outro lado, os sindicatos, as entidades de classe e as associações
devem defender, no mandado de segurança coletivo, apenas os interesses de seus membros ou associ ados,
não possuindo legitimidade para defender interesse alheio à respectiva categoria.

Transcrevemos, por pertinente, o art. 5º, inciso LXX, da CF/88:

Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Item I – legítimo para impetrar mandado de segurança coletivo, pois refere-se à partido político com
representação no Congresso Nacional, conforme o art. 5º, inciso LXX, alínea a, da CF/88.

Item II – legítimo para impetrar mandado de segurança coletivo, já que diz respeito a associação constituída
há pelo menos 1 ano, conforme o art. 5º, inciso LXX, alínea b, da CF/88.

Item III – legítimo para impetrar mandado de segurança coletivo, conforme o art. 5º, inciso LXX, alínea b, da
CF/88.

Item IV – não é legítimo para impetrar mandado de segurança coletivo, pois não há representação de partido
político no congresso nacional.

Logo, possuem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo os que constam nos itens I, II e
III.

Gabarito: Letra C

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25) Considerando o entendimento dos Tribunais Superiores e as disposições constitucionais sobre o


mandado de injunção, assinale a alternativa incorreta:

a) O mandado de injunção é um remédio constitucional que visa combater a ausência de regulamentação de


uma norma constitucional de eficácia limitada por parte do legislador, sendo utilizável quando a omissão
legislativa tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais, bem como prerrogativas
relacionadas à nacionalidade, soberania e cidadania.

b) O mandado de injunção pode ser utilizado em caso de omissões legislativas totais ou parciais, sendo um
remédio constitucional de natureza civil.

c) O mandado de injunção pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, bastando que esta se
veja em situação de prejuízo ao gozo de seus direitos em virtude de ausência normativa.

d) O mandado de injunção é cabível em virtude de ausência de norma regulamentadora de direito


constitucional ou infraconstitucional.

e) O mandado de injunção não é gratuito e sua impetração depende de assistência de advogado pela parte.

Comentários

Letra A - correta. O mandado de injunção encontra previsão no art. 5º, inciso LXXI, da CF/88 e foi disciplinado
na lei 13.300/2016, sendo, de fato, um remédio constitucional que visa combater a omissão dos legisladores
em hipóteses em que esta gera prejuízo no exercício de direitos e garantias do cidadão .

Art. 5°, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Conforme a alternativa menciona, o mandado de injunção também será aplicável nos casos relacionados à
nacionalidade, soberania e cidadania, sendo um remédio que busca garantir o direito à legislação nas normas
de eficácia limitada, vez que, segundo o STF, “o direito individual à atividade legislativa do Estado apenas se
evidenciará naquelas estritas hipóteses em que o desempenho da função de legislar refletir, por efeito de
exclusiva determinação constitucional, uma obrigação jurídica indeclinável imposta ao Poder Público” 15.

Por este motivo, afirma-se que o direito à legislação protegido por mandado de injunção só se aplica a
normas de eficácia limitada de caráter impositivo.

Letra B - correta. Ao versar sobre o mandado de injunção, o texto constitucional não faz qualquer restrição
ao caráter das omissões ser total ou parcial, isso porque em ambos os casos ocorre a insuficiente
concretização de direitos constitucionais pelo Poder Público.

15
MI 3316 / DF, Rel. Min. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014.

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Afirmar que uma omissão total deveria ser combatida e que as parciais não, acabaria gerando uma
contradição, pois seria o mesmo que afirmar que algumas situações de inércia estatal seriam aceitáveis em
detrimento de outras, o que não é verdade.

Sendo assim, a resposta está correta e a aplicação do mandado de injunção atingirá as omissões totais ou
parciais, vez que ambos os casos derivam de normas de eficácia limitada em que o legislador está obrigado
a exercer a atividade legiferante.

Para finalizar, veja a literalidade do art. 2º da lei 13.300/2016 que abordou o tema:

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas


editadas pelo órgão legislador competente.

Letra C - correta. Conforme o art. 3º da lei 13.300/2016, uma das principais características do mandado de
injunção é justamente a sua legitimidade abrangente, onde qualquer pessoa poderá impetrá -lo.

Lei 13.300/2016. Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as
pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com
atribuição para editar a norma regulamentadora.

Esta característica é um dos fatores que diferenciam o mandado de injunção da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão ou do mandado de injunção coletivo, portanto vejamos os legitimados de
cada um:

Mandado de Injunção: qualquer pessoa física ou jurídica.

Ação direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO): legitimados para iniciar ação do
controle concentrado. (= legitimados da ADI)

Mandado de Injunção Coletivo: partido político com representação no Congresso


Nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano; Ministério Público; e Defensoria Pública.

Deste modo, a assertiva está correta, pois relaciona corretamente o remédio constitucional aos seus
legitimados.

Letra D - incorreta. Tome muito cuidado com assertivas como esta, que afirmam a admissibilidade do
mandado de injunção por omissão legislativa na regulamentação de direito previsto em lei
infraconstitucional, este é um conceito incorreto de sua aplicabilidade.

O mandado de injunção é um remédio constitucional que visa proteger o cidadão de omissões legislativas
na regulamentação de normas previstas no texto constitucional, ou seja, aquelas em que o constituinte
determinou que o Estado deveria agir para regulamentar o exercício de direitos.

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Seu campo de abrangência pode ser extraído inclusive da literalidade do artigo 5º, inciso LXXI, da CF/88, que
é o responsável por tratar sobre este remédio constitucional, e dispõe que " conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais". Além disso, temos que o exercício das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania são temas tipicamente constitucionais, o que reforça o caráter de efetivação d as intenções
constitucionais e a impossibilidade de aplicação na regulamentação de temas infraconstitucionais.

Letra E - correta. O mandado de injunção é um remédio constitucional que segue de forma subsidiária as
disposições do mandado de segurança. Uma vez que a lei nº 13.300/2016 não versou nada sobre sua
gratuidade ou sobre a dispensa de advogado, aplica-se, portanto, o disposto para o Mandado de Segurança,
que não é gratuito e demanda assistência por advogado.

Gabarito: Letra D.

26) Acerca das disposições constitucionais e do entendimento dos Tribunais Superiores quanto a ação
popular, analise os itens abaixo e assinale a alternativa que contêm a ordem correta:

I) O Ministério Público não poderá figurar no polo ativo da ação popular, sendo esta uma ação exclusiva dos
cidadãos.

II) A comprovação do efetivo dano material e pecuniário é condição necessária para admissão da ação
popular.

III) Não há foro por prerrogativa de função em ação popular, mas o mesmo não pode ser dito quanto ao
duplo grau de jurisdição obrigatório em caso de improcedência da ação.

IV) A improcedência da ação popular gera a obrigação do autor arcar com as custas judiciais e o ônus de
sucumbência da parte vencedora.

a) I-F, II-F, III-F, IV-F.

b) I-F, II-F, III-V, IV-F.

c) I-F, II-V, III-V, IV-F.

d) I-V, II-F, III-F, IV-V.

e) I-V,II-V,III-V,IV-V.

Comentários

Item I - incorreto. O Ministério Público poderá figurar no polo ativo da ação popular, sendo este o principal
equívoco do item.

Ainda que o Ministério Público não possua legitimidade para intentar uma ação popular, vez que esta é
prerrogativa dos cidadãos, isso não significa que ele não poderá ingressar ao polo ativo da ação por outras
formas. Na verdade, o Ministério Público poderá agir como substituto em casos de omissão do autor ou

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como sucessor do autor nas ocasiões em que o autor desistir da ação popular, o que, então, o colocará no
polo ativo da ação.

Tome cuidado com alternativas como esta, lembrando sempre que o MP não inici ará a ação popular, mas
poderá adentrar no polo ativo para dar continuidade a mesma.

Item II - incorreto. O item vai de encontro com o entendimento do STF, que entende ser desnecessária a
comprovação do efetivo dano material ou pecuniário ao patrimônio para a admissão da ação popular. Isso
porque, segundo a Corte, a lesividade decorre da simples ilegalidade, sendo esta suficiente para a
caracterização do dano.

Item III - correto. Talvez este item seja um dos mais abordados do assunto, a Constituição Federal não
concedeu foro por prerrogativa de função na ação popular. Assim, uma ação popular contra um parlamentar
federal realmente deverá ser julgada na primeira instância, e não perante o STF.

No tocante ao duplo grau de jurisdição, de fato há reexame necessário em caso de improcedência da ação
popular. Isso se deve ao fato de que ela visa proteger o patrimônio público, histórico e cultural, além da
moralidade administrativa e o meio ambiente, que são do interesse de todos. Assim, para garantir uma dupla
proteção a esses bens, foi garantido o duplo grau obrigatório como forma de evitar uma fragilidade do
instrumento de proteção à coisa pública, tal qual ocorre nas ações ordinárias contra o Estado.

Item IV - incorreto. O item vai de encontro com o previsto no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF/88, uma vez que
a improcedência da ação popular, em regra, não gera a obrigação do autor arcar com as custas judiciais e o
ônus de sucumbência.

Na verdade, o autor só será obrigado a arcar com as custas e a sucumbência se for comprovado sua má-fé
ao propor a ação popular, conforme transcrito abaixo:

Art. 5°, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Deste modo, o gabarito ficou na ordem I-F, II-F, III-V, IV-F

Gabarito: Letra B

Aplicabilidade imediata (art. 5º, § 1º da CF/88), Enumeração aberta (art. 5º, § 2º da


CF/88) e Tribunal Penal Internacional (art. 5º, § 4º da CF/88)

27) Analise as alternativas abaixo à luz da Constituição Federal de 1988 e assinale a correta:

a) As normas constitucionais que definam direitos e garantias fundamentais possuem aplicação imediata,
que persistirá até mesmo nos casos de norma de eficácia limitada.

b) O rol de direitos e garantias fundamentais é taxativo, uma vez que só poderão ser considerados como
direitos fundamentais aqueles previstos no texto constitucional.

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c) Em virtude da vedação aos Tribunais de Exceção, o Brasil se submeterá à jurisdição do Tribunal Penal
Internacional e isso ocorrerá mediante edição de lei complementar que irá disciplinar de forma nacional
sobre o tema.

d) O princípio da celeridade processual é aplicável a todos no âmbito judicial, mas o mesmo não poderá ser
dito em relação ao âmbito administrativo vez que neste rege-se o princípio da eficiência.

e) A responsabilidade civil do estado abrange os atos administrativos, não sendo aplicável quanto aos atos
jurisdicionais.

Comentários

Letra A - correta. A aplicação imediata das normas constitucionais que definam direitos e garantias
fundamentais visa concretizar o ideal de que a Constituição deve ser interpretada de modo a ter a maior
eficácia possível, o que realmente é aplicável até mesmo nas normas de eficácia limitada, onde ainda se
aguarda a regulamentação pelo legislador ordinário.

No caso das normas de eficácia limitada, o que ocorre é uma preservação mínima do direito que se encontra
em estado de latência até que seja editada a lei pelo Poder Legislativo, havendo, portanto, uma
aplicabilidade imediata mínima que gera a obrigação de regulamentação do direito pelo Poder Legislativo e
outra aplicabilidade mediata que será exercida após a regulamentação do direito.

Para finalizar, veja o artigo 5º, § 1º, da CF/88:

Art. 5º, § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.

Letra B- Incorreta. O artigo 5º, § 2º, da CF/88 é bem claro ao afirmar que os direitos e garantias expressos
não excluem outros decorrentes, o que configura um rol exemplificativo ou aberto, que é o oposto do
taxativo afirmado pela questão.

Art. 5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

Na verdade, a análise quanto ao fundamento do direito considerará a questão material abordada por este,
o que significa que a análise será realizada em razão da sua essência e de seu conteúdo, e não quanto a seu
aspecto formal, razão pela qual se torna possível a incorporação de direitos fundamentais mediante tratados
internacionais ou até normas infraconstitucionais.

Letra C - incorreta. A previsão de submissão do Brasil à jurisdição do Tribunal Penal Internacional realmente
está compatibilizada com a vedação aos Tribunais de Exceção, contido no artigo 5º, inciso XXXVII, da CF/88,
uma vez que o citado Tribunal trata-se do primeiro tribunal internacional de natureza permanente, sendo
destinado a apurar crimes contra os direitos humanos em âmbito internacional e evitar que se instaurem
cortes de exceção após conflitos.

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Contudo, a assertiva está incorreta ao afirmar sobre a necessidade de edição de lei complementar, vez que
o texto constitucional impõe apenas a adesão do Brasil na criação, não havendo qualquer menção a
regulamentação ou lei complementar sobre o tema.

Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

(...)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão.

Letra D - incorreta. O princípio da celeridade processual realmente será aplicado na esfera judicial e
igualmente correta é a afirmação de que, no âmbito administrativo, aplica-se a eficiência.

Embora ambos os princípios se adequem nos âmbitos mencionados, isso não significa que um exclui o outro,
como afirma a questão, o que torna a assertiva incorreta. Na verdade, a celeridade processual é uma das
formas de se efetivar a eficiência e será aplicável tanto na esfera administrativa como na judicial, tal como
expõe o artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF/88.

Art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação

Letra E- incorreta. A alternativa aborda a responsabilidade civil do Estado, que é naturalmente objetiva e visa
indenizar o lesado em virtude de algum dano causado pelos agentes públicos.

No caso, há um equívoco na assertiva, pois esta nega o direito de indenização por atos jurisdicionais, o que
é incorreto por força do artigo 5º, inciso LXXV, da CF/88, que prevê ao Poder Público o dever de indenizar,
inclusive nos casos relacionados a atos jurisdicionais praticados com erro judiciário ou nos casos em que
ocorra prisão por tempo maior que o fixado na condenação.

Para finalizar, veja o artigo 5º, inciso LXXV, da CF/88:

Art. 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;

Gabarito: Letra A.

Tratados e Convenções internacionais com força de emenda constitucional (art. 5º, § 3º


da CF/88)

28) Acerca das disposições constitucionais sobre tratados e convenções internacionais, analise os itens
abaixo e assinale a alternativa que contêm apenas itens incorretos.

I) A incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico possuí como condição mínima a
aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros.

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II) Os tratados internacionais são celebrados pelo Poder Executivo e possuem status de lei ordinária, razão
pela qual independem de apreciação do Congresso Nacional para sua incorporação no ordenamento.

III) Os tratados internacionais sobre direitos humanos só serão equivalentes às emendas constitucionais
quando forem aprovados com o mesmo rito de votação destas.

IV) Os tratados internacionais sobre direitos humanos que venham a ser incorporados ao ordenamento
jurídico sem aprovação mediante rito qualificado, previsto no artigo 5º, § 3º, da CF, possuirão hierarquia de
norma supralegal.

a) I, II e IV

b) II e IV.

c) I, II e III.

d) I e II.

e) III e IV.

Comentários

Item I e II - incorretos. Incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico não depende do
rito mencionado pelos itens. De fato, sempre será exigida a aprovação do Congresso Nacional mediante
decreto Legislativo sendo que, em seguida, será editado um decreto presidencial que o incorporará ao
ordenamento jurídico.

O primeiro item tentou confundir o aluno, colocando a hipótese em que os tratados internacionais sobre
direitos humanos serão incorporados com força de emenda constitucional. Contudo, é importante que você
note que este procedimento se restringe aos tratados sobre direitos humanos, sendo, portanto, inaplicável
aos tratados internacionais em geral.

Quanto ao segundo item, é importante esclarecer que os tratados internacionais em geral são incorporados
com status de lei ordinária. Contudo, há exceções como os tratados que versem sobre direitos humanos, que
serão incorporados com status de norma supralegal e também serão submetidos à aprovação do Congresso
para que possuam equivalência com as emendas constitucionais.

Item III - correto. De acordo com o artigo 5º, § 3º, da CF/88, os tratados internacionais sobre direitos
humanos poderão ser submetidos a um quórum qualificado de votação por dois turnos, em cada casa do
Congresso Nacional, com três quintos dos votos dos respectivos membros, ocasião em que serão
equivalentes às emendas constitucionais.

Art. 5°, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais

Perceba que tal equivalência se deve ao fato que o quórum é justamente o utilizado no rito próprio das
emendas constitucionais, tal como apontado pelo item e previsto no artigo 60, § 2º da CF/88.

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Item IV - correto. A Os tratados internacionais poderão ser incorporados ao ordenamento com três status
diferentes, a depender do seu tipo e procedimento de aprovação. Veja o esquema abaixo:

Geral Status de lei ordinária

Tratados internacionais Sem aprovação no


quórum qualificado:

Status supralegal
Sobre Direitos Humanos
Com aprovação no
quórum qualificado:
Status de Emenda
Constitucional

Uma vez que o item afirma que o tratado versa sobre direitos humanos, mas foi incorporado sem atender
ao rito qualificado das emendas constitucionais, mostra-se correta a sua classificação como normas de
hierarquia supralegal.

Gabarito: Letra D.

...

Forte abraço!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 5

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 18

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Princípios Fundamentais
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Características da RFB (art. 1º, caput e parágrafo único da CF/88)

1. Acerca dos princípios fundamentais da Constituição Federal, assinale a alternativa correta:

a) O Brasil utiliza o presidencialismo como forma de governo e seu poder legislativo federal se organiza de
forma bicameral.

b) A temporariedade e a prestação de contas são características da forma republicana de governo.

c) Em virtude de situação de grave comprometimento da ordem pública é possível que os entes federados,
que não estão envolvidos na situação, utilizem o direito de secessão.

d) O sistema de governo brasileiro classifica-se como democrático.

e) A forma republicana de estado é a mais antiga ainda em vigor.

Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, incisos I a V da CF/88).

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2. A Constituição Federal dispõe sobre os princípios fundamentais logo em seu primeiro título, abordando
fundamentos, objetivos, princípios das relações internacionais e outros temas. Assinale a alternativa
correta acerca dos fundamentos da República:

a) São fundamentos da República a autonomia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa, e pluralismo político.

b) A cidadania é um dos fundamentos e visa garantir a participação popular nas decisões políticas do Estado,
sendo intimamente ligada a democracia.

c) Apenas a União possuí soberania na federação brasileira.

d) O pluralismo político abrange a crítica jornalística e não deve ser objeto de repressão penal, ainda que
permeada de discursos de ódio.

e) O fundamento que versa sobre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa visa proteger o trabalho
exercido, desde que contenha finalidade lucrativa.

3. Tomando por fundamento a Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta.

a) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros, a
independência nacional, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

b) A República Federativa do Brasil tem como um de seus fundamentos a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

c) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil reduzir a pobreza e a marginalização e


erradicar as desigualdades sociais e regionais.

d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

e) O pluralismo político é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil e o poder será exercido
pelo povo por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição.

Princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF/88)

4. No tocante à organização do Estado Brasileiro, julgue as alternativas a seguir.

I - O Brasil adota princípio de separação de Poderes que pode ser caracterizado como flexível, com
mecanismos de freios e contrapesos, que permitem a materialização da harmonia entre os Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade do veto às leis pelo chefe do Poder
Executivo.

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II - A eletividade e a temporalidade do mandato do chefe do Poder Executivo, bem como seu dever de prestar
contas de seus atos, são características da forma de governo republicana adotada no Brasil.

III - O Poder Legislativo, além de legislar e fiscalizar, exerce funções atípicas, como a administração e
julgamento, podendo ser citado como exemplo desta última o julgamento do Presidente da República ou de
Ministros do STF por crimes de responsabilidade.

IV - O Brasil tem por forma de governo a república e adota como regime político a democracia, na sua forma
indireta.

Estão corretos somente os itens:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV

d) I, II e III.

e) Todos os itens estão corretos.

Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º da CF/88)

5. Não constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, conforme a Constituição Federal
de 1988:

a) reduzir a pobreza e a marginalização.

b) construir uma sociedade livre, justa e solidária.

c) garantir o desenvolvimento nacional.

d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.

e) reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais


(art. 4º da CF/88)

6. Considerando as disposições da Constituição Federal sobre princípios fundamentais do Estado


brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) Nas relações internacionais aplicam-se, dentre outros, os princípios constitucionais da intervenção, do


repúdio ao terrorismo e a defesa da paz.

b) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária preferência político partidária.

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c) Constitui objetivo fundamental a erradicação das desigualdades sociais e regionais, bem como a redução
da pobreza e da marginalização.

d) A política brasileira no âmbito internacional deve buscar a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América do Sul, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

e) Alguns dos princípios fundamentais do Estado brasileiro são a dignidade da pessoa humana; garantir o
desenvolvimento nacional; concessão de asilo político; defesa da paz; prevalência dos direitos humanos; e
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

7. Um dos aspectos que envolvem a noção de Estado diz respeito ao relacionamento entre as nações, que
é regido por princípios próprios. Nesse contexto, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios, exceto:

a) independência nacional.

b) prevalência dos direitos humanos.

c) soberania.

d) defesa da paz.

e) repúdio ao terrorismo e ao racismo.

8. Sobre os princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, assinale
a alternativa incorreta.

a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

b) A Constituição Federal de 1988 estabelece que, nas suas relações internacionais, a República Federativa
do Brasil rege-se pelos princípios da soberania e da igualdade entre os Estados.

c) A autodeterminação dos povos, a prevalência dos direitos humanos e a cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade devem ser princípios observados pelo Brasil nas suas relações internacionais.

d) A Constituição Federal de 1988 estabelece como princípios da República Federativa do Brasil, no que tange
às relações internacionais, a não-intervenção, a solução pacífica de conflitos e a defesa da paz.

e) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios do repúdio ao
terrorismo e ao racismo e da concessão de asilo político.

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GABARITO

1. B 2. B 3. E 4. D 5. A

6. E 7. C 8. B

QUESTÕES COMENTADAS

Características da RFB (art. 1º, caput e parágrafo único da CF/88)

1. Acerca dos princípios fundamentais da Constituição Federal, assinale a alternativa correta:

a) O Brasil utiliza o presidencialismo como forma de governo e seu poder legislativo federal se organiza de
forma bicameral.

b) A temporariedade e a prestação de contas são características da forma republicana de governo.

c) Em virtude de situação de grave comprometimento da ordem pública é possível que os entes federados,
que não estão envolvidos na situação, utilizem o direito de secessão.

d) O sistema de governo brasileiro classifica-se como democrático.

e) A forma republicana de estado é a mais antiga ainda em vigor.

Comentários

O caput do artigo 1º da CF/88 versa que a “República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”, sendo
possível extrair classificações muito importantes deste trecho.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

A forma de estado diz respeito ao modo de exercício do poder político de acordo com o território de um
determinado Estado. No caso do Brasil, a forma de estado é a federação.

A forma de governo diz respeito à maneira de instituição do poder na sociedade e de que forma governantes
e governados se relacionam. No caso brasileiro, a forma de governo é a república.

O regime de governo se relaciona com a participação ou não do povo na escolha dos governantes, na
elaboração das normas e políticas públicas, bem como no controle da execução destas últimas. No caso do
Brasil, o regime de governo é o democrático.

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O sistema de governo está relacionado à forma como se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo no
exercício de suas funções governamentais. No caso brasileiro, o sistema de governo é o presidencialismo,
pois há uma maior independência entre os Poderes Executivo e Legislativo.

BRASIL
Forma de Forma de Governo Regime de Governo Sistema de Governo
Estado
Federação República Democrático Presidencialismo

Para facilitar, lembre-se sempre que as “formas” estão no nome: “República Federativa do Brasil”.

As questões sobre esse tema costumam inverter essas classificações, fique ligado!

Letra A – incorreta. O presidencialismo é o sistema de governo brasileiro, e não a forma de governo como
afirmado.

Quanto ao poder legislativo federal brasileiro, este realmente classifica-se como bicameral, vez que o
Congresso Nacional se subdivide em Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Letra B – correta. A forma de governo republicana tem como base a busca do bem comum, definindo como
elementos essenciais a temporariedade do mandato de seus governantes; a necessidade de transparência e
prestação de contas; e a necessidade de eleições periódicas dos representantes.

Letra C – incorreta. O direito de secessão trata da possibilidade de um ente da federação exercer o direito
de sair da mesma, tornando-se um novo país.

A forma federativa de Estado, adotada pelo Brasil, não admite o direito de secessão em virtude do princípio
da indissolubilidade do vínculo federativo, consagrado no caput do artigo 1º da CF.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

Isso significa que, independentemente da situação no país, os entes federativos permanecerão como se
encontram, fato que é reforçado inclusive no artigo 60, §4º, I, da CF/88, transcrito abaixo, que elencou a
forma federativa como cláusula pétrea.

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

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A alternativa mencionou uma das hipóteses autorizadoras da intervenção federal para tentar induzir o
candidato ao erro, mas, quando se trata do direito de secessão, não há exceções à sua inadmissibilidade no
ordenamento, o que torna a assertiva incorreta.

Letra D – incorreta. O sistema de governo brasileiro classifica-se como presidencialista, e não como
democrático. A Democracia diz respeito ao regime de governo escolhido.

Letra E – incorreta. A assertiva possui dois erros. Inicialmente, está incorreta a classificação de que a
República é uma forma de estado, já que se trata de uma forma de governo.

O segundo erro diz respeito à afirmação de que a forma republicana é o modelo mais antigo vigente, vez que
na verdade a forma de governo mais antiga vigente é a monarquia, que ainda pode ser encontrada em alguns
países.

Gabarito: Letra B.

Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, incisos I a V da CF/88).

2. A Constituição Federal dispõe sobre os princípios fundamentais logo em seu primeiro título, abordando
fundamentos, objetivos, princípios das relações internacionais e outros temas. Assinale a alternativa
correta acerca dos fundamentos da República:

a) São fundamentos da República a autonomia, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa, e pluralismo político.

b) A cidadania é um dos fundamentos e visa garantir a participação popular nas decisões políticas do Estado,
sendo intimamente ligada a democracia.

c) Apenas a União possuí soberania na federação brasileira.

d) O pluralismo político abrange a crítica jornalística e não deve ser objeto de repressão penal, ainda que
permeada de discursos de ódio.

e) O fundamento que versa sobre os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa visa proteger o trabalho
exercido, desde que contenha finalidade lucrativa.

Comentários

Letra A – incorreta. Os fundamentos da República estão dispostos nos incisos do artigo 1º da CF/88 e formam
o famoso mnemônico SO-CI-DI-VA-PLU. São eles: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa e, o pluralismo político. Uma vez que a questão substituiu a soberania
pela autonomia, a alternativa está incorreta.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

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II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

O atributo da soberania encontra-se apenas na Constituição Federal. Se a alternativa estivesse se referindo


a algum dos Estados, DF ou Municípios, o gabarito seria outro, pois os entes políticos não gozam de
soberania, mas apenas de autonomia, vez que a primeira é exclusiva da República Federativa do Brasil.

Letra B – correta. A cidadania extrapola o conceito de nacionalidade. Sua diferença primordial reside na
possibilidade de total exercício dos direitos políticos. Uma vez que estes direitos são necessários para que a
pessoa possa se manifestar nas decisões políticas do Estado, entende-se que a cidadania está diretamente
vinculada ao ideal democrático.

Vale lembrar que a cidadania é um dos fundamentos da República, conforme disposto no artigo 1º, inciso II,
da Constituição Federal.

Letra C – incorreta. A União detém apenas autonomia. Cabe destacar que nenhum ente federado possui
soberania, mas apenas autonomia. Vale relembrar o quadro abaixo:

SOBERANIA AUTONOMIA
República Federativa do Brasil União, Estados, Distrito Federal e Municípios

Letra D – incorreta. O STF já abordou a face do pluralismo político perante a crítica jornalística, ocasião em
que decidiu que não deveria haver repressão penal desta atividade, vez que representa legítimo exercício da
liberdade de expressão. 1

Ocorre que a liberdade de expressão não é absoluta, ela não comporta os discursos de ódio ou que busquem
inferiorizar uma raça, gênero, nacionalidade, religião ou orientação sexual. Deste modo, ainda que o
jornalista tenha se utilizado de sua liberdade de expressão, este poderá ser penalizado em virtude da
promoção de discursos de ódio, que acabam por deslegitimar seu exercício da crítica, o que torna a assertiva
incorreta.

Letra E – incorreta. O artigo 1º, inciso IV, da CF/88 versa sobre o fundamento dos valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa, sem, contudo, fazer qualquer ressalva a necessidade de o trabalho possuir finalidade
lucrativa.

A necessidade da finalidade lucrativa é inexistente, devendo o candidato ficar atento .

Gabarito: Letra B.

1 STF – Pet 3486/DF, Rel. Ministro Celso de Mello. DJe. 22.08.2005.

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3. Tomando por fundamento a Constituição Federal de 1988, assinale a opção correta.

a) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos, dentre outros, a
independência nacional, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

b) A República Federativa do Brasil tem como um de seus fundamentos a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

c) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil reduzir a pobreza e a marginalização e


erradicar as desigualdades sociais e regionais.

d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil.

e) O pluralismo político é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil e o poder será exercido
pelo povo por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição.

Comentários

Letra A – incorreta. A independência nacional é um dos princípios que regem a República Federativa do Brasil
nas suas relações internacionais, de acordo com o disposto no art. 4º, inciso I, da CF, e não um fundamento
conforme apresenta a assertiva.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;

Letra B – incorreta. A promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação é um objetivo (e não um fundamento) da República Federativa do
Brasil, conforme previsto no art. 3 º, inciso IV, da CF/88.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

(...)

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Letra C – incorreta. Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil tratados no item são
erradicar (e não reduzir) a pobreza e a marginalização e reduzir (e não erradicar) as desigualdades sociais e
regionais, conforme art. 3º, inciso III, da CF/88.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

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(...)

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Letra D – incorreta. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos (e não objetivos) da
República Federativa do Brasil, conforme disposto no art. 1º, inciso IV, da CF/88.

Letra E – correta. A assertiva está de acordo com o inciso V e com o parágrafo único do art. 1º da CF/88.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Gabarito: E

Princípio da separação dos Poderes (art. 2º da CF/88)

4. No tocante à organização do Estado Brasileiro, julgue as alternativas a seguir.

I - O Brasil adota princípio de separação de Poderes que pode ser caracterizado como flexível, com
mecanismos de freios e contrapesos, que permitem a materialização da harmonia entre os Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade do veto às leis pelo chefe do Poder
Executivo.

II - A eletividade e a temporalidade do mandato do chefe do Poder Executivo, bem como seu dever de prestar
contas de seus atos, são características da forma de governo republicana adotada no Brasil.

III - O Poder Legislativo, além de legislar e fiscalizar, exerce funções atípicas, como a administração e
julgamento, podendo ser citado como exemplo desta última o julgamento do Presidente da República ou de
Ministros do STF por crimes de responsabilidade.

IV - O Brasil tem por forma de governo a república e adota como regime político a democracia, na sua forma
indireta.

Estão corretos somente os itens:

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a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV

d) I, II e III.

e) Todos os itens estão corretos.

Comentários

ITEM I - o item I está correto, pois a independência entre os poderes não é absoluta, havendo um mecanismo
de freios e contrapesos, onde cada Poder controla e limita o outro (nas hipóteses previstas na Constituição).
A possibilidade de veto às leis pelo chefe do Poder Executivo é um exemplo da “intervenção legítima” de um
Poder em outro, característica dos mecanismos de freios e contrapesos.

ITEM II - o item II está correto, porque relata as principais características da forma republicana de governo.

ITEM III - o item III está correto, pois as funções típicas do Poder Legislativo realmente são legislar e fiscalizar.
Já a função de julgar algumas autoridades do país nos crimes de responsabilidade, como o Presidente da
República ou Ministros do STF, é uma função atípica do Poder Legislativo, desempenhada especificamente
pelo Senado Federal, conforme o art. 52, incisos I e II, da CF/88:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional


de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o
Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

ITEM IV - o item IV está incorreto, pois o Brasil adota a república como forma de governo e a democracia
como regime político, em razão do disposto expressamente no art. 1º, caput, da CF.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos;

No entanto, a democracia brasileira é classificada como semidireta (ou participativa), já que exerce o poder
de modo:

a) indireto, por meio dos representantes eleitos;

b) direto, por meio de plebiscito, referendo, iniciativa popular das leis, ação popular.

Gabarito: D

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Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º da CF/88)

5. Não constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, conforme a Constituição Federal
de 1988:

a) reduzir a pobreza e a marginalização.

b) construir uma sociedade livre, justa e solidária.

c) garantir o desenvolvimento nacional.

d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.

e) reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Comentários

Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão previstos no artigo 3º da CF/1988:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Quanto à pobreza e à marginalização, o objetivo da República Federativa do Brasil é a sua erradicação


(eliminação, extirpação), não somente a redução. Por isto que a assertiva A não constitui um objetivo
fundamental da República Federativa do Brasil.

Gabarito: Letra A.

Princípios que regem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais


(art. 4º da CF/88)

6. Considerando as disposições da Constituição Federal sobre princípios fundamentais do Estado


brasileiro, assinale a alternativa correta:

a) Nas relações internacionais aplicam-se, dentre outros, os princípios constitucionais da intervenção, do


repúdio ao terrorismo e a defesa da paz.

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b) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária preferência político partidária.

c) Constitui objetivo fundamental a erradicação das desigualdades sociais e regionais, bem como a redução
da pobreza e da marginalização.

d) A política brasileira no âmbito internacional deve buscar a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América do Sul, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

e) Alguns dos princípios fundamentais do Estado brasileiro são a dignidade da pessoa humana; garantir o
desenvolvimento nacional; concessão de asilo político; defesa da paz; prevalência dos direitos humanos; e
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Comentários

Letra A – incorreta. Os princípios que regem as relações internacionais estão dispostos no artigo 4º, vejamos:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social
e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

O art. 4º, inciso IV, da CF/88, elenca a não-intervenção, ao contrário do que afirma esta assertiva, o que a
torna incorreta.

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Letra B – incorreta. O pluralismo político está relacionado com o fundamento disposto no artigo 1º, inciso V,
da CF/88 e não visa proteger uma uniformidade/unidade de ideias, como afirmado na alternativa, mas sim
visa proteger o direito a pluralidade dessas.

Para lembrar desse conceito, cabe lembrar da quantidade de partidos políticos que existem no Brasil, vez
que podemos encontrar diversas frentes político partidárias que levantam as mais variadas bandeiras, o que
caracteriza claramente o pluralismo.

É importante lembrar ainda que o pluralismo também abrange a liberdade de convicção filosófica, embora
não se admita sua utilização para realização de discursos de ódio.

Letra C – incorreta. O texto da constituição busca a erradicação da pobreza e da marginalização, e não a


erradicação das desigualdades sociais e regionais.

Em questões como essa, atenha-se à literalidade dos objetivos. Portanto, vamos revê-los:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Letra D – incorreta. O que se visa é a integração da América Latina, que não se confunde com América do
Sul, conforme mencionado pela assertiva.

Lembre-se do que dispõe a literalidade do parágrafo único do artigo 4º da CF/88:

Art. 4º, parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.

Letra E – correta. O gênero princípios fundamentais da República Federativa do Brasil possuí como espécies
os fundamentos, os objetivos e os princípios que regem suas relações internacionais. De fato, todos os
elementos mencionados na alternativa podem ser encaixados nessas categorias, vamos relembrar:

A dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos. Garantir
o desenvolvimento nacional trata-se de um dos objetivos; e a concessão de asilo político, defesa da paz, e
prevalência dos direitos humanos correspondem a princípios que regem as relações internacionais.

Gabarito: Letra E.

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7. Um dos aspectos que envolvem a noção de Estado diz respeito ao relacionamento entre as nações, que
é regido por princípios próprios. Nesse contexto, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios, exceto:

a) independência nacional.

b) prevalência dos direitos humanos.

c) soberania.

d) defesa da paz.

e) repúdio ao terrorismo e ao racismo.

Comentários

O art. 4º da CF/1988 explicita os princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações
internacionais:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Dentre as assertivas apresentadas, a única que não consta nesse rol é a soberania, prevista na alternativa C,
que é um fundamento da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1º da CF/1988, e não um princípio
que rege as relações internacionais do país com as outras nações.

Gabarito: Letra C.

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8. Sobre os princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, assinale
a alternativa incorreta.

a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

b) A Constituição Federal de 1988 estabelece que, nas suas relações internacionais, a República Federativa
do Brasil rege-se pelos princípios da soberania e da igualdade entre os Estados.

c) A autodeterminação dos povos, a prevalência dos direitos humanos e a cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade devem ser princípios observados pelo Brasil nas suas relações internacionais.

d) A Constituição Federal de 1988 estabelece como princípios da República Federativa do Brasil, no que tange
às relações internacionais, a não-intervenção, a solução pacífica de conflitos e a defesa da paz.

e) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios do repúdio ao
terrorismo e ao racismo e da concessão de asilo político.

Comentários

A questão pode ser resolvida com a análise da literalidade do art. 4º da CF:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social
e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

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Analisando as alternativas, nota-se que a única que não encontra correspondência é a Letra B.

Isso porque a soberania não é um princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações
internacionais, mas sim um fundamento previsto no inciso I do art. 1º, da CF.

Letra A – correta. A assertiva está em conformidade com a literalidade do parágrafo único do art. 4º, da CF.

Letra C – correta. A assertiva está em conformidade com a literalidade dos incisos II, III e IX, do art. 4º, da CF.

Letra D – correta. A assertiva está em conformidade com a literalidade dos incisos IV, VI e VII, do art. 4º, da
CF.

Letra E – correta. A assertiva está em conformidade com a literalidade dos incisos VIII e X, do art. 4º, da CF.

Gabarito: Letra B.
==5617c==

...

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 6

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 19

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Direitos Sociais
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Rol dos direitos sociais (art. 6º da CF/88)

1) Sobre os direitos sociais previstos na Constituição Federal de 1988, podemos fazer as seguintes
afirmações, com exceção de:

a) Os direitos sociais são direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma obrigação de
fazer, ofertando prestações positivas consubstanciadas em ações que visam concretizar a igualdade material.
A Constituição Federal de 1988 prevê como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, dentre
outros. Além disso, todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica
familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda.

b) Os direitos sociais possuem uma carga de eficácia menor que os direitos de primeira geração, dentre
outros motivos, por estarem sujeitos à reserva do possível, que consiste na ideia de que cabe ao Estado atuar
apenas na medida do financeiramente possível.

c) A teoria do mínimo existencial tem a função de atribuir ao indivíduo um direito subjetivo contra o Poder
Público, em casos de diminuição da prestação dos serviços sociais básicos que garantem a sua existência
digna.

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d) O princípio da vedação ao retrocesso, no que toca à realização dos direitos sociais constitucionalmente
garantidos, proíbe o retrocesso social nas políticas públicas executivas, mas não se impõe ao poder
legiferante, posto que não se pode ferir a liberdade do legislador.

e) Ao atender a determinadas necessidades sociais, o Estado acaba invariavelmente deixando de atender a


outras, devido à limitação orçamentária. Esse dilema é conhecido como a teoria das escolhas trágicas no
âmbito dos direitos sociais.

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88)

2) A Constituição Federal de 1988 prevê como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância e a assistência aos desamparados. No tocante ao direito ao trabalho, a Lei Maior e a jurisprudência
do STF estabelecem que

a) é assegurada a proteção do salário na forma da lei, constituindo infração administrativa sua retenção
dolosa.

b) é possível a participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração do trabalhador.

c) a simples adesão à greve não constitui falta grave.

d) pessoas a partir de doze anos podem trabalhar na condição de aprendiz.

e) as empregadas gestantes possuem direito a licença, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e oitenta dias.

3) A Emenda Constitucional nº 72/2013 estabeleceu a igualdade de direitos trabalhistas entre os


trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. Entre os direitos que abrangem
essas três categorias, não está incluído:

a) o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

b) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

c) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.

d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

e) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil.

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4) A Constituição Federal proíbe, em regra, o trabalho infantil, estabelecendo idades mínimas para o
exercício de certos tipos de atividade. Assim, as idades mínimas para trabalhar em horário noturno, em
atividade perigosa ou insalubre são, respectivamente:

a) 16, 16 e 16 anos de idade.

b) 14, 16 e 18 anos de idade.

c) 14, 16 e 16 anos de idade.

d) 18, 16 e 18 anos de idade.

e) 18, 18 e 18 anos de idade.

5) Sobre os direitos sociais, assinale a opção correta.

a) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para
praças prestadoras de serviço militar inicial viola direito social garantido pela Constituição.

b) A Constituição Federal de 1988 determina que as remunerações do trabalho noturno e do serviço


extraordinário sejam superiores em, pelo menos, 50% à do trabalho normal.

c) O Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que não é possível a fixação do piso salarial em
múltiplos do salário mínimo para servidores públicos, não se aplicando essa restrição aos empregados.

d) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho e adicional de remuneração para as


atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei, são direitos constitucionais dos trabalhadores
urbanos estendidos aos empregados domésticos.

e) A Constituição Federal de 1988 prevê a proteção da mulher quanto ao mercado de trabalho, mediante
incentivos específicos, sendo também assegurada assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas.

6) Sobre os direitos sociais, assinale a opção incorreta.

a) A irredutibilidade salarial é constitucionalmente garantida, sendo nula qualquer previsão nesse sentido
estabelecida em convenção ou acordo coletivo.

b) O salário-família, pago em virtude dos dependentes, é um direito social garantido constitucionalmente


somente ao trabalhador de baixa renda.

c) O direito de greve não é absoluto, cabendo à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

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d) A Constituição Federal de 1988 autoriza o trabalho noturno, perigoso ou insalubre somente a maiores de
dezoito e o trabalho na condição de aprendiz a partir de quatorze anos.

e) O trabalhador faz jus a seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, o qual também será
obrigado a indenizar quando o dano causado pelo acidente for resultado de dolo ou culpa.

Liberdade de Associação Profissional ou Sindical e Garantia de eleição de representante


em empresas com mais de duzentos empregados (arts. 8º e 11 da CF/88)

7) Sobre a associação profissional ou sindical prevista na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar
que:

a) a coexistência de mais de um sindicato da mesma categoria profissional na mesma base territorial


depende de autorização do Ministério do Trabalho.

b) as contribuições confederativa e sindical possuem natureza de tributo, com valor fixado em lei e caráter
compulsório a todos os trabalhadores, inclusive os não filiados ao sindicato.

c) nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

d) é vedada a dispensa empregado sindicalizado eleito para cargo de representação sindical na condição de
suplente a partir da proclamação do resultado das eleições até seis meses após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

e) o aposentado filiado tem direito a votar, mas não a ser votado nas organizações sindicais.

Direito de Greve e a Garantia de participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos (arts. 9 e 10 da CF/88)

8) Tendo como referência a Constituição Federal e o entendimento dos Tribunais Superiores, analise as
assertivas abaixo e assinale a correta:

a) Os trabalhadores possuem sua participação assegurada em colegiados dos órgãos públicos em que seus
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão, proteção esta que não se estende aos
empregadores.

b) O direito de greve dos trabalhadores privados é norma de eficácia contida, enquanto o direito de greve
dos servidores público é norma de eficácia limitada.

c) Os trabalhadores que venham a aderir à greve poderão ser responsabilizados, sendo que a sua simples
adesão poderá ser considerada falta grave.

d) A constituição proíbe o exercício do direito de greve em casos de serviços ou atividades essenciais.

e) O direito de greve é assegurado aos servidores militares.

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GABARITO

1. D 2. C 3. A 4. E 5. E

6. A 7. C 8. B

QUESTÕES COMENTADAS

Rol dos direitos sociais (art. 6º da CF/88)

1) Sobre os direitos sociais previstos na Constituição Federal de 1988, podemos fazer as seguintes
afirmações, com exceção de:

a) Os direitos sociais são direitos fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma obrigação de
fazer, ofertando prestações positivas consubstanciadas em ações que visam concretizar a igualdade material.
A Constituição Federal de 1988 prevê como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, dentre
outros. Além disso, todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica
familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda.

b) Os direitos sociais possuem uma carga de eficácia menor que os direitos de primeira geração, dentre
outros motivos, por estarem sujeitos à reserva do possível, que consiste na ideia de que cabe ao Estado atuar
apenas na medida do financeiramente possível.

c) A teoria do mínimo existencial tem a função de atribuir ao indivíduo um direito subjetivo contra o Poder
Público, em casos de diminuição da prestação dos serviços sociais básicos que garantem a sua existência
digna.

d) O princípio da vedação ao retrocesso, no que toca à realização dos direitos sociais constitucionalmente
garantidos, proíbe o retrocesso social nas políticas públicas executivas, mas não se impõe ao poder
legiferante, posto que não se pode ferir a liberdade do legislador.

e) Ao atender a determinadas necessidades sociais, o Estado acaba invariavelmente deixando de atender a


outras, devido à limitação orçamentária. Esse dilema é conhecido como a teoria das escolhas trágicas no
âmbito dos direitos sociais.

Comentários

Letra A - correta. Os direitos fundamentais de 2ª geração realmente impõem ao Estado uma obrigação de
fazer, uma obrigação de ofertar prestações positivas (ações) em favor dos mais necessitados, visando
concretizar a igualdade material (valor-fonte igualdade).

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Além disso, educação, saúde e alimentação são, de fato, direitos sociais previstos na CF/88, mais
precisamente em seu art. 6º, caput, em conjunto com o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.

Por fim, efetivamente, a CF/88 prevê que todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a
uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda
(art. 6º, parágrafo único).

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda
básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de
renda, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação
fiscal e orçamentária.

Letra B - correta. A teoria da reserva do possível consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar os direitos
sociais, mas apenas na medida do financeiramente possível determinando, assim, os limites em que o Estado
deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. Por outro lado, não é lícito ao Poder Público
simplesmente alegar genericamente que não possui recursos orçamentários: são imprescindíveis a
demonstração objetiva da inexistência de recursos públicos, bem como a falta de previsão orçamentária da
respectiva despesa.

Letra C - correta. A teoria do mínimo existencial preconiza que o Estado, em seu dever de concretizar os
direitos sociais, deve garantir, pelo menos, as prestações essenciais ao ser humano que lhe assegurem uma
existência digna (o mínimo existencial) que emana do postulado da dignidade da pessoa humana.

Assim, o mínimo existencial atua de forma a limitar a cláusula da reserva do possível, na medida em que os
gastos públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial e, somente após isso,
o Estado poderá realizar outros investimentos.

Diante do exposto, a reserva do possível somente pode ser invocada pelo Estado após ele ter garantido o
mínimo existencial.

Letra D - errada. O princípio da vedação ao retrocesso preconiza que seja evitada a desconstituição das
conquistas sociais já alcançadas pelos cidadãos. Tais conquistam passam a constituir tanto uma garantia
institucional quanto um direito subjetivo, limitando o legislador e exigindo a realização de uma política
condizente com tais direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a criação de
outros esquemas alternativos ou compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu núcleo essencial.

Portanto, a vedação ao retrocesso social é um princípio que deve ser observado também pelo legislador, e
não apenas pelas políticas públicas executivas, o que tornou a assertiva incorreta.

Letra E - correta. A concretização dos direitos sociais exige o dispêndio de recursos públicos, que são escassos
e não são capazes de atender a todas as demandas. Assim, ao atender a determinadas necessidades, o Estado
acabará invariavelmente deixando de atender a outras, ou seja, estará sempre diante de um estado de
tensão em que deverá realizar escolhas trágicas na concretização de direitos sociais.

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Gabarito: Letra D

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º da CF/88)

2) A Constituição Federal de 1988 prevê como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância e a assistência aos desamparados. No tocante ao direito ao trabalho, a Lei Maior e a jurisprudência
do STF estabelecem que

a) é assegurada a proteção do salário na forma da lei, constituindo infração administrativa sua retenção
dolosa.

b) é possível a participação nos lucros, ou resultados, vinculada à remuneração do trabalhador.

c) a simples adesão à greve não constitui falta grave.

d) pessoas a partir de doze anos podem trabalhar na condição de aprendiz.

e) as empregadas gestantes possuem direito a licença, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e oitenta dias.

Comentários

Vejamos, primeiramente, o que dispõe o artigo 7º, incisos X, XI, XVIII e XXXIII, da CF/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

(...)

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

(...)

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Letra A - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso X, da CF/88, a retenção salarial dolosa é crime, não mera
infração administrativa.

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Letra B - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso XI, da CF/88, a participação nos lucros ou resultados é
desvinculada da remuneração do trabalhador.

Letra C - correta. Assertiva de acordo com a súmula 316 do STF, transcrita abaixo:

Súmula 316 do STF: A simples adesão à greve não constitui falta grave

Letra D - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso XXXIII, da CF/88, o trabalho na condição de aprendiz é permitido
apenas a partir de 14 anos de idade.

Letra E - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso XVII, da CF/88, a licença à gestante possui duração de 120 dias.

Gabarito: Letra C

==5617c==

3) A Emenda Constitucional nº 72/2013 estabeleceu a igualdade de direitos trabalhistas entre os


trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. Entre os direitos que abrangem
essas três categorias, não está incluído:

a) o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

b) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

c) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.

d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

e) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil.

Comentário

O art. 7º, parágrafo único, da CF/1988 estende à categoria dos domésticos alguns dos direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, nos seguintes termos:

Art. 7º, Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI
e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.

Por outro lado, os incisos V, VI, XVIII, XXI e XXX, do art. 7º, da CF/1988, referem-se aos seguintes direitos:

Art. 7°, V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

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(...)

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;

(...)

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;

(...)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por


motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Nesse contexto, o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho não é direito
assegurado aos trabalhadores domésticos, pois o inciso V, do art. 7º, da CF/1988, não está relacionado no
rol do parágrafo único desse dispositivo.

Letra A - não é um direito assegurado aos trabalhadores domésticos, conforme EC 72/2013.

Letra B - direito assegurado aos trabalhadores domésticos, conforme art. 7º, inciso VI, da CF/88.

Letra C - direito assegurado aos trabalhadores domésticos, conforme art. 7º, inciso XVIII, da CF/88.

Letra D - direito assegurado aos trabalhadores domésticos, conforme art. 7º, inciso XXI, da CF/88.

Letra E - direito assegurado aos trabalhadores domésticos, conforme art. 7º, inciso XXX, da CF/88.

Gabarito: Letra A

4) A Constituição Federal proíbe, em regra, o trabalho infantil, estabelecendo idades mínimas para o
exercício de certos tipos de atividade. Assim, as idades mínimas para trabalhar em horário noturno, em
atividade perigosa ou insalubre são, respectivamente:

a) 16, 16 e 16 anos de idade.

b) 14, 16 e 18 anos de idade.

c) 14, 16 e 16 anos de idade.

d) 18, 16 e 18 anos de idade.

e) 18, 18 e 18 anos de idade.

Comentários

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Vejamos o teor do art. 7º, inciso XXXIII, da CF/1988:

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Esse dispositivo da Constituição Federal estabelece, em síntese, que menores de 18 anos não podem
trabalhar em horário noturno nem em condições insalubres ou perigosas.

Outrossim, o trabalho somente é permitido, em regra, a partir dos 16 anos de idade, sendo exceção o
trabalho do menor aprendiz (14 anos de idade).

Portanto, o gabarito é a letra E, já que as idades mínimas para trabalhar em horário noturno, em atividade
perigosa ou insalubre são todas de 18 anos.

Gabarito: Letra E

5) Sobre os direitos sociais, assinale a opção correta.

a) Segundo o Supremo Tribunal Federal, o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para
praças prestadoras de serviço militar inicial viola direito social garantido pela Constituição.

b) A Constituição Federal de 1988 determina que as remunerações do trabalho noturno e do serviço


extraordinário sejam superiores em, pelo menos, 50% à do trabalho normal.

c) O Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento de que não é possível a fixação do piso salarial em
múltiplos do salário mínimo para servidores públicos, não se aplicando essa restrição aos empregados.

d) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho e adicional de remuneração para as


atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei, são direitos constitucionais dos trabalhadores
urbanos estendidos aos empregados domésticos.

e) A Constituição Federal de 1988 prevê a proteção da mulher quanto ao mercado de trabalho, mediante
incentivos específicos, sendo também assegurada assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas.

Comentários

Letra A - incorreta. Assertiva conforme teor da súmula vinculante nº 6, do STF:

Súmula Vinculante nº 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao


salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

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Letra B - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso IX, da CF/88, a CF impõe apenas que a remuneração do trabalho
noturno seja maior que a do diurno. O incremento mínimo de 50% é estabelecido apenas para a
remuneração do serviço extraordinário em relação à do normal, conforme o art. 7º, inciso XVI, da CF/88.

Art. 7°, IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Letra C - incorreta. Vinculação do salário mínimo é vedada pelo art. 7º, inciso IV, da CF/88. Além disso, a
súmula vinculante nº 4, do STF, estabelece que :

Súmula Vinculante nº 4: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado,
nem ser substituído por decisão judicial

Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

(...)

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

Letra D - incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 7º, da CF, o inciso V (piso salarial proporcional
à extensão e à complexidade do trabalho) não é assegurado à categoria dos trabalhadores domésticos.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à
previdência social.

Letra E - correta. A proteção do mercado de trabalho da mulher está prevista no art. 7º, inciso XX, da CF/88.

Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

(...)

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da


lei;

A assistência gratuita é garantida pelo art. 7º, inciso XXV, da CF/88:

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Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:

(...)

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas

Gabarito: Letra E

6) Sobre os direitos sociais, assinale a opção incorreta.

a) A irredutibilidade salarial é constitucionalmente garantida, sendo nula qualquer previsão nesse sentido
estabelecida em convenção ou acordo coletivo.

b) O salário-família, pago em virtude dos dependentes, é um direito social garantido constitucionalmente


somente ao trabalhador de baixa renda.

c) O direito de greve não é absoluto, cabendo à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

d) A Constituição Federal de 1988 autoriza o trabalho noturno, perigoso ou insalubre somente a maiores de
dezoito e o trabalho na condição de aprendiz a partir de quatorze anos.

e) O trabalhador faz jus a seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, o qual também será
obrigado a indenizar quando o dano causado pelo acidente for resultado de dolo ou culpa.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme o art. 7º, inciso VI, da CF/88, é possível a redução salarial através de convenção
ou acordo coletivo. Portanto, a irredutibilidade salarial não é absoluta.

Art. 7°, VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

Letra B - correta. Conforme o art. 7º, inciso XII, da CF/88, o salário família somente é devido ao trabalhador
de baixa renda.

Art. 7°, XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;

Letra C - correta. O art. 9º, § 1º, da CF/88, limita o direito de greve em relação aos serviços ou atividades
essenciais e ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Além disso, os abusos cometidos
no exercício do direito de greve sujeitarão os responsáveis às penas da lei (CF, art. 9º, § 2º).

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

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§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das


necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Letra D - correta. Conforme o art. 7º, inciso XXXIII, da CF/88, a partir dos 16 anos, pode-se realizar qualquer
trabalho que não seja noturno, perigoso ou insalubre. A partir dos 14, mas antes dos 16 anos, admite-se o
trabalho somente na condição de aprendiz.

Art. 7°, XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;

Letra E - correta. Conforme o art. 7º, inciso XXVIII, da CF/88, o encargo do seguro contra acidentes de
trabalho, por parte do empregador, não o exime de indenização ao empregado se configurado dolo ou culpa.

Art. 7°, XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

Gabarito: Letra A

Liberdade de Associação Profissional ou Sindical e Garantia de eleição de representante


em empresas com mais de duzentos empregados (arts. 8º e 11 da CF/88)

7) Sobre a associação profissional ou sindical prevista na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar
que:

a) a coexistência de mais de um sindicato da mesma categoria profissional na mesma base territorial


depende de autorização do Ministério do Trabalho.

b) as contribuições confederativa e sindical possuem natureza de tributo, com valor fixado em lei e caráter
compulsório a todos os trabalhadores, inclusive os não filiados ao sindicato.

c) nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

d) é vedada a dispensa empregado sindicalizado eleito para cargo de representação sindical na condição de
suplente a partir da proclamação do resultado das eleições até seis meses após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

e) o aposentado filiado tem direito a votar, mas não a ser votado nas organizações sindicais.

Comentário

Letra A - incorreta. Não há qualquer previsão constitucional nesse sentido. Na CF/88, vigora o princípio da
unicidade da organização sindical, previsto no art. 8º, inciso II, da CF:

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Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

(...)

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

Letra B - incorreta. A contribuição confederativa é fundada no art. 8º, inciso IV, da CF/88, possuindo caráter
facultativo (só é devida pelos trabalhadores filiados ao sindicato) e valor fixado em assembleia geral,
conforme a seguir:

Art. 8°, IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

Por sua vez, a contribuição sindical possui fundamento no final do mesmo art. 8º, inciso IV, da CF/88,
(independentemente da contribuição prevista em lei;) em conjunto com o art. 149 da CF/88, possuindo
natureza de tributo, com valor fixado em lei e caráter compulsório a todos os trabalhadores, inclusive não
filiados ao sindicato, conforme a seguir:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

Letra C - correta. Assertiva conforme previsão no art. 11 da CF/88.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

Letra D - incorreta. O art. 8º, inciso VIII, da CF/88 prevê o seguinte:

Art. 8° É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

(...)

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo


de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Assim, o empregado sindicalizado terá estabilidade desde o registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical, ainda que se trate de suplente, não podendo ser demitido até 1 ano após o final do
mandato, se for eleito, exceto se o trabalhador cometer falta grave.

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Letra E - incorreta. Segundo o art. 8º, inciso VII, da CF/88, o aposentado filiado tem direito a votar e ser
votado nas organizações sindicais.

Art. 8° É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

(...)

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

Gabarito: Letra C

Direito de Greve e a Garantia de participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos (arts. 9 e 10 da CF/88)

8) Tendo como referência a Constituição Federal e o entendimento dos Tribunais Superiores, analise as
assertivas abaixo e assinale a correta:

a) Os trabalhadores possuem sua participação assegurada em colegiados dos órgãos públicos em que seus
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão, proteção esta que não se estende aos
empregadores.

b) O direito de greve dos trabalhadores privados é norma de eficácia contida, enquanto o direito de greve
dos servidores público é norma de eficácia limitada.

c) Os trabalhadores que venham a aderir à greve poderão ser responsabilizados, sendo que a sua simples
adesão poderá ser considerada falta grave.

d) A constituição proíbe o exercício do direito de greve em casos de serviços ou atividades essenciais.

e) O direito de greve é assegurado aos servidores militares.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme o art. 10 da CF/88, a participação nos colegiados de órgãos públicos que
promovem discussão ou deliberação é garantia que assegura este direito tanto os trabalhadores como os
empregadores. Como a alternativa excluiu os empregadores, temos sua incorreção. Tome cuidado com essa
literalidade!

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
e deliberação.

Letra B - correta. A assertiva faz a correlação correta entre os servidores e a eficácia das normas que
garantem seu direito de greve, uma vez que de fato a Constituição Federal realiza tal diferenciação. Veja a
literalidade:

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Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

(...)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites estabelecidos em lei
específica.

Letra C - incorreta. A Constituição realmente prevê uma possibilidade de responsabilização aos grevistas.
Contudo, esta se refere apenas aos abusos que eventualmente sejam cometidos, conforme o art. 9º, §2º, da
CF/88:

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

(...)

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Além disso, fique atento ao final da assertiva, pois ela contraria diretamente o entendimento do STF de que
não é possível se imputar falta grave ao servidor pelo mero fato de aderir à greve. Tal enunciado pode ser
encontrado na Súmula 316 do STF:

Súmula 316 do STF: A simples adesão à greve não constitui falta grave.

Letra D - incorreta. A Constituição Federal não proíbe o direito de greve em serviços ou atividades essenciais
como afirma a alternativa. Na verdade, o art. 9º, §1º, da CF/88, faz restrição apenas a necessidade destas
atividades terem seu direito de greve regulado em lei.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das


necessidades inadiáveis da comunidade

Letra E - incorreta. O previsto no art. 142, inciso IV, da CF/88 é exatamente o oposto do afirmado na
alternativa. Segundo o artigo, os militares não poderão se sindicalizar ou exercer o direito de greve, sendo
regra que vale tanto para as forças armadas como para os militares nos outros entes federativos, como é o
caso da polícia militar.

Art. 142, IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

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Além disso, é importante ressaltar que recentemente o STF firmou o entendimento1 de que todos os
servidores que atuam diretamente na área de segurança pública, como os policiais civis, não fazem jus ao
direito de greve, conforme trecho abaixo:

“(1) o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais
civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. (2) É
obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das
carreiras de segurança pública, nos termos do artigo 165 do Código de Processo Civil, para
vocalização dos interesses da categoria”

Gabarito: Letra B.

...

Forte abraço!

Túlio Lages

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1
Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 654432.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 5

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 16

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Nacionalidade
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Espécies de nacionalidade - brasileiros natos e naturalizados (art. 12, I e II da CF/88).

1) Tainá, filha de japoneses, nasceu no Brasil quando seus pais estavam a serviço do governo japonês.
Carla, filha de pais brasileiros, nasceu na Austrália, quando sua mãe estava neste país a serviço do governo
brasileiro. Nestes casos,

(A) apenas Carla é brasileira nata.

(B) apenas Tainá é brasileira nata.

(C) nem Carla nem Tainá são brasileiras natas.

(D) Carla e Tainá são brasileiras natas.

(E) a Constituição Federal de 1988 não dispõe, de forma expressa, a respeito das regras de nacionalidade nas
hipóteses apresentadas.

2) Assinale a opção correta.

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(A) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

(B) São privativos de brasileiros natos os cargos de Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro do
Superior Tribunal de Justiça e Ministro de Estado da Defesa.

(C) Estrangeiros originários de países de língua portuguesa residentes no Brasil há pelo menos 1 (um) ano,
de forma ininterrupta, possuem direito subjetivo à nacionalidade brasileira.

(D) A aquisição de outra naturalização para permanecer em país estrangeiro com intuito de exercício
profissional acarreta a perda da nacionalidade brasileira.

(E) No sistema jurídico-constitucional pátrio, é cabível a aquisição da nacionalidade brasileira como efeito
direto e imediato resultante do casamento civil.

Portugueses com residência permanente no Brasil e Cláusula de vedação à distinção pela


lei entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 1º e 2º da CF/88)

3) Considerando as disposições sobre nacionalidade, previstas na Constituição Federal e nos


entendimentos dos Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.

(A) Na aquisição de nacionalidade potestativa, a homologação da opção pela nacionalidade brasileira produz
efeitos ex nunc, fazendo com que o indivíduo seja considerado brasileiro nato somente após a opção pela
nacionalidade brasileira durante a maioridade.

(B) É vedado o estabelecimento de distinções entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos em lei complementar.

(C) Os estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa que residam no Brasil por 1 ano ininterrupto e
possuam idoneidade moral poderão adquirir a nacionalidade brasileira por meio na naturalização
extraordinária, que produzirá efeitos constitutivos a partir da data de sua concessão.

(D) O português com residência permanente no Brasil adquire nacionalidade brasileira caso haja
reciprocidade de tratamento para os brasileiros em Portugal.

(E) Caso haja reciprocidade em Portugal, os portugueses que vivam com ânimo permanente no Brasil
receberão tratamento idêntico ao de um brasileiro naturalizado, salvo quanto as limitações previstas no
texto constitucional.

Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º da CF/88)

4) Alyson, estudante norte-americana nascida em Chicago, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em
2000 para morar com Inácio, com quem se casou. No início de 2017, Alyson adquiriu a nacionalidade
brasileira, por ter cumprido os requisitos para tanto. Nesse caso, tratando-se de naturalização derivada,
Alyson poderá ocupar o seguinte cargo público:

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(A) Diplomata.

(B) Presidente da Câmara dos Deputados.

(C) Oficial das Forças Armadas.

(D) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

(E) Ministro de Estado da Defesa.

5) Considere as seguintes situações hipotéticas:

I - George, norte-americano naturalizado brasileiro, com 35 anos de idade.

II - Ruth, brasileira nata, com 27 anos de idade.

III – Maria Clara, brasileira nata, com 30 anos de idade.

IV - Roberto, brasileiro naturalizado, com 45 anos de idade.

Conforme a Constituição Federal de 1988, se estiverem presentes os demais requisitos legais, poderão
ocupar o cargo de Senador

(A) apenas Ruth, Maria Clara e Roberto.

(B) George, Ruth, Maria Clara e Roberto.

(C) apenas Maria Clara.

(D) apenas George e Roberto.

(E) apenas Roberto.

Símbolos e idioma (art. 13 da CF/88)

6) Quanto à nacionalidade, analise as seguintes assertivas:

I - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na legislação.

II - São privativos de brasileiro nato os cargos: da carreira diplomática, de oficial das Forças Armadas e
Ministro de Estado da Defesa

III - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional.

a) Apenas a assertiva I está incorreta

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b) Apenas a assertiva II está incorreta

c) Apenas a assertiva III está correta

d) Apenas a assertiva II está correta.

e) Nenhuma assertiva está incorreta.

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GABARITO

1. A 2. A 3. E 4. D 5. D

6. A

QUESTÕES COMENTADAS

Espécies de nacionalidade - brasileiros natos e naturalizados (art. 12, I e II da CF/88).

1) Tainá, filha de japoneses, nasceu no Brasil quando seus pais estavam a serviço do governo japonês.
Carla, filha de pais brasileiros, nasceu na Austrália, quando sua mãe estava neste país a serviço do governo
brasileiro. Nestes casos,

(A) apenas Carla é brasileira nata.

(B) apenas Tainá é brasileira nata.

(C) nem Carla nem Tainá são brasileiras natas.

(D) Carla e Tainá são brasileiras natas.

(E) a Constituição Federal de 1988 não dispõe, de forma expressa, a respeito das regras de nacionalidade nas
hipóteses apresentadas.

Comentários

O art. 12, inciso I, da CF/88, estabelece as situações e condições para um brasileiro ser considerado nato:

Art. 12. São brasileiros:

I – natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

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No caso da questão, Tainá não é filha de brasileiros e nasceu no Brasil quando seus pais estavam a serviço
de outro país. Assim, não se trata de brasileira nata, pois não atende a nenhuma das condições do art. 12,
inciso I, da CF/88.

Por outro lado, Carla é filha de brasileiros e sua mãe estava no exterior a serviço do governo brasileiro.
Portanto, ela atende ao art. 12, inciso I, alínea b, da CF/88, sendo considerada brasileira nata.

Gabarito: Letra A

2) Assinale a opção correta.

(A) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

(B) São privativos de brasileiros natos os cargos de Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro do
Superior Tribunal de Justiça e Ministro de Estado da Defesa.

(C) Estrangeiros originários de países de língua portuguesa residentes no Brasil há pelo menos 1 (um) ano,
de forma ininterrupta, possuem direito subjetivo à nacionalidade brasileira.

(D) A aquisição de outra naturalização para permanecer em país estrangeiro com intuito de exercício
profissional acarreta a perda da nacionalidade brasileira.

(E) No sistema jurídico-constitucional pátrio, é cabível a aquisição da nacionalidade brasileira como efeito
direto e imediato resultante do casamento civil.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 5º, inciso LI, art. 12, inciso I (alínea a), art. 12, inciso II (alíneas a e b) e art. 12,
§§ 1º e 3º, todos da CF/88:

Art. 5°, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

(...)

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países
de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há


mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

§ 1° Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de


brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.

(...)

§ 3° São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa

Aqueles que nascerem no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer dos pais esteja
a serviço do Estado brasileiro, são considerados brasileiros natos.

Letra A - correta. Conforme o art. 12, inciso I, alínea c, da CF/88, se houver o registro na repartição brasileira
competente, o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira já será considerado brasileiro
nato.

Caso não haja tal registro, aí o nascido no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira poderá ser
considerado brasileiro nato se vier a residir no Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

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Letra B - incorreta. Conforme o art. 12, § 3º, da CF/88, o cargo de Ministro do STJ não é privativo de brasileiro
nato.

Letra C - incorreta. A naturalização ordinária, no caso de estrangeiros originários de países de língua


portuguesa, depende também de idoneidade moral, consoante o art. 12, inciso II, alínea a, da CF/88. Além
disso, a concessão de naturalização, nesse caso, é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo.

Letra D - incorreta. A aquisição de outra nacionalidade para o exercício de direitos civis não acarreta a perda
da nacionalidade brasileira, conforme o art. 12, § 4, inciso II, alínea b, da CF/88:

Art. 12, § 4° - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

(...)

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

(...)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis;

Letra E - incorreta. Conforme o art. 12, incisos I e II, da CF/88, não há previsão de aplicação do critério do jus
matrimoniale, de modo que não se adquire a nacionalidade brasileira como efeito direto e imediato do
casamento civil. Com efeito, o STF já proferiu entendimento nesse sentido (extradição 1.121, rel. min. Celso
de Mello, j. 18-12-2009, P,DJE de 25/06/2010):

Não se revela possível, em nosso sistema jurídico- constitucional, a aquisição da nacionalidade


brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento civil.

Portugueses com residência permanente no Brasil e Cláusula de vedação à distinção pela


lei entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 1º e 2º da CF/88)

3) Considerando as disposições sobre nacionalidade, previstas na Constituição Federal e nos


entendimentos dos Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.

(A) Na aquisição de nacionalidade potestativa, a homologação da opção pela nacionalidade brasileira produz
efeitos ex nunc, fazendo com que o indivíduo seja considerado brasileiro nato somente após a opção pela
nacionalidade brasileira durante a maioridade.

(B) É vedado o estabelecimento de distinções entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos em lei complementar.

(C) Os estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa que residam no Brasil por 1 ano ininterrupto e
possuam idoneidade moral poderão adquirir a nacionalidade brasileira por meio na naturalização
extraordinária, que produzirá efeitos constitutivos a partir da data de sua concessão.

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(D) O português com residência permanente no Brasil adquire nacionalidade brasileira caso haja
reciprocidade de tratamento para os brasileiros em Portugal.

(E) Caso haja reciprocidade em Portugal, os portugueses que vivam com ânimo permanente no Brasil
receberão tratamento idêntico ao de um brasileiro naturalizado, salvo quanto as limitações previstas no
texto constitucional.

Comentários

Letra A - incorreta. A doutrina denomina como nacionalidade potestativa a possibilidade prevista no artigo
12, inciso I, alínea c, da CF/88, que é aquela onde os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros,
venham a residir no Brasil e optem pela nacionalidade brasileira após a maioridade.

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

(...)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

Neste caso, o indivíduo deverá manifestar sua vontade em juízo, sendo que o processo se dará na Justiça
Federal e, ao final, se encerrará com a sentença de homologação da opção. Esta sentença produz efeitos ex
tunc (retroativos), e não ex nunc (a partir do presente), como afirmado pela alternativa, o que torna a
assertiva incorreta.

Segundo o STF, a homologação da opção pela nacionalidade brasileira produz efeitos ex tunc, retroagindo
para que o indivíduo seja considerado brasileiro nato desde o seu nascimento. 1

Letra B - incorreta. Cuidado com essas pegadinhas típicas. Apenas a Constituição Federal poderá estabelecer
distinções entre brasileiros natos e naturalizados.

É incorreto afirmar que distinções como essa poderão ser veiculadas por meios infraconstitucionais. Trata-
se, justamente, da cláusula de vedação a discriminação entre natos e naturalizados, prevista no art. 12, §2º,
da CF/88.

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
nos casos previstos nesta Constituição.

Letra C - incorreta. O processo de naturalização é dividido em ordinário ou extraordinário, sendo estes


previstos nas alíneas do art. 12, inciso II, da CF/88.

1
RE 916.043/RS. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgamento: 31.03.2017.

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O processo ordinário corresponde ao rito dos estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa que
residam no Brasil por 1 ano ininterrupto e possuam idoneidade moral, enquanto o extraordinário está aberto
para todos os estrangeiros desde que residam no Brasil por 15 anos ininterruptos, não possuam condenação
penal e requeiram a nacionalidade brasileira.

Art. 12, II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países
de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há


mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Diante da explicação, é possível perceber que a alternativa inverteu os conceitos e isso já bastaria para torná-
==5617c==

la incorreta, contudo, há mais um ponto que precisa ser esclarecido.

Existe um julgado do STF que aborda justamente essa questão dos efeitos gerados pela naturalização
extraordinária. Nele a Corte entendeu que a concessão da naturalização extraordinária tem meramente
efeitos declaratórios uma vez que constitui ato vinculado do presidente, caso verificado o cumprimento dos
requisitos.2

Deste modo, com a concessão teremos seus efeitos retroagindo à data de apresentação do pedido,
diferentemente do afirmado na alternativa.

Letra D - incorreta. Não há que se falar em aquisição de nacionalidade brasileira em virtude reciprocidade
em Portugal. O que existe no texto constitucional é apenas a equiparação dos portugueses, com residência
permanente, aos brasileiros naturalizados, tal como dispõe o art. 12, §1º, da CF/88.

Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição.

Letra E - correta. Já que, conforme o art. 12, §1º, da CF/88, quando os portugueses optarem por residir
permanentemente no Brasil, esses poderão gozar dos mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
Contudo, esse benefício dependerá da reciprocidade e poderá ser restringido nos casos previstos na CF/88.

Perceba que não ocorre naturalização, mas mera equiparação de direitos e estes ainda se limitam ao patamar
do naturalizado vez que portugueses equiparados não poderão ocupar cargos privativos de brasileiros natos,
por exemplo.

Para finalizar, fique com a literalidade:

2
RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005.

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Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição.

Gabarito: Letra E.

Cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º da CF/88)

4) Alyson, estudante norte-americana nascida em Chicago, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em
2000 para morar com Inácio, com quem se casou. No início de 2017, Alyson adquiriu a nacionalidade
brasileira, por ter cumprido os requisitos para tanto. Nesse caso, tratando-se de naturalização derivada,
Alyson poderá ocupar o seguinte cargo público:

(A) Diplomata.

(B) Presidente da Câmara dos Deputados.

(C) Oficial das Forças Armadas.

(D) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

(E) Ministro de Estado da Defesa.

Comentários

O § 3º, do art. 12, da Constituição Federal, estabelece os cargos que somente os brasileiros natos podem
ocupar:

Art. 12, § 3° São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas;

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Assim:

Letra A - incorreta. O cargo de Diplomata é privativo de brasileiro nato.

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Letra B - incorreta. O cargo de Presidente da Câmara dos Deputados é privativo de brasileiro nato.

Letra C - incorreta. O cargo de Oficial das Forças Armadas deve ser ocupado apenas por brasileiros natos.

Letra D - correta. O cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça não é privativo de brasileiro nato,
podendo ser ocupado pelos brasileiros naturalizados, como no caso de Alyson.

Letra E - incorreta. O cargo de Ministro de Estado da Defesa é privativo de brasileiro nato.

Gabarito: Letra D

5) Considere as seguintes situações hipotéticas:

I - George, norte-americano naturalizado brasileiro, com 35 anos de idade.

II - Ruth, brasileira nata, com 27 anos de idade.

III – Maria Clara, brasileira nata, com 30 anos de idade.

IV - Roberto, brasileiro naturalizado, com 45 anos de idade.

Conforme a Constituição Federal de 1988, se estiverem presentes os demais requisitos legais, poderão
ocupar o cargo de Senador

(A) apenas Ruth, Maria Clara e Roberto.

(B) George, Ruth, Maria Clara e Roberto.

(C) apenas Maria Clara.

(D) apenas George e Roberto.

(E) apenas Roberto.

Comentários

As exigências a respeito da nacionalidade e da idade necessárias para ocupar uma vaga no Senado Federal
estão previstas no art. 12, § 3º e art. 14, § 3º, incisos I e VI, alínea "a", ambos da CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

(...)

III - de Presidente do Senado Federal;

(…)

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Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

(...)

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

Assim, para ocupar o cargo de Senador, o candidato deve ser brasileiro, nato ou naturalizado, e ter, no
mínimo, 35 anos.

Portanto, apenas George e Roberto possuem nacionalidade brasileira e idade mínima de 35 anos, de modo
que apenas os itens I e IV cumprem os requisitos necessários para ocupar o cargo de Senador.

Gabarito: Letra D

Símbolos e idioma (art. 13 da CF/88)

6) Quanto à nacionalidade, analise as seguintes assertivas:

I - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na legislação.

II - São privativos de brasileiro nato os cargos: da carreira diplomática, de oficial das Forças Armadas e
Ministro de Estado da Defesa

III - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional.

a) Apenas a assertiva I está incorreta

b) Apenas a assertiva II está incorreta

c) Apenas a assertiva III está correta

d) Apenas a assertiva II está correta.

e) Nenhuma assertiva está incorreta.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens:

Item I – incorreto. Conforme o art. 12, § 1º, da CF, apenas o Texto Constitucional pode trazer ressalvas ao
dispositivo e não a legislação como, erroneamente, afirmou a assertiva.

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Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição.

Item II – correto. Conforme o art. 12, § 3º, V, VI e VII da CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Item III – correto. Conforme o art. 13, § 1º, da CF/88, disposto abaixo:

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo


nacionais.

Gabarito: Letra A.

...

Forte abraço!

Túlio Lages

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Trabalho - AFT) Passo Estratégico de
Direito Constitucional - 2023 (Pré-Edital)

Autor:
Tulio Lages

07 de Janeiro de 2023
Tulio Lages
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Direitos Políticos - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Direitos Políticos


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Direitos Políticos - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
11

4) Questões Estratégicas - Direitos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
14

5) Questionário de Revisão - Direitos Políticos


..............................................................................................................................................................................................
38

6) Lista de Questões Estratégicas - Direitos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
45

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
53

8) O que é mais cobrado no assunto - Partidos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
54

9) Roteiro de Revisão - Partidos Políticos


..............................................................................................................................................................................................
55

10) Aposta Estratégica - Partidos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
62

11) Questões Estratégicas - Partidos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
65

12) Questionário de Revisão - Partidos Políticos


..............................................................................................................................................................................................
78

13) Lista de Questões Estratégicas - Partidos Políticos - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
83

14) Referências Bibliográficas


..............................................................................................................................................................................................
87

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Instrumentos de soberania popular (art. 14, caput e I a III da CF/88) 9,1%
Critérios de alistamento, elegibilidade e inelegibilidade (art. 14, §§
54,5%
1º a 9º da CF/88)
Impugnação de mandato (art. 14, §§ 10 e 11 da CF/88) 4,5%
Perda e suspensão dos direitos políticos (art. 15 da CF/88) 31,8%
Vigência da lei que altera o processo eleitoral - princípio da
0%
anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/88)

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender e


memorizar os pontos a seguir:

Conceitos iniciais

Democracia direta, indireta e semidireta.

Democracia direta: o poder é exercido diretamente pelo povo (sem intermediários ou


representantes);

Democracia representativa ou indireta: representantes são eleitos pelo povo para que, em seu
nome, governem o país;

Democracia semidireta ou participativa: o poder é exercido pelo povo tanto de forma direta (sem
intermediários ou representantes) quanto indireta (por meio de representantes), em um sistema
híbrido (com traços de democracias direta e indireta). Trata-se da forma adotada no Brasil
(plebiscito, referendo e iniciativa popular previstos na CF/88 são institutos típicos de democracia
semidireta).

Direitos políticos positivos e negativos

Direitos políticos positivos: referem-se à participação ativa dos indivíduos na vida política do
Estado. Relacionam-se com o exercício do sufrágio.

Direitos políticos negativos: referem-se às normas que limitam o exercício da cidadania, que
impedem a participação dos indivíduos na vida política estatal. Relacionam-se com as
inelegibilidades e as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos.

Capacidade eleitoral ativa e passiva

Capacidade eleitoral ativa: está relacionada com o direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade)
e o direito de votar;

Capacidade eleitoral passiva: está relacionada com o direito de ser votado e de se eleger para um
cargo público (elegibilidade).

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Sufrágio e voto

O sufrágio é um direito público e subjetivo. É a capacidade de votar e de ser votado; engloba


tanto a capacidade eleitoral ativa como a capacidade eleitoral passiva. Enquanto o voto é o
instrumento para o exercício do sufrágio.

Disposições constitucionais

Instrumentos de soberania popular

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

Plebiscito: a consulta é feita antes da edição do ato legislativo ou administrativo;

Referendo: a consulta ocorre depois da edição do ato legislativo ou administrativo, incumbindo


ao povo ratificar (confirmar) ou rejeitar o ato.

Alistamento eleitoral, voto e inelegibilidades

Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Muito cuidado aqui: o voto obrigatório (§ 1º, I) não é cláusula pétrea (art. 60, § 4º).

Art. 14, § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período
do serviço militar obrigatório, os conscritos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

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I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,


Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

- Cuidado para não confundir o “domicílio eleitoral” (requisito de elegibilidade previsto no § 3º,
IV) com “domicílio civil”.

- Não é permitida a candidatura avulsa – o candidato é obrigado a filiar-se a partido político (§ 3º,
V).

Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período subseqüente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

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I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua


cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

- Os analfabetos podem votar (art. 14, II, "a"), mas não podem ser votados (§ 4º).

- É possível o exercício de três ou mais mandatos como Chefe do Poder Executivo, desde que não
sejam consecutivos. Mesmo a renúncia antes do término do segundo mandato eletivo por
reeleição não o torna apto à candidatura para um terceiro mandato consecutivo (§ 5º).

- Os Vices (Vice-Presidente da República, Vice-Governador e Vice-Prefeito) só poderão se reeleger,


para o mesmo cargo, por um único período subsequente (§ 5º).

- Os Vices, reeleitos ou não, poderão se candidatar ao cargo do titular na eleição seguinte, mesmo
que o tenham substituído no curso do mandato (§ 5º).

- Também não pode se candidatar a Vice, na eleição seguinte, aquele que já foi Chefe do Poder
Executivo por dois mandatos consecutivos (§ 5º).

- A vedação ao terceiro mandato consecutivo prevista no § 5º abrange também a eleição prevista


no art. 81 da CF (eleição no caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente da
República).

- A desincompatibilização prevista no § 6º não é necessária para concorrer à reeleição (o


dispositivo fala em “outros cargos”).

- O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão concorrer normalmente a outros


cargos, preservando seus mandatos, desde que nos seis meses anteriores ao pleito não tenham
sucedido ou substituído o titular (§ 6º).

- A inelegibilidade prevista no § 7º não se aplica caso o cônjuge, parente ou afim já possua


mandato eletivo.

- Outros casos de inelegibilidade, além dos elencados nos §§4º a 7º, podem ser previstos em lei
complementar (§ 9º).

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- A inelegibilidade prevista no § 4º é considerada absoluta (impede que o cidadão concorra em


qualquer eleição, a qualquer mandato eletivo).

As demais inexigibilidades são consideradas relativas, que decorrem de motivos funcionais (§§ 5º
e 6º), de motivos de casamento, parentesco ou afinidade (§ 7º), da condição de militar (§ 8º), e de
previsões em lei complementar (§ 9º).

Ação de impugnação de mandato eletivo

Art. 14, § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso
do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

- As provas que devem instruir a ação de impugnação de mandato devem estar relacionadas
primordialmente ao abuso do poder econômico, à corrupção ou à fraude.

- A ação tramita em segredo de justiça.

- O autor da ação responde no caso de litigância temerária ou de manifesta má-fé.

Consultas populares

Art. 14, § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas


populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas
à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
operacionais relativos ao número de quesitos.

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas


populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a
utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão.

- Requisitos para que as consultas populares sobre questões locais sejam realizadas
concomitantemente às eleições municipais = aprovação da Câmara Municipal + encaminhamento
à Justiça Eleitoral até 90 dias antes das eleições.

- As manifestações favoráveis e contrárias às questões devem ocorrer durante as campanhas


eleitorais, mas não é permitida a utilização de propaganda gratuita no rádio e na TV para
divulgação dessas manifestações.

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Privação de direitos políticos

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;
==5617c==

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

- "Perda" é a privação definitiva. "Suspensão" é a privação temporária.

- A cassação de direitos políticos é absolutamente vedada.

- A CF não explicita quais são os casos de perda e quais são os casos de suspensão dos direitos
políticos, mas a doutrina entende que a perda se dá nos casos previstos nos incisos I e IV. Já a
suspensão, nos casos dos incisos II, III e V.

- A incapacidade civil relativa não importa perda ou suspensão dos direitos políticos (a
incapacidade precisa ser absoluta – inciso II).

- Cuidado! As decisões judiciais apontadas nos incisos I e III devem ter transitado em julgado.

Anterioridade eleitoral

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

- O dispositivo trata do princípio da anterioridade eleitoral, considerado cláusula pétrea1 pelo STF.

Precedentes e entendimentos jurisprudenciais importantes

“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição Federal”2.

1
STF – ADI 3.685.
2
STF – Súmula Vinculante 18.

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O enunciado da Súmula Vinculante 18 não é aplicável no caso de extinção do vínculo


conjugal pela morte de um dos cônjuges 3.

A Lei Complementar 135/2010 (“Lei da Ficha Limpa”) é constitucional e pode ser


aplicada a atos e fatos ocorridos anteriormente à sua vigência4.

São inconstitucionais as disposições legais que permitem contribuições de pessoas


jurídicas a campanhas eleitorais e partidos políticos 5.

A expressão “sem individualização dos doadores”, constante do parágrafo 12 do artigo


28 da Lei Eleitoral, acrescentado pelo artigo 2º da Lei Federal 13.165/2015 (que instituiu
as chamadas “doações ocultas”, aquelas em que não é possível identificar o vínculo
entre doadores e candidatos) retira transparência do processo eleitoral, frustra o
exercício adequado das funções da Justiça Eleitoral e impede que o eleitor exerça com
pleno esclarecimento seus direitos políticos 6.

3
STF – RE 758.461/PB.
4
STF – ADC 29/DF.
5
STF – ADI 4.650/DF.
6
STF – ADI 5394.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto "Direitos Políticos", "Critérios de alistamento, elegibilidade e inelegibilidade


(art. 14, §§ 1º a 9º da CF/88)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances
de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Abaixo, destacamos as principais informações sobre essa temática:

obrigatório maiores de 18
(inciso I) anos

Alistamento eleitoral e analfabetos;


o voto maiores de 70
Critérios de anos; maiores
Inalistabilidade facultativo de 16 e
alistamento,
(§ 2º) (inciso II) menores 18
elegibilidade e
anos
inelegibilidade Condições de
art. 14, § 3º (alíneas "a" a
(art. 14, §§ 1º a elegibilidade "c")
9º)
inalistáveis e analfabetos (art. 14,
Inelegibilidade
§ 4º)

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado
assunto, considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a
partir de critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Um único período
Reeleição
subsequente

Renúncia ao
Mandatos dos
respectivo
Chefes do Para concorrer
Desincompatibilização mandato 6
Poder Executivo a outros cargos
meses antes do
(§§ 5º, 6º e 7º)
pleito

Cônjuge e os
parentes
Território de jurisdição consanguíneos
==5617c==

do titular ou afins, até o


Inelegibilidade segundo grau
reflexa ou por adoção
Salvo se já titular de
cargo eletivo e
candidato à reeleição

Menos
de 10 Afastar-se da
anos de atividade
Militar serviço
alistável É elegível
(§8º) Mais de Agregado
10 anos pela Se eleito, na
Inatividade
de autoridade diplomação
serviço superior

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) novidade(s) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

Novidade legislativa incluída pela EC 111/2021


Art. 14, § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas
populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à
Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de
2021)

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§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares


nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de
propaganda gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de
2021)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Instrumentos de soberania popular (art. 14, caput e I a III da CF/88)

1. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e


garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua
edição, desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.

b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de


prefeito e governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em
todo o território nacional, enquanto durar o mandato.

c) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo
povo, por meio de instrumentos como o referendo e o plebiscito.

Comentários

GABARITO: letra “C”.

Assertiva “a” – errada. A lei que altere o processo eleitoral somente pode ser aplicada após 1
ano da entrada em vigor da nova legislação, consoante o princípio da anterioridade da lei
eleitoral - art. 16 da CF/1988:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

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Assertiva “b” – errada. A inelegibilidade por parentesco restringe-se ao território de jurisdição


do titular do cargo eletivo, conforme o § 7º do art. 14 da CF/1988:

Art. 14 (...)

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Assertiva “c” – correta. A CF/1988 prevê o exercício da soberania pelo povo, diretamente, pelo
uso de instrumentos como o plebiscito e o referendo:
==5617c==

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

2. (CESPE/2013/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/Adaptada) Acerca dos direitos e


garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar


obrigatório, os conscritos.

b) A perda da nacionalidade brasileira pode ocorrer por ato voluntário de brasileiro que adquire
outra nacionalidade. Nessa situação, uma vez configurada a perda, a nacionalidade brasileira não
será passível de recuperação.

c) Consoante a doutrina, as hipóteses de inelegibilidade absoluta podem ser estabelecidas na CF


e na legislação infraconstitucional.

d) Consoante a doutrina, a perda dos direitos políticos tem caráter definitivo, como ocorre no
caso de incapacidade civil absoluta.

e) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.

Comentários

GABARITO: LETRA E

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Vamos às alternativas:

Alternativa A – Incorreta. Pois viola expressamente o art. 14, §2º, da Constituição Federal:

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do


serviço militar obrigatório, os conscritos.

Alternativa B – Incorreta. A própria Lei 13.445/2017 no art. 30, II, C, prevê a possibilidade de
reaquisição da nacionalidade brasileira.

Art. 30 (...)

II. (...)

c) já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não deseje ou não reúna os requisitos


para readquiri-la;

Alternativa C – Incorreta. As hipóteses de inelegibilidade absoluta apenas podem ser


estabelecidas na Constituição Federal. Nesse sentido, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

“As hipóteses de inelegibilidade absoluta, em virtude de sua natureza


excepcionalíssima, somente podem ser expressamente estabelecidas na Constituição
Federal, sendo inconstitucionais quaisquer leis tendentes a ampliar esse rol.”

Alternativa D – Incorreta. Incapacidade civil absoluta é hipótese de suspensão e não de perda.


Nesse sentido, segundo Alexandre de Moraes, a perda dos direitos políticos tem caráter
definitivo, mas não perpétuo, pois o indivíduo poderá reaver seus direitos. Porém, no caso de
incapacidade civil absoluta ocorrerá a suspensão dos direitos políticos, e esta - suspensão - tem
caráter temporário.

Alternativa E – Correta. Gabarito em conformidade com o art. 14 da Constituição Federal:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

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Critérios de alistamento, elegibilidade e inelegibilidade (art. 14, §§ 1º a 9º da


CF/88)

3. (Cespe/2015/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.

Suponha que José, casado com Míriam e prefeito de um município brasileiro, venha a falecer
dois anos após ter sido eleito. Nessa situação, Míriam pode se candidatar e se eleger ao cargo
antes ocupado por seu marido nas eleições seguintes ao falecimento.

Comentários

GABARITO: CERTO.

A Súmula Vinculante nº 18 assim dispõe:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

Todavia, o STF, no julgamento do RE nº 758.461, concluiu que esse entendimento é inaplicável


quando a dissolução do vínculo conjugal ocorre pela morte. Isso porque o que se pretende
evitar com a edição da Súmula Vinculante nº 18 é a separação fraudulenta, feito com o único
intuito de burlar a regra da inelegibilidade.

4. (CESPE/2015/FUB/Contador) Os direitos políticos são titularizados e livremente exercidos


por todos os brasileiros e garantem a participação na vida política e a influência nas decisões
públicas.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Como se sabe, apenas os cidadãos gozam de direitos políticos. Contudo, basta o candidato se
lembrar das inelegibilidades que perceberia que esses direitos não são “livremente exercidos
por todos os brasileiros.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

(...)

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

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5. (CESPE/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) O alistamento eleitoral e o voto


são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta anos e
facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e
os que tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Não se trata de sessenta anos, mas de setenta, nos termos do art. 14, §1º, da Constituição
Federal:

Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

6. (CESPE/2009/PC-RN/Agente de Polícia) Antônia é prefeita, Mauro é deputado federal e


Lúcio é governador de estado. Todos estão no primeiro mandato, sem nunca ter ocupado
qualquer cargo eletivo anteriormente.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da CF.
a) Mauro poderá se reeleger para apenas um único período subsequente.
b) Mesmo enquanto Antônia estiver ocupando o cargo atual, seu genro é considerado elegível.
c) Enquanto Lúcio estiver ocupando o cargo atual, o sobrinho de sua esposa é considerado
inelegível.
d) Nas eleições subsequentes, Mauro poderá candidatar-se ao cargo de governador de seu
estado, sem a necessidade de renunciar ao cargo que ocupa.
e) Para que Antônia candidate-se ao cargo de governadora de seu estado, ela deverá renunciar
ao seu mandato até seis meses antes da data prevista para a posse no novo cargo.

Comentários

GABARITO: LETRA D

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Vamos analisar alternativa por alternativa

Alternativa A – Incorreta. Não há na Constituição Federal qualquer limitação à reeleição em


cargos do Poder Legislativo.

Alternativa B – Incorreta. Aqui a questão não foi clara, pois ele pode ser elegível ou inelegível a
depender do cargo e do território de jurisdição da Amanda. Contudo, de qualquer forma, como
ele poderia ser inelegível tendo em vista ser parente em segundo grau por afinidade de Antônia,
a alternativa está incorreta, nos termos do art. 14, §7:

Art.14. (...)

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da
república, de governador de estado ou território, do distrito federal, de prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Alternativa C – Incorreta. Sobrinho da esposa não é parente até o segundo grau. Portanto, se
enquadra na inelegibilidade prevista no art. 14, §7º.

Alternativa D – Correta. A exigência do art. 14, §6º, da Constituição Federal não se aplica a
membros do Poder Legislativo:

Art. 14 (...)

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores


de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.

Alternativa E – Incorreta. Conforme demonstrado acima, não se trata da data da posse, mas do
pleito.

7. (Cespe/2015/TJ-DF/Juiz) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao


cargo de deputado federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do
cargo que atualmente ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas
quando o novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

Quando os chefes do Poder Executivo pretenderem se candidatar a outros cargos, é necessário


que se desincompatibilizem pelo menos 6 meses antes do pleito.

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CF/88, art.14,

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores


de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.

8. (CESPE/2012/TC-DF/ Auditor de Controle Externo) Com base nos direitos e garantias


fundamentais expressos na CF, julgue o item seguinte.

As inelegibilidades, como impedimentos ao exercício do direito de ser votado, constituem


exceções e, portanto, se circunscrevem às taxativamente previstas no texto constitucional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A própria Constituição Federal permite que lei complementar venha a dispor sobre outras
hipóteses de inelegibilidade ao teor do seu art. 14, §9º:

Art. 14 (...)

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua


cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício
de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

9. (Cespe/2017/TRE BA/AJAJ) Determinada lei, publicada seis meses antes da data da


realização de eleições estaduais, criou hipótese de inelegibilidade para dificultar abuso do
poder econômico.

Assinale a opção correta a respeito da classificação da referida lei e de sua vigência e aplicação.

a) Tal lei deve ser complementar, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.

b) Tal lei deve ser complementar e não se aplicará às referidas eleições.

c) Tal lei deve ser ordinária estadual e não se aplicará às referidas eleições.

d) Tal lei deve ser ordinária distrital, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.

e) Tal lei deve ser ordinária federal, e se aplicará a partir da data de sua publicação.

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Comentários

GABARITO: "B"

Vejamos o que estabelecem os arts. 14, § 9º, e 16 da CF/1988:

Art. 14 (...)

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de


sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Pela leitura desses dispositivos é possível concluir que a lei que altera o processo eleitoral deve
ser uma lei complementar, sendo que os seus efeitos se aplicarão à eleição que ocorrer após 1
ano da data de sua vigência. No caso, a eleição realizar-se-á apenas 6 meses depois da
publicação da lei, não se aplicando a ela, portanto.

10. (Cespe/2009/TRE GO/AJAJ) Luis vinha disputando as prévias do seu partido para se lançar
candidato a senador da República. Contudo, uma semana antes de o partido escolher seu
candidato ao cargo, Luis foi condenado à pena privativa de liberdade por crime de lesão
corporal culposa. Seus advogados interpuseram o recurso cabível, do qual se aguarda
julgamento.

Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

a) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, visto que a sentença
foi omissa quanto a perda dos direitos políticos.

b) A condenação imposta a Luis somente terá efeitos após o trânsito em julgado.

c) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, já que a condenação
por crime culposo não acarreta a perda dos direitos políticos.

d) A condenação imposta a Luis somente terá efeitos se ele for condenado a cumprir a pena em
regime fechado, pois, se obtiver qualquer benefício processual que lhe possibilite cumprir a
pena em liberdade seus direitos políticos permanecerão intactos.

Comentários

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GABARITO: "B"

Vejamos o que dispõem os artigos 14, § 3º, inciso II, e 15, inciso III, da CF/1988:

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: II - o pleno exercício dos direitos


políticos;

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

(...)

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

Nesse contexto, para a perda ou suspensão dos direitos políticos (que gera inelegibilidade), no
caso de condenação criminal, é preciso o trânsito em julgado da decisão condenatória, o que
não ocorreu, no caso. Assim, a condenação criminal de Luis não terá reflexos na sua pretensão
política em razão da ausência de trânsito em julgado.

Quanto à assertiva "A", deve ser destacado que não há necessidade de manifestação, na
decisão judicial, a respeito da perda dos direitos políticos, pois os efeitos da condenação
transitada em julgado estão previstos na Lei Maior.

Em relação às alternativas "C" e "D", registramos que o regime de cumprimento da pena ou o


fato do crime ser culposo ou doloso são irrelevantes para a produção desses efeitos da
condenação criminal transitada em julgado.

11. (Cespe/2010/TRT 21/AJAJ) O voto, que deve ser exercido de forma direta, apresenta os
caracteres constitucionais de personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade,
igualdade e periodicidade. A igualdade revela-se no fato de que todos os cidadãos têm o
mesmo valor no processo eleitoral.
Comentários

GABARITO: certo.

O art. 14, caput, da CF/1988 estabelece que o voto deve ser exercido de forma direta e secreta,
com valor igual para todos. Ademais, trata-se de procedimento a ser exercido pessoalmente
pelo cidadão, obrigatoriamente, em regra (art. 14, § 1º, inciso I, da CF/1988). O caráter de
liberdade está relacionado à possibilidade de o eleitor escolher em quem irá votar, não se
tratando de incompatibilidade com a obrigatoriedade do voto.

Por outro lado, a periodicidade do voto está prevista como cláusula pétrea no art. 60, § 4º, inciso
II, da CF/1988:

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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

(...)

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

Art. 60 (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

12. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor) No que diz respeito à disciplina constitucional relativa aos


direitos políticos, julgue o item seguinte.

A alistabilidade, que se refere à capacidade do indivíduo de ser eleitor, com direito de participar
da escolha dos mandatários, é vedada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, aos conscritos.

Comentários

GABARITO: CERTO

A questão exige que o candidato conheça o art. 14, §2º, da Constituição Federal:

Art. 14 (...)

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do


serviço militar obrigatório, os conscritos.

13. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos sociais,


direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue o item
subsequente.

Se, no ano de 2018, o presidente da assembleia legislativa de um estado, em seu primeiro


mandato, substituir o governador nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral, ele poderá

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concorrer ao cargo de governador, no mesmo estado, nas eleições estaduais daquele ano, mas
não poderá concorrer à reeleição no pleito posterior.

Comentários

GABARITO: CERTO

Para gabaritar essa questão é fundamental que o candidato conheça o teor do art. 14, §5º:

Art. 14 (...)

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período subseqüente.

Perceba que o dispositivo constitucional impossibilita expressamente que, nesta hipótese, a


reeleição ocorra por mais de uma vez.

14. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão - Julgamento) Com relação aos direitos sociais, aos
direitos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item.

Situação hipotética: O governador de determinado estado, no curso do segundo mandato,


rompeu o vínculo conjugal com sua esposa, que também se interessa pela vida política.
Assertiva: Nessa situação, a ex-esposa, caso deseje, poderá candidatar-se, nas eleições
seguintes, a cargo eletivo naquele estado, desde que o divórcio ocorra seis meses antes do
pleito.

Comentários

GABARITO: ERRADO

O erro da questão reside no fato de que ela não poderá candidatar-se. Quanto ao tema, o STF
editou, inclusive, súmula vinculante nº 18:

Súmula Vinculante 18

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da constituição federal.

15. (Cespe/2015/TRE MT/AJAA) De acordo com o disposto na CF, é condição de elegibilidade

a) a idade mínima de dezoito anos de idade para os cargos de senador, deputado e vereador, ou
de vinte e um anos de idade para os cargos de prefeito, governador e vice-governador,
presidente e vice-presidente da República.

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b) o alistamento militar.

c) a certificação de participação em entidades de assistência social ou ONGs.

d) a nacionalidade brasileira ou, para o estrangeiro, a residência no Brasil.

e) o pleno exercício dos direitos políticos.

Comentários

GABARITO: "E"

O art. 14, § 3º, da CF/1988 estabelece, além do pleno exercício dos direitos políticos, as
seguintes condições de elegibilidade:

Art. 14 (...)

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,


Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

A: errada. A idade mínima para os cargos de Senador, Presidente da República ou Deputado


Federal é 35 anos, não 18 anos, e para Governador ou Vice-Governador, é de 30 anos, não 21
anos.

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B: errada. O alistamento eleitoral que é exigido como condição de elegibilidade, não o militar,
até porque o ordenamento jurídico não exige alistamento militar das mulheres.

C: errada. Não há essa exigência na CF/1988.

D: errada. Estrangeiros não podem ocupar cargo eletivo no Estado brasileiro.

16. (Cespe/2013/TRE MT/AJAA) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção
correta.

a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo
de quinze dias da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude cometida.

b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos


candidatos dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.

c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.

d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A


participação popular, em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.

e) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta e cinco anos para o cargo de governador
de estado.

Comentários

GABARITO: "C"

Para concorrer à eleição, o candidato deve se alistar previamente, conforme o art. 14, § 3º, inciso
III, da CF/1988:

Art. 14 (...)

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

(...)

III - o alistamento eleitoral;

A: errada. A ação de impugnação de mandado deve estar instruída com as provas referentes à
acusação, conforme o art. 14, § 10, da CF/1988:

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§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de


quinze dias contados da diplomação, instruída a ação comprovas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.

B: errada. O art. 14, § 3º, inciso V, da CF/1988 estabelece a filiação partidária como condição de
elegibilidade:

Art. 14. (...)

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

(...)

V - a filiação partidária;

D: errada. O plebiscito e o referendo são formas de exercício direto, não indireto, da soberania
popular. Ademais, no plebiscito a participação popular é prévia, não posterior, à promulgação
da lei.

E: errada. Para o cargo de governador de estado, a idade mínima é de 30 anos, nos termos do
art. 14, § 3º, inciso VI, alínea "b", da CF/1988:

Art. 14 (...)

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

(...)

VI - a idade mínima de:

(...)

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

17. (CEBRASPE/2022/MPE-SE) De acordo com a Constituição Federal, as pessoas analfabetas


têm direito

a) ao alistamento eleitoral, ao voto e à elegibilidade a cargo político-eletivo.

b) apenas ao alistamento eleitoral e ao voto.

c) apenas ao alistamento eleitoral.

d) apenas à elegibilidade a cargo político-eletivo.

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e) apenas ao voto.

Comentários

Letra B - correta. O artigo 14, II, "a" da CF/88 dispõe sobre o alistamento eleitoral e voto do
analfabeto:

Art. 14, § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

(...)

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

No que pertine à elegibilidade, dispõe o artigo 14, § 4º da CF/88:

Art. 14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Portanto, os analfabetos podem votar, mas não podem ser votados.

Demais alternativas incorretas. Vejamos.

Alternativas A e D – incorretas. O analfabeto não pode se candidatar a nenhum cargo político.

Alternativas C e E - incorretas. O analfabeto tem direito ao alistamento eleitoral E ao voto.

Gabarito: Letra B.

18. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Escrivão de Polícia) A pessoa condenada pela prática de ato de


improbidade administrativa poderá ter seus direitos políticos

a) cassados, perdidos ou suspensos.

b) cassados ou suspensos, apenas.

c) cassados ou perdidos, apenas.

d) suspensos, apenas.

e) cassados, apenas.

Comentários

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Letra D - correta. O artigo 15 da CF/88 versa sobre a cassação, perda ou suspensão dos direitos
políticos, sendo que o § 4º trata dos atos de improbidade administrativa. Vejamos.

Art. 15, §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.

As demais alternativas estão incorretas, tendo em vista que a cassação de direitos políticos é
absolutamente vedada.

Gabarito: Letra D.

19. (CEBRASPE/2022/DPE-PI) Uma Governadora está no fim do seu segundo mandato


consecutivo no cargo. Considerando-se a posição majoritária e atual do Supremo Tribunal
Federal e as normas constitucionais sobre direitos políticos, é correto afirmar que o cônjuge
de governadora que esteja no fim de seu segundo mandato consecutivo será inelegível

a) em todo o território do respectivo estado, salvo se dissolvido o vínculo conjugal antes do


término do mandato, o que afastará a inelegibilidade.

b) apenas para o cargo de governador, ainda que o vínculo conjugal se dissolva no curso do
mandato.

c) em todo o território do respectivo estado, ainda que o vínculo conjugal se dissolva no curso
do mandato.
d) para qualquer cargo eletivo nos dois pleitos seguintes, ainda que o vínculo conjugal se
dissolva no curso do mandato.
e) apenas para os cargos de governador e prefeito, nos dois pleitos seguintes, salvo se
dissolvido o vínculo conjugal antes do término do mandato, o que afastará a inelegibilidade.

Comentários

Letra C - correta. A questão versa sobre direitos de elegibilidade. Dispõe o artigo 14, § 7º da
CF/88:

Art. 14, § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

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A Súmula Vinculante 18 assim dispõe:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a


inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

Nesse sentido, o gabarito da questão é a letra C

Gabarito: Letra C.

20. (CEBRASPE/2022/DPE-PA) De acordo com a CF, observada a legislação eleitoral, são


condições de elegibilidade para o cargo de deputado estadual, entre outras,

a) a filiação partidária, a idade mínima de vinte e um anos e o domicílio eleitoral na circunscrição,


não sendo obrigatório o alistamento eleitoral.

b) a nacionalidade brasileira, a filiação partidária e a idade mínima de vinte e um anos, não


havendo previsão de idade máxima.

c) a nacionalidade brasileira, a idade mínima de vinte e um anos e o alistamento eleitoral, não


sendo obrigatória a filiação partidária.

d) o nascimento no Brasil, o alistamento eleitoral e a filiação partidária, não havendo previsão de


idade máxima.

e) o nascimento no Brasil, a idade mínima de vinte e um anos e o domicílio eleitoral na


circunscrição eleitoral, não sendo obrigatória a filiação partidária.

Comentários

Letra B - correta. As condições de elegibilidade estão previstas no artigo 14, §3º, da CF/88:

Art. 14, § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

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VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,


Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativas A – incorreta. O alistamento eleitoral é condição obrigatória de elegibilidade (Art.


14, § 3º, III da CF/88).

Alternativa C e E - incorretas. A filiação partidária é condição obrigatória de elegibilidade (Art.


14, § 3º, V da CF/88).

Alternativa D e E - incorretas. A nacionalidade brasileira inclui brasileiros natos (nacionalidade


originária) ou naturalizados (nacionalidade derivada).

O artigo 12, § 1º, da CF/88 prevê a atribuição de nacionalidade aos portugueses.

Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Atendendo aos requisitos da lei, os portugueses passam a gozar dos mesmos direitos do
brasileiro naturalizado, sem necessidade de obter a nacionalidade.

Ainda, o artigo 12, § 2º, da CF/88, veda a distinção entre brasileiros natos e naturalizados.

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

Por fim, o cargo de Deputado Estadual não está entre os privativos de brasileiros natos,
conforme dispõe o artigo Art. 12, § 3º, da CF/88:

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

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III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Frise-se que no âmbito do Senado e da Câmara dos Deputados, apenas seus presidentes
necessitam ser brasileiros natos, os demais parlamentares podem ser brasileiros naturalizados,
conforme se depreende dos incisos I e II.

Gabarito: Letra B.

Perda e suspensão dos direitos políticos (art. 15 da CF/88)

21. (Cespe/2017/TRE PE/AJAA) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou
a suspensão dos direitos políticos se dará em caso de

a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.

b) incapacidade civil relativa.

c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.

d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.

e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.

Comentários

GABARITO: "C"

Relembremos o que dispõe o art. 15 da CF/1988, que trata das hipóteses de perda ou
suspensão dos direitos políticos:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

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III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Dentre as assertivas, a única que apresenta caso de perda ou suspensão dos direitos políticos é a
"c", que menciona o caso de improbidade administrativa - inciso V do art. 15 da CF/1988.

A: errada. Para a perda ou suspensão dos direitos políticos, a condenação criminal deve ter
transitado em julgado.

B: errada. A incapacidade civil, no caso, deve ser absoluta.

D e E: erradas. Para que ocorra perda ou suspensão dos direitos políticos por cancelamento da
naturalização ou condenação criminal, a respectiva ação deve ter transitado em julgado. Logo,
não necessariamente a decisão judicial de primeira instância terá o condão de produzir os
aludidos efeitos, em razão da possibilidade de interposição de recursos para as instâncias
superiores.

22. (Cespe/2016/TRT 8/ AJAJ/Adaptada) Acerca dos direitos e das garantias fundamentais


previstos na CF, julgue a assertiva a seguir.

É permitido ao preso provisório e ao maior de dezoito anos de idade internado ao tempo em


que era adolescente alistar-se ou transferir o título de eleitor para o domicílio dos
estabelecimentos penais e de internação onde se encontrem.

Comentários

GABARITO: certo.

Apenas a condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos, possui o
condão de mitigar os direitos políticos, conforme o art. 15, inciso III, da CF/1988:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

(...)

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

A prisão provisória é anterior ao trânsito em julgado da decisão judicial, logo, o preso provisório
ainda não foi condenado por decisão transitada em julgado.

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Além disso, o fato de o maior de dezoito anos de idade ter sido internado quando adolescente
não o torna condenado.

Logo, ambos (preso provisório e menor preso por ato infracional) mantêm seus direitos políticos.

23. (Cespe/2016/TRE PI/AJAA - Adaptada) No que se refere aos direitos e às garantias


fundamentais, julgue a assertiva a seguir.

As hipóteses de perda ou suspensão de direitos políticos estão previstas na CF em rol


exemplificativo.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O rol de hipóteses de perda ou suspensão de direitos políticos (art. 15 da CF/1988) é taxativo,


não exemplificativo.

24. (Cespe/2012/TRE RJ/AJAA) A escusa de consciência permite a todo indivíduo, por motivos
de crenças religiosas, filosóficas ou políticas, eximir-se de cumprir alguma obrigação imposta
a todos, por exemplo, o serviço militar obrigatório; entretanto, o indivíduo será privado,
definitivamente, de seus direitos políticos, quando a sua oposição se manifestar, inclusive, a
respeito do cumprimento de uma obrigação alternativa.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A cassação (privação definitiva) de direitos políticos é vedada no Estado brasileiro, de modo que
a hipótese do enunciado permitiria apenas a perda ou suspensão dos direitos políticos. Nesse
sentido é o art. 15, caput, da CF/1988:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de: (...)

Vigência da lei que altera o processo eleitoral - princípio da anterioridade


eleitoral (art. 16 da CF/88)

25. (Cespe/2015/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.

A norma constitucional que consagra o princípio da anterioridade eleitoral não pode ser abolida
por tratar-se de uma garantia individual fundamental do cidadão-eleitor.

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Comentários

GABARITO: CERTO.

Vejamos o que dispõe o art. 16 da CF/1988:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

O STF entendeu que esse dispositivo é cláusula pétrea implícita da CF/1988, por se tratar de um
direito individual do eleitor, uma vez que as regras de anterioridade estão relacionadas ao
princípio da segurança jurídica.

26. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Assinale a opção correta acerca dos direitos e das
garantias fundamentais.

a) Deverão ser cassados os direitos políticos de parlamentar condenado por crime de corrupção
em sentença criminal transitada em julgado.

b) Lei que altere o processo eleitoral editada no mesmo ano de um pleito eletivo, ainda que em
vigor, será aplicada no ano subsequente, conforme o princípio da anterioridade eleitoral.

c) Estrangeiro de qualquer nacionalidade pode se candidatar a cargos eletivos, com exceção dos
cargos para os quais se exige a condição de brasileiro nato.

Comentários

GABARITO: B.

Opção “a” – errada. A CF/1988 não permite a cassação de direitos políticos, nos termos do art.
15, caput:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

(...)

Opção “b” – correta. É a aplicação literal do art. 16 da CF/1988, que consagra o princípio da
anterioridade eleitoral:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

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Opção “c” – errada. O art. 14, § 3º, inciso I, da CF/1988 exige, como condição de elegibilidade,
a nacionalidade brasileira, de modo que estrangeiros não podem se candidatar a cargos eletivos:

Art. 14 (...)

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

27. (Cespe/2015/TRE GO/AJAJ) No que se refere às disposições constitucionais, julgue o item a


seguir.

Caso seja publicada e passe a viger em fevereiro de 2018, lei que altere o processo eleitoral
poderá ser aplicada a pleito eletivo que ocorra em outubro desse mesmo ano.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

A lei que alterar o processo eleitoral somente pode ser aplicada após 1 ano da entrada em vigor
da nova legislação, consoante o princípio da anterioridade da lei eleitoral - art. 16 da CF/1988:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Qual a diferença entre democracia direta, indireta e semidireta?


2. O que são direitos políticos positivos? E direitos políticos negativos?
3. O que são as capacidades eleitorais ativa e passiva?
4. Qual a diferença entre o plebiscito e o referendo?
5. Complete as lacunas a seguir, a respeito da obrigatoriedade do al istamento el eitoral e do
voto (art. 14, § 1º, da Constituição Federal):
5.1. O alistamento eleitoral e o ____(a)____ são:
5.1.1. obrigatórios para os maiores de ____(b)____ anos;
5.1.2. facultativos para:
5.1.2.1. os analfabetos;

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5.1.2.2. os maiores de ____(c)____ anos;


5.1.2.3. os maiores de ____(d)____ e menores de ____(e)____ anos.
6. É possível o alistamento eleitoral dos portugueses equiparados?
7. Os estrangeiros e os conscritos são elegíveis?
8. É possível a candidatura avulsa no Brasil?
9. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de elegibilidade trazidas pelo art. 14,
§ 3º da Constituição Federal:
9.1. São condições de elegibilidade, na forma da lei:
9.1.1. a idade ____(a)____ de:
9.1.1.1. ____(b)____ e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e ____(c)____;
9.1.1.2. ____(d)____ anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
==5617c==

9.1.1.3. ____(e)____ e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de ____(f)____;
9.1.1.4. ____(g)____ anos para Vereador.
10. Os analfabetos podem votar? E serem votados?
11. Por quantos períodos podem s er reeleitos o s o cupantes de c argos el etivos do P oder
Legislativo?
12. Cláudia, esposa de Eduardo, deputado federal, deseja se candidatar ao cargo de v ereadora
de município integrante do território de j urisdição do c argo do marido. N esse c aso, o c asal
avaliou que, para ser possível a candidatura de Cláudia, basta que Eduardo se
desincompatibilize, nos termos previstos constitucionalmente. A avaliação está correta?
13. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de elegibilidade do militar trazidas
pelo art. 13, § 8º da Constituição Federal:
13.1. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
13.1.1. se contar menos de ____(a)____ anos de serviço, deverá ____(b)____ da atividade;
13.1.2. se contar mais de ____(c)____ anos de serviço, será ____(d)____ pela autoridade s uperior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da ____(e)____, para a inatividade.
14. Quais instrumentos normativos po dem es tabelecer o utras hipóteses de i nelegibilidade
relativa?
15. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de impugnação do mandato trazidas
pelo art. 14, § 10 da Constituição Federal:

15.1. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça ____(a)____ no prazo de
____(b)____ dias contados da ____(c)____, i nstruída a aç ão c o m provas de abuso do po der
econômico, corrupção ou ____(d)____.

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16. Maria, buscando informações a respeito do atual candidato à reeleição para Governador em
seu estado, solicitou ao Tribunal de Justiça local cópia de ação de impugnação de mandato que
corre em desfavor do mandatário. Maria terá êxito em sua solicitação?
17. João, cidadão do Município X, encaminhou à Câmara Municipal c onsulta popular s obre
questão local. A Câmara aprovou a consulta realizada por João e a enc aminhou para a J ustiça
Eleitoral 65 dias antes das eleições municipais v indouras. T al c onsulta po pular poderá s er
realizada concomitantemente às eleições municipais?
18. Quando serão realizadas as manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas
às consultas populares sobre ques tões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e
encaminhadas à Justiça Eleitoral no prazo previsto constitucionalmente previsto?
19. De acordo com a doutrina, quais casos previstos no art. 15 da CF i mportam a perda dos
direitos políticos? E a suspensão?
20. Segundo o entendimento do STF, em que c asos de c ondenação c riminal transitada em
julgado se aplica a suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, inciso III, da CF/88?
21. Uma lei que altere o processo eleitoral das eleições presidenciais e s eja publicada em 5 de
dezembro de 2020 produzirá efeitos nas eleições de 2022?

Perguntas com respostas

1. Qual a diferença entre democracia direta, indireta e semidireta?

Democracia direta: o povo exerce o poder diretamente, sem intermediários ou representantes;

Democracia indireta (ou representativa): o povo elege representantes que, em seu nome,
governam o país;

Democracia semidireta (ou participativa): é a forma adotada no Brasil, em que o povo exerce o
poder tanto diretamente, quanto por meio de representantes (sistema híbrido). Utiliza como
instrumentos, tipicamente, o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis.

2. O que são direitos políticos positivos? E direitos políticos negativos?

Os direitos políticos positivos dizem respeito à participação ativa dos indivíduos na vida política
do Estado, estando relacionados ao exercício do sufrágio.

Por sua vez, os direitos políticos negativos são as normas que impedem a participação dos
indivíduos na política estatal, limitando o exercício da cidadania, como as inelegibilidades e
hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos.

3. O que são as capacidades eleitorais ativa e passiva?

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A capacidade eleitoral ativa representa o direito de alistar-se como eleitor (alistabilidade) e o


direito de votar; por sua vez, a capacidade eleitoral passiva representa o direito de ser votado e
de se eleger para um cargo público (elegibilidade).

4. Qual a diferença entre o plebiscito e o referendo?

Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de consulta ao povo sobre matéria de grande
relevância, porém, no plebiscito, a consulta se dá previamente à edição do ato legislativo ou
administrativo, enquanto no referendo a consulta popular ocorre posteriormente à edição do ato
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo ratifica-lo ou rejeitá-lo.

5. Complete as lacunas a seguir, a respeito da obrigatoriedade do al istamento el eitoral e do


voto (art. 14, § 1º, da Constituição Federal):
5.1. O alistamento eleitoral e o ____(a)____ são:
5.1.1. obrigatórios para os maiores de ____(b)____ anos;
5.1.2. facultativos para:
5.1.2.1. os analfabetos;
5.1.2.2. os maiores de ____(c)____ anos;
5.1.2.3. os maiores de ____(d)____ e menores de ____(e)____ anos.

(a) voto (b) dezoito (c) setenta (d) dezesseis (e) dezoito

6. É possível o alistamento eleitoral dos portugueses equiparados?

Sim, já que recebem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado.

7. Os estrangeiros e os conscritos são elegíveis?

Não, porque são inalistáveis (art. 14, § 2º), sendo que o alistamento eleitoral é condição de
elegibilidade (art. 14, § 3º, III).

8. É possível a candidatura avulsa no Brasil?

Não, a filiação partidária é condição de elegibilidade (art. 14, § 3º, V).

9. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de elegibilidade trazidas pelo art. 14,
§ 3º da Constituição Federal:
9.1. São condições de elegibilidade, na forma da lei:
9.1.1. a idade ____(a)____ de:

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9.1.1.1. ____(b)____ e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e ____(c)____;


9.1.1.2. ____(d)____ anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
9.1.1.3. ____(e)____ e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de ____(f)____;
9.1.1.4. ____(g)____ anos para Vereador.

(a) mínima (b) trinta (c) Governador (d) trinta


(e) vinte (f) paz (g) dezoito

10. Os analfabetos podem votar? E serem votados?

Os analfabetos podem votar, de modo facultativo (art. 14, § 1º, II, “a”, da CF/88), mas não
podem ser votados (art. 14, § 4º, da CF/88).

11. Por quantos períodos podem s er reeleitos o s o cupantes de c argos el etivos do P oder
Legislativo?

Não há restrição para reeleição aos cargos eletivos do Poder Legislativo, e sim para os cargos
eletivos do Poder Executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito) (art. 14, § 5º, da
CF/88).

12. Cláudia, esposa de Eduardo, deputado federal, deseja se candidatar ao cargo de v ereadora
de município integrante do território de j urisdição do c argo do marido. N esse c aso, o c asal
avaliou que, para ser possível a candidatura de Cláudia, basta que Eduardo se
desincompatibilize, nos termos previstos constitucionalmente. A avaliação está correta?

Não, Cláudia poderia se candidatar sem qualquer impedimento ou necessidade de


desincompatibilização, uma vez que a inelegibilidade reflexa só atinge cargos de Chefe do
Poder Executivo, conforme § 7º do art. 14 da CF:

Art. 14, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

13. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de elegibilidade do militar trazidas
pelo art. 13, § 8º da Constituição Federal:
13.1. O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
13.1.1. se contar menos de ____(a)____ anos de serviço, deverá ____(b)____ da atividade;

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13.1.2. se contar mais de ____(c)____ anos de serviço, será ____(d)____ pela autoridade s uperior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da ____(e)____, para a inatividade.
(a) dez (b) afastado (c) dez (d) agregado (e) diplomação

14. Quais instrumentos normativos po dem es tabelecer o utras hipóteses de i nelegibilidade


relativa?

Lei complementar nacional (art. 14, § 9º. da CF/88) e emenda constitucional.

15. Complete as lacunas a seguir, a respeito das condições de impugnação do mandato trazidas
pelo art. 14, § 10 da Constituição Federal:

15.1. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça ____(a)____ no prazo de
____(b)____ dias contados da ____(c)____, i nstruída a aç ão c o m provas de abuso do po der
econômico, corrupção ou ____(d)____.

(a) eleitoral (b) quinze (c) diplomação (d) fraude

16. Maria, buscando informações a respeito do atual candidato à reeleição para Governador em
seu estado, solicitou ao Tribunal de Justiça local cópia de ação de impugnação de mandato que
corre em desfavor do mandatário. Maria terá êxito em sua solicitação?

Não, pois a ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça (art. 14, § 11, da
CF/88).

17. João, cidadão do Município X, encaminhou à Câmara Municipal c onsulta popular s obre
questão local. A Câmara aprovou a consulta realizada por João e a enc aminhou para a J ustiça
Eleitoral 65 dias antes das eleições municipais v indouras. T al c onsulta po pular poderá s er
realizada concomitantemente às eleições municipais?

Não, pois tais consultas devem ser aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à
Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições para serem realizadas
concomitantemente às eleições municipais (art. 14, § 12, da CF/88).

18. Quando serão realizadas as manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas


às consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e
encaminhadas à Justiça Eleitoral no prazo previsto constitucionalmente previsto?

Durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão


(art. 14, § 13, da CF/88).

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19. De acordo com a doutrina, quais casos previstos no art. 15 da CF i mportam a perda dos
direitos políticos? E a suspensão?

Primeiramente, vejamos todos os casos previstos no art. 15:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º

A doutrina entende que os casos dos incisos I e IV importam a perda dos direitos políticos,
sendo, os demais, casos que resultam na suspensão dos direitos políticos.

20. Segundo o entendimento do STF, e m que c asos de c ondenação c riminal transitada em


julgado se aplica a suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, inciso III, da CF/88?

Tanto nos casos de condenação criminal com pena privativa de liberdade como no caso de
condenação criminal com pena restritiva de direitos, conforme tese fixada pelo Tema 370 do STF
(“A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, inc. III, da Constituição Federal aplica-se
no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos").

21. Uma lei que altere o processo eleitoral das eleições presidenciais e s eja publicada em 5 de
dezembro de 2020 produzirá efeitos nas eleições de 2022?

Sim, já que, nos termos do art. 16 da CF, tal lei é aplicável às eleições que ocorram após um ano
de sua vigência:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

1. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e


garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Lei que altere o processo eleitoral poderá ser aplicada a pleito eletivo realizado no ano de sua
edição, desde que editada no prazo de cento e oitenta dias anteriores à eleição.

b) A hipótese de inelegibilidade em razão de parentesco prevista na CF para os cargos de


prefeito e governador engloba a candidatura de cônjuges ou parentes até segundo grau em
todo o território nacional, enquanto durar o mandato.

c) Nos termos da CF, o exercício da soberania popular poderá ser exercido diretamente pelo
povo, por meio de instrumentos como o referendo e o plebiscito.

2. (CESPE/2013/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/Adaptada) Acerca dos direitos e


garantias fundamentais, assinale a opção correta.

a) Podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar


obrigatório, os conscritos.

b) A perda da nacionalidade brasileira pode ocorrer por ato voluntário de brasileiro que adquire
outra nacionalidade. Nessa situação, uma vez configurada a perda, a nacionalidade brasileira não
será passível de recuperação.

c) Consoante a doutrina, as hipóteses de inelegibilidade absoluta podem ser estabelecidas na CF


e na legislação infraconstitucional.

d) Consoante a doutrina, a perda dos direitos políticos tem caráter definitivo, como ocorre no
caso de incapacidade civil absoluta.

e) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.

3. (Cespe/2015/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.

Suponha que José, casado com Míriam e prefeito de um município brasileiro, venha a falecer
dois anos após ter sido eleito. Nessa situação, Míriam pode se candidatar e se eleger ao cargo
antes ocupado por seu marido nas eleições seguintes ao falecimento.

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4. (CESPE/2015/FUB/Contador) Os direitos políticos são titularizados e livremente exercidos


por todos os brasileiros e garantem a participação na vida política e a influência nas decisões
públicas.

5. (CESPE/2014/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) O alistamento eleitoral e o voto


são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito aos sessenta anos e
facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de sessenta anos de idade e
os que tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

6. (CESPE/2009/PC-RN/Agente de Polícia) Antônia é prefeita, Mauro é deputado federal e


Lúcio é governador de estado. Todos estão no primeiro mandato, sem nunca ter ocupado
qualquer cargo eletivo anteriormente.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da CF.
a) Mauro poderá se reeleger para apenas um único período subsequente.
b) Mesmo enquanto Antônia estiver ocupando o cargo atual, seu genro é considerado elegível.
c) Enquanto Lúcio estiver ocupando o cargo atual, o sobrinho de sua esposa é considerado
inelegível.
d) Nas eleições subsequentes, Mauro poderá candidatar-se ao cargo de governador de seu
estado, sem a necessidade de renunciar ao cargo que ocupa.
e) Para que Antônia candidate-se ao cargo de governadora de seu estado, ela deverá renunciar
ao seu mandato até seis meses antes da data prevista para a posse no novo cargo.

7. (Cespe/2015/TJ-DF/Juiz) O governador do Distrito Federal que pretende se candidatar ao


cargo de deputado federal no pleito subsequente não precisa se desincompatibilizar do
cargo que atualmente ocupa, uma vez que tal exigência constitucional aplica-se apenas
quando o novo cargo almejado é disputado mediante eleição majoritária.

8. (CESPE/2012/TC-DF/ Auditor de Controle Externo) Com base nos direitos e garantias


fundamentais expressos na CF, julgue o item seguinte.

As inelegibilidades, como impedimentos ao exercício do direito de ser votado, constituem


exceções e, portanto, se circunscrevem às taxativamente previstas no texto constitucional.

9. (Cespe/2017/TRE BA/AJAJ) Determinada lei, publicada seis meses antes da data da


realização de eleições estaduais, criou hipótese de inelegibilidade para dificultar abuso do
poder econômico.

Assinale a opção correta a respeito da classificação da referida lei e de sua vigência e aplicação.

a) Tal lei deve ser complementar, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.

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b) Tal lei deve ser complementar e não se aplicará às referidas eleições.

c) Tal lei deve ser ordinária estadual e não se aplicará às referidas eleições.

d) Tal lei deve ser ordinária distrital, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.

e) Tal lei deve ser ordinária federal, e se aplicará a partir da data de sua publicação.

10. (Cespe/2009/TRE GO/AJAJ) Luis vinha disputando as prévias do seu partido para se lançar
candidato a senador da República. Contudo, uma semana antes de o partido escolher seu
candidato ao cargo, Luis foi condenado à pena privativa de liberdade por crime de lesão
corporal culposa. Seus advogados interpuseram o recurso cabível, do qual se aguarda
julgamento.

Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

a) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, visto que a sentença
foi omissa quanto a perda dos direitos políticos.

b) A condenação imposta a Luis somente terá efeitos após o trânsito em julgado.

c) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, já que a condenação
por crime culposo não acarreta a perda dos direitos políticos.

d) A condenação imposta a Luis somente terá efeitos se ele for condenado a cumprir a pena em
regime fechado, pois, se obtiver qualquer benefício processual que lhe possibilite cumprir a
pena em liberdade seus direitos políticos permanecerão intactos.

11. (Cespe/2010/TRT 21/AJAJ) O voto, que deve ser exercido de forma direta, apresenta os
caracteres constitucionais de personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade,
igualdade e periodicidade. A igualdade revela-se no fato de que todos os cidadãos têm o
mesmo valor no processo eleitoral.

12. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor) No que diz respeito à disciplina constitucional relativa aos


direitos políticos, julgue o item seguinte.

A alistabilidade, que se refere à capacidade do indivíduo de ser eleitor, com direito de participar
da escolha dos mandatários, é vedada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, aos conscritos.

13. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos sociais,


direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue o item
subsequente.

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Se, no ano de 2018, o presidente da assembleia legislativa de um estado, em seu primeiro


mandato, substituir o governador nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral, ele poderá
concorrer ao cargo de governador, no mesmo estado, nas eleições estaduais daquele ano, mas
não poderá concorrer à reeleição no pleito posterior.

14. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão - Julgamento) Com relação aos direitos sociais, aos
direitos de nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item.

Situação hipotética: O governador de determinado estado, no curso do segundo mandato,


rompeu o vínculo conjugal com sua esposa, que também se interessa pela vida política.
Assertiva: Nessa situação, a ex-esposa, caso deseje, poderá candidatar-se, nas eleições
seguintes, a cargo eletivo naquele estado, desde que o divórcio ocorra seis meses antes do
pleito.

15. (Cespe/2015/TRE MT/AJAA) De acordo com o disposto na CF, é condição de elegibilidade

a) a idade mínima de dezoito anos de idade para os cargos de senador, deputado e vereador, ou
de vinte e um anos de idade para os cargos de prefeito, governador e vice-governador,
presidente e vice-presidente da República.

b) o alistamento militar.

c) a certificação de participação em entidades de assistência social ou ONGs.

d) a nacionalidade brasileira ou, para o estrangeiro, a residência no Brasil.

e) o pleno exercício dos direitos políticos.

16. (Cespe/2013/TRE MT/AJAA) No que se refere aos direitos políticos, assinale a opção correta.

a) A ação de impugnação de mandato eletivo deverá ser proposta na justiça eleitoral no prazo
de quinze dias da diplomação, independentemente de provas iniciais de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude cometida.

b) A atual CF permite candidaturas avulsas para a presidência da República, facultando aos


candidatos dirigirem-se diretamente aos eleitores sem a necessidade de filiação partidária.

c) Uma das condições para concorrer em pleitos eleitorais é o prévio alistamento eleitoral.

d) O plebiscito e o referendo são formas de exercício indireto da soberania popular. A


participação popular, em ambos os casos, faz-se posteriormente à promulgação da lei.

e) É condição de elegibilidade a idade mínima de trinta e cinco anos para o cargo de governador
de estado.

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17. (CEBRASPE/2022/MPE-SE) De acordo com a Constituição Federal, as pessoas analfabetas


têm direito

a) ao alistamento eleitoral, ao voto e à elegibilidade a cargo político-eletivo.

b) apenas ao alistamento eleitoral e ao voto.

c) apenas ao alistamento eleitoral.

d) apenas à elegibilidade a cargo político-eletivo.

e) apenas ao voto.

18. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Escrivão de Polícia) A pessoa condenada pela prática de ato de


improbidade administrativa poderá ter seus direitos políticos

a) cassados, perdidos ou suspensos.

b) cassados ou suspensos, apenas.

c) cassados ou perdidos, apenas.

d) suspensos, apenas.

e) cassados, apenas.

19. (CEBRASPE/2022/DPE-PI) Uma Governadora está no fim do seu segundo mandato


consecutivo no cargo. Considerando-se a posição majoritária e atual do Supremo Tribunal
Federal e as normas constitucionais sobre direitos políticos, é correto afirmar que o cônjuge
de governadora que esteja no fim de seu segundo mandato consecutivo será inelegível

a) em todo o território do respectivo estado, salvo se dissolvido o vínculo conjugal antes do


término do mandato, o que afastará a inelegibilidade.

b) apenas para o cargo de governador, ainda que o vínculo conjugal se dissolva no curso do
mandato.

c) em todo o território do respectivo estado, ainda que o vínculo conjugal se dissolva no curso
do mandato.

d) para qualquer cargo eletivo nos dois pleitos seguintes, ainda que o vínculo conjugal se
dissolva no curso do mandato.

e) apenas para os cargos de governador e prefeito, nos dois pleitos seguintes, salvo se
dissolvido o vínculo conjugal antes do término do mandato, o que afastará a inelegibilidade.

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20. (CEBRASPE/2022/DPE-PA) De acordo com a CF, observada a legislação eleitoral, são


condições de elegibilidade para o cargo de deputado estadual, entre outras,

a) a filiação partidária, a idade mínima de vinte e um anos e o domicílio eleitoral na circunscrição,


não sendo obrigatório o alistamento eleitoral.

b) a nacionalidade brasileira, a filiação partidária e a idade mínima de vinte e um anos, não


havendo previsão de idade máxima.

c) a nacionalidade brasileira, a idade mínima de vinte e um anos e o alistamento eleitoral, não


sendo obrigatória a filiação partidária.

d) o nascimento no Brasil, o alistamento eleitoral e a filiação partidária, não havendo previsão de


idade máxima.

e) o nascimento no Brasil, a idade mínima de vinte e um anos e o domicílio eleitoral na


circunscrição eleitoral, não sendo obrigatória a filiação partidária.

21. (Cespe/2017/TRE PE/AJAA) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), a perda ou
a suspensão dos direitos políticos se dará em caso de

a) condenação criminal por decisão de tribunal contra a qual caiba recurso.

b) incapacidade civil relativa.

c) condenação em ação de improbidade administrativa, nos termos da lei.

d) cancelamento da naturalização por decisão judicial de primeira instância.

e) condenação criminal por decisão judicial de primeira instância.

22. (Cespe/2016/TRT 8/ AJAJ/Adaptada) Acerca dos direitos e das garantias fundamentais


previstos na CF, julgue a assertiva a seguir.

É permitido ao preso provisório e ao maior de dezoito anos de idade internado ao tempo em


que era adolescente alistar-se ou transferir o título de eleitor para o domicílio dos
estabelecimentos penais e de internação onde se encontrem.

23. (Cespe/2016/TRE PI/AJAA - Adaptada) No que se refere aos direitos e às garantias


fundamentais, julgue a assertiva a seguir.

As hipóteses de perda ou suspensão de direitos políticos estão previstas na CF em rol


exemplificativo.

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24. (Cespe/2012/TRE RJ/AJAA) A escusa de consciência permite a todo indivíduo, por motivos
de crenças religiosas, filosóficas ou políticas, eximir-se de cumprir alguma obrigação imposta
a todos, por exemplo, o serviço militar obrigatório; entretanto, o indivíduo será privado,
definitivamente, de seus direitos políticos, quando a sua oposição se manifestar, inclusive, a
respeito do cumprimento de uma obrigação alternativa.

25. (Cespe/2015/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.

A norma constitucional que consagra o princípio da anterioridade eleitoral não pode ser abolida
por tratar-se de uma garantia individual fundamental do cidadão-eleitor.

26. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Assinale a opção correta acerca dos direitos e das
==5617c==

garantias fundamentais.

a) Deverão ser cassados os direitos políticos de parlamentar condenado por crime de corrupção
em sentença criminal transitada em julgado.

b) Lei que altere o processo eleitoral editada no mesmo ano de um pleito eletivo, ainda que em
vigor, será aplicada no ano subsequente, conforme o princípio da anterioridade eleitoral.

c) Estrangeiro de qualquer nacionalidade pode se candidatar a cargos eletivos, com exceção dos
cargos para os quais se exige a condição de brasileiro nato.

27. (Cespe/2015/TRE GO/AJAJ) No que se refere às disposições constitucionais, julgue o item a


seguir.

Caso seja publicada e passe a viger em fevereiro de 2018, lei que altere o processo eleitoral
poderá ser aplicada a pleito eletivo que ocorra em outubro desse mesmo ano.

Gabarito

1. Letra C 2. Letra E 3. CORRETA

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4. ERRADA 12. CORRETA 20. Letra B


5. ERRADA 13. CORRETA 21. Letra C
6. Letra D 14. ERRADA 22. CORRETA
7. ERRADA 15. Letra E 23. ERRADA
8. ERRADA 16. Letra C 24. ERRADA
9. Letra B 17. Letra B 25. CORRETA
10. Letra B 18. Letra D 26. Letra B
11. CORRETA 19. Letra C 27. ERRADA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art. 17, caput e
29,6%
incisos I a IV da CF)
Autonomia (art. 17, § 1º da CF) 18,5%
Registro (art. 17, § 2º da CF) 22,2%
Vedação de utilização de organização paramilitar (art. 17, § 4º da CF) 14,8%
Acesso e utilização dos recursos do fundo partidário (art. 17, §§ 3º e 5º da
14,8%
CF)

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender bem o
art. 17 da CF/88, buscando a sua memorização paulatina, atentando-se especialmente para os
pontos e orientações a seguir:

Liberdade de organização dos partidos políticos

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

- A liberdade de organização dos partidos é condicionada à observância dos preceitos previstos


nos incisos I a IV, ou seja, não se trata de uma liberdade absoluta.

- Só poderá ser reconhecido como partido político aquele que tiver repercussão em todo país –
“caráter nacional” (inciso I).

- Coaduna com o princípio da soberania nacional (caput) a proibição de recebimento de recursos


financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes (inciso II).

- A Justiça Eleitoral realiza a fiscalização das contas dos partidos políticos, devendo estes lhe
prestar contas (inciso III).

- Convém mencionar que os partidos políticos possuem imunidade tributária, nos termos do art.
150, inciso VI, alínea "c", da CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)

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VI - instituir impostos sobre: (...)

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

Autonomia partidária

Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
==5617c==

estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

- A autonomia partidária visa a impedir a ingerência do Poder Público sobre os partidos políticos.
Apesar da autonomia concedida, a CF/88 obriga os partidos a estabelecerem normas de
disciplina e fidelidade partidária.

Veda-se expressamente a celebração de coligações partidárias nas eleições proporcionais (ou


seja, para deputados federais, estaduais, distritais e vereadores), mantendo-se, por outro lado,
tal faculdade para as eleições majoritárias (ou seja, para Presidente da República, Governadores
de Estados e do DF, Prefeitos e Senadores).

Aquisição de personalidade jurídica e registro do estatuto no TSE

Art. 17, § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma


da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

- Os partidos devem registrar seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nada obstante,
são entidades de direito privado.

CUIDADO! Primeiro, o partido adquire personalidade jurídica (na forma prevista pela lei civil) e,
somente depois disso, ele registra seu estatuto no TSE.

- O procedimento de registro partidário no âmbito do TSE possui caráter materialmente


administrativo (não jurisdicional, portanto) 1.

1
STF – RE 164.458-AgR.

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Recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão

Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao
rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo


menos um terço das unidades da Federação.

- Instrumentos conferidos pela CF/88 para que os partidos políticos desempenhem suas
atividades: recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão (§ 3º).

Perceba que o § 3º prevê requisitos para que o partido político tenha direito a recursos do fundo
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão (chamado de “direito de antena”), impondo
quantitativos mínimos de votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados e de
Deputados Federais eleitos.

- Há regra de transição para a plena vigência dos requisitos restritivos previstos no art. 17, § 3º,
da CF/88, que só serão aplicáveis a partir das eleições de 2030, consoante art. 3º, parágrafo
único, da EC 97/2017.

Até lá, o acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão
será concedido aos partidos políticos que:

EC 97/2017, art. 3º, parágrafo único, I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e
meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação;

II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

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b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação;

III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:

a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e
meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em
cada uma delas; ou

b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação.

Resumindo:

EC 97/2017, art. 3º, parágrafo único EC 97/2017 art.


3º, caput e
Partidos políticos: condições alternativas para fazer jus a inciso I inciso II inciso III CF/88, art. 17, §

recursos partidários e acesso gratuito ao rádio e à
A partir das
televisão, na forma da lei, previstas na CF/88 Legislatura seguinte às eleições de
eleições de
2018 2022 2026 2030
Mínimo de votos válidos
distribuídos em pelo
1,5% 2% 2,5% 3%
Eleições para a menos um terço das
Condição
Câmara dos unidades da Federação
1
Deputados Mínimo de votos válidos
em cada uma das 1% 1% 1,5% 2%
unidades da Federação
Mínimo de Deputados Federais eleitos
Condição
distribuídos em pelo menos um terço das 9 11 13 15
2
unidades da Federação

Vedação de utilização de organização paramilitar

Art. 17, § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

- Trata-se de regra que guarda coerência com a prevista no art. 5º, XVII, da CF/88:

Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;

Janela partidária

Art. 17, § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º
deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a

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outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão.

- Trata-se de janela partidária prevendo que o eleito por partido que não preencha os novos
requisitos restritivos para ter direito ao fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão
impostos no § 3º do mesmo artigo possui assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido.

Entretanto, essa filiação não será considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

Fidelidade partidária

Art. 17, § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais


e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão
o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa
causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido
para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos
e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

- Os eleitos pelo sistema proporcional (ou seja, para deputados federais, estaduais, distritais e
vereadores) que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato,
via de regra.

Essa regra geral é excepcionada nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de
justa causa estabelecidas em lei.

Em qualquer, não será computada a migração de partido para fins de distribuição de recursos do
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

- Precedente(s) importante(s):

Salvo justa causa, a desfiliação e a infidelidade partidárias resultarão na perda do


mandato. Tal regra, entretanto, se aplica somente aos parlamentares, não alcançando
os candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania
popular e das escolhas feitas pelo eleitor. Nesse sentido: “Inaplicabilidade da regra de
perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema eleitoral majoritário. (...) As
decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 26.604 tiveram como pano de fundo o
sistema proporcional, que é adotado para a eleição de deputados federais, estaduais
e vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase nos votos
obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as
opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente

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preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do candidato que


abandona a legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário, adotado para a
eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas
da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase
na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de
partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º,
parágrafo único; e art. 14, caput)”2.

Incentivos à participação política das mulheres

Art. 17, § 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos
recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção
e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses
intrapartidários.

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do


fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de
propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às
respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional
ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios
definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias,
considerados a autonomia e o interesse partidário.

- São previstos os seguintes incentivos à participação política das mulheres:

a) recursos para a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação


política das mulheres – os partidos políticos devem aplicar pelo menos 5% dos recursos do
fundo partidário nessas ações;

b) os partidos devem direcionar a candidaturas femininas, no percentual mínimo de 30%,


proporcional ao número de candidatas:

b1) o montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;

b2) o montante da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais;

b3) o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão.

A distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos órgãos de direção dos
partidos e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.

2
STF – ADI 5081/DF.

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Inconstitucionalidade das "doações ocultas"

O STF3 entende que doações ocultas retiram a transparência do processo eleitoral e dificultam o
controle de contas pela Justiça Eleitoral e, com base nisso, declarou inconstitucional trecho da
Lei das Eleições (9.504/1997), introduzido pela Minirreforma Eleitoral (Lei 13.165/2015), que
permitia doações ocultas a candidatos.

3
STF – ADI 5394

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto "Partidos Políticos", "Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art.
17, caput e incisos I a IV da CF)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances
de ser(em) cobrado(s) pela banca.

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Criação

Abrange Fusão

Incorporação

Extinção

==5617c==

Soberania nacional

Regime democrático
Liberdade Partidária Devem ser resguardados
Pluripartidarismo

Direitos fundamentais da
pessoa humana

Caráter nacional

Probição de recursos
financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou
Devem ser de subordinação a estes
observados
Prestação de contas à
Jusiça Eleitoral

Funcionamento
parlamentar de acordo
com a lei

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) novidade(s) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

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Alteração legislativa introduzida pela EC 111/2021


Art. 17, § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os
Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato,
salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em
lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de
recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à
televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
Alteração legislativa introduzida pela EC 117/2022
Art. 17, § 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos
do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo


partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no
rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no
mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá
ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas
estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 117, de 2022)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art. 17, caput e incisos I a


IV da CF)

1. (CEBRASPE/2022/Prefeitura de Maringá - PR/Procurador Municipal) Quanto ao seu


funcionamento, o partido político

a) pode receber recursos financeiros de entidade estrangeira, desde que esta não tenha fins
lucrativos.

b) deverá prestar contas ao Ministério Público e ao TCU.

c) deve observar a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou


municipal.

d) que, na soma de senadores e deputados federais, eleger quinze parlamentares, distribuídos


em pelo menos um terço das unidades da Federação, terá assegurado acesso gratuito a rádio e
televisão e, ainda, o direito a recursos do fundo partidário.

e) deve, necessariamente, ter caráter nacional.

Comentários

Alternativa E - correta. Só poderá ser reconhecido como partido político aquele que tiver
repercussão em todo país – “caráter nacional”. Dispõe o artigo 17, I, da CF/88:

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Art. 17. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

Passemos à análise das demais alternativas.

Letra A – incorreta. Nos termos do artigo 17, II, da CF/88, é vedado aos partidos políticos o
recebimento de recursos financeiros de entidade estrangeira.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

(...)

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;

Letra B – incorreta. Nos termos do artigo 17, III, da CF/88, a prestação de contas é feita à Justiça
Eleitoral e não ao Ministério Público e ao TCU.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

(...)

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

Letra C – incorreta. A autonomia partidária visa a impedir a ingerência do Poder Público sobre os
partidos políticos. Apesar da autonomia concedida, a CF/88 obriga os partidos a estabelecerem
normas de disciplina e fidelidade partidária.

Não há obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas. Dispõe o artigo 17, § 1º, da CF/88:

Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre

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as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus


estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Letra D – incorreta. Recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão são
instrumentos conferidos pela CF/88 para que os partidos políticos desempenhem suas
atividades.

O artigo 17, § 3º, da CF/88 prevê requisitos para que o partido político tenha direito a recursos
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão (chamado de “direito de antena”),
impondo quantitativos mínimos de votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados e
de Deputados Federais eleitos:

Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao
rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo


menos um terço das unidades da Federação.

Observe, portanto, que a alternativa está errada ao firmar que são quinze parlamentares
incluindo Senadores e Deputados Federais, pois o inciso II do §3º do artigo 17 exige quinze
Deputados Federais.

Gabarito: E.

2. (CEBRASPE/2022/PGE-RJ/Analista Contábil) No tocante aos direitos e às garantias


constitucionais, julgue o item que se segue.

Não existe no Brasil nenhuma hipótese legal de acolhimento da chamada candidatura nata, ou
seja, o direito de o titular de mandato eletivo proporcional ser, obrigatoriamente, escolhido e
registrado pelo partido como candidato à reeleição.

Comentários

A candidatura nata ocorre de forma automática, quando o titular de cargo eletivo é


obrigatoriamente escolhido e registrado pelo partido político como candidato à reeleição. Esse
tipo de candidatura não é permitido no Brasil. Decidiu o STF:

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Não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do mandato


eletivo ser, obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo partido como candidato à
reeleição. STF. Plenário. ADI 2530/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em
18/8/2021 (Info 1026).

Gabarito: Certo.

3. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) Com relação aos direitos sociais, aos direitos de


nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item.

A liberdade de criação de partidos políticos é um direito constitucional, o que impede que


normas estabeleçam controle quantitativo e qualitativo sobre eles.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Quanto ao tema, segue jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

"aos princípios do sistema democrático-representativo e do pluripartidarismo. São


constitucionais as normas que fortalecem o controle quantitativo e qualitativo dos
partidos, sem afronta ao princípio da igualdade ou qualquer ingerência em seu
funcionamento interno. O requisito constitucional do caráter nacional dos partidos
políticos objetiva impedir a proliferação de agremiações sem expressão política, que
podem atuar como "legendas de aluguel", fraudando a representação, base do
regime democrático". (ADI 5.311 MC, rel. Min. Cármen Lúcia, julg. 30/9/2015)

4. (Cespe/2008/INSS/Analista de Seguro Social) Um grupo que reúne lideranças comunitárias,


empresários, estudantes e sindicalistas decidiu fundar partido político com atuação nacional.
Concluída a elaboração dos documentos iniciais, representantes desse grupo dirigiram-se ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de registrar os estatutos da nova agremiação
para a organização dos diretórios regionais. Nessa situação, o registro no TSE ainda não pode
ser efetivado, pois, de acordo com a Constituição Federal, o partido deve, primeiro, adquirir
personalidade jurídica, no caso, de direito público.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

Os mais afoitos não leram a questão até o final e já marcaram certo direto no gabarito e ficaram
felizes até terça-feira quando saiu o gabarito.

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O sutil erro está na última palavra do enunciado de 20 linhas, todo o resto está perfeito, mas
partido político possui personalidade jurídica de direito privado.

5. (Cespe/2017/TRE-TO/Analista Administrativo) No que se refere a criação, fusão e


incorporação de partidos políticos, assinale certo ou errado.

É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A questão exige o conhecimento do “caput” do art.17, da CF/88, que determina que os partidos
respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos da
pessoa humana.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

6. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Extrai-se do princípio da liberdade de criação,


transformação e extinção de partidos políticos contido na CF o fundamento constitucional para
resguardar
A) o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
B) a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
C) uma sociedade pluralista.
D) os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa.
E) a separação de poderes e a indissolubilidade do vínculo federativo.
Comentários:

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É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania


nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana
(art. 17, caput, da CF/1988).
Gabarito: letra B.

Autonomia (art. 17, § 1º da CF)

7. (CESPE/2017/TRF-1ª/Analista Judiciário) Os partidos políticos possuem autonomia para definir


sua estrutura interna, sua organização e seu funcionamento, sendo-lhes facultada a vinculação
entre candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal .

Comentários

GABARITO: CERTO

Perceba, uma vez que a Constituição Federal não exige a vinculação entre candidaturas das
diferentes esferas, ela faculta aos partidos políticos fazê-lo ou não. Para embasar a resposta, art.
17, §1º, da Constituição Federal:

Art. 17 (...)

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

8. (Cespe/2016/TRT 8ª/AJAJ/Adaptada) Acerca dos direitos e das garantias fundamentais


previstos na CF, julgue o item.

A CF assegura personalidade jurídica aos partidos políticos, na forma da lei, além de estabelecer
as sanções cabíveis no caso de indisciplina partidária, que podem ser tanto a advertência quanto
a perda do mandato.

Comentários

GABARITO: errado.

As normas relativas à disciplina e à infidelidade partidária devem ser tratadas nos estatutos dos
partidos políticos, não sendo estabelecidos pela Lei Maior, conforme se extrai do art. 17, § 1º e
2º, da CF/1988:

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Art. 17. (...)

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

9. (Cespe/2012/TJ-PR/Administrador) Julgue o item abaixo, relativo aos partidos políticos.

O legislador ordinário não tem competência para estabelecer normas relativas aos critérios de
filiação e de escolha de candidatos dos partidos políticos, visto que, no texto constitucional, é
assegurada às agremiações partidárias a autonomia para estabelecer as normas relativas à sua
estrutura interna, organização, fidelidade e disciplina partidárias, bem como ao seu
funcionamento.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A competência para definir a organização interna do partido político é do próprio partido,


estando fora do âmbito de competência legislativa.

CF/88, art.17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

10. (Cespe/2012/FNDE/Especialista) A CF assegura aos partidos políticos autonomia para


adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, não havendo, portanto,
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, pois não vigora, no direito eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações
eleitorais.

Comentários

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Gabarito: “CERTO”

A vinculação de coligações nos diferentes âmbitos não é mais obrigatória. Além disso, o §1º, foi
mais uma vez alterado por meio da Emenda nº 97/17, proibindo a coligação nas eleições
proporcionais. Atentem-se a isso.

CF/88, art.17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Registro (art. 17, § 2º da CF)

11. (CESPE/2017/TCE-PE) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos sociais,


direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue o item
subsequente.

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei eleitoral, devendo seus
estatutos ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral e no tribunal regional eleitoral do estado
em que estiverem sediados.

Comentários

GABARITO: ERRADO

A Constituição Federal não exige que o partido registre seu estatuto em Tribunal Regional
Eleitoral, mas apenas no Tribunal Superior Eleitoral:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

(...)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

12. (CESPE/2016/TRT-8ª/Analista Judiciário – Contabilidade - Adaptada) Julgue o item a


seguir:

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Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
registrarão seus estatutos, na forma da lei civil.

Comentários

Incorreta. A assertiva inverteu a sistemática, pois a personalidade jurídica é adquirida na forma


da lei civil e o estatuto é registrado no TSE.

Art. 17 (...)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

13. (CESPE/2011/TRE ES) Considerando as disposições constantes da Constituição Federal de


1988 (CF) relativas aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item subsequente.

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no


Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Comentários

GABARITO: errado.

O art. 17, § 2º, da CF/1988 estabelece que os estatutos dos partidos políticos serão registrados
no TSE, mas a aquisição da personalidade jurídica será na forma da lei civil, no caso, do Código
Civil de 2002:

Art. 17 (...)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

14. (CESPE/2006/Defensor Público do Estado do Acre) Acerca dos direitos e garantias


fundamentais e dos partidos políticos, julgue o item.

Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.

Comentários

GABARITO: CERTO.

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A própria regra do art. 17, § 2º, da CF/1988, ao mencionar “lei civil”, induz ao raciocínio de que
os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, o que é confirmado com o disposto
no artigo 44, inciso V, do Código Civil, todos transcritos a seguir:

CF/88

Art. 17 (...)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Código Civil ==5617c==

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

(...)

V - os partidos políticos.

15. (CESPE/2013/TRF 2/Juiz) Com relação aos direitos de nacionalidade, aos direitos
políticos e aos partidos políticos, assinale a opção correta.

Embora se caracterizem como pessoas jurídicas de direito privado, os partidos políticos só


adquirem personalidade jurídica após o registro de seus estatutos no tribunal regional eleitoral
do estado em que estejam sediados.

Comentários

GABARITO: errado.

O registro dos partidos políticos é feito no TSE, não no TRE do estado em que o partido político
estiver sediado - art. 17, § 2º, da CF/1988:

Art. 17 (...)

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art. 17, caput e incisos I a


IV da CF)

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16. (CESPE/2016/TRT-8ª/Analista Judiciário – Contabilidade - Adaptada) Julgue o item a


seguir:

A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo da
unidade nacional.

Comentários
Correta. Como se sabe, o art. 17, I, da Constituição Federal estabeleceu, como preceito dos
partidos políticos, o caráter Nacional. Naturalmente, isso busca evitar tanto que existam partidos
com pretensões separatistas quanto movidos por interesses estrangeiros.
Além disso, tal requisito objetiva impedir a proliferação de agremiações sem expressão política,
que podem atuar como "legendas de aluguel", fraudando a representação, base do regime
democrático (STF, ADI 5.311 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-9-2015, P, DJE de 4-2-2016).

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

Acesso e utilização dos recursos do fundo partidário (art. 17, §§ 3º e 5º da CF)

17. (CESPE/2017/TRE-TO) A Constituição Federal de 1988 garante aos partidos políticos

a) direito de utilização de entidade paramilitar para resguardar o processo eleitoral.

b) autonomia para fixar o regime de suas coligações eleitorais, desde que haja vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual e municipal.

c) autonomia para estabelecer sua organização e seu funcionamento, sendo vedadas disposições
sobre fidelidade partidária.

d) direito ao recebimento de recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao rádio e à


televisão.

e) direito ao recebimento de recursos financeiros de entidades estrangeiras, desde que


resguardada a soberania nacional.

Comentários

GABARITO: LETRA D

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Conhecendo a literalidade da Constituição Federal, o candidato gabaritaria facilmente essa


questão. Vejamos

Alternativa A – Incorreta. Pois, conforme já vimos, o texto constitucional ao teor art. 17, §4º,
veda a utilização de organização para militar pelo partido político.

Art. 17 (...)

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

Alternativa B – Incorreta. Tendo em vista que o art. 17, §1º, da Constituição Federal não exige
que o partido político tenha vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal:

Art. 17 (...)

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária

Alternativa C – Incorreta. Conforme o dispositivo constitucional supra, o estatuto do partido


deve estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Alternativa D – Correta. Nos termos do art. 17, §3º, da Constituição Federal:

Art. 17 (...)

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e


à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo


menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)

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Alternativa E – Incorreta. Pois a Constituição Federal, em seu art. 17, II, veda o recebimento de
recursos financeiros de entidades estrangeiras:

Art. 17 (...)

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;

18. (CESPE/2015/TRE-GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) O direito de antena,


previsto pela Constituição Federal (CF), assegura aos partidos políticos a propaganda partidária
mediante o acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

Comentários

GABARITO: CERTO

A maldade dessa questão está em empregar uma terminologia não expressa na Constituição
Federal. Contudo, o “direito de antena” nada mais é do que o direito que partido político possui
ao acesso gratuito de ao rádio e à televisão. Nesse sentido:

Art. 17 (...)

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e


à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo


menos um terço das unidades da Federação.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos preceitos a serem observados para a criação de
um partido (art. 17).

1.1. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a


soberania ____(a)____, o regime ____(b)____, o____(c)____, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:

1.1.1. caráter ____(d)____;

1.1.2. proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo ____(e)____ ou


de subordinação a estes;

1.1.3. prestação de contas à Justiça ____(f)____;

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1.1.4. funcionamento ____(g)____ de acordo com a lei.

2. Suponha que um grupo de pessoas de diversos estados da região nordeste, com o intuito de
defender sua ideologia, tenha planos de criar um partido político com abrangência apenas naquela
região. Como não dispõe de capital para bancar suas atividades, o grupo conseguiu com uma
empresa canadense, sediada em Montreal, sem qualquer representação no Brasil, o custeamento
de todas as despesas mensais, por apoiar as ideias a serem defendidas pelo futuro partido.

De acordo com o previsto na CF, o plano desse grupo seria possível?

3. Os partidos políticos devem obedecer a uma organização pré-definida quanto a sua estrutura
interna e quanto à formação e duração de seus órgãos?

4. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, deverão
registrar os seus estatutos perante qual órgão?

5. Complete as lacunas a seguir, a respeito da regra para os partidos políticos terem direito aos
recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão (art.17, § 3º):

5.1. De acordo com a CF/88, somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito
ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que ____(a)____:

5.1.1. obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, ____(b)____dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de
____(c)____dos votos válidos em cada uma delas; ou

5.1.2. tiverem elegido pelo menos ____(d)____Deputados Federais distribuídos em pelo menos
____(e)____das unidades da Federação.

6. É permitida a utilização de organização paramilitares pelos partidos políticos?

7. Ao eleito por partido que não tenha atingido o número mínimo de Deputados Federais para ter
acesso aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, o que lhe é
facultado pela Constituição Federal?

8. Qual detentor de mandato eletivo perderá o cargo ao se desligar do partido pelo qual tenha
sido eleito?

Perguntas com respostas

1. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos preceitos a serem observados para a criação de
um partido (art. 17).

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1.1. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a


soberania ____(a)____, o regime ____(b)____, o____(c)____, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:

1.1.1. caráter ____(d)____;

1.1.2. proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo ____(e)____ ou


de subordinação a estes;

1.1.3. prestação de contas à Justiça ____(f)____;

1.1.4. funcionamento ____(g)____ de acordo com a lei.

(a) nacional (b) democrático (c) pluripartidarismo


==5617c==

(d) nacional (e) estrangeiros


(f) Eleitoral (g) parlamentar

2. Suponha que um grupo de pessoas de diversos estados da região nordeste, com o intuito de
defender sua ideologia, tenha planos de criar um partido político com abrangência apenas naquela
região. Como não dispõe de capital para bancar suas atividades, o grupo conseguiu com uma
empresa canadense, sediada em Montreal, sem qualquer representação no Brasil, o custeamento
de todas as despesas mensais, por apoiar as ideias a serem defendidas pelo futuro partido.

De acordo com o previsto na CF, o plano desse grupo seria possível?

Não, o plano para criar o partido político, nos moldes do enunciado, não seria constitucional, uma
vez que a CF estabelece que os partidos políticos:

a) devem possuir caráter nacional (art. 17, I) e, assim, o partido não poderia ter repercussão apenas
na região nordeste.

b) não podem receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de


subordinação a estes (art. 17, II), ou seja, o partido a ser criado não poderia ser custeado pela
empresa canadense.

3. Os partidos políticos devem obedecer a uma organização pré-definida quanto a sua estrutura
interna e quanto à formação e duração de seus órgãos?

Não, pois os partidos políticos gozam de autonomia. Aprofundando o tema, a CF/88 assegura aos
partidos autonomia para definir sua estrutura interna, regras de escolha, formação e duração de

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órgãos, organização e funcionamento, além de critérios de escolha e regime de suas coligações


(art.17, § 1º).

4. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, deverão
registrar os seus estatutos perante qual órgão?

Tribunal Superior Eleitoral (art.17 § 2º).

5. Complete as lacunas a seguir, a respeito da regra para os partidos políticos terem direito aos
recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão (art.17, § 3º):

5.1. De acordo com a CF/88, somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito
ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que ____(a)____:

5.1.1. obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, ____(b)____dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de
____(c)____dos votos válidos em cada uma delas; ou

5.1.2. tiverem elegido pelo menos ____(d)____Deputados Federais distribuídos em pelo menos
____(e)____das unidades da Federação.

(a) alternativamente (b) 3% (três por cento) (c) 2% (dois por cento) (d) quinze (e) um terço

6. É permitida a utilização de organização paramilitares pelos partidos políticos?

Não. É expressamente vedada essa possibilidade (art. 17, § 4º).

7. Ao eleito por partido que não tenha atingido o número mínimo de Deputados Federais para ter
acesso aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, o que lhe é
facultado pela Constituição Federal?

É facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido (art. 17, § 5º).

8. Qual detentor de mandato eletivo perderá o cargo ao se desligar do partido pelo qual tenha
sido eleito?

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Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores (art. 17,


§ 6). Vale mencionar que são todos cargos eleitos por meio do sistema proporcional, de modo que
sua eleição se valeu do quociente eleitoral e partidário.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CEBRASPE/2022/Prefeitura de Maringá - PR/Procurador Municipal) Quanto ao seu
funcionamento, o partido político

a) pode receber recursos financeiros de entidade estrangeira, desde que esta não tenha fins
lucrativos.

b) deverá prestar contas ao Ministério Público e ao TCU.

c) deve observar a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou


municipal.

d) que, na soma de senadores e deputados federais, eleger quinze parlamentares, distribuídos


em pelo menos um terço das unidades da Federação, terá assegurado acesso gratuito a rádio e
televisão e, ainda, o direito a recursos do fundo partidário.

e) deve, necessariamente, ter caráter nacional.

2. (CEBRASPE/2022/PGE-RJ/Analista Contábil) No tocante aos direitos e às garantias


constitucionais, julgue o item que se segue.

Não existe no Brasil nenhuma hipótese legal de acolhimento da chamada candidatura nata, ou
seja, o direito de o titular de mandato eletivo proporcional ser, obrigatoriamente, escolhido e
registrado pelo partido como candidato à reeleição.

3. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) Com relação aos direitos sociais, aos direitos de


nacionalidade, aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item.

A liberdade de criação de partidos políticos é um direito constitucional, o que impede que


normas estabeleçam controle quantitativo e qualitativo sobre eles.

4. (Cespe/2008/INSS/Analista de Seguro Social) Um grupo que reúne lideranças


comunitárias, empresários, estudantes e sindicalistas decidiu fundar partido político com atuação
nacional. Concluída a elaboração dos documentos iniciais, representantes desse grupo dirigiram-
se ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de registrar os estatutos da nova
agremiação para a organização dos diretórios regionais. Nessa situação, o registro no TSE ainda
não pode ser efetivado, pois, de acordo com a Constituição Federal, o partido deve, primeiro,
adquirir personalidade jurídica, no caso, de direito público.
5. (Cespe/2017/TRE-TO/Analista Administrativo) No que se refere a criação, fusão e
incorporação de partidos políticos, assinale certo ou errado.

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É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

6. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Extrai-se do princípio da liberdade de criação,


transformação e extinção de partidos políticos contido na CF o fundamento constitucional para
resguardar
A) o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
B) a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
C) uma sociedade pluralista.
D) os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa.
E) a separação de poderes e a indissolubilidade do vínculo federativo.

7. (CESPE/2017/TRF-1ª/Analista Judiciário) Os partidos políticos possuem autonomia para


definir sua estrutura interna, sua organização e seu funcionamento, sendo-lhes facultada a
vinculação entre candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal .

8. (Cespe/2016/TRT 8ª/AJAJ/Adaptada) Acerca dos direitos e das garantias fundamentais


previstos na CF, julgue o item.

A CF assegura personalidade jurídica aos partidos políticos, na forma da lei, além de estabelecer
as sanções cabíveis no caso de indisciplina partidária, que podem ser tanto a advertência quanto
a perda do mandato.

9. (Cespe/2012/TJ-PR/Administrador) Julgue o item abaixo, relativo aos partidos políticos.

O legislador ordinário não tem competência para estabelecer normas relativas aos critérios de
filiação e de escolha de candidatos dos partidos políticos, visto que, no texto constitucional, é
assegurada às agremiações partidárias a autonomia para estabelecer as normas relativas à sua
estrutura interna, organização, fidelidade e disciplina partidárias, bem como ao seu
funcionamento.

10. (Cespe/2012/FNDE/Especialista) A CF assegura aos partidos políticos autonomia para


adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, não havendo, portanto,
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, pois não vigora, no direito eleitoral brasileiro, a regra da verticalização das coligações
eleitorais.

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11. (CESPE/2017/TCE-PE) Considerando o que dispõe a CF acerca dos direitos sociais,


direitos de nacionalidade e direitos políticos, bem como dos partidos políticos, julgue o item
subsequente.

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica na forma da lei eleitoral, devendo seus
estatutos ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral e no tribunal regional eleitoral do estado
em que estiverem sediados.

12. (CESPE/2016/TRT-8ª/Analista Judiciário – Contabilidade - Adaptada) Julgue o item a


seguir:

Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
registrarão seus estatutos, na forma da lei civil. ==5617c==

13. (CESPE/2011/TRE ES) Considerando as disposições constantes da Constituição Federal


de 1988 (CF) relativas aos direitos políticos e aos partidos políticos, julgue o item subsequente.

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica mediante o registro de seus estatutos no


Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

14. (CESPE/2006/Defensor Público do Estado do Acre) Acerca dos direitos e garantias


fundamentais e dos partidos políticos, julgue o item.

Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.

15. (CESPE/2013/TRF 2/Juiz) Com relação aos direitos de nacionalidade, aos direitos políticos
e aos partidos políticos, assinale a opção correta.

Embora se caracterizem como pessoas jurídicas de direito privado, os partidos políticos só


adquirem personalidade jurídica após o registro de seus estatutos no tribunal regional eleitoral
do estado em que estejam sediados.

16. (CESPE/2016/TRT-8ª/Analista Judiciário – Contabilidade - Adaptada) Julgue o item a


seguir:

A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo da
unidade nacional.

17. (CESPE/2017/TRE-TO) A Constituição Federal de 1988 garante aos partidos políticos

a) direito de utilização de entidade paramilitar para resguardar o processo eleitoral.

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b) autonomia para fixar o regime de suas coligações eleitorais, desde que haja vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual e municipal.

c) autonomia para estabelecer sua organização e seu funcionamento, sendo vedadas disposições
sobre fidelidade partidária.

d) direito ao recebimento de recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao rádio e à


televisão.

e) direito ao recebimento de recursos financeiros de entidades estrangeiras, desde que


resguardada a soberania nacional.

18. (CESPE/2015/TRE-GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) O direito de antena,


previsto pela Constituição Federal (CF), assegura aos partidos políticos a propaganda partidária
mediante o acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.

Gabarito

1. E 8. E 15. E
2. C 9. C 16. C
3. E 10. C 17. E
4. E 11. E 18. C
5. C 12. E
6. B 13. E
7. C 14. C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

14 de Janeiro de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Organização do Estado - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Organização do Estado


..............................................................................................................................................................................................5

3) Aposta Estratégica - Organização do Estado - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
28

4) Questões Estratégicas - Organização do Estado - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
31

5) Questionário de Revisão - Organização do Estado


..............................................................................................................................................................................................
44

6) Lista de Questões Estratégicas - Organização do Estado - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
67

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
71

2
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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Organização político-administrativa,
Organização Político- Capital Federal e alterações territoriais 11,3%
Administrativa (arts. 18 e (art. 18 da CF)
19 da CF) Vedações aos entes federados (art. 19
1,4%
da CF)
Bens da União (art. 20 da CF)
==5617c==
8,5%
Competências da União (art. 21) 9,9%
Competência Legislativa Privativa da
16,9%
União (art. 22)
União (arts. 20 a 24 da Competência comum da União, dos
CF) Estados, do Distrito Federal e dos 4,2%
Municípios (art. 23)
Competência concorrente da União,
dos Estados e do Distrito Federal (art. 12,7%
24)
Organização dos Estados (art. 25 da CF) 4,2%
Bens dos Estados (art. 26 da CF) 4,2%
Número de Deputados à Assembleia
0,0%
Estados Federados (arts. Legislativa (art. 27 da CF)
25 a 28 da CF) Eleição e mandato do Governador e do
Vice-Governador. Fixação de seus
0,0%
subsídios e dos Secretários de Estado
(art. 28 da CF)

Municípios (arts. 29 a 31 Organização dos Municípios (art. 29 da


2,8%
da CF) CF)
Despesa do Poder Legislativo Municipal
1,4%
(art. 29-A da CF)
Competência dos Municípios (art. 20 da
9,9%
CF)
Fiscalização do Município (art. 31 da
5,6%
CF)
Distrito Federal (art. 32 da CF) 0,0%

Territórios (art. 33 da CF) 1,4%

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Intervenção (arts. 34 a 36) 5,6%

4
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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

De forma prioritária, leia e releia os dispositivos constitucionais afetos ao tema (arts. 18 a 36),
tendo em mente os seguintes pontos:

Composição da organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil e alterações territoriais (art. 18 da CF/88)

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado
de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

- Os Territórios não são mencionados no caput do art. 18, justamente porque não são entes
federativos, mas, sim, parte integrante da União (art. 18, § 2º);

- Os entes federados – perceba que foram todos mencionados no caput do art. 18 – possuem
“autonomia”, e não soberania: este é um atributo apenas da República Federativa do Brasil.

- Formação de Estados-Membros, Municípios e Territórios Federais, ou alterações em seu


território geográfico (art. 18, §§ 2º a 4º da CF/88):

a) Território Federal (§ 2º) – notar que são possíveis 3 tipos de alterações (criação, transformação
em Estado ou reintegração ao Estado de origem), dependendo do atendimento de 1 requisito
(lei complementar regulando a matéria);

b) Estado-Membro (§ 3º) – notar que são possíveis 4 tipos de alterações (expostas a seguir),
dependendo do atendimento de 3 requisitos (1. consulta prévia, por plebiscito, às populações
diretamente interessadas – que deve ser toda a população do(s) Estado-Membro afetado(s), não

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somente a da área envolvida1 –; 2. oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados
– conforme art. 48, VI, CF. Tal consulta possui função apenas opinativa, não vinculando a decisão
do Congresso Nacional –; e 3. Lei Complementar do Congresso Nacional):

- fusão: “incorporar-se entre si”;

- subdivisão ou cisão: “subdividir-se”;

- desmembramento anexação: “desmembrar-se para se anexarem a outros”;

- desmembramento formação: “desmembrar-se para formarem novos Estados ou Territórios


Federais”.

c) Municípios (§ 4º) – notar que são possíveis 4 tipos de alterações (criação, incorporação, fusão
e desmembramento), dependendo do atendimento de 5 requisitos:

1) Lei complementar federal, fixando o período (até hoje não foi editada, impedindo alterações
territoriais nos Municípios);

2) Lei ordinária federal, determinando a forma de apresentação e publicação dos Estudos de


Viabilidade Municipal;

3) Divulgação dos mencionados Estudos de Viabilidade Municipal;

4) Consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos (se o


resultado do plebiscito for desfavorável, impede a criação do novo Município. Se favorável,
não vincula a decisão da Assembleia Legislativa, que poderá criar ou não o Município);

5) Aprovação de lei ordinária estadual pela Assembleia Legislativa, prevendo a criação,


incorporação, fusão e/ou desmembramento do(s) município(s) (ato discricionário).

Vedações aos entes federados (art. 19 da CF/88)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

- A regra do inciso I possui relação com o fato do Brasil ser um Estado laico.

1
STF – ADI 2.650.

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- A regra do inciso II busca intensificar o pacto federativo, na medida que impede a recusa de um
ente federativo recusar fé a documento públicos produzidos por outro, em virtude de sua
procedência.

- A regra do inciso III guarda relação com o princípio da isonomia.

Repartição de competências entre os entes federativos

- Princípio utilizado pelo constituinte para repartir as competências entre os entes federativos:
princípio da predominância do interesse (matérias de interesse predominantemente geral cabem
à União; interesse regional, aos Estados; interesse local, aos Municípios).

- Foram empregadas duas técnicas utilizadas pelo constituinte para repartir as competências entre
os entes federativos: repartição horizontal (cada ente da federação atua em matérias/áreas
específicas) e repartição vertical (os entes federados atuam em conjunto, de forma coordenada).

Competências exclusivas da União (art. 21 da CF/88)

Art. 21. Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação
com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
Pública dos Territórios;

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XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para
pesquisa e uso médicos;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.

- São competências de natureza administrativa (ou material), relacionadas à prestação de serviços


públicos.

- Tais competências são indelegáveis (inclusive os demais entes não podem atuar mesmo se a
União for omissa).

- O inciso I confere à União a prerrogativa de representar o Brasil no plano internacional.

- Os incisos II a IV dizem respeito à defesa nacional.

- O inciso V trata de elementos de estabilização constitucional.

- A exploração dos serviços de telecomunicações pode ser realizada diretamente pela União, ou
mediante autorização, concessão ou permissão (inciso XI). Observar que o dispositivo prevê a
criação de um órgão regulador por lei (que atualmente é a Anatel).

- A exploração dos serviços previstos no inciso XII pode ser realizada diretamente pela União, ou
mediante autorização, concessão ou permissão. Atentar que a alínea “d” fala em serviços que
transponham fronteiras “nacionais” (e não “estaduais” ou “municipais”), ou que transponham os
limites de “Estado” ou “Território” (e não “Município). Além disso, atentar que a alínea “e” fala

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em transporte rodoviário “interestadual” e “internacional” (e não “intermunicipal”, que é de


competência dos Estados, nem “municipal”, que é de competência dos Municípios).

- Os órgãos e serviços do DF organizados e mantidos pela União previstos no inciso XIII e XIV (o
DF tem autonomia parcialmente tutelada pela União). CUIDADO – a defensoria pública do DF é
organizada e mantida pelo próprio DF desde a EC 69/2012!

- A competência para a concessão de anistia para crimes é competência da União (inciso XVII), mas
concessão de anistia para infrações administrativas de servidores públicos estaduais é
competência dos Estados.

- A pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de


minérios nucleares e seus derivados é realizada pela União sob o regime de monopólio estatal
(inciso XXIII). Isso não impede, por outro lado, que seja conferida permissão para a comercialização
e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e uso agrícolas e industriais (alínea “b”), bem como
para produção, comercialização e utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médicos (alínea
“c”). Destacamos, ainda, que a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência
de culpa (alínea “d”).

Competências privativas da União (art. 22 da CF/88)

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos
Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e
pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;

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XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;


XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.

- São competências de natureza legislativa.

- São competências delegáveis apenas aos Estados-membros (e DF), mediante Lei Complementar,
==5617c==

e apenas sobre questões específicas das matérias relacionadas no artigo (parágrafo único) . Além
disso, é importante destacar que eventual delegação legislativa deverá abranger todos os Estados-
membros e o DF, e que a União poderá retomar a competência delegada a qualquer momento
(não há renúncia de competência por parte da União).

- Cuidado para não confundir a competência privativa da União para legislar sobre direito
processual (inciso I) com a competência dos concorrente da União, Estados e DF para legislar
sobre procedimentos em matéria processual (art. 24, inciso XI).

- Cuidado para não confundir a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e
transporte (inciso XI) com a competência dos comum da União, Estados, DF e Municípios para
estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito (art. 23, inciso XII).

- Cuidado para não confundir a competência privativa da União para legislar sobre seguridade
social (inciso XXIII) com a competência dos concorrente da União, Estados e DF para legislar sobre
previdência social (art. 24, inciso XII).

- Cuidado para não confundir a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional (inciso XXIV) com a competência dos concorrente da União, Estados
e DF para legislar sobre educação (art. 24, inciso IX).

- A edição de normas gerais de licitação e contratação é uma competência privativa da União


(inciso XXVII), o que não impede que normas específicas sobre tais temas sejam editadas pelos
Estados, sendo desnecessária a delegação da União por lei complementar.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas
de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias” 2. [isso porque é competência privativa
da União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios – CF, art. 22, XX]

“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas


de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União” 3. [isso porque
é competência privativa da União legislar sobre direito penal – CF, art. 22, I]

“Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal” 4.

Competência comum (art. 23 da CF/88)

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

- Na competência comum, todos os entes atuam de forma paralela, em pé de igualdade, de forma


cumulativa – não existe subordinação na atuação dos diferentes entes.

- São competências de natureza administrativa (material).

- As matérias tratadas no artigo possuem natureza difusa, de interesse de toda a coletividade.

2
STF – Súmula Vinculante 2.
3
STF – Súmula Vinculante 46.
4
STF – Súmula Vinculante 39.

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- Atentar para a possibilidade de que leis complementares fixem normas de cooperação entre os
entes federativos (parágrafo único).

Competência legislativa concorrente (art. 24 da CF/88)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender
a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

- Trata-se de uma repartição vertical de competências e que há uma relação de subordinação entre
a atuação da União na edição de normas gerais e a dos estados e DF na complementação
mediante normas específicas, sendo que estas não podem contrariar aquelas (embora a atuação
dos estados-membros e DF não seja dependente da expedição das normas gerais pela União) 5.

- Os Municípios não possuem competência concorrente!

- A União deve limitar-se a fixar normas gerais sobre as matérias listadas no artigo (§ 1º).

- Aos Estados e DF compete suplementar a legislação federal sobre normas gerais (§ 2º). É a
chamada “competência suplementar complementar” dos Estados-membros e do DF.

- Se a União for omissa em fixar as normas gerais, caberá aos Estados e DF a competência
legislativa plena (ou seja, poderá editar normas gerais também), para atender a suas

5
Paulo, 2017, p. 343.

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peculiaridades (§ 3º). É a chamada “competência suplementar supletiva” dos Estados-membros e


do DF.

- Caso a União venha a editar a lei sobre normas gerais, haverá suspensão da eficácia (ou seja, a
lei permanece no ordenamento jurídico, só que não produz efeitos. Não se confunde, portanto,
com a revogação, em que a norma revogada é retirada do ordenamento jurídico) da lei estadual,
mas somente naquilo que lhe for contrária (§ 4º).

Competência dos Estados-membros (art. 25, § 1º, da CF/88)

Art. 25, § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

- Trata-se de competência remanescente (ou residual) – ou seja, as competências dos Estados-


membros são indefinidas (enquanto as da União são taxativamente listadas), o que lhes garante a
maior parte das competências.

- Há algumas competências dos Estados-membros expressamente enumeradas na CF (o que foge


da regra da competência residual): art. 25, §§ 2º e 3º, art. 125 (dispositivos mais importantes).
Observar que o § 2º do art. 25 não fala nem em permissão e nem em autorização, mas apenas em
“concessão”, ao contrário do previsto para os serviços delegáveis de titularidade da União
previstos nos incisos XI e XII do art. 21 da CF, que podem ser delegados pelas três formas.

- Em matéria de impostos, a competência residual é da União (e não dos Estados) – cabe a esta
instituir os impostos residuais, por meio de lei complementar (competência residual tributária –
CF, art. 154, I).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Os Estados-membros são competentes para explorar e regulamentar a prestação de


serviços de transporte intermunicipal”6.

Competência do DF (art. 32, § 1º, da CF/88)

Art. 32, § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

- A CF atribui ao DF as competências legislativas atribuídas aos estados-membros e aos municípios


(lembrar que não há municípios no DF, conforme art. 32, caput da CF/88). Entretanto, há
competências estaduais não conferidas ao DF: organizar e manter seu Poder Judiciário, Ministério
Público, polícias civil, penal e militar e corpo de bombeiros militar – no DF isso é competência da

6
STF – ADI 2.349.

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União (CF, art. 21, XII e XIV), cabendo a lei federal dispor sobrea utilização, pelo Governo do DF,
das polícias civil, penal e militar e do corpo de bombeiros militar (art. 32, § 4º).

Competência dos Municípios (art. 30 da CF/88)

Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal
e estadual.

- O rol do artigo prevê tanto competências administrativas (materiais) como legislativas.

- A competência legislativa dos Municípios pode ser dividida em exclusiva (inciso I – legislar sobre
assuntos de interesse local) e suplementar (inciso II).

- No inciso V, não há menção à autorização, mas apenas à concessão e permissão, ao contrário do


previsto para os serviços delegáveis de titularidade da União previstos nos incisos XI e XII do art.
21 da CF, que podem ser delegados pelas três formas.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento


comercial”. 7

Estados-membros (arts. 25 a 28 da CF/88)

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma
da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

7
STF – Súmula Vinculante 38.

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§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da
lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de
sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver,
do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano
subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta Constituição.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa
da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

- Na sua capacidade de auto-organização e autolegislação, os Estados devem observar os


princípios da CF (caput). Tais princípios são os princípios constitucionais sensíveis (CF, art. 34, VII),
os princípios constitucionais extensíveis (espalhados pela CF, ex: art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e art.
4º, I a X) e os princípios constitucionais estabelecidos (também espalhados pela CF, ex: arts . 27;
28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41).

- O Poder Legislativo estadual é unicameral (Assembleia Legislativa).

- Os deputados estaduais são eleitos para um mandato de quatro anos, pelo sistema proporcional
(art. 27, § 1º). Por outro lado, o Governador e Vice-Governador são também eleitos para um
mandato de quatro anos, mas pelo sistema majoritário (art. 28, caput).

- Atente-se para a regra do caput do art. 27, que define a quantidade de deputados estaduais que
comporão a Assembleia Legislativa: será o triplo do número de deputados federais do Estado que
compõem a Câmara dos Deputados. Entretanto, se o número de deputados federais do Estado
for maior que 12, a quantidade de deputados estaduais será 36 + n, onde “n” é o número de
deputados federais acima de 12.

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- Há a possibilidade de iniciativa popular no processo legislativo estadual (art. 27, § 4º).

- A Assembleia Legislativa possui a iniciativa de lei para fixar tanto os subsídios dos Deputados
Estaduais (art. 27, § 2º) como os do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado
(art. 28, § 2º). Veja que há um teto para o subsídio dos Deputados Estaduais, que é de 75% daquele
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais (art. 27, § 2º). Observe, por fim, que o
subsídio dos Vereadores também é submetido a um teto, só que não é fixo, variando em função
do tamanho da população do Município, sendo fixado em razão do subsídio do Deputado Estadual
(art. 29, VI).

- Cabe aos Estados, ainda, organizar sua Justiça (art. 125, caput), devendo a competência dos
tribunais ser definida na Constituição estadual, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa
do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º). Além disso, a lei estadual poderá criar, mediante proposta
do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar Estadual (art. 125, § 3º).

- Atente-se para a possibilidade de criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e


microrregiões, mediante lei complementar (art. 25, § 3º).

Distrito Federal (art. 32 da CF/88)

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos
com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da
polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

- Requisitos de aprovação da Lei Orgânica do DF: aprovação por dois 2/3 da Câmara Legislativa,
votação em dois turnos com interstício mínimo de dez dias (caput). Veja que é o mesmo
procedimento para a aprovação da Lei Orgânica do Município (CF, art. 29, caput).

- A Lei Orgânica do DF deverá atender aos princípios estabelecidos na CF (caput).

- É vedada a divisão do DF em Municípios (caput).

- O Governador e Vice-Governador do DF, assim como os dos Estados-membros, são eleitos para
mandato de 4 anos, pelo sistema majoritário (§ 2º).

- Os deputados distritais, assim como os estaduais, são eleitos para um mandato de quatro anos,
pelo sistema proporcional (§ 3º).

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Municípios (arts. 29 a 31 da CF/88)

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do
mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
eleitores;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
habitantes;
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
(cento sessenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
(trezentos mil) habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de
até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000
(setecentos cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
900.000 (novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000
(um milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e
de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e
de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes
e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;

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u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites máximos:
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta
e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento
da receita do Município;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
do Município;
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da
Assembléia Legislativa;
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os
gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e
das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos
mil) habitantes;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil
e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
e um) habitantes.

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§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o
gasto com o subsídio de seus Vereadores.
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1 º deste artigo.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal
e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou
do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

- Requisitos de aprovação da Lei Orgânica do Município: aprovação por dois 2/3 da Câmara
Municipal, votação em dois turnos com interstício mínimo de dez dias (art. 29, caput). Veja que é
o mesmo procedimento para a aprovação da Lei Orgânica do DF (CF, art. 32, caput). Há, no
entanto, um detalhe: a Lei Orgânica do DF deverá ser promulgada atendidos os princípios
estabelecidos na CF. Por outro lado, a Lei Orgânica do Município, será promulgada, além de
atendidos os princípios da CF, os estabelecidos também na Constituição do respectivo Estado,
bem como os preceitos fixados no art. 29.

- O Prefeito e Vice-Prefeito são eleitos para um mandato de quatro anos (art. 29, I), pelo sistema
majoritário de 2 turnos para os Municípios com mais de 200.000 eleitores, e de 1 turno para
aqueles com menos de 200.000 eleitores (art. 29, II)

- O número de Vereadores é escalonado em função do número de habitantes do Município (CF,


art. 29, IV). Perceba que esse número aumenta sempre de 2 em 2, partindo de 9 e finalizando em
55.

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- A Câmara Municipal possui a iniciativa de lei para fixar tanto os subsídios dos Vereadores (art.
29, VI) como os do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais (art. 29, V).

- O subsídio dos Vereadores é fixado em cada legislatura para a subsequente (art. 29, VI).

- Há um teto para o subsídio dos Vereadores, variável em função do tamanho da população do


Município, sendo fixado em razão do subsídio do Deputado Estadual (art. 29, VI). Observe, por
fim, que o subsídio dos Deputados Estaduais também é submetido a um teto, só que é fixo,
correspondendo a 75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais (art. 27, §
2º).

- Há, ainda, um teto geral para despesa com a remuneração dos Vereadores: 5% da receita do
Município (art. 29, VII)

- Há, ainda, um teto geral para a despesa do Poder Legislativo Municipal que varia em função do
tamanho da população do Município (art. 29-A, incisos I a VI).

- Há, ainda, um teto para os gastos da Câmara Municipal com folha de pagamento: 70% de sua
receita (art. 29-A, § 1º). Além disso, é importante destacar que se o Presidente da Câmara
Municipal desrespeitar essa regra, cometerá crime de responsabilidade (art. 29-A, § 3º).

- A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos (art. 29, X) se limita aos crimes
(infrações penais comuns) de competência da justiça comum estadual, cabendo ao respectivo
tribunal de segundo grau a competência originária dos demais casos 8, cumprindo destacar que
nas ações de natureza cível, a competência é da primeira instância (ações populares, ações civis
pública e demais ações de natureza cível, além do caso de improbidade administrativa).

- A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos (art. 29, X) abrange os crimes dolosos
contra a vida, afastando, assim, a competência do Tribunal do Júri.

- No que tange aos crimes de responsabilidade cometidos pelo Prefeito, compete à Câmara
Municipal julgá-los quando próprios e, ao Tribunal de Justiça, quando impróprios.

- Atente-se para os crimes de responsabilidade do Prefeito Municipal elencados no § 2º do art.


29-A.

- A autonomia municipal é um princípio constitucional sensível (art. 34, VII, “c”).

- Não há Poder Judiciário no Município.

8
STF – Súmula 702.

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- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba
sujeita a prestação de contas perante órgão federal”9.

“Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida
e incorporada ao patrimônio municipal”10.

Territórios (art. 33 da CF/88)

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo
IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal
de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

- Os Territórios não são entes federativos, mas podem ser divididos em Municípios (§ 1º).

- O chefe do Poder Executivo do Território é o Governador, nomeado pelo Presidente da


República após ter seu nome aprovado pelo Senado Federal, mediante voto secreto, após
arguição pública (CF, arts. 52, III, “c” e 84, XIV).

- As contas do Governo do Território são submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
do TCU (§ 2º).

- A Câmara Territorial (Poder Legislativo do Território) possui competência apenas deliberativa,


legislativa (§ 3º), mas a função de controle externo é de incumbência do Congresso Nacional,
como o auxílio do TCU.

- O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, nos Territórios, são organizados
e mantidos pela União (art. 21, XIII) e, no caso de o Territórios contar com mais de 100 mil
habitantes, haverá representações desses órgãos em tais Territórios (§ 3º).

- Cada Território elege 4 Deputados Federais (art. 44, § 2º).

Bens da União e dos Estados (arts. 20 e 26 da CF/88)

Art. 20. São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

9
STJ – Súmula 208.
10
STJ – Súmula 209.

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II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e
de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como
faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.
(...)
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da
lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

- Os bens da União foram previstos de modo exemplificado, já que pertencerão também a tal ente
os bens que “lhe vierem a ser atribuídos” (art. 20, I).

- As terras devolutas que não forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações ou
construções militares, das vias federais de comunicação ou à preservação ambiental, definidas em
lei, serão bens do Estado (CF, arts. 20, II e 26, IV).

- O rio que banhe apenas um Estado e não sirva de limite com outro país, bem como não se
estenda a território estrangeiro ou dele provenha, será bem daquele Estado (e não da União), por
não entrar na regra do art. 20, III.

- As ilhas fluviais e lacustres que não estejam nas zonas limítrofes com outros país pertencerão aos
Estados (arts. 20, IV e 26, III).

- Os potenciais de energia hidráulica, mesmo contidos em rios que banhem apenas um Estado e
não se estenda a território estrangeiro ou dele provenha, será bem da União (art. 20, VIII).

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- Mesmo se recursos minerais forem encontrados em uma propriedade particular (ex: uma fazenda
privada), tais recursos pertencerão à União, por força do art. 20, IX.

Intervenção (arts. 34 a 36 da CF/88)

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal,
exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese
do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado,
no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.

- Na intervenção, a autonomia dos entes federados é temporariamente suprimida, diante de


situações excepcionais, definidas taxativamente na CF, para que haja uma estabilização federativa.

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- A União pode intervir nos Estados, no DF, ou em Municípios situados em Territórios. Ou seja, a
União não realiza intervenção em Municípios de Estados.

- Os Estados somente podem intervir em seus Municípios, não os de outros Estados.

- A competência para decretar a intervenção é do Chefe do Poder Executivo.

- Nos casos do art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República age de ofício (“intervenção federal
espontânea”).

- Nos casos do art. 34, IV, VI e VII, a decretação da intervenção depende de provocação
(“intervenção federal provocada”), conforme art. 36, incisos I, II e III.

- Na intervenção federal provocada, se for caso de coação ou impedimento ao livre exercício do


Poder Executivo ou Legislativo, a decretação da intervenção é ato discricionário do Presidente da
República – veja que, para essa situação, o art. 36, I, fala em “solicitação”. Porém, se for caso de
coação ou impedimento ao livre exercício do Poder Judiciário, a decretação da intervenção é ato
vinculado do Presidente da República – veja que, para essa situação, o art. 36, I, fala em
“requisição”.

- Na intervenção federal provocada, se for caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária,


a decretação da intervenção é ato vinculado do Presidente da República – veja que, para essa
situação, o art. 36, II, fala em “requisição”.

- Na intervenção provocada em caso de recusa à execução de lei federal ou assegurar a


observância dos princípios constitucionais sensíveis, o Procurador Geral da República deverá
efetuar representação no STF (art. 36, III).

- Cabe ao Procurador-Geral de Justiça efetuar a representação prevista no art. 35, IV. Além disso,
contra a decisão do TJ que negue provimento à referida representação não cabe recurso
extraordinário no STF, porque tal decisão não é essencialmente jurídica, mas sim político-
administrativa. Precedente importante:

“Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere
pedido de intervenção estadual em Município”11.

- Como a intervenção é uma medida extrema, excepcional, o decreto de intervenção deverá


especificar as características da medida (amplitude, prazo, condições de execução e, se couber, o
interventor) e rapidamente ser submetido à apreciação do Poder Legislativo (prazo de 24 horas)
que, se não estiver funcionando, deverá ser extraordinariamente convocado, de maneira
relativamente urgente (prazo de 24 horas), para que efetue o controle político da medida – CF,

11
STF – Súmula 637.

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art. 36, §§ 1º e 2º. O Poder Legislativo poderá aprovar ou suspender (rejeitar) a intervenção (art.
49, IV).

- O controle político da intervenção está dispensado nos casos dos arts. 34 VI e VII e 35, IV, que
são justamente os casos em que há requisição feita por tribunal do Poder Judiciário. Nesses casos,
o decreto de intervenção, ao invés de conter o conteúdo previsto no § 1º do art. 36, limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se isso for suficiente para restabelecer a normalidade
(art. 36, § 3º). Porém, se não for suficiente, o decreto deverá conter as providências necessárias e
ser submetido ao controle político do Poder Legislativo, segundo as regras do art. 36, § 1º.

- Poderá haver ou não a nomeação de interventor (art. 36, § 1º - “se couber”) o que pode implicar
o afastamento de autoridades envolvidas. Entretanto, assim que tenham cessados os motivos da
intervenção, as autoridades afastadas a estes voltarão, a não ser que sejam impedidos em virtude
de lei (art. 36, § 4º).

- Durante a intervenção federal a CF não pode ser emendada (art. 60, § 1º).

Aspectos secundários a serem revisados

Conteúdos não tanto cobrados, mas que podem acabar aparecendo em sua prova:

Definição de Estado

"Associação humana (povo), radicada em base espacial (território), que vive sob o comando de
uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberana)" (Manoel Gonçalves Ferreira
Filho).

Elementos constitutivos do Estado

- São eles: o território, o povo e o governo soberano.


Território = dimensão física, espacial, onde o Estado exerce seus poderes.
Povo = dimensão pessoal do Estado (são os seus nacionais).
Governo soberano = dimensão política do Estado.

Forma de Estado

- É a maneira como se dá a repartição territorial do poder político, de modo que o Estado pode
ser unitário (poder territorialmente centralizado) ou federal (poder territorialmente
descentralizado).

a) Estado unitário: nele, o poder político é territorialmente centralizado, só existindo um centro


produtor de normas, estando o poder centralizado em um núcleo estatal único, a partir do qual

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todas as decisões são tomadas. É admitida a descentralização administrativa, mantendo-se a


centralização política.
b) Estado federal: nele, o poder político está territorialmente descentralizado, havendo várias
pessoas jurídicas com capacidade política, dotadas de autonomia política. Existem vários centros
produtores de normas (pluralidade de ordenamentos jurídicos).

O Brasil adota a forma federativa de Estado: o poder político foi repartido constitucionalmente
entre os entes federativos (ou seja, houve uma descentralização política do poder), de forma a
dotar-lhes de autonomia e a permitir sua coexistência em um mesmo território, formando um todo
único, indissolúvel e distinto dos entes que o compõem. Esse todo é justamente a República
Federativa do Brasil.

Os entes federativos não possuem soberania, mas sim autonomia. Quem possui soberania é
somente a República Federativa do Brasil!

A soberania é caracterizada pela supremacia do Estado sobre os indivíduos que formam sua
população e pela independência em relação aos demais Estados (igualdade, no plano
internacional, entre os Estados).

Já a autonomia, conferida aos entes federados pelo caput do art. 18 (“todos autônomos”,
conforme transcrito mais acima) é caracterizada pela ausência de subordinação hierárquica entre
os entes federativos e pela sua tríplice capacidade de autogoverno, auto-organização e
autolegislação, e autoadministração.

A capacidade de auto-organização consiste na prerrogativa de os entes federados elaborarem


suas constituições (ou leis orgânicas, no caso do DF e dos municípios), já a capacidade de
autolegislação diz respeito à prerrogativa de os entes editarem suas próprias leis.

No exercício da auto-organização e da autolegislação, os entes devem sempre observar os


princípios estabelecidos na Constituição Federal.

A capacidade de autogoverno consiste na competência dos entes de organizar seus poderes


Executivo, Legislativo e Judiciário, que atuarão de forma autônoma, vale dizer, sem a ingerência
de outro ente federado, respeitadas as disposições constantes da CF/88, que já impõe diversas
regras sobre a atuação dos governos locais.

Por último, a capacidade de autoadministração consiste na prerrogativa de os entes exercerem


suas competências administrativas, legislativas e tributárias estabelecidas pela própria CF/88.

A forma federativa de Estado é cláusula pétrea prevista no inciso I, § 4º do art. 60 da CF/88, não
sendo possível, assim, que seja deliberada uma PEC tendente a abolir essa forma de Estado.
Relembremos o teor do dispositivo:

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Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

- Federação x Confederação
Na federação, há uma união indissolúvel de entes autônomos, fundamentada em uma Constituição
que consagra um pacto federativo. A federação não pode ser suprimida, não há direito de
secessão.
A confederação é uma reunião de Estados soberanos (não é exatamente uma forma de estado).
O vínculo é estabelecido com base em um tratado internacional, o qual pode ser denunciado
(vínculo dissolúvel).

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Organização do Estado”, “Competência Legislativa Privativa da União (art.


22)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela
banca, considerando um critério estatístico.

Competência legislativa privativa da União (art. 22)


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio,
seguros e transferência de valores; VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas; XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; XIX - sistemas de poupança,
captação e garantia da poupança popular; XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do
art. 173, § 1°, III;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

Em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) alteração(ões) legislativa(s) possui(em) grandes


chances de ser(em) cobrada(s):

Alteração legislativa introduzida pela EC 102/2019


Art. 20, § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
==5617c==

Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos


hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019)
Alteração legislativa introduzida pela EC 103/2019
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação,


mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Alteração legislativa introduzida pela EC 104/2019
Art. 21. Compete à União: (...)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)
Alteração legislativa introduzida pela EC 111/2021
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro)
anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus
antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao
mais, o disposto no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
111, de 2021)
Alteração legislativa introduzida pela EC 115/2022
Art. 21. Compete à União: (...)

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XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
115, de 2022)
Alteração legislativa introduzida pela EC 118/2022
Art. 21. Compete à União: (...)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio


estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
(...)

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos


para pesquisa e uso agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118,
de 2022)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de


radioisótopos para pesquisa e uso médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118,
de 2022)

Também possuem probabilidade aumentada de cobrança os seguintes dispositivos:

a) arts. 20 a 24, caso se trate de um concurso da esfera federal;

b) arts. 25 a 28, caso se trate de um concurso da esfera estadual;

c) arts. 29 a 31, caso se trate de um concurso da esfera municipal;

d) art. 32, caso se trate de um concurso do DF.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Organização político-administrativa (arts. 18 e 19 da CF)

1. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) A criação de um município


pelo governador do estado depende de lei estadual e de lei complementar federal, além da
realização de consulta prévia às populações envolvidas.

Comentários

GABARITO: CERTO

A assertiva está em total consonância com o disposto no art. 18, § 4º, da Constituição Federal:

Art. 18 (...)

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

2. (Cespe/2014/MDIC/Analista) Considerando as disposições da CF sobre direitos e


garantias fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de
nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos, julgue os itens que se seguem.

A União, entre cujos fundamentos se inclui a soberania, é formada pelos estados, pelos
municípios e pelo Distrito Federal

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Comentários

Gabarito: errado

A soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil. A União é detentora de


autonomia.

CF/88

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

A autonomia traduz-se na capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração.

A auto-organização se relaciona com a capacidade de elaborar sua própria Constituição.

A autoadministração se relaciona com a capacidade de exercer as competências que lhes são


próprias.

O autogoverno se relaciona com a capacidade de realizar suas próprias eleições.

3. (CESPE/2010/SEFAZ-ES/Consultor Executivo – Ciências Contábeis) No ordenamento


constitucional brasileiro, é admissível que um estado seja anexado por outro, atendidos aos
requisitos estabelecidos na própria Constituição Federal de 1988.

Comentários

GABARITO: CERTO

A Constituição Federal prevê tal possibilidade, bem como apresenta seus requisitos, ao teor do
seu art. 18, § 3º:

Art. 18. (...)

§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para


se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.

4. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Acerca da organização político-


administrativa do Estado, julgue os itens a seguir.

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I O desmembramento de município far-se-á por lei municipal, dentro do período determinado


por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações que serão atingidas, sem a necessidade de divulgação prévia dos estudos de
viabilidade municipal na imprensa oficial.

II Mediante a aprovação da população diretamente interessada, mediante plebiscito, e do


Congresso Nacional, por lei complementar, os estados podem incorporar-se entre si.

III É permitida à União a criação de distinções entre brasileiros.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

Comentários

Item I – incorreto. Quando diz que não há necessidade de divulgação prévia de estudos de
viabilidade municipal, o item contraria o disposto no artigo 18, § 4º, da CF/88:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

(...)

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

Item II – correto. O item versa sobre o disposto no artigo 18, § 3º, da CF/88:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

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(...)

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para


se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.

Item III – incorreto. O item contraria o disposto no artigo 19, III, da CF/88:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Gabarito: Letra B.

União – bens e competências exclusivas, privativas, comuns e concorrentes (arts.


20 a 24 da CF)

5. (CEBRASPE/2023/SEPLAN-RR/Analista de Planejamento e Orçamento) Julgue o item


seguinte a respeito da organização político-administrativa do Estado.

Compete privativamente à União legislar sobre a organização do sistema nacional de emprego e


as condições para o exercício de profissões.

Comentários

Questão correta, conforme dispõe o artigo 22, XVI, da CF/88:

Art. 22: Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de


profissões.

Gabarito: CERTO.

6. (CEBRASPE/2022/SEFAZ-SE/Auditor Técnico de Tributos) De acordo com a repartição de


competências prevista na vigente Constituição da República, a União, os estados federados e o
DF têm competência concorrente para legislar sobre

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a) a organização do sistema nacional de emprego.

b) trânsito e transporte.

c) jazidas e minas.

d) previdência social, proteção e defesa da saúde.

e) a seguridade social.

Comentários

Alternativa D - correta. Dispõe o artigo 24, XII, da CF/88:


==5617c==

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

(...)

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

Trata-se de uma repartição vertical de competências e que há uma relação de subordinação


entre a atuação da União na edição de normas gerais e a dos estados e DF na complementação
mediante normas específicas, sendo que estas não podem contrariar aquelas.

As demais alternativas estão incorretas. Vejamos.

Letra A - incorreta. Nos termos do artigo 22, XVI, da CF/88, a competência para legislar sobre
organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões é
privativa da União.

Letra B - incorreta. Nos termos do artigo 22, XI, da CF/88, compete privativamente à União
legislar sobre trânsito e transporte.

Letra C - incorreta. Nos termos do artigo 22, XII, CF/88, compete privativamente à União legislar
sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia.

Letra E - incorreta. Nos termos do artigo 22, XXIII, CF/88, compete privativamente à União
legislar sobre seguridade social.

Gabarito: Letra D.

7. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) Lei municipal de interesse local


que tratar de combate à poluição contrariará a CF, uma vez que esta competência é privativa da
União.

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Comentários

GABARITO: ERRADO

O erro da questão está em afirmar que a matéria combate à poluição é de competência privativa
da União, quando, na verdade, é de competência comum, na forma do art. 23, VI, da
Constituição Federal:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

(...)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

8. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência legislativa
residual para atender às suas peculiaridades.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência legislativa
plena, não residual, para atender às suas peculiaridades - art. 24, § 3º, da CF/1988:

Art. 24. (...)

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

9. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

Compete privativamente à União zelar pela guarda da CF, das leis e das instituições
democráticas.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

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A guarda da CF, das leis e das instituições democráticas é competência comum da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios, de acordo com o art. 23, inciso I, da CF/1988:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público;

10. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

A competência da União para legislar sobre normas gerais afasta a competência suplementar
dos estados.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

A competência da União para legislar sobre normas gerais não afasta a competência
suplementar dos estados, nos termos do art. 24, § 2º, da CF/1988:

Art. 24 (...)

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.

11. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas


gerais.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

A assertiva traz a redação literal do art. 24, § 1º, da CF/1988:

Art. 24. (...)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

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12. (Cespe/2017/Seres-PE/Agente de Segurança/Adaptada) Com relação à organização


político-administrativa do Estado, julgue o item subsecutivo:

É atribuição exclusiva da União representar a República Federativa do Brasil nas relações


internacionais.

Comentários

Gabarito: certo

A competência pode ser material ou legislativa.

A material pode ser exclusiva ou comum.

A legislativa pode ser privativa ou concorrente.

A assertiva cobra o conhecimento da competência material exclusiva da União presente no


art.21, I, da CF/88.

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

- Mas professor, a assertiva não está exatamente igual à CF/88...

Sem problema algum. Se compete exclusivamente à União manter relação com outros Estados e
participar de organizações internacionais, só pode ser competência dela representar a República
Federativa do Brasil nas relações internacionais.

13. (Cespe/2016/TC-DF/Auditor de Controle) Em relação à competência legislativa


estabelecida na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item abaixo.

A edição de normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, em todas as


modalidades, é competência privativa da União.

Comentários

Gabarito: certo

CF/88

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

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(...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

14. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista) De acordo com as noções gerais e os


princípios fundamentais do direito constitucional positivo brasileiro, julgue os itens
subsequentes. Nesse sentido, considere que as siglas CF e STF, sempre que utilizadas, se
referem, respectivamente, à Constituição Federal de 1988 e ao Supremo Tribunal Federal.

As terras indígenas tratadas pela CF se submetem ao princípio fundamental da soberania da


República Federativa do Brasil, fazendo parte do território brasileiro.

Comentários

Gabarito: certo

A questão exige conhecimento do art.20, XI, da CF/88:

Art. 20. São bens da União:

(...)

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

15. (CESPE/2008/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual) A União é entidade


federativa autônoma em relação aos estados-membros e municípios, e cabe a ela exercer as
prerrogativas da soberania do Estado brasileiro ao representar a República Federativa do Brasil
nas relações internacionais.

Comentários

GABARITO: CERTO

Tal competência da União consta expressamente do art. 21, I, da Constituição Federal. Contudo,
além do dispositivo constitucional, vale a pena observamos os ensinamentos de Alexandre de
Moraes:

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

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“A União é a entidade federativa autônoma em relação aos Estados-membros e


municípios, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, cabendo-lhe
exercer as atribuições da soberania do Estado brasileiro. Não se confundindo com o
Estado Federal, este sim pessoa jurídica de Direito Internacional e formado pelo
conjunto de União, estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Ressalte-se,
porém, que a União poderá agir em nome próprio, ou em nome de toda a Federação,
quando, nesse último caso, relaciona-se internacionalmente com os demais países”.

16. (CESPE/2015/TRE GO/AJAJ) Acerca da administração pública, da organização dos poderes


e da organização do Estado, julgue o item que se segue.

Considere que, prevista competência concorrente para legislar sobre determinada matéria de
interesse público e inexistindo lei federal que o fizesse, o estado de Goiás tenha editado lei
contendo normas gerais sobre tal matéria. Nessa situação, lei federal superveniente sobre a
matéria não revogará a lei estadual, cuja eficácia será suspensa apenas no que contrariar a lei
federal.

Comentários

GABARITO: certo.

Os Estados membros podem legislar sobre normas gerais referentes a matéria de competência
concorrente da União, dos Estados e do DF, se inexistir normas gerais da União sobre essas
matérias. Se posteriormente for editada lei federal sobre a matéria, a lei estadual será suspensa
nos pontos em que contrariar a lei federal, conforme o art. 24 da CF/1988, §§ 1º a 4º:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

(...)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.

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17. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Acerca da organização político-


administrativa, assinale a opção correta.
A) Os estados devem respeitar as leis federais, e os municípios, as leis federais e estaduais, mas
isso somente deve ocorrer nas hipóteses previstas na CF.
B) Compete à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios legislar concorrentemente
sobre educação, saúde, trânsito e transporte, cabendo a cada ente federativo adotar sua
legislação de acordo com as peculiaridades federal, estadual e municipal.
C) Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial e financeiro.
D) Os estados têm competência para criar, organizar e suprimir distritos.
E) A fim de fazer cumprir ordem legal, poderá a União decretar intervenção federal nos
municípios que se recusarem a cumprir lei federal que tenha sido recepcionada por lei estadual.
Comentários:
Letra A – correta. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
termos desta Constituição (art. 18, da CF/88). Destaca-se que não há hierarquia entre os entes
federativos, devendo estes preencher as lacunas deixadas pela legislação. No caso das leis
municipais, estas devem respeitar os limites da legislação estadual, e esta deverá respeitar os
limites da legislação federal, de modo a manter a autonomia entre eles e também conservar o
princípio federativo.
Letra B – incorreta. Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (art. 22,
XI, da CF/88).
Letra C – incorreta. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico
(art. 24, I, da CF/88).
Letra D – incorreta. Compete aos Municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a
legislação estadual (art. 30, V, da CF/88).
Letra E – incorreta. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal (art. 34, caput, da
CF/88). Por sua vez, poderá a União intervir em Municípios localizados em Território Federal
quando o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial (art. 35, IV, da CF/88). Dentre as exceções constam que no art. 35, da CF/88, não
contém a hipótese da alternativa.
Gabarito: letra A.

Estados Federados – organização, competências, bens (arts. 25 a 28 da CF)

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18. (CESPE/2013/TCE-RO/Analista – Contabilidade) De acordo com a CF, é necessária a


consulta da população diretamente interessada, no caso de instituição, pelo estado-membro, de
regiões metropolitanas, que são formadas por agrupamento de municípios.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Na verdade, a Constituição Federal, em seu art. 25, § 3º, exige apenas que a instituição de
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões ocorra por meio de lei
complementar, mas não exige consulta à população:

Art. 25 (...)

§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e
a execução de funções públicas de interesse comum.

19. (CESPE/2016/TRT 8/AJAJ) Acerca do conceito de Constituição, da classificação das


Constituições, da classificação das normas constitucionais e dos princípios estabelecidos na
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Decorrem do princípio da supremacia das normas constitucionais tanto a exigência de que os


estados-membros se organizam obedecendo ao modelo adotado pela União quanto a de que as
unidades federativas estruturem seus governos de acordo com o princípio da separação de
poderes.

Comentários

GABARITO: errado.

O princípio a que alude o enunciado não é o da supremacia das normas constitucionais, mas o
da simetria, que, segundo o STF, é "construção pretoriana tendente a garantir, quanto aos
aspectos reputados substanciais, homogeneidade na disciplina normativa da separação,
independência e harmonia dos poderes, nos três planos federativos" (ADI nº 4.298-MC -
julgamento em 07/10/2009), isso com fundamento nos arts. 25, caput, da CF/1988 e 11, caput,
do ADCT:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

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Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a


Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.

20. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

A eficácia de lei estadual vigente não será suspensa na hipótese de superveniência de lei federal
sobre normas gerais, mesmo que a lei federal traga disposições contrárias à lei estadual.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

A eficácia de lei estadual vigente será suspensa na hipótese de superveniência de lei federal
sobre normas gerais, se a lei federal trouxer disposições contrárias à lei estadual, conforme o
seguinte dispositivo da CF/1988:

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende quais


entes federativos?

2. O que é uma federação?

3. Quais são as quatro dimensões da autonomia dos entes que compõem o Estado Federado? O
que cada uma delas significa?

4. Qual espécie de norma legal é apta a regular a criação, a transformação em Estado ou a


reintegração ao Estado de origem de Territórios Federais?

5. A aprovação da população diretamente interessada é suficiente para a subdivisão de um


Estado?

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6. Como definir a “população diretamente interessada” nos casos de mudança do território


geográfico de um Estado-membro?

7. O que a CF/88 prevê sobre a relação de dependência entre instituições religiosas e o Estado?
8. De acordo com a Constituição Federal de 1988, os rios e lagos que banhem mais de um
Estado pertencem a qual ente?

9. Segundo a Constituição Federal de 1988, os recursos minerais do subsolo se qualificam como


bens de qual ente federativo?

10. Complete as lacunas a seguir a respeito da área designada como faixa de fronteira prevista
no art. 20, § 2º, da CF/88:

A faixa de até (a) quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental (b) , e sua ocupação e utilização serão
reguladas em (c) .

11. Qual ente federativo representa o Brasil no plano internacional?

12. Segundo a CF/88, a competência para decretar o estado de sítio é atribuída a qual ente?

13. Qual competência dos Estados-membros que não foi atribuída ao Distrito Federal?

14. A qual ente federativo é atribuída a incumbência do planejamento e promoção de defesa


contra calamidades públicas?

15. A qual ente compete legislar sobre políticas de crédito e câmbio?

16. A qual ente compete a defesa territorial e marítima, de acordo com a CF/88?

17. Suponha que a União pretenda autorizar os entes federativos a legislarem sobre questões
específicas do assunto “propaganda comercial”, uma matéria de competência privativa daquele
ente. Isso seria possível? Qual instrumento que a União deverá se valer para atingir tal objetivo?
Quais entes poderiam ser autorizados? Seria possível que a delegação contemplasse apenas um
ente específico – por exemplo, apenas o Estado do Tocantins?

18. Qual o ente competente para tratar sobre o combate à pobreza e aos fatores de
marginalização, de acordo com a CF/88?

19. De acordo com a CF/88, qual ente federativo competente para tratar sobre as políticas de
educação e segurança no trânsito?

20. De acordo com a CF/88, a qual ente federativo compete tratar sobre direito econômico?
21. No âmbito da legislação concorrente, o que ocorre com a legislação estadual se houver a
superveniência de lei federal sobre normas gerais?

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22. Suponha que a União não tenha editado normas gerais sobre proteção à infância e à
juventude, uma matéria de competência concorrente, conforme a CF. Nessa situação: a) um
Município poderia editar normas sobre tal matéria, diante da omissão da União e dos Estados?
b) caso um Estado-membro tivesse exercido sua competência plena e, posteriormente, a União
editasse norma geral sobre a matéria, poderia ocorrer a revogação automática da legislação
estadual, no que fosse contrária à legislação federal?

23. Segundo a CF/88, a quem compete a exploração direta dos serviços locais de gás
canalizado?

24. Segundo a CF/88, a quem pertence as terras devolutas não compreendidas entre as da
União?

25. Segundo a CF/88, o número de Deputados de uma Assembleia Legislativa é o mesmo na


representação deste Estado na Câmara dos Deputados?

26. De acordo com a CF/88, qual é o tempo de mandato correspondente ao cargo de Deputado
Estadual?

27. Complete as lacunas a seguir a respeito da eleição do Governador e do Vice-Governador de


Estado prevista no art. 28 da CF/88:

A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos,


realizar-se-á no primeiro ___(a)___ de outubro, em primeiro turno, e no ___(b)___ domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano ___(c)___ ao do término do mandato de seus
antecessores, e a posse ocorrerá em ___(d)___ de janeiro do ano subsequente, observado,
quanto ao mais, o disposto no art. 77 da Constituição.

28. Sobre o procedimento legislativo constitucional para aprovação das leis orgânicas que
regem o Município, de acordo com a CF/88, responda: Em quantos turnos é votada? Qual
interstício? Qual o quórum de aprovação?

29. De acordo com a CF/88, qual o limite máximo de vereadores para municípios de até 15.000
(quinze mil) habitantes?

30. Segundo a CF/88, qual o limite máximo de vereadores para municípios de mais de 8.000.000
(oito milhões) de habitantes?

31. Qual o limite da receita da Câmara Municipal pode ser gasta com folha de pagamento, de
acordo com a CF/88? Esse limite inclui o gasto com o subsídio de seus Vereadores? Caso o
Presidente da Câmara Municipal desrespeite esse limite, incorre em qual tipo de irregularidade?

32. Caso o prefeito cometa um crime de homicídio doloso, qual o órgão competente para julgá-
lo?

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33. De acordo com a CF/88, compete a qual ente federativo organizar e prestar, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, excluído o de
transporte coletivo?
34. A quem compete fiscalizar o Município, segundo a CF/88?

35. Segundo a CF/88, de qual órgão a Câmara Municipal receberá auxílio para a execução do
controle externo?

36. Por quanto tempo as contas de um Município devem ficar à disposição dos contribuintes
para exame e apreciação?

37. De acordo com a CF/88, é possível a criação de Tribunais de Contas Municipais?

38. Considere a seguinte narrativa: “a União interveio em determinado município localizado no


Distrito Federal para assegurar a observância do regime democrático, tendo a intervenção sido
==5617c==

decretada pelo Presidente da República, em decorrência de requisição do Congresso Nacional”.


Em quais aspectos a narrativa apresentada vai de encontro com as disposições constitucionais
sobre intervenção?

39. A CF/88 atribui ao Distrito Federal as competências legislativas reservadas aos Estados ou
aos Municípios?

40. De acordo com a CF/88, a quem são submetidas as contas do Governo do Território?

41. Segundo a CF/88, é possível haver órgãos judiciários nos Territórios?

42. Complete as lacunas a seguir a respeito de casos que autorizam a União a intervir nos
Estados, previstos ao teor do art. 34 da CF/88:
42.1. manter a ____(a)_____ nacional;

42.2. repelir _____(b)______ou de uma unidade da Federação em outra;

42.3. pôr termo a grave comprometimento da _____(c)_____;

42.4. reorganizar as finanças da unidade da Federação que suspender o pagamento da dívida


fundada por _____(d)_____anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

42.5. assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais aplicação do mínimo


exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ___(e)___ e nas ações e serviços públicos
de ____(f)____.

43. Complete as lacunas a seguir a respeito dos casos que autorizam o Estado a intervir em seus
Municípios, bem como a União nos Municípios localizados em Território Federal, previstos ao
teor do art. 35 da CF/88:

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43.1. deixar de ser paga, sem motivo de força maior, _____(a)____, a dívida fundada;

43.2. não forem prestadas _____(b)_____, na forma da lei;

43.3.não tiver sido aplicado o ______(c)_____na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas


ações e serviços públicos de saúde;

43.4 o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios______(d)_____, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

44. Segundo a CF/88, qual o conteúdo deverá constar no decreto de intervenção?

45. Na intervenção, a partir de quando as autoridades afastadas devem retornar aos seus
cargos?

46. A União pretende explorar, mediante autorização, concessão ou permissão, o


aproveitamento energético dos cursos de água situados no Estado de Pernambuco e no
município de Salgueiro, situado no Sertão Pernambucano. Desta forma, de acordo com a CF/88,
é possível à União explorar, mediante autorização, concessão ou permissão, o aproveitamento
energético dos cursos de água em articulação com o Estado de Pernambuco e o município de
Salgueiro?

47. A população de um determinado Estado, não satisfeita com a política nacional, inicia
campanha com a finalidade de separação do restante da Federação brasileira. Um plebiscito foi
organizado e 86% dos votantes foram favoráveis à independência do Estado. De acordo com a
CF/88, é possível o direito de secessão por parte deste ente federado, através de um plebiscito
e com uma maioria favorável ao pleito?

48. É possível que um determinado Estado, de acordo com a CF/88, edite leis impedindo a
pesca de peixes regionais típicos ameaçados de extinção, limite a navegação marítima de
passageiros em seus rios e crie formas de desapropriação de bens imóveis?
49. Segundo a CF/88, é possível que um determinado Estado edite normas determinando a
gratuidade de pagamento em estacionamentos privados sob administração de entidades
empresariais?

50. Por conta do aumento da violência e das recentes ameaças aos servidores de um
determinado Estado, este edita lei ordinária concedendo porte de arma aos seus servidores,
independe de qualquer ato forma de licença ou autorização? É possível, de acordo com a CF/88,
que este Estado edite lei concedendo porte de arma a seus servidores?

51. De acordo com a CF/88, um município pode legislar sobre o Imposto de Renda Retido na
Fonte, especificamente para seus moradores, com o intuito de aumentar sua arrecadação?

52. Um município, de acordo com a CF/88, pode criar distritos e prestar, sob regime de
concessão, serviços públicos locais?

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53. Quantos deputados federais são eleitos por um Território Federal?

Perguntas com respostas

1. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende quais


entes federativos?

De acordo com a Constituição Federal, a organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos (art. 18, caput).

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

2. O que é uma federação?

É uma forma de Estado caracterização pela descentralização territorial do poder político em


entes dotados de autonomia, unidos de forma indissolúvel (ou seja, sem direito à secessão) com
fundamento em uma Constituição.

3. Quais são as quatro dimensões da autonomia dos entes que compõem o Estado Federado? O
que cada uma delas significa?

Auto-organização: capacidade dos entes federativos de se auto organizarem por meio da


elaboração das respectivas Constituições Estaduais (no caso dos Estados-membros) e Leis
Orgânicas (no caso dos Municípios).

Autolegislação: capacidade dos entes federativos de editarem suas próprias leis. Alguns autores
que a capacidade de autolegislação estaria englobada na de auto-organização.

Autoadministração: capacidade dos entes federativos de desempenharem, de forma autônoma,


suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária.

Autogoverno: capacidade dos entes federativos de elegerem seus próprios representantes.

4. Qual espécie de norma legal é apta a regular a criação, a transformação em Estado ou a


reintegração ao Estado de origem de Territórios Federais?

A CF/88 dispõe que os Territórios Federais terão sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem reguladas por meio de lei complementar (art.18, § 2º).

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Art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação


em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.

5. A aprovação da população diretamente interessada é suficiente para a subdivisão de um


Estado?

Não, a CF/88 impõe, além da aprovação da população diretamente interessada, por meio de
plebiscito, a aprovação do Congresso Nacional, por meio de lei complementar (art.18, § 3º).

Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-


se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e
do Congresso Nacional, por lei complementar.

6. Como definir a “população diretamente interessada” nos casos de mudança do território


geográfico de um Estado-membro?

De acordo com o STF1, a “população diretamente interessada” apontada no art. 18, § 3º da CF


deve ser compreendida como a população inteira do(s) Estado(s) afetado(s) – e não somente a
população da área geográfica afetada.

7. O que a CF/88 prevê sobre a relação de dependência entre instituições religiosas e o Estado?

A Constituição veda expressamente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o
estabelecimento de cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público (art. 19, inciso I).

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

8. De acordo com a Constituição Federal de 1988, os rios e lagos que banhem mais de um
Estado pertencem a qual ente?

Pertencem à União. Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio,
ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a

1
STF – ADI 2.650/DF.

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território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais
pertencem à União (art. 20, inciso III).

Art. 20. São bens da União: (...)

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
fluviais;

9. Segundo a Constituição Federal de 1988, os recursos minerais do subsolo se qualificam como


bens de qual ente federativo?

São bens da União (art. 20, IX).

Art. 20. São bens da União: (...)

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

10. Complete as lacunas a seguir a respeito da área designada como faixa de fronteira prevista
no art. 20, § 2º, da CF/88:

A faixa de até (a) quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental (b) , e sua ocupação e utilização serão
reguladas em (c) .

a) cento e cinquenta.

b) para a defesa do território nacional

c) lei.

11. Qual ente federativo representa o Brasil no plano internacional?

União, conforme art. 21, I, da CF/88:

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

12. Segundo a CF/88, a competência para decretar o estado de sítio é atribuída a qual ente?

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É atribuída à União a competência para decretar não só o estado de sítio, mas também o estado
de defesa e a intervenção federal (art. 21, V).

Art. 21. Compete à União: (...)

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

13. Qual competência dos Estados-membros que não foi atribuída ao Distrito Federal?

A competência estadual para organizar e manter seu Poder Judiciário, Ministério Público, polícia
civil, polícia penal, polícia militar e corpo de bombeiros militar.

No DF, cabe à União organizar e manter tais instituições, conforme art. 21, incisos XIII e XIV, da
CF/88:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e


dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

Cumpre destacar que, embora sejam organizadas e mantidas pela União, a polícia civil, a polícia
penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do DF são subordinados ao Governador
do DF (CF, art. 144, § 6º) e sua utilização pelo Governo do DF será disciplinada por lei federal
(CF, art. 32, § 4º).

14. A qual ente federativo é atribuída a incumbência do planejamento e promoção de defesa


contra calamidades públicas?

Cabe à União a competência de planejar e promover a defesa permanente contra as


calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações (art. 21, XVIII, da CF/88).

Art. 21. Compete à União: (...)

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secas e as inundações;

15. A qual ente compete legislar sobre políticas de crédito e câmbio?

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A CF/88 determina que compete privativamente à União legislar, dentre outros assuntos, sobre
política de crédito, câmbio, seguros e transferências de valores (art. 22, VII).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

16. A qual ente compete a defesa territorial e marítima, de acordo com a CF/88?

De acordo com a CF/88, compete privativamente à União legislar sobre a defesa territorial,
defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional (art. 22, XXVIII).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;

17. Suponha que a União pretenda autorizar os entes federativos a legislarem sobre questões
específicas do assunto “propaganda comercial”, uma matéria de competência privativa daquele
ente. Isso seria possível? Qual instrumento que a União deverá se valer para atingir tal objetivo?
Quais entes poderiam ser autorizados? Seria possível que a delegação contemplasse apenas um
ente específico – por exemplo, apenas o Estado do Tocantins?

Inicialmente, vejamos o teor do art. 22, inciso XXIX e parágrafo único da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre


questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Logo, seria possível a União autorizar os entes federativos a legislarem sobre questões
específicas do assunto “propaganda comercial”, devendo editar lei complementar para atingir
tal objetivo.

Somente os Estados e o DF poderiam ser autorizados, conforme o teor do parágrafo único, ou


seja, os Municípios não poderiam ser autorizados, nos termos da CF.

A autorização da União não poderia ser direcionada a determinado ente específico, ou seja,
somente um ou outro Estado-membro: tal autorização deve ser genérica, abrangendo todos os
Estados-membros e o DF.

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18. Qual o ente competente para tratar sobre o combate à pobreza e aos fatores de
marginalização, de acordo com a CF/88?

Trata-se de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dentre outras, combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, devendo
promover a integração social dos setores desfavorecidos (art. 23, X).

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: (...)

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

19. De acordo com a CF/88, qual ente federativo competente para tratar sobre as políticas de
educação e segurança no trânsito?

A competência de estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito é


comum à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (art. 23, XII).

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: (...)

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

20. De acordo com a CF/88, a qual ente federativo compete tratar sobre direito econômico?

Compete à União, aos Estado e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre os direitos
tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (art. 24, I). Vale destacar, os
Municípios não estão incluídos.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

21. No âmbito da legislação concorrente, o que ocorre com a legislação estadual se houver a
superveniência de lei federal sobre normas gerais?

A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário (art. 24, § 4º, da CF/88). Ressalte-se: a suspensão atinge tão somente aquilo que
for contrário ao disposto na em legislação federal. Logo, se não houver contrariedade, não
haverá suspensão.

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Art. 24, § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário.

22. Suponha que a União não tenha editado normas gerais sobre proteção à infância e à
juventude, uma matéria de competência concorrente, conforme a CF. Nessa situação: a) um
Município poderia editar normas sobre tal matéria, diante da omissão da União e dos Estados?
b) caso um Estado-membro tivesse exercido sua competência plena e, posteriormente, a União
editasse norma geral sobre a matéria, poderia ocorrer a revogação automática da legislação
estadual, no que fosse contrária à legislação federal?

Vejamos o teor do caput, inciso XV e §§ 1º a 4º do art. 24 da CF:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

(...)

XV - proteção à infância e à juventude;

(...)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.

Assim:

Não, o Município não poderia legislar sobre tal matéria, porquanto somente possuem
competência concorrente a União, os Estados e o DF, conforme art. 24, caput da CF.

Não poderia haver revogação automática nessa situação, mas sim suspensão da eficácia da lei
estadual no que for contrária à lei federal superveniente, conforme art. 24, § 4º da CF.

23. Segundo a CF/88, a quem compete a exploração direta dos serviços locais de gás
canalizado?

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Compete aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação
(art. 25, § 2º).

Art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os


serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.

24. Segundo a CF/88, a quem pertence as terras devolutas não compreendidas entre as da
União?

Incluem-se entre os bens dos Estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União
(art. 26, IV).

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: (...)

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

25. Segundo a CF/88, o número de Deputados de uma Assembleia Legislativa é o mesmo na


representação deste Estado na Câmara dos Deputados?

Não, pois o número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponde ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze (art. 27, caput). Por
exemplo, se um estado possui 13 deputados federais, ele terá 37 deputados estaduais.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e
seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

26. De acordo com a CF/88, qual é o tempo de mandato correspondente ao cargo de Deputado
Estadual?

É de quatro anos o tempo de mandato dos Deputados Estaduais. Aplica-se ainda aos Deputados
Estaduais as regras da CF/88 sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas (art. 27, § 1º).

Art. 27, § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-
lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças
Armadas.

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27. Complete as lacunas a seguir a respeito da eleição do Governador e do Vice-Governador de


Estado prevista no art. 28 da CF/88:
A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos,
realizar-se-á no primeiro ___(a)___ de outubro, em primeiro turno, e no ___(b)___ domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano ___(c)___ ao do término do mandato de seus
antecessores, e a posse ocorrerá em ___(d)___ de janeiro do ano subsequente, observado,
quanto ao mais, o disposto no art. 77 da Constituição.

(a) domingo;

(b) último;

(c) anterior;

(d) 6.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de


4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e
no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano
subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta Constituição.

28. Sobre o procedimento legislativo constitucional para aprovação das leis orgânicas que
regem o Município, de acordo com a CF/88, responda: Em quantos turnos é votada? Qual
interstício? Qual o quórum de aprovação?

Para a aprovação de uma lei orgânica de um Município, esta deve ser votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal (art. 29, caput, da CF/88).

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

29. De acordo com a CF/88, qual o limite máximo de vereadores para municípios de até 15.000
(quinze mil) habitantes?

Para Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes, a composição das Câmaras Municipais
observará o limite máximo de 9 vereadores (art. 29, IV, "a").

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Art. 29, IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite
máximo de:

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;

30. Segundo a CF/88, qual o limite máximo de vereadores para municípios de mais de 8.000.000
(oito milhões) de habitantes?

De acordo com a CF/88, para municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes, a
composição das Câmaras Municipais observará o limite máximo de 55 vereadores (art. 29, IV,
"x").

Art. 29, IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite
máximo de: (...)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito


milhões) de habitantes;

31. Qual o limite da receita da Câmara Municipal pode ser gasta com folha de pagamento, de
acordo com a CF/88? Esse limite inclui o gasto com o subsídio de seus Vereadores? Caso o
Presidente da Câmara Municipal desrespeite esse limite, incorre em qual tipo de irregularidade?

A Câmara Municipal não pode gastar mais de setenta por cento (70%) de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores (art. 29-A, § 1º).

Caso o Presidente da Câmara Municipal desrespeito esse limite, incorrerá em crime de


responsabilidade (art. 29-A, § 3º).

Art. 29-A, § 1° A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua
receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
(...)

§ 3° Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o


desrespeito ao § 1º deste artigo.

32. Caso o prefeito cometa um crime de homicídio doloso, qual o órgão competente para julgá-
lo?

Embora seja do Tribunal do Júri, como regra geral, a competência para julgar os crimes dolosos
contra vida (CF, art. 5º, XXXVIII, “d”), no caso de o prefeito cometer crime dessa natureza (ou
qualquer crime de competência da Justiça Comum) a competência para julgá-lo será do Tribunal
de Justiça, sendo afastada a competência do Júri em função do disposto no art. 29, X da CF:

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Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

(...)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

33. De acordo com a CF/88, compete a qual ente federativo organizar e prestar, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, excluído o de
transporte coletivo?

Trata-se de uma das competências dos Municípios organizar e prestar, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial (art. 30, V).

Art. 30. Compete aos Municípios: (...)

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os


serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;

34. A quem compete fiscalizar o Município, segundo a CF/88?

A fiscalização do Município é exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle


externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei (art.
31).

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.

35. Segundo a CF/88, de qual órgão a Câmara Municipal receberá auxílio para a execução do
controle externo?

O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
houver (art. 31, § 1º).

Art. 31, § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.

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36. Por quanto tempo as contas de um Município devem ficar à disposição dos contribuintes
para exame e apreciação?

As contas dos Municípios ficam, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, que pode questionar-lhes a legitimidade, nos termos da
lei (art. 31, § 3º).

Art. 31, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

37. De acordo com a CF/88, é possível a criação de Tribunais de Contas Municipais?

Não, a CF/88 veda expressamente a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas


Municipais (art. 31, § 4º).

Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas


Municipais.

38. Considere a seguinte narrativa: “a União interveio em determinado município localizado no


Distrito Federal para assegurar a observância do regime democrático, tendo a intervenção sido
decretada pelo Presidente da República, em decorrência de requisição do Congresso Nacional”.
Em quais aspectos a narrativa apresentada vai de encontro com as disposições constitucionais
sobre intervenção?

1º aspecto: não é possível haver Município no DF, em razão do previsto no art. 32, caput da CF:

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição.

2º aspecto: a intervenção para “assegurar a observância do regime democrático” é uma


hipótese de intervenção da União nos Estados ou DF, prevista no art. 34, VII, “a” da CF:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

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Essa hipótese de intervenção não ocorre em função de requisição do Poder Legislativo, mas sim
de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República, conforme art. 36,
III da CF:

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

(...)

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-


Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei
federal.

39. A CF/88 atribui ao Distrito Federal as competências legislativas reservadas aos Estados ou
aos Municípios?

Ambas, a CF/88 atribui expressamente ao Distrito Federal as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, § 1º).

Art. 32, § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas


aos Estados e Municípios.

40. De acordo com a CF/88, a quem são submetidas as contas do Governo do Território?

As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer


prévio do Tribunal de Contas da União (art. 33, § 2º).

Art. 33, § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso


Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

41. Segundo a CF/88, é possível haver órgãos judiciários nos Territórios?

Sim. Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais.
Além disto, a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa (art. 33, § 3º).

Art. 33, § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos
federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.

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42. Complete as lacunas a seguir a respeito de casos que autorizam a União a intervir nos
Estados, previstos ao teor do art. 34 da CF/88:
42.1. manter a ____(a)_____ nacional;

42.2. repelir _____(b)______ou de uma unidade da Federação em outra;

42.3. pôr termo a grave comprometimento da _____(c)_____;

42.4. reorganizar as finanças da unidade da Federação que suspender o pagamento da dívida


fundada por _____(d)_____anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

42.5. assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais aplicação do mínimo


exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ___(e)___ e nas ações e serviços públicos
de ____(f)____.
(a) integridade
(b) invasão estrangeira
(c) ordem pública
(d) mais de dois
(e) ensino
(f) saúde

43. Complete as lacunas a seguir a respeito dos casos que autorizam o Estado a intervir em seus
Municípios, bem como a União nos Municípios localizados em Território Federal, previstos ao
teor do art. 35 da CF/88:

43.1. deixar de ser paga, sem motivo de força maior, _____(a)____, a dívida fundada;

43.2. não forem prestadas _____(b)_____, na forma da lei;

43.3.não tiver sido aplicado o ______(c)_____na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas


ações e serviços públicos de saúde;

43.4 o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios______(d)_____, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

(a) por dois anos consecutivos.

(b) contas devidas.

(c) mínimo exigido da receita municipal

(d) indicados na Constituição Estadual

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44. Segundo a CF/88, qual o conteúdo deverá constar no decreto de intervenção?

O decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e, se


couber, nomeará o interventor (art. 36, § 1º).

Art. 36, § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as


condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo
de vinte e quatro horas.

45. Na intervenção, a partir de quando as autoridades afastadas devem retornar aos seus
cargos?

Quando cessados os motivos da intervenção, salvo impedimento legal (art. 36, § 4º).

Art. 36, § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus


cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

46. A União pretende explorar, mediante autorização, concessão ou permissão, o


aproveitamento energético dos cursos de água situados no Estado de Pernambuco e no
município de Salgueiro, situado no Sertão Pernambucano. Desta forma, de acordo com a CF/88,
é possível à União explorar, mediante autorização, concessão ou permissão, o aproveitamento
energético dos cursos de água em articulação com o Estado de Pernambuco e o município de
Salgueiro?

Não, pois a articulação cabe apenas aos Estados e não aos municípios. Desta forma, compete à
União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços e
instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com o Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos (art. 21, XII, b).

Art. 21. Compete à União: (...)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: (...)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos


cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;

47. A população de um determinado Estado, não satisfeita com a política nacional, inicia
campanha com a finalidade de separação do restante da Federação brasileira. Um plebiscito foi
organizado e 86% dos votantes foram favoráveis à independência do Estado. De acordo com a

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CF/88, é possível o direito de secessão por parte deste ente federado, através de um plebiscito
e com uma maioria favorável ao pleito?

Não, pois a forma federativa de estado adotada pelo Brasil é considerada uma cláusula pétrea
(art. 60, § 4º, I, da CF/88) e não é compatível com o exercício do direito de secessão. Assim,
mesmo com um quórum favorável à separação do Estado Z, não será possível dissolver este
vínculo federativo.

Cabe destacar que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos
Estados, Distrito Federal e Municípios e constitui-se em Estado Democrático de Direito (art. 1º,
caput, da CF/88).

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: (...)

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...)

I - a forma federativa de Estado;

48. É possível que um determinado Estado, de acordo com a CF/88, edite leis impedindo a
pesca de peixes regionais típicos ameaçados de extinção, limite a navegação marítima de
passageiros em seus rios e crie formas de desapropriação de bens imóveis?

Não. A competência para legislar sobre pesca é concorrente entre a União, os Estados e o
Distrito Federal (art. 24, VI, da CF/88).

Já as competências para legislar sobre desapropriação (art. 22, II) e para legislar sobre
navegação marítima e transporte (art. 22, X e XI) são privativas da União.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

II - desapropriação; (...)

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte; (...)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: (...)

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VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos


recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

49. Segundo a CF/88, é possível que um determinado Estado edite normas determinando a
gratuidade de pagamento em estacionamentos privados sob administração de entidades
empresariais?

Não, pois, de acordo com o STF (ADI 3.710-2/GO), é da União a competência para legislar sobre
a gratuidade dos estacionamentos em estabelecimentos privados.

50. Por conta do aumento da violência e das recentes ameaças aos servidores de um
determinado Estado, este edita lei ordinária concedendo porte de arma aos seus servidores,
independe de qualquer ato forma de licença ou autorização? É possível, de acordo com a CF/88,
que este Estado edite lei concedendo porte de arma a seus servidores?

Não, pois é da União a competência para a autorização e a fiscalização da produção e do


comércio de material bélico (art. 21, VI). Desta forma, será inconstitucional a lei ordinária do
Estado Z que concede o porte de arma a seus servidores.

Art. 21. Compete à União: (...)

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

51. De acordo com a CF/88, um município pode legislar sobre o Imposto de Renda Retido na
Fonte, especificamente para seus moradores, com o intuito de aumentar sua arrecadação?

Não, pois compete privativamente à União instituir impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza (art. 153, III).

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)

III - renda e proventos de qualquer natureza;

52. Um município, de acordo com a CF/88, pode criar distritos e prestar, sob regime de
concessão, serviços públicos locais?

Sim, pois compete aos municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual (art. 30, IV), bem como organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão e
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo (art. 30, V).

Art. 30. Compete aos Municípios: (...)

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

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V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os


serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;

53. Quantos deputados federais são eleitos por um Território Federal?

Quatro, conforme art. 45, § 2º da CF/88:

Art. 45, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) A criação de um município
pelo governador do estado depende de lei estadual e de lei complementar federal, além da
realização de consulta prévia às populações envolvidas.

2. (Cespe/2014/MDIC/Analista) Considerando as disposições da CF sobre direitos e


garantias fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de
nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos, julgue os itens que se seguem.

A União, entre cujos fundamentos se inclui a soberania, é formada pelos estados, pelos
municípios e pelo Distrito Federal

3. (CESPE/2010/SEFAZ-ES/Consultor Executivo – Ciências Contábeis) No ordenamento


constitucional brasileiro, é admissível que um estado seja anexado por outro, atendidos aos
requisitos estabelecidos na própria Constituição Federal de 1988.

4. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Acerca da organização político-


administrativa do Estado, julgue os itens a seguir.

I O desmembramento de município far-se-á por lei municipal, dentro do período determinado


por lei complementar federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações que serão atingidas, sem a necessidade de divulgação prévia dos estudos de
viabilidade municipal na imprensa oficial.

II Mediante a aprovação da população diretamente interessada, mediante plebiscito, e do


Congresso Nacional, por lei complementar, os estados podem incorporar-se entre si.

III É permitida à União a criação de distinções entre brasileiros.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

5. (CEBRASPE/2023/SEPLAN-RR/Analista de Planejamento e Orçamento) Julgue o item


seguinte a respeito da organização político-administrativa do Estado.

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Compete privativamente à União legislar sobre a organização do sistema nacional de emprego e


as condições para o exercício de profissões.

6. (CEBRASPE/2022/SEFAZ-SE/Auditor Técnico de Tributos) De acordo com a repartição de


competências prevista na vigente Constituição da República, a União, os estados federados e o
DF têm competência concorrente para legislar sobre

a) a organização do sistema nacional de emprego.

b) trânsito e transporte.

c) jazidas e minas.

d) previdência social, proteção e defesa da saúde.


==5617c==

e) a seguridade social.

7. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) Lei municipal de interesse local


que tratar de combate à poluição contrariará a CF, uma vez que esta competência é privativa da
União.

8. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência legislativa
residual para atender às suas peculiaridades.

9. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

Compete privativamente à União zelar pela guarda da CF, das leis e das instituições
democráticas.

10. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

A competência da União para legislar sobre normas gerais afasta a competência suplementar
dos estados.

11. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas


gerais.

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12. (Cespe/2017/Seres-PE/Agente de Segurança/Adaptada) Com relação à organização


político-administrativa do Estado, julgue o item subsecutivo:

É atribuição exclusiva da União representar a República Federativa do Brasil nas relações


internacionais.

13. (Cespe/2016/TC-DF/Auditor de Controle) Em relação à competência legislativa


estabelecida na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item abaixo.

A edição de normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, em todas as


modalidades, é competência privativa da União.

14. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Analista) De acordo com as noções gerais e os


princípios fundamentais do direito constitucional positivo brasileiro, julgue os itens
subsequentes. Nesse sentido, considere que as siglas CF e STF, sempre que utilizadas, se
referem, respectivamente, à Constituição Federal de 1988 e ao Supremo Tribunal Federal.

As terras indígenas tratadas pela CF se submetem ao princípio fundamental da soberania da


República Federativa do Brasil, fazendo parte do território brasileiro.

15. (CESPE/2008/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual) A União é entidade federativa


autônoma em relação aos estados-membros e municípios, e cabe a ela exercer as prerrogativas
da soberania do Estado brasileiro ao representar a República Federativa do Brasil nas relações
internacionais.

16. (CESPE/2015/TRE GO/AJAJ) Acerca da administração pública, da organização dos poderes


e da organização do Estado, julgue o item que se segue.

Considere que, prevista competência concorrente para legislar sobre determinada matéria de
interesse público e inexistindo lei federal que o fizesse, o estado de Goiás tenha editado lei
contendo normas gerais sobre tal matéria. Nessa situação, lei federal superveniente sobre a
matéria não revogará a lei estadual, cuja eficácia será suspensa apenas no que contrariar a lei
federal.

17. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Acerca da organização político-administrativa,


assinale a opção correta.
A) Os estados devem respeitar as leis federais, e os municípios, as leis federais e estaduais, mas
isso somente deve ocorrer nas hipóteses previstas na CF.
B) Compete à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios legislar concorrentemente
sobre educação, saúde, trânsito e transporte, cabendo a cada ente federativo adotar sua
legislação de acordo com as peculiaridades federal, estadual e municipal.

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C) Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial e financeiro.


D) Os estados têm competência para criar, organizar e suprimir distritos.
E) A fim de fazer cumprir ordem legal, poderá a União decretar intervenção federal nos
municípios que se recusarem a cumprir lei federal que tenha sido recepcionada por lei estadual.

18. (CESPE/2013/TCE-RO/Analista – Contabilidade) De acordo com a CF, é necessária a


consulta da população diretamente interessada, no caso de instituição, pelo estado-membro, de
regiões metropolitanas, que são formadas por agrupamento de municípios.

19. (CESPE/2016/TRT 8/AJAJ) Acerca do conceito de Constituição, da classificação das


Constituições, da classificação das normas constitucionais e dos princípios estabelecidos na
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.

Decorrem do princípio da supremacia das normas constitucionais tanto a exigência de que os


estados-membros se organizam obedecendo ao modelo adotado pela União quanto a de que as
unidades federativas estruturem seus governos de acordo com o princípio da separação de
poderes.

20. (CESPE/2017/TRE-PE/AJAA/Adaptada) A respeito das competências dos entes federados,


julgue o item.

A eficácia de lei estadual vigente não será suspensa na hipótese de superveniência de lei federal
sobre normas gerais, mesmo que a lei federal traga disposições contrárias à lei estadual.

Gabarito

1. C 8. E 15. C
2. E 9. E 16. C
3. C 10. E 17. A
4. B 11. C 18. E
5. C 12. C 19. E
6. D 13. C 20. E
7. E 14. C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
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21 de Janeiro de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Administração Pública - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Administração Pública


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Administração Pública - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
44

4) Questões Estratégicas - Administração Pública - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
47

5) Questionário de Revisão - Administração Pública


..............................................................................................................................................................................................
73

6) Lista de Questões Estratégicas - Administração Pública - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
94

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
101

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Princípios da Administração Pública e disposições gerais (art. 37 da CF) 75,0%
Disposições aplicáveis ao servidor público no exercício de mandato eletivo
10,0%
(art. 38 da CF)
Servidores Públicos - administração e remuneração de pessoal (art. 39 da
10,0%
CF)
Regime de Previdência dos Servidores (art. 40 da CF) 5,0%
Estabilidade dos servidores públicos (art. 41 da CF)
==5617c==

0,0%
Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 42 da CF) 0,0%
Regiões (art. 43 da CF) 0,0%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Ler os arts. 37 a 41 da CF, tendo em mente os seguintes pontos:

Princípios expressos da Administração Pública

São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37, caput, da
CF/88).

Para facilitar a memorização desse rol, grave o (famoso!) mnemônico: “LIMPE”.

L – Legalidade;
I – Impessoalidade;
M – Moralidade;
P – Publicidade;
E – Eficiência.

Importante observar que tais princípios são de observação obrigatória para TODA a Administração
Pública – Direta e Indireta – de TODOS os Poderes, de TODAS as esferas de governo – União,
Estados, DF e Municípios, consoante art. 37, caput, da CF/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

Aqui, é importante relevante relembrar que além dos princípios expressos na CF/88 existem
também os princípios implícitos, que são aqueles reconhecidos pela doutrina e jurisprudência, e
possuem a MESMA relevância que os princípios expressos.

Além disso, todos os princípios incidem de forma simultânea (ou seja, a aplicação de um não exclui
a de outro), podendo prevalecer um ou outro a depender do caso concreto, a partir da técnica da
ponderação.

Os princípios possuem um grau de abstração superior ao das regras. Entretanto, tanto aqueles
quanto estas são normas jurídicas dotadas de força cogente, de observância obrigatória por parte

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de seus destinatários, cujo descumprimento acarreta consequência jurídica concreta (como uma
sanção).

Legalidade

O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir quando há imposição ou


permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a atividade administrativa deve se
dar no mesmo sentido (e não contra) e nos exatos limites (nunca além) de tal determinação ou
autorização legal.

Legalidade administrativa versus autonomia da vontade no setor privado

O princípio da legalidade administrativa é caracterizado pela restrição da vontade dos agentes


administrativos pela lei, o que se diferencia, portanto, da conduta que prevalece no setor privado,
onde há predominância da autonomia da vontade dos particulares, em que se pode fazer tudo
aquilo que a lei permite e não proíbe - CF/88, art. 5º, inciso II:

Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

Legalidade versus legitimidade

A legitimidade é mais abrangente que a legalidade, já que significa não somente agir conforme o
texto da lei, mas também obedecer aos demais princípios administrativos.

Impessoalidade

O princípio da impessoalidade impõe que a ação da Administração deve estar voltada para a
atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em lei, o qual visará atender sempre a
uma finalidade: o interesse público.

Assim, o administrador não pode atuar para atender a objetivo diverso do estabelecido em lei –
que, novamente, será sempre o interesse público –, ou de praticar o ato administrativo em
benefício próprio ou de terceiros.

Possibilidade de que o interesse público coincida com o privado

Em algumas situações, o interesse público pode coincidir com o privado, então a atuação da
Administração pode, licitamente, acabar atendendo, além do interesse público, ao interesse
particular de certa pessoa ou grupo de pessoas. O que é vedado pelo princípio da impessoalidade
é que ação do administrador não atinja o interesse público previsto na lei como objetivo de tal
atuação, ou seja, que se busque atender a outra finalidade ou somente ao interesse próprio ou de
terceiros.

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Compreensão do princípio da impessoalidade sob certos enfoques específicos

a) Enfoque da imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas
jurídicas que atuam: decorre de tal preceito que, como os atos não devem ser entendidos como
praticados pelo agente público A ou agente público B, mas sim pela Administração Pública, esse
viés do princípio da impessoalidade acaba por retirar dos agentes públicos a responsabilidade
pessoal, perante terceiros, pelos atos que praticam.

b) Enfoque da vedação à promoção pessoal de autoridade e servidores públicos: esse viés decorre
do disposto no art. 37, § 1º da CF/88:

Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.

Relação com o princípio da isonomia

O princípio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princípio constitucional da isonomia


(CF/88, arts. 5º, inciso I, e 19, inciso III), obrigando a Administração a conferir tratamento igualitário
aos administrados que se encontrem na mesma situação fática e jurídica.

Art. 5º, I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;

(...)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Decorrem do dever de isonomia da Administração a necessidade da adoção de procedimentos


como o concurso público para provimento de cargos efetivos, a licitação para a contratação de
obras, serviços, fornecimentos, o regime de precatórios para pagamento de dívidas da Fazenda
Pública em decorrência de decisão judicial etc.

Moralidade

O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem com ética, honestidade,
probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional.

A moralidade administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele que atua não
somente com respeito aos preceitos vigentes, mas também à moral –, embora deva ser observada
tanto pelos agentes públicos quanto pelo particular ao se relacionar com a Administração.

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Moralidade administrativa versus moralidade comum

A moralidade administrativa não se confunde com a moralidade comum. Esta “é imposta ao


homem para sua conduta externa;” aquela “é imposta ao agente público para sua conduta interna,
seguindo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum” 1.

Além disso, a moralidade administrativa diz respeito a uma moral jurídica, consubstanciada em
regras de conduta extraídas da disciplina interior da Administração2. Ou seja, deve ser
compreendida de modo objetivo, independente da noção subjetiva do agente sobre o que é certo
ou errado em termos éticos – moral comum.

Moralidade como fator de legalidade

Embora tenha sido previsto na CF como um princípio autônomo, é possível entender a moralidade
administrativa como fator de legalidade. Nesse sentido, o TJSP já decidiu que “o controle
jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por legalidade ou
legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como também com a moral
administrativa e com o interesse coletivo”3.

Prescindibilidade de normas positivadas para a observância do princípio da moralidade

Existem diversas normas infraconstitucionais que estabelecem regras relativas à moralidade,


como, no âmbito federal, a Lei 12.813/2013 (Lei de Conflito de Interesses), o Decreto 6.029/2007
(institui o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal), além de alguns dispositivos da
Lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) e da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores
Públicos Federais).

Outro exemplo importante é a Lei 8.429/1992, de aplicação nacional e conhecida como “Lei de
Improbidade Administrativa”, que “dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências”.

Vale esclarecer, entretanto, que a conduta do administrador deve estar pautada pela moralidade
mesmo que não haja norma positivada proibindo tal conduta, sob pena de anulação do ato imoral
por parte do Judiciário (caso provocado) ou pela própria Administração, em decorrência de seu
poder de autotutela.

1
Maurice Hauriou, Précis Elementaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp. 197 e ss apud Meirelles, 2014, p.
92.
2
Meirelles, 2014, p. 92.
3
TJSP, RDA 89/134 apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. São Paulo, Malheiros
Editores: 2005, p. 91.

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Inclusive a súmula vinculante 13 foi editada a partir do entendimento do STF de que a vedação ao
nepotismo decorre da interpretação direta de diversos princípios constitucionais, dentre eles, o
da moralidade, embora não haja proibição específica e expressa de tal prática na Constituição.
Vejamos o teor da súmula:

Súmula Vinculante 13:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por


afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.

É importante destacar que “ajuste mediante designações recíprocas” diz respeito ao nepotismo
transverso (ou nepotismo cruzado).

Além disso, cumpre esclarecer que ficaram de fora da proibição estabelecida na súmula as
nomeações de parente para a ocupação de cargos de natureza eminentemente política – como
os de Ministro ou Secretário Estadual ou Municipal –, ao contrário dos cargos e funções de
confiança em geral, que possuem natureza precipuamente administrativa.

Controle da moralidade administrativa

O controle da moralidade administrativa pode ser realizado pelos cidadãos mediante o


instrumento da ação popular, para que qualquer cidadão (lembrar aqui que “cidadão” é diferente
de “pessoa”) busque a anulação de ato lesivo à moralidade administrativa – CF/88, art. 5º, inciso
LXXIII:

Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

Já o Ministério Público atua na defesa da moralidade administrativa mediante ação civil pública.
Embora a CF não fale expressamente em “moralidade administrativa” ao tratar de tal instrumento
(CF/88, art. 129, III – “São funções institucionais do Ministério Público: (...) promover o inquérito
civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos”), a Lei Orgânica do Ministério Público dispõe que incube ao
Parquet “promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei (...) para a anulação ou
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do

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Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades


privadas de que participem” (Lei 8.625/93, art. 25, inciso IV, alínea “b”).

Relação entre moralidade administrativa e probidade administrativa

A conduta imoral do administrador poderá ser enquadrada como ato de improbidade


administrativa, que, nos termos do art. 37, § 4º da CF/88, resultará na suspensão dos direitos
políticos, na perda da função pública, na indisponibilidade de bens e no ressarcimento ao erário,
sem prejuízo da ação penal cabível (regulamentando esse dispositivo é que foi editada a Lei
8.429/1992):

Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Aqui é importante mencionar que o dispositivo fala em “suspensão” dos direitos políticos, e não
em “perda” ou “cassação” de tais direitos – são institutos diferentes!

A CF/88 só admite a perda ou suspensão dos direitos políticos, mas veda sua cassação, conforme
caput do art. 15:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Publicidade

O princípio da publicidade impõe que a Administração confira a mais ampla divulgação de seus
atos aos interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a conduta
dos agentes administrativos.

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Relação com os atos administrativos

A publicidade não é considerada elemento de formação do ato administrativo (ou seja, um


elemento que lhe confere validade), mas somente requisito de eficácia (ou seja, um requisito que
lhe permite produzir seus efeitos).

Princípio da publicidade e a transparência na Administração Pública

Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princípio da publicidade o direito fundamental à


informação previsto na CF/88, art. 5º, inciso XXXIII:

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

Também está alinhado ao princípio da publicidade o disposto na CF/88, art. 5º, inciso LX:

Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a transparência na
Administração Pública e, somente em situações excepcionais, a lei (necessariamente, não pode
ser ato infralegal) pode estabelecer situações em que o sigilo é justificável – quando imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado (CF/88, art. 5º, inciso XXXIII - já) ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5º, inciso LX).

Concretização do princípio da publicidade por meio dos direitos constitucionais de petição e de


certidão

De acordo com Carvalho Filho4, o direito de petição, previsto na CF/88, art. 5º, inciso XXXIV, alínea
“a”, concretiza o princípio da publicidade na medida em que, por meio das petições, os indivíduos
podem dirigir-se aos órgãos administrativos para formular qualquer tipo de postulação.

Por sua vez, o autor esclarece que as certidões (CF/88, art. 5º, inciso XXXIV, alínea “b”), expedidas
pela Administração, registram a verdade dos fatos administrativos, cuja publicidade permite aos
administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas situações.

Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:

Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

4
Carvalho Filho, 2016, p. 27.

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a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade


ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Diferença entre publicidade e publicação

Não se confunde o princípio da publicidade com a simples publicação de atos. Enquanto aquele
exige uma atuação transparente por parte da Administração, esta é apenas uma forma de se dar
publicidade aos atos administrativos (por exemplo, publicação no diário oficial do ente federativo).

Divulgação da remuneração de servidores públicos em sítio eletrônico da internet

O Supremo Tribunal Federal entende que a divulgação nominal da remuneração de autoridades


e servidores públicos em sítio eletrônico da internet não viola sua intimidade, vida privada e
segurança pessoal e familiar a ponto de ser considerada ilícita, devendo prevalecer o princípio da
publicidade5.

"A divulgação da remuneração bruta dos cargos e funções titularizados por servidores
públicos, com seu nome e lotação, consubstancia informação de interesse coletivo ou
geral, “sem que a intimidade deles, vida privada e segurança pessoal e familiar se
encaixem nas exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo
constitucional (inciso XXXIII do art. 5º)”6.

Cumpre destacar que a Corte considerou lícita a divulgação do nome e da remuneração do agente
público, mas não de seu CPF, identidade e endereço residencial.

Eficiência

O princípio da eficiência impõe que a Administração exerça sua atividade com presteza, perfeição,
rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratização, de forma a obter o melhor
resultado possível no atendimento do interesse público. Preceitua a adequação dos meios
empregados aos fins vislumbrados, a ponderação da relação custo/benefício da ação.

Também conhecido como princípio da qualidade dos serviços públicos, está relacionado ao
modelo de administração pública gerencial e alcança não somente os serviços públicos prestados
diretamente à coletividade, mas também os serviços administrativos internos da Administração.

5
STF, SS 3.902 AgR segundo, rel. min. Ayres Britto, j. 9/6/2011, P, DJE de 3/10/2011; = RE 586.424 ED, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2ª T, DJE de 12-3-2015.
6
STF – SS 3.902 AgR.

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Desdobramentos do princípio da eficiência previstos ao longo da Constituição Federal

Alguns desdobramentos constitucionais do princípio da eficiência:

a) a possibilidade de reclamação relativa à prestação dos serviços públicos e de avaliação


periódica, interna e externa, da qualidade dos serviços, consoante art. 37, § 3º, incisos I a III:

Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de


governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,


emprego ou função na administração pública.

b) a possibilidade de celebração de contratos de gestão como forma de ampliar a autonomia


gerencial, orçamentária e financeira de órgãos e entidades da administração direta e indireta, com
fixação de metas de desempenho e controles e critérios para sua avaliação, consoante art. 37, §
8º, incisos I a III:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades


da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

c) a determinação aos entes federados que mantenham escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, bem como a exigência de que estes participem de
cursos de aperfeiçoamento com condição de promoção na carreira, consoante art. 39, § 2º:

Art. 37, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para
a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação

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nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

d) a possibilidade de aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com


despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio
de produtividade, a ser disciplinada em lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios,
consoante art. 39, § 7º:

Art. 39, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará
a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.

e) possibilidade de perda do cargo do servidor estável por insuficiência de desempenho aferido


em avaliação periódica, consoante art. 41, § 1º, inciso III:

Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (...)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

f) necessidade de avaliação especial de desempenho para aquisição de estabilidade por parte do


servidor público, consoante art. 41, § 4º:

Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação


especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Princípio da eficiência: controle

O controle da eficiência da Administração Pública pode ocorrer mediante:

a) controle externo – Poder Legislativo e tribunais de Contas (art. 70, caput e art. 71, caput);

b) sistema de controle interno (art. 70, caput e art. 74, inciso II);

c) controle judicial – José dos Santos Carvalho Filho entende que ocorrer desde que haja
comprovada ilegalidade.

Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:

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Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

(...)

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de: (...)

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

Licitação

No âmbito da Administração Pública, como regra, é necessária a realização de licitação pública,


com exceção nos casos especificados na legislação (art. 37, XXI, da CF/88):

Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Improbidade Administrativa

A CF/8, ao tratar da Administração Pública (capítulo VII do Título III), abordou os atos de
improbidade administrativa nos seguintes termos:

Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Para ajudar na memorização das sanções constitucionalmente previstas, memorize o mnemônico


SPIRA (Suspensão dos direitos políticos, Perda da função pública, Indisponibilidade dos bens,
Ressarcimento ao erário, sem prejuízo da Ação penal cabível).

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Prescrição de ilícitos que causem prejuízos ao erário

A CF/8, ao tratar da Administração Pública (capítulo VII do Título III), abordou a prescrição de
ilícitos que causem prejuízos ao erário nos seguintes termos:

Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.

A despeito de o dispositivo asseverar "ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento", o STF


entende que:

a) as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de


Improbidade Administrativa (LIA) são imprescritíveis7 (em entendimento exarado antes do advento
da Lei 14.230/2021, quando a LIA ainda previa a possibilidade de ato de improbidade decorrente
de conduta culposa).

b) "é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil” 8
(estão abrangidos, assim, os ilícitos que violem normas de direito privado, não alcançando,
portanto, ilícitos decorrentes de infrações de direito público, como os de natureza penal e as ações
de ressarcimento ao erário decorrentes de atos dolosos de improbidade administrativa, que, como
já asseverado, são imprescritíveis, segundo o mesmo STF).

Responsabilidade Civil do Estado

A CF/8, ao tratar da Administração Pública (capítulo VII do Título III), abordou a responsabilidade
do Estado nos seguintes termos:

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

Com base nesse dispositivo, é possível verificar que a responsabilidade civil do Estado:

- Pressupõe a existência de 3 sujeitos: Estado, agente público e terceiro lesado.

7
STF – RE 852.475.
8
STF – RE 669.069.

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- É do tipo objetiva: não depende de dolo ou culpa, nem da existência de relação contratual,
tampouco que o agente público cometa ato ilícito (contrário a lei) – basta que haja nexo causal
entre o dano e a atuação (conduta comissiva) do agente público (veja que o dispositivo
constitucional fala “responderão pelos danos... causados a terceiros”).

No caso de omissão do Estado, sua responsabilidade civil é subjetiva.

- Alcança a pessoas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público,


inclusive os delegatários de serviço público.

Perceba que, para o dispositivo constitucional mencionado, o que importa é que sejam pessoas
jurídicas “prestadoras de serviços públicos”. Assim, as empresas estatais exploradoras de
atividade econômica não estão abrangidas pela responsabilidade objetiva do art. 37, § 6º da
CF – sua responsabilidade é subjetiva, na modalidade culpa comum.

Os delegatários (concessionárias, permissionárias e autorizadas) estão alcançadas pela


responsabilidade objetiva (porque prestam serviços públicos) relativamente a usuários e não-
usuários do serviço9.

- Depende que o agente atue na condição de agente público (veja que o dispositivo fala “nessa
qualidade”).

- Não é afastada em caso de dolo ou culpa do responsável, mas, nesse caso, é assegurada à
Administração o direito de regresso contra ele.

- Na ação regressiva, cabe à Administração provar que o responsável agiu com dolo ou culpa
(a responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum).

Responsabilidade do Estado por omissão

No caso de omissão do Estado, sua responsabilidade civil é subjetiva, cabendo ao pretenso


lesado provar culpa do Poder Público (não precisa ser de um agente público específico), em
decorrência da falta do serviço que deveria ter prestado e que, se o houvesse, teria evitado o
dano (ou seja, o nexo causal entre o dano e a omissão estatal).

A responsabilidade estatal por omissão, subjetiva, geralmente é utilizada em casos em que o


dano foi causado por atos de terceiros (não agentes públicos, como delinquentes ou multidões)
ou por fenômenos da natureza (ex: enchente).

O Estado só será responsabilizado por omissão, em regra, quando o dano era evitável.

9
STF – RE 591.874/MS.

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Por outro lado, no caso de danos a pessoas sob a guarda/custódia do Poder Público (ex:
presidiários), a responsabilidade do Estado é objetiva, ainda que o dano não tenha sido
provocado por uma atuação direta de um agente público, ou ainda, mesmo em caso de omissão
do Estado, em razão de seu dever de custódia (ex: detento assassinado por colega de cela
dentro da penitenciária).

Responsabilidade por atos legislativos e atos judiciais

Em regra, em decorrência de tais atos (praticados no exercício da função típica do Poder


Legislativo ou do Judiciário), não cabe responsabilização civil do Estado. Exceções:

- Atos legislativos: é possível a responsabilização do Estado em virtude de danos causados por


lei de efeitos concretos ou de lei com inconstitucionalidade declarada pelo STF.

- Atos judiciais: é possível a responsabilização do Estado na hipótese prevista na CF, art. 5º,
LXXV – “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença”. Destaca-se que o “erro judiciário” mencionado pelo
dispositivo, restringe-se a erro na esfera penal.

Contrato de Gestão

A CF/8, ao tratar da Administração Pública (capítulo VII do Título III), aborda o contrato de gestão
nos seguintes termos:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades


da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

O objetivo do contrato de gestão é o de aumentar a autonomia gerencial, orçamentária e


financeira do órgão/entidade que, por outro lado, assume o compromisso de cumprir
determinadas metas de desempenho.

Como exemplo de aplicação do dispositivo, temos as agências executivas.


“Agência Executiva” é uma qualificação conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações
públicas que firmem o contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da CF/88 e possuam um plano

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estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento consoante inciso


I do art. 51 da Lei 9.649/1998. Assim, uma agência executiva não é uma nova entidade
administrativa.
Convém destacar que é possível a celebração do contrato de gestão previsto no art. 37, § 8º da
CF/88 não apenas por entidades da Administração Indireta, mas por órgãos da Administração
Direta também (conforme a redação do próprio dispositivo).

Avaliação das Políticas Públicas

A CF/8, ao tratar da Administração Pública (capítulo VII do Título III), aborda a avaliação de políticas
públicas nos seguintes termos:

Art. 37, § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou


conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com
divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei.

Não basta apenas avaliar as políticas públicas: é necessária a divulgação do objeto a ser avaliado
e dos resultados alcançados (na forma da lei).
Ao nosso entender, há nítido alinhamento do dispositivo aos princípios da publicidade e da
eficiência.

Agentes Públicos

Disposições previstas no Capítulo VII da CF/88 - Da Administração Pública

Forma e requisitos de acesso a cargos, empregos e funções públicas

- Princípio da ampla acessibilidade aos cargos públicos: a CF/88 garante tanto aos brasileiros
quanto aos estrangeiros o acesso aos cargos, empregos e funções públicas (art. 37, inciso I da
CF/88).

Entretanto, para os brasileiros, a CF/88 assevera que o acesso aos cargos, empregos e funções
públicas é garantido a todos "que preencham os requisitos estabelecidos em lei" e, para os
estrangeiros, que o referido acesso é garantido "na forma da lei".

Acesso a cargos, empregos e funções públicas (art. 37, inciso I da CF/88)


garantido a todos que preencham os
Brasileiros
requisitos estabelecidos em lei.
Estrangeiros garantido na forma da lei.

Isso significa que, para os brasileiros, basta que atendam aos requisitos da lei para que possam
acessar os cargos, empregos e funções públicas. Já para os estrangeiros, o acesso deve ocorrer

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na forma da lei, ou seja, é necessária a edição para estabelecer a forma em que se dará o acesso
dos estrangeiros aos cargos, empregos e funções público.

Vale destacar que os requisitos de acesso devem estar previstos em lei, ou seja, o edital de um
concurso público não pode inovar e exigir determinados requisitos como, por exemplo, limite de
idade, sem previsão legal. Nesse sentido:

"O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art.
7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido"10.

"a imposição de discrímen de gênero, para fins de concurso público, só é compatível


com a Constituição nos excepcionais casos em que reste inafastável a fundamentação
proporcional e a legalidade da imposição"11.

Além disso, a regra geral é que será no ato da posse, e não da inscrição do concurso público, a
exigência de habilitação para o exercício do cargo (entendimento do STF e STJ)12, tendo como
exceções as seguintes:

a) será na data da inscrição definitiva no concurso público a comprovação de 3 anos de atividade


jurídica para os cargos de juiz e membros do Ministério Público (art. 23, § 1º da Resolução CNJ
nº 75/2009);

b) em concurso para policial militar, "a comprovação do requisito etário deve ocorrer no
momento da inscrição do certame"13.

- Um percentual dos cargos e empregos públicos deve ser reservado para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão (art. 37, inciso VIII da CF/88).

Tal percentual deve ser reservado por lei e a reserva não dispensa a exigência de prévia aprovação
em concurso público.

No âmbito federal, é de até 20% o percentual reservado às pessoas portadoras de deficiência das
vagas oferecidas no concurso público (art. 5º da Lei 8.112/1990).

10
STF – Súmula 683.
11
STF – RE 528.684/MS.
12
STF – ARE-AgR 728.049/RJ. STJ – Súmula 266.
13
STF – ARE 685870 MG.

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Concurso público

- A aprovação prévia em concurso público é requisito para a investidura tanto em cargo quanto
em emprego público (art. 37, II da CF/88).

Nada obstante, não dependem de concurso público as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração (art. 37, II da CF/88).

- O concurso público pode ser composto apenas de provas ou de provas e títulos, a depender da
natureza e da complexidade do cargo ou emprego. Tais definições devem estar previstas em lei
(art. 37, II da CF/88).

- O concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma vez, pelo
mesmo período originalmente definido (art. 37, III da CF/88).

- Dentro de um mesmo cargo/emprego, na carreira, o aprovado em concurso público será


convocado com prioridade sobre novos concursados durante o prazo improrrogável previsto no
edital de convocação (art. 37, IV da CF/88).

Além disso, candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital do concurso
público possui direito subjetivo à nomeação (observado o prazo de validade do certame), mas a
administração pode se ver desobrigada de realizar tal nomeação em situações excepcionalíssimas,
decorrentes de fatos supervenientes à publicação do edital14.

Ainda, em certames para a formação de cadastros de reserva, os aprovados não possuem direito
subjetivo à nomeação, mas apenas expectativa15.

Por fim, “dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”16. Porém, é lícito
que candidato pior colocado seja nomeado em virtude de decisão judicial e, nessa situação, não
surge para os candidatos mais bem classificados que tenham sido “pulados” o direito subjetivo à
nomeação17.

- Implicam a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei (art. 37, §
2º da CF/88), a não observância das regras dos incisos II e III do art. 37 da CF/88, detalhadas
anteriormente.

- Além da investidura em cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração


(art. 37, II da CF/88), também são exceções à regra de exigência de concurso público:

14
STF – RE 598.099/MS.
15
STF – MS-AgR 31.790/DF.
16
STF – Súmula 15.
17
STF – AI 698.618/SP.

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a) a investidura em mandato eletivo;

b) a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de


excepcional interesse público (art. 37, IX da CF/88);

c) a admissão de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, que


podem ser admitidos por meio de processo seletivo público (art. 198, § 4º da CF/88);

d) o caso do ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas durante


a Segunda Guerra Mundial, que possui o direito de ser aproveitado no serviço público, sem
concurso público, com estabilidade (art. 53, inciso I do ADCT).

- Em que pese o art. 37, inciso I da CF/88 prever que os cargos e empregos públicos serão
acessíveis aos brasileiros (que preencham os requisitos estabelecidos em lei) e aos estrangeiros
(na forma da lei), a própria Constituição estabelece que alguns cargos são privativos de brasileiro
nato (art. 12, § 3º da CF/88), quais sejam:

- Em que pese o art. 37, II da CF/88 estabelecer que o concurso público poderá ser de provas ou
de provas e títulos (a depender da natureza e da complexidade do cargo ou emprego, na forma
da lei), a própria Constituição estabelece alguns cargos em que o ingresso deve se dar,
necessariamente, mediante aprovação em concurso público de provas e títulos:

a) Juiz Substituto (art. 93, inciso I da CF/88);

b) carreira do Ministério Público (art. 129, § 3º da CF/88);

c) carreira da Advocacia-Geral da União (art. 131, § 2º da CF/88);

d) Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (art. 132 da CF/88);

e) carreira da Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 134, § 1º
da CF/88);

f) profissionais de Educação Escolar (art. 206, inciso V da CF/88).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público”18.

“O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art.


7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido”19.

“É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso


público”20 (ou seja, o impedimento à participação do candidato deve ser devidamente
motivado).

“na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor
não faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em
momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante”21 “é inconstitucional toda
modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido”22.

“O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às


vagas reservadas aos deficientes”23.

Direitos de associação sindical e de greve dos servidores públicos

- O servidor público civil possui direito à livre associação sindical (art. 37, inciso VI da CF/88).

- O servidor público possui, também, direito de greve, dependendo da edição de uma lei
específica para definir os termos e os limites em que se dará o exercício de tal direito (art. 37,
inciso VI da CF/88).

Até o momento tal lei não foi editada.

Assim, o STF decidiu que deve ser aplicada, de forma temporária à administração pública, no que
couber, a lei de greve vigente para o setor privado, até que a lei de greve do setor público seja
editada24.

18
STF – Súmula Vinculante 44.
19
STF – Súmula 683.
20
STF – Súmula 684.
21
STF – RE 724.347/DF.
22
STF – Súmula 685.
23
STF – Súmula 377.
24
STF – MI 670/ES e MI 708/DF.

22
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Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

"A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação


decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da
suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso
de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público”25.

"1 - O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de
segurança pública.

2 - É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos


classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para
vocalização dos interesses da categoria"26.

- Ao contrário do previsto para os servidores públicos em geral, aos militares são vedadas a
sindicalização e a greve (art. 142, § 3º, IV da CF/88).

Direitos constitucionais dos trabalhadores urbanos e rurais estendidos aos servidores públicos

Foram estendidos aos servidores ocupantes de cargo público os seguintes direitos constitucionais
dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 39, § 3º da CF/88):

a) percepção do salário nunca inferior ao mínimo fixado em lei (art. 7º, incisos IV e VII da CF/88);

b) décimo terceiro salário (art. 7º, inciso VIII da CF/88);

c) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (art. 7º, inciso IX da CF/88);

d) salário família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda (art. 7º, inciso
XII da CF/88);

e) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta horas semanais (art.
7º, inciso XIII da CF/88);

f) repouso semanal remunerado (art. 7º, inciso XV da CF/88);

g) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do


normal (art. 7º, inciso XVI da CF/88);

25
STF – RE 693.456/RJ.
26
STF – ARE 654.432.

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h) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal
(art. 7º, inciso XVII da CF/88);

i) licença à gestante (art. 7º, inciso XVIII da CF/88);

j) licença paternidade (art. 7º, inciso XIX da CF/88);

k) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da


lei (art. 7º, inciso XX da CF/88);

l) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança
(art. 7º, inciso XXII da CF/88); e

m) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por


motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (art. 7º, inciso XXX da CF/88).

Remuneração dos agentes públicos e acumulação de cargos públicos

- A remuneração (em sentido amplo) dos agentes públicos pode ocorrer, basicamente, das
seguintes formas:

a) vencimentos: compostos por uma parcela fixa ("vencimento básico" ou apenas


"vencimento") e por uma parte variável ("vantagens pecuniárias"), é a denominação da
remuneração dos servidores públicos estatutários que não recebem pela sistemática de
subsídio.

b) subsídio: espécie remuneratória formada por uma parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória (art. 39, § 4º da CF/88).

A modalidade de remuneração por subsídio é obrigatória para os agentes políticos: membro


de Poder, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado, os Secretários Estaduais e Municipais etc.

É obrigatória, também, para os seguintes servidores públicos: servidores integrantes das


carreiras da Advocacia Pública e da Defensoria Pública (art. 135 da CF/88), bem como para os
servidores policiais da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal,
polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares, polícias penais federal,
estaduais e distrital (art. 144, § 9º da CF/88).

Por outro lado, é facultativa para os seguintes servidores públicos organizados em carreira (art.
39, § 8º da CF/88).

c) salário: denominação da remuneração recebida pelos empregados públicos, por serem


regidos pelo regime trabalhista (CLT).

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- A fixação ou alteração da remuneração dos servidores públicos e dos agentes políticos (ou seja,
dos vencimentos e dos subsídios) deve ocorrer por lei específica, ou seja, será através de uma lei
ordinária que trate apenas desse assunto (art. 37, inciso X da CF/88).

A iniciativa das leis para fixar ou alterar a remuneração ou o subsídio ocorrerá da seguinte forma:

a) cargos do Poder Executivo: iniciativa é privativa do Presidente da República (art. 61, §1º, II,
a da CF/88);

b) cargos da Câmara dos Deputados (CD): iniciativa é privativa da CD (art. 51, inciso IV da
CF/88);

c) cargos do Senado Federal (SF): iniciativa é privativa do SF (art. 52, inciso XIII da CF/88);

d) no âmbito do Poder Judiciário, compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal, aos


Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo a
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a
fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver
(art. 48, inciso XV e art. 96, inciso II, b, ambos da CF/88).

Nada obstante, o subsídio dos seguintes agentes públicos não é fixado/alterado por lei, mas por
decreto legislativo do Congresso Nacional:

a) Deputados Federais e Senadores (art. 49, VII da CF/88);

b) Presidente, Vice-Presidente da República e Ministros de Estado (art. 49, VIII da CF/88).

Além disso, também não se exige lei para a fixação ou alteração dos salários dos empregados
públicos (perceba que eles não são mencionados no art. 37, inciso X da CF/88). Nesse caso, o
instrumento cabível é o acordo coletivo de trabalho (art. 7º, XXVI da CF/88).

- Com vistas a recompor o poder aquisitivo da remuneração dos servidores públicos e do subsídio
dos agentes políticos, garante-se revisão geral anual, que deve ocorrer sempre na mesma data e
sem distinção de índices (art. 37, inciso X da CF/88).

Além disso, a concessão de tal revisão deve ocorrer mediante lei de iniciativa privativa do chefe
do Poder Executivo de cada ente federativo (entendimento do STF).

Cuidado!

A "alteração" da remuneração é feita mediante lei de iniciativa privativa de cada


Poder e a "revisão geral" é feita mediante lei de iniciativa privativa do chefe do
Poder Executivo de cada ente federativo.

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- A CF/88 prevê, ainda, diversos limites remuneratórios (também chamados de "tetos


remuneratórios").

Em relação aos montantes dos limites remuneratórios, a CF/88 fixa o seguinte (art. 37, inciso XI da
CF/88, interpretado em conjunto com os arts. 27, § 2º, 29, VI, 37, §§ 2º e 12, bem como a
jurisprudência do STF):

Teto geral: subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF


União Não há "subtetos": aplica-se apenas o teto geral.

Poder Executivo: o limite é o subsídio do Governador.


(O subsídio do Governador fica limitado ao teto geral = subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do STF)
Poder Legislativo: o limite é o subsídio dos deputados estaduais ou distritais.
(Os subsídios dos deputados estaduais e distritais não poderá ser superior a 75% do
subsídio fixado para os deputados federais).
Poder Judiciário – servidores: o limite equivale a 90,25% do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do STF. Esse mesmo limite é aplicável aos procuradores do
Estados e
ministério público estadual, aos procuradores estaduais e aos defensores públicos
DF estaduais.
"Subtetos"

Poder Judiciário – membros (juízes estaduais e desembargadores de TJ): o limite será


o subsídio dos Ministros do STF (ADI 385427).
Fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando a presente regra aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
O limite é o subsídio do Prefeito.
(O subsídio do Prefeito fica limitado ao teto geral = subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do STF)
Municípios Vereadores: o limite do subsídio do vereador varia entre 20% a 75% do subsídio dos
Deputados Estaduais, a depender da quantidade de habitantes do município.
Procuradores dos Municípios: o limite remuneratório equivale a 90,25% do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do STF (RE 66369628).

27
Na ADI 3854, o STF deu interpretação conforme à Constituição ao art. 37, XI e § 12, da CF/88 para afastar a
submissão dos membros da magistratura estadual da regra do subteto remuneratório e declarou
inconstitucionais normas do CNJ que fixavam subteto para magistrados estaduais diferente do teto estabelecido
para a magistratura federal, por violarem o caráter nacional da estrutura judiciária brasileira previsto na
Constituição Federal.
28
Foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “A expressão ‘procuradores’ contida na parte final do inciso
XI do artigo 37 da Constituição da República compreende os procuradores municipais, uma vez que estes se

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CUIDADO! A despeito de o inciso XI e § 12 do art. 37 da CF/88 expressamente limitarem o


subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça a 90,25% do subsídio mensal, em espécie,
dos ministros do STF, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que esse
limite não é aplicável, mas sim o teto geral que corresponde ao montante integral do subsídio dos
membros do STF, que também é o limite que deve ser aplicado aos demais juízes estaduais (ADI
3854, conforme explicado na nota de rodapé).

Com relação ao alcance das regras de limite remuneratório (art. 37, XI da CF/88), temos o seguinte:

Quais espécies remuneratórias


Quais agentes públicos/órgãos/entidades são alcançados?
são alcançadas?

- Ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional; Remuneração, subsídio,
proventos, pensões ou outra
- Membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do espécie remuneratória,
Distrito Federal e dos Municípios; percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens
- Detentores de mandato eletivo; pessoais ou de qualquer outra
natureza.
- Demais agentes políticos;
Não estão sujeitas aos limites as
- Empresas públicas, sociedades de economia mista e suas parcelas de caráter indenizatório
subsidiárias que receberem recurso da União, dos Estados, do previstas em lei (art. 37, § 11 da
Distrito Federal e dos Municípios, para pagamento de pessoal ou CF/88).
custeio em geral (art. 37, § 9º da CF/88).

Por fim, ainda sobre limitação de remuneração, a Constituição estabelece que os vencimentos
dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo (art. 37, inciso XII da CF/88).

- É vedada a vinculação ou equiparação "de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público" (art. 37, inciso XIII da CF/88). Nesse sentido, temos
o seguinte precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

"É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou


municipais a índices federais de correção monetária"29.

inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto de 90,25% do subsídio mensal
em espécie dos ministros do Supremo Tribunal Federal".
29
STF - Súmula Vinculante 42.

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Nada obstante, a própria CF/88 prevê algumas hipóteses de equiparação e vinculação:

a) equiparação dos vencimentos e vantagens dos Ministros do TCU aos dos Ministros do STJ
(art. 73, § 3º da CF/88);

b) vinculação do subsídio dos Ministros do Tribunais Superiores no montante correspondente a


95% do subsídio mensal fixado para os Ministros do STF (art. 93, inciso V da CF/88).

- É vedada a incidência cumulativa de acréscimos pecuniários, de modo que "os acréscimos


pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores" (art. 37, inciso XIV da CF/88).

A ideia aqui é evitar o "efeito cascata" nas concessões de acréscimos pecuniários aos servidores.

- O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis (art.
37, inciso XV da CF/88), mas tal proteção não alcança a redução em virtude:

a) da aplicação do teto constitucional (art. 37, inciso XI da CF/88);

b) da aplicação da regra de vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários (art. 37,


inciso XIV da CF/88);

c) da incidência de impostos (nesse sentido, o art. 37, inciso XIV aponta como ressalvas o art.
150, II, o art. 153, III, e o art. 153, § 2º, I, todos da CF/88).

Além disso, a irredutibilidade diz respeito, segundo o STF:

a) ao montante final dos vencimentos, podendo ser alterada a fórmula de sua composição;

b) ao valor nominal (numérico) dos vencimentos/subsídios, não abrangendo proteção contra a


inflação.

Por fim, destacamos que a proteção da irredutibilidade alcança não apenas os


vencimentos/subsídios dos cargos efetivos, mas os dos cargos em comissão, também, além dos
salários dos empregados públicos.

- Acumulação remunerada de cargos: via de regra é vedada a acumulação remunerada de cargos


públicos, estendendo-se tal proibição a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público (art. 37, incisos XVI e XVII da CF/88).

Entretanto, desde que haja compatibilidade de horários, é possível a acumulação remunerada nas
seguintes hipóteses (art. 37, inciso XVI da CF/88):

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CUIDADO!

O inciso XVI do art. 37 da CF/88 dispõe que o teto remuneratório constitucional (art. 37, XI da
CF/88) deve ser aplicado nos casos em que a Constituição admite a acumulação remunerada de
cargos públicos.

Entretanto, o STF entende que, nos casos em que a acumulação é permitida, o teto remuneratório
constitucional (art. 37, XI da CF/88) deve ser aplicado de forma isolada para cada cargo público
acumulado, ou seja, a soma das remunerações dos cargos pode ultrapassar o teto, mas a
remuneração individual de cada cargo, não:

"Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e


funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público"30.

Esse entendimento é aplicável a todos os casos autorizados constitucionalmente de acumulação


de cargos, empregos e funções.

Outras situações previstas na constituição que permitem a acumulação:

a) servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de


Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo (art. 38, III da CF/88);

b) juízes do Poder Judiciário e membros do Ministério Público: podem acumular com uma
função de magistério (art. 95, parágrafo único, inciso I da CF/88 e art. 128, § 5º, inciso II, alínea
“d” da CF/88);

c) militares dos Estados, do DF e dos Territórios: podem acumular nas hipóteses previstas no
art. 37, inciso XVI da CF/88, com prevalência da atividade militar (art. 42, § 3º da CF/88);

30
STF – RE 612975/MT e RE 602043/MT.

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d) profissionais de saúde das Forças Armadas: pode acumular no caso de previsto no art. 37,
inciso XVI, "c" da CF/88 (dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas), na forma da lei e com prevalência da atividade militar (art. 142, §
3º, incisos III e VIII da CF/88).

A única hipótese constitucional de acumulação de três cargos dispõe que é "assegurado o


exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam sendo
exercidos por médico militar na administração pública direta ou indireta" (art. 17, § 1º do ADCT).

- É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes dos regimes


próprios de previdência dos servidores estatutários e dos militares (ou seja, não entra as
aposentadorias decorrentes do Regime Geral de Previdência Social) com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados (art. 37, § 10 da CF/88):

a) os cargos acumuláveis na forma da Constituição;

b) os cargos eletivos; e

c) os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem
ser substituído por decisão judicial”31.

“Não cabe ao poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”32.

"O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos"33.

“Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos


vencimentos de servidores públicos34”.

“No que respeita ao subteto dos servidores estaduais, a Constituição estabeleceu a


possibilidade de o Estado optar entre: a definição de um subteto por poder, hipótese
em que o teto dos servidores da Justiça corresponderá ao subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça (art. 37, XI, CF, na redação da Emenda
Constitucional 41/2003); e a definição de um subteto único, correspondente ao subsídio

31
STF – Súmula Vinculante 4.
32
STF – Súmula Vinculante 37.
33
STF – Súmula Vinculante 55.
34
STF – Súmula 682.

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mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para todo e qualquer servidor de


qualquer poder, ficando de fora desse subteto apenas o subsídio dos Deputados (art.
37, § 12, CF, conforme redação da Emenda Constitucional 47/2005).
Inconstitucionalidade da desvinculação entre o subteto dos servidores da Justiça e o
subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça. Violação ao art. 37, XI e
§ 12, CF. Incompatibilidade entre a opção pela definição de um subteto único, nos
termos do art. Art. 37, § 12, CF, e definição de "subteto do subteto", em valor
diferenciado e menor, para os servidores do Judiciário. Tratamento injustificadamente
mais gravoso para esses servidores. Violação à isonomia”35.

“Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e


funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”36.

"As hipóteses excepcionais autorizadoras de acumulação de cargos públicos previstas


na Constituição Federal sujeitam-se, unicamente, a existência de compatibilidade de
horários, verificada no caso concreto, ainda que haja norma infraconstitucional que
limite a jornada semanal"37.

A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção
coletiva38. O STF vem determinando, em sede de mandado de injunção, a aplicação
temporária ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado,
em razão da inexistência, até hoje, da lei regulamentadora do direito de greve dos
servidores públicos39.

Servidores públicos no exercício de mandato eletivo (art. 38 da CF/88)

O que acontece com o servidor?

Mandato eletivo
Ficará afastado de seu cargo, emprego ou função (e receberá a remuneração do
federal, estadual
cargo eletivo)
ou distrital

35
STF – ADI 4.900.
36
STF – REs 602043 e 612975.
37
STF – ARE 1.246.685/RJ.
38
STF – Súmula 679.
39
STF – MI 670/ES, dentre outros.

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Será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
Prefeito
remuneração

Havendo
Perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
compatibilidade de
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo
horários
Vereador
Não havendo
Será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-
compatibilidade de
lhe facultado optar pela sua remuneração
horários

a) em qualquer caso que exija o afastamento do servidor para o exercício de mandato eletivo, o tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

b) a hipótese de o servidor ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado
a esse regime, no ente federativo de origem.

Administração fazendária, servidores fiscais e administração tributária

- A administração fazendária e seus servidores fiscais terão precedência sobre os demais setores
administrativos, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, na forma da lei (art. 37, inciso
XVIII da CF/88).

- As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (art.
37, inciso XXII da CF/88).

Tais administrações são constitucionalmente consideradas atividades essenciais ao funcionamento


do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas.

Requisitos e restrições ao agente público que possibilite o acesso a informações privilegiadas

- A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas (art. 37, § 7º
da CF/88).

Readaptação do servidor titular de cargo efetivo

- O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a

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habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do


cargo de origem (art. 37, § 13 da CF/88).

Regime Jurídico Único (RJU)

- A EC 19/1998 alterou o art. 39, caput, da CF/88, no sentido de extinguir o Regime Jurídico Único.
Porém, em 2007 o STF suspendeu a eficácia da nova redação, voltando a vigorar a redação original
que prevê o RJU, nos seguintes termos:

"A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua


competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas” (art. 39, caput,
da CF/88).
==5617c==

O RJU previsto na CF/88 alcança a administração pública direta, as autarquias e as fundações


públicas.

Não há obrigatoriedade de que seja um regime jurídico estatutário, mas sim, único, unificado.

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

Não há direito adquirido a regime jurídico40.

Formação e aperfeiçoamento dos servidores, bem como desenvolvimento de programas para


melhorias no serviço público

- A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o


aperfeiçoamento dos servidores públicos (art. 39, § 2º da CF/88).

- A CF prevê a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas


correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento
e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade
(art. 39, § 7º da CF/88).

Essa matéria deverá ser disciplinada por meio de lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (art. 39, § 7º da CF/88).

40
STF – AI 598.229 AgR, MS 26.955, RE 599.618 ED, RE 563.965, RE 226.855, dentre outros.

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Regime próprio de previdência dos servidores públicos (RPPS)

Aplicabilidade

- Aplicável apenas aos ocupantes de cargos públicos efetivos (art. 40, caput e § 18 da CF/88).

Nada obstante, no RPPS serão observados, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, trata-se de uma aplicação subsidiária do RGPS
ao RPPS (art. 30, § 12 da CF/88).

- O RPPS não é aplicável ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão


declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público – a ele, aplica-se o RGPS (art. 40, § 13 da CF/88).

Regras sobre as contribuições

- O RPPS terá caráter contributivo e solidário, contando com contribuição do respectivo ente
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas (art. 40, caput da CF/88).

- Incidirá contribuição sobre proventos de aposentadoria e pensões concedidas pelo RPPS que
superem o limite máximo fixado para os benefícios do RGPS, com percentual (alíquota) igual ao
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos (art. 40, § 18).

Regras sobre os benefícios

- É assegurado o reajustamento dos benefícios (indistintamente) para preservar-lhes, em caráter


permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei (art. 40, § 8º da CF/88).

- Proventos de aposentadoria (regras específicas):

a) as regras para o cálculo dos proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do


respectivo ente federativo (art. 40, § 3º da CF/88);

b) os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao salário mínimo ou superiores


ao limite máximo do RGPS (art. 40, § 2º da CF/88);

c) todos os valores de remuneração considerados para o cálculo dos proventos de


aposentadoria serão devidamente atualizados, na forma da lei (art. 40, § 17 da CF/88);

d) é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de


previdência social (ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
da Constituição), aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de
benefícios previdenciários estabelecidas no RGPS (art. 40, § 6º da CF/88);

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e) CUIDADO! O § 11 do art. 40 da CF/88 dispõe que se aplica o teto geral constitucional (art.
37, XI da CF/88) "à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma da CF/88, cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo".

Entretanto, o STF entende que o mencionado teto remuneratório constitucional deve ser
aplicado de forma isolada para cada aposentadoria acumulada, ou seja, a soma dos proventos
de aposentadoria pode ultrapassar o teto, mas cada aposentadoria individualmente
considerada, não41.

A mesma orientação vale para caso de acumulação de proventos de aposentadoria com


remuneração de cargo, função ou emprego público42.

- Pensão por morte (regras específicas):

a) a pensão por morte será concedida nos termos de lei do respectivo ente federativo (art. 40,
§ 7º da CF/88). Tal lei deverá tratar de forma diferenciada a hipótese de morte decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função dos servidores ocupantes dos seguintes
cargos:

i) agente penitenciário;

ii) agente socioeducativo;

iii) policial dos seguintes órgãos: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Polícia Federal,
Polícia Rodoviária Federal e Polícias Civis.

b) quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, a pensão por
morte não poderá ser inferior ao salário mínimo (art. 40, § 7º da CF/88).

c) no caso de acumulação de pensão com proventos de aposentadoria ou com remuneração


pelo exercício de cargo, emprego ou função públicos, o STF entende que teto constitucional
(art. 37, XI da CF/88) incide sobre o somatório de remuneração ou provento e a pensão recebida
por servidor (desde que a morte do instituidor da pensão tenha ocorrida em momento posterior
ao da EC 19/98)43 – perceba que se trata de entendimento oposto ao aplicável ao caso de
acumulação de mais de um provento de aposentadoria ou de acumulação de proventos de

41
STF – RE 612975/MT.
42
STF – RE 612975/MT.
43
STF – RE 602584/DF.

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aposentadoria com remuneração de cargo, função ou emprego público, como já asseverado


mais acima.

- Não é lícita a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte


a seus dependentes por meio do RPPS: a complementação deve decorrer de Regime de
Previdência Complementar ou estar em lei que extinga o RPPS (art. 37, § 15 da CF/88), sendo
proibida a complementação por qualquer outra fonte (cuidado! Esta restrição não se aplica às
aposentadorias e pensões concedidas antes da EC 103/2019).

Modalidades de aposentadoria

- São três modalidades de aposentadoria previstas (art. 40, § 1º, incisos I a III da CF/88):

a) por incapacidade permanente para o trabalho;

Nesse caso, o servidor é aposentado no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na
forma de lei do respectivo ente federativo.

b) compulsória;

Nesse caso, o servidor é aposentado com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,


aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar.

A lei complementar que trata da matéria é a LC 152/2015, que prevê em seu art. 2º os seguintes
agentes públicos que serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição, aos 75 anos de idade:

c) voluntária.

Nesse caso, o servidor é aposentado, no âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e
aos 65 anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do DF e dos Municípios, na idade
mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar
do respectivo ente federativo.

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União Estados, DF e Municípios


Idade mínima estabelecida mediante
Mulheres – 62 anos
Idade mínima emenda às respectivas Constituições e
Homens – 65 anos
Leis Orgânicas
Tempo de contribuição
Estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo
e demais requisitos

O servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de
permanência, observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo
(art. 40, § 19 da CF/88).

O abono será equivalente, no máximo, ao valor da contribuição previdenciária do servidor, até


completar a idade para aposentadoria compulsória.

Requisitos e critérios diferenciados e aposentadorias especiais

- É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em


regime próprio de previdência social (art. 40, § 4º da CF/88). Entretanto, a própria CF/88 prevê
ressalvas, quais sejam (aposentadorias especiais):

a) poderão ser estabelecidos idade e tempo de contribuição diferenciados, por meio de lei
complementar do respectivo ente federativo, para aposentadoria dos seguintes servidores:

i) servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada


por equipe multiprofissional e interdisciplinar (art. 40, § 4º-A da CF/88).

ii) agente penitenciário, agente socioeducativo e policial da Câmara dos Deputados, do


Senado Federal, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das Polícias Civis (art. 40,
§ 4º-B da CF/88).

iii) servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação (art. 40, § 4º-C da CF/88).

b) ocupantes do cargo de professor: terão idade mínima reduzida em 5 anos em relação às


idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º do art. 40 da CF/88 (hipótese
de aposentadoria por idade e tempo de contribuição), desde que comprovem tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio (ou
seja, não entra ensino superior!) fixado em lei complementar do respectivo ente federativo (art.
40, § 5º da CF/88).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

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“para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de


serviço prestado fora da sala de aula”44. Entretanto, a aposentadoria especial é aplicável
aos professores que exercem funções de direção, coordenação e assessoramento
pedagógico45.

“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de


Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III,
da Constituição Federal, até edição de lei complementar específica”46.

Contagem de tempo

- O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria (trata-se do princípio da reciprocidade do cômputo do tempo de contribuição, que
impede nova contagem para aposentadoria quando o servidor interrompe o vínculo com um ente
federativo e passa a estabelecer vínculo com outro47) – art. 40, § 9 da CF/88.

Deve ser observado que:

a) para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição


entre o RGPS e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a
compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei (art. 201, § 9º da
CF/88).

b) o tempo de serviço militar e o tempo de contribuição ao RGPS ou a RPPS terão contagem


recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será
devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição
aos demais regimes (art. 201, § 9º-A da CF/88).

Na aplicação dessa regra, deve ser como serviço militar aquele exercido nas seguintes
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 da CF/88, quais sejam, aquelas desempenhadas:

I) pelos militares dos Estados, do DF e dos Territórios, compostos pelos membros das Polícias
Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares (art. 42 da CF/88);

II) pelos militares da Forças Armadas (art. 142 da CF/88); e

III) no âmbito do serviço militar obrigatório (art. 143 da CF/88).

44
STF – Súmula 726.
45
STF – ADI 3772.
46
STF – Súmula Vinculante 33.
47
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 35ª edição. Editora Atlas.

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- O tempo de serviço correspondente ao tempo de contribuição será contado para fins de


disponibilidade (art. 40, § 9 da CF/88).

Portanto, o tempo de serviço, apenas, não é suficiente para que o servidor faça jus ao benefício,
sendo necessário que ele tenha efetuado as contribuições.

A disponibilidade ocorre nos casos de extinção do cargo ou de declaração de sua desnecessidade,


sendo aplicável ao servidor estável, que receberá remuneração proporcional ao tempo de serviço,
até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º da CF/88).

- A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício (art.
40, § 10 da CF/88).

- A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do RGPS, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o
referido tempo de contribuição (art. 37, § 14 da CF/88).

Demais regras do RPPS

- É vedada a existência de mais de um RPPS e de mais de um órgão ou entidade gestora desse


regime em cada ente federativo (art. 40, § 20 da CF/88).

Essa vedação abrange todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica
definidos na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40 da CF/88 (tratada logo a seguir).

- É vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social RPPS (art. 40, § 22 da CF
– incluído pela EC 103/2019).

Para os regimes próprios que já existem, lei complementar federal estabelecerá normas gerais de
organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
aspectos, sobre:

a) requisitos para sua extinção e consequente migração para o RGPS;

b) modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;

c) fiscalização pela União e controle externo e social;

d) definição de equilíbrio financeiro e atuarial;

e) condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 da
CF/88 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e
ativos de qualquer natureza;

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f) mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;

g) estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados


com governança, controle interno e transparência;

h) condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições


relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;

i) condições para adesão a consórcio público;

j) parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições


ordinárias e extraordinárias.

Regime de previdência dos ocupantes, exclusivamente de cargo em comissão, bem como de


outro cargo temporário ou de emprego público

- O regime de previdência dos ocupantes exclusivamente de cargo em comissão, declarado em


lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
emprego público será o Regime Geral da Previdência Social (art. 40, § 13 da CF/88).

Dessa forma, fica vedada a aplicação do Regime Próprio para os ocupantes de cargo em comissão,
de cargo temporário e empregados públicos.

Regime de previdência complementar

- O regime de previdência complementar (RPC) deve ser instituído no âmbito de cada ente
federativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), por lei ordinária de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo (art. 40, § 14 da
CF/88).

No âmbito federal, a Lei 12.618/2021 instituiu o regime de previdência para os servidores públicos
titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias e fundações, inclusive para os membros do
Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas da União.

- Na instituição do RPC, deve ser observado o limite máximo dos benefícios do RGPS para o valor
das aposentadorias e das pensões em RPPS (art. 40, § 14 da CF/88), sendo vedada a
complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus
dependentes que não seja decorrente do RPC ou que não seja prevista em lei que extinga regime
próprio de previdência social (art. 37, § 15 da CF/88 – cuidado! Esta restrição não se aplica às
aposentadorias e pensões concedidas antes da EC 103/2019).

- O RPC deverá oferecer plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida (art.
40, § 15 da CF/88).

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Nessa modalidade, o benefício a ser recebido no momento da aposentadoria varia em função da


quantia acumulada a partir das contribuições realizadas ao longo do tempo e da rentabilidade do
saldo investido48.

- O RPC deverá ser efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar
ou de entidade aberta de previdência complementar (art. 40, § 15 da CF/88).

- O RPC deverá observar as regras constitucionais que tratam regime de previdência privada, de
caráter complementar, organizado de forma autônoma em relação ao RGPS, de caráter facultativo
(art. 202 da CF/88).

- Para servidores que tiverem ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente RPC: somente mediante prévia e expressa opção do servidor estará
ele sujeito ao RPC (art. 40, § 16 da CF/88).

Portanto, os que tiverem ingressado após a vigência do ato instituidor do regime já ingressam
automaticamente no RPC.

Estabilidade dos servidores efetivos

- Requisitos para aquisição da estabilidade do servidor público (art. 41, caput e § 4º da CF/88):

- A perda do cargo por parte do servidor público estável só poderá ocorrer:

a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado (art. 41, § 1º da CF/88);

Nada obstante, caso o servidor estável tenha invalidada a sua demissão por sentença judicial,
será reintegrado ao cargo que ocupava (art. 41, § 2º da CF/88). A invalidação opera efeitos
retroativos (ex tunc). O eventual ocupante da vaga, se estável, será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, recebendo a remuneração
do outro cargo, ou então posto em disponibilidade, hipótese em que a remuneração será
proporcional ao tempo de serviço (art. 41, § 2º da CF/88).

48
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 35ª edição. Editora Atlas.

41
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b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º da
CF/88);

c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º da CF/88);

d) caso as despesa com pessoal do ente federado exceda os limites estabelecidos em lei
complementar e a adoção das seguintes medidas não tenha sido suficiente para assegurar o
cumprimento daqueles limites: (i) a redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
cargos em comissão e funções de confiança e (ii) a exoneração dos servidores não estáveis (art.
169, §§ 3º e 4º da CF/88).

O servidor que perder o cargo nessa situação fará jus a indenização correspondente a um mês
de remuneração por ano de serviço (art. 169, § 5º da CF/88) e o cargo objeto da redução de
despesa com pessoal será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função
com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos (art. 169, § 6º da CF/88).

- Caso ocorra a extinção do cargo ou a declaração de sua desnecessidade, o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º da CF/88).

- Precedente(s) e/ou entendimento(s) jurisprudencial(is) importante(s):

“Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade”49.

”O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo”50.

Militares

- Principais regras constitucionais aplicáveis aos militares:

Militares dos Estados, do DF e


dos Territórios - membros das
Militares das Forças Armadas
Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares (art. 142 da CF/88)

(art. 42 da CF/88)

I – aplicam-se aos militares dos


Estados, do Distrito Federal e I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são
dos Territórios, além do que vier conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais
a ser fixado em lei, as da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
disposições do art. 14, § 8º; do

49
STF – Súmula 21.
50
STF – Súmula 22.

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art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças
e 3º, todos da CF/88, cabendo a Armadas;
lei estadual específica dispor
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
sobre as matérias do art. 142, §
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c" da
3º, inciso X da CF/88, sendo as
CF/88 será transferido para a reserva, nos termos da lei;
patentes dos oficiais conferidas
pelos respectivos governadores; III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego
ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração
II – aos pensionistas dos
indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c" da CF/88,
militares dos Estados, do
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer
Distrito Federal e dos Territórios
nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de
aplica-se o que for fixado em lei
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
específica do respectivo ente
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
estatal;
reserva, nos termos da lei;
III – aplica-se aos militares dos
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios o disposto no art. V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
37, inciso XVI da CF/88, com políticos;
prevalência da atividade militar; VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato
IV – Compete à União organizar ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente,
e manter a polícia militar e o em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
corpo de bombeiros militar do VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
Distrito Federal (art. 21, XIV da liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
CF/88); submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;
V - "Compete privativamente à VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX
União legislar sobre e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com
vencimentos dos membros das prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c", todos da CF/88;
polícias civil e militar e do corpo
de bombeiros militar do Distrito IX - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a
Federal"51. estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais
dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive
aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.

51
STF - Súmula Vinculante 39.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto "Administração Pública (arts. 37 a 43 da CF)", “Princípios da Administração


Pública e disposições gerais (art. 37 da CF)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em)
mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Legalidade

Impessoalidade
Princípios da Administração
Pública Moralidade
(art. 37, caput)
Publicidade

Eficiência

livre associação
assegura-se sindical
(inciso VI)
Servidor Público
direito de greve
lei específica
(inciso VII)

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

44
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Fixação ou alteração
lei específica
(inciso IX)
Teto remuneratório
(inciso XI)
Teto dos Poderes
(inciso XII)

Remuneração dos Vinculação ou


servidores públicos equiparação
remuneratória
(inciso XIII)
Acréscimos pecuniários
(inciso XIV)
==5617c==

Irredutibilidade de
subsídios
(inciso XV)

dois cargos de professor


Vedada acumulação
remunerada de cargos
um cargo de professor com
públicos, EXCETO
outro técnico ou científico
compatibilidade de horários
(inciso XVI) dois cargos privativos de
saúde, com profissões
regulamentadas

Cria
Administração autarquia Empresa
Lei pública,
Pública Indireta
específica sociedade Lei
(inciso XIX) Autoriza a áreas de
de complementar
criação atuação
economia definirá
mista e
fundação

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) alteração(ões) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

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Alterações legislativas introduzidas pela EC 103/2019


Art. 37. § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício
de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que
possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a
remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de
cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará
o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por
morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou
que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 38. V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá
filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

Alteração legislativa introduzida pela EC 109/2021


Art. 37. § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente,
devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado
e dos resultados alcançados, na forma da lei (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Disposições gerais sobre a Administração Pública (arts. 37 e 38 da CF)

1. (Cespe/2015/TRE-GO) A respeito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime


constitucional da administração pública, julgue o item a seguir.

Considere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e tenha
sido eleito como deputado estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre
suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos
e receber as vantagens e as remunerações a eles referentes.

Comentários

GABARITO: errado.

Afonso pretende exercer mandato eletivo estadual, assim, ficará afastado de seu cargo público,
conforme o art. 38, inciso I, da CF/1988:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu


cargo, emprego ou função;

2. (Cespe/2018/TCE-PB/Auditor/Adaptada) Uma empresa que presta serviços de vigilância e


limpeza para órgão da administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes

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do atraso dos pagamentos que lhe são devidos pelos serviços adequadamente prestados,
deu vantagem pecuniária aos servidores responsáveis pela liquidação e pagamento da
despesa orçamentária empenhada, com o objetivo de acelerar os trâmites administrativos
necessários ao efetivo pagamento. Nessa situação hipotética, os servidores responderão por
ato de improbidade administrativa enriquecido ilicitamente, sujeitando-se à suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Comentários

Gabarito: CERTO

A questão versa sobre improbidade administrativa, tema trazido pela CF/88, art.37, §4º:

Art.37

(...)

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

3. (Cespe/2016/PC-GO/Escrivão) No que se refere à administração pública, assinale a opção


correta.

a) É vedada a acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções públicos na


administração direta, nas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

b) As obras, os serviços, as compras e as alienações serão contratados mediante processo de


licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, permitindo-se
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações, nos termos da lei.

c) Agente público que cometer ato de improbidade administrativa estará sujeito à cassação de
direitos políticos, à perda da função pública, à indisponibilidade dos bens e ao ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira não pode ser fixada
exclusivamente por subsídio constituído de parcela única.

e) Os cargos em comissão, que devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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Comentários

Gabarito: “B”

a) Cuidado com a leitura rápida na hora da prova. O que a CF/88 veda é a acumulação
remunerada de cargos, empregos e funções e não a não remunerada.

CF/88, art.37,

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

b) A assertiva exige o conhecimento do art.37, XXI, da CF/88, senão vejamos:

CF/88, art.37,

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e


alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Só uma observação. A CF/88 diz “ressalvados os casos especificados na legislação”, isso é, nem
sempre a licitação é obrigatória. Existem casos de licitação dispensada, previstos no art. 17 da
Lei nº 8.666/93, de licitação dispensável, previstos no art.24 do mesmo diploma, e de licitação
inexigível, previstos no art.25 também da LLC.

c) Não existe cassação de direitos políticos. Eles podem ser ou perdidos, ou suspensos, mas
nunca cassados, por vedação expressa da CF/88. Além disso, improbidade administrativa é
causa de suspensão.

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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos


do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

CF/88, art.37,

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A CF/88 permite que os servidores organizados em carreira sejam remunerados por meio de
subsídio.

CF/88, art.37

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,
em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

(...)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada


nos termos do § 4º.

e) A banca misturou tudo (rs). As atribuições de direção, assessoria ou chefia podem ser
exercidas por meio de cargos em comissão ou de funções de confiança.

Os cargos em comissão podem ser ocupados por servidores de carreira e por aqueles
denominados “exclusivamente comissionados”, que não ocupam cargo efetivo. E a banca disse:
“Os cargos em comissão, que devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira” e
isso não é verdade.

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Já, as funções de confiança somente poderão ser ocupadas por servidores ocupantes de cargo
efetivo.

CF/88, art.37,

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de


cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

4. (Cespe/2011/DPU) A respeito dos princípios e normas que regem a administração pública


brasileira, a proibição constitucional de acumular cargos públicos alcança os servidores de
autarquias e fundações públicas, mas não os empregados de empresas públicas e sociedades
de economia mista.

Comentários

Gabarito: ERRADO

O conhecimento do art.37, XVII, da CF/88, resolve a questão.

Art.37

(...)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

5. (Cespe/2011/TCU/Auditor) Servidor público que ocupe cargo de médico na administração


direta da União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos
remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as atividades, ocupar outro
cargo público remunerado de médico, desde que esse cargo se situe no âmbito da
administração de um estado-membro, do Distrito Federal ou de um município.

Comentários

Gabarito: ERRADO

A questão é respondida com base no art.37, XVI, da CF/88:

Art.37

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(...)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Nos exatos termos do art.37, não é possível a acumulação de 2 cargos de médico e com 1 de
professor.

Importante: suponha que eu seja professor do Município de São Caetano e lecione na


Universidade Federal do ABC, mas que eu me aposente em São Caetano, mas continue
trabalhando na Universidade, neste caso, eu receberei os proventos de aposentadoria e também
a minha remuneração e isso não tem problema algum.

Veja a questão que caiu no TRE-TO, dada como correta pela Cespe: “a aposentadoria do
servidor não impede a percepção de vencimento de emprego público efetivo com proventos da
inatividade se os cargos forem acumuláveis na atividade”.

6. (Cespe/2010/DPU) Apenas os brasileiros, por preencherem os requisitos estabelecidos em


lei, podem assumir cargos, empregos e funções públicas.

Comentários

Gabarito: ERRADO

É errada toda e qualquer questão afirmando que estrangeiro não possa assumir cargo público no
país - veja o que diz o art.37, I, da CF/88, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
na forma da lei.

Em âmbito federal, a Lei nº 8.112/90, em seu art. 5º, §3 º, trouxe a possibilidade de estrangeiro
ocupar cargo público dispondo que as universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos daquele diploma.

7. (Cespe/2009/DPE-ES/Defensor) O servidor público em exercício de mandato de prefeito tem


o direito de ficar afastado do cargo, emprego ou função, computando-se o tempo para
todos os efeitos legais, até mesmo para fins de promoção por antiguidade e merecimento.

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Comentários

Gabarito: ERRADO
Embora a questão seja de Defensor, cargo privativo para bacharel em direito, a trouxe para que
pudéssemos tratar sobre o assunto de mandato eletivo no curso do serviço público.
O tema é tratado pelo art.38 da CF/88.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de
mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,


perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma
do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo,


seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,


permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.

8. (CESPE/2013/TRT 17ª) Considerando a disciplina constitucional relativa à administração


pública, julgue o item subsequente.

De acordo com a CF, é possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria —


decorrentes do regime estatutário ou do regime geral de previdência — com as remunerações
de cargo em comissão ou de cargos que sejam acumuláveis para o servidor em atividade.

Comentários

GABARITO: correto.

A percepção simultânea de proventos de aposentadoria — decorrentes do regime estatutário ou


do regime geral de previdência — com as remunerações de cargo em comissão ou de cargos
que sejam acumuláveis para o servidor em atividade é possível, de forma excepcional, nos
termos do art. 37, § 10, da CF/1988:

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Art. 37 (...)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes


do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

9. (CESPE/2013/TRT 17) Considerando a disciplina constitucional relativa à administração


pública, julgue o item subsequente.

A CF expressamente dispõe que, independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, o responsável pelo ato de improbidade terá obrigatoriamente
decretada a suspensão dos seus direitos políticos pelo período de oito a dez anos.

Comentários

GABARITO: errado.

O prazo de suspensão dos direitos políticos no caso de prática de ato de improbidade


administrativa não está previsto na Lei Maior, como é possível constatar no art. 37, § 4º, da
CF/1988:

Art. 37 (...)

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

10. (CESPE/2011/TRE ES) Com relação à administração pública, julgue o item seguinte.

Os atos de improbidade administrativa que, nos termos da Constituição Federal, importem na


suspensão dos direitos políticos, na perda da função pública, na indisponibilidade de bens e no
ressarcimento ao erário têm natureza penal.

Comentários

GABARITO: errado.

Os atos de improbidade administrativa apontados na assertiva são os previstos no art. 37, § 4º


da CF, que possuem natureza cível, não penal:

Art. 37 (...)

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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

11. (CESPE/2012/TRE RJ) No que concerne ao direito constitucional e à Constituição Federal de


1988 (CF), julgue o item a seguir.

Alguns dos princípios que regem a administração pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, como, por exemplo, o da
legalidade e o da impessoalidade, estão expressamente previstos na CF, ao passo que outros,
como o da moralidade, constituem princípios implícitos.

Comentários

GABARITO: errado.

O princípio da moralidade também está expressamente previsto no caput do art. 37 da CF/1988:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

12. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) Maria, que possui emprego público


privativo de profissionais de saúde em empresa pública estadual, foi aprovada em outro
concurso público para cargo público federal privativo de profissionais de saúde. Nessa
situação hipotética, Maria
A) Não poderá acumular as funções, porque uma é estadual e a outra é federal.
B) Não poderá acumular as funções, porque apenas um dos vínculos é oriundo do regime
estatutário.
C) Poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, não se aplicando a esse caso o
teto remuneratório da administração pública.
D) Não poderá acumular as funções, porque não há previsão constitucional expressa que permita
cumulações de funções públicas remuneradas.
E) Poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, se os horários forem compatíveis
e as profissões forem regulamentadas.
Comentários:

Letra A – incorreta. A vedação de acumulação de cargos públicos não menciona serem de


esferas distintas da Administração. Vejamos:

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Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Letra B – incorreta. Não há na CF/88 menção à vedação quanto ao regime dos vínculos, e sim,
quanto à compatibilidade de horários para profissionais de saúde.

Letra C – incorreta. O teto remuneratório constitucional é aplicável ao caso. Vejamos:

Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Sobre o teto remuneratório:

Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e


empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

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Letra D – incorreta. A previsão constitucional expressa é exceção, mas existe, e consta no art. 37,
XVI, alíneas “a” a “c”, da CF/88, conforme citada na alternativa A.

Letra E – correta. É o que consta no art. 37, XVI, “c”, da CF/88. Vejamos:

Art. 37, XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI: (...)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Gabarito: letra E.

Servidores Públicos (arts. 39 a 41)

13. (Cespe/2015/TRE-RS) Com relação aos direitos e garantias fundamentais, aos direitos sociais
e aos direitos políticos, julgue os itens.

Com fundamento no princípio da isonomia, o Poder Judiciário pode aumentar vencimentos de


servidores.

Comentários

GABARITO: errado.

Essa afirmativa vai de encontro à Súmula Vinculante nº 37 do STF:

Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

14. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Acerca da organização do Estado brasileiro e da


administração pública, julgue o seguinte item.

O servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação


e exoneração, está ligado ao regime geral de previdência social, mas, ao servidor que ocupa
cargo comissionado e cargo público efetivo na administração pública estadual simultaneamente,
aplica-se o regime próprio do ente público a que está vinculado.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

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Aplica-se o regime geral de previdência social ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em


comissão, conforme art. 40, § 13 da CF:

Art. 40, § 13 - Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em


comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de
Previdência Social.

Já ao servidor que ocupa simultaneamente (veja que o § 13 acima se refere ao ocupante


“exclusivamente” de cargo em comissão) cargo efetivo e em comissão, aplica-se o regime
próprio dos servidores previsto no art. 40, caput da CF:

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

15. (Cespe/2015/TJ-DFT) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre


aposentadorias e pensões e, assim, extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e
pensionistas vinculados ao regime geral de previdência social e ao regime dos servidores
públicos.

Gabarito: “ERRADO”

Os empregados regidos pela CLT, quando se aposentam, não precisam mais contribuir com o
regime geral de previdência social, exceto na hipótese de voltarem a trabalhar. Existe verdadeira
imunidade tributária sobre a aposentadoria.

Já para o servidor efetivo, aquele “cheio de privilégios” (rs), quando se aposenta, desde que
receba acima do teto do INSS, e mesmo que a vida inteira tenha contribuído sobre a totalidade
de sua remuneração, continua contribuindo para o regime próprio, conforme art. 40, § 18 da CF:

Art. 40, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões


concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos.

16. (Cespe/2018/TCE-PB/Auditor) A respeito da remuneração dos servidores públicos, assinale a


opção correta.

a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho noturno em


valor superior ao do diurno.

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b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de incentivos


específicos para a proteção do mercado de trabalho da mulher.

c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o acréscimo de
um terço à remuneração normal.

d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos de


gratificação pessoal.

e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão responsável pelos
pagamentos deverá efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.

Comentários

Gabarito: “A”

a) Exatamente! O servidor público possui o direito a receber a hora noturna em porcentagem


superior à diurna. A CF/88 não estabelece qual é a porcentagem, apenas diz que o horário
noturno será superior ao diurno.

CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Art.39, §3º:

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

[Vamos ver os outros incisos para fixação.]

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas


necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;

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VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos


termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por


cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de


cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,


nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de


admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

b) Não! Claro que não! A isonomia permite distinções para que a verdadeira igualdade seja
alcançada.

CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,


nos termos da lei;

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Art.39, §3º:

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

c) O acréscimo de 1/3 é sobre as férias e não sobre o 13º salário.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da


aposentadoria;

(...)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

Art.39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º,
IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir.

d) Os agentes políticos são remunerados por meio de subsídio, que é uma parcela única sem
qualquer acréscimo. Leve este conceito para a prova e não fique indignado com a realidade, ok?

e) Servidor público estatutário não possui direito ao FGTS, diferentemente de quem é


empregado público.

17. (Cespe/2016/PC-GO/Agente) O servidor público estável perderá o cargo

a) após procedimento de avaliação periódica de desempenho, que prescinde da ampla defesa e


do contraditório.

b) em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

c) após decisão judicial de primeira instância da qual caiba recurso.

d) após decisão judicial de segunda instância da qual caiba recurso.

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e) mediante processo administrativo, que prescinde da ampla defesa e do contraditório.

Comentários

Gabarito: “B”

a) Para a aquisição da estabilidade, é necessário que o servidor seja aprovado por comissão
especial que atestará o seu desempenho.

- Ah, professor, então só devo me comportar durante o estágio probatório?

Não! (rs) Mesmo depois de atingida a estabilidade, o servidor continuará sendo avaliado, e caso
sua avaliação periódica de desempenho não seja satisfatória, ele poderá perder o cargo público
(CF, art. 41, § 1º, III).

CF/88

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

Também é possível que o servidor estável perca seu cargo por excesso de despesas.

CF/88

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de


cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:

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I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de


despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as


empresas públicas e as sociedades de economia mista.

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a


adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios que não observarem os referidos limites.

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes


para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste
artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado
de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a


indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

b) A sentença judicial transitada em julgado é uma das formas de se perder o cargo público (CF,
art. 41, § 1º, I)

c) Decisão de primeira instância que ainda caiba recurso não é transitada em julgado. Transitar
em julgado é a martelada final do juiz.

d) Decisão de segunda instância que ainda caiba recurso não é transitada em julgado. Transitar
em julgado é a martelada final do juiz.

e) O servidor também poderá perder o cargo mediante processo administrativo, com direito ao
contraditório e à ampla defesa (CF, art. 41, § 1º, II).

18. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Com base nas disposições constitucionais e na


jurisprudência do STF a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.
Funções de confiança e cargos em comissão destinam-se a atribuições de direção, chefia

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e assessoramento. Distinguem-se, entretanto, quanto aos requisitos de seus ocupantes: a


função de confiança é destinada, exclusivamente, a servidor de cargo efetivo; os cargos em
comissão podem ser desempenhados por agentes públicos em caráter precário.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

Tanto a função de confiança como o cargo em comissão só se prestam para a função de direção,
assessoria e chefia.

A função de confiança é exclusiva dos servidores efetivos.

O cargo de confiança é para o servidor de carreira nas condições e porcentagens mínimas que a
lei atribuir e também para qualquer pessoa que atenda os requisitos disciplinados na lei, ainda
que nunca tenha prestado um concurso na vida. Esses, são chamados de exclusivamente
comissionados e seu vínculo com a Administração Pública é precário, já que não possuem
estabilidade alguma.

19. (Cespe/2015/TCE-RN) Com base nas disposições constitucionais e na jurisprudência do STF


a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.

A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou


de provas e títulos. A pontuação dos títulos, entretanto, deve servir como critério de
classificação do candidato, mas não como fator de aprovação ou de reprovação.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

O concurso público para servidor será de provas ou de provas e títulos.

Exigir que o candidato possua título para não ser eliminado do certame fere o princípio da
razoabilidade e da impessoalidade, por isso, títulos somente devem servir para fins de
classificação e não para eliminação no concurso público.

A 1ª Turma, por maioria, concedeu mandados de segurança para cassar decisão do


CNJ que referendara a reprovação dos ora impetrantes em concurso público de
provas e títulos realizado para o preenchimento de vagas em serventias extrajudiciais.
Na espécie, discutia-se a possibilidade de — em razão do estabelecimento de
determinado critério de cálculo das notas atribuídas aos candidatos —, se atribuir
caráter eliminatório à prova de títulos no referido certame. De início, a Turma, por
maioria, rejeitou preliminar suscitada pela Ministra Rosa Weber quanto à

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impossibilidade de conhecimento dos mandados de segurança, visto que impetrados


em face de deliberação negativa do CNJ. A suscitante afirmava que as deliberações
negativas do CNJ, porquanto não substituíssem o ato originalmente questionado, não
estariam sujeitas à apreciação por mandado de segurança impetrado diretamente
no STF. O Colegiado entendeu, porém, que a jurisprudência do STF distinguiria as
situações em que o CNJ adentrasse, ou não, na matéria de fundo. Asseverou,
ademais, que, mesmo no campo administrativo, sempre que houvesse competência
recursal, a decisão do órgão recursal substituiria a decisão do órgão “a quo”.
Vencidos a suscitante e o Ministro Dias Toffoli. No mérito, a Turma afirmou que as
provas de títulos em concurso público para provimento de cargos públicos efetivos na
Administração Pública, em qualquer dos Poderes e em qualquer nível federativo, não
poderiam ostentar natureza eliminatória. A finalidade das provas seria, unicamente,
classificar os candidatos, sem jamais justificar sua eliminação do certame. Vencida,
também no mérito, a Ministra Rosa Weber, que indeferia os mandados de segurança.
MS 31176/DF, rel. Min. Luiz Fux, 2.9.2014. (MS-31176)
MS 32074/DF, rel. Min. Luiz Fux, 2.9.2014. (MS-32074)

20. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Com base nas disposições constitucionais e na


jurisprudência do STF a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.

Limite de idade fixado, exclusivamente, no edital do concurso público não supre a exigência
constitucional de que o requisito seja estabelecido em lei.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

No mundo dos concursos, é muito comum ouvirmos a frase “o edital é a lei do concurso”, não é
mesmo? Só que uma previsão existente no edital somente possui validade se antes estiver
disciplinada também em lei, sob ofensa ao princípio da legalidade.

Então, requisitos de idade mínima ou máxima, bem como a exigência de testes físicos e
psicotécnicos, antes de estarem previstos no edital, devem também estar disciplinados em lei.

21. (Cespe/2017/Procurador de Belo Horizonte) A respeito da administração pública, assinale a


opção correta.

a) Um assessor da PGM/BH que, após ocupar exclusivamente cargo em comissão por toda a sua
carreira, alcançar os requisitos necessários para se aposentar voluntariamente terá direito a
aposentadoria estatutária.

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b) A paridade plena entre servidores ativos e inativos constitui garantia constitucional, de forma
que quaisquer vantagens pecuniárias concedidas àqueles se estendem a estes.

c) De acordo com o STF, apesar da ausência de regulamentação, o direito de greve do servidor


público constitui norma autoaplicável, de forma que é proibido qualquer desconto na
remuneração do servidor pelos dias não trabalhados.

d) No Brasil, de acordo com o STF, a regra é a observância do princípio da publicidade, razão


pela qual, em impeachment de presidente da República, o sigilo do escrutínio é incompatível
com a natureza e a gravidade do processo.

Comentários

Gabarito: “D”

a) Aplica-se o regime geral de previdência social ao servidor ocupante exclusivamente de cargo


em comissão, conforme art. 40, § 13 da CF:

Art. 40, § 13 - Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em


comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de
Previdência Social.

b) A paridade foi extinta com a promulgação da Emenda nº41/03, contudo, ainda que você não
soubesse desta informação, era só se lembrar da Súmula Vinculante nº 55: o direito ao auxílio-
alimentação não se estende aos servidores inativos.

Veja assertiva parecida que caiu em 2013, também errada: “a paridade plena entre servidores
ativos e inativos constitui garantia constitucional, de forma que quaisquer vantagens
pecuniárias concedidas aos servidores ativos estendem-se aos inativos”.

c) A greve do servidor público é norma de eficácia limitada e, tendo em vista a mora do


legislador para disciplinar a lei específica, o STF permite que a greve seja realizada, contudo, o
STF também permite o desconto na remuneração pelos dias parados, exceto se a greve foi feita
por conta de conduta ilícita do Poder Público.

“A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação


decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em
virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a
compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
(...)" (RE 693.456, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-10-2016).

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d) A assertiva exige conhecimento da ADPF nº 378:

ADPF 378 PROCESSO DE IMPEACHMENT. DEFINIÇÃO DA LEGITIMIDADE


CONSTITUCIONAL DO RITO PREVISTO NA LEI Nº 1.079/1950

“No processo de impeachment, as votações devem ser abertas, de modo a permitir


maior transparência, accountability e legitimação. No silêncio da Constituição, da Lei
1.079/1950 e do Regimento Interno sobre a forma de votação, não é admissível que o
Presidente da Câmara dos Deputados possa, por decisão unipessoal e discricionária,
estender hipótese inespecífica de votação secreta prevista no RICD, por analogia, à
eleição para a comissão especial de impeachment. Além disso, o sigilo do escrutínio é
incompatível com a natureza e a gravidade do processo por crime de
responsabilidade. Em processo de tamanha magnitude, que pode levar o Presidente a
ser afastado e perder o mandato, é preciso garantir o maior grau de transparência e
==5617c==

publicidade possível”.

Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 42 da CF)

22. (Cespe/2016/Funpresp/Direito) Considerando o disposto na CF e o entendimento


consolidado do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o seguinte item, acerca dos direitos e
garantias fundamentais e do regime constitucional dos servidores públicos.

De acordo com o STF, o rol de serviços essenciais indicados na lei de greve dos trabalhadores
celetistas é exemplificativo. Logo, o Poder Judiciário pode ampliar as restrições ao direito de
greve dos servidores públicos em hipóteses não expressamente previstas na lei.

Comentários
Gabarito: “CERTO”

O objeto da questão foi debatido em relação a greve dos policiais civis. Sabemos que os
militares não podem fazer greve, contudo, pairava dúvida em relação aos civis:

DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. REGULAMENTAÇÃO DA LEI


DE GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL (LEI No 7.783/1989). FIXAÇÃO DE
PARÂMETROS DE CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE
PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL. 4.1. A disciplina do direito de greve
para os trabalhadores em geral, quanto às "atividades essenciais", é especificamente
delineada nos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Na hipótese de aplicação dessa
legislação geral ao caso específico do direito de greve dos servidores públicos, antes
de tudo, afigura-se inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de
legislação para o exercício do direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art.
9o, caput, c/c art. 37, VII), de um lado, e o direito a serviços públicos adequados e

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prestados de forma contínua a todos os cidadãos (CF, art. 9o, §1o), de outro.
Evidentemente, não se outorgaria ao legislador qualquer poder discricionário quanto
à edição, ou não, da lei disciplinadora do direito de greve. O legislador poderia
adotar um modelo mais ou menos rígido, mais ou menos restritivo do direito de greve
no âmbito do serviço público, mas não poderia deixar de reconhecer direito
previamente definido pelo texto da Constituição. Considerada a evolução
jurisprudencial do tema perante o STF, em sede do mandado de injunção, não se
pode atribuir amplamente ao legislador a última palavra acerca da concessão, ou não,
do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena de se esvaziar direito
fundamental positivado. Tal premissa, contudo, não impede que, futuramente, o
legislador infraconstitucional confira novos contornos acerca da adequada
configuração da disciplina desse direito constitucional. 4.2 Considerada a omissão
legislativa alegada na espécie, seria o caso de se acolher a pretensão, tão-somente no
sentido de que se aplique a Lei no 7.783/1989 enquanto a omissão não for
devidamente regulamentada por lei específica para os servidores públicos civis (CF,
art. 37, VII). 4.3 Em razão dos imperativos da continuidade dos serviços públicos,
contudo, não se pode afastar que, de acordo com as peculiaridades de cada caso
concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao
tribunal competente impor a observância a regime de greve mais severo em razão de
tratar-se de "serviços ou atividades essenciais", nos termos do regime fixado pelos
arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Isso ocorre porque não se pode deixar de cogitar
dos riscos decorrentes das possibilidades de que a regulação dos serviços públicos
que tenham características afins a esses "serviços ou atividades essenciais" seja menos
severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos "essenciais". 4.4. O
sistema de judicialização do direito de greve dos servidores públicos civis está aberto
para que outras atividades sejam submetidas a idêntico regime. Pela complexidade e
variedade dos serviços públicos e atividades estratégicas típicas do Estado, há outros
serviços públicos, cuja essencialidade não está contemplada pelo rol dos arts. 9o a 11
da Lei no 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado pelos
arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus). (MI
670, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007, DJe-206 DIVULG 30-10-2008
PUBLIC 31-10-2008 EMENT VOL-02339-01 PP-00001 RTJ VOL-00207-01 PP-00011)

Princípios da Administração Pública

23. (CEBRASPE/2022/DPE-TO) No que tange à atividade administrativa, são aplicáveis tanto à


administração pública quanto ao administrado os padrões firmados pelo princípio

a) da publicidade.

b) da legalidade.

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c) da boa-fé.

d) da segurança jurídica.

e) do interesse público.

Comentários

Letra C - correta. O princípio da boa-fé está diretamente ligado à moralidade e preceitua que os
agentes públicos atuem com ética, honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade
funcional.

A moralidade administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele que atua não
somente com respeito aos preceitos vigentes, mas também à moral. É aplicável tanto aos
agentes públicos quanto aos particulares. Quando aplicado aos agentes públicos, significa que
eles devem exercer suas funções de forma ética e responsável, com o objetivo de atender ao
interesse público e não a interesses pessoais ou de terceiros. No âmbito dos particulares, o
princípio da boa-fé exige que eles ajam de forma honesta e transparente em todas as suas
relações comerciais e sociais.

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativa A – incorreta. O princípio da publicidade impõe que a Administração confira a mais


ampla divulgação de seus atos aos interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes,
assim, controlar a conduta dos agentes administrativos.

Alternativa B – incorreta. O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir


quando há imposição ou permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a
atividade administrativa deve se dar no mesmo sentido (e não contra) e nos exatos limites (nunca
além) de tal determinação ou autorização legal. Ainda que a legalidade também se aplique ao
particular, ocorre em uma concepção diferente, pois este pode agir enquanto não houver lei o
impedindo, ao passo que a Administração deve agir quando a lei impor ou permitir.

Alternativa D – incorreta. O princípio da segurança jurídica visa garantir que os atos praticados
pelo poder público não violarão o direito adquirido, negócio jurídico perfeito ou a coisa julgada.

Alternativa E – incorreta. O princípio do interesse público visa resguardar que a administração


privilegie o interesse público em detrimento do interesse particular, sempre que houver conflito
de interesses.

Gabarito: Letra C.

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24. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Oficial de Diligência) Assinale a opção que apresenta o princípio


constitucional que obriga a administração pública a manter ou ampliar a qualidade dos
serviços prestados à população, evitando desperdícios e buscando sempre a máxima
excelência na prestação de seus serviços.

a) princípio da publicidade dos atos da administração pública

b) princípio da legalidade

c) princípio da impessoalidade

d) princípio da moralidade

e) princípio da eficiência

Comentários

Letra E - correta. O princípio da eficiência impõe que a Administração exerça sua atividade com
presteza, perfeição, rendimento funcional, produtividade, qualidade, desburocratização, de
forma a obter o melhor resultado possível no atendimento do interesse público. Preceitua a
adequação dos meios empregados aos fins vislumbrados, a ponderação da relação
custo/benefício da ação.

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativa A – incorreta. O princípio da publicidade impõe que a Administração confira a mais


ampla divulgação de seus atos aos interessados diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes,
assim, controlar a conduta dos agentes administrativos.

Alternativa B – incorreta. O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir


quando há imposição ou permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a
atividade administrativa deve se dar no mesmo sentido (e não contra) e nos exatos limites (nunca
além) de tal determinação ou autorização legal.

Alternativa C – incorreta. O princípio da impessoalidade impõe que a ação da Administração


deve estar voltada para a atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em lei, o
qual visará atender sempre a uma finalidade: o interesse público.

Alternativa D – incorreta. O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem


com ética, honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional.

A moralidade administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele que atua não
somente com respeito aos preceitos vigentes, mas também à moral –, embora deva ser

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observada tanto pelos agentes públicos quanto pelo particular ao se relacionar com a
Administração.

Gabarito: Letra E.

25. (CEBRASPE/2022/PC-RO) A administração pode anular seus próprios atos quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial. O princípio da administração pública apresentado
anteriormente, referente à Súmula n.º 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), é o da

a) indisponibilidade do interesse público.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) moralidade.

e) precaução.

Comentários

Letra C - correta. O princípio trazido pela Súmula nº 473 do STF, transcrita no enunciado, é o
princípio da autotutela, o qual permite que a administração pública reveja seus atos, anulando-os
ou revogando-os, independentemente da atuação do Poder Judiciário.

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativas A – incorreta. O princípio da indisponibilidade do interesse público determina que


as condutas da administração devem sempre se atentar aos interesses da sociedade.

Alternativa B - incorreta. O princípio da supremacia do interesse público visa resguardar que a


administração privilegie o interesse público em detrimento do interesse particular, sempre que
houver conflito de interesses.

Alternativa D – incorreta. O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem


com ética, honestidade, probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional.

Alternativa E – incorreta. O princípio da precaução é busca evitar o risco de uma situação


temerária.

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Gabarito: Letra C.

26. (CEBRASPE/2022/MPE-PA) A realidade político-institucional brasileira vivenciada no último


século, com alternância entre regimes autoritários e democráticos, refletiu no campo do
direito, influenciando, inclusive, a evolução do conceito de interesse público.

Considerando as informações anteriores, é correto afirmar que, atualmente, o interesse público


se identifica com o(s)

a) respeito e a promoção dos direitos fundamentais.

b) interesse exclusivo do Estado.

c) interesse do aparato administrativo.

d) interesse do agente público.

e) interesses exclusivos da maioria da população.

Comentários

Os princípios que regem a administração pública são norteadores da atuação do administrador e


sua observância traz a concretização dos direitos fundamentais. O interesse da coletividade, dos
grupos, ainda que de minorias, será sempre prevalecido. A busca pelo bem comum deve ser
prioridade.

Nesse sentido, a alternativa A é a correta, as demais alternativas visam a proteção de interesses


exclusivos, portanto, estão incorretas.

Gabarito: Letra A.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Nas licitações, conforme a CF, qual mecanismo a lei poderá permitir para que haja garantia
do cumprimento das obrigações?
2. Que consequências a CF prevê caso constatado ato de improbidade administrativa?
3. A responsabilidade civil do Estado alcança que pessoas?
4. Segundo a CF, quais órgãos e entidades podem ter sua autonomia ampliada mediante
contrato a ser firmado entre seus administradores e o poder público?
5. Quais são os princípios da Administração Pública expressamente previstos na CF?
6. Quais entes devem observam os princípios expressos da Administração Pública? Quais
Poderes?
7. O que dispõe o princípio da legalidade?

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8. Qual a diferença do princípio da legalidade administrativa do princípio da reserva legal


aplicável aos particulares?
9. Legalidade é o mesmo que legitimidade? Comente.
10. O que preceitua o princípio da impessoalidade?
11. Comente a compreensão do princípio da impessoalidade sob o enfoque da imputação dos
atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam.
12. É possível a compreensão do princípio da impessoalidade sob o viés da vedação à
promoção pessoal de autoridades e servidores públicos?
13. Comente a relação entre o princípio da impessoalidade e o da isonomia.
14. O que preceitua o princípio da moralidade?
15. Quem deve observar a moralidade administrativa?
16. É possível o controle da moralidade administrativa pelos cidadãos? Se sim, por meio de qual
instrumento?
17. Há relação entre moralidade administrativa e probidade administrativa? Comente.
18. O Ministério Público pode atuar na defesa da moralidade administrativa?
19. O que preceitua o princípio da publicidade?
20. A transparência deve ser vista como regra ou exceção na Administração Pública? O sigilo da
informação ou restrição da publicidade são possíveis?
21. Como os direitos constitucionais de petição e de certidão concretizam o princípio da
publicidade?
22. O STF considera lícita a divulgação nominal da remuneração de autoridades e servidores
públicos em sítio eletrônico?
23. O que preceitua o princípio da eficiência?
24. Qual a outra denominação do princípio da eficiência?
25. Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princípio da eficiência?
26. Como se dá o controle da eficiência da Administração Pública?
27. O que são os princípios implícitos da Administração Pública? Eles possuem menos relevância
que os expressos no caput do art. 37 da CF?
28. O que preceitua o princípio da supremacia do interesse público?
29. O que preceitua o princípio da presunção de legitimidade e de veracidade? Essa presunção
é absoluta?
30. O que preceitua o princípio da autotutela?
31. O poder de tutela é o mesmo que autotutela? Explique.
32. O que preceitua o princípio da continuidade dos serviços públicos?

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33. O que preceitua o princípio da razoabilidade e proporcionalidade?


34. O que preceitua o princípio da motivação?
35. O que preceitua o princípio da segurança jurídica?
36. Qual a diferença entre cargo público e emprego público?
37. Considerando que o empregado público possui vínculo contratual com a entidade, regido
pela CLT, pode-se dizer que o regime jurídico dos empregados públicos é integralmente
privado?
38. O que são funções públicas?
39. O que são cargos em comissão?
40. A vedação ao nepotismo, nos termos da súmula vinculante 13 do STF, alcança a nomeação
para cargos políticos?
41. Qual o instrumento por meio do qual são criados (e extintos) os cargos, empregos e funções
públicas?

Perguntas com respostas

1. Nas licitações, conforme a CF, qual mecanismo a lei poderá permitir para que haja garantia
do cumprimento das obrigações?

A lei poderá permitir exigências de qualificação técnica e econômica, desde que indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações (CF, art. 37, XXI).

2. Que consequências a CF prevê caso constatado ato de improbidade administrativa?

Suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível (CF, art. 37, § 4º).

3. A responsabilidade civil do Estado alcança que pessoas?

Pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos,


integrantes ou não da Administração Pública (CF, art. 37, § 6º).

4. Segundo a CF, quais órgãos e entidades podem ter sua autonomia ampliada mediante
contrato a ser firmado entre seus administradores e o poder público?

Órgãos e entidades da direta e indireta (CF, art. 37, § 8º).

5. Quais são os princípios da Administração Pública expressamente previstos na CF?

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Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Para facilitar a memorização


dos princípios expressos: acrônimo LIMPE (L = legalidade, I = impessoalidade, M = moralidade,
P = publicidade, E = eficiência).

6. Quais entes devem observam os princípios expressos da Administração Pública? Quais


Poderes?

São de observação obrigatória para TODA a Administração Pública – Direta e Indireta – de


TODOS os Poderes, de TODAS as esferas de governo – União, Estados, DF e Municípios,
consoante art. 37, caput, da CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

7. O que dispõe o princípio da legalidade?

O princípio da legalidade prescreve que a Administração só pode agir quando há imposição ou


permissão da lei (considerada em sentido amplo), sendo que a atividade administrativa deve se
dar no mesmo sentido (e não contra) e nos exatos limites (nunca além) de tal determinação ou
autorização legal.

8. Qual a diferença do princípio da legalidade administrativa do princípio da reserva legal


aplicável aos particulares?

O princípio da legalidade administrativa é caracterizado pela restrição da vontade dos agentes


administrativos pela lei, o que se diferencia, portanto, da conduta que prevalece no setor
privado, onde há predominância da autonomia da vontade dos particulares, em que se pode
fazer tudo aquilo que a lei permite e não proíbe, em decorrência do princípio da reserva legal -
CF/88, art. 5º, inciso II:

Art. 5º (...)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;

9. Legalidade é o mesmo que legitimidade? Comente.

Não, a legitimidade é mais abrangente que a legalidade, já que significa não somente agir
conforme o texto da lei, mas também obedecer aos demais princípios administrativos.

10. O que preceitua o princípio da impessoalidade?

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O princípio da impessoalidade impõe que a ação da Administração deve estar voltada para a
atingir o objetivo previsto (expressamente ou virtualmente) em lei, o qual visará atender sempre
a uma finalidade: o interesse público.
Assim, o administrador não pode atuar para atender a objetivo diverso do estabelecido em lei –
que será sempre o interesse público –, ou de praticá-lo em benefício próprio ou de terceiros.

11. Comente a compreensão do princípio da impessoalidade sob o enfoque da imputação dos


atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam.

O princípio da impessoalidade também deve ser compreendido sob o enfoque da imputação


dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam.
Decorre de tal preceito que, como os atos não devem ser entendidos como praticados pelo
agente público A ou agente público B, mas sim pela Administração Pública, esse viés do
princípio da impessoalidade acaba por retirar dos agentes públicos a responsabilidade pessoal,
perante terceiros, pelos atos que praticam.

12. É possível a compreensão do princípio da impessoalidade sob o viés da vedação à


promoção pessoal de autoridades e servidores públicos?

Sim, o princípio da impessoalidade pode ser compreendido sob o viés da vedação à promoção
pessoal de autoridade e servidores públicos conforme CF/88, art. 37, § 1º dispõe:

Art. 37. (...)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

13. Comente a relação entre o princípio da impessoalidade e o da isonomia.

O princípio da impessoalidade encontra-se relacionado ao princípio constitucional da isonomia


(CF/88, arts. 5º, inciso I, e 19, inciso III), obrigando a Administração a conferir tratamento
igualitário aos administrados que se encontrem na mesma situação fática e jurídica. Decorrem do
dever de isonomia da Administração a necessidade da adoção de procedimentos como o
concurso público para provimento de cargos efetivos, a licitação para a contratação de obras,
serviços, fornecimentos, o regime de precatórios para pagamento de dívidas da Fazenda Pública
em decorrência de decisão judicial etc.
O teor dos dispositivos que consagram a isonomia é o seguinte:

Art. 5º (...)

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I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

14. O que preceitua o princípio da moralidade?

O princípio da moralidade preceitua que os agentes públicos atuem com ética, honestidade,
probidade, boa-fé, decoro, lealdade, fidelidade funcional.
A moralidade administrativa está ligada à ideia do “bom administrador” – aquele que atua não
somente com respeito aos preceitos vigentes, mas também à moral – e não se confunde com a
moralidade comum. Esta “é imposta ao homem para sua conduta externa;” aquela “é imposta
ao agente público para sua conduta interna, seguindo as exigências da instituição a que serve e
a finalidade de sua ação: o bem comum”1.
Além disso, a moralidade administrativa diz respeito a uma moral jurídica, consubstanciada em
regras de conduta extraídas da disciplina interior da Administração2. Ou seja, deve ser
compreendida de modo objetivo, independente da noção subjetiva do agente sobre o que é
certo ou errado em termos éticos – moral comum.
Embora tenha sido previsto na CF como um princípio autônomo, é possível entender a
moralidade administrativa como fator de legalidade. Nesse sentido, o TJSP já decidiu que “o
controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por
legalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como também
com a moral administrativa e com o interesse coletivo ”.3

15. Quem deve observar a moralidade administrativa?

A moralidade administrativa deve ser observada tanto pelos agentes públicos quanto pelo
particular ao se relacionar com a Administração.

16. É possível o controle da moralidade administrativa pelos cidadãos? Se sim, por meio de qual
instrumento?

1
Maurice Hauriou, Précis Elementaires de Droit Administratif, Paris, 1926, pp. 197 e ss apud Meirelles, 2014,
p. 92.
2
Meirelles, 2014, p. 92.
3
TJSP, RDA 89/134 apud Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30. ed. São Paulo, Malheiros
Editores: 2005, p. 91.

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Sim, mediante o instrumento da ação popular, para que qualquer cidadão busque a anulação de
ato lesivo à moralidade administrativa – CF, art. 5º, inciso LXXIII:

Art. 5º (...)

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

17. Há relação entre moralidade administrativa e probidade administrativa? Comente.

Relacionada à moralidade administrativa temos a probidade administrativa, que também deve


nortear a conduta do gestor. A conduta imoral do administrador poderá ser enquadrada como
ato de improbidade.
Sobre o tema, a CF estabelece que os atos de improbidade administrativa, além de importarem
a ação penal cabível, resultarão na suspensão dos direitos políticos, na perda da função pública,
na indisponibilidade de bens e no ressarcimento ao erário (art. 37, § 4º):

Art. 37. (...)

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Regulamentando esse dispositivo é que foi editada a Lei 8.429/1992.


É importante notar, ainda, que o dispositivo fala em “suspensão” dos direitos políticos, e não
“perda” de tais direitos, sendo conveniente lembrar, além disso, que a “cassação” de direitos
políticos é vedada pela CF, art. 15, caput:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:

18. O Ministério Público pode atuar na defesa da moralidade administrativa?

O Ministério Público atua na defesa da moralidade administrativa mediante ação civil pública.
Embora a CF não fale expressamente em “moralidade administrativa” ao tratar de tal
instrumento (CF/88, art. 129, III – “São funções institucionais do Ministério Público: (...) promover
o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”), a Lei Orgânica do Ministério Público
dispõe que incube ao Parquet “promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei
(...) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à

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moralidade administrativa do Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou


fundacionais ou de entidades privadas de que participem” (Lei 8.625/93, art. 25, inciso IV, alínea
“b”).

19. O que preceitua o princípio da publicidade?

Impõe que a Administração confira a mais ampla divulgação de seus atos aos interessados
diretos e ao povo em geral, possibilitando-lhes, assim, controlar a conduta dos agentes
administrativos.

20. A transparência deve ser vista como regra ou exceção na Administração Pública? O sigilo da
informação ou restrição da publicidade são possíveis?

Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princípio da publicidade o direito fundamental à


informação previsto na CF, art. 5º, inciso XXXIII:

Art. 5º (...)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;

Também se alinha ao princípio da publicidade o disposto na CF, art. 5º, inciso LX:

Art. 5º (...)

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da


intimidade ou o interesse social o exigirem;

Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a transparência na
Administração Pública e, somente em situações excepcionais, a lei (necessariamente, não pode
ser ato infralegal) pode estabelecer situações em que o sigilo é justificável – quando
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (CF/88, art. 5º, inciso XXXIII - já) ou
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (CF, art. 5º, inciso LX).

21. Como os direitos constitucionais de petição e de certidão concretizam o princípio da


publicidade?

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De acordo com Carvalho Filho4, o direito de petição, previsto na CF, art. 5º, inciso XXXIV, alínea
“a”, concretiza o mencionado princípio na medida em que, por meio das petições, os indivíduos
podem dirigir-se aos órgãos administrativos para formular qualquer tipo de postulação.
Por sua vez, o autor esclarece que as certidões (CF, art. 5º, inciso XXXIV, alínea “b”), expedidas
pela Administração, registram a verdade dos fatos administrativos, cuja publicidade permite aos
administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas situações.
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:

Art. 5º (...)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;
==5617c==

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

22. O STF considera lícita a divulgação nominal da remuneração de autoridades e servidores


públicos em sítio eletrônico?

O Supremo Tribunal Federal entende que a divulgação nominal da remuneração de autoridades


e servidores públicos em sítio eletrônico da internet não viola sua intimidade, vida privada e
segurança pessoal e familiar a ponto de ser considerada ilícita. Cumpre destacar que a Corte
considerou lícita a divulgação do nome e da remuneração do agente público, mas não de seu
CPF, identidade e endereço residencial (STF, SS 3.902 AgR)5.

23. O que preceitua o princípio da eficiência?

Impõe que a Administração exerça sua atividade com presteza, perfeição, rendimento funcional,
produtividade, qualidade, desburocratização, de forma a obter o melhor resultado possível no
atendimento do interesse público. Preceitua a adequação dos meios empregados aos fins
vislumbrados, a ponderação da relação custo/benefício da ação.
O princípio da eficiência está relacionado ao modelo de administração pública gerencial e
alcança não somente os serviços públicos prestados diretamente à coletividade, mas também os
serviços administrativos internos da Administração.

24. Qual a outra denominação do princípio da eficiência?

4
Carvalho Filho, 2016, p. 27.
5
STF, SS 3.902 AgR segundo, rel. min. Ayres Britto, j. 9/6/2011, P, DJE de 3/10/2011; = RE 586.424 ED, rel.
min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2015, 2ª T, DJE de 12-3-2015.

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Princípio da qualidade dos serviços públicos.

25. Mencione alguns desdobramentos constitucionais do princípio da eficiência?

Alguns desdobramentos constitucionais do princípio da eficiência:


a) a possibilidade de reclamação relativa à prestação dos serviços públicos e de avaliação
periódica, interna e externa, da qualidade dos serviços, consoante art. 37, § 3º, incisos I a III:

Art. 37 (...)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública


direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de


governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,


emprego ou função na administração pública.

b) a possibilidade de celebração de contratos de gestão como forma de ampliar a autonomia


gerencial, orçamentária e financeira de órgãos e entidades da administração direta e indireta,
com fixação de metas de desempenho e controles e critérios para sua avaliação, consoante art.
37, § 8º, incisos I a III:

Art. 37. (...)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

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c) a determinação aos entes federados que mantenham escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, bem como a exigência de que estes participem de
cursos de aperfeiçoamento com condição de promoção na carreira, consoante art. 39, § 2º:

Art. 39 (...)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a


formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação
nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

d) a possibilidade de aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com


despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização,
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
prêmio de produtividade, a ser disciplinada em lei da União, dos Estados, do DF e dos
Municípios, consoante art. 39, § 7º:

Art. 39 (...)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a


aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.

e) possibilidade de perda do cargo do servidor estável por insuficiência de desempenho aferido


em avaliação periódica, consoante art. 41, § 1º, inciso III:

Art. 41 (...)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

(...)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

f) necessidade de avaliação especial de desempenho para aquisição de estabilidade por parte do


servidor público, consoante art. 41, §4º:

Art. 41 (...)

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§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação


especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

26. Como se dá o controle da eficiência da Administração Pública?

a) controle externo – Poder Legislativo e tribunais de Contas (art. 70, caput e art. 71, caput);
b) sistema de controle interno (art. 70, caput e art. 74, inciso II);
c) controle judicial – José dos Santos Carvalho Filho entende que pode ocorrer desde que haja
comprovada ilegalidade6.
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de: (...)

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;

27. O que são os princípios implícitos da Administração Pública? Eles possuem menos
relevância que os expressos no caput do art. 37 da CF?

Os princípios implícitos são aqueles reconhecidos pela doutrina e jurisprudência. Possuem a


MESMA relevância que os princípios expressos.

28. O que preceitua o princípio da supremacia do interesse público?

6
Carvalho Filho, 2016, p. 33.

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Preceitua que o interesse público deve prevalecer sobre o privado sempre que houver conflito
entre eles nas relações verticais (relação entre Administração e administrado), com vistas ao
benefício da coletividade, respeitando-se sempre, por óbvio, os direitos e garantias individuais.
Como se manifesta precipuamente nas relações verticais, não incide diretamente quando a
Administração atua internamente (porque não há relação com administrado criando obrigações
ou restrições) ou na condição de agente econômico – porque nesse caso tal atuação é regida
eminentemente pelo direito privado, consoante CF, art. 173, § 1º, inciso II:

Art. 173. (...)

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de


economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

É importante destacar que, indiretamente, a supremacia do interesse público está presente em


toda atividade estatal.

29. O que preceitua o princípio da presunção de legitimidade e de veracidade? Essa


presunção é absoluta?

O princípio da presunção de legitimidade e de veracidade preceitua que os atos da


Administração Pública devem ser considerados legítimos, verdadeiros e legais até que se prove
ao contrário (essa presunção não é absoluta, portanto, mas relativa ou juris tantum).
Pode-se apontar como decorrência da presunção de legitimidade a regra insculpida na CF, art.
19, inciso II:

Art. 19. (...)

II - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (...) recusar fé
aos documentos públicos.

30. O que preceitua o princípio da autotutela?

Impõe que a Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus próprios atos, inclusive
de ofício, e abrange o poder de anular, convalidar e revogar seus atos administrativos, podendo
envolver, portanto, aspectos tanto de legalidade quanto de mérito ato.
A autotutela está consagrada nas súmulas 473 e 346 do STF:

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Súmula 473:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Súmula 346:

A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

31. O poder de tutela é o mesmo que autotutela? Explique.

Não. O poder de tutela é caracterizado pela supervisão (controle de natureza finalística, também
chamado de “supervisão ministerial”) realizada pela administração direta sobre as entidades da
administração indireta. Já a autotutela preceitua que a Administração Pública tem o poder-dever
de controlar seus próprios atos.

32. O que preceitua o princípio da continuidade dos serviços públicos?

Impõe que a prestação de serviços públicos (tanto a realizada diretamente pela Administração,
quanto a delegada a particulares) não deve ser interrompida ou paralisada, já que consubstancia
atividades essenciais à coletividade.
Desse princípio decorrem consequências importantes7:
a) a proibição relativa de greve nos serviços públicos, já que o art. 37, inciso VII da CF/88
determina que tal direito será exercido “nos termos e nos limites definidos em lei específica”.
Vejamos o teor do dispositivo, pra fins de fixação:

Art. 37. (...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;

Inclusive, sobre o direito de greve dos servidores, convém destacar que o STF proferiu recente
entendimento no sentido de que os dias parados por greve de servidor devem ser descontados,
exceto se houver acordo de compensação8.
b) necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher
as funções públicas temporariamente vagas;

7
Di Pietro, 2016, p. 102.
8
STF, RE 693.456.

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c) a impossibilidade da invocação, por parte de quem contrata com a Administração Pública,


da exceção do contrato não cumprido nos contratos que tenham por objeto a execução de
serviço público;
d) a faculdade da Administração de utilizar os equipamentos e instalações da empresa que
com ela contrata, para assegurar a continuidade dos serviços públicos, bem como a
possibilidade de encampação da concessão de serviço público, para atingir a mesma finalidade.

33. O que preceitua o princípio da razoabilidade e proporcionalidade?

Razoabilidade: impõe que haja compatibilidade entre os meios empregados e os fins visados na
atuação da Administração, a fim de evitar excessos, abusos, arbitrariedades.
Proporcionalidade: impõe que os agentes públicos não ultrapassem os limites adequados ao fim
pretendido, de maneira a evitar o excesso de poder. É fundamentado em três aspectos:
a) Adequação: compatibilidade entre o meio empregado e o fim vislumbrado;
b) Exigibilidade ou necessidade: a conduta deve ser necessária e a que cause menos prejuízo
aos indivíduos;
c) Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcançadas devem superar as
desvantagens.
É importante destacar que razoabilidade e proporcionalidade são conceitos muito parecidos, de
modo que alguns autores entendem que esta seria uma das vertentes daquela.
Esses princípios são muito utilizados no controle da discricionariedade da Administração. Trata-
se de controle de legalidade ou legitimidade, não de mérito (o ato desarrazoado ou
desproporcional deve ser anulado, e não revogado).

34. O que preceitua o princípio da motivação?

O princípio da motivação preceitua que, como regra, todos os atos da Administração devem ser
justificados (tanto os vinculados como os discricionários), devendo ser expressamente indicados
os pressupostos de fato e de direito que o motivam, permitindo, assim, o controle da legalidade
e da moralidade de tais atos, bem como o exercício do contraditório e da ampla defesa por
parte do administrado.
Há casos em que a motivação do ato é dispensada. Ex: Exoneração de servidor ocupante de
cargo em comissão de livre nomeação e exoneração.
Embora não expressamente prevista no art. 37 da Carta Magna, a motivação é mencionada na
CF, art. 93, inciso X, que prescreve que

Art. 93. (...)

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X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública,


sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros

Tal regra também é aplicável ao Ministério Público por força do art. 129, § 4º da CF:

Art. 129. (...)

§ 4º - aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

35. O que preceitua o princípio da segurança jurídica?

O postulado da segurança jurídica impõe que a Administração deve buscar respeitar situações
consolidadas no tempo, as relações jurídicas constituídas, amparadas pela boa-fé do cidadão.
Exemplos de concretização do princípio da segurança jurídica:
a) Institutos da prescrição e decadência;
b) Súmula vinculante (CF, art. 103-A);
c) Proteção ao ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5º, inciso XXXVI).
Para fins de fixação, vejamos o teor dos dispositivos mencionados:

Art. 5º (...)

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou
entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou


cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade.

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§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que


indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.

36. Qual a diferença entre cargo público e emprego público?

A relação entre o agente investido em cargo público e o Estado é regida por um regime jurídico
estatutário definido em lei. Já no caso do agente ocupante de emprego público, tal relação é
estabelecida em contrato e regida pela CLT.
Além disso, cargos públicos integram a estrutura de órgãos e entidades de direito público,
enquanto os empregos públicos são mais comuns nas entidades administrativas de direito
privado.

37. Considerando que o empregado público possui vínculo contratual com a entidade,
regido pela CLT, pode-se dizer que o regime jurídico dos empregados públicos é
integralmente privado?

Não, o regime jurídico dos empregados públicos é híbrido, em razão de se submeterem a certas
normas de direito público, como, por exemplo, a exigência de aprovação prévia em concurso
público para que ocorra a investidura no emprego público, nos termos do inciso II do art. 37 da
CF/88:

Art. 37. (...)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

38. O que são funções públicas?

São as atribuições que não correspondem necessariamente a um cargo ou emprego público,


podendo ter natureza permanente ou temporária.
Em regra, as funções de natureza permanente são as chamadas “funções de confiança”, que são
destinadas ao desempenho de atribuições de direção, chefia e assessoramento, a serem
exercidas exclusivamente a servidores ocupantes de cargos de cargo efetivo, nos termos do
inciso V do art. 37 da CF/88:

Art. 37. (...)

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V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de


cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Por sua vez, as funções temporárias são aquelas exercidas por servidores contratados por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,
consoante inciso IX do art. 37 da CF:

Art. 37. (...)

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

39. O que são cargos em comissão?

São cargos públicos cujo ingresso/saída do agente se dá pela livre nomeação/exoneração por
parte do superior (ato discricionário), não sendo necessário que haja prévia aprovação em
concurso público para que ocorra o ingresso, ou que sejam observados o contraditório e a ampla
defesa para a saída.
Assim como nas funções de confiança, os cargos em comissão são destinados ao desempenho
de atribuições de direção, chefia e assessoramento, nos termos do inciso V do art. 37 da CF/88
(já transcrito na resposta da questão anterior).
Por outro lado, em contraposição às funções de confiança, que só podem ser exercidas por
servidores ocupantes de cargo efetivo, os cargos em comissão podem ser exercidos por
qualquer pessoa, embora o próprio inciso V do art. 37 da CF/88 estabeleça que tais cargos
deverão ser exercidos por servidores de carreira em casos, condições e percentuais mínimos
estabelecidos em lei.
Por fim, convém destacar que o exercício de cargo em comissão, unicamente, não confere
estabilidade ou regime especial de previdência ao seu ocupante, ao contrário dos agentes que
exercem cargos de provimento efetivo, nos termos da CF, arts. 40, caput e 41, caput:

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

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40. A vedação ao nepotismo, nos termos da súmula vinculante 13 do STF, alcança a


nomeação para cargos políticos?

Como regra, não, a não ser que reste demonstrado que a nomeação ocorreu exclusivamente em
razão do parentesco, não possuindo, o nomeado, a devida qualificação para o exercício do
cargo.
Para fins de memorização, vejamos o teor da súmula:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por


afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

41. Qual o instrumento por meio do qual são criados (e extintos) os cargos, empregos e
funções públicas?

Regra geral, por meio de lei, não valendo tal regra para os seguintes casos:
a) criação de funções temporárias;
b) cargos pertencentes aos serviços da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal – nesses
casos, a criação/extinção de cargos é realizada por resolução do respectivo órgão (CF, arts. 51,
inciso IV e 52, inciso XIII), conforme a seguir:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

(...)

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para

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fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de


diretrizes orçamentárias;

c) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos – nesse caso, a extinção pode ocorrer
mediante decreto, de competência do Presidente da República, delegável aos Ministros de
Estado e ao Advogado-Geral da União (CF, art. 84, inciso VI, “b” e parágrafo único):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

(...)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições


mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os
limites traçados nas respectivas delegações.

Cumpre destacar que a iniciativa de lei para a criação/extinção de cargos é privativa:


a) do Presidente da República, no âmbito do Poder Executivo, conforme alínea “a” do inciso II,
§ 1º, art. 61 da CF:

Art. 61. (...)

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

(...)

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais de Justiça, conforme
alínea “b” do inciso II do art. 96 da CF:

Art. 96. Compete privativamente:

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(...)

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça


propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

(...)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos


juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;

c) do Tribunal de Contas da União, consoante art. 73, caput, da CF:

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

d) do Ministério Público, consoante § 2º do art. 127 da CF:

Art. 127. (...)

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa,


podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de
provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei
disporá sobre sua organização e funcionamento.

e) da Defensoria Pública, consoante § 4º do art. 133 da CF:

Art. 133. (...)

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93
e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (Cespe/2015/TRE-GO) A respeito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime
constitucional da administração pública, julgue o item a seguir.

Considere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e tenha
sido eleito como deputado estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre
suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos
e receber as vantagens e as remunerações a eles referentes.

2. (Cespe/2018/TCE-PB/Auditor/Adaptada) Uma empresa que presta serviços de vigilância e


limpeza para órgão da administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes
do atraso dos pagamentos que lhe são devidos pelos serviços adequadamente prestados,
deu vantagem pecuniária aos servidores responsáveis pela liquidação e pagamento da
despesa orçamentária empenhada, com o objetivo de acelerar os trâmites administrativos
necessários ao efetivo pagamento. Nessa situação hipotética, os servidores responderão por
ato de improbidade administrativa enriquecido ilicitamente, sujeitando-se à suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

3. (Cespe/2016/PC-GO/Escrivão) No que se refere à administração pública, assinale a opção


correta.

a) É vedada a acumulação não remunerada de cargos, empregos e funções públicos na


administração direta, nas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

b) As obras, os serviços, as compras e as alienações serão contratados mediante processo de


licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, permitindo-se
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações, nos termos da lei.

c) Agente público que cometer ato de improbidade administrativa estará sujeito à cassação de
direitos políticos, à perda da função pública, à indisponibilidade dos bens e ao ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira não pode ser fixada
exclusivamente por subsídio constituído de parcela única.

e) Os cargos em comissão, que devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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4. (Cespe/2011/DPU) A respeito dos princípios e normas que regem a administração pública


brasileira, a proibição constitucional de acumular cargos públicos alcança os servidores de
autarquias e fundações públicas, mas não os empregados de empresas públicas e sociedades
de economia mista.

5. (Cespe/2011/TCU/Auditor) Servidor público que ocupe cargo de médico na administração


direta da União e cargo de professor em uma universidade pública federal, ambos
remunerados, pode, havendo compatibilidade de horários entre as atividades, ocupar outro
cargo público remunerado de médico, desde que esse cargo se situe no âmbito da
administração de um estado-membro, do Distrito Federal ou de um município.

6. (Cespe/2010/DPU) Apenas os brasileiros, por preencherem os requisitos estabelecidos em


lei, podem assumir cargos, empregos e funções públicas.

7. (Cespe/2009/DPE-ES/Defensor) O servidor público em exercício de mandato de prefeito


tem o direito de ficar afastado do cargo, emprego ou função, computando-se o tempo para
todos os efeitos legais, até mesmo para fins de promoção por antiguidade e merecimento.

8. (CESPE/2013/TRT 17ª) Considerando a disciplina constitucional relativa à administração


pública, julgue o item subsequente.

De acordo com a CF, é possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria —


decorrentes do regime estatutário ou do regime geral de previdência — com as remunerações
de cargo em comissão ou de cargos que sejam acumuláveis para o servidor em atividade.

9. (CESPE/2013/TRT 17) Considerando a disciplina constitucional relativa à administração


pública, julgue o item subsequente.

A CF expressamente dispõe que, independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, o responsável pelo ato de improbidade terá obrigatoriamente
decretada a suspensão dos seus direitos políticos pelo período de oito a dez anos.

10. (CESPE/2011/TRE ES) Com relação à administração pública, julgue o item seguinte.

Os atos de improbidade administrativa que, nos termos da Constituição Federal, importem na


suspensão dos direitos políticos, na perda da função pública, na indisponibilidade de bens e no
ressarcimento ao erário têm natureza penal.

11. (CESPE/2012/TRE RJ) No que concerne ao direito constitucional e à Constituição Federal de


1988 (CF), julgue o item a seguir.

Alguns dos princípios que regem a administração pública direta e indireta de qualquer dos
poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, como, por exemplo, o da

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legalidade e o da impessoalidade, estão expressamente previstos na CF, ao passo que outros,


como o da moralidade, constituem princípios implícitos.

12. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/Analista Judiciário - Contador) Maria, que possui emprego público


privativo de profissionais de saúde em empresa pública estadual, foi aprovada em outro
concurso público para cargo público federal privativo de profissionais de saúde. Nessa
situação hipotética, Maria

13. (Cespe/2015/TRE-RS) Com relação aos direitos e garantias fundamentais, aos direitos sociais
e aos direitos políticos, julgue os itens.

Com fundamento no princípio da isonomia, o Poder Judiciário pode aumentar vencimentos de


==5617c==

servidores.

14. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Acerca da organização do Estado brasileiro e da


administração pública, julgue o seguinte item.

O servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação


e exoneração, está ligado ao regime geral de previdência social, mas, ao servidor que ocupa
cargo comissionado e cargo público efetivo na administração pública estadual simultaneamente,
aplica-se o regime próprio do ente público a que está vinculado.

15. (Cespe/2015/TJ-DFT) O texto constitucional estabeleceu contribuição previdenciária sobre


aposentadorias e pensões e, assim, extinguiu a imunidade contributiva dos aposentados e
pensionistas vinculados ao regime geral de previdência social e ao regime dos servidores
públicos.

16. (Cespe/2018/TCE-PB/Auditor) A respeito da remuneração dos servidores públicos, assinale a


opção correta.

a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho noturno em


valor superior ao do diurno.

b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de incentivos


específicos para a proteção do mercado de trabalho da mulher.

c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o acréscimo de
um terço à remuneração normal.

d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos de


gratificação pessoal.

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e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão responsável pelos
pagamentos deverá efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.

17. (Cespe/2016/PC-GO/Agente) O servidor público estável perderá o cargo

a) após procedimento de avaliação periódica de desempenho, que prescinde da ampla defesa e


do contraditório.

b) em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

c) após decisão judicial de primeira instância da qual caiba recurso.

d) após decisão judicial de segunda instância da qual caiba recurso.

e) mediante processo administrativo, que prescinde da ampla defesa e do contraditório.

18. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Com base nas disposições constitucionais e na


jurisprudência do STF a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.
Funções de confiança e cargos em comissão destinam-se a atribuições de direção, chefia
e assessoramento. Distinguem-se, entretanto, quanto aos requisitos de seus ocupantes: a
função de confiança é destinada, exclusivamente, a servidor de cargo efetivo; os cargos em
comissão podem ser desempenhados por agentes públicos em caráter precário.

19. (Cespe/2015/TCE-RN) Com base nas disposições constitucionais e na jurisprudência do STF


a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.

A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou


de provas e títulos. A pontuação dos títulos, entretanto, deve servir como critério de
classificação do candidato, mas não como fator de aprovação ou de reprovação.

20. (Cespe/2015/TCE-RN/Inspetor/Direito) Com base nas disposições constitucionais e na


jurisprudência do STF a respeito dos servidores públicos, julgue o item a seguir.

Limite de idade fixado, exclusivamente, no edital do concurso público não supre a exigência
constitucional de que o requisito seja estabelecido em lei.

21. (Cespe/2017/Procurador de Belo Horizonte) A respeito da administração pública, assinale a


opção correta.

a) Um assessor da PGM/BH que, após ocupar exclusivamente cargo em comissão por toda a sua
carreira, alcançar os requisitos necessários para se aposentar voluntariamente terá direito a
aposentadoria estatutária.

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b) A paridade plena entre servidores ativos e inativos constitui garantia constitucional, de forma
que quaisquer vantagens pecuniárias concedidas àqueles se estendem a estes.

c) De acordo com o STF, apesar da ausência de regulamentação, o direito de greve do servidor


público constitui norma autoaplicável, de forma que é proibido qualquer desconto na
remuneração do servidor pelos dias não trabalhados.

d) No Brasil, de acordo com o STF, a regra é a observância do princípio da publicidade, razão


pela qual, em impeachment de presidente da República, o sigilo do escrutínio é incompatível
com a natureza e a gravidade do processo.

22. (Cespe/2016/Funpresp/Direito) Considerando o disposto na CF e o entendimento


consolidado do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o seguinte item, acerca dos direitos e
garantias fundamentais e do regime constitucional dos servidores públicos.

De acordo com o STF, o rol de serviços essenciais indicados na lei de greve dos trabalhadores
celetistas é exemplificativo. Logo, o Poder Judiciário pode ampliar as restrições ao direito de
greve dos servidores públicos em hipóteses não expressamente previstas na lei.

23. (CEBRASPE/2022/DPE-TO) No que tange à atividade administrativa, são aplicáveis tanto à


administração pública quanto ao administrado os padrões firmados pelo princípio

a) da publicidade.

b) da legalidade.

c) da boa-fé.

d) da segurança jurídica.

e) do interesse público.

24. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Oficial de Diligência) Assinale a opção que apresenta o princípio


constitucional que obriga a administração pública a manter ou ampliar a qualidade dos
serviços prestados à população, evitando desperdícios e buscando sempre a máxima
excelência na prestação de seus serviços.

a) princípio da publicidade dos atos da administração pública

b) princípio da legalidade

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c) princípio da impessoalidade

d) princípio da moralidade

e) princípio da eficiência

25. (CEBRASPE/2022/PC-RO) A administração pode anular seus próprios atos quando eivados
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial. O princípio da administração pública apresentado
anteriormente, referente à Súmula n.º 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), é o da

a) indisponibilidade do interesse público.

b) supremacia do interesse público.

c) autotutela.

d) moralidade.

e) precaução.

26. (CEBRASPE/2022/MPE-PA) A realidade político-institucional brasileira vivenciada no último


século, com alternância entre regimes autoritários e democráticos, refletiu no campo do
direito, influenciando, inclusive, a evolução do conceito de interesse público.

Considerando as informações anteriores, é correto afirmar que, atualmente, o interesse público


se identifica com o(s)

a) respeito e a promoção dos direitos fundamentais.

b) interesse exclusivo do Estado.

c) interesse do aparato administrativo.

d) interesse do agente público.

e) interesses exclusivos da maioria da população.

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Gabarito

1. ERRADA 10. ERRADA 19. CORRETA


2. CORRETA 11. ERRADA 20. CORRETA
3. Letra B 12. Letra E 21. Letra D
4. ERRADA 13. ERRADA 22. CORRETA
5. ERRADA 14. CORRETA 23. Letra C
6. ERRADA 15. ERRADA 24. Letra E
7. ERRADA 16. Letra A 25. Letra C
8. CORRETA 17. Letra B 26. Letra A
9. ERRADA 18. CORRETA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

28 de Janeiro de 2023
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Índice
1) Simulado - Administração Pública - CE
..............................................................................................................................................................................................3

2) Simulado - Direitos Políticos - CE


..............................................................................................................................................................................................
63

3) Simulado - Organização do Estado - CE


..............................................................................................................................................................................................
89

4) Simulado - Partidos Políticos - CE


..............................................................................................................................................................................................
169

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas ................................................................................................................ 12

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 60

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Administração Pública
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Princípios da Administração Pública e disposições gerais (art. 37 da CF)

1) A Constituição Federal prevê a responsabilidade objetiva da Administração Pública, garantindo que as


pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que prestem serviços públicos respondam pelos
atos culposos ou dolosos de seus agentes que, nessa qualidade, causem dano à terceiros.

2) A possibilidade da perda do cargo, por parte do servidor público, na hipótese de avaliação periódica
insatisfatória de desempenho e a previsão da remuneração de determinadas categorias de servidores
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória são exemplos da
aplicação do princípio da eficiência na Administração Pública.

3) O princípio da impessoalidade deve ser respeitado pela Administração Pública, a qual deve guiar seus
atos sempre com a finalidade de atender o interesse público, rechaçando a promoção pessoal dos seus
gestores.

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4) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe. Tal instrumento, no entanto, não pode ser utilizado para
efetuar o controle da moralidade administrativa.

5) O princípio da publicidade na Administração Pública pode ser excepcionado mediante ato do Poder
executivo na hipótese em que o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

6) Não é possível proibir o nepotismo na Administração Pública devido à omissão do legislador em editar
lei em sentido formal para coibir a prática.

7) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, bem como, neste último caso, a definição das áreas de
sua atuação.

8) Lei deverá estabelecer os prazos prescricionais para ações de ressarcimento relativas a ilícitos que
causem prejuízo ao erário, praticados ou não por servidores públicos.

9) Nos concursos públicos, caso haja previsão legal, é válida a previsão editalícia de realização de exame
psicotécnico.

10) Nas relações dentre o empregado público com vínculo contratual regido pela CLT e a respectiva
entidade pública contratante, aplica-se exclusivamente o regime jurídico privado.

11) O servidor público civil que acumule licitamente o exercício de dois cargos públicos não poderá receber
remuneração total superior ao subsídio dos ministros do STF.

12) O servidor público civil não poderá ter a base de cálculo de suas vantagens indexada pelo salário-
mínimo, salvo casos expressos na Carta Magna.

13) O servidor público civil não poderá receber verbas indenizatórias que extrapolem o valor do subsídio
de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

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14) O servidor público civil investido no cargo de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
recebendo a remuneração do cargo político ocupado.

15) O servidor público civil possui direito à greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos na
Lei Maior.

16) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a concessão de reajustes aos servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo por meio de negociação coletiva.

17) A Constituição Federal de 1988 veda o acesso a cargos públicos efetivos por estrangeiros.

18) A Constituição Federal de 1988 veda a contratação de pessoal por tempo determinado.

19) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a criação de autarquia por lei específica.

20) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a precedência da administração fazendária e dos seus
servidores fiscais sobre os demais setores administrativos.

21) A investidura em cargo público efetivo ou em comissão depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos.

22) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por mais dois
anos.

23) Não é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

24) O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

25) Para aquisição da estabilidade, é indispensável a avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade.

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26) Ao servidor público civil é vedado o acúmulo de exercícios de cargos públicos.

27) O servidor público civil terá sua remuneração fixada ou alterada apenas por lei específica.

28) O servidor público civil não poderá receber verbas indenizatórias que extrapolem o valor do subsídio
de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

29) O servidor público civil investido no cargo de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
recebendo a remuneração do cargo político ocupado.

30) O servidor público civil possui direito à greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos na
Lei Maior.

31) Os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, previstos


no artigo 37, caput, da Constituição Federal, são aplicáveis apenas às pessoas jurídicas de direito público.

32) As funções de confiança na administração pública deverão ser ocupadas por servidor público
de cargo efetivo e destinam-se a cargos de direção, chefia e assessoramento.

33) Em virtude da separação dos Poderes, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário poderão ser fixados em valores superiores ou inferiores aos pagos pelo Poder Executivo.

34) Os critérios de admissão de pessoas portadores de deficiência não são definidos de forma discricionária
pelo administrador público, uma vez que tais critérios deverão ser definidos por lei.

35) É vedada a incidência de adicionais em cascata na remuneração do servidor público.

36) O subsídio e os vencimentos dos cargos e empregos públicos são irredutíveis contudo, a forma de
cálculo dos vencimentos poderá ser modificada.

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37) A proibição de acumulação de cargos, empregos e funções públicas abrange toda a Administração
Pública, todas as esferas de governo e todos os Poderes.

38) É plenamente possível que uma pessoa acumule os proventos de aposentadoria do RPPS com a
remuneração de cargo em comissão.

39) A aplicação do teto constitucional à soma das remunerações dos cargos acumulados representa
violação à irredutibilidade de vencimentos, ao princípio da estabilidade e ao princípio da igualdade.

40) O texto constitucional prevê outras hipóteses de acumulação de cargos além das dispostas em seu
artigo 37.

41) É vedada a cumulação remunerada de cargos públicos e atividades privadas, salvo nas hipóteses de
acumulação de cargos dispostas no texto constitucional.

42) O servidor público titular de cargo efetivo será readaptado em cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido, percebendo a remuneração do
cargo de destino.

43) Os Estados e o Distrito Federal poderão optar por um teto facultativo, sendo este o subsídio dos
desembargadores do Tribunal de Justiça, sendo fixado como limite a quantia de até 90,25% do subsídio
dos Ministros do STF.

44) A aposentadoria será concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,
emprego ou função pública e acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
contribuição, sendo que para o computo do período deve-se excluir o período de tempo em Regime Geral
de Previdência Social.

45) É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos não decorrentes do texto


constitucional ou de lei que crie o Regime Próprio de Previdência Social.

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46) É vedado o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais entre as administrações tributárias


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, posto que tais informações encontram-se
protegidas por sigilo fiscal.

Disposições aplicáveis ao servidor público no exercício de mandato eletivo (art. 38 da CF)

47) Maria Joaquina é servidora pública efetiva e nas últimas eleições foi eleita para o mandato de
Deputada Estadual no Mato Grosso do Sul. Uma vez que deseja assumir o mandato legislativo, Maria
deverá se afastar de seu cargo público efetivo.

48) Ana Maria é titular de cargo efetivo na Administração Indireta fundacional e foi eleita vereadora do
Município de Belford Roxo. Ana Maria não possui compatibilidade de horários, razão pela qual deverá se
==5617c==

afastar de seu cargo público efetivo caso deseje exercer seu mandato legislativo.

49) Lucas é titular de cargo comissionado de livre provimento e exoneração na Administração Direta
Federal e foi eleito Prefeito do Município de Goianira. Neste caso, Lucas poderá acumular seus cargos se
existir compatibilidade de horários.

Servidores Públicos - administração e remuneração de pessoal (art. 39 da CF)

50) São garantidos ao servidor público investido em cargo público o direito a salário, nunca inferior ao
mínimo, para os que percebem remuneração variável, a duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais e a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte dias.

51) Segundo o Supremo Tribunal Federal, enquanto não for editada lei específica para disciplinar o direito
de greve do servidor público, deve ser aplicado ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no
setor privado.

52) Depende de lei específica a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

53) Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão, aplica-se o regime geral de previdência
social.

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54) São condições para a estabilidade do servidor público três anos de efetivo exercício em cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público e a aprovação em avaliação especial de desempenho
realizada por comissão instituída para essa finalidade.

Regime de Previdência dos Servidores (art. 40 da CF)

55) É assegurado aos servidores públicos titulares de cargos efetivos regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição oriunda de três fontes, quais sejam, do respectivo ente
público, dos servidores ativos e dos pensionistas.

56) A Constituição Federal veda a possibilidade de percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência dos servidores públicos.

57) O regime de previdência complementar dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios será instituído por lei de iniciativa do respectivo poder legislativo de
cada ente estatal.

58) A aposentadoria compulsória dos servidores públicos, inclusive dos magistrados e membros do
Ministério Público, ocorre aos setenta anos de idade.

59) Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre
aposentadoria especial, até a edição de lei complementar específica.

60) Os ocupantes de empregos públicos estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social.

61) Os ocupantes exclusivamente de cargos em comissão estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência
Social.

62) Os ocupantes de cargos efetivos estão sujeitos ao Regime Próprio de Previdência Social.

63) Os ocupantes de funções temporárias estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social.

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64) Os ocupantes de mandatos eletivos, assim como os ocupantes de cargos efetivos, estão sujeitos ao
Regime Próprio de Previdência Social.

65) As regras de idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com
deficiência poderão ser estabelecidas por lei ordinária do respectivo ente federativo.

66) Os agentes penitenciários, agentes socioeducativos ou policiais poderão ter suas regras de idade e
tempo de contribuição diferenciados por meio de lei ordinária do respectivo ente federativo.

67) As regras de idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde, ou associação desses agentes, possuem vedação à caracterização por categoria profissional ou
ocupação.

68) Os ocupantes de cargo de professor terão idade mínima reduzida em 10 (dez) anos em relação às idades
decorrentes da aplicação da regra geral prevista para a esfera federal.

69) É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência social,
ainda que se trate de cargos acumuláveis previstos na Constituição Federal.

70) É vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social pelos entes federados.

71) Nos casos em que o ente federado já possua Regime Próprio de Previdência Social anterior à Reforma
da Previdência, ficará a cargo do respectivo ente estabelecer, por meio de Lei complementar própria, as
normas gerais de organização, funcionamento e responsabilidade de seus regimes previdenciários.

72) É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social por poder do ente federativo,
o que abrangerá seus respectivos órgãos e entidades autárquicas e fundacionais.

73) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio
de todos os servidores, independentemente do valor do benefício.

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74) O regime de previdência complementar para servidores ocupantes de cargo efetivo deverá ser
instituído pelos entes federados e possuí como limite máximo o valor dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

75) João é servidor público estadual de cargo efetivo, completou as exigências para a aposentadoria
voluntária e pretende continuar trabalhando, por isso pretende solicitar o abono de permanência.
Preocupado com as implicações da Reforma da Previdência no abono de permanência, João procurou o
advogado Matheus e este respondeu corretamente que o abono de permanência poderá ser concedido à
João, mas terá como teto o valor da contribuição previdenciária do servidor.

76) A idade mínima para aposentadoria no âmbito federal é de 62 anos para as mulheres e 65 anos para
os homens.

77) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios já não seguem mais a idade mínima estabelecida pelo
âmbito da União, uma vez que atualmente possuem autonomia para estabelecerem a idade mínima para
aposentadoria mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

78) Embora não exista mais limite mínimo aos proventos de aposentadoria do Regime Próprio de
Previdência Social, o mesmo não pode ser dito sobre o limite máximo, que, atualmente, encontra teto nos
valores máximos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social.

79) As regras de cálculo dos proventos de aposentadoria do servidor público em cargo efetivo serão
disciplinadas em lei do seu respectivo ente federativo.

80) A Constituição Federal veda a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios do regime próprio de previdência social, excetuando-se apenas os casos dispostos no texto
constitucional como sujeitos a lei complementar do ente federado.

Estabilidade dos servidores públicos (art. 41 da CF)

81) Será considerado estável o servidor público que após três anos de efetivo exercício em cargo de
provimento efetivo via concurso público, venha a ser aprovado na avaliação especial de desempenho.

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82) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, tendo sido extinto o cargo que ele
ocupava ou declarada a sua desnecessidade, referido servidor ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

83) A data da nomeação ou da posse do servidor é irrelevante para contagem do prazo de aquisição de
estabilidade, uma vez que o termo inicial de contagem se dá com a entrada em exercício.

84) A simples circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa para
demissão com fundamento na sua participação em movimento grevista.

85) O servidor público poderá perder seu cargo mediante processo administrativo que lhe seja assegurada
ampla defesa, contudo tal punição não poderá ocorrer durante o período em que o servidor se encontre
em gozo de licença especial.

Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 42 da CF)

86) A vedação absoluta ao direito de greve dos integrantes das carreiras da segurança pública é compatível
com o princípio da isonomia.

87) O corpo de bombeiros é instituição militar integrante das forças armadas.

88) É expressamente vedado aos militares da ativa tomar posse em cargo público civil permanente ou
temporário.

89) As normas constitucionais pertinentes às vantagens concedidas aos militares das Forças Armadas não
se aplicam aos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

90) As condições para transferência dos militares nos Estados para a inatividade serão reguladas mediante
lei nacional.

Regiões (art. 43 da CF)

91) A União poderá conceder, como incentivo regional, isenções, reduções ou diferimento temporário de
tributos federais, estaduais e municipais devidos por pessoas físicas.

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92) Nas áreas dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas
a secas periódicas, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com todos os
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de irrigação.

93) Para efeitos legislativos, os Estados poderão articular suas ações em um mesmo complexo
geoeconômico e social.

94) Lei ordinária disporá sobre as condições para integração de regiões em desenvolvimento e sobre a
composição dos organismos regionais que executarão os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

95) A composição dos organismos regionais que executarão os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes, será fixada em lei
complementar.

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GABARITO

1. E 2. E 3. C 4. E 5. E

6. E 7. E 8. E 9. C 10. E

11. E 12. C 13. E 14. E 15. E

16. C 17. E 18. E 19. E 20. E

21. E 22. E 23. E 24. E 25. C

26. E 27. C 28. E 29. E 30. E

31. E 32. C 33. E 34. C 35. C

36. C 37. C 38. C 39. C 40. C

41. E 42. E 43. C 44. E 45. E

46. E 47. C 48. C 49. E 50. C

51. C 52. E 53. C 54. C 55. E

56. E 57. E 58. E 59. C 60. C

61. C 62. C 63. C 64. E 65. E

66. E 67. C 68. E 69. E 70. C

71. E 72. E 73. E 74. E 75. C

76. C 77. C 78. E 79. C 80. C

81. C 82. C 83. C 84. C 85. E

86. C 87. E 88. E 89. E 90. E

91. E 92. E 93. E 94. E 95. C

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QUESTÕES COMENTADAS

Princípios da Administração Pública e disposições gerais (art. 37 da CF)

1) A Constituição Federal prevê a responsabilidade objetiva da Administração Pública, garantindo que as


pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que prestem serviços públicos respondam pelos
atos culposos ou dolosos de seus agentes que, nessa qualidade, causem dano à terceiros.

Comentários

De acordo com o art. 37, § 6°, da CF/88, a responsabilidade objetiva independe da comprovação de dolo ou
culpa do agente. Tais requisitos só são necessários para possibilitar o direito de regresso do Estado contra o
agente responsável pelo dano.

Art. 37, § 6° As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Gabarito: Errado.

2) A possibilidade da perda do cargo, por parte do servidor público, na hipótese de avaliação periódica
insatisfatória de desempenho e a previsão da remuneração de determinadas categorias de servidores
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória são exemplos da
aplicação do princípio da eficiência na Administração Pública.
Comentários

De acordo com o art. 41, § 1º, inciso III, da CF/88, o princípio da eficiência dá guarida à possibilidade de perda
do cargo do servidor estável por insuficiência de desempenho aferido em avaliação periódica.

Art. 41, § 1° O servidor público estável só perderá o cargo:

(...)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

Entretanto, o estabelecimento de remuneração por subsídio não guarda relação direta com o princípio da
eficiência, pois garante remuneração fixa ao servidor, desvinculada da sua produtividade, o que torna a
assertiva incorreta.

Gabarito: Errado.

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3) O princípio da impessoalidade deve ser respeitado pela Administração Pública, a qual deve guiar seus
atos sempre com a finalidade de atender o interesse público, rechaçando a promoção pessoal dos seus
gestores.

Comentários

Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador público deve sempre objetivar a


realização do interesse público, sendo vedada a promoção pessoal do servidor público, conforme previsão
constante no art. 37, § 1º, da CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

§ 1° A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Gabarito: Certo.

4) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe. Tal instrumento, no entanto, não pode ser utilizado para
efetuar o controle da moralidade administrativa.

Comentários

De acordo com o art. 5º, inciso LXXIII, da CF/88, é possível o controle da moralidade administrativa mediante
o instrumento da ação popular.

Art. 5°, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência;

Gabarito: Errado.

5) O princípio da publicidade na Administração Pública pode ser excepcionado mediante ato do Poder
executivo na hipótese em que o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Comentários

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Inicialmente, cumpre esclarecer que se alinha ao princípio da publicidade o direito fundamental à informação
previsto no art. 5º, inciso XXXIII, da CF/88:

Art. 5°, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;

Também se alinha ao princípio da publicidade, disposto no art. 5º, inciso LX, da CF/88:

Art. 5°, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;

Com base nesses dois dispositivos, verifica-se que a regra geral deve ser a transparência na Administração
Pública e, somente em situações excepcionais, a lei (necessariamente, não pode ser ato infralegal) pode
estabelecer situações em que o sigilo é justificável, quando imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado, de acordo com o art. 5º, inciso XXXIII, da CF/88, ou quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem, conforme o art. 5º, inciso LX, da CF/88.

Gabarito: Errado.

6) Não é possível proibir o nepotismo na Administração Pública devido à omissão do legislador em editar
lei em sentido formal para coibir a prática.

Comentários

De acordo com a Súmula Vinculante nº 13 do STF, a vedação ao nepotismo decorre diretamente de princípios
constitucionais, não sendo necessária a edição de lei formal para coibir tal prática.

Súmula Vinculante n.º 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal;

Gabarito: Errado.

7) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, bem como, neste último caso, a definição das áreas de
sua atuação.
Comentários

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De acordo com o art. 37, inciso XIX, da CF/88, a definição das áreas de atuação das fundações deve ser
editada lei complementar.

Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Gabarito: Errado.

8) Lei deverá estabelecer os prazos prescricionais para ações de ressarcimento relativas a ilícitos que
causem prejuízo ao erário, praticados ou não por servidores públicos.

Comentários

De acordo com o art. 37, § 5°, da CF/88, as ações de ressarcimento não estão inclusas no objeto da lei que
estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não.

Art. 37, § 5° A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

Gabarito: Errado.

9) Nos concursos públicos, caso haja previsão legal, é válida a previsão editalícia de realização de exame
psicotécnico.

Comentários

De acordo com a Súmula Vinculante nº 44, é necessário que haja previsão em lei, não bastando apenas
previsão em edital.

Súmula Vinculante n.º 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.

Gabarito: Certo.

10) Nas relações dentre o empregado público com vínculo contratual regido pela CLT e a respectiva
entidade pública contratante, aplica-se exclusivamente o regime jurídico privado.

Comentários

De acordo com o art. 37, inciso II, da CF/88, o regime jurídico dos empregados públicos é híbrido, em razão
de se submeterem a certas normas de direito público, como, por exemplo, a exigência de aprovação prévia
em concurso público para que ocorra a investidura no emprego público.

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Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;

Gabarito: Errado.

11) O servidor público civil que acumule licitamente o exercício de dois cargos públicos não poderá receber
remuneração total superior ao subsídio dos ministros do STF.

Comentários

De acordo com recente entendimento do STF, o teto remuneratório deve ser considerado para cada um dos
vínculos:

Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a


incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um
dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório
dos ganhos do agente público1.

Gabarito: Errado.

12) O servidor público civil não poderá ter a base de cálculo de suas vantagens indexada pelo salário-
mínimo, salvo casos expressos na Carta Magna.

Comentários

De acordo com a Súmula Vinculante nº 4.

Súmula Vinculante n.º 4: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode
ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado,
nem ser substituído por decisão judicial.

Gabarito: Certo.

13) O servidor público civil não poderá receber verbas indenizatórias que extrapolem o valor do subsídio
de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

1
STF – REs 602043 e 612975.

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De acordo com o art. 37, § 11, da CF/88, as verbas indenizatórias não são computadas para efeitos de
observação do teto constitucional.

Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso
XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Gabarito: Errado.

14) O servidor público civil investido no cargo de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
recebendo a remuneração do cargo político ocupado.

Comentários

De acordo com o art. 38, inciso II, da CF/88, os servidores públicos civis investidos no mandato de prefeito
serão afastados do cargo, mas poderão optar por qual remuneração receberão.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

Gabarito: Errado.

15) O servidor público civil possui direito à greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos na
Lei Maior.

Comentários

De acordo com o art. 37, inciso VII, da CF/88, os termos e os limites no direito de greve serão definidos em
lei específica, ou seja, não são definidos pela CF/88.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Gabarito: Errado.

16) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a concessão de reajustes aos servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo por meio de negociação coletiva.

Comentários

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De acordo com o art. 37, inciso X, da CF/88, a concessão de reajustes para os servidores públicos ocupantes
de cargo efetivo depende de previsão em lei específica, não se admitindo a fixação de remuneração ou
subsídio por negociação coletiva.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Gabarito: Certo.

17) A Constituição Federal de 1988 veda o acesso a cargos públicos efetivos por estrangeiros.

Comentários

Conforme o art. 37, inciso I, da CF/88, o acesso a cargos públicos efetivos, bem como a empregos e funções
públicas são acessíveis não só a brasileiros, como aos estrangeiros, na forma da lei.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Gabarito: Errado.

18) A Constituição Federal de 1988 veda a contratação de pessoal por tempo determinado.

Comentários

A CF/88, no art. 37, inciso IX, autoriza o estabelecimento, por lei, de hipóteses de contratação de pessoal por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Uma dessas
hipóteses é a contratação temporária de agentes para realização do censo.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

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IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

Gabarito: Errado.

19) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a criação de autarquia por lei específica.

Comentários

Conforme o art. 37, inciso XIX, da CF/88, a criação de autarquia é feita por lei específica.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

Gabarito: Errado.

20) A Constituição Federal de 1988 não autoriza a precedência da administração fazendária e dos seus
servidores fiscais sobre os demais setores administrativos.

Comentários

A CF/88, no art. 37, inciso XVIII, preconiza que a administração fazendária e os seus servidores fiscais terão
precedência sobre os demais setores administrativos, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, na
forma da lei.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

Gabarito: Errado.

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21) A investidura em cargo público efetivo ou em comissão depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos.

Comentários

De acordo com o art. 37, inciso II, da CF/88, o ingresso em cargo em comissão não exige a prévia aprovação
em concurso público de provas ou provas e títulos.

Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;

Gabarito: Errado.

22) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por mais dois
anos.

Comentários

De acordo com o art. 37, inciso III, da CF/88, a renovação do prazo de validade do concurso público será pelo
mesmo prazo previsto inicialmente, isto é, não será, necessariamente, de 2 anos.

Art. 37, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;

Gabarito: Errado.

23) Não é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

Comentários

A CF/88, em seu art. 37, inciso VI, garante ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

Art. 37, VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Gabarito: Errado.

24) O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

Comentários

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Conforme o art. 41, §1º, da CF/88, além de sentença judicial transitada em julgado, o servidor estável pode
perder o cargo mediante processo administrativo em que seja observado o direito à ampla defesa e mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho, também assegurada a ampla defesa.

Art. 41, § 1º: O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

Gabarito: Errado.

25) Para aquisição da estabilidade, é indispensável a avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade.

Comentários

Conforme o art. 41, §4º, da CF/88, a aquisição de estabilidade no serviço público realmente exige a realização
de avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Gabarito: Certo.

26) Ao servidor público civil é vedado o acúmulo de exercícios de cargos públicos.

Comentários

A rigor, o que a CF/88 veda é a acumulação remunerada de cargos, empregos ou funções públicas. Por outro
lado, a própria CF/88, no art. 37, inciso XVI, prevê hipótese de exceção à proibição de acumulação
remunerada de cargos públicos, o que torna a assertiva incorreta.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

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a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Gabarito: Errado.

27) O servidor público civil terá sua remuneração fixada ou alterada apenas por lei específica.

Comentários

A CF/88, no art. 37, inciso X, exige que a remuneração dos servidores públicos civis seja fixada ou alterada
por lei específica.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Gabarito: Certo.

28) O servidor público civil não poderá receber verbas indenizatórias que extrapolem o valor do subsídio
de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

As verbas indenizatórias não são computadas, para efeitos de observação do teto constitucional, que é o
valor do subsídio de Ministro do STF. Isso porque a natureza indenizatória da parcela faz com que não exista
acréscimo patrimonial, mas mera restituição de uma situação que já existia, como no caso de pagamento de
despesas que o servidor teve com combustível particular utilizado na prestação de serviço público.

Gabarito: Errado.

29) O servidor público civil investido no cargo de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
recebendo a remuneração do cargo político ocupado.
Comentários

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De acordo com o art. 38, inciso II, da CF/88, os servidores públicos civis investidos no mandato de prefeito
serão afastados do cargo, mas poderão optar por qual remuneração receberão.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

Gabarito: Errado.

30) O servidor público civil possui direito à greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos na
Lei Maior.

Comentários

A Constituição Federal de 1988 não estabelece os termos e os limites do direito de greve dos servidores
públicos, pois essa definição deve ser feita por lei específica, conforme o art. 37, inciso VII, da CF/88.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Gabarito: Errado.

31) Os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, previstos


no artigo 37, caput, da Constituição Federal, são aplicáveis apenas às pessoas jurídicas de direito público.

Comentários

Vejamos o teor do art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Logo, os princípios expressos no art. 37, caput, da CF/1988, o famoso LIMPE (LEGALIDADE,
IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA), são aplicáveis a todas as entidades estatais,
sejam elas pessoas jurídicas de direito público ou privado, integrantes da Administração Pública Direta ou
Indireta, não importando o Poder ao qual o ente público está vinculado (Executivo, Legislativo ou Judiciário)
ou a qual esfera (federal, estadual, distrital ou municipal).

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Registramos que esses princípios são aplicáveis, também, ao Ministério Público, que não integra nenhum
dos Poderes da República.

Gabarito: Errado.

32) As funções de confiança na administração pública deverão ser ocupadas por servidor público
de cargo efetivo e destinam-se a cargos de direção, chefia e assessoramento.

Comentários

A assertiva está de acordo com o art. 37, inciso V, da CF/88, uma vez que as funções de confiança realmente
são privativas de servidores ocupantes de cargo efetivo.

Vale lembrar que tanto os cargos em comissão quanto as funções de confiança serão destinados apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento, tal como afirma a assertiva.

Art. 37, V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento;

Funções de confiança
•Exclusiva de servidores ocupantes de cargo efetivo.
•Apenas atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Cargos em comissão
•Pode ser preenchidos sem concurso público.
•Lei estabelece % mínimo a ser preenchido por servidores de
carreira.
•Apenas atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Gabarito: Certo.

33) Em virtude da separação dos Poderes, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário poderão ser fixados em valores superiores ou inferiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Comentários

O texto constitucional estipula o vencimento pago aos servidores do Poder Executivo como limite aos valores
pagos pelos outros Poderes a seus servidores em cargos com atribuições semelhantes.

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Art. 37, XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

Gabarito: Errado.

34) Os critérios de admissão de pessoas portadores de deficiência não são definidos de forma discricionária
pelo administrador público, uma vez que tais critérios deverão ser definidos por lei.

Comentários

A assertiva está de acordo com o art. 37, inciso VIII, da CF/88, uma vez que foi reservada à lei a definição de
critérios para contratação de pessoas portadoras de deficiência.

Não cabe ao Administrador Público qualquer margem de discricionariedade quanto aos critérios.

Art. 37, VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Gabarito: Certo.

35) É vedada a incidência de adicionais em cascata na remuneração do servidor público.

Comentários

O adicional em cascata, também conhecido como "efeito-repique", é relativo à concessão de gratificações


tendo como base de cálculo valores já acrescidos anteriormente, o que gerava um "acréscimo do acréscimo".
Tal prática foi extinta pelo art. 37, inciso XIV, da CF/88, vez que agora a base de cálculo de qualquer
gratificação ou adicional será o vencimento básico do servidor públicos.

Art. 37, XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

Gabarito: Certo.

36) O subsídio e os vencimentos dos cargos e empregos públicos são irredutíveis contudo, a forma de
cálculo dos vencimentos poderá ser modificada.

Comentários

O art. 37, inciso XV, da CF/88, é claro ao prever a irredutibilidade de subsídios e vencimentos. Contudo, esta
garantia realmente não atinge a forma de cálculo desses valores posto que, segundo o STF, não existe direito
adquirido à regimes jurídicos.

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Art. 37, XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I;

Segundo a Corte, as alterações na forma de cálculo poderão ser realizadas desde que não reduzam a
remuneração, veja:

É compatível com a Constituição lei específica que altera o cálculo da Gratificação por
Produção Suplementar (GPS), desde que não haja redução da remuneração na sua
totalidade. 2

Gabarito: Certo.

37) A proibição de acumulação de cargos, empregos e funções públicas abrange toda a Administração
Pública, todas as esferas de governo e todos os Poderes.

Comentários

A regra que veda a acumulação remunerada de cargos públicos realmente é bem abrangente, sendo que de
fato atinge toda a Administração (direta ou indireta), todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e
Municipal) e todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

Gabarito: Certo.

38) É plenamente possível que uma pessoa acumule os proventos de aposentadoria do RPPS com a
remuneração de cargo em comissão.

Comentários

A regra prevista no art. 37, § 10º, da CF/88 dispõe que é vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria com a remuneração de cargos, empregos ou funções públicas. Contudo, admite-se como
exceção a possibilidade de cumulação quando se tratar de cargos acumuláveis, cargos eletivos e cargos
comissionados de livre nomeação e exoneração.

Perceba que a assertiva aborda justamente uma das exceções à regra, já que os cargos em comissão
realmente poderão ser acumulados com proventos de aposentadoria.

2
RE 596.542 RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-6-2011, P, DJE de 16-9-2011, Tema 434.

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Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do


art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos
em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Gabarito: Certo.

39) A aplicação do teto constitucional à soma das remunerações dos cargos acumulados representa
violação à irredutibilidade de vencimentos, ao princípio da estabilidade e ao princípio da igualdade.

Comentários

A assertiva traz um entendimento do STF que foi pacificado em 2017. Segundo a Corte, a aplicação do teto
constitucional deve incidir sobre a remuneração isolada de cada cargo, e não sobre o todo, sob pena de violar
a irredutibilidade de vencimentos.

Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e


funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.3

Gabarito: Certo.

40) O texto constitucional prevê outras hipóteses de acumulação de cargos além das dispostas em seu
artigo 37.

Comentários

A Constituição dispõe sobre as hipóteses de acumulação no artigo 37, mas estabelece, ainda, outras
possibilidades de acumulação de cargos, conforme a tabela abaixo:

ARTIGO DA CF PERMISSÃO
Acúmulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou
Art. 38, III função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

Art. 95, parágrafo único, I Permissão para que juízes exerçam o magistério.
Permissão para que membros do Ministério Público exerçam
Art. 125, § 5º, II, “d”
o magistério.
Militares das Forças Armadas podem exercer outro cargo ou
emprego privativo de profissional de saúde, com profissões
Art. 142, § 3º
regulamentadas. Nessa situação, deverá haver prevalência da
atividade militar.

3
RE 602.043 e RE 612.975. Rel. Min. Marco Aurélio. 27.04.2017.

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Militares dos estados (policiais militares e bombeiros


militares) podem acumular seu cargo público com:

i) 1 cargo público de professor;


ii) 1 cargo técnico ou científico; e
Art. 42, § 3º
iii) 1 cargo ou emprego privativo de profissional de
saúde, com profissões regulamentadas.

Nessas situações, deverá haver prevalência da atividade


militar.

Gabarito: Certo.

41) É vedada a cumulação remunerada de cargos públicos e atividades privadas, salvo nas hipóteses de
acumulação de cargos dispostas no texto constitucional.

Comentários

A vedação à acumulação remunerada de cargos diz respeito apenas a atribuições públicas, não possuindo
relação com as atividades privadas. Até mesmo as exceções em que a acumulação de cargos é prevista, há
menção apenas a cargos de atribuições públicas.

Lembre-se que a vedação não alcança as atividades privadas e o servidor público poderá exercê-las desde
que não sejam incompatíveis com o regime jurídico próprio do cargo.

Gabarito: Errado.

42) O servidor público titular de cargo efetivo será readaptado em cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido, percebendo a remuneração do
cargo de destino.
Comentários

Incialmente é preciso ponderar que a readaptação é uma possibilidade que dependerá do caso concreto, e
não um dever da Administração. O segundo erro é que o servidor readaptado perceberá a remuneração do
cargo de origem e não do destino, tal como dispõe o art. 37, §13 da CF/88:

Art.37, § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração
do cargo de origem.

Gabarito: Errado.

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43) Os Estados e o Distrito Federal poderão optar por um teto facultativo, sendo este o subsídio dos
desembargadores do Tribunal de Justiça, sendo fixado como limite a quantia de até 90,25% do subsídio
dos Ministros do STF.

Comentários

O texto constitucional estipula diversas regras obrigatórias de teto remuneratório, sendo apenas uma
facultativa. Segundo o art. 37, § 12, da CF/88, os Estados e o DF poderão emendar suas Constituições e Leis
Orgânica para fixar um limite único de teto remuneratório, que está relacionado com o subsídio dos
desembargadores do Tribunal de Justiça, sendo limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF.

Art. 37, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados
e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Gabarito: Certo.

44) A aposentadoria será concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,
emprego ou função pública e acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
contribuição, sendo que para o computo do período deve-se excluir o período de tempo em Regime Geral
de Previdência Social.

Comentários

Segundo o art. 37, §14º, da CF/88, computar-se-á como tempo de contribuição inclusive o período
acumulado pelo servidor em Regime Geral de Previdência Social. Cabe destacar que o dispositivo objeto da
assertiva foi incluído com a Emenda Constitucional n.º 103/2019.

Art. 37, § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente
de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará
o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.

Gabarito: Errado.

45) É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos não decorrentes do texto


constitucional ou de lei que crie o Regime Próprio de Previdência Social.

Comentários

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O texto constitucional dispõe, no art. 37, §15º, que a complementação de aposentadorias e de pensões por
morte que não sejam oriundas dos §§ 14 ao 16, do artigo 40, da CF/88, só poderão ser realizadas mediante
lei que extinga o RPPS aplicável.

Perceba que a assertiva tentou confundir, tratando de uma lei que cria o RPPS. Mas não é isso! Fique de olho
na literalidade:

Art. 37, § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões


por morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou
que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social.

Gabarito: Errado.

46) É vedado o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais entre as administrações tributárias


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, posto que tais informações encontram-se
protegidas por sigilo fiscal.
Comentários

O compartilhamento de cadastros e de informações fiscais não é vedado pelo texto constitucional. É possível,
de acordo com o art. 37, inciso XXII, da CF/88, a previsão em lei ou convênio sobre a forma de efetivar tais
compartilhamentos e demais atividades integradas entre as administrações tributárias de cada ente
federativo.

Art. 37, XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Gabarito: Errado.

Disposições aplicáveis ao servidor público no exercício de mandato eletivo (art. 38 da CF)

47) Maria Joaquina é servidora pública efetiva e nas últimas eleições foi eleita para o mandato de
Deputada Estadual no Mato Grosso do Sul. Uma vez que deseja assumir o mandato legislativo, Maria
deverá se afastar de seu cargo público efetivo.

Comentários

A assertiva está correta, vez que não é possível a manutenção do exercício do cargo, emprego ou função
pública durante o mandato dos cargos do Executivo ou do Legislativo Federal, Estadual ou Distrital, bem
como o de Prefeito, vez que todos esses geram afastamento automático do servidor.

Para finalizar, veja a literalidade e o quadro abaixo:

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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a


esse regime, no ente federativo de origem.

CARGO ELETIVO REGRA


I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
Cargos do Executivo ou do Legislativo
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
Federal, Estadual ou Distrital.
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
Prefeito do cargo, emprego ou função, sendo lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
Vereador
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do
inciso anterior;

Gabarito: Certo.

48) Ana Maria é titular de cargo efetivo na Administração Indireta fundacional e foi eleita vereadora do
Município de Belford Roxo. Ana Maria não possui compatibilidade de horários, razão pela qual deverá se
afastar de seu cargo público efetivo caso deseje exercer seu mandato legislativo.

Comentários

A hipótese da assertiva traz uma situação interessante, é a "exceção da exceção"! É necessário lembrar que
os Vereadores poderão acumular o cargo público e o mandato eletivo se existir compatibilidade de horários.
Como a questão informa que não há esta compatibilidade de horários, o servidor deverá ser afastado do
cargo e poderá apenas optar pela remuneração, tal como ocorre com os Prefeitos.

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A previsão deste procedimento pode ser vista na literalidade abaixo:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

CARGO ELETIVO REGRA


I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
Cargos do Executivo ou do Legislativo
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
Federal, Estadual ou Distrital.
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
Prefeito do cargo, emprego ou função, sendo lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
Vereador
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do
inciso anterior;

Gabarito: Certo.

49) Lucas é titular de cargo comissionado de livre provimento e exoneração na Administração Direta
Federal e foi eleito Prefeito do Município de Goianira. Neste caso, Lucas poderá acumular seus cargos se
existir compatibilidade de horários.
Comentários

Na situação da assertiva, não há que se falar em manutenção do exercício do cargo, emprego ou função
pública durante o mandato, pois os cargos do Executivo ou do Legislativo Federal, Estadual ou Distrital, bem
como o de Prefeito, geram afastamento automático do servidor.

Para finalizar, veja a literalidade e o quadro abaixo:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe


facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as


vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a


esse regime, no ente federativo de origem.

CARGO ELETIVO REGRA


I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
Cargos do Executivo ou do Legislativo
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
Federal, Estadual ou Distrital.
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
Prefeito do cargo, emprego ou função, sendo lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
Vereador
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do
inciso anterior;

Gabarito: Errado.

Servidores Públicos - administração e remuneração de pessoal (art. 39 da CF)

50) São garantidos ao servidor público investido em cargo público o direito a salário, nunca inferior ao
mínimo, para os que percebem remuneração variável, a duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais e a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte dias.

Comentários

O art. 39, § 3º, da CF/88, estendeu aos servidores alguns dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. São
eles:

Art. 39, § 3° Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7°, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

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Art. 7°, IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

(...)

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

(...)

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;

(...)

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do


normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da


lei;

(...)

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

(...)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por


motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

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Gabarito: Certo.

51) Segundo o Supremo Tribunal Federal, enquanto não for editada lei específica para disciplinar o direito
de greve do servidor público, deve ser aplicado ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no
setor privado.

Comentários

O direito de greve do servidor público, previsto no art. 37, inciso VII, da CF/88, é uma norma constitucional
de eficácia limitada. Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de injunção,
adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao setor público, no que couber, da lei de greve
vigente no setor privado (Lei nº 7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.

Gabarito: Certo.

52) Depende de lei específica a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Comentários

A assertiva contraria a literalidade do art. 37, inciso XIII, da CF/88:

Art. 37, XIII- É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Gabarito: Errado.

53) Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão, aplica-se o regime geral de previdência
social.

Comentários

De acordo com o art. 40, § 13, da CF/88, para tais servidores, aplica-se o regime geral de previdência social.

Art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

Gabarito: Certo.

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54) São condições para a estabilidade do servidor público três anos de efetivo exercício em cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público e a aprovação em avaliação especial de desempenho
realizada por comissão instituída para essa finalidade.

Comentários

Os requisitos para que o servidor adquira a estabilidade estão previstos no caput do art. 41, da CF/88, e no
§ 4º deste mesmo artigo, que devem ser interpretados em conjunto:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

(...)

§ 4° Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de


desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Gabarito: Certo.

Regime de Previdência dos Servidores (art. 40 da CF)

55) É assegurado aos servidores públicos titulares de cargos efetivos regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição oriunda de três fontes, quais sejam, do respectivo ente
público, dos servidores ativos e dos pensionistas.

Comentários

O regime de previdência dos servidores públicos é financiado mediante a contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos, dos pensionistas e, também, dos servidores inativos.

Gabarito: Errado.

56) A Constituição Federal veda a possibilidade de percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência dos servidores públicos.

Comentários

Em regra, é vedada a acumulação de aposentadorias por servidores públicos. Contudo, a própria Constituição
Federal admite a possibilidade de acumulação de aposentadorias, nos casos em que for possível a
acumulação dos respectivos cargos públicos, conforme § 6º, do art. 40:

Art. 40, § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.

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Gabarito: Errado.

57) O regime de previdência complementar dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios será instituído por lei de iniciativa do respectivo poder legislativo de
cada ente estatal.

Comentários

De acordo com o art. 40, §§ 14 e 15, da CF/88, é do respectivo Poder Executivo, e não do Poder Legislativo,
a iniciativa para instituição, mediante lei, do regime de previdência complementar dos servidores públicos.

Art. 40, § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa
do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios


somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado
por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de
previdência complementar.

Gabarito: Errado.

58) A aposentadoria compulsória dos servidores públicos, inclusive dos magistrados e membros do
Ministério Público, ocorre aos setenta anos de idade.

Comentários

A Emenda Constitucional nº 88/2015 (conhecida como "PEC da bengala") alterou a redação do art. 40, §1º,
inciso II, da CF/88, possibilitando que Lei Complementar aumente para 75 anos a idade da aposentadoria
compulsória.

Outrossim, a aludida Emenda Constitucional aumentou, automaticamente, para 75 anos, a idade para
aposentadoria compulsória dos Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (TST, TSE, STJ e STM) e do Tribunal
de Contas da União, conforme o art. 100 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Vejamos a redação dos dispositivos supramencionados:

CF/88 - Art. 40. (...)

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

ADCT - Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do
art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais
Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta
e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Gabarito: Errado.

59) Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre
aposentadoria especial, até a edição de lei complementar específica.

Comentários

A Súmula Vinculante nº 33 consolidou o entendimento do STF, de que as regras do regime geral da


previdência sobre aposentadoria especial são aplicáveis, no que couber, aos servidores públicos, até que seja
editada lei complementar específica regulamentando a matéria.

Súmula Vinculante nº 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, §4º, inciso III
da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

Gabarito: Certo.

60) Os ocupantes de empregos públicos estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 33 consolidou o entendimento do STF, de que as regras do regime geral da


previdência sobre aposentadoria especial são aplicáveis, no que couber, aos servidores públicos, até que seja
editada lei complementar específica regulamentando a matéria.

Súmula Vinculante nº 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, §4º, inciso III
da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

Lembre-se que estes servidores são regidos pela CLT e não por um estatuto.

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.

(...)

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§13º. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado


em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou
de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

Gabarito: Certo.

61) Os ocupantes exclusivamente de cargos em comissão estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência
Social.

Comentários:

A Súmula Vinculante nº 33 consolidou o entendimento do STF, de que as regras do regime geral da


previdência sobre aposentadoria especial são aplicáveis, no que couber, aos servidores públicos, até que seja
editada lei complementar específica regulamentando a matéria.

Súmula Vinculante nº 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, §4º, inciso III
da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

A regra dos ocupantes exclusivamente de cargos em comissão também não mudou, aplica-se normalmente
o RGPS.

Art.40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão


declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Gabarito: Certo.

62) Os ocupantes de cargos efetivos estão sujeitos ao Regime Próprio de Previdência Social.

Comentários:

Embora o art. 40 da CF/88 tenha sido alterado pela EC nº 103/2019, a regra de aplicação do RPPS continua
a mesma.

Aplica-se o regime próprio apenas aos servidores titulares de cargos efetivos, sendo este um regime de
caráter contributivo e solidário. (art. 40, caput, CF/88).

Gabarito: Certo.

63) Os ocupantes de funções temporárias estão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social.
Comentários:

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Não houve alteração da regra para os ocupantes de funções públicas, assim como os outros. Antes da
Reforma da Previdência, o RGPS já era aplicável a eles e foi mantido desta forma, conforme o art. 40, §13,
da CF/88.

Art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Gabarito: Certo.

64) Os ocupantes de mandatos eletivos, assim como os ocupantes de cargos efetivos, estão sujeitos ao
Regime Próprio de Previdência Social.

Comentários:

Ainda que os servidores efetivos gozem da aplicação do Regime Próprio por força do caput do artigo 40, o
mesmo não pode ser dito acerca dos ocupantes de mandato eletivo.

Atualmente, a redação do § 13º, do art. 40, incluiu os cargos de mandato eletivo no rol de aplicação do
Regime Geral da Previdência Social.

Art.40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão


declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Essa alteração é uma das novidades instituídas pela Reforma da Previdência instituída pela PEC 103/19.
Portanto, fique atento!

Para consolidar a teoria das questões, veja o esquema abaixo:

EMPREGO PÚBLICO

OCUPANTES
EXCLUSIVAMENTE DE
CARGOS EM COMISSÃO
RGPS

FUNÇÕES TEMPORÁRIAS

MANDATO
ELETIVO

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Gabarito: Errado.

65) As regras de idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com
deficiência poderão ser estabelecidas por lei ordinária do respectivo ente federativo.

Comentários

Cada ente, de fato, poderá estabelecer suas regras de idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de servidores com deficiência. Todavia o instrumento legal correto será a lei complementar,
de acordo com o art. 40, §4º-A, da CF/88.

Art. 40, §4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar.

Vale pontuar que em quase todos os casos de estipulação de idade e tempo de contribuição diferenciados
previstos no art. 40, o ente federativo deverá utilizar a lei complementar. O único que não utiliza esse
instrumento normativo é o cargo de professor.

Gabarito: Errado.

66) Os agentes penitenciários, agentes socioeducativos ou policiais poderão ter suas regras de idade e
tempo de contribuição diferenciados por meio de lei ordinária do respectivo ente federativo.

Comentários

Os agentes penitenciários, agentes socioeducativos ou policiais poderão ter suas regras criadas pelo por meio
de lei complementar do respectivo ente federativo, e não lei ordinária, de acordo com o art. 40, §4º-B, da
CF/88.

Art. 40, §4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de
agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso
IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.

Gabarito: Errado.

67) As regras de idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde, ou associação desses agentes, possuem vedação à caracterização por categoria profissional ou
ocupação.

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Comentários

As atividades que sejam exercidas por servidores com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde ou associação desses agentes, poderão ser estabelecidas por lei
complementar do ente federativo. Entretanto, esta regra possui uma peculiaridade que você precisa ficar
atento.

A Reforma da Previdência buscou aprimorar a situação peculiar desses servidores e, para tanto, criou
vedação à caracterização por categoria profissional ou ocupação.

Isso significa que o ente federado poderá enquadrar nesta aposentadoria qualquer profissional que exerça
efetivamente as atividades enquadradas como prejudiciais à saúde, e não apenas prever a aplicação do
regime diferenciado para uma categoria profissional ou ocupação, de forma a excluir a aplicação sobre
aquelas que não se encaixem no rol disposto.

Art. 40, § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação.

Gabarito: Certo.

68) Os ocupantes de cargo de professor terão idade mínima reduzida em 10 (dez) anos em relação às idades
decorrentes da aplicação da regra geral prevista para a esfera federal.

Comentários

De acordo com o art. 40, § 5º, da CF/88, os ocupantes de cargo de professor terão idade mínima reduzida
em 5 (cinco) anos, e não em 10 (dez), como afirma a alternativa.

Essa redução incide sobre o tempo previsto para a esfera federal, uma vez que não foi concedido aos demais
entes federados a capacidade de dispor sobre a idade mínima de aposentadoria destes servidores,
diferentemente do que vimos nas alternativas sobre aposentadorias especiais.

Talvez você esteja se perguntando: “Então o ente federativo poderá dispor sobre o quê?”

Para os professores, cada ente federativo só poderá dispor, por meio de lei complementar, sobre o tempo
de contribuição destes profissionais no magistério.

Art. 40, §5º. Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos
em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III, do §1º, desde que
comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.

Gabarito: Errado.

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69) É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência social,
ainda que se trate de cargos acumuláveis previstos na Constituição Federal.

Comentários

A Reforma da Previdência não alterou a CF/88 no que diz respeito a possibilidade de acumulação de
aposentadorias do RPPS em cargos acumuláveis.

Art. 40, § 6º. Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de
benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.

Gabarito: Errado.

70) É vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social pelos entes federados.
Comentários

A assertiva está de acordo com o art. 40, § 22, da CF/88. A Reforma da Previdência centralizou as normas
gerais do Regime Próprio da Previdência Social nas mãos da União e vedou a criação de regimes próprios
pelos demais entes federados.

Art. 40, § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei
complementar federal estabelecera, para os que já existam, normas gerais de organização, de
funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência
Social;

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;

III - fiscalização pela União e controle externo e social;

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;

V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e
para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza;

VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial;

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados


com governança, controle interno e transparência;

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VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições


relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;

IX - condições para adesão a consórcio público;

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições


ordinárias e extraordinárias.

Gabarito: Certo.

71) Nos casos em que o ente federado já possua Regime Próprio de Previdência Social anterior à Reforma
da Previdência, ficará a cargo do respectivo ente estabelecer, por meio de Lei complementar própria, as
normas gerais de organização, funcionamento e responsabilidade de seus regimes previdenciários.

Comentários

De acordo com o art. 40, § 22, da CF/88, a União é que ficará responsável pelas normas gerais de organização,
de funcionamento e de responsabilidade na gestão dos regimes próprios já existentes nos entes federados,
o que será realizado por meio de lei complementar federal.

Art. 40, § 22 Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei
complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de
funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:

Gabarito: Errado.

72) É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social por poder do ente federativo,
o que abrangerá seus respectivos órgãos e entidades autárquicas e fundacionais.

Comentários

É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social por ente federativo, e não por
poder do ente federativo. Na prática, isso significa que atualmente existirá apenas um regime próprio para
todo o ente federado, e esse será aplicável para todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Gabarito: Errado.

73) Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio
de todos os servidores, independentemente do valor do benefício.

Comentários

De acordo com o art. 40, § 18, da CF/88, a contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo regime próprio não será aplicável a todos os servidores. Isso porque o §18 limitou a sua

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incidência para alcançar apenas aqueles proventos de aposentadoria que superem o limite máximo
estabelecido para os benefícios do RGPS. Neste ponto, a reforma da previdência não realizou qualquer
alteração.

Art. 40, §18 Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

Gabarito: Errado.

74) O regime de previdência complementar para servidores ocupantes de cargo efetivo deverá ser
instituído pelos entes federados e possuí como limite máximo o valor dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
Comentários

O regime de previdência complementar realmente deverá ser instituído pelos entes federados, sendo esta
uma das novidades criadas pela Reforma da Previdência, uma vez que anteriormente a instituição era
meramente facultativa.

A assertiva está incorreta ao afirmar que a previdência complementar possui limite máximo.

Na verdade, foi o RPPS quem sofreu essa limitação ao valor dos benefícios do RGPS, e não a previdência
complementar, uma vez que esta se tornou de instituição obrigatória justamente para permitir que o
servidor possa complementar sua aposentadoria e receba, já aposentado, algo próximo do que recebia em
sua última remuneração como ativo.

Art. 40, § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa
do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.

Gabarito: Errado.

75) João é servidor público estadual de cargo efetivo, completou as exigências para a aposentadoria
voluntária e pretende continuar trabalhando, por isso pretende solicitar o abono de permanência.
Preocupado com as implicações da Reforma da Previdência no abono de permanência, João procurou o
advogado Matheus e este respondeu corretamente que o abono de permanência poderá ser concedido à
João, mas terá como teto o valor da contribuição previdenciária do servidor.

Comentários

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De acordo com o art. 40, §19, da CF/88, João fará jus ao abono de permanência e deverá ser observado como
teto o valor da sua contribuição previdência, sendo esta o único limite sobre o valor mencionado nas
disposições da Constituição federal sobre o tema.

Art.40, §19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o
servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para
aposentadoria compulsória.

Gabarito: Certo.

76) A idade mínima para aposentadoria no âmbito federal é de 62 anos para as mulheres e 65 anos para
os homens.

Comentários

A EC 103/2019 alterou as regras de idade mínima para concessão da aposentadoria voluntária. Atualmente,
aplica-se o que foi mencionado pela alternativa: 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens.

Vale lembrar que a idade mínima não é o único requisito para concessão da aposentadoria, pois atualmente
também se faz necessário avaliar o tempo de contribuição.

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar
do respectivo ente federativo.

Gabarito: Certo.

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77) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios já não seguem mais a idade mínima estabelecida pelo
âmbito da União, uma vez que atualmente possuem autonomia para estabelecerem a idade mínima para
aposentadoria mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

Comentários

Uma das principais alterações da Reforma da Previdência foi a concessão de autonomia para que os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios decidam sobre a idade mínima para aposentadoria voluntária de seus
servidores efetivos.

Isso é muito importante, lembre-se bem: Estados, Distrito Federal e Municípios não estão mais vinculados à
idade mínima da União, de acordo com o art. 40, § 1º, inciso III, da CF/88.

Gabarito: Certo.

78) Embora não exista mais limite mínimo aos proventos de aposentadoria do Regime Próprio de
Previdência Social, o mesmo não pode ser dito sobre o limite máximo, que, atualmente, encontra teto nos
valores máximos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social.

Comentários

Atualmente existe um limite mínimo e um limite máximo para os proventos do RPPS.

O limite mínimo para os proventos é o valor do salário-mínimo, assim fica garantido que nenhum servidor
público efetivo se aposente recebendo menos que o mínimo.

Quanto ao limite máximo, a Reforma da Previdência definiu como teto do RPPS o valor do limite máximo
vigente para o RGPS, sendo inclusive vedada qualquer complementação às aposentadorias ou pensões por
morte do regime próprio.

Além disto, a proibição de complementação não significa que o servidor está proibido de aderir aos regimes
de previdência complementar, uma vez que atualmente a instituição deles tornou-se obrigatória.

Art. 40, § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa
do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios


somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado
por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de
previdência complementar.

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§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°


serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo


regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos.

Gabarito: Errado.

79) As regras de cálculo dos proventos de aposentadoria do servidor público em cargo efetivo serão
disciplinadas em lei do seu respectivo ente federativo.

Comentários

A assertiva trata de uma das novidades da EC 103/2019. Atualmente, toda a forma de cálculo será
normatizada por meio de legislação infraconstitucional.

Art. 40, § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do
respectivo ente federativo.

Gabarito: Certo.

80) A Constituição Federal veda a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios do regime próprio de previdência social, excetuando-se apenas os casos dispostos no texto
constitucional como sujeitos a lei complementar do ente federado.

Comentários

Em regra, é vedada a adoção de critérios ou requisitos diferenciados, mas a própria Constituição Federal já
apresenta suas exceções, que deverão ser disciplinadas por lei complementar do respectivo ente federado.

Aplica-se a exceção aos casos:

➢ servidores com deficiência;


➢ servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde;
➢ servidores ocupantes de cargo de agente penitenciários, agentes socioeducativos, policiais
legislativos da Câmara e do Senado, policiais federais, policiais civis, policiais rodoviários federais e
policiais ferroviários federais.

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Art. 40, § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de


benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C
e 5º.

§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e
tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar.

§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e
tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do
caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.

§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e
tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em


relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.

Para facilitar a compreensão, vejamos o esquema abaixo:

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SERVIDORES COM
DEFICIÊNCIA

CARGOS RELACIONADOS À
IDADE E TEMPO ATIVIDADE POLICIAL E
PENITENCIÁRIA

ATIVIDADES COM EFETIVA


EXPOSIÇÃO A AGENTES
QUÍMICOS, FÍSICOS E
BIOLÓGICOS PREJUDICIAIS À
SAÚDE
LEI COMPLEMENTAR DO
ENTE FEDERADO

TEMPO DE EFETIVO
PROFESSORES
EXERCÍCIO

IDADE MÍNIMA SEGUE


REGRA DA CF:
(RG DA UNIÃO REDUZIDA EM
5 ANOS)
57 ANOS --> MULHERES
60 ANOS --> HOMENS

Gabarito: Certo.

Estabilidade dos servidores públicos (art. 41 da CF)

81) Será considerado estável o servidor público que após três anos de efetivo exercício em cargo de
provimento efetivo via concurso público, venha a ser aprovado na avaliação especial de desempenho.

Comentários.

De acordo com a literalidade do art. 41, caput e do §4º, da CF/88, uma vez que, de fato, a estabilidade
depende de quatro requisitos:

➢ Aprovação em concurso público;

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➢ Nomeação para cargo público efetivo;


➢ 3 (três) anos de efetivo exercício do cargo; e
➢ Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse fim.

Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de


desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Gabarito: Certo.

82) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, tendo sido extinto o cargo que ele
ocupava ou declarada a sua desnecessidade, referido servidor ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Comentários.

A assertiva combinou uma das hipóteses de perda de cargo do art. 41, § 2º, da CF/88, com o disposto no §
3º do mesmo artigo:

Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.

Caso seja invalidada a demissão do servidor estável, por sentença judicial, ele será reintegrado. Entretanto,
caso seu cargo tenha sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Gabarito: Certo.

83) A data da nomeação ou da posse do servidor é irrelevante para contagem do prazo de aquisição de
estabilidade, uma vez que o termo inicial de contagem se dá com a entrada em exercício.

Comentários.

O caput do artigo 41, da CF/88, expõe exatamente o que afirma a assertiva: a estabilidade se dará após "três
anos de efetivo exercício", razão pela qual entende-se que a entrada em exercício será o marco inicial de
contagem e a data da posse ou da nomeação não influenciará na aquisição da estabilidade.

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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

Gabarito: Certo.

84) A simples circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa para
demissão com fundamento na sua participação em movimento grevista.

Comentários.

A assertiva traz a literalidade de um julgado acerca do direito de greve dos servidores públicos que se
encontrem em estágio probatório.

Segundo o STF, é possível que servidores em estágio probatório participem de movimentos grevistas:

A simples circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa


para demissão com fundamento na sua participação em movimento grevista por período
superior a trinta dias. A ausência de regulamentação do direito de greve não transforma os
dias de paralisação em movimento grevista em faltas injustificadas. 4

Gabarito: Certo.

85) O servidor público poderá perder seu cargo mediante processo administrativo que lhe seja assegurada
ampla defesa, contudo tal punição não poderá ocorrer durante o período em que o servidor se encontre
em gozo de licença especial.

Comentários.

Vejamos as hipóteses de perda do cargo por parte do servidor estável previstas no art. 41, § 1º, da CF/88:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

4
RE 226.966, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 11-11-2008, 1ª T, DJE de 21-8-2009.] Vide ADI 3.235, rel. p/ o ac. min. Gilmar
Mendes, j. 4-2-2010, P, DJE de 12-3-2010

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III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

A assertiva acerta na possibilidade de perda do cargo em virtude de processo administrativo, entretanto erra
ao afirmar que os servidores em gozo de licença especial não poderão ser demitidos, tendo em vista que não
há no texto constitucional qualquer disposição do gênero e o entendimento do STF é exatamente o oposto:

Não é obstáculo à aplicação da pena de demissão a circunstância de achar-se o servidor em


gozo de licença especial. 5

Para finalizar, veja a literalidade e a súmula n.º 20 do STF:

Súmula n.º 20, STF: É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de
funcionário admitido por concurso.

Gabarito: Errado.

Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 42 da CF)

86) A vedação absoluta ao direito de greve dos integrantes das carreiras da segurança pública é compatível
com o princípio da isonomia.

Comentários

A assertiva aborda o tema do julgamento da ARE 654.432/GO, situação que o STF firmou o entendimento de
que o exercício do direito de greve é vedado a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área
de segurança pública.

Segundo a Corte, não há qualquer incompatibilidade dessa vedação com o princípio da isonomia, uma vez
que a greve não é um direito absoluto, devendo prevalecer o interesse público e o interesse social sobre o
interesse individual de uma categoria.

Gabarito: Certo.

87) O corpo de bombeiros é instituição militar integrante das forças armadas.

Comentários

As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade máxima do

5
MS 23.034, rel. min. Octavio Gallotti, j. 29-3-1999, P, DJ de 18-6-1999.] Vide MS 23.187, rel. min. Eros Grau, j. 27-5-2010,
P, DJE de 6-8-2010

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Presidente da República, que é o responsável por conceder as suas patentes, com prerrogativas, direitos e
deveres inerentes.

Perceba que o conceito de Forças Armadas não engloba os Militares nos Estados, DF e Territórios, uma vez
que estes subordinam-se aos respectivos governadores, tal como previsto no art. 42, caput e §1º, da CF/88:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições


organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier
a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores

Deste modo, é incorreto afirmar que o Corpo de Bombeiros Militar faz parte das Forças Armadas.

➢ Militares (policiais e bombeiros) = instituição relacionada aos Estados e Distrito Federal.


➢ Forças Armadas = instituição nacional relacionada à União.

Gabarito: Errado.

88) É expressamente vedado aos militares da ativa tomar posse em cargo público civil permanente ou
temporário.

Comentários

A assertiva aborda um tema que foi alterado pela EC 101/2019: trata da possibilidade de acumulação de
cargos públicos civis com cargos militares.

Diferentemente do alegado na assertiva, temos que o artigo 42, §3º, da CF/88, prevê a possibilidade de
acumulação de cargos nas hipóteses do art. 37, inciso XVI, da CF/88, desde que a atividade militar prevaleça
sobre as civis. Veja:

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.

(...)

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37,
inciso XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de
2019)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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(...)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;

Gabarito: Errado.

89) As normas constitucionais pertinentes às vantagens concedidas aos militares das Forças Armadas não
se aplicam aos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

Comentários

A alternativa afirma exatamente o oposto da literalidade do art. 42, §1º, da CF/88, posto que aos militares
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplicam-se todas as disposições do art. 142, §§ 2º e 3º, que
trata dos militares das Forças Armadas (constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica), além
das demais que venham a ser fixadas em lei.

Art. 42, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do
que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e
3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.

Gabarito: Errado.

90) As condições para transferência dos militares nos Estados para a inatividade serão reguladas mediante
lei nacional.

Comentários

As condições para transferência dos militares nos Estados para a inatividade serão reguladas mediante lei
estadual ou distrital, conforme expõe o julgado do STF abaixo:

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Cabe à lei estadual, nos termos da norma constitucional do art. 142, § 3º, X, regular as
disposições do art. 42, § 1º, da CF e estabelecer as condições de transferência do militar
para a inatividade.6

Gabarito: Errado.

Regiões (art. 43 da CF)

91) A União poderá conceder, como incentivo regional, isenções, reduções ou diferimento temporário de
tributos federais, estaduais e municipais devidos por pessoas físicas.

Comentários

De acordo com o art. 43, § 2º, inciso III, da CF/88, para fins de incentivo regional, a União só poderá conceder
isenções, reduções ou diferimento temporário, de tributos federais. Não há qualquer previsão do gênero
para os tributos estaduais ou municipais, veja:

Art. 43, § 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

(...)

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas
ou jurídicas;

Gabarito: Errado.

92) Nas áreas dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas
a secas periódicas, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com todos os
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de irrigação.

Comentários

De acordo com o art. 43, § 3º, da CF/88, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com
os pequenos e médios proprietários rurais, e não com todos os proprietários como afirma a assertiva.

Art. 43, § 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

(...)

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água
represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

6
RE 495.341 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 1º-10-2010.

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(...)

§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e
cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

Gabarito: Errado.

93) Para efeitos legislativos, os Estados poderão articular suas ações em um mesmo complexo
geoeconômico e social.

Comentários

De acordo com o art. 43, caput, da CF/88, as regiões serão criadas sempre para efeitos administrativos e sua
iniciativa pertence à União, e não aos Estados, DF e Municípios.

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

Gabarito: Errado.

94) Lei ordinária disporá sobre as condições para integração de regiões em desenvolvimento e sobre a
composição dos organismos regionais que executarão os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

Comentários

De acordo com o art. 43, § 1º, da CF/88, a disposição sobre as condições de integração de regiões em
desenvolvimento deve ser realizada mediante Lei Complementar, e não lei ordinária.

Art. 43, § 1º Lei complementar disporá sobre:

I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

Gabarito: Errado.

95) A composição dos organismos regionais que executarão os planos regionais, integrantes dos planos
nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes, será fixada em lei
complementar.

Comentários

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De acordo com o art. 43, § 1º, inciso II, da CF/88, e apresenta uma das matérias sobre Regiões que deverá
ser tratada por lei complementar, tal como dispõe a literalidade do art. 43, §1º, II, da CF:

Art. 43, § 1º Lei complementar disporá sobre:

(...)

II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais,
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente
com estes.

Gabarito: Certo.

...

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 5

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 26

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Direitos Políticos
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Critérios de alistamento, elegibilidade e inelegibilidade (art. 14, §§ 1º a 9º da CF/88)

1) Lei complementar estabelecerá casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa.

2) O prazo para impugnação do mandato eletivo é de quinze dias contados da diplomação.

3) A ex-esposa do Chefe do Poder Executivo é elegível para qualquer cargo no território de jurisdição do
titular quando o divórcio ocorre durante o exercício do mandato.

4) O militar alistável é elegível, sendo que, se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

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5) De acordo com a CF/88, ocorrerá a perda ou suspensão dos direitos políticos no caso de recusa a cumprir
obrigação a todos imposta e, cumulativamente, a prestação alternativa, fixada em lei.

6) A capacidade eleitoral ativa é adquirida por inscrição junto à Justiça Eleitoral e é a responsável por
conceder ao indivíduo a aptidão para exercício do direito à voto nas eleições, plebiscitos e referendos.

7) O alistamento eleitoral não concede ao indivíduo a capacidade para exercício de todos os seus direitos
políticos.

8) A capacidade eleitoral passiva somente será possível se um cidadão cumprir cumulativamente todas as
suas condições de elegibilidade, e ainda não se enquadrar em uma das hipóteses de inelegibilidade.

9) Ainda que os portugueses recebam tratamento equiparado ao brasileiro naturalizado, estes não perdem
a sua condição como estrangeiros e, portanto, não poderão se alistar como eleitores.

10) Os direitos políticos positivos são aqueles relacionados à participação ativa dos cidadãos na vida
política, enquanto os direitos políticos negativos figuram como normas limitadoras do exercício da
cidadania.

O professor Danilo exemplificou um grupo de 5 pessoas com as seguintes características:

- Leonardo é italiano, analfabeto e possuí trinta anos.

- Lucas é paulista, alfabetizado e possuí dezessete anos.

- Pedro é brasileiro naturalizado, alfabetizado e possuí sessenta e três anos.

- André é gaúcho, analfabeto e possuí vinte quatro anos.

Considerando os exemplos citados pelo professor, julgue as assertivas abaixo como certo ou errado.

11) Leonardo é estrangeiro, portanto, não poderá votar nas eleições brasileiras.

12) Lucas está obrigado a votar, uma vez que o voto é obrigatório a partir dos dezesseis anos de idade.

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13) Pedro poderá escolher se irá votar ou não, uma vez que o voto é facultativo para aqueles que possuem
acima de sessenta anos de idade.

14) André está obrigado a votar, uma vez que possuí mais de dezoito anos de idade.

15) No âmbito dos direitos políticos, a equiparação dos portugueses aos brasileiros naturalizados limita-
se à concessão da capacidade eleitoral ativa, sendo vedado o exercício da capacidade eleitoral passiva.

16) No Brasil não se admite a candidatura desvinculada de partido político.

17) O requisito de idade mínima deverá ser verificado na data da diplomação.

18) A desfiliação e a infidelidade partidária resultam em perda do mandato para os candidatos eleitos pelo
sistema majoritário.

19) Um candidato poderá concorrer às eleições no Estado de seu domicílio civil, ainda que seu título de
eleitor seja de outro Estado.

Impugnação de mandato (art. 14, §§ 10 e 11 da CF/88)

Acássio foi eleito para vereador em Atibaia e o advogado Pedro decidiu promover ação para impugnar o
mandato eletivo de Acássio, afirmando que este teria agido de forma corrupta durante as eleições ao
utilizar o dinheiro do fundo eleitoral para adquirir uma frota de fuscas de um amigo colecionador.

20) O prazo que Pedro terá para promover a ação de impugnação do mandato eletivo será de 10 dias após
a posse de Acássio.

21) Pedro deverá apresentar a ação de impugnação de mandato eletivo na Justiça Comum Estadual, uma
vez que Acássio é vereador e não há Poder Judiciário na esfera municipal.

22) A ação de impugnação de mandato proposta contra Acássio deverá tramitar publicamente, por se
tratar de assunto relacionado ao exercício da cidadania e interesse da coletividade.

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23) No caso em questão não caberá ação de impugnação de mandato eletivo, uma vez que nos casos de
corrupção a ação aplicável será a de improbidade administrativa.

24) Se Acássio conseguir comprovar que Pedro agiu com manifesta má-fé ao propor a ação de impugnação,
caberá ao autor responsabilização por seus atos contra a imagem de Acássio.

Perda e suspensão dos direitos políticos (art. 15 da CF/88)

25) O cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado e a recusa ao cumprimento de


obrigação a todos imposta ou de prestação alternativa são exemplos de hipóteses capazes de ocasionar a
perda dos direitos políticos de um cidadão

Vigência da lei que altera o processo eleitoral - princípio da anterioridade eleitoral (art. 16
da CF/88)

26) O Supremo Tribunal Federal entende que o princípio da anterioridade eleitoral não se enquadra como
cláusula pétrea do texto constitucional.

27) O governador que tenha exercido dois mandatos consecutivos não poderá, em seguida, exercer um
mandato de vice-governador.

28) Segundo o princípio da anterioridade eleitoral, a lei eleitoral possuí vigência imediata na data de sua
publicação, embora produza efeitos apenas em momento futuro.

29) Durante o pleito eleitoral ou após o seu encerramento, as decisões do TSE que impliquem modificação
na jurisprudência só terão eficácia sobre os casos de pleitos eleitorais posteriores.

30) O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado Município fica
inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro Município da Federação.

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GABARITO

1. C 2. C 3. E 4. C 5. C

6. C 7. C 8. C 9. E 10. C

11. C 12. E 13. E 14. E 15. E

16. C 17. E 18. E 19. E 20. E

21. E 22. E 23. E 24. C 25. C

26. E 27. C 28. C 29. C 30. C

QUESTÕES COMENTADAS

Critérios de alistamento, elegibilidade e inelegibilidade (art. 14, §§ 1º a 9º da CF/88)

1) Lei complementar estabelecerá casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa.

Comentários

Conforme o art. 14, § 9º, da CF/88, outros casos de inelegibilidade poderão ser estabelecidos por lei
complementar:

Art. 14, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.

Gabarito: Certo.

2) O prazo para impugnação do mandato eletivo é de quinze dias contados da diplomação.

Comentários

Conforme o art. 14, §§ 10 e 11, da CF/88:

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Art. 14, § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor,


na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Gabarito: Certo.

3) A ex-esposa do Chefe do Poder Executivo é elegível para qualquer cargo no território de jurisdição do
titular quando o divórcio ocorre durante o exercício do mandato.

Comentários

A súmula vinculante nº 18 preceitua que:

Súmula Vinculante n.º 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do


mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição Federal.

Cumpre lembrar o disposto no art. 14, § 7º, da CF/88:

Art. 14, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.

Assim, a ex-esposa do chefe do Poder Executivo só poderia se candidatar à reeleição (e não a qualquer cargo),
caso já fosse titular de mandato eletivo, o que torna a assertiva incorreta.

Gabarito: Errado.

4) O militar alistável é elegível, sendo que, se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Comentários

Conforme o art. 14, § 8º, da CF/88:

Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

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Gabarito: Certo.

5) De acordo com a CF/88, ocorrerá a perda ou suspensão dos direitos políticos no caso de recusa a cumprir
obrigação a todos imposta e, cumulativamente, a prestação alternativa, fixada em lei.

Comentários

Conforme o art. 5º, VIII e o art. 15, caput e inciso IV, ambos da CF/88:

Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

(...)

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

(...)

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII;

Gabarito: Certo.

6) A capacidade eleitoral ativa é adquirida por inscrição junto à Justiça Eleitoral e é a responsável por
conceder ao indivíduo a aptidão para exercício do direito à voto nas eleições, plebiscitos e referendos.

Comentários

A capacidade eleitoral ativa é aquela prevista no artigo 14, §1º, da CF/88, que trata do alistamento eleitoral
e da aptidão do cidadão ao exercício do direito à voto.

Art. 14, §1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I- obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II- facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

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Para adquirir essa capacidade, é realmente necessário que o indivíduo realize seu alistamento eleitoral junto
à Justiça Eleitoral. Conforme a doutrina, tal registro é responsável por conceder ao nacional a qualidade de
cidadão, tornando-o apto ao voto, nos casos citados pela assertiva, e ao exercício de demais direitos como
legitimidade para ação popular ou participação em iniciativa popular de leis.

Gabarito: Certo.

7) O alistamento eleitoral não concede ao indivíduo a capacidade para exercício de todos os seus direitos
políticos.

Comentários

O exercício dos direitos políticos pode ser realizado ao adquirirmos a capacidade eleitoral ativa. De fato,
conforme dispõe a assertiva, isso não significa que poderemos exercer todos eles com o mero alistamento.

Ao realizar o alistamento eleitoral, o indivíduo se qualifica como cidadão e garante seu direito de votar, mas
não o de ser votado, uma vez que o alistamento é apenas uma das condições exigidas pelo texto
constitucional ao versar sobre a elegibilidade.

Para usufruir de todos os direitos políticos, é necessário que um cidadão possua a capacidade eleitoral ativa
e a capacidade eleitoral passiva, sendo que esta última demanda adequação ao disposto no art. 14, §§ 3º ao
8º, da CF/88.

Gabarito: Certo.

8) A capacidade eleitoral passiva somente será possível se um cidadão cumprir cumulativamente todas as
suas condições de elegibilidade, e ainda não se enquadrar em uma das hipóteses de inelegibilidade.
Comentários

A capacidade eleitoral passiva traduz-se como o direito de ser votado, de ser eleito.

Tal qual afirmado pela alternativa, faz-se necessário o cumprimento cumulativo de todas as condições de
elegibilidade, conforme o art. 14, §3º, da CF/88, bem como o não enquadramento em uma das causas de
inelegibilidade, de acordo com o art. 14, §§4º ao 8º, ambos da CF/88.

É importante o conhecimento da literalidade destes parágrafos, veja:

Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

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IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e


quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e


do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes
do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos


ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Gabarito: Certo.

9) Ainda que os portugueses recebam tratamento equiparado ao brasileiro naturalizado, estes não perdem
a sua condição como estrangeiros e, portanto, não poderão se alistar como eleitores.

Comentários

Esta é uma alternativa traiçoeira que merece a sua atenção, pois dela podem ser retirados três pontos
conceituais importantes. Veja:

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Os portugueses que recebem equiparação aos nacionais realmente são igualados aos
brasileiros naturalizados.

Os portugueses equiparados realmente não perdem a sua condição como estrangeiros.

Os portugueses equiparados poderão se alistar como eleitores, vez que possuem os


mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.

Perceba que a assertiva faz algumas afirmações verdadeiras sobre os portugueses equiparados, mas erra no
final ao considerar que estes não poderão se alistar e exercer o direito ao voto, razão pela qual a assertiva
está incorreta.

Gabarito: Errado.

10) Os direitos políticos positivos são aqueles relacionados à participação ativa dos cidadãos na vida
política, enquanto os direitos políticos negativos figuram como normas limitadoras do exercício da
cidadania.

Comentários

A doutrina classifica os direitos políticos em positivos e negativos, tendo a alternativa relacionado


corretamente o conceito de cada um deles.

Direitos políticos positivos: participação ativa dos cidadãos na vida política.

Direitos políticos negativos: normas limitadoras do exercício da cidadania.


(Inelegibilidades, perda e suspensão dos direitos políticos)

Gabarito: Certo.

O professor Danilo exemplificou um grupo de 5 pessoas com as seguintes características:


- Leonardo é italiano, analfabeto e possuí trinta anos.

- Lucas é paulista, alfabetizado e possuí dezessete anos.

- Pedro é brasileiro naturalizado, alfabetizado e possuí sessenta e três anos.

- André é gaúcho, analfabeto e possuí vinte quatro anos.

Considerando os exemplos citados pelo professor, julgue as assertivas abaixo como certo ou errado.

11) Leonardo é estrangeiro, portanto, não poderá votar nas eleições brasileiras.

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Comentários

Por Leonardo ser estrangeiro, este realmente não poderá votar uma vez que sequer possuí direito ao
alistamento eleitoral.

O art. 14, §§1º e 2º, da CF/88, dispõe sobre o alistamento eleitoral e elenca as pessoas ao qual este será
obrigatório, facultativo ou vedado, a depender das características que está possua. Trata-se de dispositivos
com uma literalidade importante para sua prova, veja:

Art. 14, §1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.

Alistamento e voto
OBRIGATÓRIOS
•Maiores de 18 anos.

Alistamento e voto
FACULTATIVOS
•Analfabetos;
•Maiores de 70 anos;
•Maiores de 16 e menores de 18 anos.

Alistamento e voto
VEDADOS
•Estrangeiros;
•Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

Gabarito: Certo.

12) Lucas está obrigado a votar, uma vez que o voto é obrigatório a partir dos dezesseis anos de idade.

Comentários

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Lucas é brasileiro, mas possui dezessete anos, razão pela qual se enquadra na facultatividade do alistamento
e do voto. Lembre-se que o voto só se torna obrigatório quando o cidadão se torna maior de dezoito anos!

O art. 14, §§1º e 2º, da CF/88, dispõe sobre o alistamento eleitoral e elenca as pessoas ao qual este será
obrigatório, facultativo ou vedado, a depender das características que está possua. Trata-se de dispositivos
com uma literalidade importante para sua prova, veja:

Art. 14, §1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.

Alistamento e voto
OBRIGATÓRIOS
•Maiores de 18 anos.

Alistamento e voto
FACULTATIVOS
•Analfabetos;
•Maiores de 70 anos;
•Maiores de 16 e menores de 18 anos.

Alistamento e voto
VEDADOS
•Estrangeiros;
•Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

Gabarito: Errado.

13) Pedro poderá escolher se irá votar ou não, uma vez que o voto é facultativo para aqueles que possuem
acima de sessenta anos de idade.

Comentários

Pedro é brasileiro naturalizado, alfabetizado e possui sessenta e três anos, o que o enquadra no voto
obrigatório vez que a facultatividade se aplica aos maiores de setenta anos.

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O art. 14, §§ 1º e 2º, da CF/88, dispõe sobre o alistamento eleitoral e elenca as pessoas para as quais ele será
obrigatório, facultativo ou vedado:

Art. 14, §1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.

Alistamento e voto
OBRIGATÓRIOS
•Maiores de 18 anos.

Alistamento e voto
FACULTATIVOS
•Analfabetos;
•Maiores de 70 anos;
•Maiores de 16 e menores de 18 anos.

Alistamento e voto
VEDADOS
•Estrangeiros;
•Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

Gabarito: Errado.

14) André está obrigado a votar, uma vez que possuí mais de dezoito anos de idade.

Comentários

André é brasileiro, maior de dezoito, mas é analfabeto, o que o enquadra na facultatividade do alistamento
e do voto.

O art. 14, §§ 1º e 2º, da CF/88, dispõe sobre o alistamento eleitoral e elenca as pessoas ao qual este será
obrigatório, facultativo ou vedado, a depender das características que está possua. Trata-se de dispositivos
com uma literalidade importante para sua prova, veja:

Art. 14, §1º - O alistamento eleitoral e o voto são:

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I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.

Alistamento e voto
OBRIGATÓRIOS
•Maiores de 18 anos.

Alistamento e voto
FACULTATIVOS
•Analfabetos;
•Maiores de 70 anos;
•Maiores de 16 e menores de 18 anos.

Alistamento e voto
VEDADOS
•Estrangeiros;
•Conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

Gabarito: Errado.

15) No âmbito dos direitos políticos, a equiparação dos portugueses aos brasileiros naturalizados limita-
se à concessão da capacidade eleitoral ativa, sendo vedado o exercício da capacidade eleitoral passiva.

Comentários

O art. 14, §3º, inciso I, da CF/88 dispõe que uma das condições de elegibilidade é a nacionalidade brasileira,
assim entende-se que os estrangeiros não poderão ser eleitos e tal interpretação se compatibiliza com a
vedação ao alistamento eleitoral destes.

Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos;

III - o alistamento eleitoral;

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IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;

V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Vale lembrar que essa é a regra geral e os portugueses equiparados figuram como exceção, sendo
exatamente este ponto abordado pela alternativa. Sobre esses portugueses, você precisa lembrar que:

Os portugueses que recebem equiparação aos nacionais realmente são igualados aos
brasileiros naturalizados.

Os portugueses equiparados realmente não perdem a sua condição como estrangeiros.

Os portugueses equiparados poderão se alistar como eleitores, vez que possuem os


mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.

Uma vez que os portugueses equiparados possuem capacidade eleitoral ativa e o art. 12 da CF/88 concede
a estes todos os direitos dos brasileiros naturalizados, não há que se falar em limitação à capacidade eleitoral
passiva ou qualquer distinção do tipo.

Vale lembrar
que os
Nacionalidade brasileira

Pleno Exercício dos direitos políticos

Alistamento eleitoral
Condições de
Elegibilidade
Domicílio eleitoral na circunscrição de candidatura

Filiação Partidária

Idade Mínima

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portugueses e aos brasileiros naturalizados não poderão exercer determinados cargos políticos, conforme o
art. 12, §3º, da CF/88, vez que alguns deles são privativos de brasileiros natos.

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Gabarito: Errado.

16) No Brasil não se admite a candidatura desvinculada de partido político.

Comentários

A candidatura desvinculada de partido político/candidatura avulsa está relacionada com a possibilidade de


se concorrer ao pleito sem filiação partidária. Atualmente, esta modalidade de candidatura realmente não é
possível no ordenamento jurídico brasileiro, estando correta a assertiva.

O art. 14, §3º, inciso V, da CF/88, acima transcrito, prevê a filiação partidária como condição para
elegibilidade, sendo este dispositivo o principal responsável pela vedação da citada modalidade de
candidatura.

Gabarito: Certo.

17) O requisito de idade mínima deverá ser verificado na data da diplomação.

Comentários

A condição de elegibilidade referente à idade mínima dispõe que certos cargos só poderão ser exercidos por
pessoas com determinada idade, tal qual prevê o art. 14, §3º, inciso VI, da CF/88.

Tal requisito deverá ser cumprido no momento da posse, e não da diplomação, sendo este o erro da
assertiva.

Art. 14, § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:

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(...)

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Nacionalidade brasileira

Pleno Exercício dos direitos políticos

Alistamento eleitoral
Condições de
Elegibilidade
Domicílio eleitoral na circunscrição de candidatura

Filiação Partidária

Idade Mínima

Gabarito: Errado.

18) A desfiliação e a infidelidade partidária resultam em perda do mandato para os candidatos eleitos pelo
sistema majoritário.

Comentários

A filiação partidária é uma condição de elegibilidade e deverá ser mantida durante o mandato. Contudo
admite-se em alguns casos a mudança de partido por parlamentares sem que isso configure desfiliação ou
infidelidade partidária.

Em virtude da diferença de sistemas para eleição de certos mandatos (proporcional ou majoritário), o STF
foi questionado se haveria aplicabilidade da perda do mandato por infidelidade partidária em casos de
eleição por sistema majoritário, tendo o Supremo decidido:

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Inaplicabilidade da regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema eleitoral


majoritário. (...) As decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 26.604 tiveram como pano
de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de deputados federais, estaduais
e vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos
partidos, tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as opções políticas feitas
pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se
decretar a perda do mandato do candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O
sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem
lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário,
com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de
mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º,
parágrafo único; e art. 14, caput).1

Deste modo, a assertiva está incorreta, pois apenas os parlamentares eleitos pelo sistema proporcional
estarão sujeitos à perda do mandato, e não o majoritário como afirmado erroneamente.
==5617c==

Gabarito: Errado.

19) Um candidato poderá concorrer às eleições no Estado de seu domicílio civil, ainda que seu título de
eleitor seja de outro Estado.

Comentários

O art. 14, § 3º, inciso IV, da CF/88 impõe como condição de elegibilidade a necessidade de o candidato ter
domicílio eleitoral no local que deseja concorrer às eleições.

É importante frisar que o domicílio civil (local onde reside) não se confunde com o domicílio eleitoral (local
do seu alistamento eleitoral), posto que para se candidatar basta cumprir a regra do domicílio eleitoral,
podendo o candidato residir em qualquer local do país.

Assim, diferentemente do apresentado pela assertiva, o candidato não poderá concorrer às eleições do
Estado de seu domicílio civil enquanto não alterar seu domicílio eleitoral para o citado Estado.

Gabarito: Errado.

Impugnação de mandato (art. 14, §§ 10 e 11 da CF/88)

Acássio foi eleito para vereador em Atibaia e o advogado Pedro decidiu promover ação para impugnar o
mandato eletivo de Acássio, afirmando que este teria agido de forma corrupta durante as eleições ao
utilizar o dinheiro do fundo eleitoral para adquirir uma frota de fuscas de um amigo colecionador.

1
ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.

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20) O prazo que Pedro terá para promover a ação de impugnação do mandato eletivo será de 10 dias após
a posse de Acássio.

Comentários

Conforme o art. 14, § 10, da CF/88, a ação de impugnação de mandato eletivo será proposta perante a Justiça
Eleitoral no prazo de 15 dia contados da diplomação, e não 10 dias contados da posse como afirma a
alternativa.

Art. 14, §10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude

Perceba que temos aqui um erro quanto ao prazo e quanto ao momento de início da contagem. Fique atento
a esses dois elementos, pois são altamente concursáveis.

Gabarito: Errado.

21) Pedro deverá apresentar a ação de impugnação de mandato eletivo na Justiça Comum Estadual, uma
vez que Acássio é vereador e não há Poder Judiciário na esfera municipal.

Comentários

A esfera municipal realmente não conta com Poder Judiciário e geralmente suas demandas são direcionadas
à Justiça Comum Estadual. No entanto, a assertiva está incorreta, pois não indica a Justiça Eleitoral como a
responsável pela ação de impugnação de mandato eletivo, uma vez que o art. 14, § 10, da CF/88, acima
transcrito, concede expressamente a ela esta competência.

Gabarito: Errado.

22) A ação de impugnação de mandato proposta contra Acássio deverá tramitar publicamente, por se
tratar de assunto relacionado ao exercício da cidadania e interesse da coletividade.

Comentários

O texto constitucional é claro ao afirmar que a ação de impugnação de mandato eletivo tramitará em segredo
de justiça. Portanto, o erro da assertiva está em afirmar que esta será pública, em desacordo com o art. 14,
§11 da CF/88. Veja a literalidade do texto constitucional:

Art. 14, § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo


o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Gabarito: Errado.

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23) No caso em questão não caberá ação de impugnação de mandato eletivo, uma vez que nos casos de
corrupção a ação aplicável será a de improbidade administrativa.

Comentários

A ação de impugnação de mandato eletivo será, sim, cabível contra Acássio. Isso porque o art. 14, §10, da
CF/88, prevê as causas para a citada ação, sendo elas: o abuso do poder econômico, a corrupção e a fraude.

Como Pedro indicou a corrupção no uso das verbas do fundo eleitoral como causa ensejadora, tem-se por
cabível a ação utilizada no caso.

Art. 14, § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.

Gabarito: Errado.

24) Se Acássio conseguir comprovar que Pedro agiu com manifesta má-fé ao propor a ação de impugnação,
caberá ao autor responsabilização por seus atos contra a imagem de Acássio.

Comentários

Caso Acássio consiga comprovar sua inocência na ação, poderá sim haver uma responsabilização de Pedro
em virtude de eventual má-fé na propositura.

O art. 14, §11, da CF/88 prevê a possibilidade de o autor da ação de impugnação de mandato eletivo
responder em virtude de manifesta má-fé ou de acusação temerária, o que torna a assertiva correta.

Vale lembrar que a responsabilização do autor é norma de eficácia limitada, uma vez que tal
responsabilização ocorrerá "na forma da lei".

Art. 14, § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo


o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Gabarito: Certo.

Perda e suspensão dos direitos políticos (art. 15 da CF/88)

25) O cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado e a recusa ao cumprimento de


obrigação a todos imposta ou de prestação alternativa são exemplos de hipóteses capazes de ocasionar a
perda dos direitos políticos de um cidadão

Comentários

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A Constituição Federal dispõe sobre a perda e suspensão dos direitos políticos em seu art.15 e, tal como
afirma o enunciado, realmente não esclarece quais os casos de cada sanção (perda ou suspensão), sendo
esta atribuição da doutrina que dispõe da forma elencada no esquema abaixo:

DIREITOS POLÍTICOS
SUSPENSÃO

•Incapacidade civil absoluta;


•Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos
•Improbidade administrativa.

DIREITOS POLÍTICOS
PERDA

•Cancelamento de naturalização por sentença transitada em


julgado;
•Recusa ao cumprimento de obrigação a todos imposta ou de
prestação alternativa.

Para finalizar, vejamos a literalidade do art. 15 da CF/88:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Portanto, de acordo com a doutrina e o art. 15 da CF/88, a assertiva está correta.

Gabarito: Certo.

Vigência da lei que altera o processo eleitoral - princípio da anterioridade eleitoral (art. 16
da CF/88)

26) O Supremo Tribunal Federal entende que o princípio da anterioridade eleitoral não se enquadra como
cláusula pétrea do texto constitucional.
Comentários

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O entendimento do STF sobre a anterioridade eleitoral é diferente do afirmado na assertiva. Segundo a


Corte, o referido princípio é, sim, uma das cláusulas pétreas implícitas do texto constitucional, tal como
disposto no texto abaixo:

"(...) a utilização da nova regra às eleições gerais que se realizarão a menos de sete meses colide
com o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no art. 16 da CF, que busca evitar a utilização
abusiva ou casuística do processo legislativo como instrumento de manipulação e de deformação
do processo eleitoral (ADI 354, rel. min. Octavio Gallotti, DJ de 12-2-1993). Enquanto o art. 150,
III, b, da CF encerra garantia individual do contribuinte (ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, DJ de
18-3-1994), o art. 16 representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do
poder exercido pelos representantes eleitos e "a quem assiste o direito de receber, do Estado, o
necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras
inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel. min. Celso de Mello). Além de o referido princípio
conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível
até mesmo à atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60,
§ 4º, IV, a burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança
jurídica (CF, art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).2

O trecho destaca que o princípio da anterioridade eleitoral, embora não se encontre no art. 5º da CF/88,
ainda assim, faz parte do rol de direitos e garantias fundamentais, em virtude do art. 5º, §2º, da CF/88,
transcrito abaixo, razão pela qual suas disposições devem ser observadas até mesmo pelo legislador ao
elaborar emendas constitucionais, vez que este se insere dentre uma das cláusulas pétreas previstas no art.
60, §4º, da CF/88.

Art. 5°, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

Gabarito: Errado.

27) O governador que tenha exercido dois mandatos consecutivos não poderá, em seguida, exercer um
mandato de vice-governador.

Comentários

A assertiva aborda uma das inelegibilidades por motivos funcionais, estando prevista no art. 14, §5º, da
CF/88. Tal dispositivo versa que a vedação à reeleição para mais de um período subsequente é regra que se
aplica apenas aos mandatos de Chefe do Poder Executivo, tal como para o governador mencionado na
assertiva.

2
ADI 3.685, rel. min. Ellen Gracie, j. 22-3-2006, P, DJ de 10-8-2006.

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Art. 14, § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos
para um único período subsequente.

No caso apresentado pela assertiva, temos um governador que já exerceu dois mandatos consecutivos e
deseja se candidatar ao cargo de vice-governador, o que é vedado segundo a jurisprudência do STF.

Vale lembrar que caso fosse o contrário, um vice-governador que exerceu dois mandatos consecutivos e
deseja se candidatar ao cargo de governador, este terá a possibilidade de exercê-lo caso não tenha sucedido
o titular ao longo dos mandatos.

Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo mandato de vice,
sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o governador.
Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo
dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando sucedeu o titular é que passou a
exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do disposto no § 5º do art.
14 da CF.3

Gabarito: Certo.

28) Segundo o princípio da anterioridade eleitoral, a lei eleitoral possuí vigência imediata na data de sua
publicação, embora produza efeitos apenas em momento futuro.

Comentários

A assertiva apresenta corretamente o conceito do princípio da anterioridade eleitoral, que está previsto no
art. 16 da CF/88, transcrito abaixo, sendo importante destacar que a produção de efeitos ocorrerá em
momento futuro, pois ela só será aplicável à eleição que ocorra após um ano da sua data de vigência.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Gabarito: Certo.

29) Durante o pleito eleitoral ou após o seu encerramento, as decisões do TSE que impliquem modificação
na jurisprudência só terão eficácia sobre os casos de pleitos eleitorais posteriores.

Comentários

3
RE 366.488, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005.

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A assertiva apresenta corretamente o trecho do julgado RE 637.485 com repercussão geral, onde o STF
entendeu que a jurisprudência do TSE também deverá obedecer à segurança jurídica garantida pelo princípio
da anterioridade eleitoral, conforme trecho destacado abaixo:

(...) as decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu encerramento),
impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança jurídica),
não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no
pleito eleitoral posterior.4

Gabarito: Certo.

30) O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado Município fica
inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro Município da Federação.

Comentários

A assertiva apresenta a literalidade de um importante julgado do STF onde se abordou a figura do "prefeito
itinerante" ou "prefeito profissional", onde cidadão troca de Município a cada dois mandatos consecutivos
como prefeito numa tentativa de burlar a inelegibilidade em virtude do cargo.

Segundo o entendimento da corte, a reeleição é permitida por apenas uma única vez para o tipo do cargo,
independentemente do ente federativo. Portanto, uma pessoa poderá ser Prefeito por dois mandatos e, em
seguida, se candidatar à Governador, mas não poderá ser Prefeito de uma cidade por dois mandatos e tentar
um terceiro mandato em outro Município. Veja o julgado:

O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade


administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a perpetuação de uma mesma
pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano condiciona a interpretação e a aplicação do
próprio comando da norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida por apenas uma
única vez. Esse princípio impede a terceira eleição não apenas no mesmo Município, mas em
relação a qualquer outro Município da Federação. Entendimento contrário tornaria possível a
figura do denominado "prefeito itinerante" ou do "prefeito profissional", o que claramente é
incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de
temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto, ambos os princípios – continuidade
administrativa e republicanismo – condicionam a interpretação e a aplicação teleológicas do art.
14, § 5º, da Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de
determinado Município fica inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro
Município da Federação.5

Gabarito: Certo.

4
RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5-2013, Tema 564.
5
RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5-2013, Tema 564.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas ................................................................................................................ 14

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 80

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Organização do Estado
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Organização político-administrativa, Capital Federal e alterações territoriais (art. 18 da CF)

1) A reintegração de território será regulada por lei ordinária.

2) Os municípios podem ser incorporados por meio de lei estadual dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal.

3) O desmembramento de estado está sujeito à consulta prévia à população envolvida mediante


referendo.

4) Os territórios federais são entes federativos que integram a União.

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5) A fusão de Municípios far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos,
sendo prescindível a realização de Estudo de Viabilidade Municipal.

6) Federação é uma forma de Estado caracterização pela descentralização territorial do poder político em
entes dotados de soberania, unidos de forma indissolúvel com fundamento em uma Constituição.

7) Auto-organização é a capacidade dos entes federativos de se auto organizarem por meio da elaboração
das respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas.

8) Auto legislação é a capacidade dos entes federativos de editarem suas próprias leis.

9) Autoadministração é a capacidade dos entes federativos de desempenharem, de forma autônoma, suas


atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária.

10) Autogoverno é a capacidade dos entes federativos de elegerem seus próprios representantes.

Vedações aos entes federados (art. 19 da CF)

11) Um ente federado só não poderá recusar fé quanto aos documentos públicos de sua emissão.

12) Apenas a União poderá criar distinções entre brasileiros, como se verifica na impossibilidade de
brasileiro naturalizado exercer cargo de Presidência do Senado Federal.

13) Permite-se à União, aos estados e aos municípios colaborar com as igrejas quando demonstrado o
interesse público, na forma da lei.

14) As subvenções a cultos religiosos e igrejas só é admitida no caso de religiões oficialmente adotadas
pelo Estado brasileiro.

15) É constitucional a lei estadual que estabeleça como condição de acesso a licitação pública, para
aquisição de bens ou serviços, que a empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro.

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Bens da União (art. 20 da CF)

16) A ilha costeira que seja sede de Município não se insere como bem da União.

17) Os terrenos de marinha não se inserem como bens da União.

18) Os recursos minerais, inclusive os do subsolo não se inserem como bens da União.

19) A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas por lei complementar.

20) Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva pertencem à União,
sendo-lhe assegurada a participação integral no resultado da exploração de petróleo, gás natural e outros
recursos minerais e de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica.

21) Os recursos minerais do subsolo e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União.

22) Pertencem aos Estados as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos
localizados dentro de sua respectiva área territorial.

23) A exploração de recursos minerais de qualquer espécie será objeto de autorização conjunta da União
e do Estado quando os recursos estiverem localizados em área territorial do Estado.

Competências da União (art. 21)

24) Compete a União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os serviços
de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham
os limites de Estados.

25) Compete a União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

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26) Compete a União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.

27) Compete a União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos.

28) Compete a União estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

29) Lei estadual é competente para autorizar que a polícia civil e militar faça uso de armas de fogo
aprendidas.

30) É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia móvel a instalarem equipamentos de
bloqueio do serviço de celular em presídio.

31) É incompatível com a Constituição Federal a lei estadual que estipule, para determinadas categorias
profissionais, jornada de trabalho diferente da disposta na legislação federal.

32) Os Estados-Membros não possuem competência para legislar sobre horário de verão.

Competência Legislativa Privativa da União (art. 22)

33) Legislar sobre direito processual, direito econômico e procedimentos em matéria processual é
competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal; privativa da União; e privativa dos
Estados, respectivamente.

34) Rones integra um grupo de estudos que analisa a Constituição Federal de 1988 aprofundadamente. Ao
se deparar com o capítulo que dispõe a respeito da Organização Político- Administrativa do Estado, Rones
foi questionado pelos seus colegas de estudos sobre a competência para legislar sobre trânsito e
transporte, tendo respondido corretamente que essa competência é privativa da União.

35) O Distrito Federal é a Capital Federal.

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36) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros,
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de referendo, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

37) Compete privativamente à União legislar sobre sistema cartográfico.

38) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tratar sobre juntas
comerciais.

39) É vedada a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

40) Compete ao Município fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

41) Compete à União legislar sobre registros públicos e populações indígenas.

42) Compete à União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações e compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre educação, cultura, ensino e desporto.

43) Compete privativamente à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da
Defensoria Pública.

44) Compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior e interestadual e sobre o regime dos
portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial.

45) Compete privativamente à União legislar sobre águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão.

46) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre
diretrizes e bases da educação nacional.

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47) Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias que
são de competência privativa da União.

48) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário,
financeiro e econômico.

49) Compete privativamente à União legislar sobre organização do sistema nacional de emprego,
condições para o exercício de profissões e seguridade social.

Competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 23)

50) Emitir moeda; decretar intervenção federal; e impedir a destruição de obras de arte e de outros bens
de valor histórico, artístico ou cultural são exemplos de competências exclusivas da União.

51) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas; executar os serviços de
polícia marítima; e estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpo, em forma
associativa, são exemplos de competências exclusivas da União.

Competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24)

52) A iniciativa legislativa em matéria de proteção ao patrimônio turístico é concorrente entre a União, os
Estados e o Distrito Federal, sendo vedado aos Municípios dispor sobre a matéria.

53) O Governador de determinada unidade da federação brasileira pretende elaborar regras a respeito de
procedimentos em matéria processual. Consultando a Constituição Federal de 1988, ele verificou que se
trata de competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.

54) Compete aos estados e ao Distrito Federal organizar e manter seu Poder Judiciário, Ministério Público,
polícia civil, polícia militar e corpo de bombeiros militar.

55) Compete ao Tribunal de Justiça julgar o Prefeito que tenha cometido crime comum, exceto no caso de
crime doloso contra a vida, hipótese em que a competência passa a ser do Tribunal do Júri.

56) A competência privativa da União de legislar sobre propaganda comercial poderá ser atribuída aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, mediante lei complementar.

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57) Inexistindo lei federal sobre normas gerais de trânsito e transporte, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

58) Caso um Estado-membro exerça sua competência plena e, posteriormente, a União edite norma geral
sobre a matéria, ocorrerá a suspensão da eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária a lei federal
superveniente.

Organização dos Estados (art. 25 da CF)

59) Os Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,


constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.

60) Incluem-se entre os bens dos estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

61) A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento são da competência legislativa privativa da União.

62) Compete à União e aos estados elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social.

63) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Bens dos Estados (art. 26 da CF)

64) São bens dos Estados o mar territorial e os potenciais de energia hidráulica.

65) São bens estaduais as ilhas oceânicas e costeiras, ainda que nelas se encontre a sede de algum
Município.

66) São bens dos Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União.

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67) São bens estaduais as águas superficiais ou subterrâneas, independentemente se decorrerem de obras
municipais ou federais.

68) São bens estaduais as terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental.

Número de Deputados à Assembleia Legislativa e Eleição e mandato do Governador e do


Vice-Governador. Fixação de seus subsídios e dos Secretários de Estado (arts. 27 e 28 da
CF)

69) Na hipótese de determinado Estado brasileiro possuir trinta representantes na Câmara dos Deputados,
a respectiva Assembleia Legislativa deverá eleger 54 Deputados Estaduais.

70) O poder legislativo estadual apresenta estrutura bicameral decorrente da obrigatoriedade de simetria
entre os poderes legislativos de cada esfera federativa.

71) A iniciativa popular no processo legislativo é vedada no âmbito estadual e municipal, sendo possível
apenas perante o Poder Legislativo Federal.

72) O mandato dos Governadores será de quatro anos, sendo admitida a compatibilização de horários caso
o governador assuma outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta.

73) Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre sua polícia.

74) Aos Deputados Estaduais não se aplicam as regras sobre imunidades, perda de mandato, licença e
impedimentos aplicáveis aos Deputados Federais.

Organização dos Municípios (art. 29 da CF)

75) Em cada legislatura, a Câmara Municipal fixará o subsídio dos vereadores da legislatura subsequente.

76) É vedado que o total da despesa com a remuneração dos vereadores ultrapasse o montante de cinco
por cento da receita do município.

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77) É possível a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, contudo esta
dependerá de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

78) Os vereadores gozam de imunidade formal e material dentro da circunscrição do Município.

79) O julgamento do prefeito por crime comum será realizado perante o Tribunal de Justiça.

Despesa do Poder Legislativo Municipal (art. 29-A da CF)

80) Se no ano de 2019 a Câmara dos Vereadores do Município X gastar 75% de sua receita com o custeio
da folha de pagamento, neste caso, o Presidente da Câmara terá praticado crime de responsabilidade.

81) Se o prefeito do Município X encaminhar o repasse das verbas ao Poder Legislativo em valor superior
ao total da despesa do Poder Legislativo Municipal, este terá praticando crime de responsabilidade.

Competência dos Municípios (art.30 da CF)

82) A União é competente para fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais.

83) O Município não é competente para legislar sobre meio ambiente, posto que não possuí competência
concorrente.

84) O Município é competente para impor a estabelecimentos bancários a obrigação de instalarem portas
eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e vidros à prova de balas.

85) O Município é competente para fixar o horário de funcionamento das agências bancárias que se
encontrem em seu território.

86) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que fixe distanciamento mínimo entre postos de
combustíveis.

87) A competência da União e dos Estados é expressa, sendo a competência dos Municípios remanescente
ou residual.

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88) Compete a União legislar sobre a criação de novos municípios.

89) A competência para criar, organizar e suprimir distritos pertence aos Municípios, devendo ser
observada a legislação estadual.

90) Compete aos municípios legislar sobre questões específicas em matéria eleitoral.

91) Os municípios têm competência legislativa para suplementar a legislação estadual, mas não a
legislação federal.

Fiscalização do Município (art. 31 da CF)

92) O controle externo do município será exercido pela Câmara Municipal com o auxílio dos Tribunais de
Contas.

93) É vedada a criação de Tribunais ou Conselhos de Contas Municipais.

94) É constitucional a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios mediante emenda à Constituição
Estadual.

95) As contas dos Municípios devem ficar disponíveis a todos os contribuintes, durante sessenta dias,
anualmente, podendo ser examinadas, apreciadas e questionadas.

96) O parecer prévio emitido pelo órgão competente para apreciar as contas do Prefeito só deixará de
prevalecer por decisão de 3/5 dos membros da Câmara Municipal.

Distrito Federal (art. 32 da CF)

97) O Distrito Federal possui competência para explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, bem como, organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de transporte coletivo.

98) A autonomia do Distrito Federal e sua organização político-administrativa têm limitações


constitucionais.

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99) A Câmara Legislativa do DF e os Deputados Distritais seguem disposições aplicáveis às Assembleias


Legislativas Estaduais e seus Deputados Estaduais.

100) O Distrito Federal não possuí eleições para Prefeito, Vice Prefeito e Vereadores, uma vez que não
pode ser dividido em Municípios.

101) O Distrito Federal é regido por uma Constituição Distrital.

Territórios (art. 33 da CF)

102) É vedado aos Territórios se dividir em Municípios.

103) O governo dos Territórios Federais submete suas contas ao Congresso Nacional, cabendo a emissão
de parecer prévio ao Tribunal de Contas da União.

Gabarito: Certo.

104) Os Territórios possuirão órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais, caso possua mais de cinquenta mil habitantes.

105) Os Territórios Federais são criados por lei ordinária federal.

106) A população dos Territórios Federais elegerá seu Governador, um Senador e quatro Deputados
Federais.

Intervenção (arts. 34 a 36)

107) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para manter a integridade
nacional e por termo a grave comprometimento da ordem pública.

108) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para garantir o livre exercício
de qualquer dos poderes da federação e repelir invasão de uma Unidade Federativa em outra.

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109. O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para dar provimento de lei
federal e assegurar a observância dos princípios sensíveis.

110) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para reorganizar as finanças
de unidade da federação que deixar de entregar aos Municípios a sua parcela constitucional de receita
tributária e prover a execução de ordem ou decisão judicial.

111) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para repelir invasão
estrangeira e reorganizar as finanças de unidade da federação que tenha suspendido o pagamento de sua
dívida fundada por mais de dois anos consecutivos.

112) No ano de 20XX diversas ordens judiciais da Justiça Estadual começaram a ser desrespeitadas pelo
Estado do WW. Com o passar dos meses, agressões aos membros do Judiciário tornaram-se constantes e
atuação deste poder tornou-se completamente impedida pelo chefe do executivo estadual. Diante da
situação de violação no exercício do Poder Judiciário, o Tribunal competente para efetuar a requisição de
intervenção federal no estado será o Supremo Tribunal Federal.

113) Em caso de violação aos princípios sensíveis, caberá ao Procurador Geral da República promover a
ação direta de inconstitucionalidade interventiva, que será processado perante o STF e terá efeitos
políticos e jurídicos.

114) A intervenção federal dependerá de autorização do Presidente da República.

115) O Estado que não possui recursos para pagamento de dívidas judiciárias (precatórios) possui vícios
na execução orçamentária e poderá ter intervenção federal decretada, independentemente de dolo do
chefe do executivo.

116) A intervenção federal só terá vigor após o decreto interventivo ser submetido ao controle político
pelo Congresso Nacional no prazo de 24 horas.

117) A Constituição Federa não possui hipótese de intervenção da União em municípios.

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118) Não prestar as contas devidas, na forma da lei, e não aplicar o mínimo exigido da receita municipal
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde, são exemplos de
hipóteses que autorizam a decretação de Intervenção Estadual nos Municípios.

119) Deixar de pagar, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida flutuante não figura
dentre as hipóteses que autorizam a decretação de Intervenção Estadual nos Municípios.

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GABARITO

1. E 2. C 3. E 4. E 5. E

6. E 7. C 8. C 9. C 10. C

11. E 12. E 13. C 14. E 15. E

16. C 17. E 18. E 19. E 20. E

21. C 22. E 23. E 24. C 25. C

26. C 27. C 28. E 29. E 30. C

31. C 32. C 33. E 34. C 35. E

36. E 37. C 38. E 39. E 40. C

41. C 42. C 43. E 44. C 45. C

46. E 47. C 48. C 49. C 50. E

51. C 52. E 53. C 54. E 55. E

56. E 57. E 58. C 59. C 60. C

61. C 62. E 63. C 64. E 65. E

66. C 67. E 68. E 69. C 70. E

71. E 72. E 73. C 74. E 75. C

76. C 77. C 78. E 79. C 80. C

81. C 82. E 83. E 84. C 85. E

86. E 87. E 88. E 89. C 90. E

91. E 92. C 93. C 94. C 95. C

96. E 97. C 98. C 99. C 100. C

101. E 102. E 103. C 104. E 105. E

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106. E 107. E 108. E 109. C 110. E

111. E 112. C 113. C 114. E 115. E

116. E 117. E 118. C 119. E

QUESTÕES COMENTADAS

Organização político-administrativa, Capital Federal e alterações territoriais (art. 18 da CF)

1) A reintegração de território será regulada por lei ordinária.

Comentários

Contraria a literalidade do art. 18, § 2º, da CF/88. A reintegração de território será regulada por lei
complementar, e não por lei ordinária.

Art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Gabarito: Errado.

2) Os municípios podem ser incorporados por meio de lei estadual dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal.
Comentários

As alterações federativas envolvendo Municípios irão se efetivar mediante lei ordinária estadual, dentro do
período determinado por lei complementar federal.

Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Gabarito: Certo.

3) O desmembramento de estado está sujeito à consulta prévia à população envolvida mediante


referendo.

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Comentários

Não há que se falar em referendo para o desmembramento de estado. A consulta prévia à população se dará
mediante plebiscito, conforme o art. 18, §3º, da CF/88:

Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.

Gabarito: Errado.

4) Os territórios federais são entes federativos que integram a União.

Comentários

Os Territórios federais integram a União, mas possuem natureza de mera autarquia, conforme o art. 18, §2º,
da CF/88. Não são entes federativos e, por isso, não são dotados de autonomia política, o que torna incorreta
a assertiva.

Art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Gabarito: Errado.

5) A fusão de Municípios far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos,
sendo prescindível a realização de Estudo de Viabilidade Municipal.

Comentários

A divulgação de estudos de viabilidade municipal é uma das condições para que ocorra alteração federativa
envolvendo Municípios. Atenção para a palavra prescindível, que significa dispensável.

Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Gabarito: Errado.

6) Federação é uma forma de Estado caracterização pela descentralização territorial do poder político em
entes dotados de soberania, unidos de forma indissolúvel com fundamento em uma Constituição.

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Comentários

Os entes de uma federação são dotados de autonomia, e não de soberania. A soberania é característica da
República Federativa do Brasil.

A federação tem como característica central, a descentralização do poder político.


Os entes federativos são dotados de autonomia política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões:
auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.

Gabarito: Errado.

7) Auto-organização é a capacidade dos entes federativos de se auto organizarem por meio da elaboração
das respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas.

Comentários

A federação tem como característica central, a descentralização do poder político.


Os entes federativos são dotados de autonomia política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões:
auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.

De fato, o conceito de auto-organização concede aos entes federativos a competência para se auto-
organizarem por meio da elaboração das Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas, a depender do ente
federativo considerado.

Gabarito: Certo.

8) Auto legislação é a capacidade dos entes federativos de editarem suas próprias leis.
Comentários

A federação tem como característica central, a descentralização do poder político.


Os entes federativos são dotados de autonomia política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões:
auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.

Este é exatamente o conceito de auto legislação apresentado pela doutrina.

Gabarito: Certo.

9) Autoadministração é a capacidade dos entes federativos de desempenharem, de forma autônoma, suas


atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária.

Comentários

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A federação tem como característica central, a descentralização do poder político.


Os entes federativos são dotados de autonomia política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões:
auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.

O conceito de autoadministração citado pela assertiva está correto, de fato, trata-se do poder que os entes
federativos têm para exercer suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária, o que
os permite, inclusive, elaborarem seus próprios orçamentos, arrecadarem seus próprios tributos e
executarem políticas públicas.

Gabarito: Certo.

10) Autogoverno é a capacidade dos entes federativos de elegerem seus próprios representantes.

Comentários

A federação tem como característica central, a descentralização do poder político.


Os entes federativos são dotados de autonomia política, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptidões:
auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.

A capacidade dos entes federativos poderem eleger seus próprios representantes é o que define a aptidão
para autogoverno. Tendo em vista que esse é o conceito apresentado na assertiva, ela está correta.

Gabarito: Certo.

Vedações aos entes federados (art. 19 da CF)

11) Um ente federado só não poderá recusar fé quanto aos documentos públicos de sua emissão.

Comentários

A Constituição Federal veda que os entes federativos recusem fé aos documentos públicos em geral, não
interessando qual o ente público emissor, o que torna a assertiva incorreta. Sendo um documento público,
este terá fé pública, seja perante a União, Estados, DF ou Municípios.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

II - recusar fé aos documentos públicos;

Gabarito: Errado.

12) Apenas a União poderá criar distinções entre brasileiros, como se verifica na impossibilidade de
brasileiro naturalizado exercer cargo de Presidência do Senado Federal.

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Comentários

Nenhum ente federado poderá criar distinções entre brasileiros. O exemplo citado deriva diretamente do
art. 19, inciso III, da CF/88, transcrito abaixo.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Gabarito: Errado.

13) Permite-se à União, aos estados e aos municípios colaborar com as igrejas quando demonstrado o
interesse público, na forma da lei.
Comentários

O texto constitucional vedou à União, aos estados e aos municípios o estabelecimento de cultos ou
subvenção de religiões. Contudo, optou por possibilitar a colaboração de interesse público entre os entes e
entidades religiosas, o que, tal como afirmado pela alternativa, ocorrerá na forma da lei.

Para finalizar, lembre-se que o trecho pertinente às colaborações trata de norma de eficácia limitada, uma
vez que tais parcerias só poderão ser realizadas "na forma da lei."

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou


manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;

Gabarito: Certo.

14) As subvenções a cultos religiosos e igrejas só é admitida no caso de religiões oficialmente adotadas
pelo Estado brasileiro.

Comentários

O texto constitucional é claro ao vedar que os entes federativos estabeleçam cultos religiosos ou igrejas
como oficiais, entendimento que se compatibiliza com o fato do Brasil ser um Estado laico.

A oficialização da Bíblia como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar princípios,


usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos no Estado de Rondônia implica

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inconstitucional discrímen entre crenças, além de caracterizar violação da neutralidade


exigida do Estado pela Constituição Federal. 1

Para finalizar, veja a literalidade do texto constitucional:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou


manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;

Gabarito: Errado.

15) É constitucional a lei estadual que estabeleça como condição de acesso a licitação pública, para
aquisição de bens ou serviços, que a empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro.

Comentários

A alternativa afirma exatamente o oposto da literalidade de um julgado do STF. Neste julgado, foi firmada a
tese de que "é inconstitucional a lei estadual que estabeleça como condição de acesso a licitação pública,
para aquisição de bens ou serviços, que a empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro"2.

Gabarito: Errado.

Bens da União (art. 20 da CF)

16) A ilha costeira que seja sede de Município não se insere como bem da União.

Comentários

Os bens da União estão previstos no art. 20 da CF/88, cujos incisos pertinentes à questão estão transcritos a
seguir:

Art. 20. São bens da União:

(...)

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
26, II;

1
ADI 5.257, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-9-2018, P, DJE de 3-12-2018.
2
ADI 3.583, rel. min. Cezar Peluso, j. 21-2-2008, P, DJE de 14-3-2008.

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(...)

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Dentre os bens da União, realmente não estão incluídas as ilhas costeiras que sejam sede de Município, a
não ser que essas ilhas sejam áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal.

Gabarito: Certo.

17) Os terrenos de marinha não se inserem como bens da União.

Comentários

Os bens da União estão previstos, em regra, no art. 20 da CF/88, cujos incisos pertinentes à questão estão
transcritos a seguir:

Art. 20. São bens da União:

(...)

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
26, II;

(...)

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Note que os terrenos de marinha e seus acrescidos estão no rol de bens da União, portanto a assertiva está
incorreta, vez que se equivoca ao excluí-los.

Gabarito: Errado.

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18) Os recursos minerais, inclusive os do subsolo não se inserem como bens da União.

Comentários

Os bens da União estão previstos, em regra, no art. 20 da CF/88, cujos incisos pertinentes à questão estão
transcritos a seguir:

Art. 20. São bens da União:

(...)

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
26, II;

(...)

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Note que os recursos minerais, inclusive os do subsolo, estão no rol de bens da União, portanto a assertiva
está incorreta, vez que se equivoca ao excluí-los.

Gabarito: Errado.

19) A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas por lei complementar.

Comentários

Não é necessária lei complementar, mas sim lei ordinária, consoante art. 20, § 2º, da CF/88:

Art. 20, § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Gabarito: Errado.

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20) Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva pertencem à União,
sendo-lhe assegurada a participação integral no resultado da exploração de petróleo, gás natural e outros
recursos minerais e de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica.

Comentários

É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, participação no resultado
da exploração de petróleo ou gás natural e outros recursos minerais e de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica, conforme art. 20, V, § 1º, da CF/88:

Art. 20. São bens da União:

(...)

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

(...)

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como
a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

Gabarito: Errado.

21) Os recursos minerais do subsolo e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União.

Comentários

Os recursos minerais do subsolo e as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União,
conforme art. 20, IX e XI, da CF/88.

Art. 20. São bens da União:

(...)

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

(...)

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Gabarito: Certo.

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22) Pertencem aos Estados as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos
localizados dentro de sua respectiva área territorial.

Comentários

A assertiva trata de bens da União previstos no art. 20, inciso X, da CF/88:

Art. 20. São bens da União:

(...)

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

Gabarito: Errado.

23) A exploração de recursos minerais de qualquer espécie será objeto de autorização conjunta da União
e do Estado quando os recursos estiverem localizados em área territorial do Estado.
Comentários

Não será de autorização conjunta. Cabe à União a exploração e o aproveitamento de tais recursos minerais,
bem como efetuar autorização ou concessão da exploração por particulares, conforme art. 176, caput e §
1º, da CF/88:

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da
lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere


o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições
específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

Gabarito: Errado.

Competências da União (art. 21)

24) Compete a União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os serviços
de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham
os limites de Estados.

Comentários:

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A assertiva se encontra no rol de competências da União do art. 21 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XII — explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação da EC 8/1995)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água,


em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais,


ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

Gabarito: Certo.

25) Compete a União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

Comentários:

A assertiva se encontra no rol de competências da União do art. 21 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 21. Compete à União:

(...)

X — manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

Gabarito: Certo.

26) Compete a União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações.

Comentários:

A assertiva se encontra no rol de competências da União do art. 21 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 21. Compete à União:

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(...)

XVIII — planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente


as secas e as inundações;

Gabarito: Certo.

27) Compete a União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos.

Comentários:

A assertiva se encontra no rol de competências da União do art. 21 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XX — instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico


e transportes urbanos;

Gabarito: Certo.

28) Compete a União estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Comentários:

A política de educação para segurança do trânsito é competência comum da União, dos Estados, Distrito
Federal e Municípios, conforme o art. 23, inciso XII, da CF/88:

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

(...)

XII — estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Por fim, gostaria que você revisasse a diferença básica entre a competência para legislar sobre trânsito e a
competência para segurança do trânsito, uma vez que esta alternativa é constantemente objeto de
pegadinhas:

➢ Legislar sobre Trânsito → Competência privativa da União.


➢ Estabelecer/Implantar política de educação para segurança do trânsito → Competência comum
entre União, Estados, DF e Municípios.

Gabarito: Errado.

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29) Lei estadual é competente para autorizar que a polícia civil e militar faça uso de armas de fogo
aprendidas.

Comentários

A jurisprudência do STF é firme no sentido de que a competência exclusiva da União para legislar sobre
material bélico abrange a destinação de armas apreendidas e em situação irregular, razão pela qual não
poderia o governo estadual tratar sobre o tema.

Deste modo, a assertiva está incorreta, pois contraria diretamente o julgado em STF, ADIN 3258, veja:

A competência exclusiva da União para legislar sobre material bélico, complementada pela
competência para autorizar e fiscalizar a produção de material bélico, abrange a disciplina
sobre a destinação de armas apreendidas e em situação irregular.3

Gabarito: Errado.

30) É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia móvel a instalarem equipamentos de
bloqueio do serviço de celular em presídio.

Comentários

De fato, o entendimento do STF é de que leis estaduais não poderão tratar sobre o tema uma vez que
pertence à União a competência para legislar sobre telecomunicações, veja:

Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a
competência da União para legislar sobre telecomunicações. Com base nesse
entendimento, o Plenário, em apreciação conjunta e por maioria, declarou a
inconstitucionalidade da Lei 3.153/2005 do Estado do Mato Grosso do Sul e da Lei
15.829/2012 do Estado de Santa Catarina. (...) 4

Gabarito: Certo.

31) É incompatível com a Constituição Federal a lei estadual que estipule, para determinadas categorias
profissionais, jornada de trabalho diferente da disposta na legislação federal.

Comentários

3
STF, ADIN 3258. Rel. Min. Joaquim Barbosa. 06.04.2005
4
ADI 5356/MS. Rel. Min. Edson Fachin. rel. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio. Julgamento: 03.08.2016.

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A assertiva trata de um entendimento recente do STF sobre a competência exclusiva da União para
organização, manutenção e execução da inspeção do trabalho, veja:

Cumpre à União legislar sobre a jornada de trabalho, sendo incompatível com a


Constituição a legislação estadual que, extrapolando o conteúdo da delegação legislativa
estabelecida em Lei Complementar Federal (no caso, a Lei Complementar Federal
103/2000), estipule, para determinadas categorias profissionais, jornada de trabalho
diferente daquela disposta na legislação federal. A atribuição de poder fiscalizatório e
sancionatório pelo Poder Público Estadual em matéria de Direito do Trabalho contraria a
competência exclusiva da União para organizar, manter e executar a inspeção do trabalho
(CF, art. 21, XXIV). 5

Gabarito: Certo.

32) Os Estados-Membros não possuem competência para legislar sobre horário de verão.

Comentários

O tema apresentado na questão foi recentemente abordado pela jurisprudência do STF, que decidiu pela
incompetência dos Estados, DF e Municípios legislarem sobre o horário de verão, uma vez que para a corte
tal competência para definição do horário oficial compete de forma exclusiva à União. Veja:

Os Estados-membros e o Distrito Federal não dispõem de competência para legislar sobre


horário de verão, eis que falece a qualquer ente federado competência legislativa para
dispor sobre o seu próprio horário, considerada a dimensão nacional que qualifica essa
particular atribuição que a Constituição da República outorgou, em regime de
exclusividade, à União Federal, sob pena de entendimento em sentido contrário gerar a
possibilidade anárquica de o Brasil vir a submeter-se a tantas horas oficiais quantas forem
as unidades da Federação.6

Gabarito: Certo.

Competência Legislativa Privativa da União (art. 22)

33) Legislar sobre direito processual, direito econômico e procedimentos em matéria processual é
competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal; privativa da União; e privativa dos
Estados, respectivamente.

Comentários

Vejamos o teor dos artigos 22, inciso I, e 24, incisos I e XI, da CF/88:

5
ADI 6.149, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 29-11-2019, P, DJE de 18-12-2019.
6
ADI 158, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-8-2018, P, DJE de 28-8-2018.

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho;

(...)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

(...)

XI - procedimentos em matéria processual;

A partir desses dispositivos, concluímos que a competência para legislar sobre direito processual é privativa
da União, que pode autorizar, por Lei Complementar, os Estados a legislar sobre questões específicas.

Por outro lado, cabe à União, aos Estados e ao DF legislar, concorrentemente, sobre direito econômico e
procedimentos em matéria processual, ressaltando-se que a União se limita a estabelecer normas gerais,
nos termos do § 1º, do art. 24, da CF/88, transcrito a seguir. Desta forma, a assertiva está incorreta

Art. 24, § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

Gabarito: Errado.

34) Rones integra um grupo de estudos que analisa a Constituição Federal de 1988 aprofundadamente. Ao
se deparar com o capítulo que dispõe a respeito da Organização Político- Administrativa do Estado, Rones
foi questionado pelos seus colegas de estudos sobre a competência para legislar sobre trânsito e
transporte, tendo respondido corretamente que essa competência é privativa da União.

Comentário

A CF/88 dispõe expressamente que a competência para legislar sobre trânsito e transporte é privativa da
União, nos termos do art. 22, inciso XI, transcrito abaixo. Desta forma, a assertiva está correta.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

XI - trânsito e transporte;

Vale ser ressaltado que as competências privativas podem ser delegadas aos Estados-membros mediante a
edição de Lei Complementar, conforme o art. 22, parágrafo único, da CF/88:

Art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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Gabarito: Certo.

35) O Distrito Federal é a Capital Federal.

Comentário

Brasília é a Capital Federal, conforme o art. 18, § 1º, da CF/88.

Art. 18, § 1º Brasília é a Capital Federal.

Gabarito: Errado.

36) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros,
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de referendo, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Comentário

A consulta à população diretamente interessada não é feita por referendo, mas por plebiscito, conforme o
art. 18, § 3º, da CF/88.

Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.

Gabarito: Errado.

37) Compete privativamente à União legislar sobre sistema cartográfico.

Comentário

A assertiva está nos moldes do art. 22, inciso XVIII, da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

Gabarito: Certo.

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38) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tratar sobre juntas
comerciais.

Comentário

A assertiva trata de competência concorrente entre a União, Estados e o Distrito Federal, conforme o art.
24, inciso III, da CF/88.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

III - juntas comerciais;

Gabarito: Errado.

39) É vedada a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Comentário

A CF/88 permite que haja iniciativa popular no processo legislativo estadual, conforme o seu art. 27, § 4º,
transcrito abaixo:

Art. 27, § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Gabarito: Errado.

40) Compete ao Município fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

Comentários

Conforme súmula vinculante 38, transcrita abaixo:

Súmula Vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de


estabelecimento comercial.

Gabarito: Certo.

41) Compete à União legislar sobre registros públicos e populações indígenas.

Comentários

De fato, compete privativamente à União legislar sobre registros públicos e populações indígenas, consoante
art. 22, XIV e XXV, da CF/88:

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XIV - populações indígenas;

(...)

XXV - registros públicos;

Gabarito: Certo.

42) Compete à União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações e compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre educação, cultura, ensino e desporto.
Comentários

Conforme o art. 21, inciso XVIII e art. 24, inciso IX, ambos da CF/88:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente


as secas e as inundações;

(...)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e


inovação;

Gabarito: Certo.

43) Compete privativamente à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público e da
Defensoria Pública.

Comentários

Compete privativamente à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios:

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da


Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes (...)

No entanto, em relação à organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública de cada


estado, cabe ao respectivo ente legislar, o que torna incorreta a assertiva.

Gabarito: Errado.

44) Compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior e interestadual e sobre o regime dos
portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial.

Comentários

A assertiva está correta, pois é competência privativa prevista no art. 22, VIII e X, da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

VIII - comércio exterior e interestadual;

(...)

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

Gabarito: Certo.

45) Compete privativamente à União legislar sobre águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão.

Comentários

Conforme art. 22, inciso IV, da CF/88, compete privativamente à União legislar sobre águas, energia,
informática, telecomunicações e radiodifusão.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

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Gabarito: Certo.

46) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre
diretrizes e bases da educação nacional.

Comentários

Conforme o art. 22, inciso XXIV, da CF/88, compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases
da educação nacional.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

Gabarito: Errado.

47) Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias que
são de competência privativa da União.

Comentários

Conforme art. 22, parágrafo único, da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Gabarito: Certo.

48) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário,
financeiro e econômico.

Comentários

Conforme art. 24, inciso I, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

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Gabarito: Certo.

49) Compete privativamente à União legislar sobre organização do sistema nacional de emprego,
condições para o exercício de profissões e seguridade social.

Comentários

Trata-se de competência prevista no art. 22, incisos XVI e XXIII, da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;

(...)

XXIII - seguridade social;

Gabarito: Certo.

Competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 23)

50) Emitir moeda; decretar intervenção federal; e impedir a destruição de obras de arte e de outros bens
de valor histórico, artístico ou cultural são exemplos de competências exclusivas da União.

Comentários

Todas as competências narradas podem ser exercidas pela União, contudo a assertiva erra pois não se limita
a elencar as competências exclusivas (art. 21, CF/88) como menciona, em seu enunciado também é possível
encontrar competências comuns entre União, Estados, DF e Municípios (Art. 23, CF/88).

Como a questão solicita apenas a competência exclusiva da União, vejamos a correspondência das com os
incisos:

Art. 21. Compete à União:

(...)

V — decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

(...)

VII — emitir moeda;

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Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

IV — impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de


valor histórico, artístico ou cultural;

Gabarito: Errado.

51) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas; executar os serviços de
polícia marítima; e estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpo, em forma
associativa, são exemplos de competências exclusivas da União.

Comentários

Todas as competências narradas podem ser exercidas pela União de forma exclusiva, tal qual dispõe o artigo
21 da CF/88, sendo a assertiva correta.

Art. 21. Compete à União:

(...)

XVIII — planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente


as secas e as inundações;

(...)

XXII — executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

(...)

XXV — estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em


forma associativa.

Gabarito: Certo.

Competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24)

52) A iniciativa legislativa em matéria de proteção ao patrimônio turístico é concorrente entre a União, os
Estados e o Distrito Federal, sendo vedado aos Municípios dispor sobre a matéria.

Comentários

Vejamos o teor do art. 24, inciso VII, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

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Podemos concluir que a competência para legislar sobre matéria de proteção ao patrimônio turístico é
concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal.

A assertiva está incorreta, pois, caso haja interesse local no assunto, os Municípios podem dispor sobre
proteção ao patrimônio turístico, nos termos do supramencionado art. 30, inciso I, da CF/1988.

Todavia, os Municípios possuem autonomia para legislar sobre assuntos de interesse local, nos termos do
art. 30, inciso I, da CF/88:

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

Assim, caracterizado o interesse local do tema “proteção ao patrimônio turístico”, o Município poderá
legislar sobre o assunto.

Gabarito: Errado.

53) O Governador de determinada unidade da federação brasileira pretende elaborar regras a respeito de
procedimentos em matéria processual. Consultando a Constituição Federal de 1988, ele verificou que se
trata de competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal.

Comentários

Vejamos o teor do art. 24, inciso XI e §§ 1º, 2º, 3º e 4º, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

XI - procedimentos em matéria processual;

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.

A CF/88 dispõe que a competência para legislar sobre procedimentos em matéria processual é concorrente
da União, dos Estados e do DF. Desta forma, a assertiva está correta.

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Vale ressaltar que a competência da União é limitada a estabelecer normas gerais, cabendo aos Estados e ao
DF o estabelecimento de normas específicas (competência suplementar), a não ser que a União não tenha
legislado sobre as normas gerais, hipótese em que os Estados e o DF podem exercer a competência legislativa
plena, ou seja, legislar sobre aspectos gerais e específicos, no caso, dos procedimentos em matéria
processual.

Por outro lado, após a edição de lei federal sobre as normas gerais supramencionadas, a eficácia da lei
estadual ou distrital que dispuser sobre normas gerais será suspensa no que lhe for contrário.

Gabarito: Certo.

54) Compete aos estados e ao Distrito Federal organizar e manter seu Poder Judiciário, Ministério Público,
polícia civil, polícia militar e corpo de bombeiros militar.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois, em relação ao DF, cabe à União organizar e manter tais instituições, conforme
art. 21, incisos XIII e XIV, da CF/88:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio;

Cumpre destacar que, embora sejam organizadas e mantidas pela União, a polícia civil, a polícia militar e o
corpo de bombeiros militar do DF são subordinados ao Governador do DF (art. 144, § 6º, da CF/88) e sua
utilização pelo Governo do DF será disciplinada por lei federal (art. 32, § 4º, da CF/88).

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

(...)

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da
polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

(...)

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Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:

(...)

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército


subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Gabarito: Errado.

55) Compete ao Tribunal de Justiça julgar o Prefeito que tenha cometido crime comum, exceto no caso de
crime doloso contra a vida, hipótese em que a competência passa a ser do Tribunal do Júri.

Comentários

Embora seja do Tribunal do Júri, como regra geral, a competência para julgar os crimes dolosos contra vida
(art. 5º, XXXVIII, “d”, CF/88), no caso de o prefeito cometer crime dessa natureza (ou qualquer crime de
competência da Justiça Comum) a competência para julgá-lo será do Tribunal de Justiça, sendo afastada a
competência do Júri em função do disposto no art. 29, X, da CF:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

Gabarito: Errado.

56) A competência privativa da União de legislar sobre propaganda comercial poderá ser atribuída aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, mediante lei complementar.

Comentários

Inicialmente, vejamos o teor do art. 22, inciso XXIX e parágrafo único, da CF/88:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XXIX - propaganda comercial.

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(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Logo, seria possível a União autorizar os entes federativos a legislarem sobre questões específicas do assunto
“propaganda comercial”, devendo editar lei complementar para atingir tal objetivo.

Porém, somente os Estados e o DF poderiam ser autorizados, conforme o teor do parágrafo único. Ou seja,
os Municípios não poderiam ser autorizados, nos termos da CF/88.

Além disso, a autorização da União não poderia ser direcionada a determinado ente específico, ou seja,
somente um ou outro Estado-membro. Tal autorização deve ser genérica, abrangendo todos os Estados-
membros e o DF.

Gabarito: Errado.

57) Inexistindo lei federal sobre normas gerais de trânsito e transporte, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

Comentários

A competência para legislar sobre trânsito e transporte é privativa da União, conforme o art. 22, inciso XI, da
CF/88.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XI - trânsito e transporte;

A competência legislativa plena dos estados só pode ser exercida em relação às matérias em que compete à
União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente, conforme o art. 24, §3° da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

Gabarito: Errado.

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58) Caso um Estado-membro exerça sua competência plena e, posteriormente, a União edite norma geral
sobre a matéria, ocorrerá a suspensão da eficácia da lei estadual, no que lhe for contrária a lei federal
superveniente.

Comentários

Assertiva em conformidade com o art. 24, §4°, da CF/88:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.

Repare que não se trata de revogação automática, mas sim de suspensão da eficácia da lei estadual no que
for contrária à lei federal superveniente.

Gabarito: Certo.

Organização dos Estados (art. 25 da CF)

59) Os Estados podem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,


constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.

Comentários

Conforme o art. 25, § 3º, da CF/88, os Estados, mediante lei complementar, poderão instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.

Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes,
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.

Gabarito: Certo.

60) Incluem-se entre os bens dos estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Comentários

Tais bens são relacionados no art. 26, IV, da CF/88:

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Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

(...)

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Gabarito: Certo.

61) A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento são da competência legislativa privativa da União.

Comentários

A assertiva está em conformidade com a Súmula Vinculante 46.

Súmula Vinculante 46 - A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das


respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.

Gabarito: Certo.

62) Compete à União e aos estados elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
território e de desenvolvimento econômico e social.

Comentários

Tal competência é atribuída pela CF/88 à União, conforme o art. 21, inciso IX, transcrito abaixo:

Art. 21. Compete à União:

(...)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social;

Gabarito: Errado.

63) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Comentários

A assertiva está em conformidade com o art. 25, § 2º, CF/88.

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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.

(...)

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Gabarito: Certo.

Bens dos Estados (art. 26 da CF)

64) São bens dos Estados o mar territorial e os potenciais de energia hidráulica.

Comentários

O mar territorial e os potenciais de energia hidráulica são bens da União previstos no art. 20, incisos VI e VIII,
da CF/88, e não dos Estados como afirma a alternativa.

Art. 20. São bens da União:

(...)

VI — o mar territorial;

(...)

VIII — os potenciais de energia hidráulica;

Gabarito: Errado.

65) São bens estaduais as ilhas oceânicas e costeiras, ainda que nelas se encontre a sede de algum
Município.

Comentários

As áreas de ilhas oceânicas e costeiras onde se encontrem em sede de Município fazem parte do domínio
deste ente federativo, sendo, portanto, bens municipais.

A regra pode ser esquematizada da seguinte forma:

Ilhas costeiras e oceânicas são bens do(a):

➢ Município: quando for sede do Município, salvo se afetada por serviço público ou unidade ambiental.
➢ Estado: quando estiverem em seu domínio, excluídas as que se encontrem sob domínio da União,
Municípios ou terceiros.

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➢ União: demais casos, bem como quando afetar ilha municipal por razão de serviço público ou unidade
ambiental.

Gabarito: Errado.

66) São bens dos Estados as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União.

Comentários

A assertiva está em conformidade com o art. 26, inciso III, da CF/88:

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

(...)

III — as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

Gabarito: Certo.

67) São bens estaduais as águas superficiais ou subterrâneas, independentemente se decorrerem de obras
municipais ou federais.

Comentários

A assertiva inclui as águas superficiais ou subterrâneas decorrentes de obras federais ao rol de bens dos
Estados. No tocante a estas águas, a regra é que pertençam aos Estados. Contudo, admite-se
excepcionalmente que em virtude de obras federais estas sejam incorporadas aos bens da União.

Veja a literalidade:

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I — as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste


caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

Gabarito: Errado.

68) São bens estaduais as terras devolutas indispensáveis à preservação ambiental.

Comentários

Via de regra, as terras devolutas realmente pertencem aos Estados. Todavia a assertiva vai ao detalhe e traz
uma das exceções que incorporam as terras devolutas ao patrimônio federal: trata-se dos casos em que estas
sejam consideradas indispensáveis à preservação ambiental.

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Vejamos o seguinte esquema:

➢ Terras devolutas em geral: bem estadual.


➢ Terra devoluta para defesa de fronteiras, fortificações e construções militares ou vias federais: bem
federal.
➢ Terra devoluta para preservação ambiental: bem federal.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

(...)

IV — as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 20. São bens da União:

(...)

II — as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções


militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

Gabarito: Errado.

Número de Deputados à Assembleia Legislativa e Eleição e mandato do Governador e do


Vice-Governador. Fixação de seus subsídios e dos Secretários de Estado (arts. 27 e 28 da
CF)

69) Na hipótese de determinado Estado brasileiro possuir trinta representantes na Câmara dos Deputados,
a respectiva Assembleia Legislativa deverá eleger 54 Deputados Estaduais.

Comentários

Relembremos o que dispõe o caput do art. 27 da CF/88:

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

Há uma regra simples para que se obtenha o número de Deputados Estaduais dos estados brasileiros:
quando o número de Deputados Federais for superior a 12, basta adicionar 24 a esse número para que se
tenha o número total de Deputados Estaduais que compõem a respectiva Assembleia Legislativa.

Por outro lado, se o número de Deputados Federais não exceder a 12, o número de Deputados Estaduais
será equivalente ao triplo do número de Deputados Federais.

No caso, o Estado possui 30 Deputados Federais, sendo necessário acrescentar 24 a esse número, totalizando
54 Deputados Estaduais.

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Gabarito: Certo.

70) O poder legislativo estadual apresenta estrutura bicameral decorrente da obrigatoriedade de simetria
entre os poderes legislativos de cada esfera federativa.

Comentários

O único poder legislativo bicameral é o federal. A Constituição Federal não obriga qualquer simetria entre o
Congresso Nacional (composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal) e a Assembleia Legislativa
no Estados.

Desta forma, a Assembleia Legislativa nos Estados e as Câmaras dos Vereadores nos Municípios classificam-
se como unicamerais.

Gabarito: Errado.

71) A iniciativa popular no processo legislativo é vedada no âmbito estadual e municipal, sendo possível
apenas perante o Poder Legislativo Federal.

Comentários

A assertiva contraria o texto constitucional, já que a iniciativa popular é cabível em todas as esferas da
federação e dependerá apenas de uma lei que disponha sobre a mesma. Trata-se, inclusive, de uma
disposição constitucional expressa no artigo 27, §4º, da CF/88:

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

(...)

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Gabarito: Errado.

72) O mandato dos Governadores será de quatro anos, sendo admitida a compatibilização de horários caso
o governador assuma outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta.

Comentários

O mandato dos governadores realmente será de quatro anos. Contudo, o erro da assertiva está em afirmar
que seria possível assumiu outro cargo ou função caso haja compatibilidade de horários.

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Na verdade, o texto constitucional veda expressamente a cumulação de cargos e funções com o exercício do
mandato dos Governadores, facultando-se apenas a posse em cargo público, que deverá observar o disposto
no art. 28, §1° e art. 38, incisos I, IV e V, da CF/88. Veja a literalidade:

Art. 28, § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e
observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

(...)

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a


esse regime, no ente federativo de origem.

Gabarito: Errado.

73) Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre sua polícia.

Comentários

Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre sua polícia legislativa, servidores administrativos,
regimento interno. Além disso, também compete a ela dar provimento aos cargos de sua estrutura, tal como
disposto no §3º, do art. 27, da CF/88.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

(...)

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

Gabarito: Certo.

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74) Aos Deputados Estaduais não se aplicam as regras sobre imunidades, perda de mandato, licença e
impedimentos aplicáveis aos Deputados Federais.

Comentários

O texto constitucional é expresso ao conceder aos Deputados Estaduais e Federais a sujeição às mesmas
regras de sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Portanto, a alternativa está incorreta por contrariar a
literalidade constitucional.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

Gabarito: Errado.

Organização dos Municípios (art. 29 da CF)

75) Em cada legislatura, a Câmara Municipal fixará o subsídio dos vereadores da legislatura subsequente.

Comentários

Segundo o art. 29, inciso VI, da CF/88, a Câmara Municipal deverá votar em cada legislatura o valor do
subsídio dos vereadores que será aplicado na legislatura subsequente.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

VI — o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios
estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:

Gabarito: Certo.

76) É vedado que o total da despesa com a remuneração dos vereadores ultrapasse o montante de cinco
por cento da receita do município.
Comentários

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Além dos limites estabelecidos pelo artigo 29-A, §1º, da CF/88, o texto constitucional realmente prevê ainda
que a despesa com a remuneração dos vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% da receita
municipal.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

VII — o total da despesa com a remuneração dos vereadores não poderá ultrapassar o montante
de cinco por cento da receita do município;

Vale lembrar, o limite geral de 70% do gasto da Câmara com despesas com pessoal inclui o subsídio dos
vereadores na análise de seu cumprimento. Contudo, tomará como base a receita do Legislativo Municipal
e não do Município como um todo. Portanto, são duas regras:

✓ RG que limita gastos com pessoal a 70% da receita da Câmara dos Vereadores.
✓ Regra específica que limita gasto específico do subsídio dos vereadores a 5% da receita do Município.

Gabarito: Certo.

77) É possível a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, contudo esta
dependerá de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

Comentários

O procedimento ocorrerá exatamente nos moldes da alternativa. A iniciativa popular de projetos de lei é
aceita no âmbito municipal e realmente dependerá de manifestação de, no mínimo, 5% do eleitorado. Veja
a literalidade:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

XIII — iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de


bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

Gabarito: Certo.

78) Os vereadores gozam de imunidade formal e material dentro da circunscrição do Município.

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Comentários

Não há que se falar em imunidade formal no âmbito parlamentar municipal. Na verdade, a alternativa
confundi o candidato englobando a imunidade formal na mesma condição exigida pela imunidade material:
a necessidade do vereador se encontrar na circunscrição do Município.

Quanto a imunidade parlamentar, lembre-se que a Carta Magna se limitou a conceder-lhes inviolabilidade
por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (art. 29, inciso
VIII, CF/88), a chamada imunidade material.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

VIII — inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
e na circunscrição do Município;

Gabarito: Errado.

79) O julgamento do prefeito por crime comum será realizado perante o Tribunal de Justiça.

Comentários

O art. 29, inciso X, da CF/88 determina que julgamento do Prefeito ocorrerá perante o Tribunal de Justiça.

Vale lembrar que o STF entende que a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos
crimes de competência da justiça comum estadual. Isso porque, nos demais casos, a competência originária
dos outros tribunais prevalecerá, tal como ocorre nos crimes federais de competência do TRF ou nos crimes
eleitorais do TSE.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:

(...)

X — julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

Gabarito: Certo.

Despesa do Poder Legislativo Municipal (art. 29-A da CF)

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80) Se no ano de 2019 a Câmara dos Vereadores do Município X gastar 75% de sua receita com o custeio
da folha de pagamento, neste caso, o Presidente da Câmara terá praticado crime de responsabilidade.

Comentários

No caso apresentado a Câmara dos Vereadores extrapolou o limite com custeio de sua folha de pagamento,
uma vez que mais de 70% de receita foi comprometida.

Portanto, é necessário compatibilizar o § 1º e o § 3º, ambos do art. 29 da CF/88, uma vez que estes imputam
ao Presidente da Câmara Municipal o crime de responsabilidade decorrente da violação da regra
mencionada.

Art. 29, § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

(...)

§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao §


1o deste artigo.

Gabarito: Certo.

81) Se o prefeito do Município X encaminhar o repasse das verbas ao Poder Legislativo em valor superior
ao total da despesa do Poder Legislativo Municipal, este terá praticando crime de responsabilidade.

Nesta assertiva, temos um crime de responsabilidade praticado pelo Prefeito uma vez que o repasse das
verbas ao Poder Legislativo deve seguir os limites com despesa total do Poder Legislativo.

Assim, o fato do chefe do Executivo Municipal ter enviado repassasse superiores importa em crime de
responsabilidade previsto no §2º do art. 29 da CF/88.

Art. 29, § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:

I — efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;

Gabarito: Certo.

Competência dos Municípios (art.30 da CF)

82) A União é competente para fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais.

Comentários

O ente competente para fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais é o Município,


nos termos da Súmula Vinculante nº 38, transcrita abaixo:

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Súmula Vinculante 38. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de


estabelecimento comercial.

Gabarito: Errado.

83) O Município não é competente para legislar sobre meio ambiente, posto que não possuí competência
concorrente.

Comentários

O entendimento do STF é exatamente oposto ao afirmado pela assertiva. Segundo o Supremo, os Municípios
poderão legislar sobre meio ambiente se tal regramento se limitar ao interesse local do ente federado,
conforme o julgado parcialmente transcrito abaixo:

O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite
de seu interesse local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da CRFB).7

Gabarito: Errado.

84) O Município é competente para impor a estabelecimentos bancários a obrigação de instalarem portas
eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e vidros à prova de balas.

Comentários

De acordo com o entendimento do STF sobre o tema. Segundo a Corte, o município possui competência para
dispor sobre a segurança de sua população, razão pela qual poderá impor a estabelecimentos bancários a
obrigação de instalarem portas eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e
vidros à prova de balas.

Perceba que esta exigência não se relaciona com o horário de funcionamento das agências bancárias, mas
apenas remete a requisitos de segurança considerados necessários pelo Município para manutenção da
segurança pública.

Competência do Município para legislar em matéria de segurança em estabelecimentos


financeiros. Terminais de autoatendimento. 8

Gabarito: Certo.

7
RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j. 5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015, Tema 145.
8
ARE 784.981 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 17-3-2015, 1ª T, DJE de 7-4-2015.

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85) O Município é competente para fixar o horário de funcionamento das agências bancárias que se
encontrem em seu território.

Comentários

A fixação de horário de funcionamento das agências bancárias relaciona-se com o sistema financeiro
nacional, razão pela qual extrapola interesse local e deverá ser regulado pela União.

Gabarito: Errado.

86) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que fixe distanciamento mínimo entre postos de
combustíveis.

Comentários

A súmula vinculante nº 49 dispõe que a lei municipal que impedir a instalação de estabelecimentos
comerciais do mesmo ramo em determinada área agride o princípio da livre concorrência. Contudo, esta
regra geral possui uma exceção: trata-se justamente dos postos de combustíveis que foram objeto da
alternativa.

Súmula Vinculante nº 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

Segundo o STF, é possível que o Município legisle sobre distância mínima entre postos de combustíveis, pois,
neste caso, se fundamenta em questões de segurança pública, uma vez que trata-se de atividade com
potencial para causar grandes danos em caso de acidentes. Veja o julgado:

(...) o acórdão recorrido está em harmonia com a pacífica jurisprudência do STF firmada no
sentido de que o Município tem competência para legislar sobre a distância mínima entre
postos de revenda de combustíveis. 9

Gabarito: Errado.

87) A competência da União e dos Estados é expressa, sendo a competência dos Municípios remanescente
ou residual.

Comentários

9
[RE 566.836 ED, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 30-6-2009, 1ª T, DJE de 14-8-2009.] Vide RE 235.736, rel. min. Ilmar
Galvão, j. 21-3-2000, 1ª T, DJ de 26-5-2000

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Ao atribuir competências aos entes federativos, a Constituição Federal positivou expressamente as


competências da União e dos Municípios. Na verdade, as competências dos Estados é que foram definidas
de forma residual. Esse é, inclusive o entendimento do art. 25, §1º, da CF/88, conforme transcrito abaixo:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.

Gabarito: Errado.

88) Compete a União legislar sobre a criação de novos municípios.


==5617c==

Comentários

A criação de novos Municípios pertence à competência dos Estados e será realizada via lei ordinária estadual,
e não pela União. Tal entendimento consta na literalidade do art. 18, § 4º, da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão


por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Gabarito: Errado.

89) A competência para criar, organizar e suprimir distritos pertence aos Municípios, devendo ser
observada a legislação estadual.

Comentários

A criação, organização e supressão de distritos compete aos Municípios e, de fato, deverá observar a
legislação estadual que trate sobre o tema.

Cuidado com alternativas que troque a legislação estadual por municipal. É um ponto que o examinador
pode alterar para tentar te enganar.

Art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

IV — criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

Gabarito: Certo.

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90) Compete aos municípios legislar sobre questões específicas em matéria eleitoral.

Comentários

Conforme o art. 22, inciso I, da CF/88, é competência privativa da União legislar sobre direito eleitoral.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho;

Gabarito: Errado.

91) Os municípios têm competência legislativa para suplementar a legislação estadual, mas não a
legislação federal.
Comentários

Conforme o art. 30, inciso II, da CF/88, os Municípios possuem competência para suplementar tanto a
legislação estadual como a federal.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I — legislar sobre assuntos de interesse local;

II — suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

Gabarito: Errado.

Fiscalização do Município (art. 31 da CF)

92) O controle externo do município será exercido pela Câmara Municipal com o auxílio dos Tribunais de
Contas.

Comentários

A assertiva traz a literalidade do art. 31, §1º, da CF/88.

✓ Titular do controle externo municipal → Câmara Municipal


✓ Auxiliar no controle externo municipal → Tribunal de Contas responsável.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da
lei.

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§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
houver.

Gabarito: Certo.

93) É vedada a criação de Tribunais ou Conselhos de Contas Municipais.

Comentários

No âmbito municipal a análise das contas públicas pode ser efetuada pelo Tribunal de Contas do Estado,
Tribunal de Contas dos Municípios (órgão estadual responsável exclusivamente pela análise municipal) ou
Tribunal de Contas Municipal.

Se o Município contar com Tribunal de Contas Municipal, este será o responsável pela análise das contas.
Caso não haja, temos a possibilidade do Tribunal de Contas Estadual analisá-las (regra geral) ou ainda que
estas sejam submetidas ao Tribunal de Contas dos Municípios, que é órgão estadual criado para análise
específica das contas municipais.

Atualmente, a criação de Tribunais de Contas Municipais (órgão municipal) realmente é proibida como
afirmado na assertiva, sendo tal vedação oriunda do art. 31, §4º, da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Por fim, ressalto que não há vedação à criação de novos Tribunais de Contas dos Municípios (órgão estadual
que analisa contas municipais), havendo inclusive julgado sobre o tema:

A Constituição da República impede que os Municípios criem os seus próprios tribunais,


conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-
membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado
Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, rel. min. Octavio Gallotti –
ADI 445/DF, rel. min. Néri da Silveira), incumbido de auxiliar as câmaras municipais no
exercício de seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º). Esses conselhos ou tribunais
de contas dos Municípios – embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º)
– atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das
câmaras de vereadores. A prestação de contas desses tribunais de contas dos Municípios,
que são órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º), há de se fazer, por isso mesmo, perante o
tribunal de contas do próprio Estado, e não perante a assembleia legislativa do Estado-
membro. Prevalência, na espécie, da competência genérica do tribunal de contas do Estado
(CF, art. 71, II, c/c art. 75). 10

Gabarito: Certo.

10
ADI 687, rel. min. Celso de Mello, j. 2-2-1995, P, DJ de 10-2-2006.

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94) É constitucional a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios mediante emenda à Constituição
Estadual.

Comentários

A assertiva traz o entendimento recente do STF, que afirma a possibilidade de se extinguir um Tribunal de
Contas dos Municípios (Órgão Estadual) por meio de Emenda à Constituição, uma vez que não há qualquer
norma limitativa no texto da CF/88. Veja a emenda:

A interpretação sistemática dos parágrafos 1º e 4º do artigo 31 da Constituição Federal


revela ser possível a extinção de Tribunal de Contas responsável pela fiscalização dos
Municípios mediante a promulgação de Emenda à Constituição estadual, surgindo
impróprio afirmar que o Constituinte proibiu a supressão desses órgãos. (...) É inviável, a
partir de leitura sistemática dos preceitos constitucionais, assentar a impossibilidade de
Emenda à Constituição, de iniciativa parlamentar, versar a extinção de Tribunal de Contas
estadual. 11

Gabarito: Certo.

95) As contas dos Municípios devem ficar disponíveis a todos os contribuintes, durante sessenta dias,
anualmente, podendo ser examinadas, apreciadas e questionadas.

Comentários

A assertiva traz uma literalidade do texto constitucional, já que menciona sobre o direito ao acesso dos
contribuintes às contas dos Municípios, que realmente deverão ficar disponíveis, durante sessenta dias,
anualmente, para exame, apreciação e eventuais questionamentos.

Art. 31, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição
de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei.

Gabarito: Certo.

96) O parecer prévio emitido pelo órgão competente para apreciar as contas do Prefeito só deixará de
prevalecer por decisão de 3/5 dos membros da Câmara Municipal.

Comentários

11
ADI 5.763, rel. min. Marco Aurélio, j. 26-10-2017, P, DJE de 23-10-2019.

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De fato, haverá parecer prévio emitido por um órgão de contas competente para apreciar as contas
municipais. Contudo, a assertiva está errada por conta da quantidade de votos necessários para que este
seja derrubado. O parecer só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros, e não 3/5
como afirmado pela assertiva.

Art. 31, § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.

Este é o disposto no texto constitucional e nos julgados do STF sobre o tema, veja:

Para fins do art. 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990,
alterado pela Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, a apreciação das contas de
prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais,
com o auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará
de prevalecer por decisão de 2/3 dos vereadores.12

Gabarito: Errado.

Distrito Federal (art. 32 da CF)

97) O Distrito Federal possui competência para explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, bem como, organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de transporte coletivo.

Comentários:

O Distrito Federal possui todas as competências atribuídas aos Estados e aos Municípios por força do artigo
32, §1º, da CF/88. No caso em tela, ambos os serviços se enquadram nas competências do DF, estando a
assertiva correta, uma vez que o gás canalizado é competência estadual e o transporte coletivo compete aos
Municípios.

Art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.

(...)

Art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

12
RE 848.826, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-8-2016, P, DJE de 24-8-2017, Tema 835.

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V — organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços


públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

(...)

Art. 32, § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.

Gabarito: Certo.

98) A autonomia do Distrito Federal e sua organização político-administrativa têm limitações


constitucionais.

Comentários:

A autonomia e a organização político-administrativa do Distrito Federal possuem limitações, uma vez que o
texto constitucional dispõe que caberá à União a tutela de alguns aspectos relacionados ao DF.

Um dos exemplos clássicos de limitação é a organização do Judiciário, do MPDFT, da PC-DF, da PM-DF e do


CBM-DF, por conta da União, cabendo ao Distrito Federal a mera utilização desses órgãos nos moldes de Lei
federal. Veja:

Art. 21. Compete à União:

(...)

XIII — organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

(...)

XIV — organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio seja, apresenta limitações previstas na
CF/88.

(...)

Art. 32, § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia
civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

Gabarito: Certo.

99) A Câmara Legislativa do DF e os Deputados Distritais seguem disposições aplicáveis às Assembleias


Legislativas Estaduais e seus Deputados Estaduais.

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Comentários:

O Distrito Federal segue as disposições estaduais quanto aos seus Deputados Distritais e a CLDF, sendo esta
uma determinação de simetria prevista no artigo 27, §3º, da CF/88:

Art. 32, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

Art. 27, § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e
serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

Gabarito: Certo.

100) O Distrito Federal não possuí eleições para Prefeito, Vice Prefeito e Vereadores, uma vez que não
pode ser dividido em Municípios.

Comentários:

O Distrito Federal não possui Prefeitos, Vice-Prefeitos ou Vereadores. A sua organização impõe como
autoridades políticas os Governadores, Vice-Governadores e Deputados Distritais, sendo vedada a divisão
deste ente federativo em Municípios.

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,

(...)

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos


Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato
de igual duração.

Gabarito: Certo.

101) O Distrito Federal é regido por uma Constituição Distrital.


Comentários:

No Brasil, só existem as Constituições Estaduais e a Federal. No âmbito do Distrito Federal e dos Municípios,
a auto-organização será realizada mediante Lei Orgânica, que será votada nos moldes do “DDD”: Em Dois
turnos, com interstício mínimo de Dez dias, e aprovada por Dois terços (2/3) da CLDF, conforme o art. 32
da CF/88:

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

Gabarito: Errado.

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Territórios (art. 33 da CF)

102) É vedado aos Territórios se dividir em Municípios.

Comentários

Embora os Territórios não gozem de autonomia, foi resguardado pela Constituição Federal a possibilidade
de estes serem divididos em Municípios, conforme o art. 33, § 1º, da CF/88. Atualmente, apenas o Distrito
Federal não poderá ser dividido em Municípios.

Art. 33, § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que
couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

Gabarito: Errado.

103) O governo dos Territórios Federais submete suas contas ao Congresso Nacional, cabendo a emissão
de parecer prévio ao Tribunal de Contas da União.
Comentários

Em conformidade com o art. 33, §2º, da CF/88, transcrito abaixo. Os Territórios Federais pertencem à União
e não gozam de autonomia. Portanto, terão suas contas julgadas pelo Legislativo Federal com auxílio do TCU,
sendo este último responsável pelo parecer prévio.

Art. 33, § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com
parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

Gabarito: Certo.

104) Os Territórios possuirão órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais, caso possua mais de cinquenta mil habitantes.

Comentários

Ao informar um quantitativo de habitantes em desacordo com o art. 33, § 3º, da CF/88. Na verdade, os
territórios possuirão além do Governador, órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais, caso possuam mais de cem mil habitantes, e não
cinquenta mil.

Perceba ainda, que o critério utilizado foi o número de habitantes, e não o número de cidadãos ou de
eleitores.

Art. 33, § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância,

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membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para
a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

Gabarito: Errado.

105) Os Territórios Federais são criados por lei ordinária federal.

Comentários

Atualmente o Brasil não conta com Territórios Federais. Contudo, o texto constitucional prevê a possibilidade
de criá-los através de Lei Complementar.

Deste modo, a assertiva está incorreta por imputar matéria de lei complementar a uma lei ordinária.

Art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Gabarito: Errado.

106) A população dos Territórios Federais elegerá seu Governador, um Senador e quatro Deputados
Federais.

Comentários

Esta assertiva apresenta dois erros e uma informação correta, vejamos:

O primeiro erro relaciona-se ao Governador. O Poder Executivo nos Territórios Federais será chefiado pelo
Governador, contudo este não será eleito pela população. Isso porque o Governador do Território será
nomeado pelo Presidente da República, após aprovação do nome mediante voto secreto em arguição pública
do Senado Federal, conforme os artigos 33, 52 e 84 da CF/88, parcialmente transcritos abaixo:

Art. 33, § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância,
membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para
a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

III — aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

c) Governador de Território;

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

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(...)

XIV — nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;

O segundo erro é a menção a possibilidade de eleição de um Senador. Os Territórios não possuem


representantes no Senado Federal, uma vez que esta casa visa representar os Estados Federados e os
Territórios sequer são reconhecidos como entes federados, sendo mera descentralização territorial da
União.

Quanto ao acerto da alternativa, de fato o Território Federal poderá eleger 4 deputados federais, trata-se de
determinação expressa do art. 45, § 2º, da CF/88. Isso decorre da competência da Câmara dos Deputados
em representar os interesses do povo.

Art. 45, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Gabarito: Errado.

Intervenção (arts. 34 a 36)

107) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para manter a integridade
nacional e por termo a grave comprometimento da ordem pública.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois, em ambos os casos apresentados, temos hipóteses de intervenção federal
espontânea, que será decretada de ofício pelo Presidente da República.

Os casos em que se autoriza a intervenção federal da União nos estados são previstos de forma taxativa no
art. 34 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,

salvo motivo de força maior;

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b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,

dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

O Presidente da República sempre será o responsável por decretar a intervenção federal. Contudo, há casos
em que este poderá decretá-la de ofício e casos em que esta dependerá de requisição ou solicitação de
outros poderes. Veja o esquema abaixo que separa a iniciativa de cada hipótese:

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Intervenção Federal Espontânea


(Presidente age de ofício)
•I - manter a integridade nacional;
•II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
•III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
•V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

Intervenção Federal Provocada


(Presidente age por solicitação ou requisição)
•IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(Executivo e Legislativo solicitam - ato discricionário) e (Judiciário requisita- ato
vinculado)
•VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
•VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Gabarito: Errado.

108) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para garantir o livre exercício
de qualquer dos poderes da federação e repelir invasão de uma Unidade Federativa em outra.
Comentários

Os casos em que se autoriza a intervenção federal da União nos estados são previstos de forma taxativa no
art. 34 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

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a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,

salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,

dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

b) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

No caso em tela, a assertiva apresenta um caso de intervenção federal espontânea e outro de intervenção
federal provocada. Desta forma, caberia a decretação de ofício em relação a hipótese de intervenção para
repelir invasão de uma Unidade Federativa em outra.

Uma vez que o enunciado afirma que não seria possível a decretação de ofício para ambos os casos, essa
assertiva deve ser considerada incorreta.

O Presidente da República sempre será o responsável por decretar a intervenção federal. Contudo, há casos
em que este poderá decretá-la de ofício e casos em que esta dependerá de requisição ou solicitação de
outros poderes. Veja o esquema abaixo que separa a iniciativa de cada hipótese:

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Intervenção Federal Espontânea


(Presidente age de ofício)
•I - manter a integridade nacional;
•II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
•III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
•V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

Intervenção Federal Provocada


(Presidente age por solicitação ou requisição)
•IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(Executivo e Legislativo solicitam - ato discricionário) e (Judiciário requisita- ato
vinculado)
•VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
•VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Vale lembrar que a intervenção federal provocada pela hipótese de decretação para garantir o livre exercício
de qualquer dos poderes da federação terá pedido será formulado da seguinte forma:

➢ Solicitação do Poder Executivo ou Poder Legislativo impedido/coagido ao Presidente da República,


que terá discricionariedade para decidir se decretará ou não a medida.
➢ Requisição do STF ao Presidente da República caso o impedimento/coação ocorra com o Poder
Judiciário, ocasião em que o Presidente não terá discricionariedade quanto a medida, ficando
obrigado a decretá-la posto que o ato de decretação tornou-se vinculado após a requisição.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I — no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;

Gabarito: Errado.

109. O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para dar provimento de lei
federal e assegurar a observância dos princípios sensíveis.

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Em ambos os casos, temos hipóteses de intervenção federal provocada.

Os casos em que se autoriza a intervenção federal da União nos estados são previstos de forma taxativa no
art. 34 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,

salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,

dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

c) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

O Presidente da República sempre será o responsável por decretar a intervenção federal. Contudo, há casos
em que este poderá decretá-la de ofício e casos em que esta dependerá de requisição ou solicitação de
outros poderes. Veja o esquema abaixo que separa a iniciativa de cada hipótese:

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(Presidente age de ofício)
•I - manter a integridade nacional;
•II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
•III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
•V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

Intervenção Federal Provocada


(Presidente age por solicitação ou requisição)
•IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(Executivo e Legislativo solicitam - ato discricionário) e (Judiciário requisita- ato
vinculado)
•VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
•VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Gabarito: Certo.

110) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para reorganizar as finanças
de unidade da federação que deixar de entregar aos Municípios a sua parcela constitucional de receita
tributária e prover a execução de ordem ou decisão judicial.
Comentários

A assertiva apresenta um caso de intervenção federal espontânea e outro de intervenção federal provocada.
A intervenção federal provocada se apresenta na hipótese de decretação da intervenção para garantir o
provimento de ordem/decisão judicial, ocasião em que o Tribunal competente decidirá sobre o tema e
enviará a requisição ao Presidente da República, que estará obrigado a decretar a medida em virtude da
vinculação gerada pela requisição.

Vale lembrar que a competência para proceder à requisição dependerá de onde emanou a decisão judicial
que está sendo descumprida. Assim, a requisição será feita:

a) Pelo TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da Justiça Eleitoral;


b) Pelo STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do STJ, da Justiça Federal ou da Justiça
Estadual; ou

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c) Pelo STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STF, da Justiça do Trabalho ou
da Justiça Militar.

Os casos em que se autoriza a intervenção federal da União nos estados são previstos de forma taxativa no
art. 34 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,

salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,

dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

d) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

O Presidente da República sempre será o responsável por decretar a intervenção federal. Contudo, há casos
em que este poderá decretá-la de ofício e casos em que esta dependerá de requisição ou solicitação de
outros poderes. Veja o esquema abaixo que separa a iniciativa de cada hipótese:

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Intervenção Federal Espontânea


(Presidente age de ofício)
•I - manter a integridade nacional;
•II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
•III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
•V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

Intervenção Federal Provocada


(Presidente age por solicitação ou requisição)
•IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(Executivo e Legislativo solicitam - ato discricionário) e (Judiciário requisita- ato
vinculado)
•VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
•VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Gabarito: Errado.

111) O Poder Executivo não poderá decretar de ofício a intervenção federal para repelir invasão
estrangeira e reorganizar as finanças de unidade da federação que tenha suspendido o pagamento de sua
dívida fundada por mais de dois anos consecutivos.
Comentários

Em ambos os casos, temos hipótese de intervenção federal espontânea, que será decretada de ofício pelo
Presidente da República.

Os casos em que se autoriza a intervenção federal da União nos estados são previstos de forma taxativa no
art. 34 da CF/88, transcrito abaixo:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

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IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,

salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,

dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

e) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

O Presidente da República sempre será o responsável por decretar a intervenção federal. Contudo, há casos
em que este poderá decretá-la de ofício e casos em que esta dependerá de requisição ou solicitação de
outros poderes. Veja o esquema abaixo que separa a iniciativa de cada hipótese:

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Intervenção Federal Espontânea


(Presidente age de ofício)
•I - manter a integridade nacional;
•II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
•III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
•V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

Intervenção Federal Provocada


(Presidente age por solicitação ou requisição)
•IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(Executivo e Legislativo solicitam - ato discricionário) e (Judiciário requisita- ato
vinculado)
•VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
•VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Gabarito: Errado.

112) No ano de 20XX diversas ordens judiciais da Justiça Estadual começaram a ser desrespeitadas pelo
Estado do WW. Com o passar dos meses, agressões aos membros do Judiciário tornaram-se constantes e
atuação deste poder tornou-se completamente impedida pelo chefe do executivo estadual. Diante da
situação de violação no exercício do Poder Judiciário, o Tribunal competente para efetuar a requisição de
intervenção federal no estado será o Supremo Tribunal Federal.

Comentários

A questão incialmente discorre sobre desobediência no cumprimento de ordens judiciais e, com isso, já seria
possível a decretação da intervenção federal por provocação do STJ, uma vez que as decisões foram
emanadas pela justiça estadual. Contudo, o enunciado continua e nos dá uma informação crucial de que
outras agressões foram ocorrendo a ponto de o Poder Executivo Estadual impedir a atuação do Poder
Judiciário.

Uma vez que os atos escalaram ao ponto de impedir/coagir o livre exercício do Poder Judiciário na unidade
da federação, caberá ao Supremo Tribunal Federal a requisição de intervenção federal, ficando o Presidente
da República obrigado a decretá-la, uma vez que a decretação da medida perde sua discricionariedade e
torna-se ato vinculado após a requisição, conforme o art. 34, inciso IV e art. 36, inciso I, ambos da CF/88.

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Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

(...)

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I — no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário;

Gabarito: Certo.

113) Em caso de violação aos princípios sensíveis, caberá ao Procurador Geral da República promover a
ação direta de inconstitucionalidade interventiva, que será processado perante o STF e terá efeitos
políticos e jurídicos.

Comentários

Os princípios sensíveis são aqueles encontrados nas alíneas do art. 34, inciso VII, da CF/88, transcrito abaixo.
Uma vez violados, nasce a possibilidade de decretação de intervenção federal no Estado-Membro.

Art. 34, VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

No caso dos princípios sensíveis, temos hipótese de interdição federal provocada pela representação do PGR
perante o STF, sendo esta, realmente conhecida como ação direta de inconstitucionalidade interventiva
(ADIN Interventiva).

No tocante aos efeitos produzidos, a assertiva acerta novamente quanto ao seu duplo efeito, que será
jurídico, por invalidar o ato violador do princípio, e político, por abrir caminho para decretação da
intervenção pelo Presidente da República.

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Gabarito: Certo.

114) A intervenção federal dependerá de autorização do Presidente da República.

Comentários

Não há que se falar em autorização do Presidente da República na intervenção federal, uma vez que ao
Presidente compete decretar a medida, o que, a depender da hipótese, poderá ser um ato discricionário ou
vinculado.

Gabarito: Errado.

115) O Estado que não possui recursos para pagamento de dívidas judiciárias (precatórios) possui vícios
na execução orçamentária e poderá ter intervenção federal decretada, independentemente de dolo do
chefe do executivo.

Comentários

Em virtude da situação econômico-financeira de diversos entes, tornou-se comum a realização de pedidos


de intervenção por desrespeito no pagamento de precatórios judiciais, sendo a possibilidade decorrente do
art.34, inciso VI, da CF/88, visto que requisição também ocorrerá para prover a execução de ordem ou
decisão judicial.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

Quanto a tema, o entendimento do STF é de que se faz necessária análise da proporcionalidade e da cláusula
da reserva do possível, uma vez que os recursos do Estado são limitados e existem outras obrigações
relevantes para serem cumpridas pelo Poder Público.

Assim, entende-se que, nos casos como o afirmado pela alternativa, não é autorizada a intervenção federal
quando o não pagamento de precatórios decorrer de ausência de recursos justificada. 13

Gabarito: Errado.

116) A intervenção federal só terá vigor após o decreto interventivo ser submetido ao controle político
pelo Congresso Nacional no prazo de 24 horas.

13
IF nº 164 / SP. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe: 13.12.2003.

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Comentários

A intervenção federal entra em vigor desde o momento em que foi decretada pelo Presidente da República.
O controle político do Congresso Nacional mencionado pela alternativa até existe, entretanto, não será
marco de vigência da medida posto que limita-se à análise quanto a manutenção da intervenção ou
necessidade de cessá-la imediatamente.

Para facilitar na hora de memorizar os casos em que o Congresso Nacional deverá apreciar o decreto
interventivo, recomendo que você siga o caminho inverso e lembre-se apenas dos dois casos em que não
será necessária a análise do Poder Legislativo, mencionados no artigo 36, §3º, da CF/88. São eles:

➢ Intervenção federal para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; e
➢ Intervenção federal em caso de violação aos princípios sensíveis da Constituição.

Art. 36, § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de


execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á


convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Gabarito: Errado.

117) A Constituição Federa não possui hipótese de intervenção da União em municípios.

Comentários

A assertiva pode gerar confusão, mas saiba que ela está incorreta!

A regra geral da Constituição Federal realmente dispõe que a União realiza a intervenção nos Estados,
enquanto a competência para intervenção nos Munícipios resta aos Estados. Esta é a regra geral, mas ela
não é absoluta posto que o art. 35 da CF/88 concedeu a União a competência para realizar intervenção nos
municípios que se encontrem em territórios federais.

A ideia por trás disso é simples: a intervenção nos Municípios de territórios deve ser realizada pela União,
pois, nesse caso, não há Estado-membro para realizá-la, restando à União promover a medida interventiva
em sua unidade descentralizada territorialmente.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

Gabarito: Errado.

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118) Não prestar as contas devidas, na forma da lei, e não aplicar o mínimo exigido da receita municipal
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde, são exemplos de
hipóteses que autorizam a decretação de Intervenção Estadual nos Municípios.

Comentários

As hipóteses de intervenção estadual nos Municípios constam no art. 35, incisos I a IV, da CF/88:

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial.

Analisando a assertiva, percebe-se que ambos os casos estão em consonância com o disposto no artigo 35,
incisos II e III, da CF/88, razão pela qual a questão está correta.

Gabarito: Certo.

119) Deixar de pagar, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida flutuante não figura
dentre as hipóteses que autorizam a decretação de Intervenção Estadual nos Municípios.
Comentários

As hipóteses de intervenção estadual nos Municípios constam no art. 35, incisos I a IV, da CF/88:

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;

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IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial.

A possibilidade veiculada pela assertiva não figura como hipótese de intervenção federal ou estadual, uma
vez que a alternativa troca o termo dívida fundada por dívida flutuante, que são conceitos distintos.

Segundo o art. 34, inciso V e art. 35, inciso I, ambos da CF/88, apenas a suspensão do pagamento da dívida
fundada por mais de 2 anos é que ensejará a possibilidade de decretação de intervenção, seja ela federal ou
estadual:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo
de força maior;

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

Gabarito: Errado.

...

Forte abraço!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 2

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 11

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Partidos Políticos
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art. 17, caput e incisos I a IV da CF)

1) A garantia do progresso nacional não é um preceito a ser seguido pelos partidos políticos em sua criação
e manutenção.

Autonomia e Registro (art. 17, §§ 1º e 2º da CF)

2) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

3) Atualmente é vedada a realização de coligações nas eleições proporcionais, sendo restritas aos casos de
eleição majoritária.

4) Os partidos políticos têm autonomia para definir o regime de suas coligações eleitorais, não sendo
obrigatória a vinculação entre as candidaturas nacionais, estaduais e municipais.

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5) A regra de perda do mandato por infidelidade partidária é inaplicável aos cargos eleitos via sistema
eleitoral majoritária.

6) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e possuem autonomia para elaboração de
sua estrutura interna e demais regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos, além do
estabelecimento de normas quanto à fidelidade partidária.

Vedação de utilização de organização paramilitar (art. 17, § 4º da CF)

Acesso e utilização dos recursos do fundo partidário e Vedação de utilização de


organização paramilitar (art. 17, §§ 3º ao 5º da CF)

7) Os partidos políticos poderão se organizar de forma paramilitar, desde que possuam no mínimo 50% de
seus filiados oriundos de carreiras da segurança pública.

8) Os partidos políticos que não cumprirem a cláusula de barreira serão automaticamente extintos.

9) A cláusula de desempenho para partidos políticos objetiva que partidos com pouca representação
política deixem de ter direito aos recursos do fundo eleitoral e ao acesso gratuito ao rádio e televisão.

10) O parlamentar eleito via partido que não satisfaça a cláusula de barreira poderá se filiar a outro
partido, devendo sua filiação ser considerada para distribuição dos recursos do fundo partidário e do
acesso gratuito ao rádio e à televisão.

11) Os parlamentares eleitos por partidos políticos que não cumpram a cláusula de barreira estão sujeitos
à perda de mandato.

GABARITO

1. 2. 3. 4. 5.

6. 7. 8. 9. 10.

11.

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QUESTÕES COMENTADAS

Liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção (art. 17, caput e incisos I a IV da CF)

1) A garantia do progresso nacional não é um preceito a ser seguido pelos partidos políticos em sua criação
e manutenção.

Comentários

Vejamos o que diz a Constituição Federal sobre o tema:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de


subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

A assertiva está incorreta, vez que a garantia do progresso nacional não consta no art. 17 da CF/88 como um
dos preceitos a serem observados pelos partidos políticos.

Gabarito: Errado.

Autonomia e Registro (art. 17, §§ 1º e 2º da CF)

2) Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com o registro de seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

Comentários

Um dos pontos mais cobrados em prova sobre os partidos políticos é justamente o momento em que estes
adquirem a personalidade, o que, segundo o art. 17, §2º, da CF/88, transcrito abaixo, deverá ser regulado
pela lei civil.

Art. 17, § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

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A lei civil responsável pelo assunto é justamente o Código Civil, que, em seu art. 45, versa sobre a aquisição
de personalidade jurídica pelas pessoas jurídicas de direito privado, veja:

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.

Deste modo, os partidos políticos adquirem sua personalidade com o registro no cartório
competente. Posteriormente, buscarão o registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), visando com este segundo ato adquirir capacidade política.

Uma vez que a assertiva afirma que a personalidade jurídica advém do registro no TSE, temos sua incorreção
vez que tal ato visa, na verdade, a aquisição da capacidade política e só será realizado após a personalidade
jurídica ser criada.

Gabarito: Errado.

3) Atualmente é vedada a realização de coligações nas eleições proporcionais, sendo restritas aos casos de
eleição majoritária.

Comentários

As coligações eleitorais no sistema proporcional foram vedadas com a alteração promovida pela emenda
constitucional 97/2017, que passou a admitir apenas as coligações em eleições via sistema majoritário.

Gabarito: Certo.

4) Os partidos políticos têm autonomia para definir o regime de suas coligações eleitorais, não sendo
obrigatória a vinculação entre as candidaturas nacionais, estaduais e municipais.

Comentários

Os partidos políticos realmente gozam de autonomia para definição do regime de suas coligações eleitorais,
não havendo, de fato, qualquer obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas nacionais, estaduais e
municipais.

Perceba que a vinculação não foi proibida, ela apenas trata-se de uma faculdade, conforme o art. 17, §1º, da
CF/88:

Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios
e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem

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obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou


municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Gabarito: Certo.

5) A regra de perda do mandato por infidelidade partidária é inaplicável aos cargos eleitos via sistema
eleitoral majoritária.

Comentários

A filiação partidária é uma condição de elegibilidade que deverá ser mantida durante o mandato. Ao ser
eleito, a regra será a fidelidade à legenda partidária, contudo, em alguns casos, a mudança de partido por
parlamentares pode ocorrer sem que isso configure desfiliação ou infidelidade partidária.

Deste modo, a alternativa está correta posto que em consonância com o entendimento do STF:

Inaplicabilidade da regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema eleitoral


majoritário. (...) As decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 26.604 tiveram como pano de
fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de deputados federais, estaduais e
vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos
partidos, tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as opções políticas feitas
pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se
decretar a perda do mandato do candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O
sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem
lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário,
com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança
de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único;
e art. 14, caput).1

Gabarito: Certo.

6) Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e possuem autonomia para elaboração de
sua estrutura interna e demais regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos, além do
estabelecimento de normas quanto à fidelidade partidária.

Comentários

Além da autonomia para definição de coligações eleitorais, normas disciplinares e de filiação partidária, o
texto constitucional também concede poderes para os partidos políticos definirem sua estrutura interna e
demais regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos, tal como dispõe o artigo 17, §1º, da CF/88:

1
ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.

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Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios
e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Quanto a natureza dos partidos políticos, a assertiva acerta novamente e tal previsão pode ser encontrada
no Código Civil, em seu art. 44:

CC. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

(...)

V - os partidos políticos.

Gabarito: Certo.

Vedação de utilização de organização paramilitar (art. 17, § 4º da CF)

Acesso e utilização dos recursos do fundo partidário e Vedação de utilização de


organização paramilitar (art. 17, §§ 3º ao 5º da CF)

7) Os partidos políticos poderão se organizar de forma paramilitar, desde que possuam no mínimo 50% de
seus filiados oriundos de carreiras da segurança pública.

Comentários

Nos termos do art. 17, § 4º, da CF/88, fica vedada a utilização de organização paramilitar em partidos
políticos, regra esta, que não comporta qualquer exceção.

Desta forma, não há que se falar em composição especial ou qualquer coisa do gênero porque o texto
constitucional é claro ao dizer:

Art. 17, § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

Gabarito: Errado.

8) Os partidos políticos que não cumprirem a cláusula de barreira serão automaticamente extintos.

Comentários

A cláusula de barreira ou cláusula de desempenho foi criada para tentar solucionar a crise de
representatividade brasileira, utilizando-se de critérios para restringir o acesso ao fundo eleitoral e ao acesso
gratuito à televisão e ao rádio.

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Perceba que o texto constitucional não fala nada sobre extinção de partidos, a única consequência gerada
pelo não atendimento da cláusula será a impossibilidade de acesso a esses recursos, o que acarretará apenas
uma redução no dinheiro disponível ao partido para realização da campanha eleitoral, e a dissolução deste.

Veja a literalidade:

Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos
votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo
de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação. ==5617c==

Gabarito: Errado.

9) A cláusula de desempenho para partidos políticos objetiva que partidos com pouca representação
política deixem de ter direito aos recursos do fundo eleitoral e ao acesso gratuito ao rádio e televisão.

Comentários

A cláusula de desempenho ou cláusula de barreira para partidos políticos foi criada para tentar solucionar a
crise de representatividade brasileira, utilizando-se de critérios para restringir o acesso ao fundo eleitoral e
ao acesso gratuito à televisão e ao rádio.

A cláusula de barreira é a principal inovação da EC 97/2017 contudo, seus critérios serão aplicados
gradualmente em um período de transição que irá até 2030, quanto as condições passarão a ser
integralmente aplicadas.

Os critérios para satisfação da cláusula de barreira exigem, no mínimo, um dos requisitos abaixo:

✓ Eleger no mínimo 15 Deputados Federais, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação;
ou
✓ Obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo
menos 1/3 das unidades da Federação e com mínimo de 2% dos votos em cada uma delas.

Para finalizar, veja a literalidade do art. 17, § 3º, da CF:

Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos
votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo
de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

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II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação.

Gabarito: Certo.

10) O parlamentar eleito via partido que não satisfaça a cláusula de barreira poderá se filiar a outro
partido, devendo sua filiação ser considerada para distribuição dos recursos do fundo partidário e do
acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Comentários

Afirma exatamente o oposto do previsto no texto constitucional, segundo a redação do art. 17, §5º, da CF/88.
Conforme este parágrafo, o parlamentar eleito por um partido que não satisfaça a cláusula de barreira
realmente poderá se filiar a outro partido. Porém, esta filiação não poderá ser considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário ou do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Veja a literalidade:

Art. 17, § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo
é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os
tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do
fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

Gabarito: Errado.

11) Os parlamentares eleitos por partidos políticos que não cumpram a cláusula de barreira estão sujeitos
à perda de mandato.

Comentários

Como regra a desfiliação e a infidelidade partidárias resultam em perda do mandato dos parlamentares
eleitos pelo sistema proporcional, salvo justa causa (por exemplo, desvio de orientação ideológica do
partido). Entretanto, a alternativa aborda justamente uma exceção à regra da perda por infidelidade
partidária.

Segundo o art. 17, §5º da CF/88, o parlamentar que for eleito via partido que não atingiu a cláusula de
barreira terá seu mandato assegurado e lhe será facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro
partido político que tenha atingido a cláusula de barreira.

Art. 17, § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo
é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os
tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do
fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

Gabarito: Errado.

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...

Forte abraço!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

04 de Fevereiro de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Poder Executivo - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Poder Executivo


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Poder Executivo - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
16

4) Questões Estratégicas - Poder Executivo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
18

5) Questionário de Revisão - Poder Executivo


..............................................................................................................................................................................................
32

6) Lista de Questões Estratégicas - Poder Executivo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
49

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Poder Executivo: exercício e auxílio (art. 76 da CF/88) 0,0%
Eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 77 da CF/88) 4,2%
Posse do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 78 da CF/88) 0,0%
Cargos de Presidente e Vice-Presidente da República: substituição,
4,2%
impedimento e vacância (arts. 70 a 81 da CF/88)
Duração do mandato do Presidente da República (art. 82 da CF/88) 0,0%
Ausência do País pelo Presidente e Vice-Presidente da República (art. 83
4,2%
da CF/88)
Atribuições do Presidente da República (art. 84 da CF/88) 58,3%
Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 e 86 da CF/88) 16,7%
Ministros de Estado (arts. 87 a 88 da CF/88) 0,0%
Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional (arts. 89 a 91 da
12,5%
CF/88)

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Compreender bem os arts. 76 a 88 da CF, buscando a sua memorização paulatina, atentando-se


especialmente para os pontos e orientações a seguir:

Chefia do Poder Executivo

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.

- O Presidente da República é o chefe do Poder Executivo federal.


- Os Ministros de Estado auxiliam o Presidente da República no exercício do Poder Executivo.

- Requisitos constitucionais para que um indivíduo possa ocupar o cargo de Presidente da


República:

a) ser brasileiro nato (CF, art. 12, § 3º);

b) demais requisitos da CF, art. 14, §§ 3º a 9º, com destaque para a idade mínima de 35 anos
(CF, art. 14, § 3º, VI, “a”).

Eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro


domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta
de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
votação, qualificar-se-á o mais idoso.

- A eleição do Presidente e de seu Vice ocorre pelo sistema majoritário de dois turnos (caput e §
3º) – mesmo sistema utilizado para a eleição dos Governadores e seus Vices (art. 28, caput, da

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CF/88), bem como dos Prefeitos e seus Vices em municípios com mais de 200.000 eleitores (art.
29, II, da CF/88).

- Ao eleger o Presidente, a população elege automaticamente também o Vice com ele registrado
(§ 1º).

- No cômputo dos votos para Presidente, não são computados os em branco e os nulos (§ 2º).

- O mandato do Presidente e seu Vice é de quatro anos (art. 82).

Posse do Presidente e do Vice-Presidente da República

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

- O Presidente e seu Vice tomam posse em sessão do Congresso Nacional (CUIDADO – não é do
Senado nem da Câmara!), ocasião em que devem prestar seu compromisso (caput).

Papel do Vice-Presidente da República

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.


Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

- O Vice-Presidente substitui o Presidente em caso de impedimento (afastamento temporário) e


lhe sucede em caso de vacância (afastamento definitivo) – caput.

- Hipóteses de vacância do cargo de Presidente (e Vice): i) não assumir o cargo decorridos dez
dias da data fixada para a posse, salvo motivo de força maior (art. 78, parágrafo único); ii) morte,
renúncia, perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade brasileira (art. 14, §
3º); iii) condenação por crime de responsabilidade decidida pelo Senado (art. 52, I) ou por crime
comum decidida pelo STF (art. 102, I, “b”); iv) ausentar-se do pais por mais de 15 dias sem
autorização do Congresso Nacional (Cuidado: Com autorização, a ausência pode ser até maior
que 15 dias!) – art. 83.

- O Vice-Presidente deve auxiliar Presidente sempre que por este convocado para missões
especiais. Além disso, deverá desempenhar as atribuições conferidas por lei complementar
(parágrafo único). Ainda, exerce participação nos Conselhos da República (art. 89, I) e de Defesa
Nacional (art. 91, I).

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Impedimento, vacância e linha sucessória

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado
Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

- Linha sucessória do Presidente (CF, art. 80) – memorize a ordem de sucessão!

- Aqueles que assumem a Presidência pela linha sucessória do art. 80 o fazem, sempre, em caráter
interino, porque mesmo que ocorra vacância dos cargos de Presidente e Vice, de forma
==5617c==

simultânea, deverá ser realização eleição para ambos os cargos, que será direta caso a vacância
ocorra nos dois primeiros anos do mandato presidencial (caput) ou indireta, caso a vacância ocorra
nos últimos dois anos do período presidencial (§ 1º).

- Tanto no caso de eleição direta previsto no caput, quanto no caso de eleição indireta previsto no
§ 1º, os eleitos ocuparão os cargos para completar o período de seus antecessores (§ 2º), ou seja,
não exercerão um mandato completo de quatro anos.

Mandato do Presidente da República

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte
ao de sua eleição.

- Até 2021, o início do mandato ocorria em primeiro de janeiro. Com a Emenda Constitucional
111/2021, o início do mandato passou a se dar em 5 de janeiro.
Portanto, cuidado com uma possível pegadinha da banca em prever na questão a data anterior
de início do mandato.
- É possível apenas a reeleição para um único período subsequente (art. 14, § 5º, da CF/88).

Ausência do país

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-
se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

- O Presidente (ou o Vice) pode ausentar-se do país por período superior a quinze dias, só que,
para isso, depende de licença do Congresso Nacional.

Caso afronte essa regra, fica sujeito à perda do cargo.

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Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação
ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto
nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,
primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

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- O rol do art. 84 é não-exaustivo, cabendo ao Presidente da República outras atribuições previstas


em outros dispositivos constitucionais.

São previstas tanto atribuições inerentes à função de chefe de Estado, quanto à de chefe de
Governo.

- As atribuições previstas nos incisos I, II, IV, VI, XII, XV, XVII, XVIII e XXV dizem respeito à
competência do Presidente da República de exercer a direção da Administração Federal (como
chefe de Governo).

- As atribuições previstas nos incisos III, IV, V, XI, XXIV, XXIII e XXVI dizem respeito à competência
do Presidente da República de manter relação com o Congresso Nacional e atuar no processo
legislativo (como chefe de Governo).

- As atribuições previstas nos incisos VII, VIII, XIX, XX, XXI e XXII dizem respeito à competência do
Presidente da República, como Chefe de Estado, de representar o Brasil em suas relações
internacionais.

- As atribuições previstas nos incisos IX, X, XIII e XXVIII dizem respeito à competência do Presidente
da República relacionadas à segurança interna, preservação da ordem institucional e da harmonia
das relações federativas (como chefe de Governo).

- As atribuições previstas nos incisos XIV e XVI dizem respeito à competência do Presidente da
República de nomear importantes autoridades da República, como os ministros do STF e dos
Tribunais Superiores (como chefe de Governo).

- Dispositivo muito cobrado – art. 84, inciso VI: competência do Presidente da República para
dispor sobre decreto sobre organização e funcionamento da administração federal, bem como
sobre extinção de funções ou cargos públicos.

O decreto previsto nesses casos é do tipo "autônomo", não regulamenta lei (como os decretos
regulamentares, que são atos normativos secundários), mas trata diretamente das matérias
previstas nas alíneas "a" e "b" (são atos normativos primários, porque derivam diretamente da
Constituição), sendo uma competência privativa do chefe do Poder Executivo, passível de
delegação às autoridades previstas no parágrafo único do mesmo art. 84 da CF/88.

Decreto autônomo para tratar de organização e funcionamento da administração federal

Só é possível a utilização de decreto autônomo para tratar de organização e funcionamento da


administração federal quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos (alínea "a").

É que a criação e extinção de órgãos públicos ocorrem, via de regra, por meio de lei em sentido
formal.

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No âmbito do Poder Executivo, a iniciativa de lei cabe ao chefe desse Poder (art. 61, § 1º, inciso
II, alínea “e”, da CF/88).

Decreto autônomo para tratar de extinção de funções ou cargos públicos

Só é possível a utilização de decreto autônomo para tratar de extinção de funções ou cargos


públicos, casos eles estejam vagos (alínea "b").

É que a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, via de regra,
depende de lei (art. 48, inciso X da CF/88).

A iniciativa de lei para a criação/extinção de cargos é privativa do Presidente da República, no


âmbito do Poder Executivo (art. 61, § 1º, inciso II, alínea “a” da CF/88).

Os decretos de execução ou regulamentares são editados com fulcro em outro dispositivo (inciso
IV do art. 84 da CF/88), para possibilitar a execução fiel de leis que envolvam a Administração
Pública – ou seja, i) não podem inovar no ordenamento jurídico e ii) não podem regulamentar leis
que não envolvam a Adm. Pública –, sendo uma competência privativa do chefe do Poder
Executivo e não passível de delegação, conforme parágrafo único do mesmo art. 84 da CF/88.

A prerrogativa do chefe do Poder Executivo de editar privativamente certos atos administrativos


normativos, sendo materializada mediante decretos e regulamentos de execução e decretos
autônomos, é denominada "poder regulamentar".

O poder regulamentar é espécie do gênero "poder normativo" da Administração Pública,


prerrogativa que fundamenta a edição de atos administrativos normativos (resoluções, portarias,
deliberações instruções, regimentos etc.) por outras autoridades administrativas além dos Chefes
do Poder Executivo.

- Competências delegáveis do Presidente da República (art. 84, parágrafo único) – MUITA


ATENÇÃO, ESTE É OUTRO MUITO COBRADO DO ASSUNTO!

Memorize quais são as competências delegáveis (as previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
parte – as matérias dos demais incisos são indelegáveis) e a quem elas podem ser delegadas
(Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou Advogado-Geral da União)

Cuidado com a competência delegável prevista no inciso XXV: só é delegável o provimento (ou
desprovimento) de cargos públicos federais, mas a extinção não é possível – veja que o parágrafo
único fala em “primeira parte” do inciso XXV.

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Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais
das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos
ao exercício de suas funções.

- O rol do art. 85, que elenca atos que serão considerados crimes de responsabilidade, é
exemplificativo – veja que o caput fala em “especialmente”, dando margem que outros crimes
sejam previstos, desde que se trate de atos que atentem contra a Constituição, conforme exige o
próprio caput.

- O Presidente não possui imunidade material (ou seja, pode ser responsabilizado por suas palavras
e opiniões), mas possui imunidades formais (prerrogativas processuais), quais sejam: a) não pode
ser responsabilizado penalmente (civil e administrativamente, pode!) por atos estranhos ao
exercício da função, na vigência do mandato (art. 86, § 4º); b) não pode ser preso cautelarmente
(art. 86, § 3º); e c) só pode ser processado e julgado caso haja autorização da Câmara dos
Deputados (art. 86, caput) – esta última era a única das três imunidades que podia ser estendida
aos Governadores, pela Constituição Estadual. Entretanto, recentemente, o STF mudou esse
entendimento, passando a considerar inconstitucionais normas estabelecidas nas Constituições
estaduais que exijam a autorização prévia da Assembleia Legislativa como requisito à admissão de
acusação contra o Governador por crime comum ou de responsabilidade. Vejamos a tese firmada:

“Não há necessidade de prévia autorização da assembleia legislativa para o


recebimento de denúncia ou queixa e instauração de ação penal contra governador de
Estado, por crime comum, cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou no curso do

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processo, dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais,


inclusive afastamento do cargo. (...) O relator afirmou a necessidade de superar os
precedentes da Corte na dimensão de uma redenção republicana e cumprir a promessa
do art. 1º, caput, da CF, diante dos reiterados e vergonhosos casos de negligência
deliberada pelas assembleias legislativas estaduais, que têm sistematicamente se
negado a deferir o processamento de governadores. (...) Esclareceu não haver na CF
previsão expressa da exigência de autorização prévia de assembleia legislativa para o
processamento e julgamento de governador por crimes comuns perante o STJ. Dessa
forma, inexiste fundamento normativo-constitucional expresso que faculte aos Estados-
membros fazerem essa exigência em suas Constituições estaduais. Não há, também,
simetria a ser observada pelos Estados-membros”1.

- Uma lei especial realizará a definição dos crimes de responsabilidade, bem como estabelecerá
as normas de processos e julgamento (parágrafo único). A edição dessa lei especial, prevendo os
crimes de responsabilidade (inclusive para as esferas estadual, distrital e municipal), é de
competência da União, que possui a competência para legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).
Inclusive, sobre o assunto, o STF editou a súmula vinculante 46:

“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas


normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União”.

- Procedimento de julgamento do Presidente da República nos crimes comuns:

1º - a Câmara dos Deputados deverá realizar juízo de admissibilidade da acusação contra o


Presidente da República. A acusação será considerada admitida caso haja voto de dois terços
dos deputados federais (art. 86, caput).

2º - se a Câmara admitir a acusação, o STF fará o juízo quanto ao recebimento da denúncia ou


queixa-crime (art. 86, § 1º, I).

3º - se o STF receber a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República é automaticamente


suspenso de suas funções (art. 86, § 1º, I), só retornando à Presidência caso seja absolvido no
julgamento ou se decorrido o prazo se 180 dias e o julgamento não estiver concluído, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo (art. 86, § 2º).

4º - o STF efetua o julgamento. Se houver condenação, os direitos políticos do Presidente da


República são suspensos (art. 15, III) e, consequentemente, ele perde o mandato, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis.

- Procedimento de julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade:

1
STF – ADI 5.540/2017.

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1º - a Câmara dos Deputados deverá realizar juízo de admissibilidade da acusação contra o


Presidente da República. A acusação será considerada admitida caso haja voto de dois terços dos
deputados federais (art. 86, caput).

2º - se a Câmara admitir a acusação, o Senado fará o juízo quanto à instauração do processo (art.
86, § 1º, II). O processo será instaurado caso haja voto da maioria simples da Casa 2.

3º - se o Senado instaurar o processo, o Presidente da República é automaticamente suspenso


de suas funções (art. 86, § 1º, II), só retornando à Presidência caso seja absolvido no julgamento
ou se decorrido o prazo se 180 dias e o julgamento não estiver concluído, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo (art. 86, § 2º).

4º - o Senado efetua o julgamento. A condenação só ocorre caso haja voto de 2/3 dos membros
da Casa. Se houver condenação, o presidente perde o cargo e fica inabilitado, por oito anos, para
o exercício de (qualquer) função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (art.
52, parágrafo único).

Ministros de Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos
direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e
na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
República.

- Como já dito, os Ministros de Estado auxiliam o Presidente da República no exercício do Poder


Executivo (art. 76).

- Para ser Ministro de Estado, é necessário que o escolhido seja brasileiro (nato ou naturalizado,
com exceção do Ministro da Defesa, que deve ser necessariamente brasileiro nato – art. 12, § 3º,
VII) e possua mais de 21 anos de idade (caput).

- Os Ministros de Estado são livremente nomeáveis e exoneráveis pelo Presidente da República.

- O parágrafo único do art. 87 prevê um rol exemplificativo de competências do Ministro de Estado


(destacamos as competências previstas nos incisos I e II).

2
STF – ADPF 378.

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A atribuição do Ministro de Estado para a expedição de instruções para a execução das leis,
decretos e regulamentos, (art. 87, II da CF/88) reflete o exercício do poder normativo.

- Os Ministros de Estado são julgados:

a) pelo Senado nos crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República (art.
52, I).

b) pelo STF nos crimes comuns e nos de responsabilidade “autônomos” – ou seja, não conexos
com os do Presidente da República – (art. 102, I, “b”).

Criação e extinção de Ministérios

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

- Perceba que o dispositivo encontra-se alinhado ao apontado mais acima sobre criação e extinção
de órgãos públicos ocorrerem, via de regra, mediante lei em sentido formal.

Vale lembrar que a iniciativa de leis que disponham sobre criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública é do Presidente da República (art. 61, § 1º, II, "e", da CF/88.

Conselhos da República e de Defesa Nacional

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de
três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho,
quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados
com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;

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VI - o Ministro das Relações Exteriores;


VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração
dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional
e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

- Trata-se de órgãos de natureza consultiva, opinativa.

- O Conselho da República se manifesta sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de


sítio, bem como as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas (art. 90,
incisos I e II), enquanto o Conselho de Defesa Nacional se manifesta sobre assuntos relacionados
com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático (art. 91, caput).

Nada obstante, conforme arts. 136, caput e 137, caput da CF, ambos os Conselhos se manifestam
sobre estado de defesa e estado de sítio. Com efeito, eles são ouvidos na decretação de estado
de defesa por parte do Presidente da República e na solicitação ao Congresso Nacional de
autorização para a decretação de estado de sítio por parte do chefe do Poder Executivo Federal.

Aspectos secundários a serem revisados

Conteúdos não tanto cobrados, mas que podem acabar aparecendo em sua prova:

Funções típicas e atípicas do Poder executivo

O Poder Executivo exerce sua função típica (função administrativa), por exemplo, ao planejar e
executar as políticas públicas, bem como ao desempenhar atividades de intervenção e fomento.
Exerce sua função atípica legislativa ao editar medidas provisórias e sua função atípica de
julgamento ao decidir, sem jurisdição (sem definitividade, já que tais decisões não fazem coisa
julgada material nem formal, podendo, assim, serem apreciadas pelo Poder Judiciário), o
contencioso administrativo (litígios de natureza administrativa – por exemplo, litígios de natureza
tributária entre os contribuintes e o órgãos de administração fazendária).

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Administrar
Função Típica (governo + mera função
administrativa)

Poder Executivo
Legislar
Funções Atípicas

Julgar
(s em jurisdição)

Presidencialismo x Parlamentarismo

No sistema presidencialista, a Chefia do Poder Executivo é unipessoal, exercendo o Presidente da


República a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo. No parlamentarismo, a Chefia do
Poder Executivo é dual: o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são pessoas diferentes.

Além disso, no presidencialismo inexiste vínculo entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo,
havendo maior independência entre os poderes se comparado ao parlamentarismo, em que o
Primeiro-Ministro é integrante do Parlamento e é por ele indicado.

Por fim, no presidencialismo, o mandato do Presidente da República possui prazo determinado,


enquanto no parlamentarismo o mandato do Primeiro-Ministro possui prazo indeterminado – o
chefe de governo ocupa o cargo enquanto possui apoio do Parlamento.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Poder Executivo (arts. 76 a 91 da CF/88)", “Atribuições do Presidente da


República (art. 84 da CF/88)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de
ser(em) cobrado(s) pela banca.

Ministros de
E exonerar Estado
(inciso I)
==5617c==

Ministros do STF e
Tribunais
Superiores;
Governadores de
Após aprovação do
Territórios; PGR;
Competências Senado
Presidente do
Privativas do BACEN e outros
Ministros do TCU
Presidente da Nomear servidores (inciso
(inciso XV)
República XIV)
(Art. 84, CF/88) Magistrados e AGU
(inciso XVI)

Membros do
Conselho da
República (inciso
XVII)

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Iniciar o Processo
Legislativo (inciso III)

Sancionar, promulgar e
fazer publicar as Leis,
Competências Privativas Leis bem como decretos e
do Presidente da regulamentos para sua
República fiel execução (inciso IV)
Editar MP com força
(art. 84, CF)
de Lei (inciso XXVI) Vetar PL, total ou
parcialmente (inciso V)

Aumento de
Organização e despesa
funcionamento da Não
Administração Federal implicar Criação ou
Dispor, mediante (alínea "a") extinção de
decreto órgãos
(inciso VI) Extinção de funções ou
cargos públicos,
quando vagos
(alínea "b")

Além disso, em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) alteração(ões) legislativa(s) possui(em)
grandes chances de ser(em) cobrada(s):

Alteração legislativa introduzida pela EC 109/2021


Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito


nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G da Constituição. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Alteração legislativa introduzida pela EC 111/2021
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro
do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para a sua
prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas que você
faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.

Presidente e Vice-Presidente da República (art. 76 a 83 da CF/88)

1. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.

Ocorrendo, a qualquer momento, a vacância dos cargos de presidente e de vice-presidente da República


no decorrer do mandato, deverá ser convocada eleição no âmbito do Congresso Nacional para a ocupação
de ambos os cargos.

Comentários

GABARITO: errado.

Somente se a vacância ocorrer nos 2 últimos anos do mandato é que a eleição dos cargos de Presidente e
Vice-Presidente da República será feita pelo Congresso Nacional, conforme o art. 81, § 1°, da CF/1988:

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição


noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

2. (Cespe/2017/Diplomata) Acerca das características do Estado, do sistema de governo e da


organização dos poderes na ordem jurídico-constitucional brasileira, julgue (C ou E) o item subsequente.

Ausentando-se do Brasil por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional, o
presidente da República poderá sofrer, como reprimenda mais gravosa, censura pelo Poder Legislativo.

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Comentários

Gabarito: ERRADO

Claro que não! ; )

O enunciado é respondido pelo art.83, da CF/88.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

3. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a seguir.

O Brasil adota o sistema parlamentarista, sendo as funções de chefe de Estado e de governo exercidas
unicamente pelo presidente da República, que é eleito pelo povo e tem ampla liberdade para escolher os
ministros de Estado.

Comentários

GABARITO: errado.

O Brasil adota o sistema presidencialista, não o parlamentarista, e nesse sistema (presidencialista), de fato,
as funções de chefe de Estado e de governo são desempenhadas pelo Presidente da República,
unicamente.

4. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

A competência do presidente da República para declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, e para
celebrar a paz é classificada como típica de chefe de governo, cabendo, nessas hipóteses, autorização ou
referendo do Congresso Nacional.

Comentários

GABARITO: errada.

A competência do Presidente da República para declarar guerra ou celebrar paz é classificada como típica
de chefe de Estado, não de governo.

5. (Cespe/2003/Câmara dos Deputado/Analista Legislativo) A respeito da organização dos poderes,


julgue o seguinte item.

Caso o presidente e o vice-presidente da República encontrem-se simultaneamente impedidos de exercer


as suas funções, deverá exercer a presidência da República o presidente da Câmara dos Deputados.

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GABARITO: certo.

Havendo impedimento simultâneo do Presidente e do Vice-Presidente da República, exercerá as funções


presidenciais o Presidente da Câmara dos Deputados, conforme o art. 80 da CF/1988:

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos


respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da
Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

6. (Cespe/2004/TRT 10/AJAA) Julgue o item a seguir, acerca de direito constitucional e de direito


administrativo.

A Constituição da República permite ao presidente da República a edição de medidas provisórias sobre


direito do trabalho.

Comentários

GABARITO: certo.

O Presidente da República pode editar medidas provisórias com força de lei, e no rol das matérias que não
podem ser disciplinadas por medida provisória não está o direito do trabalho. Nesse sentido é o art. 62,
incisos I a IV, da CF/1988:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;II – que vise a detenção ou seqüestro de
bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção


ou veto do Presidente da República.

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Ilustrativamente, no final de 2017 o Presidente da República editou a medida provisória nº 808,


modificando alguns aspectos da legislação trabalhista, em especial a Lei nº 13.467/2017, conhecida como
reforma trabalhista.

7. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a seguir.

Ocorrendo impeachment do presidente da República, o vice-presidente estará impedido de suceder o


titular, devendo ocorrer novas eleições diretas no prazo de trinta dias contados do julgamento.

Comentários

GABARITO: errado.

Se ocorrer “impeachment” do Presidente da República, o Vice-Presidente ocupa o aludido cargo, não


havendo novas eleições, nos moldes do art. 79 da CF/1988:

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-


Presidente.

8. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

O chefe máximo do Poder Executivo do Brasil é o presidente da República, que também é chefe de Estado
e chefe de governo, já que o Brasil adota o regime presidencialista.

Comentários

GABARITO: errada.

Essa questão tinha sido considerada correta no gabarito preliminar, mas posteriormente o gabarito foi
modificado, pois o presidencialismo é um sistema de governo, não um regime.

9. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

O vice-presidente da República pode ausentar-se do país por período superior a quinze dias sem licença do
Congresso Nacional, desde que o presidente da República permaneça no país.

Comentários

GABARITO: errada.

O Congresso Nacional também deve autorizar, se for o caso, o afastamento do Vice-Presidente da


República por período superior a 15 dias, nos termos do art. 49, inciso III, da CF/1988:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

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III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a


ausência exceder a quinze dias;

10. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do


Idoso) Acerca do que dispõe a CF sobre o Poder Executivo, assinale a opção correta.

A) As competências do vice-presidente da República estão previstas em rol taxativo no texto constitucional.

B) No caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República, caberá ao Congresso


Nacional a eleição durante todo o período presidencial.

C) Caberá à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade da acusação contra o presidente da


República, tanto nas infrações penais comuns quanto nos crimes de responsabilidade.

D) Em qualquer hipótese, poderá o presidente da República extinguir cargos públicos por meio de decreto.

E) Em razão dos preceitos de segurança nacional, são indelegáveis as atribuições do presidente da


República.

Comentários:

Letra A – incorreta. Apenas as competências do Presidente da República estão elencadas no texto


constitucional de forma expressa (art. 84 e incisos, da CF/88). Quanto ao Vice-Presidente da República,
além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre
que por ele convocado para missões especiais (art. 79, parágrafo único, da CF/88).

Letra B – incorreta. Sobre a vacância de ambos os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-
se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei. (art. 81, § 1º, da CF/88). Ainda, em qualquer dos casos, os eleitos
deverão completar o período de seus antecessores (art. 81, § 2º, da CF/88).

Letra C – correta. Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus
membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros
de Estado (art. 51, I, da CF/88).

Letra D – incorreta. Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (art. 84, VI, “b”, da CF/88).

Letra E – incorreta. O parágrafo único do art. 84 dispõe ser permitido ao Presidente da República delegar
algumas atribuições. Vejamos:

Art. 84, Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

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Gabarito: letra C.

Atribuições do Presidente da República (art. 84 da CF/88)

11. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) Quando um cargo público federal estiver vago, o


presidente da República poderá extingui-lo por decreto, sendo essa competência indelegável.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Trata-se de competência delegável, nos termos do art. 84, parágrafo único, da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI - dispor, mediante decreto, sobre: (...)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

12. (Cespe/2017/TCE-PE/Analista em Controle Externo) No que se refere à organização político-


administrativa da União, dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios e às atribuições e
responsabilidades do presidente da República, julgue o item que se segue.

A provisão de cargos públicos federais vagos é atribuição delegável do presidente da República.

Comentários

Gabarito: CERTO

O inciso XXV, primeira parte, permite delegação do Presidente da República aos Ministros de Estado, ao
Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

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(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

Cuidado com o inciso XXV, pois o Presidente somente poderá delegar o provimento e não a extinção dos
cargos públicos federais.

13. (CESPE/2014/TC-DF/Analista de Administração Pública) Dispor sobre a organização da


administração federal é atribuição privativa do presidente da República, que somente poderá ser
exercida pelo próprio ou, durante seus impedimentos, por quem o substituir na presidência, vedada a
delegação. ==5617c==

Comentários

GABARITO: ERRADO

Nos termos do art. 84, parágrafo único, é permitida a delegação:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

14. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.

Segundo a CF, as competências privativas do presidente da República não poderão ser objeto de
delegação.

Comentários

GABARITO: errado.

O art. 84, parágrafo único, da CF/1988 prevê a possibilidade de delegação de algumas competências
privativas do Presidente da República:

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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

15. (Cespe/2016/TCE-PA) No que diz respeito aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, julgue o
item subsequente.

A concessão de indulto e a comutação de penas são competências indelegáveis do presidente da


República.

Comentários

GABARITO: Errado.

Podem ser delegadas sim, conforme art. 84, XII e parágrafo único da CF:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

16. (Cespe/2016/DPU) Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988, julgue o item
subsequente.

Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial, sendo dispensável a edição de
lei em sentido estrito.

Comentários

GABARITO: Certo.

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A extinção de cargos públicos vagos pode ser feita pelo presidente da República através de decreto
autônomo - art. 84, VI, alínea b, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

17. (Cespe/2014/CAM DEPU) Acerca da organização dos poderes da República, julgue o próximo
item.

A CF autoriza o presidente da República a criar cargos e extinguir órgãos públicos por meio de decreto.

Comentários

GABARITO: Errado.

Consoante art. 84, VI, da CF/88, o Presidente da República não pode criar cargos públicos (pode extingui-
los, quando vagos – vide alínea “b”) e nem extinguir órgãos públicos (vide alínea “a”):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

18. (Cespe/2014/ANTAQ) Com relação aos poderes da República, julgue o item subsequente.

É de competência privativa do presidente da República a celebração de tratados, convenções e atos


internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

Comentários

GABARITO: Certo.

É isso mesmo, conforme art. 84, VIII, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

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VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional;

19. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Assinale a opção que apresenta atribuições do


presidente da República e dos ministros de Estado, respectivamente.

A) remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa; fixar e modificar o efetivo das Forças Armadas

B) conceder indulto e comutar penas; dispor sobre planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento

C) vetar projetos de lei, total ou parcialmente; expedir instruções para a execução de leis, decretos e
regulamentos

D) expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; avaliar periodicamente a funcionalidade do
Sistema Tributário Nacional

E) exercer o comando supremo das Forças Armadas; autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos

Comentários:

Letra A – incorreta. Compete privativamente ao Presidente da República remeter mensagem e plano de


governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa (art. 84, XI, da CF/88). Cabe ao
Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República a fixação e modificação do efetivo das
Forças Armadas (art. 48, III, da CF/88).

Letra B – incorreta. Compete privativamente ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas
(art. 84, XII, da CF/88). Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República dispor
planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento (art. 48, IV, da CF/88).

Letra C – correta. Compete privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos


para sua fiel execução (art. 84, IV, da CF/88). Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições
estabelecidas nesta Constituição e na lei expedir instruções para a execução das leis, decretos e
regulamentos (art. 87, parágrafo único, II, da CF/88).

Letra D – incorreta. Compete privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos


para sua fiel execução (art. 84, IV, da CF/88). Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República, dispor sobre sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas (art. 48, I, da CF/88).

Letra E – incorreta. Compete privativamente ao Presidente da República: XIII - exercer o comando supremo
das Forças Armadas (art. 84, XIII, da CF/88). É da competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar,
em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos (art. 49, XVI, da CF/88).

Gabarito: letra C.

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20. (CEBRASPE/2022/TCE-RJ/Analista de Controle Externo) A respeito das atribuições do Poder


Executivo, do Poder Legislativo e dos tribunais de contas, julgue o item a seguir.

Compete ao presidente da República, mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos que estejam
vagos.

Comentários

A questão versa sobre a atuação do Presidente da República como chefe de governo. Dispõe artigo 84, VI,
"b", da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI - dispor, mediante decreto, sobre:

(...)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Gabarito: Certo.

Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 e 86 da CF/88)

21. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Controle Externo) É considerado abuso de poder ato praticado


pelo presidente da República contra o exercício de direito individual, podendo esse exercício ser
protegido por meio de mandado de segurança, cujo julgamento será da competência do Supremo
Tribunal Federal (STF).

Comentários

GABARITO: ERRADO

Não se trata de abuso de poder, mas de crime de responsabilidade, nos moldes do art. 85, III, da
Constituição Federal:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

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IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

22. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

Qualquer pessoa residente no país pode oferecer acusação contra presidente da República — pela prática
de crime de responsabilidade — à Câmara dos Deputados, que procederá ao juízo de admissibilidade.

Comentários

GABARITO: errada.

Não é qualquer pessoa, mas qualquer cidadão, que pode oferecer acusação contra o Presidente da
República, pela prática de crime de responsabilidade.

Essa conclusão decorre do art. 14 da Lei nº 1.079/1950:

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de


Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.

Por outro lado, essa acusação, se admitida, tramitará na Câmara dos Deputados, consoante o caput do art.
86 da CF/1988:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

23. (CEBRASPE/2022/Ministério das Comunicações/Atividades Técnicas de Suporte) A respeito dos


três Poderes, das funções essenciais à justiça e da comunicação social, julgue o item que se segue.

Caso a Câmara dos Deputados admita acusação contra o presidente da República por crime de homicídio
simples, o julgamento será realizado perante o Senado Federal.

Comentários

A questão versa sobre o disposto no artigo 86, caput, da CF/88:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

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Nesse sentido, o julgamento será feito perante o STF e não Senado Federal.

Gabarito: Errado.

24. (CEBRASPE/2023/SEPLAN-RR/Analista de Planejamento e Orçamento) Com base nas disposições


constitucionais a respeito da responsabilidade do presidente da República, julgue o item a seguir.

É crime de responsabilidade ato do presidente da República que atente contra o cumprimento de decisão
judicial.

Comentários

O rol do art. 85 da CF/88 elenca atos que serão considerados crimes de responsabilidade.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.

No mais, lei especial realizará a definição dos crimes de responsabilidade, bem como estabelecerá as
normas de processos e julgamento. A edição dessa lei especial, prevendo os crimes de responsabilidade, é
de competência da União, que possui a competência para legislar sobre direito penal. Inclusive, sobre o
assunto, o STF editou a súmula vinculante 46:

“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de


processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União”.

Gabarito: Certo.

Outras

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25. (CEBRASPE/2022/DPE-RS) A respeito da defesa do Estado e das instituições democráticas e do


estado de sítio, julgue o item a seguir.

Em caso de necessidade, por comoção grave de repercussão nacional, o presidente da República pode,
desde que ouvido o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Senado Federal autorização para decretar o
estado de sítio no país.

Comentários

O artigo 137 da CF/88 dispõe sobre o estado de sítio:

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio
nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia


de medida tomada durante o estado de defesa;

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

A questão está incorreta pois o Presidente da República deverá pedir autorização ao Congresso Nacional e
deverão ser ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.

Gabarito: Errado.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Quais as diferenças básicas entre o sistema presidencialista e o parlamentarista?

2. Por quem é exercido o Poder Executivo?

3. Quando se dá a eleição do Presidente da República?

4. É possível a eleição separada do Presidente da República e do Vice-Presidente da República?


Explique.

5. Qual candidato é considerado eleito Presidente da República?

6. Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, quem será convocado dentre os remanescentes?

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7. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão de qual órgão? Qual


o prazo para que eles assumam os respectivos cargos?

8. O Vice-Presidente da República assume o cargo de Presidente da República em quais casos?

9. Quais as atribuições do Vice-Presidente da República previstas na CF/88?

10. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, quem serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência?

11. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição em quantos


dias depois de aberta a última vaga?

12. Quando começa o mandato do Presidente da República?

13. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso


Nacional, ausentar-se do País por quanto tempo?

14. Complete as lacuna a seguir, a respeito das competências privativas do Presidente da


República (art. 84 da CF/88):

14.1. nomear e exonerar os Ministros de ____(a)____;

14.2. exercer, com o ____(b)____ dos Ministros de Estado, a ____(c)____ superior da administração
____(d)____;

14.3. ____(e)____ o processo legislativo, na ____(f)____ e nos casos previstos na Constituição


Federal;

14.4. sancionar, ____(g)____ e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e ____(h)____ para
sua fiel execução;

14.5. vetar projetos de lei, total ou ____(i)____;

14.6. dispor, mediante ____(j)____, sobre:

14.6.1. organização e ____(k)____ da administração ____(l)____, quando não implicar aumento de


____(m)____ nem criação ou extinção de ____(n)____ públicos;

14.6.2. extinção de funções ou ____(o)____ públicos, quando ____(p)____;

14.7. manter ____(q)____ com Estados estrangeiros e ____(r)____ seus representantes


diplomáticos;

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14.8. celebrar tratados, convenções e atos ____(s)____, sujeitos a ____(t)____ do Congresso


Nacional;

14.9. ____(u)____ o estado de defesa e o estado de sítio;

14.10. decretar e ____(v)____ a intervenção federal;

14.11. remeter ____(x)____ e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da ____(y)____
da sessão ____(z)____, expondo a situação do ____(a1)____ e solicitando as providências que julgar
necessárias;

14.12. conceder ____(b1)____ e comutar ____(c1)____, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;

14.13. exercer o ____(d1)____ supremo das Forças Armadas, ____(e1)____ os Comandantes da


Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ____(f1)____ seus oficiais-generais e nomeá-los para os
cargos que lhes são ____(g1)____;

14.14. ____(h1)____, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais ____(i1)____, os ____(j1)____ de Territórios, o Procurador-Geral da
República, o presidente e os ____(k1)____ do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;

14.15. nomear, observado o disposto no art. 73 da CF/88, os Ministros do ____(l1)____ de Contas


da União;

14.16. ____(m1)____ os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral


da União;

14.17. nomear ____(n1)____ do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII, da CF/88;

14.18. ____(o1)____ e presidir o Conselho da República e o Conselho de ____(p1)____ Nacional;

14.19. declarar ____(q1)____, no caso de agressão estrangeira, ____(r1)____ pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no ____(s1)____ das sessões legislativas, e, nas
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a ____(t1)____ nacional;

14.20. ____(u1)____ a paz, autorizado ou com o ____(v1)____ do Congresso Nacional;

14.21. ____(w1)____ condecorações e distinções ____(x1)____;

14.22. permitir, nos casos previstos em lei ____(y1)____, que forças estrangeiras ____(z1)____ pelo
território nacional ou nele permaneçam ____(a2)____;

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14.23. enviar ao Congresso Nacional o ____(b2)____ plurianual, o projeto de lei de ____(c2)____


orçamentárias e as propostas de ____(d2)____ previstos na Constituição Federal;

14.24. prestar, ____(e2)____, ao Congresso Nacional, dentro de ____(f2)____ dias após a abertura
da sessão legislativa, as contas referentes ao ____(g2)____ anterior;

14.25. ____(h2)____ e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

14.26. editar medidas ____(i2)____ com força de lei, nos termos do art. 62 da CF/88;

14.27. exercer outras ____(j2)____ previstas na Constituição Federal;

14.28. ____(k2)____ ao Congresso Nacional a decretação do estado de ____(l2)____ pública de


âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G da Constituição
Federal.
==5617c==

15. Qual a diferença entre decretos de execução e decretos autônomos?


16. Suponha que o Presidente tenha editado decreto para disciplinar a organização do Ministério
da Justiça, tendo aproveitado o expediente para extinguir o Ministério da Pesca. Considerando
que o instrumento não implicou aumento de despesas, houve alguma afronta à Constituição no
caso?
17. Quais são as competências delegáveis do Presidente da República? A quem tais competências
podem ser delegadas?

18. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos crimes de responsabilidade (art. 85 da CF):

18.1. São crimes de responsabilidade os ____(a)____ do Presidente da República que atentem


contra a ____(b)____ Federal e, especialmente, contra:

18.1.1. a ____(c)____ da União;

18.1.2. o ____(d)____ exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do ____(e)____ Público


e dos Poderes constitucionais das unidades da ____(f)____ ;

18.1.3. o exercício dos direitos ____(g)____ , individuais e sociais;

18.1.4. a ____(h)____ interna do País;

18.1.5. a ____(i)____ na administração;

18.1.6. a lei ____(j)____ ;

18.1.7. o cumprimento das ____(k)____ e das decisões ____(l)____.

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19. Em qual diploma normativo serão definidos os crimes de responsabilidade?

20. Em quais situações o presidente ficará suspenso de suas funções (art. 86, § 1º, da CF)?

21. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento do Presidente da República não
estiver concluído, o que ocorrerá com o afastamento do Presidente?

22. Suponha que em determinada operação, a polícia federal tenha descoberto, acidentalmente,
que o Presidente da República participa ativamente de um esquema criminoso, inclusive
ordenando a prática de ilícitos penais (crimes comuns). Com base no exposto, responda:
a) seria possível a prisão cautelar do Presidente da República, considerando que tais atividades
não guardam relação com o exercício do mandato presidencial? Como seria o eventual
procedimento de julgamento?
b) seria possível a prisão cautelar do Presidente da República, considerando que tais atividades
guardam relação com o exercício do mandato presidencial? Como seria o eventual procedimento
de julgamento?
23. Qual o papel constitucional dos Ministros de Estado?

24. Complete as lacunas a seguir, a respeito do Conselho da República (art. 89 da CF):

24.1. O Conselho da República é órgão ____(a)____ de consulta do Presidente da República, e


dele participam:

24.1.1. o Vice-Presidente da ____(b)____;

24.1.2. o ____(c)____ da Câmara dos Deputados;

24.1.3. o Presidente do ____(d)____ Federal;

24.1.4. os ____(e)____ da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

24.1.5. os líderes da maioria e da minoria no ____(f)____ Federal;

24.1.6. o Ministro da ____(g)____;

24.1.7. ____(h)____ cidadãos brasileiros ____(i)____, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo ____(j)____ nomeados pelo Presidente da República, ____(k)____ eleitos pelo____(l)____
Federal e ____(m)____ eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de ____(n)____
anos, vedada a ____(o)____.

25. As manifestações do Conselho da República vinculam o Presidente da República?


26. Complete as lacunas a seguir, a respeito do Conselho da Defesa Nacional (art. 91 da CF):

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26.1. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de ____(a)____ do Presidente da República nos


assuntos relacionados com a ____(b)____ nacional e a ____(c)____ do Estado democrático, e dele
participam como membros ____(d)____:

26.1.1. o Vice-Presidente da ____(e)____;

26.1.2. o ____(f)____ da Câmara dos Deputados;

26.1.3. o Presidente do ____(g)____ Federal;

26.1.4. o Ministro da ____(h)____;

26.1.5. o Ministro de Estado da ____(i)____;

26.1.6. o Ministro das ____(j)____ Exteriores;

26.1.7. o Ministro do ____(k)____.

26.1.8. os ____(l)____ da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

27. Complete as lacunas a seguir, a respeito das competências do Conselho de Defesa Nacional
(art. 91, § 1º, CF/88):

27.1. ____(a)____ nas hipóteses de declaração de guerra e de ____(b)____ da paz, nos termos da
Constituição;

27.2. opinar sobre a decretação do estado de ____(c)____, do ____(d)____ de sítio e da ____(e)____


federal;

27.3. ____(f)____ os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à ____(g)____ do


território nacional e ____(h)____ sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de ____(i)____ e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos ____(j)____ de qualquer tipo;

27.4. ____(k)____, propor e acompanhar o desenvolvimento de ____(l)____ necessárias a garantir


a ____(m)____ nacional e a ____(n)____ do Estado democrático.

Perguntas com respostas

1. Quais as diferenças básicas entre o sistema presidencialista e o parlamentarista?

No sistema presidencialista, a Chefia do Poder Executivo é unipessoal, exercendo o Presidente da


República a função de Chefe de Estado e Chefe de Governo. No parlamentarismo, a Chefia do
Poder Executivo é dual: o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são pessoas diferentes.

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Além disso, no presidencialismo inexiste vínculo entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo,
havendo maior independência entre os poderes se comparado ao parlamentarismo, em que o
Primeiro-Ministro é integrante do Parlamento e é por ele indicado.

Por fim, no presidencialismo, o mandato do Presidente da República possui prazo determinado,


enquanto que no parlamentarismo o mandato do Primeiro-Ministro possui prazo indeterminado –
o chefe de governo ocupa o cargo enquanto possui apoio do Parlamento.

2. Por quem é exercido o Poder Executivo?

O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado
(art. 76, da CF/88).

3. Quando se dá a eleição do Presidente da República?

A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no


primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente (art. 77, caput,
da CF/88).

4. É possível a eleição separada do Presidente da República e do Vice-Presidente da República?


Explique.

Não, a eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado (art.
77, § 1º).

5. Qual candidato é considerado eleito Presidente da República?

O candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
computados os em branco e os nulos (art. 77, § 2º, da CF).

6. Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, quem será convocado dentre os remanescentes?

O candidato remanescente de maior votação (art. 77, § 4º, da CF). Contudo, se remanescer, em
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso (art. 77,
§ 5º, da CF).

7. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão de qual órgão? Qual


o prazo para que eles assumam os respectivos cargos?

Sessão do Congresso Nacional (art. 78, caput, da CF). O prazo para que assumam o cargo é de
dez dias da data fixada para a posse. Se dentro desse prazo, o Presidente ou o Vice-Presidente,
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (art. 78,
parágrafo único, da CF).

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8. O Vice-Presidente da República assume o cargo de Presidente da República em quais casos?

Conforme art. 79, caput, da CF/88:

i) No caso de impedimento do Presidente da República, situação em que o Vice-Presidente o


substitui (caso de substituição).

ii) No caso de vaga do cargo de Presidente da República, situação em que o Vice-Presidente o


sucede (caso de sucessão).

9. Quais as atribuições do Vice-Presidente da República previstas na CF/88?

Auxiliar o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais, além de outras
atribuições conferidas por lei complementar (art. 79, parágrafo único, da CF/88).

10. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, quem serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência?

O Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal


(art. 80).

11. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição em quantos


dias?

Depende. Se a vacância ocorrer:

a) nos primeiros dois anos do período presidencial, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta
a última vaga (art. 81, caput, da CF);

b) nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta
dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (art. 81, § 1º, da CF/88).

Em qualquer os casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores (art. 81, § 2º,
da CF/88).

12. Quando começa o mandato do Presidente da República?

Terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição (art. 82 da CF).

13. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso


Nacional, ausentar-se do País por quanto tempo?

Por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo (art. 83 da CF).

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14. Complete as lacuna a seguir, a respeito das competências privativas do Presidente da


República (art. 84 da CF/88):

14.1. nomear e exonerar os Ministros de ____(a)____;

14.2. exercer, com o ____(b)____ dos Ministros de Estado, a ____(c)____ superior da administração
____(d)____;

14.3. ____(e)____ o processo legislativo, na ____(f)____ e nos casos previstos na Constituição


Federal;

14.4. sancionar, ____(g)____ e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e ____(h)____ para
sua fiel execução;

14.5. vetar projetos de lei, total ou ____(i)____;

14.6. dispor, mediante ____(j)____, sobre:

14.6.1. organização e ____(k)____ da administração ____(l)____, quando não implicar aumento de


____(m)____ nem criação ou extinção de ____(n)____ públicos;

14.6.2. extinção de funções ou ____(o)____ públicos, quando ____(p)____;

14.7. manter ____(q)____ com Estados estrangeiros e ____(r)____ seus representantes


diplomáticos;

14.8. celebrar tratados, convenções e atos ____(s)____, sujeitos a ____(t)____ do Congresso


Nacional;

14.9. ____(u)____ o estado de defesa e o estado de sítio;

14.10. decretar e ____(v)____ a intervenção federal;

14.11. remeter ____(x)____ e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da ____(y)____
da sessão ____(z)____, expondo a situação do ____(a1)____ e solicitando as providências que julgar
necessárias;

14.12. conceder ____(b1)____ e comutar ____(c1)____, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;

14.13. exercer o ____(d1)____ supremo das Forças Armadas, ____(e1)____ os Comandantes da


Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ____(f1)____ seus oficiais-generais e nomeá-los para os
cargos que lhes são ____(g1)____;

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14.14. ____(h1)____, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais ____(i1)____, os ____(j1)____ de Territórios, o Procurador-Geral da
República, o presidente e os ____(k1)____ do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;

14.15. nomear, observado o disposto no art. 73 da CF/88, os Ministros do ____(l1)____ de Contas


da União;

14.16. ____(m1)____ os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral


da União;

14.17. nomear ____(n1)____ do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII, da CF/88;

14.18. ____(o1)____ e presidir o Conselho da República e o Conselho de ____(p1)____ Nacional;

14.19. declarar ____(q1)____, no caso de agressão estrangeira, ____(r1)____ pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no ____(s1)____ das sessões legislativas, e, nas
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a ____(t1)____ nacional;

14.20. ____(u1)____ a paz, autorizado ou com o ____(v1)____ do Congresso Nacional;

14.21. ____(w1)____ condecorações e distinções ____(x1)____;

14.22. permitir, nos casos previstos em lei ____(y1)____, que forças estrangeiras ____(z1)____ pelo
território nacional ou nele permaneçam ____(a2)____;

14.23. enviar ao Congresso Nacional o ____(b2)____ plurianual, o projeto de lei de ____(c2)____


orçamentárias e as propostas de ____(d2)____ previstos na Constituição Federal;

14.24. prestar, ____(e2)____, ao Congresso Nacional, dentro de ____(f2)____ dias após a abertura
da sessão legislativa, as contas referentes ao ____(g2)____ anterior;

14.25. ____(h2)____ e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

14.26. editar medidas ____(i2)____ com força de lei, nos termos do art. 62 da CF/88;

14.27. exercer outras ____(j2)____ previstas na Constituição Federal;

14.28. ____(k2)____ ao Congresso Nacional a decretação do estado de ____(l2)____ pública de


âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G da Constituição
Federal.

(a) Estado (b) auxílio (c) direção (d) federal


(e) iniciar (f) forma (g) promulgar (h) regulamentos
(i) parcialmente (j) decreto (k) funcionamento (l) federal

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(m) despesa (n) órgãos (o) cargos (p) vagos


(q) relações (r) acreditar (s) internacionais (t) referendo
(u) decretar (v) executar (x) mensagem (y) abertura
(z) legislativa (a1) País (b1) indulto (c1) penas
(d1) comando (e1) nomear (f1) promover (g1) privativos
(h1) nomear (i1) Superiores (j1) Governadores (k1) diretores
(l1) Tribunal (m1) nomear (n1) membros (o1) convocar
(p1) Defesa (q1) guerra (r1) autorizado (s1) intervalo
(t1) mobilização (u1) celebrar (v1) referendo (w1) conferir
(x1) honoríficas (y1) complementar (z1) transitem (a2) temporariamente
(b2) plano (c2) diretrizes (d2) orçamento (e2) anualmente
(f2) sessenta (g2) exercício (h2) prover (i2) provisórias
(j2) atribuições (k2) propor (l2) calamidade

15. Qual a diferença entre decretos de execução e decretos autônomos?

Os decretos de execução ou regulamentares são atos normativos secundários (porque derivam da


lei), editados com fulcro no inciso IV do art. 84 da CF, para possibilitar a execução fiel de leis que
envolvam a Administração Pública – ou seja, i) não podem inovar no ordenamento jurídico e ii) não
podem regulamentar leis que não envolvam a Adm. Pública –, sendo uma competência privativa
do chefe do Poder Executivo e não passível de delegação, conforme parágrafo único do mesmo
art. 84 da CF. Vejamos o teor desses dispositivos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e


regulamentos para sua fiel execução; (...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas


nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações [perceba que o inciso IV não se encontra no rol de atribuições
delegáveis]

Por sua vez, os decretos autônomos são atos normativos primários (porque derivam diretamente
da Constituição) que se prestam a normatizar as matérias expressamente elencadas nas alíneas
“a” e “b” do inciso VI do art. 84 da CF, sendo uma competência privativa do chefe do Poder
Executivo, passível de delegação às autoridades previstas no parágrafo único do mesmo art. 84
da CF. Vejamos as matérias que podem ser tratadas por decretos autônomos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar


aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

16. Suponha que o Presidente tenha editado decreto para disciplinar a organização do Ministério
da Justiça, tendo aproveitado o expediente para extinguir o Ministério da Pesca. Considerando
que o instrumento não implicou aumento de despesas, houve alguma afronta à Constituição no
caso?

Sim, houve afronta à Constituição porque, mediante decreto, o Presidente da República não
poderia extinguir órgão público, conforme CF, art. 84, VI, “a”:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

O instrumento adequado para a extinção de Ministérios e órgãos da administração pública é a lei,


conforme CF, art. 61, § 1º:

Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...)

II - disponham sobre: (...)

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o


disposto no art. 84, VI;

17. Quais são as competências delegáveis do Presidente da República? A quem tais competências
podem ser delegadas?

O Presidente pode delegar as seguintes atribuições (art. 84, parágrafo único):

i) dispor, mediante decreto, sobre (art. 84, VI):

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

ii) conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei
(art. 84, XII).

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iii) prover cargos públicos federais, na forma da lei (art. 84, XXV, primeira parte).

Tais competências podem ser delegadas aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da


República ou ao Advogado-Geral da União (art. 84, parágrafo único).

18. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos crimes de responsabilidade (art. 85 da CF):

18.1. São crimes de responsabilidade os ____(a)____ do Presidente da República que atentem


contra a ____(b)____ Federal e, especialmente, contra:

18.1.1. a ____(c)____ da União;

18.1.2. o ____(d)____ exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do ____(e)____ Público


e dos Poderes constitucionais das unidades da ____(f)____ ;

18.1.3. o exercício dos direitos ____(g)____ , individuais e sociais;

18.1.4. a ____(h)____ interna do País;

18.1.5. a ____(i)____ na administração;

18.1.6. a lei ____(j)____ ;

18.1.7. o cumprimento das ____(k)____ e das decisões ____(l)____.

(a) atos (b) Constituição (c) existência (d) livre


(e) Ministério (f) Federação (g) políticos (h) segurança
(i) probidade (j) orçamentária (k) leis (l) judiciais

19. Em qual diploma normativo serão definidos os crimes de responsabilidade?

Em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento (art. 85, parágrafo único,
da CF).

20. Em quais situações o presidente ficará suspenso de suas funções (art. 86, § 1º, da CF)?

Nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal. Nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

21. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento do Presidente da República não
estiver concluído, o que ocorrerá com o afastamento do Presidente?

Cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art.


86, § 2º, da CF).

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22. Suponha que em determinada operação, a polícia federal tenha descoberto, acidentalmente,
que o Presidente da República participa ativamente de um esquema criminoso, inclusive
ordenando a prática de ilícitos penais (crimes comuns). Com base no exposto, responda:
a) seria possível a prisão cautelar do Presidente da República, considerando que tais atividades
não guardam relação com o exercício do mandato presidencial? Como seria o eventual
procedimento de julgamento?
b) seria possível a prisão cautelar do Presidente da República, considerando que tais atividades
guardam relação com o exercício do mandato presidencial? Como seria o eventual procedimento
de julgamento?

O Presidente da República não está sujeito à prisão cautelar, independentemente se o crime


cometido guarda relação com o exercício do mandato – com efeito, o Chefe do Poder Executivo
Federal só pode ser preso quando sobrevier sentença penal condenatória (CF, art. 86, § 3º).

Por outro lado, o fato de o crime guardar ou não relação com o exercício do mandato muda a
forma de como haverá a responsabilização do Presidente da República, em razão do previsto na
CF, art. 86, § 4º:

Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Assim, na situação “a”, como os atos do Presidente são estranhos ao exercício de suas funções,
ele não será responsabilizado por tais atos na vigência do seu mandato, mas somente ao término
deste.

Já na situação “b”, como os atos do Presidente guardam relação com o exercício de suas funções,
ele poderá ser responsabilizado, devendo:

a) a acusação ser admitida pela Câmara dos Deputados por 2/3 de seus membros (art. 86, caput).

b) a denúncia ou queixa-crime ser recebida pelo STF, considerando que se trata de crimes comuns
(art. 86, § 1º, I).

c) o STF processar e julgar o Presidente da República (art. 102, I, “b”).

23. Qual o papel constitucional dos Ministros de Estado?

Basicamente, auxiliar o Presidente da República, exercendo as atribuições previstas no art. 87,


parágrafo único, incisos I a IV da CF:

Art. 87, parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições
estabelecidas nesta Constituição e na lei:

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I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas


pelo Presidente da República.

Além disso, os Ministros de Estado podem exercer as atribuições eventualmente delegadas pelo
Presidente da República, conforme parágrafo único do art. 84 da CF.

24. Complete as lacunas a seguir, a respeito do Conselho da República (art. 89 da CF):

24.1. O Conselho da República é órgão ____(a)____ de consulta do Presidente da República, e


dele participam:

24.1.1. o Vice-Presidente da ____(b)____;

24.1.2. o ____(c)____ da Câmara dos Deputados;

24.1.3. o Presidente do ____(d)____ Federal;

24.1.4. os ____(e)____ da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

24.1.5. os líderes da maioria e da minoria no ____(f)____ Federal;

24.1.6. o Ministro da ____(g)____;

24.1.7. ____(h)____ cidadãos brasileiros ____(i)____, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo ____(j)____ nomeados pelo Presidente da República, ____(k)____ eleitos pelo____(l)____
Federal e ____(m)____ eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de ____(n)____
anos, vedada a ____(o)____.

(a) superior (b) República (c) Presidente (d) Senado (e) líderes
(f) Senado (g) Justiça (h) seis (i) natos (j) dois
(k) dois (l) Senado (m) dois (n) três (o) recondução

25. As manifestações do Conselho da República vinculam o Presidente da República?

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Não, nem as manifestações do Conselho da República, tampouco as do Conselho de Defesa


Nacional, vinculam o Presidente da República. Esses Conselhos são órgãos de mera consulta do
Chefe do Poder Executivo Federal.

26. Complete as lacunas a seguir, a respeito do Conselho da Defesa Nacional (art. 91 da CF):

26.1. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de ____(a)____ do Presidente da República nos


assuntos relacionados com a ____(b)____ nacional e a ____(c)____ do Estado democrático, e dele
participam como membros ____(d)____:

26.1.1. o Vice-Presidente da ____(e)____;

26.1.2. o ____(f)____ da Câmara dos Deputados;

26.1.3. o Presidente do ____(g)____ Federal;

26.1.4. o Ministro da ____(h)____;

26.1.5. o Ministro de Estado da ____(i)____;

26.1.6. o Ministro das ____(j)____ Exteriores;

26.1.7. o Ministro do ____(k)____.

26.1.8. os ____(l)____ da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

(a) consulta (b) soberania (c) defesa (d) natos (e) República
(f) Presidente (g) Senado (h) Justiça (i) Defesa (j) Relações
(k) Planejamento (l) Comandantes

27. Complete as lacunas a seguir, a respeito das competências do Conselho de Defesa Nacional
(art. 91, § 1º, CF/88):

27.1. ____(a)____ nas hipóteses de declaração de guerra e de ____(b)____ da paz, nos termos da
Constituição;

27.2. opinar sobre a decretação do estado de ____(c)____, do ____(d)____ de sítio e da ____(e)____


federal;

27.3. ____(f)____ os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à ____(g)____ do


território nacional e ____(h)____ sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de ____(i)____ e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos ____(j)____ de qualquer tipo;

27.4. ____(k)____, propor e acompanhar o desenvolvimento de ____(l)____ necessárias a garantir


a ____(m)____ nacional e a ____(n)____ do Estado democrático.

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(a) opinar (b) celebração (c) defesa (d) estado


(e) intervenção (f) propor (g) defesa (h) opinar
(i) fronteira (j) naturais (k) estudar (l) iniciativas
(m) independência (n) defesa

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

1. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.

Ocorrendo, a qualquer momento, a vacância dos cargos de presidente e de vice-presidente da República


no decorrer do mandato, deverá ser convocada eleição no âmbito do Congresso Nacional para a ocupação
de ambos os cargos.

2. (Cespe/2017/Diplomata) Acerca das características do Estado, do sistema de governo e da


organização dos poderes na ordem jurídico-constitucional brasileira, julgue (C ou E) o item subsequente.

Ausentando-se do Brasil por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional, o
presidente da República poderá sofrer, como reprimenda mais gravosa, censura pelo Poder Legislativo.

3. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a seguir.

O Brasil adota o sistema parlamentarista, sendo as funções de chefe de Estado e de governo exercidas
unicamente pelo presidente da República, que é eleito pelo povo e tem ampla liberdade para escolher os
ministros de Estado.

4. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

A competência do presidente da República para declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, e para
celebrar a paz é classificada como típica de chefe de governo, cabendo, nessas hipóteses, autorização ou
referendo do Congresso Nacional.

5. (Cespe/2003/Câmara dos Deputado/Analista Legislativo) A respeito da organização dos poderes,


julgue o seguinte item.

Caso o presidente e o vice-presidente da República encontrem-se simultaneamente impedidos de exercer


as suas funções, deverá exercer a presidência da República o presidente da Câmara dos Deputados.

6. (Cespe/2004/TRT 10/AJAA) Julgue o item a seguir, acerca de direito constitucional e de direito


administrativo.

A Constituição da República permite ao presidente da República a edição de medidas provisórias sobre


direito do trabalho.

7. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a seguir.

Ocorrendo impeachment do presidente da República, o vice-presidente estará impedido de suceder o


titular, devendo ocorrer novas eleições diretas no prazo de trinta dias contados do julgamento.

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8. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

O chefe máximo do Poder Executivo do Brasil é o presidente da República, que também é chefe de Estado
e chefe de governo, já que o Brasil adota o regime presidencialista.

9. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

O vice-presidente da República pode ausentar-se do país por período superior a quinze dias sem licença do
Congresso Nacional, desde que o presidente da República permaneça no país.

10. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do


Idoso) Acerca do que dispõe a CF sobre o Poder Executivo, assinale a opção correta.

A) As competências do vice-presidente da República estão previstas em rol taxativo no texto constitucional.


==5617c==

B) No caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República, caberá ao Congresso


Nacional a eleição durante todo o período presidencial.

C) Caberá à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade da acusação contra o presidente da


República, tanto nas infrações penais comuns quanto nos crimes de responsabilidade.

D) Em qualquer hipótese, poderá o presidente da República extinguir cargos públicos por meio de decreto.

E) Em razão dos preceitos de segurança nacional, são indelegáveis as atribuições do presidente da


República.

11. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) Quando um cargo público federal estiver vago, o


presidente da República poderá extingui-lo por decreto, sendo essa competência indelegável.

12. (Cespe/2017/TCE-PE/Analista em Controle Externo) No que se refere à organização político-


administrativa da União, dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios e às atribuições e
responsabilidades do presidente da República, julgue o item que se segue.

A provisão de cargos públicos federais vagos é atribuição delegável do presidente da República.

13. (CESPE/2014/TC-DF/Analista de Administração Pública) Dispor sobre a organização da


administração federal é atribuição privativa do presidente da República, que somente poderá ser
exercida pelo próprio ou, durante seus impedimentos, por quem o substituir na presidência, vedada a
delegação.

14. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.

Segundo a CF, as competências privativas do presidente da República não poderão ser objeto de
delegação.

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15. (Cespe/2016/TCE-PA) No que diz respeito aos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, julgue o
item subsequente.

A concessão de indulto e a comutação de penas são competências indelegáveis do presidente da


República.

16. (Cespe/2016/DPU) Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988, julgue o item
subsequente.

Cargos públicos vagos podem ser extintos por meio de decreto presidencial, sendo dispensável a edição de
lei em sentido estrito.

17. (Cespe/2014/CAM DEPU) Acerca da organização dos poderes da República, julgue o próximo
item.

A CF autoriza o presidente da República a criar cargos e extinguir órgãos públicos por meio de decreto.

18. (Cespe/2014/ANTAQ) Com relação aos poderes da República, julgue o item subsequente.

É de competência privativa do presidente da República a celebração de tratados, convenções e atos


internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

19. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Assinale a opção que apresenta atribuições do


presidente da República e dos ministros de Estado, respectivamente.

A) remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa; fixar e modificar o efetivo das Forças Armadas

B) conceder indulto e comutar penas; dispor sobre planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento

C) vetar projetos de lei, total ou parcialmente; expedir instruções para a execução de leis, decretos e
regulamentos

D) expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; avaliar periodicamente a funcionalidade do
Sistema Tributário Nacional

E) exercer o comando supremo das Forças Armadas; autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos

20. (CEBRASPE/2022/TCE-RJ/Analista de Controle Externo) A respeito das atribuições do Poder


Executivo, do Poder Legislativo e dos tribunais de contas, julgue o item a seguir.

Compete ao presidente da República, mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos que estejam
vagos.

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21. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Controle Externo) É considerado abuso de poder ato praticado


pelo presidente da República contra o exercício de direito individual, podendo esse exercício ser
protegido por meio de mandado de segurança, cujo julgamento será da competência do Supremo
Tribunal Federal (STF).

22. (Cespe/2016/TRT 8/AJAA/Adaptada) Julgue o item a seguir acerca do Poder Executivo.

Qualquer pessoa residente no país pode oferecer acusação contra presidente da República — pela prática
de crime de responsabilidade — à Câmara dos Deputados, que procederá ao juízo de admissibilidade.

23. (CEBRASPE/2022/Ministério das Comunicações/Atividades Técnicas de Suporte) A respeito dos


três Poderes, das funções essenciais à justiça e da comunicação social, julgue o item que se segue.

Caso a Câmara dos Deputados admita acusação contra o presidente da República por crime de homicídio
simples, o julgamento será realizado perante o Senado Federal.

24. (CEBRASPE/2023/SEPLAN-RR/Analista de Planejamento e Orçamento) Com base nas disposições


constitucionais a respeito da responsabilidade do presidente da República, julgue o item a seguir.

É crime de responsabilidade ato do presidente da República que atente contra o cumprimento de decisão
judicial.

25. (CEBRASPE/2022/DPE-RS) A respeito da defesa do Estado e das instituições democráticas e do


estado de sítio, julgue o item a seguir.

Em caso de necessidade, por comoção grave de repercussão nacional, o presidente da República pode,
desde que ouvido o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Senado Federal autorização para decretar o
estado de sítio no país.

Gabarito

1. E 8. E 15. E
2. E 9. E 16. C
3. E 10. C 17. E
4. E 11. E 18. C
5. C 12. C 19. C
6. C 13. E 20. C
7. E 14. E 21. E

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22. E 24. C
23. E 25. E

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

11 de Fevereiro de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Poder Legislativo - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Poder Legislativo


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Poder Legislativo - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
13

4) Questões Estratégicas - Poder Legislativo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
15

5) Questionário de Revisão - Poder Legislativo


..............................................................................................................................................................................................
31

6) Lista de Questões Estratégicas - Poder Legislativo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
52

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
57

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Congresso Nacional (arts. 44 a 47 da CF/88) 0,0%
Competência do Congresso Nacional para dispor de determinadas
0,0%
matérias, com a sanção do Presidente da República (art. 48 da CF/88)
Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/88) 13,3%
Interação com autoridades do Poder Executivo: convocação, pedidos
escritos de informações e comparecimento de Ministros de Estado (art. 50 0,0%
da CF/88) ==5617c==

Competências da Câmara dos Deputados (art. 51 da CF/88) 6,7%


Competências do Senado Federal (art. 52 da CF/88) 20,0%
Imunidades dos Deputados e Senadores e foro por prerrogativa de função
6,7%
(art. 53 da CF/88)
Proibições aos Deputados e Senadores - incompatibilidades (art. 54 da
0,0%
CF/88)
Perda do mandato do Deputado ou Senador (art. 55 da CF/88) 0,0%
Manutenção do mandato (art. 56 da CF/88) 0,0%
Reuniões (art. 57) 0,0%
Comissões Parlamentares (art. 58) 53,3%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

• Funções típicas do Poder Legislativo: legislar e fiscalizar.


• Funções atípicas do Poder Legislativo: administrar a julgar.

Ler e reler os arts. 44 a 58 da CF, buscando a sua memorização paulatina, atentando-se


especialmente para os pontos e orientações a seguir:

• CF, art. 44 – observar:

- Poder Legislativo Federal: bicameral – Câmara dos Deputados e Senado Federal, que
compõem o Congresso Nacional (CF, art. 44, caput).

- Poder Legislativo estadual: unicameral – Assembleia Legislativa.

- Poder Legislativo distrital: unicameral – Câmara Legislativa do DF.

- Poder Legislativo municipal: unicameral – Câmara Municipal.

- Duração da legislatura = 4 anos (art. 44, parágrafo único).

• CF, art. 45 e 46 – observar:

- que a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo (art. 45, caput),
enquanto, o Senado, por representantes dos Estados e do DF (art. 46, caput).

- que os deputados são eleitos pelo sistema proporcional (art. 45, caput), enquanto, os
senadores, princípio majoritário (art. 46, caput).

- que o número de deputados federais é proporcional à população (e não ao número de


eleitores) do Estados e do DF, segundo estabelecido em Lei Complementar, mas não poderá
ser menor que 8 ou mais de 70 para cada uma daquelas unidades federativas (art. 45, § 1º).
Por outro lado, o número de deputados federais eleitos pelos Territórios é fixo e igual a 4 (art.
45, § 2º). O número de senadores também é fixo e igual a 3 para cada Estado/DF (art. 46, §
1º).

- que o mandato dos deputados federais é de quatro anos, enquanto que o dos senadores é
de oito anos (art. 46, § 1º).

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- que não há representantes dos municípios na Câmara dos Deputados, mas somente dos
Estados, DF e Territórios (art. 45, caput).

• CF, art. 47 – as deliberações, em regra, são tomadas por maioria relativa, ou seja, maioria dos
votos, estando presente a maioria absoluta dos membros. Essa regra só não se aplica aos casos
dispostos de forma contrária na CF. Além disso, é válida tanto para as deliberações de cada
Casa, como também para as de suas Comissões.
• CF, art 48 – observar:

- que o artigo trata das atribuições do Congresso Nacional que dependem de sanção do
Presidente da República (caput), ou seja, se manifestam pela edição de leis.

- que a criação, transformação e extinção de cargos públicos depende de lei (inciso X), mas a
extinção de cargos públicos vagos pode ser feita mediante decreto autônomo (art. 84, VI,
“b”).

- que a iniciativa de lei que fixa o subsídio dos Ministros do STF (inciso XV) é do próprio STF
(art . 96, II, “b”).

• CF, art 49 (competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional) – observar:

- que o artigo trata das atribuições do Congresso Nacional que dispensam a sanção do
Presidente da República, se manifestando pela edição de decreto legislativo.

- que os tratados e convenções internacionais são celebrados pelo Presidente da República


(art. 84, inciso VIII) cabendo ao Congresso Nacional posteriormente referendá-los e aprova-los
(inciso I).

- que se o Presidente ou Vice-Presidente da República se ausentarem do país por mais de


quinze dias, sem a autorização do Congresso Nacional prevista no inciso III, podem perder o
cargo (art. 83).

- que no estado de defesa ou na intervenção, o papel do Congresso é deliberar quanto a sua


aprovação (ou seja, é uma atuação posterior à implementação da medida – arts. 36, § 1º e
136, § 4º), enquanto no estado de sítio, o papel do Congresso é deliberar quanto a sua
autorização (ou seja, é uma atuação prévia à implementação da medida – atr. 137, caput) –
inciso IV.

- que o Congresso fixa, de forma exclusiva, o subsídio dos deputados federais e senadores,
que deve ser idêntico, bem como os subsídios do Presidente da República, Vice-Presidente da
República e dos Ministros de Estado (incisos VII e VIII).

• CF, art. 51 (competência privativa da Câmara dos Deputados) – observar:

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- que o artigo trata das atribuições da Câmara dos Deputados que dispensam a sanção do
Presidente da República, se manifestando pela edição de resolução (exceto a iniciativa de lei
para fixar a remuneração de seus servidores, que não é exercida por resolução – inciso IV).
Com efeito, são atribuições exclusivas, indelegáveis.

- que a autorização para a instauração de processo contra Ministro de Estado (inciso I)


somente se aplica no caso de crime conexo com o do Presidente da República.

• CF, art. 52 (competência privativa do Senado Federal) – observar:

- que o artigo trata das atribuições do Senado que dispensam a sanção do Presidente da
República, se manifestando pela edição de resolução (exceto a iniciativa de lei para fixar a
remuneração de seus servidores, que não é exercida por resolução – inciso XIII). Com efeito,
são atribuições exclusivas, indelegáveis.

- que os Ministros de Estado são julgados pelo Senado apenas nos crimes de
responsabilidade conexos com os do Presidente da República (inciso I). Nos demais crimes, é
julgado pelo STF (art. 102, I, “c”).

- que a aprovação da escolha das autoridades elencadas no inciso III se dá por voto secreto,
após arguição pública, enquanto a das autoridades apontadas no inciso IV se dá também por
voto secreto, mas após arguição em sessão secreta.

- que o Senado atua bastante em matérias relativas a finanças públicas (incisos V, VI, VII, VIII,
IX e XV).

• CF, art. 50, caput (convocação de Ministro de Estado) – observar:

- que poderão realizar a convocação: Câmara, Senado ou qualquer de suas Comissões.

- que poderão ser convocados: Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos


diretamente subordinados à Presidência da República.

- que o papel dos convocados é prestar, pessoalmente, informações sobre assunto


previamente determinado.

- que a ausência do convocado, sem justificação adequada, importa crime de


responsabilidade.

• CF, art. 50, § 1º - observar que o Ministro de Estado pode comparecer ao Legislativo (Senado,
Câmara ou Comissões), por sua própria iniciativa (ou seja, mesmo sem ser convocado), para
expor assunto de relevância de seu Ministério.

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• CF, art. 50, § 2º - observar que, além de ser convocado para apresentar pessoalmente
informações (caput), o Ministro de Estado (ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República) pode receber pedidos escritos de informações por
parte das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, importando em crime de
responsabilidade a) a recursa em prestar as informações, b) o não atendimento no prazo de 30
dias ou c) a prestação de informações falsas.
• CF, arts. 53 a 56 (Estatuto dos Congressistas) – observar:

- que as imunidades e vedações previstas nesses dispositivos deve ser enxergadas como
prerrogativas para o exercício livre e independente do mandato parlamentar, e não como
privilégios.

- que a imunidade material diz respeito às opiniões, palavras e votos dos congressistas (art.
53, caput), enquanto que a imunidades formais dizem respeito à i) impossibilidade de o
congressista, como regra, ser preso ou de permanecer preso (art. 53, § 2º) e ii) possiblidade
de sustação do andamento da ação penal do congressista (art. 53, §§ 3º a 5º).

- que a imunidade material, prevista no art. 53, caput, é aplicável quando o parlamentar
estiver no exercício da função (deve haver uma conexão entre a manifestação oral do
parlamentar e o exercício da função).

- que a imunidade formal prevista no art. 53, § 2º, passa a valer desde a expedição do
diploma (ou seja, não é da data da posse – a diplomação é anterior, ocorrendo quando a
Justiça Eleitoral atesta a eleição do candidato). Essa imunidade vale somente para prisões
cautelares, ou seja, o congressista pode ser preso em virtude de sentença judicial transitada
em julgado1. Além disso, pode ser preso em caso de flagrante delito de crime inafiançável
(não é qualquer crime!). Mesmo nesse último caso, a Casa do parlamentar preso em flagrante
pode decidir se este deverá permanecer preso ou não, conforme parte final do dispositivo.

- que a imunidade formal prevista no art. 53, § 3º é válida para crime ocorrido após a
diplomação (ou seja, não é após a posse), não englobando crimes cometidos antes da
diplomação (estes, assim, não poderão ter seu andamento sustado). Além disso, o pedido de
sustação deve ser feito até a decisão final do STF. Caso haja sustação do processo, ocorre
suspensão (e não interrupção) da prescrição, enquanto durar o mandato (ou seja, até o início
da próxima legislatura) – art. 53, § 5º.

- que a prerrogativa de Foro prevista no art. 53, § 1º, inicia-se a partir da expedição do
diploma e abrange somente crimes comuns (e não ações civis), cometidos tanto antes como
depois da diplomação (note que somente estes últimos podem ter o andamento do processo

1
STF – Inq 510-DF.

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suspenso pela Casa do parlamentar, nos termos do art. 53, § 3º). Quando acabar o mandato,
o processo é enviado à Justiça Comum.

- que somente no estado de sítio as imunidades dos congressistas poderão ser suspensas,
dependendo, mesmo assim, do voto de dois terços dos membros da Casa respectiva e
abrangendo, apenas, os atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e que sejam
incompatíveis com a execução da medida (art. 53, § 8º).

- que há vedações aplicadas aos Congressistas a partir da expedição do diploma (art. 54, I) e
outras a partir da posse (art. 54, II). Se restar constatada infração a qualquer das vedações, o
Congressista perderá o mandato (art. 55, I).

- que o Congressista afastado para ocupar cargo no Poder Executivo (art. 56, I) tem suspensa
suas imunidades parlamentares (material e formal), mas mantém o foro por prerrogativa de
função2 e continua sujeito a procedimento disciplinar perante a Casa respectiva em virtude de
quebra de decoro parlamentar3.

• CF, art. 57 (reuniões do Congresso Nacional) – observar:

- que se houver reunião marcada para o dia 2/fev, 17/jul, 1/ago ou 22/dez e a data recair em
sábado, domingo ou feriado, a reunião será transferida para o primeiro dia útil subsequente (§
1º).

- que se o projeto de lei de diretrizes orçamentárias não for aprovado até 17/7, a sessão
legislativa não será interrompida – o recesso parlamentar somente será iniciado quando a
LDO for aprovada (§ 2º).

- que, em regra, o Congresso Nacional atua por meio da manifestação autônoma e separada
de Câmara dos Deputados e Senado Federal. Por outro lado, em algumas situações, o
Congresso se reúne em sessão conjunta (bicameral) da Câmara e Senado, com deliberação
em separado das duas Casas (art. 57, § 3º + art. 166, caput + art. 68, caput). Há ainda, uma
(única) hipótese de sessão unicameral do Congresso – processo de revisão constitucional
(emendas de revisão), consoante art. 3º do ADCT.

- que no primeiro ano da legislatura (que dura quatro anos, conforme art. 44, parágrafo
único), as Casas fazem sessões preparatórias, a partir de 1/fev, para a posse de seus membros
e eleição das respectivas Mesas (§ 4º). Como o mandato dos membros das Mesas é de dois
anos (§ 4º), antes do início da terceira sessão legislativa ordinária (que ocorre no dia 2/fev do
terceiro ano da legislatura), as Casas deverão realizar novamente sessões preparatórias, para
eleger a nova Mesa (embora a CF não mencione expressamente essa situação).

2
STF – Inq 105-DF.
3
STF, MS 25.579/DF.

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- que as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal são eleitas pelos respectivos
membros, para mandato de 2 anos, sendo vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição imediatamente subsequente (§ 4º). Ou seja, é possível a candidatura, na eleição
imediatamente subsequente, de membro da Mesa para cargo diverso do que ocupa
atualmente. Além disso, também é possível a candidatura de membro da Mesa, para o
mesmo cargo, em eleição ulterior, desde que não seja a imediatamente subsequente.

- que a Mesa do Congresso Nacional não é eleita: é presidida pelo Presidente do Senado
Federal, e os demais cargos são exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (§ 5º). Ou seja, como o
Presidente do Senado é o Presidente da Mesa do Congresso Nacional, o próximo cargo na
hierarquia, que é o de 1º Vice-Presidente da Mesa do Congresso Nacional, será ocupado pelo
1º Vice-Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados. O próximo cargo na hierarquia, que é
o de 2º Vice-Presidente da Mesa do Congresso Nacional, será ocupado pelo 2º Vice-
==5617c==

Presidente da Mesa do Senado Federal. E assim por diante.

- que na constituição das Mesas é assegurada, tanto quanto possível, a representação


proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa
(art. 58, § 1º).

- as hipóteses de convocação extraordinária do Congresso Nacional – ou seja, que ocorre


durante os recessos parlamentares (§§ 6º e 7º): no caso previsto no § 6º, I (decretação de
estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de
estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República), a convocação ocorre por ato unilateral do Presidente do Senado. Já no caso
previsto no § 6º, II (urgência ou interesse público relevante), a convocação pode ser feita i)
pelo Presidente da República, ou ii) pelo Presidente do Senado e da Câmara (juntos), ou iii) a
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, devendo a convocação ser
aprovada pela aprovação da maioria absoluta das Casas do Congresso Nacional. Em qualquer
caso de convocação extraordinária, o Congresso só pode deliberar sobre a matéria para a
qual foi convocado (§ 7º), exceto se houver medidas provisórias em vigor, que deverão ser
automaticamente incluídas na pauta da convocação (§ 8º). Por fim, é vedado o pagamento de
parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária (§ 7º).

• CF, art. 58, caput, §§ 1º, 2º e 4º (Comissões – exceto Comissões Parlamentares de Inquérito) –
observar:

- que podem existir comissões permanentes e temporárias (caput).

- que no caso previsto no § 2º, I, o regimento interno da Casa, pode prever casos em que a
Comissão pode aprovar diretamente um projeto de lei, sem que haja necessidade de que este
seja apreciado pelo Plenário (procedimento legislativo abreviado), salvo se houver recurso de
1/10 dos membros da Casa.

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- que o caso previsto no inciso III do § 2º guarda relação com o previsto no art. 50, caput.

- que no recesso parlamentar, atuará uma Comissão Representativa do Congresso Nacional,


com atribuições definidas no regimento comum (§ 4º).

- que se busca uma representação proporcional dos partidos na constituição das Comissões
(1º), inclusive na da Comissão Representativa do Congresso Nacional (§ 4º).

• CF, art. 58, § 4º (Comissões Parlamentares de Inquérito) – observar:

- que as CPIs exercem a típica função de fiscalização por parte do Poder Legislativo.

- que as CPIs não julgam, não acusam e não promovem responsabilidade de ninguém, mas
sim investigam fatos e, se for o caso, encaminham suas conclusões para o Ministério Público
para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

- que pode haver CPI da Câmara dos Deputados (formada somente por deputados federais),
CPI do Senado (formada somente por senadores) e CPI mista (formada por deputados e
senadores).

- os requisitos para constituição de uma CPI:

a) requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa;

b) indicação de fato determinado a ser investigado (não se admite a criação de CPIs para
investigações genéricas); e

c) fixação de prazo certo para os trabalhos da CPI (o que não impede sucessivas
prorrogações de seu prazo na mesma legislatura – ou seja, o final da legislatura encerra
todas as CPIs vigentes).

- que os poderes de investigação das CPIs são próprios das autoridades judiciais, mas há
certas competências que são próprias e exclusivas do Poder Judiciário. Assim, as CPIs têm
competência para:

a) convocar particulares e autoridades públicas para depor.

- membros do Judiciário, todavia, não estão obrigados a se apresentar perante a CPI para
prestar depoimento sobre sua função jurisdicional.

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- a convocação deve ser feita pessoalmente (não pode ser por via postal ou comunicação
telefônica)4.

- uma vez convocadas, as testemunhas são obrigadas a comparecer, podendo inclusive, se


cabível, ser requisitada força policial para realizar condução coercitiva. Já os investigados não
podem ser conduzidos coercitivamente.

- os depoentes (sejam testemunhas ou indiciados) devem ter seus direitos constitucionais


preservados (direito ao silêncio, ao sigilo profissional, de assistência por advogado, de
indenização por danos morais e à imagem etc.), mas não possuem o direito ao contraditório
(os trabalhos da CPI possuem caráter meramente inquisitório).

- o indiciado ou a testemunha tem o direito ao silêncio e de não produzir prova contra si


mesma, podendo deixar de responder às perguntas que lhe forem dirigidas 5.

- caso o depoente se utilize da assistência de um advogado, este, nas reuniões da CPI, poderá
“comunicar-se, pessoal e diretamente, com o seu cliente (sem, no entanto, poder substituí-lo,
como é óbvio, no depoimento, que constitui ato personalíssimo), para adverti-lo de que lhe
assiste o direito de permanecer em silêncio, fundado no privilégio jurídico contra a auto-
incriminação, ou o de opor-se a qualquer ato arbitrário ou abusivo cometido, contra o seu
cliente”. Poderá ainda “reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer (...)
autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento”6.

b) realizar perícias e exames necessários à dilação probatória, bem como requerer


documentos e busca de todos os meios de prova legalmente admitidos7.

c) determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do investigado.

- qualquer medida restritiva de direitos determinada pela CPI (como as quebras de sigilo
mencionadas) deve ser fundamentada e determinada pela maioria de seus membros (ou seja,
não pode o Presidente da CPI, sozinho, determinar tais medidas restritivas de direitos) 8.

- as CPIs estaduais também podem determinar a quebra de sigilo bancário, o mesmo não
valendo para as CPIs municipais9.

Por outro lado, as CPIs não têm competência para:

4
STF – HC 71.421.
5
STF – HC 94.082-MC/RS.
6
STF – MS 23.576/DF.
7
STF – HC 71.039/RJ.
8
STF – MS 23.669-MC.
9
STF – ACO 730/RJ.

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a) decretar prisões, exceto em flagrante delito10.

b) determinar a aplicação de medidas cautelares (como indisponibilidade de bens, arrestos


etc.).

c) proibir ou restringir a assistência jurídica aos investigados.

d) determinar a anulação de atos do Poder Executivo.

e) determinar a quebra do sigilo judicial11.

f) determinar a interceptação telefônica.

g) determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos.

h) apreciar atos de natureza jurisdicional.

i) convocar o Chefe do Poder Executivo (veja que o art. 50 da CF não insere tal autoridade
dentre aquelas que poderão ser convocadas).

10
STF – HC 71279 RS.
11
STF – MS 27483 DF.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Poder Legislativo (arts. 44 a 58 da CF/1988), “Comissões Parlamentares (art. 58) é/são
o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Permanentes e
temporárias
Atribuições
Comissões definidas no
(caput e § 1º) regimento
comum Representação
proporcional de
Quando possível
partidos ou blocos
(§1º)

Competência das Comissões


(art. 58, § 2º, CF)
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo
se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões
das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles
emitir parecer.

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos
ou minimamente razoáveis.

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Poderes de
Autoridades judiciais
investigação

em conjunto ou
separadamente
Criadas pela CD ou SF
requisição de 1/3 de
CPI seus membros
(§ 3º) Apuração de fato
determinado

==5617c==

Prazo certo

Conclusões Ministério Público

Comissão
representativa do
Congresso Nacional

Recesso (§ 4º)

Atribuições definidas no
regimento comum

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Congresso Nacional (arts. 44 a 47 da CF/88)

1. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a


seguir.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos
Deputados, onde atuam os representantes dos estados, e pelo Senado Federal, que se compõe
de representantes do povo.

Comentários

GABARITO: errado.

Na Câmara dos Deputados atuam os representantes do povo, e no Senado Federal atuam os


representantes dos Estados e do DF, nos termos dos artigos 45, caput, e 46, caput, da CF/1988:

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos,


pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito


Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

2. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.


O Senado Federal compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em
cada estado, em cada território e no DF.

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Comentários

GABARITO: ERRADO

De acordo com o art. 46, caput, da CF/1988, os senadores são eleitos pelo princípio majoritário,
não proporcional. Por outro lado, o mandato dos ocupantes desse cargo é mesmo de 8 anos:

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito


Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito
anos.

Outrossim, não há previsão de eleição de Senadores no âmbito dos Territórios, apenas nos
Estados e no DF.

3. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional


A) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de procurador-geral
da República.
B) conceder anistia.
C) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno.
D) eleger membros do Conselho da República.
E) mudar temporariamente sua sede.
Comentários:
Letra A – incorreta. Compete privativamente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto
secreto, após arguição pública, a escolha de Procurador-Geral da República (art. 52, III, “e”, da
CF/88).
Letra B – incorreta. Esta é uma competência da União (art. 21, XVII, da CF/88).
Letra C – incorreta. Compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre limites e condições
para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno (art. 52, VIII,
da CF/88).
Letra D – incorreta. Na verdade, compete privativamente à Câmara dos Deputados (art. 51, V, da
CF/88) e ao Senado Federal (art. 52, XIV, da CF/88). Cada Casa elegerá 02 (dois) membros e o
Presidente da República também elegerá 02 membros (art. 84, XVIII, da CF/88).
Letra E – correta. É da competência exclusiva do Congresso Nacional mudar temporariamente
sua sede (art. 49, VI, da CF/88).

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Gabarito: letra E.

4. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Um dos princípios regentes das relações internacionais do Brasil é a prevalência dos
direitos humanos. De acordo com a CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos, aprovados em cada uma das casas legislativas, serão equivalentes a

A) leis ordinárias.

B) medidas provisórias.

C) leis complementares.

D) emendas constitucionais.

E) decretos.

Comentários:

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (art. 5º, § 3º, da CF/88).

Gabarito: letra D.

Competência do Congresso Nacional para dispor de determinadas matérias,


com a sanção do Presidente da República (art. 48 da CF/88)

5. (Cespe/2016/TRE PI) A respeito do Poder Legislativo e da fiscalização contábil, financeira e


orçamentária, julgue o item a seguir.
Compete exclusivamente ao Congresso Nacional dispor sobre planos e programas nacionais,
regionais e setoriais de desenvolvimento.

Comentários

GABARITO: errado.

Trata-se de competência do Congresso Nacional a ser desempenhada mediante sanção do


Presidente da República, conforme art. 48, IV da CF:

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Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias
de competência da União, especialmente sobre:

(...)

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

6. (CESPE/2016/TRT 8ª) Acerca das finanças públicas, da ordem econômica e financeira, da


reforma agrária, do sistema financeiro nacional e da ordem social, julgue o item de acordo com
a CF.
O texto constitucional atribui ao Congresso Nacional a competência para fiscalizar a emissão de
moeda no país, exclusivamente pelo Banco Central, nos termos de lei complementar.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Vejamos o teor dos artigos 48, inciso XIV, e 164, caput, da CF/1988:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias
de competência da União, especialmente sobre:

(...)

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente
pelo banco central.

A competência para dispor sobre moedas e seus limites de emissão é do Congresso Nacional,
mas essa regulamentação será feita por lei ordinária, não por lei complementar, pois os artigos
supratranscritos não fazem essa especificação.

7. (Cespe/2016/TRT 8) No Poder Legislativo da União, há três órgãos deliberativos, já que a


Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o Congresso Nacional são detentores de
competências, regimentos internos, mesas e serviços próprios.

Comentários

GABARITO: certo.

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A Câmara dos Deputados e o Senado Federal compõem o Congresso Nacional. Algumas


atribuições são de competência da Câmara dos Deputados, outras do Senado e outras ao
Congresso Nacional, que terão seus próprios regimentos internos, mesas e serviços próprios,
conforme exposto nos seguintes artigos da CF/1988:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias
de competência da União, especialmente sobre:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

(...) ==5617c==

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;

8. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Assinale a opção que representa atribuição do Congresso Nacional para a qual não é
exigida sanção do presidente da República.
A) organização administrativa e judiciária do Ministério Público e da Defensoria Pública da União.
B) concessão de anistia.
C) criação e extinção de órgãos da administração pública.
D) desmembramento de áreas de territórios federais ou estados.
E) sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.
Comentários:

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Letra A – incorreta. A organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da


Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do
Distrito Federal cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (art. 48,
IX, da CF/88).

Letra B – incorreta. A concessão de anistia cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República (art. 48, VIII, da CF/88).

Letra C – incorreta. A criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública cabe


ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (art. 48, IX, da CF/88).

Letra D – incorreta. A incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou


Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas cabe ao Congresso Nacional, com a
sanção do Presidente da República (art. 48, VI, da CF/88).

Letra E – correta. A sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é competência exclusiva do Congresso
Nacional (art. 49, V, da CF/88).

Gabarito: letra E.

Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/88)

9. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Considerando as atribuições e


responsabilidades do presidente da República e do Congresso Nacional, julgue o item a seguir.

É de competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar que o vice-presidente da


República, quando interessado, se ausente do país por mais de 15 dias.

Comentários

Consoante artigo 49, III, da CF/88:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,


quando a ausência exceder a quinze dias;

Saliente-se que se o Presidente ou Vice-Presidente da República se ausentarem do país por mais


de quinze dias, sem a autorização do Congresso Nacional prevista no inciso III, podem perder o
cargo (art. 83 da CF/88).

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Gabarito: Certo.

10. (CESPE/2014/TC-DF) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da


República, apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
televisão, sendo essa atuação conjunta exemplo prático da aplicação da doutrina dos freios e
contrapesos.

Comentários

GABARITO: ERRADO

O exercício de tal competência independe de sanção presidencial, na forma do art. 49, XII, da
Constituição Federal:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


televisão;

11. (Cespe/2016/TRE PI) A respeito do Poder Legislativo e da fiscalização contábil, financeira


e orçamentária, julgue o item a seguir.
Compete ao Congresso Nacional, mediante sanção do presidente da República, dispor sobre a
concessão e a renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão.

Comentários

GABARITO: errado.

Compete ao Poder Executivo, não ao Congresso Nacional, dispor sobre a concessão e a


renovação de concessão de emissoras de rádio e TV; o Congresso Nacional apenas aprecia o ato
de outorga ou renovação dessa concessão, permissão ou autorização, conforme o arts. 49, XII e
223, caput e § 1º, da CF/1988:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


televisão;

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Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e


autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o
princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar


do recebimento da mensagem.

12. (Cespe/2015/TRE GO) A respeito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime


constitucional da administração pública, julgue o item a seguir.
É da competência exclusiva do Congresso Nacional convocar plebiscito, caso em que é
desnecessária a sanção do presidente da República.

Comentários

GABARITO: certo.

A convocação de plebiscito é competência exclusiva do Congresso Nacional, sendo


desnecessária a sanção do Presidente da República nesse caso, conforme exposto no art. 49,
inciso XV, da CF/1988:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

13. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca das atribuições do Senado Federal e da Câmara dos


Deputados, julgue o item a seguir.
Cabe ao Senado Federal, independentemente de manifestação da Câmara dos Deputados, a
aprovação dos tratados firmados pelo Poder Executivo.

Comentários

GABARITO: errada.

A competência para aprovação dos tratados firmados pelo Poder Executivo é do Congresso
Nacional, não apenas do Senado Federal, de acordo com o art. 49, inciso I, da CF/1988:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

14. (CESPE/2013/TCU) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional escolher dois terços


dos membros do Tribunal de Contas da União, além de aprovar, por voto secreto, a escolha dos
ministros do TCU indicados pelo Presidente da República.

Comentários

GABARITO: ERRADO

A primeira parte da assertiva está correta, nos moldes do art. 49, XIII, da Constituição Federal:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

Contudo a aprovação dos nomes indicados pelo Presidente da República compete ao Senado
Federal:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

(...)

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

15. (CESPE/2012/TCE-ES) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados suspender os


atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes tenham exorbitado os
limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos órgãos legislativos.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Quanto ao tema, vejamos o que dispõe o texto constitucional:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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(...)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder


regulamentar ou dos limites de delegação legislativa

Nesse sentido, pela simetria constitucional, tal competência, no âmbito estadual e municipal,
caberá à Casa Legislativa respectiva. Vale dizer, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal.

16. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.
Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, aprovar o estado
de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas
medidas.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Consoante o art. 49, inciso IV, da CF/1988, essas atribuições são de competência exclusiva do
Congresso Nacional, sendo dispensada, assim, sanção presidencial para a sua adoção:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou


suspender qualquer uma dessas medidas;

17. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da


Juventude e do Idoso) Assinale a opção que representa atribuição do Congresso Nacional para a
qual não é exigida sanção do presidente da República.
A) organização administrativa e judiciária do Ministério Público e da Defensoria Pública da União.
B) concessão de anistia.
C) criação e extinção de órgãos da administração pública.
D) desmembramento de áreas de territórios federais ou estados.
E) sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.
Comentários:

Letra A – incorreta. A organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da


Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do

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Distrito Federal cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (art. 48,
IX, da CF/88).

Letra B – incorreta. A concessão de anistia cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República (art. 48, VIII, da CF/88).

Letra C – incorreta. A criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública cabe


ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República (art. 48, IX, da CF/88).

Letra D – incorreta. A incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou


Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas cabe ao Congresso Nacional, com a
sanção do Presidente da República (art. 48, VI, da CF/88).

Letra E – correta. A sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é competência exclusiva do Congresso
Nacional (art. 49, V, da CF/88).

Gabarito: letra E.

Interação com autoridades do Poder Executivo: convocação, pedidos escritos de


informações e comparecimento de Ministros de Estado (art. 50 da CF/88)

18. (CESPE/1998/TCU) A Câmara dos Deputados, o Senado Federal, bem como qualquer de
suas comissões, poderão convocar ministro de Estado para prestar informações acerca de
assuntos previamente determinados.

Comentários

GABARITO: CERTO

É o que dispõe o art. 50 da Constituição Federal:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

Competências da Câmara dos Deputados (art. 51 da CF/88)

19. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.

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Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e contra os
ministros de Estado.

Comentários

GABARITO: CERTO

Essa assertiva está de acordo com o art. 51, inciso I, da CF/1988:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Competências do Senado Federal (art. 52 da CF/88)

20. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca das atribuições do Senado Federal e da Câmara dos


Deputados, julgue o item a seguir.
Compete privativamente ao Senado Federal a apreciação do nome indicado pelo presidente da
República para procurador-geral da República.

Comentários

GABARITO: correta.

Essa competência está prevista no art. 52, inciso III, alínea “e”, da CF/1988:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

(...)

e) Procurador-Geral da República;

21. (CEBRASPE/2022/PGE-RJ/Analista Contábil) Julgue o seguinte item, relativos a aspectos


diversos pertinentes a noções de direito administrativo.

No Estado brasileiro, o Poder Legislativo, além da função normativa que lhe é típica, tem
atribuição julgadora em situações taxativamente expressas na Constituição Federal.

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Comentários

São funções típicas Poder Legislativo legislar e fiscalizar e funções atípicas administrar a julgar.

Dispõe o artigo 52, da CF/88:

Art. 52, CF. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do


Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade."

Portanto, o Poder Legislativo tem tanto a atribuição de legislar quanto a de julgar, nos casos
expressos na Constituição.

Gabarito: Certo.

Manutenção do mandato (art. 56 da CF/88)

22. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.
Ao contrário do que ocorre quando da assunção do cargo de ministro de Estado, o deputado
federal que se investir no cargo de secretário de Estado perderá o seu mandato.

Comentários

GABARITO: errado.

O deputado federal que se investir no cargo de secretário de Estado não perderá o seu
mandato, conforme previsto no art. 56, inciso I, da CF/1988:

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de


Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
diplomática temporária;

Comissões Parlamentares (art. 58)

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23. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.
Nos termos da CF, as comissões parlamentares de inquérito, comissões temporárias destinadas a
investigar fato certo e determinado, possuem poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais.

Comentários

GABARITO: certo.

Essa previsão está no art. 58, § 3º, da CF/1988:

Art. 58. (...)

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

24. (Cespe/2016/TRT 8) As comissões parlamentares de inquérito são permanentes e


organizadas por matéria, sendo uma de suas funções receber petições, reclamações,
representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas.

Comentários

GABARITO: errado.

As CPIs são criadas para apuração de fato determinado e por prazo certo, não são permanentes
e organizadas por matéria, conforme o art. 58, § 3º, da CF/1988:

Art. 58. (...)

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas

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conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a


responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

25. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Julgue o próximo item, a


respeito da comissão parlamentar de inquérito (CPI).

A constituição da CPI depende de deliberação conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal.

Comentários

Consoante artigo 58, § 3º, da CF/88:

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e


temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.

(...)

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Conclui-se, portanto, que pode haver CPI da Câmara dos Deputados (formada somente por
deputados federais), CPI do Senado (formada somente por senadores) e CPI mista (formada por
deputados e senadores).

Gabarito: Errado.

26. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Quanto aos seus poderes


investigatórios, as comissões parlamentares de inquérito (CPI)

I não têm o poder geral de cautela conferido aos juízes.

II não podem decretar quebra de sigilo bancário.


III não podem decretar a prisão preventiva de pessoas por elas investigadas.

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IV não podem decretar a prisão em flagrante de pessoa por elas investigada.

V têm poderes investigatórios próprios das autoridades judiciais.


Estão certos apenas os itens

a) I e IV.

b) II e III.

c) I, IV e V.

d) I, II, III e V.

e) II, III, IV e V.

Comentários.

Item I - correto. As CPIs não julgam, não acusam e não promovem responsabilidade de ninguém,
mas sim investigam fatos e, se for o caso, encaminham suas conclusões para o Ministério Público
para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Item II - correto. A CPI pode determinar a quebra de sigilo bancário, porém, qualquer medida
restritiva de direitos determinada pela CPI (como as quebras de sigilo) deve ser fundamentada e
determinada pela maioria de seus membros (ou seja, não pode o Presidente da CPI, sozinho,
determinar tais medidas restritivas de direitos).

Item III - correto. As CPIs não têm competência para decretar prisões, exceto em flagrante
delito.

Item IV - incorreto. As CPIs podem decretar prisão em flagrante, inclusive de seus investigados.

Item V - correto. Dispõe o artigo 58, § 3º, da CF/88:

Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Estão corretos os itens I, II, III e V.

Gabarito: Letra D.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. O Congresso Nacional é composto por quais órgãos?

2. Qual a duração de uma legislatura?

3. Quantos deputados federais são eleitos em cada Estado e no DF? E nos Territórios?

4. Quantos senadores são eleitos em cada Estado e no DF? E nos Territórios?

5. Com quantos suplentes será eleito um senador?

6. Considerando que a Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados, qual o número de
votos para que determinada deliberação seja tomada pelo seu Plenário, conforme reza a regra
geral prevista na Constituição Federal?

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7. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias sobre as quais compete ao Congresso
Nacional dispor com a sanção do Presidente da República (art. 48 da CF):

7.1. sistema ____(a)____, arrecadação e ____(b)____ de rendas;

7.2. plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de ____(c)____,


____(d)____ pública e emissões de curso ____(e)____;

7.3. ____(f)____ e modificação do ____(g)____ das Forças Armadas;

7.4. planos e ____(h)____ nacionais, regionais e ____(i)____ de desenvolvimento;

7.5. limites do ____(j)____ nacional, espaço aéreo e marítimo e ____(k)____ do domínio da União;

7.6. incorporação, ____(l)____ ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados,


==5617c==

____(m)____ as respectivas Assembleias Legislativas;

7.7. ____(n)____ temporária da sede do Governo Federal;

7.8. ____(o)____ de anistia;

7.9. organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União


e dos Territórios e organização ____(p)____ e do Ministério Público do Distrito Federal;

7.10. criação, ____(q)____ e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o art. 84, VI, "b", da CF/88;

7.11. ____(r)____ e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

7.12. telecomunicações e ____(s)____;

7.13. matéria financeira, ____(t)____ e monetária, instituições financeiras e suas ____(u)____;

7.14. moeda, seus limites de ____(v)____, e montante da dívida ____(x)____ federal;

7.15. fixação do ____(y)____ dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I, da CF/88.

8. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência exclusiva do Congresso Nacional (art.


49 da CF):

8.1. resolver ____(a)____ sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos ____(b)____ ao patrimônio nacional;

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8.2. ____(c)____ o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
____(d)____ transitem pelo território nacional ou nele permaneçam ____(e)____, ressalvados os
casos previstos em lei complementar;

8.3. autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a


ausência exceder a ____(f)____ dias;

8.4. aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, ____(g)____ o estado de sítio, ou


____(h)____ qualquer uma dessas medidas;

8.5. ____(i)____ os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder ____(j)____ ou dos
limites de delegação legislativa;

8.6. mudar ____(k)____ sua sede;

8.7. fixar ____(l)____ subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da CF/88.

8.8. fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos ____(m)____ de


Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da CF/88.

8.9. julgar ____(n)____ as contas prestadas pelo Presidente da República e ____(o)____ os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;

8.10. fiscalizar e controlar, ____(p)____, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração ____(q)____;

8.11. ____(r)____ pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição ____(s)____
dos outros Poderes;

8.12. ____(t)____ os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


____(u)____;

8.13. escolher dois ____(v)____ dos membros do Tribunal de Contas da União;

8.14. aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades ____(w)____;

8.15. autorizar referendo e convocar ____(x)____;

8.16. autorizar, em terras ____(y)____, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a


pesquisa e ____(z)____ de riquezas minerais;

8.17. aprovar, ____(a1)____, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
____(b1)____ mil e quinhentos hectares.

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8.18. decretar o estado de ____(c1)____ pública de âmbito ____(d1)____ previsto nos arts. 167-B,
167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G da CF/88.

9. Considere que o Ministro da Fazenda entenda relevante prestar informações aos parlamentares
da Câmara acerca de um anteprojeto de reforma tributária. Qual expediente constitucional ele
poderia adotar para atingir seu objetivo?

10. Considere que os Senadores aprovem o encaminhamento de pedido escrito de informações


ao Ministro da Educação e ao Secretário de Direitos Humanos. Responda: a) Essa situação guarda
amparo constitucional? b) Qual órgão seria competente para enviar tal pedido, à luz da CF?

11. Qual o prazo constitucional previsto para que o Presidente da República apresente suas contas
ao Congresso Nacional? Qual o papel constitucional da Câmara dos Deputados caso o Chefe do
Poder Executivo Federal deixe de apresentá-las em tal prazo?

12. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência privativa da Câmara dos Deputados
(art. 51 da CF):

12.1. ____(a)____, por dois terços de seus membros, a instauração de ____(b)____ contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

12.2. proceder à ____(c)____ de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao


Congresso Nacional dentro de ____(d)____ dias após a ____(e)____ da sessão legislativa;

12.3. elaborar seu ____(f)____ interno;

12.4. ____(g)____ sobre sua organização, funcionamento, ____(h)____, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus ____(i)____, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva ____(j)____, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

12.5. eleger membros do Conselho da ____(k)____, nos termos do art. 89, VII, da CF/88.

13. Considere que, após a autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados, o
Presidente da República tenha sido submetido a julgamento no Congresso Nacional por crime de
responsabilidade, tendo o Presidente do Senado declarado a perda do cargo do chefe do Poder
Executivo Federal após presidir a sessão que decidiu pela condenação por 2/3 dos votos dos
membros da Casa.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

14. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência privativa do Senado Federal (art. 52
da CF):

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14.1. processar e ____(a)____ o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


____(b)____, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza ____(c)____ com aqueles;

14.2. processar e ____(d)____ os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


Nacional de ____(e)____ e do Conselho Nacional do ____(f)____ Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de ____(g)____;

14.3. aprovar previamente, por voto ____(h)____, após arguição ____(i)____, a escolha de:

14.3.1. ____(j)____, nos casos estabelecidos na Constituição;

14.3.2. Ministros do Tribunal de ____(k)____ da União indicados pelo Presidente da República;

14.3.3. Governador de ____(l)____;

14.3.4. Presidente e ____(m)____ do banco central;

14.3.5. Procurador-Geral da ____(n)____;

14.3.6. titulares de outros cargos que a ____(o)____ determinar;

14.4. aprovar previamente, por voto ____(p)____, após arguição em sessão ____(q)____, a escolha
dos chefes de missão ____(r)____ de caráter permanente;

14.5. autorizar operações ____(s)____ de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

14.6. fixar, por ____(t)____ do Presidente da República, limites ____(u)____ para o montante da
dívida ____(v)____ da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

14.7. dispor sobre limites ____(w)____ e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas ____(x)____ e demais
entidades ____(y)____ pelo Poder Público federal;

14.8. dispor sobre limites e condições para a concessão de ____(z)____ da União em operações de
crédito externo e interno;

14.9. estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida ____(a1)____ dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;

14.10. ____(b1)____ a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
____(c1)____ do Supremo Tribunal Federal;

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14.11. aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a ____(d1)____, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do ____(e1)____ de seu mandato;

14.12. elaborar seu ____(f1)____ interno;

14.13. dispor sobre sua ____(g1)____, funcionamento, polícia, ____(h1)____, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus ____(i1)____, e a iniciativa de ____(j1)____ para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;

14.14. eleger membros do Conselho da ____(k1)____, nos termos do art. 89, VII, da CF/88;

14.15. avaliar ____(l1)____ a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
componentes, e o desempenho das administrações ____(m1)____ da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios.

15. Além de seus votos, o que mais está abrangido pela inviolabilidade material dos Congressistas?
Quais esferas a inviolabilidade material alcança?

16. Os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal


Federal desde qual momento?

17. Considere que Pedro Paulo, eleito para o cargo de deputado federal conforme diploma
expedido pela Justiça Eleitoral, tenha sido flagrado e preso pela polícia praticando incêndio, um
crime afiançável. Suponha que Pedro Paulo ainda não tenha tomado posse no cargo de deputado,
embora o prazo para a posse ainda não tenha expirado.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

18. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá sustar o andamento da ação
até quando?

19. O pedido de sustação da ação será apreciado pela Casa respectiva em qual prazo? A sustação
do processo produz alguma repercussão no prazo prescricional?

20. A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que
em tempo de guerra, dependerá de qual condição?

21. Complete as lacunas a seguir, a respeito das proibições impostas aos Deputados e Senadores
pela Constituição Federal (art. 54 da CF):

21.1. desde a expedição do ____(a)____:

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21.1.1. firmar ou manter ____(b)____ com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o ____(c)____ obedecer a cláusulas ____(d)____;

21.1.2. ____(e)____ ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes do item anterior;

21.2. desde a ____(f)____:

21.2.1. ser proprietários, ____(g)____ ou diretores de empresa que goze de ____(h)____ decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função ____(i)____;

21.2.2. ocupar cargo ou função de que sejam ____(j)____ "ad nutum", nas entidades referidas no
inciso I, "a", da CF/88;

21.2.3. ____(k)____ causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o art.
54, inciso I, "a", da CF/88;

21.2.4. ser ____(l)____ de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

22. Complete as lacunas a seguir, a respeito das hipóteses de perda do mandato do Deputado ou
Senador (art. 55 da CF):

22.1. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

22.1.1. que infringir qualquer das ____(a)____ estabelecidas no artigo 54 da CF;

22.1.2. cujo procedimento for declarado incompatível com o ____(b)____ parlamentar;

22.1.3. que deixar de ____(c)____, em cada sessão legislativa, à ____(d)____ parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta ____(e)____;

22.1.4. que ____(f)____ ou tiver suspensos os direitos políticos;

22.1.5. quando o decretar a Justiça ____(g)____, nos casos previstos na Constituição;

22.1.6. que sofrer condenação ____(h)____ em sentença transitada em julgado.

23. Quais os cargos que o Deputado ou Senador pode ocupar sem perder o mandato?

24. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador licenciado pela respectiva Casa por motivo
de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o
afastamento não ultrapasse quantos dias?

25. Quando o suplente de Deputado ou Senador será convocado?

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26. Caso haja vacância de cargo de Deputado ou Senador e não haja suplente para assumir, o que
ocorrerá?

27. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, durante qual período? Se
as reuniões marcadas para essas datas recaírem em sábados, domingos ou feriados, o que
acontece?

28. Complete as lacunas a seguir, a respeito das hipóteses de reunião da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal em sessão conjunta (art. 57, § 3º, da CF/88):

28.1. Além de outros casos previstos na Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
reunir-se-ão em sessão conjunta para:

28.1.1. ____(a)____ a sessão legislativa;

28.1.2. elaborar o regimento ____(b)____ e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

28.1.3. receber o ____(c)____ do Presidente e do Vice-Presidente da República;

28.1.4. conhecer do ____(d)____ e sobre ele deliberar.

29. A Mesa do Congresso Nacional será presidida por quem?

30. Considere que as Casas do Congresso Nacional não tenham aprovado convocação
extraordinária efetuada pelo Presidente da República em função de decretação de estado de
defesa.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

31. O que ocorre se houver medidas provisória em vigor na data de convocação extraordinária do
Congresso Nacional?

32. Complete as lacunas a seguir a respeito das comissões que, em razão da matéria de sua
competência, cabe (art. 58, § 2º, da CF):

32.1. discutir e votar projeto de ____(a)____ que dispensar, na forma do ____(b)____, a competência
do Plenário, salvo se houver recurso de um ____(c)____ dos membros da Casa;

32.2. ____(d)____ audiências públicas com ____(e)____ da sociedade civil;

32.3. ____(f)____ Ministros de Estado para prestar ____(g)____ sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;

32.4. ____(h)____ petições, reclamações, representações ou ____(i)____ de qualquer pessoa contra


atos ou ____(j)____ das autoridades ou entidades públicas;

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32.5. solicitar depoimento de qualquer autoridade ou ____(k)____;

32.6. ____(l)____ programas de obras, planos nacionais, ____(m)____ e setoriais de


desenvolvimento e sobre eles emitir ____(n)____.

33. Qual o quórum de iniciativa para se dar início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito?

34. Considere que uma Comissão Parlamentar de Inquérito tenha determinado a prisão cautelar
de um cidadão, em razão de crime por ele praticado, descoberto pela Comissão em decorrência
de informações obtidas por interceptação telefônica por ela determinada.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

Perguntas com respostas

1. O Congresso Nacional é composto por quais órgãos?


Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 44 da CF).

2. Qual a duração de uma legislatura?


Cada legislatura terá a duração de quatro anos (art. 44, parágrafo único, da CF).

3. Quantos deputados federais são eleitos em cada Estado e no DF? E nos Territórios?

No Estado e no DF, o número de deputados federais eleitos é proporcional à população, sendo


que nenhuma dessas unidades da Federação terá menos de 8 ou mais de 70 deputados, devendo,
para isso, proceder-se aos ajustes necessários no ano anterior às eleições, caso necessário (CF, art.
45, § 1º).

Esse número de deputados federais por Estado/DF, bem como o número total de deputados
federais, é estabelecido por lei complementar (CF, art. 45, § 1º).

Por sua vez, os Territórios elegem 4 deputados federais (CF, art. 45, § 2º).

4. Quantos senadores são eleitos em cada Estado e no DF? E nos Territórios?

Cada Estado e o DF elegem 3 senadores, independentemente do tamanho de sua população (CF,


art. 46, § 1º).

Por sua vez, os Territórios não elegem senadores.

5. Com quantos suplentes será eleito um senador?


Dois suplentes (art. 46, § 3º, da CF).

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6. Considerando que a Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados, qual o número de
votos para que determinada deliberação seja tomada pelo seu Plenário, conforme reza a regra
geral prevista na Constituição Federal?

129 votos, conforme explicações a seguir.

A regra geral de tomada de deliberações por qualquer das Casas do Congresso Nacional ou de
suas Comissões é a prevista no art. 47 da CF, que reza o seguinte:

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de
seus membros.

Em tal dispositivo, o termo “maioria absoluta” significa a maioria considerando TODOS os


membros. Já o termo isolado “maioria” corresponde à maioria dos presentes (já que nem sempre
é necessário que todos os parlamentares estejam presentes para que haja deliberação).

Assim, a maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados corresponde ao primeiro
número inteiro que sucede a metade do número total de membros. Logo, como a metade de 513
= 513/2 = 256,5, o primeiro número inteiro que sucede tal valor é 257, que é o número que
corresponde à maioria absoluta de membros.

Por sua vez, considerando a presença da maioria absoluta dos membros, ou seja, de 257
deputados, a maioria desses membros corresponde ao primeiro número inteiro que sucede a
metade de tal número. Logo, como a metade de 257 = 257/2 = 128,5, o primeiro número inteiro
que sucede tal valor é 129, que é o número que corresponde à quantidade de votos mínimos para
que uma deliberação seja tomada.

7. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias sobre as quais compete ao Congresso
Nacional dispor com a sanção do Presidente da República (art. 48 da CF):

7.1. sistema ____(a)____, arrecadação e ____(b)____ de rendas;

7.2. plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de ____(c)____,


____(d)____ pública e emissões de curso ____(e)____;

7.3. ____(f)____ e modificação do ____(g)____ das Forças Armadas;

7.4. planos e ____(h)____ nacionais, regionais e ____(i)____ de desenvolvimento;

7.5. limites do ____(j)____ nacional, espaço aéreo e marítimo e ____(k)____ do domínio da União;

7.6. incorporação, ____(l)____ ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados,


____(m)____ as respectivas Assembleias Legislativas;

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7.7. ____(n)____ temporária da sede do Governo Federal;

7.8. ____(o)____ de anistia;

7.9. organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União


e dos Territórios e organização ____(p)____ e do Ministério Público do Distrito Federal;

7.10. criação, ____(q)____ e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o art. 84, VI, "b", da CF/88;

7.11. ____(r)____ e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

7.12. telecomunicações e ____(s)____;

7.13. matéria financeira, ____(t)____ e monetária, instituições financeiras e suas ____(u)____;

7.14. moeda, seus limites de ____(v)____, e montante da dívida ____(x)____ federal;

7.15. fixação do ____(y)____ dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I, da CF/88.

(a) tributário (b) distribuição (c) crédito (d) dívida (e) forçado
(f) fixação (g) efetivo (h) programas (i) setoriais (j) território
(k) bens (l) subdivisão (m) ouvidas (n) transferência (o) concessão
(p) judiciária (q) transformação (r) criação (s) radiofusão (t) cambial
(u) operações (v) emissão (x) mobiliária (y) subsídio

8. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência exclusiva do Congresso Nacional (art.


49 da CF):

8.1. resolver ____(a)____ sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos ____(b)____ ao patrimônio nacional;

8.2. ____(c)____ o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
____(d)____ transitem pelo território nacional ou nele permaneçam ____(e)____, ressalvados os
casos previstos em lei complementar;

8.3. autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a


ausência exceder a ____(f)____ dias;

8.4. aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, ____(g)____ o estado de sítio, ou


____(h)____ qualquer uma dessas medidas;

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8.5. ____(i)____ os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder ____(j)____ ou dos
limites de delegação legislativa;

8.6. mudar ____(k)____ sua sede;

8.7. fixar ____(l)____ subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da CF/88.

8.8. fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos ____(m)____ de


Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da CF/88.

8.9. julgar ____(n)____ as contas prestadas pelo Presidente da República e ____(o)____ os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;

8.10. fiscalizar e controlar, ____(p)____, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração ____(q)____;

8.11. ____(r)____ pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição ____(s)____
dos outros Poderes;

8.12. ____(t)____ os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


____(u)____;

8.13. escolher dois ____(v)____ dos membros do Tribunal de Contas da União;

8.14. aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades ____(w)____;

8.15. autorizar referendo e convocar ____(x)____;

8.16. autorizar, em terras ____(y)____, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a


pesquisa e ____(z)____ de riquezas minerais;

8.17. aprovar, ____(a1)____, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
____(b1)____ mil e quinhentos hectares.

8.18. decretar o estado de ____(c1)____ pública de âmbito ____(d1)____ previsto nos arts. 167-B,
167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G da CF/88.

(a) definitivamente (b) gravosos (c) autorizar (d) estrangeiras (e) temporariamente
(f) quinze (g) autorizar (h) suspender (i) sustar (j) regulamentar
(k) temporariamente (l) idêntico (m) Ministros (n) anualmente (o) apreciar
(p) diretamente (q) indireta (r) zelar (s) normativa (t) apreciar
(u) televisão (v) terços (w) nucleares (x) plebiscito (y) indígenas
(z) lavra (a1) previamente (b1) dois (c1) calamidade (d1) nacional

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9. Considere que o Ministro da Fazenda entenda relevante prestar informações aos parlamentares
da Câmara acerca de um anteprojeto de reforma tributária. Qual expediente constitucional ele
poderia adotar para atingir seu objetivo?

Ele poderia comparecer ao Parlamento por sua própria iniciativa, mediante entendimentos com a
Mesa da Câmara, conforme art. 50, § 1º da CF:

Art. 50, § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara


dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu
Ministério.

10. Considere que os Senadores aprovem o encaminhamento de pedido escrito de informações


ao Ministro da Educação e ao Secretário de Direitos Humanos. Responda: a) Essa situação guarda
amparo constitucional? b) Qual órgão seria competente para enviar tal pedido, à luz da CF?

Inicialmente, vejamos o teor do art. 50, § 2º da CF:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações
sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a
ausência sem justificação adequada. (...)

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar


pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou
o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações
falsas.

Assim:

A) Depende! Conforme o disposto na CF, o pedido escrito de informações pode ser encaminhado
somente a Ministros de Estado ou a titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência
da República. Logo, se a Secretaria de Direitos Humanos for diretamente subordinada à
Presidência da República, é possível o encaminhamento do pedido escrito de informações ao seu
titular. Caso contrário, não será possível.

B) A Mesa do Senado, conforme disposto no art. 50, § 2º da CF.

11. Qual o prazo constitucional previsto para que o Presidente da República apresente suas contas
ao Congresso Nacional? Qual o papel constitucional da Câmara dos Deputados caso o Chefe do
Poder Executivo Federal deixe de apresentá-las em tal prazo?

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O Presidente da República possui o prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa para
apresentar suas contas. Caso tais contas não sejam apresentadas, a Câmara dos Deputados deverá
proceder a tomada de tais contas, conforme art. 51, inciso II da CF:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: (...)

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas


ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

12. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência privativa da Câmara dos Deputados
(art. 51 da CF):

12.1. ____(a)____, por dois terços de seus membros, a instauração de ____(b)____ contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

12.2. proceder à ____(c)____ de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao


Congresso Nacional dentro de ____(d)____ dias após a ____(e)____ da sessão legislativa;

12.3. elaborar seu ____(f)____ interno;

12.4. ____(g)____ sobre sua organização, funcionamento, ____(h)____, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus ____(i)____, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva ____(j)____, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

12.5. eleger membros do Conselho da ____(k)____, nos termos do art. 89, VII, da CF/88.

(a) autorizar (b) processo (c) tomada (d) sessenta (e) abertura
(f) regimento (g) dispor (h) polícia (i) serviços (j) remuneração
(k) República

13. Considere que, após a autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados, o
Presidente da República tenha sido submetido a julgamento no Congresso Nacional por crime de
responsabilidade, tendo o Presidente do Senado declarado a perda do cargo do chefe do Poder
Executivo Federal após presidir a sessão que decidiu pela condenação por 2/3 dos votos dos
membros da Casa.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

Não estaria compatível com a CF, porque quem julga o Presidente da República nos crimes de
responsabilidade é o Senado Federal, não o Congresso Nacional, conforme art. 52, I da CF:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

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I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Além disso, nesse caso, quem preside o processo e julgamento é o Presidente do STF (e não o
Presidente do Senado/Congresso Nacional), conforme art. 52, parágrafo único.

Art. 52, parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente
será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis.

14. Complete as lacunas a seguir, a respeito da competência privativa do Senado Federal (art. 52
da CF):

14.1. processar e ____(a)____ o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


____(b)____, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza ____(c)____ com aqueles;

14.2. processar e ____(d)____ os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


Nacional de ____(e)____ e do Conselho Nacional do ____(f)____ Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de ____(g)____;

14.3. aprovar previamente, por voto ____(h)____, após arguição ____(i)____, a escolha de:

14.3.1. ____(j)____, nos casos estabelecidos na Constituição;

14.3.2. Ministros do Tribunal de ____(k)____ da União indicados pelo Presidente da República;

14.3.3. Governador de ____(l)____;

14.3.4. Presidente e ____(m)____ do banco central;

14.3.5. Procurador-Geral da ____(n)____;

14.3.6. titulares de outros cargos que a ____(o)____ determinar;

14.4. aprovar previamente, por voto ____(p)____, após arguição em sessão ____(q)____, a escolha
dos chefes de missão ____(r)____ de caráter permanente;

14.5. autorizar operações ____(s)____ de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

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14.6. fixar, por ____(t)____ do Presidente da República, limites ____(u)____ para o montante da
dívida ____(v)____ da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

14.7. dispor sobre limites ____(w)____ e condições para as operações de crédito externo e interno
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas ____(x)____ e demais
entidades ____(y)____ pelo Poder Público federal;

14.8. dispor sobre limites e condições para a concessão de ____(z)____ da União em operações de
crédito externo e interno;

14.9. estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida ____(a1)____ dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;

14.10. ____(b1)____ a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
____(c1)____ do Supremo Tribunal Federal;

14.11. aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a ____(d1)____, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do ____(e1)____ de seu mandato;

14.12. elaborar seu ____(f1)____ interno;

14.13. dispor sobre sua ____(g1)____, funcionamento, polícia, ____(h1)____, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus ____(i1)____, e a iniciativa de ____(j1)____ para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;

14.14. eleger membros do Conselho da ____(k1)____, nos termos do art. 89, VII, da CF/88;

14.15. avaliar ____(l1)____ a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
componentes, e o desempenho das administrações ____(m1)____ da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios.

(a) julgar (b) responsabilidade (c) conexos (d) julgar (e) Justiça
(f) Ministério (g) responsabilidade (h) secreto (i) pública (j) Magistrados
(k) Contas (l) Território (m) diretores (n) República (o) lei
(p) secreto (q) secreta (r) diplomática (s) externas (t) proposta
(u) globais (v) consolidada (w) globais (x) autarquias (y) controladas
(z) garantia (a1) mobiliária (b1) suspender (c1) definitiva (d1) exoneração
(e1) término (f1) regimento (g1) organização (h1) criação (i1) serviços
(j1) lei (k1) República (l1) periodicamente (m1) tributárias

15. Além de seus votos, o que mais está abrangido pela inviolabilidade material dos Congressistas?
Quais esferas a inviolabilidade material alcança?

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Além dos votos, a inviolabilidade material abrange as opiniões e palavras do Congressista.


A inviolabilidade material alcança as esferas civil e penal.
Vejamos o teor do dispositivo constitucional que trata do tema:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos.

16. Os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal


Federal desde qual momento?

Desde a expedição do diploma (art. 53, § 1º, da CF).

17. Considere que Pedro Paulo, eleito para o cargo de deputado federal conforme diploma
expedido pela Justiça Eleitoral, tenha sido flagrado e preso pela polícia praticando incêndio, um
crime afiançável. Suponha que Pedro Paulo ainda não tenha tomado posse no cargo de deputado,
embora o prazo para a posse ainda não tenha expirado.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

Não seria compatível com a Constituição, porquanto desde a expedição do diploma, os membros
do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável,
consoante art. 53, § 2º.

Art. 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não


poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

Logo, Pedro Paulo não poderia ser preso, porque já havia sido diplomado e o crime praticado era
afiançável.

18. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá sustar o andamento da ação
até quando?

Até a decisão final (art. 53, § 3º, da CF).

19. O pedido de sustação da ação será apreciado pela Casa respectiva em qual prazo? A sustação
do processo produz alguma repercussão no prazo prescricional?

No prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora (art. 53,
§ 4º, da CF). A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato (art. 53, §
5º, da CF).

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20. A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que
em tempo de guerra, dependerá de qual condição?

Dependerá de prévia licença da Casa respectiva (art. 53, § 7º, da CF).

21. Complete as lacunas a seguir, a respeito das proibições impostas aos Deputados e Senadores
pela Constituição Federal (art. 54 da CF):

21.1. desde a expedição do ____(a)____:

21.1.1. firmar ou manter ____(b)____ com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o ____(c)____ obedecer a cláusulas ____(d)____;

21.1.2. ____(e)____ ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes do item anterior;

21.2. desde a ____(f)____:

21.2.1. ser proprietários, ____(g)____ ou diretores de empresa que goze de ____(h)____ decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função ____(i)____;

21.2.2. ocupar cargo ou função de que sejam ____(j)____ "ad nutum", nas entidades referidas no
inciso I, "a", da CF/88;

21.2.3. ____(k)____ causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o art.
54, inciso I, "a", da CF/88;

21.2.4. ser ____(l)____ de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

(a) diploma (b) contrato (c) contrato (d) uniformes (e) aceitar
(f) posse (g) controladores (h) favor (i) remunerada (j) demissíveis
(k) patrocinar (l) titulares

22. Complete as lacunas a seguir, a respeito das hipóteses de perda do mandato do Deputado ou
Senador (art. 55 da CF):

22.1. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

22.1.1. que infringir qualquer das ____(a)____ estabelecidas no artigo 54 da CF;

22.1.2. cujo procedimento for declarado incompatível com o ____(b)____ parlamentar;

22.1.3. que deixar de ____(c)____, em cada sessão legislativa, à ____(d)____ parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta ____(e)____;

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22.1.4. que ____(f)____ ou tiver suspensos os direitos políticos;

22.1.5. quando o decretar a Justiça ____(g)____, nos casos previstos na Constituição;

22.1.6. que sofrer condenação ____(h)____ em sentença transitada em julgado.

(a) proibições (b) decoro (c) comparecer (d) terça (e) autorizada
(f) perder (g) Eleitoral (h) criminal

23. Quais os cargos que o Deputado ou Senador pode ocupar sem perder o mandato?

Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de


Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária (art. 56, I, da CF).

24. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador licenciado pela respectiva Casa por motivo
de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o
afastamento não ultrapasse quantos dias?

Cento e vinte dias por sessão legislativa (art. 56, II, da CF).

25. Quando o suplente de Deputado ou Senador será convocado?

O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas no art. 56,
inciso I, da CF/88 (vide questão 24) ou de licença superior a cento e vinte dias (art. 56, § 1º, da CF).

26. Caso haja vacância de cargo de Deputado ou Senador e não haja suplente para assumir, o que
ocorrerá?

Far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
(art. 56, § 2º, da CF).

27. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, durante qual período? Se
as reuniões marcadas para essas datas recaírem em sábados, domingos ou feriados, o que
acontece?

De 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro (art. 57, caput, da CF).

As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente,
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados (art. 57, § 1º, da CF).

28. Complete as lacunas a seguir, a respeito das hipóteses de reunião da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal em sessão conjunta (art. 57, § 3º, da CF/88):

28.1. Além de outros casos previstos na Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
reunir-se-ão em sessão conjunta para:

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28.1.1. ____(a)____ a sessão legislativa;

28.1.2. elaborar o regimento ____(b)____ e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

28.1.3. receber o ____(c)____ do Presidente e do Vice-Presidente da República;

28.1.4. conhecer do ____(d)____ e sobre ele deliberar.

(a) inaugurar (b) comum (c) compromisso (d) veto

Além dessas situações, o Congresso se reúne em sessão conjunta (bicameral) da Câmara e Senado,
com deliberação em separado das duas Casas nos casos do art. 166, caput (projetos de lei relativos
ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais) e
art. 68 (leis delegadas) da CF/88.

29. A Mesa do Congresso Nacional será presidida por quem?

Pelo Presidente do Senado (art. 57, § 5º, da CF).

30. Considere que as Casas do Congresso Nacional não tenham aprovado convocação
extraordinária efetuada pelo Presidente da República em função de decretação de estado de
defesa.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

Não, porque em caso de decretação de estado de defesa, a convocação extraordinária é efetuada


somente pelo Presidente do Senado e, além disso, a convocação não depende de aprovação das
Casas do Congresso Nacional, conforme art. 57, § 6º:

Art. 57, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou


de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio
e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em
caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com
a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

31. O que ocorre se houver medidas provisória em vigor na data de convocação extraordinária do
Congresso Nacional?

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Serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação (art. 57, § 8º, da CF).

32. Complete as lacunas a seguir a respeito das comissões que, em razão da matéria de sua
competência, cabe (art. 58, § 2º, da CF):

32.1. discutir e votar projeto de ____(a)____ que dispensar, na forma do ____(b)____, a competência
do Plenário, salvo se houver recurso de um ____(c)____ dos membros da Casa;

32.2. ____(d)____ audiências públicas com ____(e)____ da sociedade civil;

32.3. ____(f)____ Ministros de Estado para prestar ____(g)____ sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;

32.4. ____(h)____ petições, reclamações, representações ou ____(i)____ de qualquer pessoa contra


atos ou ____(j)____ das autoridades ou entidades públicas;

32.5. solicitar depoimento de qualquer autoridade ou ____(k)____;

32.6. ____(l)____ programas de obras, planos nacionais, ____(m)____ e setoriais de


desenvolvimento e sobre eles emitir ____(n)____.

(a) lei (b) regimento (c) décimo (d) realizar (e) entidades
(f) convocar (g) informações (h) receber (i) queixas (j) omissões
(k) cidadão (l) apreciar (m) regionais (n) parecer

33. Qual o quórum de iniciativa para se dar início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito?

Um terço dos membros da Casa Legislativa (art. 58, § 3º, da CF).

34. Considere que uma Comissão Parlamentar de Inquérito tenha determinado a prisão cautelar
de um cidadão, em razão de crime por ele praticado, descoberto pela Comissão em decorrência
de informações obtidas por interceptação telefônica por ela determinada.
Essa situação estaria compatível com a Constituição Federal? Justifique.

Não, porque a CPI não tem competência para decretar prisões, exceto em flagrante delito,
tampouco para determinar a interceptação telefônica. Tais medidas (prisão cautelar e
interceptação telefônica) somente podem ser determinadas pelo Poder Judiciário.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (Cespe/2015/TRE RS) Acerca do Poder Legislativo e do Poder Executivo, julgue o item a
seguir.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos
Deputados, onde atuam os representantes dos estados, e pelo Senado Federal, que se compõe
de representantes do povo.

2. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.


O Senado Federal compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em
cada estado, em cada território e no DF.

3. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional


A) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de procurador-geral
da República.
B) conceder anistia.
C) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno.
D) eleger membros do Conselho da República.
E) mudar temporariamente sua sede.

4. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Um dos princípios regentes das relações internacionais do Brasil é a prevalência dos
direitos humanos. De acordo com a CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos, aprovados em cada uma das casas legislativas, serão equivalentes a

A) leis ordinárias.

B) medidas provisórias.

C) leis complementares.

D) emendas constitucionais.

E) decretos.

5. (Cespe/2016/TRE PI) A respeito do Poder Legislativo e da fiscalização contábil, financeira e


orçamentária, julgue o item a seguir.
Compete exclusivamente ao Congresso Nacional dispor sobre planos e programas nacionais,
regionais e setoriais de desenvolvimento.

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6. (CESPE/2016/TRT 8ª) Acerca das finanças públicas, da ordem econômica e financeira, da


reforma agrária, do sistema financeiro nacional e da ordem social, julgue o item de acordo com
a CF.
O texto constitucional atribui ao Congresso Nacional a competência para fiscalizar a emissão de
moeda no país, exclusivamente pelo Banco Central, nos termos de lei complementar.

7. (Cespe/2016/TRT 8) No Poder Legislativo da União, há três órgãos deliberativos, já que a


Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o Congresso Nacional são detentores de
competências, regimentos internos, mesas e serviços próprios.

8. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Assinale a opção que representa atribuição do Congresso Nacional para a qual não é
exigida sanção do presidente da República.
A) organização administrativa e judiciária do Ministério Público e da Defensoria Pública da União.
B) concessão de anistia.
C) criação e extinção de órgãos da administração pública.
D) desmembramento de áreas de territórios federais ou estados.
E) sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.

9. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Considerando as atribuições e


responsabilidades do presidente da República e do Congresso Nacional, julgue o item a seguir.

É de competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar que o vice-presidente da


República, quando interessado, se ausente do país por mais de 15 dias.

10. (CESPE/2014/TC-DF) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da


República, apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
televisão, sendo essa atuação conjunta exemplo prático da aplicação da doutrina dos freios e
contrapesos.

11. (Cespe/2016/TRE PI) A respeito do Poder Legislativo e da fiscalização contábil, financeira


e orçamentária, julgue o item a seguir.
Compete ao Congresso Nacional, mediante sanção do presidente da República, dispor sobre a
concessão e a renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão.

12. (Cespe/2015/TRE GO) A respeito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime


constitucional da administração pública, julgue o item a seguir.
É da competência exclusiva do Congresso Nacional convocar plebiscito, caso em que é
desnecessária a sanção do presidente da República.

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13. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca das atribuições do Senado Federal e da Câmara dos


Deputados, julgue o item a seguir.
Cabe ao Senado Federal, independentemente de manifestação da Câmara dos Deputados, a
aprovação dos tratados firmados pelo Poder Executivo.

14. (CESPE/2013/TCU) Compete exclusivamente ao Congresso Nacional escolher dois terços


dos membros do Tribunal de Contas da União, além de aprovar, por voto secreto, a escolha dos
ministros do TCU indicados pelo Presidente da República.

15. (CESPE/2012/TCE-ES) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados suspender os


atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes tenham exorbitado os
limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos órgãos legislativos.

16. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.
==5617c==

Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, aprovar o estado


de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas
medidas.

17. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da


Juventude e do Idoso) Assinale a opção que representa atribuição do Congresso Nacional para a
qual não é exigida sanção do presidente da República.
A) organização administrativa e judiciária do Ministério Público e da Defensoria Pública da União.
B) concessão de anistia.
C) criação e extinção de órgãos da administração pública.
D) desmembramento de áreas de territórios federais ou estados.
E) sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.

18. (CESPE/1998/TCU) A Câmara dos Deputados, o Senado Federal, bem como qualquer de
suas comissões, poderão convocar ministro de Estado para prestar informações acerca de
assuntos previamente determinados.

19. (CESPE/2008/TRT 5ª) Julgue o item que se segue, acerca do Poder Legislativo.
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e contra os
ministros de Estado.

20. (Cespe/2016/TRT 8) Acerca das atribuições do Senado Federal e da Câmara dos


Deputados, julgue o item a seguir.
Compete privativamente ao Senado Federal a apreciação do nome indicado pelo presidente da
República para procurador-geral da República.

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21. (CEBRASPE/2022/PGE-RJ/Analista Contábil) Julgue o seguinte item, relativos a aspectos


diversos pertinentes a noções de direito administrativo.

No Estado brasileiro, o Poder Legislativo, além da função normativa que lhe é típica, tem
atribuição julgadora em situações taxativamente expressas na Constituição Federal.

22. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.
Ao contrário do que ocorre quando da assunção do cargo de ministro de Estado, o deputado
federal que se investir no cargo de secretário de Estado perderá o seu mandato.

23. (Cespe/2015/TRE MT) Acerca dos Poderes Executivo e Legislativo, julgue o item a seguir.
Nos termos da CF, as comissões parlamentares de inquérito, comissões temporárias destinadas a
investigar fato certo e determinado, possuem poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais.

24. (Cespe/2016/TRT 8) As comissões parlamentares de inquérito são permanentes e


organizadas por matéria, sendo uma de suas funções receber petições, reclamações,
representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas.

25. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Julgue o próximo item, a


respeito da comissão parlamentar de inquérito (CPI).

A constituição da CPI depende de deliberação conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal.

26. (CEBRASPE/2022/DPE-RO/Analista da Defensoria Pública) Quanto aos seus poderes


investigatórios, as comissões parlamentares de inquérito (CPI)

I não têm o poder geral de cautela conferido aos juízes.

II não podem decretar quebra de sigilo bancário.

III não podem decretar a prisão preventiva de pessoas por elas investigadas.

IV não podem decretar a prisão em flagrante de pessoa por elas investigada.

V têm poderes investigatórios próprios das autoridades judiciais.

Estão certos apenas os itens

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a) I e IV.

b) II e III.

c) I, IV e V.

d) I, II, III e V.

e) II, III, IV e V.

Gabarito

1. E 11. E 21. C
2. E 12. C 22. E
3. E 13. E 23. C
4. D 14. E 24. E
5. E 15. E 25. E
6. E 16. E 26. D
7. C 17. E
8. E 18. C
9. C 19. C
10. E 20. C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

18 de Fevereiro de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Processo Legislativo - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Processo Legislativo


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Processo Legislativo - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
20

4) Questões Estratégicas - Processo Legislativo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
22

5) Questionário de Revisão - Processo Legislativo


..............................................................................................................................................................................................
39

6) Lista de Questões Estratégicas - Processo Legislativo - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
54

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
60

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Disposição geral (art. 59 da CF) 0,0%
Emenda à Constituição (art. 60 da CF) (não entra mutação nem revisão
40,0%
constitucional)
Medidas provisórias (art. 62 da CF) 26,7%
Lei delegada (art. 68 da CF) 6,7%
Processo legislativo sumário (art. 64, §§ 1º a 4º da CF) 0,0%
Processo legislativo abreviado (art. 58, § 2º, I da CF)
==5617c==

0,0%
Processo legislativo - iniciativa, discussão, votação, emendas, veto,
sanção, promulgação e publicação (arts. 61, 63, 64, caput, 65, 66 e 67 da 26,7%
CF)
Leis complementares – quórum de aprovação (art. 69) 0,0%
Processo Legislativo nos Estados-membros e Municípios 0,0%
Controle judicial do processo legislativo 0,0%
Revisão Constitucional (ADCT, art. 3º) 0,0%
Mutação constitucional 0,0%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Compreender bem os pontos a seguir:

• Fases do processo legislativo: introdutória (iniciativa), constitutiva (discussão votação, sanção,


veto e apreciação do veto) e complementar (promulgação e publicação).
• Princípio da não convalidação das nulidades (a sanção presidencial não convalida o vício de
iniciativa, nem o vício de emenda).
• Diferença entre o procedimento legislativo comum e o especial.

Ler os arts. 59 a 69 da CF, observando os pontos a seguir, aos quais deve ser dada ênfase em
seu estudo:

• CF, art. 59 – observar que:

- O processo legislativo não envolve somente a elaboração de leis em sentido estrito (leis
ordinárias e complementares), mas também emendas à Constituição, medidas provisórias,
decretos legislativos e resoluções.

- Embora sejam normas primárias como as apontadas no rol do art. 59, não integram o
processo legislativo a elaboração de decretos autônomos e os regimentos dos tribunais.

• CF, art. 61 – iniciativa das leis:

- O rol previsto no caput não é exaustivo, já que não menciona o TCU e a Defensoria Pública,
por exemplo.

- Por simetria, as matérias previstas no § 1º, que são de iniciativa privativa do Presidente da
República, serão de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo também nos Estados e
Municípios. Precedente(s) importante(s):

Lei estadual de iniciativa parlamentar que exige a presença de professor extra em


classe da rede básica de ensino com aluno pessoa com deficiência é inconstitucional,

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uma vez que cabe somente ao governador a iniciativa de propor leis que disponham
sobre servidores públicos1.

- O Presidente da República possui iniciativa privativa de lei para tratar de matéria tributária
nos Territórios (§ 1º, II, “b”), mas essa reserva de iniciativa não se aplica a outros projetos
sobre matéria tributária, que possuem iniciativa comum.

- A iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União é concorrente do


Presidente da República (§ 1º, II, “d”) e do Procurador-Geral da República (art. 128, § 5º). Por
simetria, essa regra se aplica aos Estados (iniciativa concorrente do Governador e do
Procurador-Geral de Justiça para tratar da organização do Ministério Público Estadual).

- A iniciativa privativa do Presidente da República para as leis orçamentárias (§ 1º, II, “b”) é,
por simetria, privativa do chefe do Poder Executivo nos Estados e Municípios2.

- Os outros Poderes não podem obrigar o Chefe do Poder Executivo a exercer a iniciativa
privativa de lei: em matéria orçamentária, ele é constitucionalmente obrigado a exercê-la
(ADCT, art. 35, § 2º, I a III) e, nos demais casos, possui a conveniência e a oportunidade para
decidir quanto ao seu exercício. Precedente(s) importante(s):

Regra de lei estadual de iniciativa parlamentar que impunha ao Poder Executivo a


concessão de estímulos financeiros às cooperativas, com a criação de um fundo
financeiro, é inconstitucional por afrontar o princípio da separação dos poderes 3.

- No âmbito do Poder Judiciário, o STF, os Tribunais Superiores e os TJs possuem iniciativa


nas matérias previstas no art. 96, II; os Tribunais em geral, na matéria prevista no art. 96, I,
“d”; os TJs, na matéria prevista no art. 125, § 1º; e o STF, em matéria que disponha sobre o
Estatuto da Magistratura (que exige Lei Complementar!).

- A Defensoria Pública possui iniciativa privativa nas matérias previstas no art. 134, § 4º c/c art.
96, II – alteração do número dos seus membros; criação e extinção de cargos e remuneração
dos seus serviços auxiliares, bem como fixação do subsídio de seus membros; criação ou
extinção dos seus órgãos; e alteração de sua organização e divisão.

- O TCU (e por simetria, os TCEs, nos Estados) possui iniciativa privativa de lei que trata de
sua organização administrativa, criação de cargos e remuneração de seus servidores, a fixação
de subsídios dos membros da Corte, bem como sobre a organização do Ministério Público
que atua junto ao Tribunal (art. 73, caput c/c art. 96, II).

1
STF – ADI 5786
2
STF – ADI 1.759-1.
3
STF – ADI 2811

5
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- A Câmara dos Deputados possui iniciativa privativa de lei para fixar a remuneração de seus
servidores (art. 51, IV). O mesmo vale para o Senado Federal (art. 52, XIII). Vale lembrar que a
criação e extinção de cargos públicos nesses órgãos se dá por resolução (e não por lei).

- Podem apresentar projeto de lei sobre qualquer matéria que não possua iniciativa reservada:
i) Presidente da República; ii) deputados e senadores; iii) comissões da Câmara, do Senado e
do Congresso Nacional; e iv) cidadãos (§ 2º).

- Iniciativa popular:

- É um instrumento de democracia semidireta

- Somente os cidadãos (pessoas que gozam de capacidade eleitoral ativa) podem


apresentar projeto de lei.

- É do tipo geral, ou seja, pode versar sobre qualquer matéria que não possua iniciativa
reservada, observadas as regras constitucionais.

- É aplicável tanto a leis ordinárias, quanto a complementares.

- Não é aplicável a propostas de emenda à Constituição.

- No processo legislativo federal, os projetos de lei de iniciativa popular deverão ser


apresentados à Câmara dos Deputados, exigindo a subscrição de, no mínimo, 1% (um por
cento) do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 (cinco) estados brasileiros,
com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles (§ 2º).

- no processo legislativo estatual, a iniciativa popular deverá ser disposta pela lei (CF, art.
27, § 4º).

- No processo legislativo municipal, a iniciativa popular depende da manifestação de, pelo


menos, 5% do eleitorado (CF, art. 29, XIII).

- Precedente(s) importante(s):

"É comum aos poderes Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) a competência
destinada a denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações,
cada qual no âmbito de suas atribuições"4.

• CF, arts. 64, caput, 65, 66, caput e 67, caput – discussão e votação dos projetos de lei

4
STF – RE 1151237

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- Casa iniciadora e Casa revisora:

- Os projetos de lei de apresentados por deputado federal, comissão da Câmara dos


Deputados, Presidente da República, STF, Tribunais Superiores, Procurador Geral da
República ou cidadãos são apreciados inicialmente pela Câmara dos Deputados.

- Os projetos de lei apresentados por senador ou comissão do Senado são apreciados


inicialmente pelo Senado.

- Os projetos de lei apresentados por comissão mista são apreciados inicialmente pela
Câmara ou pelo Senado, de forma alternada.

- Como a maior parte das vezes a Câmara atuará como Casa iniciadora, diz-se que ela
possui certa primazia no processo legislativo em relação ao Senado.

- Os projetos são discutidos e votados, em cada Casa, em um único turno (art. 65, caput).

- O projeto aprovado na Casa iniciadora é encaminhado à Casa revisora que:

- se o aprovar (sem emendas), deverá encaminhá-lo para sanção/veto ou promulgação pelo


Presidente da República (CF, art. 65, caput).

- se o rejeitar, deverá arquivá-lo (CF, art. 65, caput). Neste caso, aplica-se, ainda, o princípio
da irrepetibilidade (CF, art. 67).

- se o aprovar com emendas, deverá remetê-lo de volta à Casa iniciadora apenas para que
as emendas sejam apreciadas por esta, ou seja, a Casa iniciadora não pode subemendar o
projeto (CF, art. 65, parágrafo único). Por sua vez, se a Casa iniciadora:

- aprovar as emendas apresentadas pela Casa revisora, deverá encaminhar o projeto


(com as emendas) para sanção/veto ou promulgação pelo Presidente da República (CF,
art. 65, caput).

- não aprovar as emendas apresentadas pela Casa revisora, deverá encaminhar o projeto
(sem as emendas) para sanção/veto ou promulgação pelo Presidente da República (CF,
art. 65, caput).

Obs1: Veja que a prerrogativa de aprovar ou rejeitar as emendas apresentadas pela Casa
revisora faz com que a Casa iniciadora goze de certa primazia no processo legislativo.

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Obs2: se a emenda apresentada pela Casa revisora não importar em mudança


substancial do sentido do texto (“emenda de redação”), não há necessidade de retorno
â Casa iniciadora5.

• CF, art. 63 – emendas aos projetos de lei

- Só podem ser apresentadas por parlamentares (embora exista a possibilidade prevista no


art. 166, § 5º, que não é considerada caso de emenda extraparlamentar).

- Podem ser apresentadas mesmo em caso de projetos de iniciativa reservada ou privativa.

- O poder de emenda não é absoluto: além de deverem guardar pertinência temática com a
matéria da proposição, as emendas apresentadas pelos parlamentares não podem acarretar
aumento de despesa aos projetos de iniciativa exclusiva do presidente da república (exceto
nos projetos de lei orçamentária anual e lei de diretrizes orçamentárias), nem aos que versem
sobre a organização dos serviços administrativos (ou seja, não é a organização da função
finalística) da câmara dos deputados, do senado federal, dos tribunais federais e do ministério
público (cf, art. 63, i e ii). Precedente importante:

“o projeto de lei sobre organização judiciaria pode sofrer emendas parlamentares de


que resulte, até mesmo, aumento da despesa prevista”6.

• CF, art. 66 – sanção e veto em projetos de lei

- A sanção do Presidente da República incide sobre o projeto de lei, convertendo-o em lei. É


um ato unilateral e irretratável (não é possível desfazer, revogar a sanção), aplicável a projetos
de lei ordinária (incluindo projetos de lei de conversão, resultantes de medida provisória) e de
lei complementar (ou seja, a sanção não se aplica a leis delegadas, emendas constitucionais e
medidas provisórias).

- A sanção pode ser expressa (ato escrito) ou tácita (silêncio, omissão). O Presidente da
República possui o prazo de 15 dias úteis, contados do recebimento, para sancionar
expressamente ou vetar o projeto de lei. Se for omisso, implicará a sanção tácita do projeto
(CF, art. 66, caput e § 3º), tendo o chefe do Poder Executivo o prazo de 48 (quarenta e oito)
horas para promulgar a lei e, caso se omita, caberá ao Presidente do Senado em igual prazo
fazê-lo e, se este também não o fizer, caberá ao Vice-Presidente do Senado realizar a
promulgação da lei, sem prazo constitucional fixado (CF, art. 66, § 7º).

5
STF – ADI 2.666-6/DF.
6
STF – ADI 1.201-1/RO.

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- O veto é a manifestação formal, expressa e irretratável da discordância do chefe do Poder


Executivo do projeto lei aprovado pelo Poder Legislativo, devendo sempre ser motivado e
informados seus motivos no prazo de 48 horas ao Presidente do Senado (CF, art. 66, § 1º).
Não existe veto tácito (o que pode ser tácita é a sanção).

- O veto pode ser jurídico (caso o Presidente da República considere o projeto


inconstitucional) ou político (se o Presidente considerar o projeto contrário ao interesse
público), total ou parcial (CF, art. 66, § 1º). Em ambos os casos, é um ato político, não
cabendo controle judicial sobre suas razões, mas tão apenas sobre sua inoportunidade (se o
veto ocorrer após o prazo constitucional de 15 dias úteis).

- O veto parcial não pode suprimir somente sobre palavras ou expressões: deve abranger
texto integral do dispositivo (artigo, parágrafo, inciso ou alínea) - CF, art. 66, § 2º.

- O veto pode ser “derrubado” (rejeitado, superado) pelo voto da maioria absoluta dos
deputados e senadores: o Congresso Nacional deve apreciar o veto dentro de 30 (trinta) dias
a contar de seu recebimento, em sessão conjunta (CF, art. 66, § 4º). Se não for apreciado
nesse prazo, deverá ser colocado na ordem do dia da sessão imediata, trancando, assim, a
pauta da sessão conjunta do Congresso Nacional – e não da Câmara ou do Senado,
isoladamente –, ou seja, retardando as demais deliberações (CF, art. 66, § 6º).

- Se o veto não for mantido (ou seja, a maioria absoluta dos deputados e senadores votou
pela rejeição do veto), o projeto é enviado para a promulgação do Presidente da República
(ou seja, o projeto não passa por nova fase de sanção/veto presidencial, devendo ser
diretamente promulgado). Se o chefe do Poder Executivo não promulgar a lei em 48
(quarenta e oito) horas, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo e, se este também não o
fizer, caberá ao Vice-Presidente do Senado realizar a promulgação da lei, sem prazo
constitucional fixado (CF, art. 66, § 7º).

- Perceba que é possível o surgimento de uma lei sem que haja sanção presidencial, no caso
de o veto integral do Presidente da República ser derrubado pelo Congresso Nacional – a
sanção não é ato imprescindível ao surgimento das leis.

- Enquanto o veto não é apreciado, a parte não vetada do projeto é promulgada e publicada,
produzindo efeitos.

- A rejeição do veto produz efeitos ex nunc (prospectivos), após sua promulgação e


publicação.

• CF, art. 66, §§ 5º e 7º - promulgação e publicação da lei

- Promulgação é o ato solene que atesta a existência da lei, e sempre precede a publicação,
que é a divulgação oficial da lei, sendo condição de sua eficácia.

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- Prazo para promulgação da lei pelo Presidente da República:

- no caso de sanção expressa: simultaneamente à própria sanção expressa.

- no caso de sanção tácita ou rejeição do veto: 48 (quarenta e oito) horas. Caso o


Presidente da República se omita, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo em igual prazo
e, se este também não o fizer, caberá ao Vice-Presidente do Senado realizar a promulgação
da lei, sem prazo constitucional fixado (CF, art. 66, § 7º).

- Casos em que a promulgação é de competência do Poder Legislativo: emendas à


Constituição, decretos legislativos e resoluções.

- A CF não estabelece prazo para a publicação da lei, tampouco a competência para fazê-lo,
mas trata-se de competência do Presidente da República.

• CF, art. 64, §§ 1º a 4º - processo legislativo sumário

- Ocorre quando o Presidente da República solicita urgência na apreciação a projeto de lei de


sua iniciativa – não precisa ser iniciativa reservada, basta que o projeto tenha sido
apresentado pelo Presidente da República, independentemente da matéria (§ 1º).

- A urgência pode ser solicitada em qualquer fase de tramitação.

- Embora a CF falar em “solicitar”, o Congresso Nacional é obrigado a instaurar o processo


legislativo sumário caso o Presidente da República solicite a urgência, ou seja, é um ato
vinculado do Parlamento.

- No rito sumário, fixa-se um prazo para que a proposição seja apreciada em cada Casa: 45
dias para a Câmara, depois 45 dias para o Senado e, por fim, 10 dias para a Câmara apreciar
as emendas do Senado, caso existam (§ 2º). Se a Casa não se manifestar no prazo fixado, nela
serão sobrestadas todas as demais deliberações legislativas, com exceção das que tenham
prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação (§ 3º).

- Esses prazos do processo legislativo sumário não correm nos períodos de recesso do
Congresso (§ 4º).

- O processo legislativo sumário não pode ser aplicado a projetos de código (§ 4º).

• CF, art. 58, § 2º, inciso I – processo legislativo abreviado

- É o procedimento legislativo que dispensa a discussão e votação do projeto de lei no


Plenário. Em outras palavras, nesse procedimento, o projeto é discutido e votado somente
nas comissões da Casa.

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- O Regimento Interno da Casa é que estabelece quais projetos de lei poderão seguir esse
procedimento abreviado.

- Se houver recurso de 1/10 dos membros da Casa, o projeto de lei que estava seguindo o rito
abreviado deverá ir à Plenário.

• CF, art. 60 – processo legislativo de emenda à Constituição

- O poder de emenda integra o chamado “poder de reforma”, junto com o poder de revisão.

- Iniciativa: rol previsto nos incisos I a III. Sobre este ponto, é importante destacar que:

- Os Estados têm a prerrogativa de apresentar PEC, por meio de suas Assembleias


Legislativas, conforme inciso III;

- Os Municípios não têm a prerrogativa de apresentar PEC, inclusive não estão elencados
no rol dos legitimados previsto nos incisos I a III do art. 60 da CF;

- Se comparado aos legitimados a apresentar projetos de lei (art. 61, caput, da CF), o rol de
legitimados a apresentar PEC é mais restrito.

-) ao passo que um deputado federal ou senador, sozinho, possui o poder de apresentar


um projeto de lei, mas não de apresentar uma PEC: na verdade, uma proposta de emenda
constitucional de iniciativa do Parlamento federal necessita de assinatura de pelo menos
1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (inciso I do art. 60 da
CF).

- os cidadãos não têm a prerrogativa expressa de apresentar PEC, já que não estão
elencados no rol dos legitimados previsto nos incisos I a III do art. 60 da CF. Entretanto, os
cidadãos possuem a competência de iniciativa de lei, conforme art. 61, caput da CF: com
efeito, a forma como se dará a iniciativa popular está prevista no § 2º do art. 61 da CF.

- não há estabelecimento expresso de iniciativa privativa em razão da matéria versada pela


PEC, ao contrário dos projetos de lei.

- Limitações ao poder de reforma, quais sejam:

- limitações materiais: são aquelas que restringem o poder de reforma quanto ao conteúdo,
sendo subdividas em explícitas e implícitas.

- Explícitas: são as expressamente previstas nos incisos I a IV do § 4º do art. 60, que


estabelece o rol de matérias em que a PEC não poderá tender a abolir, não podendo
sequer ser objeto de deliberação. Essas são as famosas cláusulas pétreas expressas.

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- Implícitas: são aquelas apontadas pela doutrina, embora não estejam previstas de
forma expressa na CF. São elas: 1) titularidade do Poder Constituinte Originário (o povo);
2) titularidade do Poder Constituinte Derivado (o exercício do poder constituinte
derivado reformador cabe ao Congresso Nacional – CF, art. 60, § 2º –, e o do poder
constituinte derivado decorrente, às Assembleias Legislativas – ADCT, art. 2º); e 3)
procedimento de reforma constitucional previsto na CF (tanto o de revisão constitucional
previsto no ADCT, art. 3º, quanto o procedimento de emenda constitucional previsto no
art. 60) – ou seja, não é possível alterar as limitações expressas, é dizer, realizar a dupla
revisão da Constituição.

- limitações formais (ou processuais): são aquelas que restringem o processo legislativo de
aprovação da PEC, diferenciando-o do processo legislativo para a aprovação das leis em
geral. São elas:

- Iniciativa: como já foi dito, a legitimidade para apresentar uma PEC, prevista nos incisos
I a III do art. 60 da CF, é bem mais restrita que a para apresentar uma lei. Cabendo frisar
novamente sobre a iniciativa de PEC, a participação dos Estados e do DF, a ausência de
participação dos municípios, ausência de iniciativa popular, a ausência de iniciativa
privativa expressa, a ausência de previsão pela CF de Casa iniciadora obrigatória e a
ausência de Casa revisora.

- Deliberação: a PEC deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional
em dois turnos, só sendo considerada aprovada mediante o voto de três quintos dos
respectivos membros. Esse rito é bastante rígido se comparado àquele para aprovação
das leis ordinárias, que dependem apenas de um único turno de discussão e votação,
sendo aprovada por maioria simples.

- Promulgação: a promulgação da emenda constitucional é realizada pelas Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (CF,
art. 60, § 3º). Ou seja, ao contrário do processo legislativo das leis, em que o Presidente
da República possui a prerrogativa de sanção, veto e promulgação, a PEC aprovada não
é submetida a sanção ou veto do Chefe do Poder Executivo, tampouco ele detém a
competência para promulgá-la.

Ainda, a numeração das emendas constitucionais segue ordem própria, distinta daquela
estabelecida para as leis.

- Irrepetibilidade: a matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada


somente poderá ser objeto de nova proposta em uma sessão legislativa ulterior, em
razão do previsto no art. 60º, § 5º.

Observe que, no caso das leis, desde que haja proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, é possível que a matéria

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constante de projeto de lei rejeitado constitua objeto de novo projeto na mesma sessão
legislativa, consoante art. 67 da CF.

Cuidado! No caso da PEC, a vedação é absoluta!

- limitações circunstanciais: impedem que a Constituição seja reformada em situação de


instabilidade política do Estado, sendo três as circunstâncias impeditivas, previstas no § 1º
do art. 60 da CF: estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal.

OBS: não há previsão de limitações temporais para a reforma da CF/88, que consiste em
fixar-se um prazo durante o qual fica vedada a alteração da Constituição.

- as PECs podem ter sua tramitação iniciada em qualquer uma das Casas Legislativas, ao
contrário das leis, que possuem previsão de Casa Iniciadora específica, a depender de quem
detenha a iniciativa do projeto de lei;

- não há previsão de que uma das Casas funcione como revisora no procedimento constitucional
de emenda à CF: no processo legislativo para elaboração das leis, após a aprovação do projeto
de lei na Casa iniciadora, seguirá para a Casa Revisora, que poderá aprová-lo, rejeitá-lo ou
emendá-lo. Na primeira hipótese, o projeto é enviado para sanção ou veto do Chefe do
Executivo. Na segunda hipótese, é arquivado. Na última hipótese, a emenda (somente o que foi
alterado do projeto inicial), deve ser enviada para apreciação da Casa iniciadora que, se aceitá-
la, enviará projeto para deliberação executiva. Por outro lado, se a Casa iniciadora rejeitar a
emenda aprovada pela Casa revisora, o projeto, em sua versão original – que foi aprovada por
aquela Casa – segue para a sanção ou veto do Chefe do Poder Executivo (essa é a leitura dos
arts. 65 e 66, caput e § 1º da CF).

Inclusive, como já foi dito, em razão de a Casa iniciadora ter a prerrogativa de rejeitar a emenda
aprovada pela Casa revisora, enviando o projeto de lei originalmente aprovado por ela mesma à
deliberação executiva, é que se diz que há preponderância da Casa iniciadora sobre a revisora
no processo legislativo para a elaboração das leis.

Entretanto, no caso das PECs, o processo legislativo é diferente em função da regra insculpida
no art. 60, § 2º, que obriga que, o texto da proposta seja necessariamente aprovado pelas duas
Casas do Congresso Nacional por 3/5 dos membros e em dois turnos. Assim, caso a segunda
Casa altere a redação aprovada pela primeira, o texto da PEC terá que retornar a esta, para nova
votação (3/5 dos membros + 2 turnos de votação) – exceto se trate de mera alteração de
redação, que não interfira substancialmente na matéria. O STF entende que só é necessário o

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retorno do texto da PEC à Casa de origem caso seja realizada uma alteração substancial na
redação7.

• Leis Complementares (LCs)

Diferem das leis ordinárias sob o ponto de vista:

- Material: os assuntos tratados por LC estão expressamente previstos na CF, ao contrário


das leis ordinárias, que possuem campo material residual.

- Formal: o quórum de aprovação das LCs é de maioria absoluta (CF, art. 69), ao contrário
do das leis ordinárias, que é de maioria simples.

• CF, art. 62 – Medidas Provisórias (MPs) ==5617c==

- Somente o chefe do Poder Executivo pode adotar MPs.

- Pressupostos para a adoção de MPs: relevância e urgência (caput) – tais pressupostos são
conceitos jurídicos indeterminados, estando inseridos na esfera de discricionariedade
administrativa, somente sendo possível o controle jurisdicional em casos excepcionais em que
esteja evidente a ausência de tais requisitos8.

- As MPs possuem força de lei (caput), já produzindo efeitos assim que adotadas pelo
Presidente da República, antes da sua apreciação pelo Congresso Nacional.

- Matérias que não podem ser tratadas por MP: § 1º, incisos I a IV (MUITA ATENÇÃO à
exceção prevista na alínea “d” do inciso I).

- Ao ser adotada, a MP deverá ser submetida imediatamente ao Congresso Nacional (caput).


No Congresso, uma Comissão Mista examinará a MP e sobre ela emitirá parecer, antes de
serem apreciadas em cada Casa do Congresso (§ 9º).

- Após o parecer da Comissão Mista, a MP é apreciada em sessão separada pelo plenário de


cada Casa do Congresso (§ 9º), começando pela Câmara dos Deputados (§ 8º). Cada Casa,
antes de deliberar sobre o mérito da MP, deve fazer juízo prévio sobre o atendimento de seus
pressupostos constitucionais (§ 5º).

- A apreciação das MPs pelo Congresso pode resultar em:

7
ADI 2.666/DF.
8
STF – ADI 4029.

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- aprovação da MP: com a sua consequente conversão integral em lei, que será promulgada
pelo Presidente do Senado (aqui não há sanção ou veto do Presidente da República).

- aprovação da MP com modificações em seu texto: a MP será transformada em projeto de


lei de conversão que, por sua vez, será encaminhado para sanção ou veto do Presidente da
República, passando a seguir o rito ordinário do processo legislativo. A MP original
mantém-se integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto de lei de
conversão (§ 12), mesmo que sejam ultrapassados 120 dias de sua publicação.

As emendas parlamentares à MP devem guardar pertinência temática com o seu texto


original9.

- rejeição da MP: o Congresso deverá disciplinar por decreto legislativo, as relações


jurídicas decorrentes da MP (§ 3º). Se assim não o fizer, no prazo de 60 (sessenta) dias da
rejeição da MP, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante
sua vigência conservar-se-ão por ela regidas (§ 11).

- Além disso, no caso de rejeição, fica vedada a reedição da MP, na mesma sessão
legislativa (§ 10).

- perda de eficácia da MP por decurso de prazo: essa situação ocorre quando o Congresso
Nacional não aprecia a MP no prazo de 60 (sessenta) dias contados da sua publicação (§§
3º e 4º), prorrogáveis por igual período (§ 7º). Tais prazos não correm durante o recesso do
Congresso (§ 4º) e, mencionada prorrogação é única e automática, não necessitando de
qualquer ato adicional do Presidente da República.

A perda de eficácia se dá desde a edição da MP (ex tunc), devendo o Congresso disciplinar


por decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP (§ 3º). Se assim não o fizer,
no prazo de 60 (sessenta) dias da perda de eficácia da MP, as relações jurídicas constituídas
e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas (§
11).

Além disso, no caso de perda de eficácia por decurso de prazo, fica vedada a reedição da
MP, na mesma sessão legislativa (§ 10).

- Se a MP não for apreciada em até 45 (quarenta e cinco) dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso,
trancando a pauta da Casa em que estiver tramitando (§ 6º).

9
STF – ADI 5127.

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- Efeito repristinatório: a MP suspende a eficácia da norma anterior que lhe seja for contrária,
sendo que a sua eventual não conversão em lei ou perda de eficácia por decurso de prazo
implica a restauração da norma suspensa.

- A MP submetida ao Congresso Nacional não pode ser retirada pelo Presidente da


República, mas é possível que o Chefe do Poder Executivo adote outra MP revogando uma
outra – em tal situação, a matéria constante da MP revogada não poderá ser reeditada, em
nova MP, na mesma sessão legislativa.

- Os Estados-membros, facultativamente, podem adotar MP, desde que haja previsão na


Constituição Estadual nos mesmos moldes da CF e sendo respeitados os princípios e limites
desta10.

- Precedente(s) importante(s):

“É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente da conversão de medida


provisória, cujo conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão
legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso
do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do
prazo estabelecido pela Constituição Federal” 11.

• CF, art. 68 – Leis Delegadas

- Exercício, por parte do Presidente da República, da função atípica legislativa do Poder


Executivo, viabilizada pela delegação conferida pelo Congresso Nacional.

- O Presidente da República solicita delegação para que possa legislar sobre determinado
assunto ao Congresso Nacional (caput) que, se aprovar (é ato discricionário, revogável a
qualquer momento), editará resolução especificando o conteúdo e os termos para o exercício
da delegação concedida (§ 2º), que não pode ser genérica, vaga, conferindo poderes
ilimitados ao Presidente da República no exercício da atividade legislativa delegada, sob pena
de inconstitucionalidade.

- Matérias que não podem ser objeto de delegação: § 1º.

- A delegação pode ser típica ou atípica.

Delegação típica (própria): o Congresso limita-se a conferir a delegação ao Presidente que,


por sua vez, elabora, promulga e publica a lei delegada, sem nova participação do Parlamento
no procedimento legislativo.

10
STF – ADI 2391.
11
STF - ADIs 5709, 5716, 5717 e 5727

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Delegação atípica (imprópria): o Congresso confere a delegação ao Presidente que, por sua
vez, deverá submeter o projeto de lei delegada à apreciação do Parlamento, que deverá
ocorrer em votação única, vedada qualquer emenda (§ 3º). Se for aprovado, o projeto de lei
delegada vai à promulgação e publicação por parte do Presidente da República. Se rejeitado,
será arquivado e fica sujeito ao princípio da irrepetibilidade (art. 67).

- Mesmo obtendo a delegação do Congresso, o Presidente da República não é obrigado a


editar a lei delegada (independência dos Poderes).

- Mesmo concedendo a delegação ao Presidente da República, o Congresso Nacional pode


regular a matéria objeto de delegação (independência dos Poderes).

- Os atos normativos do Poder Executivo que extrapolem os limites da delegação legislativa


podem ser sustados pelo Congresso Nacional (art. 49, V).

• Decretos Legislativos e Resoluções

- são espécies normativas primárias não sujeitas à sanção ou veto do Presidente da República.

- edição de decretos legislativos: competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49)

- edição de resoluções: competência do Congresso Nacional (art. 68, § 2º), do Senado (art. 52,
principalmente) ou da Câmara dos Deputados (art. 51).

• Processo Legislativo nos Estados-membros e Municípios

- os demais entes federados poderão adotar as mesmas espécies legislativas previstas no art.
59 da CF, mas devem obedecer ao modelo de processo legislativo nela estabelecido
(iniciativa, quórum, fases, vedações etc.)12.

• Controle judicial do processo legislativo

- É controle do tipo preventivo, já que incide sobre a espécie normativa ainda não pronta e
acabada (proposta de emenda constitucional, projeto de lei etc.).

- É medida excepcional, admitida somente no caso de vícios formais ou procedimentais,


sendo inadmissível o controle judicial de constitucionalidade material de projetos de lei13.
Entretanto, no caso específico de proposta de emenda constitucional, é possível também o
controle preventivo material, já que aquela não poderá possuir conteúdo tendente a abolir
cláusula pétrea – nesta situação, é necessário realizar uma avaliação do conteúdo da proposta

12
Paulo, 2017, p. 561.
13
STF – MS 32.033/DF.

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(controle material) para que seja avaliado o do processo legislativo (controle formal), já que a
CF, art. 60, § 4º assevera que “não será objeto de deliberação a proposta tendente a
abolir...”14.

- Não alcança a interpretação de normas meramente regimentais, mesmo que relacionadas ao


processo legislativo, externada em atos interna corporis15.

- Deve ser exercido por meio de mandado de segurança (não é possível via Ação Direta de
Inconstitucionalidade), impetrado por congressista da Casa Legislativa em que estiver
tramitando o projeto de lei (o direito líquido e certo é o de o congressista impetrante não
participar de uma deliberação que afronte o devido processo legislativo). Caso se trate de
processo legislativo federal, cabe exclusivamente ao STF processar e julgar o referido
mandado de segurança.

• ADCT, art. 3º - Revisão Constitucional

- Está incluído no poder de reforma, ao lado do poder de emenda.

- Procedimento único (não pode mais ser realizado) de modificação formal da CF, previsto
pelo Poder Constituinte Originário para ocorrer 5 anos após a promulgação da CF.

- Procedimento mais simples que o da reforma constitucional por emenda, exigindo apenas
votação em turno único e maioria absoluta dos votos dos membros do Congresso Nacional,
reunidos em sessão unicameral, para aprovação das emendas constitucionais de revisão, que
eram promulgadas pela Mesa do Congresso Nacional.

- Não possível que um novo procedimento de revisão constitucional seja introduzido por
emenda constitucional (doutrina majoritária) – trata-se de um limite implícito ao poder de
reforma.

- O procedimento de revisão constitucional se submete aos mesmos limites materiais e


circunstanciais previstos para a reforma constitucional.

- A revisão constitucional é inaplicável aos Estados-membros16.

• Mutação Constitucional

- Não está incluído no poder de reforma.

14
Paulo, 2017, p. 598-599.
15
STF – MS 23.920/DF.
16
STF – ADI-MC 1.722.

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- Processo informal de modificação da CF, sem que haja alteração em seu texto. Trata-se de
manifestação do Poder Constituinte (Derivado) Difuso.

- Decorre da mudança do sentido conferido às normas constitucionais, em função da evolução


dos costumes e valores sociais.

- Ocorre de três formas diferentes: i) por interpretação judicial ou administrativa (substituindo


uma interpretação antiga por uma nova); ii) por atuação do legislador (a interpretação dada à
norma constitucional é modificada por um ato normativo primário); e iii) por via de costume
(mudança na forma de depreender a Constituição).

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Processo legislativo e modificação da Constituição (arts. 59 a 69 da CF/88)", “Emenda à


Constituição (art. 60 da CF)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em)
cobrado(s) pela banca.

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos
ou minimamente razoáveis.

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1/3 membros
CD ou SF

Presidente da
Inciativa
República

mais da
metade das cada
maioria relativa
Assembleias uma
Legislativas

Intervenção
Federal
==5617c==

NÃO poderá ser Estado de Defesa


emendada
Estado de Sítio

cada Casa do CN
Emenda à
Constituição Aprovação 2 turnos
(art. 60, CF)
3/5 dos votos

Mesas CD e
Promulgação Forma federativa
SF

voto direto,
secreto, universal,
Não será objeto tendente a periódico
de EC abolir
separação dos
Poderes
direitos e
garantias
individuais
Não poderá ser
PEC
proposta na
rejeitada ou
mesma sessão
prejudicada
legislativa

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

1. (CESPE/2016/TCE-AP/Auditor de Controle Externo) Os tratados ou acordos internacionais


firmados pelo presidente da República que impliquem compromissos gravosos ao patrimônio
nacional somente terão validade se forem aprovados pelo Senado Federal, órgão ao qual
compete, em caráter privativo, resolver definitivamente esses temas.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Tal competência cabe ao Congresso Nacional e não ao Senado Federal:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

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Emenda à Constituição (art. 60 da CF) (não entra mutanção nem revisão


constitucional)

2. (CESPE/2018/TCE-BA/Auditor Estadual – Controle Externo) A CF proíbe a deliberação de


proposta de emenda constitucional que tenda a abolir
a) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
b) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita.
c) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
d) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas.
e) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita.

Comentários

GABARITO: LETRA C

A questão busca verificar se o candidato conhece o rol de cláusulas pétreas. Vale dizer, aquelas
matérias que a Constituição não admite que sejam alteradas por meio do poder derivado
reformador:

Art. 60. (...)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

Vamos às assertivas:

Alternativa A e B – Incorretas. O correto seria forma federativa de Estado, nos moldes do art. 60,
§ 4º, I, da Constituição Federal.

Alternativa C – Correta, conforme o exposto acima.

Alternativa D e E – Não se tratam de cláusulas pétreas. Quanto à cláusula pétrea implícita, essa
consiste na impossibilidade de alteração do próprio art. 60. Nesse sentido, Marcelo Alexandrino
e Vicente Paulo:

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“Cuida-se da mais relevante limitação material implícita ao poder de reforma,


que obsta a supressão das limitações expressas de qualquer ordem,
estabelecidas no art. 60 da Carta da República”.

3. (Cespe/2015/Telebrás/Advogado) Considere que uma proposta de emenda constitucional


tenha sido rejeitada em junho de 2015. Nesse caso, nova proposta de emenda versando sobre a
mesma matéria pode ser proposta, ainda no ano de 2015, se for de iniciativa da maioria do
Senado e da Câmara dos Deputados.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

Não poderá não, consoante art. 60, § 5º da CF:

Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

4. (Cespe/TCE-PE/Analista em Gestão/Julgamento) A respeito do Poder Legislativo, julgue


o item subsecutivo.
Quando propostas pelo presidente da República e aprovadas pelas casas do Congresso
Nacional, as emendas à Constituição deverão ser promulgadas pelo proponente em prazo
constitucionalmente determinado.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

Nunca se esqueçam que a única participação do Presidente na Emenda Constitucional é a


possibilidade que ele tem de iniciá-la, além do que, de forma expressa, a CF/88 determina que a
emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

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III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

5. (Cespe/2016/PGE-AM/Procurador) Com relação aos mecanismos de defesa da CF e das


Constituições estaduais, julgue o item a seguir.
No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos correspondentes
processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão somente violações às
respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis orgânicas municipais), sendo-lhes
vedado vetar projetos de lei com base na sua incompatibilidade com a CF.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

A questão é tão errada que fica até difícil que comentar (rs).

Quando o projeto de lei é elaborado, ele é mandado para o Presidente da República a fim de
que ele sancione ou vete.

O veto é um poder-dever irretratável do Chefe do Executivo, já que ele poderá discordar quanto
à constitucionalidade, veto jurídico, ou achar que o projeto é contrário ao interesse público, veto
político.

Em relação ao veto jurídico, é claro que qualquer chefe do Executivo poderá vetar projeto de lei
por incompatibilidade com a CF/88.

6. (CESPE/2009/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Considerando que um deputado


federal, diante da pressão dos seus eleitores, pretende modificar a sistemática do recesso e da
convocação extraordinária no âmbito do Congresso Nacional, e sabendo que o poder
constituinte derivado reformador manifesta-se por meio das denominadas emendas
constitucionais, as quais estão regulamentadas no art. 60 da CF, julgue o item a seguir.
A CF estabelece algumas limitações de forma e de conteúdo ao poder de reforma. Assim, no
caso narrado, para que a modificação pretendida seja votada pelo Congresso Nacional, a
proposta de emenda constitucional deverá ser apresentada por, no mínimo, um terço dos
membros da Câmara dos Deputados.

Comentários

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GABARITO: CERTO

É o que dispõe o art. 60, I, da Constituição Federal:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

7. (CESPE/2009/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Uma vez preenchido o requisito


da iniciativa e instaurado o processo legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e
votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

Comentários

GABARITO: CERTO

Assertiva em conformidade com o art. 60, § 2º, da Constituição Federal:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

(...)

§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em


dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.

8. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão - Administração) Comissão do Senado Federal


poderá propor emenda à Constituição, mas tal emenda, mesmo após discussão e votação em
dois turnos em cada casa do Congresso Nacional, não poderá ser promulgada na vigência de
intervenção federal.

Comentários

GABARITO: ERRADO

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No âmbito do Senado Federal, apenas 1/3 de seus membros poderão apresentar proposta de
emenda constitucional:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Vale ressaltar que o final da questão está correto:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

(...)

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de


estado de defesa ou de estado de sítio.

Processo legislativo - iniciativa, discussão, votação, emendas, veto, sanção,


promulgação e publicação (arts. 61, 63, 64, caput, 65, 66 e 67, caput da CF)

9. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) O presidente da República poderá vetar alínea


de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, desde que o faça integralmente.

Comentários

GABARITO: CERTO

Essa questão poderia ser resolvida usando até mesmo o bom senso. Vamos imaginar, por
exemplo, que o Congresso Nacional aprovasse uma lei dizendo que o presidente da república
não poderia gastar mais do que o valor X em diárias mensalmente. Inconformado, o presidente
veta apenas a palavra “não”, o que faz com que a lei diga que ele pode gastar mais do que o
valor X em diárias mensalmente. Percebe como seria uma situação esdrúxula e, até mesmo,
cômica? Em razão disso, apenas é possível vetar a integralidade dos dispositivos. Nesse sentido,
o art. 66, § 2º, da Constituição Federal:

Art. 66 (...)

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§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de


inciso ou de alínea.

10. (CESPE/2009/TCE-AC/Analista de Controle Externo-Ciências Contábeis) Acerca do


processo legislativo brasileiro, assinale a opção correta.
a) Segundo a CF, emenda constitucional disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.
b) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode ser exercida pela apresentação, à
Câmara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de
qualquer estado da Federação.
c) As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
no prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as
relações jurídicas dela decorrentes.
d) A reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou
que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas uma vez, por igual
período.
e) O procurador-geral da República tem competência para propor projeto de lei ordinária ou
complementar.

Comentários

GABARITO: LETRA E

Alternativa A – Incorreta. Tal competência é reservada à Lei Complementar e não às emendas


constitucionais:

Art. 59 (...)

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e


consolidação das leis.

Alternativa B – Incorreta. Na verdade, o projeto de lei deve ser subscrito por, no mínimo, 1% do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles, conforme art. 61, § 2º da CF/88:

Art. 61. (...)

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos


Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado

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nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.

Alternativa C – Incorreta. O prazo previsto no texto constitucional é de sessenta dias e não de


trinta dias:

Art. 62 (...)

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,


desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

Alternativa D – Incorreta. A Constituição Federal não permite que a medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo seja reeditada:

Art. 62 (...)

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que


tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Alternativa E – Correta, nos termos do art. 61 da Constituição Federal:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos
nesta Constituição.

11. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) A regra da separação dos


poderes impede que os requisitos de relevância e urgência, necessários à edição de medidas
provisórias pelo presidente da República, sejam submetidos ao crivo do Poder Judiciário.

Comentários

GABARITO: ERRADO

É possível que exista apreciação dos requisitos de relevância e urgência por parte do Poder
Judiciário sem que isso afronte ao princípio constitucional da separação de Poderes. Nesse
sentido, a própria jurisprudência do STF:

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A atuação do Judiciário no controle da existência dos requisitos constitucionais de


edição de Medidas Provisórias em hipóteses excepcionais, ao contrário de denotar
ingerência contramajoritária nos mecanismos políticos de diálogo dos outros Poderes,
serve à manutenção da Democracia e do equilíbrio entre os três baluartes da
República. Precedentes (ADI 1910 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE,
Tribunal Pleno, julgado em 22/04/2004; ADI 1647, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO,
Tribunal Pleno, julgado em 02/12/1998; ADI 2736/DF, rel. Min. CEZAR PELUSO,
Tribunal Pleno, julgado em 8/9/2010; ADI 1753 MC, Relator Min. SEPÚLVEDA
PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 16/04/1998).

12. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Projeto de lei rejeitado poderá


constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa se proposto pela maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Comentários

GABARITO: CERTO

É o que consta expressamente ao teor do art. 67 da Constituição Federal:

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

13. (CESPE/2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Os estados não são obrigados a


prever medida provisória no seu processo legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal
medida entre os instrumentos do processo legislativo estadual, eles devem observar os
princípios e limites estabelecidos a esse respeito na CF.

Comentários

GABARITO: CERTO

A assertiva está em consonância com a jurisprudência:

É constitucional instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse


instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo,
sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela
Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do

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processo legislativo federal. (STF ADI 691, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19.06.92 e
ADI 812-MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93)

14. (CESPE/2014/TC-DF/Analista de Administração Pública) O veto do presidente da


República a projeto de lei será apreciado em sessão unicameral, somente podendo ser rejeitado
pelo voto da maioria absoluta dos congressistas.

Comentários

GABARITO: ERRADO

A constituição federal fala em sessão conjunta e não sessão unicameral:

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

(...)

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados
e Senadores.

15. (Cespe/2016/TCE-PA/Auditor/Direito) No que se refere aos poderes da República e ao


Tribunal de Contas da União, julgue o item subsequente.
Segundo o STF, configura hipótese de inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa, a
edição de lei de iniciativa parlamentar que estabeleça atribuições para órgãos da administração
pública.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

A CF/88 traz hipóteses em que a iniciativa de projeto de lei é do Presidente da República, não
podendo outra autoridade usurpar sua função.

IMPORTANTE: A sanção posterior do Executivo não convalida o eventual vício de iniciativa


existente.

Imagine que um Deputado tenha iniciado projeto de lei fixando os efetivos das Forças Armadas,
matéria reservada ao Presidente. Ainda que o Presidente concorde com o projeto de lei e que
sancione a lei, ela será inconstitucional por vício de iniciativa.

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Art. 61. (...)

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de


cargos, estabilidade e aposentadoria;

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como


normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o


disposto no art. 84, VI;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,


promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da


usurpação do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder
Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa
usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da inconstitucionalidade.
Insubsistência da Súmula 5/STF.

[ADI 2.867, rel. min. Celso de Mello, j. 3-12-2003, P, DJ de 9-2-2007.] = ADI 2.305, rel.
min. Cezar Peluso, j. 30-6-2011, P, DJE de 5-8-2011

16. (Cespe/2016/PC-PE/Delegado) Se um projeto de lei for rejeitado no Congresso Nacional,


outro projeto do mesmo teor só poderá ser reapresentado, na mesma sessão legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal.

Comentários

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Gabarito: “CERTO”

A assertiva traz a literalidade do art.67, da CF/88:

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

17. (Cespe/2013/Polícia Federal/Delegado) Em relação ao processo legislativo e ao sistema


de governo adotado no Brasil, julgue o seguinte item.
A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao presidente da República, ao STF,
aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos. No que tange às leis
complementares, a CF não autoriza a iniciativa popular de lei.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

O art. 61, §2º, da CF/88, determina que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação
à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.

O projeto de lei a que se refere a CF/88 tanto pode ser lei ordinária como lei complementar.

18. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) Acerca do processo


legislativo, julgue os itens a seguir.
I. A iniciativa comum é aquela em que a proposição legislativa pode ser apresentada por
qualquer membro do Congresso Nacional, por comissão parlamentar, pelo presidente da
República ou pelos cidadãos, no caso de iniciativa popular.
II. As medidas provisórias perderão eficácia se não forem convertidas em lei no prazo de 45 dias,
prorrogável uma vez por igual período.
III. O veto parcial do presidente da República pode alcançar, além do texto integral de cada
artigo, parágrafo, inciso ou alínea, palavras ou expressões contidas nessas unidades normativas.
Assinale a opção correta.
A) Apenas o item I está certo.
B) Apenas o item II está certo.
C) Apenas os itens I e III estão certos.

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D) Apenas os itens II e III estão certos.


E) Todos os itens estão certos.
Comentários:
Item I – certo. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-
Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição (art. 61,
caput, da CF/88).
Item II – errado. As medidas provisórias (...) perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável (...), uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas
decorrentes (art. 62, § 3º, da CF/88).
Item III – errado. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea (art. 66, § 2º, da CF/88). Não abrange, pois, palavras ou expressões.
Gabarito: letra A.

Medidas provisórias (art. 62 da CF)

19. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo - Administração) As medidas


provisórias vigoram pelo prazo improrrogável de sessenta dias e devem ser votadas em sessão
conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Na verdade, o prazo de vigência das medidas provisórias não é improrrogável. Fora isso, a
votação de medida provisória não ocorre em sessão conjunta. Nesse sentido, a própria
Constituição Federal:

Art. 62 (...)

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,


desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

(...)

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§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória
que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

20. (Cespe/TCE-PE/Analista em Gestão/Julgamento) A respeito do Poder Legislativo, julgue


o item subsecutivo.

Matéria reservada a lei complementar não pode ser tratada por meio de medida provisória nem
pode ser objeto de lei delegada elaborada pelo presidente da República.

Comentários

Gabarito: “CERTO”

É isso mesmo, consoante, arts. 62, § 1º, III e 68, § 1º:

Art. 62. (...)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

(...)

III – reservada a lei complementar;

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

21. (Cespe/2016/PC-PE/Delegado) Uma medida provisória somente poderá ser reeditada


no mesmo ano legislativo se tiver perdido sua eficácia por decurso de prazo, mas não se tiver
sido rejeitada.

Comentários

Gabarito: “ERRADO”

A assertiva contraria o art. 62, § 10º, da CF/88:

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Art. 62, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

22. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Julgue o próximo item acerca


do processo legislativo brasileiro.

A edição de medidas provisórias concernentes a matérias reservadas a lei complementar é


vedada ao presidente da República.

Comentários

O artigo 62, § 1º, III, da CF/88 versa sobre os limites materiais à edição de medidas provisórias.
Dentre essas vedações encontra-se o que é matéria reservada às leis complementares.
==5617c==

Art. 62, § 1º - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

(...)

III - reservada a lei complementar;

Gabarito: Certo.

23. (CEBRASPE/2022/SEFAZ-SE/Auditor Técnico de Tributos) Julgue o seguinte item,


relativos a aspectos diversos pertinentes a noções de direito administrativo.

Atendidos os pressupostos de relevância e urgência, o presidente da República pode adotar


medidas provisórias que versem sobre matéria relativa a

a) garantia dos membros do Ministério Público.

b) partidos políticos.

c) direito processual civil.

d) lei orçamentária anual.

e) abertura de crédito extraordinário.

Comentários

Consoante artigos 62 e 167, § 3º, da CF/88:

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

Art. 167 § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para


atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

O crédito extraordinário, para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, é a única espécie de


crédito adicional que pode ser aberto por medida provisória, portanto, a alternativa correta é a
letra E.

Gabarito: E

24. (CEBRASPE/2022/PGM-Recife/Procurador Judicial Municipal) Matéria constante em


projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto de lei, na mesma
sessão legislativa, mediante proposta

a) do presidente da República ou da maioria simples dos membros de qualquer das casas do


Congresso Nacional.

b) da maioria simples dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional.

c) da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional.

d) da maioria simples dos membros da Câmara dos Deputados.

e) do presidente da República ou da maioria absoluta dos membros do Senado Federal.

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Comentários

Consoante artigo 67, da CF/88:

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Gabarito: Letra C.

25. (CEBRASPE/2022/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo) A respeito da organização


dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, conforme a Constituição Federal de 1988 e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item a seguir.

É possível a admissão de proposição de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa


exclusiva do presidente da República que dê ensejo a aumento de despesas, desde que, ao final
dos trâmites cabíveis, o projeto seja sancionado pelo presidente da República.

Comentários.

Consoante entendimento do STF, é inconstitucional norma resultante de emenda parlamentar a


projeto de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, que dê ensejo a aumento de
despesa.

É inconstitucional norma resultante de emenda parlamentar a projeto de lei de


iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, na hipótese em que a emenda
apresentada acarrete aumento de despesa. STF. Plenário. ADI 2810/RS, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 20/4/2016 (Info 822).

Gabarito: Errado.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. O processo legislativo compreende a elaboração de quais espécies legislativas?

2. Qual espécie legislativa é apta a dispor sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação
das leis?

3. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos legitimados para propor emenda à Constituição
Federal (art. 60):

3.1. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

3.1.1. de um ____(a)____, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

3.1.2. do Presidente da ____(b)____;

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3.1.3. de mais da metade das ____(c)____ das unidades da Federação que se manifestem, cada
uma delas, pela maioria ____(d)____ de seus membros.

4. Em quais situações a Constituição não poderá ser emendada?

5. Qual procedimento previsto para a aprovação de uma PEC (proposta de emenda


constitucional)?

6. Complete as lacunas a seguir, a respeito das chamadas "cláusulas pétreas" (art. 60, § 4º):

6.1. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma ____(a)____
de Estado, o voto direto, secreto, universal e ____(b)____, a ____(c)____ dos Poderes, os direitos e
garantias ____(d)____.

7. Uma vez rejeitada a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada, a Constituição federal veda que ela seja objeto de nova proposta durante qual
período?

8. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias sobre as quais é vedada a edição de
medida provisória (art. 62, § 1º):

8.1. relativa à nacionalidade, ____(a)____, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

8.2. relativa ao direito penal, processual penal e processual ____(b)____;

8.3. relativa à organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus ____(c)____;

8.4. relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, ____(d)____ orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º da CF/88;

8.5. que vise a detenção ou de bens, ____(e)____ de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;

8.6. reservada a lei ____(f)____;

8.7. já disciplinada em projeto de ____(g)____ aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

9. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre qual aspecto?

10. O que acontece caso a medida provisória não seja apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação?

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11. O que acontece com a vigência da medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado
de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional?

12. Em qual Casa do Congresso Nacional será iniciada a votação de uma medida provisória?

13. Além da medida provisória rejeitada, qual outra espécie de medida provisória não pode ser
reeditada na mesma sessão legislativa?

14. Após a aprovação do projeto de lei de conversão alterando o texto da original da medida
provisória, o que ocorrerá com a vigência desta?

15. A quem compete a elaboração das leis delegadas?

16. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias que não podem ser objeto de delegação,
no âmbito das leis delegadas (art. 68, § 1º):

16.1. Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do ____(a)____, os de


competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à
lei ____(b)____, nem a legislação sobre:

16.1.1. organização do Poder ____(c)____ e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

16.1.2. nacionalidade, cidadania, direitos ____(d)____, políticos e eleitorais;

16.1.3. planos ____(e)____, diretrizes ____(f)____ e orçamentos.

17. Onde serão iniciadas as votações de projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores?

18. Quem poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa?

19. No caso de pedido de urgência, se a Câmara ou o Senado não se manifestem sobre a


proposição, cada qual sucessivamente, em até 45 dias, qual a consequência prevista
constitucionalmente?

20. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República (art. 61, § 1º):

20.1. fixem ou modifiquem os ____(a)____ das Forças Armadas;

20.2. disponham sobre:

20.2.1. ____(b)____ de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e ____(c)____


ou aumento de sua remuneração;

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20.2.2. organização administrativa e judiciária, matéria ____(d)____ e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos ____(e)____;

20.2.3. servidores públicos da ____(f)____ e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;

20.2.4. organização do ____(g)____ e da Defensoria Pública da União, bem como normas


____(h)____ para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios;

20.2.5. criação e extinção de ____(i)____ e órgãos da administração pública, observado o disposto


no art. 84, VI;

20.2.6. ____(f)____ das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a ____(k)____.

21. Complete as lacunas a seguir, a respeito da iniciativa popular de projeto de Lei (art. 61, § 2º):

21.1. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à ____(a)____ de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, ____(b)____ do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
____(c)____ Estados, com não menos de ____(d)____ décimos por cento dos ____(e)____ de cada
um deles.

22. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos projetos de leis nos quais não se admite aumento
de despesas (art. 63):

22.1. nos projetos de iniciativa exclusiva do ____(a)____, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e
§ 4º;

22.2. nos projetos sobre organização dos serviços ____(b)____ da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos Tribunais ____(c)____ e do Ministério Público.

23. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra em quantos turnos de discussão
e votação?

24. A quem deve enviar o projeto de lei a Casa na qual tenha sido concluída a votação?

25. Complete as lacunas a seguir, a respeito do procedimento constitucional de veto, no âmbito


do processo legislativo (art. 66, § 1º):

25.1. Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, ____(a)____ ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou ____(b)____, no prazo de ____(c)____, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de ____(d)____ horas, ao Presidente do ____(e)____ os
motivos do veto.

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25.2. O veto parcial somente abrangerá texto ____(f)____ de artigo, de parágrafo, de ____(g)____
ou de alínea.

25.3. Decorrido o prazo de ____(h)____ dias, o silêncio do Presidente da República importará


____(i)____.

25.4. O veto será apreciado em sessão ____(j)____, dentro de ____(k)____ dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser ____(l)____ pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

25.5. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para ____(m)____, ao Presidente da
República.

25.6. Esgotado sem deliberação o prazo de ____(n)____ dias, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, ____(o)____ as demais proposições, até sua votação final.

25.7. Se a lei não for promulgada dentro de ____(p)____ horas pelo Presidente da República, nos
casos dos § 3º e § 5º do art. 66 da CF, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer
em ____(q)____ prazo, caberá ao ____(r)____ do Senado fazê-lo.

26. Qual o requisito constitucional previsto para que a matéria constante de projeto de lei rejeitado
possa constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa?

27. Qual o quórum de aprovação das leis complementares?

28. Suponha que o STF tenha encaminhado projeto de lei sobre a organização judiciária de
Território e, após ter sido aprovado pela Casa iniciadora, foi aprovado com emendas pela Casa
revisora e encaminhado ao Presidente da República, que o vetou parcialmente, suprimindo
algumas palavras de determinada alínea.
Após quarenta dias de seu recebimento, não tendo a Câmara dos Deputados apreciado o veto,
houve trancamento da pauta na referida Casa Legislativa. Dez dias depois, a Câmara dos
Deputados rejeitou o veto, por voto da maioria dos deputados federais, tendo o projeto sido
enviado para promulgação do Presidente da República.
Em razão de o projeto não ter sido promulgado pelo Chefe do Poder Executivo em vinte e quatro
horas, o Presidente do Senado o promulgou nas vinte e quatro horas seguintes.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.
29. Suponha que o Presidente da República tenha encaminhado ao Senado projeto de lei sobre
alterações no Código Civil e tenha solicitado urgência em sua apreciação. Entretanto, aquela Casa
Legislativa não tramitou o projeto segundo o rito sumário, alegando que o Chefe do Poder
Executivo só poderia pedir urgência em projetos de lei de sua iniciativa reservada.

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Após sua aprovação pela Casa iniciadora, o projeto seguiu para a Câmara dos Deputados, onde
passou a ser tramitado segundo o rito abreviado até a interposição de recurso por um duodécimo
dos deputados.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.
30. Suponha que o Presidente da República tenha adotado medida provisória versando sobre
filiação a partidos políticos, sob a justificativa de que desejava que as novas regras vigorassem
pelo menos alguns dias sem alterações em seu texto, que poderiam ocorrer por emenda
parlamentar, caso o Chefe do Poder Executivo houvesse utilizado o projeto de lei ordinária como
instrumento para formalizar aquelas regras.
A medida provisória adotada foi submetida de imediato à Câmara dos Deputados, que a aprovou
no âmbito de suas comissões e a encaminhou ao Senado.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.
31. Suponha que um quinto dos membros do Senado Federal apresentaram proposta de emenda
constitucional que retira a possibilidade, em ano eleitoral, de manifestações de cunho ideológico
em áreas públicas, quando a reunião contar com mais de trinta participantes, sob a justificativa de
que, estando em vigor o estado de defesa era preciso assegurar a ordem nas eleições para
prestigiar o princípio democrático.
Após a aprovação da proposta por dois terços dos membros do Senado, em dois turnos de
discussão e votação, a proposta seguiu para Câmara dos Deputados, onde também foi aprovada
por dois terços de seus membros, após duplo turno de discussão e votação, sendo submetida, em
seguida, à sanção do Presidente da República.
A situação narrada estaria compatível com as regras previstas pela Constituição Federal?
Justifique.

Perguntas com respostas

1. O processo legislativo compreende a elaboração de quais espécies legislativas?

Emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias,
decretos legislativos e resoluções (art. 59).

2. Qual espécie legislativa é apta a dispor sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação
das leis?

Lei complementar (art. 59, parágrafo único).

3. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos legitimados para propor emenda à Constituição
Federal (art. 60):

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3.1. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

3.1.1. de um ____(a)____, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

3.1.2. do Presidente da ____(b)____;

3.1.3. de mais da metade das ____(c)____ das unidades da Federação que se manifestem, cada
uma delas, pela maioria ____(d)____ de seus membros.

(a) terço (b) República (c) Assembleias Legislativas (d) relativa

4. Em quais situações a Constituição não poderá ser emendada?

Na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º).

5. Qual procedimento previsto para a aprovação de uma PEC (proposta de emenda


constitucional)?

A proposta deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros (art. 60, § 2º).

6. Complete as lacunas a seguir, a respeito das chamadas "cláusulas pétreas" (art. 60, § 4º):

6.1. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma ____(a)____
de Estado, o voto direto, secreto, universal e ____(b)____, a ____(c)____ dos Poderes, os direitos e
garantias ____(d)____.

(a) federativa (b) periódico (c) separação (d) individuais

7. Uma vez rejeitada a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada, a Constituição federal veda que ela seja objeto de nova proposta durante qual
período?

Na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5º).

8. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias sobre as quais é vedada a edição de
medida provisória (art. 62, § 1º):

8.1. relativa à nacionalidade, ____(a)____, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

8.2. relativa ao direito penal, processual penal e processual ____(b)____;

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8.3. relativa à organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus ____(c)____;

8.4. relativa a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, ____(d)____ orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º da CF/88;

8.5. que vise a detenção ou de bens, ____(e)____ de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;

8.6. reservada a lei ____(f)____;

8.7. já disciplinada em projeto de ____(g)____ aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

(a) cidadania (b) civil (c) membros (d) diretrizes (e) sequestro (f) complementar (g) lei

9. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre qual aspecto?

Sobre o atendimento dos pressupostos constitucionais da medida provisória (art. 62, § 5º).

10. O que acontece caso a medida provisória não seja apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação?

Entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso


Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando (art. 62, § 6º).

11. O que acontece com a vigência da medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado
de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional?

Terá sua vigência prorrogada uma única vez por igual período (art. 62, § 7º).

12. Em qual Casa do Congresso Nacional será iniciada a votação de uma medida provisória?

Na Câmara dos Deputados (art. 62, § 8º).

13. Além da medida provisória rejeitada, qual outra espécie de medida provisória não pode ser
reeditada na mesma sessão legislativa?

Medida provisória que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (art. 62, § 10).

14. Após a aprovação do projeto de lei de conversão alterando o texto da original da medida
provisória, o que ocorrerá com a vigência desta?

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A medida provisória manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto (art. 62, § 12).

15. A quem compete a elaboração das leis delegadas?

Ao Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (art. 68,
caput).

16. Complete as lacunas a seguir, a respeito das matérias que não podem ser objeto de delegação,
no âmbito das leis delegadas (art. 68, § 1º):

16.1. Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do ____(a)____, os de


competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à
lei ____(b)____, nem a legislação sobre: ==5617c==

16.1.1. organização do Poder ____(c)____ e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

16.1.2. nacionalidade, cidadania, direitos ____(d)____, políticos e eleitorais;

16.1.3. planos ____(e)____, diretrizes ____(f)____ e orçamentos.

(a) Congresso Nacional (b) complementar (c) Judiciário (d) individuais (e) plurianuais
(f) orçamentárias

17. Onde serão iniciadas as votações de projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores?

Na Câmara dos Deputados (art. 64).

18. Quem poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa?

O Presidente da República (art. 64, § 1º).

19. No caso de pedido de urgência, se a Câmara ou o Senado não se manifestem sobre a


proposição, cada qual sucessivamente, em até 45 dias, qual a consequência prevista
constitucionalmente?

Sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das
que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação (art. 64, § 2º).

Vale destacar que tais prazos não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se
aplicam aos projetos de código (art. 62, § 4º).

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20. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da
República (art. 61, § 1º):

20.1. fixem ou modifiquem os ____(a)____ das Forças Armadas;

20.2. disponham sobre:

20.2.1. ____(b)____ de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e ____(c)____


ou aumento de sua remuneração;

20.2.2. organização administrativa e judiciária, matéria ____(d)____ e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos ____(e)____;

20.2.3. servidores públicos da ____(f)____ e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;

20.2.4. organização do ____(g)____ e da Defensoria Pública da União, bem como normas


____(h)____ para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios;

20.2.5. criação e extinção de ____(i)____ e órgãos da administração pública, observado o disposto


no art. 84, VI;

20.2.6. ____(f)____ das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a ____(k)____.

(a) efetivos (b) criação (c) autárquica (d) tributária (e) Territórios
(f) União (g) Ministério Público (h) gerais (i) Ministérios (j) militares
(k) reserva

21. Complete as lacunas a seguir, a respeito da iniciativa popular de projeto de Lei (art. 61, § 2º):

21.1. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à ____(a)____ de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, ____(b)____ do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
____(c)____ Estados, com não menos de ____(d)____ décimos por cento dos ____(e)____ de cada
um deles.

(a) Câmara dos Deputados (b) um por cento (c) cinco (d) três (e) eleitores

22. Complete as lacunas a seguir, a respeito dos projetos de leis nos quais não se admite aumento
de despesas (art. 63):

22.1. nos projetos de iniciativa exclusiva do ____(a)____, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e
§ 4º;

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22.2. nos projetos sobre organização dos serviços ____(b)____ da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos Tribunais ____(c)____ e do Ministério Público.

(a) Presidente da República (b) administrativos (c) Federais

23. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra em quantos turnos de discussão
e votação?

Em um só turno de discussão e votação (art. 65, caput).

24. A quem deve enviar o projeto de lei a Casa na qual tenha sido concluída a votação?

A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
que, aquiescendo, o sancionará (art. 66, caput).

25. Complete as lacunas a seguir, a respeito do procedimento constitucional de veto, no âmbito


do processo legislativo (art. 66, § 1º):

25.1. Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, ____(a)____ ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou ____(b)____, no prazo de ____(c)____, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de ____(d)____ horas, ao Presidente do ____(e)____ os
motivos do veto.

25.2. O veto parcial somente abrangerá texto ____(f)____ de artigo, de parágrafo, de ____(g)____
ou de alínea.

25.3. Decorrido o prazo de ____(h)____ dias, o silêncio do Presidente da República importará


____(i)____.

25.4. O veto será apreciado em sessão ____(j)____, dentro de ____(k)____ dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser ____(l)____ pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.

25.5. Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para ____(m)____, ao Presidente da
República.

25.6. Esgotado sem deliberação o prazo de ____(n)____ dias, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, ____(o)____ as demais proposições, até sua votação final.

25.7. Se a lei não for promulgada dentro de ____(p)____ horas pelo Presidente da República, nos
casos dos § 3º e § 5º do art. 66 da CF, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer
em ____(q)____ prazo, caberá ao ____(r)____ do Senado fazê-lo.

(a) inconstitucional (b) parcialmente (c) quinze dias úteis (d) quarenta e oito

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(e) Senado Federal (f) integral (g) inciso (h) quinze


(i) sanção (j) conjunta (k) trinta (l) rejeitado
(m) promulgação (n) 30 (o) sobrestadas (p) quarenta e oito
(q) igual (r) Vice-Presidente

26. Qual o requisito constitucional previsto para que a matéria constante de projeto de lei rejeitado
possa constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa?

Proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional nesse
sentido (art. 67).

27. Qual o quórum de aprovação das leis complementares?

Maioria absoluta (art. 69).

28. Suponha que o STF tenha encaminhado projeto de lei sobre a organização judiciária de
Território e, após ter sido aprovado pela Casa iniciadora, foi aprovado com emendas pela Casa
revisora e encaminhado ao Presidente da República, que o vetou parcialmente, suprimindo
algumas palavras de determinada alínea.
Após quarenta dias de seu recebimento, não tendo a Câmara dos Deputados apreciado o veto,
houve trancamento da pauta na referida Casa Legislativa. Dez dias depois, a Câmara dos
Deputados rejeitou o veto, por voto da maioria dos deputados federais, tendo o projeto sido
enviado para promulgação do Presidente da República.
Em razão de o projeto não ter sido promulgado pelo Chefe do Poder Executivo em vinte e quatro
horas, o Presidente do Senado o promulgou nas vinte e quatro horas seguintes.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.

Não.

Em primeiro lugar, “organização judiciária dos Territórios” é matéria de iniciativa de lei privativa
do Presidente da República, conforme art. 61, § 1º, II, “b” da CF, razão pela qual não poderia ter
sido encaminhado o projeto de lei pelo STF.

Em segundo lugar, como o projeto foi emendado pela Casa revisora, deveria ter retornado à Casa
iniciadora para que as emendas fossem por elas apreciadas (CF, art. 65, parágrafo único) e, só
após tal apreciação é que o projeto deveria ter seguido à sanção/veto do Presidente da República
(CF, art. 65, caput).

Em terceiro lugar, o veto do Presidente da República não poderia ter suprimido somente algumas
palavras da alínea: deve abranger texto integral do dispositivo (artigo, parágrafo, inciso ou alínea)
- CF, art. 66, § 2º.

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Em quarto lugar, o veto é apreciado em sessão conjunta do Congresso Nacional (CF, art. 66, § 4º)
e, além disso, tranca a pauta do Congresso após 30 dias de seu recebimento (CF, art. 66, § 6º).
Ainda, o quórum para rejeitar o veto é de maioria absoluta dos deputados e senadores. Portanto,
não há de se falar em apreciação do veto pela Câmara dos Deputados isoladamente, nem de
trancamento de pauta em 40 dias, tampouco de rejeição de veto por quórum de maioria simples.

Em quinto lugar, após a rejeição do veto, o prazo para o Presidente da República promulgar o
projeto de lei é de 48 horas e, se este não o fizer, caberá ao Presidente do Senado realizar a
promulgação em igual prazo (CF, art. 66, § 7º). Assim, não há de se falar em prazo de 24 horas.

29. Suponha que o Presidente da República tenha encaminhado ao Senado projeto de lei sobre
alterações no Código Civil e tenha solicitado urgência em sua apreciação. Entretanto, aquela Casa
Legislativa não tramitou o projeto segundo o rito sumário, alegando que o Chefe do Poder
Executivo só poderia pedir urgência em projetos de lei de sua iniciativa reservada.
Após sua aprovação pela Casa iniciadora, o projeto seguiu para a Câmara dos Deputados, onde
passou a ser tramitado segundo o rito abreviado até a interposição de recurso por um duodécimo
dos deputados.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.

Não.

Em primeiro lugar, os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República são discutidos e


votados inicialmente na Câmara dos Deputados (CF, art. 64, caput). Assim, não há de se falar em
envio de projeto de lei ao Senado por parte do Presidente da República.

Em segundo lugar, o rito de urgência constitucional não é aplicável a projetos de código (CF, art.
64, § 4º).

Em terceiro lugar, o Presidente da República pode solicitar urgência a qualquer projeto que
apresente ao Poder Legislativo, mesmo que não seja de iniciativa reservada.

Em quarto lugar, o recurso para que o Plenário aprecie projetos de lei que estavam tramitando no
rito sumário (ou seja, no âmbito das Comissões, quando o regimento dispensa a competência do
Plenário) é de um décimo (e não um duodécimo) dos membros da Casa (CF, art. 58, § 2º, I).

30. Suponha que o Presidente da República tenha adotado medida provisória versando sobre
filiação a partidos políticos, sob a justificativa de que desejava que as novas regras vigorassem
pelo menos alguns dias sem alterações em seu texto, que poderiam ocorrer por emenda
parlamentar, caso o Chefe do Poder Executivo houvesse utilizado o projeto de lei ordinária como
instrumento para formalizar aquelas regras.

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A medida provisória adotada foi submetida de imediato à Câmara dos Deputados, que a aprovou
no âmbito de suas comissões e a encaminhou ao Senado.
A situação narrada estaria compatível com as regras sobre processo legislativo previstas pela
Constituição Federal? Justifique.

Não.

Em primeiro lugar, não é possível que medida provisória verse sobre matéria relativa a partidos
políticos (CF, art. 62, § 1º, I, “a”).

Em segundo lugar, as medidas provisórias (MPs) só podem ser adotadas em caso de relevância e
urgência (CF, art. 62, caput), sendo discricionário ao Presidente da República reputar qual situação
é relevante e urgente. Entretanto, a justificativa trazida pelo enunciado não faz qualquer menção
à relevância e urgência necessárias para a adoção da MP, mas tão somente a um critério arbitrário
do Presidente da República para adotar o expediente provisório.

Em terceiro lugar, as MPs devem ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional (e não à
Câmara dos Deputados, inicialmente), onde uma Comissão Mista examinará a MP e sobre ela
emitirá parecer, antes de serem apreciadas em cada Casa do Congresso (CF, art. 62, caput e § 9º).

Em quarto lugar, as MPs devem ser apreciadas pelo Plenário das duas Casas do Congresso
Nacional (CF, art. 62, § 9º). Assim, não há de se falar em aprovar a MP somente no âmbito das
comissões.

31. Suponha que um quinto dos membros do Senado Federal apresentaram proposta de emenda
constitucional que retira a possibilidade, em ano eleitoral, de manifestações de cunho ideológico
em áreas públicas, quando a reunião contar com mais de trinta participantes, sob a justificativa de
que, estando em vigor o estado de defesa era preciso assegurar a ordem nas eleições para
prestigiar o princípio democrático.
Após a aprovação da proposta por dois terços dos membros do Senado, em dois turnos de
discussão e votação, a proposta seguiu para Câmara dos Deputados, onde também foi aprovada
por dois terços de seus membros, após duplo turno de discussão e votação, sendo submetida, em
seguida, à sanção do Presidente da República.
A situação narrada estaria compatível com as regras previstas pela Constituição Federal?
Justifique.

Não.

Em primeiro lugar, a proposta de emenda à CF deveria ter sido apresentada por, pelo menos, um
terço dos membros do Senado (CF, art. 60, I) – apenas um quinto é inviável.

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Em segundo lugar, é vedada a deliberação de proposta de emenda tendente a abolir os direitos


e garantias individuais (CF, art. 60, § 4º, IV) e, portanto, a proposta apresentada não poderia tender
a abolir o direito de reunião previsto no art. 5º, XVI da CF.

Em terceiro lugar, a Constituição não pode ser emendada na vigência de estado de defesa (CF,
art. 60, § 1º).

Em quarto lugar, a proposta de emenda aprovada no Poder Legislativo não é submetida à


sanção/veto do Presidente da República, mas sim é promulgada diretamente pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 60, § 3º).

Cumpre destacar que a proposta de emenda deve ser “discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
dos votos dos respectivos membros” (CF, art. 60, § 2º). Logo, foi correta a aprovação por dois
terços (que é um quórum maior que o exigido de três quintos!) dos membros de cada Casa
Legislativa, em duplo turno de discussão e votação.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CESPE/2016/TCE-AP/Auditor de Controle Externo) Os tratados ou acordos internacionais
firmados pelo presidente da República que impliquem compromissos gravosos ao patrimônio
nacional somente terão validade se forem aprovados pelo Senado Federal, órgão ao qual
compete, em caráter privativo, resolver definitivamente esses temas.

2. (CESPE/2018/TCE-BA/Auditor Estadual – Controle Externo) A CF proíbe a deliberação de


proposta de emenda constitucional que tenda a abolir
a) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
b) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita.
c) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
d) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas.
e) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita.

3. (Cespe/2015/Telebrás/Advogado) Considere que uma proposta de emenda constitucional


tenha sido rejeitada em junho de 2015. Nesse caso, nova proposta de emenda versando sobre a
mesma matéria pode ser proposta, ainda no ano de 2015, se for de iniciativa da maioria do
Senado e da Câmara dos Deputados.

4. (Cespe/TCE-PE/Analista em Gestão/Julgamento) A respeito do Poder Legislativo, julgue


o item subsecutivo.
Quando propostas pelo presidente da República e aprovadas pelas casas do Congresso
Nacional, as emendas à Constituição deverão ser promulgadas pelo proponente em prazo
constitucionalmente determinado.

5. (Cespe/2016/PGE-AM/Procurador) Com relação aos mecanismos de defesa da CF e das


Constituições estaduais, julgue o item a seguir.
No exercício da competência para o chamado veto jurídico no âmbito dos correspondentes
processos legislativos, governadores e prefeitos podem invocar tão somente violações às
respectivas leis fundamentais (Constituições estaduais e leis orgânicas municipais), sendo-lhes
vedado vetar projetos de lei com base na sua incompatibilidade com a CF.

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6. (CESPE/2009/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Considerando que um deputado


federal, diante da pressão dos seus eleitores, pretende modificar a sistemática do recesso e da
convocação extraordinária no âmbito do Congresso Nacional, e sabendo que o poder
constituinte derivado reformador manifesta-se por meio das denominadas emendas
constitucionais, as quais estão regulamentadas no art. 60 da CF, julgue o item a seguir.
A CF estabelece algumas limitações de forma e de conteúdo ao poder de reforma. Assim, no
caso narrado, para que a modificação pretendida seja votada pelo Congresso Nacional, a
proposta de emenda constitucional deverá ser apresentada por, no mínimo, um terço dos
membros da Câmara dos Deputados.

7. (CESPE/2009/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Uma vez preenchido o requisito


da iniciativa e instaurado o processo legislativo, a proposta de emenda à CF será discutida e
votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

8. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão - Administração) Comissão do Senado Federal


poderá propor emenda à Constituição, mas tal emenda, mesmo após discussão e votação em
dois turnos em cada casa do Congresso Nacional, não poderá ser promulgada na vigência de
intervenção federal.

9. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão) O presidente da República poderá vetar alínea


de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, desde que o faça integralmente.

10. (CESPE/2009/TCE-AC/Analista de Controle Externo-Ciências Contábeis) Acerca do


processo legislativo brasileiro, assinale a opção correta.
a) Segundo a CF, emenda constitucional disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.
b) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode ser exercida pela apresentação, à
Câmara dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de
qualquer estado da Federação.
c) As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
no prazo de trinta dias a contar de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as
relações jurídicas dela decorrentes.

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d) A reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou
que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo será permitida apenas uma vez, por igual
período.
e) O procurador-geral da República tem competência para propor projeto de lei ordinária ou
complementar.

11. (CESPE/2017/TCE-PE/Analista de Gestão – Administração) A regra da separação dos


poderes impede que os requisitos de relevância e urgência, necessários à edição de medidas
provisórias pelo presidente da República, sejam submetidos ao crivo do Poder Judiciário.

12. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Projeto de lei rejeitado poderá


constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa se proposto pela maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

13. (CESPE/2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo) Os estados não são obrigados a


prever medida provisória no seu processo legislativo. Entretanto, caso optem por incluir tal
medida entre os instrumentos do processo legislativo estadual, eles devem observar os
princípios e limites estabelecidos a esse respeito na CF.

14. (CESPE/2014/TC-DF/Analista de Administração Pública) O veto do presidente da


República a projeto de lei será apreciado em sessão unicameral, somente podendo ser rejeitado
pelo voto da maioria absoluta dos congressistas.

15. (Cespe/2016/TCE-PA/Auditor/Direito) No que se refere aos poderes da República e ao


Tribunal de Contas da União, julgue o item subsequente.
Segundo o STF, configura hipótese de inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa, a
edição de lei de iniciativa parlamentar que estabeleça atribuições para órgãos da administração
pública.

16. (Cespe/2016/PC-PE/Delegado) Se um projeto de lei for rejeitado no Congresso Nacional,


outro projeto do mesmo teor só poderá ser reapresentado, na mesma sessão legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal.

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17. (Cespe/2013/Polícia Federal/Delegado) Em relação ao processo legislativo e ao sistema


de governo adotado no Brasil, julgue o seguinte item.
A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao presidente da República, ao STF,
aos tribunais superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos. No que tange às leis
complementares, a CF não autoriza a iniciativa popular de lei.

18. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-RR/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) Acerca do processo


legislativo, julgue os itens a seguir.
I. A iniciativa comum é aquela em que a proposição legislativa pode ser apresentada por
qualquer membro do Congresso Nacional, por comissão parlamentar, pelo presidente da
República ou pelos cidadãos, no caso de iniciativa popular.
==5617c==

II. As medidas provisórias perderão eficácia se não forem convertidas em lei no prazo de 45 dias,
prorrogável uma vez por igual período.
III. O veto parcial do presidente da República pode alcançar, além do texto integral de cada
artigo, parágrafo, inciso ou alínea, palavras ou expressões contidas nessas unidades normativas.
Assinale a opção correta.
A) Apenas o item I está certo.
B) Apenas o item II está certo.
C) Apenas os itens I e III estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.
E) Todos os itens estão certos.

19. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor de Controle Externo - Administração) As medidas


provisórias vigoram pelo prazo improrrogável de sessenta dias e devem ser votadas em sessão
conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

20. (Cespe/TCE-PE/Analista em Gestão/Julgamento) A respeito do Poder Legislativo, julgue o


item subsecutivo.

Matéria reservada a lei complementar não pode ser tratada por meio de medida provisória nem
pode ser objeto de lei delegada elaborada pelo presidente da República.

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21. (Cespe/2016/PC-PE/Delegado) Uma medida provisória somente poderá ser reeditada no


mesmo ano legislativo se tiver perdido sua eficácia por decurso de prazo, mas não se tiver sido
rejeitada.

22. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) Julgue o próximo item acerca


do processo legislativo brasileiro.

A edição de medidas provisórias concernentes a matérias reservadas a lei complementar é


vedada ao presidente da República.

23. (CEBRASPE/2022/SEFAZ-SE/Auditor Técnico de Tributos) Julgue o seguinte item,


relativos a aspectos diversos pertinentes a noções de direito administrativo.

Atendidos os pressupostos de relevância e urgência, o presidente da República pode adotar


medidas provisórias que versem sobre matéria relativa a

a) garantia dos membros do Ministério Público.

b) partidos políticos.

c) direito processual civil.

d) lei orçamentária anual.

e) abertura de crédito extraordinário.

24. (CEBRASPE/2022/PGM-Recife/Procurador Judicial Municipal) Matéria constante em


projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto de lei, na mesma
sessão legislativa, mediante proposta

a) do presidente da República ou da maioria simples dos membros de qualquer das casas do


Congresso Nacional.

b) da maioria simples dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional.

c) da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional.

d) da maioria simples dos membros da Câmara dos Deputados.

e) do presidente da República ou da maioria absoluta dos membros do Senado Federal.

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25. (CEBRASPE/2022/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo) A respeito da organização


dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, conforme a Constituição Federal de 1988 e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item a seguir.

É possível a admissão de proposição de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa


exclusiva do presidente da República que dê ensejo a aumento de despesas, desde que, ao final
dos trâmites cabíveis, o projeto seja sancionado pelo presidente da República.

Gabarito

1. ERRADA 10. Letra E 19. ERRADA


2. Letra C 11. ERRADA 20. CERTO
3. ERRADA 12. CERTO 21. ERRADA
4. ERRADA 13. CERTO 22. CERTO
5. ERRADA 14. ERRADA 23. Letra E
6. CERTO 15. CERTO 24. Letra C
7. CERTO 16. CERTO 25. ERRADA
8. ERRADA 17. ERRADA
9. CERTO 18. Letra A

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

25 de Fevereiro de 2023
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Índice
1) Simulado - Poder Executivo - ME
..............................................................................................................................................................................................3

2) Simulado - Poder Legislativo - ME


..............................................................................................................................................................................................
34

3) Simulado - Processo Legislativo - ME


..............................................................................................................................................................................................
83

2
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Tulio
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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 8

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 31

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Poder Executivo
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Poder Executivo: exercício e auxílio (art. 76 da CF/88)


Eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 77 da CF/88)

1) Acerca das disposições constitucionais, doutrinárias e jurisprudenciais sobre o Poder Executivo e seu
Chefe, analise as assertivas abaixo e assinale a incorreta.

a) O sistema de governo adotado pelo texto constitucional é o presidencialismo.

b) O cargo de chefe de Estado brasileiro é exercido pelo Presidente da República, que terá o auxílio dos
Ministros de Estado que atuarão como chefes de Governo.

c) Os Ministros de Estado são escolhidos pelo chefe Poder Executivo.

d) No Brasil, as eleições presidenciais são realizadas segundo o sistema majoritário de dois turnos.

e) No Brasil é vedada a eleição de Presidente e Vice-Presidente que estejam registrados em chapas eleitorais
distintas.

Posse do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 78 da CF/88)

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2) Analise os itens abaixo a luz da Constituição Federal e do entendimento dos Tribunais Superiores:

I. Se o Presidente da República não comparecer dentro de 10 dias da data fixada para sua posse, sem
apresentar motivo de força maior, o Vice-Presidente assumirá o cargo de Presidente e o exercerá durante
todo o mandato.

II. Se o Presidente da República comparecer para sua posse dentro de 10 dias da data fixada, mas o Vice-
Presidente não comparecer tendo apresentado motivo de força maior, o Presidente exercerá todo o
mandato sem ter um Vice-Presidente.

III. Se o Presidente da República e Vice-Presidente não comparecem dentro de 10 dias da data fixada para
posse por motivo de força maior, ela será adiada para que, após cessado o motivo de força maior, eles
possam assumir o cargo.

IV. Se o Presidente da República não comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse por motivo de
força maior, o Vice-Presidente tomará posse e assumirá interinamente o cargo de Presidente, até que cesse
o motivo de força maior.

Considerando as hipóteses apresentadas, assinale a alternativa que contém apenas itens corretos.

a) I, III e IV.

b) II e III.

c) I e II.

d) I, II e IV.

e) III e IV.

Cargos de Presidente e Vice-Presidente da República: substituição, impedimento e


vacância (arts. 79 a 81 da CF/88)

3) Em 31/08/2016, após o impeachment da Presidente da República Dilma Roussef, o antes Vice-


Presidente Michel Temer assumiu a Presidência de forma definitiva. Ocorre que o Procurador-Geral da
República denunciou o novo Presidente pelo cometimento de diversos crimes comuns relacionados ao
exercício de suas funções. Na hipótese de admissão da aludida acusação, por 2/3 da Câmara dos
Deputados, e condenação do chefe do Poder Executivo Federal pelo Supremo Tribunal Federal no ano de
2017,

a) o Presidente da Câmara dos Deputados será chamado ao exercício interino da Presidência da República,
sendo realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última
vaga.

b) o Presidente do Senado Federal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 90 dias após a abertura da última vaga.

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c) o Presidente do Senado Federal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última vaga.

d) o Presidente da Câmara dos Deputados será chamado ao exercício interino da Presidência da República,
sendo realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 90 dias após a abertura da última
vaga.

e) o Presidente do Supremo Tribunal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última vaga.

4) Quanto ao Poder Executivo, é INCORRETO afirmar:

a) Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

b) Compete privativamente ao Presidente da República iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição;

c) O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando


o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a democracia, a república e a independência do Brasil.

d) Compete privativamente ao Presidente da República conferir condecorações e distinções honoríficas;

e) São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra a probidade na administração;

Duração do mandato do Presidente da República (art. 82 da CF/88) e Ausência do País


pelo Presidente e Vice-Presidente da República (art. 83 da CF/88)

5) Considerando as disposições constitucionais e o entendimento dos Tribunais Superiores, analise os


itens abaixo:

I- O Vice-Presidente da República que se ausentar do País por período superior a quinze dias, sem licença
do Congresso Nacional, poderá perder o seu cargo.

II- o mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em quinze de janeiro do ano
seguinte ao da sua eleição.

III- Apenas o Presidente da República não poderá, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País
por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

IV- Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de


locomoção norma estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o governador e o
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo.

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Considerando as hipóteses apresentadas, assinale a alternativa que contém apenas itens incorretos.

a) I, II e IV.

b) III e IV.

c) I e II.

d) I, III e IV.

e) II e III.

Atribuições do Presidente da República (art. 84 da CF/88)

6) Compete ao Presidente da República, conforme a Constituição Federal, prestar,

a) anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.

b) trimestralmente, ao Senado Federal, as contas referentes ao seu mandato.

c) anualmente, ao Tribunal de Contas da União, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
as contas referentes ao exercício anterior.

d) anualmente, ao Senado Federal, dentro de noventa dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior.

e) a cada dois anos, ao Senado Federal, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.

7) Algumas das atribuições privativas do Presidente da República podem ser delegadas aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, observados os limites traçados
nas respectivas delegações. Nesse contexto, entre as atribuições privativas do Presidente da República
que podem ser delegadas a essas autoridades está

a) conferir condecorações e distinções honoríficas.

b) decretar o estado de defesa e o estado de sítio.

c) a concessão de indulto e a comutação de penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei.

d) nomear e exonerar os Ministros de Estado.

e) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

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8) Sobre o Chefe do Poder Executivo, assinale a alternativa correta.

a) Em caso de impedimento do Presidente, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o


Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

b) A competência privativa do Presidente da República de dispor, mediante decreto, sobre extinção de


funções ou cargos públicos, quando vagos, poderá ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

c) São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a lei orçamentária
e comuns os que violem o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

d) Admitida a acusação contra o Presidente da República, será ele submetido a julgamento perante o Senado
Federal, nas infrações penais comuns.

e) Na vigência do mandato do Presidente da República, será ele responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções apenas se admitida a acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados.

Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 e 86 da CF/88)

9) Na hipótese do Presidente da República vier a ser acusado da prática de crime de responsabilidade,


deverá ser julgado

a) pelo Supremo Tribunal Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados,
ficando o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta
dias, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

b) pelo Congresso Nacional, após a acusação ser admitida pela maioria absoluta do Senado Federal, ficando
o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta dias,
após a instauração do processo pelo Senado Federal.

c) pelo Supremo Tribunal Federal, após a acusação ser admitida por dois terços do Congresso Nacional,
ficando o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e vinte
dias, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

d) pelo Senado Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados, ficando o
chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta dias, após
a instauração do processo pelo Senado Federal.

e) pelo Senado Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados, ficando o
chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e vinte dias, após
a instauração do processo pelo Senado Federal.

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10) Considere os seguintes itens:

I. O Presidente da República será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, quanto aos crimes comuns, e
pela Câmara dos Deputados, quanto aos crimes de responsabilidade.

II. No caso de suposto cometimento de crime comum pelo Presidente da República, a acusação deve ser
admitida por 2/3 dos integrantes da Câmara dos Deputados.

III. Na hipótese de admissão da acusação feita ao Presidente da República pelo cometimento de crime de
responsabilidade, haverá suspensão automática do exercício das funções do chefe do Poder Executivo
federal.

Está correto o que se afirma apenas no(s) item(ns)

a) I.

b) I e II.

c) III.

d) II.

e) II e III.

11) De acordo com as regras previstas na Constituição Federal de 1988, o Presidente da República
Federativa do Brasil que praticar ato que configura crime de responsabilidade, em sendo admitida a
acusação por 2/3

a) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Senado Federal.

b) do Senado Federal, será submetido a julgamento perante o Congresso Nacional.

c) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Congresso Nacional.

d) do Senado Federal, será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

e) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça.

12) Conforme previsão expressa na Constituição Federal, são crimes de responsabilidade do Presidente da
República os atos que atentem contra:

I – a existência da União.

II – a segurança externa do País.

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III – a improbidade na administração.

IV – o livre exercício do Poder Legislativo.

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) I e IV.

(E) II e IV.

Ministros de Estado (arts. 87 a 88 da CF/88)

13) Sobre o Poder Executivo, assinale a alternativa correta.

a) Caso um Presidente da República cometa crime comum, será competente para julgá-lo o Senado Federal.

b) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da


administração federal, quando implicar aumento de despesa ou criação ou extinção de órgãos públicos.

c) Compete ao Presidente da República permitir, nos casos previstos na Constituição Federal, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

d) Compete ao Ministro de Estado expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.

e) Lei Complementar disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional (arts. 89 a 91 da CF/88)

14) Sobre o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, assinale a alternativa incorreta.

a) Participam do Conselho da República, dentre outros, seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados.

b) Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado
de sítio.

c) O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República nos assuntos


relacionados com a defesa do Estado democrático.

d) O Conselho de Defesa Nacional tem entre seus participantes, dentre outros, os Presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado federal e o Ministro do Planejamento.

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e) Compete ao Conselho de Defesa Nacional opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração
da paz, nos termos da Constituição Federal.

GABARITO

1. C 2. A 3. A 4. C 5. E

6. A 7. C 8. B 9. D 10. D

11. A 12. D 13. D 14. C

QUESTÕES COMENTADAS

Poder Executivo: exercício e auxílio (art. 76 da CF/88)


Eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 77 da CF/88)

1) Acerca das disposições constitucionais, doutrinárias e jurisprudenciais sobre o Poder Executivo e seu
Chefe, analise as assertivas abaixo e assinale a incorreta.

a) O sistema de governo adotado pelo texto constitucional é o presidencialismo.

b) O cargo de chefe de Estado brasileiro é exercido pelo Presidente da República, que terá o auxílio dos
Ministros de Estado que atuarão como chefes de Governo.

c) Os Ministros de Estado são escolhidos pelo chefe Poder Executivo.

d) No Brasil, as eleições presidenciais são realizadas segundo o sistema majoritário de dois turnos.

e) No Brasil é vedada a eleição de Presidente e Vice-Presidente que estejam registrados em chapas eleitorais
distintas.

Comentários

Letra A - correta. O sistema de governo é a classificação que visa explicar o modo pelo qual se dá a relação
entre os Poderes Executivo e Legislativo, havendo dois modelos muito utilizados, que são: presidencialismo
e parlamentarismo.

A fim de classificá-los e diferenciá-los, veja a tabela abaixo:

PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO

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Chefia unipessoal Chefia dual


(Presidente é Chefe de Estado e de (Chefe de Estado e Chefe de Governo
Governo) são pessoas diferentes)

O chefe de governo é o Primeiro-


Ministro, enquanto o chefe de Estado
pode ser um presidente ou monarca, a
depender.
Não há vínculo entre Executivo e Vínculo entre Executivo e Legislativo
Legislativo. (Primeiro Ministro é indicado pelo
parlamento)
Mandato por tempo determinado Mandato por tempo indeterminado
(Tem prazo) (Fica enquanto tiver apoio do
parlamento)

No caso brasileiro, a escolha do sistema de governo adotado pela Constituição Federal pode ser notada no
art. 76 da CF/88, que versa expressamente sobre a chefia do Poder Executivo ser exercida pelo Presidente
da República.

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado

Letra B - incorreta. O Presidente da República é o chefe do Poder Executivo. Porém, este atua como Chefe
de Estado e de Governo, diferentemente do afirmado pela alternativa, o que a torna incorreta.

Os Ministros de Estado figuram como cargos de livre nomeação e exoneração que atuarão em auxílio ao
Presidente atuando na Administração Direta desconcentrada, chefiando os Ministérios existentes naquele
Governo.

Deste modo, não há que se falar em Ministros como chefes de governo, uma vez que esta atribuição cabe
ao Presidente da República que exercerá a chefia unipessoal em virtude do sistema de governo
presidencialista.

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado.

(...)

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

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Letra C - correta. De acordo com o art. 84, incisos I, da CF/88, os Ministros de Estado serão nomeados pelo
Presidente da República e seu cargo figura dentre os classificados como de livre nomeação e exoneração,
ficando a critério do chefe do Executivo a escolha dos Ministros que o auxiliarão.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

Letra D – correta. No Brasil, temos o sistema majoritário dualista na eleição presidencial. Nesse sistema,
considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos. Caso não se obtenha essa
maioria na primeira votação, será realizado um novo turno de votações.

Art. 77, § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição
em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados
e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

Letra E – correta. O ordenamento jurídico brasileiro não permite que haja uma votação para escolha do
Presidente e outra do Vice-Presidente. Segundo o texto constitucional, o Chefe do Executivo e seu vice terão
sua eleição simultânea e a eleição do Presidente importará a do Vice-Presidente com ele registrado na chapa
eleitoral.

Deste modo, a assertiva está correta e guarda consonância com o art. 77, caput e §1º, da CF/88:

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente,


no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

Gabarito: Letra C.

Posse do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 78 da CF/88)

2) Analise os itens abaixo a luz da Constituição Federal e do entendimento dos Tribunais Superiores:

I. Se o Presidente da República não comparecer dentro de 10 dias da data fixada para sua posse, sem
apresentar motivo de força maior, o Vice-Presidente assumirá o cargo de Presidente e o exercerá durante
todo o mandato.

II. Se o Presidente da República comparecer para sua posse dentro de 10 dias da data fixada, mas o Vice-
Presidente não comparecer tendo apresentado motivo de força maior, o Presidente exercerá todo o
mandato sem ter um Vice-Presidente.

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III. Se o Presidente da República e Vice-Presidente não comparecem dentro de 10 dias da data fixada para
posse por motivo de força maior, ela será adiada para que, após cessado o motivo de força maior, eles
possam assumir o cargo.

IV. Se o Presidente da República não comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse por motivo de
força maior, o Vice-Presidente tomará posse e assumirá interinamente o cargo de Presidente, até que cesse
o motivo de força maior.

Considerando as hipóteses apresentadas, assinale a alternativa que contém apenas itens corretos.

a) I, III e IV.

b) II e III.

c) I e II.

d) I, II e IV.

e) III e IV.

Comentários

A posse do Presidente e do Vice-Presidente da República ocorrerá de forma conjunta no Congresso Nacional,


sendo admitida que ela seja realizada no prazo máximo de dez dias da data fixada. Se, após os dez dias, o
Presidente ou Vice não assumirem o cargo, será declarada a vacância do cargo. Sobre o tema, veja o art. 78
da CF/88:

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as
leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência
do Brasil.

Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Nos itens da questão, diversas situações envolvendo a vacância do Presidente e/ou de seu Vice foram
narradas. Entre elas, a única incorreta foi a situação apresentada no item II. Se o Presidente da República
comparecer para sua posse dentro de 10 dias da data fixada, mas o Vice-Presidente não comparecer, o
Presidente exercerá todo o mandato sem ter um Vice-Presidente, caso este último não tenha apresentado
motivo de força maior que o impediu de tomar posse.

Caso o Vice-Presidente apresente motivo de força maior, o que ocorrerá será uma situação semelhante ao
item IV: o Presidente exercerá normalmente seu cargo, ficando sem a figura do Vice-Presidente, até que
cesse o motivo de força maior que impediu a posse deste.

Diante do exposto, tem-se como alternativa correta a que consta os itens I, III e IV.

Gabarito: Letra A.

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Cargos de Presidente e Vice-Presidente da República: substituição, impedimento e


vacância (arts. 79 a 81 da CF/88)

3) Em 31/08/2016, após o impeachment da Presidente da República Dilma Roussef, o antes Vice-


Presidente Michel Temer assumiu a Presidência de forma definitiva. Ocorre que o Procurador-Geral da
República denunciou o novo Presidente pelo cometimento de diversos crimes comuns relacionados ao
exercício de suas funções. Na hipótese de admissão da aludida acusação, por 2/3 da Câmara dos
Deputados, e condenação do chefe do Poder Executivo Federal pelo Supremo Tribunal Federal no ano de
2017,

a) o Presidente da Câmara dos Deputados será chamado ao exercício interino da Presidência da República,
sendo realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última
vaga.

b) o Presidente do Senado Federal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 90 dias após a abertura da última vaga.

c) o Presidente do Senado Federal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última vaga.

d) o Presidente da Câmara dos Deputados será chamado ao exercício interino da Presidência da República,
sendo realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 90 dias após a abertura da última
vaga.

e) o Presidente do Supremo Tribunal será chamado ao exercício interino da Presidência da República, sendo
realizadas eleições indiretas pelo Congresso Nacional no prazo de 30 dias após a abertura da última vaga.

Comentários

Relembremos o que preconizam os artigos 80 e 81 da CF/88:

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

O enunciado da questão apresenta hipótese de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da


República.

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Nesse caso, serão chamados sucessivamente ao exercício da Presidência da República: a) o Presidente da


Câmara dos Deputados (representantes do povo); b) o Presidente do Senado Federal (representantes dos
Estados); e c) o Presidente do STF.

Por outro lado, como a vacância ocorreu no ano de 2017, ou seja, nos últimos 2 anos do mandato
presidencial, a eleição para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República seria feita 30 dias depois
da abertura da última vaga, pelo Congresso Nacional, conforme o disposto no art. 81, § 1º, da CF/88.

Desta forma, a assertiva correta é a Letra A.

Letra B - incorreta. Conforme o art. 80 da CF/88, o Presidente da Câmara dos Deputados, não do Senado
Federal, é que será chamado, inicialmente, para o exercício temporário do cargo de Presidente da República
sendo realizadas, no prazo de 30 dias, não 90 dias, depois da abertura da última vaga, eleições indiretas pelo
Congresso Nacional, pois a vacância dos cargos deu-se nos últimos 2 anos do mandato presidencial.

Letra C - incorreta. Conforme o art. 80 da CF/88, o Presidente da Câmara dos Deputados, não do Senado
Federal, é que será chamado, inicialmente, para o exercício temporário do cargo de Presidente da República.

Letra D - incorreta. De acordo com o art. 81, § 1º, da CF/88, a eleição indireta para os cargos de Presidente
e Vice-Presidente da República será realiza no prazo de 30 dias, não 90 dias, depois da abertura da última
vaga, pelo Congresso Nacional, pois a vacância dos cargos deu-se nos últimos 2 anos do mandato
presidencial.

Letra E - incorreta. Não é o Presidente do STF, mas o da Câmara dos Deputados, quem será chamado ao
exercício interino da Presidência da República.

Gabarito: Letra A.

4) Quanto ao Poder Executivo, é INCORRETO afirmar:

a) Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

b) Compete privativamente ao Presidente da República iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição;

c) O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando


o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a democracia, a república e a independência do Brasil.

d) Compete privativamente ao Presidente da República conferir condecorações e distinções honoríficas;

e) São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal e, especialmente, contra a probidade na administração;

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Vejamos cada uma das assertivas:

Letra A – correta. Assertiva de acordo com o art. 81, § 1º, da CF/88:

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

Letra B - correta. Assertiva de acordo com o art. 84, inciso III, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

Letra C – incorreta. De acordo com o art. 78 da CF/88, o presidente não presta compromisso de sustentar a
democracia e a república, mas a União, a integridade e a independência do Brasil.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as
leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência
do Brasil.

Letra D – correta. Assertiva de acordo com o art. 84, inciso XXI, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

Letra E – correta. Assertiva de acordo com o art. 85, inciso V, da CF/88:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

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V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Gabarito: Letra C.

Duração do mandato do Presidente da República (art. 82 da CF/88) e Ausência do País


pelo Presidente e Vice-Presidente da República (art. 83 da CF/88)

5) Considerando as disposições constitucionais e o entendimento dos Tribunais Superiores, analise os


itens abaixo:

I- O Vice-Presidente da República que se ausentar do País por período superior a quinze dias, sem licença
do Congresso Nacional, poderá perder o seu cargo.

II- o mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em quinze de janeiro do ano
seguinte ao da sua eleição.

III- Apenas o Presidente da República não poderá, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País
por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

IV- Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de


locomoção norma estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o governador e o
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo.

Considerando as hipóteses apresentadas, assinale a alternativa que contém apenas itens incorretos.

a) I, II e IV.

b) III e IV.

c) I e II.

d) I, III e IV.

e) II e III.

Comentários

Item I - correto. Assertiva de acordo com o art. 83 da CF/88:

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Item II - incorreto. De acordo com o art. 82 da CF/88, o mandato terá início em 5 de janeiro do ano seguinte
ao da eleição, e não em 15 de janeiro.

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Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro
do ano seguinte ao de sua eleição.

Item III - incorreto. De acordo com o art. 83 da CF/88, a vacância por ausência superior a 15 dias, sem a
licença prévia do Poder Legislativo, aplica-se ao Presidente e ao Vice-Presidente.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Item IV- correto. Traz o entendimento da jurisprudência do STF sobre a possibilidade de licença prévia para
ausência dos governadores e vice-governadores. Segundo a Corte, a exigência de licença prévia da
Assembleia Legislativa somente se justifica quando o afastamento for superior a quinze dias razão pela qual,
de fato, é vedada a exigência de licença prévia para ausências de qualquer prazo.

Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da


liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para
que o governador e o vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. Espécie
de autorização que, segundo o modelo federal, somente se justifica quando o afastamento
exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da simetria. [ADI 738, rel. min. Maurício Corrêa, j.
13-11-2002, P, DJ de 7-2-2003] = RE 317.574, rel. min. Cezar Peluso, j. 1º-12-2010, P, DJE de 1º-
2-2011

Diante do exposto, tem-se como alternativa a ser marcada a que constam os itens II e III, uma vez que o
comando da questão solicitou apenas os itens incorretos.

Gabarito: Letra E.

Atribuições do Presidente da República (art. 84 da CF/88)

6) Compete ao Presidente da República, conforme a Constituição Federal, prestar,

a) anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.

b) trimestralmente, ao Senado Federal, as contas referentes ao seu mandato.

c) anualmente, ao Tribunal de Contas da União, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
as contas referentes ao exercício anterior.

d) anualmente, ao Senado Federal, dentro de noventa dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior.

e) a cada dois anos, ao Senado Federal, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.

Comentários

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Vejamos o teor do art. 84, inciso XXIV, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

Assim, de acordo com o inciso da Constituição Federal acima transcrito, incumbe ao Presidente da República
prestar contas ao Congresso Nacional anualmente, referentes ao exercício anterior, dentro de 60 dias após
a abertura da sessão legislativa.

Gabarito: Letra A.

7) Algumas das atribuições privativas do Presidente da República podem ser delegadas aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, observados os limites traçados
nas respectivas delegações. Nesse contexto, entre as atribuições privativas do Presidente da República
que podem ser delegadas a essas autoridades está

a) conferir condecorações e distinções honoríficas.

b) decretar o estado de defesa e o estado de sítio.

c) a concessão de indulto e a comutação de penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei.

d) nomear e exonerar os Ministros de Estado.

e) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

Comentários

O art. 84, incisos I, VI, VIII, IX, XII, XXI e XXV e parágrafo único, da CF/88 dispõe o seguinte:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

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b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

(...)

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional;

(...)

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

(...)

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei;

(...)

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

(...)

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Extrai-se desses dispositivos que podem ser delegadas aos Ministros de Estado, ao PGR e ao AGU as seguintes
atribuições privativas do Presidente da República:

a) dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal,


quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e a extinção
de funções ou cargos públicos, quando vagos;

b) extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos; e

c) prover cargos públicos federais, na forma da lei.

Entre as assertivas apresentadas, a letra C (a concessão de indulto e a comutação de penas, com audiência,
se necessário, dos órgãos instituídos em lei) é a única que indica uma dessas atribuições delegáveis, prevista
no art. 84, inciso XII, da CF/88, sendo, portanto, a resposta da questão.

As demais alternativas apresentadas tratam de competências indelegáveis do Presidente da República,


porque não estão mencionadas no parágrafo único, do art. 84, da CF/88.

Gabarito: Letra C.

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8) Sobre o Chefe do Poder Executivo, assinale a alternativa correta.

a) Em caso de impedimento do Presidente, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o


Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

b) A competência privativa do Presidente da República de dispor, mediante decreto, sobre extinção de


funções ou cargos públicos, quando vagos, poderá ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

c) São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a lei orçamentária
e comuns os que violem o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

d) Admitida a acusação contra o Presidente da República, será ele submetido a julgamento perante o Senado
Federal, nas infrações penais comuns.

e) Na vigência do mandato do Presidente da República, será ele responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções apenas se admitida a acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados.

Comentários

Letra A – incorreta. De acordo com o art. 80 da CF/88, o primeiro da linha sucessória, em caso de
impedimento do Presidente, é o Vice-Presidente.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Letra B – correta. A assertiva trata de uma das atribuições privativas do Presidente da República que podem
ser delegadas, nos termos do art. 84, parágrafo único, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

(...)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

(...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

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Letra C – incorreta. De acordo com o art. 85 da CF/88, os atos do Presidente da República que atentem contra
o cumprimento das leis e das decisões judiciais também são crimes de responsabilidade.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.

Letra D – incorreta. Nos termos do art. 86 da CF/88, no caso de infrações penais comuns, se admitida a
acusação, o Presidente da República será julgado pelo STF e não pelo Senado Federal como afirma a
assertiva.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Letra E – incorreta. Contraria o disposto no art. 86, § 4º, da CF/88:

Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Gabarito: Letra B.

Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 e 86 da CF/88)

9) Na hipótese do Presidente da República vier a ser acusado da prática de crime de responsabilidade,


deverá ser julgado

a) pelo Supremo Tribunal Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados,
ficando o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta
dias, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

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b) pelo Congresso Nacional, após a acusação ser admitida pela maioria absoluta do Senado Federal, ficando
o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta dias,
após a instauração do processo pelo Senado Federal.

c) pelo Supremo Tribunal Federal, após a acusação ser admitida por dois terços do Congresso Nacional,
ficando o chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e vinte
dias, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

d) pelo Senado Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados, ficando o
chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e oitenta dias, após
a instauração do processo pelo Senado Federal.

e) pelo Senado Federal, após a acusação ser admitida por dois terços da Câmara dos Deputados, ficando o
chefe do Poder Executivo federal suspenso de suas funções, pelo prazo máximo de cento e vinte dias, após
a instauração do processo pelo Senado Federal.

Comentários

Relembremos o que dispõe o art. 86, §§ 1º e 2º, da CF/88:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

De acordo com o artigo da Constituição Federal acima transcrito, no caso de crime de responsabilidade, a
acusação contra o Presidente da República deve ser admitida por 2/3 da Câmara dos Deputados, cabendo o
julgamento ao Senado Federal.

Por outro lado, o chefe do Poder Executivo federal será suspenso do exercício das suas funções, pelo período
máximo de 180 dias, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Letra A - incorreta. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é julgado pelo Senado Federal,
não pelo STF.

Letra B - incorreta. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é julgado pelo Senado Federal,
não pelo Congresso Nacional. Outrossim, a acusação deve ser admitida por 2/3 da Câmara dos Deputados,
não pela maioria absoluta do Senado Federal.

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Letra C - incorreta. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é julgado pelo Senado Federal,
não pelo STF. Ademais, a acusação deve ser admitida por 2/3 da Câmara dos Deputados, não pela maioria
absoluta do Congresso Nacional. Por fim, o afastamento do Presidente da República dura no máximo 180
dias, não 120 dias.

Letra D - correta. Assertiva de acordo com o art. 86 da CF/88, acima transcrito.

Letra E - incorreta. O afastamento do Presidente da República, após a instauração do processo pelo Senado
Federal dura no máximo 180 dias, não 120 dias.

Gabarito: Letra D.

10) Considere os seguintes itens:

I. O Presidente da República será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, quanto aos crimes comuns, e
pela Câmara dos Deputados, quanto aos crimes de responsabilidade.

II. No caso de suposto cometimento de crime comum pelo Presidente da República, a acusação deve ser
admitida por 2/3 dos integrantes da Câmara dos Deputados.

III. Na hipótese de admissão da acusação feita ao Presidente da República pelo cometimento de crime de
responsabilidade, haverá suspensão automática do exercício das funções do chefe do Poder Executivo
federal.

Está correto o que se afirma apenas no(s) item(ns)

a) I.

b) I e II.

c) III.

d) II.

e) II e III.

Comentários

Vejamos o que dispõe o art. 86, caput e § 1º, inciso II, da CF/88:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

(...)

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II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Item I – incorreto. Nos crimes comuns, o Presidente da República é julgado pelo Supremo Tribunal Federal,
não pelo Superior Tribunal de Justiça, e nos crimes de responsabilidade, pelo Senado Federal, não pela
Câmara dos Deputados.

Item II – correto. De acordo com o art. 86, caput, da CF/88, a admissão da acusação pelo cometimento de
crime comum pelo Presidente da República depende da aprovação de 2/3 dos Deputados Federais.

Item III – incorreto. De acordo com o art. 86, § 1º, inciso II, da CF/88, sendo admitida a acusação do
Presidente da República pelo cometimento de crime de responsabilidade, a suspensão do exercício das suas
funções dar-se-á após a instauração do processo de impeachment pelo Senado Federal, e não
automaticamente.

Nesse contexto, apenas o item II está correto.

Gabarito: Letra D.

11) De acordo com as regras previstas na Constituição Federal de 1988, o Presidente da República
Federativa do Brasil que praticar ato que configura crime de responsabilidade, em sendo admitida a
acusação por 2/3

a) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Senado Federal.

b) do Senado Federal, será submetido a julgamento perante o Congresso Nacional.

c) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Congresso Nacional.

d) do Senado Federal, será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

e) da Câmara dos Deputados, será submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça.

Comentários

Vejamos o teor do caput do art. 86 da CF/88:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

De acordo com o dispositivo acima transcrito, no caso de cometimento de crime de responsabilidade pelo
Presidente da República, a acusação deve ser admitida por 2/3 da Câmara dos Deputados e o julgamento
será feito pelo Senado Federal, hipótese da assertiva A da questão.

Gabarito: Letra A.

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12) Conforme previsão expressa na Constituição Federal, são crimes de responsabilidade do Presidente da
República os atos que atentem contra:

I – a existência da União.

II – a segurança externa do País.

III – a improbidade na administração.

IV – o livre exercício do Poder Legislativo.

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) I e IV.

(E) II e IV.

Comentários

Relembremos o que dispõem os incisos do caput do art. 85 da CF/88:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Item I – correto. Os atos que atentem contra a existência da União estão previstos como crime de
responsabilidade no art. 85, inciso I, da CF/88.

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Item II – incorreto. Os atos que atentem contra a segurança externa do País não estão previstos
expressamente na CF/88 como crime de responsabilidade. Cabe destacar que estão previstos na CF/88
apenas aqueles que atentem contra a segurança interna.

Item III – incorreto. De acordo com o art. 85, inciso V, da CF/88, são crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a probidade, não contra a improbidade, na administração.

Item IV – correto. Os atos que atentem contra o livre exercício do Poder Legislativo são atos previstos como
crime de responsabilidade no art. 85, inciso II, da CF/88.

Assim, os itens I e IV estão corretos – assertiva D.

Gabarito: Letra D.

Ministros de Estado (arts. 87 a 88 da CF/88)

13) Sobre o Poder Executivo, assinale a alternativa correta.

a) Caso um Presidente da República cometa crime comum, será competente para julgá-lo o Senado Federal.

b) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da


administração federal, quando implicar aumento de despesa ou criação ou extinção de órgãos públicos.

c) Compete ao Presidente da República permitir, nos casos previstos na Constituição Federal, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

d) Compete ao Ministro de Estado expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.

e) Lei Complementar disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

Comentários

Letra A – incorreta. Conforme o art. 86, caput, da CF/88, quem julga o Presidente da República nos crimes
comuns é o STF, e não o Senado Federal como afirma a assertiva.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Letra B – incorreta. Nos termos do art. 84, inciso VI, alínea a, da CF/88, a referida competência é exercida
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

Letra C – incorreta. De acordo com o art. 84, inciso XXII, da CF/88, a permissão refere-se aos casos previstos
em Lei Complementar, e não na Constituição Federal.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

Letra D – correta. De acordo com a atribuição prevista no art. 87, parágrafo único, inciso II, da CF/88. Vejamos
as demais atribuições previstas no mesmo artigo:

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e
no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração


federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da
República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.

Letra E – incorreta. De acordo com o art. 88 da CF/88, basta lei ordinária, e não lei complementar como
afirma a assertiva.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

Gabarito: Letra D.

Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional (arts. 89 a 91 da CF/88)

14) Sobre o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, assinale a alternativa incorreta.

a) Participam do Conselho da República, dentre outros, seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados.

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b) Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado
de sítio.

c) O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República nos assuntos


relacionados com a defesa do Estado democrático.

d) O Conselho de Defesa Nacional tem entre seus participantes, dentre outros, os Presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado federal e o Ministro do Planejamento.

e) Compete ao Conselho de Defesa Nacional opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração
da paz, nos termos da Constituição Federal.

Comentários

Letra A – correta. De acordo com art. 89 da CF/88, que define a composição do Conselho da República:

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Letra B – correta. Trata-se de uma atribuição prevista no art. 90, inciso I, da CF/88:

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

Letra C – incorreta. Nos termos do art. 91, caput, da CF/88, o Conselho de Defesa Nacional é o órgão de
consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a defesa do Estado democrático.

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Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos
assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
participam como membros natos:

Letra D – correta. Assertiva de acordo com o art. 91 da CF/88, que trata da composição do Conselho de
Defesa Nacional.

Art. 91, I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça;
==5617c==

V - o Ministro de Estado da Defesa;

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

VII - o Ministro do Planejamento.

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Letra E – correta. Trata-se de uma das competências do Conselho de Defesa Nacional, prevista no art. 91,
§1º, inciso I, da CF/88:

Art. 91, § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território


nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a


independência nacional e a defesa do Estado democrático.

Gabarito: Letra C.

...

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Forte abraço!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas ................................................................................................................ 10

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 49

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Poder Legislativo
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Congresso Nacional (arts. 44 a 47 da CF/88)

1) Em relação aos Poder Legislativo, marque a alternativa incorreta:

a) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, sendo
que o número total de Deputados, bem como a representação por Estado, por Território e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados.

b) O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário, sendo que cada uma dessas unidades elegerá três Senadores, cada um com dois
suplentes, e possuirá sua representação renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços.

c) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre plano plurianual,
diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado,
não sendo exigida a participação do Chefe do Poder Executivo Federal para que aquela Casa resolva
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

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d) Um Ministro de Estado, por sua iniciativa, poderá comparecer a uma Comissão Parlamentar de Inquérito
instalada no Senado Federal para expor assunto de relevância de seu Ministério.

e) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra os Ministros de Estado e, ao Senado Federal, processá-los e julgá-los nos
crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República.

2) Sobre o Poder Legislativo, é correto afirmar que:

a) Legislar é a função típica do Poder Legislativo, enquanto fiscalizar, administrar e julgar são funções atípicas.

b) Os Poderes Legislativos Federal e Estadual são bicamerais, ao passo que o Poder Legislativo Municipal é
unicameral.

c) A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos para mandatos de 4 (quatro)
anos, e o Senado Federal por representantes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, eleitos para
mandatos de 8 (oito) anos.

d) Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, relativamente ao número de eleitores dos respectivos
estados e do Distrito Federal, não podendo ser menos que 8 ou mais que 70 para cada uma das unidades
federativas. Já os senadores são eleitos pelo princípio majoritário, sendo seu número fixado em 3 (três)
representantes para cada Estado e para o Distrito Federal.

e) Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Competência do Congresso Nacional para dispor de determinadas matérias, com a sanção


do Presidente da República (art. 48 da CF/88)

3) Analise as assertivas abaixo e assinale a correta de acordo com o disposto no texto constitucional e o
entendimento jurisprudencial sobre o tema:

a) Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos
Deputados o juízo de admissibilidade da acusação apresentada contra o presidente da República.

b) Compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente o desempenho das administrações


tributárias dos municípios.

c) No âmbito do controle político repressivo de constitucionalidade, o Congresso Nacional tem competência


para sustar decreto do presidente da República que exorbite do poder regulamentar.

d) Compete privativamente a Câmara dos Deputados permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

e) Compete ao Congresso Nacional a escolha de dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

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4) As assertivas abaixo versam sobre o tema competências do Poder Legislativo, tendo em vista sua base
constitucional assinale a alternativa correta:

a) Cabe ao Congresso Nacional o exercício do controle externo dos atos administrativos de concessões e
permissões de emissoras de rádio e televisão.

b) Cabe ao Congresso Nacional aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato.

c) É da competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar operações externas de natureza financeira,


de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

d) É da competência exclusiva do Congresso Nacional dispor sobre moeda, seus limites de emissão, e
montante da dívida mobiliária federal.

e) É competência privativa do Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República, resolver


definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/88)

5) Sobre as atribuições do Congresso Nacional, assinale a alternativa incorreta.

a) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas e
planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento, dentre outras atribuições.

b) São da competência exclusiva do Congresso Nacional, manifestada por meio da edição de decreto
legislativo, resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional e aprovar o estado de defesa, a intervenção federal e o
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.

c) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro
de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

d) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.

e) Compete privativamente ao Senado Federal estabelecer limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

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Interação com autoridades do Poder Executivo: convocação, pedidos escritos de


informações e comparecimento de Ministros de Estado (art. 50 da CF/88)

6) Em virtude de polêmicas envolvendo suas declarações, um Ministro de Estado foi convocado por uma
Comissão da Câmara dos Deputados para prestar declarações sobre o assunto objeto das citadas
declarações, nesse caso, é correto afirmar que:

a) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que as comissões não
possuem competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência da Mesa da
Câmara dos Deputados.

b) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que a Câmara dos
Deputados não possui competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência da
Mesa do Senado Federal.

c) A convocação está em conformidade com a Constituição Federal, devendo o Ministro comparecer sob
pena de responder por crime de responsabilidade em caso de ausência sem justificação adequada.

d) A convocação está em conformidade com a Constituição Federal, uma vez que apenas a Câmara dos
Deputados possui competência para convocar Ministros de Estados, seja mediante Comissões, maioria
absoluta dos Deputados Federais ou pela Mesa Diretora.

e) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que a Câmara dos
Deputados não possui competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência do
Congresso Nacional.

Competências da Câmara dos Deputados (art. 51 da CF/88)

7) Assinale a alternativa que não contém competência privativa da Câmara dos Deputados:

a) dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções.

b) elaborar seu regimento interno.

c) proceder a tomada de contas do Presidente da República, caso estas não sejam apresentadas ao Congresso
Nacional no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

d) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra Ministros de Estados.

e) processar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

8) O Governador do Estado do Amapá cometeu no ano 20XX diversos crimes por se envolver em um
esquema de corrupção na aquisição de produtos educacionais. Ainda em seu mandato, foi oferecida
denúncia por tais crimes e o STJ deu recebimento a mesma, iniciando a instrução processual do caso. Em

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sua resposta à acusação, o Governador argumentou que o STJ não possuía competência para o julgar o
caso e que tal recebimento foi realizado em desconformidade com a Constituição Estadual do Amapá, uma
vez que esta deveria ter sido previamente submetida ao juízo de admissibilidade da Assembleia Legislativa
do Amapá para que esta autorizasse a instauração do processo. Considerando as disposições da
Constituição Federal sobre o tema, bem como o entendimento jurisprudencial correlato, assinale a
alternativa correta.

a) As teses do Governador devem prosperar integralmente, vez realmente deveria ter sido feito o
procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa e a Constituição Federal concede aos Tribunais
de Justiça dos Estados a competência para julgamento dos crimes cometidos por seus respectivos
Governadores.

b) A tese do Governador sobre o procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa deve prosperar,


posto que é realmente obrigatória a autorização do Legislativo Estadual, contudo o mesmo não pode ser dito
sobre a competência, vez que a Constituição Federal concede ao Superior Tribunal de Justiça a competência
para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores.

c) A tese do Governador sobre o procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa deve prosperar,


posto que é realmente obrigatória a autorização do Legislativo Estadual, contudo o mesmo não pode ser dito
sobre a competência, vez que a Constituição Federal concede ao Supremo Tribunal Federal a competência
para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores.

d) Ambas as teses do Governador não devem prosperar, uma vez que a Constituição Federal concede ao
Superior Tribunal de Justiça a competência para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores e o
Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a previsão em Constituição Estadual que impõe juízo
de admissibilidade do Legislativo estadual quanto a instauração de processo judicial de crime comum
cometido por Governador.

e) A tese do Governador sobre a incompetência do Superior Tribunal de Justiça deve prosperar, uma vez que
Constituição Federal concede aos Tribunais de Justiça dos Estados a competência para julgamento dos crimes
cometidos por seus respectivos Governadores, contudo o mesmo não pode ser dito sobre a tese de
obrigatoriedade do procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa, uma vez que o Supremo
Tribunal Federal considera inconstitucional a previsão em Constituição Estadual que impõe juízo de
admissibilidade para instauração de processo judicial de crime comum cometido por Governador.

Competências do Senado Federal (art. 52 da CF/88)

9) O Senado Federal é a Casa Legislativa responsável por realizar a arguição pública e aprovação prévia,
por voto secreto, de diversos cargos. Tendo este procedimento em mente, analise as assertivas abaixo e
assinale a que contém um cargo submetido a procedimento diverso do apresentado:

a) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República.

b) Chefes de missão diplomática de caráter permanente.

c) Procurador-Geral da República.

d) Governador de Território Federal.

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e) Presidente e diretores do Banco Central.

Imunidades dos Deputados e Senadores e foro por prerrogativa de função (art. 53 da


CF/88)

10) Em relação aos Deputados e Senadores, é correto afirmar:

a) Desde a posse, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos e serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

b) Recebida a denúncia contra Deputado Federal, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal dará ciência à Câmara dos Deputados que, por iniciativa de qualquer cidadão e pelo voto da maioria
absoluta dos membros da Casa, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação que, se assim restar
decidido, suspenderá a prescrição do crime, enquanto durar a duração do mandato do réu.

c) Exceto para fins de defesa nacional contra agressão estrangeira, os Senadores não serão obrigados a
testemunhar sobre informações recebidas em razão do exercício do mandato.

d) Em tempo de guerra, a incorporação à Marinha do Brasil de um Deputado Federal, militar, depende de


prévia licença da Câmara dos Deputados.

e) No estado de defesa, as imunidades dos Senadores podem ser suspensas, para atos praticados fora do
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

11) Quanto às disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo, podemos afirmar que:

a) Cada Senador será eleito com três suplentes.

b) Cada Território elegerá três Deputados

c) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por um terço de seus membros, a instauração
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado

d) A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo
de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva

e) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que perder ou tiver cassados os direitos políticos;

12) Sobre o Estatuto dos Congressistas, assinale a alternativa incorreta.

a) A imunidade material de Deputados e Senadores diz respeito às opiniões, palavras e votos dos
congressistas no exercício de suas respectivas funções, ao passo que a imunidade formal diz respeito à
impossibilidade de o congressista, em regra, ser preso ou de permanecer preso, bem como à possiblidade
de sustação do andamento de eventual ação penal.

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b) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável, hipótese em que os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à
respectiva Casa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

c) Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido até o momento da diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
ação.

d) Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o


Supremo Tribunal Federal por crimes comuns cometidos antes ou depois da diplomação.

e) Não perderá o mandato, mas terá suspensa suas imunidades parlamentares, o Deputado ou Senador
investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal,
de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária.

Proibições aos Deputados e Senadores - incompatibilidades (art. 54 da CF/88)

13) O texto constitucional prevê diversas incompatibilidades aos parlamentares, algumas desde a
diplomação e outras somente após a posse no mandado eletivo. Considerando o que dispõe o artigo 54
da CF/88, bem como o entendimento jurisprudencial correlato, assinale a alternativa que contêm uma
hipótese de incompatibilidade desde a expedição do diploma do parlamentar eleito.

a) Patrocínio de causa de pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

b) Ocupar cargo ou função demissível "ad nutum" em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

c) Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

d) Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço público sem que o contrato obedeça a cláusulas
uniformes.

e) Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Perda do mandato do Deputado ou Senador (art. 55 da CF/88)

14) Considerando as disposições sobre perda de mandato político dos parlamentares, assinale a
alternativa que se encontra de acordo com o texto constitucional e a jurisprudência correlata:

a) O membro do Congresso Nacional que se investir no cargo de ministro de Estado fica desvinculado das
vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista.

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b) O deputado ou senador perderá o mandato se faltar a quarta parte das sessões ordinárias realizadas pela
respectiva Casa Legislativa

c) Senador que tiver suspensos os direitos políticos perderá o mandato por ato declaratório da Mesa do
Senado Federal, de ofício ou mediante provocação de membro ou partido político com assento no Congresso
Nacional, assegurada a ampla defesa.

d) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que vier a responder a processo criminal.

e) A perda do mandato de deputado ou de senador que tenha agido de maneira incompatível com o decoro
parlamentar será decidida de ofício pela presidência da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Manutenção do mandato (art. 56 da CF/88)

15) Não ocorrerá a perda do mandato do parlamentar investido no cargo de:

a) Ministro de Estado.

b) Governador de Território.

c) Secretário de Estado.

d) Secretário de Prefeitura de Capital.

e) Chefe de missão diplomática permanente.

Reuniões (art. 57)

16) Considerando o disposto na Constituição Federal quanto as Reuniões do Poder Legislativo Federal,
assinale a assertiva correta:

a) Em caso de urgência ou interesse público relevante, o Presidente da República poderá convocar o


Congresso Nacional para sessão extraordinária, a qual dependerá de aprovação da maioria absoluta de cada
Casa do Congresso Nacional.

b) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocado, sendo devida parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária do parlamentar.

c) A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, e os demais
cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes no Senado Federal e na
Câmara dos Deputados.

d) Em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal de pedido de autorização para a


decretação de estado de sítio, a convocação extraordinária do Congresso Nacional pelo Presidente do
Senado Federal dependerá de aprovação da maioria absoluta de cada Casa do Congresso Nacional.

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e) Os membros das Mesas de cada Casa Legislativa são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, sendo aceita
apenas uma recondução para o mesmo cargo.

Comissões Parlamentares (art. 58)

17) Em relação às Comissões do Poder Legislativo, é correto afirmar:

a) As atribuições das comissões permanentes deverão estar previstas em lei ordinária.

b) Na constituição das Comissões, deverá ser assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da respectiva Casa, regra que não se aplica à
constituição das respectivas Mesas, cujos cargos serão preenchidos por eleição dentre os parlamentares
integrantes da respectiva Comissão.

c) O desempenho das atividades das Comissões guarda consonância com a matéria de sua competência.

d) Qualquer autoridade, exceto Ministros de Estado e cargos de mesmo status, pode prestar depoimento
por solicitação de Comissão.

e) O regimento interno da respectiva Casa não poderá conferir às Comissões Parlamentares de Inquérito
outros poderes além daqueles de investigação próprios das autoridades judiciais.

18) Sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito, assinale a alternativa correta.

a) As Comissões Parlamentares de Inquérito constituem função de fiscalização por parte do Poder Legislativo
e podem julgar, acusar e promover responsabilidade dos investigados.

b) São requisitos para constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito o requerimento de um terço
dos membros da Casa Legislativa, a aprovação em plenário, a indicação de fato determinado a ser investigado
e a fixação de prazo certo para os trabalhos.

c) Os poderes de investigação das Comissões Parlamentares de Inquérito são próprios das autoridades
judiciais, porém há certas competências que são próprias e exclusivas do Poder Judiciário.

d) As Comissões Parlamentares de Inquérito têm competência para convocar particulares e autoridades


públicas para depor. Uma vez convocados, as testemunhas e os investigados são obrigados a comparecer,
podendo inclusive, se cabível, ser requisitada força policial para realizar condução coercitiva.

e) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem determinar a quebra dos sigilos bancário e fiscal e a
interceptação telefônica do investigado.

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GABARITO

1. A 2. E 3. D 4. A 5. B

6. C 7. E 8. D 9. B 10. D

11. D 12. C 13. D 14. C 15. D

16. A 17. C 18. C

QUESTÕES COMENTADAS

Congresso Nacional (arts. 44 a 47 da CF/88)

1) Em relação aos Poder Legislativo, marque a alternativa incorreta:

a) A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, sendo
que o número total de Deputados, bem como a representação por Estado, por Território e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados.

b) O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário, sendo que cada uma dessas unidades elegerá três Senadores, cada um com dois
suplentes, e possuirá sua representação renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços.

c) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre plano plurianual,
diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado,
não sendo exigida a participação do Chefe do Poder Executivo Federal para que aquela Casa resolva
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

d) Um Ministro de Estado, por sua iniciativa, poderá comparecer a uma Comissão Parlamentar de Inquérito
instalada no Senado Federal para expor assunto de relevância de seu Ministério.

e) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra os Ministros de Estado e, ao Senado Federal, processá-los e julgá-los nos
crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República.

Comentários

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Letra A - incorreta. De acordo com o art. 45, caput e §§ 1º e 2º, da CF/88, cada Território elegerá um número
fixo de 4 Deputados Federais, não um número proporcional à sua população. Além disso, Território não é
unidade da Federação (é parte integrante da União). O restante da assertiva está correto.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Letra B - correta. A assertiva está de acordo com o art. 46, caput e §§ 1º a 3º, da CF/88:

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro


anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Letra C - correta. De acordo com o art. 48, inciso II, da CF/88, dispor sobre plano plurianual, diretrizes
orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado é uma
competência do Congresso Nacional que exige a sanção do Presidente da República. Já resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional é uma competência exclusiva do Congresso Nacional, conforme o art. 49,
inciso I, da CF/88.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

(...)

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida


pública e emissões de curso forçado;

(...)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

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Letra D - correta. Conforme o art. 50, § 1º, da CF/88, ele pode comparecer ao Senado, à Câmara, ou a
qualquer de suas Comissões, e isso engloba as CPIs que, embora sejam temporárias e possuam algumas
características peculiares, não deixam de ser “Comissões”.

Art. 50, § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos
Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com
a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

Letra E - correta. De acordo com o art. 52, inciso I, da CF/88, os Ministros de Estado são processados e
julgados pelo Senado nos crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República e, pelo
STF, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade que não sejam conexos com os do Chefe
do Poder Executivo Federal, conforme o art. 102, inciso I, c, da CF/88.

Em qualquer caso, deverá haver prévia autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus
membros, para a instauração do processo, de acordo com o art. 51, inciso I, da CF/88.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice- Presidente da República e os Ministros de Estado;

(...)

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

(...)

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

(...)

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente;

Gabarito: Letra A.

2) Sobre o Poder Legislativo, é correto afirmar que:

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a) Legislar é a função típica do Poder Legislativo, enquanto fiscalizar, administrar e julgar são funções atípicas.

b) Os Poderes Legislativos Federal e Estadual são bicamerais, ao passo que o Poder Legislativo Municipal é
unicameral.

c) A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos para mandatos de 4 (quatro)
anos, e o Senado Federal por representantes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, eleitos para
mandatos de 8 (oito) anos.

d) Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, relativamente ao número de eleitores dos respectivos
estados e do Distrito Federal, não podendo ser menos que 8 ou mais que 70 para cada uma das unidades
federativas. Já os senadores são eleitos pelo princípio majoritário, sendo seu número fixado em 3 (três)
representantes para cada Estado e para o Distrito Federal.

e) Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Comentários

Letra A - incorreta. Além de legislar, fiscalizar também é função típica do Poder Legislativo. As funções
atípicas são administrar a julgar.

Letra B - incorreta. De acordo com o art. 44 da CF/88, apenas o Poder Legislativo Federal é bicameral, sendo
formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, que compõem o Congresso Nacional.

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.

Os Poderes Legislativos estadual e distrital são unicamerais sendo formados, respectivamente, pela
Assembleia Legislativa e pela Câmara Legislativa do DF, assim como o Poder Legislativo municipal, formado
pela Câmara Municipal.

Letra C - incorreta. De acordo com o art. 45 e art. 46, caput e § 1º, ambos da CF/88, a Câmara dos Deputados
é composta por representantes do povo, ao passo que o Senado por representantes dos Estados e do DF,
mas não dos Municípios. O mandato dos deputados federais é de quatro anos, enquanto o dos senadores é
de oito anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

(...)

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

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Letra D - incorreta. De fato, os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, conforme o art. 45, caput,
da CF/88, enquanto os senadores pelo princípio majoritário, conforme o art. 46, caput, da CF/88. No entanto,
o número de deputados federais é proporcional à população (e não ao número de eleitores) do Estados e do
DF, segundo estabelecido em Lei Complementar. Esse número não poderá ser menor que 8 ou maior que 70
para cada uma das unidades federativas, de acordo com o art. 45, § 1, da CF/88.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Por outro lado, o número de deputados federais eleitos pelos Territórios é fixo e igual a 4, conforme o art.
45, § 2º, da CF/88. O número de senadores também é fixo e igual a 3 para cada Estado ou DF, de acordo com
o art. 46, § 1º, da CF/88.

Art. 45, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

(...)

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

Letra E - correta. Conforme o art. 47 da CF/88, as deliberações, em regra, são tomadas por maioria relativa,
ou seja, maioria dos votos, estando presente a maioria absoluta dos membros. Essa regra só não se aplica
aos casos dispostos de forma contrária na CF. Além disso, é válida tanto para as deliberações de cada Casa,
como também para as de suas Comissões.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Gabarito: Letra E.

Competência do Congresso Nacional para dispor de determinadas matérias, com a sanção


do Presidente da República (art. 48 da CF/88)

3) Analise as assertivas abaixo e assinale a correta de acordo com o disposto no texto constitucional e o
entendimento jurisprudencial sobre o tema:

a) Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos
Deputados o juízo de admissibilidade da acusação apresentada contra o presidente da República.

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b) Compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente o desempenho das administrações


tributárias dos municípios.

c) No âmbito do controle político repressivo de constitucionalidade, o Congresso Nacional tem competência


para sustar decreto do presidente da República que exorbite do poder regulamentar.

d) Compete privativamente a Câmara dos Deputados permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.

e) Compete ao Congresso Nacional a escolha de dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

Comentários

Letra A - correta. Os crimes de responsabilidade correspondem às infrações político-administrativas


cometidas no desempenho da função presidencial, sendo estas previstas na Lei Federal nº 1.079/1950.

Para que ocorra o processamento do presidente da República pelo Senado Federal, pela prática de crime de
responsabilidade, ou pelo STF, pela prática de crime comum, faz-se necessário um juízo prévio de
admissibilidade que realmente deverá ser realizado pela Câmara dos Deputados, conforme dispõe o art. 51,
inciso I, da CF/88:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Assim, o exame prévio de admissibilidade da acusação deverá ser realizado pela Câmara dos Deputados em
ambos os casos, seja crime de responsabilidade ou de crime comum.

Letra B - correta. Conforme o art. 52, inciso XV, da CF/88, uma vez que o Senado Federal é o responsável pela
representação dos Estados e do Distrito Federal, restou a ele a competência para avaliação das
funcionalidades do Sistema Tributário Nacional e demais relacionadas ao Direito Tributário.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e


seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios.

Letra C - correta. O poder regulamentar é o poder concedido ao chefe do Poder executivo para editar atos
normativos complementares à lei, sendo uma das manifestações deste poder os decretos do Poder Executivo
previstos no art. 84, IV e VI, da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

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IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;

(...)

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Uma vez que o poder regulamentar deve complementar as leis, este encontra limites na própria legislação e
cabe ao Poder Legislativo, em sua função fiscalizatória, analisar tais atos normativos quanto a inovações e
excessos do Poder Executivo.

Assim, caso haja violação do uso do poder regulamentar, caberá ao Congresso Nacional a atribuição de sustar
os atos normativos que estejam ultrapassando os limites de sua função.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;

Por fim, o art. 49, inciso V, da CF/88 também menciona que cabe ao Congresso Nacional sustar as leis
delegadas que exorbitem os limites da delegação legislativa prevista no art. 68 da CF/88.

Art. 49, V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa;

Letra D - incorreta. O rol de competências da Câmara dos Deputados não faz qualquer menção a tal
possibilidade, sendo, na verdade, uma competência exclusiva do Congresso Nacional.

Vale lembrar que quem permite que forças estrangeiras permaneçam ou transite pelo território nacional é
o Presidente da República, cabendo ao Congresso Nacional a autorização para que o Presidente realize tal
permissão, veja:

Art.48. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

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(...)

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar;

Letra E - correta. De acordo com o art. 49, inciso XIII, da CF/88, o Tribunal de Contas da União possui 9
membros, sendo que desse total o Congresso Nacional escolherá 2/3 e o Presidente da República o 1/3
restante.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(... )

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União.

Uma vez escolhidos os nomes, caberá ao Senado Federal a responsabilidade para APROVAR os ministros
indicados pelo Presidente da República:

"Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(... )

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

(...)

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;"

Portanto, temos que:

MINISTROS DO TCU:

Escolha: Congresso Nacional (2/3) e Presidente da República (1/3).

Aprovação: Senado Federal.

Gabarito: Letra D.

4) As assertivas abaixo versam sobre o tema competências do Poder Legislativo, tendo em vista sua base
constitucional assinale a alternativa correta:

a) Cabe ao Congresso Nacional o exercício do controle externo dos atos administrativos de concessões e
permissões de emissoras de rádio e televisão.

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b) Cabe ao Congresso Nacional aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato.

c) É da competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar operações externas de natureza financeira,


de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

d) É da competência exclusiva do Congresso Nacional dispor sobre moeda, seus limites de emissão, e
montante da dívida mobiliária federal.

e) É competência privativa do Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República, resolver


definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

Comentários

Letra A - correta. De acordo com o art. 49 da CF/88, que traz o rol de competências exclusivas do Congresso
Nacional, em seu inciso XII, é competência exclusiva do Congresso Nacional apreciar os atos de concessão e
renovação de emissoras de rádio e de televisão.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão.

Letra B - incorreta. Conforme o art. 52, inciso XI, da CF/88, trata-se de competência privativa do Senado
Federal.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;

Letra C - incorreta. Conforme o art. 52, inciso V, da CF/88, trata-se de competência privativa do Senado
Federal.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Letra D - incorreta. Conforme o art. 48, inciso XIV, da CF/88, a competência mencionada pertence ao
Congresso Nacional. Contudo, não será exercida exclusivamente por ele como afirmado na alternativa, uma
vez que trata-se de competência privativa exercida com sanção do Presidente da República.

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Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

(...)

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

Letra E - incorreta. Conforme o art. 49, inciso I, da CF/88, a competência mencionada pertence ao Congresso
Nacional, contudo não será sujeitada à sanção do Presidente da República, posto que se classifica como
competência exclusiva do Congresso Nacional.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

Gabarito: Letra A.

Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/88)

5) Sobre as atribuições do Congresso Nacional, assinale a alternativa incorreta.

a) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas e
planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento, dentre outras atribuições.

b) São da competência exclusiva do Congresso Nacional, manifestada por meio da edição de decreto
legislativo, resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional e aprovar o estado de defesa, a intervenção federal e o
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.

c) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro
de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

d) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a
instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.

e) Compete privativamente ao Senado Federal estabelecer limites globais e condições para o montante da
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

Comentários

Letra A - correta. A artigo 48 da CF/88 trata das atribuições do Congresso Nacional que dependem de sanção
do Presidente da República, ou seja, se manifestam pela edição de leis.

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Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida


pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as


respectivas Assembleias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União


e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que


estabelece o art. 84, VI, b;

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os
arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Em relação ao artigo acima, vale destacar que:

a) que a criação, transformação e extinção de cargos públicos depende de lei (inciso X), mas a extinção
de cargos públicos vagos pode ser feita mediante decreto autônomo (art. 84, inciso VI, b, da CF/88).

b) que a iniciativa de lei que fixa o subsídio dos Ministros do STF (inciso XV) é do próprio STF (art. 96,
inciso II, b, da CF/88).

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Letra B - incorreta. O art. 49 da CF/88 trata das competências exclusivas do Congresso Nacional, e que,
portanto, dispensam a sanção do Presidente da República, manifestando-se pela edição de decreto
legislativo.

De fato, os tratados e convenções internacionais são celebrados pelo Presidente da República, conforme o
art. 84, inciso VIII, da CF/88, cabendo ao Congresso Nacional posteriormente referendá-los e aprová-los,
conforme o art. 49, inciso I, da CF/88.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional;

(...)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

No entanto, no estado de defesa e na intervenção, o papel do Congresso é deliberar quanto a sua aprovação,
ou seja, é uma atuação posterior à implementação da medida, conforme o art. 36, § 1º e art. 136, § 4º,
ambos da CF/88. Por outro lado, no estado de sítio, o papel do Congresso é deliberar quanto a sua
autorização, ou seja, é uma atuação prévia à implementação da medida, de acordo com o art. 137, caput, da
CF/88.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

(...)

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução


e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou
da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

(...)

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

(...)

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte


e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que
decidirá por maioria absoluta.

(...)

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Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos
de:

Letra C - correta. Em relação ao art. 50, caput da CF/88, que dispõe sobre a convocação de Ministro de
Estado, é preciso ficar atento aos seguintes pontos:

a) poderão realizar a convocação: Câmara, Senado ou qualquer de suas Comissões.

b) poderão ser convocados: Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente


subordinados à Presidência da República.

c) o papel dos convocados é prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente


determinado.

d) a ausência do convocado, sem justificação adequada, importa crime de responsabilidade.

Letra D - correta. Assertiva de acordo com o art. 51, inciso I, da CF/88;

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Vale destacar que a autorização para a instauração de processo contra Ministro de Estado somente se aplica
no caso de crime conexo com o do Presidente da República.

Letra E - correta. Nos termos do art. 52, inciso VII, da CF/88;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;

Além das atribuições trazidas na assertiva, é importante ficar atento aos seguintes pontos:

a) os Ministros de Estado são julgados pelo Senado apenas nos crimes de responsabilidade conexos
com os do Presidente da República, conforme o art. 52, inciso I, da CF/88. Nos demais crimes, são
julgados pelo STF, conforme o art. 102, inciso I, c, da CF/88.

b) que a aprovação da escolha das autoridades elencadas no art. 52, inciso III, da CF/88 se dá por voto
secreto, após arguição pública, enquanto as autoridades apontadas no art. 52, inciso IV, da CF/88 se
dá também por voto secreto, mas após arguição em sessão secreta.

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c) que o Senado atua bastante em matérias relativas a finanças públicas, conforme o art. 52, incisos
V, VI, VII, VIII, IX e XV, da CF/88.

Gabarito: Letra B.

Interação com autoridades do Poder Executivo: convocação, pedidos escritos de


informações e comparecimento de Ministros de Estado (art. 50 da CF/88)

6) Em virtude de polêmicas envolvendo suas declarações, um Ministro de Estado foi convocado por uma
Comissão da Câmara dos Deputados para prestar declarações sobre o assunto objeto das citadas
declarações, nesse caso, é correto afirmar que:

a) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que as comissões não
possuem competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência da Mesa da
Câmara dos Deputados.

b) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que a Câmara dos
Deputados não possui competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência da
Mesa do Senado Federal.

c) A convocação está em conformidade com a Constituição Federal, devendo o Ministro comparecer sob
pena de responder por crime de responsabilidade em caso de ausência sem justificação adequada.

d) A convocação está em conformidade com a Constituição Federal, uma vez que apenas a Câmara dos
Deputados possui competência para convocar Ministros de Estados, seja mediante Comissões, maioria
absoluta dos Deputados Federais ou pela Mesa Diretora.

e) A convocação está em desconformidade com a Constituição Federal, uma vez que a Câmara dos
Deputados não possui competência para convocar os Ministros de Estado, sendo esta uma competência do
Congresso Nacional.

Comentários

A convocação de Ministros de Estados e titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da


República é um dos instrumentos da função fiscalizatória do Poder Legislativo, sendo tal ato de competência
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, bem como de qualquer de suas Comissões.

Sabendo que ambas as Casas e suas Comissões são competentes para tal ato, já seria possível eliminarmos
todas as alternativas incorretas para encontrar o gabarito na letra C, mas iremos além por fins didáticos.

Além da competência já mencionada, o art. 50 da CF/88 dispõe que a autoridade convocada deverá prestar
informações pessoalmente, sendo estas acerca de algum assunto previamente determinado pela Casa
Legislativa. O comparecimento do Ministro ou autoridade será obrigatório, sob pena de crime de
responsabilidade. Veja:

Art. 50 A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à

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Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente


determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

Por fim, vale lembrar que além da convocação obrigatória realizada pela Casa Legislativa é possível que as
Mesas da Câmara e do Senado encaminhem pedidos de informação por escrito aos Ministros de Estado, que
deverão ser respondidos no prazo de 30 dias, configurando crime de responsabilidade a recusa ou o seu não
atendimento, conforme o art. 50, § 2º, da CF/88.

Art. 50, § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no
caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento,
no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

Gabarito: Letra C.

Competências da Câmara dos Deputados (art. 51 da CF/88)

7) Assinale a alternativa que não contém competência privativa da Câmara dos Deputados:

a) dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções.

b) elaborar seu regimento interno.

c) proceder a tomada de contas do Presidente da República, caso estas não sejam apresentadas ao Congresso
Nacional no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

d) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra Ministros de Estados.

e) processar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

Comentários

A questão exige o conhecimento da literalidade do art. 51 da CF/88, que trata das competências da Câmara
dos Deputados:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao


Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação

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da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes


orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Dito isso, vamos a análise das alternativas.

Letra A - correta. De acordo com o art. 51, inciso IV, da CF/88, a Câmara dos Deputados possui competência
para dispor sobre sua própria organização, funcionamento, pessoal e remuneração.

Vale lembrar que o Senado Federal possui competência idêntica para reger sua casa.

Letra B - correta. Assim como as disposições sobre organização, funcionamento, pessoal e remuneração,
cabe a cada casa legislativa a atribuição de elaborar seu próprio regimento interno, sendo, portanto,
competência da Câmara dos Deputados prevista no art. 51, inciso III, da CF/88.

Letra C - correta. A assertiva está de acordo com o art. 51, inciso II, da CF/88. Cabe destacar que somente
será competência desta Casa proceder a tomada de contas do Presidente da República se este não a
apresentar. Além disso, a tomada de contas não se confunde com o julgamento destas, sendo o julgamento
de competência do Congresso Nacional.

Assim, o texto constitucional prevê o seguinte procedimento:

Apresenta as contas CONGRESSO NACIONAL vai julgar as contas


no prazo. com auxílio do TCU.
Abertura da sessão legislativa:

Presidente da República tem 60


dias para apresentar suas
contas.
CÂMARA DOS DEPUTADOS CONGRESSO NACIONAL vai
Não apresenta as contas no vai realizar a tomada de julgar as contas com auxílio
prazo. contas do Presidente. do TCU.

Letra D - correta. A Câmara dos Deputados é competente para autorizar a instauração do processo de
apuração de crimes comuns ou de responsabilidade cometidos pelo Presidente e Vice-Presidente, o tão
famoso juízo de admissibilidade. Contudo, importante destacar que, além dessas duas autoridades, temos
os Ministros de Estado igualmente elencados no rol do art. 51, inciso I, da CF/88, sendo aplicável a estes o
juízo de admissibilidade para instauração de processos por crimes comuns ou de responsabilidade conexos
ao Presidente ou ao Vice-Presidente.

Não há que se falar em competência para processar ou julgar na Câmara dos Deputados, posto que esta
realiza mero juízo de admissibilidade da denúncia, ficando o processo e seu julgamento a cargo do Senado
Federal ou do Supremo Tribunal Federal.

Letra E - incorreta. A única casa legislativa que realiza processamento e julgamento de crimes é o Senado
Federal. Portanto, não cabe a Câmara dos Deputados processar ou julgar o Presidente, o Vice Presidente ou

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os Ministros de Estado, sendo sua competência restrita ao juízo de admissibilidade, que é de natureza
política.

Vale lembrar que compete ao Senado Federal processar e julgar apenas crimes de responsabilidade, ficando
os crimes comuns a cargo do Supremo Tribunal Federal.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles

Gabarito: Letra E.

8) O Governador do Estado do Amapá cometeu no ano 20XX diversos crimes por se envolver em um
esquema de corrupção na aquisição de produtos educacionais. Ainda em seu mandato, foi oferecida
denúncia por tais crimes e o STJ deu recebimento a mesma, iniciando a instrução processual do caso. Em
sua resposta à acusação, o Governador argumentou que o STJ não possuía competência para o julgar o
caso e que tal recebimento foi realizado em desconformidade com a Constituição Estadual do Amapá, uma
vez que esta deveria ter sido previamente submetida ao juízo de admissibilidade da Assembleia Legislativa
do Amapá para que esta autorizasse a instauração do processo. Considerando as disposições da
Constituição Federal sobre o tema, bem como o entendimento jurisprudencial correlato, assinale a
alternativa correta.

a) As teses do Governador devem prosperar integralmente, vez realmente deveria ter sido feito o
procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa e a Constituição Federal concede aos Tribunais
de Justiça dos Estados a competência para julgamento dos crimes cometidos por seus respectivos
Governadores.

b) A tese do Governador sobre o procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa deve prosperar,


posto que é realmente obrigatória a autorização do Legislativo Estadual, contudo o mesmo não pode ser dito
sobre a competência, vez que a Constituição Federal concede ao Superior Tribunal de Justiça a competência
para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores.

c) A tese do Governador sobre o procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa deve prosperar,


posto que é realmente obrigatória a autorização do Legislativo Estadual, contudo o mesmo não pode ser dito
sobre a competência, vez que a Constituição Federal concede ao Supremo Tribunal Federal a competência
para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores.

d) Ambas as teses do Governador não devem prosperar, uma vez que a Constituição Federal concede ao
Superior Tribunal de Justiça a competência para julgamento dos crimes cometidos pelos Governadores e o
Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a previsão em Constituição Estadual que impõe juízo
de admissibilidade do Legislativo estadual quanto a instauração de processo judicial de crime comum
cometido por Governador.

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e) A tese do Governador sobre a incompetência do Superior Tribunal de Justiça deve prosperar, uma vez que
Constituição Federal concede aos Tribunais de Justiça dos Estados a competência para julgamento dos crimes
cometidos por seus respectivos Governadores, contudo o mesmo não pode ser dito sobre a tese de
obrigatoriedade do procedimento de admissibilidade na Assembleia Legislativa, uma vez que o Supremo
Tribunal Federal considera inconstitucional a previsão em Constituição Estadual que impõe juízo de
admissibilidade para instauração de processo judicial de crime comum cometido por Governador.

Comentários

A questão apresenta um caso concreto em que você precisa de apenas dois conhecimentos sobre os
Governadores: trata-se da competência para julgá-los e a jurisprudência do STJ e do STF sobre o juízo de
admissibilidade e licença prévia das Assembleias Legislativas.

Com relação à competência, o art. 105, inciso I, alínea a, da CF/88 define que caberá ao Superior Tribunal
de Justiça julgar os Governadores que praticarem crime comum. Portanto, a primeira tese mostra-se
incorreta por contrariar a literalidade do texto constitucional, veja:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais; (...)

Quanto a jurisprudência sobre o juízo de admissibilidade e licença prévia das Assembleias Legislativas para
autorizarem a instauração de processo contra o Governador pela prática de crime comum, o Supremo
Tribunal Federal entendeu recentemente que tal procedimento viola a Constituição Federal e não reconhece
a possibilidade de Constituições Estaduais disporem sobre tal licença.

Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para o recebimento de


denúncia ou queixa e instauração de ação penal contra Governador de Estado, por crime comum,
cabendo ao STJ, no ato de recebimento ou no curso do processo, dispor, fundamentadamente,
sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo. 1

Tal prática era constantemente utilizada por diversas Constituições Estaduais e gerava situações de
impunidade aos governadores, razão pela qual entendeu-se igualmente inconstitucional a previsão em
Constituições Estaduais, veja:

A Constituição estadual não pode condicionar a instauração de processo judicial por crime
comum contra governador à licença prévia da assembleia legislativa. A república, que inclui a
ideia de responsabilidade dos governantes, é prevista como um princípio constitucional sensível

1
ADI 5.540, rel. min. Edson Fachin, j. 3-5-2017, P, DJE de 28-3-2019.

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(CRFB/1988, art. 34, VII, a), e, portanto, de observância obrigatória, sendo norma de reprodução
proibida pelos Estados-membros a exceção prevista no art. 51, I, da Constituição da República.
Tendo em vista que as Constituições estaduais não podem estabelecer a chamada "licença
prévia", também não podem elas autorizar o afastamento automático do governador de suas
funções quando recebida a denúncia ou a queixa-crime pelo STJ. 2

Deste modo, temos que ambas as teses apresentadas pelo Governador não encontram respaldo.

Gabarito: Letra D.

Competências do Senado Federal (art. 52 da CF/88)

9) O Senado Federal é a Casa Legislativa responsável por realizar a arguição pública e aprovação prévia,
por voto secreto, de diversos cargos. Tendo este procedimento em mente, analise as assertivas abaixo e
assinale a que contém um cargo submetido a procedimento diverso do apresentado:

a) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República.

b) Chefes de missão diplomática de caráter permanente.

c) Procurador-Geral da República.

d) Governador de Território Federal.

e) Presidente e diretores do Banco Central.

Comentários

Conforme explica o enunciado, o texto constitucional realmente reservou ao Senado Federal a atribuição de
realizar a "sabatina" de aprovação em determinados cargos, veja o no artigo 52, incisos III e IV, da CF/88:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

III — aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do Banco Central;

2
ADI 4.362, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 9-8-2017, P, DJE de 6-2-2018.

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e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV — aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos
chefes de missão diplomática de caráter permanente; (...)

Como você pode notar todos os cargos terão sua aprovação por voto secreto, mas o mesmo não pode ser
dito quanto a sessão da arguição, vez que no procedimento de escolha dos Chefes de missão diplomática de
caráter permanente deve o Senado Federal realizar toda a sabatina em sessão secreta, conforme previsto
no inciso IV, do artigo 52, da CF/88.

Assim, como o enunciado nos pede para assinalar o cargo que não está sujeito ao voto secreto e arguição
pública, procedimento que consta no inciso III, do artigo 52, da CF/88, temos nosso gabarito na Letra B por
ser a única que não contém cargo do referido dispositivo.==5617c==

Gabarito: Letra B.

Imunidades dos Deputados e Senadores e foro por prerrogativa de função (art. 53 da


CF/88)

10) Em relação aos Deputados e Senadores, é correto afirmar:

a) Desde a posse, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos e serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

b) Recebida a denúncia contra Deputado Federal, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal
Federal dará ciência à Câmara dos Deputados que, por iniciativa de qualquer cidadão e pelo voto da maioria
absoluta dos membros da Casa, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação que, se assim restar
decidido, suspenderá a prescrição do crime, enquanto durar a duração do mandato do réu.

c) Exceto para fins de defesa nacional contra agressão estrangeira, os Senadores não serão obrigados a
testemunhar sobre informações recebidas em razão do exercício do mandato.

d) Em tempo de guerra, a incorporação à Marinha do Brasil de um Deputado Federal, militar, depende de


prévia licença da Câmara dos Deputados.

e) No estado de defesa, as imunidades dos Senadores podem ser suspensas, para atos praticados fora do
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Comentários

Vejamos, inicialmente, o teor do art. 53 da CF/88:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

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§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento


perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre
a prisão.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de


quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas


ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou
deles receberam informações.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que


em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo


ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da
medida.

Assim:

Letra A - incorreta. De acordo com o art. 53, §§ 1º e 2º, da CF/88, essa imunidade se inicia “desde a expedição
do diploma”, não "desde a posse". Além disso, conforme o art. 53, § 2º, da CF/88, é possível a prisão do
parlamentar no caso de flagrante de crime inafiançável.

Letra B - incorreta. De acordo com o art. 53, § 5º, da CF/88, a sustação do processo suspende, de fato, a
prescrição, enquanto durar o mandato. Porém o cidadão, nesse caso, não possui legitimidade para iniciar a
apreciação da sustação do processo, mas tão somente partido político com representação na Casa que, no
caso, será a Câmara dos Deputados, conforme o art. 53, § 3º, da CF/88.

Letra C - incorreta. Conforme o art. 53, § 6º, da CF/88, trata-se de uma vedação absoluta, válida em qualquer
situação, sem exceções.

Letra D - correta. De acordo com o art. 53, § 7º, da CF/88, mesmo que seja militar e o país esteja em guerra,
o Parlamentar depende de prévia licença para que seja incorporado às Forças Armadas.

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Letra E - incorreta. Conforme o art. 53, § 8º, da CF/88, a suspensão da imunidade pode ocorrer no estado de
sítio, mas não no estado de defesa. Para que sejam suspensas, faz-se necessário o voto de 2/3 dos membros
da Casa respectiva e, mesmo assim, só será válida para os casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Gabarito: Letra D.

11) Quanto às disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo, podemos afirmar que:

a) Cada Senador será eleito com três suplentes.

b) Cada Território elegerá três Deputados

c) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por um terço de seus membros, a instauração
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado

d) A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo
de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva

e) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que perder ou tiver cassados os direitos políticos;

Comentários

Vamos analisar cada uma das assertivas:

Letra A – incorreta. De acordo com o art. 46, § 3º, da CF/88, cada senador será eleito com dois suplentes:

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.

(...)

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Letra B – incorreta. De acordo com o art. 45, § 2º, da CF/88, cada território elegerá quatro deputados.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

(...)

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Letra C – incorreta. De acordo com o art. 51, inciso I, da CF/88, o quórum de aprovação é de 2/3 e não um
1/3 como erroneamente afirmado pela questão.

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Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice- Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao


Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção


dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Letra D – correta. De acordo com o art. 53, § 7º, da CF/88.

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

(...)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que


em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Letra E – incorreta. De acordo com o art. 55, inciso IV, da CF/88, o parlamentar perde o mandato em caso de
perda ou de suspensão de seus direitos políticos. Sendo válido destacar que a cassação de direitos políticos
é vedada pelo art. 15 da CF/88:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Gabarito: Letra D.

12) Sobre o Estatuto dos Congressistas, assinale a alternativa incorreta.

a) A imunidade material de Deputados e Senadores diz respeito às opiniões, palavras e votos dos
congressistas no exercício de suas respectivas funções, ao passo que a imunidade formal diz respeito à
impossibilidade de o congressista, em regra, ser preso ou de permanecer preso, bem como à possiblidade
de sustação do andamento de eventual ação penal.

b) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável, hipótese em que os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à
respectiva Casa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

c) Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido até o momento da diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
ação.

d) Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o


Supremo Tribunal Federal por crimes comuns cometidos antes ou depois da diplomação.

e) Não perderá o mandato, mas terá suspensa suas imunidades parlamentares, o Deputado ou Senador
investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal,
de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária.

Comentários

Letra A - correta. As imunidades e vedações relativas aos congressistas devem ser enxergadas como
prerrogativas para o exercício livre e independente do mandato parlamentar, e não como privilégios.

A imunidade material diz respeito às opiniões, palavras e votos dos congressistas, conforme o art. 53, caput,
da CF/88, enquanto as imunidades formais dizem respeito à i) impossibilidade de o congressista, como regra,

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ser preso ou de permanecer preso (art. 53, § 2º, CF/88) e ii) possiblidade de sustação do andamento da ação
penal do congressista (CF, art. 53, §§ 3º a 5º, CF/88).

Art 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de


quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Além disso, a imunidade material, prevista no art. 53, caput da CF/88, é aplicável quando o parlamentar
estiver no exercício da função (deve haver uma conexão entre a manifestação oral do parlamentar e o
exercício da função).

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

Letra B - correta. A imunidade formal prevista no art. 53, § 2º, da CF/88 passa a valer desde a expedição do
diploma. Não é da data da posse, pois a diplomação é anterior, ocorrendo quando a Justiça Eleitoral atesta
a eleição do candidato. Essa imunidade vale somente para prisões cautelares, ou seja, o congressista pode
ser preso em virtude de sentença judicial transitada em julgado (STF – Inq. 510-DF). Além disso, pode ser
preso em caso de flagrante delito de crime inafiançável (não é qualquer crime!). Mesmo nesse último caso,
a Casa do parlamentar preso em flagrante pode decidir se este deverá permanecer preso ou não, conforme
parte final do dispositivo.

Letra C - incorreta. A imunidade formal prevista no art. 53, § 3º, da CF/88 é válida para crime ocorrido após
a diplomação, não englobando crimes cometidos antes da diplomação (estes não poderão ter seu
andamento sustado). Além disso, o pedido de sustação deve ser feito até a decisão final do STF. Caso haja
sustação do processo, ocorre a suspensão (e não interrupção) da prescrição, enquanto durar o mandato (ou
seja, até o início da próxima legislatura), de acordo com o art. 53, § 5º, da CF/88.

Letra D - correta. A prerrogativa de foro prevista no art. 53, § 1º, da CF/88 inicia-se a partir da expedição do
diploma e abrange somente crimes comuns (e não ações civis), cometidos tanto antes como depois da
diplomação. Cabe destacar que somente estes últimos podem ter o andamento do processo suspenso pela
Casa do parlamentar, nos termos do art. 53, § 3º, da CF/88. Quando terminar o mandato, o processo é
enviado à Justiça Comum.

Letra E - correta. De acordo com o art. 56, inciso I, da CF/88, o Congressista afastado para ocupar cargo no
Poder Executivo tem suspensas suas imunidades parlamentares (material e formal), mas mantém o foro por

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prerrogativa de função e continua sujeito a procedimento disciplinar perante a Casa respectiva em virtude
de quebra de decoro parlamentar.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do


Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.

Gabarito: Letra C.

Proibições aos Deputados e Senadores - incompatibilidades (art. 54 da CF/88)

13) O texto constitucional prevê diversas incompatibilidades aos parlamentares, algumas desde a
diplomação e outras somente após a posse no mandado eletivo. Considerando o que dispõe o artigo 54
da CF/88, bem como o entendimento jurisprudencial correlato, assinale a alternativa que contêm uma
hipótese de incompatibilidade desde a expedição do diploma do parlamentar eleito.

a) Patrocínio de causa de pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

b) Ocupar cargo ou função demissível "ad nutum" em pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

c) Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

d) Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço público sem que o contrato obedeça a cláusulas
uniformes.

e) Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Comentários

Letra A - incorreta. Conforme dispõe o art. 54, inciso II, alínea c, da CF/88, apresenta uma hipótese de
incompatibilidade do mandato parlamentar que se inicia com a posse.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I — desde a expedição do diploma:

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a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;

(...)

II — desde a posse:

(...)

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;

Letra B - incorreta. A assertiva trata de uma hipótese de incompatibilidade do mandato parlamentar que se
inicia com a posse e não desde a expedição do diploma como afirma a assertiva. Vale destacar que o cargo
ou função deve ser demissível "ad nutum" e o parlamentar já deve estar ocupando-o para gerar a
incompatibilidade desde a posse, tal como dispõe o art. 54, inciso II, alínea b, da CF/88.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

(...)

II — desde a posse:

(...)

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso
I, a;

Caso o parlamentar não se encontre ocupando o cargo, a incompatibilidade surge desde a diplomação,
operando essa quanto ao aceite ou início do exercício do cargo ou função.

Letra C - incorreta. Conforme o art. 54, inciso II, alínea a, da CF/88, trata-se de hipótese de incompatibilidade
do mandato parlamentar que se inicia com a posse.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

(...)

II — desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de


contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

Letra D - correta. De acordo com o art. 54, inciso I, alínea a, da CF/88, já que os parlamentares não poderão
firmar ou manter contrato com diversas pessoas jurídicas enquanto se encontrarem no exercício do
mandato. Ao final da alínea faz uma ressalva importante sobre a possibilidade de contratação das citadas
pessoas jurídicas quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes.

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Assim, temos que a vedação à contratação entre o parlamentar e a Administração Direta, Indireta e
concessionárias de serviço público não é absoluta, cabendo a possibilidade de se contratar quando o
instrumento contratual não conceda qualquer diferença em relação aos contratos firmados com o público
em geral.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I — desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;

Letra E - incorreta. De acordo com o art. 54, inciso I, alínea d, da CF/99, a vedação a titulação de um ou mais
cargos ou mandatos públicos eletivos opera efeitos desde a posse. Portanto é possível que, após a expedição
do diploma alguém continue exercendo seu cargo público eletivo, devendo, contudo, desvincular-se de um
deles caso deseje tomar posse no novo cargo ao qual foi eleito.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

(...)

II — desde a posse:

(...)

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Gabarito: Letra D.

Perda do mandato do Deputado ou Senador (art. 55 da CF/88)

14) Considerando as disposições sobre perda de mandato político dos parlamentares, assinale a
alternativa que se encontra de acordo com o texto constitucional e a jurisprudência correlata:

a) O membro do Congresso Nacional que se investir no cargo de ministro de Estado fica desvinculado das
vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista.

b) O deputado ou senador perderá o mandato se faltar a quarta parte das sessões ordinárias realizadas pela
respectiva Casa Legislativa

c) Senador que tiver suspensos os direitos políticos perderá o mandato por ato declaratório da Mesa do
Senado Federal, de ofício ou mediante provocação de membro ou partido político com assento no Congresso
Nacional, assegurada a ampla defesa.

d) Perderá o mandato o Deputado ou Senador que vier a responder a processo criminal.

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e) A perda do mandato de deputado ou de senador que tenha agido de maneira incompatível com o decoro
parlamentar será decidida de ofício pela presidência da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Comentários

Letra A - incorreta. A assertiva contraria o entendimento do STF sobre o tema. Segundo a Corte, os
parlamentares devem observar o Estatuto dos Congressistas mesmo durante seu licenciamento do cargo.

O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de


ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56,
I). (...) ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e
incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim como às
exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das Casas
Legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar. 3

Letra B- Incorreta. A assertiva está incorreta, pois, conforme o art. 55, III, da CF/88, o parlamentar só perderá
seu mandato quando deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte (1/3) das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

(...)

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

Vale lembrar que, nesse caso, a perda é automática, sendo apenas declarada pela Mesa da Casa respectiva,
de ofício ou mediante provocação, de acordo com o art. 55, § 3º, da CF/88.

Art. 55, § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Letra C - correta. A perda do mandato será declarada exclusivamente pela Mesa da Casa respectiva,
dispensando o voto da maioria absoluta, nas hipóteses em que o Deputado ou Senador deixa de comparecer
em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou
missão por esta autorizada (art. 55, inciso III, CF/88); quando ocorrer a perda ou suspensão dos direitos
políticos (art. 55, inciso IV, CF/88); e quando decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na CF (art. 55,
inciso V, CF/88).

Deste modo, a alternativa reproduz corretamente a literalidade do art. 55, IV e § 3º, da CF/88:

"Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

3
. MS 25.579 MC, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 19-10-2005, P, DJ de 24-8-2007

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(...)

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

(...)

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa."

Letra D - incorreta. A mera tramitação do processo é insuficiente para acarretar a perda do mandato
parlamentar, uma vez que no Brasil vigora a presunção de inocência, fazendo-se necessário o trânsito em
julgado para que o parlamentar seja considerado definitivamente culpado.

Assim, segundo estabelece o art. 55, inciso VI, da CF/88, a perda de mandato por processo criminal
dependerá do trânsito em julgado.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

(...)

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Letra E - incorreta. A perda do mandato parlamentar pode ocorrer de duas formas: cassação ou extinção.

A perda do mandato por cassação ocorre quando o parlamentar infringir qualquer das proibições
estabelecidas no art. 54 da CF/88 (incompatibilidades), agir com procedimento declarado incompatível com
o decoro parlamentar ou sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado, conforme o art.
55, incisos I, II e VI, da CF/88. Na perda do mandato por cassação, faz-se necessária a decisão da Casa
respectiva (Câmara dos Deputados ou Senado Federal) pela maioria absoluta dos votos.

Quanto a perda do mandato do parlamentar por meio da extinção, esta não dependerá da deliberação ou
decisão da casa que integra, mas de ato meramente declaratório da Mesa diretora, que será feito de ofício
ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada, ampla defesa.

As hipóteses de perda por extinção ocorrem quando o Deputado ou Senador deixa de comparecer em cada
sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada, quando ocorrer a perda ou suspensão dos direitos políticos e quando decretar a Justiça
Eleitoral, nos casos previstos na CF, conforme o art. 55, incisos III a V, da CF/88.

Uma vez que o caso aborda a violação ao decoro parlamentar, temos que o voto da maioria absoluta da
Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal torna-se obrigatório, o que vai contra o afirmado na assertiva
e a torna incorreta.

Art. 55. perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

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II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Gabarito: Letra C.

Manutenção do mandato (art. 56 da CF/88)

15) Não ocorrerá a perda do mandato do parlamentar investido no cargo de:

a) Ministro de Estado.

b) Governador de Território.

c) Secretário de Estado.

d) Secretário de Prefeitura de Capital.

e) Chefe de missão diplomática permanente.

Comentários

O art. 56, inciso I, da CF/88 traz uma série de cargos que poderão ser exercidos concomitantemente ao
mandato parlamentar. São eles:

✔ Ministro de Estado.
✔ Governador de Território.
✔ Secretário de Estado, DF e Territórios
✔ Secretário de Prefeitura de Capital.

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✔ Chefe de missão diplomática temporária.

Perceba que apenas o Governador do Território é que poderá manter seu cargo parlamentar. Em virtude da
ausência de autonomia dos Territórios, seus governadores serão indicados pelo Presidente da República e
serão sabatinados pelo Senado Federal, que é o responsável por aprová-los ao cargo.

Além do Governador de Território, é comum que as provas façam pegadinhas com as Prefeituras. O
parlamentar só poderá manter seu cargo caso seja investido como secretário de Prefeitura de Capital. Se
não for uma capital, o parlamentar ficará incompatível.

Para resolver a questão, é necessário saber que a manutenção do mandato parlamentar se dá em casos de
investidura como chefe de missão diplomática de caráter temporário, e não permanente como afirmado
pela assertiva E.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do


Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;

Gabarito: Letra D.

Reuniões (art. 57)

16) Considerando o disposto na Constituição Federal quanto as Reuniões do Poder Legislativo Federal,
assinale a assertiva correta:

a) Em caso de urgência ou interesse público relevante, o Presidente da República poderá convocar o


Congresso Nacional para sessão extraordinária, a qual dependerá de aprovação da maioria absoluta de cada
Casa do Congresso Nacional.

b) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocado, sendo devida parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária do parlamentar.

c) A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, e os demais
cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes no Senado Federal e na
Câmara dos Deputados.

d) Em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal de pedido de autorização para a


decretação de estado de sítio, a convocação extraordinária do Congresso Nacional pelo Presidente do
Senado Federal dependerá de aprovação da maioria absoluta de cada Casa do Congresso Nacional.

e) Os membros das Mesas de cada Casa Legislativa são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, sendo aceita
apenas uma recondução para o mesmo cargo.

Comentários

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Letra A - correta. A forma de pela qual ocorre a convocação para sessões extraordinárias do Congresso
Nacional se dá nos moldes do art. 57, §6º, da CF/88, existindo dois procedimentos: convocação com
aprovação da maioria absoluta de cada Casa Legislativa ou convocação realizada exclusivamente pelo
Presidente do Senado Federal.

Os casos de convocação com aprovação da maioria absoluta referem-se às situações de urgência ou interesse
público relevante, sendo legitimados para convocar a referida sessão o Presidente da República, o Presidente
do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados em conjunto, e a maioria dos membros de
ambas as Casas Legislativa.

Vale lembrar que, em todos os casos citados, a aprovação da maioria absoluta de cada uma das casas será
necessária, ainda que a convocação venha da maioria dos membros de ambas as Casas.

Na alternativa em questão temos corretamente o procedimento do art. 57, §6º, inciso II, da CF/88, razão
pela qual esta assertiva é o gabarito. Veja:

Art. 57, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

(...)

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou
interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Letra B - incorreta. Como regra geral, as sessões extraordinárias se limitam a matéria que foram convocadas,
sendo a exceção encontrada na inclusão automática das medidas provisórias em vigor na pauta.

A assertiva erra ao prever o pagamento de parcela indenizatória, uma vez que o art. 57, §7º, da CF/88 o veda
expressamente.

Art. 57, § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre
a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o
pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.

Letra C - incorreta. Inverteu as autoridades. Conforme o art. 57, § 5º, da CF/88, a Mesa do Congresso Nacional
será presidida pelo Presidente do Senado Federal, sendo os demais cargos exercidos, alternadamente, por
ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Isso significa que se o Presidente do Congresso é o Presidente do Senado, o Vice Presidente será o vice da
Câmara dos Deputados e assim por diante.

Art. 57, § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e
os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Letra D - incorreta. A forma pela qual se dá a convocação para sessões extraordinárias do Congresso Nacional
ocorrerá nos moldes do art. 57, § 6º, da CF/88, existindo dois procedimentos: convocação com aprovação

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da maioria absoluta de cada Casa Legislativa ou convocação realizada exclusivamente pelo Presidente do
Senado Federal.

A alternativa aborda a convocação realizada exclusivamente pelo Presidente do Senado Federal, que
ocorrerá nos casos de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização
para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República.

Uma vez que a alternativa afirma que se trata de um dos casos do art. 57, §6º, inciso I, da CF/88, a
convocação não dependerá de aprovação da maioria absoluta das Casas Legislativas, como afirmado, sendo,
na verdade, competência exclusiva do Presidente do Senado Federal.

Art. 57, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de


intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para
o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

Letra E - incorreta. A assertiva está incorreta, pois não se admite a recondução para o mesmo cargo como
afirmado. Por outro lado, está correto em afirmar que a eleição dos membros de cada Casa Legislativa será
para um mandato de dois anos.

O texto constitucional afirma no art. 57, § 4º, da CF/88, que a recondução não poderá ocorrer para o mesmo
cargo na eleição imediatamente subsequente. Sendo assim temos que, dentro de uma mesma legislatura (4
anos), um parlamentar não poderá ser eleito duas vezes para ser Presidente da sua Casa Legislativa, por
exemplo.

Art. 57, § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro,
no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas,
para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente.

Gabarito: Letra A.

Comissões Parlamentares (art. 58)

17) Em relação às Comissões do Poder Legislativo, é correto afirmar:

a) As atribuições das comissões permanentes deverão estar previstas em lei ordinária.

b) Na constituição das Comissões, deverá ser assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da respectiva Casa, regra que não se aplica à
constituição das respectivas Mesas, cujos cargos serão preenchidos por eleição dentre os parlamentares
integrantes da respectiva Comissão.

c) O desempenho das atividades das Comissões guarda consonância com a matéria de sua competência.

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d) Qualquer autoridade, exceto Ministros de Estado e cargos de mesmo status, pode prestar depoimento
por solicitação de Comissão.

e) O regimento interno da respectiva Casa não poderá conferir às Comissões Parlamentares de Inquérito
outros poderes além daqueles de investigação próprios das autoridades judiciais.

Comentários

Vejamos, inicialmente, o teor do art. 58 da CF/88:

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a


representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário,
salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou


omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e


sobre eles emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das


autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para
que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por
suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.

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Assim:

Letra A - incorreta. Conforme o art. 58, caput, da CF/88, as atribuições das comissões permanentes e
temporárias estão previstas no regimento interno da respectiva Casa ou no ato de que resultar sua criação.

Letra B - incorreta. Conforme o art. 58, § 1º, da CF/88, a proporcionalidade de representação se aplica
também à constituição das Mesas, não somente das Comissões.

Letra C - correta. A assertiva está de acordo com o art. 58, § 2º, da CF/88.

Letra D - incorreta. O art. 58, inciso V, da CF/88 fala em “qualquer autoridade ou cidadão”, ou seja, Ministros
de Estado também podem.

Letra E - incorreta. De acordo com o art. 58, § 3º, da CF/88, o regimento interno pode prever outros poderes
além daqueles de investigação próprios das autoridades judiciais.

Gabarito: Letra C.

18) Sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito, assinale a alternativa correta.

a) As Comissões Parlamentares de Inquérito constituem função de fiscalização por parte do Poder Legislativo
e podem julgar, acusar e promover responsabilidade dos investigados.

b) São requisitos para constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito o requerimento de um terço
dos membros da Casa Legislativa, a aprovação em plenário, a indicação de fato determinado a ser investigado
e a fixação de prazo certo para os trabalhos.

c) Os poderes de investigação das Comissões Parlamentares de Inquérito são próprios das autoridades
judiciais, porém há certas competências que são próprias e exclusivas do Poder Judiciário.

d) As Comissões Parlamentares de Inquérito têm competência para convocar particulares e autoridades


públicas para depor. Uma vez convocados, as testemunhas e os investigados são obrigados a comparecer,
podendo inclusive, se cabível, ser requisitada força policial para realizar condução coercitiva.

e) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem determinar a quebra dos sigilos bancário e fiscal e a
interceptação telefônica do investigado.

Comentários

Letra A - incorreta. A assertiva acerta ao dizer que as CPIs exercem a típica função de fiscalização por parte
do Poder Legislativo. No entanto, as CPIs não julgam, não acusam e não promovem responsabilidade de
ninguém, o que torna a assertiva incorreta, mas sim, investigam fatos e, se for o caso, encaminham suas
conclusões para o Ministério Público para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.

Letra B - incorreta. Os requisitos para constituição de uma CPI estão previstos no art. 58, §3º, da CF/88 e são
os seguintes:

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a) requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa. A assertiva erra ao afirmar que um dos
requisitos para a constituição de uma CPI é a aprovação em plenário já que, na ADI 3619/SP, o STF
decidiu ser inconstitucional que se estabeleça o requerimento de criação de CPI à deliberação pelo
Plenário, sendo suficiente para a instauração da CPI o requerimento por 1/3 dos membros da Casa
Legislativa;

b) indicação de fato determinado a ser investigado: não se admite a criação de CPIs para investigações
genéricas; e

c) fixação de prazo certo para os trabalhos da CPI: o que não impede sucessivas prorrogações de seu
prazo na mesma legislatura, ou seja, o final da legislatura encerra todas as CPIs vigentes.

Letra C - correta. Apesar de a Constituição ter mencionado que as CPIs têm poderes de investigação, esses
realmente são limitados. O princípio da separação de poderes e o respeito aos direitos fundamentais obriga
que certas competências fiquem sujeitas à reserva de jurisdição, ou seja, exclusivas do Poder Judiciário, de
acordo como art. 58, § 3º, da CF/88:

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.

(...)

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das


autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para
que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Para facilitar a revisão do tema, veja o resumo sobre o que as CPI's podem e o que não podem fazer:

CPI PODE CPI NÃO PODE


Convocar particulares e autoridades públicas para Não pode determinar interceptação telefônica.
depor.
Não pode decretar prisões, exceto em flagrante
Realizar perícias e exames necessários à dilação delito.
probatória.
Não pode determinar a aplicação de medidas
Requisição de documentos e busca de todos os cautelares.
meios de prova legalmente admitidos.
Não pode proibir ou restringir a assistência jurídica
Determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e aos investigados.
telefônico do investigado.
Não pode proibir ou restringir a assistência jurídica
aos investigados.

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Não pode determinar a quebra do sigilo judicial.

Não pode determinar a busca e apreensão


domiciliar de documentos.

Não pode apreciar atos de natureza jurisdicional

Não pode convocar o Chefe do Poder Executivo.

Obs. → CPIs municipais: não podem quebrar do


sigilo bancário.

Letra D - incorreta. As CPIs possuem competência para convocar particulares e autoridades públicas para
depor. No entanto, membros do Poder Judiciário não estão obrigados a se apresentar perante a CPI para
prestar depoimento sobre sua função jurisdicional, a convocação deve ser feita pessoalmente (não pode ser
por via postal ou comunicação telefônica) e, uma vez convocadas, as testemunhas são obrigadas a
comparecer podendo inclusive, se cabível, ser requisitada força policial para realizar condução coercitiva. Já
os investigados não podem ser conduzidos coercitivamente.

Letra E - incorreta. As CPIs podem determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do investigado,
mas não determinar a interceptação telefônica, o que torna a assertiva incorreta.

Gabarito: Letra C.

...

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas ................................................................................................................ 13

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 66

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Processo Legislativo
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Disposição geral (art. 59 da CF)

1) A função típica de legislar foi concedida ao Poder Legislativo e por meio dela são produzidos os atos
normativos primários, tendo em vista essas normas e a disposições gerais acerca de seu processo
legislativo, assinale a assertiva correta a luz do texto constitucional e da jurisprudência relacionada:

a) As resoluções administrativas dos tribunais e os decretos regulamentares do Poder Executivo


encontram-se dentre as espécies sujeitas ao processo legislativo.

b) A aprovação de um projeto de lei sem nenhuma emenda ou modificação dispensa a sanção do


Presidente da República.

c) Se uma lei que não se encontra dentre os casos de reserva de lei complementar vier a ser
aprovada como uma, tal escolha do legislador afetará o posterior processo legislativo de alteração
ou revogação das suas disposições, uma vez que esses deverão guardar simetria e serem realizados
mediante lei complementar.

d) Apenas os atos legislativos sujeitos a sanção presidencial são considerados como espécies com
elaboração condicionada ao processo legislativo.

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e) O processo legislativo não é uma cláusula pétrea do texto constitucional, podendo as suas regras
serem alteradas via emenda constitucional.

2) Dentre as opções abaixo, assinale aquela que tem o dever de obediência ao processo legislativo
do artigo 59 da CF/88 em sua elaboração:

a) decreto-lei.

b) regulamentos.

c) instrução normativa.

d) portarias.

e) resoluções.

Emenda à Constituição (art. 60 da CF)

3) Cláusulas pétreas são, sinteticamente, limitações materiais ao poder de reforma da Constituição.


A respeito das cláusulas pétreas previstas expressamente na Constituição Federal de 1988, é
correto afirmar que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir

a) a separação dos Poderes.

b) o voto direto, secreto, universal e obrigatório.

c) o Estado Democrático de Direito.

d) os direitos sociais.

e) a soberania popular.

4) Considerando o regramento constitucional sobre Processo Legislativo, bem como a


jurisprudência relacionada ao tema, julgue as alternativas abaixo e assinale a incorreta.

a) O presidente da República pretende extinguir o voto obrigatório para os cidadãos com idade
entre dezoito e setenta anos nas eleições, substituindo-o com a figura do o voto facultativo. Para
que isso seja possível, a implementação deverá ocorrer mediante emenda constitucional.

b) Durante a tramitação do processo legislativo, é possível aos parlamentares de Assembleia


Legislativa a impetração de Mandado de Segurança contra o ato do Presidente da Mesa Diretora

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que determinar o processamento de projeto de lei que viole manifestamente uma das cláusulas
pétreas da Constituição Federal.

c) O Presidente da República pode propor tanto projetos de lei ordinária quanto propostas de
emenda constitucional.

d) As leis ordinárias, as leis complementares e as emendas à Constituição Federal devem ser


promulgadas pelo Presidente da República.

e) A forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea, mas o mesmo não pode ser dito quanto à
forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, sendo autorizada
intervenção federal no ente federado que a desrespeitar.

5) Acerca das limitações ao poder constituinte reformador, assinale a opção correta.

a) A intervenção federal, nos termos da Constituição da República, funciona como limite


circunstancial ao poder de reforma constitucional.

b) O Estado de Defesa e o Estado de sítio são exemplos de limitações temporais ao poder de


reforma constitucional.

c) A irrepetibilidade absoluta de matéria constante de proposta de emenda rejeitada figura como


limite material expresso ao poder de reforma constitucional.

d) As cláusulas pétreas são limitações formais expressas do poder de reforma constitucional.

e) A titularidade do Poder Constituinte é uma limitação material expressa ao poder de reforma


constitucional.

6) Acerca do poder constituinte, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta.

a) A iniciativa dos legitimados para iniciar o processo de reforma do poder constituinte derivado
não possui reserva temática.

b) A mutação constitucional é fruto do poder constituinte derivado reformador.

c) A desconstitucionalização é um fenômeno admitido pelo ordenamento brasileiro.

d) O poder constituinte originário esgota-se quando se edita uma nova Constituição.

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e) A legitimidade formal de uma nova Constituição depende do cumprimento de disposições


predeterminadas, devendo o poder constituinte seguir um procedimento determinado pela norma
constitucional anterior.

Medidas provisórias (art. 62 da CF)

7) Sobre o processo legislativo, segundo a Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) A medida provisória vigorará pelo prazo de 50 dias prorrogável por igual período, contados da
sua publicação, prazo este que não será suspenso durante o recesso parlamentar.

b) A legislação sobre cidadania poderá ser objeto de lei delegada.

c) Projeto de lei complementar que visa a autorizar os Estados da Federação a legislarem sobre
questões específicas relativas à desapropriação de imóveis urbanos e rurais é apreciado pelas
Casas do Congresso Nacional, obtendo voto favorável à aprovação por 256 membros da Câmara
dos Deputados (que, atualmente, é formada por 513 deputados federais) e, depois seguiu para o
Senado, obtendo 42 votos favoráveis à sua aprovação. Nessa hipótese, o projeto de lei
complementar foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, de maneira que sequer poderia ter sido
submetido à votação do Senado Federal.

d) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais
de urgência e interesse público.

e) A emenda constitucional aprovada será promulgada pela Mesa do Congresso Nacional.

8) Sobre as medidas provisórias, assinale a alternativa incorreta.

a) Nos casos de relevância e urgência, o chefe do Poder Executivo pode adotar medidas
provisórias, somente sendo possível o controle jurisdicional em casos excepcionais em que esteja
evidente a ausência de tais requisitos.

b) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvada a abertura de crédito
extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública.

c) A deliberação sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o
atendimento de seus pressupostos constitucionais, cabendo à comissão mista de Deputados e
Senadores sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário
de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

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d) A aprovação da medida provisória pelo Congresso resulta em sua conversão integral em lei, que
será encaminhada para sanção do Presidente da República.

e) A medida provisória suspende a eficácia da norma anterior que lhe seja contrária, implicando
em restauração da norma suspensa a sua eventual não conversão em lei ou perda de eficácia por
decurso de prazo.

Lei delegada (art. 68 da CF)

9) Analise os casos abaixo e assinale aquele em que a delegação da competência legislativa


ocorreu em consonância com o texto constitucional e a jurisprudência sobre o tema:

a) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a competência


para que este elabore uma lei que disponha sobre as diretrizes orçamentárias e os limites para
garantias

b) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre a matéria de sistemas de
consórcios e serviço postal.

c) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de decreto legislativo, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre direitos políticos e eleitorais.

d) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre outorga de subsídio, isenção,
crédito presumido, a redução da base de cálculo ou concessão de anistia ou remissão em matéria
tributária.

e) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de decreto legislativo, a


competência para que este elabore uma lei que autorize a exploração e aproveitamento de
recursos hídricos e minerais em terras indígenas.

Processo legislativo sumário (art. 64, §§ 1º a 4º da CF)

10) Considerando as disposições sobre o procedimento legislativo sumário, analise os itens abaixo:

I. O procedimento legislativo sumário é iniciado com a solicitação de urgência do Presidente da


República ou da Mesa Diretora da Casa Legislativa no qual foi o projeto foi apresentado.

II. A Câmara dos Deputados ou o Senado Federal não se manifestarem no prazo de 45 dias,
sucessivamente, trancar-se-á a pauta das deliberações legislativas da respectiva Casa, sendo
excetuado apenas os casos com prazo constitucional determinado.

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III. Os prazos de manifestação das Casas Legislativas não são interrompidos durante o recesso e
são igualmente válidos caso se trate de projeto de elaboração de código.

IV. Ao se manifestarem as Casas Legislativas poderão apresentar emendas, cabendo a Câmara dos
Deputados a apreciação das emendas do Senado Federal no prazo de dez dias.

Segundo os termos da Constituição Federal de 1988, estão corretos apenas os itens:

a) II e III.

b) I, III e IV.

c) I, II e IV.

d) I e III.

e) II e IV.

Processo legislativo abreviado (art. 58, § 2º, I da CF)

11) Considerando as disposições sobre o procedimento legislativo abreviado, analise os itens


abaixo:

I. O procedimento legislativo abreviado dispensa a discussão e votação de um projeto de lei pelo


Plenário.

II. Os órgãos responsáveis por realizar o procedimento legislativo abreviado são as comissões das
Casas Legislativas, seja da Câmara ou do Senado.

III. Para que uma Comissão não possa apreciar ou votar um projeto de lei mediante procedimento
abreviado, é necessário que um décimo dos membros das duas Casas Legislativas Federais decida
que este deve ser submetido ao plenário da Casa a qual a Comissão está vinculada.

IV. A delegação da competência para realização do procedimento legislativo abreviado depende


do regimento interno das Casas Legislativas, vez que este é o instrumento designado pela CF/88
para escolha das situações e matérias ao qual o procedimento será aplicável.

Segundo os termos da Constituição Federal de 1988, estão corretos apenas os itens:

a) I, III e IV.

b) II e III.

c) I, II e IV.

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d) II e IV.

e) I e III.

Processo legislativo - iniciativa, discussão, votação, emendas, veto, sanção,


promulgação e publicação (artigos 61, 63, 64, caput, 65, 66 e 67, caput da CF)

12) Sobre o processo legislativo de emenda à Constituição, assinale a alternativa incorreta.

a) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros, ou ainda de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal.

b) Embora não esteja prevista de forma expressa, constitui limitação material ao poder de reforma
o próprio procedimento de reforma previsto na Constituição Federal.

c) A matéria constante de Proposta de Emenda à Constituição rejeitada ou havida por prejudicada


somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta
da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

d) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de


defesa ou de estado de sítio.

e) Na tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição, caso ocorra a alteração da redação


em uma das Casas, o texto deverá retornar à outra, para nova votação, exceto na hipótese de
alteração materialmente irrelevante.

13) Considere os seguintes itens:

I. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

II. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que fixem ou modifiquem os
efetivos das Forças Armadas.

III. É vedada a reedição, na mesma legislatura, de medida provisória que tenha perdido sua eficácia
por decurso de prazo.

IV. Se, caso o Presidente da República tenha solicitado urgência para a apreciação de projeto de
lei de sua iniciativa, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a

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proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as
demais deliberações legislativas da respectiva Casa, sem exceção, até que se ultime a votação.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) II.

(B) II e IV.

(C) I e II.

(D) IV.

(E) I e IV.

14) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa incorreta.

a) O processo legislativo envolve a elaboração de leis em sentido estrito, emendas à Constituição,


medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

b) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe, dentre outros, a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente
da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos.

c) São de iniciativa privativa do Presidente da República, no âmbito da União, e dos Governadores


dos estados e do Distrito Federal, as leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração.

d) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre matéria
tributária e orçamentária.

e) A iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União é concorrente do Presidente da


República e do Procurador-Geral da República.

15) Sobre a iniciativa popular do processo legislativo, é correto afirmar que:

a) Pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por,
no mínimo, um por cento da população nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

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b) Pode versar sobre qualquer matéria que não possua iniciativa reservada, observadas as regras
constitucionais.

c) É consagrada como instrumento de democracia direta constitucionalmente previsto.

d) Apenas leis ordinárias podem ser objeto de iniciativa popular.

e) Somente é prevista para o processo legislativo federal.

16) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa incorreta.

a) Os projetos de lei apresentados por deputado federal, comissão da Câmara dos Deputados,
Presidente da República, STF, Tribunais Superiores, Procurador Geral da República ou cidadãos
são apreciados inicialmente pela Câmara dos Deputados.

b) Os projetos de lei apresentados por senador ou comissão do Senado são apreciados


inicialmente pelo Senado, assim como os apresentados por comissão mista.

c) O projeto de lei aprovado na Casa iniciadora é encaminhado à Casa revisora, que, se o aprovar
sem emendas, deverá encaminhá-lo para sanção ou veto e promulgação pelo Presidente da
República.

d) A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

e) Se as emendas apresentadas pela Casa revisora não importarem em mudança substancial do


sentido do texto, não há necessidade de retorno à Casa iniciadora.

17) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa correta.

a) As emendas só podem ser apresentadas nos casos em que não se trate de projetos de iniciativa
reservada ou privativa.

b) Além de deverem guardar pertinência temática com a matéria da proposição, as emendas


parlamentares não podem acarretar aumento de despesa aos projetos de iniciativa exclusiva do
presidente da república, nem aos que versem sobre a organização dos serviços administrativos da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

c) A sanção do Presidente da República sobre o projeto de lei é ato unilateral, porém revogável, e
aplica-se a projetos de lei ordinária e de lei complementar, mas não a emendas constitucionais.

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d) O Presidente da República possui o prazo de quinze dias úteis, contados do recebimento, para
sancionar expressamente ou vetar o projeto de lei. A omissão implicará na rejeição tácita do
projeto.

e) O veto pode ser político, se o Presidente da República considerar o projeto contrário ao interesse
público, ou jurídico, caso o Presidente da República considere o projeto inconstitucional, hipótese
em que caberá o controle judicial sobre seu mérito.

Leis complementares – quórum de aprovação (art. 69)

18) A respeito do processo legislativo, julgue o item a seguir.

I - Um dispositivo do Código Penal sobre inquérito policial não pode ser alterado por medida
provisória.

II - A edição de lei complementar é realizada mediante processo legislativo ordinário, contudo essa
espécie normativa detém quórum especial para aprovação, devendo ser aprovada mediante
maioria absoluta.

III - Se um projeto de lei complementar for rejeitado, a sua matéria somente poderá ser objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta de 2/3 dos membros de ambas as
Casas do Congresso Nacional.

IV - Leis complementares não são consideradas inconstitucionais pelo fato de veicularem matéria
reservada a leis ordinárias.

Assinale a opção correta.

a) Todos os itens estão incorretos.

b) Apenas o item IV está certo.

c) Apenas o item III está certo.

d) Apenas os itens I e III estão certos.

e) Apenas os itens I, II e IV estão certos.

Processo Legislativo nos Estados-membros e Municípios

19) Considerando as regras de processo legislativo tidas como de reprodução obrigatória pelos
Estados e Municípios, analise os itens abaixo:

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Item I - Só é exigível lei complementar nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição


Federal.

Item II - Como decorrência do princípio da simetria e do princípio da separação dos poderes, as


hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na Constituição Federal,
não podem ser estendidas aos governadores.

Item III - Em função do princípio da simetria, a iniciativa legislativa para deflagrar o processo de
reforma da Constituição estadual deve seguir o modelo previsto na Constituição Federal de 1988.
Por essa razão, a Constituição estadual não pode prever a iniciativa popular para apresentação de
proposta de emenda constitucional.

Item IV - Um estado federado pode, no texto de sua constituição estadual, atribuir ao Poder
Legislativo estadual a competência para dar início ao processo legislativo das leis que disciplinem
a carreira das diversas categorias de servidores públicos do referido estado.

Assinale a alternativa que contém apenas itens incorretos a luz do que foi estabelecido pela
Constituição Federal e sua jurisprudência correlata:

a) II e III.

b) I e IV

c) II, III e IV.

d) I e II.

e) I, III e IV.

Controle judicial do processo legislativo

20) O Supremo Tribunal Federal entende que há a possibilidade de o controle do processo


legislativo ser realizado de forma preventivo pelo Poder Judiciário. Tendo esse entendimento em
vista, assinale a assertiva que traz corretamente o legitimado para impetrar o Mandado de
Segurança hábil a encerrar a violação ao direito constitucional ao devido processo legislativo.

a) Qualquer partido político.

b) Parlamentar de qualquer Casa Legislativa a qualquer tempo.

c) Partido político com representação no Congresso Nacional.

d) Parlamentar da Casa Legislativa em que esteja tramitando a proposta.

e) Qualquer cidadão.

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Revisão Constitucional (ADCT, art. 3º)

21) A Constituição Federal possibilitou as chamadas emendas constitucionais de revisão, conforme


previsto no art. 3° da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Assim, é correto
afirmar que, após 5 anos contados da promulgação da Constituição, era possível a revisão
constitucional pelo voto da maioria

a) dos presentes no Congresso Nacional, em dois turnos.

b) relativa dos membros do Senado Federal, em dois turnos.

c) absoluta dos membros da Câmara dos Deputados, em dois turnos.

d) absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

e) relativa dos membros do Congresso Nacional, em sessão bicameral.

Mutação constitucional

22) O Supremo Tribunal Federal em Reclamação 4.335-5/AC, a despeito do contido na


Constituição Federal, entendeu ser dispensável a atuação do Senado Federal para suspender a
validade, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por meio do controle difuso de
constitucionalidade por aquela Corte. Tendo em vista a situação narrada, entende-se que o
posicionamento do STF passou por:

a) mutação constitucional.

b) interpretação conforme a Constituição.

c) reforma constitucional.

d) declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto.

e) revisão constitucional.

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GABARITO

1. E 2. E 3. A 4. E 5. A

6. A 7. C 8. D 9. B 10. E

11. C 12. C 13. C 14. D 15. B

16. B 17. B 18. E 19. C 20. B

21. D 22. A

QUESTÕES COMENTADAS

Disposição geral (art. 59 da CF)

1) A função típica de legislar foi concedida ao Poder Legislativo e por meio dela são produzidos os atos
normativos primários, tendo em vista essas normas e a disposições gerais acerca de seu processo
legislativo, assinale a assertiva correta a luz do texto constitucional e da jurisprudência relacionada:

a) As resoluções administrativas dos tribunais e os decretos regulamentares do Poder Executivo


encontram-se dentre as espécies sujeitas ao processo legislativo.

b) A aprovação de um projeto de lei sem nenhuma emenda ou modificação dispensa a sanção do


Presidente da República.

c) Se uma lei que não se encontra dentre os casos de reserva de lei complementar vier a ser
aprovada como uma, tal escolha do legislador afetará o posterior processo legislativo de alteração
ou revogação das suas disposições, uma vez que esses deverão guardar simetria e serem realizados
mediante lei complementar.

d) Apenas os atos legislativos sujeitos a sanção presidencial são considerados como espécies com
elaboração condicionada ao processo legislativo.

e) O processo legislativo não é uma cláusula pétrea do texto constitucional, podendo as suas regras
serem alteradas via emenda constitucional.

Comentários

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Letra A – incorreta. O processo legislativo, disposto no artigo 59 da CF/88, prevê diversas normas
primárias e não faz menção a sua utilização para elaboração de normas secundárias, razão pela
qual as resoluções administrativas dos tribunais e os decretos regulamentares do Executivo não se
sujeitam a este processo de elaboração previsto pela CF/88, o que torna a assertiva incorreta.

Tal fato decorre exatamente da natureza administrativas que tais normas secundárias detêm, uma
vez que buscam a mera regulamentação/complementação das normas primárias previstas no artigo
supracitado. Relembre as hipóteses de normas primárias previstas pela CF:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I — emendas à Constituição;

II — leis complementares;

III — leis ordinárias;

IV — leis delegadas;

V — medidas provisórias;

VI — decretos legislativos;

VII — resoluções.

Parágrafo único Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e


consolidação das leis.

Letra B – incorreta. O processo legislativo ordinário pode ser dividido em três fases: fase
introdutória, fase constitutiva e fase complementar.

Na fase introdutória, ocorre a apresentação do projeto de lei ao Congresso Nacional. Trata-se da


iniciativa de lei, que será analisada inclusive quanto a legitimidade daquele que a propôs.

Após a iniciativa, temos o início da segunda etapa que é conhecida como fase constitutiva. Aqui,
temos as atividades de deliberação sobre o projeto de lei, votação do projeto e manifestação do
Chefe do Executivo através da sanção ou veto. Vale lembrar que ainda é possível uma quarta etapa
desta fase com a apreciação do veto presidencial pelo Poder Legislativo, a fim de discutir sobre a
sua manutenção ou derrubada.

Por fim, a fase complementar abrange a etapa promulgação e a publicação da lei, inserindo-a no
ordenamento jurídico.

Uma vez analisada as etapas, nota-se que a sanção é o ato que encerra a fase constitutiva. Portanto,
ela figura como etapa indispensável ao processo legislativo, sendo incorreto afirmar que a ausência

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de emendas ou modificações possibilitaria a promulgação sem participação do Presidente da


República.

Letras C – incorreta. As leis complementares podem ser materialmente ou formalmente


complementares. Caso sua matéria veiculada se encontre reservada pela Constituição a esta
espécie normativa, ter-se-á uma lei materialmente e formalmente complementar.

Uma vez aprovada nesses moldes, a lei complementar só poderá ser alterada ou revogada por
outra lei complementar, devendo ser resguardada a simetria entre o seu processo de elaboração
e de extinção.

Por outro aspecto, temos ainda uma segunda possibilidade onde a matéria não se encontra dentre
as reservadas pela Constituição como tema objeto de lei complementar, mas vem a ser aprovada
pelo quórum de maioria absoluta, fazendo nascer a possibilidade de uma lei formalmente
complementar e materialmente ordinária.

Nesse caso, que foi justamente o abordado pela assertiva, a sua alteração ou revogação poderá
ser realizado tanto por de lei ordinária como por lei complementar, uma vez que a lei em questão
não depende do procedimento qualificado de maioria absoluta para sua promulgação. Dito isso,
a assertiva está incorreta, pois a citada lei não ficaria limitada aos moldes das leis complementares.
Resumidamente, temos o seguinte:

• Lei complementar formal e material: alterada apenas por outra LC.


• Lei complementar formal, com matéria de lei ordinária: alterada por lei ordinária ou
complementar.

Letra D - incorreta. O fato de uma norma depender ou não de sanção presidencial não figura como
requisito indispensável para compor o rol de espécies normativas sujeitas ao processo legislativo,
fato que pode ser constatado ao verificarmos que a sanção não é uma etapa essencial de todas as
espécies sujeitas do processo legislativo.

Um ótimo exemplo de ausência de sanção/veto são as emendas constitucionais, que dispensam a


sanção presidencial, são promulgadas pela Mesa do Congresso Nacional e, ainda assim,
encontram-se inseridas no rol de espécies normativas sujeitas a elaboração mediante processo
legislativo do artigo 59 da CF.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I — emendas à Constituição;

Letra E – correta. O processo legislativo é um dos núcleos do regime constitucional. O art. 64, §4º,
da CF/88 não o elegeu como cláusula pétrea da Constituição e, por isso, suas regras realmente
poderão ser alteradas por meio de emenda constitucional, sendo um exemplo a alteração ocorrida

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no regime jurídico das medidas provisórias, que foi alterado pela emenda constitucional nº
32/2001.

Vale lembrar que, embora o processo legislativo tenha seu regramento sujeito a alterações, estas
não poderão ocorrer quanto ao processo de elaboração das emendas constitucionais, posto que
seu procedimento se enquadra em uma das limitações materiais implícitas ao poder constituinte
derivado.

Gabarito: Letra E

2) Dentre as opções abaixo, assinale aquela que tem o dever de obediência ao processo legislativo
do artigo 59 da CF/88 em sua elaboração:

a) decreto-lei.

b) regulamentos.

c) instrução normativa.

d) portarias.

e) resoluções.

Comentários

Vejamos o que estabelece o art. 59 da CF/88:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I — emendas à Constituição;

II — leis complementares;

III — leis ordinárias;

IV — leis delegadas;

V — medidas provisórias;

VI — decretos legislativos;

VII — resoluções

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Dentre as assertivas, a única que encontra correspondência com o rol de normas sujeitas ao
processo legislativo do art. 59 da CF/88 é a resolução, prevista no inciso VII do dispositivo citado.

Perceba que a assertiva A menciona o Decreto-Lei. Contudo, essa espécie normativa já não
encontra mais previsão na atual Constituição, tendo sido substituído pelas Medidas Provisórias.
Vale lembrar que ainda temos Decretos-Lei vigentes em nosso ordenamento, sendo que a vedação
à espécie reside apenas na possibilidade de criação de novos dispositivos em seus moldes.

Quanto as assertivas B, C e D, temos em todos os casos normas secundárias, que são aquelas que
visam apenas complementar as disposições das normas primárias, sem inovar no ordenamento
jurídico.

Deste modo, as portarias, instruções normativas e os regulamentos não se submetem ao processo


legislativo do art. 59 da CF/88, vez que este é exclusivamente dedicado às normas primárias.

Gabarito: Letra E.

Emenda à Constituição (art. 60 da CF)

3) Cláusulas pétreas são, sinteticamente, limitações materiais ao poder de reforma da Constituição.


A respeito das cláusulas pétreas previstas expressamente na Constituição Federal de 1988, é
correto afirmar que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir

a) a separação dos Poderes.

b) o voto direto, secreto, universal e obrigatório.

c) o Estado Democrático de Direito.

d) os direitos sociais.

e) a soberania popular.

Comentários

Vejamos o que estabelece o art. 60, § 4º, da CF/88:

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

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IV - os direitos e garantias individuais.

Letra A - correta. Trata da separação dos Poderes, é a única que apresenta hipótese de cláusula
pétrea prevista expressamente na CF/88.

Letra B - errada. A obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea da CF/88.

Letras C, D e E: erradas. Os direitos sociais, o Estado Democrático de Direito e a soberania popular


não estão previstos expressamente como cláusulas pétreas da CF/88. Contudo, a doutrina vem
entendendo que se trata de cláusulas pétreas implícitas.

Gabarito: Letra A.

4) Considerando o regramento constitucional sobre Processo Legislativo, bem como a


jurisprudência relacionada ao tema, julgue as alternativas abaixo e assinale a incorreta.

a) O presidente da República pretende extinguir o voto obrigatório para os cidadãos com idade
entre dezoito e setenta anos nas eleições, substituindo-o com a figura do o voto facultativo. Para
que isso seja possível, a implementação deverá ocorrer mediante emenda constitucional.

b) Durante a tramitação do processo legislativo, é possível aos parlamentares de Assembleia


Legislativa a impetração de Mandado de Segurança contra o ato do Presidente da Mesa Diretora
que determinar o processamento de projeto de lei que viole manifestamente uma das cláusulas
pétreas da Constituição Federal.

c) O Presidente da República pode propor tanto projetos de lei ordinária quanto propostas de
emenda constitucional.

d) As leis ordinárias, as leis complementares e as emendas à Constituição Federal devem ser


promulgadas pelo Presidente da República.

e) A forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea, mas o mesmo não pode ser dito quanto à
forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, sendo autorizada
intervenção federal no ente federado que a desrespeitar.

Comentários

Letra A – correta. O texto constitucional prevê em seu art. 60, §4º, inciso II, da CF/88 as cláusulas
pétreas sobre o voto. Segundo o dispositivo, não será admitida emenda tendente a abolir o voto
direto, secreto, universal e periódico. Cabe destacar que em momento algum o artigo supracitado
menciona a obrigatoriedade, sendo que tal característica do voto só foi mencionada no art. 14, §
1º, inciso I, da CF/88.

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Deste modo, a assertiva está correta ao veicular a possibilidade de substituição do voto obrigatório
pelo voto facultativo vez que, por não se encontrar tal característica sob a proteção das cláusulas
pétreas, torna-se realmente possível a sua alteração mediante emenda constitucional, sendo o
Presidente da República legitimado para sua iniciativa.

Para finalizar, releia os artigos relacionados:

Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

(...)

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

(...)

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

Letra B – correta. Via de regra, o controle de constitucionalidade é realizado de forma repressiva


pelo Poder Judiciário. Contudo, existem situações em que se admite a possibilidade do controle
de constitucionalidade preventivo como forma hábil de controle. Trata-se justamente da hipótese
prevista na alternativa: impetração de mandado de segurança parlamentar para garantir o devido
processo legal.

O citado controle é realizado pela via judicial e visa proteger o direito líquido e certo do
parlamentar de não se ver constrangido a atuar em desacordo com o devido processo legislativo,
tendo que se manifestar e votar projetos evidentemente vedados pelo ordenamento. Veja o
julgado do STF que versa sobre esta possibilidade:

“É possível a fiscalização jurisdicional do processo de criação dos atos normativos,


desde que, instaurada para viabilizar, incidenter tantum, o exame da compatibilidade
das proposições com o texto da Constituição da República, venha a ser instaurada por
iniciativa de membros do órgão parlamentar perante o qual se acham em curso os
projetos de lei ou propostas de emenda à Constituição. Nesses casos, entende o STF
que a inconstitucionalidade diz respeito ao próprio andamento do processo legislativo.
A inconstitucionalidade, se ocorrente, já existe antes de o projeto ou de a proposta se
transformar em lei ou emenda constitucional, porque o próprio processamento já
desrespeita, frontalmente à Constituição. A jurisprudência do STF reconhece ao
membro do CN - e apenas a ele - qualidade para fazer instaurar o controle jurisdicional
pertinentes ao processo de elaboração das espécies normativas. A possibilidade
extraordinária dessa intervenção jurisdicional, ainda que no próprio momento de
produção das normas pelo CN, tem por finalidade assegurar, ao parlamentar, o direito
subjetivo - que lhe é inerente - de ver elaborados, pelo Legislativo, atos estatais

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compatíveis com o texto constitucional [...] (MS 32.033/DF, red. p/ o acórdão Min. Teori
Zavascki, 20.06.2013)”

Ainda segundo o STF, tal controle torna-se possível nas hipóteses de violação de normas
constitucionais em seus aspectos formais e procedimentais, sendo verificada a possibilidade de
impetração do mandado de segurança parlamentar em dois casos:

✔ Contra proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; ou


✔ Contra projeto de lei ou proposta de emenda cuja tramitação ocorra com violação às regras
de processo legislativo do art. 59 ao 69 da CF/88.

No tocante a proposta de emenda constitucional, lembre-se que a vedação das cláusulas pétreas
atinge diretamente a tramitação da emenda, sendo este o fundamento que garante o controle
preventivo das PEC's que violam cláusulas pétreas.

Art. 60, §4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

Letras C – Correta. O texto constitucional atribuiu competência para o Presidente da República


propor projetos de lei ordinária, de leis complementares e de emendas constitucionais, como se
depreende do art. 60, inciso II; e art. 61, caput, ambos da CF/88:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

(...)

II - do Presidente da República;

(...)

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.

Vale lembrar que o Presidente pode apresentar Proposta de Emenda à Constituição sobre qualquer
tema, mas, no tocante aos projetos de lei, deverá observar as normas de competência acerca do
legitimado para dar iniciativa a cada projeto. Por exemplo, o projeto de lei sobre organização do
Congresso Nacional compete ao Congresso Nacional e não ao Presidente da República.

Letra D - incorreta. Contrariou diretamente a literalidade do art. 60, §3º, da CF/88. Isso porque as
emendas à Constituição não são promulgadas pelo Presidente da República, mas sim pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, de acordo com o art. 60, § 3º, da CF/88:

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Art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Vale lembrar que a promulgação é a maneira de se declarar a existência da norma e de se ordenar


sua execução. Tal procedimento só será realizado pelo Presidente da República por ocasião da
análise de leis ordinárias e leis complementares aprovadas pelas duas Casas do Congresso
Nacional, sendo as emendas constitucionais uma exceção à regra da sanção/veto e da
promulgação.

Letra E – correta. Antes de explicar a alternativa, vamos recapitular conceitos importantes acerca
da República Federativa do Brasil:

• Forma de Estado: Federação.


• Forma de Governo: República.
• Sistema de Governo: Presidencialista.

A forma federativa de Estado, de fato, foi elencada pelo art. 60, §4º, inciso I, da CF/88 como
cláusula pétrea constituindo, portanto, um limite material explícito ao poder de reforma
constitucional.

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

Por outro lado, temos que a forma republicana de governo realmente não se encontra no rol do
art. 60, § 4º, da CF/88, figurando apenas dentre os princípios constitucionais sensíveis do art. 34,
inciso VII, alínea a, da CF/88, os quais, de fato, autorizam a intervenção federal da União em caso
de descumprimento.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

(...)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

Dito isso, a alternativa está correta vez que a Forma de Estado constitui uma cláusula pétrea,
enquanto a Forma de Governo é um princípio sensível.

Gabarito: Letra E.

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5) Acerca das limitações ao poder constituinte reformador, assinale a opção correta.

a) A intervenção federal, nos termos da Constituição da República, funciona como limite


circunstancial ao poder de reforma constitucional.

b) O Estado de Defesa e o Estado de sítio são exemplos de limitações temporais ao poder de


reforma constitucional.

c) A irrepetibilidade absoluta de matéria constante de proposta de emenda rejeitada figura como


limite material expresso ao poder de reforma constitucional.

d) As cláusulas pétreas são limitações formais expressas do poder de reforma constitucional.

e) A titularidade do Poder Constituinte é uma limitação material expressa ao poder de reforma


constitucional.

Comentários

Letra A - correta. A alteração do texto constitucional está sujeita a uma série de limitações,
podendo ser circunstanciais, temporais, formais e materiais.

O caso mencionado pela alternativa trata das limitações circunstanciais, que se verificam quando
a Constituição estabelece que em certos momentos de instabilidade política do Estado seu texto
não poderá ser modificado. São circunstâncias extraordinárias previstas no art. 60, §1º, da CF/88,
que impedem a modificação da Constituição, sendo elas: estado de sítio, estado de defesa e
intervenção federal.

Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção


federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Durante a ocorrência de qualquer das três situações, têm-se a vedação à promulgação das
emendas constitucionais. Portanto, lembre-se que as propostas, discussões e votações de emenda
à Constituição continuam sendo admitidas.

Como a assertiva abordou exatamente a intervenção federal, imputando-a a classificação de


limitação circunstancial, temos, portanto, nosso gabarito. Vale lembrar que apenas a intervenção
de âmbito federal age como limitador ao poder constituinte derivado, fato que não ocorrerá
durante eventual intervenção de Estado em Município.

Letra B - incorreta. Como já dito na assertiva anterior, a alteração do texto constitucional está sujeita
a uma série de limitações, podendo ser circunstanciais, temporais, formais e materiais.

As limitações temporais, caso mencionado pela alternativa, ocorrem quando o Poder Constituinte
Originário estabelece um prazo durante o qual a Constituição será imutável, sendo vedada

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qualquer tipo de modificação em seu texto. Essa limitação reside apenas na teoria, uma vez que
no ordenamento brasileiro não há hipóteses de limitação temporal, podendo a CF/88 ser alterada
desde a sua vigência.

Uma vez que não há previsão sobre as limitações temporais, podemos considerar a assertiva como
incorreta. Contudo, destaco as hipóteses do Estado de Defesa e Estado de Sítio, uma vez que a
questão tenta confundir os conceitos.

Lembre-se que a Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio são hipóteses de
limitação circunstancial ao poder constituinte derivado, tal qual previsto no art. 60, §1º, da CF/88.

Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção


federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Letra C - incorreta. O art. 60, § 5º, da CF/88, traz uma regra conhecida como irrepetibilidade
absoluta: trata-se da vedação à reapresentação, na mesma sessão legislativa, de matéria constante
de uma proposta de emenda que foi rejeitada/prejudicada.

A alternativa em questão pode gerar confusão, pois o artigo fala em "matéria" e a alternativa
menciona as limitações materiais, o que certamente é uma "pegadinha" e torna a assertiva
incorreta. Na verdade, a irrepetibilidade absoluta figura como limitação formal ao processo de
reforma constitucional, vez que detém natureza processual e decorre da rigidez constitucional,
sendo notadamente uma regra que visa dificultar a modificação do texto constitucional.

As limitações formais são aquelas previstas no artigo 60, incisos I ao III, e §§ 2º, 3º e 5º, da CF/88,
veja:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I — de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II — do Presidente da República;

III — de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

(...)

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois


turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.

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§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados


e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

(...)

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada


não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Letra D - incorreta. Dentre as diversas limitações ao poder constituinte derivado, temos no art. 60,
§4º, da CF/88 as chamadas cláusulas pétreas, que são um núcleo essencial da Constituição que foi
protegido pelo poder constituinte originário contra qualquer supressão por parte do poder
constituinte derivado. Veja a redação:

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I — a forma federativa de Estado;

II — o voto direto, secreto, universal e periódico;

III — a separação dos Poderes;

IV — os direitos e garantias individuais.

Note que o § 4º estabelece quais matérias não poderão ser abolidas por meio de emenda,
característica que torna evidente a sua classificação como limitação material ao poder constituinte
derivado, e não como mera limitação formal como afirma a alternativa.

Além disso, temos que as limitações materiais são divididas em expressas e implícitas, sendo as
cláusulas pétreas o exemplo de limitação material expressa da CF/88.

Letra E - incorreta. Não há no texto constitucional uma previsão expressa sobre a titularidade do
Poder Constituinte Originário ou Derivado. Na realidade, entende-se que seu titular é o povo e
somente a ele cabe decidir sobre a conveniência e oportunidade de uma nova Constituição, razão
pela qual qualquer disposição do gênero torna-se descabida.

Quanto ao poder constituinte derivado, como se situa a atribuição do Congresso Nacional no


processo de emendas à constituição? Nesse caso, ocorre a mera atribuição do Congresso Nacional
como representante do titular (povo) no processo de reforma do texto constitucional. Dito isso,
entende-se que a titularidade do poder reformador também segue blindada contra qualquer
emenda tendente à altera-la, vez que apenas o poder originário poderia designar representantes
para o seu povo.

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Por não haver disposição expressa, embora figure como limitação material, entende-se que a
titularidade do poder constituinte é uma das limitações implícitas ao poder de reforma da
Constituição Federal, e não uma limitação expressa como afirmado pela assertiva.

Para finalizar a análise das limitações, deixo o esquema abaixo como forma de resumi-las:

•Expressas: Cláusulas Pétreas


•Implícitas:
Limitação material Titularidade do Poder Constituinte; e Procedimentos de
reforma e revisão constitucional.

•Iniciativa restrita dos incisos do art. 60


•Votação e discussão 2x em cada Casa + aprovação por
Limitação formal 3/5 dos membros de cada uma delas.
•Promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado.
•Irrepetibilidade Absoluta na mesma sessão legislativa.

•Intervenção Federal
Limitação circunstancial •Estado de Defesa
•Estado de Sítio

Limitação temporal •Não há na CF/88.

Gabarito: Letra A.

6) Acerca do poder constituinte, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta.

a) A iniciativa dos legitimados para iniciar o processo de reforma do poder constituinte derivado
não possui reserva temática.

b) A mutação constitucional é fruto do poder constituinte derivado reformador.

c) A desconstitucionalização é um fenômeno admitido pelo ordenamento brasileiro.

d) O poder constituinte originário esgota-se quando se edita uma nova Constituição.

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e) A legitimidade formal de uma nova Constituição depende do cumprimento de disposições


predeterminadas, devendo o poder constituinte seguir um procedimento determinado pela norma
constitucional anterior.

Comentários

Letra A - correta. O art. 60, da CF/88, prevê em seus incisos quais são os legitimados para
propositura de projeto de emenda constitucional. Contudo, as emendas constitucionais possuem
importante diferença em relação às leis em sua etapa de propositura/iniciativa: as emendas não
possuem iniciativa reservada, o que torna a assertiva correta.

O fato de as emendas não possuírem iniciativa reservada significa que todos os seus legitimados
podem apresentar PEC's sobre qualquer matéria não vedada pela CF/88, não havendo que se falar
em competência privativa do Presidente ou outro legitimado para propor uma PEC sobre
determinado tema.

Tal situação é diferente da que ocorre com os projetos de lei, que possuem diversos legitimados
com iniciativa reservada, que nada mais é do que a atribuição, pela Constituição Federal, de certas
competências para certos órgãos ou autoridades versarem de forma privativa sobre um
determinado tema. É o que ocorre, por exemplo, com a organização das Casas Legislativas, onde
cada uma ficará responsável por elaborar o projeto para dispor sobre sua própria organização,
sendo vedada a tentativa de uma Casa apresentar propostas de competência da outra.

Para finalizar, lembre-se dos legitimados para propositura de PEC:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I — de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II — do Presidente da República;

III — de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Letra B - incorreta. A mutação constitucional representa uma mudança da interpretação do texto


constitucional e não o texto em si. Segundo a doutrina, ela decorre do chamado poder constituinte
difuso, que advém da mudança de fatores sociais, políticos e econômicos, ocorrendo de modo
informal.

Perceba que a mutação constitucional não tem nada a ver com poder constituinte derivado
reformador, que é o poder de modificar o texto atual das constituições através de um
procedimento específico definido na própria Constituição, o que torna a assertiva incorreta.

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PODER CONSTITUINTE DIFUSO / MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

José Afonso da Silva: "consiste num processo não formal de mudanças das
Constituições rígidas, por via da tradição, dos costumes, de alterações empíricas e
sociológicas, pela intepretação judicial (...)”1.

Não altera o texto constitucional: mera interpretação judicial.

Promovido pelo STF .

Letra C - incorreta. Segundo a teoria da desconstitucionalização, o advento de uma nova


Constituição provocaria a desconstitucionalização das normas constitucionais anteriores,
rebaixando-as quanto a sua hierarquia na pirâmide de Kelsen. Nesse caso, as normas anteriormente
constitucionais seriam recepcionadas pela nova Constituição caso encontrassem compatibilidade
com esta.

Trata-se de uma teoria não aceita no ordenamento brasileiro, uma vez que aqui o advento de uma
nova Constituição promove a revogação de todas as normas da Constituição anterior, não havendo
qualquer rebaixamento ou recepção delas. Desta forma, a assertiva está incorreta.

Vale lembrar que a recepção é um instituto admitido unicamente com normas infraconstitucionais,
bastando que essas sejam apenas materialmente compatíveis com a nova Constituição.

Letra D - incorreta. Dentre as várias características do poder constituinte originário, temos o caráter
permanente como o responsável por manter a expressão da vontade suprema do povo, social e
juridicamente organizado, razão pela qual se entende que o poder constituinte originário não se
esgota, ele apenas permanece em baixa latência até o momento em que precise ser novamente
utilizado.

Deste modo, a assertiva está incorreta, pois contraria o caráter permanente do poder constituinte
originário.

Letra E - Incorreta. O poder constituinte originário contém, dentre diversas características, a


natureza de poder ilimitado juridicamente, fato que o torna livre de subordinação a qualquer regra
anterior.

Uma vez que o poder originário classifica-se como ilimitado, é incorreto afirmar que esse deve
qualquer obediência à normas procedimentais anteriores a ele sendo, inclusive, importante lembrar
que a CF/88 sequer faz menção ao poder constituinte originário em seu texto, fato que decorre
justamente da característica ilimitada que este possui. Para finalizar, veja o resumo abaixo:

1
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo, 33. ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 61-62.

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PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Chama o “PAI” ou “PAPIII” 🡪 P² + A + I³

✔ Político: poder de fato / anterior ao direito / pré-constitucional.


✔ Permanente: não se esgota no tempo, só permanece inerte.

✔ Autônomo: Tem liberdade para definir seus conteúdos, não está vinculado.

✔ Inicial: Dá início a nova ordem jurídica.

✔ Incondicional: Não se sujeita a forma ou procedimento predeterminado.


✔ Ilimitado juridicamente: Não se subordina a limites/regras anteriores.

❖ Obedecer aos padrões e modelos da sociedade.

*** NÃO HÁ DIREITO ADQUIRIDO EM NORMA ORIGINÁRIA***

Gabarito: Letra A.

Medidas provisórias (art. 62 da CF)

7) Sobre o processo legislativo, segundo a Constituição Federal de 1988, é correto afirmar:

a) A medida provisória vigorará pelo prazo de 50 dias prorrogável por igual período, contados da
sua publicação, prazo este que não será suspenso durante o recesso parlamentar.

b) A legislação sobre cidadania poderá ser objeto de lei delegada.

c) Projeto de lei complementar que visa a autorizar os Estados da Federação a legislarem sobre
questões específicas relativas à desapropriação de imóveis urbanos e rurais é apreciado pelas
Casas do Congresso Nacional, obtendo voto favorável à aprovação por 256 membros da Câmara
dos Deputados (que, atualmente, é formada por 513 deputados federais) e, depois seguiu para o
Senado, obtendo 42 votos favoráveis à sua aprovação. Nessa hipótese, o projeto de lei
complementar foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, de maneira que sequer poderia ter sido
submetido à votação do Senado Federal.

d) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais
de urgência e interesse público.

e) A emenda constitucional aprovada será promulgada pela Mesa do Congresso Nacional.

Comentários

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Letra A - incorreta. Conforme art. 62, §§ 3º, 4º e 7º, da CF/88, o prazo é de 60 dias, prorrogáveis
por igual período e, além disso, é suspenso no recesso do Congresso Nacional.

Art. 62, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória,


suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional

(...)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória
que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

Letra B - incorreta. Conforme art. 62, § 1º, I, “a”, da CF/88, “cidadania” está no rol de matérias
vedadas de serem tratadas por medida provisória.

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;

Letra C - correta. De acordo com o art. 69 da CF/88, as leis complementares exigem maioria
absoluta dos votos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional para serem aprovadas.
Como a Câmara dos Deputados é formada por 513 deputados federais, são necessários 257 votos
para atingir o quórum de votação capaz de aprovar uma Lei Complementar na Câmara dos
Deputados. Logo, como só foram atingidos 256 votos na Câmara o projeto foi, na verdade,
rejeitado e deveria ter sido arquivado, não enviado ao Senado Federal.

Letra D - incorreta. Conforme o art. 62, § 5º, da CF/88, cada Casa deve realizar um juízo prévio
acerca dos pressupostos constitucionais da MP, mas pressupostos são “urgência” e “relevância”,
não “interesse público”, consoante art. 62, caput, da CF/88, o que torna a assertiva incorreta.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

(...)

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§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
pressupostos constitucionais.

Letra E - incorreta. Conforme o art. 60, § 3º, da CF/88, as emendas constitucionais aprovadas são
promulgadas pelas Mesas do Senado Federa E da Câmara dos Deputados.

Art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Gabarito: Letra C.

8) Sobre as medidas provisórias, assinale a alternativa incorreta.

a) Nos casos de relevância e urgência, o chefe do Poder Executivo pode adotar medidas
provisórias, somente sendo possível o controle jurisdicional em casos excepcionais em que esteja
evidente a ausência de tais requisitos.

b) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a planos plurianuais, diretrizes
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvada a abertura de crédito
extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública.

c) A deliberação sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o
atendimento de seus pressupostos constitucionais, cabendo à comissão mista de Deputados e
Senadores sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário
de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

d) A aprovação da medida provisória pelo Congresso resulta em sua conversão integral em lei, que
será encaminhada para sanção do Presidente da República.

e) A medida provisória suspende a eficácia da norma anterior que lhe seja contrária, implicando
em restauração da norma suspensa a sua eventual não conversão em lei ou perda de eficácia por
decurso de prazo.

Comentários

Letra A - correta. Somente o chefe do Poder Executivo pode adotar medidas provisórias. Os
pressupostos para a adoção de MPs são a relevância e a urgência, de acordo com o art. 62, caput,
da CF/88. Tais pressupostos, no entanto, são conceitos jurídicos indeterminados, estando inseridos
na esfera de discricionariedade administrativa, somente sendo possível o controle jurisdicional em

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casos excepcionais em que esteja evidente a ausência de tais requisitos, conforme decidido pelo
STF na ADI 4029.

Letra B - correta. As matérias que não podem ser tratadas por MP constam do art. 62, § 1º, incisos
I a IV, da CF/88. MUITA ATENÇÃO à exceção prevista na alínea “d”, do inciso I.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;


==5617c==

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro


ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República.

Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender
a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

Letra C - correta. De acordo com o art. 62, caput, da CF/88, ao ser adotada, a MP deverá ser
submetida imediatamente ao Congresso Nacional. No Congresso, uma Comissão Mista examinará
a MP e sobre ela emitirá parecer, antes de serem apreciadas em cada Casa do Congresso. Após o
parecer da Comissão Mista, a MP é apreciada em sessão separada pelo plenário de cada Casa do
Congresso, começando pela Câmara dos Deputados. Cada Casa, antes de deliberar sobre o mérito
da MP, deve fazer juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais,
conforme o art.62, §§ 5º, 8º e 9º, da CF/88:

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Art. 62, § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o
mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
pressupostos constitucionais.

(...)

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas


provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Letra D - incorreta. A apreciação das MPs pelo Congresso pode resultar em:

i) aprovação da MP, com a sua consequente conversão integral em lei, que será promulgada
pelo Presidente do Senado. Neste caso, não há sanção ou veto do Presidente da República.

ii) aprovação da MP com modificações em seu texto: a MP será transformada em projeto de


lei de conversão que, por sua vez, será encaminhado para sanção ou veto do Presidente da
República, passando a seguir o rito ordinário do processo legislativo. A MP original mantém-
se integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto de lei de conversão,
de acordo com o art. 62, § 12, da CF/88, mesmo que sejam ultrapassados 120 dias de sua
publicação. As emendas parlamentares à MP devem guardar pertinência temática com o
seu texto original.

Art. 62, § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado
o projeto.

iii) rejeição da MP: o Congresso deverá disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas decorrentes da MP, conforme o art. 62, § 3º, da CF/88. Se assim não o fizer, no
prazo de 60 (sessenta) dias da rejeição da MP, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas,
conforme o art. 62, § 11, da CF/88. Além disso, no caso de rejeição, fica vedada a reedição
da MP, na mesma sessão legislativa, de acordo com o art. 62, § 10, da CF/88.

Art. 62, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

(...)

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§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

iv) perda de eficácia da MP por decurso de prazo: essa situação ocorre quando o Congresso
Nacional não aprecia a MP no prazo de 60 (sessenta) dias contados da sua publicação,
prorrogáveis por igual período, de acordo com o art. 62, §§ 3º, 4º e 7º, da CF/88. Tais prazos
não correm durante o recesso do Congresso (CF, art. 62, § 4º) e, mencionada prorrogação
é única e automática, não necessitando de qualquer ato adicional do Presidente da
República.

Art. 62, § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida


provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.

(...)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória
que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

A perda de eficácia se dá desde a edição da MP (ex tunc), devendo o Congresso disciplinar por
decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP, de acordo com o art. 62, § 3º, da
CF/88. Se assim não o fizer, no prazo de 60 (sessenta) dias da perda de eficácia da MP, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por
ela regidas, conforme o art. 62, § 11, da CF/88.

Além disso, no caso de perda de eficácia por decurso de prazo, fica vedada a reedição da MP, na
mesma sessão legislativa, de acordo com o art. 62, § 10, da CF/88.

Letra E - Correta. A assertiva trata corretamente do efeito repristinatório oriundo da não conversão
em lei ou da perda de eficácia por decurso de prazo por parte da medida provisória. Vamos
aproveitar para relembrar alguns pontos:

a) Se a MP não for apreciada em até 45 (quarenta e cinco) dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso,
trancando a pauta da Casa em que estiver tramitando, conforme o art. 62, § 6º, da CF/88.

b) A MP submetida ao Congresso Nacional não pode ser retirada pelo Presidente da


República, mas é possível que o Chefe do Poder Executivo adote outra MP revogando uma
outra. Em tal situação, a matéria constante da MP revogada não poderá ser reeditada, em
nova MP, na mesma sessão legislativa.

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c) Os Estados-membros, facultativamente, podem adotar MP, desde que haja previsão na


Constituição Estadual nos mesmos moldes da CF e sendo respeitados os princípios e limites
desta (STF – ADI 2391).

Gabarito: Letra D.

Lei delegada (art. 68 da CF)

9) Analise os casos abaixo e assinale aquele em que a delegação da competência legislativa


ocorreu em consonância com o texto constitucional e a jurisprudência sobre o tema:

a) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a competência


para que este elabore uma lei que disponha sobre as diretrizes orçamentárias e os limites para
garantias

b) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre a matéria de sistemas de
consórcios e serviço postal.

c) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de decreto legislativo, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre direitos políticos e eleitorais.

d) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de resolução, a


competência para que este elabore uma lei que disponha sobre outorga de subsídio, isenção,
crédito presumido, a redução da base de cálculo ou concessão de anistia ou remissão em matéria
tributária.

e) O Congresso Nacional delegou ao Presidente da República, através de decreto legislativo, a


competência para que este elabore uma lei que autorize a exploração e aproveitamento de
recursos hídricos e minerais em terras indígenas.

Comentários.

As leis delegadas são normas primárias elaboradas pelo Presidente da República no exercício da
função atípica legislativa, sendo seu procedimento composto pelas seguintes etapas:

1. O Presidente solicita ao Congresso Nacional a delegação de competência sobre


determinada matéria, sendo que tal pedido é feito via Mensagem (um tipo de comunicação
oficial), conforme o art. 68 da CF/88;
2. O Congresso Nacional vai analisar o pedido e, caso aprove, editará uma resolução que irá
dispor sobre o conteúdo, termos e limites do exercício legislativo em delegação, de acordo
com o art. 68, §2º, da CF/88; e
3. O Presidente, fundamentando-se na resolução, pode editar ou não a Lei delegada
(discricionário), ficando responsável por promulgá-la e publicá-la sem intervenção do

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Congresso ou com intervenção em votação única, caso assim preveja o instrumento


delegatório, conforme o art. 68, §3º, da CF/88.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

(...)

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso


Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este


a fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Por ser a delegação um ato discricionário do Congresso Nacional, esta poderá ser revogada a
qualquer tempo. Além disso, é igualmente correto afirmar que o Presidente da República tem a
faculdade de editar ou não a lei delegada, ele pode mudar de ideia e não editar a lei, pois é uma
decisão discricionária.

Quanto aos temas da delegação, a Constituição Federal optou por afirmar o que não poderá ser
delegado, concedendo o caráter residual às matérias objeto de lei delegada. Veja o esquema
abaixo que apresenta as matérias que não serão objeto de lei delegada:

Atos de Competência Exclusiva


do C.N

Atos de Competência Privativa


da C.D.
Não
será
objeto Atos de Competência Privativa
de Lei da S.F.
Delega
da
Organização do Judiciário e do MP, bem
Matéria de Lei Complementar como garantias e carreiras de seus
membros

Legislação sobre as hipóteses Nacionalidade, cidadania, direito


dos incisos do artigo 68, §1º individuais, direitos políticos e eleitorais

Lei que verse sobre PPA, LDO e LOA

Superada a explicação sobre as leis delegadas, vejamos as alternativas.

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Letra A - incorreta. A assertiva acerta quanto ao uso da resolução do Congresso Nacional como
instrumento de delegação. Contudo, o tema objeto de delegação encontra-se vedado pelo artigo
68, § 1º c/c art. 68, § 1º, inciso III, da CF/88.

Art. 68 As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

O texto do art. 68, § 1º, veda a delegação de atos de competência privativa do Senado Federal, o
que já torna a assertiva incorreta, vez que, segundo o art. 52, inciso VIII, da CF/88, a disposição
sobre os limites para concessão de garantia da União em operações de crédito é de competência
do Senado.

Além disso, é possível constatar um segundo erro na assertiva envolvendo a delegação para
elaboração de legislação sobre diretrizes orçamentárias, fato que é terminantemente vedado pelo
art. 68, §1º, inciso III, da CF/88.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

(...)

VIII — dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em


operações de crédito externo e interno;

Letra B - correta. A assertiva acerta quanto ao uso da resolução do Congresso Nacional como
instrumento de delegação e elenca dois objetos de delegação que não foram vedados pelo texto
constitucional, sendo temas que não estão sujeitos a lei complementar e nem figuram como
privativos ou exclusivos das Casas Legislativas:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

V — serviço postal;

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(...)

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

Letra C - incorreta. O instrumento de delegação correto é a resolução do Congresso Nacional e


não o decreto legislativo, além do tema objeto de delegação encontrar-se vedado pelo art. 68,
§1º, inciso II, da CF/88, veja:

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

(...)

II — nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

Letra D - incorreta. A assertiva acerta quanto ao uso da resolução do Congresso Nacional como
instrumento de delegação. Contudo, a assertiva está incorreta ao versar sobre tema que já foi
objeto de vedação pela jurisprudência do STF. Segundo a Corte, a delegação legislativa não pode
ocorrer em casos de concessão de benefícios fiscais, posto que tais instrumentos de benesse em
matéria tributária só podem ser deferidos mediante lei específica. Abaixo, segue o julgado sobre
o tema:

Matéria tributária e delegação legislativa: a outorga de qualquer subsídio, isenção ou


crédito presumido, a redução da base de cálculo e a concessão de anistia ou remissão
em matéria tributária só podem ser deferidas mediante lei específica, sendo vedado ao
Poder Legislativo conferir ao chefe do Executivo a prerrogativa extraordinária de dispor,
normativamente, sobre tais categorias temáticas, sob pena de ofensa ao postulado
nuclear da separação de poderes e de transgressão ao princípio da reserva
constitucional de competência legislativa. 2

Letra E - incorreta. O instrumento de delegação correto é a resolução do Congresso Nacional e


não o decreto legislativo, além de o tema objeto de delegação encontrar-se vedado pelo art. 68,
§1º, da CF/88, posto que seu texto menciona a vedação à delegação de atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional.

2
ADI 1.296/PE, rel. min. Celso de Mello. [ADI 1.247 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 17-8-1995, P, DJ de 8-9-1995.] = ADI
2.688, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 1º-6-2011, P, DJE de 26-8-2011

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Segundo o art. 49, inciso XVI, da CF/88, a autorização para a exploração de recursos hídricos e
minerais é classificada como ato de competência exclusiva do Congresso Nacional, razão pela qual
a alternativa se equivoca ao delegá-lo ao Presidente da República, posto que tal possibilidade é
vedada.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

XVI — autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos


hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

(...)

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: (...)

Gabarito: Letra B.

Processo legislativo sumário (art. 64, §§ 1º a 4º da CF)

10) Considerando as disposições sobre o procedimento legislativo sumário, analise os itens abaixo:

I. O procedimento legislativo sumário é iniciado com a solicitação de urgência do Presidente da


República ou da Mesa Diretora da Casa Legislativa no qual foi o projeto foi apresentado.

II. A Câmara dos Deputados ou o Senado Federal não se manifestarem no prazo de 45 dias,
sucessivamente, trancar-se-á a pauta das deliberações legislativas da respectiva Casa, sendo
excetuado apenas os casos com prazo constitucional determinado.

III. Os prazos de manifestação das Casas Legislativas não são interrompidos durante o recesso e
são igualmente válidos caso se trate de projeto de elaboração de código.

IV. Ao se manifestarem as Casas Legislativas poderão apresentar emendas, cabendo a Câmara dos
Deputados a apreciação das emendas do Senado Federal no prazo de dez dias.

Segundo os termos da Constituição Federal de 1988, estão corretos apenas os itens:

a) II e III.

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b) I, III e IV.

c) I, II e IV.

d) I e III.

e) II e IV.

Comentários

O procedimento legislativo sumário é aquele em que há uma tramitação mais célere de um projeto
de lei nas Casas Legislativas, rito este que pode ser realizado nos projetos de lei propostos do
Presidente da República e dependerá da solicitação de urgência de sua parte.

A previsão constitucional desse procedimento se encontra no art. 64, §§ 1º, 2º, 3º e 4º, da CF/88,
do qual podemos extrair a seguinte ordem cronológica:

1. Presidente solicita urgência na apreciação de projetos que ele apresentou. (o projeto pode
ser de iniciativa privativa ou não);
2. A Câmara dos Deputados tem 45 dias para se manifestar e apresentar suas emendas. Após
o prazo, envia para o Senado Federal;
3. O Senado Federal tem 45 dias para se manifestar sobre o projeto e as emendas da Câmara
dos Deputados, bem como para apresentar suas emendas. Após o prazo, devolve para a
Câmara ou envia para sanção/veto presidencial (caso não possua emendas dos senadores);
4. Se o Senado apresentou emendas, a Câmara dos Deputados terá 10 dias para apreciá-las e
em seguida enviará para sanção/veto presidencial; e
5. O Presidente analisa quanto à sanção ou veto, promulga e publica a lei.

Além da ordem acima, há de se ressaltar que o § 4º do artigo supracitado possui duas vedações
importantes: o prazo de 45 dias para apreciação de cada Casa Legislativa não corre durante o
recesso e a vedação à utilização do procedimento legislativo sumário na apreciação de projetos
de código.

Por fim, vale ressaltar que o art. 64, § 2º, da CF/88, prevê uma consequência para a Casa Legislativa
que não realize a apreciação no prazo de 45 dias: o descumprimento da citada regra paralisará a
pauta legislativa, impedindo a deliberação de outros projetos enquanto não encaminhado o
processo de lei em rito sumário à próxima etapa do processo legislativo.

Quanto a essa regra do sobrestamento das deliberações, peço a sua atenção para a exceção do
final do parágrafo: os projetos que estejam tramitando na Casa Legislativa com prazo constitucional
determinado não serão paralisados.

Superada a explicação, vejamos as assertivas:

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Item I - incorreto. O procedimento legislativo sumário é iniciado com a solicitação de urgência do


Presidente da República, sendo incorreto a inclusão da Mesa Diretora das Casas Legislativas. Vale
lembrar que o Presidente só poderá solicitar a urgência dos projetos de lei de sua autoria, de
acordo com o art. 64, §1º, da CF/88:

Art. 64, § 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de


projetos de sua iniciativa.

Item II - correto. O prazo para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se manifestarem é de
45 dias, que correrá de forma sucessiva. Sua desobediência trancará a pauta das deliberações
legislativas da respectiva Casa, sendo excetuado apenas os casos com prazo constitucional
determinado, de acordo com o art. 64, §2º, da CF/88:

Art. 64, § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.

Item III - incorreto. Contraria a previsão do art. 64, §4º, da CF/88. Segundo este parágrafo, o prazo
não correrá durante o recesso e os projetos de código não poderão ser aprovados utilizando o
procedimento sumário.

Art. 64, § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso


Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.

Item IV - correto. As Casas Legislativas realmente poderão apresentar emendas, sendo


competência da Câmara dos Deputados apreciar as emendas do Senado Federal no prazo de dez
dias, de acordo com o art. 64, §3º, da CF/88.

Art. 64, § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados
far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo
anterior.

Gabarito: Letra E.

Processo legislativo abreviado (art. 58, § 2º, I da CF)

11) Considerando as disposições sobre o procedimento legislativo abreviado, analise os itens


abaixo:

I. O procedimento legislativo abreviado dispensa a discussão e votação de um projeto de lei pelo


Plenário.

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II. Os órgãos responsáveis por realizar o procedimento legislativo abreviado são as comissões das
Casas Legislativas, seja da Câmara ou do Senado.

III. Para que uma Comissão não possa apreciar ou votar um projeto de lei mediante procedimento
abreviado, é necessário que um décimo dos membros das duas Casas Legislativas Federais decida
que este deve ser submetido ao plenário da Casa a qual a Comissão está vinculada.

IV. A delegação da competência para realização do procedimento legislativo abreviado depende


do regimento interno das Casas Legislativas, vez que este é o instrumento designado pela CF/88
para escolha das situações e matérias ao qual o procedimento será aplicável.

Segundo os termos da Constituição Federal de 1988, estão corretos apenas os itens:

a) I, III e IV.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

Comentários

O procedimento legislativo abreviado, previsto no art. 58, §2º, inciso I, da CF/88, é aquele em que
ocorre a dispensa da discussão e da votação de um projeto de lei em Plenário, sendo ele discutido
e votado diretamente pelas comissões das Casas respectivas.

Art. 58, § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência


do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

Pode-se retirar os seguintes conceitos essenciais sobre o rito:

1. É discutido e votado diretamente pelas comissões, sem atuação do Plenário;


2. Depende de previsão no Regimento Interno da Casa Legislativa que disponha quais são as
matérias e as situações em que o procedimento abreviado poderá ser realizado; e
3. O projeto irá para votação no plenário se 1/10 (um décimo) dos membros da Casa vinculada
a Comissão votar para que este não seja realizado de forma abreviada.

Diante do exposto, nota-se que os itens I, II e IV estão corretos. Quanto ao erro do item III, perceba
que a assertiva impõe a necessidade de 1/10 (um décimo) dos membros das duas Casas

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Legislativas para que um projeto de lei seja remetido ao Plenário o que é incorreto, uma vez que
basta 1/10 (um décimo) dos membros da Casa a qual a Comissão é vinculada. Ou seja:

• Se for comissão da Câmara, precisa de 1/10 dos Deputados Federais;


• Se for comissão do Senado, precisa de 1/10 dos Senadores; e
• Se for comissão do Congresso Nacional, será necessário 1/10 dos Deputados e dos
Senadores.

Gabarito: Letra C.

Processo legislativo - iniciativa, discussão, votação, emendas, veto, sanção,


promulgação e publicação (artigos 61, 63, 64, caput, 65, 66 e 67, caput da CF)

12) Sobre o processo legislativo de emenda à Constituição, assinale a alternativa incorreta.

a) A Constituição poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros, ou ainda de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal.

b) Embora não esteja prevista de forma expressa, constitui limitação material ao poder de reforma
o próprio procedimento de reforma previsto na Constituição Federal.

c) A matéria constante de Proposta de Emenda à Constituição rejeitada ou havida por prejudicada


somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta
da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

d) A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de


defesa ou de estado de sítio.

e) Na tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição, caso ocorra a alteração da redação


em uma das Casas, o texto deverá retornar à outra, para nova votação, exceto na hipótese de
alteração materialmente irrelevante.

Comentários

Letra A - correta. Se comparado aos legitimados a apresentar projetos de lei, previsto no art. 61,
caput, da CF/88, o rol de legitimados a apresentar PEC é mais restrito. Os Estados, por exemplo,
têm a prerrogativa de apresentar PEC, por meio de suas Assembleias Legislativas, conforme art.
60, inciso III, da CF, o que não ocorre com os Municípios.

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao

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Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta


Constituição.

Ao passo que um deputado federal ou senador, sozinho, possui o poder de apresentar um projeto
de lei, mas não de apresentar uma PEC: na verdade, uma proposta de emenda constitucional de
iniciativa do Parlamento Federal necessita de assinatura de pelo menos 1/3 dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, conforme o art. 60, inciso I, da CF/88.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Os cidadãos não têm a prerrogativa expressa de apresentar PEC, já que não estão elencados no
rol dos legitimados previsto nos incisos I a III, do art. 60, da CF. Entretanto, os cidadãos possuem
a competência de iniciativa de lei, conforme art. 61, caput, da CF. Conforme já vimos, a forma
como se dará a iniciativa popular está prevista no § 2º, do art. 61, da CF:

Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.

Letra B - correta. As limitações materiais são aquelas que restringem o poder de reforma quanto
ao conteúdo, sendo subdividas em explícitas e implícitas.

Explícitas são as expressamente previstas no art. 60, § 4º, incisos I a IV, da CF/88, que estabelece
o rol de matérias em que a PEC não poderá tender a abolir, não podendo sequer ser objeto de
deliberação. Essas são as famosas cláusulas pétreas expressas.

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

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Implícitas são aquelas apontadas pela doutrina e não estejam previstas de forma expressa na CF.
São elas:

1) titularidade do Poder Constituinte Originário (o povo);

2) titularidade do Poder Constituinte Derivado: o exercício do poder constituinte derivado


reformador cabe ao Congresso Nacional (art. 60, § 2º, CF/88), e o do poder constituinte
derivado decorrente, às Assembleias Legislativas (art. 2º, ADCT); e

3) procedimento de reforma constitucional previsto na CF: tanto o de revisão constitucional


previsto no art. 3º da ADCT, quanto o procedimento de emenda constitucional previsto no
art. 60 da CF/88. Ou seja, não é possível alterar as limitações expressas, é dizer, realizar a
dupla revisão da Constituição.

Letra C - incorreta. As limitações formais (ou processuais) são aquelas que restringem o processo
legislativo de aprovação da PEC, diferenciando-o do processo legislativo para a aprovação das leis
em geral. São elas:

a) Irrepetibilidade: a matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada somente


poderá ser objeto de nova proposta em uma sessão legislativa ulterior, em razão do previsto no
art. 60º, § 5º, da CF/88.

Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Observe que, no caso das leis, desde que haja proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional, é possível que a matéria constante de projeto de lei
rejeitado constitua objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, consoante art. 67 da
CF/88.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Cuidado! No caso da PEC, a vedação é absoluta!

b) Iniciativa: como já foi dito, a legitimidade para apresentar uma PEC, prevista no art. 60, incisos I
a III, da CF/88, é bem mais restrita que a legitimidade para apresentar uma lei. Cabendo destacar
sobre a iniciativa de PEC, a participação dos Estados e do DF, a ausência de participação dos
municípios, ausência de iniciativa popular, a ausência de iniciativa privativa expressa, a ausência de
previsão pela CF de Casa iniciadora obrigatória e a ausência de Casa revisora.

c) Deliberação: a PEC deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional em dois
turnos, só sendo considerada aprovada mediante o voto de três quintos dos respectivos membros.

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Esse rito é bastante rígido se comparado àquele para aprovação das leis ordinárias, que dependem
apenas de um único turno de discussão e votação, sendo aprovada por maioria simples.

d) Promulgação: a promulgação da emenda constitucional é realizada pelas Mesas da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem, de acordo com o art. 60, §
3º, da CF/88. Ou seja, ao contrário do processo legislativo das leis, em que o Presidente da
República possui a prerrogativa de sanção, veto e promulgação, a PEC aprovada não é submetida
a sanção ou veto do Chefe do Poder Executivo, tampouco ele detém a competência para
promulgá-la.

Art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Letra D - correta. Limitações circunstanciais são aquelas que impedem que a Constituição seja
reformada em situação de instabilidade política do Estado, sendo três as circunstâncias
impeditivas, previstas no art. 60, § 1º, da CF/88: estado de sítio, estado de defesa e intervenção
federal.

Cabe destacar que não há previsão de limitações temporais para a reforma da CF/88, que consiste
em fixar-se um prazo durante o qual fica vedada a alteração da Constituição.

Letra E - correta. Vejamos a literalidade dos artigos 65 e 66 da CF:

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

Entretanto, no caso das PEC’s, o processo legislativo é diferente em função da regra insculpida no
art. 60, § 2º, da CF/88, que obriga que o texto da proposta seja necessariamente aprovado pelas
duas Casas do Congresso Nacional por 3/5 dos membros e em dois turnos, não existindo a
possibilidade de sanção ou veto presidencial.

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Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.

Assim, caso a segunda Casa altere a redação aprovada pela primeira, o texto da PEC terá que
retornar a esta, para nova votação (3/5 dos membros + 2 turnos de votação), exceto se tratar de
mera alteração de redação, que não interfira substancialmente na matéria. O STF entende que só
é necessário o retorno do texto da PEC à Casa de origem caso seja realizada uma alteração
substancial na redação (ADI 2.666/DF).

Gabarito: Letra C.

13) Considere os seguintes itens:

I. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

II. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que fixem ou modifiquem os
efetivos das Forças Armadas.

III. É vedada a reedição, na mesma legislatura, de medida provisória que tenha perdido sua eficácia
por decurso de prazo.

IV. Se, caso o Presidente da República tenha solicitado urgência para a apreciação de projeto de
lei de sua iniciativa, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as
demais deliberações legislativas da respectiva Casa, sem exceção, até que se ultime a votação.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) II.

(B) II e IV.

(C) I e II.

(D) IV.

(E) I e IV.

Comentários

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Item I – correto. A assertiva está de acordo com o art. 61, § 2º, da CF/88.

Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.

Item II – correto. A assertiva está de acordo com o art. 61, § 1º, inciso I, da CF/88.

Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I — fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

Item III – incorreto. De acordo com o art. 62, § 10, da CF/88, é na mesma “sessão legislativa”, não
na mesma “legislatura”.

Art. 62, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Item IV – incorreto. De acordo com o art. 64, §§ 1º e 2º, da CF/88, há exceção: as deliberações
legislativas que tenham prazo constitucional determinado.

Art. 64, § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de


projetos de sua iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se


manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.

Gabarito: Letra C.

14) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa incorreta.

a) O processo legislativo envolve a elaboração de leis em sentido estrito, emendas à Constituição,


medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

b) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe, dentre outros, a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente
da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos.

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c) São de iniciativa privativa do Presidente da República, no âmbito da União, e dos Governadores


dos estados e do Distrito Federal, as leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração.

d) São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre matéria
tributária e orçamentária.

e) A iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União é concorrente do Presidente da


República e do Procurador-Geral da República.

Comentários

Letra A - correta. O processo legislativo não envolve somente a elaboração de leis em sentido
estrito (leis ordinárias e complementares), mas também emendas à Constituição, medidas
provisórias, decretos legislativos e resoluções.

Embora sejam normas primárias como as apontadas no rol do art. 59, da CF/88, não integram o
processo legislativo a elaboração de decretos autônomos e os regimentos dos tribunais.

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e


consolidação das leis.

Letra B - correta. A assertiva está de acordo com o art. 61, caput, a CF/88:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.

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Letra C - correta. Por simetria, as matérias previstas no art. 61, § 1º, da CF, que são de iniciativa
privativa do Presidente da República, serão de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo
também nos Estados e Municípios.

A iniciativa privativa do Presidente da República para as leis orçamentárias, disposto no art. 61, §
1º, inciso II, alínea b, da CF/88 é, por simetria, privativa do chefe do Poder Executivo nos Estados
e Municípios, conforme disposto na ADI 1.759-1 do STF.

Letra D - incorreta. O Presidente da República possui iniciativa privativa de lei para tratar de matéria
tributária nos Territórios, conforme o art. 61, § 1º, inciso II, alínea b, da CF/88. Mas essa reserva de
iniciativa não se aplica a outros projetos sobre matéria tributária, que possuem iniciativa comum.

Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

(...)

II — disponham sobre:

(...)

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

Letra E - Correta. A iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União é concorrente


do Presidente da República, conforme o art. 61, § 1º, inciso II, alínea d, da CF/88 e do Procurador-
Geral da República, conforme o art. 128, § 5º, da CF/88. Por simetria, essa regra se aplica aos
Estados (iniciativa concorrente do Governador e do Procurador-Geral de Justiça para tratar da
organização do Ministério Público Estadual).

Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

(...)

II — disponham sobre:

(...)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como


normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

Art. 128, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o
estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

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Gabarito: Letra D.

15) Sobre a iniciativa popular do processo legislativo, é correto afirmar que:

a) Pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por,
no mínimo, um por cento da população nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

b) Pode versar sobre qualquer matéria que não possua iniciativa reservada, observadas as regras
constitucionais.

c) É consagrada como instrumento de democracia direta constitucionalmente previsto.

d) Apenas leis ordinárias podem ser objeto de iniciativa popular.

e) Somente é prevista para o processo legislativo federal.

Comentários

Letra A - incorreta. No processo legislativo federal, os projetos de lei de iniciativa popular deverão
ser apresentados à Câmara dos Deputados, exigindo a subscrição de, no mínimo, 1% (um por
cento) do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 (cinco) estados brasileiros, com não
menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles, conforme disposto no
art. 61, § 2º, da CF/88. Ou seja, somente os cidadãos, pessoas que gozam de capacidade eleitoral
ativa, podem apresentar projeto de lei.

Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.

Letra B - correta. A iniciativa popular é do tipo geral, ou seja, pode versar sobre qualquer matéria
que não possua iniciativa reservada, observadas as regras constitucionais.

Letra C - incorreta. A iniciativa popular é um instrumento de democracia semidireta, e não de


democracia direta como afirma a assertiva.

Letra D - incorreta. A iniciativa popular é aplicável tanto a leis ordinárias, quanto a complementares.
No entanto, não é aplicável a propostas de emenda à Constituição, o que torna a assertiva
incorreta.

Letra E - incorreta. A iniciativa popular também é prevista nos âmbitos estadual e municipal. No
processo legislativo estatual, a iniciativa popular deverá ser disposta pela lei, conforme o art. 27, §

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4º, da CF/88. No municipal, a iniciativa popular depende da manifestação de, pelo menos, 5% do
eleitorado, conforme o art. 29, inciso XIII, da CF/88:

Art. 27, § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

(...)

Art. 29, XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,
da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado;

Gabarito: Letra B.

16) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa incorreta.

a) Os projetos de lei apresentados por deputado federal, comissão da Câmara dos Deputados,
Presidente da República, STF, Tribunais Superiores, Procurador Geral da República ou cidadãos
são apreciados inicialmente pela Câmara dos Deputados.

b) Os projetos de lei apresentados por senador ou comissão do Senado são apreciados


inicialmente pelo Senado, assim como os apresentados por comissão mista.

c) O projeto de lei aprovado na Casa iniciadora é encaminhado à Casa revisora, que, se o aprovar
sem emendas, deverá encaminhá-lo para sanção ou veto e promulgação pelo Presidente da
República.

d) A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

e) Se as emendas apresentadas pela Casa revisora não importarem em mudança substancial do


sentido do texto, não há necessidade de retorno à Casa iniciadora.

Comentários

Letra A - correta. A assertiva está de acordo com o art. 64, caput, da CF/88.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da


República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na
Câmara dos Deputados.

Letra B - incorreta. Os projetos de lei apresentados por comissão mista são apreciados inicialmente
pela Câmara ou pelo Senado, de forma alternada.

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Letra C - correta. A assertiva está de acordo com o art. 65, caput, da CF/88.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Letra D - correta. A assertiva está de acordo com o art. 67 da CF/88.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Letra E - correta. A assertiva está de acordo com o entendimento do STF, previsto na ADI 2.666-
6/DF.

Gabarito: Letra B.

17) Sobre o processo legislativo, assinale a alternativa correta.

a) As emendas só podem ser apresentadas nos casos em que não se trate de projetos de iniciativa
reservada ou privativa.

b) Além de deverem guardar pertinência temática com a matéria da proposição, as emendas


parlamentares não podem acarretar aumento de despesa aos projetos de iniciativa exclusiva do
presidente da república, nem aos que versem sobre a organização dos serviços administrativos da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

c) A sanção do Presidente da República sobre o projeto de lei é ato unilateral, porém revogável, e
aplica-se a projetos de lei ordinária e de lei complementar, mas não a emendas constitucionais.

d) O Presidente da República possui o prazo de quinze dias úteis, contados do recebimento, para
sancionar expressamente ou vetar o projeto de lei. A omissão implicará na rejeição tácita do
projeto.

e) O veto pode ser político, se o Presidente da República considerar o projeto contrário ao interesse
público, ou jurídico, caso o Presidente da República considere o projeto inconstitucional, hipótese
em que caberá o controle judicial sobre seu mérito.

Comentários

Letra A - incorreta. As emendas aos projetos de lei só podem ser apresentadas por parlamentares,
embora exista a possibilidade prevista no art. 166, § 5º, da CF/88, que não é considerado caso de

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emenda extraparlamentar, e podem ser apresentadas mesmo em caso de projetos de iniciativa


reservada ou privativa.

Art. 166, § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso


Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não
iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

Letra B - correta. O poder de emenda não é absoluto: além de guardar pertinência temática com
a matéria da proposição, as emendas apresentadas pelos parlamentares não podem acarretar
aumento de despesa aos projetos de iniciativa exclusiva do presidente da república, exceto nos
projetos de lei orçamentária anual e lei de diretrizes orçamentárias, nem aos que versem sobre a
organização dos serviços administrativos, da câmara dos deputados, do senado federal, dos
tribunais federais e do ministério público, conforme disposto no art. 63, inciso I e II, da CF/88.

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto


no art. 166, § 3º e § 4º;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

Letra C - incorreta. A sanção do Presidente da República incide sobre o projeto de lei. É um ato
unilateral e irretratável, não é possível desfazer ou revogar a sanção, o que torna a assertiva
incorreta. A sanção é aplicável a projetos de lei ordinária (incluindo projetos de lei de conversão,
resultantes de medida provisória) e de lei complementar. Ou seja, a sanção não se aplica a leis
delegadas, emendas constitucionais e medidas provisórias.

Letra D - incorreta. A sanção pode ser expressa (ato escrito) ou tácita (silêncio, omissão). O
Presidente da República possui o prazo de 15 dias úteis, contados do recebimento, para sancionar
expressamente ou vetar o projeto de lei. Se for omisso, implicará a sanção tácita do projeto,
conforme o art. 66, caput e § 3º, da CF/88, tendo o chefe do Poder Executivo o prazo de 48
(quarenta e oito) horas para promulgar a lei e, caso se omita, caberá ao Presidente do Senado em
igual prazo fazê-lo e, se este também não o fizer, caberá ao Vice-Presidente do Senado realizar a
promulgação da lei, sem prazo constitucional fixado, conforme disposto no art. 66, § 7º, da CF/88.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

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(...)

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará


sanção.

(...)

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

(...)

Assim, o veto é a manifestação formal, expressa e irretratável da discordância do chefe do Poder


Executivo do projeto lei aprovado pelo Poder Legislativo, devendo sempre ser motivado e
informados seus motivos no prazo de 48 horas ao Presidente do Senado, conforme o art. 66, § 1º,
da CF/88. Não existe veto tácito: o que pode ser tácita é a sanção.

Letra E - incorreta. O veto pode ser jurídico, caso o Presidente da República considere o projeto
inconstitucional, ou político, se o Presidente considerar o projeto contrário ao interesse público,
total ou parcial, conforme o art. 66, § 1º, da CF/88. Em ambos os casos, é um ato político, não
cabendo controle judicial sobre suas razões, mas tão apenas sobre sua inoportunidade, se o veto
ocorrer após o prazo constitucional de 15 dias úteis, o que torna a assertiva incorreta.

Gabarito: Letra B.

Leis complementares – quórum de aprovação (art. 69)

18) A respeito do processo legislativo, julgue o item a seguir.

I - Um dispositivo do Código Penal sobre inquérito policial não pode ser alterado por medida
provisória.

II - A edição de lei complementar é realizada mediante processo legislativo ordinário, contudo essa
espécie normativa detém quórum especial para aprovação, devendo ser aprovada mediante
maioria absoluta.

III - Se um projeto de lei complementar for rejeitado, a sua matéria somente poderá ser objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta de 2/3 dos membros de ambas as
Casas do Congresso Nacional.

IV - Leis complementares não são consideradas inconstitucionais pelo fato de veicularem matéria
reservada a leis ordinárias.

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Assinale a opção correta.

a) Todos os itens estão incorretos.

b) Apenas o item IV está certo.

c) Apenas o item III está certo.

d) Apenas os itens I e III estão certos.

e) Apenas os itens I, II e IV estão certos.

Comentários

Item I - correta. O texto constitucional veda que certos temas sejam abordados via Medida
Provisória. Dentre os diversos temas temos o direito penal, razão pela qual é inviável a utilização
da citada norma primária para fins de alteração do Código Penal.

Para relembrar as vedações à edição de medidas provisórias, veja o que diz o art. 62, § 1º, da
CF/88:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I — relativa a:

II — que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro


ativo financeiro;

III — reservada a lei complementar;

IV — já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente


de sanção ou veto do Presidente da República.

Assim, dispositivo do Código Penal não pode ser alterado por medida provisória, por expressa
vedação constitucional de medida provisória sobre o tema.

Item II – correta. O procedimento de edição de lei complementar segue o modelo padrão do


processo legislativo ordinário, sendo igualmente correta a afirmação do item quanto ao quórum
de aprovação exigido.

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Via de regra, o quórum para aprovação do processo legislativo ordinário é de maioria relativa,
presente a maioria absoluta dos seus membros, tal como dispõe o art. 47 da CF/88:

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de
seus membros.

Note que o art. 47 ressalva a possibilidade de o texto constitucional dispor o contrário, sendo um
exemplo dessa disposição o texto do art. 69 da CF/88 que condicionou a aprovação das leis
complementares ao quórum de aprovação especial por maioria absoluta.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Deste modo, o item está correto, vez que há compatibilidade entre o processo legislativo ordinário
e o quórum especial de aprovação das leis complementares.

Item III – incorreta. O item aborda o princípio da irrepetibilidade. Segundo este princípio, um
projeto de lei rejeitado, seja ordinária ou complementar, será arquivado e sua a matéria somente
poderá ser objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa caso haja proposta da maioria
absoluta dos membros de qualquer das Casas.

O citado princípio pode ser considerado em seu aspecto relativo quanto aos projetos de lei e em
aspecto absoluto quanto aos projetos de emenda constitucional ou medidas provisórias, uma vez
que, neste segundo caso, não há sequer a possibilidade dos membros de qualquer das Casas
reapresentarem uma proposta sobre o tema na mesma sessão legislativa.

Para finalizar, veja o art. 67 da CF/88, que é o responsável por dispor sobre a regra geral do tema
e os artigos 60, § e 62, § 10, ambos da CF/88, que o diferenciam para emendas constitucionais e
medidas provisórias:

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Art. 62, § 10 É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória


que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Item IV – correta. As leis complementares podem ser materialmente ou formalmente


complementares. Caso sua matéria veiculada se encontre reservada pela Constituição a esta
espécie normativa, ter-se-á uma lei materialmente e formalmente complementar.

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Por outro aspecto temos ainda uma segunda possibilidade onde a matéria não se encontra dentre
as reservadas pela Constituição como tema objeto de lei complementar, mas vem a ser aprovada
pelo quórum de maioria absoluta, fazendo nascer a possibilidade de uma lei formalmente
complementar e materialmente ordinária.

Ambos os casos retratados são constitucionais segundo o STF, uma vez que não se verifica
qualquer prejuízo caso a matéria objeto de lei ordinária seja aprovada pelo procedimento mais
rigoroso das leis complementares. Aqui aplica-se a lógica do "quem pode mais, também pode
menos".

Para finalizar, lembre-se que, nos casos em que uma lei complementar não versar sobre temas
reservados a essa espécie normativa, esta poderá ter suas disposições alteradas por lei ordinária,
complementar e demais instrumentos legais aplicáveis.

• Lei complementar formal e material: alterada apenas por outra LC.


• Lei complementar formal, com matéria de lei ordinária: alterada por lei ordinária ou
complementar.

Gabarito: Letra E.

Processo Legislativo nos Estados-membros e Municípios

19) Considerando as regras de processo legislativo tidas como de reprodução obrigatória pelos
Estados e Municípios, analise os itens abaixo:

Item I - Só é exigível lei complementar nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição


Federal.

Item II - Como decorrência do princípio da simetria e do princípio da separação dos poderes, as


hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na Constituição Federal,
não podem ser estendidas aos governadores.

Item III - Em função do princípio da simetria, a iniciativa legislativa para deflagrar o processo de
reforma da Constituição estadual deve seguir o modelo previsto na Constituição Federal de 1988.
Por essa razão, a Constituição estadual não pode prever a iniciativa popular para apresentação de
proposta de emenda constitucional.

Item IV - Um estado federado pode, no texto de sua constituição estadual, atribuir ao Poder
Legislativo estadual a competência para dar início ao processo legislativo das leis que disciplinem
a carreira das diversas categorias de servidores públicos do referido estado.

Assinale a alternativa que contém apenas itens incorretos a luz do que foi estabelecido pela
Constituição Federal e sua jurisprudência correlata:

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a) II e III.

b) I e IV

c) II, III e IV.

d) I e II.

e) I, III e IV.

Comentários

Item I – correta. A assertiva está em conformidade com o posicionamento atual do STF e da


doutrina, vez que as hipóteses expressamente apontadas pela Constituição Federal como
reservadas à lei complementar configuram um rol taxativo, sendo exceções ao exigirem um quórum
especial para sua aprovação (maioria absoluta).

Dito isso, o STF firmou o entendimento de que as Constituições Estaduais não podem ampliar as
hipóteses de reserva de lei complementar, ou seja, não podem criar outras hipóteses de lei
complementar além daquelas já previstas na Constituição Federal.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO CONSTITUCIONAL. ARTIGO


57, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, V, VII E VIII, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA
CATARINA. HIPÓTESES DE RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR NÃO CONTIDAS NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO, À
SEPARAÇÃO DE PODERES E À SIMETRIA. PRECEDENTES. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE CONHECIDA E JULGADO PROCEDENTE O PEDIDO. (...)
4. A ampliação da reserva de lei complementar, para além daquelas hipóteses
demandadas no texto constitucional, portanto, restringe indevidamente o arranjo
democrático-representativo desenhado pela Constituição Federal, ao permitir que
Legislador estadual crie, por meio do exercício do seu poder constituinte decorrente,
óbices procedimentais – como é o quórum qualificado – para a discussão de matérias
estranhas ao seu interesse ou cujo processo legislativo, pelo seu objeto, deva ser mais
célere ou responsivo aos ânimos populares. 5. In casu, são inconstitucionais os
dispositivos ora impugnados, que demandam edição de lei complementar para o
tratamento (i) do regime jurídico único dos servidores estaduais e diretrizes para a
elaboração de planos de carreira; (ii) da organização da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar e do regime jurídico de seus servidores; (iii) da organização do sistema
estadual de educação; e (iv) do plebiscito e do referendo – matérias para as quais a
Constituição Federal não demandou tal espécie normativa. (...) STF. Plenário. ADI
5003/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2019.

Item II – incorreta. A forma federativa de estado tem como característica a descentralização do


poder de cada ente, aos quais foi concedida autonomia para se organizarem, administrarem,

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governarem e legislarem. Tendo em vista que cada ente tem sua autonomia concedida pela
Constituição Federal, há nela alguns paradigmas que serão aplicáveis de forma simétrica por todos
os entes, de forma a garantir uma maior sintonia entre as esferas federativas.

Segundo a doutrina, o princípio da simetria e o princípio da separação dos poderes são exemplos
destes paradigmas, razão pela qual se faz necessária a intepretação das competências de cada
Poder no âmbito Federal a fim de adequá-las à realidade dos Estados e Municípios, sendo um
exemplo disso as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da república, disposto no art. 84
da CF/88, que podem ser estendidas aos governadores.

Dito isso, a assertiva está incorreta, vez que há o dever de simetria entre as esferas federativas e
poderá o Governador praticar certos atos privativos do Presidente da República quando
interpretados dentro da realidade do seu Estado Federado, como ocorre no caso da competência
para elaboração de decretos regulamentares.

Item III – incorreta. Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para
emendas ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para
que as Constituições Estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da
Carta Federal.

Tal possibilidade já foi objeto de decisão do STF, sendo incorreta a vedação afirmada pela
alternativa. Veja:

3. É facultado aos Estados, no exercício de seu poder de auto-organização, a previsão


de iniciativa popular para o processo de reformadas respectivas Constituições estaduais,
em prestígio ao princípio da soberania popular (art. 1º, parágrafo único, art. 14, I e III, e
art. 49, XV, da CF). (...) STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 25/10/2018 (Info 921).

Assim, o entendimento que você deve guardar é de que: a Constituição Estadual pode prever a
iniciativa popular para apresentação de proposta de emenda constitucional.

Item IV - incorreta. A Forma Federativa de Estado tem como característica a descentralização do


poder de cada ente, aos quais foi concedida autonomia para se organizarem, administrarem,
governarem e legislarem. Tendo em vista que cada ente tem sua autonomia concedida pela
Constituição Federal, há nela alguns paradigmas que serão aplicáveis de forma simétrica por todos
os entes, de forma a garantir uma maior sintonia entre as esferas federativas.

Segundo a doutrina, o princípio da simetria e o princípio da separação dos poderes são exemplos
destes paradigmas, razão pela qual se faz necessária a intepretação das competências de cada
Poder no âmbito Federal a fim de adequá-las à realidade dos Estados e Municípios, sendo um
exemplo disso as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da república, disposto no art. 84
da CF/88, que podem ser estendidas aos governadores.

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Dito isso, a assertiva está incorreta, posto que as Constituições Estaduais devem respeitar a
repartição de poderes realizada pela CF/88, sendo vedada a possibilidade de o Poder Legislativo
versar sobre a carreira de servidores públicos, vez que esse tema compete aos Governadores no
âmbito estadual e ao Presidente da República na esfera federal, como dispõe o art. 61, §1°, da
CF/88.

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica


ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,


estabilidade e aposentadoria;

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como


normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o


disposto no art. 84, VI;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

Gabarito: Letra C.

Controle judicial do processo legislativo

20) O Supremo Tribunal Federal entende que há a possibilidade de o controle do processo


legislativo ser realizado de forma preventivo pelo Poder Judiciário. Tendo esse entendimento em

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vista, assinale a assertiva que traz corretamente o legitimado para impetrar o Mandado de
Segurança hábil a encerrar a violação ao direito constitucional ao devido processo legislativo.

a) Qualquer partido político.

b) Parlamentar de qualquer Casa Legislativa a qualquer tempo.

c) Partido político com representação no Congresso Nacional.

d) Parlamentar da Casa Legislativa em que esteja tramitando a proposta.

e) Qualquer cidadão.

Comentários

Como bem afirmado pelo enunciado, o STF julgou pela viabilidade do controle preventivo judicial
do processo legislativo, dispondo que o mandado de segurança parlamentar é instrumento hábil
para garantir o devido processo legislativo. Veja:

“É possível a fiscalização jurisdicional do processo de criação dos atos normativos,


desde que, instaurada para viabilizar, incidenter tantum, o exame da compatibilidade
das proposições com o texto da Constituição da República, venha a ser instaurada por
iniciativa de membros do órgão parlamentar perante o qual se acham em curso os
projetos de lei ou propostas de emenda à Constituição. Nesses casos, entende o STF
que a inconstitucionalidade diz respeito ao próprio andamento do processo legislativo.
A inconstitucionalidade, se ocorrente, já existe antes de o projeto ou de a proposta se
transformar em lei ou emenda constitucional, porque o próprio processamento já
desrespeita, frontalmente à Constituição. A jurisprudência do STF reconhece ao
membro do CN - e apenas a ele - qualidade para fazer instaurar o controle jurisdicional
pertinentes ao processo de elaboração das espécies normativas. A possibilidade
extraordinária dessa intervenção jurisdicional, ainda que no próprio momento de
produção das normas pelo CN, tem por finalidade assegurar, ao parlamentar, o direito
subjetivo - que lhe é inerente - de ver elaborados, pelo Legislativo, atos estatais
compatíveis com o texto constitucional [...] (MS 32.033/DF, red. p/ o acórdão Min. Teori
Zavascki, 20.06.2013)”

O citado controle é realizado pela via judicial e visa proteger o direito líquido e certo do
parlamentar de não se ver constrangido a atuar em desacordo com o devido processo legislativo,
tendo que se manifestar e votar projetos evidentemente vedados pelo o ordenamento.

Ainda segundo o STF, tal controle torna-se possível nas hipóteses de violação de normas
constitucionais em seus aspectos formais e procedimentais, sendo verificada a possibilidade de
impetração do mandado de segurança parlamentar em dois casos:

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a) Contra proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; ou

b) Contra projeto de lei ou proposta de emenda cuja tramitação ocorra com violação às
regras de processo legislativo do art. 59 ao 69 da CF/88.

Dito isso, perceba que o legitimado é efetivamente o parlamentar, sendo reforçado no julgado
que "apenas ele" possui legitimidade para tanto. Tendo esse conceito em mente ficamos entre as
alternativas B e D, o que nos leva a pergunta: Qualquer parlamentar tem legitimidade para esse
Mandado de Segurança?

A resposta é não: somente podem impetrar mandado de segurança os congressistas da Casa


Legislativa em que esteja tramitando a proposta. Isso porque o que se visa é proteger o direito do
parlamentar de não ser constrangido a se manifestar em um projeto que não obedece ao
ordenamento jurídico. Se o projeto não se encontra na sua Casa Legislativa, esse não está tendo
seu direito violado, restando prejudicado o seu direito à impetração do mandado de segurança.

Gabarito: Letra B.

Revisão Constitucional (ADCT, art. 3º)

21) A Constituição Federal possibilitou as chamadas emendas constitucionais de revisão, conforme


previsto no art. 3° da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Assim, é correto
afirmar que, após 5 anos contados da promulgação da Constituição, era possível a revisão
constitucional pelo voto da maioria

a) dos presentes no Congresso Nacional, em dois turnos.

b) relativa dos membros do Senado Federal, em dois turnos.

c) absoluta dos membros da Câmara dos Deputados, em dois turnos.

d) absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

e) relativa dos membros do Congresso Nacional, em sessão bicameral.

Comentários

A revisão constitucional é um procedimento único de alteração formal da Constituição Federal que


se encontra previsto no art. 3º do ADCT, sendo uma modalidade de expressão do Poder
Constituinte Derivado que se encontra com o prazo encerrado.

De acordo com o ADCT, a revisão constitucional deveria ser realizada no prazo de 5 anos da
promulgação da CF/88, possibilitando que esta realizasse uma alteração global e geral do texto

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constitucional por meio de um procedimento mais simples que o previsto para a Reforma
Constitucional.

Realizando uma contextualização histórica, entende-se que a revisão buscava operacionalizar uma
eventual alteração constitucional em virtude do plebiscito que ocorreria, no mesmo ano, para
escolha da forma de governo e do sistema de governo que seriam adotados no Brasil. O resultado
deste plebiscito foi pela manutenção da República presidencialista, o que acabou retirando o
aspecto de maior relevância da revisão constitucional.

Como afirmado acima, na revisão constitucional, o procedimento de alteração da Constituição era


mais simples e suas emendas constitucionais seriam aprovadas em turno único, por maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional, devendo a votação ocorrer em sessão conjunta
Unicameral. Portanto, a assertiva correta é a letra D (absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral)

Por fim, lembre-se que a revisão constitucional é o único caso de sessão conjunta unicameral
previsto pela CF/88, sendo que tal modalidade acarreta uma discussão e deliberação conjunta de
ambas as Casas, que se unem como se fossem apenas uma. É diferente da sessão bicameral, onde
as duas Casas deliberam e depois reúnem os resultados.

REVISÃO CONSTITUCIONAL REFORMA CONSTITUCIONAL


Maioria absoluta dos membros Discussão e votação em cada Casa do
Congresso nacional, em dois turnos, com
aprovação, em ambos, por 3/5 dos membros
de cada Casa.
Sessão unicameral Sessão bicameral
Promulgado pela Mesa do Congresso Promulgado pelas duas Casas
Nacional separadamente

Gabarito: Letra D.

Mutação constitucional

22) O Supremo Tribunal Federal em Reclamação 4.335-5/AC, a despeito do contido na


Constituição Federal, entendeu ser dispensável a atuação do Senado Federal para suspender a
validade, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por meio do controle difuso de
constitucionalidade por aquela Corte. Tendo em vista a situação narrada, entende-se que o
posicionamento do STF passou por:

a) mutação constitucional.

b) interpretação conforme a Constituição.

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c) reforma constitucional.

d) declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto.

e) revisão constitucional.

Comentários

O art. 52, inciso X, da CF/88 determina que cabe ao Senado Federal "suspender a execução, no
todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal". Por muito tempo, a interpretação dada a este dispositivo foi de que o Senado deveria,
obrigatoriamente, suspender a execução de todas as leis declaradas inconstitucionais. Com a
Reclamação 4.335-5/AC, o STF alterou seu entendimento e passou a entender que tal
procedimento do Senado seria dispensável.

Note que, no caso apresentado, o sentido do inciso foi alterado, mas o texto da Constituição
permaneceu intacto e completamente constitucional. Esse é o principal indicador de que, na
verdade, ocorre um processo informal de alteração constitucional conhecido como Mutação
Constitucional ou Poder Constituinte Difuso.

A mutação constitucional pode ser conceituada como "um processo informal de alteração de
sentidos, significados e alcance dos enunciados normativos contidos no texto constitucional
através de uma interpretação constitucional que se destina a adaptar, atualizar e manter a
Constituição em contínua interação com a sua realidade social”.3

Nela o que se objetiva é a substituição de uma interpretação antiga por uma nova sendo que, para
o STF, existem 3 situações que a legitimam: a mudança na percepção do direito, as modificações
na realidade fática e as consequências práticas negativas de determinada linha de entendimento.
Para finalizar, veja o quadro abaixo onde está esquematizado os principais conceitos de Mutação
Constitucional, Reforma Constitucional, Revisão Constitucional e Interpretação conforme a
Constituição.

MUTAÇÃO REFORMA REVISÃO INTERPRETAÇÃO


CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL CONFORME A
CONSTITUIÇÃO
A mutação É o poder constituído A Revisão Constitucional A interpretação
constitucional é derivado reformador, foi o instituto jurídico conforme a constituição
fenômeno pelo qual o tem a função de alterar estabelecido pelo art. é uma técnica de
STF confere uma nova formalmente a 3º, do ADCT, da CF, que decisão utilizada para
interpretação a um Constituição, exercendo determinava uma única manter a norma
dispositivo do texto a tarefa de ajustar e revisão do texto infraconstitucional
constitucional, sem, constitucional por meio levada a controle no

3
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium. Salvador: 2012, p. 263-264.

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contudo, alterar a atualizar o texto de um procedimento de ordenamento, na qual o


literalidade do constitucional. alteração global e geral STF identifica, dentre
dispositivo. do texto. várias interpretações
Ocorre por meio das possíveis, aquela que
Emendas Ele foi previsto para o está de acordo com a
Constitucionais. prazo de 5 anos da Constituição.
promulgação da CF,
devendo ser realizado
com formalidades mais
simples que o processo
de reforma.

Gabarito: Letra A.

...

Forte abraço!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

04 de Março de 2023
Tulio Lages
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Poder Judiciário - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Poder Judiciário


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Poder Judiciário - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
22

4) Questões Estratégicas - Poder Judiciário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
25

5) Questionário de Revisão - Poder Judiciário


..............................................................................................................................................................................................
43

6) Lista de Questões Estratégicas - Poder Judiciário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
60

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
66

2
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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Composição do Poder Judiciário (art. 92 da CF/88) 4,2%
Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF/88) 8,3%
Quinto constitucional (art. 94 da CF/88) 8,3%
Garantias dos juízes (arts. 95 da CF/88) 0,0%
Autonomia constitucional e administrativa do Poder Judiciário (art. 96, I e
0,0%
II da CF/88)
Cláusula da reserva de Plenário (art. 97 da CF/88) 12,5%
Juizados especiais e justiça de paz (art. 98 da CF/88) 4,2%
Autonomia financeira do Poder Judiciário (art. 99 da CF/88) 20,8%
Supremo Tribunal Federal (arts. 101 a 103 da CF/88) 12,5%
Súmulas Vinculantes (art. 103-A da CF/88) 8,3%
Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B da CF/88) 0,0%
Superior Tribunal de Justiça (arts. 104 e 105 da CF/88) 12,5%
Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (arts. 106 a 110 da CF/88) 0,0%
Tribunais e Juízes do Trabalho (arts. 111 a 117 da CF/88) 8,3%
Tribunais e Juízes Eleitorais (arts. 118 a 121 da CF/88) 0,0%
Tribunais e Juízes Militares (arts. 122 a 124 da CF/88) 0,0%
Tribunais e Juízes dos Estados (arts. 93, III, 125 e 126 da CF/88) 0,0%

3
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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender bem os
arts. 92 a 126 da CF, buscando a sua memorização paulatina, atentando-se especialmente para os
pontos e orientações a seguir:

• CF, art. 92 (órgãos do Poder Judiciário) – atentar:

- para a lista dos órgãos que compõem o Poder Judiciário (incisos I a VII);

- que o juiz singular é considerado órgão do Poder Judiciário;

- que as decisões do STF e dos tribunais superiores alcançam pessoas e bens localizados em
qualquer lugar do Brasil, já que possuem jurisdição em todo o território nacional (§ 2º);

- que apesar da existência das justiças federal, estadual eleitoral, militar, trabalhista etc., a
estrutura do Poder Judiciário é considerada una, indivisível 1;

- que não há Poder Judiciário municipal no Brasil.

• CF, art. 93 (Estatuto da Magistratura) – atentar:

- que o Estatuto da Magistratura deve ser previsto em lei complementar, de iniciativa do STF
(caput);

- que a OAB deve participar de todas as fases do concurso público para ingresso na carreira de
magistrado (inciso I);

- que a promoção de entrância para entrância, bem como o acesso aos tribunais de segundo
grau, ocorrem por antiguidade e merecimento, alternadamente (incisos II e III);

- que para adquirir vitaliciedade o magistrado deve participar de curso oficial ou reconhecido
por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados (inciso IV);

1
STF – ADI 3367/DF.

4
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- que o limite de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF não se aplica aos membros
da magistratura estadual2 (inciso V c/c art. 37, XI);

- que o magistrado é remunerado por subsídio (inciso V c/c art. 39, § 4º);

- que as regras de aposentadoria e pensão aplicáveis aos magistrados são as mesmas previstas
no regime próprio de previdência social dos servidores públicos (inciso VI);

- que o juiz titular (não o substituto) deve residir na respectiva comarca, exceto se houver
autorização do tribunal (inciso VII);

- que a remoção e a disponibilidade do magistrado, por interesse público, exigem decisão por
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ (inciso VIII);

- que a remoção a pedido e a permuta de magistrados de comarca de igual entrância


obedecem, no que couber, as regras relativas à promoção de magistrados (inciso VIII-A);

- que uma decisão judicial não motivada está sujeita à nulidade (inciso IX);

- que embora, em regra, os julgamentos sejam públicos, a lei (somente ela) pode limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação (inciso IX);

- que as decisões administrativas disciplinares proferidas pelos tribunais exigem o voto da


maioria absoluta de seus membros (inciso X);

- que o órgão especial só pode ser constituído nos tribunais com mais de 25 julgadores e que
tal órgão pode exercer tanto atribuições administrativas quanto jurisdicionais por delegação de
competência do tribunal pleno (inciso XI);

- que o princípio da ininterruptabilidade de jurisdição previsto no inciso XII não afastou o direito
de férias, mas tão somente proibiu que as férias sejam coletivas. Além disso, a vedação de férias
coletivas não alcança o STF ou os tribunais superiores;

- que a quantidade de magistrados na unidade jurisdicional é proporcional a dois fatores: 1) à


efetiva demanda judicial e 2) à respectiva população (inciso XIII);

- que os servidores não podem receber delegação para a prática atos de caráter decisório, mas
tão somente de atos de administração e de mero expediente (inciso XIV).

2
STF – ADI 3.854/DF.

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• CF, art. 94 (quinto constitucional) – atentar:

- que a regra do quinto constitucional prevista no art. 94 NÃO se aplica a tribunais superiores.
Por outro lado, há previsão quinto constitucional aplicável à composição do TST e dos TRTs,
em outros dispositivos – art. 111-A, inciso I e art. 115, inciso I. Assim, há quinto constitucional
na composição dos seguintes tribunais: TRFs, TJs, TST e TRTs.

- que no STJ, a participação de representantes da Advocacia e do Ministério Pública se dá na


ordem de 1/3, não 1/5 (art. 104, inciso II);

- que no caso de o cálculo do quinto não resultar em um número inteiro, deve-se fazer o
arredondamento para cima, para evitar a sub-representação da Advocacia e do Ministério
Público;

- que o tribunal pode recusar (um ou até mesmo todos) os nomes indicados na lista sêxtupla
recebida, mas não pode, ele próprio, substituir os nomes por outros 3.

• CF, art. 95 (garantias dos juízes ou garantias funcionais) – atentar:

- que antes de adquirir a vitaliciedade, o juiz pode perder o cargo por decisão administrativa
do tribunal a que estiver vinculado. Por outro lado, o juiz vitalício não pode perder o cargo por
decisão administrativa, ou por uma decisão judicial qualquer: é necessária sentença judicial
transitada em julgado (inciso I). Entretanto, em caso de condenação por crime de
responsabilidade cometido por Ministro do STF, a perda do cargo se dá por decisão do Senado
(art. 52, inciso II), ou seja, não se dá por decisão judicial;

- que os membros de tribunais se tornam vitalícios desde a posse, mesmo se não eram
magistrados antes disso – como aqueles nomeados em decorrência do quinto constitucional;

- que a garantia da inamovibilidade é aplicável desde a posse do magistrado, mas não é


absoluta (inciso II), podendo ocorrer por motivo de interesse público (art. 93, inciso VIII);

- que a irredutibilidade de subsídio não confere imunidade ou isenção tributária ao magistrado


quanto ao imposto de renda e proventos de qualquer natureza (inciso III c/c arts. 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I);

- que o STF entende que, embora o inciso I do parágrafo único fale em “uma de magistério”, é
permitido o exercício da magistratura em conjunto com mais de uma função de magistério,
desde que não prejudique a atividade judicante4.

3
STF – MS 25.624-SP.
4
STF – 3.126/DF.

6
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• CF, art. 96, incisos I e II (autonomia organizacional e administrativa do Poder Judiciário) –


atentar:

- que o inciso I se aplica a todos os tribunais do Poder Judiciário, conferindo-lhes verdadeiro


poder de autogoverno, com ampla competência em matéria administrativa. Precedente(s)
importante(s):

É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que trata do número de


desembargadores do Tribunal de Justiça Estadual, por violação ao princípio da simetria
e da autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário 5.

- que o inciso II confere ao STF, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça a iniciativa
de lei (“propor ao Poder Legislativo”) destinada a tratar dos assuntos indicados nas alíneas “a”
a “d”, observados, quando for o caso, os limites e requisitos de despesa com pessoal previsto
no art. 169.

• CF, art. 98 (juizados especiais e justiça de paz) – atentar:

- que a criação de juizados especiais e da justiça de paz é uma competência da União somente
no DF e nos Territórios, e dos Estados em seus respectivos limites territoriais (caput);

- que os juizados especiais são providos por juízes togados, ou togados e leigos (inciso I);

- que a justiça de paz é composta de cidadãos eleitos (voto direito, universal e secreto), para
mandato de quatro anos (inciso II);

- que a CF prevê a existência de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal, nos termos
em que dispuser lei federal (§ 1º);

- que não é possível aplicar a receita das custas e emolumentos em atividades não afetas às
específicas da Justiça (§ 2º).

• CF, art. 99 (autonomia financeira do Poder Judiciário) – atentar que, como o Poder Executivo
detém a iniciativa das leis orçamentárias (art. 84, inciso XXIII), a proposta orçamentária do Poder
Judiciário deve ser encaminhada àquele Poder. É também por isso que cabe ao Poder Executivo
realizar as medidas e ajustes referentes ao orçamento do Poder Judiciário nas hipóteses previstas
no § 3º (caso em que o Judiciário não encaminha a proposta no prazo estabelecido na lei de
diretrizes orçamentárias) e § 4º (caso em que o Judiciário encaminha proposta em desacordo com
os limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias). Cumpre destacar que, encaminhando o
Judiciário sua proposta orçamentária ao Executivo obedecendo os limites da LDO e demais
requisitos previstos no art. 99, § 2º, o chefe do Poder Executivo não pode reduzir unilateralmente

5
STF – ADI 170

7
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o orçamento proposto, cabendo a ele remetê-lo ao Poder Legislativo e, se entender pertinente,


solicitar a redução pretendida, conforme entendimento recente do STF:

“É inconstitucional a redução unilateral pelo Poder Executivo dos orçamentos


propostos pelos outros Poderes e por órgãos constitucionalmente autônomos, como o
Ministério Público e a Defensoria Pública, na fase de consolidação do projeto de lei
orçamentária anual, quando tenham sido elaborados em obediência às leis de diretrizes
orçamentárias e enviados conforme o art. 99, § 2º, da CRFB/88, cabendo-lhe apenas
pleitear ao Poder Legislativo a redução pretendida, visto que a fase de apreciação
legislativa é o momento constitucionalmente correto para o debate de possíveis
alterações no Projeto de Lei Orçamentária”6.

• CF, art. 101 (disposições gerais sobre o STF) – atentar: ==5617c==

- para os requisitos a serem preenchidos pela pessoa a ser nomeada ao cargo de ministro do
STF previstos no caput: notável saber jurídico e reputação ilibada, com mais de 35 e menos de
70 anos de idade, em pleno gozo dos direitos políticos (“cidadão”), aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal. Além disso, o cidadão deve ser brasileiro nato (art. 12, §
3º, IV).

- para a seguinte frase para ajudar a memorizar a quantidade de ministros que compõem o STF:
“Somos um Time de Futebol” (um time de futebol é composto por 11 jogadores, mesmo
número de ministros que compõe o Supremo);

- que a aprovação do indicado a Ministro no Senado se dá por maioria absoluta (parágrafo


único), mediante voto secreto, após arguição pública (art. 52, inciso III, “a”).

• CF, art. 102, I (competência originária do STF) – atentar:

- que, na alínea “a”, a ação direta de inconstitucionalidade pode ser de lei ou ato normativo
federal ou estadual, mas a ação declaratória (não é direta!) de constitucionalidade pode ser
somente de lei ou ato normativo federal (não entra estadual);

- que o STF julga as autoridades elencadas na alínea “b” nos crimes comuns, mas nos crimes de
responsabilidade, o julgamento de tais autoridades cabe ao Senado Federal (art. 52, I e II), com
exceção dos membros do Congresso Nacional, que não respondem, a rigor, por crime de
responsabilidade, embora possam perder seu mandato por quebra de decoro parlamentar (art.
55, II), a partir de decisão da respectiva Casa (art. 55, § 2º);

- que embora o STF julgue os Ministros de Estado e os Comandantes das Forças Armadas tanto
por crime comum, como por crime de responsabilidade (alínea “c”), case se trate de crime de

6
STF – ADI 5287.

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responsabilidade conexo como o do Presidente da República, caberá ao Senado o julgamento


(art. 52, I);

- que o Advogado-Geral da União possui status de Ministro de Estado, assim, é julgado pelo
STF nos crimes comuns (alínea “c”), porém, nos crimes de responsabilidade, é julgado pelo
Senado mesmo se o crime não for conexo com o do Presidente da República, por disposição
constitucional expressa (art. 52, II), ao contrário dos Ministros de Estado em geral;

- que o presidente do Banco Central possui status de Ministro de Estado, portanto, a


competência para seu julgamento obedece às mesmas regras previstas para os Ministros de
Estado em geral;

- para não confundir “chefes de missão diplomática de caráter permanente” (alínea “c”) com
“chefes de missão diplomática de caráter temporário” – existe essa função também, conforme
art. 56, inciso II

- que na alínea “d”, o STF julga o habeas corpus quando as autoridades ali apontadas forem
pacientes e julga o mandado de segurança e o habeas data quando as autoridades mencionadas
(que não são exatamente as mesmas do caso do habeas corpus) forem agentes;

- que não há referência à ação popular na alínea “d”: tal ação não está sujeita a foro especial;

- que a prerrogativa de foro no STF: i) não alcança ações de natureza cível; e ii) só é aplicável às
autoridades mencionadas na CF enquanto estiverem no exercício das respectivas funções (o
foro é da função, não da pessoa).

- para não confundir a competência do STF prevista na alínea “e” com a competência dos juízes
federais estabelecida no art. 109, II;

- que na alínea “f” não há menção a conflitos entre Municípios. Embora não expresso na CF,
cabe à Justiça Federal o julgamento, e não ao STF;

- que embora o STF julgue a extradição passiva (alínea “g”), cabe ao Presidente da República a
decisão definitiva, não estando vinculada à decisão do Supremo;

- que não cabe reclamação (alínea “l”) contra atos dos Ministros ou das Turmas do STF 7;

- que a reclamação não é uma espécie de recurso, mas sim de petição constitucional nos termos
do art. 5º, XXXIV8;

7
STF – Rcl. 3916-1, AgR.
8
STF – Rcl 5.470/PA.

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- para não confundir os conflitos previstos na alínea “o” com os previstos no art. 105, I, “d”,
que são de competência do STJ;

- que o rol de competências originárias do STF previsto no art. 102, I é exaustivo, não podendo
ser ampliado por lei, mas tão somente por emenda constitucional 9.

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

Compete ao Procurador-Geral da República, e não ao STF, dirimir conflitos de


competência entre o Ministério Público federal e os Ministérios Públicos dos estados10,
mas cabe ao Supremo decidir, originalmente, sobre os conflitos de competência entre
Ministérios Públicos de estados-membros diferentes11.

Compete ao STF julgar mandado de segurança contra ato de Comissão Parlamentar de


Inquérito12.

• CF, art. 102, II (competência recursal ordinária do STF) – atentar:

- que a alínea “a” diz respeito a decisão denegatória;

- que o crime político é julgado originalmente pelos juízes federais (art. 109, IV), mas o recurso
da decisão é direcionado diretamente ao STF (alínea “b”), “pulando” todas as instâncias
intermediárias.

• CF, art. 102, III e § 3º (competência recursal extraordinária do STF) – atentar:

- que só cabe recurso extraordinário contra decisão de única ou última instância (inciso III) – não
precisa ser proveniente de tribunal, pode ser de juiz de primeiro, inclusive;

- que todas as hipóteses previstas nas alíneas “a” a “d” do inciso III envolvem controvérsia
constitucional, daí a importância do STF em atuar;

- que o recorrente deve demonstrar a existência de repercussão geral, que só poderá ser
recusada pelo STF por decisão com quórum de 2/3 dos membros (§ 3º) - guarde este quórum!

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

9
STF – Pet. 1.738-AgR.
10
STF – ACO/924.
11
STF – ACO 889/RJ.
12
STF – MS 23.619/DF.

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“É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas
causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal 13.

• CF, art. 103-A (Súmula Vinculante) – atentar:

- que três pressupostos devem ser atendidos para que seja editada súmula vinculante (caput e
§ 1º): i) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; ii) controvérsia atual que acarrete grave
insegurança jurídica e multiplicação de processos sobre questão idêntica; iii) aprovação de 2/3
dos membros do STF.

- para os efeitos da súmula vinculante (§ 1º): efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à toda Administração Pública (direta e indireta), de todas as esferas de
governo (federal, estadual e municipal).

- que a súmula vinculante não vincula o STF, a atividade legislativa (função típica) do Poder
Legislativo e a função atípica de legislar do Poder Executivo (ex: medida provisória).

- para o objetivo da súmula vinculante: a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas (§ 1º).

- que a súmula vinculante possui validade a partir de sua publicação na imprensa oficial (caput).

- que a edição de súmula vinculante pode ser iniciada de ofício pelo STF ou por provocação dos
legitimados constitucionais para propor a ação direta de inconstitucionalidade (§ 3º), que estão
arrolados no art. 103, incisos I a IX da CF. Além disso, esses mesmos legitimados constitucionais
(a lei pode prever outros), além do próprio STF, podem propor a revisão ou o cancelamento de
súmula (caput e § 3º).

- para o instrumento jurídico próprio para impugnar ato administrativo ou decisão judicial que
contrarie o enunciado de súmula vinculante ou a aplique de maneira indevida: reclamação ao
STF (§ 3º).

- para os efeitos da procedência da reclamação do § 3º: o STF anulará o ato administrativo ou


cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sema a
aplicação da súmula, conforme o caso.

• CF, art. 103-B (Conselho Nacional de Justiça) – atentar:

13
STF – Súmula 640.

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- para a seguinte frase para ajudar a memorizar a quantidade de membros do CNJ: “Coroa Na
Jovem” (lembrar que em suas festas de 15 anos, muitas jovens usam uma coroa – 15 é a
quantidade de membros do CNJ);

- que os membros do CNJ exercem mandato (caput);

- que o Vice-Presidente do STF não é membro do CNJ – só preside o Conselho nas ausências e
impedimentos do Presidente do STF (§ 1º);

- que, com exceção do Presidente do CNJ (que é o Presidente do STF), os membros do


Conselho são nomeados pelo Presidente da República, após aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal (§ 2º);

- que diversos órgãos/autoridades (tribunais, Procurador-Geral da República, OAB etc.) indicam


os membros que comporão o CNJ (incisos I a XIII), mas se deixarem de fazê-lo no prazo legal
caberá a escolha ao STF (§ 3º);

- que não há limites mínimo e máximo de idade fixados pela CF especificamente para o
nomeado a membro do CNJ;

- que o CNJ é um órgão nacional, não da União14 (inclusive conta com representantes da
magistratura estadual);

- que o CNJ exerce o órgão de controle interno (e não externo) do Poder Judiciário (§ 4º), de
natureza administrativa, financeira e disciplinar (não exerce jurisdição, embora seja órgão do
Poder Judiciário – art. 92, I-A), mas esse controle não alcança o STF e seus ministros;

- que o CNJ possui poder normativo primário, consubstanciado na prerrogativa de editar


normas primárias, dotadas de generalidade, abstração e impessoalidade, que extraem seu
fundamento de validade diretamente da CF;

- que o CNJ pode apreciar a legalidade (não pode apreciar a constitucionalidade) de atos
administrativos (inciso II do § 4º), mas não de atos de conteúdo jurisdicional. Além disso, essa
competência não afasta a possibilidade de fiscalização por parte do TCU;

- que a competência correicional do CNJ não afasta a competência correicional e disciplinar


dos tribunais (inciso III do § 4º) – competência concorrente com todos os tribunais do país,
desnecessitando prévia atuação de suas corregedorias para que o Conselho possa atuar;

14
STF – ADI 3.367/DF.

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- ao rever o processo disciplinar de magistrados, o CNJ pode, inclusive, agravar, abrandar,


cancelar ou reformar a decisão revista15;

- que os membros do Conselho Nacional de Justiça são julgados pelo Senado Federal nos
crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II), mas não possuem foro especial em razão do
desempenho dessa função nos crimes comuns (ou seja, serão julgados pelo foro especial
decorrente do seu cargo de origem, e não de membro do CNJ);

- que os estados-membros não podem criar conselho que funcione como órgão de controle
interno ou externo do seu Poder Judiciário (entendimento do STF);

- para os seguintes precedentes:

“É inconstitucional, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do


Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades”16.

“O Conselho Nacional de Justiça, embora integrando a estrutura constitucional do


Poder Judiciário como órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar
da magistratura – excluídos, no entanto, do alcance de referida competência o próprio
Supremo Tribunal Federal e seus Ministros (ADI 3.367/DF) –, qualifica-se como
instituição de caráter eminentemente administrativo, não dispondo de atribuições
funcionais que lhe permitam, quer colegialmente, quer mediante atuação monocrática
de seus Conselheiros ou, ainda, do Corregedor Nacional de Justiça, fiscalizar,
reexaminar e suspender os efeitos decorrentes de atos de conteúdo jurisdicional
emanados de magistrados e Tribunais em geral, razão pela qual mostra-se arbitrária e
destituída de legitimidade jurídico-constitucional a deliberação do Corregedor
Nacional de Justiça que, agindo ‘ultra vires’, paralise a eficácia de decisão que tenha
concedido mandado de segurança”17.

“os estados-membros carecem de competência constitucional para instituir, como


órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da atividade
administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva justiça”18.

• CF, art. 104 (disposições gerais sobre o Superior Tribunal de Justiça) – atentar:

- que o STJ poderá ser composto por mais de 33 Ministros (caput);

15
STF – MS 33565/DF.
16
STF – Súmula 649.
17
STF – MS 28.611 MC-AgR/DF.
18
STF – ADI 3.367.

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- para os requisitos a serem preenchidos pela pessoa a ser nomeada para o cargo de ministro
do STJ previstos no parágrafo único – veja que não é necessário que o indicado seja brasileiro
nato, pode ser naturalizado!

- para a seguinte frase para ajudar a memorizar a quantidade mínima de ministros que compõem
o STJ: “Somos Todos Jesus” (lembrar que Jesus Cristo morreu aos 33 anos);

- que a aprovação do indicado a Ministro no Senado se dá por maioria absoluta (parágrafo


único), mediante voto secreto, após arguição pública (art. 52, inciso III, “a”);

- que não são destinadas vagas no STJ a magistrados da Justiça Eleitoral, Militar ou do Trabalho,
tampouco a membros do Ministério Público do Trabalho ou do Ministério Público Militar (incisos
I e II);

- para a diferença entre o processo de escolha do Ministro do STJ quando a vaga é destinada
a membros da magistratura (inciso I), ou a membros da Advocacia e do Ministério Público (inciso
II).

• CF, art. 105, I (competência originária do STJ) – atentar:

- na alínea “a”, que o STJ não julga os Governadores nos crimes de responsabilidade (esse
julgamento também não cabe à Assembleia Legislativa, como ocorre na esfera da União, em
que o Senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Com efeito,
cabe à um Tribunal Especial, composto de 5 membros do Poder Legislativo Estadual e de 5
desembargadores de Justiça realizar tal julgamento, conforme Lei 1.079/1950);

- que no que toca aos Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas, quando
figurarem como autoridades coatoras, a competência para julga o habeas corpus é o STJ (alínea
“c”). Quando forem pacientes, quem julga é o STF (art. 102, I, “d”);

- mais uma vez, para não confundir os conflitos previstos na alínea “d” com os previstos no art.
102, I, “o”, que são de competência do STF. Observar que não há de se falar em conflito de
competência entre um tribunal e juiz a ele vinculado, já que este se submete jurisdicionalmente
àquele;

- que assim como o STF (art. 102, I, “j”), o STJ possui competência para julgar as revisões
criminais e as ações rescisórias de seus julgados (alínea “e”);

- que o STJ também é competente para julgar a reclamação constitucional para a preservação
de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões (alínea “f”), assim como o STF
(art. 102, I, “l”);

• CF, art. 105, II (competência recursal originária do STJ) – atentar:

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- que as alíneas “a” e “b” dizem respeito a recurso contra decisões denegatórias de habeas
corpus ou mandado de segurança;

- para não confundir a competência do STJ prevista na alínea “c” com a do STF disposta no art.
102, I, “e”, ou com a dos juízes federais, prevista no art. 109, II.

• CF, art. 105, III (competência recursal extraordinária do STJ) – atentar:

- que só cabe recurso especial contra decisão de única ou última instância, por algum TRF ou
TJ (inciso III) – veja que no recurso extraordinário, cujo julgamento compete ao STF, a decisão
recorrida não precisa ter sido proferida por TRF ou TJ (art. 102, III);

- que todas as hipóteses previstas nas alíneas “a” a “c” do inciso III envolvem controvérsia
envolvendo a lei federal, ao contrário do que acontece no recurso extraordinário, em que a
controvérsia é de ordem constitucional (art. 102, III, alíneas “a” a “d”);

- que ao contrário do que acontece no recurso extraordinário perante o STF, no recurso especial
perante o STJ não há necessidade de o recorrente demonstrar a existência de repercussão
geral.

Nada obstante, no recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões
de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a
admissão do recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer
com base nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão
competente para o julgamento (art. 105, § 2º).

A CF/88 estabelece que essa relevância haverá nos seguintes casos (art. 105, § 3º):

a) ações penais;

b) ações de improbidade administrativa;

c) ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos;

d) ações que possam gerar inelegibilidade;

e) hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior


Tribunal de Justiça;

f) outras hipóteses previstas em lei.

• CF, art. 109, § 5º (incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal) – atentar:

- que só é cabível em caso de grave violação de direitos humanos;

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- que a finalidade é assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados


internacionais de direitos humanos (não é qualquer tratado!) dos quais o Brasil seja parte;

- que somente o Procurador-Geral da República (PGR) pode suscitar o incidente de


deslocamento;

- que o exercício dessa competência por parte do PGR pode ocorrer em qualquer fase do
inquérito ou processo;

- que o PGR deve suscitar perante o STJ o incidente de deslocamento.

• CF, arts. 106 a 110 (Justiça Federal) – atentar:

- que a idade mínima para o nomeado a juiz de TRF é 30 anos (art. 107, caput), diferente,
portanto, da idade mínima para os nomeados a Ministro do STF ou do STJ, que é de 35 anos
(art. 101, caput e art. 104, parágrafo único);

- que cada TRF será composto por, no mínimo, 7 sete juízes – ou seja, esse número pode ser
maior (art. 107, caput);

- que assim como o STF (art. 102, I, “j”), e o STJ (art. 105, I, “e”), os TRFs possuem competência
para julgar, originalmente, as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados (art. 108,
I, “b”). Além disso, os TRFs julgam as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados de
juízes federais da região;

- que as causas em que figure sociedade de economia mista federal não são julgadas pela
Justiça Federal – note que o art. 109, I, não menciona essa espécie de entidade;

- que nos Territórios Federais, os juízes da justiça local é que ficam incumbidos da jurisdição e
das atribuições cometidas aos juízes federais (art. 110, parágrafo único).

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

“Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de
falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta
de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que
expedidas pela Marinha do Brasil”19.

• CF, arts. 111 a 117 (Justiça do Trabalho) – atentar:

19
STF – Súmula Vinculante 36.

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- para a seguinte frase para ajudar a memorizar a quantidade de ministros que compõem o TST:
“Trinta Sem Três” (30 – 3 = 27);

- para os requisitos a serem preenchidos pela pessoa a ser nomeada para o cargo de ministro
do TST previstos no art. 111-A, caput – veja que não é necessário que o indicado seja brasileiro
nato, pode ser naturalizado!

- que a aprovação do indicado a Ministro no Senado se dá por maioria absoluta, mediante voto
secreto, após arguição pública (art. 52, inciso III, “a”);

- para a diferença entre o processo de escolha de Ministro do TST quando a vaga é destinada
a membros da magistratura (art. 111-A, inciso II), ou a membros da Advocacia e do Ministério
Público (art. 111-A, inciso I).

- que não são destinadas vagas no TST a magistrados da Justiça Eleitoral, Militar, Federal ou
Estadual/do DF, tampouco a membros do Ministério Público Federal, Militar, do DF e Territórios
ou dos Estados (art. 111-A, incisos I e II);

- que o TST também é competente para julgar a reclamação constitucional para a preservação
de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões (art. 111-A, § 3º), assim como o
STF (art. 102, I, “l”) e o STJ (art. 105, I, “f”);

- que os TRTs, assim como os TRFs, são compostos por, no mínimo, 7 juízes (art. 107, caput e
art. 115, caput);

- que a idade mínima para o nomeado a juiz de TRT é 30 anos (art. 115, caput), assim como
ocorre nos TRFs (art. 107, caput), e diferente, portanto, da idade mínima para os nomeados a
Ministro do STF, do STJ, ou do TST, e a Ministro civil do STM, que é de 35 anos (art. 101, caput,
art. 104, parágrafo único, art. 111-A, caput e art. 123, parágrafo único, da CF/88);

- para não confundir os conflitos previstos no art. 114, V, que são de competência da Justiça do
Trabalho, com os do art. 105, I, “d”, ou com os previstos no art. 102, I, “o”, que são de
competência do STF.

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização


por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de

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mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº


45/04”20.,

“A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada


em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa
privada”21.

“A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição


Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao
objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela
homologados”22.

• CF, arts. 118 a 122 (Justiça Eleitoral) – atentar:

- para a seguinte palavra para ajudar a memorizar a quantidade mínima de ministros que
compõem o TSE: “SET” (trocando as letras “T”, “S” e “E” chegamos à palavra “SET”, muito
parecida com “SETE”, ou seja, 7, que é o número mínimo de membros do TSE);

- que na Justiça Eleitoral há previsão constitucional, além de tribunais e juízes, de “juntas”


(Juntas Eleitorais), o que não ocorre no restante do Poder Judiciário;

- que diferente do que ocorre na nomeação de Ministros para compor o STF, o STJ e o TST,
que sempre é realizada pelo Presidente da República, no TSE o chefe do Poder Executivo
Federal só nomeia dois membros: os demais são oriundos do STF e do STJ, escolhidos mediante
eleição pelo respectivo tribunal;

- que não são expressamente previstos na CF os requisitos de idade aos nomeados a ocupar o
cargo de membro do TSE;

- que os Ministros do TSE servem por prazo mínimo e máximo determinado – no mínimo dois
anos e, no máximo, dois biênios consecutivos (art. 121, § 2º);

- que as decisões do TSE, em regra, são irrecorríveis (art. 121, § 3º)

• CF, arts. 122 a 124 (Justiça Militar) – atentar:

20
STF – Súmula Vinculante 22.
21
STF – Súmula Vinculante 23.
22
STF – Súmula Vinculante 53.

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- para a seguinte frase para ajudar a memorizar a quantidade de ministros que compõem o
STM: “Somos Todas Moças” (lembrar que 15 anos é uma idade especial para muitas moças –
15 é a quantidade de Ministros que compõem o STM);

- que o STM não examina matéria proveniente da Justiça Militar estadual ou do DF;

- que a Justiça Militar da União possui competência exclusivamente penal (art. 124, caput);

- a Justiça Militar da União pode julgar também civis, caso cometam ilícito definido em lei como
crime militar.

• CF, arts. 125 e 126 (Justiça Estadual) – atentar:

- que cabe à Constituição Estadual definir a competência dos Tribunais de Justiça (art. 125, §
1º). Lembrar que o DF não possui competência para organizar e manter a Justiça do DF,
tampouco sobre ela legislar, cabendo à União realizar tais atribuições (arts. 21, XIII e 22, XVII);

- que a competência da Justiça Estadual é residual, abrangendo tudo que não seja atribuição
dos demais órgãos do Poder Judiciário;

- para a possibilidade de lei estadual criar a Justiça Militar estadual (art. 125, § 3º). Prestar
atenção nas atribuições de tal Justiça (art. 125, §§ 4º e 5º). Observar que a Justiça Militar
estadual não julga civis em nenhuma hipótese, somente militares dos estados-membros (art.
125, § 4º) – ou seja, policiais militares e bombeiros militares – em determinadas matérias (crimes
limitares definidos em lei e ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil – art. 125, § 4º).

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

É constitucional lei estadual iniciada pelo Poder Judiciário que cria novos registros de
títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas, uma vez que os Tribunais de Justiça
têm competência privativa para propor leis que disponham sobre serventias judiciais e
extrajudiciais23.

• CF, art. 100 (precatórios) – atentar:

- que os débitos de natureza alimentícia possuem prioridade na ordem de pagamento (§§ 1º e


2º);

23
STF - ADI 2127

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- que os pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor não estão
submetidas ao regime de precatórios (§ 3º);

- que o valor do débito constante do precatório é atualizado no momento do pagamento (§ 5º);

- que é crime de responsabilidade o retardo ou tentativa de frustrar a liquidação regular de


precatório, por parte do Presidente do Tribunal competente, seja por ato comissivo ou omissivo
(§ 7º).

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

É necessário o “uso de precatórios no pagamento de dívidas da Fazenda Pública,


independente de o débito ser proveniente de decisão concessiva de mandado de
segurança, ressalvada a exceção prevista no § 3º do art. 100 da Constituição da
República”24.

• Dica importante 1: cabe sempre ao próprio tribunal o julgamento de mandado de segurança e


de habeas data contra atos por ele praticados (art. 102, I, “d”; art. 105, I, “b”; art. 108, I, “c”);

• Dica importante 2: caberá sempre à instância imediatamente acima julgar o habeas corpus
contra ato praticado por tribunal;

• Dica importante 3: O Poder Judiciário não atua de ofício (por iniciativa própria), mas somente
quando é provocado, em razão do princípio da inércia.

• Perceba que há previsão de funcionamento de escola de formação e aperfeiçoamento de


magistrados, bem como de Conselho de supervisão administrativa e orçamentária tanto junto ao
STJ (art. 105, parágrafo único) como ao TST (art. 111, § 2º), mas não há tal previsão para os demais
tribunais na CF (embora, na prática, possa existir, mediante instituição por lei ou outro normativo).

• Para saber, dentre os tribunais superiores e o STF, quais possuem quantitativo mínimo ou
quantitativo exato de membros em sua composição, guarde o número 40. Isso porque se
somarmos a quantidade (mínima ou exata) dos membros desses tribunais, a única combinação que
chegará ao número 40 é somando-se o número (mínimo) de membros do STJ (33) com o número
(mínimo) de membros do TSE (7) – são justamente esses dois tribunais que possuem quantidade
mínima de membros estipulada pela CF; os demais (STF, TST e STM) possuem quantidade exata
estipulada na Constituição.

• Para cada tribunal, prestar atenção: ao processo de escolha, aos requisitos a serem atendidos
para os nomeados, composição, quantidade de membros, competências. Dê prioridade a

24
STF – ADPF 250

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compreender bem os principais pontos sobre o STF, depois STJ, em seguida os demais Tribunais
Superiores e, por fim, os demais órgãos.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova,
considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no
conteúdo, na legislação e nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Poder Judiciário (arts. 92 a 126 da CF/88)", “Autonomia financeira do Poder
Judiciário (art. 99 da CF/88)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de
ser(em) cobrado(s) pela banca.

Autonomia financeira e orçamentária do Poder Judiciário


(art. 99, CF)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo
considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º
deste artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em
desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Em função de ser(em) recente(s), a(s) seguinte(s) alteração(ões) legislativa(s) possui(em) grandes


chances de ser(em) cobrada(s):

Alteração legislativa introduzida pela EC 125/2022

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de
critérios objetivos ou minimamente razoáveis.

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Art. 105, § 2º No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de
direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão
do recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base
nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o
julgamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

I - ações penais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

II - ações de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos;
==5617c==

(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

IV - ações que possam gerar inelegibilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de
2022)

V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior


Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)

VI - outras hipóteses previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
Alteração legislativa introduzida pela EC 122/2022
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada. (...)

Art. 104, parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (...)

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de trinta e menos de setenta anos de idade, sendo: (...)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (...)

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Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de setenta anos de idade, sendo: (...)

Art. 123, parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, sendo:

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Composição do Poder Judiciário (art. 92 da CF/88)

1. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Assinale a opção que apresenta ó rgão do P o der


Judiciário que integra a justiça especializada.
A) Tribunal dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
B) Tribunal Regional Federal
C) Supremo Tribunal Federal
D) Tribunal Superior do Trabalho
E) Conselho Nacional de Justiça
Comentários:
Integram a Justiça Comum: a Justiça Estadual, do Distrito Federal e Federal e os órgãos delas
decorrentes. Por sua vez, integram a Justiça Especializada: a Justiça do Trabalho, a Justiça
Eleitoral, a Justiça Militar e os órgãos delas decorrentes. Em sendo assim:
Gabarito: letra D.

Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF/88)

2. (CESPE/2013/STF/AJAJ) A respeito da organização do Estado e do Po der J udiciário, j ulgue o


item a seguir, de acordo com a jurisprudência do STF.

Em razão de ausência de previsão expressa na Constituição Federal de 1988 (CF), na hipótese de


promoção, por merecimento, de juízes federais para tribunal regional federal, o presidente da

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República não está vinculado a escolher o nome que figurar em lista tríplice por três vezes
consecutivas ou cinco alternadas.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

É obrigatória a promoção do magistrado que figurar por 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas


em lista de merecimento, sendo obrigatória a escolha do nome do juiz em questão, nesses
casos, pelo Presidente da República - arts. 93, inciso II, alínea "a", e 107, inciso II, da CF/1988:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

(...)

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e


merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de setenta anos, sendo:

(...)

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de


exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

3. (CESPE/2010/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) A respeito dos Poderes Legislativo, E xecutivo


e Judiciário, julgue o item que se segue.

O ingresso na carreira de magistratura se dá mediante concurso público de provas e títulos,


divididas em fases, nas quais é obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, no
mínimo, na primeira fase, podendo aspirar ao cargo os bacharéis em direito com, no mínimo,
três anos de atividade jurídica.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

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A participação da OAB no concurso da carreira da magistratura dá-se em todas as fases, não é


"no mínimo na primeira fase" do certame, conforme o art. 93, inciso I, da CF/1988:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil
em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de
atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

4. (CESPE/2010/TRE-BA/AJAJ) No que se refere à organização dos po deres no E stado, j ulgue o


seguinte item.

A CF confere aos tribunais com número superior a trinta e cinco julgadores a discricionariedade
quanto à constituição de órgão especial, para o exercício das atribuições administrativas e
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

Essa possibilidade é prevista para os tribunais com número superior a 25 julgadores, não
superiores a 35 julgadores, conforme o art. 93, inciso XI, da CF/1988:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

(...)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas
da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

Quinto constitucional (art. 94 da CF/88)

5. (CESPE/2015/TRE-GO/AJAJ) Considerando a j urisprudência do Supremo T ribunal Federal,


julgue o item que se s egue, ac erca do processo el eitoral, da c o mposição do s tribunais
regionais eleitorais e de cabimento recursal.

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Exige-se dos advogados que integrarão os tribunais regionais eleitorais o exercício efetivo de,
no mínimo, dez anos de atividade profissional, não estando prevista na Constituição Federal a
participação do órgão de representação da classe dos advogados nesse processo de escolha.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

O STF, no julgamento do RMS 24334/PB, concluiu que os advogados que integram o TSE devem
ter 10 anos de experiência na advocacia, conforme a regra prevista no art. 94, caput, da
CF/1988:

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e
de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Garantias dos juízes (arts. 95 da CF/88)

6. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Acerca do contorno c onstitucional do P o der J udiciário e do s s eus


órgãos, julgue o item a seguir.

A inamovibilidade constitui garantia que é deferida apenas aos juízes titulares, não alcançando
os substitutos.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

O art. 95, inciso II, da CF/1988 não restringe a garantia da inamovibilidade aos juízes titulares:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

(...)

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

7. (CESPE/2002/TJ-AC/AJAJ) Acerca do Poder Judiciário na Constituição da República de 1988,


julgue o item seguinte.

É assegurado aos juízes titulares o recebimento de custas em mandado de segurança coletivo.

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Comentários

GABARITO: “ERRADO”

O art. 95, parágrafo único, inciso II, da CF/1988 veda o recebimento de custas processuais:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

(...)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

(...)

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

8. (CESPE/2002/TJ-AC/AJAJ) Acerca do Poder Judiciário na Constituição da República de 1988,


julgue o item seguinte.

Os juízes receberão participação em processo de reintegração de posse após análise do


presidente do tribunal de justiça estadual, que emitirá parecer.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

O art. 95, parágrafo único, inciso II, da CF/1988 veda a participação, a qualquer título ou
pretexto, em processo:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

(...)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

(...)

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

Autonomia constitucional e administrativa do Poder Judiciário (art. 96, I e II da


CF/88)

9. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) A iniciativa para deflagrar o processo l egislativo


de criação de cargos públicos no âmbito dos tribunais de justiça é competência do

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A) presidente da República.
B) presidente do STF.
C) presidente do STJ.
D) presidente do respectivo tribunal de justiça.
E) ministro da Justiça.
Comentários:
A criação de cargos públicos no âmbito dos tribunais de justiça pode ser esclarecida através da
análise do art. 96, II, “b”, da CF/88. Vejamos:

Art. 96. Compete privativamente: (...)

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça


propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: (...)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos


juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;

Gabarito: letra D.

Cláusula da reserva de Plenário (art. 97 da CF/88)

10. (CESPE/2015/TJDFT/AJOJ) A respeito do controle de c o nstitucionalidade e da c l áusula de


reserva de plenário, julgue o item seguinte, à luz do entendimento do STF.

Decorre da aplicação da Súmula Vinculante n.º 10 a desnecessidade de a parte formular pedido


de deslocamento de incidente de constitucionalidade para o pleno do tribunal, já que o envio é
dever de ofício do órgão fracionário.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

Eis o teor da Súmula Vinculante nº 10:

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Conforme entendimento do STF no julgamento da Rcl 12.275-AgR - julgamento em 22/05/2014


-, é desnecessário que as partes peçam que haja o deslocamento do incidente de

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inconstitucionalidade para o Tribunal Pleno, pois esse envio é dever de ofício do órgão
fracionário.

11. (CESPE/2017/TRF 1/AJOJ) Acerca do Poder Judiciário, julgue o item que se segue.

No exercício do controle difuso de constitucionalidade, o tribunal que, em decisão de órgão


fracionário, afastar a incidência, em parte, de ato normativo do poder público, sem declarar
expressamente a sua inconstitucionalidade, violará cláusula de reserva de plenário.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

O enunciado está de acordo com o disposto na Súmula Vinculante 10 do STF:

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

12. (CESPE/2017/TRF 1 /AJAJ) A respeito do c o ntrole de c onstitucionalidade no B rasil e das


competências do Supremo Tribunal Federal, julgue o seguinte item.

Órgão fracionário de tribunal que afaste a incidência, no todo ou em parte, de lei ou ato
normativo, ainda que não declare expressamente a sua inconstitucionalidade, violará a cláusula
de reserva de plenário.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

A afirmativa está em consonância com a Súmula Vinculante 10 do STF:

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

13. (CESPE/2015/TJDFT/AJOJ) A respeito do controle de c o nstitucionalidade e da c l áusula de


reserva de plenário, julgue o item seguinte, à luz do entendimento do STF.

O STF, mitigando norma constitucional, entende que é dispensável a submissão da demanda


judicial à regra da reserva de plenário quando a decisão do tribunal basear-se em jurisprudência
do plenário ou em súmula do STF.

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Comentários

GABARITO: “CERTO”

É exatamente esse o entendimento exarado pelo STF no ARE 914.045 RG:

“A jurisprudência pacífica desta Corte, agora reafirmada em sede de repercussão


geral, entende que é desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da
reserva de plenário na hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em
jurisprudência do Plenário do STF ou em Súmula deste Tribunal, nos termos dos arts.
97 da CF e 481, parágrafo único, do CPC.”

Autonomia financeira do Poder Judiciário (art. 99 da CF/88)

14. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Acerca do contorno constitucional do P o der J udiciário e do s s eus


órgãos, julgue o item a seguir.

O Poder Judiciário goza de autonomia administrativa, razão por que auto-organiza seus serviços,
mas não detém autonomia financeira.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

O art. 99, caput, da CF/1988 preconiza que o Poder Judiciário também possui autonomia
financeira:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

Supremo Tribunal Federal (arts. 101 a 103 da CF/88)

15. ( CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Segundo a CF, o Supremo Tribunal Federal possui competência para processar e
julgar, originariamente,
A) a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
B) o mandado de injunção, quando a norma regulamentadora for atribuição dos tribunais de
justiça dos estados.
C) os membros dos tribunais de justiça dos estados em infrações penais comuns.
D) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e demais tribunais.
E) o habeas corpus em que figurem como pacientes procuradores-gerais de justiça dos estados.

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Comentários:

Letra A – incorreta. Lei ou ato normativo estadual não é objeto de ação declaratória de
constitucionalidade por parte do STF. Vejamos:

CF/88, art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e


a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Letra B – incorreta. Em verdade, o STF é competente para processar e julgar o mandado de


injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas
de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, da CF/88).

Letra C – incorreta. Compete ao STF processar e julgar, nas infrações penais comuns, o
Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República (art. 102, I, “b”, da CF/88).

Letra D – correta. É o teor do art. 102, I, “o”, da CF/88. Vejamos:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer


tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

Letra E – incorreta. Em se tratando de HC, compete ao STF processar e julgar o habeas corpus,
sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança
e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do
próprio Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”, da CF/88).

Gabarito: letra D.

Súmulas Vinculantes (art. 103-A da CF/88)

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16. (CESPE/2016/TRE-PI/AJAJ/Adaptada) Acerca dos Poderes da República e das funçõe s


essenciais à justiça, julgue os itens.
a) Em razão do princípio da separação dos poderes, a súmula vinculante editada pelo STF é
efetiva apenas para os órgãos do Poder Judiciário.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

As Súmulas Vinculantes do STF possuem efeito vinculante em relação aos demais órgão do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta em todas as esferas, conforme
disposto no art. 103-A da CF/1988:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

b) Eventual conflito de competência entre um tribunal regional eleitoral e um tribunal regional


federal deverá ser revolvido pelo STF.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

O STJ, não o STF, é competente para julgar conflitos entre Tribunais Regionais, nos termos do
art. 105, inciso I, alínea “d”, da CF/1988:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

(...)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.


102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos;

Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B da CF/88)

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17. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) Os componentes do Conselho Nacional de Justiça incluem


a) um desembargador de tribunal de justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
b) o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.
c) dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, ambos indicados pela Câmara dos
Deputados.
d) um advogado indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
e) um juiz estadual, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Comentários

GABARITO: anulada. Havia duas possibilidades de resposta: “A” e “D”, conforme explicado a
seguir:

A: certo. O STF indica um desembargador de TJ para compor o CNJ, conforme o art. 103-B,
inciso IV, da CF/1988:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal


Federal;

B: errado. O vice-presidente do STF até pode compor o CNJ, mas apenas nas ausências do
Presidente, de acordo com o § 1º do art. 103-B da CF/1988:

Art. 103-B

(...)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas


suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.

C: errado. Um dos cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada que compõem o CNJ é
indicado pela Câmara dos Deputados, o outro é indicado pelo Senado Federal, conforme
previsto no art. 103-B, inciso XIII, da CF/1988:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

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XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

D: certo. Na verdade o CNJ é composto por 2 advogados indicados pelo Conselho Federal da
OAB. Apesar de constar na assertiva que o CNJ é composto por 1 advogado (e não 2), não
podemos deixar de considerar que a alternativa está correta, uma vez que “um” faz parte de
“dois”. Note que a assertiva não restringiu a composição do CNJ a “apenas um advogado
indicado pelo Conselho Federal da OAB”, por exemplo. Assim, a assertiva está “incompleta”,
mas não incorreta. De todo modo, a banca preferiu anular a questão, em razão da dúvida gerada
ao candidato em relação à mencionada restrição. Segue o teor do art. 103-B, inciso XII, da
CF/1988:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;

E: errado. O juiz estadual que compõe o CNJ é indicado pelo STF, não pelo STJ, conforme o art.
103-B, inciso, da CF/1988:

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

(...)

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

18. (CESPE/2016/TRE PI/AJAA) No que se refere ao Poder Judiciário na ordem jurídica


constitucional, assinale a opção correta.

a) Cabe recurso contra decisão proferida por tribunal regional eleitoral que conceda mandado
de segurança, o qual deve ser dirigido ao Tribunal Superior Eleitoral.

b) Cabe ao presidente da República nomear dois juízes, entre seis advogados indicados pela
Ordem dos Advogados do Brasil, para a composição dos Tribunais Regionais Eleitorais.

c) O presidente de determinado tribunal que praticar ato comissivo ou omissivo que retarde a
liquidação regular de precatório, incorrerá em infração funcional, a qual não poderá ser apurada
pelo Conselho Nacional de Justiça, por ser a apuração de competência privativa da corregedoria
do tribunal.

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d) Cabe ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente conflitos de


competência entre o Tribunal Superior Eleitoral e tribunal regional eleitoral.

e) No exercício de sua competência correicional, o Conselho Nacional de Justiça pode apreciar


reclamações contra membros do Poder Judiciário bem como aplicar as correspondentes
sanções, mesmo quando a corregedoria do tribunal tiver absolvido o magistrado pelo ato.

Comentários

GABARITO: “E”

A competência correicional do CNJ para apreciar reclamações contra membros do Poder


Judiciário bem como para aplicar-lhes as sanções correspondentes não prejudica a competência
disciplinar e correicional dos tribunais, conforme o art. 103-B, § 4º, inciso III, da CF/1988:
==5617c==

Art. 103-B O Conselho Nacional de Justiça...

(...)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder


Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de
outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura

(...)

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder


Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de
serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou
oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais,
podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa.

A: errada. Cabe recurso da decisão de TRE que denegar, não que determinar, a concessão de
mandado de segurança - art. 121, § 4º, inciso V, da CF/1988:

Art. 121.

(...)

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

(...)

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V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de


injunção.

B: errada. A OAB não participa da escolha dos advogados para composição dos TREs; esses
advogados são indicados pelo Tribunal de Justiça, nos termos do art. 120, § 1º, inciso III, da
CF/1988:

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no


Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

(...)

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

C: errada. O art. 100, § 7º, da CF/1988 prevê que o CNJ também apura os crimes de
responsabilidade decorrentes de retardamento ou tentativa de frustração de liquidação regular
de precatórios, em relação aos Presidentes de Tribunais:

Art. 100. (...)

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo,


retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.

D: errada. Na verdade, não chega a haver conflito de competência entre TSE e TRE, por se tratar
de questão hierárquica: vale a lógica de que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

Superior Tribunal de Justiça (arts. 104 e 105 da CF/88)

19. (CEBRASPE/2021/SEFAZ -AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando as


disposições legais acerca do Poder Judiciário, além do entendimento do Supremo T ribunal
Federal, julgue o item a seguir.
O Conselho Nacional de Justiça e o Conselho da Justiça Federal, por serem órgãos
exclusivamente administrativos do Poder Judiciário, não possuem competência jurisdicional.
Comentários:

De fato, tanto o CNJ quanto o CJF não possuem competência jurisdicional, uma vez que são
órgãos administrativos. Vejamos o que dispõe o art. 105, parágrafo único, I e II, da CF/88, sobre
o tema. Vejamos:

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Art. 105, Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe,


dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante.

Gabarito: certo.

20. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Co ntrole) Considerando as


disposições legais acerca do Poder Judiciário, al ém do entendimento do Supremo T ribunal
Federal, julgue o item a seguir.
Para a promoção de juiz federal, pelo critério de merecimento, para o respectivo tribunal
regional federal, é constitucional a vinculação da escolha presidencial ao nome que figure em
lista tríplice por três vezes consecutivas ou cinco alternadas.
Comentários:

Para responder esta assertiva, vejamos o seguinte julgado do STF:

Promoção de juiz federal pelo critério do merecimento para o TRF. Ampla


discricionariedade do presidente da República fundada em interpretação literal do art.
107 da CF. Inadmissibilidade. Vinculação da escolha presidencial ao nome que figure
em lista tríplice por três vezes consecutivas ou cinco alternadas. Exigibilidade.
Necessidade de exegese sistemática das normas gerais aplicáveis à magistratura
nacional. Incidência do art. 93, II, a, na espécie. Alteração introduzida pela EC 45/2004
no inciso III do mencionado dispositivo que não altera tal entendimento. MS 30.585,
rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 12-9-2012, P, DJE de 28-11-2012.] e MS 31.375, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 26-6-2013, P, DJE de 8-8-2013

Gabarito: certo.

Tribunais e Juízes Eleitorais (arts. 118 a 121 da CF/88)

21. (CESPE/2015/TRE-RS/AJAJ/Adap tada) A respeito da o rganização dos P o deres Legislativo,


Executivo e Judiciário, julgue os itens.

Compete ao STF processar e julgar originariamente mandado de segurança impetrado contra


ato emanado de tribunal regional eleitoral.

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Comentários

GABARITO: “ERRADO”

Compete ao TSE, não ao STF, processar e julgar originariamente mandado de segurança


impetrado contra ato emanado de TRE. Transcrevo, por pertinente, o teor do art. 121, § 4º,
inciso V, da CF/1988:

Art. 121. (...)

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

(...)

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de


injunção.

Os tribunais regionais eleitorais podem anular diplomas ou decretar a perda de mandatos


eletivos tanto estaduais quanto federais.

Comentários

GABARITO: “CERTO”

Essa possibilidade está implícita no art. 121, § 4º, inciso IV, da CF/1988:

Art. 121.

(...)

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

(...)

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou


estaduais;

22. (CESPE/2015/TRE-MT/AJAJ/Adaptada) Julgue o item acerca do Poder J udiciário, das funções


essenciais à justiça e das finanças públicas.
De acordo com o STF, as decisões do TSE são irrecorríveis, ainda que contrariem, em tese,
dispositivos da CF.

Comentários

GABARITO: “ERRADO”

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A CF/1988, no art. 121, § 3º, e o STF (MS 20891-DF) admitem a interposição de recurso em face
de decisão do TSE quando contrariada a Lei Maior:

Art. 121.

(...)

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que


contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de
segurança.

23. (CESPE/2016/TRE PE/AJAA) Caberá recurso das decisões dos tribunais regionais eleitorais
somente quando estas
a) divergirem da interpretação de lei de um tribunal eleitoral e de um tribunal regional federal.
b) versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais, estaduais ou
municipais.
c) versarem sobre inelegibilidade nas eleições federais ou estaduais.
d) determinarem a concessão de habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou
mandado de injunção.
e) determinarem a anulação de diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais,
estaduais ou municipais.

Comentários

GABARITO: “C”

Trata-se de hipótese prevista no art. 121, § 4º, inciso II, da CF/1988, transcrito a seguir, junto
com os demais dispositivos pertinentes:

Art. 121.

(...)

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou


estaduais;

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IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou


estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de


injunção.

A: errada. No caso de divergência da interpretação de lei, cabe recurso das decisões dos TREs
apenas quando o conflito ocorrer entre 2 ou mais TREs - art. 121, § 4º, inciso II, da CF/1988.

B: errada. Não cabe recurso das decisões dos TREs que versarem sobre inelegibilidade ou
expedição de diplomas nas eleições municipais - apenas em relação às eleições federais ou
estaduais, nos termos do art. 121, § 4º, inciso III, da CF/1988.

D: errada. Cabe recurso das decisões dos TREs que denegarem, não que determinarem, a
concessão de habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção -
art. 121, § 4º, inciso V, da CF/1988.

E: errada. Cabe recurso das decisões dos TREs apenas quando for determinada a anulação de
diplomas ou decretação de perda de mandatos eletivos federais ou estaduais, não municipais -
art. 121, § 4º, inciso IV, da CF/1988.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Qual a composição da Justiça Comum? E a da Especial? O STJ compõe qual dessas


Justiças?
2. Qual o órgão máximo do Poder Judiciário?
3. A que órgão compete conceder licença a um juiz de primeiro grau?
4. O que acontece se a proposta orçamentária do Poder Judiciário for encaminhada em
desacordo com os limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias?
5. Qual o prazo para que o magistrado de primeiro grau adquira vitaliciedade? Durante seu
estágio probatório, como ele pode perder o cargo?
6. Qual o prazo para que o magistrado de primeiro grau faça jus à garantia da inamovibilidade?
Essa garantia é absoluta?

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7. Um magistrado pode, havendo compatibilidade de horários, acumular seu cargo com o de


técnico de universidade?
8. Qual o prazo da quarentena ao qual está submetido o juiz que se aposenta? Ele pode
exercer a advocacia antes desse período?
9. O tribunal pode recusar a promoção por antiguidade do juiz mais antigo?
10. O órgão especial, que pode ser constituído nos tribunais com número superior a vinte e
cinco julgadores, deve possuir quantos membros? Esse órgão poderá exercer atribuições
administrativas ou jurisdicionais?
11. Qual a quantidade de integrantes que deverá conter a lista enviada pelo TRF ao Poder
Executivo para ocupar vaga nesse tribunal pertencente ao quinto constitucional?
12. Qual a composição do CNJ?
13. Descreva o processo de escolha do Presidente e Ministro-Corregedor do CNJ. Qual deles
ficará excluído da distribuição de processos no tribunal?
14. Caso um magistrado pratique conduta que necessite exame por meio de processo
disciplinar, o CNJ, se desejar examinar o caso, precisa esperar a atuação do tribunal ao qual o
referido magistrado está vinculado?
15. A quem compete o julgamento dos membros do Congresso Nacional por crime comum? E
por crime de responsabilidade?
16. A quem compete o julgamento do habeas corpus quando o sujeito ativo ocupar o cargo
Ministro de Estado? E quando o Ministro de Estado figurar como sujeito passivo?
17. A quem compete o julgamento do mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas
da União? E do STJ?
18. A quem compete o julgamento da ação popular contra ato do Presidente da República?
19. Qual seria o órgão competente para julgar, originalmente, um eventual litígio entre a
Organização Mundial do Comércio (OMC) e o município do Rio de Janeiro?
20. Qual o órgão competente para julgar o habeas corpus quando o coator for o Superior
Tribunal Militar?
21. A quem compete julgar o recurso ordinário contra decisão proferida por juiz federal em
sede de crime político?
22. Qual o instrumento mais adequado para contestar o julgamento, em última instância, que
decide pela validez de uma lei do município de São Paulo em face de uma lei federal: recurso
extraordinário ou recurso especial?
23. Qual o órgão competente para julgar o chefe do Poder Executivo do Rio Grande do Sul nos
crimes comuns? E nos de responsabilidade?

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24. O recurso extraordinário perante o STF depende da existência de repercussão geral? E o


recurso especial perante o STJ? Qual o quórum estabelecido para que a repercussão geral seja
rejeitada?
25. Qual o órgão competente para julgar mandado de segurança contra ato de juiz federal?
26. Sabe-se que os índios gozam de proteção constitucional especial. Nesse sentido, a CF
estabelece que “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Pergunta-se:
qual o órgão competente para julgar a disputa sobre direitos indígenas?
27. A fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo,
a CF conferiu determinada prerrogativa a certos tribunais. Qual seria essa prerrogativa? Quais
tribunais a possuem, nos termos da Constituição Federal?
28. Qual o foro competente para julgar as causas entre a União e os servidores federais que
trabalham no Ministério da Saúde?
29. Suponha que o sindicato dos bancários tenha problemas com a conta corrente que possui
em determinado banco privado, empregador de centenas de seus sindicalizados. Suponha que o
referido banco ingresse no Poder Judiciário com pedido de indenização em desfavor de tal
banco, em razão de prejuízos causados pelos problemas na conta corrente. Qual seria o foro
competente para julgar tal litígio?
30. Qual a forma de escolha do Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e do Corregedor
Eleitoral?
31. É cabível recurso contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral?
32. Qual das três Forças possui mais assentos no Superior Tribunal Militar: Marinha, Exército ou
Aeronáutica?
33. Qual a diferença entre as competências constitucionais da Justiça Militar da União e a dos
Estados?
34. Qual a competência definida pela CF para os Tribunais de Justiça?
35. De qual prerrogativa prevista na CF os Tribunais de Justiça podem se valer para dirimir
conflitos fundiários?

Perguntas com respostas

1. Qual a composição da Justiça Comum? E a da Especial? O STJ compõe qual dessas


Justiças?

Justiça Comum = Justiça Estadual (TJs + Juízes de Direito) + Justiça Federal (TRFs + Juízes
Federais).

Justiça Especial = Justiça do Trabalho + Justiça Eleitoral + Justiça Militar.

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O STJ não integra nenhuma dessas justiças.

2. Qual o órgão máximo do Poder Judiciário?

Supremo Tribunal Federal.

3. A que órgão compete conceder licença a um juiz de primeiro grau?

Ao tribunal que tal juiz seja imediatamente vinculado, conforme art. 96, I, “f” da CF:

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais: (...)

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e


servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

4. O que acontece se a proposta orçamentária do Poder Judiciário for encaminhada em


desacordo com os limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias?

O Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, consoante § 4º do art. 99 da CF:

Art. 99, § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
(...)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em


desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá
aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

5. Qual o prazo para que o magistrado de primeiro grau adquira vitaliciedade? Durante seu
estágio probatório, como ele pode perder o cargo?

Após 2 anos de exercício. No estágio probatório, o juiz poderá perder o cargo por deliberação
do Tribunal a que esteja vinculado (art. 95, I, CF).

6. Qual o prazo para que o magistrado de primeiro grau faça jus à garantia da
inamovibilidade? Essa garantia é absoluta?

Não há prazo para aquisição da inamovibilidade – o magistrado já possui tal garantia desde sua
posse.

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A inamovibilidade não é uma garantia absoluta: o juiz poderá ser removido por motivo de
interesse público, por decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, conforme
art. 93, VIII, CF/88:

Art. 93, VIII o ato de remoção ou de disponibilidade, por interesse público, fundar-se-
á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;

7. Um magistrado pode, havendo compatibilidade de horários, acumular seu cargo com o


de técnico de universidade?

Não, o juiz só pode acumular seu cargo com cargo ou função de magistério, conforme art. 95,
parágrafo único, I da CF:

Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;

8. Qual o prazo da quarentena ao qual está submetido o juiz que se aposenta? Ele pode
exercer a advocacia antes desse período?

Três anos, conforme art. 95, parágrafo único, V da CF:

Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado: (...)

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos


três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Antes disso o juiz aposentado pode exercer a advocacia, desde que não seja no juízo ou tribunal
do qual se afastou.

9. O tribunal pode recusar a promoção por antiguidade do juiz mais antigo?

Sim, mas somente pelo fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação, conforme
CF, art. 93, II, “d”:

Art. 93, II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e


merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;

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b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva


entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo
se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de


produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e
aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo


pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além
do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou
decisão;

10. O órgão especial, que pode ser constituído nos tribunais com número superior a vinte e
cinco julgadores, deve possuir quantos membros? Esse órgão poderá exercer atribuições
administrativas ou jurisdicionais?

No mínimo 11 e no máximo 25 membros, podendo exercer tanto atribuições jurisdicionais


quanto administrativas, nos termos da CF, art. 93, XI:

Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas
da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno.

11. Qual a quantidade de integrantes que deverá conter a lista enviada pelo TRF ao Poder
Executivo para ocupar vaga nesse tribunal pertencente ao quinto constitucional?

3 integrantes – lista tríplice, conforme parágrafo único do art. 94 da CF:

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e
de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a


ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
integrantes para nomeação.

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12. Qual a composição do CNJ?

Segundo o art. 103-B, CF/88, o CNJ compõe-se de 15 membros, sendo:

a) o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

b) um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

c) um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

d) um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal


Federal;

e) um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

f) um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

g) um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

h) um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do


Trabalho;

i) um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

j) um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da


República;

k) um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da


República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;

l) dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do


Brasil;

m) dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela


Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Para facilitar, pelo menos um pouco, a memorização dessa composição, observe:

a) que o Presidente do STF é o Presidente do CNJ: temos 1 membro do CNJ;

b) que o STJ e o TST indicarão 1 membro proveniente do respectivo tribunal: são mais 2
membros – total de 3 membros;

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c) que 1 juiz de primeira instância e 1 juiz de tribunal de segunda instância serão indicados pelo
STF, STJ e TST, sendo que:

c1) o STF indica os da justiça estadual (+ 2 membros);

c2) o STJ indica os da justiça federal (+ 2 membros);

c3) o TST indica os da justiça do trabalho (+ 2 membros).

Assim, são mais 6 membros – total de 9 membros.

d) que 1 membro do Ministério Público da União e 1 membro do Ministério Público Estadual


serão indicados pelo Procurador Geral da República (+ 2 membros) – total de 11 membros;

e) que 2 membros serão indicados dentre advogados, pela OAB (+ 2 membros) – total de 13
membros;

f) que 2 membros serão indicados dentre cidadãos, um pela Câmara e o outro pelo Senado (+ 2
membros) – total de 15 membros.

Observar que nem TSE e nem STM indicam membros do CNJ.

13. Descreva o processo de escolha do Presidente e Ministro-Corregedor do CNJ. Qual deles


ficará excluído da distribuição de processos no tribunal?

Por disposição constitucional, o Presidente do CNJ é o Presidente do STF e o Ministro-


Corregedor é o Ministro do STJ, conforme §§ 1º e 5º do art. 103-B:

Art. 103-B, § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal


Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal.

(...)

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-


Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-
lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as
seguintes:

Conforme § 5º acima, o Ministro-Corregedor ficará excluído da distribuição de processos no


Tribunal, ou seja, no STJ - no CNJ recebe processos normalmente!

14. Caso um magistrado pratique conduta que necessite exame por meio de processo
disciplinar, o CNJ, se desejar examinar o caso, precisa esperar a atuação do tribunal ao qual o
referido magistrado está vinculado?

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Não precisa esperar a atuação do tribunal, já que a competência correcional e disciplinar é


concorrente entre os Tribunais e o CNJ1.

15. A quem compete o julgamento dos membros do Congresso Nacional por crime comum? E
por crime de responsabilidade?

Nos crimes comum, a competência originária para julgamento é do STF (art. 102, I, “b”).

Por outro lado, a rigor, os membros do Congresso Nacional não praticam crimes de
responsabilidade (portanto não existe órgão que os julgue por tais crimes), embora possam
perder seu mandato por quebra de decoro parlamentar (art. 55, II), a partir de decisão da
respectiva Casa (art. 55, § 2º).

16. A quem compete o julgamento do habeas corpus quando o sujeito ativo ocupar o cargo
Ministro de Estado? E quando o Ministro de Estado figurar como sujeito passivo?

Os Ministros de Estado e os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica possuem habeas


corpus julgado:

a) pelo STJ, quando forem autoridades coatoras (CF, art. 105, I, “c”);

b) pelo STF, quando forem pacientes, a competência será do STF (CF, art. 102, I, “d”).

17. A quem compete o julgamento do mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas
da União? E do STJ?

O STF julga o mandado de segurança contra atos do Tribunal de Contas da União (CF, art. 102,
I, “d”), porém é o STJ que julga o mandado de segurança contra atos do próprio STJ (CF, art.
105, I, “b”).

Regra importante: o mandado de segurança e o habeas data contra o ato de um Tribunal será
sempre julgado no próprio Tribunal. Entretanto, tal regra não vale para os tribunais de contas,
somente para aqueles integrantes do Poder Judiciário.

18. A quem compete o julgamento da ação popular contra ato do Presidente da República?

Não há foro especial em ação popular, de modo que se for ajuizada ação popular contra o
Presidente da República, esta será processada e julgada, via de regra, pelo juízo competente de
primeiro grau.

19. Qual seria o órgão competente para julgar, originalmente, um eventual litígio entre a
Organização Mundial do Comércio (OMC) e o município do Rio de Janeiro?

1
STF – MS 28.620.

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Considerando que a OMC é um organismo internacional, o julgamento do litígio seria


competência dos juízes federais, consoante CF, art. 109, II:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...)

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou


pessoa domiciliada ou residente no País;

Cumpre destacar que, em caso de recurso ordinário contra a decisão do juiz federal, caberá
recurso direto para o STJ (não passa pelo TRF!), conforme CF, art. 105, II, “c”:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...)

II - julgar, em recurso ordinário: (...)

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de


um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

- E se ao invés do município do Rio de Janeiro, fosse o Estado do Rio de Janeiro?

Aí a competência para julgar o litígio seria do STF, conforme CF, art. 102, I, “e”:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente: (...)

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o


Distrito Federal ou o Território;

20. Qual o órgão competente para julgar o habeas corpus quando o coator for o Superior
Tribunal Militar?

STF, conforme CF, art. 102, I, “i”:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente: (...)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o


paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em uma única instância;

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Regra importante: quando o coator for tribunal, será sempre competente para julgar o habeas
corpus a instância imediatamente acima!

21. A quem compete julgar o recurso ordinário contra decisão proferida por juiz federal em sede
de crime político?

Compete ao STF, conforme CF, art. 102, II, “b”:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe: (...)

II - julgar, em recurso ordinário: (...)

b) o crime político;

É importante destacar que a competência originária para processar e julgar os crimes políticos é
dos juízes federais (art. 109, IV).

Assim, eventual recurso ordinário contra uma decisão proferida por juiz federal em sede de
crime político deve ser interposto diretamente no STF, “pulando” todas as instâncias
intermediárias.

22. Qual o instrumento mais adequado para contestar o julgamento, em última instância, que
decide pela validez de uma lei do município de São Paulo em face de uma lei federal: recurso
extraordinário ou recurso especial?

Recurso extraordinário, conforme CF, art. 102, III, “d”:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe: (...)

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida: (...)

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Muito cuidado para não confundir essa hipótese de cabimento de recurso extraordinário perante
o STF, com as hipóteses em que é possível o recurso especial perante o STJ, previstas na CF, art.
105, III:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...)

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II - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos


Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Perceba que em todos os casos em que é cabível recurso especial, há menção à “lei federal”,
então é preciso estar atento para não confundir esses casos com o caso em que é cabível
recurso extraordinário previsto na alínea “d” do inciso II do art. 102, que também menciona “lei
federal” em sua redação!

23. Qual o órgão competente para julgar o chefe do Poder Executivo do Rio Grande do Sul nos
crimes comuns? E nos de responsabilidade?

Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal serão processados e
julgados pelo STJ (CF, art. 105, I, “a”).

Porém, ao contrário do que acontece na esfera federal, em que o Presidente da República é


julgado pelo Poder Legislativo (Senado Federal – CF, art. 52, I) nos crimes de responsabilidade,
na esfera estadual o governador não é julgado por tais crimes pela Assembleia Legislativa, mas
sim por um Tribunal Especial, composto de 5 membros do Poder Legislativo Estadual e de 5
desembargadores do Tribunal de Justiça, conforme Lei 1.079/1950.

24. O recurso extraordinário perante o STF depende da existência de repercussão geral? E o


recurso especial perante o STJ? Qual o quórum estabelecido para que a repercussão geral seja
rejeitada?

O recurso extraordinário perante o STF depende sim da existência de repercussão geral, que só
poderá ser recusada (não é “aceita”, é “recusada”!) mediante voto de 2/3 dos membros do
Tribunal, conforme disposto na CF, art. 102, § 3º:

Art. 102, § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a


repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a
fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo
pela manifestação de dois terços de seus membros.

Por outro lado, não é necessária a existência de repercussão geral para o cabimento de recurso
especial perante o STJ.

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Nada obstante, no recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de
direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão
do recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base
nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o
julgamento (art. 105, § 2º).

A CF/88 estabelece que essa relevância haverá nos seguintes casos (art. 105, § 3º):

a) ações penais;

b) ações de improbidade administrativa;

c) ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos;

d) ações que possam gerar inelegibilidade;

e) hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior


Tribunal de Justiça;

f) outras hipóteses previstas em lei.

25. Qual o órgão competente para julgar mandado de segurança contra ato de juiz federal?

Compete ao TRF, conforme CF, art. 108, “c”:

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente: (...)

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou


de juiz federal;

26. Sabe-se que os índios gozam de proteção constitucional especial. Nesse sentido, a CF
estabelece que “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Pergunta-se:
qual o órgão competente para julgar a disputa sobre direitos indígenas?

Juízes federais, conforme CF, art. 109, XI:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...)

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

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27. A fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo,
a CF conferiu determinada prerrogativa a certos tribunais. Qual seria essa prerrogativa? Quais
tribunais a possuem, nos termos da Constituição Federal?

A prerrogativa é a possibilidade de funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


Regionais, conferida pela CF aos TRFs, aos TRTs e aos TJs, conforme art. 106, § 3º, art. 115, § 2º
e art. 125, § 6º:

Art. 106, § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 115, § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 125, § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
justiça em todas as fases do processo.

28. Qual o foro competente para julgar as causas entre a União e os servidores federais que
trabalham no Ministério da Saúde?

Justiça Federal (e não a Justiça do Trabalho), conforme entendimento do STF.

29. Suponha que o sindicato dos bancários tenha problemas com a conta corrente que possui
em determinado banco privado, empregador de centenas de seus sindicalizados. Suponha que o
referido banco ingresse no Poder Judiciário com pedido de indenização em desfavor de tal
banco, em razão de prejuízos causados pelos problemas na conta corrente. Qual seria o foro
competente para julgar tal litígio?

Seria a Justiça Comum, uma vez que a competência da Justiça do Trabalho para processar e
julgar as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores (CF, art. 114, III), só serão processadas e julgadas pela Justiça
do Trabalho quando decorrerem de relação de trabalho (CF, art. 114, I).

30. Qual a forma de escolha do Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e do Corregedor


Eleitoral?

Por meio de eleição realizada pelo próprio TSE (CF, art. 119, parágrafo único), sendo que:

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a) seu Presidente e Vice deverão ser eleitos dentre os Ministros do STF (que também compõem
o TSE!);

b) o Corregedor Eleitoral deverá ser eleito dentre os Ministros do STJ (que também compõem o
TSE!).

31. É cabível recurso contra decisão de Tribunal Regional Eleitoral?

Somente em algumas situações previstas constitucionalmente no art. 121, § 4º:

Art. 121, § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso
quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;


==5617c==

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou


estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou


estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de


injunção.

32. Qual das três Forças possui mais assentos no Superior Tribunal Militar: Marinha, Exército ou
Aeronáutica?

Exército, que possui 4 assentos no STM. Marinha e Aeronáutica possuem 3 assentos cada, nos
termos do art. 123, caput, da CF:

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios,


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-
generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do
posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República


dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade,
sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional;

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II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público
da Justiça Militar.

33. Qual a diferença entre as competências constitucionais da Justiça Militar da União e a dos
Estados?

A competência da Justiça Militar da União se dá, basicamente, em função da matéria – processar


e julgar os crimes militares definidos em lei (CF, art. 124, caput) – não importando o sujeito
envolvido na lide (pode julgar militares e, até mesmo, civis, caso o ordenamento jurídico
possibilite que estes últimos cometam crime militar, como é o caso atual.

Já a competência da Justiça Militar estadual se dá em função tanto da matéria, quanto do sujeito


a ser julgado (CF, art. 125, § 4º):

A) Militares dos estados, nos crimes militares definidos em lei;

B) Ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri


quando a vítima for civil.

Veja que a Justiça Militar dos estados só julga causas envolvendo militares dos estados (policiais
militares e bombeiros militares – não julga civis) e, mesmo assim, em determinadas matérias:
crimes militares definidos em lei e ações judiciais contra atos disciplinares militares.

34. Qual a competência definida pela CF para os Tribunais de Justiça?

Competência residual, compreendendo tudo aquilo que não é de atribuição da Justiça Federal,
do Trabalho ou Eleitoral.

A Constituição Estadual deve definir a competência dos Tribunais de Justiça, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa de tal órgão (§ 1º do art. 125 da CF).

É importante lembrar que o DF não possui competência para organizar e manter a Justiça do
DF, tampouco sobre ela legislar, cabendo à União realizar tais atribuições – CF, arts. 21, XIII e 22,
XVII:

Art. 21. Compete à União: (...)

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e


dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

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XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios


e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

35. De qual prerrogativa prevista na CF os Tribunais de Justiça podem se valer para dirimir
conflitos fundiários?

Poderá propor a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias, conforme art. 126, caput, da CF:

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de
varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-
se-á presente no local do litígio.

Interessante observar, ainda, que nesses conflitos agrários, o juiz poderá fazer-se presente no
local do litígio, se assim for necessário à eficiente prestação jurisdicional (parágrafo único supra).

...

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) Assinale a opção que apresenta órgão do Poder Judiciário
que integra a justiça especializada.
A) Tribunal dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
B) Tribunal Regional Federal
C) Supremo Tribunal Federal
D) Tribunal Superior do Trabalho
E) Conselho Nacional de Justiça

2. (CESPE/2013/STF/AJAJ) A respeito da organização do Estado e do Poder Judiciário, julgue o item a


seguir, de acordo com a jurisprudência do STF.

Em razão de ausência de previsão expressa na Constituição Federal de 1988 (CF), na hipótese de


promoção, por merecimento, de juízes federais para tribunal regional federal, o presidente da República
não está vinculado a escolher o nome que figurar em lista tríplice por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas.

3. (CESPE/2010/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) A respeito dos Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário, julgue o item que se segue.

O ingresso na carreira de magistratura se dá mediante concurso público de provas e títulos, divididas em


fases, nas quais é obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, no mínimo, na primeira
fase, podendo aspirar ao cargo os bacharéis em direito com, no mínimo, três anos de atividade jurídica.

4. (CESPE/2010/TRE-BA/AJAJ) No que se refere à organização dos poderes no Estado, julgue o seguinte


item.

A CF confere aos tribunais com número superior a trinta e cinco julgadores a discricionariedade quanto à
constituição de órgão especial, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas
da competência do tribunal pleno.

5. (CESPE/2015/TRE-GO/AJAJ) Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item


que se segue, acerca do processo eleitoral, da composição dos tribunais regionais eleitorais e de
cabimento recursal.

Exige-se dos advogados que integrarão os tribunais regionais eleitorais o exercício efetivo de, no mínimo,
dez anos de atividade profissional, não estando prevista na Constituição Federal a participação do órgão de
representação da classe dos advogados nesse processo de escolha.

6. (CEBRASPE/2022/Prefeitura de Maringá/Procurador Municipal) Acerca das disposições constitucionais


relativas ao Poder Judiciário, assinale a opção correta.

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a) Os juízes não podem se dedicar à atividade político-partidária, ainda que estejam de férias ou licença.

b) A vitaliciedade dos juízes é adquirida após três anos de efetivo exercício do cargo.

c) O presidente do Superior Tribunal de Justiça desempenha o cargo de presidente do Conselho Nacional


de Justiça.

d) A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas as férias coletivas em todo o Poder Judiciário.

e) A regra do quinto constitucional aplica-se ao Superior Tribunal de Justiça.

7. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Acerca do contorno constitucional do Poder Judiciário e dos seus órgãos, julgue
o item a seguir.

A inamovibilidade constitui garantia que é deferida apenas aos juízes titulares, não alcançando os
substitutos.

8. (CESPE/2002/TJ-AC/AJAJ) Acerca do Poder Judiciário na Constituição da República de 1988, julgue o


item seguinte.

É assegurado aos juízes titulares o recebimento de custas em mandado de segurança coletivo.

9. (CESPE/2002/TJ-AC/AJAJ) Acerca do Poder Judiciário na Constituição da República de 1988, julgue o


item seguinte.

Os juízes receberão participação em processo de reintegração de posse após análise do presidente do


tribunal de justiça estadual, que emitirá parecer.

10. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) A iniciativa para deflagrar o processo legislativo de criação


de cargos públicos no âmbito dos tribunais de justiça é competência do
A) presidente da República.
B) presidente do STF.
C) presidente do STJ.
D) presidente do respectivo tribunal de justiça.
E) ministro da Justiça.

11. (CESPE/2015/TJDFT/AJOJ) A respeito do controle de constitucionalidade e da cláusula de reserva de


plenário, julgue o item seguinte, à luz do entendimento do STF.

Decorre da aplicação da Súmula Vinculante n.º 10 a desnecessidade de a parte formular pedido de


deslocamento de incidente de constitucionalidade para o pleno do tribunal, já que o envio é dever de ofício
do órgão fracionário.

12. (CESPE/2017/TRF 1/AJOJ) Acerca do Poder Judiciário, julgue o item que se segue.

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No exercício do controle difuso de constitucionalidade, o tribunal que, em decisão de órgão fracionário,


afastar a incidência, em parte, de ato normativo do poder público, sem declarar expressamente a sua
inconstitucionalidade, violará cláusula de reserva de plenário.

13. (CESPE/2017/TRF 1/AJAJ) A respeito do controle de constitucionalidade no Brasil e das competências


do Supremo Tribunal Federal, julgue o seguinte item.

Órgão fracionário de tribunal que afaste a incidência, no todo ou em parte, de lei ou ato normativo, ainda
que não declare expressamente a sua inconstitucionalidade, violará a cláusula de reserva de plenário.

14. (CESPE/2015/TJDFT/AJOJ) A respeito do controle de constitucionalidade e da cláusula de reserva de


plenário, julgue o item seguinte, à luz do entendimento do STF.

O STF, mitigando norma constitucional, entende que é dispensável a submissão da demanda judicial à
==5617c==

regra da reserva de plenário quando a decisão do tribunal basear-se em jurisprudência do plenário ou em


súmula do STF.

15. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Acerca do contorno constitucional do Poder Judiciário e dos seus órgãos, julgue
o item a seguir.

O Poder Judiciário goza de autonomia administrativa, razão por que auto-organiza seus serviços, mas não
detém autonomia financeira.

16. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do


Idoso) Segundo a CF, o Supremo Tribunal Federal possui competência para processar e julgar,
originariamente,
A) a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
B) o mandado de injunção, quando a norma regulamentadora for atribuição dos tribunais de justiça dos
estados.
C) os membros dos tribunais de justiça dos estados em infrações penais comuns.
D) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e demais tribunais.
E) o habeas corpus em que figurem como pacientes procuradores-gerais de justiça dos estados.

17. (CESPE/2016/TRE-PI/AJAJ/Adaptada) Acerca dos Poderes da República e das funções essenciais à justiça,
julgue os itens.
a) Em razão do princípio da separação dos poderes, a súmula vinculante editada pelo STF é efetiva apenas
para os órgãos do Poder Judiciário.
b) Eventual conflito de competência entre um tribunal regional eleitoral e um tribunal regional federal
deverá ser revolvido pelo STF.

18. (CEBRASPE/2022/TRT - 8ª Região/Analista Judiciário) A composição do Conselho Nacional de Justiça


(CNJ) inclui um

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a) membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral de Justiça.

b) desembargador do Tribunal de Justiça, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.

c) juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.

d) juiz estadual, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.

e) juiz federal, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.

19. (CESPE/2017/TRE PE/AJAA) Os componentes do Conselho Nacional de Justiça incluem


a) um desembargador de tribunal de justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal.
b) o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.
c) dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, ambos indicados pela Câmara dos
Deputados.
d) um advogado indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
e) um juiz estadual, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça.

20. (CESPE/2016/TRE PI/AJAA) No que se refere ao Poder Judiciário na ordem jurídica constitucional,
assinale a opção correta.

a) Cabe recurso contra decisão proferida por tribunal regional eleitoral que conceda mandado de
segurança, o qual deve ser dirigido ao Tribunal Superior Eleitoral.

b) Cabe ao presidente da República nomear dois juízes, entre seis advogados indicados pela Ordem dos
Advogados do Brasil, para a composição dos Tribunais Regionais Eleitorais.

c) O presidente de determinado tribunal que praticar ato comissivo ou omissivo que retarde a liquidação
regular de precatório, incorrerá em infração funcional, a qual não poderá ser apurada pelo Conselho
Nacional de Justiça, por ser a apuração de competência privativa da corregedoria do tribunal.

d) Cabe ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente conflitos de competência entre o
Tribunal Superior Eleitoral e tribunal regional eleitoral.

e) No exercício de sua competência correicional, o Conselho Nacional de Justiça pode apreciar reclamações
contra membros do Poder Judiciário bem como aplicar as correspondentes sanções, mesmo quando a
corregedoria do tribunal tiver absolvido o magistrado pelo ato.

21. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando as disposições legais


acerca do Poder Judiciário, além do entendimento do Supremo Tribunal Federal, julgue o item a
seguir.
O Conselho Nacional de Justiça e o Conselho da Justiça Federal, por serem órgãos exclusivamente
administrativos do Poder Judiciário, não possuem competência jurisdicional.

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22. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando as disposições


legais acerca do Poder Judiciário, além do entendimento do Supremo Tribunal Federal, julgue o item a
seguir.
Para a promoção de juiz federal, pelo critério de merecimento, para o respectivo tribunal regional federal,
é constitucional a vinculação da escolha presidencial ao nome que figure em lista tríplice por três vezes
consecutivas ou cinco alternadas.

23. (CESPE/2015/TRE-RS/AJAJ/Adaptada) A respeito da organização dos Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário, julgue os itens.

Compete ao STF processar e julgar originariamente mandado de segurança impetrado contra ato emanado
de tribunal regional eleitoral.

24. (CESPE/2015/TRE-MT/AJAJ/Adaptada) Julgue o item acerca do Poder Judiciário, das funções essenciais à
justiça e das finanças públicas.
De acordo com o STF, as decisões do TSE são irrecorríveis, ainda que contrariem, em tese, dispositivos da
CF.

25. (CESPE/2016/TRE PE/AJAA) Caberá recurso das decisões dos tribunais regionais eleitorais somente
quando estas
a) divergirem da interpretação de lei de um tribunal eleitoral e de um tribunal regional federal.
b) versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais, estaduais ou municipais.
c) versarem sobre inelegibilidade nas eleições federais ou estaduais.
d) determinarem a concessão de habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de
injunção.
e) determinarem a anulação de diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais, estaduais
ou municipais.

26. (CEBRASPE/2022/TRT - 8ª Região/Técnico Judiciário) Acerca do Poder Judiciário e das funções


essenciais à justiça, julgue os itens a seguir.

I Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho.

II São funções institucionais da Defensoria Pública da União defender judicialmente os direitos e


interesses das populações indígenas.

III A Advocacia-Geral da União representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe as


atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário.

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.

b) Apenas o item I está certo.

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c) Apenas o item II está certo.

d) Apenas o item III está certo.

e) Todos os itens estão certos.

27. (CEBRASPE/2022/SEE-PE/Analista em Gestão Educacional) No tocante às disposições constitucionais


referentes ao Poder Judiciário, julgue o item seguinte.

É de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) o processamento e o julgamento originários das


contas do presidente da República, o que será feito com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

Gabarito

1. D 10. D 19. Anulada


2. E 11. C 20. E
3. E 12. C 21. C
4. E 13. C 22. C
5. C 14. C 23. E/C
6. A 15. E 24. E
7. E 16. D 25. C
8. E 17. E/E 26. B
9. E 18. C 27. E

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

11 de Março de 2023
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Índice
1) O que é mais cobrado no assunto - Funções Essenciais à Justiça - Cebraspe - Nível Superior
..............................................................................................................................................................................................3

2) Roteiro de Revisão - Funções Essenciais à Justiça


..............................................................................................................................................................................................4

3) Aposta Estratégica - Funções Essenciais à Justiça - Cebraspe - Nível Superior


..............................................................................................................................................................................................
12

4) Questões Estratégicas - Funções Essenciais à Justiça - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
14

5) Questionário de Revisão - Funções Essenciais à Justiça


..............................................................................................................................................................................................
37

6) Lista de Questões Estratégicas - Funções Essenciais à Justiça - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
43

7) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
51

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O QUE É MAIS COBRADO DENTRO DO ASSUNTO?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico
Cebraspe
Caráter permanente, essencialidade, incumbências, princípios
institucionais e autonomia funcional e administrativa (art. 127, caput e 10,0%
§§ 1º e 2º da CF/88)
Ministério
Autonomia orçamentária (arts. 127, §§ 3º a 6º da CF/88) 0,0%
Público
Composição do Ministério Público, nomeação e destituição de seus
(arts. 127 chefes (art. 128, I e II e §§ 1º a 4º da CF/88)
10,0%
a 130 da Funções institucionais (art. 129 da CF/88) 10,0%
CF/88) Garantias e vedações aos membros do MP (art. 128, § 5º da CF/88) 0,0%
Ministério Público junto aos Tribunais de Contas (art. 130 da CF/88) 3,3%
Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130-A da CF/88) 0,0%
Advocacia Pública (arts. 131 e 132 da CF/88) 43,3%
Advocacia (art. 133 da CF/88) 0,0%
Defensoria Pública (arts. 134 e 135 da CF/88) 23,3%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender bem os
arts. 127 a 135 da CF, bem como a Lei 7.347/1985, buscando a sua memorização paulatina,
atentando-se especialmente para os pontos e orientações a seguir:

• Observar que as Funções Essenciais à Justiça abrangem: Ministério Público, Advocacia


Pública, Advocacia Privada e Defensoria Pública.

• CF, art. 127 – atentar:

- que o Ministério Público é instituição permanente, autônoma (autonomia funcional,


administrativa e orçamentária) e independente (caput e §§ 1º a 3º);

- para a missão do Ministério Público: “defesa da ordem jurídica, do regime democrático e


dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (caput);

- para os princípios institucionais do Ministério Público: unidade, indivisibilidade e


independência funcional (§ 1º). Observar que unidade é aplicável apenas dentro de cada um
dos MPs, que a indivisibilidade é decorrente da unidade, que a independência funcional se
refere tanto ao MP como um todo, quanto a cada membro individualmente.

- para o princípio do promotor natural, implicitamente previsto no art. 5º, LIII da CF.
Precedente(s) importante(s):

“Princípio do promotor natural: a matriz constitucional desse princípio assenta-se nas


cláusulas da independência funcional e da inamovibilidade dos membros da
instituição”1.

- que, como o Poder Executivo detém a iniciativa das leis orçamentárias (art. 84, inciso XXIII), a
proposta orçamentária do Ministério Público deve ser encaminhada àquele Poder. É também
por isso que cabe ao Poder Executivo realizar as medidas e ajustes referentes ao orçamento
do Ministério Público nas hipóteses previstas no § 4º (caso em que o Ministério Público não
encaminha a proposta no prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias) e § 5º (caso
em que o Ministério Público encaminha proposta em desacordo com os limites estipulados na

1
STF - HC 67.759.

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lei de diretrizes orçamentárias). Cumpre destacar que, encaminhando o Ministério Público sua
proposta orçamentária ao Executivo obedecendo os limites da LDO e demais requisitos
previstos no art. 127, § 3º, o chefe do Poder Executivo não pode reduzir unilateralmente o
orçamento proposto, cabendo a ele remetê-lo ao Poder Legislativo e, se entender pertinente,
solicitar a redução pretendida, conforme entendimento recente do STF:

“É inconstitucional a redução unilateral pelo Poder Executivo dos orçamentos


propostos pelos outros Poderes e por órgãos constitucionalmente autônomos, como
o Ministério Público e a Defensoria Pública, na fase de consolidação do projeto de lei
orçamentária anual, quando tenham sido elaborados em obediência às leis de
diretrizes orçamentárias e enviados conforme o art. 99, § 2º, da CRFB/88, cabendo-lhe
apenas pleitear ao Poder Legislativo a redução pretendida, visto que a fase de
apreciação legislativa é o momento constitucionalmente correto para o debate de
possíveis alterações no Projeto de Lei Orçamentária” 2.

• CF, art. 128 – atentar:

- que não há Ministério Público municipal.

- que o Ministério Público do DF e Territórios integra o Ministério Público da União (ou seja,
não é uma espécie de Ministério Público estadual). Inclusive, convém destacar que compete à
União organizar e manter o MPDFT (art. 21, XIII, CF).

- que não há menção à Ministério Público Eleitoral no inciso I (embora, na prática, ele exista).

- que não há menção ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas nos incisos I ou II –
com efeito, os Ministérios Públicos junto aos Tribunais de Contas não integram a estrutura
orgânica nem do MPU, nem dos MPEs. Além disso, não possuem as atribuições previstas no
art. 129. A eles, por outro lado, são aplicáveis os mesmos direitos, vedações e forma de
investidura dos membros do MP em geral (art. 130). Precedente(s) importante(s):

“O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União não dispõe de fisionomia


institucional própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva
concedidas aos seus Procuradores pela própria Constituição (art. 130), encontra-se
consolidado na 'intimidade estrutural' dessa Corte de Contas, que se acha investida –
'até mesmo em função do poder de autogoverno que lhe confere a Carta Política (art.
73, caput, in fine)' – da prerrogativa de fazer instaurar o processo legislativo
concernente à sua organização, à sua estruturação interna, à definição do seu quadro
de pessoal e à criação dos cargos respectivos. Só cabe lei complementar, no sistema
de direito positivo brasileiro, quando formalmente reclamada a sua edição por norma

2
STF – ADI 5287.

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constitucional explícita. A especificidade do Ministério Público que atua perante o


TCU, e cuja existência se projeta num domínio institucional absolutamente diverso
daquele em que se insere o Ministério Público da União, faz com que a regulação de
sua organização, a discriminação de suas atribuições e a definição de seu estatuto
sejam passíveis de veiculação mediante simples lei ordinária, eis que a edição de lei
complementar é reclamada, no que concerne ao Parquet, tão somente para a
disciplinação normativa do Ministério Público comum (CF, art. 128, § 5º)”3.

“O Ministério Público de Contas não tem legitimidade para impetrar mandado de


segurança em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua” 4.

- que a lei que organiza o Ministério Público (§ 5º) é complementar e de iniciativa concorrente
do Presidente do Chefe do Poder Executivo e do Chefe do Ministério Público (Ou seja, será
uma lei complementar federal de iniciativa concorrente do Presidente da República e do
Procurador Geral da República na esfera federal. Será uma lei complementar estadual de
iniciativa concorrente do Governador do Estado e do Procurador-Geral de Justiça na esfera
estadual). Essas leis não se confundem com a Lei Ordinária, de iniciativa privativa do
Presidente da República para dispor sobre normas GERAIS para a organização do Ministério
Público dos Estados, do DF e dos Territórios (CF, art. 61, II, “d”).

- que não há hierarquia entre o MPU e os MPEs. Eventual conflito de atribuições entre um
membro do MPF e outro do MPE, entretanto, será resolvido pelo PGR5.

- que o PGR deve ser nomeado dentre integrantes da carreira do MPU (§ 1º) – pode ser de
qualquer ramo do MPU6.

- que a nomeação do PGR deve ser aprovada pela maioria do Senado Federal (§ 1º),
mediante voto secreto, após arguição pública (art. 51, III, “e”).

- que não há limite constitucional ao número de reconduções do PGR (§ 1º).

- que o PGR pode ser destituído por iniciativa do Presidente da República, sendo necessária a
aprovação da maioria absoluta do Senado Federal (§ 2º).

- que aos Procuradores-Gerais de Justiça só é permitida apenas uma recondução (§ 3º).

- que não há participação do Poder Legislativo na nomeação do Procurador-Geral de Justiça


(§ 3º).

3
STF – ADI 789.
4
STF - RE 1178617
5
STF – ACO 924/MG.
6
STF – MS 21.239.

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- que é possível a destituição do Procurador-Geral por meio de deliberação da maioria


absoluta do Poder Legislativo (ou seja, nos Estados será a respectiva Assembleia Legislativa; já
no DF será o Senado! – lembre-se de que o MPDFT integra o MPU).

- que, consoante entendimento do STF, caso ocorra vacância do cargo de Procurador-Geral


no curso do mandato, o próximo ocupante deverá cumprir um novo período de dois anos (e
não simplesmente completar o período restante do mandato do antecessor)7.

- para as garantias funcionais dos membros do MP: vitaliciedade, inamovibilidade e


irredutibilidade de subsídios (§ 5º, inciso I). Perceba que a inamovibilidade não impede a
remoção de ofício do membro do MP (art. 130-A, § 2º, III).

- que a despeito de o art. 128, § 5º, inciso II, “b”, vedar o exercício da advocacia por parte
dos membros do MP, o art. 29, § 3º do ADCT permite que os integrantes da carreira do MPU
que tenham sido admitidos antes da promulgação da CF/88 e que tenham optado pelo
regime anterior exerçam a advocacia.

- que a quarentena prevista no § 6º do art. 128 é aplicável somente ao tribunal perante o qual
o membro do MP oficiava.

• CF, art. 129 (Funções institucionais do Ministério Público) – atentar:

- que se trata de rol não-exaustivo, em razão do previsto no inciso IX.

- no que tange à ação civil pública:

a) que a ação civil pública se presta à proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (inciso III do art. 129). Observar, também,
os casos previstos no art. 1º da Lei 7.347/1985;

b) que promover a ação civil pública não é competência exclusiva do MP (inciso III), conforme
§ 1º. Além disso, observar os demais legitimados previstos no art. 5º da Lei 7.347/85.

c) para o objeto possível da ação (art. 3º da Lei 7.347/85).

d) para a possibilidade de ação cautelar (art. 4º da Lei 7.347/85).

- que o MP exerce o controle externo (e não interno) da atividade policial (inciso VII).

7
STF – ADI 1.783-BA.

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- que a despeito do MP ter a competência para promover, privativamente, a ação penal


pública, há também a ação penal privada subsidiária da pública, ajuizada quando aquela não
for intentada no prazo legal (art. 5º, LIX).

- que o oferecimento de denúncia pelo MP pode ser fundamentado em peças de informação


obtidas unicamente pelo Parquet, sem necessidade de prévio inquérito policial 8.

- que se houver autorização do chefe da instituição, o integrante do MP poderá residir fora da


comarca da respectiva lotação (§ 2º).

- que o concurso para ingresso na carreira do MP contará com a participação da OAB “em sua
realização” (§ 3º), enquanto o concurso para ingresso na magistratura contará com a
participação da OAB “em todas as fases” (art. 93, inciso I).
==5617c==

• CF, art. 130-A (Conselho Nacional do Ministério Público) – atentar:

- que o PGR é o presidente do CNMP (inciso I).

- que um membro de cada carreira do MPU compõe o Conselho (inciso II). Ou seja, um
membro do MPM, um do MPT, um do MPF e um do MPDFT.

- que os membros do CNMP são processados e julgados, nos crimes de responsabilidade,


pelo Senado Federal (art. 52, II).

- que compete ao STF julgar as ações contra o CNMP (art. 102, I, “r”).

- que o CNMP é órgão de controle do Ministério Público, fiscalizador da atuação


administrativa e financeira do MP, bem como do cumprimento dos deveres funcionais de seus
membros (§ 2º). Trata-se de exercício de controle externo (e não interno), segundo
entendimento do Plenário do próprio CNMP 9.

- para a semelhança entre as competências do CNMP e do CNJ (art. 103-B).

• CF, arts. 131 e 132 (Advocacia Pública) – observar:

- que a Advocacia Pública representa judicial e extrajudicialmente os entes federativos (arts.


131, caput e 132, caput). O STF entende, por outro lado, que em certas circunstâncias e em

8
STF – RE 535.478
9
CNMP – Processo 337/2016-92

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causas específicas, o Estado pode constituir outro representante para atuar em juízo 10. Ou
seja, não se trata de competência exclusiva da Advocacia Pública.

Nada obstante, na ADI 5109, o STF decidiu que Lei Complementar estadual que cria
atribuições complementares e específicas para servidores técnicos do Departamento Estadual
de Trânsito (Detran) com formação em Direito viola o artigo 132 da Constituição da
República, que atribui exclusivamente aos procuradores dos estados e do Distrito Federal o
exercício da representação judicial e a consultoria jurídica das unidades federadas.

- que a organização e funcionamento da AGU deve ser disciplinada por meio de lei
complementar (caput).

- que a AGU, de maneira ampla, é o órgão de advocacia pública da União, mas na execução
da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe especificamente à
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (§ 3º).

- que nas atividades de consultoria e assessoramento jurídico, a AGU age somente no Poder
Executivo, porque integra este Poder (caput). Inclusive o STF entende que cada Poder possui
a prerrogativa de manter uma assessoria jurídica própria 11.

- que apesar de não expresso nos arts. 131 e 132, existem procuradorias no âmbito municipal
– é a única Função Essencial à Justiça que se manifesta na esfera municipal.

- o(s) seguinte(s) precedente(s):

A representação judicial e a consultoria jurídica no âmbito dos estados e no Distrito


Federal é única e deve ser conduzida pela Procuradoria-Geral do ente federado12.

É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que prevê a descentralização


da Procuradoria Geral do Estado, uma vez que a Constituição Federal não autoriza a
descentralização funcional da Procuradoria-Geral do Estado, ocorrendo, no caso,
usurpação da competência da Procuradoria Estadual13.

É inconstitucional Dispositivo da Constituição Estadual que confere inamovibilidade


aos procuradores estaduais, uma vez que os procuradores são advogados que
representam a parte do processo, e, como tal, não têm essa garantia constitucional 14.

10
STF – 121.856-ED.
11
STF – ADI 1.557/DF.
12
STF - ADIs 5262, 5215 e 4449
13
STF - ADI 241
14
STF - ADI 1246

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É inconstitucional lei estadual que atribui à Procuradoria Geral do Estado a


competência para controle dos serviços jurídicos de empresas públicas e sociedades
de economia mista, uma vez que o artigo 132 da CF/88 confere às procuradorias
atribuição para representação judicial e a consultoria jurídica nos estados, aí
compreendidas a administração pública direta, as autarquias e as fundações, mas não
às empresas públicas e sociedades de economia mista 15.

“A expressão ‘procuradores’ contida na parte final do inciso XI do artigo 37 da


Constituição da República compreende os procuradores municipais, uma vez que
estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao
teto de 90,75% do subsídio mensal em espécie dos ministros do Supremo Tribunal
Federal”16.

“Os Procuradores da Fazenda Nacional não possuem direito a férias de 60 dias, nos
termos da legislação infraconstitucional e constitucional vigentes”17.

• CF, art. 133 (Advocacia Privada) – atentar:

- que a indispensabilidade do advogado não é absoluta, já que há determinadas causas em


que não se faz necessária sua presença (ex: ações de habeas corpus).

- que a imunidade material do advogado não é absoluta, não alcançando condutas que
podem ser configuradas como crime de calúnia, desacato ou outros excessos.

• CF, art. 134 (Defensoria Pública) – atentar:

- que a Defensoria presta assistência jurídica judicial e extrajudicial aos necessitados, na forma
do art. 5º, LXXIV (caput). Essa assistência é integral e gratuita.

- embora o § 1º disponha que “lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e


do Distrito Federal e dos Territórios”, com o advento da EC 69/2012, a competência para
organizar e manter a Defensoria Pública do DF foi transferida da União para o próprio DF
(vide redação atual e anterior do art. 22, XVII). Assim, atualmente, cabe à União, mediante lei
complementar, organizar a Defensoria Pública da União e dos Territórios e definir normas
gerais para a organização da Defensoria Pública nos estados e no DF, o que se alinha à
competência concorrente para legislar sobre assistência jurídica e defensoria pública, definida
no art. 24, XIII – cabendo à União definir as normas gerais e, aos Estados e DF, as normas
específicas.

15
STF – ADI 3536
16
STF - RE 663696
17
STF – RE 594481

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- que os integrantes da Defensoria possuem a garantia da inamovibilidade (mas não possuem


vitaliciedade) – art. 134, § 1º.

- para os princípios da Defensoria Pública: unidade, indivisibilidade e autonomia funcional (§


4º)

- que a Defensoria Pública possui autonomia funcional, administrativa e orçamentária (§§ 2º e


3º). Além disso, não está subordinada ao Poder Executivo ou qualquer dos Poderes.

- que a Defensoria pública possui legitimidade para propor Ação Civil Pública (Lei 7.347/85,
art. 5º).

- para o(s) seguinte(s) precedente(s):

É inconstitucional norma estadual que estabeleça a vinculação da Defensoria Pública


Estadual a alguma Secretaria de Estado18.

• CF, art. 135: observar que os advogados e defensores públicos serão remunerados por
subsídio fixado em parcela única, na forma do art. 39, § 4º.

18
STF – ADI 4056.

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APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando o
histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Funções Essenciais à Justiça (arts. 127 a 135 da CF/88)", “Defensoria Pública (arts. 134 e
135 da CF/88)" é/são o(s) ponto(s) que acreditamos que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela
banca.

instituição permanente, essencial à


Defensoria Pública função jurisdicional do Estado
==5617c==
(art. 134, caput)

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios objetivos
ou minimamente razoáveis.

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orientação jurídica
de forma integral e
incumbências gratuita, aos
promoção dos direitos
necessitados (na
(caput) humanos
forma do art. 5º,
LXXIV da CF/88)
defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicialmente,
dos direitos individuais e
coletivos

Defensoria autonomia funcional e administrativa


garantias às DPEs (§ 2º), à
Pública DPU e à DPDF (§ 3º)
(art. 134) iniciativa da proposta orçamentária

unidade

Princípios institucionais
indivisibilidade
(§ 4º)

independência funcional

ingresso na classe concurso público de


inicial provas e títulos

Carreira
garantia inamovibilidade
(§ 1º)

advocacia fora das


vedação
atribuições institucionais

Remuneração dos servidores subsídio fixado em parcela única


(art. 135) (art. 39, § 4º da CF)

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Funções Essenciais à Justiça (arts. 127 a 135 da CF)

1. (CESPE/2018/P-MA/Escrivão) A instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, à qual incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis é o(a)

a) Advocacia pública.

b) Conselho Nacional de Justiça.

c) Polícia judiciária.

d) Defensoria Pública.

e) Ministério Público.

Comentários

Gabarito: “E”

a) O papel constitucional da Advocacia Pública é o de representação judicial e extrajudicial,


consultoria e assessoramento jurídico, não guarda relação, portanto, com a finalidade apontada
no enunciado.

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Detalhe: note que, para o papel da AGU, a literalidade da CF fala em representação “judicial e
extrajudicial” enquanto que, para os Procuradores dos Estados e do DF, menciona apenas
representação “judicial” (não menciona “extrajudicial”).

Outra diferença: para o papel da AGU, a literalidade da CF fala em “consultoria e


assessoramento jurídico”, enquanto que, para os Procuradores dos Estados e do DF, menciona
apenas “consultoria jurídica” (não menciona “assessoramento”).

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira,


na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

b) O Conselho Nacional de Justiça é órgão do Poder Judiciário responsável pelo controle da


atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes (CF, art. 103-B, § 4º). Não guarda relação, portanto, com a finalidade apontada no
enunciado.

c) A Polícia Judiciária é a polícia investigativa, exercida pelas polícias civis. Não guarda relação,
portanto, com a finalidade apontada no enunciado.

d) Embora seja instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, à Defensoria


Pública compete a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos
os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados (hipossuficientes). Não se trata exatamente da finalidade apontada no
enunciado.

CF/88

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal.

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e) Trata-se, de fato, do Ministério Público, conforme art. 127, caput da CF/88:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Composição do Ministério Público, nomeação e destituição de seus chefes (art.


128, I e II e §§ 1º a 4º da CF/88)

2. (CESPE/2015/TRE GO/AJAA) Em relação ao Poder Judiciário e às funções essenciais à


justiça, julgue o seguinte item.

O Ministério Público Eleitoral é parte integrante do Ministério Público da União, tem estrutura
própria e é composto por procuradores investidos no serviço público mediante aprovação em
concurso próprio para a respectiva carreira.

Comentários

GABARITO: errado.

O Ministério Público Eleitoral não está previsto no rol do art. 128, inciso I, da CF/1988, que
estabelece os Ministérios Públicos que integram o MPU:

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

Embora não fosse necessário saber disso para acertar a questão, também não há concurso para
composição do Ministério Público Eleitoral, uma vez que suas atribuições são exercidas pelos
membros do Ministério Público Federal, conforme art. 72, caput, da Lei Complementar nº
75/1993:

Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à
Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e
instâncias do processo eleitoral.

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3. (Cespe/2004/STM/AJAJ) No que tange às funções essenciais à justiça, julgue o item.

Moisés foi aprovado em concurso público de provas e títulos como membro do Ministério
Público Militar (MPM) em agosto de 2000 e vem exercendo atualmente suas atividades na
cidade do Rio de Janeiro.

Nessa situação, no exercício de suas atribuições no MPM, Moisés poderá receber, em casos
expressos em lei, honorários e custas processuais nos processos em que atuar.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Conforme o art. 128, § 5º, inciso II, alínea “a”, da CF/1988, os membros do Ministério Público
não podem receber, sob qualquer pretexto, honorários e custas processuais:

Art. 128. (...)

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos


respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o
estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

(...)

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou


custas processuais;

4. (CESPE/2010/MPU/AJAJ) Considerando as normas constitucionais sobre as funções


essenciais à justiça, julgue o item a seguir.

Entre as funções institucionais do Ministério Público, está a de promover, em caráter exclusivo, a


ação civil pública para a promoção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos.

Comentários

GABARITO: errado.

A promoção de ação civil pública para a promoção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos não é exclusiva, podendo ser realizada por
terceiros, segundo o disposto na CF e na lei, conforme o art. 129, inciso III e § 1º, da CF/1988:

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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

(...)

§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo


não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta
Constituição e na lei.

5. (CESPE/2018/PC-MA/Investigador) Observada a ordem de nomeação, o ingresso na carreira


do Ministério Público se dará mediante concurso público de provas e títulos, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo,

a) cinco anos de atividade jurídica.

b) um ano de atividade jurídica.

c) dois anos de atividade jurídica.

d) três anos de atividade jurídica.

e) quatro anos de atividade jurídica.

Comentários

Gabarito: “D”

Para o ingresso na carreira do Ministério Público, são necessários pelo menos 3 anos de
atividade jurídica.

Cuidado! Não são 3 anos de advocacia; são 3 anos de atividade jurídica, sendo a advocacia um
tipo de atividade jurídica aceita.

CF/88, Art. 129. (...)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público


de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.

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6. (Cespe/2013/TRE MAS/AJAJ/Adaptada)À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o


item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos das
populações indígenas.

Comentários

GABARITO: CERTO.

A competência do Ministério Público para defesa das populações indígenas mediante o


ajuizamento de ação civil pública está prevista no art. 129, incisos III e V, da CF/1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

(...)

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

7. (Cespe/2011/STM/AJAJ) À luz da CF, julgue o item a seguir, relativo às funções essenciais à


justiça.
O rol de funções do Ministério Público constante da CF é taxativo, cabendo a esse órgão cingir-
se ao exercício das atribuições descritas nos dispositivos constitucionais.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

As atribuições do Parquet previstas na CF/1988 são meramente exemplificativas, conforme se


extrai do art. 129, inciso IX, da CF/1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas.

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8. (CESPE/2013/IBAMA/Analista Ambiental) De acordo com a CF, julgue o item a seguir.

A promoção da ação civil pública para a proteção do meio ambiente e o controle externo da
atividade policial são funções institucionais do Poder Judiciário.

Comentários

GABARITO: errado.

Essas funções são do Ministério Público, não do Poder Judiciário, conforme o art. 129, incisos I e
VII, da CF/1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

(...)

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar


mencionada no artigo anterior;

9. (CESPE/2013/TJ ES/Notário e Registrador) Acerca das funções essenciais à justiça, assinale a


opção correta.

a) É função institucional do MP defender judicialmente os direitos e interesses das populações


indígenas.

b) A CF assegura às defensorias públicas estaduais autonomia funcional e administrativa, mas


não lhes garante a iniciativa de sua proposta orçamentária.

c) A norma constitucional que assegura a inviolabilidade do advogado por seus atos e


manifestações no exercício da profissão é de eficácia plena e de caráter absoluto e não contida,
uma vez que não se subordina a limites estabelecidos por norma infraconstitucional.

d) O advogado-geral da União é livremente nomeado, pelo presidente da República, entre os


integrantes das carreiras da Advocacia-Geral da União, com mais de dez anos de efetivo
exercício no cargo e maiores de trinta e cinco anos de idade.

e) A CF prevê expressamente que o procurador-geral da República seja nomeado pelo


presidente da República entre integrantes de lista tríplice votada pelos membros da carreira do
Ministério Público da União, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
do Senado Federal.

Comentários

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GABARITO: “A”

Essa função do Ministério Público está prevista no art. 129, inciso V, da CF/1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

B: errada. A CF também prevê a iniciativa de sua proposta orçamentária às defensorias públicas


estaduais, de acordo com o art. 134, § 2º:

Art. 134 (...)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e


administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99,
§ 2º.

C: errada. A inviolabilidade do advogado não é absoluta, pois deve ser exercida nos limites da
lei, conforme o art. 133 da CF/1988:

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por


seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

D: errada. O AGU é nomeado entre cidadãos maiores de 35 anos de notável saber jurídico e
reputação ilibada; não precisa ser vinculado à carreira da instituição nem ter mais de 10 anos de
efetivo exercício no cargo, nos termos do art. 131, § 1º, da CF/1988:

Art. 131. (...)

§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre


nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco
anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

E: errada. A CF não fala em lista tríplice, mas tão somente prevê que o PGR será nomeado pelo
Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal (art. 128, § 1º,
da CF/1988):

Art. 128 (...)

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§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,


nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de
trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

10. (Cespe/2014/TJ SE/AJAA) A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo e das funções
essenciais à justiça, julgue o item que se segue.

O Conselho Nacional do Ministério Público tem competência para apreciar e desconstituir,


inclusive de ofício, atos administrativos praticados pelos membros do Parquet.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Vejamos o que dispõe o art. 130-A, § 2º, inciso II, da CF/1988:

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze


membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma
recondução, sendo:

(...)

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação


administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendo lhe:

(...)

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a


legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério
Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
da competência dos Tribunais de Contas;

De acordo com esse dispositivo, o CNMP pode apreciar e desconstituir, até mesmo de ofício,
atos administrativos praticados pelos membros do Ministério Público.

Advocacia Pública (arts. 131 e 132 da CF/88)

11. (CESPE/2012/TJ RR/Administrador) Com relação ao Poder Judiciário e às funções essenciais


à justiça, julgue o item subsequente.

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É obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases do concurso


público de provas e títulos para o cargo de procurador dos estados e do Distrito Federal, não
sendo obrigatória, contudo, para o ingresso nas classes das carreiras da Advocacia-Geral da
União.

Comentários

GABARITO: certo.

A OAB deve participar de todas as fases do concurso para ingresso na carreira de Procurador do
Estado ou do DF, obrigação essa não prevista em relação aos concursos da AGU. Tudo isso
conforme os artigos 131, § 2º, e 132, caput, da CF/1988:

Art. 131 (...)

§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo
far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira,


na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

12. (Cespe/2013/TRE MS/AJAJ/Adaptada) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o


item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

Compete à Advocacia-Geral da União a representação judicial e extrajudicial da União, bem


como a realização de atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

O art. 131, caput, da CF/1988 prevê que cabe à AGU desempenhar as atividades de consultoria
e assessoramento jurídico apenas do Poder Executivo:

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

13. (CESPE/2018/TCM-BA/Auditor) No que se refere às funções essenciais à justiça, é correto


afirmar que

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a) a defesa dos denominados interesses sociais e individuais indisponíveis cabe à advocacia


pública.

b) o Ministério Público dos estados é integrante do Ministério Público da União.

c) a Advocacia-Geral da União é a instituição responsável pela representação judicial da União,


não possuindo competência para representá-la extrajudicialmente.

d) os procuradores dos estados são servidores públicos concursados incumbidos da função de


representação judicial e consultoria jurídica às respectivas unidades federadas.

e) a Defensoria Pública, por estar vinculada à procuradoria estadual, encontra-se sujeita às


mesmas regras funcionais e administrativas estabelecidas pelo procurador-geral.

Comentários

Gabarito: “D”

a) A Advocacia Pública é órgão que defende a União, os Estados, o DF e os Municípios, por


meio de seus procuradores, subordinados ao Poder Executivo. Estes não se confundem,
portanto, com os Procuradores do Ministério Público, que defendem os direitos sociais e
individuais indisponíveis.

CF/88

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos

b) Nada disso. O MPU é composto pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do
Trabalho, o Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Junto
com o MPU, os Ministérios Públicos dos Estados formam o Ministério Público (nacional).

CF/88

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

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d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

c) A assertiva contraria o art. 131 da CF/88.

Art. 131 A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

d) É isso aí. Basta olharmos o que dispõe o art. 132, caput da CF/88:

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira,


na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade


após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os
órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

e) A Defensoria Pública possui autonomia funcional e administrativa assegurada


constitucionalmente, não há vinculação com as procuradorias estaduais ou submissão às regras
estabelecidas pelo procurador-geral.

Art. 134. (...)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e


administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99,
§ 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito


Federal.

14. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) No que se refere às funções essenciais à justiça, é


correto afirmar que a advocacia pública caracteriza-se por
A) prestar atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Legislativo.
B) auxiliar o Congresso Nacional na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União.
C) buscar a realização dos interesses da sociedade.

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D) ser inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
E) ser essencial à função jurisdicional do Estado e promover gratuitamente a orientação jurídica e
a defesa dos necessitados.
Comentários:
O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei (art. 133, da CF/88).
Gabarito: letra D.

15. (Cespe/2013/TRT 10/AJAJ) A respeito das funções essenciais à justiça, julgue o item
subsequente.

A CF considera, de modo expresso, que o advogado é indispensável à administração da justiça.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Está expresso no art. 133 da CF/1988 que o advogado é indispensável à administração da


justiça:

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por


seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

16. (CESPE/2010/Analista do MPU/Área Administrativa) Julgue o item a seguir, referente ao


Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

A CF assegura autonomia funcional, administrativa e financeira às defensorias públicas estaduais,


por meio das quais o Estado cumpre o seu dever constitucional de garantir às pessoas
desprovidas de recursos financeiros o acesso à justiça.

Comentários

GABARITO: certo.

O enunciado está em consonância com a previsão do art. 134, caput e § 2º, da CF/1988:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal.

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(...)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e


administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99,
§ 2º.

17. (Cespe/2017/TRT 7/AJAJ/Adaptada) Considerando os dispositivos constitucionais a respeito


dos órgãos do Poder Judiciário, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Defensoria Pública,
julgue o item.

Tanto a Defensoria Pública da União como as dos estados e do DF devem ser organizadas por lei
complementar, devendo o ingresso no cargo de defensor público dar-se mediante concurso
público de provas e títulos.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Somente a DPU e a Defensoria Pública do DF e dos Territórios deve ser organizada por lei
complementar, que também deve prescrever normas gerais para a organização das Defensorias
Públicas dos estados - art. 134, § 1º, da CF/1988:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal.

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal


e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

18. (Cespe/2013/TRE MS/AJAJ/Adaptada) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o


item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

À defensoria pública, que é instituição essencial ao Estado democrático de direito, compete


realizar a assistência jurídica integral e gratuita para todos os cidadãos brasileiros
independentemente da situação financeira de cada um.

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Comentários

GABARITO: ERRADO.

A defensoria pública realiza a assistência jurídica integral e gratuita apenas dos cidadãos
necessitados, conforme o art. 134, caput, da CF/1988:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal.

19. (CESPE/2018/SEFAZ-RS/Auditor) A respeito das funções essenciais à justiça, julgue os


seguintes itens.

I O Ministério Público estadual possui legitimidade ativa autônoma para ajuizar reclamação no
Supremo Tribunal Federal (STF), desde que haja ratificação da inicial pelo procurador-geral da
República.

II A Defensoria Pública possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública e defender
interesses transindividuais — coletivos stricto sensu e difusos — e interesses individuais
homogêneos.

III Os procuradores dos estados, que possuem remuneração estabelecida exclusivamente por
subsídio fixado em parcela única, exercem funções de consultoria jurídica e representação
judicial dos respectivos entes federados.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos

Comentários

Gabarito: “D”

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I- A reclamação perante o STF é cabível para a preservação de sua competência e garantia da


autoridade de suas decisões (CF, art. 102, “l”) ou no caso de ato administrativo ou decisão
judicial que contrarie a súmula aplicável ou que indevidamente a aplique (CF, art. 103-A, § 3º).

Embora caiba ao Procurador-Geral da República desempenhar a funções do MPU junto ao STF,


o Supremo reconhece a legitimidade ativa autônoma do Ministério Público estadual para ajuizar
reclamação perante a Corte (RCL 7.358/SP).

II – Este item é bem interessante, já que a CF/88 diz que a competência para propor a ação civil
pública é do Ministério Público, contudo, o § 1º, art. 129, diz que a legitimação do Ministério
Público para as ações civis não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
disposto na própria Constituição e na lei.

Nesse sentido, a Lei 7.347/1985 traz a Defensoria Pública como legitimada ativa a propor a Ação
Civil Pública.

Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:

I - o Ministério Público;

II - a Defensoria Pública;

III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

V - a associação que, concomitantemente:

a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;

b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e


social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência,
aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.

III- Tanto os servidores integrantes das carreiras da Advocacia Pública, quanto os da Defensoria
Pública devem ser remunerados na forma de subsídio.

Art. 39. (...)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,

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abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido,


em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste
Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

20. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas


relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria
pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
A falta de notificação pessoal do réu acerca da renúncia dos únicos advogados que exerciam sua
defesa técnica, ausente a nomeação de defensor dativo, gera nulidade dos atos processuais, por
representar cerceamento do direito de defesa.
==5617c==

Comentários:

O STF, ao julgar o HC 98.118/RJ, entendeu que houve cerceamento de defesa e reconheceu a


inexistência da notificação pessoal do réu a respeito de relevante circunstância de caráter
pessoal (renúncia dos advogados), sem que ao réu fosse nomeado defensor dativo. Para o STF,
pois, o réu foi privado do direito de ser defendido, resultando em constrangimento ilegal.

Ainda, a Súmula 708 do STF defende:

Súmula 708/STF. É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos
da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir
outro.

Gabarito: certo.

21. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas


relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria
pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
A omissão estatal que inviabilize a pessoas carentes o direito fundamental à defensoria pública
enseja intervenção jurisdicional que vise implementar programa constitucional destinado a
conferir acesso gratuito aos desassistidos.
Comentários:

A assertiva pode ser respondida através da análise deste julgado do STF:

INSTRUMENTO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO RECURSO DE


AGRAVO – DEFENSORIA PÚBLICA – IMPLANTAÇÃO – OMISSÃO ESTATAL QUE

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COMPROMETE E FRUSTRA DIREITOS FUNDAMENTAIS DE PESSOAS


NECESSITADAS – SITUAÇÃO CONSTITUCIONALMENTE INTOLERÁVEL – O
RECONHECIMENTO, EM FAVOR DE POPULAÇÕES CARENTES E DESASSISTIDAS,
POSTAS À MARGEM DO SISTEMA JURÍDICO, DO “DIREITO A TER DIREITOS”
COMO PRESSUPOSTO DE ACESSO AOS DEMAIS DIREITOS, LIBERDADES E
GARANTIAS – INTERVENÇÃO JURISDICIONAL CONCRETIZADORA DE PROGRAMA
CONSTITUCIONAL DESTINADO A VIABILIZAR O ACESSO DOS NECESSITADOS À
ORIENTAÇÃO JURÍDICA INTEGRAL E À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITAS (CF,
ART. 5º, INCISO LXXIV, E ART. 134) ... “criação, implantação e estruturação da
Defensoria Pública da Comarca de Apucarana” – RECURSO DE AGRAVO PROVIDO,
EM PARTE. - Assiste a toda e qualquer pessoa – especialmente àquelas que nada têm
e que de tudo necessitam – uma prerrogativa básica essencial à viabilização dos
demais direitos e liberdades fundamentais, consistente no reconhecimento de que
toda pessoa tem direito a ter direitos, o que põe em evidência a significativa
importância jurídico-institucional e político-social da Defensoria Pública. - O
descumprimento, pelo Poder Público, do dever que lhe impõe o art. 134 da
Constituição da República traduz grave omissão que frustra, injustamente, o direito
dos necessitados à plena orientação. (AI 598212 ED, Relator(a): CELSO DE MELLO,
Segunda Turma, julgado em 25/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-077 DIVULG
23-04-2014 PUBLIC 24-04-2014 RTJ VOL-00235-01 PP-00195)

Gabarito: certo.

22. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas


relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria
pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
É constitucional norma estadual que atribua à defensoria pública do estado a competência de
defender servidores públicos civis estaduais processados administrativa, civil ou criminalmente.
Comentários:

Em verdade, é inconstitucional a lei estadual que atribui à Defensoria Pública do Estado a defesa
judicial de servidores públicos estaduais processados civil ou criminalmente em razão do regular
exercício do cargo, pois se extrapola o modelo da CF (art. 134), o qual restringe as atribuições
da Defensoria Pública à assistência jurídica dos necessitados (ADI 3022/SC, DJe 04/03/2005).

Gabarito: errado.

23. (CEBRASPE/2022/MPC-SC/Técnico em Contas Públicas) João, empregado celetista em


uma sociedade de economia mista, foi dispensado por seu empregador com base em lei

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estadual que alterou a legislação trabalhista. Irresignado com a situação, João procurou a
Defensoria Pública (DP), com o objetivo de promover a defesa, no âmbito judicial e
administrativo, dos seus direitos individuais sem qualquer custo financeiro. Com a declaração de
insuficiência de recursos de João, o defensor ajuizou ação judicial visando a desconstituição da
dispensa trabalhista, alegando a inconstitucionalidade da lei estadual.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base nas disposições da
Constituição Federal de 1988 (CF).

Foi correta a decisão de João de procurar a DP, uma vez que a instituição defende os direitos
individuais dos cidadãos que declarem insuficiência de recursos.

Comentários

A Defensoria Pública presta assistência jurídica judicial e extrajudicial aos necessitados, na forma
do art. 5º, LXXIV (caput). Essa assistência é integral e gratuita.

Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;

Dispõe o artigo 134 da CF/88, acerca da Defensoria Pública:

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais
e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal.

A assertiva está incorreta, pois não basta a simples declaração de insuficiência, como consta no
enunciado da questão. É necessária a comprovação da insuficiência de recursos para que faça jus
ao direito de acompanhamento pela Defensoria Pública.

GABARITO: ERRADO.

24. (CEBRASPE/2022/MPC-SC) No que diz respeito ao Conselho Nacional do Ministério Público


(CNMP), julgue o item que se segue.

Não compete ao CNMP conhecer das reclamações feitas contra os serviços auxiliares dos MP
dos estados.

Comentários

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Prevê o artigo 130-A, § 2º, II, da CF/88:

Art. 130-A, § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da


atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos
deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

(...)

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério


Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar
processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa."

Conforme a literalidade do artigo, a alternativa está incorreta, pois o recebimento das citadas
reclamações é uma das atribuições do CNMP.

GABARITO: ERRADO.

25. (CEBRASPE /2022 /TRT - 8ª Região/Técnico Judiciário) Acerca do Poder Judiciário e das
funções essenciais à justiça, julgue os itens a seguir.

I Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho.

II São funções institucionais da Defensoria Pública da União defender judicialmente os direitos e


interesses das populações indígenas.

III A Advocacia-Geral da União representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe as


atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo, do Poder Legislativo e
do Poder Judiciário.

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.

b) Apenas o item I está certo.

c) Apenas o item II está certo.

d) Apenas o item III está certo.

e) Todos os itens estão certos.

Comentários

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Item I - correto. O artigo 109, VI, da CF/88 dispõe:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,


contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

Item II - errado. Cabe ao Ministério Público defender os direitos e interesses das populações
indígenas. Dispõe o artigo art. 129, V da CF/88:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

Item III - errado. Cabe à AGU as atividades de consultoria e assessoramento apenas ao Poder
Executivo. Dispõe o artigo 131 da CF/88:

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

GABARITO: LETRA B.

26. (CEBRASPE/2022/PGE-PA) Em relação ao Ministério Público, assinale a opção correta, à luz


da CF.

a) O Ministério Público, na condição de quarto Poder da República, é instituição permanente e


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

b) O Ministério Público, além de defender o regime democrático, atua, nos termos da sua lei
orgânica, nas atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

c) O Ministério Público da União tem como chefe o procurador-geral da República, nomeado


pelo presidente da República entre os indicados em lista tríplice elaborada pelos membros da
instituição, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

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d) O Ministério Público tem a função institucional de defender judicialmente os direitos e


interesses das populações indígenas.

e) O Ministério Público exerce o controle interno e externo da atividade policial, na forma


estabelecida em lei complementar da União e dos estados.

Comentários

Alternativa D - correta. Cabe ao Ministério Público defender os direitos e interesses das


populações indígenas. Dispõe o artigo art. 129, V da CF/88:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

V - defender judicialmente os direitos;

Passemos à análise das demais alternativas.

Alternativa A - incorreta. O Ministério Público é instituição permanente, autônoma (autonomia


funcional, administrativa e orçamentária) e independente.

Conforme estabelecido constitucionalmente, o Ministério Público não integra nenhum dos


Poderes e não é um "quarto Poder", como cita a alternativa.

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Alternativa B - incorreta. Cabe à AGU, e não ao Ministério Público, as atividades de consultoria


e assessoramento do Poder Executivo. Dispõe o artigo 131 da CF/88:

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Alternativa C - incorreta. A escolha do Procurador-Geral da República é feira dentre os


integrantes da carreira e não há lista tríplice. Dispõe o artigo 128, § 1º da CF/88:

Art. 128, § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da


República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira,
maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta

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dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a


recondução.

Alternativa E - incorreta. O Ministério Público exerce apenas o controle externo da atividade


policial. Dispõe o artigo 129, VII da CF/88:

Art. 129, VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar mencionada no artigo anterior;

GABARITO: LETRA D.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Qual a função do Ministério Público?


2. O Ministério Público integra a estrutura de qual Poder?
3. Qual a estrutura do Ministério Público da União (MPU)?
4. A quem cabe a iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União? E dos
Ministérios Públicos Estaduais?
5. Quais são os princípios institucionais do Ministério Público (MP)?
6. O que preceitua o princípio do promotor natural?
7. É possível o oferecimento de denúncia pelo MP sem prévia investigação criminal por parte
da polícia?
8. Quantas reconduções são permitidas constitucionalmente ao cargo de Procurador Geral da
República?

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9. Quantas reconduções são permitidas constitucionalmente ao cargo de Procurador Geral de


Justiça dos Estados?
10. A Advocacia Geral da União realiza atividades de consultoria e assessoramento jurídico de
quais poderes?
11. Aos procuradores dos Estados são assegurados a garantia da inamovibilidade? E da
vitaliciedade?
12. Aos defensores públicos dos Estados são assegurados a garantia da inamovibilidade? E da
vitaliciedade?
13. Quais defensorias públicas possuem autonomia funcional e administrativa e iniciativa de sua
proposta orçamentária?
14. A quem compete organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal?
15. Quais são os princípios institucionais da Defensoria Pública (DP)?
16. Qual a função da Defensoria Pública?

Perguntas com respostas

1. Qual a função do Ministério Público?

Defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais


indisponíveis (CF, art. 127, caput).

2. O Ministério Público integra a estrutura de qual Poder?

O Ministério Público não integra a estrutura de nenhum dos poderes – é instituição autônoma e
independente.

3. Qual a estrutura do Ministério Público da União (MPU)?

O MPU abrange:

a) Ministério Público Federal;

b) Ministério Público do Trabalho;

c) Ministério Público Militar;

d) O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

4. A quem cabe a iniciativa de lei de organização do Ministério Público da União? E dos


Ministérios Públicos Estaduais?

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A lei de organização do Ministério Público da União é da iniciativa concorrente do Presidente da


República (CF, art. 61, § 1º, II, “d”) e do Procurador-Geral da República (CF, art. 128, § 5º).

Por sua vez, as leis de organização dos Ministérios Públicos Estaduais são de iniciativa
concorrente do Governador e do Procurador-Geral de Justiça – por simetria ao que ocorre na
esfera federal.

5. Quais são os princípios institucionais do Ministério Público (MP)?

Unidade, indivisibilidade e independência funcional (CF, art. 127, § 1º).

O princípio da unidade preceitua que o MP deve ser considerado um órgão único, composto por
um só corpo institucional. A unidade ocorre, entretanto, dentro de cada MP (ou seja, dentro de
cada ramo do MPU e dentro de cada Ministério Público do Estado).

O princípio da indivisibilidade preceitua que os membros do MP agem em nome da instituição,


não em nome deles mesmos, o que permite a substituição de um membro do MP por outro, em
um mesmo processo, sem qualquer prejuízo processual – os membros do MP não estão
vinculados aos processos em que atuam.

O princípio da independência funcional possui acepção interna e externa. Na acepção externa


(ou orgânica), preceitua que o MP não está sujeito à interferência de outro órgão ou Poder. Já
na acepção interna, o referido princípio preceitua que os membros do MP não estão sujeitos à
hierarquia funcional – se vinculam apenas ao ordenamento jurídico e a sua própria convicção -,
embora possam estar sujeitos à hierarquia (meramente) administrativa.

6. O que preceitua o princípio do promotor natural?

Preceitua que a designação de um membro do MP para atuar em um determinado processo


deve obedecer a critérios objetivos preestabelecidos, evitando, assim, casuísmos e
arbitrariedades (“acusador de exceção”).

7. É possível o oferecimento de denúncia pelo MP sem prévia investigação criminal por parte
da polícia?

Sim, o MP pode oferecer denúncia baseada em peças de informação obtidas pelo próprio
parquet, mesmo que não haja investigação criminal por parte da polícia, conforme entendimento
do STF1.

8. Quantas reconduções são permitidas constitucionalmente ao cargo de Procurador Geral da


República?

1
STF – RE 535.478.

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A CF não limita o número de reconduções (CF, art. 128, § 1º).

Art. 128. (...)

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,


nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de
trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

9. Quantas reconduções são permitidas constitucionalmente ao cargo de Procurador Geral de


Justiça dos Estados?

Apenas uma recondução (CF, art. 128, § 3º).

Art. 128. (...)

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão


lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de
seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para
mandato de dois anos, permitida uma recondução.

10. A Advocacia Geral da União realiza atividades de consultoria e assessoramento jurídico de


quais poderes?

Apenas do Poder Executivo (CF, art. 131, caput).

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de


órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

11. Aos procuradores dos Estados são assegurados a garantia da inamovibilidade? E da


vitaliciedade?

Nenhum dos dois, mas, apenas estabilidade, a ser adquirida após três anos de exercício,
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado
das corregedorias (CF, art. 132, parágrafo único).

Art. 132. (...)

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade


após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os
órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

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12. Aos defensores públicos dos Estados são assegurados a garantia da inamovibilidade? E da
vitaliciedade?

Os defensores públicos, não somente os dos Estados, possuem a garantia da inamovibilidade,


mas não a da vitaliciedade (CF, art. 134, § 1º).

Art. 134. (...)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal


e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
==5617c==

13. Quais defensorias públicas possuem autonomia funcional e administrativa e iniciativa de sua
proposta orçamentária?

Todas, conforme §§ 2º e 3º do art. 134 da CF.

Art. 134. (...)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e


administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99,
§ 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito


Federal.

14. A quem compete organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal?

O próprio DF (arts. 22, XVII, 24, XIII da CF).

15. Quais são os princípios institucionais da Defensoria Pública (DP)?

Unidade, indivisibilidade e independência funcional (art. 134, § 4º da CF).

Aqui valem os mesmos preceitos aplicados aos princípios institucionais do Ministério Público.

O princípio da unidade preceitua que a DP deve ser considerada um órgão único, composto por
um só corpo institucional. A unidade ocorre, entretanto, dentro de cada DP.

O princípio da indivisibilidade preceitua que os membros da DP agem em nome da instituição,


não em nome deles mesmos, o que permite a substituição de um membro da DP por outro, em

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um mesmo processo, sem qualquer prejuízo processual – os membros da DP não estão


vinculados aos processos em que atuam.

O princípio da independência funcional possui acepção interna e externa. Na acepção externa


(ou orgânica), preceitua que a DP não está sujeita à interferência de outro órgão ou Poder. Já na
acepção interna, o referido princípio preceitua que os membros da DP não estão sujeitos à
hierarquia funcional, embora possam estar sujeitos à hierarquia (meramente) administrativa.

16. Qual a função da Defensoria Pública?

Nos termos do art. 134, caput, da CF, a função da Defensoria Pública é a orientação jurídica, a
promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º da CF.

...

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (CESPE/2018/P-MA/Escrivão) A instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, à qual incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis é o(a)

a) Advocacia pública.

b) Conselho Nacional de Justiça.

c) Polícia judiciária.

d) Defensoria Pública.

e) Ministério Público.

2. (CESPE/2015/TRE GO/AJAA) Em relação ao Poder Judiciário e às funções essenciais à


justiça, julgue o seguinte item.

O Ministério Público Eleitoral é parte integrante do Ministério Público da União, tem estrutura
própria e é composto por procuradores investidos no serviço público mediante aprovação em
concurso próprio para a respectiva carreira.

3. (Cespe/2004/STM/AJAJ) No que tange às funções essenciais à justiça, julgue o item.

Moisés foi aprovado em concurso público de provas e títulos como membro do Ministério
Público Militar (MPM) em agosto de 2000 e vem exercendo atualmente suas atividades na
cidade do Rio de Janeiro.

Nessa situação, no exercício de suas atribuições no MPM, Moisés poderá receber, em casos
expressos em lei, honorários e custas processuais nos processos em que atuar.

4. (CESPE/2010/MPU/AJAJ) Considerando as normas constitucionais sobre as funções


essenciais à justiça, julgue o item a seguir.

Entre as funções institucionais do Ministério Público, está a de promover, em caráter exclusivo, a


ação civil pública para a promoção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos.

5. (CESPE/2018/PC-MA/Investigador) Observada a ordem de nomeação, o ingresso na carreira


do Ministério Público se dará mediante concurso público de provas e títulos, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo,

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a) cinco anos de atividade jurídica.

b) um ano de atividade jurídica.

c) dois anos de atividade jurídica.

d) três anos de atividade jurídica.

e) quatro anos de atividade jurídica.

6. (Cespe/2013/TRE MAS/AJAJ/Adaptada)À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o


item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos das
populações indígenas.

7. (Cespe/2011/STM/AJAJ) À luz da CF, julgue o item a seguir, relativo às funções essenciais à


justiça.
O rol de funções do Ministério Público constante da CF é taxativo, cabendo a esse órgão cingir-
se ao exercício das atribuições descritas nos dispositivos constitucionais.

8. (CESPE/2013/IBAMA/Analista Ambiental) De acordo com a CF, julgue o item a seguir.

A promoção da ação civil pública para a proteção do meio ambiente e o controle externo da
atividade policial são funções institucionais do Poder Judiciário.

9. (CESPE/2013/TJ ES/Notário e Registrador) Acerca das funções essenciais à justiça, assinale a


opção correta.

a) É função institucional do MP defender judicialmente os direitos e interesses das populações


indígenas.

b) A CF assegura às defensorias públicas estaduais autonomia funcional e administrativa, mas


não lhes garante a iniciativa de sua proposta orçamentária.

c) A norma constitucional que assegura a inviolabilidade do advogado por seus atos e


manifestações no exercício da profissão é de eficácia plena e de caráter absoluto e não contida,
uma vez que não se subordina a limites estabelecidos por norma infraconstitucional.

d) O advogado-geral da União é livremente nomeado, pelo presidente da República, entre os


integrantes das carreiras da Advocacia-Geral da União, com mais de dez anos de efetivo
exercício no cargo e maiores de trinta e cinco anos de idade.

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e) A CF prevê expressamente que o procurador-geral da República seja nomeado pelo


presidente da República entre integrantes de lista tríplice votada pelos membros da carreira do
Ministério Público da União, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros
do Senado Federal.

10. (Cespe/2014/TJ SE/AJAA) A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo e das funções
essenciais à justiça, julgue o item que se segue.

O Conselho Nacional do Ministério Público tem competência para apreciar e desconstituir,


inclusive de ofício, atos administrativos praticados pelos membros do Parquet.

11. (CESPE/2012/TJ RR/Administrador) Com relação ao Poder Judiciário e às funções essenciais


à justiça, julgue o item subsequente.
É obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases do concurso
público de provas e títulos para o cargo de procurador dos estados e do Distrito Federal, não
sendo obrigatória, contudo, para o ingresso nas classes das carreiras da Advocacia-Geral da
União.
12. (Cespe/2013/TRE MS/AJAJ/Adaptada) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o
item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

Compete à Advocacia-Geral da União a representação judicial e extrajudicial da União, bem


como a realização de atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.

13. (CESPE/2018/TCM-BA/Auditor) No que se refere às funções essenciais à justiça, é correto


afirmar que

a) a defesa dos denominados interesses sociais e individuais indisponíveis cabe à advocacia


pública.

b) o Ministério Público dos estados é integrante do Ministério Público da União.

c) a Advocacia-Geral da União é a instituição responsável pela representação judicial da União,


não possuindo competência para representá-la extrajudicialmente.

d) os procuradores dos estados são servidores públicos concursados incumbidos da função de


representação judicial e consultoria jurídica às respectivas unidades federadas.

e) a Defensoria Pública, por estar vinculada à procuradoria estadual, encontra-se sujeita às


mesmas regras funcionais e administrativas estabelecidas pelo procurador-geral.

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14. (CEBRASPE/2021/RJ-RJ/Técnico Judiciário) No que se refere às funções essenciais à justiça, é


correto afirmar que a advocacia pública caracteriza-se por
A) prestar atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Legislativo.
B) auxiliar o Congresso Nacional na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União.
C) buscar a realização dos interesses da sociedade.
D) ser inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
E) ser essencial à função jurisdicional do Estado e promover gratuitamente a orientação jurídica e
a defesa dos necessitados.

15. (Cespe/2013/TRT 10/AJAJ) A respeito das funções essenciais à justiça, julgue o item
subsequente.

A CF considera, de modo expresso, que o advogado é indispensável à administração da justiça.

16. (CESPE/2010/Analista do MPU/Área Administrativa) Julgue o item a seguir, referente ao


Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

A CF assegura autonomia funcional, administrativa e financeira às defensorias públicas estaduais,


por meio das quais o Estado cumpre o seu dever constitucional de garantir às pessoas
desprovidas de recursos financeiros o acesso à justiça.

17. (Cespe/2017/TRT 7/AJAJ/Adaptada) Considerando os dispositivos constitucionais a respeito


dos órgãos do Poder Judiciário, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Defensoria Pública,
julgue o item.

Tanto a Defensoria Pública da União como as dos estados e do DF devem ser organizadas por lei
complementar, devendo o ingresso no cargo de defensor público dar-se mediante concurso
público de provas e títulos.

18. (Cespe/2013/TRE MS/AJAJ/Adaptada) À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o


item no tocante ao Poder Judiciário e às funções essenciais à justiça.

À defensoria pública, que é instituição essencial ao Estado democrático de direito, compete


realizar a assistência jurídica integral e gratuita para todos os cidadãos brasileiros
independentemente da situação financeira de cada um.

19. (CESPE/2018/SEFAZ-RS/Auditor) A respeito das funções essenciais à justiça, julgue os


seguintes itens.

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I O Ministério Público estadual possui legitimidade ativa autônoma para ajuizar reclamação no
Supremo Tribunal Federal (STF), desde que haja ratificação da inicial pelo procurador-geral da
República.

II A Defensoria Pública possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública e defender
interesses transindividuais — coletivos stricto sensu e difusos — e interesses individuais
homogêneos.

III Os procuradores dos estados, que possuem remuneração estabelecida exclusivamente por
subsídio fixado em parcela única, exercem funções de consultoria jurídica e representação
judicial dos respectivos entes federados.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos

20. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas


relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria
pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
A falta de notificação pessoal do réu acerca da renúncia dos únicos advogados que exerciam sua
defesa técnica, ausente a nomeação de defensor dativo, gera nulidade dos atos processuais, por
representar cerceamento do direito de defesa.
21. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas
relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria
pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
A omissão estatal que inviabilize a pessoas carentes o direito fundamental à defensoria pública
enseja intervenção jurisdicional que vise implementar programa constitucional destinado a
conferir acesso gratuito aos desassistidos.

22. (CEBRASPE/2021/SEFAZ-AL/Auditor Fiscal de Finanças e Controle) Considerando temas


relacionados às funções essenciais à justiça, especialmente quanto à advocacia e à defensoria

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pública, julgue o item a seguir, tendo como referência o entendimento do Supremo Tribunal
Federal.
É constitucional norma estadual que atribua à defensoria pública do estado a competência de
defender servidores públicos civis estaduais processados administrativa, civil ou criminalmente.

23. (CEBRASPE/2022/MPC-SC/Técnico em Contas Públicas) João, empregado celetista em


uma sociedade de economia mista, foi dispensado por seu empregador com base em lei
estadual que alterou a legislação trabalhista. Irresignado com a situação, João procurou a
Defensoria Pública (DP), com o objetivo de promover a defesa, no âmbito judicial e
administrativo, dos seus direitos individuais sem qualquer custo financeiro. Com a declaração de
insuficiência de recursos de João, o defensor ajuizou ação judicial visando a desconstituição da
dispensa trabalhista, alegando a inconstitucionalidade da lei estadual.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base nas disposições da
Constituição Federal de 1988 (CF).

Foi correta a decisão de João de procurar a DP, uma vez que a instituição defende os direitos
individuais dos cidadãos que declarem insuficiência de recursos.

24. (CEBRASPE/2022/MPC-SC) No que diz respeito ao Conselho Nacional do Ministério Público


(CNMP), julgue o item que se segue.

Não compete ao CNMP conhecer das reclamações feitas contra os serviços auxiliares dos MP
dos estados.

25. (CEBRASPE /2022 /TRT - 8ª Região/Técnico Judiciário) Acerca do Poder Judiciário e das
funções essenciais à justiça, julgue os itens a seguir.

I Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho.

II São funções institucionais da Defensoria Pública da União defender judicialmente os direitos e


interesses das populações indígenas.

III A Advocacia-Geral da União representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe as


atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo, do Poder Legislativo e
do Poder Judiciário.

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.

b) Apenas o item I está certo.

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c) Apenas o item II está certo.

d) Apenas o item III está certo.

e) Todos os itens estão certos.

26. (CEBRASPE/2022/PGE-PA) Em relação ao Ministério Público, assinale a opção correta, à luz


da CF.

a) O Ministério Público, na condição de quarto Poder da República, é instituição permanente e


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

b) O Ministério Público, além de defender o regime democrático, atua, nos termos da sua lei
==5617c==

orgânica, nas atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

c) O Ministério Público da União tem como chefe o procurador-geral da República, nomeado


pelo presidente da República entre os indicados em lista tríplice elaborada pelos membros da
instituição, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

d) O Ministério Público tem a função institucional de defender judicialmente os direitos e


interesses das populações indígenas.

e) O Ministério Público exerce o controle interno e externo da atividade policial, na forma


estabelecida em lei complementar da União e dos estados.

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Gabarito

1. Letra E 10. CORRETA 19. Letra D


2. ERRADA 11. ERRADA 20. C
3. ERRADA 12. ERRADA 21. C
4. ERRADA 13. Letra D 22. E
5. Letra D 14. Letra D 23. E
6. CORRETA 15. CORRETA 24. E
7. ERRADA 16. CORRETA 25. B
8. ERRADA 17. ERRADA 26. D
9. Letra A 18. ERRADA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

18 de Março de 2023
Tulio Lages
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Índice
1) Roteiro de Revisão - Aplicabilidade das Normas
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Estratégicas - Aplicabilidade das Normas - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................7

3) Questionário de Revisão - Aplicabilidade das Normas


..............................................................................................................................................................................................
23

4) Lista de Questões Estratégicas - Aplicabilidade das Normas - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
28

5) Referências Bibliográficas
..............................................................................................................................................................................................
35

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, você precisa, basicamente, compreender bem os
pontos a seguir:

Aplicabilidade, restringibilidade e produção de efeitos

Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade (são imperativas e cogentes), mas o grau
de eficácia é variável entre elas.

Normas autoaplicáveis x não-aplicáveis

Normas autoaplicáveis ou autoexecutáveis (self-executing, self-enforcing ou self-acting, de acordo


com a doutrina clássica americana), são aquelas que não necessitam de qualquer complementação
legal para serem aplicadas, ou que lhes complete o alcance e o sentido, porque são completas,
bastantes em si mesmas.

Atenção: as normas autoaplicáveis são passíveis de serem regulamentadas por leis! Uma lei pode
regulamentar uma norma autoaplicável, mas esta já pode ser aplicada mesmo sem a existência
daquela.

Já as normas não-aplicáveis ou não-autoexecutáveis dependem de complementação legislativa


para serem aplicadas, dada a sua incompletude.

Normas restringíveis x não-restringíveis

As normas restringíveis são aquelas cuja aplicação pode ser limitada, restringida, por uma lei.

Já as normas não-restringíveis são aquelas cuja aplicação não pode ser limitada ou restringida, por
uma lei.

Normas de aplicabilidade direta x indireta

As normas de aplicabilidade direta são aquelas que não dependem de norma regulamentadora
para produzir seus efeitos.

Já as normas de aplicabilidade indireta dependem de norma regulamentadora para produzir seus


efeitos.

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Normas de aplicabilidade imediata x mediata

As normas de aplicabilidade imediata são aquelas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos
desde o momento de sua promulgação.

As normas de aplicabilidade mediata (ou diferida) são aquelas que não estão aptas a produzir
todos os seus efeitos quando de sua promulgação.

Normas de aplicabilidade integral x não-integral x reduzida

As normas de aplicabilidade integral são aquelas que não podem sofrer limitações ou restrições
em sua aplicação.

As normas de aplicabilidade não-integral são aquelas que estão sujeitas a sofrer limitações ou
restrições em sua aplicação.

As normas de aplicabilidade reduzida são aquelas que possuem um grau de eficácia restrito
quando de sua promulgação.

Classificação das normas constitucionais - José Afonso da Silva

Normas de eficácia plena

São aquelas que produzem (ou estão aptas a produzir) seus plenos efeitos desde a entrada em
vigor da Constituição. Características: são autoaplicáveis, não-restringíveis e possuem
aplicabilidade direta, imediata e integral.

Normas de eficácia contida

São aquelas que estão aptas a produzir seus plenos efeitos desde a entrada em vigor da
Constituição, mas que podem ser discricionariamente restringidas (por uma lei, uma norma
constitucional ou um conceito ético-jurídico indeterminado). Características: são autoaplicáveis,
restringíveis e possuem aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-integral (já que estão
sujeitas a limitações ou restrições).

Normas de eficácia limitada

São aquelas que não estão aptas a produzir seus plenos efeitos, porque dependem de
regulamentação futura para tanto (ou seja, a regulamentação amplia o alcance da norma
constitucional) – diz-se, por isso, que possuem eficácia mínima. Características: são não-
autoaplicáveis e possuem aplicabilidade indireta, mediata (ou diferida) e reduzida.

É importante destacar que as normas de eficácia limitada produzem os seguintes efeitos principais:

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- efeito negativo: revogam as disposições em sentido contrário e proíbem a edição de leis


posteriores que com elas sejam conflitantes.

- efeito vinculativo: obrigam o legislador ordinário a editar leis que as regulamentem, sob pena
de restar configurada omissão constitucional, passível de ser combatida via mandando de
injunção ou de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

Por fim, cumpre mencionar que as normas de eficácia limitada podem ser subdivididas em:

- Normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos: são aquelas que dependem


de lei para estrutura e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na
CF.

- Normas declaratórias de princípios programáticos: são aquelas que estabelecem programas a


==5617c==

serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional para a realização de fins sociais.

Classificação das normas constitucionais - Maria Helena Diniz

Normas de eficácia absoluta

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda, como as cláusulas pétreas
expressas.

São também chamadas de “normas supereficazes” ou “intangíveis”.

Normas de eficácia plena

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva. Se diferenciam das normas
de eficácia absoluta em razão de poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

Normas de eficácia relativa restringível

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva para as normas de eficácia
contida.

Normas de eficácia relativa complementável ou dependentes de complementação

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva para as normas de eficácia
limitada.

Observações finais

1) alguns autores falam em "normas constitucionais de eficácia exaurida e aplicabilidade


esgotada": são aquelas cujos efeitos cessaram, não mais apresentando eficácia jurídica (ex: alguns

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dispositivos do ADCT da CF/88), não sendo passíveis, portanto, de serem objeto de controle de
constitucionalidade.

2) De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata.

Ter aplicação imediata significa que essas normas “são dotadas de todos os meios e elementos
necessários à sua pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que elas
regulam”1. É dizer: são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições para seu
atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de aplicá-
las, caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

Por outro lado, é importante destacar que não se deve confundir “aplicação imediata” com a
aplicabilidade imediata das normas de eficácia plena e contida.

Isso porque embora grande parcela das normas que definem os direitos e garantias fundamentais
possuam aplicabilidade imediata (notadamente as instituidoras de direitos e garantias individuais),
há ainda uma outra parcela que depende de providências ulteriores (como a edição de uma lei
integradora) que lhe completem a eficácia (como algumas normas que definem os direitos sociais,
culturais e econômicos), possuindo, portanto, aplicabilidade indireta.

Mesmo assim, conquanto se diferenciem em sua aplicabilidade, todas as normas definidoras de


direitos e garantias fundamentais continuam tendo aplicação imediata, nos termos do art. 5º, § 1º
da CF/88.

1
Silva, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 408 apud
Lenza, 2016, p. 266.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

1. (Cespe/2016/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.
Ninguém será privado de direitos por motivo de convicção política, salvo se as invocar para
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei. Essa norma constitucional, que trata da escusa de consciência, tem eficácia contida,
podendo o legislador ordinário restringir tal garantia.

Comentários

GABARITO: “certo”

A norma transcrita no enunciado é de eficácia contida, pois possui aplicabilidade direta e


imediata, mas pode ser restringida mediante edição de lei posterior.

2. (CESPE/2015/FUB/Auditor) Em relação aos princípios fundamentais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item a seguir, de acordo com o estabelecido na Constituição
Federal de 1988 (CF).
Enquanto a norma constitucional de eficácia contida requer normatização legislativa ordinária
para impor limites ao exercício do direito, a norma constitucional de eficácia limitada requer a
normatização legislativa ordinária para tornar viável o pleno exercício do direito.

Comentários

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GABARITO: “certo”

O enunciado apresenta corretamente uma das definições de normas de eficácia contida e


limitada: a primeira pode ser exercida plenamente desde sua promulgação, sem necessidade de
edição de legislação posterior, embora essa norma posterior possa restringir seu exercício, e a
segunda somente pode ser exercida plenamente após a edição de lei futura.

3. (Cespe/2010/MPU) A respeito dos princípios fundamentais, das garantias fundamentais e da


aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o item a seguir.
As normas de eficácia plena não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes
completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, sua aplicabilidade é direta,
ainda que não integral.

Comentários

GABARITO: errado.

Normas de eficácia plena são aquelas que produzem (ou estão aptas a produzir) seus plenos
efeitos desde a entrada em vigor da Constituição.

Possuem aplicabilidade direta, porque não dependem de norma regulamentadora para produzir
seus efeitos.

Possuem, também, aplicabilidade integral, porque não podem sofrer limitações ou restrições em
sua aplicação.

4. (Cespe/2013/CNJ) Acerca do sistema constitucional brasileiro, julgue o item que se segue.


A norma constitucional que proclama e assegura a liberdade de profissão, ao dispor ser “livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer”, classifica-se como norma constitucional de eficácia contida ou restringível.

Comentários

GABARITO: certo.

Relembremos o que dispõe o art. 5º, inciso XIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

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Essa norma possui eficácia contida, pois produz efeitos integralmente, mas admite que o
legislador ordinário estabeleça restrição ao exercício do direito nela previsto.

5. (Cespe/2007/TCU) No que concerne aos servidores públicos e ao tratamento constitucional e


legal dado a esses servidores, julgue os próximos itens.
A norma constitucional que concede aos servidores públicos civis o direito de greve é uma
norma de eficácia limitada.

Comentários

GABARITO: certo.

Eis o teor do art. 37, inciso VII, da CF/1988:

Art. 37 (...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;

Como o direito de greve será exercido “nos termos e nos limites definidos em lei específica”,
trata-se de norma de eficácia limitada, pois demanda a elaboração de uma norma
infraconstitucional para possibilitar, efetivamente, o exercício pleno do direito nela contido.

6. (Cespe/2008/Abin) No que se refere à administração pública, julgue o item subseqüente.


A regra constitucional que determina o limite máximo de remuneração e subsídio na
administração pública não é autoaplicável.

Comentários

GABARITO: errado.

Normas autoaplicáveis são aquelas que não necessitam de qualquer complementação legal para
serem aplicadas, ou que lhes complete o alcance e o sentido, porque são completas, bastantes
em si mesmas.

Perceba que é esse o caso da regra do teto constitucional, previsto no art. 37, inciso XI, da
CF/1988:

Art. 37 (...)

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XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

7. (Cespe/2012/Ibama) Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF) e da aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item a seguir.
Para que as normas constitucionais de eficácia limitada produzam todos os seus efeitos, é
necessária a atuação do legislador ordinário, não obstante o fato de essas normas possuírem
eficácia jurídica imediata, direta e vinculante.

Comentários

GABARITO: certo.

As normas constitucionais de eficácia limitada possuem eficácia jurídica mínima, produzindo os


seguintes efeitos principais:

- efeito negativo: revogam as disposições em sentido contrário e proíbem a edição de leis


posteriores que com elas sejam conflitantes.

- efeito vinculativo: obrigam o legislador ordinário a editar leis que as regulamentem, sob
pena de restar configurada omissão constitucional, passível de ser combatida via mandando de
injunção ou de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

Além disso, eficácia jurídica de tais normas se dá de maneira imediata (a partir do momento em
que são promulgadas) e direta (sem depender de outras normas).

Agora, no que diz respeito à aplicabilidade das normas de eficácia limitada, diz-se que elas
possuem aplicabilidade indireta, mediata (ou diferida) e reduzida.

Portanto, muito cuidado para não confundir “eficácia jurídica” com “aplicabilidade”!

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A eficácia jurídica diz respeito à produção de efeitos jurídicos. Nesse sentido, todas as normas
constitucionais produzem efeitos jurídicos, em maior ou menor grau.

A aplicabilidade diz respeito justamente ao grau de eficácia da norma.

8. (Cespe/2013/TCE RO) Acerca da organização do Estado e da organização do poder


estabelecida na CF, julgue o seguinte item.
Ao determinar que os cargos, os empregos e as funções públicas sejam acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, a CF estabelece norma de eficácia limitada.

Comentários

GABARITO: errado.
==5617c==

Vejamos o teor do art. 37, inciso I, da CF/1988:

Art. 37. (...)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
da lei;

Trata-se de norma de eficácia contida, não limitada, pois os brasileiros têm assegurado o acesso
aos cargos, aos empregos e às funções públicas assegurado diretamente na CF; o que ocorre é
que esse acesso pode ser restringido, nos termos da legislação ordinária.

Por outro lado, no que tange aos estrangeiros (que não foi objeto da questão), trata-se de
norma de eficácia limitada, pois faz-se necessário a edição da lei (“na forma da lei”) para
possibilitar o acesso aos cargos, empregos e funções públicas por parte dos estrangeiros.

9. (Cespe/2009/TRT 17) Quanto à aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o seguinte


item.
A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou
resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada.

Comentários

GABARITO: certo.

O direito dos empregados à PLR está previsto no art. 7º, inciso XI, da CF/1988:

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Como o usufruto desse direito depende da elaboração de lei, trata-se de norma de eficácia
limitada, que não estão aptas a produzir seus plenos efeitos, porque dependem de
regulamentação futura para tanto.

10. (Cespe/2008/STJ) No que diz respeito às emendas constitucionais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item que se segue.
Considere a seguinte situação hipotética. Gutemberg é um escritor de sucesso, com grande
vendagem de livros, e seus direitos sobre suas obras são transmissíveis a seus herdeiros por
tempo indeterminado, exceto se a lei limitar esse prazo.
Nessa situação, trata-se de uma norma constitucional plena.

Comentários

GABARITO: errado.

A possibilidade de restrição do direito por lei infraconstitucional é característica típica das


normas de eficácia contida, não plena.

11. (Cespe/2008/STJ) No que diz respeito às emendas constitucionais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item que se segue.
Normas de eficácia limitada são aquelas que dependem da edição de outra norma da mesma
estatura jurídica para que possam produzir efeito.

Comentários

GABARITO: errado.

A produção plena de efeitos em relação às normas constitucionais de eficácia limitada está


relacionada à edição de norma infraconstitucional, ou seja, uma norma de estatura jurídica
inferior àquelas que as instituiu.

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12. (Cespe/2015/TRE GO/AJAJ) No que se refere às disposições constitucionais, julgue o item a


seguir.
Embora a aplicabilidade do direito à educação seja direta e imediata, classifica-se a norma que
assegura esse direito como norma de eficácia contida ou prospectiva, uma vez que a incidência
de seus efeitos depende da edição de normas infraconstitucionais, como a de implementação de
programa social que dê concretude a tal direito.

Comentários

GABARITO: errado.

O art. 6º da CF/1988, que prevê o direito à educação, é norma de eficácia limitada, pois
necessita de uma norma regulamentadora para ampliar seu alcance, tendo, portanto,
aplicabilidade indireta, mediata e reduzida:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,


o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

13. (Cespe/2016/TRT 8ª/AJAJ/Adaptada) Acerca do conceito de Constituição, da classificação


das Constituições, da classificação das normas constitucionais e dos princípios estabelecidos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.
Normas constitucionais de eficácia plena são autoaplicáveis ou autoexecutáveis, como, por
exemplo, as normas que estabelecem o mandado de segurança, o habeas corpus, o mandado
de injunção e o habeas data.

Comentários

GABARITO: certo.

As normas definidoras dos remédios constitucionais possuem eficácia plena, sendo


autoaplicáveis (ou autoexecutáveis).

14. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ) Com relação ao neoconstitucionalismo, às normas


constitucionais e ao poder constituinte, julgue o item.
As normas constitucionais de eficácia contida, apesar de ter aplicabilidade imediata, somente
produzem efeitos após edição de norma infraconstitucional integrativa.

Comentários

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GABARITO: errado.

As normas constitucionais de eficácia estão aptas a produzir seus plenos efeitos desde a entrada
em vigor da Constituição, mas podem ser discricionariamente restringidas (por uma lei, uma
norma constitucional ou um conceito ético-jurídico indeterminado).

15. (CESPE/2004/TCU/Procurador de Contas) No que se refere à aplicação e à interpretação das


normas de direitos fundamentais, julgue os itens subseqüentes.
A norma constante do art. 5.º, segundo a qual o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor, é de eficácia contida, tendo em vista a necessidade de intermediação legislativa.

Comentários

GABARITO: errado.

Essa é uma norma de eficácia limitada, pois o direito será exercido "na forma da lei" a ser
editada, nos termos do art. 5º, inciso XXXII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

16. (CESPE/MPU/2006/Procurador Federal) Julgue o item a seguir, relativo ao direito


constitucional.
Norma constitucional de eficácia limitada é aquela que apresenta aplicabilidade indireta,
mediata e reduzida, porque somente incide totalmente sobre os interesses a que se refere após
uma normatividade ulterior que lhe desenvolva a aplicabilidade.

Comentários

GABARITO: certo.

Normas de eficácia limitada aão aquelas que não estão aptas a produzir seus plenos efeitos,
porque dependem de regulamentação futura para tanto (ou seja, a regulamentação amplia o
alcance da norma constitucional) – diz-se, por isso, que possuem eficácia mínima. Características:
são não-autoaplicáveis e possuem aplicabilidade indireta, mediata (ou diferida) e reduzida.

17. (CESPE/MPU/2006/Procurador Federal) Julgue o item a seguir, relativo ao direito


constitucional.

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As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas em que o legislador constituinte


regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à
atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei
estabelecer ou nos termos dos conceitos gerais nela enunciados.

Comentários

GABARITO: certo.

Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que estão aptas a produzir seus plenos
efeitos desde a entrada em vigor da Constituição, mas que podem ser discricionariamente
restringidas (por uma lei, uma norma constitucional ou um conceito ético-jurídico
indeterminado). Características: são autoaplicáveis, restringíveis e possuem aplicabilidade direta,
imediata e possivelmente não-integral (já que estão sujeitas a limitações ou restrições).

18. (CESPE/2010/MPU/Analista – Direito) Considerando a aplicabilidade, a eficácia e a


interpretação das normas constitucionais, julgue o item a seguir.
As normas de eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier normatividade para
viabilizar o exercício do direito ou benefício que consagram; por isso, são normas de aplicação
indireta, mediata ou diferida.

Comentários

GABARITO: errado.

O enunciado apresentou a definição de normas de eficácia limitada, não contida.

19. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Julgue o item seguinte, referente à teoria constitucional.


A norma programática vincula os comportamentos públicos futuros, razão pela qual, no Brasil,
todas as normas constitucionais são imperativas e de cumprimento obrigatório.

Comentários

GABARITO: certo.

As normas programáticas são aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo
legislador infraconstitucional para a realização de fins sociais.

Além disso, de fato, as normas da Lei Maior são, imperativas e de cumprimento obrigatório,
orientando a conduta tanto do Poder Público quanto do particular.

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20. (CESPE/2013/MPU/Procurador Federal) Considerando o entendimento prevalecente na


doutrina e na jurisprudência do STF sobre o preâmbulo constitucional e as disposições
constitucionais transitórias, julgue o item seguinte.
As disposições constitucionais transitórias são normas de eficácia exaurida e aplicabilidade
esgotada. Por serem hierarquicamente inferiores às normas inscritas no texto básico da CF, elas
não são consideradas normas cogentes e não possuem eficácia imediata.

Comentários

GABARITO: errado.

Nem todas as disposições do ADCT são normas de eficácia exaurida; ademais, inexiste
hierarquia entre as normas da CF e do ADCT.

21. (CESPE/2012/TJ RR/AJAJ) A respeito de constituição e da aplicabilidade das normas


constitucionais, julgue o item que se segue.
A norma constitucional que preveja a participação dos empregados nos lucros ou resultados da
empresa configura exemplo de norma de eficácia limitada.

Comentários

GABARITO: certo.

O dispositivo da CF/1988 que prevê a participação dos empregados nos lucros ou resultados é
norma de eficácia limitada, pois depende de lei para produzir seus efeitos essenciais, conforme
se extrai do art. 7º, inciso XI, da Lei Maior:

Art. 7º (...)

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

22. (CESPE/2010/TRE BA/AJAJ) Quanto à aplicabilidade e interpretação das normas


constitucionais, julgue o item subsequente.
No tocante à aplicabilidade, de acordo com a tradicional classificação das normas
constitucionais, são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte regula
suficientemente os interesses concernentes a determinada matéria, mas deixa margem à atuação
restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei
estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos.

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Comentários

GABARITO: errado.

O enunciado traz o conceito de normas de eficácia contida, não limitada.

23. (CESPE/2004/STM/AJAA) Julgue o item subseqüente, relativo à Emenda Constitucional n.º


19/1998.
Segundo jurisprudência do STF, preceito constitucional que reconheça direito de greve ao
servidor público civil constitui norma de eficácia limitada.

Comentários

GABARITO: certo.

Esse é realmente o entendimento do STF1 – vejamos o teor do dispositivo constitucional em


questão:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

(...)

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;

Perceba que somente após a edição da lei específica que a norma produzirá seus plenos efeitos,
ou seja, o direito de greve na Administração Pública será exercido.

24. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Uma norma constitucional de aplicabilidade direta, integral, imediata e não
restringível, que observa o prazo de noventa dias para entrar em vigor, é classificada como
norma
A) de eficácia plena.
B) de eficácia limitada.
C) de eficácia complementável.

1
STF – Mandado de Injunção nº 20.

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D) de eficácia contida.
E) programática.
Comentários:

Letra A – correta. Norma de eficácia plena é aquela que tem sua aplicabilidade direta, imediata e
integral, não necessitando de norma regulamentadora. Produz seus efeitos plenamente.

Letra B – incorreta. Normas de eficácia limitada dependem de lei regulamentadora. Contudo,


não é o caso da questão, já que se trata de norma de eficácia plena.

Letra C – incorreta. Segundo Maria Helena Diniz:

As normas com eficácia relativa complementável ou dependente de


complementação legislativa, de aplicabilidade mediata, dependem de lei
complementar ou ordinária para desenvolver a eficácia, permitindo ao titular a
fruição do direito ou benefício por elas instituído. (DINIZ, Maria Helena. Norma
Constitucional e seus Efeitos. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 115.)

Letra D – incorreta. As normas de eficácia contida são aquelas que podem produzir efeitos
desde quando são publicadas, mas não de forma integral, uma vez que podem ser restringidas.
Geralmente o termo utilizado para as normas de eficácia contida é “estabelecidas em Lei”.

Letra E – incorreta. As normas programáticas são aquelas em que se elencam programas,


objetivos e metas por parte do Estado, necessitando de regulamentação por lei. Não é o caso da
questão.

Gabarito: letra A.

25. (CEBRASPE/2022/Procuradoria Municipal de Recife/Procurador Judicial Municipal) A respeito


das normas constitucionais de eficácia plena, contida e limitada, assinale a opção correta.

a) Normas de eficácia plena não são passíveis de regulamentação infraconstitucional.

b) Mesmo as normas constitucionais de eficácia limitada são dotadas de algum nível de eficácia
imediata.

c) Direitos fundamentais prescindem de regulamentação para ter plena eficácia.

d) A eficácia negativa das normas constitucionais é a que produz efeitos apenas para o futuro, ao
impedir que o legislador aprove leis em sentido contrário a elas.

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e) As normas constitucionais que consubstanciam direitos fundamentais não podem ter


regulamentação que as relativize.

Comentários

As normas de eficácia plena produzem efeitos com a entrada em vigor da Constituição e sua
aplicabilidade não exige qualquer outra condição, bastando a sua publicação. Podem sofrer
emendas tendentes a suprimi-las.

As normas de eficácia contida são aquelas que estão aptas a produzir seus plenos efeitos desde
a entrada em vigor da Constituição, mas que podem ser discricionariamente restringidas (por
uma lei, uma norma constitucional ou um conceito ético-jurídico indeterminado). Características:
são autoaplicáveis, restringíveis e possuem aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-
integral (já que estão sujeitas a limitações ou restrições).

As normas de eficácia limitada são aquelas que não estão aptas a produzir seus plenos efeitos,
porque dependem de regulamentação futura para tanto (ou seja, a regulamentação amplia o
alcance da norma constitucional) – diz-se, por isso, que possuem eficácia mínima. Características:
são não-autoaplicáveis e possuem aplicabilidade indireta, mediata (ou diferida) e reduzida.

É importante destacar que as normas de eficácia limitada produzem os seguintes efeitos


principais:

- efeito negativo: revogam as disposições em sentido contrário e proíbem a edição de leis


posteriores que com elas sejam conflitantes.

- efeito vinculativo: obrigam o legislador ordinário a editar leis que as regulamentem, sob pena
de restar configurada omissão constitucional, passível de ser combatida via mandando de
injunção ou de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

Observe, portanto, que tanto as de efeito negativo como as de efeito vinculativo possuem
algum grau de eficácia imediata, o que nos leva à letra B como gabarito.

GABARITO: LETRA B

26. (CEBRASPE/2022/PGE-PA) No que se refere à aplicabilidade das normas constitucionais,


assinale a opção correta.

a) Normas constitucionais de eficácia contida ou limitada são aquelas que dependem de


posterior atuação legislativa para gerarem efeitos; desse modo, são normas que não têm
aplicação imediata.

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b) Normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem de integração


infraconstitucional para que se opere a plenitude de seus efeitos; assim, elas têm aplicabilidade
mediata.

c) Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que dependem de outros meios
normativos (por exemplo, leis) para que possam ser aplicadas imediatamente.

d) Normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível são aquelas que não têm força
suficiente para reger os interesses de que tratam, necessitando, portanto, de outros meios
normativos para serem aplicadas imediatamente.

e) Normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que receberam do constituinte


normatividade suficiente para incidência direta, ou seja, têm aplicabilidade imediata, mas
dependem de regulamentação posterior para produzirem efeitos.

Comentários

Alternativa B – correta. As normas de eficácia limitada são aquelas que não estão aptas a
produzir seus plenos efeitos, porque dependem de regulamentação futura para tanto (ou seja, a
regulamentação amplia o alcance da norma constitucional) – diz-se, por isso, que possuem
eficácia mínima. Características: são não-autoaplicáveis e possuem aplicabilidade indireta,
mediata (ou diferida) e reduzida.

Demais alternativas incorretas. Vejamos.

Letras A e C – incorretas. As normas de eficácia contida são aquelas que estão aptas a produzir
seus plenos efeitos desde a entrada em vigor da Constituição, mas que podem ser
discricionariamente restringidas (por uma lei, uma norma constitucional ou um conceito ético-
jurídico indeterminado), portanto, elas têm aplicabilidade imediata.

Letra D – incorreta. As normas de eficácia restringível são as normas de eficácia contida,


portanto, possuem aplicabilidade imediata, mas que podem ser discricionariamente restringidas.

Letra E - As normas de eficácia plena produzem efeitos com a entrada em vigor da Constituição
e sua aplicabilidade não exige qualquer outra condição, bastando a sua publicação. Podem
sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

GABARITO: LETRA B

27. (CEBRASPE/2022/SERES-PE/Policial Penal do Estado) O § 3.º do artigo 25 da Constituição


Federal de 1988 dispõe que “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por

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agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a


execução de funções públicas de interesse comum.”. Esse dispositivo constitucional é
classificado pela doutrina como norma de eficácia

a) contida.

b) limitada, declaratória de princípios programáticos.

c) limitada, declaratória de princípios institutivos.

d) prospectiva.

e) plena.

Comentários

Alternativa C – correta. As normas de eficácia limitada, declaratória de princípios institutivos ou


organizativos são aquelas que dependem de lei para estrutura e organizar as atribuições de
instituições, pessoas e órgãos previstos na CF.

Demais alternativas incorretas. Vejamos.

Letra A – incorreta. As normas de eficácia contida são aquelas que estão aptas a produzir seus
plenos efeitos desde a entrada em vigor da Constituição, mas que podem ser
discricionariamente restringidas (por uma lei, uma norma constitucional ou um conceito ético-
jurídico indeterminado).

Letra B – incorreta. As normas de eficácia limitada, declaratórias de princípios programáticos são


aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional
para a realização de fins sociais.

Letra D – As normas de eficácia prospectiva, também conhecidas como normas de eficácia


contida ou restringível, possuem aplicabilidade imediata, mas que podem ser
discricionariamente restringidas (por uma lei, uma norma constitucional ou um conceito ético-
jurídico indeterminado).

Letra E - As normas de eficácia plena produzem efeitos com a entrada em vigor da Constituição
e sua aplicabilidade não exige qualquer outra condição, bastando a sua publicação. Podem
sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

GABARITO: LETRA C

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28. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Agente de Polícia Civil) De acordo com o texto constitucional, as


normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação

a) mediata.

b) imediata.

c) diferida.

d) limitada.

e) indireta.

Comentários

O artigo 5º, § 1º, da CF/88 dispõe sobre a aplicabilidade das normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

(...)

§1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação


imediata.

GABARITO: LETRA B

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto.
Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados
do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar
melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o
exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo
a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Todas as normas constitucionais produzem efeitos jurídicos? Todas as normas constitucionais


possuem o mesmo grau de eficácia?
2. O que são normas: a) autoaplicáveis/não-autoaplicáveis? b) restringíveis/não-restringíveis? c)
de aplicabilidade direta/indireta? d) de aplicabilidade imediata/mediata ou diferida? e) de
aplicabilidade integral/reduzida?
3. O que são normas constitucionais de eficácia plena, segundo a classificação de José Afonso
da Silva? Quais suas principais características?
4. O que são normas constitucionais de eficácia contida? Quais suas principais características?
5. O que são normas constitucionais de eficácia limitada? Quais suas principais características?
Como são subdividas?
6. O que são normas constitucionais com eficácia absoluta?

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7. O que são normas constitucionais de eficácia plena, consoante classificação de Maria Helena
Diniz?
8. O que são normas constitucionais de eficácia relativa restringível?
9. O que são normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependentes de
complementação?
10. O que são normas constitucionais de eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada?
11. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?

Perguntas com respostas

1. Todas as normas constitucionais produzem efeitos jurídicos? Todas as normas constitucionais


possuem o mesmo grau de eficácia?

Sim, todas as normas constitucionais apresentam juridicidade (são imperativas e cogentes), mas
o grau de eficácia é variável entre elas.

2. O que são normas: a) autoaplicáveis/não-autoaplicáveis? b) restringíveis/não-restringíveis? c)


de aplicabilidade direta/indireta? d) de aplicabilidade imediata/mediata ou diferida? e) de
aplicabilidade integral/reduzida?

A) normas autoaplicáveis ou autoexecutáveis (self-executing, self-enforcing ou self-acting, de


acordo com a doutrina clássica americana), são aquelas que não necessitam de qualquer
complementação legal para serem aplicadas, ou que lhes complete o alcance e o sentido,
porque são completas, bastantes em si mesmas.

Atenção: as normas autoaplicáveis são passíveis de serem regulamentadas por leis! Uma lei pode
regulamentar uma norma autoaplicável, mas esta já pode ser aplicada mesmo sem a existência
daquela.

Já as normas não-aplicáveis ou não-autoexecutáveis dependem de complementação legislativa


para serem aplicadas, dada a sua incompletude.

B) As normas restringíveis são aquelas cuja aplicação pode ser limitada, restringida, por uma lei.

Já as normas não-restringíveis são aquelas cuja aplicação não pode ser limitada ou restringida,
por uma lei.

C) As normas de aplicabilidade direta são aquelas que não dependem de norma


regulamentadora para produzir seus efeitos.

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Já as normas de aplicabilidade indireta dependem de norma regulamentadora para produzir


seus efeitos.

D) As normas de aplicabilidade imediata são aquelas que estão aptas a produzir todos os seus
efeitos desde o momento de sua promulgação.

As normas de aplicabilidade mediata (ou diferida) são aquelas que não estão aptas a produzir
todos os seus efeitos quando de sua promulgação.

E) As normas de aplicabilidade integral são aquelas que não podem sofrer limitações ou
restrições em sua aplicação.

As normas de aplicabilidade não-integral são aquelas que estão sujeitas a sofrer limitações ou
restrições em sua aplicação. ==5617c==

As normas de aplicabilidade reduzida são aquelas que possuem um grau de eficácia restrito
quando de sua promulgação.

3. O que são normas constitucionais de eficácia plena, segundo a classificação de José Afonso
da Silva? Quais suas principais características?

São aquelas que produzem (ou estão aptas a produzir) seus plenos efeitos desde a entrada em
vigor da Constituição. Características: são autoaplicáveis, não-restringíveis e possuem
aplicabilidade direta, imediata e integral.

4. O que são normas constitucionais de eficácia contida? Quais suas principais características?

São aquelas que estão aptas a produzir seus plenos efeitos desde a entrada em vigor da
Constituição, mas que podem ser discricionariamente restringidas (por uma lei, uma norma
constitucional ou um conceito ético-jurídico indeterminado). Características: são autoaplicáveis,
restringíveis e possuem aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-integral (já que estão
sujeitas a limitações ou restrições).

5. O que são normas constitucionais de eficácia limitada? Quais suas principais características?
Como são subdividas?

São aquelas que não estão aptas a produzir seus plenos efeitos, porque dependem de
regulamentação futura para tanto (ou seja, a regulamentação amplia o alcance da norma
constitucional) – diz-se, por isso, que possuem eficácia mínima. Características: são não-
autoaplicáveis e possuem aplicabilidade indireta, mediata (ou diferida) e reduzida.

É importante destacar que as normas de eficácia limitada produzem os seguintes efeitos


principais:

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- efeito negativo: revogam as disposições em sentido contrário e proíbem a edição de leis


posteriores que com elas sejam conflitantes.

- efeito vinculativo: obrigam o legislador ordinário a editar leis que as regulamentem, sob
pena de restar configurada omissão constitucional, passível de ser combatida via mandando
de injunção ou de ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

Por fim, cumpre mencionar que as normas de eficácia limitada podem ser subdivididas em:

- Normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos: são aquelas que dependem


de lei para estrutura e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na
CF.

- Normas declaratórias de princípios programáticos: são aquelas que estabelecem programas


a serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional para a realização de fins sociais.

6. O que são normas constitucionais com eficácia absoluta?

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda, como as cláusulas pétreas
expressas.

São também chamadas de “normas supereficazes” ou “intangíveis”.

7. O que são normas constitucionais de eficácia plena, consoante classificação de Maria Helena
Diniz?

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva. Se diferenciam das normas
de eficácia absoluta em razão de poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

8. O que são normas constitucionais de eficácia relativa restringível?

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva para as normas de eficácia
contida.

9. O que são normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependentes de


complementação?

Corresponde ao mesmo conceito adotado por José Afonso da Silva para as normas de eficácia
limitada.

10. O que são normas constitucionais de eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada?

São aquelas cujos efeitos cessaram, não mais apresentando eficácia jurídica (ex: alguns
dispositivos do ADCT da CF/88), não sendo passíveis, portanto, de serem objeto de controle de
constitucionalidade.

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11. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?

Ter aplicação imediata significa que essas normas “são dotadas de todos os meios e elementos
necessários à sua pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que elas
regulam”1. É dizer: são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições para
seu atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de
aplicá-las, caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

Por outro lado, é importante destacar que não se deve confundir “aplicação imediata” com a
aplicabilidade imediata das normas de eficácia plena e contida.

Isso porque embora grande parcela das normas que definem os direitos e garantias
fundamentais possuam aplicabilidade imediata (notadamente as instituidoras de direitos e
garantias individuais), há ainda uma outra parcela que depende de providências ulteriores (como
a edição de uma lei integradora) que lhe completem a eficácia (como algumas normas que
definem os direitos sociais, culturais e econômicos), possuindo, portanto, aplicabilidade indireta.

Mesmo assim, conquanto se diferenciem em sua aplicabilidade, todas as normas definidoras de


direitos e garantias fundamentais continuam tendo aplicação imediata, nos termos do art. 5º, §
1º da CF.

...

1
Silva, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição, 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 408 apud
Lenza, 2016, p. 266.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. (Cespe/2016/TRE GO/AJAA) Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e
garantias fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.
Ninguém será privado de direitos por motivo de convicção política, salvo se as invocar para
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei. Essa norma constitucional, que trata da escusa de consciência, tem eficácia contida,
podendo o legislador ordinário restringir tal garantia.

2. (CESPE/2015/FUB/Auditor) Em relação aos princípios fundamentais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item a seguir, de acordo com o estabelecido na Constituição
Federal de 1988 (CF).
Enquanto a norma constitucional de eficácia contida requer normatização legislativa ordinária
para impor limites ao exercício do direito, a norma constitucional de eficácia limitada requer a
normatização legislativa ordinária para tornar viável o pleno exercício do direito.

3. (Cespe/2010/MPU) A respeito dos princípios fundamentais, das garantias fundamentais e da


aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o item a seguir.
As normas de eficácia plena não exigem a elaboração de novas normas legislativas que lhes
completem o alcance e o sentido ou lhes fixem o conteúdo; por isso, sua aplicabilidade é direta,
ainda que não integral.

4. (Cespe/2013/CNJ) Acerca do sistema constitucional brasileiro, julgue o item que se segue.


A norma constitucional que proclama e assegura a liberdade de profissão, ao dispor ser “livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer”, classifica-se como norma constitucional de eficácia contida ou restringível.

5. (Cespe/2007/TCU) No que concerne aos servidores públicos e ao tratamento constitucional


e legal dado a esses servidores, julgue os próximos itens.
A norma constitucional que concede aos servidores públicos civis o direito de greve é uma
norma de eficácia limitada.

6. (Cespe/2008/Abin) No que se refere à administração pública, julgue o item subseqüente.


A regra constitucional que determina o limite máximo de remuneração e subsídio na
administração pública não é autoaplicável.

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7. (Cespe/2012/Ibama) Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF) e da aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item a seguir.
Para que as normas constitucionais de eficácia limitada produzam todos os seus efeitos, é
necessária a atuação do legislador ordinário, não obstante o fato de essas normas possuírem
eficácia jurídica imediata, direta e vinculante.

8. (Cespe/2013/TCE RO) Acerca da organização do Estado e da organização do poder


estabelecida na CF, julgue o seguinte item.
Ao determinar que os cargos, os empregos e as funções públicas sejam acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, a CF estabelece norma de eficácia limitada.

9. (Cespe/2009/TRT 17) Quanto à aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o seguinte


item.
A disposição constitucional que prevê o direito dos empregados à participação nos lucros ou
resultados da empresa constitui norma de eficácia limitada.

10. (Cespe/2008/STJ) No que diz respeito às emendas constitucionais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item que se segue.
Considere a seguinte situação hipotética. Gutemberg é um escritor de sucesso, com grande
vendagem de livros, e seus direitos sobre suas obras são transmissíveis a seus herdeiros por
tempo indeterminado, exceto se a lei limitar esse prazo.
Nessa situação, trata-se de uma norma constitucional plena.

11. (Cespe/2008/STJ) No que diz respeito às emendas constitucionais e à aplicabilidade das


normas constitucionais, julgue o item que se segue.
Normas de eficácia limitada são aquelas que dependem da edição de outra norma da mesma
estatura jurídica para que possam produzir efeito.

12. (Cespe/2015/TRE GO/AJAJ) No que se refere às disposições constitucionais, julgue o item a


seguir.
Embora a aplicabilidade do direito à educação seja direta e imediata, classifica-se a norma que
assegura esse direito como norma de eficácia contida ou prospectiva, uma vez que a incidência
de seus efeitos depende da edição de normas infraconstitucionais, como a de implementação de
programa social que dê concretude a tal direito.

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13. (Cespe/2016/TRT 8ª/AJAJ/Adaptada) Acerca do conceito de Constituição, da classificação


das Constituições, da classificação das normas constitucionais e dos princípios estabelecidos
na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item.
Normas constitucionais de eficácia plena são autoaplicáveis ou autoexecutáveis, como, por
exemplo, as normas que estabelecem o mandado de segurança, o habeas corpus, o mandado
de injunção e o habeas data.

14. (Cespe/2015/TRE MT/AJAJ) Com relação ao neoconstitucionalismo, às normas


constitucionais e ao poder constituinte, julgue o item.
As normas constitucionais de eficácia contida, apesar de ter aplicabilidade imediata, somente
produzem efeitos após edição de norma infraconstitucional integrativa.

15. (CESPE/2004/TCU/Procurador de Contas) No que se refere à aplicação e à interpretação das


normas de direitos fundamentais, julgue os itens subseqüentes.
A norma constante do art. 5.º, segundo a qual o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor, é de eficácia contida, tendo em vista a necessidade de intermediação legislativa.

16. (CESPE/MPU/2006/Procurador Federal) Julgue o item a seguir, relativo ao direito


constitucional.
Norma constitucional de eficácia limitada é aquela que apresenta aplicabilidade indireta,
mediata e reduzida, porque somente incide totalmente sobre os interesses a que se refere após
uma normatividade ulterior que lhe desenvolva a aplicabilidade.

17. (CESPE/MPU/2006/Procurador Federal) Julgue o item a seguir, relativo ao direito


constitucional.
As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas em que o legislador constituinte
regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à
atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei
estabelecer ou nos termos dos conceitos gerais nela enunciados.

18. (CESPE/2010/MPU/Analista – Direito) Considerando a aplicabilidade, a eficácia e a


interpretação das normas constitucionais, julgue o item a seguir.

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As normas de eficácia contida permanecem inaplicáveis enquanto não advier normatividade para
viabilizar o exercício do direito ou benefício que consagram; por isso, são normas de aplicação
indireta, mediata ou diferida.

19. (CESPE/2013/CNJ/AJAJ) Julgue o item seguinte, referente à teoria constitucional.


A norma programática vincula os comportamentos públicos futuros, razão pela qual, no Brasil,
todas as normas constitucionais são imperativas e de cumprimento obrigatório.

20. (CESPE/2013/MPU/Procurador Federal) Considerando o entendimento prevalecente na


doutrina e na jurisprudência do STF sobre o preâmbulo constitucional e as disposições
constitucionais transitórias, julgue o item seguinte.
As disposições constitucionais transitórias são normas de eficácia exaurida e aplicabilidade
esgotada. Por serem hierarquicamente inferiores às normas inscritas no texto básico da CF, elas
não são consideradas normas cogentes e não possuem eficácia imediata.

21. (CESPE/2012/TJ RR/AJAJ) A respeito de constituição e da aplicabilidade das normas


constitucionais, julgue o item que se segue.
A norma constitucional que preveja a participação dos empregados nos lucros ou resultados da
empresa configura exemplo de norma de eficácia limitada.

22. (CESPE/2010/TRE BA/AJAJ) Quanto à aplicabilidade e interpretação das normas


constitucionais, julgue o item subsequente.
No tocante à aplicabilidade, de acordo com a tradicional classificação das normas
constitucionais, são de eficácia limitada aquelas em que o legislador constituinte regula
suficientemente os interesses concernentes a determinada matéria, mas deixa margem à atuação
restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos em que a lei
estabelecer ou na forma dos conceitos gerais nela previstos.

23. (CESPE/2004/STM/AJAA) Julgue o item subseqüente, relativo à Emenda Constitucional n.º


19/1998.
Segundo jurisprudência do STF, preceito constitucional que reconheça direito de greve ao
servidor público civil constitui norma de eficácia limitada.

24. (CEBRASPE/2021/TJ-RJ/ Analista Judiciário – Comissário de Justiça da Infância, da Juventude


e do Idoso) Uma norma constitucional de aplicabilidade direta, integral, imediata e não
restringível, que observa o prazo de noventa dias para entrar em vigor, é classificada como
norma

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A) de eficácia plena.
B) de eficácia limitada.
C) de eficácia complementável.
D) de eficácia contida.
E) programática.

25. (CEBRASPE/2022/Procuradoria Municipal de Recife/Procurador Judicial Municipal) A respeito


das normas constitucionais de eficácia plena, contida e limitada, assinale a opção correta.

a) Normas de eficácia plena não são passíveis de regulamentação infraconstitucional.

b) Mesmo as normas constitucionais de eficácia limitada são dotadas de algum nível de eficácia
imediata.

c) Direitos fundamentais prescindem de regulamentação para ter plena eficácia.

d) A eficácia negativa das normas constitucionais é a que produz efeitos apenas para o futuro, ao
impedir que o legislador aprove leis em sentido contrário a elas.

e) As normas constitucionais que consubstanciam direitos fundamentais não podem ter


regulamentação que as relativize.

26. (CEBRASPE/2022/PGE-PA) No que se refere à aplicabilidade das normas constitucionais,


assinale a opção correta.

a) Normas constitucionais de eficácia contida ou limitada são aquelas que dependem de


posterior atuação legislativa para gerarem efeitos; desse modo, são normas que não têm
aplicação imediata.

b) Normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem de integração


infraconstitucional para que se opere a plenitude de seus efeitos; assim, elas têm aplicabilidade
mediata.

c) Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que dependem de outros meios
normativos (por exemplo, leis) para que possam ser aplicadas imediatamente.

d) Normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível são aquelas que não têm força
suficiente para reger os interesses de que tratam, necessitando, portanto, de outros meios
normativos para serem aplicadas imediatamente.

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e) Normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que receberam do constituinte


normatividade suficiente para incidência direta, ou seja, têm aplicabilidade imediata, mas
dependem de regulamentação posterior para produzirem efeitos.

27. (CEBRASPE/2022/SERES-PE/Policial Penal do Estado) O § 3.º do artigo 25 da Constituição


Federal de 1988 dispõe que “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.”. Esse dispositivo constitucional é
classificado pela doutrina como norma de eficácia

a) contida.
==5617c==

b) limitada, declaratória de princípios programáticos.

c) limitada, declaratória de princípios institutivos.

d) prospectiva.

e) plena.

28. (CEBRASPE/2022/PC-RO/Agente de Polícia Civil) De acordo com o texto constitucional, as


normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação

a) mediata.

b) imediata.

c) diferida.

d) limitada.

e) indireta.

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Gabarito

1. C 11. E 21. C
2. C 12. E 22. E
3. E 13. C 23. C
4. C 14. E 24. A
5. C 15. E 25. B
6. E 16. C 26. B
7. C 17. C 27. C
8. E 18. E 28. B
9. C 19. C
10. E 20. E

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para
concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
==5617c==

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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Autor:
Tulio Lages

25 de Março de 2023
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Índice
1) Simulado - Funções Essenciais à Justiça - ME
..............................................................................................................................................................................................3

2
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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................ 1

Questões Inéditas ........................................................................................................................................... 1

Gabarito/Questões Comentadas .................................................................................................................. 7

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 24

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre:
Funções Essenciais à Justiça
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS

Ministério Público

Caráter permanente, essencialidade, incumbências, princípios institucionais e autonomia


funcional e administrativa (art. 127, caput e §§ 1º e 2º da CF/88)

1) A Constituição Federal de 1988 assegura ao Ministério Público autonomia funcional, administrativa e


financeira, cabendo-lhe:

I – elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

II - propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas e títulos.

III - Representar judicialmente as entidades públicas.

IV - exercer o controle externo da atividade policial.

Estão corretos os itens

a) I e II.

3
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b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Ministério Público

Autonomia orçamentária (arts. 127, §§ 3º a 6º da CF/88)

2) Considerando a sistemática constitucional da lei orçamentária do Ministério Público, tem-se que esta
deverá ser elaborada em conformidade com:

a) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a encaminhada ao Poder Executivo, que a submeterá ao Legislativo.

b) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e encaminhada diretamente ao Legislativo.

c) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e submetida ao Poder Executivo, que, aprovando-a, a encaminhará ao


Legislativo.

d) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e a encaminhará a este último, que a


submeterá ao Legislativo.

e) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e encaminhada diretamente ao Poder Legislativo.

Ministério Público

Composição do Ministério Público, nomeação e destituição de seus chefes (art. 128,


incisos I e II e §§ 1º a 4º da CF/88)

3) A destituição do Procurador-Geral da República depende de iniciativa do

a) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta do Congresso Nacional.

b) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

c) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta da Câmara dos Deputados.

d) Conselho Nacional do Ministério Público e de autorização da maioria simples do Congresso Nacional.

e) Conselho Nacional do Ministério Público e de autorização da maioria absoluta do Congresso Nacional.

4) O Ministério Público da União é chefiado pelo Procurador-Geral da República, que deve ser nomeado

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a) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

b) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Congresso Nacional, para mandato de 2 anos, permitida uma recondução.

c) pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade,
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

d) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

e) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, vedada a recondução.

Ministério Público

Funções institucionais (art. 129 da CF/88)

5) Sobre o Ministério Público, é correto afirmar:

a) O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

b) O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral de Estado, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

c) São princípios institucionais do Ministério Público: a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade


de subsídio.

d) O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
orçamentária anual.

e) As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

Ministério Público

Garantias e vedações aos membros do MP (art. 128, § 5º da CF/88) e Ministério Público


junto aos Tribunais de Contas (art. 130 da CF/88)

6) Os membros do Ministério Público gozam de garantias funcionais e estão sujeitos a algumas vedações
previstas no texto constitucional. Considerando as disposições constitucionais e a jurisprudência
relacionada ao tema, assinale a alternativa correta:

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a) Aplicam-se aos membros do Ministério Público que atuam junto aos tribunais de contas as regras
constitucionais relativas a direitos e vedações dos membros do Ministério Público comum, cabendo ainda a
possibilidade de optarem pela transferência de seu campo de atuação para o âmbito do Ministério Público
comum, vez que fazem parte da mesma estrutura administrativa.

b) Os membros do Ministério Público poderão exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, contudo deverão optar por apenas uma remuneração.

c) A garantia de vitaliciedade dos membros do Ministério Público é adquirida após três anos de efetivo
exercício, não podendo este perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado.

d) Aos membros do Ministério Público é garantida a inamovibilidade, que só será ressalvada por força de
interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público por voto da
maioria simples de seus membros, devendo ser assegurada a ampla defesa.

e) Aos membros do Ministério Público é vedado o exercício da advocacia no juízo no qual tenham atuado,
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Ministério Público

Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130-A da CF/88)

7) O Conselho Nacional do Ministério Público possuí competências de controle administrativa e financeiro


do Ministério Público, além de zelar pelo cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
Considerando o que dispõe o texto constitucional, assinale a alternativa que apresenta corretamente uma
competência do CNMP:

a) elaborar relatório semestral, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação de cada
unidade do Ministério Público no País e as atividades do Conselho.

b) rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da


União ou dos Estados julgados há menos de um ano.

c) zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos gerais
regulamentares, no âmbito de sua competência, vedada a recomendação de providências.

d) receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Estados, exceto em relação aos seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição.

e) apreciar, apenas mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, oportunidade em que poderá desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei.

Advocacia Pública (arts. 131 e 132 da CF/88) e Advocacia (art. 133 da CF/88)

8) Considere as seguintes alternativas:

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I - A Advocacia-Geral da União é a instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-


lhe, nos termos da lei ordinária que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

II - Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal não possuem direito à vitaliciedade, mas podem
adquirir estabilidade após 3 anos de efetivo exercício.

III – Cabe à FUNAI – Fundação Nacional do Índio defender judicialmente os interesses das populações
indígenas.

IV - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo absolutamente inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão.

V - Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Está correto o constante nos itens

a) I e IV.

b) II e III.

c) I e V.

d) III e IV.

e) II e V.

9) No que se refere às funções essenciais à Justiça previstas na Constituição Federal de 1988, assinale a
alternativa incorreta.

a) Compete ao Ministério Público exercer o controle externo da atividade policial.

b) O oferecimento de denúncia pelo Ministério Público pode ser fundamentado em peças de informação
obtidas unicamente pelo Parquet, sem necessidade de prévio inquérito policial.

c) É competência exclusiva da Advocacia Pública representar judicial e extrajudicialmente os entes


federativos.

d) Tanto o Ministério Público e quanto a Defensoria Pública possuem legitimidade para propor Ação Civil
Pública.

e) A imprescindibilidade do advogado à administração da justiça não é absoluta, pois há causas em que não
se faz necessária sua presença.

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Defensoria Pública (arts. 134 e 135 da CF/88)

10) A Emenda Constitucional nº 80/2014 introduziu mudanças significativas em relação à Defensoria


Pública. Entre essas alterações está

a) a previsão de remuneração mediante o pagamento de vencimentos acrescidos de honorários de


sucumbência.

b) a possibilidade de advocacia privada.

c) a garantia de vitaliciedade no cargo após dois anos de efetivo exercício.

d) a inclusão dos princípios da unidade, indivisibilidade e independência funcional.

e) a garantia de vitaliciedade no cargo após três anos de efetivo exercício.

11) Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
forma integral e gratuita, aos necessitados. Essa definição refere-se

a) à Advocacia-Geral da União.

b) ao Ministério Público.

c) à Defensoria Pública.

d) ao Poder Judiciário.

e) à Ordem dos Advogados do Brasil.

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GABARITO

1. B 2. A 3. B 4. A 5. E

6. E 7. B 8. E 9. C 10. D

11. C

QUESTÕES COMENTADAS

Ministério Público

Caráter permanente, essencialidade, incumbências, princípios institucionais e autonomia


funcional e administrativa (art. 127, caput e §§ 1º e 2º da CF/88)

1) A Constituição Federal de 1988 assegura ao Ministério Público autonomia funcional, administrativa e


financeira, cabendo-lhe:

I – elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

II - propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas e títulos.

III - Representar judicialmente as entidades públicas.

IV - exercer o controle externo da atividade policial.

Estão corretos os itens

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários

A questão trata do art. 127, §§ 2º e 3º, e do art. 129, inciso VII, ambos da CF/1988:

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Art. 127, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,


observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos
e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

(...)

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;

(...)

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

Item I – certo. De acordo com o art. 127, § 3º, da CF/88, cabe ao Ministério Público elaborar sua própria
proposta orçamentária, devendo ser observados os limites estabelecidos na LDO.

Item II – errado. De acordo com o art. 127, § 2º, da CF/88, o provimento de cargos no Ministério Público
deve ser feito por concurso público de provas ou de provas e títulos, não sendo obrigatória a cobrança dos
títulos nos certames.

Item III – errado. Nos termos do art. 129, IX, da CF/88, é vedado ao Ministério Público a representação judicial
de entidades públicas, função que deve ser exercida pelos respectivos órgãos de advocacia.

Item IV – certo. De acordo com o art. 129, inciso VII da CF/88, cabe ao Ministério Público exercer o controle
externo da atividade policial, na forma que lei complementar dispuser.

Logo, os itens I e IV estão corretos.

Gabarito: Letra B.

Ministério Público

Autonomia orçamentária (arts. 127, §§ 3º a 6º da CF/88)

2) Considerando a sistemática constitucional da lei orçamentária do Ministério Público, tem-se que esta
deverá ser elaborada em conformidade com:

a) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a encaminhada ao Poder Executivo, que a submeterá ao Legislativo.

b) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e encaminhada diretamente ao Legislativo.

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c) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e submetida ao Poder Executivo, que, aprovando-a, a encaminhará ao


Legislativo.

d) as orientações fixadas em regulamento do Poder Executivo e a encaminhará a este último, que a


submeterá ao Legislativo.

e) a Lei de Diretrizes Orçamentárias e encaminhada diretamente ao Poder Legislativo.

Comentários

O texto constitucional dispõe sobre a autonomia orçamentária do Ministério Público ao longo dos parágrafos
do art. 127 da CF/88, deixando estabelecido o seguinte procedimento:

MP elabora a LOA dentro Executivo recebe e faz os Poder executivo envia todas
dos limites da LDO ajustes necessários p/ a LOA consolidada ao Poder
consolidação Legislativo.

Deste modo, é possível observar que a lei orçamentária do MP deverá ser elaborada em conformidade com
a Lei de Diretrizes Orçamentárias e posteriormente enviada ao Executivo, que fará os ajustes de consolidação
e enviará a versão final de LOA do ente federativo ao Poder Legislativo.

Sendo assim, a única alternativa que se adequa ao gabarito é a letra A.

Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo


estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela EC 45/2004)

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas


ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela EC 45/2004)

Gabarito: Letra A.

Ministério Público

Composição do Ministério Público, nomeação e destituição de seus chefes (art. 128,


incisos I e II e §§ 1º a 4º da CF/88)

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3) A destituição do Procurador-Geral da República depende de iniciativa do

a) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta do Congresso Nacional.

b) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

c) Presidente da República e de autorização da maioria absoluta da Câmara dos Deputados.

d) Conselho Nacional do Ministério Público e de autorização da maioria simples do Congresso Nacional.

e) Conselho Nacional do Ministério Público e de autorização da maioria absoluta do Congresso Nacional.

Comentários

O Presidente da República é quem nomeia o Procurador-Geral da República, após aprovação da maioria


absoluta do Senado Federal. O caminho inverso (destituição do cargo) exige o preenchimento desses
mesmos requisitos: iniciativa do Presidente da República e aprovação a maioria absoluta do Senado Federal.
Vejamos o teor do art. 128, §§ 1º e 2º, da CF/88:

Art. 128, § 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,


deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

Gabarito: Letra B.

4) O Ministério Público da União é chefiado pelo Procurador-Geral da República, que deve ser nomeado

a) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

b) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Congresso Nacional, para mandato de 2 anos, permitida uma recondução.

c) pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade,
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

d) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.

e) pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 2 anos, vedada a recondução.

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Comentários

Letra A - correta. O Procurador-Geral da República é nomeado pelo Presidente da República dentre os


membros da instituição, sendo exigida a idade mínima de 35 anos, para mandato de 2 anos, sendo permitida
a recondução. A CF/88 não estabelece o limite de reconduções.

Art. 128, § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
para mandato de dois anos, permitida a recondução.

Letra B – incorreta. É o Senado Federal, e não o Congresso Nacional, quem deve aprovar o nome indicado
para o cargo de Procurador-Geral da República, sendo permitida “a” recondução para o cargo, e não apenas
“uma” recondução.

Letra C - incorreta. É o Presidente da República, e não o Presidente do STF, quem nomeia o PGR, de acordo
com o art. 128, § 1º, da CF/88.

Letra D - incorreta. A aprovação do nome do PGR deve ser precedida de aprovação da maioria absoluta dos
membros do Senado Federal, não da Câmara dos Deputados, de acordo com o art. 128, § 1º, da CF/88.

Letra E - incorreta. É permitida a recondução para o cargo de Procurador-Geral da República, de acordo com
o art. 128, § 1º, da CF/88.

Gabarito: Letra A.

Ministério Público

Funções institucionais (art. 129 da CF/88)

5) Sobre o Ministério Público, é correto afirmar:

a) O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

b) O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral de Estado, nomeado pelo Presidente da
República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

c) São princípios institucionais do Ministério Público: a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade


de subsídio.

d) O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
orçamentária anual.

e) As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

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Comentários

Vamos analisar cada uma das assertivas:

Letra A e B – incorretas. O Procurador-Geral de Justiça é o chefe do Ministério Público Estadual, enquanto o


Procurador-Geral de Estado é o chefe da Procuradoria do Estado, prevista no art. 132 da CF/88.

O Ministério Público da União é chefiado pelo Procurador-Geral da República, conforme art. 128, § 1º, da
CF/88:

Art. 128, § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco
anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal,
para mandato de dois anos, permitida a recondução.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas.

Letra C – incorreta. Os itens listados representam garantias do membro do Ministério Público, e não
princípios. Vejamos o que diz o art. 128 da CF/88:

Art. 128, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa;

c) irredutibilidade de subsídio, fixado conforme art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37,
X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I

Letra D – incorreta. A proposta orçamentária do MP será elaborada dentro dos limites estabelecidos na LDO,
e não na LOA, conforme o art. 127, § 3º, da CF/88:

Art. 127, § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Letra E – correta. A assertiva está de acordo com o art. 129, § 2º, da CF/88:

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Art. 129, § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira,
que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

Gabarito: Letra E.

Ministério Público

Garantias e vedações aos membros do MP (art. 128, § 5º da CF/88) e Ministério Público


junto aos Tribunais de Contas (art. 130 da CF/88)

6) Os membros do Ministério Público gozam de garantias funcionais e estão sujeitos a algumas vedações
previstas no texto constitucional. Considerando as disposições constitucionais e a jurisprudência
relacionada ao tema, assinale a alternativa correta:

a) Aplicam-se aos membros do Ministério Público que atuam junto aos tribunais de contas as regras
constitucionais relativas a direitos e vedações dos membros do Ministério Público comum, cabendo ainda a
possibilidade de optarem pela transferência de seu campo de atuação para o âmbito do Ministério Público
comum, vez que fazem parte da mesma estrutura administrativa.

b) Os membros do Ministério Público poderão exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, contudo deverão optar por apenas uma remuneração.

c) A garantia de vitaliciedade dos membros do Ministério Público é adquirida após três anos de efetivo
exercício, não podendo este perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado.

d) Aos membros do Ministério Público é garantida a inamovibilidade, que só será ressalvada por força de
interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público por voto da
maioria simples de seus membros, devendo ser assegurada a ampla defesa.

e) Aos membros do Ministério Público é vedado o exercício da advocacia no juízo no qual tenham atuado,
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Comentários

O art. 127, §§ 5º e 6º, da CF/88 dispõem sobre as garantias e as vedações dos membros do Ministério Público:

Art. 127, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I — as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa;

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c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts.
37, X e XI; 150, II; 153, III; 153, § 2º, I;

II — as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas


processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;

e) exercer atividade político-partidária;

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Letra A – incorreta. Os membros do Ministério Público de Contas gozam do mesmo regramento aplicável aos
membros do Ministério Público "comum". Contudo, com estes não se confundem e não podem transitar
entre eles.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Os membros do MP de Contas são ligados administrativamente aos Tribunais de Contas e não possuem
qualquer vínculo com o Ministério Público, razão pela qual entende-se que estes não podem migrar do MP
de Contas para o MP "comum" sem a aprovação em novo concurso público, o que torna a assertiva incorreta.

Segundo precedente do STF (ADI 789/DF), os procuradores das cortes de contas são ligados
administrativamente a elas, sem qualquer vínculo com o Ministério Público comum. Além de
violar os arts. 73, § 2º, I, e 130, da CF, a conversão automática dos cargos de procurador do
tribunal de contas dos Municípios para os de procurador de justiça – cuja investidura depende de
prévia aprovação em concurso público de provas e títulos – ofende também o art. 37, II, do Texto
Magno. [ADI 3.315, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-3-2008, P, DJE de 11-4-2008.]

Letra B – incorreta. Aos membros do MP é vedado o exercício de qualquer outra função pública, ainda que
em disponibilidade. Logo, não há que se falar em escolha de remunerações.

Sobre a vedação ao exercício de outras funções públicas, temos como exceção apenas o exercício de um
cargo público de magistério. Contudo, lembre-se que este é a exceção prevista no art. 128, § 5º, inciso II,
alínea d da CF/88, e não a regra.

Art. 128, II - as seguintes vedações:

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(...)

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;

Letra C – incorreta. A garantia da vitaliciedade é adquirida com dois anos de exercício, e não três anos como
afirmado pela alternativa. Quanto à possibilidade de perda do cargo vitalício, esta perda só ocorrerá por
força de sentença judicial transitada em julgado. Tais previsões são encontradas no art. 128, §5º, inciso I,
alínea a, da CF/88:

Art. 128, I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;

Letra D – incorreta. Os membros do MP realmente gozam da inamovibilidade. Esta garantia visa proteger a
atuação e independência do cargo, ao vedar que esses membros sejam retirados de suas esferas de atuação
de forma arbitrária.

Em que pese seja uma forte garantia, tal regra não é absoluta e encontra relativização no interesse público,
uma vez que é possível que um órgão colegiado do MP sobreponha a inamovibilidade, caso obtenha a voto
da maioria absoluta de seus membros, de acordo com o art. 128, § 5º, inciso I, alínea b, da CF/88.

Art. 128, § 5º, I - as seguintes garantias:

(...)

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa;

Uma vez que a alternativa apresenta o quórum incorreto para quebra da inamovibilidade, a assertiva está
incorreta.

Letra E – correta. O artigo 128, § 5º, inciso II, alínea b, da CF/88 veda o exercício da advocacia aos membros
do Ministério Público, contudo esta regra comporta uma exceção interessante prevista no § 6º do artigo
128.

Art. 128, § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos
respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

(...)

II - as seguintes vedações:

(...)

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b) exercer a advocacia;

(...)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Segundo o §6º do artigo 128, aplica-se aos membros do MP a regra dos Magistrados contida no artigo 95,
parágrafo único, inciso V, da CF/88, de forma que os membros do MP ou do Judiciário somente poderão
exercer a advocacia no juízo ou tribunal que atuavam após 3 anos de sua aposentadoria ou exoneração.

Vale lembrar que o exercício da advocacia por membros do Ministério Público é vedado inclusive na
possibilidade de atuação em causa própria, tal qual o entendimento do STF:

Nas ações penais originárias, a defesa preliminar (Lei 8.038/1990, art. 4º) é atividade privativa
dos advogados. Os membros do Ministério Público estão impedidos de exercer advocacia,
mesmo em causa própria. São atividades incompatíveis (Lei 8.906/1994, art. 28). 1

Uma vez que a alternativa aborda, exatamente, esta exceção, temos nosso gabarito.

Gabarito: Letra E.

Ministério Público

Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130-A da CF/88)

7) O Conselho Nacional do Ministério Público possuí competências de controle administrativa e financeiro


do Ministério Público, além de zelar pelo cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
Considerando o que dispõe o texto constitucional, assinale a alternativa que apresenta corretamente uma
competência do CNMP:

a) elaborar relatório semestral, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação de cada
unidade do Ministério Público no País e as atividades do Conselho.

b) rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da


União ou dos Estados julgados há menos de um ano.

c) zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos gerais
regulamentares, no âmbito de sua competência, vedada a recomendação de providências.

d) receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos
Estados, exceto em relação aos seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição.

1
HC 76.671, rel. min. Néri da Silveira, j. 9-6-1998, 2ª T, DJ de 10-8-2000.

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e) apreciar, apenas mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, oportunidade em que poderá desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei.

Comentários

O Conselho Nacional do Ministério Público tem seu regramento no art. 130-A da CF/88 que, em seu §2º,
dispõe sobre as competências deste órgão de controle do MP:

Art. 130-A, § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação


administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de
seus membros, cabendo-lhe: (Incluído pela EC 45/2004)

I — zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II — zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade


dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos
Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III — receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;

IV — rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do


Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V — elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.

Letra A – incorreta. O relatório do CNMP será anual, e não semestral como afirmado na assertiva. É através
desse relatório que o CNMP propõe providências para atuação dos Ministérios Públicos de todo o país e os
orienta sobre os rumos a serem seguidos. Este relatório encontra previsão no inciso V do §2º do Art. 130-A
da CF/88.

Letra B – correta. A assertiva está de acordo com o art. 130-A, §2º, inciso IV da CF/88.

Cabe destacar que é muito comum que as bancas examinadoras tentem confundir esse prazo: O CNMP só
poderá rever de ofício ou mediante provocação os processos disciplinares julgados há menos de um ano.

Letra C – incorreta. O CNMP poderá fazer tudo que foi mencionado na alternativa, inclusive a recomendação
de providências a serem tomadas pelos Ministérios Públicos. Uma vez que a alternativa exclui as
recomendações, temos sua incorreção.

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Letra D – incorreta. O CNMP irá receber e conhecer as reclamações contra membros ou órgãos do Ministério
Público da União ou dos Estados, INCLUSIVE em relação aos seus serviços auxiliares. Os serviços auxiliares
não são uma exceção, como afirmado pela assertiva.

Letra E – incorreta. Porque, de acordo com o art. 130-A, § 2º, inciso II, da CF/88, a apreciação da legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados
poderá ser revista mediante provocação ou de ofício pelo CNMP, oportunidade em que o órgão poderá
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei.

Gabarito: Letra B.

Advocacia Pública (arts. 131 e 132 da CF/88) e Advocacia (art. 133 da CF/88)

8) Considere as seguintes alternativas:

I - A Advocacia-Geral da União é a instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-


lhe, nos termos da lei ordinária que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

II - Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal não possuem direito à vitaliciedade, mas podem
adquirir estabilidade após 3 anos de efetivo exercício.

III – Cabe à FUNAI – Fundação Nacional do Índio defender judicialmente os interesses das populações
indígenas.

IV - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo absolutamente inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão.

V - Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Está correto o constante nos itens

a) I e IV.

b) II e III.

c) I e V.

d) III e IV.

e) II e V.

Comentários

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Item I – errado. Conforme o art. 131, caput, da CF/88, a lei que dispuser sobre a organização e o
funcionamento da Advocacia-Geral da União deve ser complementar, não ordinária.

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão


vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria
e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Item II – certo. A CF/88 não estende a vitaliciedade aos Procuradores dos Estados e do DF, mas assegura a
essa categoria o direito à estabilidade, mediante aprovação em avaliação de desempenho perante os órgãos
próprios, e após relatório circunstanciado das respectivas corregedorias:

Art. 132 Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias.

Item III – errado. Conforme o art. 129, inciso V, da CF/88, cabe ao Ministério Público defender judicialmente
os interesses das populações indígenas.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

Item IV – errado. Nos termos do art. 133 da CF/88, a inviolabilidade pelos atos e manifestações no exercício
da profissão de advogado não é absoluta; devendo ser observados os limites impostos por lei.

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Item V – certo. A assertiva está de acordo com o art. 130, § 5º, da CF/88:

Art. 130, § 5 - Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.

Gabarito: Letra E.

9) No que se refere às funções essenciais à Justiça previstas na Constituição Federal de 1988, assinale a
alternativa incorreta.

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a) Compete ao Ministério Público exercer o controle externo da atividade policial.

b) O oferecimento de denúncia pelo Ministério Público pode ser fundamentado em peças de informação
obtidas unicamente pelo Parquet, sem necessidade de prévio inquérito policial.

c) É competência exclusiva da Advocacia Pública representar judicial e extrajudicialmente os entes


federativos.

d) Tanto o Ministério Público e quanto a Defensoria Pública possuem legitimidade para propor Ação Civil
Pública.

e) A imprescindibilidade do advogado à administração da justiça não é absoluta, pois há causas em que não
se faz necessária sua presença.

Comentários

Letra A - correta. Conforme o art. 129, inciso VII, da CF/88, o MP exerce o controle externo (e não interno)
da atividade policial.

Art. 129, VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;

Letra B - correta. A assertiva de acordo com o entendimento proferido no RE 535.478 pelo Supremo Tribunal
Federal.

A denúncia pode ser fundamentada em peças de informação obtidas pelo órgão do MPF sem a
necessidade do prévio inquérito policial, como já previa o CPP. (RE 535.478, rel. min. Ellen Gracie,
j. 28-10-2008, 2ª T, DJE de 21-11-2008.)

Letra C - incorreta. O STF entende que, em certas circunstâncias e em causas específicas, o Estado pode
constituir outro representante para atuar em juízo (STF – 121.856-ED). Ou seja, não se trata de competência
exclusiva da Advocacia Pública.

Letra D - correta. De acordo, com o art. 5º da Lei nº 7.347/85, tanto o Ministério Público quanto a Defensoria
Pública têm legitimidade para propor a ação civil pública (principal e cautelar):

Art. 5º, I - o Ministério Público;

II - a Defensoria Pública;

III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

V - a associação que, concomitantemente;

a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;

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b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Letra E - correta. De fato, a indispensabilidade do advogado não é absoluta, já que há determinadas causas
em que não se faz necessária sua presença (ex: ações de habeas corpus).

Gabarito: Letra C.

Defensoria Pública (arts. 134 e 135 da CF/88)

10) A Emenda Constitucional nº 80/2014 introduziu mudanças significativas em relação à Defensoria


Pública. Entre essas alterações está

a) a previsão de remuneração mediante o pagamento de vencimentos acrescidos de honorários de


sucumbência.

b) a possibilidade de advocacia privada.

c) a garantia de vitaliciedade no cargo após dois anos de efetivo exercício.

d) a inclusão dos princípios da unidade, indivisibilidade e independência funcional.

e) a garantia de vitaliciedade no cargo após três anos de efetivo exercício.

Comentários:

A Emenda Constitucional nº 80/2016 incluiu o § 4º ao art. 134 da CF/88 que prevê, como princípios
institucionais da Defensoria Pública, a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. Vejamos o que
dispõe os artigos 134, §§ 1º e 4º, e 135 da CF/1988:

Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
37, X e XI.

Art. 134, § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a
seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais.

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso
II do art. 96 desta Constituição Federal.

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Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

Letra A - errada. De acordo com o art. 135 e art. 39, § 4º, ambos da CF/88, os Defensores Públicos são
remunerados por subsídio.

Letra B - errada. Aos Defensores Públicos é vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais.

Letras C e E - erradas. A CF/88 não assegura a vitaliciedade aos Defensores Públicos.

Letra D - correta. A assertiva está de acordo com o art. 134, § 4º, da CF/88.

Gabarito: Letra D.

11) Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
forma integral e gratuita, aos necessitados. Essa definição refere-se

a) à Advocacia-Geral da União.

b) ao Ministério Público.

c) à Defensoria Pública.

d) ao Poder Judiciário.

e) à Ordem dos Advogados do Brasil.

Comentários

Relembremos o teor dos caputs dos artigos 127, 131 e 134, todos da CF/88:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão


vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria
e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos

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os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

Extrai-se dos artigos supratranscritos que a orientação jurídica e a defesa judicial e extrajudicial dos
interesses dos necessitados é papel da Defensoria Pública. Desta forma, correta a letra C.

Letra A - errada. A Advocacia-Geral da União, em síntese, defende os interesses do Poder Executivo, não dos
necessitados, conforme o art. 131 da CF/88.

Letra B - errada. O Ministério Público defende a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais
e individuais indisponíveis, de acordo com o art. 127 da CF/88, embora ainda seja admitida a atuação do MP
nos locais em que não houver Defensoria Pública instalada.

Letra D - errada. O Poder Judiciário não é função essencial à Justiça. Ele é a própria função jurisdicional do
Estado, e não realiza orientação jurídica ou defesa do direito alheio, limitando-se a julgar as causas que lhe
==5617c==

são apresentadas, sem se posicionar a favor dessa ou daquela parte, em razão do princípio da imparcialidade.

Letra E – errada. A OAB é o órgão de classe dos advogados, não cabendo a essa instituição a defesa dos
interesses mencionados no enunciado.

Gabarito: Letra C.

...

Forte abraço!

Túlio Lages

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
LIMA, Gustavo Augusto F. de. Agências reguladoras e o poder normativo. 1. ed. São Paulo: Baraúna, 2013.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

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