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CAPITULO IV AGREGADOS 4.1 DEFINICAO Agregado é um material granular sem forma ou volume definido, de atividade quimica geralmente inerte. Constitufdo de dimensao e propriedade adequada para a producao de arga- massa € concreto. O custo do agregado € relativamente baixo e ocupa pelo menos %4 do volume total do concreto, portanto, sua qualidade é de grande importancia As caracteristicas mais importantes sao: Porosidade, composi¢ao granulométrica, absorgao de agua, forma e textura superficial das particulas, resistencia 4 compressao e substancias nocivas. A evolucao da tecnologia do concreto e 0 concreto de alto desempenho tm exigido dos Engenheiros um estudo mais aprofundado dos agregados. 4.2. CLASSIFICAGAO 4.2.1 QUANTO A ORIGEM a) Naturais Encentrados na natureza e podem requerer processos simples de lavagem ou selegao, Exemplo: areia e pedregulho (ou cascalho). b) Artificiais Materiais processados industrialmente, incluindo-se britagem, a partir de materias-primas naturais. 38 Exemplo: argila expandida, escéria de alto-forno, cinza volante, concreto re- ciclado de demolicgées etc. 4.2.2 QUANTO A MASSA ESPECIFICA a) Leves Agregados com massa unitaria menor que 2.000 kg/m’. Exemplo: argila expandida. b) Normais Agregados com massa unitdria entre 2.000 kg/m? e 3.000 kg/m’. Exemplo: areias naturais de cava ou praia, pedras britadas, pedregulho etc. ©) Pesadas Agregados com massa unitdria acima de 3.000 kg/m’. Exemplo: barita, magnetita, hematita etc. 4.2.3 QUANTO AS DIMENSOES a) Middos Areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estdveis, ou a mistura de ambas, cujos graos de maior tamanho passam no minimo 85% as malhas da peneita ABNT 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075 pm. CAPITULO IV AGREGADOS b) Graddos Pedregulho ou brita proveniente de rochas estaveis, ou a mistura de am- bos, cujos graos passam pela peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm (85%). 4.2.4 IMPORTANCIA DA GRANULOMETRIA A granulometria de um agregado tem grande influéncia sobre a qualidade dos concretos e argamassas, tanto no estado plastico (trabalhabilidade), como apés endurecido (compacidade e resisténcia). A composigao granulométrica é obtida pelo ensaio de peneiramento do agregado, no qual sao verificadas as porcentagens, em massa, retidas, acumuladas, em um conjunto de peneiras padronizadas. Asomatéria das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras de série normal dividida por 100, é denominada médulo de finura. © médulo de finura esta relacionado com a area superficial do apregado e altera a rea de molhagem, para uma determinada consisténcia. Quanto menor o didmetro das particulas, maior a drea especifica e maior a quantidade de agua para uma certa consisténcia. 4.2.4.1 Importancia da anilise granulométrica A NBR-7211 fixa os limites de granulometria dos agregados gratidos e mit- dos, dividindo os agregados mitidos em quatro zonas (fina, média fina, média grossa € grossa) e os agregados gratidos em graduacGes de zero a quatro, com limites fixados. 4.2.4.2 Caracterizagao dos agregados 4,2.4.2.1 Agregados mitdos As caracteristicas de maior influéncia desses materiais na dosagem do con- creto sao: a) Granulometria A composi¢ao granulométrica, isto é, a proporgao relativa expressa em forma de porcentagem (%) em que se encontram os graos de um cer- to agregado, tem importante influéncia sobre a qualidade dos concretos, agindo na compacidade e resisténcia. Verificada pela NBR 7217. 40 b) ©) d) e) 8) MATERIAIS DE CONSTRUCAO Moédulo de finura Esta relacionado com a érea superficial do agregado e consequentemente altera a Agua de molhagem para uma certa consisténcia. Deve ser man- tido constante dentro de certos limites para evitar a alteragao do traco. Verificado pela NBR 7217. De acordo com 0 médulo de finura, os agregados mitidos classificam- seem: uw Areias grossas:. MF >que 3,90; m Areia médias: 3,90 >que MF >que 2,40; @ Areias finas: == MF *” eu oxsuouc v0 | 6 mm OOL / sepepnunoe = opedaie op einuy ap ojnpow =| Ww sepia! % ‘JPWOU alias ep sesjouad sep. =! ewIos = eI EUN|OD eU eINUY ap C|NPOW vs | oso | 6% vs | | opuny 10 001-06] 001-06 [001 -06| O01 - s¢ vec | sco | oe | e'ce_ S10 66-08 | 76-02 | 98-09 | se-os vez | evo | vse 567 | ¢0 2 s8-99 | 9- 1b | Or-1z] oz-0 etc | so sez 90 S Foz-o€ | sr-o1 | &@-0 | O1-0 est | eso | | ss emi] ci Be ov-s | sz-o | st-o | s-0 a's | 6c 6s | ve | a zi-o | tt-0 | o1-0 | s-o0 “0 £0 60 = er 2 z-0 | 2-0 | 4-0 | €-0 Oe) v0 p | 9 | « a 0 0 0 0 00 | 000 00 oo | 00 | so 2 essai | eipaw | euy levy ounw (%) | my + | gored | eovesua | qovsug |e orsua) oA | weuoz | eeuez | zeuoz | | euoz eipout |saoseuen| (wadeua>uod) (Geuiesd) saiisted 3 sepejnunse sepia! suafeiuaai0d (way) | GA) Jooq) epnas osseyy (ysvn| 8) epnies esseyy Guy) ae se opSeja WO SeXIEY 1L7Z - YEN =eplisi ToT ZIZLYEN - OGAIW OGVOAYOV Od VINLIWOTANVYDUL aed eed oo Zowmazoiquiy auode) anbuuay ojNeg :10559}01 | — — OGNIW OGYDIADV OG SOIISH SOIVSNI IG OVIVZITVIE CAPITULO IV AGREGADOS 4,11 UMIDADE 4.11.1 UMIDADE NOS AGREGADOS A umidade influi nos agregados somente como aditivo, mas, nos agregados middos, hd o fendmeno do inchamento. A medida que aumenta a umidade, a massa unitéria cai até um minimo, su- bindo a seguir. © conhecimento da umidade € importante quando se medem por volume Os constituintes da mistura, uma vez que o inchamento pode ir até 30%, na areia, sendo a umidade maior que a dos agregados gratidos, quando sao en- tregues na obra. E necessdrio determinar este teor de umidade e corrigir a quantidade de agua a ser usada no concreto ou argamassa, para se obter a resist€ncia desejada. De acordo com a umidade, 0 agregado pode estar: seco em estufa, seco ao ar, saturado com superficie seca e saturado. HO Livre Seco em estula Seco ao ar Saturado com sup. seca Saturado O agregado seco em estufa nao possui umidade externa ao ar, tem umidade interna, tendo sido eliminada a externa sem estar saturado; saturaco superficie seca nao apresenta agua, estando os vazios permedveis cheios de agua; satu- rado possui 4gua livre na superficie. A determinagao da umidade pode ser feita de diversos modos: Secagem em estufa a temperatura 105 °C a 110°C, com permanéncia minima de seis horas na estufa. Esse tempo varia com a quantidade de material e o teor de umidade; Secagem direta ao fogo, pode ser feita, aquecendo-se o material em uma frigi- deira ou adicionando-se alcool em excesso e fazendo queimar. MATERIAIS DE CONSTRUCAO. O frasco de Chapmann é um frasco de gargalo estreito e comprido, com um estrangulamento no corpo a meia-altura, correspondente ao volume de 200 cm?. Tomam-se 500 g de areia timida. Enche-se o recipiente de agua até a marca de 200 cm? e coloca-se a areia em seguida. Faz-se a leitura fi- nal no gargalo graduado. Enquanto coloca-se a areia, agita-se o frasco para eliminar as bolhas de ar. O processo de Picnémetro determina a umidade por meio das massas espe- cificas aparentes do grao superficialmente seco e do grao superficialmente tmido. Utiliza-se 4lcool até cobrir a amostra e, na sequéncia, deve-se inflamé-la. O método de Speedy determina a umidade pela pressao do gas, resultante da acdo da agua contida na amostra sobre o carbureto de calcio que se introduz no aparelho. 4.11.2 INCHAMENTO DA AREIA NBR 6467/87 O inchamento da areia é causado pela agua livre aparente aos graos, que provoca 0 seu afastamento. Dependendo da umidade e granulometria das areias, 6 maior para areias mais finas, com maior drea especifica. O inchamento maximo normalmente ocorre para a umidade de 4% a 6%, diminuindo em seguida para anularse na areia saturada. Eo aumento de volume de uma determinada massa de agregados, causado pelo aumento da umidade. Em fun¢ao da umidade, o volume da areia varia segundo uma curva, denominada curva de inchamento, que difere de agregado para agregado e que, na pratica, é substitufda por dois segmentos de reta (r1 € 12). seca h=3% h=6% Amostra de areia seca, a 3% ea 6% de umidade. CAPITULO IV AGREGADOS Todas as amostras possuem a mesma massa de areia no estado seco. O acrés- cimo de 3% e 6% de agua modificou o volume aparente. COEFICIENTE DE INCHAMENTO | vn=vs [x | 100+h | Vs Yh 100 A Umidade Ys Peso unitdrio da areia seca Yh Peso unitdrio da areia timida Vs Volume da areia seca Vh = Volume da areia timida Volume tmido em relagao ao volume seco 10 Hy Umidade % em massa Curva real de inchamento Curva de inchamento substituida pelas retas r, er, Her - Umidade critica (abcissa do ponto A) Vri - Coeficiente médio de inchamento (ordenada de C) Pm - Ponto de inflexao da curva de inchamento r- Reta unindo Po (umidade = 0 e volume relativo = 1,0) a Pm r - reta paralela a r tangenciando a curva de inchamento A - interseccdo de r’ com a horizontal passando por Pm B - interseccao do segmento AHcr com a curva de inchamento C - ponto médio do segmento AB r1 - reta unindo Po a C 12 - horizontal a partir de C para a direita MATERIAIS DE CONSTRUCAO. Define-se umidade critica como o valor de umidade a partir do qual o in- chamento pode ser considerado constante. Por este motivo, nas dosagens em volume, é mais facil dosar corretamente 0 agregado quando se trabalha com ele acima da umidade critica, tomando-se o cuidado de corrigir o volume de Agua da mistura. A média aritmética dos coeficientes de inchamento nos pontos de umidade critica e maxima 6 chamada de coeficiente de inchamento médio. 4,11,2,1 APRESENTACAO DOS CALCULOS E DA CURVA DE INCHAMENTO. COEFI- CIENTE DE INCHAMENTO ho = Umidade Ys = Peso unitdrio da areia seca Yh = Peso unitario da areia imida Vs = Volume da areia seca Vh = Volume da areia imida h=% ojos|1|2\3f4]s]7]9] 2 amostra (kg) /Peso recipiente + | Peso recipiente (kg) Volume recipiente (dm*) | Peso amostra (kg) | | | | | | | Y (kg/m?) = | CAPITULO IV AGREGADOS CURVA DE INCHAMENTO: UMIDADE CRITICA % COEF. INCHAMENTO MEDIO: 14 1,3 1, UMIDADE DA AREIA% 7 11 y5 1 2 3 4 5 6 E 8 9 10 41 12 1,0 4,12 PROPRIEDADES MECANICAS A resisténcia mecdnica dos agregados deve ser sempre maior que a da pasta, a fim de haver maior aproveitamento do material mais caro que € o cimento. Quando ha dividas quanto 4 resisténcia do agregado, deve-se fazer um en- saio comparativo com um agregado de qualidade conhecida. A durabilidade dos agregados gratidos é determinada pelo ensaio de abrasao Los Angeles. 4,13 IMPUREZAS Os agregados devem ser isentos de substancias nocivas que prejudiquem as reacGes e o endurecimento do concreto. Podemos encontrer, misturados com os agregados, particulas de argila e silte materia! pulverulento, himus, impurezas organicas, torrdes de argila, grave- tos, micas, sais etc. 60 MATERIAIS DE CONSTRUCAO 4.13.1 SUBSTANCIAS NOCIVAS a) Torrées de argila e particulas fridveis— NM 44:95 A NBR 7211 (Agregado para concreto) limita o teor de argila, sob a forma de torres, nos agregados aos valores maximos indicados a seguir: AGREGADOS MIUDOS <1,5% AGREGADOS GRAUDOS Em concretos aparentes <1,0% Em concretos submetidos ao desgaste superficial S2,0% Demais concretos S$ 3,0% b) Materiais carbonosos ANBR 7211 limita 0 teor de materiais carbonosos, nos agregados, a 0,5% em concretos, cuja aparéncia é importante e a 1,0% nos demais concretos. Em concretos aparentes £0,5% Demais concretos £1,0% ©) Material pulverulento As areias, geralmente, tém uma parcela de material fino (silte e argila) que Passam na peneira 0,075 mm. Esses finos aumentam o consumo de agua nos concretos ou argamassas, para uma mesma consisténcia e, no caso de certas argilas, podem provocar maiores alteragdes de volume nos concretos e arga- massas (retracao e fissuracao). A determinacao do teor de material pulverulento é feita conforme a NBR 7219. 61 4 CAPITULO IV ee AGREGADOS Limites maximos de materiais nocivos, conforme a NBR 7211: Substancias Nocivas em % do Peso do Material Aplicaca Torrées de Argila Material Materiais eae Particulas Fridveis | Pulverulento | Carbonosos Concreto cuja aparéncia 1,0 1,0 OS é importante Concreto submetido a desgaste superticial 20 0. 10 Nos demais concretos 3,0 1,0 1,0 4.14 IMPUREZAS ORGANICAS Sao impurezas originadas de detritos vegetais, fezes e urina animal. Em geral, estdo presentes nas areias e, em grande quantidade, chegam a escurecer este agregado. A NBR 7220 padroniza o ensaio para a determinaco da existéncia ou nao de impurezas organicas nas areias. O humus tem acao prejudicial sobre a pega e o endurecimento do concreto e também diminui a sua resisténcia. A parte dcida do htimus neutraliza a 4gua da argamassa e a outra parte forma uma pelicula sobre os graos de areia, diminuindo a aderéncia com a pasta do cimento. A influéncia do himus sobre a resisténcia do concreto varia na razao inversa do consumo de cimento e da idade. Deixando-se a areia em lugar seco, ao ar livre, pode-se melhorar a qualidade da areia. A lavagem com agua pura nao resolve, porém, uma lavagem com agua e cal neutraliza a acidez. Pode-se substituir essa lavagem com cal pela adigao de 5% de cal e retirada de igual quantidade de cimento. Pode-se dizer que a areia contém pouca matéria organica, se a resist€ncia do concreto, ao sete dias, for suficiente alta. O endurecimento do concreto feito com areia impura é mais lento, devendo ser mantido timido por mais tempo. MATERIAIS DE CONSTRUCAO Abrams propés 0 ensaio colorimétrico para a determinacdo da qualidade de areia sob 0 ponto de vista de impurezas organicas. Pode-se formar uma escala colorimétrica constitufda pela mistura de uma so- lugao de hidréxido de sédio a 3%, com uma solugao de acido tanico a 2%, variando a proporcao desta de 1% a 10%. 63 hae

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