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PACIENTE COM DOR

Por: Delfina Moçambique


Sumário
Introdução
Definição da dor
Tipos de dor
Classificação da dor
Caracterização da dor
Avaliação da dor
Tratamento da dor
Principios de alívio da dor
Cuidados de enfermagem
Introdução
Cuidar de pacientes com dor requer do
enfermeiro conhecimento de que a dor
pode e deve ser aliviada embora não possa
ser medida objectivamente.

É obrigação do enfermeiro aceitar o relato


da dor do paciente.
Definição de dor

Experiência sensorial e emocional


desagradável associada a lesão tecidular real
ou potencial ou descrita como tal.

IASP (International Association Study of


Pain)
Tipos de dor
 Segundo mecanismo fisiopatológico:

Dor nociceptiva
Dor neuropática
Dor psicogénea
Tipos de dor
 Dor nociceptiva:

Excesso de estimulação dos nociceptores

 Somática
Ex: traumática, inflamatória, degenerativa.

 Visceral:infiltração, compressão ou distensão de


órgãos activa nociceptores – dor mal localizada,
profunda frequentemente acompanhada de dor
referida.
Tipos de dor
 Dor neuropática: interrupção/lesão das vias
da dor.

compressão de tronco nervoso (ex ciática)

sequelas por lesão nervosa permanente (lesão pós


herpética, dor pós amputação - membro fantasma)

 Psicogénea
Classificação da dor
Duração: aguda ou crônica
Intensidade: leve, moderada, intensa,
muito intensa
Caracter: pontada, pulsatil, cólica,
queimadura, surda, constritiva, fantasma
Evolução: progressiva, ritmica, surtos
periódicos
Irradiação.
Caracterização da dor
Início
Localização
Irradiação
Caracter ou qualidade
Intensidade
Duração
Evolução
Relações com funções orgânicas
Factores desencadeantes e de alívio
Manifestações associadas.
Avaliação da dor
• Para avaliação da dor são utilizadas as
escalas da dor como instrumentos de
avaliação, e estas, tem como
importância a quantificação da dor.
• Escalas da dor: numérica, verbal, visual
analógica (EVA).
• Avalição psicológica: depressão e
ansiedade.
EVA
Os 3 níveis da OMS
Dor mto intensa e/ou fracasso Tto precedente
Dor >= 7

Nível III Morfina


Petidina

Dor moderada
Dor 4 - 6
Nível II Tramadol+ Paracetamol
Codeína+Paracetamol
Codeína+ AAS (AINEs)
Dextropopoxifeno+Paracetamol

Dor ligeira
Dor < 4
Nível I
AINEs - Paracetamol
Classificação
dos Analgésicos

 Não opióides: Paracetamol e AINE

 Opióides:

Fracos (Dextropoxifeno, Codeína, Tramadol)

Fortes (Morfina, Petidina)


Analgésicos não Opióides
Fármaco Posologia Duração Tto Apresentação

Paracetamol 80mg/Kg/dia Prolongada Xarope,Comp,


4 g /dia Sup, Amp
Ibuprofeno 30 mg/kg/dia Temporária Xarope, Comp
1200mg/dia
Diclofenac 3 mg/Kg/dia Temporária Comp,Sup, Amp
150 mg/dia
AAS 80mg/Kg/d Temporária Comp, Amp
4 g/dia
Ketorolac PO 10mg 3-4x/dia Temporária Comp, Amp
IM ou IV 10-30mg 3-4x/d
Indometacina 1,5 - 2,5mg/Kg/dia Temporária Cáps, Sup
25 mg 3x/dia
Efeitos secundários
dos AINEs
Digestivos – úlcera péptica
Respiratórios
Cardiovasculares
 Neurológicos
 Renais – insuficiência renal
 Hepáticos
 Hematológicos
Hipersensibilidade
Comparação do Paracetamol e AINEs em
relação aos efeitos secundários

Fármaco GI SNC Hepát Renais

Paracetamol + + ++ +

Ibuprofeno ++ ++ + ++

Diclofenac ++ ++ + ++

AAS ++++++ + ++ ++

Ketorolac ++ ++ + +

Indometacina ++++++ +++ +++ ++++


Interacções medicamentosas
dos AINEs
Anti-coagulantes
Outros AINEs
Glucocorticóides
Lítio
Metotrexato
Digoxina, anti-hipertensivos, diuréticos
Agentes com fortes ligações às proteínas
Agentes que causam hipoprotrombinémia e/ou
inbição da agregação plaquetar
Recomendações para o uso dos
analgésicos não opióides
Usar na dor ligeira e em associação, na dor
moderada e intensa.

Usar a dose máxima antes de mudar para outro


nível.

Em associação com opióides   doses


necessárias de ambos.
Recomendações para o uso dos
analgésicos não opióides
AINEs + álcool  efeitos GI
Paracetamol + álcool  disfunção hepática
Não usar mais que 1 AINE em simultâneo
Reduzir a dose nos idosos
Administrar com alimentos
Opióides - Doses recomendadas
Fármaco Doses Notas
Morfina PO 10-30 mg 4/4h Fármaco de escolha na dor severa
SC/IM 5-10 mg 4/4h
IV 50-200 mcg/Kg
PO LP 10-30 mg 12/12h
Petidina IM 1-1,5 mg/Kg 3-4/4IV 0,5-1 mg/Kg Risco de convulsões
*IMAO hiperpirexia e/ou convulsões
Tramadol PO 50-100 mg 6/6 h Fraca ligação aos receptores
IM/IV 1-1,5 mg/Kg 6/6h opióides+inibição da recaptação de
NA e serotonina

Codeína PO 15-60 mg 6/6 h Dor moderada; Associar AAS/ outro


AINE/ Paracetamol

Dextropopoxifeno PO 65 mg 4/4h Menos eficaz que Codeína


Máx 390 mg/dia

Naloxona IV 100 mcg/Kg Antagonista


0,4 mg Titular a dose
Principais efeitos adversos dos opióides
Efeito Manifestação
Alterações do humor Disforia, euforia
Sonolência Letargia, apatia, confusão,
dificuldade de concentração

Estimulação dos quimiorreceptores Náusea e vómitos


da Z. Gatilho
Depressão respiratória  FR
 motilidade GI Obstipação
Libertação de histamina Urticária, prurido, exacerbação asma

Tolerância Maiores doses para mesmo efeito


Dependência Sínd. abstinência
Distinguir uso clínico dos opióides de
adicção (uso abusivo)

 Uso clínico: alívio da dor

 Dtes com dor aguda necessitam doses importantes


de opióides no início e menores + tarde.
Dtes com dor crónica precisam de doses
progressiva/ + elevadas devido + à progressão da
doença que à tolerância.
 Uso abusivo: uso de opióides com outras
intensões que não tratar dor  dependência
Risco de dependência com uso
clínico

 Muito raro (estudo de 12.000 casos refere 4


casos de dependência induzida pelo
tratamento.

 Tratar
doentes dependentes de narcóticos tal
como os outros doentes.
Causas comuns de fracasso do tratamento
analgésico (1)
Subestimar o efeito analgésico.
Substimar as necessidades analgésicas do dte.
Ter preconceito em relação a certos fármacos
(opióides).
Falta de conhecimento da avaliação da dor e da
farmacologia dos analgésicos.
Causas comuns de fracasso do
tratamento analgésico (2)

Dte não se queixa por receio de adicção.

Dte não comunica com quem o trata por


receio de ser rotulado como adicto.

Dte não sabe como comunicar ou tem


receio de comunicar com equipa médica.
Outros fármacos usados
no tratamento da dor
 Anestésicos locais: Lidocaína e Bupivacaína
(bloqueios diagnósticos -infiltração em zonas
gatilho, bloqueios terapêuticos – epidural para
lombociatalgia), creme, gel.

 Ketamina (antagonista dos receptores NMDA):


oral e im (dose analgésica 0,5 mg/Kg), perfusão.

 Entonox (mistura equimolecular de O2 + N2O


Principios relacionados com
alivio da dor

Posições antalgicas
Indução de vómito
Resposta a analgesicos
Repouso
Calor
Frio
Movimento
Cuidados de Enfermagem num
Paciente com Dor
Participação activa no tratamento
Facilitação da expressão dos sentimentos
pelo paciente
Oferecimento de apoio, tranquilização e
compreensão
Ensinar aos pacientes medidas para o
alivio da dor
Cuidados de Enfermagem num
Paciente com Dor
Desenvolver estratégias associadas a
administração analgésica que apresentem
maior exito.

Desenvolver medidas de ordem


educacional, física, emocional,
comportamental e espiritual.
Conclusão
• A dor não é só desagradável! Pode ser
prejudicial para o doente!
• É importante classificar a dor para
estabelecer uma estratégia terapêutica
• A dor nociceptiva responde aos
analgésicos clássicos (paracetamol, AINes
e opióides)
• A dor neuropática responde melhor aos
antidepressivos e antiepilépitcos)
Conclusão

O controle da dor vai além de aliviar a


dor, envolvendo a qualidade de vida do
clinte e a capacidade para trabalhar
produtivamente, divertir-se,
desempenhar normalmente o seu papel
na familia e na sociedade.
BIBLIOGRAFIA
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgic
a
  Brunner & Suddarth – Vol. 2 –
Guanabara Koogan - 2009

www.manualmerck.net/?
Primcipios de farmacologia 1 edicao,
Tratado de PEDIATRIA, Nelson 18ª e 19ª
Edicao

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