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as neoplasias que podem ocorrer na maxila e ula encontramos os tumores odontogénicos, ntam como caracteristica 0 fato de nao ‘outras regides do corpo, sendo exclusivas des- turas anatémicas. primeira tentativa de classificagdo dos tumo- togénicos foi atribuida a Broca, em 1866, que jou de odontoma todos os tumores odonto- conhecidos naquela época. Somente 80 anos Thoma e Goldman formularam uma classifica- econsiderada a base de todas as demais clas- que a sucederam, e que foi fundamentada embrionaria da lesao. tumores foram classificados em epiteliais, imais ¢ mistos, sendo que o termo “odonto- restrito apenas para os tumores em que formacao de esmalte, dentina e cemento. Em Pindborg subdividiu os tumores de origem de acordo com sua capacidade indutiva ou tecido mesenquimal. Logo apés, em 1971, a 10 Mundial de Satide, com a colaboragio grupo de especialistas de diferentes paises, in- do Brasil, publicou a Classificacao Histologi- \cional de Tumores Numero 5, em que as Cirurgia dos Tumores Odontogénicos Renato Kobler Sampaio * Roberto Prado * Martha Salim CAPITULO ie neoplasias odontogénicas foram subdivididas ape- nas em dois grupos: tumores benignos e malignos. Esta classificacao foi muito difundida, perma- necendo por mais de 20 anos, até que, em 1992, no- vamente com a colaboracao de patologistas orais de diferentes paises, a OMS apresentou uma nova classi- ficagao, em que foram introduzidas algumas modifi- cages. Apesar de conservarem os dois grandes gru- pos de lesoes na categoria de benignos e malignos, os tumores benignos foram subdivididos em trés grupos. TIPOS HISTOLOGICOS DE TUMORES ODONTOGENICOS (OMS, 1992) Benignos Epitélio Odontogénico sem Ectomesénquima Odontogénico Ameloblastoma Tumor Odontogénico Escamoso Tumor Odontogénico Epitelial Calcificante (Tumor de Pindborg) Tumor Odontogénico de Células Claras 344 _Cirurgia Bucomaxilofacial — Diagnéstico e Tratamento Epitélio Odontogénico com Ectomesénquima Odontogénico, com ou sem Formagao de Tecidos Dentdrios Mineralizados Fibroma Ameloblastico Fibrodentinoma Amelobléstico (Dentinoma) ¢ Fibro-odontoma Ameloblastico Odontoameloblastoma Tumor Odontogénico Adenomatéide Cisto Odontogénico Calcificante Odontoma Composto Odontoma Complexo Ectomesénquima Odontogénico com ou sem Epitélio Odontogénico Fibroma Odontogénica Mixoma (Mixoma Odontogénico, Mixofibroma) Cementoblastoma Benigno (Cementoblastoma, Cementoma Verdadeira) Malignos Carcinomas Odontogénicos Ameloblastoma Maligno Carcinoma Intra-dsseo Primério Variantes Malignas de outros Tumores Epiteliais Odontogénicos Alteracoes Malignas em Cistos Odontogénicos Sarcomas Odontogénicos Fibrossarcoma Ameloblastico (Sarcoma Ameloblastico) Fibrodentinossarcoma Ameloblastico e Fibrodontossarcoma Ameloblastico Carcinossarcoma Odontogénico Quando comparamos a classificagao da OMS de 1971 com a de 1992, constatamos que hé varias modifica- Ses, sendo incluicios tumores descritos neste perio- do, coma o tumor odontogénico escamoso e o tumor odontogénico de células claras. Entretanto, a modificacdo mais impo reu na classificacéio dos cementomas exi 1971. Naquela classificacdo existiam quattotl cementomas: displasia cementéria periapical toma gigantiforme, cementoblastoma beni considerado apenas o cementoblastoma be mentoma verdadeiro), sendo que a displasia téria periapical co cementoma gigantiforme \cluidos nas lesdes nao-neoplasicas do 0380, po das displasias cementésseas. As disp mentésseas so constituidas pela displasia ria periapical, displasia cementossea florida cementdiseas. Esta modificacdo na classificacao foi d importancia elinico-cirtrgica, pois ficou mai © procedimento de nao se fazer cirurgia no: haver uma displasia cementaria periapical, rando © conceito atual, Ficava dificil antiga aceitar nao intervir cirurgicamente numa d cementéria periapical, uma vez que era consid como variante do cementoma, cementificante nao 6 tumor odontogénico, se sificado na categoria de neoplasia dssea coma; em cla: broma ossificante, porque implicava diferen cedimentos cirargicos na remocao da leséo. Como freqtientemente se observa tanto a ga de osso como a de cemento numa mesma bgp esta preocupacao nao existe mais, devendo o cit giao bucomaxilofacial ter conhecimento de taln ficacao, em que © comportamento clinico dali nao € diferente para os casos que apresentam {on 0 apenas de cemento em comparacao com seis em que hd apenas presenca de sso. A critica que pode ser feita a classificagi OMS de 1992 se refere a permanéncia do cistooy togénico calcificante no grupo de tumores odont nicos. Se analisarmos sua denominacao e a poss dade de tratamento preconizada para uma lesios Cirurgia dos Tumores Odentogénicos 345 novamente para o cirurgiao bucomaxilofacial sdificil seu entendimento. Alguns trabalhos tém_ do que provavelmente existem duas lesdes que joenglobadas na mesma denomina¢tio, uma cisti- geoutra tumoral, Acreditamos que numa préxima o que a OMS venha a fazer, provavelmente vida sera esclarecida Actiologia, a patogénese e a descricao de diver- variedades histologicas, algumas delas encontra- numa mesma lesao, apresentam controversias, \do induzir alguns cirurgioes, principalmente smenos especializados, a erros no tratamento. Os tumores odontogenicos também possuem dassificacio, considerando seu aspecto radio- ico, em tumores radiolticidos, radiopacos e mis- (radioliicicios e radiopacos). Aimagem radiogréfica, a faixa etdria do pacien- dda neoplasia, entretanto, na maioria dos casos, 0 igndstico final é feito pelo exame histopatolégico, 9 de uma biépsia incisional ou excisional icamente os tumores odontogénicos benignos ocostumam apresentar sintomatologia, podem des- ow produzir abalamento dos dentes, depen- lndo de a evolucao causar expansao da cortical 6s- e atingir tamanho proeminente, principalmente ssameloblastomas. Quanto aos tumores malignos, estes so raros, m um comportamento clinico semelhante ao dos umores malignos nao-odontogénicos e seu diagnos- i € feito por exame histopatol6gico, Com relacao a frequiéncia dos tumores odonto- cos, 0 odontoma, principalmente o composto, 6 ais comum, com aproximadamente 65% dos ca- osde tumores odontogenicos. Depois vem o amelo- blistoma, que é encontrado em aproximadamente 1%, seguindo-se o tumor odontogénico adenoma- fide, 0 mixorna, cisto odontogenico calcificante 0m aproximadamente 3% dos casos) ¢ o tumor xlontogénico epitelial calcificante, com 1% dos casos. mente invasivo e um alto indice de recidiva, Pode se ariginar de disttirbios de desenvolvimento do orgao, doesmalte, de restos celulares do érgao do esmalte, de télio de cistos odontogenicos e de células basais epitélio da mucosa, porém em nenhuma situagdo inducdo para formar material calcificado. Os autores relatam que possa ocorrer confor- me trés aspectos clinico-radiograficos, que apresen- tam tratamento e prognostico diferentes: 1. Sélido ou multicistico (aproximadamente 85% dos casos). 2. Unicistico (aproximadamente 14% dos casos), 3. Periférico (extra- isse0) em 1% dos casos. O ameloblastoma solide ou multicistico ¢ uma lesao assintomatica, de crescimento lento, que pode atingir tamanho acentuado. Os homens so um pou- co mais afetados, ocorrendo principalmente entre a terceira ea quinta décadas de vida, e a regiao poste- rior da mandfbula é 0 sftio mais acometido. Clinicamente sao duros a palpacao, pois perfu- ragées das corticais nao so observadas frequente- mente. Os dentes podem ser deslocados da sua posi- a0 normal ou, até mesmo, haver perda de elementos dentarios, A dor e a parestesia sao incomuns, mesmo em tumores que tenham atingido grandes proporcoes. Radiograficamente, apresenta-se com imagem radioluicida unilocular ou multilocular, sendo esta altima mais comum. A lesio € descrita como tendo aspecto de “bolhas de sabao” quando as loculacoes Jo grandes ou de "favo de mel” quando as locula- goes sao pequenas (Figs. 15-1 a 15-5). Pode ocorrer expansao da cortical, sendo comum a reabsorgao ra- dicular nos dentes adjacentes ao tumor. Os ameloblastomas sélidos apresentam imagem radiolticida unilocular, com um halo esclerdtico na periferia, que pode ser semelhante a qualquer lesao cistica. Uma forma de ameloblastoma que vem sendo descrita como diferente das anteriores ¢ a variante Fig. 15-1. Ameloblastoma com imagem radiografica do tipo “bola de sabao" 346 Diagnést Cirurgia Bucomaxiiofacial radiogratica do tipo nos dentes Fig. 15-2. Ameloblastoma com image “favo de mel”, observar reabsorcao apica 15-3, Ameloblastoma unicistico associado ao terceiro mo- lar inferior deslocado para a borda da mandibula e reabsorcao radicular Fig. 15-4. Ameloblastoma de tamanho acentuado em paciente de 30 anos (caso operado pelo Dr. Ricardo Cruz} desmoplasica, que pode, no seu aspecto rai co, ser semelhante as lesoes fibro-dsseas. Sao descritos varios tipos histologicos do loblastoma multilocular, sendo que algumas mais de um aspecto histolégico é observadon mo tumor. A forma folicular ¢ a mais fei ocorrendo também o acantomatoso, plexiform

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