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Ue!) bg UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS BOLETIM ee) NloXe Site ha INSTITUTO DE QUIMICA E GEOCIENCIAS - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA eT RP ela ty B. Goiano Geogr. 9 e 10 (1-2): 127-14, jan./dez. 1989/90 CAPITALISMO X PROTEGAO AMBIENTAL Horieste Gomes(#) A abordagem da questdo ecolégica/ambiental passa, necessariamente, pela abordagem de classes da sociedade brasilei- va. Isto signif ca que a luta ao sentido da preservagdo @ util gio racional do territéric brasileiro 26 pode surtir o efeito dese jjado - trensformac&o da Natureza e da Sociedade em ambientes s0- ciais humanizados - se adotarmos uma postura de enfrentamento poll tico efetivo contra a classe social (burguesia urbano/rursl) que, embora seja minoria sob o ponto de vista quantitativo, detén a posse absoluta dos principais meios de produgdo (a terra, as indis trias, o capital, os transportes, a tecnologia, etc). Esses deten- toves da propriedade privada dos recursos e das riquezas do nosso pais esto em oposigio & grande maioria da sociedade brasileira re ios presentada pelos trabalhadores reais, notadamente os oper: camponeses, bem como os demais segmentos progressistas da socieva- de brasileira (em especial as categorias sindicalizadas ¢ associa~ das), que se encontram marginalizadas do usufruto gerado pelo seu préprio trabalho. A penetragdo maciga do grande capital multinecio- nal, com trajetéria bastante marcada a partir dos governos Dutra, Juscelino e, principalmente, apés a implantagdo da ditadura politi co/militar no Brasil (abril de 64) desestabilizou a interagéo mi~ tua interdependente naturezz/sociedade rompendo profundamente os equild prios vitais das espécies vivas animais e vegetais, inclusive 0 no mem, na proporgdo em que os ecossistemas foram e continuam sendo alterados e mesmo destruidos pela ambiglo desenfreada do ser huma- no no sentido de amealhar riquezas. 0 espago naturel foi transfor- mado em mercadoria rentével destinada & capitalizagdo a favor da burguesia nacional e transnacional. Destituiram a estabilidade profissional, cultural e (#) Professor do Departamento de Geografia da UFG 2d: 128 B. Goiano Geogr. 9 e 10 ¢ 4k, jan./dez. 1989/90 social do nosso camponés, impondo-lhe um nove modus vivendi. Em virtude da penetragdo do capitalismo no campo, viu-se forgado a vender sua propriedade (pessoal) ou tornar-se arrendatério; subme- ter-se & condicdo de assalariado ou migrante marginalizado sem ten ra (b6ias-frias, volantes, araras) que perambulan pelo Brasil afo~ ra B cata de servicos na zona rural @ nos espagos urbanos das mé- dias e grandes cidades, onde thes sdo impostas mudancas radicais em seu comportamento econdmico e social que os conduzem, rapidamente, a uma crescente e desumana pauperizagdo em termos de padrGo exis tencial. A ESTRATEGTA DA REVOLUGAO VERDE A denominada Revolugio Verde levada & prética nas décadas de 46 e 50 sob patroc{nio de fundagdes internacionais (Ford, Rockefeller, Instituto Kellog ...) encobertas sob o falso lema malthusiano de combate sistemdtico & fome do Terceiro Mundo (éxico, India, Filipinas, outros). Foi uma experiéneia cdlocada em prética pela nova divisdo internacional do trabalho imposta pelo capitalismo, a fim de implantar a industrializagdo de base quimica nos paises subdesenvolvides e dependentes, nos anos subsequentes, a II Grande Guerra. A industrializagdo agro-pecudvia passava agora a contar com insumos, envolvendo una imensa gama de produtos que vdo desde 0s implementos agro“industriais até os chamados defensivos agricolas, além da produgdo e consumo de sementes selecionadas, ete. © capitalisno transforma as médias ¢ grandes cidades, por meio da implantagdo do capital Financeire (fusd do capital banedrio com 0 industrial), em entrepostos de captagdo e comercializagdo das ri- quezas produzidas no campo, e, 0 espago regional das diversas re- gides brasileiras passa a fazer parte do espago de totalidade (es- pago integrads) do mundo do capital pora-se na condicdo de subsistema dependente ao capitalismo desen~ nternacional. 9 Brasil incor- volvido. A partir daf assistimos & violagées de toda ordem, em no- ne da politica desenvolvimentista, da politica exportadora para ca pitalizar, da polftica de captacio de recursos externos, ex nome de super-safres disfarcadas sob a égide do progresso econdmico © social, etc... Como sabemos, a Revolugio Verde substituiu os conhe B. Goiano Geogr. 9 e 10 (1-2): 127-144, jan./dez. 1989/90 129 cidos cultivos tradicionais por reduzido niimero de variantes gene- ticamente uniformes, eliminando-se assim a complexidade dos culti- vos (a policultura) e favorecendo a monocultura de poucas —espé- eles destinadas & exportagdo. Esta substituigdo dos cultivos tradi cionais e de seus ancestrais silvestres por poucas variedades uni- formes além de reduzir as possibilidades de futuros melhoramento en termos de dieta ali de reduzir a nay-de-obra historicamente camponesa; assalariar e entar mais variada em quantidade e qualidade; sub-assa’ rian um niimero muito elevado de pequenos produtores,de tor nar os agricultores mais dependentes de cultivos caros e exigentes de insunos; determinou o patente desenvolvimento das multinacionais que operam nos ramos dos fertilizantes minerais, dos agrotxicos, das sementes, dos implementos agro-pastoris, etc. Conivente como capital financeiro o Estado brasi- leire passou a se comportar como um subsistema do sistema capita- ista mundial: a diviséo internacional do trabalho imp3s a regio nalizagdo dos espagos nos paises dependentes via economia livre de exportagdo, integrando assim os espagos regionalizados ao espago do capital multi nacional. Na fase industrial financeira a que estamos submeti dos, © mode de produgdo capitalista & totalmente incompatfvel com a utilizagio racional do meio ambiente em vista de contrarian fron talmente © processo de otimizagdo da biosfera. Do mesmo modo, = a economia de mercado livre & também incompativel com a planificagdo 15 po tre a produgdo e 0 meio ambiente submetido & produgdo, atitude que soci esta exige que haja efetiva correspondéncia social en no € assumida pelos detentores dos meios de produgdo (empresdrios nacionais e internacionais); a protegéo ao meio ambiente implica em mais gastos, portanto, em menos lucro, postura que contraria a lei que rege a produgdo e reprodugdo capitalista: "a maximizagio do lucro e minimizagZo das perdas". Ao longo da histéria da agricultura mundial foi-se operando uma diminuigdo gradativa das espécies cultivadas ou possi veis de serem cultivadas. Segundo especialistas: 130 B. Goiano Geogr. 9 e 10 (1-2): 127-1uk, jan./dez. 1989/90 em torno de (coleta e co- ineita); . no tvanscurso do primeiro milénio nouve redugdo para, aprovimadamente, 200 espécies @ apenas cer- ca de 80 foram trabalhadas @ comercializadas; com a padronizagdo progressiva da dieta alimentar brasileira em termos do reduzido niimevo de wodutes a consumo, how ve uma diminuigdo patente do padrdo alimenticio do nosso povo. Es= ta redugdo to drastica conduziu 3 prdticas agrévias com tecnolo- gia assentada em mecanizagdo Livre (ampla) e emprego abusivo de ¢e fensivos agricolas (agrotéxicos) responsdveis pela destruigéo mui- to rapida das diversidades das espécies animais e vei mentais Sbrio biomerfoclimat oe Qu: Desta forma, assistimos nos dias atueis, a uma con provada violagds ¢ violentagdo dos nichos ecoldgicos que se distri buen pela superficie ocupada pelos bionas vegetais e que recobren os nossos solos (o da floresta, o do cerrado, o da mata, o da caa- ituindo-se assim tinga, 0 dos gerais, o do pantanal, etc.), cons em flagrante prejuizo para a nossa sociedade do presente, e ao mes mo tempo, coloca em risco a sobrevivéncia (aqui tomada em padrdes Gignos de existéncia) da nossa futura sociedade. A complexidade das espécies vivas animais e vege tais revela N ‘iversidades, e 8 de fundamental importaneia para a sociedade humana beneficiar-se da natureza e sua totalidade. Quan to mais 0 ecossistema for simplificado en termos de espéoies, mais vulneravel ele se torna e as cadeias alimentares se rompem com mais facilidade, havendo entdo perda substancial de energia potencial. Simultaneanente, vai-se firmando o domfnio das pragas em relagdo 3s espdcies nao nocivas para o homem. Segundo dados estatisticos, havia no Brasil na década de $0, cerca de 193 prages conhecidas; em B. Goiano Geogr. 9 © 10 (1-2): 127-144, jan./dez. 1988/90 132 1976, elas 3 je, 0 niimero deve ser ben mais elevado. 0 grande responsdvel por perfaziam o quantitativo de 593 novas espécies; ho- este desequilibrio ecolégico sdo os agrotéxicos empregados, em gran de parte, nas monoculturas de exportagéo, pele fato de eliminarem en decorréncia da destruigdo dos ecossistemas - os consumidores das espécies nocivas em nossa habitat. © PODER POLITICO E ECONOMICO DA BURGUESIA Nos dias atuais, o dominio da base econémica pelo complexo das multinacionais estrangeiras, das empresas de capital misto vineulado a um Estado dependente como o Brasil possiilita a burguesia facilidades de toda orden para praticar desmandos no nos sO espago de vivéncia, uma vez que ela transforma o ambienta natu- val/social numa simples mercadoria destinada a gerar alt{issimos di. videndos numa menor frago de tempo. 0 capitalismo, assumido ideo- logicamente pela classe que lhe di sustentagdo e que se justifica como classe exploradora (a burguesia), se guia pela sua lei maxima de reprodugo: produzir e comercializar para obter © lucro mdxino, via exploragdo da mais-valia da forga de trabalho, impondo constan tes arrochos salariais aos trabalhadores; especulando sobre os pre gos das mercadorias em prejufzo dos consumidores; eliminando os mais fracos, enfim, acumulando e concentrando as riquezas do pais em suas m&os. Tendo o domfnio da base econémica dos meios de produ cho, que & determinante (ndo a Gnica determinante), os burgueses nacionais e transnacionais manipulam, na medida dos seus interes- ses, as diversas formas de consciéneia social, isto 8, a superes- (jurfdica, educacional, ética, filosSfica, ideo légica, cientifica, religiosa, estética, etc), utilizando-se do trutura ds sociedad: aparato dependente impdem 2 ordem juridica/institucional afim de valer 2 moral burguesa. Aos descontentes, isto 8, aos que se con- trapdem ou questionam o "status quo" vigente (os trabalhadores ope rarios, camponeses, as pequenas e médias camadas progressistas da so ciedade, incluindo estudantes, profissionais em suas maltiplas ca- tegorias, [uncionSrios piblicos e privados, etc), 0 aparelho mili- car do Estado dependente tem imposto ao longo das décadas "o poder ca forca para fazer valer a forca do poder". Dominando 2 base mate. rial/econémica e tendo o controle politico de aparelho estatai fi- ca deveras facil para a classe burguesa controlar as formas de cons ciéneia social a fim de impor o seu "modelo de desenvolvimento" , 132 + Goiano Geogr. 9 © 10 (1-2): 127-184, jan./dex. 1989/90 que, no fundamental, contraria frontalmente o binémio interdepen- nte para impor seu dominio polfties, econémico ¢ cultural sobre agdo brasileira, a burguesia encontrou na estrutura do sistema nee (dependéneia politica, econdmica ¢ vecnolé- § concretas objetivas e subjetivas favoréveis ao ho capitali: olitica subd . abuncancia de potencial de recursos naturais (RN) f renovaveis ¢ no renoviveis e de matéries-primas existentes em miltiplas extensées do nosso terri- rric geogrdficos m&o-de-obra ativa e de reserva submetida ldpios (mais de 70% est, + numerosa a daixos s @ submetidas ao analfabetis no politico, porzanto, dotadas de baixo nivel de conscianeia politica, tornando-se acriticas e elie Yejemos agora como numa sociedade classista, a bur- guesia, definida nio simplesmente pela sua origem de classe, mas sim por ser a classe detentora dos meios de produgo, se comporta no trato coma natureza e com a Sociedade. mente, & bom seforcarmos a i6gica clentifics Inied nterdependéncia Natureza - Sociedade, Sociedade - Natureza no sentido de compreendermos as duas variveis fundamentais ~ auto nomia e dependéncia - para entendermos de forma mais correta e ma~ cional © papel das relages honem-natureza em termos de patriménio social para todos os membros da soviedade brasileira; no caso, co- B. Gojano Geogr. 9 © 10 (1-2): 127-144, jan./dez, 1989/90 133 mo exemplo, o marco da espacialidade brasileira. A autonomia da Netureza advém das leis naturais que determinan © processo regulador des ciclos naturais que déo conti- nuidade & reprodugdo nova do ambiente natural (ecossistema) pert indo que as espécies vivas animais vegetais déenm sequéncia 4s suas fungdes basicas de existéncia: alimentagdo, reprodugao ¢ ter- Pitor, slidade. Estas fungdes mantém o equilfbrio natural dos ecos~ sistemas (nichos ecolégicos) em suas bases inorganicas e orgdnicas (bistipo © biocenose), e contribuem assim, de forma concreta, para que @ sociedade brasileira desfrute da anbigncis netural e social de que necessita para seu viver conéigno. autonomia da sociedade advém da mesma forma, do processo regulador das leis histéricas e sociais que dic continui- dade de reprodug3o nova & sociedade humana. A cada momento de maty vidade natural e social num determinads espago natural ou natural/ hunanizado surgirdo mutagées novas, em decorréncia de aniimulo ou Gesaciimulo (quantidades), ocorridas na composigdo dos elementos que integram a natureza e a sociedade. Desse modo, quando o homem des~ tréi uma mata ocorrerd nao somente um aciimule de solos expostos que serdo lixiviados com o passar do tempo, como também haver& um desa ciimulo (perda) de solos férteis, em decorréncia da biomassa vege- tal e animal sofrer uma profunda redugGo, impedindo que haja uma boa formagdo de himus (camada hunifera), matéria organica vital @ fertilidade dos solos. No espago urbano, um exemplo ilustrativo @ 9 fato do migrante rural submetide ao violento processo de capita- Lizagdo no campo reforgar em padrées numéricos a populagéo citadi- na (aciimulo); e, em contrapartida, esta mZo~de-obra camponesa imi- grada reforga o exército de reserva de desempregados citadinos, o que contribui para um maior indice de demissSes de trabalhadores (desaciimulo) das empresas aonde trabalham, além de veduzir o sald- rio rea! do trabalhador urbano (desaciimulo) em razdo dos trabalha- dores rurais aceitarem, por razées de sobrevivéncia, saldrios mais baixos. Tanto a Natureza quanto a Sociedade sio vealidades objetivas dindmicas, o que significa que, sem a intervencao "nalé- fica" do homem elas sempre se reproduziriam na dimensdo de valores superiores, tanto para a sociedade, quanto para a natureza em si mesma. anh B. Goiano Geogr. 9 @ 10 (1-2): 127-144, jan./dez, 1989/90 4 dependéncia esta para a Natureza no sentido de que, para se reproduzir como natureza nova, isto &, ser provida de amente novos, necessita ser respeitada como Nature- za, iste @, o homem ndo pode violentar os ciclos naturais que déo vida Bs espécies vivas em seus habitats especfficos de vivéncies. Por sua vez, a Sociedade depende “in totum", podemos assim dizer natural, pois, como sabenos, é da natureza que o ser numano extrai todos os recursos naturais que serio transformados em riqu as, fundamentais a sua existéncia como espécie viva dota- de consciéneia social. Wo se trata de uma dependéncia cativa sim interdependéncia, o que vem a sé constituir em reciprocida de miitua em termos de trocas. Entretanto, ndo podemos trabalhar as duas realidades objetivas coneretas que possuem exist@ncias reais independentes do que as pessoas pensam delas, (elas existem por si mesmas) sob una visio dicotémica, dualista, uma vez que as duas realidades se fundem numa finica realidade integrada Natureza Una). Vejamos como se processa no nosso pafs a interago mitua que busca mos, hoje to violada pelos impactos amsientais causados pela bur- guesia nacional e transnacional que tran: ma © quadro natural e humano em espagos/mercadorias. 0 homem pelo seu trabalho produtivo intreduz nos naturais e sociais sua marca de desenvol- vimento cient » tecnolégico, cultural e social. Isto quer di- zer gue ele plasma no ambiente natural e social sua dimensdo de ci vilizacdo. Processa-se entao uma determinada humanizagdo (sociali- zacHo) da natureza ¢ da sociedade na proporedo em que o homem re- passa a estas duas realidades objetivas o seu nivel de desenvolvimen to eivili tério. Todavia, no contexto de uma sociedade regulada pela propriedade privada dos meios de produgo, sustentada pelo re gime politico, econémico e social capitalista, o nivel de numaniza glo € praticamente minimo em vista de o burgués civilizado buscar aja a reprodugSo ampliada do ca € nao da me-natureza integrada (na- produzin e comercializar para que pital em seu proveito pessoa tureza e sociedade). Como hunanizar o espago integrade 2 favor da socie= dade humana se uma minoria detém a posse dos meios fundamentais & socializagdo (terra, fabricas, energia, transportes, bancos, comu~ nicagdes, etc.)? Como huma zap © espago integrado a favor da socie- dade humana se o burgués capitalista sé pode exitir e perpetuar-se B. Goiano Geogr. 9 ¢ 10 (1-2): 127-144, jan./dez. 1989/90 135 explorar para si as potencialidades contidas no homem (trabalho ff sico e mental) e na natureza existentes nos espagos regionais ru- vrais ¢ urbanos? Como socializar o espago integrado a favor da socie dade humana se a légica do capital é a de privatizar e ndo a de so cializar? £ bom que se digs que o capitalista é obrigado a sociali zar o trabalho, isto é, tornar o trabalho social, portanto, produ- to de muitos trabalhadores, a fim de que possa lucrar mais pela in tensificagdo da exploragdo da mais-valia traduzida em aumento da Jornada do trabalho suplementar e da produtividade; ¢ jamais socia Lizar os meios de produgdo, pois assim fazendo perderia a sua pré- pria esséncia (natureza) exploradora e deixaria de ser capitalis- ta. Se hd, no contexto de uma sociedade classista como @ nossa uma certa humanizagdo do espago integrado, entendemo-la ape nas como aculturagao do espaco natural e naturalizagdo de espago social, resultante do trabalho predutivo em que o homem incorpora A mde-natureza tragos de seu desenvolvimento cultural, Simultanea- mente, ele sofre una determinada naturalizagdo no seu suporte cul- tural, proporcional ao valor, respeite com que trata a Natureza , tentar atingir a dimensdo de natureza integrada somente é possivel na proporedo em que sentimos a natureza nfo como um apéndice (como pensavam os primeiros naturalistas/evolucionistas), mas sim como a prépria esséncia do nosso metabolismo - somos e existimos como na~ tureza dnica. Sob o capitalismo @ totalmente imposs{vel socializar © patrinénio natural/cultural em beneficio de todos, uma vez que a ténica da classe burguesa que di sustentagdo ao regime capitalista por natureza, isto é, faz parte de sua propria esséncia, a priva tizagéio crescente do patriménio natural e social. A tinica sociali- zagdo que hd ¢ que pode haver sob o capitalismo, notadamente nos paises dependentes como o nosso, em termos de apropriagio dos re- cursos e das riquezas é a favor da classe burguesa, em virtude de ser unicamente ela quem usufrui dos valores gerados pelo trabalho dos trabalhadores reais, da produgdo, dos espagos naturais e cultu vrais como fontes de ganho, de descanso e lazer. Por deter a proprie- dade dos meios de produgZo a burguesia privatiza (o que quer di~ zer, socializa para si) as melhores terras, as melhores matas, as melhores fontes hidricas, as concentragées minerais, 0s ambientes atmosféricos, os melhores recantos, etc.), em bens sociais de lu 136 B. Goiano Geogr. 9 e 10 (1-2): 127-184, jan./dez. 1989/30 cro e de gozo social. Basta olharmos para "os nossos rios" turisti cos (como o Araguaia, por exemplo) para verificarmos quao dificil se torna, para a grande maioria da populagdo, o acesso livre, de- edide © sen Gnus ao seu desfruto. Acsistimos no dia-a-dia 3 pri vatizag&o erescente do espago Fluvial que de lei pertence & Unido, €, portanto, deveria ser um patriménio de todos e ndo de une pou cos privilegiados. especuladora, nao Muito em breve, nesta sequénc: haver& como chegar 20 desfruto dos ambientes turfsticos se ndo nos submetermos 4 condigao de sécios de clubes, de recantos, de pousa- das ou cousa parecida(*). Mas, isto tudo faz parte do funcionamen= to normal do mode de produgo capitalista 2 que estamos submetids. Nao & nada de anormal quando visto sob a dtica dos dominados - quem possui, tem riqueza e tem poder. 0 capitalismo, coma classe que lhe da sustentagdo polftica, econdmica e ideoldgica (a burgue- sia) somente pode existir ¢ reproduzir-se como sistema e como clas se se conseguir manter a continuidade da capitalizagdo ampliada. Is. to subentende a obtengo do lusro maximo, uma vez que na arena ca~ pitalista a concorrSncia conduz sempre & eliminagdo dos mais fra~ cos. A obtencdo da gananeda (Lucero) @ conseguida através de uma lu ta intestina em que sobrevive o mais forte, 0 mais sagaz, 0 mais aético, o mais vapina, sendo todos os meios empregados tidos como validos e justificdveis pela moral burguesa. Un dos instrumentos mais enganadores que a classe burguesa utiliza para ludibriar a classe trabalhadora est& na pro- eralismo econdmico que colocam na ca~ pagagdo dos postulados do beca das pessoas a falsa imagem de que "todos", sem distingao, po- (4) determinados paises capitalistas europeus que obtiveram avanges sociais a0 longo de suas historicidades pogsuen hoje politica mais avangadas de prote 2 20 meio anbiente. Isto , hi una correspondéncia mais hammoniosa entre 4 privatizacdo a estatizagao (por exemplo, os paises escandinaves). A ax plicagdo esta vincwlada ao fato de que estes paises alimentan-se de — oap: tais gerados a custa do subdesenvolvimento dos povos do "Terceiro Mundo" via imeriglisno econnico, Verifica-se, portanto, a socializagéio dos espa~ gos de vivencia a favor dos espagos nacicnais dos paises tidos com desen~ velvidos, caloada na privatizacéo de territdrios dos paises dependentes, co mo saberos, fontes naiores de lucro de sustentagio do mundo deservolvido. 8. Goiano Geogr. 9 e 10 (1- J: 127-144, jan./dez. 1989/90 137 dem enriquecer ou ficar ben de vida na conjuntura do capitalismo, una vez que ele repassa a ideclogia de que as pessoas so livres para disputarem "en igualdade de condigdes", o mercado da produgdo e da comercializagSo (livre concorréncia). Em verdade sabenos que 9 grande capital monopolista elimina, prat amenté, a quase total, dade dos seus pretensos concorrentes na arena capitalista. 0s trabalhadores nio possuem os meios de produgio, portanto, nlo ossuem © poder de decisdo, de determinagdo, nde edo responsaveis pela degradagao ambiental praticada. Submetidos 4 con tratacdo capitalista eles ficam & mercé da contingéncia do traba- lho capitalista e, evidentemente, por razées concretas de suas exis véncias ndo possuem condigdes objetivas de impedir a degradagio do meio ambiente. As categorias mais politizadas de trabalhadores, as mais organizadas ¢ disciplinadas 34, imprimem em seus vespectivos ambientes de trabalho lutas especificas no sentido de meLhorar sas con Ses de trabalho. Mas, no geral, o trabalhador que somente Possui a sua forga f: sica e mental de trabalho, e é obrigado @ ven ae a fim de que possa sobreviver ¢ se reproduzir como trabalha- dor, no pode sé empenhar na dimenso desejada para proteger omaio ambiente. Todavia, isto no significa que ele seja um alienado pis cada vez mais toma conseiéncia e participa, no sentido de ser uma forga canalizada na busca da ordenagdo racional do espago do seu trabalho, descanso e lazer. A vespensabilidade maior pela degradagdo ambiental recai sobre os homens que detém o poder politico, econdmico da na- go, em vista de os niveis de responsabilidades seren diferencia~ dos, Como indivfduos, nfo podemos ter 2 mesma responsabilidade dos poseuidores dos meios de produgdo e do Estado, em razéo da questdo ambiental passar pela quest&o da propriedade dos meios de produ ges e posse do poder politico © DISCURSO ECOLGGICO NO QUADRO ATUAL DA REALIDADE BRASILEIRA Ne presente, podemos enquadrar genericamente = ria e a prética ecoldgica levada no territéric brasileiro em trés posturas de comportamento social: 1, a doe empresivios, que vespondem por quatro nf- veis de pratica: 138 B. Goiano Geogr. 9 ¢ 10 (1-2): 127-144, jan./dez, 1999/90 a) os pequenos e médios empresdrios le sdo muitos) que, por razio da concorréncia intercapitalista e por possuiren fraco suporte de capital de giro, nlio ten como aplicar parte dos seus lucros na melhoria do meio ambiente, razo pela qual a luta ecolégica nfo se insere no rol de suas preocupagdes; b) os empresarios (e sdo poucos) que equacionam, em parte, o desenvolvimento e a prépria produgde com a preservagdo do espaco produtivo. Num dado momento de yositiva lucratividade eles investem uma parcela minima do lucro na methoria do meio ambiente, desde que néo cologue em risco o seu poder de concorréncia; €) os que ficam apenas no discurso ecolégico com o fito de tirarem proveito eleitoreiro ou vantagens oriundas de subs, dios e de concessdes; 4) os que transformam o meio geogréfico em espagos/ mercadorias (e so muitos) destinados a exaurir o méximo de renda, sem ter preccupagdo maior com a preservacdo ambiental em termos de utilizagdo racional dos recursos naturais. 0 espago prodizido & espago mercadoria, fonte de enriquecimento fécil e ilfeito, a fa- vor dos monopéiies que operam com as grandes empresas. Este 8 0 comportamento moral da maioria dos detentores das grandes empresas nacionais e transnacionais que atuam em todos os quadrantes do Bra sil transformados em espacos regionalizados da produg&o e comercia Lizacdo monopalista (# 2. a de milltipios segmentos da sociedade situados , principalmente, na pequena e média burguesia urbana (estudantes , funcionarios, profissionais liberais, professores, artistas, etc), que adotam posturas, em sua maioria de cunho utépico, pelo fato de acreditarem ser "esta uma questdo que se define pela vontade, pelo (9 No andprio EE.UU que 2 0 maior centro das matrizes multinacionais, o que se investe na produgéo > neio ambiente €, no geral, trés vezes menos que 0 estabelecido pela legislacéo do Pais, enquanto que a militarizagao d> pro- gresso cient {fico chega, fos dias atuais, a atingir 70% dos investimenwos aplicados & investigecdo e experinentagio cientifica. B. Goiano Geogr. 9 e 10 (1-2): 127-1u4, jan./dez. 1989/90 139 querer das pessoas no sentido de poderem rever o comportamento dos indivfduos que destroem o meio ambiente", No geral, empregan 0 discurso do "verde pelo verde" buscando sensibilizar as pessoas e desperta-las para o grave problema dos impactos ambientais, rever~ ter a consciéncia dos depredadores do meio ambiente; So idealistas pelo fato de acreditarem que, no com bate 4 destruigdo do meio ambiente & poss{vel engajar N segmentos da sociedade independentes de suas posigdes ideoldgicas, como se fosse possivel aglutinar patrées e trabalhadores numa mesma posi- gdo de luta. Esquecem que as classes sdo diferenciadas e que a ques, to ecolégica @ uma luta entre classes, as que detémo capital e as que possuem o poder da forga de trabaino. 3. 2 de um terceiro segento, "mais realista,em vir tude de procurar encaminhar as solugdes dos problemas ecoldgicos/ ambientais via incremento das lutas polfticas. 0 problema € coloca do contra a estrutura do Estado dependente do capital financeiro; contra grupos ¢ empresas que detém ndo sd 0 capital monopolista,co mo também a posse e uso dos espagos regionais. Entendem que a luta politica no elimina outras formas de luta, muito pelo contrério , ela se alimenta de todas, em especial da luta econdmica. Como a lu ta econémica é - ndo a Gnica e absoluta forma de luta - objetiva produzir mudangas na base econémica (a questo da posse dos meios de producdo, da produgdo, da distribuigdo © consumo) © adquirir as sim maior potencial de fogo contra os depredadores do bindmio Natu reza-Sociedade, constituindo-se numa forea superior de produzir mu dancas fundamentais na superestrutura (as diferentes formas de cons cigneia social, politica, juridica, educacional, cientffica, éti- ca, estética, religiosa, etc)". (Horieste Gomes, in A Questo Eco. légica: Idealismo e Realisno). Burgueses 2 trabalhadores sdo contrarios e num de~ terminado momento da maturidade (processo dialético) tornam-se an- tagénicos e irreconciliéveis. A Histéria ndo se materializa pela coalisdo entre as classes mas, muito pelo contr&ric, pelo embate sistemavico de uma classe X outra classe. A coalisdo de que so antagénicas una utopia ahistdrica que povoa a cabega de muitos verdistas por este Brasil afora. qo B. Goiano Geogr. 9 ¢ 10 (1-2): 127-144, jan,/dez. 1989/90 DA TERRITORIALIDABE DA LUTA ECOLOGICA A luta ecolégica/ambiental exige de nossa parte uma visdo de globalidade dos fendmenos que afetam direta e indiretamen te © nosso habitat. N&o podemos, simplesmente, nos ater A questo da Amazdnia, wma vez que a priorizagdo de uma regigo ou drea do ter ritério brasileiro, por si sé, @ insuficiente para combater a des- truigdo galopante do nosso patriménio natural/cultural, levando as pessoas a perderem a visio de conjunto que revelaria toda a dimen- so da degradago levada & pratica pelos grupos e empresas que com poem o complexo da oligarquia financeira. Assim como a destruigéo da Anazénia brasileira § um fato concreto abominével, que hoje des perta a atengdo mundial, da mesma forma, a destruigdo dos Cerrados (campos-cerrados, cerradio, cerradinho, campos limpos, etc.) é mar cada, talvez numa proporgao ainda maior em seus 258 de cobertura vegetal do territério brasileiro, pelo impacto voraz das multina- cionais agro-pastoris que monopolizan a produgdo ¢ comercializagdo da soja, do gado, da cana-dea-aglicar, do algodio, do milho, do ca- pim, etc., dos agro-téxicos e dos milltiplos implementos agrarios. Os ecossistemas dos cerrados séo rompidos e destrufdos na propor- go em que os monocultivos ¢ 0 eriatério quebram a diversidade do meio ambiente, destroem as cadeias alimentares e impdem uma padro- nizagdo de poucos cultivos (moneculturas) sustentadas a base dos defensivos quimicos agricolae em prejufzo gritante de todo o patri nénio natural/cultural que envolve a nossa existéncia. Em nome da superprodugdo (supersafras) a favor do capita! sacrificam a neturg za € a sociedade. As nossas comunidades ficam cada vez mais pobres enquanto que a produgo e sua consequente riqueze aumenta em bene- ficio dos poucos possuidores dos meios de produgio. 0 mesmo aconte ce com o Pantanal, as Caatingas, o Agreste, a Mata Atlantica, os Nangues, ete., enfim com todas as coberturas vegetais que sao “big mas" importantissimos para a nossa existéncia, os quais, conjunta- mente com outros fatores ambientais cono o clina, solo, aguas, re- levo d&o sustentagdo aos ecossistemas, responsdveis naturais pelo equilfbrio da natureze integrada, portanto, pela nossa pr pria existéneia. A destruigde dos nossos Campas-cerrado € tho vio- lenta quanto a destruigdo da floresta Amazénica, e suas implica~ ges hoje sio tao malévolas quanto a dilapidagdo do patriménio ama zénico. Nos cerrados (em sua abrangéncia total) hd maior ocupagdo (4-2): 127-184, jan./dez. 1989/90 ligada em nGiviplas atividades ligadas 3 humana @ econdmica mater produgdo de monocultivos (em detrimento da policultura) e do eria- sio intensive € extensive. A minenagdo $Z atinge valores econém, indimeros conplexos minerais (provin- superficie do Brasil e cobertos pela cerrados; como exemplo citamos os com Brava em Golds. a, Cana em qualquer lugar que & quanto ao seu porte, de corrupgdo, ete... ito superior 40 o capitel usurgeio, 20 capi produgdo joga um paj tal (acumulagi A ECOLOGIA E A QUESTAO AGRARIA (0 caso do Rio Araguaia) - Yejamos através de um exenplo concreto bem elucidativo, como & possivel impedir a degra dagGo co meio azbiente pelo emprego das variadas formas de lutas de cur (educacional, Stica, estética, cientL fica, Jevarmos a luta politica © a econdni ca a un questionamente mais profundo, isto 8, a verdadeira nature- a os produzidos pela ago nefasta co causador dos denominados impactos ambientais: . a quem pertencem os meios de produgdo? . come séo utilizades? quem se beneficia dos resultados auferidos da pro dugho? . qual moral atinente d natureza e & sociedade é praticada pelos detentores dos meios de produgao? Se tomarmos como exemplo a preservagio (utilizagdo racional) das noscas fontes hidricas (como as bacias nidrografi- ces), salta cos nossos olhos que & totalmente impossivel impedir a aye B, Goiano Geogr. 9 © 10 ¢ “244, jan./dez. 1989/90 destruicdo progressiva e geonStrica de nossos nananciais aqudcicos espainados por todos os quadrantes do Brasil, se ndo efetuarmos uma veforma agraria efetiva. A terra, como neio de produgdo, seria transformada numa propriedade social, portanto bem de todos, vra~ tada como devide respeico para além de sua fungdo produtiva, a sua Fungo de suporte ine nose dos sares vives. Como preservar o pio Arag: fazencas vos chegan até as barrancas do seu Leito de criatério ¢ de cul rompendo, pela derrubada da vegetaglo navura., todo 0 suporte ce protegdo @ sustentacde ao equilfbrio do ecossistema entre o meio natural e 9 meio vivo ani nal ou vegetal? Como preservar o rio araguaia se mil das de agrotéxicos sdo langadas ex Lixiviagdo, pela lavagem e erosio y % eo paro de utilizagdo do solo, de comb, assepsia dos animais - de maneira de parte, por incorgorar-se aos (afluentes, subafluentes) que v, ica evidente que todavia, hd que priorizar as lutas econdnica e pol terminantes no processo da mudanc ai lidade naturel/social superior em ra as geragées do presente e do futuro. A questo do Araguaia ndo @ una questo isolad= den iro do contexto brasileiro, muito embora cada ric e sua bacia po: sua a sua prépria particulanidade. A necessidade de saivarmos rio Avaguaia & uma tarefa urgente que se coloca ante todas as pes- todas de- soas conscientes. Da mesma forma corna-se urgente s. as areas e regiées srasileiras que esto sendo cris gradadas 7 pelos que colocam a riqueza material indivi Gual acima do ben comum, notadamente os grandes empresarios nazio- nais e transnacionais que transformaram e transformam o territScio brasileiro em espacos/mercadorias de ganincia maxima. Alias, a es- B. Goiano Geogr. 9 @ 20 (1-7): 127-184, jan./d séneia do modo de produglo capicatisca vada dos meios de produg&o coloca coro evescente reprocugdo ampliada d tende em vista que a concorrncia constante no sistem nanceiros, monopolista, na face do a volvimento capitalista - capitalism monopolista de Estado, ist os Estados tasionais dependentes a service do grande capital ceiro multinacional, as aliangas tornan-se cada vez mais dif: menos consistentes e duradouras. ta proporgéo em que eresaen vimentos de Liberacdo nacionais, os anseios, as aspiragder: « sociedade internacional mais justa e igualitaria, pautada ra interdg So pendéncia Homer eza (interagio mérua) cresce en quantica de @ qualidade uma consciéneia social que comes sicionar politicamente ante os devratores cs ciedade, vindo-as come patrinénios maiores para a nossa vide mate~ vial e espiritual em termos de vivneia terrena. Comega a surgir uma conseiéneia social que corres- zada), que ponde aos anseios maiores da socicdade (sociedade human: deseja que 0 espace de nossa exiscéncia presente ¢ futura seja are servado em seus valores naturais @ sociais. Isto significa que a cigneia, a técnica e a produgdo n&o podem ser mar ea dos © aciona gas no sentido de satisfazer interesses que nfo coadunam (ndo pos~ suem correspondéncia social) com os interesses da maioria da popu- lagdo. HE que se utilizar racionalmente os recursos naturais reno- vaveis e ndo venwvavei do solo, do subsolo, da atmosfera, as naté rias-primas, 2 fim de manter-se 0 equilfbrio dos ciclos naturais submetidos As suas leis de veprodugdo. A que crescer cota nova conseigneta que eeseda ps & ra sie para toda 2 soci dade presente e furura, 9 espago w doe preservads en seus valores integrais. lo conjun cionamento social crescente traduz © processo das lutas classes que no presente se encontram antagénicamente Civididas - possuidoras e nfo possuidoras des meios de produce. aaa 8. Goiano Geogr, 9 10 (1-2): 127-144, jan./dez. 1989/90 Una minoria detém todo este potencial de recursos e riquezas, em detrimente do conjunto maior da populagdo brasileira que se encontram - como & do conhecimento piiblico - despojada, no sentido do uso social da quase totalidade dos bens gerados pela na tureza e pelo trabalhador efetivo dos reais produtores, o que sub- entende dizer, os trabalhadores que produsivam e vim produzindo ao is gue consumims e os A luta para a humanizagdo do espago produzids ea ser produzido, subentende dotd-1o de dimensdo social para toda a comunidade brasileira, e exige que transfornenos @ na em natureza para nds, a sociedade em si em sociedade para nds. Natureza Integrada latureza e¢ Sociedade em Si - Natureza e Sociedade para nis

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