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IATOLICISMO Raa ecg Dee Ce er Uae hice m na crise atual Joris Responsive! area Tot (Gad ed Com a palavra... o Diretor Amigos leitores, A importineia do Santo Rosiio & incontestivel. A propria Mae de Deus, a0 ap Fatima aos t€s pastorinhos, recomendou que se rezasse 0 Tergo todos os dias so buslaria para nos convencer e estimular ma Id momentos em que o fato de existir apenas uma razdo Cumpre-nos pois aprofundar © conhecimento sobse a 2, despertar em nossa alma uma apeténeia maior, uma devocao mais fervorosa, um amor Precisaria mais? Evidentoment mencionada prética de piedade. Mi pode ser insiticionte para nos mov vem mais acendrado. Nas palavras do grande inspirador de Catolicismo.o Prof. Plinia Cor Jor da TFP, o Santo Rosario ¢, por exceléncis, o meio para conquistarmos nossa salvacdo Je Oliveira, Funda- tera. Segundo ele, se algném nto que tanto sobre 0s caminhos que palmilhow ow as gotas de suor que de sua frente gotejaram. Indague, sim, das horas passadas de Rosdrio em sus Nosso Senhor dele tar punho, aos pés do Tabernéculo Tal incompardvel meio de salvaelio est ao aleance de todos, desde que a Mie de Deus So Domingos de Gusmiio, no século XIII, e (Como aio nos valermos de to poderosa arma e reze-0 Resitio, ou ao menos o Tere? Para despertar e aumentar entre seus an ficaz, Catolicismo publica a materia de capa da presente eaicao apareceu a lhe ensinou essa maravithosa devogao, piritual? Como tender um eatslico que nao o amor a essa devogio sobremancira © Brasil encontra-se hoje, lamentavelmente, en corrupeo dos costumes mais avangam. E 0 efeito disso observa-se por toda parte. A crise que obretudo religiosa © moral, Todas as outras nada mais do do que decorréacias dessa grande crise, Eno combate a ela que se encontra a tz no firs do tnel que atravessamos. E para combater esse mal, nada melhor do que dispor de uma Providéncia Divina colocou em nossas maos: 0 Santo Roséiio. Por meio do Santo Rosério os leitores podem esperar solueio de graves problemas, como desequilibrios fami s poderosas armas que a nfiantes, 0 ausilio divino para a 25 oriundos da imoralidade conte 1 drogas ou de més companhias, preocupa porditea, angustias proyocadas por Bilhos vitimas etc ‘goes com dificuldade Tnfelizmente, por ser 0 tema po divulzado, muitos eatlicos esquecem-se de que posstr em tal protesao ¢ deixam de reser apenas 15 ou 20 minutos didrios — destinados i recitacao estimular a sadia reflexto Sobre es mistérios de nossa al A oragio voeal etn foco a todos estimule a praticar essa ex o mariana, Se isso aeontecer. daremos nosso trabalho por be do Tergo —a uma devogao to prop Fe, E quo alia admiravelmente a or Fago votos de que u lettura da matét (Quantas coisas poderdo mudar, com a recitacso do Santo Rosati Desejo a todos boa letra Em Teaus ¢ Mari, Fiano“ Paulo Conga de Brito Fuho DinetoR ieee oe ies aoe ee ere et er ISSN 6998-528 Cee CATOLICISMO cee eee tor aaa? CAPA SANTO ROSARIO Hewtoo Aves Meio de salvagéo dos mais podero- sos e eficazes nos é oferecido pela Divina Providéncia con- tra Satands e seus sequazes, que procuram perder as al- mas. O Rosdrio soluciona intmeros problemas, as- segura a salvagéo eter- na e antecipa a implan- tacao no mundo do Rei- ©» no do Imaculado Cora- ao de Maria. vuando Liicia perguntou i como poderemos recusé-lo? mpossivel ‘ima Virgem, na aparigiio de 13 seria! Atendendo-A, seremos atendidos de outubro de 1917, em Fatima, 0 e alcancaremos todus as gragas que sti- que descjava, Ela respondent Plicarmos com_fé e confianca, "Quera dizer-te que facamaguéuma capela em minka honra; que sou a Se Fatima ¢ a devocao rnhora do Rosdrio: que continuem sem ‘ a0 Santo Rosario prea rexar o Tergo todos os dias No final dessa aparigtio houve o conhecido milagre do sol, edesenro- Jaram-se sucessivamente, 20s olhos dos videntes, tr8s quaidras simbol zando primeira os mistéties 2020- sos do Rosirio, depois 0s doloro- 08 e por fim os gloriosas. Apa ‘ceram, 20 lado do sol, Sao José com ‘© Menino Jesus, ¢ Nossa Senhora de: Rosétio! Em varias outras aparigdies Ni sa Senhora recomendau 1 deyocao 0 Rosario. max especialmente om Fatima Ela insistiu nessa pratica ‘arial como meio para se obter conversio do mundo, Apresen- tando-se como a Senhora do Ro sério, Ela yeio alertar 0 mundo ‘paras teriveis castigos que ocor- retiam casomao se desse uma con- versio geral; caso os homens 19 deixassem de ofender a Deus com seus pecados e niio houvesse uma re- ‘Paragdo por esses pecaclos Isto Se passou no inicio do séeuto XX. Neste infeio do século XXT, quem se atreveria a dizer que tais pedidos fo- “Rezar o Terco wodos os dias” — ‘Que eonselho mais excelente que este? Que criatura mais elevada que a Virgem ‘Santissima podria transunlti-o? Sendo que a prépria Mie de Deus — c tam- bbém nossa Mae — nos fazesse pedido, CATOLICISMO maiode 2001 19 ram atendidos? Claro que ninguém! Basta olhar um pouco em torno de nés, para Ver justamente 0 contraria: a deca déncia moral acentua-se dia a dia; os Mandamentos de Deus so abandona- dos: os pecados aumentam: as ofensas a ‘Nosso Senhor tornam-se ainda mais agressivas, Basta abrir os jomnais, para constatar a alarmante dissolucao da fa- miflia, as modas imorais, nudismo, 0 aborto, at prostituigiie, as drogas, © ho- mossexualismo etc. A crise religiosa e moral acentuou- se incomparavelmemte, em todos 08 as- pectos¢ universalmente, Para citar ape ‘nas um ponto, entretanto dos mais dolo- ridos: a tremenda crise que abala a San- 1 Igreja Catélica nos presentes di Em vista disso, a Senhora de Fatima 10, penitnciae reparaio, Yio didria do Tergo, para a conversao das almas e do mundo © a implantago do reinado de seu Imacula- do Coragio, ou seja, a restauragio da Civilizacao Crista com um vigor ainds maior que no pasado. Se os homens atenderem a tal pedido, estarfo anteci- eee Bren rset a 20 pando esse reinado, embora precedido pelos grandes castigos também previs tos em Fatima. Para quem verdadeira- ‘mente ama a Devs, punigto libertadoral Bastaria o pedido de Nossa Senho- 1a, acima referido, “Rezar 0 Tergo to- dos os dias”, para disso mio nos esque- ‘cermos jamais. Mas para estarmos ain- da mais convietos da importancia, da razdo dessa devogio mariana, e para con- Yencermos nossos préximos a rezarem também eles 0 Santo Rosirio, passare~ mos agora a outras consideragtes. Haveré devocéo mais importante? Quem nos responds ial pergunta €0 préprio So Luis Maria Grignion de ‘Montfort (1673-1716), grande apdstolo de Maria Santfssimva, ap escrever: ‘A Santissima Virgem revelou a0 Bemaventurado Alain de la Roche que, depois do Santo Sacrificio da Missa, que 0 primeira e mais vivo memorial da Paixio de Jesus Cristo, néo havia devo- cio mats excelente @ merts6ria que 0 Roséirio, que € como que um segundo CATOLICISMO Malo de 2001 ‘memorial ¢ representacdo da vida e da Paixiio de Jesus Cristo Ha intimeros documentos pontifici- 05 exaltando a exteléncia do Sant mo Rosério. Neles os Papas recomen: dam empenhadamente essa devogio. Leia alguns exemplos no quaciro da pa gina21 Devocao ao Rosai maravilhoso hist6rico Segundo respeitosa tradigao, Nos- sa Senhora revelou a devocao a0 Rosi tio a $80 Domingos de Gusmao, em 1214, come meio para salvar a Europa de uma heresia. Eram os albigenses, ‘que, como uma epidemia maldita tagiavam com seus erros outros paises, partir do norte da Itdlin e da regiao de Albi, no sul da Franga. De onde o nome dcalbigenses atribuido a esses hereges, conhecidos também como edtaros (do rego: puros), pois assim soberbamen: te se auto-nomeavam, Eram lobos distarcados com pele de ovelha, infiltraram-se nos meios cat6- licos para melhor enganar ¢ captar sim. patia. Tais hereges pregavam, entre ou {tos erros, 0 pantefsmo, o amor livre, aboligio das riquezas, da hicrarquia so- cial'e da propriedade particular — sal: 1a aos olhos semelhanga com 0 comu- Varias regises da Europa do século ‘XIN ficuram infestadas pela heresia al- bigense, e toda a reagao catélica visan- do eonté-la mastrava-se ineficaz. Oshe- ‘teges, apds conquistar muitas amas, des- truir muitos altares e derramar muito sangue catélico, pareciam definitiva- mente vitoriosos, ‘Sfio Domingos (mais tard fundador da Orem Dominicana) intrepidamente cempenhiou-se no combate aseitaalbigen- se, nao conseguindo, porém, sobrepujar ‘© {mpeto dos hereges, que continvavam pervertendo os figis catdlicos. E 0s que ‘do se pervertiam eram massecrados. Desolado, Sao Domingos suplicou a ‘Virgem Santissima que Ihe indicasse ‘ume eficaz arma espiritual capaz de der- rotar aqueles terriveis adversérios da ‘Santa Igreja Rosario esmaga heresia albigense Quando tudo parecia perdido, Nos sa Senhora interveio nos aeontecimen- tos para salvar a Cristandade desse mal. © Bem-aventurado Alsin de la Ro- che (1428-1475), eélebre pregador da Ordem Dominiesna, no livro Da digni dade do Saltério, narra aparigio de Nossa Senhora a Sao Domingos, em 1214, Nessa aparigdo, Bla ensina aque- le Santo a pregar 0 Rosério (também chamado Saftério de Maria, em lem- bvranga dos 150 salmos de Davi) para salvagao das almas e converséo dos he reges. Na obra de Sto Las Grignion de Montfort cima citads, ele transereve tal narragao: "Vendo Sio Domingos que 0s cti mes dos homens eriavam obstéculos & cconverso dos albigenses, entrou enum bosque préximo a Toulouse © passou neler dias © 2s noites em continua oracio € peniténcia, nao cessando de emer, de chorare de macerar seu cor pocom disciplinas para spacer aera de Deus, até ear meio morte, A Santis- sima Virgem, acompanhala de ts prin- esas do Céu, Ihe aparcccue disse —‘Sabes a, me querido Domingos deque armaseservina Santissina Tin- dade para reformaro mundo? — ‘0 Senhora! — responce ele — és 0 sabeis melhor do que ex porque depois de vosso Fito Jesus Cristo, fos- tes 0 principal instrumento de nossa salvacao’. Saiba —Fla acrescento — que 4 peca principal da bateria foi asada Os Papas recomendam o Rosario Pio IX: “Assim como Sao Do- mingos se valou do Rosario como de uma espada para destruir a nefanda heresia dos albigenses, assim também hoje os figis exer. itando © uso desta arma — que 6 a reza cotidiana do Rosério — facilmente conseguiréo destruir ‘0s monstruosos erros e impieda- des que por todas as partes se Tevantam” (Enciclica Egregiis, de 3 de dezembro de 1866). = Ledo Xill: “Quoira Deus — este um ardente desejo Nosso — que esta pratica de piedade re- tome em toda parte o seu antigo lugar de honral Nas cidadas e al- deias, nas familias © nos locais de trabalho, entie as elites e 0 humildes, seja 0 Rosario amado © venerado como insigne distin« ‘tivo da profissio crista e 0 auxi- lio mais eficez para nos propi ar a divina cleméncia” (Eneiclica Jucunda semper, de 8 de setemy bro de 1894). Sao Pio X: “O Rosério ¢ a mais bela © 2 mais preciosa de todas as oracdes & Medianeira de to- das as gracas: 6a prece que mais toca 0 coracéo da Mao de Deus. Rezai-o tod0s os dias’. m= Bento XV: “A loreja, sobretudo or melo do Rosério, sempre en- controu nla a Mae da graca ea Mae da misericérdia, precisa- ‘mente conforme tom 0 costume de saudé-La, Por isso, os Roma- nos Pontifices jamais deixaram pasar ocasido aiguma, até o pre- sente, de exaltar com os maio- res louvores 0 Rosario mariano, © de enriquecé-lo com indulgén” ies apostelicas” 1 Pio XI: "Uma arme poderosissi ma para por om fuga os demo 08 .... Ademais, o Rosério de Ma- Tia € de grande valor nao $6 pera derrotar os que odeiam a Dous ¢ 95 inimigos da Religiéo, como tambem estimula, alimenta atrei para as nossas lmas as vi tudes evangsiicas” (Enciclica /n- ravescentibus mais, d2 29 de setembro de 1937) 1m Pio XII: "Serd va0 0 esforco de remediar a situacdo decadente da sociedade civil, se a familia, principio e base de toda a sacle. dade humana, néo se ajustar di- figentemente @ lei do Evangeiho. E nds afirmamos que, para de sempenho cabal deste érduo de ver, & sobretudo conveniente 0 ‘costume do Rosério em familia” (Encfelica Jngruentiam malorum, de 15 de setembro de 1951). Joao XXIII: “Como exarcicio de devocdo crista, entre os ficis de Tito lating, ....6 Rosério ocupa 0 primeiro lugar depois da Santa Missa e do Brevidrio, para os eclesiasticos, © da participacao nos Sacramentog, para os loi gos” (Carta Apostolica #/ religio 80 convagno, de 19 do setem bro de 1981) 1m Paulo VI: “Nao deixeis de incul ‘car com toda a diligancla @ insis- ‘téncia 0 Rosario maria, forma de oracdo tao grata 8 Virgem Mae de Deus « tao freqiientemente fecomendada pelos Romanos Pontifices, pela qual se propor ciona aos fiéis o mais excelente meio de cumprir de modo suave eficaz 0 preceito do Divino Mestre: Pedi e receberois, bus: cai e achareis, bater @ abrir-se- vos-d’(Mt. 7, 71" (Enciclica Man- 9 mzio, de 19.de abril de 1965). § Joz0 Paulo Il: “0 Rosério, ionta. mente racitado e msditacio — em famfia, em comunidade, possoal- mente — vos fard penetrar pouco ‘8 pouco nos sentimentos de Je- sus Casto e de sua Me, evacan- do todos os acontecimentos qua ‘80 a chave da nassa salvacio” (Alocugae de 6 de maio de 1980). CATOLICISMO Mele de 2009 sito angética, que € 0 Juncamenio do Novo Testamento; ¢ portanto, se queres ganhar para Deus estes coracées end- reeidlos, reza meu Saliério’. 0 Santo se levantou muito conso- lado e abrasado de zelo pelo ber dar quela gente; entron na igreja catedral: ‘no mesmo momento os sinos tocaram, pela intervengiio dos anjos, para reunir ‘os habitantes, No principio da pregacio, formou-se uma espantosa tormenta; a terra temeu, 0 sol se obscureceu, 08 re petidos trovéies eas relmpagos fizeram cstremecer © empalidecer us ouvintes: € aumentou seu terror ao ver tmaimagem dda Santissima Virgem, exposta em lu {gar proeminente, Jevantar os bragos us ‘vezes ao Céu para pedir a Deus vingan- ga contra eles, se nia se converiessem& do recorressem protegdo da Santa Mie de Deus, “0 Céu queria por esses prodigios ‘aumentar a nova devo do santo Ro- sirio ¢ tomé-la mais not6ria “A tormenta cessou por fim, pelas oragdes de Sio Domingos. Ele conti- nuou seu sermAo, ¢ explicou com tanto fervore entusiasmo aexceléncia do san: to Rosario, que ns moradores de Tou- louse [um des principais focos da here- sia] o abragaram quase todos ¢ renun- ciaram a seus erras. yendo-se em pouco fempo uma grande mudanca na vida ¢ ‘nos costumes da cidade” Methor artitharia contra 0 deménio e sequazes Empuntando a potente arma do Ro- sério, S20 Domingos retormou a0 coma ‘e, pregando incansavelmente na Franga, Inala e Expanha a devoeko que a prépria Senhora do Rosério Ihe ensinara, © por todas as partes reconguistava as almas: 0s ccatéicos tibias se fervoravam, os fervo- rosos se santficavam: as ordens religiosas floresciam:; convert os hereges, que, ab Jjurando seus erras, voltavam 3 Igreja aos rmithares; os pecadores se arependiam e faziai peniténeia; expulsava 0s demdni- ‘ose possessos; aperava milagres e curas Somente na Lombardia, o arddoroso en zaddo do Rosirio converte mais de 100 rl horeges albigonses. Tudo por meio da melhor artidiaria contra o demdnio seus seguidores: © Santo Roséio, Simao de Montfort ‘Mas restavam ainda aqueles hereges empedernidos, que znenlum modo, ¢ procuravam teverter a <éerrorafazendo estrqzos em alguns ou- ‘ros paises. Para resolver o problema, Nossa Senhora, além do hersico Sao Dor radicar da Europa a heresia: 0 admiré- yel Conde Simao de Montfort. 0 primel +o empunhou como arma 9 Rosétio, 0 segundo cmpunhou aespada. Umacom- Dbinagao perfeita: 0 espirito de oracdo como espirito de cruzada em defesa dat % Catélica, A histéria de Simao de Montfort além de admirivel, extensa. Citemos a propésito, apenas de passagem, um tre- cho extraido do livro de Sao Luts Grig- rion de Montfort (0 sobrenome de am- bos € 0 mesmo, embora, segundo pare- ce, nfo fossem parentes — pelo menos no hd dados concludentes a respeito): ‘Quem poderd contar as vitorias que Siméio, Conde de Montfort, obteve contra os albigenses sob a protegiio de Nossa Senhora do Roxirio? Foram tao notdveis, que jamais se viu no mundo coisa parecida. Com quinhentos ho- ‘mens, desbaratow um exércitode dezmil hereges. utra y venceu a trés mil. Denois, com mil in- antes ¢ quinhentos cavaleiros, fe: em pedacos 0 exéreito do rei de Aragao, ‘compost de cem mil omens, perden- do somente oito soldados de infantaria wn de cavataria”®. Livre a Franga da furibunda heresia albigense, 2 devocio a0 Santo Rosario atravessou as fronteiras. So Domingos pregou incansavelmente, até o fim de seus dias, esta milagrosi e efferemissi- ‘ma devogaio nos paises vizinhos, colhen- do neles semethantes frutos. Atravessou ao somente as fromteiras europeias, mais scontinentes e também os séculos, uma ‘ez que, até os presentes dias, o Rosétio € rezado com grande frato em todos os pases do mundo. jo seconvertiam de com: inte homens, Inimigos internos e externos vencidos pelo Rosario Como acabamos de ver, S80 Do- mingos. com a cruzada de oragies que empreendeu por meio do Resirio, der rotou os inimigos internos da Igreja CATOLICISMO Malode 2001 ingos, suscitow outro hers para er” Dom Joso ’kustria, que comandou 2 esquadra catdlca contra os ‘mugulmanos n2 Batatha de Lepanto vencendo 2 seita albigonse infiltrada entre os eatélicos. Veremos agora um cexemplo hisisrica de como Santo Ro- sGrio derrotou inimigos extemos da Cristandade No século XVI, 0 poderio otomaao (Gobretud © Inpério turco. de religito ‘mugulmana) crescia espantossmente & tudo empcoendia para aniquila e doai- nar a Europa cristi. Os tarcos jé haviam conquistaéo Constantinopla ¢ ceupado a ill de Chipre, de onde pretendiam marchar em direco a0 Ocidente Em face do iminente perigo para a Cristandade, o Sumo Pontifice de entio. 6 Papa Sao Pio V, conclamou os princi- pes enropells 2 se tiem numa frente comum contra 0 inimigo, Reuniy uma pequend esquadra composta como apoio de Flipe Tl da Espana, das Repailicas de Veneza e de Genova e do Reino de Népoles, além de um contingente dos Estados Pontifivios. Sfo Pio V nfo desanimou ante ade proporcao das foreas, pois confiava mais fa protegao de Deus ¢ de sun Santissi- ma Mie. Entiegou ao generalissimo D. Joao d’ Austria © comando da esquadra dev-the umestandarte com a imagem de ‘Nossa Senhora, padindo-the que putis- se logo a0 encontro do inimigo. Batalha de Lepanto: vitoria salvadora Hi 430 anos, em 7 de outubro de 1571, a.esquadra catélica, composta de aproximadamente 200 Austria ms oferceide eras, concen D. Joao andarte elo Papa © bradou: “Agui venceremos ou n edeua sm de batalha 5 Maomé. Os primeiros embates foram favoriveis aos mugulmamos, que, forma dos em meia-lua, desfecharam violenta carga. Os eat6lieas, com o Tergo a0 pes- €0¢0, prontos a dar a vida por Deus ‘irar a dos infigis, respon ques com 0 maximo v Mas, apesar da bravura dos so de Cristo, a numero: .0F possivel Felipe I, Rei da Espana (com 0 rosirio na ‘mao) — Sinchee Cocllo, Museu do Prado, ‘Maati (Espana) A esquerda, Batalha de Lopanto (1571) — de A Vicentine, Colepae particular 0 Papa Sto PioV ‘comandlata por Ali-Pach, parecia ven- cer. Apés 10 horas dk satalaadores rota, que traria graves consequlén- vilizagao Cristé curopéia, 1camicado em- n que, inexplicavelmente e de pente, os mugulmanos, apavorados, bateram em retirada, tiveram mais tarde a aprisionadk € majestosa Senhora aparecer no céu, ameavando-0s € incutindo-lhes tanto medo, que entraram em garam afi Logo no inicio du retirad mugulmands, 05 « se reverteram a hatalha: os infigis per deram 224 navios (130 capuuraddos e mais de 90 sfundados ou incendiaclos), quase 9.000 maometanos foram capturad 000 momreraan, Ao passo que as per {das catSlicas foram bem menores: 8.000 homens e apenas 17 ida am que ma Brilhante dos bare slicos reanimarum. Vitéria alcancada pelo Rosari Enguanto se tavava a batalha tra 08 tureos em Sguas de Lepanto, a Maio de 2001 BB ‘imagen de Nossa Senhora do Rosario de LLepanto que se encontra na iarela de S20 Domingos, em Granada (Espanta) Cistandade rogava o auxilio da Rainha do Santissimo Rosério. Em Rome, 0 Papa Sio Pio V pedi aos liis que re- ddobrassem as proces. As Confrurias do Rosério promoviam procissbes¢ ages nas igrejas, suplicando a vitéria da ar- sada eatsica (© Pontifice, grande devoto do Rost- rio, no momento em que se dava 0 des- fecho dla famosa batalha, teve wma ¥i- so sobrenatural, na qual ele tomou eo- nhecimento de que a armada cat6lica acabara de obter espetacular vita. E imediatamente, exultndo de alegria, ‘voliou-se para seus acompaninantes ex- clamando: “Vamos agradecer a Jesus Cristo a vtéria que acaba de conceder @ nossa esquadra”. ‘Anullagtosa visto foi confirmada so- ‘mente na noite do dia 21 de outubro (vas semanas apés 0 grande acontecimento), ‘quando, poriim, o voreio cegoua Roma, ‘com anokicia, $0 Pio V tink meios mais rpidos para se informar. Em meméria da estupenda interven gio de Maria Santissima, o Papa diti- siu-se em procissio & Basilica de S20 Pedro, onde eantou 0 Te Desens Laudex ‘mues introduzin a invoceeae Atevilio dos Cristaas na Ladainha de Nossa Senbo- ra, E para perpetuar essa extraordinria vitéria da Cristandade, foi instvuida a festa de Nossa Senhora da Vitoria, que, dois anos mais tarde, tomou a denomi- naggo de festa de Nossa Senhora do Rosirio, comemorada pela Igreja no dia 7 de outubro de € Anda com © mesmo objetivo, de décinar gravado para sempre na Hist6ria que a Vitétia de Lepanto se devew & in- tercessin da Senhora do Rosiio, 0 se nado veneziano mandou pintar um qua- ‘oto representanido a batalfia naval com fa seguinte inserigao: “Non virtus. non ‘arma, non duces, sed Maria Rosariévie- ‘ores nos fecit”. (Nem as tropas, nem 443 armas, nent os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosdrio que nos dew avitéria). Outra intervencao providencial Consumado 0 milagroso triunfo em Lepanto, outro prodigio salvou a arma dda eat6liea: uma furiosa tempestade ameagava levar a0 fundo do mar todas as nats, Mais patecia uma tempestade desencadcada pelos dem@nios, como vinganga pela derrota que acahavam de sore, pois viam escapar de suas garras 4 Europa Crista. que os seguidores de Maomé tentaram conquistar para 0 do- mini rmgulmano, Em meio 3 firia das aguas, os navegantes ar Samtssima Virgem, Rainha do Sane to Rosario, ea tempestade serenou mi- lagrosamente Brasil salvo do calvinismo pelo Rosario De outra ameaga de dominagio dos inimigos da Fé Catolica — desta vez, rn dos seguidores de Maom, mas dos de Calvino —, 0 Santo Rosétio salvou nasa Patria, No século XVI, saiu-soekt Vitoriosa em vérias batalhas, gragas & devoedo 20 Rosério ensinada pelos mis- siondries em todos os rinedes de nosso territrio-continente Apenas dois fatos: a expulsio dos alvinistas franceses do Rio de Janeiro, cidade que tentaram conquistar para 2 heresia protestante;e, um século depois mesma seitacalvinista — desta vez por meio de hereges hiolandeses — foi es- corracada do catéilico e aguerrido Nor- deste brasileiro, Em tais batalhas, os intrépidos sol- dados brasileinos rezaram o Rosirio an- tes dos embates, muitos deles penduran- do- ao pescogo durante as pelejas. Ou GATOLICISMO Maio de 2001 ‘enti, numa das mAos levavam a arma, ena oulra o Santo Rosario, Rosario também salva as Filipinas do calvinismo Esse pals cofonizado pelos espanhisis © convertido pelos prezadores domini- anos reeebeu muita influéncia darlgre~ Ja Catéica, sendo seu povo puricular- mente devoro da recitagio do Tergo. Como no Brasil, os holandeses cal- vinistas tentaram conguister aquela na fo para a seita protestant, Numa das batalhas, quando as forcas catSicas pa- reciam sucumbir ao poder das armas holandesas, os catlicos imploraram a a de Nossa Senhora do Ros- fio e venceram, apesar da supérioridade numérica da forga herege. Novo triunfo do Rosario contra maometanos interces Outra vitéria assinalada, a Cristan- dade a obteve gragas @ devoemo ao San- to Rosirio: em 1716, os turcos, numa nova tentativa de subjugar a Cristanda- de e conguistar a Furopa para u reli do Isla, foram derrotados em Peterwar- dein, na Hungria, pelo Principe Enge- aio de Sabdia (1663-1736), Esse fervoroso principe, no coman- do dos exército’ eristios, portava-sem- pre seu precioso Tergo, ¢ 0 revitava So- bretudo nas horas de perigo. Seus sol- dados comentavam que, se nao fosse pelas oragdes dele, a vitdria seria dos ma- cometanos. Costumavam dizer, quando © viam de Rasarioem panho, em oracdes: ‘O Principe esta rezando muito, isto é sinal de que logo teremos batatha! Milagre: tropas soviéticas retiram-se da Austria Impressionante fato historico o2or- Fido em nossa época comprava admira- velmente a salvagio de um pais medic ante uma Cruzada do Santo Rosétio. ‘Tratasedasimpiticac acolhedora Aus- tra, Catoliciomo, em suaedigao de mao de 1998, publicou em detalhes tal fato. Em vista disso, resumiremos aqui a ma- \ériaintitulada: Expulsos pelo Rosdrto — Sem armas e sem sangue, Austria se Iberia dos comunisias. Apés aT Guerra Mundial, pare do terrtGrio austrfaco Fieou sob dominio comunista, Tudo foi feito parm que os russos se retirassem, todos 08 meios di- plométicos foram empregados. Conti do parecia impossivel obter a retiada dos tiranos sovieticas que oprimiam 0 catélico pats través da recitaglo do Rosétio, a nago austrfacainteiraimplorou aliber= tago a Nossa Senhora de Fatima, pois 6 um milagre a salvaria, Foi constiuido um movimento chae mado Rasenkranzsiihnekreuczug (Cru zada Reparadora do Santo Rosario), por iniciativa do Padre capuchinho Petrus Favlicek (1902-1982), Em todas 2s ci: dades, vilase aldeias crescia o nsimero de pessous que aderiam a0 movimento, comprometendo-se a rezar 0 Rosério numa determinada hora, De tal modo que, 24 horas par dia, sempre havia aus- ‘rfaeos rezando, rogando & Virgem San- Lissima pela Tibertagdo do pats do juso “Muitas procissées foram organizadas nessa intengo. A maior delas talvez. tc nha sido a realizada em 12 de sevembro de 1954: uma enorme procissio “ace flambeawx” (com tochas) em homens gemaNossa Senhora de Fatima, da qual participaram muitas autoridades. 500 mil austrfacos jé baviam aderi- do a essa Cruzada de oragdes em 1955. ‘A Senhora do Resirio atendeu as insis= tentes sdplicas, e 0 impossivel — natu- ralmente falando — ocorreu: em maio de 1955 as tropas soviéticas abandona- ram o ferrtério ausirfaco. Um auténtico milagre! Milagre reconhecido pelo primeiro ministro austriaco, aum discurso, com estas palavtas finais: “Hoje queremos 1nd, que temos 0 coragiia cheio de fé, ‘enviar ao Céu uma oracdo alegre, e essa oragao nds a encerramos com estas pax Jayras: Nés estamos livres. Maria, nos Te agradecemos Caro leitor, pense nisto: a parte ori= ental da Alemanha — também subjuga- ‘da pelos comunistas — somente hé pou- ‘cos anos, em 1995, foi definitivamente abandonada pelos russos. Foi ou no uma infervenedo de Nossa Senhora a CATOLICISWO Male de 2001 A exquerda, imagem da Magna Mater Aus: telng,no Santudrio Nacional austriace de Ma ‘Hazell. Bos pés desta imagem, 0 Pe. Petrus Paulicek (foto acima) teveainspiacio de cr. ‘r2 campanha Cruzada Reparadora do Sar- {oRosario. Em afenimento nos 090s dari 2ada Nossa Sentioraliberou Austiadaccu- ‘pacie comunists, desocupagio soviética da Austria em 1955 (40 anos antes)? Necessérias novas Cruzadas de Oracoes Em nossos dis, tambsm sofremos ameagas de todos 08 lados. Os proble- ‘mas nos afligem, a criminalidade au- ‘menta assustadoraritente,o cubs comtem- porinco nosangustia. tribulagdes de toda fordem nos inguietem, experimentamos ‘ngs mesmos, ou n9ss0s préximos.difi- caulddades espirituais © materiais. Nosso Pals € ameagado constantemente = as crises se avolumam dia a dia. A Santa Tercja Catilica sofre imvestidas avassa- Jadoras do dean e de inimgos inter- nos e externos, que desejam desfiguré- Lac, por fim, destrui-La Entretanto, onde estio as novas Crx- zadas do Rosirio para suplicar a prote= «0 divina? Onde se encontram os no- vos Crucados do Santo Rosario, a em- punhar seus Tergos rogando a Nossa Senhora que nos socorra? E com esse espirito que a TFP lan- ‘gou junto a seus Correspondentes ¢ Es- clarocodores uma “Crucada irresistivel de tercos pela familia e pelo Brasil”, ‘que Catolicisma noticion em sua tltima edigao, as pp. 44 e 46. Nao necessitamos de novos. mila res? Claro que sim, ¢ logo! Para tal pre- cisamos pedi-los insistentemente. E por que mio nos valermos da poderosa. ar- 25 tilharia do Santo Rositio, que, como vi ‘mos, por séculos fem salvo a Cristanda- de © 05 cat6licos nos piores spuros? Re- zemos, pois, 0 Rosétio, muito e com contianga, Com essa finalidade passaremos a explicar no que consiste « providencial deyogtio do Santissimo Rosario. Uma oragdo simples, breve, 120 agradavel {quanto eficaz. 0 Terco: no que consiste Cada Treo (a tenga parte de um Ro- io) compde-se de cinco Mistérios. ou cinco dezenas; cua dezena comrespon- de a um Pui-Nosso, dez Ave-Marias € um Gloria ao Pai (€ aconselhsvel que se ree apis o Gloria orig “O men Jesus se Nossa Senhora ecomienon 0s 8s pastorinhos de Fétima) Ants de inicar cats deze, enum case 0 Misiério eorespondente (ver aquadre ma pésina 29) nele devemos medic on ej, pensar, enquo rez mos as Ave-Marias. No final de cada ‘ergo (gue equvalea50 Ave Maries) 6 recomendvel rezar uma Salve Raiaha ou um Lenbr-Nos. Ses, Plinio Corrda de Oliveira, devo. tissimo do Santo Rosario, reservava um bom perfodo do dia — geralmente nna parte da tarde — para calmamen te rezar seus ts Tercos diarios, can: templando os 18 miszérios. 0 Tergo nics se coma reitagio do Credo (resumo das principals verdades cristis, nas quals todo eatslico deve crer), mas antes de comegar a rezi-la convém emnciar ax inteng¥es pelas cutis esamos pdindo, Pode-se cdlocar «quanta intengdes se desejar, bem como pedir grag de ora com piedade, fe ‘orosamentee sem distragdes Qual o contetido do Rosario? 0 Roxltio € a soma de 18s Tergos portanto de 15 Mistérios ou 15 deze nas, 0 que equivale a 150 Ave-Marias (embram os 150 salmas —poemas re ligiosos — de Davi, como jf se menei- conou actina). Quando rezar 0 Rosétio, pode-se — © por vezes € até conveniente —recitar os tiés Tergos separadamente, como, por exemplo,rezando um Tereo no perio da manka, outro a tarde © 0 terceiro noite. No final recomendase recitar a Ladainbs lauretana Noprimeiro Texgo contempkam-se os ‘Misiérios Gozosos (2s alegrias da Vir ‘gem Santissima). no sezundo os Dolo- zosas (as dores de Nosso Senor Jesus Cristo:aa Paixain e Morte) ¢ no tereciro Um grande apéstolo do Rosario por meio de uma ardente pi- edade marial gue conseguiré essa graga. E se quiser essa graga, hd de implora-ta pelos meios que a prépria Virgem indi ‘Apesar de suas intmeras oeupa- Trenscrevemos aqui alguns co. mentérios desse ilustre pensador (8 Gloriasos (os trinnfos de Nosso Se- hor ¢ de Nossa Senhora). (ver quadro na pagina 29), Quando a pessoa reza apenas um ‘ergo (e no o Rosério inteiro), 0 costa- me é, nas segundas e quintas-feiras, meditar os Mistérios Gozasos: nas ter- 25 € sextas-feiras os Dolorasos: e nas ‘quartas, sibados ¢ domingos 0s Glorio- ses Esses 15 Mistérios correspondem aos principsis acontecimentos da Vida, Paindo, Morte e Ressurreicaio de Nosso ‘Senhore aos principais acontecimentos da vida de sua Santissima Mae. Rosa das rosas, Rainha das rainhas Nossa Senhora € a Rosa Mistica (como € invocads aa Ladainka Laure ayo}, em sux homenagem onome Ro silo, que vem de rosa. Rosarium, em latin medieval, signitica jardim de ro~ sas, Ela é 0 Jardim de rosas, a Raina das flores ¢ a Rosa das rosas, coma éa Raina das rainhas Cada Ave-Maria é uma rosa espiri- ‘wal que oferevemos & Virgem do San- tfssimo Rosario, *[Se] quiver saber como seré E vor: una é a do Coragao Imaculado de Maria: outra é a do Santo Roséirio. nagdo de er Julgada sug vida no Tribunal Eter ‘no, ndo indague tanto sobre os ca minhos que palmilhou ow as go- tas de suor que de sua fronte go tejaram. Indague, sim, das hio- ras passadas de Rosario em punk, aos pés do Ta- berndeulo’ “Em Fatima, Nossa Senhora recomendou duas devagaes, de ‘modo todo particular A elas hé de se apegar 0 Brasil, com o maior fer- Oe dos e missiondrias, € = P10-1945, 134 066 -6-s00e. Pai-Nosso © Rosério ensinado direta- mente por Nossa Senhora com pie-se das mais sublimes ora- hes. A comecar pelo Pai-Nasso, éensinado pelo proprio Nosso Se- hor Jesus Cristo aos Apéstolos, quando estes pediram: “Ensinai- ios a rezar” (Lucas 11, 1). 0 Divino Redentor pronunciou as palavras do Pai-Nasso, indican- do-nos 0 meio de lorificar a Deus. & claro que Ele nao deixa ‘ide ouvir-nos, uma vez que Su- plicamos com as préprias pala ‘ras que Ele nos ensinou. Ave-Maria Sem diivida, uma das mais, belas oragdes € 2 Ave-Maria, composta com a sandacio do Ar- canjo Sio Gabriel, “Ave, 6 cheia de graca, o Senor é convesco”; com as palavras de Santa Isabel, “Bendita sois V6s entire as im Theres, e hendito & 0 fruto do vosso ven- tre”; © com 0 aeréscimo inserido pela Igreja, “Sansa Maria, mite de Deus, ro- gal por nds pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”, Em powcas palavras essa oragio encerra as princi- pais grandezas de Nossa Senhora. “A squdacdo angélica — diz Sio Lanfs Grignion de Montfort — resume nna mats concisa sintese toda a teologia crista sobre a Santissima Virgem. Ha nla um lowvor e wna imocagdo: ene cerra o lowor da verdadeira grandeza de Maria; « imocagao contém tudo que devemos pedir Lhe eo que de sua bon= dade podemas aleangar”™ Ese mesmo santo, e-grande apésto- Io do Rosério, conta que os hereges tm horror & Ave-Maria. Eles podem até aprender recitaro Pai-Nosso, mas nun- 4a Are-Marta: “Todos os heveges que do filhas do diabo... prefeririam.car- regar sobre si uma serpenie antes que um roséirio”. Como rezar bem Agora que jd tomamos conhecimen- to da importincia do Santo Rosério, de sua maravilhosa histéria e em que ora- «es Consise, veremos no apenas como rezé-lo — 0 que € muito facil — mas Anunciaga0 — Alessandro Allori detto it Bronzino (1595-1607) — Mestero di Tor de Speceh, Roma como rezar bem, 0 que nao é muito dift- cil, bastando um pouea de atencao. Rezar bem o Rosirio é simples ests 29 aleance de todos. Nao € necessario ser um sibio ou um doutor em teologia, AAlém das Singelas oragdes acima indi- ccadas, precisamos apenas contemplar os ‘mistérios, algo que aré criangas podem fazer Oragao vocal e oracéo mental A oragao vocal & a recitagio piedo- sa das cinco dezenas de Ave-Marias (no ‘caso do Terga), ou das 15 dezenas (no «aso do Rositio). No initio de cada con- Junto de 10 Ave-Marias rera-se 0 Pai- Noss0, € 0 final © Gira ao Pat A oragdo mental consiste, enguanto se pronuncia as oragGes, em pensar ou contemiplar 0s Mistérias (pode-se tam bém meditar nas palavras da Ave-Ma- ria, do Pai-Nosso ou do Gira). ‘© Rosério é um coldquio (uma con versa) com Deus ¢ Nossa Seninora. En- quanto com a voz Os louvamos, com a ‘mente meditamos nos sublimes mistér 05, pois, sendo © homem composto de corpo c alma, com aboes e com mente CATOLICISMO Maio de 2001 deve glorlicar seu Criador. O que equivale a0 nosso dito popular: “Nao falar sé da boca pra fora ou seja, sem amor, sem coracio, sem meditagao. Claro que tanto mais efiedcia teri essa arma quanto com mai- or devogtio a utilizarmos. Assim, evitar de rezar o Rosiio despa- chadamente edistrafdo; procarar recité-lo piedosamente © com stengao, se possivel de joelhos diante do Tabernécalo ou de uma ‘imagem de Nossa Senhora. Pode~ se, poném, rezé-lo também sen- tado ou de pé— até mesmo dei- tado, em caso de enfermidade, muito cansago ou outra cause pro- porcionada —, mesmo andando, mas evitando o quanto possivel as distragies. Entretunto, a distragio invo- huntéria, mesmo fregiiente, nao invalida o valor da oracao. Nun- cea se deve deixar de rezar 0 Ter- {G0 por causa de distragdes. Pelo contra- rio, se temos dificuldade de rezar com perfeigao,rezemos ainda mais, para com- pensar um tanto pela quantidade 0 que faltou a qualicade. Nosso Senhor elogia tno Evangetho a oragao insistente. Odemonio inventard artificios para nos distrair com bobugens, mas preci- samos rejeité-las e concentrar nossa atengao. Se fizermos esforgos para re- zar bem, ainda que no o consigamos inteiramente, isto j4€ agradavel a Nos sa Senhora. Para isto os quadros (pa- gina 28) dos 15 Mistérios podem nos auxifiar Indulgéncias ‘Devoe tao recomendada pelos Pa pas tio aprovidia pela Igreja, 60 Rosi- rio da Virgem Santissima cumulado de inculgéncias. Thdulaéncia uma remissio da pena temporal das pecados. Com a coniissiio gue fazemos de nossos pecadios, somos perdoatios de nossas culpas, ms perma- nnecem as penas temporais devidas ao pecado. © cumprimento da peniténcia imposta pelo sacerdote, apss a absolvi- Ho, stisfaz parcialmente as penas tem- porais. Oy sofrimentos que padecemos ajudam também pagar tals penas. Con- 27 Credo erase a8 o8) Creio em Devs Pai todo-pode- +100, Criador do Cén e da Terra: e fem Jesus Cristo, seu nieo Filho, ‘Nosso Senior, que foi concebido pelo poder do Espirito Santo, nascent da Virgem Mansi padeceu sob Pén- cio Pilaos: foi crucficndo, mon & sepultado; deseeu a mansd0 dos mor tos; ressuseiton 20 tereeiro dias St Diu aps Céus, esti sentado & dirita de Deus Pal todo-poderoso, de onde hha de vi julgas os Vives eas morte. Creio no Espirito Samco; na Santa Tereia Catélies; na comunho dos Santos: na remiss dos pesados; na ressurreigdo da carne, nt vida eter- nna, Amiém, Pai-Nosso ii nosso que e=tais no Cé, Stotiicado se-9 vossonome; venkat ands @ vosso sino, soja fats a vos~ sa vontade assim na Terra como n0 eu, O pio nosso de vada dia nos dai hoje: petdosi-nios as nossas ofensas, ‘assim como nds perdoamos a quem nos tem ofendid, e ny nos deixeis cir em fentago, mas Hvrai-nos do Ameim Ave-Maria ‘Ave Maria, cela de erg, oS hor convene: hendiis sais Vesen= tne as mulhctes,€ benzo € 0 feo do voss0 venie, Jesus. Santa Masia, Mie de Dens, ro- sal por ads, pecadores, agora € na hhora de nossa morte. Amétn. Gloria G6ria 30 Pai, so Filho © a0 Be pita Santo. ‘Assim como era no principio, sgora sempre € por tos os secu losdas séulos. Amém; 6 meu Jesus © meu Jesus, perdoa-nos, He \taisnos do fogo do inferno, levai as almas todas para © C&u, principal- ‘mente as que mals precisarem. erie Orla aie ra Salve Rainha Salo, Reino, Mie de mixer, ‘ida, downs esecanga nose, salve! A ‘6s radios, dosed ilhos de Eva ‘A Ws suspiramos, gemendo e chorando neste vale de |igrimas. Eia, pois, advoga- eos da nossa, exes vossosolhos mieicodi- non 2 ns valved, depos deste desterro tmostsinos Jesus bento Fito de vss0 ‘ene Gclement,Spiedesa, dove ein te Viger Mac Rosai por nds Sata me de Deus. Paraqve amos nes das promes- sesde Cs, Amen, Lembrai-Vos Lembrat-Vos, 6 pifssima Virgen Dacia, ue nunca se ouviu dizer que al- gum daqueles que t8m recog 2 Vo sa protect, implorado a Vossa assis 'Bacia ereelamao 0 sso sacar fos- se por Vis desamparado. Auiniado eu ois, de igual confianca, a Vés, 6 Vir ‘gom ene todas singular, como a Mie recoro, de Vés me valho, © gemendo sob 0 peso de meus pesados, te pros tio a Vossos pés. Nao despiezeis a mi nihas Splicas, 6 Mo do Filho de Deus hhumanado, mas dignai-Vos de as ouvir propicia e de me aleangar 0 que Vos ogo, Assim sea Mistérios Dolorosos Os 15 MistERIOs DO SANTO RosArro mplamos a Anunciacao doanjo ntemplamos a Vislagaa de Nossa prime Santa sabe do Menino Jesus. — No primeiro mistério contemmplamos @ Agonia de Jesus nterplamos a Flagelagao de Nox 0 Sener 3— Noten 79 mistério contemplamos a Corea Nosso Senhey 4— No quarto mistério contemplamos Nosso Senhor carre alto do Calvério plamos a Crusifixao-¢ mori de Nosso Senor Jesus 1— No primeiro mistério contemplamos a Ressusreigo de Jesus Cristo. No segundo mistério contemplamios Gira, O meu Js tudo postem ainda aliviar as penas tem: porais as indulgéncias que a Igreja con- ccedes almas em estado de grava, pelos méritos de Nosso Senhor e de Sua San- tissima Mae e dos santos. ‘Mas as indulgéncias sso concedids, sob certas condigdes, por determinados atos de piedade. Um deles € 4 recitagto 0 Rosirio. Quando o rezamosem igre- Ja, cm orat6rio pablico ou em familia, ‘ou ainda em comumidade religiosa, Ive ‘ramos uma indulgéncia plendiia (ibe- ra no todo a pena temporal), e quando rezamos o Rosdrio em outas eircuns- tncias, Iucramos indulgéncia parcial (ibera em parte a pera). Mesmo tezando apenas um Tergo do, Rosirio podemos Iucrar a indulgéncia plenétia, mas as cinco dezenas devem ser recitadas (oragdo vocal) sem inter- Tupgao ¢ meditando (oracdo mental) cada um dos cinco mistérios’. Nossa Senhora do Rosétio, terror dos deménios Por imposigd0 de Deus, o proprio demdnio, cm algumas circunstancias, foi obrigado a confessar —muito a contra- gosto... — que a Santissima Vingem era sits maior inimiga, pois Ela conseguia salvar almas que esiavam ja em suas zgartas, praticamente condenadas ao in- fer Nossa Senhora 60 Terror dos demd- nis, Aquela que esmaga a cabega da serpente infernal, como € representada em muitas de suas imagens — na Me- dalha Mitagrosa, por exemplo. Em seu amostssimo Tratado da Verdadeira De- vocdo, Sio Luis Maria Grignion de Montfort esereve: “Maria é a mais ter- rive inimiga que Deus armou contrao deminio”” E, ainda nesse mesmo sentido: “Ar- ‘mai-vos, pois, comesias armas de Deus ‘armai-vos do santo Rosérlo e esmaga- reis a cabeca do deméanio, e vivereis ‘rangiitos conera todas suas tentagBes. Dat vem que-o Roséirio, mesma 0 obje- to material, seja tao terrivel ao diabo. ‘que os Santos se tenham servido dele para encadear 0 deménio e expulsd-lo do corpo dos possessos. segundo teste ‘muna varias hisirias *. De onde se vé que é excelente ter sempre consigo © Tergo no bolso, di ante o dia, € & noite ao pescogo ou sob o travesseiro, Arma por exceléncia da vit6ria sobre o mal Um arma seereta Deus coloca nas Indios de seus figis soldados, na luta contra Satands e seus sequazes que andam pelo mundo para perder as al ‘mas. Esta poderosissima arma est disposieao de todos 0s catdlicas devo tos do Rosério da Santfssima Virgem. Com ela receberemos prote¢ao nos as- saltos do demdnio e estaremos pron- tos a enfrentur todas as dificuldades desta vida Quem nos garante isto ¢ © proprio ‘Sto Luis Grignion de Montfort ‘Anda que vos enconardssets & bei- ‘ru do abismo ow jd tivésseis um pé no inferno; ainda que tivésseis vendido vossa alma ao diabo, ainda que fosseis um herege endurecido ¢ obstinado como um deménio, cedo ou tarde vos converterieis e sal- varlels, desde que (vos rep 10, e poraias palavras eos ter- ‘mos de meu conselho) rezeis devoiagwnte sodas os dias 0 Santo Rosario até a morte para conhecer a verdade e obter « contrigo © 0 pentdo de vossos pecados” Exemplo do velho soldado Osacerdote jesulta Pe, Her- ‘mano Spruit, ap6s atender em ‘contissio um velho soldado, ‘enfermo incurvel, aconse- Ihou-o a rezar 6 Rosstio. —Rosiirio? 0 que éum Rosério? indagon 0 velho militar, 0 confessor caridosa- mente explicou-The do que se trataya, O soldado ficou mui to afeicoado ao Rosétio. E, coma voz debilitada pela do- cenga, disse ao sacerdote que, sé tivesse or Zz a ge _conhecido essa devogdo quando meni- sate, taois no, nao teria deixado passir um dia se Fe in A Fe ea hap ibe. er de soa longa xen sont Aces ‘ou sgif'en700 Tercos, os és Tergos. E prometeu que, daque- Je dia em diante, rezaria quan- tos Rosérios the fosse possivel enquanto durasse sua vida, mais. Pediu a Nossa Senhora tum pouco de sacle para que, no espago de dois anos, pudesse rezar todos os Rosaries que compleiassem 0 niimero equi- valente ao que ele teria obtido, se desde menino tivesse rezada iariamente 0s tés Tergos Caleulou entao quantos dias ‘correspondiam a sua idade de 60 anos. O resultado: 21.900 diss. Depois calculou quantos Ros os haveria de rezar cada dia para atingiresse nimero em dois anos. Resultado: 30 Rosérios digtios! Apesar de enfermo, mascorn a tempera de militar, ndo se as- sustow com oaltoniimero. 5 pas- sou arezar até completar, depois de 2 anos, 0s 21.900 Rosatios, 04 Seja, 65.700 Tergos! ‘Completida a conta, comple- tou-se também o tempo de sua cexisténcia terrena, indo receber ‘oprémio da gléria eterna no Ce Junto Senhora do Rositio e sea Divino Filho, deixando seus co- nhecidos comovidas com sea exemplo. Exemplo também para todos 1s, que podemos desde jé no deixar passar nenhurn dia sem recitar o Rosirio, ou a0 menos um Tergo. Que tal também nés fazer sos nossas cones? Melhor fazé- las ji, antes de prestar nossas contas a Deus... Quanto tempo perdemos deixando de rezar 0 Rosftio? A partir do presente, facamos 0 propdsito de rezar Notas: Beneficios e gracas que podemos conseguir rezando o Santo Rosario com a meditagao dos mistérios: © Eleva-nos insensivelmente ao perfeito conhecimento de Jesus Cristo; © purifica nossas almas do pecado; © permite-nos vencer a nossos inimigos; @ facilita-nos a pratica das virtudes; @ abrasa-nos no amor de Jesus Cristo; ©@ habilita-nos a Pagar nossas dividas para com Deus e os homens; © por fim, obtém-nos de Deus toda espécie de gracas. Sao Luis Grignion de Montfort (Cbras de Sao Lule Grignion ce Monti, | Secreto acmaabio del Santissimo Rosaio, Bibioleca de ‘Autores Cristianos, Madrid, 1964, p. 353) pelo menos um Tergo todos os dias. Que so 15 minutos? Nao gastamos muito mais tempo para ‘nds mesmos? Emprezuemos es- se minutos para Deus Nosso Sc- hor e sua Santissima Mae, e se- remos, sem divide alguma, abun- dantemente recompensaos. “Quem reza se salva, quem nao reza se condena” Que orueio ser amas efcuz aifim de aleangar ide espécie de gracas para nds, to necessita dlos?E paraahumanidade, 10 de- pravada? Os Papas, os Santose a Iercincm geralincentivam de t- dos os mevdos esta devogo, que «propria Medianeira de todas as raga nos ensino. Rezat 0 Santo Rosirio € ser alendido com seguranga, pois o Divino Filho de Mara Sanisima sempre ouve os roges de sua Mie. Bonissima Mie nos, que ¢ tam bbéma Mae do Taiz que nos jugar em nosso dikimo dia. Assim sen- do, nada melhor que termos como salvogada Aquelt que nos obter todacspécie le gracas pars chegae- ‘mos bem diznte do supremo Juz Estiportantoem nossas mos siarma para a salvactio,tanconos- sa como deste cattico € desmo ralizado mundo dehoje.— @ Todos podem participar da Cruse da de Tergs. Os interesados pode- oped instrues wo seguinte en- dlereco: Rass Marti Francisco, 665 —Cep 01226-0011 — Sao Paulo SP) StelFax (0**11) 38249411 — email: comespotermcumbr 1. Chr, Amie Aususio Horelt Maca, Ar panne ea mensagan de Eas conor the ok manucrtx da bd. bic, ator ‘ea hii reg, Si Pal, 197 2. Ci, Ctoticsmo, 602, eercr/2001, pp. Tas 3: Obras de San Luls Matis Grignion de Monto. terete amiable del Ssino Rosario, Biblioteca de Autres Cristianos. Mac, 1934, 9.355 4. Op ct. pp. 314-315, 5. Op. cit. pp. 366-367 6 Chr Andre Damio, Na Escote de Mari, Ba Paulinas.# edi. Sao Palo, 1969, 9. 193, 7. Cie, Willa Thomas Wubh.Felipe H, Espasa Calpe, Madd, 1953, p. 575, 8. Obras de Saz Luis Maria Grigaion de Montfort seereto admirable del Sasso Rosaria, Biblioteca de Autores Criss, Maun. 1954, pp. 334-335 9. Clr Anionio Anststo Borelli Machado, Ro CATOLIGISMO Male de 2001 sarlo — A grande sotueao paia os probe ‘nas de wosio repo, Aries Ix. Grshea @ a, Lids 1994, pp, 59-61 10, Sao Luis Marin Grignion de Montfort. tate da Verdadeina Devoe doa Seats Vi gem Noves, Petals, 7 2 1971, pp. St 11, Obras de San Luis Maria Grignion de ‘Montfort, Et seer adninble del Santen ‘Rosario, Bibtiowea de Autowes Cristianos, Madrid, 1954, pp. 354-35, 12, Op.cit.p. 30. 31

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