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Metalurgia

Parte 3

Maurício de Oliveira

1
Diagrama de equilíbrio das ligas ferro-carbono
L+δ Este diagrama é obtido
experimentalmente por
pontos e apresenta as
temperaturas em que
δ+ γ ocorrem as diversas
transformações dessas
ligas, em função do seu
teor de carbono.
São denominadas aços
as ligas ferro-carbono
com teores de carbono
de até 2,14%.
Ligas com teores de
carbono acima de 2,14%
são denominadas ferro
fundido.

2
Diagrama de equilíbrio das ligas ferro-carbono

Ferro α

L + Fe3C

Ferro γ

Fe3C

3
Diagrama de equilíbrio das ligas ferro-carbono
Início da solidificação
Os componentes fundamentais dos aços
carbono são o ferro e o carbono. Este último
combina-se com o ferro formando o
carboneto de ferro (Fe3C) que contém
6,67% de carbono. Este carboneto é
denominado cementita.

Quando o aço está no estado de fusão, este


carboneto se encontra dissolvido na massa
líquida, constituindo, com o ferro, uma
solução homogênea.
Para cada aço, em função do teor de carbono, existe uma temperatura em que começa a
solidificação. A temperatura de início de solidficação diminui com o aumento do teor de
carbono.
Ao esfriar-se, a solidificação prossegue até atingir uma outra temperatura em que o material
estará totalmente solidificado. Entre essas duas temperaturas o aço estará em parte líquido e em
parte sólido. 4
Diagrama de equilíbrio das ligas ferro-carbono
A perfeita solução que existia no estado líquido,
ainda subsiste após a solidificação total, porque
o ferro, a essas temperaturas, está sob a forma
alotrópica designada por ferro gama, que tem a
propriedade de constituir uma solução sólida
mais extensa com o carbono. Esta solução sólida
se chama austenita.
A austenita permanece estável e homogênia até
atingir a linha GE’S do diagrama ferro carbono;
abaixo dela, a textura do aço sofre modificações
gradativas que terminam com uma
transformação completa a 727ºC, assinalada no
Alotropia: do grego allos (outro) e tropos (maneira), diagrama por uma linha horizontal.
designa o fenômeno em que um mesmo elemento
químico pode originar substâncias simples diferentes. A região compreendida desde a linha GE’S até a
As substâncias simples distintas são conhecidas como linha horizontal a 727ºC é denominada Zona
alótropos. Crítica.
- O elemento químico carbono forma as substâncias
grafite e diamante de forma natural. A textura cristalina que os aços esfriados
- O ferro apresenta as formas alotrópicas ferro delta,
lentamente apresentam logo abaixo desta linha,
ferro alfa e ferro gama. se conserva até a temperatura ambiente.
5
O que ocorre na zona crítica durante o resfriamento
A solubilidade do carbono no ferro gama é limitada e depende da temperatura.
A 1147 ºC a solubilidade é máxima e corresponde a 2,14 % de carbono. A
temperaturas mais baixas a solubilidade decresce, sendo apenas de 0,76 % a 727 ºC
(ponto E’ ). Então, durante o resfriamento de um aço com 0,76 %C (eutetóide), este
chegará a 727 ºC sem nenhuma transformação.
Ao atingir 727 ºC, o ferro
gama existente na austenita
adquire uma nova forma
alotrópica: ferro alfa. Como a
solubilidade do carbono no
ferro alfa é muito pequena,
dá-se nesse momento a
separação do carbono
excedente na forma de
carboneto de ferro (Fe3C)
conhecido como cementita.
À solução sólida de carbono
no ferro alfa dá-se o nome de
ferrita. 6
O que ocorre na zona crítica durante o resfriamento
Os dois constituintes, ferro alfa e cementita, tomam então uma disposição particular,
em lamelas ou camadas muito finas e alternadas. Cada grão de solução sólida
austenita, transforma-se assim, ao passar pela horizontal de 727 ºC em grãos
lamelares que tomam o nome de perlita.

7
Aços eutetóides
Assim, o aço eutetóide (0,76 %C) resfriado lentamente, abaixo de 727 °C,
apresentará unicamente grãos de perlita, que é constituída de lamelas alternadas de
ferrita (mais largas e mais claras na micrografia) e de cementita (mais finas e
escuras).

8
À solução sólida de carbono no ferro alfa dá-se o nome de ferrita;
A solubilidade do carbono na ferrita decresce com a temperatura, sendo de 0,022 %C a
727 °C e de 0,008 %C a temperatura ambiente.

À solução sólida de carbono no ferro gama dá-se o nome de austenita;


A solubilidade do carbono na austenita decresce com a temperatura, sendo de 2,14
%C a 1147 °C e de 0,76 %C a 727 °C

Cementita é um carboneto de ferro (Fe3C com teor de carbono de 6,67 %).

9
Mecanismo de formação da perlita a partir dos
grãos da austenita

Na transformação da austenita em ferrita a 727 °C, o carbono da


austenita sofre difusão e se combina com o ferro formando faixas de
cementita (Fe3C) com 6,67 %C. A região austenítica empobrecida de
carbono, transforma-se então em ferrita com teor de carbono de 0,022%.
Esta frente de transformação progride a partir do contorno para o interior
do grão, formando assim a estrutura perlítica.

10
Mecanismo de formação da perlita a partir dos
grãos da austenita
Mecanismo de formação da estrutura perlítica, constituída de
lamelas alternadas de ferrita e cementita.

11
Aços hipereutetóides
A 1147 ºC a solubilidade é máxima e corresponde a 2,14 % de carbono.
A solubilidade decresce com a temperatura segundo a curva SE’, sendo apenas de
0,76 % a 727º C ( ponto E’ ).
A linha SE’ assinala, pois, para
os aços com teores de carbono
entre 0,76 % e 2,14 %, o início
da precipitação de carbono na
forma de carboneto de ferro
Fe3C, que exceder ao máximo
que o ferro gama pode manter
em solução sólida.
A precipitação ocorre nos
contornos de grãos de
austenita, para onde o carbono
em excesso se dirige por
difusão.
O carboneto de ferro é
denominado cementita.
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Aços hipereutetóides
Assim, os aços hipereutetóides resfriados lentamente são constituídos de:
- grãos de perlita ( ferrita + cementita em lamelas)
Perlita
- envoltos por uma rede de cementita.

Cementita

13
Aços hipoeutetoides
Para os aços com teores inferiores a 0,76 %C a transformação do ferro gama em
ferro alfa se desdobra em duas fases:
-uma gradual, iniciando quando o resfriamento corta a linha GE’;
- e outra quando da formação da perlita, a 727 ºC.

A ferrita formada dentro


da zona crítica se isola
(ou precipita) de
preferência junto aos
contornos de grãos de
austenita.
O teor de carbono da
austenita remanescente
vai aumentando até
atingir 0,76 %, o que se
dá quando a
temperatura do aço
chegar a 727 ºC.
14
Aços hipoeutetoides
A percentagem de perlita será tanto menor quanto menor for o teor de carbono,
anulando-se quando este for menor que 0,022 %.

Aço com 0,06% C Aço com 0,1% C Aço com 0,2 %C

Aço com 0,33% C Aço com 0,4 % C Aço com 0,5% C


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líquido

Líquido + γ

γ + Fe3C
γ+α
Perlita

α Perlita
+ +
perlita Fe3C

0,76

16
Avaliação do teor de carbono pela micrografia
Nos aços hipoeutetóides recozidos (aquecidos acima da zona crítica e esfriados
lentamente) pode-se avaliar aproximadamente o teor de carbono em função da área
de perlita que se observa na micrografia, pois a quantidade de perlita varia
linearmente de 0 para o ferro puro até 100% para o aço com 0,8 %C. Assim, por
exemplo, o campo micrográfico de um aço recozido com 0,5 % de carbono deve
apresentar 37 % de ferrita e 63 % de perlita.

A avaliação por
este método é
37% ferrita bastante exata até
cerca de 0,5 % de
carbono. Acima
desse valor a
percentagem
aparente de perlita
nem sempre é
63% perlita proporcional ao
teor de carbono

17
Avaliação do teor de carbono pela micrografia
E o campo micrográfico de um aço recozido com 0,4 % de carbono ?

50% ferrita

50% perlita

18
Avaliação do teor de carbono pela micrografia
E o campo micrográfico de um aço recozido com 1,4 % de carbono ?

10% cementita

90% perlita

19
Determinação das quantidades relativas de fases
A quantidade relativa das fases pode ser determinada pela regra da alavanca com
os dados obtidos a partir do diagrama ferro-carbono.

20
Determinação das quantidades relativas de fases
A quantidade relativa das fases pode ser determinada pela regra da alavanca com os
dados obtidos a partir do diagrama ferro-carbono.

727°C

21
Determinação das quantidades relativas de fases
Tomemos como exemplo um aço carbono com 0,5 % de carbono (hipoeutetóide). A
quantidade de perlita e de ferrita livre podem ser obtidas, lembrando que do gráfico,
para 0,022 %C não teremos a formação da perlita e para 0,76 % C teremos 100 % de
perlita. Assim, do diagrama temos:
100% 100%
ferrita %C perlita

0,022 0,5 0,76

O teor de ferrita livre é obtido através da relação:

0,76 – 0,5 0,26


% ferrita = X 100 % ferrita = X 100 % ferrita = 35,23%
0,76 – 0,022 0,738

E o teor de perlita é obtido através da relação:


0,5 – 0,022 0,478
% perlita = X 100 % perlita = X 100 % perlita = 64,77%
0,76 – 0,022 0,738
22
Determinação das quantidades relativas de fases

Já os teores de ferrita total (livre e


presente na perlita) e de cementita são
obtidos considerando o diagrama desde
0,008 %C (100% de ferrita) e 6,67 %C
(100 % de cementita).

100%
ferrita %C 100% cementita

0,008 0,5 6,67

O teor de ferrita total (livre e presente na perlita) é obtido através da relação:


6,67 – 0,5 6,17
% ferrita = X 100 % ferrita = X 100 % ferrita = 92,61%
6,67 – 0,008 6,662
E o teor de cementita é obtido através da relação:
0,5 – 0,008 0,492
% cemenita = X 100 % cementita = X 100 % cementita = 7,39%
23
6,67 – 0,008 6,662
Determinação das quantidades relativas de fases
Para um aço carbono com 1,2 % de carbono (hipereutetóide) os teores de perlita e
cementita livre (não presente na perlita) são obtidos considerando o diagrama
desde 0,76 %C (100 % de perlita) até 6,67 %C (100% cementita).

0,76 1,2 6,67

O teor de perlita é obtido através da relação:

6,67 – 1,2 5,47


% perlita = X 100 % perlita = X 100 % perlita = 92,55%
6,67 – 0,76 5,91

E o teor de cementita é obtido através da relação:

1,2 – 0,76 0,44


% cemenita = X 100 % cemenita = X 100 % cemenita = 7,45%
6,67 – 0,76 5,91
24
Determinação das quantidades relativas de fases

Os teores de ferrita total e cementita total são obtidos considerando o diagrama


desde 0,008 %C (100 % de ferrita) e 6,67 %C (100 % de cementita).

0,008 1,2 6,67

O teor de ferrita total (presente na perlita) é obtido através da relação:

6,67 – 1,2 5,47


% ferrita = X 100 % ferrita = X 100 % ferrita = 82,11 %
6,67 – 0,008 6,662

E o teor de cementita total (livre e presente na perlita) é obtido através da relação:

1,2 – 0,008 1,192


% cemenita = X 100 % cementita = X 100 % cementita = 17,89%
6,67 – 0,008 6,662 25
Aço efervescente e aço acalmado
O aço necessita ser desoxidado, dado que o seu teor em oxigênio é demasiado
elevado.
Pode ser acalmado ou efervescente, conforme o teor final de oxigênio, o qual vai
condicionar a forma de solidificação.
O aço acalmado tem teor em oxigênio máximo de 0,008 %, enquanto o aço
efervescente apresenta um teor em oxigênio máximo de 0,03 %.

As designações de acalmado e efervescente vem da forma tranqüila ou agitada


como ocorre o resfriamento do aço líquido e a respectiva solidificação.
O resfriamento do aço líquido efervescente se dá com muita agitação devido à
rejeição do oxigênio e de sua combinação com o carbono, formando bolhas cuja
subida no banho provoca uma aparente efervescência do aço.
A adição de alumínio ou ferro-silício (aço acalmado) ao banho neutraliza o oxigênio,
originando um resfriamento tranqüilo, pois a reação entre o oxigênio e o carbono fica
inibida.
Si + O2 SiO2
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IMPUREZAS DOS AÇOS

Os aços comuns contém sempre, além do carbono, pequenos teores de


silício (Si), fósforo (P), enxofre (S), manganês (Mn) e as vezes cobre (Cu).

Impurezas:
-combinam-se entre si (MnS, SiO2, MnO, Al2O3);
-combinam-se com o ferro (FeSi, Fe3P, FeS);
-combinam-se com o carbono (Mn3C).

As impurezas se apresentam sob três formas:


- inclusões: MnS, FeS, SiO2, FeO, Al2O3;
- constituintes de um eutético: Fe3P
- soluções sólidas: no ferro ( FeSi, Fe3P ) ou na cementita (Mn3C)

27
IMPUREZAS DOS AÇOS

- As inclusões são vistas ao microscópio já antes do ataque;

Vista A

Vista A

Vista B
Vista B

- Os eutéticos (menor ponto de fusão) são vistos somente depois do ataque;


- As soluções sólidas não são detectadas com os recursos de micrografia.
28
Impurezas nos aços
Fósforo
Forma compostos muito frágeis e de baixo ponto de fusão; é segregado para
as últimas regiões de líquido a solidificar, concentrando-se nelas e sendo
responsável por uma forte fragilização do aço.

Localiza-se na ferrita formando com ela uma solução sólida geralmente


imperceptível ao microscópio.

As especificações ASTM restringem os teores máximos admissíveis


conforme o fim a que se destina o material.
Trilhos (0,04 %)
Eixos (0,05 %)
Estruturas de pontes (0,06 %)

29
Impurezas nos aços
Enxofre
-É quase que totalmente eliminado na presença de cal, e o produto da reação
escorificado:
FeS + CaO = FeO + CaS
-O teor máximo é geralmente de 0,05 %.
-Facilmente notado ao microscópio, pois forma inclusões de sulfeto, que são
visíveis mesmo antes de qualquer ataque.
- Combina-se com o manganês e com o ferro formando sulfeto de manganês
e sulfeto de ferro.
O enxofre tem mais afinidade pelo manganês do que pelo ferro.
O sulfeto de manganês solidifica-se a temperaturas mais altas (1600 ºC)
enquanto que o sulfureto de ferro solidifica-se a 1000 ºC.
O sulfeto de manganês não é muito nocivo ao aço enquanto que o sulfeto de
ferro, por ter ponto de fusão menor que o do aço, poderá provocar o
rompimento do aço caso este seja deformado à quente.
30
Impurezas nos aços
Enxofre
O sulfeto de manganês é vantajoso em relação ao sulfeto de ferro que se
formaria na ausência de manganês, pois o sulfeto de ferro é duro e frágil,
tem um baixo ponto de fusão e é segregado para as fronteiras de grão,
fragilizando o aço e podendo provocar fissuração durante a laminação.

31
Impurezas nos aços

Silício

-Adicionado para atenuar a formação de bolhas nos lingotes.

-Todos os aços contém de 0,05 % a 0,3 % de Si.

-Forma com o ferro uma solução sólida não detectável por meio de
microscópio.

- Não exerce influência acentuada nas propriedades mecânicas dos aços.

32
Impurezas nos aços
Manganês
-Intencionalmente adicionado na prática siderúrgica como desoxidante.
-Combina-se primeiramente com o enxofre para formar MnS.
-Deve apresentar um teor de pelo menos duas vezes o de enxofre, sendo
normal relações de até cinco vezes.
-O excedente liga-se em parte ao carbono dando Mn3C, composto análogo à
cementita (Fe3C) ao qual se associa e em parte se difunde na ferrita.
-A cementita dos aços comuns contém, portanto, teores variáveis de Mn3C.
-O Manganês aumenta a forjabilidade do aço, a temperabilidade, a
resistência ao choque e o limite elástico, diminuindo porém a ductilidade.

Ductilidade:- É a capacidade de um material, quando solicitado, apresentar grandes


deformações antes de se romper. O aço e o alumínio são exemplos de materiais
dúcteis.
33
Impurezas nos aços

Alumínio
-É um desoxidante mais eficiente que o manganês e o silício e por isso é
empregado como adição para “acalmar” o aço.

-Favorece ainda a obtenção de texturas de granulação mais fina (menor


tamanho de grão).

-Forma com o oxigênio um composto Al2O3 ( alumina ) que se apresenta ao


microscópio como partículas negras.

-As inclusões de alumina não alteram a disposição da ferrita e da perlita.

34
Impurezas nos aços
Especificações ASTM para alguns aços carbono

35
Impurezas nos aços

36
Textura encruada

Quando o aço é laminado ou forjado a quente, isto é, a temperaturas acima da linha


GE’S, os grãos de austenita se deformam, mas recristalizam imediatamente,
originando novos grãos de forma normal (equiaxial).

37
Textura encruada
No caso, porém de se trabalhar o aço abaixo de 700 ºC e especialmente à
temperatura ambiente, as deformações que os grãos sofrem permanecem e o
material se diz encruado.

Neste estado anormal todas as propriedades mecânicas do aço são alteradas. Em


geral a tenacidade, a resistência a tração e a dureza aumentam e a ductilidade diminui.
O encruamento é obtido por um trabalho mecânico que obrigue o aço a ultrapassar o
seu limite de escoamento (deformação plástica). Os grãos ficam alongados
paralelamente ao esforço de tração ou perpendicularmente ao esforço de compressão.
Tenacidade é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura.
38
Textura encruada

(a) Textura original


(b) Textura após laminação de encruamento

39
Textura encruada

(a)
Grãos
seccionados
Grãos por usinagem
deformados

(b)

(a) Rosca fabricada por rolamento


(b) Rosca fabricada por usinagem
40
CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS PELO TEOR DE CARBONO
Teor de carbono Classificação
<0,15 Aço extra-doce
0,15 a 0,30 Aço doce
0,30 a 0,40 Aço meio-doce
0,40 a 0,60 Aço meio-duro
0,60 a 0,70 Aço duro
0,70 a 1,20 Aço extra-duro
Variações das propriedades com o teor de carbono
- A resistência à tração aumenta até um máximo para aproximadamente 1,0 % de
carbono, decrescendo novamente para teores mais elevados.
- A dureza eleva-se continuamente com o aumento de teor de carbono;
- O alongamento cai rapidamente, sendo já muito reduzido para 1,0 % de carbono.
- Com a diminuição do alongamento, aumenta a fragilidade.
- Os aços com até 0,3 %C são chamados aços de baixo carbono; entre 0,3 % e 0,6 %,
aços de médio carbono e acima de 0,6 %, aços de alto carbono.
41
Classificação dos aços segundo a ABNT

Designação do aço Porcentagem de carbono


1006 0,08% C
1010 0,08 % a 0,13 % C
1020 0,18 % a 0,23 % C
1030 0,28 % a 0,34 % C
1040 0,37 % a 0,44 % C
1050 0,48 % a 0,55 % C
1060 0,55 % a 0,65 % C

- Os dois primeiros algarismos designam a classe do aço.


- Os dois últimos algarismos designam a média do teor de carbono empregado.

Exemplo: Aço 1020


10 - significa que é aço ao carbono; 20 - significa que o teor médio de carbono é 0,20 %.
Então, o aço 1020, é um aço ao carbono cujo teor de carbono varia entre 0,18 % a 0,23 %.

42
Formas comerciais do aço
Para os diferentes usos industriais, o aço é encontrado no comércio na forma de
vergalhões, perfilados, chapas, tubos e fios.

Vergalhões - são barras laminadas em diversos perfis, sem tratamento posterior à.


laminação

Perfilados - São vergalhões laminados em perfis especiais tais como: L (cantoneira),


U , T , I (duplo T) e Z

43
Formas comerciais do aço

Chapas

São laminados planos, encontradas no comércio nos seguintes tipos:


-Chapas pretas - sem acabamento após a laminação, sendo muito utilizadas nas
indústrias.
-Chapas galvanizadas - recebem após a laminação uma fina camada de zinco. São
usadas em locais sujeitos a umidade, tais como calhas, condutores, etc.
-Chapas estanhadas (Folhas de Flandres)- São revestidas com uma fina camada de
estanho. Usadas principalmente na fabricação de latas de conservas devido à sua
resistência a umidade e corrosão.
-Chapas cladeadas (cladded plates) - Trata-se de placas de metal revestidas por outro
metal. Por exemplo aço carbono revestido com aço inoxidável. Utilizadas na
construção de equipamentos químicos, para refino de petróleo, petroquímica, indústria
química, farmacêutica, de alimentos, de celulose e papel,etc.. 44
Formas comerciais do aço

Folhas de flandres

Chapas pretas

Cladding Telha galvanizada 45


Formas comerciais do aço

Tubos - são encontrados dois tipos de tubos no comércio:

-com costura - Obtidos por meio de curvatura de uma chapa. Usados em


tubulações de baixa pressão, eletrodutos, etc.

-sem costura - Obtidos por perfuração a quente. São usados em tubulações


de alta pressão.

Os tubos podem ser pretos ou galvanizados.

Fios - (arames) - São encontrados em rolos podendo ser galvanizados ou


comuns.
46
Tabela de aços ao carbono para usos gerais

ABNT CLASSIFICAÇÃO σrup %C CARACTERÍSTICAS USOS


(kgf/mm2)
NBR 1006 0,05
Grande maleabilidade,
Chapas, fios,
fácil de soldar
a Extra-doce 45 a parafusos, tubos
estirados, etc
Não adquire têmpera
NBR 1010 0,15
NBR 1020 0,05 Barras laminadas
Maleável, e soldável
e perfiladas, peças
a doce 55 a
comuns de
Não adquire têmpera
mecânica
NBR 1030 0,15
NBR 1030 0,30 Peças especiais
Difícil para soldar
de máquinas e
a Meio doce 65 a motores,
Apresenta início de
ferramentas para
têmpera
NBR 1040 0,40 agricultura

NBR 1040 0,40 Peças de grande


Muito difícil para
dureza,
soldar
a Meio duro 75 a ferramentas de
corte, molas,
Adquire boa têmpera
NBR 1060 0,60 trilhos
0,60 Peças de grande
Duro
Não solda
a dureza e
> NBR 1060 100 a
resistência, molas,
Tempera facilmente
Extra-duro cabos, cutelaria
1,50

47
Norma ASTM

A ASTM foi fundada em 1898 nos Estados Unidos como American Society
for Testing and Materials, por um grupo de cientistas e engenheiros,
liderados por Charles Benjamin Dudley, para analisar as frequentes quebras
dos trilhos de trem. Como resultado, o grupo desenvolveu uma norma para o
aço utilizado nas ferrovias.

Diversas outras entidades normatizadoras foram formadas nos anos


seguintes, como a BSI(Grã-Bretanha - 1901), DIN(Alemanha - 1917) e
AFNOR(França - 1926). No entanto, a ASTM se difere destas entidades por
não ser um órgão nacional de normatização, função desempenhada nos
Estados Unidos pela ANSI.

48
Aços carbono – especificações ASTM mais importantes

- Chapa grossa é a chapa com mais de 6,35 mm de espessura e mais que 300 mm de largura.
- Aço desoxidado com alumínio e/ou silício para evitar reações entre o oxigênio e o carbono
durante a solidificação.
49
Aços liga

-São aços que recebem a adição de um ou mais elementos de liga no


processo de fabricação.

-Consegue-se assim aços-liga com características tais como resistência à


tração e à corrosão, elasticidade, dureza, etc., bem melhores que a dos aços
ao carbono comuns.

-Os elementos de liga mais usuais são: níquel (Ni), cromo (Cr), vanádio (V),
cobalto (Co), silício (Si), manganês (Mn), tungstênio (W), molibdênio (Mo),
silício ( Si ) e alumínio (Al).

50
Exemplos de uso de aços liga

AÇO SILÍCIO MANGANÊS

AÇO CROMO ( INOX )

AÇO RÁPIDO AÇO CROMO-VANÁDIO AÇO COBALTO AÇO CROMO-NÍQUEL

Aços rápidos podem ser ao molibdênio (grupo M) e ao tungstênio (grupo T)


51
Efeito dos elementos de liga nos aços
Aumenta a resistência à corrosão e à oxidação
Aumenta a endurecibilidade
Cromo (Cr)
Melhora a resistência a altas temperaturas
Melhora a resistência ao desgaste (com alto C)
Aumenta a resistência de aços recozidos
Níquel (Ni) Aumenta a tenacidade de aços ferríticos-perlíticos
Torna austeníticas ligas Fe-Cr ricas em cromo
Contribui para o aumento da dureza à quente pelo endurecimento da ferrita
Cobalto (Co) Confere propriedades magnéticas
Não aumenta a temperabilidade do aço.
Reduz a dureza martensítica e a endurecibilidade em aços ao cromo de
Titânio (Ti) médio cromo
Impede a formação de austenita em aços de alto cromo
Forma partículas duras e resistentes ao desgaste em aços-ferramenta
Tungstênio (W)
Aumenta a dureza e resistência a altas temperaturas
Eleva a T de crescimento de grão da austenita ( promove refino de grão )
Vanádio (V) Aumenta a endurecibilidade ( quando dissolvido )
Resiste ao revenido e causa acentuado endurecimento secundário
52
Efeito dos elementos de liga nos aços

Eleva a temperatura de crescimento de grão da austenita


Produz maior profundidade de endurecimento
Contrabalança a tendência à fragilidade do revenido
Molibdênio (Mo) Eleva a dureza e resistência a quente
Eleva a resistência à fluência
Melhora a resistência a corrosão localizada dos aços inoxidáveis
Forma partículas resistentes à abrasão

Para cada 1% de manganês, a resistência à tração aumenta 100 MPa, com


diminuição insignificante da tenacidade.
Manganês (Mn) Para aços temperáveis, aumenta a dureza após o processo de têmpera
Em grandes quantidades e em presença de Carbono, aumenta muito a
resistência à abrasão.

53
Classificação dos aços liga quanto ao teor de liga

54
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços Níquel
1 a 10% de Níquel - Resistem bem à ruptura e ao choque, quando temperados e revenidos.
Usos - peças de automóveis, máquinas, ferramentas, etc.
10 a 20% de Níquel - Resistem bem à tração, muito duros - temperáveis em jato de ar.
20 a 50% de Níquel - Resistentes aos choques, boa resistência elétrica, etc.
Usos - válvulas de motores térmicos, resistências elétricas, cutelaria, instrumentos de medida,
etc.
Aços Cromo
Até 6% Cromo - Resistem bem à ruptura, são duros, não resistem aos choques.
Usos - esferas e rolos de rolamentos, ferramentas, projéteis, blindagens, etc.
11 a 17% de Cromo (Inoxidáveis)- Resistem à oxidação.
Usos - aparelhos e instrumentos de medida, cutelaria, etc.
20 a 30% de Cromo (inoxidáveis)- Resistem à oxidação, mesmo a altas temperaturas.
Usos - válvulas de motores a explosão, fieiras, matrizes, etc

55
Tipos de aços especiais, características e usos

Aços Cromo-Níquel
8 a 25% Cromo, 18 a 15% de Níquel - Inoxidáveis, resistentes à ação do
calor, resistentes à corrosão de elementos químicos.
Usos - Componebtes de fornos, tubulações de águas salinas e gases, eixos
de bombas, válvulas e turbinas, etc.

Aços Manganês
7 a 20% de Manganês - Extrema dureza, grande resistência aos choques e
ao desgaste.
Usos - mandíbulas de britadores, eixos de carros e vagões, agulhas,
cruzamentos e curvas de trilhos, peças de dragas, etc.
56
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços Silício
1 a 3% de Silício - Resistências à ruptura, elevado limite de elasticidade e
propriedades de anular o magnetismo.
Usos - molas, chapas de induzidos de máquinas elétricas, núcleos de bobinas
elétricas, etc.
Aços Silício-Manganês
1% silício, 1% de Manganês - Grande resistências à ruptura e elevado limite de
elasticidade.
Usos - molas diversas, molas de automóveis, de vagões, etc.
Aços Tungstênio
1 a 9% de tungstênio - Dureza, resistência à ruptura, resistência ao calor da abrasão
(fricção) e propriedades magnéticas.
Usos - ferramentas de corte para altas velocidades, matrizes, fabricação de ímãs, etc.
57
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços Cobalto
Propriedades magnéticas, dureza, resistência à ruptura e alta resistência à abrasão,
Usos - ímãs permanentes, chapas de induzidos, etc.
Aços Rápidos
8 a 20% de tungstênio, 1 a 5% de vanádio, até 8% de molibdênio, 3 a 4% de
cromo - Excepcional dureza em virtude da formação de carboneto, resistência de
corte, mesmo com a ferramenta aquecida ao rubro pela alta velocidade. A ferramenta
de aço rápido que inclui cobalto, consegue usinar até o aço-manganês de grande
dureza.
Usos - ferramentas de corte de todos os tipos para altas velocidades, cilindros de
laminadores, matrizes, fieiras, punções, etc.
Aços Alumínio-Cromo
0,85 a 1,20% de alumínio, 0,9 a 1,80% de cromo - Possibilita grande dureza
superficial por tratamento de nitrelação.
Usos - camisas de cilindro removíveis de motores a explosão e de combustão interna,
virabrequins, eixos, calibres de medidas de dimensões fixas, etc. 58
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio

São aços contendo até 1% de molibdênio e até 9% de Cr como elementos de liga.


Esses aços destinam-se especificamente a emprego em temperaturas elevadas, sendo todos
materiais ferromagnéticos.
A tabela abaixo mostra a composição química e as principais propriedades dos aços-liga dessa
classe mais utilizados.

59
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio

As propriedades mecânicas desses aços-liga podem variar bastante, conforme o tratamento


térmico recebido, principalmente para as chapas de grande espessura.
A adição de cromo no aço melhora a resistência à oxidação e à corrosão, principalmente nos
meios oxidantes e sulfurosos.
Os aços liga com cromo podem ser utilizados em temperaturas mais elevadas do que a
temperatura limite de uso dos aços carbono.
O cromo têm grande afinidade pelo oxigênio e oxida-se preferencialmente, formando uma
película forte de óxidos e hidróxidos sobre a superfície do aço, que funciona como uma barreira
de proteção ao ferro.
No entanto, para que a superfície do aço esteja totalmente recoberta pela película de óxidos e
hidróxidos são necessários pelo menos 12 %Cr, teor que impedirá a ocorrência de oxidação à
temperatura ambiente.
A partir deste teor de cromo os aços são chamados de aços inoxidáveis.
Para teores abaixo de 12 %Cr, a oxidação a temperatura ambiente ainda existe, mas de forma
menos acentuada e progredindo de maneira mais lenta do que para os aços carbono.

60
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio

No gráfico ao lado nota-se a


influência do teor de cromo na
melhoria da resistência à corrosão
dos aços para uma atmosfera
normal à temperatura ambiente e
para contato com ácido nítrico, que é
um forte oxidante.
Para atmosfera normal (curva
vermelha) nota-se que são
necessários pelo menos 1,5 % de
cromo para reduzir substancialmente
a oxidação do aço, e que a queda da
velocidade de oxidação decresce
rapidamente para até 2,5 %Cr.

61
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio

A principal ação do molibdênio nos aços liga é o aumento da resistência à fluência.

Já o efeito do cromo quanto ao comportamento à fluência é variável, a saber:


- até 2,5 %Cr há um ligeiro aumento na resistência à fluência;
- acima de 2,5 %Cr até 7 %Cr há uma sensível redução na resistência a fluência;
-acima de 7 %Cr há nova melhora na resistência a fluência, mas somente para
temperaturas acima de 550 ºC.

Assim, os aços liga com até 2,5 %Cr são específicos para altas temperaturas quando
há grandes esforços mecânicos e baixa corrosão, sendo a principal preocupação a
resistência à fluência.

Já os aços com mais de 2,5 %Cr são utilizados em altas temperaturas com esforços
reduzidos, sendo a principal preocupação a resistência a oxidação.

62
Tipos de aços especiais, características e usos
Aços liga Molibdênio e Cromo-Molibdênio

O aumento do teor de cromo no aço aumenta a resistência a corrosão quando em uso


com hidrocarbonetos contendo enxofre como por exemplo nas frações mais pesadas
do petróleo. O gráfico abaixo mostra esse efeito.

63
Especificações ABNT de aços liga
DESIGNAÇÃO TEOR DOS ELEMENTOS DE LIGA

NBR 13XX Aço manganês com 1,75 % Mn


NBR 23XX Aço níquel com 1,75 % Ni
NBR 25XX Aço níquel com 5,0 % % Ni
NBR 31XX Aço níquel-cromo com 1,25 % Ni e 0,65% Cr
NBR 33XX Aço níquel-cromo com 3,5 % Ni e 1,57% Cr
NBR 40XX Aço molibdênio com 0,25 % Mo
NBR 41XX Aço cromo-molibdênio com 0,5 ou 0,95 % de Cr e 0,12 ou 0,20 ou 0,25 % de Mo
NBR 43XX Aço níquel-cromo-molibdênio com 1,82 % de Ni, 0,50 ou 0,80 de Cr e 0,25 % de Mo
NBR 46XX níquel-cromo-molibdênio com 1,05 % de Ni, 0,45 de Cr e 0,20 % de Mo
NBR 47XX Aços-níquel-cromo-molibdênio com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,20% de Mo.
NBR 48XX Aço níquel-molibdênio com 3,5 % Ni e 0,25% Mo
NBR 50XX Aços-cromo com 0,27%, 0,40% ou 0,50% de Cr
NBR 51XX Aços-cromo com 0,80% a 1,05% de Cr
NBR 61XX Aços-cromo-vanádio com 0,80% ou 0,95% de Cr e 0,10% ou 0,15% de V (mín).
NBR 86XX Aços-níquel-cromo-molibdênio com 0,55% de Ni, ou 0,65% de Cr e 0,20% de Mo
NBR 87XX Aços-níquel-cromo-molibdênio com 0,55% de Ni, 0,50% de Cr e 0,25% de Mo
NBR 92XX Aços-silício-manganês com 0,65%; 0,82%; 0,85% ou 0,87% de Mn, 1,40% ou 2,00% de Si e 0%;
0,17%, 0,32% ou 0,65% de Cr.
NBR 93XX Aços-níquel-cromo-molibdênio com 3,25% de Ni, 1,20% de Cr e 0,12% de Mo. 64
Especificações ASTM de aços liga

65
Aços inoxidáveis
Os aços inoxidáveis caracterizam-se por uma resistência à corrosão superior à dos
outros aços.
Possuem um teor mínimo de 12% cromo.
Uma das mais bem aceitas para o aço inoxidável é a teoria da camada protetora
constituída de óxidos onde a proteção é dada por uma fina camada de óxidos,
aderente e impermeável, que envolve toda a superfície metálica e impede o acesso
de agentes agressivos.
Outra teoria, surgida posteriormente, julga que a camada seja formada por oxigênio
absorvido.
Para apresentarem suas características de resistência à corrosão, os aços
inoxidáveis devem manter-se permanentemente em presença de oxigênio ou de uma
substância oxidante que tornam a superfície dos aços insensível aos ataques
corrosivos de substâncias oxidantes e diz-se então que o aço está passivado.
Quando o meio em que está exposto o aço inoxidável não contiver oxigênio, a
superfície não pode ser passivada. Nestas condições a superfície é considerada
ativada e o comportamento do aço quanto à corrosão dependerá só da sua posição
na série galvânica dos metais em relação ao meio corrosivo. 66
Classificação dos aços inoxidáveis

A classificação mais usual e prática dos aços inoxidáveis é a baseada na


microestrutura que eles apresentam em temperatura ambiente, a saber:
Aços inoxidáveis ferríticos (não temperáveis)
Aços inoxidáveis martensíticos (temperáveis)
Aços inoxidáveis austeníticos (não temperáveis)
Os aços dos 2 primeiros grupos são ligados com cromo e eventualmente com
até 2,5% de níquel podendo conter ainda molibdênio até cerca de 1,5%.
Os aços do terceiro grupo são ligados com cromo e níquel podendo contar
ainda molibdênio e em alguns casos titânio ou nióbio e tântalo.

67
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis austeníticos
Apresentam estrutura do Feγ (CFC) em qualquer temperatura, o que é conseguido
pela adição de pelo menos 7% de níquel ou pela adição conjunta de níquel e
manganês.
O acréscimo de pequenas quantidades de nitrogênio também contribui para a
estabilização da austenita.
Existe uma variedade muito grande de aços inoxidáveis austeníticos.
Os convencionais são classificados pelo AISI (American Iron and Steel Institute) em
dois grupos denominados de “série 200” e “série 300”.
Os da série 300 são os mais importantes e abrangem os aços com 16% a 25% de
cromo e 7% a 22% de níquel, podendo ter ainda pequenas quantidades de outros
elementos de liga, como o molibdênio, titânio, nióbio, tântalo, etc...
De todos os aços inoxidáveis austeníticos, o mais comum é o tipo 304 (18%Cr-8%Ni).
Os tipos 316 e 317, por possuírem molibdênio, apresentam maior resistência a fluência
e a corrosão (principalmente nos meios ácidos).
Esses aços apresentam um teor maior de níquel, necessário para manter a austenita,
já que o molibdênio é um forte formador de ferrita. 68
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis austeníticos
Em relação à quantidade de carbono distinguem-se três grupos de aços austeníticos:

-aços de carbono normal (até 0,08 %), como por exemplo os tipos 304, 310, 316, 321 e
347;

-aços de baixo carbono (até 0,03 %), como por exemplo os tipos 304L e 316L ou aços
de extra baixo carbono (até 0,02 %), como os do tipo 304ELC e 316ELC. Possuem
menor resistência e menor temperatura limite de uso que os aços de carbono normal.

- aços de carbono controlado (tipo H), para os quais é especificado não só o limite
máximo de carbono (0,10 %) como também o limite mínimo (0,04 %). São usualmente
utilizados com granulação grosseira para melhorar a resistência a fluência. São
recomendados para serviços em temperaturas muito elevadas, normalmente acima de
600 ºC.

Também existem os aços com adição de nitrogênio (tipo N). O nitrogênio aumenta a
resistência mecânica, ajuda a estabilizar a austenita e aumenta a resistência a
fluência. Possuem maior resistência a corrosão que os demais e são imunes a
sensitização (devido a quantidade extremamente baixa de carbono).
69
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis austeníticos

Características gerais dos aços inoxidáveis austeníticos

São todos não magnéticos e apresentam coeficiente de dilatação térmica 43 % maior


do que os aços ferríticos.

Todos os aços inoxidáveis austeníticos apresentam boa resistência à fluência pois a


estrutura cúbica de face centrada dos aços austeníticos apresenta maior resistência à
fluência do que a estrutura cúbica de corpo centrado dos aços ferríticos.

Os aços inoxidáveis tipo 316 e 317, por possuírem molibdênio, apresentam ainda
maior resistência à fluência.

Os aços estabilizados (321 (com Ti), 347 (com Nb + Ta) e 348 (com Nb + Ta) ) também
apresentam boa resistência a fluência, enquanto os do tipo L apresentam resistência
inferior. O Ti, Nb e Ta se combinam com o carbono, evitando que este se combine com
o cromo.

70
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis austeníticos
A tabela abaixo mostra as designações dos aços inoxidáveis austeníticos

71
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis austeníticos

72
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos
Apresentam de 12% a 30% de cromo, sendo a maioria isenta de níquel.

São todos ferromagnéticos.

Os aços ferríticos apresentam estrutura ferrítica em qualquer temperatura, não


apresentando transformação austenítica e só podem ser endurecidos por deformação a
frio.

Os aços inoxidáveis martensíticos apresentam transformação austenítica e podem ser


endurecidos por tratamento térmico (formação de martensita), podendo alcançar altos
valores de dureza.

Também existem os aços inoxidáveis de estrutura mista, que apresentam estrutura


ferrítica-martensítica.

O tipo de estrutura do aço depende do teor de carbono e cromo presentes. De maneira


geral, os aços inoxidáveis ferríticos apresentam teor de cromo superior a 14% e uma
relação %Cr / %C maior do que os aços inoxidáveis martensíticos. A maioria dos aços
martensíticos possuem menos que 14% de cromo.
73
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos

A resistência mecânica a temperaturas elevadas e a resistência a fluência são


comparáveis com a resistência dos aços de baixa liga, sendo a resistência a fluência
sensivelmente inferior a dos aços inoxidáveis austeníticos, possuindo então
temperaturas limite de uso inferiores às dos aços austeníticos.

Possuem coeficiente de dilatação próximo ao do aço carbono e de baixa liga.

Os aços inoxidáveis ferríticos têm um crescimento exagerado de grãos para


temperaturas acima de 900 ºC, o que fragiliza o material.

Assim como os austeníticos, podem apresentar precipitação de carbonetos no contorno


de grão (sensitização). Para os aços austeníticos a sensittização ocorre numa faixa de
temperatura de 450 ºC a 850 ºC, enquanto para os aços ferríticos e martensíticos
ocorre em torno de 950 ºC.

74
Classificação dos aços inoxidáveis
Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos
A tabela abaixo mostra os principais aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos.

75
Especificações ASTM de aços inoxidáveis

76
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
Responda V se verdadeiro ou F se falso
13. ( V ) A fragilidade dos aços hipereutetóides esfriados lentamente é dada pela
rede de cementita que envolve os grãos.
17. ( V ) Em um aço com 0,25 % de carbono a cementita somente estará presente
na perlita.
19. ( V ) A cementita é o constituinte do aço que apresenta maior dureza.
22. ( V ) Aço eutetóide é aquele que apresenta somente grãos perlíticos.
23. ( F ) A ferrita não é ferromagnética.
24. ( F ) A perlita é constituída por lamelas alternadas de ferrita e austenita.
25. ( V ) O teor de carbono altera a temperaturta de início de transformação da
austenita.
28. ( V ) Aço hipoeutetóide com C > 0,022 % apresenta grãos de perlita e de ferrita.
29. ( F ) As imagens abaixo mostram respectivamente aço hipoeutetóide, eutetóide
e hipereutetóide.

77
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
Responda V se verdadeiro ou F se falso
30. ( )Um aço com 1,4 % de carbono apresenta cerca de 10 % de cementita.
V
31. ( )Um aço com 2,0 % de carbono apresenta cerca de 80 % de perlita.
V
32. ( ) Um aço com 0,4 % de carbono apresenta cerca de 50 % de perlita.
V
34. ( ) Para os aços,o teor de carbono não altera sua dureza mas altera sua
F
resistência mecânica.
37. ( F ) A austenita é constituída por lamelas alternadas de ferrita e cementita.
39. ( V ) Aço eutetóide é aquele que apresenta somente grãos perlíticos .
40. ( V ) As imagens abaixo mostram respectivamente aços hipoeutetóides
esfriados lentamente, com teor de carbono crescente da esquerda para a
direita.

78
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
Responda V se verdadeiro ou F se falso
41. ( F ) Aço hipereutetóide apresenta grãos de perlita e de ferrita.
45. ( F ) A ferrita é o constituinte do aço que apresenta maior dureza.
47. ( F ) O teor de carbono na cementita decresce com a temperatura.
48. ( V ) Na perlita, a ferrita e a cementita tomam uma disposição particular, em
lamelas ou camadas alternadas.
49. ( F ) A formação da perlita se dá com qualquer velocidade de resfriamento, já
que o mecanismo para sua formação não é difusional.
50. ( V ) A solubilidade de carbono na austenita diminui com a temperatura.
51. ( F ) Durante o resfriamento lento de um aço, a 727 ºC, a austenita
remanescente sempre apresentará teor de carbono de 6,67 %.
52. ( V ) As designações de acalmado e efervescente vem da forma tranquila ou
agitada como ocorre o resfriamento do aço líquido e a respectiva
solidificação.
53. ( V ) Em uma micrografia de um aço, as inclusões podem ser vistas ao
microscópio mesmo sem ataque químico.

79
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
Responda V se verdadeiro ou F se falso
54. ( V ) Todo aço possui um teor mínimo de manganês, cuja finalidade é se
combinar com enxofre, minimizando assim a formação de FeS que é
prejudicial ao aço.
55. ( V ) Quanto ao teor de carbono, um aço ABNT 1050 é classificado como
meio-duro e um aço ABNT 1020 como aço doce.
56. ( V ) Em um aço, a dureza aumenta continuamente com o aumento do teor
de carbono.
57. ( V ) Chapa grossa é a chapa com mais de 6,35 mm de espessura e mais
que 300 mm de largura.
58. ( F ) Para o aço o cromo aumenta a resistência a corrosão e oxidação,
porém diminui sua endurecibilidade.
59. ( F ) Aço baixa-liga é aquele que possui até 5 % de cromo.
60. ( F ) Aços inoxidáveis são aqueles que possuem no mínimo 12 % de
elementos de liga.

80
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
90) Considere uma liga de Fe-C com teor de carbono em 0,8 %C na solução sólida
eutetóide e em 6,7 %C na solução sólida de Fe3C. Com um resfriamento próximo
do equilíbrio, a quantidade aproximada de cementita inclusa na perlita é de:
(A) 3% 0 0,8 6,7
(B) 12%
(C) 25%
(D) 88% 0,8 - 0
%Fe3C = = 0,12
(E) 97% 6,7 - 0

91) Deseja-se selecionar um aço carbono que tenha a microestrutura perlítica.


Sabendo-se que não há elementos de liga além do carbono, este deve ter o teor, em
%, aproximadamente, de:
(A) 0,2
(B) 0,4
(C) 0,6
(D) 0,8
(E) 1,0

81
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
92) Em relação à solubilidade do carbono e à estrutura cristalina da liga, assinale a opção que apresenta o
conjunto correto de afirmativas.
(A) A austenita γ é uma solução sólida de carbono em ferro CCC com solubilidade máxima de carbono de
0,027% a 727 °C. A ferrita α é uma solução sólida em ferro CFC com solubilidade máxima de carbono de
2,11% a 1148 °C. É chamado de alotrópico o material que, como o ferro, apresenta estruturas cristalinas
iguais a diferentes temperaturas.
(B) A austenita é uma solução sólida de carbono em ferro CCC com solubilidade máxima de carbono de
2,11% a 727 °C. A ferrita α é uma solução sólida em ferro CFC com solubilidade máxima de carbono a
0,027% a 1148 °C. É chamado de isotrópico o material que, como o ferro, apresenta estruturas cristalinas
diferentes a diferentes temperaturas, o que ocasiona alteração da solubilidade dos átomos dos elementos de
ligas.
(C) A ferrita α é uma solução sólida de carbono em ferro CCC com solubilidade máxima de carbono de
0,027% a 727 °C. A austenita γ é uma solução sólida em ferro CFC com solubilidade máxima de carbono a
2,11% a 1148 °C.
É chamado de isotrópico o material que, como o ferro, apresenta estruturas cristalinas diferentes a diferentes
temperaturas, o que ocasiona alteração da solubilidade dos átomos dos elementos de ligas.
(D) A ferrita α é uma solução sólida de carbono em ferro CCC com solubilidade máxima de carbono de
0,027% a 727 °C. A austenita γ é uma solução sólida em ferro CFC com solubilidade máxima de carbono a
2,11% a 1148 °C. É chamado de alotrópico o material que, como o ferro, apresenta estruturas cristalinas
diferentes a diferentes temperaturas, o que ocasiona alteração da solubilidade dos átomos dos elementos de
ligas.
(E) A austenita γ é uma solução sólida de carbono em ferro CCC com solubilidade máxima de carbono de
2,11% a 727 °C. A ferita α é uma solução sólida em ferro CFC com solubilidade máxima de carbono a
0,027% a 1148 °C. É chamado de alotrópico o material que, como o ferro, apresenta estruturas cristalinas
diferentes a diferentes temperaturas, o que ocasiona alteração da solubilidade dos átomos dos elementos de
ligas. 82
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
93) Com relação a estruturas cristalinas dos aços, é CORRETO afirmar:
(A) O aço doce apresenta estrutura cristalina cúbica simples.
(B) O aço carbono, à temperatura ambiente, apresenta estrutura cristalina cúbica de corpo
centrado.
(C) O aço temperado apresenta estrutura cristalina cúbica de face centrada.
(D) O aço revenido apresenta estrutura cristalina cúbica de corpo centrado, logo após a
têmpera.
(E) O aço carbono, à temperatura ambiente, apresenta estrutura cristalina cúbica de face
centrada.

94) A perlita é uma microestrutura formada pela junção típica de duas outras sob a forma
(A) fibrosa
(B) cruzada
(C) lamelar
(D) globular
(E) intersticial

95) A microestrutura com maior solubilidade de carbono no aço é


(A) Ferrita.
(B) Martensita.
(C) Austenita.
(D) Cementita.
(E) Bainita.
83
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
96) A perlita nos aços carbono é constituída por:
(A) ferrita e bainita.
(B) cementita e bainita.
(C) bainita e carbonetos.
(D) ferrita e cementita.
(E) bainita e martensita.

97) Um aço hipoeutetóide, quando resfriado nas condições de equilíbrio, apresenta as seguintes
microestruturas:
(A) ferrita e perlita
(B) austenita e ferrita
(C) perlita e cementita
(D) ledeburita e austenita
(E) cementita e ledeburita

99) A austenita é uma fase estável da liga Fe-C caracterizada pela estrutura cristalina e limite de
solubilidade máxima do C no Fe, respectivamente, de:
(A) CFC e 2,1%
(B) CCC e 0,4%
(C) CFC e 2,8%
(D) CCC e 0,7%
(E) CFC e 6,7%
84
EXERCÍCIOS DA APOSTILA
100) Ao consultar a classificação dos aços inoxidáveis, um inspetor de equipamentos NÃO
encontrou a categoria de aço inoxidável
(A) austenítico.
(B) bainítico.
(C) duplex.
(D) ferrítico.
(E) martensítico.

102) Considerando os procedimentos para o estabelecimento da designação numérica de


identificação dos aços carbonos e ligados para construção mecânica, de acordo com a sua
composição química, descritos pela NBR NM 87 de 2000, o aço carbono que possui maior teor de
carbono, dentre os listados abaixo, é o:
(A) 1010
(B) 1045
(C) 4140
(D) 4150
(E) 4320
104) Na classificação dos aços carbono, a partir de qual percentual um aço é considerado como de
baixo carbono?
(A) Abaixo de 0,08% C.
(B) Abaixo de 0,18% C.
(C) Abaixo de 0,28% C.
(D) Abaixo de 0,38% C.
85
(E) Abaixo de 0,40% C.
101) A figura a seguir apresenta esquematicamente o diagrama de equilíbrio Fe-C.
Observe as regiões (1), (2), (3) e (4) indicadas no
diagrama.
Com relação a estas regiões pode-se afirmar:
I - Na região (1) estão presentes duas fases: uma fase
sob a forma alotrópica alfa e a outra, sob a forma
alotrópica gama com reticulado cúbico de face
centrada.
II - Na região (3) estão presentes duas fases: uma fase
sob a forma de solução sólida do carbono no ferro
gama e outra, sob a forma de carboneto de ferro.
III - A região (4) é caracterizada pela presença da forma
alotrópica alfa com reticulado cúbico de corpo centrado
que não pode existir na região (2).

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):


(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
86
103) Analise as três amostras de aço carbono reproduzidas abaixo, que foram obtidas por
micrografia.

Considerando os aços eutetoide, hipoeutetoide e hipereutetoide, apresentados nesta ordem, a


sequência que corresponde às amostras é, respectivamente,
(A) I, II e III.
(B) I, III e II.
(C) II, III e I.
(D) III, I e II.
(E) III, II e I.

87
104) Na classificação dos aços carbono, a partir de qual percentual um aço é considerado como de
baixo carbono?
(A) Abaixo de 0,08% C.
(B) Abaixo de 0,18% C.
(C) Abaixo de 0,28% C.
(D) Abaixo de 0,38% C.
(E) Abaixo de 0,40% C.

105)
Deseja-se conhecer a composição química de
uma liga ferrosa não ligada, mas não existem
informações disponíveis. Procede-se a uma
análise quantitativa em uma amostra do material,
que determina a quantidade total de Fe3C como
equivalente a 6 %. Com o uso da figura acima e,
em função da quantidade carbono (% P), este
material deverá ser classificado como:
(A) aço hipoeutetoide.
(B) aço eutetoide.
(C) aço hipereutetoide.
(D) ferro fundido hipoeutetoide.
(E) ferro fundido hipereutetoide.
88
107) Durante o resfriamento, a austenita se decompõe na reação eutetoide (727ºC) em camadas
alternadas ou lamelas das duas fases (ferrita e cementita), que se formam simultaneamente
durante a transformação, numa microestrutura conhecida como perlita. A presença de perlita nos
aços carbono é característica:
(A) somente de aços com 0,76 % C, independente da velocidade de resfriamento adotada.
(B) somente de aços com mais do que 0,76 % C, independente da velocidade de resfriamento
adotada.
(C) de aços com menos do que 0,76% C, mas somente quando submetidos a resfriamentos
rápidos.
(D) de aços com 0,76% C, mas somente quando submetidos a resfriamentos rápidos.
(E) de aços com qualquer quantidade de carbono, mas somente quando submetidos a
resfriamentos lentos ou moderadamente lentos.

112) O aço em contato com o meio ambiente tende a se oxidar pela presença de O2 e H2O,
começando pela superfície do metal até a sua total deterioração. Dentre as soluções que reduzem
a velocidade da corrosão, uma delas é a utilização de aços resistentes à corrosão atmosférica
como o aço inoxidável. No aço inoxidável está presente necessariamente o metal:
(A) cromo
(B) níquel.
(C) alumínio.
(D) manganês.
(E) molibdênio.
89
109) Os três principais mecanismos de aumento da resistência dos metais monofásicos são a
redução do tamanho do grão, a formação de ligas por solução sólida e o encruamento.
A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.

I −A habilidade de um metal ser deformado de maneira plástica depende da habilidade das
discordâncias em se moverem.

II −A restrição ou impedimento do movimento de discordâncias confere maior dureza e mais


resistência a um material.

III −Os metais com pureza elevada são, em geral, mais duros e mais resistentes do que as ligas
que são compostas pelo mesmo metal de base.

IV −O encruamento é o fenômeno segundo o qual um metal dúctil se torna mais duro e mais
resistente quando submetido a uma deformação plástica.

São verdadeiras APENAS as afirmativas:


(A) I e II
(B) I e III
(C) I, II e IV
(D) I, III e IV
(E) III e IV
90
113) Aços inoxidáveis são ligas ferrosas de alta resistência à corrosão, o que torna recomendável
suas aplicações em ambientes agressivos de serviço. Na temperatura ambiente, podem
apresentar microestruturas dos tipos:
(A) ferrita, cementita e perlita.
(B) martensita, ferrita e austenita.
(C) bainita, cementita e martensita.
(D) bainita, martensita e martensita revenida.
(E) bainita, martensita e ferrita-austenita (duplex).

114) Os vários tipos de aços utilizados na indústria da construção mecânica podem ser
classificados com o sistema de codificação SAE/AISI que usa, em geral, quatro algarismos na
forma ABXX onde. Isso significa dizer que um aço identificado como 1045 contém em sua
composição química, em peso carbono,
(A) 0,10 %.
(B) 0,45 %.
(C) 0,50 %.
(D) 0,35 %.
(E) 0,15 %.

91
117) Assinale a alternativa CORRETA.

(A) Sabe-se que a deformação a quente dos metais tende a gerar algumas imperfeições ou
defeitos ou heterogeneidades, como bolhas, vazios, estrutura dendrítica, etc., o que, em
última análise, produz uma estrutura granular mais homogênea, com reflexos positivos nas
propriedades mecânicas.

(B) Os aços comuns, além do carbono que é o seu principal elemento de liga, apresentam
manganês, silício, fósforo e enxofre como elementos sempre presentes, em função das
matérias-primas que foram utilizadas na fabricação do ferro gusa e do aço. Por esta razão,
estes elementos são normalmente especificados.

(C) A extrusão consiste em se puxar uma peça metálica através de uma matriz, que possui um
orifício cônico, mediante a aplicação de uma força de tração no lado de saída do material.

(D) No estiramento, uma barra metálica é forçada através de um orifício em uma matriz, mediante
uma força compressiva que é aplicada a um êmbolo. A peça extrudada que emerge possui a
forma desejada e uma área de seção reta menor.

(E) O forjamento, que é o processo de deformação mais amplamente utilizado, consiste em se


passar uma peça metálica entre dois rolos; uma redução na espessura resulta das tensões de
compressão exercidas pelos rolos.
92
118) Indique a afirmativa CORRETA.
(A) A difusão é um fenômeno caracterizado por uma movimentação atômica, que independe da
temperatura.
(B) A difusão é um fenômeno caracterizado por movimentação atômica, que diminui com o
aumento da temperatura.
(C) Denomina-se difusão o fenômeno de um átomo deslocar-se de sua posição inicial de
equilíbrio. Quanto maior a temperatura, maior será a movimentação atômica.
(D) Não existe o fenômeno de difusão no estado sólido.
(E) A difusão é o mesmo que discordância.

119) A respeito dos aços ao carbono, é CORRETO afirmar que


(A) são ligas binárias constituídas de ferro e carbono e de elemento nocivos (P, Mn, Si e S).
(B) são ligas binárias que contêm somente ferro e carbono.
(C) são ligas binárias com teor de carbono que varia de 20 a 80 %.
(D) são ligas binárias com teor de carbono abaixo de 0,02 %.
(E) são ligas binárias com teor de carbono acima de 2,0 %.

121) Pelo diagrama Fe-C, para fundir totalmente aço, deverá ser obedecida a condição de
ultrapassar:
(A) a zona crítica do aço.
(B) a linha A1.
(C) a linha líquidus.
(D) a linha Acm.
(E) a linha sólidos. 93
129) Suponha o esfriamento lento de um aço com 0,3 % em peso de carbono, desde a
temperatura de 1.000 ºC até atingir a temperatura de 727 ºC. Nessas condições, esse aço será
composto por
(A) cementita e austenita residual com teor de carbono de 0,76 %, sendo a austenita
remanescente transformada bruscamente em ferrita.
(B) cementita e austenita residual com teor de carbono de 0,022 %, sendo a austenita
remanescente transformada bruscamente em ferrita.
(C) ferrita e austenita residual com teor de carbono de 0,76 %, sendo a austenita remanescente
transformada bruscamente em perlita.
(D) ferrita e austenita residual com teor de carbono de 0,022 %, sendo a austenita remanescente
transformada bruscamente em perlita.
(E) perlita e austenita residual com teor de carbono de 0,3 %, sendo a austenita remanescente
transformada bruscamente em cementita.

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131) Quando resfriados lentamente, os aços-carbono comuns possuem diferenças em suas
microestruturas, devido aos teores de carbono presentes em suas composições. A diferença
entre a microestrutura de um aço com teor elevado de carbono, superior a 0,8 %, e a de um
aço com baixo teor de carbono, ambos na temperatura ambiente, é a formação da fase

(A) eutetoide que, no aço com teor elevado de carbono, é a ferrita eutetoide e, no aço com baixo
teor de carbono, é a ferrita proeutetoide.

(B) eutetoide que, no aço com teor elevado de carbono, é a cementita eutetoide, e, no aço com
baixo teor de carbono, é a cementita proeutetoide.

(C) proeutetoide que, no aço com teor elevado de carbono, é a perlita proeutetoide, e, no aço com
baixo teor de carbono, é a ferrita proeutetoide.

(D) proeutetoide que, no aço com teor elevado de carbono, é a ferrita proeutetoide, e, no aço com
baixo teor de carbono, é a cementita proeutetoide.

(E) proeutetoide que, no aço com teor elevado de carbono, é a cementita proeutetoide, e, no aço
com baixo teor de carbono, é a ferrita proeutetoide.

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