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Os Pensadorés Os Pensadorés Piaget “A filosofia teria cem vezes razac Se feservasse para $i OS Lerritdrias zonde a ciéncia nZo vai, nio quer ir, ngo pode ir no momento. Mas nada avtoriza 2 acreditar que seus proces- sos estao guartados in aeternum, E ela nao esta em condicdes de provar que seus problemas s20 por natureza diferentes dos que a Razao cientifica Se prope a abordar. A ciéncia nado vi- ‘se sendo 3 aparéncia? Mas, scpundo a formula bem conhecida, de todos os ‘caminhos que conduzem ao Ser, opa- recer talvez seja ainda o mais s¢gure. Quanto a marcar os limites atuais do saber cientifico, nao € tareia do préprio pensamento cientifica? Ne- nhum filésofo faria, sem divida, das ignorSncias e das impoténcias da ciéncia uma lista 120 longe € tho se vera quanto a que um sdbio seria ca- paz de preparar” TEAN PIAGET: Sabedoria c:ilusées da filosatia. “Na presenca de um fenémeno iisien, @ compreensdo sé comeca transformando os dados para disso- Ciaz 0s fatores e farElos variar sep tadamente, 0 que consiste em nao ca tegorizar, mas em agit para produzir © para reproduzir. Mesmo em geame- tria pura. o saber nao consiste em descrever figuras, mas em trans- formaclas até poder reproduzilas em ‘grupos fundamentais’ de transforma oes. Numa palavra, ‘no comego era 3 agdo', como diz Goethe, e depois veio a cperacio!” JEAN PIAGET. Problemas de Psi¢olo- Bia Genética, Os Pensadoré3 CLP-Brasil. Catalogarao-na-Publicagto Camara Brasileira do Livro, SP Piaget, Jean, 1896-1960. A cpistemologia genética / Sabedoria © ilustes da filoso- fia ; Problemas de psicologia genética ; Jean Piaget ; iradugtes de Nathanael C, Caixciro, Zilda Abujamra Daeir, Celia E. A. Di Piero. — 2. ed. — Sao Paulo : Abril Cultural, 1983. (Os pensadores Inclui vida € obra de Piaget, Bibliografia. 1. Cognighio (Psicologia infantil) 2. Filosofia 3. Inteligéncia 4. Pensamento 5. Piaget, Jean, 189-1980 6. Psicologia genética I. Titulo: A epistemologia genética, II, Ticulo: Sabedoria e ilusdes da filosofia. 111. Titulo: Problemas de psicologia genética. IV. Série. CDD-155.413 100 150.92 158 Indices para catilogo sistematico: 1. Cognig&o : Desenvolvimento : Psicologia infantil 155.413 2. Criangas ; Desenvolvimento cognitive : Psicologia infantil 155.413 3. Desenvolvimento intelectual : Criangas : Psicologia infantil 155.413 4. Filosofia 100 5. Inteligéncia : Desenvolvimento : Psicologia infantil 155.413 6. Psicologia genética 155 7. Psiodlogos : Biografia ¢ obra 150.92 JEAN PIAGET A EPISTEMOLOGIA GENETICA SABEDORIA E ILUSOES DA FILOSOFIA PROBLEMAS DE PSICOLOGIA GENETICA ‘Tradugdes de Nathanael C. Caixeiro, Zilda Abujamra Daeir, Celia E. A, Di Piero me 1983 EDITOR: VICTOR CIVITA ‘Titulos originals: L'Epis ie Génétique Sagesse et Mustons de la Philosophie Problémes de Prychologte Génétique © Copyright desta ediclo, Abril S.A. Cultural e Industrial, Sho Paulo, 1978. — 2 edighe, 1983. ‘Textos publicados sob licenga de Presses Universitaires de France, Paris, ¢ Editora Vozes Ltda., Petropolis (4 Epistemoiogia Genética), Presses Universitaires de France, Paris, e Difel Difusao Editorial S.A., Sao Paulo (Sebedoria ¢ JheBes da Filosofia); Denoel. Pans, ¢ Editora Forense Universiraris Lida, Rio de Janeiro (Problema de Psicologia Genética). ‘Tradutes publicadas sob licenga de Editora Vozes Leda., Petropolis (A Epistemologia Genética); Difel Difusio Editorial $.A., Sda Paulo (Sabedoria ¢ lustes de Filosofia); Ediora Forense Universitiria Ltda, Rio de Janeiro (Problemas de Psicafogia Genética). Direitos exclusivos sobre ‘Piaget — Vida ¢ Obra", Abril 5.4. Cultural e Industrial, Sto Paulo, PIAGET VIDA E OBRA Consultoria: Rosa Maria Stefanini Macedo ™ 1955, foi fundado em Genebra um centro de altos estudos, sob os auspicios da Fundagao Rockefeller. Nele, redinem-se pesquisadores de todo a munca que tratam das mais diversos assun- tos, desde fatos aparentemente simples, como as primeiras palavras Pronunciadas pelos bobés, até os complicades problemas tedricos de cibernética, Trata-se de uma instituigao dedicada a assuntos interdis- ciplinares, estudando inclusive a teoria da informagao, a formagao dos raciocinios recorrenciais, a teoria das ligagdes analiticas e sintéti- as, a epistemologia do tempo ¢ do espaco, a aprendizagem das es- truturas ldgicas e a tearia das probabilidades. Tao ampla variedade de assuntos, no entanto, nao dé como resultado uma simples so- matéria de investigacdes; pelo contrario existe um denominador co- mum que unifica todas as contribuigées em torno de uma disciplina 86: a Epistemologia Genética, criada por Jean Piaget. Piaget definiu a si mesma como um “antigo-futurotilésofe que se transformou em psicélogo e investigador da génese do conheci- mento”, Essa definic¢ao e as razbes da transformagao sao apresenta- das por ele no livro Sabedoria ¢ Ilusdes da Filosofia, publicade em 1965. Nesve livro, Piaget desenvolve a tese de que a filosofia é uma “sabedoria" indispensavel 20s setes racionais, mas que nao atinge um “saber propriamente dito, provide das garantias e dos métodos de controle, caracteristicos do que se denomina “conhecimento”. As razdes dessa auséncia de controle poderiam ser encontradas no divércio entre as ciéncias ¢ a filosofia, cujas ligagdes caracteriza- Fam os grandes sistemas do passado. Nao é desprovido de senso, diz Piaget, “pensar que foi a orientag3o biolégica de Aristételes e a onentagao matematica de Platdo que justificaram diferengas essen- iais em seus sistemas”, Assim, o pensamento cartesiano nao pode ser compreendida sem a matemética, ¢ 0 criticimo kantiano, sem a fisica newtoniana, Na tilosofia dos séculos XIX e XX, entretanto, essas ligagdes foram rompidas pela maior parte dos filésofos @ surgiram conflitos que retardaram 9 desenvolvimento das disciplinas que pre- tendem ser cientificas. Piaget chegou 4 conclusao de que, sob 0 con- junto extremamente complexa de fatores que intervém nesses confli- tos, reencentra-se sempre mesmo problema: “em que condicoes node-se ter 6 direito de falar de conhecimento e come salvaguarda-lo ‘contra os perigos interiores e exteriores que nfo cessam de ameagato?” E acrescenta: quer se trate de tentagdes interiores Vi PIAGET ‘ou de coagoes soriais de toda espécie, esses pangos pertilam-se em torno de uma mesma fronteira, surpreendentemente mével ac longo das idades © das geracdes, mas nao menos essencial av futuro do sa- ber aquela que separa a verificacao da especulacao”” Par essas razdes, Piaget diz que se “desconverteu”, transforman- dose de um “antigo-futuro-ilésofo” em psicologo e, sobretudo, em investigador das estruturas @ da génese do conhecimento. Em Ldgica 2 Conhecimenta Cientitice (1966), 0 préprio Piaget, de maneira am- gla, define a epistemologia genética como o “estudo da passagem dos estadios inferiores do conhecimento aos estados mais complexos ‘ou rigorosas”, Em outras palavras, Piaget prope o retorno as fontes © @ génese propriamente dita da conhecimento, do qual a episteme- logia tradicional conhecia apenas os estados superiores, isto é, certas resultantes finais de um complexo proceso de formacao. Tal projeto situa-se em dois planos distintos, que se interpenetram ese explicam mutuamente: de um lado, a histéria do pensamento cientifico, de ou- tro, 0 estudo experimental do desenvolvimento da inteligéncia, desde @ nascimento até a adolescéncia. Piaget demonstrou que se pode tra- ¢ar_um paralelo entre esses dois planos. Q conceito de causalidade, por exemple, teria sofrido um processo de transformacao, desde a teoria aristotélica até a fisica prebabilistica da século XX, ¢ as etapas dessa transformagao seriam fundamentalmente as mesmas que as encontradas no desenvolvimento do pensamento infantil. A epistemologia genética criada por Piaget nao 6, assim, uma disciplina filosofica, camo a epistemologia tradicional, Em primeiro lugar, porque se afasta de teda especulacsio, estudando a génese das estruturas © dos conceitos cientificos, tal como de fate se consti- luiram em cada uma das ci€ncias; em segunda lugar, porque procura desvendar através da experimentagao os processes fundamentais de formacao do conhecimento na crianca. A epistemologia genética também nao é uma ciancia entre outras, mas uma matéria interdisci- plinar que se ocupa com todas as ciéncias, Essa unificacao realizada por Piaget ¢, sobretudo, esse proceso: de gBnese dos conhecimentos — que vai da simples constatacao de jatos concretos até as mais altas abstragées — até certo ponto iden- tificouse com sua prépria vida Dos moluscos a légica formal Nascido em Nouchatel, Suiga, a9 de agosto de 1896, Piaget, des- de muito cedo, se interessou pelas ci@ncias, Seu primeira trabalho cientifico surgiu quando tinha dez anos de idade: era uma nota sobre um pardal totalmente albino que observara num pargue publico Pouco depois, ofereceu-se como voluntario para trabalhar como as sistente do diretor do Museu de Ciéncias Naturais de Neuchatel. Ou fante os quatro anos seguintes, publicou aproximadamente vinte arti- fos sobre moluseos ¢ temas zooldgicos afins. Seu interesse, entretan- to, nao se limitava aos moluscos, estendendo-se ao campo da reli- gi20, da biologia, da sociologia e da filosofia; adolescente ainda, co- VIDAEOBRA IX megou a ler Bergson (1859-1941). Na universidade de Neuchatel, Piaget licenciou-se em 1915, doutorande-se trés anas depois com uma tese sobre os moluscas de Valois. Os estudos de biologia fizeram-no suspeitar de que os proces- sos de conhecimenta poderiam depender dos mecanismas de equilibrio organico; por outro lado, Piaget convenceu-se de que tanto as agOes externas quantn os processos de pensamento admitem uma organizacao ldgica. Elaborou, ento, um ensaio sobre a equilibrio do todo e suas partes, sem entretanto conhecer a woria da Gestalt, que se ocupava do mesmo problema e ja havia alcancada celebridadle na Alemanha De Neuchatel, Piaget fol para Zurique, onde passou alguns me- ses estudando psicolagia nos laboratérios de G. E. Lipps e Wreschnar @ na clinica psiquiatrica de Bleuler (1857-1939). Esses estudos firma- ram-lhe a convicgao de que a psicalogia experimental poderia ser util bastante para sua vocacao de epistemélogo, Dirigiu-se ento a Paris, onde estudou filosofia com André Lalande (1867-1936) ¢ trabalhou com a padronizacao do teste de raciocinio de Burt. no laboratério criado por Alfred Binet (1875-1911). Lalande interessou-se por seus es- tudos, cujos resultados foram publicadas numa série de quatro arti- #05, entre 1921 © 1922. Nessa época, Piaget convenceu-se de que o caminho para conciliar a filosofia e a psicologia deveria ser buscado na experimentacao. Um de seus trabalhos desse periodo foi publica: do nos Arquivos de Psicologia de Genebra, e Claparéde (1873-1940), seu editor, impressionado pela originalidade co escrito, propés-lhe o ingresso no Instituto Jean-|acques Rousseau de Genebra, em 1921. Ai Piaget encontrou tempo ¢ liberdade suficientes para desenvolver seus estudos sobre a crianga, iniciando uma série de trabalhos que Ihe deram farna mundial. Em 1925, Piaget foi nomeado titular de Filosofia em Neuchatel, ‘onde lecionou ate 1928, dando também aulas de psicologia e socio- logia, sem deixar a investigagao experimental sabre ldgica e ontolo- gia infantis, no laboratério de Genebra, Além disso, continuou seus trabalhos com moluscos, publicando importantes artigos sobre o assunto. Em 1929, voltou a ocupar um cargo de dedicagao exclusiva na Universidade de Genebra, primeira como Diretor Assistente e depois como codiretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau. De 1929 a 1939, além de desempenhar fungoes administrativas, Piaget foi professor de historia do pensamento cientitico, intensificando seus estudos so- bre histéria das matemiaticas, da fisica ¢ da biologia e redigindo seus Primeiros trabalhos sobre epistemologia genética. Também foi no- meado, em 1929, diretor do Departamento Internacional de Edu- cacao, cargo que Ihe deu oportunidade de tentar introduzir suas des- cobertas sobre a desenvolvimento das criancas nas praticas educati- vas. Com esse fim, nas décadas posteriores, Piaget e seus colaborado- tes escreverarn indmeras livres. Em 1936 a Universidade de Harvard concedeulhe o titulo de Doutor Honoris Causa. Durante ¢ periodo da guerra, desenvolveu suas idéias sobre as estruturas logicas relativas a fisica elementar. De 1939 a 1952, foi professor de sociologia da Faculdade de Ciéncias X PIAGET Econémicas da Universidade de Genebra. Em 1940, tornou-se diretor da Laboratorio de Psicologia Experimental dessa Universidade, como sucessor de Claparéde, e cantinuou também come editor dos Arqui- vos de Psicologia junto com André Rey e Lambercier, Foi também tleito presidente da Sociedade Suica de Psicologia e codiretor da Re- vista Suiga de Psicologia. Ap6s a guerra, a Universidade de Paris de- Signou-o para suceder a Merleau-Ponty (1908-1961). Em 1950, além de diversos livros sobre psicologia e psicologia da crianga, sozinho ou com colaboradores, Piaget jd havia publicado a Introducdo a Episte- mologia Genética em trés volumes ¢ 0 Tratado de Logica. Seu projeto de claborar uma epistemologia baseada nas ciéncias positivas con cretizou-se em 1955 quando foi inaugurado o Centro Internacional eS ppeemoloas Genética, sob os auspicios da Fundagao Rocke ler, Piaget morreu em 16 de setembro de 1980, A nogao de “egocentrismo” As obras A Linguagem ¢ o Pensamento da Crianca (1923), 0 Juizo © 0 Raciocinio da Crianga (1924), A Representago do Mundo na Crianga (1924), A Causalidade Fisica na Crianga (1927), O Julzo Moral na Crian¢a (1932), j4 mostram a preocupacio de Piaget com a teoria da conhecimento, embora representem muito mais a constatagao das caracteristicas do peasamento infantil. Desses estudos surgiu a nocao de “egocentrisma”, que desempenha papel essencial na epis- temologia genética de Piaget, porque implica a nogdo de centracao ¢ descentracdo, isto é, a capacidade da crianga de considerar a realicla- de externa e os objetos como diferentes de si mesma ¢ de um ponto de vista diverse do seu. © egocentrismo na linguagem infantil impli- ca a ausdncia da necessidade, por parte da erianca, de explicar aqui- lo que diz, por ter certeza de estar sendo compreendida, Da mesma forma, o egocentrismo ¢ responsavel por um pensamento pré-ldgico, précausal, magico, animista e artificialista, O raciocinio infantil naa ¢ nem dedutivo nem indutive, mas transdutivo, indo do particular ao particular; o juiZo nad 4 légico por ser centrado no sujeito, em suas experléncias passadas e nas relagdes subjetivas que ele estabelece em fungao das mesmas, Os Gesejos, as motivaces e todas as carac- teristicas conscientes, morais e afetivas sao atribuidas s coisas (ani mismo). A crianga pensa, por exemplo, que o cao late porque esta com saudades da mae. Por outro lado, para as criancas até os sete ou cinco anos de idade, ox processos psicolégicos internos tém realida de fisica: ela acha que os pensamentos estao na boca ou os senhos estdo no quarto. Dessa confusae entre © real @ a irreal surge a expli- cacao artificialista, segundo a qual, se as coisas existem é porque al- guém as fez. Notando as semelhancas entre os pracessos que condicionam a evalucao lipica e a idéia de realidade plasmada pela crianga, Piaget conclu que @ construcae do mundo objetivo € a elaboracao do ra- ¢iocinio lagico consistem na redugio gradual do egacentrismo, em VIDA E ORA xt favor de uma socializacao progressiva do pensamento; somente com essa descentragao das nogdes, a crianga pode chegar ao estagio da légica operacional. Do ponte de vista de juize moral abservase que, a prineipia, a moral € totalmente heterOnoma, passando 2 autonéma na medida em que a crianga comeca a sair do sei egecentrismo.¢ compreender a necessidade da justia equanime ¢ da responsabilidade individual ¢ coletiva, independentes da autoridade ou da sancao imposta A estrutura do universo: inteligéncia ¢ adaptagao Em uma segunda etapa de seu caminho no sentido de constituir uma epistemologia genética, Piaget abordou os problemas relativos 4 formagao da inteligancia infantil, Os resultados de suas investiga: gOes encontram-se em varias obras, nas quais mostra como se desen- wvolve a pensamento ldgico da crianga, base de sua epistemologia genética: O Nascimento da Inteligéncia (1936), A Construgao do Real na Crianga (1937), A Geénese da Nacao de Nomero, em colaboracao com Szeminska ¢ Inhelder (1941), O Desenvolvimento das Quantida- des Fisicas na Crianga (1941), Classes, RelagGes e Numeros (1942) Formacao do Simbolo na Crianga (1945), Para Piaget, inteligéncia ¢ adaptagao e sua fungao é estruturar universo, da mesma forma que o organismo estrutura o meio ambien- te, ndo havendo diferencas essenciais entre os seres vivos, mas so- mente tipos especificos de prablemas que implicam em niveis diver- sos de organizacao, As estruturas da inteligéncia mudam através da adaptagao a situagdes novas e tam dois componentes: a assimilagdo © aacomodacdo, Piaget entende © termo assimilagao com a acepcac ampla de uma integracdo de elementos novos em estruturas ou es- quemas jd existentes. A nogao de assimilagao, por um lado, implica a Nocao dé significacaa € por Outre expressa o fato fundamental de que todo conhecimente esta ligado a uma agao e de que conhecer um objeto ou um acontecimento é assimild-lo a esquemas de ayao. Em outros termos, conhecer, para Piaget, consiste em operar sobre o real e transformé-lo, a fim de compreendé-lo, em funcdo de sistema de transformagao a que estado ligadas todas as ages, Piaget denomi- na esquema de acdo aquilo que numa a¢ao é transpenivel, genera- lizdvel ou diferenciavel de uma situacao para a seguinte, ou seja, 0 que hé de comum nas diversas repeti¢Ses ou aplicagbes da mesma ago. Se alguns esquemas sho simples (talvez inatos e de natureza re flexa), a maioria deles nao corresponde a uma montagem hereditaria acabada; pelo contririo, s4o construfdes pouco a pouco pelo in- dividuo, dando lugar a diferenciagdes através de acomodagées a si- tuagdes novas, ‘A acomodaao define-se camo toda modificacae dos asquemas de assimilagao, por influéncia de situagdes exteriores, Toda vex que Um esquema nao for suficiente para responder a uma situacdo e re salver um problema, surge a necessidade do esquema modificar-se erm fungso da situagae, Exempla: para o bebe aprender a chupar um

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