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JOSYANE MALTA NASCIMENTO ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO: Perspectivas utdpicas no ensaismo de Natalia Correia Chiado Editora Portugal | Brasil | Angola | Cabo Verde além de um objeto. E um encontro entre dugg ta, & esse encontro entre autores o tie ura todos 0s dias, trabalhando cada livro com a ica e derradelra, seguindo a maxima pessoang ted. Queremos que este livro soja um teu ue este livro faga parte da sua vidg Um livro vai para atraves 42 palavra Chiado Editora proc cagao de uma obra uni quanto és no minimo que fazes . para si. Q nosso desatio 6 merece q escri www.chiadoeditora.com ‘Angola | Cabo Verde ida Paulista 2073, Paulo, Brasil Portugal | Brasil | Conjunto Nacional, 903, AVER Etiicio Horsa 1, CEP (01311-300 S40 ‘Avenida da Liberdade, N.° 166, 1,2Andar 4250-166 Lisboa, Portugal Chindo Exitorial Chiado Editew Espanha Franga | Bélgica | Luxemburgo Paseo de la Castellana, 95, planta 16 Porte de Paris 28046 Madiid 50 Avenue du President Wison Passeig de Gracia, 12, ,* planta Batiment 112 La Plaine St Denis ‘ 93214 Paris (08007 Barcelona Chiado Publishing . vx USA ldanda hn Vig House 152 ewan Kurfarstendamm 24 10719 Berin alta Nascimento @ Chiado Editor @chiadoeditora.com r Titulo: Kinerérios de outra razbo: Perspectivas utépicas no ensalsmo de Natalia Correla Impressio @ 80 @ acabamenio: Chiao Pri 1.* digo: Setembro, 2015 on: $79-900-51-40 o 576-5 Depérito Legal ns 304408/15 JOSYANE MALTA NASCIMENTO que o mar nos promete, perdendo-se na cor da insulariza 0S nossos sentimentos ¢ pe. das rochas.” (CORREIA, 2002, p.99), De forma andloga 20 texto de Natiilia, o ensaio & hibri lo em amplo aspecto, ¢ niio contempla mais a verdade cient caquea impressiio subjetiva, ocupando uma espécie de ndo- ja maior caracteristica é, como queria -lugar discursivo, CU cae a “nfo identidade” (ADORNO, 1986, p.173). impossiveis coisas imaginadas, trifica-os Na solidaio Nao percas a rosa. cronicas da revolucdo, ensaio e algo mais Diferentemente de Descobri que era Europeia, cujo modo de se estruturar OMB estd presente mais como vestigio que como forma auténtica do género, Ndo percas a rosa: diario e algo mais, publicado em 1978, corresponde bem 4 formata- gao de um diario. Nao somente pelo subtitulo atribuido por Natalia, como também pela organizagiio: cada parte é datada com dia, més © ano, ¢ alguns com a cidade onde a escrito- ra estava. Inicia-se em 25 de abril de 1974, na madrugada pepe dos Cravos, e termina em 20 de dezembro de , a derrota da extrema esquerda em Portugal. . Se fosse escrito sistematicamente, deveria haver can mé- dia de 605 dias datados, mas apenas 75 sao registrad i corresponde a um valor aproximado de 12,5%/ d fears ee que se dedicou a compor seu diario, Por que salt " eataaas Verificamos que a maior parte das datas e:; eos dias? serem registradas corresponde a marcos j Scolhidas para complexo periodo de redemocratizagaio a 'mportantes do Portugal. Que atravessava Cito alguns fatos registrados i escreve quando eclode a Revolugto, Tee ecb de 1974, ¢ 1974: oo. 48 ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO megam Os movimentos populares, pede-se o fim das guerras colonia’ reivindica-se greve; 30 de maio de 1974: renancia de Spinola e posse de Costa Gomes; 8 de setembro de 1974: ocorrem as famosas ba ticadas em Lisboa; /0 de setembro de 1974: reconhecida a independéncia de Guiné-Bissau; 2 de outubro de 1974: comegam as negociagSes para o proces- so de independéncia de Mogambique; // de margo de 1975: Spinola foge para a Espanha e os movimentos revoluciona- rios pegam em armas & “mobilizam as massas trabalhado- ras para barrarem as estradas, ocuparem fabricas ¢ oficinas e cercarem unidades militares de reputagao spinolista.” (CORREIA, 1978, p.145). Poder-se-ia enumerar muitos outros registros de relevan- cia no desenrolar revoluciondrio portugués, mas fiquemos apenas com esses supracitados para compreender que 0 tra- balho diaristico de Natalia Correia nao se baseia na classi- ca convencao de ordem meramente pessoal (querido diario, hoje me sinto..,), pois seu mapeamento de quase dois anos da historia politica de Portugal tem um carter muito mais coletivo que pessoal no que diz respeito as tematicas esco- lhidas, embora isso nao exclua a sua linguagem subjetiva e seu desejo de nao historiografar. Para Abreu (2005), saltar tantos dias corresponderia ao medo de Natdlia de cair no texto historiografico, isto 6, mero telato de acontecimentos e datas prestigiadas: Nao era, pois, o medo de relatar, mas sim o de historiogra- far, O medo? Ou seria, talvez, rejeigto tedrica do género? Cepticismo em relagfio a ele? Ou, por fim, simplesmente, uma op¢ao mimética (de representagio), o querer fazer outra Coisa, nio s6 um Didrio, mas algo mais. E depois, Jda ouvimos claramente dizer: “historiografar nado estava JOSYANE MALTA NASCIMENTO intengdes calidamente abertas a0s sucesso, S803, nas minhas U, 2005, p.200) vividos.” (ABRE! Além de diario, Natalia desejava dar algo mais Aquelas paginas. Nao se tratava, portanto, de uma escrita que privilegiasse minada linguagem, como a pottica ‘ou a prosaica, ov aescolha de um género puro. O subtitulo efeito suplementar na obra, cujas carac- algo mais indica um e , teristicas si0 determinadas pela dicgiio ensaistica. A linguagem pottica que perpassa 0 didrio, por exemplo, em nenhum momento choca-se com a sua aparente inten- gio ensaistica. A presenga de um eu essencialmente poético alinha-se a um eu coletivo para inaugurar 0 que a ensaista chama de “documento vivencial”, 0 que faz com que a obra afaste-se em certo grau da nogao de diario definida por Le- jeune, isto ¢, aquela forma intima e pessoal de registrar a vivéncia cotidiana. Em Natalia, apesar de toda subjetividade atribuida aquelas paginas, o que se valoriza em suas jornadas éacena publica, ainda que vista sob uma ética pessoal: Aberto abruptamente na madrugada de 25 de abril um ci- elo de conturbagées sobressaturantes [...] soara a hora de inaugurar 0 documento vivencial do que iria ser & minha revolugdo interior, Com efeito, na bancarrota da pseudo- -antropologia revoluciondria e da farmacopeia ideolgi- ca que a revolugio exibiu, s6 ao nivel do Espirito eram a a avaliagdes da débacle. [...] 0 Espirito, como : 0 materia A matéria como propriedade do Espirito. piritualizado, (CORREIA, 2003, p.7) 50 ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO_ Antes da Revolugio, quando Natalia posicionou-se stado Novo, manteve comportamento iideqiihdenia 6 claramente antifascista, 0 que Ihe teria rendido severas pu- , como por exemplo: foi condenada nos anos sessenta nos de prisiio pela publicagito da Antologia de poesia esa erdtica e satirica ¢ na década seguinte teve que rao B ports 2 responder @ uum processo como editora das Novas Cartas portuguesa , juntamente com as autoras do livro, Sem con- tar indimeros livros e poemas censurados. Com o fim da Revolugiio, era de se esperar que scu ideal se realizasse- Mas niio. A Revolugio real nao significou mui- ta coisa perto da sua verdadeira revolugio, a “interior”. No preficio do diario, Natalia Correia declara a sua es- tranheza em iniciar a escrita do livro no calor dos aconteci- mentos revolucionarios: (.) iniciar este didio nas horas entusidsticas em que de- flagram oS acontecimentos que Ihe foram dando forma. festa ¢ simultaneamente rela- tualizando a medida que a idas no quotidiano revo- Como era possivel viver a tila? A explicagio ir-se-ia ac contumacia das experiéncias vivi luciondrio, agindo fortemente sobre a minha consciéncia, me iam desvendando uma via de sentido espiritual em ciliando comigo mesma a0 arrepio dos que me fui recon ideolégica quebrada. (CORREIA, destrogos da estatudria it 2003, p. 7, grifo meu). : O vocabulo que a poeta utiliza, “contumacia”, substan- tivo e agente de “(...) as experiéncias vividas no quotidiano revoluciondrio”. Essa palavra traz em seu significado usual ‘cimosia, obstinagio, aferro, afinco, pertinacia. Em termos Juridicos quer dizer recusa 4 comparecer em justiga por st JOSYANE MALTA NASCIMENTO. questio criminal. A ambiguidade das linhas do diario Te. mete-se a esses dois sentidos: 0 usual a) Juridico, Pois ao mesmo tempo em que a experiéncia da escrita Subjetiva do diario aponta para um obstinado relato dos acontecimentos presentes e cotidianos, também nos revela uma escritura que vai de encontro as leis ¢ ao encontro de uma memoria repri- mida por quase meio século de censura; ou como a Propria Poeta se encarregou de afirmar, ela escreve “ao arre destrogos”. Isso significa que 0 texto de Natalia nao se filia a discur- sos legitimados, mas procura construir sua reflexdo a partir de ruinas. A poeta declara, ent&o, a sua recusa a uma ideo- logia dominante que esta no proprio corpo tevolucionario, € ndo apenas apresentada na ideologia fascista do Estado Novo: “Por outras palavras: nao me imagino a freqiientar as aulas de qualquer revolucao vitoriosa.? (CORREIA, 2003, p.15) Pio dos O estado euférico decorrente da queda do Estado Novo durou muito pouco nas paginas do diario. Dia a dia Natélia ia percebendo que havia muito mais por detrés da Revolugaio Cujas armas, diziam, foram os cravos. 0 tom de sua escrita desloca-se Pouco a pouco para uma espécie de Telato ensais- tico. Seu ensaio diaristico (ou diario ensaistico) ¢ Poético toma uma forma heterogénea no que diz respeito a lingua- gem e a forma que da ao seu texto, Nao podemos dispensar, por exemplo, a hi, vro também ter tragos de crénica politica ou de Cr6nica co- tidiana, como no excerto do livro em que Nata eee : lia nos con. ta 0 episédio de seu encontro com a Sociedade Portugues de Autores; 2 POtese do Ii. Fomos convocados pela viscosa adesivage : 7 ™ 0 nov ea tilo obreirista que, na pessoa gelatinosa do Presiden, ' © [da 52 ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO_ Sociedade Portuguesa de Autores}, dispde de um pronto, atento, obrigado e¢ venerador papagaio, (..). Assim, no acomodativio discurso de presidente da SPA, jé nao se chamam dramaturgos os que ainda hé dias com essa de- signagdo cram administrados por {do voltivel sociedade, Agora sao trabalhadores do teatro. (..) nfo resisto, E deixo air uma ofensiva perplexidade: = Nao estou a perceber, Os autores de teatro ja ndo se chamam dramaturgos? Tosses. M. acotovela-me ¢ cicia. = Deixa Ia, isso nflo tem importdncia, Dramaturgo ou trabalhador de teatro vem tudo a dar no mesmo. A pergunta morre sem resposta ¢, vencendo o engas- go, o presidente apressa-se a retomar a palavra inflada pelo sopro da revolugio. (CORREIA, 2003, p.44) No mesmo ano em que Natalia inicia 0 diario, comega a escrever para 0 jornal de Lisboa A Capital suas “Crénicas Vagantes”, 0 que, provavelmente, pode ter interferido em seu modo de narrar o diario e tratar os fatos. Segundo Candido (1992), a crénica pode acrescentar em um texto aspectos humanizantes, uma vez que apresenta uma linguagem muito proxima da naturalidade com a qual nos expressamos cotidianamente: (..) uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser mais natural, Na sua despretensio, humaniza; ¢ esta humanizagaio Ihe permite, como compensagiio sorrateira, recuperar com a outra mio uma certa profundidade de cado e um certo acabamento de forma (,..).” (CAN- DIDO, 1992, p.14), 53 oN JOSYANE MALTA NASCIMENTO Essa caracteristica humanizante da crénica de gundo 0 critico literario brasileiro, ao fato desse Benero estar muito préximo do cotidiano, seja por conta de uma experign, cia do autor ou pela linguagem descomprometida ¢ Prosaica, No ditrio de Natilia, esse aspecto humanizante ganha espago na prdpria linguagem com a qual ela Conduz sey texto. A escritora deixa que diversos géneros Perpassem 9 livro, tendo o leitor contato com diferentes experiéncias de leituras. Encontramos um tom documental que se mistura as impresses subjetivas de Natalia, acrescentando-se uma linguagem ao mesmo tempo poética e descritiva, como po- demos ler no relato de 25 de abril de 1974: VO-Se, so. So 6 € 45. As marchas militares s&o cortadas pelo emis- sor do Comando das FA ¢ inicia-se uma transmissao de cangGes proibidas. A minha comogao atinge o auge quan- do ougo cantar um poema em que desabafei o meu nojo Pelos ratos da censura salazarista: “Queixa das almas jo- vens censuradas”, Empolgo-me com essa mediocridade do meu panfletismo juvenil. Eu que, dobrado 0 cabo das intimas tempestades que no poeta rasgam o imo da verda- deira criagdo, aborrego esses exibi ionismos metrificados a justiga social, Mas hd uma estética efémera da exalta- $40 colectiva que eleva & categoria de belo aquilo que, na ordem das coisas em Tepouso, ofende o bom Bosto. E tudo 180 ¢ exaltante porque em tudo isto se desprende para ™IM 0 canto livre de Afrodite, quer, em ondas de ouro, Se propaga na cidade, Abro a janela, Rompe a estrela da manha, (CORREIA, 2003, p.18) Em a a teilbune Momentos do didrio também temos Vestigios motivo, como vemos nas duas tiltimas frases: ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO “Abro a janela. Rompe a estrela da manha”. Em outros mo- mentos, percebemos um didrio completamente dissertativo sobre algum fato, Raras vezes, temos uma narrativa estri- tamente de ordem pessoal como acontece com a maioria dos d Quando imaginamos um diario, inicialmente, tendemos arelacioni-lo estritamente a um relato de si, Mas o que é fa- lar de si? O que se pode recalcar ou camuflar quando se fala de si? Para Lejeune, a relagiio entre a pessoa que se propde a escrever um diario e o objetivo de sua escrita estaria na esperanga de se poder manter uma memoria arquivada: (.) a anotagio quotidiana, mesmo que nfo seja relida, constréi a memoria: escrever uma entrada pressupée fa- zer uma triagem do vivido e organiz-lo segundo eixos, ou seja, dar-lhe uma “identidade narrativa” que tornar minha vida memoriavel. E a versio moderna das “artes da meméria”, cultivadas na Antigiiidade. O didrio sera ao mesmo tempo arquivo e ado, “disco rigido” e meméria viva. (LEJEUNE, 2008, p.262) A expressdo dessas memorias nos livros Descobri que era Europeia e Nao percas a rosa compreende limites in- determindveis entre o ensaismo, a forma de composi¢ao do diario e o proprio carater documental que esses textos apre- sentam. Dessa forma, a falta de fronteiras textuais rigidas confere aos ensaios um carater heterogéneo, a partir da re- nincia a uma unidade. Renunciar formas textuais homogéneas caracteriza 0 en- Salo como texto que privilegia a experiéncia em detrimento ° Particularismo, da maneira como Adorno se encarregou ‘© NOs mostrar em sua Teoria estética: 55 JOSYANE MALTA NASCIMENTO. Desde tempos imemoriais, a arte esforgava-se Por salvar particular; a particularizagao progressiva era-lhe imanen. te. Desde sempre, as obras conseguidas foram Aquelas em que a especificagdo era mais considerivel. Os Conceitos universais ¢ estéticos de género, que niio deixaram de se estabelecer de modo normativo, estavam sempre mancha- dos pela reflexiio didactica, a qual esperava dispor da qua- lidade mediatizada pela particularizagao (...). (A DORNO, 1970, p.227) Adorno nos mostra que a classificagdio de uma obraa par- tir de elementos “genéricos” faz com que ela se enrijeca em conceitos nominalistas, dispensando a universalidade ine- Tente a arte. Nesse aspecto, as formas fixas textuais podem escamotear o material subjetivo que uma determinada lite- . ratura poderia oferecer ao seu leitor. O género, ao fechar-se em caracteristicas especificas, tende nao s6 a camuflar a experiéncia como também exerce “sua preponderancia sobre © sujeito até que a coeréncia das obras nao mais coincide com elas. O sujeito fa-las explodir em nome da consonancia, pela objetividade.” (ADORNO, 1970, p.228). Como vimos, o ensaio torna-se, nesse sentido, um tipo de texto que propicia a penetragiio de caracteristicas textuais diversas, tornando esse género mais proficuo paraa articulagZo entre conceito ¢ experiéncia, S. Lima (1946), ao referir-se aos Ensaios de Mont: acredita que o valor desses escritos esta no fato de “eles Se- rem um registro de experiéncias, coisas brotadas da vida, com todo valor ¢ vigo, n&o coisas lidas, decoradas oy Maca. queadas,” (LIMA, 1946, p.83) . Portanto, ensaiar também quer dizer externar impres- s6es, criar conceitos referentes as vivéncias experimenta. faigne, ITINERARIOS DE OUTRA RAZAO das, da maneira como o fez Montaigne com seus cadernos de registros: entre o didrio, a crdnica e as impressdes, Na- tilia ensaia suas experiéncias no “laboratério do mundo” (LIMA, 1946, p.83). O ensaio como escrita de um imaginario utépico Se a indeterminagao entre géneros pode ser expressa nos ensaios de Natalia Correia temos, ai, um espago textual fron- teirigo, propicio 4 convergéncia de conceitos, linguagens e da propria ruptura entre o mundo medieval e o moderna, tal como ocorreu na passagem entre o ensaismo de Montaigne para o de Descartes: Podemos dizer que a concepgio humanista do ensaio, exemplificada pela abordagem de um Silvio Lima, se ins- creve numa perspectiva do conhecimento humano em que © grande confronto se realiza entre as trevas e a luz da Raziio — uma perspectiva iluminista, por conseguinte. De um lado, as superstiges, os dogmas. De outro, por um exercicio da razo de cada homem, a afirmagiio da liber- dade do pensamento como exame ponderado de todas as ideias. De certo modo, 4 medida que as trevas se reduziam ia-se implantado a visao cientifica do mundo — as coisas tal como elas so, segundo 0 modelo pos LHO, 1997, p.24, 25) Oensaio inscreve-se, em sua génese, nessa passagem de um mundo marcado pela religiosidade, 0 dogmatismo me- dieval eo alargamento das fronteiras niio s6 religiosas como, 57

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