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CASOS PRATICOS CASOS PRATICOS RESOLVIDOS Maria Olinda Garcia - Sandra Passinhas 42 Edigado ALMEDINA INDICE I. COMPRAE VENDA Caso 1 - Efeitos da compra e venda... 19 Caso 2 - Proibigdes de venda I 22 Caso 3 - Proibigdes de venda II 24 Caso 4 - Legitimidade para vender bens do casal. 7 Caso 5 - Venda de bem alhei 29 Caso 6 - Venda de bem onerado 31 Caso 7 - Venda a retro... 34 Caso 8 - Venda a contento. 36 Caso 9 - Venda com reserva de propriedade 38 Caso 10 - Vendas ao domicilio... 40 Caso 11 - Envio de bens nao solicitados. 43 Caso 12 - Venda de coisas defeituosas I 45 Caso 13 - Venda de coisas defeituosas IL 48 Caso 14 - Venda a prestagoes. sl TI. COMPRA E VENDA DE BENS DE CONSUMO Caso 1 - Direitos de rejeica Caso 2 - Imperatividade do regim: Caso 3 - Venda com instalacio... Caso 4 - Transmissao do bem a terceiro.... Caso 5 - Termo do prazo de garantia em caso de substituigao do bem. Caso 6 - Resolugo do contrato Caso 7 - Resolugao do contrato II CONTRATOS CIVIS - CASOS PRATICOS RESOLVIDOS Caso 8 - Falta de conformidade de bem recondicionado. Caso 9 - Fornecimento de contetidos digitais... m II. DOAGAO Caso 1 - Doagao a incapazes e cléusula de reversii & Caso 2 - Doagio modal. & Caso 3 - Incapacidade superveniente do doador... 8 Caso 4 - Revogacao da doacio por ingratidao do donatério I. 70 Caso 5 - Revoga¢ao da doagao por ingratidao do donatério II. 2 Caso 6 ~ Proibigdes de doagao — 94 Caso 7 - Condigao contréria a lei.. 96 IV. SOCIEDADE Caso 1 - Uso das coisas sociais. 101 103 Caso 2 - Mudanga do objecto social e concorréncia desleal. Caso 3 - Responsabilidade por dividas e repartigao dos lucros.. Caso 4 Morte e exoneragio dos sécios... Caso 5 - Caducidade e liquidacao da sociedade Vv. LOCAGAO Caso 1 ~ Aluguer: uso para fim diverso... VI. ARRENDAMENTO 123 b Caso 1 - Prazo. y Caso 2 - Legitimidade para dar de arrendamento . 126 Caso 3 - Oposigao a renovacao/dentincia .. . 128 Caso 4 ~ Dentincia. - 13 Caso 5 - Transmissio por morte el Caso 6 ~ Resolugio do contrato I. - a I Caso 7 ~ Resolugdo do contrato II Caso 8 - Resolucao do contrato III. Caso 9 ~ Resolucao do contrato/trespass: Caso 10 - Aumentos de rendas nos arrendamentos antigos 4 he la INDICE VII. COMODATO 159 161 163 Caso 1 - Responsabilidade por vicios da coisa: Caso 2 - Uso para fim diverso e cessio a terceiro Caso 3 - Caducidade Caso 4 - Precario Vill. MUTUO Caso 1 - Vicio de forma... 169 Caso 2 - Nao pagamento dos juros... qi IX. MANDATO Caso 1 - Nao cumprimento do mandato 175 Caso 2 - Mandato conjunto.... 178 Caso 3 - Livre revogabilidade.... 180 Caso 4 - Responsabilidade do mandatéri 182 Caso 5 - Mandato sem representacio.. 185 Caso 6 - Mandato para vender... 187 X. DEPOSITO Caso 1 - Desaparecimento do be! 191 Caso 2 - Deterioragao do bem... 193 Caso 3 - Retribuigio .. 195 XI. EMPREITADA Caso 1 - Obra intelectual... 201 Caso 2 - Obra nova. 204 Caso 3 - Deveres de informacao do empreiteiro 206 Caso 4 Defeitos da obra ¢ subempreitada... . 209 Caso 5 ~ Vicios nas partes comuns de um edificio em propriedade horizontal. 211 Caso 6 ~ Transmissio da propriedade da obra ¢ risco... 214 218 Caso 7 - Abandono da obra... Caso 8 - Desisténcia da empreitada Caso 9 - Nova construgat CONTRATOS CIVIS - CASOS PRATICOS RESOLVIDOS Caso 10 - Protecgio do consumidor no contrato de empreitada Caso 1 - Reparagao urgente nnn | cue syqri02 COMPRA B VENDA CASOL ‘No dia 1 de Margo de 2011, Abel vendeu o seu automével a Bento, verbal- mente, pela quantia de 10 000 Euros. Nesse mesmo dia, Abel entregou 0 automével a Bento, Este comprometeu-se a entregar um cheque a Abel, no dia seguinte, para pagamento do prego. No dia 30 de Marco, Bento ainda nao tinha procedido ao pagamento, apesar de virlos telefonemas de Abel para que pagasse o montante em di- vida, mas continuava a conduzir o automével, comportando-se como seu proprietirio. Poder Abel, nesta data, resolver o contrato e, consequentemente, rea- ver o automével que entregou a Bento? RESOLUGAO, prea ees hg covraaras cis -CASOS PRATICOS RESOLVIDOS RESPOSTA. ovasoemapreg sus questoes que respeltam a0 efeitos, decomp evenda Pore que umeconerito de compra e venda Prod isu dos seusefettosterd deser, antes de mals, um contrato vil, 4h sae om primero lugs, ever sex brevemente analisada aa contrato celebrado entre Abel e Bento. Quanto validade subsanng Gunnadannenuncadosogerequeas partes nfo tvessem plenacna! apollo que nfo uvessem legitimidade para celebrar 0 contrton Merce vse reqistad alguna petologia que afectasse asus vontaie gs’ trata Devernos conclu, assim, que ocontrato€ substancialmente yy) B estaremos também perante um contrato formalmente vildce noenunciado que avenda do automével fl realizada de modo verb geral em matéra de validade dos contratos encontra-se consagrady figo 219 do CC (lberdade de forma), Assim, quando nao exista diye legal que expressamenteexja forma como condigfo de validade, 0 celebrado verbalmente ser vilido. Pelo contrério, a. inobservincia, ae eee eee earl dade do negscn tah ‘mos do artigo 220.2, a No que respeita & venda de automéveis (mesmo tratando- eto reg) nog fora como condo coal que o negécio celebrado verbalmente entre Abel e Ben As formalidades necessérias para efeitos de era Se le registo do automével (de teen *s) no so condico de valid Ter oe ado, assim, sie ee um contrato de compra e venda form peer met lt impos considera os efeitos produids pce compa venda Bstes podem quais sto 0s efeitos essenciais do contrat! pended a gpa se ids efeitos els ~ tans i efeitos obrigacionais - a obrigagio de? {regat a coisa (que Abel cumpri rego (que. Bento niocunpra) € a correspondente obrigagio de pig! O efeito real (a tran poduiase teed a propriedade do auromével ven tg 408% nt doce Cet do contrat nos termes 409), ue Abel no reservou a propriedade -s4 Proprletério do automevel, pear? idoarespectivaobrigasio). ‘COMPRA E VENDA Face a este incumprimento de Bento, Abel pretende saber se pode resol- ver o contrato e, assim, voltar a ser proprietirio do veiculo. Todavia, o artigo 1886. nfo lhe dari razio, Dispoe este artigo: “transmitida a propriedade da coisa, ou o dircto sobre ela, efeita a sua entrega, 0 vendedor no pode, salvo convengao em contrdro, resolver ocontrato por falta de pagamento do prego”. "Assim, como Abel, quando entregou 0 automével a Bento, nio con- vencionou com este que essa entrega nfo afastaria o seu direito de resolver ‘© contrato por falta de pagamento do prego, fica inibido de poder exercer esse diteito. ‘Abel deverd, assim, recorrer a acgo de cumprimento, prevista no artigo 8178 do CC (e leis de proceso), para exigir judicialmente o cumprimento da obrigacio em falta. ia im CCONTRATOS CIVIS - CASOS PRATICOS RESOLVIDOS CASO2 Bm Janeiro de 2009, através de documento particular, Anastécia um reldgio de ouro com diamantes & sua neta Bérbara, de 20 anos de por $000 Buros. Nessa altura, Carlota, de 17 anos de idade,irma de pus’ tomou conhecimento do negécio mas nfo manifestou qualquer o ig porque Barbara, por vezes, lhe emprestava o reldgio. Posi Nojantarde Natal de 2009, Daniel, to de Birbara,reparou que esa 0 relégio que pensava ser de Anasticia (mie de Daniel) e tomou, eng’ conhecimento do negécio, oi =Diga se, em Janeiro de 2011, alguém poder4 reagir contra o j brado entre Anasticia ¢ Barbara, sabendo que eta Biches (oie, filho de Anasticia, jé tinha falecido. 4 RESOLUGAO COMPRA E VENDA RESPOSTA © cato conereto respeita a um contrato de compra e venda celebrado centre avé e neta. Sendo 2 compradora maior de {dade, nfo havendo informagao sobre 2 cexisténcla de qualquer vclo na formagio do contrato, e nfo sendo exigid Gualquer forma como condigio de validade, pareceria, numa primeira abor- Aiagem, nto exstrem raz6es de ordem substantiva ou formal para uc 0 con- trato no fosse vilido, ‘Todavia, a relagio familiar tio de saber se, em conereto, artigo 8773. ‘Nos termos desta norma, Anastécia ndo podia vender o rel6gio a Bérbara sem que o filho (Daniel) e a outra neta (Carlota) dessem o seu consenti- mento, Sendo Carlota menor, 0 seu consentimento poderia ser judicial- mente suprido. ‘Como a venda se realizou sem consentimento daquelas pessoas, 0 con trato é anulével, nos termos do artigo 877.%,n.° 2. ( regime de invocagio desta invalidade ¢, porém, diferente do regime geral da anulabilidade, previsto no artigo 2872. As diferengas respeitam tanto ao Ambito dos sujeitos legitimados para o efeito como & contagem do prazo para essa invocagio. ‘Assim, no caso concreto, nao é qualquer interessado que pode invocar a anulabilidade do negécio, mas apenas o filho e a outra neta, ou seja, aqueles cujo consentimento era necessério para a validade do negécio. (© prazo para invocar esta invalidade & de um ano a contar do conheci- oe dda venda ou do termo da incapacidade (quando se trata de um inca- paz). ‘No caso concreto, Daniel (que se supe ser maior de idade) teve conhe- a ee Dezembro de 2009, mas até Janeiro de 2011 nao rea- iu, pelo que, tendo passado mais de um ano, 0 seu direito de arguir aquel invalidade ices Claes Quanto a Carlota, que era menor (tinha 17 anos) a data em que teve conhe- cimento do negécio, s6 quando completar 18 anos comega a correr 0 prazo de um ano para arguir a invalidade do negécio. ‘entre as partes deste contrato suscita a ques se verifica a proibicfo de venda prevista no cpnraaros ci C4808 PRATICOS ESOLYIDOS cAsO3 Acindo e Belarmino, propietiros de dots prédios risticog cy entrar em confit por causa das dreas desses prédios,aleganig Gueuma pate do terreno oeupad por Belarmino era sus propi at ‘Para yr solucionado o conflto, Arlindo propés acgéo em cr Belarmino. “Antes da marcegio de audiencia de discussio e julgamento do ‘Arindo vendeu o dito terreno & mulher do juiz do Tribunal de ‘Menores daquela comarca. Quid trie ay = RESOLUGAO COMPRA. VENDA RESPOSTA ‘0 caso em anilise coloca o problema de saber se estaremos perante uma proibigio de vend. 1econtratual, que (na sua vertente de liberdade de O principio da liberdad contratat) permite a lve celebragao de qualquer contrato e com qualquer pesto, cofe algumas Iimitagbes legis. As profbighes de venda esto entre cessas limitagbes. (O artigo 876. profbe a venda, deste artigo que: “do podem ser con de coisa ou direitolitigioso. Dispoe on." 1 rmpradores de cotsa ou direto litigoso, quer di rectamente, quer por interposta pessoa aqueles a quem a lei ndo permite que sejaflta ir cesdo de créitos ox dirctos tigiosos, conforme s spe no capitulo respectv0"- "A sangio para a venda realizada em desrespeito por esta proibicio ¢ 2 ulidade do negécio (artigo 8763, n# 2), mas tal nulidade nio poderé ser invocada pelo comprador (artigo 876.*,n.°3). ‘Como o:n! 1 do artigo 876. remete para o capitulo respeitante & cessi0 de créditos on direitos litigiosos, Ié que encontraremos a identificagao dos ‘sujeitos que nfo podem ser compradores de coisa ltigiosa. ‘A coisa ters natureza ltigiosa, nos termos do artigo 579 n 3, quando “o diet iver sido contestado em jutzo contencioso, ainda que arbitral, por qualquer dos interessados’ ‘Quanto aos sujeitos abrangidos pela proibigio, dispde o artigo S79, nf, ques “acess de crédito ou outros direitos litigiasos fetta, diretamente ou por {nterpostapesoa, a futzes ou magistrados do Ministério Public, funcionérios de jus= tiga ou mandatérios judas € mula eo procsso decorer na drea em que exercem habitualment a sua actividad ou profs; €(ualmente nulaacesdodessescrédits felt a peritos ou outros auxiiares da justca que tenham intervengdo no respective proceso" ‘No caso concreto, o terreno em disputa néo foi vendido a nenhum dos sujeitos expressamente referidos nesta norma. A compradora do terreno & ‘mulher do juiz.do Tribunal de Familia e Menores da comarce onde corre 0 processo, TTodavia, on? 2.do artigo S79.* determina que a venda ¢ feta ainterposta. ‘pessoa quando ¢ feita (entre outros) ao cénjuge do inibido. Assim, caso se entenda que o juiz do Tribunal de Familia e Menores daquela comarca esti {nibido, também o estaré 0 seu cbnjuge. ( juiz do Tribunal de Menores nio tem, na realidade, qualquer hipétes tebrica de poder influenciar 0 sentido da decisio eee tee Fs Tp TT CCONTRATOS CIVIS ~CASOS PRATICOS RESOLVIDOS ul corre no tribunal comum, Todavia, quando o artigo 5794 pe te pfere a "irea onde exercem habitualmente” parece estar a preyer _geogrifica (a comarca), pelo que, Bese eereostto, a mulher dough CASO 4 Sere ae Nar tiie tery [Em Janeiro de 2008, Américo, casado em regime de comunhio geral de co, ° essa venda serénula, Porém, como decorre do m.* 3 do artigo 876, bens com Zulmira, vendeu a Bernardo, verbalmente, por 100 000 Euros, um pradora nfo pode invocar essa nulldade, quadro de Kandinsky, que a sua tia Felisberta havia deixado em testamento a es : | fo easal, Américo entregou, de imediato, 0 quadro a Bernardo ¢ este pa- feina od qa i anivaib d | ee depois, Bernardo vend: quadro a Carlota, ps YMC ade um ano vendeu esse quadro a Carlota, pessoa eine vantages seen sh ech . conhecida de Zulmira. A\oabbupaninm in, gia ta) warmsiy x | No Natal de 2010, Zulmira foi convidada para uma festa em casa de Car- sans a taint x | lee vio quadro expono a sal, tendo, entfo, fcao a saber que tanto [orisieaweabs di abesiieon ui» || Carlota como Bernardo ignoravam que ela fosse casada com Américo. us Quid iuris? RESOLUGAO, CONTRATOS CIVIS = CAML" RESPOSTA locas, no caso em aprego,o problema de saber se 0 contrat, en celebrado entre Américo e Bernardo sé um contac gh Do pont de vist formal, apesar de o objeto do contrato gery de elevado valor, trata-se da venda de um bem mével simples, pelg neste dominio a regra da berdade de forma, previstano artigo 219% portanto, vilido o contrato verbalmente celebrado, “4 Do ponto de vista da valldade substantiva do contrato, impor logo notar que oobjecto vendido é um bem comum do casa, jé que ss dosno regine da comunhto geral de ens (artigo 1732. seguiney Nos termos do artigo 1682811 aallenagfo de meets comuns apy minitagiocafba aos dois cOnjuges crete do contentinento de ambos a’ ssa allenago constituir um acto de administracio ordinéria, | No cato conereto, dado 0 elevado valor do bem vendido, factneney conelul que nfo se tata de um acto de administesio ordindi, pen ‘Américo nfo nha legitimidade para vender o quatro sem o consenting deZulmira, Consequentemente, aquela venda ¢ anulével,nos termos do artigo 1651 @requerimento de Zulmira, no prazo de seis meses a partir da data em ge teve conhecimento do negécto, mas desde que ainda nio tenham decors tals de 3 anos sobre a celebragio do negécio. Assim, como o negéclof selebrado em Janeiro de 2008, Zulmira poderia agir até Janciro de 201. Todays, on.#3 do artigo 1687. estabelece um desvioaestaregranahip- tese de-venda de bens méveis néo sujcitos a registo, Nesta hipétese, estands © sdquirente de boa féa anulabilidade do negécio nio Ihe pode ser opo Plocbojuge que nto deuoconsentimento, 10 caso concreto, tanto Bernardo como ‘Carlota ignoravam que Américd fosse casado, pelo que havendo oa fé tanto do adquirente initio como segunda adquirente, Zulmira nada poders fazer, CASO 5, z a \Svel, que cos- Em Janeiro de 2009, Adriano vendeu a Beltrio um autom ca coh mas que pertencia & sua av6 Zulmira. Adriano informou Beltro de que o automével anda nto lhe pertenela mas que experavs2d- quiri-lo em breve, jé que Zulmira estava gravemente doente ¢ Adriano sabia ue era contemplado no seu testamento. ‘hipdrano entegouosutomévela Beso ete enregoutheo prego con vencionado. f a Em Maio de 2009, morreu Zulmira mas, contra a expectativa de Adriano, aquela legou 0 dito automével ao seu primo Carlos. Quid turist z g : $ ° eames bos oscars caso eaCns 0 COMPRA. VENDA ‘cont RESPOSTA CASO6 susctao problema da validade do contrato de comp, eltrfo. a an nl do qual ndo era proprietirio. Era meyy dee deape eteul, i que a propetii The permits que o cond aera ndo inka legtimidade para vender um bem allo, aa vende automérel, Adriano informou Beltr¥o de que tiny a expecta dea ser propritcodo veculo, Deste modo no vend fol lel como ppl assim como cose que speraraadquirt, aplicagao 0 dispost Cite eetiedivens debesalicion) masquy TESOLUGAO ficando aquela venda sueita ao regime da venda de tens futuros, O contrato nao é nulo. E, sim, um contrato valido, ‘Nos termos do artigo 880.' n.t 1, 0 Adriano fica obrigado a exercer 4 Ailggnis para que Beltrioadqura a propriedade do automével,nomeais ‘mente procurando convencer o seu primo Carlos a vender-Ihe esse velculo, Caso Adriano enka a adquirir oautomével, a propriedade transfere-se paa Bef ao teons dose 408 #2, no momento desss aqusito (sn necessidade de qualquer acto translativo adicional. Ee ee ete ate (aoccadamene pe Carlos nfo Iho querer ender), avers impossibilidade de cumprimento in- ‘putével a Adriano, pelo que Beltrio poders resolver o contrato, nos termas doartigo 801%, n#*2e, consequentemente, exigir a devolucao do prego pago. ‘Quanto a Carlos, actual proprietério do imével, aquela venda é ineficw. ‘Assim, como a venda néo produz efeitos em relacdo a ele, Carlos pode ret ‘indicat o automvel a Beltro, caso este ndo Iho devolva voluntariamente. Em Agosto de 2009, Asdribal vendeu a Belchior (emigrante em Franc) ‘uma moradia por 200 000 Euros. Em Dezembro de 2009, Belchior regressa definitivamente a Portugal ¢ pretende passar a viver naquela moradia. Porém, constata que ela se encon- tra habltada por Casimiro, que a tinha tomado de arrendamento a Asdribal ‘em Agosto de 2006, pelo prazo de 6 anos. Quid turist ( caso concreto I a conreatos civs - CAs08 PRATICOS RESOLYIDO' RESPOSTA. Coloca-se, no caso concrete, o problema de saber que direitos asing, a Belchion, comprador de um imével que se encontrava arrendado,« desconhecia a existéncia desse arrendamento. (O arrendamento a Casimir, que vigorava desde Agosto de 2006, nay, afectado na sua subsisténcia pela venda do imével a Belchior, em Agosto 4 2009, pols, nos termos do artigo 1057. Belchior sucede necessartamente posigio de locador de Asdribal, jé que adquiriu o direito (de propriedas) com base no qual o contrato tinha sido celebrado, i Deste modo, o direito de propriedade apresenta uma limitacdo (nos sey poderes de gozo) que no cabe nos limites normalmente inerentes a eg tipo de direito, Belchior nfo pode habitar o imével porque este se enconty habitado pelo arrendatétio, cujo dreito subsiste ¢ nao era do seu conhec. mento prévio, Caso Belchior tivesse conhecimento prévio dessa limitago, muito prov. velmente nio teria adquirido aquela moradia, pois pretendia passar a viver nesse imével apés regressar definitivamente a Portugal, ‘Veriica-se, assim, uma situagio de venda de bem onerado, regulada m9 artigo 905," seguintes, sendo o contrato anulével por erro (do comprader) ou dolo (do vendedor). _ coi too vendedor eb itencionalment cakado a extn arrendamento ou o comprador, por lapso, nao se tenha aperce- bido da eristéncia desse contrato (sendo esta informagio essencial para 1 ae Jeanie lg 2470, veiarse-o os requsos pare aa es pe es ee apresenta, porém, algumas particularidades. onsiste igo que sobre 0 vendedor impende de fuzet convalescer 0 contrato, eliminando os ‘énus ou limi ee ,u limitagbes existentes, como ‘Caso os én aoe a a an Peer eeseare (seja pelo cumprimento sade aula ota edo, ot por algum outro facto) Nem todos os pos de dau ou linitsbes ag ‘dos por acto de: peneads calasee dee Sao susceptiveis de ser elimi 'vendedor. Seo dnus é, por exemplo, ‘Wa garantida para que esse nus Bae que assim se encom ‘COMPRA E VENDA Porém, se a limitagio consiste na existéncia de um direito de terceiro, cemergente de um contrato do qual o vendedor jé no é parte (porque a sua posicio se transmitiu nos termos do artigo 1057), nada poders fazer para climinar essa limitagio. ( contrato de arrendamento foi celebrado em Agosto de 2006, pelo que poder terminar em Agosto de 2012, caso Belchior (novo senhorio) se opo- nha & sua renovagio, nos termos do artigo 1097, com um ano de antece- déncia, ‘Assim, caso Belchior tivesse outra casa onde pudesse viver até a extingio do contrato de arrendamento, e se demonstre que ele sempre teria adqui- rido aquela moradia, embora por preco inferior, haverd redugio do preco (em vez de anulagio do contrato), nos termos do artigo 911.%. Nio se verificando esta hipétese, e decidindo o comprador invocar a anu- labilidade do negécio, terd direito a ser indemnizado pelos danos emergen- tes do contrato, na hipétese de ter havido apenas erro (nos termos do artigo 909.2), ou por todos os prejuizos que néo teria sofrido se a compra nfo ti- vesse sido celebrada, no caso de ter havido dolo do vendedor (nos termos do separa cis -cAS0S PRATICDS RESOLYTDOS ccontnaros ct cAaso7 de Mato de 2007, Aniceto vendeu a sua casa a Bel aan Buros, No contrato fol Inserida uma cléusula.n0s termos am ‘Aniceto poderia resolver 0 contrato, @ todo 0 tempo, dentro do pa Ganon, deade que pagsse a Belarmino 120 000 Euros. Esta cliusula ft ccrita no Registo Predial. fm 3de Abril de 201, Belarmino vendeu a cast a Constantino, (Quid uri RESOLUGAO 0 a eee Ene ‘COMPRA E VENDA RESPOSTA. (© contrato de compra e venda em andlise configura a modalidade de venda a reo, regulada no artigo 927. e seguintes. ‘Esta modalidade de venda apresenta a particularidade de regime que se traduzna faculdade conferida ao vendedor de livremente resolver o contrat ¢, assim, reaver a coisa vendida (devolvendo o prego recebido). ‘Para que o vendedortenba a faculdade de resolver o contrato, tal hipéte~ se terd de ser expressamente convencionada pelos contratantes; € para que produza efeitos em relagio a terceiros tratando-se da venda de iméveis ou de éveissujeitos a registo, essa convencao terd de ser registada (artigo 932."). ‘0 prazo para o exercicio do direito de resolugéo pelo vendedor sera i- yremente convencionado pelas partes, mas nao poderd exceder os prazos ‘mfximos fixados pelo artigo 9298, que sao de 2 anos para a venda de coisas éveis e de S anos para a venda de iméveis. Caso esses prazos sejam convencionalmente alargados seré 0 contrato nulo, por haver violacio de uma norma imperativa? ‘A resposta ¢ negativa. O contrato nio ser4 afectado pela invalidade da cléusula, pois, nos termos do n. 2 do artigo 929°, passario a aplicar-se 05 prazos legais previstos no seu n* I. Assim, no caso concreto, como as partes convencionaram um prazo de 6 anos, esse prazo serd automaticamente redu= ido paraS anos, jé que se trata da venda de um imével. Por outro lado, as partes haviam ainda convencionado que Aniceto teria de pagar 120 000 Euros a Belarmino para poder exercer o direito de resolu- ‘0, ou seja, 20 000 Euros além do prego da venda. Nos termos do n?2 do artigo 928. esta cléusula € nula, quanto ao excesso, ‘ou seja, quanto a0s 20 000 Euros. Deste modo, Aniceto apenas terd de de- volver o que receber de Belarmino como preco da venda: 100 000 Euros. Aniceto pode, assim, exercer o direito de resolugio até 2 de Malo de 2012, devolvendo 0s 100 000 Euros a Belarmino. Todavia, Belarmino jé nfo é proprietdrio do imével, pois vendeu-o, a Constantino, em 23 de Abril de 2011 ‘Avenda do imével a terceiro em nada afecta os direitos de Aniceto, pois a clfusula que conferia ao vendedor o direito de resolver o contrato tinha sido registada, pelo que produzia efeitos em relacio a terceiros. Constantino, 20 comprar aquele imével, tinha, assim, conhecimento de que Aniceto poderia cexercer aquele direto até 2 de Mato de 2012. Esta venda ¢ ineficaz em rela- doa Aniceto, as conragros cis = CA808 PRATICOS RESOLVIDOS cAsOs al diigiu-se & ourivesatia do seu amigo Belmiro a fim de ecu ort reseed nes dasua mulher Zélia, cont Receando que Zélia pudesse nfo gostar da j6ia escolhida, Antbay permisso a Belmiro para leva aia. Assim, caso Zelis dele gosta faito efectuaria o pagamento no dia seguinte, até ao meio-dia; cagg i trirlo, devolveria ala dentro do mesmo prazo. oy Passou mals de urna semana sem que Antbal devolvesse 26a ou paguy o prego. Quid rit : | RESOLUGAO, fit ‘COMPRA E VENDA RESPOSTA. © acordo celebrado entre Anfbal e Belmiro configura a modalidade de vvenda a contento, prevista no artigo 923. ‘Quando Antbal entrega aia a Belmiro ainda nfo se encontra celebrado, entre cles, um contrato de compra e venda. Existe apenas uma proposta de venda; ea entrega da j6ia destina-se a que Belmiro a examine e possa tomar 4 decisio de contratar, caso esse objecto lhe agrade (ou agrade & pessoa a quem a pretende oferecer).. "A proposta de venda de Anibal considerar-se~4 aceite por Belmiro caso este nio se pronuncie dentro do prazo da aceitagio. ‘No caso concreto, esse prazo terminava 20 meto-dia do dia seguinte. ‘Assim, ultrapassado esse prazo, 0 contrato considera-se concluido e produz 0s efeitos que Ihe sio inerentes (artigo 879.*), nomeadamente o dever de pagar o prego por parte de Belmiro. ‘0 siléncio de Belmiro é, assim, valorado como vontade de aceitar a pro- posta de venda e, portanto, como vontade de comprar a jéia, pelo que este ‘do poderd posteriormente dizer ao vendedor que, afinal, a iano Ihe agrada. Esta primeira modalidade de venda a contento, prevista no artigo 9238, no se confunde com a segunda modalidade de venda a contento, prevista no artigo 924. 1Na segunda modalidade de venda a contento, regulada no artigo 924.8, existe jf celebragio do contrato de compra e venda quando o bem é entre- ‘gue ao comprador para que este o possa examinar e decidir se pretende ad- quiri-lo em definitivo, ‘Nesta modalidade de venda, o vendedor permite ao comprador invocar a resolugao do contrato, num prazo que as partes convencionem, caso a coisa no agrade ao comprador. ‘O comprador nfo terd de apresentar justificacbes objectivas para exercer Cet eeere tet tara eras ae Ee fae a vencionado, que, afinal, a coisa comprada nao é do seu agrado. Em consequéncia do exereicio do direito de resolucao, o comprador de- volvers a colsa ao vendedor e este devolvers o prego que havia recebido, ” CcONTRATOS CIVIS -CASOS PRATICOS RESOLYIDOS CASO9 ‘Em Malo de 2010, Anacleto vendeu a Berenice um automével, ros, reservando para si a propriedade até integral pagamente gy” ‘Acliusula de reserva de propriedade foi registada. 0 Peg prego doautomérel deveria ser pago em duas prestacdes de vvencendo-se a primeira no iltimo dia de Junho e a segunda no uiltims g°8 Dezembro de 2010, Berenice passou, de imediato, a conduzir o aurea ‘Apés o pagamento da primeira prestacio, Berenice vendeu e enn ‘automével a Constanca. Ao tomar conhecimento de tal facto, Anaclenr dew automével a Dirio que o pretende reivindicara Constanga, Quid tunis? ‘ i RESOLUCAO. | een eee COMPRA E VENDA RESPOSTA © caso concreto coloca varios problemas que, em comum, suscitam a {questo da importincia da reserva de propriedade. ‘A admissibilidade da cléusula de reserva de propriedade nos contratos de alienagio encontra-se prevista no artigo 409.*. Havendo reserva de propriedade do automével a favor de Anacleto até Integral pagamento, verfic-se, no caso conereto, uma excepgto 3 regra do artigo 408. n. 1, segundo a qual a propriedade daquele bem se transferiria por mero efeito do contrato, ‘A reserva de propriedade tem uma fungao de garantia, falta de pagamento do prego o vendedor poderé invocar a resolugao do con- trato, nfo funcionando, nesta hip6tese, o limite ao direito de resolugio esta~ belecido pelo artigo 8862, Por outro lado, o bem vendido nfo poderd ser penhorado por outros credores do adquirente, pois a propriedade ainda nao Ihe pertence. ‘Quando Berenice vende o automével a Constanga ¢ Iho entrega, ainda io é proprietiria desse bem; é apenas sua detentora. Deste modo, Berenice vvendeu coisa alheia. Se vendeu esse bem como préprio (sem informar a com- pradora de que ainda nio era proprietéria), a venda ser nula nos termos do artigo 892: (conjugado como artigo 904.) Caso Berenice tenha informado ‘Constanga da sua qualidade de compradora com reserva de propriedade e, portanto, da fundada expectativa de vir a adquitir esse bem, haverd venda de cos sea como ftura (argo 895°), sendo onegéio vvilido, mas tendoa vendedora o dever de exe ligenclas necessiria irir a cok allenada (artigo 880. Spe eid rab No caso concreto tais diligencias traduzir-se-o no nto da te resante do prego a Anacleto. fecruado tal pagamento, a prop eeu ccm mewn ogous nea juanto & venda feita por Anacleto a Dario, quan on i goro contents com Bereice nfo pode ser covsderada uma wend slide, Apesar de Anacleto manter a propriedade, a ldusula de alienseac a Serva encontra-se reista pelo que pode ser conhecida porterceiros, Rees ia por terceiros. Pol laa Berenice, Anacleto nfo mantém a plenitude di res de um normal proprietrio, nomeadamente os peclere de alctasee eee te oer oe Poveres de llenactas came umes ent de grain loge deve uentemente, tal hipétese deverd ser equiparada a venda de cols alhela como prépris,sanclonando-se tal venda conte mulidade, ss Seis pois em caso de ° ‘CONTRATOS CIVIS~ CASOS PRATICOS RESOLYIDOS CASO 10 ‘Adelaide fol contactada, na sua residéncia, num fim-de- nardino que se epresentou como vendedor da firma “Cafes? tou persuadi-la a comprar uma méquina de café, Segundo Bernardino, o prego de mercado dessa Euros, mas caso Adelaide comprasse a méquine n apenas 180 Euros. Convencida dessa vantagem, fol meramente verbal, tendo Bernardino dito que o mente, enviado pelo correio. Adelaide dec, comprar a miquina de café, pagando de imediato os 180 Euros, wn a quine sexi, de es8e moment em recibo seria, tong Poucos dias depos, « miquina fol enviada efecivamente pus eau Adelaide, Cerca de duas semanas depois de ter recebido a méi ‘num centro comercial, o mesmo modelo de méquina Poderi Adelaide extinguir 0 contrato e devolver a RESOLUGAO iquina, Adela, Avenda por oe maquina de fie RESPOSTA ‘© contrato de compra e venda em andlise foi celebrado entre uma consu- smidora (Adelaide), no seu domictlio, e um comerciante (a empresa Café-Ex- presso) representado pelo seu vendedor Bernardino. ‘Dado que o contrato ft celebrado fora do estabelecimento comercial do vendedor, regime legal aplicvel é o previsto no DL n# 24/2014, de 14 de fevereito(alterado pelo DL n-* 9/2021, de 29 de janeiro), que estabelece 0 regime juridico dos contratos celebrados & distancia e dos contratos cele- brads fora do esabelesimento comercial (embors nem tds 0 co tos que apresentem tal configuragfo sejam disciptinados por esse diplom, como se onc pela ta de conats que dle so exculdos pelo m2 do artigo 2°) © conceito de “contrato celebrado fora do estabelecimento comercial”, no qual cabem os contratos “celebrados no domictlio do consumidor" cencontra-sedefinido na ainea g) do artigo 3. ‘Afirma-se, no enunciado, que 0 contrato foi meramente verbal. Apesar ‘dese tratar de compra e venda de um bem mével simples, este contrato tem de ser celebrado por escrito, como condigio de validade, tal como determina o artigo 94, devendo ainda conter as informag6es pré-contratuais determi nadas pelo art 4. ‘Adelaide pode, assim, invocar a nulidade do contrato, por violagio do art. 94, comas consequéncias previstas no artigo 289.* do CC, ou seja,odever de resticuir a miquina de café ao vendedor eo correspondente dever, por parte deste, de Ihe resttuir integralmenteo prego pago. Caso o contrato tivesse sido reduaido a escrito, sendo, portanto, vilido, ‘Adelaide ainda poderia arrepender-se de ter celebrado esse contrato, invo- cando o direito de resolusio, eujo regime se encontra regulado nos artigos 1osalze. Nostermos do artigo 10, Adelaide nto tem de indicar o motivo pelo qual ‘no pretende manter 0 contrato, nem o exercicio desse direito de resolugto depende de a miquina de café ter algum defeitoTrata-se de um direito que, entre outros objetivs, permite & compradora consumidora refletir melhor sobre a necessidade e a conveniéncia da celebragio daquele contrato. O diteito de resolugio deve ser exercido no prazo de 14 dias, a contar da data em que Adelaide recebeu a maquina de café em sua casa (artigo 10., 11), devendo ser comunicado ao vendedor através de qualquer declaragio conTRATOS CIVIS~ CASOS PRATICOS RESOLVIDOS COMPRA VENDA Inequvoca ou por melo de um formulério de “lve resolusto, doar. 11 7208 en ‘Tomando-se a resolugio do contrato efetiva, 0 vendedor caso ‘méximo de 14 dias (nos te a slates méquina de oa aan ee aan) “Adalberto recebeu, em sua casa, pelo correio, o 1.# volume de uma enci- Gey chet eomunted agua Getto do reaclucio do connta gt Jurldia (compesta por 10 volumes), acompanhado por tuma carta ea eee ae estates ess oprezolecal, pe (er.g] ds empresa editors Pte Presets que Ihe solicitava o pagamento de 75 Eu- tlamente, a ter o dever de restituir o dobro, no de is. P8SS2, aut, soe conespondente 20 prego desse volume e Ihe oferecia um desconto de 1.86), ype Baza de 18 dis (arigny, ‘2086, caso pagasse os 10 volumes no prazo de 8 dias. a NOS termos gerais, ~Diga como deveri Adalberto proceder, sabendo que no encomendow qualquer volume dessa enciclopédis,e até desconhecia a sua existéncla. RESOLUGAO earos civ ~CASOS PRATICOS RESOLVIDOS ‘conTRAt RESPOSTA do foi, nos termos gerais, celebrad, podendo essa editora fazer valer os efeitos préprios de um contra, ay celebraram. Pando Adabero ‘um consumidor, o fornectmento de bens nao soy consul uma pit comercial proibida, nos termos do artigo 24 DL n# 24/2016, de 4 de fererero (alterado pelo DL n* 9/2021, 94 janeiro), pelo que ¢ vedado 2 empresa que enviou a enciclopédls ail qualquer pagamento respeitante aos bens enviados a Adalberto, Como decorre do n.*2do art. 280 siléncio do consumidor que os bens nfo pode ser valorado como vontade de contratar, pelo que, circunstincias, nunca poderia concluit-se que as partes celebraram uma trato de compra e venda. Nos termos do artigo 9.%, n* 4 da Lei de Defesa do Consumidor 1. 24/1996, de 31 de julho, lterada pelo DL n.* 84/2021, de 18 de outa Adalberto nto tera a obrigagio de devolver os bens recebidos, nem resp sabilidade pelo risco do seu perecimento ou deterioracao. [Em alternativa, aso 0 envio da enciclopédia tivesse sido acompathal de proposta de contrato escrito (exigido pelo artigo 5° do DL n° 24/2044 contendo toda a informagio pré-contratual imposta pelo artigo 4, Add berto tivesse decidido, esclarecidamente, assinar o contrato, poderiat aplicagio o regime dos contratos celebrados & distancia. A definigio det modalidade contratual encontra-se na. alinea f) do artigo 3.2. Mesmo que, desse modo, tivesse decidido contratar voluntariamer, Sempre Adalberto teria a faculdade de se arrepender e exercer o direitod resolugdo regulado nos artigos 10.217 do Dn? 24/2014, crs faculdade encontra-se também expressamente prevista no att. 9} #7 da supra referida Lei de Defesa do Consumidor, nos termos do qui, de anttates que resultem da iniciativa do fomecedor de bens, por melt 1 correspondéncia ou outros equivalentes, é assegurado ao consumidor? dieito de livre resolu ; lugio no prazo de 4 Decreto-Leine 2aynmgs 2? Pr de 14 dias, os termos do disposo fH CASO 12 jleccionador de relégios, berto comprou ao seu vizinho Beltrio, col um seg de perede que, no momento da compra, estava pero Nesse momento, Adslberto pensou que o regio spam es fi ais a Porém, quando Adalberto instalou o relégio na sm ca ap6s ter Ihe colbeado pilhas novas, constatou que, ail o eldgio nfo funciona ~ Que direitos pode Adalberto fazer valer contra Beltrao? RESOLUCAO a ae tine Se Bae EE Eee eee a “s WE Saad ut Ad na RESPOSTA O caso em andlisesuslt um problema de venda de coisa dep que Adalbertonéo comprou orelgio como simples pega denn | sim esperando que esse objetto pudesse cumprir a fungio prépn' relégio (dar horas). ey Tratase de um contrato de compra e venda entre dol partcugy, que a solugfo para o problema deverd procurar-se no Cédigo cya) no regime do Decreto-Lei n* 84/2021, que pressupde uma venda en, Por um profssionala um particular, que destina o bem comprad aa ticular). 4 ‘Como o defeito jf existia no momento da compra (nfo se trata a, defeito superveniente), as normas convociveis serio 0s artigos 913 do CC. © artigo 913. remete para o regime da venda de bens onerados ( 9058 € ss.) naguilo em que os artigos seguintes (914. a 9172) nao gt sham em contriri, Assim, nos termos do artigo 905. (aplicivel pela ey So do artigo 9132), o comprador pode anular 0 negécio por ero (sy dolo (do vendedor). Antes de fazer valer essa solugio, poderé o comprador, nos terms artigo 914, pedir 20 vendedor que repare o reldgio ou o substitua porn tro (caso tenha naturezafangiel, ou seja, se 0 vendedor tiver outro rel idéntico). Todavia, o comprador nio pode exigit ao vendedor que repuen substitua o relégio se desconhecia, sem culpa (se, por exemplo, o tis 2 bado de adquirira terceito, sem se ter apercebido de qualquer defeto)qt © relégio estava avariado. Nesta hipétese, 0 comprador também nto pal ‘xigit indemnizacéo com base em simples erro (artigo 915.*). Resta, assim, 20 comprador invocar a anulabilidade do negécio combs ‘em erro, pols a colsa comprada j era defeituosa no momento da compt as 0 comprador nio se apercebeu desse defeito (pensou que o relégio? tava parado por falta de pilhas endo porestar avariado), Supondo que o¥t dedor também desconhecia esse defeito, nao haveré dolo da sua parte (p! ‘do usou qualquer artifcio para tentar enganar o compradort). Ocomprador ter4, ainda, de observar determinados: procedimentos, de? to de determinados prazos, Para ver 0 seu interesse tutelado. Assim, of ‘he tome conhecimento de que a coisa comprada é defeituoss, come?! ontar 0prazo de um més para comunicat tal facto ao vendedor (denunci" Asfelto)Bsta dentincla do defeito deve ter lugar dentro de sels meses" ag centrega da coisa (artigo 916. n Le n.#2). Assim, se Adalberto, apés adqui- rir o relégio, o guardou numa caixa e s6 mais de seis meses depois constata que o rel6gio ests avariado, j nfo pode invocar a anulabilidade do negécio por erro, pois ndo denunciou o defeito dentro desses seis meses. Se, entretanto, Adalberto e Beltrio nao chegarem a acordo no sentido de cada um devolver 0 que havia recebido do outro: o prego da venda e a coisa comprada, o comprador tem o prazo de seis meses a contar do momento em aque efectuou a dentincia do defeito, para intentar accio em tribunal destinada a fazer valer a anulabilidade do contrato com base em erro (artigo 917.) ° coyrnaros MIS CASOS PRATICOS RESOLYIDOS cASO13 Zocaras, advogado, comprou & livraria juridica Mondego | RESPOSTA volumes da primeira edigio do “Novo Cédigo Civil Anotadr, 9. . *Meg — Ocaso ‘concreto coloca um problema de venda. de coisa defeituosa, pois Te encontrava em producio (e seria posto a vendas dois i‘ as dos meses may ial irosadquiridos sofem de visio que os ‘desvalorizam e impedem a cabal ‘COMPRA E VENDA tendo pago de imedito a toalidade do prego, os née depois, Zacari risfagd do fim aque se destnam. aus murs ge ets iid accatpapnc os agg ented um conerto de comprac vend ete dol profsionals Fett everamestarimpressas) eoutostém defc as péginas em brane’ que as normasaplicivels a caso conereto se enconsrai0 Cédigo Civil ie fee Ene di slg pla enteimpressa niaseagh (eto no Decet-Leln# 84/202, porque ee se Pes SPE as direlt 1) Geeuadas entre um vendedor profissional e um comprador particular ou “Sohvesd CARRE, seja, um consumidor). i: RESO! io momento em que Zacarias compra os livros, raliza uma compre £© ILUGAO 3 coisa Futura, pos 0s livros ainda nto tinham sido produzidos- Sendo assim, col ae amar que tives hada erode Zacaris sobre as qulidadss sieve, pois & data da compra eles aindsnéo exstam (pelo que n40 fem aplicagio o disposto no artigo 913. do CC). ajefttos que agueles los apresentam sf, assim, tatados como de- feitos supervenientes,aplicando-se, portanto, 0 disposto no artigo 918.° do Te Nos rermos desta norma, sio apliciveis ao caso as regrasrelativas 20.030 ccamprimento das obrigagOes. Tere as normas que disciplinam 0 nfo cumprimento das obrigagOes, destace seo artigo 799! (que presume a culpa do devedor), segundo qual ‘incumbe an deveor provar que aflta de cumprimento ou o cumprimento defi da obrigagdo ndo procede de culpa sua”. 'A Mondego Editora teri, assim, de provar que o cumprimento defeituoso (a entrega de livos com defeitos)ndo da sua responsabilidade (nem res ponsabilidade das pessoas que usow para cumprir ess obrigagao - artigo 800.) Caso no consiga elidr tal presunglo, a vendedora seré responsabi- tiada pelo no cumprimento do contato, podendo o comprador resolver 0 contrato, nos termos do artigo 801. n#2,e receber uma indemnizagao por prejulaossofides (artigo 798.). Como a resoluglo do contrato tem efeitos retroactvos (artigo 434.*), cada uma das partes tem que restinir & outra aquilo que dela havia recebido. Por putro lado, como no caso concreto o vendedor é um profissional poders ser invocada a “garantia de bom funcionamento’, prevista no a {igo 9218, Assim, embora no caso concretondo tivesse havido um acordo {das partes no sentido de a vendedoragarantir 0 “bom funcionamento” (8 boa qualidade) dos bens vendidos,sinda poders entenderse que ess Bs: antl decorre dos usos comercais. Deste modo, poderia Zacarias pedir & e covrnatos ets ~cA08 PRATICOS RESOLD feituosos (J6 sto bens de natureza nnn bes oe oat ee paz de 0 sap o seu conhecimento( 92s, ic) dence do rezodeslsmescsacontardadata.cm ue rece ce substitulsse os livros voluntarlamente, Zacariasy, caesar da daaem qe fez denne Pa rOPOr 23, va anl conta vendedorapaaalcanga esse resultado (artigo 9218, nag) f aaa Saniatoany rob 1 i ar : iin tb COMPRA E VENDA CASO 14 Em Janeiro de 2010, Raimundo, empresério, vendeu a sociedade de ad- vogados Calado, Sisudo e Associados um mobilidrio de escritério, com reserva de propriedade (até integral pagamento do prego), pelo prego de 10 000 Euros, a pagar em 40 prestages mensais (de 250 Euros cada), no primeiro dia de cada més, A sociedade compradora pagou as prestagées regularmente até Dezem- bro de 2010, mas nao pagou as prestagdes de Janeiro nem de Fevereiro de 2011. = Poder Raimundo resolver 0 contrato por falta de pagamento daquelas das prestagies? RESOLUGAO conrearos civis~CAS0S PRATICOS RESOLYIDOS RESPOSTA. CO caso emandlisecoloca um problema de falta de pagamenty prego numa veda felts a prestagdes e com reserva de proprid, (Ml dovendedor. onal ‘Como houve reserva de propriedade (artigo 409.2), até ing ‘mento do prego, nfo se produziu o efeito real do contrato eta Pa propriedade) aquando da sua celebracio (havendo, assim, um deayca consagrada no artigo 4084 n.#1), Deste modo, nfo estéo vendedy de invocar a reslugto do contrato por falta de pagamento do prem esta, por Fora do artigo 886, caso nfo tvesse havido reserva den dade, nem convengio em contririo), a “Todavia, como se trata de uma venda cujo prego & pago (por convengio das partes), o artigo 934.2 Co itetece ee iat bre as consequéncas da falta de pagamento do prego. Deste moda qualquer incumprimento parcial que faz 0 comprador perder o benehn’ prazo, use a vantagem de ovendedor nto Ihe poder exigi ormennt as prestagbes antes do tempo convencionado e de, consequentemem poder invocara resolucio do contrato (nfo havendo Bia todas as prestagbes vencidas). pa ‘lel permite 20 vendedor um pequeno incumy asin, como coseqtncia pede do benefcio dopaso ne contrato, A exacta medida deste “ ES wack ‘Pequeno incumprimento” suscita d amas dificuldades interpretativas, 0 que leva a dif iment ousias Tease deesabsecero ee “aflta de pagament esta ae iadiger cae pee fo que ndo exceda a oitava part que nfo tea Para que, entio, deixe de hart A questio doutrinalm, es alent eee ade saber quais as consequénc# ee aor ip6tese: o devedor nao paga duas (ou ms) Reeeiates -Prestagbes em falta nio excede um oitavo dopte?* 2 COMPRA E VENDA Devers ser determinante a expresso “uma sd prestagdo”? Ou a expressio “que no exceda a oitava parte do prego”? ‘No caso concreto, a sociedade compradora tem duas prestacdes em falta, 0 que totaliza 500 Euros (Jé que cada prestagio é de 250 Euros). Todavia, {500 Euros nao atingem um oitavo do prego (que é de 1250 Euros). Deste modo, entendendo-se que a lei admite uma s6 falha (no admitindo a reiteragio do incumprimento), a sociedade compradora, como jé falhou duas prestagées, perde a proteccao contra a resolugo, ainda que o resultado econémico desse incumprimento seja inferior a um oitavo do prego. elo contririo, caso se entenda que o elemento determinante na fixagio do alcance normativo do artigo 9342 € o valor em falta: nfo ser superior a um oitavo do prego (e no o mtimero de prestagdes no pagas), 0 vendedor, no caso coneteto, no poderia resolver 0 contrato. Sé 0 poderé fazer se 0s compradores deixarem de pagar prestagées cujo valor total ultrapasse um oitavo do prego. i] Compra e Venda de Bens de Consumo ‘COMPRA VENDA DE BENS DE CONSUMO CASO1 No dia 4 de janeiro de 2022, André, estudante, comprou, numa loja da especialidade, um computador portatil que, alguns dias depois, comecou a desligar subitamente, Quando se dirigiu 4 Ioja, fo-Ihe sugerido o envio do computador ‘para reparar na marca’, mas André pretende a substituigio do aparelho. = Quais 08 direitos que assistem a André? RESOLUGAO ie | qoxrearos is= C4808 FRAT RESPOSTA sainsg4/202t, de 18 de outubro, que se aplica ao ar de de jaeio de 2022 regula protest dg on sc nacompra de bens de consumo, No as0 cOnEreto, 9 compraiors -onsumidor, tal como definido pelo artigo 2.8, alinea g), deste Decreyst tom pesia singular gue ata com fins que nfose inluem no imbing vapidade comer, Industral artesanal ou profissional, a quem fy; ido um computador por um lojist, um profssional que vendeu o eg! fador no tmbto da aividade econdmica (cf alinea 0) do mesmo an sim endo, André goza da garanta contra faltas de conformidade dat, instituida por esse diploma. 4 ‘Ovendedor deve entregar ao consumidor bens que cumpram os tos subjetivos eobjetivos de conformidade, constantes, respetivamene artigos 68 e 78 do Decreto-Lel n# 84/2021. Tendo detetado uma fil confrmidade, no caso, o facto de o computador desligar subitamente, Ang deve comunicita ao vendedor, designadamente por cart, correio el nico, ou por qualquer outro melo de prova, nos termos gerals, coloen Dems dopo sem demoraijusifcada (fargo 12+ ne4e5, 303 do artigo 132, a fa i e-s en tea dedot demonstra quea fla de conformidade sungia sponse nts corey nas apés ant dobem(en cp porge saad conrad Ee erailed ‘Com as carateristicas da falta de conformidade). anfesrouno prazo de 30 dis as 2 108 do artigo 16., solicitara ize bstituicdo do bem ou a resoluggo do contrato. Este direito dé eld poe n? 84/2021, carece de motiva mas pode serexecidon0s30 dias pésacatrd repesieo da conformidade através da ks contato, 1008 RESOLVIDOS peli” COMPRA B VENDA DE BENS DE CONSUMO caso2 im fevereiro de 2022, Jodo comprou, no Stand Auto Viatura, um automd- vel usado. O prego original do automével ers de 10 000 Buros, mas o ven= Yedor fez saber a Joo que o preco seria de apenas 9 000 Buros caso este ssinasse um documento em que declarava comprar 0 autombvel ‘no estado fm que se encontrava’, o que efetivamente veio a acontecer. Algumas semanas ‘0 comecou a perder 4gua ¢ a manifestar problemas no sistema quetxou-se das avarias ao stand de automéveis, pretende que 0 utomével seja reparado, mas 0 vendedor declina qualquer responsabilidad, Quid turis? RESOLUGAO | ——S— 100s nESOLVIDOS a em aprego est suelto 2° regime previ, ni compra eve iio, visto ter sido celebrado en Oconee 84202, de 1B de one doatend de auromévels, ‘ no Decreto-) 7 nal eongumidor bens que CUMPFa™ O8requiy O vendedor deve EntEBM OT aude, constantes)resPetivamente, dy os subjecivaseobjetivos de 68 678 do eft de conformidade ae se manifeste no pr documento em que declarou acei cot, nos ermos do artigo 12° € Tesponciy ‘do bem. No caso em anilise, Joo assinouyy aro velculo no estado em que Se encoy responsabilidade i vendedor a declinar qualquer resp. quany trava, o que leva surgit. Todavia, a protegio conferida pelo Decrety, rvdosgu ners no near lula coal pe ea) ee Timitem os direitos do consumidor af previstos (anip Si, n#1), A rentncla Ae Joto & protecto que lhe & conferida legalmen, teemos do disposto nos n*2.€ 3 do artigo 16." da lt i es Se pieces oro seus representantes, ¢ 0 consumidor pode optar pela manutenciod ‘contrato quando algumas das suas cldusulas forem nulas. “Assim, Joao deve comunicarafalta de conformidade a0 vendedor, design damente por carta, correio eletrOnico, ou por qualquer outro meio de pron ros termos geras (ft artigo 12, n# 5), e colocar o bem & sua disposics ‘sem demora injustificada (cfr artigo 12°, n® 4) e a expensas do profissioa! (artigo 183, 1), ‘Afalta de conformidade presume-se, nos termos do artigo 13, existeat data da entrega do bem, invertendo-se o énus da prova ¢ cabendo a0 ¥e? dedor demonstrar que a falta de conformidade surgiu apés a entrega dobea (emespecial, porque a falta de conformidade é incompativel com a natured casos PRATICNS RSS" CcoNTRATOS RESPOSTA é, uma pessoa singul; 1a consumidora, isto gular ue Sendo Wes nclvam no ambito da Sua aividade comercial ty, ‘4 fs que io Mrofuslona, plies a este contrato o regime de Deeg’ low ct rgd} eB bro pepe Oteemiel na categortasododilom um bem com cena, tis Mog umem orl opcode norpors um contin tid guilds inpede ot bens de desempenhare ‘bes (artigo 24, alinea c) it), termes do arign 3alie¢), oDesreto-Letn* 84/200 ca, soxconteddos ou ergo dials que esejam incorporadosem bent cam seam dntelgades, sam fornecidos com os bens aes eum conto de compra e vena, independentemente de os ened uses gts sere forneidos pelo profisional ou por um wad Ougo3n82exabelece ainda a presungfo de que, nos cass eng teak ligt forecimento de conteddos ou servigos digas incon, ou ntetgaos com a Yenda de bens os mesmos se encontram shy Belocontrato de compra e venda, Assim, podemos desde jf dar por assy alémn dos cade betivos¢ objetivos de conformidae ct 8 artigos 6.°¢ 7.8, 0 profissional de create incuindo as de seguranca, re eal oe necessarias para colocar ost Petia 0ctmnenas fornecdss as soci en Tlie dashes ae Pelo consumidor, tendo em conta ott Batuteza do contrato de comma n> Ue*#'s bem como as circunstindt Matto defornccimento der

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